Circuitos Elétrico 1 (Cap 2)
Circuitos Elétrico 1 (Cap 2)
Circuitos Elétrico 1 (Cap 2)
CIRCUITOS RESISTIVOS
2.1 INTRODUÇÃO
Para se resolver circuitos resistivos, e para outras classes de circuitos que serão vistos posteriormente, utiliza-se
duas ferramentas básicas para análise: as leis de Kirchhoff e a lei de Ohm.
As leis de Kirchhoff serão apresentadas como postulados, não cabendo aqui, suas deduções, por exigirem o uso
das equações de Maxwell, as quais estão fora do propósito deste curso. Antes de enunciá-las, serão estabelecidas
algumas definições importantes, como segue:
- Malha (ou malha simples): é qualquer percurso fechado sem elementos intermediários ou que não contenha
outros percursos fechados.
- Super malha (ou malha composta): é qualquer percurso fechado abrangendo mais de uma malha.
Esta lei pode ser enunciada assim: Em qualquer circuito concentrado, em qualquer instante, a soma algébrica das
correntes que concorrem em um nó, ou super nó, qualquer, é sempre nula.
Como em cada nó pode haver correntes saindo ou chegando, é preciso arbitrar os sinais destas correntes. Por
exemplo, se as correntes que saem do nó são escolhidas como positivas então as correntes que chegam nele, devem ser
negativas ou vice versa. Por isso a lei fala em soma algébrica.
Usando a figura 2-1 para ilustrar esta lei, pode-se escrever as seguintes equações para os 4 nós e para os super nós
S1 e S2, onde os seis bipolos (elementos de dois terminais) têm os sentidos das correntes escolhidos de forma arbitrária.
Nó 1: –i1 + i2 + i3 = 0 (2-1)
Nó 2: –i3 + i4 + i5 = 0 (2-2)
Nó 3: –i5 + i6 = 0 (2-3)
Nó 4: i1 – i2 – i4 – i6 = 0 (2-4)
Super nó S1: –i1 + i2 + i4 + i5 = 0 (2-5)
Super nó S2: –i1 + i2 + i4 + i6 = 0 (2-6)
Observem, nestas equações, que escolheu-se para correntes negativas as que chegam aos nós e como positivas
as que saem do nó. Esta escolha, obviamente, é arbitrária, já que o segundo membro de cada equação é nulo.
Note também que, as equações dos super nós correspondem à soma das equações dos nós envolvidos pelos
super nós. Assim, por exemplo, a equação (2-5) é o resultado da soma, membro a membro, das equações (2-1) e (2-2).
As equações de correntes escritas para os n nós de um circuito não são independentes. De fato, qualquer
corrente de bipolo sai de um nó e entra noutro, assim a soma das equações membro a membro é sempre nula.
Para que se tenha equações independentes, elimina-se uma equação de um nó qualquer. As (n – 1) equações
restantes (pode ser mostrado) se tornam independentes.
Se as correntes dos bipolos forem agrupadas em um vetor coluna i, as equações independentes de correntes de
correntes podem ser colocadas na forma matricial:
Ai = o
A matriz A é chamada matriz de incidência do circuito, i é o vetor coluna das correntes e o é o vetor coluna
nulo. O posto da matriz A é sempre (n – 1). As entradas da matriz são +1 (se a corrente sai do nó), –1 (se entra) ou 0 (se
o bipolo não está ligado ao nó). Em cada coluna da matriz podem existir, no máximo, duas entradas não-nulas, com
sinais diferentes.
A matriz de incidência descreve completamente a maneira como os bipolos de um circuito estão interligados,
isto é, descreve a topologia do circuito.
CORRENTES INDEPENDENTES
Das equações independentes, as correntes independentes são àquelas a partir das quais as equações permitem
calcular as (n – 1) correntes restantes. Na linguagem de sistemas lineares visto em álgebra, as correntes independentes
são as incógnitas livres e as demais são as líderes. O número de correntes independentes é dado por:
b–n+1
OBSERVAÇÃO: As colunas das incógnitas líderes sempre formam uma matriz quadrada não singular, isto é, com
determinante não-nulo.
Exercício: A partir das equações dos nós do circuito da figura 2-1, elimine a equação do nó 4 e monte a matriz de
incidência para as equações restantes. Quantas correntes são independentes e quais são elas?
Em qualquer circuito concentrado, em qualquer instante, a soma algébrica das tensões sobre os elementos que
formam um percurso qualquer (não necessariamente fechado), é sempre nula.
Como em cada percurso um elemento pode ser percorrido do pólo positivo para o pólo negativo ou do negativo
para o positivo, é preciso arbitrar os sinais das tensões em cada elemento. Por exemplo, se for escolhida a tensão positiva
quando indo do pólo positivo para o pólo negativo, então a tensão deverá ser negativa quando ao contrário. Por isso é
que a lei fala em soma algébrica das tensões.
Para ilustrar a segunda lei de Kirchhoff usa-se o circuito da figura 2-2 que é o mesmo da figura 2-1, só que
agora mostrando as polaridades das tensões dos bipolos, seguindo a convenção passiva. Assim, escreve-se as equações
dos percursos, no sentido horário, como segue:
Malha 12: v1 + v2 = 0 (2-7)
Malha 234: –v2 + v3 + v4 = 0 (2-8)
Malha 456: –v4 + v5 + v6 = 0 (2-9)
Super malha 134: v1 + v3 + v4 = 0 (2-10)
Super malha 1356: v1 + v3 + v5 + v6 = 0 (2-11)
Observe que, ao se percorrer cada bipolo, a tensão foi considerada negativa quando indo do sinal "–" para o
sinal "+" (entrando no polo negativo) e positiva quando ao contrário (entrando no pólo positivo). Esta escolha,
naturalmente, é arbitrária.
Note que as equações das super malhas correspondem à soma das equações das malhas que são envolvidas por
essas super malhas. Assim, por exemplo, a equação (2-10) é o resultado da soma das equações (2-7) e (2-8).
O percurso referido pela Segunda lei de Kirchhoff, não precisa ser fisicamente fechado, já que, entre dois
pontos quaisquer sem elementos, podemos sempre imaginar a existência de um resistor de resistência infinita. Assim,
tomando como exemplo o circuito da figura 2-3, onde não existe nenhum elemento entre os terminais a-b, pode-se
escrever:
Fig. 2-3: Ilustração da segunda lei de Kirchhoff para caminhos não fechados fisicamente
TENSÕES INDEPENDENTES
No circuito da figura 2-2, se as tensões dos nós 1, 2 e 3 forem medidas em relação ao nó 4, tomado como
referência onde se supõe tensão nula, pode-se expressar as tensões dos seis bipolos em função das tensões dos nós
restantes. Estas tensões (e1, e2 e e3) medidas dessa maneira são as tensões independentes. O número delas é sempre (n –
1), onde n é o número de nós. No exemplo em questão tem-se:
v1 = –e1
v2 = e1
v3 = e1 – e2
v4 = e2
v5 = e2 – e3
v6 = e3
Chamando de v o vetor coluna formado pelas seis tensões dos bipolos e de e o vetor coluna formado pelas três
tensões independentes, o sistema dessas equações pode ser escrito na forma matricial como:
v = ATe
onde AT é a transposta da matriz de incidência das correntes quando o mesmo nó, no caso nó 4, é considerado nas duas
situações.
Finalmente é importante frisar que as leis de Kirchhoff independem da natureza dos bipolos, ou seja, os bipolos
podem ser lineares ou não lineares, variantes ou invariantes com o tempo, ativos ou passivos, etc. A única restrição é que
o circuito deva ser concentrado. E também deve-se lembrar que as leis de Kirchhoff não se referem aos elementos do
circuito, mas às conexões entre eles.
Exercício: Considerando o circuito da figura 2-2, encontre a matriz de incidência para as tensões e mostre que ela é a
transposta da matriz de incidência para as correntes.
Exemplo 1: Vamos analisar o circuito da figura 2-4, para encontrar as tensões e correntes desconhecidas bem como o
valor de R2, dado que v2 = –10 V e i3 = 2 A.
Exercício: Encontre as tensões v24 e v4 no circuito da figura 2-6 sabendo-se que: v1 = 2 V, v2 = –10 V e v3 = 3 V.
Tomando como referência o nó 4, quais são os valores das tensões independentes (tensões de nó)?
Resposta: 12 V e 9 V.
Fig. 2-6: Circuito para o exercício acima
Diz-se que dois ou mais bipolos estão associados em série se o percurso formado por eles é único para a
corrente. A figura 2-8 ilustra um exemplo desse tipo de associação usando resistores e fonte. Um exemplo prático deste
tipo de associação pode ser verificado em alguns conjuntos de lâmpadas usados em árvores de natal. Outro exemplo
muito comum é o de um circuito com uma lâmpada e um interruptor. Neste caso, os dois estão em série para que o
interruptor possa estabelecer ou interromper o percurso para a corrente na lâmpada. Circuito com bipolos em série é
visto como um circuito divisor de tensão.
–vs + v1 + v2 + v3 = 0
Como: v1 = R1.i, v2 = R2.i e v3 = R3.i, então, substituindo estas tensões na equação acima, encontra-se a corrente única
para a malha:
vs
i=
R1 + R2+ R3
vs
vk = Rki = Rk ( )
R 1 + R 2 + R3
, k = 1, 2 ou 3 (2-12)
Portanto, no circuito série, a tensão da fonte se divide em proporção direta à resistência de cada resistor, sendo por
isso, conhecido como um divisor de tensão.
não afeta a corrente da fonte. Diz-se, então, que Req é a resistência equivalente da associação em série.
A figura 2-9 ilustra um circuito divisor de tensão com dois resistores aos quais não está ligada nenhuma carga.
Suponha que vs=15 V enquanto que as resistências dos resistores valem: R1 = 2 e R2 = 3 . Então, usando a equação
(2-12), tem-se:
vs 15
v1 = R1 ( ) ( )
R1 + R2
=2
2+3
=6 V
vs 15
v2 = R2 ( ) ( )
R1 + R2
=3
2+3
=9 V
v21 6 2
P1 = = =18 W
R1 2
2
v2 9 2
P2 = = =27 W
R2 3
Note que existe uma infinidade de pares de resistores que podem resultar nas tensões de 6 V e 9 V. É claro que,
para resistores de resistências mais elevadas, a potência dissipada por eles será menor.
Diz-se que dois ou mais bipolos estão associados em paralelo se todos estiverem conectados a uma mesma
diferença de potencial, conforme exemplo ilustrado na figura 2-10, para o caso de resistores e fonte. Um exemplo
prático desse tipo de associação pode ser encontrado no circuito de um carro, onde, em geral, todos os dispositivos
elétricos estão submetidos à mesma diferença de potencial de 12 V. O mesmo acontece numa residência onde a maioria
dos dispositivos está submetida à mesma tensão fornecida pela concessionária. Circuito com bipolos em paralelo é visto
como um circuito divisor de corrente.
Fig. 2-10: Elementos ligados em paralelo
–is + i1 + i2 + i3 = 0
Como, i1 = G1.v, i2 = G2.v e i3 = G3.v, então substituindo estas correntes na equação acima, obtem-se a tensão única para
os elementos em paralelo:
is
v=
G1 +G 2 +G 3
is
i k =G k v =G k ( G 1+G 2 +G 3 )
, k = 1, 2 ou 3 (2-
14)
Logo, no circuito paralelo, a corrente da fonte se divide de maneira proporcional à condutância de cada resistor. Sendo
por isso, conhecido como um divisor de corrente.
não afeta a tensão da fonte. Diz-se então que, Geq, é a condutância equivalente da associação e, portanto,
1
Req =
G eq
is is R1 R2
i 1=R2 ( R1 + R2 ) i 2=R1 ( R1 + R2 ) Req =
R 1+ R 2
Exercício: Encontre a corrente ix e a corrente i, respectivamente, nos circuitos das figuras 2-11 e 2-12
Resposta: ix = 4/3 A; i = 2 A
Existem circuitos que apresentam os dois tipos de associações conforme os exemplos a seguir.
Solução: Os resistores de 2 e 3 estão em série, resultando num só de 5 que por sua vez fica em paralelo com o
outro resistor de 5 , resultando num de 2,5 . Por outro lado os dois resistores de 1 estão em paralelo o que resulta
num só de 1/2 que por sua vez fica em série com o resistor de 2,5 , resultando num de 3 . Portanto, a resistência
Rab equivalente será o resultado do paralelo de 3 com 4 . Assim:
12
Rab= =1,71
7
Exemplo 4: Determine a corrente i no circuito da figura 2-15(a).
Solução: Seguindo as etapas de resolução mostradas nas figuras 2-15(b, c e d) tira-se da última etapa que:
i = 10/2 = 5 A.
Exemplo 5: Encontre a resistência equivalente entre os pontos a e b no circuito da figura 2-16 que é infinito para a
direita.
Solução: o circuito é composto de uma cadeia de células repetitivas até o infinito, formado por R1 e R2. Retirando-se a
primeira célula, a resistência equivalente do circuito restante continuará sendo Rab. Portanto, pode-se substituir o circuito
da figura 2-16 pelo da figura 2-17, e assim encontra-se:
R2 R ab R + √ R1 +4 R 1 R2
Rab=R 1+ Rab= 1
R2 + Rab 2
A figura 2-18 mostra uma configuração de circuito resistivo no formato T (ou Y) enquanto que a figura 2-19
mostra uma configuração no formato ∏ (ou ∇ ). Nos dois casos, não se pode reduzir os resistores destes circuitos a uma
única resistência equivalente.
Entretanto, se pode sempre fazer uma transformação de uma configuração em outra para tornar possível a simplificação
do circuito, utilizando as seguintes equações:
(1) Transformação de T para ∏ ou Y para ∇ : consiste em transformar a configuração da figura 2-18 na configuração da
figura 2-19. Isto é feito calculando as resistências Rab, Rac e Rbc conhecendo-se as resistências Ra, Rb e Rc, conforme as
equações abaixo:
Ra Rb + R a Rc + Rb Rc Ra R b + Ra Rc + Rb R c Ra R b + Ra Rc + Rb R c
Rab= , Rac = , Rbc =
Rc Rb Ra
(2) Transformação de ∏ para T ou ∇ para Y: consiste em transformar a configuração da figura 2-19 na configuração da
figura 2-18. Isto é feito calculando as resistências Ra, Rb e Rc conhecendo-se as resistências Rab, Rac e Rbc, conforme
as equações abaixo:
Exemplo 6: Calcule a corrente e a potência, fornecidas pela fonte de 40 V no circuito mostrado na figura 2-20.
Solução: o problema estará resolvido conhecendo-se a resistência equivalente do circuito ligado aos terminais da fonte.
Para isso faz-se a substituição do circuito ∏ formado pelos resistores de 100 k, 125 k e 25 k, ou do circuito ∏
formado pelos resistores de 40 k, 25 k e 37,5 k no circuito Y. Utilizando a primeira opção, encontra-se o circuito
mostrado na figura 2-21. Então a resistência equivalente será:
50(50)
Req =55+ =80 KΩ
100
Donde se pode calcular a corrente como sendo:
40
i= =0,50 mA
80
E a potência como sendo:
Fig. 2-21
Se as fontes forem ideais com tensões distintas, este tipo de associação se torna proibitiva, caso contrário as
correntes se somam e a tensão resultante será a média das tensões de cada fonte se todas tiverem a mesma resistência
interna, senão, a tensão resultante será dada pela fórmula de Millman como mostra a equação (2-16):
G 1 v 1+ G 2 v2 +…+ G n v n
v eq= (2-
G 1 +G 2 +…+G n
16)
Onde G1, G2, ..., Gn, são as condutâncias internas das fontes.
OBSERVAÇÃO: Na prática, não é comum, e nem recomendável, associar fontes de tensão em paralelo com valores
diferentes. O objetivo de se associar várias fontes de mesma tensão em paralelo é, obviamente, aumentar o fornecimento
de corrente. Neste tipo de associação, ligam-se os terminais de mesma polaridade, isto é, positivo com positivo e
negativo com negativo.
As tensões se somam e a corrente resultante será a média das correntes de cada fonte se todas tiverem a mesma
resistência interna. Se as fontes forem ideais, esse tipo de associação é proibitivo.
2.7 APLICAÇÕES
Componentes disponíveis: potenciômetros de 10 k, 20 k, e 50 k; vários resistores na faixa de 10 a 1M; duas
baterias de 12 V a 100 mA.
R1 = R2 = R.
24
i=
2 R+ R p
v – 12 + Ri + aRpi = 0
24( R+ a R p )
v=12−
2 R+ R p
Para a = 0, v = +5 e R = 0,7Rp
A medida de uma resistência normalmente se faz usando um Ohmímetro. Entretanto, quando se quer medir com
precisão resistências de valores médios, isto é, entre 1 e 1M, utiliza-se o circuito conhecido como ponte de
Wheatstone. Este dispositivo é constituído por quatro resistores, uma fonte de tensão contínua e um medidor de corrente.
Um dos resistores deve ser ajustável, conforme indica a figura 2-24. A fonte de tensão em geral é uma bateria e
o medidor pode ser um galvanômetro de d'Arsonval que mede correntes da ordem de microampères. A resistência
desconhecida, a ser medida é indicada por Rx.
Fig. 2-24: A ponte de Wheatstone
Para medir o valor de Rx, ajusta-se o resistor variável R3 até que a ponte fique equilibrada, isto é, até que a
corrente no galvanômetro seja nula. Isto implica que a tensão entre a e b também seja nula. Nesta situação, pode-se
mostrar que o valor de Rx é dado por:
R 2 R3
R x= (2-17)
R1
Para deduzir a equação (2-16), basta aplicar as leis de Kirchhoff ao circuito da ponte, lembrando que, quando a
corrente no galvanômetro é zero, a sua queda de tensão também é zero e, portanto, a tensão é a mesma nos nós a e b.
É importante observar que, se a relação R2/R1 for unitária, o resistor desconhecido Rx será igual a R3. Neste caso,
a faixa de valores possíveis do resistor ajustável deverá incluir o valor de Rx. Assim, por exemplo, se a resistência
desconhecida for 10 K e R3 puder ser ajustado apenas entre 0 e 1 K, não será possível equilibrar a ponte. Portanto, para
poder cobrir uma grande faixa de resistores desconhecidos, deve-se variar a relação R2/R1. Nas pontes comerciais,
normalmente os valores dessas resistências são 1, 10, 100 e 1000 , de modo que é possível variar a relação R2/R1 de
0,001 até 1000.
O circuito resistivo simples mostrado na figura 2-25 pode fornecer a média aritmética entre vários valores de
tensão, baseado no teorema de Millman.
Pegou-se como exemplo um circuito com três fontes de tensão, onde se quer encontrar a média dessas três
tensões. Calculando a tensão veq, pelo teorema de Millman, conforme equação (2-16), tira-se:
v 1 v 2 v3
+ +
R1 R 2 R 3
v eq=
1 1
+ +1/ R3
R1 R2
Fazendo R1 = R2 = R3 = R, se encontra:
v 1 + v 2+ v 3
v eq=
3
CAIXA DE FERRAMENTAS
vs
DIVISOR DE TENSÃO PARA n RESISTORES: v k =Rk , k = 1, 2, ..., n
R 1+ R 2+ …+ Rn
is is
DIVISOR DE CORRENTE PARA 2 RESISTORES: i 1=R2 , i 2=R1
R1 + R2 R1 + R2
PROBLEMÁTICA
1) Os perigos do choque elétrico são por demais conhecidos. Entretanto, nem sempre é bem compreendido que o perigo
real para o ser humano não está no valor da tensão, mas sim, na intensidade e no percurso da corrente elétrica pelo
corpo. Um valor elevado de corrente, mesmo que em curto intervalo de tempo, já é suficiente para causar danos ao
coração. A figura P2-1 apresenta um modelo simplificado da distribuição resistiva do corpo humano, quando submetido
a uma tensão contínua V entre uma das mãos e um pé.
Resposta: a) 375 mA <500 mA (Não), b) 857 mA > 500mA (Sim), c) Rlu > 99200
Fig. P2-1
Considere que uma corrente acima de 5 mA provoca um leve desconforto, que acima de 50 mA pode provocar paralisia
muscular, e que acima de 500 mA pode ocasionar a parada cardíaca.
a) Verifique se há risco de parada cardíaca quando V = 300 V, com a tensão aplicada na forma descrita na figura.
b) Para V = 300 V, verifique se há risco de parada cardíaca quando a tensão estiver aplicada entre um pé e as duas mãos
juntas.
c) Na situação mostrada na figura, com V = 500 V, calcule a resistência elétrica mínima de uma luva de borracha a ser
usada para evitar até mesmo o leve desconforto.
2) O resistor variável R do circuito da figura P2-2 é ajustado para que a corrente ix seja igual a 1 A. Determine o valor de
R.
Resposta: R = 45
Fig. P2-2.
3) Encontre a tensão vab no circuito da figura P2-3, considerando o ponto a como o de maior potencial.
Resposta: vab = –4V
Fig.P2-3
4) Calcular a tensão indicada, v, no circuito da figura P2-4.
Resposta: v = 26V
Fig. P2-4
Fig. P2-6
6) Um modelo de um amplificador com transistor em emissor comum é mostrado na figura P2-7. Encontre a tensão vo
quando vs = 1 mV.
Resposta: 4 V
Fig. P2-7
7) Para o circuito mostrado na figura P2-8, encontre a resistência equivalente nos terminais a-b.
Resposta: Rab = 1 KΩ
Fig P2-8
Fig. P2-9
9) No circuito da questão 7 substitua o resistor central por um circuito aberto e encontre Rab. Repita, substituindo o
resistor central por um curto circuito. Aplique uma tensão vab = 12 V em cada uma das situações e encontre as correntes
em cada um dos resistores.
Resposta: Nas duas situações Rab = 1 KΩ e as correntes são todas iguais a 6 A
10) As memórias de muitos computadores pessoais exigem tensões de –12 V, 5 V e +12 V, que podem ser retiradas de
um divisor de tensão conforme mostra a figura P2-11. Escolha os valores de R1, R2 e R3 tal que a potência fornecida ao
divisor de tensão pela fonte de 24 V seja de 80 W quando o circuito não está carregado, e que as tensões, todas medidas
em relação ao terminal comum, devem ser v1 = +12 V, v2 = +5 V e v3 = –12 V.
Resposta: 2,10 ; 1,50 e 3,60
Fig. P2-11
11) O aterramento é um item essencial para a segurança das instalações elétrica, sendo a resistência de terra seu principal
parâmetro característico. Um dos métodos de medição da resistência de terra emprega o "Megger" (Meg Earth Tester);
o instrumento, cujo esquema interno está representado na figura P2-12(a), de forma simplificada, por um voltímetro
ideal V e um amperímetro ideal A em série com uma bateria. Os eletrodos são de alta condutividade. O circuito
equivalente desse diagrama é mostrado na figura P2-12(b). Calcule a resistência de terra Rx, quando a leitura de V e A
indicam 0,5 V e 10 mA, respectivamente.
Resposta: Rx = 50
(a) (b)
Fig. P2-12
12) No circuito da figura P2-13, calcular as correntes I1, I2, I3 e a tensão Vab.
Resposta: I1 = 0, I2 = –12 mA, I3 = 4 mA
Fig. P2-13
13) No circuito da figura P2-14, determinar as tensões V12, V23, V13 e a corrente I.
Resposta: V12 = 12 – 20sen(377t) V, V23 = 20sen(377t) + 48 V, V13 = 60 V
Fig. P2-14
14) Uma rede elétrica de 127 V alimenta uma carga resistiva de 100 , distante 200 m da rede, através de um par de
fios de cobre No 12 AWG (área da seção transversal igual à 2,5 mm2). Encontre a tensão sobre a carga e as perdas
(potência dissipada) nos fios de ligação. Desenhe um esquema elétrico para representar esta situação.
[Dado: Resistividade do Cobre = 1,7×10-6 cm].
Resposta: VL = 17 V, PF = 80 mW
15) Os pares de valores de tensão v e corrente i medidos nos terminais do dispositivo não-linear da figura P2-15(a)
são mostrados na tabela ao lado. (a) Construa um modelo para o dispositivo que está no interior da caixa usando
interpolação polinomial. (b) Usando este modelo, determine a potência que o dispositivo forneceria, para uma corrente
de consumo de 1,5 A.
Resposta: (a) v = 0,5i2 – 4i + 8; (b) p = vi = (3,125)(1,5) = 4,69 W
Fig P2-15
16) Para o circuito da figura P2-16, encontre a matriz de incidência para as correntes e para as tensões e mostre que uma
matriz é a transposta da outra. Considere o nó 5 como sendo o nó de referência.
Fig. P2-16