Revista Nativismo Nº5
Revista Nativismo Nº5
Revista Nativismo Nº5
Chico Sosa
EDITORIAL
Expecíiente Indice
Pág. 4 - UM PRESENTE DO PAMPA
AO MUNDO
Pág. 5 - INEZITA BARROSO: Uma
NATIVISMO ANO- 2 No. 5 Fotolitos: José Carlos de Almeida Paulista com o coração gaúcho
Pág. 7 - JOSt LUTZENBERGEA: Um
Uma publicação LGR ARTES Oficinas: Galdino Almeida. Alerta Ecológico
GRÁFICAS LTDA E EDITORA LGR Artes Gráficas Ltda e Edito- Pág. 11 - SINUELO DA CANÇAO NA-
TIVA
Diretor: Jorge Ubiratã Lopes. ra. Silva Jardim, 808- Fone: 221- Pág. 12 - CLÁSSICOS DO NATIVISMO
Diretor de Arte: Clovis G. Pereira 6874- Santa Maria- RS- 97100. Pág. 14 - TAU GOLlN: um Duelo com a
nossa História
Diretor de Produção e Divulgação. C.G.c. 87604930/0001-32. Pág. 15 - JAIME C. BAAUM: Minipos-
ges, Hilda Fogaça e Luiz A. Cami- Os números anteriores devem ser Pág. 30 - ENTIDADES GAÚCHAS: 50-
cíedaoe Gaúcha de Lomba
nha dos Santos pedidos a editora ao preço atual. Grande
Páq. 32 - ROTEIROS DOS FESTIVAIS.
NATIVISMO 5 3
-
ARIEL RAMIRES
Nascido em uma família de Eduardo Falu, Mercedes Sosa, Rio Grande, tiveram. um de-
pessoas campesinas amantes Hílárío Quadros, Hnos Dava- senvolvimento muito grande,
música crio Ia, foi iniciado na los, Jaime Davalos e Jaime chegaram a quase duzentos,
arte por seu tio, D. Catalício, Torres, com o qual faz traba- hoje estão ao redor de 50 es-
\ f que tocava guitarra, ainda lhos juntos a 25 anos. palhados por todo o territó-
quando era menino. Aos 19 Sua obra mais repercute em rio. - Por esta e outras obser-
anos foi viver ao norte nas todos os países onde passa, é vações acredita que o Rio
cidades de Salta, Tucumam a Missa Criolla que este ano Grande do Sul, a Argentina e
\ (cidade de Atahualpa Yupan- completa 20 anos de sucesso o Uruguai são idênticos na
qui) Jujuy, sempre buscando desde sua aparição. Foi criada forma de sentir, pensar de
aprender novos ritmos. para homenagear uma quanti- cultuar os mesmos costumes,
Com este mesmo propósito, dade de pessoas que o ajuda- as músicas ou tocar os instru-
viajou por todos os países an- ram em sua juventude no ini- mentos. Por isto sente-se aqui
dinos Chile, Bolívia, Peru ... cio da carreira dando condi- em casa como se estivesse em
somando conhecimentos para ções para que pudesse estu- Santa Fé, Corriente, Chaco
criar as suas obras, que são dar. Quando á escreveu diz A- ou alguma cidade pampeana
enriquecidas pelos variados riel, pensava na voz dos Fron- do seu Pais.
ritmos latinos americanos. - teiriços, um dos melhores Atualmente reside em Bue-
Quanto a isto ele frisa, nos conjuntos vocais da Argentina nos Aires, vai todos os anos a
temos a obrigação de fomen- que executou a obra em um Europa contratado para tem-
tar, ensinar, publicar porque Longa Duração que tem có- poradas. No ano de 83 este-
isto é o nosso idioma, essa é a pias no mundo inteiro. ve em Israel, Espanha e Por-
nossa raiz étnica, e que de to- Este ano no Festival de Cos- tugal. VoIta em 84 novamen-
das as músicas a mais impor- quim que é o mais antigo fes- te a Espanha, Portugal, mais
_ tante é a nossa, porque esta tival de folclore da América Itália e França. No Brasil virá
nos toca o coração quando Latina estará apresentando os em julho ao Rio de Janeiro
conhecemos a nossa história. 20 anos da Missa Criolla, com onde fará uma apresentação
Conviveu em sua carreira um coral de 200 vozes, cujo o no Teatro Cecilia Meireles.
desde o início com os maiores solista será Zamba Quipildor. REPORTAGEM E
nomes do folclore Argentino Sobre os festivais Argenti- ELABORAÇÃO:
como Atahualpa Yupanqui, nos Ariel diz que como no CRICO SOSA
4 NATIVISMO 5
- AC_
,
de. sendo uma paulista? ção com o in terior na tua que ganhava para fazer
infân cia? p esq u isas no n ord este
INEZITA -I s t o é muito sem p re sob re o folctore.
curioso. pois eu sempre INEZITA -Houve. os Vim para São Paulo de
tive um amor especial por meus tios tinham fazen- volta em 1953 e fui convi-
este estado. quando pe- da. e quando chegavam dada pela Rádio Nacio-
quena chegava a procurar c.s férias ou m esm o em nal. E assim. com grande
nos mapas para est u d à-l o. qualquer bronca da família. come-
não sei explicar pois nem feriado. eu me mandava cei a cantar e fiquei um
mesmo parentes tenho para lá. Tive muito conta- ano na Rádio Nacional.
aqui. to com viola e violeiro no Depois fui para a Record.
NATIVISMO 5 5
q u r rinha também t el e-
vi,"o. (' fiz um programa
QUI' focalizava os diversos
estados do Brasil.
fi NATIVISMO
,,
UM ALERTA
ECOLOGICO
JOSE LUTZEMBERGUER
NATIVISMO 5 7
Que método? -E a p o srçoo do governo -A AGAPAN pr
que aplica este veneno mar uma atitude
O fundamental é não per- através do m in istério da gorosa a resp eir
mitir que nas casas exis- agricultura -SUCAM-, o problemas?
tam paredes com palha. que o senhor tem a dizer?
ou com fendas, onde o in- Sim, pretende. E
seto tenha consições de se Nós sabemos que, pelo gando de uma 10
'esconder. Uma parede li- menos no passado, tanto gem e rom cn do
sa, que pade ser inclusive o ministério da agricultua mento deste prob
de barro não haverá pro- ra com o o m in istério da pouco, mas prer
blemas. Então, o que te- saúde trabalharam em procurar o secr etê
mos que fazer é ensinar o convivência total com a saúde, porque o _
pessoal a fazer .su cs casas indústria química, não é? do Estado teria c
de acordo. Não haveria o m in istério .â a agricu ltu- de proibir isso.
necessidade nenhuma de ra sempre fez tudo o que
estar en ven en an d o as p es- pode para evitar a intro-
soas, ainda mais com um dução do receituário agro- -A respeito do de
clorad o p ersisten te com o nômico -que inibiria ou mercúrio no Rio
é o BHC. Isso é um, crime acabaria com os excessos
que d-eve ser denunciado. na venda de pesticidas- a Eu não consegui
E é um absurdo, porque SDFV -Secretaria de De- informações s o bre
o BHC está prqibido nu , fesa San itária Vegetal- se sunto. O que eu
-agric'ultura e para uso do- transformou numa sucur- é que o governo n
mi-sanitário. no entanto sal da indústria química e inform açõe co
ele está sendo vendido o Ministério da Saúde Precisamos ver ã~
ain da nas farm ácias para ch egou a m od ificar a clas- vem este, m ercé rto,
uso medicianal, no com- sificação toxicolõgica dos do polo petroquí
bate ao piolho, chato, p u l pesticidas de acordo com é de indústrias gc
ga e a saúde pública está os interesses da indústria plásticas em "Co x i
aplicando. Neste casa a quím ica. na realidade, quais também,
gente chega a conclusão não estou admirado com substância. Nós
que a saúde pública, co- esta posição. A indústria mos de um esclare -
mo o ministério da agri- quím ica é tão forte que mais completo e de
cultura, está trabalhando ela dom in a este orgãos. das imediatas pa
de mãos dadas com a in- Eu espero que daqui para cesse isso. Se o m
'dústria química. isso deve diante mude esta si- provém de indúst .
ser d en u n ciad a, ' tuação. vano-plásticas
8 NA
-
NATIVISMO 5 9
•
.
;
do ecológico. ele será uma
seita en tre ou tras ran tas e
-E como
participar
fazer
m ais
o cidad
da lu
todos os demais partidos ecológica?
acabariam brigando com
o partido ecológico. Eu o fi meio é fazer o
prefiro que o movimento que nós estamos j az enc
ecológico seja um m avi- hoje. mas vamos p r ec is
m en to tr an sp ar tid àrio. de muito tempo ainda. c
Que o nosso pessoal esteja sejo: fazer o máximo c
em todos os p art i d os. e é discussão em públicc
o que está acontecendo. ap roveitar os meios d
Isso também tem outra com unicação sempre qL
van tggem im p ortan te. Se possível. levar a público
a ecologia se transfor- rnáximo de controvércim
masse num partido e este denunciar cada vez qu
partido ficasse forte nós des honorários de d ep u t a- ex istem casos de esc àn de
acabaríamos tendo todos dos e senadores. vão apa- los am b ien tais para cr ís
os vícios que os ou tros recendo as pessoas que ossim uma m o io r c o n s
tem ·tam bém. porque on- saberão mentir a ecologia ciência pública. Êo únic
de a política dá vantagem muito bem e o movimento meio que nós dispomos.
aparecem sempre como acabará tendo todos os Nós não tem os verba
políticos as pessoas mais incinvenientes que tem os para fazer grandes cam
cínicas. aqueles que sa- outros partidos. Eu prefi- panhas. Eri qu an t o o pró
bem mentir melhor. Ago- ro portanto que nós seja- prio governo não fizer es
ra. enquanto o movimen- mos uma força e x t r a=p a r- te tipo de trabalho. nós SI
to ecológico for neces- lamentar. uma força de p o d erem os con tin u ar fa
sarro sacrifícios pessoais. ação com unitária. Por as· zendo o que estamos [a
nós continuaremos tendo sim dizer. um quarto po- z en d o. Nós somos en t i d a-
líderes realmente autênti- der no Estado. poder do des-cidadãs de ação c o-
cos. Já no momento em cidadão que cobra. que minitária. Não temos ne·
que dá para ganhar gran- preciona. que denuncia. nhuma ajuda oficial.
10 NATIVISMO
o festival foi dividido em
apartes, que é um termo usa-
do nos rodeios campeiros
quando é feito a separação
dos animais para as suas clas-
sificações. A cada ano acon-
J tece um aparte, o ano passa-
do aconteceu o primeiro que
foi bem paltada. O seu segun-
do aparte, neste ano foi co-
NATIVISMO 5 11
G.
LUNA TUCUMANA BAILE DO Sapucay deio das chinas 1)"
recebendo a querose
A tahualpa Yupanqui Cenair M aicá com cheiro de brilha
tl- tin<ã.
Yo no le canto
AI>I
a Ia luna
&
Neste compasso
'01
da gaita
cc.
porque al~%bra y nada
~.... do Sapucay l>~
Gt 1>~
mas 'PWI p.•••• Se bailava a noite inteira Neste compasso da gai
le canto porque ella sabe Ia- na costa d o U rugual Go."'" do sapuc~
de m i l8"r1o cam in't1' Luz de cand~iro e o chei- O mandico se alegfJva
ro da polvad~ira l>? na costa do Urugu~i (:o;
~'l Am
Ay lunita tucumana Irmanava castelh<ã.na e A té a guarda cofteira
TamborcifJ calchaq,~
,o..... AYfI
brasileiro na fronteira esqueceu do contraba9:'dc
compaiílra delos gauchos E o Sapuc"fy'" chegava
en Ias se~das de tafililY'l\ tocar se baba1f:Jo
Gr Dt
Cn-oram as pri"b:s no E a gaita Silha com a b
ESTRIBILHO compasso do bordao ba do Sapuc9'y
wi' 'C E o gu itaf:.~iro can ta toda Chegou apodrecer o i~
Perdido en Ias cerrazones a inspiraçtf'oGT neste faz que vai não v9'i
quien sabe vidTiz por don- E a corde~na no soluço
Go
de andarS .q reganchado 1>:r
mas qu~~do salga Ia lun"1i M arca o com"passo do S~o duas ~á~rias festejfrr.
cantarf~antar~""" A costeiro sap a tea~ o do nesta dftnça
a ~'itucuman querid"'i: Repartindo a mesma hf
can taFJ can tare "1M "Pa"'nça, comung<iindo
<á "1)4-
Neste compasso da gaita mésma riffla :D
E1 Go
COZi•••la esperanza e com do sapucay ~+- Disse o Cindin'lO que
pena €:t AV'I Se arrastava alpargata lá UrugJ'ai beija os nub~te.t
en los campos de Acheral na costa do U rugu~ic;.l- UNe o casal conti,?e~t
yo viz"llr'a Ia luna bu:'h~ Chinas faciiras com jeito pai Brasil mãe A rgen tin~
CII
besa'íí10 el caiíav~V;;1 provocador 1)~ E disse o p1e'a que o len·
E ea'90 !}os parexJ'lnros Vão sarandeando e é um d5"rio rio corr~nte
Cio/H·
luna dICa solecta~ con vite p ara o am or une o casal-contin~~te pa
yo A'f:;'Y andando y Levanta po~ira no saran- B rasl ·1 m ae
- A rgen tm
.áa.
cantandl}"
qU\~ m r modo de
alumbrar.
c 07
i1iI'~ II
'1-i il
12
~II NATIVISMO ~
ERA UMA VEZ ALFaNSINA Y EL MAR
I
a (3h2/~~/q- . A..h'l9 Tu pequena fiella no vuelve mas
Era uma vez um negrmho 50 'P~ G~ . c. .
Un sendero solo de pena y silencio
á quandç o potrinho fez-se potro 1~./n 1>", B e1-
B11.Q 81:12 ~.,- LLego hasta el agua profunda
a neÇJrinhocontinuou peque qininho 1)"", A •••
e e:~ E..t/F-# €.t!.úf+-, Am Un sendero solo de penas mudas
E cada vez mais 50 1>M 8 8"1 4•.•..•
F5- A", 9 LLego hasta Ia espuma
Cg Foi uma vez uma carreira grande S abee dios
di que angustia 4+. te acompano !'••.•
F5+ F*o . ck9C
I
a corredor era o neqrinho 50 / A e~
Que dolores viejos callo tu voz
A"",
8 i'. E~€~/FJt:. é?f61f A~9AIYI'f q I1mq
a balo-raio tropecou na rala 'O""" <;O....
Para recostarte arrullada en el canto
C
. I.?~ G? é1!-r#
l.ibi as de ouro se fizeram po
é-1"/P.JJ:A~ 'j "0-... f> ~~,q.
De Ias caracolas marinas
E o negrinho só :o..".. A •••
F~~ _ La cancion que canta en el fondo oscuro
Acenda velas quem nao sabe o resto "Dl't'I 6 /H A..,
f".1f..., t;-/'t Dei mar Ias caracolas
Da velha estória que eu cortei ao meio 'D~ 61 c.
I
Te vas Alfonsina con tu soledad
~7 e~ A "'I' "t>"'"
E ao pé das velas deixe fumo em ramo Que poemas nuevos fu iste a buscar
..= H W~ M. . A l>l 9 AII~}:j A .••.•
Para o negrmho do pastorerr o A li Una voz antigua de viento y de sal
A..., ,4M6"t' AV"I AM5-t 1I;j
Galopa hoje, palopa / H ~"'1 4~
Te requiebra el alma, y Ia esta lIevando
~ -eU'Ifr#8t ~#- 1)\0'\ c.. _
Cilvalo de assombração Y te vas hacia alia como en suenos
An! A....st~ eg-e,
Baio-r àio pelo de lua c. p~ 6~ A~
t.~-f. A...,A"1::>+A.,." Dormida Alfonsina vestida de mar
Risca chispa na escuridão Alo 'O"'"
Cinco sirenitas te lIevarán
. r;/~. A"" e~ A~
Vai o casco, fica o rastro por caminos de algas y de coral,
€-/G.:tf . Am G'
Passao vento, fica o susto c. A
1)..... G
Y fosforescentes caoallos marinôs
~ ~9- E.. . A;", AM::l+ ~ 1)"" B 1A :r
6. M
quem VIU duvida que VIU ~.K e. / harán una ronda a tu lado,
E.t,\-.f:. _ .'\m(f1tr.:r-Wl;;o- '0\"\ Aw.
quem pensa que VIU nao VIU ~ é'l
y los habitantes dei agua van a jugar
'O 'i') t:l."1/! A""
pronto a tu lado.
Bájame Ia lámpara un poco más
Ií I
déjame que duerma nodriza en paz,
Y si lIama él no le digas que estoy
dile que Alfonsina no vuelve
Y si lIama él no le digas nunca que estoy
di que me he ido.
NATIVISMO 5 13
UM DUELO
COM A NOSSA
HISTORIA
o compositor, pesqui- nos seus valores e seus bia disso, pois declaro
sador autodidata, Luis personagens para que se- em suas primeiras entre
Car/os Golin -Tau Golin-, jam colocados mais a ní- vistas: "Sei estar m exenci
residente em Santa ma- vel humano dentro de em uma vespeira". E a
ria. cidade que fica loz ali- suas épocas e assim lidos, vespas vieram e conti
zada no centro do Estado discutidos e avaliados pe- nuam vindo. pois o pró-
do Rio Grande do Sul, las gerações mais novas. prio autor declara esta
imprimiu na LGR Artes Nunca no estado um p er- receben do telefon em a
Gráficas um ensaio. pe- son agem foi tão in vestiga- am eaçadores da parte d
queno em volume, mas do quanto Bento Gonçal- pessoas que ven eram (
grande por sua repercus- ves após esta publicação, memória do "herói" Ben-
são a nível nacional. so- inclusive sendo debatido to Gonçalves da Silva.
b re a história dos vu /tos e na Assembléia Estadual que lutou dez anos pare
fatos acontecidos no esta- dos Deputados. poder implantar a repú'
do gaúcho. este seu livre- Em pesquisas feitas nos blica do Piratini, que de-
to. como foi chamado por artigos publicados pelos pois foi pacificada po
alguns críticos do meio veículos de imprensa, L uiz A lves de Lima e SiI·
tradicionalista. que fica- conclui-se que se Luis va, o grande Duque de
ram indignados com o Car/os G olin tin ha a in- Caxias. ?
lançamento. tem por títu- tenção de fazer as pessoas
lo Bento Gonçalves o he- lerem e revisarem a vida
rói L ad rão. E um relato do Gal. Bento Gonçalves, Apesar disto, Tau Go·
de episódios da vida do consegu iu seu objeivo. lin não parou ai. O seu
mais importante chefe da Não somente os cronis- último livro, a Ideologia
Revolução Farroupilha, tas e repórteres sein teres- do gauchismo, apresenta
segundo o conceito dos saram pelo assunto dando o mesmo espírito polémi-
orgãos históricos e cultu- d es t q u e, as também os co ao tratar de vários m i·
rais do estado. tradicionalistas se mostra- tos gaúchos. sta obra al-
Este opúsculo, de ape- ram indignados com o li- cançou o terceiro lugar
nas 66 páginas, já foi co- vro. A Igns, que tem em vendagem na 29 Fei· Q
mentado nos mais impor- maior apreço e veneração ra do Livro de Porto Ale-
tantes orgãos da imprensa pela vida do "herói [ar- gre, n a categoria de não·
do país. Ele nos vem pro- roupilha", chegaram a ficção e existem informa·
var a necessidade que agredir o autor do livro ções de que Tau já está
existia em fazer, de tem- usando frases de baixo ní- com mais três livros p ron-
pos em tempos, um ques- vel em seus artigos. Mas os, tod os d en t r o desta
tionamento da história parece que Tau Golin se- m esm a lin ha.
14 NATIVISMO
NATMsMo 5 15
~==================CULTURA~
07-02-1756
MORTE DE SEPÉ TIARAJU
Antes mesmo de se descobrir o ta, integrada por técnicos c milita- perguntas anteriores. Como ()
Brasil. havia sido cstubclccida a res de ambas naçõ ev, tendo como vernador de Montevidéu insis
Linha de Tordesilhas para dividir representante espanhol o Marq uês em prossegu ir, os Índios dcrur
as futuras possessões de Expunha c de Valdelírios e como represen- rédea aos seus cavalos dize
Portugal. noutros continentes. A tante oorrugués o general Gomes " No caminho nos encontr
imprecisão desse mcridiano . bem Frcirc de Andrud a. Simultanea- mos". E assim. de fato. SUCl
como a fusão das coroas de Portu- mente. casais açoriano, foram des- Nu dia 7 de fevereiro de I
gal e Espanha de 1580 a 1640. ha- tinados. por Portugal. a povoar as houve diverso .. pequenos em
viam contribuido para a caducidu- terras que os iudio s ubandonus- tros e tiroteios isolado ... se
de daquele acordo e para a neces- \('111. mortos diversos portugueses
sidade de se fixarem limites Entretanto. houve a reação mis- imprudentemente, se haviam
mais uit ido«. A <ituação SL'tornara <io nc ira. Negando-se a abandonar tudo das guardas avançadas".
mais confusa na ampla região :1 o território. os Índios iniciaram es- A descrição mais detalhada
murgcm I..·"~llll'rda do rio Uruguai: caramuças contra os demarcado- acont ccimcntos csui na "Hist
aqui SL' alternavam a Colônia do rcx. E dentro l'l11 breve estourava a do Brasi(. de R, Sourhe y. VQ
Sacramento (por tugucsa í. o Go- chamada "Guerra Guarunitica". págs,48e49:
verno Militar cIL- Montevidéu (es- com a junção do exercito de Lspa- "Em con scqué ncia disso. t
panhol). a Comandáncia Milit ar n ha e do s's;ército de Portugal. em o governador de Montevidéu,
de Rio Grande (por tugucxa l c os dcz crn hro de 1755. para a marcha sé Joaquim Viana. ordem de
Sete Povos das Missõc-, Or icntui-, contra os Sete Povos. com 300 homens a eu s t igar o
tS'spanhóis~ lguulmcntc co nfu va Eram mais ou mcno- ~.OOO os mig o. Constando ser este em gr
era a situação nos autipodu-. isto combatcnte-, c-panho i-. sob a che- de número enviou-c segundo
L;, no "outro lado" do globo ter- fia do governador tis- Bucno-, Aire- tucamcnto , dc 500 praças.
rvstrc. D. Jo,,; Ando naégui. e contan- poiar o primeiro. Mas. unte-
Pelo Tratado dL' Madri. dc do com a pre-cnça do governador chegada do reforço. tivera lugar
1750. as Filipinas e as ilhas Molu- de Montevidéu. Jos~ Joaquim Vi- ma escaramuça. em que tomo
C"". no Oriente. e a Co ló mu do una. E eram cerca de 1.600 os Se pé Tiuruju. Caiu como um
Surr.uucuro . ao domínio expu- soldados portuguc-c-. sob o co- lente Um cavaleiro pottuguc-
nhol. recebendo Portugal. da Ls- mando do gl'l1. Go m...'\ lrcirc. feriu com um lançaço quand
punha. os Sete Povos das Missões Juntaram- -,l' ~'I altura da atual cavalo do caudilho misvio ne iro
Orientais do Uruguai. Da me-m« Bagé "Distavam umas 90 léguas dou num buraco LIs-tatu. mas 1
forma que os hubit antc-, da Colo- das Rcduçõc-, ". s'sLTs'VL' Man- SL'm receber também um te rim
nia teriam de se mudar para ou- <ucto Bcrnunli "C cru princi- to. L t alvcz que Sepé ainda se
tras tcrrus portllgllc~a> - por \,,'- pios de janeiro começaram a a- f!Ul"'L'. l' \L' xalvassc. '\L' Viana I
xcmplo , a vila de Rio Grande -- vançar com cx trcrna lentidão", o houvesse morto com um tiro
os missionários c' índios dos Sere E os iudio-." "Demoravam ina- pistola. acidentalmente assim c
Povos teriam de se mudar para tivos. rcgamcnt« co nfiunt c-; no do".
outras terras espanholas -- por s'- seu número. na sua bravura p c-- A tradição popular cugrunc
xcmplo , a outra margem do rio, soul \.' 110\ -cu-, ..•anto-. Não <c ccu a figura de Se pé Tiaraju , co
Nesse sentido, o art . XVI era bem prepararam -criumcntc para a rc- ferindo-lhe o grau de sant idad
claro, permitindo que os mivsio - <isté nciu e apcna« uns 300 deles, de certa forma oficializada p.
11.l'lrO\ levassem scu-, bcns móveis ao mando de Sepé Tiaraju. cor- topcnirn ia: "São Sepc" é nome t
s' -cmovcntcs. armas, pólvora L' regedor dt' São Migu cl, se reuni- urna rio, de um município, de
munição mas determinando qUL' a ram para embnrgar o passo aos in- ma cidade nossa. A legenda des
entrega das povoaçõc , à Coroa de vasores. Às patrulhas avançadas indio-rnárrir tem sido alim cntad
Portugal seria feita com todas as dos expedicionários. perguntaram em prosa e canção, através d,
suas casas. igrejas. cdifício s. pro- os indio s o que buscavam nas suas gerações, e hoje sua força mit ol
pricdade c posse da terra. terras. pouco depois, o próprio gira é associada à resistência lat
Para a demarcação de limites Governador Viana encontrou um no-americana contra o dornirn
roi constituída uma comissão mis- piquete de Índios que repetiram as colonialista europeu,
16 NATIVISMO
;;;;;;;;;;;;======== MAS C A T A R I A~
Mascate da Cultura. é o que se pode chama,.. Adão
Ltm a çp essoo conhecida no meio nativista, que se faz
presença obrigatória em todos os festivais. E o termo
Mascate da Cultura usado pelo pessoal do jornal Tchê,
serve realmenJe muito bem para definir ~sta pessoa de
go- meia idade, ares de gringo, com uma simplicidade
\se contagiante que anda com a sua ~ra3,ília verde' su p er-:
de carregada de livros. onde se en co n rrrrm obras de todos
os autores gaúchos, principalm,ente do gênero nativis-
ta. O Rio Grande pode orgulhar-se deste batalhador
incansável do r em o livreiro. Nosso colega que cruza o
Rio Grande de ponta a ponta, da serra a fronteira, das
missões ao litoral. Levando as obras dos nossos escrito-
res ao alcançe de todos.
NATIVISMO 5 17
- ..•...•. "
~~,
MESA REDONDA
r:
t~"-'
til
'f
/
,
RS.
DURANTE
NA TlVA
A MAIOR
NA CIDAr
FES)'A
CHICO SOSA,
TO FAGUNDES
RECER, ENTREVI~
J
o:
A í3
DE RESPEITA VEL
TURA GAÚCHA, f
PRESTADOS NESS.
PERDIÇAR VALI(
MONTADA ESTA E
DO ESTADO EM DI
PAUL O TA PAJÚS ca- rada no Rio e São Paulo contra tempo, eu pens
rioca, compositor causou delírio, porque que poderia haver a
pesquisador, produtor de apresentavam algo novo, mais problemas dos q
rád io, com 55 an os n o ra- e depois deles ainda não até agora havidos. Sabe-
mo sem interrupções. ini- apareceram lá outros tá que há sempre uma di]
ciou cantando em 1928, na hora de subir mais al- rença na troca de cm b íer
tem /O anos de Projeto gum. A música do Rio te e isto era um risco qL
M inerva, produzindo o Grande tem boa aceitação tinhamos de correr e ch
programa Domingo Musi- no Rio, o que falta é a gamos a conclusão qu
cal que vai ao ar através máquina para promover. valeu a pena. Qualquf
de 1000 em issoras de rá- coisa errada p e d ím c
dio. Foi jurado da [20 perdão. E qualquer cois
Califórn ia. RICARDO DUARTE - elogiável eu peço que sej
Batalhador pela cultura feito em n om e destas d~
Nico Fagundes -Como re- gaúcha, um dos iniciantes zen tas e tan tas p essoo
percute a Califórnia nos da Califórnia, atual pre- que formam as comissõe
meios de divulgação do sidente do festival, pionei- a que foram delegado
Rio de Janeiro? ro na mudança do am- plenos poderes.
biente fechado do Cinema
TAPAJÚS - Não ela não pampa para o ar livre·.
rep ercu te, p orq.u e esta ANTÔNIO AUGUSTC
faltando promoção do Rio Nico Fagundes -Como é FAGUNDES- composi
Grande do Sul para cima esta mudança? tor, pesquisador, profes
para o norte. A música sor de folclore, ex direto
do norte, nordeste desce RICARDO DUARTE do Museu Antropológico
m ais ao cen tro. E' posso V am os esp era r até o fim apresentador do p roqr a-
lem brar que quando o v',:';) ver com o será já to- ma Galpão Crioulo da TV
conjunto farroupilha saiu namos todas as precau- Gaúcha.
aqui do Sul e fez tempo- ções para evitar qualquer
18 NATIVISMO
· ~
A CULTURA GAUCHA
CALIFÚRNIA DA CANÇÃO
E DE URUGUAIANA, QUE É
VO GÊNERO NA TIVISTA DO
5 NATIVISMO 5
» •
OS PRIMEIROS GAÚCHOS
DA AMÉRICA PORTUGUESA
Para as pessoas que se interessam em saber a sua
genealogia, damos uma dica com um livro de João
Machado Ferraz . O autor nasceu em Torres no ano de
1937 depois foi residir em Rio Grande. Era funcionário
do banrisul, jornalista, pesquisador. Faleceu em 1978
vítima de atropelamento e nos seus 41 anos teve uma
imensa folha de serviços prestados que poderemos ver
por estes cargos: Presidente do Centro Rio-Grandense
de Estudos Históricos: Presidente do Centro Filatélico
do Rio Grande; Presidente da Fundação M onsenhor
Eurico de Meio Magalhães; Vice-presidente da Liga da
D efesa Nacional; Vice-presidente da Federação Gaúcha
de Filatelia e Numismática; Secretário do Conselho da
Sociedade de São Vicente de Paula e tesoureiro do
Grupo Escoteiro do Ar. Cmt. Gustavo Cramer.
Faleceu ser vem publicado este seu pacencioso traba-
lho de coletar material para este livro que se intitula
OS PRIMEIROS GAÚCHOS DA AMÉRICA POR-
TUGUESA, que é uma lista dos primeiros b atiz aâ os
ordenados crolológicamente com o nome dos pais e
padrinhos até o ano de 1753 na cidade de Rio Gran-
de. que foi o primeiro núcleo povoado pelos p ortu-
gu eses no estad o.
20 NATIVISMO
• MASCA T ARIA
NATIVISMO 5 21
5
HOS NATIVISMO EM QtJADRI+IOS NATMSMO EM QUADRINHOS NATMSMO EM
QuodriniztIçiio
BYRATA
'./
22
Montado em um foguete
Vai o ginete buscar resposta
Nos quatro cantos do continente
Todos esperam nova proposta
E as nebulosas contém segredos
Em potros lerdos ninguém aposta
Ninguém aposta porque são lerdos
Porque são lerdos ninguém aposta
E se o fantasma desse ginete
Trouxer sementes quando volttu .
Nos intt!TWJIDs dos CIlmDOS !II1ItOs
NATIVISMO fi 23
----
Para a nossa satisfação, to- Prezados Senhores:
das as semanas temos recebi-
Venho por meio desta pedir
do muitas cartas. maiores esclarecimentos a respeito
Estamos publicando as últi- da revista que os senhores publi-
cam "Revista Nativismo ". pois só
mas que nos pedem revistas, e
agora fiquei sabendo da publica-
aproveitamos para informar ção e me e ntcrcsso pelo assunto
que os números anteriores po-
Quero saber se é possível con-
dem ser solicitados para a edi-
seguir os números anteriores, to-
tora ao preço atual. dos que já foram publicados, o
seu preço e corno devo fazer para
conseguf-los.
Para melhor facilmente nos co-
Para as demais cartas, estão municarmos, transcrevo abaixo o
sendo enviadas as respostas meu nome e endereço completo:
pelo correio. Zulmiro Drago Filho
Rua Visconde de Pelot as. 878 ap.
402 - Caxias do Sul -- RS
CEP: 95.100
Prezados Senhores:
Sem mais para o momento e
contando com sua atenção, subs-
Na condição de gradua
Revista Nativismo: crevo-me.
atenciosamente Ciências Sociais da Univ
Federal do Rio Grande do
Tenho o conhecimento que a
lulmiro Drago Filho nho desenvolvendo um
revista Nativismo existe a mais de
de pesquisa em cultura
um ano, estou interessada em adi-
quirir a assinatura da mesma. t:~ junto do Prof. Rube n Gcon
vcn do Curso de Pós-Gra
Gostaria de receber um exem- Prezado Senhor:
em Antropologia. Nosso t
plar e todas a.' informações para se encontra em fase de ,
adquirir a assinatura como tam- Venho através desta, solicitar
me nto de questões e recoll
bém as revistas publicadas ante- inforruaçõc-, sobre à assinatura da
de material.
riormc ntc. revista NA TIVIS~10.
Por meio desta deseja!
Desde de já antecipo agradeci- Li o exemplar número 03 "
ter com esta editora a reviste
mentos. gostei muito. Consegui-o em Passo
fundo c govtaria de faz e r UI11f.!. Ll~- vismo número 4 da qual
Atenciosamente
procurado em vários loc
sinatura. S<' possível.
Porto Alegre c não tivemo,
Maria de Lurdes Gomes de Alrnei- Contando com o atendimento
da - tunidudc de encontrar.
que lhe': peculiar, desde já fico ã-
24 NATIVISp,I
A NOVA MULHER GAÚCHA
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LI.
NATIVISMO 5 25
Atradicão ção econômica em que Lembremos, no
não poêle ser nos encontramos. Pobre do, de Revocata de
esquecida classe média!- Há mulhe-
res "bem comportadas" e
de R ita L abato, de ~
na de Abreu e de
mulheres "mal comporta- outras que deram su
Irmãos Frizzo tem
das". Há mulheres e mu- tiva contribuição.
toda a indumentária
gaúcha e fabrica lheres ... mos, atualm en te, -n
botas e artigos Como podemos verifi- tarei n om es para n
para montaria car. todos essas situações meter injustiças- de
da melhor qualidade. bem como conceitos que Iher das artes pl ãs
as en volvem. fazem parte da mulher nas artes
26 NATIVI
Bu en o! Entramos em mais um ano. E agora! Conti-
nuemos peleondo j!,ntos. Eu proponho enterrar as má-
goas do ano p ás sc d o, montar a cavalo na experiência
adquirida. se amadrinhar no que foi produzido de bem
e ficar preparado para repontar a tropa do ano que se
inicia.
Pelo visto este ano a produção vai ser grande. Se em
83 apareceram novos espaços na cultura do Rio Gran-
de do Sul. em 84 a coisa não parou para Janeiro nós Ja
temos de novidade. u festiva/l de Rodeio de M iÍ&iCCL
Gaúcha na cidade de Vacaria e mais notícias de que
este ano se realizarão os de São Borja e de Bagé q.ue
eram para ser realizados o ano passado. Portanto para
os que gostam de acompanhar as produções do Rio
Grande fiquem de pé no estribo. Para quem tinha me-
do de que isto fosse apenas moda. eu digo que a moda
ainda vai longe. Na Argentina segundo o cantor
Argentino Luna. que esteve no Musicanto e o m ur-sr r«
A riel Ram ires que veio na 13" Califórnia. os festivais
iniciaram na década de 60e o festival de Cosquin que é
o mais an tigo com p let a este an o 24 an os, Por isto acre-
dito que moda foram as discoteques. as músicas Yan-
q u e s. e até mesmo o folclore nordestino que está em
moda. Já o nativismo é uma sintonia do povo gaúcho
com a sua própria história e por isto deve lapidar-se
para melhorar () nivel. mas não morrerá tão cedo, E
este ano a safra de navos valores pelo que se pode no-
tar vai ser grande, e daqui mais alguns anos depois de
passar pelo
funil o que e bom e tem garra fica,
BU('llo.e agora com todo O respeito eu peço espaço
para dar um alô a uns parceiros. Emprimeiro lugar eu
quero agradecer ao Ni c o Fagundes do Galpão Crioulo
que. m(' deu uma mão grande nas entrevistas durante a
13" Califórnia,
NATIVISMO 5 27
ENTREVISTA E REDAÇÃO CHICO SOSA
Roda de Chimarrão
28 NATIVISMO
NELSON -Eu não vejo,
sinto, dói no meu bolso.
Existe uma insolvência. E
parar com tudo, é não
pagar m ais as dívidas, é
rever tudo novamente, to-
mar outro rumo. É isto
política no Brasil é revisar
tudo, fazer uma revisão
na história.
NATIVISMO 5 29
.
LOMBA GRANDE
.A SOCIEDADE GAOCHA DE LOMBA GRANDE,_ ciedade, L élio M osleck,
FOI A 6° ENTIDADE FUNDADA NO ESTADO convidou para dirigir o
PARA CUL TUAR AS TRADIÇÕES GAOCHAS. É depar·tamento de tr adicio-
UM MARCO MUITO IMPORTANTE NA HISTÚ- nalismo o Dr. Adroaldo
RIA DA CULTURA GAOCHA POR DESENVOL- K remer Borges, que com
VER-SE EM UM GRUPO DE PESSOAS DE ORI- o apoio de M oisés Lemos
GEM ALEMÃ, NUM MUNIC/PIO ONDE É VISI- e Nono Múeleck, procu-
VEL A PREDOMINÃNCIA DESTES IMIGRANTES. rou cultivar o espírito
O FA TO A CONTECEU EM UM A ÉPOCA QUE A nativista e desenvolver as
CULTURA GAOCHA ERA MUITO POUCO DE- potencialidades do culto
SENVOL VIDA POIS COMO PODEMOS VER SO- n esta região. T en d o com o
M ENTE EXISTIAM 5 ENTIDADES NO ESTADO. uma de suas metas a
união dos trad icion alistas,
procurou trazer para o
INFORMAÇÃO: ADROALDO K. BORGES
Lomba Grande os de Fei-
toria, distrito de SãoLeo-
Era o último dia de ja- atividades ligada ao uso p~ldo.
neiro do ano de 1938 que do cavalo. Tinham incluo Preocupado em aumen-
no distrito de L om ba sive local próprio para tar o número de adeptos
GRande que pertencia a praticar estas atividades. para acender a brasa que
São Leopoldo, hoje faz Em 1959 no dia 4 de [e- estava ainda embaixo das
parte do município de vereiro, por solicitação do cinzas, convocou uma
Novo Hamburgo. Um movimento Tradicionalis· reunião em sua residência
grupo de pessoas de ori- ta Gaúcho a Sociedade e foi eleita uma p atron a-
gem alemã que desejavam passou a chamar-se gem com gestão para dois
cultuar a tradição gaú- C.T.G. de Lomba Gran- anos que ficou assim
cha, se reuniram no salão de. con stitu i d a:
A Igayer e elgeram a p r i- Sem grandes ativida- Patrão -A droaldo K.
m eira p atr on aqem que fo- des, com o passar dos Borges.
ram chamados de funda- anos o C.T.G. passou a 1° Capataz -ASdroaldo
dores. Destes estão ainda ser apenas um departa- M oeleck
vivos Reinal.!io! Linck, mento da Sociedade Ati- 2° capataz - Astrogildo
Oscar Daudt e Oscar radores de Lomba Gran- A maral
,W inter que relataram de, somente na memória 3° capatal . Antonio Oli-
como foi criada a entida- dos seus fundadores e veira
de, revelan d o com isto a adm iradores. Com o de- L° s o t a=c a p a t a z -Ari
força da cultura gaúcha partam en to trad icion alista Becker 2° sota >
que conseguia abrir cami- da Sociedade, sempre rea- capataz -Josê L. Thieseu -
nhos, e entusiasmando lizava alguma atividade. 3° sot a-cap at az -Germano
homens de outras etnias A té depois de 1976 M oeleck.
dobrando usos e costumes sob a orien tação do trad i- A g r e g a dos R o do If o
já seculares destas corren- cionalista Nestor M oeleck Muller 2° agregado Enio
tes imigratórias. o fandango anual, e os Flores, 3° agregado Lelio
Apesar de não ser uma desfiles passaram a ser M oeleck.
zona campeira, o objetivo uma constante. INvernada Campeira:
principal da sociedade Em maio de 1980 o p r e- A ugusto Daudt, M oisés
.gaúcha era desen volver 'sid en t e emposado da SQ- Lemos e Oscar Spindler.
30 NATIVISMO 5
Em maio de 1982 foi
efetivada a separação do
C. T.G, da Sociedade Ati-
rodort>s. Em junho foi es-
colhido a nova p a t r o n a-
gem sendo empossado o
Sr. A strogildo A m aral.
batalhador incansável que
I' rom eteu levar ad ian te a
ohra. Na mesma reuniao
"pareceu o diário oficiol
ou d c foro publicado o cs-
t ut u t o com o n o m e de So-
ru- n d » Gúcha
á de Lombo
Conselhos de Vaqueanos: co n s t r u i d o um golpão Gro/lde (' ficou decidido
D'or c ç .lo à:» 8ecker. José próprio para a sede dos qll(, O C. T.G, deverio ch o-
Anti)nio Thieseu. Willi tradicionalistas. e a pa- nar-se com o nome 'origi-
A 'Sayer. E d egar CasseI. tronagem tratou de pro- nal como fora registrado.
lnado Daudt. ico Linck. curar um local com uma Hoje com d ed icac ã oe
L"o/lardo Muller.ILeopol- área que comportasse to- t r o b o Ih o . a So c i e d a d "
do M oeleck. Sergio Perei- das as atividades campei- Gaucho e Lomba Grallde.
ra. Rudi K ust. ras e artísticas. com o apoio dos admiro-
Como já se faziam pre- dores e adeptos está COIIS-
Os slIplentes eram, Ger- sentes nos desfiles. fan- t r u in do um golpão com
som P'er eir a, R om ('u Wal- dangos. congressos tradi- limo "reu d c 700m2 com
kt:r. I lIis Fernando M 01'- cionalistas. já estavam eOIlé'ho pora tiro de laço
l eck Marco A n t o n io. ro n h rcid o s, o qu(' concor- 'J() lado. o/ld,' [u t u r am ,'11-
Leandro A maral. r en cr o r (' 11 r " r" u P r c] ci t u r (l t. SI'rclO construidos rn o n-
Sch('r('r. P'a u l o V i('('/I«, M UI1;(';po/ u t r urcs d c: Lu- !lueirns.
l.l u u d t Gilberto :\Ig('yn. gt'l1io Nelson Ritz,", desti- AS."i,n confinuo P;PtI (I
Mozar! Augusto Lrrn os. nar u rn terreno que vir;o 1'1lfidudl' (PU' deu inicio
Nist « r cu n rõ o [icou de- (I suprir lodos os llC'cessi- " ('11/111 r« l' f:'(! T (i
cidid" que deveria ser dcui c«. U / (I(j U A NU LNSL
SJI.:.~
Primeíro ela nasceu do coração (
do pessoal que acredita e gosta
da nossa cultura. Depois ela to-
mou corpo na LGR, em Santa
Maria, bem no coração do esta-
do. E por ter a força destes dois
corações hoje ela atinge todo o
Rio Grande
ReviSta NativiSmo - LCR Artes crancas uoa
Rua SilVa Jardim, 808 ',Fone:10551 2216874
Cep 97.100 - Santa Maria - RS '
NATIVISMO 5
•
ROTEIROdos
0-
FESTIVAIS
- - - - - - - - - - - - - - - - --
o MUSICANTO
Santa Rosa, entrou com o foi coroado de êxito, tan- 2° lugar: APELO DE
pé direito para o cenário to pelo nivel das composi- PAZ.
das cidades ga,úchas que ções que concorreram ao Letra e música: Elton Sal-
realizam os grandes festi- prêmio de um Ford Cor- danha.
vais no estad o. Esta cid a- cel.
de que fica na região mis-
3° lugar: QU ERÊNCIA
O festival foi unanime_
sion eira, terra color aâ a.
MAIOR.
nos elogios p ela sua orga-
Sob a coordenação do co-
'Letra: José Lu iz Vilela.
!1ização, também o privi Música: Mário Barb ar
nhecido intérprete e ins- légio de contar com um
à.
32 NATlVISMO 5
'f
!i _;;;;;;;;;;::;;;;;;::;;;;~::::;;;;;;::::;;;;;;~::::;;;;;;::::;;;;;;~~;;::;;;;;;;::;;;;;::;;;;;;::;;;;: ROfEIROdos
~ f~~IVAIS
13° CALIFÓRNIA GAUDERIADA
A cidade de Uruguaiana tornando-se também (
banhad pelo Rio Uruguai p rim eiro a levar as apre Rosário do Sul, a Capital Na-
na [ron teira com o vizi- sen tações dos concor- cional da ervilha, fundada em
ren tes para o m esnf o lo- 1859 elevada a categoria de vila
nho mais gaúcho da Ar-
em 1876, foi berço de grandes ba-
gen tin a. R eolizou o seu já cal do acampamento.
talhas na época da formação do
tradicional festival, pre- As músicas premiadal Rio Grande.
cursor do movimento na- nesta 13 Califórnia,
Q
fo· Privilegiada pela natureza, POSo
t iul st a da província de ram: suindo a mais bela praia fluvial do
Vencedora:G U R I interior do Estado, é palco da 2a.
São pedro, Califórnia da
Gauderiada da Canção Gaúcha.
Canção Nativa. Letra: João Batista ma·
Este festival atingia em sua 2a.
Este festival que comple- chado. edição uma grande evulução, que
touem 83 a sua 13 edi- Q Música: Júlio M ach a c â
o consagra firmando entre os gran-
ção, foi realizado pela da Silva Filho des festivais de música do estado.
Interprete: Cesar Couro,' Seu inicio e continuação
primeira vez em 1971 idea-
especialmente ao esforço de Ra-
lizado por um grupo de Passarinhoso.
mão Bonilha, e Lair Eich, que so-
batalhadores pela cultura Linha Campeira. nharam a realidade de hoje e
gaúcha e promovido pelo com to da a astúcia se acercaram
Centro de tradições Gaú- 1° lugar: Categoria mani· de pessoas altamente capacitadas
festação R iogran dense: para as funções que desempenham
chas Sinuelo do pago. Fo-
transformando o sonho num
ram realizados todos os COMUNICADO
grande festival capaz de mobili-
anos as .apresentações no Letra. Fran cisco A Ives. zar toda a comunidade em torno
rralco do cinema Pampa, Música: Silvio Genro de si.
I~O centro da cidade, as Interprete Oristela Alves. O nível musical desta edição
NATMSMO 5
,
;;,;;, ROTElROdos
0--------
FESJ:I'IAI$_
RODEIO CRIOULO E
RODEIO DA MÚSICA DE VACARIA
A região serrana, trajeto dos ano Bolivia, Portugal. que vieram a Esta festa que se realiza de dois
tigos birivas, Itropeiros paulistasl festa que Ihes ofereceu como t o- em dois anos, é pioneira no gene-
teve a sua maior festa campeira dos os anos espetácu los de cornpe ro e a maior do estado. Foi um
nos dias 23 à 29 de janeiro. O XV tências variadas. Enquanto nos ta iniciativa do C. T. G. Porteira 00
RODEIO CRIOULO INTERNA· blados acontecia os concursos de Rio Grande que com isto contri-
CIONAL que teve sua realizado danças, declamações, sapateios e buiu grandemente para o desenvo
sob intensa chuva nos últimos 4 instrumentos musicais entre as in- vimento do culto as tradições gaú
dias, cooperando com isto para fi vernadas ar tisticas e na outra área chas na região serrana do Estado
car provado a sua posição de ser do parque ferradura, com estrutu-
o maior rodeio crioulo do estado ra especializada para as invernadas
e fazer jus a fama que goza no ce· campeiras, disputavam gineteadas,
nário nacional. Foram milhares de tiros de laço, coleadas, e de mais
pessoas de todos os países e mais proezas que envolvem o homem e Este ano paralelo ao rodeio, fo
daleqações do Uruguai, Argent ina o animal campesino. criado pelo C.T.G. em conjuntc
com a Rádio Cidade de Vacaria
... um festival de Música, denomina-
do Rodeio da Música Gaúcha que
FESTIVAL TCHE! se propõe a permanecer todos os
anos sua realização, embora o Rc
Para en cerr cr os festivais Sapucaia, Uma Canção deio Crioulo seja bienal.
do ano, aconteceu no dia para São Borja -que só
Sua primeira edição careceu cE
17 de dezembro no Gigan- aconteceu por ocasião do
experiência aos organizadores
tinha em Porto A legre, o tricentenário no ano de mas os artistas que concorreram E
Festival Tchê, chamado 82- em São borja; e Tr o- o público que compareceu prin-
"O Fetsival dos festivais" pilha de Ajuricaba. cipalmente na última noite, deram
que reune os vencedores Outros não foram repre- aos promotores, o incentivo ne-
de todos os festivais que sentantes, que foi o caso cessário e uma amostra do que se-
ocorreram d u ran te o an o, rá no próximo anos. O nivel da!
da vencedora da 6 Q
Ci-
músicas foi bom, não dei xanrk
p ara tirar a gran de ven ce- randa de Taquara, gau- nada a desejar aos festivais m~is
d o r a, Este festival que deriada de Rosáriop e a antigos que se realizam no Estado
realizou este ano a sua Il do Chimarrão de Coronel O disco com as doze finalistas se-
edição, 'ê uma promoção Bicaco, rá editado pela gravadora Pialo
do jornal Tchê, teve o p a- A grande vencedora, foi e teve a produção da Bobby Sorr.
tyrocínio da loja Sandiz de Santa Maria. A Sonoziração E
e CAMPO PAMPA E
a Iluminação feitas pela já tr adici-
o apoio da secretaria de QU ERÊNCIA com letra
onal PROJESOM.
Cultura, secretaria de Tu- de Silvio Aymone Genro,
rismo, e Epatur. e música de João Chagas Os premiados no festival foram:
Os festivais que concorre- leite, que também é seu Melhor Intérprete: JOÃO ALME
ram este ano foram em -inter p rete; obtendo pleno DA NETO
30 Lugar: TEMPO DE VOLTAR
número bem menor que o êxito como já havia acon- Letra e Música também de Joãc
do ano passado, isto por- tercido na tertúlia de San- Neto
que alguns não se realiza- ta Maria, onde sagrou-se 22
ram durante 83 como: Vi- vencedor com unanimida-
gília de Cachoeira do SI, de pelo júri e pelo públi- 20. Lugar: SOLlTO de Mauro Se-
reculuta de Guaiba, p as- co. O show deintervalo gio Moraes e Max de Nardes Gute
res,defendido por Neto Faqundes
toreio de Novo hamburgo, que foi apresentado foi do 10. Lugar: CAMPESINO de Jos
carreta de Passo Fundo, grupo anto Livre que fora Teodoro S. Junior e Jose Claucic
Cantares de Santo Ange- escolhido o melhorshow L. Machado, interpretado por Jo
lo, Festival da CançãD de. do ano. sé Claudio L. Machado.
34 NATIVISMO