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Maria José - Obras de Terra Vol.I

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INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA

Fortificaçáo e Construçáo

VOLUME I

Prof. Maria José C. i? Alves de Lima


Introdução
Estudo do locaf da obra
Prospecção do subolo
Métodos de proçpecção por escavação

Sondagens a m o s
Sondagens a percussão
Sondagens rotativas
Coleta de amostras indeformadas
Ensaios de campo
Comumente. os solos são considerados como apoio básico de estruturas tais como edifícios. muros
de arrimo, túneis ou condutos enterrados.
Entretanto. o solo é o mais antigo material de construção de que se tem notícias.
O Homem, antes de saber ler e escrever, aprendeu a moldar a t e m em blocos, que secavam ao ar, e
com eles levantava paredes para suas casas; aprendeu a amontoar o solo para enterrar seus mortos e a
formar plataformas para adoração de seus deuses.
Do mesmo modo, os blocos de rocha provenientes de depósitos fluviais ou talus foram utilizados,
isoladamente ou em mistura com solos, nas primeiras construções humanas. Dessa mistura primitiva, evoluiu-
se para as construçóes mais sofisticadas de alvenaria, que só vieram a se aperfeiçoar através da
mecanização.
Por outro lado, o solo é um material de construção durável, o que é demonstrado por muralhas de
cidades pré-históricase antigos terraplenos, encontrados em muitas partes do mundo. ainda hoje.
Apesar disso. o tratamento científico para o uso do solo e das rochas como materiais de construção,
:-iciou-se em 1930 e tem revolucionado as obras de tem.
A modema tecnologia tomou possível construir. rápida e economicamente. grandes estruturas de
ma e rocha. que serão ainda mais duráveis do que os monumentos antigos. se cada etapa da obra for
dnvenientemente organizada e executada, desde o planeiamento até a construção,.

CONCEITO DE OBRA DETERRA

Denomina-se OBRA DE TERRA toda aquela que utiliza o solo como material de construção.
São obras de terra:

ATERROS

Entende-se como a t e m um depósitu de terra m W d o peto homem para atender as mais


diversas finalidades.

REGULARIZA~ÃO TOPOGRÁFICAOU
TERRAPLENOS
ELEYAÇÃO DO TERRENO

São aterros longos eestreitos destinados a: Em regiões onduladas para obter-se


suporte estrada1 (rodovias e ferrovias }
barragens . platafwmas.
Terrenos baB<os, para elevar o nível das
diques para desviar ou acumular água
. ~0flstniçõe~.
Quando adequadamente construidos,
podem suportar cargas pesadas, com
segurança e recalques compativeis.
OBRAS DE CONCerrOS BÁSICOS -2

de boa qualidade, mistura selecionada de solo-


brita ou brita para funcionar como fundação.

PAVIMENTO

CORTES

A construção d e obras viárias-exige uma sucessão& -cortese atenos; a-fim-de que se possa
implantar o corpo estradal.

PROBLEMAS GEOTÉCNICOS DOS CORTES


conhecer0 =to-queserá manipulado-
____--r
o comportamento após escavação
condições de aproveitamento em aterros

ESCAVAÇ~ES

Sttperiici&ou Subterrânea -
Sub-aquáticas Dwgagens

implantar túneis, metros, dutos, etc O aprofundamento dos portos


abertura de canais de acesso
explora@ de jazida?. de areia para-os
hidráulicos
OBRAS DE TERRA ESTUDO DO LOCAL DA OBRA-3

O engenheiro civil está envolvido no projeto de uma obra por vários diferentes aspectos e suas
principais responsabilidades são: garantir a segurança e a economia da obra.
Para atingir essas metas, deve entender como o terreno responderá ao seu projeto e como sua
construção será afetada pelas condições locais, valendo-se para isso de um estudo adequado dos
locais da obra.
A investigação do local de uma obra deve ser entendido como o estudo do meio ambiente e
condições do subsolo no local dos trabalhos e obras de engenharia civil, cobrindo todas as técnicas
e investigações que possam ser empregadas para obter-se informações de um lugar particular.
A Investigação é um ramo especializado da engenharia civil mas, como todas as especializa-
ções, seus conceitos básicos e a suas aplicações precisam ser entendidos pelos que vão fazer uso
dela.
iiura 1 contém alaumas das muitas diferentes disciplinas que podem contribuir para uma vi-

LOCAIS DAS
P-
TOPOGRAFIA

OBRAS

figura 1
As especialidades ali citadas não devem ser consideradas indispensáveis em todos os casos
de investiqações, embora, em obras de grande vulto. todas possam vir a ser empregadas.
3quena escala, entretanto, cabe ao engenheiro geotécnico ser o mais versátil possível e
)nhecimentos abrangentes, de modo a poder requisitar as especialidades adequadas,
ai a w u d caso específico.
OBRAS DE TERRA ESTUDO DO LOCAL DA OBRA-4

Para se compreender como a Invesfigaç5o se encaixa no processo da engenharia civil, desde a


concepção inicial até a conclusão e ainda além dela, alguns tópicos importantes devem ser desta-
cados nos estudos dos locais para implantação de uma obra.

a) A variabilidade dos locais de construção e a necessidade de tratamentos individuais.

b) A importância da interação entre a obra e o ambiente e entre a estrutura e o terreno.

c) O desenvolvimento de uma solução profissional de engenharia segura e econômica, levando


em conta todos os fatores que pudessem afetar os trabalhos propostos.

d) A necessidade de que as investigações do terreno sejam desenvolvidas tão efetivamente


quanto possível, dentro de um orçamento fixo.

As obras e construções são implantadas sobre ou no interior de uma camada, relativamente


fina da crosta terrestre, composta de solo, rocha, ar e água. Entretanto, esses elementos podem
variar e combinar-se de infinitos modos, para produzir condi@es locais totalmente diferentes.
E fora de dúvida que não existe na superfície da terra dois locais que sejam rigorosamente
idênticos.
Cada um tem sua própria peculiaridade e cada um reagirá de modo diferente, as obras da en-
genharia civil, sobre eles implantadas.
São fatores de variação:
0 a natureza litológica dos constituintes do subsolo
i o estado de consistência ou compacidade dos solos
a o estado de fraturamento ou alteração das rochas
U a disposição dos diversos horizontes de material
U a história de sua formação

INTERAÇÃO OBRA IAMBIENTE E OBRA ITERRENO

O meio natural é instável e reage as solicitações exteriores segundo um processo que lhe é
óprio. Compete ao Homem tentar compreender e definir as exigências naturais para estabelecer
na estratégia coerente da ação humana, que lhe permita, em cada caso, adotar uma tática certa
,3ra fazer a Natureza aceitar a construção projetada. Será necessário, então, conceber um con-
junto meio natural-obra, coerente, cujo comportamento seja tal que, a perenidade do segundo não
possa ser comprometido pelas reações do primeiro
Quanto mais a obra altera as condições naturais, maior é o risco de insucessos.
Exemplo disso, é o comportamento de uma mesma região face a implantação de obras com di-
!rentes características. A antiga Rio-São Paulo (antiga Washington Luiz), na serra das Araras,
áxima ao monumento rodoviário, nunca sofrera qualquer deslizamento, até as chuvas de 1966167,
quando os acidentes foram de pequeno vulto. Trata-se de uma rodovia que, praticamente, acom-
panha as curvas de nível sem grandes cortes e, portanto, sem agressões a natureza. Em contra-
.=: ,..+ .i.trecho da atual via na direção Rio-São Paulo, na época concluido há pouco menos de um
..-&:A-

no, sofre!u sérios deslizamentos, interrupções do tráfego e a reconstrução exigiu obras de conten-
30 e dreriagem, que deveriam ter sido previstas no projeto original.
Todos, os tipos de estruturas interagem com o terreno, na superfície ou no seu interior.
A figura 2 ilustra as caractensticas de quatro estruturas que interagem com o subsolo de difer-
~ ~~

ntes manieiras.
OBRAS DE TERRA ESTUDO DO LOCAL DA OBRA-5

Casa com fundaç0es a I m de profundi-


C@&'D J ~
I dade.
& 16m
Investigação a 4 m abaixo da funda@
em radier.
Fia. 2a

Fig. 2b - 1 km de rodovia.
Investigaçõesa 3 m além da pista e
3 m de profundidade.

- . . . ~

Fig. 2c - Ponte rodoviária, com fundação Fig. 3d - Estrutura industrial com fundarão
em estacas de 10 m de profundidade. em sapatas isoladas, a 2 m de profundida-
Investigações a 6 m além das fundaç0es e de. Investigaç6es a 6 m além do perímetro
a 30 m de profundidade e a 10 m de profundidade.

A casa tendo uma fundação em radier aplicará ao terreno pequenas cargas. (fig 2a)
Por outro lado, o carregamento devido a ponte é muito mais elevado e foram empregadas esta-
cas para transmitir cargas aos estratos mais profundos. (fig 2c)
A estrada envolve uma área muito grande mas o carregamento do tráfego será, rapidamente,
listribuido pela construção do pavimento. (fig2b)
A fábrica é apoiada em fundações isoladas e a diferença entre os volumes de solo afetados
lesse caso e na ponte é evidente. (fig 2d)
BRAS DE TERRA ESTUDO DO LOCAL DA OBRA6

O engenheiro civil tem considerável controle sobre os materiais que emprega na construção,
..ias pouco ou nenhum sobre os materiais que servirão de apoio as estruturas.
A engenharia geotécnica , no sentido mais amplo, é mais uma arte do que uma ciência, con-
tando o engenheiro com casos históricos, sua própria experiência e seu julgamento profissional,
para chegar a solução de um problema.
É verdade que o conhecimento das teorias da Mecânica dos Solos, Geologia, história do local e
propriedades dos solos são todos essenciais mas, no fim, a solução de muitos problemas ainda se
resume a um julgamento profissional.
0 s projetos possuem diversos níveis de importância os quais, de um certo modo, determinam o
orçamento disponível. É dentro desse orçamento que o engenheiro deve produzir um projeto que
apresente um aceitável fator de segurança, seja prdtico e satisfaça ao cliente. Esses requisitos são
muitas vezes resumidos pela expressão "uma solução profissionalde engenharia".
Há claramente diferentes escolhas para as fundações a serem utilizadas pelos engenheiros e
diferentes problemas locais conduzirão a diferentes soluções.
Em todos os casos, quanto mais esclarecedor o levantamento do local proposto, melhor as in-
vestigações poderão ser planejadas e mais econ6micas serão.
Nenhuma investigação pode ser considerada completa, pois os locais são muito variáveis e
osso conhecimento muito limitado. Contudo, devem ser mobilizados recursos para reduzir-se o
sco a um nível aceitável.
Muitos métodos de análise consideram os solos homogêneos, isotrópicos e elásticos, mas de
fato, eles são heterogêneos, anisotrópicos e inelásticos. Isto não quer dizer que os métodos não
sejam válidos, mas suas limitações devem ser reconhecidas. Muitas vezes é necessário simplificar
situações pois, sem alguma simplificação, o problema não teria uma solução possível.

CUSTO DAS INVESTIGAÇÕES


A perda financeira decorrente da incerteza sobre as condi@es do subsolo, pode ser substan-
almente reduzida, aumentando-se a qualidade e quantidade da investigação. Contudo, isto não se
stende indefinidamente e chega-se uma quantidade ótima de investigações, quando o custo fi-
anceiro mais o custo da investigação atinge um mínimo.
As situaçóes indicadas na fig.2 apresentam as seguintes relações custo das investiga-
õesfcustos das estruturas.

OBRA ÁREA PROFUNDIDADES(m) RELAÇAO CUSTOS(%)


n12 FUNDAÇÕES INVESTIGAÇ~ES INVESTIG.IESTR~

CASA 150 1.0 5.0 0.5

lkm RODOVIA 30 O00 0.5 3.O 0.5

PONTE 1 O00 10 O 30 O 3.0

4 5000 2.0 8.0 1.0


-
Tabela 1 - Relaç5o custo das investigações /custo da estrutura para alguns projetos
OBRAS DE TERRA ESTüDO DO LOCAL DA OBRA-7

Qualquer que seja o ramo da engenharia civil onde se vá desenvolver um projeto, ou seja, em
que se vá CRIAR e MANTER uma construção, a chave principal deste processo é efetuar PRE-
VIS~ES.
Inúmeros exemplos podem ser citados para ilustrar os vários tipos de previsões feitas pelos en-
genheiro civil.

O projetista de estruturas para retenção de água, portos ou "off-shore" depende da previsão da


magnitude de cheias ou tempestades, alturas de ondas e velocidade de correntes, etc, as quais os
hidrologos , normalmente, expressam em forma de probabilidade.

Projetando uma obra viária o engenheiro escolhe uma vida útil para o projeto e então prevê o
nível de tráfego que irá ocorrer no período selecionado, no futuro.

*:e CUSTO DAS CONSTRUÇ~ES

Uma tarefa essencial de qualquer projeto de construção é a previsão de seu custo total para
que o proprietário possa decidir se o projeto pode ser mantido, se deve ser alterado ou aban-
donado. Em edificações esse custo reflete-se no preço de venda, tomando o empreendimento
viável ou não.

*:* MEIO AMBIENTE

As grandes construções tais como, barragens, estações de energia, estradas e condutos po-
dem influenciar, significativamente, o ambiente físico e humano em uma ampla área. Algumas con-
seqüências de tais projetos são benéficos e outros detrimentais.

*:* PROJETOS ESTRUTURAIS

As previsões para os projetos estruturais dispõem de normas que englobam os conhecimentos


óricos e empíricos consagrados, oriundos da experiência daqueles que participaram da elabo-
çáo das normas.
Como as normas são razoavelmente conservativas e a seleção do material e os métodos ex-
ecutivos podem ser controlados para atenderem as especificações do projeto, os resultados finais
obtidos são satisfatórios. Assim, nos projetos estruturais os aspectos subjetivos dos fatores empiri-
cos foram grandemente eliminados.
No Projeto Geotécnico o problema é mais complexo, em virtude da natureza heterogênea e
3riável do solo. A abordagem do problema, puramente teórica, é de uso limitado e a experiência
;ada a Geotecnia é fator importante.
Lambe esquematizou o processo de previsão dos projetos geotécnicos nas seguintes etapas,
;quais denominou Anatomia das Previsões.
OBRAS DE TERRA ESTUDO W LOCAL DA OBRA-8

ANATOMIA DE UM PROJETO GEOTÉCNICO


(segundo LAMBE)

DETERMINAR A SITUAÇÁO NA NATUREZA

SIMPLIFICAR

Tf

DETERMINAR O MECANISMO

SELECIONAR MÉTODOS E PARÂMETROS

TI

MANIPULAR METODOS E PARÂMETROS


PARA OBTER PREVISOES

=POR AS PREVISÕES

0:. DETERMINAR A SITUAÇÃO NA NATUREZA


Nesta primeira etapa, que poderia também denominar-se Investigações Geot6cnicas. procura-
se determinar certos aspectos da Natureza que interessam ao problema, utilizando os recurços da
Geologia, Geofísica, ~e.&nicados Solos e ~ecânicadas ~ochas.
As informaçóes coletadas devem ser colocadas numa linguagem humana, isto é, esquemati-
zada de uma forma que permita sua compreensão e utilização.
Nos casos mais complexos, como o projeto de uma barragem de terra, a determinação da
situação na natureza é feita através estudos que podem ser englobados em tres grupos.

GEOLOGIA
A Geologia reune, o que se sabe e o que se vê do local da obra e suas vizinhanças, utilizando.

m EzI EzIIl
Documentações Foto - interpretação Mapeamento de campo

A interpretação desses dados, embora subjetiva e envolvendo o que não se vê, pemite esta-
)elecer o primeiro modelo do local da obra.
Com esse modelo define-se a sele$io, o quadro geral de mobilização, execução e interpretação
jos procesos a serem empregados nos outros dois grupos.
BRAS DE TERRA ESTUDO DO LOCAL DA OBRA-9

O princípio geral dos métodos geofísicos é medir na superfície do terreno campos de força,
naturais ou artificiais, com o objetivo de detectar anomalias nesses campos. Interpretando as
anomalias, pode-se predizer a configuração dos materiais e das estruturas geológicas subter-
râneas.
Dependendo dos campos de força que façam uso e das propriedades físicas utilizadas, os
métodos geofísicos classificam-se em:

Método Campo de Força Propriedade Física

magnético campo magnético terrestre suscetibilidade magnéf~ca

gravimétriw campo gravitacional densidade

elétriw campo eiétriw condutividade elétrica

sísmico campo de vibração eiástica velocidade de propagação das a-


das elásticas

A engenharia civil utiliza os métodos elétricos e sismicos, principalmente os últimos, na investigação


de estruturas subterrâneas (dobras - falhas), para os projetos de barragens, estradas, etc.

4 Métodos Sísmicos
Os métodos sísmicos baseiam-se no fato da velocidade de propagação das ondas elásticas
variar com o tipo de rocha. Nos materiais de baixa consistência, como solos e sedimentos não wn-
solidados, a velocidade é em média 1500 m/s e nas rochas compactas como granitos, da ordem de
5 000 mls.
Criando-se na superfície do terreno ou a pouca profundi-
dade uma fonte de ondas elásticas, por meio de explosões ou
choques mecânicos, os limites (contatos) que separam mate-
riais diferentes, refletem e refratam parte da energia das ondas
elásticas.
Os métodos geofisicos são de dois tipos:
reflexão 9 quando observam as ondas refletidas.
refração 6 quando observam também as ondas refrata-
rocha das.
Fig. 3

A figura 3 representa a instalação necessária para o processo sísmico de refração.


Ao atingir o wntato sololrocha, as ondas darão explosivo geofones amplificador
início a outras ondas, propagando-se na rocha com a
velocidade VI>.As vibrações da rocha ao longo do con-

;Z
tato rocha/solo darão início a uma infinidade de ondas
lue entrarão no solo em direção a superfície.
Nos pontos de escuta (geofones), colocados a dis-
.âncias variáveis de O, são determinados os tempos de
Com
.eterno a superfície
as distâncias
da primeira
dos geofones
onda. a origem das on- vz - refraçóes
- - +

ias e os tempos, calculam-se as velocidades de Figd Processo de refraçao


~ropagaçãoV, e as profundidades dos estratos. AS
3RAS DE TERRA ESTUDO DO LOCAL DA OBRA-10

primeiras ondas vibratórias que atingem os geofones mais próximos, são ondas refletidas e os mais
afastados recebem ondas refratadas.
O método sísmico de reflexão fornece valores mais precisos das profundidades das camadas.
Os métodos de refração só podem ser empregados em terrenos em que a velocidade de
propagação V aumenta com a profundidade.
0 s resultados das investigações geofísicas permitem burilar o modelo do local em estudo,
anteriormente montado pela geologia, mas não permitem criar e estabelecer um modelo geotécnico.
Melhores resultados são obtidos quando as camadas de solo tem caracteristicas bastantes dis-
tintas. Assim, pela geofísica pode-se definir, perfeitamente, a transição solo/rocha e sem muita pre-
cisão, solos de baixa resistência como areias fofas e argila de baixa resistência.
Os levantamentos geofísicos são muito empregados em investigações de áreas extensas (dire-
trizes de estradas, eixo de barragens, canais de acesso a portos para fins de dragagem, etc.

SONDAGENS E ENSAIOS

Manda a boa técnica, que nas obras de grande vulto, a aplicação dos métodos deste grupo se faça
com base no modelo, o mais elaborado possível, obtido com os recursos dos grupos anteriores
(geologia e geofísica).
Uma sondagem pode então ser definida como:
O um recurso para se provar e testar o modelo já montado, permitindo melhorá-lo.
O uma ferramenta que permite realizar medidas dos parâmetros necessários, seja por
determinages "in-situ ",seja pela coleta de amostras.
É preciso ressaltar que, mesmo adotando-se a sequência lógica, anteriormente exposta, e em-
pregando-se a tecnologia adequada nas investigaçóes, jamais se conseguirá fazer um inventário
completo das condições e dos parâmetros que regem os fenômenos naturais, atingidos pela obra
que se pretende construir.
Por outro lado, as informações fornecidas 1 1s e os parâmetros obtidos com amos-
tras ensaiadas em laboratório ou ensaios de campo, serao apenas pontuais, no maciço investigado.
Tendo como referência o modelo pré-estabelecido, poder-se-á, legitimamente, extrapolar ao
restante do maciço, os valores localizados e interpretar as variafles.

+:* SIMPLIFICAR

Simplificar é estabelecer um modelo geotécnico do local, para que o problema possa ser tratado de
forma científica e serem efetuadas previsões.

Este modelo procurará definir:

O os limites do local: os imediatos, que correspondem a área de implantação da obra e os longín-


quos, isto é, até onde os fenômenos induzidos pela construção podem ser sentidos e ou medi-
dos.
O determinação da extensão, profundidade e espessura de massas contínuas de solo cujas carac-
terísticas geotécnicas são mais ou menos constantes.
O valores médios extremos dos parâmetros medidos, para caracterizar o material tipo de cada
conjunto, quanto: a compressibilidade, a resistência ao cisalhamento e permeabilidade.
O informações sobre a ocorrência de água no subsolo: profundidade do lençol freático e suas
variações.
O horizontes rochosos e sua classificação, informações sobre extensão, profundidade, espessura,
direção, mergulho e espaçamento de juntas e planos de acamamento, estado de alteração e
decomposição.
B OBRASDETERRA ESTUDO DO LOCAL DA OBRA-11
ti
b *:* DETERMINAR O MECANISMO
b
C Neste estágio do processo, o engenheiro deve determinar o mecanismo ou mecanismos que
envolverão o futuro evento, isto é, a construção.
a Citamos como exemplo, a constni@o de um atem sobre uma camada de argila mole,
b saturada, compressivel.
Dois mecanismos devem ser considerados: o primeiro, referente a capacidade de carga da ar-
.
B gila
- para suportar o peso do atem sem romper e o segundo, as defomaçóes que vão ocorrer, por
~

adensamento da argila.
4
PROJETO

MECANISMO DE RUPTURA
/-1

Fig.5 Mecanismos atuantes no aterro sobre argila mole


IRAS DE TERRA ESTUDO DO LOCAL DA OBRA-12

Identificados os mecanismos, são definidas diversas alternativas para o projeto e toma-se ne-
cessário selecionar métodos para efetuar as previsões e a escolha dos parâmetros dos solos en-
volvidos por esses métodos.
No exemplo citado na etapa anterior, um dos recursos de projeto para combater o mecanismo
de ruptura seria a construção de bermas laterais de equilíbrio.

Argila

Fig. 6 (a) Projeto para combater a ruptura (b) Projeto para acelerar os recalques
Com relação aos recalques, o projeto deverá prever algum recurso para acelerar o processo de
recalques (drenos verticais de areia) ou diminuir o recalque que ocorrerá após a conclusão da obra
(construção de uma sobrealtura).
Existem na Mecânica dos Solos, vários métodos que podem ser utilizados na previsão (projeto)
da solução de um problema, cada um tendo, evidentemente, seu valor e suas limitações. Nenhum
deles é inútil a priori, mas também, nenhum é universal.
Considerados, a cada nível do estudo, as características naturais do local, as particularidades
do projeto e principalmente o mecanismo estabelecido na etapa anterior, são deteminados os
parâmetros do solo. 0 s métodos de previsão, geralmente, requerem parâmetros de resistência,
wmpressibilidade, permeabilidade e módulos tensão /deformação.
Existem três processos para a avaliação de parâmetros:
O os ensaios de laboratório
O ensaios de campo
O correlações empíricas

*: MANIPULAR MÉTODOS E PARÂMETROS PARA OBTER PREvIS~ES


Trata-se do desenvolvimento propriamente dito do projeto, em que os parâmetros, obtidos e
selecionados na etapa anterior, recorrendo-se muitas vezes a um tratamento estatístico, são intro-
duzidos nas fórmulas dos métodos de projeto.

O dimensionamento dos elementos constituintes do projeto são representados em plantas e as


previsões do comportamento dos solos são traduzidos em gráficos e tabelas que são úteis durante
a construção e no acompanhamento, por um certo período de tempo, após a implantação.

No caso do aterro sobre argila mole, serão apresentadas as seções transversais do atem, com
ou sem bermas laterais, para os modelos geotécnicos representativos de diversos trechos da es-
trada.
As previsões deste caso, referem-se aos recalques ao longo do tempo, que devem ser wntro-
lados, por medições diretas das deformações e observações, através de piezômetros, das pressões
neutras induzidas pela carga do aterro.
OBRAS DE TERRA PROSPECÇÃGI

Os métodos que permitem a obtenção de amostras para classificação visual dos solos,
realização de ensaios de laboratório e elaboração de um perfil registrando as condiçóes
do subsolo em profundidade, podem sergrupadoscomose segue.

ESCAVAÇOES TRADOS
- -- -i -- - - -- i
o Poços o Manuais

o Trincheiras e

o Galerias o Mecânicos

I_-. .-.
I
- . .
SONDAGENS 7
- --
ENSAIOS
.-
-1--

o Percussão o Campo ou "in-situ"

o Rotativa o Laboratório
OBRAS DE TERRA PROSPECÇÃO-2

ESCAVAÇ~ES
POÇOS ( NBR 9604) -
Constituem o melhor método para obtenção detalhada de informações sobre resistência,
3stratificação e descontinuidades dos solos.
A perfuraflo pode ser manual ou mecânica.
Exemplo de Aplicação Infomaçóes Obtidas

classificação tátil-visual de todos os


horizontes de solo, coloração, origem
geológica.
disposição dos horizontes(profundidade
e espessura).
obse~a@esreferentes ao NA.
Ri
coleta de amostras indeforrnadas.
Estudo do subsolo em

TRINCHEIRAS ( NBR 9604 ) -


São escavações longitudinais, superficiais, com o objetivo de pesquisar a continuidade de
uma formação.
Normalmente, são abertas por escavadeiras.

xemplo de Aplicação Informações Obtidas

classificações tátil-visual de horizontes


de solo.
Trincheiras disposição dos horizontes em prof~n-
didade, se executadas a diversas altu-
Areia
ras.
execução de ensaios de permeabili-
/ ' Argila dade "in-situ".

Observação da continuidade no sentido


iontanteljusantede hotizonte preferencial
e percolação
C
4 OBRAS DE TERRA PROSPECÇÃO-3
P

'
k
GALERIAS
b São escavações no interior dos maciços, escoradas nos trechos em solo ou em ro-
-
b chas. nas regiões de decomposição ou grande alteração.
-

b Podem ser inclinadas e mudar facilmente de direção.


B Abertas manualmente (solo) ou com equipamentos de escavação, usando ferramentas
pneumáticas e explosivos (rochas)
B
Exemplo de Aplicação Informações Obtidas

mapeamento geológico das paredes,


teto e piso.
fotografias.
direção e mergulho das descontinuida-
des.
amostras indeformadas de rocha
ensaios "in-situ "

e 1 Estudo da ombreira de uma bamgem de con-


creto. As galerias podem ter utilização poste-
rior, como obras de drenagem dos maciços.
OBRAS DE TERRA PROSPECÇAW

SONDAGENS A TRADO

Trata-se do processo mais simples, rápido e econômico para as investigações das


condições geológicas superficiais.

II Noma Brasileira: NBR-9603

APARELHAGEM:
I
I

f Trado cavadeira
Recomendado para
solos argilosos, siltoços
Trado helicoidal
Indicado para solos argilosos,
silto-argilosos ou areno-
f -

OU mesmo arenosos, argilosos, com alguma coesão,


desde que úmidos e para aderir ao trado.
com wmpacidade.

1 ,Pesquisa do nível d'água.


I
> Pesquisa de determinado horizonte de solo.
I
Pesquisa de jazidas para aterros rodoviários, ferroviários e barragens de terra.

I Planta Seçáo
I
I Informações obtidas: 1 coleta de amostras amolgadas profundidade dos horizontes de solo 1
determinação do NA volume dos materiais disponíveis em
eb cada camada de solo
9
C OBRASDETERRA PROSPECÇ~O- SONDAGEM PERCUSSAO -1
4
4
Sondagens a percussão com circulação de água
6

B
9 NBR - 6484 Execução de sondagens de simples reconhecimento dos solos.
5,
9 NBR - 7250 Identificação e descrição de amostras de solos obtidas em sondagens de
simples reconhecimento dos solos.
B
c!
B
NBR - 8036 Programação de sondagens de simples reconhecimento dos solos para
fundações de edifícios.
9
8 NBR - 6502 Rochas e solos - Terminologia
9
9 VANTAGENS APRESENTADAS PELO PROCESSO
9
9 Simplicidade na execução e no equipamento
4
Acesso fácil aos locais de sondagem
0
e, Rapidez na execução
b
g Custo relativamente baixo ( 0,005% do custo total )
b Permite a medida de um índice do solo e a realização de ensaios
b
@ Proporciona a determinação da profundidade de ocorrência do NA
E9
b
4
a) Perfuração do solo

b) Amostragem

) Ensaio de penetração

) Observação do nível d'água

tificação e classificação das amostras

mtação formal dos resultados


OBRAS DE TERRA PROSPECÇAO- SONDAGEM PERCUSSÃO - 2

SONDAGENS A PERCUSSÃO ETAPAS DE EXECUÇÃO -


I) - PERFURAÇÃO

a) O trado cavadeira inicia b) A perfuração prossegue c) Após o NA a perfuraqão


a escavaqão , colocando- no interior do revestimento, utiliza o trépano de lavagem
se Irn de tubo de com o trado helicoidal, até e circulação de água.
revestimen- to ser encontrado o NA.

2) AMOSTRAGEM 3) -ENSAIO DE RESISTÊNCIA A PENETRAÇÃO


martelo
65kg 1 17%

Inicial
Final
Após 24h
Após a retirada do revestimento
~RAS
DE TERRA PROSPECÇAO - SONDAGEM PERCUSSÃO - 3

Sondaaens a oercussão Critérios de ~aralizacão -


COM BASE NOS ENSAIOS PENETROMÉTRICOS
a) Quando, em 3m sucessivos, forem obtidos índices de resistência a penetração
maiores do que 45 115 ( golpeslcm).

b) Quando, em 4m sucessivos, forem obtidos índices de resistência a penetração


entre 45 1 15 e 45 130 ( golpeslcm).
B c) Quando, em 5m sucessivos, forem obtidos índices de resistência a penetração
b entre 45 130 e 45 145 ( golpeslcm).

1 AO ENCONTRAR MATERIAL IMPENETRÁVEL A PERCUSSÃO

5 impactos do martelo com penetração nula.

5 NO ENSAIO DE AVANÇO DA PERFURAÇÃO POR LAVAGEM


a) avanços inferiores a 5cm, em cada período de 10 minutos (efetuando 3
.
03
determinações ).

b) quando após a realização de 4 ensaios ( 120 minutos ), não for atingida a


profundidade do ensaio de penetração seguinte.
B
b
B Critério de classificação quanto a consistência ou compacidade
b (Deacordo com a NBR - 7250)
8 1 SOLO II SPT I
. . . . -. .. . . .
B . . . . . .
. . COMPACIDADE
B . . . .

Areias e siltes arenosos 14 fofa (o)


5a8 pouco compacta (o)
9a18 medianamente compacta (o)
19 a 40 compacta (o)
> 40 muito compacta (o)

C- Argilas e siltes argilosos 52 muito mole


3a5 mole
6 a 10 média
11 a 19 rija (o)
> 19 dura (o)
As constmções no Brasil, em sua grande maioria, tiveram os projetos de suas fundafles
baseados nos resultados de sondagens a percussão.

Em alguns casos, essas sondagens foram complementadas com coleta de amostras


indeformadas e ensaios de laboratório (fundações rasas apoiadas em argila mole) ou ensaios de
campo do tipo de penetração do cone. (CPT)

Tratando-se de um processo empírico de investigação, sua utilização depende de:

+ correlações entre o número de golpes e a tensão admissivel ( capacidade de carga I


fator de segurança )

parâmetros que permitem avaliar as deformações das fundações.

~antomaior a resistência a penetração ( SPT ) de um terreno, maior a capacidade de carga de


na fundação nele apoiada e maior o número de golpes de um martelo de bate-estacas
necessários para cravar as estacas.

c AVALIAÇÃO DE PARÂMETROSEM FUNÇÃO DO N (SPT)

Nas areias, o N relaciona-se com a compacidade relativa D, = e,


e,
.-
.-e
e,,

Em função da compacidade relativa, chega-se a uma previsão do ângulo de atrito ( 4 ) e da pressqo


admissível.

Nas argilas, o N esta correlacionado com o índice de consistência e a coesão não drenada.

A tabela seguinte apresenta uma dessas correlações.

Alguns autores preferem a correlação do N (SPT) com a resistência a compressão simples das
argilas, resultando em gráficos, como o exemplificado na página seguinte, devido a Sowers.

Observações importantes:

A utilização de correlações empíricas deve ser feita com a consciência de suas limitações, pois
foram estabelecidas para uma determinada formação de solo e certas características e técnicas
de investigação.

0 s valores obtidos de tabelas divulgadas pelas bibliografias correntes (Terzaghi-Peck e outros)


em função de N (SPT), obtidos com o equipamento e técnicas normalizadas no Brasil, são
conservativos, pois as hastes usadas no Brasil são mais leves, redundando em valores de N
mais baixos.
e!
4
OBRAS DE TERRA PROSPECÇAO - SONDAGEM PWCUSSÂO - 5
eS
B
9
B
*:* AVALIAÇÃO DE PARÂMETROS EM FUNÇÃO DO N (SPT)

b 30
E2
@ 25
a
a 20
s
&) N 15
b
Q 1o
e!
9 5
9
o
Resistência n6o drenada da argila c,
Sowers --- Tetzaghi-Peck
Boletim de campo de uma sondagem a percussão

MATERIAL

Atem - Areia fina e média, siltosa, variegada


Areia fina, siltosa, com fragmentos de mn-

Argila siltosa, orgânica, com fragmentos de


conchas, cinza escura, muito mole.

Silte arenoso, micáceo, variegado,

Limite da sondagem
OBRAS DE TERRA PROSPECÇAO - R O T ~ -AI

SONDAGEM ROTATIVA I

COLUNA DE PERFURAÇÁO DA SONDAGEM ROTATIVA

Cabeçote de circula@o de água


(permanecefixo enquanto as hastes giram)
Fluido de pemiração

Movimento de rotação

Fluido com detritos ~ress%


vertical aplicada âs hastes

Revestimento nas camadas em solo

O fluido deve ser suficiente para permitir


que a velocidade de retomo possa trans-
portar os detntos da perfuraçáo.

Cabeça do bamlete

os detritos a superfície.
Bamlete duplo giratório

Testemunho da

Coroa diamantada
,
,,!/,,,/;,,,
/ >

/ I
/,/~/,,,,,
i
OBRAS DE TERRA PROSPECÇAO- ROTATIVA -2

A Importância da Recuperação de Amostras


Nas sondagens rotativas, existe um índice denominado percentagem de recuperação, defini-
do como a relação entre o comprimento de amostra recuperada e o comprimento da manobra isto
é, do trecho perfurado. Assim, se numa certa camada perfurou-se 2,O metros e só se recuperou um
testemunho de 1,O metro, obteve-se uma recuperação de 50%.

O principal objetivo de uma sondagem rotativa é obter uma recuperação de 100% ou seja, ter
amostras ou testemunhos de todas as camadas atravessadas e dos materiais que, eventualmente,
prencham as fraturas. Uma recuperação de 90% pode representar um problema para o geólogo ou
engenheiro, particularmente se os 10% que faltam correspondem a um material mais fraco e por-
tanto de maior importância. Admitir-se que o terreno não recuperado é idêntico ao restante, pode
~onduzira uma interpretação errônea da formação investigada, pois, na técnica atual, as zonas
menos resistentes e em particular os enchimentos das fraturas são os que oferecem maior dificul-
dade a recuperação e essas zonas são, afinal, as que determinam o comportamento mecânico dos
maciços rochosos e também sua permeabilidade.

Ao contrário do que se admitia há alguns anos atrás, a percentagem de recuperação não é um


indice da qualidade da rocha mas um índice aquilatador da qualidade da sondagem, s e ~ n d 0
inclu-
sive para orientar o sondador quanto a medidas de aprimoramento e qualidade de seu trabalho,
face a um material de friabilidade e erodibilidade fora do comum.

Embora não seja um objetivo fácil de se atingir em algumas situações, existem muitos fatores
influenciando a percentagem de recuperação que merecem ser analisados para que se possa reali-
zar uma boa sondagem.

A escolha adequada do bamlete

Normalmente são usados bamletes do tipo duplo móvel, que se evitam o contacto do testemu-
nho com o tubo exterior em movimento e com a água de circulação. Essa condição tenderia a des-
gastar as partes menos resistentes do testemunho.
A água é injetada na zona cortante da própria coroa.
Há situações entretanto, em que o barrilete duplo móvel é ineficiente, tal como ocorre em for-
mações muito alteradas e são empregados bamletes especiais que eliminam, quase totalmente, o
trecho do testemunho sujeito a ação erosiva do fluido de circulação.

O diâmetro da perfuração

De um modo geral, a recuperação aumenta com o diâmetro da sondagem o que se acentua


nas formações mais alteradas e fraturadas.

Aplicação adequada da velocidade de rotação, pressão aplicada à rocha através da


coroa e vazão do fluido de circulação.

Para se poder variar a pressão aplicada a rocha, segundo as circunstâncias, é necessário usar
máquinas de sondar que permitam essa regulagem pelo operador, não ficando o mesmo restrito ao
controle do avanço.
Pode -se dizer que quanto mais dura for a rocha menor deve ser a velocidade de rotação da
coroa e maior a pressão sobre ela. Para rochas moles são recomendáveis velocidades altas e bai-
X, sões sobre as coroas.
OBRAS DE TERRA -
PROSPECÇÃO ROTATIVA -3

A escolha adequada de coroas

Na escolha da coroa deve-se fixar a quantidade de diamantes por unidade de área do bordo
cortante, o número ( ppq - número de pedras por quilate ) e a granulometria das pedras.
Geralmente são usadas coroas de 10 a 80 ppq, sendo recomendável um número elevado de
ppq (pedras pequenas) para rochas de alta abrasividade e compactas e um número baixo de ppq
(peças grandes) para rochas moles e friáveis.
Quanto as saídas de água, usa-se poucas saídas em rochas duras e abrasivas e um número
maior nas rochas moles e alteradas.
Tira-se partido também da posição onde são colocadas as saídas de água, dispondo-as na
parte cortante quando se trata de material sujeito a erosão.

Eliminação das causas de vibração

A vibração está ligada a diversos fatores entre os quais a ancoragem da máquina, estado das
hastes e seu diâmetro que deve ser idêntico ao da coroa que está sendo utilizada.

A pencia do sondador

Muito frequentemente as sondagens são mal executadas por falta de conhecimento da equipe
que as estão realizando e nem sempre um material que apresenta uma recuperação baixa corres-
ponde a um maciço muito alterado.
Isto pode ocorrer em forma@es xistosas, sondadas em direção aproximadamente perpendicu-
lar à xistosidade e em maciços intensamente fraturados mas compactos, cuja baixa recuperação
pode ser decorrente de deficiência na técnica de sondagem.

ROCK QUALITY DESIGNATION ( RQD )


Com o intuito de englobar num só índice de classificação das rochas os efeitos do fraturamento
e da alteração química, Deer (1967) introduziu o Rock Quality Designation - RQD. Este índice é de-
finido para perfurações realizadas com coroas de diâmetro NX (54,7mm) ou superior.

Trata-se de uma percentagem de recuperação modificada, em que no somatório do compri-


mento da amostra recuperada, somente são considerados os pedaços de testemunho com compri-
mentos de 10 cm ou mais, tendo-se o cuidado de verificar se o fraturamento foi provocado, mecani-
camente, durante a execugo da sondagem.

O RQD é portanto um índice relacionado com a frequência do fraturamento e se tem mostrado


muito útil em vários locais para a estimativa da profundidade de escavação necessária para se atin-
gir a rocha sã.

As questões que se tem levantado na aplicação do RQD relacionam-se ao fato dos compri-
mentos das peças poderem ser influenciadas pelo sondador e a possível influência do diâmetro da
perfuração.

Admite-se que, desde que a sondagem seja conduzida por pessoal qualificado, usando equi-
pamento moderno, o RQD é um índice bastante significativo.

>áginaseguinte encontra-se um exemplo de determinação de RQD,


BRAS DE TERRA PROSPECÇÃO - R O T A ~ A-4
rn

b
B *:* ROCK QUALITY DESIGNATION ( RQD )*:*
h ( Designação da qualidade da rocha )
ata-se de uma recuperação modificada em que são considerados, apenas,
peças do testemunho recuperado, com comprimento mínimo de IOcm,
nstituidos de rocha sã e dura.
Testemunho Recuperação
recuperado modificada
(cm) (cm)

101 ooo
o"o
Recuperação 5, 1
129/150=86% +13 RQD= 86115 0 ~ 5 7 %

Quanto ao RQD

medianamente alterada
muito alterada
I OBRASDETERRA PROSPECÇÃO - ROTATNA -5
I
I

ocasionalmente fraturada
pouco fraturada
medianamentefraturada
muito fraturada
extremamente fraturada
em fragmentos

I GRAU DE RESISTENCIAA COMPRESSÃO SlMPLES. (segundo D,Deere)


Rocha Resistência ( k ~ l m 2 )

muito resistente >200


I
resistente 1 200 - 600
pouco resistente 600 - 300
branda 300 - 100
muito branda 400
RAS DE TERRA PROSPECÇÃO - AMOSTRAGEM - 1

amostras de solo são usadas para identificação e determinação das propriedades dos solos,
ssibilitando a realização de ensaios de laboratório.

*:* CLASSIFICAÇÃO DAS AMOSTRAS DE SOLO 6

vido ao processo de extração, foram removidos ou trocad

REPRESENTATIVAS
Conservam todos os constituintes minerais do solo in-situ e se possivel, sua umidade natural
a
.
AMOLGADAS OU DEFORMADAS
9
strutura foi perturbada pelo processo de extração

INDEFORMADAS OU NÃO AMOLGADAS


zAmostrador Raymond -Terzaghi (SPT)

iservam ao máximo a estrutura do solo e portanto a massa específica aparente e umidade


ural do solo in-situ.

em superfície
Blocos
Anéis
Cilindros

em profundidade
Tubos de ponta aberta (shelby)
Tubos de pistão fixo (Osterberg)
Amostrador Denison
?
B
C OBRASDETERRA PROSPECÇAO - AMOSTRAGEM - 2
I
b
AMOSTRAGEM DE SOLOS
b

Amostras Indeforrnadas em Superficie


C
O conceito de amostra superficial é bastante amplo, pois deve ser estendido a todas as
amostras em que o operador tem acesso ao local da coleta. Assim, podem ser consideradas
) amostras superficiaisaquelas colhidas no interior de poços, escavações etrincheiras.
B
Sáo cravados por aparamento os Anéis e os Cilindros.
b
) Os Blocos avançam por escavação.

9 0 Solos Coesivos Sem Pedregulho


Parafina
B
Amostra

a
b Bise1 cortante Parafin
B
a) Cravação b) Escavação em C) Acondicionamento
tomo do tubo

g O Solos Não Coesivos


Tampa
B \ Cilindro

a) Cravação b) Extração do
cilindro cheio

I Solos Coesivos Com Pedregulho Ou Concrecionado


b Serragem
,
[@i
CaU<a de madeira
0 Molhada
= 40x40 cm
-

b) Colocaç20 do fundo c) Acondicionamento


3RAS DE TERRA PROSPECÇ&O- AMOSTRAGEM - 3

AMOSTRADOR DO TIPO SHELBY

3RMA BRASILEIRA: NB 1071 -


Coleta de Amostras Indeformadas de Solo em Furos de Sondagem

PLICAÇÃO: Equipamento destinado a obtenção de amostra indefonnada de solos coesivos


de baixa consistência, náo cimentados e sem pedregulhos, pela cravação estáti-
ca no terreno de um tubo de parede fina
4
e,
-
EQUIPAMENTO: OPERAÇÃO

. Aprofundidade
amostragem é precedida de uma perfuração até a
desejada, empregando-se equipamen-
tos usuais na execução de sondagens.
9
5
orifício .L . A contenção das paredes do furo pode ser conseguida
pelo emprego de tubos de revestimento ou de lama
Válvula de
h esfera bentonítica.

. Odarevestimento deve ficar no mínimo a 0,50m acima


cota de amostragem.

.O nível d'água ou lama, no interior do furo, deve ser


mantido em cota igual ou pouco superior ao nível do
lençolfreático.

O amostrador é cravado no solo de maneira rápida e


contínua, sem interrupçãoou rotação.
Tubo de parede
eg fina. biielado, Nos solos mais consistentes emprega-se um sistema
de reação ou equipamento com dispositivo para
exercer pressão hidráulicana cabeça do amostrador.

. perfuração
Durante a subida, a válvula impede que o fluido de
pese sobre a amostra e ajuda a criar um
vácuo parcialacima do solo, o que retém a amostra.
5 OBRASDETERRA PROSPECÇÃO - AMOSTRAGEM - 4
B
B I AMOSTRADOR DE PISTÃO ESTACIONÁRIO
B
RMA BRASILEIRA: NB 1071 -
Coleta de Amostras Indeformadas de Solo em Furos de Sondagem

RACTER~STICAS:
;ompletamente selado no fundo, pode seguramente descer através do fluido e material mole cortado,
em o risco de contaminação da amostra.
-

. qualquer
Mantendo o pistão estacionário e descendo o amostrador, o topo da amostra protegido contra
é
distorsão. O vácuo criado no topo da amostra é muito mais efetivo na retirada da amostra do
g
queoefeitodaválvulanotuboshelby.

DESCIDA AMOSTRAGEM
IRAS DE TERRA PROSPECÇÃO- AMOSTRAGEM - 5

1 AMOSTRADOR DE PISTÃO TIPO OSTERBERG I


Pistão estacionário que utiliza o recurso de aplicar pressão hidrostática na cravação em solos
mais consistentese com a presença acentuada de areia.
O projeto do tubode paredefinaeos procedimentosnos trabalhos preparatórios, amostragem e
manipulação dasamostrasdevemobedecer a Norma Brasileira NB - 1071
3RAS DE TERRA PROSPECÇÃO - AMOSTRAOEM - 6

AMOSTRADOR DENISON

Utilizado para recolher amostras indeformadas onde os amostradores de parede fina e de


pistão não podem operar vantajosamente, pois a pressão necessária seria tão grande que
pausaria distorsáo na amostra ou dano no tubo.
presentam sucesso na amostragem de argilas duras, solos altamente cimentados, mistu-
s de argila e pedregulhos e rochas alteradas com a presença de argila.

EQUIPAMENTO E OPERAÇÃO:

Cabeça do amostrador
O emprego do amostrador Denison exige,
obrigatoriamente. uma sonda rotativa:

Rolamentos que permi Consiste, basicamente, num amostrador


a rotação do tubo exte duplo giratório, com um terceiro tubo
interno de latão, fino, onde é recolhida a
amostra. Entretanto, há outros detalhes
de projeto que explicam o sucesso de sua
utilização em solos difíceis.

O tubo interno e a sapata sempre prece-


dem o tubo externo rotativo no contacto
com a formação, garantindo que a
amostra será indeformada e não con-
I
taminada pelo fluido de perfuração.
Tubo externo-
O amostrador Denison é cravado por
rotação do tubo externo numa perfuração
revestida ou sustentada por lama ben-
tonítica. Como o amostrador é pressio-
nado contra o terreno. a amostra passa
pela mola de retenção e é recolhida no
tubo de parede fina que atua como o in-
vólucro definitivo da amostra.
Durante o processo de extração o tubo
interno e a camisa permanecem fixos.

Camisa de latão

Retentor de amostra

Sapata do tubo interno


U S DE TERRA PROSPECÇÃO- AMOSTRAGEM - 7

-.-SELEÇAO DO TIPO DE AMOSTRA

Sái3 fatores condicionantes na escolha do tipo de amostras:


b as características e parâmetros de solo a serem determinados
natureza do solo
9 a profundidade de extração
g presença do nível d'água
L

O AMOLGAMENTO DOS SOLOS

ando se trata de conhecer os parâmetros de resistência e deformação, para resolver


itos problemas geotécnicos, são necessárias amostras indeformadas.
prática, a obtenção de amostras totalmente indeformadas é inviável e os modos através
3 quais as amostras podem ser perturbadas, podem ocorrer durante:

+ a perfuração + a amostragem + o transporte

4 estocagem + a preparação do ensaio

consequências do processo de amolgamento se traduzem em:

+ mudança nos estados de tensão


4 mudança no teor de umidade e índice de vazios
+ modificação na estutura do solo
+ variações químicas
+ mistura e segregação dos constituintes do solo

guns aspectos do amolgamento não podem ser totalmente eliminados, como a variação
estado de tensões pela remoção das amostras.
itretanto, o grau de amolgamento pode ser controlado nas diversas etapas citadas.

INTROLE DO GRAU DE AMOLGAMENTO

Cuidado na técnica de amostragem. Nas amostras em profundidade, o amostrador deve


ser cravado estaticamente.
Manipulação cuidadosa, evitando-se impactos e vibrações, inclusive durante o
transporte.
Parafina nas extremidades, logo após a extraçáo, evitando-se a exposição ao sol.
Conservação em câmara úmida, quando no laboratório.
Evitar armazenamento por período demasiadamente longo.
Projeto do amostrador.
à OBRAS DE TERRA -
PROSPECÇAO AMOSTRAGEM - 8
9
9
b
*3 PROJETO DO AMOSTRADOR *:*
' O amostrador deve satifazer As seguintes condições para amolgar, o menos possível, as
b amostras.
b
9 1 ELIMINAR DEFORMAÇ~ES
DO TERRENO QUANDO DA CRAVAÇÃO 1
b
A redução da influência do volume do amostrador no terreno é feita pelo índice de Área
b
que pode ser definido pela relação volume deslocado pelo amostrador/ volume da amostra
h)
D: - D~~
9 c, = onde Dp = diâmetro interno do bisel de corte
9 "P De = diâmetro máximo externo do tubo amostrador
oi
3 índice de área C, C 10%, para que o amostrador possa ser considerado de parede fina.

1 amostrador padrão do SPT possui C, = 112%


9
9 1 ELIMINAR O ATRITO DA AMOSTRA NO INTERIOR DO TUBO I
a
Ima pequena abertura interna logo após o bisel cortante, pode reduzir o atrito entre as
taredes internas do amostrador e a amostra.
)efine-se como Relaçao de Folga Interna a rela@o C. = D1-Dp onde
I D,
I
-p = diâmetro interno do bisel de corte
= diâmetro interno do tubo amostrador

amostradores devem apresentar 0,5 c Ci c 1%

ETERMINAR O COMPRIMENTO ÓTIMO DA AMOSTRA I


rela@o entre o diâmetro da amostra e seu
mprimento, depende da natureza do solo.

ASTM recomenda para areias UD = 5 a 10 e para


jilas UD = 10 a 15

Norma Brasileira determina 60cm L < 120cm

igulo do bisel 5 < a < 10


BRAS DE TERRA PROSPECÇAO- ENSAIOS - 1

As razões que podem conduzir à opção pela realização de ensaios de campo ou en-
saios 'in-situ', podem ser grupadas como se segue:
o
B
t dificuldade na obtenção de amostras indeformadas, como ocorre nas areias e so-
los muito moles.

t situações em que os ensaios de laboratório, em amostras pontuais, não traduzem


as condições geológicas locais.

t os ensaios'in-situ' são, em geral, de baixo custo e mais rápidos no fornecimento


f
das informações do que a coleta de amostras e os ensaios de laboratório.
5
9 4 evitam os problemas da amostragern (alívio das tensões e distorsões), transporte
e manuseio das amostras.

9
5 OBJETIVOS DOS ENSAIOS DE CAMPO
4
t Determinação direta da capacidade de carga de elementos de fundação e dos seus
9 recalques. Neste caso, são estabelecidas relações empíricas entre os resultados do
4 ensaio e o comportamento dos solos.
5
eg t Estimativa das propriedades dos solos, tais como parâmetros de resistência, mó-
e dulo, de deformabilidade, coeficiente do empuxo no repouso.
Para a determinação dos parâmetros são construidos modelos matemáticos, os
a mais próximos possíveis dos fenômenos físicos que ocorrem durante os ensaios e
i-9 que possibilitem a determinação dos citados parâmetros.
eS
a3
9
e
B
e
9
3
9
IRAS DE TERRA - ENSAIOS- 2
PROSPECÇ~~O

0 s ensaios de campo mais correntes submetem os solos a diferentes tipos de so-


licitação

CISALHAMENTO ( Ensaio de palheta ou vane-test) I


cisalh rnento
7 Estabelece uma superficie obriga-
tória de ruptura, segundo a qual
ocorre o cisalhamento do solo. Es-
ses ensaios permitem ainda deter-
minar-se a sensibilidade das argilas.

I DESLOCAMENTO ( Penetração estática contínua ou diepsondering)


DESLOCAMENTO
Um cone de dimensões padroni-
zadas, introduzido no solo, provoca
seu deslocamento, rompendo-o.

z
\
I EXPANSAO CIL~NDRICA(Ensaio penetrométrico) ]
EXPANSAO CIL~NDRICA
A partir do estabelecimento de
uma relação tensão-deformação
pode-se determinar características

"2
de resistência ao cisalharnento, de
deformabilidade e coeficiente de
ernpuxo no repouso.
RAS DE TERRA PROSPECÇÃO - ENSAIOS - 3

FINALIDADE

dir a resistência não drenada de solos puramente coesivos, moles

HIPÓTESES DE CALCULO

Ruptura rápida; ensaio não drenado


Solo isotrópico
Superfície de ruptura cilíndrica com
diâmetro igual ao do vane.
Distribuição de tensões unifomes;
sem ruptura progressiva.
Amolgarnento despresacb

$
LD z 2 r - 4
9
b
b
B
b
b
Rotação da palheta
B
i9 O momento de torsão máximo Mmax é obtido no ensaio quando da ruptura do solo, atuan-
h
do nas bases e na superfície lateral da superfície de ruptura a coesão c, não drenada.
b
1
D
b ~ÁLCULODO ENSAIO
B M,=x.D.H.c.-=-.D n.~'
H.c M
,,, = M, + 2M,
b 2 2
RAS DE TERRA PROSPECÇAO - ENSAIOS - 4

*:* FATORES QUE INFLUENCIAM O RESULTADO DO ENSAIO

1 '
VELOCIDADE DO ENSAIO I
A 2irgila pode ser considerada um sólido plasto-visco-elástico: puramente elástico até certo
I
nív(el de deformaçáo e a partir daí suas deformações crescem com o tempo e por outro lado, a
ocidade de deformação é função linear da deformaçào.
3umento da velocidade se traduz por um endurecimento aparente do material.
ra que os resultados pudessem ser comparáveis, padronizou-se a velocidade de rotaçào em
.'Iseg (6"Imin)

HETEROGENEIDADE I I ANISOTROPIA
Um solo é anisotrópico quanto a coesão se
esse parâmetro variar com a direção consi-
derada.Nesse caso, nas bases atuaria a
9 are coesão CH e na parede lateral a coesão c ~ .
-.
B Pode-se estabelecer a expressão correla-
pedregulhos cionando CH e c~ com a relação HID e rea-
5 lizando-se ensaios com palhetas com di-
9 fragmentos de conchas versas relações H/D pode-se determinar
eS CHe =v.
9
HIPÓTESES SOBRE A RUPTURA
A instalação do vane causa modificações
,sapata de proteção
nas tensões do solo, bem como amolga-
mento da argila.
Na realidade, a superfície de ruptura não é
.i .1 i
, .j
da sapata cilindrica, podendo ocorrer outros modos de
ruptura.
As zonas próximas a palheta podem estar
sob tensões mais elevadas, com concen-
tração nas extremidades das lâminas (ruptura
progressiva).

palheta

de ruptura admitida

9 à palheta
9
c
IRAS DE TERRA PROSPECÇÃO - ENSAIOS - 5

s
ENSAIO DE PALHETA OU VANE-TEST
*:* FATORES QUE INFLUENCIAM O RESULTADO DO ENSAIO

I PLASTICIDADE DA ARGILA (
Analisando casos de ruptura de aterros sobre solos moles em que o projeto previa FS>l, L.Bjerrum
(8O Congresso de Mecânica dos Solos-Moscou-1973) concluiu que a coesão obtida no Vane deveria
ser comgida, multiplicando-se por um fator menor do que 1, para se levar em conta os efeitos do
creep (tempo) e da anisofrupia que se manifestam na ruptura do aterro.

CREEP OU FLUÊNCIA (TEMPO)


Este efeito está ligado ao mecanismo de mobilização da resistência rápida (coesão), que
seria de natureza viscosa e que tenderia a apresentar um valor mais elevado no início da
mobilização e a diminuir com o tempo, semanas ou meses, dependendo da permeabili-
dade da argila Como o vane é realizado em minutos, estaria medindo uma resistência
maior do que a que será utilizada para suportar o aterro.

4 Não confundir este efeito com o da velocidade de ensaio

ANISOTROPIA NO C~RCULODE
RUPTURA

w
Ao longo do círculo de ruptura há uma reori-
entação das tensões principais, o que faz cornpressao

com que a resistência média do solo seja


extensáo
superior a obtida pelo vane-test.
cisalhamento
direto

Na conjunção dos dois efeitos , predomina o relativo a perda de resistência com o tempo.

Bjerrum mostrou que, quanto mais plástico o solo, maior a correção devida ao creep e menor a
correspondente a anisotropia.

c , = c,. p~ sendo c, - coesão corrigida c, - coesão medida no ensaio

pR - fator de correção dependendo do índice de plasticidade do solo (IP)


B
@ OBRASDETERRA -
PROSPECÇÃO ENSAIOS 6 -
O

5 Correção da coesão obtida no ensaio de vane-test, em função da plasticidade


B ( segundo BJERRUM - 1973)
B

o 2040 ~ 8 0 1 0 3 1 2 0
(segundo Bjerrum)
P
e OBRASDETERRA PROSPECÇÃO-ENSAIOS 7 -
C
C
b
ENSAIO DO CONE OU DIEPSONDERING 1
b
C PRINC~PIODO ENSAIO
B
b I FP
Consiste em determinar o esforço, estático e contínuo,
necessário para fazer penetrar no terreno um cone colocado
1
na extremidadede uma haste.
O esforço medido, dividido pela seção da base do cone, é
denominado resistência de ponta.

FT

revestimento
\ i Quando se associa as hastes uma camisa de revestimento
e mede-se a resistência a penetração do conjunto cone +
haste + revestimento, mede-sea resistência total F,.

A diferença F,= F, - Fpcorresponde ao atrito desenvolvido


entre o soloea camisa.

A resistência de atrito, por unidade de área, pode ser


determinada pela expressáo

b Com este tipo de cone , denominado cone holandês, obtem-se apenas o valor do atrito Ia-teral
édio de todas as camadas atravessadas e náo um atrito localizado. Este valor médio é influen-
ado pelo amolgamento das camadas superiores no contacto com o revestimento.
cste inconveniente foi contornado por outro tipo de cone, denominado cone Begmann, que
macamisa próximaaocone, permitindo a medida do atrito lateral local.
- 3BRAS DE TERRA PROSPECÇAO -ENSAIOS 8 -

POS DE PENETROMETROS PARA O ENSAIO CPT

-elemento
- porcso

) Cone holandês b) Cone Begeman


-
Cone elhtrico ( Fugro tipo subtração ) d) Piezocone

iXEMPLO DE UMA PONTEIRA CONE-ATRITO ELÉTRICA

cone 2 -base cilíndrica do cone 3 -anéis de vedação e apoio


célula elétrica de carga 5 - sensores elétricos 6 -luva de atrito
conedo elétrica com vedação 8 -conexão para tubo externo 9 - cabo elétrico
.vedaçáo
OBRAS DE TERRA PROSPECÇÃO -ENSAIOS- 9
-
1
r -I
I ENSAIO DO CONE OU DIEPSONDERING

HASTE

4cm

......... ........................

Durante a medida da resistência de ponta,


a haste se desloca, empurrando o cone, até 25cm
que seu alargamento encontra o batente do

RESISTÊNCIA TOTAL
Sem mover a ponta, o revestimento desce 4cm res- v
tabelecendo a configuração inicial da aparelhagem e
o conjunto desce até 25cm abaixo da posição inicial,
determinando-se a resistência total.
Nessa posiçáo realiza-se novo ensaio de ponta
OBRAS DE TERRA PROSPECÇAO- ENSAIOS - 10

ENSAIO DO CONE OU DIEPSONDERING 1


CONE DE BEGMAN
POSIÇAO INICIAL

POSIÇÁO FINAL

camisa para
medida de
atrito lateral local

cone para
resistência de pont

RESISTÉNCIA DE PONTA
Mede-se o esforço necessáiro
para fazer, somente o cone, pe-
netrar 4cm, no terreno.

RESISTÊNCIA DE PONTA
i- I
Mede-se o esforço necessário para fazer,
o cone e a camisa de atrito, penetrarem
4cm, no terreno.

POSIÇÂO FINAL
Restabelece a posição inicial da aparelhagem e
todo o conjunto é penetrado 12cm no terreno, me-
dindo-se a resistência total. Assim, 20cm abaixo da
posição inicial, é realizado novo ensaio.
*:* CARACTER~STICASDOS EQUIPAMENTOS

EQUIPAMENTO DE 2.5 t

CARACTER~STICAS INFORMAÇ~ESOBTIDAS

CONE S = 10cm2 Resistência de ponta


D =35.7 mm Resistência total
ángulo da ponta = 60" Atrito lateral médio

ÊMBOLO A = IO cm2

CÁLCULO DO ENSAIO Lp - leitura na ponta L,10


R, =-- - L, kg/c&
Lt - leitura total 10
R, =L, lOkg

-
EQUIPAMENTO DE 10 t
CARACTER~STICAS INFORMAÇ~ES OBTIDAS

CONE ~=10cm2 Resistência de ponta


D =35.7mm Resistência total
ângulo da ponta = 60" Atrito lateral médio

ÊMBOLO A = 20 cm*

REVESTIMENTO +,fi = 36 mm
+int = 16 mm

ÁLCULO DO Lp - leitura na ponta L, 20


R, =-- - 2Lpkg/c&
NSAIO Lt - leitura total 10
R, =LT.20kg
a;
e
e$ MECÂNICA DOS SOLOS PROSPECÇAO - ENSAIOS - 12
e
C *:* CARACTER~STICASDOS EQUIPAMENTOS
e?
C EQUIPAMENTO DE 17.5 t
e?
b CARACTER~STICAS INFORMAÇ~ESOBTIDAS
t CONE S=IOcm
2
Resistência de ponta
C
camisa de Resistência total
2
atrito = 150cm2
b
e ângulo da ponta = 60" Atrito lateral local
0 ÊMBOLO A = 38.48 cm2
c
9 REVESTIMENTO 4,fi = 36 mm
5 +int = 16 mm
5
5 CALCULO DO Rpl - leitura do cone
R, = -Rk g / c d
ENSAIO 1o
B Rp2 - leitura cone +
3 fs = R ~ - R p l k g / c d
9 camisa 150
e RT - resistência total
a
b
b
A
ca
ea
b
b
9
e?
e
s
b
b
OBRAS DE TERRA -
PROSPECÇÂO-ENSAIOS 13

ENSAIO DO CONE OU DIEPSONDERING

PENETROMETRO HOLANDÊS
FOLHA DE ENSAIO RESULTADO DO ENSAIO Moa

PROFUNDIDADE

-
q, resistência de ponta

R,- resistênciatotal

CONE BEGEMANN

-
q, resistência de ponta Argila arenosa cinza

;- atiito lateral local


OBMS DE TERRA .. -
PROSPECÇÃO ENSAIOS

PIEZOCONE CPTU -

Princípio de funcionamento Vista de um equipamento


q, = resistência de ponta R = fs lqc (%) u (MPa)
(Mpa)

O 0.1 0,2 Q3 0.4


f, = atrito lateral local (MPa)
Resultado de um ensaio CPTU
OBRAS DE TERRA PROSPECÇKO- ENSAIOS -15

RELAÇÃOENTREOCPTEOSPT

sol0 Schmertman Ramaswany et al Danziger e Velloso


1970 1982 1986
k k k
Areia 0,4- 0,6 0,5- 0,7 0,60
Areia siltosa, argilosa, silto-argilosa 0,3- 0,4 0,s 0,53
ou argilo-siltosa
Silte, silte arenoso, argila arenosa 02 - 0,48
SiIteareno-argiloso,argilo-arenoso, - 02 0,38
argila silto-arenosa, areno-siltosa
Silte argiloso - 0.30
Argila, argila siltosa - 0,25
-- -- --

Fonte: Fundações, 1996 ( Dirceu A Velloço-Francisco R. Lopes)

Valores de k = q, I N, em função da granulornetria do solo


(Robertson et ai. 1963)
2 OBRASDETERRA PROSPECÇÃO - ENSAIOS- 16
Li!
ENSAIO DE PENETRAÇÃO DO CONE - CPT
CORRELAÇ~ES

Com os ensaios CPT, realizados em areias, pode-


4 400
se estimar a compacidade relativa (C,), o ângulo de
4 200

C atrito efetivo (I$'), o módulo de Young drenado (E') ou IM)

o coeficiente de empuxo no repouso.


Essas estimativas são conseguidas em relações
2o
empíricas, obtidas por diversos autores , principal-
;,o
L 9
mente em ensaios em câmara de calibraçáo. 6
4
Nesta página constam alguns exemplos dessas
2
correlaçoes
1
O 1 2 3 4 5 6

Relação entre a Raso de Atrito,


Resistência de Ponta eTipo de Solo
( Robertson e Campanella, 1983 )

R
@ Relação Resistência de Ponta, Relação Resistência de Ponta,
e, Den!ãidade Relativa e Tensão Vertical Inicial Densidade Relativa e Tensão MBdia Inicial
wles,1988 ) ( Bellotti,1986 )
OBRAS DE TERRA PROSPECÇAO- ENSAIOS - 17

ENSAIOS DE PERMEABILIDADE IN SITU - 11


Em projetos importantesjustifica-se a realizaçãode determinações in-situ da permeabilidadede
solos e rochas pelas seguintes razões:

os ensaios de laboratório são realizados em pequenas amostras as quais podem não


serem representativasde fissuras ou larninaçóesque eventualmente existam no terreno.

o processo de amostragem, por mais cuidadoso que seja, altera a amostra, afetando o
*:* resultadoobtido para a permeabilidade.

algumas formaçóes apresentam sérias dificuldades ao processo de amostragem em


* especial os solos arenosos.

nomalmente, os ensaios de laboratório medem a permeabilidade segundo uma Única


direçáo, quando na prática pode ocorrer considerável diferença entre a permeabilidade
horizontale vertical, particularmentenos solos aluvionares.

Dispõe-se dos seguintes tipos de ensaio para a determinação da permeabilidade

> Ensaios em furos de sondagem

recomendável para os solos granulares,


ensaio de carga cxnstante pois nos solos finos pode demandar muito
tempo.

de carga va,-jável
ensaio O de realizagomais simples, indicado para
os solos finos

g Ensaios de bombeamento
apropriados para solos ou rochas altamente permeáveis, nos problemas que
envolvem o rebaixamento do lençol d'água ou a avaliação de um aquífero para
abastecimento d'água.

g Ensaios de perda d'água o u de Lugeon

Normalmenteutilizados para determinar a permeabilidadede rochas, submeti-


das ao fluxo da água sob elevadas pressões. Foram desenvolvidos para estu-
dar a perda de água de rochas nas fundaçóes de barragens e avaliar o volume
de injeçáo de cimento necessário a irnpermeabilização.
OBRASDETERRA - -
PROSPECÇÃO ENSAIOS 18
E
C
B ENSAIOS EM FUROS DE SONDAGEM

t,= o t2=At
d

Nível do terreno

e,
Caso a) Permeabilidade predominante vertical
ei t,= O t2=At

Caso b) P e r m e a ~ d predomi-ontal
e
4 PROSPECÇÃO-ENSAIOS 19 -
OBRAS DE TERRA
C

1I ENSAIOS EM FUROS DE SONDAGEM

ENSAIO DE CARGA CONSTANTE

8 Nível mantido mn-nte


durante o ensaio
Nível mantido mnstante
urante o ensaio

I
.<- Nível do terreno

el da água

h,=h,+h,
Cota de ensaio abaixo do NA Cota de ensaio acima do NA

Caso a) Permeabilidade predominante vertical

8 Nivel mantido mnstante V* Nível mantido mnstante


urante o ensaio
rdurante o ensaio

do terreno

da água

Cota do ensaio
h, = h, + H, h,=h,+h,+L/2
Cota de ensaio abaixo do NA Cota de ensaio acima do NA

-Casob) Permeabilidade predominante horizontal


$B
9
uBRAS DE TERRA PROSPECÇAO -ENSAIOS - 20
B
m L

ENSAIOS EM FUROS DE SONDAGEM

1s ensaios de permeabilidade foram estudados por Hvorslev no U.S. Corps of Engineers e


cálculo dos ensaios baseia-se na expressão estabelecida para o volume que atravessa o
310 na unidade de tempo (q).

E lq = F.K. h

onde: F - fator de forma

-
h carga hidráulica

K - coeficiente de peneabilidade

nsaios de Carga Variável

lume escoado no tempo dt q-dt=A.dh A - seção transversal da bureta

~nsiderandoa correlação de Hvorslev

insaios de Carga Constante

tetomando-se a equação inicial:

5s de F dependem da geometria do ensaio.


OBRAS DE TERRA PROSPECÇAO -ENSAIOS - 21

I ENSAIOS DE BOMBEAMENTO
DO ENSAIO
PRINC~PIO \

O ensaio consiste em medir o volume de água \\

esgotado de um poço, simultaneamente, L 0 Poço de bombeamento


realizando-se obse~açóesda variaçáo do nível '. Poço de obse~açáo

.--
dágua emoutros poços.
Adisposição dos poços é mostrada, esquemati- 4
carnente, nafigura. ',
----
A água é bombeada a uma velocidade cons --+----e
tante até que os níveis da água permaneçam
constantes nos poços de observaçâo, ou seja
quando se estabelece um regime permanente i,
I
de escoamento.
São registrados a descarga do poço e os níveis
nos poços de obse~açáo.
i I

H I P ~ T E S E SBASICAS
4 Formaçãoarenosa, homogênea, isotrbpica + Níveld'água original horizontal.
+ O poçopenetraemtoda a espessura da camada.

4 Validade da Lei de Darcy Validade da hipótesede Dupuit


o hidráulicoé constante em qualquer
q = AKi raio r e igual à inclinação da superfície da água
. dh
I=-
dr

É considerado o escoamento num


cilindro de solo tendo
raio r
espessura dr
alturah

gradiente hidráulico . dh
I=-
dr
área através da qual ocorre o
escoamento
A = 2nrh

r dr

dh
'artindo da Lei de Darcy: = &= k r ~ t ~ -
dr
dr 271
ou -=-Khdh
r q

Logo:
OBRAS DE TERRA PROSPECÇAO-ENSAIOS - 22

ENSAIOS DE PERDA D'ÁGUA SOB PRESSÃO

ENSAIO COM OBTURADOR SIMPLES


Trata-se de um ensaio empíriw destinado
a determinar a absorção da água na rocha
'in-situ'.São realizados no interior de furos
romeiro de sondagens rotatwaswmdiâmetm N.
Consiste em isolar-se um trecho da
perfuração e injetar-se água sob pressão,
medindo-se o volume de água absorvido
Id'água pela rocha.
Nos ensaios realizados no final da períura-
@o, emprega-se um único obturador
iB medido atB obturador expansível mecânica, hidráulica ou
!ste nlvel quando pneumaticamente, para isolar-se o trecho
I ensaio é realiza- a ensaiar.
do acima do NA

ENSAIO COM OBTURADOR DUPLO


Manõmetro,

No ensaio duplo um pequeno trecho da


perfuração (3m) é isolado do resto do furo
pordois obturadores.
O ensaio é realizado em etapas, em cada
uma utilizando-se uma pressão que é H B medido a*
mantida durante 5 minutos, antes de e& nfvel quando
medir-se o volume injetado num intervalo o ensaio é realiza-
detempo t. do acima do NA.
As pressões variam de um valor mínimo
até um máximo, decrescendo a seguir ao
valor inicial.

São medidos durante o ensaio:

Q - volume de água injetado num certo


tempo, lido no manômetro (litro). 1 = t/,3
H ,.$c' r- raio da seção de teste (m)
L - comprimento ensaiado (m).
4 ,\oQ,1L73bI q
- p, - pressão manométrica (kgf/crn2)
H - carga dacolunade água (m)
perda de pressão devido ao atrito
(WIOem kgf/cm2) t/ n o 6 Pc-
a nas tubulações, determinada por
calibração do equipamento.(kgf/cm2)
Calcula-se:
, - pressão efetiva responsável pelo
Para ambos os casos:
K - permeabilidade (mls)
fluxo na rocha (kgflcm2)

=Q/t - descarga ( 11s )


H. - carga equivalente ap.
3BRAS DE TERRA PROSPECÇAO -ENSAIOS - 23

ENSAIOS DE PERDA D'ÁGUA SOB PRESSÃO

r Embora empínco, o ensaio de perda d'água fornece informaçõespreciosas sobre:


B o grau de fissuramentoda rocha,
a posição das fendas
b fraturas e outras descontinuidades, podendo-seestimar suas dimensões
B
t A análise dos resultados dos ensaios é dingida no sentido de obter informações sobre a conveniência
se procedertratamento por injeções de cimento ou produtos químicos.

Com os resultados obtidos são traçados gráficos correlacionando a descargaabsorvida pela rocha, por
unidade de comprimentodo trecho ensaiado com as pressões aplicadas.
São os denominados diagramas de Lugeon.

RESULTADOS T~PICOSDE ENSAIOS DE PERDA D'ÁGUA

.
Ê A
C Caso ideal. A lei de Darcy impõe que o escoamento seja
-
'E
5

o
diretamentepmporcional& pressão.
i
Não há abertura nemwlmatagemdefisçuras.
N
m
>

pressáo ( kg~ctn')

pressáo ( kgf/crn2) pressáo ( kg~crn')

A passagem da água sob pressão provocou A passagem da água sob pressa0 provocou
um aumento da permeabilidade, pois a vazáo uma diminui@o da permeabilidade, indican-
na descarga 6 maior doque no carregamento, do umfechamento das fraturas (wlmata-
sugerindo que ocorreu uma abertura das sem).
fraturas. A MZ%O diminui para uma mesma pressão no
estágio de descarregamento.

ugeon definiu uma unidade para medir a absorção da água pelas rochas.

lugeon - absorção de 1 (um) litro de água por minuto por metro de perfuração, quando a
pressão assume o valor de IO kgf/cm2.

'ormações com absorção de Ilugeon é considerada impermeável.


I 8 Solução da equação de Laplace

Traçado das redes de fluxo

Percolação nos maciços aas barragens de terra

8 Aplicações da rede de fluxo

8 Apêndice
1 PERCOLAÇÃO EM MACIÇOS TERROSOS 1
'
b
No Curso de Mecânica dos Solos, quando se abordou o assunto da permeabilidade, foram
considerados casos simples de eswamento da água nos solos em que a aplicação direta
s
b da Lei de Darcy era suficiente para calcular-se a descarga através da massa de solo, o
gradiente hidráulico, a força de percolação,etc.

Entretanto, há situações em que a perwlaçáo da água não se dá em uma única direção,


nem é uniforme em toda a área perpendicular ao eswamento.

5
@ São exemplo dessas situações:
-

e3
lg ENSECADEIRA BARRAGEM DE TERRA
e Permitem a escavação abaixo do nível A agua retida pela barragem perwla através
d'água. Deverá ser efetuado um bombea- do maciço terroso e pode surgir no talude de
e)
nento para manter-se o NA no fundo, jusante, se não for interceptada por um filtro.
)aias a agua percola através do terreno,
entando restabelecer o nível externo.
ti
b
g OBRAS DE TERRA PERCOLAÇAO - 2
b
1 I REDE DE PERCOLAÇÁO I
b
b Para a solução dos problemas da percolação plana, recorre-se aos gráficos denominados
C redes de percolação, decorrentes da solução da equagio de continuidade de Laplace.
B

MN e PQ - linhas de fluxo

MP e NQ - linhas equipotenciais

TEOREMA DE BERNOULLI I LEI DE DARCY

Estabelece a expressão da energia da água, Estabelece a expressão da velocidade de


por unidade de peso. percolação, ou seja, o volume escoado na
unidade de tempo, na unidade da seçáo.

L%= perda total de energia, por unidade


de peso do líquido, numa distância L.

0 s pontos P e M possuem a mesma carga total h, = h, e portanto Z


, + =Zp +-
UP
.Y, Y,
1s níveis da água nos piezômetros, inseridos nos pontos M e P, definem uma reta paralela
io nível de referência, representativa da carga total.
1s pontos N e Q também possuem idênticas cargas totais hN = hQ, inferiores a h, = h,,
)ais a água perde energia ao percorrer MN e PQ.

LINHAS DE FLUXO LINHAS EQUIPOTENCIAIS

São curvas onde as tangentes, em cada Lugar geométricodos pontos de mesma


ponto, coincidem com a direção dos vetores carga total.
de i;.As linhas de fluxo representam o
iminho percorrido pela água.

MN e PQ são LINHAS DE FLUXO MP e NQ são LINHAS EQUIPOTENCIAIS


"SRAS DE TERRA PERCOLAÇÃO-3

3 conjunto de linhas de fluxo e equipotenciais, representando o escoamento num maciço


de solo, denominamos REDE DE FLUXO.

equipotencial ,

linhas de fluxo

s equipotenciais

9
8 CARACTER~STICASDAS REDES DE FLUXO
B
B
B O A água tende a seguir o caminho mais curto entre dois pontos

O As partículas de água descrevem curvas suaves quando precisam mudar de direção.


b
I As linhas de fluxo são curvas, aproximadamente paralelas, que se estendem dos pontos
de maior carga total para os de menor carga. Em muitos casos, as curvas são
segmentos de elipses e de parábolas.

I As curvas equipotenciais cortam as linhas de fluxo em ângulo reto.

A água move-se de níveis mais altos de energia para os mais


baixos, utilizando caminhos em que o gradiente de energia é o
máximo
. Ah
I=- é o máximo, logo I é o menor possível e as duas linhas são
I
ortogonais
OBRAS DE TERRA PERCOLAÇÃO-4

Nos problemas em que as linhas de fluxo são curvilíneas, a lei de Darcy não pode ser
aplicada diretamente porque o gradiente hidráulico é desconhecido.
E necessário estabelecer uma equação diferencial, cuja solução fomeça a distribuição da
carga hidráulica do regime de percolação e, em consquência, o gradiente hidráulico.

O elemento de solo está referido a um sistema de eixos x y z e através dele ocorre um


escoamento em regime permanente e laminar.
avz dz
VZ+- HIP~TESESFUNDAMENTAIS
4 a=
Regime permanente

dz Solo saturado

VX...-.+ i
>,/T . VY

,vx+dvxdx A água e as partículas sólidas


ax incompressíveis
.................... ..................
V ~ + ~ Vdy
ãv
Y J ,
....
.-.

+dx
.A
-- vz
O fluxo não modifica a estrutura do solo

vx, vy, vz são componentes


velocidade de percolação
da

/
1 Examina-se a entrada e a saida do volume de água em cada uma das direções,
separadamente, e portanto são empregadas derivadas parciais representando o
gradiente de variação em cada direção.

FACE DE ENTRADA FACE SAIDA VARIAÇOES DE VOLUME

iação de volume é nula logo C AV = O -av,


+ + L - av
h,
- o
ax ay az
OBRAS DE TERRA PERCOLAÇÃO-5

b Pela lei de Darcy


a
a
B
I equação da continuidade assume o aspecto:

Para fluxo bidimensional a'h a'h


k,-+ky--
3x2 a', - 0
'ara fluxo bidimensional e solo isótropo (kx = ky) tem-se a equação de Laplace

1 EQUAÇAODE LAPLACE 1
r A equação de Laplace descreve, matematicamente, não
a'h d2h só o fluxo de agua através dos solos, mas também de
-+-=o outros fenômenos físicos.
3x2 3~2 Representa uma situação particular de solo isótropo em
3! relação a pemeabilidade e fluxo bidimensional.
9
e)
-3 SOLUÇÃO DA EQUAÇAO DE LAPLACE PARA UM CASO SIMPLES -3
B Escoamento Unidimensional

a'h
Escoamento linear -- -0
ax2

Integrando-se h = C1 x+C2

C1 e C2 são constantes de integração que


dependem das condições limites

Ponto I x I h I
A O H entrada
B L O saida

h diminui, uniformemente, de H em x =O até h=O quando x=L


como v dh 1 dx 3 v = constante
8 OBRAS DE TERRA PERCOLAÇÃO - 6
B
k
6 1 SOLUÇÃO DA EQUAÇÃO DE LAPLACE
l
b
d2h d2h
O A equação de Laplace descreve o gradiente de variação da carga
B total (h) com x e y, no interior de um meio poroso.
9
Nos problemas bidimensionais de percolação, a solução da equação de Laplace compõe-se
de duas funções:

4 (x, y ) -função potencial JIJ ( x, y ) -função de fluxo

definidas por:

1
Se as funções d, e sáo as soluções procuradas
a*++-d 2 4= Oe-a2w+-=o
- dZy
a2 LS2 iikZ LS2
e:* FUNÇÃO POTENCIAL

FUNÇÃO DE FLUXO

As funções d, (x,y) e v (x,y) são ortogonais pois


d@=vxdx+vydy=O

($)d.(s]
g
dv=-vydx+vXdy=O
L v = -1
g OBRASDETERRA PERCOLAÇÃO -7

A integração das funções 4 (x, y ) e


(x, y ) conduz a duas famílias de
curvas, a cada uma das quais
correspondem valores 4,,4,,4,, .....

4 (x.Y) =kh (x,~)+ C


,
v1
--
.- 4 = constante h = constante

i _ _ e -

X
Curvas em que 4 e h são constantes
em todos os pontos sao linhas
equipotenciais

0
a- FUNÇÃO DE FLUXO
4 & acv Curvas em que o coeficiente angular da
dy=-dx+-dy
'3 bx aU tangente em cada ponto é igual ao do
9 dv=-vy.dx+ v d y vetor velocidade de percolação são linhas
se yl= constante dv=O de fluxo.
dy
-=-
dx v,

INTERPRETAÇÃO F~SICADA REDE DE FLUXO 1


diferença entre dois valores individuais da A descarga entre duas linhas de fluxo ou canal
ição de fluxo, corresponde a descarga de fluxo é constante em toda a extensão do
ssando entre as duas linhas de fluxo canal.
rrespondentes Aq = y, - y,

Itraçar-se uma rede de fluxo é conveniente As redes devem ser constituidas de quadrados
otar-se A+=Aq constante para cada par de curvilineos, isto é, Ay=A+.
rvas consecutivas.

n qualquer ponto da rede, a diminuição do O gradiente hidráulico é inversamente propor-


paçamertto entre as linhas de fluxo repre- cional ao espaçamento entre duas equipo-
nta uma concentra@o do escoamento; as tenciais consecutivas. A concentraeo das
'scargas entre as linhas de fluxo sendo linhas equipotenciais pode representar uma
nstantes, as velocidades de percolação são regiáo de gradientes críticos.
[ersamente proporcionais ao espaçamento
IS CUNaS.

Ias linhas de fluxo ou duas equipotenciais não podem cortar-se; não haveria área para
o da água ou um ponto teria duas cargas hidráulicas diferentes.
IRAS DE TERRA PERCOLAÇÃO 8-

Resolução matemática da equação de Laplace, ou seja, encontrar as funçóes +(x,y) e


v (x,y) que satisfaçam a equação de Laplace e as condiçaes limites do escoamento.
Solução aproximada através de Métodos Numéricos

> Diferenças Finitas ( Método da relaxação )

> Elementos Finitos

IIrarli partido das semelhanças risiczzs para as quais as relações também são estabelecidas
pela equação de Laplace.
Experimentalmente, o mais útil é o que utiliza a correspondência entre o escoamento da ele-
tricidade em um material condutor e a percolação no meio poroso.

ODELOS REDUZIDOS

04 Cl,mo a carga é proporcional, em escala, ao escoamento induzido pela gravidade, a posição


e d23s linhas de fluxo e equipotenciais no modelo são homólogas aquelas do protótipo desde
m fll)e os efeitos de anisotropia da permeabilidade do protótipo esteja também no modelo.

20 usados em geral para fins didáticos e de pesquisa, pois seriam muito onerosos, para
andes projetos.

ÉTODOGRÁFICO (SOLUÇÃO DE FORCHREIMER)

rocesso de tentativas em que são ensaiadas soluçóes para a rede de percolação,


~edecendo-seas propriedades das redes de percolação e as c o n d i w s limites do
ito.
OBRAS DE TERRA PERCOLAÇAO -9

4 ANALOGIA ENTRE A PERCOLAÇÃOEM SOLO E A CORRENTE ELÉTRICA


Superfície
do Resewatório

\ Barragem Impermeável

v2

I I I il i -- .
Meto dndutor / I
I
1
/ /
/
/ -
/-,
.
.'
\
1

/ \
/ 1 / \
/ / I \

Linha ~quipotencial-/
(V=ccinstante) 1 I
I I I I I I I I \
ANALOGIA ELETRICA

PERCOLAÇAO CORRENTE ELÉTRICA

Carga total h Voltagem v


Coeficiente de pemeabilidade K Condutividade 0

Velocidade de escoamento v Corrente I

Lei de Darcy v=K gradiente h Lei de Ohm I=a gradiente V

Equação de Laplace v*~=o Equação de Laplace v2v=o

tante V = constante
IRAS DE TERRA PERCOLAÇÃO 10-
MODELO REDUZIDO

ubos de vidro
tinta colorida)

base da
'escavação

uperfííie
o terreno

nha de
luxo -

MODELO REDUZDO DE ESCOAMENTO EM ESCAVAÇÃO

Escavação escorada por uma parede de estacas pranchas, impermeável

Caixa de vidro preenchida com areia, reproduzindo as condiç6es de escoamento.

4 As linhas de fluxo são determinadas injetando-se, em pontos convenientes, uma


9 solução colorida.
eg
ig O As cargas em vários pontos é lida em piezômetros, contendo também solução
Q colorida.
cg
cr3
Ci1
cs)
B
Rl
4
R
I
3RAS DE TERRA PERCOLAÇAO - 11

aduzem o comportamento das funções I$ e nas fronteiras de um domínio de fluxo.

-
INTERFACE ÁGUA MEIO PERMEÁVEL
--

Sáo as emergências ou imergências sob lâmina d' água > EQUIPOTENCIAIS

1 - 2 equipotenciaismáximas 1 - 2 - 3 equipotencial máxima


3-4
-
5 6 equipotencial mínima -
4 5 equipotencial mínima

INTERFACE MEIO PERMEÁVEL MEIO IMPERMEÁVEL-


Nos contatos do meio permeável com elementos impermeáveis, a componente da
velocidade de percolaçáo segundo a normal ao contato impermeável é nula
> Sáo LINHAS DE FLUXO

impermeAve1

1-2-3 e 4-5-6 - Linhas de fluxo superior 1-2-3-4-5-6 Linha de fluxo superior


7-8 -11 e 9-10-11 Linhas de fluxo inferior 7-8 - Linha de fluxo inferior
- -
-
-
r
6
-
INTERFACE MEIO SATURADO MEIO INSATURADO
Constitui a fronteira entre a regiâo saturada e região onde não ocorre a percolação
b É uma LINHA DE FLUXO

-
1 2 Linha de Saturação
Na linha de saturação a pressão da água é igual a atmosférica h =z

INTERFACE MEIO PERMEÁVEL AR -


90 as emergências livres onde a pressão da água é a pressão atmosférica (uD=O).
,enominam-se b SUPERF~IEDE PERCOLAÇÃO ou LINHA DE DESCARGA LWRE

como h = z , não é equipofencial

a descarga tem uma componente


normal à linha de descaraa livre não é

2 4

1 - 2 linha de descarga livre


',RASDE TERRA PERCOLAÇAO- 13

-
-
NTERFACE MEIO DE PERMEABILIDADE k~ MEIO DE PERMEABILIDADE kg

>as0 frequente de percolaçáo através de meios heterogêneos. Para o traçado da rede


R permanecem válidas as condições estabelecidas para o meio homogêneo, devendo-se
3 acrescentar as condições de transferência das linhas de fluxo de um meio para outro.
e

Ocorre uma mudança na geometria do canal de fluxo, determinada pelas relações


e
-
expressas na figura. Quando K2 > K1 os canais devem se estreitar no meio 2 para dar
nasagem a mesma vazão que percola, no meio I.
ianto maior a penneabilidade do meio, menor a área necessária para dar continuidade
fluxo.
quantidade de energia necessária para forçar a água através do meio poroso é
,ersamente proporcional à permeabilidadedo meio.

e3r
ea
s
c3
Ocorre dentro de limites de saturação
e? ESCOAMENTO CONFINADO
conhecidos
A
seção simples (meio homogêneo)

seção composta ( meio heterogêneo)

ESCOAMENTO NÃO CONFINADO > Quando o limite superior de saturação


(linha freática) não é conhecido.

seção simples

seção composta
IBRAS DE TERRA PERCOLAÇÃO - 14

7 O método gráfico para a construção das redes de percolação é devido a


CHREIMER.
.

b o A maior qualidade e menor tempo gasto no traçado da rede só é conseguido


b através de treino.

UKI~NTAÇOESGERAIS PARA O TRAGADO DAS REDES DE FLUXO I


/ Observar o aspecto de redes de fluxo já traçadas e bem desenhadas; quando
a figura já estiver bem gravada, procurar reproduzí-Ia de memória.

/ Para uma primeira tentativa, não traçar mais de 4 ou 5 vias de fluxo, pois a
preocupação com maior número de linhas poderá desviar a atenção de
outros detalhes importantes.

/ Não tentar acertar detalhes antes que a rede, como um todo, se apresente,
aproximadamente, correta.

4 Notar que, sempre, todas as transições entre trechos retos e curvos são
e suaves e de forma elíptica ou parabólica. 0 s quadrados em cada via de fluxo
eà mudam gradativamente.
9
BRAS DE TERRA PERCOLACÃO - 15

EXEMPLOS DE TRAÇADO DE REDE DE PERCOLACAO

NA
--
-- --
---.
- - Cortina LF - linhas de fluxo
LE - linhas equipotenciais
LE mdxima LE mínima
Identificar as condições de
contorno

AB e CD - linhas equipotenciais
limites
Inicio das LE , BEC e EG - linhas de fluxo limite

P -
9 0 ' L-
90°& 90%
- 9O0A & -9& ---
G Assinalar as direç8es de início
e f i m das linhas de contorno
Impermeável
(a)

eJ
Desenhar uma primeira
tentativa de famíiia de linhas
de fluxo ou equipotenciais.
obedecendo às condiçOes de
contorno.

-
e Mantendo as linhas traçadas.
esquematizar a primeira
b tentativa da rede de fluxo.
B Desenhar as linhas ortogonais .
3 Setas indicam as direçóes
das correçóes necess6rias
RJ
a
ag
b
B
Apagar e redesenhar as linhas
linha de fluxo
até que todas as malhas sejam
quadradas.
b Subdividir para obter maior
precisão e detalhes.
9
hJ!
83
R
9
9
9
ri
BRAS DE TERRA PERCOLAÇAO - 16

EXEMPLOS DE TRAÇADO DE REDE DE PERCOLAÇÃO

I ------. LF mais longa


---- J

a) Identificar as condições limites das LF e LE

7
e 9 0O 9 0 y%y9o0
e Linhas de fluxo
Equipotenciais Linhas de fluxo
B J

b) Assinalar as d i r e ç k de início e fim das linhas de contorno

90'

Espaços aumentam Espaços aumentam m m


com a distância a distancia A cortina

c) Traçar a primeira tentativa de famíiia de limites de fluxo ou equipotenciais

Figuras não quadradas

óes a 90"

d) Tentar a primeira rede de percolação

,--

Linha de !luxo

Linha equipotencial

e) Redesenhar todas as linhas e subdividir para obter maior precisão


3RAS DE TERRA PERCOLAÇÂO - 17

PERCOLAÇÃO EM MACIÇOS DE TERRA


I
percolação da água através do maciço wmpactado de uma barragem de terra enquadra-
? no caso de fluxo não confinado, isto é, uma das condições limites não está
:terminada, "a priori".

fíitm
CONDIÇ6ES DE CONTORNO
Equipotenciais Linhas de Fhxo
BC - +Kh CD -tinha de saturação
AD - $ = O AI3 -tinha inferior

9
9 PROPRIEDADES DA LINHA DE SATURAÇÃO
-
A linha de saturação ou linha freática é uma linha de fluxo particular, na qual atua a
pressão atmosférica e , portanto, a pressão piezométrica é nula.

Cada ponto da linha de saturação tem como potencial hidráulico ou carga total a sua
própria cota em relação ao plano de referência adotado.

z Os pt e R estão sobre uma


\, mesmsl aquiputencial, logo:
\

.................. hp=hR=h

No ponto P,( up Iya ) = 0, então:


hp =zp e
h = z p = Z R + -UR
Ya

a
a As equipotenciais são ortogonais a linha de saturação, pois esta é uma linha de fluxo.
@
P As perdas de carga são altimétricas. Assim, as distâncias verticais entre os pontos de
4
interseção com a linha de saturação de duas equipotenc~ais wnsecutivas são
B constantes, ou seja, Ah = constante.

A linha de saturação, sendo uma linha de fluxo, deve ser perpendicular ao talude de
montante (equipotencial), no seu ponto de entrada no maciço.
/
A linha freática é tangente ao talude de jusante ( taludes'rnenores que 90") ou tangente
a vertical no ponto de saída, caso haja drenagem.
BRAS DE TERRA PERCOLAÇAO - 18
8
B
C OBRAS DE TERRA PERCOLAÇÃO - 19
C
e
e0
'n O SOLUÇÃO DE KOZENY

Válida para um caso particular de barragem de terra -.


..
.-
.
..
..
.
.-B
---.
...

talude de montante parabólico


maciço apoiado em terreno impermeável
dreno horizontal, localizado na parte de jusante da
barragem

I
As linhas de fluxo e as equipotenciais são constituídas de parábolas homofocais, com foco
no ponto F , que marca a passagem do material impermeável para o filtro.

Pela definigo de parhbola:

2 2
x = Y-S
2s
OBRAS DE TERRA PERCOLAÇAO - 20

A adaptação da solução de Kozeny as condições reais das barragens de terra foi feita por
CASAGRANDE, modificando a curva na entrada do maciço
SOLUÇÃO DE CASAGRANDE

-
EB projeç3o da área molhada

AB = 0.3 (EB)

A parábola básica tem como vértice o


ponto C e o foco em F
A distância focal é calculada conside-
rando-se a s coordenadas do ponto A:
x =d
y=h,

A parábola básica B conigida para que


a linha de saturaçáo entre no maciço
normal ao talude de montante.

DETERMINAÇAO GRAFICA DA DISTANCIA FOCAL ( S )

vértice e a distância focal podem ser determinados por um .processo simples baseado nas
apriedades da parábola.

aj O ponto A é determinado pela relação já estabelecida AB = 0,3.EB

h) Prolonga-se a horizontal que passa por A.

Com centro em A e raio AF determina-se J na horizontal A - 1.


IA diretriz passa em J, pois AJ = AF. Logo, levantando-se a vertical que passa por F, determina-
se K e a distância focal KJ = S.

) O vértice C = SI2 e G, tal que FG = S, será também um ponto da parábola.


OBRAS DE TERRA PERCOLAÇÃO - 2I

1 MEIOS ANISOTR~PICOS+APLICAÇÃO
:+ DA LEI DE LAPLACE I
0 s solos sedimentares e os maciços compactados mecanicamente são anisotrópicos pois,
pelo processo de sua formação, a pemeabilidade horizontal (Kx) é maior do que a
permeabilidade vertical (Ky).
a2h
Para esses materiais, a equação da continuidade assume a expressão K,-+ K,- a2h = O
âX2 ay2
Esta equação não é a equação de Laplace e portanto sua solução não será a mesma
daquela equação.

SECÃO TRANSFORMADA
3ra que as soluções correspondentes a equação de Laplace possam ser aplicadas a um
eio anisotrópico, torna-se necessária uma mudança na escala do desenho, reduzindo-se
;dimensões, no sentido da maior pemeabilidade.

A geometria da seção transversal é transformada, multiplicando-se as dimensões


horizontais pelo fator de transformação ( a ).

Determinação de (a):

h(x,y)=Sun@o que descreve a variação da carga total X =ar


ah ah ax ah ay
-=-.- ?v
+-.-como não haverá modificações na direção y+
ax ax ax ay ax ax = O
ah ah dx
-=-.-=-.- ah 1 I
ax i% ax i% a ,,.;-%

- L

'
,
a ,. ,L
(bax 3
\, \ -
'
azh - a2h
-- =_._._=_.-
1 a2h: i%
ax a anz %i a2 ax2 ,
Na equação d e kntinuidadè! . ~ ,.
*,

ô2h ô2h
K,-+K,- =O
dx2 ?Y2
2 a2h d2h
K,a = + K , d y ~ - - 0

K,
-2-
a2h + 7d2h
=0
K, ax2 ay-
Para transformar esta equação na equação de Laplace
Kx
-0 2
= I a 2 =K- a, =
K Y K,
IBRAS DE TERRA PERCOLAÇAO - 22

Todas as dimensões horizontais da figura seráo multiplicadas pelo fator a =

obtendo-se a seçáo transformada.

Seção Real Seção Transformada

o A rede de fluxo de malhas quadradas é traçada na seção transformada, obtendo-se a


a2h a2h
solução da equação -+- =O
8x2 ay,

O Retoma-se a seção real, multiplicando-se as coordenadas horizontais da rede obtida por


l/a. A nova rede não terá malhas quadradas.
UKAS DE TERRA PERCOLAÇAO - 23

Nos problemas de percolaçáo em meio anisotrópico, trabalha-se com uma


permeabilidade equivalente, obtida comparando-se o volume de água que atravessa
uma mesma malha, nas seções real e transformada.

Seção
Transfomada (d) SeçSo Real (a)

Seçáo Transformada Seçáo Real

como
BRAS DE TERRA PWCOLAÇÃO - 24

CONSTRUÇÃO DE REDE DE FLUXO EM SEÇÃO TRANSFORMADA

NA

a) A sego real para Kx = Ky também pode representar


a se@o transformada para condiç6es anisotrópicas

b) Seção real para a rede de (a), quando k, = 4k,

b) S e g o real para a rede de (a), quando k,= 9k,


~uRASDE TERRA PERCQLAÇAO - 2s

SEÇÁO TRANSVERSAL DA BARRAGEM

y = 5.8. lo4 m d s
5 = 2.3 .104 m d s

SEÇAO TRANSFORMADA

fator de escala na direçáo x --+ a=


R
-

PERMEABILIDADE EQUIVALENTE:

REDE DE FLUXO DA SEÇÁO REAL


-- --

m
E9
ei OBRAS DE TERRA PERCOLAÇAO - 26
b
b
b I APLICAÇ~ESDA REDE DE FLUXO I
0:- NOMENCLATURA E FORMULARIO

mprimento representativo da

eutra ou altura piezométrica

úmero de ordem da linha equipo-


tencial que passa pelo pont
, contada de montante.

hc=(HInd).np=Ah.np
drostática (altura de água no piezômetro
acima do NA de jusante)

Hp altura da carga total mhxima que haveria em P, se não houvesse perda de carga,
adotando um plano de referência (NR)
eg
1
OBRAS DE TERRA -
PERCOLAÇÃO 27
e3

descarga em cada canal de fluxo i=Ahll A = a.(l)


queda de potencial entre duas
equipotenciais sucessivas Aq = U (Ah II). a
número de canais de fluxo Como existem n f canais,
número de quedas de potencial q = nf. Aq = K. (Ah II).a. nf

admitindo a G l
Lei de Darcy q=K.i.A q = K. Ah. nf Ah=HInd

F, q = K. H. (nf I nd)
9
Q
@ EXEMPLO NUMÉRICO:
B
Para o escoamento da figura, pede-se a perda de água pelo terreno em m3 Idia. m, sendo
K = 0,01 mrn Is
B
B Soiução:
0
K = 0,01 mm Is = 10-5 (60 x 60 x 24) = 0,864 m Idia
B
b q = 0,864 x2,5 x (4 16) = 1,44 m3 I dia. m
vBRAS DE TERRA PERCOLAÇÃO - 28

PELA REDE DE FLUXO:


b
b H = 15,Om
B
b K = 4 . 10-5cm/seg
i nf=5
b nd = 9
8
b q = K . H. ( n f l n d )
9
=4.10-7~15~(519)
B
B q = 3,s. 10-8 m3 /ieg.m
i

'
9
PELA UNHA DE SATIJRA~AO:

1 t---d-
1 Na parábola básica Pela Lei de Darcy
C OBRAS DE TERRA PERCOLAÇAO - 29
r?
k CÁLCULO DO GRADIENTE HIDRÁULICO
b

Exemplo Numérico:
H .i = - = Ah H
Ah=-
' d I
-
nd.I Calcular o gradiente hidráulico junto a cor-
tina, na saida do fluxo.
3-0.5 - 2.5 o.41kn
Ah =
nd 6
.I=-=Ah --
0.417 - 0.51
I - comprimento de uma linha de fluxo pas- 1 0.82
sando pelo ponto P
Q
Y Nos meios anisotrópicos, o valor de ( I) deve ser tomado na rede de fluxo da seção
real.

CÁLCULO DA VELOCIDADE DE PERCOLAÇÃO

Exemplo Numérico:

Calcular o valor de v, no elemento de volume


correspondente a malha destacada.
K = 0.001mmls
U OBRAS DE TERRA -
PERCOLAÇÃO 30
b
b
b
1 DETERMINAÇÃO DAS PRESSÕES HIDRODINÂMICAS B
b
B PIEZOMÉTRICA SUBPRESSÃO SOBREPRESSÃO

b
Em última análise, as pressões hidrodinâmicas podem ser calculadas a partir das pressões
piezométricas.
B
9
6
g ROTEIRO PARA O CALCULO
A
9 a) Escolher o plano de referência NR
e,
pode ser adotado um NR para todos os pontos onde se quer calcular up
B o NR pode passar pelo ponto considerado.Neste caso, ha = hp pois Z = O
9
9 b) Calcular Hp c) Determinar Np
9
9 d) Calcular a perda de carga total e) Calcular a carga total no ponto P
Ahp = (H Ind). Np (carga máxima - perda de carga)
B -
hp = Hp (H/ nd). Np

Calcular a altura piezométrica no ponto P g) Calcular a pressão piezométrica


ha=hp-Zp u = ha. ~a
I

......
i::::::::
......
rg
CJ
OBRAS DE TERRA PERCOLAÇAO - 3 1
b
9 EXEMPLO DE CALCULO

Ponto HP NP A ~ P hp = ha 'JP
1 H 1 H110 H -0,IH (0,9HhJa
2 H+D2 1,5 1,5 (H i 10) H + D2 - O,i 5H (D2 + 0,85H)ya
3 H 4,3 4,3 (H 1 10) -
H 0,43H (o957~ha
4 H + D4 9,5 9,5(H110) H+Dq-0,95H ( ~ +40 ~ 0 5 ) ~ ~

PRESSÃO PIEZOMÉTRICA EM BARRAGENS DE TERRA

ROTEIRO:

1) Passar por P uma equipotencial que corta a linha de saturação em R

2) Traçar a vertical que passa por P

3) Traçar a horizontal por R que intercepta a vertical em T

4) PT = hap é a altura piezométrica em P

5) up"hap Ta
OBRAS DE TERRA PERCOLAÇÃO - 32

EXERC~CIOa)

Conhecida a rede de percolação para a cortina de estacas pranchas


admitida impermeável, pergunta-se:
1) A pressão efetiva no ponto A, situadojunto a cortina e 2,00 m abaixo
da superfície de saída de jusante.

2) A quantidade de água que percola pelas fundações, por metro de


cortina, admitindo-se k = 4 x 1 0 - cmls.
~

3) Que altura de água &a montante da cortina causará a


instabilidade no ponto A, isto é, uma condição de levitação?
OBRAS DE TERRA PERCOLAÇÃO - 33

b 1) Cálculo da pressão efetiva no ponto A


9
n d = 11 h =13,5111 = 1,23m
B
IB Pressão neutra em A
UA = (2 + 1 i13,5) - 1,23 x 10 = 165 - 12,3 = 4.2 m
Pressão total em A
ot = ya x 1 + B a t x 2 = 10,O + 18,9 x 2 = 47,8 kN/m2
Pressão efetiva em A
o' = ot - u = 47.8 - 42,O = 5,8 kN/m2
2) Cálculo da descarga, por metro de cortina, por dia
nr = 4,l no = 11 1 dia = 86.400 s
k = 4 x 10'~cm/s= 4 x 1 0 - ~ m l s
q=kxHxnf/ndxI=
q = 4 x 1 0 . ~x 13,5 x 4,111 1 x 86.400 =173,9 m3Idialrn
.

3) Condição de levitação
Para haver levitação a'= O o'=ot-u=O at = u
IJA=(2,0+ l,O+Ah)x10=47,8 Ah = 4,78 - 3,O = 1,78 m
Como nD não mudou h= H/~D H = 1,78x11 = 19.58rn
Altura da água na cortina HC= 19,58 - 5,30
Hc = 14,28 m
BRAS DE TERRA PERCOLAÇÃO 34 -
XERC~CIOSPROPOSTOS

1s exercícios referem-se a rede de fluxo do exercício (a)

Qual a pressão efetiva em A, se o nível d' água estabiliza-se em ambos os lados da parede
a 8,20m como mostrado na figura?

,..
9 m.

5 Resposta: o' = 18,09kN Im2


9

b
Que sobrecarga q, em k~lm', propiciará um fator de segurança F = 2 no ponto A, pdra u m
a
9 carga não balanceada de i3,5m? ( H=l3,5m)
e
4 Resposta: q = 35,46 k ~ / m ~
s
C
OBRAS DE TERRA PERCOLAÇAO - 35
e!
C
b
b
A resultante da pressão da água sobre um elemento impermeável existente no interior
6! de um horizonte de solo, denomina-se subpressão.
e!
diagrama de distribuieo de subpressão é obtido calculando-se em cada ponto a
e! pressão piezom6tnca.

Quando o solo sofre percolaçáo, as pressões da água são determinadas pela REDE DE
FLUXO.

cotas em m

Vo gráfico estão representadas as alturas piezométricas na base da barragem. Para o


S~lculoda resultante da subpressão, a área (S) deste diagrama deve ser multiplicada por y,
OBRAS DE TERRA PERCOLAÇAO- 36

) CÁLCULO DAS PRESSÕES NA BASE DA BARRAGEM

cotas em m

+ Admitindo o NR coincidindo com o próprio ponto.

h~=(10+3,35)-2(10/12)=13,35-1,70=11,65m

h~=(10+3,35)-3(10112)=10,85m

hc = ( 10 + 3,35 -1,70 ) - 3,5 ( 10112 ) = 8,73m


h~=(10+1,65)-8,5(10112)=4,57m

-
h~ = ( 10 + 3,35) 9,O ( 10112) = 5,85m

+ Admitindo o NR na superfície do terreno


OBRAS DE TFlUIA PERCOLAÇÃO- 37

SOBREPRESSÁOÉ UMA SOBRECARGA OU UM EXCESSO DE PRESSÃO NEUTRA


SOBRE A PRESSÁO HIDROSTÁTICA
Pode ocorrer:

QUANDO A ÁGUA SE ENCONTRA EM EQUIL~BRIO HIDROSTÁTICO

AhC varia com o tempo, em função do processo de adensamento da argila.

QUANDO EXISTE PERCOLAÇAO

a sobrepressão representa a energia que ainda será dissipada até atingir


o nível de jusante.

a altura representativa é o trecho da altura piezométrica acima do NA de jusante.


OBRAS DE TERRA -
PERCOLAÇÃO 38

DETERMINACÃO DA SOBREPRESSÃO

EXEMPLO NUMERICO

Calcular a sobrepressão nos pontos A e B

No ponto A No ponto B

np = 8 n, = 2

hC=8x1,2=9,6m h, = 2,4m

u, = 96,O kN 1 m2 u, = 24,O kN I m2

A pressão piezométrica poderá ser calculada em fun@o da sobrepressão, somando-se


a pressão da altura de água do ponto ao nível d'água de jusante.

No ponto A ha = 98,O + 7 x 10 = 168,O kN 1 m2

No ponto B ha = 24,O + 11 x 10 = 134,O kN I m2


OBRAS DE TERRA PERCOLACÃO - 39

FORÇA DE PERCOLAÇÃO

A força exercida pela água sobre a estrutura do solo quando percola através de seus vazios,
pode ser expressa por:

F=iVy, -
V volume do solo
F=iy, força de percolação por unidade de volume de solo.

EXEMPLO:

Determinar a força de percolação atuante no volume de solo delimitado pela malha da


rede fluxo destacada.

força de percolaçáo atua na mesma direção do escoamento.

uando o volume de solo atinge regiões de diferentes gradientes ( i), adota-se


n valor médio i, e aplica-se F no CG do volume de solo.
e
r)
g OBRAS DE TERRA PERCOLAÇAO - 40
b
b EFEITO DA FORÇA DE PERCOLAÇÃO SOBRE A ESTABILIDADE
i9

3 efeito da percolação é aumentar ou diminuir a pressão efetiva do solo , dependendo do


sentido do fluxo.
w
9
e
-
9 volume de
b solo=zA
B
ed 'r=
B
B sem percolação

percolação ascendente Força resultante P P (q&-. q J A


eS

b
eq - +
R
c9 força de
ca perwlaçáo
a percolação descendente Força resultante Pf2=(qsÚ,+
izyJA
e
B
OBRAS DE TERRA PERCOLAÇAO - 41

EFEITO DA PERCOLAÇÃO SOBRE A ESTABILIDADE DE CORTINA


DE ESTACAS PRANCHAS

Após vários ensaios em modelos, Terzaghi concluiu que, geralmente, o levantamento do


solo ou ruptura hidráulica sob o efeito da percola@o, ocorre a uma distância D 12 a jusante
da cortina.

W - peso submerso
U, - resuitante da sobrepressao

lilliiw
1 l 1 1 1 1 1
+ t $ f t t t u c uc
1 1 1 1 1 1

Determinação do fator de segurança: F = W' I U,

u, é o valor médio da sobrepressão


atuante em BC
EXEMPLO
h c = ( H . n,)In,
H = 3,O - 0,5 = 2,5m

n, = 6

( h, )E = (2,5 x 2,O ) 16 = 0,83m


; ! L - ~ ~ ~ . ---

o,+ 9' (h,)B=(2,5~3,0)16=1,25m

(hC)D=(2,5x1,8)16=0,75m
OBRAS DE TERRA PERCOLAÇÃO - 42

EFEITO DA PERCOLAÇÁO SOBRE A ESTABILIDADE DE CORTINA


DE ESTACAS PRANCHAS

MÉTODO DE TERZAGHI

Pelas imprecisões nas obtenções dos dados, utiliza-se um fator de segurança mínimo de 4 a5

Recursos de projeto podem ser empregados para aumentar o fator de segurança.

EXEMPLOS:
Para combater o piping junto e a jusante da cortina de estacas
pranchas, coloca-se um filtro que, além de aumentar o peso sobre
o terreno, impede a saida dos grãos finos

ir
ficha
extra
Solo permehvel
Um acréscimo da ficha da cortina, aumentando o caminho de
percolação,também colabora na estabilidade da cortina.

Numa barragem vertedouro foram adotados vários recursos visando


melhorarsua estabilidadeeevitar o piping:

+o tapete impermeável de montante e as estacas pranchas aumentam o


caminho de percolação e diminuem a perda de água pelas fundações
permeáveis.

+ofiltro dejusante desempenhapapel idêntico ao do exemplo anterior.

NA
-
.....:..:.,
<
.....~...... .
-
-
- .r:,.::..:;.::..>
..

estacas pranchas

Solo permeável -
OBRAS DE TERRA PERCOLACAO - APÊNDICE- 1

TRAÇADO GRÁFICO DA PARABOLA BÁSICA

Parábok básica

I
I

Conhecidos o foco F, o vértice C e um ponto A de uma parábola, esta poderá ser deteminada
graficamente.

a) Traçar uma horizontal em A e uma vertical em C, detenninando B.

b) BC é dividido em partes iguais e também AB.

c) Dos pontos A, 2 e 3 sobre BC são traçadas horizontais.

d) 0 s pontos I',
2' e 3' sobre AB são ligados a C. As interseções das horizontais com I'C, 2'C e 3'C
deteminam pontos da parábola.

,Y
iste um recurso gráfico de determinação de a' ou seja, da posição da interseção da parábola
sica com o talude, sem a necessidade do traçado da parábola.

Marcar AB = 0,30MB

Com centro em F traçar arco AE O


OBRAS DE TERRA -
PERCOLAÇAO AP!~NDICE- 2

c) Traçar a vertical AG @ , determinando EG; Marcar FH = EG

d) Levantar a vertical C3 em H e a normal, em F, ao talude de jusante, determinando o ponto I,


na
vertical 0.

raio IF, traçar o arco @ e determinar J'.


e) Com centro em I,

9 A horizontal passando por J' determina J que é passagem da parábola básica e tem-se a + Qa.
g) I J é tangente a parábola básica.

EXEMPLO NUMÉRICO

Traçar a linha de saturação da barragem cuja seção transversal está indicada na figura.

!
45,O
Cotas em metros 1
OBRAS DE TERRA PERCOLAÇAO- AP~NDICE- 3

a) A distância AB indimda na figura tem o valor AB = 45 x 0,3 = 13,50m

b) Com centro em F e raio FA, determinou-se E e a seguir G, pela vertical que passa por A
EG = 3,Om

c) Marcou-se H, tal que FH = EG= 3,Om


d) No gráfico da página 1 8 , com a = 135", obteve-se -- 0,14
a + Aa

e) Na figura está indimda a determinação gráfica de a', obtendo-se a' = 2,Om

Aa
f) Com -= 0,14 e a' = 2,O s Au = 2,O x 0,14 = 0,28m a = 2 0 - 9 2 8 = /72m
a'
OBRAS DE TERRA PERCOLAÇAO- AP~NDICE- 4

LINHA DE SATURAÇAO PARA a < 30'

A solução para a linha de saturação em maciços temsos com taludes suaves foi estabelecida,
simultaneamente, por Schaffemak e Van Iterson e modificada por Casagrande, quanto ao ponto de
entrada no talude de montante.

A descarga através de toda a seção da barragem poderá ser escrita, em função das coordenadas
de uma seção qualquer:

A integração da expressão de Q conduz à equação abaixo, onde C é uma constante de integração:

As coordenadas do ponto K, na figura são x = a.cosa e y = a.sena

a substituição desses valores transfoma a equação acima em:

4'-- tga
No ponto K a linha de saturação é tangente ao talude, logo - . Então, na seção que passa
cúc
lor K a expressão da descarga será Q = k.a.sena.tga que poderá ser substituida na expressão
interior.
OBRAS DE TERRA PERCOLAÇAO- APÊNDICE - 5

y2 +a2.sen2a
x= para x = d y=4
2a.sena. t g a

cosa cos a sen a

Determinada a linha de saturaçáo, o traçado da rede de percolaç5o segue o mesmo


prucessamento anteriormente indicado.

Para obter-se os pontos em que as equipotenciais cortam a linha de saturação, a a


alturabrepresentativa da perda de carga total é dividida em partes iguais e por esses pontos são
traçadas horizontais até cortarem a linha de saturaçáo.

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