Coeficiente de Especialização
Coeficiente de Especialização
Coeficiente de Especialização
suportado.
x rj - O Valor da actividade j na região r;
Neste sentido, este texto centra-se nas formas de
cálculo, interpretação dos resultados e possíveis x r
- O Valor do total das actividades consideradas, na região r;
Especialização e Diversificação, e na capacidade xp - O Valor do total das actividades consideradas, na região padrão p.
que medidas distintas têm na avaliação do grau
de especialização regional e na comparação inter-
regional.
1
CEP, 1974.
2
Ferrão, 2002.
2º Semestre 2002
Região de Lisboa e Vale do Tejo
A fórmula de cálculo do QL 3 deixa implícita a leitura Tomemos o exemplo para o território de Portugal
dos resultados: valores inferiores a 1 significam continental, considerando o VAB em 1998, por
uma expressão do sector j na região r inferior à Regiões NUTS II, para 164 ramos da actividade
expressão desse sector na região padrão; valores e c o n ó m i c a d a C l a s s i f i c a ç ã o da Actividade
superiores a 1 significam uma expressão do sector Económica Portuguesa, revisão 2 (CAE - rev.2)5.
j superior à verificada na região padrão, ou seja, a
região em questão é mais especializada no sector
j do que a região padrão.
3
Existe outra fórmula de cálculo do QL, com resultados e sentidos de leituras totalmente iguais aos obtidos pela fórmula anterior:
x rj xr
Q L rj = (0 ≤ QL rj ≤ ∞ )
xj xp
4
Não se analisa o sector Q (Organismos internacionais e outras instituições).
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Excluiu-se o extra-regio que corresponde ao VAB que não pode ser imputado a nenhuma região específica, e reafectou-se
proporcionalmente o valor dos Serviços de Intermediação financeira indirectamente medidos (SIFIM).
O quadro 1 permite dois tipos de leituras: uma de Lisboa e Vale do Tejo nas Actividades
abordagem regional e uma abordagem de carácter Financeiras; ainda que estas três últimas regiões
sectorial. Os resultados obtidos apontam para as apresentem na globalidade um quadro de menor
seguintes características de especialização: a grau de especialização (valores bastante próximos
Região do Algarve no ramo das pescas e em menor de 1)6.
grau nas actividades hoteleiras; o Alentejo nas A curva de Especialização permite apreender, de
Indústrias Extractivas e em menor grau na forma mais clara os diferentes graus de
Agricultura; o Centro nas Pescas e na Agricultura; especialização das regiões.
o Norte nas Indústrias Transformadoras e a Região
100
80 67
60
% cum Xp j / Xp
40
20
0
0 20 40 60 80 100
% cum Xrj / X r
Norte Centro LVT Alentejo Algarve Região Padrão
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Tomando uma abordagem sectorial, dir-se-ia que os sectores com maiores níveis de concentração são a Agricultura, as Pescas, as
Indústrias Extractivas e, por último, a Hotelaria.
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Decompondo, de igual modo, a formulação apresentada para o QL em pé de página obtém-se a curva de localização, que permite uma
abordagem sectorial.
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A estrutura regional do VAB nacional é a seguinte: RLVT com 48%, Norte com 31%, Centro com 14%, Alentejo e Algarve, ambos com 4%.
9
A definição destes limiares deve ser feita em função dos objectivos da análise, dos espaços e dos ramos considerados, e dos resultados
obtidos para esses espaços. Por exemplo, no estudo sobre as Áreas Metropolitanas Portuguesas de Ferrão et all (2002), considerou-se
como limiar do QL o valor 2, uma vez que a região padrão retida havia sido a estrutura de Portugal Continental, e face a esta seriam de
esperar valores de especialização significativos.
1,5 B
Quociente de Localização
P A
N M
C
F
1 L
K G
0,5
0
0 0,025 0,05 0,075 0,1 0,125 0,15
Xrj / Xr
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A - Agricultura, produção animal, caça e silvicultura I - Transportes, armazenagem e comunicações
B - Pesca J - Actividades financeiras
C - Indústrias extractivas K - Actividades imobiliárias, alugueres e serviços prestados às
D - Indústrias transformadoras empresas
E - Produção e distribuição de electricidade, gás e água L - Administração pública, defesa e segurança social
F - Construção obrigatória
G - Comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos M - Educação
automóveis, motociclos e de bens de consumo pessoal e N - Saúde e acção social
doméstico O - Outras actividades de serviços colectivos, sociais e
H - Alojamento e restauração (restaurantes e similares) pessoais
P - Famílias com empregados domésticos
Pela análise da figura 2 verificamos que o ramo Este facto põe em evidência a fraca capacidade
da educação é o único ramo que apresenta na de síntese desta medida e as dificuldades que
Região Centro, simultaneamente, um grau de poderão surgir na interpretação dos resultados
especialização face ao Continente e uma quando se analisa um elevado número de unidades
importância significativa no VAB regional (>7,5%). territoriais e uma desagregação fina dos ramos da
Os resultados do QL formam uma matriz de actividade económica.
resultados exactamente igual à dos dados de base.
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x r
- O V alor do total das actividades consideradas, na região r.
J X X rj
Er = −∑ * log (0 ≤ E r ≤ log J) , sendo
rj
j= 1 X r Xr
Uma região com CE=0 significa que a estrutura
sectorial da Região em análise é integralmente
equivalente à estrutura apresentada pela região
x rj - O Valor da actividade j na região r;
padrão; inversamente, quanto mais próximo de 1
for o CE, mais especializada é a estrutura produtiva xr - O Valor do total das actividades consideradas, na região r.
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Em algumas publicações a designação deste Índice aparece como Índice de Entropia.
Os limites deste indicador variam entre situações Fórmula 3 – Normalização do Índice de Theil
X rj X rj
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Acontece quando apenas um sector j tem expressão na região, ou seja, = 1 , log = 0 e consequentemente, E = 0
Xr Xr r
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Os resultados do Índice de Theil normalizado são: 0,17 para o Norte, 0,15 para o Centro, 0,13 para Lisboa e Vale do Tejo, 0,10 para o
Alentejo e 0,09 para o Algarve.
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ser vantajosa em análises em que é necessária a diferenciados quando se sustenta a análise no VAB
contextualização das especificidades regionais ou no Emprego. Estas diferenças relacionam-se
noutros territórios. A utilização do Índice de Theil com os sistemas produtivos associados a cada
apenas para uma região diminui a interpretação ramo da actividade económica, não reflectindo
dos resultados, sendo por isso vantajoso analisar níveis de especialização regional diferenciados.
os resultados deste índice comparativamente a Por último, as medidas apresentadas revelam-se
outras regiões que apresentem um quadro de fundamentais numa abordagem exploratória,
referência comum relevante (proximidade nomeadamente na classificação e na identificação
geográfica, estratégias de desenvolvimento de tendências. Não permitem, no entanto,
similares, etc.). identificar relações de causa-efeito fundamentais
Uma desvantagem clara deste conjunto de medidas para a definição de políticas de desenvolvimento
consiste no facto de utilizarem apenas uma variável regional.
na avaliação do grau de especialização de uma
região. Podem-se obter padrões de especialização
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Referências Bibliográficas