Configuração de Setup
Configuração de Setup
Configuração de Setup
Carlos E. Morimoto
Existe ainda um projeto para substituir o BIOS da placa-mãe por uma versão
compacta do Kernel do Linux, que executa as mesmas funções, mas de uma
forma mais confiável e flexível. Você pode obter mais informações sobre ele
e sobre as placas suportadas no: http://www.linuxbios.org/.
Durante a década de 1990, a AMI utilizou uma interface gráfica, onde você
usava o mouse para navegar entre as opções. Apesar de ser considerada
mais fácil por alguns, essa interface acabou não pegando e foi substituída
pela interface baseada em abas utilizada atualmente. Nela, você usa as setas
para a direita e esquerda para alternar entre as seções, as setas para cima e
para baixo, além de Enter e Esc para navegar entre as opções e acessar os
submenus e altera as opções usando + e -.
Em ambas as interfaces, você pode salvar e sair usando a tecla F10, ou sair
sem salvar pressionando Esc na tela principal. As configurações do Setup são
salvas no CMOS, a área de memória volátil dentro do chip com o BIOS. É
justamente isso que permite que as configurações sejam apagadas ao mudar
a opção do jumper ou ao retirar a bateria, o que permite "destravar" a placa
ao tentar um overclock mais extremo ou usar qualquer opção que faça o
micro passar a travar durante o POST, sem que você tenha chance de
acessar o Setup para restaurar a configuração anterior.
Existe também a opção "Legacy Diskette A", usada para indicar se um drive
de disquetes está instalado. Use "1.44M, 3.5 in." caso tenha um drive
instalado, ou "Disabled" se não tiver nenhum. Apesar de poucos ainda
utilizarem drives de disquetes (pelo menos em micros novos) eles ainda são
necessários em muitos casos para carregar drivers da porta SATA ou RAID
ao instalar o Windows XP. O problema foi resolvido apenas com o Vista, onde
os drivers podem ser carregados também a partir de um CD-ROM ou
pendrive.
Antigamente, a detecção dos HDs era feita através da opção "IDE HDD Auto
Detection" presente no menu principal do Setup, mas em placas atuais a
detecção dos HDs é feita automaticamente durante o POST e os HDs
presentes aparecem dentro da seção:
Discos e RAID
Acessando o submenu referente a cada um dos discos, você tem algumas
opções adicionais, como ajustar os modos de transferência (PIO Mode e DMA
Mode), além de desativar o uso do SMART, LBA e transferência de 32 bits.
Estas opções podem ser úteis para solução de problemas em algumas
situações, mas em 99.9% dos casos você simplesmente mantém o SMART e
o "32bit Data Transfer" ativados e as demais opções em "Auto". O BIOS
detecta estas configurações automaticamente a partir de informações
transmitidas pela controladora do HD ou drive óptico, por isso existe pouca
margem para erros de detecção. Como você pode ver, o modelo e os
recursos suportados pelo HD são exibidos na parte superior da tela, o que é
uma forma rápida de identificar o HD. Uma busca rápido no Google pelo
modelo (ST380011A no exemplo) permite encontrar as especificações
completas:
Uma observação importante sobre as portas SATA e IDE da placa mãe é que
elas podem ser desativadas, ou configuradas para operar em modo RAID.
Por padrão, as portas ficam ativadas e configuradas pela operar em modo
normal, de forma que você precisa alterar a configuração para ativar o uso
do RAID. Se você pegar uma placa mãe usada, onde os HDs
misteriosamente não são detectados pela placa, verifique antes de mais
nada se elas não estão desativadas. Se mesmo assim o HD não for
detectado, experimente instalá-lo em outra porta.
Como cada porta IDE ou SATA é controlada por um circuito separado dentro
do chipset, é muito comum que uma das portas da placa se queime por
motivos diversos.
Procure pelas opções "Onboard IDE", "Onboard PCI IDE Controller", "IDE
Controller", "Onboard SATA-IDE", "Onboard SATA Controller" ou "Serial ATA
Controller", que devem ser configuradas com o valor "Enabled" ou
"Both" (que indica que ambas as postas IDE devem permanecer ativadas):
A opção "SATA DMA Transfer" ativa o suporte a DMA para os HDs ligados às
portas SATA. Desativar o DMA pode ser usado para tentar solucionar
problemas relacionados à detecção dos HDs ou corrupção dos dados.
Naturalmente, desativar esta opção causa uma grande redução no
desempenho.
Na maioria das placas com chipsets SiS e VIA (com apenas duas portas
SATA), a configuração do RAID para as portas SATA vai na mesma opção
onde elas podem ser desativadas. Em algumas placas é usada a opção
"Configure SATA as" e em outras a opção fica escondida dentro de um
submenu da seção "Main" ou "Advanced"
Para ativar o RAID, você usa a opção "RAID" ao invés de "SATA", "IDE" ou
"Enabled", que fazem as portas SATA operarem em modo normal:
Em placas com quatro ou mais interfaces SATA que podem ser usadas em
modo RAID, existe normalmente uma seção separada, onde você pode
indicar quais das portas farão parte do array RAID e quais devem
permanecer operando em modo normal. Na maioria das placas Asus com
placas nVidia, por exemplo, a configuração do RAID fica escondida dentro do
menu Advanced > Onboard Device Configuration > NVRAID Configuration:
Depois de ativar o RAID no Setup, você tem acesso a uma interface de
configuração, onde você deve criar o array, adicionando os HDs que farão
parte dele e escolher o modo de operação. Em algumas placas é usada a
tecla "Tab" ou "F10", em outras são usadas sequências como "Ctrl+S", "Ctrl
+J" ou "Ctrl+M":
Dentro da interface, a opção "RAID Mode" é a mais importante. Use a opção
"Mirroring" para criar um sistema RAID 1 (2 ou 4 HDs), "Striping" para RAID
0 (2, 3, ou 4 HDs), "Stripe Mirroring" para RAID 10 (4 HDs) ou "Spanning"
para usar JBOD, onde os dados são simplesmente espalhados entre os HDs.
A opção "Striping Block" ajusta o tamanho dos blocos ao usar RAID 0 ou 10.
É importante enfatizar que todos os dados dos HDs são apagados ao criar
um array RAID 0, por isso o ideal é que você faça isso logo depois de montar
o micro. Ao criar um array RAID 1 os dados são normalmente apenas
copiados do primeiro para o segundo HD, mas é sempre bom fazer backup
para qualquer eventualidade.
Boot
Uma das configurações mais básicas do Setup é a ordem de boot. Apesar do
mais comum ser dar boot a partir do CD-ROM para instalar o sistema e a
partir daí dar boot a partir do HD, existe também a possibilidade de dar boot
a partir de pendrives, HDs externos e outras unidades de armazenamento
removível e também dar boot através da rede.
Em casos onde você tenha mais de um HD instalado, você pode definir uma
ordem "interna" de inicialização entre os HDs disponíveis. Isto é importante
pois permite definir se o BIOS deve inicializar a partir do HD SATA ou IDE,
por exemplo. Em muitos casos existem também seções separadas para o
disco óptico (caso tenha mais de um) e para os dispositivos removíveis:
Dependendo da placa e do BIOS usado, os pendrives podem ser detectados
como HDs, ou como discos removíveis, mas na prática isso não faz muita
diferença. O mesmo se aplica também aos HDs externos, instalados em
gavetas USB. Como ambos são vistos pelo sistema como dispositivos USB
mass-storage, não existe muita diferença.
Outra possibilidade, muito utilizada é o boot via rede. Dois sistemas de boot
remoto muito utilizados são o LTSP (com um servidor Linux) e o Citrix
MetaFrame, onde e utilizado um servidor Windows. A idéia central é
armazenar todos os dados e softwares em um servidor central e usar
clientes sem HD, que carregam o sistema via rede. É possível utilizar tanto
terminais "burros", que simplesmente abrem uma seção remota do servidor
sem executar nenhum processamento local e terminais "inteligentes", que
carregam os softwares via rede e os executam localmente.
O boot via rede é feito via PXE, um protocolo de boot remoto originalmente
desenvolvido pela Intel. Inicialmente, o PC manda um pacote de broadcast
pela rede, que é respondido por um servidor DHCP especialmente
configurado. A a partir das informações fornecidas pelo servidor, o cliente
inicia o carregamento do sistema via TFTP (uma versão simplificada do FTP)
e, a partir de um certo ponto, pode acessar um compartilhamento de rede
do servidor com o restante do sistema e softwares.
A princípio, você pode pensar que usar um único servidor para executar
aplicativos para 10 ou 20 terminais vai tornar tudo muito lento, mas na
prática o sistema funciona muito bem, devido ao compartilhamento de
recursos. Nem todos os clientes vão rodar aplicativos pesados
simultaneamente e o servidor pode carregar uma única instância de cada
aplicativo usado, abrindo apenas novas seções para cada cliente. Um
servidor com 1 GB de RAM e um processador razoável pode tranquilamente
servir aplicativos básicos para 20 terminais.
Quick Boot: Esta opção (ao ativada) faz com que o BIOS deixe de executar
parte do conjunto de testes do POST, sobretudo as checagens relacionadas à
memória, reduzindo o tempo de boot. É seguro mantê-la ativada, pois os
testes de memória realizados pelo boot não são confiáveis de qualquer
forma. Em 99% dos casos, defeitos graves nos módulos de memória passam
desapercebidos pelo BIOS e são notados apenas durante o carregamento do
sistema operacional, na forma de erros e travamentos.
Em alguns casos muito raros, ativar esta opção pode fazer com que o BIOS
não detecte toda a memória instalada, mas isso também é o tipo de coisa
que você perceberia durante o uso do micro.
Full Screen Logo: Muitas placas exigem um splash gráfico no início do boot
no lugar das mensagens de texto tradicionais. Na maioria dos casos esta
imagem pode ser personalizada (como no caso das placas da Asus, que
incluem o Asus MyLogo). Esta opção diz apenas se a imagem deve ou não
ser exibida no boot.
Overclock
As opções relacionadas à freqüência de operação e tensão do processador e
memória são tradicionalmente agrupadas dentro da seção "CPU PnP
Setup", mas hoje em dia os fabricantes vem cada vez mais optando por
criar seções com nomes mercadológicos. Nas placas da Asus, por exemplo,
elas são distribuídas dentre as seções "JumperFree Configuration" e "CPU
Configuration" enquanto nas DFI é usada a seção "Genie BIOS Settings".
Algumas opções importantes ao fazer overclock são:
CPU Clock (ou CPU Frequency): Esta é a opção mais básica ao fazer
overclock, onde você ajusta a freqüência do FSB. Em praticamente todos os
processadores atuais, o multiplicador do processador é travado, de forma
que a única forma de fazer overclock é aumentar a freqüência do FSB.
CPU Vcore Voltage (Processor Voltage, Core Voltage ou CPU Voltage): Aqui
você pode ajustar a tensão de operação do processador. Aumentar a tensão
em 0.05V ou mesmo 0.1V facilita o overclock, permitindo que o processador
trabalhe estavelmente a freqüências um pouco mais altas. O maior problema
é que o aumento na tensão, combinado com o aumento da freqüência faz
com que o consumo e a dissipação térmica do processador aumente de
forma exponencial, trazendo a necessidade de um cooler mais eficiente e de
um projeto mais caprichado de ventilação do gabinete.
Na primeira parte, falei sobre as opções relacionadas aos discos, RAID, boot
e opções relacionadas ao overclock do processador. Nesta segunda (e
última) parte falarei sobre as demais opções, incluindo as opções de ajuste
fino na temporização da memória.
Memória
Todos os módulos de memória atuais, sem excessão, possuem o chip ESPD,
que armazena as configurações indicadas pelo fabricante, incluindo a
freqüência do módulo e os tempos de acesso. Apesar disso, muitas placas
(possivelmente a maioria) das placas oferecem um conjunto bastante
completo de opções relacionadas à memória. Por padrão, as configurações
são detectadas automaticamente, a partir do SPD, mas você pode alterá-las
manualmente de forma a ganhar alguns pontos percentuais de desempenho.
TRCD, TRP e TRAS: Estas três opções permitem ajustar os demais tempos
de acesso. Vimos uma explicações sobre os tempos de acesso no capítulo
sobre memórias. Vamos então a uma rápida revisão:
Usei o termo "geralmente" pois existem casos de módulos onde o TRAS não
é a soma dos três. Muitos módulos suportam um recursos chamado "Additive
Latency", que permite que o comando para iniciar o precharge do banco
seguinte seja enviado antes que a leitura termine. Isso faz com que o tempo
total da leitura seguinte seja reduzido em 1 ou até mesmo 2 ciclos. Este é o
caso dos módulos 5-4-4-11 ou 4-4-4-11, por exemplo. Em alguns módulos
de baixo custo, é necessário um ciclo adicional para fechar o banco, que
aumenta o tRAS ao invés de diminuir. É o caso dos módulos 5-5-5-16 ou
6-6-6-19, por exemplo.
Uma coisa curiosa sobre o TRAS é que usar um valor mais baixo que o
suportado pelo módulo acaba reduzindo o desempenho ao invés de
aumentar, pois ele faz com que a página seja fechada antes que o burst de
leituras seja concluído. Com isso o controlador precisa realizar um número
maior de leituras, reduzindo drasticamente a taxa de transferência.
TRC, TRRD, TRFC, TWR, TWTR, TRTW e TWCL: Muitas placas oferecem
um conjunto mais completo de opções, abrangendo também as
temporizações mais exotéricas. Em muitas delas você precisa ativar a opção
"Extended Memory Settings" (ou similar) para ter acesso a elas. Todas estas
opções são secundárias e não afetam tanto o desempenho quanto as
anteriores. Elas são apenas uma "última fronteira" para quem é
perfeccionista e quer extrair até a última gota de desempenho. O volume e a
ordem de opções varia de acordo com a placa.
O TRFC (Row Refresh Cycle Time) indica a duração dos ciclos de refresh do
módulo. Novamente, reduzir o valor resulta em um ganho muito pequeno de
desempenho, pois o refresh é feito apenas algumas dezenas de vezes por
segundo. Usar um refresh muito curto pode causar problemas de
estabilidade, sobretudo com o módulo operando a altas freqüências, por
isso, usar valores mais baixos acaba servindo mais para reduzir o percentual
de overclock do que para melhorar o desempenho.
O TWR (Write Recovery Time) é uma "pausa" incluída durante cada operação
durante uma sequência de operações de escrita. Como elas são mais raras
que as operações de leitura, ele acaba tendo um efeito pequeno sobre o
desempenho. Outra opção similar é o TWTR (Write to Read Delay), uma
pausa feita quando o controlador termina as operações de escrita e precisa
iniciar uma série de operações de leitura. Em alguns casos, aumentar o valor
padrão do TWR e do TWTR em um tempo pode ajudar a estabilizar o módulo
ao usar ajustes mais agressivos nas outras opções, mas não espere nenhum
ganho perceptível de desempenho ao reduzir os valores.
Finalmente, temos o TWCL (Write CAS Latency) que conclui nossa exaustiva
explicação. Ele é o primo pobre o CAS Latency (TCL), que é aplicado às
operações de escrita, ao invés das de leitura. Embora menos importante que
o TCL, ele tem um efeito maior sobre o desempenho do que as demais
opções secundárias.
CPC (ou 1T/2T Memory Timing): O CPC (Command Per Clock) é um tempo
de espera adicional aplicado quando o controlador de memória alterna entre
endereços em diferentes chips do módulo. Ao ativar um chip, o controlador
precisa esperar um ou dois ciclos para que ele seja ativado, para só então
enviar os comandos de leitura.
Esta opção está presente apenas em algumas placas e pode ser ajustada
com o valor "1T" e "2T". Módulos single-sided, ou seja, os módulos de mais
baixa capacidade, onde os chips ocupam apenas um dos lados, podem
geralmente trabalhar com apenas 1 tempo, enquanto os módulos com chips
dos dois lados frequentemente precisam de 2 tempos. Usar a opção 1T
naturalmente resulta em um melhor desempenho, mas em muitos casos
usar a opção 2T faz com que o módulo seja capaz de operar a freqüências
mais altas, o que pode compensar a perda.
DRAM ECC Enable: Quando presente, esta opção indica se o micro tem
módulos de memória com ECC. O ECC consiste em um bit adicional para
cada byte de dados, que é usado para verificar e corrigir os dados
armazenados. Os chips de memória com ECC possuem 9 ou 18 chips ao
invés de 8 ou 16 e são usados quase que exclusivamente em servidores e
estações de trabalho, onde o pequeno ganho de confiabilidade compensa o
gasto adicional. Naturalmente, esta opção deve ser ativada apenas ao usar
módulos com ECC.
Estas opções, disponíveis na maioria das placas recentes, faz com que a área
de endereços reservada para uso dos dispositivos seja movida para uma
área mais alta do Virtual Address Space, liberando a maior parte da memória
perdida. As duas seguem princípios diferentes, mas o resultado prático é o
mesmo. Você encontra uma ou outra, de acordo com a placa usada.
Uma observação é que esta opção só deve ser ativada ao usar um sistema
operacional de 64 bits e ao usar 4 GB ou mais de memória. Ela pode causar
problemas de compatibilidade diversos, sobretudo com games e aplicativos
3D, por isso verifique a estabilidade do micro ao ativá-la.
Componentes integrados
Com exceção do processador e memória, as placas tudo-onboard atuais são
praticamente PCs completos. Em alguns casos, até o processador vem pré-
instalado ou soldado à placa, de forma que você só precisa instalar a placa
dentro do gabinete, instalar o HD e espetar um pente de memória para ter
um PC completo.
Em geral, a placa de vídeo onboard não pode ser usada em conjunto com
uma placa offboard AGP ou PCI-Express (ao instalar a placa offboard, a
onboard é automaticamente desativada), mas existem excessões. Muitas
placas atuais são capazes de repartir as linhas PCI Express entre o slot x16 e
o vídeo onboard, permitindo usar ambos simultaneamente. Existe ainda os
casos da PC-Chip, ECS e ASRock, que combinam slots PCI Express com um
slot AGP ou AGP Express. Neste caso você tem ainda mais opções:
Share Memory Size: Como era de se esperar, esta opção permite ajustar a
quantidade de memória RAM compartilhada com o vídeo onboard.
Naturalmente, usar um valor baixo prejudica o desempenho da placa em
games e aplicativos 3D, já que ela não terão memória suficiente para
armazenar as texturas, mas por outro lado, não altera o desempenho da
placa em 2D.
Muitos de baixo custo quase sempre combinam o vídeo onboard com pouca
memória RAM. Parte da memória é compartilhada com o vídeo, deixando
ainda menos para o sistema. Em 2005 e 2006 foram vendidos um grande
número de PCs com apenas 128 MB de RAM, onde 32 ou até mesmo 64 MB
eram compartilhados com o vídeo onboard!
Em casos de micros com 256 MB (ou menos), ou que serão usados apenas
para navegar e rodar aplicativos de escritório, é interessante ajustar a opção
com o valor mais baixo possível. Em muitas placas o mínimo permitido são
32 MB, mas outras permitem usar até 8 MB. Uma observação é que, em
algumas placas, usar menos de 32 MB faz com que o boot trave durante a
ativação do vídeo (pelo sistema operacional). Este problema está mais
relacionado aos drivers do que ao hardware propriamente dito.
Onboard LAN (Ethernet Device, Onboard Giga LAN, Onboard PCIEX GbE
LAN, etc): Permite desativar a placa de rede onboard. Em situações normais,
não existem muitos motivos para desativar a rede onboard, já que você
pode perfeitamente ter duas placas de rede instaladas, mesmo que pretenda
usar apenas uma. De qualquer forma, você pode precisar desativá-la em
casos de conflitos ou queima.
Onboard LAN Boot ROM: Esta opção permite desativar a ROM da placa de
rede onboard, que contém o cliente PXE, usado para dar boot via rede. Ao
desativar esta opção, o setup deixa de oferecer a opção de boot via rede na
configuração da ordem de boot.
Game Port Address, Midi Port Address, Midi Port IRQ: Estas opções
permitem alterar os endereços de IRQ e I/O utilizados pela porta do joystick
e Midi da placa mãe (que compartilham o mesmo conector). Estas opções
existem apenas para casos onde você precisa instalar duas portas de joystick
no mesmo micro (seja usando um adaptador avulso, ou uma segunda placa
de som). Atualmente o mais comum é que sejam utilizados joysticks USB, de
forma que estas opções, junto com o próprio conector de joystick da placa
de som, estão em desuso.
Modem Device: Nas placas com modem onboard, esta opção permite
desativá-lo, o que pode ser feito quando quiser usar um modem externo, ou
se você acessa via banda larga e simplesmente não pretende utilizá-lo.
Onboard Parallel Por Address, Parallel Port Mode, Parallel Port IRQ:
Assim como a porta do drive de disquetes, a boa e velha porta paralela
persiste nas placas novas, mantendo a compatibilidade com o grande
contingente de impressoras e scanners paralelos ainda em uso. É bem
provável que eles deixem de ser usados primeiro por falta de drivers para o
Vista do que por falta de suporte por parte da placa mãe.
Existe ainda a questão do modo de operação, que pode ser configurado com
os valores "Normal" (o mais lento), "EPP", "ECP" e "EPP+ECP". O modo ECP
é o mais rápido e permite uma menor utilização do processador durante o
uso da porta devido ao uso de um canal de DMA. Ao usar o ECP, você pode
se deparar com alguns casos de incompatibilidades com impressoras e
scanners antigos, que suportam apenas no padrão EPP. O modo "ECP+EPP"
ativa uma camada de compatibilidade com o padrão anterior que resolve o
problema na grande maioria dos casos. Quando disponível, ele é a opção
recomendável.
Onboard USB Function (USB Ports Enable): Esta opção permite desativar
as portas USB da placa mãe, o que naturalmente não é recomendável hoje
em dia, já que o USB é o barramento mais usado para a conexão de
periféricos externos.
Legacy USB Support (USB Function for DOS): Esta opção ativa uma
camada de compatibilidade, que permite o uso de mouses e teclados USB
em programas MS-DOS. Em algumas placas, é necessário manter esta opção
ativada para que o teclado USB possa ser usado para configurar o setup.
Mantê-la ativada também permite solucionar problemas de detecção do
mouse e teclado USB em versões antigas do Windows e também no Linux.
Por outro lado, esta opção é famosa por causar problemas no Windows
98/SE/ME, onde o sistema frequentemente travava durante o boot quando a
opção estava ativada, procurando um teclado USB que não existia. De uma
forma geral, é preferível deixar esta opção desativada e ativar apenas em
casos onde precise dela.
USB 2.0 Controller Mode: Esta opção, presente em algumas placas com
portas USB 2.0 pode ser configurada com os valores "HiSpeed" e
"FullSpeed". Alguém poderia achar que o valor "FullSpeed" é algum tipo de
acelerador, mas é justamente o contrário. O modo "HiSpeed" é o padrão de
480 megabits usado pelo USB 2.0, enquanto o "FullSpeed" é o modo de 12
megabits, utilizado no padrão original. Como você pode imaginar, configurar
esta opção com o valor "FullSpeed" simplesmente rebaixa a velocidade das
portas USB para os 12 megabits do padrão 1.x. A única utilidade desta opção
é servir como uma forma radical de solucionar os raros problemas de
compatibilidade com periféricos USB antigos.
PS/2 Mouse Support (PS/2 Mouse Function Control): Esta opção permite
desativar a porta PS/2 da placa mãe. Ela é mais uma opção herdada da
época das placas soquete 7, onde a porta PS/2 nem sempre era usada (já
que os mouses seriais eram os mais comuns e muitas placas sequer
acompanhavam o cabo necessário). A porta PS/2 consome um endereço de
IRQ, o IRQ 12, por isso alguns preferem desativá-la ao usar um mouse USB.
A segunda tem o efeito oposto; faz com que o BIOS procure por um drive de
disquete durante o boot, o que retarda o boot em alguns segundos. Ela é
uma opção obsoleta para solucionar problemas com a detecção do drive. A
última permite trocar a posição dos drives (o A: vira B: e o B: vira A:) caso
existam dois drives instalados. É outra opção obsoleta.
Outras opções
Microcode Updation: Todos os processadores atuais possuem uma área de
memória volátil que armazena uma cópia do conjunto de instruções utilizado
pelo processador, chamado de microcode. Esta área de memória é acessível
pelo BIOS, o que permite a instalação de "patches", que corrijam bugs nas
instruções do processador. Este sistema foi desenvolvido para evitar casos
como o famoso bug do processador aritmético, que afetou as primeiras
famílias do Pentium 1 e obrigou a Intel a substituir um grande número de
processadores.
Uma curiosidade é que ajustar o valor do AGP Aperture com um valor abaixo
de 32 MB, pode causar travamentos em conjunto com algumas placas, onde
o driver de vídeo é projetado para sempre trabalhar com um certo valor
mínimo. Isto entretanto não é uma regra e pode ser classificado mais como
um bug dos drivers de vídeo do que como uma característica do hardware.
AGP mode: Esta é outra opção encontrada apenas em placas com slot AGP.
Ela permite ajustar o modo de operação do AGP, de forma a resolver
eventuais problemas de compatibilidade com placas de vídeo antigas.
Através dela, o slot AGP pode ser configurado para operar em modo 4X, ou
mesmo 2X. Infelizmente ela só serve para reduzir o modo de operação e não
aumentar. :)
Allocate IRQ to PCI VGA: Esta é uma opção antiga, que ainda continua
disponível nas placas atuais para fins de compatibilidade. Qualquer placa de
vídeo PCI com aceleração 3D precisa de um endereço de IRQ, usado para a
comunicação com o processador. Esta opção ativa a alocação do endereço, o
que é necessário ao usar qualquer placa de vídeo PCI minimamente atual.
Esta opção é, entretanto, indiferente ao usar uma placa PCI Express, AGP ou
o vídeo onboard, pois, mesmo que a opção esteja ativa, o sistema percebe
que não existe uma placa de vídeo PCI instalada e não aloca o endereço.
Cache Timing (Cache Read Cycle): Esta é mais uma opção das antigas,
encontrada apenas em placas soquete 7, onde os chips de cache L2 ainda
eram soldados à placa mãe. Ela era usada para indicar a temporização do
cache, como 3-2-2-2 ou 2-1-1-1. A temporização variava de acordo com a
freqüência de FSB usada. Os módulos podiam suportar 2-1-1-1 a 66 MHz,
mas apenas 3-2-2-2 a 100 MHz, por exemplo.
Plug and Play OS (Boot With PnP OS): Sistemas operacionais antigos,
como o Windows NT4, OS/2 e Windows 3.1 não são compatíveis com o
padrão plug-and-play, ou possuem uma compatibilidade limitada. Ao usar
algum deles, você deve manter esta opção desativada, o que faz com que o
BIOS atribua os endereços de IRQ usados pelos periféricos, ao invés de
deixar esta tarefa a cargo do sistema operacional.
Maximum Payload Size: Esta opção ajusta o tamanho máximo dos pacotes
de dados (TLP, ou "Transaction Layer Packet") utilizados pelo barramento
PCI Express. O valor "4096" (geralmente o default) garante o melhor
desempenho, mas usar valores mais baixos permitem obter pequenos
ganhos de latência, que podem ser úteis em algumas aplicações. Em geral,
placas que se beneficiam de pacotes menores já são pré-configuradas para
utilizar valores fixos, subscrevendo a configuração do BIOS. Isso faz com
que, na prática, essa opção acabe tendo pouca influência.
PCI Latency Timer: O barramento PCI é um barramento compartilhado,
onde apenas um dispositivo pode transmitir dados por vez. Esta opção
determina o tempo máximo (em ciclos) que um dispositivo PCI pode usar o
barramento antes de passar a vez para o seguinte. Em placas antigas, onde
o PCI é usado como barramento geral de comunicação e é
consequentemente muito saturado, ajustar esta opção com valores um
pouco mais altos, como 64 ou mesmo 128 resultava em um pequeno ganho
de desempenho, mas em PCs atuais, onde o PCI é um barramento
secundário, esta opção tem um impacto quase nulo. Na dúvida, use o valor
"32".
IRQ-X Assigned To: Esta é na verdade uma longa lista de opções, que vai
do IRQ 3 até o IRQ 15. Para cada um, você pode usar o valor "PCI
Device" (No/ICU, em algumas placas) ou "Reserved" (Legacy/ISA em placas
antigas):
Esta opção era importante em PCs antigos, onde o uso de modems e placas
de rede ISA era comum, mas atualmente ela é apenas mais uma opção de
legado. A principal observação é que os endereços reservados aqui ficam
indisponíveis para uso do sistema. Se você sair reservando endereços a
esmo, pode chegar a uma situação onde periféricos deixam de funcionar por
falta de endereços disponíveis.
O BIOS não impede a gravação, mas exibe um aviso chato a cada boot
quando uma possível infecção é detectada. O grande problema é que o aviso
é exibido não apenas quando vírus são encontrados na MBR, mas também
quando qualquer sistema não conhecido pelo BIOS é instalado.
Restore on AC Power Loss: Ativar esta opção faz com que o PC seja
religado automaticamente assim que a energia retornar, após uma queda de
luz. Em um servidor, ou qualquer PC que fique ligado continuamente, é
importante mantê-la ativada, para que a máquina fique o menor tempo
possível fora do ar por falta de energia e volte automaticamente, sem que
alguém precise apertar manualmente o botão. Mas, em um desktop, o
comportamento esperado é geralmente que o PC permaneça desligado, por
isso muita gente refere manter a opção desativada.
Boot Display Device: Outra opção encontrada em notebooks. Ela pode ser
ajustada com o valor "LCD", "CRT" ou "CRT+LCD" (Both). O valor LCD faz
com que seja usada a tela integrada, o que é o default. As outras duas
opções permitem ativar a saída de vídeo ao utilizar um projetor ou monitor
externo.
HDD Smart Monitoring: Esta opção faz com que o BIOS monitore as
informações geradas pelo SMART e exiba um aviso "Smart Failure Predicted
on" durante o boot caso alguma das leituras caia abaixo do valor mínimo.
Como de praxe, é importante lembrar que erros relacionados ao SMART não
significam que o HD vá parar de funcionar nos próximos dias, mas que a
partir daquele ponto existe uma grande possibilidade de falha.