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Panorama Histórico-Religioso

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PANORAMA

HISTÓRICO-RELIGIOSO
DO PRIMEIRO TESTAMENTO
ANO 2 - EDIÇÃO 01/2018

REVISTA DA ESCOLA BÍBLICA


Sumário
PANORAMA HISTÓRICO-RELIGIOSO
DO PRIMEIRO TESTAMENTO

Qualquer parte desta edição pode Bíblia, Bíblia e Bíblia.........................página 2


ser utilizada ou reproduzida desde
que se faça a indicação da fonte. Origens e Patriarcas......................... página 4
Do Egito à Conquista de Canaã...........página 6
PASTOR PRESIDENTE Juízes.............................................página 8
João Luiz de Sá Melo Reino Unificado e Dividido..............página 10
PASTOR DE ENSINO Exílio Babilônico e Retorno à Terra....página 12
Pedro Santiago Barbuto Profetas........................................página 14
Genealogia dos Povos em Gênesis....página 16
AUTOR Cronologia Bíblica..........................página 17
Pedro Santiago Barbuto
Divisões da Bíblia...........................página 18
REVISORES Mapas..............páginas 19,20, 21, 22, 23 e 24
Graça Barbuto

ARTE & DIAGRAMAÇÃO Tenha sua revista


João Gabriel Rocha
João Junior
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também em seu smartphone.

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APRESENTAÇÃO
Olá, meu caro e minha cara!
Mais um desafiante ano se inicia e quero te convocar para um desafio: Leia com
atenção o versículo abaixo e formule algumas perguntas para si mesmo.
“Sansão julgou a Israel, nos dias dos filisteus, vinte anos.” (Jz 15,20).
Mesmo quem não está familiarizado com a Bíblia deve saber quem é Sansão e
lembra que estamos nos falando de um personagem fortão do Primeiro Testamento,
que tinha sua força em seus cabelos compridos e que foi engando por uma mulher que,
descobrindo a fonte de sua força, contou aos inimigos dele para que pudessem matar.
Mas podemos fazer mais perguntas: Julgou? Ele era juiz? Mas ele não foi conhecido
como alguém que defendia o povo? Que tipo de juiz é esse? Quem são os Filisteus? Ele
é de Israel, mas de que época?
Neste ano de 2018 o foco da nossa Escola Bíblica estará nas histórias dos grandes
personagens da palavra de Deus. Todos eles eram UM DE NÓS. Vamos aprender com
seus erros, acertos, vitórias, derrotas... Aliais, isso é algo muito interessante na Bíblia:
ela não esconde a humanidade dos seus “heróis” e, até mesmo aqueles que constam
na galeria da fé da Carta aos Hebreus, tiveram seus altos e baixos.
Mas antes de entrar nas histórias desses homens e mulheres de Deus, vamos
conhecer, nos próximos dois meses, um pouco do contexto em que eles estão inseri-
dos, pesquisando e respondendo algumas perguntas. Vamos passear de Gênesis até
Malaquias conhecendo as histórias da criação, dos patriarcas, do povo de Israel no
Egito, do povo de Israel saindo do Egito, da tomada da Terra Prometida, dos juízes, da
monarquia unificada ao reino divido, do exílio em terras distantes até o retorno e a
reconstrução da nação. Com exceção da primeira e última lição, todas as demais estão
divididas em 2 blocos: 1) “RESUMÃO DO PERÍODO” que dá informações gerais do
período histórico que está sendo abordado; 2) “QUEM ESTÁ POR AI E ONDE?” que trará
informações de povos que vez por outra aparecem nas histórias bíblicas
Então aperte os cintos. Vamos iniciar nossa viagem com um...

PANORAMA HISTÓRICO-RELIGIOSO DO PRIMEIRO TESTAMENTO.

Abração,
Pr. Pedro Barbuto
“Antes de mais nada, saibam que nenhuma profecia da Escritura
Lição 1 provém de interpretação pessoal, pois jamais a profecia teve origem
na vontade humana, mas homens falaram da parte de Deus, impeli-
dos pelo Espírito Santo” (2Pe 1,20-21).
A Bíblia continua a estar no primeiro lugar dos livros mais vendidos
da História com quase 6.000.000.000 de cópias vendidas. É também
o livro que mais foi traduzido no mundo, tendo versão para mais ou
menos 2.539 idiomas, fora os diversos dialetos.
É interessante a curiosidade que a Bíblia desperta nas mais diversas
cadeiras de conhecimento. Especialmente quando falamos do
BÍBLIA E BÍBLIA

ocidente, é comum escutar que somos uma sociedade de formação


judaico-cristã. Essa informação remete imediatamente ao livro que
cremos ser “Deus seu verdadeiro autor e que foi escrito por homens
inspirados e dirigidos pelo Espírito Santo sendo, desta forma,
aceitável como única regra de fé e conduta” – a Bíblia Sagrada.
A declaração doutrinária da CBB afirma que “a Bíblia é a
palavra de Deus em linguagem humana” (Sl 119,89; Hb 1,1; Rm 3,2;
2Pd 1,20-21). Sendo assim, ela apresenta os mais diversos tipos de
BÍBLIA,

estilos literários, tais como: narrativas históricas, hinários, poesias,


provérbios, parábolas, que deverão ser levados em consideração no
momento de se realizar a interpretação e a aplicação do texto para
nossos dias.

BÍBLIA HEBRAICA, CATÓLICA E PROTESTANTE


Se você já teve contato com uma Bíblia de uma editora católica deve
ter notado a existência de alguns livros “a mais” que a versão protes-
tante não possui no Primeiro Testamento, mas, porque existe essa
Segunda: diferença?
Jo 8, 31-32; O povo judeu nunca teve a preocupação em definir documental-
Jo 17,17 mente quais eram os livros considerados inspirados para se usar na
Terça: religião judaica além da Torá, contudo, sempre houve aqueles que
Sl 19,7; eram mais respeitados e utilizados nas sinagogas. Somente com o
Sl 119,9-11; surgimento do cristianismo, que se originou de certa forma dentro do
Sl 105 judaísmo (já que Jesus e os 12 eram judeus), houve a necessidade de
Quarta: se realizar um Concílio para determinar quais livros eram considera-
Hb 4,12; dos sagrados para os judeus. Falando a “grosso modo” este Concílio
Hb 5, 12-14 foi realizado pelos judeus a fim de deixar claro que os “cristãos” (e
Quinta: que na época eram perseguidos pelo Império Romano) não eram
1Pe 1,23; judeus; pois os cristãos, além da Tanak (a Bíblia Hebraica, nosso
1Pe 2,2-3 Primeiro Testamento), também se utilizavam de Evangelhos e outros
Sexta: documentos (as cartas). Algo como: “eles são cristãos, nós somos
2Pe 1,20-21 judeus e não temos nada a ver com eles”.
Sábado: Em 393 d.C. é realizado um Concílio cristão na cidade de Hipona
Ap 22,18-19 (com a já institucionalizada Igreja Católica) em que se define a lista
Por Pedro Barbuto canônica do Primeiro e Segundo Testamentos. Nesta ocasião, são
PANORAMA HISTÓRICO-RELIGIOSO DO 1º TESTAMENTO - PÁGINA 2
acrescentados 7 livros à parte hebraica da Bíblia (Primeiro Testamento). É somente após a
Reforma Protestante, em 1517, que Matinho Lutero volta às origens das Escrituras, pois
adota as decisões do Concílio de Hipona apenas no que tange à definição do Cânon do
Segundo Testamento, mas exclui os deuterocanônicos (os 7 livros a mais do Primeiro
Testamento), seguindo a decisão dos judeus a partir do Concílio de Jamnia. Essa atitude faz
todo sentido, pois uma vez que o Primeiro Testamento consiste no cânon judaico, nada
mais legítimo que acolher os livros que os judeus determinaram como sagrados.
Por isso, como cristãos protestantes, não consideramos inspirados os textos de Tobias,
Judite, 1º e 2º Macabeus, Sabedoria, Eclesiástico, Baruc e acréscimos em grego em Ester e
Daniel.

DIVISÕES DA BÍBLIA HEBRAICA E/OU PRIMEIRO TESTAMENTO


Existe um detalhe interessante quando falamos da Bíblia: ela é, na verdade, composta de
66 livros que foram escritos por muitas pessoas em diferentes épocas. Ela possui uma
divisão básica: o Primeiro Testamento que contém 39 livros escritos em hebraico e aramai-
co e o Segundo Testamento que contém 27 livros escritos em grego. Nesse primeiro
momento, vamos nos ater somente ao Primeiro Testamento.
A disposição dos livros, embora sejam os mesmos, é diferente na Bíblia hebraica e do
nosso Primeiro Testamento. O nome dado pelos judeus é Tanak, um acrônimo que já indica
que a organização se dá em 3 partes: 1) Ta (Torah, Lei/Ensino), Na (Nevi'im, Profetas), K
(K'tuvim, Escritos). Nós, cristão, dividimos em 5 partes: Pentateuco, Históricos, Poéticos,
Profetas Maiores e Profetas Menores.

O TEMA DA BÍBLIA
A Bíblia é um livro que começa e termina com quase as mesmas palavras (com o mesmo
tema, com certeza) observe: “No princípio Deus criou os céus e a terra.” (Gn 1,1) e “Então vi
um novo céu e uma nova terra” (Ap 21,1). A mensagem bíblica se dá nessa marcha de uma
criação para a outra onde se realiza o Plano da Salvação. A Bíblia – ao falar sobre Deus, a
história de Israel, povos em geral, Jesus Cristo, Igreja – tem como tema recorrente a
necessidade da salvação do ser humano e, da Lei à Graça, se vê a provisão divina neste
sentido. O propósito da vida é glorificar a Deus, o doador da vida. Quanto mais nos
aproximamos dEle, mais experimentamos sinalizações da vida. Deus, que não estava com
seus braços encolhidos negando salvação (Is 59,1 NTLH), mas nos segurando com sua
destra vitoriosa (Is 41,10), na nova aliança revelou-se radicalmente em Jesus de Nazaré,
fazendo-se um de nós (Fl 2,5-11), para que tivéssemos vida e vida em abundância (Jo
10,10 AA). O significado da História é que Deus libertará plenamente a humanidade da
miséria do pecado e restaurará as condições favoráveis para que pessoas e nações se
relacionem corretamente com Ele (Is 11,1-5.9-10; Rm 14,11). Maranata! No caminho até
este momento de plenitude, Ele chamou para si um povo que, seja no tempo da Lei ou no
tempo da Graça (a Lei do amor), tem por função ser bênção a todas as famílias da Terra (Gn
12,3) com o anúncio das Boas Novas do Reino de Deus (At 8,12). Soli Deo Gloria!

PANORAMA HISTÓRICO-RELIGIOSO DO 1º TESTAMENTO - PÁGINA 3


O termo “origens” compreende primeiramente o período que vai da
Lição 2 Criação até a história de Noé e seus descendentes. São acontecimen-
tos que vão explicar religiosamente a cosmovisão e as relações sociais
estabelecidas. Mas o termo também compreende as histórias de
Abraão até José no Egito que contarão as origens e a formação do povo
de Israel. São estas as Histórias Bíblicas deste período:
Œ ORIGENS – Criação – Gn 1 até 3
 ORIGENS – Primeira família – Gn 4 e 5
Ž ORIGENS – Noé e sua família – Gn 6 até 10
 ORIGENS – Torre de Babel, origem dos semitas e do pai de Abraão –
Gn 11
 PATRIARCAS – Abraão (1950 a.C.) e Isaque (1900-1720 a.C.) – Gn
12 até 25,18
PATRIARCAS

‘ PATRIARCAS – Jacó (1800-1700 a.C.) e Esaú – Gn 25,19 até 36


’ PATRIARCAS – José (1750-1640 a.C.) – Gn 37-50
ORIGENS E

Ou seja, o tempo compreende desde o “Haja Luz” até o ano 1.640 a.C.
aproximadamente.

RESUMÃO DO PERÍODO
São inúmeras as polêmicas em torno do relato da Criação, passando
pelo antagonismo de Criacionismo versus Evolucionismo e tentativas
de harmonização entre as duas perspectivas. Aqui nós abordaremos
a perspectiva da Teologia Bíblica, de que já falamos anteriormente na
lição 01.
Quando lemos o texto de Gênesis 1 em português temos a impres-
são de se tratar de um texto narrativo, pois tem características deste
estilo, mas ele é profundamente poético. Há estrofes, sete ao todo. E
inclusive possui refrãos: “Passaram-se a tarde e a manhã...” (vv.
Segunda: 5.8.13.19.23.31). A revelação dada ao autor é que Deus criou e não de
Gn 1,1-2 como criou. Inspirado, o autor canta esta realidade em versos,
recitados provavelmente em responsório, entoados nos ajuntamen-
Terça: tos do povo. Toda a discussão de “como criou” é irrelevante para o
Gn 4,1-14
autor e infrutífera para nós. O fato concreto é que a Bíblia inicia com
uma linda poesia que declara a fé no Soberano Deus Criador dos Céus
Quarta:
Gn 6, 1-8; e da Terra.
Gn 9,1-17 O livro das Origens começa revelando que tudo que Deus cria é bom
(1 e 2) da criação da luz até a instituição da família, tão vilipendiada
Quinta: nos dias de hoje. Devido ao livre arbítrio e as escolhas equivocadas da
Gn 11 humanidade que se afasta cada vez mais do seu Criador, as relações
se decompõem e a fraternidade é rompida como no exemplo de Caim
Sexta: que mata seu irmão Abel (4,1-16), o que abre caminho para a vingança
Gn 12, 1-9 sem fim e desmedida como observamos em Lameque (4,17-24).
Na história de Noé, vemos uma triste e crescente espiral de pecado
Sábado: que perdurará até os dias de hoje em que a humanidade, já total e
Gn 271-40 completamente desfigurada pelo pecado, abre espaço para a
Por Pedro Barbuto dominação opressora (6,1-4), para a desconfiança (12,10-20; cf. 20,1-
PANORAMA HISTÓRICO-RELIGIOSO DO 1º TESTAMENTO - PÁGINA 4
8), falta de hospitalidade (19,1-29), escravidão (37,12-36), etc. Em suma, o mal se instala no
mundo e o afoga (literal e metaforicamente falando), salvando-se apenas a família de Noé
(cap. 6 à 10). Mas aparentemente a determinação da humanidade de se afastar de Deus bem
como sua arrogância não diminui. A discórdia se agrava assim como o desentendimento
entre os povos, pois já não falam a mesma língua (cap. 11).
Em contrapartida, o capítulo 12 de Gênesis irrompe com graça e esperança trazendo uma
proposta de restauração por meio de um povo formado a partir de Abraão, que é separado
para ser bênção para todos os povos da terra (12,1-3). Assim, vemos que podemos deixar de
ser egoístas como no altruísmo de Abraão em relação a Ló, deixando este escolher a terra em
que queria habitar conforme seu gosto (13,1-18); aprendemos a perdoar como Abraão a Ló
(18,16-33), Esaú a Jacó (33,1-11) e José aos seus irmãos dando possibilidade de se viver
novamente a fraternidade (45,1-15). Sim, há esperança!

QUEM ESTÁ POR AÍ E ONDE?


Desse período irão surgir os grandes nomes do judaísmo e muitos destes personagens serão
abordados em lições futuras. Mas também aqui aparecerão nomes de homens que darão
origem a povos que irão permear a história de Israel ao longo dos séculos. São eles:
Moabe (moabitas) & Ben-Ami (amonitas): São povos descendentes dos filhos de uma relação
incestuosa de Ló (sobrinho de Abraão) com sua filha mais velha e mais nova, respectivamente.
Eles estão a leste do Mar Morto - amonitas acima, moabitas ao meio e logo abaixo os edomitas,
que abordaremos mais tarde. Esses povos foram inimigos constantes de Israel. Juntando-se
aos amalequitas (Jz 3,12-30), eles oprimiram Israel durante o período dos juízes (lição 4), sendo
salvos por Eúde. Juntando-se aos meunitas (2Cr 20,1-30), atacaram Josafá, no período do Reino
dividido (lição 5). Moabe ficou algumas vezes sob controle israelita (2Sm 8,2) assim como
Amom (2Sm 11,1;12,26-31). Contudo, é sabido que os moabitas sempre se rebelaram contra
este controle (2Rs 1,1;3,4-27). Ao final todos os reinos: Amom, Moabe, Israel e Judá se tornaram
vassalos da Assíria, pagando tributos a Senaqueribe (732 a.C.) até a época do exílio babilônico,
quando os reinos foram aniquilados e Judá exilado (lição 6)
Edom (edomitas): São os descendentes de Esaú (Gn 36,7-8), irmão de Jacó, que são filhos de
Isaque e netos de Abraão. Apesar de serem povos irmãos, Israel e Edom não tinham uma história
muito amistosa, antes, muito pelo contrário. Observe:
Ø Na entrada do povo de Israel na terra, vindo do Egito sob o comando de Moisés (lição 03),
este pede passagem pelo território dos edomitas, pedido que foi negado com veemência e
certa ameaça (Nm 20,18.20);
Ø Sob o reinado de Saul, Israel faz guerra com os povos da terra, inclusive os edomitas, e sai
vitorioso (1 Sm 14,47). Na época do rei Davi, Edom passa a ser território anexado a Israel (2
Sm 8,13-14); mais tarde, se rebela contra Israel quando reinava Salomão (1Rs 11,14.25); mas
só conseguiu independência quando Judá estava sendo governada por Jorão (2Rs 8,20-22);
Ø O profeta Amós denuncia que os edomitas “acenderam a raiva para sempre, guardando ódio
eterno” (1,11). Mas este rancor também é guardado pelos judeus pois, quando foram
subjugados pela Babilônia, Edom estava de acordo, conforme registrado em Salmos (137,7-
9).
Uma outra nação que aparece com destaque na história Israel (nos tempos de José), o Egito,
surge muito antes de Abraão (1925 a.C.). Para se ter uma ideia, a data de construção das
grandes pirâmides do Egito é 2.685 a.C. (760 anos antes de Abraão sair de Ur. Mas sobre eles
falaremos melhor em outra ocasião.
PANORAMA HISTÓRICO-RELIGIOSO DO 1º TESTAMENTO - PÁGINA 5
São estas as Histórias Bíblicas deste período:
Lição 3 Œ José (1750-1640 a.C.) – Gn 37-50
 Povo de Israel no Egito (1700-1280 a.C.) – Gn 47-Êx 1-13,16
Ž Povo de Israel a caminho da Terra Prometida, Canaã (1280-1240

CONQUISTA DE CANAÃ a.C) – Êx, Lv, Nm, Dt;


 Conquista da Terra Prometida (1240 a.C.) – Js.
No livro do Deuteronômio (26,5-9) encontramos o que usualmente
se denomina de “credo do Êxodo” – uma profissão de fé do povo de
Israel que resume o período que vai da peregrinação de Abraão,
passando pela instalação do povo de Israel no Egito até a sua
tomada da terra de Canaã.

RESUMÃO DO PERÍODO
O que Israel está fazendo no Egito? A partir daqui todos os textos se
DO EGITO À

encontram em Gênesis até nova indicação. Na lição anterior, vimos


que Deus forma para si um povo a partir de Abraão, o primeiro
patriarca de Israel. Abraão gera Isaque, que gera Jacó e este tem 12
filhos sendo somente 2 deles, José e Benjamim, da esposa que ele
realmente amava, Raquel. O favoritismo de José é notório, o que leva
os irmãos a simularem a morte dele e a vendê-lo a uma comitiva de
mercadores ismaelitas, que o levam para o Egito (37,12-36) e o
vendem a um oficial do Faraó. Em meio a desventuras em série, José
cai nas graças do Faraó que o coloca no comando do seu palácio e de
todo o Egito estando abaixo somente do próprio Faraó (41,39-43).
O principal feito de José foi prevenir o Egito de uma grande escas-
sez de alimentos que atingiu aquele país e áreas próximas, dentre
elas a terra onde moravam Jacó e seus irmãos. Jacó manda seus
Segunda: filhos ao Egito para comprarem alimentos (42,1-3). E entre idas e
Gn 37; vindas dos irmãos, José se revela a eles (45,1-3), os perdoa (45,5-7)
Gn 47,1-12 e sua família se estabelece ali (46,26-34; 47,5-6).
A partir daqui os textos estão em Êxodo, salvo exceções indicadas. O povo
Terça:
Ex 1; de Israel cresce, torna-se numeroso, o que gera medo de uma
Ex 2, 1-10 insurreição; logo, a solução dos egípcios é simples – oprimir para
conter a vida (1,09-11;15;22) e mandar que todos os bebês meninos
Quarta: fossem jogados ao Nilo. Através de mulheres valorosas, um menino
Ex 5,22; é salvo e passa a viver na casa do opressor (2,10). Estamos falando
Ex 6, 1-13 de Moisés, que vive 40 anos no palácio de Faraó até sair do Egito
Quinta: foragido por assassinar um soldado egípcio que estava maltratando
Ex 13,17-20 um hebreu (2,11-15).
Passados mais 40 anos, Deus, o grande Eu Sou (3,14), ouve o
Sexta:
clamor do seu povo que sofre com a opressão crescente de Faraó e
Js 1, 1-9
manda Moisés voltar ao Egito para libertar o seu povo (3,9-10).
Sábado: Fracassada a possibilidade legal e diplomática de uma saída em paz,
Js 13 Deus se utiliza da força para resgatar seu povo (6,1). Assim, o
Por Pedro Barbuto opressor é desmascarado em seus artifícios (8,14-15a; 9,11), chega
PANORAMA HISTÓRICO-RELIGIOSO DO 1º TESTAMENTO - PÁGINA 6
a reconhecer o poder de Deus (8,24-25), mas apela para violência (10,28); o que não
adianta, pois, no final a vitória é dada por Deus ao seu povo (12,29-36). Deus estava se
fazendo conhecer melhor não somente para o seu povo, mas para além dele quando se
utiliza de sinais miraculosos tanto para os de fora (10 pragas) como para o seu povo
(travessia do Mar Vermelho, maná do céu, dentre muitos outros).
Liberdade é diferente de libertinagem, por isso Deus estabelece as bases e as regras para
esta nova nação (caps. 19ss) e lhes dá uma constituição (20,3-17). Interessante o cuidado
em defender os pobres (22,20-26) da prática da injustiça (23,1-9). A história do povo de
Deus segue: após a libertação da escravidão (Êxodo), e a formação recebida no Sinai
(Levíticos), o povo recebe as últimas instruções e se põe em macha pelo deserto (Números)
até Moabe onde, após 40 anos de caminhada, o profeta Moisés faz o seu derradeiro
discurso (Deuteronômio) e morre antes da conquista e organização do povo na Terra
Prometida sob o comando de Josué (Dt 34,5-9).
A partir daqui os textos estão no livro de Josué. A fidelidade de Deus é real; suas promessas
são cumpridas: o povo entra na terra de maneira bem-sucedida (2,1 – 5,12), a desapropria-
ção dos habitantes de seu território (5,13 – 12,24), a divisão da terra entre as doze tribos (13
– 21) e a renovação da aliança entre o Senhor e Israel (22 – 24). Percebe-se que há uma
herança deuteronomista no texto; vemos em 13,1 que ainda há terra a possuir, contudo, SE
o povo se desviar de Deus há a possibilidade real da perda da terra em virtude da desobe-
diência (23,12-16). O que realmente ocorre no futuro, mas isso só falaremos na lição 6.

QUEM ESTÁ POR AÍ E ONDE?


Arameu, identificação do ancestral de Israel no “Credo do Êxodo”, era o nome designado aos
descendentes de Harã que habitavam a região da Mesopotâmia, filho de Sem (de onde vem o
nome semita), filho de Noé. Sabe-se que Abraão saiu de Harã quando foi chamado por Deus
para dele formar um povo. Por ocasião da Conquista de Canaã, o juiz Otoniel (lição 4) entrou
em guerra contra o rei de Harã.
Ismaelitas, descendentes de Ismael, filho de Abraão de um relacionamento com Hagar, serva
de Sara, com seu consentimento (Gn 16,1-4). Não foi reconhecido como filho da promessa,
uma vez que Deus fez uma aliança com Abraão e Sara (Gn 17,20; 21,12-13). Curiosidade:
Maomé, por ocasião da escrita do Alcorão (610 d.C.), identifica Ismael como filho da promessa
fazendo dele um personagem de grande vulto no Islamismo. Todos os árabes, a exemplo de
Maomé, pretendem se identificar como descendente de Ismael. Inimigos atuais dos judeus,
fazem jus a promessa de Gênesis 16,11-12.
Filisteus (Êx 13,17) - É um dos “povos do mar”. Assim designados pois chegaram a “terras
bíblicas” vindo da bacia do mar Egeu, uma bacia localizada na parte Norte do Mar
Mediterrâneo entre a Grécia e a Turquia. Segundo o Primeiro Testamento, eles são oriundos de
Caftor (outro nome: Creta; Gn 10,14; Jr 47,4; Am 9,7). Eles invadiram o Egito durante o governo
do Faraó Ramsés III (1.200 a.C.), mas foram rechaçados para Canaã.
Da tomada da Terra Prometida até o período dos Reis (lição 5) são inúmeros os relatos de
guerra e poucas tréguas. Ao término da campanha de Josué, as terras dos filisteus ficaram por
serem conquistadas (Js 13,1-3). Eles eram mais organizados e desenvolvidos tecnologica-
mente que os israelitas na chegada de Josué, sobretudo no trabalho com ferro (2Sm 13,19-
21). Foram superados por Israel somente no reinado de Davi e, durante todo o reinado de
Salomão houve relativa paz entre eles até a divisão do Reino (lição 05).
PANORAMA HISTÓRICO-RELIGIOSO DO 1º TESTAMENTO - PÁGINA 7
Vale a pena lembrar que neste momento estamos dando um
Lição 4 panorama histórico-religioso de Israel. São inúmeros os juízes e
outros personagens de Israel deste período e cada um com histórias
extremamente proveitosas para nós quanto a exemplo do que fazer e
também do que não fazer – há bons e maus exemplos. Mas muitos
desses personagens serão abordados em lições futuras, ficaremos
com a essência do período.
Œ Conquista da Terra Prometida (a partir de 1240 a.C.) – Js e Jz;
 Período dos Juízes (1220 – 1050 a.C.) – Jz;
Ž Juízes que provavelmente são contemporâneos da campanha de
Josué (1300-1190 a.C.): Otoniel, Eúde, Sangar, Débora, Gideão.
 Demais juízes (1115-1070 a.C): Tola, Jair, Jefté, Ibsã, Elon,
Sansão, Eli e Samuel. Deste grupo a atuação mais antiga é de Eli
(1115-1075 a.C.) e a última a de Samuel (1075-1035 a.C.), que
foi o responsável pela inauguração do tempo do Reino Unido
(próxima lição).
É interessante ressaltar que os juízes mais “famosos” (destacados
acima em negrito) não eram juristas (a exceção de Débora que foi
JUÍZES

também), mas, sim, homens e mulher que Deus levantou para


atividades de cunho militar, libertando Israel de diversos opressores.
Mais ao final, temos a lista das vitórias desses juízes. Outros
“famosos” são Eli que, além do exercício jurídico, também era sumo-
sacerdote no Tabernáculo de Siló, e Samuel, que foi o último juiz
guerreiro e um dos primeiros profetas de Israel (depois Moisés,
considerado o primeiro profeta Dt 34,10).
É fácil constatar que a história dos Juízes é escrita no período
subsequente a ele. É comum se ler neste texto: “fizeram o que o
Senhor reprova” (3,7;12 e 4,1) ou, ainda, “cada um fazia o que lhe
Segunda: parecia certo” (17:6; 21,25). Quem o escreveu certamente defende a
Jz 3,7-12; monarquia davídica (lição 5), pois assim sintetiza ao final do livro
Jz 4,1 “Naquela época não havia rei em Israel; cada um fazia o que lhe
parecia certo.” (21:25). De fato, Juízes é um livro que até narra
Terça: vitórias, mas seu traço mais marcante são os sucessivos fracassos,
Jz 17, 6; derrotas e quedas do povo porque “abandonaram o Senhor, o Deus
Jz 21, 25 dos seus antepassados”. O livro dos Juízes e o primeiro livro de
Samuel evidenciam a misericórdia e a longanimidade de Deus,
Quarta:
Jz 13 apesar da obstinação do povo em negá-lO e desobecê-lO durante
essa época.
Quinta:
Jz 16 RESUMÃO DO PERÍODO
Sexta: O Período dos Juízes inicia logo após a chegada do povo a Canaã. A
1Sm 1 conquista narrada em Josué não aponta as derrotas provocadas
pela desobediência do povo narradas em Juízes. O povo desobede-
Sábado: ceu a Deus uma vez que não expulsaram os cananeus da terra a
1Sm 4 medida que foram obtendo vitórias, ao invés disso, submeteram os
Por Pedro Barbuto cananeus derrotados a trabalhos forçados (Jz 1,28.30.33.35). Eles
PANORAMA HISTÓRICO-RELIGIOSO DO 1º TESTAMENTO - PÁGINA 8
simplesmente ignoraram a orientação divina de não manter qualquer relação com o povo
cananeu (Êx 23,30-33). Apesar de inúmeras vezes encontrarmos a expressão “lembrem-se
que vocês foram escravos” no Livro do Deuteronômio, o modo de produção foi replicado em
larga escala.
A denúncia desta desobediência e sua consequência é registrada em Juízes (2,1-3): os
cananeus seriam constantes adversários de Israel e levariam o povo à idolatria. Morrendo a
geração que vivenciou a peregrinação no deserto e a tomada da terra, surgiu uma nova
geração “que não conhecia do Senhor e o que ele havia feito por Israel” (Jz 2,10, uma clara
denúncia de descumprimento de Dt 6,1-12). A conquista incompleta narrada em Josué
(13,1-3) é explicada pela falta de obediência do povo, em Juízes (O texto de Juízes (2,10ss)

QUEM ESTÁ POR AÍ E ONDE?


Cananeus. Segundo Gênesis (10,15-19) os cananeus são descendentes de Canaã, filho de
Cam e neto de Noé. A descendência de Canaã foi amaldiçoada pelo feito de Cam ao seu pai Noé
(cf. Gn 9,20-27), que foi muito provavelmente usada como justificativa para que os israelitas os
fizessem de escravos ao invés de expulsá-los conforme a ordem divina.
Esta é a listagem dos juízes e contra quem eles guerrearam:
ü Otoniel (Jz 3,9-11), lutou contra Cuchã-Risataim, rei de Mesopotâmia (Harã, cf. original). A
identificação precisa desse rei é inviável, pois aqui não temos um nome, mas um apelido
que significa “o duplamente mal” ou “maldade”, seu reino está pela região de Harã na
Mesopotâmia. Já falamos sobre os arameus na lição 3. Israel tem 40 anos de paz até a
morte de Otoniel;
ü Eúde (Jz 3,11-29), que lutou contra Eglom, rei de Moabe (moabitas, lição 02) que agiu
coligado com os amonitas (lição 02) e os amalequitas. Os amalequitas são aparentados
dos edomitas (descendentes de Esaú, lição 2), conforme Gênesis (36,12.16), pois Elifaz, filho
de Esaú, tem um filho - Amaleque (que deu origem aos amalequitas), com uma concubina.
Eles mantiveram relações hostis com Israel desde a instalação do povo em Canaã (Jz 3,13;
6,3; 7,12), no início da realeza (1Sm 15; 27,8; 30,1-20). E é Davi (próxima lição) que dá fim ao
seu poder (2Sm 1,1; 8,12; 1Cr 18,11) quando deixam de ser mencionados;
ü Débora, a profetisa, e Baraque, o general (Juízes 4:-Juízes 5:), que lutam contra Jabim, de
Hazor (uma cidade de Canaã), e Sísera, seu capitão;
ü Gideão (Jz 6-8:), que lutou contra Midiã, Amaleque (mencionado acima em Eúde) e os
"filhos do Oriente" (aparentemente uma coalização de tribos do deserto). Os midianitas são
descendentes do filho do segundo casamente de Abraão, após a morte de Sara, com
Quetura (Gn 25,1-2). Sabe-se que ao morrer Abraão deixou tudo para Isaque e para os filhos
de suas concubinas apenas presentes, certamente um bom aporte de dinheiro para que
vivessem longe de Isaque “para a terra do Oriente” (Gn 25,5-6). Não existe, porém, registro a
respeito do que foi feito aos filhos de Quetura, que aparentemente nem foram ao sepulta-
mento do pai (Gn 25,9-10). Em virtude disso, pouco se sabe sobre Midiã, a não ser que se
tornou um povo importante e, ocasionalmente, inimigo de Israel. Os irmãos de José o
venderam (lição 3) aos ismaelitas de Midiã (Gn 37,28) que estavam indo ao Egito. Será que
Midiã se juntou a Ismael? Pode ser. Moisés, após assassinar um egípcio, foge e se refugia
entre os midianitas (Êx 2,15). Mas quando Israel se instalou em Canaã a boa relação
acabou;
ü Jefté (Juízes 11:-Juízes 12:7), que lutou contra os amonitas (lição 2);
ü Sansão (Juízes 13:-Juízes 16:), que lutou contra os filisteus (lição 3).

PANORAMA HISTÓRICO-RELIGIOSO DO 1º TESTAMENTO - PÁGINA 9


Vimos na lição passada que Samuel foi o último dos juízes a exercer
Lição 5 autoridade civil sobre o povo além de oficiar rituais como sacerdote,
após a morte de Eli (1Sm 7,6.9-10.15-17). Além disto, foi reconhecido
também como profeta (1Sm 3,20). São esses os principais aconteci-
mentos desse período:
Œ Deus autoriza Samuel a unção de um rei a pedido do povo;
 Reinado de Saul (1050-1011a.C);
Ž Reinado de Davi (1011-970 a.C.);
REINO UNIFICADO

 Reinado de Salomão (970-930 a.C.);


 Divisão do Reino em: Reino de Israel (Reino do Norte 930-722 a.C.) e
Reino de Judá (Reino do Sul 930-587 a.C.);
‘ Queda do Reino do Norte em 722 a.C., exilados e aniquilados pela
Assíria;
’ Queda do Reino do Sul em 3 etapas de deportações para a Babilônia,
sendo a que determinou o fim do Reino, em 588 a.C. pela Babilônia.
E DIVIDIDO

RESUMÃO DO PERÍODO
Em meio a sucessivas ameaças e invasões dos filisteus e ausência
de uma liderança íntegra que substituísse Samuel, Israel pede um rei
(1Sm 8). Relutante, pois não queria que o povo impusesse sobre si
uma instituição cananeia estranha à teocracia praticada até então,
Samuel, com permissão (e não por vontade) de Deus, consente em
ungir um rei (1Sm 8). Sendo assim, Saul é ungido e posteriormente
confirmado como primeiro rei (1Sm 10,1; 11,12-14).
O reinado de Saul inicia muito bem; ele demonstra o mesmo carisma
e comportamento dos juízes, obtendo vitórias em muitas guerras.
Contudo, não demora muito e Saul já cai na tentação de absolutizar,
usurpando de Samuel suas prerrogativas de sacerdote de oferecer
Segunda: sacrifícios a Deus antes de uma batalha (13,1-15), o que lhe custa a
Dt 17, 14-20 perenidade de seu reinado (13,13-14).
Terça: Davi é ungido como segundo rei (1Sm 16,12-13) por Samuel. Após
1Sm 8; anos de muita perseguição de Saul, que morre durante uma guerra
1Sm 10, 1; contra os filisteus (1Sm 31), Davi assume parcialmente o reino (2Sm
1Sm 10, 9-11 2,4 somente as cidades de Judá), pois Is-Bosete é proclamado rei de
Israel por Abner, comandante do exército de Saul. Após uma guerra
Quarta: civil, desentendimentos entre Is-Bosete e Abner, acordos de paz
1Cr 11, 1-9; fracassados e assassinatos, Davi se torna rei de todo o Israel (2Sm
1Cr 29, 26-30 5,1-5) e reinou por 40 anos. É um reinado que gera um paradigma de
Quinta: rei segundo o coração de Deus que servirá de parâmetro para avalia-
1Rs 3,1-15 ção de todos os reis que o sucederam. O ex pastor de ovelhas que
derrotou o gigante Golias não foi um rei perfeito, contudo, não se pode
Sexta: negar que Davi tinha um coração voltado para Deus que o fazia
Is 38; reconhecer, arrepender-se, confessar os seus erros com sinceridade,
Is 39 obtendo desta forma o perdão de Deus. O final do reinado de Davi é
Sábado: marcado por duas tentativas de golpe de Estado: uma iniciada por
2Cr 21, 4-20 Absalão e, mais tarde, por Adonias, ambos filhos de Davi. Porém,
Por Pedro Barbuto Salomão é ungido rei (1Rs 1,38-40) a mando de Davi e também reinou
PANORAMA HISTÓRICO-RELIGIOSO DO 1º TESTAMENTO - PÁGINA 10
por 40 anos (970 a.C.).
Salomão colhe os frutos dos sucessos militares de Davi e vive um período de paz e segu-
rança, uma época “de ouro” de Israel. Sua história começa como a de um rei sábio (1Rs 3ss),
construtor (1Rs 5,15ss), hábil comerciante (1Rs 9,26ss), mas ele envereda pelo caminho da
idolatria estimulado pelas suas esposas estrangeiras (1Rs 11,1-13). Desobedecendo a Deus
em tudo que foi descrito em Deuteronômio (17,14-20), o reinado começa a enfraquecer e ser
atacado: inimigos se levantam (1Rs 11,14-25), um novo rei é escolhido por Deus (1Rs 11,29-
33) e logo após sua morte o reino é dividido entre Jeroboão e Roboão (filho de Salomão).
Deus divide o reino, por culpa de Salomão, pela instrumentalidade de Roboão e Jeroboão
(1Rs 11,33; 12,15).
Vamos voltar a momentos antes da divisão para compreendê-la. Roboão, filho de Salomão,
assume o reino que, embora tenha gozado de paz e prosperidade no tempo de seu pai,
fervilhava em descontentamentos devido a alta carga tributária. Quando ele se recusou a
reduzir os impostos, os israelitas se rebelaram e somente as tribos de Benjamim e Judá
permaneceram fiéis a Roboão e à casa de Davi (1Rs 12,1-24) dando início ao conhecido
Reino de Judá (Reino do Sul). O Reino de Israel (Reino do Norte) passa a ser governado por
Jeroboão, como predisse o profeta Aías (1Rs 11,29-32).
É neste tempo que a atividade profética (lição 7) se intensifica e passa a fazer parte
relevante da rotina do povo de Deus até o final dos tempos bíblicos do Primeiro Testamento.
O reino do Norte, Israel, teve um total de 20 reis de 10 famílias diferentes, é marcado por
sucessivos golpes de Estado e assassinatos. Todos os monarcas do Reino do Norte fizeram
o que o Senhor reprova vindo a sucumbir ao Império Assírio em 722 a.C. Nunca mais se
reergueu, perdendo sua identidade. E o Reino do Sul, Judá, teve um total de 20 reis entre bons
e maus reis, mas todos da dinastia de Davi. Sucumbiu ao Império Babilônico sendo exilados
(tema da próxima lição). Mais do que uma avaliação social, política e econômica, os reis são
avaliados com base em seu nível de obediência à aliança mosaica (Dt 17,14-20). A questão é
simples: obediência produz paz e bênção, e desobediência atrai tristeza e juízo.

QUEM ESTÁ POR AÍ E ONDE?


Nesta lição cabe relembrar os grandes Impérios da Antiguidade que perpassam a história
bíblica no Antigo Testamento. O primeiro é o Egito, que na história de Israel nos tempos de
José (lição 3) e até a saída do povo com Moisés (lição 3) é uma grande potência. Na época
dos reis, ele ainda tem sua influência, mas já é uma potência em declínio; outros Impérios
ganham maior importância não só no contexto bíblico, mas no mundo de então.
Naquela região, a primeira potência que observamos é a Síria; por muitas vezes ela entra
em conflito com o povo de Israel e Judá, mas não consegue subjugar nenhum dos dois de
maneira definitiva. Isto porque outro Império já está crescendo e os domina; estamos
falando dos Assírios. O Reino de Israel (Reino do Norte) é deportado pelos assírios e é
aniquilado. Os poucos que ficam na terra perdem completamente sua identidade, casam-se
com outros povos e se tornam um povo miscigenado. Alguns os identificam como
Samaritanos, que vemos nos tempos de Jesus.
Outro Império que se levanta, domina os assírios e é o responsável pela queda do
Reino de Judá (Reino do sul) é a Babilônia. Eles também usam da estratégia da deportação,
levando os povos dominados para próximo de sua capital. Anos mais tarde, os babilônios
são dominados pelo Império Persa. Os persas não possuem a mesma estratégia de deporta-
ção que a Assíria e a Babilônia praticavam; preferem que cada povo fique em seu território
em regime de vassalagem e propicia o retorno dos judeus sob a condução de Esdras e
Neemias, o que veremos na próxima lição.
PANORAMA HISTÓRICO-RELIGIOSO DO 1º TESTAMENTO - PÁGINA 11
São esses os acontecimentos deste período:
Lição 6 Œ Judá é conquistada pelos babilônicos e após 4 deportações para
Babilônia a cidade fica em estado de abandono;
 O povo de Judá permanece cativo/exilado por 70 anos;
Ž O Império Babilônico sucumbe ao Império Persa e, sob o governo
E RETORNO À TERRA de Ciro, os povos conquistados, inclusive os judeus, são autoriza-
dos a retornar para sua terra natal;
EXÍLIO BABILÔNICO
 Primeira leva: Zorobabel e Jesua, em 536 a.C. com a missão de
reconstruir o Templo;
 Incentivados pelo ministério dos profetas Ageu e Zacarias, em 520
a.C., realizam a edificação do templo e do culto em 515 a.C.;
‘ Segunda leva: Esdras, em 458 a.C. em 458 a 453 a.C., responsável
pela restauração espiritual do povo;
’ Terceira leva: Neemias em 446 a.C., responsável pela reestrutura-
ção política da cidade.

RESUMÃO DO PERÍODO
O último rei por sucessão própria foi Joaquim porque seu pai,
Jeoaquim, parou de pagar tributos a Babilônia (2Rs 24,1-4) e, provavel-
mente, apoiou-se no Egito que já era reconhecido por outros impérios
como um “caniço quebrado” (2Rs 18,19-21) desde a época do rei
Ezequias. Ambos são deportados (1ª e 2ª deportação) para a Babilônia
e Nabucodonozor intervém na sucessão do trono escolhendo
Zedequias (Matanias) para ser o novo rei. Zedequias também deixa de
pagar tributos ao Império, o que resultou num cerco feito à cidade
iniciado em janeiro de 588 a.C até agosto de 586 a.C. Zedequias tenta
fugir, mas é preso, assiste a execução dos filhos, tem seus olhos
vazados, é deportado e morre na Babilônia. Na 3ª deportação,
Segunda: Jerusalém é arrasada, Gedalias é nomeado governador (já não há rei)
2Cr 36, 11-23 daquilo que restou, é assassinado por Ismael que pertencia a casa real,
mas todos fogem para o Egito e a cidade é abandonada (2Rs 25). No
Terça: livro de Jeremias (52,30) há ainda uma indicação de uma 4ª deportação
Is 43, 1-13; no 23º ano de Nabucodonozor, mas sem detalhes de como e porque foi
Is 63, 7-16 que isto aconteceu. Os judeus passam 70 anos em cativeiro/exílio na
Quarta: Babilônia.
Ag 1; Os livros que contém informações a respeito do período do cativeiro
Ag 2, 20-23 são Jeremias, Ezequiel, Daniel e o 3º bloco de Isaias (40-66). O sofri-
mento do povo era mais interno, saudades da pátria, orgulho ferido, do
Quinta: que externo. Foram assentados à força em colônias, mas tinham
Ed 9 liberdade de construir casas, cultivar, comercializar, etc... (Jr 29,5-7). A
Sexta: prática religiosa é arrefecida (Sl 137,4), pois no imaginário de muitos o
Ne 4 Templo era a morada de Deus e fora destruído, embora os profetas
trabalhem para demovê-los dessa ideia (Jr 23,23-24) e tenhamos
Sábado: pessoas como Esdras, profundo conhecedor da Lei.
Ne 6, 15-19; Passado mais de meio século em terras estrangeiras, novamente a
Ne 7, 1-3 liderança mundial muda de mãos. O Império Persa se agiganta sob
Por Pedro Barbuto governo do medo Ciro. A Babilônia, após ações político-religiosas
PANORAMA HISTÓRICO-RELIGIOSO DO 1º TESTAMENTO - PÁGINA 12
desastrosas de Nabonido, não consegue fazer-lhe frente e sucumbe diante dos persas. Ciro,
identificado pelo profeta Isaias como pastor e ungido do Senhor (Is 44,28; 45,1), é alguém de
extrema habilidade política e trata seus reinos vassalos conquistados com grande conside-
ração: basta que estejam com seus tributos em dia e tudo ficará em paz. Mas para isto, há
um movimento de retorno dos povos conquistados a sua terra natal. É nesta época que são
produzidas a maioria das genealogias que vemos no Primeiro Testamento e que foram
inseridas posteriormente nos textos a fim de enriquecê-los. Sua produção se justifica pelo
fato de elas darem legitimidade à posse da terra. Explico: Eu digo que “sou Fulano, filho de
Ciclano, filho de Beltrano, filho de Tal” que habitou em determinada terra. Desta forma,
reivindico a posse deste local para meu retorno. Logo no primeiro ano os judeus são autori-
zados para retornar para Judá (Ed 1,2-4).
É claro que dado o tempo de cativeiro, não temos efetivamente uma volta dos deportados
que possivelmente já estavam mortos ou muito idosos para uma viagem tão longa. O que
temos é um grupo de pessoas que nunca estiveram em Judá e só ouviram falar do seu
esplendor de outrora. Logo, estamos falando de uma ida daqueles que buscavam, na terra de
seus antepassados, uma perspectiva de vida econômica, social e religiosa. Literalmente é a
“volta dos que não foram”. (rs!)
O primeiro grupo retorna liderado por Zorobabel (Ed 2,2), neto do rei Joaquim, identificado
pelo profeta Ageu (1,1) como governador. Depois de enfrentarem muitas resistências, com o
incentivo dos profetas Ageu e Zacarias (líderes espirituais fundamentais neste recomeço)
conseguiram reconstruir o Templo 20 anos depois de terem recebido autorização para voltar
(Ed 1 – 6).
Esdras, descendente direto do primeiro sumo-sacerdote de Israel - Arão (Ed 7,1-6), foi líder
de um outro grupo que foi para Jerusalém mais ou menos 70 anos depois de Zorobabel
(levando-se em consideração quem é o Imperador Persa na ocasião). Esdras chega a
Jerusalém, ofertas são realizadas pelos exilados recém-repatriados (Ed 8,35). Contudo, um
grande erro havia sido cometido: os exilados haviam se casado com mulheres de outras
terras e “não se mantiveram separados dos povos vizinhos e suas práticas repugnantes” e
pior “os líderes e os oficiais estão à frente nessa atitude infiel” (Ed 9,1-2). A identidade
espiritual e cultural do povo havia sido afetada e a solução para este caso foi muito dolorosa:
dissolução de todos esses casamentos.
Tempo depois, Neemias chega a Jerusalém para ajudar Esdras em seu ministério (Ne 8),
tendo como prioridade a restauração política e geográfica do reino. Jerusalém é a capital
política e espiritual do povo judeu, mas estava desprotegida (sem muros), logo, indefesa dos
inimigos que a circundavam. Após muitas investidas de povos vizinhos, o muro é reconstruí-
do (Ne 12,36). Seu exemplo até hoje inspira homens e mulheres que aspiram ser bons líderes
em virtude da sua vida de oração, humildade, trabalho e produtividade, pois, “O muro ficou
pronto no dia vinte e cinco de elul, em cinquenta e dois dias. Quando todos os nossos
inimigos souberam disso, todas as nações vizinhas ficaram atemorizadas e abateu-se o seu
orgulho, pois perceberam que essa obra havia sido executada com a ajuda de nosso Deus”
(Ne 6,15-16).

QUEM ESTÁ POR AÍ E ONDE?


Por ocasião da reconstrução dos muros, Neemias é antagonizado por Sambalate (samarita-
no, lição 5), Tobias (amonita, lição 2), Gésem (não é mencionado a que povo pertence) e pelos
árabes/ismaelitas (lição 3).
PANORAMA HISTÓRICO-RELIGIOSO DO 1º TESTAMENTO - PÁGINA 13
Como mencionado na lição 01, alguns dos “livros históricos”, na
Lição 7 configuração do “nosso” do Primeiro Testamento, são pertencentes
aos “profetas” da Bíblia Hebraica. A explicação é que a tradição judaica
atribuía estes livros a autores que eram considerados profetas: Josué
(autor de Js), Samuel (autor de Jz, 1º e 2º Sm), Jeremias (autor de 1º e
2º Rs). São os chamados “profetas anteriores”, que são seguidos dos
profetas propriamente ditos (que denominamos de profetas maiores e
menores), que na Tanak são chamados de “profetas posteriores”.
Sendo exceção o livro de Daniel, que não consta entre os profetas na
Bíblia Hebraica, mas pertence a 3ª parte da Tanak – os “escritos”.
Esses homens e mulheres de Deus surgem a partir do Êxodo. O
primeiro, e considerado o maior deles, é Moisés. Depois temos Josué,
na tomada da terra; Samuel, nos tempos dos juízes e no início da
monarquia (Saul e Davi); Natan, no reinado de Davi; Aias, que predisse a
divisão do reino de Salomão; Elias e Eliseu, que possuem um ministério
PROFETAS

(durante o início do reino dividido) bem detalhado e repleto de milagres;


Hulda, que orientou o rei Josias nas reformas religiosas de Judá (2Cr
34,23-28); e os demais “profetas literários” (que possuem um livro com
seu nome) que vão do reino divido [Reino de Israel – Jonas (ministrou
aos assírios de Nínive), Amós (também ministrou aos judaítas), Oséias,
Miquéias (também aos judaítas); Reino de Judá – Joel, Amós, Isaias,
Miquéias, Sofonias, Naum (ministrou contra os assírios), Habacuque,
Ezequiel, Obadias]; exílio – Isaias (2º e 3º bloco), Jeremias; e pós-exílio
– Ageu, Zacarias, Malaquias.
Observem que nenhum dos reis de Israel se voltou para Deus, mas é
interessante observar que mesmo assim Deus enviou os seus mensa-
geiros; assim como também os enviou para outras nações (como
Jonas e Naum), o que é um claro apontamento para a universalidade da
mensagem de Deus, que deseja todos tenham a oportunidade de se
Segunda:
arrependerem e sejam salvos, como os ninivitas pela simples e objetiva
Mq 2, 8-9;
Mq 7, 3-4 mensagem de Jonas.

Terça: A MENSAGEM DOS PROFETAS


Am 3, 13-15;
Am 6, 1-7 Os profetas possuem a Palavra de Deus e uma sensibilidade de
“leitura” do cenário que está no nível da revelação. São conhecedores
Quarta: da Lei, porém, para além da letra, eram iluminados quanto ao espírito da
Os 7, 8-12; Lei. Desta forma, eles denunciam o pecado das autoridades e do povo a
Os 12, 9 fim de que se arrependam apontando as bênçãos advindas da
Quinta: obediência ou da promessa divina ou, ainda, o juízo e a justiça necessá-
Sf 3 ria em resposta a desobediência.
Sexta: É notável nos profetas dos tempos da monarquia, exílio e pós-exílio a
Is 61, 1-2; preocupação muito forte com as questões sociais, que são advindas da
Lc 4, 16-21 lei de mosaica (Ex/Dt) e que demonstra inúmeras vezes o zelo na
construção de um povo alinhado com as bases do Reino de Deus:
Sábado: “retidão (direito) e justiça” (Sl 89,14; 97,2). É na Lei que surge o tema do
Hb 1, 1-3 “Ano do Jubileu” (ou Ano da Graça de Deus) que se expressa em
Por Pedro Barbuto Levíticos (25,8-17, vide 08-10) reivindicando uma espécie de Reforma
PANORAMA HISTÓRICO-RELIGIOSO DO 1º TESTAMENTO - PÁGINA 14
Agrária, no Deuteronômio (15,1-11) estipulando um tempo em que teriam que ser perdoadas
todas as dívidas entres os israelitas e, ainda no Deuteronômio (15,12-18), versa sobre a
emancipação de escravos.
Boa parte dos biblistas acreditam que praticamente nunca na História de Israel essas leis
foram efetivamente cumpridas. Isto gerou pobreza, fraqueza e vulnerabilidade de Israel/Judá
em relação aos povos vizinhos e propiciou a aniquilação do Reino do Norte e exílio do Reino do
Sul. Assim, não obedecendo ao Senhor e não ouvindo os seus profetas, se enfraqueceram e
sucumbiram aos Impérios da Assíria e da Babilônia.

ALGUMAS DENÚNCIAS REALIZADAS PELOS PROFETOS


Vejamos uma pequena demonstração da denúncia que os profetas faziam em torno da não
observação do Ano do Jubileu e inobservância do cuidado ao próximo:
Ÿ Miquéias denuncia a opressão (02:08-09) e os opressores (07:03-04);
Ÿ Amós fala contra os que acumulam riquezas para seu conforto em detrimento da pobreza
de outros (03:13-15 e 06:01-07);
Ÿ Oséias denuncia as alianças com nações que provocam dependência, exploração econô-
mica e opressão (07:08-12 e 12:09);
Ÿ Jeremias evoca o Ano do Jubileu (34:08-18 nos versos 16-18 ressalta a infidelidade dos
israelitas);
Ÿ Isaias modela a sua profecia de restauração no fato e nos detalhes do êxodo (11:15;
41:17ss; 43:02 e 16-20; 44:26ss; 48:20ss; 49:10; 51:09ss; 52:11ss; 63:11ss) fazendo um
diálogo constante com a Lei.
Agora cabe aqui um destaque todo especial para este que é o profeta que mais claramente
apontou para o advento do Messias:
Isaías Jesus
61,01-02 “O Espírito do Soberano No seu sermão inaugural em Nazaré (Lc 04,16-21) “Ele foi a
Senhor está sobre mim porque o Nazaré, onde havia sido criado, e no dia de sábado entrou na
Senhor ungiu-me para levar boas sinagoga, como era seu costume. E levantou-se para ler. 17
notícias aos pobres. Enviou-me para Foi-lhe entregue o livro do profeta Isaías. Abriu-o e encon-
cuidar dos que estão com o coração trou o lugar onde está escrito: 18 "O Espírito do Senhor está
quebrantado, anunciar liberdade aos sobre mim, porque ele me ungiu para pregar boas novas
cativos e libertação das trevas aos aos pobres. Ele me enviou para proclamar liberdade aos
prisioneiros, 2 para proclamar o ano presos e recuperação da vista aos cegos, para libertar os
da bondade do Senhor e o dia da oprimidos 19 e proclamar o ano da graça do Senhor".
vingança do nosso Deus;” Em resposta a João se Jesus era o Cristo (Lc 07,22-23)
35,05-06 “Então se abrirão os olhos “Então ele respondeu aos mensageiros: "Voltem e anunciem
dos cegos e se destaparão os a João o que vocês viram e ouviram: os cegos vêem, os
ouvidos dos surdos. Então os coxos aleijados andam, os leprosos são purificados, os surdos
saltarão como o cervo, e a língua do ouvem, os mortos são ressuscitados e as boas novas são
mudo cantará de alegria.” pregadas aos pobres; e feliz é aquele que não se escandali-
za por minha causa".

Jesus toma para si esta tradição de justiça do Êxodo e dos profetas! Pois Deus não procura
religiosos que sejam dedicados a uma liturgia (Am 5,21-24) ou a uma suposta ortopraxia
extraída de uma aplicação superficial da Palavra de Deus (Is 1,11-20). Mas Deus procura
adoradores que o adorem em Espírito em verdade (Jo 4,23); que expressam o Reino de Deus
em atitudes (Is 58,5-10; Mt 25,31-46).
PANORAMA HISTÓRICO-RELIGIOSO DO 1º TESTAMENTO - PÁGINA 15
Genealogia dos Povos em Gênesis

PANORAMA HISTÓRICO-RELIGIOSO DO 1º TESTAMENTO - PÁGINA 16


PANORAMA HISTÓRICO-RELIGIOSO DO 1º TESTAMENTO - PÁGINA 12

PANORAMA HISTÓRICO-RELIGIOSO DO 1º TESTAMENTO - PÁGINA 17


Divisões da Bíblia Hebraica e Primeiro Testamento
Bíblia Hebraica Primeiro Testamento
Pentateuco Pentateuco
Gênesis Gênesis
Êxodo Êxodo
Levítico Levítico
Números Números
Deuteronômio Deuteronômio
Profetas Anteriores Históricos
Josué Josué
Juízes Juízes
1-2Samuel Rute
1-2 Reis 1-2 Samuel
1-2 Reis
Profetas Posteriores 1-2 Crônicas
Isaías Esdras
Jeremias Neemias
Ezequiel Ester
Oséias
Joel Poéticos
Amós Jó
Obadias Salmos
Jonas Provérbios
Miquéias Eclesiastes
Naum Cântico dos Cânticos
Habacuque
Sofonias Profetas Maiores
Ageu Isaías
Zacarias Jeremias
Malaquias Lamentações
Ezequiel
Escritos Daniel
Salmos
Jó Profetas Menores
Provérbios Oséias
Rute Joel
Cântico dos Cânticos Amós
Eclesiastes Obadias
Ester Jonas
Lamentações Miquéias
Daniel Naum
Esdras Habacuque
Neemias Sofonias
1-2Crônicas Ageu
Zacarias
Malaquias

PANORAMA HISTÓRICO-RELIGIOSO DO 1º TESTAMENTO - PÁGINA 18


PANORAMA HISTÓRICO-RELIGIOSO DO 1º TESTAMENTO - PÁGINA 19
PANORAMA HISTÓRICO-RELIGIOSO DO 1º TESTAMENTO - PÁGINA 20
PANORAMA HISTÓRICO-RELIGIOSO DO 1º TESTAMENTO - PÁGINA 21
PANORAMA HISTÓRICO-RELIGIOSO DO 1º TESTAMENTO - PÁGINA 22
PANORAMA HISTÓRICO-RELIGIOSO DO 1º TESTAMENTO - PÁGINA 23
PANORAMA HISTÓRICO-RELIGIOSO DO 1º TESTAMENTO - PÁGINA 24
Acontece na PIBVP
Domingo
Reunião de Oração ...................................................................................................07:30
Escola Bíblica .......................................................................................................... 08:30
Celebração da Manhã .............................................................................................. 09:45
Escola Bíblica .......................................................................................................... 17:45
Papo de Adolescentes .............................................................................................. 17:45
Celebração da Noite ................................................................................................. 19:00

Segunda-Feira
Reunião de Oração ................................................................................................... 07:00
Reunião de Oração da MCM ...................................................................................... 15:00

Terça-Feira
Reunião de Oração ................................................................................................... 07:00
Jiu-Jitsu e Karatê .................................................................................................... 19:00
Reunião dos Embaixadores e Mensageiras do Rei .................................................... 19:30
Reunião de Oração do Encontro de Casais ................................................................ 20:00

Quarta-Feira
Reunião de Oração ................................................................................................... 07:00
Celebração .............................................................................................................. 19:30

Quinta-Feira
Reunião de Oração ................................................................................................... 07:00
Celebração dos Surdos ............................................................................................ 19:30
Jiu-Jitsu e Karatê .................................................................................................... 19:00

Sexta-Feira
Reunião de Oração ................................................................................................... 07:00

CENTRO SOCIAL
ruth ferreira
AULAS, CURSOS E ATENDIMENTO PARA CRIANÇAS, ADOLESCENTES E ADULTOS
Alfabetização, Apoio Psicológico, Curso de Informática, Curso de Línguas, Fisioterapia,
Fonoaudiológo, Preparação para Concurso e Vestibular, Reforço Escolar, Jiu-Jitsu, Karatê,
Flauta Doce, Técnica Vocal, Teoria Musical, Violão, Violino e outros.
Segunda à Quinta de 08 às 15 horas.
Contato: (21) 3457-9500 r.235 - acaosocial@pibvp.org.br
Boletim - 1 PRIMEIRA IGREJA BATISTA EM VILA DA PENHA
Parabéns pra você Janeiro
Dia 01/01 Dia 11/01 Rita de Cássia Oliveira Santos
Carla Regina de Araujo Succar Luciana Marques de Lucio
Wilma Bruno de Oliveira Barros Dia 22/01
Dia 12/01 Dayse Silva do Nascimento
Dia 02/01 Darlene Silva de O. Gonçalves Jacqueline da Silva Barros
Luiz Henrique Auerhahn D'Ávila Davi Haubrichs de Freitas Dias Rosa Maria Gomes
Maria Izabel Durães Vilarim Diogo Vives da Costa
Moacyr Olegário dos Santos Maria de Lourdes S. Coimbra Dia 23/01
Priscila Xavier Soares Maria Luiza de A. Silva Barreira José das Neves Wanziler
Raphael Luiz Lima Rocha Neide Gonçalves de Medeiros Luziane Geraldo da Silva Correia
Roseane de Fátima G. Gusmão Marinalva Silva Barone
Dia 13/01
Dia 03/01 Anúzia Correia Cupertino Dia 24/01
América Cardoso Campos Aretha Cruz Marinho Marcio Lages Pinto
Claudet da Silva Santos Denise de Almeida Jardim Thaís Rocha Martins Nogueira
Guilherme da Silva Paula Maria Eleneide N. de L. Didolich
Dia 25/01
Joana Haubrichs de Freitas Oscar dos Santos Nogueira
Alexandra Volker F. Avelino
Marcella Noanta Esrela Raquel dos Santos Werneck
Ubajara Peçanha Pinheiro
Dia04/01 Dia 14/01
Dia 26/01
Luisa Madeira Marinho Aline Sabino de Aquino
Carlos Eduardo Nunes Soares
Luíz Carlos Xavier Maria Eduarda S. Fortes da Silva
Eleuza Maria Ramires Vial
Náthalia de Oliveira Magalhães Rosalee Santana Vieira
Fernanda Ribeirinha P. Sudré
Rômullo Santos de Moraes
Dia 15/01 Marcos da Silva Lima
Dia 05/01 Alfa Lis César Inocêncio Wanda da Silva Gomes
Carolina Passos da Costa Aline Belle Gregorio
Dia 27/01
Edson dos Santos Maroto Flávia Cristina Lisboa Dias
Antonieta de Araújo Cavalcante
João Pedro Batista da Silva
Dia 16/01 Nanci Viana Cazé Rodrigues
Ricardo dos Santos Silva
Ronaldo Gomes da Silva Maria Paula Vicentina Bento
Dia 28/01
Sandra Vilar de Faria Igor dos Santos Capoli
Dia 17/01
Luiz Carlos Silva Rocha Loize Silva Pessanha
Dia 06/01
Maria da Penha Boechat Costa Rosa Maria Griffel Souza Ribeiro
Jéssica da Silva Coelho
Rosely Maria da Silva
Quezia Garcia Trigueiros Sergio
Dia 18/01
Dorimar Azevedo Santos Dia 29/01
Dia 07/01
Egydio José Fernandes Batalha Adriana Macharet dos S. Silva
Anderson Michel Ferreira de Melo
Eliane Silva Siqueira Katia Chempe Monteiro
Fernando Antonio M. da Rocha
Juçara Martins S. Damasceno Luciana de Freitas C. Miranda
Jônatas Luiz Ramos Simões
Márcio Santos Silva
Roberto Mendes da Silva
Dia 19/01 Reuma Lourdes da Silva
Dia 08/01 Elinete Medeiros de Freitas
Fernando Ditutala Dia 30/01
Alexandre Silva dos Santos
Maria Cleide Siqueira da Costa Elaine de Jesus Oliveira Silva
Josefa da Silva Souza
Thiago Marques Pereira da Silva Francisco Nunes Barbosa
Milena Alvez Pereira
José Andrade Fontes
Dia 09/01 Dia 20/01 Márcia Manhães da Silva
André Lincoln Guimarães Pinto Lúcia Helena Ribeirinha Passos
Luiza Conceição da Costa Dia 31/01
Gleice Correa de Souza Pires
Sandra Sodré Nunes Alessandra Monique G. Almeida
Marcos Vinícius de M. Parreira
Sebastião Ferreira Barreto Elaine Tomaz Ribeiro
Thiago Palassi Quintela
Iracema Bernardo da S. Galvão
Dia 10/01 Dia 21/01 Irene Dantas Santos
João Paulo Ferreira da Silva Acirléa Nascimento F. Brilhante Karoliny Alves Santos
Joselita de Jesus Muniz Karla Gomes da Cruz Máximo Maria José Vieira Maia
Verônica de Paula Silva Pavão Mauro de Oliveira Estrela
Priscilla Lisboa Leite
PRIMEIRA IGREJA BATISTA EM VILA DA PENHA Boletim - 2
Parabéns pra você Fevereiro
Dia 01/02 Dia 12/02 Dia 23/02
Laudicea Nascimento Lisboa Monica Gregorio dos Santos Alceir Maia Soares
Márcia Novaes Coutinho Rita Anarolina Lages Pinto
Maria do Socorro R. de Oliveira Dia 13/02 Antonio Alfredo Alves
Miriam Dourado Feitosa Antonio Marcos Gonçalves Gabriel Ribeiro Campião
Artur Marques Coelho
Dia 02/02 Dia 24/02
Eliazibi Luíz Ferreira Dia 14/02 Ana Leticia Teixiera Ferreira
Fábio Leandro da Silva Pedroso Dircilene de Souza Godoy Hosana Alves do N. Miranda
João Carneiro Carvalho Elisa Ferreira Rangel Maciel Marcos Taylor Fontes
João Gomes dos Santos Esthermarry Augusta A. Lazaro Rodolfo Costa do Nascimento
Sônia Cristina Gomes de Moraes
Dia 03/02 Dia 25/02
José João dos Santos Souza Dia 15/02 Adriana Moreira T. Ribeirinha
Maria de Lourdes Trajano Avelino Ilton Gomes Pereira Aline Gomes Pereira
Marilene Bento Pereira Leonardo Sena da Silva Fábia Delfim de Souza
Paulo Roberto Mesquita Parreira Rejane Alves do Nascimento Jonathas Aragão Barbosa
Rondineli Mendes da Silva Sirlene Soares e Santos Larissa Pinto Vieira
Letícia Maria de Carvalho
Dia04/02 Dia 16/02
Roberto Chrispino
Rosangela P. G. Moura Ferreira Hilsirema Thomaz de Briggs
Salvador de Lúcio Filho
Marli de Oliveira
Dia 05/02 Renan Vatutin Santos de Moraes Dia 26/02
Maria Tereza Silva de Morais Jéssica Daniel Damasceno
Dia 17/02 Luzia Almeida de Oliveira
Dia 06/02 Adelck Toste Coimbra
Eduardo Campiti de Oliveira Claudia Melo Halamy Dia 27/02
Leonardo Halamy Pereira Maria de Fátima Pereira Júlio Cleuza Severino da Silva
Priscila de Freitas P. Magalhães Gisele Haubrichs de Freitas Dias
Dia 07/02
Yolanda Pires Barbosa
Clember Dantas Rodrigues
Dia 28/01
Cristiano da Silva Costa Dia 18/02 José Orente Castro del Rio
Lucilene da Cunha Souza Dilson Barreto de Oliveira Rafael Silva Correia
Marco Antonio Fernandes Ilva Feitosa Cordeiro Alves
Thaynara Ferreira Rangel Maciel Paulo Carlos da Silva R. de Souza
Dia 08/02 Dia 19/02
Amaury de Melo Silva Andrezza Santos da Silva
Everson Cucco Teixeira Júnior Itamar Barreto de Souza
Matheus Henrique M. Marques
Dia 09/02
Almir Pessanha dos Santos Dia 20/02
Matheus Verling Cardoso Celina Barros Figueira Pinna
Reinaldo Peregrina
Dia 21/02
Dia 10/02 Roberta Noanta Schneider Lima
Adriana Veloso Félix
Genilda Silva de Souza Dia 22/02
Sílvio César Gomes Pontes Ana Clara G. Ochsendorf Oliveira
Dia 11/02
Agenólia Maria de Araújo Pereira
Marcio da Costa Marinho
Sonia Maria Martins Barros

Boletim - 3 PRIMEIRA IGREJA BATISTA EM VILA DA PENHA


Meu propósito de oração

Aconselhamento
Equipe Pastoral e Ministerial
Pr. João Melo; Pr. Pedro Barbuto;
Pr. João Gomes; Pr. Demetrius Prazeres; Pr. Carlos Eduardo;
Ministra Ana Cristina; Ministro Nathan D´Ávila.
Ligue para a secretária e agende seu horário.
(21) 3457-9500

Dízimos e Ofertas
Se preferir, faça transferência bancária.

Banco Bradesco Ag. 2378 dig. 7 Banco Santander Ag. 2286


C/C 40648 dig. 1 C/C 13000695 dig. 6

CNPJ: 34.390.716/0001-64

PRIMEIRA IGREJA BATISTA EM VILA DA PENHA Boletim - 4


Bibliografia Autor
BARRERA, Julio Trebolle Barrera. A Bíblia Casado, desde 20 de abril de 2015, com
Hebraica e A Bíblia Cristã. 2ªEd. Petrópolis, Fernanda Caroline Lopes Barbuto. É
Vozes, 1995;
formado em Administração de Empresas
BROWN, Raymond. Entendendo o Antigo (Unigranrio, 2007), tendo atuado na área
Testamento. São Paulo: Shedd Publicações, até 2013. Formou-se em Teologia em
2004;
2012 pela Faculdade Teológica Evangéli-
DAVIS, John. Dicionário da Bíblia. Rio de ca do Rio de Janeiro (IBEC-FATERJ).
Janeiro: JUERP & Hagnos, 2004; Pós-graduado (Lato Sensu) em Teologia
DIVERSOS. Discionário Enciclopédico da Bíblica e Sistemática Pastoral pelo
Bíblia. São Paulo: Paulus, Paulinas & Loyola. Seminário Teológico Batista do Sul do
Santo André: Academia Cristã, 2013; Brasil (2015) e Graduado no Seminário
GARDNER, Paul (Org.). Quem é Quem na Nacional de Liderança Avançada do
Bíblia Sagrada. São Paulo: Vida, 2005; Instituto Haggai (2015).
GUSSO, Antônio Renato. ParnoramaHistórico
Iniciou seu ministério, ainda quando
de Israel. Curitiba: AD Santos Editora, 2006; não era ordenado, em janeiro de 2013,
pastoreando a Congregação Batista Nova
JENSEN, Joseph. Dimensões Éticas dos
Profetas. São Paulo: Loyola, 2009;
Esperança (filha da PIBVP), onde ficou até
junho de 2014. Ordenado em novembro
LOSH, Richard R. Todos os Personagens da de 2013, atua como Pastor de Ensino da
Bíblia de A a Z. 2ªEd. São Paulo: Templus,
2011;
PIBVP em tempo integral desde julho de
2014.
SANDER, Luís M. (Coord.). Roteiro para leitura
da Bíblia. São Leopoldo: Sinodal, 1999;
SCHULTZ, Samuel J. & SMITH, Gary V. Pedro Barbuto
Panorama do Antigo Testamento. São Paulo:
Vida Nova, 2015;
RENDTORFF, Rolf. A Formação do Antigo
Testamento. 7ª ed. São Leopoldo: Sinodal,
1998;
TODOS OS MAPAS FORAM EXTRAÍDOS DE:
Bíblia de Estudo Arqueológica. São Paulo,
Vida, 2013;
Travessa da Brandura, 426
Avenida Meriti, 2470
Vila da Penha, RJ - (21) 3457-9500
secretaria@pibvp.org.br | facebook.com/pibvp

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