Analise Circuitos - COR - Ficha - ISBN - 20140829 - MC PDF
Analise Circuitos - COR - Ficha - ISBN - 20140829 - MC PDF
Analise Circuitos - COR - Ficha - ISBN - 20140829 - MC PDF
e-Tec
Brasil
Análise de Circuitos
Brasília - DF
2014
Presidência da República Federativa do Brasil
Ministério da Educação
Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica
Equipe de Elaboração
Escola Técnica de Brasília / ETB Design Instrucional
Juliana Leonardi/UFSC
Coordenação do Curso
Luiz Carlos Vitorino/ETB Web Master
Rafaela Lunardi Comarella/UFSC
Professor-autor
Carlos Wesley da Mota Bastos/ETB Web Design
Beatriz Wilges/UFSC
Comissão de Acompanhamento e Validação Maria Eduarda Susin Francalacci/UFSC
Universidade Federal de Santa Catarina / UFSC
Diagramação
Coordenação Institucional Bárbara Zardo/ UFSC
Araci Hack Catapan/UFSC Juliana Tonietto/UFSC
Inclui bibliografia
Rede e-Tec Brasil. Curso Técnico em Telecomunicações
ISBN: 978-85-67405-07-0
CDU: 621.3.001.7
Apresentação e-Tec Brasil
Prezado estudante,
Você faz parte de uma rede nacional pública de ensino, a Escola Técnica
Aberta do Brasil, instituída pelo Decreto nº 6.301, de 12 de dezembro 2007,
com o objetivo de democratizar o acesso ao ensino técnico público, na mo-
dalidade a distância. O programa é resultado de uma parceria entre o Minis-
tério da Educação, por meio das Secretarias de Educação a Distancia (SEED)
e de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC), as universidades e escolas
técnicas estaduais e federais.
O e-Tec Brasil leva os cursos técnicos a locais distantes das instituições de en-
sino e para a periferia das grandes cidades, incentivando os jovens a concluir
o ensino médio. Os cursos são ofertados pelas instituições públicas de ensino
e o atendimento ao estudante é realizado em escolas-polo integrantes das
redes públicas municipais e estaduais.
Ministério da Educação
Janeiro de 2010
Nosso contato
etecbrasil@mec.gov.br
3 e-Tec Brasil
Ícones
Atenção
Indica pontos de maior relevância no texto ou que servem de in-
tegração ou remissão a vários aspectos de um tema.
Descubra Mais
Oferece novas informações que enriquecem o assunto ou “curio-
sidades” e notícias recentes relacionadas ao tema em estudo. Ser-
vindo também de fio condutor para alguma situação de aprendi-
zagem que possa pertencer à integração dos cursos, a integração
dos eixos ou a especificidade do curso.
Glossário
Indica a definição de termos, palavras ou expressões utilizadas na
unidade temática.
Multimídia
Incentiva o desenvolvimento de atividades de aprendizagem a
partir de diferentes mídias: vídeos, filmes, jornais, ambiente AVEA
e outras, estabelecendo uma ponte transversal entre os conheci-
mentos estudados e a realidade do estudante.
Hipertextualidade/Integração
Propõe situações de aprendizagem que estabelecem ligações entre
os temas, as habilidades, as competências, e as bases tecnológicas.
Transversalidade/Contexto
Orienta o estudante a perceber os temas estudados no seu con-
texto tornando-o capaz de ampliar o conceitual a partir da obser-
vação da realidade e vice-versa.
5 e-Tec Brasil
Sumário
Palavra do professor-autor 9
7 e-Tec Brasil
Conversões entre as formas de números complexos 80
Conversão da forma retangular para a forma polar 80
Notação dos fasores em números complexos 84
Referências 148
e-Tec Brasil 8
Palavra do professor-autor
Caro (a) estudante,
Fique ciente que você é uma pessoa muito especial e privilegiada em estar
participando deste processo. Meu desejo e convite são para que você seja
protagonista de seu ato educativo. Para tal, é imprescindível que você or-
ganize seu plano de estudos que aprendeu na ambientação, pois aprender
nessa modalidade requer muita disciplina e dedicação, reservando um tem-
po para o seu contínuo crescimento profissional.
9 e-Tec Brasil
Apresentação
do componente curricular
O componente curricular de “Análise de Circuitos” é extremamente relevan-
te para o Curso Técnico em Telecomunicações, pois irá propiciar a você ha-
bilidades e competências na análise de circuitos elétricos em corrente alter-
nada, bem como ampliar sua visão e domínio no processo de aplicabilidade
prática nas diversas áreas das telecomunicações. Além de este componente
curricular estar articulado, com outros componentes do eixo de Informação
e Comunicação, tais como Eletricidade, Eletrônica Linear, Sistemas de Tele-
comunicações, etc., também está com outros eixos tecnológicos, como por
exemplo, Controle de Processos Industriais e de Infraestrutura e seus respec-
tivos cursos e áreas técnicas correlatas, tais como Eletrotécnica, Eletrônica,
Mecânica, Automação, Biomedicina, etc. Pode ser que, em muitos desses
casos, o componente curricular não receba necessariamente essa mesma
nomenclatura, podendo ser Eletricidade CA, Eletromagnetismo, Instalações
Elétricas Aplicadas, etc., mas a essência da ementa é praticamente a mesma.
11 e-Tec Brasil
casa, tais como: chuveiro elétrico, ferro elétrico, frigideiras, etc., que funcio-
nam à base de resistência elétrica. O transformador de tensão (110[V]/220[V]
e vice-versa), que você já deve ter utilizado em algum momento de sua vida,
tem como elemento principal o indutor e, por fim, ao mudarmos a frequên-
cia de uma emissora de rádio, estamos na prática alterando um parâmetro
de um capacitor (distância entre as placas condutoras). Nas diferentes possi-
bilidades de aprendizagem você irá constatar tais situações.
Por fim, dedicamos a unidade temática 5 para o estudo da ressonância e dos fil-
tros passivos, de tal forma que você consiga distinguir cada um deles. Este estudo
poderá permitir que analisemos também os efeitos da ressonância em circuitos
LC e RLC série e paralelo e sua aplicabilidade no mundo das telecomunicações.
Nossa expectativa é que este Caderno de Análise de Circuitos cumpra seu
papel, influenciando significativamente em seu processo de ensino-apren-
dizagem, bem como no dos demais estudantes oriundos de outros eixos
tecnológicos e demais cursos técnicos.
Parâmetros de
sinais senoidais
Unidade 1
Caro estudante: alguns autores usam outros símbolos e até mesmo outras
nomenclaturas para representar a tensão elétrica. Para nomenclaturas, al-
guns usam os termos de: Diferença de Potencial (d.d.p.), Tensão Induzida,
Força Eletromotriz e até mesmo a “Voltagem” (termo em desuso); e com re-
lação aos símbolos, usam: “U” ou “E” ou “e” ou “ε”; porém, isso não é um
fator determinante para a nossa caminhada pedagógica. E você pretende
usar qual símbolo e nomenclatura? Fique à vontade, em sua escolha!
R = l/A
Onde:
A priori, não iremos usar com frequência a Segunda Lei de Ohm em nossas
análises; porém, se preciso, já gostaria de deixá-lo(a) ciente dessa lei de gran-
de utilização na Eletricidade Aplicada.
ΣΔVs = Zero
ou
Σ das elevações das tensões = Σ das quedas das tensões
Onde:
R1 R2 R3
i
+ -
v
Figura 1.1: Representação de um circuito “série”
Fonte: http://nerdeletrico.blogspot.com.br/2011/04/associacao-de-resistores-serie-paralela.html
Ainda de acordo com O’Malley (1993), ele conceitua a Lei de Kirchhoff das
Correntes da seguinte forma:
A Lei de Kirchhoff das Correntes, abreviada por LKC, possui três dife-
rentes versões:
ΣΔIs = Zero
ou
Σ das correntes que entram em um Nó = Σ das correntes que saem
deste Nó
Onde:
I3
R3
I2 R2
RT
I1
R1
IT
IT A VT
VT B
O uso da corrente alternada teve seu início nos EUA, em 1885, com George
Westinghouse Jr., que comprou a patente deste desenvolvimento dos fran-
ceses L. Gaulard e J. D. Gibbs, com o intuito de construir transformadores
(CA), juntamente com seu colega William Stanley.
Para o nosso estudo, basta ter uma noção básica dos diferentes padrões de
modelos existentes: monofásicos, bifásicos, trifásicos e polifásicos (consti-
tuído por duas ou mais tensões iguais, com diferenças de fases fixas). Nes-
te momento, analisaremos apenas os circuitos monofásicos em CA, tendo
como referência a forma de onda senoidal (conforme Figura 1.3) para a
tensão, corrente, potência e energia elétrica.
Vmax
Tempo (s)
- Vmax
b) Circuito monofásico
Neutro
Fase R
c) Circuito bifásico
Este sistema é constituído de duas fases (R, S ou A, B), onde ocorre a dife-
rença de potencial (d.d.p.) entre a variação de uma fase e a variação da onda
da outra fase, conforme demonstrado na Figura 1.5.
Fase S
Fase R
d) Circuito trifásico
Caro estudante: você sabe nos informar qual é a tensão elétrica (ou vol-
tagem) utilizada no estado em que você mora? Conhece algum outro
estado que tenha tensão diferente da tensão do seu? Você consegui-
ria explicar as opções de tensão elétrica existentes? Procure uma for-
ma criativa para postar no Ambiente Virtual de Ensino-Aprendizagem
(AVEA) o resultado de seu estudo.
http://www.youtube.com/
watch?v=k81ru1dQUm4
0 (O mito de os aparelhos de 220
V serem mais econômicos que os
de 110V).
⍵ a Gerador de CA
escovas
e = B l v sen(α)
Onde:
Onde:
Caro estudante, a equação acima mostra que a tensão induzida varia a partir
do zero, ou seja, quando o condutor ou bobina estiver na posição horizon-
tal, ou seja, paralela à direção das linhas do campo magnético, até o valor
É sempre bom lembrar que não geramos corrente elétrica e sim diferença de
potencial (d.d.p.), através da geração da força eletromotriz induzida (f.e.m.);
essa d.d.p., ou simplesmente tensão elétrica, aplicada em uma carga de um
circuito fechado, aí, sim, geramos uma corrente elétrica.
A onda cosseno é tão importante quanto uma onda seno, pois, ela apre-
senta o mesmo aspecto, formato e características de uma onda senoidal; a
única diferença é na defasagem (relação de fase) de seu ângulo, ou seja, a
onda cossenoidal está 90º ou π/2 rad adiantada em relação à onda seno, ou
a onda seno está um quarto do período atrás da onda cosseno. Ex.: v = 20
sen(377t + 90º ) = 20 cos(377t)[V].
t(s)
0 o
90o 180o 270o 360o
Mínimo
(pico -) tempo para uma
rotação (360o)
Período
Além da forma de onda senoidal existem outros tipos, tais como: onda qua-
drada, dente de serra, triangular, retangular, etc., conforme mostrado na
Figura 1.10.
+ t + t + t
_ _ _
i (A)
Ip
Ipp
t (s)
0o
360o (o, rad)
T/2 180o
Caro estudante: você sabe que para cada aplicação de diferentes áreas
técnicas temos uma faixa de frequências específica, que comumente
chamamos de “Faixas do Espectro Eletromagnético de Frequências”?
= 2πf [rad/s]
ou
= 2π/T [rad/s]
30
20
10
-10
- 20
- 30
0 0,0002 0,0004 0,0006 0,0008 0,001
Tempo (segundos)
10
8
6
4
2
0
-2
-4
-6
-8
- 10
0 2.85714e-005 5.71429e-005 8.57143e-005 0.000114286 0.000142857 0.000171429 0.0002
Tempo (segundos)
-120
-160
-200
0 2.85714e-005 5.71429e-005 8.57143e-005 0.000114286 0.000142857 0.000171429 0.0002
Tempo (segundos)
Figura 1.12c: Defasagem entre duas tensões
Fonte: Elaborada pelo autor
a) as duas senoides devem possuir a mesma frequência; caso isso não acon-
teça, a relação de fase não é possível;
Considere as duas senoides
representadas por uma tensão b) as duas senoides devem ter a mesma forma de onda, ou seja, ambas
alternada v(t) e por uma corrente seno ou ambas cosseno. Caso alguma delas seja diferente, basta conver-
alternada i(t) e determine a
relação de fase entre ambas:
ter uma delas para a mesma forma de onda. Cabe lembrar que a onda
v (t) = 120 sen(754 t + 60º) [ V ] seno está atrasada 90º em relação à onda cosseno ou a onda cosseno
i (t) = 6 sen(754 t – 30º) [ A ]
está adiantada 90º em relação à onda seno. Cabe lembrar ainda que,
θ Resultante = [θ v(t)] – [θ i(t)]
θ Resultante = [+60°] – [–30°] = [+90º] se somarmos 90° ao ângulo de uma onda seno, a alteramos para uma
onda cosseno, ou simplesmente usamos a identidade trigonométrica:
Conclusão: A senoide da tensão
v(t) está adiantada 90° em relação
sen(x + 90º) = cos(x). Se você quiser fazer o contrário, ou seja, transfor-
à senoide da corrente i(t) ou mar a onda cosseno em onda seno, basta subtrair 90° ao ângulo da onda
a senoide da corrente i(t) está
cosseno, ou usar a identidade trigonométrica: cos(x - 90º) = sen(x).
atrasada 90° em relação à senoide
da tensão v(t).
c) as duas senoides devem ter o mesmo sinal de amplitude, ou seja, ambas
positivas ou ambas negativas. Caso alguma delas tenha um sinal diferen-
te, basta alterar o sinal, convertendo uma delas para a mesma forma de
onda. Cabe lembrar que, se somarmos 180° ao ângulo de uma senoide,
alteramos o seu quadrante, ou simplesmente usamos as identidades tri-
gonométricas: cos(x +/- 180º) = - cos(x) ou sen(x +/- 180º) = - sen(x).
De: v2(t) = -150 cos(377t + 120°) [V] para: v2(t) = -150 sen(377t + 120° - 90°)
[V], resultando: v2(t) = -150 sen(377t + 30°) [V]
De: v2(t) = - 150 sen(377t + 30°) [V] para: v2(t) = + 150 sen(377t + 30° +
180°) [V], resultando: v2(t) = + 150 sen(377t + 210°) [V].
Após satisfazer as três condições, podemos fazer a defasagem das duas senoides:
Vmax = VP = A
VPP = 2. Vmax ou VPP = 2.VP
Vp Vpp
Tempo (segundos)
Figura 1.13: Forma de onda de uma tensão senoidal com indicação do valor de pico
e de pico a pico
Fonte: Elaborada pelo autor
1. Você já sabe que para cada aplicação de diferentes áreas, temos uma
faixa de frequências específica. Dentro dessa mesma linha, pesquise
e construa tabelas com as diferentes faixas de: corrente (em ampères
e seus múltiplos e submúltiplos), tensão (em volts e seus múltiplos e
submúltiplos) e em potência (em watts e seus múltiplos e submúltiplos).
Por fim, para exprimirmos a diferença de fase entre duas senoides, basta
encontrar a diferença entre os ângulos de fase das duas, satisfazendo três
condições básicas:
Circuitos monofásicos
puros em CA
Unidade 2
R = V/I
Onde:
Instigue seus colegas a tentar entender essa diferença também. Que tal
abrir um Fórum de Discussão sobre este tema, no Ambiente Virtual de
Ensino-Aprendizagem (AVEA)?
Filme
Bastão de cerâmica,
revestido
do com
esstido com
co fifilme
m fil me de
me
carbono
bon
boonoo ou
o metal
meta
me tal
Revestimento Conector
C
Co
one Metálico
Cortes
Cortess em
em espiral,
e piral
esppiral,
formando tiras de
material resistivo
Fio
Isolamento
Isolameento Cerâmico
ico
Conetor
Co
oonnetor Fio de nicro
nicromo
mo enrolado
Metálico
Met tálico basstão de vidro
em um bastão
Código de
e Cores
A extremidadee com
m ma
mais
aiss fa
faixas
ixaas deve apo
apontar
onntaarr pparaa a es
esquerda
squerda
O valor dos resistores, em termos de resistência, pode ser muito alto ou ex-
tremamente baixo; daí, a necessidade do uso dos múltiplos e submúltiplos
da unidade ohm.
http://www.youtube.com/
Podemos caracterizar como exemplos de circuitos CA puramente resistivos watch?v=9LGn11bmfh4
os aparelhos eletrodomésticos usados para produzir calor, tais como: torra- (Resistência Elétrica e Leis de
Ohm)
deiras, ferros elétricos, chuveiros elétricos, frigideiras e fogões, etc., quando
ligados à fonte de energia residencial. http://www.youtube.com/
watch?v=RXTFtx_bw_A (Aulas
ENEM – Resistência Elétrica –
Leis de Ohm)
A tensão pode ser expressa da seguinte forma:
http://www.youtube.com/
watch?v=KJMXvqn83wU
v = Vmax sen(ωt ±θ) [V] (Associação de resistores série e
paralelo)
http://www.youtube.com/
i = Imax sen(ωt ± θ) [A] watch?v=7rISKeg3NeM
(PENSI – Física – Circuito
Elétrico)
A característica marcante do circuito CA puramente resistivo é o fato de a https://www.youtube.
tensão e a corrente estarem em fase o tempo todo, ou seja, não existe de- com/watch?v=IhzOUx7n
KAM&list=TL_2RRYPiP3G
fasagem entre a tensão e a corrente (θResultante = 0º), ou seja, a diferença mm_whTUSsK2YfUBgzl8xNh
entre o ângulo da tensão e da corrente. (Associação de Resistores –
Circuitos Elétricos #3).
V i
i
V
P = v.i = [Vmax sen(�t +θ)][Imax sen(�t + θ)]= Vmax Imax sen2(�t + θ) [watts]
Onde:
Veja então:
http://www.youtube.com/
watch?v=neqKb1g_GCU
(Resistência em
circuitos de CA)
t(s)
https://www.youtube.com/ Figura 2.5: Forma de onda da potência no circuito CA puramente resistivo
watch?v=-rzP1KToVP4 (Curso Fonte: http://www.resistordecarga.com/2013/11/verificacao-das-propriedades-dos.html
CA aula 03 tensão alternada
Parte A)
https://www.youtube.com/
watch?v=SD40TbgkkIY Conceitos e propriedades dos indutores
(Multímetro 2 – tensão contínua Para que você compreenda a análise de um circuito puramente indutivo em
e alternada).
CA, é fundamental absorver o conceito dos indutores e suas propriedades.
Caro estudante, neste ponto cabe enfatizar a diferença entre “se opor à
passagem da corrente elétrica” (característica do resistor) e “se opor à va-
riação da corrente elétrica” (característica do indutor). Esse processo ocorre
quando, ao alimentar com uma fonte de tensão um indutor puro, a corrente
que circula origina um campo magnético cujas linhas de campo acabam cor-
tando as espiras do indutor, induzindo nelas uma força eletromotriz (fem).
A essa tensão induzida chamamos comumente de fem autoinduzida. Con-
forme a Lei de Lenz, essa tensão induzida, ao surgir nas extremidades do
indutor, acaba se opondo à causa que a originou, ou seja, se opõe à variação
da corrente. Que tal pesquisar um pouco mais sobre a Lei de Lenz?
εL = Imax2L/2 [J]
https://www.youtube.com/
watch?v=0f-2HhvY4Ck (Curso
CA aula 5 parte A O indutor em
CC)
https://www.youtube.com/
watch?v=DmQOTknwP_o
(Tipos de indutores)
LT = L1 + L2 + L3 + ........ + LN
Então:
Onde:
XL = 2π f L [Ω]
Onde:
P = v.i = [Vmax cos(ωt + θ) ][Imax sen(ωt + θ)]= VmaxImax cos(ωt + θ) sen(ωt + θ) [W]
ou
Pmed = Zero
i(t) P(t)
0,5
Pmed
0
-0,5
v(t)
-1
0 90 180 270 360
Tempo(s)
Figura 2.10: Gráfico de defasagem entre a tensão, corrente e potência no indutor
Fonte: Elaborada pelo autor
Dielétrico
εC = Vmax2C/2 [J]
A energia é expressa em joules [J].
C = Q/ΔV
Onde:
https://www.youtube.com/
iC = C dv/dt = C d/dt [Vmax sen(ωt + θ)] = ωCVmax cos(ωt + θ) watch?v=sqEvZ92mn-w
(Capacitores I – Para que
servem? Como funcionam?)
Então:
https://www.youtube.com/
watch?v=wYE2nkA-vvY
iC = ωCVmax cos(ωt + θ) [A] (Associação de capacitores
(paralelo, série E))
Onde: https://www.youtube.com/
watch?v=dIkYdaw36OM
(Experiências com capacitores).
ωCVmax = Imax: Corrente de pico, expressa em ampères [A]
XC = -1/(2πfC) [Ω]
Onde:
Ic Vc
90°
P = v.i = [Vmax cos(ωt + θ) ][Imax sen(ωt + θ)]= Vmax Imax cos(ωt + θ) sen(ωt + θ) [W]
ou
https://www.youtube.com/
watch?v=M_dLGGPkB08 Em um período completo, ele fornece a mesma energia que recebeu, ou
(Curso em CA aula 08 Capacitor seja, existe uma troca de energia entre a fonte e o capacitor, a cada quarto
em CA.avi)
(¼) do ciclo, repetidamente.
p(t)
Tensão (V), Corrente(A) e Potência(W)
v(t)
i(t)
t(s)
b) Qual a reatância indutiva do indutor de 60 [mH], se flui por ele uma cor-
rente i = 40 sen(2.500t + 70°) [mA] e tensão v = 25 cos(2.500t + 70°) [V]?
c) Qual a reatância capacitiva do capacitor de 250 [µF], se flui por ele uma
corrente i = 75 cos(4.000t + 160°) [mA] e tensão v = 300sen (4.000t -
20°) [V]?
Síntese da unidade
Nesta unidade temática tivemos a oportunidade de revisar o conceito e as
propriedades dos resistores em CC, já estudados no componente curricular
de Eletricidade. Vimos ainda o comportamento dos resistores em corrente
alternada, enfatizando a sua grande aplicabilidade nos equipamentos eletro-
eletrônicos em geral, além do fato de os resistores não armazenarem ener-
gia, (pelo contrário, eles dissipam toda energia recebida em forma de calor),
caracterizando assim o famoso “Efeito Joule”. Uma característica marcante
No tocante aos indutores, cabe frisar que é sua característica se opor às va-
riações de corrente; fisicamente, trata-se de uma bobina enrolada helicoidal-
mente sobre um núcleo. Já os capacitores se opõem às variações de tensão
e fisicamente são placas condutoras paralelas, separadas por um isolante ou
dielétrico.
Outro aspecto relevante dos indutores é o fato de que sua corrente está atra-
sada 90° em relação à tensão, o tempo todo. Já nos capacitores, a corrente
está adiantada 90° em relação à tensão, durante todo o ciclo.
Aplicabilidade dos
números complexos na
análise de circuitos em CA
Unidade 3
b) números inteiros (Z) → Z = {-n, ......-5, -4, -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3, 4, 5,+......+n};
d) números irracionais (I) → I = {-n, ........-25/5, -4, -π, -8/4, -√1, 0, 1, √4, π,
√16, 25/5, ......+n}.
Conjuntos numéricos
Números Reais
Números
Irracionais Números Números Números
Racionais Inteiros Naturais
Fazendo j = √-1, teremos: √-2 = j√2; √-3 = j√3; consequentemente √-4 = j2;
√-5=j√5; √-6 = j√6 e assim sucessivamente.
(j1)3 = (j1)2 . j1 = -1 . j1 = - j1
(j1)4 = (j2)2 = 1
(j1)5 = j1
(j1)6 = -1
(j1)7 = - j1
(j1)8 = 1
(j1)9 = j1
E assim sucessivamente!
a) Adição e subtração:
j5 + j12 = j17
j19,8 – j8,6 = j11,2
j14,65 – j28,78 = - j14,13
5 (j6) = j30
j50
= j5
10
j9,6
= - j12
- 0,8
144 144 x j1 j144
= = = − j12
j12 j12 x j1 −12
Y Eixo Imaginário
Z2 (2,3)
Z3 (0,3)
j3
j2
Z5 (-3,1) j1 Z1 (3,0)
X Eixo Real
-3 -2 -1 1 2 3
-j1
Z6 (-2,-2) Z4 (3,-2)
-j2
-j3
Figura 3.2: Representação gráfica dos números complexos
Fonte: www.shutterstock.com
Imagine o plano cartesiano (típico dos números reais), onde o eixo “X” é o
eixo horizontal ou eixo das abscissas ou eixo real, e já o eixo “Y” é o eixo
vertical ou eixo das ordenadas ou eixo imaginário. Ao conjunto ou ao par
(real, imaginário) chamamos de coordenadas complexas.
Através da internet e b P
bibliografias recomendadas, faça
um estudo sobre os seguintes
pesquisadores: Jean-Robert
Argand, Carl Friedrich
Gauss e Caspar Wessel e suas
contribuições para os números
complexos. Compartilhe essas
informações com seus
colegas no AVEA.
a eixo real
conceitos trigonométricos
Os conceitos trigonométricos x = r cos(θ) Z = x + jy = r [cos(θ) + j sen(θ)]
definem-se como: seno = cateto
oposto/hipotenusa; cosseno =
cateto adjacente/hipotenusa e y = r sen(θ)
tangente = seno/cosseno ou
cateto oposto/cateto adjacente.
x 2 + y 2 → módulo ou valor absoluto de Z
O inverso do seno (sen) é o arco r=
seno (arc sen ou sen-1 ou 1/
sen), o inverso do cosseno (cos) y
é o arco cosseno (arc cos ou x
θ = arctg( ) → argumento ou ângulo de Z
cos-1 ou 1/cos) e o inverso da
tangente (tan) é o arco tangente
(arc tan ou tan-1 ou 1/tan).
y
x + jy
r
x
Im
j ej = cos θ + sin θ
Através da Internet e
bibliografias recomendadas,
sin θ faça um estudo sobre o cientista
0
cos θ 1 Re
Leonhard Paul Euler e sua
contribuição para a Matemática,
em especial para o conjunto dos
números complexos. Compartilhe
essa informação com seus
colegas no AVEA.
Forma retangular Z = x + jy
Forma polar Z = r θ°
Forma exponencial Z = r ejθ
Forma trigonométrica Z = r [cos(θ) + j sen(θ)]
Z = x + jy Z* = x – jy
Em síntese:
Z = x + jy Z* = x – jy
Z = r ejθ Z* = r e- jθ
Z = r θ° Z* = r - θ°
Z = r [cos(θ) + j sen(θ)] Z* = r [cos(θ) - j sen(θ)]
Z = r θ° Z* = r - θ°
Z1 = 5 + j6 Z1* = 5 – j6
j6 Z1
Z2
5 X
Z2 *
- j6
Z1*
Z1 = (3 + j4) Z2 = (5 + j6)
Z1.Z2 = 3 (5) + 3 (j6) + (j4) 5 + (j4) (j6) = (15 + j18 + j20 – 24) = (-9 + j38)
Z1 = 9 e jπ/3 e Z2 = 5 e -jπ/6
Seja o seguinte número complexo Z1, multiplique pelo seu próprio con-
jugado Z1*.
Z1 = 3 e jπ/3 e Z2 = 4 e -jπ/6
Z1 = 3 60° e Z2 = 4 -75°
Z1 = r1 ejθ1
= r1 ej(θ1-θ2) (exponencial)
Z2 r2 ejθ2 r2
Z1 = r1 θ1
= r1 θ1 - θ2 (polar)
Z2 r2 θ2 r2
Z1 = 16 e jπ/3 e Z2 = 4 e jπ/6
jπ
Z 1 16e 3 jπ
= π
= 4e 6
Z 2 4e 6
j
Z1 = 32 -45° Z2 = 8 –90°
Z1 32 -45° = 4 -45°
=
Z2 8 -90°
x + jy
r
y
x X (Real)
Então, teremos:
Então:
x2 + y2 = r2
r = x2 + y2
y
θ = arctg
x
Em síntese:
Z = x + jy → Z=rθ
y
r = x2 + y2 e θ = arctg
x
Z = 8 + j6 Z = (polar)
r = 82 + 62 = 64+36 = 100 = 10
6
θ = arctg = 36,9º
8
Z = 10 36,9º
Digite o número 8 em a
Digite o número 6 em b
Digite a tecla 2nd ou Shift em a = obtém-se o valor do módulo (10)
Digite apenas em b = obtém-se o valor do ângulo (36,9°).
b) Para o modelo 2:
c) Para o modelo 3:
r θ° = x + jy = r cos(θ) + jr sen(θ)
r é o modulo
r ejθ Onde: � é o ângulo do número complexo
e = 2,718 é a base do logaritmo natural
r ejθ é similar a r θ
Em síntese:
Z = r θ° Z = x + jy
Z = 36,1 56,3°
Z = 36,1 cos(56,3°) + j36,1sen(56,3°)
Z = 20 + j30
a) Para o modelo 1:
b) Para o modelo 2:
c) Para o modelo 3:
Em síntese:
Onde era v passou a ser V, o valor de pico v = 311 [V] passou a ser o
valor eficaz V = 311/√2 = 220 [V] na forma polar e por fim, considera-
-se o ângulo da onda seno para ser o ângulo da forma polar.
c) 1/j0,01
d) j169/j13
h) 1/(0,04 + j0,010)
a) (3 + j4)
b) (40,5 – j20,25)
c) (-10 – j5)
d) (20 + j20)
e) 5 53,13°
f) 45,67 -60°
g) - 25 -45,7°
h) 50 -45°
a) v = 7,25 sen(377t + 20°) + 8,75 cos(377t – 35°) + 6,5 sen(377t + 45°) [V]
Síntese da unidade
Nesta unidade temática revisamos o estudo dos números complexos, ou
Visando aprofundar um pouco seja, o conjunto numérico que surgiu com o intuito de resolver algo que
mais o que você aprendeu
nesta unidade temática, sugiro não era possível pelos números reais, isto é, a extração da raiz quadrada de
que faça pesquisas em artigos
e links de vídeos da seguinte
número negativo. Além disso, os números complexos são de extrema impor-
forma: “Números Complexos” tância na análise de circuitos elétricos em corrente alternada, facilitando e
ou “Notação de Fasores” ou
“Álgebra Complexa e Fasores”. simplificando os cálculos envolvidos.
Poste os resultados desta
pesquisa no AVEA.
Visando contribuir com a sua Um número complexo é composto de uma parte real e uma parte imagi-
pesquisa, estou sugerindo alguns
links de vídeos:
nária, podendo ser expresso da seguinte forma: x + jy. As operações com
números complexos são similares às que fazemos com os números reais,
https://www.youtube.com/
watch?v=6zzwKiFEKIE enfatizando o fato de que j = √-1 ou j2 = -1.
(Cálculos com Números
Complexos)
Em nosso estudo constatamos que existem quatro formas de representar um
https://www.youtube.com/
watch?v=IUqzW1dfF7c
número complexo. São elas:
(Números Complexos 4 – Adição
Subtração Multiplicação Divisão)
forma retangular ou cartesiana Z = x + jy
https://www.youtube.com/
watch?v=HIIT1kJBJpE
(Circuitos Elétricos Conversão forma polar ou de Steinmetz Z = r θ°
Polar Retangular e Retangular
Polar)
forma exponencial Z = r ejθ
https://www.youtube.com/
watch?v=5xC_CIBlafY
(Curso CA aula01 Números forma trigonométrica Z = r [cos(θ) + j sen(θ)]
complexos Parte A).
Z = x + jy Z* = x – jy
Z = r θ Z* = r -θ
Análise de circuitos
monofásicos
compostos em CA
Unidade 4
Esta unidade temática retomará a análise dos circuitos elétricos
monofásicos em corrente alternada, porém, levando em conside-
ração as suas diversas combinações (circuitos RL, RC, RLC, etc.) em
série, paralelo e misto.
Circuito RL série em CA
Um circuito RL série caracteriza-se por possuir resistores (R) e indutores (L)
ligados em série, conforme a Figura 4.1.
VT +
VL L
VL
VT
I VR
Onde:
tg(θ) = ωL
R
Então:
θ = arc tg(ωL/R)
Solução:
VR = R i = R Imax= 20 . 4 = 80 [V]
VL = XL i = ω L Imax = 32 . 4 = 128 [V]
Solução:
Circuito RL paralelo em CA
Um circuito RL paralelo se caracteriza por possuir resistores (R) e indutores (L)
ligados em paralelo, conforme a Figura 4.3.
V L
IT
IR
IL
Então:
tg(�) = R/(ωL)
Então:
� = arc tg (R/�L)
Z= R.XL/√[R2+XL2] [Ω]
Onde:
Solução:
Para o modelo 1:
Para o modelo 2:
Z = 1/Y = 1/(41,4 x 10-3) -52,85° → Z = 24,15 52,85° [Ω], (na forma polar).
IR = V/R e IL = V/XL
IR = 120/40 → IR = 3 [A]
IL = 120/30 → IL = 4 [A]
Circuito RC série em CA
Um circuito RC série se caracteriza por possuir resistores (R) e capacitores (C)
ligados em série, conforme a Figura 4.5. Quando os componentes resistivos
e capacitivos são ligados em série, a corrente total é a mesma em todos os
pontos do circuito, dada pela expressão: i = Imax sen(�t + ) [A] .
I R
VR
VT +
Vc C
∆t
Então:
Onde:
tg(θ) = 1/ωC
R
Então:
θ = arc tg[(1/ωC)/R]
Esta é a expressão que define a tensão total (VT) de um circuito RC série no domí-
nio do tempo, ou seja, requer uma análise trigonométrica, bem como, algumas
ferramentas da Matemática, tais como equações diferenciais e integrais, que não
Onde:
Solução:
Observe que toda a vez que a parte real (R = 106 [Ω]) for igual (em
módulo) à parte imaginária (-jXC = -j106 [Ω]), o ângulo será sempre de -
45°, pois existe um equilíbrio da força resultante da resistência (tenden-
do fazer a tensão ficar em fase com a corrente) e da reatância capacitiva
(tendendo fazer a corrente adiantar 90º em relação à tensão).
Circuito RC paralelo em CA
Um circuito RC paralelo caracteriza-se por possuir resistores (R) e capacitores
(C) ligados em paralelo, conforme a Figura 4.7.
IT
IC IR
VT
C R
IC IT
V
IR
Então:
tg(θ) = R/(1/ωC)
Então:
θ = arc tg[R/(1/ωC)]
Solução:
IR = V/R e IC = V/XC
IR = 240/10 → IR = 24 [A]
IC = 240/8,33 → IC = 28,81 [A]
VC
VL
VT
VR
VL
V
VL VC
VR
VC
Figura 4.10: Diagrama fasorial da corrente e das tensões de um circuito RLC série em CA
Fonte: Elaborada pelo autor
Cabe salientar que se trata de um ângulo menor que 90° (não se esqueça de
que a resistência tende a colocar a tensão (V) e a corrente (I) em fase o tem-
po todo, enquanto a indutância tende a atrasar a corrente, e a capacitância
tende a adiantá-la de 90°).
VC VR I
Se a reatância indutiva (ωL) for maior que a reatância capacitiva (1/ωC), dize-
mos que se trata de um circuito RLC série em CA com característica indutiva.
Se a reatância indutiva (1/ωC) for maior que a reatância indutiva (ωL), dizemos
que se trata de um circuito RLC série em CA com característica capacitiva.
Então:
Z= √[R2 + (XL - XC)2] [Ω]
Onde:
Como XC > XL (em módulo), trata-se de um circuito RLC série com ca-
racterística capacitiva.
Então:
IL IR
IC
VT
IL - IC
Então:
Solução:
A corrente total é:
a) RL
b) RC
c) RLC
a) RL
b) RC
c) RLC
Visando aprofundar um c) a admitância complexa (Y) em siemens [S] (nas formas retangular e polar);
pouco mais seu conhecimento
sobre esta unidade temática, d) a defasagem (diferença de fase) do ângulo entre a tensão total e a
sugiro que faça pesquisas em
artigos e links de vídeos, da corrente total, em graus [°], definindo qual a característica do circuito
seguinte forma: “Análise de (indutiva ou capacitiva).
Circuitos Monofásicos em CA”,
“Circuito RL Série”, “Circuito
RC Série”, “Circuito RLC
Série”, “Circuito RL Paralelo”,
“Circuito RC Paralelo”, “Circuito
RLC Paralelo”, “Impedância Síntese da unidade
Complexa”, “Admitância Nesta unidade temática retomamos os elementos de circuitos puros estu-
Complexa”, etc. Poste os
resultados desta dados na unidade anterior e fizemos algumas combinações interessantes,
pesquisa no AVEA.
tanto em série, quanto em paralelo.
Visando contribuir com a sua
pesquisa, estou sugerindo alguns
links de vídeos Na oportunidade analisamos a combinação RL série, onde a corrente é a
mesma em todos os pontos; já a tensão subdivide nos dois elementos de
https://www.youtube.com/
watch?v=42H_KMR9HmU circuitos. A grande novidade que descobrimos foi o fato de que a corrente
(Curso CA aula 06 Circuito RL
exercícios) passou a “enxergar” duas oposições a ela: uma da própria resistência e a ou-
tra da reatância indutiva; para esta oposição, denominamos de impedância
https://www.youtube.com/
watch?v=bD8i6p9YVqo do circuito (Z), também expressa em ohms.
(Curso CA aula 06
Circuito RL Parte B)
Já quanto à combinação RL paralelo, constatamos que a corrente se divide
https://www.youtube.com/
watch?v=EnEj8MabiiY entre os dois braços do circuito e a tensão é a mesma em todos os pontos.
(Comportamento Elétrico de Também nesse ponto apresentamos outra grandeza, que é justamente o
Circuito RLC Série)
inverso da impedância, a qual denominamos de Admitância do Circuito (Y),
https://www.youtube.com/ expressa por siemens.
watch?v=c8j_ZH89tmk
(Circuitos RC
Série Thiago Aula 1).
Para as demais combinações RC série e paralelo, bem como RLC série e pa-
ralelo, a linha de raciocínio é a mesma.
Ressonância e estudo
dos filtros
Unidade 5
Esta unidade temática visa tratar do fenômeno da ressonância sé-
rie e paralela, levando em consideração ainda as combinações dos
circuitos LC e RLC série e paralelo.
Fenômeno da ressonância
Ao analisarmos os circuitos elétricos monofásicos RLC série em CA, depara-
mo-nos com situações nas quais os circuitos apresentam uma significativa
alteração de suas características de respostas, em função de determinadas
faixas de frequências.
+
V5 C Vc I5 R L C
+
(a) (b)
Ressonância série
Na unidade temática anterior estudamos a impedância de um circuito e afir-
mamos que ela é a oposição à passagem de corrente elétrica em circuitos
alternados. Sua expressão matemática para um circuito RLC série com carac-
terística indutiva é Z = √[R2 + (XL –XC)2] [Ω].
Dizemos que ocorre a ressonância série quando a reatância indutiva (XL) for
igual (em módulo) à reatância capacitiva (XC), ou seja, (XL = XC), fazendo com
que a impedância fique puramente resistiva.
Z = √R2 → Z = R [Ω].
XL = 2πfL e XC = 1/2πfC
fr = 1
2.∏.√L.C
Fazendo uma análise da expressão acima, podemos observar os seguintes
pontos:
Frequência de Ressônancia
Valor da Resistência
fr
Frequência
Corrente [A]
Imax
0,707 * Imax
f1 fr f2 Frequência [Hz]
Q = XL/R ou Q = XC/R
Onde:
De acordo com esta equação, podemos concluir que quanto menor a resis-
tência (R), em relação à reatância indutiva (XL), maior será o fator de qualida-
de Q do circuito ressonante.
corrente [A]
Imax
Q = 10
Q=5
Q=2
fr Frequência [HZ]
Figura 5.4: Gráfico do módulo da corrente versus frequência de um circuito RLC série,
para diversos valores do fator de qualidade (Q)
Fonte: Elaborada pelo autor
LF = fr/Q [Hz]
Essa visão fica óbvia no gráfico da Figura 5.4, onde quanto maior o “fator
Q”, mais focada e drástica é a sua atuação; um “fator Q” menor significa
mais frequências próximas sofrendo alterações.
Esse parâmetro também pode ser definido pela largura da faixa (LF), mas
com a ideia inversa, medindo a largura de frequência onde o equalizador
atua e é medida pela distância entre dois pontos equidistantes do centro de
frequência que tenham um ganho em relação a ele.
Circuito LC paralelo
Um circuito LC paralelo se caracteriza por possuir indutores (L) e capacitores
(C) ligados em paralelo, conforme a Figura 5.5.
it iL iC
L C
Vt
IL = V/XL [A]
IC = V/XC [A]
Se IL > IC → IL - IC
Se IC > IL → IC – IL
Ou simplesmente:
fr Frequência
Ressonância paralela
O estudo da ressonância paralela envolvendo circuitos LC paralelos é idênti-
co ao estudo da ressonância série envolvendo circuitos RLC série, porém, as
características da ressonância paralela são consideravelmente diferentes das
da ressonância série.
fr = 1
2.∏.√L.C
O valor do indutor (L) continua sendo obtido através da equação:
L = 1/4π2fr2C
IL L C IC
Vt
fr
Frequência
fr Frequência
(a) (b)
Figura 5.9: Filtro passa-baixa utilizando um indutor em série com a carga de saída
Fonte: Elaborada pelo autor
• para frequência baixa, tem-se uma reatância capacitiva (XC) alta, compa-
rada com o valor do resistor (R); daí, seu efeito é pequeno;
• a partir deste ponto, quanto mais alta for a frequência, mais parte do
sinal deixa de passar pela carga, passando direto pela capacitor;
Devido aos efeitos da ressonância, quando (XL = XC), o sinal de saída sofre
um pico, caindo rapidamente a seguir.
Figura 5.12: Filtro passa-alta utilizando um indutor em paralelo com a carga de saída
Fonte: Elaborada pelo autor
C
Sinal de entrada R Sinal de saída
Figura 5.13: Filtro passa-alta utilizando um capacitor em série com a carga de saída
Fonte: Elaborada pelo autor
Desta vez o circuito ressonante tanque deve ser colocado em série com a
saída, usará a sua alta impedância na ressonância para impedir o sinal de
atingir a saída. Já o circuito ressonante série em paralelo na saída usará sua
baixa impedância na ressonância para deixar o sinal passar para a saída. Para
ambos os casos, as frequências abaixo e acima da faixa de ressonância serão
muito pouco afetadas.
Redes de filtros
Para obtermos um alto grau de filtragem, utilizamos uma série de combina-
ções entre indutores e capacitores e formamos o que chamamos de redes
de filtros, podendo ser redes simples ou mais complexas.
Esses filtros podem ser formados por seções de filtros que compõem as redes
tipo T e tipo π, ou seja, de acordo com as configurações dessas redes.
Já as redes tipo T são assim chamadas tendo em vista a semelhança com a le-
tra grega π (pi). Essas redes usam dois componentes em paralelo, um de cada
lado de um componente em série e como o filtro T, fornecem maior atenuação
para as frequências não desejadas. Os filtros passa-faixa e rejeita-faixa, utili-
zando uma combinação de indutores e capacitores, ao serem inseridos com
os circuitos ressonantes, podem formar uma gama de redes tipo T ou tipo π.
Seja um circuito RLC série, que apresenta uma tensão de 500 [V], a uma
frequência de 2.000 [Hz] e os elementos de circuitos R = 100 [Ω], L = 2
[H] e C = 40[µF]. Diante disso, informe:
Para resolver este problema existe algumas opções: calcular a corrente dos
dois ramos e, após, somá-las, para obter a corrente de linha, ou calcular a
impedância e Lei de Ohm para obter essa corrente.
Por fim, vimos as redes de filtros T e π existentes, de acordo com a sua com-
posição e aplicabilidade.
CUTLER, Philip. Análise de circuitos CA. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1976. 566p.
KIENITZ, Karl Heinz. Análise de circuitos: um enfoque de sistemas. São Paulo: Manole,
2002. 142p.
O´MALLEY, John. Análise de circuitos. 2. ed. São Paulo: Makron Books do Brasil, 1993.
679p.
E-mail: carloswesleymb@gmail.com