Cinema Novo Alemão
Cinema Novo Alemão
Cinema Novo Alemão
O manifesto de Oberhausen
1. Fevereiro/62 – durante a oitava edição do Festival Nacional de Curtas-
Metragens de Oberhausen – Grupo de 26 cineastas publicou o manifesto que
marcaria a mais importante reação coletiva a esse estado de coisas – Esses
filmes e o sucesso por eles alcançado demonstram que o futuro do cinema
alemão está com aqueles que falam uma nova linguagem cinematográfica –
Declaramos que nossa ambição é criar o novo filme de longa-metragem
alemão. Esse novo filme exige liberdade. Liberdade das convenções da
realização cinematográfica. Liberdade das influências comerciais. Liberdade
da dominação do interesse de grupos. Nós temos ideias intelectuais, estruturais
e econômicas realistas sobre a produção do Cinema Novo alemão. Nós estamos
prontos a correr os riscos econômicos. (pp. 313-314)
2. Grupo signatário – classe média que chega pela primeira vez na universidade –
queria demarcar novos campos estéticos e ideológicos – Espelhavam-se em
movimentos mundiais encabeçados pela Nouvelle Vague. (p. 314)
3. Situação política na Alemanha – 1961: ergue-se o Muro de Berlim – Julgamento
de Eichmann revela detalhes brutais do regime nazista – Censura à liberdade
causada pelo chanceler Konrad Adenauer (p. 314)
4. Julia Knight: se, logo após a guerra, houve grande resistência à presença de
profissionais que haviam pertencido ao partido nazista, em pouco tempo eles
seriam preferíveis aos comunistas – Ponto de vista comercial em 1960 é crítico
– Popularização da TV – Mercado exibidor entra em crise no mundo inteiro –
Na Alemanha: cinemas perdem mais de três quartos de seu público – Queda do
cinema comercial – Crise de identidade – Oferecia a chance e o incentivo para
novas experiências. (pp. 314-315)
5. Clamor pelo cinema novo que rompesse com o passado não está livre de
contradições – Por um lado, o manifesto lembrava pronunciamentos
modernistas do começo do século XX, em sua romântica defesa da liberdade
autoral em relação ao lucro ou ao desejo de audiência. Por outro, os
signatários do texto produziriam um cinema que procuraria desesperadamente
por seu público e pelo apoio de distribuidores e exibidores. – Relações rebeldes
com o cinema de Hollywood igualmente dúbias – Cinema americano como
propaganda imperialista ao mesmo tempo que imagem almejada de redenção e
excelência técnica – Problemática com o título de “cinema novo” separando-o
de um cinema velho: não poderia abrir mão do financiamento do governo. (p.
315)
6. Experiências e conflitos ao longo da experiência do Cinema Novo Alemão. (p.
315)
Auge e declínio
1. Ano de 1977 – Marcante para o Cinema Novo Alemão – O país foi sacudido
por uma série de atentados terroristas que obrigaram o cinema a lidar de
maneira ainda mais direta e contundente com a sua realidade. (p. 323)
2. Setembro de 1977 – Atos violentos colocam a Alemanha em estado de alerta. (p.
324)
3. Alemanha no outono – Reação coletiva dos cineastas a um estado de coisas,
fechando o ciclo de 1962 – Quatro anos seguintes: cinema alemão cresce de
maneira impressionante com as obras de cineastas ligados ao Cinema Novo
alemão. (p. 325)
4. Filmes de Herzog – Inflexão – Remake de obras clássicas – Logo depois,
Herzog e Kinski voltariam à Amazônia (dessa vez na parte brasileira) para seu
projeto mais grandioso: Fitzcarraldo (p. 325)
5. Fassbinder – sua morte [1982] precoce é apontada por muitos autores como o
ponto final do Cinema Novo alemão (p. 326)
Autores
1. Interesse do Estado em patrocinar filmes – Apoio financeiro permite a
independência econômica das bilheterias (p. 327)
2. Porém, a independência em relação às bilheterias domésticas não significava
independência absoluta: como observa Kaes, seus filmes tinham a “missão
cultural secreta” de promover a cultura da Alemanha Ocidental no resto do
mundo, o que foi feito de maneira sistemática ao longo dos anos 1970. (p. 327)
3. “Três diretores” – produto cultural de exportação da República Federal da
Alemanha – Comprometimento com a ideia de um cinema de autor – Filmes de
Fassbinder, Herzog e Wenders – repensaram a história da Alemanha sob o
espectro do nazismo, da divisão e do comprometimento com o capitalismo e a
sociedade de consumo. (p. 327)
Werner Herzog
1. Lúcia Nagib – Herzog explorou de maneira intensa os limites entre realidade e
ficção, privilegiando sempre o contato físico e sensorial com a realidade – Sua
capacidade narrativa depende essencialmente da possibilidade da experiência
[...] e seus esforços se concentram na procura daquele instante mágico em que o
homem vê, sente ou faz algo pela primeira vez. – Por isso o interesse na
filmagem em lugares nunca antes filmados, como é o caso da selva amazônica –
Olhar constante da descoberta. (p. 328)
2. Meu pior inimigo – Relação conturbada com Klaus Kinski (p. 329)
3.