Próteses e Órteses
Próteses e Órteses
Próteses e Órteses
Envelhecimento e sociedade – v. 5
Universidade Nove de Julho – UNINOVE
Rua Vergueiro, 235/249 – 12º andar
CEP: 01504-001 – Liberdade – São Paulo, SP – Brasil
Tel.: (11) 3385-9191 – editora@uninove.br
Aline Marina Alves Fruhauf
Juliana Barbosa Goulardins
Pamella Ramona Moraes de Souza
Vanessa dos Santos Grandinetti
PRÓTESES E ÓRTESES
Envelhecimento e sociedade – v. 5
Fernanda Ishida Corrêa
Andrezza Sossai Rodrigues de Carvalho
(Organizadoras)
São Paulo
2019
© 2019 UNINOVE
Todos os direitos reservados. A reprodução desta publicação, no todo ou em parte,
constitui violação do copyright (Lei nº 9.610/98). Nenhuma parte desta publicação
pode ser reproduzida por qualquer meio, sem a prévia autorização da UNINOVE.
Capítulo 1
CARACTERÍSTICAS MECÂNICAS E CINEMÁTICAS
DO MOVIMENTO HUMANO, 11
Vanessa dos Santos Grandinetti
Introdução.....................................................................................................11
Objetivos........................................................................................................11
Características do movimento humano......................................................11
Exercícios.......................................................................................................17
Bibliografia................................................................................................... 18
Capítulo 2
PRÓTESES E ÓRTESES, 20
Aline M. A. Fruhauf
Introdução.................................................................................................... 20
Objetivos....................................................................................................... 20
Órteses........................................................................................................... 20
Órteses para membros superiores.............................................................. 22
Órteses para ombro....................................................................................... 22
Tipoias............................................................................................................ 22
Órtese para cotovelo...................................................................................... 23
Tala bráqui-antebraquial................................................................................ 23
Órteses para punho-mão e dedos.................................................................. 23
Órtese de posicionamento para punho e dedos.............................................. 23
Órtese articulada de punho............................................................................. 24
Órtese para dedo em gatilho.......................................................................... 24
Órteses para membros inferiores............................................................... 25
Órteses para os pés........................................................................................ 25
Palmilhas........................................................................................................ 25
Órtese para desnivelamento de membro inferior........................................... 26
Órteses para antepé....................................................................................... 26
Anéis de discos protetores............................................................................. 26
Corretor de hálux valgo................................................................................. 26
Órteses para tornozelo e pé........................................................................... 26
Mola de Codivila............................................................................................ 26
Órteses Suropodálicas................................................................................... 27
Rígidas........................................................................................................... 27
Articuladas..................................................................................................... 27
Reação ao Solo............................................................................................... 28
Tira antiequino .............................................................................................. 28
Órteses para joelho-tornozelo-pé.................................................................. 29
Órtese de reciprocação (RGO)....................................................................... 29
Tutor com articulação.................................................................................... 29
Próteses......................................................................................................... 30
Próteses híbridas............................................................................................31
Prótese mioelétrica..........................................................................................31
Exoesqueleto...................................................................................................31
Próteses passivas............................................................................................31
Próteses funcionais........................................................................................ 32
Dispositivos auxiliares de locomoção......................................................... 33
Bengalas......................................................................................................... 33
Muletas........................................................................................................... 35
Andadores...................................................................................................... 36
Exercícios...................................................................................................... 43
Bibliografia................................................................................................... 45
Capítulo 3
AVALIAÇÃO E PARÂMETROS PARA PRESCRIÇÃO E
INDICAÇÃO DE PRÓTESES E ÓRTESES, 47
Juliana Barbosa Goulardins
Introdução.................................................................................................... 47
Objetivos....................................................................................................... 48
Órteses, próteses e meios auxiliares de locomoção................................... 48
Avaliação, prescrição e indicação de órteses, próteses e
meios auxiliares de locomoção...................................................................... 50
Órteses........................................................................................................... 50
Imobilização................................................................................................... 52
Próteses.......................................................................................................... 59
Meios auxiliares de locomoção...................................................................... 67
Exercícios...................................................................................................... 76
Bibliografia................................................................................................... 77
Capítulo 4
PROGRAMAS PÚBLICOS E PRIVADOS NACIONAIS
DE CONCESSÃO DE PRÓTESES E ÓRTESES, 80
Pamella Ramona Moraes de Souza
Introdução.................................................................................................... 80
Objetivos....................................................................................................... 81
Programas de concessão de órteses e próteses.......................................... 81
Normalização brasileira de superação das barreiras arquitetônicas
e parâmetros internacionais.......................................................................... 83
Os direitos das pessoas com deficiência / relatório mundial
de deficiência da ONU................................................................................... 84
Legislação vigente......................................................................................... 87
Análise de lei.................................................................................................. 88
Exercícios...................................................................................................... 90
Bibliografia................................................................................................... 92
Autores.......................................................................................................... 95
Coleção Envelhecimento e Sociedade......................................................... 98
8 - Envelhecimento e Sociedade – v. 5
Agradecimentos
Apresentação
A principal função do Fisioterapeuta é tornar o paciente o mais
independente possível, com melhor qualidade de vida e de capacidade
para retornar à sociedade e participar de forma ativa dela. Diante dis-
so, a indicação de órteses e próteses adequadas fazem-se necessárias
pois, por meio delas, o paciente poderá ter maior facilidade para reto-
mar suas funções.
A prótese é uma grande auxiliar para pessoas que sofreram am-
putações. Ela propicia uma adaptação a um novo modo de vida e pode
aumentar a autoestima, fatos de extrema importância para a pessoa que
sofreu o processo de retirada de um membro ou parte dele.
Já as órteses têm a finalidade de proporcionar o melhor alinha-
mento de um membro, buscando sempre a posição funcional adequada.
A órtese é um adjunto no processo de reabilitação, se cuidadosamente
elaborada e apropriadamente ajustada favorece o tratamento terapêutico.
Assim, para uma adequada pescrição das órteses e próteses, o co-
nhecimento biomecânico faz-se de extrema importância. Estes são os
tópicos abordados neste livro! Boa leitura!!!
Capítulo 1
CARACTERÍSTICAS MECÂNICAS E
CINEMÁTICAS DO MOVIMENTO HUMANO
Introdução
O movimento humano é o meio pelo qual o indivíduo interage com
o ambiente ao caminhar, durante uma atividade física ou durante o pro-
cesso de reabilitação. É caracterizado por mudança de lugar, posição ou
postura em relação a um ponto no ambiente. Conceitos de Cinesiologia
e Biomecânica são empregados de maneira fundamental para estudar o
movimento humano. Neste capítulo são descritas características do mo-
vimento humano, bem como suas alterações mediante o processo de en-
velhecimento fisiológico.
Objetivos
• Conceituar e classificar o movimento humano;
• Demonstrar as implicações das alterações do movimento hu-
mano no processo de envelhecimento fisiológico.
Exercícios
1) Para produzir um movimento, o corpo humano necessita de forças
internas e externas. A força interna produzida pelo tecido contrátil é:
a) Tensão dos tendões;
b) Tensão dos ligamentos;
c) Deslizamento da cartilagem articular;
d) Contração muscular;
e) Deslizamento ósseo.
Resposta correta ao final do capítulo.
Bibliografia
AMADIO A. C. et al. Introdução à análise do movimento humano – des-
crição e aplicação dos métodos biomecânicos de medição. Rev. Bras.
Fisiot, São Carlos, 3(2): 41-54, 1999.
Capítulo 2
PRÓTESES E ÓRTESES
Aline M. A. Fruhauf
Introdução
As órteses e próteses são dispositivos ortéticos com a finalidade
de auxiliar no tratamento dos indivíduos que necessitam de acessórios
externos para estarem em determinados decúbitos ou desempenhando
funções, podendo também contribuir com a participação social. Aplica-
se em todos os contextos (ortopédicos, neurológicos ou reumatológicos)
e em todas as idades.
Objetivos
Espera-se que ao final deste capítulo o aluno possa obter conheci-
mento da importância da terapêutica ortética na fisioterapia neurológica
adulto, diferenciando os principais modelos e suas respectivas indicações.
Órteses
Órteses são instrumentos externos utilizados para corrigir e/ou
melhorar biomecanicamente determinados segmentos do corpo (par-
cial ou totalmente), colaborando assim para sua efetiva função. Devem
viabilizar estabilidade, mobilidade ou manipulação dependendo sempre
do objetivo terapêutico proposto (EDELSTEIN; BRUCKNER, 2006).
¾¾ Indicações (CARVALHO, 2006):
✓✓ Imobilizar articulações ou estruturas ósseas;
✓✓ Restringir movimentos indesejáveis (movimentos involuntários);
21 - Capítulo 2 | Envelhecimento e Sociedade – v. 5
✓✓ Auxiliar na motricidade;
✓✓ Reduzir descarga de peso corporal;
✓✓ Prevenir deformidades e contraturas;
✓✓ Promover o equilíbrio biomecânico;
✓✓ Reduzir a dor.
Órteses Suropodálicas
Rígidas
Articuladas
Tira antiequino
Próteses
Dispositivo permanente ou transitório que substitui total ou par-
cialmente um membro, órgão ou tecido.
Tipos:
• Interna ou Implantada (ex. prótese articular, prótese não con-
vencional para substituição de estrutura óssea por retirada de
tumor, substituição de válvula cardíaca, implante dentário,
dentre outros);
• Externa ou não implantada (Ex: prótese para região de ampu-
tação do membro);
• Estética, quando mantém apenas a forma estrutural e não pro-
move função (Ex. prótese ocular e mamária).
31 - Capítulo 2 | Envelhecimento e Sociedade – v. 5
Próteses híbridas
Prótese mioelétrica
Exoesqueleto
Trata-se de uma Interface Cérebro-Máquina (BMI – Brain-Machine
Interface) que permite o usuário se movimentar a partir do pensamen-
to que é transmitido e decodificado para um computador. O indivíduo
não precisa mover nenhum músculo, basta imaginar o movimento, e
por isso é aplicável até mesmo em deficientes tetraplégicos ou com es-
clerose lateral amiotrófica. Ao pensar, por exemplo, em mexer o braço
direito, uma cadeira de rodas automatizada poderia se mover para a di-
reita ou mesmo uma prótese de um braço poderia se mover nesta dire-
ção (NICOLELIS, 2014).
Próteses passivas
As próteses estéticas ou passivas pertencem ao grupo de próteses
não funcionais. Elas restabelecem o aspecto externo, sem proporcio-
nar funções ativas, porém exigem grande verossimilhança com o te-
32 - Capítulo 2 | Envelhecimento e Sociedade – v. 5
cido real para confecção, incluindo conforto e peso reduzido para uso
(BLOHMKE, 1997).
Próteses funcionais
Próteses funcionais são acionadas pelo próprio paciente, median-
te o movimento do segmento residual (coto) através da tração de tiran-
tes. Para coordenar as diferentes funções, o paciente necessita de um
intenso programa de treinamento, a fim de adquirir de forma gradativa
a adaptação sensorial e o respectivo controle dos diferentes movimen-
tos da prótese (BLOHMKE, 1997).
Ainda de acordo com BLOHMKE (1997), o encaixe das próteses
deve satisfazer os seguintes requisitos básicos:
a) Envolvimento preciso do coto: o volume interno do encaixe deve
acolher todo o coto, incluindo os tecidos moles, não permitindo o surgi-
mento de folgas. Quanto maior a superfície de contato do coto com as
paredes do encaixe, melhor é a suspensão da prótese;
b) Adaptação somestésica: diminuir as alterações hipersensitivas do coto,
como no caso da síndrome do membro fantasma;
c) Atenção à vascularização local: ao confeccionar o encaixe é importan-
te evitar garroteamento na região proximal do coto do qual possa inibir
33 - Capítulo 2 | Envelhecimento e Sociedade – v. 5
Bengalas
São utensílios que podem ser confeccionados em madeira (bai-
xo custo, porém mais pesadas e de comprimento fixo) ou em alumínio
(mais caras, porém leves e resistentes e com mecanismo regulatório
de comprimento). A principal função das bengalas é aumentar a base
de apoio, melhorando assim o equilíbrio. Sua utilização se afere sempre
na mão oposta ao membro afetado (SAAD, 2007).
Tipos:
1. Comum – Tem ponto de sustentação anterior ao cabo e aumen-
ta o estresse na articulação do punho;
34 - Capítulo 2 | Envelhecimento e Sociedade – v. 5
Muletas
As muletas conferem estabilidade látero-lateral, sendo esta es-
tabilidade maior do que as oferecidas pelas bengalas. São mais utili-
zadas para descarga de peso gradual ou sua redução em cerca de 50
– 100%. São usadas sempre aos pares e otimizam a propulsão duran-
te a marcha (SAAD, 2007).
Tipos:
1. Axilares – Indicadas para pacientes que requeiram grande descar-
ga de peso corporal e que tenham pouca estabilidade de tronco.
36 - Capítulo 2 | Envelhecimento e Sociedade – v. 5
Andadores
Os andadores são dispositivos que objetivam aumentar a estabi-
lidade ântero-posterior e látero-lateral de indivíduos que necessitam de
máximo auxílio durante a marcha (SAAD, 2007).
Tipos:
1. Fixo – Maior estabilidade latero-lateral, não exige dissociação
de cinturas.
37 - Capítulo 2 | Envelhecimento e Sociedade – v. 5
Figura 15 – Andador com quatro rodas | Fonte: 123rf – Katarzyna BiaÅ‚ asiewicz.
39 - Capítulo 2 | Envelhecimento e Sociedade – v. 5
Exercícios
1) Em relação às características das órteses termoplásticas de membros
inferiores, assinale a alternativa correta:
a) São mais flexíveis, menos rígidas, possuem menor resistência à cor-
rosão e boa conformabilidade;
b) São mais rígidas, possuem maior resistência à corrosão e boa
conformabilidade;
c) São viscoelásticas e possuem menor resistência à corrosão;
d) São mais rígidas e possuem maior resistência à corrosão;
e) São mais flexíveis, menos rígidas, possuem menor resistência à cor-
rosão e menor conformabilidade.
Resposta correta ao final do capítulo.
5) Paciente A.J, 27 anos, após ter sofrido lesão por arma de fogo em re-
gião torácica alta obteve diagnóstico de lesão medular do tipo tetraplegia.
O mesmo foi encaminhado após alguns meses para tratamento fisiote-
rapêutico com prescrição e adequação de cadeira de rodas. Apresenta
motricidade em extensão do cotovelo e dedos, em flexores profundos
dos dedos e ausência de controle de tronco. Mediantes as informações,
45 - Capítulo 2 | Envelhecimento e Sociedade – v. 5
Bibliografia
ACAR, M.; KARATAS, G. K. The effect of arm sling on balance in pa-
tients with hemiplegia. Gait & posture, v. 32, n. 4, p. 641-4, out 2010.
Capítulo 3
AVALIAÇÃO E PARÂMETROS PARA
PRESCRIÇÃO E INDICAÇÃO DE
PRÓTESES E ÓRTESES
Introdução
O aumento da expectativa de vida populacional no Brasil eviden-
cia também o número de pessoas que envelhecem apresentando perda
da capacidade funcional e aumento da dependência nas atividades do
dia a dia. A tecnologia assistiva se constitui como suporte para que os
idosos mantenham a independência e funcionalidade. Entre esses recur-
sos, as órteses, próteses e meios auxiliares de locomoção são os mais
empregados pela fisioterapia no processo de reabilitação. As órteses de-
vem ser concebidas de acordo com as necessidades individuais de cada
paciente, de forma a apoiar, proteger, imobilizar, reestabelecer ou faci-
litar padrões coordenados de movimentos, preservando o estado fisioló-
gico dos músculos e prevenindo deformidades. A prescrição de próteses
deve equilibrar a necessidade individual de estabilidade, segurança, mo-
bilidade, durabilidade e estética, considerando condições clínicas, idade,
nível de atividade física, peso e estatura, atividade profissional e fatores
ambientais que influam na conservação do equipamento. A indicação e
a escolha adequada dos meios auxiliares de locomoção deve considerar
a funcionalidade dos membros superiores, inclusive de punho e mãos.
Itens como segurança, design, custo, aparência atrativa, conforto, fácil
aplicação e remoção, manutenção e higiene devem ser considerados em
48 - Capítulo 3 | Envelhecimento e Sociedade – v. 5
Objetivos
• Apresentar os principais parâmetros para avaliação, pres-
crição e indicação de órteses, próteses e meios auxiliares de
locomoção em idosos.
Fonte: Autores.
50 - Capítulo 3 | Envelhecimento e Sociedade – v. 5
Órteses
Órteses bem moldadas e modeladas devem ser concebidas de
acordo com as necessidades individuais de cada paciente, de forma
a apoiar, proteger, imobilizar, reestabelecer ou facilitar padrões
coordenados de movimentos, preservando o estado fisiológico dos
músculos e prevenindo deformidades. Vale ressaltar que para aqueles
profissionais que trabalharem na rede pública de saúde, os processos de
prescrição e produção devem preconizar técnicas e insumos que respeitem
os descritivos da tabela de OPM’s do SUS.
Conhecimentos sobre anatomia, cinesiologia, biomecânica do sis-
tema músculo-esquelético e fisiopatologia específica são essenciais para
a compreensão das adaptações das órteses sobre o corpo, ou seja, para
realizar as indicações e prescrições corretas. A falta desses conhecimen-
tos pode prejudicar o paciente.
É preciso definir como será a fixação do segmento corporal e qual
material será utilizado, procurando fazer as adaptações necessárias para
51 - Capítulo 3 | Envelhecimento e Sociedade – v. 5
Imobilização
A imobilização deve ser prescrita para:
• Reduzir a inflamação após um trauma;
• Reduzir um processo inflamatório (ex. artrite, tendinite);
• Controlar um quadro álgico;
• Substituir músculos ausentes, fracos ou desequilibrados (sus-
tentando o peso corporal em pacientes com déficit de força
muscular ou paralisia de uma ou mais extremidades);
53 - Capítulo 3 | Envelhecimento e Sociedade – v. 5
Pontos importantes:
✓✓Não existe órtese para uma única doença;
✓✓A órtese deve ser adaptada para o paciente;
✓✓Quando a órtese não cumpre o seu objetivo ela
deve ser suspensa;
✓✓A órtese para ser indicada deve ser precedida de
uma avaliação funcional e psicossocial.
Principais
Funções Indicações
órteses
Colar cervical de Feedback sensorial Torcicolos por espasmos
espuma (não bloqueia musculares e lesões
totalmente as ADMs de tecidos moles
cervicais) (contraindicado para lesões
ligamentares)
Colar Imobilização cervical Comprometimentos
Philadelphia (limita mais os cervicais importantes e
movimentos de flexo- primeiros socorros (ex.:
extensão) instabilidade de C4, P.O.,
TRM)
Colar Minerva Imobilização cervical Coadjuvante no
(permite maior tratamento das fraturas,
limitação da flexo- luxações, traumatismos e
extensão e inclinações) cervicalgias. Também pode
ser utilizado no P.O. de
coluna cervical
Colar de Thomas Imobilização cervical Torcicolo, traumatismo,
(limita apenas a artrose, artrite e afecções
flexo-extensão, da coluna cervical
principalmente a
flexão)
Halo craniano Imobilização cervical É indicado para TRM alto
(maior estabilidade
limitando flexo-
extensão, inclinações e
rotações)
SOMI (Sternal Imobilização cervical Lesões cervicais altas
Occipital (restringe todos os
Mandibular movimentos cervicais)
Imobilizer)
P.O. – pós-operatório; TRM – trauma raquimedular | Fonte: Autor.
57 - Capítulo 3 | Envelhecimento e Sociedade – v. 5
Importante
Órteses de membros inferiores reduzem o número de articula-
ções a serem controladas durante a marcha, imobilizando e res-
tringindo o movimento numa certa direção, ao mesmo tempo em
que reduzem as forças de sustentação do peso.
Para indicar uma órtese para marcha é preciso avaliar a velo-
cidade da mesma, frequência cardíaca, consumo de oxigênio,
força muscular e estado geral do paciente (idade, nível de seden-
tarismo, hipertensão descontrolada, diabetes, etc).
Próteses
A indicação de próteses na população idosa se torna cada vez mais
necessária à medida que o número de idosos com amputação de mem-
bros inferiores por causas não traumáticas vem aumentando, não apenas
pelo já mencionado envelhecimento populacional, mas pela alta preva-
lência de doenças vasculares periféricas. Entre os distúrbios vasculares
que levam à amputação destacam-se aterosclerose, embolismo e úlcera
varicosa; essas condições são particularmente mais frequentes em ho-
mens com diabetes melitus, com histórico familiar de aterosclerose, além
de estar associada aos fatores de risco como a obesidade e o estresse.
Estudos recentes têm demonstrado que a principal causa de amputação
em idosos foi o pé diabético (60,7%).
A reabilitação e cuidados dos idosos amputados é complexa. A fal-
ta de condicionamento físico pode estar presente como uma condição
pré-existente ou como resultado da hospitalização e cirurgia. Além dis-
so, o repouso prolongado e a imobilização podem exacerbar a falta de
condicionamento ou resultar em novos problemas, tais como contratu-
ras ou ruptura da pele. Por isso, é importante lembrar que quanto mais
60 - Capítulo 3 | Envelhecimento e Sociedade – v. 5
Fonte: Adaptado de Van Hook FW et al. Ambulatory devices for chronic gait disorders
in the elderly. Am Fam Physician, 2003;67(8):1717-24.
Exercícios
1) Alguns conhecimentos são fundamentais aos processos de avaliação, pres-
crição e indicação de próteses, órteses e meios auxiliares de locomoção em
idosos. Quais dos conceitos abaixo NÃO faz parte desses conhecimentos:
a) Anatomia geral dos órgãos e sistemas, em especial, as alterações que
ocorrem no processo de envelhecimento;
b) Dispositivos de tecnologia assistiva e acessibilidade para a pessoa idosa;
c) Biomecânica geral e aplicada ao processo de envelhecimento;
d) Eletrofisiologia e suas aplicações no envelhecimento.
Resposta correta ao final do capítulo.
Bibliografia
ARAÚJO, Demétrio Praxedes. Guia prático – amputação membro su-
perior / inferior – parte II. Disponível em: <https://proreabilitacao.com.
br/papo-cafezinho/demetrio-praxedes-araujo/proreabilitacao-guia-prati-
co-amputacao-parte-2>. Acesso em: 18 set. 2018.
JOYCE, B.M.; BRENDA, M.; KIRBY, R.L. Canes, crutches and walk-
ers. Am Fam Physician, v. 43, nº 2, p. 535-538, 1991.
Capítulo 4
PROGRAMAS PÚBLICOS E PRIVADOS
NACIONAIS DE CONCESSÃO DE
PRÓTESES E ÓRTESES
Introdução
Segundo a Organização das Nações Unidas, há em média 600 mi-
lhões de pessoas com algum tipo de deficiência no mundo. No Brasil,
estimam-se que há aproximadamente 46 milhões. E se levarmos em
consideração apenas deficiência motora permanente, quase 14 mil bra-
sileiros apresentam-se nessa realidade. Números bastante expressivos,
uma vez que o nosso país apresenta uma grave desigualdade social,
além dos empecilhos de inserção social plena dos deficientes, reper-
cutindo principalmente na restrição de alguns direitos fundamentais,
como acessibilidade.
A criação do Sistema Único de Sáude (SUS) propiciou avanços
significativos em relação à atenção à saúde das pessoas com deficiência,
que foi assegurada constitucionalmente pela existência de normas, como
o artigo 23, inciso II da Constituição. Além disso, desde 9 de setembro de
1993, foi incluído no Sistema de Informações Ambulatoriais do Sistema
Único de Saúde – SIASUS, a concessão de órteses e, próteses e mate-
riais especiais, bem como a adaptação e treinamento desses pacientes.
Além dessas informações, este capítulo aborda pontos extrema-
mente relevantes, como epidemiologia sobre deficientes físicos, legisla-
ção que os protegem, normalização brasileira de superação das barreiras
81 - Capítulo 4 | Envelhecimento e Sociedade – v. 5
Objetivos
Ao final do capítulo, espera-se que o leitor seja capaz de compre-
ender o processo de concessão de órteses, próteses, e meios auxiliares
de locomoção pelo Sistema Único de Saúde (SUS), bem como saber da
importância de torná-los independentes, a fim de favorecer a sua real in-
clusão social através dos seus direitos.
Figura 1: Símbolo Nacional de Acesso | Fonte: NBR 9050, Normas da ABNT, 2015, p. 39.
Legislação vigente
O Decreto nº 3.298 de 20 de dezembro de 1999, que regulamenta a
Lei nº 7.853, de 24 de outubro de 1989, dispõe sobre a Política Nacional
para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência:
Art. 18. Incluem-se na assistência integral à saúde e reabi-
litação da pessoa portadora de deficiência a concessão de
órteses, próteses, bolsas coletoras e materiais auxiliares,
dado que tais equipamentos complementam o atendimento,
aumentando as possibilidades de independência e inclusão
da pessoa portadora de deficiência.
Análise de lei
O não cumprimento da lei representa ofensa à Constituição Federal
(em especial aos artigos 1º, inciso III, 5º caput, 196 e 198, inciso II),
que estabelece como fundamento do país democrático em que vivemos
a dignidade da pessoa humana e dispõe ser a saúde um direito de todos
e um dever do Estado, que tem a obrigação de proporcionar um atendi-
mento integral. Fere também a Lei que criou o SUS – Sistema Único de
Saúde (Lei Nº 8080/90) que garante o acesso aos serviços de saúde de
maneira eficaz e sem qualquer discriminação.
89 - Capítulo 4 | Envelhecimento e Sociedade – v. 5
Exercícios
1) A criação do Sistema Único de Saúde propiciou avanços significativos:
a) Apenas na vida de deficientes físicos;
b) Na saúde apenas de crianças;
c) Na saúde populacional, sendo incluídos também cidadãos com
deficiência;
d) Apenas na saúde da população idosa;
e) Na saúde da população classe média alta.
Resposta correta ao final do capítulo.
d) Orientar apenas à sociedade civil com uma análise abrangente das limi-
tações dos deficientes e orientá-los para que facilitem sua acessibilidade;
e) Realizar palestras sobre as limitações dos deficientes físicos e orien-
tá-los sobre os programas públicos e privados nacionais de concessão
de órteses e próteses.
Resposta correta ao final do capítulo.
Bibliografia
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT).
NBR 9050: 1994. Acessibilidade de pessoas portadoras de deficiências
a edificação, espaço mobiliário e equipamentos urbanos / Associação
Brasileira de Normas Técnicas. Rio de janeiro: ABNT, 1994.
AUTORES
v. 5 – Próteses e órteses
Aline Marina Alves Fruhauf; Juliana Barbosa Goulardins; Pamella
Ramona Moraes de Souza; Vanessa dos Santos Grandinetti