Aprendizagem Organizacional
Aprendizagem Organizacional
Aprendizagem Organizacional
Gestão do conhecimento
É nesse contexto que o conhecimento, ou melhor, que a gestão do conhecimento (KM, do inglês
Knowledge Management) se transforma em um valioso recurso estratégico para a vida das
pessoas e das empresas. Não é de hoje que o conhecimento desempenha papel fundamental na
história.
Em contrapartida, todos os colaboradores que contribuem para esse sistema podem usufruir de
todo o conhecimento presente na organização.
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Gestão do Conhecimento é um sistema de gerenciamento corporativo. Significa organizar e
sistematizar, em todos os pontos de contato, a capacidade da empresa de captar, gerar, criar,
analisar, traduzir, transformar, modelar, armazenar, disseminar, implantar e gerenciar a
informação, tanto interna como externa.
Essa realidade já é percebida, pelo menos em parte, pela maioria das empresas brasileiras
ouvidas. Quando perguntadas sobre o impacto que a correta gestão do conhecimento trará para
as empresas de seu setor nos próximos anos, quase a metade respondeu que as organizações
que adotarem a prática da gestão do conhecimento serão as vencedoras.
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Cada vez mais os executivos entendem a função da tecnologia da informação (TI) e seus
serviços como meios para o sucesso de uma estratégia, e não como um fim em si mesmo.
Não se pode esquecer a importância do envolvimento da alta gestão nos projetos do KM.
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lugar, os profissionais elegeram a vantagem de diferenciação em relação aos demais
participantes do mercado (76%).
Uma grande vantagem da Gestão do Conhecimento é o melhor "time-to-market" que pode ser
conferido ao corpo executivo das empresas, cuja capacidade de tomada de decisão com rapidez
e eficiência é maximizada. Tal resultado pode ser ainda mais positivo quando as organizações
combinam gestão do conhecimento com o processo de inteligência competitiva (processo de
monitoramento dos ambientes competitivo, concorrencial e organizacional, visando subsidiar o
processo decisório e o alcance das metas estratégicas de uma empresa).
A ferramenta de gestão Balanced Scorecard (BSC) é o indicador preferido para a medição dos
resultados alcançados pela prática da (GC)
O conhecimento inerente às empresas é o que pode ser mais bem aproveitado, mas outras fontes
de conhecimento, tais como fornecedores, Internet, consultorias, relatórios financeiros de
concorrentes, universidades, também são importantes. Isso mostra que as fontes precisam ser
complementares e que as empresas não devem contar apenas com o que é proveniente de
uma única origem.
Outras ferramentas que merecem destaque são os fóruns e as listas de discussão. As duas foram
apontadas como ferramentas essenciais para a prática de gestão do conhecimento, mesmo
porque são, na prática, juntamente com o e-mail, as principais formas de disseminação do
conhecimento tácito ou implícito, ou seja, do conhecimento detido pelo indivíduo na forma de
know-how (hábitos, padrões, comportamentos, perspectivas etc.), e não documentado.
ATUALIDADE
A Itaipu Binacional é um exemplo de como isso acontece. Estatal formada por Brasil e Paraguai,
responsável por administrar a usina hidrelétrica, a Itaipu se preocupou há algum tempo com a
preservação do conhecimento técnico estratégico de seus funcionários, especialmente daqueles
envolvidos em atividades de manutenção que estavam próximos de se aposentar depois de uma
carreira iniciada durante a construção da usina. A área de manutenção tende a ter um aumento
progressivo da carga de trabalho motivado pelo esperado envelhecimento dos equipamentos.
Diante disso, a empresa deu início a um projeto, em uma divisão da superintendência de
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manutenção, que objetivava a retenção de conhecimento e experiências adquiridas na execução
das atividades da área, para que estas continuassem a ser realizadas com excelência, reduzindo
a rotatividade de funcionários.
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Ferramentas mais utilizadas na disseminação do conhecimento
alcançada.
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GESTÃO DO CONHECIMENTO
Os fatores de produção, bem como sua evolução e gestão, são impactados pela capacidade e
velocidade com as quais o conhecimento humano tem sido desenvolvido, utilizado e atualizado.
Este fenômeno se deu com o advento da Era do Conhecimento. Essa Era surgiu impulsionada
por fenômenos que estão transformando as relações econômicas, políticas e sociais da
civilização humana, como a globalização, os mercados regionais e os avanços tecnológicos, em
especial a Tecnologia da Informação.
Cesar SOUZA destaca que "outro fator que tem causado elevado nível de angústia nos
empresários e executivos é o fato de vivermos em uma era que poderia ser chamada de
Economia Instantânea. Temos que decidir cada vez mais on-line, sem tempo para cuidadosas
análises nem para aqueles rituais de planejamento estratégico, pois quando os planos ficam
prontos as circunstâncias já mudaram." (SOUZA, Talentos & Competitividade, p.5.)
No segmento governo esta consideração, do mencionado autor, pode ser observada em eventos
de transformações no processo de gestão do Estado, em especial nos momentos de ajustes dos
modelos social e econômico. Nesse contexto, aplicam-se ferramentas de planejamento capazes
de conviver com variações relevantes de cenário, tratando contingências de certa forma
previsíveis e, como conseqüência, criando caminhos alternativos.
Assim, o grande desafio das Organizações do Século XXI será atrair e reter clientes,
fornecedores e criadores de conhecimento. A estratégia empresarial necessitará estar fortemente
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apoiada em uma estratégia de educação continuada dos empresários, executivos e técnicos que
compõem o capital humano das Organizações. Isto se fará por meio de programas estruturados
sob medida para as necessidades específicas do negócio e que valorizem o raciocínio criativo, a
resolução de problemas, o desenvolvimento de lideranças, o autogerenciamento da carreira, a
efetividade na comunicação e na colaboração, além do desenvolvimento tecnológico.
Assim, nenhuma estratégia empresarial será realizada sem que esteja fundamentada em um
consistente programa de Educação Corporativa continuada. Este programa deverá desenvolver
os conhecimentos, habilidades e atitudes requeridos para se obter sucesso no mencionado
cenário, onde o pensar e a construção do futuro são tão relevantes, ou até mais, do que o fazer.
Essa afirmação é reforçada pelo pensamento de Jeanne MEISTER, que define como meta para a
Educação Corporativa, a necessidade de "sustentar a vantagem competitiva, inspirada num
aprendizado permanente e um desempenho excepcional". A autora reforça ainda esta idéia,
afirmando que empresas visionárias nos Estados Unidos "estão transformando suas salas de aula
corporativas em infra-estrutura de aprendizagem corporativa, em que o objetivo é desenvolver
meios de alavancar novas oportunidades, entrar em novos mercados globais, criar
relacionamentos mais profundos com os Clientes e impulsionar a organização para um novo
futuro". (MEISTER, Educação Corporativa, p.19.)
Oscar MOTOMURA também fortalece essa afirmativa quando, no artigo "Comunidades que
pensam e vibram em harmonia", lança o desafio para se obter respostas para questões como:
MOTOMURA afirma também que, "quando percebem a Organização como um todo integrado, os
líderes conseguem visualizar com mais clareza quais são as competências básicas
organizacionais. A partir daí podem dedicar-se à tarefa de definir uma arquitetura estratégica que
leve à construção das competências básicas necessárias para criar o futuro". (MOTOMURA, op.
cit. p.1.)
De acordo com pesquisas citadas por Cesar SOUZA (SOUZA, op. cit. p.17.) e Jeanne MEISTER
(MEISTER, entrevista <www.valoronline.com.br> acesso em 26/07//2000.), a implantação de
programas de educação corporativa, nos Estados Unidos e no Brasil, já é uma realidade e se
encontra em franca evolução e expansão. Esses programas integram a estratégia empresarial
dos mais variados setores, desde a indústria do entretenimento, como a Disney, passando por
Bancos e outras Instituições Financeiras, como o BankBoston e o HSBC, até o segmento de
seguros saúde como a AMIL. Empresas de alta tecnologia, caminham a passos largos nesse
sentido. Todas utilizam o modelo do que já está ficando conhecido como Universidades Virtuais,
que dentre outras alternativas, podem tomar o formato de Universidades Corporativas.
Em entrevista para o Jornal Valor OnLine de 26/07/2000, Jeanne MEISTER, considerada a maior
autoridade em Educação Corporativa, destaca que o Brasil é o país mais avançado em iniciativas
de Universidades Corporativas (UC) na América do Sul. São de fato significativos alguns números
apresentados por MEISTER. A empresa de seguros de saúde AMIL iniciou seu programa de
Universidade Corporativa em 1989 e já formou 500 executivos. O HSBC (banco sucessor do
Bamerindus) deu início ao seu programa no princípio dos anos 90 e possui parcerias com várias
Universidades tradicionais brasileiras. O BankBoston do Brasil investiu R$ 3 milhões na
construção e estruturação de sua UC.
De acordo com Cesar SOUZA, "nos Estados Unidos o número de Universidades Corporativas já
atinge quase 2.000, mantidas por empresas como a GE, Motorola, Xerox, Disney, ATT, FEDEX,
Southwestern Bell, dentre outras". (SOUZA, op. cit. p.17.)
Primeiramente, oferece-se uma base conceitual sobre o tema Educação Corporativa, de forma a
criar um contexto de estruturação dos demais capítulos. Apresenta-se, em seguida, uma proposta
de modelo de Educação Corporativa como suporte à realização da estratégia empresarial do
Serpro.
Cabe ressaltar que este texto contém apenas os capítulos I e V de uma monografia acadêmica. O
texto matriz desta síntese, inclui mais três segmentos: Uma análise da relação existente entre
Estratégia Empresarial e Educação Corporativa e é apresentada a partir dos subsídios das
Forças Competitivas de Michael PORTER, do relacionamento das estratégias com as Disciplinas
de Peter SENGE, da estrutura do Balanced Scorecard e, finalmente, dos critérios de Excelência
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do PNQ – Prêmio Nacional da Qualidade da FPNQ – Fundação para o Prêmio Nacional da
Qualidade. Na seqüência, a relação da Educação Corporativa com a Estratégia Empresarial
SERPRO confere a realidade necessária do ambiente corporativo que vivemos e aproxima o leitor
da prática desta estratégia educacional nas empresas da forma que é vista para o futuro da nossa
Organização. Apresenta-se, então, a identificação das competências institucionais necessárias à
realização da Estratégia Empresarial do SERPRO visando demonstrar alguns dos requisitos
específicos da Organização foco.
2. BASES CONCEITUAIS
Ao que parece, os especialistas e autores deste tema, bem como as Organizações que já
implantaram seus programas de Educação Corporativa, afirmam que essa iniciativa deve ser um
processo inserido no contexto da Gestão do Conhecimento. Esse processo deve integrar as
pessoas da Organização, seus clientes, parceiros, fornecedores e, até mesmo, a sociedade,
formando uma cadeia de valor, focada na estratégia empresarial. Essa cadeia de valor permitirá a
manutenção e o aumento permanente, do valor do Capital Intelectual das Organizações.
Jeanne MEISTER (MEISTER, Revista Você S.A., N.26, p.89) destaca o papel pró-ativo da EC no
desenvolvimento de sistemas educacionais vinculados às metas empresariais e seu amplo
escopo de atuação. Sua proposta de alinhar todos da Organização aos objetivos empresariais,
oferecendo soluções de aprendizagem para cada família de cargos se contrapõe aos modelos
atuais das áreas de treinamento, cuja função básica é treinar pessoas no desenvolvimento de
habilidades para o trabalho. As empresas, ao oferecerem aos empregados os melhores
programas de capacitação e a possibilidade de renovação contínua de seus conhecimentos,
aumentam suas possibilidades de reter talentos. Esta é a contrapartida.
Neste mesmo contexto, Cesar SOUZA (SOUZA, op. cit. p.3.) chega a afirmar que "chegamos ao
fim da era do T&D" e apresenta as razões para sua hipótese em um resumo ilustrativo
reproduzido a seguir:
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O que se pode depreender desta representação em primeiro lugar, é que a dimensão do novo
contexto sinalizado pela mudança de paradigma é extremamente ampla em relação ao que a
precede. A visão individualista, voltada para as habilidades, portanto para o mecanismo, marca a
chamada era do T&D.
Em segundo lugar, a Educação Corporativa, por tratar a empresa como um todo, requer seu
desenvolvimento em um plano estratégico, comprometido com o(s) negócio(s) da corporação e
portanto, obrigatoriamente atrelado às estratégias organizacionais.
Em terceiro lugar, por tratar o ambiente corporativo como um todo, o aprendizado organizacional
terá sempre um direcionamento para o resultado global e não para a melhoria exclusivamente
individual dos componentes das equipes, agregando valor ao resultado corporativo.
2.1. Conceituação.
Conforme observa Marisa EBOLI, "a missão da UC consiste em formar e desenvolver os talentos
humanos na gestão dos negócios, promovendo a gestão do conhecimento organizacional
(geração, assimilação, difusão e aplicação), por meio de um processo de aprendizagem ativa e
contínua." (EBOLI, Educação para as Empresas do Século XXI., p.112.)
O processo de Educação Corporativa deve ter seu direcionamento fundamentado pela estratégia
empresarial. A correta identificação das competências necessárias aos negócios e à implantação
dos respectivos programas de educação, certamente podem fortalecer a definição e a realização
da estratégia empresarial.
O conhecimento valorizado na nova economia é aquele que pode ser aplicado para obter
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resultados e gerar riqueza. Mais especificamente, é aquele que pode ser utilizado sistemática e
objetivamente para definir qual o novo conhecimento que levará a Organização ao encontro da
inovação e da conseqüente diferenciação de seus produtos, bem como agregar valor aos
indivíduos. Ao inovarem, as Organizações processam informações de fora para dentro, com o
intuito de resolver problemas existentes e adaptarem-se ao ambiente em transformação. Além
disso, criam novos conhecimentos e informações, de dentro para fora, a fim de redefinir tanto os
problemas quanto as soluções. Nesse processo, recriam, continuamente, o seu meio. Dessa
forma, a análise das vantagens competitivas representa um importante orientador para a
Educação Corporativa, que pode fortalecer o processo de aprendizagem organizacional. Deve-se
considerar, inclusive, a possibilidade de errar e o desenvolvimento da inteligência corporativa. A
EC deve privilegiar o desenvolvimento de conhecimentos, habilidades e atitudes que incentivem e
até promovam a criatividade e a inovação. O objetivo final será a qualidade dos produtos e
serviços, a fidelização de clientes e a penetração de mercado.
O correto mapeamento das competências institucionais agrega valor ao negócio e contribui para
a criação do seu diferencial competitivo, caracterizando-se como fundamental para a Educação
Corporativa. Como resultado deve identificar as áreas de conhecimento necessárias ao negócio
e, portanto, direcionar a EC, alinhada ao planejamento estratégico da Organização.
A diferença entre as competências necessárias para cada uma das áreas de atuação da
Organização identificadas a partir do Mapa de Conhecimentos e, as competências individuais
existentes nessas áreas, define o conjunto de competências a ser desenvolvido nas pessoas.
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Daniel H. KIM co-fundador do Center for Organizacional Learning do MIT, menciona em seu
artigo publicado em 1993, intitulado 'The Link Between Individual and Organizacional Learning',
"que o aprendizado tem dois significados: adquirir conhecimento e adquirir habilidade. O
conhecimento é o porquê, a parte conceitual do aprendizado, saber por que alguma coisa
funciona ou acontece. A habilidade é o como, a aplicação, ter capacidade para fazer algo
acontecer. No mundo dos negócios, saber 'porque' e saber 'como', são igualmente importantes".
(KIM, O Guia dos Gurus, p.96.)
Nesse sentido, todas as pessoas que compõem a Organização, se tornam atores da Educação
Corporativa e desempenham papéis variados, tanto como instrutores e fornecedores de
conhecimento, quanto como aprendizes.
No ambiente empresarial a Educação Corporativa não tem suas fronteiras limitadas à estrutura
organizacional e aos seus empregados. As relações da Organização com clientes, parceiros,
fornecedores e até mesmo com a sociedade, influenciam seu processo de gestão e evolução.
Todas estas relações formam uma cadeia de valor que impacta a realização das metas
empresariais e a obtenção dos resultados do negócio. A gestão das Organizações, por mais auto-
suficientes que sejam, sofre as influências destes agentes intervenientes e afetam naturalmente
sua evolução.
No que tange aos Clientes, o conhecimento sobre suas áreas de atuação, necessidades,
problemas e expectativas é fundamental para que a Organização possa oferecer produtos e
serviços adequados, atraentes e inovadores. Dessa forma, o Cliente integra a Educação
Corporativa por meio do compartilhamento de dados, informações e idéias que envolvem a
relação comercial. Ele fornece os conhecimentos sobre o seu negócio e recebe os conhecimentos
da Organização, que lhe sejam úteis para o bom andamento do relacionamento entre as partes.
Nesse contexto cabe também ressaltar o papel do Marketing de Relacionamento, interagindo com
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a EC, a partir do momento que esta, na cadeia de valor, desenvolve ações educacionais que se
estendem até o cliente.
Peculiar parceria, de caráter impulsionador, pode também ocorrer com instituições de ensino,
tanto como forma de contar com um perfil de educador com experiência acadêmica e científica,
quanto para usufruir do conhecimento dessas pessoas para desenvolver perfil semelhante, na
Organização.
A Sociedade também pode participar da Educação Corporativa, mesmo que por influência
circunstancial e relativa, na medida que sua atuação junto às Organizações varia conforme a
intensidade do seu relacionamento com elas. Geralmente, sua participação se dá na forma de
contribuição para o processo de melhoria contínua, a partir de sua avaliação como usuária
(consumidora) dos produtos e serviços da Organização. Essa avaliação contribui para a
identificação das áreas indicadas para melhoria e, consequentemente, as competências
institucionais que, eventualmente, necessitem ser desenvolvidas ou aperfeiçoadas.
Produtos e Serviços são provenientes do esforço integrado da cadeia de valor que envolve
Clientes, Parceiros, Fornecedores, Sociedade, Alta Direção, Executivos, Gerentes, Especialistas
e Técnicos. O domínio das tecnologias aplicadas ao processo de construção, manutenção,
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comercialização e aperfeiçoamento dos produtos e serviços, torna-se fundamental para a
Organização. Nesse sentido, deve-se desenvolver, de forma permanente, as competências
necessárias ao atingimento desse propósito. Mais uma vez, a EC deve representar a melhor
alternativa para atender a todos os envolvidos e deve utilizar essas informações no contexto de
seu planejamento e execução.
Nos anos 80, esse tema tornou-se mais presente com o advento das abordagens teóricas
relacionadas à sociedade do conhecimento, ao aprendizado organizacional e às competências
essenciais na gestão estratégica.
– a proposta do capital intelectual (Edvinsson & Malone, 1998), que é a principal tentativa de
avaliar os recursos não-tangíveis da empresa, envolvendo marcas e patentes, valores
respeitados pela sociedade e também o conhecimento e a capacidade de aprendizado que as
pessoas de uma empresa potencialmente possuem;
– e, parcial ou indiretamente, o balanced scorecard (Kaplan & Norton, 1997), em uma parte
de sua abordagem teórica de mensuração estratégica da empresa, quando se preocupa com
medições da capacidade de aprendizagem da empresa, em correlação com seus esforços
estratégicos.
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recomendações básicas pela empresa, particularmente em suas áreas e departamentos
funcionais.
Orientado pela visão coesa e integrada dos processos de negócios, nota-se cada vez mais um
alargamento ou flexibilização das atividades das áreas e departamentos funcionais da empresa,
para assim contribuir com a GC e a aprendizagem organizacional nos processos de negócio em
que estão envolvidas. Exemplos dessas novas atribuições em algumas áreas funcionais são
relacionadas em Silva (2002).
De acordo com esse sentido, os dados são pré-requisitos para a informação, e esta é pré-
requisito para o conhecimento. Tuomi (1999) menciona que uma hierarquia reversa a esta
também faz sentido; nesse caso, a informação emerge somente após existir o conhecimento que
permita compreender a sua estrutura, e os dados são percebidos somente após a informação que
permite verificar a existência dos fatos.
Essas duas partes constituintes do conhecimento são, na verdade, tratadas por muitos
pesquisadores, entre eles Nonaka & Takeuchi (1997), como dois tipos de conhecimentos
intrinsecamente relacionados, quais sejam:
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– o formato explícito, conhecimento relativamente fácil de codificar, transferir e reutilizar;
formalizado em textos, gráficos, tabelas, figuras, desenhos, esquemas, diagramas, etc.,
facilmente organizados em bases de dados e em publicações em geral, tanto em papel quanto
em formato eletrônico.
Os formatos tácito e explícito do conhecimento podem ser bem entendidos e diferenciados pela
analogia que Bond & Otterson (1998) fazem com o trabalho de um artesão – escultor de madeira*
– e que Mascitelli (2000) ilustra com a diferenciação das habilidades entre dois pianistas –
músicos**.
Esse foco na criação de conhecimentos por meio de espaços para a contínua conversão entre o
formato tácito e explícito forma o núcleo central de uma das principais abordagens sobre GC,
desenvolvida pelo trabalho dos pesquisadores Ikuhiro Nonaka e Hirotaka Takeuchi (Nonaka &
Takeuchi, 1997; Nonaka & Konno, 1998), que detalharam esta conversão de conhecimentos entre
os formatos tácito / explícito em quatro modos.
Socialização
Externalização
– descrição de parte do conhecimento tácito, por meio de planilhas, textos, imagens, figuras,
regras (por exemplo, nos sistemas especialistas), scripts, design history etc.;
Uma frase síntese dessa conversão pode ser, então, “o registro do conhecimento da pessoa feito
por ela mesma”.
Combinação
Conversão de algum tipo de conhecimento explícito gerado por um indivíduo para agregá-lo ao
conhecimento explícito da organização. Esse tipo de conversão também é abordado pelas teorias
ligadas ao processamento da informação. Normalmente, esse conhecimento sistêmico acontece
por meio do agrupamento (classificação, sumarização) e processamento de diferentes
conhecimentos explícitos.
Uma frase síntese desta conversão pode ser, então: o agrupamento dos registros de
conhecimentos.
Internalização
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Uma frase síntese desta conversão pode ser, então: “o aprendizado pessoal a partir da consulta
dos registros de conhecimentos”.
Os ciclos de conversão do conhecimento, passando várias vezes por esses quatro modos,
formam uma espiral que serve para analisar e entender os mais diversos casos de criação e
disseminação do conhecimento, sendo que cada caso terá suas particularidades ou
especificidades.
Um dos principais facilitadores para o trabalho com esse formato do conhecimento são as redes
de trabalho que ligam pessoas experientes e preparadas para atuar em grupo, interagindo
basicamente por meio de ampla troca de conhecimentos tácitos.
A importância das redes de trabalho entre as pessoas em uma organização já foi apontada pelos
resultados obtidos no pioneiro estudo de Allen (1977), confirmados por pesquisas mais recentes
(Mcdermott, 1999; Gupta & Govindarajan, 2000; Storck & Hill, 2000), evidenciando seu papel na
troca de conhecimentos (principalmente tácitos)*. Essas redes, também denominadas
comunidades de prática, normalmente espontâneas e informais em relação à estrutura formal da
organização, podem envolver pessoas de dentro e de fora da empresa na troca de experiências e
na busca de novas abordagens para problemas comuns, continuando a existir conforme seus
membros se identifiquem com o propósito do grupo.
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A memória organizacional ou corporativa compõe-se de idéias criativas, da análise de falhas e
sucessos, das experiências diárias etc., cujos fundamentos, habilidades e princípios mantêm-se e
são transmitidos principalmente por meio de conhecimentos tácitos, sendo que podem ser
parcialmente registrados e, portanto, convertidos em conhecimentos explícitos os procedimentos,
regras e recomendações resultantes desta memória.
Algumas recomendações devem ser seguidas na construção de learning history (termo sinônimo,
assim como best/bad practices, do termo lessons learned)*, já que não se trata de uma simples
redação de um relatório operacional. Dentre outros cuidados apontados por Kleiner & Roth (1997)
e Birchall & Smith (1998), destacam-se a ênfase na síntese (texto enxuto), a redação impessoal,
porém com comentários dos fatos relatados (mostrando diferentes pontos de vista e
contextualizando a ocorrência relatada), e os critérios de aprovação e acesso às lessons learned
para os diferentes níveis e setores da empresa.
Pode-se destacar a importância de que, para cada conhecimento (explícito) que faça parte da
memória corporativa, tenham-se bem claro seus atributos ou metaconhecimentos, auxiliando
tanto que esse seja encontrado em um diretório, como também servindo para dar o contexto
(particularidades da ocorrência) que originou o conhecimento explícito, facilitando seu
entendimento e reutilização em outros contextos:
– como está representado (forma de apresentação do conhecimento: meio papel, meio eletrônico,
texto, desenho etc.), onde se localiza e como se classifica no tempo (por exemplo de registro,
uso, atualização, etc, do conhecimento).
A TI é efetivamente útil para a GC, se for empregada utilizando-se uma sistemática interferência
(interatividade) humana.
Pode-se considerar que a utilização da TI para a gestão do conhecimento tem seus primórdios
nos anos 70, quando essa passa de um foco voltado ao processamento de dados para um foco
voltado à informação, exemplificado pela criação dos sistemas de suporte à decisão gerencial
(DSS – decision support system) e nos sistemas de informação gerencial.
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A colaboração desses sistemas restringe-se ao apoio (recurso facilitador) para que uma pessoa
registre (conhecimento explícito) o máximo possível de seu conhecimento tácito (externalização)
e agrupe e processe esse registro de forma efetiva junto com outros registros de conhecimentos
explícitos da organização (combinação).
A primeira pode ser em parte ajudada pela TI (tanto recursos KBS, como Intranets/Internet que
são mostradas na próxima subseção), mas é mais influenciada pelas redes e comunidades de
prática. A segunda praticamente independe da TI, ocorre apenas se houver um trabalho face a
face, seja em equipes formais, ou em redes e comunidades informais.
Paralelamente à evolução recente da internet e dos portais corporativos, uma TI que também
pode influenciar na GC são os sistemas ERP (Enterprise Resource Planning), empregados pelas
grandes empresas desde os anos 90.
Esses sistemas estruturam-se em torno de uma grande base de dados central que envolve toda a
corporação. Passa a ser uma ferramenta com impacto na GC à medida que tem como foco
intermediar a ação de pessoas, aproximando quem domina determinados conhecimentos de
quem os está necessitando. Com a nova utilização destes sistemas ERP por meio de intranet /
internet (SAP, 2000) e integrados aos recentes sistemas CRM (Customer Relationship
Management) que tratam de informações sobre clientes, ainda mais possibilidades de
intermediação de conhecimentos podem ocorrer.
As intranets corporativas, bem como outros sistemas além do ERP, podem permitir o
gerenciamento dos conteúdos de conhecimentos da empresa. Porém, uma importante parte da
solução, para que estes sistemas funcionem, passa por se estabelecer muito bem quais são os
processos-chave e os principais papéis e fluxos de trabalho (workflow) dentro desses processos.
Sintetizando essa evolução histórica pela interpretação do trabalho de vários autores, pode-se
entender que a TI tem ampliado seu papel na GC, essencialmente no trabalho com o
conhecimento explícito (pois o conhecimento tácito, devido a seu próprio conceito, implica
restrições a seu manuseio pela TI), equilibrando-se em duas linhas de atuação:
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tecnologias. O foco principal está em facilitar o compartilhamento de interesses e experiências
pessoais, devido a um acesso mais dinâmico ao conhecimento explícito;
A QUINTA DISCIPLINA
Nas “organizações que aprendem as pessoas expandem continuamente sua capacidade de criar
resultados que elas realmente desejam, onde maneiras novas e expansivas de pensar são
encorajadas, onde a aspiração coletiva é livre, e onde as pessoas estão constantemente
aprendendo a aprender coletivamente” Peter Senge.
A aprendizagem organizacional é feita a partir dessas cinco disciplinas capazes de fazer com que
pessoas e grupos possam conduzir as organizações para a mudança e a renovação contínuas.
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Focalizam o desenvolvimento de atitudes e percepções que influenciam o pensamento e a
interação entre as pessoas. Ao refletirem continuamente, falando a respeito e reconsiderando
aspectos internos do mundo, as pessoas ganham mais capacidade de governar suas ações e
decisões.
3. Visão compartilhada. É uma disciplina coletiva. Estabelece um foco sobre propósitos mútuos.
As pessoas aprendem a nutrir um senso de compromisso em um grupo ou organização
desenvolvendo imagens do futuro que pretendem criar e os princípios e as práticas orientadoras
os quais elas esperam alcançar.
Toda organização precisa inovar e aprender para enfrentar os desafios que bloqueiam o seu
progresso. A vantagem competitiva de uma organização somente é sustentável por meio do
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que ela sabe, como ela consegue utilizar aquilo que sabe e a rapidez com que aprende algo
novo.
Hoje em dia pensamento sistêmico é mais necessário que nunca porque estamos ficando
oprimidos pela complexidade. Pensamento sistêmico oferece uma linguagem que começa
reestruturando como nós pensamos.
Quando uma mesma ação tem dramaticamente diferentes efeitos em seu curto e longo percurso,
temos uma complexidade dinâmica. Quando uma ação tem um conjunto de conseqüências locais
e um conjunto de conseqüências muito diferente em outra parte do sistema, temos também uma
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complexidade dinâmica. Quando intervenções óbvias produzem conseqüências não óbvias,
temos também complexidade dinâmica. A real alavancagem na maioria das situações de
gerenciamento está em entender a complexidade dinâmica, e não a complexidade detalhada.
Realidade é feita de círculos e nós vemos apenas linhas estreitas. Uma das razões para está
fragmentação em nosso pensamento sistêmico vem de nossa linguagem. A linguagem dá forma à
percepção. O que nós vemos depende do que estamos preparados para ver.
Uma outra idéia de feedback é a perspectiva de antropocentrismo - ver a nós mesmos como o
centro das atividades.
Finalmente, o conceito de feedback ilumina as limitações de nossa língua. É muito difícil usar
nossa linguagem diária para descrever o processo de feedback múltiplo em uma organização.
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Gestão do Conhecimento
Conhecimento Tácito
• é algo pessoal,
Capitais do Conhecimento
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Educação Corporativa
Conheça agora os princípios que precisam existir para que um projeto de Educação Corporativa
tenha êxito:
7. Parceria: Parcerias internas com líderes e gestores e externas com Instituições de Ensino
Superior/Consultorias.
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Trataremos sobre o tema curso Educação a Distância – EAD. Na oportunidade refletiremos
sobre:
A EAD surge com o advento das inovações tecnológicas da informação e da comunicação que,
associadas ao processo de globalização, vêm transformando a realidade mundial e colocando
novos desafios para a sociedade e para a educação.
A educação a distância é um tema que vem ocupando um lugar cada vez mais central para quem
está refletindo sobre os rumos da educação em uma sociedade interconectada por redes de
tecnologia digital (ALVES, 2003).
O cenário educacional contemporâneo mostra, de fato, uma forte tendência: a crescente inserção
dos métodos, técnicas e tecnologias de educação a distância
Não há apenas uma só definição de EAD, embora haja um consenso de que se trata de uma
modalidade de ensino não-presencial.
Para que você possa perceber a diversidade de concepções de EAD, veja os conceitos a seguir:
O ensino a distância abrange as formas de estudo que não são dirigidas e/ou controladas
pela presença do professor na aula, ainda que se beneficiem do planejamento, guia e
ensinamentos de professores-tutores, ou através de algum meio de comunicação social
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que permite a interação professor/aluno, sendo este último o exclusivo responsável pelo
ritmo e realização de seus estudos (ZAMORA, 1981, apud GARCIA ARETIO, 1987).
Muitas definições, não?! De toda forma, 05 (cinco) elementos são essenciais para caracterização
da EAD. Vejamos:
A Educação a Distância (EaD) é conhecida desde o século XIX. Entretanto, somente nas últimas
décadas passou a fazer parte das atenções pedagógicas.
A EAD surgiu da necessidade do preparo profissional e cultural de milhões de pessoas que, por
vários motivos, não podiam freqüentar um estabelecimento de ensino presencial, e evoluiu com
as tecnologias disponíveis em cada momento histórico, as quais influenciam o ambiente
educativo e a sociedade.
Segundo o filósofo francês Pierre Lèvy, durante muito tempo a Educação a DistÂncia foi
considerada como um "estepe" do ensino tradicional, utilizada principalmente quando outras
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modalidades de educação falhavam. Logo, a sociedade acostumou-se a encarar a EAD como
algo menos importante, de segunda categoria.
INGLATERRA
Iniciou em 1840, e, em 1843, foi criada a Phonografic Corresponding Society. A Open University,
fundada em 1962, mantém um sistema de consultoria, auxiliando outras nações a produzir
educação a distância de qualidade .
ALEMANHA
EUA
Em 1904: Escolas internacionais, que eram instituições privadas, ofereciam cursos pagos, por
correspondência;
Na década de 70: Fundação Roberto Marinho – programa deeducação supletiva a distância, para
1º e 2º graus
Gerações da EAD
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Vimos um pouco da história da EAD no Brasil e no Mundo,
agora vamos conhecer as principais características
dessa modalidade de educação.
• Autonomia;
• Aprendizagem colaborativa e cooperativa;
• Interação e interatividade;
• Avaliação contínua e diagnóstica.
AUTONOMIA
Interdependência
Compartilhamento
Responsabilidade
Aprender a aprender
No entanto, mais do que o sujeito "autônomo", "autodidata", a sociedade atual requer pessoas
que saibam contribuir para o aprendizado do grupo ao qual pertence, ensinando, mobilizando,
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respondendo, perguntando.É a inteligência coletiva do grupo que se deseja por em
funcionamento.
· Integração
· Coletividade
· Compartilhamento
· Equipes
· Atividades interativas
· Diálogos
Há a percepção de que estamos diante de uma tecnologia que permite coisas impensáveis até
então, como, por exemplo, a formação de comunidades virtuais de aprendizagem colaborativa,
onde pessoas situadas em diversas partes do mundo interagem todos com todos sem
necessariamente estarem juntos em um mesmo tempo-lugar.
INTERAÇÃO E INTERATIVIDADE
Envolve a troca constante das experiências do grupo por meio de ferramentas e atividades
organizadas.
· Participação
· Partilha
INERENTES À APRENDIZAGEM
ATORES EM EAD
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• Professor autor – conteudista;
• Professor-instrutor – elabora a forma instrucional;
• Professor tutor – aquele que tira dúvidas;
• Programador;
• Web-roterista – formatação midiática do texto;
• Web-designer – estética do ambiente;
• Suporte técnico;
• Cursista.
Ampliação da noção de ensino, antes centrada somente na idéia de aula como um espaço e um
tempo determinados, para novas alternativas mais flexíveis,representadas pela entrada em cena,
a partir da década de 80, de satélites,vídeos, microcomputadores e correio eletrônico. A aula
passa, então, a ser entendida como pesquisa e intercâmbio (MORAN, 2002).
Essas mudanças obviamente exigem de todos uma nova compreensão do processo de ensino-
aprendizagem, a construção de uma pedagogia online, digamos assim,de uma abordagem
teórico-metodológica mais adequada.
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Como já destacava Pierre Lèvy, vivíamos até bem pouco tempo, um novo nomadismo,
em que, mesmo sedentariamente fixados em uma determinada cidade, víamos a paisagem
cultural e econômica mudar rapidamente, tal como os antigos nômades viam uma nova
paisagem a cada dia. Mas o futuro hoje mostra-se mais do que nômade: revela-se móvel,
mudando a paisagem ao mesmo tempo em que se deslocam os seus observadores.
É vista como:
Para tanto, se observa, que a questão exige uma complexidade de ações mediadas pela
tecnologia da informação e comunicação. Tudo isso, em razão de um conhecimento
competente sobre as exigências do que, e como se quer avaliar estudos em EAD
Por essas razões, indicadores processos de estudos em EAD têm levado a crer que os
procedimentos de avaliação devem trilhar os caminhos mediante os movimentos ocorridos no
percurso percorrido pelo alunos, para que o resultado mostre com visibilidade explicita a
competência do aluno.
Durante o 3º Encontro do Poder Judiciário, ocorrido no dia 26 de fevereiro em São Paulo, que
reuniu os presidentes de todos os tribunais brasileiros, foram estabelecidas 10 metas prioritárias
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para o ano de 2010. Além das metas o CNJ definiu algumas ações estratégicas, dentre elas a
“criação de centro de capacitação de servidores”.
A capacitação de servidores e magistrados tem sido foco de preocupação do CNJ nos últimos
anos. Em 2009 a Meta 6 estabelecia “capacitar o administrador, de cada unidade judiciária, em
gestão de pessoas e processos de trabalho, para imediata implantação de métodos de
gerenciamento de rotinas até 31 de dezembro”. Já em 2010, a Meta 8 estabelece “promover
cursos de capacitação em administração judiciária, com no mínimo 40 horas, para 50% dos
magistrados”. Outras ações nesse sentido foram: a criação do Plano Nacional de Capacitação, a
realização do 1º Fórum de Educação a Distância do Poder Judiciário e a oferta de cursos de
Desenvolvimento de Competências Gerenciais e Gestão de Pessoas e Processos.
• Perpetuidade;
• Cidadania e
• Parceria.
Perpetuidade
1) Estrutura Formal
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A decisão de criar o centro de capacitação foi o primeiro passo para a formalização da estrutura.
Agora é preciso definir o espaço físico, os servidores, terceirizados e estagiários que farão parte
dessa estrutura. Os principais fluxos de trabalho do centro de capacitação serão identificar as
necessidades de treinamento, definir os eventos de capacitação, realizar o desenho instrucional
das soluções educacionais, catalogar possíveis instrutores dentro dos quadros do Poder
Judiciário, definir as prioridades estratégicas, receber inscrições, coordenar e avaliar os eventos,
emitir certificados e realizar a comunicação institucional. Todas as informações referentes ao
centro de capacitação poderão ser concentradas em um portal na Internet. Esse mesmo portal
pode ser utilizado para operacionalização dos cursos na modalidade à distância.
2) Legitimidade
A legitimidade do centro de capacitação garantirá a sua perpetuidade. Essa legitimidade pode ser
alcançada criando-se um Conselho Gestor, ou Conselho Consultivo, composto por
representantes dos ramos da Justiça (Estadual, Federal, Trabalhista, Eleitoral e Militar) e das
regiões do país (Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sul e Sudeste). Estes representantes teriam a
responsabilidade de trazer para o centro de capacitação as demandas e necessidades das
respectivas regiões e ramos da justiça, atuariam na realização de parcerias com universidades e
escolas de governo e ampliariam o alcance do centro de capacitação nacionalmente. A estrutura
proposta está representada na figura abaixo.
3) Autonomia
Meister (1999) ressalta a importância da autonomia para o funcionamento das UCs, que devem
estar alinhadas a estratégia da organização, mas possuir independência para planejar e executar
suas ações. Na prática essa autonomia é garantida vinculando-se o centro de capacitação à
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Presidência ou Secretaria-Geral do CNJ. Outro aspecto importante para garantir a autonomia das
UCs é possuir orçamento próprio para o desenvolvimento de suas atividades.
Cidadania
Parceria
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- Direito Previdenciário nos Juizados - Avaliação de Desempenho;
Especiais Federais;
- Introdução ao Direito
- Introdução ao Direito, Estrutura e Constitucional;
Competência da JF;
-Suprimento de Fundos;
Outras parcerias podem ser realizadas com Instituições de Ensino e Escolas de Governo. O
acordo de cooperação técnica assinado pelo CNJ e a Universidade de Brasília, para realização
de um curso de pós-graduação a distância em Gestão Judiciária, é um bom exemplo disso. A
Escola Nacional de Administração Pública – ENAP e Escola de Administração Fazendária –
ESAF são instituições que também podem vir a estabelecer parcerias com o CNJ.
Curto prazo
Médio prazo
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- lançar a Universidade Corporativa;
Longo prazo
Conclusão
A universidade corporativa do Poder Judiciário pode não ser realidade, mas já é um sonho
possível. O primeiro passo foi dado, agora cabe a todos nós trabalhar para que isso aconteça.
Esse artigo teve essa intenção, contribuir para a construção de um modelo de gestão colaborativo
que possa desenvolver as competências necessárias para que os órgãos do Poder Judiciário
alcancem suas metas estratégicas e possa prestar um melhor serviço jurisdicional à sociedade.
Bibliografia
EBOLI, M. Educação corporativa no Brasil: mitos e verdades. São Paulo: Editora Gente, 2004.
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