Trigo No Brasil
Trigo No Brasil
Trigo No Brasil
Doenças de trigo
no Brasil
Douglas lau
Flávio Martins Santana
João leodato Nunes Maciel
José Maurício Cunha Fernandes
leila Maria Costamilan
Márcia Soares Chaves
Maria Imaculada Pontes Moreira Lima
Sintomas
São sintomas típicos desta doença a re-
dução do crescimento das plantas e a alte-
ração da cor do limbo foliar. A redução de
crescimento não se restringe à altura, tam-
bém são reduzidos o número de afilhos, a
massa foliar e a massa do sistema radicu-
lar (Figura 1). Entre os sintomas mais ca-
racterísticos desta virose, está a alteração
da coloração do limbo foliar, que ocorre no
sentido do ápice para a base da folha. No
trigo, geralmente ocorre o amarelecimen-
to do limbo foliar (Figura 2), mas, depen-
dendo da cultivar, outras tonalidades mais Figura 1. Nanismo amarelo, causado por Barley/
avermelhadas podem ser observadas. Além Cereal yellow dwarf virus (B/CYDV): nanismo,
redução da massa da parte aérea e atraso no de-
da alteração da cor, ocorrem alterações
senvolvimento de planta de trigo (à esquerda),
morfológicas, com o limbo foliar adqui- comparado com planta normal (à direita).
rindo aspecto lanceolado e tornando-se
mais rígido. O conjunto destas alterações
morfo-fisiológicas pode levar ao atraso no
desenvolvimento da planta (aumento do
tempo necessário para completar o ciclo)
e tornar a planta menos capaz de supor-
tar estresses ambientais, como o déficit hí-
drico. A diminuição da produtividade é de-
corrente da redução do número e do peso
dos grãos. A expressão dos sintomas é vari-
ável e depende do nível de suscetibilidade
e tolerância da cultivar e da época em que
as plantas foram infectadas. Quanto mais
cedo ocorrer a infecção, mais severos ten-
dem a ser os sintomas. Assim, os sintomas
nem sempre são evidentes, podendo ser
percebidos apenas de maneira comparati-
va entre plantas infectadas e não infecta-
das. Os sintomas geralmente são observa-
dos em grupos de plantas (reboleiras), que
correspondem às áreas de multiplicação e
dispersão do afídeo vetor.
Figura 2. Nanismo amarelo, causado por Barley/
Etiologia Cereal yellow dwarf virus (B/CYDV): amareleci-
mento e alterações morfológicas (aspecto lanceo-
Esta virose é causada por espécies de
lado e rigidez) do limbo foliar de trigo.
vírus da família Luteoviridae. Em comum,
2861 Trigo no Brasil
os membros desta família apresentam par- a estirpe RPV foi transferida para a espé-
tículas virais compostas por capsídeos iso- cie CYDV (Cerealyellow dwarf vírus - gênero
métricos de 25 nm a 30 nm não envelo- Polerovírus). Os demais tipos (BYDV-RMV,
pados. O genoma viral é não segmentado, BYDV-SGV e outros, como BYDV-GPV), fa-
composto por um RNA que apresenta en- zem parte da família Luteovírídae, mas ain-
tre 5.600 a 6.900 nucleotídeos, sendo fita da não foram classificados quanto ao gêne-
simples e sentido positivo (ssRNA+). Os ví- ro. No Brasil, as análises da variabilidade e
rus são transmitidos por insetos da ordem predominância dos tipos virais associados
Hemiptera, família Aphididae (MILLER; ao nanismo, efetuadas por meio de testes
RASOCHOVÁ,1997). sorológicos (ELISA), evidenciaram a pre-
Estirpes dos vírus que causam o nanis- dominância de BYDV-PAV e BYDV-MAV
mo amarelo foram identificadas em fun- (SCHONS;DALBOSCO,1999).
ção da especificidade de transmissão pela
espécie de afídeo vetor, por exemplo: RPV Epidemiologia
(transmitida por Rhopalosíphum padí); RMV Para que o vírus possa ser dissemina-
(por Rhopalosíphum maídís); MAV (por Si- do, são necessárias as presenças de plan-
tobíon avenae, antigo Macrosíphum avenae); tas hospedeiras e do afídeo vetor. Ao se ali-
SGV (por Schízaphís gramínum); e PAV (por mentar da seiva de uma planta infectada,
R. padi, s. avenae e outros) (ROCHOW,1969). o afídeo adquire partículas virais, as quais
Com base na organização genômica e migram pelo seu trato digestivo e hemo-
na similaridade da sequência dos genes, cele e acumulam-se na glândula salivar.
os vírus que causam nanismo amarelo es- O vírus é retido nas mudanças de fase do
tão separados em dois gêneros: Luieovirus afídeo, mas não é transmitido à sua pro-
e Polerovírus. Os membros de ambos os gê- gênie. A transmissão ocorre quando o afí-
neros apresentam similaridade em parte deo virulífero alimenta-se de uma planta
de seus genomas, especificamente no seg- sadia. O vírus não é transmitido por ne-
mento 3' que contém os genes que codifi- nhuma outra forma, como sementes, solo
cam para as proteínas da capa protéica, de ou mecanicamente. Assim, a capacidade de
movimento e uma proteína que auxilia na infectar várias espécies de gramíneas pe-
transmissão pelo afídeo vetor. Contraria- renes e anuais, que atuam como hospedei-
mente, na região 5', onde está codificada ras alternativas, e a capacidade de trans-
a RNA polimerase RNA dependente, exis- missão pelas diversas espécies de afídeo
te grande divergência entre os gêneros. são dois componentes importantes na epi-
Este tipo de organização genômica sugere demiologia do vírus e no êxito de uma de-
que houve um evento de recombinação du- terminada estirpe-espécie. Durante o ou-
rante a evolução da família, sendo o local tono e a primavera, os afídeos migram de
de recombinação localizado na extremi- gramíneas infectadas para gramíneas sa-
dade 5' dos RNAs subgenômicos 1 e 2. As- dias, transmitindo o vírus. Particularmen-
sim, as estirpes PAV, MAV e isolados que a te para as condições brasileiras, ocorre
eles se assemelham foram mantidos den- a migração dos afídeos de plantações de
tro da espécie BYDV (Barley yellow dwarf aveia para os cultivos recém implantados
vírus - gênero Luteovírus), enquanto que de trigo.
Trigo no Brasil 1287
~================~~~
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naturais o SBWMV é transmitido por um
organismo eucarioto, parasita obrigatório
de raízes de plantas denominado polymyxa
graminis (KANYUKAet al., Z003). A ocor-
rência e a epidemia desta virose estão dire-
tamente ligadas à dinâmica da população
do vetor. P. graminis é capaz de colonizar
raízes de várias gramíneas e de transmitir
várias espécies de vírus. Possui duas fases
de vida: primária ou esporangial (com pro-
dução de zoósporos) e secundária ou es-
porogênica (com produção de esporos de
resistência) (KANYUKAet al., Z003). Em pe-
ríodos frios (10°C a 15°C) e úmidos, os zo-
ósporos são liberados e infectam as raízes
de plantas hospedeiras. Em épocas desfa-
voráveis, P. graminis sobrevive na forma de
esporo de resistência. No Brasil, em áreas
Figura 3. Mosaico comum em planta de tri- deixadas em pousio no inverno por cinco
go, causado por Soil-borne wheat mosaic virus anos, verificou-se a ocorrência da doença
(SBWMV): altemância de áreas verdes e desco-
quando do plantio de cultivares suscetíveis
loridas (geralmente amareladas) no limbo foliar.
(CAETANO,198Z). Os esporos podem ser
transportados facilmente com solo conta-
minado.
Etiologia
O SBWMV pertence ao gênero Furovi- Diagnose
rus. Sua partícula possui formato de bastão O diagnóstico desta doença tem sido
rígido perfurado, com ZOnm de diâmetro. realizado com base na presença de estru-
As partículas possuem dois comprimentos turas de resistência de P. graminis nas ra-
predominantes, de 90 nm a 160 nm e 300 ízes, na detecção de sintomas típicos na
nm, não envelopadas, e possuem simetria parte aérea de plantas suscetíveis e em
helicoidal. As duas partículas são neces- testes sorológicos.
sárias à infecção. Possui genoma biparti-
do, linear, RNA de fita simples na orienta- Controle
ção senso positiva (ssRNA+), (SHIRAKO; O longo período de sobrevivência do
WILSON,1993). vetor e a diversidade de plantas hospe-
deiras dificultam o controle desta viro-
Epidemiologia se de outra forma que não seja a resistên-
Entre as espécies hospedeiras do vírus cia genética. No Brasil, a cultivar Embrapa
estão o trigo, o triticale, o centeio, a ceva- 16 é resistente, sendo esta característica
da e outras gramíneas. Embora possa ser transmitida com eficiência à sua progênie
transmitido mecanicamente, em condições (BARBOSAet al., ZOO1).
290 I Trigo no Brasil
Sintomas
Os primeiros sintomas da doença apa-
recem nas folhas superiores ao redor do
estádio de espigamento. A infecção de P.
syrinqae nas folhas inicia-se com a presen-
ça de manchas aquosas com diâmetro em Figura 4. Queima da folha de trigo, causada por
torno de 1 mm, que evoluem no período de Pseudomonas syringae pv. syringae: lesões de as-
2 a 3 dias para manchas de coloração bran- pecto desidratado, que correspondem ao estágio
final de desenvolvimento da doença.
co-amarelada com áreas cloróticas, que po-
Trigo no Brasil1291
presentes, colonizando a superfície foliar zidas sob regime de irrigação por asper-
de plantas de trigo ou de outras espécies. são propiciam um ambiente favorável para
Por conseguinte, as condições meteorológi- disseminação do agente causador da estria
cas são mais relevantes para que ocorram bacteriana. Os danos produzidos por esta
surtos da doença do que a mera presença enfermidade variam de um ano para o ou-
do inóculo. A resistência genética é o méto- tro e de uma lavoura para outra, dependen-
do mais eficiente e econômico de controle do, também, da quantidade de inóculo pre-
da queima da folha do trigo. Na ocorrência sente. Em ataques severos, em condições de
de uma epidemia, a identificação de culti- lavouras foram observadas reduções de até
vares resistentes é bastante fácil, o que per- 40% no peso dos grãos das plantas infecta-
mite que os melhoristas possam eliminar as das, quando comparadas com as sadias. O
cultivares que são suscetíveis. A cultivar de agente causal da mancha estriada tem ati-
trigo Embrapa 15, por exemplo, é altamen- vidade nucleadora de gelo, podendo pro-
te suscetível a esta doença. piciar a sua formação entre temperaturas
de -10 ·C a O ·C, causando dano à cultura
Estria bacteriana (MOREIRA, 1994).
Xanthomonas campestris pv. undu/osa
Sintomas
Entre as doenças bacterianas que afe- A estria bacteriana ocorre em todos os
tam a cultura do trigo, destaca-se a es- estádios e em toda a parte aérea da planta,
tria bacteriana ou mancha estriada, causa- mas os sintomas mais comumente obser-
da por Xanthomonas campestris pv. undu/osa vados são foliares. Os sintomas nas folhas,
(Smith, jones & Reddy) Dye. A doença pas- geralmente, iniciam com manchas peque-
sou a ter mais importância à medida que o nas ou com estrias claras ou com estrias
cultivo de trigo avançou para áreas mais encharcadas, que se tornam amarelo ouro,
tropicais, onde as condições são mais favo- iniciando, frequentemente, do vértice para
ráveis para o desenvolvimento da doença. as pontas das folhas. Estas manchas desen-
No Brasil, a estria bacteriana ocorre volvem-se e formam estrias longitudinais
em todos os estados onde o trigo é cultiva- entre as nervuras, translúcidas quando ob-
do, mas é, comumente, assinalada nos esta- servadas contra uma fonte de luz artificial
dos do Paraná, Mato Grosso do Sul, Minas ou brilho do sol. Nas partes infectadas, os
Gerais e no Distrito Federal. Na Região Sul, sintomas progridem para a necrose do te-
em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, cido, com cores que variam entre mar-
a ocorrência da doença, com alguma seve- rom-claro, marrom-avermelhado e preto,
ridade, é restrita às regiões mais quentes e causando a morte das folhas. Com o orva-
úmidas (LUZ, 1982; LUZZARDIet al., 1983). lho, gotas de aparência leitosa, represen-
A disseminação, a severidade e as perdas tando o exsudato bacteriano, podem surgir
em rendimento de grãos são, frequente- na superfície das lesões. Quando seco, o ex-
mente, maiores nos anos em que, durante sudato apresenta-se como grânulos duros,
o desenvolvimento do trigo, a temperatura como filme ou em pequenos flocos (LUZ;
diurna é maior ou igual a 25 ·C, associada FERNANDES,1982).
a períodos longos (3 a 5 dias) de água livre Nas espigas, os sintomas aparecem so-
na superfície das folhas. Lavouras condu- mente quando a severidade da doença nas
2921 Trigo no Brasil
McMULLEN; STACK, 1994; PARRY et al., pedúnculo inclusive, que adquire colora-
1995), reduzindo o rendimento da lavoura. ção amarronzada (REIS, 1988; PARRYet al.,
Os danos indiretos são causados pela redu- 1995). Às vezes, espigas afetadas por gíbe-
ção de amido, proteínas, celulose e hernice- rela evidenciam sintomas semelhantes aos
lulose (DEXTER;NOWICKI, 2003), além dos induzidos por brusone, ou seja, ocorre des-
grãos infectados e de seus derivados pode- coloração de todas as espiguetas da porção
rem ser tóxicos para seres humanos e pa- superior da espiga. Nesse caso, o ráquis da
ra animais, em decorrência da presença de espiga afetada por giberela apresenta co-
micotoxinas (substâncias tóxicas produzi- loração escura na região de espiguetas sa-
das por fungos). Algumas toxinas podem in- dias e os grãos oriundos da parte afetada da
duzir a vômitos e espasmos musculares no espiga apresentam os sintomas típicos de
homem e animais não ruminantes, como é giberela, ou seja, são chochos, enrugados
o caso do deoxinivalenol (vomitoxina). Ou- de coloração branco-rosada a pardo-clara
tras podem causar disfunção sexual repro- (UMA, 2004) (Figura 7). O tamanho do grão
dutiva, como a zearalenona (REIS, 1988; afetado varia em função do estádio de de-
McMULLEN; STACK, 1994). A presença de senvolvimento em que a espigueta foi in-
grão giberelado não significa existência de fectada (REIS, 1988; PARRYet al., 1995).
micotoxinas (McMULLEN;STACK,1994). Es-
tas, quando produzidas, tornam os grãos
menos palatáveis aos animais. A ocorrência,
o tipo e a quantidade de micotoxina depen-
dem de vários fatores, como: meio ambien- ~
B
te, espécies do fungo presente, severidade c
o
c,
da infecção e da cultivar ou tipo de produto. '"
"
ee
:;
o
'"
É
Sintomas ee
Em genótipos muito suscetíveis ou em anos Figura 7. Giberela, causada por Gibberella zeae: ~
grãos de trigo chochos, enrugados e de coloração ~
em que as condições de ambiente são muito
branco-rosada a pardo-clara.
favoráveis, toda a espiga pode ser afetada,
2941 Trigo no Brasil
lecentes, a partir da espiga recém emer- (Tipo I); resistência à colonização subse-
gida, sejam de temperatura alta (20 ·C a quente do tecido após a infecção (Tipo 11);
25 ·C) e de precipitação pluvial de, no mí- resistência expressa no próprio grão (Ti-
nimo, 48 horas consecutivas (REUNIÃO..., po I1I); resistência ao acúmulo de micoto-
2008). Em períodos mais secos, como anos xinas (Tipo IV) e resistência de tolerân-
de ocorrência do fenômeno La Nina na Re- cia (rendimento) (Tipo V) (SCHROEDER;
gião Sul do Brasil, a giberela não é con- CHRISTENSEN, 1963; MESTERHÁZY, 1995;
siderada problema em trigo. Em anos de PARRY et al., 1995; MIEDANER, 1997). A
ocorrência de El Nino, as condições climá- resistência genética à giberela é governa-
ticas de temperatura e precipitação plu- da por vários genes (quantitativa/polígê-
vial acima da média são extremamente nica), sendo fortemente influenciada pe-
favoráveis à ocorrência da doença. Como lo ambiente.
a giberela pode ocorrer a partir do espi-
gamento, e este, na Região Sul do Brasil, Brusone - Magnaporthe oryzae
ocorre na estação da primavera, pode-se
dizer que anos de primavera mais chuvo- O fungo Magnaporthe oryzae ataca di-
sa e com temperatura mais elevada são versas espécies de gramíneas, mas tem co-
anos de intensa ocorrência de giberela, mo hospedeiro principal o arroz (Oryza
e anos de primavera fria e mais seca são sativa L.), no qual causa a doença denomi-
anos em que a giberela não é problema nada de brusone. No Brasil, M. oryzae tam-
(LIMA,2004). bém causa a brusone do trigo, produzindo
elevados danos na cultura, principalmen-
Controle te nos Estados de Mato Grosso do Sul, Ma-
Medidas de controle como rotação de to Grosso, São Paulo e Goiás e no norte do
culturas e o uso de fungicidas têm sido pou- Paraná (IGARASHI et al., 1986; GOULART;
co eficazes (PARRYet al., 1995; FERNANDES, PAIVA, 1992, 2000; ANJOS et al., 1996).
1997). Escalonamento da época de semeadu-
ra de trigo e uso de cultivares de ciclos repro- Sintomas
dutivos diferentes podem minimizar os da- O sintoma mais conhecido da bruso-
nos causados por giberela (LIMAet al., 2002). ne do trigo ocorre nas espigas. Geralmente
O desenvolvimento de cultivares resisten- ocorre o branqueamento completo da espi-
tes tem se intensificado em alguns países ga a partir do ponto de penetração do pató-
como México, Canadá, Estados Unidos, geno no ráquis (Figura 8). Neste local, ocor-
Japão, China (PARRY et al., 1995) e Bra- re a interrupção da translocação de água e
sil (LIMA et al., 2000). A seleção de genó- de nutrientes na espiga, o que facilita a sua
tipos para resistência genética às doenças desidratação e impede o pleno enchimento
exige precisão nos testes fenotípicos. No dos grãos, deixando-os chochos. A principal
caso de giberela, inúmeras medições da característica dos grãos produzidos em es-
doença têm de ser feitas, pois existem vá- pigas de trigo que foram infectadas por M.
rios tipos de resistências e estas expres- oryzae é a sua mal-formação, apresentando
sam-se diferentemente. Mencionam-se graus variados de chochamento. Os sinto-
pelo menos cinco tipos em relação à gi- mas nas glumas são lesões ovaladas, de cen-
berela: resistência à infecção inicial tro claro e bordos castanhos. Nas bainhas
2961 Trigo no Brasil
geno para folhas primárias e coleóptilos cia, a utilização de sementes sadias, o tra-
de plântulas a partir de sementes infecta- tamento de sementes, a escolha da melhor
das foi demonstrada por Goulart e Paiva época de plantio (evitar a coincidência de
(1990), tendo sido observada uma taxa de condições favoráveis à doença por ocasião
transmissão de, aproximadamente, 3,5:1. do espigamento do trigo), a rotação de cul-
Sob condições de temperatura ambiente, turas, a eliminação de hospedeiros alterna-
a completa inviabilidade do patógeno em tivos do patógeno e a utilização de fungí-
sementes de trigo ocorre em um período cidas na parte aérea das plantas. Existem,
que pode variar de 12 meses a 22 meses entretanto, algumas dificuldades que im-
(GOULARTet al., 1990; LASCAet al., 1991; pedem que as medidas mencionadas acima
REIS et al., 1995). possam apresentar sucesso completo para
Muitas espécies de Pyricularia ocor- controlar a brusone do trigo. Uma delas é o
rem na natureza como agentes patogêni- fato do fungo M. oryzae apresentar uma am-
cos em mais de 80 gêneros de plantas, es- pla faixa de hospedeiros, dificultando o êxi-
pecialmente das famílias commelinaceae, to da rotação de culturas no controle da do-
Cyperaceae, Poaceae e Zingiberaceae (PUCHIO; ença (ANJOSet al., 1996; KATOet al., 2000).
MUCHOVEJ,1994). No caso de M. oryzae, sa- A inconsistência no desempenho dos
be-se que este patógeno apresenta ampla fungicidas aplicados na parte aérea das
faixa de hospedeiros (ataca mais de 50 es- plantas sempre foi apontada como um dos
pécies de gramíneas) (ANJOS et al., 1996). principais problemas associados a essa es-
Neste sentido, a real capacidade que os hos- tratégia para controlar a doença. O máxi-
pedeiros alternativos representam como mo de proteção relatada, em torno de 50%,
fontes de inóculo para M. oryzae constitui-se é reduzido drasticamente quando ocor-
em um tema bastante investigado no Brasil. rem condições climáticas muito favorá-
plantas das espécies Brachiaria plantaginea e veis à doença (GOULART; PAIVA, 1991,
Setaria geniculata possivelmente influenciam 1993; IGARASHI;OLIVEIRA, 1991). A dispo-
a ocorrência da brusone na cultura do trigo, nibilização de fungicidas contendo os prin-
hipótese esta fundamentada pelo sucesso da cípios ativos dos grupos químicos triazol e
inoculação cruzada feita entre isolados de M. estrobilurina tem gerado a expectativa de
oryzae obtidos de trigo e das duas espécies de que o sucesso no controle da doença seja
plantas daninhas acima citadas (URASHIMA; maior. Por exemplo, Dalla Nora et al. (2006)
KATO, 1998). Além disso, estudos sobre a com- demonstraram que, utilizando estas mistu-
patibilidade reprodutiva do fungo demons- ras, é possível obter níveis superiores a 90%
traram que isolados obtidos de B.plantaginea no controle da brusone em situações de al-
e S. geniculata podem produzir estruturas ta severidade da doença (45,8% de severi-
reprodutivas (peritécios) quando submeti- dade nas parcelas sem controle químico).
dos aos cruzamentos com isolados de trigo Embora o uso de cultivares resistentes à
(BRUNO;URASHIMA,2001). brusone seja a alternativa economicamente
mais viável para controlar a doença, o baixo
Controle nível de resistência apresentado pelas culti-
O controle da brusone do trigo requer vares atualmente indicadas para cultivo no
a integração de medidas, como o plantio Brasil tem tornado essa medida pouco eficaz
de variedades com maior nível de resistên- (URASHIMAet al., 2004). Assim, a obtenção
2981 Trigo no Brasil
pa e nos Estados Unidos relatam que, nos rigado nas regiões Centro-Oeste e Sudes-
chamados solos supressivos, pode ocor- te. A redução no rendimento de grãos varia
rer a redução da ocorrência do fungo, di- entre 10% e 62%, porém, na média de anos
minuindo os danos que o mal-do-pé pode normais de ocorrência da doença, perma-
causar na lavoura. Um dos principais com- nece entre 5% a 8% (CUNFER, 2002). Os ní-
ponentes associados aos solos supressivos veis de perdas dependem do local, do clima,
são os antagonistas naturais ao fungo G. da suscetibilidade da cultivar e do estádio
graminis var. tritici. em que a doença incide. Os principais com-
ponentes de rendimento afetados são o nú-
Oídio mero de espigas por área (quando a doença
Blumeria graminis f. sp. tritici ocorre em estádios iniciais de desenvolvi-
mento do trigo) e o número e tamanho de
o oídio, ou cinza, é uma das primeiras grãos por espiga (quando ocorre em fases
doenças foliares do trigo, ocorrendo desde mais tardias). Diminui em 7,5% o conteúdo
o início da estação de cultivo. Está presen- de amido e de proteína dos grãos. A respi-
te em todas as regiões tritícolas do mun- ração da planta afetada aumenta conside-
do, especialmente naquelas localizadas sob ravelmente, o que leva a desajustes fisio-
clima temperado. No Brasil, é encontrado lógicos e à diminuição do vigor e do porte
na Região Sul e em lavouras sob sistema ir- (MARTINELLI,2001).
300 I Trigo no Brasil
Controle Carvão-da-espiga
O uso de cultivares de trigo com resis- Ustilago nuda f. sp. tritici
tência genética é a forma preferencial de
controle de oídio. Como o fungo desenvol- O carvão da espiga ocorre mundial-
ve biótipos, pode tornar-se capaz de ínfec- mente, em áreas tritícolas de clima úmido e
tar cultivares consideradas resistentes em semiúmido, e é considerado uma doença de
anos anteriores. Em avaliações de efetiví- pouca importância econômica. Porém, da-
da de de genes de resistência de trigo, atra- nos na produção de 27% até 40%já foram re-
vés da análise de várias populações de oí- gistrados. Geralmente, sua ocorrência é es-
dío coletadas no Brasil, tem-se observado porádica e restrita a cultivares suscetíveis
que apenas o gene Pm4a mantém-se efeti- em lavouras formadas com sementes não
vo a todas as populações de B. graminis f. tratadas (REIS;CASA,2005; LIPPS, 2007).
sp. tritici (COSTAMILAN;LINHARES, 2002;
COSTAMILANet al., 2007). Sintomas
O controle químico de oídio de trigo Grãos e glumas de espigas das plantas
em cultivares suscetíveis é mais econômi- desenvolvidas a partir de semente infecta-
co via tratamento de sementes com fungí- da são transformados em massa de esporos
cidas sistêmicos do que por meio de apli- (teliosporos), de coloração marrom-escura
cação de fungicidas nos órgãos aéreos. a preta (Figura 12), que facilmente é remo-
Triadimenol aplicado em sementes confe- vida pelo vento, deixando apenas o ráquis
re proteção de 45 a 60 dias após a emergên- preso à planta.
cia (REIS; CASA, 2005). Para aplicação fo-
liar, o monitoramento do desenvolvimento Etiologia
da doença deve iniciar a partir do afilha- Ustilago nuda f. sp. tritici Schaffnit. Sino-
mento. A pulverização de fungicida deverá nímia: Ustilago nuda varo tritici G.W. Fisch. &
ser realizada quando a incidência foliar for c.G. Shaw, Ustilago tritici C. Bauhin, Ustilago
de 15% a 25%, a partir do estádio de alon- vaviloviJacz (CABI,2008).
gamento, ou através do cálculo do limite U. nuda f. sp. tritici é um basidiomiceto.
de dano econômico (LDE).Os fungicidas do Produz micélio hialino a amarronzado e teli-
grupo dos triazóis são eficientes no contro- ósporos de coloração pardo-oliváceo a mar-
le da doença (REUNIÃO..., 2008). rom, medindo 5 um a 10 um de diâmetro.
A rotação de culturas não é efetiva pa-
ra controle de oídio. Entre todos os nu- Epidemiologia
trientes, o nitrogênio parece ter efeito mais A doença é monocíclica, ou seja, em um
consistente e direto sobre o incremento da ano ocorre somente um único ciclo da do-
doença, pois sua adição, em qualquer está- ença. As espigas das plantas infectadas ge-
dio de desenvolvimento do trigo, aumen- ralmente emergem antes que as espigas
ta a suscetibilidade. Semeaduras mais pre- das plantas sadias. As plantas são infecta-
coces podem diminuir os danos da doença, das apenas durante o florescimento, pelos
pois as plântulas ficam expostas a menores esporos levados pelo vento, pela chuva ou
quantidades de inóculo justamente no es- por insetos. Chuvas leves ou orvalho e tem-
tádio de desenvolvimento mais suscetível à peratura entre 15 ·C e 22 ·c favorecem a in-
doença (MARTINELLI,2001; CUNFER,2002). fecção. O patógeno sobrevive e é transmiti-
3021 Trigo no Brasil
Sintomas
A cárie do trigo pode ser reconheci-
da pelo mau cheiro dos grãos e por trans-
formar o interior do grão em um pó pre-
to. O mau cheiro, que lembra o de peixe
podre e que deu origem ao nome popular
de carvão fedorento, resulta da liberação
de trimetilamina. Quando a incidência da
doença é alta, o cheiro denuncia a presen-
ça da cárie na lavoura, antes que a mes-
ma se torne visível (BAUMGART,1977). As
Figura 12. Espiga de trigo com carvão, causado plantas doentes tendem a ser ligeiramen-
por Ustilago nuda f. sp. tritici.
te mais baixas do que as saudáveis. As es-
Trigo no Brasil I 303
pigas, quando afetadas pela cane, per- e umidade no solo (PICININI; FERNANDES,
manecem verdes por mais tempo, sendo 1998). Nessas condições, quando as se-
menores e mais eretas do que as sadias. As mentes infestadas são plantadas, os espo-
espigas atacadas apresentam-se arrepia- ros germinam e, no caso da cárie comum,
das, pois as glumas afetadas formam um o fungo normalmente infecta a planta pe-
ângulo maior do que as glumas das espigas lo coleóptilo. O fungo desenvolve-se com a
normais. As espiguetas abrem-se, devido planta até que, durante a formação das se-
às sementes que ficam cheias de telióspo- mentes, há invasão das células e formação
ros, e tornam-se oleosas e verde-escuras. de teliosporos em seu lugar.
Os grãos de trigo tornam-se escuros (par-
do-acinzentados, em contraste com a co- Controle
loração amarela-dourada ou avermelhada A forma mais utilizada e eficiente de
dos grãos sadios) (Figura 13). Durante a co- controle da cárie do trigo é o tratamento
lheita do trigo, há a liberação de teliospo- de sementes com fungicidas.
ros, formando uma nuvem escura, devido
à coloração dos esporos. Ocasionalmente,
em uma espiga pode-se encontrar grãos
sadios junto aos grãos doentes (PICININI; ~================~ "§
"O
~
FERNANDES,1998). u..
o
~g
=s
ee
Etiologia ~
Duas espécies de basidiomicetos (or-
dem Ustilaginales) são responsáveis pela
cárie comum: Tílletia caries (D.e.) Tul e Til-
letia laevis Kühn. T. caries tem teliosporo de
14]..lma 24 um, de cor amarela pálida a cin-
za ou marrom-avermelhada, formato glo-
boso a subgloboso, com ornamentação re-
ticulada de 0,5 um a 1,5 um de altura. T.
laevis tem teliosporo de 14 ]..lma 22 um, de
cor marrom oliváceo e formato globoso ou
ovoide a elongado e ornamentação lisa.
Epidemiologia
A disseminação da doença ocorre du-
rante a colheita, quando os teliosporos são
liberados e dispersos pelo vento. Os grãos
cariados podem liberar os teliosporos du-
rante a trilha, permitindo a contaminação
das sementes sadias. São consideradas con- Figura 13. Cárie, causada por Tilletia caries e T
dições propícias à germinação dos telios- laevis: grãos sadios (acima); grãos escurecidos
(abaixo) devido à cárie.
poros temperaturas frias, entre 5 O( a 15 0(,
3041 Trigo no Brasil
Controle
Algumas estratégias são similares às
empregadas para o controle das manchas
foliares. Como B. sorokiniana e Fusarium
spp. sobrevivem nos restos culturais e são
transmitidos por sementes, recomenda-se
a rotação de culturas com espécies de plan-
tas de inverno não hospedeiras, sendo a
Figura 17. Podridão comum das raizes em plantas aveia preta uma boa alternativa, e o trata-
de trigo, causada por Fusarium spp. e Bipolaris mento de sementes, para evitar a introdu-
sorokiniana: (à esquerda), em comparação a raí- ção do patógeno em novas áreas de cultivo
zes sadias (à direita).
ou a reintrodução, após rotação de culturas
Trigo no Brasill311
(SANTOS et al., 1999; REIS; CASA, 2007). O A ferrugem linear ocasionou perdas
uso de cultivares resistentes é também uma significativas desde o Chile até o estado do
estratégia que reduz os danos causados por Rio Grande do Sul durante 1929-1930. Na
estes patógenos, quando estes já se encon- Argentina e no Uruguai, a presença de ra-
tram introduzidos de forma generalizada ças comumente encontradas no Chile indi-
na lavoura (McMULLEN, 2008). ca que o patógeno provavelmente migrou,
através da Cordilheira dos Andes, do Chile
Ferrugens do trigo para a região leste do continente (GERMAN
Puccinia triticina et al., 2007). No sul do Chile, uma epidemia
Puccinia graminis f. sp. tritici severa ocorreu em 1940 e, entre 1976-1988,
Puccinia striiformis f. sp. tritici a doença causou perdas econômicas pelo
menos uma vez a cada dois anos (ANDRADE
A cultura do trigo é atacada por três VILARO, 1990). Embora a ferrugem linear
ferrugens: a ferrugem da folha, a ferru- não tenha causado maiores preocupações
gem linear ou amarela e a ferrugem do nos últimos anos no Chile, em 2001 houve
colmo. Dessas, a ferrugem da folha é a uma ocorrência precoce que afetou várias
mais comum, ocorrendo em todas as re- cultivares de trigo de primavera (GERMAN
giões do mundo onde o cereal é cultiva- et al., 2007).
do, sendo também reconhecida mundial- A incidência de ferrugem do colmo no
mente como umas das doenças do trigo de Continente Sul-Americano é mais esporá-
maior importância histórica e econômica dica, embora já tenha causado altos níveis
(SAARI; PRESCOTT, 1985; SAMBORSKI, de danos no passado, tendo sido conside-
1985; ROELFS et al., 1992). Estima-se que rada a doença do trigo mais destrutiva no
a redução no rendimento devido às fer- Brasil, Paraguaí, Uruguai, no norte do Chi-
rugens do trigo possa alcançar 50% ou le e nas regiões norte e central da Argenti-
mais. Em anos de epidemias severas, as na (ANTONELLI,2000). Em 1950, uma epi-
perdas podem chegar a 100% em cultiva- demia muito severa ocorreu na Argentina e
res suscetíveis, se não for efetuado con- em outros países Sul-Americanos. Em 1975-
trole com fungicidas (ROELFS et al., 1992; 1976, vastas epidemias ocorreram no Bra-
REIS et al., 1996 b; ANNONE; NISI, 2003; sil, Argentina e Uruguai, mesmo sob condi-
CHAVES; BARCELLOS, 2003; GERMAN, ções de ambiente pouco favoráveis. Entre
2003; VIEDMA, 2003; CHEN, 2005). 1975-2003, duas ocorrências em nível epi-
Na América do Sul, a ferrugem da folha dêmico foram observadas no Brasil e sur-
é a mais importante e prevalecente doença tos localizados ocorreram durante o ano
do trigo, pois uma grande proporção da área de 1990 em algumas cultivares amplamen-
tritícola é semeada com cultivares suscetí- te cultivadas no Paraguai (GER~AN et al.,
veis ou moderadamente suscetíveis, o que 2007).
favorece a ocorrência precoce da doença e o As ferrugens do trigo são causadas por
incremento de inóculo dentro da estação de patógenos com grande poder de adaptação
cultivo. Estima-se que, nessa região, duran- e de disseminação, podendo ser considera-
te o período de 1996-2003, as perdas devidas das, em alguns casos, como ameaças à segu-
à ferrugem da folha tenham chegado a 170 rança alimentar mundial. No final dos anos
milhões de dólares (GERMANet al., 2007). 1980, uma nova raça do agente causal da fer-
3121 Trigo no Brasil
rugem linear surgiu no leste da África e mi- meçam a ser desfavoráveis, as uredopústu-
grou para o sul da ÁSia, através do Oriente Ias passam a produzir teliosporos, os quais
Médio e oeste da Ásia, em cerca de 10 anos, têm coloração negra devido à espessura das
causando perdas acima de 1 bilhão de dó- paredes de suas células (SAMBORSKI,1985).
lares ao longo de seu caminho de migração A ferrugem do colmo ocorre princi-
(SINGH et al., 2004). Em 2007, registrou-se palmente em colmos e bainhas mas, as-
o surgimento da raça Ug99 de ferrugem sim como a ferrugem da folha, pode ínfec-
do colmo no leste africano. Esta raça, ini- tar outras partes da planta, como folhas e
cialmente detectada em Uganda em 1999, glumas. A epiderme é drasticamente rom-
avançou para o Quênia em 2002-2003 e logo pida pelas uredopústulas, o que confere
após para a Etiópia, em 2003-2004, causan- um aspecto áspero à superfície dos teci-
do severas epidemias em virtude da susce- dos afetados (Figura 19). As uredopústulas
tibilidade da maioria dos genótipos culti- da ferrugem do colmo produzem uredos-
vados nessa região. A migração desta raça poros de coloração marrom-avermelhada,
para áreas vizinhas e outras regiões do glo- geralmente têm formato mais alongado e
bo tem sido motivo de grande preocupação, são maiores que as da ferrugem da folha,
pois projeta-se que as perdas poderão tota- podendo alcançar 10 mm de comprimento.
Na medida em que o trigo amadurece, os
lizar 2 bilhões de dólares,somente na Ásia
uredosporos são substituídos por telíospo-
(EXPERT..., 2005). As estratégias para re-
ros (LEONARD;SZABO,2005).
duzir as possibilidades de epidemias mais
A ferrugem linear ou amarela caracte-
severas incluem o monitoramento da dis-
riza-se por uredopústulas distribuídas em
seminação da raça Ug99, a realização de
linhas ou estrias, que se estendem ao lon-
testes massivos da reação de genótipos no
go da folha entre os feixes vasculares (Fi-
leste africano e programas de cruzamen-
gura 20). Além do padrão de distribuição
tos para alcançar níveis satisfatórios de
não aleatório, as uredopústulas da ferru-
resistência genética (SINGH et al., 2006;
gem linear também diferenciam-se das ou-
DUVEILLERet al., 2007).
tras ferrugens do trigo por serem menores
e por produzirem uredosporos de colora-
Sintomas ção amarela-clara. Semelhante às ferru-
A ferrugem da folha caracteriza-se gens da folha e do colmo, as uredopústulas
por uredopústulas contendo massas de da ferrugem linear também podem afetar
uredosporos de cor marrom-alaranjado, outras partes verdes da planta. Na medida
as quais surgem pela ruptura da epiderme em que a planta amadurece, os uredospo-
da folha e têm formato geralmente elípti- ros deixam de ser produzidos e são substi-
co (Figura 18). Em alguns casos, essas ure- tuídos pelos teliosporos (CHEN, 2005).
dopústulas são circundadas por um halo
clorótico. Os sintomas distribuem-se ale- Etiologia
atoriamente pela lâmina foliar e, em anos Os agentes causais das ferrugens do
de epidemias severas, podem atingir qual- trigo pertencem ao gênero Puccinia, famí-
quer parte verde da planta. No final do ci- lia Pucciniaceae, ordem Pucciniales classe
clo da cultura, quando a planta atinge a Pucciniomycetes. Estes fungos são patóge-
maturação e as condições de ambiente co- nos biotróficos altamente especializados e
Trigo no Brasil I 313
Figura 18. Ferrugem da Figura 19. Ferrugem do colmo do tri- Figura 20. Ferrugem linear
folha do trigo, causada por go, causada por Puccinia graminis f. de trigo, causada por Puccinia
Puccinia triticina: uredopús- sp. tritici: uredopústulas da ferrugem striiformis f. sp. tritici.
tulas da ferrugem em folha. no colmo.
3141 Trigo no Brasil
dronizado de genótipos de trigo, os quais sário. No Brasil, o uso de fungicidas tem si-
são específicos para P. triticina (LONG; do recomendado desde 1977; no Uruguai,
KOLMER, 1989), P. qraminis f. sp. trÍtÍCÍ tem sido mais comum desde 1990; e no Pa-
(ROELFS;MARTENS, 1988) e P. striiiormis f. raguai, desde 1996. Em condições normais
sp. trÍtÍCÍ (CHEN, 2005). de epidemias, ao menos duas aplicações
de fungicidas são necessárias para contro-
Controle lar as ferrugens do trigo em cultivares al-
O controle das ferrugens do trigo po- tamente suscetíveis. Na Argentina, uma
de ser efetivamente alcançado através da aplicação de fungicida para o controle da
combinação de métodos, como o uso de cul- ferrugem da folha é usada em aproxima-
tivares geneticamente resistentes, práticas damente 35% da área tritícola. No Chile, o
culturais e uso de fungicidas. O uso de cul- controle químico da ferrugem linear ini-
tivares resistentes é considerado o método ciou no final dos anos 1970 e foi amplamen-
de controle mais efetivo e econômico, pois, te adotado a partir da metade da década de
além de evitar as perdas causadas pelas mo- 1980, especialmente por agricultores que
léstias, não aumenta os custos de produção, empregavam tecnologias avançadas. O uso
garantindo maior retorno dos investimen- de fungicidas para o controle da ferrugem
tos feitos pelos produtores (NELSON, 1973; da folha no Chile não era comum, mas nos
PRIESTLEY;BAYLES,1988). A resistência às últimos cinco anos o uso de controle quími-
ferrugens do trigo pode ser obtida através co tem aumentado devido ao aumento da
da incorporação de um, de poucos ou de vá- importância dessa doença. Considerando
rios genes de resistência em um genótipo as grandes áreas semeadas com cultivares
(AGRIOS, 1988). Tradicionalmente, a resis- que requerem controle químico na região
tência que confere proteção total à planta do Cone Sul da América do Sul, estima-se
tem sido preferencialmente usada nos pro- que o custo anual das aplicações de fungici-
gramas de melhoramento, pela relativa fa- das para o controle das ferrugens do trigo
cilidade com que pode ser identificada e nessa região seja de cerca de 50 milhões de
incorporada. No entanto, a pouca durabili- dólares (GERMANet al., 2007).
dade deste tipo de resistência leva à neces- Algumas práticas culturais também
sidade de substituição constante de culti- podem auxiliar, ao menos parcialmente,
vares e de controle químico. Atualmente, a no controle das ferrugens do trigo. O uso
resistência quantitativa que se expressa na de cultivares com maturação precoce na
fase adulta é a alternativa mais promisso- Austrália e a semeadura antecipada no
ra, pois tem mostrado maior durabilidade México são exemplos de sucesso no con-
quando usada em grandes áreas, por lon- trole da ferrugem do colmo do trigo mes-
gos períodos de tempo, sob alta pressão de mo antes do uso de cultivares resisten-
inóculo e condições de ambiente favoráveis tes (BORLAUG, 1954; McINTOSH, 1976). A
ao desenvolvimento de epidemias de ferru- "ponte-verde", formada por plantas volun-
gens ÚOHNSON, 1984; ROELFSet al., 1992, tárias de trigo entre uma safra e outra ou
SINGH et al., 2002). por épocas de semeadura sobrepostas em
Quando a resistência de uma cultivar é uma região, é um fator de perpetuação de
superada ou quando cultivares suscetíveis inóculo e favorecimento de epidemias. A
são semeadas, o controle químico é neces- eliminação desta "ponte-verde" é uma me-
Trigo no Brasil I 317
dída eficiente de controle para epidemias 2002). Em regiões onde o hospedeiro alter-
que resultam de inóculo produzido local- nativo da ferrugem do colmo é importante
mente. A ampliação da base genética das na geração de variabilidade do patógeno,
cultivares usadas comercialmente também como no leste europeu e no noroeste dos
é uma estratégia para diminuir a vulnera- Estados Unidos, sua eliminação é uma prá-
bilidade da cultura frente às epidemias de tica recomendável e eficiente para o con-
ferrugens (ROELFSet al., 1992; SINGH et al, trole de epidemias (ROELFS,1982).
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