Missa
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Vou falar um pouco de Egun, Axexé, Balé, e outras coisas referentes ao culto dos ancestrais.
Vou fazer ressalvas para o seguinte. A concepção religiosa da morte está contida na própria
concepção da vida e ambas não se separam. Ou seja, nossa vida religiosa somente tem
significado quando tudo termina e nesse momento se faz um novo começo. Por esse motivo
que se deve ter respeito e principalmente se deve conhecer os rituais fúnebres de nossa
religião, rito tão importante para o religioso africano pois somente após esse ritual que se dará
como terminada a vida religiosa aqui no Àiyé (mundo - Terra) e se começará a nova vida no
Òrun (Mundo espiritual).
O povo do santo “o Batuqueiro”, mistificou por demais esse ser, o “Egun”, causando até
mesmo medo nas pessoas. Contudo, esse medo que se estabelece, distância os religiosos do
ritual mais importante da religião, o ritual de desligamento do Àiyé e a passagem para o Òrun.
As pessoas que ainda detém o conhecimento dos rituais fúnebres devem passar para seus
descendentes religiosos, pois somente assim que fará a proliferação do Axé. Por isso fica o
toque da Virginia sobre o Atété (cânticos para Egun), que como vai se aprender se ninguém
ensinar. E com isso vai se perdendo a verdadeira essência da religião.
Egún ou Egúngún, são espíritos dos mortos ancestrais, tanto pode ser da família, como de
antepassados da Religião Africana (espíritos de desencarnados de nossa Gôa religiosa). O culto
aos mortos não é de exclusividade do povo africano. Ele faz parte de quase todas as
civilizações. São muitas as culturas que fazem ritos parecidos com os praticados por nos
(Batuqueiros). Ritos esses, que são praticados com intuito de fazer com que o espírito do
desencarnado seja recebido de braços abertos pelo mundo espiritual. Por isso no ritual são
servidos inúmeros pratos com as mais diversas comidas, fumos, bebidas e muitas outras coisas
que acompanham esse ritual, para que o espírito receba um grande banquete de celebração
no Òrun (mundo espiritual).
Ygbàlè ou também como é conhecido Balé, é a casa dos mortos. Casa essa que é estabelecida
em uma construção dentro do pátio do centro religioso. Local esse que serve como base para
os assentamentos, que são chamados de idi-egungun, estes são elementos que individualizam
e identificam o Egun ali cultuado. E oojubô-babá, que é um buraco feito diretamente na terra é
onde são colocadas as oferendas e sacrifícios para o Egun ali assentado.
Arissun ou Axexe é como denominamos a missa realizada para Egun. O Egun é um espírito que
normalmente trabalha mais rápido que os Orixás e que muitas vezes, durante o Xirê de
Batuque, se apresenta como tal. Sua presença è notada através de seu elan (grito), que é
totalmente diferente do emitido pelo Orixá.Ao irmos participar de um arissun, como forma de
evitar possíveis danos causados por um ritual mal feito, o ideal é sabermos com antecedência
o nome completo do falecido e sua dijina. Devemos estar com Eledà (cabeça) coberto, vestidos
com axó branco ou roupas claras.Ao sairmos para participar de um axexe, algumas nações tem
como fundamento a necessidade de deixar preparado um axé para Oyá e um ecó de
cinza,colocados atrás do portão, para que, quando haja o retorno, sejam lavados o rosto, os
pés e as mãos. Da mesma forma, em algumas nações, os participantes são proibidos de beber
água, largar cinza de cigarro no chão, assobiar e dormir.Na Nação Cabinda tem-se que ao
chegar ao Ilê, onde será realizada a missa, se encontra os atins (pós) usados no ritual. São eles:
pó de tijolo, de pemba, cinza, coloral, café, chimarrão, palitos e um mieró de quebra (feito com
ervas).Após, cumprimenta-se o os eguns diante do Balé, batendo palmas nove vezes, com o
giro correspondente, saudando-os.Inicia-se o arissun cantando rezas apropriadas para Egun,
onde a roda segue em determinado momento no sentido anti-horário e em outro momento no
sentido horário, sempre com os braços balançando (abanando).Durante toda cerimônia não se
retira os calçados.Ao término das rezas para o Orixá, retornamos o canto para Egun, onde se
faz necessário o abano dos lenços brancos para assim haver o desligamento do morto com o
plano material, com os humanos.Durante o ritual, é costume chegar Orixá no mundo, mas o
mesmo vem de forma silenciosa, não dando o seu elan, (grito) e permanece até o retorno da
praia. Após o Orixá é despachado inteiro.Ao se despachar o "saco" na praia, devemos seguir
um caminho e retornarmos pelo outro, como forma de "enganar" o Egun. No decorrer do
arissun, canta-se para os Orixás do morto que estão indo embora, enquanto quebra-se suas
vasilhas e quartinhas. Rasga-se a roupa religiosa do falecido. É interessante observar que cada
Babalorixá, Ialorixá ou filhos-de-santo que tenha obrigações de quatro-pés, deveria por
obrigação, possuir seu copo, sua xícara e talheres de uso particular, já que os mesmos serão
utilizados para sua missa, onde estarão seus objetos pessoais, seus vícios e seus alimentos
preferidos, que serão incorporados na mesa no dia do café, realizada no sétimo dia após sua
morte.Tudo é quebrado e colocado dentro de sacos, que podem ser de panos ou plásticos.
Costuma-se também usar balaios. Os sacos e/ou balaio sempre serão carregados "embalados".
Ao retornar da praia, é passada uma limpeza em todos os participantes e os mesmos podem
então retornar aos seus lares, sempre esfriando a rua antes de sair do local. Antes de adentrar
em sua residência, pode-se esborrifar a pessoa. Pode-se utilizar ainda uma limpeza com fogo,
retirando toda e qualquer impureza que por ventura ainda reste na aura do participante.
Também pode-se utilizar para limpeza de um pequeno saquinho contendo cinzas, limpa,
préviamente peneirado, utilizado ao sair de cemitério, etc... A principio os únicos Orixás que
não são despachados são o Legbá para os Cabindas e Oyá Timboá para algumas Nações, já que
eles são considerados guardiões do templo e continuam sob os cuidados da família
consanguínea, de preferência por um membro do sexo masculino. Veja-se que em algumas
nações o fundamento determina que inclusive o Legbá seja despachado.Assim, tudo depende
dos fundamentos da nação a que pertence o falecido, o Ilê e assim por diante.
O primeiro passo no caso de morte é despachar a rua (Bará Lodê), levar o borí até onde o
corpo esteja sendo velado, quebra-lo e coloca-lo em baixo da cabeça do morto. Suas guias são
arrebentadas por cima de seu corpo, fazendo assim seu desligamento com a função religiosa.
Leva-se o Orixá e sua comida (frente) até o seu elemento (praia, cruzeiro, pedra, etc.)
Com um pau de camboim ou martelo bate-se no ocutá treze vezes até quebra-lo, e depois
coloca-se em cima de sua frente.
Os únicos Orixás que não são despachados são o Leba para os Cambindas e Oyá Timboá
para algumas Nações, já que eles são considerados guardiões do templo e continuam sob os
cuidados da família consanguínea, de preferência por um membro do sexo masculino.
Tamboreiro
RESPOSTA
Tamboreiro
Tradução
Consolação
Caçador,
Caçador
INICIO DA MATANÇA
Elegbara Oni
Elegbarara Onã
Elegbara Egu
Eumunlò Orixà
Ogum Dorô
Danimodè a Xêrêrê
Danimodè a Xêrêrê
Babà xirirê
Babà xirirê
Abadô Ogum ôô