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Sinalizacao de Rotundas

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DISPOSIÇÕES NORMATIVAS

SINALIZAÇÃO
de ROTUNDAS

DOCUMENTO BASE

Trabalho realizado para o InIR pelo Eng. Carlos de Almeida Roque


da empresa ACLIVE – projectos de engenharia civil, lda
ÍNDICE

1. Introdução ............................................................................................................................. 1
2. Marcação Rodoviária ............................................................................................................ 2
2.1. Introdução....................................................................................................................... 2
2.2. Marcas longitudinais ....................................................................................................... 4
2.3 Marcas transversais ......................................................................................................... 6
2.4. Marcas reguladoras do estacionamento e paragem ....................................................... 7
2.5. Marcas orientadoras de sentidos de trânsito ................................................................... 8
2.6. Marcas diversas e guias ............................................................................................... 11
2.7. Dispositivos retrorreflectores complementares.............................................................. 13
3. Sinalização vertical.............................................................................................................. 15
3.1. Introdução..................................................................................................................... 15
3.2. Características dimensionais ........................................................................................ 15
3.3. Critérios cromáticos ...................................................................................................... 24
3.4. Critérios de colocação .................................................................................................. 26
3.4.1. Colocação transversal ............................................................................................ 26
3.4.2. Colocação vertical .................................................................................................. 27
3.4.3. Colocação longitudinal ........................................................................................... 30
3.5. Sistema Informativo em rotundas ................................................................................. 35
3.5.1. Sistema Informativo Base....................................................................................... 36
3.5.2. Sistema Informativo na Rede Secundária de Arruamentos .................................... 37
4. Critérios de utilização da sinalização ................................................................................... 38
Referências ............................................................................................................................. 40

i
Índice de Figuras
Figura 2. 1 – Terminologia adoptada ......................................................................................... 3
Figura 2. 2 - Marcação a montante de uma ilha separadora em estrada ................................... 4
Figura 2. 3 - Marcação de uma via adicional na entrada de uma rotunda.................................. 5
Figura 2. 4 - Características geométricas do símbolo triangular ................................................ 6
Figura 2. 5 - Localização de passagens de peões em rotunda urbana ...................................... 6
Figura 2. 6 - Exemplo de utilização de setas de selecção nas entradas de uma rotunda com
vias segregadas para viragem à direita ..................................................................................... 9
Figura 2. 7 - Setas de selecção em rotunda com via segregada para viragem à direita ............ 9
Figura 2. 8 - Utilização incorrecta de setas de selecção na entrada de uma rotunda urbana .. 10
Figura 2. 9 - Setas de mini-rotunda – exemplo de dimensionamento ...................................... 10
Figura 2. 10 - Raias oblíquas - exemplo de aplicação em rotunda urbana .............................. 11
Figura 2. 11 - Bandas cromáticas – exemplo de aplicação em estrada urbana ....................... 12
Figura 2. 12 - Marcadores – aplicação em zona raiada de aproximação a rotundas ............... 14
Figura 3. 1 - Sinais de rotunda ................................................................................................ 15
Figura 3. 2 - Sinais “de código” ............................................................................................... 16
Figura 3. 3 - Pré-avisos gráficos e sinal de selecção lateral – dimensionamento .................... 18
Figura 3. 4 - Dimensionamento de setas de direcção .............................................................. 19
Figura 3. 5 - Dimensionamento de sinais de indicação de âmbito urbano ............................... 19
Figura 3. 6 - Dimensionamento de sinais de confirmação ....................................................... 19
Figura 3. 7 - Exemplos de pré-avisos gráficos - rotundas de nível........................................... 20
Figura 3. 8 - Exemplos de concepção incorrecta de pré-avisos gráficos de rotundas .............. 20
Figura 3. 9 - Exemplos de pré-avisos gráficos de rotundas de nível ........................................ 21
Figura 3. 10 - Pré-sinalização de rotundas desniveladas ........................................................ 21
Figura 3. 11 - Exemplos de pré-avisos gráficos de rotundas desniveladas.............................. 22
Figura 3. 12 - Rotunda desnivelada - exemplo ........................................................................ 22
Figura 3. 13 - Rotunda desnivelada - solução a evitar ............................................................. 22
Figura 3. 14 - Dimensionamento do pré-aviso gráfico com inversão de marcha ...................... 23
Figura 3. 15 - Rotundas desniveladas - exemplos ................................................................... 23
Figura 3. 16 - Rotunda de 5 ramos representada como tendo 6 ramos ................................... 24
Figura 3. 17 - Sinais de selecção de vias e de direcção, colocados numa divergência ........... 25
Figura 3. 18- Sinais de indicação de âmbito urbano ................................................................ 25
Figura 3. 19 - Exemplos de conjugação de “sinais de código” num mesmo suporte ................ 28
Figura 3. 20 - Colocação transversal, vertical e orientação dos sinais verticais ....................... 29
Figura 3. 21 - Sinais de cedência de passagem utilizados na sinalização de rotundas ........... 30
Figura 3. 22 - Sinal B7 com painel adicional Modelo 1a (50 m) ............................................... 30
Figura 3. 23 - Sinalização de contramão num ramo de ligação bidireccional de um nó ........... 31
Figura 3. 24 - Sinais de rotunda .............................................................................................. 32
Figura 3. 25 - Sinal D4 mal e bem colocado ............................................................................ 32
Figura 3. 26 - Sinalização vertical de rotundas – exemplos em estrada .................................. 33
Figura 3. 27 - Sinalização vertical de rotundas – exemplo em arruamento .............................. 34
Figura 3. 28 - Baias direccionais para balizamento de pontos de divergência ......................... 35
Figura 3. 29 - Colocação de sinais direccionais em rotundas .................................................. 35
Figura 3. 30 - Sistema informativo base .................................................................................. 36
Figura 3. 31 - Rotunda com via segregada para viragem à direita .......................................... 37
Figura 3. 32 - Sistema informativo na rede secundária de arruamentos .................................. 38

ii
Índice de Quadros
Quadro 2. 1 - Critérios de utilização das marcas longitudinais .................................................. 5
Quadro 2. 2 - Critérios de utilização das marcas transversais ................................................... 7
Quadro 2. 3 - Critérios de utilização das marcas reguladoras do estacionamento e paragem ... 8
Quadro 2. 4 - Critérios de utilização das marcas orientadoras de sentidos de trânsito ............ 11
Quadro 2. 5 - Critérios de utilização das marcas diversas e guias........................................... 13
Quadro 2. 6 - Critérios de utilização dos marcadores em rotundas em estradas ..................... 14
Quadro 3. 1 - Alturas de letra em função da velocidade, da colocação vertical do sinal e do
número de inscrições .............................................................................................................. 17
Quadro 3. 2 - Identificação Cromática das Estradas ............................................................... 24
Quadro 3. 3 - Distâncias de colocação dos sinais de perigo.................................................... 31
Quadro 3. 4 - Sistema informativo base .................................................................................. 36
Quadro 3. 5 - Colocação longitudinal dos sinais do sistema informativo ................................. 37
Quadro 3. 6 - Sistema informativo na rede secundária de arruamentos .................................. 38
Quadro 4. 1 - Critérios de utilização da sinalização em rotundas ............................................ 39

iii
iv
Sinalização de Rotundas

1. Introdução

O Código da Estrada [1] define Rotunda como “praça formada por cruzamento ou entronca-
mento onde o trânsito se processa em sentido giratório e sinalizada como tal”.

As rotundas são intersecções mais seguras do que os cruzamentos e os entroncamentos,


desde que bem concebidas e sinalizadas, pois promovem a redução e a homogeneização
das velocidades.

Quando da construção de uma rotunda no local de uma intersecção existente, situação cor-
rente no nosso País, deve sempre promover-se a sua iluminação antecipada, de modo a
permitir a clara percepção das alterações em curso durante a fase de trabalhos. Devem, de
igual modo, ser respeitadas as regras de sinalização temporária, nomeadamente os esque-
mas do Manual de Sinalização Temporária da JAE, no qual o caso das rotundas foi espe-
cialmente considerado.

A sinalização de uma rotunda inclui a aplicação de sinalização vertical, de marcação rodoviá-


ria e ainda de equipamento de guiamento e balizagem que, de acordo com o Regulamento
de Sinalização do Trânsito (RST) [2], se inclui nos dois itens anteriores. A sua sinalização
merece atenção especial, na medida em que existe um conjunto de regras básicas de sinali-
zação que devem ser seguidas para que uma rotunda possa ser apercebida e considerada
como tal.

As rotundas só o são, no sentido legal, desde que sinalizadas como tal, o que implica a exis-
tência do sinal de aproximação de rotunda, colocado preferencialmente a uma distância
entre 150 e 300 m, e do sinal de rotunda colocado na sua entrada. A ilha central deve, em
princípio, ser sinalizada com baias direccionais múltiplas associadas a sinais de sentido obri-
gatório em frente a cada entrada. Devem ser sinalizadas, em regra, com pré-avisos gráficos.

Na circulação em rotundas deve ser adoptado o seguinte comportamento, de acordo com o


Código da Estrada (CE)1:
1. O condutor que pretende tomar a primeira saída da rotunda deve ocupar, dentro da
rotunda, a via de trânsito da direita, sinalizando antecipadamente quando pretender
sair.
2. Se pretende tomar qualquer das outras saídas, deve:
ocupar, dentro da rotunda, a via de trânsito mais adequada em função da
saída que vai utilizar;
aproximar-se progressivamente da via da direita;

1
Circulação em rotundas. Novo esclarecimento tipo. DGV, 2005.

1
fazer sinal para a direita depois de passar a saída imediatamente anterior à
que pretende utilizar;
mudar para a via de trânsito da direita antes da saída, sinalizando antecipa-
damente quando for sair.

Considera-se, nesta DT, a rede viária urbana dividida em rede primária e rede secundária, ou
rede secundária de arruamentos.

Na rede primária incluem-se:


• as estradas urbanas, vias colectoras/arteriais ou vias urbanas de nível 1;
• os arruamentos principais, vias distribuidoras principais ou vias urbanas de nível 2.

Na rede secundária de arruamentos (vias locais), incluem-se:


• as vias distribuidoras locais, ou vias urbanas de nível 3;
• as vias de acesso local, ou vias urbanas de nível 4.

Às estradas urbanas (vias de nível 1), corresponde um regime de circulação semelhante ao


das vias fora das localidades, podendo existir restrições quanto à velocidade máxima permi-
tida, enquanto aos arruamentos urbanos (vias de nível 2 a 4) corresponde o regime de circu-
lação “dentro das localidades”2.

2. Marcação Rodoviária

2.1. Introdução
As marcas rodoviárias destinam-se a regular a circulação e a advertir e orientar os utentes
das vias públicas, podendo ser completadas com outros meios de sinalização.

As marcas rodoviárias são utilizadas, quando a autoridade competente o considerar neces-


sário, para regular o trânsito ou para avisar ou guiar os utentes da via pública3. Podem ser
utilizadas isoladamente ou em conjugação com outros meios de sinalização que reforcem ou
clarifiquem o seu significado [3].

As marcas rodoviárias têm como objectivo definir inequivocamente as zonas do pavimento


destinadas aos diferentes sentidos de trânsito, ou à circulação de determinados tipos de veí-
culos, bem assim como indicar, em determinados casos, os comportamentos que os utentes
devem seguir [3].

As marcas rodoviárias são aplicadas em rotundas nas vias de aproximação (ramos), nas
entradas e saídas, e no anel de circulação – ver Figura 2. 1. Podem ser utilizadas para cana-
lizar o tráfego e, onde necessário, para seleccionar por via os utentes.

2
Ver a DT Princípios da sinalização do trânsito e regimes de circulação
3
Via pública será referida geralmente como via daqui para a frente, enquanto via de trânsito (segundo
a terminologia do RST) será sempre designada como tal.

2
Saída Anel de circulação

Entrada Ramo

Figura 2. 1 – Terminologia adoptada

A utilização de marcação rodoviária pode mostrar-se operacionalmente benéfica pela melho-


ria da utilização da largura disponível tanto nas entradas e saídas como no anel de circula-
ção de rotundas. Pode ainda melhorar a segurança rodoviária relativamente a três tipos de
acidentes em rotundas:
- colisões laterais no anel de circulação;
- colisões com a ilha central;
- colisões entre veículos entrando e circulando no anel [4].

As marcas utilizadas são principalmente as linhas delimitadoras de vias de trânsito e as


linhas de cedência de passagem, bem como as raias oblíquas delimitadas por linhas contí-
nuas, as guias e, por vezes, as bandas cromáticas.

A utilização de marcas orientadoras de sentidos de trânsito (setas de selecção) deve ser


decidida com extremo cuidado e unicamente em situações de selecção por via, em rotundas
com mais do que duas vias de trânsito na entrada e no anel, ou em rotundas com vias
segregadas para viragem à direita.

Dada a cada vez maior utilização de mini-rotundas em zonas urbanas, faz-se uma referência
às setas de selecção de mini-rotunda, de utilização corrente em vários países, nomeadamen-
te no Reino Unido e em França, mas sem cobertura no actual RST.

Como cada rotunda é distinta nas suas características geométricas e operacionais, não exis-
te uma marcação tipo aplicável em todos os casos, embora haja regras gerais que podem
ser enunciadas.

A correcta utilização das marcas rodoviárias em rotundas passa pelo conhecimento da sua
hierarquia, características e regras de utilização e colocação, pelo que é fundamental o
conhecimento do conteúdo da DT Características dimensionais e critérios de utilização e
colocação das Marcas Rodoviárias (DTMR), do InIR [5].

O princípio da homogeneidade da sinalização exige que em condições idênticas o condutor


encontre sinais com o mesmo valor e dimensão, colocados segundo as mesmas regras.
Assim, em termos gerais, a definição das características geométricas da sinalização do trân-

3
sito deve resultar fundamentalmente da velocidade permitida, ou seja, do regime de circula-
ção prevalecente, contribuindo para a clarificação do ambiente rodoviário4.

O regime de circulação de uma via5, a que está associada uma velocidade máxima permitida
para os veículos ligeiros de passageiros, determina as características geométricas da gene-
ralidade das marcas rodoviárias – ver a DTMR [5].

2.2. Marcas longitudinais


As linhas longitudinais são utilizadas em rotundas como linhas axiais nos ramos e como
linhas delimitadoras de vias de circulação, tanto nos ramos, com duas ou mais vias de trânsi-
to por sentido, como nas entradas e saídas e no anel de circulação.

A montante da entrada antes da ilha separadora, em estradas de faixa de rodagem única,


utiliza-se na linha axial a sequência linha descontínua, linha descontínua de aviso e linha
contínua, sendo o comprimento da linha de aviso função da V85 – ver a Figura 2. 2 e a
DTMR. À linha de aviso é sempre associado, com excepção dos arruamentos urbanos, um
conjunto de setas de desvio tipo 2, conforme descrito na DTMR.

Na rede secundária de arruamentos poder-se-á utilizar valores de linha de aviso (L) inferiores
a 42 m, mais compatíveis com as eventuais extensões disponíveis para a marcação, preser-
vando, contudo, o critério de homogeneidade nesta rede [5].

O comprimento da linha contínua, a montante da ilha separadora e respectiva zona morta, é,


se não existirem outros condicionamentos, nomeadamente de visibilidade, igual à distância
percorrida durante um segundo à velocidade considerada – Figura 2. 2.

V 40 km/h - 60 km/h B 20
V 60 km/h B 50 1
B

L D de preferência 25 m
comprimento da linha de aviso
D = distância percorrida em 1 s
Figura 2. 2 - Marcação a montante de uma ilha separadora em estrada

Quando existe mais de uma via de trânsito na entrada, utiliza-se, de igual modo, nas
linhas delimitadoras de vias de trânsito a sequência: linha descontínua, linha descontínua de
aviso, obviamente sem setas de desvio, e linha contínua com comprimento adequado à
situação prevalecente, nomeadamente em função da existência de passagens para peões ou
para ciclistas.

Quando é introduzida uma via de trânsito adicional (preferencialmente à direita) na entra-


da de uma rotunda (leque), a marcação da linha delimitadora, realizada com linha descontí-
nua de aviso, deve começar quando a via tem a largura mínima (d mín) de 2,0 m ou de

4
Ver a DT Princípios da sinalização do trânsito e regimes de circulação.
5
Conjunto de regras de circulação, fixadas no CE, que devem ser respeitadas pelos utentes dessa
via, e que resulta exclusivamente da sinalização vertical aplicada.

4
2,5 m, conforme se trata de arruamento ou de estrada, respectivamente, mantendo a via
preexistente (à esquerda) a sua largura total – ver Figura 2. 3.

d mín
Figura 2. 3 - Marcação de uma via adicional na entrada de uma rotunda

No anel de circulação as marcas longitudinais concêntricas, sempre descontínuas6, definem


as vias de trânsito consideradas. Estas linhas são, em regra, circunferências completas mar-
cadas com linha LBT (0,10 ou 0,12) 2/5 ou 3/4, conforme se trata de estrada ou arruamento,
respectivamente. No caso de rotunda em estradas (urbanas ou interurbanas) a largura da
linha deve ser definida com base na velocidade do ramo de escalão de velocidade mais ele-
vado [5].

A marcação de linhas delimitadoras de vias de trânsito no anel de circulação corresponde à


garantia de circulação de um veículo pesado nas vias definidas, pelo que essa possibilidade
deve ser devidamente verificada [4].

No Quadro 2. 1 resumem-se os critérios de utilização das marcas longitudinais em rotundas.

Quadro 2. 1 - Critérios de utilização das marcas longitudinais

Local
Ramos Entradas e saídas Anel de circulação
Marca
Linha descontínua Linhas axiais e linhas Linhas delimitadoras
delimitadoras de vias de vias de trânsito (2)
de trânsito (2) (3)
Linha descontínua de Linhas axiais (1) e Linhas delimitadoras
aviso linhas delimitadoras de vias de trânsito (2) NUNCA
de vias de trânsito (2)
Linha contínua Linhas axiais e linhas
delimitadoras de vias NUNCA
de trânsito (2)
Nota 1 - Associadas a setas de desvio tipo 2 com excepção dos arruamentos urbanos
Nota 2 - Com duas ou mais vias de trânsito
Nota 3 - LBT com 0.10 ou 0.12 m de largura, em função da velocidade do ramo de escalão de velocidade mais eleva-
do, e 2/5 ou 3/4, conforme se trata de estrada ou arruamento.

6
Não podem ser marcadas linhas contínuas no anel de circulação pois contrariam as regras de circu-
lação enunciadas pela DGV (actual ANSR) definidas em conformidade com o Código da Estrada (CE).

5
2.3 Marcas transversais
Em rotundas, a linha de cedência de passagem, sempre com símbolo triangular (ver a Figura
2. 47 e a Figura 2. 5), é sistematicamente utilizada nas entradas no limite do anel de circula-
ção, como complemento da sinalização vertical de rotunda, definindo o local da eventual
paragem. Não há, contudo, necessidade de delimitar, por marcação, este anel em relação às
saídas, devendo as eventuais linhas delimitadoras das vias de trânsito das saídas iniciar-se
no seu limite.
Z
Velocidade X (m) Y (m) Z (m)
X

90 km/h > V ≥ 60 km/h 1,00 4,00 2,00


(Restantes estradas e ramos de liga-
0.15 ção8)
Y

60 km/h > V ≥ 40 km/h 0,50 2,00 1,00


9
(Restantes estradas e arruamentos
urbanos)

Figura 2. 4 - Características geométricas do símbolo triangular

As eventuais passagens para peões, ou para ciclistas, devem localizar-se de modo a


compatibilizar a sua atractividade para os utentes com o necessário afastamento do anel de
circulação, para minimizar as interferências no normal funcionamento da rotunda [4].

Devem, ainda, estar localizadas de modo a que seja respeitado o critério de visibilidade das
travessias pedonais, ou de ciclistas, nas entradas correspondentes e nas saídas consecuti-
vas [4].

Estas passagens situam-se sempre nos ramos e nunca radialmente ligando à ilha central –
ver Figura 2. 5. Deve ainda procurar-se que a ilha central não seja atractiva para os peões
em zonas urbanas, nomeadamente para as crianças.

Figura 2. 5 - Localização de passagens de peões em rotunda urbana

7
Do quadro desta figura, idêntico ao da DT Características dimensionais e critérios de utilização e colocação das Marcas
Rodoviárias, foi retirada a linha respeitante às auto-estradas e às vias reservadas a automóveis e motociclos, por estas infra-
estruturas não poderem ter intersecções de nível – ver a DT Princípios da sinalização do trânsito e regimes de circulação.
8
Nas “restantes estradas” incluem-se estradas interurbanas e urbanas e os ramos de ligação dos nós em estradas (AE, VR e
Restantes estradas).
9
Nas “restantes estradas” incluem-se estradas interurbanas e urbanas. Neste escalão de velocidades incluem-se as estradas
interurbanas que devido ao seu traçado em planta, nomeadamente à geometria das curvas, não permitem velocidades superi o-
res às indicadas.

6
A largura normal de uma passagem para peões é de 4,0 m, podendo para baixos volumes de
tráfego de peões e, ainda, em caso de restrições físicas inultrapassáveis, essa largura baixar
para valores da ordem de 2,5 m a 3,0 m. A largura mínima de uma passagem de ciclistas é
de 1,8 m [3].

Nas passagens M11 (“zebras”) as barras devem ser paralelas ao eixo da via e descrever o
trajecto mais curto de atravessamento para o peão [6]. As passagens para peões devem ser
preferencialmente antecedidas (a uma distância entre 1,5 e 2,0 m) por linhas de paragem
M8, como medida complementar de protecção aos seus utentes [5].

A paragem de um veículo muito próximo da passagem para peões não só os intimida, como
pode impedir a visibilidade de um condutor em segunda fila. As linhas de paragem, associa-
das às passagens para peões, permitem dar maior segurança a estes utentes, pois podem
promover a imobilização dos veículos a uma distância maior das mesmas, permitindo assim
a um condutor em segunda fila ver atempadamente o peão e travar.

No Quadro 2. 2 resumem-se os critérios de utilização das marcas transversais em rotundas.

Quadro 2. 2 - Critérios de utilização das marcas transversais

Local
Ramos Entradas e saídas Anel de circulação
Marca
Linha de paragem Antecede as passagens para peões e para
ciclistas
Linha de cedência de No limite do anel de
passagem circulação, com

símbolo triangular,
NUNCA
nas entradas
Passagem para Localizadas de modo a compatibilizar a sua
peões e para ciclistas atractividade para os utentes com o neces-
sário afastamento do anel de circulação e a
respeitar o critério de visibilidade respectivo

2.4. Marcas reguladoras do estacionamento e paragem


De acordo com o CE é proibida a paragem e o estacionamento nas rotundas. Esta proibição
de paragem e de estacionamento pode ser acentuada pela aplicação das marcas M12, ou
M12a junto ao limite exterior do anel de circulação (linhas amarelas contínuas – LAC),
nomeadamente em rotundas localizadas em arruamentos urbanos.

As marcas M12 e M12a (LAC) permitem acentuar, ou prolongar, a zona de interdição de


paragem e de estacionamento prevista pelo CE (5 m e 50 m do limite do anel de circulação,
dentro e fora das localidades, respectivamente) à extensão das entradas e saídas das rotun-
das, nomeadamente em zonas urbanas, bem como no caso das passagens para peões ou
para ciclistas (5 m, mínimo).

7
Estas marcas podem anteceder as passagens para peões ou para ciclistas, numa extensão
compatível com a distância de visibilidade de paragem para o tráfego que se dirige para a
passagem [6]. A largura das marcas reguladoras do estacionamento e paragem está definida
na DTMR [5].

Estas marcas valem por si, ou seja independentemente da existência de sinalização vertical,
pelo que a sua aplicação não constitui uma sobrecarga de sinalização e pode prevenir a prá-
tica, infelizmente corrente, de estacionamento nestes casos.

No Quadro 2. 3 resumem-se os critérios de utilização das marcas reguladoras do estaciona-


mento e paragem em rotundas.

Quadro 2. 3 - Critérios de utilização das marcas reguladoras do estacionamento e paragem

Local
Ramos Entradas e saídas Anel de circulação
Linha
Linha contínua junto Permitem ampliar a zona de interdição de No limite exterior do
ao limite da faixa de paragem e estacionamento prevista pelo CE anel de circulação,
rodagem ou sobre o Podem anteceder as passagens para nomeadamente em
bordo do passeio peões e para ciclistas zona urbana
Linha descontínua Pode anteceder as passagens para peões
junto ao limite da fai- e para ciclistas ampliando a zona de inter-
xa de rodagem ou dição de estacionamento –
sobre o bordo do
passeio

2.5. Marcas orientadoras de sentidos de trânsito


A utilização de setas de selecção na entrada de rotundas deve ser decidida com extremo
cuidado, pois pode levar à confusão com um entroncamento ou cruzamento, intersecções
que têm sistematicamente este tipo de marcas rodoviárias, nomeadamente em estradas.

As setas de selecção não devem ser utilizadas no anel de circulação. A descrição do RST
relativamente à utilização destas setas não refere as rotundas, o que constituiu a prática na
elaboração deste regulamento quando não se queria englobar este tipo de intersecção de
nível.

Assim as setas de selecção só devem ser utilizadas nas entradas das rotundas quando o
número de vias de trânsito e de destinos a que permitem aceder exija a prévia selecção dos
utentes por via, para o que esses destinos devem ser identificados por inscrições associadas
às setas aplicadas (ver a DTMR), ou ainda quando exista uma via segregada para viragem à
direita limitando-se as setas de selecção (M15b) a assinalar esse facto.

Ver a Figura 2. 6, retirada de um projecto dos anos 80, em que as vias segregadas são reali-
zadas exclusivamente por marcação – solução actualmente inadequada – e a Figura 2. 7 em
que as setas de selecção são exclusivamente utilizadas na via de trânsito que tem continui-
dade na via segregada para viragem à direita.

8
Figura 2. 6 - Exemplo de utilização de setas de selecção nas entradas de uma rotunda com vias
segregadas para viragem à direita

Figura 2. 7 - Setas de selecção em rotunda com via segregada para viragem à direita

As setas de selecção M15a (simples à esquerda) nunca devem ser utilizadas nas entradas
de rotundas pois, além de poderem confundir os utentes, são contraditórias com a sinaliza-
ção vertical de rotunda, nomeadamente se colocadas em vias de trânsito delimitadas por
linhas contínuas na entrada da rotunda, situação em que transmitem a obrigatoriedade de
virar à esquerda. Por razões semelhantes, as setas de selecção M15c (duplas, frente e
esquerda) também não devem ser utilizadas neste caso – Figura 2. 8.

Assim as únicas setas de selecção utilizáveis nas entradas de rotundas são as M15 (simples
em frente) e as M15b (simples à direita) – ver Quadro 2. 4.

9
Figura 2. 8 - Utilização incorrecta de setas de selecção na entrada de uma rotunda urbana

Uma mini-rotunda é uma rotunda de dimensões muito pequenas, cuja ilha central é total-
mente transponível, nomeadamente pelos veículos pesados de maiores dimensões.
Incluem-se nesta classificação as rotundas em que o diâmetro do círculo inscrito está com-
preendido entre os 14 m e os 28 m e o diâmetro da ilha central entre 3,0 m e 4,0 m.

Neste contexto, são utilizadas, em vários países da UE, setas de selecção apropriadas para
orientar o sentido do trânsito na rotunda, dada a impossibilidade de colocação de sinalização
vertical na ilha central, como é prática comum nas restantes rotundas.

As setas de mini-rotunda, de que se dá um exemplo de aplicação e de dimensionamento


na Figura 2. 9, não fazem parte do RST. A sua ausência pode ter consequências na tarefa
de condução, nomeadamente erros de operação por falta de adequada informação, que
podem levar a erros de condução e a eventuais acidentes. É assim natural que numa próxi-
ma revisão do RST estas setas sejam consideradas.

6.35
0.40
0.30

1.87
R = 2.00
15
0.
R4.00

120°

Figura 2. 9 - Setas de mini-rotunda – exemplo de dimensionamento

No Quadro 2. 4 resumem-se os critérios de utilização das marcas orientadoras de sentidos


de trânsito em rotundas.

10
Quadro 2. 4 - Critérios de utilização das marcas orientadoras de sentidos de trânsito

Local
Ramos Entradas e saídas Anel de circulação
Marca
Setas de selecção Só devem ser utilizadas nas entradas das Setas de selecção
rotundas quando o número de vias e de de mini-rotunda, em
destinos a que permitem aceder exija a mini-rotundas
M15
prévia selecção dos utentes por via (M15)

ou ainda, quando exista uma via segrega-


M15b da para viragem à direita (M15b)

Setas de desvio Associadas a linha


descontínua de avi-
so axial
M16b – –
ou à eliminação de
uma via a montante
M16a da rotunda

2.6. Marcas diversas e guias


As guias são utilizadas em estradas em secção corrente, nos ramos, nas entradas e saídas
bem como nos limites do anel de circulação das rotundas e, ainda, contornando as ilhas
separadoras destas dando, neste último caso, continuidade às linhas contínuas delimitadoras
de raias oblíquas.

Em arruamentos não é necessário que as zonas raiadas envolvam as ilhas direccionais, tal
como nas estradas (ver Figura 2. 3), para cumprirem a função de proteger o tráfego destes
obstáculos, encaminhando os veículos para fora dessas áreas. Basta que preencham essa
função a montante da ilha separadora e ao longo da mesma no anel de circulação, como se
mostra na Figura 2. 10 para uma rotunda situada num arruamento.
0.30
0.30

0.30

Figura 2. 10 - Raias oblíquas - exemplo de aplicação em rotunda urbana

11
Em arruamentos, dotados ou não de passeios sobrelevados, as guias não devem ser utiliza-
das em secção corrente, pois a sua presença estabelece confusão quanto ao ambiente
rodoviário prevalecente (fora das localidades ou dentro das localidades).

Em rotundas situadas em arruamentos urbanos as guias não são em geral utilizadas poden-
do, em função da geometria das entradas e saídas, contornar ou não as ilhas separadoras,
embora com menos frequência dependendo do nível hierárquico da via urbana e da geome-
tria da rotunda. Podem ainda utilizar-se junto à ilha central, nomeadamente nas rotundas de
entrada de povoação.

A dimensão das guias, a utilizar no anel de circulação, deve ser definida com base na veloci-
dade do ramo de escalão de velocidade mais elevado [5].

As bandas cromáticas devem ser utilizadas com parcimónia, para evitar a habituação do
condutor e, como tal, a perda do seu poder indutor de diminuição da velocidade escolhida –
ver a DTMR.

Estas bandas podem ser utilizadas no sentido de aproximação à rotunda em estradas (V85 da
ordem dos 80 km/h a 90 km/h), com a sequência de espaçamentos seguinte, adequada à
situação de cedência de passagem:
6 – 6 – 6 – 7 – 8 – 9 – 10 – 11 – 12 – 13 – 14 (m).
O ponto inicial de colocação das bandas deve estar afastado do local que exige velocidade
mais lenta ou a eventual paragem (limite do anel de circulação ou barra de paragem asso-
ciada a passagem para peões), de cerca de 30 m (ver Figura 2. 11), para minimizar a interfe-
rência com o processo de travagem. Tanto a experiência Francesa [7] como a do Reino Uni-
do [8] aconselham a utilização de uma distância maior (50 m). As bandas cromáticas não
devem ser colocadas em curvas, pois a alternância de coeficientes de atrito e os efeitos
dinâmicos podem interferir com a estabilidade dos veículos – ver a DTMR.
0.20

0.50
0.20

LBTc(0.30)0.40/0.30
0.20

0.30
0.20

30 m

LBTa(0.12)2.5/1

LBC(0.1
2)
6m 6m 6m 7m 8m 9m 10m 11m
G(0.15)

LBT(0.12)2/5

)
.12
C(0
LB

Figura 2. 11 - Bandas cromáticas – exemplo de aplicação em estrada urbana

12
As barras simples ainda existentes nalguns locais, colocadas de acordo com a anterior nor-
ma da JAE, devem ser corrigidas em conformidade com o disposto no RST.

Conforme já referido as setas de selecção só devem ser utilizadas nas entradas das rotun-
das, quando o número de vias de trânsito na entrada e no anel (três ou mais) e de destinos a
que permitem aceder exija a prévia selecção dos utentes por via, para o que esses destinos
devem ser identificados por inscrições associadas às setas de selecção aplicadas.

As inscrições na aproximação a rotundas só podem ser associadas a setas de selecção M15


(simples em frente) e devem seguir-se às setas de selecção [6], de acordo com os exemplos
da DTMR, e não antecedê-las.

No Quadro 2. 5 resumem-se os critérios de utilização das marcas diversas e guias em rotun-


das.

Quadro 2. 5 - Critérios de utilização das marcas diversas e guias

Local
Ramos Entradas e saídas Anel de circulação
Marca
Raias oblíquas deli- A montante das Acompanhando, ou A acompanhar as
mitadas por linhas ilhas separadoras não, as ilhas sepa- ilhas separadoras
contínuas radoras
Guias Delimitando a faixa Delimitando a faixa Delimitando a faixa
de rodagem, excep- de rodagem, de rodagem,
to em arruamentos nomeadamente jun- nomeadamente jun-
urbanos to às ilhas separa- to à ilha central (2)
doras (1)
Bandas cromáticas Quando é necessário reduzir a velocidade

praticada, na entrada
Inscrições Associadas às eventuais setas de selecção
M15, auxiliando o condutor na escolha do –
destino
Nota 1 - No caso de não haver zona raiada.
Nota 2 - A dimensão das guias a utilizar no anel de circulação, deve ser definida com base na velocidade do ramo
de escalão de velocidade mais elevado.

2.7. Dispositivos retrorreflectores complementares


A colocação de delineadores deve ser interrompida nas intersecções de nível e, como tal,
na área de influência das rotundas, pelo que a aplicação destes dispositivos não é abordada
nesta DT.

Os marcadores são úteis na identificação da rotunda em estrada, nomeadamente perante


condições de visibilidade reduzidas, e no encaminhamento nocturno dos condutores.

Na Figura 2. 12 mostra-se a colocação dos marcadores em zona raiada a montante das ilhas
separadoras e contornando as mesmas. O afastamento a considerar entre marcadores é de
1,75 m justificado por claras razões de homogeneidade com as vias secundárias das restan-
tes intersecções de nível, uma vez que em ambos os casos há lugar a cedência de passa-

13
gem na entrada – ver a DT Dispositivos retrorreflectores complementares das Marcas Rodo-
viárias.

Qualquer que seja o critério de colocação, a utilização dos marcadores deve ter início a
montante e a jusante do ponto singular em consideração, no início da linha de aviso que o
antecede [9].

Figura 2. 12 - Marcadores – aplicação em zona raiada de aproximação a rotundas


(Adaptação e completamento de desenho tipo existente)

No Quadro 2. 6 resumem-se os critérios de utilização dos marcadores em rotundas.

Quadro 2. 6 - Critérios de utilização dos marcadores em rotundas em estradas

Local
Ramos Entradas e saídas Anel de circulação
Tipo
Unidireccionais Zonas raiadas a Zonas raiadas ou Eventualmente, em
montante das ilhas guias delimitando a zonas rurais, em
separadoras faixa de rodagem guias delimitando a
junto às ilhas sepa- faixa de rodagem
radoras junto à ilha central
Eventualmente, em
mini-rotundas
Bidireccionais Linhas axiais (LBT,
LBTa e LBC) e iní-
– –
cio das zonas raia-
das

14
3. Sinalização vertical

3.1. Introdução
O sistema de sinalização vertical a colocar nas vias públicas compreende sinais de perigo,
sinais de regulamentação, sinais de indicação, sinalização de mensagem variável e sinaliza-
ção turístico-cultural [2].

Os sinais normalmente designados como “de código” são os sinais constituídos por uma só
placa, abrangendo os sinais de perigo, de regulamentação, com excepção dos sinais de
selecção e de afectação de vias, e ainda os sinais de informação de pequenas dimensões.

Os sinais utilizados na sinalização de rotundas são os sinais “de código”, os sinais comple-
mentares (baias direccionais e balizas de posição) e ainda os sinais do sistema informativo,
pelo que os sinais abordados neste capítulo são fundamentalmente estes. Uma abordagem
mais profunda da sinalização vertical pode ser encontrada nas DT sobre Sinalização Verti-
cal10.

De acordo com o CE uma rotunda é uma praça formada por cruzamento ou entroncamento,
onde o trânsito se processa em sentido giratório e sinalizada como tal [1]. A sinalização de
uma rotunda implica assim a utilização dos sinais B7 e D4 (Figura 3. 1) correctamente colo-
cados – ver a DT Critérios de utilização da Sinalização Vertical.

B7 – Aproximação de rotunda D4 – Rotunda


Figura 3. 1 - Sinais de rotunda

3.2. Características dimensionais


Cada espécie de sinais pode ter mais de um tipo de dimensões, de acordo com o RST, não
devendo ser considerada a orla exterior para efeitos da dimensão indicada para o sinal [2].

O regime de circulação de uma via, a que está associada uma velocidade máxima permitida
para os veículos ligeiros de passageiros, determina as características geométricas da sinali-
zação vertical – ver a DT Princípios da sinalização do trânsito e regimes de circulação.

Os “sinais de código” podem tomar quatro dimensões nominais: grande (115 cm), normal
de 90 cm, normal de 70 cm e reduzida (60 cm). A dimensão nominal corresponde, com
excepção dos sinais em forma de losango, à largura ocupada pelo sinal, sem ter em conside-
ração a orla exterior – Figura 3. 2.

10
Características dos Sinais Verticais, Critérios de utilização da Sinalização Vertical, Critérios de colo-
cação da Sinalização Vertical e Sinalização de Orientação - Sistema Informativo.

15
Oe

Oe
Oe
L
L

Oe

L L L

DIMENSÕES REDUZIDO NORMAL GRANDE


(cm)

L 60.0 70.0 90.0 115.0

Oe 1.0 2.0 2.0 5.0

Figura 3. 2 - Sinais “de código”

O critério de escolha da dimensão dos “sinais de código” em rotundas baseia-se no regime


de circulação do ramo em que o sinal está colocado, no tipo de via (estrada ou arruamento) e
na largura da faixa de rodagem no caso de estradas de faixa única:
a) Sinais de dimensão normal, de 90 cm:
- estradas com dupla faixa de rodagem que não sejam auto-estradas ou vias equi-
paradas;
- estradas de faixa de rodagem única de largura superior a 6,0 m;
- ramos de nós de ligação de auto-estradas e vias equiparadas
b) Sinais de dimensão normal, de 70 cm:
- estradas de faixa de rodagem única de largura igual ou inferior 6,0 m;
- todos os arruamentos urbanos (níveis 2 a 4);
- ramos de nós de ligação das estradas da alínea a).
c) Sinais de dimensão reduzida (60 cm):
Só podem ser utilizados quando as condições de localização não permitam o empre-
go do sinal de dimensões normais [2], o que deve ser devidamente justificado.

Em circunstâncias especiais, dentro das localidades ou para repetir um sinal, podem utili-
zar-se, excepcionalmente, sinais de dimensões inferiores às previstas (n.º 4 do artigo 16.º do
RST).

As baias direccionais têm, de igual modo três dimensões (por cada módulo quadrado):
grande (90 cm), normal (60 cm) e reduzida (40 cm), correspondendo assim à dimensão nor-
mal uma única dimensão nominal. As balizas de posição têm duas dimensões: 20 cm e
30 cm de largura, que podem considerar-se como as dimensões normal e grande, respecti-
vamente – ver a DT Características dos Sinais Verticais.

O critério de escolha da dimensão das baias e balizas deve seguir o dos sinais de código:
- Baias e balizas de dimensão normal: aplicam-se em secção corrente com os sinais de
dimensão normal de 70 cm e nos ramos de nós de ligação;

16
- Baias e balizas de dimensão grande: aplicam-se em secção corrente com os sinais de
dimensão normal de 90 cm e com os sinais de dimensão grande.

O dimensionamento dos sinais constituídos por painéis resulta do comprimento das ins-
crições11, directamente dependente da dimensão dos caracteres utilizados, que é, por sua
vez função do regime de circulação prevalecente, do número de inscrições e da colocação
vertical dos sinais, de acordo com o Quadro 3. 112.

Quadro 3. 1 - Alturas de letra em função da velocidade, da colocação vertical do


sinal e do número de inscrições

Altura da letra maiúscula H (cm)

Até quatro inscrições por painel, Cinco ou mais inscrições por pai-
Velocidades ou conjunto de painéis quando nel, ou conjunto de painéis quan-
colocados por cima da via do colocados por cima da via

Pórtico Painel lateral Pórtico Painel lateral

60 km/h - 90 km/h 28,5 25 30 28,5


13
(Restantes estradas e ramos de ligação )

40 km/h - 60 km/h 20 14 28,5 20


(Restantes estradas14 e arruamentos urba-
nos)

Legenda:
H – altura da letra maiúscula.
H = 1.4 x h, em que h é a altura da letra minúscula correspondente.

O dimensionamento dos sinais constituídos por painéis depende ainda das dimensões das
orlas e da composição do sinal que por sua vez depende dos grafismos (setas, símbolos e
sinais incluídos no painel), dos afastamentos entre inscrições e destas às orlas e grafismos
e, ainda, entre bordos nos sinais compostos por mais de um painel, de acordo com as regras
descritas na DT Características dos Sinais Verticais.

Para setas direccionais (J1 e J2) em rotundas utiliza-se unicamente H = 20 cm e


H = 14 cm, para velocidade maior ou igual a 60 km/h e velocidade menor que 60 km/h, res-
pectivamente, face ao número máximo de mensagens por sinal.

A dimensão da altura da letra nas setas direccionais em rotundas deve respeitar, a veloci-
dade do ramo de escalão de velocidade mais elevado. É assim incorrecta a prática de nivelar
por baixo o dimensionamento dos sinais de direcção (setas J1 e J2) nas rotundas, adoptando
sistematicamente a altura de letra de 14 cm.

11
Ver a DT Características dos Sinais Verticais sobre o comprimento das inscrições e seu sobredimensio-
namento habitual por má interpretação da NSVO da JAE.
12
Deste quadro, idêntico ao da DT Características dos Sinais Verticais, foram retiradas as linhas respeitan-
tes às auto-estradas e às vias reservadas a automóveis e motociclos, por estas infra-estruturas não pode-
rem ter intersecções de nível – ver a DT Princípios da sinalização do trânsito e regimes de circulação.
13
Nas “restantes estradas”, incluem-se estradas interurbanas e urbanas. Neste escalão de velocidades
incluem-se ainda os ramos dos nós de ligação em estradas (AE, VR e Restantes estradas).
14
Nas “restantes estradas”, incluem-se estradas interurbanas e urbanas. Neste escalão de velocidades
incluem-se aquelas que, por razões geométricas, nomeadamente devido ao seu traçado em planta, não
permitem velocidades superiores às indicadas.

17
Nas figuras 3. 3 a 3. 6 [2, 10] apresentam-se os grafismos (setas) e espaçamento horizontais
e verticais utilizados nos sinais da sinalização de orientação de rotundas. Para mais porme-
nores ver a DT Características dos Sinais Verticais.

0.35H

Ri 0.5H

0.5H

0.5H variável
O
H

R=3e3
H e3

R=2e3

e3

0.5H 0.5H
variável

H H
90°
0.5H 0.5H
e3 min.0.15
H H

0.5H mín 0.5H

H
0.5H mín 0.5H
e3/2
mín 0.5H
90°
O
Ri 0.5H 0.75H
e3 90°
H h
0.5H

o = 2.5 cm e Ri = 5.0 cm para V = 40 - 90 km/h

Setas para painéis de pré-sinalização com esquema gráfico


0.35H

Ri 0.5H

H
Tabela de dimensões para setas a utilizar nos sinais de indicação
0.5H
Dimensões (cm)
H Velocidades
a3 b3 e3 e4
0.5H
0.5H 40 km/h - 60 km/h 28 24 12,5 8,5
H 60 km/h - 90 km/h 28 24 17,5 8,5
0.5H 0.5H
0.5H
H H
O

1.25e4
a3
b3 a3
40°

b3
40°

1.25e4 variável
2.5e4
45°
variável
e4
2.5e4 e4
e4
2.5e4 45°
0.5H 0.5H
O Setas para painéis laterais de selecção
Ri 0.5H 0.75H

H h
0.5H

Figura 3. 3 - Pré-avisos gráficos e sinal de selecção lateral – dimensionamento

18
0.5H 2.5
2.5
5.0
4.0
0.5H 2.5 H
2.5
5.0 4.0 B 0.5H
A H H 7.5
7.5

variável variável

Para uma inscrição Para duas inscrições

Dimensões das setas de direcção

Altura da letra Dimensões (cm)


Velocidades maiúscula (H)
(cm) A B

40 - 60 km/h 14 33 54
60 - 90 km/h 20 45 75

Figura 3. 4 - Dimensionamento de setas de direcção

2.0

2.0

H
34.0 h 21.0

0.175H
0.175H 21.0 21.0 0.175H

0.175H
154.0

H
30.0 h 21.0

2.0 0.175H 0.175H


0.175H 21.0 21.0 21.0 0.175H

150.0

10.5

7.0
4.
2

5.0
30.0 4.2 21.0
H

2.0 0.175H
0.175H 21.0 21.0 0.175H

0.175H
150.0

Sendo H máximo = 14 (dimensões em cm)

Figura 3. 5 - Dimensionamento de sinais de indicação de âmbito urbano

Ri 0.5H

0.06H
0.1H 0.35H
0.5H
1.5H
0.5H 0.5H

H 2H

0.5H
0.06H O
0.175H H

0.5H

o = 2.5 cm e R = 5.0 cm para V = 40 - 90 km/h variável

Figura 3. 6 - Dimensionamento de sinais de confirmação

19
Na Figura 3. 7, apresentam-se exemplos de dimensionamento de pré-avisos gráficos de
rotundas de nível.

10.0
20.0 2.5
20.0
10.0 37.5
20.0 20.0
1.6 15.0 20.0 10 20.0
2.5
10.0
30.0 20.0
20.0 38.4
20.0 5.0 10 20.0
5.0
10.0
20.0
38.4 20.0
280.0 10.0 30.0 60.0 R37.5
262.5
20.0 R25.0
38.4 38.4 5.0 55.8
99.7
R25R37.5
10
10.0 10.0
20.0 20.0
20.0 20.0
10.0 97.1
10.0 10.0
20.0 59.7 20.0 20.0 55.0
18.4 18.4 20.5
2.5

52.5 20.0 52.5


12.5

12.5
164.6 153.3 205.8 158.0
330.3 376.2

Figura 3. 7 - Exemplos de pré-avisos gráficos - rotundas de nível

De notar, nos sinais apresentados na Figura 3. 7, o comprimento idêntico das setas que indi-
cam os vários destinos e a distribuição regular das setas no anel do esquema gráfico da
rotunda.

Na Figura 3. 8 apresentam-se alguns exemplos de concepção menos correcta dos sinais de


pré-aviso gráfico de rotundas. Não é possível haver um pré-aviso de rotunda com cor de fun-
do azul, pois as auto-estradas não têm intersecções de nível. A falta de uniformidade dos
restantes sinais desta figura traduz-se numa pior legibilidade e em maior área ocupada.

Figura 3. 8 - Exemplos de concepção incorrecta de pré-avisos gráficos de rotundas

Na Figura 3. 9 apresentam-se exemplos de concepção de pré-avisos gráficos de rotundas


de nível. Nesta figura, os sinais correspondem a três alturas de letra distintas (alturas de
20 cm, 20 cm, 14 cm e 28,5 cm, da esquerda para direita, respectivamente), sendo os três
primeiros sinais colocados lateralmente e o quarto colocado por cima da via (em pórtico).

É de boa prática a distribuição regular das setas no anel do esquema gráfico dos sinais de
pré-aviso de rotundas, o que melhora a sua legibilidade, contribuindo para a segurança rodo-
viária. Nas rotundas de três ramos, esta regra só se mantém se os ramos se distribuírem,
também eles, regularmente. Se forem ortogonais, como muitas vezes acontece, por razões

20
que podem ter a ver com a futura inserção de um quarto ramo no quadrante livre, o esquema
gráfico deve respeitar essa perpendicularidade. Ver exemplos dos dois casos na Figura 3. 9.

Figura 3. 9 - Exemplos de pré-avisos gráficos de rotundas de nível

As rotundas desniveladas, em nós do tipo diamante, têm mais ramos do que as rotundas
de nível equivalentes, pois a cada ramo de ligação do nó corresponde um ramo da rotunda,
pelo que deve haver correspondência entre o número de setas do esquema gráfico dos
sinais de pré-aviso destas rotundas e o número de ramos existentes, tal como se mostra na
Figura 3. 10. A sinalização destes dois tipos de rotundas (desniveladas e de nível), com pré-
avisos gráficos idênticos, viola o princípio da homogeneidade da sinalização.

Figura 3. 10 - Pré-sinalização de rotundas desniveladas

Os pré-avisos gráficos de rotundas desniveladas devem, assim, prever também os ramos de


entrada, associando-se a estes ramos o sinal C1, sentido proibido, de acordo com os exem-
plos da Figura 3. 10 e da Figura 3.11.

O primeiro pré-aviso da Figura 3. 11, corresponde ao ramo sul da rotunda desnivelada, de


grande raio, da Figura 3. 12. Também neste caso se optou pela distribuição regular das
setas no anel do esquema gráfico, estando o espaço correspondente a um futuro ramo norte
disponível, pois não faz parte do projecto elaborado, aparecendo, assim, unicamente 5
ramos neste sinal (de notar que sem a previsibilidade daquele ramo, o nó deveria ser do tipo
trompete). O segundo sinal de pré-aviso (esquemático) da mesma figura, colocado num
ramo de entrada de uma rotunda desnivelada de grande raio, tem a mesma concepção cor-
respondendo já à realização de todos os ramos da rotunda final (incluindo o ramo norte).

21
36.25 132.98

25.00

25.00 12.50
84.12
12.50
12.50

25.00
.50
12 Ø62.50
12.50

25.00
80.70
15.79

R35.00

12.50
297.50
R35.00 21.82
79.12 .50
12
25.00

12.50 6.25 12.50


Ø62.50

113.38
83.93
88.38
127.39

6.25

52.50 25.00

17.50
222.57 228.15

473.22

Figura 3. 11 - Exemplos de pré-avisos gráficos de rotundas desniveladas

Figura 3. 12 - Rotunda desnivelada - exemplo

Torna-se cada vez mais frequente a existência de pré-avisos em que o esquema gráfico
apresenta a inversão de sentido de marcha como caminho único para alcançar determinado
destino – exemplo na Figura 3. 13. Esta é uma solução menos correcta, só justificável por
uma deficiente concepção geométrica, resultante de grandes limitações locais, como é o
caso do exemplo dado. Na realidade na alteração do nó apresentado não pôde incluir-se o
laço em falta (correspondente à ligação sul - poente), por absoluta impossibilidade física,
pelo que a única alternativa para esta ligação é a inversão de sentido de marcha preconizada
no pré-aviso.

Figura 3. 13 - Rotunda desnivelada - solução a evitar

22
Na Figura 3. 14 apresenta-se o dimensionamento do pré-aviso gráfico apresentado na Figura
3. 13, bem como critério de dimensionamento seguido no grafismo específico utilizado.
7.50
201.09 181.02 94.21 88.18

R5.0 15.00
34.29

30.00

15.00
7.50
24.00 15.00

30.00
R=3e3
100.71 e3
15.00

0
15.0
30.00
R=2e3
15.00 R35.00 15.00
e3
17.50 17.50

350.00 R52.50

42.53 variável
116.00

30.00

15.00
65.06 e3 e3
177.50

30.00

15.00 73.70 15.00


e3/2
30.00

15.00

17.50 17.50
8.75

249.90 278.36

577.00

Figura 3. 14 - Dimensionamento do pré-aviso gráfico com inversão de marcha

Os exemplos da Figura 3. 15 apresentam duas soluções geométricas para um nó em diaman-


te, a que correspondem duas rotundas na via secundária e de que, por simplificação, só estão
representados os ramos do lado nascente.

Figura 3. 15 - Rotundas desniveladas - exemplos

A primeira geometria dá lugar a um pré-aviso com a indicação da inversão do sentido de mar-


cha, como caminho único para alcançar os destinos localizados a poente, colocado na via
secundária (painel representado a preto), tal como no exemplo anterior.

A solução do lado direito permite o acesso directo à rotunda de todas vias envolvidas, pelo
que é a solução correcta. De salientar ainda que a distância de colocação do pré-aviso gráfico
pode ser respeitada no segundo caso, enquanto no primeiro muito dificilmente o será, tal
como no caso do nó da Figura 3. 13, em que se optou pela colocação deste pré-aviso por
cima da via, dada a proximidade da rotunda.

Numa situação do tipo da apresentada na Figura 3. 13 é, apesar de tudo, preferível a solu-


ção utilizada para o pré-aviso gráfico, que mostra claramente a necessidade de fazer inver-
são de sentido de marcha na rotunda para alcançar o destino indicado. A apresentação do
sentido de trânsito contrário do ramo em que o pré-aviso está colocado15 como um ramo adi-
cional da rotunda, que não existe de todo – um exemplo deste tipo de solução incorrecta é o
da Figura 3. 16 – não é esclarecedor para o condutor, cuja expectativa é sair por um ramo
diferente daquele por onde entrou, neste caso o sexto ramo da rotunda quando só existem
cinco, como se pode ver pela fotografia incluída na figura.

15
Seja ele constituído por estrada com faixa de rodagem única ou por estrada com dupla faixa de
rodagem.

23
Figura 3. 16 - Rotunda de 5 ramos representada como tendo 6 ramos

3.3. Critérios cromáticos


Os sinais de pré-sinalização, de selecção de vias, de direcção e de confirmação (sinais do
Sistema Informativo, ver a DT Sinalização de Orientação - Sistema Informativo) bem como os
sinais de afectação de vias e os complementares de demarcação devem ter cor de fundo cor-
respondente à rede viária em que estão colocados de acordo com o Quadro 3.2. Às vias
públicas da rede urbana (estradas e arruamentos) corresponde a cor de fundo branca.

Quadro 3. 2 - Identificação Cromática das Estradas

Tipo de via Cor de fundo do Cor de fundo da identifica-


sinal ção da estrada e demarca-
ção

Itinerários Principais Verde Vermelho

Itinerários Complementares Branco Branco


Estrada
Estradas Nacionais e Regionais Branco Branco

Estradas Municipais Branco Amarelo

Estes sinais devem obedecer ainda às seguintes características:


a) Sobre fundo azul16, verde ou vermelho: inscrições e orla de cor branca;
b) Sobre fundo branco ou amarelo: inscrições e orla de cor preta.

Nos sinais de selecção de vias, de pré-sinalização e de direcção, se a saída der acesso a


estradas caracterizadas com cor diferente, o número dessa estrada deve ser inscrito em rec-
tângulo de cor de fundo a ela correspondente, de acordo com o definido no Quadro 3. 2.
Nestes sinais deve ainda ser inscrito, em rectângulo de cor de fundo correspondente à estra-
da identificada, a localidade a que a mesma dá acesso, sempre que:
a) o sinal esteja colocado num itinerário principal e indique localidade servida por
auto-estrada;
b) o sinal esteja colocado nas restantes vias e indique localidade servida por itinerário
principal ou auto-estrada17.

Os sinais de selecção de vias, quando colocados sobre a via pública, e os sinais de direcção
que indiquem saídas têm cor de fundo correspondente à da via que a saída indica [2]. Esta
cor de fundo manter-se-á idêntica à da estrada em que estão colocados os sinais, se à pri-

16
Neste caso o fundo azul só pode reportar-se a um bloco homogéneo (ver nota seguinte).
17
Ver tabelas do Quadro 3.2 da DT Características dos Sinais Verticais.

24
meira indicação dessa saída não corresponder cor de fundo diferente – ver exemplo na Figu-
ra 3. 17.

Figura 3. 17 - Sinais de selecção de vias e de direcção, colocados numa divergência

Nos sinais de direcção J3a, J3b, J3c e J3d (Figura 3. 18) devem ser respeitadas as cores de
fundo seguintes:
- azul, para indicações de apoio ao utente – emergência e turísticas;
- branco, para outras indicações de apoio ao utente;
- castanho, para indicações ecológicas, geográficas e culturais;
- laranja, para indicações desportivas;
- cinzento, para indicações industriais.
A estas cores de fundo correspondem inscrições e orlas a branco, com excepção da cor de
fundo branco a que correspondem inscrições e orlas a preto.

J3a J3b-J3c-J3d
Figura 3. 18- Sinais de indicação de âmbito urbano

Nos restantes sinais do Sistema Informativo, os destinos associados à simbologia de infor-


mação (Quadro X, anexo ao RST e Anexo da Norma de Sinalização Turística (NST) – ver a
DT Sinalização Turístico-cultural) são inscritos sobre rectângulo com cor de fundo de acordo
com a lista anterior, sempre que as regras da NST permitam a sua inclusão. Assim os desti-
nos principais da Rede Nacional só podem ser inscritos sobre bloco naquelas condições
quando utilizado o símbolo 2.21 - auto-estrada, de acordo com as regras do RST. Na asso-
ciação de um dos restantes símbolos a um destino principal, mesmo quando se trata de um
pólo não classificado incluído nos Níveis 2 a 4 (ver a DT Sinalização de Orientação - Sistema
Informativo), mantém-se a cor de fundo correspondente à rede viária em que o sinal está
colocado, ou seja não há lugar à formação de bloco.

25
A associação de um símbolo a um destino principal da RRN não implica a formação de um
bloco com a cor de fundo correspondente ao símbolo, com a única excepção do símbolo de
auto-estrada. Por exemplo, a associação do símbolo de património mundial ao destino “Évo-
ra” não resulta na formação de um bloco de fundo castanho nos sinais do Sistema Informati-
vo (como erradamente se vê), pois Évora está incluída na lista dos destinos principais da
RRN (ver a DT Sinalização de Orientação - Sistema Informativo).

Os símbolos utilizados nos sinais de indicação só têm orla quando a sua cor de fundo e a
cor de fundo do sinal, ou do bloco homogéneo18, em que estão inseridos, são iguais (branca
ou azul), ou ainda quando a cor de fundo do símbolo é azul e a cor de fundo do sinal é verde.
A orla é de cor preta quando a cor de fundo, do símbolo e do sinal, é branca. A orla é de
cor branca quando a cor de fundo do símbolo é azul e a cor de fundo do sinal é azul ou ver-
de – ver a Figura 3. 7, a Figura 3. 11 e a Figura 3. 18. Existe um caso singular: o símbolo
“gruta”, que tem fundo preto e se insere em fundo castanho, tem sempre orla de cor branca.

3.4. Critérios de colocação


Os sinais devem ser colocados de forma a garantir boas condições de legibilidade das men-
sagens neles contidas e a acautelar a normal circulação e segurança dos utentes das vias
[2].

Entende-se por colocação o posicionamento dos sinais em relação à plataforma ou ao ponto


da via a que se referem. Podem assim distinguir-se:
a) Colocação transversal, que é o afastamento lateral do sinal em relação à faixa de
rodagem, ao limite do passeio ou ao dispositivo de retenção.
b) Colocação vertical, que se relaciona com a altura do sinal ao solo e com a conjuga-
ção de sinais num mesmo suporte – número de sinais e sua posição relativa.
c) Colocação longitudinal, que respeita à distância entre o sinal e o ponto da via a que
se refere.

3.4.1. Colocação transversal


Os sinais verticais são colocados do lado direito ou por cima da via, no sentido do trânsito a
que respeitam e orientados pela forma mais conveniente ao seu pronto reconhecimento
pelos utentes [2], devendo para tanto seguir-se os esquemas da Figura 3. 20, para as várias
espécies e tipos de sinais ali representados.

Nas faixas de rodagem que comportem mais de uma via de trânsito no mesmo sentido, os
sinais podem aplicar-se apenas a alguma ou algumas dessas vias, desde que:
a) o sinal esteja colocado por cima da via a que respeita, completado, se necessário, por
uma seta;
b) o sinal esteja colocado lateralmente à faixa de rodagem e as marcas rodoviárias indi-
quem inequivocamente que o sinal respeita apenas à via de trânsito mais próxima,

18
Bloco é um conjunto de inscrições não superior a três que estão relacionadas entre si, nomeada-
mente por associação a um símbolo. Um bloco diz-se homogéneo desde que agrupe inscrições identi-
ficadas pela mesma cor, e relativas a uma mesma direcção [10].

26
caso em que o sinal se limita a confirmar a regulamentação já materializada pelas
marcas rodoviárias;
c) sejam utilizados sinais de afectação de vias;
d) seja utilizado o painel adicional do modelo 17 [2].

Os sinais colocados do lado esquerdo só são válidos quando em repetição de um sinal colo-
cado do lado direito19 ou quando se tratar de um sinal de fim de zona.

Dentro das localidades, a distância entre a extremidade do sinal mais próxima da faixa de
rodagem e a vertical do limite desta não deve ser inferior a 0,50 m, salvo casos excepcionais
de absoluta impossibilidade. Fora das localidades, os sinais devem estar colocados para
além da berma e a uma distância da faixa de rodagem não inferior a 0,50 m, medida entre o
bordo do sinal mais próximo da referida faixa e a vertical do limite desta – Figura 3. 20. Esta
regra aplica-se a estradas urbanas e interurbanas.

Sempre que exista mais de uma via de trânsito no mesmo sentido e ainda quando as condi-
ções da via o justifiquem, ou seja quando haja o risco de os sinais não serem vistos pelos
condutores a que se dirigem, os sinais de perigo e de regulamentação devem ser repetidos
no lado esquerdo. Este critério de repetição da sinalização não se aplica aos sinais de selec-
ção e de afectação de vias quando as condições da via não o permitirem [2]. Nesta eventua-
lidade podem utilizar-se sinais de selecção de vias colocados por cima da via e os sinais de
afectação de vias podem ser substituídos pelos sinais “de código”, com idêntico critério de
colocação.

Em estradas de faixa única, os sinais de perigo devem, em geral, ser repetidos do lado
esquerdo, pois o sinal do lado direito pode ficar encoberto, numa situação de ultrapassagem,
pelo veículo ultrapassado. Pela mesma razão o sinal C14a - proibição de ultrapassar, deve
ser sempre repetido daquele lado.

A orientação dos sinais deve ser a mais conveniente para um pronto reconhecimento pelos
utentes, devendo para tanto seguir-se os esquemas da Figura 3. 20.

3.4.2. Colocação vertical


A altura dos sinais acima do solo conta-se entre o bordo inferior do sinal e o ponto mais alto
do pavimento, devendo, salvo casos excepcionais de absoluta impossibilidade, manter-se
uma altura uniforme dos sinais e respeitar-se os seguintes valores:
a) Fora das localidades: 1,50 m;
b) Dentro das localidades ou quando o sinal está colocado em cruzamentos, entronca-
mentos ou rotundas, ou ainda sobre passeios ou vias destinadas a peões: não inferior
a 2,20 m20;
c) Sinais colocados por cima da via: não inferior a 5,50 m.

19
Com excepção dos sinais D3a, O7a, de alguns sinais de direcção que, por serem colocados nas intersecções,
têm critérios de colocação próprios e dos sinais complementares O6a e O6b, cuja colocação depende do sentido
do troço em curva cujo desenvolvimento indicam.
20
Com excepção do conjunto D3a / O7a que é sempre colocado a 1,50 m (ver Figura 3. 20).

27
Exceptuam-se, de acordo com o RST (n.º 8 do art.º 13.º), os sinais de direcção e os sinais
complementares, que podem ser colocados à altura mais conveniente atendendo à sua loca-
lização. Os sinais de direcção, bem como as baias direccionais, devem, em regra, respeitar
os valores anteriores.

Cada suporte não pode conter mais de dois sinais e de dois painéis adicionais. Não devem
colocar-se mais de quatro setas de direcção (sinais J1 e J2) no mesmo suporte. No caso dos
sinais de indicação de âmbito urbano (J3b a J3d) não podem utilizar-se mais de seis sinais
em cada suporte [2].

Na Figura 3. 19 dão-se exemplos de conjugações correctas e menos correctas de “sinais de


código” e painéis adicionais num mesmo suporte.

(Mod.17) (excepto sinal H1a)

Figura 3. 19 - Exemplos de conjugação de “sinais de código” num mesmo suporte

Na Figura 3. 20 apresenta-se um desenho esquemático de sistematização dos critérios de


colocação transversal e vertical em rotundas.

Em relação aos sinais de indicação de âmbito urbano, o RST [2] estabelece as seguintes
regras de colocação (Figura 3. 18):
- Na colocação dos sinais de direcção J3a, J3b, J3c e J3d deve observar-se o seguinte:
a) O sinal J3a é utilizado isoladamente;
b) Os sinais J3b a J3d são utilizados quando no mesmo suporte seja dada informa-
ção sobre vários locais.
- No caso previsto na alínea b) anterior, a ordem de colocação dos sinais, de cima para
baixo, deve ser a seguinte segundo a direcção:
1.º - Em frente;
2.º - À esquerda;
3.º - À direita;

Como os sinais deste tipo utilizados em rotundas só indicam os destinos de saída respei-
tantes ao ramo em que estão colocados, a ordem de colocação segundo a direcção não se
põe neste caso (ver a Figura 3. 20 e a Figura 3. 27).

28
SINAIS "DE CÓDIGO"
Colocação / Orientação

>=1.50
Baias direccionais

D3A

>=2.20
Berma ou >=0.50 >=0.50
>=0.50 >=0.50
1.50

1.20
O7a

0.30

Secção corrente em estrada Secção corrente em arruamento Ilhas ou separadores materializados


°

°
90

90

= 90° e/ou =

SETAS DE DIRECÇÃO SINAIS DE INDICAÇÃO DE ÂMBITO URBANO

>=0.50 >=0.50
0.05

1/3 2/3

>=0.50 >=0.50 >=0.50 >=0.50 >=0.50 >=0.50


>=2.20

>=2.20

>=2.20
>=2.20

sinais de 4 a 6 módulos sinais de 2 e 3 módulos sinal J3a

SINAIS DE GRANDES DIMENSÕES


Colocação / Orientação

>=0.40 SUPORTES DE SECÇÃO CIRCULAR


2.20

Berma >=0.50
1.50

>=W

Secção corrente em estrada Secção corrente em arruamento

80
°

80
°

Figura 3. 20 - Colocação transversal, vertical e orientação dos sinais verticais

29
3.4.3. Colocação longitudinal
Cada espécie de sinais tem as suas próprias regras de colocação longitudinal, as quais vêm
explicitadas no RST.

Não são, em geral, utilizados sinais de perigo na aproximação às rotundas, relacionados


com este tipo de intersecção. Em zona urbana, quando a existência de passagens para
peões é uma situação expectável não é também geralmente necessário utilizar o sinal A16a -
passagem de peões. Ver também a DT Critérios de colocação da Sinalização Vertical.

Os sinais de cedência de passagem, dada a sua diversidade e o facto de alguns terem


também carácter de sinais de perigo, têm regras para cada tipo de sinal.

O sinal B1 (Figura 3. 21) deve ser colocado na proximidade imediata da intersecção, tanto
quanto possível na posição correspondente ao local onde os condutores devem parar e
aguardar a passagem dos veículos na via com prioridade, ou seja, na continuidade da linha
de cedência de passagem. Este sinal não pode ser colocado a uma distância da intersecção
superior a 50 m, fora das localidades, e a 25 m, dentro das localidades. O pré-aviso do sinal
B1 é efectuado através daquele sinal complementado com o painel adicional do Modelo 1a
[2] (ver exemplos de colocação na Figura 3. 26 e na Figura 3. 27). Este pré-aviso pode ser
utilizado, no caso de rotundas, em estradas e sempre que as velocidades praticadas sejam
elevadas.

B1 – Cedência de passa- B7 – Aproximação de


gem rotunda
Figura 3. 21 - Sinais de cedência de passagem utilizados na sinalização de rotundas

Os sinais de cedência de passagem de formato triangular (com excepção do sinal B1), em


particular o sinal B7 (Figura 3. 21), tal como os sinais de perigo, não devem ser colocados a
menos de 150 m nem a mais de 300 m do ponto da via a que se referem, a não ser que as
condições do local o não permitam, devendo, neste caso, ser utilizado um painel adicional
indicador da distância (Modelo 1a) – Figura 3. 22.

Figura 3. 22 - Sinal B7 com painel adicional Modelo 1a (50 m)

Para a escolha da distância de colocação pode ser seguido o critério do Quadro 3. 3, refe-
rente aos sinais de perigo. Em arruamentos urbanos, dadas as velocidades permitidas e os
espaços em jogo, os sinais de cedência de passagem, tal como os sinais de perigo, são
quase sempre colocados a distâncias inferiores a 150 m, pelo que devem ser complementa-
dos com o painel adicional do modelo 1a.

30
Quadro 3. 3 - Distâncias de colocação dos sinais de perigo

Velocidades (km/h) Distância a utilizar (m)

60 - 90 (Restantes estradas) 150 - 200

Os sinais de perigo e de regulamentação devem ser repetidos depois de cada intersecção


de nível quando as condições se mantenham [2].

Os sinais de proibição devem ser colocados na proximidade imediata do local onde a proi-
bição começa, com excepção dos sinais C11a, C11b e C12 (proibições de virar à direita, à
esquerda e de inversão do sentido de marcha, respectivamente) que podem ser colocados a
uma distância conveniente do local onde a proibição é imposta.

Apesar de a geometria dos ramos de entrada das rotundas não facilitar o acesso em sentido
contrário ao da marcha, há que prevenir, em termos de sinalização, esta possibilidade. O
sinal C1 - sentido proibido, deve ser colocado no sentido contrário ao da marcha nas entra-
das das rotundas, de acordo com a Figura 3. 26.

Adicionalmente, quando um dos ramos da rotunda é também ramo de ligação de uma inter-
secção desnivelada (nó de ligação) de uma via com dupla faixa de rodagem, por exemplo de
uma auto-estrada, é muito importante que o sinal C1 seja colocado de ambos os lados da
entrada, independentemente do número vias, virado para os utentes que possam estar pres-
tes a tomar a decisão errada. Nestes casos é, ainda, recomendável tomar-se uma medida
complementar de segurança, que consiste em repetir esta sinalização um pouco a jusante da
anterior (25 a 50 m, conforme os casos), criando um efeito de portão, para melhorar a eficá-
cia da medida anterior. Esta repetição pode ser realizada utilizando os chamados “painéis de
contramão”, representados na Figura 3. 23 [11]. A execução da manobra irregular, que se
pretende prevenir com esta sinalização, tem normalmente como consequência um choque
frontal no ramo de ligação do nó ou na faixa de rodagem da via principal.

Figura 3. 23 - Sinalização de contramão num ramo de ligação bidireccional de um nó

31
Os painéis de contra mão devem ser colocados preferencialmente entre 25 m a 50 m após
os sinais C1, sempre que possível de ambos os lados da faixa de rodagem e virados para o
sentido de trânsito contrário ao legalmente permitido. Na impossibilidade de colocar o painel
de um dos lados do ramo deve ser mantido o sinal C1, preferencialmente de 90 cm de diâ-
metro, em sua substituição. Os painéis de contra mão devem ser colocados de forma a não
poderem ser vistos pelos condutores que circulem no sentido legal [11].

A eventual proibição de paragem e estacionamento na aproximação à rotunda deve ser rea-


lizada preferencialmente pela utilização de marcação rodoviária, para evitar a sobrecarga de
sinalização (ver parágrafo 2.4).

Os sinais de obrigação devem ser colocados na proximidade imediata do local onde a obri-
gação começa, constituindo o sinal D4 - Rotunda (Figura 3. 24), uma das excepções, junta-
mente com os sinais D1 e D2 (sentidos obrigatórios), podendo ser colocado a uma distância
conveniente do local onde a obrigação é imposta [1].

D4 – Rotunda B7 – Aproximação de rotunda


Figura 3. 24 - Sinais de rotunda

O sinal D4 utiliza-se para indicar a entrada numa rotunda e, como tal, só pode estar colocado
à entrada da rotunda e não na ilha central como, erradamente, acontece com alguma fre-
quência (Figura 3. 25).

Figura 3. 25 - Sinal D4 mal e bem colocado

Não sendo em termos internacionais o sinal B7 (Figura 3. 24) um sinal de cedência de pas-
sagem deve associar-se sempre ao sinal D4, na entrada da rotunda, o sinal B1, aliás em
conformidade com o recomendado pelo Grupo de Trabalho da Segurança e da Circulação
(WP1) da CEE / ONU e a prática corrente no nosso País (ver figuras 3.25 e 3.26). O critério
de colocação longitudinal do sinal B1 adapta-se a esta associação. Sempre que exista mais
de uma via de trânsito no mesmo sentido e, ainda, quando as condições da via o justifiquem,
este conjunto de sinais deve ser repetido no lado esquerdo.

Os sinais de informação, pela sua diversidade, têm critérios de utilização diferenciados em


função do tipo de indicação transmitida. O sinal H7 - passagem de peões é colocado na pro-
ximidade imediata da passagem de peões, junto à linha de paragem que a antecede. Con-
vém ter o cuidado de verificar se a colocação do sinal H7 não oculta o conjunto de sinais

32
D4+B1 colocados junto à entrada da rotunda. Nesta eventualidade pode ser utilizada unica-
mente a marca M11 (passagem para peões) pois, tal como as marcas reguladoras de esta-
cionamento e paragem, esta marca vale por si, independentemente da existência de sinali-
zação vertical – ver Figura 3. 27.

LBTc (0.30) 0.4/0.3

)
.15
G(0

G (0.15)
G (0.15) LBC (0.15)

LBC (0.15)
LBC (0.12)

G (0.15) LBC (0.15)

G (0.15
)

50m a 100m

LBTc( 0.30) 0.4/0.3

)
.15
G (0

G (0.15)
G (0.15) LBC (0.15) LBC (0.15)
LBC (0.12)

G (0.15) LBC (0.15)

LBTa (0.
12) 5/2
G (0.15
) LBC (0.
12)

LBT
(0.1
2) 2
/5

50m a 100m

Figura 3. 26 - Sinalização vertical de rotundas – exemplos em estrada

Em rotundas, as baias direccionais múltiplas devem ser colocadas, associadas ao sinal de


sentido obrigatório D1a, em posição frontal à trajectória dos veículos que entram na rotunda
de modo a serem vistas na aproximação à mesma.

De acordo com a definição do RST o sinal O6, baia direccional, “indica o desenvolvimento
de um troço em curva, podendo utilizar-se individualmente ou em sucessão múltipla”. As
baias direccionais (sinais O6a e O6b) utilizam-se assim, em complemento da sinalização de

33
perigo, em curvas horizontais, sendo as baias direccionais múltiplas utilizadas em estradas
interurbanas de faixa de rodagem única em curvas da classe de homogeneidade D [12].

Dada a utilização corrente, de acordo com a descrição do RST, destas baias em curvas, a
sua utilização em rotundas, sem o sinal de sentido obrigatório D1a a complementá-las, é
contrária à expectativa do condutor, que pode assim associar a situação à entrada de uma
curva direita, da classe de homogeneidade D, em secção corrente e não à entrada de uma
rotunda – Figura 3. 26.

Por outro lado, salienta-se que o critério geral de utilização do sinal D1a é coerente com a
sua aplicação em rotundas, uma vez que o anel de circulação é claramente uma via de sen-
tido único, embora de carácter especial. Este é, aliás, o sinal a utilizar em praças com sen-
tido giratório que não são rotundas, nomeadamente quando existe ocupação urbana da
placa central da praça, dentro das localidades. A sinalização nas entradas deve então prever
o sinal B1, que pode ser associado ao sinal D1e, e eventualmente o seu pré-aviso (B1 +
Mod. 1a), mas não podem ser utilizados os sinais B7, D4 nem quaisquer pré-avisos gráficos,
nomeadamente o sinal I2b.

As baias direccionais múltiplas devem ser colocadas em posição frontal à trajectória dos veí-
culos que entram na rotunda, devendo ser colocadas duas lado a lado quando há duas ou
mais vias na entrada (Figura 3. 26), nomeadamente em estradas e arruamentos principais.

Nas rotundas da rede secundária de arruamentos a utilização das baias direccionais asso-
ciadas ao sinal D1a não é exigível, sendo claramente dispensável nas vias de acesso local –
Figura 3. 27.

LBC(0.10)
LBC(0.10)

LBT(0.10) 3/4 LBTa(0.10) 2.5/1 LBC(0.10)

LBC(0.10)
LB
Tc(
0.3
)0.4
/0.3

Figura 3. 27 - Sinalização vertical de rotundas – exemplo em arruamento

A utilização de baias direccionais simples, individualmente ou em sucessão múltipla, está,


obviamente, fora de questão no caso de rotundas.

Contrariamente a uma prática cada vez mais corrente, as baias direccionais para baliza-
mento de pontos de divergência (BPD), sinais O5a e O5b representados na Figura 3. 28,
não têm aplicabilidade em intersecções de nível, nomeadamente em rotundas. Estes sinais

34
são, de acordo com o RST, específicos de intersecções desniveladas, não devendo ser utili-
zados noutros locais.

Figura 3. 28 - Baias direccionais para balizamento de pontos de divergência

As balizas de posição indicam a posição e limites de obstáculos existentes na via, devendo


como tal ser colocadas no próprio obstáculo. A baliza O7a utiliza-se em conjugação com o
sinal D3a - obrigação de contornar a placa ou obstáculo, nas ilhas separadoras à entrada de
rotundas (vide a Figura 3. 20, a Figura 3. 26 e a Figura 3. 27).

Os critérios de colocação longitudinal dos sinais que se incluem no Sistema Informativo


encontram-se descritos no parágrafo seguinte. Os sinais de direcção em rotundas devem
ser colocados preferencialmente na ilha separadora. Na ausência desta devem ser coloca-
dos no lado esquerdo da faixa de rodagem do ramo e nunca como setas esquerdas do lado
direito dessa faixa, como infelizmente é vulgar ver. Na Figura 3. 29 dão-se exemplos de cor-
recta e incorrecta colocação destes sinais. No anel de circulação não deve ser colocada
qualquer sinalização vertical.

Figura 3. 29 - Colocação de sinais direccionais em rotundas

3.5. Sistema Informativo em rotundas


O sistema informativo é o conjunto de sinais verticais susceptíveis de serem utilizados na
sinalização de orientação de uma intersecção, de nível ou desnivelada, e inclui os seguintes
sinais do RST:
- sinais de pré-sinalização (I1, I2a a I2f, I3a e I3b);
- sinais de selecção de vias (E1 a E3);
- sinais de direcção (J1, J2 e J3a a J3d);
- sinais de confirmação (L1).

35
3.5.1. Sistema Informativo Base
O Sistema Informativo Base para intersecções de nível, em meio interurbano e na rede pri-
mária urbana é constituído, de acordo com a DT sinalização de Orientação - Sistema Infor-
mativo, por um sinal de pré-aviso gráfico, por um eventual sinal de selecção de vias, por
sinais de direcção, que são de indicação de âmbito urbano nos arruamentos principais, e por
um sinal de confirmação nas estradas da rede nacional, de acordo com o Quadro 3. 4.

Quadro 3. 4 - Sistema informativo base

Tipo de via Estrada (interurbana ou urbana) ou arruamento prin-


Sistema Informativo cipal

Sinal de pré-aviso gráfico I2, sem painel de distância em arruamentos


Sinal de selecção de vias (eventual) E3, para duas vias, ou E1, para três ou mais vias
Só em casos em que haja estrita necessidade de seleccionar
por via de trânsito os utentes na proximidade imediata da inter-
secção (ver exemplo na Figura 3. 31).
Sinal de direcção J1 ou J2, em estradas
J3, em arruamentos principais
Sinal de confirmação L1
(só na Rede Nacional)

Este sistema informativo é apresentado esquematicamente, para o caso de rotundas, na


Figura 3. 30. As distâncias indicadas têm os valores do Quadro 3. 5 e são medidas à linha de
cedência de passagem na entrada na rotunda.

d2 d4

ou
ou

I2b I2b J1/J2 J3 L1

Figura 3. 30 - Sistema informativo base

36
Quadro 3. 5 - Colocação longitudinal dos sinais do sistema informativo

Velocidades d2 (m) d3 (m) d4 (m)

40 – 90 150-500 0-150 50-250


21
(Restantes estradas e arruamentos urbanos)

Embora o RST não explicite para todas as intersecções de nível a conveniência de indicar a
distância a que se encontra a intersecção, tal como acontece no sinal I2a, é adequada a utili-
zação desse complemento de informação em todos os sinais de pré-aviso gráfico de inter-
secções de nível em estradas (interurbanas ou urbanas). Nos arruamentos principais pode
dispensar-se a utilização da informação de distância, desde que a mesma seja homogénea.

Quando houver duas ou mais vias de trânsito na aproximação à rotunda e a estrita necessi-
dade de seleccionar os utentes por via, devem ser utilizados os sinais de selecção de vias. O
sinal de selecção é lateral (E3) no caso, mais corrente, de duas vias de trânsito e colocado
por cima da via (E1) para três ou mais vias de trânsito.

Na Figura 3. 31 apresenta-se um exemplo, em que a necessidade de seleccionar os utentes


por via de trânsito na proximidade da rotunda é evidente, o que é conseguido pela utilização
dos sinais de selecção de vias e de setas de selecção na via de trânsito da direita.

d2
d3
J1/J2

J1/J2

I2b E3

Figura 3. 31 - Rotunda com via segregada para viragem à direita

3.5.2. Sistema Informativo na Rede Secundária de Arruamentos


O sistema informativo para intersecções de nível na rede secundária de arruamentos, que
inclui as vias distribuidoras locais e as vias de acesso local (vias urbanas de níveis 3 e 4), é
constituído de acordo com o Quadro 3. 6, por um sinal de pré-aviso gráfico sem indicação de
distância, dispensável nas vias de acesso local, e por sinais de indicação de âmbito urbano.

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Nas “restantes estradas” incluem-se estradas interurbanas e urbanas e os ramos dos nós de ligação
em estradas (AE, VR e Restantes estradas).

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Quadro 3. 6 - Sistema informativo na rede secundária de arruamentos

Sistema Informativo Arruamento secundário

Sinal de pré-aviso (dispensável nas vias de acesso local) I2b

Sinal de direcção J3

Este sistema informativo é apresentado esquematicamente, para o caso de rotundas, na


Figura 3. 32.

50-150 m

I2b J3
Figura 3. 32 - Sistema informativo na rede secundária de arruamentos

4. Critérios de utilização da sinalização

No Quadro 4. 1, da página seguinte, resumem-se os critérios, expostos neste documento, de


utilização da sinalização vertical e da marcação rodoviária em rotundas.

São ainda dadas indicações complementares sobre práticas menos correctas, ou mesmo
totalmente erradas, seguidas na sinalização de rotundas.

38
Quadro 4. 1 - Critérios de utilização da sinalização em rotundas
Sinalização Vertical
Perigo e Cedência de pas- Proibição Obrigação Indicação e Selecção de Baias e balizas Marcação
Utilização sagem vias
Indispensável Linha de cedência de passagem e
ou símbolo triangular nas entradas
nos ramos, repetido do sempre Zona raiada a montante e ao longo
lado esquerdo (no anel) das ilhas separadoras de
sentidos
nos ramos e nas entradas, res- Marcadores em estradas
pectivamente Guias em estrada
nas ilhas separadoras de nas ilhas separadoras de
Repetido, do lado sentidos com excepção das vias de sentidos
esquerdo, em ramos de acesso local
ligação de nós, no senti-
do contrário ao da mar-
cha
(e painéis de contramão) só na Rede Nacional

Aconselhada Símbolo triangular


Linha de paragem nas passagens
para peões nos ramos
nas entradas, em sentido na ilha central, em estradas Setas de selecção em vias segre-
fora das localidades e sempre na ilha central, em
contrário ao da marcha sempre que haja via segre- estradas com duas ou mais gadas para viragem à direita (*)
que as velocidades sejam eleva-
das gada para viragem à direita vias na entrada Marcadores em estrada e em entra-
das de povoação

Útil Linhas amarelas no anel (LAC) e


nas entradas e saídas, em arrua-
mentos
em estradas nas passagens de peões, Bandas cromáticas
na ilha central, em arruamen- na ilha central, em arruamen-
sempre que não obstrua a Setas de mini-rotunda
tos principais tos principais
visibilidade dos sinais D4+B1 Inscrições (destinos) associadas a
setas de selecção

Inútil Delimitação do anel de circulação


nas saídas
ou qualquer outro sinal “de códi- “Caixa”
go”, no anel de circulação
Setas de selecção nas entradas, com
Desaconselha- Pré-avisos gráficos sem des-
as excepções acima (*) e quando o
da tinos, ou sinais de código,
associados a uma ou mais número de vias (≥3) exija a prévia
nos ramos saídas selecção dos utentes por via

A banir Linha contínua no anel


Setas de selecção esquerdas nas
nas entradas e na ilha central entradas ou de qualquer tipo (com
nos ramos e nas entradas, res- nas entradas e nas ilhas na ilha central quaisquer setas nas entradas excepção das de mini-rotunda) no
pectivamente separadoras, respecti- anel de circulação
vamente são exclusivos das intersec- Delineadores
ções desniveladas Guias em arruamentos
ou
setas esquerdas nas ilhas Balizas cilíndricas (não estão con-
ou qualquer outro sinal “de códi- separadoras de sentidos templadas no RST)
go”, no anel de circulação
Referências

1- Código da Estrada - aprovado pelo Decreto-Lei n.º 114/94, de 3 de Maio, revisto


e republicado pelo Decreto-Lei n.º 44/2005, de 23 de Fevereiro e alterado pelo
Decreto-Lei n.º 113/2008, de 1 de Julho.

2- Regulamento de Sinalização do Trânsito - D. R. n.º 22-A/98, de 1 de Outubro,


alterado pelos D. R. n.º 41/2002, de 20 de Agosto e n.º 13/2003, de 26 de
Junho.

3- Convention on Road Signs and Signals of 1968 (Convenção de Viena). Euro-


pean Agreement Supplementing the Convention and Protocol on Road Markings,
Additional to the European Agreement (2006 consolidated versions). United
Nations, 2007.

4- Bastos Silva, Ana et al – Dimensionamento de Rotundas – Textos Didácticos –


Edição FCTUC, Coimbra – Portugal, 1999.

5- Carlos de Almeida Roque. Características dimensionais e critérios de utilização


e colocação das Marcas Rodoviárias. Disposição Técnica InIR, 2009.

6- Norma de Marcas Rodoviárias da Junta Autónoma de Estradas – Norma JAE


P13.1.1/92.

7- SETRA - Note d’Information 18. Les Bandes rugueuses. CETE Normandie Cen-
tre.1986

8- Traffic Advisory Leaflet 11/93 - Rumble Devices. The Department of Transport.


1993.

9- Marcadores. Disposições Normativas de Aplicação. JAE, Divisão de Circulação


e Segurança. Almada, 1983.

10 - Norma de Sinalização Vertical de Orientação da Junta Autónoma de Estradas -


Norma JAE P13.1.1/92.

11 - Instrução Técnica sobre Sinalização de Contramão. EP, E.P.E. 2007.

12 - Almeida Roque, C. – Homogeneidade de traçado e sinalização de curvas em


estradas interurbanas de faixa única. LNEC, 2001.

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