Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                

Plano de Fogo

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 30

ÍNDICE

AGRADECIMENTOS ................................................................................................................................. 3
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................ 6
2. METODOLOGIA ..................................................................................................................................... 7
3. OBJECTIVOS........................................................................................................................................... 7
3.1. Objectivo Geral ...................................................................................................................................... 7
3.2. Objectivos Específicos ........................................................................................................................... 7
4. PLANO DE FOGO ................................................................................................................................... 8
4.1. Objectivo De Plano De Fogo ................................................................................................................. 9
4.2. Escolha do Plano de Fogo ...................................................................................................................... 9
4.3. Custo De Perfuração E Detonação ......................................................................................................... 9
4.4. Perfuração De Rocha ........................................................................................................................... 10
4.4.1. Malhas De Perfuração ....................................................................................................................... 10
4.5. Diâmetro Dos Furos ............................................................................................................................. 11
4.5.1. Variáveis Geométricas De um Plano de Fogo .................................................................................. 12
4.6.1. Afastamento (A)................................................................................................................................ 13
4.6.2. Espaçamento (E) ............................................................................................................................... 14
4.6.3. Sobrefuração (S) ............................................................................................................................... 15
4.6.4. Profundidade De Perfuração (P) ....................................................................................................... 15
4.6.5. Inclinação Do Furo (I)....................................................................................................................... 15
4.6.6. Tampão (T) ....................................................................................................................................... 16
4.6.6. Volumes De Escavação (VF e VT) ................................................................................................... 17
4.7. Cálculo Das Cargas .............................................................................................................................. 17
4.7.1. Razão Linear de Carregamento (RL) ................................................................................................ 17
4.7.2. Carga De Fundo (Hcf)....................................................................................................................... 17
4.7.3. Carga De Coluna (HCc) .................................................................................................................... 17
4.7.4. Carga Total (CT) ............................................................................................................................... 18
4.7.5. Razão De Carregamento (Rc) ........................................................................................................... 18
4.8. Perfuração Específica (PE) .................................................................................................................. 18
4.9. Sequênciamento Do Fogo .................................................................................................................... 18

1
4.9.1. Método Serpentina ............................................................................................................................ 19
4.9.2. Método Paralelo ................................................................................................................................ 19
4.9.3. Método Diagonal .............................................................................................................................. 21
4.9.4. Defeitos De Explosão Ou Fogo ........................................................................................................ 22
4.10. Método Da Perfuração Linear ............................................................................................................ 22
4.10.1. Método De Detonação Amortecida................................................................................................. 23
4.10.2. Método Pré – Corte ou pré-fissuramento ........................................................................................ 23
4.10.2.1. Objetivo........................................................................................................................................ 23
4.10.2.2. Regras gerais ................................................................................................................................ 24
4.10.2.3. Plano Fogo Do Pré – Corte .......................................................................................................... 24
5. CONCLUSÃO ........................................................................................................................................ 25
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................................... 25

2
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar agradecemos a Deus pela vida que nos tem concedido e pelas demais bênçãos
que a nossa consciência humana não pode materializar.

Aos nossos familiares pelo incondicional suporte na nossa carreira estudantil de forma a
perspectivar um futuro melhor.

Ao Instituto Superior de Tete (ISPT) que tem dado o seu máximo de forma a garantir que
tenhamos uma formação de qualidade.

E por ultimo agradecer e endereçar as nossas saudações ao docente da cadeira Mineração céu
aberto, Eng. Rodrigues Mário que tem-se disponibilizado em nos orientar e sanar as duvidas.

3
RESUMO

O presente trabalho de pesquisa cujo tema é plano de fogo apresenta no decorrer do mesmo
algumas análises em relação planeamento do mesmo, o que se tem a considerar no seu
planeamento assim como de forma restrita as consequências do seu mau planeamento.

Apresenta-se também identificado diversos tipos de malha de perfuração, as suas aplicações


diferentes situações levando em consideração a sua má aplicação e descrevendo-se as suas
consequências.

Em seguida ainda no mesmo trabalho são também identificadas as variáveis geométricas assim
como os cuidados a considerar na aplicação das mesmas uma vez que a sua má aplicação resulta
em graves consequências.

E por fim em anexos de forma a melhor compreensão no que diz respeito as variáveis
consideradas no planeamento do plano de fogo, vem de forma detalhada os cálculos das mesmas.

4
ABSTRACT

The present research assignment whose theme is fire plan and fire planning presents an elapsing
of the even some analyses research what has been considered in itˊs planning even in covered
way their consequences.
It presents also identified several types of drilling mesh, its different applications situations
taking into account their poor implementation and describing to the consequences.

Then still in the same job are also the geometric variables as well as the care to consider the
application of the same as the poor enforcement results in serious consequences identified.

Finally an attachment to better understanding as regards the variables considered in the planning
of fire plan comes in detail the calculations thereof.

5
1. INTRODUÇÃO
No âmbito da integração activa no processo de aprendizagem, realizou-se o presente trabalho de
investigação com base nas técnicas de investigação científica. O trabalho enquadra-se na cadeira
de Mineração á céu aberto, onde procurou-se abordar a questão do Plano de fogo, pelo grupo de
estudantes do 4º ano de Engenharia de Minas.
No entanto, o plano de fogo é realizado antes da perfuração e detonação. Este pode ser aplicado
nas pedreiras, minas ou outras explotações em áreas geometricamente definidas com
características fixas de utilização, previamente calculadas.
Não obstante, devido É no plano de fogo onde serão definidos e apresentados preliminarmente:
O plano de perfuração; A qualificação e quantificação de explosivos; Os esquemas de ligação e
iniciação entre os furos que serão detonados.
Assim, Opta-se pelo mais econômico, desde que seja eficiente, desmontando a rocha em blocos
de dimensões compatíveis com a finalidade do desmonte.
Durante o desenvolvimento do presente trabalho falar-se-á do nível de influência que o plano de
fogo pode ter na economia, produtividade e na segurança da mina.

6
2. METODOLOGIA
Durante o processo da elaboração do presente trabalho, procurou-se proceder com todas as regras
de investigação e sempre seguindo alguns métodos. Assim, é evidente que vários métodos de
investigação foram usados, pois procedeu-se do seguinte modo:
 Leitura de manuais existentes na biblioteca do Instituto Superior Politécnico de Tete
(I.S.P.T).
 Observação de algumas operações de desmonte da rocha por explosivo, desde o plano ate
ao próprio fogo (ao vivo e em vídeo), de modo a identificar as dificuldades e problemas
que existem nesses processos.
 Conversa com individualidades experientes da área de mineração.

3. OBJECTIVOS

3.1. Objectivo Geral


 Saber de que depende o plano de fogo identificando os factores que influenciam.

3.2. Objectivos Específicos


 Adquirir conhecimentos que permitem obter conhecimento da escolha correcta do plano
de fogo.
 Descrever os Parâmetros do plano de fogo
 Saber especificar os factores que determinam no dimensionamento e ajustamento dos
parâmetros do plano de fogo.

7
4. PLANO DE FOGO
O plano de fogo é por definição é o conjunto de normas e procedimentos técnicos necessários
para realizar uma detonação com uso de explosivos.
É no plano de fogo onde serão definidos e apresentados preliminarmente (GERALDI, 2006):
 O plano de perfuração;
 A qualificação e quantificação de explosivos;
 Os esquemas de ligação e iniciação entre os furos que serão detonados.
Entende-se por detonação ou explosão ao mecanismo que, num curto espaço de tempo, libera
grande quantidade de energia, produzindo violenta expansão de gases, culminados com emissão
de ondas de altas velocidades. Por tais características tais materiais são tratados e considerados
como Produtos Controlados.
O plano de fogo engloba o conjunto de elementos que permitem uma perfuração e detonação
correcta de um banco, através do equipamento previsto para este serviço e dos tempos
necessários ao cumprimento do cronograma. A esse conjunto de elementos que engloba a
perfuração e detonação refere-se:
 Analise dos dados geológicos (descontinuidade, Densidade, Porosidade e água
subterrânea);
 Determinação do tipo de explosivo e sua forma de detonação (tomando - se em conta a
presença de água subterrânea);
 Tipo de Perfuração (inclinada ou vertical);
 Estudo dos parâmetros geométricos;
 Estudo da temporização para a sequência de detonação.
O plano pode ser aplicado nas pedreiras, minas ou outras explorações em áreas geometricamente
definidas com características fixas de utilização, previamente calculadas por responsável técnico
e operacionalizadas com valores rígidos de espaçamento e afastamento entre furos perfurados,
razão de carregamento, tampão e cargas explosivas, dá-se o nome ao procedimento de plano de

8
fogo primário. Se o plano for aplicado, no caso de pedreiras, minas ou outras explotações, em
fragmentos rochosos soltos ou matacões, originados ou não de bancadas já desmontadas, dá-se o
nome de plano de fogo secundário.

4.1. Objectivo De Plano De Fogo


O objetivo prático do plano de fogo permite uma escavação eficiente; minimizar danos a
estrutura rochosa; promover uma fragmentação do produto da melhor maneira possível para os
processos posteriores de carregamento e transporte.

4.2. Escolha do Plano de Fogo


O plano de fogo considerado o mais adequado para um determinado trabalho de desmonte de
rocha, dependerá, em primeiro lugar, do equipamento disponível para sua execução. Atendidas
as limitações do equipamento, é possível mais de um plano de fogo factível. Opta-se pelo mais
econômico, desde que seja eficiente, desmontando a rocha em blocos de dimensões compatíveis
com a finalidade do desmonte. De nada adiantará um plano de fogo com baixo consumo de
explosivos por metro cúbico e também necessidades mínimas de furação, uma vez que resulte
em blocos com dimensões que não caibam no equipamento de carregamento, ou ainda que não
possam penetrar na boca do britador primário (RICARDO E CATALANI, 2007).

4.3. Custo De Perfuração E Detonação


Segundo Ricardo e Catalani (2007), por meio dos valores do consumo de explosivos e dos
metros de perfuração por metro cúbico de rocha, determina-se o custo da perfuração e detonação,
sendo a soma de ambos um índice suficiente para se analisar a conveniência econômica do plano
de fogo.

Onde:
q- consumo de explosivo por m3 de rocha de corte;
A- Custo do kg de explosivo;

9
M- custo de m de perfuração de determinado diâmetro;
f- metros de perfuração por m3 de rocha;
Logo, ao menor valor de IC, corresponderá o plano de fogo de menor custo previsto. Se
necessário, serão feitos ajustes, adaptações e correções, de acordo com as observações dos
resultados em campo nas primeiras detonações realizadas nas frentes de escavação.

4.4. Perfuração De Rocha


A perfuração das rochas dentro do campo de desmonte é a primeira operação que se realiza e tem
como finalidade abrir furos, com a distribuição e geometria adequada dentro dos maciços para
alojar as cargas de explosivos e acessórios iniciadores.(Aluízio Felix Adriana Mauricio,et all,
2006).
A correcta execução da perfuração, assegura que os furos sejam desenvolvidos segundo o plano
de fogo, isto é, mantendo a malha estabelecida, a corrrecta rentilinidade, estas condições que são
essenciais para garantir que os objetivos do desmonte sejam alcançados.

4.4.1. Malhas De Perfuração


A geometria das malhas de perfuração podem ser: quadrada, retangular, estagiada, triângulo
equilátero ou malha alongada:

10
Malhas quadradas ou retangulares: devido a sua geometria é de fácil perfuração (menor
tempo de locomoção de furo a furo).
Malhas estagiada: devido a geometria de furos alternados dificulta a perfuração (maior tempo
de locomoção furo a furo), porém possui melhor distribuição do explosivo no maciço rochoso.

Malha Triângulo Equilátero: são malhas estagiadas com a relação E/A: 1,15. São indicadas
para rochas compactas e duras. Possuem ótima distribuição da energia do explosivo na área de
influência do furo, maximizando a fragmentação. O centro do triângulo equilátero, o ponto mais
crítico para fragmentação, recebe igual influência dos três furos circundantes.

Malhas alongadas: Conforme a relação E/A as malhas podem assumir várias configurações. As
malhas alongadas possuem elevada relação E/A, geralmente acima de 1,75. São indicadas para
rochas friáveis/macias aumentando o lançamento por possuir um menor afastamento.

4.5. Diâmetro Dos Furos


Segundo Geraldi (2011), com as metas de produção estabelecidas, escavação de rocha,
procedesse a determinação dos diâmetros de perfuração e a consequente seleção e
dimensionamento das perfuratrizes.

11
Este parâmetro é determinado em função do equipamento de perfuração, que por sua vez deve
estar coerente com o equipamento disponível para carregamento da rocha detonada. Isso
significa que ambos, devem ter suas produtividades próximas, para que não ocorra ociosidade de
nenhuma das partes ou não seja necessário um número elevado de unidades de um tipo de
equipamento para se ter a produção adequada a uma unidade do outro tipo (RICARDO E
CATALANI, 2007).
Segundo Ricardo e Catalani (2007), outras grandezas do plano de fogo estão de forma direta ou
indireta ligadas com o diâmetro do furo, por isso uma regra prática é levada em consideração: “o
valor máximo do diâmetro do furo em polegadas é igual à capacidade da caçamba do
equipamento de carga em jardas cúbicas”.
Em furos para detonações, há vários fatores que influem na escolha do diâmetro:
 Produção horária do ritmo da escavação;
 Vibração admissível do terreno durante a detonação;
 O tamanho desejado dos fragmentos, após a detonação;
 O tipo de explosivo a ser utilizado.
Em pedreiras e minerações a céu aberto, furos de grande diâmetro apresentam menores custos de
perfuração e detonação por m3 ou tonelada de rocha escavada.

4.5.1. Variáveis Geométricas De um Plano de Fogo


Na elaboração de um plano de fogo envolve a determinação de várias variáveis geométricas, que
devem ser considerados no desmonte de rocha. As variáveis geométricas principais que devem
constar em um plano de fogo são mostrados na figura abaixo sendo relacionados a seguir e, com
esses dados procedesse às perfurações do maciço, ao carregamento do “fogo” e à sua detonação.

12
Fig.1– Bancada para desmonte de rocha com as variáveis geométricas de um plano de fogo
Fonte: MANUAL BRITANITE, 2012

4.6.1. Afastamento (A)


O afastamento é a distancia expressa em metros entre a frente da bancada (frente livre) e a
primeira linha do fogo (linha de furos) a detonar. Quando está previsto duas ou mais linhas de 10
furos a detonar no mesmo plano de fogo, o mesmo afastamento deverá ser mantido entre elas
(GERALDI, 2011).
Para um afastamento correto, adota-se uma regra prática que estabelece uma relação direta entre
esta dimensão e o diâmetro do furo a ser utilizado:
A (máx) < D (sendo "A" expresso em metros e "D" em polegadas)
Quando o objetivo do desmonte é ter como resultado uma rocha mais fragmentada, deve-se
reduzir o afastamento, e caso contrário, obter uma rocha com menor fragmentação, blocos de

13
maior porte, o afastamento dever ser ampliado. Quando o afastamento for maior que estabelecido
em relação com o diâmetro do furo a ser utilizado, poderá resultar em irregularidades nos
resultados, tais como fraturar a rocha, mas não provocar o seu desprendimento total da bancada.
Em alguns casos extremos, a detonação provocará apenas o surgimento de fraturas mecânicas no
maciço rochoso e a bancada permanecerá parcial ou totalmente intacta (GERALDI, 2011).

Onde:
- densidade do explosivo (g/cm3);
- densidade da rocha (g/cm3);
- diâmetro do explosivo em (mm).

Se Hb/A > 4A bancada é considerada alta.


Se Hb/A < 4A bancada é considerada baixa.

4.6.2. Espaçamento (E)


Segundo Geraldi (2011), o espaçamento é definido como a distância em metros entre os furos de
uma linha do fogo. A relação prática para seu dimensionamento está ligada diretamente ao
afastamento (A).
No caso da bancada baixa, dois casos devem ser observados:
Os furos de uma linha são iniciados instantaneamente, a seguinte expressão pode ser usada:
E=0.33(Hb )
Quando os furos são detonados com retardo usa-se a expressão:

No caso da bancada alta, observa-se dois casos usa-se a seguinte expressão :

Quando os furos são iniciados instantaneamente usa-se a seguinte expressão :

E=2 A
Quando usa-se retardos a expressão fica:

E = 1,4 A

14
4.6.3. Sobrefuração (S)
A sobrefuração é uma extensão do furo, que ultrapassa a altura da frente livre da bancada. Este
procedimento é necessário para se evitar a formação dos repés – detonação insuficiente na soleira
(pé) da bancada, representada por uma superfície inclinada e que dificultará a exploração das
bancadas sucessivas. Para removê-la serão necessárias perfurações adicionais, consequentemente
perda de tempo na produção e maior consumo de explosivos e de brocas. Nesta região ficam
concentrados os explosivos mais densos e velozes. Normalmente, a sobrefuração deverá ser no
máximo de 30% da medida do afastamento da malha de perfuração a ser utilizada no desmonte.
Dentre alguns problemas causados por sobrefurações excessivas, executadas como maiores
extensões, pode-se citar a maior fragmentação no piso da bancada inferior (GERALDI, 2011).
S = 0,3 A

4.6.4. Profundidade De Perfuração (P)


É função da altura da bancada, sendo a altura da bancada (H) acrescida da sobrefuração, em
metros, para se evitar o repé. Se a bancada tiver inclinada, a profundidade do furo será um pouco
maior e deverá ser medida de acordo com a inclinação do furo (GERALDI, 2011).
 Bancadas verticais
Hf = H + 0,3 A
 Bancadas inclinadas

4.6.5. Inclinação Do Furo (I)


Normalmente os furos para o desmonte de rocha a céu aberto serão verticais ou inclinados, de
forma a se conservar a estabilidade do talude rochoso remanescente após a detonação. Os furos
mais inclinados contribuem para um melhor arranque da rocha, reduzindo a formação de repés.
Porém, o ângulo da inclinação não deve exceder 20º em relação a vertical. Quanto maior a
inclinação do furo, menor será a velocidade de perfuração e maiores os riscos de desvios e
acidentes com ferramentas de perfuração (GERALDI, 2006).

15
4.6.6. Tampão (T)
O tampão é a porção superior do furo, sem carga explosiva, já que esta carga explosiva seria\
excessiva e resultaria apenas em lançamentos de lascas de rocha pela boca do furo (GERALDI,
2011).
A profundidade do tampão, ou comprimento do furo sem carga explosiva pode ser determinada
preliminarmente pela seguinte regra prática:
T(máx) < A (m)
O óptimo tamanho do material do tampão (OT) apresenta um diâmetro médio (D) de 0,5 vezes o
diâmetro do furo.
OT = D/20
O material do tampão deve ser regular para funcionar apropriadamente. Para que a carga do
explosivo funcione adequadamente e emita a energia máxima é necessário um adequado
confinamento, bem como para o controle da sobre pressão atmosférica e o ultralançamento dos
fragmentos rochosos. A altura do tampão pode ser obtida com a expressão seguinte:
T = 0,7A

Fig.2 Divisão do furo no carregamento


NB: Quando o tampão é menor que o afastamento, o risco de ultralançamentos da superfície
mais alto aumenta, e caso contrário produzirá mais matacões, assim o lançamento será menor ou
eliminado.

16
4.6.6. Volumes De Escavação (VF e VT)
O volume de rocha a ser desmontado por furo é determinado pela área da malha de perfuração
(M) multiplicada pela altura da bancada (GERALDI, 2011).
VF =M x H
VF= (Hb/cosα) x A x E
O volume total de escavação será obtido multiplicando-se o valor de VF pelo número de furos
desta detonação.
VT = VF x n (número de furos)

4.7. Cálculo Das Cargas

4.7.1. Razão Linear de Carregamento (RL)

4.7.2. Carga De Fundo (Hcf)


A carga de fundo é a região onde se concentra a maior quantidade de explosivo junto à parte
inferior da perfuração. Quando ocorre a detonação de várias linhas de furos de uma única vez, é
necessário carregar os furos das linhas mais distantes da face com quantidade maior de
explosivo, pois o “fogo” das linhas mais distantes terá de executar maior trabalho, empurrando o
material detonado nas primeiras linhas, embora tudo isso ocorra num intervalo de tempo muito
reduzido (RICARDO E CATALANI, 2007).
Alguns autores sugerem que Hcf deve ser um valor entre 30 a 40% da altura da carga de
explosivos (Hc). A tendência, a depender dos resultados do desmonte, é de reduzi-la cada vez
mais para diminuir os custos com explosivos.
Hcf = 0, 3 x Hc = 0, 3 x (Hf - T)

4.7.3. Carga De Coluna (HCc)


Segundo Ricardo e Catalani (2007), a carga de coluna é colocada numa extensão designada por

17
HCc e determinada pela seguinte expressão:
HCc = HF – T Cf

4.7.4. Carga Total (CT)


A carga total será a soma da carga de fundo mais a de coluna:
CT = CF + CC

4.7.5. Razão De Carregamento (Rc)


A razão de carregamento é expressa em quilos de explosivo por m3 de rocha.

RC=

4.8. Perfuração Específica (PE)


É a relação entre a quantidade dos metros perfurados por furo e o volume de rocha por furo (V).

PE=

4.9. Sequênciamento Do Fogo


O sequenciamento do fogo é fundamental para o bom desempenho do desmonte de rochas com
uso de explosivos. É através do sequenciamento que a energia liberada durante a detonação dos
explosivos nos furos é utilizada na fragmentação e movimentação de material. Quanto mais
eficiente o sequenciamento e por consequência o desmonte, melhor é a energia liberada pela
detonação dos explosivos restando pouca energia há ser transmitida para o maciço encaixante ou
para a atmosfera na forma de vibração e ruído (DOWDING, 1985).
O sequenciamento de fogo é determinado pela forma como são conectados e iniciados os furos
na malha de perfuração, além do uso correto dos acessórios com tempos de retardo.

18
4.9.1. Método Serpentina
O método de amarração tradicionalmente utilizado é denominado “serpentina” consistindo em
conectar os furos sequencialmente onde cada furo (ou grupo de furos) é detonado
individualmente, conforme mostra a Figura (DOWDING, 1985).
Com este procedimento, o número de furos por espera é limitado a um (1), ou ao número
máximo de furos de um grupo, quando mais de um furo é amarrado por retardo de ligação,
limitando desta forma a carga máxima por espera à carga total de um furo ou soma das cargas em
grupo de furos (KONIA, 1995).

Figura 3. Sequenciamento de fogo em “serpentina”.


Fonte: DOWDING, 1985
Detonações com este tipo de sequenciamento têm um Grau de Liberdade 1, ou seja, baixo pois a
única face livre disponível é a superfície.

4.9.2. Método Paralelo


Segundo PERSON, 1995O sequenciamento de fogo em “paralelo” é determinado pela amarração
furo a furo nas linhas na mesma direção e pela iniciação de linha a linha por uma linha
determinada de controle ou base, como mostra a Figura.

19
Fig. 4 Sequenciamento de fogo em “paralelo”.
Fonte:DOWDING, 1985

O grau de liberdade em detonações com este método de sequenciamento é maior, pois é


evidenciada uma maior movimentação lateral do material em direção a face livre delimitada pela
bancada, além da movimentação vertical em direção a superfície. Como a razão de carga é baixa,
não ocorre lançamento de material, porém o deslocamento do material é perceptível devido ao
espaço aberto entre a última linha de furos e face livre da nova bancada formada.
Este método permite o uso de tempos de retardo diferenciados na iniciação de furo a furo e linha
a linha. A utilização de tempos mais curtos ou mais longos entre as linhas influencia diretamente
na fragmentação do material, de certa forma quanto maior o tempo de retardo maior é a face livre
criada entre a primeira e a segunda linha de furos e assim por diante, o que resulta em um maior
grau de liberdade ou alívio.
A carga máxima por espera é determinada pelo cálculo dos valores de tempo de retardo para
cada furo. As cargas dos furos que forem detonados ao mesmo tempo ou em um intervalo
inferior a 8 ms são somadas e este valor é considerado como a carga máxima por espera do
desmonte. Com o uso de diferentes combinações de tempos de retardo é possível variar a carga
máxima por espera. Este método resultou em cargas máximas por espera maiores que o
sequenciamento em “serpentina”.

20
4.9.3. Método Diagonal
Neste método a linha de controlo é posicionada sempre ao longo da face livre (bancada) e as
linhas paralelas partem em sentido diagonal às linhas da malha de perfuração e linha de controle,
conforme mostra a Figura.

Fig.5 Sequenciamento de fogo em “diagonal”.


Fonte:DOWDING, 1985

O grau de liberdade é aparentemente o mesmo estabelecido para o método paralelo. A carga


máxima por espera para este sequenciamento também é determinada pelo cálculo dos tempos de
detonação para cada furo e do número máximo de furos por espera.

21
4.9.4. Defeitos De Explosão Ou Fogo

Os principais métodos para a obtenção de superfícies regulares a céu aberto são: Perfuração
linear, detonação amortecida, e pré-fissuramento ou pré-seccionamento.

4.10. Método Da Perfuração Linear


Funcionam bem apenas em maciços homogêneos, sem planos de estratificação, fraturas ou veios.
Requer muitos furos, pouco econômico. Para tal, é executada linha de furos de pequeno diâmetro
e espaçamento também pequeno sobre a linha limite da escavação, esses furos não são
carregados, apenas enfraquecem o maciço, criando um plano enfraquecido de corte.
Neste caso, a última linha de furos do plano de fogo deve apresentar menor espaçamento e
menor afastamento que as outras, e as duas últimas devem ser detonadas após as demais.

22
Fig.7 Modelo de furação

4.10.1. Método De Detonação Amortecida

Fig.8 Método De Detonação Amortecida

A linha de perfurações ao longo da linha limite de escavação é feita com cuidado redobrado para
evitar desvios, carregada com explosivo leve (carga no fundo = 60 a 90 % da carga usada na
coluna) e detonada com uma espera de atraso em relação às normais (ou após a retirada do
material principal).

4.10.2. Método Pré – Corte ou pré-fissuramento


O pré-corte da bancadaé uma linha de furos consectivos que consiste fundamentalmente em uma
detonação instantânea com cargas controladas, aproveitando ao máximo a combinação dos
esforços mecânicos gerados em cada furo para abrir uma fenda plana e bem definida e ao mesmo
tempo movimentar a massa de rocha em frente a esta.

4.10.2.1. Objetivo
Esta fenda serve para neutralizar as ondas de choque quando os furos de produção forem

23
detonados o que ira permitir um alinhamento regular da nova face da bancada (SASOL, 2012).

4.10.2.2. Regras gerais


1. O rebentamento do pré-corte sempre deve ser feito antes do rebentamento dos furos de
produção de bloco;
2. A perfuração deve ser correcta;
3. O espaçamento entre os furos devera estar na ordem de 10 - 15 vezes o diâmetro do furo;
4. O powder factor (factor de carga) deve estar na ordem de 0,4 - 0,8kg/m3 para o arenito, e
de 0,8 a 1,4kg/m3 para rocha muito dura;

Fig.9 Linhas limite de escavação

4.10.2.3. Plano Fogo Do Pré – Corte


 O espaçamento de furos: E = 12,5 x Df (metros)
 Tampão no furo: T = 11 x Df (metros)

 Número de furos: Nf = onde: C- comprimento E- espaçamento

 Distância da linha de pré-corte à linha de furos mais próxima de furos de produção:


DL=24 x Df (metros)
 Carga explosiva: Qe = Pf x E x Hf
onde: Pf - powder factor, Hf - altura do furo.

24
5. CONCLUSÃO
O plano de fogo é influenciado por diversos factores, os quais necessitam de um controle para
que os objectivos pretendidos do desmonte sejam efectivamente alcançados. A escolha do
método e de equipamentos de perfuração, a distribuição das variaveis da malha, o diâmetro e
profundidade dos furos, o tipo de explosivo a ser utilizado e a qualificação da equipa do
desmonte, estes factores são relevantes para o sucesso do desmonte, mas as condições geológicas
tem um papel fundamental e sempre devem consideradas.
O sequenciamento de detonação é também um um factor extremamente importante para o
sucesso. O tempo de detonação de cada furo tem implicações na fragmentação do materil, no
lançamento e forma da pilha desmontado, na geração de vibrações no terreno e ruido, quando
aplicado o conhecimento de sequenciamento de detonação permite a redução de ruido ou
vibrações.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. DOWDING, H. C. ,1985 - Blast vibration monitoring and control. Library of Congress
Catalogin in Publication Data, USA.

25
2. KONIA, C.J., 1995 – Blasting Design. Intercontinental Development Corporation, Montville,
Ohio, USA.
3. PERSON, P.; Holmberg, R. & Lee, J., 1994 – Rock Blasting and Explosives Engineering.
CRC Press, London, England.
4. SASOL, 2012- explosives engineers surface field guide.RSA.
5. GERALDI, J.L.P. O ABC das Escavações de Rocha. Rio de Janeiro. Ed. Interciência, 2011.
6. GERARD, R. Apostila de Introdução à Mecânica das Rochas. UFJF. Minas Gerais, 2006.
7. RICARDO, H.S.; CATALANI, G. Manual Prático de Escavação – Terraplenagem e
Escavação de Rocha. 3 ed. São Paulo: PINI, 2007.
8. BRITANITE: Produtos. Disponível em: www.britanite.com.br/produtos.

26
ANEXOS
Dados:
Explosivo utilizado: ANFO (94,5/5,5); = 0,85 g/cm3
Densidade da rocha: 2,7 g/cm3
Condição de carregamento: furos secos.
Rocha: granito são
Altura da bancada: 15,0 m
Diâmetro da perfuração: 101 mm (4”)
Angulo de inclinação dos furos: 200

a) Calculo do afastamento

b) Calculo da sobrefuracao
S = 0,3 x A = 0,3 x 2,6 m = 0,8 m

c) Calculo da profundidade do furo

d) Cálculo do Espaçamento (E)


Como Hb/A = 5,8 m Hb/A > 4, e utilizaremos elementos de retardos entre os furos de uma
mesma linha, a seguinte expressão será aplicada:
E = 1,4 x A = 1,4 x 2,6 = 3,6 m

27
d) Cálculo do Tampão (T)

T = 0,7 x A
= 0,7 x 2,6 m
= 1,8 m

e) Cálculo da razão linear de carregamento (RL)

f) Cálculo da altura da carga de explosivo (He)


He = Hf – T
= 16,6 – 1,8 = 14,8 m

g) Volumes De Escavação (VF e VT)

VF= (Hb/cosα) x A x E
VT = VF x n (número de furos)

VF=(Hb/cosα)xAxE
VF=(15/cos20)x2.6x3.6
=149.4

h) Cálculo da altura da carga de explosivo (He)


He = Hf - T = 16,6 – 1,8 = 14,8 m

i) Cálculo da carga de explosivo (CE)


CE = RLANFO x He = 6,8 Kg/m x 14,8 m = 100,64 kg

j) Cálculo da carga de explosivo (CE)


CE = RLANFO x He = 6,8 Kg/m x 14,8 m = 100,64 kg

28
k) Cálculo da razão de carregamento (RC)
RC=

RC= =0.67kg/m3

29

Você também pode gostar