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Ficha 2 - 9 Classe

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Conceito de Máquina Simples

A palavra máquina desperta a imediata lembrança de um mecanismo complicado pois nos leva
a pensar em algo como: a locomotiva de uma estrada de ferro, um motor de automóvel, a
máquina de costura, de escrever, de lavar roupa etc. Toda máquina, porém, por mais complexa
que nos pareça, não passa de combinações inteligentes de umas poucas peças isoladas, as
quais são denominadas por máquinas simples. Estas podem ser: a alavanca, roldana e o
plano inclinado.

Toda máquina simples é um dispositivo, capaz de alterar uma força (seja em intensidade e/ou
direção e/ou sentido) com o intuito de ajudar o homem a cumprir uma determinada tarefa com
um mínimo de esforço muscular.

Alavanca

São simples peças rígidas, tais como, barras, hastes, travessões (retos ou curvos), capazes
de girar ao redor de um ponto ou eixo, denominado fulcro ou ponto de apoio. Tesouras,
hastes de guarda-chuva, alicates, balanças, articulações das 'velhas' máquinas de escrever,
remos, gangorras e tantos outros dispositivos funcionam baseados no princípio das alavancas.
Em uma das extremidades da alavanca o operador aplica seu esforço (F) e ela transfere para
a outra extremidade (ou região) uma força (R) para a 'carga' aí colocada.

Nas alavancas distinguimos:


a) braço de potência (ou de esforço) - bp - que é a distância (OA) do fulcro (O) até o ponto
(A) onde se aplica a força do operador (F). Estamos, conforme se ilustra abaixo, admitindo
que as forças que agem na barra são perpendiculares a ela.
b) braço de resistência (ou de carga) - br - que é a distância (OB) do fulcro (O) até o ponto
(B) onde se coloca a carga.

Classificação das alavancas

Dependendo das posições relativas das posições ocupadas pela potência (F), fulcro (O) e
resistência (R), as alavancas classificam-se em:
Alavancas do primeiro gênero ou interfixas - onde o fulcro localiza-se entre a força
aplicada (potência) e a força transmitida (resistência).
Alavancas do segundo gênero ou inter-resistentes - onde a força transmitida
(resistência) localiza-se entre o fulcro e a força aplicada (potência).
Alavancas do terceiro gênero ou interpotentes - onde a força aplicada (potência)
localiza-se entre o fulcro e a força transmitida (resistência).

Planos Inclinados

São superfícies planas, rígidas, inclinadas em relação à horizontal, que servem para
multiplicar forças, constituindo, portanto, máquinas simples.
Tábuas que se apóiam no solo por uma de suas extremidades e num caminhão pela outra,
sobre a qual operários empurram 'cargas', são exemplos de planos inclinados. Rampas de
acesso a morros ou construções elevadas são também, planos inclinados. Eles comparecem,
como veremos adiante, em facas, cunhas, talhadeiras, machados, parafusos, porcas, roscas-
sem-fim, prensas, escadas rolantes etc.

O operador deve aplicar sobre a carga (Q = resistência) uma força de intensidade Fa = P


(potência) paralela à inclinação do plano, de modo a transporta-la do plano horizontal inferior
ao plano horizontal superior, isto é, elevar a carga de uma altura H. A condição de equilíbrio
num plano inclinado é dada pela relação: Fp * c = Fr * h

Roldana

É uma maquina simples, composta de um disco que gira em torno de um eixo que passa por
seu centro. Na periferia desse disco existe um sulco, denominado gola, no qual passa uma
corda contornando-o parcialmente.
As roldanas classificam-se em fixas e móveis. Nas fixas os mancais de seus eixos
permanecem em repouso em relação ao suporte onde foram fixados. Nas móveis tais
mancais se movimentam juntamente com a carga que está sendo deslocada pela máquina.

Eis algumas ilustrações:

Equilíbrio das roldanas

I) Para qualquer efeito de cálculo a roldana fixa comporta-se como alavanca interfixa de
braços iguais (VM = 1) e a roldana móvel comporta-se como alavanca inter-resistente cujo
braço da potência é o dobro do braço da resistência (VM = 2*). É por isso que muitos autores
não incluem as roldanas como máquina simples fundamental e sim como simples aplicações
das alavancas.

II) Como na roldana fixa tem-se VM = 1, disso decorre F = R e dp = dr.


III) Na roldana móvel com corda de ramos paralelos tem-se VM = 2, disso decorre F = R/2 e
dp = 2.dr

Associações de roldanas

I) A roldana móvel raramente é utilizada sozinha dado o inconveniente de ter que 'puxar' o
ramo de corda da potência 'para cima'. Normalmente vem combinada com uma roldana fixa,
conforme ilustramos abaixo. Para tal montagem tem-se F = R/2; VM = 2 e dp = 2.dr. Assim,
para que a carga suba de "1 m" o operador deve puxar seu ramo de corda para baixo, de "2
m".

Hidrostática

Hidrostática é o ramo da Física que estuda a força exercida por e sobre líquidos em repouso.
Este nome faz referência ao primeiro fluido estudado, a água, assim por razões históricas se
mantém este nome.

Fluido é uma substância que pode escoar facilmente, não tem forma própria e tem a
capacidade de mudar de forma ao ser submetido à ação e pequenas forças. A palavra fluido
pode designar tanto líquidos quanto gases. Ao estudar hidrostática é de suma importância falar
de densidade, pressão, Princípio de Pascal, empuxo e o Princípio Fundamental da
Hidrostática.
Pressão

Consideremos uma força aplicada perpendicularmente a uma superfície com área A.


Definimos a pressão (p) aplicada pela força sobre a área pela seguinte relação:

No SI , a unidade de pressão é o pascal (Pa) que corresponde a N/m2 . A seguir apresenta


outras unidades de pressão e suas relações com a unidade do SI :

1 dyn/cm2 (bária) = 0,1 Pa


1 kgf/cm2 = 1 Pa
1 atm = 1,1013x105 Pa

O conceito de pressão nos permite entender muitos dos fenômenos físicos que nos rodeiam.
Por exemplo, para cortar um pedaço de pão, utilizamos o lado afiado da faca (menor área),
pois, para uma mesma força, quanto menor a área, maior a pressão produzida.

Exercícios

1. Aplica-se uma força de intensidade 10 N perpendicularmente sobre uma superfície quadrada


de área 0,5 m2. Qual devera ser a pressão exercida sobre a superfície?

(A) 5 N.m2
(B) 5 N/m2
(C) 20 N/m2
(D) 10 N/m2
(E) n.d.a.

2.Um tijolo de peso 32 N tem dimensões 16cm x 8,0 cm x 4,0cm. Quando apoiado em sua face
de menor área, a pressão que ele exerce na superfície de 16 cm apoio é, em N/cm2 :

(A) 4,0
(B) 2,5
(C) 2,0
(D) 1,0
(E) 0,503.

3. Uma caixa de 500 N tem faces retangulares e suas arestas medem 1,0 m, 2,0 m e 3,0 m.
Qual a pressão que a caixa exerce quando apoiada com sua face menor sobre uma superfície
horizontal?
(A) 100 N/m2 .
(B) 125 N/m2 .
(C) 167 N/m2 .
(D) 250 N/m2 .
(E) 500 N/m2 .

4. O salto de um sapato masculino em área de 64 cm2. Supondo-se que a pessoa que o calce
tenha peso igual a 512 N e que esse peso esteja distribuído apenas no salto, então a pressão
média exercida no piso vale:

(A) 120 kN/m2


(B) 80 kN/m2
(C) 60 kN/m2
(D) 40 kN/m2
(E) 20 kN/m2

5. Uma pessoa com peso de 600 N e que calça um par de sapatos que cobrem uma área de
0,05 m2 não consegue atravessar uma região nevada sem se afundar, porque essa região não
suporta uma pressão superior a 10.000 N/m2. Responda:a) Qual a pressão exercida por essa
pessoa sobre a neve?b) Qual deve ser a área mínima de cada pé de um esqui que essa
pessoa deveria usar para não afundar?

6. A caixa da figura abaixo tem peso 400 N e dimensões a = 10 cm, b = 20 cm e c = 5 cm e


apoia-se em uma superfície plana horizontal. Qual a pressão, em N/cm2 , que a caixa exerce no
apoio, através se sua base, em cada uma das situações propostas ?

I)

II)
III)

Densidade

A massa específica (m ) de uma substância é a razão entre a massa (m) de uma quantidade da
substância e o volume (V) correspondente:

Uma unidade muito usual para a massa específica é o g/cm3 , mas no SI a unidade é o kg/m3 .
A relação entre elas é a seguinte:

Exercícios

1. Determine a massa de um bloco de chumbo que tem arestas de 10 cm, sendo a densidade
do chumbo igual a 11.2 g/cm3.

2. A caixa mostrada na figura é oca e suas paredes apresentam 2 cm de espessura.

Sabendo-se que ela possui 2,0 kg de massa, determine:

a) densidade da caixa;

b) a massa específica da substância usada na confecção da caixa.


3. Uma esfera oca, de 1.200 g de massa, possui raio externo de 10 cm e raio interno de 9,0 cm.

Sabendo que o volume de uma esfera é dado por , determine:

a densidade da esfera

Pressão de uma Coluna Líquida

A pressão no fundo do recipiente, é dada pela relação: P = d.g.h.

"A diferença entre as pressões em dois pontos considerados no seio de um líquido em


equilíbrio (pressão no ponto mais profundo e a pressão no ponto menos profundo) vale
o produto da massa especifica do líquido pelo módulo da aceleração da gravidade do
local onde é feita a observação, pela diferença entre as profundidades consideradas."

Simbolicamente:

Podemos concluir que :

• A pressão aumenta com a profundidade. Para pontos situados na superfície


livre, a pressão correspondente é igual à exercida pelo gás ou ar sobre ela. Se
a superfície livre estiver ao ar atmosférico, a pressão correspondente será a
pressão atmosférica, patm .
• Pontos situados em um mesmo líquido e em uma mesma horizontal ficam
submetidos à mesma pressão.

Exercícios

1. Um tambor lacrado é mantido sob a superfície do mar, conforme a figura. Pode-se


afirmar que a pressão da água na superfície externa é:

(A) maior na base superior.

(B) maior na base inferior.

(C) maior na superfície lateral.

(D) a mesma nas bases inferiores e superior.

(E) a mesma em qualquer parte do cilíndro.

2. A pressão hidrostática é a força por unidade de área exercida por um líquido. No


fundo de um recipiente contendo líquido, essa pressão depende:

(A) do formato do recipiente.

(B) somente da área do fundo do recipiente.

(C) da altura da coluna e do peso específico do líquido.

(D) da área do fundo e da altura da coluna líquida.

(E) somente da densidade do líquido.


HIDROSTÁTICA: Vasos Comunicantes

Quando dois líquidos que não se misturam (imiscíveis) são colocados num mesmo recipiente,
eles se dispõem de modo que o líquido de maior densidade ocupe a parte de baixo e o de
menor densidade a parte de cima (Figura 1) . A superfície de separação entre eles é horizontal.

Por exemplo, se o óleo e a água forem colocados com cuidado num recxipente, o óleo fica na
parte superior porque é menos denso que a água, que permanece na parte inferior.

Caso os líquidos imiscíveis sejam colocados num sistema constituídos por vasos
comunicantes, como um tubo em U (Figura 2), eles se dispõem de modo que as alturas das
colunas líquidas, medidas a partir da superfície de separação, sejam proporcionais às
respectivas densidades.

Na Figura 2, sendo d1 a densidade do líquido menos denso, d2 a densidade do líquido mais


denso, h1 e h2 as respectivas alturas das colunas, obtemos:

d1h1 = d2h2
Prensa Hidráulica

Pascal, físico e matemático francês, descobriu que, se aplicarmos uma pressão em um ponto
qualquer de um líquido em equilíbrio, essa pressão se transmite a todos os demais pontos do
líquido, bem como às paredes do recipiente.
Essa propriedade dos líquidos, expressa pela lei de Pascal, é utilizada em diversos
dispositivos, tanto para amplificar forças como para transmiti-las de um ponto a outro. Um
exemplo disso é a prensa hidráulica e os freios hidráulicos dos automóveis.
Os elevadores para veículos automotores, utilizados em postos de serviço e oficinas, por
exemplo, baseiam-se nos princípios da prensa hidráulica. Ela é constituída de dois cilindros
de seções diferentes. Em cada um, desliza um pistão. Um tubo comunica ambos os cilindros
desde a base. A prensa hidráulica permite equilibrar uma força muito grande a partir da
aplicação de uma força pequena. Isso é possível porque as pressões sobre as duas superfícies
são iguais (Pressão = Força / Área). Assim, a grande força resistente (F2) que age na superfície
maior é equilibrada por uma pequena força motora (F1) aplicada sobre a superfície menor.

Mas na prensa hidráulica ocorre o seguinte:

Comparando-se com a expressão anterior, obtemos:

HIDROSTÁTICA: Princípio de Arquimedes (EMPUXO)

Contam os livros, que o sábio grego Arquimedes (282-212 AC) descobriu, enquanto tomava
banho, que um corpo imerso na água se torna mais leve devido a uma força, exercida pelo
líquido sobre o corpo, vertical e para cima, que alivia o peso do corpo. Essa força, do líquido
sobre o corpo, é denominada empuxo ( ).

Portanto, num corpo que se encontra imerso em um líquido, agem duas forças: a força peso (
) , devida à interação com o campo gravitacional terrestre, e a força de empuxo ( ) , devida à
sua interação com o líquido.
Quando um corpo está totalmente imerso em um líquido, podemos ter as seguintes condições:

* se ele permanece parado no ponto onde foi colocado, a intensidade da força de empuxo é
igual à intensidade da força peso (E = P);

* se ele afundar, a intensidade da força de empuxo é menor do que a intensidade da força peso
(E < P); e

* se ele for levado para a superfície, a intensidade da força de empuxo é maior do que a
intensidade da força peso (E > P) .

Para saber qual das três situações irá ocorrer, devemos enunciar o princípio de Arquimedes:

“Todo corpo mergulhado num fluido (líquido ou gás) sofre, por parte do fluido, uma
força vertical para cima, cuja intensidade é igual ao peso do fluido deslocado pelo
corpo”.

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