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19 Apostila Tabernáculo de Moisés

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Tabernáculo

de Moisés
Tabernáculo
de Moisés
ZOE LILLY -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Antes de entrarmos no tema desta aula, precisamos entender o contexto em que o Tabernáculo de Moisés se
encontra. É importante relembrarmos que na Criação do mundo, Deus fez Adão e Eva e soprou neles Seu Espírito,
dando-lhes a vida não somente no corpo, mas principalmente no espírito.

O homem e a mulher eram perfeitos em sua forma original, visto que podiam cumprir perfeitamente aquilo
para o qual tinham sido criados: desfrutar de um íntimo relacionamento com o Criador. Vemos isso em Gênesis,
quando o Senhor andava pelo Éden procurando por Adão:

Quando ouviram a voz do Senhor Deus, que andava no jardim pela


viração do dia, esconderam-se da presença do Senhor Deus, o homem
e sua mulher, por entre as árvores do jardim. E chamou o Senhor
Deus ao homem e lhe perguntou: Onde estás? (Gênesis 3.8-9)

Porém, houve uma grave ruptura nesse relacionamento quando, por meio da desobediência, o pecado entrou
na humanidade. Além disso, a morte também passou a dominar a Terra, uma vez que essa é a consequência
pelo afastamento da presença de Deus. Dessa forma, Adão foi tirado do Jardim do Éden e já não podia mais ter
o mesmo contato com o Senhor como tinha antes:

O Senhor Deus, por isso, o lançou fora do jardim do Éden, a fim de lavrar
a terra de que fora tomado. E, expulso o homem, colocou querubins ao
oriente do jardim do Éden e o refulgir de uma espada que se revolvia,
para guardar o caminho da árvore da vida. (Gênesis 3.23-24)

Por conta disso, Deus cria uma outra forma para que o homem pudesse se relacionar novamente com
a Trindade: o Tabernáculo de Moisés. A restauração da comunicação que havia sido rompida teve início no
período entre a Queda do homem e a criação do tabernáculo, em que o Senhor falava somente com Seus
escolhidos, os profetas.

Nesse novo modelo, Deus deu a toda tribo de Levi a tarefa de cumprir Seu plano. Isso foi assim estabelecido
porque, enquanto Moisés subiu ao monte para falar com o Senhor, o povo criou um bezerro de ouro e fez dele
um ídolo para adoração. Mas quando desceu e voltou para os israelitas, ele ficou furioso e, vendo o que tinham
feito, tomou a seguinte atitude:

Pôs-se em pé à entrada do arraial e disse: Quem é do Senhor venha até


mim. Então, se ajuntaram a ele todos os filhos de Levi. (Êxodo 32.26)

2 TABERNÁCULO DE MOISÉS
Dessa forma, aqueles que eram da tribo de Levi ficaram responsáveis tanto pelo serviço do tabernáculo
quanto por acessar a presença de Deus. Eles foram os encarregados de fazerem essa ponte por gerações, até a
vinda de Cristo. É por isso que é tão importante compreendermos o que era este lugar, a tenda onde a glória do
Senhor habitava. O tabernáculo aponta para a Nova Aliança que seria firmada por intermédio de Jesus, que na
cruz, nos deu livre acesso à Sua presença.

Assim, conhecermos a antiga maneira que o povo de Deus mantinha contato com Ele, nos faz ter mais
clareza e compreensão de como podemos acessar a presença do Rei dos reis, aprofundando cada vez mais nosso
relacionamento com o Senhor em nosso cotidiano.

Refletindo sobre isso, responda:

1. De acordo com o texto de Gênesis 3.8-9, por que Deus foi ao encontro de Adão?

2. O que fez o ser humano perder acesso à presença de Deus?

3. Qual foi a importância do tabernáculo na época de Moisés?

3 TABERNÁCULO DE MOISÉS
3. Como vimos em Êxodo 32.26, a tribo de Levi foi a única que aceitou o convite
para se aproximar de Moisés. O que essa atitude significa para você?

ELEMENTOS DO TABERNÁCULO DE MOISÉS


A estrutura dada a Moisés por Deus não era formada apenas por uma tenda com um único ambiente, mas
também de uma área delimitada com algumas divisões e vários outros elementos. Conhecendo cada um deles,
entenderemos como os israelitas se comunicavam com Deus e como isso afeta a forma como nos relacionamos
com o Senhor mesmo nos dias de hoje.

1. Átrios

No tabernáculo havia uma cerca que fazia a delimitação total de seu entorno. No centro desse lugar, ficava
uma tenda e a área existente ao redor dela era um pátio designado por “Átrios”. Ali, todos podiam entrar, quer
fossem homens ou mulheres; crianças, jovens ou idosos; para juntos prestarem ações de graças, louvores e
danças ao Senhor.

2. Altar de sacrifícios

O lugar preparado para receber as ofertas de todo o povo era o “Altar dos sacrifícios”. Ele era encontrado no
pátio dos Átrios e, enquanto o sacerdote fazia o sacrifício, o pecado de todo o Israel era lançado sobre aquele
animal – que deveria ser perfeito.

3. Pia do lavatório

Logo após o sacrifício ter sido realizado pelo sacerdote, ele se lavava de todo sangue na pia do lavatório, que
também se achava nos Átrios.

4. Santo Lugar

Esse era o lugar que fazia divisão entre a tenda da presença e o pátio dos Átrios. Nele havia outros três
elementos: o candelabro, a mesa dos pães asmos e o altar de incenso.

4 TABERNÁCULO DE MOISÉS
5. Candelabro

Esse objeto era aceso com fogo pelo sacerdote e dele vinha toda a iluminação para clarear o Santo Lugar.

6. Mesa dos pães asmos

Nela havia doze pães sem fermento, representando cada tribo de Israel.

7. Altar de incenso

Quando o incenso era queimado no altar, o Santo Lugar era perfumado com um aroma agradável a Deus.

8. Arca do concerto e Santo dos Santos

No Santo Lugar existia também uma cortina chamada “vida” que levava o sumo sacerdote ao Santíssimo
Lugar, também conhecido por “Santo dos Santos”. Lá se achava a arca do concerto, onde se encontrava a
presença manifesta do Pai.

O líder de todo sacerdócio era chamado de sumo sacerdote e somente ele tinha acesso à arca. Se essa pessoa
cometesse alguma falha no ritual de purificação ou tivesse pecados, ao entrar no Santo dos Santos, seria
morto imediatamente. Isso acontecia devido à grande intensidade da glória de Deus no recinto. Por esse motivo,
existia o costume de amarrar à cintura de quem entrava uma corda se estendendo até fora da tenda com uma
espécie de chocalhos e sinos. Caso percebessem um som ou depois de passar muito tempo nenhuma resposta,
retiravam-no puxando o corpo do Santíssimo Lugar.

Porém, se todo ritual fosse cumprido perfeitamente, Deus dava ao sumo sacerdote as informações e
mensagens necessárias, para que, em seguida, fossem anunciadas no pátio dos Átrios, como direcionamento a
Israel. Portanto, era dessa maneira que o Senhor se comunicava com Seu povo na época de Moisés.

A seguir, temos uma imagem da estrutura do tabernáculo:

5 TABERNÁCULO DE MOISÉS
Agora que pode visualizar e ter mais clareza de como o povo se comunicava com Deus através do tabernáculo,
responda as perguntas abaixo:

1. Qual seu entendimento sobre os elementos do tabernáculo?

2. Por que é que o sumo sacerdote tinha que se portar no


Santo dos Santos com tanta diligência?

3. Qual era a importância do sumo sacerdote para os israelitas?

6 TABERNÁCULO DE MOISÉS
O TABERNÁCULO DE MOISÉS EM NOSSAS VIDAS
Por meio dos muitos elementos que existiam no tabernáculo na época de Moisés, podemos compreender
a dimensão dos benefícios que temos hoje. Essa era uma representação do que estaria por vir com a Nova
Aliança, o propósito inicial de Deus: ter relacionamento com o homem.

Foi então que o Senhor entregou seu Filho unigênito, para que Ele se tornasse o primogênito dentre muitos
irmãos. Veja o que Palavra nos diz:

Tudo me foi entregue por meu Pai. Ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém
conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar. (Mateus 11.27)

Assim, Jesus nos mostrou que a porta de entrada que nos deu acesso à comunicação direta com Deus foi
reestabelecida por meio d’Ele:

Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que


me ama; e aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu
também o amarei e me manifestarei a ele. (João 14.21)

A manifestação da glória que havia no Santo dos Santos, que antes só era acessível ao sumo sacerdote, agora
é dada àqueles que O amam com obediência. Isto porque a cortina chamada vida, que dividia o Santo Lugar do
Santíssimo, foi rasgada na morte de Cristo:

E Jesus, clamando outra vez com grande voz, entregou o espírito.


Eis que o véu do santuário se rasgou em duas partes de alto a baixo;
tremeu a terra, fenderam-se as rochas. (Mateus 27.50-51)

Jesus ainda faz outra afirmação, expressando a Sua grandeza sobre o tabernáculo de Moisés:

Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida;


ninguém vem ao Pai senão por mim. (João 14.6)

Esse versículo faz referência à estrutura do tabernáculo. O único portão que dava acesso ao pátio dos Átrios
era chamado de “Caminho”. A próxima divisão era feita com a tenda, que dava para o Santo Lugar, e a primeira
cortina que os separava tinha o nome de “Verdade”. Já a segunda, delimitando a entrada do Santo dos Santos,
era chamada de “Vida”. Por isso, quando Jesus afirmou ser o “Caminho, a Verdade e a Vida”, Ele estava dizendo
que n’Ele estão centralizados todos os elementos do tabernáculo.

Dessa forma, hoje podemos fazer uma associação de cada uma dessas partes e objetos presentes no
tabernáculo da Velha Aliança, com as ações que nos levam à presença de Deus. Por exemplo, o portão de entrada
dos Átrios traz o sentido de gratidão, como está escrito:

Entrai por suas portas com ações de graças e nos seus átrios, com hinos
de louvor; rendei-lhe graças e bendizei-lhe o nome. (Salmos 100.4)

7 TABERNÁCULO DE MOISÉS
Logo, sempre que nos colocamos diante da presença de Deus, temos que expressar a Ele nossa gratidão.

O segundo passo é o altar de sacrifício e talvez seja o mais difícil. Esse é o lugar onde morremos para nossa
carnalidade, liberamos perdão, corrigimos os erros, deixamos a raiva e entregamos nossa ansiedade. Para ter
essa atitude, precisamos contar com uma grande renúncia: abdicar do nosso ego. Só assim receberemos mais de
Deus e passaremos para o próximo nível de intimidade.

Após realizarmos nosso sacrifício, vamos à pia do lavatório, onde as águas da Palavra nos lavam. Ela funciona
como um espelho para nós, uma vez que nos mostra aquilo em que precisamos melhorar. Esse também é um
lugar que representa refrigério e descanso, em que depositamos todo peso que está em nós.

Depois dos Átrios, lugar em que os utensílios eram feitos de bronze, passamos pela cortina da verdade e
entramos no Santo Lugar, onde os instrumentos eram constituídos de ouro. O bronze significa julgamento, a
representação de uma vida na carne. Porém, se passarmos pela verdade (Jesus), temos acesso a Deus (Pai), ao
ambiente em que o ouro está presente, simbolizando a divindade.

Já o candelabro no Santo Lugar, por sua vez, ilustra o Espírito Santo, pois é Ele quem traz a iluminação em
nossas vidas. Essa luz permite sermos constantemente acesos com um novo fogo de amor pelo Senhor. Note
também que existiam duas fontes luminosas naquele recinto, mesmo não sendo necessário, tendo em vista que
a própria presença manifesta do Senhor se encontrava ali. Ele era a luz daquele ambiente.

Agora na mesa dos pães asmos, achavam-se os pães da proposição que eram feitos sem fermento. Uma boa
tradução vinda do hebraico lehem hapanim é transliterado por “pão da face”. Esse nome se dava pelo fato de
ser nesse local onde repartiam o alimento, tendo comunhão face a face com Deus, e assim, sendo totalmente
satisfeitos. E o último instrumento do Santo Lugar é o altar de incenso, indicando o aroma agradável que sobe
aos Céus: as nossas orações e intercessões feitas a Deus.

Todos esses elementos presentes nos Átrios e no Santo Lugar fazem parte de um momento de intimidade com o
Senhor. Isso nos leva ao lugar mais importante do tabernáculo: o Santo dos Santos. E embora ocupasse o menor
espaço físico, é nesse ambiente onde conseguimos alcançar toda extensão da eternidade. Nele encontramos a
glória manifesta de Deus, depois de ter nos preparado por meio dos outros estágios anteriores a esse.

Do mesmo modo que os sacerdotes saíam mudados pela presença do Soberano e transmitiam Sua palavra ao
povo, nós também somos quando decidimos nos encontrar com o Rei dos reis. A transformação que recebemos
ao sermos tocados pelo Senhor não termina em nós, mas a partir de momentos como esses, ela se torna uma
mensagem para todos que estiverem à nossa volta.

É bem comum, na nossa realidade de hoje, frequentarmos cultos e conferências que nos fazem mergulhar
nesse lugar de intimidade, mas quando muitos voltam para suas casas, sentem como se aquele momento
tivesse passado e se desanimam. Contudo, a compreensão desse modelo de nos comunicarmos com Deus existe
exatamente para quebrar esse tipo de mentalidade. O tabernáculo é um passo a passo para reacendermos
diariamente nosso amor pelo Senhor. Como vemos no livro de Levítico:

O fogo, pois, sempre arderá sobre o altar; não se apagará; mas o sacerdote
acenderá lenha nele cada manhã, e sobre ele porá em ordem o holocausto,
e sobre ele queimará a gordura das ofertas pacíficas. O fogo arderá
continuamente sobre o altar; não se apagará. (Levítico 6.12-13)

A preservação do fogo é uma estratégia preventiva sobre as dificuldades da vida, que intentam abafar a
porção de Deus para nós. Quando conhecemos o caminho que nos leva até a Sua presença, podemos entrar
sempre que quisermos no Santo dos Santos para depositarmos n’Ele nossa adoração.

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Logo, concluímos que a prática do tabernáculo de Moisés se dá em nossas vidas por meio de sete passos, são eles:

1. Gratidão;
2. Entrega;
3. Purificação;
4. Exaltação;
5. Iluminados por Deus;
6. Satisfeitos n’Ele;
7. Conectados com o Pai no Santo dos Santos.

Por fim, para concluirmos esta aula, responda as questões abaixo:

1. Como Cristo era representado no tabernáculo de Moisés?

2. Quando Jesus se entregou na cruz, o véu foi rasgado no templo.


Como isso afeta nosso relacionamento com Deus?

3. O que você pode fazer para prestar sacrifícios a Deus de um lugar de adoração?

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4. De que forma a Palavra nos traz purificação e refrigério?

5. Agora que temos acesso a um lugar que antes só o sumo sacerdote


tinha, qual nossa responsabilidade com as pessoas ao nosso redor?

6. Como você pode aplicar os conceitos aprendidos nesta aula em sua vida?

DESAFIO PESSOAL: Anote os sete passos do tabernáculo de Moisés em um caderno e utilize-os em seu momento
de devocional para acessar um nível maior de intimidade com Deus: adentrar a Sala do Trono. Faça isso por
alguns dias e nos conte como foi essa experiência, se sentiu uma mudança no seu relacionamento com o Senhor
e com as pessoas que estão a sua volta.

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