FLUIDODINAMICA - Massarani PDF
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SISTEMAS PARTICULADOS
Giulio Massarani
Programa de Engenharia Química
COPPE/Universidade Federal do Rio de Janeiro
2001
Ao amigo José Teixeira Freire
2
SUMÁRIO
Prefácio 5
Capítulo 1 Fluidodinâmica da Partícula Sólida 6
1. Equação do Movimento da Partícula 6
2. A Força Resistiva Fluido-Partícula 11
Efeito da presença de fronteiras rígidas 17
Influência da concentração de partículas 20
3. O Movimento Acelerado da Partícula 26
4. Dinâmica da Partícula em Fluido Não-Newtoniano 28
Problemas 31
Bibliografia 36
Capítulo 2 A Decantação 38
1. A Trajetória da Partícula 38
2. Separação Sólido-Fluido na Fenda de Seção Retangular 42
3. O Conceito Sigma e a Especificação de Centrífugas 44
4. Ciclones a Gás e Hidrociclones 45
Problemas 53
Bibliografia 60
Capítulo 3 Escoamento de Fluidos em Meios Porosos 62
1. Equações da Continuidade e de Movimento para o Fluido 62
A força resistiva m 64
A tensão extra τ 65
A equação de Darcy 65
2. Propriedades Estruturais da Matriz Porosa 66
A determinação experimental de parâmetros estruturais 66
O modelo capilar 67
3. Escoamento em Meios Porosos: Aplicações Clássicas 73
A perda de carga no meio poroso 73
O escoamento compressível 75
O escoamento transiente 75
3
4. O Escoamento Bifásico em Meios Porosos 75
Equação de Darcy-Buckingham 76
Generalização da Forma Quadrática de Forchheimer 77
Problemas 80
Bibliografia 95
Capítulo 4 Fluidodinâmica em Sistemas particulados Expandidos 97
1. Equações da Continuidade e do Movimento 97
2. Caracterização dos Meios Expandidos 101
3. O Elo entre a Fluidodinâmica de Partículas e a Teoria de Misturas 103
4. Transporte Hidráulico e Pneumático de Partículas 105
Transporte vertical homogêneo: partículas "grandes" 106
Transporte hidráulico homogêneo 108
Problemas 109
Bibliografia 117
Capítulo 5 Escoamento em Meios Porosos Deformáveis 118
1. Equações da Continuidade e do Movimento 118
2. Teoria da Filtração com Formação de Torta 122
Equacionamento da filtração plana com formação de torta 123
A teoria simplificada da filtração 126
3. A Sedimentação Contínua 128
Problemas 131
Bibliografia 145
Índice Onomástico 146
4
PREFÁCIO
Primeira Edição (Ed. UFRJ, 1997)
Entre as múltiplas facetas que os Fenômenos de Transporte em Sistemas Particulados oferecem, tanto
do ponto de vista científico como numa larga gama de aplicações tecnológicas, este livro trata apenas dos
aspectos fluidodinâmicos da questão.
Inicialmente, nos primeiros capítulos, os sistemas em que a fase dispersa é diluída são analisados a
partir da fluidodinâmica da partícula isolada; efeitos como aqueles causados pela interação entre partículas são
levados em conta através de modificações do problema inicial.
Para contornar a dificuldade aparentemente intransponível na descrição geométrica do conjunto de
partículas que compõe o sistema denso, os capítulos seguintes utilizam uma Teoria de Misturas com base na
Mecânica do Contínuo. A formulação é estabelecida a partir das leis de conservação aplicadas às fases fluida e
particulada, e mais um conjunto de informações que caracterizam o sistema, as denominadas equações
constitutivas.
A poderosa formulação via Teoria de Misturas, com os seus teoremas, acarreta, no primeiro impacto, o
desconforto causado pela perda do referencial “partícula” na “estrutura amorfa do contínuo”. No cálculo da queda de
pressão no escoamento em duto, problema clássico na Mecânica dos Fluidos, leva-se em conta, por acaso, a estrutura
molecular da matéria? Da mesma forma, na Teoria de Misturas os detalhes da estrutura do Sistema Particulado
escapam pela luneta usada ao revés; as propriedades do sistema são medidas em experiências simples e os resultados
expressos de modo generalizado através das equações constitutivas, tal como na Mecânica dos Fuidos o escoamento
laminar em tubo capilar fornece informações sobre a reologia do fluido.
Não há como negar, o desafio em ministrar por uma centena de vezes a disciplina de Sistemas
Particulados, quer na forma de Operações Unitárias para os estudantes da graduação ou no enfoque de
Fenômenos de Transporte para os pós-graduados, foi sempre a busca de uma teoria que procura amalgamar e
correlacionar os diferentes temas. Assim, por exemplo, o escoamento em meios porosos, a filtração com
formação de torta e o espessamento, guardadas algumas poucas peculiaridades, podem e devem ser tratados
dentro de um mesmo arcabouço; os resultados alcançados na fluidização homogênea levam à reologia da
suspensão e ao projeto das linhas de tranporte hidráulico; a dinâmica da partícula no campo centrífugo permite
analisar o desempenho de ciclcones e de centrífugas.
A cena repete-se anualmente desde 1973, sempre em outubro, na atmosfera acolhedora do anfiteatro
universitário. Entre os veteranos circulam os debutantes tensos. O evento nasceu Encontro sobre o Escoamento
em Meios Porosos (ENEMP) e só recentemente, a partir da 23ª versão, passou a ser Congresso Brasileiro em
Sistemas Particulados. Pois é sobretudo neste foro que os últimos resultados são disseminados entre os grupos
participantes; esta Fluidodinâmica procura respeitosamente preservar e ordenar um pouco da memória dos
Encontros.
A realização desta Versão Preliminar foi concretizada graças ao incentivo e ao apoio desta generosa
população que trabalha no Laboratório de Sistemas Particulados: Christine Lamenha Luna, Cláudia Miriam
Scheid, Flavia Pereira Puget, João Francisco A. Vitor, Marcel Vasconcelos Melo, Marcelo Guilherme G. Mazza,
Marcos Roberto T. Halasz e Sílvia Cristina A. França.
5
Capítulo 1
Fluidodinâmica da Partícula Sólida
C.R. Stokes, "On the Effect of the Internal Friction of Fluids on the Motion of
Pendulums", Trans. Cambridge Phil. Soc., 9,8 (1850).
mP (a S ) C = ∫ TF ndS + ρ SV P b . (1)
SP
∂ρ F
+ div(ρ F v F ) = 0 (2)
∂t
∂v
ρ F F + (grad v F )v F = div TF + ρ F b. (3)
∂t
( v F ) Q = ( vs ) C + ω × rQC . (4)
6
Nestas equações, em relação à partícula, ( vs ) C e ( a s ) C são respectivamente a velocidade e a
aceleração de seu centro de massa, ω a velocidade angular e rQC o vetor posição do ponto Q
sobre a superfície da partícula em relação ao centro de massa. Quanto ao fluido, ρF ,v F e TF
são respectivamente a densidade, o campo de velocidades e o tensor tensão que atua sobre
esta fase. b é a intensidade do campo exterior.
sendo nula a força resistiva quando a velocidade relativa entre as fases for nula. A equação
do movimento da partícula toma a forma
Os resultados reunidos na tabela (1), alcançados através das equações (1) a (5), são em
maioria exatos ou encerram alguma sorte de aproximação, preservando, no entanto, a forma
analítica do resultado (Berker, 1963). Trata-se de um repertório clássico de soluções que
forma a base para o estudo da fluidodinâmica da partícula.
a) A força resistiva exercida pelo fluido sobre a partícula depende das dimensões e
forma da partícula;
7
Tabela 1 - Força resistiva fluido-partícula no movimento de translação da partícula no regime de Stokes. O fluido é newtoniano e tem
viscosidade µ. uF é o campo de velocidades do fluido não perturbado pela presença da partícula e vs é a velocidade de translação da partícula
(Berker, 1963).
Descrição uF vS l
Esfera fixa com diâmetro D, (uF ) x = U ∞
escoamento permanente. ( uF ) y = ( uF ) z = 0 vS = 0 l x = 3πµDU∞
[ ]
1/ 2
∆u = (a 2 + u)(b 2 + u)(c 2 + u)
Esfera fixa com diâmetro D, πD3
escoamento permanente do fluido não uF vS = 0 l = 3πµD(uF )C + (grad P)C ,
8
pertubado pela presença da partícula
onde C denota a posição do centro
resultante do campo de pressões
de massa da partícula
piezométricas P.
8
Tabela 1 (cont.) - Força resistiva fluido-partícula no movimento de translação da partícula no regime de Stokes. O fluido é newtoniano e tem
viscosidade µ. uF é o campo de velocidades do fluido não perturbado pela presença da partícula e vs é a velocidade de translação da
partícula (Berker, 1963).
Descrição uF vs l
Translação retilínea e uniforme da
esfera com diâmetro D em presença de
duas paredes planas paralelas. O fluido
está inicialmente em repouso.
( vS ) x = v 9 1 1
uF = 0 ( vS ) y = ( vS ) z = 0
lx = −3πµDv 1 + D +
h1 x h2 32 h1 h 2
fluido
( vS ) x = v D
uF = 0 lx = −3πµDv1 + 2,1
( vS ) y = ( vS ) z = 0 Dt
Dt
9
Tabela 1 (cont.) - Força resitiva fluido-partícula no movimento de translação da partícula no regime de Stokes. O fluido é newtoniano e tem
viscosidade µ. uF é o campo de velocidades do fluido não perturbado pela presença da partícula e vS é a velocidade de translação da
partícula (Berken, 1963).
Descrição uF vs l
Translação retilínea e uniforme das
esferas 1 e 2 com diâmetro D1 e D2. O
fluido está inicialmente em repouso.
f2 3 D2
(vS ) x1 = (vS ) x2 = v f1 = 3πµD1v 1 − 8 h
uF = 0
(vS ) y1 = (vS ) y2 = 0 f 2 = 3πµD2 v 1 − 3 D1
f1 8 h
(vS ) z1 = (vS ) z2 = 0
h φ
q2 9 cos φ
q1 = q2 = πµD1D2 v
v 8 h
q1
v
10
Na situação em que a partícula apresenta forma irregular e fora do regime de Stokes, não
parece haver outra alternativa senão a de tratar a força resistiva de modo empiríco,
procurando generalizar os resultados clássicos (Bird et al., 1960, p.193):
u−v
l = A ⋅ 1 ρF u − v 2 ⋅ c D ⋅ , (7)
2 u−v
onde A é uma área característica, cD o coeficiente de arraste cujo valor numérico depende da
definição de A, u é a velocidade do fluido não perturbado pela presença da partícula na
posição do centro de massa desta partícula, e v a velocidade de translação da partícula.
Considera-se na equação (7) que a força resistiva e a velocidade relativa
U = u−v (8)
tenham a mesma direção, o que implica em admitir que a forma da partícula apresenta um
certo grau de regularidade. Nestas condições, a equação do movimento da partícula toma a
forma
1
mP a S = Aρ F cD U U + + ( ρ S − ρ F )V P b . (9)
2
1/ 3
6
DP = V P . (10)
π
O valor desta propriedade para partículas de forma irregular pode ser determinado com o
auxílio da picnometria clássica ou, na situação em que as partículas são diminutas, através da
análise granulométrica realizada no Coulter Counter (Allen, 1981).
φ = πDP2 / S P . (11)
11
A esfericidade é um fator de forma empírico que pode ser determinado por
permeametria, técnica que será apresentada em detalhes no capítulo 3. É a partícula esférica
que apresenta o maior valor da esfericidade, φ=1; as partículas que ocorrem usualmente,
como aquelas resultantes dos processos de moagem, apresentam a esfericidade na faixa de 0,5
a 0,7.
A = πDP2 / 4 (12)
U z = 0 − vt = − v t (13)
4 (ρ S − ρ F ) DP g
cD = .
3 ρ F vt2 (14)
vt
Um grande número de experiências conduzidas com partículas isométricas, isto é, partículas
esféricas ou na forma de poliedros regulares (tetraedro, cubo, octaedro, icosaedro e
dodecaedro), parecem indicar que o valor do coeficiente de arraste depende apenas do número
de Reynolds,
D P vt ρ F
Re = (15)
µ
4 (ρ S − ρ F ) DP b
cD = = f1 ( Re, φ) (16)
3 ρ FU 2
DPUρ F
Re = (17)
µ
b = b , U = U = u−v . (18)
Re = f 2 (cD Re 2 , φ) (19)
12
onde os grupos adimensionais cD Re 2 e cD / Re são assim calculados
4 ρ F (ρS − ρ F )bDP3
cD Re2 = (21)
3 µ2
4 (ρ S − ρ F )µb
cD / Re = . (22)
3 ρ2F U 3
Cabe ressaltar que a correlação expressa pela equação (16) é o ponto de partida para o
estabelecimento das equações (19) e (20) e que pode ser utilizada com vantagem no estudo da
dinâmica da partícula em fluido não newtoniano pelo fato da viscosidade estar presente
apenas no número de Reynolds. A equação (19) presta-se para o cálculo de U , pois cD Re 2
não inclui esta variável; analogamente, a equação (20) deve ser utilizada no cálculo de DP já
que c D /Re não inclui esta variável. Nestas duas últimas situações, U e DP são calculados a
partir do número de Reynolds.
13
Tabela 2 - Fluidodinâmica da partícula esférica isolada:
Correlações de Coelho & Massarani (1996) com base nos dados de Lapple & Shepherd
(1940) e Pettyjohn & Christiansen (1948).
Re < 5 × 104
1/ n ( cD ) exp
24 n = 1, 00 ± 0, 09
c D = + 0,43n 0,63 ( cD ) cor
Re
24 n / 2 0,43 n
1/ n ( Re) exp
0,88 = 1,00 ± 0,09
Re = + ( Re) cor
cD / Re cD / Re
14
Tabela 3 - Fluidodinâmica da partícula isométrica isolada:
Correlações de Coelho & Massarani (1996) com base nos dados de Pettyjohn & Christiansen
(1948).
24 n
1/ n ( cD ) exp
n 0,85 = 1, 00 ± 0, 13
cD = + K2 ( cD ) cor
K1Re
1/ n (Re)exp
n/2
K2
n
Re =
24 = 1,00 ± 0,14
+ 1,3 (Re)cor
K1 (cD / Re) cD / Re
15
Tabela 4 - Fluidodinâmica da partícula isométrica isolada:
Cálculo da velocidade e do diâmetro da partícula (Pettyjohn & Christiansen, (1948).
0,65 < φ ≤ 1
cD 24 K2
K1 Re
1/ 2
( ρS − ρF )bK1 D 2p 4( ρS − ρF )bD p
U
18µ
3ρF K2
1/ 2
18µU 3ρF K2U 2
Dp 4( ρS − ρF )b
( ρS − ρF )bK1
16
Exemplo
A+B
A
Propriedades do minério A: ρSA = 2, 2 g / cm3 e φA = 0, 70
17
Almeida (1995) estudou experimentalmente o
movimento da partícula isométrica ao longo do eixo
principal de um tubo cilíndrico com diâmetro Dt ,
resultando a figura (1) e as correlações empíricas
apresentadas na tabela (5). Cabe ressaltar que as
correlações clássicas de Francis (1933), regime de Stokes,
e de Munroe (1888), regime de Newton, válidas para
esferas, podem ser utilizadas também para partículas
vt isométricas.
Dt
0
vt 1
0,9 0,05
v∞ 0,1
0,8
0,7
0,2
0,6
0,5 0,3
0,4
0,4
0,3
Dp Francis (1933)
β= = 0,5
0,2 Dt
Almeida (1995)
Munroe (1888)
-2
10
-2 -1 2 3
10 10 1 10 10 10
Dpv∞ρF
Re∞ =
µ
18
Tabela 5 - Efeito de parede na fluidodinâmica da partícula isométrica em fluido newtoniano
(Almeida, 1995): 0,65 < φ ≤ 1 e 0 < D P / D t ≤ 0,5 .
D P v∞ ρ F vt
Re∞ = kP = , β = DP / Dt
µ v∞
4
< 0,1 1− β
kP =
(Francis, 1933) 1 − 0,475β
10
kP =
1 + A Re∞B
3
0, 1 − 10
A = 8,91e 2 ,79β , B = 117
, × 10−3 − 0,281β
> 103 k P = 1 − β 3/ 2
(Munroe, 1888)
24 e 3,54β
Re = n
, n = 0,85 para Re < 35
K1 (cD − K2n )1/ n
4 (ρS − ρF )gD P
cD =
3 ρF v 2t
φ
K1 = 0,843 log10 , K2 = 5,31 − 4 ,88φ
0,065
19
Exemplo
vt / v∞ = 1 / (1 + 2 ,5cV ) , (24)
U / v∞ = f ( Re∞ , ε ) , (25)
U = v−u ,
D P v∞ ρ F
Re∞ = ,
µ
ε = 1 − cV .
20
As correlações referentes à equação (25) podem ser determinadas através da
experimentação conduzida na sedimentação em batelada e na fluidização homogênea: no
primeiro caso U = v / ε , onde v é a velocidade da frente de sedimentação; no segundo caso
U = QF / (εA) , sendo QF a vazão de fluido e a A área da seção transversal de fluidização
(Barnea e Mizrahi, 1973). A experimentação torna-se imprecisa quando a faixa
granulométrica das partículas sólidas é extensa e quando a concentração de sólidos é
reduzida, inferior a 5% em volume, resultando nas duas situações uma interface fluido-
suspensão pouco nítida por problemas de segregação de partículas.
21
Tabela 6 - Influência da concentração de partículas na fluidodinâmica de suspensões.
U / v∞ = ε n , n = n( Re∞ )
−0 ,14
U / v∞ = ε 5,93 Re∞ , 9,5 < Re∞ < 700 .
C. Correlações empíricas estabelecidas com base nos dados experimentais reunidos por
Concha e Almendra (1978) (Massarani e Santana, 1994)
U 1
1 < Re ∞ < 500, = −B
, 0,5 < ε < 0,95
v∞ 1 + A Re ∞
A = 0,28ε −5,96 , B = 0,35 − 0,33ε
U
Re ∞ > 2 × 103 , = 0,095exp(2,29ε ), 0,5 < ε < 0,95.
v∞
22
1
U/v∞
ε = 0,95
0,8
0,95
0,90
0,6 0,90
0,80
0,4
0,80
0,70
23
Outra estratégia que pode ser adotada na análise de fluidodinâmica de suspensões
consiste em considerar o comportamento isolado de uma partícula no seio da mistura sólido-
fluido, mistura esta caracterizada pela densidade e viscosidade ρSusp e µSusp(Govier e Aziz,
1972, p.98; Massarani e Santana, 1994). Assim, no regime de Stokes, tabela (4),
Sendo
( ρ S − ρ F )gK1 DP2
v∞ = (27)
18µ
ρ S − ρ Susp = ε (ρ S − ρ F ) , (28)
µ
µ Susp = = µ / f ( Re∞ ,ε) . (29)
U / v∞
1 ( DP φ ) 2 ε 2
U= ⋅ ⋅ ⋅ (ρ S − ρ F ) g (30)
µ 36β 1 − ε
4 36β 1 − ε 1
cD = ⋅ ⋅ ⋅ , (31)
3 φ 2 ε 2 Re
sendo
24
Exemplo
QF QS
U= − = v∞ f ( Re∞ , ε ) ,
εA (1 − ε ) A
QF uεA ε
α= = = . (32)
QF + QS uεA + v (1 − ε ) A ε + (1 − ε ) v
u
v
Quando tende a 1, ε tende a α.
u
Na solução deste exemplo admite-se que as correlações de Richardson e Zaki (1954), tabela
(6), sejam válidas apesar das partículas não serem arredondadas.
2
c D Re∞ Re∞ n v∞ α ε u v u
(eq. 21) (tab. 3) (tab. 6) (cm/s) (eq. 32) (eq. 25) (cm/s) (cm/s) v
Trans.
Hidráulico 3,23x104 134 1,73 12,1 0,833 0,829 246 239 1,03
Trans.
Pneumático 1,45x105 295 1,52 443 0,968 0,921 592 228 2,60
25
O fato da densidade e viscosidade da água serem muito maiores do que estas
propriedades para o ar explica os resultados esperados de que a velocidade de deslizamento
u − v é muito menor no primeiro caso do que no segundo.
dv
ρ dv 3 t
l = F VP + 3πDµv( t ) + D 2 (πµρF )1 / 2 ∫ dτ dτ . (33)
2 dt 2 0 t−τ
O primeiro termo do segundo membro da equação fornece o valor da força resistiva que o
fluido ideal em escoamento potencial exerce sobre a partícula; o segundo termo exprime o
resultado clássico de Stokes para o movimento retilíneo e uniforme de uma esfera em fluido
viscoso; o terceiro termo evidencia a ação “hereditária” do fluido sobre a partícula, pois
explicita o fato de que a força resistiva depende da história da aceleração da partícula.
dv
ρ dv 3 t dτ dτ ,
ρ S + F V P = (ρ S − ρ F )V P g − 3πDµv (t ) − D 2 ( πµρ F )1/ 2 ∫ (34)
2 dt 2 0 t−τ
que pode ser resolvida analiticamente por diferentes técnicas (Clift et al., 1979, p. 285;
Hackenberg, 1991).
O resultado expresso pela equação (34) mostra que a aceleração inicial da partícula
2 (ρ S − ρ F )
a (0) = g, (35)
2ρ S + ρ F
vt 36µ
= exp 2
t , (36)
vt − v (2ρ S + ρ F ) D
26
(ρ S − ρ F ) gD2
vt = .
18µ
Exemplo
Dvt ρ F
Re∞ = = 0,5 ,
µ
1
v/vt
água
0,8
ar
0,6
Eq. (34)
0,4
ar
Eq. (36)
água
0,2
0
0 0,02 0,04 0,06 0,08 0,10 0,12 0,14 t (s)
3
Figura 3 - Movimento acelerado das esferas com densidade 3g / cm e diâmetro D = 43µm
em ar e D = 77µm em água (Re ∞ = 0,5) .
27
partícula fora do regime de Stokes e quando estas não são esféricas (Marchildon e Gauvin,
1979; Renganathan et al., 1989). Na situação em que ρS >> ρF, Renganathan et al. (1989), em
abordagem empírica, consideram a queda livre da partícula como descrita pela equação do
movimento
dv πD 2 ρ v2
mP = VPρS g − cD F (37)
dt 4 2
µ ef = S ( λ* ) / λ* (38)
λ* a partir
4 (ρ S − ρ F ) D P b D vρ
vt → c D = → Re → µ ef = P t F → de .
3 ρ F vt2 Re * *
µ ef = S ( λ ) / λ
v
λ* = α (39)
D
28
Tabela 7 - Dinâmica da partícula sólida em fluido não-newtoniano
Exemplo
Exp. ρS D v
β
nº (g/cm³) (cm) (cm/s)
1 2,55 0,20 0,10 0,72
2 2,55 0,50 0,25 3,61
3 3,98 0,30 0,15 3,78
v
4 3,98 0,50 0,25 8,87
Dt
5 7,60 0,30 0,15 9,85
6 7,60 0,50 0,25 22,3
29
Resulta:
cD Re D P v ρF
λ* ( s −1 ) µef = S(λ* ) = µ ef λ*
Exp. nº (eq. 14) (tab.5) Re
(tab. 7) (dyn / cm 2 )
(P)
30
Problemas: Fluidodinâmica da Partícula Sólida
Resposta:
31
2. Calcular a velocidade de sedimentação de uma suspensão de partículas em querosene.
Resposta:
a) Determinar, pela extrapolação dos dados, a velocidade terminal das partículas à diluição
infinita e, a partir deste valor, calcular Dp (diâmetro da esfera de igual volume que a
partícula);
b) Comparar os resultados experimentais com as estimativas segundo a correlação empírica
de Richardson & Zaki.
Resposta:
Dados experimentais:
v = −223 + 267 ε cm / min( R 2 = 0,996) .
Velocidade terminal calculada por extrapolação dos dados experimentais: 43,3 cm/min.
Diâmetro volumétrico das partículas: 72 µm.
4. Michael e Bolger (IEC Fundam., 1, 24, 1962) desenvolveram um método que permite a
caracterização de partículas floculadas (diâmetro e densidade médios, grau de floculação e
velocidade de sedimentação dos flocos). Uma vez determinada experimentalmente a
velocidade de sedimentação da suspensão v a diferentes concentrações co, os parâmetros
desejados podem ser estimados através do seguinte sistema de equações:
32
D 2fl (ρ fl − ρ F ) g
v∞ = (Equação de Stokes)
18µ
ρS − ρ F
ρ fl − ρ F = (Balanço de massa),
kρ S
onde
ρ F - densidade do fluido;
ρ S - densidade do sólido seco;
g - aceleração da gravidade;
µ - viscosidade do fluido.
Resposta:
33
do diamante é 3,5 g/cm3 e a esfericidade das partículas 0,7. O fluido de arraste é água a 20ºC.
(P.Grodzinski, “Diamond Technology”, NAG Press Ltd., Londres, 2ª edição, p. 349, 1953).
Resposta:
6. Uma mistura finamente dividida de galena e calcário na proporção 1:4 em massa é sujeita à
elutriação com corrente ascendente de água com velocidade de 0,5 cm/s. A distribuição
granulométrica dos dois materiais é a mesma:
Dp (µm) 20 30 40 50 60 70 80 100
100X 15 28 43 54 64 72 78 88.
Resposta:
1
Análise granulométrica da alimentação X = , Dp em µm.
2, 27
44,6
1+
Dp
34
Resposta:
4 (ρ S − ρ F )µg Faixa
Compartimento L(m) vt = H u / L cD / Re = 3 Re DP
ρ2F vt3 Granulométrica
( m / s) (µm)
(µm)
1 1,5 0,390 8,27 1,84 72,2 >72,2
2 3 0,195 66,2 0,640 49,2 49,2-72,2
3 4,5 0,130 223 0,347 40,0 40,0-49,2
Resposta:
35
Bibliografia
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36
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37
Capítulo 2
A Decantação
1. A Trajetória da Partícula
c) O campo de velocidades do fluido não pertubado pela presença das partículas seja
u = u( x ) ;
0 = l + (ρ S − ρF )VP b (1)
l = A ρ Fc D U U , U = u − v (2)
2
DPUρ F
cD = f ( Re, φ), Re = , U= U . (3)
µ
B L
H
h y u
v
x
(corte transversal) (corte longitudinal)
A
Componente na direção x , 0 = ρ F cDU (ux − v x ) + 0 ;
2
A
Componente na direção y , 0 = ρ F cDU (0 + v y ) − (ρ S − ρ F )VP g
2
[ ]
1/ 2
U = (ux − v x ) 2 + (0 + v y ) 2 = vy .
1/ 2
(ρ S − ρ F )VP g
vy =
A
ρ F cD
2
39
h L
= , (4)
vt u h
onde u h
é a velocidade média do fluido em 0 ≤ y ≤ h . Portanto,
hu h 4 (ρ S − ρ F ) µg
vt = e cD / Re =
L 3 ρ2F vt3
H L
= , (5)
vt u
Exemplo
L
H/n
H
θ
Suspensão
40
A velocidade terminal da partícula com diâmetro crítico D pc é, analogamente à
equação (5),
H u H u
vt = ≅ .
L cos θ + H sen θ L cos θ
vt = Q / A* ,
onde A* = nBL cos θ é a área projetada das n lamelas ativas no plano horizontal.
Exemplo
Deseja-se determinar o tempo consumido para que uma partícula se desloque, num
campo centrífugo, da posição radial r até a parede do equipamento de separação.
Ω
v
vθ
vr
r
Fluido
1/ 2
dr (ρ S − ρ F )VPbr
vr = = vt = (6)
dt A
ρ F cD
2
vθ = uθ = rΩ , (7)
41
onde vt é a velocidade terminal da partícula no campo centrífugo. A integração da equação
(6) para a partícula esférica e regime de Stokes leva ao valor do tempo desejado,
18µ
t= .ln(R/r) (8)
(ρS − ρF )ΩD 2
η = η( D / D* ) (9)
1
η = ∫ η( D / D* )dX ; (10)
0
O diâmetro de corte pode ser especificado de diferentes formas; neste texto é definido
como sendo o diâmetro das partículas que são coletadas com eficiência de 50% no
equipamento de separação.
η( D) = h / H , (11)
42
b) O escoamento de fluido na fenda é laminar, resultando (Bird et al., 1960, p.62)
y y 2
u = 6 u − (12)
H H
1 h 1 1 h h
u h = ∫ udy = 6 u −
h 0 2 3 HH (13)
u = u H/2 = u H
1 BH 3 ∆p
Q = HB u = − , (14)
12 µ L
(ρ S − ρ F ) gD 2
vt = K1 (15)
18µ
L ( vt ) D
−1 2
h 1 h 1 uh 1 h 1 1 h D
η( D) = = = = − . (16)
H 2 ( H / 2) 2 L(vt ) D* 12 H 2 3 H D*
u
1 D
2
(3 − 2 η) η2 = * , D / D* ≤ 2
2D (17)
η = 1 *
, D/ D ≥ 2 .
1/ 2
* 9µQ
D = . (18)
BLK1 g (ρ S − ρ F )
43
Cabe ainda mencionar que quando o escoamento de fluido é turbulento,
u h
≅ Q / BH ,
1 D
2
η = * , D / D* ≤ 2
2D (19)
η = 1 , D / D* ≥ 2 .
fluido fluido
u u
v L
Q
R0
R
44
Resulta da composição do movimento da partícula com diâmetro crítico, utilizando a
equação (8),
L L 18µ
t= =
Q
= ln (R / R 0 )
u (ρS − ρF )ΩD
π(R 2 − R 02 )
Este último resultado mostra que a capacidade da centrífuga pode ser expressa pelo produto
de dois termos, um que caracteriza o sistema particulado (a velocidade terminal da partícula
no campo gravitacional) e o outro que caracteriza a configuração, as dimensões e rotação da
centrífuga, o fator sigma:
Q = vt Σ . (21)
A equação (21) constitui a base para a especificação da centrífuga para uma dada tarefa,
conhecendo o desempenho de uma centrífuga de laboratório, ambas do mesmo tipo, operando
com a mesma suspensão (Svarovsky, 1981):
Q Q
= . (22)
Σ 1 Σ 2
Tal como foi abordado no item 2 deste capítulo, procura-se estabelecer para ciclones
com diferentes configurações as equações que fornecem a relação entre diâmetro de corte,
propriedades físicas do sistema, dimensões do equipamento e condições operacionais, a
função eficiência de coleta relativa à partícula de diâmetro D, a expressão para a eficiência
global de coleta e a equação que relaciona vazão e queda de pressão no ciclone. Cabe
ressaltar que a configuração do ciclone caracteriza-se por uma relação específica entre suas
dimensões, expressa usualmente em termos do diâmetro da parte cilíndrica do equipamento,
Dc .
45
Serão estudados neste item os ciclones a gás nas configurações Lapple e Stairmand e
os hidrociclones nas configurações Rietema e Bradley. Enquanto que os ciclones Lapple e
Stairmand são amplamente utilizados na indústria, os hidrociclones Rietema e Bradley
recebem o rótulo de equipamento de pesquisa e são distintos daqueles disponíveis
comercialmente (Pereira e Massarani, 1995).
As configurações
1/ 2
D* µDc
= K ⋅ f ( RL ) ⋅ g (cv ) , (23)
Dc Q(ρ S − ρ F )
f ( RL ) = 1 + AR L (24)
RL = B( Du / Dc ) C , (25)
Para partículas arredondadas o fator g pode ser expresso através da seguinte equação
empírica:
46
Dc
Bc Do
Sc H c
Lc
Ciclone
Zc Lapple Stairmand
Bc / Dc 0,25 0,20
Do / Dc 0,50 0,50
Hc / Dc 0,50 0,50
Lc / Dc 2 1,50
Sc / Dc 0,62 0,50
Zc / Dc 2 2,50
Du / Dc 0,25 0,37
Du
47
Figura 3 - Configuração dos ciclones a gás Lapple e Stairmand
Dc
Do
Di
l L1
Hidrociclone
Rietema Bradley
L Di / Dc 0,28 1/7
Do / Dc 0,34 1/5
L / Dc 5 -
L1 / Dc - 1/2
l/ Dc 0,40 1/3
θ 10º-20º 9º
Du
48
Tabela 1 - Parâmetros de configuração do ciclone e condições operacionais recomendadas.
Configuração K A B C β u* ou Re** Du / Dc
(eq. 23) (eq. 24) (eq. 25) (eq. 25) (eq. 32)
Lapple 0,095 - - - 315 5 < u < 20m / s 0,25
Stairmand 0,041 - - - 400 10 < u < 30m / s 0,37
Rietema 0,039 1,73 145 4,75 1200 5 × 103 < Re < 5 × 104 0,10-0,30
Bradley 0,016 1,73 55,3 2,63 7500 3 × 103 < Re < 2 × 104 0,07-0,15
( D / D* ) 2
η( D / D* ) = ; (27)
1 + ( D / D* ) 2
exp(5D / D* ) − 1
η( D / D* ) = . (28)
exp(5D / D* ) + 146
1
I = ∫ ηdX (29)
0
η = (1 − R L ) I + RL , (30)
49
'n
X ( D) = 1 − e − ( D / D ) , (31)
111
, n
0,118 + n D'
I= ⋅ ; (32)
1,81 − 0,322n + ( D' / D* ) D
*
113
, n
0,138 + n D'
I= ⋅ . (33)
1,44 − 0,279n + ( D' / D* ) D
*
Cabe ressaltar que na equação (31) X é a fração em massa das partículas com diâmetro
menor que D e que D' e n são os parâmetros do modelo, respectivamente o diâmetro da
partícula que corresponde a X = 0, 632 e a dispersão.
A expressão clássica que relaciona vazão e queda de pressão na Mecânica dos Fluidos,
regime turbulento estabelecido, é utilizada também para os ciclones,
−∆p
β= (34)
ρ F uc2 / 2
Q
uc = , (35)
πDc2 / 4
Exemplo
50
trajetória da
Bc
partícula
Vista superior do
ciclone
Do
Dc
Admitindo que as partículas sejam esféricas e que prevaleça o regime de Stokes, resulta que o
tempo de residência do fluido e da partícula com diâmetro D* é dado por
Va Bc / 2
= (36)
Q (ρ S − ρ F ) D*2br
18µ
br = rΩ 2 = uΩ (37)
2πN e
Ω= . (38)
Va / Q
1/ 2
* 9µBc
D = . (39)
2 πN e u ( ρ S − ρ F )
Q Q
u= =8 2,
Bc Hc Dc
1/ 2
D* µDc
= K
Dc Q (ρ S − ρ F )
51
K = 0, 095 .
Exemplo
Deseja-se especificar uma bateria de ciclones Lapple para operar com 100m3 / min de
gás carregado com cinzas de carvão. Densidade das partículas de carvão, ρ S = 2,3g / cm3 .
São as seguintes as propriedades do gás: ρ F = 4,43 × 10−3 g / cm3 e µ = 0,035 cP . A bateria
deve funcionar com descarga de sólida intermitente e deseja-se uma eficiência global de
coleta superior a 85%. Distribuição granulométrica das partículas
1,5
X = 1 − e − ( D / 37 ,7 ) , D em µm.
N = Q / Q1 = 3,6 .
Q∆p1
P= (40)
75 E
52
com P em cv, a vazão total Q em m³/s e a queda de pressão num ciclone ∆p1 em mm de
coluna de água. E é a eficiência elétrica do motor, da ordem de 0,5 para motores de baixa
potência. Resulta das equações (34) e (40) e da tabela (1): P = 2 cv .
Conclusões
Problemas: Decantação
1. Calcular o diâmetro da menor partícula que é coletada com eficiência de 100% na câmara
de poeira abaixo esquematizada.
Propriedades físicas do fluido: densidade 1,2 × 10−3 g / cm3 e viscosidade 1,8 × 10−2 cP .
Propriedades físicas das partículas: densidade 2,5g / cm3 e esfericidade 0,7.
Dimensões da câmara: 2 × 2 ×16m , sendo a distância entre as lamelas de 10cm (a espessura
das lamelas é desprezível).
53
Resposta:
2. Uma suspensão diluída de cal em água contém areia como produto indesejável.
Determinar, na operação a 25ºC:
Resposta:
54
Número de rotações da centrífuga de laboratório: 20000 rpm.
Vazão de suspensão da centrífuga de laboratório que permite obter um classificado
satisfatório: 28,8 L/h.
Determinar a capacidade de uma centrífuga industrial operando com a mesma suspensão a
15000 rpm. Suas dimensões são: Ro = 5,21cm; R = 8,16cm e L = 73,4cm.
Resposta:
55
Resposta:
Considerar que o gás tenha as propriedades físicas do ar a 200ºC e 1 atm e que as partículas
sólidas tenham densidade 3 g/cm3.
Resposta:
6. Deseja-se estudar o desempenho de uma bateria constituída por 2 ciclones Lapple em série
com respectivamente 63,6 cm e 45 cm de diâmetro no tratamento de 27,7 m3/min de gás
contendo 3% em volume de sólido.
56
Propriedades das partículas sólidas: densidade 2,5 g/cm3 e distribuição granulométrica dada
por
D 1,5
X = 1 − exp − , D em µm .
17,3
Pede-se:
Resposta:
Diâmetro de corte relativo ao 1º ciclone, concentração volumétrica em sólido 0,03: 6,42 µm.
Diâmetro de corte relativo ao 2º ciclone, concentração volumétrica em sólido considerada
como nula: 3,48 µm.
1 ∗
Eficiência global de coleta o 1º ciclone: ∫0 η1 (D / D )dX = 0,690 .
1
Eficiência global de coleta o 2º ciclone: ∫0 (1 − η1 )η 2 dX = 0,162 .
(η1 e η2 são as eficiências individuais de coleta em cada ciclone)
Eficiência global do sistema: 85,2%.
Potência do soprador: ~3cv (eficiência 0,5).
7. Uma usina em Campos, RJ, pretende secar bagaço de cana com o gás de chaminé
proveniente da caldeira (propriedades do ar a 210ºC e 1 atm).
Especificar a bateria de ciclones Lapple para a recuperação de finos secos sabendo-se que a
vazão de gás é 140 m3/min e que as partículas maiores que 40 µm devem ser coletadas com
eficiência superior a 95%. A densidade do bagaço seco é 1,55 g/cm3.
Resposta:
8. Especificar a bateria de ciclones Lapple para operar com 100 m3/min de ar (520ºC e 1 atm)
contendo cinzas de carvão. A eficiência de coleta deve ser superior a 80%. Determinar
também a potência do soprador para a operação. A densidade das partículas sólidas é
2,3g / cm3 e a distribuição granulométrica é dada por
D(µm) 5 10 15 20 30 40
100X 12 27 48 63 80 88.
57
Resposta:
D 1,35
Distribuição granulométrica: X = 1 − exp − , D em µm.
21,5
D 1,35
X = 1 − exp − , D em µm.
21,5
Estimar o teor em cinzas do concentrado de carvão ("overflow") que deve ser obtido numa
bateria de hidrociclones em paralelo com 2 in de diâmetro, nas configurações (a) Bradley e
(b) Rietema operando a uma queda de pressão de 45 psi. Fornecer também a capacidade de
cada hidrociclone.
Resposta:
58
Diâmetro dos ciclones: 5 cm.
Densidade do minério e da argila: 2,7 e 2,1 g/cm3.
Distribuição granulométrica de minério e de argila:
D 1,5 D 1,2
X M = 1 − exp − e X A = 1 − exp − , D µm.
21 3,5
Resposta:
D 1,5
X(D) = 1 − exp − , D em µm.
21
59
Resposta:
dX u
η = RL + η(1 − R L ) ,
dX a
onde:
Bibliografia
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Bloor, M.I.G., Ingham, D.B. e Larerack, S.D., “An Analysis of Boundary Layer Effects in
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60
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61
Capítulo 3
Escoamento de Fluidos em Meios Porosos
Adota-se neste capítulo, bem como nos próximos, um modelo matemático com base
numa extensão da Mecânica do Contínuo para contemplar as misturas. As leis básicas de
conservação, que formam o núcleo da Teoria do Transporte em misturas, foram estabelecidas
por Truesdell (1957) e generalizadas mais tarde por Kelly (1964). Partindo destas equações e
na expressão do crescimento da entropia na forma da desigualdade de Clausius-Duhem,
diversos autores desenvolveram uma Teoria de Misturas capaz de descrever diferentes
fenômenos como a difusão molecular, as reações químicas e o escoamento de fluidos em
meios porosos (Crochet e Naghdi, 1966; Müller, 1971; Silva Telles e Fernandes, 1973).
∂
∫ ∂t (ερ)dV + ∫ ρεu ⋅ ndS = 0 (1)
VR SR
q = εu . (3)
62
A força de interação fluido-partícula m* pode ser decomposta na força resistiva m e
no empuxo,
m* = m − (1 − ε )ρg (4)
A parte isotrópica do tensor tensão que atua sobre o fluido no meio poroso é a
pressão p,
T = − p1 + τ , (5)
∂
( ερ) + div (ρq ) = 0 (6)
∂t
∂u
ερ + (grad u)u = − grad p − m + div τ + ρg . (7)
∂t
m = f (q ) (8)
τ = G (q ) (9)
As funções f e G não são inteiramente arbitrárias pois devem satisfazer a segunda lei da
termodinâmica e o princípio da invariança às mudanças de referencial. A primeira leva,
por exemplo, a
f ( 0) = 0 10)
e a segunda, no caso dos meios isotrópicos, que f e G são funções isotrópicas, isto é, para
todo o tensor ortogonal Q
f (Qq ) = Qf ( q ) (11)
G (Qq ) = QG (q )Q T . (12)
Teoremas de representação para estas funções são conhecidos e conduzem aos resultados
(Smith, 1971):
m = β( q ) q (13)
63
τ = α1 ( q ) 1 + α 2 ( q ) q ⊗ q (14)
As equações (11) e (12) mostram que as funções escalares α1, α2 e β são, para um dado
sistema matriz porosa-fluido, função do módulo da velocidade superficial q e que esta e a
força resistiva m têm a mesma direção.
A força resistiva m
µ cρ k q
m= 1 + q , (15)
k µ
µ ef = S ( λ* ) / λ* (16)
1,1 q
λ* = ⋅ , (17)
( tε )1 / 2 k
cρ k q
<< 1, (18)
µ
a forma quadrática expressa pela equação (15) recai na forma linear
64
µ
m= q (19)
k
m = µRq , (20)
A tensão extra τ
τ = α1 ( q ) 1 . (21)
A equação de Darcy
Seja a situação comum em que o meio poroso isotrópico e homogêneo é percolado por
um fluido newtoniano. Resulta das equações (3), (7), (15) e (21):
1 ∂q 1
ερ
ε ∂t ε
[
+ 2 (grad q )q = − grad p − α1 ( q ) ] − m + ρg (22)
µ cρ k q
m= 1 + q . (15)
k µ
0 = − grad p − m + ρg (23)
65
m apenas quando as partículas são grandes, com diâmetro da ordem de alguns milímetros
(Massarani, 1989, p. 45).
− grad P = m . (24)
P = p + hρg (25)
µ
− grad P = q (26)
k
∇2 P = 0. (27)
L
z
amostra
Q
P1 P2
Permeâmetro
66
A equação de Darcy, equação (23), toma a forma
dp µq cρq 2
− = + (28)
dz k k
Escoamento incompressível,
1 ∆p µ cρ
− = + q, (29)
q L k k
ρ ∆p µ c
− = + G
G L k k
G = ρq (30)
ρ + ρ2 M ∆p
ρ= 1 = p2 − , ∆P = p 2 − p1 .
2 RT 2
O modelo capilar
dP µ
− = q (26)
dz k
dP µ
− = 2 u (31)
dz Rh / β
67
Associando a velocidade u do fluido no duto à velocidade intersticial q/ε no meio
poroso, resulta das equações (26) e (31) a relação entre a permeabilidade e o raio hidráulico
da matriz porosa
k = εRh2 / β . (32)
X = X ( D) (34)
S p = BD 2 , V p = CD3 (35)
onde X(D) é a fração em massa das partículas da amostra com diâmetro menor que D. Deste
modo, para a massa m de partículas com densidade ρ S ,
1 m / ρs
∫ 0 BD
2
⋅ dX
CD 3 B 1 dX
= = (1 − ε ) ∫
m / ρs C 0 D
1− ε (36)
68
Tabela 1 - Escoamento laminar e incompressível em dutos retilíneos: fator de forma β
(Berker, 1963)
2 —
a
αa
a
Elipse
π/2
αa (1 + α 2 ) π 2 E=∫ (1 + k 2 sen 2 φ)1/ 2 dφ
0
a
4E 2
k = (1 − α 2 )1/ 2
0< α ≤1
2 ≤ β < 2,46
Retângulo
16 16 1024 ∞ tg (am)
αa
a f = − 5 α∑
(1 + α ) 2 f 3 π n = 0 ( 2n + 1)
5
0 ≤ α ≤1 m = (2n + 1) π / (2αa )
1,78 ≤ β < 3
Cardióide
y
2 π 2 (1 + 2α 2 ) 3 π 4α
1/ 2
x I = ∫ 1 − 2 cos θ dθ
θ (1 + 4α 2 )(1 + 4α 2 − 2α 4 ) I 2 0 4α + 1
0 ≤ 2α < 1
2 ≤ β ≤ 2,23
x = cos θ + α cos 2θ
y = senθ + αsen2θ
69
Definindo o diâmetro médio de Sauter do modo
1 dX
D = 1/ ∫ , (37)
0 D
B 1
SV = (1 − ε ) ⋅ ⋅ . (38)
C D
πD3p / 6 = V p (39)
Portanto,
B = π / φ, C = π / 6 (41)
resultando:
6(1 − ε )
SV = (42)
Dpφ
ε ( D p φ) ε
Rh = = (43)
SV 6(1 − ε )
e, finalmente,
εRh2 ( D p φ) 2 ε 3
k= = (44)
β 36β(1 − ε ) 2
1 dX
Dp = 1 / ∫ . (45)
0 Dp
70
como mostra a figura (1). Para meios expandidos o valor de β aumenta significativamente
com a porosidade quando ε > 0,75 (Massarani e Santana, 1994).
O modelo capilar pode fornecer também informações qualitativas referentes ao fator c.
Neste caso, a analogia é estabelecida entre as equações que descrevem o escoamento a altas
vazões no meio poroso e no duto retilíneo:
dP cρ 2
− = q (46)
dz k
dP fρ 2
− = u (47)
dz 8R h
Ω
c= , (48)
ε 3/ 2
0,98
k
0,37
k
0,01
Massarani (1989, p. 52): Ω = 0,13 0 + 0,10 0
k k
−6 2
0,15 < ε < 0,75 k0 = 10 cm . (50)
10−9 < k < 10−3 cm2
( D p φ) 2 ε 3
k= 2
e c = 0,14 / ε 3/ 2 ,
150(1 − ε )
. (51)
∆P (1 − ε) 2 µq 1 − ε pq 2
− = 150 + 1,75 3
L ε3 ( D p φ) 2 ε ( D p φ)
71
Fator β
5,5
1/8"cilíndros
prismas
4,5 1/4"cilíndros
cubos
4,0
3,5 1/16"placas
3,2
0,30 0,32 0,34 0,36 0,38 0,40 0,42 0,44 0,46 0,48 0,50
Porosidade, ε
Figura 1 - Fator estrutural β (Coulson e Richardson, 1977, p. 12)
Exemplo
72
A porosidade do meio é da ordem de 42% e a esfericidade das partículas é 0,78; confunde-se,
neste cálculo aproximado, os valores do diâmetro médio de peneiras D# e do diâmetro
volumétrico D p .
1 1 1
Dp = ≅ = = 0,246mm .
1 dX ∆X 0,33 0,36 0,31
∫ 0 Dp ∑ D + +
0,359 0,254 0,180
i p i
( D pφ) 2 ε 3
k= 2
= 5, 01 × 10−7 cm2 .
36β(1 − ε )
[ ]
0,98
c = 0,13( k 0 / k ) 0,37 + 0,10( k 0 / k ) 0,01 / ε 3/ 2 = 1,01 .
0 = − grad p − m + ρg (23)
µ cρ k q
m= 1 + q , (15)
k µ
A equação de Darcy não leva em conta a aceleração do fluido na percolação através da matriz
porosa, o que parece ser aceitável na maioria dos problemas de interesse tecnológico, quando
a permeabilidade é inferior a 10−5 cm2 (Massarani, 1989, p. 45).
∆P WA L µ cρ q
- = = + q (53)
ρg g MP ρg k k
73
expressa em termos da altura de coluna de fluido que escoa no meio. Na equação (53) W A é a
energia dissipada devido ao atrito por unidade de massa de fluido.
Exemplo
O balanço de energia entre 2 pontos da instalação leva a (Perry e Green, 1984, p. 5-20)
∆p W W
+ ∆z = − ∑ A , (54)
ρg g i g i
equação que encerra, respectivamente, a carga de pressão, a carga de altura, a carga da bomba
e a perda de carga na tubulação e no equipamento que compõe a montagem (inclui as colunas
de recheio). No caso em estudo, entre os pontos 1 e 2 assinalados na figura,
W
∆p = 0 e = 0 por não contar a instalação com uma bomba:
g
W
H = ∑ A . (55)
i g i
W L µ cρq
= + k q = 3,70m de coluna de água
g MP ρg k
74
Cálculo do desnível H
W W
H = A + A = 7,52 + 3,70 = 11,22m
g tubo g MP
O escoamento compressível
O escoamento transiente
∂
( εsi ρi ) + div(ρi qi ) = 0 (55)
∂t
Nestas equações si é a saturação expressa pela fração volumétrica de poros ocupada pela fase i,
s1 + s2 = 1 (57)
e mi é a força resistiva (por unidade de volume de meio poroso) exercida pelo fluido i sobre a
matriz porosa e sobre o outro fluido.
O índice i = 1 denota o fluido que "molha" a matriz porosa, isto é, aquele que
preferencialmente recobre a superficie sólida. As pressões pi na equação (56) estão
relacionadas entre si através da pressão capilar pc (Bear, 1972, p. 441).
p2 − p1 = pc ( s1 ) (58)
75
que depende, dentro do ciclo embebição-drenagem, da natureza dos fluidos e de fatores
estruturais da matriz porosa. Como conseqüência, na situação em que s1 é constante ao longo
do escoamento
grad p1 = grad p2 .
No rasto das formas constitutivas para a força resistiva mi , seja , por hipótese, para
uma dada tríade fluido1 - fluido2 - matriz porosa
mi = mi ( s1 , q1 , q2 ), i = 1,2 . (59)
mi ( s1 ,0,0) = 0 ;
o segundo implica que para meios isotrópicos mi seja uma função isotrópica e que portanto
(Smith, 1971)
Equação de Darcy-Buckingham
Na situação em que prevalece o escoamento lento das fases, a força resistiva, equação
(60) toma a forma linear
1
q1 = −
α11 ( s1 )
[grad p1 + α 31 (s1 )grad s1 − ρ1g] (63)
1
q2 = −
α 22 ( s1 )
[grad p2 + α 32 ( s1 )grad s1 − ρ 2 g] . (64)
76
g
q1 = K ( s1 ) − D( s1 )grad s1
g
, (65)
ρg α 31 ( s1)
K ( s1 ) = , D( s1 ) =
α11 ( s1 ) α11 ( s1)
[
mi = γ 1i ( s1 ) + γ 2i ( s1 ) q1 + γ 3i ( s1 ) q 2 q1 + ] (66)
+ [δ 1i ( s1 ) + δ 2i ( s1 ) q1 + δ 3i ( s1 ) q 2 ]q 2 , i = 1,2
µ1
γ 11 ( s1 ) = (67)
kk 1 ( s1 )
µ2
δ12 ( s1 ) = (68)
kk 2 ( s1 )
kk i ( s1 )
qi = − (grad pi − ρi g) . (69)
µi
77
(1 − εs1) 2 µ1
γ11 = α1 ⋅
(εs1)3 k
(1 − εs 2 ) 2 µ 2
δ12 = α 2 ⋅
(εs 2 )3 k
1 − εs1 ρ1
γ 21 = β1 ⋅
3
(εs1) k1 / 2
1 − εs 2 ρ2
δ32 = β2 ⋅
(εs 2 )3 k1 / 2
78
Figura 2 - Queda de pressão no escoamento bifásico contracorrente em coluna recheada
(Norton, DC-11, 1977)
C - 10,8 10
ρ G ( ρL- ρ G)
0,1
6 lin
CG Fν
F - Fator de forma ha
2
4 de
125 i nu Parâmetro: queda de
G - Velocidade mássica do nd
aç pressão em mm água/m
gás (kg/m2.s) 2 83 ão de recheio
1 40
L - Velocidade mássica do
líquido (kg/m2.s) 0,6 21
0,4 8
v - Viscosidade cinemática
do líquido (cSt). 0,2
ρG - Densidade do gás 4
(kg/m3). 0,1
0,06
ρL - Densidade do líquido 0,04
(kg/m3)
0,02
0,01
Fator de forma F
Dimensão nominal (in)
Recheio Material
1/4 3/8 1/2 5/8 3/4 1 1¼ 1½ 2 3 3½
Hy-pak Metal 43 18
Super Intalox Cerâmica 60 30
Super Intalox Plástico 33 21 16
Anel Pall Plástico 97 52 40 24 16
Anel Pall Metal 70 48 33 20 16
Intalox Cerâmica 725 330 200 145 92 52 40 22
Anel Raschig Cerâmica 1600 1000 580 380 255 155 125 95 65 37
Anel Raschig Metal 1/32” 700 390 300 170 155 115
Anel Raschig Metal 1/16” 410 290 220 137 110 83 57 32
Sela Berl Cerâmica 900 240 170 110 65 45
79
Problemas: Escoamento de Fluido em Meios PorosoS
80
Resposta:
( Dφ ) 2 ε 3
k= 2
= 1, 02 × 10−6 cm2
170(1 − ε )
0,98
k0
0,37
k0
0,01
c = 0,13 + 0,10 ε3 / 2 = 0,81 , k0 = 10−6 cm2 .
k k
81
Especificação do recheio:
Resposta:
3. Calcular a vazão de água que a bomba centrífuga Minerva (5cv) fornece à instalação
abaixo esquematizada constituída por uma coluna recheada, 25 m de tubulação de aço de 1½”
(#40), válvula gaveta (1/4 fechada), válvula de retenção e 7 joelhos de 90º. Desnível entre os
pontos 1 e 2: -3m. Temperatura de operação: 25ºC.
O recheio: diâmetro médio e esfericidade das partículas 450 µm e 0,85; porosidade do leito
0,38.
82
Curva característica da bomba:
Vazão (m3/h) 0 2 4 6 8 10 12 14
Carga (m) 53,9 53,9 53,3 52,2 50,6 46,7 41,7 32,8.
Resposta:
4. Estimar a capacidade (m3/m2h) do filtro de areia abaixo esquematizado operando com água
a 20ºC. A primeira camada, com porosidade 0,37, é constituída de areia com a seguinte
granulometria:
A segunda camada, com porosidade 0,43, é constituída de brita com 1,3 cm de diâmetro. A
esfericidade da areia e da brita pode ser considerada como sendo 0,7.
83
Resposta:
Propriedades do leito de areia: diâmetro médio das partículas 0,70 mm, permeabilidade
1,80×10−6 cm2 e fator c 0,94.
Propriedades do leito de brita: permeabilidade 1,19×10−3 cm2 e fator c 0,38.
Capacidade do filtro: 15,1 m3/m2h.
Resposta:
Propriedades do leito de carvão: diâmetro médio das partículas 245 µm, permeabilidade
2,8×10−7 cm2 e fator c 1,16.
Vazão de óleo que percola o leito de carvão: 4,78 L/min.
Tempo consumido na percolação de 100L de óleo: 21 min.
6. Calcular a queda de pressão no reator catalítico em leito fixo sabendo que opera isotermicamente
a 550ºC e que a pressão na descarga do reator é 1,5 atm. A porosidade do leito é 0,44.
1
X= , Dp em µm.
3
123
1+
Dp
84
Resposta:
7. Um conversor secundário de ácido sulfúrico tem 2,3 m de diâmetro e opera com 3 camadas
de catalisador, perfazendo um total de 1,35 m de altura. As partículas de catalisador são
cilindros eqüiláteros com diâmetro 9,5 mm. A porosidade do leito é 35%. Calcular a queda
de pressão no conversor sabendo-se que a velocidade mássica de gás é 2,6 × 103 kg / m2 h .
A alimentação é feita a 400ºC, resultando uma temperatura na descarga de 445ºC. A pressão
na descarga do conversor é 1 atm.
Composição do gás:
SO3 SO2 O2 N2
Alimentação (% molar) 6,6 1,7 10,0 81,7
Descarga (% molar) 8,2 0,2 9,3 82,3
(Coulson, J.M. e Richardson, J.F.; "Chemical Engineering", Pergamon Press, Londres, 2ª
edição, vol. 2, p. 737, 1968).
Resposta:
O escoamento será considerado como sendo isotérmico a 423ºC. Massa molecular média
32,6. A viscosidade da mistura será considerada como sendo a do nitrogênio a 423ºC e 1 atm:
0,033 cP.
Propriedades do leito de catalisador: diâmetro e esfericidade 1,09 cm e 0,87, permeabilidade
5,42×10−4 cm2 e fator c 0,54.
Queda de pressão no conversor: 40,6 cm de coluna de água.
85
Resposta:
1 M k p 2 −a − patm
2−a
G= ⋅ ⋅ ⋅ , onde L é o comprimento do meio poroso.
2 − a CR µ L
VM −a dp
− GA = (1 − a ) ⋅ ⋅p , onde A é a área da seção de escoamento.
CR dt
1 Akt I p /p x −a
⋅ = , onde I = ∫ o atm dx .
(1 − a )( 2 − a ) µLv patm p / p atm x 2 − a − 1
86
9. O filtro abaixo esquematizado recebe uma vazão constante Q de líquido newtoniano.
Estabelecer a relação entre a velocidade superficial de fluido que escoa através do meio
poroso e o tempo de percolação. Estabelecer também o tempo em que ocorrerá o
transbordamento do filtro. O escoamento no meio poroso pode ser considerado darcyano. Na
condição inicial o meio poroso está saturado com líquido e l = l o
Resposta:
µ
(l-L)ρg/L = q ( t ) , onde q é a velocidade superficial do fluido.
k
Q
− q = dl/dt.
A
l = β + (lO − β ) exp(−αt )
α α
k ρg Q
α= , β = − Lα .
µL A
Q β
q= + ( lO − )α exp (−αt )
A α
87
Q
O transbordamento do líquido no filtro se dará quando > L α, no tempo T correspondente a
A
l= H:
β l
− O
1 α
T = ln , H > lO.
α β
−H
α
Resposta:
“Modelo reológico” para 232 < λ < 1380 s −1: S = 1,63λ0,66 dyn / cm 2 .
Cálculo da viscosidade efetiva e estimativa da queda de pressão:
88
11. Análise do dreno vertical darcyano. Estabelecer a relação entre a vazão de água que
percola através do dreno e o tempo de percolação, sabendo-se que as paredes são porosas e
que no tempo inicial a altura de líquido é ho.
Resposta:
dp µ 1 dQ
− = ⋅ ⋅
dr k 2πr dz
− ∆p = (h - z)ρg
µ 1 R dQ
(h - z)ρg = ⋅ ⋅ ln 2 ⋅
k 2π R1 dz
πkρgh 2
Q= .
R2
µln
R1
dh
− Q( t ) = πR 12
dt
1 1 k ρgt
∴ = + .
h ho 2 R2
µ R 1 ln
R1
89
Relação entre vazão de fluido e o tempo de percolação:
πkρg 1
Q= ⋅
R 2
µ ln 2
R1 1 kρgt
+
h0 µR 2 ln R 2
1
R1
Resposta:
∫( ) ∫ r (− ∂z )o, r dr.
L R
k k
Q = 2πR − ∂P dz = 2π ∂P
µ ∂r z , R µ
o o
90
Formulação do campo de pressões piezométricas:
1 ∂ ∂P 2
∂ P
r + =0
r ∂r ∂r ∂z 2
∂P
= 0 , P(z, R ) = p atm − zρg
∂r z, o
∂P
P(o, r ) = p atm + Hρg , =0
∂z L, r
2n − 1
∞ sen π
2ρg H 2 sen (λ z ) I o (λ n r ) ,
P(z, r ) = p atm + Hρg − ∑
L n =1 λ n
+
2
n
I o (λ n R )
λn
π
λn = (2n - 1), n = 1,2,3,...
2L
Capacidade do filtro:
π(2n − 1) R
I1
Rk H ∞
2 2n − 1 1 2 L
Q = 8ρg L2 ∑ + sen π .
L µ n =1 L π(2n − 1) 2 2n − 1 I π(2n − 1) R
o
2 L
13. Uma coluna de absorção opera com 680 kg/h de gás e 9000 kg/h de líquido, fluxos em
contracorrente. Os fluidos têm as propriedades do ar e da água a 20ºC e 1 atm. Diâmetro da
coluna: 0,42 m. Recheio: Intalox 1½", cerâmica. Calcular a queda de pressão na coluna
sabendo que a altura de recheio é 9 m.
Resposta:
14. Um resfriador de partículas pode operar nas configurações abaixo assinaladas. Calcular a
vazão de ar fornecida pelo compressor radial Minuano nestas duas situações. As partículas
são esferas com diâmetro 0,5 mm e a porosidade do leito é 0,40.
Dimensões do equipamento: 30×30×60 cm.
Propriedades do ar a 20ºC e 1 atm.
ρF < u >2
Queda de pressão na tubulação de 2": ∆p = 3 .
2
91
Curva característica do compressor:
Q(m3/min) 1 2 3 4
C(mm água) 1870 1200 600 0.
S S
30
30
G G
30 30 (cotas em cm)
Configuração 1 Configuração 2
Resposta:
92
Resposta:
Seja o caso particular em que ( H1 − H2 ) << L . Nesta situação, a posição da interface ar-
líquido pode ser expressa por uma reta.
k dP
q=− ⋅
µ dx
k d
Q = − Bh ⋅ ⋅ (p atm + hρg)
µ dx
Q kρg H 22 − H12
=− ⋅ .
B µL 2
16. Estabelecer a relação entre a vazão mássica W (M/θ) e a queda de pressão no escoamento
permanente e isotérmico de um gás perfeito através da configuração abaixo esquematizada.
Resposta:
dp µ cρ k
0=− − 1 + qq
dr k µ
W = 2πrLρq = 2πrLG
dp µW 1 c W2 1
−ρ = ⋅ + ⋅ ⋅
dr 2πLk r k (2πL) r 2
2
93
µW R c W2 1 1
ρ(− ∆p) = ln 2 + ⋅ −
2πLk R 1 k (2πL) 2 R1 R 2
onde
M p1 + p 2 M ∆p
ρ= = p2 − , ∆P = p 2 − p1 .
RT 2 RT 2
94
Bibliografia
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Berker, R., “Intégration des Équations du Mouvement d'un Fuide Visqueux Incompressible”,
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Calouste Gulbenkian, Lisboa, 889 p. (1977).
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95
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Truesdell, C., “Sulle Basi della Termodinamica”, Rend. Accad. Licei, vol. 22, 33 e 158
(1957).
96
Capítulo 4
Fluidodinâmica em Sistemas Particulados Expandidos
Equações da continuidade,
∂
( ερ F ) + div( ερ F v F ) = 0 (1)
∂t
∂
∂t
[(1 − ε)ρS ] + div[(1 − ε)ρSvS ] = 0 ; (2)
Equações do movimento,
∂v
ερ F F + (grad v F )v F = − grad p − m + ρ F g (3)
∂t
∂v
(1 − ε )ρ S S + (grad v S )v S = div TS + m + (1 − ε )(ρ S - ρ F ) g ; (4)
∂t
Equações constitutivas,
µ cρ ε k U
m = F 1 + F εU , U = v F − v S (5)
k µF
TS = − p S ( ε )1 . (6)
97
O panorama em relação à tensão TS exercida sobre a fase sólida é bastante complexo
face às dificuldades na realização de ensaios fundamentais em Mecânica dos Sólidos. A
forma constitutiva expressa pela equação (6), apesar da simplicidade, é utilizada com
resultados satisfatórios na fluidodinâmica dos meios expandidos e no estudo da filtração e
sedimentação unidimensional com formação de substratos deformáveis (Massarani, 1989, p.
86; Gidaspow, 1994, p. 31). Como conseqüência, na situação em que a porosidade é
constante,
Formas complexas para a tensão nos sólidos se fazem necessárias quando se trata do
estudo de um leito deslizante de partículas, como ocorre na descarga de um silo e na operação
dos leitos recirculante e de jorro (Gidaspow, 1994, p. 31).
0 = − grad p + ρ F g .
m = − grad p + ρ F g
e dela resultam, a partir das medidas de queda de pressão e vazão, os parâmetros estruturais k
e c da equação (5).
Escoamento convergente,
ρ F QF2 4 µ F QF cρ F QF2
2 4
(1 − α ) = ( p1 − p0 ) − (1 − α ) − 2 3
(1 − α 3 ); (8)
8π εR0 2 πkR0 12 k π R0
Escoamento divergente,
ρ F QF2 4 µ F QF cρ F QF2
− 2 4 (1 − α ) = ( p0 − p1 ) − (1 − α ) − (1 − α 3 ) . (9)
8π εR0 2 πkR0 2
12 k π R0 3
98
Nestas equações QF é a vazão volumétrica de fluido, R0 e R1 os raios menor e maior da
calota e α = R0 / R1 . A Figura (1) mostra que os dados experimentais confirmam a validade
das equações (8) e (9) e, portanto, a validade da equação do movimento para o fluido,
equação (3).
m = (1 − ε )(ρ S − ρ F ) g . (10)
QF
∆P
− = (1 − ε )(ρ S − ρ F ) g (11)
L
99
Queda de pressão, mm de carga de água
110
Eq. (8)
90
70
p Eq. (9)
50
Q
30
Resultados experimentais
10
100
2. Caracterização dos Meios Expandidos
µFε cρ F ε 2 2
U+ U = (1 − ε )(ρ S − ρ F )g , (12)
k k
QF
U= (fluidização homogênea) (13)
εA
v
U = S (sedimentação livre) (14)
ε
QF QS
U= − (transporte vertical homogêneo). (15)
εA (1 − ε ) A
Distância ao
distribuidor (cm) 10 20 30 40 50 60 70
Porosidade média
na seção (raios gama) 0,821 0,820 0,824 0,822 0,826 0,821 0,830.
µ F φ1 ( ε )U + ρ F φ 2 ( ε )U 2 = (1 − ε )(ρ S − ρ F ) g . (16)
onde φ1 ( ε ) = ε / k , φ 2 ( ε ) = cε 2 / k .
101
A fluidização conduzida com líquido de viscosidade elevada (velocidade relativa U
reduzida) leva a φ1 ; conhecido este termo, a fluidização com água leva φ2. As funções φ1 e φ
2 para sistemas específicos constituidos por cilindros equiláteros, esferas de vidro e areia
estão representadas na figura (2).
( D p φ) 2 ε 3
k= (17)
36β(1 − ε ) 2
( D p φ) 2 ε 2
β= φ1 ( ε ) , (18)
36(1 − ε ) 2
102
5
10
φ1(ε) φ2(ε)
-2
(cm ) -1
4 (cm )
6-10 2
10
4
3-10 60
30
4
10
3
6-10
10
3
3-10 6
3
3
10
2
6-10
1
0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 ε 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 ε
Figura 2 - Funções φ1 e φ2 para cilindros equiláteros com diâmetro 1,14 mm Ο (Restini,
1977), esferas de vidro com diâmetro 0,58 mm • (Santana e Massarani, 1974) e areia com
diâmetro 0,20 mm (Massarani e d`Ávila, 1974).
O resultado expresso pela equação (16) permite estabelecer o elo de ligação entre a
fluidodinâmica em meios porosos e a fluidinâmica de partículas.
103
1,18
4 (ρS − ρ F )D p g 24
0,85
0,85
cD = = + K2 (19)
3 ρFv∞ 2 K1 Re ∞
D p v∞ ρ F
Re ∞ =
µ (20)
K1 = 0,843 log10 ( φ / 0,065), K2 = 5,31 − 4,88φ.
3 µ 2F
µ F φ1 ( ε )U + ρ F φ 2 ( ε )U 2 = (1 − ε ) c Re∞2
3 D
4 ρ F Dp
(21)
2
U U 3
ψ 1 ( ε ) Re∞ + ψ 2 ( ε ) Re∞2 = c D Re∞2
v∞ v∞ 4
sendo
2
ε Dp ε 2 cD p
ψ 1 (ε) = e ψ 2 (ε) = .
1− ε k 1− ε k
U
= f ( Re ∞ , ε) . (22)
v∞
Exemplo
104
Seja a situação em que as partículas são esféricas e Re∞< 0,2. Neste caso,
24 18
cD = , ψ1 = .
Re (U / v∞ )
e, em base aos dados reunidos por Concha e Almendra (Tabela 6C do capítulo 1),
−1,94
0,60 ε , 0,5 < ε ≤ 0,9
1− ε
β=
ε2
, 0,9 < ε < 1.
2(1 − ε )(4,8ε − 3,8)
1800gDv ∞
Ne = < 1. (23)
3
VM
105
QS + QF
VM = , (24)
A
p2 ∆p fV M2 ρ M
− = + ρM g (25)
L 2D
L DVM ρ M
f = f (Re M , e / D), Re M = (26)
µM
p1 ρ M = ερ F + (1 − ε )ρ S = (1 − ε )(ρ S − ρ F ) + ρ F (27)
z Equação do movimento para o fluido no sistema particulado,
equação (16), que permite calcular a porosidade no transporte:
106
A comparação entre os valores do gradiente de pressão calculados através da equação
(25) e os valores resultantes da experimentação conduzida no transporte pneumático em fase
densa (Santana, 1982), no transporte pneumático em fase diluida (Ferreira et al., 1996) e no
transporte hidráulico (Restini, 1977) parecem indicar que a viscosidade e o fator de atrito da
mistura podem ser expressos pela viscosidade e o fator de atrito do fluido, este último
representado pela equação clássica
1 e 6,81
0 ,9
= −2 log10 0,27 + , (29)
f D Re M
∆p
− = (1 − ε)(ρS − ρ F )g + ρ F g = ρ M g ,
L SF
Exemplo
107
(1) Medida experimental da porosidade obtida pela técnica de atenuação de raios gama.
(2) Porosidade calculada com o auxílio da equação (16) e dados experimentais de φ1 e φ 2
apresentados na figura (2).
(3) Fator de atrito calculado através da equação (29).
(4) Gradiente de pressão calculado através da equação (25).
∆p
+ g∆z = W − W A (30)
ρM
f ( ∑ L )V M2
WA = (31)
2D
1 e 6,81
0,9
DVM ρ M
= −2 log10 0,27 + , ReM =
f D ReM µ ef
Q + QS
VM = F , ρ M = ερ F + (1 − ε )ρ S
A
QF
ε= (velocidade relativa entre as fases nula).
QF + QS
V
λ* = 6,40 M (taxa de distensão característica) (32)
D
µ ef = S ( λ* ) / λ* . (33)
Finalmente, cabe mencionar que a Samarco (1977) opera no Brasil com a mais extensa
instalação conhecida no mundo para o transporte de minério de ferro. O mineroduto liga a
108
Mina de Germano (MG) à Usina de Pelotização de Ponta do Ubu (ES), numa extensão de
396 km, dutos com 50 cm de diâmetro: 12 milhões ton/ano de concentrados finos são
transportados na forma de uma polpa contendo 65% em massa de sólidos. Em relação à
reologia destas suspensões, Coelho et al. (1981) mostraram que a concentração de sólidos e a
taxa de distensão afetam o valor da viscosidade efetiva, como mostra a figura (3). O
problema (12) da coletânea reunida no final do capítulo trata da estimativa do valor da
potência de bombeamento necessária para a operação do mineroduto da Samarco.
8
µef /µF
6
ε= 0,62
ε= 0,73
2
ε= 0,86
0
0 1000 2000 3000 4000 5000
-1
Taxa de distensão (s )
Figura 3 - Viscosidade efetiva de suspensão de minério de ferro em água (Coelho et al., 1981).
Propriedades físicas das partículas: densidade 2,6 g/cm3, diâmetro médio de peneira 0,18 mm,
esfericidade 0,60. Massa de partículas sólidas, 5380g.
109
a) Determinar através dos dados experimentais a porosidade e a velocidade na
fluidização mínima;
− ∆p = W / A
onde ∆p é a queda de pressão no leito, W é peso aparente da fase sólida e A a área de seção de
fluidização;
2
φ 2 ε 3fm D p (ρ S − ρ F ) g
q fm = ⋅
170(1 − ε fm ) µ
Resposta:
c) Valor estimado para a velocidade na fluidização mínima: 2,00 cm/s. Através dos
dados experimentais: 2,02 cm/s
2. Sobreiro (“Um Estudo de Fluidização a Altas Pressões”, Tese de M.Sc., COPPE/UFRJ,
1980) estudou experimentalmente a influência da pressão na fluidização de partículas
esféricas de vidro com ar a 20ºC:
110
Resposta:
Para uma velocidade superficial de ar 2 vezes maior que a de fluidização mínima, estimar:
a) A altura do distribuidor formado por esferas de aço com diâmetro 200 µm tal que a
queda de pressão através deste seja 10% da queda de pressão no leito fluidizado; porosidade,
0,38.
Resposta:
111
Diâmetro da tubulação: 5".
Temperatura do fluido: 30ºC.
Resposta:
- Ascendente,
254 89, 3
− = 3, 46 ε 2,50 → ε = 0, 739 .
ε 1− ε
- Descendente,
89, 3 254
− = 3, 46 ε 2,50 → ε = 0, 741.
1− ε ε
Pode-se notar que a velocidade relativa fluido-partícula é, neste caso, praticamente nula pois
89, 3 254
− = 0 → ε = 0, 740 .
1− ε ε
Propriedades das partículas sólidas: densidade 3,97 g/cm3, diâmetro médio 0,20 mm e
esfericidade 0,7.
Resposta:
112
1000λ
S= dyn/cms2, com λ em s−1,
λ + 442
Resposta:
Velocidade do fluido na fluidização mínima, escoamento darcyano: 2,05 cm/h, com taxa de
distensão característica 0,491s−1 e viscosidade efetiva 2,26 P.
Velocidade terminal da partícula isolada, regime de Stokes: 148 cm/h, com taxa de distensão
característica 0,75s-1 e viscosidade efetiva 2,26 P.
Conclusão: A velocidade do fluido pode variar entre 2,05 e 148 cm/h.
7. A coluna de resina troca-iônica é lavada por meio de uma corrente ascendente de água que
acarreta uma expansão do leito e o conseqüente arraste das impurezas retidas. Estimar o valor
da velocidade superficial do fluido tal que a altura do leito expandido seja o dobro daquela do
leito fixo. A resina é constituída por partículas esféricas com diâmetro 0,3 mm e densidade
1,12 g/cm3. A porosidade do leito na fluidização mínima é estimada em 44%. A lavagem é
feita a 25ºC.
Resposta:
M = (1 − ε fm )ρ s AH fm = (1 − ε )ρ s A( 2 H fm ) → ε = 0, 72 .
113
Resposta:
Calcular:
a) A vazão de água sabendo que a velocidade da mistura deve ser 20% superior àquela de
deposição das partículas;
b) A potência da bomba para o serviço.
0, 46 0,077
ρ Dp
VMC = 6,34 c1V/ 3 gD S − 1
D
(34)
ρF
Gradiente de pressão,
114
∆p ∆p
− − − 2 −3 / 2 D 0, 23 1,38
L T L F VM p ρ
= 385
D
S − 1 (35)
∆p gD ρ
cV − F
L F
Resposta:
Resposta:
Conclusões: vazão de água, 126 m3/h; vazão da mistura areia-água, 151 m3/h; concentração
volumétrica de sólido no transporte, 10,2%; potência da bomba, 50 cv (eficiência 0,6).
115
11. Especificar o diâmetro da tubulação e estimar a potência de bombeamento no transporte
de 80 m3/h de uma suspensão 2% em massa de polpa de papel em água. A instalação deve ter
2,5 km de dutos e a descarga encontra-se a 30 m acima do nível de alimentação.
A velocidade de carga nos acidentes pode ser estimada em 15% da perda de carga nos dutos.
Resposta:
(Dados semelhantes aos do mineroduto da Samarco que opera entre a Mina de Germano e o
Terminal de Ponta de Ubú).
Resposta:
Potência da bomba: carga da bomba, 674 m de carga de suspensão com densidade 2,07 g/cm3;
potência, 7600 cv (eficiência 0,75).
116
Bibliografia
Ferreira, M.C., Silva, E.M.V. e Freire, J.T., "Mean Voidage Measurements and Fluid
Dynamics Analysis in a Pneumatic Bed with a Spouted Bed Type Solid Feeding System",
Brazilian Journal of Chemical Engineering, vol. 13, nº 01, 29-39 (1996).
Gidaspow, D., "Multiphase Flow and Fluidization: Continuum and Kinetic Theory
Descriptions", Academic Press, Boston, 467 p. (1994).
SAMARCO, "O Maior Mineroduto do Mundo", Construção Pesada, ano 7, julho, 19-
22(1977).
Santana, C.C. e Massarani, G., "Força Resistiva no Escoamento em Meios Porosos de Alta
Porosidade", Unimar, vol. 1, 49-58 (1974).
117
Capítulo 5
Escoamento em Meios Porosos Deformáveis
Equações da continuidade
∂
( ερ F ) + div( ερ F v F ) = 0 (1)
∂t
∂
[(1 − ε )ρ F ] + div[(1 − ε )ρ S vS ] = 0 (2)
∂t
Equações do movimento
∂v
ερF F + (grad vF )vF = −div p − m + ρF g (3)
∂t
∂v
(1− ε )ρ S S + (grad vS )vS = grad TS + m + (1 − ε )(ρ S − ρ F ) g (4)
∂t
Equações constitutivas
µF
m= εU , U = v F − v S (5)
k
TS = T (FS ) . (6)
118
A equação da continuidade para a fase sólida pode ser escrita em termos do gradiente
de deformação
1− ε *
det FS = . (8)
1− ε
A força resistiva expressa pela equação (5) é válida nas condições em que o
escoamento é lento, situação que prevalece tanto na filtração quanto no espessamento. Nesta
equação, µF é a viscosidade do fluido, k(ε) a permeabilidade na matriz porosa e U a
velocidade relativa fluido-partícula.
A forma constitutiva expressa pela equação (6) considera que a matriz porosa
comporta-se como um material elástico não-linear. Nos casos comuns de filtração,
espessamento ou adensamento pode-se considerar que o meio poroso se submeta a uma
deformação plana segundo um dada direção, por exemplo ao longo do eixo-z,
x = X
y = Y (9)
z = Z + γ ( Z , t ),
1 0 0
FS ( z , t ) = 0 1 0 . (10)
1− ε *
0 0
1 − ε( z, t )
f = − pS ( ε ) (12)
119
e, como conseqüência, a equação do movimento para a fase sólida pode ser escrita da seguinte
maneira quando os efeitos de aceleração não são considerados e a deformação do meio é
plana:
d µ
0=− pS ( ε ) + F εU z + (1 − ε )(ρ S − ρ F ) g z . (13)
dz k
Exemplo
Damasceno (1992) desenvolveu uma técnica para a determinação das relações entre
porosidade, pressão nos sólidos e permeabilidade nas condições que prevalecem no
espessamento contínuo. Nesta técnica, o sedimento formado no interior de um frasco de
Mariotte se submete a um processo de deformação causado pela percolação lenta do líquido.
Uma vez conhecido o perfil de porosidades (método da atenuação de raios gama) é possível
calcular pS ( ε ) e k ( ε ) a partir da equação (4), em duas etapas,
1ª etapa:
Uz = 0
ε = ε ( z ) (experimental)
água L
pS ( z ) = (ρ S − ρ F ) g ∫ [1 − ε ( z )]dz (14)
z
pS = pS ( ε );
sedimento
2ª etapa:
L
z − εU z = QF / A
placa porosa
ε = ε ( z ) (experimental)
(15)
µ F (QF / A)
k=−
dpS dε
Frasco de ⋅ + (1 − ε )(ρ S − ρ F ) g
x Mariotte dε dz
k = k ( ε ).
120
Nestas equações, QF é a vazão de líquido que percola o sedimento e A é a área da seção
transversal de percolação. Considera-se na equação (14), por falta de melhor informação, que
a pressão nos sólidos na interface líquido-suspensão seja nula, isto é, pS ( L) = 0 .
Estão reunidos na figura (1) alguns resultados obtidos com uma suspensão aquosa de
carbonato de cálcio (diâmetro médio das partículas da ordem de 18µm).
0,25
1-ε
0,20
0,15
0,10
0,05 -4
QF/A = 1,25x10 cm/s
0
0 10 20 30 Z (cm)
1500 10
-8
Ps (Pa)
1-ε )
[( 0,08 8,4
]
ps = 7,0 -1 Pa
k = 1,15x 10
-8 1-ε )
( 0,08 -4,1
cm
2
k(cm2)
1250
1000
-9
750 10
500
250
-10
0 10
0 0,05 0,10 0,15 0,20 0,30 0,1 0,14 0,18 0,22
1-ε 1-ε
Figura 1 - Suspensão aquosa de CaCO3: relações entre porosidade, pressão nos sólidos e
permeabilidade.
121
2. Teoria da Filtração com Formação de Torta
meio torta
filtrante
suspensão
filtrado
sólido-líquido
lm l(t)
z
∂
(q F + qS ) = 0
∂z (16)
q F = εv F , q S = (1 − ε )vS
que permite, por integração, relacionar as velocidades das fases líquida e sólida,
q S ( z , t ) = q F (0, t ) − q F ( z , t ) , (17)
122
resultado que, apesar de correto, suscitou discussões na literatura quando apresentado pela
primeira vez (Tiller, 1961).
A combinação das equações (3) e (13) do movimento leva à relação entre as pressões
nas fases líquida e sólida. Desconsiderando a aceleração das fases e a influência do campo
exterior,
∂
( p + pS ) = 0
∂z (18)
pS (z, t ) = p(l , t ) − p(z, t )
∂ε ∂q F
= (19)
∂t ∂z
∂p µ F ∂p µ q q (0, t ) − q F
0=− + ε(v F − vS ) = − + F ε F − F (20)
∂z k ∂z k ε 1− ε
pS = pS ( ε ) (21)
k = k (ε) . (22)
l
ρS ∫ (1 − ε)dz
C= 0 , (23)
t l
ρF ∫ q F (0, t )dt + ρF ∫ εdz
0 0
p(0, t ) − p(− l m, t ) µF
= q F (0, t ) (24)
lm km
• Condições limites:
l (0) = 0
p(l , t ) = f1( t ) ou p(−l m, t ) = f 2 ( t ).
Exemplo
Silva Telles et al. (1973), fazendo uso da mesma formulação aqui apresentada,
estudaram a operação de filtração de uma suspensão aquosa de caulim. A técnica utilizada
nesta simulação é a de similaridade, resultando uma equação diferencial ordinária não linear
para a pressão nos sólidos, resolvida por técnica numérica. Não é considera na análise a
resistência oferecida pelo meio filtrante.
124
filtração. As figuras mostram também o resultado óbvio de que as maiores taxas de produção
de filtrado são alcançadas no inicio do processo, quando a torta ainda é delgada. A estratégia
da operação com formação de tortas delgadas é utilizada, por exemplo, na filtração industrial
conduzida no filtro rotativo a vácuo.
1 -11
ps(z,t)/p s(0,t)
k(cm )
2
0,8 0,75
-11
3x10
torta incompressível
0,6 0,70
-11
torta incompressível 2x10
0,4 0,65
-11
1x10
0,2 0,60
0,55 0
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1
z /l
z/l
0,5 0,5
0,4 0,4
Volume de filtrado 3 2
por unidade de área v, cm/cm
0,3 0,3
0,2 0,2
0,1 0,1
0 0
0 2 4 6 8 10
Tempo de filtração t,min
125
A teoria simplificada da filtração
q F = q F (t ) , (26)
isto é, que a velocidade do líquido é apenas função do tempo de filtração. Esta hipótese,
aceitável quando a torta é moderadamente compressível, permite reduzir a complexidade da
solução do problema.
A equação do movimento para o fluido na torta toma a seguinte forma a partir das
equações (18), (20) e (26):
∂ ∂ µ
p( z , t ) = − pS ( z , t ) = F q F (t ). (27)
∂z ∂z k
dM = ρ S (1 − ε ) A dz ,
1 µ q µ q
− dpS = ⋅ F F dM = α(ε) F F dM ,
ρS (1 − ε)k A A
1
α= .
ρ S (1 − ε ) k ( ε )
Integrando:
p(l , t ) − p(0, t )
< α >= , a resistividade média relativa à queda de pressão p(l , t ) − p(0, t ) .
p(l , t ) − p(0, t ) dpS
∫0 α
A torta e o meio filtrante são meios porosos percolados em série pelo fluido. A
expressão para a queda de pressão no filtro pode ser estabelecida combinando as equações
(24) e (28),
126
M
p(l , t ) − p(−l m, t ) = ∆p = < α > + R m µ Fq F , (29)
A
1 dV
qF = (30)
A dt
~ m
C− . (31)
ρ FV
dt µ F < α > Vρ F C
= + Rm , < α >= f ( ∆ P ) . (32)
dV A( ∆p) A
t µ F < α > Vρ F C
= + Rm . (33)
V A( ∆p) 2A
Exemplo
127
t/v (s/l)
11
∆p=5atm
10
∆p=8atm
9
∆p=11atm
8
4
0 5 10 15 V(l) 20
Figura 4 - Desempenho do filtro COPPE: suspensão aquosa de talco, A = 670cm2
(Massarani, 1985).
3. A Sedimentação Contínua
128
Altura da região de compactação (cm)
100
80
60
40
20
0
0,15 0,20 0,25 0,30 0,35 0,40 0,45 0,50
3 2
Vazão de alimentação (m /m h)
pS [ ε ( 0)] dpS
L=∫ , (34)
0 µq S 1 1
(ρ S − ρ F )(1 − ε ) g − −
k ( ε ) 1 − ε 1 − ε (0)
conhecendo-se
ε (0), pS = pS ( ε ) e k = k ( ε ) .
129
alimentação
extravasante
z
L
lama
130
Problemas: Escoamento em Meios Porosos Deformáveis
Resposta:
C = 68m, Q ≤ 9 m3/h
C = 64,7+1,52Q - 0,149Q2 m de coluna de água Q > 9 m3/h. (35)
Formulação:
131
A A∆p
V= − µRm , ∆p = ρ F gC . (38)
µ < α > ρF C Q
V dV
t=∫ , (39)
0 Q
cρFV
l= . (40)
[1− < ε >]ρSA
Q C ∆p <α> <ε> 1/Q V t l
(m3/h) (eq.35) (atm) (eq.36) (eq.37) (h/m3) (eq.38) (eq.39) (eq.40)
(m) (cm/g) (l) (s) (mm)
17,7 44,9 4,49 2,13×1010 0,61 0,0565 0 0 0
15,0 54,0 5,40 2,25×1010 0,59 0,0667 7,8 1,7 0,2
10,0 65,0 6,50 2,37×1010 0,55 0,100 27,8 7,7 0,5
7,0 68,0 6,80 2,41×1010 0,55 0,143 49,6 17,3 1,0
5,0 68,0 6,80 2,41×1010 0,54 0,200 77,4 30,4* 1,5
3,0 68,0 6,80 2,41×1010 0,54 0,333 140 81,1* 2,7
1,0 68,0 6,80 2,41×1010 0,54 1,00 458 788* 8,7
0,3 68,0 6,80 2,41×1010 0,54 3,33 1570 9180* 29,7
A tabela mostra que após apenas 17,3 s, correspondendo ao volume de filtrado de 49,6L, a
filtração prossegue a queda de pressão constante.
t − t0 =
µ < α > ρF C
2
2 A ∆p
(V 2
)
− V02 ,
132
Tempo de Filtração Volume de Filtrado
(s) (L)
18,0 0,700
40,7 1,70
108 3,70
160 4,70
321 7,70
467 9,70
550 10,7
638 11,7
833 13,7
943 14,7
1084 15,7
1215 16,7
1425 17,7
1702 18,7
2344 19,7
Resposta:
120,0
t/V(s/L)
80,0
40,0 2
Área de filtração: 456 cm
∆p= 2,72 atm
0,0
0,0 4,0 8,0 12,0 16,0 20,0
V(L)
133
A porosidade média da torta pode ser calculada a partir da relação entre a massa de torta no
final da filtração e a massa de torta seca: 0,62. A relação entre os volumes de filtrado e de
torta, que depende da natureza do sistema, concentração de sólidos na alimentação e da
pressão de operação, pode ser calculada através do gráfico ou por meio da expressão para a
concentração de sólidos na alimentação:
C=
[1− < ε >]vt ρS =
[1− < ε >]ρS .
Vρ F + < ε > vt ρ F V
ρF + < ε > ρF
vt
3. Foram obtidos os seguintes dados em filtro rotativo de laboratório com 3000 cm2 de
superfície filtrante, operando a uma queda de pressão de 0,73 atm.
Resposta:
134
Dados provenientes do Catálogo 59 da T. Shriver & Company (Harrison, N.J., Estados
Unidos):
Resposta:
(V f )2
P=
(t f )2 + tl + t d . (40)
t f = BV f2 / A2
135
Vf 2Vf 2Vf (Vf / A )2 e
= = , = 2 (42)
v t Ae 1 Ae 2 (Vf / A )1 e1
(V / A )2 e2
2
(t f )2 = f 2 (t f )1 = (t f )1 . (43)
(Vf / A )12 e1
Tempo de lavagem da torta na unidade industrial aparelhada com placas de lavagem (placas
com "três botões"):
V 1 dV
Q = l =
l tl 4 dt final da filtração
v
t = 8β t (t f )2 , β = V / v t . (44)
l Vf l l
A2 = A1
(V f )2 e1 . (46)
(V f )1 e2
Resulta do problema (2) na filtração a ∆p = 2 , 72 atm e 25ºC: espessura do quadro e1 = 3, 2 cm,
área de filtração A1 = 456 cm2, tempo de filtração, (t f )1 = 920 s; volume de filtrado,
(Vf )1 = 14,5 L; relação entre volume de filtrado e volume de torta, (Vf / v t )1 = 20 .
136
a) A torta não requer lavagem:
Solução possível: área filtrante, 18m2; espessura dos quadros, 1½ in; dimensão nominal dos
elementos, 30 in; número de quadros, 19.
Solução possível: área filtrante, 25,6m2; espessura dos quadros, 1½ in; dimensão nominal
dos elementos, 30 in; número de quadros, 27.
Resultados obtidos no filtro-folha operando com a mesma suspensão, nas mesmas condições
operacionais indicadas e área filtrante 133 cm2:
Tempo de filtração para se obter uma torta com 6 mm de espessura (volume de filtrado
950 cm3), 163 s;
Tempo de lavagem da torta (volume de água de lavagem 160 cm3), 130 s;
Tempo de secagem (obtém-se um produto com 81% de sólido em massa), 150 s;
Tempo estimado para a descarga da torta e limpeza do meio filtrante, 10 s.
137
Dimensões padrões de filtros a vácuo Dorr-Oliver
Resposta:
Sendo o tempo de um ciclo completo 453 s, resulta que a rotação do tambor deve ser
0,132 rpm.
µ = 0,63F −4 ,48 P,
Resposta:
<α>ρ
Equação da filtração: t = BµcV 2 , B = .
2 A2 ∆p
138
7. A usina de beneficiamento de caulim Cellini de Mar de Espanha, MG, opera com uma
bateria de filtros-prensa constituída por 210 quadros de 30 in (área filtrante efetiva por quadro
10,5 ft2) e 2 in de espessura. A produção de torta é de 5,8 ton/h, sendo, para cada ciclo, o
tempo de filtração 55 min e o de desmantelamento, limpeza e montagem 20 min. O Sr.
Cellini deseja aumentar a produção em 30% e, ao mesmo tempo, melhorar a qualidade de seu
produto através da lavagem da torta com um volume de líquido de lavagem igual ao de torta.
Sabe-se ainda, através de experiências conduzidas em laboratório, que nas condições
operacionais a relação entre os volumes de filtrado e de torta é 9. Considerar que nas novas
instalações o tempo de desmantelamento, limpeza e montagem é também de 20 min e que a
operação do sistema aumentado se fará à mesma queda de pressão que no sistema inicial.
Resposta:
Resposta:
139
O filtro industrial deve operar com uma queda de pressão de 25 in Hg, com um ângulo de
submersão de 145º. A espessura final da torta deve ser de 5 mm. Pede-se:
Ensaios de laboratório conduzidos com esta mesma suspensão em filtro-folha de 200 cm2 de
área filtrante, queda de pressão de 25 in Hg, levaram a tortas com 63% de porosidade e à
seguinte relação entre tempo de filtração e volume de filtrado:
Resposta:
10. Calcular a área do filtro gravitacional para o tratamento de uma suspensão aquosa de
rejeito industrial de pequena fábrica da Baixada Fluminense. O filtro tem 1m de altura.
Vf dP
P= , = 0.
t f + td dt f
140
Resposta:
141
Resposta:
1 µ < α > Pρ F C
= + Rm ,
2 P A∆p 2 AN
( )
onde P é a produção de filtrado L3 / θ , N o número de rotações por unidade de tempo e C a
concentração média da suspensão no interior da carcaça do filtro.
12. Calcular o diâmetro e a altura do sedimentador Dorr-Oliver para operar com 30 m3/h de
suspensão aquosa de cal. Dados: concentração de sólido na alimentação 0,08 g/cm3 de
suspensão, concentração de sólido no lodo 0,25 g/cm3 de suspensão, densidade da cal
2,2 g/cm3 e temperatura 25ºC.
Distância da interface
clarificada ao fundo da 40 32,8 25,5 18,8 14,2 11,2 9,6 6,6 5,2 4,0
proveta, z (cm)
Tempo de
sedimentação, 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
θ (min)
142
Cálculo da capacidade (método de Kynch) e da altura do sedimentador (Damasceno e
Massarani, 1993):
Ensaio de proveta
z0
ponto crítico
z0
ca z0
z(t) cl
t >0 tmin t
tr
Capacidade de projeto
F z
= 0 .
A proj. tmin
4 Fca t r ρS − ρF
Hc = .
3 AρS ρ − ρF
l
Nomenclatura
143
z - Distância entre a interface inferior da região clarificada e a base da proveta ( L ) .
ρ - Densidade da fase ( M / L3 ) .
Índices:
a - Alimentação do sedimentador;
F - Líquido;
l - Lodo que deixa o sedimentador;
S - Sólido.
Resposta:
Resposta:
z(cm) 35 32,2 27,4 20,6 16,2 11,2 8,5 6,4 5,0 4,2
θ(min) 0 3 7 13 18 25 30 35 40 45.
144
O procedimento para o cálculo da área de sedimentação do sistema lamelado é o mesmo do
sedimentador Dorr-Oliver, devendo-se considerar a soma das áreas projetadas das lamelas
ativas na horizontal.
Resposta:
Bibliografia
Shirato, M., Sambuichi, M. e Murase, T., “Hydraulic Pressure Distribution in Filter Cakes
Under Constant Pressure Filtration”, Memoir of the Faculty of Engineering, Nagoya
University, vol. 16, nº 1 e 2, 68-79 (1964).
Silva Telles, A., Cohen, B.M., Massarani, G. e Leite, M.S., “Filtração a Pressão Constante”,
Anais do I ENEMP, Rio de Janeiro, 7 p. (1973).
Tiller, F.M. e Chen, W., “Limiting Operating Conditions for Continuous Thickners”, Chem.
Engng. Sci., vol. 43, nº 7, 1695-1704 (1988).
145
Índice Onomástico
Allen, T. 11
Almeida, O.P. 18, 29 Ergun, S. 71
Almendra, E.R. 21, 23 Fernandes, R.C. 62, 65
Ávila, d’, J.S. 102 Ferrandon, J. 65
Aziz, K. 20, 24 Ferreira, M.C. 107
Barnea, E. 21 França, S.C.A. 128, 130
Barrientos, A. 13, 45 Francis, A.W. 18
Bear, J. 65, 75 Freire, J.T. 76, 107
Berker, R. 7, 26, 69 Gauvin, W.H. 28
Bird, R.B. 11, 41, 43 Gidaspow, D. 98, 105
Bloor, M.I.G. 45 Govier, G.W. 20, 24
Bolger, J.C. 32 Grace, J.R. 26
Brauer, H. 38 Green, D.W. 44, 74
Caswell, B. 28 Grodzinski, P. 34
Chen, W. 129 Gubulin, J.C. 101
Christiansen, A. 13 Hackenberg, C.M. 26
Christiansen, E.B. 12 Haider, A. 13
Churchill, S.W. 13 Inghan, D.B. 45
Clark, N.N. 28 Kelly, P.D. 62
Clift, R. 26 Krauss, M.N. 106
Coelho, G.L.V. 109 Lapple, C.E. 14
Coelho, R.M.L. 14 Larerack, S.D. 45
Cohen, B.M. 124 Laruccia, M.B. 29
Concha, F. 13, 21, 45 Leite, M.S. 124
Coulson, J.M. 72, 85 Leith, D. 45
Crochet, M.J. 62 Levenspiel, O. 13
Damasceno, J.J.R. 93, 120, 128, 143 Licht, W. 45
Darcy, H. 64 Lightfoot, E.N. 11, 41, 43
Löffler, F. 45
146
Marchildon, E.K. 28 Silva Telles, A. 28, 62, 64, 65, 88, 108,
Massarani, G. 14, 21, 22, 28, 46, 64, 65, 118, 124
66, 70, 71, 73, 88, 97, 98, Smith, G.F. 65
100, 101, 102, 108, 109, Sobreiro, L.E.L. 110
118, 124, 127, 128, 143 Stewart, W.E. 11, 41, 43
Michaels, A.S. 32 Stokes, C.R. 6
Mizrahi, J. 21 Svarovski, L. 45, 55
Mothes, H. 45 Tiller, F.M. 123, 129
Müller, I. 62 Tobinaga, S. 76, 77
Munroe, B. 18 Truesdell, C. 62
Murase, T. 124 Turton, R. 28
Naghdi, P.M. 62 Wasp, E.J. 106
Norton Chem. Proces. Products 78 Weber, M.E. 26
Pereira, C.M.S. 46 Zaki, W.N. 20, 25
Perry, R.H. 44, 74
Pettyjohn, E.S. 12
Politis, T. 21
Polubarinova-Kochina, P.Ya. 66
Renganathan, K. 28
Restini, C.V. 102, 107
Richardson, J.F. 20, 25, 72, 85
Samarco 108
Sambuichi, M. 124
Santana, C.C. 22, 70, 102, 105, 107, 109
Scheidegger, A.E. 65, 77
Schwarz, W.H. 28
Shepherd, C.B. 14
Shirato, M. 124
Silva, E.M.V. 107
147