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Chinês no
Sector Florestal
Moçambicano
Maria Muianga e Simon Norfolk
Palavras Chaves:
Outubro 2017 Moçambique, governação florestal,
sector florestal, investimento chinês,
base de dados
Informação sobre o autor O projeto de Governação Florestal China-África conta com a
participação de vários países e procura melhorar a governação
Maria Muianga, é engenheira florestal, mestrada em Ciências florestal através da promoção de um comércio e investimento
Florestais com ênfase em Silvicultura. Actualmente actua da China no setor florestal africano que seja sustentável e
como pesquisadora sênior na Terra Firma Lda, onde tem se ajude os mais desfavorecidos. Através da pesquisa, diálogo e
centrado em florestas naturais, bem como a administração e ação conjunta com parceiros na China, Camarões, República
mapeamento de terras. Democrática do Congo, Moçambique e Uganda, o projeto
contribui para melhoramentos nas políticas e na prática de
Simon Norfolk é advogado com experiência relacionada
investimento na China e em África, de formas que fomentem
com questões de posse da terra, administração de terras e
a boa administração dos recursos florestais e beneficiem as
reforma agrária, principalmente na região africana. Ele também
comunidades locais.
trabalhou no desenvolvimento e análise de estruturas de
ordenamento do território, bem como em uma variedade de Para mais informação, visite www.iied.org/china-africa-forest-
políticas e programas ambientais, florestais e de recursos governance-project ou contacte: James Mayers,
naturais. Actualmente actua como director na Terra Firma james.mayers@iied.org
Lda., onde tem desenvolvido várias pesquisas e programas
relacionados a administração, posse e mapeamento de terras. Agradecimentos
Produzido por Grupo de Recursos Reconhecemos com gratidão a assistência e a cooperação
recebidas das seguintes pessoas e entidades:
Naturais do IIED • Aos representantes dos SPFFB de Sofala, Zambézia,
O objetivo do Grupo de Recursos Naturais é a construção de Nampula e Cabo Delgado e aos representantes dos SDAE de
parcerias, capacitação e tomada de decisão sábia para o uso Malema e Ribaué
justo e sustentável dos recursos naturais. A nossa prioridade na
• Representantes da AMOMA e aos concessionários nas
prossecução deste objectivo é no controle local e gestão dos
províncias de Sofala, Zambézia, Nampula e Cabo Delgado;
recursos naturais e outros ecossistemas.
• Fórum Terra, iTC e ORAM nas delegações de Zambézia,
A Plataforma de Aprendizagem sobre Nampula e Cabo Delgado;
Governação Florestal China-África • Aos representantes das associações dos operadores
de licença simples APAMAZ e AMAZA na província da
A Plataforma de Aprendizagem sobre Governação Florestal Zambézia;
China-África foi lançada em 2013 e, até ao presente, reúne
intervenientes da governação florestal que incluem chefes • Aos representantes da RADEZA na Zambézia, Plataforma
de departamentos florestais governamentais de oito países Provincial das Organizações da Sociedade Civil, União
africanos, representantes da Academia Chinesa de Florestas Provincial dos Camponeses e Solidariedade Moçambique em
(CAF), do Global Environmental Institute, IIED, Fundo Mundial Nampula e ADEL em Sofala;
para a Natureza (WWF) e outras organizações internacionais. • E a todos que contribuíram para a realização da pesquisa.
Até outubro de 2017, a Plataforma realizou quatro importantes
eventos de intercâmbio internacionais – dois na China, um
nos Camarões e outro em Moçambique. Os participantes
reconheceram o seu sucesso até à data na criação de um
espaço de diálogo aberto para aproximar os chineses, os
africanos e a comunidade internacional.
Índice
Lista de Tabelas e Gráficos 2 4 Tipologia do investimento chinês no sector
florestal moçambicano 16
Acrónimos3 4.1 Empresas florestais 17
4.2 Espécies exploradas 18
Sumário Executivo 4
4.3 Indústrias de transformação 19
4.4 Empresas exportadoras 21
1 Introdução 5
4.5 Fiscalização dos recursos florestais 23
4.6 Canalização dos 20% às comunidades locais 25
2 Visão geral do investimento chinês em
Moçambique7 5 Reforma do sector florestal 28
2.1 Relação entre Moçambique e China 8
2.2 Comércio e Investimento Chinês em 6 Considerações finais 31
Moçambique9
2.3 Sector Florestal Moçambicano 9 Referências bibliográficas 33
www.iied.org 1
Investimento Chinês no Sector Florestal Moçambicano
Lista de Tabelas
e Gráficos
Tabela 1: Multas aplicadas no âmbito da fiscalização no período 2009–2014 23
Tabela 2: Relação das comunidades locais beneficiadas pela canalização dos 20% 25
2 www.iied.org
IIED Relatório do país
Acrónimos
ADEL Agência de Desenvolvimento Económico SHP Shapefile
Local de Sofala SPFFB Serviços Provinciais de Florestas e Fauna
AIM Agência de Informação de Moçambique Bravia
AMAZA Associação dos Madeireiros da Zambézia USD Dólares americanos
(op. Licença simples) WWF World Wide Fund for Nature
AMOMA Associação Moçambicana dos
Operadores Madeireiros
APAMAZ Associação dos Produtores
Agropecuários e Madeireiros da Zambézia
(op. Licença simples)
APIEX Agência para Promoção de Investimento e
Exportações
CPI Centro de Promoção de Investimento
DINAF Direcção Nacional de Florestas
DNTF Direcção Nacional de Terras e Florestas
EIA Environmental Investigation Agency
FLEGT Forest Law Enforcement Governance and
Trade
FOCAC Fórum para a Cooperação China – África
GAZEDA Gabinete das Zonas Económicas de
Desenvolvimento Acelerado
GoM Governo de Moçambique
IPEX Instituto de Promoção das Exportações
iTC Iniciativa de Terras Comunitárias
IUCN International Union for Conservation of
Nature
HCB Hidroeléctrica de Cahora Bassa
MASA Ministério da Agricultura e Segurança
Alimentar
MICOA Ministério para a Coordenação e Acção
Ambiental
MINAG Ministério da Agricultura
MITADER Ministério da Terra Ambiente e
Desenvolvimento Rural
MFA Ministry of Foreign Affairs of Republic of
China
Mt Metical
ONG Organização Não Governamental
ORAM Associação Rural de Ajuda Mútua
PIB Produto Interno Bruto
PROAGRI Programa Nacional de Agricultura
RADEZA Rede das Associações para o
Desenvolvimento Comunitário da
Zambézia
SADC Comunidade para o Desenvolvimento da
África Austral
SDAE Serviço Distrital de Actividades
Económicas
SFA Chinese State Forest Authority
www.iied.org 3
Investimento Chinês no Sector Florestal Moçambicano
Sumário Executivo
As relações entre a China e a África têm crescido Pelos dados obtidos sobre o investimento Chinês no
significativamente desde 1990, no início baseavam- sector florestal moçambicano, verificou-se que grande
se na promoção do comércio e investimento, e tendo parte deste recai sobre as empresas de exportações.
posteriormente focado nas alterações climáticas, Estas empresas, não têm um perfil definido, muitas
insegurança alimentar e energética. delas dedicam-se a outras actividades tais como a
exportação, importação e comércio de outros bens e
Contudo, a China vem sendo indicada como a força
serviços, construção de infraestruturas, entre várias
motriz dos problemas associados à exploração
outras actividades não relacionadas ao sector florestal.
comercial da madeira, uma vez que este país é o maior
consumidor da madeira explorada em Moçambique. A maior parte das comunidades não têm informação
sobre os seus direitos e deveres, e consequentemente,
No entanto, dados quantitativos do envolvimento da
são poucas as comunidades que se beneficiam da
China em Moçambique são muito difíceis de se obter,
canalização dos 20%, e quando esta ocorre, muitas
ao menos de forma pública, o que levou à elaboração
das vezes o régulo e o chefe da localidade junto com o
desta pesquisa, que tem como objectivo criar uma base
comité de gestão é que se beneficiam do valor fazendo
de dados sobre o sector florestal moçambicano que
uso pessoal e as comunidades continuam a sair
permitisse o mapeamento do investimento chinês.
prejudicadas no processo.
Assim, foram pesquisados dados disponibilizados de
O sistema de base de dados criado, mostrou-se
forma pública sobre as empresas que actuam no país,
bastante funcional e prático, recomenda-se a sua
e foram realizadas visitas de campo a quatro províncias
utilização pelos órgãos do governo que ainda não
do país, nomeadamente, Sofala, Zambézia, Nampula
tenham uma base de dados, pois, esta com os devidos
e Cabo Delgado, onde fez-se entrevistas a vários
ajustes, pode ser uma ferramenta de auxílio na tomada
informante-chaves.
de decisões mais rápidas e seguras acerca do sector
A base de dados foi criada com recurso a softwares de florestal moçambicano.
livre acesso, de fácil manipulação e que permitissem a
inserção de uma grande variedade de dados.
Foram introduzidas mais de 700 empresas florestais
que operam em Moçambique como operadores
de concessão florestal, licença simples, serração
e exportador, e destas mais de 200 possuem
capital chinês.
4 www.iied.org
IIED Relatório do país
Introdução
1 www.iied.org 5
Investimento Chinês no Sector Florestal Moçambicano
Moçambique é um país com grande potencial florestal, Devido ao crescente envolvimento da China no sector
possui aproximadamente 40,6 milhões de hectares florestal moçambicano, e ao aumento de debates
de área florestal e 14,7 milhões de hectares de outras sobre os impactos do comércio da madeira entre a
áreas arborizadas. As florestas produtivas cobrem cerca China e a África, desenhou-se o projecto China-Africa
de 26.9 milhões de hectares, estando a sua maioria Forest Governance Project, o qual visa buscar formas
localizada no Centro e Norte do país, 13 milhões de de melhorar a governação das florestas nos países
hectares têm sido definidos como áreas não adequadas que mais exportam madeira para a China, de entre
para a produção de madeira, e conta também com eles Moçambique.
aproximadamente 60 000 hectares de florestas
A finalidade do projecto é tentar melhorar as políticas e
plantadas (DNTF, 2007; Marzoli, 2007; MINAG, 2015).
práticas de investimento na China e na África, de modo
Apesar do grande potencial florestal que o país a promover uma boa gestão dos recursos florestais
apresenta, a sua contribuição para o PIB varia de 2 a e beneficiar as comunidades locais. Para que se
4%, uma contribuição considerada bastante reduzida; alcance esse fim, o projecto tem como foco: melhorar
a taxa de desmatamento anual é bastante alta, variando a visibilidade e compreensão do envolvimento Chinês
de 0.21 a 0.58% (Bandeira et al, 2012; MICOA, 2011). em Moçambique; capacitação e diálogo em torno da
legislação vigente sobre a cadeia de valor Moçambique-
Sitoe et al (2012), listam como principais causas de
China; e criar e usar oportunidades para implementação
desmatamento:
das mudanças.
(i) a exploração de lenha e fabrico de carvão
Assim, com base no cenário acima exposto, e na
(ii) a agricultura comercial e de subsistência tentativa de buscar soluções e ferramentas que ajudem
a melhorar as políticas e práticas de investimento
(iii) a exploração comercial da madeira
da China na África e em particular em Moçambique,
(iv) as queimadas descontroladas, e promovendo uma boa gestão de recursos florestais
e beneficiando as comunidades locais, desenhou-
(v) a mineração.
se a seguinte pesquisa, que tem como objectivo a
Os problemas associados à exploração comercial criação de uma base de dados do sector florestal,
da madeira vêm se agravando, e a China vem sendo que seja funcional, de fácil implementação e de baixo
indicada como a força motriz destes problemas, uma custo, que permita o mapeamento do investimento
vez que este país é o maior consumidor da madeira chinês e a análise dos seus impactos no sector
explorada em Moçambique. florestal moçambicano.
6 www.iied.org
IIED Relatório do país
Visão geral do
investimento chinês
em Moçambique
2 www.iied.org 7
Investimento Chinês no Sector Florestal Moçambicano
8 www.iied.org
IIED Relatório do país
2.3 Sector Florestal
das prioridades da cooperação bilateral, junto com o
desenvolvimento de infraestruturas, com empresas
Moçambicano
chinesas a marcar presença com o apoio de
investimento privado chines, empréstimos bonificados,
financiamento de grandes projectos e assistência
Historicamente, as florestas têm desempenhado
tecnológica. Além do estabelecimento de centros de
um papel importante ao influenciar padrões de
pesquisas, e dos arrozais em diferentes partes do país,
desenvolvimento econômico, apoiando meios de vida,
outra grande área de interesse para o governo chinês é
ajudando nas mudanças económicas e promovendo o
a produção de biocombustíveis. Contudo, a presença
crescimento sustentável, além de fornecerem benefícios
chinesa no sector ainda é considerada mínima, uma vez
de subsistência, gerar oportunidades de trabalho e
que os volumes de exportação de produtos agrícolas
constituírem reservatórios de valores econômicos.
ainda são baixos. Este cenário poderá mudar com o
Portanto, elas fornecem altos níveis de benefícios
anúncio de financiamento pela China para o triénio
comerciais paras as famílias, empresas e governos
2017–2019 em vários projectos agrícolas, visando
que formam o ímpeto inicial que garante a criação
aumentar a produtividade e reduzindo as importações
de estatutos e políticas de protecção das mesmas
feitas por Moçambique (Correia, 2010; Roque e Alden,
(Williams, 2002; Chomitz & Kumari, 1998; FAO, 2012).
2009; Ekman, 2012 e German et al, 2013; JN, 2016).
Em Moçambique, as florestas são um dos principais
Portanto, os investimentos no sector agrícola têm
contribuintes para a redução da pobreza, por
sido direcionados à modernização do mesmo e
fornecerem sustento, produtos madeireiros valiosos
ao aumento de pesquisas. A modernização da
e por serem uma fonte de renda para o Governo.
agricultura objectiva a produção de stocks para a
Contudo, para um bom desenvolvimento do sector
exportação, assim, o investimento chinês no sector é
florestal, há uma necessidade de preservação
adicionalmente motivado pelos interesses na segurança
dos recursos, através de um maneio florestal
alimentar chinesa.
sustentável aliado ao uso de tecnologias de extração,
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Investimento Chinês no Sector Florestal Moçambicano
processamento e utilização da madeira. Portanto, maneio insustentável pode ser a falta de transparência
há necessidade de se encontrar mecanismos de na alocação dos direitos e uso das florestas aliada à
transformação da floresta em benefícios de forma pouca disponibilidade de dados-chave do sector para
sustentável e que garantam a redução do uso acesso livre às partes interessadas e ao público em
directo dos recursos naturais (Egas et al, 2013; geral, e as falhas institucionais que não permitem o
Arnaldo, 2006). cumprimento das leis e regulamentos (Sun et al, 2008;
FLEGT, 2014).
No sector florestal moçambicano, o principal produto
de exportação é a madeira, pelo facto da sua extração Outro factor importante, que tem influenciado no
não requerer alto investimento e não haver necessidade maneio insustentável, é a fraca fiscalização; não há
de uso de alta tecnologia. controle sistemático nas áreas de corte, o que aumenta
o risco de incumprimento das leis; o controle sobre
Moçambique vem sendo considerado nos últimos
o movimento é bastante precário e ineficiente, e
anos um dos maiores fornecedores de madeira para
este cenário, aliado à fraca disponibilidade de meios
a China entre os países africanos, o que representa
de fiscalização e um corpo de fiscais devidamente
cerca de 90% do total das exportações do país para
treinados, favorece à ocorrência de actividades ilegais
a China, que não é apenas importante importador de
(Wertz-Kanounnikoff et al, 2013; Bila, 2005; Mackenzie,
madeira africana, mas também de madeira tropical
2006; FLEGT, 2014).
mundial, bem como maior produtor e exportador de
produtos madeireiros processados. Embora o fluxo de Os danos causados pela fraca fiscalização não são
madeira da África para a China seja considerado menor apenas ambientais: nos últimos tempos, diversas
em comparação com outras regiões, o comércio de pesquisas vêm apontando para as discrepâncias
madeira China-África, envolve vários países africanos e entre os dados de exportação de madeira relatados
influencia a legalidade e sustentabilidade das práticas no país por diferentes instituições, diferença que se
de manejo florestal. No entanto, apesar de se ter uma torna maior quando se compara os dados relatados
visão geral da complexidade da cadeia de comércio de em Moçambique com os relatados pela China Falcão
madeira, os detalhes dos fluxos comerciais e os actores et al (s.d.), constataram que a quantidade de madeira
ao longo da cadeia, ainda são pouco conhecidos ilegal explorada e exportada do país para a China é
devido à baixa disponibilidade de dados fiáveis (EIA; 5,7 vezes maior que o volume declarado pela Direcção
2014; OIMT, 2012; IUCN, 2009). Nacional de Terra e Florestas (DNTF). Egas et al
(2013), constataram um aumento de 88% no volume
A poderosa demanda chinesa por madeira
de madeira não licenciada no período 2007–2012,
moçambicana, vem desempenhando um papel
destinado ao consumo doméstico e exportação, e uma
fundamental na condução actual das florestas do
perda de cerca de 11,6 milhões de USD de receitas do
país, sendo também apontada como sendo o maior
pagamento de licenças de corte para o ano de 2011.
impulsionador das ilegalidades que ocorrem no sector
florestal moçambicano (Mackenzie, 2006; Mackenzie Portanto, tudo indica que com a crescente demanda
e Ribeiro, 2009; German e Wertz-Kanounnikoff, 2012; da China e Índia pela madeira moçambicana, vem
EIA, 2013). aumentado a exploração da madeira legal e ilegal, e
reduzindo cada vez mais a transparência do sector
A exploração ilegal da madeira e a corrupção em
florestal. Uma forma de se melhorar a transparência,
Moçambique podem ser verificadas em todas etapas
seria o financiamento de um site sobre a governança
da cadeia, desde a produção até à exportação. Apesar
de florestas, contendo dados básicos e mapas sobre
da cumplicidade e do envolvimento chinês nestas
os operadores, as concessões, o licenciamento, a
actividades, a maior responsabilidade recai sobre a
exploração, a indústria e a exportação (FLEGT, 2014).
fraca governação verificada no país, o que conduz a um
maneio insustentável dos recursos. Uma das causas do
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IIED Relatório do país
Metodologia
3 www.iied.org 11
Investimento Chinês no Sector Florestal Moçambicano
12 www.iied.org
IIED Relatório do país
dados1
incluir um atributo em comum que serviu de base para a
conexão entre as tabelas.
As tabelas foram posteriormente manejadas no VFront O sistema da base de dados é altamente interativo
que também é um software de acesso livre, de modo e de fácil utilização, o que não requer que o usuário
a retratarem a complexidade do relacionamento entre seja especialista na utilização de softwares, bastando
as entidades e permitir uma visualização e análise dos o nome do usuário e o código de acesso para a
dados de forma individual e integrada. inicialização do sistema. As acções que o usuário
poderá efectuar na base de dados são previamente
Optou-se pelo VFront, pelo facto deste software ser de
definidas, podendo se dar acesso apenas para a
fácil manipulação, fácil acesso, permitir uma inserção
visualização de informação ou acesso para editar
de uma grande variedade de tipo de dados, ou seja,
(adicionar, modificar e apagar) as tabelas e o seu
além do armazenamento de dados numéricos e textuais,
respectivo conteúdo (Figura 1).
pode-se também armazenar anexos de arquivos em
PDF, imagens fotográficas, visualizar shapefiles, Dentro do sistema, tem-se o acesso ao menu principal,
entre outros, o que permite a criação de uma base de o qual contém a lista das tabelas existentes na base
dados sofisticada usando uma interface simples e de de dados. Através do click sobre as tabelas, tem-se o
baixo custo. acesso à informação nelas contidas, e à possibilidade
de edição do conteúdo (Figura 2).
Dentro do VFront alem da visualização da informação
(incluindo o SHP da área), é também possível fazer
1
http://forestrydatabase
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Investimento Chinês no Sector Florestal Moçambicano
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Figura 4: Visualização da tabela contendo a informação sobre as concessões, incluindo o mapa com a localização
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Investimento Chinês no Sector Florestal Moçambicano
Tipologia do
investimento chinês
no sector florestal
moçambicano
4
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4.1 Empresas florestais
Figura 6: Visualização das concessões florestais
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Investimento Chinês no Sector Florestal Moçambicano
Apesar do Decreto Nº 30/2012 determinar que no nível baixo não têm a capacidade de fazer a extracção
regime de licença simples a área contígua não pode da madeira dos locais de abate, assim sendo, eles
ser superior a 10.000 ha, foi possível observar que têm ligação com os intermediários;
apesar dos dados publicados informarem que a área
• nível médio: os intermediários fazem parte deste
licenciada corresponde a 10.000 ha, os cálculos das
nível, podem ser detentores de licenças ou não.
áreas com base nos SHP mostraram que algumas
Eles entram em contacto com os que fazem o
dessas áreas são superiores ao valor base, chegando
abate, compram a madeira e fazem o transporte
à mais de 60.000 ha, não sendo assim elegíveis para
para os parques ou para o Porto. Grande parte dos
a exploração em regime de licença simples. Esta
operadores chineses desempenha as suas funções
é uma situação extremamente grave, uma vez que
a partir do nível médio, pois estes acham o custo
(1) os requisitos para a exploração em regime de
de exploração (corte) bastante alto e a actividade
licença simples (plano de maneio simplificado, não
bastante trabalhosa, ficando-se apenas pela compra
obrigatoriedade de processamento, válida por um
da madeira e seu posterior transporte para o Porto.
período de até cinco anos renováveis, entre outros) não
Alguns dos actores do nível médio, têm a capacidade
promovem o uso sustentável dos recursos para áreas
de fazer a exportação, no entanto os outros, fazem a
tão grandes, (2) promove-se a prática de actividades
venda para os actores do nível superior;
ilegais pois a área cedida é seis vezes maior que a área
declarada e (3) comprova mais uma vez as fragilidades • nível superior: neste nível encontram-se
do sector no cumprimento das regras estabelecidas maioritariamente os empresários chineses com
para o licenciamento e também na fiscalização das alto valor de compra e que fazem a exportação da
áreas concedidas. madeira, maioritariamente em toros para a China.
Importa ressaltar que uma vez que as licenças simples Os chineses têm preferência em intermediar e fazer
são exclusivas para cidadãos moçambicanos, não foi a exportação, pode-se encontrar de 3 a 4 empresas
possível identificar a existência ou não de investimento chinesas a actuarem em conjunto, cada uma delas
directo chinês relacionado a estes operadores. desempenhando diferentes funções, ou seja, uma faz o
corte, a outra faz o transporte, a outra a transformação
Alguns informantes foram unânimes ao afirmar que os
e a última na exportação. E geralmente são empresas
operadores moçambicanos não têm capacidade de
pertencentes à proprietários diferentes.
competitividade em relação aos operadores chineses,
4.2 Espécies exploradas
e o facto de a exploração no regime de concessão ser
elegível para pessoas estrangeiras mostra-se como uma
grande fraqueza para o sector florestal moçambicano.
Apesar de Moçambique possuir mais de 100 espécies
Outro aspecto, ressaltado pelos informantes, é florestais com potencial para a produção de madeira,
a durabilidade das empresas chinesas. Esta é as espécies mais licenciadas são Afzelia quanzensis
considerada muito curta, em 5 a 6 meses cortam (Chanfuta), Dalbergia melanoxylon (Pau Preto), Milletia
toda a madeira existente na área e depois fecham a stuhlmannii (Jambirre), Pterocarpus angolensis (Umbila)
empresa, podendo os mesmos empresários criarem, à e Swartzia madagascariensis (Pau Ferro), devido
posterior, uma nova empresa e continuarem a operar na à prevalência da procura das mesmas no mercado
mesma província. nacional e internacional. Egas et al (2013) também
identificaram estas espécies e outras mais, como
As pessoas empregues para a exploração, pelos
sendo as mais afectadas por irregularidades durante
operadores nacionais e estrangeiros, não recebem um
o processo de exploração, tais como cortes abaixo
salário mínimo (os pagamentos são feitos diariamente
do diâmetro mínimo de corte, cortes fora das áreas
sendo de 50 a 100 Mt/toro), não têm equipamentos
licenciadas e cortes ilegais.
de proteção individual, , e os pisteiros (as pessoas que
identificam os locais onde as árvores se encontram) Grande parte destas espécies com diâmetros acima
também recebem pela quantidade de madeira do diâmetro mínimo de corte (DMC), se tornou bem
apresentada. difícil de encontrar devido à grande pressão que ocorre
sobre elas, o que faz com que se explore árvores com
Vários outros actores têm desempenhado actos
diâmetros abaixo do mínimo estipulado pela lei. Outro
ilegais na cadeia de valor da madeira, dificultando o
aspecto que contribui com a exploração de toros abaixo
rastreamento e o estancamento dos desmandos. Estes
do DMC é a falta de informação: as pessoas que
actores podem ser distribuídos em três níveis:
fazem o corte por vezes não sabem quais os DMC das
• nível baixo: encontram-se as pessoas que fazem o espécies, limitam-se a cortar e tentar vender para quem
abate. Estas podem ser membros da comunidade, mostrar interesse, pois o que não é comprado pelos
operadores de licenças simples, ou até uma empresa operadores chineses, é comprado pelos carpinteiros
portadora de licença de concessão. Estes actores de locais que usam a madeira para a produção de mobílias.
18 www.iied.org
IIED Relatório do país
As tendências do mercado são definidas pelos ilegalmente para o Malawi, e o governo tenciona fazer
empresários chineses; estes definem as espécies a o mapeamento das quantidades existentes na província
serem exploradas de acordo com a procura no mercado para se aferir à sustentabilidade de atribuição de
chinês, e por vezes também definem a tabela de preços licenças para a sua exploração, pois a madeira Ncula
a ser praticada. está sobre grande pressão.
4.3 Indústrias de
O preço por toro pode variar em torno de 150 a 500
Mt, quando vendido pelas pessoas que fazem o abate,
transformação
e de 3.000 a 5.000 quando vendido pelos operadores
de licença simples e concessionários. Estes preços
são estabelecidos de acordo com o tamanho do toro
Das mais de 700 empresas introduzidas na base de
e com a raridade da espécie. A madeira é vendida
dados, 163 fazem serviços de serração, e destas 55%
maioritariamente aos empresários chineses; contudo,
possuem capital chinês. A maior parte das serrações
quando os toros não satisfazem a vontade do cliente, ou
identificadas localiza-se em Sofala (53), seguida de
quando apresentam alguns defeitos de cicatrização ou
Cado Delgado (34) e Zambézia (26). E, das 163
tortuosidade, geralmente são abandonados no campo
serrações identificadas, 97 também fazem exportação,
como mostra a Figura 7.
e destas, 56 têm capital chinês.
O regulamento de florestas e fauna bravia, prevê
O baixo número de serrações identificadas deve-se ao
que 15% da taxa paga para a licença de exploração
facto de uma grande maioria das serrações não publicar
seja destinada ao repovoamento florestal. Contudo,
os estatutos no BR e também por existir um grande
apesar do pagamento da sobretaxa de repovoamento
número que opera de modo informal.
florestal e faunístico, não tem se feito o repovoamento
nas áreas de corte. Alguns entrevistados defendem Estes dados corroboram com os encontrados por
que a alteração para o não pagamento da taxa e Sun et al (2008), que afirmam que a maior parte das
implementação de uma obrigatoriedade para que os serrações são de propriedade de empresas asiáticas,
operadores façam o replantio talvez seja uma melhor europeias e chinesas. As empresas chinesas são
opção. Além das espécies madeireiras, o replantio pequenas e na sua maioria anónimas, com fraca
poderia abranger também o plantio das espécies infraestrutura, capital e tecnologia, não se concentrando
usadas para a produção de carvão. assim no processamento de toros, mas sim nas
actividades de exportação por serem mais lucrativas.
Nos próximos tempos, Moçambique deve reclassificar
as espécies florestais. Esta medida é muito bem-vinda, Segundo os dados publicados pelo Instituto Nacional
uma vez que espécies não classificadas vêm sendo alvo de Estatística para o período 2011 a 2015, a produção
de exploração desenfreada para posterior exportação de madeira serrada no país foi superior à produção de
para a China, como é o caso de Ncula na província madeira em toros, chegando a ser 3 a 4 vezes maior
de Tete. Segundo O País (15/03/2016), grandes nos casos de 2013 e 2014, como mostra a Figura 8.
quantidades desta madeira têm sido transportadas
www.iied.org 19
Investimento Chinês no Sector Florestal Moçambicano
450
400
350
300
250
103 m3
200
150
100
50
0
2011 2012 2013 2014 2015
176 178 66 87 88
212 233 234 397 84
Toros/Logs Mad. Serrada/Lumber
No entanto, muitas das serrações são de baixa quatro costaneiras e no final do processo obtém-se um
qualidade, processando apenas o suficiente para toro esquadriado em formato rectangular. Estas falcas
atender aos requerimentos mínimos para a exportação são posteriormente exportadas com a designação
e, portanto, empregando poucas pessoas (Mackenzie e de madeira serrada, apesar das suas dimensões
Ribeiro, 2009). não corresponderem às dimensões estabelecidas
pela lei, uma vez que esta denomina como produtos
As serrações de proprietários chineses processam uma
processados tábuas com espessura até 7.5 cm,
parte pequena dos toros localmente, numa produção
pranchas com espessura de 7.5 cm, travessas com
rudimentar com pouca adição de valor ao produto final,
espessura entre 13 cm e 25 cm e produzidas com
o que levanta a suspeita de que o investimento nas
espécies da 2ª, 3ª e 4ª classe, barrotes com espessura
unidades de processamento seja apenas para cumprir
de 5 cm, réguas de parquet com espessura até 2.5 cm
com pré-requisitos para a obtenção da permissão de
e folheados.
exportação. As serrações chinesas servem mais como
postos de comercialização da madeira do que unidades As falcas são também usadas para exportação ilegal
de processamento (Sun et al, 2008; TF, 2007). de outros recursos no seu interior, como é o caso
de pedras preciosas, pontas de marfim, cornos de
Esta situação foi observada nas serrações visitadas nas
rinocerontes, entre outros, como ilustram as imagens
províncias de Sofala e Zambézia. Os toros comprados
abaixo (Figura 9).
nestes locais são falquejados, ou seja, remove-se as
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IIED Relatório do país
Alguns empresários chineses citam três motivos O pico das exportações em 2013, pode ser explicado
para que não se faça o processamento da madeira pelo facto de o preço da madeira ter aumentado
em Moçambique e em outros países africanos:(i) a rapidamente, o que levou os importadores a comprarem
falta de mão-de-obra qualificada; (ii) altos custos de mais madeira para evitar um aumento adicional do
transporte e, (iii) grande limitação para reaproveitar os preço. Assim, em 2014, as importações de toros e
desperdícios (Ekman et al; 2013). madeira serrada eram maiores que a demanda, devido
ao elevado stock existente, o que conduziu à redução
4.4 Empresas exportadoras do preço (Lim, 2014).
Com a análise dos dados das exportações no período
Mais de 330 empresas fazem exportações, podendo
de 2012 até meados de 2015, verificou-se que os
ser também concessão florestal, serração ou operador
principais locais de saída da madeira são os portos de
de licença simples, e destas 168 possuem capital
Beira, Quelimane e Pemba (Figura 11).
chinês. No entanto, das 330 empresas exportadoras,
194 são exclusivamente exportadoras, sendo que 99 No estudo realizado pelo FLEGT (2014), os Portos
empresas correspondendo a cerca de 51% possuem da Beira, Nacala e Pemba são apontados como os
investimento chinês. principais pontos de saída de madeira, pois grande
parte da madeira que era explorada em Quelimane
Segundo os dados do Instituto Nacional de Estatísticas
era transportada para os portos da Beira e Nacala. O
para o período 2011 a 2015, as importações de
aumento da produção do Porto de Quelimane deveu-se
madeira feitas por Moçambique vêm caindo, tendo se
ao facto de se ter aumentado a linha de navegação de
importado em 2015 quase 3 vezes menos em relação
4 navios mensais para 8 (Jornal Noticias, 24/10/2014).
à 2011.
O Porto de Pemba era em 2008 considerado o
Quanto às exportações para o mesmo período, elas porto mais importante para a exportação de madeira,
aumentaram de 2011 a 2013, onde se verificou um representando cerca de 80% de todas as exportações
pico bastante elevado, e no período 2013 a 2015 elas de madeira no país (Sun et al, 2008).
foram decrescendo, chegando a serem menores que as
importações em 2015 (Figura 10).
1600000
1400000
1200000
103 USD
1000000
800000
600000
400000
200000
0
2011 2012 2013 2014 2015
20260 33698 1440647 123386 48462
146143 176836 50671 52636 49844
Exports Imports
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Investimento Chinês no Sector Florestal Moçambicano
Figura 12: Relação das exportações de madeira feitas por Moçambique no período 2013–2014
■ China
■ Rest of world
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IIED Relatório do país
Pelos dados obtidos em campo, esta tendência pode as redes de exportação de madeira ilegal para China
ser explicada pela (i) facilidade em cumprir com os são complexas, envolvendo empresários chineses e
requisitos para exportação quando comparados com de outras nacionalidades, madeireiros locais (na sua
os requisitos e todo o processo envolvido na obtenção maioria informais) e elites locais ligadas ao comércio.
de uma concessão florestal; (ii) pela necessidade de
evitar os custos e taxas de exploração; (iii) devido à
fraca capacidade de corte e escoamento por parte
4.5 Fiscalização dos
de alguns operadores, o empresário chinês acaba
ditando a tendência das espécies a serem exploradas,
recursos florestais
as dimensões dos toros a comprar e o respectivo A fiscalização no sector florestal moçambicano foi
preço e (iv) porque as Alfândegas de Moçambique sempre apontada como sendo fraca e aquém do
têm uma meta de colheita de receitas a nível desejável e é sempre aliada à altos níveis de corrupção,
provincial por atingir mensalmente, quando os valores devido ao reduzido número de fiscais existentes e
arrecadados encontram-se abaixo da meta, recorrem à falta de meios técnicos e científicos, contribuindo
aos empresários chineses que pagam as taxas de assim para a insustentabilidade da exploração dos
exportação em adiantado, e aquando do momento recursos florestais.
de exportação da madeira que pode ocorrer meses
Segundo Sakambuera (2016), o sector florestal conta
depois do pagamento, os contentores dessas empresas
com cerca de 630 agentes de fiscalização, número
não são fiscalizados, permitindo assim uma grande
muito abaixo do ideal, que seria de pelo menos
exportação de produtos ilegais entre eles a madeira,
1.800 agentes, para que se efectue uma fiscalização
pontas de marfim e rinocerontes, pedras preciosas,
adequada.
entre outros.
Apesar do reforço que tem se feito com a compra de
Outros autores observaram uma tendência
meios de transporte (carros e motorizadas), formação
completamente oposta, onde os operadores chineses
de novos agentes e estabelecimentos de novos postos
eram na sua maioria concessionários, pois almejavam
fixos de fiscalização, nos últimos anos, um número
garantir o fornecimento directo de madeira para o
bastante reduzido de transgressores, veículos e
mercado chinês. No entanto, os volumes obtidos
contentores foram apreendidos.
nestas concessões representam apenas 1/3 do
volume necessário para suprirem a demanda na China, Como resultado das actividades de fiscalização,
havendo assim a necessidade de complementar pela multas foram aplicadas, no entanto com a excepção
compra de madeira dos operadores de licença simples de 2010 e 2011 onde o pagamento das multas atingiu
(Ekman et al, 2013). Outra explicação dada por Wertz- os 80%, a média de pagamento das multas é de 55%
Kanounnikoff et al (2013), refere-se ao modelo anterior (Tabela 1). As infracções incluem: exploração ilegal, uso
usado pelos empresários chineses o qual baseava-se de documentação falsa, corte de toros com diâmetro
no financiamento dos operadores de licença simples abaixo do recomendado, abate ou transporte de
em troca da madeira, no entanto, este modelo não se recursos florestais acima de 10% do volume constante
mostrou efectivo devido à falta de comprometimento por da licença ou guia de transito, exploração fora da área
parte dos operadores de licença simples que optavam autorizada, transporte de produtos florestais sem a
por vender a madeira a quem pagasse um preço melhor. respectiva guia de trânsito ou certificado florestal e
trespasse de guia de um operador para o outro.
Weng et al (2014), ao pesquisarem sobre o comércio
da madeira entre a China e África, verificaram que
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Investimento Chinês no Sector Florestal Moçambicano
Em 2011 a tabela das multas foi actualizada pelo da madeira apreendida, que dá oportunidade ao
Decreto Nº 76/2011, havendo agravamento que varia infractor de comprar a madeira que lhe foi retirada e
de 10.000 a 1.000.000 de Mt contra os 1.000 Mt dar continuidade às suas actividades, verifica-se um
anteriores. E pelos dados acima, pode-se verificar que incentivo para que se dê vazão à exploração ilegal.
houve uma redução no pagamento das multas a partir
Outros subterfúgios apresentados pelos infractores,
desse período. Pelas informações obtidas em campo,
são (i) a apresentação de licenças de exploração e
também houve nesse período um aumento de abandono
guias de trânsito falsas;(ii) uso de vias alternativas para
de madeira em toros nas matas.
contornar os postos de fiscalização e, (iii)transporte de
As fragilidades na fiscalização vêm também colocando toros em viaturas disfarçadas.
em risco as áreas de conservação, como são os casos
Há casos em que se encontra todas as cópias das
das reservas de Gilé, na província da Zambézia, e a de
guias de trânsito com operador, mesmo depois do
Mecuburi, na província de Nampula.
produto ter sido transportado de uma província para
Os operadores nacionais e estrangeiros aliciam a outra, ou para o porto, porque em todos os postos
população em volta da reserva do Gilé para que de fiscalização não houve a retirada das cópias que
esta faça o corte, estimando-se que cerca de 2.200 deviam ser mantidas pelos (i) SDAE (quadriplicado),
camiões cavalo de pau ferro saíram da reserva, desde (ii) postos de fiscalização (triplicado), (iii) posto de
agosto de 2014, para Europa e Ásia pelos portos de fiscalização provincial (duplicado) e (iv) original mantido
Quelimane e Nacala. Um camião leva em média 18 a pelo operador. Este tipo de situação facilita os casos
20 m3 de madeira de pau ferro, estimada em cerca de de venda de guias de trânsito para os empresários
1 a 1.2 milhões de Mt, por ser uma espécie bastante chineses. Independentemente de o operador possuir
procurada no mercado chinês. Esta situação vem guias ou não e da quantidade da madeira transportada,
ocorrendo devido à descoordenação das instituições e é obrigado a pagar em cada posto de fiscalização
o excesso de burocracia, que favorecem os infractores. 2 mil meticais de suborno aos fiscais, para evitar
Além do envolvimento dos líderes comunitários e das complicações e apreensão da madeira. As guias
comunidades locais nestas actividades, também há são também falsificadas para encobrir os excessos
o envolvimento da Força de Protecção dos Recursos dos volumes existentes nos parques e permitir que
Naturais e do Meio Ambiente, fiscais dos Serviços estes sejam transportados para os portos ou para
Provinciais de Florestas e Fauna Bravia e dos fiscais outras províncias.
da reserva. E quando há apreensão da madeira, esta
Muitos dos intermediários moçambicanos entram
é por vezes vendida posteriormente ao infractor, sem
em contacto com os empresários chineses e com os
pagamento de multas e por vezes, há redução das
operadores moçambicanos, promovendo a compra/
multas por parte das instituições provinciais. Verificou-
venda de licenças e guias de trânsito para facilitar
se o desaparecimento de camiões que haviam sido
o transporte e a exportação da madeira por parte
apreendidos em diferentes postos de fiscalização da
dos chineses.
zona tampão da reserva, carregados de pau ferro, que
é uma espécie cujo abate foi proibido desde janeiro de No campo foi possível vivenciar e obter mais
2016 (Deffontaines, 2016; Dias, 2016). informações sobre o processo de compra/venda de
guias de trânsito, que funciona do seguinte modo:
Na província de Nampula, foram também apreendidos
três camiões contendo madeira ilegal de pau preto, • O empresário chinês que tem madeira por transportar
avaliada em 5 milhões de Mt, proveniente da reserva de entra em contacto com os intermediários;
Gilé. Tendo se aplicado uma multa de 500 mil Mt para
• Os intermediários, que são cidadãos moçambicanos,
cada camião (Sande, 2016).
entram em contacto com os seus aliados funcionários
A exploração ilegal no entorno das reservas é facilitada dos SPFFB que têm toda informação estatística sobre
pelo facto dos SPFFB atribuírem licenças nas os operadores licenciados e as respectivas quotas, o
imediações das reservas, mesmo sabendo que estes que facilita o seu trabalho na busca dos operadores
operadores acabarão por fazer a exploração dentro que ainda não tenham explorado, transportado e/ou
da reserva, pois estes já conhecem as fragilidades da exportado os volumes constantes nas licenças;
área, sendo a maior delas a fiscalização deficiente, uma
• Munidos desta informação, os intermediários entram
vez que o número de fiscais é bastante reduzido para o
em contacto com o operador e negociam a compra
tamanho da área da reserva.
das guias.
Como se pode verificar, apesar do agravamento das
Portanto, há uma grande necessidade de se rever o
multas, o valor pago ainda é muito reduzido quando
processo no geral e se monitorar melhor o processo
comparado ao lucro que se pode obter da venda
de definição de quotas, pois se o operador não tem
da madeira ilegalmente explorada. Aliando a este
capacidade de explorar os volumes requisitados no acto
facto, a possibilidade de venda em hasta pública
24 www.iied.org
IIED Relatório do país
do licenciamento, a licença, a princípio, não deveria ser à favor das comunidades locais. Os mecanismos de
aprovada. As guias de trânsito também merecem um canalização e utilização dos 20% do valor das taxas são
controle mais acirrado, uma vez que estas reflectem definidos no Diploma Ministerial Nº 93/2005, e junto
os volumes escoados, e a combinação dos volumes a este diploma, foi produzida uma nota técnica para a
licenciados (volumes constantes das licenças) e interpretação do diploma.
escoados (volumes constantes nas guias de trânsito)
Antes da inclusão das comunidades locais na
forneceriam informação mais precisa sobre a situação
legislação florestal, elas apenas tinham direitos de
actual do sector. Há também uma grande necessidade
uso dos recursos para a subsistência, elas não eram
de se introduzir meios e técnicas de fiscalização mais
consultadas durante o processo de licenciamento e
eficientes e eficazes, aliados à tecnologias que possam
também não se beneficiavam das receitas arrecadas
garantir uma maior transparência nas actividades
pela exploração dos recursos (Sitoe et al, 2007).
desenvolvidas em todo o processo de licenciamento,
exploração e fiscalização. Contudo, anos após a criação e implementação da
legislação, nem todas as comunidades estão cientes
A fiscalização quase inexistente, acarreta a grandes
da legislação e dos seus direitos, geralmente não são
perdas de lucro advindo do pagamento das taxas tanto
adequadamente consultadas e a sua maioria ainda não
para o governo como também para as comunidades
está a receber os benefícios das taxas de exploração
locais que não se beneficiam dos 20% que a elas
madeireira (Sitoe & Guedes, 2015).
seriam alocados.
O Governo de Moçambique fez uma avaliação
Algumas ONGs trabalham com as direções provinciais
do impacto da implementação do diploma nas
na formação dos agentes comunitários, no sentido de
comunidades beneficiárias, cinco anos após a
se fortalecer a fiscalização por estes realizada e garantir
sua aprovação, tendo se verificado que das 1.089
que estes recebam a percentagem do pagamento
comunidades identificadas com o direito de se
das multas que lhes é devida, pois de acordo com
beneficiar dos 20%, 861 foram contempladas ao longo
o regulamento de florestas e fauna bravia vigente,
dos cinco anos (Issufo, 2012).
50% dos valores provenientes do pagamento das
multas destinam-se aos fiscais, agentes comunitários, Analisando os dados publicados pela DNTF nos
comunidades locais e qualquer cidadão que tenha relatórios anuais (Tabela 2) no período 2011 a
denunciado a infracção. 2014, pode-se verificar que (i) apesar das receitas
arrecadadas pelo licenciamento florestal e faunístico
4.6 Canalização dos 20% às aumentar a cada ano, o número das comunidades
locais identificadas para se beneficiar dos 20% é o
comunidades locais mesmo desde o relatório de 2010, (ii) o número de
comunidades contempladas anualmente não representa
A Lei de Florestas junto com o seu Regulamento, 25% das comunidades identificadas e (iii) 2014 foi
determinam a consignação de 20% das taxas devidas o ano com o maior valor pago às comunidades, no
ao Estado pelo acesso e utilização dos recursos entanto, este representa aproximadamente 16% do
florestais e faunístico bem como pelo exercício do valor total das receitas arrecadadas.
turismo contemplativo nos parques e reservas nacionais
Tabela 2: Relação das comunidades locais beneficiadas pela canalização dos 20%
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Investimento Chinês no Sector Florestal Moçambicano
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IIED Relatório do país
• impactos negativos – devido à extração intensiva da Está em processo a introdução das comunidades
madeira, as estradas existentes foram danificadas delimitadas na base de dados, esta informação junto
devido ao uso de máquinas pesadas, tractores e com a informação das concessões e licenças simples,
camiões, dificultando a escoação dos produtos quando sobreposta no QGIS, irá facilitar a identificação
agrícolas para as sedes distritais onde são e visualização das comunidades que deveriam se
comercializados por um valor melhor. O fim das beneficiar do valor pago para as taxas de licenciamento,
florestas também tem impactos sobre a fauna, as contudo os dados preliminares podem ser visualizados
comunidades já não têm caça nas proximidades, na Figura 14.
sobrevivendo apenas da extração de cogumelos, mel,
Figura 14: Sobreposição das concessões às comunidades locais
raízes e das culturas agrícolas produzidas.
Apesar da existência de várias ONGs a nível provincial,
poucas trabalham com as comunidades locais para
a disseminação das leis e direitos no que concerne
aos recursos florestais, e as poucas ONGs que
trabalham com as comunidades também não fazem
um acompanhamento contínuo e não dão um apoio
direcionado na decisão de como melhor empregar
o valor que advém da exploração dos recursos nas
suas áreas.
Pelas fragilidades listadas, geralmente são os membros
das comunidades que se envolvem na exploração
ilegal, que permitem a entrada de operadores nacionais
e estrangeiros ilegais e também se envolvem em
processos de cobranças ilícitas.
Portanto, há uma grande urgência de melhorar o
apoio prestado às comunidades, e também melhorar
a coordenação entre as comunidades locais e os
operadores florestais, não só nas questões de
fiscalização, mas também no reaproveitamento dos
“desperdícios” pós exploração que podem ser usados
por estas para a produção de carvão no caso de
ramadas muito finas e para a produção de portas,
carteiras e outros móveis no caso de ramadas maiores
mas que não tenham diâmetro mínimo necessário para
que sejam aproveitadas pelos operadores.
A gestão participativa ainda é uma ‘utopia’; as
comunidades não sabem o que realmente está a
acontecer nas suas áreas, tornando necessário que se
faça um trabalho mais profundo na conscientização,
tanto das comunidades, como também de todos
os actores e partes interessadas no processo de
gestão participativa.
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Investimento Chinês no Sector Florestal Moçambicano
Reforma do sector
florestal
5
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IIED Relatório do país
Devido aos problemas que o sector florestal vem Segundo Sakambuera (2016), como resultado desta
atravessando nos últimos tempos com relação à fraca avaliação, um número ainda não identificado de licenças
fiscalização e implementação dos instrumentos legais simples e de concessões de exploração florestal que
que levam a um grande aumento das actividades estejam em situação irregular poderão ser canceladas
ilegais, a falta de transparência do sector florestal, ao ou suspensas até 2018, caso os titulares em situação
desmatamento e a ganhos insignificativos para o Estado irregular não reúnam os documentos necessários e
e as comunidades locais, o MITADER anunciou em exigidos pelo sector de florestas para operarem no
novembro de 2015, uma reforma no sector florestal. país. Como causas da suspensão pode-se citar entre
outras, a falta de documentos legalmente exigidos
A reforma está dividida em duas componentes, sendo
para o acesso às licenças, falta e incumprimento dos
a primeira composta pelos cenários de intervenção:
planos de maneio, transmissão ou sublocação de
suspensão da autorização de novas licenças simples
licenças em áreas em exploração e, em suma, a falta
e de concessão florestal, suspensão na exploração do
de cumprimento da legislação florestal por parte dos
Pau-Ferro, banimento da exportação de madeira em
operadores abrangidos.
toros, reforma institucional e aprovação de instrumentos
legais complementares. A segunda componente Em dezembro de 2015, o GoM determinou a suspensão
centra-se na Reforma Legal, reformulação da Política de autorização de novos pedidos de licenças para a
e Estratégia Nacional de Florestas e desenho de um exploração de madeira por um período de dois anos
projecto económico intitulado Floresta em Pé. através do Decreto Nº 40/2015, como forma de
reorganizar o sector, conter a intensa deflorestação
Como ponto de partida para a reforma do sector, de
que ocorre no país devido à pressão madeireira e
novembro a dezembro de 2015, fez-se uma avaliação
estabelecer um sistema de informação florestal que
dos operadores florestais madeireiros (licenças simples
possa servir de base para apoiar a tomada de decisões
e concessionários) em todo país com a excepção das
sobre a gestão sustentável das florestas.
províncias de Maputo e Gaza, envolvendo equipas
constituídas por oficiais florestais, organizações da Em janeiro de 2016, foi decretado o defeso especial
sociedade civil e jornalistas, e contou com o apoio do Pau-ferro, espécie produtora de madeira de
financeiro e técnico do WWF Moçambique e do Banco 1ª classe, por um período de cinco anos através
Mundial. A avaliação objectivava conhecer o número do Decreto Nº 10/2016. O objectivo do defeso é
real dos operadores florestais concessionários e de garantir a conservação e o crescimento da espécie
licença simples, avaliar o grau de cumprimento das por se encontrar em risco de extinção devido ao seu
normas técnicas e legais vigentes e propor medidas esgotamento e ao corte de árvores com diâmetros
concretas para garantir a sustentabilidade dos abaixo do mínimo recomendado.
recursos florestais.
Contudo, segundo os dados obtidos em campo, esta
Vários critérios de avaliação foram usados consoante medida veio a agravar a exploração ilegal do Pau-
o regime de exploração, sendo alguns deles, o ferro, uma vez que o prazo limite de escoamento e
cumprimento das obrigações fiscais, aprovação do comercialização de toda madeira de Pau-ferro era
plano de maneio, capacidade técnica, repovoamento o dia 30/11/2016, após este, a madeira deverá ser
florestal entre outros. apreendida e revertida à favor do estado.
Como resultado desta avaliação foi constatado entre Outro facto importante despoletado pelo
vários pontos, que há uma grande necessidade de estabelecimento dessa medida, foi o agravamento
se fazer uma actualização da base de dados dos da exploração legal e ilegal da Umbila, segundo Dias
operadores florestais incluindo uma melhor organização (2016), a quantidade de madeira de Umbila cortada e
dos processos, os níveis de repovoamento florestal roubada até ao momento é inestimável.
observados são muito baixos, as licenças são emitidas
O MITADER anunciou a suspensão de exportação
sem que se faça a vistoria das áreas de exploração,
de madeira em toros a partir de 2017, que segundo
a canalização dos 20% às comunidades locais é
Sakambuera (2016), a Assembleia da República de
deficiente e existência de concessões licenciadas sem
Moçambique deverá aprovar a medida nos próximos
indústrias de processamento operacionais.
meses, e esta proibição destina-se não só a fomentar
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Investimento Chinês no Sector Florestal Moçambicano
o processamento local de madeira, mas também O projecto Floresta em Pé, vai se enquadrar dentro do
reduzir os níveis de exploração ilegal, promover a plano de investimento florestal, no qual Moçambique
manutenção de espécies florestais e a melhoria da vai beneficiar de um financiamento no valor de 24
qualidade do ambiente. A proibição da exportação de milhões de dólares americanos destinado a reduzir as
toros o governo pretende também harmonizar o preço emissões por desmatamento, bem como a degradação
praticado na comercialização de madeira processada florestal, promovendo o desenvolvimento rural através
em Moçambique. do apoio à reforma legal e institucional. Entre as
intervenções contempladas pelo financiamento destaca-
Esta medida vem em resposta ao aumento da procura
se igualmente a abordagem das principais causas do
no mercado internacional por espécies que podem ser
desmatamento, bem como apoiar as comunidades a se
exportadas em toros, o que cria uma grande pressão
envolverem com o sector privado
sobre o sector e os recursos.
Governo moçambicano anunciou também em 2016, a
Em simultâneo com a aprovação e implementação dos
criação da Agência para a Promoção de Investimento
decretos acima descritos, está a decorrer a reforma
e Exportações (Apiex), como resultado da extinção e
do quadro legal e institucional, com a criação de uma
fusão de três instituições de promoção de comércio e
nova política que enfatize a conservação e a valorização
exportações, nomeadamente, o Centro de Promoção de
recursos florestais em detrimento da exploração, e
Investimentos (CPI), Gabinete das Zonas Económicas
uma nova lei e regulamento de florestas, que entre
de Desenvolvimento Acelerado (Gazeda) e o Instituto
outros, reforce o modelo de fiscalização, melhore os
de Promoção das Exportações (Ipex). A Apiex tem
procedimentos de atribuição dos direitos florestais e a
por objeto a promoção e facilitação de investimento,
consolidação dos direitos comunitários.
aglutinando de forma integrada às ações de promoção
E para consolidar as estratégias do novo quadro do investimento público, privado e às exportações.
legal e institucional, está em andamento a criação
do projecto Floresta em Pé, o qual visa promover
a gestão transparente e sustentável dos recursos
naturais e do ambiente, através da implementação de
vários subprojectos económicos tais como, produção
de carvão vegetal sustentável, compensação da
biodiversidade, concessões modelos, processamento
florestal industrial, entre outros. Portanto, é um projecto
que tem como foco a criação de alternativas de
sustento para as comunidades rurais e as pessoas que
serão directamente afectadas pela implementação das
novas medidas.
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IIED Relatório do país
Considerações finais
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Investimento Chinês no Sector Florestal Moçambicano
• A base de dados ainda não está finalizada, a do valor recebido, uma vez que os montantes são em
informação sobre as comunidades locais delimitadas alguns casos muito altos, estes podem ser usados
ainda está a ser processada para posterior introdução para a planificação e implementação de projectos que
na base de dados; possam ter um impacto social, económico e ambiental
positivo na vida das comunidades, ou seja, criação de
• O mapeamento do investimento chinês em
projectos que promovam a diversificação da renda,
Moçambique é uma tarefa bastante complexa, uma
uma melhor exploração e aproveitamento dos PFNM
vez que a embaixada da China em Moçambique
e também que promovam a exploração sustentável da
não tem dados disponíveis, muitas das empresas
madeira através das concessões comunitárias;
chinesas são muito pequenas, algumas não estão
registadas e outras estão constantemente a mudar • A fiscalização precisa ser melhorada através de
de nome. A maior parte do investimento chinês recai implementação de novas tecnologias, melhora na
sobre as empresas exportadoras de madeira; formação dos agentes de fiscalização e também
pela inclusão da sociedade civil no processo
• O país devia apostar na industrialização e no
de fiscalização como forma de demonstrar mais
processamento interno de produtos florestais para
transparência no processo;
gerar emprego e reduzir a dependência externa em
relação aos bens feitos à base de madeira, o que iria A partir da análise de dados que o sistema
impulsionar o mercado nacional; proporcionou, recomenda-se a sua utilização pelos
órgãos do governo que ainda não tenham uma base
• Apesar de algumas comunidades estarem informadas
de dados, pois esta com os devidos ajustes, pode
sobre os seus direitos, ainda são poucas as que
ser uma ferramenta de auxílio na tomada de decisões
se beneficiam deles, havendo a necessidade de se
mais rápidas e seguras a cerca do sector florestal
melhorar o processo de canalização dos 20% por
moçambicano.
cento. Outro aspecto a ser melhorado é a utilização
32 www.iied.org
IIED Relatório do país
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e-ambiente/60851-sociedade-civil-propoe-madeira-
nacional-deve-ser-processada-localmente.html
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IIED Relatório do país
Anexos
Informantes-chave
Tipo Número Localização
Concessionários 10 Sofala (4), Zambézia (3), Nampula (1) e Cabo Delgado (2)
Operadores de licença simples 5 Sofala (2), Zambézia (2) e Cabo Delgado (1)
Comunidades locais 4 Nampula
ONGs 13 Sofala (2), Zambézia (3), Nampula (6) e Cabo Delgado (2)
SDAE 2 Nampula (Ribáué e Malema)
SPFFB 4 Sofala (1), Zambézia (1), Nampula (1) e Cabo Delgado (1)
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Investimento Chinês no Sector Florestal Moçambicano
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IIED Relatório do país
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Investimento Chinês no Sector Florestal Moçambicano
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Investimento Chinês no Sector Florestal Moçambicano
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Investimento Chinês no Sector Florestal Moçambicano
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Investimento Chinês no Sector Florestal Moçambicano
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Investimento Chinês no Sector Florestal Moçambicano
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Investimento Chinês no Sector Florestal Moçambicano
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Investimento Chinês no Sector Florestal Moçambicano
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Investimento Chinês no Sector Florestal Moçambicano
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IIED Relatório do país
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As relações entre a China e a África têm crescido
significativamente desde 1990, contudo, a China vem sendo
indicada como a força motriz dos problemas associados à
exploração comercial da madeira, uma vez que este país é
o maior consumidor da madeira explorada em Moçambique.
No entanto, dados quantitativos do envolvimento da China
em Moçambique são muito difíceis de se obter, ao menos de
forma pública, o que levou à elaboração desta pesquisa, que
tem como objectivo criar uma base de dados sobre o sector
florestal moçambicano que permitisse o mapeamento do
investimento chinês.