Prova - Obj CACD
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De acordo com o comando a que cada um dos itens de 1 a 150 se refira, marque, na f o l h a d e r e s p o s t a s , p a r a cada item: o campo
designado com o código C, caso julgue o item CERTO, ou o campo designado com o código E, caso j ulgue o item ERRADO.
A ausência de marcação ou a marcação de ambos os campos não serão apenadas, ou seja, a elas não será atribuída pontuação negativa.
P ara as devidas marcações, use a folha de rascunho e, posteriormente, a f olha de respostas, o único documento válido para a correção
das suas provas.
PORTUGUÊS
Texto I – itens de 1 a 15
1 Para entender a atual e multifacetada crise cultural, precisamos adotar uma perspectiva extremamente ampla e analisar a
situação no contexto da evolução cultural humana. Os historiadores estão longe de elaborarem uma teoria abrangente da dinâmica
cultural, mas parece que todas as civilizações passam por processos cíclicos semelhantes de gênese, crescimento, colapso e desintegração.
4 Segundo os antigos filósofos chineses, todas as manifestações da realidade são geradas pela interação dinâmica entre dois pólos
de força: o yin e o yang. Heráclito, na Grécia antiga, comparou a ordem do mundo a “um fogo eternamente vivo que se acende e
apaga conforme a medida”. Empédocles atribuiu as mudanças no universo ao fluxo e refluxo de duas forças complementares, a que
7 chamou amor e ódio.
Entre os mais notáveis, mesmo que mais hipotéticos, estudos dessas curvas de ascensão e queda de civilizações, cumpre-nos
citar a importante obra A S t u d y o f H ist o ry , de Arnold Toynbee. Os padrões culturais descritos por Toynbee parecem ajustar-se
10 muito bem à nossa situação atual. Ao observarmos a natureza dos nossos desafios, podemos reconhecer a confluência de diversas
transições.
A primeira transição, e talvez a mais profunda, segundo esse autor, deve-se ao lento, relutante, mas inevitável declínio do
13 patriarcado. A periodicidade associada ao patriarcado é de, pelo menos, três mil anos, e são mínimas as informações de que dispomos
acerca das eras pré-patriarcais. Tem sido extremamente difícil entender o poder do patriarcado, por ser ele totalmente preponderante.
Ele tem influenciado nossas idéias mais básicas acerca da natureza humana e da nossa relação com o universo — a natureza do “homem”
16 e a relação “dele” com o universo, na linguagem patriarcal. O patriarcado era o único sistema que, até data recente, não tinha sido
abertamente desafiado em toda a história documentada e cujas doutrinas eram tão universalmente aceitas que pareciam constituir leis
da natureza; na verdade, eram, usualmente, apresentadas como tais. Hoje, porém, a desintegração do patriarcado tornou-se evidente.
19 O movimento feminista é uma das mais fortes correntes culturais dos tempos atuais e terá profundo efeito sobre a futura evolução
humana.
A segunda transição, que terá profundo impacto sobre nossa vida, nos é imposta pelo declínio da era do combustível fóssil.
22 Os combustíveis fósseis têm sido as principais fontes de energia da moderna era industrial e, quando se esgotarem, essa era chegará ao
fim. Esta década será marcada pela transição da era do combustível fóssil para uma era solar, acionada por energia renovável oriunda
do sol; essa mudança envolverá transformações radicais nos atuais sistemas econômicos e políticos.
25 A terceira transição tam bém está relacionada com valores culturais. Envolve o que hoje é freqüentemente chamado de
“mudança de paradigma” — uma mudança profunda no pensamento, percepção e valores que formam determinada visão da realidade.
Esse paradigma compreende certo número de idéias e valores que diferem nitidamente dos da Idade Média, valores que estiveram
28 associados, na cultura ocidental, à revolução científica, ao Iluminismo e à Revolução Industrial. Nesse paradigma, incluem-se a crença
de que o método científico é a única abordagem válida do conhecimento e a concepção de que a vida em sociedade é uma luta
competitiva pela existência. Nas décadas mais recentes, concluiu-se que todas essas idéias e esses valores necessitam de uma revisão
31 radical.
De acordo com nossa ampla perspectiva da evolução cultural, a atual mudança de paradigma faz parte de um processo mais
vasto, de uma flutuação notavelmente regular de sistemas de valores, que pode ser apontada ao longo de toda a civilização ocidental
34 e na maioria das outras culturas.
Fritjof Capra. O ponto de mutação. São Paulo: Cultrix, 1982, p. 24-9 (com adaptações).
Julgue os itens a seguir, que se referem à compreensão, à interpretação e aos aspectos gramaticais do texto I.
1 A expressão “ a atual e multifacetada crise cultural” ( .1), embora imprecisa, tem cada um de seus vocábulos explicitado por mei o
do desenvolvimento das seguinte s i d éias: existe uma crise cultural nos dias atuais e essa crise (degradação de valores éticos) é
“ multifacetada” por se estender a raças diferentes e a diferentes ecossistemas.
2 A relação lógica entre os dois primeiros parágrafos pode assim ser descrita: no segundo parágrafo, enuncia-se a idéia da existência
de forças geradoras que, como apontam pensadores de outras épocas, foram responsáveis pelas mudanç a s c í c l i c as, elencadas no
primeiro parágrafo.
3 Os dados e os argumentos apresentados pelo autor asseguram a objetividade do discurso, incisiv o e científico. No entanto, para
s e e l i mi n a rem os traços de subjetividade, seriam necessárias as seguintes alterações: retirada de “ parece que” ( .3) e tr o c a d e
“ parecem ajustar-se” ( .10) por ajustam-se.
4 As “ transições” apontadas por Toynbee organizam-se diacronicamente de tal forma que são excludentes, e efetivamente ocorreram
na ordem em que foram apresentadas.
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5 A regra de acentuação gráfica ilustrada em “ pólos” ( .6) não Texto II – itens de 16 a 20 e 29-30
diz res peito à terminação da palavra, o que também ocorre
1 Além de serem interdepen d entes, identidade e
com os vocábulos pôr (verbo) e ás (substantivo). diferença partilham uma importante característica: elas são o
resultado de atos de criação lingüística. Isso significa dizer que
6 Na linha 6, observa-se qu e a p a lavra “ ordem” não recebeu
4 não são “elementos” da natureza, que não são essências, que
acento gráfico, assim como seu plural também não o
não são coisas que estejam simplesmente aí, à espera de serem
receberia. Isso ocorre porq u e a s palavras paroxítonas reveladas ou descobertas, respeitadas ou toleradas. A identidade
terminadas em -em/-ens não se acentua m, r e g r a da qual a 7 e a diferença têm de ser ativamente produzidas. Somos nós que
palavra híf ens é exceção. as fabricamos no contexto de relações culturais e sociais. Elas
são criadas por meio de atos de linguagem.
7 As r e e s c rituras de “ a que chamou” ( .7-8) e de “ de que 10 Como ato lingüístico, a identidade e a diferença estão
dispomos” ( .13) como, respectivamente, q ue chamou de sujeitas a certas propriedades que caracterizam a linguagem em
e que dispomos estão ambas de acordo com a modalidade geral. Por exemplo, segundo o lingüista Saussure, a linguagem
13 é, fu n d amentalmente, um sistema de diferenças, os
e s c r i ta padrão da língua portuguesa e preservam o senti d o
elementos — os signos — que constituem uma língua não têm
original do texto.
qualquer valor absoluto. Reencontramos, aqui, não a idéia de
8 Na linha 9, a ligação estabelecida e n t r e os adjetivos 16 diferença como produto, mas como a operação ou o processo
básico de fu n cionamento da língua e, por extensão, de
“ notáveis” e “ hipotéticos” manter-se-ia coerente com o
instituições culturais e sociais, como a identidade, por exemplo.
texto, assim como seria mantida a correção gramatical da
19 Derrida acrescenta a isso a idéia de traço : o signo
frase, caso se substituísse “ mesmo que” por em bora ou carrega sempre não apenas o traço daquilo que ele substitui,
posto que. m as também o traço daquilo que ele não é, ou seja,
22 precisamente a diferença.
9 No período “ Tem s ido extremamente difícil entender o A identidade, t al como a diferença, é uma relação
p o d er do patriarcado, por ser ele totalmente preponderante” social. Sua definição — discursiva e lingüística — está sujeita a
( .1 4 ) , n ão se contrariaria o sentido original do texto, se a 25 vetores d e força, a relações de poder. A afirmação da
expressão grifada fosse substituída por hegemônico. identidade e a enunciação da diferença traduzem o desejo dos
diferentes grupos sociais, assimetricamente situados, de garantir
10 Na linha 16, o pronome “ que” exerce a mesma função 28 o acesso privilegiado aos bens sociais. O poder de definir a
sintática do termo que o antecede: predicativo do sujeito. identidade e de marcar a diferença não pode ser separado das
relações mais amplas de poder.
11 Os pronomes relativos “ que” ( .16) e “ cuj a s ” ( .17) têm Tomaz Tadeu da Silva. Identidade e diferença: a perspectiva dos
estudos culturais. Petrópolis: Vozes, 2 0 0 0 , p. 76 (com
como elemento antecedente a mesma expressão nominal. a d a p t a ç õ e s ) .
12 O pronome “ t ais” ( .18), sem referência própria, tem seu Com relação ao texto II, julgue os itens a seguir.
sentido atribuído pelo termo antecedente “ univ e r salmente
16 Comprometer-se-ia o sentido original do período situado
aceitas” ( .17).
entre as linhas 3 e 6 , caso se substituísse a construção na
13 A oração “ que terá profundo impacto sobre nossa vida” voz pas s iva analítica “ à espera de serem reveladas ou
( .21) poderia estar entre parênteses ou entre travessões, mas descobertas, respeitadas ou toleradas” ( .5 - 6 ) pela passiva
não sem as vírgulas, porque, nest e caso, assumiria um pronominal correspondente.
caráter explicativo, o que acarretaria incoerência textual. 17 Atendendo-se às prescrições gramaticais, o segmento
14 Os vocáb u l o s “ dos” e “ da” ( .27) provêm ambos da “ Somos nós que as fabricamos” ( .8) poderia ser substituído
por Somos nós quem as f abrica.
contração da preposição de com outro vocábulo: em “ d o s”,
com um pronome demonstrativo e, em “ d a ” , com um artigo 18 Ao final do 3.o parágrafo, mantendo-se a coerência e a coesão
textuai s , poderia ser acrescentado o seguinte trecho: Em
definido.
outras palavras, é a própria dicotomia um dos meios pelos
15 Mantêm-se a correção gramatical e o sentido original do quais o significado é fixado.
texto, se o ú l t imo parágrafo for reescrito do seguinte modo:
19 No texto, afirma- s e que os grupos sociais que estão
Nessa ampla perspectiva de evolução cultural, cuja mudança assimetricamente situados são o s q u e lutam para garantir o
do atual paradigma, percebe-se um processo mais vasto, com acesso aos privilégios, como evidencia o e mprego das
vírgulas na linha 28.
uma flutuação notavelmen t e r e gular de sistemas de valores,
20 D e acordo com o texto, identidade e diferença de v e m s e r
que pode ser a p o n t a do ao longo de toda a civilização
c o mp r e e n d i d a s e m s u a d i mensão simbó l i c a , d e
ocidental e da maioria das outras culturas. representação, e analisadas com base nas relações de poder.
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Texto III – itens de 21 a 30 Com relações às idéias d o texto III e a aspectos morfossintáticos,
julgue os itens subseqüentes.
1 A ética contemporânea faz grande alvoroço em torno 21 A articulação das idéias do texto não permite a inferência de
das diferenças culturais. Sua concepção do outro tem em vista q u e, no passado, as diferenças culturais eram relegadas pe l a
ética e, no moment o , são alardeadas em razão dos freqüentes
essencialmente esse tipo de diferenças. E seu grande ideal é a
processos de exclusão social.
4 coexistência tranqüila das comunidades culturais, religiosas,
22 Segundo o autor do texto, os guardiães da ética
nacionais etc., a recusa da “exclusão”. contemporânea explicam toda forma de exclusão com base
no determinismo cultural porque idealizam a c onvivência
Mas é preciso sustentar que essas diferenças não têm
pacífica entre os povos.
7 qualquer interesse para o pensamento, não são mais que a
23 No último parágrafo, o autor sustenta que as diferenças, mais
evidente multiplicidade infinita da espécie humana, a qual é tão do qu e i l u s ó rias, são falseadas pela crença de uma verdade
flagrante entre m im e m eu primo de Lyon como entre a estável, resultante do raciocínio silogístico frági l p o r meio
do qual a corrente culturalista concebe a alteridade.
10 comunidade xiita do Iraque e os cowboys do Texas.
24 O texto é composto ess encialmente por enunciados
O embasamento objet ivo (ou à maneira de categóricos , como evidencia o emprego reiterado de formas
historiador) da ética contemporânea é o culturalismo , a verbais no presente do indicativo.
13 fascinação verdadeiramente turística pela multiplicidade dos 25 O texto informa que a concepção culturalista, cujos
fundamentos advêm da sociologia vulgar, p o s tula que o
hábitos, dos costumes, das cren ças. E especialmente pela
“ outro” corr e s p onde ao segmento selvagem, que estará
inevitável bizarria das formações imagin árias (religiões, sempre presente como o o u tro ameaçador, o bárbaro. Assim,
para essa corrente, a é t i c a prevalente é ainda a do branco
16 representações sexuais, formas de encarnação da autoridade...).
colonizador.
Sim, o essencial da “objetividade” ét ica p rovém de uma
26 O trecho “ a fascinação ( ...) imaginárias” ( .12-15) suscita
sociologia vulgar, diretamen te herdada do espanto colonial duas observações: há, nele, indicadores da subjetivida de do
19 diante dos selvagens, ficando entendido que os selvagens estão autor — “ fascinação verdadeiramente turística” e “ inevitável
bizarria ” —; a inserção da vírgula após “ crenças” ( .14), no
também entre nós (drogados dos subúrbios, co m unidades
lugar do ponto, seguida de alteração da inici a l maiúscula,
religiosas, seitas: todo o aparato jornalístico da ameaçado ra atenderia ao que prescreve a norma gramatical.
22 alteridade interna), ao que a ética, sem mudar o dispositivo de 27 P reserva o sentido do texto orig i n al e a correção gramatical
a seguinte paráfrase do período expresso entre as linhas 25 e
investigação, opõe seu “reconhecimento” e seus trabalhadores
31: Em oposição a essas descrições superficiais, o verdadeiro
sociais. pensamento deve postular que o que existe são as diferenças
25 Contra essas descrições fúteis (tudo o que nos contam e toda a verdade, o vir-a-ser daquilo, que ainda não é. Logo,
as diferenças são exatamente o que a verdade toda imprime
ali é uma realidade ao mesmo tempo evidente e por si mesma e faz emergir como sem significado.
inconsistente), o pensamento verdadeiro deve afirmar o 28 Atendendo-se à prescrição gramatical e mantendo-se a
28 seguinte: sendo as diferenças o que há, e toda verdade sendo o coerência com as idéias defendidas no texto, o seg u i n te
período poderia dar continuidade a o texto III: Ou seja, a
vir-a-ser do que ainda não é, as diferenças são precisamente o
alteridade é simplesmente o que há. Existe, portanto, igual
que toda verdade deposita, ou faz aparecer, como insignificante. diferença entre, digamos, um ca mp onês chinês e um
31 Nenhuma situação concreta é esclarecida em razão d o fu n c ionário norueguês tal qual entre eu e qualquer pess o a ,
inclusive, eu mesmo.
“reconh ecimento do outro”. Em toda configuração coletiva
Com relação aos textos II e III, julgue os itens seguintes.
moderna, há pessoas de toda parte, qu e comem
29 No text o II, o autor refuta abordagem em que se examinem
34 diferentemente, falam múltiplos idiomas, u sam diferentes
a i d e ntidade e a diferença culturais dissociadas e como
chapéus, praticam diferentes ritos, têm uma relação complicada e v i d ê n c ias em si, como algo estanque, dado, fixo e natural ,
e variável co m a coisa sexual, amam a autoridade ou a como é o enfoque do texto III.
37 desordem; e assim segue o mundo. 30 No texto II, o autor assu me que as relações de poder
permeiam a construção de identidade, a o p a sso que, no
A. Badiou. Ética: um ensaio sobre a consciência do mal. Rio de texto III, essas relações são sugeri d a s pelos julgamentos de
Janeiro: Relume-Dumará, 19 9 5, p. 40-1 (com adaptações).
valor a l i presentes, sem que, no entanto, seja ressaltada a
relação assimétrica entre os grupos sociais.
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INGLÊS
Text I – items 31 to 37 Judge if each it e m below presents a correct rewriting of the
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is predicted to grow faster than 6 percent, Russia and Poland more 25 The President of the United States has committed to
the goal of achieving sustainable management of our forests by
than 5 percent, Africa better than 4 percent, and even beleaguered the year 2004. And the State Department and other agencies
Latin America is expected to rise above 3 percent. According to 28 have been working closely with ou r glo bal partners to slow
deforestation around the world.
Global Insight’s research, the growth rebound will be most dramatic
Document from the US State Department (with adaptations).
in current or former pariah economies: Venezuela will snap back
In relation to the text above, judge the following items.
from a 10 percent recession in 2003 to top 5 percent this year,
and growth in war-torn Iraq will jump from negative 21.2 percent 41 In line 6, the word “ unsound” means unheard.
to a positive 39.7 percent. 42 In line 13, the word “ replenish” is synonymous with f ill
up.
Newsweek, January 26th , 2004 (with adaptations).
43 I n l ine 18, the phrase “ an enormous stake” indicates that
Considering the ideas and expressions found in text II, judge the the United States is facing huge financial losses to keep up
the sustainable management of the world’ s forests.
following items.
44 In lines 21-22, the phrase “ a v e s ted interest in protecting”
38 B lanks numbered , and can be properly fille d i n can be correctly replaced by a particular reason to protect.
45 The t e xt c a n be associated with the following statement:
with picking up, burst and sluggishness respectively.
The leaves of the trees are for the healing of the nations.
39 From the text, it can be inferred that the global re c o v e r y is 46 The main idea of the text can be correctly said to be:
oddly joyless in b i g markets, newly confident in emerging Th e p roblem of deforestation seems to overcome the huma n
ones. capability of finding a final solution to it. Lots of economic
interests prevail over the unquestionable need to control the
40 According to the economic forecasters, in 2004 South e ast s e n s ible use of the forests worldwide. Forest management
turns out to be a crucial factor not only for rural but also for
Asia will grow faster than Russia, which will g row more
urban life. The effect of the pharmaceutical industry on forest
than Africa and Latin Ame r i c a. Venezuela will decrease resources is rather alarming, a n d that is the reason why the
5 percent this y e a r and Iraq will jump 60.9 percent from USA is so keen on tryi n g t o maintain the sustainable
management of the world’ s forests.
2003 to 2004.
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47 In line 1, the phras e “ in the dock” means accused in court, histórica do Brasil no cenário mundial.
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53 As Tarifas Alves Branco, de 1844, cuja adoção coincide com A estrutura do Breve Século XX parece uma espécie de
o início do segundo paradigma da política externa brasileira, tríptico ou sanduíche histórico. A uma era de catástrofe, que se
segundo a perspectiva do texto, ger a r a m p r o fu ndo estendeu de 1914 até depois da Segunda Guerra Mundial,
seguiram-se cerca de 25 ou 30 anos de extraordinário crescimento
desconforto nas relações Bra s il–Inglaterra. Com efeito, já
econômico e de transformação social, anos que provavelmente
dominando o mercado brasileiro, aos capitais ingleses não
mudaram de maneira mais profunda a sociedade humana que
in teressava a decisão de Alves Branco de abrir o mercado q u alq u er o u t ro p eríodo de brevidade comparável.
nacional à livre concorrência mediante acentuada redução das Retrospectivamente, podemos ver esse período como uma espécie
alíquotas de importação. de era de ouro, e assim ele foi visto quase imediatamente depois que
54 O primeiro período republicano no Bra s i l dá início à acabou, no início da década de 70. A última parte do século foi
uma nova era de decomposição, incerteza e crise — e, com efeito,
denomi n a d a diplomacia do café, a qual, mais que simples
para grandes áreas do mundo, como a África, a ex-URSS e as partes
e s fo r ç o de promoção comercial, também envolvia a
anteriormente socialistas da Europa, de catástrofe. À medida que a
negociação de empré s timos, além da defesa contra acusações década de 80 dava lugar à de 90, o estado de espírito dos que
de cartelização e abuso de poder dominante. refletiam so b re o passado e o futuro do século era de crescente
55 A crescente predominân c ia comercial, financeira e industrial melanco lia f in-de-siècle. Visto do privilegiado ponto de vista da
dos EUA na economia bras i l e i r a , fenômeno visível já na década de 90, o Breve Século XX passou por uma curta era de
ouro, entre uma crise e outra, e entrou em futuro desconhecido e
primeira metade do século passado, ganhou redobrada
problemático, mas não necessariamente apocalíptico.
intensidade após a Segunda Guerra Mundi a l , em especial a
Eric Hobsbawm. Era dos extremos – O breve século XX (1914–1991).
partir da década de 1950. São Paulo: Companhia das Letras, 1995, p. 15–6 (com adaptações).
56 O paradigma do nacional-desenvolvime n t i smo — que, Em face das info r mações apresentadas no texto acima e
lembra o texto, se inicia na década de 30 do século XX, com considerando aspectos históricos marcantes do sécu l o XX,
Vargas — sofre descontinuidade e , em determinados contingenciadores da política internacional praticada no período,
momentos, dá a impressão de ser claramente abandonado. julgue os itens seguintes.
É o que a c o n t e ce, por exemplo, entre 1951 e 1954, quando
61 Em 1944, representantes de 44 países — entre os qua is o
Getúlio Va rgas, acuado pela intransigente oposição interna
Brasil — reuniram-se em Br e t t on Woods com o objetivo de
e por uma conjuntura internacional desfavorável, abre mão de
criar mecanismo s q u e livrassem o mundo de crises globais,
qualquer veleidade nacionalista tanto na condução da política
a exemplo da decorrente da P rimeira Guerra e, em especial,
econômica quanto na ação externa.
da Grande Depressão dos anos 30.
57 O período governamental de Juscelino Kubitschek
62 No pós-Segunda Gue r r a e ao longo dos anos 50 do
(1956 – 1 9 6 1) optou por atender “ às demandas do moderno
século XX, coincidindo com a “ era de ouro” mencionada no
desenvolvimento”, com nívei s r elativamente baixos de texto, o sistema de Bretton Woods funcionou sem mai o res
endividamento e de inflação. Seus projetos de apoio à atropelos. Contudo, na d écada de 60, ele começou a ser
indústria de bens de consumo e ao i ncremento da infra- fortemente pressionado em função, sobretudo, do déficit em
estrutura e c onômica de que o país carecia se viabilizaram, conta-corrente que o s E UA passaram a registrar, processo
e m larga medida, pelo apoio recebido do Banco Mundi a l e acelerado em larga medida pelas d espesas com a guerra no
p e l a extrema liberalidade com que foi tratado pelo Fund o Vietnã.
Monetário Internacional.
63 Em 1973, a guerra entre árabes e judeus é um dos símbolos
58 O regime militar instaurado em 1964 reorientou a política do fim da “ er a d e o uro”. Sofrendo os efeitos da
externa brasileira, distinguindo-a profundamente daquela que desvalorização do dólar decidid a em 1971 (governo Nixon)
a precedeu imediatamente. Daí, o alinhamento automático e ante o apoio norte-american o a I s r ael, os países árabes
com a diplomacia norte-americana, p rocedimento que não quintuplicam o preço do barril de petróleo, o que gera efeitos
sofreu variações significativas ao longo do período devastadores nas economias ocidentais.
59 O b r e ve governo de Fernando Collor, o primeiro eleito 64 Em que pese a agressiva r e tórica protecionista expressa por
diretamente desde Jânio Quadros, foi marcado por um quase todos os países, as duas últimas déc a das do século
vertiginoso processo de ultra-liberalização da economia passado assistem à plena abertura dos mercados. Er a a
brasileira, um modelo de inserção internacional que, com economia d e i xa ndo de ser internacional para se tornar
menor ou igual intensidade, muitos ou t r o s países latino- efet ivamente mundial, o que exigiu o fim de instâncias
americanos colocaram em prática n o s anos 90 do século reguladoras do comércio, como foi o caso do GATT.
passado. 65 Em uma economia que se globaliza ra p i d a mente, a formação
60 Em que pese toda a efervescênc i a política, que teve no de blocos regionais é justificada como caminho ad e q u ado à
impeachment de Collor e seus desdobr a mentos o seu ápice, melhor inserção interna c i onal de seus integrantes. Nessa
o governo Itamar Franco conseguiu levar adiante as reformas perspectiva, a União Européia, criad a já como mercado
relativas à privatização, à desregulamentação, à abertura comum pelo Tratado de R o ma, de 1957, é o melhor
comer c i a l e à regularização das relações com a comunidade exemplo de integração ráp i d a , abrangente e completa que se
financeira internacional. conhece.
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c o n t exto histórico amplamente favorável. Com efeito, é na Considerando o texto acima, julgue os itens seguintes, re l a tivos
décad a d e 90 do século XX que a política brasileira para a ao cenário histórico do mundo contemporâneo.
África mais se robustece, com o sensível incre mento das 71 Uma “ curva inesperada da história”, c o mo diz o texto ao se
relações comerciais, diplomáticas e estratégicas en t r e o referir à forma pela qual o século XX chegou ao fim, pode ser
identificada na desintegração da Uni ã o das Repúblicas
Brasil e os Estados africanos.
Socialistas Sov i é t i c a s ( U R S S ) e no desmonte do
69 Enquanto o binômio segurança–desenvolvimento pautou, em d e n o minado sociali s mo r e a l d o L e s t e e u r o p e u ,
linhas gerais, a política inter n acional implementada pelo sacramentando a morte de um sistema bipolar de poder
mundial que vigorou, com maior ou menor intensidade,
regime militar, c o n ferindo-lhe caráter mais defensivo, com a
desde o pós-Segunda Guerra.
re d emocratização do país, em meio ao novo cenário mundial
72 A moderna industrialização, a partir da Revolução Industrial
surgido a partir de fins da década de 80 do século XX, o
inglesa, desvelou uma nova realidade históric a q u e o texto
Brasil tratou de ampliar sua presença multilateral. Exemp l os indica c o mo visceralmente oposta ao que existia antes,
d essa estratégia seriam, entre outros, a realização da Eco-92 tornando obsoletas as “ formas de vid a e sociabilidade
— no Rio de Janeiro — e a candidatu r a a um assento consolidadas durante milênios”. Essa diferença ma n ifesta-se,
por exemplo, de modo “ escancarado e estrid e nte”, na
permanente no Conselho de Segurança da ONU.
mu dança do locus tradicional da vida social — homens e
70 Retraída no combate às práticas protecionistas do s países e mulheres fogem ou são expulsos do mundo agrário e rural
blocos economicamente mais fortes, a atuação brasileira na para as cidades.
OMC é dura na opo s i ç ã o às medidas unilaterais. Já no 73 Liberalismo e socialismo, “ as duas gr andes utopias da
mo dernidade”, como afirma o texto, encontraram seus
âmbito da ONU, defende um Conse l h o de Segurança mais
limites à mesma época, ainda que por motiv o s e caminhos
democrát ico, embora ainda não demonstre desconforto distintos. Com efeito, a crise social, p o l í t i ca e econômica
quanto à forma pela qual ele fo i organizado, quando da verificada n a s décadas de 20 e 30 do século XX destruiu as
criação das Nações Unidas, refletindo a realp o litik do bases do Estado liberal — substituído pelos mo d e l os
sistema bipolar. totalitários fascistas — e eliminou todo e qualquer a p o io
ideológico ao stalinismo soviético.
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74 Quando o texto fala no direito assumindo “ progressivamente Co m a q ueda da monarquia, em 1889, ainda que
a condição de um idioma universal” ao longo do século XX, preservada a dominação oligárquica, o novo regime acaba
beneficiando-se dos efeitos modernizadores, decorrentes da abolição
certamente se refere, entre outros aspectos, ao surgimento da
da escravatura (1888), sobre o desenvolvimento da economia
Li g a d a s Nações e da Organização das Nações Unidas
cafeeira que se dinamiza com a introdução do trabalho livre e de
(ONU), ambas criadas a partir de pressupostos ideal i s t a s e im igrantes europeus. Com a Primeira República, extingue-se o
razoavelmente apartadas do jogo d e interesses e de sistema censitário, mas os analfabetos são excluídos totalmente do
manipulação do poder por parte dos Estados nacionais. direito de voto.
As primeiras pressões democratizantes buscando alterar a
75 Exemp los de violência não faltam neste século XX, ordem liberal excludente se desencadeiam apenas na década de 20,
classifica d o também no texto como o tempo “ do medo e das quando se inicia a crise da República Velha, que, com a Revolução
tragédias i n j u stificáveis”. Entre eles, podem ser destacados de 1930, submerge no centro de suas próprias contradições. As
os artefatos nucleare s e os fascismos, síntese incontrastável insurreições sucessivas dos tenentes e a Coluna Prestes permitem,
mais tarde, que a Aliança Liberal, com a Revolução d e 1 9 30,
do que H a n n ah Arendt definiu como a banalização do mal.
transcenda à mera disputa regionalista e se transforme em um
76 Os dois grandes conflitos mundiais do século XX tiveram projeto nacional que busca legitimidade nas camadas médias urbanas,
origens e motivações distintas. Enquanto a Grande Guerra de superando os limites ideológicos das oligarquias dissidentes.
1914 teve, des d e o início, caráter mundial, em função Essas aspirações crescentes do Brasil urbano serão, em parte,
frustradas, após 1930, pela conjugação de duas tendências
sobretudo do colonialismo europeu que estendia seus
antiliberais — o estatismo crescente e o pensamento autoritário. A
tentáculos por vários continentes, a Segunda Guerra radicalização político-ideológica d o s anos críticos, entre 1934 e
circunscreveu-se ao palco europeu, malgrado ter contado com 1938, solapa o consenso revolucionário e produz efeitos perversos.
a participação de países americanos e asiáticos. Na república populista, após o Estado Novo de Vargas, persiste o
mesmo padrão dominante da lógica liberal e da práxis autoritária. A
77 A guerra fria assinalou a fase de confronto entre as d u a s
estruturação partidária de 1945 a 1966 foi dominada p ela
superpotências que emergiram da Segunda Guerr a M undial, hegemonia dos partidos conservadores.
t e n do seu clímax após o anúncio da Doutrina Truman, pe l a Hélgio Trindade . Brasil em perspectiva: conservadorismo liberal e democracia
bloqueada. In: Carlos Guilherme Mota (Org.). Viagem incompleta: a experiência
qual os Estados Unidos da Amé r ica (EUA) se dispunham a brasileira (1500–2000) – a grande transação. São Paulo: SENAC, 2000, p. 357–64
( c o m a d a p t a ç õ e s ) .
apoiar os países que resistissem ao comunismo.
A partir do texto acima, j u lgue os itens que se seguem, relativos
78 O fato de a UR SS de Stálin ter conseguido fabricar a bomba
à evolução histórica do Brasil republicano.
atômica, mas não a d e hidrogênio, impediu que durante a
fase d e tensão mais pronunciada da guerra fria houvesse um 81 Nos estertores do regime monárquico, a abolição do trabalho
equilíbrio entre as superpotências em t e r mos de poder de escravo pela L e i Áurea, ainda que tenha desagradado a uma
destruição do inimigo, o que levou o governo de Moscou a significativa parce l a da classe proprietária, não foi capaz de
manter uma atitude de pr udente cautela em momentos promover a inc l u s ã o social dos negros recém-libertados,
críticos, como os ocorridos na Coréia (1951), Vietnã (1954) reforçando um quadro de subalternidade dos afrodescendentes
ainda visível em pleno início do século XXI.
e Cuba (1962).
82 A e strutura política vigente na República Velha preservo u ,
79 Ainda que próximo dos EUA, especialmente em termos
como afirma o texto, a d o mi nação oligárquica herdada do
comerciais, o B r a sil da segunda metade da década de 40 do
Imp é r io. Formalmente inspirado nos EUA, o modelo
século XX — governo G a s p ar Dutra — procurou manter-se
republicano adotado é presidencialista, mas, diferentemente
eqüidistante no cenário de polarização ideológica e de
de sua fonte i n s p i rad o ra, mo s tra-se profundamente
retórica demasiado agressiva da guerra fria, eximindo-se de centralizado e sustentado por poucos — ma s p o derosos —
ass u mi r at i t u d es políticas que pudessem significar partidos políticos nacionais.
comprometimento ou ruptura com as superpotências.
83 A década de 20 do séc u l o passado assinalou o acirramento
80 Exemplos marcantes d e g u erras localizadas — de que foi d a crise que levou a República Velha ao fim. Além d a s
pródigo o século XX, como lembra o texto — são as cisões interoligárquicas, de que a p rópria Aliança Liberal
ocorridas no Oriente Médio, salientando o caráter estratégico seria símbolo, movimentos sociais — mesmo aqueles
carentes de organicidade e de coesão doutrinária — emergem
da r e gião, na qual se mesclam motivações de ordem
na contestação às deterioradas estruturas vigentes no país,
religiosa, geopolítica e econômica , esta diretamente ligada
como foi o caso do tenentismo que o texto menciona.
às abundantes reservas de petróleo lá existentes.
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101 P o l í t icas territoriais levadas a efeito pelo Estado 106 O primeiro trata d o , d evidamente assinado pelo presidente da
R epública, somente produzirá eficácia no Brasil quando ocorrer a
inibiram a formação de latifúndios na região amazônica,
sua incorporação à ordem jurídica interna; essa incorporação é ato
em razão dos projetos de colonização implantados na subjetivamente complexo, devendo resultar da conjugação de duas
segunda metade do século passado. vontades homogêneas: a do P oder Legislativo, mediante a ediçã o
de decreto legislativo pelo Congres s o N a cional, e a do P oder
102 A instabilidade política na Amazônia internacio n a l Executivo, por meio de de c r e t o editado pelo presidente da
República.
impulsionou projetos voltados para a segurança da faixa
107 O segundo tratado deverá ser assinado pelo governador de estado,
de fronteiras na Amazônia brasileira. em nome do estado-membro da Federação que representa, pois o
estado-membro é e n te dotado de autonomia política e de
Considerando q u e o desenvolvimento capitalista no Brasil personalidade jurídica de direi to público. O presidente da
tem promovido a reordenação territ o r ial no campo, julgue República não poderá participar deste acordo, a menos que este
envolva algum i n t e r esse direto da União, pois o princípio
os itens que se seguem. federativo impede a União de interferir em assu n t o s restritos aos
interesses internos dos demais entes da Federação.
103 Nas últimas décadas, ocorreu g r a nde expansão na 108 N o sistema jurídico brasileiro vigente, um tratado internacion a l ,
produção primária destinada à exportaç ã o, o que atesta a exemplo do aludido na notícia ac i ma transcrita, ao ser
regularmente incorporado ao direito interno, situar-se-á nos
o caráter eminentemente agrícola do país.
mesmos p lanos de validade, de eficácia e de autoridade em que se
posicionam as leis ordinárias, estand o h i e r a r q u i c a mente
104 O crescimento agrícola do país se deu não só pela
subordinado à autoridade normativa da Constituição da República
modernização t e c n o lógica, mas também em função do e sendo sujeito tanto ao controle de constitucionalidade difuso
quanto ao concentrado.
aumento das terras cultivadas, com a instauração de
109 O primeiro tratado, após devidamente assinado pelas partes, é um
processos erosivos acelerados e perda de solo.
tratad o b i l ateral e de natureza contratual, que deverá ser
interpretado de boa-fé, segundo o sentido comum atribuível aos
105 O progresso técnico generalizado na produção agrícola
termos no contexto e à luz de seu objeto e fin a l i dade. Deverá ser
brasileira ocasionou o d e saparecimento das relações declarado nulo se, no momento de sua conclusão, conflitar c o m
alguma norma imperativa de direito internacional geral.
não-capitalistas de produção e comercialização.
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110 Considerando que o território da República de Benguela era Fritz, casado com Helga, é, há cinco anos, cônsul da
parte de um país, que continua a existir, a referida República República da Gemênia no Brasil. Ambos são gemênicos, ou seja,
não deverá ficar responsáv e l p elo pagamento de nenhuma têm a nacionalidade daquele país e têm um filho de quatro anos,
chamado Hans, nascido em território brasileiro. Para cuidar do filho
parcela de dívida externa contra í d a pelo país predecessor,
Hans, o casal contratou, em julho de 2003, uma empregada,
ainda que ambos os países tenham diversamente acordad o,
chamada Helen, que passou a fazer o trabalho de babá na residência
haja vista a exi stência de norma impositiva de direito do cônsul. Helen, atualmente com 17 anos de idade, nascida na
internacional público a respeito dessa matéria. Gemênia, casada no Brasil, é filha de pais brasileiro s, sendo que
111 P ara que fosse aceito como país-membro da Organização das nenhum deles esteve naquele país a serviço da República Federativa
do Brasil. Em fevereiro de 2004, Helen vendeu a Helga um relógio
Nações Unidas (ONU), em condição de plena igualdade com
alegando ser de ouro legítimo. Posteriormente, Helga descobriu que
os demais países-me mb r o s, a República de Benguela teria
o reló gio era falsificado e não era, sequer, de ouro de baixa
que comprovar o atendimento dos r e quisitos exigidos por
qualidade. Helen, ao efetuar a venda, tinha pleno conhecimento de
aquela pessoa jurídica de d ireito público internacional para que o relógio era falso. Foi, então, demitida do seu emprego no
o ingresso na organização, tais como o respeito aos direitos consulado, sem receber seus direitos trabalhistas.
humanos e a comprova ç ã o d os limites mínimos de
A n t e a situação hipotética descrita acima e considerando q u e a
população e de extensão territorial.
República da Gemênia não sej a u m país de língua portuguesa e
112 Caso houvesse conflito entre a R e p ú b lica de Benguela e o adota o j u s s a n g uinis como critério de atribuição da
p aís predecessor, em decorrência de problemas sucessórios nacionalidade originária, julgue os itens a seguir.
e n volvendo, por exemplo, tratados, bens, arquivos e
dívidas, tais litígios s e r i a m passíveis de julgamento pela 116 Hans, ainda que tenha nascid o e m território brasileiro, não
Corte Internacional de Justiça, s ituada em Haia na Holanda. adquiriu nacionalidade originária brasileira, não o b stante o
fato de o Brasil adotar, em regra , o jus soli, como critério de
Essa Corte é composta de quinze juíze s , e l eitos pela
atribuição da nacionalidade o r i ginária. Apesar disso, Hans,
Assembléia Geral e pelo Conselho de Segurança das Nações
de nacionalidade gemênica, tem capacidade para ser titular de
Unidas, para mandatos de nove anos.
direitos e deveres na ordem civil, de acordo com o direito
113 A Org a nização Mundial do Comércio (OMC) é uma agência brasileiro.
vinculada à ONU, com personali d a d e jurídica própria de
117 Caso Helen, após a fixação de residência na República
d i reito internacional, criada para regular o comércio
Federativ a do Brasil, tenha optado pela nacionalidade
internacional. Assim, a adesão da R e p ú b lica de Benguela à
brasileira, ela será considerada brasileira nata, sendo
OMC deveria ser subordinada ao atendimento dos seguintes
plenamente capaz para exercer por vont ade própria atos da
requisitos: ser membro da ONU, adequar a legislação interna
vida civil. Nessas circunstâncias, Helen não poderá jamais
aos acordos existente s no âmbito da OMC, fazer concessões
perder a condição de brasileira.
n a s t a rifas aduaneiras e ser aceita por todos os país e s
118 Caso Hele n não tenha optado pela nacionalidade originária
membros da OMC.
brasileira nem tenha sido naturalizada em outro país, ela será
114 P a r a q u e a República de Benguela pudesse firmar qualquer
considerada apátrida. N essa hipótese, ela poderá ser
tratado específico com algum estado-membro da União e xt r a d i t a da, mas somente em caso de comp r o v a d o
Européia (UE), que é uma pessoa jurídica de direito público envolvimento em tráfico il í c i t o de entorpecentes e drogas
internacional, esse tratado deveri a e star em harmonia com o afins, consoante o previsto na Constituição brasileira.
direito comunitário da UE, visto que a ordem jurídica
119 P resentes o elemento objetivo e o elemento subj e t ivo,
comunitária integra o direito interno de cada estado-membro
caracterizadores do vício d o consentimento, o negócio
da UE, não podendo este invocar a legislação nacional para
jurídico configurado pela compra e vend a d o r elógio é
impedir a aplicação do direito comunitário.
anulável em decorrência de d o l o negativo, reticente ou por
115 De acordo c o m as normas jurídicas brasileiras atualmente omissão, cabendo a Helen responde r pelas perdas e danos
v igentes, para que um ocupante de cargo da carreira que advierem do negócio.
diplomática — obrigatoriamente, p ortanto, de nacionalidade 120 S e Helen quiser ingressar com ação judicial co n t r a a
o r i ginária brasileira — fosse nomeado chefe de missão repartição consular estrangeira, com o objetivo de pleitear os
di p l o mática que o Brasil estabelecesse na República de direitos trabalhistas a que considera faze r j u s, a justiça
Benguela em caráter permanente, seria necessária a edição de trabalhista brasileira deverá declarar- se incompetente para
um dec reto de nomeação pelo presidente da República, julgar o ca so, tendo em vista a imunidade de jurisdição
posteriormente à aprovação prévia pelo Senado F e deral, por atribuíd a p elo direito internacional público aos diplomatas
voto secreto, após argüição em sessão secreta. e cônsules estrangeiros e respectivos familiares.
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125 O recrudescimento, na Ásia, da gripe do frango, conhecida 137 Em economias pequenas, cuja taxa de câmbio é fl u tuante, as
cientificamente como influenza aviária, abre novos mercados
políticas fiscais são particularmente eficaz e s, porque a
para o produto b r a s ileiro e desloca, para cima e para a
direita, a curva de demanda por carne de frango no Brasil. expansão das despesas públicas, ao reduzir a taxa de câmbio,
126 A comercialização dos bilhetes das companhias aéreas contrai as importações e aumenta a produção doméstica.
realizada por via eletrônica, ao reduz ir os custos dessas
138 Deficit s em conta-corrente implicam que o montante de
empresas, desloca, para baixo e para a dir e i t a , a curva de
oferta de passagens aéreas. divisas arrec a d ado com as exportações é superior àquele
127 Contrariamente ao q u e ocorre com empresas monopolistas, exigido para fi n anciar suas importações e transferências
a curva de re ceita marginal de firmas que atuam em mercados unilaterais líquidas.
competitivos situa-se abaixo da curva de receita média.
Em relação aos conceitos básicos da macroeconomia e da O estudo da fo r ma ç ã o da economia brasileira é relevante para a
economia monetária, julgue os itens que se seguem. compreensão da situação econômica at u al. A respeito desse
128 Os juros auferidos por investidores alemães n o mercado assunto, julgue os itens a seguir.
brasileiro integram tanto a renda nacional quanto o produto
interno bruto do Brasil. 139 O modelo agroexportador q ue predominou na economia
129 N as variações observadas nos índices de preço a o brasileira durante o p e ríodo 1900-1930 caracterizou-se pela
consumidor, verifica-se a tendência a subestimarem-se os existência de taxas elevadas de crescimento populacional,
efeitos da infl a ç ã o, porque ignoram-se as possibilidades de
substituição dos b ens que compõem os gastos dos decorrente dos fluxos migratórios, e de taxas baixas de
consumidores. crescimento e volatilidade da produção.
130 Em presença de indexação incompleta, a infla ç ã o n ão altera
140 Na v isão de Celso Furtado, contrariamente ao que ocorreu
os pr e ç o s r elativos e, portanto, não modifica a alocação de
recursos na economia. no setor a ç u c a r e i ro, cujas decisões de produção e
131 Aumentos nos coeficientes de enc aixe compulsório, por comercialização era m d issociadas, na economia cafeeira, os
interferirem diretament e n o nível de reservas bancárias, interesses da produção e do comércio estiveram entrelaçados
reduzem o efeito mult i plicador e, conseqüentemente, a
em r a zão de a vanguarda do café ser formada por
liquidez da economia.
132 Ta xa s d e juros mais elevadas aumentam o custo de empreendedores com experiê n c ia comercial, situação que
opo r tunidade de detenção da moeda e, portanto, contribuem permitiu ao país tirar proveito da expansão do comércio
para se expandir a demanda de moeda. mundial.
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CULTURA GERAL
João Almino. De Machado a Clarice: a força da literatura. Apud: Carlos Guilherme Mota (organizador).
Viagem incompleta: a experiência brasileira (1500–2000) – a grande transação. São Paulo: SENAC, 2000,
p . 7 9 .
Tendo o texto acima como referência inicial e considerando os 143 A obra de Machado de Assis, q u e o texto reconhece ser
múltiplos aspectos da cultura, julgue os itens seguintes. b rasileira sem perder a possibilidade da universalizaç ã o ,
além de marco n a literatura brasileira, não perde sua
141 O Renascimento dos séculos XV e XVI , ma l grado sua força atualidade a n te a passagem do tempo. Livros como
criativa, não se enquadra n a q u i l o que o texto classifica de Memórias Póst umas de B rás Cubas e Dom Casmurro
univ e r s alismo como “ invenção eurocêntrica”. A rigor, sintetizam a ma g n i t ude de uma obra que ocupa posição
figuras como C a mões, Shakespeare, Michelangelo, da Vinci, central na tradição brasileira de literatura urbana.
Rafael ou Migu e l d e Servet, entre tantos outros, expressam
144 Ao longo do século XX, especialmente a part i r d o s anos
— na literatura, nas artes plásticas e na ciência — uma
1930, o processo de modernização econômic a e p olítica do
cultura não mais que local, desprovida de suficiente latitude
p a í s — de que seriam símbolos o fim da República Velh a e
para representar u ma visão de mundo que transcendesse os
o esforço de industriali z a ç ão — se fez acompanhar de
horizontes europeus.
sensível renovação em determinadas áreas da cultura, como
142 Diferentemente do oco r r i do na América de colonização na música — a exemplo da obra de Heitor Villa-Lobos —
espanhola, em larga medida circu n s tanciada pela exploração e na pintura — com o trabalho de P ortinari.
de ouro e prata, o Brasil colônia constituiu u ma sociedade 145 As encenações de Vest i d o d e Noiva, em 1943, e de Álbum
essencialmente rural, muito dependent e da agroindústria de Família, dois anos depois, de fi nitivamente colocaram
açucareira e, mais tarde, do café. E s s a ausência de vida seu autor — Né l s o n R o drigues — no primeiro plano da
urbana é a razão mais plausível para que, no período colonial dramaturgia brasilei r a . Contudo, por maior que tenha sido
brasileiro, não sobressaíssem no me s na área artístico- seu impacto, a obra rodriguiana não revolucionou os padrões
cultural, como na arquitetura, na escultura, na literatu r a , na vigentes no teatro brasileiro desde o século XIX, talvez por
pintura ou na música sacra. não ter ousado em termos formais e temáticos.
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146 Ministro da Educação e Cultura na época do Estado Novo de 148 A música popular brasileira talvez seja uma d a s mais
Vargas, Gustavo Capanema i n s t i t u i u o Serviço do admiradas internacionalment e p e l a r i q u e za melódica,
profusão rítmica e variedade t e mática. Especialmente a partir
P atrimônio Histórico e Artístico Na c i o n a l , a t i tude
dos anos 1930, tornaram-se célebres compositores como
considerada essencial para preservar a me mó r ia do país, Noel Rosa, mesclando boleros com tin t a s de tango
decisivo para estancar um processo em marcha de d estruição argentino; Ary B a r r o s o e suas letras intimistas, sem
de relíquias arquitet ô nicas que remontavam ao passado concessão a exaltações nacional i s t as e patrióticas; Antonio
Carlos Jobim, escrevendo letras precisas; Chico Bu a r q ue de
colonial. Na formulação e na execuçã o de sua política
Hollanda e sua particular apreensão da música erudita.
cultural, Capanema cercou-se de nomes expressivos da
149 Em 1958, pela primeira vez, o futebol brasileiro conquistava
i n t e lectualidade brasileira, como Rodrigo Melo Franco de uma Copa do Mundo, d i s p u t ada na Suécia. No mesmo ano,
Andrade, Augusto Meyer, Carlos Drummo n d de Andrade, u ma “ batida” diferente do violão do baiano João Gilb e r t o ,
Lúcio Costa, Villa-Lobos e Mário de Andrade. na canção Chega de saudad e, lançava um estilo que viria
c a r a c terizar a bossa nova, passaporte para a música popular
147 Oscar Niemeyer, considerado por muitos o maior arquiteto brasileira ganhar o mundo.
brasileiro e, certamente, um dos maiores do mundo, 150 Contemporâneo da bossa n o v a, o cinema novo inaugurou
identificado com o Modernismo, p ercorreu uma trajetória uma estética diferente p a ra os padrões cinematográficos
que, iniciada com o conjunto arquitetônico da P a mpulha, nacionais. Ao se afastar completame n t e d a temática
agrária/rural, assume feições tipicamente hollyoodianas, quer
e m B e lo Horizonte, e tendo em Brasília um de seus ponto s
pelo esmero e gigantismo das produções, quer pela assepsia
mais expressivos, o levou a várias partes do mundo. dos temas focalizados.
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