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Aula Enterobacteriaceae para Veterinaria 2019 PDF

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Família Enterobacteriaceae

(Enterobactérias)
Prof. Adj. Ary Fernandes Junior
Departamento de Microbiologia e Imunologia
IBB/ UNESP
ary@ibb.unesp.br
Bactérias Gram negativas Campylobacter jejuni,
Víbrios
Vibrio cholerae

Cocos Cocobacilos Bacilos Oxidase +

Neisseria Haemophylus Pseudomonas,


meningitidis, influenza , Pasteurella, Acinetobacter
N. gonorrhoeae Brucella, Bordetella
pertussis.

Oxidase -

Glicose +
Enterobactérias
Lactose + Lactose -

Rapidos fermentadores Fermentam lactose Não Fermentam


da lactose lentamente lactose
Klebsiella, E. coli, Citrobacter, Serratia, Shigella, Salmonella,
Enterobacter outros Proteus, Yersinia e
outros
Lactose + Lactose -

+ -
Escherichia Shigella

Klebsiella Salmonella
Proteus
Enterobacter
Providência
Serratia
Morganella
Yersinia
Família Enterobacteriaceae
(mais de 46 gêneros, centenas de espécies e subespécies
(263) e milhares de sorotipos)
(Diferenciados por: Propriedades bioquímicas, estruturas antigênicas e
hibridização e sequenciamento de ácidos nuclêicos)

Patógenos primários Patógenos oportunistas


Organismos capazes de causar Organismos que podem causar doenças
doenças sempre em determinadas condições ou em
alguns hospedeiros

Shigella Providencia
Escherichia coli

Salmonella Klebsiella pneumoniae Morganella

Proteus Enterobacter
Yersinia
Serratia
DIFERENCIAÇÃO BIOQUÍMICA DE ENTEROBACTÉRIAS
Escherichia Shigella Shigella Klebsiella Klebsiella Enterobacter Enterobacter Hafnia Serratia Proteus Proteus
TESTES\ESPÉCIES Salmonella
coli dysenteriae sonnei pneumoniae rhinoscleromatis cloacae aerogenes spp. marcescens vulgaris mirabilis

GLICOSE GÁS + + - - + + + + + d + +

ARABINOSE + + + + + + + - - -

LACTOSE +* D - (+) + - + + - - - -

MALTOSE + + +- +- + + + + + + + -

MANITOL + + - + + + + + + + - -

SORBITOL + + + + + + - - - -

SACAROSE d - - (+) + + + + -x + + (+)

TREALOSE + + + + + + + + (+) +

CITRATO - + - - + - + + + + +- +(+)

MALONATO - D - - + + d + +- - - -

VERMELHO DE METILA + + + + - + - - - - + +

VOGES-PROSKAUER - - - - + - + + + D d d

REDUÇÃO DE NITRATO + + + + + + + + + + + +

HIDRÓLISE DE GELATINA - D - - (d) (d) (+) ((+)) - + + +

PRODUÇÃO H2S - + - - - - - - - - + +

INDOL + - d - d d - - - - + -

LISINA + + - - - - - + + + d d

UREASE - - - - - - (d) (d) - - + +

FENILALANINA - - - - - - - - - - + +

MOTILIDADE +- + - - - - + + + + + +

D = diferentes reações em diferentes espécies de um gênero


d = diferentes reações em diferentes isolados
(d) = diferentes reações em diferentes isolados tardiamente
X = reações tardias e irregularmente positivas (mutantes)
(+) = reações tardias, mas sempre positivas
((+)) = liquefação muito lenta Fonte: Manual BERGEY 8ª edição)
Enterobacteriaceae

 Maior (e mais variado) grupo de


bacilos Gram-negativos
(indistinguíveis entre si pela morfologia)

 Microbiologia clínica
(± 20 espécies  95% das infecções)
35% das septicemias, 70% das ITUs, infecções
gastrintestinais, meningite.

 Habitat: São ubiquitários (solo, água, vegetação,


microbiota do trato intestinal de animais e homem)
(coliformes termotolerantes)
Sítios de infecções com membros da família
Enterobacteriaceae listados em ordem de prevalência
Enterobacteriaceae
 Origem das doenças por Enterobactérias

 Reservatório animal (Salmonella, Yersinia)


 Carreador humano (Shigella, Salmonella Typhi)
 Transmissão endógena (E. coli) (ou veiculada)

 Doenças em animais de produção e estimação


Diarréias (Doenças intestinais), Sepsis,e
meningites em recém nascidos até processos como
mastites, abortos, infecções nos tratos urogenital e
respiratório (Doenças extraintestinais).
Características Gerais

Bacilos Gram negativos (0,3 a 1 x 1 a 6 µm)

Escherichia coli. (Ann C. Smith, University of Klebsiella pneumoniae (Ann C. Smith,


Maryland, College Park, MD) University of Maryland, College Park, MD)

 Não esporulados
Características Gerais

Maioria possui flagelo (peritríquios) (AgH)


(exceções Klebsiella, Shigella, Yersinia e
alguns sorotipos de salmonelas
(Salmonella Gallinarum e S. Pullorum)

???
Características Gerais

São oxidase negativas

- ? +
Escherichia coli. Pseudomonas aeruginosa
(Ann C. Smith, University of Maryland, (Ann C. Smith, University of Maryland, College
College Park, MD) Park, MD)

Oxidação do Citocromo C pelo O2


Para fenilenodiamina é oxidado pela enzima adquirindo cor
vermelha
Pseudomonas (+), Enterobactérias (-)

Catalase positivas
Características Gerais
Todas fermentam glicose (dextrose)
Fermentação Ácida Mista:(Vermelho metila - VM) (Shigella, E. coli)
ÁcidopirúvicoÁcidos orgânicos (em alguns casos CO2 + H2)
Características Gerais
Fermentação Butilenoglicólica:(Voges Proskauer-VP) (Enterobacter,
Klebsiella)
Ácido pirúvico Acetoína 1,3-Butilenoglicol

1
Características Gerais

Quimio-organotróficos Fermentacão
Respiracão aeróbia
(Facultativos) Respiracão anaeróbia

Sensíveis a luz solar, dessecação,


pasteurização e desinfetantes

Morfologia da colônia no Agar Sangue é de


pouco valor pois são colônias muito parecidas
(exceto Klebsiella - Mucóide)
Klebsiella pneumoniae E. coli
Agar Sangue Agar Sangue e MacConkey

Meios diferenciais e seletivos  Avaliação inicial


(MacConkey, XLD (XILOSE LISINA DESOXICOLATO),
Hoektoen Entérico (HE)
Obs. Todos os meios para isolamento de enterobactérias
permitem a identificação de Salmonella, Shigella ou ambas.
(Porém normalmente utiliza-se de meios de enriquecimento)
Lactose (-)

HardyCHROM™ SS, First and Only (Meio Cromogênico)


Chromogenic Media for both Salmonella (E. coli/coliformes em alimentos e
and Shigella água)

Lactose (-)
Ágar Hoektoen (HE)

E. coli
(Eosin Methilen Blue - EMB)

E. coli

Salmonella Enteritidis
Meio de Salmonella-Shigella ( SS)

Meio de XLD
Salmonella (XILOSE LISINA DESOXICOLATO)

Proteus sp
Estrutura antigênica das Enterobactérias
100 tipos
85 tipos

>170 tipos

Fimbria
(Polissacarídeo O)

Polissacarídeo
(Core)

Lipídeo A
(Parte tóxica)
Peptideoglicano
Bacilo Gram Membrana externa com Composição de uma unidade de LPS
negativo lipopolissacarídeo (LPS)
(Endotoxina-Fator de Virulência
das Gram negativas)
Manifestações sistêmicas das infecções por Gram negativas: Ativa o
complemento, liberação de citocinas, leucocitose, trombocitopenia,
coagulação intravascular disseminada (CID), febre, diminuição da circulação
periférica, choque e morte.
Fatores de Virulência

 Lipopolissacarídeo (LPS)  Produção de febre (resposta pirogênica);


alterações vasculares e ação direta nas reações de hipersensibilidade não
específica.
Fatores de Virulência
Genes dos fatores de virulência Plasmídeos ou no
DNA bacteriano (ilhas de patogenicidade)
Fatores de Virulência

 Fímbrias (Adesinas): Variadas (ex. Tipo 1 é a mais comum)


e com especificidade para algumas hospedeiros.
E.coli  K88-Leitões, K99-Bezerros, CFAI e CFAII-Humanos)
Fatores de Virulência
 Sistemas de secreção de enzimas hidrolíticas e proteínas
de patogenicidade (T1SS, T2SS, T3SS, T4SS, T5SS e T6SS)
(Yersinia, Salmonella, Shigella, EPEC)

Obs: São 6 tipos


Os tipos I e IV
Bactérias G(+) e G(-)

Os tipos II, III, V e VI


Bactérias G(-)

Na ausência do T3SS
a bactéria perde sua
virulência
A. Esquema do sistema de secreção tipo III, aqui apresentado com dois anéis atravessando a membrana e a agulha
surgindo da superficie da bactéria. As proteinas efetoras e translocadoras estão estocadas. B. Esquema do SSTT
em operação. As proteinas translocadoras formam um poro na membrana da célula alvo e as proteinas efetoras são
translocadas para o citosol da célula alvo. C. Microscopia eletrônica da superficie de bactéria com agulhas do
SSTT. Baseado, com modificações, em Troisfontaines P. and Cornelis G. R., Physiology, 20:326-339, 2005
Fatores de Virulência
 Variação de fase antigênica: Antígenos capsulares K e
flagelares H estão sob controle genético do micro-organismo e
podem ser expressos alternadamente (variação de fase)
Isto protege a bactéria da morte mediada pelo anticorpo.
Fatores de Virulência
Sideróforos (ex. enterobactina e aerobactina) e Hemolisinas

Enterobactina de E. coli

Hemolisinas (α e β)
Fatores de Virulência
Produção de bacteriocinas Colicinas, Marcescina.

Exotoxinas

Exemplos: Enterotoxinas (LT e ST) de um sorotipo de E.coli


(ETEC): secreção de água e cloretos e inibe reabsorção de
sódio  Diarréia aquosa

Klebsiella pneumoniae – Algumas cepas podem produzir


doenças no aparelhos intestinal (enterotoxinas), respiratório e
genital em animais) (Ex. Metrites em equinos).

Shigella dysenteriae  Exotoxina  Ação de enterotoxina e


neurotoxina.
Escherichia coli (Theodor Von Escherich (1885)
Atualmente 200 sorotipos

 Espécie mais importante e mais versátil

Outras espécies: E. hermannii, E. vulneris,


E. blattae, E. fergusonii, E. albertii, E. adecarboxylata,
E. marmotae
Comensal  Comum na microbiota do cólon e importante
para funcionamento normal do intestino.

(Presença na água indica contaminação fecal)

Oportunista  Patógeno potencial para humanos (inúmeras


doenças) e para quase todas as espécies animais.

Existem tipos de E.coli especializadas  Patotipos


Escherichia coli

Características
Colônia seca, rosa (lactose positiva) quando
crescida em MacConkey

E. coli

K. pneumoniae
DIFERENCIAÇÃO BIOQUÍMICA DE ENTEROBACTÉRIAS
Escherichia Shigella Shigella Klebsiella Klebsiella Enterobacter Enterobacter Hafnia Serratia Proteus Proteus
TESTES\ESPÉCIES Salmonella
coli dysenteriae sonnei pneumoniae rhinoscleromatis cloacae aerogenes spp. marcescens vulgaris mirabilis

GLICOSE GÁS + + - - + + + + + d + +

ARABINOSE + + + + + + + - - -

LACTOSE +* D - (+) + - + + - - - -

MALTOSE + + +- +- + + + + + + + -

MANITOL + + - + + + + + + + - -

SORBITOL + + + + + + - - - -

SACAROSE d - - (+) + + + + -x + + (+)

TREALOSE + + + + + + + + (+) +

CITRATO - + - - + - + + + + +- +(+)

MALONATO - D - - + + d + +- - - -

VERMELHO DE METILA + + + + - + - - - - + +

VOGES-PROSKAUER - - - - + - + + + D d d

REDUÇÃO DE NITRATO + + + + + IMVIC (+


+ + - -) + + + + + +

HIDRÓLISE DE GELATINA - D - - (d) (d) (+) ((+)) - + + +

PRODUÇÃO H2S - + - - - - - - - - + +

INDOL + - d - d d - - - - + -

LISINA + + - - - - - + + + d d

UREASE - - - - - - (d) (d) - - + +

FENILALANINA - - - - - - - - - - + +

MOTILIDADE +- + - - - - + + + + + +

D = diferentes reações em diferentes espécies de um gênero


d = diferentes reações em diferentes isolados
(d) = diferentes reações em diferentes isolados tardiamente
X = reações tardias e irregularmente positivas (mutantes)
(+) = reações tardias, mas sempre positivas
((+)) = liquefação muito lenta Fonte: Manual BERGEY 8ª edição)
Escherichia coli

 Infecções - Série de patogenias (Colibaciloses)

Animais jovens são mais susceptíveis à colibacilose entérica


bezerros e cordeiros com menos de 2 semanas,
leitões neonatos ou logo após o desmame

Septicemias, Mastite, Abortamentos, Endometrite, Cistite,


Nefrite, Artrite, Osteomielite, Endocardite, Pneumonia,
Conjuntivite, Salpingite em aves,
 Infecções gastrintestinais  Diferentes Patotipos
Plasmídeos Ilhas de patogenicidade

Outras E. coli
-APEC
-NMEC,
-STEC, etc

(ETEC – Enterotoxigênica E. coli) (UPEC-Uropatogênica E. coli)


E. coli comensal

(EPEC – Enteropatogênica E. coli) (EIEC – Enteroinvasiva E. coli)

(EHEC – Enterohemorrágica E. coli)


(atualmente quando só phage StxФ é STEC)
Ahmed ety al. Nature Reviews Microbiology 6, 387-394 (May 2008)

A absorção de elementos genéticos móveis (fagos, plasmídeos de virulência, ilhas de patogenicidade), e


perda de porções de DNA-cromossômico em linhagens distintas de E. coli, possibilitou surgimento de clones
de diferentes patotipos de E. coli associados a sintomas de doenças específicas.
LEE - locus of enterocyte effacement; PAIs - pathogenicity island; pEAF - enteropathogenic E. coli adhesion
factor plasmid; pENT- enterotoxin-encoding plasmids; Stx - Shiga-toxin-encoding bacteriophage.
Enterotoxigênica (ETEC) - (diarréia do viajante)
Aderem a enterócitos do intestino delgado e induzir diarréia aquosa
pela secreção das enterotoxinas termo-lábeis (LTI e LTII) (imunogênicas
e relacionada com a toxina colérica) e termo-estáveis (STa e STb) (não
imunogênica).

LT ST
Obs. ETEC  Colibaciloses entérica em bezerros
(menos de 1 semana de idade) e leitões;
Sorotipos importantes  O8, O9 e O101.

-desidratação
-acidose metabólica
-morte
Ex. ETEC
Enteropatogênica (EPEC) - Lactentes e crianças; surtos em berçários de
hospitais e creches; fezes com muco mais sem sangue
Aderem aos enterócitos do intestino delgado e destroem a arquitetura das microvilosidades,
induzindo a formação de lesões do tipo attaching/effacing. Desarranjos do citoesqueleto
são acompanhados por uma resposta inflamatória e diarréia.
1-Aderência inicial,
2-Translocação de proteína utilizando sistema de secreção do tipo III (T3SS)
3-Formação pedestal

EPEC ocorre em bezerros de 2 dias a 4 meses de idade e determinam


deficiência na absorção e digestão
Lesões (vilosidades) similares ocorrem em suínos, cordeiros e cães;
Enteroagregativa (EAEC) - Adere ao epitélio do intestino delgado e
grosso em um biofilme espesso e elabora citotoxinas e enterotoxinas
secretoras Diarréia aquosa persistente (por mais de duas semanas).

Duas enterotoxinas termoestável:


-EAST-I, semelhante à STa de ETEC, que promove
aumento do GMP cíclico intracelular;

Não está devidamente esclarecida a importância destes microrganismos


nas infecções nos animais;
Enterohemorrágica (EHEC) (hoje STEC = Shiga Toxing-producing E. coli)
(sorotipo 0157:H7)

Diarréia hemorrágica (cóloncolite) e síndrome hemolítica-urêmica (SHU).


Induzem a lesão do tipo attaching e effacing
Toxina de Shiga (Stx)  Absorção sistêmica  complicações fatais

Propagação da doença  Alimentos


ex. carne moída crua, leite cru, verduras
cruas contaminadas.

-Bovinos perderam o receptor Gb3 para a Stx


no endotélio de seus vasos

-Lesão vascular característica da doença


edematosa dos suínos (frequentemente fatal em
leitões desmamados)
Enteroinvasiva (EIEC) - Invade a célula epitelial do cólon (plasmídeo
ipaH), lisa o fagossomo e se move através das células por nucleação
microfilamentos de actina. Produz disenteria (diarréia aquosa com
sangue) devido a invasão e destruição da mucosa intestinal

São bioquimicamente e
sorologicamente semelhantes à
Shigella (não fermenta lactose);

Colibacilose dos pintinhos

Causam colite erosiva hemorrágica


Mastite por E.coli
Colisepticemia
 Pode ocorrer em estágios terminais de animais que
sofrem de colibacilose entérica por cepas invasivas;

 Patogênese não elucidada  Endotoxina (LPS)


desempenha um papel importante;

 Sorotipos em animais são O78:K80 em bovinos, leitões


O26 e O165, aves O1, O2 e O78:K80.

Fala-se em APEC (Avian pathogenic E. coli)


Salmonella

Salmoneloses em humanos e animais.


Ruminantes - bovinos de 4 a 6 semanas
(Trato gastrintestinal e Sepses)
(Doença democrática Mundo todo)
Lagartos, cobras, aves  comumente infectados
(assintomáticos)
Codex Alimentarius  Ausência de Salmonella em
25 gramas da amostra de alimento analisada;
Alimentos de origem animal (carne de aves, ovos e
derivados)  principais responsáveis pela infecção
humana.
Nomenclatura do gênero Salmonella

 Grupo grande e complexo de organismos;


agrupados por antígenos O, H e Vi (de
virulência)

 Genéticamente são duas espécies apenas


com cerca de 2.659 sorotipos (sorovares) com
especificidade para alguns animais)
Nomenclatura do gênero Salmonella
(Atualmente 2.659 sorotipos (=sorovares)
Espécie Sub-Espécie Sorotipo Sorogrupo
Enterica Enterica (I) (1478) Paratyphi A A

Typhimurium Bovinos,Suínos,
B
Paratyphi B
Bredeney Ovinos, Outros
Antigamente: Choleraesuis C1
Montevideo
Salmonella typhi Oranienburg
Paratyphi C Suínos
Salmonella enteritidis
Newport Várias
C2espécies animais

Atualmente: Typhi
Humanos
D
(parece ser
Enteritidis susceptível a todos os sorotipos)
Salmonella Typhi Gallinarum
Salmonella Enteritidis Pullorum
Dublin Aves domésticas
Anatum
(tifo aviário)
E
Butantan
Give
Bovinos
Salamae (II) (498) Daressalam Eqüinos e
Arizonae (IIIa) (94) outros
Diarizonae (IIIb) (327)

Houtenae (IV) (71) Houten Répteis e aves


Indica (VI) (12) Ferlac

Bongori Bongori (21) Bongor

Fonte. Zuniga (2006)


Patogenia

Salmonella Pathogenicity Islands (SPIs)

invasibility

Wester&Hensel. Microbes and


infection, v. 3, n. 7, 549-559, 2001.
Patogenia

A Salmonella utiliza seus fatores de virulência (flagelos, T3SS-1 e T3SS-2) para invadir o epitélio e sobreviver nas células
mononucleares.
A resposta inflamatória resulta na liberação de um antimicrobiano (lipocalina-2) que sequestra o agente quelante de ferro
(enterobactina) produzido pela microbiota, mas não inibe o quelante salmoquelina, produzida pela Salmonella.
Espécies reativas de oxigênio (ROS) gerados por neutrófilos que migram para o lúmen intestinal oxidam compostos de
enxofre produzindo um aceptor de elétrons (tetrationato) para a respiração anaeróbia de Salmonella garantindo ao patógeno
vantagens para a multiplicação e transmissão

Thiennimitr et al. Salmonella: the host and its microbiota. Current Opinion in Microbiology, v.15, n.02, p.108-114, 2012.
Patogenia

ocasionalmente
Patogenia
Patogenia
 Gastroenterite aguda ou infecção alimentar;
 Fontes: Animais de estimação, ovos e carne de frango mal
cozidos, utensílios de cozinha contaminados;
 Ocorre 8 a 36 horas após a ingestão;
 Carga microbiana para a infecção variável;
 Auto-limitada em indivíduos saudáveis (antibióticos e
agentes anti-diarréicos podem prolongar os sintomas);

Bovinos: diarréia muco-hemorrágica fétida, anorexia,


marcada depressão, febre e choque, e nos casos de
bacteremia, dispnéia, incoordenação, poliartrite, aborto,
queda na produção do leite.
Epidemiologia das Salmoneloses
Fontes de contaminação de Salmonella na Avicultura
Epidemiologia das Salmoneloses

 Predomina onde há criação intensiva;

 Uso de restos animais na produção de rações


(farinhas de peixes, carnes e ossos);

 Rápida disseminação entre animais e ambiente


(queda da resistência em condições estressantes
como temperaturas instáveis, confinamento com
superlotação, transporte, privação de água e
alimento)
DIFERENCIAÇÃO BIOQUÍMICA DE ENTEROBACTÉRIAS
Escherichia Shigella Shigella Klebsiella Klebsiella Enterobacter Enterobacter Hafnia Serratia Proteus Proteus
TESTES\ESPÉCIES Salmonella
coli dysenteriae sonnei pneumoniae rhinoscleromatis cloacae aerogenes spp. marcescens vulgaris mirabilis

GLICOSE GÁS + + - - + + + + + d + +

ARABINOSE + + + + + + + - - -

LACTOSE +* D - (+) + - + + - - - -

MALTOSE + + +- +- + + + + + + + -

MANITOL + + - + + + + + + + - -

SORBITOL + + + + + + - - - -

SACAROSE d - - (+) + + + + -x + + (+)

TREALOSE + + + + + + + + (+) +

CITRATO - + - - + - + + + + +- +(+)

MALONATO - D - - + + d + +- - - -

VERMELHO DE METILA + + + + - + - - - - + +

VOGES-PROSKAUER - - - - + - + + + D d d

REDUÇÃO DE NITRATO + + + + + + + + + + + +

TSI – Triplice acúcar e ferro (0,1%


HIDRÓLISE DE GELATINA - D - - (d) (d) (+) ((+)) - + + +
Glicose, 1% Lactose e 1% Sacarose)
PRODUÇÃO H2S - + - - -
A. Salmonella
-
sp.- - - - + +

INDOL + - d - d
B. Escherichia
d
coli
- - - - + -

LISINA + + - - - - - + + + d d
C. Unknown
UREASE - - - - - - (d) (d) - - + +
D. Proteus mirabilis
FENILALANINA - - - - - - - - - - + +

MOTILIDADE +- + - - - - + + + + + +

D = diferentes reações em diferentes espécies de um gênero


d = diferentes reações em diferentes isolados
(d) = diferentes reações em diferentes isolados tardiamente
X = reações tardias e irregularmente positivas (mutantes)
(+) = reações tardias, mas sempre positivas
((+)) = liquefação muito lenta Fonte: Manual BERGEY 8ª edição)
B C D E Meio de TSI
A

A- Não inoculado, B- P. aeruginosa,


C- E. coli, D- Salmonella Typhimurium, Produção de gás por
E- Shigella flexneri Salmonella ????
Salmonella
 Febre tifóide (Salmonella Typhi) e outras
febres entéricas
 Febre prolongada
 Dor de cabeça
 Dor abdominal
 Náusea
 Anorexia
 Bacteremia (disseminação para vários órgãos)
Envolvimento do sistema RE, particularmente do
fígado, baço, intestino, mesentério
 Estado de portador pós doença (Vesícula biliar é o
local de refúgio dos organismos)
Shigella sp
 Desinteria bacilar em primatas (fezes com
sangue, muco e numerosos leucócitos)
(Protótipo do patógeno entérico invasivo) (≈ EIEC)
 Humanos são os mais importantes reservatórios
conhecidos (intestino grosso)
 S. dysenteriae (toxina Shiga e pode causar SHU) ,
S. flexneri (doença periodontal), S. boydii,
S. sonnei (mais comum)
 Transmissão fecal-oral e fômites
 Menos de 200 bacilos são necessários para a
infecção em indivíduos saudáveis (elevada virulência)
Patogenia
Shigella consegue invadir o epitélio do lúmen intestinal por meio de células-M. Após atingir o epitélio,
invade células epiteliais e é fagocitada por macrófagos residentes. A bactéria escapa do fagossomo de
ambas as células, mas enquanto replica dentro das células epiteliais induz a apoptose em macrófagos,
provavelmente, por ativação de caspase-1 (Casp-1). Os macrófagos sofrem lise e liberam as citocinas
pró-inflamatórias IL-1β e IL-18. Juntamente, as IL-8 liberadas pelas células epiteliais invadidas sinalizam
para PMN (leucócitos polimorfonucleares ou neutrófilos). Estes PMN eventualmente resolvem o processo
infeccioso.
Diagnóstico Laboratorial das Enterobactérias

 Coleta e Processamento
Se não forem processadas imediatamente, as
amostras devem ser . colhidas em meios de
transporte (Cary-Blair, Amies ou Stuart)

 Isolamento e Identificação

Local de orígem devem ser considerados, pois


enterobactérias em sítios corporais estéreis são
altamente significativos;
 Rotineiramente cultivadas a partir de fezes
Diagnóstico Laboratorial das Enterobactérias

 Isolamento e Identificação

 Agar Sangue (Meio Enriquecido) e um meio


seletivo/diferencial (MacConkey)
 Para fezes, são usados meios altamente seletivos, como
Hektoen Entérico (HE), XLD ou SS juntamente com
MacConkey.
 Sistema de identificação miniaturizado (API) ou
automatizado comercial, em vez de tubos múltiplos
inoculados manualmente  Testes Bioquímicos
Diagnóstico Laboratorial das Enterobactérias
Identificação dos gêneros de enterobactérias
(importante em microbiologia clínica e epidemiologia; base de muitos sistemas de identificação
comerciais (Enterotube, API-E)

Ver se usa ou não a lactose


Identificação de enterobactérias (Meio de EPM)
MEIO EPM (Fermentação da glicose, produção
de gás, H2S, uréia, fenilalanina)
Inocular picando até o fundo e semear na superfície, incubar com a
tampa frouxa 24hs/35oC.
Base:
Fermentação da glicose: cor amarela.
Produção de gás: formação de bolhas ou deslocamento do meio do
fundo do tubo.
Produção de H2S: Enegrecimento do meio em qualquer intensidade
Hidrólise da uréia: Aparecimento da cor azul ou verde-azulada (reação
fraca) que se estende para a base do meio, envolvendo-a totalmente ou
não.

Superfície:
Desaminação do Triptofano: aparecimento de cor verde-garrafa no
superfície do meio. Quando a reação é negativa, a superfície do meio
adquire cor azul ou, raramente, amarela.
Identificação de enterobactérias usando MILi
MEIO MILi (Movimento, Indol e Lisina)
 Fazer picada central apenas e incubar 24hrs/35oC

-Motilidade: A bactéria móvel cresce além da picada turvando parcial ou


totalmente o meio. A bactéria imóvel cresce somente na picada.

-Produção de indol: Após a leitura dos testes de motilidade e lisina,


adicionar 3 a 4 gotas de reativo de Kovacs a superfície do meio e agitar
levemente. Quando a bactéria produz indol, o reativo adquire cor rosa ou
vermelha. Quando não o produz, o reativo mantém a sua cor inalterada.

-Descarboxilação da Lisina: Quando a lisina é descarboxilada, o meio


adquire cor púrpura acentuada ou discreta. Quando o aminoácido não é
utilizado, o meio adquire cor amarela nítida nos seus 2/3 inferiores.
Considerar o teste positivo sempre que o meio não estiver amarelo
Identificação de enterobactérias
(citrato de Simmons)
IMVIC (+ + - -) = E. coli)

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