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250 Questões de Português Faurgs - Julho de 2019

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TEORIA SISTEMATIZADA E QUESTÕES PARA OFICIAL DE JUSTIÇA 2019

Ortografia:
Palavras com S:
I- Palavras correspondentes a verbos terminados em "verter", "andir", "pelir", "ender" -> converter/conversão,
expandir /expansão, repelir/repulsão, suspender/suspensão, compreender/compreensão.
II - Palavras que derivam de verbos com radical terminado em: D, ND, RT, PEL, RG e CORR.
(D) colidir/colisão, aludir/alusão, persuadir/ persuasão
(ND) ascender/ascensão, compreender/compreensão (regra do "ender"), suspender/suspenso (regra do "ender")
(RT) divertir/diversão , inverter/inversão (regra do "verter")
(PEL) expelir/expulsão (regra do "pelir")
(RG) emergir/emersão , imergir/imersão
(CORR) discorrer/discurso, concorrer/concurso
III -Sufixos "ês", "esa", "isa" indicando título, profissão ou origem: burguês/burguesa, marquês/marquesa,
poetisa, japonês/japonesa, francesa, inglesa.
IV - Sufixos OSO e OSA: gostoso, formoso, apetitosa, vaidosa, amistoso, bondosa, brilhoso. Atenção! "Gozo" e derivados são
palavras grafadas com Z (gozar, gozado).
V - Palavras terminadas em "ase", "ese", "ise", "ose": frase, osmose, crise, síntese, catequese, sacarose,
apoteose. Atenção! "Gaze" e "deslize" são grafadas com Z.
VI - Após ditongo (com som de Z) : coisa, pausa, deusa, lousa, aplauso, maisena. Atenção! Ditongo é o encontro de dois sons
vocálicos (vogais) numa mesma sílaba.
VI - Conjugação dos verbos "querer" e "pôr" (e derivados): quisera, quis, quiseram, pus, pusera, propusera. Atenção! "Requerer"
não é derivado do verbo "querer".
Dica! Atentem para estas palavras, pois são muito recorrentes nas provas de concursos e NÃO SÃO GRAFADAS COM
X:estendido, esplêndido, esterno (osso).
Não confundir! Externo = algo que está fora, que vem de fora / Esterno = osso do corpo humano.
PALAVRAS COM SS
I - Substantivos derivados de verbos terminados em: ceder, primir, meter, cutir, gredir, mitir.
(ceder) - retroceder/retrocesso , conceder/concessão, exceder/excesso. Atenção! A palavra "exceção" não é grafada com ss.
(primir) - imprimir/impressão, deprimir/depressão
(meter) - intrometer/intromissão, prometer/promessa
(cutir) - repercutir/repercussão
(gredir) - agredir/agressão
(mitir) - demitir/demissão
II - Palavras em que o prefixo termina em vogal e a palavra é iniciada por S: ressurgir (re+ surgir), assimétrico (a+ simétrico),
pressentimento (pré + sentimento), minissaia (mini + saia).
PALAVRAS COM Ç
I - Não se usa Ç antes de E e I, apenas existindo: ÇA, ÇO, ÇU.
II - Palavras árabes, africanas, indígenas, italiana: cachaça, açúcar, açaí, babaçu, Iguaçu, Moçambique, caçula, açoite, muçarela,
maçom, muçum.
III - Palavras que derivam de outras com "to"no radical: atento/atenção , correto/correção, exceto/exceção, direto/direção,
isento/isenção.
IV - Palavras que derivam do verbo "ter": abster/abstenção, reter/retenção, ater/atenção, conter/contenção.
V- Palavras que derivam de substantivos terminados em "tor": produtor/ produção, trator/tração, infrator/infração,
redator/redação.
VI - Palavras que derivam do verbo torcer: torcer/torção, distorcer/distorção.
Atenção! Para melhor fixação, é interessante elaborar frases empregando palavras cuja ortografia gera dúvida. Lembrando que
não vale só criar, tem que ler, reler, reler...até fixar a escrita das palavras mais complicadas!
Exemplos:
Ele era a exceção e tudo que falava tinha repercussão, atingido a classe burguesa.
A abstenção do voto pode acarretar o fracasso da democracia.
Contenção de despesas para que haja um equilíbrio econômico familiar.
Há perigo de recessão?
- PALAVRAS COM Z
I - Substantivos abstratos que derivam de adjetivos, com sufixo "EZ" ou "EZA" : gentil (adjetivo)/gentileza, límpido
(adjetivo)/limpidez, tímido (adjetivo)/timidez, ácido(adjetivo)/acidez, pobre (adjetivo)/pobreza, triste (adjetivo)/tristeza,
frio(adjetivo)/frieza.
II - Palavras que derivam de outras com Z no radical: revezar/revezamento, deslizar/deslize, cruzar/cruzamento, paz/apaziguar.
III - Verbos terminados em "izar" que derivam de palavra sem S no radical: hospital/hospitalizar (hospitalização),
ameno/amenizar (amenização), concreto/concretizar (concretização), útil/utilizar (utilização), legal/legalizar (legalização).
IV - Boa parte dos verbos terminados em "ir", "er" e "uzir": fazer, cozer (sentido de cozinhar), reproduzir, abduzir, jazer, deduzir,
conduzir, luzir. Atenção! As palavras coser (sentido de costurar) e transir (sentido de arrepiar) são grafadas com s.
V - Palavras terminadas em "zal", "zeiro", "zinho(a)", "zito", "zado(a)" que derivam de palavras com Z no radical ou que não
tenham S no radical: bambu (não tem "S" no radical) /bambuzal , café (não tem "s" no radical)/cafezal, baliza (tem "Z" no
radical)/abalizada, botão (não tem "S" no radical)/botãozinho, cão (não tem "S" no radical)/cãozito.
Elaborado por Marcos Kelsch em 30Abr2019
Contatos 53 981407925
TEORIA SISTEMATIZADA E QUESTÕES PARA OFICIAL DE JUSTIÇA 2019

Atenção! Quando a palavra tiver sufixo "inho(a)" e derivar de alguma outra que tenha S no radical: a grafia deve ser feita com S!
Exemplos: lápis (tem S no radical)/lapisinho, mesa (tem S no radical)/mesinha, parafuso (tem S no radical)/parafusinho, casa (tem
S no radical)/casinha.
PALAVRAS COM X
I- Geralmente após ditongo: feixe, caixa, frouxo, seixo, eixo, baixo. Exceções: recauchutar, guache.
II - Em boa parte das palavras, após a sílaba "EN": enxame, enxugar, enxoval, enxada, enxofre, desenxabido. Exceções:
preencher/encher/enchente (derivam de cheio), encharcar, enchova (também chamada de anchova), enchumaçar (deriva de
enchumaço).
III - Após a sílaba "ME": mexerico, mexicano, mexilhão, mexer. Exceções: mecha (de cabelo).
IV - Após as sílabas "GRA", "BRU", "LA", "LI", "LU": graxa, bruxa, laxante, lixa, lixo, luxo, luxação.
V- Algumas palavras de origem africana, indígena, árabe, etc: xampu, Xangai,abacaxi, xadrez, oxalá, xarope, enxoval, xaveco,
xeque-mate, xerife, xucro, xingar.
Dica! Atentem para estas palavras, pois são muito recorrentes nas provas de concursos e NÃO SÃO GRAFADAS COM
X:estendido, esplêndido, esterno (osso). Não confundir! Externo = algo que está fora, que vem de fora / Esterno = osso do corpo
humano.
*Sim, a repetiu a dica, pois ela é muito importante!
PALAVRAS COM CH
I - Palavras começadas com "CHAM" e "CHO": chocalho, chocolate, choupana, chaminé, champanha, chamuscado,
chope. Exceção: xampu.
II - Palavras derivadas de cognatas (que tem radical idêntico) com CH: chinelo/chinelada, chifre/chifrada, chave/chaveiro,
charco/encharcar, piche/pichação, encher/enchente.
III - Palavras com o sufixo "ACHO", "ICHO", "UCHO", "ACHÃO": gaúcha, riacho, gorducho, barbicha, bonachão, esguicho.
Atenção !Taxar: sentido de atribuir taxa, imposto. (Exemplo: A taxa de juros aumentou 10% neste mês.) / Tachar: sentido de
censurar, expor defeito, acusar, atribuir "tacha". (Exemplo: Maria tachou João de mentiroso.)
Importante! É interessante que o aluno tenha em mente a grafia das seguintes palavras: bochecha, cheque, inchado, chacina,
chuchu, chantagem, chimpanzé, cochilo, deboche, salsicha, chácara, cachimbo, charque, charuto, pechincha.
PALAVRAS COM G
I- Palavras terminadas em "AGEM", "IGEM", "UGEM", "EGE", "OGE": paisagem, garagem, vertigem, fuligem, ferrugem, herege,
bege, paragoge, doge. Exceções: pajem, lambujem, laje (lajem)
Cuidado!Viagem (substantivo) é grafada com G (Exemplo: Fiz uma excelente viagem no verão.)/ Viajem (verbo) é grafado
com J (Exemplo: É preciso que elas viajem hoje).
II- Palavras terminadas em "ÁGIO", "ÉGIO", "ÍGIO", "ÓGIO", "ÚGIO": sufrágio, naufrágio, adágio, colégio, egrégio, litígio, vestígio,
relógio, refúgio, subterfúgio.
III - Boa parte das palavras iniciadas por "A": ágil, agiota, agouro, agente (!!!), agitar, agir. Exceções: Palavras que derivam de
outras com J no radical -> ajeitar (vem da palavra "jeito", grafada com J), ajuizar (vem da palavra "juízo", grafada com J).
Cuidado! A palavra "agente" tem sentido de pessoa que desempenha função ou cargo (pode associar ao "agente secreto")
- Exemplo: O agente fiscalizou o setor ontem.
A expressão "a gente" é de uso cotidiano e tem sentido de plural (nós) - Exemplo: A gente quer tomar sorvete amanhã!
IV - Verbos terminados em "GER" ou "GIR": eleger, convergir, fingir, constranger, aspergir, fugir, infringir (transgredir, violar),
infligir (aplicar pena, castigo).
V - Nas palavras "gestão", "gerir" e as que daí derivarem: gestor, digestão, ingestão, sugerir, sugestão, indigestão.
VI - Palavras que derivam de outras com G no radical: tingir/tingido, gelo/gelado, rígido/rigidez.
PALAVRAS COM J
I- Palavras que derivam de outras com J no radical: granja/granjeiro, lisonja/lisonjeiro/lisonjeado, jeito/ajeitar, gorja/gorjeta,
canja/canjica, laje/lajedo, loja/lojista, anjo/anjinho.Cuidado com a palavra "angélico" que deriva de anjo, mas é grafada com G!
II - Palavras de origem indígena, africana, árabe: jirau, jiboia, jerimum, manjericão, alforje, jequitibá, beiju.
III - Verbos que terminam em "JAR" e em "JEAR": arranjar, viajar, despejar, despejei, viajei, bocejei, bocejar, granjeio, granjeias,
granjear, granjeiam.
Atenção! É importante que o aluno tenha em mente a grafia das seguintes palavras: azulejo, projétil, ojeriza, manjedoura, gorjear,
trejeito, enjeitado, cervejeiro, caranguejo, caranguejeira, jejum, berinjela.
PALAVRAS COM A LETRA E
I- Palavras com o prefixo "ante" (indicando anterioridade): antessala, antebraço, antevéspera, antedata,
anteontem. Cuidado! Não confundir com o prefixo "anti" (com "i") que indica contrariedade! Abordaremos esta situação no tópico
"Palavras com i".
II - Na conjugação dos verbos, no presente do Indicativo e do Subjuntivo: (macete do MARIO)
M A RI O:MEDIAR - ANSIAR - REMEDIAR - INCENDIAR - ODIAR
Ao conjugar algum desses verbos: acrescer a letra E antes do I em todas as formas, exceto nas pessoas "NÓS" e "VÓS"!
O ideal é seguir a conjugação do verbo ODIAR: Eu odeio, Tu Odeias, Ele Odeia, Nós Odiamos (sem a letra E), Vós Odiais (sem a
letra E), Eles Odeiam.
III- Alguns verbos, no presente do Indicativo, terminados em "IR" (pessoas que recebem a vogal "e": TU, ELE, ELES):
Exemplo: Partir -> Eu parto, Tu partes, Ele parte, Nós partimos, Vós partis, Eles partem.
Exemplo: Dormir -> Eu durmo, Tu dormes, Ele dorme, Nós dormimos, Vós dormis, Eles dormem.
IV- Verbos terminados em "OAR" ou em "UAR", conjugados no presente do Subjuntivo (todas as pessoas recebem a vogal "e"):
Elaborado por Marcos Kelsch em 30Abr2019
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TEORIA SISTEMATIZADA E QUESTÕES PARA OFICIAL DE JUSTIÇA 2019

Exemplo: Magoar -> Que eu magoe, Que tu magoes, Que ele magoe, Que nós magoemos, Que vós magoeis, Que eles magoem.
Exemplo: Pontuar -> Que eu pontue, Que tu pontues, Que ele pontue, Que nós pontuemos, Que vós pontueis, Que eles pontuem.
V- Em palavras com ditongos nasais: "ÃE(s)" ou "ÕE(s)": mães, anões, capitães, vilões, aldeães.
PALAVRAS COM A LETRA I
I - Palavras com o prefixo "anti" (sentido de contrariedade, de oposição): anticristo, antipatia, antirrábico, antídoto, antissepsia.
II- Verbos terminados em "AIR", "OER" ou "UIR", conjugados no presente do Indicativo (pessoas que recebem a vogal "i": TU e
ELE):
Exemplo: Atrair -> Tu atrais, Ele atrai. Exemplo: Roer -> Tu róis, Ele rói. Exemplo: Possuir -> Tu possuis, Ele possui.
III - Quando acrescentamos o sufixo "DADE" a uma palavra terminada em "EO", trocamos a vogal "O" pela vogal "I":
Exemplos: espontâneo / espontaneidade, instantâneo/instantaneidade, idôneo/idoneidade.
IV - Em verbos terminados em "EAR", no modo Imperativo, no presente do Indicativo e no presente do Subjuntivo, acrescentamos
a letra "I" depois da letra "E", exceto nas pessoas "NÓS" e "VÓS".
Exemplo: Pentear -> Eu penteio, Tu penteias, Ele penteia, Nós penteamos, Vós penteais, Eles penteiam
Exemplo: Recear -> Eu receio, Tu receias, Ele receia, Nós receamos, Vós receais, Eles receiam.
PALAVRAS COM A LETRA H
Vale destacar que a letra H, por não reproduzir som, pode gerar algumas dúvidas quanto ao seu uso na escrita de certas palavras,
assim vamos dar algumas regras que facilitarão a vida do concurseiro neste quesito!
I - Em todas as conjugações do verbo haver: houve, hei, haveria, haveis, hemos, haverão, hão, havia.
II - Após o hífen, quando o segundo elemento começa com H: super-homem, pré-histórico, anti-higiênico, giga-hertz.
III - No substantivo Bahia, mas as palavras que dele derivam não seguem a grafia com H, vejamos: baiano, baiana, baianidade.
IV - Na formação de dígrafos (duas letras com apenas um som/fonema) representados por LH, CH, NH: folha, chave, manhã, ilha,
chuva, ninho.
V- No início ou fim de algumas interjeições (classe gramatical que exprime emoção): Há!, Ah!, Heim?, Hum!, Hehehe...
VI - No início de certas palavras por questões etimológicas (origem das palavras): hoje (origem latina, hodie), hesitar, horizonte,
hebraico, hábil, habitar, hipótese.
Cuidado!!!! A palavra "harmonia" é grafada com H, entretanto o mesmo não ocorre com "desarmonia" (prefixo des). O mesmo
ocorre com os prefixos "ex", "sub", "re", "in", "cos", que dispensam tanto o hífen, quanto a letra H na formação das palavras,
vejamos: haver/reaver, herdeiro/coerdeiro, humana/subumana (sub-humana).
Por fim, é interessante que vocês tenham em mente a grafia das seguintes palavras: homilia, hóquei, hortênsia, hediondo, haxixe,
híbrido, homérico.
Teoria: “Expressões defeituosas”:
MAU X MAL
A palavra mau com U deve ser empregada quando tiver sentido oposto ao de bom.
A palavra mal com L deve ser empregada quando tiver o sentido oposto ao de bem.
O mau aluno não é aprovado./ O bom aluno não é aprovado.
O bem vence o mal.
PORQUE X POR QUE X PORQUÊ X POR QUÊ
Porque: equivalente a "pois", "uma vez que".
Exemplo: Não fui à escola porque estava doente.
Por que: equivalente a "por que motivo", "por qual razão". Pode também significar "pelo qual" e ainda ser empregado em frases
interrogativas diretas.
Exemplo: Por que você faltou à aula? (frase interrogativa direta)
Exemplo: Não sei por que você age assim. (por qual motivo)
Exemplo: A situação difícil por que passamos será resolvida. (pela qual)
Porquê: representa um substantivo e é equivalente a "motivo", "causa", "razão".
Exemplo: Ela não sabe o porquê do comportamento do filho.
Por quê: empregado no final de frases e antecedido por ponto final, de exclamação, de interrogação.
Exemplo: Ela não sabe por quê!
Exemplo: Não fui aprovado. Por quê?
ONDE X AONDE
Onde: indica localização com ideia estática. Pode ser advérbio ou pronome relativo (pode ser substituído por "em que").
Exemplo: Onde guardei meu livro?
Exemplo: Mora na rua onde fica o teatro municipal.
Aonde: é advérbio e indica localização com ideia de movimento, de deslocamento.
Exemplo: Aonde você vai?
Exemplo: Aonde estamos indo?
AO ENCONTRO DE X DE ENCONTRO A
Ao encontro de: ideia de concordância, ser favorável. Dica! Lembrar de "A" de "a favor".
Exemplo: As ideias dos alunos vão ao encontro da pretensão do colégio.
De encontro a: oposição, ideia contrária. Dica! Lembrar de "D" de "do contra".
Exemplo: As opiniões dela vão de encontro às minhas.
AGENTE X A GENTE
Agente: pessoa que atua, opera ou faz algo. Dica! Lembrem do 007 (agente secreto) e do agente de saúde.
Elaborado por Marcos Kelsch em 30Abr2019
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TEORIA SISTEMATIZADA E QUESTÕES PARA OFICIAL DE JUSTIÇA 2019

Exemplo: O agente atuou com base nos requisitos legais.


A gente: expressão coloquial que faz referência a um conjunto de pessoas.
Exemplo: Amanhã, a gente vai ao circo.
A FIM X AFIM
A fim: ideia de finalidade, objetivo.
Exemplo: Foi à praia a fim de relaxar.
Afim: indica semelhança, afinidade.
Exemplo: Elas possuem ideias afins.
MAS X MAIS
Mas: conjunção que indica contrariedade, oposição.
Exemplo: Comprei o livro, mas não li.
Mais: advérbio de intensidade ou pronome indefinido.
Exemplo: Ela era mais bonita que a irmã.
NA MEDIDA EM QUE X À MEDIDA QUE
Na medida em que: indica causa, consequência, efeito. Equivale a "visto que", "porque", "já que".
Exemplo: Na medida em que fazíamos uma dieta rígida, perdíamos peso rapidamente.
À medida que: indica proporção.
Exemplo: À medida que enricou, tornou-se mais prepotente.
HÁ X A
Há: quando empregado com sentido de existir ou de tempo decorrido.
Exemplo: Há uma pessoa procurando por você.
Exemplo: Há dez anos almoço naquele restaurante aos domingos.
A: nas demais situações. Isso mesmo, não sendo caso de emprego do "Ha", utilizamos o "A". Pode, inclusive, indicar tempo futuro
ou distância.
Exemplo: Ela mora a alguns quilômetros da minha casa.
Exemplo: Daqui a pouco irei à academia.
AO NÍVEL DE X EM NÍVEL DE
Ao nível de: sentido de "à mesma altura".
Exemplo: Aquela atriz não está ao nível de Fernanda Montenegro.
Em nível de: sentido de hierarquia, de "âmbito".
Exemplo: A questão deve ser tratada em nível de governo federal.
A FORA x AFORA
A fora (separado) -> locução adverbial empregada em conjunto com a expressão "a dentro", opondo-se a ela. Exemplo:
Chapeuzinho procurou a vovó de dentro a fora da casa.
Afora(junto) -> pode ser advérbio ou preposição. Se for advérbio, terá sentido de "ao longo de", "para o lado de fora". Se for
preposição, terá sentido de "à exceção de" .Exemplo: Pela estrada afora, eu vou bem sozinha, levar esses doces para a vovozinha.
(advérbio)Exemplo: Afora o lobo, todos eram personagens do bem. (preposição)
1. FAURGS 2018 – PROGRAMADOR:
Já não dá mais para escapar: é Carnaval, a festa dos tímidos. Foi Rubem Braga quem cunhou a expressão, e ele se assombrava
diante da conversão dos rapazotes e raparigas recatados do cotidiano em alegres piratas, marinheiros e havaianas na avenida.
Não sei se o paralelo, contudo, é possível. O mundo mudou. Com a proliferação das redes sociais, parece que não sobraram
recatados, aliás. Expõem-se ali todos – criam suas fantasias e nelas investem, dia após dia, desfilando não de pirata, mas de hipster,
intelectual, sensível, engajado, despreocupado, desconstruído, pós-moderno, bacanudo.
Na avenida ou nas telas, é tudo fantasia. Na essência, o homem é o mesmo: um medroso. Massacrado pelo entorno, assoberbado
pela vida, o homem só quer uma trégua dos problemas, de tempos em tempos; esquecer os balanços e mensalidades para flertar,
pular e se embebedar.
Sempre gostei de ver o Carnaval dos outros, mas até para a festa dos tímidos eu era tímido demais, então nunca tive o costume
de pular em bloquinho ou blocão. Antes, eu me deliciava com a transformação das gentes. Vendo dois milhões de foliões no Baixo
Augusta, demorei a entender, entretanto, o que incomodava naquele início de Carnaval, em São Paulo.
Era o carnaselfie. O Carnaval sem transgressão – não dos outros, não dos corpos, porque isso só disfarça uma violência intolerável.
Não a transgressão que perturba as meninas que não querem contato, ou os lojistas que não querem vandalismo, ou os moradores
que têm horror à sujeira brotando em suas calçadas. Era o Carnaval sem transgressão subjetiva, de si. Sem subverter a si próprio
para alegrar o mundo com a versão mais alegre e autêntica de si.
Nas ruas, os foliões saltitam com o celular nas mãos e enchem suas redes sociais de fotos, posam uma felicidade em ângulo-
plongée atentos aos detalhes de luz, enquadramento, likes e shares. Tudo para sair, mesmo no sagrado ridículo do momento,
bacana na foto.
A folia é regrada não por pais e mães, que há muito desistiram de censurar a festa. Os regulamentos do novo Carnaval são as
novas regras da cinematografia.
Adaptado de: ESSENFELDER, Renato. Em tempos de carnaselfie, ninguém quer parecer ridículo. Estado de São Paulo, São Paulo,
12 de fevereiro de 2018. Disponível em http://emais.estadao.com.br/blogs/renato-essenfel-der/em-tempos-de-carnaselfie-
ninguem-quer-parecer-ridi-culo/. Acesso em 12/05/2018.
Considerando o sistema ortográfico oficial e as relações entre sons, letras, pronúncia e grafia, assinale a alternativa correta.
a) Não é a mesma regra de acentuação gráfica que explica o emprego do acento agudo nos exemplos dá e há.
Elaborado por Marcos Kelsch em 30Abr2019
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TEORIA SISTEMATIZADA E QUESTÕES PARA OFICIAL DE JUSTIÇA 2019

b) A palavra trégua é um exemplo de proparoxítona aparente, por isso é acentuada.


c) O acento na palavra início é facultativo.
d) A palavra têm também poderia ser grafada como tem.
e) A palavra por também poderia ser grafada como pôr.
2. Comentários:
GABARITO LETRA B
LETRA "A"-ERRADA. Não é a mesma regra de acentuação gráfica que explica o emprego do acento agudo nos exemplos dá e há.
As palavras dá e há são monossílabos tônicos terminados em "a". Acentuam-se os monossílabos tônicos terminados em a, as, e,
es, o, os e em ditongos abertos éu (s), éi (s) e ói (s). Logo, a regra de acentuação gráfica que explica o emprego do acento agudo
nos exemplos dá e há é a mesma.
LETRA "B"-CORRETA. A palavra trégua é um exemplo de proparoxítona aparente, por isso é acentuada.
Nesse caso, ela seria proparoxítona, pois sua sílaba tônica (mais forte) seria a antepenúltima (tré). Toda proparoxítona é
acentuada, logo estaria correto o emprego do acento agudo no "e" de trégua.
LETRA "C"-ERRADA. O acento na palavra início é facultativo.
Com a palavra início ocorre o mesmo que acontece com a palavra trégua. Se ela for separada em quatro sílabas (i-ní-ci-o), ela será
proparoxítona. Como toda proparoxítona é acentuada, seu acento seria obrigatório. Se ela for separada em três sílabas (i-ní-cio),
ela será paroxítona terminada em ditongo (io). Como toda paroxítona terminada em ditongo é acentuada, seu acento também
seria obrigatório, e não facultativo.
LETRA "D"-ERRADA. A palavra têm também poderia ser grafada como tem.
A palavra têm é escrita com acento circunflexo quando representa a terceira pessoa do plural (eles têm), e é escrita sem acento
quando representa a terceira pessoa do singular (ele tem). Logo, têm não poderia ser grafada como tem.
LETRA "E"-ERRADA. A palavra por também poderia ser grafada como pôr.
A palavra por é uma preposição: "A folia é regrada não por pais e mães (...)"
A palavra pôr é um verbo: Ele queria pôr tudo a perder.
1. FAURGS - Analista (HCPA)/Coordenadoria de Gestão Contábil/2018
Sem prejuízos com a comida
A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) passou a orientar os consumidores para que reduzam o ______ de
alimentos. Dicas e informações sobre os atributos de qualidade na compra, o correto ______ e ______ dos produtos nos mercados
e nas residências para evitar a perda de alimentos estão agora disponíveis em uma página da internet, patrocinada pela instituição.
Além de orientar sobre cuidados, a página pretende estimular o aumento do consumo de vegetais, com diversas opções de
preparos, salientando que as hortaliças não devem servir apenas para saladas.
Fonte: adaptado de Zero Hora, Hortaliças, publicado em 14 e 15/11/2017.
Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas do texto acima (l. 03-05).
a) desperdício – acondicionamento – manuseio
b) disperdício – acondiscionamento – manuseio
c) desperdício – condissionamento – manuzeo
d) desperdíscio – condiscionamento – manoseio
e) disperdiço – acondiscionamento – manoseio
➢ Comentários:
GABARITO LETRA A
LETRA "A"-CORRETA: desperdício – acondicionamento – manuseio
Na palavra desperdício, a primeira sílaba está corretamente grafada com "e" e a última com "c".
Na palavra acondicionamento, a primeira sílaba está corretamente grafada com "a" e a quarta com "c".
Na palavra manuseio, a penúltima sílaba está corretamente grafada com "s" e "i".

2. FAURGS - Assistente (HCPA)/Administrativo/Vigilante/2015


Se a _______ cerebral masculina parece ter se desenvolvido mais, o nariz delas desponta como bem mais afiado! Esses são os
novos resultados de dois diferentes estudos divulgados nas últimas semanas. O interessante é pensar por que, em termos
evolutivos, eles investiram mais no espaço, enquanto elas capricharam na identificação dos odores.
Antropólogos da Universidade de Utah avaliaram duas tribos africanas. Os nativos com maior habilidade espacial não apenas
viajam mais que os outros, como também têm mais filhos. A capacidade de se localizar, de calcular distâncias e de manipular essas
imagens na mente é mais ________ entre os homens. Não é preciso ir longe para checar isso. Quem se perde com mais facilidade?
Quem tem mais dificuldade em se localizar com mapas de ruas? As respostas, em geral, são: as mulheres. Esse fenômeno se repete
em diversas culturas. Isso fez os cientistas pensar num longo processo evolutivo. Provavelmente, os homens investiram nessa
habilidade ao longo de milênios, para localizar alimentos e procurar novas parceiras sexuais dispersas.
No outro trabalho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, pesquisadores mediram, em homens e mulheres, o número de
células do bulbo olfativo, a primeira região cerebral a receber as informações captadas pelo nosso nariz. Confirmaram o que já se
suspeitava: o olfato feminino é mais apurado!
Os pesquisadores descobriram que as mulheres tinham, em média, 50% mais neurônios na região do bulbo olfativo que os
homens. Isso reforça a hipótese de que elas têm uma sensibilidade maior para sentir cheiros.
Qual seria a vantagem evolutiva dessa habilidade feminina? Provavelmente, identificar a qualidade e o estado dos alimentos, e
evitar que seus filhos ingerissem comida estragada. Durante muitos milênios, isso pode ter sido essencial para evitar infecções
fatais para a prole.
Elaborado por Marcos Kelsch em 30Abr2019
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Se, no campo do comportamento, homens e mulheres têm muitas vezes interesses opostos, na história da evolução eles se
complementaram com habilidades específicas.
Adaptado de: BOUER, Jairo.
http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/jairobouer/ noticia/2014/12/ - Acessado em 10 de abril de 2014
Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas das linhas:
a) bússola – ezacerbada
b) bússola – exacerbada
c) bússula – exacerbada
d) bússula – ezasserbada
e) bússula – exasserbada.
➢ Comentários:
Gabarito: LETRA B.
A palavra "bússola" deriva do italiano "bussola", tendo o seguinte significado (segundo o dicionário Michaelis): "Instrumento para
determinar direções sobre a superfície terrestre, mediante uma agulha magnética livremente suspensa sobre um ponto de apoio,
dentro de uma caixa, cujas pontas estão permanentemente voltadas para os polos magnéticos da Terra; agulha de marear."
Já a palavra "exacerbado" (forma masculina de "exacerbada") consiste no particípio do verbo exacerbar, que, por sua vez, deriva
do latim "exacerbare" (já grafado com X). Vejamos alguns sinônimos de "exacerbado": acentuado, agravado, aumentado,
avivado, intensificado
3. FAURGS - Analista Judiciário (TJ RS)/Apoio Especializado/Engenharia Civil/2014
Nos últimos vinte anos, é inegável a existência de ____ processo de reestruturação produtiva no mundo do trabalho. Não apenas
a questão da economia neoliberal, sustentada em fluxos autorreguladores do capitalismo contemporâneo, das relações
trabalhistas, da formação profissional e da ____ de pesquisas aplicadas às indústrias, constitui um fenômeno que contribui para
a profusão de problemáticas complexas, relacionadas ao mundo do trabalho e à formação profissional especializada. Tais
problemáticas e suas complexidades se estreitam em diferentes âmbitos de relações de modo a ____ local, regional ou
globalmente outras lógicas de formação requeridas pelo mundo do trabalho.
Nesse contexto, a formação profissional de base interdisciplinar surge como demanda de expressiva necessidade econômica e
política. Desde os anos noventa, a demanda por profissionais com capacidade de integrar conhecimentos dispersos pela
hiperespecialização desenvolveu-se em torno da busca da interdisciplinaridade, em diferentes campos do conhecimento.
Essa demanda se justifica pelas transformações ocorridas no mundo do trabalho e, especificamente, pela insuficiência
epistemológica que as ciências modernas expressam diante da complexidade do mundo físico, social, político e cultural do homem.
Assim, a Sociologia como ciência que estuda objetos do mundo social em suas dinâmicas, permanências e mutabilidades, voltar-
se-á para a análise das relações entre mundo do trabalho, formação e práticas profissionais específicas. Tanto a Sociologia do
Trabalho quanto a Sociologia das Profissões surgem nesse cenário como importantes campos teóricos para a compreensão
aprofundada do tema.
Acredito que os estudos sobre o trabalho devem abranger uma variedade de objetos de pesquisa, dando, por isso mesmo, uma
amplidão sistemática no que se refere aos complexos modos de relação entre trabalho, formação para o trabalho, profissões e
formação profissional.
Adaptado de: SANTOS, Najó Glória dos et al. Formação profissional interdisciplinar. Disponível em:
<https://ri.ufs.br/bitstream/12345678 /503/1/Formacao ProfissionalInterdisciplinar.pdf>. Acessado em: 07 jul. 2014.
Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas das linhas 02, 06 e 12.
a) esponensial – disseminação – expacialisar
b) esponencial – dissiminação – expacializar
c) exponensial – dessiminação – espacializar
d) exponencial – disseminação – espacializar
e) exponencial – dessiminação – expacialisar
➢ Comentários:
GABARITO LETRA D
O adjetivo exponencial deriva do substantivo expoente. Logo, é escrito com x e não com s. O sufixo cial, após en, é, regra geral,
escrito com c e não com s: desinência/desinencial; providência/providencial; falência/falencial; cadência/cadencial; etc.
O substantivo disseminação deriva do verbo disseminar. Assim, inicia-se com disse- e não com dessi- ou dissi-.
O verbo espacializar deriva do substantivo espaço. Então, é escrito com s e não com x. Como a palavra espaço termina com ç e
não com s, o sufixo izar deve ser escrito com z e não com s.
4. FAURGS - Administrador (UFRGS)/Edifícios/2014
A questão a seguir se refere ao texto abaixo.
Como ensinar a seu filho que ler é um prazer
Pesquisas do mundo todo mostram que a criança que lê e tem contato com a literatura desde cedo, principalmente se for com o
acompanhamento dos pais, é beneficiada em diversos sentidos: ela aprende melhor, pronuncia melhor as palavras e se comunica
melhor de forma geral. “Por meio da leitura, a criança desenvolve a criatividade, a imaginação e adquire cultura, conhecimentos
e valores”, diz Márcia Tim, de literatura do Colégio Augusto Laranja, de São Paulo (SP).
A leitura frequente ajuda a criar familiaridade com o mundo da escrita. A __________ com o mundo da escrita, por sua vez, facilita
a alfabetização e ajuda em todas as _________, já que o principal suporte para o aprendizado na escola é o livro didático. Ler
também é importante porque ajuda a fixar a grafia correta das palavras.

Elaborado por Marcos Kelsch em 15Mai2019


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Quem é acostumado à leitura desde bebezinho se torna muito mais preparado para os estudos, para o trabalho e para a vida. Isso
quer dizer que o contato com os livros pode mudar o futuro dos seus filhos. Parece ________? Nos Estados Unidos, por exemplo,
a Fundação Nacional de Leitura Infantil (National Children’s Reading Foundation) garante que, para a criança de 0 a 5 anos, cada
ano ouvindo historinhas e folheando livros equivale a 50 mil dólares a mais na sua futura renda.
Então, o que está esperando? Estimule seu filho a embarcar na aventura que só o bom leitor conhece. Você pode encontrar dicas
de livros em diversos lugares, como em boas bibliotecas.
Adaptado de: Como ensinar a seu filho que ler é um prazer (http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/importancia-leitura-
521213.shtml). Acessado em 19/03/2014.
Qual alternativa preenche corretamente as lacunas do texto, respectivamente?
a) procimidade – disciplinas – ezajero
b) procimidade – diciplinas – exajero
c) proximidade – disciplinas – ezagero
d) proximidade – diciplinas – ezagero
e) proximidade – disciplinas – exagero
➢ Comentários:
Gab. E
O vocábulo "proximidade" deriva-se do adjetivo "próximo", portanto se redige com "x". O vocábulo "disciplina" possui o dígrafo
"sc". Esse dígrafo provém do radical latino "disc" que significa "aprender". Já "exagero" é redigido com "x" e "g", uma vez que se
deriva do vocábulo latino "exaggerare".
5. FAURGS - Administrador (UFRGS)/Edifícios/2014
A questão a seguir se refere ao texto abaixo.
O Brasil está longe de ser uma potência olímpica como os Estados Unidos ou um foguete em _______, como a China. Apesar de
seu legado em certas modalidades, o melhor resultado recente do país no quadro geral de medalhas das Olimpíadas foi um 16º
lugar na Grécia, em 2000 – modesto, considerando nossas proporções continentais. Como sede dos próximos Jogos, o país
desenvolve diversos projetos e redes de pesquisa aplicada para acelerar o desenvolvimento na área, investindo, portanto, na
aproximação entre academia, esporte e indústria – mas ainda há muitas barreiras a serem superadas.
Uma dificuldade básica, entretanto ainda muito comum, é o acesso aos equipamentos mais avançados, que chegam muito caros
ao Brasil devido aos custos de importação. Para os atletas de ponta de modalidades com maior tradição (e com mais recursos),
como a Vela, essa barreira é mais facilmente superada. Porém, modalidades de menor destaque que usam equipamentos
complexos sofrem com altos preços: nossa equipe de bobsled (competição de alta velocidade com trenó), por exemplo, competiu
nas últimas Olimpíadas de Inverno, na Rússia, com um veículo de segunda mão, enquanto os trenós de alguns adversários foram
desenhados por equipes de Fórmula 1.
Mais do que o acesso a equipamentos, contudo, para muitos pesquisadores, como o engenheiro biomédico Alexandre Pino, da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o gargalo central do desenvolvimento esportivo brasileiro é a falta de pesquisas
aplicadas e de inovação no país. “Os estudos no campo esportivo têm crescido, em especial os relacionados à preparação dos
atletas e à prevenção de _____, mas ainda são insuficientes e há grandes lacunas na produção de equipamentos, por exemplo”,
avalia.
Extraído e adaptado de: GARCIA, M. Brasil, potência olímpica? Ciência Hoje On-line. Disponível em:
http://cienciahoje.uol.com.br/especiais/supermaquinasdo-esporte/brasil-potencia-olimpica.
Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas.
a) ascenção – lesões
b) ascensão – lesões
c) assenção – lesões
d) ascensão – lezões
e) ascenção – lezões
6. FAURGS - Técnico (UFRGS)/Laboratório/Industria/2014/Edital 08
A questão a seguir se refere ao texto abaixo.
A tia Benvinda convidou duas amigas, a tia Flor e a tia Amada, para uma visita. Como era muito esquecida (como as amigas, aliás),
pediu ao filho, Moise, que anotasse num papelzinho(a) o que tinha de servir. “Comece com café”, anotou Moise. “Siga com as
cerejas, queijos e por fim os doces”.
Chegaram as visitas, conversaram um pouco, e tia Benvinda foi até a cozinha. Olhou no papelzinho, viu que tinha de servir café e
voltou com o café(b). Tomaram café, conversaram mais um pouco, tia Benvinda recolheu as xícaras, foi até a cozinha e olhou de
novo o papelzinho: “Comece com o café...”. De modo que trouxe café. Tomaram café, conversaram, de novo a anfitriã(c) foi até a
cozinha e... mais café. Assim se passou a tarde.
Finalmente, as duas idosas levantaram-se, despediram- se e se foram. No caminho, tia Flor comentou com tia Amada:
– Que jeito grosseiro de receber tem essa Benvinda! Nem nos serviu café!
Ao que a outra a olhou com surpresa(d):
– Benvinda? Benvinda disseste? E quando a viste?
Neste meio tempo, Moise chegou à casa da mãe e perguntou como havia sido o encontro.
– Não vale a pena preparar tanta coisa(e) – foi a resposta. – As visitas nem apareceram.
Extraído e adaptado de: SCLIAR, M.; FINZI, P. ELIAHU, T.Humor Judaico: do éden ao divã. São Paulo: Shalom, 1990.
Assinale alternativa com palavra que, ao ser passada para o plural, exige mais do que o simples acréscimo da letra s no final.
a) papelzinho
Elaborado por Marcos Kelsch em 15Mai2019
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TEORIA SISTEMATIZADA E QUESTÕES PARA OFICIAL DE JUSTIÇA 2019

b) café
c) anfitriã
d) surpresa
e) coisa
➢ Comentários:
Gab. A
Analisando as alternativas, temos que:
A - papelzinho
Certa: Quando a palavra está no diminutivo, o primeiro passo é retornar à palavra primitiva, ou seja, retirar o sufixo "zinho",
ficando, no caso, "papel". O segundo procedimento é passar "papel" para o plural: "papéis". Desloca-se a letra "s" para o fim,
retornando com o sufixo "zinho". Portanto, a forma plural é "papeizinhos". Então, não basta inserir a letra "s", uma vez que
a letra "l" acaba substituída por "i".
B - café
Errada: basta inserir o "s" - "cafés".
C - anfitriã
Errada: Basta inserir o "s" - "anfitriãs".
D - surpresa
Errada: Basta inserir o "s" - "surpresas".
E - coisa
Errada: Basta inserir o "s" - "coisas".
7. FAURGS - Arquiteto e Urbanista (UFRGS)/2014
A questão a seguir se refere ao texto abaixo.
O jornal Washington Post fez uma experiência no metrô da cidade. Um dos melhores violinistas do planeta, Joshua Bell, estava
em turnê na capital, e a experiência era a seguinte: ele tocaria incógnito seu violino numa estação de metrô. Um boné no chão
recolheria as moedas.
As poucas pessoas que deram algum troco sequer pararam para ouvir. Quando Joshua guardou seu violino (que valia três milhões
e meio de dólares) não houve aplausos.
Eis minha experiência no metrô de Londres, anos atrás. Estava de férias e já subia a escada para atingir a rua quando me dei conta
do tema que vinha de um sax (na época, Kenny G povoou de saxofones as estações de metrô mundo afora). A canção(a) que
chegara a mim não era Kenny G. Era algo suave, que reverberava na memória. Memória antiga e afetiva. O que tocava era Manhã
de carnaval, de Antônio Maria, meu conterrâneo. Um autor recifense enchia os ares do metrô de Londres. Desci as escadas
correndo. O saxofonista era alto e ruivo, dificilmente seria brasileiro. Fiquei ainda mais comovido.
Ouvi a música até o fim. Depois, agradecendo a honra, coloquei dez libras em seu chapéu(b). Ele não acreditou, e achou que eu
havia me confundido ao dar uma nota de valor tão graúdo. Gesticulei que não, e segui adiante orgulhoso do talento de minha
aldeia.
A ilusão durou décadas, e manteve-se intacta até anteontem. Eu passava entre os computadores do escritório quando ouvi o que
vinha do monitor de um colega: a introdução de Manhã de carnaval(c). Voltei sorrindo e já ia contar o antigo episódio do metrô
quando entrou a voz(d). Sim, era a voz: Frank Sinatra, cantando em inglês(e). Então era isso. O ruivo magrela não conhecia Antônio
Maria coisa nenhuma, e tampouco sabia da existência de Recife ou mesmo do Brasil. Conhecia era a versão americana. Ele tocou
Frank Sinatra e eu paguei por Antônio Maria. Na mesma hora tive pena das minhas dez libras.
Enquanto a experiência do Washington Post rendeu um prêmio Pulitzer em 2008, a minha rendeu uma bestagem. O título
americano da canção, aliás, é uma carapuça. Chama-se A day in the life of a fool (Um dia na vida de um tolo).
Adaptado de: LAURENTINO, A. Maria. Disponível em:andrelaurentino.blogspot.com.br/2013/03/Maria.html.
Acessado em 11/04/2014.
Assinale a alternativa que contenha um substantivo que, para ser passado para o plural, exige somente o acréscimo da letra s ao
final da palavra.
a) canção
b) chapéu
c) carnaval
d) voz
e) inglês
➢ Comentários:
Gab. B
A - canção
Errada: O plural é "canções", ou seja, não basta acrescentar a letra "s". Se bastasse, a forma correta seria "cançãos".
B - chapéu
Certa: O plural é "chapéus". Logo, nesse vocábulo basta acrescer a letra "s". Por sinal, os vocábulos terminados em "éu", como
chapéu, céu, troféu, têm sua forma de plural realizada apenas com a adição da letra "s" - céus, troféus, chapéus.
C - carnaval
Errada: O plural é "carnavais". Retira-se a letra "l" e acrescenta-se "is".
D - voz
Errada: O plural é "vozes". Acrescenta-se "es".
E - inglês
Elaborado por Marcos Kelsch em 15Mai2019
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TEORIA SISTEMATIZADA E QUESTÕES PARA OFICIAL DE JUSTIÇA 2019

Errada: O plural é "ingleses". Acrescenta-se "es".


8. FAURGS - Oficial Escrevente (TJ RS)/2013
Apesar de você
Você é a favor ou contra cortarem árvores para alargar uma rua? A favor ou contra derrubarem uma casa para construir um
edifício? Devem ser reabertos os arquivos da ditadura? Proibidas as máscaras nos protestos? Publicadas biografias não
autorizadas?
A arena de debates públicos foi ampliada virtualmente ao infinito pela capilaridade das redes sociais. Pode parecer apenas mais
uma discussão banal sobre um aumento de 20 centavos nas passagens, mas por _____ de toda polêmica que exalta ânimos e
inflama espíritos há um conflito de _____ de mundo, um choque tectônico de ideias. Quase nunca é só pelos 20 centavos.
Como nem sempre são evidentes todos os aspectos envolvidos em um debate – e como poucas pessoas entendem de todos os
assuntos, tirando Leonardo Da Vinci e aquele seu amigo que dá palpite sobre tudo – é comum que fiquemos atentos à maneira
como diferentes pessoas _____ confiamos se posicionam antes de formarmos a nossa própria opinião. O conceito de formador
de opinião, porém, mudou muito nos últimos anos. Hoje há formadores de opinião por todos os lados, para onde você olhar, e
por isso mesmo é cada vez mais difícil escolher quem vale a pena ouvir.
Na busca da iluminação cotidiana, gosto de prestar atenção em quem entende do riscado: arquitetos para falar de arquitetura,
médicos para falar de medicina, juristas para falar de leis. Mas não basta entender do assunto. Para conquistar o meu respeito, é
preciso conseguir construir argumentos que voem além dos interesses de sua categoria. Médicos a favor do Mais Médicos,
jornalistas contra o diploma de jornalismo, empresários dispostos a perder algum dinheiro: pode-se concordar ou não com eles,
mas ganham um crédito adicional de confiança por pensarem com a cabeça e não com o bolso ou o coração.
Quero que o formador de opinião seja coerente, mas, se for dizer algo desatinadamente oposto _____ disse antes, que reconheça
isso, com humildade, porque mudar de opinião, às vezes, é um sinal de inteligência e integridade. Quero ler opiniões _____ me
surpreendam de vez em quando, porque o pensador independente não se torna refém de inclinações políticas ou ideológicas – e
nada é mais triste do que ver pessoas inteligentes esforçando-se para tornar plausível um pensamento torto apenas para justificar
uma ideologia ou um interesse particular. Ainda assim, quero o conforto de saber que certas pessoas têm a capacidade de iluminar
os caminhos mais tortuosos, invariavelmente apontando para a trilha do que é justo, honesto, honrado, coerente.
A polêmica recente envolvendo o grupo de artistas que defende restrições às biografias não autorizadas talvez seja lembrada
menos pelo assunto em si do que pelo fato de ter colocado sob fogo cerrado dois dos nomes mais emblemáticos da cultura
brasileira. Não me importa que Caetano Veloso e Chico Buarque de Hollanda tenham opiniões diferentes das minhas – muitas
vezes tiveram, inclusive politicamente. O que é triste é ver que emprestaram seu prestígio não a um princípio ou a uma causa
maior do que eles, mas a interesses restritos ao seu cercadinho. Pois, levado ao limite, o raciocínio da proteção à privacidade
torna impossível publicar qualquer coisa que contrarie o interesse de qualquer pessoa – o que, vamos combinar, é muito parecido
com censura.
O mais irônico é que justamente esse gesto pode vir a ser a nota mais embaraçosa das biografias dos dois – quando, “apesar de
você”, elas forem escritas. E serão.
Adaptado de: LAITANO, Cláudia. Zero Hora, 12 out. 2012, n.º 17581.
Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas do texto.
a) tras – visões
b) trás – visões
c) trás – vizões
d) traz – visões
e) traz – vizões
➢ Comentários:
GABARITO LETRA B
A arena de debates públicos foi ampliada virtualmente ao infinito pela capilaridade das redes sociais. Pode parecer apenas mais
uma discussão banal sobre um aumento de 20 centavos nas passagens, mas por TRÁS de toda polêmica que exalta ânimos e
inflama espíritos há um conflito de VISÕES de mundo, um choque tectônico de ideias. Quase nunca é só pelos 20 centavos.
LETRA "A"-ERRADA: tras – visões
O advérbio trás é acentuado, por ser monossílabo tônico terminado em as: acentuam-se os monossílabos tônicos terminados e a,
as, e, es, o, os e terminados em ditongos abertos éu, éus, éi, éis, ói, óis.
LETRA "B"-CORRETA: trás – visões
A primeira lacuna deve ser completada com o advérbio de lugar trás, que é escrito com s e acentuado por ser monossílabo tônico
terminado em as.
A palavra visões está corretamente escrita com s.
LETRA "C"-ERRADA: trás – vizões
A palavra visões é escrita com s e não com z. Não existe a palavra vizões em língua portuguesa.
LETRA "D"-ERRADA: traz – visões
A palavra traz é uma flexão do verbo trazer e não um advérbio de lugar. A primeira lacuna deve ser preenchida pelo advérbio de
lugar trás, que é escrito com s e acentuado.
LETRA "E"-ERRADA: traz – vizões
A palavra traz é uma flexão do verbo trazer e não um advérbio de lugar. A primeira lacuna deve ser preenchida pelo advérbio de
lugar trás, que é escrito com s e acentuado.
A palavra visões é escrita com s e não com z. Não existe a palavra vizões em língua portuguesa.

Elaborado por Marcos Kelsch em 15Mai2019


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9. FAURGS - Taquígrafo Forense (TJ RS)/Classe P/2012


Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo.
Imagino que a escrita nasceu da necessidade de não esquecer. O primeiro pré-homem que pensou “preciso me lembrar disto”
deve ter olhado em volta procurando alguma coisa que ele ainda não sabia o que era. Era um pedaço de papel e uma Bic.
Claro que para chegar ao papel e à esferográfica tivemos que passar antes pelo risco com vara no chão, o rabisco com carvão na
parede da caverna, o hieróglifo no tablete de barro etc. Mas a angústia primordial foi a de perder o pensamento fugidio ou a cena
__________.
Pense em quantas ideias não desapareceram para sempre por falta de algo que as retivesse na memória e no mundo. A história
da civilização teria sido outra se, antes de inventar a roda, o homem tivesse inventado o bloco de notas.
As espécies que não desenvolveram a escrita valem-se da memória intuitiva. O salmão sabe, não sabendo, o caminho certo para
o lugar onde nasceu e onde deve depositar seus ovos. Dizem que o elefante guarda na memória tudo que lhe acontece na vida,
principalmente as desfeitas, mas vá pedir que ele bote seu __________ no papel.
Já o homem pode ser definido como o animal que precisa consultar as suas notas. Nas sociedades não letradas as lembranças
sobrevivem na recitação __________ e no mito tribal, que é a memória ritualizada. As outras dependem do memorando.
E mesmo com todas as formas de anotação inventadas pelo homem desde as primeiras cavernas, inclusive o notebook eletrônico,
a angústia persiste. Estou escrevendo isto porque acordei com uma boa ideia para uma crônica e botei a ideia num papel.
Normalmente não faço isto porque sempre me esqueço de ter um bloco de notas à mão para não esquecer a eventual ideia e
porque sei, intuitivamente, que se tivesse o bloco de notas à mão a ideia viria no chuveiro. Mas desta vez a ideia coincidiu com a
proximidade de um pedaço de papel e um lápis e anotei-a assim que acordei. Não exatamente a ideia, mas uma frase que me faria
lembrar da ideia. Estou com ela aqui. “Conhece-te a ti mesmo, mas não fique íntimo”.
E não consigo me lembrar de qual era a ideia que a frase me faria lembrar. Algo sobre os perigos da autoanálise muito
aprofundada? Sobre o pensamento socrático? Ou o quê? Não consigo me lembrar. Um consolo, numa situação destas, é pensar
que se a ideia não é lembrada é porque não era tão boa assim. Mas geralmente se pensa o contrário: as melhores ideias são as
que a gente esqueceu. O que é terrível.
Adaptado de: VERISSIMO, Luis Fernando. Para não esquecer. Extra Classe - SINPRO-RS, Ano 17, N.º 159 nov. 2011. Disponível
em: <http://www.sinprors.org.br/extraclasse/nov11/verissimo.asp.>
Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas, considerando as ideias veiculadas pelo texto.
a) inssólita – rescentimento – reinterada
b) insólita – rescentimento – reiterada
c) insólita – ressentimento – reiterada
d) insólita – ressentimento – reinterada
e) inssólita – rescentimento – reiterada
➢ Comentários:
GABARITO LETRA C
LETRA "A"-ERRADA: inssólita – rescentimento – reinterada
A palavra insólita (que significa coisa ou fato que não é de costume) é escrita com um único "s".
Nessa palavra, o fonema /s/ aparece após uma consoante (n).
Para representar o fonema /s/ após consoantes (em palavras escritas com s) usa-se "s" e não "ss".
Para representar o fonema /s/ após vogais (em palavras escritas com s) usa-se "ss". Exemplo: passado.
A palavra ressentimento deriva do verbo ressentir, que é escrito com "ss" e não com "sc".
Substantivos relacionados a verbos que terminam em -tir, regra geral, são grafados com ss.
A palavra reiterada não apresenta "n" após o "i".
Essa palavra deriva, por prefixação, da palavra iterarada (repetida). São sinônimas.
LETRA "B"-ERRADA: insólita – rescentimento – reiterada
A palavra ressentimento deriva do verbo ressentir, que é escrito com "ss" e não com "sc".
Substantivos relacionados a verbos que terminam em -tir, regra geral, são grafados com ss.
LETRA "C"-CORRETA: insólita – ressentimento – reiterada
A palavra insólita (que significa coisa ou fato que não é de costume) é escrita com um único "s".
Nessa palavra, o fonema /s/ aparece após uma consoante (n).
Para representar o fonema /s/ após consoantes (em palavras escritas com s) usa-se "s" e não "ss".
Para representar o fonema /s/ após vogais (em palavras escritas com s) usa-se "ss". Exemplo: passado.
A palavra ressentimento deriva do verbo ressentir, que é escrito com "ss".
Substantivos relacionados a verbos que terminam em -tir, regra geral, são grafados com ss.
A palavra reiterada não apresenta "n" após o "i".
Essa palavra deriva, por prefixação, da palavra iterarada (repetida). São sinônimas.
LETRA "D"-ERRADA: insólita – ressentimento – reinterada
A palavra reiterada não apresenta "n" após o "i".
Essa palavra deriva, por prefixação, da palavra iterarada (repetida). São sinônimas.
LETRA "E"-ERRADA: inssólita – rescentimento – reiterada
A palavra insólita (que significa coisa ou fato que não é de costume) é escrita com um único "s".
Nessa palavra, o fonema /s/ aparece após uma consoante (n).
Para representar o fonema /s/ após consoantes (em palavras escritas com s) usa-se "s" e não "ss".
Para representar o fonema /s/ após vogais (em palavras escritas com s) usa-se "ss". Exemplo: passado.
Elaborado por Marcos Kelsch em 15Mai2019
Contatos 53 981407925
TEORIA SISTEMATIZADA E QUESTÕES PARA OFICIAL DE JUSTIÇA 2019

A palavra ressentimento deriva do verbo ressentir, que é escrito com "ss" e não com "sc".
Substantivos relacionados a verbos que terminam em -tir, regra geral, são grafados com ss.
10. FAURGS - Taquígrafo Forense (TJ RS)/Classe P/2012
Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo.
A atividade normativa dos usos de uma língua e a atividade valorativa das formas linguísticas são, em uma certa dimensão,
__________ das comunidades de falantes, independentemente de seu letramento, relação entre seus membros ou forma de
organização econômico-social, articulando-se ao esforço coletivo para garantir a eficiência comunicativa e a identidade dos
membros, assim como a sentimentos estéticos, usos especializados (por exemplo, textos religiosos, mitos, poesia etc.). É através
dela que os sujeitos determinam os usos adequados de sua língua para cada situação, escolhem e valoram formas linguísticas,
avaliam comportamentos, como bem se pode perceber no estudo da fala de pequenas comunidades linguísticas.
Este aspecto tem sido pouco considerado nos estudos linguísticos, talvez porque a atividade normativa nas sociedades letradas
tenha sido incorporada pela tradição escrita e pela escola (via norma gramatical ou gramática normativa) e se __________ a todas
as circunstâncias de uso da língua, de tal modo que passou a ser vista como uma espécie de __________ externa. Basta, no
entanto, observar o diálogo entre crianças de dois ou três anos para perceber o quanto ajustam suas falas em função de
comentários que uma faz sobre a fala da outra.
Este ajuste se faz em todos os níveis linguísticos, podendo ocorrer tanto conscientemente, quando um falante intervém no
discurso de outro para apresentar-lhe um determinado padrão, seja de pronúncia, seja de uso de uma expressão determinada,
como inconscientemente, quando o próprio falante tenta ajustar sua fala à de seus parceiros. Trata-se evidentemente de um
processo de construção de identidade e de valor linguístico. Em um nível mais apurado, este processo constrói formas de registro
específicas, como as das literaturas e das liturgias, e uma consciência linguística coletiva.
Adaptado de: BRITTO, Luiz Percival Leme. A sombra do caos: ensino gramatical x tradição gramatical. Campinas: Mercado de
Letras, 2002. p. 49-50.
Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas, considerando as ideias veiculadas pelo texto.
a) constituitivas – extendido – sanção
b) constitutivas – estendido – sanção
c) constitutivas – extendido – sansão
d) constituitivas – estendido – sansão
e) constituitivas – estendido – sanção
➢ Comentários:
Gab."B"
Gurizada, não há muito o que enrolar, a grafia correta das palavras é: constitutivas, estendido e sanção.
Sobre a palavra "estendido", muito cuidado, pois é comum confundir e grafar erradamente devido à grafia das palavras
"extensão", "extenso", " extensor".
"Estendido" é forma nominal (particípio) do verbo "estender", que significa prolongar. Todas as formas desse verbo devem ser
grafadas com S.
Sobre "sanção": pode significar penalidade ou aprovação. Em ambos os casos, será grafada desta forma: sanção.
Exemplo: Vamos aplicar a sanção cabível ao caso. (penalidade)
Exemplo: O projeto aguarda sanção do Presidente da República (aprovação).
11. FAURGS - Guarda de Segurança (TJ RS)/Classe H/2011
Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo.
Dizem que quando os dois estavam chegando a Nova York, na amurada do navio, Freud virou-se para Jung e perguntou:
– Será que eles sabem que nós estamos trazendo a peste?
Não sei se a história, que li num texto do Stephen Greenblatt publicado recentemente na revista The New Yorker, é verdadeira.
Nem sei se Freud e Jung estiveram juntos em Nova York algum dia. Mas o que Freud pretenderia dizer com “a peste” é fácil de
entender. Era tudo o que os dois estavam explorando em matéria de subconsciente, inconsciente coletivo, sexualidade precoce –
enfim, a revolução no pensamento humano que na Europa já se alastrava, e era combatida como uma epidemia. Os agentes
alfandegários não teriam identificado o perigo que os dois recém-chegados representavam para as mentes da América, deixando-
os passar para contagiá-las.
Todo desafio ao pensamento convencional e a crenças arraigadas é uma espécie de praga solapadora, uma ameaça à normalidade
e à saúde públicas. Santo Agostinho dizia que a curiosidade era uma doença. Os que procuravam explicações para o universo e a
vida além dos dogmas da Igreja ou da ciência tradicional eram portadores do vírus da discórdia, a serem espantados como se
espanta qualquer praga, com barulho e fogo. As ideias de Freud e de Jung ............... – Jung acabou derivando para um quase
misticismo, literariamente mais rico mas menos consequente do que o que pensava Freud –, mas as descobertas dos dois
significaram uma reviravolta no autoconceito da humanidade comparável ao que significou o heliocentrismo de Copérnico e as
sacadas do Galileu. O homem não só não era o centro do universo conhecido como carregava dentro de si um universo
desconhecido, que mal controlava. Agostinho tinha razão, a curiosidade debilitava o homem. A partir de Copérnico a curiosidade
só levara o homem a ir desvendando, pouco a pouco, sua própria ..............., cada vez mais longe de Deus.
Marx, outro pestilento, tinha proposto o determinismo histórico e a luta de classes como eventuais formadores do Novo Homem,
livre da superstição religiosa e de outras tiranias. Suas ideias, e a reação às suas ideias, convulsionaram o mundo. Esta peste se
disseminou com violência e foi combatida com sangrias e rezas e no fim – como também é próprio das pestes – amainou. Todas
as pestes chegam ao seu máximo e recuam. A Terra há séculos não é o centro do universo, o que não impede o prestígio crescente
da astrologia. O iluminismo do século dezoito parecia ser o preâmbulo de um futuro racional e prevaleceu o irracionalismo. O
Novo Homem de Marx foi visto pela última vez pulando o muro para Berlim Ocidental. E as teses de Freud e Jung, que
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revolucionariam as relações humanas, nunca foram aplicadas nas relações que interessam, a do homem com seus instintos e a
dos seus instintos com uma sociedade sadia. Foi, como as outras, uma novidade, ou uma curiosidade, que ............... .
Mas também é próprio das pestes serem ............... . Cedo ou tarde virá outra perturbar a paz da ignorância de Santo Agostinho. E
passar.
Adaptado de: VERÍSSIMO, L. F. A peste. ZERO HORA, quinta- feira, 1º de setembro de 2011.
Assinale a alternativa que preenche correta e respectivamente as lacunas das linhas 11, 15, 23 e 24, indicadas por linhas
pontilhadas.
a) diverjiram – precaridade – espirou – reincidentes
b) divergiram – precariedade – expirou – reincidentes
c) diverjiram – precaridade – espirou – reicindentes
d) divergiram – precaredade – expirou – reicindentes
e) divergiram – precariedade – espirou – reicidentes
➢ Comentários:
A alternativa "B" é a CORRETA.
Devemos completar as lacunas e indicar a sequência correta. Vamos lá?
LACUNA 1: As ideias de Freud e de Jung ___1___ – Jung acabou derivando para um quase misticismo, literariamente mais rico mas
menos consequente do que o que pensava Freud –, mas as descobertas dos dois significaram uma reviravolta no autoconceito da
humanidade comparável ao que significou o heliocentrismo de Copérnico e as sacadas do Galileu.
Opções: diverjiram - divergiram
A palavra "diverjiram" está ERRADA. Veja que nem seria necessário voltar ao texto para identificar que essa opção está incorreta,
já que há um erro de grafia. O correto é: divergiram. Essa palavra significa "discordar; estar em desacordo".
Podemos eliminar as alternativas "A" e "C". A técnica de eliminação é muito útil na hora da prova, pois geralmente nos permite
economizar alguns minutos.
LACUNA 2: A partir de Copérnico a curiosidade só levara o homem a ir desvendando, pouco a pouco, sua própria ___2___, cada
vez mais longe de Deus.
Opções: precaridade - precariedade - precaredade
A palavra "precaredade" está absolutamente errada.
A palavra "precaridade" às vezes é empregada, mas o correto mesmo é PRECARIEDADE, que vem de precário. Precariedade é
sinônimo de "fragilidade; debilidade; insegurança; instabilidade".
Podemos eliminar a alternativa "D".
LACUNA 3: Foi, como as outras, uma novidade, ou uma curiosidade, que ___3___ .
Opções: espirou - expirou
A palavra "espirar" significa "respirar; soprar; estar ou parecer vivo".
A palavra "expirar" significa "chegar ao fim; terminar" ou "morrer".
O contexto nos permite concluir que o termo correto é "expirou", com sentido de "terminar".
Podemos eliminar a alternativa "E", restando apenas a alternativa "B", que é o gabarito da questão. Vamos analisar a próxima
lacuna por motivos didáticos, mas não percam tempo na hora da prova!
LACUNA 4: Mas também é próprio das pestes serem ___4___.
Opções: reincidentes - reicindentes - reicidentes.
A única palavra correta, entre essas, é: reincidentes. Esse termo significa "que se repetem; que ocorrem de novo".
As demais formas apresentam erro de grafia.
12. FAURGS - Oficial de Justiça (TJ RS)/Classe PJ-H/2010
Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo.
Recentemente, Helene Hegemann, uma jovem alemã de apenas 17 anos, fez grande sucesso de crítica com seu primeiro romance,
intitulado "Axolotl Roadkill". O problema é que logo se descobriu que longos trechos haviam sido copiados da obra de um autor
menos conhecido. Pois bem, longe de pedir desculpas pelo plágio, a moça afirmou que "não existe originalidade; o que existe é
autenticidade". Ao que um crítico comentou, com razão: "De fato, trata-se de um autêntico roubo".
É evidente(a) que o fato de não haver originalidade absoluta não significa que não haja originalidade relativa ou que esta não
possa em princípio ser conferida. Do contrário, o que justificaria chamar a própria Helene Hegemann de AUTORA de "Axolotl
Roadkill"?
Contudo, a falsa tese de que simplesmente não existe originalidade tornou-se trivial nesses tempos de internet e de "cópia e cola",
e é frequentemente invocada, nos Estados Unidos (será diferente no Brasil?), por alunos universitários acusados de plágio. Essas
ideias parecem-me remontar ao ensaio "A Morte do Autor", escrito por Roland Barthes no ano de 1968. "A escritura", lê-se ali, "é
a destruição de toda voz, de toda origem".
O sentido mais legítimo da retórica da "morte do autor" é o de programaticamente afirmar a autonomia do objeto dos estudos
literários - a autonomia do texto - contra a sua redução à psicologia, à história, à filosofia etc. Hegemann se sente capaz(b) de
empregar a mesma retórica para justificar o plágio porque, independentemente das intenções de Barthes, ela, como tantos
outros, apropriou-se de tal figura para os seus próprios fins. Afinal, ele mesmo declarava que "o nascimento do leitor deve pagar-
se com a morte do autor".
De todo modo, ao contrário do que Barthes pretende, não é verdade que o autor seja uma figura moderna, um produto de nossa
sociedade, que, ao emergir da Idade Média, descobriu o prestígio do indivíduo. A figura do autor é indissociável do próprio
emprego da escritura e já se encontra inteiramente definida na Antiguidade Clássica. Só as culturas orais primárias não a

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conheciam. Assim, é possível, por exemplo, que "Homero" fosse, na cultura oral primária, um nome genérico para determinado
tipo de bardo, porém seria absurdo dizer algo semelhante de poetas líricos como Píndaro, Safo, Teógnis etc.
Normalmente, copiar uma obra ou um trecho de uma obra ipsis litteris, sem nada lhe modificar ou adicionar, e pretender(c) ser o
seu autor é inadmissível em qualquer sociedade letrada, pois não passa de impostura.
Contudo, usar, no interior de uma obra, um texto que, tendo sido escrito por outro autor, seja universalmente conhecido não
constitui plágio, mesmo que a fonte não seja citada. Assim podiam na Antiguidade Clássica ser usados, por exemplo, os poemas
atribuídos a Homero. Assim também podem ser usados os versos "No meio do caminho da nossa vida" e "E agora, José", no Brasil
contemporâneo(d).
Já copiar uma obra pouco conhecida, como Helene Hegemann fez, é inaceitável, pois lesa(e) o seu autor. A bem da verdade, o
crítico francês Roger Caillois admite uma possibilidade legítima de fazê-lo. Para ele, sempre se justifica a apropriação de uma obra
medíocre, caso o resultado seja uma obra-prima; mas as obras primas são muito raras.
Adaptado de: CÍCERO, A. Originalidade e Plágio. Folha de S. Paulo, sábado, 21/08/2010, p. E12.
A seguir são apresentadas palavras relacionadas morfologicamente a palavras contidas no texto. Assinale a alternativa em que a
palavra da direita está grafada INCORRETAMENTE.
a) evidente – evidência
b) capaz – capacidade
c) pretender – pretensioso
d) contemporâneo - contemporaniedade
e) lesa – lesado
➢ Comentários:
Gab. D
Alternativa "A": evidente - evidência
CORRETA. A palavra "evidência" está grafada corretamente e indica a qualidade do que é evidente, do que não deixa margem
para dúvidas.
Alternativa "B": capaz - capacidade
CORRETA. A palavra "capacidade" está correta e refere-se à qualidade de "capaz", de ter habilidade ou aptidão para algo.
Alternativa "C": pretender - pretensioso
CORRETA. O termo "pretensioso" está correto e é um adjetivo que qualifica alguém ambicioso, que pretende em excesso.
Alternativa "D": contemporâneo - contemporaniedade
INCORRETA. O termo "contemporaniedade" está ERRADO. O correto é: contemporaneidade. Essa palavra indica a condição do
que é contemporâneo, que existe ao mesmo tempo.
Alternativa "E": lesa - lesado
CORRETA. O verbo "lesar" foi empregado no texto com sentido de "causar lesão; prejudicar". Vejamos: "Já copiar uma obra pouco
conhecida, como Helene Hegemann fez, é inaceitável, pois lesa o seu autor." O termo "lesado" está correto e, nesse contexto,
refere-se a alguém que sofreu uma lesão, que foi prejudicado.
13. FAURGS - Auxiliar (UFCSPA)/Veterinária e Zootecnia/2018
Pampas Safari: MP de Gravataí investigará necessidade de abate de animais por tuberculose.
A Promotoria de Justiça de Defesa Comunitária de Gravataí instaurou inquérito civil para apurar possíveis irregularidades no
Pampas Safari. Conforme informações veiculadas na imprensa e nas redes sociais, o tradicional parque de animais selvagens,
localizado no Km 11 da RS-020, estaria prestes ___ abater cerca de 300 cervos selvagens que estariam infectados por tuberculose.
O abate seria necessário já que ___ doença representaria riscos para os outros animais do próprio Pampas Safari e também para
os humanos. Além de ter acompanhado a fiscalização realizada na última semana pela Fundação de Meio Ambiente de Gravataí,
a promotoria de Justiça já ouviu veterinários envolvidos na questão e solicitou documentos ao Ibama. As informações são
contraditórias sobre o surto de tuberculose entre os animais do parque, uma vez que foi constatado que o local onde estão os
cervos selvagens é protegido por telas, e alguns depoimentos indicam que os animais não estariam infectados. Fundado ___ 30
anos, o Pampas Safari possui uma área de 300 hectares, no Km 11 da RS-020, entre Gravataí e Cachoeirinha. Conforme entidades
ambientalistas, cerca de dois mil animais sobrevivem no local. O Pampas Safari está fechado para visitações desde novembro do
ano passado e em processo de encerramento.
Texto adaptado. Disponível em https://www.mprs.mp.br/noticias/ 45032/. Acessado em 16 de janeiro de 2018.
Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas.
a) à – a – a
b) a – há – à
c) a – à – a
d) a – a – há
e) à – a – há
➢ Comentários:
Gabarito: Letra D.
Na primeira lacuna, devemos empregar a preposição "a", integrante da expressão "prestes a debater". Nesse contexto, não ocorre
o fenômeno da crase porque a estrutura verbal "debater" não admite a anteposição do artigo definido feminino "a". Assim,
mantêm-se como possíveis respostas apenas as opções (B), (C) e (D).
Na segunda lacuna, por sua vez, empregamos o artigo definido feminino "a", determinante do substantivo "doença": (...) seria
necessário já que a doença (...).

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Por fim, a terceira lacuna fica adequadamente preenchida pela forma verbal "há", proveniente do verbo impessoal "haver", já que
este foi utilizado na acepção de tempo pretérito, decorrido, razão por que é flexionado na terceira pessoa do
singular: Fundado há 30 anos (...).
14. FAURGS - Assistente em Administração (UFCSPA)/2018
Por volta das 6 horas da manhã de quinta-feira, 23 de abril de 1500, quando o sol nasceu na ampla ____ em frente ao morro
batizado de Monte Pascoal, a esquadra comandada por Pedro Álvares Cabral estava ancorada a 36 quilômetros da costa. Assim
que o dia raiou, a frota se pôs cuidadosamente em marcha, avançando cerca de 30 quilômetros em três horas, no rumo daquelas
praias banhadas de luz. Por volta das 10 da manhã, os navios lançaram âncoras, fundeando outra vez. Estavam agora a 3
quilômetros da praia, em frente ____ foz de um pequeno rio, cujas águas se jogavam contra o mar, depois de serpentear em meio
ao emaranhado de uma floresta densa.
Então, na areia, ____ margens daquele regato, entre a mata e o mar, os portugueses viram “homens que andavam pela praia,
obra de sete ou oito”. A um sinal do comandante-mor, os capitães dos outros navios embarcaram em batéis e esquifes e se
dirigiram à nau capitânia para uma breve reunião. Logo após ela, Cabral decidiu enviar à terra o experiente Nicolau Coelho, que
estivera na Índia com Vasco da Gama. Junto com ele, seguiram Gaspar da Gama – que, além do árabe, falava os dialetos hindus
da costa do Malabar –, mais um grumete da Guiné e um escravo de Angola. Os portugueses conseguiram reunir, assim, homens
dos três continentes conhecidos até então, e capazes de falar seis ou sete línguas diferentes.
Mas, quando o batel de Nicolau Coelho chegou à foz do pequeno rio, não foi possível travar diálogo algum com os nativos – agora
já “cerca de 18 ou 20”. Os rugidos de um mar que começava a se encapelar impediram que houvesse “fala ou entendimento”. De
todo modo, os tripulantes do batel concluíram que nunca haviam visto homens como aqueles, “pardos, todos nus, sem nenhuma
coisa que lhes cobrisse suas vergonhas”.
Os nativos se aproximaram do bote, “todos rijamente, trazendo nas mãos arcos e setas. Nicolau Coelho fez sinal para que
pousassem seus arcos. Eles os pousaram”. E então, mesmo que não pudessem ouvir o que gritavam uns para os outros,
portugueses e indígenas fizeram sua primeira troca. Sem descer do barco, Coelho jogou à praia um gorro vermelho, típico dos
marujos lusos, um sombreiro preto e a carapuça de linho que usava na própria cabeça. Os nativos retribuíram dando-lhe um cocar,
além de um colar de contas brancas. De certa forma, estava iniciando-se ali uma aliança entre aquela tribo e os portugueses.
Adaptado de BUENO, E. A viagem do descobrimento: a verdadeira história da expedição de Cabral. Rio de Janeiro: Objetiva, 1998.
Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas do texto.
a) bahia – à – às
b) baía – a – às
c) baia – a – as
d) bahia – a – as
e) baía – à – às
➢ Comentários:
Gabarito: Letra E.
Questão sobre fatos da língua e acentuação.
No trecho "quando o sol nasceu na ampla baía em frente ao morro", a lacuna foi preenchida pela forma "baía", acentuada
graficamente em razão do hiato: ba - í -a. Assim, restam-nos apenas as opções (B) e (E) como possíveis respostas.
Já no trecho "em frente à foz de um pequeno rio", a preposição "a", da locução prepositiva "em frente a", se fundiu com o artigo
definido feminino "a", que antecede o termo regido "foz", resultando, assim, no fenômeno da crase, marcado pelo uso do acento
grave.
Por fim, na passagem "às margens daquele regato", a expressão "às margens" é uma locução adverbial de base feminina, sendo
grafada com acento grave.
15. FAURGS - Administrador (UFCSPA)/2018 (e mais 7 concursos)
Ser dono da bola dava a Ramon certos privilégios.
Um deles era o de determinar que o jogo só começasse após ele contar uma história de seu livro de autores latinos. Essa condição,
muito antes de soar antipática, a Roberto sempre serviu de estímulo à sua curiosidade por aprender coisas novas. Ele havia sido
acolhido pela família de Ramon quando, junto aos irmãos e ____ mãe, chegou fugido do Brasil, no final dos anos 1960. A viagem
levara horas até a cidade argentina de San António, na província de Misiones, divisa com o estado do Paraná, onde Roberto
nascera e do qual partiram no meio da noite. “Conheci toda a América do Sul com aquele livro”, conta Roberto, que na época
tinha menos de dez anos. Tudo ia bem até o momento em que ele foi convidado pelo dono da bola para falar alguma coisa sobre
Monteiro Lobato, autor brasileiro que escrevera a história que ele escolhera para ler naquele dia. “Foi a primeira vergonha que
eu passei. Eu não podia falar nada sobre Monteiro Lobato, nem sabia quem era”. Por outro lado, a partir daquele episódio, Roberto
passou a ler tudo o que lhe passasse pela frente.
Quando voltaram para o Brasil, depois de dois anos e oito meses, foram morar num lugarejo no interior do Paraná, em Pranchita.
A vontade de ler o acompanhava, mas os parcos recursos da família não permitiam que comprasse livros. Ele e um amigo, Romário,
costumavam passar horas frente ____ vitrine de uma livraria no centrinho da cidade, apreciando as capas de gibis e livros de
literatura. Receosos de que os mandassem sair dali, ____ poderiam estar sujando o vidro que era cuidadosamente esfregado por
uma senhorinha, eles mantinham as mãos para trás. Até que certa manhã o dono da livraria, um italiano magro e alto, saiu e
perguntou aos meninos o que eles queriam. A primeira reação foi sair correndo. Três dias depois, eles voltaram, e o proprietário
do estabelecimento refez a pergunta. Então os garotos comentaram a respeito de um gibi que há seis meses estivera exposto na
vitrine. Gentilmente foram convidados a entrar para ler o que quisessem – hábito que mantiveram ao longo de quatro anos.

Elaborado por Marcos Kelsch em 15Mai2019


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“Ele nunca nos pediu nada em troca”, rememora Roberto. Antes ____ abrissem o primeiro gibi, no entanto, receberam instruções
minuciosas de como folhear sem deixar dobras ou marcas nas páginas; tudo deveria ficar como novo, pronto para a venda.
Hoje Roberto Sampaio tem pouco mais de 56 anos, é conselheiro tutelar em Taquara, no interior do Rio Grande do Sul, e pintor
de parede por ofício, como gosta de dizer. Aos 32 anos começou a ficar decepcionado consigo mesmo por ainda não ter conseguido
cumprir o sonho que acalentava desde os 12 anos de idade: montar uma biblioteca aberta ao público, quando tivesse um acervo
de quatro mil livros. Depois de anos guardando em todas as peças da casa os títulos que conseguiu por meio de doações, no dia
28 de setembro de 1988 ele pendurou na fachada de sua casa: Biblioteca Amigos do Livro. Eram 10 horas da noite, e Roberto
estava realizado.
Adaptado de: O homem que não conhecia Machado de Assis e outras histórias. Jornal da Universidade. Caderno JU. n. 49, ed. 203,
jul. 2017.
Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas.
a) à – à – porque – que
b) à – a – porque – de que
c) à – à – por que – de que
d) a – a – por quê – que
e) a – a – porque – que
➢ Comentários:
GABARITO LETRA A
1. "Ele havia sido acolhido pela família de Ramon quando, junto aos irmãos e à mãe, chegou fugido do Brasil, no final dos anos
1960."
No período acima, a crase, antes de "mãe", é o resultado da contração da preposição "a", que compõe a locução prepositiva "junto
a", com o artigo definido "a" que determina o substantivo "mãe": junto a + a mãe = junto à mãe.
2. "Ele e um amigo, Romário, costumavam passar horas frente à vitrine de uma livraria no centrinho da cidade, apreciando as
capas de gibis e livros de literatura."
No período acima, a crase, antes de "vitrine", é o resultado da contração da preposição "a", que compõe a locução adverbial
"frente a", com o artigo definido "a" que determina o substantivo "vitrine": frente a + a vitrine = frente à vitrine.
3. "Receosos de que os mandassem sair dali, porque poderiam estar sujando o vidro que era cuidadosamente esfregado por uma
senhorinha, eles mantinham as mãos para trás."
No período acima, "porque" é uma conjunção coordenativa explicativa. Ela introduz a oração coordenada explicativa "porque
poderiam estar sujando o vidro que era cuidadosamente esfregado por uma senhorinha".
A palavra "porque" pode ser uma conjunção coordenativa explicativa (nesse caso, equivale a pois), subordinativa adverbial causal
(nesse caso, equivale a já que), subordinativa adverbial final (nesse caso, equivale a a fim de que).
Leve um casaco, porque (pois) estava frio. (explicação)
Comprei tomates, porque (já que) ia fazer um molho. (causa)
Andemos depressa, porque (para que) não nos atrasemos. (finalidade)
A expressão "por que" não é usada para introduzir oração coordenada explicativa. Ela pode representar:
a) por (preposição) + que (advérbio interrogativo) - equivale a por qual motivo ou por qual razão (aparece em perguntas diretas
ou indiretas);
Por que você está assim? (interrogação direta)
Não sei por que eles não vieram. (interrogação indireta)
b) por (preposição) + que (pronome relativo) - substitui pelo qual e suas flexões;
O motivo por que (pelo qual) viajaram tão depressa não ficou claro.
c) por (preposição) + que (conjunção subordinativa integrante) - equivale a para que (inicia oração subordinada substantiva).
O professor mostrou-se interessado por que (para que) assistíssemos ao filme.
A palavra "porquê" é um substantivo. Ela aparece determinada por artigo (o porquê; um porquê), por adjetivos (belo porquê;
triste porquê), ou por pronomes (este porquê; algum porquê).
Quero saber o porquê de tanta empolgação.
Ela nunca tinha um porquê razoável para tantas reclamações.
A expressão "por quê" é usada somente no final de frase.
Vocês sempre querem saber por quê.
4. "Antes que abrissem o primeiro gibi, no entanto, receberam instruções minuciosas de como folhear sem deixar dobras ou
marcas nas páginas; tudo deveria ficar como novo, pronto para a venda."
No período acima, "Antes que" é uma locução conjuntiva subordinativa adverbial temporal. Ela introduz uma oração que expressa
a ideia de quando os meninos receberam instruções minuciosas de como folhear sem deixar dobras ou marcas nas páginas.
LETRA "A"-CORRETA. à – à – porque – que
LETRA "B"-ERRADA. à – a – porque – de que
LETRA "C"-ERRADA. à – à – por que – de que
LETRA "D"-ERRADA. a – a – por quê – que
LETRA "E"-ERRADA. a – a – porque – que
16. FAURGS - Assistente em Administração (UFRGS)/2018
Síndrome do Arquipélago (Trabalho em Equipe)
O que diferencia uma equipe de alta performance, colaborativa, que entrega os melhores resultados, onde existe transparência,
relacionamentos de confiança e bom ambiente de trabalho, de uma equipe conflitante, com relacionamentos superficiais e
Elaborado por Marcos Kelsch em 15Mai2019
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interesseiros, onde as pessoas competem em vez de colaborar e que, consequentemente, entregam resultados muito ____ do
que poderiam? É a Síndrome do Arquipélago!
Qualquer equipe tem, em geral, as mesmas características básicas: pessoas, espaço físico e resultados a entregar, assim como
acontece num jogo, que pode ser competitivo ou colaborativo. Se pensarmos nas semelhanças e diferenças entre uma partida de
tênis e uma de frescobol, por exemplo, vamos perceber que ambas incluem pessoas, raquetes, bola, o mesmo espaço físico e
resultados, contudo, assim como no trabalho em equipe, o que as diferencia são propósito e objetivo.
No tênis, a outra pessoa é sua adversária e não sua parceira, portanto, o objetivo é derrotá-la, procurando fazê-la errar. O bom
jogador de tênis é aquele que conhece o ponto fraco do oponente, e o explora para tentar derrotá-lo. O auge do tênis, portanto,
é o momento em que o jogo termina ____ a outra pessoa foi colocada para fora do jogo. Alegria de um lado e tristeza do outro.
Já no frescobol, o objetivo é que nenhum dos dois perca. Se a bola chega “____ torta”, a outra pessoa assume que não foi de
propósito e se esforça para devolvê-la “redondinha”, no lugar certo, para que o parceiro possa pegá-la. Quando alguém erra,
aquele que errou pede desculpas, o outro também se sente responsável pelo ocorrido; juntos buscam uma maneira de evitar que
o erro aconteça novamente e continuam jogando. No frescobol, portanto, não existe adversário e ninguém fica feliz quando o
outro erra, porque, quando um perde, todos perdem.
Equipes de alta performance “jogam frescobol”, já as outras, formadas por pessoas afetadas pela Síndrome do Arquipélago, em
geral, “jogam tênis”.
Adaptado de: http://www.blogdofabossi.com.br/2016/03/sindrome-doarquipelago-
trabalho-em-equipe/. Acesso em 13 de fevereiro de 2018.
Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas das linhas.
a) aquém – por que – meia
b) além – porque – meio
c) aquém – porque – meio
d) além – por que – meia
e) aquém – porque – meia
➢ Comentários:
Gabarito: Letra C.
Questão sobre fatos da língua.
No trecho "(...) onde as pessoas competem em vez de colaborar e que, consequentemente, entregam resultados muito aquém do
que poderiam?", o termo destacado preenche adequadamente a lacuna, significando "qualidade/nível inferior". Assim, apenas as
opções (A), (C) e (E) permanecem como possíveis respostas.
Por sua vez, a segunda lacuna expressa um contexto de explicação/justificativa, tornando adequado o uso da conjunção "porque":
"(...) é o momento em que o jogo termina porque a outra pessoa foi colocada para fora do jogo". Desse modo, descartamos a
opção (A).
Por fim, no trecho "Se a bola chega meio torta", o vocábulo "meio" modificou o sentido do adjetivo "torta", razão por que indica
sua categoria gramatical: a dos advérbios. Nesse contexto, portanto, "meio" é uma palavra invariável.
17. FAURGS - Analista (HCPA)/Coordenadoria de Gestão Contábil/2018
Como se fosse a primeira vez
Aos 82 anos, o maestro Isaac Karabtchevsky declarou que “um músico tem que trabalhar até o último instante”, que é “nessa
vivência que ele começa ____ redescobrir partituras que já regeu ou tocou ____ tantos anos, experimentando-as de maneira
totalmente diferente, como se fosse a primeira vez”. Não estamos falando aqui de trabalho, mas da vida, pois nunca é tarde para
encará-la com o frescor desse velho homem. O passado não é recuperável, não há feitiço do tempo que nos ajude a voltar atrás
para desfazer perdas e reparar falhas. Viver é uma comédia de erros e ponto. Quanto maior a vida, os arrependimentos e as
saudades têm maiores oportunidades de comparecer. O que levamos conosco corre o risco de virar um baú de velharias que
carregamos só para remoer. No entanto, possuir uma memória fértil, honrar a própria história, não nos obriga ____ andar de
costas. No divã, as memórias são sempre convocadas e falando delas acabam ganhando novos sentidos. Não se trata de voltar
atrás para consertar, pois as lembranças ressurgem quando estão a serviço do presente. Elas são revisadas porque somos feitos
delas, porque nossa identidade foi construída a partir do que vivemos. “Como se fosse a primeira vez” é apenas um modo lúdico
de manter viva ____ curiosidade. A amnésia não torna ninguém mais jovem nem renova oportunidades. A boa notícia é que
somente para os músicos o tempo de uma vida pode ser fértil até o fim. Ele pode assemelhar-se ____ das viagens, no qual um dia
leva vários para acabar. Por que ocorre essa sensação de lactação temporal? Porque viajando estamos abertos ____ novo,
deixando-nos surpreender a cada momento. Karabtchevsky nos lembra que isso pode ocorrer até com as velhas sinfonias. Mesmo
que existam melodias repetidas, interprete-as como se fosse a primeira vez.
Adaptado de: CORSO, Diana. Como se fosse a primeira vez.
Disponível em http://vidasimples.uol.com.r/canal/pensar/. Acessado em 08 de janeiro de 2018.
Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas em vermelho.
a) a – há – a
b) à – há – à
c) a – a – a
d) a – há – à
e) à – a – a
➢ Comentários:
GABARITO LETRA A

Elaborado por Marcos Kelsch em 15Mai2019


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TEORIA SISTEMATIZADA E QUESTÕES PARA OFICIAL DE JUSTIÇA 2019

"Aos 82 anos, o maestro Isaac Karabtchevsky declarou que “um músico tem que trabalhar até o último instante”, que é “nessa
vivência que ele começa a redescobrir partituras que já regeu ou tocou há tantos anos, experimentando-as de maneira totalmente
diferente, como se fosse a primeira vez”."
Na oração "que ele começa a redescobrir partituras", a lacuna antes de "redescobrir" deve ser preenchida com a preposição "a",
que liga as formas verbais "começa" e "redescobrir" para formarem a locução verbal "começa a redescobrir". Não há crase
nesse caso, pois não se usa crase antes de verbo no infinitivo (redescobrir).
Na oração "que já regeu ou tocou há tantos anos", a lacuna antes de "tantos" deve ser preenchida com o verbo haver para indicar
tempo decorrido.
"No entanto, possuir uma memória fértil, honrar a própria história, não nos obriga a andar de costas."
Na oração "não nos obriga a andar de costas", o verbo obrigar é transitivo indireto, pois quem não obriga não obriga "a" alguma
coisa. A lacuna antes de "andar" deve ser preenchida com a preposição "a" que é exigida pelo verbo obrigar para ligar-se ao
respectivo objeto indireto "andar de costas": não nos obriga a + andar de costas = não nos obriga a andar de costas. Não há
crase nesse caso, pois não se usa crase antes de verbo no infinitivo (andar).
LETRA "A"-CORRETA. a – há – a
LETRA "B"-ERRADA. à – há – à
LETRA "C"-ERRADA. a – a – a
LETRA "D"-ERRADA. a – há – à
LETRA "E"-ERRADA. à – a – a
18. FAURGS - Analista Judiciário (TJ RS)/Judiciária/Ciências Jurídicas e Sociais/2017
Não há como evitar ser ministeriado ao longo da vida, e ministérios não aceitam desculpas quando se trata de cumprir nossos
deveres, como pagar impostos, respeitar as leis, não infringir as regras do trânsito etc. No que concerne a ter reconhecidos seus
direitos, nem sempre o cidadão fica satisfeito, a burocracia emperra, as informações demoram, o benefício tarda.
Nascemos cidadãos e não meros indivíduos. Ainda que um anarquista extremado pretendesse ignorar ___ existência do Estado,
ele encontraria na esquina quem o representa: o policial, o fiscal do imposto de renda, o burocrata que emite os documentos que
somos obrigados a portar. A mera presença não é suficiente para provarnos a existência. Sem comprovação documental, esta é
suspeita até segunda ordem. São os nossos documentos que nos conferem legitimidade, legalidade e cidadania; eles são ___ prova
de que estamos registrados no Estado, devidamente fichados – ainda que se adote outro termo – na máquina estatal. Assim,
ficamos facilmente localizáveis e imputáveis.
O Estado é como a natureza – esta não existe como entidade visível, o que se vê são montanhas, plantas, mares, flores, ventos.
Sem a natureza, nada disso subsiste. Da mesma forma, no Estado subsistem as instituições e a cidadania e, sobretudo, a autoridade
– que suporta, onde há democracia, toda crítica, exceto ___ crítica ao Estado, à sua legitimidade. Pôr em questão o próprio Estado
é sinônimo de sublevação, subversão e, hoje em dia, terrorismo. Porque o Estado é mais que o governo, é poder, e todas as
instâncias de poder – financeiro, jurídico, administrativo – se articulam ou coexistem nele, com suficiente força para cooptar um
por um dos governos que nele ingressam.
Outrora encarado como agente social, o Estado torna-se então o Grande Leviatã. Os políticos, ainda que, da boca para fora,
proclamem que o Estado não pode omitir-se de suas funções sociais, tratam de desmantelá-lo. Frente ao avanço tecnológico atual,
como expressão da riqueza, o Estado não investe suficientemente na redução da distância entre a minoria privilegiada e a maioria
da população que, no Brasil, não dispõe de rede de esgoto, instalações sanitárias, assistência de saúde e educação qualificada.
Eric Weil assinala que a tarefa do Estado é defender a sociedade dos perigos que a ameaçam, sejam internos (como a fome, a
pobreza etc.), sejam externos (opressão ou agressão por parte de outros Estados).
Adaptado de: BETTO, Frei. A mosca azul. Rio de Janeiro: Rocco, 2006. p. 191-3.
Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas das linhas no texto, respectivamente.
a) a – à – a
b) à – a – à
c) a – a – à
d) à – à – à
e) a – a – a
➢ Comentários:
Gabarito: Letra E.
No trecho "(...) pretendesse ignorar a existência do Estado", o termo destacado é morfologicamente classificado como artigo
definido, determinando o sentido do substantivo "existência". Desse modo, a lacuna fica adequadamente preenchida por meio
desse vocábulo.
Já na passagem "eles são a prova de que estamos registrados no Estado", o termo destacado também é um artigo definido,
determinante este que antecede o substantivo "prova".
Por fim, no excerto "Da mesma forma, no Estado subsistem as instituições e a cidadania e, sobretudo, a autoridade – que suporta
(...) toda crítica, exceto a crítica ao Estado (...)", o vocábulo destacado também é um artigo definido, antecedendo o substantivo
"crítica".
19. FAURGS - Técnico Judiciário (TJ RS)/Judiciária e Administrativa/2017
D. Glória gostava de conversar com Seu Ribeiro. Eram conversas intermináveis, em dois tons: ele falava alto e olhava de frente,
ela cochichava e olhava para os lados. Quando me via, calava-se. Já fui trabalhador alugado e sei que, de ordinário, a gente miúda
emprega as horas de folga depreciando os que são mais graúdos. Ora, as horas de folga de D. Glória eram quase todas.

Elaborado por Marcos Kelsch em 15Mai2019


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Dormia, almoçava, jantava, ceava, lia romances à sombra das laranjeiras e atenazava Maria das Dores, que endoidecia com a
colaboração dela. Queixava-se de tudo: dos ratos, dos sapos, das cobras, da escuridão. Afetava na minha presença uma atitude
de vítima. Passava parte dos dias no escritório.
Seu Ribeiro tratava-a por excelentíssima senhora. Julguei perceber, por certas palavras, gestos e silêncios, que ela ia ali deplorar
a sorte da sobrinha. Estava sempre ao pé da carteira, amolando.
Madalena batia no teclado da máquina. Seu Ribeiro escrevia com lentidão trêmula, as vezes se aperreava procurando a régua, a
borracha, o frasco de cola, que se ausentavam, porque D. Glória tinha o ___ costume de mexer nos objetos e não os ___ nunca
onde os encontrava. Eu me danava com essa desordem, fechava a cara, dava ordens secas rapidamente e saía para não estourar.
Enfim desabafei. Num dia quatro, o balancete do mês passado não estava pronto.
– Por que foi esse atraso, Seu Ribeiro? Doença?
O velho esfregou as suíças, angustiado:
– Não senhor. É que há uma diferença nas somas.
Desde ontem procuro fazer a conferência, mas não posso.
– Por que, Seu Ribeiro?
E ele calado.
– Está bem. Ponha um cartaz ali na porta proibindo à entrada as pessoas que não tiverem negócio. Um cartaz com letras bem
grandes. Todas as pessoas, ouviu? Sem exceção.
– Isso é comigo? Disse D. Glória, esticando-se.
– Prepare logo o cartaz, Seu Ribeiro.
– Perguntei se era comigo, tornou D. Glória diminuindo um pouco.
– Ora, minha senhora, é com toda a gente. Se eu digo que não há exceção, não há exceção.
– Vim falar com minha sobrinha, balbuciou D. Glória, reduzindo-se ao seu volume ordinário.
– Sua sobrinha, enquanto estiver nesta sala, não recebe visitas, é um empregado como os outros.
– Eu não sabia. Pensei que não interrompesse.
– Pensou ___. Ninguém consegue escrever, calcular e conversar ao mesmo tempo.
Adaptado de: RAMOS, Graciliano. São Bernardo. Rio de Janeiro: Record, 1978. p. 101-2.
Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas em vermelho do texto, respectivamente.
a) mal – por – mal
b) mau – pôr – mal
c) mal – pôr – mau
d) mau – por – mau
e) mau – pôr – mau
➢ Comentários:
Gabarito: LETRA B.
Em "D. Glória tinha o mau costume de mexer (...)", a lacuna fica adequadamente preenchida pelo adjetivo "mau" (antônimo de
"bom"), relacionando-se ao substantivo "costume". Assim, descartamos as opções (A) e (C).
Já no trecho "e não os pôr onde os encontrava", o vocábulo destacado é o verbo "pôr", grafado com acento circunflexo. Assim,
também descartamos a opção (D).
Por fim, no excerto "Pensou mal", o termo destacado é um advérbio (antônimo de "bem"), relacionando-se à forma verbal
"pensou".
Acentuação Gráfica:
De início, SABER QUE ACENTO GRÁFICO é DIFERENTE de ACENTO TÔNICO. Acento Tônico é a sílaba tônica da palavra, que pode
ou não ter acento gráfico.
PROPAROXÍTONAS
As palavras proparoxítonas são aquelas cuja sílaba forte é a antepenúltima. A regra é simples: se é proparoxítona, é acentuada!
Exemplos: parábola (pa-rá-bo-la), gramática (gra-má-ti-ca), proparoxítona (pro-pa-ro-xí-to-na), médico (mé-di-co), hóspede (hós-
pe-de), romântico (ro-mân-ti-co).
Perceberam que é simples? Basta identificar a sílaba tônica, se ela coincidir com antepenúltima da palavra: acento nela!
PAROXÍTONAS
As palavras paroxítonas são aquelas cuja sílaba tônica é a penúltima. Agora a decoreba vai começar (é o jeito! rs...), pois não
acentuamos todas as palavras paroxítonas. Vamos às regrinhas!
- N RLX (A dica que ajuda na fixação é: não relaxe = N RLX , parece tirada de uma conversa de whatsapp, mas tudo é válido para
lembrar na hora da prova, rs...)
As palavras paroxítonas terminadas em N R L X são acentuadas, vamos ver?
Exemplos: útil, ônix, hífen, elétron, éter, cadáver, pólen.
- ÃO, ÃOS
As palavras paroxítonas terminadas em ÃO, ÃOS são acentuadas, vejamos!
Exemplos: órgão, órgãos, órfão, bênção, bênçãos.
- ON(s)
As palavras paroxítonas terminadas em ON(s) são acentuadas!
Exemplos: elétron, elétrons, próton, prótons.
- UM/UNS
Também acentuamos as palavras paroxítonas terminadas em UM/UNS, vejamos:
Elaborado por Marcos Kelsch em 15Mai2019
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Exemplos: álbum, álbuns


- PS
As palavras paroxítonas terminadas em PS são acentuadas!
Exemplos: fórceps, bíceps, tríceps, quadríceps. (*Dica: lembrem de músculos ou de academia.)
- U(s), I(s)
As palavras paroxítonas terminadas em U(s) ou I(s) são acentuadas.
Exemplos: júri, júris, vírus, lápis, táxi.
- Ditongo oral
As palavras paroxítonas terminadas em ditongo oral (som oral, pronunciado apenas pela boca) devem ser acentuadas, vejamos:
Exemplos: história, imóveis, jóquei, túneis.
As palavras paroxítonas terminadas em ENS não são acentuadas: hifens, polens, abdomens.
As palavras item e itens não são acentuadas!!!!
Prefixos paroxítonos terminados em R ou I não são acentuados: super, mini, anti, inter. Vale destacar que, se esses prefixos forem
transformados em substantivos, o acento deverá ser empregado: a míni, o híper, a máxi.
OXÍTONAS
As palavras oxítonas são aquelas cuja sílaba tônica é a última. Acentuamos as oxítonas terminadas em: A(s), E(s), O(s), EM(ens),
vejamos:
Exemplos: português, picolé, maracujá, armazém, parabéns, Pará, paletó, mocotó, aliás.
MONOSSÍLABOS TÔNICAS
As palavras formadas por uma única sílaba (tônica) são acentuadas quando terminadas em: A(s), E(s) ou O(s).
Exemplos: pó, pá, só, pé, má, mês.
Atenção! As formas verbais tônicas e monossilábicas terminadas em "A", "E" ou "O" seguidas de "lo(s)" ou "la(s)" são acentuadas!
Exemplo:
dá-lo (verbo dar), pô-lo (verbo pôr), fê-lo ( verbo fazer).
Gurizada picumã, os monossílabos tônicos terminados em "A(s), E(s), O(s)" são acentuados, mas isto não quer dizer que só os
monossílabos acentuados são tônicos, vejamos: dor, male trem são palavras monossilábicas e também tônicas, entretanto não
levam acento por terminarem com R, L e M.
São monossílabos tônicos: substantivos (fé, dor, trem, sol), adjetivos (só, má), advérbio (mal, já, bem), pronomes (eu, tu, ele,
mim, ti, nós, vós, meu , teu), verbos (dá, pôr), numerais (três).
ACENTOS DIFERENCIAIS
Algumas palavras são acentuadas para que sejam diferenciadas de outras e isto acontece com a terceira pessoa do plural dos
verbos TER e VIR, vejamos:
►Ele vem, eles vêm
►Ela tem, elas têm
Percebam que, neste caso, a acentuação visa distinguir a terceira pessoa do singular (ELE/ELA sem acento) da terceira pessoa do
plural (ELES/ELAS com acento).
Cuidado com os verbos:
DETER: Ele detém / Eles detêm
CONVIR: Ele convém / Eles convêm
INTERVIR: Ele intervém / Eles intervêm
MANTER: Ele mantém/ Eles mantêm
Regrinha: agudo no singular, circunflexo no plural.
A forma verbal PÔDE (pretérito perfeito do Indicativo) é acentuada para ser diferenciada de PODE (presente do Indicativo),
vejamos:
Exemplo: Ele pôde fazer a prova tranquilamente ontem. (passado)
Exemplo: Ela pode fazer a prova tranquilamente hoje. (presente)
Como a conjugação do verbo "PODER" no pretérito perfeito do Indicativo é muito, digamos, estranha (rs...), aqui está ela na
íntegra para vocês!
Eu pude
Tu pudeste
Ele pôde
Nós pudemos
Vós pudestes
Eles puderam
A forma verbal PÔR é acentuada para não ser confundida com a preposição POR, vejamos:
Exemplo: Pare de pôr refrigerante na mesa, já temos o suficiente. (verbo)
Exemplo: Maricota estudou por três livros diferentes. (preposição)
REGRA DOS HIATOS I/U
Palavra com vogal I ou vogal U tônica, isolada ou seguida de S na mesma sílaba, formando hiato = acento agudo!
Atenção! A vogal tônica deve ser a segunda do hiato. (Ocorre hiato quando temos duas vogais juntas, mas em sílabas diferentes).
Exemplos: saída (sa- í - da), saúde (sa-ú-de), heroína (he-ro-í-na), açaí (a-ça-í).
Assim, palavras como: raiz (ra-iz), juiz (ju-iz), cair (ca-ir) não são acentuadas, pois a vogal (i ou u) não está sozinha na sílaba, nem
acompanhada pelo S, mas por outra consoante.
Elaborado por Marcos Kelsch em 15Mai2019
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TEORIA SISTEMATIZADA E QUESTÕES PARA OFICIAL DE JUSTIÇA 2019

Quando o hiato for seguido de NH na sílaba seguinte, não deve ser acentuado! Exemplo: rainha, (ra-i-nha), campainha (cam-pa-
i-nha), moinho (mo-i-nho).
Quando o hiato (i/u) for formado porvogais iguais, não deve ser acentuado! Exemplo: xiita (xi-i-ta), vadiice (va-di-i-ce).
Com o advento do Novo Acordo Ortográfico: paroxítona com ditongo decrescente seguido de hiato (i ou u) = sem
acento! Exemplo: feiura, baiuca, bocaiuva. Quando o ditongo for crescente o acento permanece!Exemplo: Guaíra.
REGRA DOS HIATOS OO E EEM
Segundo o Novo Acordo Ortográfico, os hiatos OO e EEM (nos verbos "CRÊ-DÊ-LÊ-VÊ": crer, dar, ler, ver e derivados) não são mais
acentuados, vejamos:
Exemplos: voo, creem, veem, enjoo, abençoo, leem, deem.
REGRA DOS DITONGOS ABERTO ÉI, ÉU, ÓI
Os monossílabos e as oxítonas com ditongo aberto são acentuados!
Exemplos: réis, herói, papéis, chapéus, rói, céu, troféus.
O Novo Acordo Ortográfico retirou a acentuação dos ditongos abertos ÉI e ÓI em palavras paroxítonas!!
Exemplo: ideia, plateia, paranoia, estreia, jiboia, geleia, epopeia, heroico (lembrando que "herói" continua acentuado por ser
oxítona terminada em ditongo aberto).
Exceção: destróier (paroxítona terminada em R)

"ADEUS" TREMA
Prosseguindo apenas na escrita de nomes próprios estrangeiros e de adjetivos derivados de nomes estrangeiros (Muller, "obra
mulleriana"), o trema foi abolido da escrita das demais palavras, vejamos:
Exemplos: linguiça, frequente, cinquenta, sagui, consequência, quinquênio.
21. FAURGS - Auxiliar (UFCSPA)/Veterinária e Zootecnia/2018
Sífilis aumenta no Brasil.
Segundo dados do Ministério da Saúde, os casos de sífilis em adultos, gestantes e bebês cresceram 28% entre 2015 e 2016. Um
dos maiores desafios das autoridades é a prevenção, pois a sífilis é uma doença sexualmente transmissível, que deixa o organismo
da pessoa vulnerável. O uso de preservativos é uma das melhores alternativas para evitá-la. A sífilis pode ser passada de uma
gestante contaminada para o seu bebê durante a gravidez. O ideal é que todas as grávidas façam exames de sífilis até o terceiro
mês de gestação. Assim, o bebê já poderá ser tratado durante todo o período do pré-natal e não nascerá doente. Se a criança não
for tratada pelo menos até um mês após seu nascimento, há grande risco de ela apresentar cegueira, surdez e retardo mental.
Fonte: adaptado de Zero Hora, Sua Vida, publicado em 01/11/2017.

A palavra sífilis é acentuada pelo mesmo motivo que a palavra


a) transmissível.
b) álbum.
c) grávida.
d) saúde.
e) razoável.
➢ Comentários:
Gabarito: Letra C.
No vocábulo "sífilis", o acento tônico recai na antepenúltima sílaba, o que o leva a ser classificado, quanto à tonicidade, como
proparoxítono. Consoante nos ensinam as lições gramaticais, todas as palavras proparoxítonas devem ser graficamente
acentuadas, como ocorre com "sífilis" e com a palavra "grávida". Desse modo, a assertiva (C) é nossa resposta.
Nas demais opções:
a) a palavra "transmissível" é graficamente acentuada por ser uma paroxítona finalizada em "L".
b) "álbum" é uma paroxítona finalizada em "UM".
d) "saúde" é acentuada em razão de hiato: sa - ú - de.
e) "razoável" é acentuada por ser paroxítona finalizada em "L".
22. FAURGS – Técnico Judiciário 2017:
O homem é o animal que lembra. Podemos dizer isso tendo em conta que não haveria, de um modo geral, a cultura, sem o
trabalho da memória. Definir o que é a memória, porém, não é fácil. Os cientistas tentam explicá-la afirmando seu funcionamento
físico-químico em nível cerebral. Os historiadores criam suas condições gráficas por meio de documentos e provas, definem, com
isso, uma linguagem compreensível sobre o que ela seja: o que podemos chamar de “campo da memória”. Os artistas e escritores
tentam invocar seus subterrâneos, aquilo que, mesmo sem sabermos, constitui nosso substrato imagético e simbólico. Mas o que
é a memória para cada um de nós que, em tempos de excesso de informação, de estilhaçamento de sentidos, experimenta o fluxo
competitivo do cotidiano, a rapidez da vida, como se ela não nos pertencesse? Como fazemos a experiência coletiva e individual
da memória? É possível lembrar? Lembrar o quê? Devemos lembrar? Se esta pergunta é possível, a contrária também
tem validade: haverá algo que devamos esquecer?
A memória é um enigma. Para os antigos gregos, Mnemósyne era a deusa da memória, a mãe das nove musas que inspiravam os
poetas, os músicos, os bailarinos. Seu simbolismo define que a memória precisa ser criada pelas artes. Numa civilização oral como
foi a grega, nada mais compreensível do que uma divinização da memória. A memória é a mãe das artes, tanto quanto nelas se
reproduz, por meio delas é que mantém sua existência. Por isso, ela presidia a poesia, permitindo ao poeta saber e dizer o que os
humanos comuns não sabiam. Que a memória seja mãe das musas significa que a lembrança é a mãe da criatividade. Mas de que
lembrança se está tratando?
Elaborado por Marcos Kelsch em 15Mai2019
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Para além da mitologia, na filosofia, distinguiam-se dois modos de rememoração: Mneme, espécie de arquivo disponível que se
pode acessar a qualquer momento, e Anamnese ou a memória que está guardada em cada um e que pode ser recuperada com
certo esforço. A primeira envolve um registro consciente, enquanto a segunda manifesta o que há de inconsciente na produção
de nossas vidas, ou seja, o que nos constitui sem que tenhamos percebido que nos aconteceu, que se forjou por nossa própria
obra.
Adaptado de: TIBURI, Marcia. Lembrar é essencial. Revista Vida Simples, março de 2007. Disponível em:
http://www.marciatiburi.com.br/textos/lembrar.htm. Acesso em 3 de agosto de 2017.
Nos exemplos abaixo, temos adjetivos derivados em que a adjunção do sufixo deslocou o acento da palavra primitiva para outra
sílaba da palavra derivada, EXCETO no item
a) cerebral.
b) compreensível.
c) simbólico
d) rapidez.
e) validade.
➢ Comentários:
Gabarito: Letra B.
O adjetivo "compreensível" provém da adjunção do sufixo "-vel" ao adjetivo "compreensivo". Como se percebe, não houve
alteração da sílaba tônica, validando o gabarito: opção (B).
Nas demais opções:
a) "cerebral" provém do vocábulo "cérebro", alterando a sílaba tônica na palavra derivada.
c) "simbólico" (paroxítono) emerge da adjunção do sufixo "-ico" ao substantivo "símbolo" (proparoxítono).
d) "rapidez" provém da adjunção do sufixo "-ez" (formador de substantivo abstrato) ao adjetivo "rápido".
e) "validade" provém do acréscimo do sufixo "-dade" ao adjetivo "válido".
23. FAURGS - Assistente em Administração (UFRGS)/2016
Cães podem distinguir palavras e entonações. Um novo estudo sobre o melhor amigo do homem sugere o que muito dono de
cachorro já considera confirmado: os cães conseguem distinguir palavras e entonações. A pesquisa, publicada na revista Science,
examinou o cérebro de 13 cachorros enquanto ouviam seus donos. O trabalho realizado mostra que o cérebro canino é capaz de
interpretar tanto o que dizemos quanto o modo como dizemos algo.
Conforme o estudo, o centro de prazer do cérebro do animal tende a ser ativado somente quando palavras de gentileza são
acompanhadas da entonação apropriada. Esse centro fica no lado direito do cérebro canino. A pesquisa também aventa que o
cachorro consegue interpretar o significado das palavras que costuma escutar em um ambiente familiar, mesmo que sejam ditas
com entonação neutra. Isso porque uma outra parte do seu cérebro, no lado direito, mostra ativação.
Adaptado de: ZERO HORA. Porto Alegre, 31/8/2016, p. 34.
A palavra cérebro, empregada no texto, é acentuada pela mesma razão do que as seguintes palavras:
I - anatômico – saudável.
II - esquálido – último.
III - saúde – ríspido.
IV - impávido – fenômeno.
Quais estão corretas?
a) Apenas I e II.
b) Apenas I e III.
c) Apenas II e IV
d) Apenas III e IV.
e) Apenas II, III e IV.
➢ Comentários:
Gabarito: LETRA C.
A palavra cérebro, empregada no texto, é acentuada pela mesma razão do que as seguintes palavras:
II - esquálido – último.
IV - impávido – fenômeno.
As palavras cérebro, esquálido, último, impávido e fenômeno são acentuadas com base na seguinte regra: todas as palavras
proparoxítonas devem ser acentuadas. Ex.: química, artístico, elétrico, mecânico, física, ótimo, rápido...
Portanto, a letra C é a opção correta!
No item I, somente a palavra "anatômico" é uma proparoxítona. A palavra "saudável" é acentuada pela seguinte regra: acentuam-
se as paroxítonas terminadas em -l. Ex.: fácil, lamentável, nível, fusível, difícil...
No item III, somente a palavra "ríspido" é uma proparoxítona. A palavra "saúde" é acentuada pela seguinte regra: acentuam-se
o "i" e "u" tônicos quando formam hiato com a vogal anterior, estando eles sozinhos na sílaba ou acompanhados apenas de "s",
desde que não sejam seguidos por "nh". Exemplos: sa-í-da, sa-ú-de, po-lu-í-do, mo-í-do, pa-ís, ru-í-na, pa-í-ses, vi-ú-vo, e-go-ís-
mo etc.
24. FAURGS - Auxiliar (UFRGS)/Saúde/2016
A palavra índice é acentuada pelo mesmo motivo que as palavras
a) patético e penúltimo.
b) tórax e óbvio.
c) árvore e cadáver.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Mai2019
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TEORIA SISTEMATIZADA E QUESTÕES PARA OFICIAL DE JUSTIÇA 2019

d) lápis e álbum.
e) lógico e difícil.
➢ Comentários:
Gabarito: LETRA A.
A palavra índice é acentuada pelo mesmo motivo que as palavras patético e penúltimo... Essas três palavras são acentuadas com
base na seguinte regra: todas as palavras proparoxítonas devem ser acentuadas.
Ex.: química, patético, penúltimo, índice, artístico, elétrico, mecânico, física, ótimo, rápido...
25. FAURGS - Assistente (HCPA)/Administrativo/2015
O potencial do português brasileiro como língua internacional
Nos últimos anos, tenho visitado diversos países onde se ensina a língua portuguesa: Argentina, Uruguai, México, Colômbia, Itália
e agora estou aqui na Finlândia. Em todos esses lugares, esses convites foram motivados pela enorme dificuldade que as s e os
professores _____ de fazer valorizar o português brasileiro como língua digna de ser ensinada a estrangeiros. A Universidade
Nacional Autônoma do México, por exemplo, é o lugar no mundo onde mais se estuda português, e seria mais do que natural
imaginar que, estando na América Latina, o interesse dos mexicanos deveria ser pelo português brasileiro – e é. Só que nessa
mesma universidade o Instituto Camões ocupa um andar inteiro do centro de estudos de línguas estrangeiras, envia professores
e material didático, além de oferecer estágios em Portugal para os estudantes. O Brasil... nada.
Aliás, os dados comparativos são eloquentes: o governo português ___ 1.691 docentes de língua no exterior, atua em 72 países e
está presente em 300 universidades mundo afora. Já o nosso Ministério das Relações Exteriores é responsável somente por 40
leitorados e 24 centros de estudos brasileiros. A postura do Itamaraty parece ser a seguinte: se já estão lá os portugueses, nós
não precisamos estar também. Essa diferença de números é ainda mais surpreendente quando comparamos Brasil e Portugal em
termos de importância geopolítica e econômica. O Brasil participa de um grupo chamado BRICS, que ___ as chamadas “potências
emergentes”, ou seja, Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Portugal, infelizmente, é incluído num grupo pejorativamente
chamado de PIIGS (Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha.), os países que mais ___ sofrido com a grave crise econômica iniciada
em 2008.
Adaptado de: “O potencial do português brasileiro como língua internacional”, de Marcos Bagno (https://marcosbagno.
files.wordpress.com/2014/11/o-potencial-do-portuguecc82s- brasileiro-como-licc81ngua-internacional.pdf). Acessado em 11 de
abril de 2015.
Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas, respectivamente.
a) tem – mantêm – inclui – tem
b) têm – mantêm – incluem – têm
c) têm – mantém – inclui – têm
d) têm – mantém – incluem – têm
e) tem – mantem – incluem – tem
➢ Comentários:
Gab. C
Primeira lacuna: têm, com acento circunflexo diferencial de número, pois o sujeito desse verbo é composto: "as s e os
professores".
Segunda lacuna: mantém, com acento agudo (não é diferencial) por ser uma oxítona terminada por em.
Terceira lacuna: inclui, no singular, pois o sujeito desse verbo é o pronome relativo "que", o qual substitui o termo
"um grupo chamado BRICS".
Quarta lacuna: têm, com acento circunflexo diferencial de número, pois o sujeito desse verbo é o pronome relativo "que'", o qual
retoma "países".
26. FAURGS - Oficial de Justiça (TJ RS)/Classe PJ-H/2014
Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo.
A farra com as crianças acabou? Pode ser que sim, pelo menos em parte. O Conanda (Conselho Nacional dos Direitos da Criança
e do Adolescente) aprovou resolução que proíbe propagandas voltadas para menores de idade no Brasil. Ela leva em conta que a
publicidade infantil, na maioria das vezes, contraria o Estatuto da Criança e do Adolescente e só deve ser usada para campanhas
de utilidade pública sobre alimentação, educação e saúde.
Essa é uma pauta que está já há algum tempo em discussão, sofrendo grande resistência do mercado. O consumo de produtos
infantis é um mercado importantíssimo e ainda um terreno a ser completamente explorado. Segundo o site da CCFC, Campaign
for a Commercial-Free Childhood, ONG que combate a propaganda abusiva para crianças, pessoas com menos de 14 anos são
responsáveis diretas por um gasto de 40 bilhões de dólares por ano – dez vezes mais do que dez anos atrás.
Empresas, agências e indústrias festejam esse número, que contempla o gasto com uma gama enorme de produtos, desde
alimentos e brinquedos, até roupas e viagens. E, para isso, contam com a publicidade, principalmente na TV.
Mas, além de induzir à compra e ao consumo desnecessário, a publicidade provoca outros efeitos. O National Bureau of Economic
Research fez um estudo que revela que, se os anúncios de redes de fast food fossem eliminados, a obesidade infantil diminuiria
em até 20%. Também aponta que a publicidade infantil tende a anular a autoridade dos pais, criando um confronto entre as
mensagens publicitárias e os valores familiares.
Segundo James McNeal, um dos papas do marketing infantil, estamos numa espécie de “era dourada das crianças”. Elas são tudo
o que o mercado quer: consumidoras compulsivas, vulneráveis às tendências ditadas pela publicidade. Mais ainda: influenciam
decisivamente os hábitos de consumo de pais, irmãos, avós e tios. “Quarenta milhões de americanos entre 2 e 12 anos são
responsáveis por influenciar um a cada sete dólares gastos no mercado dos EUA”, escreve ele. De acordo com o Instituto

Elaborado por Marcos Kelsch em 21Mai2019


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InterScience, há dez anos, apenas 8% das crianças influenciavam as decisões de compras dos adultos. Hoje, esse número saltou
para 49%.
Outro levantamento da Viacom, dona do canal infantil Nickelodeon, mostra que mais de 40% das compras dos pais são
influenciadas pelos filhos. Segundo essa mesma pesquisa, 65% dos pais revelam que ouvem a opinião das crianças sobre os
produtos comprados para toda a família, como o carro, por exemplo. Elas dão palpite sobre cores, som, tipo do carro, bancos e
até o modelo das portas. A criança consumidora de hoje será o adulto consumidor de amanhã.
“Faz todo sentido que a busca incessante das empresas pela fidelização de seus clientes comece bem mais cedo. Nada mais
natural, portanto, olharmos as crianças como futuras consumidoras de diversos produtos, serviços e marcas”, diz James McNeal.
Países como Suécia, Alemanha, Espanha e Canadá já há algum tempo têm legislações extremamente rígidas com o que chamam
de “métodos de persuasão infantil”, algo comparável a um assédio moral ou sexual. Uma campanha recente de gel para cabelos
foi banida por ter “sensualizado” personagens infantis. Na União Europeia, a legislação básica, válida para os 27 países-membros,
proíbe tudo o que explore “a inexperiência e credibilidade infantil”, que “encoraje crianças a persuadir pais ou outros a comprar
produtos ou serviços”, que “explore a confiança dos pais pelos seus filhos” e “mostre cenas perigosas envolvendo menores”.
A resolução do Conanda não tem força de lei, embora possa servir de base para possíveis processos e ações. Já surgem
manifestações acusando a iniciativa de atentado à liberdade de expressão. Mas o limite dessa liberdade é a pregação contra a
integridade física e moral dos indivíduos. Um exemplo clássico é o veto à propaganda de cigarros.
Adaptado de: AMADO, Roberto. A proibição de propagada para crianças é novidade no Brasil, mas não no mundo desenvolvido.
Disponível em: http://www.diariodocentrodomundo.com.br/a-proibicaode-propagada-para-criancas-e-novidade-no-brasil-
masnao-no-mundo-desenvolvido/. Acessado em 20/04/2014.
Considere os pares de palavras a seguir.
I - saúde – indústrias
II - atrás – às
III - espécie – família
Em quais pares as palavras são acentuadas em virtude da mesma regra?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e III.
e) Apenas II e III.
➢ Comentários:
Gab. C
I. A palavra "saúde" é graficamente acentuada em razão de hiato. Por sua vez, "indústrias", para alguns gramáticos, é considerada
proparoxítona eventual; para outros, o acento tônico recai na penúltima sílaba, sendo considerada uma paroxítona.
Independentemente da divergência gramatical, a justificativa para a acentuação gráfica difere daquela empregada em "saúde".
II. A forma "atrás" é uma oxítona finalizada em "a" (seguida de S). Por sua vez, a estrutura "às" é resultado da contração entre a
preposição "a" e o artigo definido "as", marcando a ocorrência do fenômeno linguístico da crase por meio do acento grave. Trata-
se, no contexto, de um monossílabo tônico.
III. Nas palavras "espécie" e "família", o acento tônico recai na penúltima sílaba, sendo ambas classificadas como paroxítonas
finalizadas em ditongo crescente.
27. FAURGS - Administrador (UFRGS)/2014
A questão a seguir se refere ao texto abaixo.
O Brasil está longe de ser uma potência olímpica como os Estados Unidos ou um foguete em ascensão, como a China. Apesar de
seu legado em certas modalidades, o melhor resultado recente do país no quadro geral de medalhas das Olimpíadas foi um 16º
lugar na Grécia, em 2000 – modesto, considerando nossas proporções continentais. Como sede dos próximos Jogos, o país
desenvolve diversos projetos e redes de pesquisa aplicada para acelerar o desenvolvimento na área, investindo, portanto, na
aproximação entre academia, esporte e indústria – mas ainda há muitas barreiras a serem superadas.
Uma dificuldade básica, entretanto ainda muito comum, é o acesso aos equipamentos mais avançados, que chegam muito caros
ao Brasil devido aos custos de importação. Para os atletas de ponta de modalidades com maior tradição (e com mais recursos),
como a Vela, essa barreira é mais facilmente superada. Porém, modalidades de menor destaque que usam equipamentos
complexos sofrem com altos preços: nossa equipe de bobsled (competição de alta velocidade com trenó), por exemplo, competiu
nas últimas Olimpíadas de Inverno, na Rússia, com um veículo de segunda mão, enquanto os trenós de alguns adversários foram
desenhados por equipes de Fórmula 1.
Mais do que o acesso a equipamentos, contudo, para muitos pesquisadores, como o engenheiro biomédico Alexandre Pino, da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o gargalo central do desenvolvimento esportivo brasileiro é a falta de pesquisas
aplicadas e de inovação no país. “Os estudos no campo esportivo têm crescido, em especial os relacionados à preparação dos
atletas e à prevenção de lesões, mas ainda são insuficientes e há grandes lacunas na produção de equipamentos, por exemplo”,
avalia.
Extraído e adaptado de: GARCIA, M. Brasil, potência olímpica? Ciência Hoje On-line. Disponível em:
http://cienciahoje.uol.com.br/especiais/supermaquinasdo-
esporte/brasil-potencia-olimpica.
Considere os pares de palavras a seguir.
I - país – Olimpíadas
II - potência – adversários
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Mai2019
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III - Porém – têm


Em quais pares as palavras são acentuadas em virtude da mesma regra?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
e) Apenas II e III.
➢ Comentários:
Analisemos os itens.
I - país – Olimpíadas
Errada: País - regra dos hiatos - A separação silábica é PA-ÍS. Quando a vogal "i" ou "u" estiver isolada numa sílaba (que não a
primeira), sendo no máximo seguida de "s", leva acento. Já o vocábulo "Olimpíadas" leva acento por ser proparoxítono.
II - potência – adversários
Certa: Os dois vocábulos são acentuados por serem paroxítonos terminados em ditongo crescente.
III - Porém – têm
Errada: O vocábulo "porém" leva acento por ser oxítono terminado em "em". Já "têm" leva acento diferencial, ou seja, a forma
da terceira pessoa do plural é redigida com acerto circunflexo para diferenciar da forma de terceira pessoa do singular "tem".
28. FAURGS - Guarda de Segurança (TJ RS)/Classe H/2011
Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo.
Dizem que quando os dois estavam chegando a Nova York, na amurada do navio, Freud virou-se para Jung e perguntou:
– Será que eles sabem que nós estamos trazendo a peste?
Não sei se a história, que li num texto do Stephen Greenblatt publicado recentemente na revista The New Yorker, é verdadeira.
Nem sei se Freud e Jung estiveram juntos em Nova York algum dia. Mas o que Freud pretenderia dizer com “a peste” é fácil(a) de
entender. Era tudo o que os dois estavam explorando em matéria de subconsciente, inconsciente coletivo, sexualidade precoce –
enfim, a revolução no pensamento humano que na Europa já se alastrava, e era combatida como uma epidemia. Os agentes
alfandegários não teriam identificado o perigo que os dois recém-chegados representavam para as mentes da América(b),
deixando-os passar para contagiá-las.
Todo desafio ao pensamento convencional e a crenças arraigadas é uma espécie de praga solapadora, uma ameaça à normalidade
e à saúde(c) públicas. Santo Agostinho dizia que a curiosidade era uma doença. Os que procuravam explicações para o universo e
a vida além dos dogmas da Igreja ou da ciência tradicional eram portadores do vírus(d) da discórdia, a serem espantados como se
espanta qualquer praga, com barulho e fogo. As ideias de Freud e de Jung divergiram – Jung acabou derivando para um quase
misticismo, literariamente mais rico mas menos consequente do que o que pensava Freud –, mas as descobertas dos dois
significaram uma reviravolta no autoconceito da humanidade comparável ao que significou o heliocentrismo de Copérnico e as
sacadas do Galileu. O homem não só não era o centro do universo conhecido como carregava dentro de si um universo
desconhecido, que mal controlava. Agostinho tinha razão, a curiosidade debilitava o homem. A partir de Copérnico a curiosidade
só levara o homem a ir desvendando, pouco a pouco, sua própria precariedade, cada vez mais longe de Deus.
Marx, outro pestilento, tinha proposto o determinismo histórico e a luta de classes como eventuais formadores do Novo Homem,
livre da superstição religiosa e de outras tiranias. Suas ideias, e a reação às suas ideias, convulsionaram o mundo. Esta peste se
disseminou com violência e foi combatida com sangrias e rezas e no fim – como também é próprio das pestes – amainou. Todas
as pestes chegam ao seu máximo e recuam. A Terra há séculos não é o centro do universo, o que não impede o prestígio crescente
da astrologia. O iluminismo do século dezoito parecia ser o preâmbulo de um futuro racional e prevaleceu o irracionalismo. O
Novo Homem de Marx foi visto pela última vez pulando o muro para Berlim Ocidental. E as teses de Freud e Jung, que
revolucionariam as relações humanas, nunca foram aplicadas nas relações que interessam, a do homem com seus instintos e a
dos seus instintos com uma sociedade sadia. Foi, como as outras, uma novidade, ou uma curiosidade, que expirou.
Mas também é próprio das pestes serem reincidentes. Cedo ou tarde virá(e) outra perturbar a paz da ignorância de Santo
Agostinho. E passar.
Adaptado de: VERÍSSIMO, L. F. A peste. ZERO HORA, quinta- feira, 1º de setembro de 2011.
Assinale a alternativa em que a palavra é acentuada pela mesma regra que preceitua o acento em última (l. 20).
a) fácil
b) América
c) saúde
d) vírus
e) virá
➢ Comentários:
A alternativa "B" é a CORRETA.
Devemos indicar o termo que é acentuado pelo mesmo motivo da palavra "última".
Essa palavra é acentuada por ser proparoxítona (cuja sílaba tônica é a antepenúltima). Todas as palavras proparoxítonas devem
ser acentuadas.
Vejamos as opções que temos:
Alternativa "A": fácil
INCORRETA. Palavra acentuada por ser paroxítona terminada em -l. Outros exemplos: ágil, cônsul, réptil, etc.
Alternativa "B": América
CORRETA. Palavra acentuada por ser proparoxítona: A - mé - ri - ca.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Mai2019
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TEORIA SISTEMATIZADA E QUESTÕES PARA OFICIAL DE JUSTIÇA 2019

Alternativa "C": saúde


INCORRETA. Devemos acentuar os hiatos formados por 'i' e 'u' tônicos, acompanhados ou não de 's'. É o caso de "saúde". Outros
exemplos: saída, baú, egoísmo, etc.
ATENÇÃO!!
- Não são acentuados o 'i' e 'u' tônicos acompanhados de 'nh'. Ex: rainha, moinho, etc.
- Nas paroxítonas, não são acentuados quando vierem após ditongo. Ex: feiura, bocaiuva, etc.
Alternativa "D": vírus
INCORRETA. Palavra acentuada por ser paroxítona terminada em -us. Acentuamos as paroxítonas terminadas em -um, -uns e -
us. Ex: fórum, álbum, Vênus, bônus, etc.
Alternativa "E": virá
INCORRETA. Palavra acentuada por ser oxítona terminada em -a(s).
Acentuam-se as oxítonas terminadas em a(s), e(s), o(s), em, ens. Ex: armazém, avó, avô, refém, ninguém, sofá, etc.
29. FAURGS - Guarda de Segurança (TJ RS)/Classe H/2011
Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo.
Há na palavra tolerância algo de condescendente,(a) se não de desdenhoso, que incomoda. Lembrem-se do chiste do poeta
francês Paul Claudel: "Tolerância? Há casas para isso!" Isso diz(b) muito sobre Claudel e sobre a tolerância. Tolerar as opiniões do
outro acaso já não é considerá-las inferiores ou incorretas? À rigor(c), só podemos tolerar aquilo que teríamos o direito(d) de
impedir: se as opiniões são livres, como devem ser, não dependem, pois, da tolerância!(d) Daí(b) (e) um novo paradoxo da
tolerância, que parece invalidar sua noção. Se as liberdades de crença, de opinião, de expressão e de culto são de direito, não
podem ser toleradas, mas simplesmente respeitadas, protegidas, celebradas.
A palavra tolerante, no entanto, impôs-se, na linguagem corrente, para designar a virtude que se opõe ao fanatismo, ao
sectarismo, ao autoritarismo, em suma... à intolerância. Esse uso não me parece desprovido de razão(c): ele reflete, na própria
virtude que a supera, a intolerância de cada um. Em verdade, só se pode tolerar o que se teria(e) o direito de impedir, de condenar,
de proibir. Mas esse direito que nós não temos quase sempre temos a sensação de tê-lo. Não temos razão de pensar o que
pensamos? E, se temos razão, como os outros não estariam errados? E como a verdade poderia aceitar – a não ser por tolerância
– a existência ou a continuidade do erro? O dogmatismo sempre renasce, ele nada mais é que um amor ilusório e egoísta(b) da
verdade. Por isso chamamos de tolerância o que, se fôssemos mais lúcidos(d), mais generosos, mais justos, deveria(a) chamar-se
respeito, de fato, ou simpatia(e) ou amor... Portanto, é a palavra que convém, pois o amor falta, pois a simpatia falta, pois o
respeito falta.
A tolerância – por menos exaltante que seja esta palavra – é, pois, uma solução passável; a espera de melhor(a), isto é, de que os
homens possam se amar ou simplesmente se conhecer e se compreender(c), demo-nos por felizes com que eles comecem a se
suportar.
Adaptado de: COMTE-SPONVILLE, A. Pequeno Tratado das Grandes Virtudes. São Paulo, Martins Fontes, 1999. p.186- 188.
Disponível no site do COMITÊ DA CULTURA DE PAZ: http://www.comitepaz.org.br/comte4.htm
Assinale a alternativa em que todas as palavras têm igual classificação quanto à posição da sílaba tônica.
a) condescendente – deveria – melhor
b) diz – Daí – egoísta
c) rigor – razão – compreender
d) direito – tolerância – lúcidos
e) Daí – teria – simpatia
➢ Comentários:
Gab. C
Devemos indicar as palavras que possuem a mesma classificação quanto à posição da sílaba tônica.
Quanto à sílaba tônica, as palavras classificam-se da seguinte forma:
PROPAROXÍTONA: são aquelas cuja sílaba forte é a antepenúltima. Sempre são acentuadas. Ex: médico, específico, parábola,
antítese, hóspede, romântico, etc.
PAROXÍTONA: são aquelas cuja sílaba tônica é a penúltima. Ex: história, água, difícil, livro, hífen, cadáver, lápis, rainha, pano,
toalha, esfera, cadeira, porta, etc.
OXÍTONA: são aquelas cuja sílaba tônica é a última. Ex: caju, cajá, saci, picolé, português, computador, televisão, etc.
Alternativa "A": condescendente – deveria – melhor
INCORRETA. As palavras "condescendente" e "deveria" são paroxítonas, mas "melhor" é uma palavra oxítona.
Alternativa "B": diz – Daí – egoísta
INCORRETA. A palavra "diz" é um monossílabo tônico, já que é um termo formado por uma única sílaba. A palavra "daí" é oxítona.
A palavra "egoísta" é paroxítona.
Alternativa "C": rigor – razão – compreender
CORRETA. As três palavras acima são OXÍTONAS. Vejamos: ri - gor / ra - zão / com - pre - en - der.
Alternativa "D": direito – tolerância – lúcidos
INCORRETA. As palavras "direito" e "tolerância" são paroxítonas, mas "lúcidos" é um termo proparoxítono.
Alternativa "E": Daí – teria – simpatia
INCORRETA. A palavra "daí" é oxítona. As palavras "teria" e "simpatia" são paroxítonas.

Elaborado por Marcos Kelsch em 21Mai2019


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30. FAURGS - Oficial de Justiça (TJ RS)/Classe PJ-H/2010


Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo.
Recentemente, Helene Hegemann, uma jovem alemã de apenas 17 anos, fez grande sucesso de crítica com seu primeiro romance,
intitulado "Axolotl Roadkill". O problema é que logo se descobriu que longos trechos haviam sido copiados da obra de um autor
menos conhecido. Pois bem, longe de pedir desculpas pelo plágio, a moça afirmou que "não existe originalidade; o que existe é
autenticidade". Ao que um crítico comentou, com razão: "De fato, trata-se de um autêntico roubo".
É evidente que o fato de não haver originalidade absoluta não significa que não haja originalidade relativa ou que esta não possa
em princípio ser conferida. Do contrário, o que justificaria chamar a própria Helene Hegemann de AUTORA de "Axolotl Roadkill"?
Contudo, a falsa tese de que simplesmente não existe originalidade tornou-se trivial nesses tempos de internet e de "cópia e cola",
e é frequentemente invocada, nos Estados Unidos (será diferente no Brasil?), por alunos universitários acusados de plágio. Essas
ideias parecem-me remontar ao ensaio "A Morte do Autor", escrito por Roland Barthes no ano de 1968. "A escritura", lê-se ali, "é
a destruição de toda voz, de toda origem".
O sentido mais legítimo da retórica da "morte do autor" é o de programaticamente afirmar a autonomia do objeto dos estudos
literários - a autonomia do texto - contra a sua redução à psicologia, à história, à filosofia etc. Hegemann se sente capaz de
empregar a mesma retórica para justificar o plágio porque, independentemente das intenções de Barthes, ela, como tantos
outros, apropriou-se de tal figura para os seus próprios fins. Afinal, ele mesmo declarava que "o nascimento do leitor deve pagar-
se com a morte do autor".
De todo modo, ao contrário do que Barthes pretende, não é verdade que o autor seja uma figura moderna, um produto de nossa
sociedade, que, ao emergir da Idade Média, descobriu o prestígio do indivíduo. A figura do autor é indissociável do próprio
emprego da escritura e já se encontra inteiramente definida na Antiguidade Clássica(I). Só as culturas orais primárias não a
conheciam. Assim, é possível, por exemplo, que "Homero" fosse, na cultura oral primária, um nome genérico(I) para determinado
tipo de bardo, porém seria absurdo dizer algo semelhante de poetas líricos(I) como Píndaro, Safo, Teógnis etc.
Normalmente, copiar uma obra ou um trecho de uma obra ipsis litteris, sem nada lhe modificar ou adicionar, e pretender ser o
seu autor é inadmissível em qualquer sociedade letrada, pois não passa de impostura.
Contudo, usar, no interior de uma obra, um texto que, tendo sido escrito por outro autor, seja universalmente conhecido não
constitui plágio, mesmo que a fonte não seja citada. Assim podiam na Antiguidade Clássica ser usados, por exemplo, os poemas
atribuídos(II) a Homero. Assim também podem ser usados os versos "No meio do caminho da nossa vida" e "E agora, José", no
Brasil contemporâneo.
Já copiar uma obra pouco conhecida, como Helene Hegemann fez, é inaceitável(III), pois lesa o seu autor. A bem da verdade, o
crítico francês Roger Caillois admite uma possibilidade legítima de fazê-lo(III). Para ele, sempre se justifica a apropriação de uma
obra medíocre(II), caso o resultado seja uma obra-prima; mas as obras primas são muito raras.
Adaptado de: CÍCERO, A. Originalidade e Plágio. Folha de S. Paulo, sábado, 21/08/2010, p. E12.
Considere as seguintes afirmações sobre acentuação gráfica no texto.
I - A palavra Clássica recebe acento gráfico pela mesma regra de genérico e de líricos.
II - A palavra atribuídos recebe acento gráfico pela mesma regra de medíocre.
III - A palavra inaceitável recebe acento gráfico pela mesma regra de fazê-lo.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
e) I, II e III.
➢ Comentários:
A alternativa "A" é a CORRETA.
Devemos indicar as assertivas CORRETAS sobre acentuação gráfica. Vamos lá?
I - A palavra Clássica recebe acento gráfico pela mesma regra de genérico e de líricos. - CORRETA.
Os três termos são acentuados por serem proparoxítonos. Vejamos:
clás - si - ca
ge - né - ri - co
lí - ri - cos
As palavras proparoxítonas são aquelas cuja sílaba tônica é a antepenúltima. Todas as proparoxítonas são acentuadas.
II - A palavra atribuídos recebe acento gráfico pela mesma regra de medíocre. - INCORRETO.
A palavra "atribuídos" é acentuada por ser um hiato formado por "i" tônico: a - tri - bu - í - dos.. Devemos acentuar os
hiatos formados por 'i' e 'u' tônicos, acompanhados ou não de 's'. Ex: saída, saúde, baú, egoísmo, etc.
A palavra "medíocre" é acentuada por ser proparoxítona: me - dí - o - cre.
III - A palavra inaceitável recebe acento gráfico pela mesma regra de fazê-lo. - INCORRETO.
O termo "inaceitável" é por ser paroxítono terminado em "-l". Outros exemplos: réptil, cônsul, ágil, etc.
O termo "fazê-lo" é acentuado por ser oxítono terminado em e(s).
Acentuam-se as oxítonas terminadas em a(s), e(s), o(s), em, ens: armazém, avó, avô, refém, ninguém, sofá, etc. Nessa regra
enquadram-se as formas verbais oxítonas terminadas em "a", "e" e "o" que se ligam a pronomes oblíquos. Ex: amá-lo, encontrá-
lo, vendê-lo, devolvê-lo, etc.

Elaborado por Marcos Kelsch em 21Mai2019


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TEORIA SISTEMATIZADA E QUESTÕES PARA OFICIAL DE JUSTIÇA 2019

31. FAURGS – OFICIAL DE JUSTIÇA 2010


TEXTO: o mesmo anterior
Considere as palavras abaixo.
1) crítico
2) cópia
3) contrário
4) porém
Caso seus acentos fossem retirados, quais delas passariam a representar formas verbais da língua portuguesa?
a) Apenas 1 e 2.
b) Apenas 1 e 4.
c) Apenas 2 e 4.
d) Apenas 1, 2 e 3.
e) 1, 2, 3 e 4.
➢ Comentários:
A alternativa "E" é a CORRETA.
O enunciado apresenta quatro palavras e pergunta quais delas passariam a representar FORMAS VERBAIS se os acentos fossem
retirados.
1) crítico → Retirando o acento, teremos a forma verbal "critico": 1ª pessoa do singular do verbo "criticar" no presente do
indicativo. Ex: Eu critico os atos de corrupção.
2) cópia → Retirando o acento, teremos a forma verbal "copia": 3ª pessoa do singular do verbo "copiar" no presente do indicativo.
Ex: Maria copia todos os gestos da irmã mais velha.
3) contrário → Retirando o acento, teremos a forma verbal "contrario": 1ª pessoa do singular do verbo "contrariar" no presente
do indicativo. Ex: Não contrario as vontades de minha avó.
4) porém → Retirando o acento, teremos a forma verbal "porem": 3ª pessoa do plural do verbo "pôr" no infinitivo pessoal,
flexionado. Ex: Expliquei as atividades para eles porem em dia. (para que eles ponham)
32. FAURGS - Auditor Público Externo (TCE-RS)/Ciências Contábeis/2007
Com o desenvolvimento atual da capacidade de processamento dos computadores, a modelagem matemática e a simulação
tornaram-se, em muitas áreas, substitutos virtuais da teorização e da experimentação da ciência tradicional. Na pesquisa científica
sobre sistemas de alta complexidade e que ______ amplas escalas espaço-temporais, a modelagem e a simulação tornaram-se
ferramentas essenciais. Modelagem é a representação por equações matemáticas das relações entre as variáveis relevantes para
descrição do problema em foco, como população, tempo, etc. O estudo de epidemias ou pandemias é um desses casos: a
construção de modelos matemático -computacionais extremamente complexos ______ lidar com todos os fatores determinantes
do espalhamento de uma doença. Para cada doença, diferentes fatores devem ser considerados, e o modelo precisa incluir
especificidades das localidades e das populações por onde a doença se espalha.
Doenças infecciosas, como a gripe, se ______ pelas mesmas vias por que as pessoas transitam. Para entender seu espalhamento,
precisamos compreender a movimentação das populações humanas. Cada indivíduo realiza rotineiramente uma série de
deslocamentos associados com suas atividades principais: movimentos entre sua residência e seu local de trabalho, áreas de lazer,
locais de estudo, etc. A partir do detalhamento da área geográfica de interesse e dos dados sobre fluxo populacional nessa área,
podem ser construídos modelos preditivos que antecipem os cenários mais prováveis de espalhamento de uma doença.
No programa de Computação Científica da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), os autores e sua equipe desenvolveram um sistema
de construção de modelos epidemiológicos que visa a reduzir o tempo entre a constatação de uma nova situação epidemiológica
no Brasil e a geração e análise de cenários de espalhamento para a doença em questão. Esse programa permite que a FIOCRUZ
desenvolva atualmente simulações de possíveis cenários futuros em uma pandemia de gripe.
Adaptado de: CODEÇO, Claudia Torres; COELHO, Flávio Codeço. Modelando epidemias. Ciência Hoje, v. 38, n. 224, p. 30.
Considere as seguintes afirmações sobre acentuação gráfica.
I - A palavra ciência recebe acento gráfico pela mesma regra que preceitua o uso do acento em indivíduo e cenários.
II - A palavra construídos é acentuada pela mesma regra que exige o uso do acento em variáveis.
III - A retirada do acento gráfico de análise acarretaria o surgimento de outra palavra da língua portuguesa.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e III.
e) I, II e III.
➢ Comentários:
Gabarito: LETRA D.
Considere as seguintes afirmações sobre acentuação gráfica.
I - A palavra ciência recebe acento gráfico pela mesma regra que preceitua o uso do acento em indivíduo e cenários. == Correta.
Realmente, a palavra ciência recebe acento gráfico pela mesma regra que preceitua o uso do acento em indivíduo e cenários.
Essas três palavras são acentuadas conforme a seguinte regra: acentuam-se os vocábulos paroxítonos terminados em
ditongo. Exemplos: órfão, vôlei, sótão, anáguas, ciência, indivíduos, cenários.
II - A palavra construídos é acentuada pela mesma regra que exige o uso do acento em variáveis. == Errada.
Essas palavras são acentuadas com base em regras diferentes...
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Mai2019
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TEORIA SISTEMATIZADA E QUESTÕES PARA OFICIAL DE JUSTIÇA 2019

Vejamos a regra que autoriza a acentuação do termo "construídos": acentuam-se o "i" e "u" tônicos quando formam hiato com a
vogal anterior, estando eles sozinhos na sílaba ou acompanhados apenas de "s", desde que não sejam seguidos
por "nh". Exemplos: sa-í-da, sa-ú-de, po-lu-í-do, mo-í-do, pa-ís, ru-í-na, pa-í-ses, vi-ú-vo, e-go-ís-mo etc.
Vejamos a regra que autoriza a acentuação do termo "variáveis": acentuam-se os vocábulos paroxítonos terminados em
ditongo. Exemplos: órfão, vôlei, sótão, anáguas, ciência, indivíduos, cenários.
III - A retirada do acento gráfico de análise acarretaria o surgimento de outra palavra da língua portuguesa. == Correta.
Realmente, a retirada do acento gráfico de análise acarretaria o surgimento de outra palavra da língua portuguesa.
O termo "análise" é substantivo e significa "exame", "apreciação". Exemplo: hoje farei a análise dos projetos.
Já a palavra "analise" consiste no verbo analisar conjugado na 3ª pessoa do singular do imperativo afirmativo. Exemplo: por
favor, analise os documentos que enviei.
Dessa forma, estão corretas apenas as afirmações I e III.
33. FAURGS - Auditor-Fiscal da Receita Estadual (SEFAZ RS)/2006
A questão refere-se ao texto abaixo.
Aeroporto para alienígena, sinalização de chifre de boi, multa para motorista morto no trânsito... O que explica o fato de nossos
legisladores perderem tempo com leis desse nível(a)?
Quando o assunto é(b) lei absurda, o primeiro país(b) que vem .......... mente são os Estados Unidos, onde já se legislou a respeito
da proibição de pescar montado em uma girafa (!) ou de ser preso num domingo ou feriado de 4 de julho - curiosamente,
ninguém(c) determinou que nessas datas os delitos estariam suspensos. Mas por aqui as coisas não são muito diferentes.
O texto do "novo" Código(a) de Trânsito (de 1998) precisou ser alterado de última(a) hora porque um de seus artigos, o que
estipulava multa aos motoristas envolvidos em acidente de trânsito que se recusassem a realizar exame de teor alcoólico(d), punia
inclusive os mortos. Em Barra do Garças, Mato Grosso, o ex-prefeito e ex-governador do Estado Wilmar Peres de Farias (PPS)
chegou a propor .......... construção de um aeroporto para discos voadores na cidade. E que tal o projeto de lei de José Filho (sem
partido), quando vereador de Quixeramobim, Ceará(b), exigindo que caudas de animais fossem pintadas de amarelo fluorescente
a fim de evitar atropelamentos? Melhor que isso só um colega de Câmara que apresentou uma emenda determinando também a
"sinalização" em chifres, cascos e orelhas. Isso sem mencionar os incontáveis projetos de lei que mudam nomes de ruas, escolas,
aeroportos etc., ou estipulam datas comemorativas, como o Dia do Vaqueiro, o Dia da Oração, o Dia do Karatê.
A pergunta que fica é: será que os legisladores não têm(c) mais o que fazer? ISTOÉ Online ouviu cientistas políticos(d) em busca
desta resposta. Foram levantadas pelo menos três(c) razões.
Uma primeira resposta possível(d) aos projetos de lei que, no mínimo, soam estranhos é o acerto de contas do político com seu
eleitorado. "O voto no Brasil é personalizado. Para conseguir se eleger, um deputado certamente estabeleceu vínculos com
eleitores de determinada região, determinado grupo econômico, determinada profissão. E tem que retribuir o apoio. É a regra do
jogo", afirma o cientista político Carlos Ranulfo, professor da UFMG.
Outro ponto a ser analisado é a cultura do "mostrar serviço" que se instalou no País. A opinião pública, motivada pela imprensa,
criou a impressão de que legislador que não apresenta projeto é incompetente. O consultor político Murillo Aragão alerta que tal
análise é superficial: "Tancredo Neves foi um dos parlamentares mais influentes da história(e) da política brasileira e raramente
fazia discurso, quase nunca apresentava projeto de lei".
David Fleischer, professor da Universidade de Brasília, acrescenta mais um ingrediente .......... receita que resulta em propostas
estapafúrdias(e): a falta de conhecimento da Constituição, tanto por parte dos legisladores quanto por parte do eleitorado. "Em
princípio(e) , as Comissões de Constituição e Justiça do Senado e da Câmara têm assessores em direito constitucional que podem
flagrar e barrar as ideias que fogem .......... Constituição. Já nas Assembleias Legislativas e Câmaras de Vereadores é mais difícil ter
esse serviço, principalmente em municípios pequenos", explica.
Ao eleitor também sobra sua parcela de culpa. Afinal, não dá para acreditar em prefeito que promete aumentar o salário mínimo.
É engraçado como os eleitores desqualificam os representantes e esquecem que todos eles, sem exceção, estão ali porque
votamos neles.
Adaptado de: Boscoli, Cláudia Zucare. Cuidado, isso pode virar lei. Isto é, 05/07/2006. http://www.istoe.com.br.
Assinale a alternativa na qual os vocábulos são todos acentuados graficamente pela mesma razão.
a) nível - última - Código
b) é - País - Ceará
c) ninguém - têm - três
d) alcoólico - políticos - possível
e) história - estapafúrdias - princípio
➢ Comentários:
Gabarito: LETRA E.
Somente na letra E os vocábulos são todos acentuados graficamente pela mesma razão. As
palavras história, estapafúrdias e princípio são acentuadas com base na seguinte regra: acentuam-se as paroxítonas terminadas
em ditongo. Ex.: órgão(s), disponíveis, médio, história, estapafúrdias, princípio, contemporâneo(s), desperdício(s), cárie(s)...
Em cada uma das demais alternativas, as palavras não são acentuadas com base na mesma regra. Analisemos:
Letra A: as palavras última e código são acentuadas por se tratarem de palavras proparoxítonas. A regra é clara: todas as palavras
proparoxítonas devem ser acentuadas. Ex.: química, artístico, elétrico, mecânico, física, ótimo, rápido...
No entanto, a palavra "nível" é acentuada pela seguinte regra: acentuam-se as paroxítonas terminadas em -l. Ex.: fácil, lamentável,
nível, fusível, difícil...
Letra B: cada palavra é acentuada por um motivo diferente. O termo "é" recebe acento por ser um monossílabo tônico terminado
em "e", assim como "pé", "dê" e "fé".
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Mai2019
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TEORIA SISTEMATIZADA E QUESTÕES PARA OFICIAL DE JUSTIÇA 2019

Já a palavra "país" é acentuada com base na regra dos "i" e "u" tônicos: acentuam-se o "i" e "u" tônicos quando formam hiato
com a vogal anterior, estando eles sozinhos na sílaba ou acompanhados apenas de "s", desde que não sejam seguidos
por "nh". Exemplos: sa-í-da, sa-ú-de, ba-ú, mo-í-do, pa-ís, ru-í-na, pa-í-ses, vi-ú-vo, e-go-ís-mo etc.
O vocábulo "Ceará", por sua vez, é acentuado em virtude da seguinte regra: acentuam-se as oxítonas terminadas em -a(s), -e(s),
-o(s), -em, -ens. Ex.: sofá(s), paletó(s), bambolê(s), bongô(s), ninguém, vinténs...
Letra C: cada palavra é acentuada por um motivo diferente. O vocábulo "ninguém" é acentuado em virtude da seguinte
regra: acentuam-se as oxítonas terminadas em -a(s), -e(s), -o(s), -em, -ens. Ex.: sofá(s), paletó(s), bambolê(s), bongô(s), ninguém,
vinténs...
A palavra "têm" recebe acento para indicar que está no plural, diferenciando-se da forma singular "tem". No contexto, o
verbo ter está no plural (com o acento diferencial) para concordar com seu sujeito, a expressão "os legisladores".
Já o termo "três" recebe acento por ser um monossílabo tônico terminado em "e" (seguido de S), assim como "pé", "dê" e "fé".
Letra D: as palavras alcoólico e políticos são acentuadas por se tratarem de palavras proparoxítonas. A regra é clara: todas as
palavras proparoxítonas devem ser acentuadas. Ex.: química, artístico, elétrico, mecânico, física, ótimo, rápido...
No entanto, a palavra "possível" é acentuada pela seguinte regra: acentuam-se as paroxítonas terminadas em -l. Ex.:
fácil, lamentável, nível, fusível, difícil...
34. FAURGS - Auditor-Fiscal da Receita Estadual (SEFAZ RS)/2006
A questão refere-se ao texto abaixo.
"Contra Alfred Dreyfus nenhuma acusação subsiste." Com essa declaração, a Corte francesa encerrou, em 12 de julho de 1906,
um dos mais rumorosos casos judiciais da história moderna. O "affaire Dreyfus", como ficou conhecido, transformou-se num
divisor de águas, numa crise de consciência de grandes proporções.
Em 1894, o capitão de artilharia Alfred Dreyfus foi acusado de passar segredos militares franceses(II) à Embaixada alemã em Paris.
Dreyfus era judeu, e a denúncia logo gerou ruidosas manifestações antisemitas. Intimidado por elas, o alto comando militar
francês levou o capitão à corte marcial. As evidências eram contraditórias, para dizer o mínimo, mas mesmo assim o tribunal
acabou condenando Dreyfus por alta traição. O militar foi deportado para a Ilha do Diabo, na Guiana Francesa, um lugar que,
pelas terríveis condições, fazia jus ao sinistro nome, e lá ficou por quase cinco anos.
Nesse meio tempo, assumiu o novo chefe da contra-espionagem, o tenente-coronel Georges Picquard, que prosseguiu a
investigação e descobriu o verdadeiro espião, o major Ferdinand Esterhazy. Os superiores de Picquard disseram que não
maculariam ainda mais a imagem do Exército(III) com um novo julgamento. Picquard protestou e foi, por sua vez, preso.
A condenação de Dreyfus desencadeou uma onda de protestos que culminaram na famosa carta aberta do escritor Émile Zola ao
presidente Félix Faure, publicada em 13/01/1898 no jornal "L'Aurore", ..... que o jornalista e político Georges Clemenceau deu o
título ..... qual até(I) hoje é(I) conhecida: "J'Accuse", eu acuso. Em setembro de 1899, o presidente da França ofereceu a Dreyfus
o perdão judicial, que ele recusou. Finalmente veio a reabilitação e a indenização moral sob a forma da Legião de Honra.
Poucos eventos tiveram tamanha repercussão quanto o caso Dreyfus. De um lado, ficou ..... a força do anti-semitismo, mesmo
num país culto e refinado como a França, berço de uma revolução que supostamente consagrou a liberdade, a igualdade e a
fraternidade. De outra parte, diante dessa maré de intolerância, a esquerda e os liberais se deram conta ..... não poderiam ficar
calados e inermes. Alguém precisava funcionar como intérprete da realidade sociopolítica e cultural, como voz da consciência.
Surgia assim o intelectual. A palavra, aparentemente, não existia antes do caso Dreyfus. Sua criação é atribuída ora a Clemenceau,
ora ao direitista Maurice Barrès, que a usou para referir-se ironicamente aos signatários(III) de um manifesto lançado em defesa
de Dreyfus.
Adaptado de: SCLIAR, M. A consciência de uma nação. Folha de São Paulo. Mais! 25 de junho de 2006.
Em relação à acentuação de palavras do texto, considere as afirmações a seguir.
I. Os vocábulos até e é são acentuados graficamente pela regra dos monossílabos tônicos.
II. A forma franceses, formada a partir de francês, não é acentuada graficamente já que, apesar de terminada em es, não é oxítona.
III. Os vocábulos Exército e signatários podem ambos ser considerados proparoxítonos.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas I e II.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.
➢ Comentários:
Gabarito: LETRA D.
Em relação à acentuação de palavras do texto, considere as afirmações a seguir.
I. Os vocábulos até e é são acentuados graficamente pela regra dos monossílabos tônicos. == Errada.
Somente a palavra "é" é monossílaba, pois apresenta somente uma sílaba. A palavra "até", por sua vez, é dissílaba, pois apresenta
duas sílabas.
A palavra "é" é acentuada com base na seguinte regra: acentuam-se as monossílabas tônicas terminadas em -a(s), -e(s), -
o(s). Ex.: má(s), já, é, dê, vê, trás, pé(s), mês, só(s), pôs...
A palavra "até" é acentuada com base na seguinte regra: acentuam-se as oxítonas terminadas em -a(s), -e(s), -o(s), -em, -ens.
Ex.: sofá(s), até, bambolê(s), bongô(s), ninguém, vinténs...
II. A forma franceses, formada a partir de francês, não é acentuada graficamente já que, apesar de terminada em es, não é
oxítona. == Correta.

Elaborado por Marcos Kelsch em 21Mai2019


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TEORIA SISTEMATIZADA E QUESTÕES PARA OFICIAL DE JUSTIÇA 2019

É exatamente assim. A palavra "francês" é acentuada por ser uma oxítona terminada em "e" seguido de S. A regra é
clara: acentuam-se as oxítonas terminadas em -a(s), -e(s), -o(s), -em, -ens. Ex.: sofá(s), até, bambolê(s), bongô(s), ninguém,
vinténs...
A palavra "franceses", por sua vez, é uma paroxítona terminada em "es". Paroxítonas terminadas em "es" NÃO devem ser
acentuadas. Exemplos: vozes, peles, franceses, camponeses... Já as oxítonas terminadas em "es" devem ser acentuadas: rolês,
vocês, cortês, francês...
Portanto, o item está perfeito. A forma franceses, formada a partir de francês, não é acentuada graficamente já que, apesar de
terminada em es, não é oxítona. Como vimos acima, ela é paroxítona, não se encaixando na regra das oxítonas.
III. Os vocábulos Exército e signatários podem ambos ser considerados proparoxítonos. == Correta.
Indiscutivelmente, a palavra "exército" é proparoxítona, pois sua sílaba tônica é a antepenúltima.
Dessa forma, o item está corretíssimo ao afirmar que os vocábulos Exército e signatários podem ambos ser considerados
proparoxítonos.
35. FAURGS - Auxiliar (UFCSPA)/Veterinária e Zootecnia/2018
Pampas Safari: MP de Gravataí investigará necessidade de abate de animais por tuberculose.
A Promotoria de Justiça de Defesa Comunitária de Gravataí instaurou inquérito civil para apurar possíveis irregularidades no
Pampas Safari. Conforme informações veiculadas na imprensa e nas redes sociais, o tradicional parque de animais selvagens,
localizado no Km 11 da RS-020, estaria prestes ___ abater cerca de 300 cervos selvagens que estariam infectados por
tuberculose. O abate seria necessário já que ___ doença representaria riscos para os outros animais do próprio Pampas Safari
e também para os humanos. Além de ter acompanhado a fiscalização realizada na última semana pela Fundação de Meio
Ambiente de Gravataí, a promotoria de Justiça já ouviu veterinários envolvidos na questão e solicitou documentos ao Ibama.
As informações são contraditórias sobre o surto de tuberculose entre os animais do parque, uma vez que foi constatado que
o local onde estão os cervos selvagens é protegido por telas, e alguns depoimentos indicam que os animais não estariam
infectados. Fundado ___ 30 anos, o Pampas Safari possui uma área de 300 hectares, no Km 11 da RS-020, entre Gravataí e
Cachoeirinha. Conforme entidades ambientalistas, cerca de dois mil animais sobrevivem no local. O Pampas Safari está fechado
para visitações desde novembro do ano passado e em processo de encerramento.
Texto adaptado. Disponível em https://www.mprs.mp.br/noticias/ 45032/. Acessado em 16 de janeiro de 2018.
Considere as seguintes afirmações sobre a causa do emprego da letra h constante nas palavras humanos, acompanhado e
hectares, respectivamente.
I - Na palavra humanos, o emprego deve-se pela falta de som desse segmento nessa palavra.
II - Na palavra acompanhado, o emprego deve-se pela formação de um dígrafo.
III - Na palavra hectares, o emprego deve-se por questão etimológica.
Quais são verdadeiras?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
e) Apenas II e III.
➢ Comentários:
Gabarito: Letra E.
Questão sobre fonética/ortografia. Vejamos as afirmativas.
I. Errada. A palavra "humano" é proveniente do latim vulgar "humanus" (conforme Dicionário Etimológico da Língua
Portuguesa, editora Nova Fronteira, de Antônio Geraldo da Cunha). Tem-se, portanto, o emprego da letra "h" por razões
etimológicas.
II. Certa. No vocábulo "acompanhado", o grupamento "nh" configura um dígrafo consonantal. Vale destacar ainda que, nessa
palavra, também ocorre dígrafo vocálico em "acompanhado".
III. Certa. A palavra "hectare" provém da forma grega "hecto", indicando ideia de "cem". Novamente, portanto, temos o
emprego da letra "h" por questão etimológica.
36. FAURGS - Assistente em Administração (UFRGS)/2018
Assistente Administrativo: o que faz e quanto ganha?
[...] No Brasil, no exato momento da publicação deste artigo, são mais de 4.500 vagas de emprego para Assistentes
Administrativos apenas anunciadas no site da Catho, nas mais diversas áreas. É possível trabalhar como assistente tanto no
setor hoteleiro como no setor industrial(a) ou agropecuário. Com o aumento da automatização em todos os campos de
trabalho e a necessidade cada vez maior de controlar dados e usá-los para otimizar resultados e reduzir custos, o Assistente
Administrativo(b) ____ tido cada vez mais espaço no mercado.
[...] Um assistente de uma grande empresa costuma atuar em funções mais específicas, como só Input de dados ou só emissão
e lançamentos de notas fiscais, enquanto que um assistente de uma pequena empresa geralmente acaba acumulando mais
atividades na sua rotina, podendo atuar desde na organização de todos os arquivos e documentos até na emissão e no
lançamento de notas e, muitas vezes, chegando ao atendimento ao cliente.
A formação mínima exigida na maioria das empresas é o Ensino Médio completo, mas sai na frente quem já está em busca de
uma formação superior, fala inglês e ____ bons conhecimentos em informática (principalmente no pacote Office).
Entre as habilidades mais importantes, o perfil do Assistente Administrativo necessita de capacidade de concentração(c), boa
administração do tempo, organização, autonomia, dinamismo, boa comunicação e bom desempenho(d) para checagem(e) e
conferência de informações.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Mai2019
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TEORIA SISTEMATIZADA E QUESTÕES PARA OFICIAL DE JUSTIÇA 2019

O mercado de trabalho é bastante favorável, já que praticamente todas as empresas, desde multinacionais até microempresas,
____ de pessoas que executem essas funções.
O salário de um Assistente Administrativo no Brasil vai, em média, de R$ 1.105,23 até R$ 2.783,59, variando de acordo com o
tamanho da empresa, o nível do cargo (JR, PL, SR) e a região do Brasil.
Adaptado de: http://www.administradores.com.br/artigos/ carreira/assistente-administrativo-
o-que-faz-equanto- ganha/104725/. Acesso em 12 de fevereiro de 2018.
Sobre a relação entre pronúncia e escrita, assinale a alternativa em que a palavra apresenta, na pronúncia coloquial, o
acréscimo de um fonema.
a) industrial.
b) Administrativo.
c) concentração.
d) desempenho.
e) checagem.
➢ Comentários:
Gabarito: Letra B.
Na linguagem adloquial (culta, padrão), o vocábulo "Administrativo" é grafado com o prefixo "ad", em que a consoante
linguodental "d" é muda (não acompanhada de vogal).
Na linguagem coloquial, entretanto, é frequente o acréscimo da vogal "i" (fonema /i/ ), resultando na escrita "adiministrativo".
Nas demais palavras - "industrial", "concentração", "desempenho" e "checagem" - , não há acréscimo de fonema.
37. FAURGS - Programador (TJ RS)/Classe M/2018
Já não dá mais para escapar: é Carnaval, a festa dos tímidos. Foi Rubem Braga quem cunhou a expressão, e ele se assombrava
diante da conversão dos rapazotes e raparigas recatados do cotidiano em alegres piratas, marinheiros e havaianas na avenida.
Não sei se o paralelo, contudo, é possível. O mundo mudou. Com a proliferação das redes sociais, parece que não sobraram
recatados, aliás. Expõem-se ali todos – criam suas fantasias e nelas investem, dia após dia, desfilando não de pirata, mas de
hipster, intelectual, sensível, engajado, despreocupado, desconstruído, pós-moderno, bacanudo.
Na avenida ou nas telas, é tudo fantasia. Na essência, o homem é o mesmo: um medroso. Massacrado pelo entorno,
assoberbado pela vida, o homem só quer uma trégua dos problemas, de tempos em tempos; esquecer os balanços e
mensalidades para flertar, pular e se embebedar.
Sempre gostei de ver o Carnaval dos outros, mas até para a festa dos tímidos eu era tímido demais, então nunca tive o costume
de pular em bloquinho ou blocão. Antes, eu me deliciava com a transformação das gentes. Vendo dois milhões de foliões no
Baixo Augusta, demorei a entender, entretanto, o que incomodava naquele início de Carnaval, em São Paulo.
Era o carnaselfie. O Carnaval sem transgressão – não dos outros, não dos corpos, porque isso só disfarça uma violência
intolerável. Não a transgressão que perturba as meninas que não querem contato, ou os lojistas que não querem vandalismo,
ou os moradores que têm horror à sujeira brotando em suas calçadas. Era o Carnaval sem transgressão subjetiva, de si. Sem
subverter a si próprio para alegrar o mundo com a versão mais alegre e autêntica de si.
Nas ruas, os foliões saltitam com o celular nas mãos e enchem suas redes sociais de fotos, posam uma felicidade em ângulo-
plongée atentos aos detalhes de luz, enquadramento, likes e shares. Tudo para sair, mesmo no sagrado ridículo do momento,
bacana na foto.
A folia é regrada não por pais e mães, que há muito desistiram de censurar a festa. Os regulamentos do novo Carnaval são as
novas regras da cinematografia.
Adaptado de: ESSENFELDER, Renato. Em tempos de carnaselfie, ninguém quer parecer ridículo. Estado de São Paulo, São Paulo,
12 de fevereiro de 2018. Disponível em http://emais.estadao.com.br/blogs/renato-essenfel-der/em-tempos-de-carnaselfie-
ninguem-quer-parecer-ridi-culo/. Acesso em 12/05/2018.
Qual das alternativas abaixo apresenta a mesma pronúncia para os três elementos sublinhados?
a) assombrava – Expõem-se – desistiram
b) pular – próprio – regrada
c) intolerável – muito – ridículo
d) transgressão – posam – são
e) enquadramento – para – censurar
➢ Comentários:
GABARITO LETRA E
LETRA "A"-ERRADA: assombrava – Expõem-se – desistiram
Nas palavras assombrava e expõem-se, as letras destacadas fazem o som de S. Já na palavra desistiram, a letra destacada
expressa o som de Z.
LETRA "B"-ERRADA: pular – próprio – regrada
Nas palavras pular e regrada, o r destacado é pronunciado na parte posterior (no fundo) da garganta. Já na palavra próprio,
essa letra é pronunciada pela vibração da língua na parte anterior (na frente) do céu da boca.
LETRA "C"-ERRADA: intolerável – muito – ridículo
Nas palavras intolerável e muito, o i destacado faz som nasal (~i). Já na palavra ridículo, o i destacado faz som não nasal.
LETRA "D"-ERRADA: transgressão – posam – são
Nas palavras posam e são, as letras destacadas fazem som de ãu. Já na palavra transgressão, as letras destacadas fazem som
de ã.
LETRA "E"-CORRETA: enquadramento – para – censurar
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Mai2019
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TEORIA SISTEMATIZADA E QUESTÕES PARA OFICIAL DE JUSTIÇA 2019

Em todas as palavras, o r destacado é pronunciado por meio da vibração da língua na parte anterior (na frente) do céu da boca.
38. FAURGS - Técnico Judiciário (TJ RS)/Judiciária e Administrativa/2017
O homem é o animal que lembra. Podemos dizer isso tendo em conta que não haveria, de um modo geral, a cultura, sem o
trabalho da memória. Definir o que é a memória, porém, não é fácil. Os cientistas tentam explicá-la afirmando seu
funcionamento físico-químico em nível cerebral. Os historiadores criam suas condições gráficas por meio de documentos e
provas, definem, com isso, uma linguagem compreensível sobre o que ela seja: o que podemos chamar de “campo da
memória”. Os artistas e escritores tentam invocar seus subterrâneos, aquilo que, mesmo sem sabermos, constitui nosso
substrato imagético e simbólico. Mas o que é a memória para cada um de nós que, em tempos de excesso de informação, de
estilhaçamento de sentidos, experimenta o fluxo competitivo do cotidiano, a rapidez da vida, como se ela não nos pertencesse?
Como fazemos a experiência coletiva e individual da memória? É possível lembrar? Lembrar o quê? Devemos lembrar? Se esta
pergunta é possível, a contrária também tem validade: haverá algo que devamos esquecer?
A memória é um enigma. Para os antigos gregos, Mnemósyne era a deusa da memória, a mãe das nove musas que inspiravam
os poetas, os músicos, os bailarinos. Seu simbolismo define que a memória precisa ser criada pelas artes. Numa civilização oral
como foi a grega, nada mais compreensível do que uma divinização da memória. A memória é a mãe das artes, tanto quanto
nelas se reproduz, por meio delas é que mantém sua existência. Por isso, ela presidia a poesia, permitindo ao poeta saber e
dizer o que os humanos comuns não sabiam. Que a memória seja mãe das musas significa que a lembrança é a mãe da
criatividade. Mas de que lembrança se está tratando?
Para além da mitologia, na filosofia, distinguiam-se dois modos de rememoração: Mneme, espécie de arquivo disponível que
se pode acessar a qualquer momento, e Anamnese ou a memória que está guardada em cada um e que pode ser recuperada
com certo esforço. A primeira envolve um registro consciente, enquanto a segunda manifesta o que há de inconsciente na
produção de nossas vidas, ou seja, o que nos constitui sem que tenhamos percebido que nos aconteceu, que se forjou por
nossa própria obra.
Adaptado de: TIBURI, Marcia. Lembrar é essencial. Revista Vida Simples, março de 2007. Disponível em:
http://www.marciatiburi.com.br/textos/lembrar.htm. Acesso em 3 de agosto de 2017.
Considere as seguintes afirmações sobre a relação entre sons, pronúncia e grafia.
I - Apresentam ditongo nasal as palavras homem, criam e antigos.
II - Apresentam ditongo oral nas suas formas plurais as palavras animal, fácil e nível.
III - Apresentam encontro consonantal as palavras excesso, estilhaçamento e fluxo.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
e) Apenas I e III.
➢ Comentários:
Gabarito: Letra B.
I. Errada. Nas palavras "homem" e "criam" há ditongos nasais, identificáveis por meio das respectivas transcrições fonéticas:
homem : / o m ~e i /
criam : / k r i ã w /
No vocábulo "antigo", entretanto, não há ditongo nasal, e sim dígrafo vocálico:
antigo : / ã t i g u /
Logo, a afirmação está errada.
II. Certa. Os plurais respectivos das palavras "animal", "fácil" e "nível" são "animais", "fáceis" e "níveis", em que os ditongos
assinalados são orais. Assim, está correta a afirmação do examinador.
III. Errada. A palavra "excesso" não contém encontro consonantal, e sim dois dígrafos: excesso. Já as palavras "estilhaçamento"
e "fluxo" contêm encontros consonantais, valendo destacar que:
- em "estilhaçamento", há o dígrafo consonantal "lh" e o dígrafo vocálico "en"; e
- em "fluxo", há um dífono (a letra [x] representa o som /ks/ ).
39. FAURGS - Auxiliar (UFRGS)/Saúde/2016
A alternativa que apresenta a palavra em que há o emprego de duas letras para a representação gráfica de um só som é
a) sofrível.
b) chinelo.
c) ficção.
d) táxi.
e) espírito.
➢ Comentários:
Gabarito: LETRA B.
A questão quer saber qual a alternativa que apresenta dígrafo... Dígrafo é o encontro de duas letras que, ao serem
pronunciadas, emitem um único som, um único fonema. Há dois tipos de dígrafo:
• consonantais: gu, qu, ch, lh, nh, rr, ss, sc, sç, xc, xs. Ex.: guerreiro, queda, chave, ilha, lhama, nhoque,
arrastão, nessa, descendente, cresça, excitado, exsudar.
• vocálicos ou nasais: a, e, i, o, u seguidos de m ou n na mesma sílaba
(!) Ex.: campo, anta/empresa, entrada/imbatível, caindo/ombro,onda/umbigo, untar.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Mai2019
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Dessa forma, a letra B é a alternativa que apresenta dígrafo. Note que as letras CH têm um único som, que se confunde com
o som do X.
40. FAURGS - Assistente (HCPA)/Administrativo/2015
O potencial do português brasileiro como língua internacional
Nos últimos anos, tenho visitado diversos países onde se ensina a língua portuguesa: Argentina, Uruguai, México, Colômbia,
Itália e agora estou aqui na Finlândia. Em todos esses lugares, esses convites foram motivados pela enorme dificuldade que as
s e os professores _____ de fazer valorizar o português brasileiro como língua digna de ser ensinada a estrangeiros. A
Universidade Nacional Autônoma do México, por exemplo, é o lugar no mundo onde mais se estuda português, e seria mais
do que natural imaginar que, estando na América Latina, o interesse dos mexicanos deveria ser pelo português brasileiro – e
é. Só que nessa mesma universidade o Instituto Camões ocupa um andar inteiro do centro de estudos de línguas estrangeiras,
envia professores e material didático, além de oferecer estágios em Portugal para os estudantes. O Brasil... nada.
Aliás, os dados comparativos são eloquentes: o governo português ___ 1.691 docentes de língua no exterior, atua em 72 países
e está presente em 300 universidades mundo afora. Já o nosso Ministério das Relações Exteriores é responsável somente por
40 leitorados e 24 centros de estudos brasileiros. A postura do Itamaraty parece ser a seguinte: se já estão lá os portugueses,
nós não precisamos estar também. Essa diferença de números é ainda mais surpreendente quando comparamos Brasil e
Portugal em termos de importância geopolítica e econômica. O Brasil participa de um grupo chamado BRICS, que ___ as
chamadas “potências emergentes”, ou seja, Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Portugal, infelizmente, é incluído num
grupo pejorativamente chamado de PIIGS (Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha.), os países que mais ___ sofrido com a
grave crise econômica iniciada em 2008.
Adaptado de: “O potencial do português brasileiro como língua internacional”, de Marcos Bagno (https://marcosbagno.
files.wordpress.com/2014/11/o-potencial-do-portuguecc82s- brasileiro-como-licc81ngua-internacional.pdf). Acessado em 11
de abril de 2015.
Assinale a alternativa que apresenta apenas exemplos de dígrafos consonantais de palavras retiradas do texto.
a) português – interesse – seguinte.
b) México – esses – pejorativamente
c) eloquentes – nosso – China
d) professores – oferecer – chamadas
e) estrangeiras – universidades – surpreendente
➢ Comentários:
A alternativa que apresenta apenas exemplos de dígrafos consonantais de palavras retiradas do texto corresponde à letra
A: português – interesse – seguinte.
Ocorre dígrafo quando escrevemos duas letras para representar apenas um fonema: quilo - /k/; pássaro; carro etc. Podemos
dividi-los em grupos:
1. Consonantais = a base (primeira letra) é uma consoante. Ex.: China, milho, venho, descendente, cresça,
excesso, exsudar (suar, transpirar), questão, guerra.
2. Vocálicos = a base (primeira letra) é uma vogal. Ex.: campo, canto, sempre, tento, limpo, fim, bombom, íon,
sunga, álbum.

41. FAURGS 2015


➔ Mesmo texto anterior
Assinale a alternativa que apresenta, correta e respectivamente, a separação silábica das palavras Uruguai, brasileiro, digna e
surpreendente.
a) U-ru-guai \ bra-si-lei-ro \ dig-na \ sur-pre-en-den-te.
b) U-ru-gu-ai \ bra-si-lei-ro \ di-gna \ sur-pre-en-den-te.
c) U-ru-gu-a-i \ bra-si-le-i-ro \ dig-na \ sur-preenden- te.
d) U-ru-gu-ai \ bra-si-le-i-ro \ dig-na \ sur-preen-den-te.
e) U-ru-guai \ bra-si-lei-ro \ di-gna \ sur-preen-den-te.
➢ Comentários:
A alternativa que apresenta, correta e respectivamente, a separação silábica das palavras Uruguai, brasileiro,
digna e surpreendente corresponde à letra A. Vejamos o porquê:
• Uruguai: U-ru-guai = o tritongos são inseparáveis, permanecem na mesma sílaba;
• brasileiro: bra-si-lei-ro = os ditongos também são inseparáveis, permanecendo na mesma sílaba;
• digna: dig-na = a vogal atrai a consoante, pois não há outra vogal depois desta (compare com di-ga, por
exemplo);
• surpreendente: sur-pre-en-den-te = vogais idênticas ficam em sílabas distintas.
42. FAURGS 2015:
De ressaca
Hoje, existem pílulas milagrosas, mas eu ainda sou do tempo das grandes ressacas. As bebedeiras de antigamente eram mais
dignas, porque você as tomava sabendo que no dia seguinte estaria no inferno. Além de saúde, era preciso coragem. As novas
gerações não conhecem ressaca, o que talvez explique a falência dos velhos valores. A ressaca era ____ prova de que a
retribuição divina existe e de que nenhum prazer ficará sem castigo.
Cada porre era um desafio ao céu e às suas feras. E elas vinham: Náusea, Azia, Dor de Cabeça, Dúvidas Existenciais. Hoje, as
bebedeiras não têm a mesma grandeza. São inconsequentes, literalmente. Não é que eu fosse um bêbado, mas me lembro de
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Mai2019
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todos os sábados de minha adolescência como uma luta desigual entre a cuba-libre e o meu instinto de autopreservação. A
cuba-libre ganhava sempre. Já dos domingos me lembro de muito pouco, salvo a tontura e o desejo de morte.
Tentava-se de tudo para evitar a ressaca. Eu preferia um Alka-Seltzer e duas aspirinas antes de dormir. Mas no estado em que
chegava nem sempre conseguia completar a operação. _____ dissolvia as aspirinas num copo de água, engolia o Alka-Seltzer
e ia borbulhando para a cama, quando encontrava a cama. Mas os métodos variavam.
A pior ressaca era de gim. Na manhã seguinte, você não conseguia abrir os dois olhos ao mesmo tempo. Abria um e quando
abria o outro, o primeiro se fechava. Ficava com o ouvido tão aguçado que ouvia até os sinos da catedral de São Pedro, em
Roma.
Hoje não existe mais isso. As pessoas bebem, bebem e não acontece nada. No dia seguinte estão saudáveis, bem- dispostas e
fazem até piadas ___ respeito.
De vez em quando alguns dos nossos se encontram e se saúdam em silêncio. Somos como veteranos de velhas guerras
lembrando os companheiros caídos e o nosso heroísmo anônimo. Estivemos no inferno e voltamos, inteiros. Um brinde. E um
Engov.
Adaptado de: “De ressaca”, de Luis Fernando Verissimo. Disponível em: http://contobrasileiro.com.br/?p=2268. Acesso em: 6
out. 2015.
Assinale a alternativa que apresenta, correta e respectivamente, a separação silábica das palavras dignas, conhecem, dissolvia
e saudáveis.
a) dig-nas \ con-he-cem \ dis-sol-vi-a \ sa-u-dá-veis.
b) di-gnas \ co-nhe-cem \ dis-sol-via \ sa-u-dá-veis.
c) dig-nas \ con-he-cem \ di-ssol-vi-a \ sau-dá-ve-is.
d) dig-nas \ co-nhe-cem \ dis-sol-vi-a \ sau-dá-veis.
e) di-gnas \ con-he-cem \ dis-sol-via \ sa-u-dá-veis
A separação silábica correta das palavras dignas, conhecem, dissolvia e saudáveis corresponde à letra D. Vejamos alguns
detalhes importantes:
• dig-nas: a consoante "g" é atraída pela vogal anterior, visto que a letra seguinte representa também uma
consoante;
• co-nhe-cem: os dígrafos nh, lh, gu e qu são inseparáveis;
• dis-sol-vi-a: dígrafos representados por letras idênticas são separáveis;
• sau-dá-veis: ditongos também são inseparáveis;
Gabarito: letra D (dig-nas \ co-nhe-cem \ dis-sol-vi-a \ sau-dá-veis).
43. FAURGS - Taquígrafo Forense (TJ RS)/Classe P/2012
Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo.
Imagino que a escrita nasceu da necessidade de não esquecer. O primeiro pré-homem que pensou “preciso me lembrar disto”
deve ter olhado em volta procurando alguma coisa que ele ainda não sabia o que era. Era um pedaço de papel e uma Bic.
Claro que para chegar ao papel e à esferográfica tivemos que passar antes pelo risco com vara no chão, o rabisco com carvão
na parede da caverna, o hieróglifo no tablete de barro etc. Mas a angústia primordial foi a de perder o pensamento fugidio ou
a cena __________.
Pense em quantas ideias não desapareceram para sempre por falta de algo que as retivesse na memória e no mundo. A história
da civilização teria sido outra se, antes de inventar a roda, o homem tivesse inventado o bloco de notas.
As espécies que não desenvolveram a escrita valem-se da memória intuitiva. O salmão sabe, não sabendo, o caminho certo
para o lugar onde nasceu e onde deve depositar seus ovos. Dizem que o elefante guarda na memória tudo que lhe acontece
na vida, principalmente as desfeitas, mas vá pedir que ele bote seu __________ no papel.
Já o homem pode ser definido como o animal que precisa consultar as suas notas. Nas sociedades não letradas as lembranças
sobrevivem na recitação __________ e no mito tribal, que é a memória ritualizada. As outras dependem do memorando.
E mesmo com todas as formas de anotação inventadas pelo homem desde as primeiras cavernas, inclusive o notebook
eletrônico, a angústia persiste. Estou escrevendo isto porque acordei com uma boa ideia para uma crônica e botei a ideia num
papel.
Normalmente não faço isto porque sempre me esqueço de ter um bloco de notas à mão para não esquecer a eventual ideia e
porque sei, intuitivamente, que se tivesse o bloco de notas à mão a ideia viria no chuveiro. Mas desta vez a ideia coincidiu com
a proximidade de um pedaço de papel e um lápis e anotei-a assim que acordei. Não exatamente a ideia, mas uma frase que
me faria lembrar da ideia. Estou com ela aqui. “Conhece-te a ti mesmo, mas não fique íntimo”.
E não consigo me lembrar de qual era a ideia que a frase me faria lembrar. Algo sobre os perigos da autoanálise muito
aprofundada? Sobre o pensamento socrático? Ou o quê? Não consigo me lembrar. Um consolo, numa situação destas, é pensar
que se a ideia não é lembrada é porque não era tão boa assim. Mas geralmente se pensa o contrário: as melhores ideias são
as que a gente esqueceu. O que é terrível.
Adaptado de: VERISSIMO, Luis Fernando. Para não esquecer. Extra Classe - SINPRO-RS, Ano 17, N.º 159 nov. 2011. Disponível
em: <http://www.sinprors.org.br/extraclasse/nov11/verissimo.asp.>
Assinale a alternativa em que todas as palavras são igualmente classificadas quanto à localização da sílaba tônica.
a) lembrar – salmão – papel.
b) esferográfica – intuitivamente – socrático.
c) memória – crônica – esqueço.
d) definido – eventual – consolo.
e) espécies – eletrônico – melhores.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Mai2019
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➢ Comentários:
GABARITO LETRA A
LETRA "A"-CORRETA: lembrar-salmão-papel.
As palavras lembrar, salmão e papel classificam-se, quanto à sílaba tônica, como oxítonas.
Oxítonas são as palavras cuja sílaba tônica é a última.
Na palavra lembrar, a sílaba tônica e brar; na palavra salmão, a sílaba tônica e mão; na palavra papel, a sílaba tônica é pel.
LETRA "B"-ERRADA: esferográfica – intuitivamente – socrático.
As palavras esferográfica e socrático classificam-se, quanto à sílaba tônica, como proparoxítonas.
Proparoxítonas são as palavras cuja sílaba tônica é a antepenúltima.
Na palavra esferográfica, a sílaba tônica é gra; na palavra socrático, a sílaba tônica é gra.
A palavra intuitivamente é paroxítona. Paroxítonas são as palavras cuja sílaba tônica é a penúltima.
Na palavra intuitivamente, a sílaba tônica é men.
LETRA "C"-ERRADA: memória – crônica – esqueço.
As palavras memória e esqueço classificam-se, quanto à sílaba tônica, como paroxítonas.
Paroxítonas são as palavras cuja sílaba tônica é a penúltima.
Na palavra memória, a sílaba tônica é mo; na palavra esqueço, a sílaba tônica é que.
A palavra crônica classifica-se como proparoxítona. Proparoxítonas são as palavras cuja sílaba tônica é a antepenúltima.
Na palavra crônica, a sílaba tônica é cro.
LETRA "D"-ERRADA: definido – eventual – consolo.
As palavras definido e consolo classificam-se, quanto à sílaba tônica, como paroxítonas.
Paroxítonas são as palavras cuja sílaba tônica é a penúltima.
Na palavra definido, a sílaba tônica é ni; na palavra consolo, a sílaba tônica é so.
A palavra eventual é oxítona. Oxítonas são as palavras cuja sílaba tônica é a última.
Na palavra eventual, a sílaba tônica é al.
LETRA "E"-ERRADA: espécies – eletrônico – melhores.
As palavras espécies e melhores classificam-se, quanto à sílaba tônica, como paroxítonas.
Paroxítonas são as palavras cuja sílaba tônica é a penúltima.
Na palavra espécies, a sílaba tônica é pe; na palavra melhores, a sílaba tônica é lho.
A palavra eletrônico é proparoxítona.
Proparoxítona é a palavra cuja sílaba tônica é a antepenúltima.
Na palavra eletrônico, a sílaba tônica é tro.
44. FAURGS 2012
Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo.
A atividade normativa dos usos de uma língua e a atividade valorativa das formas linguísticas são, em uma certa dimensão,
__________ das comunidades de falantes, independentemente de seu letramento, relação entre seus membros ou forma de
organização econômico-social, articulando-se ao esforço coletivo para garantir a eficiência comunicativa e a identidade dos
membros, assim como a sentimentos estéticos, usos especializados (por exemplo, textos religiosos, mitos, poesia etc.). É
através dela que os sujeitos determinam os usos adequados de sua língua para cada situação, escolhem e valoram formas
linguísticas, avaliam comportamentos, como bem se pode perceber no estudo da fala de pequenas comunidades linguísticas.
Este aspecto tem sido pouco considerado nos estudos linguísticos, talvez porque a atividade normativa nas sociedades letradas
tenha sido incorporada pela tradição escrita e pela escola (via norma gramatical ou gramática normativa) e se __________ a
todas as circunstâncias de uso da língua, de tal modo que passou a ser vista como uma espécie de __________ externa. Basta,
no entanto, observar o diálogo entre crianças de dois ou três anos para perceber o quanto ajustam suas falas em função de
comentários que uma faz sobre a fala da outra.
Est e ajuste se faz em todos os níveis linguísticos, podendo ocorrer tanto conscientemente, quando um falante intervém no
discurso de outro para apresentar-lhe um determinado padrão, seja de pronúncia, seja de uso de uma expressão determinada,
como inconscientemente, quando o próprio falante tenta ajustar sua fala à de seus parceiros. Trata-se evidentemente de um
processo de construção de identidade e de valor linguístico. Em um nível mais apurado, este processo constrói formas de
registro específicas, como as das literaturas e das liturgias, e uma consciência linguística coletiva.
Adaptado de: BRITTO, Luiz Percival Leme. A sombra do caos: ensino gramatical x tradição gramatical. Campinas: Mercado de
Letras, 2002. p. 49-50.
Assinale a alternativa em que as palavras apresentam, respectivamente, ditongo, hiato e dígrafo consonantal, de acordo com
a pronúncia padrão do português brasileiro.
a) relação – avaliam – ocorrer.
b) especializados – níveis – linguística.
c) liturgias – níveis – consciência.
d) especializados – poesia – linguística.
e) liturgias – poesia – ocorrer.
➢ Comentários:
A alternativa "A" é a CORRETA.
Devemos indicar a alternativa em que as palavras apresentem, respectivamente, um ditongo, um hiato e um dígrafo consonantal.
Ditongo: é o encontro de dois fonemas vocálicos (vogal e semivogal) numa mesma sílaba. Ex: ca - dei - ra, es - ta - ção, pau - ta,
etc.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Mai2019
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TEORIA SISTEMATIZADA E QUESTÕES PARA OFICIAL DE JUSTIÇA 2019

Hiato: é a sequência de duas vogais em sílabas diferentes, já que não existem duas vogais numa mesma sílaba. Veja que, no
ditongo, temos uma vogal e uma semivogal, e não duas vogais. Ex: ra - i - nha, di - a, po - e - ta.
A sequência de uma semivogal e de uma vogal em sílabas diferentes também é considerada hiato. Ex: ge - lei - a, tei - a, etc.
Dígrafo consonantal: Ocorre dígrafo quando um único fonema (som) é representado por duas letras. Os dígrafos consonantais
são formados por consoantes. Ex: rainha, galho, ninho, carro, assalto, nascer, cresça, cheiro, quitanda, guerra, exceto, etc.
Temos ainda os dígrafos vocálicos, que representam vogais nasais. Ex: campo, santo, limpo, cinto, conto, tombo, lenda, tempo,
fundo, chumbo, etc.
Tendo isso em mente, vamos às alternativas, observando sempre a sequência exigida: ditongo - hiato - dígrafo consonantal.
Alternativa "A": relação – avaliam – ocorrer. CORRETA.
re - la - ção → ditongo
a - va - li - am → hiato
o - cor - rer → dígrafo consonantal "rr".
A sequência exigida está correta.
Alternativa "B": especializados – níveis – linguística. INCORRETA.
es - pe - ci - a - li - za - dos → hiato
ní - veis → ditongo
lin - guís - ti - ca → nesse caso, não temos o dígrafo "gu", pois o "u" é pronunciado na palavra. Temos um ditongo "ui'(semivogal
/u/ + vogal /í/ na mesma sílaba)
Alternativa "C": liturgias – níveis – consciência. INCORRETA.
li - tur - gi - as → hiato
ní - veis → ditongo
cons - ci - ên - ci - a → dígrafo "sc", hiato "i - a", dígrafo vocálico "ên", hiato "i - ê"
Alternativa "D": especializados – poesia – linguística. INCORRETA.
es - pe - ci - a - li - za - dos → hiato
po - e - si - a → dois hiatos
lin - guís - ti - ca → como vimos, a palavra apresenta um ditongo (ui)
Alternativa "E": liturgias – poesia – ocorrer. INCORRETA.
li - tur - gi - as → hiato
po - e - si - a → dois hiatos
o - cor - rer → dígrafo consonantal "rr"
45. FAURGS - Técnico Judiciário (TJ RS)/Judiciária e Administrativa/2012
Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo.
Os chineses, cuja renda per capita não chega à metade ______ brasileiros, estão poluindo como se já fossem ricos. Segundo um
estudo realizado pela Comissão Europeia em conjunto com a Agência Holandesa de Avaliação Ambiental, cada chinês emite, em
média, 7,2 toneladas de gás carbônico por ano como resultado da queima de combustíveis fósseis.
Os europeus produzem 7,5 toneladas do gás do efeito estufa por pessoa. Isso representa uma queda de 18% em relação ___ duas
décadas atrás. Na China, houve um aumento de 227% no mesmo período. Em números absolutos, o país já era o maior emissor
de gás carbônico, um dado não muito surpreendente, considerando-se que a China concentra em seu vasto território um quarto
da população mundial.
Já o fato de a poluição per capita do país asiático ser quase igual ___ europeia é preocupante, porque os chineses têm um padrão
de consumo muito mais baixo. Isso significa que o impacto ambiental do crescimento econômico da China supera em muito os
ganhos da população com a produção de riqueza.
O governo chinês chegou a estabelecer metas de redução das emissões, mas pelo menos três fatores jogam contra. O primeiro é
a importância da indústria pesada, que demanda muita energia, na economia nacional. O segundo é o fato de o país ter a terceira
maior reserva mundial de carvão mineral – uma matéria-prima barata para a produção de energia, e altamente poluente.
O terceiro é o caráter autoritário da hierarquia administrativa na China. Pressionadas pelo comando central do Partido Comunista
para conseguir desempenhos econômicos estratosféricos, as autoridades provinciais não têm muito escrúpulo ao aprovar
indústrias e usinas. Quando a população local se opõe a um projeto por temer danos ao ambiente, é reprimida de maneira violenta,
como ocorreu no início deste mês em Shifang, durante um protesto contra a construção de uma refinaria.
Como resultado dessa postura, além do ar das grandes cidades, dois terços dos rios e lagos do país estão poluídos. Na extinta
Alemanha Oriental, os primeiros cidadãos a se organizarem para fazer oposição à ditadura comunista estavam indignados com os
poluentes químicos lançados no Rio Saale. Regimes autoritários são um veneno para a natureza.
Adaptado de: O crescimento não é desculpa. VEJA, São Paulo, p. 69, 25 jul. 2012.
Assinale a alternativa em que as palavras apresentam, respectivamente, ditongo, hiato e dígrafo consonantal, de acordo com a
pronúncia padrão do português brasileiro.
a) fósseis – poluindo – muito
b) país – poluídos – território
c) maneira – poluídos – chegou
d) importância – início – padrão
e) poluindo – asiático – significa
➢ Comentários:
Gab. C
A palavra "maneira" é marcada pelo encontro das vogais "e" e "i" na mesma sílaba, caracterizando um ditongo: [ma - nei - ra].
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Mai2019
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Por sua vez, o adjetivo "poluídos" contém um hiato (dois sons vocálicos cujas vogais são separadas durante o processo de
separação silábica): [po - lu - í - do].
Por fim, a forma verbal "chegou" apresenta o grupo CH, um dígrafo consonantal inseparável: [che - gou].
Vejamos as demais opções:
a) A palavra "fósseis" contém o ditongo "ei", marcando o encontro de dois sons vocálicos na mesma sílaba: [fós - seis]. Na
sequência, a estrutura verbal "poluindo" também apresenta dois sons vocálicos, porém em sílabas separadas, o que caracteriza o
fenômeno do hiato: [po - lu - in - do]. No entanto, o vocábulo "muito" não contém dígrafo consonantal, e sim um ditongo: [mui -
to].
b) A palavra "país" é marcada pelo hiato em [pa - ís], o que também ocorre em "poluídos": [po - lu - í - dos]. Por sua vez, o vocábulo
"território" contém o dígrafo consonantal RR, cujas consoantes ficam em sílabas distintas, durante o processo de separação
silábica: [ter - ri - tó - rio].
d) Na palavra "importância", temos um ditongo: [im - por - tân - cia]. O mesmo encontro vocálico (ditongo) ocorre em "início" e
"padrão": [i - ní - cio] / [pa - drão].
e) Observamos hiato nas palavras "poluindo" e "asiático": [po - lu - in - do] / [a - si - á - ti - co]. Já na forma verbal "significa" temos
não um dígrafo, mas um encontro consonantal imperfeito (consoantes que ficam em sílabas distintas): [sig - ni - fi - ca].
46. FAURGS 2018:
Arqueólogos brasileiros utilizam tecnologia para desvendar o passado
Uma fenda ____ beira de um cânion na cidade de Itapeva, no interior de São Paulo, intrigava os arqueólogos. A região apresentava
sinais de ocupação pré-histórica e aquele local poderia servir como abrigo para alguns dos moradores que, ____ milhares de anos,
iniciaram a ocupação do território que hoje compreende o estado paulista. Mas havia uma pedra no meio do caminho que
separava os cientistas da fenda de Itapeva.
Ou melhor, uma caminhada de cinco dias pela floresta, subindo paredões rochosos e em companhia de mosquitos, cobras e outros
animais selvagens. Antes de prepararem suas mochilas de mantimentos e cantis com água, entretanto, os arqueólogos digitaram
algumas coordenadas no computador: automaticamente, um drone levantou voo e chegou rapidamente ____fenda. Pela tela, os
pesquisadores descobriram o alarme falso — não havia nenhum sinal de ocupação humana. E um belo perrengue foi evitado.
Apesar de os arqueólogos estarem acostumados a carregar diferentes apetrechos tecnológicos em seu ambiente de trabalho,
como câmeras fotográficas e equipamentos para medir ângulos e distâncias, novos recursos se fazem cada vez mais presentes
nos locais de escavação. Além de drones, há scanners a laser, câmeras de altíssima resolução e equipamentos que registram
imagens em 360 graus: tudo isso para coletar o maior número de dados possível e recriar os sítios arqueológicos em realidade
virtual.
Batizada de ciberarqueologia, a tabelinha entre ciência da computação, pesquisas de engenharia e conhecimento em ciências
naturais molda uma nova maneira de os cientistas encontrarem os vestígios que contam a história do passado da humanidade.
Fragmento adaptado de: Arqueólogos brasileiros utilizam tecnologia para desvendar o passado {https://goo.gl/MGbwza}. Acesso
em 05 de janeiro de 2018.
Das palavras a seguir, qual NÃO é formada por mais de um radical?
a) Arqueólogos.
b) Tecnologia.
c) Território.
d) Fotográficas.
e) Ciberarqueologia.
➢ Comentários:
GABARITO LETRA C
LETRA "A"-ERRADA. Arqueólogos.
A palavra arqueólogos é formada pelos radicais arqueo (antigo) e logos (estudo).
Arqueólogos são aqueles que estudam a história da humanidade, os costumes e a cultura de povos antigos através de seus
monumentos, documentos e de objetos encontrados em escavações.
LETRA "B"-ERRADA. Tecnologia.
A palavra tecnologia é formada pelos radicais tecno (arte, ciência, ofício) e logia (discurso, tratado, ciência).
Tecnologia é o conjunto das técnicas, processos e métodos específicos de uma ciência, ofício, indústria etc; ciência que trata dos
métodos e do desenvolvimento das artes industriais.
LETRA "C"-CORRETA. Território.
A palavra território é derivada de terra. Ela possui um único radical (terr-), ao qual se liga o sufixo tório por meio da vogal de
ligação i.
Território é uma ampla extensão de terra.
LETRA "D"-ERRADA. Fotográficas.
A palavra fotográficas é formada pelos radicais foto (fogo, luz) e gráfica (escrita, descrição).
Câmeras fotográficas são máquinas que registram imagens através da ação da luz sobre um filme ou eletronicamente como sinais
digitais.
LETRA "E"-ERRADA. Ciberarqueologia.
A palavra ciberarqueologia é formada pelos radicais ciber (relativo ou característico da cultura computacional, da tecnologia
da informação e da realidade virtual), arqueo (antigo) e logia (estudo).
Ciberarqueologia é o campo de interação entre a computação e a arqueologia.

Elaborado por Marcos Kelsch em 21Mai2019


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Estrutura e formação de palavras:


NOÇÃO DE ESTRUTURA DAS PALAVRAS
MORFEMA: é a menor parte significativa de uma palavra, é um pedacinho que a compõe.
RADICAL: também é conhecido como morfema lexical, é responsável pelo significado da palavra, vejamos:
LIVR - O POBR - E ALUN - O DIGN - A
radical radical radical radical
ATENÇÃO! As palavras cognatas são aquelas que possuem o mesmo radical. Exemplos: terra, terreiro, terrestre, terráqueo,
terraço, enterrar.
AFIXOS: aparecem antes ou depois do radical, alterando sua composição. São os prefixos e sufixos.
PREFIXOS: aparecem antes do radical. Exemplos: IN-DIGNO, A- MORAL, DES- LEAL.
SUFIXOS: aparecem depois do radical. Exemplos: MORAL -MENTE, LEAL- DADE.
DESINÊNCIA: indica como a palavra está flexionada, pode ser nominal ou verbal.
DESINÊNCIA NOMINAL: revela se a palavra é do gênero masculino ou feminino, se é singular ou plural.
-O ALUN - O (indica que o gênero é masculino)
-A ALUN- A (indica que o gênero é feminino)
-S ALUNO-S (indica que, além de masculina, a palavra é plural)

DESINÊNCIA VERBAL: revela a pessoa (1ª, 2ª ou 3ª), o tempo (presente, pretérito...), o modo (Indicativo, Subjuntivo, Imperativo)
e número (singular ou plural).
Exemplo: compr- o (a desinência deste verbo nos permite afirmar que ele está conjugado na primeira pessoa do singular, no
presente do Indicativo)
Exemplo: compra- sse (a desinência deste verbo nos permite afirmar que está conjugado no pretérito imperfeito do Subjuntivo e
no singular, mas a pessoa deve ser identificada pelo contexto, pois pode ser primeira ou terceira: eu comprasse ou ele/ela
comprasse.
VOGAL TEMÁTICA: aparece após o radical ligando-o aos sufixos ou à desinência. Pode ser nominal ou verbal.
DOS NOMES: A E O, quando as palavras terminarem em vogais átonas finais. Quando as palavras terminam em vogais tônicas,
dizemos que elas são atemáticas: palavras sem vogal temática.
DOS VERBOS: A E I
Quando o verbo tem vogal temática A - dizemos ser de 1ª conjugação (amAr, cantAr, pulAr)
Quando o verbo tem vogal temática E - dizemos ser de 2ª conjugação (vivEr, esquecEr, bebEr)
Quando o verbo tem vogal temática I - dizemos ser de 3ª conjugação (partIr, sorrIr, aplaudIr)
LETRA OU CONSOANTE DE LIGAÇÃO: aparece na palavra por motivos "eufônicos", para facilitar/viabilizar/embelezar a
pronúncia.
Pronto, vocês já sabem o básico da estrutura das palavras, vamos ver pra que servem estes conceitos na prática!
(QUESTÃO DA BANCA NUCEPE - 2016) Na palavra "cafezinho" temos os seguintes elementos mórficos:
RESPOSTA: radical, consoante de ligação e sufixo.
CAFE -Z- INHO
radical consoante de ligação sufixo que indica diminutivo
Não tem vogal temática, ? Não, gente! A palavra café termina com vogal tônica, por isso ela é atemática: sem vogal temática.
FORMAÇÃO DAS PALAVRAS
Apresentaremos agora os pontos que mais caem na prova, certo?
Derivação: PREFIXAL, SUFIXAL, PREFIXAL E SUFIXAL, PARASSINTÉTICA, REGRESSIVA, IMPRÓPRIA
DERIVAÇÃO PREFIXAL: ocorre com a adição de prefixo à palavra primitiva.
Exemplos: incapaz, desleal, anormal,bicampeão, prever.
DERIVAÇÃO SUFIXAL: ocorre com a adição de sufixo à palavra primitiva.
Exemplos: felizmente, mortal, brasileiro, livraria, chuvoso.
Atenção! O sufixo "mente", na maioria dos casos, indica que a palavra é advérbio de modo.
DERIVAÇÃO PREFIXAL E SUFIXAL: ocorre com a adição de prefixo + sufixo.
Atenção! Podemos retirar apenas o prefixo ou apenas o sufixo, a palavra continuará existindo na Língua Portuguesa.
Exemplo:infelizmente (in + feliz + mente)
- Podemos retirar apenas o prefixo "in" e a palavra "felizmente" continua existindo em nossa língua.
- Também podemos retirar apenas o sufixo "mente" e a palavra "infeliz" continua existindo em nossa língua.
DERIVAÇÃO PARASSINTÉTICA: ocorre com a adição simultânea de prefixo + sufixo.
Atenção! Não podemos retirar só o sufixo ou só o prefixo. Ou empregamos ambos ou retiramos ambos.
Exemplos: abençoar (a + bênção + ar) , emagrecer( e + magro+ ecer), desalmado (des + alma + ado)
- Percebam que não existe "abenço", nem "bençoar", a mesma situação é verificada nos outros exemplos.
DERIVAÇÃO REGRESSIVA: ocorre quando palavra é formada por redução, e não por acréscimo.
Exemplos: comprar -> compra, beijar -> beijo, pescar -> pesca, fugir -> fuga, dançar-> dança
Fique de olho! Em regra, quando o substantivo expressar ação (compra, pesca, beijo, fuga, dança), ele será palavra derivada e o
verbo será a palavra primitiva, como mostram os exemplos acima.
Fique de olho! Quando o substantivo for concreto e representar objeto/coisa/substância, o verbo que derivará dele, vejamos:
âncora -> ancorar (ancorar deriva de "âncora" por sufixação)
arquivo -> arquivar (arquivar deriva de "arquivo" por sufixação)
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Mai2019
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TEORIA SISTEMATIZADA E QUESTÕES PARA OFICIAL DE JUSTIÇA 2019

telefone -> telefonar (telefonar deriva de "telefone" por sufixação)


Em suma:

DERIVAÇÃO IMPRÓPRIA: a palavra em si não sofre alteração, o que muda é sua classificação morfológica e seu sentido, ou seja,
para constatarmos este tipo de derivação precisamos analisar a palavra em cada contexto, vejamos:
Ele não foi ao parque porque estava cansado. (conjunção)
Ele não foi ao parque, mas não sei o porquê. (substantivo)
Tenho treze sapatos de festa. (numeral)
O treze é um número de sorte.(substantivo)
Tenho medo de fantasma. (substantivo)
Descobriram um funcionário fantasma naquele órgão. (adjetivo)
Atenção! As bancas geralmente trabalham o tema derivação imprópria por meio de exemplos de substantivação (transformação
de uma palavra de outra classe gramatical em substantivo).
Revisando as possibilidades de DERIVAÇÃO:

Composição: POR JUSTAPOSIÇÃO, POR AGLUTINAÇÃO.


COMPOSIÇÃO POR JUSTAPOSIÇÃO: ocorre com unimos duas palavras ou radicais, sem alteração fonética.
Exemplos: girassol, abelha-rainha, couve-flor, sexta-feira, passatempo.
COMPOSIÇÃO POR AGLUTINAÇÃO: ocorre com perda/alteração de elementos das palavras aglutinadas, nunca empregamos
hífen.
Exemplos: lobisomem (lobo + homem), embora (em + boa + hora), planalto (plano + alto), fidalgo (filho + de + algo).
Redução/Abreviação: Ocorre quando algumas palavras, no dia-a-dia, passam a ser empregadas também em forma reduzida,
vejamos:
televisão -> tevê
botequim -> boteco
cinema -> cine
automóvel -> auto
Onomatopeia: Ocorre quando as palavras tentam imitar sons.
Exemplos: zum-zum, miar, rugir, blá-blá-blá, zumbir, piar.
Hibridismo: Ocorre quando as palavras são formadas por elementos de línguas diferentes, vejamos:
Exemplos: sociologia (socio/latim + logia/grego), automóvel (auto/grego + móvel/latim).
Estrangeirismo:Ocorre quando utilizamos palavras de outros idiomas (com manutenção ou não da pronúncia e da ortografia
originais)
Exemplos: black friday, lounge, shopping, blog, estresse (adaptado de stress).
47. FAURGS 2018 – ADAPTADA:
Sobre o uso no texto de formas lexicais compostas, considere as afirmações abaixo.
I - A expressão pós-moderno é formada mediante o processo de composição por justaposição.
II - Carnaselfie, o neologismo proposto pelo autor, constitui exemplo do processo de formação de palavras denominado
composição por aglutinação.
III - A forma composta cinematografia é derivada, mediante o processo de formação de palavras denominado composição por
aglutinação, dos itens lexicais cinema e grafia.
Quais estão corretas?
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Mai2019
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a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e III.
e) I, II e III.
➢ Comentários:
GABARITO LETRA B
I - ERRADA. A expressão pós-moderno é formada mediante o processo de composição por justaposição.
O processo de composição por justaposição ocorre quando as palavras se unem sem nenhuma alteração fonética ou gráfica,
conservando-se a mesma pronúncia e escrita. Algumas palavras formadas por esse processo ficam ligadas por hífen (terça-feira;
beija-flor), e outras que se ligam diretamente sem hífen (vaivém; passatempo).
Na palavra pós-moderno, o que se juntam é um prefixo (pós) + uma palavra (moderno), e não duas palavras completas, como
ocorre em terça-feira, vaivém, beija-flor.
Trata-se, pois, de uma palavra formada por derivação prefixal, e não pelo processo de composição por justaposição.
II - CORRETA. Carnaselfie, o neologismo proposto pelo autor, constitui exemplo do processo de formação de palavras
denominado composição por aglutinação.
O processo de composição por aglutinação ocorre quando as palavras ou radicais se fundem e há perda fonética ou
gráfica(embora/em boa hora; fidalgo/filho de algo; planalto/plano alto).
A palavra Carnaselfie é formada a partir da fusão das palavras Carnaval e selfie. Como a palavra Carnaval perde a sílaba final (val)
ao se fundir com o substantivo selfie, está correto dizer que Carnaselfie é uma palavra composta por aglutinação.
III -ERRADA. A forma composta cinematografia é derivada, mediante o processo de formação de palavras
denominado composição por aglutinação, dos itens lexicais cinema e grafia.
O processo de composição por aglutinação ocorre quando as palavras ou radicais se fundem e há perda fonética ou
gráfica(embora/em boa hora; fidalgo/filho de algo; planalto/plano alto).
A palavra cinematografia é formada a partir da junção das palavras cinema e grafia. Como não há perda fonética nessas palavras,
mas o acréscimo de uma sílaba (to) entre elas, o processo de formação da palavra cinematografia não é a composição por
aglutinação.
Trata-se de um tipo peculiar de composição por justaposição. Nesse caso, duas palavras se unem sem nenhuma alteração fonética
ou gráfica (cinema e grafia) por meio de um novo elemento (to) para formar uma terceira palavra (cinematografia).
LETRA "A"ERRADA. Apenas I.
LETRA "B"-CORRETA. Apenas II.
LETRA "C"ERRADA. Apenas III.
LETRA "D"ERRADA. Apenas I e III.
LETRA "E"ERRADA. I, II e III.
48. FAURGS 2018 – ADAPTADA:
Qual dos exemplos abaixo NÃO é constituído exclusivamente pelo processo de formação de palavras derivação por sufixação?
a) proliferação.
b) bacanudo .
c) embebedar.
d) celular.
e) censurar.
➢ Comentários:
GABARITO LETRA C
LETRA "A"-ERRADA: proliferação.
Proliferar (verbo) + ção (sufixo) = proliferação. Trata-se de um substantivo formado pelo processo de derivação sufixal.
LETRA "B"-ERRADA: bacanudo .
Bacana (adjetivo) + udo (sufixo) = bacanudo. Trata-se de um adjetivo formado pelo processo de derivação sufixal.
LETRA "C"-CORRETA: embebedar.
Em (prefixo) + bêbado (substantivo) + dar (sufixo) = embebedar. Embebedar é tornar ou ficar bêbado.
No verbo embebedar, o prefixo em e o sufixo dar são acrescidos ao substantivo bêbado simultaneamente. Quando isso acontece,
o processo de formação da palavra é a parassíntese, e não a derivação sufixal.
LETRA "D"-ERRADA: celular.
O substantivo celular é uma palavra derivada do substantivo célula por sufixação: celul+ ar = celular.
LETRA "E"-ERRADA: censurar.
O verbo censurar é uma palavra derivada do substantivo censura por sufixação: censura + ar (desinência verbal de infinitivo) =
censurar.
49. FAURGS 2018 – QUESTÃO ADAPTADA:
Qual dos elementos sublinhados constitui prefixo nas palavras abaixo?
a) proliferação
b) despreocupado
c) esquecer
d) detalhes
e) cinematografia
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Mai2019
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➢ Comentários:
Gabarito: Letra B.
Prefixo é um elemento que, posto antes do radical, forma uma nova palavra.
LETRA "A" -ERRADA: proliferação
Prolifera (radical) + ção (sufixo) = proliferação. Nessa palavra, a sílaba "pro" faz parte do radical, logo ela não constitui um prefixo.
LETRA "B"- CORRETA: despreocupado
Des (prefixo) + preocupa (radical) + do (sufixo) = despreocupado. Nessa palavra, a sílaba "pre" faz parte do radical, logo ela não
constitui um prefixo. A banca manteve o termo pre em destaque no enunciado e considerou como o gabarito.
LETRA "C"-ERRADA: esquecer
Esquecer (radical). Na palavra esquecer, a sílaba "es" faz parte do radical, logo ela não constitui um prefixo.
LETRA "D"-ERRADA: detalhes
Detalhe (radical) + s (plural). Na palavra detalhes, a sílaba "de" faz parte do radical, logo ela não constitui um prefixo.
LETRA "E"-ERRADA: cinematografia
Cinema (radical) + to (sílaba de ligação) + grafia (radical). Na palavra cinematografia, a palavra "cinema" representa um radical, e
não um prefixo.
50. FAURGS 2017 – QUESTÃO ADAPTADA:
Assinale a alternativa que apresenta palavras formadas unicamente por derivação sufixal.
a) ministeriado – burocracia – imputáveis
b) localizáveis – sublevação – subversão
c) legitimidade – encarado – dispõe.
d) representa – suficientemente – redução.
e) anarquista– documental – cidadania.
➢ omentários:
Gabarito: Letra E.
Os vocábulos "anarquista", "documental" e "cidadania" são formados por meio do processo de derivação sufixal. Em "anarquista",
houve o acréscimo do sufixo "-ista"; em "documental", foi acrescido o sufixo "-al"; em "cidadania", por fim, foi acrescido o sufixo
"-nia".
Nas demais opções, algumas palavras não são formadas por meio da derivação sufixal, tais como:
a) "burocracia" é uma palavra formada por meio do processo de composição por justaposição, em que ocorre a união de dois
radicais.
b) "sublevação" é formado por meio do acréscimo do prefixo "sub-" e do sufixo "-ção".
c) "encarado" foi obtido a partir do nome "cara", por meio do processo de derivação parassintética.
d) a forma "representa" provém do verbo "representar", sendo formada por meio do processo de derivação regressiva.
51. FAURGS – ADAPTADA:
Considere as seguintes afirmações sobre a formação morfológica de três exemplos de palavras do texto.
I - O substantivo esclarecimento forma-se a partir do adjetivo claro por meio de derivação parassintética.
II - A palavra ricos é formada mediante o acréscimo ao tema rico do sufixo derivacional de plural.
III - Em normalmente, um afixo é adjungido a uma forma adjetival, resultando em um advérbio.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.
➢ Comentários:
Gabarito: Letra C.
I. Errada. O vocábulo "esclarecimento" é formado a partir do verbo "esclarecer", ao qual foi acrescido o sufixo "-mento". Dessa
forma, o substantivo "esclarecimento" foi formado por meio do processo de derivação sufixal.
II. Errada. Em "ricos", o componente destacado não é um sufixo, sendo tão somente um morfema que indica ideia de plural.
Com isso, percebe-se que o número plural é obtido não pela derivação, mas sim pela flexão.
III. Certa. O verbete "normalmente" é formado a partir do acréscimo do sufixo "-mente" ao adjetivo uniforme "normal”.
52. FAURGS – ADAPTADA:
Considere as seguintes afirmações sobre os compostos abaixo.
I - O composto sistêmico-funcionais é do tipo substantivo-adjetivo, sendo que apenas o último de seus elementos pode assumir a
forma plural.
II - A palavra sociopolíticos é um composto híbrido, ou seja, formado a partir de elementos oriundos de línguas distintas.
III - A formação da palavra psicologismo dá-se por composição do tipo aglutinação (associação com perdas fonéticas) de três
elementos: psico-, -logia-ismo.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas II e III.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Mai2019
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e) I, II e III.
➢ Comentários:
Gabarito: Letra B.
I. Errada. O composto "sistêmico-funcionais" é formado por dois adjetivos, sendo, portanto, um adjetivo composto. Nesse
contexto, apenas o último elemento vai ao plural: sistêmico-funcionais.
II. Certa. A palavra "sociopolítica" configura um caso de hibridismo em razão de o vocábulo ser formado por um elemento oriundo
do latim ("socio") e outro do grego ("político").
III. Errada. A palavra "psicologismo" não é registrada nos dicionários, sendo um neologismo criado pelo enunciador do discurso,
razão por que se justificam as aspas empregadas.
53. FAURGS – ADAPTADA
A palavra desordem é formada por prefixação. Assinale a alternativa que NÃO apresenta derivação por prefixação.
a) Desamarrar.
b) Desordeiro.
c) Desvario.
d) Desligamento.
e) Desorganização
➢ Comentários:
Gabarito: LETRA C.
A palavra "desordem" é formada a partir da adjunção do prefixo "des-" ao vocábulo "ordem".
Esse processo de formação é observado nos vocábulos "desamarrar", "desordeiro", "desligamento" e "desorganização".
Já na palavra "desvario", não há prefixo, ou seja, a palavra não é formada pelo processo de derivação prefixal.
54. FAURGS 2017 – ADAPTADA:
Considere as seguintes afirmações sobre a formação da palavra divinização.
I - Apresenta sufixo formador de substantivo a partir de verbo.
II - Apresenta sufixo formador de substantivo a partir de adjetivo.
III - Apresenta sufixo formador de adjetivo a partir de verbo.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
e) Apenas II e III.
➢ Comentários:
Gabarito: Letra A.
I. Certa. A palavra "divinização" é formada a partir da adjunção do sufixo "-ção" à forma verbal "divinizar". Assim, está correta a
afirmação do examinador.
II. Errada. Conforme vimos anteriormente, o substantivo "divinização" (ato de "divinizar") é formado a partir de uma estrutura
verbal.
III. Errada. O sufixo "-ção" é formador de substantivo, e não de adjetivo. Ademais, "divinização" é obtido a partir do verbo
"divinizar".
55. FAURGS 2016 – ADAPTADA:
Assinale a alternativa em que a palavra extraída do texto NÃO apresenta, em sua formação, processo de derivação prefixal.
a) reequilíbrio
b) realmente
c) readquiria
d) reavaliado
e) reanimar
➢ Comentários:
A opção (B) é o gabarito da questão.
A palavra "realmente" é formada por meio do processo de derivação sufixal: ao morfema lexical "real" foi acrescido o sufixo "-
mente", originando o advérbio "realmente". Logo, eis a resposta!
Nas demais opções:
a) "reequilíbrio" é formada a partir do acréscimo do prefixo "re-" à palavra-base "equilíbrio".
c) a palavra "readquiria" é obtida por meio do acréscimo do prefixo "re-" à forma verbal "adquiria", flexionada no Pretérito
Imperfeito do Indicativo.
d) "reavaliar" significa "avaliar novamente", ideia transmitida pelo prefixo "re-", afixo acrescido à forma "avaliado".
e) "reanimar" também é formada por derivação prefixal, significando "restituir à vida", "fazer reviver".
ARTIGO:
O ARTIGO é empregado, principalmente, para determinar ou individualizar um nome, assim podemos afirmar com quase
certeza que após um artigo teremos um substantivo. O artigo ainda serve para identificar o gênero (masculino ou feminino) e o
número (singular ou plural) dos substantivos.
Os artigos dividem-se em: definidos e indefinidos.
Artigos Definidos: a, as, o, os.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Mai2019
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Artigos Indefinidos: uma, umas, um, uns.


O aluno foi ao shopping. (artigo definido, o autor sabe qual aluno foi ao shopping)
Um aluno foi ao shopping. (artigo indefinido, o autor não sabe qual aluno foi ao shopping)
Os artigos podem ser combinados com as preposições: a, de, por, em.
preposição A + artigo O = AO
preposição DE + artigo A/O = DA, DO
preposição EM+ artigo A/O = NA, NO
preposição EM+ artigo UM/UMA = NUM, NUMA
preposição POR + artigo A/O = PELA, PELO
Podem também transformar uma palavra de outra classe em substantivo (chamamos de "substantivação"), vejamos:
O preguiçoso não foi aprovado. (transformação do adjetivo "preguiçoso" em substantivo)
O andar dela é gracioso. (transformação do verbo "andar" em substantivo)
Os dois foram aprovados com louvor. (transformação do numeral "dois" em substantivo)
O "beijinho no ombro" estava na boca do povo. (transformação da frase "beijinho no ombro" em substantivo)
Atenção! Cuidado para não confundir artigo com pronome oblíquo. O pronome oblíquo substitui objetos diretos e acompanha
um verbo. O artigo acompanha substantivos! Vejamos:
Alguém levou as meninas ao circo. (artigo acompanha o substantivo "meninas")
Alguém as levou ao circo. (pronome oblíquo substituindo o substantivo "meninas")
Atenção! Cuidado para não confundir o artigo indefinido "um" com o numeral "um":
Um livro estava guardado na estante. (artigo indefinido, ideia de "um livro qualquer")
Apenas um livro estava guardado na estante. (numeral, ideia de quantidade)
Percebam que se a oração apresentar apenas a palavra "um", sem especificações, entenderemos que se trata de artigo indefinido,
entretanto, no segundo exemplo, ficou claro pelo contexto que o "um" é numeral.
USO DO ARTIGO DEFINIDO
I) Indicando totalidade:
Exemplo: O homem é egoísta por natureza. (sentido de toda a humanidade)
II) Acompanhando pronome possessivo que substitui um substantivo: (obrigatoriamente)
Exemplo: Comprei dois sapatos. O seu é o preto, o meu é o vermelho.
Atenção! Quando o pronome demonstrativo apenas acompanha um substantivo, o uso de artigo é facultativo, vejamos:
Exemplo: O meu sapato é vermelho. (correto com artigo)
Exemplo: Seu sapato é preto. (correto sem artigo)
III) Antecedendo dias da semana e estações do ano:
Exemplo: Fui ao teatro na terça. (na =em + a)
Exemplo: Hoje começa a primavera.
IV) Antecedendo datas festivas:
Exemplo:O Natal está próximo.
Exemplo: Ele gosta do Carnaval.
Atenção! O artigo é dispensado em locuções adjetivas: primeiro dia de Carnaval.
V) Sucedendo o pronome indefinido "todos", quando seguido de substantivo explícito:
Exemplo: Todos os alunos do Kelsch foram aprovados. (substantivo "alunos" explícito)
Exemplo: Aprovamos todos com louvor. (sem substantivo explícito)
VI) Indicando valor (boas qualidades) de algo:
Exemplo: Ele é o cara. (sentido de "ele é muito bom")
NÃO USAMOS O ARTIGO DEFINIDO
I) Após o pronome CUJO/CUJA:
Exemplo: Esta é a cujo livro foi bem vendido. ►
Exemplo: Esta é a cujo o livro foi bem vendido. X
II) Antecedendo datas do mês:
Exemplo: O atentado de 11 de setembro marcou a história mundial.
III) Quando o substantivo é empregado genericamente:
Exemplo: Ela não frequenta festas por causa da religião que segue.
Exemplo: Ele não financia eventos no mês de julho.
USO DO ARTIGO INDEFINIDO
I) Indicando generalização ou desconhecimento:
Exemplo: Uma aluna foi aprovada
Exemplo:Umas crianças foram vacinadas ontem.
II)Indicando ideia de aproximação:
Exemplo: A casa tem uns quinze metros de largura.
Exemplo: Ele pesa uns cem quilos.
III)Designando obras artísticas:
Exemplo: Ter um Salvador Dalí em casa não é para qualquer pessoa. (ideia de "ter um quadro de")
IV)Indicando uma espécie inteira:
Exemplo: Um macaco pode ser mais inteligente que muitos homens.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Mai2019
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Em regra, não empregamos o artigo indefinido em apostos explicativos, vejamos:


Luiz Gonzaga, grande cantor e compositor nordestino, nasceu em Exu, em 13 de dezembro de 1912. (Não precisamos escrever
"um grande cantor..."; a maior parte dos gramáticos recomenda a omissão do artigo.)
56. FAURGS 2018
Tanta coisa feia, suja e malvada acontecendo que, às vezes, dá vontade de esquecer de tudo. Nem que seja por duas horas. Isso
a gente consegue com um livro – mas só de noite, no conforto do lar e deixando o celular no silencioso para não se deixar seduzir
por avisos de mensagens que nunca, nem por um(a) segundo, param de entrar. Assim como a aventura humana pode ser dividida
em antes e depois da invenção da poltrona, nas palavras de Millôr Fernandes, o poder de concentração do homem está dividido
em antes e depois das redes sociais. Dom Casmurro, a chegada à Lua, a própria internet: para nossa sorte, tudo aconteceu antes
do Instagram e do Facebotalkey!. Se fosse agora, talvez Marie Curie parasse para uma selfie bem no instante de isolar os
elementos, ou Proust procrastinasse com posts bem-humorados diante da dificuldade de escrever milhares de páginas. Sabe-se
lá o que seria da civilização.
Existem dois(b) territórios em que desligar o telefone é sagrado – se não por vontade do usuário, para não tomar uma(c) vaia dos
demais presentes. No teatro e no cinema, celulares e seus vícios deveriam ficar no fundo do bolso e da bolsa. Não que volta e
meia a luz de uma tela não perturbe o escuro. Pior: que o som de uma chamada não interrompa a cerimônia do espetáculo. “Não
posso falar agora, liga mais tarde. (…) O quê? Depois a gente conversa, só vê se a Julinha tem ração e dá um beijo no Rex, quer
dizer, dá um beijo na Julinha e vê se o Rex tem ração. (…) Beijo, te ligo na saída.”
Mas o assunto deste texto é o prazer de esquecer da vida assistindo a um filme. Aqui entra o Festival de Cinema do Rio, que
acabou na semana passada depois de dez dias e dezenas de filmes exibidos por módicos onze reais a cada sessão. Em Porto Alegre
também tem disso. O Capitólio, o Santander, a Casa de Cultura Mario Quintana e mostras como o Fantaspoa e Ela na Tela, que
começa neste final de semana e vai até 25 de outubro, trazem muitas joias a preços populares para a cidade – quando não no
amor. E por amor.
Entre os tantos filmes do Festival do Rio, dois(d) que gostaria de recomendar. O primeiro tem irritado cinéfilos mais xiitas por se
tratar de uma cinebiografia bem-humorada demais, talvez, de Jean-Luc Godard. Azar o deles. O Formidável, do diretor Michel
Hazanavicius, que já ganhou o Oscar por O Artista, é muito bom. Se é que viu, Godard odiou. O filme trata do período em que,
depois de filmar A Chinesa, Godard, aos 37 anos, casa com a atriz Anne Wiazemsky, então com 19, autora do livro que serviu de
base para o roteiro. De charmoso e irresistível, nas palavras de Anne, ele vira um chato de galochas (embora com seus encantos)
ao abraçar o maoísmo e renegar seus filmes anteriores. O Formidável reconstitui as passeatas de maio de 68 em Paris, faz
referências ao modo de Godard filmar, é irônico na medida e traz um sensacional protagonista, o ator Louis Garrel. É um filme(e)
para sair feliz do cinema, exatamente a sensação que o mestre não queria proporcionar a seus espectadores. E mais não conto
para não dar spoiler.
O segundo filme é O Artista do Desastre. O espectador ri até sem querer da reconstituição do “Cidadão Kane dos filmes ruins”,
The Room. James Franco faz o papel de diretor do pior filme do mundo – e também é o diretor e produtor na vida real. Indo para
casa de metrô, só tinha um pensamento: que bom vencer a preguiça e sair de casa em um domingo frio e chuvoso para ser feliz
por duas horas.
Adaptado de: TAJES, Claudia. Cinema também é resistência. Zero Hora, Caderno Donna, Porto Alegre, 24 de outubro de 2017.
Disponível em http://revistadonna.clicrbs.com.br/ coluna/claudia-tajes-cinema-tambem-e-resistencia/. Acesso em 12/05/2018.
Assinale a alternativa que apresenta análise morfológica e análise sintática corretas.
a) Artigo um na função sintática de adjunto adnominal.
b) Numeral dois na função sintática de adjunto adverbial.
c) Artigo uma na função sintática de adjunto adnominal.
d) Numeral dois na função sintática de adjunto adverbial.
e) Numeral um na expressão É um filme, na função sintática de adjunto adnominal.
➢ Comentários:
GABARITO LETRA C
LETRA "A"-ERRADA. Artigo um na função sintática de adjunto adnominal.
Artigo é a palavra variável em gênero e número que antecede o substantivo, determinando-o de modo particular (artigo
definido/a, as, o, os) ou genericamente (artigo indefinido/um, uns, uma, umas).
Adjunto adnominal é o termo da oração que modifica um substantivo, caracterizando-o ou determinando-o.
No trecho "nem por um segundo", a palavra "um" é um numeral, e não um artigo. Sua função não é determinar de modo genérico
o substantivo "segundo", mas indicar quantidade. Ela pode ser substituída por outros numerais, como dois, três, etc. Trata-se,
pois, de um numeral que exerce a função sintática de adjunto adnominal em relação ao substantivo segundo.
LETRA "B"-ERRADA. Numeral dois na função sintática de adjunto adverbial.
Numeral é a palavra que indica uma quantidade definida de pessoas ou coisas ou o lugar que elas ocupam numa série.
Adjunto adverbial é um termo que se relaciona a um verbo, a um adjetivo ou a um advérbio, exprimindo circunstância ou
intensidade.
No trecho "Existem dois territórios em que desligar o telefone é sagrado", a palavra "dois" é um numeral. Ela indica a quantidade
definida de territórios. Relaciona-se, pois, a um substantivo (territórios), determinado-o, e não a um verbo, a um adjetivo ou a um
advérbio. Portanto, trata-se de um numeral que exerce a função sintática de adjunto adnominal, e não de adjunto adverbial.
LETRA "C"-CORRETA. Artigo uma na função sintática de adjunto adnominal.
Artigo é a palavra variável em gênero e número que antecede o substantivo, determinando-o de modo particular (artigo
definido/a, as, o, os) ou genericamente (artigo indefinido/um, uns, uma, umas).
Adjunto adnominal é o termo da oração que modifica um substantivo, caracterizando-o ou determinando-o.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Mai2019
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TEORIA SISTEMATIZADA E QUESTÕES PARA OFICIAL DE JUSTIÇA 2019

No trecho "para não tomar uma vaia dos demais presentes", a palavra "uma" é um artigo. Sua função é determinar de modo
genérico o substantivo "vaia". Ela foi colocada no feminino e no singular para concordar com esse substantivo. Trata-se, então, de
um artigo indefinido que exerce a função sintática de adjunto adnominal em relação a esse substantivo.
LETRA "D"-ERRADA. Numeral dois na função sintática de adjunto adverbial.
Numeral é a palavra que indica uma quantidade definida de pessoas ou coisas ou o lugar que elas ocupam numa série.
Adjunto adverbial é um termo que se relaciona a um verbo, a um adjetivo ou a um advérbio, exprimindo circunstância ou
intensidade.
No trecho "Entre os tantos filmes do Festival do Rio, dois que gostaria de recomendar. ", a palavra "dois" é um numeral. Ela define
a quantidade de filmes. Relaciona-se, pois, a um substantivo (filmes), determinado-o, e não a um verbo, a um adjetivo ou a um
advérbio. Logo, trata-se de um numeral que exerce a função sintática de adjunto adnominal, e não de adjunto adverbial.
LETRA "E"-ERRADA. Numeral um na expressão É um filme, na função sintática de adjunto adnominal.
Numeral é a palavra que indica uma quantidade definida de pessoas ou coisas ou o lugar que elas ocupam numa série.
Adjunto adnominal é o termo da oração que modifica um substantivo, caracterizando-o ou determinando-o.
No trecho "É um filme para sair feliz do cinema", a palavra "um" é um artigo. Sua função é determinar de modo genérico o
substantivo "filme", e não indicar quantidade. Nesse caso, não é possível substituí-la por outros numerais (dois, três, etc.). Trata-
se, então, de um artigo indefinido que exerce a função sintática de adjunto adnominal em relação ao substantivo filme.
SUBSTANTIVO:
O SUBSTANTIVO é uma das classes mais importantes para a construção de orações (juntamente com o verbo) e tem por função
nomear os seres: pessoas, objetos, animais, lugares, fenômenos, sentimentos, personagens da ficção.
Os substantivos variam em gênero (masculino ou feminino), número (singular ou plural) e grau (diminutivo, superlativo).
Além do vastíssimo número de substantivos existentes em nossa língua, saibam que a maioria das palavras de outras classes
gramaticais também podem se tornar substantivos! Como funciona isso, ? Vou mostrar a vocês, o "fenômeno" é chamado de
substantivação:
Exemplo: O olhar dela fascina a todos. (Normalmente, a palavra "olhar" é classificada como verbo, entretanto, no exemplo,
funciona como substantivo)
Exemplo:O invejoso não gosta de elogiar outras pessoas. (A palavra "invejoso" geralmente é classificada como adjetivo,
entretanto, no exemplo, funciona como substantivo)
Exemplo: O três é um número ímpar. (A palavra "três", normalmente, é classificada como numeral, mas no exemplo funciona
como substantivo)
CLASSIFICAÇÃO DOS SUBSTANTIVOS
A) Substantivos Comuns e Próprios
Substantivos Comuns: servem para designar seres de uma mesma espécie, de forma genérica. Exemplos: país, homem, casa,
criança, gato.
Substantivos Próprios: servem para designar seres específicos de uma espécie. Exemplos: Brasil, João, Recife, Pedrinho, Garfield.
B) Substantivos Coletivos
Servem para designar grupos de uma mesma espécie, vejamos alguns:
Alcateia - de lobos
Arquipélago - de ilhas
Arsenal - de armas
Cacho - de bananas, de uvas
Cáfila - de camelos
Cardume - de peixes
Constelação - de estrelas
Corja - de ladrões, de tratantes
Enxame - de abelhas
Elenco - de atores
Esquadra - navios de guerra
Esquadrilha - de aviões de guerra, de navios de guerra
Feixe - de lenha
Frota - de navios
Manada - de búfalos, de elefantes, de bois
Matilha - de cães
Nuvem - de insetos, gafanhotos
Ramalhete - de flores
Réstia - de cebolas, de alhos
Vara - de porcos
C) Substantivos Abstratos e Concretos
Substantivos Abstratos: servem para designar emoções, ações, qualidades, sentimentos. Exemplos: paz, amor, abraço, beijo, fé,
incredulidade, esperança, responsabilidade.
Substantivos Concretos: servem para designar "todo o resto", todos os substantivos que não forem ações, qualidades, emoções,
sentimentos...
Exemplos: fada, pedra, floresta, Deus, alma, estrela, céu, cadeira, luz, estrada, Saci.

Elaborado por Marcos Kelsch em 21Mai2019


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D) Substantivos Primitivos e Derivados


Substantivos Primitivos: são aqueles que não apresentam afixos. Exemplos: folha, livro, café, manhã.
Substantivos Derivados: apresentam afixos. Exemplos: folhagem, livraria, cafeteria, amanhecer.
Atenção! Os afixos são morfemas (pequenas partículas) que transformam palavras primitivas em derivadas, podendo
ser: prefixo (adicionado no início da palavra - Exemplo: ilegal), sufixo (adicionado no final da palavra - Exemplo: pedreira).
E) Substantivos Simples e Compostos
Substantivos Simples: formados por apenas um radical. Exemplos: sol, cor, beijo, flor.
Substantivos Compostos: formados por dois ou mais radicais. Exemplos: beija-flor, girassol.
PLURAL DOS SUBSTANTIVOS COMPOSTOS
Se tivermos que escolher apenas um assunto para "focar" sobre o tema "substantivos", este é o ponto! Assim, atenção aos
detalhes, gente!
a) Flexionam-se os dois elementos, quando:
Substantivo + Substantivo: couve-flor/ couves-flores.
Substantivo + Adjetivo: cachorro-quente/ cachorros-quentes
Adjetivo + Substantivo: mau-caráter/ maus-caracteres
Numeral + Substantivo: quarta-feira/ quartas-feiras
Adjetivo + Adjetivo: surdo-mudo/ surdos-mudos
b) Mantidos invariáveis os seguintes elementos:
Verbo:beija-flor/ beija-flores, guarda-roupa/ guarda-roupas.
Advérbio:abaixo-assinado/ abaixo-assinados, além-mar/ além-mares.
Substantivos invariáveis:lápis (é invariável quando for palavra simples e quando for parte de palavra composta), o porta-
lápis/ os porta-lápis.
Pronomes invariáveis: ninguém (é invariável quando for palavra simples e quando for parte de palavra composta), a maria-
ninguém / as marias-ninguém.
Atenção! Quando a palavra "guarda" (verbo) é acrescida de substantivo = só o segundo elemento varia! Exemplo: Os guarda-
roupas estão em promoção.
Entretanto, quando a palavra " guarda" (substantivo) é acrescida de adjetivo = ambos os elementos variam! Exemplo:
Os guardas-noturnos chegaram ao parque às 19 horas.
C) Apenas o primeiro elemento varia:
Substantivo + preposição + substantivo: pé de moleque/ pés de moleque, calcanhar de aquiles/ calcanhares de aquiles, pôr do
sol/ pores do sol.
D) Apenas o segundo elemento varia:
Substantivo que indica origem: afro-brasileiro, afro-brasileiros, anglo-americano/anglo-americanos.
Substantivo formado por onomatopeia: reco-reco/reco-recos, tique-taque/tique-taques.
Substantivo formado por abreviações: grão-mestre/grão-mestres, são-bernardo/são-bernardos.
Substantivo formado por verbos iguais: corre-corre/corre-corres (*corres-corres está correto, mas raramente é aceito pelas
bancas)
MACETE QUE RESOLVE BOA PARTE DAS QUESTÕES DE PLURAL DOS SUBSTANTIVOS
Não conseguiu decorar todas as regras? Está sem tempo? Vamos agora ensinar um macete que facilitará a vida de vocês, meus
queridos: o SAN resolverá nossos problemas! Mas que Sam, ? Vejamos:
S usbtantivo
A adjetivo VARIAM
N umeral
Essas são as classes que variam, ou seja, flexionam quando aparecem em substantivos compostos pluralizados, vamos testar?
Couve-flor -> Couves-flores
S S
Como palavra "couve-flor" é composta por dois substantivos (S de SAN), ambos variam quando a palavra é pluralizada.
Primeiro-ministro -> Primeiros-ministros
N S
Como a palavra "primeiro ministro" é composta por "primeiro" (numeral - N de SAN) e por "ministro" (substantivo - S de SAN),
ambos variam quando a palavra é pluralizada.
Amor-perfeito -> Amores- perfeitos
S A
Como a palavra "amor-perfeito" é composta por "amor" (substantivo- S de SAN) e por "perfeito" (adjetivo- A de SAN), ambos
variam quando a palavra é pluralizada.
Beija-flor -> Beija-flores
verbo S
"Beija" é verbo (não está dentro do grupo SAN), logo não varia.
"Flor" é substantivo (S de SAN), logo varia. Por isso: beija- flores.
57. FAURGS - Técnico Judiciário (TJ RS)/Judiciária e Administrativa/2017
Assinale a alternativa em que todos os substantivos têm seu significado alterado quando modificado seu gênero gramatical.
a) capital – rádio – estigma
b) cabeça – cura – alcunha
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Mai2019
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c) caixa – grama – afã


d) rádio – nascente – cura
e) moral – cabeça – cal
➢ Comentários:
Gabarito: Letra D.
Com o artigo definido masculino, "o rádio" significa "aparelho eletrônico retransmissor"; com o artigo feminino, "a rádio" expressa
ideia de "emissora, transmissora de programas".
Em "o nascente", indica-se o ponto/local em que o sol nasce". Já em "a nascente", tem-se a ideia do "local em que um rio nasce".
Em "o cura", expressa-se o sentido de "pároco/vigário de um lugarejo". Já em "a cura" transmite-se a noção de "recuperação da
saúde".
Nas demais assertivas:
a) "o capital" (=dinheiro) / "a capital" (= cidade mais importante)
"o rádio" (= aparelho retransmissor) / "a rádio" (transmissora de programas)
"o estigma" (marca, cicatriz)
b) "o cabeça" (= líder) / "a cabeça" (parte do corpo)
"o cura" (= pároco/vigário de um lugarejo) / "a cura" (= recuperação da saúde)
"a alcunha" (= qualificativo, por vezes depreciativo)
c) "o caixa" (= funcionário) / "a caixa (= recipiente)
"o grama" (= unidade de massa) / "a grama" (= relva, capim)
"o afã" (= ânsia, desejo)
e) "a moral" (= conjunto de normas, princípios) / "o moral" (= ânimo, disposição)
"o cabeça" (= líder) / "a cabeça" (parte do corpo)
"a cal" (= substância química)
ADJETIVOS:

Elaborado por Marcos Kelsch em 21Mai2019


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Assim, se quisermos definir essa classe gramatical com apenas uma palavra, a mais ideal será "caracterizador", pois o adjetivo
tem por função principal exatamente isto: atribuir características aos seres.
Os adjetivos podem modificar substantivos (a maioria), numerais, pronomes e orações completas.
As meninas estudiosas foram aprovadas. ("estudiosas" altera o substantivo "meninas")
As duas estudiosas foram aprovadas. ("estudiosas" altera o numeral "duas")
Elas são estudiosas. ("estudiosas" altera o pronome "elas")
É maravilhoso que as meninas sejam estudiosas. ("maravilhoso" altera a oração "que as meninas sejam estudiosas")
É preciso que vocês guardem com carinho a situação do adjetivo qualificando uma oração inteira, pois é recorrente em provas
de concurso. Assim, vamos dar mais exemplos:
É necessário que os alunos guardem a regra do adjetivo.
É lindo presenciar o carinho entre irmãos.
É salutar que as discussões ocorram pacificamente.
O que podemos perceber com os exemplos acima? Observem os adjetivos destacados em vermelho...e aí, povo bonito? Eles
permanecem invariáveis!!!!
Assim, quando o adjetivo qualifica/caracteriza/modifica uma oração inteira ele simplesmente NÃO VARIA, NÃO
FLEXIONA. Certinho, gente? Então, ótimo!
ADJETIVAÇÃO
A palavra "adjetivação" pode fazer referência a uma técnica estilística empregada por alguns autores (uso de adjetivos em excesso
para enfatizar algo) ou à transformação de substantivos em adjetivos (mais importante para as provas de concurso).
Vejamos agora alguns exemplos de transformação de substantivos em adjetivos:
Exemplo: Ela vestia uma calça laranja.
A palavra "laranja" normalmente faz menção à fruta (substantivo), mas no exemplo acima foi empregada como adjetivo que
modifica o substantivo "calça".
Exemplo: João tem um jeito moleque de andar.
Na frase acima, a palavra "moleque" é um adjetivo que caracteriza o "jeito" de andar do João, qualificando o substantivo "jeito".
Entretanto, normalmente, "moleque" é uma palavra empregada como substantivo.
Exemplo: A parede em tom pastel é tendência para o verão de 2016.
Na frase acima, a palavra "pastel", normalmente empregada como substantivo, é adjetivo que caracteriza o tom da parede.
LOCUÇÕES ADJETIVAS
A locução adjetiva é a reunião de duas ou mais palavras com valor de um adjetivo, vamos aos exemplos:
carne de porco - carne suína
espetáculo de circo - espetáculo circense
águas da chuva - águas pluviais
dor de abdômen - dor abdominal
casa de campo - casa campestre
dose de cavalo - dose cavalar
tratamento de face - tratamento facial
faixa de idade - faixa etária
risco de vida - risco vital
amor de mãe - amor materno
história da Idade Média - história medieval
carinho de irmão - carinho fraterno
rosto de anjo - rosto angelical
problemas da cidade - problemas urbanos
Boa parte das locuções adjetivas podem ser substituídas por um único adjetivo, entretanto o fato de algumas não poderem ser
convertidas em adjetivo não tira delas a classificação de "locução adjetiva"!!
Vejam só algumas locuções que não podem ser convertidas em um único adjetivo: caixa de papelão, pessoa sem
caráter, palhaço sem graça, ideia sem pé nem cabeça, chão de cimento
PLURAL DOS ADJETIVOS
A)Adjetivos Simples
Os adjetivos simples flexionam em número (singular ou plural) de acordo com o termo a que se referem, vejamos:
Exemplo: Prédios magníficos foram construídos em 2014. (O adjetivo "magníficos" está no plural - e no masculino - para concordar
com "prédios".)
Exemplo: A preocupação com questões simplórias deve ser evitada. (O adjetivo "simplórias" está no plural - e no feminino - para
concordar com "questões".)
Exemplo: Ele é um bom menino. (O adjetivo "bom" está no singular - e no masculino - para concordar com "menino".)
B) Adjetivos Compostos
Os adjetivos compostos flexionam com base em algumas regras:
Em regra, flexiona-se o último termo.
Exemplo: Os livros verde-escuros são mais caros.
Exemplo: As cantoras norte-americanas ganharam muitos prêmios.
São invariáveis os adjetivos compostos em que um dos termos é substantivo.
Exemplo: A blusa dela era amarelo-ouro.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Mai2019
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Exemplo: Tinha dois batons vermelho-paixão.


São invariáveis os adjetivos compostos com a seguinte fórmula: cor + de + substantivo.
Exemplo: Eram roupas cor-de-rosa.
Variam-se os dois termos do adjetivo "surdo-mudo".
Exemplo: Alguns surdos-mudos fizeram uma linda apresentação teatral ontem.
A POSIÇÃO DOS ADJETIVOS E AS VARIAÇÕES DE SENTIDO
A alteração da ordem de palavras pode, muitas vezes, mudar também o sentido da oração. O adjetivo, por exemplo, é capaz de
apresentar diferentes significados de acordo com a posição em que é empregado, vamos ver?
O falso profeta gritava para a multidão. (O adjetivo "falso" foi empregado com sentido de impostor.)
O profeta falso gritava para a multidão. (O adjetivo "falso" com sentido de desleal, mentiroso.)
Joana é uma nova pessoa. (O adjetivo "nova" foi empregado com sentido de renovada.)
Joana é uma pessoa nova. (O adjetivo "nova" foi empregado com sentido de jovem, de pouca idade.)
Ele era um senhor delegado. (O adjetivo "senhor" foi empregado com sentido de excelente, ótimo.)
Ele era delegado senhor. (O adjetivo "senhor" foi empregado com sentido de pessoa de meia-idade.)
A mulher pobre vestia azul. (O adjetivo "pobre" foi empregado com sentido de pessoa com pouco dinheiro.)
58. FAURGS 2016:
A língua do Brasil amanhã
Ouvimos com frequência opiniões alarmantes a respeito do futuro da nossa língua. ___ vezes se diz que ela vai simplesmente
desaparecer, em benefício de outras línguas supostamente expansionistas (em especial o inglês, atual candidato número um a
língua universal); ou que vai se “misturar” com o espanhol, formando o “portunhol”; ou, simplesmente, que vai se corromper pelo
uso da gíria e das formas populares de expressão (do tipo: o casaco que cê ia sair com ele tá rasgado). Aqui pretendo trazer uma
opinião mais otimista: a nossa língua, estou convencido, não está em perigo de desaparecimento, muito menos de mistura. Por
outro lado (e não é possível agradar a todos) acredito que nossa língua está mudando, e certamente não será a mesma dentro de
vinte, cem ou trezentos anos.
O que é que poderia ameaçar a integridade ou a existência da nossa língua? Um dos fatores, frequentemente citado, é a influência
do inglês – o mundo de empréstimos que andamos fazendo para nos expressarmos sobre certos assuntos.
Não se pode negar que o fenômeno existe; o que mais se faz hoje em dia é surfar, deletar ou tratar do marketing. Mas isso não
significa o desaparecimento da língua portuguesa. Empréstimos são um fato da vida e sempre existiram. Hoje pouca gente sabe
disso, mas avalanche, alfaiate, tenor e pingue-pongue são palavras de origem estrangeira; hoje já se naturalizaram, e certamente
ninguém vê ameaça nelas. Afinal de contas, quando se começou a jogar aquela bolinha em cima da mesa, precisou-se de um
nome; podíamos dizer tênis de mesa, e alguns tentaram, mas a palavra estrangeira venceu – só que virou portuguesa, hoje vive
entre nós como uma imigrante já casada, com filhos brasileiros etc. Perdeu até o sotaque.
Quero dizer que não há o menor sintoma de que os empréstimos estrangeiros estejam causando lesões na língua portuguesa; a
maioria, aliás, desaparece em pouco tempo, e os que ficam se assimilam. Como todalíngua, o português precisa crescer para dar
conta das novidades sociais, tecnológicas, artísticas e culturais; e pode aceitar empréstimos – ravióli, ioga, chucrute, balé – e
também pode (e com maior frequência) criar palavras a partir de seus próprios recursos – como computador, ecologia, poluição
– ou então estender o uso de palavras antigas a novos significados – executivo ou celular, que significam coisas hoje que não
significavam ___ vinte anos. Isso está acontecendo a todo o tempo com todas as línguas, e nunca levou nenhuma delas ___
extinção.
Adaptado de PERINI, M. A. A língua do Brasil amanhã e outros mistérios. São Paulo: Parábola Editorial, 2004. Páginas 11-14.
Assinale a alternativa que contém apenas palavras empregadas como adjetivos no texto.
a) alarmantes – expansionistas – certamente.
b) otimista – integridade – fatores.
c) possível – influência – portuguesa.
d) estrangeira – casada – menor.
e) portuguesa – imigrante – brasileiros – novidades
➢ Comentários:
Gab. D
As palavras "estrangeira", "casada" e "menor" são adjetivos. Primeiramente, "estrangeira" modifica o substantivo "palavra". Na
sequência, "casada" relaciona-se ao substantivo "imigrante", atribuindo-lhe uma característica. Por fim, o termo "menor" modifica
o substantivo "sintoma".
a) embora "alarmantes" e "expansionistas" sejam formas adjetivas, o termo "certamente" é um advérbio.
b) os termos "integridade" e "fatores" são substantivos.
c) o termo "influência" é núcleo do sintagma "a influência do inglês", sendo um substantivo.
e) o nome "novidades" é um substantivo, sendo modificado no contexto pelo adjetivo "sociais".
VERBOS:
Conjugação. Reconhecimento e emprego dos modos e tempos verbais
1) Breve Introdução
O verbo é palavra que indica ação, estado, fenômeno da natureza. Acredito que muitos já leram essa definição em algum lugar,
mas vamos detalhar sobre o que se refere cada função:
AÇÃO: indica movimentação física, gasto de energia mental, o desenvolvimento de um processo. Exemplo: pensar, caminhar,
ESTADO: verbos mais "fracos" semanticamente. Representados, normalmente, por verbos de ligação. Exemplo: estar, ser,
parecer.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Mai2019
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FENÔMENO DA NATUREZA: o próprio nome define do que trata. Exemplo: chover, trovejar, amanhecer, escurecer.
Vale destacar que os verbos que indicam ação e fenômeno da natureza, normalmente, ocupam função de núcleo de predicado
verbal ou de predicado verbo-nominal.
Flexão Verbal: ocorre em número, pessoa, tempo, modo.
Locução Verbal: dois ou mais verbos com sentido de um. Exemplo: Ia andando, está chorando, vai fugir, comecei a ler (Sim, pode
haver uma preposição entre o verbo auxiliar e o verbo principal).
Após essas breves informações, vocês já são capazes de identificar os verbos nas orações, vamos ver?
Maria chegou à festa sozinha. (verbo indicando ação)
Ele está cantando todas as sextas. (locução verbal com sentido de "continuidade da ação de cantar")
Choveu forte ontem à noite. (verbo indicando fenômeno da natureza)
Maria parecia cansada. (verbo de ligação indicando estado)
Atenção! O verbo "andar" pode indicar ação ou estado, dependendo do contexto, vejamos:
Ando meio desligado, eu nem sinto meus pés no chão... (indica estado do sujeito)
Ando devagar, porque já tive pressa e levo esse sorriso, porque já chorei demais... (indica ação de andar do sujeito)
Após o momento musical do capítulo, rs...voltemos ao tema!
Quantos verbos temos neste trecho? Eu tenho cabelos loiros; minha irmã, castanhos.
Um? Dois? Resposta: DOIS! Estamos diante de um recurso linguístico chamado "zeugma", mas o que é isso? É a omissão de um
termo já mencionado, para evitar repetições cansativas e desnecessárias.
Facilmente identificamos o verbo "tenho" no primeiro trecho, mas no segundo trecho o verbo "ter" aparece de forma implícita
(zeugma). A ideia é a mesma da explicação que damos às crianças sobre o vento: "vocês não podem ver, mas podem sentir", rs...
Assim, não podemos enxergar o verbo "ter" no segundo trecho, mas "sentimos" que ele está lá pelo contexto, vejamos:
Eu tenho cabelos loiros; minha irmã, castanhos.
Eu tenho cabelos loiros; minha irmã tem cabelos castanhos.
Terminações Verbais:
AR - verbos de primeira conjugação. Exemplos: cantar, estudar, amar.
ER - verbos de segunda conjugação. Exemplos: viver, morrer, saber.
IR - verbos de terceira conjugação. Exemplos: partir, fugir, sorrir.
2) Modos e tempos verbais
A) Indicativo
É um modo verbal que exprime ação que provavelmente ocorrerá ou ocorreu. Ao empregá-lo, o autor trabalha com palpáveis
possibilidades de materialização da ação verbal
- Presente: pode exprimir fato que ocorre no momento da fala, fato habitual, verdade absoluta, fato atemporal, fato iniciado e
que perdura até o momento da fala.
Exemplo: Josefina dança todos os dias. (fato habitual)
Exemplo: Vejo uma luz forte no céu. (fato que ocorre no momento da fala)
Exemplo: Tropas militares buscam vítimas do desastre desde ontem à noite. (fato iniciado e que perdura até o momento da fala)
Exemplo: Um terço das mulheres sofre violência doméstica no mundo. (verdade absoluta)
- Pretérito Perfeito: pode exprimir fato ocorrido e terminado antes do momento da fala, fato habitual/atemporal, fato passado
cujos efeitos perduram até o momento da fala.
Exemplo: Ele partiu ontem à noite. (fato ocorrido e concluído antes do momento da fala)
Exemplo: Quem nasceu para ser pobre, o ouro se torna em cobre. (fato atemporal, comum em ditados populares)
Exemplo: Aprendi a diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma. (fato passado cujos efeitos perduram até o presente)
- Pretérito Imperfeito: pode exprimir fato habitual/repetitivo, fato passado em curso (simultâneo a outro fato), fato passado não
concluído, fato passado de certa duração.
Exemplo: Marina chorava atrás da mãe. (fato habitual, repetitivo)
Exemplo: Eu estudava na sala, quando a vizinha chegou. (fato passado simultâneo a outro fato)
Exemplo: Quando a entrou na sala estávamos brincando com bolinhas de papel. (fato passado não concluído, expresso por
locução verbal)
- Pretérito Mais-Que-Perfeito: pode exprimir fato passado anterior a outro fato passado, fato passado vago. Pode ainda indicar
desejo, vontade.
Exemplo: Quisera eu ir à Europa nas próximas férias! (desejo, vontade)
Exemplo: Quando o juiz apitou, a bola já entrara na rede. (fato passado anterior a outro fato passado)
- Futuro do Presente: exprime fato certo futuro, posterior ao momento da fala. Pode ainda indicar futuro incerto, quando
empregado em questionamentos.
Exemplo: O padre irá ao retiro de Carnaval. (futuro certo)
Exemplo: Estaremos livres do preconceito? (futuro incerto, inserido em questionamento)
- Futuro do Pretérito: pode indicar fato posterior (hipótese) a um fato passado, consequência imaginada ligada a uma condição
que não ocorreu.
Exemplo: Cantaria melhor, se tivesse estudado a música. (consequência provável dependente de uma condição não ocorrida)
Exemplo: A disse que seríamos aprovados. (fato posterior hipotético a outro passado)
Esclarecendo melhor! Na frase acima, a "disse" (fato passado) que seríamos aprovados (fato hipotético posterior à ação de
"dizer").

Elaborado por Marcos Kelsch em 21Mai2019


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B) Subjuntivo
É um modo verbal que expressa dúvida, incerteza. O autor trabalha com chances mais remotas de concretização das ações verbais.
- Presente: pode indicar desejo, conselho, possibilidade, suposição.
Exemplo: É preciso que estudes todo o capítulo. (conselho)
Exemplo: É possível que você passe na prova. (possibilidade)
Exemplo: Desejo que você seja feliz. (desejo)
- Pretérito Imperfeito: expressa hipótese, condição, desejos. Pode ainda formar orações subordinadas condicionais com o verbo
da oração principal no futuro do pretérito.
Exemplo: Não queria que ela fizesse confusão (desejo)
Exemplo: Duvidaram que ela se casasse de vermelho. (possibilidade)
Exemplo: Se as crianças pudessem, brincariam a tarde toda. (formação de oração subordinada condicional com verbo
"brincariam"- futuro do pretérito- na oração principal)
- Futuro: indica fato futuro possível, provável.
Exemplo: Quando fores à feira, compra umas batatas. (futuro possível)
Exemplo: Se João estudar, será aprovado. (hipótese, probabilidade)
C) Imperativo
É um modo verbal empregado para exprimir ordem, pedido, sugestão. Temos o Imperativo afirmativo e o Imperativo negativo.
Exemplo: Faz o teu trabalho! (ordem) -> Imperativo afirmativo.
Exemplo: Não guardes rancor. (conselho) -> Imperativo negativo.
Exemplo: Por favor, pegue aquela caneta. (pedido) -> Imperativo afirmativo.
3) Formas Nominais dos Verbos
Falamos sobre os modos verbais (Indicativo, Subjuntivo e Imperativo), mas ainda temos as FORMAS NOMINAIS que exercem
função de nomes (substantivo, adjetivo, advérbio) em alguns contextos.
A) Infinitivo -AR, -ER, -IR (cantar, vender, partir)
É a forma nominal que expressa o significado geral (vago, indefinido) de um verbo, geralmente com comportamento de
substantivo.
Exemplo: Viver é melhor que sonhar.
Percebam que na frase acima o sentido é o de: "A vida é melhor que o sonho", assim os verbos no infinitivo comportam-se como
substantivos.
Exemplo: É fundamental combater a corrupção. (sentido de "o combate" - comportamento de substantivo)
Infinitivo é diferente de Futuro do Subjuntivo!
Futuro do Subjuntivo: compõe orações iniciadas por "quando" (sentido temporal) ou "se" (sentido condicional).
Exemplo: Quando ela chegar, pedirá presentes.
Infinitivo: compõe orações normalmente iniciadas por preposição (de, para, a) com sentido de declaração.
Exemplo: Ao chegar, pedirá presentes.
B) Gerúndio -NDO (cantando, vendendo, partindo)
Empregado em tempos compostos, em locuções verbais, o gerúndio ainda pode desempenhar função de advérbio ou de adjetivo.
Outras possibilidades de emprego do gerúndio são: expressar ação em curso, expressar ação anterior/simultânea/posterior a
outra.
Exemplo: Pedro está dançando. (ação em curso)
Exemplo: Passando no concurso, comprarei um carro zero. (ação anterior a outra: primeiro passa no concurso, depois compra o
carro)
Exemplo: Estava ouvindo a música que você fez pra mim. (compondo locução verbal)
ATENÇÃO! O chamado "gerundismo" é condenado pelas bancas, então não usem expressões como:
Vou estar enviando os documentos sexta à tarde. NÃO USEM!
A construção ideal é:
Enviarei os documentos sexta à tarde. MUITO BEM!! PODEM USAR!!
O orçamento será providenciado. BOA PONTUAÇÃO ATRIBUÍDA PARA QUEM ESCREVE SEM GERUNDISMOS!!!
C) Particípio -DO* (cantado, vendido, partido)
Muitas vezes esta forma nominal se parece com um adjetivo. Ocorre nas locuções verbais da voz passiva, de tempos compostos
e nas orações reduzidas.
Exemplo: Você foi o aluno escolhido para a homenagem. (Sentido de "que foi escolhido", pode ser considerado adjetivo ou verbo
no particípio.)
Exemplo: Se ela tivesse financiado teríamos construído uma linda casa. (locução verbal de tempo composto)
Exemplo: Finalizados os trabalhos, deveremos ir embora. (oração reduzida)
*Atenção! Nem todos os verbos têm o particípio terminado em -DO e alguns verbos têm duas formas corretas de particípio
DUAS FORMAS CORRETAS
-> entregar - entregado - entregue
-> benzer - benzido - bento
-> completar - completado - completo
-> corrigir - corrigido - correto
-> aceitar - aceitado - aceito
-> soltar - soltado - solto
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Mai2019
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TEORIA SISTEMATIZADA E QUESTÕES PARA OFICIAL DE JUSTIÇA 2019

-> distinguir - distinguido - distinto


-> eleger - elegido - eleito
-> omitir - omitido - omisso
-> enxugar - enxugado - enxuto
APENAS UMA FORMA CORRETA DIFERENTE DE -DO
-> abrir - aberto
-> fazer - feito
-> escrever - escrito
-> dizer - dito
-> ver - visto
4) Classificação dos Verbos
A) Regulares
São aqueles que seguem um padrão (modelo) regular: radical e desinência não sofrem alteração. A maior parte dos verbos
enquadra-se nesta classificação, vejamos:
CANTAR VENDER PARTIR
Eu canto Eu vendo Eu parto
Tu cantas Tu vendes Tu partes
Ele canta Ele vende Ele parte
Nós cantamos Nós vendemos Nós partimos
Vós cantais Vós vendeis Vós partis
Eles cantam Eles vendem Eles partem
Perceberam que há um padrão em todas as pessoas do singular e do plural? Por isso são chamados de regulares.
B) Irregulares
São aqueles que não seguem um modelo, havendo alteração do radical ou das desinências. Em suma, se preparem para ler coisas
"estranhas" agora, rs...vejamos:
REQUERER CABER MEDIR
Eu requeiro Eu caibo Eu meço
Tu requeres Tu cabes Tu medes
Ele requer Ele cabe Ele mede
Nós requeremos Nós cabemos Nós medimos
Vós requereis Vós cabeis Vós medis
Eles requerem Eles cabem Eles medem
C) Anômalos
São verbos que apresentam mais de um radical diferente.
Ir: vou, vais, ides, fui, foste...
Ser: sou, és, fui, foste, seja...
Pôr: ponho, punha, pus, pôs...
D) Defectivos
Não apresentam conjugação completa, percebendo-se no presente do Indicativo, no presente do Subjuntivo e no Imperativo.
ABOLIR
PRESENTE INDICATIVO PRESENTE SUBJUNTIVO
Eu ------------------------------- Eu ----------------------------------
Tu ------------------------------- Tu ----------------------------------
Ele ------------------------------ Ele ---------------------------------
Nós abolimos Nós --------------------------------
Vós abolis Vós --------------------------------
Eles ----------------------------- Eles -------------------------------
Percebam que o verbo abolir é conjugado apenas na primeira e na segunda pessoa do plural e que não há conjugação para o
presente do Subjuntivo. Vejamos outro exemplo:
EXAURIR
PRESENTE INDICATIVO PRESENTE SUBJUNTIVO
Eu ------------------------------- Eu ----------------------------------
Tu ------------------------------- Tu ----------------------------------
Ele ------------------------------ Ele ---------------------------------
Nós exaurimos Nós --------------------------------
Vós exauris Vós --------------------------------
Eles ---------------------------- Eles -------------------------------
5) Verbos Importantes
A) Intermediar
Indicativo:
Presente: Eu intermedeio, Tu intermedeias, Ele intermedeia, Nós intermediamos, Vós intermediais, Eles intermedeiam

Elaborado por Marcos Kelsch em 21Mai2019


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Pretérito Perfeito: Eu intermediei, Tu intermediaste, Ele intermediou, Nós intermediamos, Vós intermediastes, Eles
intermediaram
Pretérito Imperfeito: Eu intermediava, Tu intermediavas, Ele intermediava, Nós intermediávamos, Vós intermediáveis, Eles
intermediavam
Pretérito Mais-Que-Perfeito: Eu intermediara, Tu intermediaras, Ele intermediara, Nós intermediáramos, Vós Intermediáreis, Eles
Intermediaram
Futuro do Presente: Eu intermediarei, Tu intermediarás, Ele intermediará, Nós intermediaremos, Vós intermediareis, Eles
intermediarão
Futuro do Pretérito: Eu intermediaria, Tu intermediarias, Ele intermediaria, Nós intermediaríamos, Vós intermediaríeis, Eles
intermediariam
Subjuntivo:
Presente: Eu intermedeie, Tu intermedeies, Ele intermedeie, Nós intermediemos, Vós intermedieis, Eles intermedeiem
Pretérito Imperfeito: Eu intermediasse, Tu intermediasses, Ele intermediasse, Nós intermediássemos, Vós intermediásseis, Eles
intermediassem
Futuro: Eu intermediar, Tu intermediares, Ele intermediar, Nós intermediarmos, Vós intermediardes, Eles intermediarem
Imperativo:
Afirmativo: intermedeia tu, intermedeie ele, intermediemos nós, intermediai vós, intermedeiem eles.
Negativo: não intermedeies tu, não intermedeie ele, não intermediemos nós, não intermedieis vós, não intermedeiem eles.
B) Ver
Indicativo:
Presente: Eu vejo, Tu vês, Ele vê, Nós vemos, Vós vedes, Eles veem
Pretérito Perfeito: Eu vi, Tu viste, Ele viu, Nós vimos, Vós vistes, Eles viram
Pretérito Imperfeito: Eu via, Tu vias, Ele via, Nós víamos, Vós víeis, Eles viam
Pretérito Mais-Que-Perfeito: Eu vira, Tu viras, Ele vira, Nós víramos, Vós víreis, Eles viram
Futuro do Presente: Eu verei, Tu verás, Ele verá, Nós veremos, Vós vereis, Eles verão
Futuro do Pretérito: Eu veria, Tu verias, Ele veria, Nós veríamos, Vós veríeis, Eles veriam
Subjuntivo:
Presente: Eu veja, Tu vejas, Ele veja, Nós vejamos, Vós vejais, Eles vejam
Pretérito Imperfeito: Eu visse, Tu visses, Ele visse, Nós víssemos, Vós vísseis, Eles vissem
Futuro: Eu vir, Tu vires, Ele vir, Nós virmos, Vós virdes, Eles virem
Imperativo:
Afirmativo: vê tu, veja ele, vejamos nós, vede vós, vejam eles
Negativo: não vejas tu, não veja ele, não vejamos nós, não vejais vós, não vejam eles
C) Vir
Indicativo:
Presente: Eu venho, Tu vens, Ele vem, Nós vimos, Vós vindes, Eles vêm
Pretérito Perfeito: Eu vim, tu vieste, Ele veio, Nós viemos, Vós viestes, Eles vieram
Pretérito Imperfeito: Eu vinha, Tu vinhas, Ele vinha, Nós vínhamos, Vós vínheis, Eles vinham
Pretérito Mais-Que-Perfeito: Eu viera, Tu vieras, Ele viera, Nós viéramos, Vós viéreis, Eles vieram
Futuro do Presente: Eu virei, Tu virás, Ele virá, Nós viremos, Vós vireis, Eles virão
Futuro do Pretérito: Eu viria, Tu virias, Ele viria, Nós viríamos, Vós viríeis, Eles viriam
Subjuntivo:
Presente: Eu venha, Tu venhas, Ele venha, Nós venhamos, Vós venhais, Eles venham
Pretérito Imperfeito: Eu viesse, Tu viesses, Ele viesse, Nós viéssemos, Vós viésseis, Eles viessem
Futuro: Eu vier, Tu vieres, Ele vier, Nós viermos, Vós vierdes, Eles vierem
Imperativo:
Afirmativo: vem tu, venha ele, venhamos nós, vinde vós. venham eles
Negativo: não venhas tu, não venha ele, não venhamos nós, não venhais vós, não venham eles
D) Pôr
Indicativo
Presente: Eu ponho, Tu pões, Ele põe, Nós pomos, Vós pondes, Eles põem
Pretérito Perfeito: Eu pus, Tu puseste, Ele pôs, Nós pusemos, Vós pusestes, Eles puseram
Pretérito Imperfeito: Eu punha, Tu punhas, Ele punha, Nós púnhamos, Vós púnheis, Eles punham
Pretérito Mais-Que-Perfeito: Eu pusera, Tu puseras, Ele pusera, Nós puséramos, Vós puséreis, Eles puseram
Futuro do Presente: Eu porei, Tu porás, Ele porá, Nós poremos, Vós poreis, Eles porão
Futuro do Pretérito: Eu poria, Tu porias, Ele poria, Nós poríamos, Vós poríeis, Eles poriam
Subjuntivo:
Presente: Eu ponha, Tu ponhas, Ele ponha, Nós ponhamos, Vós ponhais, Eles ponham
Pretérito Imperfeito: Eu pusesse, Tu pusesses, Ele pusesse, Nós puséssemos, Vós pusésseis, Eles pusessem
Futuro: Eu puser, Tu puseres, Ele puser, Nós pusermos, Vós puserdes, Eles puserem
Imperativo:
Afirmativo: põe tu, ponha ele, ponhamos nós, ponde vós, ponham eles.
Negativo: não ponhas tu, não ponha ele, não ponhamos nós, não ponhais vós, não ponham eles.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Mai2019
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59. FAURGS - Juiz Estadual (TJ RS)/2016


O ataque ao cofre
A corte chegou ao Brasil empobrecida, destituída e necessitada de tudo. Já estava falida quando deixara Lisboa, mas a situação se
agravou ainda mais no Rio de Janeiro. Deve-se lembrar que entre 10.000 e 15.000 portugueses atravessaram o Atlântico junto
com D. João. Para se ter uma ideia do que isso significava, basta se levar em conta que, ao mudar a sede do governo dos Estados
Unidos da Filadélfia para a recém-construída Washington, em 1800, o presidente John Adams transferiu para a nova capital cerca
de 1.000 funcionários. Ou seja, a corte portuguesa no Brasil era entre 10 e 15 vezes mais gorda do que a máquina burocrática
americana nessa época. E todos dependiam do erário real ou esperavam do príncipe regente algum benefício em troca do
“sacrifício” da viagem. “Um enxame de aventureiros, necessitados e sem princípios, acompanhou a família real”, notou o
historiador John Armitage. “Os novos hóspedes pouco se interessavam pela propriedade do Brasil. Consideravam temporária a
sua ausência de Portugal e propunham-se mais a enriquecer-se à custa do Estado do que a administrar a justiça ou a beneficiar o
público”.
Onde achar dinheiro para socorrer tanta gente? A primeira solução foi obter um empréstimo da Inglaterra, no valor de 600.000
libras esterlinas. Esse dinheiro, usado em 1809 para cobrir as despesas da viagem e os primeiros gastos da corte no Rio de Janeiro,
seria um pedaço da dívida de 2 milhões de libras esterlinas que o Brasil herdaria de Portugal depois da independência. Outra
providência, igualmente insustentável no longo prazo, foi criar um banco estatal para emitir a moeda. A breve e triste história do
primeiro Banco do Brasil, criado pelo príncipe regente sete meses depois de chegar ao Rio de Janeiro, é um exemplo do compadrio
que se estabeleceu entre a monarquia e uma casta de privilegiados negociantes, fazendeiros e traficantes de escravos a partir de
1808.
Adaptado de: “O ataque ao cofre”, capítulo do livro “1808 – Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta
enganaram Napoleão e mudaram a História de Portugal e do Brasil”, de Laurentino Gomes.

Considere as seguintes afirmações sobre flexão verbal.


I - A forma verbal deixara está flexionada no pretérito mais-que-perfeito e poderia ser substituída por havia deixado, sem que se
incorresse em erro gramatical e sem modificar o sentido literal da frase.
II - A forma verbal Consideravam está flexionada no pretérito imperfeito do indicativo e poderia ser substituída por considerariam,
sem que se incorresse em erro gramatical e sem modificar o sentido literal da frase.
III - A forma verbal herdaria está flexionada no futuro do pretérito e poderia ser substituída por iria herdar, sem que se incorresse
em erro gramatical e sem modificar o sentido literal da frase.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e III.
e) Apenas II e III.
➢ Comentários:
Gab. D
I - A forma verbal deixara está flexionada no pretérito mais-que-perfeito e poderia ser substituída por havia deixado, sem que se
incorresse em erro gramatical e sem modificar o sentido literal da frase. - CORRETA.
Trecho: "Já estava falida quando deixara Lisboa, mas a situação se agravou ainda mais no Rio de Janeiro."
Como vimos na explicação anterior, a forma verbal "deixara" está, sim, no pretérito mais-que-perfeito, indicando uma ação que
ocorre antes de outra ação passada.
A locução "havia deixado" representa o pretérito mais-que-perfeito composto, portanto a substituição preservaria a correção
gramatical e o sentido original. Assertiva CORRETA.
II - A forma verbal Consideravam está flexionada no pretérito imperfeito do indicativo e poderia ser substituída
por considerariam, sem que se incorresse em erro gramatical e sem modificar o sentido literal da frase. - INCORRETA.
Trecho: "Consideravam temporária a sua ausência de Portugal e propunham-se mais a enriquecer-se à custa do Estado do que a
administrar a justiça ou a beneficiar o público."
A forma verbal destacada acima está pretérito imperfeito do indicativo do verbo "considerar", indicando uma ação contínua
passada. A forma verbal "considerariam" está no futuro do pretérito, indicando uma ação futura em relação a um fato passado,
ou seja, uma ação que ocorre DEPOIS de outra ação passada. Esse tempo verbal também pode indicar hipótese, incerteza. Veja
que, de qualquer forma, a substituição modificaria o sentido original, portanto a assertiva está INCORRETA.
III - A forma verbal herdaria está flexionada no futuro do pretérito e poderia ser substituída por iria herdar, sem que se incorresse
em erro gramatical e sem modificar o sentido literal da frase. - CORRETA.
Trecho: "Esse dinheiro, usado em 1809 para cobrir as despesas da viagem e os primeiros gastos da corte no Rio de Janeiro, seria
um pedaço da dívida de 2 milhões de libras esterlinas que o Brasil herdaria de Portugal depois da independência."
A forma verbal "herdaria" está no futuro do pretérito, indicando uma ação que ocorre DEPOIS de outra ação passada. Veja que a
ação "herdar" (a dívida) ocorre DEPOIS da independência (fato passado).
A locução "iria herdar" representa o futuro do pretérito do verbo "ser" + o verbo principal "herdar" no infinitivo. Veja que
mantém-se a ideia expressa pelo futuro do pretérito, modificando-se apenas a estrutura da oração. Não há prejuízo para a
correção nem para o sentido da frase, portanto a assertiva está CORRETA.

Elaborado por Marcos Kelsch em 21Mai2019


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60. FAURGS 2016:


Cães podem distinguir palavras e entonações. Um novo estudo sobre o melhor amigo do homem sugere o que muito dono de
cachorro já considera confirmado: os cães conseguem distinguir palavras e entonações. A pesquisa, publicada na revista Science,
examinou o cérebro de 13 cachorros enquanto ouviam seus donos. O trabalho realizado mostra que o cérebro canino é capaz de
interpretar tanto o que dizemos quanto o modo como dizemos algo.
Conforme o estudo, o centro de prazer do cérebro do animal tende a ser ativado somente quando palavras de gentileza são
acompanhadas da entonação apropriada. Esse centro fica no lado direito do cérebro canino. A pesquisa também aventa que o
cachorro consegue interpretar o significado das palavras que costuma escutar em um ambiente familiar, mesmo que sejam ditas
com entonação neutra. Isso porque uma outra parte do seu cérebro, no lado direito, mostra ativação.
Adaptado de: ZERO HORA. Porto Alegre, 31/8/2016, p. 34.
Conforme empregado no texto, está no pretérito perfeito do indicativo o seguinte verbo:
a) examinou
b) dizemos
c) interpretar
d) tende
e) sejam
➢ Comentários:
Gabarito: LETRA A.
Conforme empregado no texto, está no pretérito perfeito do indicativo o seguinte verbo: examinou.
A forma "examinou" consiste no verbo examinar flexionado na terceira pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo.
O pretérito perfeito do indicativo é o tempo verbal que indica uma AÇÃO ACABADA, CONCLUÍDA, TERMINADA. Exemplos: eu
brinquei, tu fizestes, ele examinou, eles correram...
Portanto, a letra A é a alternativa em que o verbo está no pretérito perfeito do indicativo.
O verbo da letra B está flexionado na primeira pessoa do plural do presente do indicativo, expressando uma AÇÃO ATUAL E
CERTA.
O verbo da letra C está na forma infinitiva. Trata-se de uma das formas nominais do verbo, caso em que o verbo
NÃO apresenta flexão de tempo e modo.
O verbo da letra D está flexionado na terceira pessoa do singular do presente do indicativo, expressando uma AÇÃO ATUAL E
CERTA.
O verbo da letra E está flexionado na terceira pessoa do plural do presente do subjuntivo, expressando uma ideia de HIPÓTESE.
61. FAURGS 2016 – QUESTÃO ADAPTADA:
I - O verbo sejam está conjugado na terceira pessoa do plural do Presente do Subjuntivo.
II - O verbo envolvam está conjugado na terceira pessoa do plural do Presente do Subjuntivo.
III - O verbo buscamos está conjugado na primeira pessoa do plural do Presente do Indicativo.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
e) I, II e III.
➢ Comentários:
Gabarito: LETRA E.
Considere as afirmações abaixo, sobre verbos do texto.
I - O verbo sejam está conjugado na terceira pessoa do plural do Presente do Subjuntivo. == Correta.
Realmente, a forma verbal "sejam" (uma flexão do verbo ser) está conjugada na terceira pessoa do plural do Presente do
Subjuntivo:
que eu seja;
que tu sejas;
que ele seja;
que nós sejamos;
que vós sejais;
que eles sejam.
Note que a partícula "que" exige verbo no modo Subjuntivo:
"É preciso que todos sejam alertados"...
II - O verbo envolvam está conjugado na terceira pessoa do plural do Presente do Subjuntivo. == Correta.
Realmente, a forma verbal "envolvam" (uma flexão do verbo envolver) está conjugada na terceira pessoa do plural do Presente
do Subjuntivo:
que eu me envolva;
que tu te envolvas;
que ele se envolva;
que nós nos envolvamos;
que vós vos envolvais;
que eles se envolvam.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Mai2019
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Note que a partícula "que" exige verbo no modo Subjuntivo:


"Gestos simples que envolvam"... 56
III - O verbo buscamos está conjugado na primeira pessoa do plural do Presente do Indicativo. == Correta.
Realmente, a forma verbal "buscamos" (uma flexão do verbo buscar) está conjugada na primeira pessoa do plural do Presente
do Indicativo:
eu busco;
tu buscas;
ele busca;
nós buscamos;
vós buscais;
eles buscam.
62. FAURGS 2016 – QUESTÃO ADAPTADA:
Assinale a alternativa que apresenta a classificação correta quanto ao tempo e modo dos verbos seria, fosse e Será,
respectivamente.
a) futuro do pretérito do indicativo – pretérito imperfeito do subjuntivo – futuro do presente do indicativo
b) pretérito imperfeito do subjuntivo – futuro do subjuntivo – futuro do presente do indicativo
c) futuro do pretérito do indicativo – presente do subjuntivo – presente do indicativo
d) pretérito imperfeito do indicativo – pretérito imperfeito do subjuntivo – futuro do presente do indicativo
e) pretérito imperfeito do subjuntivo – presente do subjuntivo – futuro do subjuntivo
➢ Comentários:
Gab. A
• seria = futuro do pretérito do indicativo;
• fosse = pretérito imperfeito do subjuntivo; e
• Será = futuro do presente do indicativo.

63. FAURGS – OJ 2014 – QUESTÃO ADAPTADA:


Assinale a alternativa que apresenta um verbo conjugado no presente do modo indicativo e um verbo conjugado no presente do
modo subjuntivo, respectivamente.
a) passamos – debruçava
b) espanta – deitava
c) poderia – procurava
d) disse – tinha
e) tem – chore
➢ Comentários:
a) a forma verbal "passamos" está no Pretérito Perfeito do Indicativo, enquanto a estrutura "debruçava" está no Pretérito
Imperfeito do mesmo modo.
b) embora a forma verbal "espanta" esteja na terceira pessoa do singular do Presente do Indicativo, a estrutura "deitava" está no
Pretérito Imperfeito do Indicativo.
c) a forma verbal "poderia" está conjugada no Futuro do Pretérito do Indicativo, tendo como característica a desinência modo-
temporal "-ria". Por sua vez, a forma verbal "procurava" está no Pretérito Imperfeito do Indicativo, sendo a DMT "-va"
característica de verbos de 1ª conjugação no imperfeito.
d) a forma "disse" está flexionada no Pretérito Perfeito do Indicativo, ao passo que a estrutura verbal "tinha" está no Pretérito
Imperfeito do mesmo modo.
64. FAURGS 2014 – OJ 2014 – ADAPTADA:
Assinale a alternativa que apresenta a classificação correta relativa ao tempo e modo das formas verbais fossem e possa,
respectivamente.
a) presente do subjuntivo e pretérito imperfeito do subjuntivo
b) pretérito imperfeito do subjuntivo e presente do subjuntivo
c) presente do subjuntivo e futuro do subjuntivo
d) pretérito imperfeito do subjuntivo e futuro do subjuntivo
e) futuro do subjuntivo e presente do subjuntivo
➢ Comentários:
Gab. B
A forma verbal "fossem" é uma representação do verbo SER, conjugado no Pretérito Imperfeito do Subjuntivo. Esse tempo verbal
é marcado pela desinência modo-temporal "-SSE", que o caracteriza:
(se) eu fosse, tu fosses, ele fosse, nós fôssemos, vós fôsseis, eles fossem.
Por sua vez, a forma verbal "possa" provém do verbo PODER, estando conjugada no Presente do Subjuntivo:
(que) eu possa, tu possas, ele possa, nós possamos, vós possais, eles possam.
65. FAURGS 2014 – QUESTÃO ADAPTADA:
Quanto à forma verbal voltar-se-á, é correto afirmar que está conjugada
a) na terceira pessoa singular do presente do indicativo.
b) na terceira pessoa singular do presente do subjuntivo.
c) na terceira pessoa singular do pretérito imperfeito do indicativo.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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d) na terceira pessoa singular do pretérito do subjuntivo.


e) na terceira pessoa singular do futuro do presente do indicativo. 57
➢ Comentários:
Gab. E
Flexão do verbo voltar no futuro do presente (mesoclítico):
voltar-me-ei
voltar-te-ás
voltar-se-á (terceira pessoa do singular)
voltar-nos-emos
voltar-vos-eis
voltar-se-ão
LETRA "A"-ERRADA: na terceira pessoa singular do futuro do presente (e não presente) do indicativo.
LETRA "B"-ERRADA: na terceira pessoa singular do futuro do presente do indicativo (e não presente do subjuntivo).
LETRA "C"-ERRADA: na terceira pessoa singular do futuro do presente (e não pretérito imperfeito) do indicativo.
LETRA "D"-ERRADA: na terceira pessoa singular do futuro do presente do indicativo (e não pretérito do subjuntivo).
LETRA "E"-CORRETA: na terceira pessoa singular do futuro do presente do indicativo.
66. FAURGS 2014 – Questão adaptada:
Assinale a alternativa que apresenta a classificação correta para o tempo e o modo das formas verbais seriam, aceitassem e seja
respectivamente.
a) Futuro do Pretérito do Indicativo – Pretérito Imperfeito do Subjuntivo – Presente do Subjuntivo
b) Pretérito Imperfeito do Indicativo – Presente do Subjuntivo – Futuro do Subjuntivo
c) Futuro do Subjuntivo – Pretérito Imperfeito do Subjuntivo – Presente do Subjuntivo
d) Futuro do Presente do Indicativo – Futuro do Subjuntivo – Presente do Subjuntivo
e) Futuro do Pretérito do Indicativo – Pretérito Imperfeito do Subjuntivo – Futuro do Subjuntivo
➢ Comentários:
GABARITO LETRA A
LETRA "A"-CORRETA. Futuro do Pretérito do Indicativo – Pretérito Imperfeito do Subjuntivo – Presente do Subjuntivo
Seriam - futuro do pretérito do indicativo. Esse tempo/modo verbal caracteriza-se pela presença das desinências modo-temporais
-ria, -rie: seria, serias, seria, seríamos, seríeis, seriam.
Aceitassem - pretérito imperfeito do subjuntivo. Esse tempo/modo verbal caracteriza-se pela presença da desinência modo-
temporal sse: aceitasse, aceitasses, aceitasse, aceitássemos, aceitásseis, aceitassem.
Seja - presente do subjuntivo. Esse tempo/modo verbal caracteriza-se pela presença da desinência modo-temporal e, nos verbos
da primeira conjugação, e a, nos verbos da segunda e da terceira conjugação: seja, sejas, seja, sejamos, sejais, sejam.
LETRA "B"-ERRADA. Pretérito Imperfeito do Indicativo – Presente do Subjuntivo – Futuro do Subjuntivo
O verbo ser na terceira pessoa do plural do pretérito imperfeito do indicativo é eram e não seriam.
O verbo aceitar na terceira pessoa do plural do presente do subjuntivo é aceitem e não aceitassem.
O verbo ser na terceira pessoa do singular do futuro do subjuntivo é for e não seja.
LETRA "C"-ERRADA. Futuro do Subjuntivo – Pretérito Imperfeito do Subjuntivo – Presente do Subjuntivo
O verbo ser na terceira pessoa do plural do futuro do subjuntivo é forem e não seriam.
LETRA "D"-ERRADA. Futuro do Presente do Indicativo – Futuro do Subjuntivo – Presente do Subjuntivo
O verbo ser na terceira pessoa do plural do futuro do presente do indicativo é serão e não seriam.
O verbo aceitar na terceira pessoa do plural do futuro do subjuntivo é aceitarem e não aceitassem.
LETRA "E"-ERRADA. Futuro do Pretérito do Indicativo – Pretérito Imperfeito do Subjuntivo – Futuro do Subjuntivo
O verbo ser na terceira pessoa do singular do futuro do subjuntivo é for e não seja.
67. FAURGS 2014 – QUESTÃO ADAPTADA:
Assinale V (verdadeiro) ou F (falso) nas afirmações a seguir.
( ) A forma verbal fui está conjugada na primeira pessoa do singular, no pretérito perfeito do modo indicativo.
( ) A forma verbal seria está conjugada na terceira pessoa do singular, no pretérito imperfeito do modo subjuntivo.
( ) A forma verbal tinha está conjugada na terceira pessoa do singular, no pretérito imperfeito do modo indicativo.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
a) V – V – V.
b) F – F – F.
c) F – V – V.
d) V – V – F.
e) V – F – V.
➢ Comentários:
I. Verdadeira. A estrutura "fui" indica que o verbo SER está conjugado na 1ª pessoa do singular, do Pretérito Perfeito do
Indicativo:
eu fui, tu foste, ele foi, nós fomos, vós fostes, eles foram.
II. Falsa. A estrutura "seria" é marcada pela desinência modo-temporal "-ria", indicando que o verbo SER está conjugado no Futuro
do Pretérito do Indicativo, estando incorreta a afirmação do examinador. No contexto, a forma verbal "seria" está na 3ª pessoa
do singular, concordando com o sintagma "a Copa", cujo núcleo é o termo "Copa".

Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019


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III. Verdadeira. Na passagem "cada time tinha sua própria coreografia", a forma verbal "tinha" concorda com o termo "time",
núcleo da expressão "cada time", estando flexionada na 3ª pessoa do singular, do Pretérito Imperfeito do Indicativo: 58
eu tinha, tu tinhas, ele tinha, nós tínhamos, vós tínheis, eles tinham.
68. FAURGS 2012
Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas da frase abaixo.
Na reunião, _______ a calma e, felizmente, _______ todas as acusações e ainda ________ a plateia.
a) manti – rebati – entreti
b) manti – rebati – entretive
c) mantive – rebati – entretive
d) mantive – rebative – entretive
e) manti – rebative – entreti
➢ Comentários:
Gab. C
O verbo "manter" é derivado do verbo "ter", seguindo o paradigma (modelo) de conjugação deste último:
Pretérito Perfeito do Indicativo - TER
eu tive, tu tiveste, ele teve, nós tivemos, vós tivestes, eles tiveram.
Pretérito Perfeito do Indicativo - MANTER
eu mantive, tu mantiveste, ele manteve, nós mantivemos, vós mantivestes, eles mantiveram.
Sendo assim, a primeira lacuna fica adequadamente preenchida pela forma verbal "mantive": "Na reunião, mantive a calma (...)".
Desse modo, apenas as opções (C) e (D) permanecem como possíveis respostas.
Por sua vez, a segunda lacuna deve ser preenchida pela forma verbal "rebati", indicando que o verbo "rebater" está flexionado na
primeira pessoa do singular do Pretérito Perfeito do Indicativo: eu rebati ... . Assim, a opção (D) está descartada.
Por fim, a terceira lacuna é preenchida pelo verbo "entreter", outro derivado do verbo "ter", razão por que segue o modelo de
conjugação deste último:
Pretérito Perfeito do Indicativo - TER
eu tive, tu tiveste, ele teve, nós tivemos, vós tivestes, eles tiveram.
Pretérito Perfeito do Indicativo - ENTRETER
eu entretive, tu entretiveste, ele entreteve, nós entretivemos, vós entretivestes, eles entretiveram.
69. FAURGS - Técnico Judiciário (TJ RS)/Judiciária e Administrativa/2012
Considere as frases abaixo com relação ao emprego das formas verbais.
I - Neste momento, vimos solicitar ao diretor que nos libere da tarefa.
II - Requeiro a Vossa Senhoria que nos entregue o escritório.
III - Se eu vir o Romualdo, pretendo confessar a verdade.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.
➢ Comentários:
Gab. E
I. Certa. No período "Neste momento, vimos solicitar ao diretor que nos libere da tarefa", a forma verbal "vimos" é proveniente
do verbo "vir", sendo flexionado na primeira pessoa do plural do Presente do Indicativo: eu venho, tu vens, ele vem, nós vimos ...
Não confunda com a forma verbal "vimos", oriunda do verbo "ver", no Pretérito Perfeito do Indicativo: eu vi, tu viste, ele viu,
nós vimos ... .
Ademais, o verbo "vir", na primeira pessoa do plural do Pretérito Perfeito do Indicativo, apresenta-se sob a forma "viemos": eu
vim, tu vieste, ele veio, nós viemos ... .
II. Certa. O verbo "requerer", na primeira pessoa do singular do Presente do Indicativo, apresenta-se sob a forma "requeiro", como
observado em "Requeiro a Vossa Senhoria (...)".
Ademais, cumpre observar que o verbo "requerer" não se confunde com o verbo "querer".
São falsos derivados. Vejamos:
Presente do Indicativo - VERBO QUERER
eu quero, tu queres, ele quer, nós queremos, vós quereis, eles querem.
Presente do Indicativo - VERBO REQUERER
eu requeiro, tu requeres, ele requer, nós requeremos, vós requereis, eles requerem.
III. Certa. No segmento "Se eu vir o Romualdo (...)", o verbo "ver" foi corretamente flexionado no Futuro do Subjuntivo,
apresentando-se sob a forma "vir".
ale chamar sua atenção para a diferença entre as conjugações dos verbos "ver" e "vir", no Futuro do Subjuntivo:
Futuro do Subjuntivo - VERBO VER
(quando) eu vir, tu vires, ele vir, nós virmos, vós virdes, eles virem.
Futuro do Subjuntivo - VERBO VIR
(quando) eu vier, tu vieres, ele vier, nós viermos, vós vierdes, eles vierem.

Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019


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70. FAURGS 2018


Qual das alternativas abaixo NÃO apresenta as três formas conjugadas no mesmo modo verbal? 59
a) lembrava – viam – sabiam
b) encontro – reencontramo-nos – são
c) lembrem – tenha – insista
d) é – lembram – estou
e) escreveu – convenci-me – precederam
➢ Comentários:
GABARITO LETRA C
Os modos verbais são:
a) Indicativo, chamado modo da realidade. Exprime um fato certo, seguro. Apresenta os tempos presente, pretérito perfeito,
pretérito imperfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro do presente e futuro do pretérito.
Exemplo: A tecnologia modifica os mais diversos aspectos das relações sociais.
b) Subjuntivo, chamado modo de âmbito hipotético. Exprime um fato incerto, duvidoso. Apresenta os tempos presente, pretérito
imperfeito e futuro.
Exemplo: Espero que as pessoas tenham mais consciência ao utilizarem as redes sociais.
c) Imperativo, que indica ordem, pedido ou conselho.
Exemplo: Sejamos todos mais humanos desde já!
LETRA "A"-ERRADA: lembrava – viam – sabiam
As formas verbais acima estão conjugadas no mesmo tempo e modo verbais: o pretérito imperfeito do indicativo.
LETRA "B"-ERRADA: encontro – reencontramo-nos – são
As formas verbais acima estão conjugadas no mesmo tempo e modo verbais: o presente do indicativo.
LETRA "C"-CORRETA: lembrem – tenha – insista
"Não é que não lembrem de nada, é claro, nem que a matéria tenha sido toda inútil."
No trecho acima, as formas verbais "lembrem" e "tenha" estão flexionadas no presente do modo subjuntivo, pois indicam fatos
incertos: que eu lembre, que tu lembres, que ele lembre, que nós lembremos, que vós lembreis, que eles lembrem; que eu tenha,
que tu tenhas, que ele tenha, que nós tenhamos, que vós tenhais, que eles tenham.
"Por isso, insista com as historinhas antes de dormir: do primeiro ao último mês de vida (até a morrer é preciso aprender)."
No trecho acima, a forma verbal "insista" está flexionada no imperativo afirmativo, pois indica um conselho: insiste tu, insista
você, insistamos nós, insisti vós, insistam vocês.
Nesse caso, como o imperativo afirmativo é retirado do presente do indicativo (tu e vós) e do presente do subjuntivo (você, nós e
vocês), só é possível saber se a forma verbal "insista" está no imperativo (ordem, pedido ou conselho) ou no subjuntivo (fato
incerto, hipotético) a partir do contexto.
LETRA "D"-ERRADA: é – lembram – estou
As formas verbais acima estão conjugadas no mesmo tempo e modo verbais: o presente do indicativo.
LETRA "E"-ERRADA: escreveu – convenci-me – precederam
As formas verbais acima estão conjugadas no mesmo tempo e modo verbais: o pretérito perfeito do indicativo.
PRONOMES:
Os pronomes são palavras que funcionam como um nome e podem ser empregados para indicar posse, para substituir ou fazer
referência a um nome, para indicar indefinição ou aproximação, para demarcar as pessoas do discurso, entre muitas outras
funções.
Temos dois tipos de pronome:
Pronome substantivo: substitui um substantivo. Exemplo: Ele comprou uma casa. (O pronome "ele" substitui o nome que
identifica o comprador da casa - o sujeito.)
Pronome adjetivo: acompanha um substantivo. Exemplo: João comprou esta casa. (O pronome "esta" acompanha o substantivo
"casa".)
Abordaremos agora os detalhes mais importantes desta classe gramatical: muita atenção, gente!
2) Pronomes Pessoais Retos
Substituem substantivos, demarcando as pessoas do discurso:
- quem fala: identificado pelos pronomes "eu", "nós".
- para quem fala: identificado pelos pronomes "tu", "vós".
- sobre quem fala: identificado pelos pronomes "ele(s)", "ela(s)".
Frase que resume o emprego dos pronomes pessoais: Eu disse que ela era complicada, mas não ouviste (tu).
Eu: quem fala
ela: sobre quem fala
ouviste: para quem fala (segunda pessoa do singular - tu)
Eu Ele/Ela Vós
Tu Nós Eles/Elas
-Os pronomes retos, na maioria das vezes, têm função de sujeito.
- Vale destacar que estes pronomes não devem exercer a função de complemento verbal, vejamos:
Beija ele, pega ele, leva ele. X X X
Embora muito comum, a construção acima está ERRADA. Os pronomes retos não devem exercer a função de objeto direto ou
indireto.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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Beija-o, pega-o, leva-o. ►►►


Na linguagem coloquial empregamos a construção acima com certa raridade, entretanto, na hora da prova, ela é a 60
forma CORRETA. Como queremos a aprovação no concurso, cuidado!
Atenção!!! Especialmente para aqueles que farão prova escrita: evitem o uso do pronome "EU", pois ele transmite uma forte ideia
de subjetividade, de arrogância (eu sei, eu recomendo, eu afirmo) e retira do texto o caráter de impessoalidade, importante para
dissertações.
A construção ideal é: sabemos, recomendamos, afirmamos.
O pronome "vós" praticamente não é mais usado em nossa língua (ressalvando-se registros muito formais), foi substituído por
"vocês" (pronome de tratamento).
Quando empregarmos a expressão "a gente" (forma coloquial) , o verbo deve ser conjugado na terceira pessoa do singular.
A gente dançou muito ontem.►►► CORRETO
A gente dançamos muito ontem. XXX ERRADO
Não empregamos pronomes retos com preposição:
Não aconteceu nada entre mim e ti. ►►► CORRETO
Não aconteceu nada entre eu e tu. XXX ERRADO
3) Pronomes pessoais oblíquos
Diferentemente do que ocorre com os pronomes retos, os pronomes oblíquos são aqueles que funcionam como complemento
verbal, podendo ser tônicos ou átonos.
A) Pronomes oblíquos tônicos
Estes pronomes aparecem acompanhados de preposição.
1ª pessoa do singular mim, comigo
2ª pessoa dosingular ti, contigo
3ª pessoa do singular ele, ela
1ª pessoa do plural nós, conosco
2ª pessoa do plural vós, convosco
3ª pessoa do plural eles, elas
Exemplos:
Não aconteceu nada entre mim e ti.
Não fale isso contra mim.
Sem mim, nada podeis fazer.
B) Pronomes oblíquos átonos
Estes pronomes não são acompanhados de preposição.
1ª pessoa do singular me
2ª pessoa do singular te
3ª pessoa do singular o, a, lhe, se
1ª pessoa do plural nos
2ª pessoa do plural vos
3ª pessoa do plural os, as, lhes, se
Os pronomes o(s), a(s) ocupam função de objeto direto.
Exemplo: Nós o ajudaríamos se fosse possível.
O verbo "ajudar" é transitivo direto (quem ajuda, ajuda alguém), assim o pronome "o" funciona como objeto direto.
Os pronomes lhe(s) ocupam função de objeto indireto.
Exemplo: Enviei-lhe flores.
O verbo "enviar", nesta oração, é transitivo direto e indireto (quem envia, envia algo a alguém). "Flores" é objeto direto, "lhe" é
objeto indireto.
Os pronomes me, te, se, vos, nos podem ocupar função de objeto direto ou de objeto indireto.
Exemplo: Sempre me pedem paciência.
O verbo "pedir", nesta oração, é transitivo direto e indireto (quem pede, pede algo a alguém). "Paciência" é o objeto direto e "me"
é objeto indireto.
Exemplo: Ele não me chamou para a festa.
O verbo "chamar", nesta oração, é transitivo direto (quem chama, chama alguém). O "me" funciona, portanto, como objeto
direto.
Em regra, não devemos empregar pronomes retos quando acompanhados por preposição, entretanto, quando o pronome tiver
função de sujeito, faremos uso dele, vejamos:
Exemplo: Esta viagem é para eu aproveitar. (Percebam que "eu" é sujeito do verbo "aproveitar", assim devemos empregar o
pronome reto de acordo com o padrão culto escrito.) Não devemos usar-> Esta viagem é para mim aproveitar.

Exemplo: Ela deu o presente para eu desembrulhar. (Percebam que "eu" é sujeito do verbo "desembrulhar", assim devemos
empregar o pronome reto de acordo com o padrão culto escrito.) Não devemos usar -> Ela deu o presente para mim
desembrulhar.
Exemplo: É importante para mim estar com você.
Percebam que o pronome "mim" não é sujeito da frase, tanto que pode ser deslocado: Estar com você é importante para mim.

Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019


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Assim, a dica é esta: se o pronome puder ser deslocado ou suprimido, sem problemas, dentro da oração é porque ele não
funciona como sujeito! 61
Não sendo sujeito: o " mim" deve ser empregado.
Quando exercer função de sujeito: o "mim" não pode ser utilizado.
Assim, não devemos usar -> É importante para eu estar com você.
-> Quando os pronomes oblíquos "a(s), o(s)" acompanharem verbos terminados em R, S ou Z, serão transformados em: -la(s) -
lo(s), vejamos:
Exemplo: Vamos pôr o vaso na mesa. / Vamos pô-lo na mesa.
Exemplo: Fiz o curso por amor. / Fi-lo por amor.
-> Quando os pronomes oblíquos "a(s), o(s)" acompanharem verbos terminados em som nasal (am, em, ão, õe), serão
transformados em : na(s), no(s), vejamos:
Exemplo: Cantaram todas as músicas. / Cantaram-nas todas.
Exemplo: A rotina será mais fácil quando colocarem o garoto na escola. / A rotina será mais fácil quando colocarem-no na escola.
4) Pronomes de Tratamento
São pronomes empregados diante de certa formalidade no discurso (tratamento cortês), representando a segunda ou a terceira
pessoa, mas sempre flexionando em terceira pessoa.
Vossa Alteza V. A. príncipes, duques
Vossa Eminência V. Em.ª (s) cardeais
Vossa Excelência V. Ex.ª (s) altas autoridades, juízes, promotores
Vossa Santidade V.S. papa
Vossa Senhoria V.S.ª tratamento cortês/cerimonioso
Vossa Onipotência V.O. Deus
Vossa Reverendíssima V.Rev.mª sacerdotes, bispos
Vossa Magnificência V. Mag. ª reitores de universidades
Vossa Majestade V.M. reis, rainhas, imperadores
Vossa Paternidade V.P. abades, superiores de conventos
Atenção! Empregamos "Vossa" quando falamos diretamente com a autoridade e "Sua" quando falamos sobre a autoridade,
vejamos:
Exemplo: Vossa Alteza está satisfeita? (Falando diretamente com a princesa)
Exemplo: Vocês perceberam se Sua Alteza ficou satisfeita? (Falando sobre a princesa com outras pessoas)
5) Pronomes Possessivos
São aqueles que restabelecem relação de posse entre seres e pessoas do discurso.
1ª pessoa meu(s), minha(s), nosso(s), nossa(s)
2ª pessoa teu(s), tua(s), vosso(s), vossa(s)
3ª pessoa seu(s), sua(s)
Atenção! O emprego de pronomes possessivos de terceira pessoa pode gerar ambiguidade, vejamos:
Exemplo: Maria encontrou Joana em sua casa. (Na casa de Maria ou na de Joana?)
Exemplo: Pedro marcou um encontrou com José em seu restaurante. (No restaurante de quem?)
6) Pronomes Indefinidos
Fazem referência aos seres de modo indefinido, vago, impreciso.
VARIÁVEIS INVARIÁVEIS
algum, alguma, alguns, nenhum, nenhuma, nenhuns, nenhumas, todo(s), toda(s), bastante,
tudo, nada, ninguém, alguém,
bastantes, pouco(s), pouca(s), qualquer, quaisquer, qual, quais, um, uns, uma, umas, certo(s),
algo, outrem, quem,
certa(s)
Atenção! A palavra "bastante" pode ser classificada como advérbio (invariável) ou como pronome indefinido (variável), vejamos:
A casa estava bastante depreciada. (advérbio)
As casas estavam bastante depreciadas. (advérbio)
Fizemos bastantes festas este ano. (pronome indefinido)
Uma dica para identificar quando a palavra "bastante" é pronome indefinido: substitua a palavra por "muito(a)" e veja se ela
precisa ser flexionada, se precisar é porque é pronome! Vamos ver?
As casas estavam bastante depreciadas. -> trocar "bastante" por "muito" -> As casas estavam muito depreciadas.
Percebam que a palavra "muito" permanece no singular, assim temos advérbio (invariável).
Fizemos bastantes festas este ano. -> trocar "bastante" por "muito" -> Fizemos muitas festas este ano.
Percebam que a palavra "muito" flexionou no feminino plural, assim estamos diante de um pronome indefinido.
7) Pronomes Interrogativos
São aqueles empregados na formulação de questionamentos diretos (com ponto de interrogação) ou indiretos.
São eles: quem, qual, que, quanto.
Quem é você? (pergunta direta)
Gostaria de saber quem é você. (pergunta indireta)
Qual o nome do restaurante? (pergunta direta)
Gostaria de saber qual o nome do restaurante. (pergunta indireta)
Que fazes aqui? (pergunta direta)
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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Quero saber que fazes aqui. (pergunta indireta)


Quanto custa uma viagem para Miami? (pergunta direta) 62
Quero saber quanto custa uma viagem para Miami. (pergunta indireta)
8) Pronomes demonstrativos
São aqueles que indicam a posição (temporal ou espacial) dos seres num discurso.
1ª pessoa este, esta, isto
2ª pessoa esse, essa, isso
3ª pessoa aquele, aquela, aquilo
Atenção! Pronomes demonstrativos podem unir-se a preposições (contração):
Exemplos: em + isto = nisto a + aquilo = àquilo em + essa = nessa
Pronomes demonstrativos no espaço:
-> Este, esta e isto: referem-se a seres próximos da pessoa que fala.
Exemplo: Este livro está muito velho. (O livro está próximo do falante)
-> Esse, essa, isso: referem-se a seres próximos da pessoa que escuta ou a seres um pouco distantes.
Exemplo: Essa menina deve estar doente. (A menina está mais próxima do ouvinte)
-> Aquele, aquela, aquilo: referem-se a seres distantes da pessoa que fala e da pessoa para quem se fala.
Exemplo: Aquele cachorro me mordeu. (O cachorro está distante das pessoas do discurso.)
Pronomes demonstrativos no tempo:
-> Este, esta e isto: presente, passado próximo, futuro (dentro de um espaço determinado de tempo)
Exemplo: Este é o momento mais importante. (presente)Exemplo: Este sábado foi incrível. (passado próximo)Exemplo: Esta
semana iremos ao shopping. (futuro em determinado espaço de tempo)
-> Esse, essa, isso: passado recente, futuro.
Exemplo: Essa festa ficou na memória. (passado recente)Exemplo: Esses dias irei à igreja. (futuro)
-> Aquele, aquela, aquilo: tempo distante, passado.
Exemplo: Aquela época não sai da minha cabeça. (passado)Exemplo: Naquele tempo, todos andavam à noite nas tranquilas ruas.
(tempo distante)
9) Pronomes Relativos
Após abordarmos diversos tipos de pronome, chegamos ao mais importante (no sentido de "despencar" em provas de concurso),
assim toda atenção aos pronomes relativos!
São aqueles que retomam um termo antecedente (é o que chamamos de propriedade anafórica), substituindo-o para evitar
repetições cansativas e desnecessárias.
Atenção! Quando um verbo ou um nome de uma oração subordinada adjetiva exigir preposição -> preposição antes do pronome
relativo!
Exemplo: Este é o conselho de que precisávamos.
Percebam que o verbo "precisar" pede a preposição "de", assim ela deve ser empregada antes do pronome relativo. Sabendo
disso, a construção "Este é o conselho que precisávamos" está incorreta.
A) O uso do QUE:
Pode ser substituído por "qual" e faz referência a pessoas ou a coisas.
É o pronome relativo mais utilizado. O emprego em excesso prejudica a fluidez do texto, devendo ser evitado.
Exemplo: O homem que ganhou na Mega-Sena está em Dubai (...o qual ganhou...)
Exemplo: A maçã que compraram no supermercado sábado apodreceu. (...a qual compraram)
Atenção! O pronome relativo "que" só deve ser antecedido por preposição monossilábica, vejamos:
O autor sobre o qual vocês falaram morreu. ►►► CORRETO
O autor sobre o que vocês falaram morreu. XXX ERRADO
Percebam que a preposição "sobre" tem mais de uma sílaba, assim não devemos empregar o pronome "que" diante dela, mas o
pronome "qual".
B) O uso do QUEM:
Empregado para fazer referência a pessoas, é um pronome invariável.
Geralmente antecedido pela preposição "a", exceto quando o verbo ou um nome exigir outra.
Exemplo: A médica a quem devo minha vida estava aqui ontem.
Exemplo: O garoto por quem me apaixonei era mais velho que eu. (preposição "por" exigida pelo termo "apaixonei")
C) O uso do CUJO:
Empregado para indicar noção de posse, geralmente entre dois de nomes: antecedente (possuidor) e consequente (possuído).
É um pronome variável: cujo, cujos, cuja, cujas.
Outro detalhe: esse pronome concorda com o termo "possuído", ou seja, com o termo consequente!!
Exemplo: João Pessoa, cujas praias são lindas, é um ótimo destino de férias. (No plural para concordar com "praias".)
Exemplo: Maria, cuja filha passou no concurso, está feliz. (No singular para concordar com "filha".)
Exemplo: Ele parabenizou o professor cujo livro vendeu milhares de cópias. (No singular para concordar com "livro".)
O "cujo" não deve ser substituído por outro pronome relativo, pois só ele tem esse sentido possessivo. Se trocarmos o "cujo" por
outro pronome "dará errado", vejamos:
Exemplo: Ele é o homem cujo filho morreu.
Exemplo: Ele é o homem que o filho morreu. ERRADO!!!
Exemplo: Ele é o homem o qual o filho morreu. ERRADO!!
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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Estão vendo? Substituir o "cujo" por outro pronome não da certo, talkey!?
D) O uso do ONDE: 63
Pronome invariável, empregado para indicar lugar real ou virtual.
Pode ser substituído por "em que" ou por "no qual".
O pronome "onde" deve ser empregado para indicar lugar (repetindo mais um vez, pois é comum erros neste aspecto!), assim as
construções abaixo estão ERRADAS:
Exemplo 1: Estamos vivendo um momento onde as pessoas não pensam umas nas outras". ERRADO, gurizada!
"Momento" é uma palavra que indica lugar? Não! Assim, o ideal é: Estamos vivendo um momento NO QUAL as pessoas não
pensam umas nas outras.
Exemplo 2: Essa é uma situação onde precisamos ter cautela. ERRADÍSSIMO!!
"Situação" não é lugar, povo! A construção correta é: Essa é uma situação EM QUE precisamos ter cautela.
Dicas dadas, vamos ver alguns exemplos de emprego correto do pronome "onde":
Exemplo: O país onde morei ano passado é muito frio.
Exemplo: A escola onde estudei na infância foi reformada.
Exemplo: O céu é um lugar onde os anjos dizem amém!
Não custa dizer, então vamos lá! Cuidado para não se confundir no uso do ONDE e do AONDE. Talkey! mas qual a diferença entre
essas palavras? Está aqui, vejamos:
ONDE: ideia de lugar fixo, estado, permanência.
Exemplo: Onde moras?
Exemplo: Ela sabe onde estou?
AONDE: ideia de movimento
Exemplo: Aonde vais?
Exemplo: Aonde elas foram ontem?
E) O uso do QUANTO:
Pronome variável (quanto, quantos, quanta, quantas), geralmente empregado após "tudo", "todo" e "tanto".
Exemplo: Irei ao médico tantas vezes quantas forem necessárias.
Exemplo: Tudo quanto pedirdes, crendo recebereis.
F) O uso do COMO:
Pronome invariável, geralmente tem sentido de "pelo qual".
Exemplo: O modo como você me olhou ficou em minha mente.
Exemplo: A maneira como ela dançava encantava a todos.
71. FAURGS 2018
Síndrome do Arquipélago (Trabalho em Equipe)
O que diferencia uma equipe de alta performance, colaborativa, que entrega os melhores resultados, onde existe transparência,
relacionamentos de confiança e bom ambiente de trabalho, de uma equipe conflitante, com relacionamentos superficiais e
interesseiros, onde as pessoas competem em vez de colaborar e que, consequentemente, entregam resultados muito ____ do
que poderiam? É a Síndrome do Arquipélago!
Qualquer equipe tem, em geral, as mesmas características básicas: pessoas, espaço físico e resultados a entregar, assim como
acontece num jogo, que pode ser competitivo ou colaborativo. Se pensarmos nas semelhanças e diferenças entre uma partida de
tênis e uma de frescobol, por exemplo, vamos perceber que ambas incluem pessoas, raquetes, bola, o mesmo espaço físico e
resultados, contudo, assim como no trabalho em equipe, o que as diferencia são propósito e objetivo.
No tênis, a outra pessoa é sua adversária e não sua parceira, portanto, o objetivo é derrotá-la, procurando fazê-la errar. O bom
jogador de tênis é aquele que conhece o ponto fraco do oponente, e o explora para tentar derrotá-lo. O auge do tênis, portanto,
é o momento em que o jogo termina ____ a outra pessoa foi colocada para fora do jogo. Alegria de um lado e tristeza do outro.
Já no frescobol, o objetivo é que nenhum dos dois perca. Se a bola chega “____ torta”, a outra pessoa assume que não foi de
propósito e se esforça para devolvê-la “redondinha”, no lugar certo, para que o parceiro possa pegá-la. Quando alguém erra,
aquele que errou pede desculpas, o outro também se sente responsável pelo ocorrido; juntos buscam uma maneira de evitar que
o erro aconteça novamente e continuam jogando. No frescobol, portanto, não existe adversário e ninguém fica feliz quando o
outro erra, porque, quando um perde, todos perdem.
Equipes de alta performance “jogam frescobol”, já as outras, formadas por pessoas afetadas pela Síndrome do Arquipélago, em
geral, “jogam tênis”.
Adaptado de: http://www.blogdofabossi.com.br/2016/03/sindrome-doarquipelago-trabalho-em-equipe/. Acesso em 13 de
fevereiro de 2018.
Considere as afirmações abaixo sobre o emprego dos pronomes relativos no texto.
I - Nas linhas, onde tem significado equivalente, podendo ser corretamente substituído por no qual.
II - Na linha, o que poderia ser suprimido sem que houvesse qualquer prejuízo para a estrutura e o sentido da frase.
III - O que tem como referente jogo.
IV - Na linha, o que tem como referente o bom jogador de tênis.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas II e III.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
Contatos 53 981407925
TEORIA SISTEMATIZADA E QUESTÕES PARA OFICIAL DE JUSTIÇA 2019

e) Apenas II, III e IV.


➢ Comentários: 64
Gabarito: Letra D.
Questão sobre emprego dos pronomes relativos. Vejamos as afirmativas.
I - Nas linhas, onde tem significado equivalente, podendo ser corretamente substituído por no qual.
Errada. No trecho "que entrega os melhores resultados, onde existe transparência", o vocábulo "onde" não faz referência a lugar
físico, sendo mal empregado. Nesse contexto, deve ser substituído pela expressão "em que" ou "nos quais".
II - Na linha, o que poderia ser suprimido sem que houvesse qualquer prejuízo para a estrutura e o sentido da frase.
Certa. Na passagem "(...) as pessoas competem em vez de colaborar e que, consequentemente, entregam resultados muito (...)",
o termo destacado tem caráter expletivo, o que permite sua supressão sem qualquer prejuízo à correção ou ao sentido do trecho.
III - O que tem como referente jogo.
Certa. No trecho "(...) assim como acontece num jogo,que pode ser competitivo ou colaborativo", o pronome relativo retoma o
antecedente "jogo", validando a afirmação da banca.
IV - Na linha, o que tem como referente o bom jogador de tênis.
Errada. No excerto "O bom jogador de tênis é aquele que conhece o ponto fraco do oponente", o pronome relativo retoma o
pronome demonstrativo "aquele", tornando incorreta a afirmação da banca.
72. FAURGS - Juiz Estadual (TJ RS)/2016
Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo.
Era batata. Eu acordava, abria a porta do quarto e lá estava ele regendo sua caixa de som. Meu pai queria ser maestro. Foi
contador. Nunca estudou a música que tanto ama, mas empunhava um lápis à guisa de batuta e nos acordava aos domingos de
manhã comandando um poderoso Tchaikovsky nas caixas do três em um. Talvez por isso não tenha conseguido que cultivássemos
nosso gosto pelo repertório clássico. Achávamos chata a música do papai. Dali a algumas horas, as caixas seriam devolvidas ao
seu verdadeiro dono, o Rei Roberto, que praticamente morava ali dentro. Das caixas e do coração de minha mãe. Separaram-se.
Não só por suas diferenças musicais.
Eu era adolescente e meu pai passou, então, a nos buscar para passear nos fins de semana. Sem ter ideia do que poderia ser outra
coisa divertida a se fazer, nos levava a óperas e concertos. Foi aí que o entendi. Na verdade, foi aí que o conheci. Ele e um pouco
de Mozart, Bach, Verdi, Puccini e outros populares da música erudita. Passei a gostar do som que me acordava aos domingos e
um tanto mais de meu pai. Abri meus ouvidos e a música entrou me abrindo o coração.
É um mistério, ponto. A música clássica não recruta a razão para nos tocar a alma. Narra e conta através de um alfabeto de sons
e pode nos fazer chorar sem que saibamos _____. É arte em sua forma pura.
Há uma cena linda no filme "A Vida dos Outros", em que um espião da RDA passa dias com fones de ouvido no sótão de uma casa
à escuta do casal suspeito. Um clássico é colocado na vitrola e ele vai às lágrimas. Até os brutos se rendem a uma sonata de Bach.
Difícil é vencer a velocidade dos dias e parar para ouvir.
Apesar de meu pai, sou menos assídua do que gostaria às salas de concerto. Resolvemos, então, fazer uma assinatura da Osesp
para ordenar os encontros com nossa alma. No último concerto _____ fomos, constava uma obra de Scriabin, um compositor
____ eu nunca tinha ouvido falar. Não quer dizer nada, conheço muito pouco e sempre atribuo nomes estranhos do programa à
minha ignorância. Pois o tal Scriabin me pôs de volta menina, sentada de olhos arregalados na plateia, com o desconhecido a me
fisgar o coração. Como dizia meu pai: há que esticar os ouvidos.
Adaptado de: FRAGA, Denise. O que os ouvidos ouvem o coração sente. Folha de São Paulo on-line, 24/01/2016, acessado em
08/02/2016. Disponível em http://www1.folha. uol.com.br/colunas/denisefraga/2016/01/1732653-oque- os-ouvidos-ouvem-o-
coracao sente.shtml
Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas.
a) por que – ao qual – que
b) por quê – à que – do qual
c) porque – que – que
d) por que – que – do qual
e) por quê – ao qual – do qual
➢ Comentários:
A alternativa "E" é a CORRETA.
Devemos completar corretamente as lacunas e indicar a sequência correta.
LACUNA 1: Narra e conta através de um alfabeto de sons e pode nos fazer chorar sem que saibamos ___1___.
Opções: por que - por quê - porque
Diferença entre porque, por que, porquê e por quê.
▪ Porque: conjunção causal ou explicativa utilizada em respostas.
Ex: Estou feliz porque hoje é meu aniversário.
▪ Porquê: é o substantivo, normalmente acompanhado por artigo. Significa "causa", "motivo", "razão".
Ex: Quero saber o porquê de sua ausência.
Ex: Existem muitos porquês para minhas atitudes.
▪ Por que: preposição por + pronome interrogativo que. Essa forma é utilizada para iniciar frases interrogativas, ou
quando estiver implícita (ou explícita) as expressões "por que motivo" ou "por que razão".
Além disso, pode representar também preposição por + pronome relativo que. Nesse caso, a forma será utilizada
quando equivalente a "pelo qual".
Ex: Por que estamos aqui parados?
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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Ex: A rua por que passei estava deserta.


▪ Por quê: preposição por + pronome interrogativo quê. Essa forma é utilizada para encerrar frases interrogativas, 65
também equivalente a "por que motivo" ou "por que razão". Por estar inserido no final da frase, o monossílabo que
torna-se tônico, devendo ser acentuado.
Ex: Estamos aqui parados por quê?
Ex: Ela saiu apressada e não disse por quê.
A lacuna também poderia ser preenchida com "por qual motivo". Além disso, a lacuna está no final da frase. Assim, a forma
adequada é "por quê" (preposição por + pronome interrogativo quê).
Essa lacuna já elimina as alternativas "A", "C" e "D", que trazem formas incorretas do termo.
LACUNA 2: No último concerto ___2___ fomos, constava uma obra de Scriabin, um compositor ___3___ eu nunca tinha ouvido
falar.
Opções: ao qual - à que - que
Nesse caso, teremos um pronome relativo retomando a palavra "concerto". O verbo "ir" é transitivo indireto: ir a algum lugar.
Assim, a preposição "a" deve ser inserida antes do pronome. Sendo assim, já podemos eliminar a opção "que" (sem preposição).
Na opção "à qual", a crase indica a junção entre a preposição "a" e o artigo "a". Perceba, porém, que o pronome retoma um
substantivo masculino: "concerto". Assim, não seria correto empregar um artigo feminino antes do pronome "que". Estaria correta
a opção "a que", sendo o "a" apenas a preposição "a" exigida pelo verbo "ir".
Conclusão: a opção ao qual é a única correta.
Essa lacuna elimina a alternativa "B", restando apenas a alternativa "E", que é o gabarito da questão.
Veja que a técnica de eliminação permite que economizemos alguns minutos preciosos na hora da prova. Analisaremos a próxima
lacuna por motivos didáticos.
LACUNA 3: No último concerto ao qual fomos, constava uma obra de Scriabin, um compositor ___3___ eu nunca tinha ouvido
falar.
Opções: que - do qual
O pronome relativo retomará o termo "compositor". O verbo "falar" foi empregado como transitivo indireto: falar de/sobre
alguém. Assim, essa preposição deve ser empregada antes do pronome relativo. Conclusão: a opção "do qual" é a única correta.
A alternativa "E" é a CORRETA: por quê - ao qual - do qual.
73. FAURGS 2016 – QUESTÃO ADAPTADA!!!!
O autor do texto usa o pronome você ao invés do pronome tu na narrativa. Se, ao invés disso, o pronome escolhido fosse tu, várias
frases do texto teriam de ser alteradas para fins de concordância. Assinale a alternativa que apresenta uma frase correspondente
que contém erro gramatical, caso o pronome usado no texto fosse tu, em vez de você.
a) Nunca aceite nenhuma violência. Nunca aceites nenhuma violência.
b) Aqueles homens que violaram você ao lado da cruz, eles um dia pagarão. Aqueles homens que te violaram ao lado da
cruz, eles um dia pagarão.
c) Por que não? Irá casar, igual a Maria Sehn. Irás casar, igual a Maria Sehn.
d) Sei o que você está pensando. Sei o que tu estás pensando.
e) Mas uma coisa eu lhe asseguro: você é tão virgem como Maria Sehn era antes do casamento. Mas uma coisa eu lhe
asseguro: tu és tão virgem como Maria Sehn era antes do casamento.
➢ Comentários:
Gab. E
Caso o autor construísse o discurso com o pronome "tu", dispensando o uso da forma "você", toda concordância deveria ocorrer
na segunda pessoa. Sendo assim, a redação adequada seria a seguinte:
"Mas uma coisa te asseguro: tu és tão virgem como Maria Sehn era antes do casamento".
Nas demais opções:
a) a forma verbal "aceites" está na segunda pessoa do imperativo negativo, revelando a correta uniformidade, em relação ao
pronome "tu": Nunca aceites (tu) nenhuma violência.
b) o uso do pronome "te" indica a segunda pessoa do discurso, ou seja, a opção pelo pronome "tu".
c) proveniente do verbo "ir", a forma verbal "irás" está flexionada em segunda pessoa: (TU) Irás casar
d) a forma verbal "estás" concorda adequadamente com o pronome "tu": Sei o que tu estás pensando.
Advérbio
1) Breve introdução
Quando falamos em advérbio, a palavra que devemos ter em mente é CIRCUNSTÂNCIA. Esta classe gramatical tem por função,
especialmente, expressar algum aspecto (modo, intensidade, causa, finalidade, tempo, dúvida...) que amplia ou modifica o sentido
das palavras.
Um detalhe importante: advérbio não flexiona em gênero, nem em número!!
A sala tinha menas pessoas. X ERRADO
A sala tinha menos pessoas. ►CERTO
A caixa estava meia cheia. X ERRADO
A caixa estava meio cheia. ► CERTO
Antes de nos aprofundarmos mais um pouco, vale enfatizar que os advérbios podem ser satélite (modificar/ampliar o sentido) de:
- verbo (a maioria)
- outro advérbio
- adjetivo
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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- uma oração inteira


Por fim, sintaticamente os advérbios exercem, na maioria das vezes, função de ADJUNTO ADVERBIAL!! 66
2) Circunstâncias expressas pelos advérbios
a) Modo
Mal, bem, depressa, devagar, pior, melhor, outrossim (sentido de "do mesmo modo"), à vontade, ao contrário, especialmente,
generosamente, igualmente e muitos outros advérbios terminados em "mente".
Exemplo: Ela dirige mal.
Exemplo: "Ando devagar porque já tive pressa..."
Exemplo: Estou especialmente feliz.
b) Intensidade
Bastante, mais, meio, nada, todo, tanto, muito, demasiadamente, totalmente, quase.
Exemplo: Maria estava bastante chateada.
Exemplo: O homem é demasiadamente incrédulo.
Exemplo: A estava meio cansada.
Cuidado! Não existe "meia cansada"! Advérbio não flexiona, lembram?
c) Afirmação
Com certeza, sim, certo, certamente, indiscutivelmente, sem dúvida, realmente, positivamente.
Exemplo: Certamente passaremos no concurso!
Exemplo: Joana é, sem dúvida, uma das melhores médicas da cidade.
d) Negação
Não, nem, absolutamente, de modo algum, nenhum, de modo nenhum.
Exemplo: De modo algum irei à festa.
Exemplo: Não estudarei no domingo à tarde.
E) Lugar
Ali, acolá, aqui, dentro, fora, atrás, proximamente, à direita, à esquerda.
Exemplo: As crianças brincavam ali.
Exemplo: O restaurante está localizado dentro do shopping.
F) Tempo
Agora, amanhã, ontem, antes, depois, entrementes (sentido de "enquanto isso"), jamais, breve, à noite, à tarde, de manhã,
imediatamente, atualmente, geralmente, semanalmente, esporadicamente, de vez em quando.
Exemplo: Pedro faz prova de inglês semanalmente.
Exemplo: Ela vai à igreja esporadicamente.
G) Dúvida
Talvez, acaso, porventura, provavelmente, quiçá.
Exemplo: Talvez este seja o melhor ano de nossas vidas!
Exemplo: Amanhã, provavelmente, iremos à praia.
H) Mais algumas circunstâncias
- Instrumento: Ele mantou a vizinha a tiros./ Ele batia pregos com o martelo do avô.
- Ordem: Primeiro, vamos estudar!
- Preço: A bolsa vermelha custou caro.
- Medida: A parede tem três metros.
74. FAURGS 2018 – QUESTÃO ADAPTADA:
Vício em jogos eletrônicos será considerado problema de saúde
Depois de 28 anos, a Organização Mundial de Saúde (OMS) vai atualizar a Classificação Estatística Internacional de Doenças e
Problemas Relacionados com a Saúde (CID, sigla em inglês).
Segundo a OMS, o uso abusivo de internet, computadores, smartphones e outros aparelhos eletrônicos, além do descontrole no
uso de video games, aumentou drasticamente nas últimas décadas. Essa mudança veio associada a casos documentados de
consequências negativas para a saúde. Mas o assunto ainda está sendo discutido pelos especialistas que participam do processo
de definição das novas diretrizes.
A CID é um sistema que foi criado para listar, sob um mesmo padrão, as principais enfermidades, problemas de saúde pública e
transtornos que causam morte ou incapacitação de pessoas, além de orientar a conduta de profissionais de saúde na identificação
e tratamento dessas doenças.
A referência para a formação da CID é a Nomenclatura Internacional de Doenças, da OMS. No Brasil, ela se baseia nas definições
dos principais levantamentos estatísticos elaborados pelo Ministério da Saúde.
Atualmente, está em vigor a CID-10, aprovada em 1990. A classificação atual está sendo revisada há algunsanos por uma série de
especialistas de diferentes áreas e países, incluindo o Brasil. A versão consolidada da nova classificação, que será chamada CID-
11, deve ser avaliada durante a Assembleia Mundial de Saúde, prevista para maio deste ano, em Genebra, na Suíça.
Fragmento adaptado de: https://veja.abril.com.br/brasil/vicio- em-jogos-eletronicos-sera-considerado-problema-desaude/.
Acesso em 05 de janeiro de 2018.
Sobre o emprego no texto de palavras e/ou expressões com valor adverbial, assinale a alternativa correta.
a) Drasticamente modifica a expressão últimas décadas.
b) No Brasil indica o local em cujos levantamentos estatísticos a Nomenclatura Internacional de Doenças da OMS se
baseia.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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c) Atualmente refere-se ao período de vigência da CID-10.


d) há alguns anos modifica a expressão A classificação atual . 67
e) em Genebra, na Suíça indica o local de implantação da CID-11.
➢ Comentários:
GABARITO LETRA C
LETRA "A"-ERRADA. Drasticamente modifica a expressão últimas décadas.
"Segundo a OMS, o uso abusivo de internet, computadores, smartphones e outros aparelhos eletrônicos, além do descontrole no
uso de video games, aumentou drasticamente nas últimas décadas."
No período acima, a palavra drasticamente indica o modo como o uso abusivo de internet (...) aumentou: o uso abuso de internet
(...) aumentou de modo drástico (radical). Ela atribui ao verbo aumentar a circunstância de modo.
Trata-se, pois, de um adjunto adverbial de modo que modifica o verbo aumentar, e não a expressão últimas décadas.
LETRA "B"-ERRADA. No Brasil indica o local em cujos levantamentos estatísticos a Nomenclatura Internacional de Doenças da
OMS se baseia.
"A referência para a formação da CID é a Nomenclatura Internacional de Doenças, da OMS. No Brasil, ela se baseia nas definições
dos principais levantamentos estatísticos elaborados pelo Ministério da Saúde."
No trecho acima, "No Brasil" indica o local onde a Nomenclatura Internacional de Doenças da OMS se baseia nas definições dos
principais levantamentos estatísticos elaborados pelo Ministério da Saúde. Ou seja, a Nomenclatura Internacional de Doenças da
OMS, no Brasil, se baseia nas definições dos principais levantamentos estatísticos elaborados pelo Ministério da Saúde.
A expressão "No Brasil" atribui à forma verbal "se baseia" circunstância de lugar. Trata-se de um adjunto adverbial de lugar que
modifica o verbo basear-se.
Quando a questão afirma que "No Brasil indica o local em cujos levantamentos estatísticos a Nomenclatura Internacional de
Doenças da OMS se baseia.", ela está dizendo que a Nomenclatura Internacional de Doenças da OMS se baseia nos levantamentos
estatísticos do Brasil, e não que a Nomenclatura Internacional de Doenças da OMS, no Brasil, se baseianas definições dos
principais levantamentos estatísticos elaborados pelo Ministério da Saúde.
LETRA "C"-CORRETA. Atualmente refere-se ao período de vigência da CID-10.
"Atualmente, está em vigor a CID-10, aprovada em 1990."
No período acima, a palavra Atualmente indica quando está em vigor a CID-10: a CID-10 está em vigor nos tempos atuais,
atualmente. Ela atribui ao verbo estar a circunstância de tempo atual.
Trata-se, pois, de um adjunto adverbial de tempo que modifica o verbo estar, referindo-se ao período de vigênia da CID-10.
LETRA "D"-ERRADA. há alguns anos modifica a expressão A classificação atual.
"A classificação atual está sendo revisada há alguns anos por uma série de especialistas de diferentes áreas e países, incluindo o
Brasil."
No período acima, a expressão "há alguns anos" indica há quanto tempo a classificação atual está sendo revisada. Ela atribui à
locução verbal "está sendo revisada" a circunstância de tempo.
Trata-se, pois, de um adjunto adverbial de tempo que modifica a locução verbal "está sendo revisada", e não a expressão "A
classificação atual".
LETRA "E"-ERRADA. em Genebra, na Suíça indica o local de implantação da CID-11.
"A versão consolidada da nova classificação, que será chamada CID-11, deve ser avaliada durante a Assembleia Mundial de Saúde,
prevista para maio deste ano, em Genebra, na Suíça."
No período acima, a expressão "em Genebra" indica o lugar onde a versão consolidada da nova classificação deve ser avaliada, e
não o local de implantação da CID-11. Ela atribui à locução verbal "deve ser avaliada" a circunstância de lugar.
Trata-se, pois, de um adjunto adverbial de lugar que modifica a locução verbal "deve ser avaliada".
75. FAURGS 2018 – ADAPTADA:
Assinale a alternativa que contém a afirmação correta acerca das palavras constantemente e plenamente, respectivamente.
a) São adjetivos derivados de advérbios.
b) São advérbios derivados de substantivos.
c) São adjetivos derivados de substantivos.
d) São substantivos derivados de adjetivos.
e) São advérbios derivados de adjetivos.
➢ Comentários:
Gabarito: LETRA E.
Assinale a alternativa que contém a afirmação correta acerca das palavras constantemente e plenamente, respectivamente.
Trata-se de advérbios derivados de adjetivos. Essas palavras são formadas por derivação sufixal, que consiste no acréscimo de
um sufixo à palavra primitiva. Vejamos:
CONSTANTE + MENTE = CONSTANTEMENTE.
PLENO + MENTE = PLENAMENTE.
O sufixo "mente" é formador de advérbios de modo. No caso, esse sufixo se uniu com os adjetivos "constante" e "pleno".
Portanto, são realmente advérbios derivados de adjetivos.
76. FAURGS 2012 – QUESTÃO ADAPTADA:
Considere os trechos abaixo, retirados do texto, nos quais destacamos advérbios de modo.
I - Só os loucos desrespeitam a separação entre carros e pedestres
II - Subitamente o engarrafamento dissolve-se
III - os carros se distanciam velozmente
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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TEORIA SISTEMATIZADA E QUESTÕES PARA OFICIAL DE JUSTIÇA 2019

a) Apenas em I.
b) Apenas em II. 68
c) Apenas em III.
d) Apenas em II e III.
e) Em I, II e III.
➢ Comentários:
A alternativa "D" é a CORRETA.
Cada trecho traz um advérbio de modo destacado. Devemos indicar aqueles que determinam sintaticamente o verbo,
funcionando como adjunto adverbial de modo, que modifica o sentido de um verbo, advérbio ou adjetivo.
I - Só os loucos desrespeitam a separação entre carros e pedestres - INCORRETA.
O advérbio "só" é equivalente a "apenas". Nesse caso, o advérbio acompanha o adjetivo "loucos", e não um verbo.
II - Subitamente o engarrafamento dissolve-se - CORRETA.
Esse é um adjunto adverbial de modo que modifica o sentido do verbo "dissolver-se". Veja que esse elemento indica a forma
como o engarrafamento se dissolve.
III - os carros se distanciam velozmente - CORRETA.
O termo destacado modifica o sentido do verbo "distanciar-se". Esse elemento indica a forma como os carros se distanciavam.
Apenas os trechos II e III apresentam advérbios que determinam o verbo, portanto a alternativa "D" é a CORRETA.
77. FAURGS – AFRE/RS 2006
A questão refere-se ao texto abaixo.
"Bebo para esquecer e como para recordar." Com essas palavras, Pepe Carvalho explica pelo menos uma vez em cada uma de
suas aventuras literárias por que bebe em excesso ou por que come tanto assim. O esquecimento e a lembrança, dois antípodas
na abordagem do passado histórico, estão sempre espreitando no fundo - quando o detetive particular de Manuel Vázquez
Montalbán cozinha pastel de puerros y brioche con tuetano y foie, quando prepara farcellets de col rellenos de langosta y
lenguado con moras, ou simplesmente come pan amb tomat - sempre acompanhado dos vinhos apropriados. Recorrendo a
diversos exemplos dos romances de Montalbán(a), seria possível explicar como o tema passado, ou seja, a tensa relação entre
fixação pela História e recalque da História, se liga em seus livros aos temas cozinhar, comer e experimentar.
Mas esta sua criação literária, Pepe Carvalho, não é o único bom garfo. O próprio autor tem tudo para se autodenominar um
gastrósofo: trabalhou como crítico de restaurante na década de 70, escreveu colunas, livros culinários e um ensaio
intitulado Contra los gourmets (Barcelona 1990). Não se pode deixar iludir pelo título: trata-se simplesmente de uma história
cultural da culinária que defende a comida tradicional (no melhor sentido) contra a cozinha degenerada, compatível com o
gosto dos críticos profissionais de restaurante. Para Montalbán, a comida evidentemente não tem a ver somente com
saciedade; o que lhe interessa - além dos prazeres sensoriais elementares - é a superestrutura cultural, isto é, a metafísica da
comida.
Um romance de Montalbán intitulado Reflexiones de Robinson ante un bacalao (Paris 1995) trata de um bispo que sofre um
naufrágio num veleiro no Caribe e acaba sendo levado com sua amada(b) para a ilha dos sonhos, desprovido de qualquer coisa, a
não ser uma caixa de bacalhau. Então o bispo fica pensando em tudo o que poderia fazer com o bacalhau(c), se tivesse os
ingredientes certos. Citação: "O que chegou até a minha praia(d) não foi nenhum bicho irrisório e nenhuma conserva insípida,
mas a evidente prova da transubstanciação". Afinal, tanto para o bispo como para Montalbán, o preparo do bacalhau
corporifica, como nenhum outro prato, o caminho elementar desde o cru(e) até o cozido, por meio do uso correto do fogo. E, se
acreditarmos no antropólogo Claude Lévi-Strauss, é justamente nesta passagem do cru para o cozido que surge a cultura.
Adaptado de: BUSCHMANN, A. A metafísica do bacalhau ou os limites do bom gosto em Manuel Vázquez Montalbán. Humboldt.
http://www.goethe.de. Edição 90-2005.
Assinale a alternativa que estabelece INCORRETAMENTE a relação entre expressões do texto e a circunstância indicada por elas.
a) de Montalbán - origem
b) com sua amada - companhia
c) com o bacalhau - instrumento
d) até a minha praia - direção
e) desde o cru – procedência
➢ Comentários:
Gabarito: LETRA A.
LETRA A: "Recorrendo a diversos exemplos dos romances de Montalbán"... A expressão "de Montalbán" exprime ideia de POSSE,
e não de origem. A quem pertenciam os romances? Resposta: a Montalbán. Está aí a ideia de posse!
Portanto, a letra A é a resposta, já que estabelece INCORRETAMENTE a relação entre expressões do texto e a circunstância
indicada por elas.
Nas demais alternativas, os valores semânticos foram definidos corretamente:
LETRA B: "um bispo que sofre um naufrágio num veleiro no Caribe e acaba sendo levado com sua amada para a ilha dos sonhos"...
Quem era a companhia do bispo? Resposta: sua amada.
LETRA C: "Então o bispo fica pensando em tudo o que poderia fazer com o bacalhau, se tivesse os ingredientes certos"... Note que
o bacalhau era o instrumento com o qual ele poderia fazer a comida.
LETRA D: "O que chegou até a minha praia não foi nenhum bicho irrisório e nenhuma conserva insípida, mas a evidente prova da
transubstanciação"... A evidente prova da transubstanciação chegou a que direção? Resposta: até a minha praia.
LETRA E: "o caminho elementar desde o cru até o cozido"... Note que o cru é a origem do percurso, sua procedência.

Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019


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78. FAURGS – Del PCRS 2006:


As palavras constantemente, precipitadamente e suficientemente são todas 69
a) advérbios derivados de substantivos.
b) advérbios derivados de advérbios.
c) advérbios derivados de adjetivos.
d) adjetivos derivados de adjetivos.
e) adjetivos derivados de substantivos.
➢ Comentários:
Gabarito: LETRA C.
As palavras constantemente, precipitadamente e suficientemente são todas advérbios derivados de adjetivos.
Essas palavras são formadas por derivação sufixal, que consiste no acréscimo de um sufixo à palavra primitiva. Vejamos:
CONSTANTE + MENTE = CONSTANTEMENTE.
PRECIPITADO + MENTE = PRECIPITADAMENTE.
SUFICIENTE + MENTE = SUFICIENTEMENTE.
O sufixo "mente" é formador de advérbios de modo. No caso, esse sufixo se uniu com os adjetivos "constante", "precipitado" e
"suficiente". Portanto, são realmente advérbios derivados de adjetivos.
➢ EM 2016 ESTA QUESTÃO FOI PRATICAMENTE IGUAL(Questão 75 deste material!)
Preposições:
Preposição
As preposições, em regra, não possuem sentido sozinhas, mas apenas quando inseridas num contexto. Destacamos que, algumas
vezes, a preposição tem apenas função conectora.
São invariáveis (não sofrem flexão de gênero, número ou grau), mas podem unir-se a outras palavras (contração), estabelecendo
com elas relação de concordância em número e/ou em gênero.
Exemplos de contração:
de + a = da
em + uma = numa
por + a = pela
em + o = no
em + aquele = naquele
em + isto = nisto
a + aquele = àquele
a+ aquela = àquela
de + uma = duma
a + a = à (crase : preposição "a" + artigo "a")
Classificação:
As preposições podem ser classificadas em essenciais ou acidentais. Vejamos como estas nomenclaturas funcionam!
A) Essenciais: Englobam as preposições propriamente ditas, que pertencem a esta classe gramatical, independentemente de
contexto.
Exemplos: a, após, contra, desde, em, para, por, perante, sem, sobre, até, com, de, entre, sob.
Ele foi ao parque.
Pedro lutou contra a maioria.
Mariana enganou a mãe até não poder mais.
As crianças correram para o recreio.
Estudo desde o início do ano.
A falou com você.
B) Acidentais: Palavras que pertencem a outras classes gramaticais, mas classificadas como preposições por causa do contexto
em que estão inseridas.
Exemplos: mediante, como, durante, visto, inclusive, mesmo, que.
Ela só sairá de sala mediante autorização. (sentido de meio)
Temos como princípios administrativos: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, eficiência. (sentido de "na
qualidade de")
Durante o verão, é difícil estudar. (sentido de tempo)
Mesmo confiante, errou uma questão da prova por nervosismo. (sentido concessivo, oposição)
As funções do A:
O "a" pode exercer função de artigo, de preposição ou de pronome pessoal oblíquo, vamos ver a diferença?
O "a" com função de artigo:
Quando o "a" for empregado para determinar um substantivo (indicando o gênero feminino), terá função de artigo, vejamos:
Exemplo:A garota tinha cabelos longos.
Exemplo: Estou empolgado para conhecer a casa nova dos meus avós.
Exemplo: Ele contou a história em voz alta.
O "a" com função de pronome oblíquo:
Quando o "a" for empregado para substituir um substantivo anteposto (já mencionado), terá função de pronome oblíquo,
vejamos:
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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Exemplo: A criança brincava feliz. Todos a viram no parque. (O "a" substitui o termo "criança.)
Exemplo: A caixa estava na calçada e sumiu. Acho que alguém a pegou. (O "a" substitui o termo "caixa".) 70
O "a" com função de preposição:
Quando o "a" for invariável e estabelecer relação de subordinação entre termos, terá função de preposição, vejamos:
Exemplo: Joana não vai a festas.
Percebam que o "a" está no singular - invariável - diante da palavra "festas" (plural), logo fica fácil concluir que não se trata de
artigo.
Exemplo: Ele foram pra escola a pé.
Percebam que o "a" está no feminino diante de uma palavra masculina (pé), assim, por não haver concordância, fica simples
concluir que se trata de uma preposição.
Locuções prepositivas:
As locuções prepositivas são um conjunto de duas ou mais palavras com valor de preposição, terminadas em preposição essencial.
Exemplos:
Tempo: antes de, depois de, a partir de, ao longo de.
Lugar: dentro de, em cima de, defronte de, em frente a, em torno de.
Modo: à maneira de, à guisa de.
Oposição: de encontro a, ao invés de.
Atenção!!! Não confundir as expressões "de encontro a" (sentido de oposição) e "ao encontro de" (sentido de estar de acordo).
Exemplo: Aquela manifestação racista vai de encontro ao princípio constitucional da igualdade. (oposição, ser contrário)
Exemplo: As ideias de João vão ao encontro das defendidas pelo grupo. (estar de acordo, favorável a)
Atribuição: na qualidade de, a título de.
Exclusão: à exceção de, com exceção de.
Concessão: a despeito de, apesar de.
Meio: através de, por intermédio de.
O valor das preposições:
As preposições podem apresentar sentidos diferentes de acordo com o contexto em que estão inseridas. Apresentaremos agora
uma lista de valores que podem ser atribuídos a preposições essenciais.
A:
Valor de tempo: Estes fatos ocorrerão daqui a trinta anos.
Valor de lugar: Queria ir a sua casa.
Valor de modo: Pedimos bife à parmegiana.
DE:
Valor de tempo: De terça para cá, muita coisa mudou.
Valor de lugar: Viajei de João Pessoa para Fortaleza.
Valor de assunto: Não fale de algo que você desconhece.
Valor de meio: Eu viajei de navio à Europa.
COM:
Valor de tempo: Com o fim da reunião, todos foram para casa.
Valor de companhia: Vou com as meninas ao shopping.
Valor de modo: Ele falou com jeitinho e convenceu.
Valor de Afirmação: Com certeza, irei à festa.
Valor de instrumento: O idoso atingiu o ladrão com uma bengala.
ATÉ:
Valor de tempo: Até o fim da minha vida vou te amar.
Valor de lugar: A criança correu até o fim da rua.
EM:
Valor de lugar: Em Recife, o frevo é animado.
Valor de tempo: O clima esquenta em janeiro.
Valor de meio: João comprou tudo em dinheiro.
Valor de especialidade: Ele é mestre em Letras.
PARA:
Valor de tempo: A prova foi adiada para a próxima semana.
Valor de direção/destino: Para o infinito, eu vou.
Valor de finalidade: Nasci para ser feliz.
POR:
Valor de tempo: Amei João por um breve momento.
Valor de lugar: Por onde andei, enxergava beleza.
Valor de causa: Foi acusado por ter as mãos sujas de sangue.
SOB:
Valor de tempo: Tudo era mais difícil sob o domínio daquele ditador
Valor de lugar: Ela foi encontrada dormindo sob a árvore.

Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019


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79. FAURGS 2018 – QUESTÃO ADAPTADA:


Em qual das alternativas abaixo a preposição NÃO introduz um adjunto adverbial? 71
a) com um livro
b) de noite
c) por avisos de mensagens
d) para nossa sorte
e) até 25 de outubro
➢ Comentários:
GABARITO LETRA C
LETRA "A"-ERRADA: com um livro
"Isso a gente consegue com um livro – mas só de noite, no conforto do lar e deixando o celular no silencioso para não se deixar
seduzir por avisos de mensagens que nunca, nem por um segundo, param de entrar."
No período acima, a expressão "com um livro" atribui ao verbo conseguir circunstância de instrumento: um livro é o instrumento
através do qual a gente consegue isso (esquecer de tudo).
Trata-se de um adjunto adverbial de instrumento introduzido pela preposição "com".
LETRA "B"-ERRADA: de noite
"Isso a gente consegue com um livro – mas só de noite, no conforto do lar e deixando o celular no silencioso para não se deixar
seduzir por avisos de mensagens que nunca, nem por um segundo, param de entrar."
No período acima, a expressão "de noite" atribui ao verbo conseguir circunstância de tempo: de noite é o momento em que a
gente consegue isso (esquecer de tudo).
Trata-se de um adjunto adverbial de tempo introduzido pela preposição "de".
LETRA "C"-CORRETA: por avisos de mensagens
"Isso a gente consegue com um livro – mas só de noite, no conforto do lar e deixando o celular no silencioso para não se deixar
seduzir por avisos de mensagens que nunca, nem por um segundo, param de entrar."
No período acima, a expressão "por avisos de mensagem" completa o sentido da locução verbal "se deixa seduzir". "Quem se
deixa seduzir" se deixa seduzir "por" alguma coisa. Essa coisa é "avisos de mensagens", objeto indireto da locução verbal "se deixa
seduzir" introduzido pela preposição "por".
LETRA "D"-ERRADA: para nossa sorte
"Dom Casmurro, a chegada à Lua, a própria internet: para nossa sorte, tudo aconteceu antes do Instagram e do Facebook."
No período acima, a expressão "para nossa sorte" atribui ao verbo acontecer circunstância de finalidade: tudo ter acontecido
antes do Instagram e do Facebook é algo que colaborou para a nossa sorte.
Trata-se de um advérbio de finalidade introduzido pela preposição "para".
LETRA "E"-ERRADA: até 25 de outubro
"O Capitólio, o Santander, a Casa de Cultura Mario Quintana e mostras como o Fantaspoa e Ela na Tela, que começa neste final
de semana e vai até 25 de outubro, trazem muitas joias a preços populares para a cidade – quando não no amor."
No período acima, a expressão "até 25 de outubro" atribui ao verbo ir circunstância de tempo: até 25 de outubro indica até quando
vai (o último dia de exibição) da mostra o "Fantaspoa e Ela na Tela".
Trata-se de um adjunto adverbial de tempo introduzido pela preposição "até".
CONJUNÇÕES:
➔ Será revisado em Orações!
Conjunção é, basicamente, um conectivo que liga orações, estabelecendo uma relação (adversativa, explicativa, concessiva,
alternativa...) entre elas. Vale destacar que quase todas as conjunções possuem sentido próprio, exceto as chamadas "conjunções
integrantes".
As conjunções podem ser coordenativas ou subordinativas.
Coordenativas: ligam orações independentes entre si.
Subordinativas: ligam orações dependentes entre si.
2) Conjunções Coordenativas
A) Aditivas
Como o próprio nome já diz, são aquelas que, em regra, indicam ideia de adição, de soma. Vamos ver quem são elas?
E, NEM, NÃO SÓ...COMO TAMBÉM, NÃO SÓ...COMO AINDA, BEM COMO, NEM...NEM, TAMPOUCO, NÃO SOMENTE...SENÃO
AINDA.
Exemplo: Josefina dança e atua.
Exemplo: Josefina não só dança como também atua.
Exemplo: Josefina nem dança nem atua.
Exemplo: Josefina não somente dança senão ainda atua.
Atenção! Mais importante do que ter todas as conjunções aditivas em mente, é observar o sentido das orações, vejamos:
Exemplo: Nadou, nadou, e morreu na praia. / Nadou, nadou, mas morreu na praia
Percebam que o período acima traz ideia adversativa, pois quando pensamos em alguém nadando, morrer na praia não é o
resultado esperado, há, então, uma quebra de expectativa. Assim, não basta identificar a função padrão da conjunção e marcar
"cegamente" a assertiva, é preciso atenção ao contexto.
B) Adversativas
São conjunções que estabelecem relação de oposição de ideias, quebra de expectativa, contradição. São elas:
MAS, PORÉM, CONTUDO, TODAVIA, ENTRETANTO, NO ENTANTO, NÃO OBSTANTE, AINDA ASSIM.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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Exemplo: Estava chovendo, mas ela foi à praia.


Exemplo: Pedro estudou, porém não foi aprovado. 72
Exemplo: A vida é difícil, no entanto cheia de beleza.
Exemplo: Estava doente, ainda assim foi à academia.
C) Alternativas
São aquelas que expressam ideia de alternância ou de exclusão. Vejamos:
OU, OU...OU, ORA...ORA, JÁ...JÁ, TALVEZ...TALVEZ.
Exemplo: Miguel irá ao parque ou ao circo.
Exemplo: Talvez chova, talvez faça sol, vamos aguardar.
Exemplo: Ora estuda, ora trabalha.
D) Explicativas
São conjunções que expressam sentido de justificativa, de explicação. Vejamos:
PORQUE, PORQUANTO, QUE, POIS (antes do verbo).
Exemplo: Marília estudou bastante, pois foi aprovada.
Exemplo: Ele parecia feliz, porquanto não parava de sorrir.
Exemplo: Carlos deve estar comendo mais, pois engordou.
E) Conclusivas
São aquelas que exprimem ideia de conclusão ou consequência. São elas:
POIS (depois do verbo), LOGO, PORTANTO, POR CONSEGUINTE, POR ISSO, ASSIM.
Exemplo: Estava doente, logo fui ao médico.
Exemplo: Ela está ocupada, assim não a perturbem.
Exemplo: Queria ser aprovada; estudou, pois.
Atenção!! Não confundir estas conjunções:
Portanto: conclusiva Porquanto: explicativa
3) Conjunções Subordinativas
A) Integrantes
São aquelas que introduzem orações subordinadas substantivas, não tendo valor semântico próprio.
Como descobrimos que uma conjunção é integrante? Basta tentarmos substituir a oração iniciada pela conjunção (que achamos
ser integrante) por "isto", dando certo... bingo! Ela é integrante, vamos ver na prática?
Exemplo: Ela avisou que faltará amanhã.
Percebam que é possível substituir "que faltará amanhã" por "isto": Ela avisou isto. Assim, "que" é conjunção integrante.
ATENÇÃO! A partir daqui estudaremos conjunções que introduzem orações subordinadas adverbiais.
B) Causais
São conjunções que indicam causa, efeito. Vejamos:
PORQUE, VISTO QUE, QUE, JÁ QUE, POIS, PORQUANTO, UMA VEZ QUE, COMO.
Exemplo: Maria não jantou porque está de dieta.
Exemplo: Como ninguém se interessou pelo filme, o cinema tirou-o de cartaz.
Exemplo: Não terminei a pesquisa, porque não tive recursos.
C) Concessivas
São conjunções que exprimem ideia de contrariedade/oposição a uma ideia, sem impedir a sua realização. São elas:
EMBORA, MESMO QUE, AINDA QUE, CONQUANTO, APESAR DE QUE.
Exemplo: Ainda que eu ande no vale da sombra da morte, não temerei.
Exemplo: Embora estivesse frio, saiu de casa sem casaco.
D) Comparativas
São conjunções que indicam analogia, comparação. Vejamos:
TAL QUAL, COMO, ASSIM COMO, QUAL, TAL E QUAL, TANTO...COMO, COMO SE, QUAL.
Exemplo: Amou daquela vez como se fosse a última.
Exemplo: Ele gritava qual um louco.
E) Conformativas
São conjunções que expressam a conformidade de um fato com outro. Expressam maneira, acordo. Vejamos:
COMO, CONFORME, SEGUNDO, CONSOANTE.
Exemplo: Conforme nos foi dito, amanhã não haverá aula.
Exemplo: Ele agiu segundo crenças pessoais.
F) Condicionais
São conjunções que introduzem uma hipótese ou condição para ocorrência da ideia apresentada pela oração principal. São elas:
SE, CASO, SALVO SE, CONTANTO QUE, A NÃO SER QUE, DESDE QUE, EXCETO SE, A MENOS QUE.
Exemplo: Se você parar de estudar, não será aprovado no concurso.
Exemplo: Não irei à praia neste domingo, a não ser que faça um sol muito bonito.
G) Consecutivas
São aquelas que indicam consequência, efeito. Vejamos:
DE FORMA QUE, TÃO..QUE, TANTO...QUE, TAL...QUE, A TAL PONTO...QUE, DE MANEIRA QUE.
Exemplo: Ele estudou tanto que acabou sendo aprovado.
Exemplo: João chorou a tal ponto que todos tiveram pena.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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H) Proporcionais
São aquelas que expressam ideia de proporcionalidade, simultaneidade. Vejamos: 73
À MEDIDA QUE, AO PASSO QUE, À PROPORÇÃO QUE, QUANTO MAIS...MAIS, QUANTO MENOS...MENOS, QUANTO
MAIOR...MAIOR, QUANTO MENOR...MENOR, QUANTO PIOR...PIOR, QUANTO MELHOR...MELHOR.
Exemplo: Quanto mais ela estuda, mais confiante na aprovação fica.
Exemplo: A pobreza diminui à medida que o investimento em educação aumenta.
I) Finais
São aquelas que exprimem finalidade, objetivo, propósito. São elas:
A FIM DE QUE, PARA QUE, PORQUE (com sentido de para que).
Exemplo: Ele estuda diariamente para que a aprovação ocorra.
Exemplo: Ele estudou diariamente a fim de que não reprovasse.
J) Temporais
São aquelas que exprimem ideia de tempo. Vejamos:
QUANDO, ASSIM QUE, ANTES QUE, ENQUANTO, CADA VEZ QUE, LOGO QUE, AGORA QUE, SEMPRE QUE, MAL (com sentido de
"logo que").
Exemplo: Mal chegou à festa, espancou um convidado.
Exemplo: Cada vez que vou ao shopping, gasto mais do que devo.
80. FAURGS 2018
Por volta das 6 horas da manhã de quinta-feira, 23 de abril de 1500, quando o sol nasceu na ampla ____ em frente ao morro
batizado de Monte Pascoal, a esquadra comandada por Pedro Álvares Cabral estava ancorada a 36 quilômetros da costa. Assim
que o dia raiou, a frota se pôs cuidadosamente em marcha, avançando cerca de 30 quilômetros em três horas, no rumo daquelas
praias banhadas de luz. Por volta das 10 da manhã, os navios lançaram âncoras, fundeando outra vez. Estavam agora a 3
quilômetros da praia, em frente ____ foz de um pequeno rio, cujas águas se jogavam contra o mar, depois de serpentear em meio
ao emaranhado de uma floresta densa.
Então, na areia, ____ margens daquele regato, entre a mata e o mar, os portugueses viram “homens que andavam pela praia,
obra de sete ou oito”. A um sinal do comandante-mor, os capitães dos outros navios embarcaram em batéis e esquifes e se
dirigiram à nau capitânia para uma breve reunião. Logo após ela, Cabral decidiu enviar à terra o experiente Nicolau Coelho, que
estivera na Índia com Vasco da Gama. Junto com ele, seguiram Gaspar da Gama – que, além do árabe, falava os dialetos hindus
da costa do Malabar –, mais um grumete da Guiné e um escravo de Angola. Os portugueses conseguiram reunir, assim, homens
dos três continentes conhecidos até então, e capazes de falar seis ou sete línguas diferentes.
Mas, quando o batel de Nicolau Coelho chegou à foz do pequeno rio, não foi possível travar diálogo algum com os nativos – agora
já “cerca de 18 ou 20”. Os rugidos de um mar que começava a se encapelar impediram que houvesse “fala ou entendimento”. De
todo modo, os tripulantes do batel concluíram que nunca haviam visto homens como aqueles, “pardos, todos nus, sem nenhuma
coisa que lhes cobrisse suas vergonhas”.
Os nativos se aproximaram do bote, “todos rijamente, trazendo nas mãos arcos e setas. Nicolau Coelho fez sinal para que
pousassem seus arcos. Eles os pousaram”. E então, mesmo que não pudessem ouvir o que gritavam uns para os outros,
portugueses e indígenas fizeram sua primeira troca. Sem descer do barco, Coelho jogou à praia um gorro vermelho, típico dos
marujos lusos, um sombreiro preto e a carapuça de linho que usava na própria cabeça. Os nativos retribuíram dando-lhe um cocar,
além de um colar de contas brancas. De certa forma, estava iniciando-se ali uma aliança entre aquela tribo e os portugueses.
Adaptado de BUENO, E. A viagem do descobrimento: a verdadeira história da expedição de Cabral. Rio de Janeiro: Objetiva, 1998.
Considere as seguintes propostas de substituição de elementos coesivos do texto e assinale com 1 aquelas que mantêm o mesmo
sentido do texto e com 2 aquelas que alteram o sentido original do texto.
( ) Então por Por isso.
( ) assim por dessa forma.
( ) Mas por todavia.
( ) mesmo que por conquanto.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
a) 2 – 1 – 1 – 1.
b) 2 – 2 – 1 – 1.
c) 1 – 1 – 1 – 2.
d) 1 – 2 – 2 – 2.
e) 2 – 1 – 2 – 2.
➢ Comentários:
Gabarito: Letra A.
(2) No trecho "Então, na areia, às margens daquele regato (...)", o marcador discursivo "Então" não tem valor conclusivo, mas sim
temporal. Por essa razão, a substituição pela expressão conclusiva "Por isso" alteraria os sentidos do texto.
(1) No trecho "Os portugueses conseguiram reunir, assim, homens dos três continentes conhecidos (...)", o nexo textual destacado
expressa ideia de conclusão, podendo, desse modo, ser substituído pela expressão "dessa forma".
(1) Na passagem "Mas, quando o batel de Nicolau Coelho chegou à foz do pequeno rio, não foi possível travar diálogo algum com
os nativos (...)", o operador argumentativo em destaque expressa valor de adversidade, oposição. Esse matiz semântico também
é expresso pelo conector "Todavia", o que permite seu emprego sem que haja alteração de sentido no contexto.

Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019


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(1) No período "E então, mesmo que não pudessem ouvir o que gritavam uns para os outros, portugueses e indígenas fizeram sua
primeira troca", a locução conjuntiva "mesmo que" expressa ideia concessiva, podendo ser substituída pela conjunção 74
"conquanto", também concessiva.
81. FAURGS - Administrador (UFCSPA)/2018
Ser dono da bola dava a Ramon certos privilégios.
Um deles era o de determinar que o jogo só começasse após ele contar uma história de seu livro de autores latinos. Essa condição,
muito antes de soar antipática, a Roberto sempre serviu de estímulo à sua curiosidade por aprender coisas novas. Ele havia sido
acolhido pela família de Ramon quando, junto aos irmãos e ____ mãe, chegou fugido do Brasil, no final dos anos 1960. A viagem
levara horas até a cidade argentina de San António, na província de Misiones, divisa com o estado do Paraná, onde Roberto
nascera e do qual partiram no meio da noite. “Conheci toda a América do Sul com aquele livro”, conta Roberto, que na época
tinha menos de dez anos. Tudo ia bem até o momento em que ele foi convidado pelo dono da bola para falar alguma coisa sobre
Monteiro Lobato, autor brasileiro que escrevera a história que ele escolhera para ler naquele dia. “Foi a primeira vergonha que
eu passei. Eu não podia falar nada sobre Monteiro Lobato, nem sabia quem era”. Por outro lado, a partir daquele episódio, Roberto
passou a ler tudo o que lhe passasse pela frente.
Quando voltaram para o Brasil, depois de dois anos e oito meses, foram morar num lugarejo no interior do Paraná, em Pranchita.
A vontade de ler o acompanhava, mas os parcos recursos da família não permitiam que comprasse livros. Ele e um amigo, Romário,
costumavam passar horas frente ____ vitrine de uma livraria no centrinho da cidade, apreciando as capas de gibis e livros de
literatura. Receosos de que os mandassem sair dali, ____ poderiam estar sujando o vidro que era cuidadosamente esfregado por
uma senhorinha, eles mantinham as mãos para trás. Até que certa manhã o dono da livraria, um italiano magro e alto, saiu e
perguntou aos meninos o que eles queriam. A primeira reação foi sair correndo. Três dias depois, eles voltaram, e o proprietário
do estabelecimento refez a pergunta. Então os garotos comentaram a respeito de um gibi que há seis meses estivera exposto na
vitrine. Gentilmente foram convidados a entrar para ler o que quisessem – hábito que mantiveram ao longo de quatro anos.
“Ele nunca nos pediu nada em troca”, rememora Roberto. Antes ____ abrissem o primeiro gibi, no entanto, receberam instruções
minuciosas de como folhear sem deixar dobras ou marcas nas páginas; tudo deveria ficar como novo, pronto para a venda.
Hoje Roberto Sampaio tem pouco mais de 56 anos, é conselheiro tutelar em Taquara, no interior do Rio Grande do Sul, e pintor
de parede por ofício, como gosta de dizer. Aos 32 anos começou a ficar decepcionado consigo mesmo por ainda não ter
conseguido cumprir o sonho que acalentava desde os 12 anos de idade: montar uma biblioteca aberta ao público, quando tivesse
um acervo de quatro mil livros. Depois de anos guardando em todas as peças da casa os títulos que conseguiu por meio de
doações, no dia 28 de setembro de 1988 ele pendurou
na fachada de sua casa: Biblioteca Amigos do Livro. Eram 10 horas da noite, e Roberto estava realizado.
Adaptado de: O homem que não conhecia Machado de Assis e outras histórias. Jornal da Universidade. Caderno JU. n. 49, ed. 203,
jul. 2017.
A expressão no entanto introduz, no período em que ocorre, uma relação de
a) oposição.
b) explicação.
c) concessão.
d) causa.
e) condicionalidade.
➢ Comentários:
Gabarito: Letra A.
No excerto "(...) a outra pessoa assume que não foi de propósito e se esforça para devolvê-la 'redondinha', no lugar certo, para
que o parceiro possa pegá-la. (...)", a expressão destacada é uma locução conjuntiva.
Nesse contexto, "para que" imprime na sentença matiz semântico de finalidade, objetivo, propósito. Quanto à significação,
equivale à locução conjuntiva "a fim de que": "(...) a outra pessoa assume que não foi de propósito e se esforça para devolvê-la
'redondinha', no lugar certo, a fim de que o parceiro possa pegá-la. (...)".
Portanto, a opção (A) é nossa resposta.
82. FAURGS 2018 – questão adaptada:
Indique qual é a oração iniciada por conjunção integrante nos exemplos abaixo.
a) Já não dá mais para escapar
b) quem cunhou a expressão
c) se o paralelo, contudo, é possível
d) que incomodava naquele início de Carnaval
e) porque isso só disfarça uma violência intolerável
➢ Comentários:
GABARITO LETRA C
Conjunção integrante é aquela usada para introduzir orações que integram ou complementam o sentido do que foi expresso na
oração principal: que, se.
São elas que introduzem as orações subordinadas substantivas, aquelas que exercem papel de sujeito, objetos direto e indireto,
predicativo, complemento nominal e aposto em relação à oração principal.
LETRA "A"-ERRADA. Já não dá mais para escapar
A questão pede a alternativa que contenha oração iniciada por conjunção integrante.
No trecho acima, há duas orações: "Já não dá mais" e "para escapar". A primeira, introduzida pelo advérbio de tempo "Já"; a
segunda, pela preposição "para".
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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LETRA "B"-ERRADA. quem cunhou a expressão


A questão pede a alternativa que contenha oração iniciada por conjunção integrante. 75
No trecho acima, a oração "quem cunhou a expressão" foi introduzida pelo pronome relativo "quem", e não por uma conjunção
integrante.
LETRA "C"-CORRETA. se o paralelo, contudo, é possível
A questão pede a alternativa que contenha oração iniciada por conjunção integrante.
O trecho acima faz parte do período "Não sei se o paralelo, contudo, é possível." Nesse período, a oração "se o paralelo, contudo,
é possível", iniciada pela palavra "se", completa o sentido de "Não sei". "Quem não sabe" não sabe alguma coisa. Essa coisa é "se
o paralelo é possível".
A oração "se o paralelo, contudo, é possível" funciona como objeto direto em relação ao verbo da oração principal (não saber).
Trata-se de uma oração subordinada substantiva objetiva direta introduzida pela conjunção integrante "se".
LETRA "D"-ERRADA. que incomodava naquele início de Carnaval
A questão pede a alternativa que contenha oração iniciada por conjunção integrante.
O trecho acima faz parte do período "Vendo dois milhões de foliões no Baixo Augusta, demorei a entender, entretanto, o que
incomodava naquele início de Carnaval, em São Paulo." Nesse período, a palavra "que", antes de incomodava, foi empregada para
retomar o pronome demonstrativo "o" (=aquilo): "que incomodava" equivale a "o (=aquilo) incomodava".
Quando a palavra "que" é usada para retomar um termo anterior, ela é um pronome relativo, e não uma conjunção integrante.
LETRA "E"-ERRADA. porque isso só disfarça uma violência intolerável
A questão pede a alternativa que contenha oração iniciada por conjunção integrante.
No trecho acima, a oração "porque isso só disfarça uma violência intolerável" foi introduzida pela conjunção coordenativa
explicativa "porque", e não por uma conjunção integrante.
83. FAURGS - Analista (HCPA)/Coordenadoria de Gestão Contábil/2018
Sem prejuízos com a comida
A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) passou a orientar os consumidores para que reduzam o ______ de
alimentos. Dicas e informações sobre os atributos de qualidade na compra, o correto ______ e ______ dos produtos nos mercados
e nas residências para evitar a perda de alimentos estão agora disponíveis em uma página da internet, patrocinada pela instituição.
Além de orientar sobre cuidados, a página pretende estimular o aumento do consumo de vegetais, com diversas opções de
preparos, salientando que as hortaliças não devem servir apenas para saladas.
Fonte: adaptado de Zero Hora, Hortaliças, publicado em 14 e 15/11/2017.
Considere a última frase do texto:
Além de orientar sobre cuidados, a página pretende estimular o aumento do consumo de vegetais, com diversas opções de
preparos, salientando que as hortaliças não devem servir apenas para saladas.
Nessa frase, o vocábulo que está sendo usado com o valor de
a) pronome.
b) conjunção.
c) preposição.
d) advérbio.
e) substantivo.
➢ Comentários:
Gabarito: LETRA B.
Além de orientar sobre cuidados, a página pretende estimular o aumento do consumo de vegetais, com diversas opções de
preparos, salientando que as hortaliças não devem servir apenas para saladas.
Na frase acima, o vocábulo "que" funciona como conjunção integrante... Quando se trata de conjunção integrante, o vocábulo
pode ser substituído pela palavra "isso". Exemplos:
• "Ele diz que vota desde os 18...”.>>>Ele diz isso.
• "Acho que um voto pode fazer a diferença”.>>>Acho isso.
• "...e acreditam que um voto consciente agora pode...”.>>>...e acreditam nisso.
• ..., salientando que as hortaliças não devem servir apenas para saladas>>> ..., salientando isso.
Portanto, a letra B é a opção que apresenta a correta classificação morfológica do termo "que".
Para complementar o comentário, apresentarei exemplos em que a palavra "que" é empregada com o outro sentido...
Letra A: Ele é um homem que estuda... (Aqui, o pronome substitui o substantivo "homem"). Pronome relativo é uma classe de
pronomes que substituem um termo da oração anterior.
Letra C: Tenho que ir embora... (Aqui, o termo "que" equivale à preposição "de"): Tenho de ir embora...
Letra D: Que lindo lugar! (Aqui, o termo "que" intensifica o adjetivo "lindo"). Quando o termo “que” é advérbio, ele
intensifica adjetivos e advérbios. Normalmente, ele é empregado em frases exclamativas.
Letra E: A comida tinha um quê de pimenta... (Aqui, o termo "que" equivale à expressão substantiva "alguma coisa")... Note que,
neste caso, o termo "que" recebe acento e é acompanhado do artigo indefinido "um".
84. FAURGS - Técnico Judiciário (TJ RS)/Judiciária e Administrativa/2017
Atualmente, para que uma relação configure-se como união estável, sob a luz da legislação vigente, não é necessário um tempo
definido de relacionamento, razão ______ seu reconhecimento faz-se com base nos elementos ensejadores disciplinados no
Código Civil, na Lei nº 9.278/1996, bem como na Carta Maior. Assim, muitos namorados, com receio ______ sua relação, em uma
possível discussão judicial, seja reconhecida como união estável, _______ um “contrato de namoro”, arquivado em cartório – o
que _______ uma maior proteção no que se refere a consequências jurídicas.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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_____ seja perfeitamente possível a celebração de um contrato que regule aspectos patrimoniais da união estável – como o direito
aos alimentos ou à partilha de bens –, não é lícita a declaração que simplesmente descaracteriza a relação concubinária em 76
detrimento da realidade. O Código Civil, em seu art. 1.725, prevê a possibilidade de os companheiros estipularem entre si contrato
escrito para regular suas relações patrimoniais, vigorando, na sua falta, o regime legal da comunhão parcial de bens. Por ele, o
casal estabelece que ____união, propondo a intenção de comungar esforços e recursos mútuos ______ melhor interesse da união.
Adaptado de: RODRIGUES, Layane Saraiva. É namoro ou união estável? Revista Eletrônica Âmbito Jurídico, no 161. Disponível em:
http://ambito-juridico.com.br/ site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=16005. Acesso em 26 de junho de 2017.
Assinale a alternativa que preenche as lacunas das linhas, respectivamente, de forma coesa, coerente e gramaticalmente correta.
a) Porquanto – aspira – de encontro ao
b) Consoante – aspira – de encontro do
c) Conquanto – aspira à – ao encontro do
d) Porque – aspira em – ao encontro do
e) Destarte – aspira à – de encontro ao
➢ Comentários:
Gabarito: LETRA C.
No trecho "Conquanto seja perfeitamente possível a celebração de um contrato que regule aspectos patrimoniais da união estável
(...), não é lícita a declaração que simplesmente descaracteriza a relação concubinária em detrimento da realidade", o nexo textual
"conquanto" imprime na sentença matiz semântico de concessão. Nesse contexto, a anteposição da oração subordinada adverbial
concessiva revela uma estratégia argumentativa do enunciador do discurso para, inicialmente, conceder razão ao interlocutor,
sabendo este que, posteriormente (na oração principal) seu argumento será invalidado. Sob o prisma da significação, o operador
argumentativo "conquanto" equivale à locução conjuntiva concessiva "Em que pese".
Já no trecho "o casal estabelece que aspira à união", o verbo "aspirar" foi empregado na acepção de "almejar, pretender". Nesse
sentido, temos um verbo transitivo indireto, regendo a preposição "a", termo este que se funde com o artigo definido feminino
"a", que, por sua vez, antecede o termo regido "união".
Por fim, no trecho "propondo a intenção de comungar esforços e recursos mútuos ao encontro do melhor interesse da união", a
expressão "ao encontro de" significa "favoravelmente", estando corretamente empregada.
85. FAURGS - Oficial de Justiça (TJ RS)/Classe PJ-H/2014
Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo.
Quase todo mundo conhece a história original (grega) sobre Narciso: um belo rapaz que, todos os dias, ia contemplar seu rosto
num lago. Era tão fascinado por si mesmo que, certa manhã, quando procurava admirar-se mais de perto, caiu na água e terminou
morrendo afogado. No lugar onde caiu, nasceu uma flor, que passamos a chamar de Narciso.
O escritor Oscar Wilde, porém, tem uma maneira diferente de terminar esta história. Ele diz que, quando Narciso morreu, vieram
as Oréiades – deusas do bosque – e viram que a água doce do lago havia se transformado em lágrimas salgadas.
“Por que você chora?”, perguntaram as Oréiades.
“Choro por Narciso”.
“Ah, não nos espanta que você chore por Narciso”, continuaram elas. “Afinal de contas, todas nós sempre corremos atrás dele
pelo bosque, mas você era o único que tinha a oportunidade de contemplar de perto a sua beleza”.
“Mas Narciso era belo?”, quis saber o lago.
“Quem melhor do que você poderia saber?”, responderam, surpresas, as Oréiades. “Afinal de contas, era em suas margens que
ele se debruçava todos os dias”.
O lago ficou algum tempo quieto. Por fim, disse: “eu choro por Narciso, mas jamais havia percebido que era belo. Choro por ele
porque, todas as vezes que ele se deitava sobre as minhas margens, eu podia ver, no fundo dos seus olhos, a minha própria beleza
refletida”.
Adaptado de: COELHO, Paulo. O lago e Narciso (http://paulocoelhoblog.com/2010/01/02/o-lago-enarciso/). Acesso em 14 de abril
de 2014.
Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações a seguir.
( ) O porém é uma conjunção conclusiva.
( ) O e é uma conjunção consecutiva.
( ) O Por que é uma conjunção explicativa.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
a) V – V – V.
b) F – F – V.
c) F – V – F.
d) V – V – F.
e) F – F – F.
➢ Comentários:
Gab. E
I. Falsa. No contexto, o conector "porém" exprime valor de oposição, à feição dos conectores "contudo", "todavia", "entretanto",
"no entanto" e da conjunção adversativa "mas".
II. Falsa. Na passagem "vieram as Oréiades (...) e viram que a água doce (...)", a conjunção coordenativa "e" expressa valor aditivo,
tornando incorreta a afirmação da banca.
III. Falsa. A expressão "Por que", em "Por que você chora?", é formada pela preposição "por", seguida do pronome interrogativo
"que". Não se trata, no contexto, de uma conjunção coordenativa explicativa.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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Portanto, todas as afirmações são falsas, validando a opção (E) como resposta da questão.
Colocação Pronominal 77
1) Breve Introdução
Conversaremos um pouco sobre a colocação pronominal, assunto queridinho das bancas examinadoras, trata do posicionamento
dos pronomes oblíquos em relação aos verbos na oração.
O pronome pode figurar em três posições:
Próclise (antes do verbo) - Mesóclise (no meio do verbo) - Ênclise (depois do verbo)
2) Próclise
Chamamos de próclise a situação em que o pronome é posicionado antes do verbo. Apresentaremos agora as chamadas "palavras
atrativas de próclise", em suma: aparecendo alguma dessas palavras, o pronome será "atraído" para antes do verbo.
- Palavras com sentido (carga) negativa antes do verbo: não, nunca, jamais, nada, ninguém, tampouco.
Exemplo: Não o esqueceremos
Exemplo: Ele não me respondeu adequadamente.
- Advérbios, sem uso de vírgula: já, talvez, sempre, inclusive, provavelmente, quando.
Exemplo: Sempre me pedem paciência.
Exemplo. Provavelmente se esquecerão de mim.
Atenção! A vírgula afasta a situação de próclise, gurizada:
Exemplo: Agora, afastam-se dos pobres.
Percebam que, mesmo havendo um advérbio ("agora") antecedendo o verbo "afastar", não ocorre próclise por causa da presença
de vírgula.
- Pronomes indefinidos: alguns, alguém, todos, qualquer.
Exemplo: Algo a incomoda desde ontem.
-Pronomes relativos: que, cujo, quem, onde, quando, o qual.
Exemplo: O dinheiro que me deram era falso.
- Pronomes demonstrativos: isso, aquilo, aquele, aquela, isto.
Exemplo: Aquilo me deixou triste.
-Pronomes interrogativos: quando, qual, quanto, que.
Exemplo: Quando o encontraram?
-Orações exclamativas ou que expressam desejo (optativas)
Exemplo: Deus te abençoe!
- Diante de formas verbais proparoxítonas
Exemplo: Nós o ajudaríamos se fosse possível. (a palavra "ajudaríamos" é proparoxítona)
- Verbos no gerúndio precedidos de "em"
Exemplo: Em se tratando de qualidade, essa é a melhor opção.
3) Mesóclise
Chamamos de mesóclise a situação em que o pronome é posicionado no meio do verbo. Não é uma forma de colocação muito
usual na linguagem cotidiana, mas o examinador não quer saber disso...rs. Assim, vamos às regras!
- Verbo no futuro do presente do Indicativo, sem palavra atrativa:
Exemplo: Torna-me-ei de Língua Portuguesa. (tornarei + me)
Exemplo: Convidar-me-ão para o show. (convidarão + me)
- Verbo no futuro do pretérito do Indicativo, sem palavra atrativa:
Exemplo: Dar-te-ia um beijo, não fosse o meu estado civil. (daria + te)
Exemplo: Convidar-te-ia à praia, caso tivesse coragem. (convidaria + te)
4) Ênclise
Chamamos de ênclise a situação em que o pronome é posicionado depois do verbo. Geralmente ocorre quando não temos
situação que force a próclise ou a mesóclise, assim é uma forma de colocação pronominal meio "residual".
Exemplo: Deu-me um lindo presente.
Exemplo: Viram-me no shopping ontem à noite.
5) Detalhes Importantes
- Os pronomes oblíquos "o", "a", "os" e "as" sofrem alteração diante de verbos terminados em R, S ou Z, passando para: lo, la, los
e las.
Exemplo: Encontrá-la me fez bem. (verbo "encontrar")
Exemplo: Fi-lo por amor. (verbo "fiz")
Exemplo: Qui-la desde o primeiro momento. (verbo "quis")
- Os pronomes oblíquos "o", "a", "os" e "as" sofrem alteração diante de verbos terminados em ditongo nasal (AM, EM, ÃO, ÕE),
passando para: no, na, nos, nas.
Exemplo: Viram-na no parque. (verbo "viram")
Exemplo: Põe-no na lista de espera. (verbo "põe")
86. FAURGS 2012
Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo.
Rosana cantando O Amor e o Poder como se o mundo fosse acabar amanhã. Um jingle da Pepsi dos anos 80 (“busque sempre
mais, deixe o resto pra trás e tudo o que quiser você vai ter”...). Leandro e Leonardo pedindo encarecidamente que eu pensasse/

Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019


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ligasse para eles e não pensasse/ligasse pros outros. Whitney Houston esticando os agudos até o limite da dignidade no refrão de
I Will Always Love You. 78
Esses são alguns dos meus “gostos inconfessáveis” – ou eram, até eu confessá-los aqui. Todo mundo sabe do que se trata. O gosto
inconfessável é aquele que trilha um caminho alternativo na nossa afeição, conquistando espaço em território estrangeiro.
O chamado “gosto” nasce de um processo de formação de repertório. Aprendemos a ver, a escutar e a ler na medida em que
somos expostos a variadas e múltiplas experiências. Com o tempo, esse aprendizado mezzo racional, mezzo sensível vai se
consolidando naquilo que acreditamos ser o nosso gosto, as nossas preferências – que acabam tão profundamente ligadas a nossa
identidade que muitas vezes temos a sensação de que já nascemos com elas.
Há casos, porém, em que o gosto pode ser tão incoerente quanto uma paixão. Racionalmente, percebemos quando um filme está
usando golpes baixos para nos fazer chorar ou quando uma música apela para uma fórmula de sucesso fácil para emplacar no
gosto do ouvinte médio, mas o fato é que até mesmo uma obra de segunda linha é capaz de fazer vibrar uma corda qualquer em
nossa sensibilidade a ponto de nos comover ou fascinar.
Como aquele personagem de Proust que fez loucuras por uma mulher para mais tarde admitir que ela nem sequer fazia seu tipo,
também somos capazes de chorar ouvindo uma música tola ou assistindo a um filme previsível sem sequer entendermos
_________. O gosto inconfessável é uma espécie de penetra na festa dos nossos afetos. Não era para ele estar ali, mas está. Alguns
mandam sentar e servem uma bebida – outros preferem escondê-lo no armário para desfrutá-lo solitariamente.
Ouvindo I Will Always Love You à exaustão nos últimos dias – um gosto confesso de milhares de fãs, mas um gosto inconfessável
meu e quem sabe de outros não fãs – ocorreu-me que a instituição do “gosto inconfessável” talvez tenha ficado anacrônica. A
começar pelo fato de que poucas coisas, hoje, permanecem inconfessáveis – não há gosto, mania ou preferência que resista à
tentação do compartilhamento.
Além disso, o “gosto inconfessável” só se sustenta quando admitimos alguma espécie de cânone, um repertório que não
adquirimos sem algum esforço e que exige uma certa reverência ao passado – tese que vem cada vez mais perdendo popularidade.
Adaptado de: LAITANO, C. Gostos inconfessáveis. Zero Hora, 18 fev. 2012.
As formas mandam e servem poderiam ser substituídas sem prejuízo do sentido ou violação da norma gramatical,
respectivamente, por
a) mandam-no – servem-lhe.
b) mandam-lhe – servem-lhe.
c) mandam-no – servem-no.
d) mandam-lhe – servem-no.
e) mandam-lo – servem-lhe.
➢ Comentários:
A alternativa "A" é a CORRETA.
A questão parte do seguinte trecho: "Não era para ele estar ali, mas está. Alguns mandam sentar e servem uma bebida – outros
preferem escondê-lo no armário para desfrutá-lo solitariamente."
Os verbos destacados referem-se de forma implícita ao pronome "ele", empregado no período anterior. Assim:
→ mandam [ele] sentar e servem [a ele] uma bebida.
O enunciado quer que você empregue o pronome oblíquo adequado a essa construção.
Temos que ter em mente algumas regrinhas:
Os pronomes oblíquos o, a, os, as (e variações) ocupam a função de objeto direto.
Os pronomes oblíquos lhe, lhes ocupam a função de objeto indireto.
Os pronomes oblíquos me, te, se, vos, nos podem ocupar a função de objeto direto ou de objeto indireto.
Voltando à frase destacado, temos o verbo causativo "mandar". Os verbos causativos são verbos transitivos diretos cujo objeto
age por CAUSA do sujeito, ou seja, o sujeito CAUSA a ação. Os verbos auxiliares mandar, fazer e deixar são causativos. Destacamos
que os verbos causativos não formam locução verbal com o infinitivo, pois cada verbo tem seu sujeito.
O verbo "mandar" é transitivo direto, por isso devemos inserir o pronome oblíquo "o", retomando "ele". Quando tivermos um
verbo terminado em som nasal, devemos modificar os pronomes o, a, os, as; com a modificação, esses pronomes assumem as
seguintes formas, respectivamente: no, na, nos, nas. Assim, ficamos com a forma MANDAM-NOS.
Veja que isso elimina as alternativas "B" e "D", que trazem o pronome "lhe" exercendo incorretamente a função de objeto
indireto. A opção "E" (mandam-lo) traz a modificação errada na forma pronominal. Essa modificação só deve ser feita quando o
verbo terminar em -r, -z ou -s. Ex: fazê-lo, comprá-lo, parti-lo, etc.
O verbo "servir" foi empregado como transitivo direto e indireto: servir algo a alguém. O objeto direto é "uma bebida", portanto
o pronome oblíquo será o objeto indireto do verbo. Conclusão: devemos empregar o pronome "lhe", retomando "ele". Ficamos
com a forma SERVEM-LHE.
Podemos eliminar a alternativa "C", que traz o pronome "o" exercendo incorretamente a função de objeto indireto. Assim,
podemos concluir que a alternativa "A" é a CORRETA: mandam-no - servem-lhe.
87. FAURGS 2010
Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo.
Uma em cada 4 pessoas _____ usam a internet no mundo tem uma conta no Facebook. Esse meio bilhão de pessoas publicam 14
milhões de fotos diariamente. Os 100 milhões de usuários do Twitter postam 2 bilhões de mensagens por mês. Dê um google no
nome de alguém e os tweets dele vão estar lá. Pesquisadores cunham termos bonitos como a "era da hipertransparência" para
tentar falar que há xeretas e exibicionistas demais hoje.
E a maior rede social do planeta deu um passo grande rumo à tal hipertransparência: em maio, o Facebook mudou as regras sobre
o quanto que estranhos podem saber da sua vida. "Estamos construindo uma internet _____ padrão é ser sociável", decretou
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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Mark Zuckerberg, criador e presidente do site, ao anunciar as mudanças. Utopia sociológica à parte, interessa para ele(I) que
usuários de seu serviço possam ser encontrados com mais facilidade. Se você não está no Facebook e encontra aquele amor antigo 79
da escola ali, tende a entrar para a rede social. E, quanto mais gente lá, mais Zuckerberg pode faturar com publicidade.
As mudanças, de cara, parecem bem sutis. Antes, não dava para ver a foto de perfil ou a idade de uma pessoa pesquisada, por
exemplo. Agora, a não ser que o usuário mude as configurações no braço, um resumo de sua ficha ficará exposto na internet. Não
é pouca coisa. Pense em quem teve um término de relacionamento conturbado e quer manter distância de namorados maníacos;
ou em um adolescente que mudou de escola por causa de bullying e corre o risco _____ tudo comece de novo se os novos colegas
descobrirem isso; em quem sofre de assédio moral no trabalho ou foi testemunha de um crime; em quem não quer que os pais
descubram detalhes de sua vida sexual. Para todos eles, qualquer detalhe que o Facebook divulgue pode fazer uma grande
diferença.
Não fica nisso. Um dos maiores problemas é que a internet não "esquece" nada. E agora que ela faz parte da vida de praticamente
todo mundo há uma década, qualquer vacilo do passado pode causar um problema no presente. Fotos ousadas num fotolog de
anos atrás vão complicar você(II) na disputa por um emprego. Uma troca infeliz de scraps no Orkut, como uma discussão com um
ex, pode estar ao alcance de qualquer um. As redes sociais baseadas em GPS, como a Fousquare, colocam mais pimenta nesse
molho, já que elas mostram num mapa onde os usuários estão a cada momento. Em suma, nunca existiram tantas possibilidades
de exposição pública. E sim: sempre vai ter alguém que você não esperava bisbilhotando você(III).
É natural. O desejo de cavucar a vida alheia existe desde sempre. "Na maior parte da história humana, as pessoas viveram em
pequenas tribos _____ todas as pessoas sabiam tudo o que todo mundo fazia. E de alguma forma estamos nos tornando uma vila
global. Pode ser que descobriremos que a privacidade, no fim das contas, sempre foi uma anomalia", afirma o professor Thomas
W. Malone, do Centro de Estudos de Inteligência Coletiva do MIT.
Seja como for, trata-se de uma anomalia de que todo mundo gosta. E por isso mesmo um movimento ganha cada vez mais força:
há uma preocupação maior com a bisbilhotice. Na prática, está acontecendo o contrário do que Zuckerberg imagina. Estamos
menos "sociais".
Hoje, a quantidade de dados que as pessoas deixam aberta na rede para todo mundo ver é, por cabeça, bem menor do que há 5,
6 anos. É raro encontrar quem deixe suas fotos escancaradas numa rede social. Scraps públicos no Orkut já são parte de um
passado remoto... Um estudo da Universidade da Califórnia mostra essa mudança: os entrevistados disseram tomar mais cuidado
com o que postam online hoje do que há 5 anos. Na mesma pesquisa, 88% dos jovens de 18 a 24 anos manifestaram-se a favor
de uma lei que forçasse os sites a apagarem informações pessoais depois de algum tempo.
Enquanto não chegam leis concretas, as pessoas reagem por conta própria. Trinta mil usuários cancelaram suas contas no
Facebook no dia 31 de maio, para protestar contra aquela mudança na configuração de privacidade. Compare isso com a reação
que as pessoas tiveram em 2006, quando o Orkut passou a identificar quem visitava o seu perfil. Não faltaram reações de
indignação. "Qual é a graça se não dá mais para espionar a vida dos outros escondido?", perguntavam os usuários.
É difícil imaginar algo assim hoje. Aprendemos a nos comportar na rede como nos comportamos em público. Porque, cada vez
mais, estamos mesmo.
Adaptado de: BURGOS, Pedro. O fim do fim da privacidade. Revista Super Interessante - Edição 280, junho de 2010. Disponível
em http://super.abril.com.br/tecnologia/fimfim- privacidade-580993.shtm.
Considere as seguintes propostas de substituição de segmentos do texto envolvendo emprego de pronomes.
I - interessa para ele – interessa-o
II - vão complicar você – vão lhe complicar
III - bisbilhotando você – bisbilhotando-o
Quais são contextualmente adequadas e estão corretas do ponto de vista da norma gramatical?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.
➢ Comentários:
Gab. C
I - interessa para ele – interessa-o - INCORRETA.
Trecho: "Utopia sociológica à parte, interessa para ele que usuários de seu serviço possam ser encontrados com mais facilidade."
Temos que ter em mente algumas regrinhas:
Os pronomes oblíquos o, a, os, as (e variações) ocupam a função de objeto direto.
Os pronomes oblíquos lhe, lhes ocupam a função de objeto indireto.
Os pronomes oblíquos me, te, se, vos, nos podem ocupar a função de objeto direto ou de objeto indireto.
O verbo "interessar" foi empregado como transitivo indireto: interessar para alguém. O elemento "para ele" é o objeto indireto
do verbo (note o uso da preposição "para"). Assim, devemos empregar o pronome "lhe", e não "o": interessa-lhe.
A substituição estaria ERRADA.
II - vão complicar você – vão lhe complicar - INCORRETA.
Trecho: "Fotos ousadas num fotolog de anos atrás vão complicar você na disputa por um emprego."
O verbo "complicar" é transitivo direto: complicar alguém.
Seguindo a regrinha que vimos na assertiva anterior, devemos empregar o pronome "o" para exercer a função de objeto direto.
O pronome "lhe" exerce a função de objeto indireto, o que estaria errado nessa construção.

Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019


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Quando estivermos diante de um verbo terminado em -r, -s ou -z, deveremos modificar os pronomes o, a, os, as; com a
modificação, esses pronomes assumem as seguintes formas, respectivamente: lo, la, los, las. A forma verbal "complicar" termina 80
em "-r", então devemos fazer essa modificação no pronome. Ficamos com: vão complicá-lo.
III - bisbilhotando você – bisbilhotando-o
Trecho: "E sim: sempre vai ter alguém que você não esperava bisbilhotando você."
O verbo "bisbilhotar" é transitivo direto: bisbilhotar alguém. O elemento "você" é o objeto direto do verbo, portanto a substituição
pelo pronome "o" está CORRETA.
➔ Sinônimos e Antônimos:
O problema é que a banca dificilmente cobrará o sinônimo de palavras fáceis e usuais, como: moradia/residência, menina/garota,
trabalho/emprego/ocupação...Assim, a dica principal para "matar" questões de sinonímia é: ler, ler, ler...a leitura amplia o
vocabulário! Se possível, façam uma lista de palavras com sinônimos ao lado e, sempre que possível, deem uma olhadinha.
Vamos agora apresentar algumas opções de sinônimos interessantes para questões objetivas e subjetivas!
Lista de Sinônimos
Causar - provocar, gerar, produzir, originar. Pertinente - adequado, conveniente, oportuno, propício
Perceber - constatar, verificar, apurar, averiguar, Mitigar - suavizar, atenuar, acalmar, amansar, afrouxar,
comprovar, evidenciar, verificar. aliviar, amenizar, aplacar, diminuir, comedir
Exorbitante - demasiado, excessivo, elevado, astronômico, Astuto - solerte, ardiloso, esperto, sagaz.
colossal, descomunal, imenso. Pântano - tremedal, atoleiro, charco, lamaceira, lamaçal.
Descuidado - incauto, imprudente Elogioso - apologético, panegírico, laudatório
Detalhar - pormenorizar, particularizar Necessário - fundamental, imprescindível, indispensável,
Fugaz - rápido, breve, efêmero, momentâneo, provisório primordial, vital, essencial.
Encaminhar - remeter, enviar, endereçar, mandar Fenecimento (fenecer) - fim, término, desaparecimento,
Coerente - arrazoado, lógico, congruente morrer, morte, falecimento, óbito.
Informar - cientificar, avisar, comunicar, instruir, noticiar Contexto - ambiente, cenário, conjuntura, enredo,
Nunca - jamais, em momento nenhum, em tempo algum, em circunstância, âmbito.
tempo nenhum Caracterizar - definir, descrever, designar, qualificar.
Inocente - crédulo, simplório, ignorante, tolo. Proposta - alegação, argumento, proposição, propositura,
Aparecer - surgir, chegar, brotar, eclodir, apontar oferta.
Esporádico - eventual, ocasional, disperso, espaçado. Implementar - efetivar, executar, praticar, realizar.
Pedir - clamar, implorar, pleitear, solicitar, reivindicar Culminar - alcançar, atingir, resultar.
Abominável - execrável, condenável, censurável, nefasto, Vertente - linha, direção, sentido, tendência.
agourento Mensurar - apreciar, calcular, verificar, cadenciar, medir.
Meticuloso - preciso, rigoroso, detalhista, metódico, Asseverar- sustentar, afiançar, afirmar, declarar, jurar,
minucioso, precavido, cuidadoso declarar.
Desenvolvimento - expansão, andamento, evolução, Sinergia - coesão, união.
progresso Empírico - experimental, prático.
Intuito - desígnio, escopo, finalidade, alvo, objetivo, Discrepância - desafinação, dessemelhança, disparidade,
propósito, plano. diversidade, dissonância.
Fomentar - alimentar, estimular, impulsionar, incrementar,
nutrir, favorecer.
Atenção! É fundamental que o candidato observe o contexto em que a palavra está inserida para, assim, identificar o significado
e possíveis sinônimos, vejamos:
A dica principal para matar questões de sinonímia...
A dica principal para acertar questões de sinonímia...►►► CERTO
A dica principal para assassinar questões de sinonímia... XXX ERRADO
Perceberam que a empregou o verbo "matar" com sentido (figurado) de "acertar"? Assim, se ela quiser substituir o termo "matar",
deverá empregar algum com esse sentido e não com o sentido original de "matar" (assassinar, dizimar, abater).
Antônimos
Antônimos: palavras com significado oposto ao de outras.
Exemplo: bonito/feio, perto/longe.
Como são menos recorrentes em provas de concurso, apresentaremos apenas uma pequena lista de palavras e seus respectivos
antônimos.
Regredir - progredir Descuidado - prudente, zeloso, Nunca - sempre
Ativo - inativo sensato Necessário - desnecessário,
Bendizer - maldizer Perceber - desantentar dispensável, supérfluo
Simétrico - assimétrico Desinformar - informar, avisar Fenecer - brotar, viver, germinar
Dia - noite Exorbitante - reduzido, moderado Inocente - matreiro, malicioso, sagaz,
Encorpar - desencorpar Coerente - incoerente ardiloso
Humilde - insolente, orgulhoso, Abominável - deslumbrante, Energia - esgotamento, moleza,
arrogante encantador, fascinante cansaço, desídia, fraqueza
Esporádico - constante, permanente

Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019


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88. FAURGS 2018 – QUESTÃO ADAPTADA


Hoje Roberto Sampaio tem pouco mais de 56 anos, é conselheiro tutelar em Taquara, no interior do Rio Grande do Sul, e pintor 81
de parede por ofício, como gosta de dizer. Aos 32 anos começou a ficar decepcionado consigo mesmo por ainda não ter conseguido
cumprir o sonho que acalentava desde os 12 anos de idade: montar uma biblioteca aberta ao público, quando tivesse um acervo
de quatro mil livros. Depois de anos guardando em todas as peças da casa os títulos que conseguiu por meio de doações, no dia
28 de setembro de 1988 ele pendurou na fachada de sua casa: Biblioteca Amigos do Livro. Eram 10 horas da noite, e Roberto
estava realizado.
Adaptado de: O homem que não conhecia Machado de Assis e outras histórias. Jornal da Universidade. Caderno JU. n. 49, ed. 203,
jul. 2017.
A alternativa que apresenta o sentido mais adequado para acalentava, de acordo com o texto, é
a) aconchegava.
b) nutria.
c) serenava.
d) assossegava.
e) confortava.
➢ Comentários:
LETRA "A"-ERRADA: aconchegava.
No trecho em questão, acalentar o sonho de montar uma biblioteca aberta ao público significa nutrir esse sonho, e não aconchegá-
lo (trazê-lo para perto de si).
"Aos 32 anos começou a ficar decepcionado consigo mesmo por ainda não ter conseguido cumprir o sonho
que aconchegava desde os 12 anos de idade: montar uma biblioteca aberta ao público, quando tivesse um acervo de quatro mil
livros."
LETRA "B"-CORRETA: nutria.
No trecho em questão, acalentar o sonho de montar uma biblioteca aberta ao público significa nutrir esse sonho, alimentá-lo no
sentido de desejar recorrentemente que ele se realizasse:
"Aos 32 anos começou a ficar decepcionado consigo mesmo por ainda não ter conseguido cumprir o sonho que nutria desde os
12 anos de idade: montar uma biblioteca aberta ao público, quando tivesse um acervo de quatro mil livros."
LETRA "C"-ERRADA: serenava.
No trecho em questão, acalentar o sonho de montar uma biblioteca aberta ao público significa nutrir esse sonho, e não serená-lo
(acalmá-lo).
"Aos 32 anos começou a ficar decepcionado consigo mesmo por ainda não ter conseguido cumprir o sonho que serenava desde
os 12 anos de idade: montar uma biblioteca aberta ao público, quando tivesse um acervo de quatro mil livros."
LETRA "D"-ERRADA: assossegava.
No trecho em questão, acalentar o sonho de montar uma biblioteca aberta ao público significa nutrir esse sonho, e não assossegá-
lo (tranquilizá-lo).
"Aos 32 anos começou a ficar decepcionado consigo mesmo por ainda não ter conseguido cumprir o sonho que assossegava desde
os 12 anos de idade: montar uma biblioteca aberta ao público, quando tivesse um acervo de quatro mil livros."
LETRA "E"-ERRADA: confortava.
No trecho em questão, acalentar o sonho de montar uma biblioteca aberta ao público significa nutrir esse sonho, e não confortá-
lo (consolá-lo).
"Aos 32 anos começou a ficar decepcionado consigo mesmo por ainda não ter conseguido cumprir o sonho que confortava desde
os 12 anos de idade: montar uma biblioteca aberta ao público, quando tivesse um acervo de quatro mil livros."
Homônimos e Parônimos
Homônimos: palavras idênticas na grafia e/ou na pronúncia, mas com significados diferentes.
Quando a pronúncia é igual, mas a grafia é diferente: homófonos. Exemplo: ascender (subir)/acender (iluminar)
Quando a pronúncia é diferente e a grafia igual: homógrafos. (Analisar o contexto) Exemplo: gosto (sabor)/gosto (verbo gostar)
Quando a pronúncia e a grafia são iguais: perfeitos. (Analisar o contexto) Exemplo: cedo (advérbio com sentido de "antes do
tempo", de "ao alvorecer"), cedo (verbo ceder)
O emprego dos homônimos, principalmente dos homófonos, é recorrente em provas de concurso, assim atenção aos exemplos
abaixo:
Caçar: perseguir, capturar. Exemplo: Ele gosta de caçar aos Sessão: reunião, período de tempo em que algum
domingos. espetáculo ocorre. Exemplo: Os juízes marcaram
Cassar: anular, revogar. Exemplo: O prefeito foi cassado por a sessão para a próxima terça./ A sessão de cinema começa
improbidade administrativa. mais cedo aos domingos.
Censo: recenseamento. Exemplo: Os números do censo são Seção: repartição, departamento. Exemplo: Ela adora
claros: a pobreza diminuiu no Brasil. a seção de doces do supermercado.
Senso: discernimento, juízo. Exemplo: É preciso Cessão: doação, ato de ceder. Exemplo: A cessão de direitos
ter senso para escolher o melhor caminho. autorais foi registrada em cartório.
Tachar: atribuir defeito, censurar. Exemplo: Maria tachou o Cela: local onde permanecem os presos ou
irmão de preguiçoso. religiosos. Exemplo: As celas do presídio da Paraíba estão
Taxar: atribuir taxa, preço. Exemplo: As mercadorias superlotadas.
foram taxadas. Sela: arreio de cavalo. Exemplo: João colocou a sela no
cavalo e partiu para a cavalgada.
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Cerrar: fechar. Exemplo: Ele cerrou os olhos com calma. Assento: local para sentar.
Serrar: cortar. Exemplo: Ele serrou a madeira com pressa. Chá: bebida 82
Vejamos mais alguns exemplos: Xá: soberano do Irã (antiga Pérsia)
Conserto: reparar, corrigir. Dica! Lembre do "S" de sapato. Cheque: ordem de pagamento
Exemplo: Ele consertou o sapato. Xeque: lance do jogo de xadrez
Concerto: sessão musical. Coser: costurar. Dica! Lembre do "S" de costurar.
Tacha: prego pequeno Cozer: cozinhar. Dica! Lembre do "Z" de cozinhar.
Taxa: imposto, tributo Asso: do verbo "assar".
Espiar: observar Aço: ferro
Expiar: pagar pena, pagar pecado. Sinta: do verbo "sentir"
Esterno: osso Cinta: tira de pano ou couro.
Externo: exterior Círio: vela
Acento: sinal gráfico. Sírio: relativo à Síria
Parônimos: pares de palavras parecidas na grafia e na pronúncia, mas com significados diferentes.
Lista de Parônimos
Absorver: sorver Fluir:decorrer, transcorrer
Absolver: perdoar Fruir: desfrutar
Comprimento: extensão Infligir: aplicar castigo, pena. Exemplo: A seca inflige o povo
Cumprimento: saudação nordestino.
Emigrar: deixar um local (país) Infringir: desobedecer, desrespeitar. Exemplo: Pedro foi
Imigrar: entrar num local (país) preso por infringir a lei.
Emergir: surgir, vir à tona, sair da água Soar: produzir som
Imergir: mergulhar, afundar Suar: transpirar, relativo a suor
Docente: relativo a professor Tráfego: relativo a trânsito
Discente: relativo a aluno Tráfico: comércio ilegal
Eminência: elevado, ilustre, exemplar Descrição: descrever
Iminência: prestes a acontecer Discrição: relativo a ser discreto, reservado
Despensa: local de armazenamento de alimentos Descriminar: tirar a culpa, inocentar. Exemplo: O
Dispensa: ato de dispensar juiz descriminou o réu.
Flagrante: evidente, ato evidenciado no momento em que Discriminar: separar, segregar, distinguir. Exemplo:
ocorre. Exemplo: Preso em flagrante delito. Ele discriminou a vizinha por causa da nacionalidade dela.
Fragrante: perfumado, cheiroso, que emite Delatar: denunciar
fragrância. Exemplo: Este fragrante perfume lembra minha Dilatar: alargar
juventude.
88. FAURGS 2017:
Assinale a alternativa correspondente à sentença em que a palavra destacada está corretamente empregada.
a) Dirija-se à cessão de atendimento.
b) Machado de Assis foi um iminente escritor.
c) O meliante foi preso em fragrante delito.
d) Recomenda-se manter discrição em relação a assuntos sigilosos.
e) A intensão do magistrado era tão somente fazer justiça.
➢ Comentários:
Gabarito: Letra D.
"Recomenda-se manter discrição em relação a assuntos sigilosos", o vocábulo destacado é um atributo daquele que é "discreto".
Portanto, a palavra está corretamente empregada na sentença, validando o gabarito: letra (D).
Nas demais opções:
a) o termo "cessão" refere-se ao ato de "ceder", não se enquadrando no contexto. Deve, portanto, ser substituído por "sessão".
b) o termo "iminente" significa "algo prestes a ocorrer"; deve, pois, ser substituído por "eminente" (ilustre).
c) o termo "fragrante" remete à ideia de "fragrância" (aroma, perfume), devendo ser substituído por "flagrante" (evidente,
notório).
e) o termo "intensão" não se enquadra no contexto, devendo ser substituído por "intenção" (propósito, objetivo).
Sintaxe
SINTAXE: cuida da disposição, da relação e da função das Que lindo dia de primavera!
palavras na frase. Silêncio!
Frase:enunciado com sentido completo, seja longo ou curto. Um belo dia para um milagre.
Quando a frase não possuir verbo, será denominada frase Frases verbais:
nominal, quando possuir verbo, frase verbal. Vamos à praia?
Cuidado para não associar a classificação verbal ou nominal Estou estudando todos os dias.
à extensão da frase, pois ela pode ser longa e ser nominal, Confie!
pode ter apenas uma palavra e ser verbal: o tamanho da Oração:é a frase verbal. Toda oração possui um verbo ou
frase não define a sua classificação, o que a define é a uma locução verbal.
presença ou não de verbo!!! Ele esperou por ela.
Frases nominais: Janaína dança muito bem.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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Ela foi embora. Precisamos conferir, pois entre os verbos poderemos ter
Tenho vivido assim. (locução verbal) locução verbal, vejamos: 83
Período:frase constituída por uma ou mais orações com Tenho andado distraído, impaciente, indeciso e
sentido completo. O período pode ser simples (uma oração) ainda estou confuso, só que agora é diferente. (Legião
ou composto (duas ou mais orações). Urbana)
Maria está feliz com sua aprovação. (período simples) Gurizada, quantos verbos tenho neste trecho de "Quase sem
Tenho andado distraído. (período simples, pois "tenho querer"?
andado" é locução verbal, logo temos apenas uma oração) Quatro verbos.
Gritei, chorei, mas ninguém me ouviu. (período composto E quanta orações? Três orações, pois, na verdade, os dois
por três orações) primeiros verbos formam uma locução verbal (tenho
Cuidado! Se uma frase possui quatro verbos, podemos dizer, andado), que representa uma oração apenas
sem pensar, que ela possui quatro orações? Não, gurizada!
.
89. FAURGS - Oficial de Justiça (TJ RS)/Classe PJ-H/2014
Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo.
Quase todo mundo conhece a história original (grega) sobre Narciso: um belo rapaz que, todos os dias, ia contemplar seu rosto
num lago. Era tão fascinado por si mesmo que, certa manhã, quando procurava admirar-se mais de perto, caiu na água e terminou
morrendo afogado. No lugar onde caiu, nasceu uma flor, que passamos a chamar de Narciso.
O escritor Oscar Wilde, porém, tem uma maneira diferente de terminar esta história. Ele diz que, quando Narciso morreu, vieram
as Oréiades – deusas do bosque – e viram que a água doce do lago havia se transformado em lágrimas salgadas.
“Por que você chora?”, perguntaram as Oréiades.
“Choro por Narciso”.
“Ah, não nos espanta que você chore por Narciso”, continuaram elas. “Afinal de contas, todas nós sempre corremos atrás dele
pelo bosque, mas você era o único que tinha a oportunidade de contemplar de perto a sua beleza”.
“Mas Narciso era belo?”, quis saber o lago.
“Quem melhor do que você poderia saber?”, responderam, surpresas, as Oréiades. “Afinal de contas, era em suas margens que
ele se debruçava todos os dias”.
O lago ficou algum tempo quieto. Por fim, disse: “eu choro por Narciso, mas jamais havia percebido que era belo. Choro por ele
porque, todas as vezes que ele se deitava sobre as minhas margens, eu podia ver, no fundo dos seus olhos, a minha própria beleza
refletida”.
Adaptado de: COELHO, Paulo. O lago e Narciso (http://paulocoelhoblog.com/2010/01/02/o-lago-enarciso/). Acesso em 14 de abril
de 2014.
Considere as seguintes afirmações.
I - O sujeito de procurava é quando.
II - O sujeito de espanta é que você chore por Narciso.
III - A forma verbal havia introduz uma oração com sujeito inexistente.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e III.
e) Apenas II e III.
➢ Comentários:
Gab. B
I. Errada. Contextualmente, a forma verbal "procurava", flexionada no Pretérito Imperfeito do Indicativo, é o sintagma "um belo
rapaz", cujo núcleo é o termo "rapaz": "(Um belo rapaz) Era tão fascinado por si mesmo que, certa manhã, (um belo rapaz) quando
procurava admirar-se mais de perto (...)". Nesse contexto, o termo "quando" é uma conjunção subordinativa, exprimindo matiz
semântico de tempo.
II. Certa. Na passagem "não nos espanta que você chore por Narciso", a expressão destacada é introduzida pela conjunção
integrante QUE, termo que inicia a estrutura do sujeito oracional "que você chore por Narciso". Conforme prescrevem as lições
gramaticais, quando ocorre sujeito oracional (oração subordinada substantiva subjetiva, aquela que exerce a função de sujeito),
o verbo da oração principal permanece na terceira pessoa do singular, como se observa em "não nos espanta".
Para facilitar a visualização do sujeito oracional, podemos reescrever a sentença na ordem direta:
Que você chore por Narciso (=ISSO) não nos espanta.
Portanto, está correta a afirmação do examinador.
III. Errada. Na estrutura "havia percebido", o verbo "haver" não foi usado na acepção de "existir", razão por que não se trata de
um verbo impessoal. No contexto, a estrutura "havia percebido" designa o Pretérito Mais-que-Perfeito Composto do Indicativo,
concordando com o pronome pessoal "eu", da passagem "eu choro por Narciso, mas (eu) jamais havia percebido que era belo".
Funções Sintáticas:
SUJEITO do verbo e pode aparecer no início (ordem direta), no meio
Termo sobre o qual se fala algo no restante da oração, em ou no fim da oração (ordem inversa).
outras palavras: é dele que a frase fala. Define a conjugação Ordem direta: Os alunos estudavam preocupados.
Ordem Inversa: Estudavam preocupados os alunos.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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Sujeito no meio da oração: Preocupados, os D) Sujeito Indeterminado: não conhecemos a identidade do


alunos estudavam. sujeito, nem pela desinência verbal, nem pelo contexto. 84
O SUJEITO pode ser: simples, composto, oculto, I- com verbo na terceira pessoa do plural*
indeterminado e inexistente. Roubaram meu carro naquele estacionamento.
A) Sujeito Simples: apenas um núcleo. *Não deve ser possível identificar o sujeito pelo contexto.
A peça começou às 20 horas. II - com verbo no infinitivo impessoal
O professor ensina muito bem. Era difícil decorar todo aquele assunto.
Todos estão concentrados. III- com verbo na terceira pessoa do singular + índice de
Treze é meu número da sorte. indeterminação do sujeito ("se")
CUIDADO para não confundir com a ideia de singular e de Vive-se melhor aqui.
plural, o que importa é: o verbo da oração deve se referir a Trata-se de estudos realizados no ano passado.
apenas um elemento. * O verbo pode ser intransitivo, transitivo indireto, de
B) Sujeito Composto: mais de um núcleo. ligação, transitivo direto com preposição.
Os alunos e o professor foram ao parque. E) Sujeito Inexistente: a oração possui apenas predicado e é
Aquário e Capricórnio são signos do zodíaco. articulada por meio de um verbo impessoal.
C) Sujeito Oculto: também chamado de elíptico ou implícito, I - Com verbos que indicam fenômenos da natureza: chover,
é aquele que não está explicitado, mas é identificado pelo trovoar, ventar, nevar, amanhecer, escurecer.
contexto e/ou pela desinência verbal. Choveu a noite inteira.
Fui ao teatro ontem. Nevava forte naquela cidade.
Sujeito do verbo "fui": Oculto "Eu" II - Com os verbos fazer, estar, parecer, ficar: indicando
(Eu) Fui ao teatro ontem. tempo ou fenômenos naturais.
-> identificado pela desinência verbal. Faz anos que não a vejo.
João e Maria passeavam pelo bosque. Foram capturados por Está quente.
uma bruxa. Ficou frio repentinamente.
Sujeito do verbo foram: Oculto "Eles", em referência a João III - Com o verbo haver: sentido de existir ou de tempo
e Maria. decorrido.
(Eles) Foram capturados por uma bruxa. Havia poucos alunos na sala.
-> identificado pelo contexto. Não a vejo há dez anos.
Gurizada, muito cuidado para não confundir o verbo HAVER (com sentido de existir) com o verbo EXISTIR:
VERBO HAVER (com sentido de existir) VERBO EXISTIR
-> se o sujeito é inexistente, como o verbo "haver" vai -> o verbo tem sujeito, assim, deve concordar com ele.
concordar com um sujeito que não existe? Verbo flexiona!
-> verbo impessoal, não tem sujeito, logo não flexiona!!! Exemplo: Existiam muitos alunos na sala.
Exemplo: Havia muitos alunos na sala.
PREDICADO
É aquilo que declaramos sobre o sujeito (quando ele existe). A) Verbo Intransitivo: verbo sem complemento direto ou
Vale destacar que o predicado sempre possui verbo ou indireto. Pode ser empregado com adjuntos adverbiais ou
locução verbal. predicativo.
A) Predicado Verbal João morreu.
Tem como núcleo um verbo, indica ação, não possui Sara nasceu em João Pessoa. ("em João Pessoa = adjunto
predicativo do sujeito. adverbial)
A criança brincava com uma boneca velha. Todos chegaram à festa.
O jogador caminhava pelo campo. Fomos ao circo.
B) Predicado Nominal ATENÇÃO! Os verbos chegar, ir e comparecer são
Formado por um verbo de ligação (V.L) e um predicativo do intransitivos, mas geralmente aparecem acompanhados por
sujeito. Informa algo sobre o sujeito (estado, qualidade). adjunto adverbial (em breve explicaremos).
O concurso era difícil. B) Verbo Transitivo Direto: precisa de complemento (objeto
V.L predicativo direto - O.D) que se liga ao verbo SEM PREPOSIÇÃO (em
A mulher ficou chateada. regra).
V.L predicativo Eu comprei uma casa. (Comprou o quê? Uma casa!)
C) Predicado Verbo-Nominal O.D
Composto por verbo que indica ação + predicativo do Joana abraçou a criança com força. (Abraçou quem? A
sujeito. criança!)
A mulher cantava distraída. O.D
verbo predicativo Atenção! Cuidado com o OBJETO DIRETO
O professor falou chateado. PREPOSICIONADO, galera! Ele aparece com preposição,
verbo predicativo entretanto ela não é exigida pelo verbo. (Se fosse exigida
PREDICAÇÃO VERBAL pelo verbo, teríamos verbo transitivo indireto, e não direto.)
Também chamada de transitividade verbal, trata da relação Exemplo: Eu adoro a Deus. / Eu adoro Deus. (preposição
entre o verbo e os demais termos da oração. É aquela facultativa)
conversa da tia do colégio, lembram? Verbo transitivo, O verbo adorar é transitivo direto, mas o objeto direto aceita
intransitivo...vamos lá "refrescar" a memória! preposição. Geralmente, quando o objeto direto é nome
próprio ou comum, é possível preposicioná-lo.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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C) Verbo Transitivo Indireto: precisa de complemento (O.I - VTDI O.D O.I


objeto indireto) que se liga ao verbo COM PREPOSIÇÃO. Percebam que, no exemplo acima, o objeto direto (a 85
Joaquim gosta de dançar. (Gosta de quê? De dançar! verdade) aparece sem preposição e o objeto indireto (ao
Preposição "de" é necessária.) namorado) aparece com preposição "a".
VTI O.I E) Verbo de Ligação: expressa estado (permanente,
Eu acredito em Deus. (Acredita em quê? Em Deus! continuado, mutatório, transitório, aparente) ou qualidade.
Preposição "em" é necessária.) Entre eles, temos: ser, estar, parecer, continuar, andar (com
VTI O.I sentido de estar), ficar, permanecer.
D) Verbo Transitivo Direto e Indireto: precisa de Letícia parece triste.
complemento direto (sem preposição) e indireto (com João continua mal.
preposição). Eu estou animada.
Marília contou a verdade ao namorado.
OBJETO DIRETO (O.D)
Como vamos nos tornar íntimos desses termos, usaremos um apelido (abreviação) para cada um. O objeto direto será, a partir de
agora, O.D, tudo bem?
O Objeto Direto complementa o sentido de uma verbo transitivo direto ou de um transitivo direto e indireto, aparecendo, na
maioria das vezes, sem preposição.
Uniremos as forças necessárias para a realização do projeto.
VTD O.D
Pergunte: Uniremos o quê? As forças! (A pergunta não tem preposição, indício forte para o objeto ser direto.)
Ele quis vê-la ontem.
VTD O.D
Pergunte: Ver quem? Ela (-la)
Percebam que, no exemplo acima, o objeto direto é representado pelo pronome oblíquo "a" (se tornou "la" porque o verbo "ver"
termina em "r").
Adoremos a Javé. OU Adoremos Javé.
VTD O.D VTD O.D
Percebam que o objeto direto acima está preposicionado, isso ocorre porque ele é substantivo próprio (preposição facultativa).
O Objeto Indireto completa o sentido de um verbo transitivo indireto ou de um verbo transitivo direto e indireto. Aparece sempre
preposicionado ou na forma de pronome oblíquo tônico (me, te, se, nos, vos, lhes).
Gosto muito de você.
VTI O.I
Pergunte: Gosta muito de quem? De você! (Apareceu preposição na pergunta, grande indício de termos objeto indireto.)
O verbo "gostar" é transitivo indireto (quem gosta, gosta de algo ou de alguém), assim temos o objeto indireto: de você.
Eu lhe pagarei um lanche.
O.I VTDI O.D
O verbo acima é transitivo direto e indireto (pagar algo a alguém): um lanche é O.D, "lhe" é o Objeto Indireto.
Vamos assistir ao filme.
VTI O.I
Pergunte: Vamos assistir a quê? Ao filme!
O verbo "assistir" é transitivo indireto (quem assiste, assiste a algo), assim temos o objeto indireto: ao filme.
AGENTE DA PASSIVA (A.P)
É o termo que complementa um verbo na voz passiva analítica, explicando melhor, é o elemento que pratica a ação indicada pelo
verbo na voz passiva. Geralmente é introduzido pelas preposições "por" ou "de".
A menina foi aplaudida pela multidão.
A.P
Percebam que "pela multidão" é o agente da passiva: pratica a ação de "aplaudir", representada pela locução "foi aplaudida" (voz
passiva).
O fato é conhecido de todos.
A.P
A criança era amada por mim.
A.P
COMPLEMENTO NOMINAL (C.N)
O Complemento Nominal é o termo que complementa o sentido de um nome (substantivo, adjetivo e alguns advérbios), aparece
sempre preposicionado e tem sentido de passividade (sofre a ação).
Exemplo: José tem orgulho do filho.
nome C.N
Perceberam que a palavra "orgulho" fica incompleta sem a informação "do filho"? Se escrevêssemos apenas "José tem orgulho",
logo ouviríamos: orgulho de quê? Orgulho de quem? Notaram que o substantivo pede um complemento? Assim, "do filho" exerce
exatamente essa função, completando o sentido do nome "orgulho".
Outro detalhe importante é que o C.N tem sentido de "passividade", vejam só:
Na oração "José tem orgulho do filho", o filho sente orgulho (ação, agente) ou é alvo do orgulho (passividade, paciente)? É alvo
do orgulho! Assim, os complementos nominais têm essa característica: valor semântico passivo.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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Vamos dar mais alguns exemplos:


Tenho saudades da escola. 86
nome C.N
Ontem ocorreu a queima de fogos.
nome C.N
Marina está consciente de tudo.
nome C.N
ADJUNTO ADNOMINAL (A.A):
É o elemento que carateriza um nome, determinando ou restringindo seu sentido. Exerce função adjetiva na oração, podendo ser
representado por: adjetivos, locuções adjetivas, pronomes, numerais, artigos.
Exemplo: A alegre peça começou às 19 horas. (Percebam que o adjetivo "alegre" caracteriza o substantivo "peça".)
A.A
Exemplo: Era uma manhã de primavera. ( Locução adjetiva "de primavera" (primaveril) qualifica o substantivo "manhã".)
A.A
Exemplo: O homem foi à biblioteca. ( Artigo "o" desempenhando função de adjunto adnominal.)
A.A
Exemplo: Aquela menina faltou a aula. (Adjunto adnominal exercido por pronome.)
A.A
Exemplo: O primeiro dia de aula é marcante. (Numeral exercendo a função de adjunto adnominal.)
A.A
ADJUNTO ADVERBIAL (A. ADV.):
É o termo que modifica um verbo, um advérbio ou um adjetivo atribuindo circunstância (modo, tempo, lugar...). Pode ser exercido
por um advérbio, por uma locução adverbial ou por uma oração subordinada adverbial.
Exemplo: Pedro correu intensamente. (O advérbio "intensamente" atribui circunstância de intensidade ao verbo "correu".)
A.Adv.
Exemplo: Ele é um livro muito bom. (O advérbio "muito" modifica o adjetivo "bom".)
A.Adv.
Exemplo: Ele pratica exercícios de manhã. (A locução adverbial "de manhã" modifica o verbo "pratica".)
A. Adv.
Exemplo: Quando ele chegou, fiquei feliz. (A oração subordinada adverbial funcionando como adjunto adverbial.)
A. Adv.
Atenção! O adjunto adverbial pode aparecer no início, no meio ou no fim da oração, vamos ver?
A aluna discursou apaixonadamente.
Apaixonadamente, a aluna discursou.
A aluna, apaixonadamente, discursou.
Observando as construções acima é possível constar o seguinte:
1) Quando o adjunto adverbial aparece no final da oração (em tese a posição "normal" dele), não fazemos o uso de vírgula.
2) Quando o adjunto adverbial surge no início da oração, podemos empregar a vírgula logo após.
3) Quando o adjunto adverbial aparece no meio da oração, podemos isolá-lo por vírgulas (uma antes e uma depois).
E essa vírgula é obrigatória?Em alguns casos sim, em outros não! Quando o adjunto adverbial for longo (caso de
"apaixonadamente"), a maior parte da doutrina entende que o uso da vírgula é obrigatório. Quando o adjunto for curto (formado
por até três palavras curtas), a vírgula será facultativa. Olhem só:
A aluna discursou hoje.
Hoje, a aluna discursou./ Hoje a aluna discursou. (vírgula facultativa)
A aluna, hoje, discursou./ A aluna hoje discursou. (vírgulas facultativas)
A aluna discursou na reunião de ontem.
Na reunião de ontem, a aluna discursou. (vírgula obrigatória)
A aluna, na reunião de ontem, discursou. (vírgulas obrigatórias)
Observação: É recomendando que os advérbios muito longos (exemplos: apaixonadamente, indubitavelmente, provisoriamente,
propositadamente, pacientemente, escandalosamente, etc.) sejam isolados por vírgula quando aparecerem antecipados ou
intercalados, visto que a maioria dos doutrinadores entende dessa forma.
APOSTO
É o termo que explica ou especifica um termo antecedente, sempre com valor de substantivo. Podemos dizer, inclusive, que o
aposto substituiria o termo que ele explica (ou especifica) sem prejuízos á oração, vejamos:
Exemplo: Amanhã, terça-feira, comprarei algumas roupas. (O aposto "terça-feira" especifica o advérbio "amanhã" e, inclusive,
poderia substituí-lo.) aposto
Exemplo: Terça-feira, comprarei algumas roupas. (Aqui o termo "terça-feira" passou a ser apenas adjunto adverbial.)
A.Adv.
Perceberam a ideia?
Vamos dar mais alguns exemplos!
Exemplo: Gosto de todas as frutas: maçã, banana, laranja, manga. (O aposto especifica as frutas, objeto indireto do verbo
"gosto".)
O.I aposto
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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Exemplo: Gosto de maçã, banana, laranja, manga. (O antes aposto agora substituiu o objeto indireto)
O.I 87
Outra coisa que aprendemos com o exemplo acima: o aposto pode ser antecedido pelo sinal de dois pontos.
Assim, tanto podemos sinalizar um aposto pelo isolamento feito por vírgulas (ou por travessão), como podemos "anunciá-lo" com
o sinal de dois pontos.
90. FAURGS 2018
A questão a seguir se refere ao texto abaixo.
A maioria das pessoas acha que conviver com robôs é algo futurista, mas, de certo modo, eles já estão entre nós, influenciando
decisões e, até mesmo, o rumo de nossas vidas. Do aplicativo que sugere sua próxima refeição, passando pelo serviço
de streaming ofertando o filme que você vai assistir, até os secretários pessoais que auxiliam em situações diárias(a), os sistemas
de inteligência artificial são uma realidade. Tudo isto constitui um caminho sem volta, na opinião de especialistas, que destacam
os benefícios das maravilhas digitais, mas também alertam que o avanço dessas tecnologias pode, no futuro, tornar a inteligência
humana obsoleta.
Robôs humanoides no cotidiano são ficção, não por limitações técnicas(b), mas pela dificuldade das pessoas em lidar com isso.
“Basta colocar um smartphone num boneco que anda”, brinca o cientista de dados Ricardo Cappra, que atuou na estratégia digital
da campanha presidencial de Barack Obama, em 2008. O exemplo pode parecer forçado, mas faz sentido. Celulares modernos
têm assistentes virtuais que impressionam.
Com inteligência artificial, eles conhecem os hábitos dos donos e personalizam seu funcionamento. Além de realizar tarefas
básicas, como organizar agenda, programar viagens e responder mensagens, eles analisam a rotina das pessoas e sugerem o
horário em que devem sair de casa para o trabalho, considerando o tráfego no trajeto habitual(c), avaliam o histórico de buscas
para oferecer notícias de interesse e podem até conversar, por voz, como uma “pessoa”.
Raúl Rentería, diretor do centro de pesquisas do Bing (d), da Microsoft, explica que a Cortana usa o conhecimento criado pelas
conexões entre entidades no buscador. Com a repetição das buscas, o motor aprende a relacionar as informações. Sabe, por
exemplo, que Flamengo é um bairro no Rio, mas também um time de futebol. E esses dados são usados pelo assistente virtual.
A inteligência artificial está em incontáveis outros serviços. Sites de comércio eletrônico analisam o perfil de buscas e compras de
cada cliente para fazer ofertas personalizadas. Serviços de streaming de vídeo, como YouTube e Netflix, avaliam o que já foi
assistido para sugerir opções ao gosto de cada um. Para especialistas, a digitalização facilitou a produção de informações, e a
inteligência artificial surge como um filtro necessário.
Carlos Pedreira, professor de Engenharia de Sistemas e Computação da Coppe/UFRJ, explica que as tecnologias de inteligência
computacional são desenvolvidas há anos, mas, recentemente, houve uma explosão no volume de dados e na capacidade de
armazenamento e processamento dessas informações, o chamado Big Data.
– Os benefícios não são apenas na área do marketing e serviços – diz Pedreira. – Apesar de eu achar que os humanos nunca serão
superados, existem situações em que os sistemas computacionais fazem coisas que não podemos. Na medicina, uma pessoa não
analisa 20 medidas por célula de um conjunto de dois milhões de células. Essas máquinas conseguem.
Nem todos são simpáticos ao fenômeno. O historiador israelense Yuval Harari, autor do best-seller “Sapiens – Uma breve história
da Humanidade”, acha que o ser humano se tornará obsoleto. Segundo ele, dentro de 40 anos(e), não só taxistas serão substituídos
por carros autômatos, mas cerca de 50% de todos os empregos em economias avançadas. Isso impõe um desafio de sobrevivência
da própria espécie.
– Provavelmente nós somos das últimas gerações do homo sapiens. Um bebê nascido hoje ainda terá netos, mas não estou certo
de que esses netos terão netos, ao menos não humanos. Dentro de um século ou dois, os humanos se tornarão super-humanos
ou desaparecerão. De qualquer forma, os seres que dominarão o planeta em 2200 serão mais diferentes de nós do que somos
diferentes dos chimpanzés – acredita Yuval Harari.
Adaptado de MATSUURA, Sérgio. Robôs podem tornar inteligência humana obsoleta, dizem especialistas. O Globo, Rio
de Janeiro, 18 de abril de 2016. Disponível em: <https://oglobo.globo.com/sociedade/tecnologia/robospodem-
tornar-inteligencia-humana-obsoleta-dizem-especialistas-19109977>. Acesso em: 10 jan. 2018.
Qual das expressões citadas abaixo funciona como aposto no texto?
a) até os secretários pessoais que auxiliam em situações diárias
b) não por limitações técnicas
c) considerando o tráfego no trajeto habitual
d) diretor do centro de pesquisas do Bing
e) dentro de 40 anos
➢ Comentários:
Gabarito: Letra D.
Na passagem "Raúl Rentería, diretor do centro de pesquisas do Bing, da Microsoft", o segmento destacado funciona como aposto
explicativo relativamente ao antropônimo "Raúl Rentería". Nesse sentido, a expressão foi adequadamente isolada por vírgulas,
valendo destacar que também estaria correto seu isolamento por meio de travessões.
Nas demais opções:
a) o segmento "até os secretários pessoas que auxiliam em situações diárias" funciona como adjunto adverbial, estando entre
vírgulas por estar deslocado no interior da sentença.
b) o segmento destacado em "Robôs humanoides no cotidiano são ficção, não por limitações técnicas, mas (...)" constitui uma
explicação, uma intervenção do enunciador do discurso, não tendo, pois, natureza apositiva.
c) o segmento "considerando o tráfego no trajeto atual" é uma oração reduzida de gerúndio, estando entre vírgulas por estar
intercalado na sentença.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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e) a expressão "dentro de 40 anos" é um adjunto adverbial de tempo, sendo isolado devido à intercalação desse sintagma no
enunciado. 88
91. FAURGS 2018 – Questão adaptada:
Assinale V (verdadeiro) ou F (falso) para as seguintes afirmações acerca da forma gramatical Sujeito.
( ) No trecho do período A Promotoria de Justiça de Defesa Comunitária de Gravataí instaurou, o Sujeito é Simples.
( ) No trecho do período o tradicional parque de animais selvagens, localizado no km 11 da RS-020, estaria prestes, o Sujeito é
Simples.
( ) No trecho do período a promotoria de Justiça já ouviu veterinários envolvidos na questão, o Sujeito é Composto.
( ) No trecho do período O Pampas Safari está fechado para visitações, o Sujeito é Indeterminado.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
a) V – F – F – V.
b) F – V – V – V.
c) V – V – F – F.
d) F – F – V – F.
e) V – V – F – V.
➢ Comentários:
Gabarito: Letra C.
I. Verdadeira. Em "A Promotoria de Justiça de Defesa Comunitária de Gravataí instaurou", o sintagma "A Promotoria de Justiça de
Defesa Comunitária de Gravataí" funciona como sujeito, cujo núcleo é o termo nominal "Promotoria". Havendo apenas um
elemento nuclear, o sujeito é simples.
II. Verdadeira. No trecho "o tradicional parque de animais selvagens (...) estaria prestes (...)", o sintagma destacado funciona
como sujeito simples, cujo núcleo é o nome "parque".
III. Falsa. No trecho "a promotoria de Justiça já ouviu veterinários envolvidos na questão", o segmento destacado funciona como
sujeito simples, tendo como núcleo o vocábulo nominal "promotoria".
IV. Falsa. No trecho "O Pampas Safari está fechado para visitações", o segmento destacado exerce a função de sujeito simples,
não havendo, portanto, indeterminação do sujeito.
92. FAURGS 2018 – QUESTÃO ADAPTADA:
Em relação à oração Existem dois territórios, é correto afirmar que
a) este é um exemplo de oração sem sujeito.
b) o seu sujeito é indeterminado, uma vez que o verbo está conjugado na terceira pessoa do plural.
c) a expressão dois territórios é objeto direto da forma verbal existem.
d) o sujeito concorda em número e pessoa com o predicado.
e) o sujeito não concorda com o predicado, por tratar-se de um caso de verbo impessoal, com sentido de existir.
➢ Comentários:
GABARITO LETRA D
LETRA "A"-ERRADA: este é um exemplo de oração sem sujeito.
Oração sem sujeito é aquela formada apenas pelo predicado, cuja declaração não se refere a nenhum ser.
Na oração Existem dois territórios, o sujeito é "dois territórios", pois sobre ele é feita a declaração "Existem". Trata-se, pois, de
um sujeito simples, e não de uma oração sem sujeito.
LETRA "B"-ERRADA: o seu sujeito é indeterminado, uma vez que o verbo está conjugado na terceira pessoa do plural.
Sujeito indeterminado é aquele que não está explícito na oração, não sendo possível identificá-lo pela desinência verbal.
Na oração Existem dois territórios, o sujeito é "dois territórios", pois sobre ele é feita a declaração "Existem". Trata-se, pois, de
um sujeito simples, e não de um sujeito indeterminado.
LETRA "C"-ERRADA: a expressão dois territórios é objeto direto da forma verbal existem.
Na oração Existem dois territórios, o verbo existir é intransitivo (não requer complemento), e não transitivo direto. A expressão
"dois territórios" é o sujeito, e não o objeto direto, de Existem: dois territórios (eles) existem. Trata-se, pois, de um sujeito
simples posposto ao verbo, e não de um objeto direto.
LETRA "D"-CORRETA: o sujeito concorda em número e pessoa com o predicado.
A oração Existem dois territórios divide-se em duas partes: predicado "Existem" e sujeito "dois territórios". O verbo existir, que
forma o predicado, está flexionado na terceira pessoa do plural para concordar com o sujeito "dois territórios", que está no plural.
Logo, está correta a afirmação de que o sujeito concorda em número e pessoa com o predicado.
LETRA "E"-ERRADA: o sujeito não concorda com o predicado, por tratar-se de um caso de verbo impessoal, com sentido de existir.
Na oração Existem dois territórios, o verbo existir é intransitivo (não requer complemento), e não impessoal (sem sujeito). Ela
se divide em duas partes: predicado "Existem" e sujeito "dois territórios". O verbo existir, que forma o predicado, está flexionado
na terceira pessoa do plural para concordar com o sujeito "dois territórios", que está no plural. Logo, está incorreta a afirmação
de que o sujeito não concorda com o predicado, por tratar-se de um caso de verbo impessoal, com sentido de existir.
93. FAURGS 2018 – QUESTÃO ADAPTADA:
Qual das estruturas sublinhadas abaixo desempenha a função de aposto?
a) Já não dá mais para escapar: é Carnaval, a festa dos tímidos.
b) Não sei se o paralelo, contudo, é possível.
c) Na avenida ou nas telas, é tudo fantasia.
d) Na essência, o homem é o mesmo: um medroso.

Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019


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TEORIA SISTEMATIZADA E QUESTÕES PARA OFICIAL DE JUSTIÇA 2019

e) Vendo dois milhões de foliões no Baixo Augusta, demorei a entender, entretanto, o que incomodava naquele início de
Carnaval, em São Paulo. 89
➢ Comentários:
GABARITO LETRA A
Aposto é o termo sintático usado para explicar, esclarecer, resumir ou identificar o nome ao qual ele se refere: substantivo,
pronome ou equivalentes.
LETRA "A"-CORRETA. Já não dá mais para escapar: é Carnaval, a festa dos tímidos.
No período acima, a expressão destacada explica o substantivo "Carnaval". Trata-se, pois, de um aposto.
LETRA "B"-ERRADA. Não sei se o paralelo, contudo, é possível.
No período acima, a palavra destacada é uma conjunção coordenativa adversativa. Ela equivale a porém, todavia, no entanto,
entretanto.
LETRA "C"-ERRADA. Na avenida ou nas telas, é tudo fantasia.
No período acima, o trecho destacado é parte da oração Na avenida ou nas telas, é tudo fantasia. Essa oração é constituída
dos seguintes termos sintáticos: a) adjunto adverbial de lugar anteposto: Na avenida ou nas telas.; b) verbo de ligação: é;
c) sujeito: tudo; predicativo do sujeito: fantasia.
LETRA "D"-ERRADA. Na essência, o homem é o mesmo: um medroso.
No período acima, "quem é o mesmo" é o mesmo "em" algo. Esse algo é a essência. A expressão destacada completa o sentido
do adjetivo "mesmo" como complemento nominal, e não como aposto.
LETRA "E"-ERRADA. Vendo dois milhões de foliões no Baixo Augusta, demorei a entender, entretanto, o que incomodava naquele
início de Carnaval, em São Paulo.
No período acima, a palavra destacada é uma conjunção coordenativa adversativa. Ela equivale a porém, todavia, no entanto,
contudo.
94. FAURGS 2018
Normalmente, acreditamos que uma teoria dos afetos não contribui para o esclarecimento da natureza dos impasses dos vínculos
sociopolíticos. Aceitamos que a dimensão dos afetos diz respeito à vida individual dos sujeitos, enquanto a compreensão dos
problemas ligados aos vínculos sociais exigiria uma perspectiva diferente, capaz de descrever o funcionamento estrutural da
sociedade e de suas esferas de valores. Os afetos nos remeteriam a sistemas individuais de fantasias e crenças, o que
impossibilitaria a compreensão da vida social como sistema de regras e normas.
Tal distinção não seria só uma realidade de fato, mas uma necessidade de direito. Pois, quando os afetos entram na cena política,
eles só poderiam implicar a impossibilidade de orientar a conduta a partir de julgamentos racionais, universalizáveis por serem
baseados na procura do melhor argumento.
No entanto, um dos pontos mais ricos da experiência intelectual de Sigmund Freud é a insistência na possibilidade de ultrapassar
tal dicotomia. Freud não cansa de nos mostrar quão fundamental é uma reflexão sobre os afetos, no sentido de uma consideração
sistemática sobre a maneira como a vida social e a experiência política produzem e mobilizam afetos que funcionarão como base
de sustentação geral para a adesão social. Maneira de lembrar a necessidade de desenvolver uma reflexão social que parta da
perspectiva dos indivíduos, não se contentando com a acusação de "psicologismo" ou com descrições sistêmico-funcionais da vida
social.
O que não poderia ser diferente para alguém que insistia em afirmar: "Mesmo a sociologia, que trata do comportamento dos
homens em sociedade, não pode ser nada mais que psicologia aplicada. Em última instância, só há duas ciências, a psicologia,
pura e aplicada, e a ciência da natureza".
Mas, em vez de ver sujeitos como agentes maximizadores de utilidade ou como mera expressão calculadora de deliberações
racionais, Freud prefere compreender a forma como indivíduos produzem crenças, desejos e interesses a partir de certos circuitos
de afetos quando justificam, para si mesmos, a necessidade de aquiescer à norma, adotando tipos de comportamentos e
recusando repetidamente outros.
A perspectiva freudiana não é, no entanto, apenas a expressão de um desejo de descrever fenômenos sociais a partir da intelecção
de seus afetos. Freud quer também compreender como afetos são produzidos e mobilizados para bloquear o que normalmente
chamaríamos de "expectativas emancipatórias". Pois a vida psíquica que conhecemos, com suas modalidades de conflitos,
sofrimentos e desejos, é uma produção de modos de circuito de afetos.
Adaptado de: SAFATLE, Vladimir. Circuito dos Afetos: Corpos Políticos, Desamparo, Fim do Indivíduo. São Paulo: Cosac Naify,
2015. p. 47-48. Disponível em: http://www1.folha. uol.com.br/ilustrissima/2015/09/1680461-leia-trecho-delivro- inedito-de-
vladimir-safatle.shtml. Acesso em 3 de agosto de 2017.
Qual das afirmações abaixo é verdadeira em relação à oração por serem baseados na procura do melhor argumento.
a) Seu sujeito é afetos, e o verbo está na voz passiva.
b) Seu sujeito é indeterminado, e o verbo está na voz ativa.
c) Seu sujeito é determinado, e o verbo está no infinitivo pessoal.
d) A oração é uma subordinada adverbial, e o verbo está no infinitivo impessoal.
e) A oração é uma subordinada substantiva predicativa, e o verbo está no particípio.
Gabarito: Letra C.
Na passagem "(...) eles só poderiam implicar a impossibilidade de orientar a conduta a partir de julgamentos
racionais, universalizáveis por serem baseados na procura do melhor argumento", o segmento "julgamento racionais,
universalizáveis" funciona como sujeito simples da oração subordinada adverbial reduzida de infinitivo "por serem baseados na
procura do melhor argumento".

Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019


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Nesse constituinte sintática, o sintagma nominal "julgamentos racionais, universalizáveis" tem como núcleo o vocábulo
"julgamentos", termo com o qual concordou a locução verbal "serem baseados" (infinitivo pessoal). 90
Vale destacar que, no contexto, a preposição "por" imprime na sentença matiz semântico de causalidade.
95. FAURGS - Juiz Estadual (TJ RS)/2016
Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo.
O ataque ao cofre
A corte chegou ao Brasil empobrecida, destituída e necessitada de tudo. Já estava falida quando deixara Lisboa, mas a situação se
agravou ainda mais no Rio de Janeiro. Deve-se lembrar que entre 10.000 e 15.000 portugueses atravessaram o Atlântico junto
com D. João. Para se ter uma ideia do que isso significava, basta se levar em conta que, ao mudar a sede do governo dos Estados
Unidos da Filadélfia para a recém-construída Washington, em 1800, o presidente John Adams transferiu para a nova capital cerca
de 1.000 funcionários. Ou seja, a corte portuguesa no Brasil era entre 10 e 15 vezes mais gorda do que a máquina burocrática
americana nessa época. E todos dependiam do erário real ou esperavam do príncipe regente algum benefício em troca do
“sacrifício” da viagem. “Um enxame de aventureiros, necessitados e sem princípios, acompanhou a família real”, notou o
historiador John Armitage. “Os novos hóspedes pouco se interessavam pela propriedade do Brasil. Consideravam temporária a
sua ausência de Portugal e propunham-se mais a enriquecer-se à custa do Estado do que a administrar a justiça ou a beneficiar o
público”.
Onde achar dinheiro para socorrer tanta gente? A primeira solução foi obter um empréstimo da Inglaterra, no valor de 600.000
libras esterlinas. Esse dinheiro, usado em 1809 para cobrir as despesas da viagem e os primeiros gastos da corte no Rio de Janeiro,
seria um pedaço da dívida de 2 milhões de libras esterlinas que o Brasil herdaria de Portugal depois da independência. Outra
providência, igualmente insustentável no longo prazo, foi criar um banco estatal para emitir a moeda. A breve e triste história do
primeiro Banco do Brasil, criado pelo príncipe regente sete meses depois de chegar ao Rio de Janeiro, é um exemplo do compadrio
que se estabeleceu entre a monarquia e uma casta de privilegiados negociantes, fazendeiros e traficantes de escravos a partir de
1808.
Adaptado de: “O ataque ao cofre”, capítulo do livro “1808 – Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta
enganaram Napoleão e mudaram a História de Portugal e do Brasil”, de Laurentino Gomes.
Assinale a alternativa que apresenta um elemento que desempenha a função sintática de predicativo do objeto.
a) empobrecida.
b) falida.
c) recém-construída.
d) real.
e) temporária.
➢ Comentários:
A alternativa "E" é a CORRETA.
Devemos indicar o termo que desempenha a função de PREDICATIVO DO OBJETO, que atribui uma característica ao complemento
nominal.
O predicativo do objeto forma o predicado verbo-nominal, que indica uma ação e uma qualidade. O predicado verbo-nominal
pode ser formado por:
→ verbo intransitivo + predicativo do sujeito. Ex: Flávia acordou feliz.
→ verbo transitivo + objeto + predicativo do objeto. Ex: A notícia sobre o atentado deixou a população preocupada.
→ verbo transitivo + objeto + predicativo do sujeito. Ex: Todos leram o jornal preocupados com a notícia sobre o atentado.
Tendo isso em mente, vamos às alternativas.
Alternativa "A": "A corte chegou ao Brasil empobrecida, destituída e necessitada de tudo."
INCORRETA. Estamos diante de um predicado verbo-nominal formado por verbo intransitivo "chegar" + predicativo do sujeito
"empobrecida". Note que o termo destacado em negrito atribui uma qualidade AO SUJEITO "A corte", e não ao objeto. Assim,
esse é um predicativo do sujeito.
Alternativa "B": "Já estava falida quando deixara Lisboa, mas a situação se agravou ainda mais no Rio de Janeiro."
INCORRETA. Nesse caso, temos um predicado nominal formado pelo verbo de ligação "estar" + predicativo do sujeito "falida".
Esse é um caso de sujeito elíptico (oculto), que pode ser representado pelo pronome "ela". O termo destacado atribui uma
qualidade ao sujeito oculto.
Alternativa "C": Para se ter uma ideia do que isso significava, basta se levar em conta que, ao mudar a sede do governo dos Estados
Unidos da Filadélfia para a recém-construída Washington, em 1800, o presidente John Adams transferiu para a nova capital cerca
de 1.000 funcionários.
INCORRETA. O termo destacado é adjunto adnominal que acompanha o substantivo "Washington". Note que a flexão no feminino
indica a omissão da palavra "cidade", que está implícita na frase. Assim:
→ ... ao mudar a sede do governo dos Estados Unidos da Filadélfia para a recém-construída [cidade de] Washington
Alternativa "D": “Um enxame de aventureiros, necessitados e sem princípios, acompanhou a família real”, notou o historiador John
Armitage.
INCORRETA. O termo destacado é um adjunto adnominal que acompanha o substantivo "família". Esse é o elemento que
caracteriza um substantivo, determinando ou restringindo seu sentido. Exerce função adjetiva na oração, podendo ser
representado por: adjetivos, locuções adjetivas, pronomes, numerais, artigos.
ATENÇÃO!!
Para diferenciar o adjunto adnominal do predicativo do objeto, podemos usar a técnica da substituição do complemento verbal
por um pronome.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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TEORIA SISTEMATIZADA E QUESTÕES PARA OFICIAL DE JUSTIÇA 2019

Se o termo permanecer intacto, trata-se de predicativo do objeto.


Se o termo acompanhar o objeto e também for substituído pelo pronome, trata-se de adjunto adnominal. 91
Ex: O time considerou a partida desafiadora. → O time considerou-a desafiadora. [predicativo do objeto]
Ex: O time venceu o campeonato desafiador. → O time venceu-o. [adjunto adnominal]
Outra técnica é da transposição para a voz passiva.
Se o termo integrar o sujeito da voz passiva, trata-se de adjunto adnominal.
Se o termo NÃO integrar o sujeito da voz passiva, trata-se de predicativo do objeto.
Ex: O time considerou a partida desafiadora. → A partida foi considerada desafiadora pelo time. [predicativo do objeto, pois o
sujeito da voz passiva é apenas "A partida"]
Ex: O time venceu o campeonato desafiador. → O campeonato desafiador foi vencido pelo time. [adjunto adnominal, pois o sujeito
da voz passiva é "O campeonato desafiador"]
Aplicando essas técnicas na frase da alternativa "D":
→ Um enxame de aventureiros [...] acompanhou-a. [o termo "real" também foi substituído pelo pronome,já que faz parte do
objeto direto. Assim, confirmamos que esse é um adjunto adnominal]
→ A família real foi acompanhada por um enxame de aventureiros. [o termo "real" integra o sujeito da voz passiva, por isso é
adjunto adnominal]
Alternativa "E": Consideravam temporária a sua ausência de Portugal e propunham-se mais a enriquecer-se à custa do Estado do
que a administrar a justiça ou a beneficiar o público”.
CORRETA. Temos aqui um predicado verbo-nominal formado por verbo transitivo direto "considerar" + objeto direto "a ausência
de Portugal" + predicativo do objeto "temporária". O termo destacado atribui uma característica ao OBJETO DIRETO "a ausência
de Portugal". Assim, esse é um predicativo do objeto.
96. FAURGS - Assistente em Administração (UFRGS)/2016
Cães podem distinguir palavras e entonações. Um novo estudo sobre o melhor amigo do homem sugere o que muito dono de
cachorro já considera confirmado: os cães conseguem distinguir palavras e entonações. A pesquisa, publicada na revista Science,
examinou o cérebro de 13 cachorros enquanto ouviam seus donos. O trabalho realizado mostra que o cérebro canino é capaz de
interpretar tanto o que dizemos quanto o modo como dizemos algo.
Conforme o estudo, o centro de prazer do cérebro do animal tende a ser ativado somente quando palavras de gentileza são
acompanhadas da entonação apropriada. Esse centro fica no lado direito do cérebro canino. A pesquisa também aventa que o
cachorro consegue interpretar o significado das palavras que costuma escutar em um ambiente familiar, mesmo que sejam ditas
com entonação neutra. Isso porque uma outra parte do seu cérebro, no lado direito, mostra ativação.
Adaptado de: ZERO HORA. Porto Alegre, 31/8/2016, p. 34.
Marque V (verdadeiro) ou F (falso) para as afirmações a seguir.
( ) Em Cães podem distinguir palavras e entonações., há um sujeito simples.
( ) Em O trabalho realizado mostra que o cérebro canino é capaz de interpretar tanto o que dizemos quanto o modo como dizemos
algo, há apenas um verbo de ligação.
( ) O segmento no lado direito do cérebro canino empregado na frase Esse centro fica no lado direito do cérebro canino tem valor
adverbial.
( ) Em Isso porque uma outra parte do seu cérebro, no lado direito, mostra ativação., há apenas uma oração.
A ordem correta de preenchimento das lacunas, de cima para baixo, é:
a) F – V – V – F.
b) F – F – V – F.
c) V – V – F – F.
d) V – V – V – F.
e) V – V – V – V.
➢ Comentários:
Gabarito: LETRA E.
Marque V (verdadeiro) ou F (falso) para as afirmações a seguir.
(V) Em Cães podem distinguir palavras e entonações., há um sujeito simples. == VERDADEIRO.
Realmente, o sujeito da oração é simples, pois tal sujeito apresenta somente um núcleo. Além disso, esse núcleo está à esquerda
do verbo.
(V) Em O trabalho realizado mostra que o cérebro canino é capaz de interpretar tanto o que dizemos quanto o modo como
dizemos algo. há apenas um verbo de ligação. == VERDADEIRO.
Verbo de ligação é aquele que não pratica ação, mas apenas serve para ligar o sujeito às suas características. Por
exemplo: Ana está feliz. O verbo estar é de ligação porque liga o sujeito (Ana) às suas características (feliz).
No contexto, o único verbo de ligação é o termo "é", exatamente no segmento "o cérebro canino é capaz".
(V) O segmento no lado direito do cérebro canino empregado na frase Esse centro fica no lado direito do cérebro canino tem
valor adverbial. == VERDADEIRO.
O segmento no lado direito do cérebro canino é um adjunto adverbial de lugar, pois modifica o sentido do verbo ficar,
expressando uma circunstância de lugar. Logo, é correto dizer que essa expressão tem natureza adverbial.
(V) Em Isso porque uma outra parte do seu cérebro, no lado direito, mostra ativação., há apenas uma oração. == VERDADEIRO.
Sabe-se a quantidade de orações pela quantidade de verbos. No trecho em questão, há apenas um verbo ("mostra"). Portanto, há
apenas uma oração!

Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019


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TEORIA SISTEMATIZADA E QUESTÕES PARA OFICIAL DE JUSTIÇA 2019

97. FAURGS 2016


Índice de mortes por câncer de pulmão cai entre homens. 92
O número de mortes por câncer de pulmão entre os homens no Brasil caiu de 18,5 por 100 mil em 2005 para 16,3 por 100 mil em
2014. É a primeira vez que essa taxa apresenta queda. O levantamento é do Instituto Nacional do Câncer (Inca), com base em
dados do Ministério da Saúde e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo(c) o vice-diretor(a) geral do Inca(b), esse resultado(d) alentador(e) decorre das campanhas de redução do tabagismo feitas
no país a partir de década de 80, como a da proibição de propaganda, a do aumento de impostos e a da Lei Antifumo, que são
reconhecidas mundialmente pela eficácia alcançada.
Todavia, a gerente de pesquisa do Inca informa que uma tal redução ainda não foi constatada entre as mulheres. Infelizmente,
está havendo aumento de casos de morte em virtude desse tipo de câncer entre mulheres.
Adaptado de: ZERO HORA. Porto Alegre, 31/8/2016, p. 32.
Na frase em que é empregado o verbo decorre, o núcleo do sujeito desse verbo é
a) vice-diretor.
b) Inca.
c) Segundo.
d) resultado.
e) alentador.
➢ Comentários:
Gabarito: LETRA D.
Observação: sujeito é o termo da oração a respeito do qual se enuncia alguma coisa. Exemplo: A Marcela estudou muito!
Quem estudou muito?! Resposta: A Marcela.
O núcleo do sujeito é o termo mais importante do sujeito. Analisando o exemplo acima, vemos que o sujeito é o termo
"A Marcela", mas a parte mais importante desse termo é o substantivo "Marcela"; por isso, tal substantivo é o núcleo do sujeito.
Agora vejamos o trecho em questão: "Segundo o vice-diretor geral do Inca, esse resultado alentador decorre das campanhas de
redução do tabagismo"
No contexto da questão, o sujeito do verbo decorrer é o segmento "esse resultado alentador" (QUEM decorre das campanhas de
redução do tabagismo? Resposta: ESSE RESULTADO ALENTADOR). E a palavra central dessa expressão é o substantivo "resultado".
O resultado decorre das campanhas de redução do tabagismo.
Por isso, o substantivo "resultado" é o núcleo do sujeito do verbo decorrer!
A expressão "Segundo o vice-diretor geral do Inca" funciona como adjunto adverbial de conformidade. Note que o termo
"Segundo" pode ser substituído pela conjunção conformativa "conforme".
Portanto, nenhum vocábulo dessa expressão (Segundo o vice-diretor geral do Inca) pode funcionar como sujeito, o que
naturalmente nos permite eliminar as letras A, B, C e E.
98. FAURGS 2015:
O potencial do português brasileiro como língua internacional
Nos últimos anos, tenho visitado diversos países onde se ensina a língua portuguesa: Argentina, Uruguai, México, Colômbia, Itália
e agora estou aqui na Finlândia. Em todos esses lugares, esses convites foram motivados pela enorme dificuldade que as s e os
professores _____ de fazer valorizar o português brasileiro como língua digna de ser ensinada a estrangeiros. A Universidade
Nacional Autônoma do México, por exemplo, é o lugar no mundo onde mais se estuda português, e seria mais do que natural
imaginar que, estando na América Latina, o interesse dos mexicanos deveria ser pelo português brasileiro – e é. Só que nessa
mesma universidade o Instituto Camões ocupa um andar inteiro do centro de estudos de línguas estrangeiras, envia professores
e material didático, além de oferecer estágios em Portugal para os estudantes. O Brasil... nada.
Aliás, os dados comparativos são eloquentes: o governo português ___ 1.691 docentes de língua no exterior, atua em 72 países e
está presente em 300 universidades mundo afora. Já o nosso Ministério das Relações Exteriores é responsável somente por 40
leitorados e 24 centros de estudos brasileiros. A postura do Itamaraty parece ser a seguinte: se já estão lá os portugueses, nós
não precisamos estar também. Essa diferença de números é ainda mais surpreendente quando comparamos Brasil e Portugal em
termos de importância geopolítica e econômica. O Brasil participa de um grupo chamado BRICS, que ___ as chamadas “potências
emergentes”, ou seja, Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Portugal, infelizmente, é incluído num grupo pejorativamente
chamado de PIIGS (Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha.), os países que mais ___ sofrido com a grave crise econômica iniciada
em 2008.
Adaptado de: “O potencial do português brasileiro como língua internacional”, de Marcos Bagno (https://marcosbagno.
files.wordpress.com/2014/11/o-potencial-do-portuguecc82s- brasileiro-como-licc81ngua-internacional.pdf). Acessado em 11
de abril de 2015.
Considere as seguintes afirmações.
I - A expressão diversos países onde se ensina a língua portuguesa desempenha a função sintática de objeto direto.
II - A expressão dos mexicanos desempenha a função sintática de objeto indireto.
III - A expressão eloquentes desempenha a função sintática de predicativo do sujeito.
Quais das afirmações acima estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas I e II.
d) Apenas I e III.
e) Apenas II e III.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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TEORIA SISTEMATIZADA E QUESTÕES PARA OFICIAL DE JUSTIÇA 2019

➢ Comentários:
Estão corretas as afirmações I e III, conforme a letra D. 93
A expressão diversos países onde se ensina a língua portuguesa desempenha a função sintática de objeto direto da locução
verbal "tenho visitado". Analise, nesse caso, o verbo principal: visitar (quem visita visita alguém/algo).
A expressão dos mexicanos não desempenha a função sintática de objeto indireto, mas sim a de adjunto adnominal do
substantivo "interesse". Lembre-se de que adjunto adnominal:
• caracteriza o substantivo, expressa um atributo dele;
• indica relação de posse ou pertencimento;
• expressa a origem ou o agente do que se declara.
A expressão eloquentes desempenha a função sintática de predicativo do sujeito "os dados comparativos". Repare que o vínculo
entre o sujeito e seu atributo (morfologicamente um adjetivo) é estabelecido por meio do verbo de ligação ser.
Gabarito: letra D (Apenas I e III).
99. FAURGS 2015
Aquele verão foi seco e cruel. Quando o áspero vento norte soprava Ana Terra ficava de tal maneira irritada, tão brusca de modos
e palavras, que D. Henriqueta murmurava: “O que essa menina precisa mesmo é casar duma vez...” Ana revoltava-se. Casar? O
que ela precisava era mudar de vida, visitar de vez em quando o Rio Pardo, ir a festas, ter amigas, ver gente. Aquela solidão ia
acabar deixando-a doida, doida varrida... Mas na presença do pai não dizia nada. Recalcava a revolta, prendia-a no peito, apertava
os lábios para que ela não se lhe escapasse pela boca em palavras amargas. Nas noites abafadas dormia mal, ____ levantava-se,
ia para a frente da casa, ficava olhando as coxilhas e o céu, tendo nos olhos um sono pesado e na cabeça, no peito, no corpo todo
uma ânsia que a mantinha desperta e agitada. Não raro, altas horas da noite acordava com uma sede desesperada, metia a caneca
na talha, bebia em longos goles uma água que a mornidão tornava grossa; e ia bebendo, caneca sobre caneca, para no fim ficar
com o estômago pesado sem ter saciado a sede nem aliviado a ardência da garganta. Muitas vezes o sono só lhe vinha de
madrugada alta, e, vendo pela cor do horizonte que o dia não tardava a raiar, concluía que não adiantava ir para a cama, pois,
dentro de pouco teria de acender o fogo para aquentar a água do chimarrão. O remédio, então, era molhar os olhos, lavar ___
cara, caminhar ao redor do rancho para espantar ___ sonolência.
Adaptado de: “O Tempo e o Vento: O Continente I”, de Érico Veríssimo.
Assinale a única alternativa em que o elemento sublinhado NÃO desempenha a função de objeto direto na oração.
a) Aquela solidão ia acabar deixando-a doida, doida varrida...
b) metia a caneca na talha.
c) bebia em longos goles uma água que a mornidão tornava grossa
d) Muitas vezes o sono só lhe vinha de madrugada alta, e, vendo pela cor do horizonte que o dia não tardava a raiar
e) concluía que não adiantava ir para a cama.
➢ Comentários:
Gabarito: LETRA E.
Assinale a única alternativa em que o elemento sublinhado NÃO desempenha a função de objeto direto na oração.
a) Aquela solidão ia acabar deixando-a doida, doida varrida... == Não serve de resposta.
O pronome "a" funciona como objeto direto do verbo deixar. Esse pronome se refere ao termo "Ana": Aquela solidão ia acabar
deixando Ana doida, doida varrida.
Como a questão quer a alternativa em que o termo destacado NÃO desempenha a
função de objeto direto, esta opção NÃO pode servir de resposta!
b) metia a caneca na talha. == Não serve de resposta.
Quem mete, mete algo. Note que o verbo meter rege um complemento não iniciado por preposição, que é a expressão "a caneca".
Logo, essa expressão funciona como objeto direto, já que completa o sentido do verbo meter.
Como a questão quer a alternativa em que o termo destacado NÃO desempenha a função de objeto direto, esta opção NÃO pode
servir de resposta!
c) bebia em longos goles uma água que a mornidão tornava grossa == Não serve de resposta.
O verbo beber é transitivo direto, pois exige um complemento NÃO INICIADO POR PREPOSIÇÃO (quem bebe, bebe algo).
No caso, Ana bebia uma água que a mornidão tornava grossa. Assim, a expressão destacada funciona como objeto direto, já que
completa o sentido do verbo beber.
Como a questão quer a alternativa em que o termo destacado NÃO desempenha a função de objeto direto, esta opção NÃO pode
servir de resposta!
d) Muitas vezes o sono só lhe vinha de madrugada alta, e, vendo pela cor do horizonte que o dia não tardava a raiar == Não serve
de resposta.
A expressão "que o dia não tardava a raiar" é uma oração subordinada substantiva objetiva direta, pois exerce função de objeto
direto do verbo da oração principal. Note que essa oração complementa o sentido do verbo ver: quem está vendo, está vendo
algo... No caso, ela estava vendo que o dia não tardava a raiar.
Como a questão quer a alternativa em que o termo destacado NÃO desempenha a função de objeto direto, esta opção NÃO pode
servir de resposta!
e) concluía que não adiantava ir para a cama. == NOSSA RESPOSTA.
A expressão "ir para a cama" é uma oração subordinada substantiva subjetiva reduzida de infinitivo, pois exerce função
de sujeito do verbo da oração principal. Temos um caso de sujeito oracional, em que a oração "ir para a cama" é sujeito do
verbo adiantar.
O que não adiantava? Resposta: ir para a cama.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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A expressão "ir para a cama" é uma oração porque contém verbo (ir). É uma oração subordinada porque depende de uma oração
principal. É uma oração subordinada substantiva porque equivale a um substantivo (não adiantava a ida para a cama) 94
Como a questão quer a alternativa em que o termo destacado NÃO desempenha a função de objeto direto, encontramos a
resposta! Aqui, a oração destacada exerce função de SUJEITO.
101. FAURGS 2015
De ressaca
Hoje, existem pílulas milagrosas, mas eu ainda sou do tempo das grandes ressacas. As bebedeiras de antigamente eram mais
dignas, porque você as tomava sabendo que no dia seguinte estaria no inferno. Além de saúde, era preciso coragem. As novas
gerações não conhecem ressaca, o que talvez explique a falência dos velhos valores. A ressaca era ____ prova de que a retribuição
divina existe e de que nenhum prazer ficará sem castigo.
Cada porre era um desafio ao céu e às suas feras. E elas vinham: Náusea, Azia, Dor de Cabeça, Dúvidas Existenciais. Hoje, as
bebedeiras não têm a mesma grandeza. São inconsequentes, literalmente. Não é que eu fosse um bêbado, mas me lembro de
todos os sábados de minha adolescência como uma luta desigual entre a cuba-libre e o meu instinto de autopreservação. A cuba-
libre ganhava sempre. Já dos domingos me lembro de muito pouco, salvo a tontura e o desejo de morte.
Tentava-se de tudo para evitar a ressaca. Eu preferia um Alka-Seltzer e duas aspirinas antes de dormir. Mas no estado em que
chegava nem sempre conseguia completar a operação. _____ dissolvia as aspirinas num copo de água, engolia o Alka-Seltzer e ia
borbulhando para a cama, quando encontrava a cama. Mas os métodos variavam.
A pior ressaca era de gim. Na manhã seguinte, você não conseguia abrir os dois olhos ao mesmo tempo. Abria um e quando abria
o outro, o primeiro se fechava. Ficava com o ouvido tão aguçado que ouvia até os sinos da catedral de São Pedro, em Roma.
Hoje não existe mais isso. As pessoas bebem, bebem e não acontece nada. No dia seguinte estão saudáveis, bem-dispostas e
fazem até piadas ___ respeito.
De vez em quando alguns dos nossos se encontram e se saúdam em silêncio. Somos como veteranos de velhas guerras lembrando
os companheiros caídos e o nosso heroísmo anônimo. Estivemos no inferno e voltamos, inteiros. Um brinde. E um Engov.
Adaptado de: “De ressaca”, de Luis Fernando Verissimo. Disponível em: http://contobrasileiro.com.br/?p=2268. Acesso em: 6
out. 2015.
Sobre a função sintática de alguns elementos do texto, considere as afirmações abaixo.
I - A expressão pílulas milagrosas desempenha a função sintática de objeto direto.
II - A expressão ao céu e às suas feras desempenha a função sintática de objeto indireto.
III - A oração abrir os dois olhos ao mesmo tempo desempenha a função sintática de objeto direto.
Quais estão corretas?
➢ Comentários:
Gabarito: Letra C.
I - A expressão pílulas milagrosas desempenha a função sintática de objeto direto.
ERRADO. A expressão "pílulas milagrosas" desempenha a função sintática de sujeito do verbo "existem". Note a concordância de
número e pessoa entre eles. A dificuldade pode surgir por causa da posição do sujeito, que aprece no texto posposto ao verbo,
ou seja, em uma posição típica de complemento verbal.
II - A expressão ao céu e às suas feras desempenha a função sintática de objeto indireto.
ERRADO. A expressão "ao céu e às suas feras" desempenha a função sintática de complemento nominal. Observe que o termo
anterior é um substantivo abstrato, e não um verbo. Outra característica do complemento nominal é surgir preposicionado.
III - A oração abrir os dois olhos ao mesmo tempo desempenha a função sintática de objeto direto.
CERTO. A oração "abrir os dois olhos ao mesmo tempo" desempenha a função sintática de objeto direto, pois complementa o
sentido do verbo "conseguia" (quem consegue consegue algo).
Gabarito: letra C (Apenas III).
102. FAURGS 2015
O estrangeiro
Hoje, mamãe morreu. Ou talvez ontem, não sei bem. Recebi um telegrama do asilo: “Sua mãe faleceu. Enterro amanhã. Sentidos
pêsames”. Isso não esclarece nada. Talvez tenha sido ontem.
O asilo de velhos fica em Marengo, a oitenta quilômetros de Argel. Vou tomar o ônibus às duas horas e chego ainda à tarde. Assim,
posso velar o corpo e estar de volta amanhã à noite. Pedi dois dias de licença a meu patrão e, com uma desculpa destas, ele não
podia recusar. Mas não estava com um ar muito satisfeito. Cheguei mesmo a dizer-lhe: “A culpa não é minha”. Não respondeu.
Pensei, então, que não devia ter dito isto. A verdade é que eu nada tinha por que me desculpar. Cabia a ele dar-me pêsames. Com
certeza, irá fazê-lo depois de amanhã, quando me vir de luto. Por ora é um pouco como se mamãe não tivesse morrido. Depois
do enterro, pelo contrário, será um caso encerrado e tudo passará a revestir-se de um ar mais oficial.
Peguei o ônibus às duas horas. Fazia muito calor.
Como de costume, almocei no restaurante do Céleste. Estavam todos com muita pena de mim e Céleste disse-me: “Mãe, só se
tem uma”. Depois do almoço, quando saí, acompanharam-me até a porta. Estava um pouco atordoado porque foi preciso ir à casa
de Emmanuel para lhe pedir emprestadas uma braçadeira e uma gravata preta. Ele perdeu o tio há alguns meses.
Corri para não perder o ônibus. Esta pressa, esta corrida, os solavancos, o cheiro da gasolina, a luminosidade da estrada e do céu,
tudo isso contribuiu, sem dúvida, para que eu adormecesse. Dormi durante quase todo o trajeto. E quando acordei estava apoiado
em um soldado, que sorriu e me perguntou se eu vinha de longe. Respondi “sim” para não ter de falar mais.
O asilo fica a dois quilômetros da aldeia. Fiz o percurso a pé. Quis ver mamãe imediatamente. Mas o porteiro disse-me que eu
precisava procurar o diretor. Como ele estava ocupado, esperei um pouco. Durante todo este tempo o porteiro não parou de

Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019


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falar. Depois o diretor recebeu-me no seu gabinete. É um velhote, que tem a Legião de Honra. Fitou-me com seus olhos
claros. Depois apertou a minha mão e conservou-a durante tanto tempo na sua mão que não sabia mais como retirá-la. 95
Adaptado de: “O estrangeiro”, de Albert Camus, p. 13-14(Rio de Janeiro: BestBolso, 2010).
Considere as afirmações abaixo.
I - O sujeito do verbo Cabia é dar-me pêsames.
II - O sujeito do verbo Estavam é classificado como sujeito indeterminado.
III - O sujeito do verbo há é alguns meses.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e III.
e) Apenas II e III.
➢ Comentários:
Gabarito: LETRA A.
Observação inicial: sujeito é o termo da oração a respeito do qual se enuncia alguma coisa. Exemplo: A Marcela estudou muito!
Quem estudou muito?! Resposta: A Marcela.
Considere as afirmações abaixo.
I - O sujeito do verbo Cabia é dar-me pêsames. == Correta.
Realmente, o sujeito do verbo Cabia é a oração dar-me pêsames. Analisemos:
"Cabia a ele dar-me pêsames"... O que cabia a ele? Resposta: dar-me pêsames. Por isso, o verbo dar funciona como sujeito do
verbo caber. Como se trata de um caso de sujeito oracional, o verbo caber deve permanecer no singular.
II - O sujeito do verbo Estavam é classificado como sujeito indeterminado. == Errada.
Vejamos o trecho: "Estavam todos com muita pena de mim".
O sujeito do verbo Estavam NÃO é classificado como sujeito indeterminado, pois ele está explícito no contexto (é o termo
"todos"). Mesmo estando após o verbo, o sujeito pode ser determinadado.
III - O sujeito do verbo há é alguns meses. == Errada.
Segundo os cânones gramaticais, o verbo haver (apresentando sentido de existir, ocorrer, acontecer, realizar-se...) está no grupo
dos verbos impessoais: aqueles que NÃO possuem sujeito (oração sem sujeito). Justamente por isso, tais verbos devem ficar
sempre na 3ª pessoa do singular. Exemplos:
• Há muitos candidatos escritos.
• Havia vários ônibus na rodoviária.
• Há jovens que apresentam dificuldade na interpretação de textos.
Portanto, na frase "Ele perdeu o tio há alguns meses", a oração é sem sujeito. A expressão "alguns meses" funciona como objeto
direto do verbo haver, complementando seu sentido.
Dessa forma, somente a afirmação I é correta [LETRA A]!
103. FAURGS – OJ 2014
Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo.
A farra com as crianças acabou? Pode ser que sim, pelo menos em parte. O Conanda (Conselho Nacional dos Direitos da Criança
e do Adolescente) aprovou resolução que proíbe propagandas voltadas para menores de idade no Brasil. Ela leva em conta que a
publicidade infantil, na maioria das vezes, contraria o Estatuto da Criança e do Adolescente e só deve ser usada para campanhas
de utilidade pública sobre alimentação, educação e saúde.
Essa é uma pauta que está já há algum tempo em discussão, sofrendo grande resistência do mercado. O consumo de produtos
infantis(a) é um mercado importantíssimo e ainda um terreno a ser completamente explorado. Segundo o site da CCFC, Campaign
for a Commercial-Free Childhood, ONG que combate a propaganda abusiva para crianças, pessoas com menos de 14 anos são
responsáveis diretas por um gasto de 40 bilhões de dólares por ano(b) – dez vezes mais do que dez anos atrás.
Empresas, agências e indústrias festejam esse número, que contempla o gasto com uma gama enorme de produtos, desde
alimentos e brinquedos, até roupas e viagens. E, para isso, contam com a publicidade, principalmente na TV.
Mas, além de induzir à compra e ao consumo desnecessário, a publicidade provoca outros efeitos. O National Bureau of Economic
Research fez um estudo que revela que, se os anúncios de redes de fast food fossem eliminados, a obesidade infantil diminuiria
em até 20%. Também aponta que a publicidade infantil tende a anular a autoridade dos pais, criando um confronto entre as
mensagens publicitárias e os valores familiares.
Segundo James McNeal, um dos papas do marketing infantil, estamos numa espécie de “era dourada das crianças”. Elas são tudo
o que o mercado quer: consumidoras compulsivas, vulneráveis às tendências ditadas pela publicidade(c). Mais ainda: influenciam
decisivamente os hábitos de consumo de pais, irmãos, avós e tios. “Quarenta milhões de americanos entre 2 e 12 anos são
responsáveis por influenciar um a cada sete dólares gastos no mercado dos EUA”, escreve ele. De acordo com o Instituto
InterScience, há dez anos, apenas 8% das crianças influenciavam as decisões de compras dos adultos. Hoje, esse número saltou
para 49%.
Outro levantamento da Viacom, dona do canal infantil Nickelodeon, mostra que mais de 40% das compras dos pais são
influenciadas pelos filhos. Segundo essa mesma pesquisa, 65% dos pais revelam que ouvem a opinião das crianças sobre os
produtos comprados para toda a família, como o carro, por exemplo. Elas dão palpite sobre cores, som, tipo do carro, bancos e
até o modelo das portas. A criança consumidora de hoje(d) será o adulto consumidor de amanhã.

Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019


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“Faz todo sentido que a busca incessante das empresas pela fidelização de seus clientes(e) comece bem mais cedo. Nada mais
natural, portanto, olharmos as crianças como futuras consumidoras de diversos produtos, serviços e marcas”, diz James McNeal. 96
Países como Suécia, Alemanha, Espanha e Canadá já há algum tempo têm legislações extremamente rígidas com o que chamam
de “métodos de persuasão infantil”, algo comparável a um assédio moral ou sexual. Uma campanha recente de gel para cabelos
foi banida por ter “sensualizado” personagens infantis. Na União Europeia, a legislação básica, válida para os 27 países-membros,
proíbe tudo o que explore “a inexperiência e credibilidade infantil”, que “encoraje crianças a persuadir pais ou outros a comprar
produtos ou serviços”, que “explore a confiança dos pais pelos seus filhos” e “mostre cenas perigosas envolvendo menores”.
A resolução do Conanda não tem força de lei, embora possa servir de base para possíveis processos e ações. Já surgem
manifestações acusando a iniciativa de atentado à liberdade de expressão. Mas o limite dessa liberdade é a pregação contra a
integridade física e moral dos indivíduos. Um exemplo clássico é o veto à propaganda de cigarros.
Adaptado de: AMADO, Roberto. A proibição de propagada para crianças é novidade no Brasil, mas não no mundo desenvolvido.
Disponível em: http://www.diariodocentrodomundo.com.br/a-proibicaode-propagada-para-criancas-e-novidade-no-brasil-
masnao-no-mundo-desenvolvido/. Acessado em 20/04/2014.
Assinale a alternativa em que a expressão extraída do texto NÃO exerce a função de complemento nominal na frase em que se
encontra.
a) de produtos infantis.
b) por um gasto de 40 bilhões de dólares por ano.
c) às tendências ditadas pela publicidade.
d) de hoje.
e) pela fidelização de seus clientes.
➢ Comentários:
Questão sobre análise sintática.
Na passagem "A criança consumidora DE HOJE", a expressão destacada funciona sintaticamente como adjunto adverbial,
exprimindo circunstância temporal. Portanto, eis o gabarito: (D).
Vejamos as demais opções.
a) No trecho "O consumo de produtos infantis", o substantivo "consumo" rege o emprego da preposição "de", termo que introduz
a expressão "de produtos infantis". Percebe-se, na sentença, uma ideia de passividade, sendo a expressão "de produtos infantis"
complemento do nome "produtos", isto é, o complemento nominal.
b) Na passagem "são responsáveis (...) por um gasto de 40 bilhões de dólares por ano", o adjetivo "responsáveis" rege o uso da
preposição "por", introduzindo o complemento nominal "por um gasto de 40 bilhões de dólares por ano".
c) o adjetivo "vulneráveis" rege o uso da preposição "a", elemento que introduz a expressão "às tendências ditadas pela
publicidade", funcionando como complemento nominal.
e) o substantivo "busca" rege o uso da preposição "por", introduzindo o complemento nominal, representado pela expressão
"pela fidelização de seus clientes".
Gabarito: D.
104. FAURGS – Assistente Social 2014
Esqueça um pouco do celular e melhore suas relações
Em 2013, um restaurante em Jerusalém criou uma promoção interessante: os donos do estabelecimento resolveram conceder
descontos de 50% aos clientes que se dispusessem a desligar os celulares durante a permanência no local. O objetivo era permitir
aos frequentadores uma experiência de degustação mais tranquila e prazerosa, sem interrupções.
No Brasil, alguns estabelecimentos têm adotado medidas semelhantes. Em São Paulo, um bar tradicional desenvolveu o copo off-
line, que só fica de pé na mesa se estiver apoiado sobre um celular. Todas essas iniciativas vêm atender a novas necessidades,
típicas de uma sociedade conectada.
Para se ter uma ideia, fechamos o ano de 2013 com 271,10 milhões de linhas ativas de celular, segundo dados da Anatel. O
aparelho, que antes tinha como única função ampliar e agilizar a comunicação, hoje é(a) também um computador de bolso. “O
mundo da tecnologia se parece com um parque de diversões para adultos”, declara a psicóloga Rosa Maria Farah(b), coordenadora
do NPPI (Núcleo de Pesquisas da Psicologia em Informática) da PUC-SP. “Os smartphones têm funções lúdicas, que carregam um
aspecto de novidade e despertam a criança que vive dentro do usuário”, diz.
E quem se deixa envolver por tanta sedução(c) dificilmente é(c) capaz de perceber se a frequência do uso está passando dos limites
e, mais ainda, de distinguir se aquela espiadinha no celular(d), que muitas vezes interrompe outras atividades
importantes, acrescenta(d) algo de relevante na vida pessoal. “O aparelho que tinha a função de aproximar as pessoas pode fazer
com que o indivíduo diminua suas habilidades sociais”, explica a psicóloga Dora Sampaio Góes, do Hospital das Clínicas da USP.
Estar sozinho com os próprios pensamentos também se tornou um desafio. “Fala-se muito que a tecnologia interfere(e) na relação
com o outro, mas ela também influencia na relação do indivíduo consigo mesmo”, afirma Rosa Maria. “O tempo dedicado para se
perder nas próprias ideias, sentimentos, refletir sobre o cotidiano está cada vez menor. E isso interfere no desenvolvimento
pessoal, já que não encontramos espaço para avaliar ideias, posturas, valores e as expectativas de vida”, explica.
Adaptado de OLIVEIRA, M.; TREVISAN, R. Esqueça um pouco do celular e melhore suas relações. Disponível em
http://mulher.uol.com.br/comportamento/noticias/redacao/2014/04/07/esqueca-um-pouco-do-celular-e-melhoresuas-
relacoes.htm. Acesso em 15 de abril de 2014.
Assinale a afirmativa INCORRETA.
a) O sujeito da forma verbal é é hoje.
b) O sujeito da forma verbal declara é a psicóloga Rosa Maria Farah.
c) O sujeito da forma verbal é é quem se deixa envolver por tanta sedução.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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TEORIA SISTEMATIZADA E QUESTÕES PARA OFICIAL DE JUSTIÇA 2019

d) O sujeito da forma verbal acrescenta é aquela espiadinha no celular.


e) O sujeito da forma verbal interfere é a tecnologia. 97
➢ Comentários:
GABARITO LETRA A
LETRA "A"-CORRETA. O sujeito da forma verbal é é hoje.
O aparelho, que antes tinha como única função ampliar e agilizar a comunicação, hoje é também um computador de bolso.
No período acima, o termo que se relaciona sintaticamente com o verbo ser, na condição de sujeito, é aparelho, antecedido pelo
adjunto adnominal O: O aparelho (...) é também um computador de bolso.
A palavra hoje é um advérbio que atribui a circunstância de tempo ao verbo ser. Exerce, assim, a função de adjunto adverbial de
tempo e não a função de sujeito.
A questão pede a afirmativa INCORRETA. Portanto, a letra A é o gabarito da questão.
LETRA "B"-ERRADA. O sujeito da forma verbal declara é a psicóloga Rosa Maria Farah.
Sujeito é o elemento de quem se declara alguma coisa.
No período “O mundo da tecnologia se parece com um parque de diversões para adultos”, declara a psicóloga Rosa Maria Farah,
coordenadora do NPPI (Núcleo de Pesquisas da Psicologia em Informática) da PUC-SP., declara-se algo da psicóloga Rosa maria
Farah: que é ela quem faz a declaração O mundo da tecnologia se parece com um parque de diversões para adultos.
Logo, está CORRETA a afirmação de que o sujeito da forma verbal declara é a psicóloga Rosa Maria Farah.
LETRA "C"-ERRADA. O sujeito da forma verbal é é quem se deixa envolver por tanta sedução.
E quem se deixa envolver por tanta sedução dificilmente é capaz de perceber se a frequência do uso está passando dos limites e,
mais ainda, de distinguir se aquela espiadinha no celular, que muitas vezes interrompe outras atividades
importantes, acrescenta algo de relevante na vida pessoal.
No trecho acima, quem é capaz de perceber se a frequência do uso (dos smartphones) está passando dos limites é quem se deixa
envolver por tanta sedução.
Assim, está CORRETA a afirmação de que o sujeito da forma verbal é é quem se deixa envolver por tanta sedução.
LETRA "D"-ERRADA. O sujeito da forma verbal acrescenta é aquela espiadinha no celular.
E quem se deixa envolver por tanta sedução dificilmente é capaz de perceber se a frequência do uso está passando dos limites e,
mais ainda, de distinguir se aquela espiadinha no celular, que muitas vezes interrompe outras atividades
importantes, acrescenta algo de relevante na vida pessoal.
No trecho acima, quem acrescenta algo de relevante na vida pessoal é aquela espiadinha no celular.
Portanto, está CORRETA a afirmação de que o sujeito da forma verbal acrescenta é aquela espiadinha no celular.
LETRA "E"-ERRADA. O sujeito da forma verbal interfere é a tecnologia.
“Fala-se muito que a tecnologia interfere na relação com o outro, mas ela também influencia na relação do indivíduo consigo
mesmo”, afirma Rosa Maria.
No trecho acima, quem interfere na relação com o outro é a tecnologia.
Então, está CORRETA a afirmação de que o sujeito da forma verbal interfere é a tecnologia.
105. FAURGS 2014 – ASSISTENTE SOCIAL
Esqueça um pouco do celular e melhore suas relações
Em 2013, um restaurante em Jerusalém criou uma promoção interessante: os donos do estabelecimento resolveram conceder
descontos de 50% aos clientes que se dispusessem a desligar os celulares durante a permanência no local. O objetivo era
permitir aos frequentadores(a) uma experiência de degustação mais tranquila e prazerosa, sem interrupções.
No Brasil, alguns estabelecimentos têm adotado medidas semelhantes. Em São Paulo, um bar tradicional desenvolveu o copo off-
line, que só fica de pé na mesa se estiver apoiado sobre um celular(b). Todas essas iniciativas vêm atender a novas necessidades,
típicas de uma sociedade conectada.
Para se ter uma ideia, fechamos o ano de 2013 com 271,10 milhões de linhas ativas de celular, segundo dados da Anatel. O
aparelho, que antes tinha como única função ampliar e agilizar a comunicação, hoje é também um computador de bolso(c). “O
mundo da tecnologia se parece com um parque de diversões para adultos”, declara a psicóloga Rosa Maria Farah, coordenadora
do NPPI (Núcleo de Pesquisas da Psicologia em Informática) da PUC-SP. “Os smartphones têm funções lúdicas, que carregam um
aspecto de novidade(d) e despertam a criança que vive dentro do usuário”, diz.
E quem se deixa envolver por tanta sedução dificilmente é capaz de perceber se a frequência do uso está passando dos limites e,
mais ainda, de distinguir se aquela espiadinha no celular, que muitas vezes interrompe outras atividades importantes, acrescenta
algo de relevante na vida pessoal. “O aparelho que tinha a função de aproximar as pessoas pode fazer com que o indivíduo diminua
suas habilidades sociais”, explica a psicóloga Dora Sampaio Góes(e), do Hospital das Clínicas da USP.
Estar sozinho com os próprios pensamentos também se tornou um desafio. “Fala-se muito que a tecnologia interfere na relação
com o outro, mas ela também influencia na relação do indivíduo consigo mesmo”, afirma Rosa Maria. “O tempo dedicado para se
perder nas próprias ideias, sentimentos, refletir sobre o cotidiano está cada vez menor. E isso interfere no desenvolvimento
pessoal, já que não encontramos espaço para avaliar ideias, posturas, valores e as expectativas de vida”, explica.
Adaptado de OLIVEIRA, M.; TREVISAN, R. Esqueça um pouco do celular e melhore suas relações. Disponível em
http://mulher.uol.com.br/comportamento/noticias/redacao/2014/04/07/esqueca-um-pouco-do-celular-e-melhoresuas-
relacoes.htm. Acesso em 15 de abril de 2014.
Assinale a afirmativa correta.
a) A expressão aos frequentadores exerce a função sintática de objeto indireto.
b) A expressão sobre um celular exerce a função sintática de objeto indireto.
c) A expressão um computador de bolso exerce a função sintática de objeto direto.
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d) A expressão de novidade exerce a função sintática de objeto indireto.


e) A expressão a psicóloga Dora Sampaio Góes exerce a função sintática de objeto direto. 98
➢ Comentários:
GABARITO LETRA A
LETRA "A"-CORRETA. A expressão aos frequentadores exerce a função sintática de objeto indireto.
O objetivo era permitir aos frequentadores uma experiência de degustação mais tranquila e prazerosa, sem interrupções.
"Quem permite" permite alguma coisa (uma experiência de degustação mais tranquila e prazerosa, sem interrupções/objeto
direto) a alguém (aos frequentadores/objeto indireto). A forma verbal permitir é transitiva direta e indireta e apresenta como
objeto indireto a expressão aos frequentadores.
LETRA "B"-ERRADA. A expressão sobre um celular exerce a função sintática de objeto indireto.
Em São Paulo, um bar tradicional desenvolveu o copo off-line, que só fica de pé na mesa se estiver apoiado sobre um celular.
No período acima, a expressão sobre um celular indica o lugar onde o copo deve estar apoiado para ficar de pé. Trata-se de uma
expressão de valor adverbial, sintaticamente classificada como adjunto adverbial de lugar. Adjunto adverbial é o termo
modificador do verbo que exprime determinada circunstância ou intensifica um verbo, um adjetivo ou outro advérbio.
LETRA "C"-ERRADA. A expressão um computador de bolso exerce a função sintática de objeto direto.
O aparelho, que antes tinha como única função ampliar e agilizar a comunicação, hoje é também um computador de bolso.
No período acima, a expressão um computador e bolso compõe o predicado nominal é (...) um computador de bolso, cujo sujeito
é O aparelho: O aparelho (...) hoje é também um computador de bolso. Ela funciona como predicativo do sujeito
aparelho. Predicativo do sujeito é o termo presente no predicado nominal que atribui características ao sujeito da oração.
LETRA "D"-ERRADA. A expressão de novidade exerce a função sintática de objeto indireto.
“Os smartphones têm funções lúdicas, que carregam um aspecto de novidade e despertam a criança que vive dentro do usuário”,
diz.
No período acima, a expressão de novidade exerce a função sintática de adjunto adnominal de aspecto. Adjunto adnominal é o
termo da oração que modifica um substantivo, caracterizando-o ou determinando-o sem a intermediação de um verbo. A
expressão de novidade indica que se trata de um aspecto específico relacionado à novidade trazida pelas funções lúdicas dos
smartphones.
LETRA "E"-ERRADA. A expressão a psicóloga Dora Sampaio Góes exerce a função sintática de objeto direto.
“O aparelho que tinha a função de aproximar as pessoas pode fazer com que o indivíduo diminua suas habilidades sociais”,
explica a psicóloga Dora Sampaio Góes, do Hospital das Clínicas da USP.
No período acima, a expressão a psicóloga Dora Sampaio Góes é o sujeito de explica: quem explica que “O aparelho que tinha a
função de aproximar as pessoas pode fazer com que o indivíduo diminua suas habilidades sociais” é a psicóloga Dora Sampaio
Goés. Sujeito é o termo sintático do qual o predicado declara alguma coisa.
106. FAURGS
Podem as máquinas pensar?
Esse tema é muito explorado em obras de ficção científica e discutido por aqueles que se perguntam aonde chegaremos com os
avanços da inteligência artificial, se é que existe tal inteligência. Marvin Minsky, um importante pensador da área, afirmou que a
próxima geração de computadores será tão inteligente que “teremos muita sorte se eles permitirem manter-nos em casa como
animais de estimação”. John McCarthy, que cunhou o termo “Inteligência Artificial”, declarou que “máquinas tão simples como
um termostato ___ - pode dizer-se - crenças”. Declarações como essas, feitas por cientistas renomados, estimulam ___ imaginação
e assustam os incautos.
No entanto, o filósofo J. R. Searle encarou com sarcasmo essas expectativas exageradas e elaborou então um “experimento
mental” para demonstrar que uma máquina não ___ sequer a capacidade de compreender significados, apenas segue regras e
responde a comandos pré- estabelecidos. O poder de processamento e a sofisticação dos programas nos dão a falsa impressão de
inteligência. Searle chamou esse experimento de “sala chinesa”. Imaginemos uma pessoa dentro de uma sala. Ela entende inglês
e tem um livro com regras em inglês para combinar símbolos em chinês. Dentro da sala, estão várias cestas numeradas, e, dentro
delas, estão papéis com símbolos em chinês. Essa pessoa recebe, por baixo da porta, símbolos em chinês que ela não entende.
Então, ela consulta as regras que informam como os símbolos devem ser combinados e, aí, devolve por baixo da porta. As regras
dizem mais ou menos assim: “se o símbolo recebido for parecido com este, pegue o papel da cesta n.º 13 e devolva por baixo da
porta”. A pessoa dentro da sala não sabe, mas está respondendo ___ perguntas em chinês. Ela sequer sabe o significado dos
símbolos, apenas ___ uma regra para combinar os símbolos e devolvê-los por baixo da porta. Essa é, justamente, a base do
“pensamento” das máquinas.
Esse exemplo nos mostra que o processamento dos computadores não pode ser comparado ___ inteligência humana. O que
renomados cientistas chamam de “Inteligência Artificial” é o resultado de entradas e saídas de dados realizadas de forma
“burra”. Computadores não ___ capacidade de saber o que significam as palavras. Se eu falo para alguém uma palavra (como
“amor”, “ódio” ou “afeto”), essa pessoa lhe atribui um significado e recorda situações de sua vida em que ela se aplica. A
inteligência humana leva em consideração esses significados e toma decisões baseadas em complexas interpretações pessoais.
Isso é algo básico para qualquer ser humano e fundamental para o pensamento. E é algo que as máquinas ainda não podem fazer.
Adaptado de: CARNEIRO, Alfredo de Moraes Rêgo. Podem as máquinas
pensar? Disponível em http://www.netmundi.org/ filosofia/tag/marvin-minsky. Acessado em 14 de julho de 2014.
Assinale a alternativa que contém o sujeito do verbo estão e o sujeito do verbo significam, respectivamente.
a) papéis com símbolos em chinês e o que.
b) dentro delas e as palavras
c) papéis com símbolos em chinês e as palavras
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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TEORIA SISTEMATIZADA E QUESTÕES PARA OFICIAL DE JUSTIÇA 2019

d) dentro delas e computadores


e) cestas e o que. 99
➢ Comentários:
No excerto "Dentro da sala, estão várias cestas numeradas, e, dentro delas, estão papéis com símbolos em chinês", o sintagma
"papéis com símbolos em chinês" é o sujeito do verbo ESTAR, estando posposto à estrutura verbal. Nesse constituinte sintático,
o núcleo é o termo "papéis", com o qual concordou a forma verbal "estão".
Vale destacar que, no contexto em comento, a vírgula foi usada antes da conjunção "e" pelo fato de as orações apresentarem
sujeitos distintos, "várias cestas numeradas" e "papéis com símbolos em chinês", respectivamente. Modernamente, entretanto,
o uso da vírgula nessa circunstância é facultativo, ou seja, a construção também estaria correta caso o autor não se valesse do
sinal de pontuação.
Já na passagem "Computadores não têm capacidade de saber o que significam as palavras", o verbo SIGNIFICAR concordou com
o termo "palavras", núcleo do sujeito "as palavras". Trata-se, novamente, de um caso de sujeito posposto, valendo mencionar
que, na sentença, a forma verbal "significam" é intransitiva, não regendo qualquer complemento.
Gabarito: C.
107. FAURGS 2014
Algumas palavras de quem não entende de futebol
Eu nunca acompanhei futebol. Não sou torcedora de time que seja, e meus sobrinhos adoram dizer que, já que não tenho time,
sou do time deles em dia de jogo. Sendo assim, já fui torcedora, sem querer ou saber, de alguns times. Em todas as Copas que
cabem na minha biografia, acho que assisti a dois jogos do Brasil, e nem me lembro em quais anos. _____, se há algo que eu sei,
é que muitos brasileiros adoram futebol. Eu nunca entendi o esporte, ou tive paciência de assistir a jogos o suficiente para ter
uma ideia do que se trata esse objeto de apaixonamento coletivo. Quando saiu a notícia de que a Copa seria no Brasil, não houve
como fugir do assunto. Entraram outros temas no pacote, muitos brasileiros se inspiraram para bendizer e maldizer o esporte e o
país.
Em 2014, a minha curiosidade pelo futebol aumentou. Fiquei mesmo querendo entender _____ as pessoas sofrem durante um
jogo, ao mesmo tempo em que, a cada gol, elas entram em êxtase. Durante a Copa, assisti a quase todos os jogos e não somente
aos do Brasil. Depois do terceiro, nem era mais por curiosidade, mas por abismamento: como esses jogadores conseguem fazer o
que fazem com uma bola? E por deslumbramento, que cada time tinha a sua própria coreografia, o que torna impossível um jogo
ser parecido com o outro. Dei-me conta, também, de que usamos termos do futebol ao nos comunicarmos diariamente.
Ainda não tenho time preferido ___ acho que assim continuarei. Quanto ao do Brasil, vou sempre torcer por ele em Copa,
esperando que os ajustes, que os especialistas alegam serem necessários para um jogo bonito — pois é, também dei de assistir
aos programas sobre o esporte —, sejam feitos, e que, assim, os torcedores possam festejá-lo, independente de uma vitória.
Adaptado de: DIAS, Carla. Algumas palavras de quem não entende de futebol. Disponível em
http://www.cronicadodia.com.br/2014/07/algumaspalavras- de-quem-nao-entende.html. Acessado em 14 de julho de 2014.
Assinale V (verdadeiro) ou F (falso) nas afirmações a seguir.
( ) A expressão de alguns times exerce a função sintática de objeto indireto.
( ) A expressão esse objeto de apaixonamento coletivo exerce a função sintática de sujeito.
( ) A expressão outros temas exerce a função sintática de sujeito.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
a) V – V – V.
b) F – F – F.
c) F – V – V.
d) V – V – F.
e) V – F – V.
➢ Comentários:
I. Falsa. No trecho "já fui torcedora (...) de alguns times", o sintagma destacado é introduzido pela preposição "de", indicando
ideia de posse. Portanto, a expressão "de alguns times" funciona como adjunto adnominal de "torcedora".
II. Verdadeira. O segmento "esse objeto de apaixonamento coletivo" funciona como sujeito do verbo "tratar", estrutura verbal
precedida da partícula expletiva "se". Repare que o termo "se" pode perfeitamente ser suprimido do contexto, sem acarretar
prejuízo ao sentido ou à correção gramatical: "(...) para ter uma ideia do que (se) trata esse objeto de apaixonamento coletivo".
Se reescrevermos esse segmento na ordem direta, teremos a seguinte construção: "(...) para ter uma ideia do que esse objeto de
apaixonamento coletivo [sujeito] trata".
III. Verdadeira. Na passagem "Entraram outros temas no pacote", o sintagma "outros temas" funciona como sujeito, estando
posposto ao verbo intransitivo "entrar". Na ordem direta, teríamos a construção Outros temas [sujeito] entraram [verbo
intransitivo] no pacote [adj. adverbial].
Gabarito: C.
108.FAURGS 2014
Guia de carreiras: arquitetura e urbanismo
Habilitado para conceber espaços e objetos, o arquiteto e urbanista vê seu mercado se expandir com o ‘boom’ de moradias
populares criadas pelo poder público. Porém, apesar de a carreira ter sua imagem vinculada à área de edificações, este profissional
também pode trabalhar com paisagismo, cenografia, conservação e preservação de patrimônios históricos e culturais, design
gráfico, além de projetar produtos como móveis e utensílios.
O presidente do Sindicato dos Arquitetos no Estado de São Paulo (Sasp), Daniel Amor, diz que todos os anos se formam cerca de
6.500 arquitetos em todo o país, sendo 30% no estado de São Paulo. É muito raro, segundo ele, algum ficar sem emprego.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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TEORIA SISTEMATIZADA E QUESTÕES PARA OFICIAL DE JUSTIÇA 2019

“Durante a faculdade, o estudante faz o estágio supervisionado. Isso o ajuda a conhecer o mercado quando se forma. Há várias
oportunidades. Em São Paulo, por exemplo, metade das prefeituras não tem arquitetos.” 100
Quem está a muitos anos no mercado garante que, para seguir carreira, mais do que saber desenhar – já que o vestibular tem
prova de habilidade específica – o aluno precisa ter senso de organização, criatividade e muito jogo de cintura.
“É necessário prestar muita atenção, porque, quando menos se espera, o arquiteto é desafiado há pensar em uma solução rápida
para um problema de sinalização, acessibilidade, comunicação ou conforto”, afirma Zan Quaresma, arquiteto e diretor de pesquisa
do Sasp.
Para Daniel Amor, ao fazer seus projetos, o arquiteto cria obras de arte nas cidades. “Ao criar, o arquiteto não pensa em uma caixa
isolada, um volume qualquer. Ele pensa em um elemento que vai transmitir um sentimento e proporcionar algo em quem vê ou
usa esse elemento”.
Adaptado de: Guia de carreiras: arquitetura e urbanismo (http://g1.globo.com/educacao/guia-decarreiras/
noticia/2011/04/guia-de-carreiras-arquiteturae- urbanismo.html). Acessado em 19 de março de 2014.
Assinale a alternativa que contenha as afirmações corretas.
I - O sujeito do verbo ficar é algum.
II - O sujeito do verbo ajuda é Isso.
III - O sujeito do verbo Há é várias oportunidades.
IV - O sujeito do verbo É é prestar muita atenção.
➢ Comentários:
Gab. E
I - O sujeito do verbo ficar é algum.
Certa: Interessante nesse comentário é o fato de haver a elipse da palavra "arquiteto" - algum "arquiteto" ficar sem emprego. Se
flexionarmos "algum", o verbo acompanha: alguns ficarem sem emprego. Logo, realmente "algum" desempenha a função de
sujeito.
II - O sujeito do verbo ajuda é Isso.
Certa: Se for substituído o vocábulo "isso" no singular pela expressão "esses fatos" no plural, perceba que o verbo acompanhará:
ESSES FATO o AJUDAM a conhecer o mercado. Logo, o termo "algum" exerce a função de sujeito.
III - O sujeito do verbo Há é várias oportunidades.
Errada: O verbo "haver", no sentido de "existir", é impessoal, ou seja, não possui pessoa, não possui sujeito. Trata-se, portanto,
de sujeito inexistente. O termo "várias oportunidades" complementa o sentido do verbo "haver", desempenhando a função de
objeto direto.
IV - O sujeito do verbo É é prestar muita atenção.
Certa: Trata-se de sujeito oracional, ou seja, uma oração subordinada substantiva subjetiva. Se substituirmos a oração "prestar
muita atenção" pela palavra "isso", a palavra "isso" assume a função de sujeito: ISSO (prestar muita atenção) é necessário.
109.FAURGS 2013
Devo educar meus filhos para serem éticos?
Quando eu tinha uns 8 ou 9 anos, saí de casa para a escola numa manhã fria de inverno. Chegando à portaria, meu pai interfonou,
perguntando se eu estava levando um agasalho. Disse que sim. Ele me perguntou qual. “O moletom amarelo”, respondi. Era
mentira. Não estava levando agasalho nenhum, mas estava com pressa, não queria me atrasar.
Voltei do colégio e fui ao armário procurar o tal moletom. Não estava lá, nem em nenhum lugar da casa, e eu imaginava por quê.
Gelei. À noite, meu pai chegou de cara amarrada. Ao me ver, tirou de sua pasta o moletom e me disse: “Eu não me importo que
tu não te agasalhes. Mas, nesta casa, nesta família, ninguém mente. Tá claro?”. Sim, claríssimo. Esse foi apenas um episódio
memorável de algo que foi o leitmotiv da minha formação familiar. Meu pai era um obcecado por retidão, palavra, ética,
pontualidade, honestidade, código de conduta, escala de valores, menschkeit (firmeza de caráter, decência fundamental,
em iídiche) e outros termos que eram repetitiva e exaustivamente martelados na minha cabeça. Deu certo. Quer dizer, não sei.
No Brasil atual, eu me sinto deslocado.
Até hoje chego pontualmente aos meus compromissos e, na maioria das vezes, fico esperando por interlocutores que se atrasam
e nem se desculpam (quinze minutos parece constituir uma “margem de erro” tolerável). Até hoje acredito quando um prestador
de serviço promete entregar o trabalho em uma data, apenas para ficar exasperado pelo seu atraso. Fico revoltado sempre que
pego um táxi em uma cidade que não conheço e o motorista tenta me roubar. Detesto os colegas de trabalho que fazem corpo
mole, que arranjam um jeitinho de fazer menos que o devido. Isso sem falar nas quase úlceras que me surgem ao ler o noticiário
e saber que, entre os governantes, viceja um grupo de imorais que roubam com criatividade e desfaçatez.
Sócrates, via Platão, defende que o homem que pratica o mal é o mais infeliz e escravizado de todos, pois está em conflito interno,
em desarmonia consigo mesmo, perenemente acossado e paralisado por medos, remorsos e apetites incontroláveis, tendo uma
existência desprezível, para sempre amarrado a algo (sua própria consciência!) onisciente que o condena. Com o devido respeito
ao filósofo de Atenas, nesse caso acredito que ele foi excessivamente otimista. Hannah Arendt me parece ter chegado mais perto
da compreensão da perversidade humana ao notar que esse desconforto interior do “pecador” pressupõe um diálogo interno, de
cada pessoa com a sua consciência, que na verdade não ocorre com a frequência desejada por Sócrates. Para aqueles que
cometem o mal em uma escala menor e o confrontam, Arendt relembra Kant, que sabia que “o desprezo por si próprio, ou melhor,
o medo de ter de desprezar a si próprio, muitas vezes não funcionava, e a sua explicação era que o homem pode mentir para si
mesmo”. Todo corrupto ou sonegador tem uma explicação, uma lógica para os seus atos, algo que justifique o porquê de uma
determinada lei dever se aplicar a todos, sempre, mas não a ele, pelo menos não naquele momento em que está cometendo o
seu delito.

Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019


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TEORIA SISTEMATIZADA E QUESTÕES PARA OFICIAL DE JUSTIÇA 2019

Cai por terra, assim, um dos poucos consolos das pessoas honestas: “Ah, mas pelo menos eu durmo tranquilo”. Os escroques
também! Se eles tivessem dramas de consciência, se travassem um diálogo verdadeiro consigo e seu travesseiro, ou não teriam 101
optado por sua “carreira” ou já teriam se suicidado. Esse diálogo consigo mesmo é fruto do que Freud chamou de superego:
seguimos um comportamento moral porque ele nos foi inculcado por nossos pais, e renegá-lo seria correr o risco da perda do
amor paterno. Na minha visão, só existem, assim, dois cenários em que é objetivamente melhor ser ético do que não. O primeiro
é se você é uma pessoa religiosa e acredita que os pecados deste mundo serão punidos no próximo.
Não é o meu caso. O segundo é se você vive em uma sociedade ética em que os desvios de comportamento são punidos pela
coletividade, quer na forma de sanções penais, quer na forma de ostracismo social. O que não é o caso do Brasil. Não se sabe se
De Gaulle disse ou não a frase, mas ela é verdadeira: o Brasil não é um país sério.
Assim é que, criando filhos brasileiros morando no Brasil, estou às voltas com um deprimente dilema: acredito que o papel de um
pai é preparar o seu filho para a vida. Esta é a nossa responsabilidade: dar a nossos filhos os instrumentos para que naveguem,
com segurança e destreza, pelas dificuldades do mundo real. E acredito que a ética e a honestidade são valores axiomáticos. Eis
aí o dilema: será que o melhor que poderia fazer para preparar meus filhos para viver no Brasil seria não os aprisionar na cela da
consciência, do diálogo consigo mesmos, da preocupação com a integridade? Tenho certeza de que nunca chegaria a ponto de
incentivá-los a serem escroques, mas poderia, como pai, simplesmente ser mais omisso quanto a essas questões. Tolerar algumas
mentiras, não me importar com atrasos, não insistir para que não colem na escola, não instruir para que devolvam o troco recebido
a mais...
O fato de pensar a respeito do assunto e de viver em um país em que existe um dilema entre o ensino da ética e o bom exercício
da paternidade já é causa para tristeza. Em última análise, decidi dar a meus filhos a mesma educação que recebi de meu pai. Não
porque ache que eles serão mais felizes assim – pelo contrário –, nem porque acredite que, no fim, o bem compensa. Mas porque,
em primeiro lugar, não conseguiria conviver comigo mesmo – e com a memória de meu pai – se criasse meus filhos para serem
pessoas do tipo que ele me ensinou a desprezar. Além disso, porque acredito que sociedades e culturas mudam. Muitos dos países
hoje desenvolvidos e honestos eram antros de corrupção e sordidez 100 anos atrás. Um dia o Brasil há de seguir o mesmo caminho,
e aí a retidão que espero inculcar em meus filhos há de ser uma vantagem (não um fardo). Oxalá.
Adaptado de: Devo educar meus filhos para serem éticos? (http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/gustavoioschpe-devo-
educar-meus-filhos-para-serem-eticos). Acessado em 21/10/2013.
Assinale a afirmativa INCORRETA com relação à análise sintática de frases e orações do texto.
a) Na frase Meu pai era um obcecado por retidão, por retidão exerce a função sintática de agente da passiva.
b) O pronome o exerce a função sintática de objeto direto do verbo confrontam
c) O sujeito do verbo Cai é um dos poucos consolos das pessoas honestas
d) O sujeito do verbo seguimos pode ser classificado como desinencial.
e) Na oração a retidão que espero inculcar em meus filhos há de ser uma vantagem, o sujeito do verbo haver é a retidão
que espero inculcar em meus filhos.
➢ Comentários:
GABARITO LETRA A
LETRA "A"-CORRETA. Na frase Meu pai era um obcecado por retidão, por retidão exerce a função sintática de agente da passiva.
Nessa frase, por retidão completa o sentido de obcecado: "quem é obcecado" é obcecado por alguma coisa; essa coisa, no período
acima, é por retidão. Trata-se de um complemento nominal e não de um agente da passiva.
Agente da passiva é o termo sintático que pratica a ação de um verbo que está na voz passiva.
Os alunos são orientados pelo professor.
Nessa frase, quem pratica a ação de orientar os alunos (sujeito paciente de são orientados) é o professor (agente da passiva).
A questão pede a afirmativa INCORRETA. Logo, esse é o gabarito da questão.
LETRA "B"-ERRADA. O pronome o exerce a função sintática de objeto direto do verbo confrontam
No período Para aqueles que cometem o mal em uma escala menor e o confrontam, Arendt relembra Kant, que sabia que “o
desprezo por si próprio, ou melhor, o medo de ter de desprezar a si próprio, muitas vezes não funcionava, e a sua explicação era
que o homem pode mentir para si mesmo”. , o pronome oblíquo o retoma o mal e completa o sentido da forma verbal transitiva
direta confrontam: o confrontam = confrontam o mal.
A questão pede a afirmativa incorreta. Essa está CORRETA.
LETRA "C"-ERRADA. O sujeito do verbo Cai é um dos poucos consolos das pessoas honestas
No período Cai por terra, assim, um dos poucos consolos das pessoas honestas: “Ah, mas pelo menos eu durmo tranquilo”., quem
pratica a ação de cair é um dos poucos consolos das pessoas honestas. Sujeito é o termo sintático que pratica a ação verbal. Assim,
está CORRETA a afirmação contida na letra C.
LETRA "D"-ERRADA. O sujeito do verbo seguimos pode ser classificado como desinencial.
No trecho seguimos um comportamento moral porque ele nos foi inculcado por nossos pais, e renegá-lo seria correr o risco da
perda do amor paterno., o sujeito do verbo seguimos é nós, indicado pela desinência número pessoal -mos. Dessa forma,
está CORRETA a afirmação contida na letra D.
LETRA "E"-ERRADA. Na oração a retidão que espero inculcar em meus filhos há de ser uma vantagem, o sujeito do verbo haver é
a retidão que espero inculcar em meus filhos.
Nesse trecho acima, "há de ser" é uma locução verbal. Nessa locução verbal, o verbo haver é auxiliar e o verbo ser é principal. O
sujeito dessa locução é aquilo que espero venha ser uma vantagem. O que espero ser uma vantagem é a retidão que espero
inculcar em meus filhos., sujeito não só do verbo haver, mas da locução há de ser.
A banca considerou CORRETA essa alternativa. De fato, ela não está incorreta, mas incompleta.

Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019


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110. FAURGS 2010:


A questão refere-se ao texto abaixo. 102
Poucos nomes na história da ciência são tão celebrados quanto Darwin. O que Galileu, Newton e Einstein representam para a
física, Dalton e Lavoisier para a química, Darwin representa para a biologia. Antes dele, não havia explicações plausíveis para a
incrível diversidade da vida que vemos na natureza, de micróbios unicelulares, plantas e peixes aos insetos, aves e mamíferos. No
mundo ocidental, a explicação aceita era bíblica: Deus criou a vegetação no terceiro dia, os peixes e as aves no quinto, e os animais
terrestres e o homem no sexto. Mesmo que fósseis de animais estranhos (leia-se dinossauros e mamíferos terrestres agigantados)
fossem conhecidos, o argumento para a sua ausência invocava o Dilúvio e a Arca de Noé. Pelo jeito, os monstros não foram bem
recebidos no grande barco. Talvez alguns teólogos oferecessem razões mais sofisticadas, mas essa era a opinião de muitos.
De todas as suas características, ....... que Darwin mais celebrava eram a meticulosidade e a capacidade de perceber detalhes
quando outros não ....... viam. Quando jovem, atravessou o mundo no navio Beagle, colhendo espécies diversas da flora,
observando o comportamento da fauna local, colecionando fatos e anotações. Ficou muito impressionado com a beleza do Brasil.
Sua curiosidade pela riqueza com que a vida se manifestava à sua volta e a paixão pelo conhecimento davam-....... a infinita
paciência _______ para observar as menores variações dentre espécies de acordo com o ambiente e o clima, a importância da
geologia na determinação das espécies de uma região, a complexa relação entre a flora e a fauna.
Profundamente influenciado pelo geólogo Charles Lyell, que considerava seu mentor, Darwin aos poucos percebeu que tal riqueza
nas espécies só poderia ser possível se pequenas variações ocorressem ao longo de enormes intervalos de tempo. A filosofia de
Lyell pregava que as rochas terrestres representam a sua longa história, registrando nas suas propriedades as várias
transformações que sofreram ao longo dos milênios. Os mesmos processos que sofreram no passado continuam ativos no
presente. A partir de suas meticulosas observações, Darwin concluiu que algo semelhante ocorria com os seres vivos; eles também
sofriam pequenas modificações ao longo do tempo.
As que facilitavam a sua sobrevivência seriam passadas de prole em prole mais eficientemente, enquanto que aquelas que
dificultavam a sobrevivência dos animais seriam aos poucos _______. Com isso, após muitas gerações, a espécie como um todo
se alteraria, tornando-se gradualmente ______ de seus ancestrais. A funcionalidade(a) dos bicos de certos pássaros, por exemplo,
ilustra bem a adaptabilidade(b) de acordo com o ambiente.
Esse processo de seleção(c) natural forneceu, pela primeira vez na história, um mecanismo(d) racional capaz de explicar a
multiplicidade da vida e a sua ligação com o passado. O legado de Darwin é, antes de mais nada, uma celebração(e) da
liberdade que nos é acessível quando nos dispomos a refletir sobre o mundo em que vivemos.
Adaptado de: GLEISER, M. Celebrando (o estudo d)a vida. Folha de São Paulo. 17 de janeiro de 2009.
Assinale, dentre os substantivos abaixo, aquele que funciona como núcleo do sujeito do período em que se encontra.
a) funcionalidade
b) adaptabilidade
c) seleção
d) mecanismo
e) celebração
➢ Comentários:
A alternativa "A" é a CORRETA.
Devemos indicar o substantivo que funciona como NÚCLEO DO SUJEITO do período em que se encontra. Vamos lá?
Alternativa "A": A funcionalidade dos bicos de certos pássaros, por exemplo, ilustra bem a adaptabilidade de acordo com o
ambiente.
CORRETA. O elemento "A funcionalidade dos bicos de certos pássaros" é SUJEITO da oração. O núcleo do sujeito é o substantivo
"funcionalidade". O artigo "A" e a expressão "dos bicos de certos pássaros" funcionam como adjuntos adnominais ligados ao
núcleo do sujeito.
Alternativa "B": A funcionalidade dos bicos de certos pássaros, por exemplo, ilustra bem a adaptabilidade de acordo com o
ambiente.
INCORRETA. O elemento "a adaptabilidade" complementa o sentido do verbo transitivo direto "ilustrar" (ilustrar alguma coisa).
Assim, esse substantivo não representa o sujeito, mas sim o objeto direto do verbo.
Alternativa "C": Esse processo de seleção natural forneceu, pela primeira vez na história, um mecanismo racional capaz de explicar
a multiplicidade da vida e a sua ligação com o passado.
INCORRETA. O elemento "Esse processo de seleção natural" exerce a função de SUJEITO da oração. O núcleo, porém, é o
substantivo "processo". O termo "seleção" faz parte do adjunto adnominal "de seleção natural", ligado ao núcleo do sujeito.
Alternativa "D": Esse processo de seleção natural forneceu, pela primeira vez na história, um mecanismo racional capaz de explicar
a multiplicidade da vida e a sua ligação com o passado.
INCORRETA. O elemento "um mecanismo racional" complementa o sentido do verbo transitivo direto "fornecer" (fornecer alguma
coisa). Assim, esse substantivo não representa o sujeito, mas sim o objeto direto do verbo.
Alternativa "E": O legado de Darwin é, antes de mais nada, uma celebração da liberdade que nos é acessível quando nos dispomos
a refletir sobre o mundo em que vivemos.
INCORRETA. Estamos diante de um predicativo do sujeito, é um termo que qualifica o sujeito. O predicativo do sujeito está
presente no predicado nominal, ou seja, acompanha um verbo de ligação. Os verbos de ligação são aqueles que indicam estado,
e não ação. São geralmente verbos de ligação: ser, estar, parecer, ficar, continuar, etc.
Exemplos:
A menina anda até a escola todas as manhãs. (andar / caminhar = ação = verbo intransitivo = predicado verbal)
A menina anda preocupada com suas notas. (andar / tem estado preocupada = estado = verbo de ligação = predicado nominal)
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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Note que um mesmo verbo pode ser de ligação ou não, dependendo da forma como é utilizado. O principal é identificar se o verbo
exprime ação (predicado verbal) ou estado (predicado nominal). 103
Na frase destacada do texto, temos o verbo de ligação "ser".
111. FAURGS 2006
Uma das características essenciais da dialética é o espírito crítico e autocrítico. Assim como examinam constantemente o mundo
em que atuam, os dialéticos devem estar sempre dispostos _____ rever as interpretações em que se baseiam para atuar.
Quando a filha de Marx pediu ao pai para responder a um questionário organizado por ela e lhe perguntou qual era o lema que
ele preferia, Marxires- pendeu: "Duvidar de tudo".
Para homens engajados num combate permanente, como os marxistas, é difícil colocar em prática esse lema. Com frequência, se
manifesta entre os marxistas uma tendência que os leva a substituir a análise concreta das situações concretas por um conjunto
de fórmulas especulativas, por um esquema geral no qual as coisas são enquadradas forçadamente, precipitadamente. Essa
tendência se manifestava já em Hegel, que era idealista, e continuou a se manifestar entre os marxistas.
Na medida em que se deixam influenciar pela tendência mencionada acima, os revolucionários passam a querer transformar o
mundo sem se preocuparem suficientemente com a transformação deles mesmos. Com isso, perdem muito da capacidade de
autocrítica e não conseguem se renovar tanto quanto é necessário.
Diversos críticos, hostis _____ dialética, têm aproveitado essas deficiências para sustentar que o pensamento dialético despreza
o rigor da análise e se presta ______ "acrobacias" intelectuais. José Guilherme Merquior ainda foi mais longe e chamou a dialética
de "dama de costumes fáceis". Os defensores da dialética não podem se limitar a explicar para Merquior o verdadeiro alcance dos
princípios de Hegel e de Marx; precisam saber aplicar esses princípios, de maneira consequente, __ uma realidade que - conforme
reconhecemos - está sempre mudando.
Adaptado de: KONDER, Leandro. O que é dialética. São Paulo: Ática, 1984.
Assinale a alternativa que contém a afirmação correta sobre a classificação das palavras destacadas no texto.
a) essenciais não tem a mesma função sintática de crítico e autocrítico
b) os dialéticos é sujeito, respectivamente, de examinam, de atuam e de baseiam
c) o sujeito da forma verbal baseiam é interpretações.
d) os tem a mesma função sintática de os.
e) esses princípios é objeto indireto de aplicar.
➢ Comentários:
Gabarito: LETRA B.
Assinale a alternativa que contém a afirmação correta sobre a classificação das palavras destacadas no texto.
a) essenciais não tem a mesma função sintática de crítico e autocrítico == Errada.
O termo essenciais TEM SIM a mesma função sintática de crítico e autocrítico. Vejamos o contexto: "Uma das
características essenciais da dialética é o espírito crítico e autocrítico."
O termo essenciais funciona como adjunto adnominal, qualificando o substantivo "características". Da mesma forma, os
termos crítico e autocrítico são adjuntos adnominais, já que qualificam o substantivo "espírito".
Relembrando o conceito: adjunto adnominal é o termo que determina, especifica ou explica um substantivo. Sua principal
característica é acompanhar o substantivo.
Ex.: na frase "o carro apresenta ótimas funções", os termos destacados acompanham, respectivamente, os
substantivos carro e funções. Logo, eles exercem função de adjunto adnominal.
b) os dialéticos é sujeito, respectivamente, de examinam, de atuam e de baseiam == Correta.
Vejamos o contexto: "Assim como examinam constantemente o mundo em que atuam, OS DIALÉTICOS devem estar
sempre dispostos a rever as interpretações em que se baseiam para atuar."
Todos os termos em negrito estão no plural para concordar com seu referente, a expressão "OS DIALÉTICOS".
Portanto, é correto afirmar que a expressão os dialéticos é sujeito, respectivamente, de examinam, de atuam e de baseiam.
c) o sujeito da forma verbal baseiam é interpretações. == Errada.
Vejamos o contexto: "Assim como examinam constantemente o mundo em que atuam, OS DIALÉTICOS devem estar
sempre dispostos a rever as interpretações em que se baseiam para atuar."
Todos os termos em negrito estão no plural para concordar com seu referente, a expressão "OS DIALÉTICOS".
Portanto, o sujeito da forma verbal baseiam é a expressão "OS DIALÉTICOS".
d) os (em "os leva") tem a mesma função sintática de os (em "os marxistas"). == Errada.
Na verdade, esses termos apresentam diferentes funções sintáticas. Vejamos: "Com frequência, se manifesta entre os marxistas
uma tendência que os leva a substituir a análise".
Em "os leva", termo "os" funciona como objeto direto do verbo levar, pois complementa seu sentido.
Em "os marxistas", o termo "os" funciona como adjunto adnominal, visto que acompanha o substantivo "marxistas".
Dessa forma, é incorreto afirmar que esses termos têm a mesma função sintática.
e) esses princípios é objeto indireto de aplicar. == Errada.
Objeto indireto é o complemento verbal INICIADO POR PREPOSIÇÃO. Como a expressão "esses princípios" NÃO é iniciada por
preposição, não podemos afirmar que se trata de um objeto indireto.
No contexto (precisam saber aplicar esses princípios), esses princípios funciona como OBJETO DIRETO de aplicar.
111. FAURGS 2006
Uma das características essenciais da dialética é o espírito crítico e autocrítico. Assim como examinam constantemente o mundo
em que atuam, os dialéticos devem estar sempre dispostos _____ rever as interpretações em que se baseiam para atuar.

Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019


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Quando a filha de Marx pediu ao pai para responder a um questionário organizado por ela e lhe perguntou qual era o lema que
ele preferia, Marxires- pendeu: "Duvidar de tudo". 104
Para homens engajados num combate permanente, como os marxistas, é difícil colocar em prática esse lema. Com frequência, se
manifesta entre os marxistas uma tendência que os leva a substituir a análise concreta das situações concretas por um conjunto
de fórmulas especulativas, por um esquema geral no qual as coisas são enquadradas forçadamente, precipitadamente. Essa
tendência se manifestava já em Hegel, que era idealista, e continuou a se manifestar entre os marxistas.
Na medida em que se deixam influenciar pela tendência mencionada acima, os revolucionários passam a querer transformar o
mundo sem se preocuparem suficientemente com a transformação deles mesmos. Com isso, perdem muito da capacidade de
autocrítica e não conseguem se renovar tanto quanto é necessário.
Diversos críticos, hostis _____ dialética, têm aproveitado essas deficiências para sustentar que o pensamento dialético despreza o
rigor da análise e se presta ______ "acrobacias" intelectuais. José Guilherme Merquior ainda foi mais longe e chamou a dialética
de "dama de costumes fáceis". Os defensores da dialética não podem se limitar a explicar para Merquior o verdadeiro alcance dos
princípios de Hegel e de Marx; precisam saber aplicar esses princípios, de maneira consequente, __ uma realidade que - conforme
reconhecemos - está sempre mudando.
Adaptado de: KONDER, Leandro. O que é dialética. São Paulo: Ática, 1984.
Quanto à transitividade verbal, é correto afirmar, a respeito do uso de verbos no texto, que
a) atuam é transitivo direto.
b) perguntou é transitivo direto e indireto.
c) perdem é intransitivo.
d) sustentar é transitivo indireto.
e) despreza é transitivo indireto.
➢ Comentários:
Gabarito: LETRA B.
Quanto à transitividade verbal, é correto afirmar, a respeito do uso de verbos no texto, que
a) atuam é transitivo direto. == Errada.
"Assim como examinam constantemente o mundo EM que atuam"...
No contexto, o verbo atuar apresenta-se como transitivo indireto.
É verbo porque exprime uma ação.
Esse verbo é transitivo porque exige complemento.
Além disso, esse verbo transitivo é indireto porque seu complemento É INICIADO por preposição. No caso, o complemento é
iniciado pela preposição "em", que vai para antes pronome relativo "que".
Gravem: atuar é um verbo (ação) transitivo (exige complemento) indireto (seu complemento é iniciado por preposição).
b) perguntou é transitivo direto e indireto. == Correta.
"Quando a filha de Marx pediu ao pai para responder a um questionário organizado por ela e lhe perguntou qual era o lema..."
Realmente, o verbo perguntar apresenta-se como transitivo direto e indireto, também chamado de verbo bitransitivo.
Verbo bitransitivo é aquele que apresenta dois complementos: um iniciado por preposição e outro NÃO iniciado
por preposição. Exemplo: a frase "ele deu um presente ao seu pai." um iniciado por preposição(ao seu pai) e outro NÃO iniciado
por preposição(um presente). Assim, o verbo é bitransitivo (= verbo transitivo direto e indireto).
No caso do item, o verbo perguntar apresenta dois complementos: o "lhe" (que é sinônimo de "a ele"; objeto indireto) e o
segmento "qual era o lema" (objeto direto)... Quem pergunta, pergunta algo a alguém. No caso, a filha perguntou ao
pai (= lhe perguntou) qual era o lema (algo).
c) perdem é intransitivo. == Errada.
"Com isso, perdem muito da capacidade de autocrítica..."
No contexto, o verbo perder apresenta-se como transitivo direto, pois exige um complemento NÃO é iniciado por preposição.
Esse complemento é o termo "muito".
Quem perde, perde algo. No caso, os revolucionários perdem muito (= uma parte) da capacidade de autocrítica.
Verbo intransitivo é aquele que NÃO exige um complemento. Exemplo: a frase "ele morreu." tem sentido completo, dispensado
o uso de complemento. Portanto, o verbo é intransitivo.
d) sustentar é transitivo indireto. == Errada.
"Diversos críticos têm aproveitado essas deficiências para sustentar que o pensamento dialético despreza..."...
No contexto, o verbo sustentar apresenta-se como transitivo direto, pois exige um complemento NÃO é iniciado por preposição.
Esse complemento é o termo "o rigor".
Quem sustenta, sustenta algo. No caso, diversos críticos sustentam que o pensamento dialético despreza... (a passagem "que o
pensamento dialético despreza..." é uma oração subordinada substantiva objetiva direta, apresentando função sintática
de objeto direto do verbo sustentar).
e) despreza é transitivo indireto. == Errada.
"o pensamento dialético despreza o rigor"...
No contexto, o verbo desprezar apresenta-se como transitivo direto, pois exige um complemento NÃO é iniciado por preposição.
Esse complemento é o termo "o rigor".
Quem despreza, despreza algo. No caso, o pensamento dialético despreza o rigor (objeto direto).

Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019


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TEORIA SISTEMATIZADA E QUESTÕES PARA OFICIAL DE JUSTIÇA 2019

Adjunto Adnominal X Complemento Nominal


aparece COM ou SEM preposição SEMPRE aparece preposicionado 105
Se liga a SUBSTANTIVOS (concretos ou abstratos) Só substantivo ABSTRATO, ADJETIVOS e ADVÉRBIOS
O termo é AGENTE O termo é PACIENTE
Primeiro ponto: adjunto adnominal só acompanha substantivos (concretos ou abstratos). Os complementos nominais
acompanham substantivos abstratos, adjetivos e advérbios.
Se a expressão preposicionada acompanha um adjetivo, por exemplo, nunca poderá ser adjunto adnominal.
Exemplo: Ela é igual a mãe. (COMPLEMENTO NOMINAL)
A expressão "a mãe" nunca poderá ser adjunto adnominal, pois qualifica um adjetivo (igual), assim com certeza é um complemento
nominal.
Exemplo: As noites de verão são curtas. (ADJUNTO ADNOMINAL)
A expressão "de verão" nunca poderá ser complemento nominal. Por quê? Porque ela se liga ao substantivo concreto "noites",
assim, só pode ser adjunto adnominal.
Segundo ponto: Se as informações do primeiro ponto não resolverem a questão, usem esta dica -> adjunto adnominal tem sentido
de agente (realiza a ação), complemento nominal tem sentido de paciente (sofre a ação).
BIZU! A.A -> AGENTE (Lembrem que o A.A tem "A" de "Agente".) C.N -> PACIENTE
Exemplo: Amor de mãe não tem fim. (ADJUNTO ADNOMINAL)
Basta perguntarmos: a mãe sente o amor (agente) ou recebe o amor (paciente)? Sente o amor! Assim, é agente e adjunto
adnominal.
Exemplo: Amor à mãe não tem fim. (COMPLEMENTO NOMINAL)
Basta perguntarmos: a mãe sente o amor (agente) ou recebe o amor (paciente)? Recebe o amor! Assim, é paciente e complemento
nominal.
112. FAURGS 2018
Encontro, pelos corredores da vida, um grupo de ex-alunos(a). A primeira reação é sempre de um agradável afeto, o mesmo afeto
de reencontrar um pedaço de si, no outro. Talvez lembrar seja sempre um exercício de reconhecimento de si próprio: enxergar,
em um amor de infância, em um sabor perdido, em uma paisagem – ou num professor – um espelho de seus melhores dias.
Reencontramo-nos e logo percebemos que ninguém, nem eu nem eles, lembrava do nome da matéria em que nos frequentamos.
No espelho dos melhores dias, eles não viam mais conteúdos elementares, datas (de que ano é a prensa de Gutenberg(b)?),
conceitos (o que é um nariz de cera), nomes (quem escreveu “Frank Sinatra está Resfriado”e “As Religiões no Rio”?) e por aí vai,
numa extensa lista de sujeitos e predicados.
Não é que não lembrem de nada(c), é claro, nem que a matéria tenha sido toda inútil. Longe disso, pois todos lembravam com
carinho das antigas aulas – e lembrar com carinho já é muito melhor do que recitar a velha decoreba da tabela periódica.
Mas lembram de outras coisas. Lembram dos poemas e das histórias, lembram dos afetos.
– Professor, e os poemas?
– Professor, e a história do macaco?
Estou convicto de uma obviedade(d). As obviedades são, aliás, as verdades mais duras de reconhecer – estão tão coladas aos
nossos narizes que se tornam invisíveis. Estou certo de que contar histórias, boas histórias, é o mais formidável meio para ensinar,
ou aprender, qualquer coisa. Por isso, insista com as historinhas antes de dormir: do primeiro ao último mês de vida (até a morrer
é preciso aprender).
Convenci-me de uma verdade(e) de 32 mil anos de idade, ao menos. Da verdade da arte rupestre e dos grandes mitos que foram
sendo passados de boca em boca, de geração em geração, até se fixarem em papel. A verdade de uma terrível Medéia, de um
enlouquecido Édipo, de uma trágica Julieta.
A verdade das grandes histórias – ou mesmo das pequenas –, ao contrário da verdade dos conceitos estéreis, que não frutificam
em histórias de som e fúria, permanece.
Acho que a boa pedagogia, a pedagogia que fica, passa pela arte de narrar e de compartilhar. Não as opiniões rasas, que logo
saem de moda, mas as vivências mais impactantes de nossas próprias vidas e das incon-táveis vidas que nos cercam e precederam.
A vida é sobre isso: a vida. E só se vive por meio de histórias.
Os gregos sabiam disso, os trovadores sabiam disso, os irmãos Grimm sabiam, Shakespeare sabia, e Machado, e Clarice… É uma
pena que nós estejamos ocupados demais para saber; ocupados demais para aprender a viver.
Adaptado de: ESSENFELDER, Renato. O que as histórias nos ensinam. Estado de São Paulo, São Paulo, 09 de maio de 2018.
Disponível em http://emais.estadao.com.br/blogs /renato-essenfelder/o-que-as-historias-nos-ensinam/. Acesso em 12/05/2018.
Qual das alternativas abaixo exemplifica um caso de complemento nominal no texto?
a) de ex-alunos
b) de Gutenberg
c) de nada
d) de uma obviedade
e) de uma verdade
➢ Comentários:
GABARITO LETRA D
Essa questão trata da diferença entre adjunto adnominal e complemento nominal.
O complemento nominal é o termo sintático usado para completar o sentido e um nome transitivo (substantivo, adjetivo ou
advérbio). Ele vem sempre precedido de preposição e nunca indica posse.
Se um termo preposicionado completar o sentido de um adjetivo ou de um advérbio, ele será complemento nominal.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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Se um termo preposicionado completar o sentido de um substantivo, ele poderá ser um adjunto adnominal ou um complemento
nominal. 106
O adjunto adnominal determina, especifica ou qualifica somente substantivos (concretos ou abstratos). Ele nem sempre vem
precedido de preposição e pode indicar posse.
Diferença entre adjunto adnominal e complemento nominal:
Termo preposicionado ligado a substantivo é complemento nominal se ele sofrer a ação expressa pelo substantivo (for paciente).
Na frase "A educação da população é necessária.", a população precisa ser educada (paciente) e não educar (agente).
Termo preposicionado ligado a substantivo é adjunto adnominal se ele praticar a ação expressa pelo substantivo (ser paciente).
Na frase "Recebi autorização do diretor.", o diretor autorizou (agente), e não foi autorizado (paciente).
No trecho Para observadores atentos, é uma forte ameaça à democracia ..., a expressão destacada completa o sentido
do substantivo ameaça. Nesse caso, a democracia é ameaçada (paciente). Logo, trata-se de um complemento nominal.
LETRA "A"-ERRADA: de ex-alunos
"Encontro, pelos corredores da vida, um grupo de ex-alunos."
No período acima, a função da expressão "de ex-alunos" é especificar o sentido do substantivo grupo, e não completar-lhe o
sentido. Logo, ela funciona como adjunto adnominal desse substantivo, e não como complemento nominal.
LETRA "B"-ERRADA: de Gutenberg
"(de que ano é a prensa de Gutenberg?)"
No trecho acima, a função da expressão "de Gutemberg" é indicar a ideia de posse. Quando o termo preposicionado que se liga a
um substantivo transmite a ideia de posse, ele funciona como adjunto adnominal desse substantivo, e não como complemento
nominal.
LETRA "C"-ERRADA: de nada
"Não é que não lembrem de nada"
No trecho acima, a expressão destacada completa o sentido da forma verbal transitiva indireta "não lembrem". "Quem não
lembra" não lembra "de" algo. Esse algo, no trecho acima, é "nada", objeto indireto do verbo lembrar, e não complemento
nominal.
LETRA "D"-CORRETA: de uma obviedade
"Estou convicto de uma obviedade."
Se um termo preposicionado completar o sentido de um adjetivo ou de um advérbio, ele será complemento nominal.
No período acima, "quem está convicto" está convicto "de" alguma coisa. O adjetivo "convicto" requer um complemento. Esse
complemento é "de uma obviedade". Logo, a expressão "de uma obviedade" funciona como complemento nominal do adjetivo
"convicto".
LETRA "E"-ERRADA: de uma verdade
"Convenci-me de uma verdade de 32 mil anos de idade, ao menos."
No período acima, a expressão destacada completa o sentido da forma verbal transitiva indireta "Convenci-me". "Quem se
convenceu" se convenceu "de" algo. Esse algo, no trecho acima, é "uma verdade", objeto indireto do verbo convencer-se, e
não complemento nominal.
113. FAURGS 2017:
Normalmente, acreditamos que uma teoria dos afetos não contribui para o esclarecimento da natureza dos impasses dos vínculos
sociopolíticos. Aceitamos que a dimensão dos afetos diz respeito à vida individual dos sujeitos, enquanto a compreensão dos
problemas ligados aos vínculos sociais exigiria uma perspectiva diferente, capaz de descrever o funcionamento estrutural da
sociedade e de suas esferas de valores. Os afetos nos remeteriam a sistemas individuais de fantasias e crenças, o que
impossibilitaria a compreensão da vida social como sistema de regras e normas.
Tal distinção não seria só uma realidade de fato, mas uma necessidade de direito. Pois, quando os afetos entram na cena política,
eles só poderiam implicar a impossibilidade de orientar a conduta a partir de julgamentos racionais, universalizáveis por serem
baseados na procura do melhor argumento.
No entanto, um dos pontos mais ricos da experiência intelectual de Sigmund Freud é a insistência na possibilidade de ultrapassar
tal dicotomia. Freud não cansa de nos mostrar quão fundamental é uma reflexão sobre os afetos, no sentido de uma consideração
sistemática sobre a maneira como a vida social e a experiência política produzem e mobilizam afetos que funcionarão como base
de sustentação geral para a adesão social. Maneira de lembrar a necessidade de desenvolver uma reflexão social que parta da
perspectiva dos indivíduos, não se contentando com a acusação de "psicologismo" ou com descrições sistêmico-funcionais da vida
social.
O que não poderia ser diferente para alguém que insistia em afirmar: "Mesmo a sociologia, que trata do comportamento dos
homens em sociedade, não pode ser nada mais que psicologia aplicada. Em última instância, só há duas ciências, a psicologia,
pura e aplicada, e a ciência da natureza".
Mas, em vez de ver sujeitos como agentes maximizadores de utilidade ou como mera expressão calculadora de deliberações
racionais, Freud prefere compreender a forma como indivíduos produzem crenças, desejos e interesses a partir de certos circuitos
de afetos quando justificam, para si mesmos, a necessidade de aquiescer à norma, adotando tipos de comportamentos e
recusando repetidamente outros. A perspectiva freudiana não é, no entanto, apenas a expressão de um desejo de descrever
fenômenos sociais a partir da intelecção de seus afetos. Freud quer também compreender como afetos são produzidos e
mobilizados para bloquear o que normalmente chamaríamos de "expectativas emancipatórias". Pois a vida psíquica que
conhecemos, com suas modalidades de conflitos, sofrimentos e desejos, é uma produção de modos de circuito de afetos.
Adaptado de: SAFATLE, Vladimir. Circuito dos Afetos:

Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019


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Corpos Políticos, Desamparo, Fim do Indivíduo. São Paulo: Cosac Naify, 2015. p. 47-48. Disponível em: http://www1.folha.
uol.com.br/ilustrissima/2015/09/1680461-leia-trecho-delivro- inedito-de-vladimir-safatle.shtml. Acesso em 3 de agosto de 107
2017.
As expressões abaixo desempenham função sintática completiva nominal, com EXCEÇÃO de
a) à vida individual dos sujeitos
b) de fantasias e crenças
c) de ultrapassar tal dicotomia
d) de aquiescer à norma
e) de modos de circuito de afetos
➢ Comentários:
A letra (B) é a resposta.
Na passagem "remeteriam a sistemas individuais de fantasias e de crenças", o segmento destacado exprime ideia de posse,
funcionando, portanto, como adjunto adnominal. Logo, eis o gabarito: opção (B).
Nas demais opções:
a) em "respeito à vida individual dos sujeitos", o nome "respeito" rege a preposição "a", elemento que introduz o complemento
do substantivo (nome). O segmento destacado, portanto, funciona como complemento nominal.
c) no trecho "possibilidade de ultrapassar tal dicotomia", o nome "possibilidade" é transitivo, regendo o uso da preposição "de".
Esse elemento preposicional introduz o segmento destacado, que, por sua vez, complementa o sentido do substantivo
"possibilidade". Logo, funciona como complemento nominal.
d) no trecho "necessidade de aquiescer à norma", o nome "necessidade" é transitivo, regendo o uso da preposição "de". Esse
elemento preposicional introduz o segmento destacado, que, por sua vez, complementa o sentido do substantivo "necessidade".
Logo, funciona como complemento nominal.
e) no trecho "produção de modos de circuito de afetos", o nome "produção" é transitivo, regendo o uso da preposição "de". Esse
elemento preposicional introduz o segmento destacado, que, por sua vez, complementa o sentido do substantivo "produção".
Logo, funciona como complemento nominal.
Orações subordinadas substantivas
PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO: as orações apresentam relação de dependência entre si (uma depende da outra
para ter sentido completo). A oração principal só tem sentido completo por meio da oração subordinada.
As orações subordinadas podem ser SUBSTANTIVAS, ADJETIVAS ou ADVERBIAIS.
Orações Subord. Substantivas Orações Subord. Adverbiais Orações Subord. Adjetivas
- Subjetivas - Causais - Adjetivas
- Objetivas Diretas - Condicionais - Restritivas
- Objetivas Indiretas - Comparativas
- Completivas Nominais - Conformativas
- Predicativas - Consecutivas
- Apositivas - Finais
- Concessivas
- Temporais
- Proporcionais
Orações Subordinadas Substantivas: exercem função sintática de substantivo e, normalmente, aparecem introduzidas pelas
conjunções integrantes "que" ou "se".
A) Oração Subordinada Substantiva Subjetiva: função de sujeito.
Exemplo: É fundamental que você entenda a matéria.
o. princ. o. subord. subst. subjetiva
Exemplo: É importante que você estude diariamente.
o. princ. o. subord. subst. subjetiva
Percebam que em ambos os casos, a oração subordinada exerce função de sujeito do período. Percebam que seria possível a
inversão da ordem das orações:
Que você entenda a matéria é fundamental. / Isso é fundamental.
Que você estude diariamente é importante. / Isso é importante.
Apresentaremos agora algumas possibilidades de "diagramação" das orações subordinadas substantivas subjetivas, destacando
que o importante é entender a lógica e não decorar!
Verbos de ligação + predicativos -> É bom, É certo, É importante, Está claro, Está evidente, Parece óbvio, É fato...
Exemplo: Parece óbvio que ela será aprovada.
Verbos transitivos diretos + se (voz passiva) + que/se -> Sabe-se, Diz-se, Viu-se, Relata-se
Exemplo: Relata-se que ontem houve um homicídio na Rua Aurora.
Verbos como: convir, constar, ocorrer, acontecer, suceder, importar...
Exemplo: Convém que você escute meu conselho.
B) Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta: função de objeto direto.
Para que a oração subordinada substantiva seja objetiva direta, a oração principal deverá ter OBRIGATORIAMENTE um verbo VTD
ou VTDI!!!
Exemplo: Todos querem que você seja vitorioso.
VTD
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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Exemplo: Não sei como ela fez isso.


VTD 108
Exemplo: Toda deseja que os alunos sejam aprovados.
VTD
C) Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta: função de objeto indireto.
Para que a oração subordinada substantiva seja objetiva indireta, a oração principal deverá ter OBRIGATORIAMENTE um verbo
VTI ou VTDI!!!
Exemplo: Não me informaram de que hoje haveria reunião.
VTDI
Exemplo: Ana não gosta de que a chamem de baixinha.
VTI
D) Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal: função de complemento nominal
Neste caso, a oração subordinada completa um nome (substantivos, adjetivos) presente na oração principal. Vale destacar que o
complemento deve ser preposicionado.
Exemplo: Betinho tinha certeza de que Capitu o traiu.
substantivo
Exemplo: Senti orgulhode que você foi aprovado.
substantivo
E) Oração Subordinada Substantiva Apositiva: função de aposto.
Como o próprio nome diz, esta oração exerce função de aposto de um dos termos da oração principal, vindo isolada por dois
pontos, vírgula ou travessão.
Exemplo: Exijo apenas uma coisa do meu namorado: que me compre flores todos os meses.
Exemplo: Jéssica tinha um grande sonho: que o dia da sua aprovação chegasse.
F) Oração Subordinada Substantiva Predicativa: função de predicativo do sujeito
Esta oração subordinada desempenha o papel de predicativo do sujeito do verbo da oração principal. Dica! A oração subordinada,
na maioria das vezes, vem após o verbo ser e, esporadicamente, após o verbo parecer.
Exemplo: Meu sonho era que ele voltasse logo.
Exemplo: As crianças parecem que são mais sedentárias nos tempos modernos.
114. FAURGS 2018:
Sem prejuízos com a comida
A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) passou a orientar os consumidores para que reduzam o ______ de
alimentos. Dicas e informações sobre os atributos de qualidade na compra, o correto ______ e ______ dos produtos nos mercados
e nas residências para evitar a perda de alimentos estão agora disponíveis em uma página da internet, patrocinada pela instituição.
Além de orientar sobre cuidados, a página pretende estimular o aumento do consumo de vegetais, com diversas opções de
preparos, salientando que as hortaliças não devem servir apenas para saladas.
Fonte: adaptado de Zero Hora, Hortaliças, publicado em 14 e 15/11/2017.
No trecho salientando que as hortaliças não devem servir apenas para saladas, a oração que inicia com que as hortaliças é
classificada como:
a) subordinada substantiva objetiva direta.
b) coordenada substantiva objetiva direta.
c) coordenada assindética.
d) substantiva adjetiva.
e) adjetiva adverbial.
➢ Comentários:
Gabarito: LETRA A.
No trecho salientando que as hortaliças não devem servir apenas para saladas, a oração que inicia com que as hortaliças é
classificada como oração subordinada substantiva objetiva direta, pois exerce a função sintática de objeto direto do verbo da
oração principal.
No caso, a oração "que as hortaliças não devem servir apenas para saladas" exerce função sintática de objeto direto do
verbo salientar. A página pretende estimular o aumento do consumo, salientando o quê? Resposta: salientando que as hortaliças
não devem servir apenas para saladas.
A letra B está errada. Primeiramente, não existe oração coordenada substantiva. Toda oração substantiva é subordinada! Além
disso, a oração "que as hortaliças não devem servir apenas para saladas" não pode ser classificada como coordenada, pois ela
guarda relação de dependência (subordinação) com a oração principal. As orações coordenadas indicam ideia de independência
(coordenação) em relação a outra oração.
A letra C está errada. A oração "que as hortaliças não devem servir apenas para saladas" não pode ser classificada como
coordenada, pois ela guarda relação de dependência (subordinação) com a oração principal. As orações coordenadas indicam
ideia de independência (coordenação) em relação a outra oração.
Orações coordenadas são orações independentes entre si (logo, coordenadas). Quando a oração coordenada é assindética, ela
não apresenta conjunção (síndeto). Exemplo: ele corre, brinca, pula...
A letra D está errada. Não existe oração substantiva adjetiva. Ou a oração substantiva ou ela é adjetiva. Enquanto
a oração subordinada substantiva equivale a um SUBSTANTIVO, a oração subordinada adjetiva equivale a umADJETIVO.
Vejamos na prática:
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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• Quero que você me compreenda (oração subordinada substantiva)... = Quero sua compreensão (o termo
destacado é substantivo). 109
• Ele é um rapaz que trabalha (oração subordinada adjetiva)... = Ele é um rapaz trabalhador (o termo
destacado é adjetivo)
A letra E está errada. Não existe oração adjetiva adverbial. Ou a oração adjetiva ou ela é adverbial. Enquanto
a oração subordinada adjetiva equivale a um ADJETIVO, a oração subordinada adverbial equivale a
um ADVÉRBIO (ou locução adverbial). Vejamos na prática:
• Ele é um rapaz que trabalha (oração subordinada adjetiva)... = Ele é um rapaz trabalhador (o termo
destacado é adjetivo)
• Quando era jovem, você tinha mais inteligência (oração subordinada adverbial)... = Na juventude, você
tinha mais inteligência (o termo destacado é locução adverbial).
115. FAURGS 2014:
Nos últimos vinte anos, é inegável a existência de ____ processo de reestruturação produtiva no mundo do trabalho. Não apenas
a questão da economia neoliberal, sustentada em fluxos autorreguladores do capitalismo contemporâneo, das relações
trabalhistas, da formação profissional e da ____ de pesquisas aplicadas às indústrias, constitui um fenômeno que contribui para
a profusão de problemáticas complexas, relacionadas ao mundo do trabalho e à formação profissional especializada. Tais
problemáticas e suas complexidades se estreitam em diferentes âmbitos de relações de modo a ____ local, regional ou
globalmente outras lógicas de formação requeridas pelo mundo do trabalho.
Nesse contexto, a formação profissional de base interdisciplinar surge como demanda de expressiva necessidade econômica e
política. Desde os anos noventa, a demanda por profissionais com capacidade de integrar conhecimentos dispersos pela
hiperespecialização desenvolveu-se em torno da busca da interdisciplinaridade, em diferentes campos do conhecimento.
Essa demanda se justifica pelas transformações ocorridas no mundo do trabalho e, especificamente, pela insuficiência
epistemológica que as ciências modernas expressam diante da complexidade do mundo físico, social, político e cultural do homem.
Assim, a Sociologia como ciência que estuda objetos do mundo social em suas dinâmicas, permanências e mutabilidades, voltar-
se-á para a análise das relações entre mundo do trabalho, formação e práticas profissionais específicas. Tanto a Sociologia do
Trabalho quanto a Sociologia das Profissões surgem nesse cenário como importantes campos teóricos para a compreensão
aprofundada do tema.
Acredito que os estudos sobre o trabalho devem abranger uma variedade de objetos de pesquisa, dando, por isso mesmo, uma
amplidão sistemática no que se refere aos complexos modos de relação entre trabalho, formação para o trabalho, profissões e
formação profissional.
Adaptado de: SANTOS, Najó Glória dos et al. Formação profissional interdisciplinar. Disponível em:
<https://ri.ufs.br/bitstream/12345678 /503/1/FormacaoProfissionalInterdisciplinar.pdf>. Acessado em: 07 jul. 2014.
Quanto à oração que os estudos sobre o trabalho devem abranger uma variedade de objetos de pesquisa, é correto afirmar que
é uma
a) oração subordinada adverbial causal.
b) oração subordinada substantiva subjetiva.
c) oração subordinada substantiva completiva nominal.
d) oração subordinada substantiva objetiva direta.
e) oração subordinada adjetiva restritiva.
➢ Comentários:
GABARITO LETRA D
LETRA "A"-ERRADA: oração subordinada substantiva objetiva direta e não adverbial causal.
Exemplo de oração subordinada adverbial causal: A família não veio porque houve um imprevisto.
LETRA "B"-ERRADA: oração subordinada substantiva objetiva direta e não subjetiva.
Exemplo de oração subordinada substantiva subjetiva: Ocorre que estamos de férias.
LETRA "C"-ERRADA: oração subordinada substantiva objetiva direta e não completiva nominal.
Exemplo de oração subordinada substantiva completiva nominal: A mãe expressou vontade de que seus filhos estudassem no
Canadá.
LETRA "D"-CORRETA: oração subordinada substantiva objetiva direta.
Acredito que os estudos sobre o trabalho devem abranger uma variedade de objetos de pesquisa, dando, por isso mesmo, uma
amplidão sistemática no que se refere aos complexos modos de relação entre trabalho, formação para o trabalho, profissões e
formação profissional.
Nesse período, a oração destacada completa o sentido da oração anterior Acredito.
Embora o verbo acreditar seja transitivo indireto ("quem acredita" acredita EM alguma coisa), quando o seu objeto é oracional,
ele pode passar a ser transitivo direto.
Então, que os estudos sobre o trabalho devem abranger uma variedade de objetos de pesquisa é uma oração subordinada
substantiva objetiva direta em relação à oração principal Acredito.
LETRA "E"-ERRADA: oração subordinada substantiva objetiva direta e não adjetiva restritiva.
Exemplo de oração subordinada adjetiva restritiva: O rapaz que me ligou explicou claramente os detalhes do curso.

Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019


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116. FAURGS 2013:


Devo educar meus filhos para serem éticos? 110
Quando eu tinha uns 8 ou 9 anos, saí de casa para a escola numa manhã fria de inverno. Chegando à portaria, meu pai interfonou,
perguntando se eu estava levando um agasalho. Disse que sim. Ele me perguntou qual. “O moletom amarelo”, respondi. Era
mentira. Não estava levando agasalho nenhum, mas estava com pressa, não queria me atrasar.
Voltei do colégio e fui ao armário procurar o tal moletom. Não estava lá, nem em nenhum lugar da casa, e eu imaginava por quê.
Gelei. À noite, meu pai chegou de cara amarrada. Ao me ver, tirou de sua pasta o moletom e me disse: “Eu não me importo que
tu não te agasalhes. Mas, nesta casa, nesta família, ninguém mente. Tá claro?”. Sim, claríssimo. Esse foi apenas um episódio
memorável de algo que foi o leitmotiv da minha formação familiar. Meu pai era um obcecado por retidão, palavra, ética,
pontualidade, honestidade, código de conduta, escala de valores, menschkeit (firmeza de caráter, decência fundamental, em
iídiche) e outros termos que eram repetitiva e exaustivamente martelados na minha cabeça. Deu certo. Quer dizer, não sei. No
Brasil atual, eu me sinto deslocado.
Até hoje chego pontualmente aos meus compromissos e, na maioria das vezes, fico esperando por interlocutores que se atrasam
e nem se desculpam (quinze minutos parece constituir uma “margem de erro” tolerável). Até hoje acredito quando um prestador
de serviço promete entregar o trabalho em uma data, apenas para ficar exasperado pelo seu atraso. Fico revoltado sempre que
pego um táxi em uma cidade que não conheço e o motorista tenta me roubar. Detesto os colegas de trabalho que fazem corpo
mole, que arranjam um jeitinho de fazer menos que o devido. Isso sem falar nas quase úlceras que me surgem ao ler o noticiário
e saber que, entre os governantes, viceja um grupo de imorais que roubam com criatividade e desfaçatez.
Sócrates, via Platão, defende que o homem que pratica o mal é o mais infeliz e escravizado de todos, pois está em conflito interno,
em desarmonia consigo mesmo, perenemente acossado e paralisado por medos, remorsos e apetites incontroláveis, tendo uma
existência desprezível, para sempre amarrado a algo (sua própria consciência!) onisciente que o condena. Com o devido respeito
ao filósofo de Atenas, nesse caso acredito que ele foi excessivamente otimista. Hannah Arendt me parece ter chegado mais perto
da compreensão da perversidade humana ao notar que esse desconforto interior do “pecador” pressupõe um diálogo interno, de
cada pessoa com a sua consciência, que na verdade não ocorre com a frequência desejada por Sócrates. Para aqueles que
cometem o mal em uma escala menor e o confrontam, Arendt relembra Kant, que sabia que “o desprezo por si próprio, ou melhor,
o medo de ter de desprezar a si próprio, muitas vezes não funcionava, e a sua explicação era que o homem pode mentir para si
mesmo”. Todo corrupto ou sonegador tem uma explicação, uma lógica para os seus atos, algo que justifique o porquê de uma
determinada lei dever se aplicar a todos, sempre, mas não a ele, pelo menos não naquele momento em que está cometendo o
seu delito.
Cai por terra, assim, um dos poucos consolos das pessoas honestas: “Ah, mas pelo menos eu durmo tranquilo”. Os escroques
também! Se eles tivessem dramas de consciência, se travassem um diálogo verdadeiro consigo e seu travesseiro, ou não teriam
optado por sua “carreira” ou já teriam se suicidado. Esse diálogo consigo mesmo é fruto do que Freud chamou de superego:
seguimos um comportamento moral porque ele nos foi inculcado por nossos pais, e renegá-lo seria correr o risco da perda do
amor paterno. Na minha visão, só existem, assim, dois cenários em que é objetivamente melhor ser ético do que não. O primeiro
é se você é uma pessoa religiosa e acredita que os pecados deste mundo serão punidos no próximo.
Não é o meu caso. O segundo é se você vive em uma sociedade ética em que os desvios de comportamento são punidos pela
coletividade, quer na forma de sanções penais, quer na forma de ostracismo social. O que não é o caso do Brasil. Não se sabe se
De Gaulle disse ou não a frase, mas ela é verdadeira: o Brasil não é um país sério.
Assim é que, criando filhos brasileiros morando no Brasil, estou às voltas com um deprimente dilema: acredito que o papel de um
pai é preparar o seu filho para a vida. Esta é a nossa responsabilidade: dar a nossos filhos os instrumentos para que naveguem,
com segurança e destreza, pelas dificuldades do mundo real. E acredito que a ética e a honestidade são valores axiomáticos. Eis
aí o dilema: será que o melhor que poderia fazer para preparar meus filhos para viver no Brasil seria não os aprisionar na cela da
consciência, do diálogo consigo mesmos, da preocupação com a integridade? Tenho certeza de que nunca chegaria a ponto de
incentivá-los a serem escroques, mas poderia, como pai, simplesmente ser mais omisso quanto a essas questões. Tolerar algumas
mentiras, não me importar com atrasos, não insistir para que não colem na escola, não instruir para que devolvam o troco recebido
a mais...
O fato de pensar a respeito do assunto e de viver em um país em que existe um dilema entre o ensino da ética e o bom exercício
da paternidade já é causa para tristeza. Em última análise, decidi dar a meus filhos a mesma educação que recebi de meu pai. Não
porque ache que eles serão mais felizes assim – pelo contrário –, nem porque acredite que, no fim, o bem compensa. Mas porque,
em primeiro lugar, não conseguiria conviver comigo mesmo – e com a memória de meu pai – se criasse meus filhos para serem
pessoas do tipo que ele me ensinou a desprezar. Além disso, porque acredito que sociedades e culturas mudam. Muitos dos países
hoje desenvolvidos e honestos eram antros de corrupção e sordidez 100 anos atrás. Um dia o Brasil há de seguir o mesmo caminho,
e aí a retidão que espero inculcar em meus filhos há de ser uma vantagem (não um fardo). Oxalá.
Adaptado de: Devo educar meus filhos para serem éticos? (http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/gustavoioschpe-devo-
educar-meus-filhos-para-serem-eticos). Acessado em 21/10/2013.
Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações a seguir, referentes a funções sintáticas de trechos do texto.
( ) A oração se eu estava levando um agasalho exerce a função sintática de objeto direto.
( ) A oração que, entre os governantes, viceja um grupo de imorais que roubam com criatividade e desfaçatez exerce a função
sintática de objeto direto.
( ) A oração que nunca chegaria a ponto de incentivá-los a serem escroques exerce a função sintática de objeto indireto.
( ) A oração que existe um dilema entre o ensino da ética e o bom exercício da paternidade exerce a função sintática de
complemento nominal.
( ) A oração que sociedades e culturas mudam exerce a função sintática de objeto direto.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é


a) V – V – F – F – V. 111
b) V – F – V – F – V.
c) F – V – F – V – V.
d) V – F – V – V – F.
e) F – V – V – F – F.
➢ Comentários:
GABARITO LETRA A
(V) A oração se eu estava levando um agasalho exerce a função sintática de objeto direto.
No período "Chegando à portaria, meu pai interfonou, perguntando se eu estava levando um agasalho.", a oração
destacada completa o sentido de perguntando.
Trata-se de uma oração subordinada substantiva objetiva direta: "quem pergunta" pergunta algo; esse algo, no período acima,
é se eu estava levando um agasalho (objeto direto de perguntando).
(V) A oração que, entre os governantes, viceja um grupo de imorais que roubam com criatividade e desfaçatezexerce a função
sintática de objeto direto.
No período Isso sem falar nas quase úlceras que me surgem ao ler o noticiário e saber que, entre os governantes, viceja um grupo
de imorais que roubam com criatividade e desfaçatez., o trecho destacado completa o sentido de saber.
Trata-se de uma oração subordinada substantiva objetiva direta: "quem sabe" sabe algo; esse algo, no período acima, é que,
entre os governantes, viceja um grupo de imorais que roubam com criatividade e desfaçatez.(objeto direto de saber)
(F) A oração que nunca chegaria a ponto de incentivá-los a serem escroques exerce a função sintática de objeto indireto.
No período Tenho certeza de que nunca chegaria a ponto de incentivá-los a serem escroques, mas poderia, como pai,
simplesmente ser mais omisso quanto a essas questões., o trecho destacado completa o sentido de certeza.
Trata-se de uma oração subordinada substantiva completiva nominal: "quem tem certeza" tem certeza de alguma coisa; essa
coisa, no período acima, é que nunca chegaria a ponto de incentivá-los a serem escroques. (complemento nominal de certeza)
(F) A oração que existe um dilema entre o ensino da ética e o bom exercício da paternidade exerce a função sintática
de complemento nominal.
No período O fato de pensar a respeito do assunto e de viver em um país em que existe um dilema entre o ensino da ética e o bom
exercício da paternidade já é causa para tristeza., o trecho destacado restringe o sentido de país.
Trata-se de uma oração subordinada adjetiva restritiva iniciada pelo pronome relativo que. Ela particulariza o sentido do
substantivo país e não é separada da anterior por vírgula.
Orações subordinadas adjetivas exercem a função sintática de adjunto adnominal e não de complemento nominal.
(V) A oração que sociedades e culturas mudam exerce a função sintática de objeto direto.
No período Além disso, porque acredito que sociedades e culturas mudam., o trecho destacado completa o sentido de acredito.
Trata-se de uma oração subordinada substantiva objetiva direta. O verbo acreditar, regra geral, é transitivo indireto: "quem
acredita" acredita em algo. Porém, quando o objeto desse verbo é oracional, ele pode ser empregado como transitivo direto.
LETRA "A"-CORRETA: V – V – F – F – V.
LETRA "B"-ERRADA: V – F – V – F – V.
LETRA "C"-ERRADA: F – V – F – V – V.
LETRA "D"-ERRADA: V – F – V – V – F.
LETRA "E"-ERRADA: F – V – V – F – F.
117. FAURGS 2017
Normalmente, acreditamos que uma teoria dos afetos não contribui para o esclarecimento da natureza dos impasses dos vínculos
sociopolíticos. Aceitamos que a dimensão dos afetos diz respeito à vida individual dos sujeitos, enquanto a compreensão dos
problemas ligados aos vínculos sociais exigiria uma perspectiva diferente, capaz de descrever o funcionamento estrutural da
sociedade e de suas esferas de valores. Os afetos nos remeteriam a sistemas individuais de fantasias e crenças, o que
impossibilitaria a compreensão da vida social como sistema de regras e normas.
Tal distinção não seria só uma realidade de fato, mas uma necessidade de direito. Pois, quando os afetos entram na cena política,
eles só poderiam implicar a impossibilidade de orientar a conduta a partir de julgamentos racionais, universalizáveis por serem
baseados na procura do melhor argumento.
No entanto, um dos pontos mais ricos da experiência intelectual de Sigmund Freud é a insistência na possibilidade de ultrapassar
tal dicotomia. Freud não cansa de nos mostrar quão fundamental é uma reflexão sobre os afetos, no sentido de uma consideração
sistemática sobre a maneira como a vida social e a experiência política produzem e mobilizam afetos que funcionarão como base
de sustentação geral para a adesão social. Maneira de lembrar a necessidade de desenvolver uma reflexão social que parta da
perspectiva dos indivíduos, não se contentando com a acusação de "psicologismo" ou com descrições sistêmico-funcionais da vida
social.
O que não poderia ser diferente para alguém que insistia em afirmar: "Mesmo a sociologia, que trata do comportamento dos
homens em sociedade, não pode ser nada mais que psicologia aplicada. Em última instância, só há duas ciências, a psicologia,
pura e aplicada, e a ciência da natureza".
Mas, em vez de ver sujeitos como agentes maximizadores de utilidade ou como mera expressão calculadora de deliberações
racionais, Freud prefere compreender a forma como indivíduos produzem crenças, desejos e interesses a partir de certos circuitos
de afetos quando justificam, para si mesmos, a necessidade de aquiescer à norma, adotando tipos de comportamentos e
recusando repetidamente outros.

Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019


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A perspectiva freudiana não é, no entanto, apenas a expressão de um desejo de descrever fenômenos sociais a partir da intelecção
de seus afetos. Freud quer também compreender como afetos são produzidos e mobilizados para bloquear o que normalmente 112
chamaríamos de "expectativas emancipatórias". Pois a vida psíquica que conhecemos, com suas modalidades de conflitos,
sofrimentos e desejos, é uma produção de modos de circuito de afetos.
Adaptado de: SAFATLE, Vladimir. Circuito dos Afetos:
Corpos Políticos, Desamparo, Fim do Indivíduo. São Paulo: Cosac Naify, 2015. p. 47-48. Disponível em: http://www1.folha.
uol.com.br/ilustrissima/2015/09/1680461-leia-trecho-delivro- inedito-de-vladimir-safatle.shtml. Acesso em 3 de agosto de
2017.
Qual das estruturas abaixo corresponde a uma oração subordinada adjetiva?
a) que uma teoria dos afetos não contribui para o esclarecimento da natureza dos impasses dos vínculos sociopolíticos
b) que a dimensão dos afetos diz respeito à vida individual dos sujeitos
c) quando os afetos entram na cena política
d) quão fundamental é uma reflexão sobre os afetos
e) que funcionarão como base de sustentação geral para a adesão social
➢ Comentários:
Gabarito: Letra E.
No trecho "(...) afetos que funcionarão como base de sustentação geral para a adesão social", o segmento destacado é iniciado
pelo pronome relativo "que", termo que retoma o vocábulo "afetos". Nesse contexto, a expressão em destaque exerce a função
de adjunto adnominal, sendo classificada como oração subordinada adjetiva restritiva. Logo, eis a resposta: opção (E).
Nas demais opções:
a) na passagem "acreditamos que uma teoria (...) vínculos sociopolíticos", o segmento destacado complementa o sentido do
verbo "acreditar", sendo uma oração subordinada substantiva. Nesse contexto, a oração destacada é iniciada pela conjunção
subordinativa integrante "que".
b) em "Aceitamos que a dimensão dos afetos (...) dos sujeitos", novamente temos um segmento que complementa o sentido de
um verbo, funcionando como complemento verbal. Nesse contexto, a oração destacada é subordinada substantiva objetiva direta,
introduzida pela conjunção subordinativa integrante "que".
c) na passagem "Pois, quando os afetos entram na cena política, (...)", o segmento destacado é uma oração subordinada
adverbial, exprimindo, por meio do nexo textual "quando", matiz semântico de tempo.
d) em "Freud não cansa de nos mostrar quão fundamental é uma reflexão sobre os afetos", o segmento destacado complementa
o sentido do verbo transitivo direto "mostrar", segmento este classificado como oração subordinada substantiva objetiva direta.
Orações subordinadas adjetivas
Orações Subordinadas Adjetivas: exercem função sintática de adjetivo, introduzidas pelos pronomes relativos "quem", "que",
"quanto", "o qual", "cujo", "como", "quando", "onde". Vale destacar que a função de adjetivo exercida por essas orações é a de
adjunto adnominal.
A) Oração Subordinada Adjetiva Restritiva
Limita, restringe o sentido do termo antecedente. Não deve ser isolada por vírgulas, em regra.
Exemplo: A pessoa que lê mais conversa melhor.
Percebam que a frase acima não fala sobre qualquer pessoa, mas especificamente sobre a pessoa que lê mais, ou seja, há um
elemento restritivo na oração, uma característica que limita o termo "pessoa".
Exemplo: As crianças que foram ao parque ganharam um saco de pipoca da .
Percebam que a oração "que foram ao parque" limita o termo "crianças", pois não foram todas as crianças que ganharam o saco
de pipoca, mas apenas as que foram ao parque.
B) Oração Subordinada Adjetiva Explicativa
Apenas explica um termo anterior, generaliza ou acrescenta comentário. Sempre aparece isolada por vírgulas, travessões ou
parênteses.
Exemplo: Os homens, que são mortais, agem como se nunca fossem morrer.
Percebam que a oração "que são mortais" generaliza o termo "homens", pois todos os homens são mortais.
Exemplo: João, que é advogado, trabalha muito.
Percebam que a oração "que é advogado" acrescenta uma informação (tece um comentário).
118. FAURGS 2011
A questão refere-se ao texto abaixo.
Há na palavra tolerância algo de condescendente, se não de desdenhoso, que incomoda. Lembrem-se do chiste do poeta francês
Paul Claudel: "Tolerância? Há casas para isso!" Isso diz muito sobre Claudel e sobre a tolerância. Tolerar as opiniões do outro acaso
já não é considerá-las inferiores ou incorretas? À rigor, só podemos tolerar aquilo que teríamos o direito de impedir(a): se as
opiniões são livres, como devem ser, não dependem, pois, da tolerância! Daí um novo paradoxo da tolerância, que parece invalidar
sua noção(b). Se as liberdades de crença, de opinião, de expressão e de culto são de direito, não podem ser toleradas, mas
simplesmente respeitadas, protegidas, celebradas.
A palavra tolerante, no entanto, impôs-se, na linguagem corrente, para designar a virtude que se opõe ao fanatismo(c), ao
sectarismo, ao autoritarismo, em suma... à intolerância. Esse uso não me parece desprovido de razão: ele reflete, na própria
virtude que a supera(d), a intolerância de cada um. Em verdade, só se pode tolerar o que se teria o direito de impedir, de condenar,
de proibir. Mas esse direito que nós não temos quase sempre temos a sensação de tê-lo. Não temos razão de pensar o que
pensamos? E, se temos razão, como os outros não estariam errados? E como a verdade poderia aceitar – a não ser por tolerância
– a existência ou a continuidade do erro? O dogmatismo sempre renasce, ele nada mais é que um amor ilusório e egoísta da
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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verdade. Por isso chamamos de tolerância o que, se fôssemos mais lúcidos, mais generosos, mais justos, deveria chamar-se
respeito, de fato, ou simpatia ou amor... Portanto, é a palavra que convém(e), pois o amor falta, pois a simpatia falta, pois o respeito 113
falta.
A tolerância – por menos exaltante que seja esta palavra – é, pois, uma solução passável; a espera de melhor, isto é, de que os
homens possam se amar ou simplesmente se conhecer e se compreender, demo-nos por felizes com que eles comecem a se
suportar.
Adaptado de: COMTE-SPONVILLE, A. Pequeno Tratado das Grandes Virtudes. São Paulo, Martins Fontes, 1999. p.186- 188.
Disponível no site do COMITÊ DA CULTURA DE PAZ: http://www.comitepaz.org.br/comte4.htm
Assinale a alternativa em que a palavra que, no texto, introduz uma oração adjetiva explicativa.
a) que teríamos o direito de impedir...
b) que parece invalidar sua noção...
c) que se opõe ao fanatismo...
d) que a supera...
e) que convém...
➢ Comentários:
A alternativa "B" é a CORRETA.
Devemos indicar o trecho cujo "que" destacado introduza uma oração adjetiva explicativa.
Quando introduz a oração adjetiva, o "que" é um pronome relativo que retoma um termo ou uma expressão antecedente. As
orações adjetivas são introduzidas por pronome relativo e podem ser restritivas (sentido de restrição) ou explicativas (sentido de
explicação). Uma forma bem simples de identificar uma oração adjetiva explicativa é a pontuação: as orações explicativas sempre
devem ser separadas da oração principal, ao contrário das orações restritivas.
Alternativa "A": "A rigor, só podemos tolerar aquilo que teríamos o direito de impedir: se as opiniões são livres, como devem ser,
não dependem, pois, da tolerância!"
INCORRETA. O segmento destacado é uma oração subordinada adjetiva restritiva. Veja que a oração adjetiva não está separada
da oração principal "só podemos tolerar aquilo". O pronome relativo "que" retoma "aquilo".
Alternativa "B": "Daí um novo paradoxo da tolerância, que parece invalidar sua noção."
CORRETA. O segmento destacado está antecedido por uma vírgula que o separa da oração principal. O "que" retoma "um novo
paradoxo da tolerância" e introduz a oração subordinada adjetiva explicativa. Assim, essa é a alternativa correta.
Alternativa "C": "A palavra tolerante, no entanto, impôs-se, na linguagem corrente, para designar a virtude que se opõe ao
fanatismo, ao sectarismo, ao autoritarismo, em suma... à intolerância."
INCORRETA. O segmento destacado é uma oração subordinada adjetiva restritiva, que não está separada da oração principal. O
pronome relativo "que" retoma "virtude".
Alternativa "D": "Esse uso não me parece desprovido de razão: ele reflete, na própria virtude que a supera, a intolerância de cada
um."
INCORRETA. O segmento destacado não está separado da oração principal, portanto é uma oração subordinada adjetiva
restritiva. O pronome relativo "que" retoma "virtude".
Alternativa "E": "Portanto, é a palavra que convém, pois o amor falta, pois a simpatia falta, pois o respeito falta."
INCORRETA. Mais uma vez, o segmento não está separado da oração principal. Essa é uma oração subordinada adjetiva restritiva,
introduzida pelo pronome relativo "que" retomando "palavra".
119. FAURGS 2010
A questão refere-se ao texto abaixo.
A Casa Branca anunciou há poucos dias que o campo controverso da biologia sintética ou da manipulação de DNA de organismos
para criar novas formas de vida traz riscos calculáveis e que seu avanço(a) deve ser permitido.
Um painel de especialistas reunido pelo presidente americano, Barack Obama, recomendou vigilância e autorregulação enquanto
os cientistas procuram formas de criar novos organismos que possam resultar(b) em inovações úteis em energia limpa, controle
da poluição e medicina. A Comissão Presidencial para o Estudo de Questões Bioéticas concluiu: "A biologia sintética é capaz de
feitos significativos, mas limitados, com riscos limitados." "Os desenvolvimentos futuros podem despertar novas objeções, mas a
comissão não encontrou razões para endossar regulações federais adicionais ou uma moratória no trabalho neste campo por
enquanto", acrescentou o relatório.
O painel com 13 cientistas, especialistas em ética e em políticas públicas, foi criado por Obama no ano passado. Sua primeira
missão foi considerar a questão da biologia sintética, depois que o Instituto J. Craig Venter anunciou(c), em maio, ter desenvolvido
a primeira bactéria auto-replicável controlada por um genoma sintético.
Para os críticos, a descoberta era o equivalente a "brincar de Deus", criando organismos sem o entendimento adequado sobre as
consequências, perturbando a ordem natural.
Ao anunciar a criação da "primeira célula sintética", o chefe das pesquisas, Craig Venter, disse na época: "Certamente mudou
minha visão sobre as definições da vida e de como ela funciona." Mas a Comissão informou que a equipe de Venter não criou(d)vida
realmente, já que o trabalho envolveu(e), sobretudo, a alteração de uma forma de vida já existente.
Adaptado de: Casa Branca dá sinal verde à pesquisa de vida artificial. Folha.com. Ciência. Disponível em
<http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/846793-casabranca- da-sinal-verde-a-pesquisa-de-vida-artificial.shtml>. 16/12/2010,
16h02min.
Assinale a alternativa em que a palavra que introduz uma oração com sentido restritivo no texto.
a) que seu avanço...
b) que possam resultar...
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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c) que o Instituto J. Craig Venter anunciou,...


d) que a equipe de Venter não criou... 114
e) que o trabalho envolveu...
➢ Comentários:
A alternativa "B" é a CORRETA.
Essa questão trata do termo "que".
Devemos indicar o trecho em que a palavra "que" introduz uma oração com sentido restritivo.
As orações subordinadas adjetivas restritivas são introduzidas por um pronome relativo que retoma um termo ou uma expressão
anterior. A oração restritiva NÃO é separada da oração principal e limita ou restringe o sentido do termo referente. Vamos analisar
as opções que temos.
Alternativa "A": A Casa Branca anunciou há poucos dias que o campo controverso da biologia sintética ou da manipulação de DNA
de organismos para criar novas formas de vida traz riscos calculáveis e que seu avanço deve ser permitido.
INCORRETA. O verbo "anunciar" está implícito antes do segmento destacado:
→ A Casa Branca anunciou há poucos dias que o campo controverso da biologia sintética ou da manipulação de DNA de
organismos para criar novas formas de vida traz riscos calculáveis e ANUNCIOU que seu avanço deve ser permitido.
Assim fica mais fácil perceber que a oração destacada complementa o sentido do verbo transitivo direto "anunciar" (anunciar
alguma coisa). Essa é uma oração subordinada substantiva objetiva direta, que exerce a função de objeto direto e é introduzida
pela conjunção integrante "que".
Alternativa "B": Um painel de especialistas reunido pelo presidente americano, Barack Obama, recomendou vigilância e
autorregulação enquanto os cientistas procuram formas de criar novos organismos que possam resultar em inovações úteis em
energia limpa, controle da poluição e medicina.
CORRETA. O pronome relativo "que" retoma "novos organismos" e introduz a oração subordinada adjetiva restritiva. Veja que
essa oração adjetiva não é separada da oração principal e limita o sentido da expressão referente. A oração destacada indica que
os cientistas procuram formas de criar apenas aqueles organismos (os que podem resultar em inovações úteis em energia limpa,
controle da poluição e medicina).
Alternativa "C": Sua primeira missão foi considerar a questão da biologia sintética, depois que o Instituto J. Craig Venter anunciou,
em maio, ter desenvolvido a primeira bactéria autorreplicável controlada por um genoma sintético.
INCORRETA. A oração destacada é iniciada pelo conectivo "depois que", que é uma locução conjuntiva temporal. Assim, essa é
uma oração subordinada adverbial temporal, que indica sentido de tempo, e não de restrição.
Alternativa "D": Mas a Comissão informou que a equipe de Venter não criou vida realmente, já que o trabalho envolveu,
sobretudo, a alteração de uma forma de vida já existente.
INCORRETA. A oração destacada complementa o sentido do verbo transitivo direto "informar", portanto é uma oração
subordinada substantiva objetiva direta (exerce função de objeto direto), introduzida pela conjunção integrante "que". Não há
sentido de restrição.
Alternativa "E": Mas a Comissão informou que a equipe de Venter não criou vida realmente, já que o trabalho envolveu,
sobretudo, a alteração de uma forma de vida já existente.
INCORRETA. A expressão "já que" é uma locução conjuntiva causal. Assim, o segmento destacado é uma oração subordinada
adverbial causal. Não há sentido de restrição.
Funções sintáticas dos pronomes relativos
Para que usamos pronomes relativos? Para evitar repetições desnecessárias, deixar o texto mais fluido, com mais qualidade.
Vejamos:
Ela é a professora. Eu encontrei ontem a professora.
Gurizada, acima temos um bom exemplo de texto? Não! A repetição da palavra "professora" em duas orações tão curtas e
próximas prejudica bastante a qualidade do discurso. Olha só que diferença:
Ele é oficial de justiça que encontrei ontem.
Agora temos um texto bem organizado, coeso e sem repetições desnecessárias, graças ao pronome relativo QUE.
A banca vai perguntar o quê? A função desse QUE na oração que ele inicia! Vamos lá!
Ela é a professora que encontrei ontem.
Sabemos que o “que” retoma professora. Para sabermos a função do pronome relativo, faremos o seguinte:
- substituir o pronome relativo pelo termo retomado (apenas para checagem)
- analisar qual seria a função desse termo na oração iniciada pelo QUE
- a função que o termo retomado teria será a função do QUE
Colocando em prática:
Ela é a professora que encontrei ontem.
Trocando o QUE pelo termo retomado:
Professora encontrei ontem.
Qual a função de "professora" nessa oração?
Eu (sujeito) encontrei (verbo transitivo direto) a professora (objeto direto) ontem (adjunto adverbial).
Então a função do QUE (pronome relativo) é: objeto direto da oração que ele inicia. Pronto!!
1) O filme a que assistimos é bom.
O filme a que assistimos.
Qual a função de "o filme" nessa oração?
Nós (sujeito) assistimos (verbo transitivo indireto) ao filme (objeto indireto). Assim, a função do QUE é objeto indireto.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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2) Ele é o ator que deu a entrevista.


O ator deu a entrevista. 115
Qual a função de "o ator" nessa oração?
O ator (sujeito) deu (verbo transitivo direto) a entrevista (objeto direto). Assim, a função do QUE é sujeito.
3) Finalmente, comprei um livro a que tenho amor.
Ao livro tenho amor.
Eu (sujeito) tenho (verbo transitivo direto) amor (objeto direto) ao livro (complemento nominal). Assim, a função do QUE
é complemento nominal.
4) O shopping em que comprávamos roupas foi ampliado.
Comprávamos roupas no shopping.
Nós (sujeito) comprávamos (verbo transitivo direto) roupas (objeto direto) no shopping (adjunto adverbial de lugar). Assim, a
função do QUE é adjunto adverbial.
Pronto, agora vamos olhar funções sintáticas exercidas por outros pronomes relativos (cai bem menos em prova):
1) A pessoa a quem obedecemos não está aqui.
Obedecemos à pessoa.
Nós (sujeito) obedecemos (verbo transitivo indireto) à pessoa(objeto indireto). Assim, o QUEM tem função de objeto indireto.
2) João Pessoa cujas praias são lindas é um ótimo destino de férias.
ATENÇÃO! O pronome relativo cujo(a)(s) geralmente tem sentido de posse: praias de João Pessoa. Quando isso acontecer, ele
terá função de adjunto adnominal.
3) O país onde moramos tem muitas belezas naturais.
Nós moramos no país.
Nós (sujeito) moramos (verbo intransitivo) no país (adjunto adverbial de lugar). O pronome ONDE tem função de adjunto
adverbial de lugar.
4)A mulher por quem sou apaixonado esteve aqui.
Eu (sujeito) sou (verbo de ligação) apaixonada (predicativo do sujeito) pela mulher (complemento nominal). O QUEM tem função
de complemento nominal.
125. FAURGS 2017 – Questão Inédita:
No que se refere às funções sintáticas do pronome relativo, considere as afirmações abaixo.
I - Em “A flor que plantei há meses floresceu”, o pronome relativo exerce função de predicativo.
II - Em “Este é o colega a quem emprestei a mala”, o pronome relativo exerce função de objeto indireto.
III - Em “Este é o artista por quem a tela foi pintada”, o pronome relativo exerce função de agente da passiva.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.
➢ Comentários:
Gabarito: Letra D.
I. Errada. Em "A flor que plantei há meses floresceu", o pronome relativo "que" retoma o termo "flor", núcleo do sintagma "A
flor". Nesse contexto, a forma pronominal relativa introduz a oração subordinada adjetiva restritiva "que plantei há meses",
funcionando sintaticamente como sujeito do verbo "plantar".
II. Certa. No trecho "Este é o colega a quem emprestei a mala", o verbo "emprestar" é transitivo direto e indireto, cuja rede
argumental é complementada pelos sintagmas "a mala" (objeto direto) e "a quem" (objeto indireto). Assim, está correta a
afirmação da banca.
III. Certa. No trecho "Este é o artista por quem a tela foi pintada", a expressão "foi pintada" é uma locução verbal de voz passiva
analítica. Nesse contexto, o sintagma "por quem" funciona como agente da passiva, validando a afirmação do examinador.
126. FAURGS 2015
Quer ter hábitos de vida mais saudáveis e perder peso com mais facilidade? Além da combinação clássica de mais atividade física
com melhor alimentação, dois novos estudos sugerem que topar o desafio na companhia do parceiro ou de um grupo pode fazer
toda a diferença.
No primeiro trabalho, da Universidade College of London, do Reino Unido, especialistas avaliaram mais de 3.700 casais.
Concluíram que é muito mais fácil parar de fumar, perder peso e fazer exercícios quando a cara-metade também arregaça as
mangas e compra a briga.
Só para citar um exemplo: 50% das mulheres que fumavam no estudo conseguiram largar o cigarro quando o companheiro tentou
junto. Entre as mulheres _____ parceiro já era um ex-fumante (portanto, não a acompanhou na tentativa.), só 17% conseguiram
parar. Entre aquelas _____ marido continuou a fumar, o índice de sucesso ficou em apenas 8%.
Num outro trabalho, da Universidade de East Anglia, também do Reino Unido, pesquisadores revisaram 42 estudos envolvendo
mais de 1.800 pessoas. Constataram que fazer atividade física em grupo diminui a ocorrência de condições que ameaçam a saúde,
como doença coronariana, derrames, depressão e até alguns tipos de câncer.
Para os especialistas, caminhar em grupo faz as pessoas se exercitarem por mais tempo do que fariam sozinhas, além de estimular
treinos mais vigorosos. As atividades coletivas também mostram ganhos psicológicos. Os praticantes ficam menos isolados. A

Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019


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combinação de benefícios físicos e psicológicos pode reduzir sintomas depressivos e estresse. Para muitos dos homens e mulheres
pesquisados, os grupos podem facilitar a adesão à atividade física regular e converter as caminhadas num novo hábito de vida. 116
Os dois estudos mostram que ter companhia na hora de mudar o estilo de vida pode ser fator decisivo para o sucesso da
empreitada. Quer seja na companhia do parceiro ou de um grupo, fica mais fácil vencer as resistências e encarar a mudança. Que
tal tentar?
Adaptado de: BOUER, Jairo. Invista em companhia nos exercícios para mudar hábitos. http://epoca.globo.com/colunas-e-
blogs/jairobouer/ noticia/2015/02/invista-em-bcompanhia-nosexerciciosb- para-mudar-habitos.html - Acessado em 6 de abril
de 2015
Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas das linhas.
a) cujo o – cujo o
b) cujo – cujo o
c) cujo – cujo
d) cujos – cujos
e) cujas – cujas
➢ Comentários:
Gabarito: LETRA C.
Conforme os cânones gramaticais, o pronome relativo "cujo" indica ideia de posse. Esse pronome deve ficar
entre possuidor e possuído. Exemplo: moro em uma cidade cujas praias são lindas.
Note que o termo "cidade" é o possuidor, enquanto o termo "praias" é o possuído (as praias são da cidade). Também é importante
observar que o pronome cujo sempre concorda com o termo posterior. Vejamos alguns exemplos:
• Eu tenho um carro cuja cor é preta.
• Eu tenho um carro cujo documento está vencido.
• Eu tenho um carro cujas portas são machucadas.
• Eu tenho um carro cujos parafusos estão frouxos.
Observação: nunca se deve usar formas como "cujo o", "cujo a", "cujo os" e "cuja as". Elas são inadequadas, pois o próprio
pronome "cujo" já se flexiona.
Agora temos bagagem para resolver a questão! Vamos lá?!
Primeira lacuna: entre as mulheres CUJO parceiro já era um ex-fumante...
O pronome "cujo" está na forma masculina singular para concordar com o substantivo "parceiro".
Note também a ideia de posse: o parceiro é das mulheres.
Segunda lacuna: entre aquelas CUJO marido continuou a fumar...
O pronome "cujo" está na forma masculina singular para concordar com o substantivo "marido".
Note também a ideia de posse: o marido é aquelas mulheres.
Funções Sintáticas dos Pronomes Átonos:
Sabemos que os PRONOMES PESSOAIS são divididos da seguinte forma:
1) Pronomes pessoais retos
2) Pronomes pessoais oblíquos (tônicos e átonos)
3) Pronomes de tratamento
Falei com vocês sobre eles no capítulo de pronomes, mas aqui focaremos nas funções sintáticas exercidas pelos pronomes
oblíquos átonos.
PRONOMES OBLÍQUOS ÁTONOS
Estes pronomes NÃO são acompanhados de preposição.
1ª pessoa do singular me
2ª pessoa do singular te
3ª pessoa do singular o, a, se, lhe
1ª pessoa do plural nos
2ª pessoa do plural vos
3ª pessoa do plural os, as, se, lhes
FUNÇÕES SINTÁTICAS DOS PRONOMES OBLÍQUOS ÁTONOS
OS PRONOMES O(s), A(s) OCUPAM FUNÇÃO DE OBJETO DIRETO.
Exemplo: Ela vê o rapaz com amor.
Usando um pronome oblíquo: Ela o vê com amor.
O verbo "ver" está empregado como transitivo direto (ver alguém), assim o pronome "o" funciona como objeto direto (substitui
rapaz).
Exemplo: Entreguei a carta ao vizinho.
Usando um pronome oblíquo: Entreguei-a ao vizinho.
O verbo "entregar" está empregado como transitivo direto e indireto (entregar algo a alguém). O pronome oblíquo "a" funciona
como objeto direto (substitui carta), "ao vizinho" é objeto indireto.
Exemplo: Muitos problemas atingiram a população neste mês.
Usando um pronome oblíquo: Muitos problemas atingiram-na neste mês.
O verbo "atingir" está empregado como transitivo direto (atingir algo, atingir alguém). Vale lembrar que os pronomes oblíquos
sofrem transformação quando se unem a uma forma verbal terminada em ditongo nasal (AM, EM, ÕE, ÃO, ÃE): a = na, as = nas, o
= no, os = nos.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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OS PRONOMES LHE(s) OCUPAM FUNÇÃO DE OBJETO INDIRETO.


Exemplo: Enviei flores a minha mãe. 117
Usando um pronome oblíquo: Enviei-lhe flores.
O verbo "enviar", nesta oração, é transitivo direto e indireto (enviar algo a alguém). "Flores" é objeto direto, "lhe" é objeto indireto
(substitui "a minha mãe").
Exemplo: Maria pagará o dinheiro ao amigo.
Usando um pronome oblíquo: Maria lhe pagará o dinheiro.
O verbo "pagar" aparece como transitivo direto e indireto (pagar algo a alguém). O objeto direto é "o dinheiro", "lhe" é o objeto
indireto (substitui "ao amigo").
OS PRONOMES ME, TE, SE, NOS, VOS podem exercer função de objeto direto ou indireto.
OBJETO DIRETO
Exemplo: Ele não me chamou para a festa.
O verbo "chamar", nesta oração, é transitivo direto (chamar alguém). O "me" funciona, portanto, como objeto direto. Chamou
quem? ME (refere-se à primeira pessoa do singular - eu).
Exemplo: João, não te esperaram ontem.
O verbo "esperar" está empregado como transitivo direto (esperar alguém). Assim, o "te" funciona como objeto direto. Não
esperaram quem? TE (refere-se a João).
Exemplo: Deus nos ama.
O verbo "amar" é transitivo direto (amar alguém). O "nos" funciona como objeto direto. Deus ama quem? NOS (refere-se à terceira
pessoa do plural - nós).
Exemplo: Rapunzel penteou-se durante três horas.
O verbo "pentear" é transitivo direto (pentear alguém), mas ele tem sentido reflexivo na oração acima (pentear ela mesma), assim
o "se" é pronome reflexivo que funciona como objeto direto. Rapunzel penteou quem? SE (ela mesma).
Conseguir substituir o pronome átono (me, te, nos, etc) por pronome tônico com preposição (a mim, a ti, a nós, etc) não torna
esse pronome objeto indireto!! Para sabermos o tipo de complemento, precisamos focar no verbo, na REGÊNCIA VERBAL.
OBJETO INDIRETO:
Exemplo: Eles sempre me pedem paciência.
O verbo "pedir", nesta oração, é transitivo direto e indireto (pedir algo a alguém). "Paciência" é o objeto direto e "me" é objeto
indireto. Pedem paciência a quem? ME (refere-se à primeira pessoa do singular - eu).
Exemplo: Professor, os alunos não te obedecem.
O verbo "obedecer" é transitivo indireto (obedecer a alguém). Temos o pronome "te" como objeto indireto. Não obedecem a
quem? TE (refere-se ao professor).
Exemplo: Aqueles livros vos pertencem?
O verbo "pertencer" é transitivo indireto (pertencer a alguém). O pronome "vos" é o objeto indireto. Aqueles livros pertencem a
quem? VOS. (refere-se à segunda pessoa do plural - vós).
OS PRONOMES OBLÍQUOS ÁTONOS COM FUNÇÃO DE ADJUNTO ADNOMINAL (sentido de posse)
Minha gente, já não é mais raro as bancas cobrarem conhecimento sobre pronomes oblíquos com sentido possessivo (função de
adjunto adnominal), assim fiquem de olho neles: LHE (s), ME, TE, SE, NOS, VOS (em suma, aqueles que podem ser objeto indireto).
Exemplo: Pegaram a minha carteira. (minha = adjunto adnominal)
Usando um pronome oblíquo: Pegaram-me a carteira. (me = substitui "minha", adjunto adnominal)
Exemplo: Ele puxou os teus cabelos. (teus = adjunto adnominal)
Usando um pronome oblíquo: Ele puxou-te os cabelos. (te = substitui "teus", adjunto adnominal)
Exemplo: A empresa comprou os nossos produtos. (nossos = adjunto adnominal)
Usando um pronome oblíquo: A empresa comprou-nos os produtos. (nos = substitui nossos, adjunto adnominal)
OS PRONOMES OBLÍQUOS ÁTONOS COM FUNÇÃO DE COMPLEMENTO NOMINAL
Os pronomes oblíquos átonos (ME, TE, SE, NOS, VOS, LHE) também pode exercer função de complemento nominal, mas alerto
que esse tipo de construção é bem mais raro em prova de concurso. Vale lembrar que, para isso, o pronome oblíquo
precisa completar o sentido de substantivos abstratos, adjetivos ou advérbios.
Exemplo: Tenha confiança em mim. (complemento nominal)
Usando pronome oblíquo: Tenha-me confiança. (complemento nominal)
Exemplo: Esse projeto é importante para nós. (complemento nominal)
Usando pronome oblíquo: Esse projeto nos é importante. (complemento nominal)
OS PRONOMES OBLÍQUOS ÁTONOS COM FUNÇÃO DE SUJEITO
Para exercer função de sujeito, precisamos da seguinte estrutura: verbo causativo (fazer, mandar, deixar, etc.) ou sensitivo (sentir,
ver, ouvir, etc.) com pronome oblíquo + verbo no infinitivo ou gerúndio.
Essa construção é rara e polêmica (há divergência entre os gramáticos sobre a função sintática desses pronomes), mas, se aparecer
na sua prova, provavelmente o gabarito será "função de sujeito".
Exemplo: Senti-o chegar. / Verbo sensitivo (senti) + pronome oblíquo (o) + verbo no infinitivo (chegar).
EQUIVALENTE A: Senti que ele chegou.
Assim, o pronome oblíquo "o" é sujeito do verbo "chegar". Quem chegou? Ele.
Exemplo: Ela me mandou correr. / Pronome oblíquo (me) + verbo causativo (mandou) + verbo no infinitivo (correr).
EQUIVALENTE A: Ela mandou que eu corresse.
Assim, o pronome oblíquo "me" é o sujeito do verbo "correr". Quem correr? Eu.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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Exemplo: João a ouviu cantando no jardim. Pronome oblíquo (a) + verbo sensitivo (ouviu) + verbo no gerúndio (cantando).
EQUIVALENTE A: João ouviu que ela cantava no jardim. 118
Assim, o pronome oblíquo "a" é o sujeito do verbo "cantando". Quem cantando? Ela.
127. FAURGS 2016
Todo mundo teve ao menos uma namorada esquisita, comigo não foi diferente. Beber é trivial, bebe-se por prazer, para
comemorar, para esquecer, para suportar a vida, mas beber para ficar de ressaca nunca tinha visto. Essa era Stela, ela bebia em
busca do lado escuro do porre. Acreditava que precisava desse terremoto orgânico para seu reequilíbrio espiritual.
Sua ressaca era diferente, não como a nossa, tingida de culpa pelo excesso. A dela era almejada, portanto com propriedades
metafísicas. Nem por isso passava menos mal, sofria muito, o desconforto era visível, pungente. Tomava coisas que poucos
profissionais do copo se arriscariam, destilados das marcas mais diabo. Ou então era revés de um vinho da Serra com nome de
Papa, algo que nem ao menos rolha tinha, era de tampinha. Bebida que, com sua qualidade, desonrava, simultaneamente, os
vinhos e o pontífice.
Não era masoquismo. Acompanhando suas peregrinações etílicas, cheguei a outra conclusão: ela realmente precisava daquilo.
Stela inventara uma religião do Santo Daime particular, caseira, sabia que era preciso passar pelo inferno para vislumbrar o céu.
Os porres eram uma provação cósmica, um ordálio voluntário, um encontro reverencial com o sagrado.
Depois da devastação do pileque, ela ficava melhor. Uma lucidez calma a invadia, sua beleza readquiria os traços que a marcavam,
seus olhos voltavam ao brilho que me encantara. Tinha mergulhado no poço da existência e reavaliado seus rumos. Durante dias
a paz reinava entre nós e entre ela e o mundo.
Mas bastava uma nova dúvida em sua vida, uma decisão a tomar, e ela requisitava mais um inferno para se repensar. A rotina era
extenuante. Quem aguenta uma mulher que, em vez de falar sobre a vida, mergulha num porre xamânico? Mas o amor perdoa.
Lá estava eu ajudando-a a levantar-se de mais uma triste manguaça. Fiquei expert em reidratar e reanimar mortos, em contornar
enxaquecas siderais e em amparar dengues existenciais.
Amava Stela pela inusitada maneira de consultar o destino. Triste era o desencontro. Eu cansado por cuidá-la depois de uma noite
mal dormida, servindo de enfermeiro, e ela radiante, prenha da energia que a purgação lhe rendera.
Stela era irredutível no seu método terapêutico, dizia que só nesse estado se encontrava com o melhor de seu ser. Reiterava que
era mais sábia durante o martírio. Insistia que, sóbria, em seu estado normal, sofria de um otimismo injustificado que lhe turvava
a realidade. Seu lema era: “Só na ressaca enxergamos o mundo como ele é”.
Um dia, sem muitas palavras, Stela foi embora. Alguma ressaca oracular deve ter lhe dito que eu não era bom para seu futuro.
Não a culpo.
Adaptado de: CORSO, M. O valor da ressaca. Zero Hora, n. 18489, 02/04/2016. Disponível em: http://www.clicrbs.com.b
/zerohora/ jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a5711255.xml&template= 3916.dwt&edition=28691&section=4572. Acessado
em 02/04/2016.
Considere as afirmações a seguir.
I - O pronome a exerce a função de objeto direto.
II - O pronome lhe exerce a função de complemento nominal.
III - O pronome lhe exerce a função de objeto indireto.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e III.
e) Apenas II e III.
➢ Comentários:
I. Certa. No segmento "Uma lucidez calma a invadia", o verbo "invadir" é transitivo direto, tendo seu sentido complementado pelo
pronome pessoal do caso oblíquo "a", que exerce a função de objeto direto. Contextualmente, a forma pronominal "a"
proporciona coesão, retomando "Stela".
II. Errada. Na passagem "prenha da energia que a purgação lhe rendera", o pronome destacado funciona como objeto indireto,
complementando o sentido da forma verbal "rendera", flexionada no Pretérito Mais-que-Perfeito do Indicativo. Segundo a cadeia
discursiva, o pronome "lhe" retoma "Stela".
III. Certa. No trecho "Alguma ressaca oracular deve ter lhe dito (...)", o pronome destacado complementa o sentido do verbo
transitivo direto e indireto "dizer", cuja rede argumental é composta pelo objeto direto oracional "que eu não era bom para seu
futuro" e pelo objeto indireto "lhe" (equivalente à expressão "a ela)". No contexto, a forma pronominal "lhe" retoma, novamente,
o nome "Stela".
Portanto, apenas as afirmações I e III estão corretas.
Gabarito: D.
128. FAURGS 2015
O estrangeiro
Hoje, mamãe morreu. Ou talvez ontem, não sei bem. Recebi um telegrama do asilo: “Sua mãe faleceu. Enterro amanhã. Sentidos
pêsames”. Isso não esclarece nada. Talvez tenha sido ontem.
O asilo de velhos fica em Marengo, a oitenta quilômetros de Argel. Vou tomar o ônibus às duas horas e chego ainda à tarde. Assim,
posso velar o corpo e estar de volta amanhã à noite. Pedi dois dias de licença a meu patrão e, com uma desculpa destas, ele não
podia recusar. Mas não estava com um ar muito satisfeito. Cheguei mesmo a dizer-lhe(b): “A culpa não é minha”. Não respondeu.
Pensei, então, que não devia ter dito isto. A verdade é que eu nada tinha por que me(a) desculpar. Cabia a ele dar-me(c) pêsames.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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Com certeza, irá fazê-lo depois de amanhã, quando me vir de luto. Por ora é um pouco como se mamãe não tivesse morrido.
Depois do enterro, pelo contrário, será um caso encerrado e tudo passará a revestir-se de um ar mais oficial. 119
Peguei o ônibus às duas horas. Fazia muito calor.
Como de costume, almocei no restaurante do Céleste. Estavam todos com muita pena de mim(d) e Céleste disse-me(c)(d): “Mãe, só
se tem uma”. Depois do almoço, quando saí, acompanharam-me(a)(b)(e) até a porta. Estava um pouco atordoado porque foi preciso
ir à casa de Emmanuel para lhe pedir emprestadas uma braçadeira e uma gravata preta. Ele perdeu o tio há alguns meses.
Corri para não perder o ônibus. Esta pressa, esta corrida, os solavancos, o cheiro da gasolina, a luminosidade da estrada e do céu,
tudo isso contribuiu, sem dúvida, para que eu adormecesse. Dormi durante quase todo o trajeto. E quando acordei estava apoiado
em um soldado, que sorriu e me perguntou se eu vinha de longe. Respondi “sim” para não ter de falar mais.
O asilo fica a dois quilômetros da aldeia. Fiz o percurso a pé. Quis ver mamãe imediatamente. Mas o porteiro disse-me(c) que eu
precisava procurar o diretor. Como ele estava ocupado, esperei um pouco. Durante todo este tempo o porteiro não parou de
falar. Depois o diretor recebeu-me(a)(b)(e) no seu gabinete. É um velhote, que tem a Legião de Honra. Fitou-me(d)(e) com seus olhos
claros. Depois apertou a minha mão e conservou-a durante tanto tempo na sua mão que não sabia mais como retirá-la.
Adaptado de: “O estrangeiro”, de Albert Camus, p. 13-14 (Rio de Janeiro: BestBolso, 2010).
Assinale a alternativa que apresenta uma sequência de pronomes em que todos poderiam ser substituídos por a mim, sem que
isso resultasse em erro gramatical ou alteração no sentido do texto.
a) me – me – me.
b) lhe – me – me.
c) me – me – me.
d) mim – me – me.
e) me – me – me.
➢ Comentários:
Gabarito: LETRA C.
Assinale a alternativa que apresenta uma sequência de pronomes em que todos poderiam ser substituídos por a mim, sem que
isso resultasse em erro gramatical ou alteração no sentido do texto.
Letra A: A verdade é que eu nada tinha por que me desculpar. / Depois do almoço, quando saí, acompanharam-me. / Depois o
diretor recebeu-me.
Aqui, o pronome "me" funciona como objeto direto dos verbos desculpar, acompanhar e receber. Esse pronome só pode ser
substituído por "a mim" quando exercer função de objeto indireto de um verbo que exige a preposição "a".
Exemplo: ela me ofereceu um presente (quem oferece, oferece algo a alguém) = ela ofereceu um presente a mim.
Letra B: Cheguei mesmo a dizer-lhe. / Depois do almoço, quando saí, acompanharam-me. /Depois o diretor recebeu-me.
Na primeira frase, o pronome destacado (lhe) pode ser substituído por "a ele" (e não por "a mim"), já que se refere ao patrão.
Nas outras duas frases, o pronome "me" funciona como objeto direto dos verbos acompanhar e receber. Logo, não é cabível a
substituição por "a mim".
Letra C: Cabia a ele dar-me pêsames. / Céleste disse-me. / Mas o porteiro disse-me que eu precisava procurar o diretor.
Quem dá, dá algo a alguém. No caso, dar pêsames a mim. Logo, a substituição de "me" por "a mim" é plenamente adequada na
primeira frase! Note que o pronome "me" funciona como objeto indireto do verbo dar.
Nas outras duas frases, pronome "me" funciona como objeto indireto do verbo dizer. Quem diz, diz algo a alguém. No caso, disse
(algo) a mim. Assim, a substituição de "me" por "a mim" é plenamente adequada na primeira frase! Note que o pronome "me"
funciona como objeto indireto do verbo dar.
Letra D: Estavam todos com muita pena de mim. / Céleste disse-me. / Fitou-me com seus olhos claros.
Na primeira frase, o pronome "mim" não pode ser substituído por "a mim" porque não há qualquer termo que exija a preposição
"a" no contexto.
Já na frase "Céleste disse-me", é possível substituir o pronome "me" por "a mim", já que ele funciona como objeto indireto
do verbo dizer. Quem diz, diz algo a alguém. No caso, disse (algo) a mim.
Na terceira frase, o pronome "me" funciona como objeto direto do verbo fitar. Logo, não é cabível a substituição por "a mim".
Como vimos acima, o pronome "me" só pode ser substituído por "a mim" quando exercer função de objeto indireto de um verbo
que exige a preposição "a". Exemplo: ela me ofereceu um presente (quem oferece, oferece algo a alguém) = ela ofereceu um
presente a mim.
Letra E: Depois do almoço, quando saí, acompanharam-me. / Depois o diretor recebeu-me. / Fitou-me com seus olhos claros.
Nas duas primeiras frases, o pronome "me" funciona como objeto direto dos verbos acompanhar e receber. Logo, não é cabível
a substituição por "a mim".
Na terceira frase, o pronome "me" funciona como objeto direto do verbo fitar. Logo, não é cabível a substituição por "a mim".
Como vimos acima, o pronome "me" só pode ser substituído por "a mim" quando exercer função de objeto indireto de um verbo
que exige a preposição "a".
Pontuação
Começaremos a abordar os sinais mais simples (e menos cobrados pelas bancas) e encerraremos esse módulo esmiuçando o tema
mais importante: a vírgula.
Vamos atracar o facão no toco.
PONTO
A "tia" do colégio sempre falava para colocarmos ponto no final das frases, gurizada. E, realmente, esse sinal de pontuação serve
basicamente para isto: indicar o fim de uma frase declarativa.
Exemplo: Fui à feira.
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Exemplo: Estudei muito, mas não tirei boas notas.


O ponto também é utilizado em abreviações: adj. (adjetivo), març. (março), etc. (et caetera). 120
Atenção! Não devemos utilizar reticências após "etc.", vejamos:
Está ERRADO: Ela comprou tomate, alface, cenoura, pepino, etc....
Está CERTO: Ela comprou tomate, alface, cenoura, pepino, etc.
PONTO DE INTERROGAÇÃO
O ponto de interrogação, como o próprio nome diz, indica um questionamento.
Exemplo: Você quer ir ao circo? (frase interrogativa direta)
Exemplo: Você foi mesmo aprovado no concurso?! (pergunta com sentido de admiração)
Exemplo: Pedro bebeu muito, poderia dirigir daquele modo? (Pergunta retórica: o interlocutor elabora um questionamento já
sabendo a resposta ideal.)
PONTO DE EXCLAMAÇÃO
O ponto de exclamação é utilizado para denotar admiração, surpresa, empolgação.
Exemplo: Eita! O jogo é hoje!
Exemplo: João foi aprovado no concurso!!
DOIS-PONTOS
O sinal de dois-pontos pode ser utilizado para: (olha ele aí em prática, rs...)
Exemplo: Eis as cores da bandeira: verde, amarelo, azul e branco.
Indicar enumeração Anteceder uma explicação
Exemplo: Ela só queria isto: ser aprovada no concurso.
Anteceder uma citação
Exemplo: Dizia o sábio: "Conhece-te a ti mesmo".
Indicar fala de personagens
Exemplo: A menina gritou: - Saia daqui!
TRAVESSÃO
O travessão é um sinal frequentemente utilizado em narrações, descrições e em diálogos. Vejamos alguns casos de seu uso:
Indicar a fala de personagem, mudança de interlocutor (discurso direto)
Exemplo: - Você é boba Rose! Por que você fez isso? (Jack Falando)
- Se você pula, eu pulo... Lembra? (Rose falando)
Saudades, Titanic, rsrsrsrs.
Para separar palavras, expressões ou frases explicativas intercaladas
Exemplo: A imagem de minha avó- mulher honesta, trabalhadora - não sai da minha cabeça.
PARÊNTESES
Os parênteses são utilizados para:
Destacar certas palavras, expressões ou orações
Exemplo: A China (país mais populoso do mundo) foi o destino escolhido para nossa próxima viagem.
Incluir dados bibliográficos
Exemplo: “Agora eu quero contar as histórias da beira do cais da Bahia.” (Jorge Amado, Mar Morto, 1936.)
ASPAS
Com frequência empregamos as aspas em citações, mas existem outras ocasiões em que elas podem ser usadas, vejamos:
Para indicar citações
Exemplo: "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas." (Antoine de Saint Exupéry)
Para indicar o uso de palavras estrangeiras
Exemplo: Aquela menina é viciada no "facebook".
Para indicar o uso de gírias, expressões populares
Exemplo: Ele gostar de dar um "rolé" aos sábados.
Para indicar nomes de sites, livros, jornais
Exemplo: A entrevista foi concedida ao jornal "O Globo".
Para indicar ironia
Exemplo: Percebendo a "beleza" do quadro, escolheu outro.
Para relativizar o significado de uma palavra ou expressão
Exemplo tirado de prova: Nada mais ofensivo para o velho do que dizer que ele tem “cabeça de jovem”.
As aspas empregadas para destacar a expressão "cabeça de jovem" relativizam o significado dela que, neste contexto, assume
característica pejorativa/negativa. Assim, o significado habitual da expressão é relativizado no contexto da frase e isto é
demarcado pelo emprego das aspas.
RETICÊNCIAS
As reticências marcam a suspensão lógica de um enunciado, vejamos algumas situações de uso desse sinal de pontuação:
Para indicar interrupção do pensamento
Exemplo: - Gostaria de dizer que...
- Cale-se, Jussara!
Para sugerir uma hesitação normal da fala
Exemplo: Eu gostaria de...conversar com você agora.
Para indicar continuidade de ação ou fato
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Exemplo: O tempo voa...


Para deixar o sentido da frase incompleto (permite interpretação pessoal do leitor) 121
Exemplo: Se você não atender o telefone...
PONTO E VÍRGULA
O ponto e vírgula é um sinal que indica uma pausa maior que a da vírgula e serve para:
Separar orações coordenadas que guardam relação semântica não unidas por conjunção
Exemplo: A seca castiga o sertanejo; a lavoura clama por água.
Separar itens de uma enumeração ou incisos de um artigo de lei
Exemplo: Na educação pública encontramos alguns problemas:
poucos professores;
falta de material escolar;
instalações físicas precárias.
Separar orações coordenadas que já possuem vírgula em seu interior
Exemplo: Pacificamente, os empregados pleiteavam alguns direitos; o patrão, todavia, de forma alguma, cedeu.
VÍRGULA
Agora falaremos sobre a "cereja do bolo", a queridinha das bancas, a maravilhosa e indispensável vírgula!
Não podemos usar a vírgula...
Apresentaremos, primeiramente, os casos de proibição do uso da vírgula, sabendo disso o candidato "desenrolará" boa parte das
questões que envolvem o tema.
1) Se ela separar sujeito de verbo
Gente, não importa o quanto o sujeito seja enorme, não devemos separá-lo do verbo, ok?
Está ERRADO: A fábrica alemã de calçados de couro legítimo, fechou as portas ontem.
sujeito verbo
Está CERTO: A fábrica alemã de calçados de couro legítimo fechou as portas ontem.
2) Se ela separar verbo de predicativo do sujeito
Está ERRADO: As meninas ficaram, felizes.
verbo predicativo
Está CERTO: As meninas ficaram felizes.
3) Se ela separar verbo de complemento
Está ERRADO: Maurício pacientemente comprou, alguns livros.
VTD O.D
Está CERTO: Maurício pacientemente comprou alguns livros.
4) Se ela separar adjunto adnominal (A.A) do substantivo correspondente
Está ERRADO: A querida, professora fará aniversário amanhã.
A.A substantivo (nome)
Está CERTO: Nossa querida professora fará aniversário amanhã.
5) Se ela separar complemento nominal (C.N) de substantivo correspondente
Está ERRADO: José tem orgulho, do filho.
subst. C.N
Está CERTO: José tem orgulho do filho.
6) Se ela separar locução verbal de voz passiva do agente da passiva
Está ERRADO: A paciente foi atendida, por um cardiologista.
locução verbal agente da passiva
Esta CERTO: A paciente foi atendida por um cardiologista.
7) Se a oração coordenada sindética aditiva estiver ligada por "e" ou por "nem"
Está ERRADO: Ela não foi à aula, nem justificou a falta.
Esta CERTO: Ela não foi à aula nem justificou a falta.
Antes de apresentarmos os casos de emprego da vírgula, precisamos ter em mente a "ordem normal" básica de uma oração:
SUJEITO + VERBO + COMPLEMENTO + A (Adjunto adverbial, Agente da passiva)
Entendo que a estrutura acima é a "normal", qualquer termo que aparecer no meio dela causando interrupção, em regra, será
demarcado por vírgulas. Também demarcaremos com vírgula termos que aparecerem em posições "anormais" (deslocados).
Exemplo: João, filho do professor, cantavahinosno coral.
sujeito VTD O.D adjunto adverbial
No exemplo acima, "filho do professor" é um aposto explicativo que "surgiu" entre o sujeito e o verbo, interrompendo a ordem
normal da oração e, por isso, isolado por vírgulas.
Exemplo: No coral, João, filho do professor, cantava hinos.
adjunto adverbial
Agora temos o adjunto adverbial "no coral" em uma posição "atípica", perceberam? Na primeira frase ele apareceu no final
(posição ideal) e agora aparece antecipado. Quando esse tipo de deslocamento ocorrer, poderemos (ou deveremos) empregar a
vírgula. No caso de adjuntos adverbiais longos (três palavras ou mais) a vírgula é obrigatória, quando os adjuntos adverbiais forem
curtos (exemplo em análise), a vírgula é facultativa.
Entendendo a estrutura básica da oração e tendo noção sobre o deslocamento de termos dentro dela, fica mais fácil assimilar os
casos de emprego da vírgula, vamos a eles?
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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TEORIA SISTEMATIZADA E QUESTÕES PARA OFICIAL DE JUSTIÇA 2019

Usamos a vírgula...
1) Para separar apostos e vocativos 122
Exemplo: Amor, estou muito cansada.
vocativo
Exemplo: Lili, irmã de João, está doente.
aposto
2) Para separar termos de uma enumeração (os termos possuem mesma função sintática)
Exemplo: Chiquinha, Seu Madruga, Quico e Dona Florinda são meus personagens favoritos da turma do Chaves.
3) Para isolar predicativo do sujeito deslocado
Exemplo: Conformada, a dançarina aceitou o troféu de terceiro lugar.
predicativo do sujeito
4) Para separar termos repetidos
Exemplo: A aluna estava cansada, cansada.
5) Para separar expressões retificativas, exemplificativas, explicativas
Exemplo: Eu queria passar no concurso, ou melhor, eu passarei!
Exemplo: O político, a meu ver, deve sempre usar uma linguagem clara, ou seja, de fácil compreensão. (exemplo retirado do
Manual de Redação da Presidência da República)
6) Para isolar adjuntos adverbiais deslocados
Adjunto longo (três palavras ou mais) - vírgula obrigatória
Adjunto curto - vírgula facultativa
Como explicamos no início desse tópico, o adjunto adverbial normalmente aparece no final da oração, assim o deslocamento dele
pode (ou deve) ser marcado por vírgula, vejamos:
Exemplo: No parque, as crianças corriam. -> Vírgula facultativa
Adjunto adverbial
Exemplo: Na reunião de ontem, os empresários resolveram alguns problemas. -> Vírgula obrigatória
Adjunto adverbial
7) Para indicar elipse (omissão) de um verbo
Exemplo: Eu estudo francês; ela, inglês.
A vírgula empregada após o pronome "ela" indica elipse (omissão) do verbo "estudar", pois a frase tem o seguinte sentido: Eu
estudo francês, ela estuda inglês.
8) Para separar orações coordenadas assindéticas (sem conjunção)
Exemplo: Acordava às sete horas da manhã, tomava um banho demorado, estudava por três horas.
9) Quando a conjunção "e" tiver sentido adversativo
Exemplo: Nadou tanto, e morreu na praia. (sentido de -> Nadou tanto, mas morreu na praia.)
Exemplo: Correu muito, e não alcançou o ônibus. (sentido de -> Correu muito, mas não alcançou o ônibus.)
10) Para separar orações coordenadas sindéticas adversativas
(mas, porém, contudo, todavia, entretanto, não obstante...)
Exemplo: Queria tomar sorvete, mas comi uma barrinha de cereais.
11) Para separar orações coordenadas sindéticas explicativas
(pois, porque, porquanto)
Exemplo: Precisamos trabalhar muito, pois a vida não é fácil.
12)Para separar orações coordenadas sindéticas conclusivas
(portanto, por isso, logo, assim, pois (depois do verbo)
Exemplo: Aquele colar é ouro; não enferruja, pois.
Exemplo: A chuva era muito forte, logo não saí de casa.
13)Para separar orações coordenadas sindéticas alternativas
(ou...ou, ora...ora, já...já)
Exemplo: Ou escolho agora, ou fico sem presente.
14) Para separar orações subordinadas adjetivas explicativas
Exemplo: O Brasil, que é um país tropical, é procurado por turistas do mundo inteiro.
or. adj. explicativa
15) Para separar orações subordinadas adverbiais (especialmente antecipadas ou intercaladas)

Exemplo: Quando ela chegou, João brincava no parque.


or. adv. temporal
Exemplo: Se a chuva diminuir, irei ao centro da cidade.
or.adv. condicional
Atenção! Quando a oração subordinada adverbial aparece na ordem "normal" (fim do período), a vírgula é facultativa, vejamos:
Exemplo: João brincava no parque, quando ela chegou. CERTO
Exemplo: João brincava no parque quando ela chegou. CERTO

16) Para isolar o lugar (topônimo) nas datas


Exemplo: Bagé, 08 de junho de 2019.

Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019


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129. FAURGS 2018:


A questão a seguir se refere ao texto abaixo. 123
A maioria das pessoas acha que conviver com robôs é algo futurista, mas, de certo modo, eles já estão entre nós, influenciando
decisões e, até mesmo, o rumo de nossas vidas. Do aplicativo que sugere sua próxima refeição, passando pelo serviço
de streaming ofertando o filme que você vai assistir, até os secretários pessoais que auxiliam em situações diárias, os sistemas de
inteligência artificial são uma realidade. Tudo isto constitui um caminho sem volta, na opinião de especialistas, que destacam os
benefícios das maravilhas digitais, mas também alertam que o avanço dessas tecnologias pode, no futuro, tornar a inteligência
humana obsoleta.
Robôs humanoides no cotidiano são ficção, não por limitações técnicas, mas pela dificuldade das pessoas em lidar com isso. “Basta
colocar um smartphone num boneco que anda”, brinca o cientista de dados Ricardo Cappra, que atuou na estratégia digital da
campanha presidencial de Barack Obama, em 2008. O exemplo pode parecer forçado, mas faz sentido. Celulares modernos têm
assistentes virtuais que impressionam.
Com inteligência artificial, eles conhecem os hábitos dos donos e personalizam seu funcionamento. Além de realizar tarefas
básicas, como organizar agenda, programar viagens e responder mensagens, eles analisam a rotina das pessoas e sugerem o
horário em que devem sair de casa para o trabalho, considerando o tráfego no trajeto habitual, avaliam o histórico de buscas para
oferecer notícias de interesse e podem até conversar, por voz, como uma “pessoa”.
Raúl Rentería, diretor do centro de pesquisas do Bing, da Microsoft, explica que a Cortana usa o conhecimento criado pelas
conexões entre entidades no buscador. Com a repetição das buscas, o motor aprende a relacionar as informações. Sabe, por
exemplo, que Flamengo é um bairro no Rio, mas também um time de futebol. E esses dados são usados pelo assistente virtual.
A inteligência artificial está em incontáveis outros serviços. Sites de comércio eletrônico analisam o perfil de buscas e compras de
cada cliente para fazer ofertas personalizadas. Serviços de streaming de vídeo, como YouTube e Netflix, avaliam o que já foi
assistido para sugerir opções ao gosto de cada um. Para especialistas, a digitalização facilitou a produção de informações, e a
inteligência artificial surge como um filtro necessário.
Carlos Pedreira, professor de Engenharia de Sistemas e Computação da Coppe/UFRJ, explica que as tecnologias de inteligência
computacional são desenvolvidas há anos, mas, recentemente, houve uma explosão no volume de dados e na capacidade de
armazenamento e processamento dessas informações, o chamado Big Data.
– Os benefícios não são apenas na área do marketing e serviços – diz Pedreira. – Apesar de eu achar que os humanos nunca serão
superados, existem situações em que os sistemas computacionais fazem coisas que não podemos. Na medicina, uma pessoa não
analisa 20 medidas por célula de um conjunto de dois milhões de células. Essas máquinas conseguem.
Nem todos são simpáticos ao fenômeno. O historiador israelense Yuval Harari, autor do best-seller “Sapiens – Uma breve história
da Humanidade”, acha que o ser humano se tornará obsoleto. Segundo ele, dentro de 40 anos, não só taxistas serão substituídos
por carros autômatos, mas cerca de 50% de todos os empregos em economias avançadas. Isso impõe um desafio de sobrevivência
da própria espécie.
– Provavelmente nós somos das últimas gerações do homo sapiens. Um bebê nascido hoje ainda terá netos, mas não estou certo
de que esses netos terão netos, ao menos não humanos. Dentro de um século ou dois, os humanos se tornarão super-humanos
ou desaparecerão. De qualquer forma, os seres que dominarão o planeta em 2200 serão mais diferentes de nós do que somos
diferentes dos chimpanzés – acredita Yuval Harari.
Adaptado de MATSUURA, Sérgio. Robôs podem tornar inteligência humana obsoleta, dizem especialistas. O Globo, Rio de
Janeiro, 18 de abril de 2016. Disponível em:
<https://oglobo.globo.com/sociedade/tecnologia/robospodem- tornar-inteligencia-humana-obsoleta-dizem-especialistas-
19109977>. Acesso em: 10 jan. 2018.
Considere a análise dos seguintes casos de emprego de vírgula no texto.
I - É obrigatório o emprego da vírgula antes do pronome relativo que.
II - Empregou-se a vírgula antes da conjunção e por estar relacionando duas orações coordenadas com sujeitos diferentes.
III - A vírgula que antecede a conjunção mas poderia ter sido omitida, pois é facultativo o uso da vírgula neste caso.
Quais estão corretas?
a) Apenas II.
b) Apenas I e II.
c) Apenas I e III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e I II.
➢ Comentários:
Vejamos as afirmativas.
I - É obrigatório o emprego da vírgula antes do pronome relativo que.
Certa. Na passagem "(...) brinca o cientista de dados Ricardo Cappra, que atuou na estratégia digital da campanha presidencial de
Barack Obama, em 2008", o pronome relativo destacado retoma a expressão "Ricardo Cappra", seu antecedente. Nesse contexto,
a forma pronominal introduz uma oração de natureza explicativa. Por essa razão discursiva, a vírgula foi empregada antes do
pronome relativo.
Destaco, entretanto, que o emprego da vírgula, sob o ponto de vista estritamente gramatical, não é obrigatório. Contudo, embora
a supressão do sinal de pontuação não prejudicasse a correção gramatical do trecho, discursivamente haveria modificação das
relações semânticas da sentença, passando o segmento "que atuou na estratégia digital (...) Barack Obama" a ter caráter restritivo.
Sob o prisma discursivo, portanto, a presença da vírgula é compulsória, obrigatória.
II - Empregou-se a vírgula antes da conjunção e por estar relacionando duas orações coordenadas com sujeitos diferentes.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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TEORIA SISTEMATIZADA E QUESTÕES PARA OFICIAL DE JUSTIÇA 2019

Certa. No excerto "(...) a digitalização facilitou a produção de informações, e a inteligência artificial surge como um filtro
necessário", as orações têm sujeitos distintos, a saber "a digitalização" e "a inteligência artificial". Portanto, a vírgula antes da 124
conjunção aditiva "e" foi empregada por essa razão.
III - A vírgula que antecede a conjunção mas poderia ter sido omitida, pois é facultativo o uso da vírgula neste caso.
Errada. Na passagem "Um bebê nascido hoje ainda terá netos, mas não estou certo de que esses netos (...)", o operador
argumentativo "mas" introduz uma oração coordenada sindética adversativa. Nesse contexto, o emprego da vírgula é obrigatório,
invalidando a afirmação da banca.
Gabarito: Letra B.
130. FAURGS 2018:
Sífilis aumenta no Brasil.
Segundo dados do Ministério da Saúde, os casos de sífilis em adultos, gestantes e bebês cresceram 28% entre 2015 e 2016. Um
dos maiores desafios das autoridades é a prevenção, pois a sífilis é uma doença sexualmente transmissível, que deixa o organismo
da pessoa vulnerável. O uso de preservativos é uma das melhores alternativas para evitá-la. A sífilis pode ser passada de uma
gestante contaminada para o seu bebê durante a gravidez. O ideal é que todas as grávidas façam exames de sífilis até o terceiro
mês de gestação. Assim, o bebê já poderá ser tratado durante todo o período do pré-natal e não nascerá doente. Se a criança não
for tratada pelo menos até um mês após seu nascimento, há grande risco de ela apresentar cegueira, surdez e retardo mental.
Fonte: adaptado de Zero Hora, Sua Vida, publicado em 01/11/2017.
Observe as propostas de reescrita para a frase O ideal é que todas as grávidas façam exames de sífilis até o terceiro mês de
gestação.
I - Até o terceiro mês de gestação, o ideal é que todas as grávidas, façam exames de sífilis.
II - O ideal é que, até o terceiro mês de gestação, todas as grávidas façam exames de sífilis.
III - O ideal é que, todas as grávidas, até o terceiro mês de gestação, façam, exames de sífilis.
Quais propostas estão pontuadas corretamente?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
e) I, II e III.
➢ Comentários:
Gabarito: Letra B.
I. Errada. Embora esteja correta a vírgula após o adjunto adverbial antecipado "Até o terceiro mês de gestação", o emprego desse
sinal de pontuação depois de "grávidas" transgride os cânones gramaticais por separar, inadequadamente, o sujeito "todas as
grávidas" do predicado "façam exames de sífilis".
II. Certa. O adjunto adverbial "até o terceiro mês de gestação" está intercalado na sentença, razão por que foi corretamente
isolado por vírgulas.
III. Errada. A vírgula após a conjunção integrante "que", em "O ideal é que, todas as grávidas (...)", está inadequadamente
empregada, devendo ser retirada do contexto. Ademais, também está incorreto o uso da vírgula após a forma verbal "façam",
pois o sinal de pontuação separa o verbo do complemento "exames de sífilis".
131. FAURGS 2018:
Quem me leva à residência de Menandro Olinda é o padre Pedro Paulo. Disse ao maestro que eu queria conhecê-lo
pessoalmente e o pobre homem ficou lisonjeado. Subimos a velha e estreita escada que cheira a mofo de porão, e cujos degraus
rangem ao passo dos que sobem ou descem. O professor nos recebe à sua porta, abraça-me como a um velho amigo, mas quando
lhe quero apertar a mão ele sacode a cabeça negativamente: “Desculpe-me, mas não costumo apertar a mão de ninguém. Tenho
de poupá-las. São a minha fortuna. Com elas quero ainda conquistar o mundo”. Dá-me outro abraço apertado do qual suas mãos
não participam. “Entrem. Sentem-se. Esta é a vossa casa. Desculpem a desordem. É a caverna dum eremita”.
Curioso. Conheço esta sala. Talvez duma peça de teatro. Ou dum romance. Cheiro de bolor e tempo. O tapete, de tipo persa,
muito poído e desbotado. Móveis antigos. O piano de cauda a um canto. Retratos de gente morta nas paredes. A máscara de
gesso de Beethoven, copiada de bronze que está na escultura de Fernando Corona, na praça da Matriz de Porto Alegre. Poeira
nos móveis. Num ângulo da sala, uma pilha de partituras de piano. Uma estante de tipo art noveau com livros. Um divã com uma
coberta de veludo grená. Velhas cadeiras estofadas de brocado cor de ouro velho, mas já muito seboso e esfiapado.
– Venha ver a vista aqui da sacada! – convida-me o professor.
Aproximo-me dele. Um ranço de suor muitas vezes dormido exala-se do corpo deste homem alto e descarnado, de rosto longo,
testa olímpica e pele alva. Seus cabelos, com grandes entradas, são ralos, já meio grisalhos, compridos e esfarripados.
Avisto a Praça da República, as paineiras floridas, as torres da Matriz, gente andando pelas calçadas, namorados sentados nos
bancos, o fotógrafo lambe-lambe postado perto do coreto.
Voltamos para a sala. Os olhos do professor estão fitos em mim, como se ele estivesse procurando avaliar-me, tentando descobrir
que espécie de homem sou.
Adaptado de VERISSIMO, E. Incidente em Antares. 49.ed. São Paulo: Globo, 1997.
Considere as seguintes afirmações.
I - Poderíamos inserir uma vírgula antes de e sem incorrer em erro de pontuação.
II - Poderíamos retirar a vírgula antes de e sem incorrer em erro de pontuação.
III - Poderíamos inserir uma vírgula antes de e sem incorrer em erro de pontuação.
Quais estão corretas?
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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a) Apenas I.
b) Apenas II. 125
c) Apenas I e II.
d) Apenas I e III.
e) Apenas II e III.
➢ Comentários:
Gabarito: Letra C.
I. Certa. No trecho "Disse ao maestro que eu queria conhecê-lo pessoalmente e o pobre homem ficou lisonjeado", temos orações
com sujeitos distintos: "eu" (sujeito do verbo "conhecer") e "o pobre homem" (sujeito do verbo "ficar"), cujo núcleo é o termo
"homem". De acordo com os cânones gramaticais, quando os sujeitos das orações forem distintos, o emprego da vírgula antes da
conjunção "e" é facultativo. Nesse contexto, portanto, a inserção de uma vírgula antes do nexo textual "e" não incorre em erro
de pontuação.
II. Certa. Na passagem "Subimos a velha e estreita escada que cheira a mofo de porão, e cujos degraus rangem ao passo dos que
sobem ou descem", os sujeitos das orações são distintos: o pronome "nós", identificado por meio da desinência número-pessoal
"-mos", em "Subimos", e o sintagma "degraus". Nesse contexto, portanto, o uso da vírgula é facultativo, de modo que sua retirada
não prejudicaria a correção do trecho.
III. Errada. No trecho "Velhas cadeiras estofadas de brocado cor de ouro velho, mas já muito seboso e esfiapado", a oração
destacada é introduzida pela conjunção "mas", nexo textual que expressa ideia de adversidade, oposição. Nesse contexto, os
termos "seboso" e "esfiapado" estão coordenados entre si, exercendo a mesma função sintática. Desse modo, a inserção da vírgula
antes da conjunção aditiva "e" prejudicaria a correção gramatical do período.
132. FAURGS 2018:
Síndrome do Arquipélago (Trabalho em Equipe)
O que diferencia uma equipe de alta performance, colaborativa, que entrega os melhores resultados, onde existe transparência,
relacionamentos de confiança e bom ambiente de trabalho, de uma equipe conflitante, com relacionamentos superficiais e
interesseiros, onde as pessoas competem em vez de colaborar e que, consequentemente, entregam resultados muito aquém do
que poderiam? É a Síndrome do Arquipélago!
Qualquer equipe tem, em geral, as mesmas características básicas: pessoas, espaço físico e resultados a entregar, assim como
acontece num jogo, que pode ser competitivo ou colaborativo. Se pensarmos nas semelhanças e diferenças entre uma partida de
tênis e uma de frescobol, por exemplo, vamos perceber que ambas incluem pessoas, raquetes, bola, o mesmo espaço físico e
resultados, contudo, assim como no trabalho em equipe, o que as diferencia são propósito e objetivo.
No tênis, a outra pessoa é sua adversária e não sua parceira, portanto, o objetivo é derrotá-la, procurando fazê-la errar. O bom
jogador de tênis é aquele que conhece o ponto fraco do oponente, e o explora para tentar derrotá-lo. O auge do tênis, portanto,
é o momento em que o jogo termina porque a outra pessoa foi colocada para fora do jogo. Alegria de um lado e tristeza do outro.
Já no frescobol, o objetivo é que nenhum dos dois perca. Se a bola chega “meio torta”, a outra pessoa assume que não foi de
propósito e se esforça para devolvê-la “redondinha”, no lugar certo, para que o parceiro possa pegá-la. Quando alguém erra,
aquele que errou pede desculpas, o outro também se sente responsável pelo ocorrido; juntos buscam uma maneira de evitar que
o erro aconteça novamente e continuam jogando. No frescobol, portanto, não existe adversário e ninguém fica feliz quando o
outro erra, porque, quando um perde, todos perdem.
Equipes de alta performance “jogam frescobol”, já as outras, formadas por pessoas afetadas pela Síndrome do Arquipélago, em
geral, “jogam tênis”.
Adaptado de: http://www.blogdofabossi.com.br/2016/03/sindrome-doarquipelago-trabalho-em-equipe/. Acesso em 13 de
fevereiro de 2018.
Do ponto de vista sintático, considere as afirmações abaixo sobre a pontuação no texto.
I - O ponto de interrogação em vermelho poderia ser eliminado, com a consequente utilização de letra minúscula na palavra a
seguir e a substituição do ponto de exclamação por ponto final.
II - Os dois-pontos em vermelho poderiam ser substituídos por ponto e vírgula.
III - A vírgula em vermelho, depois de oponente, poderia ser eliminada, já que o e liga duas orações que têm o mesmo valor
sintático.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e III.
e) I, II e III.
➢ Comentários:
Gabarito: Letra C.
I. Errada. Na passagem "(...) e que, consequentemente, entregam resultados muito aquém do que poderiam? É a Síndrome do
Arquipélago!", o ponto de interrogação é necessário ao contexto, fazendo um questionamento suscitado pelo enunciador do
discurso. Argumentativamente, esse recurso é denominado pergunta retórica, empregado para despertar no enunciatário a
imediata atenção pelo assunto abordado no texto.
A esse questionamento de caráter retórico segue-se imediatamente a resposta: "É a síndrome do Arquipélago!". Nesse fragmento,
o ponto de exclamação é empregado para demonstrar a sensação, o sentimento do autor perante a pergunta suscitada, não
podendo este sinal de pontuação ser substituído por ponto final, sob pena de prejuízo aos sentidos da cadeia discursiva.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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TEORIA SISTEMATIZADA E QUESTÕES PARA OFICIAL DE JUSTIÇA 2019

II. Errada. Na passagem "Qualquer equipe tem, em geral, as mesmas características básicas: pessoas, espaço físico e resultados a
entregar, assim como acontece num jogo, que pode ser competitivo ou colaborativo", o segmento destacado é uma enumeração 126
de caráter explicativo, isto é, um trecho empregado com a intenção discursiva de explicar a citação anterior, sendo
obrigatoriamente sucedida do sinal de dois-pontos.
III. Certa. No excerto "O bom jogador de tênis é aquele que conhece o ponto fraco do oponente, e o explora para tentar derrotá-
lo", o conectivo "e" liga duas orações coordenadas entre si, razão por que a vírgula poderia ser suprimida.
Vale destacar a intencional omissão do termo "que" no início da segunda oração coordenada, omissão esta que não prejudica a
correção da sentença: O bom jogador de tênis é aquele que conhece o ponto fraco do oponente e [que] o explora para tentar
derrotá-lo.
133. FAURGS 2018:
Vício em jogos eletrônicos será considerado problema de saúde
Depois de 28 anos, a Organização Mundial de Saúde (OMS) vai atualizar a Classificação Estatística Internacional de Doenças e
Problemas Relacionados com a Saúde (CID, sigla em inglês).
Segundo a OMS, o uso abusivo de internet, computadores, smartphones e outros aparelhos eletrônicos, além do descontrole no
uso de video games, aumentou drasticamente nas últimas décadas. Essa mudança veio associada a casos documentados de
consequências negativas para a saúde. Mas o assunto ainda está sendo discutido pelos especialistas que participam do processo
de definição das novas diretrizes.
A CID é um sistema que foi criado para listar, sob um mesmo padrão, as principais enfermidades, problemas de saúde pública e
transtornos que causam morte ou incapacitação de pessoas, além de orientar a conduta de profissionais de saúde na identificação
e tratamento dessas doenças.
A referência para a formação da CID é a Nomenclatura Internacional de Doenças, da OMS. No Brasil, ela se baseia nas definições
dos principais levantamentos estatísticos elaborados pelo Ministério da Saúde.
Atualmente, está em vigor a CID-10, aprovada em 1990. A classificação atual está sendo revisada há alguns anos por uma série de
especialistas de diferentes áreas e países, incluindo o Brasil. A versão consolidada da nova classificação, que será chamada CID-
11, deve ser avaliada durante a Assembleia Mundial de Saúde, prevista para maio deste ano, em Genebra, na Suíça.
Fragmento adaptado de: https://veja.abril.com.br/brasil/vicio- em-jogos-eletronicos-sera-considerado-problema-desaude/.
Acesso em 05 de janeiro de 2018.
Sobre a pontuação dos períodos, considere as seguintes afirmações.
I - As vírgulas de internet, computadores, smartphones separam núcleos de uma mesma função sintática.
II - o acréscimo de uma vírgula depois de especialistas não causaria qualquer dano ao sentido da frase.
III - As vírgulas de listar, sob um mesmo padrão, as principais enfermidades separam um elemento intercalado.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e III.
e) I, II e III.
➢ Comentários:
GABARITO LETRA D
I - CORRETA. As vírgulas de internet, computadores, smartphones separam núcleos de uma mesma função sintática.
"Segundo a OMS, o uso abusivo de internet, computadores, smartphones e outros aparelhos eletrônicos, além do descontrole no
uso de video games, aumentou drasticamente nas últimas décadas."
No trecho acima, os termos internet, computadores, smartphones e outros aparelhos eletrônicos completam o sentido do
substantivo "uso" como complementos nominais.
"Quem faz uso abusivo" faz uso abusivo "de" alguma coisa. Essa coisa é internet, computadores, smartphones e outros aparelhos
eletrônicos. Todas essas expressões completam o sentido do substantivo "uso" como complementos nominais. As vírgulas devem
ser empregadas para separar termos enumerados que exercem a mesma função sintática, exceto o último, se iniciado pela
conjunção aditiva "e".
II - ERRADA. o acréscimo de uma vírgula depois de especialistas não causaria qualquer dano ao sentido da frase.
"Mas o assunto ainda está sendo discutido pelos especialistas que participam do processo de definição das novas diretrizes."
No período acima, a oração "que participam do processo de definição das novas diretrizes", iniciada pelo pronome relativo "que",
restringe o sentido do termo "especialistas". Ela indica que os especialistas a que o autor do texto se refere são aqueles
que participam do processo de definição das novas diretrizes. Trata-se de uma oração subordinada adjetiva restritiva. Esse tipo
de oração, além de ser iniciada por pronome relativo, não é separada da principal por vírgula.
A inclusão de uma vírgula depois de especialistas faz com que a oração "que participam do processo de definição das novas
diretrizes" deixe de ser restritiva e passe a ser explicativa.
No período "Mas o assunto ainda está sendo discutido pelos especialistas, que participam do processo de definição das novas
diretrizes.", a oração "que participam do processo de definição das novas diretrizes" explica que os especialistas anteriormente
mencionados participam do processo de definição das novas diretrizes. Trata-se de uma oração subordinada adjetiva
explicativa. Esse tipo de oração, além de ser iniciada por pronome relativo, é separada da principal por vírgula.
III - CORRETA. As vírgulas de listar, sob um mesmo padrão, as principais enfermidades separam um elemento intercalado.

Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019


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"A CID é um sistema que foi criado para listar, sob um mesmo padrão, as principais enfermidades, problemas de saúde pública e
transtornos que causam morte ou incapacitação de pessoas, além de orientar a conduta de profissionais de saúde na identificação 127
e tratamento dessas doenças."
No período acima, a expressão "sob um mesmo padrão" expressa o modo como a CID deve listar as principais enfermidades,
problemas de saúde pública e transtornos que causam morte ou incapacitação de pessoas. Trata-se, pois, de um adjunto adverbial
de modo intercalado na oração "A CID é um sistema que foi criado para listar as principais enfermidades, problemas de saúde
pública e transtornos que causam morte ou incapacitação de pessoas".
Portanto, está correta a afirmação de que as vírgulas de "listar, sob um mesmo padrão, as principais enfermidades" separam um
elemento intercalado.
LETRA "A"-ERRADA. Apenas I.
LETRA "B"-ERRADA. Apenas II.
LETRA "C"-ERRADA. Apenas III.
LETRA "D"-CORRETA. Apenas I e III.
LETRA "E"-ERRADA. I, II e III.
134. FAURGS 2018
Tanta coisa feia, suja e malvada acontecendo que, às vezes, dá vontade de esquecer de tudo. Nem que seja por duas horas. Isso
a gente consegue com um livro – mas só de noite, no conforto do lar e deixando o celular no silencioso para não se deixar seduzir
por avisos de mensagens que nunca, nem por um segundo, param de entrar. Assim como a aventura humana pode ser dividida
em antes e depois da invenção da poltrona, nas palavras de Millôr Fernandes, o poder de concentração do homem está dividido
em antes e depois das redes sociais. Dom Casmurro, a chegada à Lua, a própria internet: para nossa sorte, tudo aconteceu antes
do Instagram e do Facebook. Se fosse agora, talvez Marie Curie parasse para uma selfie bem no instante de isolar os elementos,
ou Proust procrastinasse com posts bem-humorados diante da dificuldade de escrever milhares de páginas. Sabe-se lá o que seria
da civilização.
Existem dois territórios em que desligar o telefone é sagrado – se não por vontade do usuário, para não tomar uma vaia dos
demais presentes. No teatro e no cinema, celulares e seus vícios deveriam ficar no fundo do bolso e da bolsa. Não que volta e
meia a luz de uma tela não perturbe o escuro. Pior: que o som de uma chamada não interrompa a cerimônia do espetáculo. “Não
posso falar agora, liga mais tarde. (…) O quê? Depois a gente conversa, só vê se a Julinha tem ração e dá um beijo no Rex, quer
dizer, dá um beijo na Julinha e vê se o Rex tem ração. (…) Beijo, te ligo na saída.”
Mas o assunto deste texto é o prazer de esquecer da vida assistindo a um filme. Aqui entra o Festival de Cinema do Rio, que
acabou na semana passada depois de dez dias e dezenas de filmes exibidos por módicos onze reais a cada sessão. Em Porto Alegre
também tem disso. O Capitólio, o Santander, a Casa de Cultura Mario Quintana e mostras como o Fantaspoa e Ela na Tela, que
começa neste final de semana e vai até 25 de outubro, trazem muitas joias a preços populares para a cidade – quando não no
amor. E por amor.
Entre os tantos filmes do Festival do Rio, dois que gostaria de recomendar. O primeiro tem irritado cinéfilos mais xiitas por se
tratar de uma cinebiografia bem-humorada demais, talvez, de Jean-Luc Godard. Azar o deles. O Formidável, do diretor Michel
Hazanavicius, que já ganhou o Oscar por O Artista, é muito bom. Se é que viu, Godard odiou. O filme trata do período em que,
depois de filmar A Chinesa, Godard, aos 37 anos, casa com a atriz Anne Wiazemsky, então com 19, autora do livro que serviu de
base para o roteiro. De charmoso e irresistível, nas palavras de Anne, ele vira um chato de galochas (embora com seus encantos)
ao abraçar o maoísmo e renegar seus filmes anteriores. O Formidável reconstitui as passeatas de maio de 68 em Paris, faz
referências ao modo de Godard filmar, é irônico na medida e traz um sensacional protagonista, o ator Louis Garrel. É um filme
para sair feliz do cinema, exatamente a sensação que o mestre não queria proporcionar a seus espectadores. E mais não conto
para não dar spoiler.
O segundo filme é O Artista do Desastre. O espectador ri até sem querer da reconstituição do “Cidadão Kane dos filmes ruins”,
The Room. James Franco faz o papel de diretor do pior filme do mundo – e também é o diretor e produtor na vida real. Indo para
casa de metrô, só tinha um pensamento: que bom vencer a preguiça e sair de casa em um domingo frio e chuvoso para ser feliz
por duas horas.
Adaptado de: TAJES, Claudia. Cinema também é resistência. Zero Hora, Caderno Donna, Porto Alegre, 24 de outubro de 2017.
Disponível em http://revistadonna.clicrbs.com.br/ coluna/claudia-tajes-cinema-tambem-e-resistencia/. Acesso em 12/05/2018.
Qual das justificativas abaixo está INCORRETA para o emprego da vírgula nos respectivos exemplos do texto?
a) Se fosse agora, talvez Marie Curie parasse para uma selfie bem no instante de isolar os elementos – Emprega-se a
vírgula para separar as orações subordinadas adverbiais, principalmente quando antepostas à oração principal.
b) só vê se a Julinha tem ração e dá um beijo no Rex, quer dizer, dá um beijo na Julinha e vê se o Rex tem ração. –
Emprega-se a vírgula para isolar locuções explicativas.
c) Aqui entra o Festival de Cinema do Rio, que acabou na semana passada depois de dez dias e dezenas de filmes exibidos
por módicos onze reais a cada sessão. – Emprega-se a vírgula para isolar as orações subordinadas adjetivas explicativas.
d) O segundo filme é O Artista do Desastre. O espectador ri até sem querer da reconstituição do “Cidadão Kane dos filmes
ruins”, The Room. – Emprega-se a vírgula para isolar o aposto.
e) Indo para casa de metrô, só tinha um pensamento: que bom vencer a preguiça e sair de casa em um domingo frio e
chuvoso para ser feliz por duas horas. Emprega-se a vírgula para isolar as orações intercaladas.
➢ Comentários:
GABARITO LETRA E
LETRA "A"-ERRADA. Se fosse agora, talvez Marie Curie parasse para uma selfie bem no instante de isolar os elementos – Emprega-
se a vírgula para separar as orações subordinadas adverbiais, principalmente quando antepostas à oração principal.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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No trecho Se fosse agora, talvez Marie Curie parasse para uma selfie bem no instante de isolar os elementos, a oração Se fosse
agora é subordinada adverbial condicional. Isso é indicado pela conjunção subordinativa adverbial condicional "Se". 128
Essa oração está anteposta à oração principal - talvez Marie Curie parasse para uma selfie bem no instante de isolar os elementos
-, em relação à qual ela expressa a ideia de condição.
Quando uma oração subordinada adverbial é anteposta à principal, tais orações devem ser separadas por vírgula. Portanto, está
correto dizer que o emprego da vírgula no trecho em questão se justifica pelo fato de ela separar
oração subordinada adverbial anteposta à oração principal.
LETRA "B"-ERRADA. só vê se a Julinha tem ração e dá um beijo no Rex, quer dizer, dá um beijo na Julinha e vê se o Rex tem ração. –
Emprega-se a vírgula para isolar locuções explicativas.
O trecho quer dizer foi usado para introduzir uma correção da frase "só vê se a Julinha tem ração e dá um beijo no Rex". Trata-se
de uma locução explicativa intercalada entre a frase correta e a corrigida.
Expressões explicativas intercaladas devem ser separadas por vírgula. Portanto, está correto dizer que o emprego da vírgula no
trecho em questão se justifica pelo fato de ela isolar uma locução explicativa.
LETRA "C"-ERRADA. Aqui entra o Festival de Cinema do Rio, que acabou na semana passada depois de dez dias e dezenas de filmes
exibidos por módicos onze reais a cada sessão. – Emprega-se a vírgula para isolar as orações subordinadas adjetivas explicativas.
No trecho acima, a oração que acabou na semana passada é subordinada adjetiva explicativa. Isso é indicado pelo fato de ela ser
iniciada por pronome relativo ("que" é um pronome relativo que retoma o Festival de Cinema do Rio) e por vírgula.
Essa oração explica que o Festival de Cinema do Rio acabou na semana passada.
Quando uma oração subordinada adjetiva explica algo que foi dito anteriormente, ela deve ser introduzida por vírgula. Logo, está
correto dizer que o emprego da vírgula no trecho em questão se justifica pelo fato de ela separar isolar uma
oração subordinada adjetiva explicativa.
LETRA "D"-ERRADA. O segundo filme é O Artista do Desastre. O espectador ri até sem querer da reconstituição do “Cidadão Kane
dos filmes ruins”, The Room. – Emprega-se a vírgula para isolar o aposto.
Aposto é o termo sintático usado para explicar, esclarecer, resumir ou identificar o nome ao qual ele se refere.
No trecho acima, a expressão "The Room" é um aposto usado para explicitar o nome do filme a que o autor do texto se refere
como "Cidadão Kane dos filmes ruins".
Aposto pode vir separado do termo a que se relaciona por vírgula, dois-pontos, travessão ou parênteses. Assim, está correto dizer
que o emprego da vírgula no trecho em questão se justifica pelo fato de ela separar isolar aposto.
LETRA "E"-CORRETA. Indo para casa de metrô, só tinha um pensamento: que bom vencer a preguiça e sair de casa em um domingo
frio e chuvoso para ser feliz por duas horas. Emprega-se a vírgula para isolar as orações intercaladas.
No período acima, o trecho Indo para casa de metrô é uma oração subordinada adverbial temporal reduzida de gerúndio. Isso é
indicado pelo fato de ela apresentar verbo no gerúndio (Indo) e transmitir a ideia de quando a narradora só tinha um pensamento:
a narradora só tinha um pensamento quando ia para casa de metrô.
Essa oração está anteposta à oração principal - só tinha um pensamento -, em relação à qual ela expressa a ideia de tempo.
Quando uma oração subordinada adverbial é anteposta à principal, tais orações devem ser separadas por vírgula. Portanto, o que
justifica o emprego da vírgula no trecho em questão é o fato de ela separar oração subordinada adverbial anteposta à oração
principal, e não o fato de ela isolar as orações intercaladas.
135. FAURGS 2018
Encontro, pelos corredores da vida, um grupo de ex-alunos. A primeira reação é sempre de um agradável afeto, o mesmo afeto
de reencontrar um pedaço de si, no outro. Talvez lembrar seja sempre um exercício de reconhecimento de si próprio: enxergar,
em um amor de infância, em um sabor perdido, em uma paisagem – ou num professor – um espelho de seus melhores dias.
Reencontramo-nos e logo percebemos que ninguém, nem eu nem eles, lembrava do nome da matéria em que nos frequentamos.
No espelho dos melhores dias, eles não viam mais conteúdos elementares, datas (de que ano é a prensa de Gutenberg?), conceitos
(o que é um nariz de cera), nomes (quem escreveu “Frank Sinatra está Resfriado”e “As Religiões no Rio”?) e por aí vai, numa
extensa lista de sujeitos e predicados.
Não é que não lembrem de nada, é claro, nem que a matéria tenha sido toda inútil. Longe disso, pois todos lembravam com
carinho das antigas aulas – e lembrar com carinho já é muito melhor do que recitar a velha decoreba da tabela periódica.
Mas lembram de outras coisas. Lembram dos poemas e das histórias, lembram dos afetos.
– Professor, e os poemas?
– Professor, e a história do macaco?
Estou convicto de uma obviedade. As obviedades são, aliás, as verdades mais duras de reconhecer – estão tão coladas aos nossos
narizes que se tornam invisíveis. Estou certo de que contar histórias, boas histórias, é o mais formidável meio para ensinar, ou
aprender, qualquer coisa. Por isso, insista com as historinhas antes de dormir: do primeiro ao último mês de vida (até a morrer é
preciso aprender).
Convenci-me de uma verdade de 32 mil anos de idade, ao menos. Da verdade da arte rupestre e dos grandes mitos que foram
sendo passados de boca em boca, de geração em geração, até se fixarem em papel. A verdade de uma terrível Medéia, de um
enlouquecido Édipo, de uma trágica Julieta.
A verdade das grandes histórias – ou mesmo das pequenas –, ao contrário da verdade dos conceitos estéreis, que não frutificam
em histórias de som e fúria, permanece.
Acho que a boa pedagogia, a pedagogia que fica, passa pela arte de narrar e de compartilhar. Não as opiniões rasas, que logo
saem de moda, mas as vivências mais impactantes de nossas próprias vidas e das incontáveis vidas que nos cercam e precederam.
A vida é sobre isso: a vida. E só se vive por meio de histórias.

Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019


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Os gregos sabiam disso, os trovadores sabiam disso, os irmãos Grimm sabiam, Shakespeare sabia, e Machado, e Clarice… É uma
pena que nós estejamos ocupados demais para saber; ocupados demais para aprender a viver. 129
Adaptado de: ESSENFELDER, Renato. O que as histórias nos ensinam. Estado de São Paulo, SãoPaulo, 09 de maio de 2018.
Disponível em http://emais.estadao.com.br/blogs /renatoessenfelder/o-que-as-historias-nos-ensinam/. Acesso em 12/05/2018.
Assinale a afirmação correta em relação ao seguinte período do texto: A verdade das grandes histórias – ou mesmo das pequenas
–, ao contrário da verdade dos conceitos estéreis, que não frutificam em histórias de som e fúria, permanece.
a) Não está bem empregado o travessão seguido de vírgula, pois ambos têm a mesma função.
b) Não está bem empregada a última vírgula do período, porque não se separam por vírgula sujeito e predicado.
c) O predicado não frutificam em histórias de som e fúria concorda em número e pessoa com o seu sujeito, a expressão
conceitos estéreis.
d) O pronome relativo que tem função de predicado.
e) A expressão A verdade das grandes histórias é sujeito do predicado permanece.
➢ Comentários:
GABARITO LETRA E
Frase a ser comentada:
"A verdade das grandes histórias – ou mesmo das pequenas –, ao contrário da verdade dos conceitos estéreis, que não frutificam
em histórias de som e fúria, permanece."
LETRA "A"-ERRADA. Não está bem empregado o travessão seguido de vírgula, pois ambos têm a mesma função.
No período acima:
a) a função do travessão é separar, juntamente com o travessão anterior, a expressão explicativa "ou mesmo das pequenas";
b) a função da vírgula após o travessão é separar, juntamente com a vírgula após estéreis, a expressão "ao contrário da verdade
dos conceitos estéreis".
Ambas as expressões estão intercaladas na oração A verdade das grandes histórias permanece. Expressões intercaladas devem
ser separadas por vírgulas, travessões ou parênteses.
Assim, está bem empregado o travessão seguido de vírgula, embora ambos tenham como função separar expressões intercaladas.
LETRA "B"-ERRADA. Não está bem empregada a última vírgula do período, porque não se separam por vírgula sujeito e predicado.
No período em questão, há três expressões intercaladas na oração A verdade das grandes histórias permanece. Essas
expressões são: "ou mesmo das pequenas", "ao contrário da verdade dos conceitos estéreis" e a oração "que não frutificam em
histórias de som e fúria".
Todas essas expressões foram separadas por travessões (a primeira) e vírgulas (as duas últimas) justamente para indicar que elas
constituem blocos intercalados entre o sujeito A verdade das grandes histórias e o predicado permanece.
Assim, está bem empregada a última vírgula do período, porque ela, juntamente com a vírgula após estéreis, indica que a
oração "que não frutificam em histórias de som e fúria" está intercalada entre o sujeito A verdade das grandes histórias e o
predicado permanece.
LETRA "C"-ERRADA. O predicado não frutificam em histórias de som e fúria concorda em número e pessoa com o seu sujeito, a
expressão conceitos estéreis.
Na oração que não frutificam em histórias de som e fúria, a palavra "que" é um pronome relativo. Essa palavra foi usada para
retomar "conceitos estéreis": que não frutificam em histórias de som e fúria equivale a conceitos estéreis não frutificam em
histórias de som e fúria.
"Quem não frutificam em histórias de som e fúria" é "que" (=conceitos estéreis). Logo, o sujeito do verbo frutificar é o pronome
relativo "que". Quando esse pronome, na função de sujeito, retoma um termo no plural, ele leva o verbo para a terceira pessoa
do plural.
Portanto, o predicado não frutificam em histórias de som e fúria concorda em número e pessoa com o seu sujeito, o pronome
relativo "que", o qual retoma a expressão conceitos estéreis.
LETRA "D"-ERRADA. O pronome relativo que tem função de predicado.
Na oração que não frutificam em histórias de som e fúria, a palavra "que" é um pronome relativo. Essa palavra foi usada para
retomar "conceitos estéreis": que não frutificam em histórias de som e fúria equivale a conceitos estéreis não frutificam em
histórias de som e fúria.
"Quem não frutificam em histórias de som e fúria" é "que" (=conceitos estéreis). Logo, o pronome relativo "que" é o sujeito do
verbo frutificar, e não o predicado. O predicado da oração em questão é não frutificam em histórias de som e fúria.
LETRA "E"-CORRETA. A expressão A verdade das grandes histórias é sujeito do predicado permanece .
136. FAURGS 2017:
Em 2014, as redes sociais foram bombardeadas de posts criticando a intenção da escritora Patrícia Engel Secco em adequar as
obras de Machado de Assis ao vocabulário dos estudantes. Disse a autora de mais de uma centena de livros infanto-juvenis que
lançaria, em junho daquele ano, a versão simplificada de "O Alienista". Segundo ela própria, o desinteresse dos jovens pelos livros
se dá, especialmente, porque têm dificuldade em compreender as construções dos textos.
A intenção da autora, ____ tanto se comentou, era usar um texto que, em sua concepção, era complexo para os jovens e alterá-
lo para simplificar a linguagem. Como se tratava de obra em domínio público, a autora, pelo que se presume, se arvorou no direito
de reescrever uma obra de outro autor.
Não há muito mais a ser dito sobre o enfoque literário dessa questão depois do texto de João Ubaldo Ribeiro, publicado no O
Globo de 1º de junho de 2014. Escreveu o baiano:
E a lição se estende da literatura às outras artes.

Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019


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O povo não gosta de música erudita porque são aquelas peças vagarosas e demoradas demais. De novo, a solução virá ao
adaptarmos Bach ____ ritmos funk, fazermos arranjos de sinfonias de Beethoven em compasso de pagode e trechos de no máximo 130
cinco minutos cada e organizarmos uma coleção axé das obras de Villa-Lobos. Tudo para distribuição gratuita, como acontecerá
com os livros de Machado reescritos, pois continuamos a ser um dos poucos povos do mundo que acreditam na existência de
alguma coisa gratuita. E talvez o único em que o governo chancela, com dinheiro do cidadão, o aviltamento de marcos essenciais
ao autorrespeito cultural e ____ identidade da nação, ao tempo em que incentiva o empobrecimento da língua e a manutenção
do atraso e do privilégio.
No que tange à questão do domínio público, deve-se considerar que, no Brasil, vige uma norma de direito de autor que garante
ao criador intelectual a proteção plena de sua obra ao longo de toda sua vida e até setenta anos após sua morte. Essa disciplina é
consentânea ____ legislações de outros países e disciplinada na Convenção de Berna. Esse prazo varia um pouco _____ extensão
entre os signatários da norma internacional, mas ele estará sempre presente. Transcorrido esse prazo, a obra intelectual ingressa
em um estado chamado de "domínio público". Após setenta anos, seu uso será livre e, consequentemente, ninguém – nem mesmo
o Estado - poderá se opor à reprodução, à adaptação, à inclusão, à distribuição ou ____ qualquer outro tipo de utilização da obra
intelectual.
Há um limite, entretanto, fixado na própria Lei de Direito de Autor, para uso da obra caída em domínio público. Quem pretender
fruir ou dispor da obra intelectual, irremediavelmente, deve respeitar a paternidade e a integridade da obra. É obrigado a indicar
o nome do autor no momento da utilização e – relevante para o caso Machado – abster-se de modificar a obra a ponto de
prejudicá-la ou atingir a reputação ou a honra do autor.
A adaptação é livre, mas é preciso deixar claro o que se concebe em direito como adaptação para que não se confunda esse valioso
instituto autoral com violação da integridade da obra. Segundo Eliane Abrão, adaptar é transformar a obra em outra, de gênero
diferente. Por exemplo, a utilização de texto literário para a linguagem cinematográfica é a adaptação da linguagem escrita para
a linguagem falada, dialogada, encenada, necessária à realização do filme".
Em caso de violação da paternidade e da integridade, como a obra já está em domínio público e os sucessores podem ser
desconhecidos ou de difícil identificação, quem tem obrigação legal de fiscalizar o uso da obra, impedindo que sofra alterações
ou seja publicada sem designação de autoria, é o Estado, nos termos do §2° do art. 24 da Lei nº 9.610/98. Dentro do Estado,
compete ao Ministério Público (art. 129, III da Constituição Federal) a defesa do patrimônio público e social.
Adaptado de: PINHEIRO, Luciano A.; PANZOLINI, Carolina D. O domínio público e a liberdade de uso de obra - revisando o caso
Machado de Assis. In: Revista Eletrônica Migalhas, 29/05/2017. Disponível em:
http://www.migalhas.com.br/PI/99,MI258737,81042-O+dominio+ publico+e+a+liberdade+de+uso+de+obra+Revisando+
o+caso>. Acesso em 24 de junho de 2017.
Em relação à pontuação do texto, considere as seguintes afirmações.
I - A transposição da expressão em junho daquele ano para depois da expressão “O Alienista” (l. 06) eliminaria a obrigatoriedade
do uso de vírgulas.
II - O ponto final após o vocábulo público poderia ser substituído por dois-pontos, com os devidos ajustes no emprego de
maiúsculas e minúsculas, sem que isso acarretasse erro gramatical na sentença.
III - A colocação de uma vírgula após os parênteses da linha 77 não acarretaria erro gramatical na sentença.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
e) I, II e III.
➢ Comentários:
Gabarito: Letra D.
Questão sobre uso dos sinais de pontuação. Vejamos as afirmativas.
I. Certa. Em "Disse a autora (...) que lançaria, em junho daquele ano, a versão simplificada de 'O Alienista' ", o segmento destacado
funciona como adjunto adverbial, que, por estar intercalado, foi adequadamente isolado por vírgula. Caso a expressão adverbial
fosse remanejada para sua posição originária, qual seja, o final da sentença, a anteposição da vírgula seria facultativa: Disse a
autora (...) que lançaria a versão simplificada de 'O Alienista' (,) em junho daquele ano.
II. Certa. Na passagem "Transcorrido esse prazo, a obra intelectual ingressa em um estado chamado de "domínio público". Após
setenta anos (...)", o período iniciado após o ponto final é uma explicação para a informação anterior, fato este que justificaria a
substituição do ponto pelo sinal de dois-pontos. Para tanto, seria necessário fazer os ajustes de maiúsculas e minúsculas.
III. Errada. No excerto "Dentro do Estado, compete ao Ministério Público (art. 129, III da Constituição Federal) a defesa do
patrimônio público e social", a inserção da vírgula após os parênteses separaria o sujeito posposto "a defesa do patrimônio público
e social", cujo núcleo é o termo "defesa", do predicado "compete ao Ministério Público (art. 129, III da Constituição Federal)".
Logo, a vírgula prejudicaria a correção gramatical da sentença.
137. FAURGS 2017
O homem é o animal que lembra. Podemos dizer isso tendo em conta que não haveria, de um modo geral, a cultura, sem o
trabalho da memória. Definir o que é a memória, porém, não é fácil. Os cientistas tentam explicá-la afirmando seu funcionamento
físico-químico em nível cerebral. Os historiadores criam suas condições gráficas por meio de documentos e provas, definem, com
isso, uma linguagem compreensível sobre o que ela seja: o que podemos chamar de “campo da memória”. Os artistas e escritores
tentam invocar seus subterrâneos, aquilo que, mesmo sem sabermos, constitui nosso substrato imagético e simbólico. Mas o que
é a memória para cada um de nós que, em tempos de excesso de informação, de estilhaçamento de sentidos, experimenta o fluxo
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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competitivo do cotidiano, a rapidez da vida, como se ela não nos pertencesse? Como fazemos a experiência coletiva e individual
da memória? É possível lembrar? Lembrar o quê? Devemos lembrar? Se esta pergunta é possível, a contrária também tem 131
validade: haverá algo que devamos esquecer?
A memória é um enigma. Para os antigos gregos, Mnemósyne era a deusa da memória, a mãe das nove musas que inspiravam os
poetas, os músicos, os bailarinos. Seu simbolismo define que a memória precisa ser criada pelas artes. Numa civilização oral como
foi a grega, nada mais compreensível do que uma divinização da memória. A memória é a mãe das artes, tanto quanto nelas se
reproduz, por meio delas é que mantém sua existência. Por isso, ela presidia a poesia, permitindo ao poeta saber e dizer o que os
humanos comuns não sabiam. Que a memória seja mãe das musas significa que a lembrança é a mãe da criatividade. Mas de que
lembrança se está tratando?
Para além da mitologia, na filosofia, distinguiam-se dois modos de rememoração: Mneme, espécie de arquivo disponível que se
pode acessar a qualquer momento, e Anamnese ou a memória que está guardada em cada um e que pode ser recuperada com
certo esforço. A primeira envolve um registro consciente, enquanto a segunda manifesta o que há de inconsciente na produção
de nossas vidas, ou seja, o que nos constitui sem que tenhamos percebido que nos aconteceu, que se forjou por nossa própria
obra.
Adaptado de: TIBURI, Marcia. Lembrar é essencial. Revista Vida Simples, março de 2007. Disponível em:
http://www.marciatiburi.com.br/textos/lembrar.htm. Acesso em 3 de agosto de 2017.
Analise os contextos abaixo e indique a justificativa gramatical para o emprego das vírgulas em cada um dos casos, relacionando
a primeira coluna (com os excertos do texto) de acordo com a segunda coluna (com os casos de emprego de vírgula.)
( ) Definir o que é a memória, porém, não é fácil.
( ) Os historiadores criam suas condições gráficas por meio de documentos e provas, definem...
( ) ...experimenta o fluxo competitivo do cotidiano, a rapidez da vida...
( ) Se esta pergunta é possível, a contrária também tem validade...
( ) ...o que há de inconsciente na produção de nossas vidas, ou seja, o que nos constitui...
(1) Para separar, no interior da oração, elementos que exercem a mesma função sintática (sujeito composto, complementos,
adjuntos, etc.).
(2) Para separar as orações coordenadas assindéticas.
(3) Para separar as orações subordinadas adverbiais, principalmente quando antepostas à principal.
(4) Para separar os elementos e locuções explicativas.
(5) Para separar conjunções pospositivas.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
a) 5 – 2 – 1 – 3 – 4.
b) 5 – 4 – 1 – 3 – 2.
c) 4 – 2 – 3 – 5 – 1.
d) 4 – 1 – 2 – 5 – 3.
e) 2 – 1 – 4 – 5 – 3.
➢ Comentários:
Gabarito: Letra A.
Em "Definir o que é a memória, porém, não é fácil", as vírgulas foram empregadas para separar a conjunção coordenativa
"porém". Esse elemento coesivo poderia, por exemplo, iniciar a oração: Porém definir o que é a memória não é fácil". Percebe-
se, assim, que o nexo textual "porém" é pospositivo na sentença inicial.
No trecho "Os historiadores criam suas condições gráficas por meio de documentos e provas, definem (...) uma linguagem
compreensível (...)", há duas orações coordenadas assindéticas, justificando o uso da vírgula.
Na passagem "(...) experimenta o fluxo competitivo do cotidiano, a rapidez da vida (...)", a vírgula foi empregada no interior da
oração para separar os segmentos destacados, segmentos estes que exercem a mesma função sintática, qual seja, a de objeto
direto do verbo "experimentar".
No excerto "Se esta pergunta é possível, a contrária também tem validade (...)", a vírgula foi empregada para marcar a antecipação
da oração subordinada adverbial condicional relativamente à oração principal.
Por fim, na passagem "(...) o que há de inconsciente na produção de nossas vidas, ou seja, o que nos constitui (...)", as vírgulas
foram empregadas para separar a expressão "ou seja", uma locução de caráter explicativo.
Desse modo, a sequência correta é 5 - 2 - 1 - 3 - 4.
138. FAURGS 2017:
A torcedora do Grêmio flagrada ao gritar ofensas de cunho racista para o goleiro Aranha, do Santos, poderá ser indiciada por
injúria racial qualificada. Racismo é crime, e há imagens que comprovam o comportamento da torcedora. Num país em que 92%
da população acredita ____ atitudes racistas, mas só 2% considera-se racista, precisamos celebrar quando o tema recebe a devida
atenção.
Mas quem deve julgar a torcedora pelo seu ato de racismo? A justiça ou a sociedade? E se for a sociedade, como pode a torcedora
pagar pelos seus atos? Será que 20 anos é tempo suficiente para a torcedora se redimir, ou será que seus atos merecem nunca
ser esquecidos?
Uma decisão da Corte Europeia de Justiça recentemente definiu o “direito ao esquecimento”. Em tempos de luta por mais
privacidade, um espanhol reclamava que, ao buscar seu nome na rede, aparecia um link publicado ___ 16 anos sobre uma dívida
já paga, o que violaria sua honra. A Corte aceitou o pedido e solicitou a retirada do histórico online dos dados “inadequados ou
que não sejam mais relevantes”.

Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019


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TEORIA SISTEMATIZADA E QUESTÕES PARA OFICIAL DE JUSTIÇA 2019

Nesse caso pioneiro de revisionismo histórico, ficou acertado que indivíduos têm direito ao controle do seu passado digital. Mas
quem mais teria esse direito ao esquecimento garantido? 132
Xuxa, ainda hoje, tenta retirar de circulação o filme Amor Estranho Amor, filmado em 1982. O “pornô da Xuxa”, como ficou
conhecido, passa-se na década de 1930 e é uma trama de ficção. A fita VHS de outrora hoje é vista em vários links no Youtube que
mantêm o filme vivo.
Daniella Cicarelli que o diga. Um vídeo de paparazzo em 2006 a capturou em praia pública protagonizando cenas de sexo embaixo
d’água. O vídeo levou a uma batalha judicial que chegou a retirar o próprio Youtube do ar (decisão hoje revertida.) Mas, passados
anos, o vídeo tropical ainda está aí pelas redes, presente. E o que falar das fotos íntimas de Carolina Dieckmann vazadas?
Dieckmann é um caso emblemático. Motivada pela existência de crime comprovado (tentativa de extorsão, por exemplo), a polícia
investigou o caso identificando responsáveis, e o Congresso, na onda, passou a “Lei Carolina Dieckmann” (que tipificou o crime
ocorrido). Mas as fotos de Dieckmann ainda estão por aí, como estarão as fotos da vencedora do Oscar Jennifer Lawrence que
acabaram de ser vazadas no 4chan.
Talvez você esteja se perguntando o que a torcedora do Grêmio tem ______ com memórias na internet relacionadas a sexo.
Alguns vão dizer que não se devem comparar autores de crimes àqueles que são vítimas. Mas quando o tema é direito ao
esquecimento, as fronteiras aproximam-se.
O Marco Civil acertou em definir direitos civis do cidadão na cultura digital, pois, antes de criminalizar comportamentos,
precisávamos definir direitos. Mas ainda não discutimos o direito ao esquecimento no país, e o tema carece de debate.
Temos ou não temos o direito de controlar nosso passado virtual?
A torcedora do Grêmio, se condenada, merece punição. Racismo é crime. Mas e quando ela quitar sua dívida e for uma ex-racista?
Quem não se lembra do casal de São Paulo condenado pela mídia e absolvido posteriormente pela justiça (não sem antes ver sua
creche e suas vidas arruinadas)? Merece a torcedora (até mesmo ela.) ser julgada eternamente no Facebook e no Google pelos
seus atos, mesmo se tiver pago por eles? Seria isso um equivalente à prisão perpétua?
O direito ao esquecimento, mais cedo ou mais tarde, será necessário a todos. Se racismo é crime, que se pague por ele. Mas é
nessa parte da memória eterna da internet que temos uma torcedora praticando atos criminosos que se equipara,
momentaneamente, ____ pessoas idôneas como Xuxa, Cicarelli, Dieckmann, Lawrence, a eu e a você, no fantasma de sermos
eternamente lembrados, nunca esquecidos, na rede.
Adaptado de: STEIBEL, Fabro Boaz. O futuro da reputação entre a eternidade e o esquecimento. Zero Hora, 06/09/2014.
Disponível em <http://zh.clicrbs.com.br/rs /noticias/proa/noticia/2014/09/o-futuro-da-reputacao-entre-a-eternidade-e-o
esquecimento- 4592073.html>. Acesso em 26 de junho de 2017.
No que se refere à pontuação do texto, assinale a afirmação INCORRETA.
a) A retirada da vírgula após o substantivo próprio Aranha manteria a correção gramatical e o sentido da sentença.
b) A substituição do ponto de interrogação após o vocábulo racismo por dois-pontos, com os devidos ajustes no emprego
de maiúsculas e minúsculas, manteria a correção gramatical da sentença.
c) A posposição do trecho ao buscar seu nome na rede ao vocábulo paga eliminaria a necessidade de emprego de duas
das quatro vírgulas presentes na sentença.
d) A anteposição do vocábulo presente ao vocábulo pelas tornaria facultativo colocar o vocábulo presente entre vírgulas.
e) A colocação do trecho praticando atos criminosos entre vírgulas não afetaria a correção gramatical da sentença.
➢ Comentários:
Gabarito: Letra A.
Na passagem "A torcedora do Grêmio flagrada ao gritar ofensas de cunho racista para o goleiro Aranha, do Santos, poderá ser
indiciada por injúria racial qualificada", a retirada da vírgula após o vocábulo "Aranha" exigiria também a retirada desse sinal de
pontuação após a expressão explicativa "do Santos". Desse modo, a sugestão feita pelo examinador está errada.
Nas demais opções:
b) No trecho "Mas quem deve julgar a torcedora pelo seu ato de racismo? A justiça ou a sociedade?", o segmento destacado tem
a função de complementar/explicar o sentido do trecho anterior. Por essa razão, o primeiro ponto de interrogação poderia ser
substituído por dois-pontos, fazendo-se, por conseguinte, os ajustes necessários nas letras maiúsculas/minúsculas: Mas quem
deve julgar a torcedora pelo seu ato de racismo: a justiça ou a sociedade?
c) No excerto "Em tempos de luta por mais privacidade, um espanhol reclamava que, ao buscar seu nome na rede, aparecia um
link publicado há 16 anos sobre uma dívida já paga, o que violaria sua honra", o segmento destacado é um adjunto adverbial,
isolado por vírgulas por estar intercalado na sentença. Caso esse trecho fosse remanejado para após a forma verbal "paga", o
constituinte sintático ocuparia sua posição originária na sentença, evitando o isolamento por vírgulas: Em tempos de luta por mais
privacidade, um espanhol reclamava que aparecia um link publicado há 16 anos sobre uma dívida já paga ao buscar seu nome na
rede, o que violaria sua honra.
d) Na reescrita Mas, passados anos, o vídeo tropical ainda está aí(,) presente(,) pelas redes (...) , o termo "presente" é um
predicativo do sujeito, podendo ou não ser isolado por vírgulas. Logo, a afirmação da banca está correta.
e) Na passagem "Mas é nessa parte da memória eterna da internet que temos uma torcedora praticando atos criminosos que se
equipara (...)", o segmento destacado é uma oração reduzida de gerúndio que, por estar intercalada, poderia ser isolada por
vírgulas.
139. FAURGS 2016:
O ataque ao cofre
A corte chegou ao Brasil empobrecida, destituída e necessitada de tudo. Já estava falida quando deixara Lisboa, mas a situação se
agravou ainda mais no Rio de Janeiro. Deve-se lembrar que entre 10.000 e 15.000 portugueses atravessaram o Atlântico junto
com D. João. Para se ter uma ideia do que isso significava, basta se levar em conta que, ao mudar a sede do governo dos Estados
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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TEORIA SISTEMATIZADA E QUESTÕES PARA OFICIAL DE JUSTIÇA 2019

Unidos da Filadélfia para a recém-construída Washington, em 1800, o presidente John Adams transferiu para a nova capital cerca
de 1.000 funcionários. Ou seja, a corte portuguesa no Brasil era entre 10 e 15 vezes mais gorda do que a máquina burocrática 133
americana nessa época. E todos dependiam do erário real ou esperavam do príncipe regente algum benefício em troca do
“sacrifício” da viagem. “Um enxame de aventureiros, necessitados e sem princípios, acompanhou a família real”, notou o
historiador John Armitage. “Os novos hóspedes pouco se interessavam pela propriedade do Brasil. Consideravam temporária a
sua ausência de Portugal e propunham-se mais a enriquecer-se à custa do Estado do que a administrar a justiça ou a beneficiar o
público”.
Onde achar dinheiro para socorrer tanta gente? A primeira solução foi obter um empréstimo da Inglaterra, no valor de 600.000
libras esterlinas. Esse dinheiro, usado em 1809 para cobrir as despesas da viagem e os primeiros gastos da corte no Rio de Janeiro,
seria um pedaço da dívida de 2 milhões de libras esterlinas que o Brasil herdaria de Portugal depois da independência. Outra
providência, igualmente insustentável no longo prazo, foi criar um banco estatal para emitir a moeda. A breve e triste história do
primeiro Banco do Brasil, criado pelo príncipe regente sete meses depois de chegar ao Rio de Janeiro, é um exemplo do compadrio
que se estabeleceu entre a monarquia e uma casta de privilegiados negociantes, fazendeiros e traficantes de escravos a partir de
1808.
Adaptado de: “O ataque ao cofre”, capítulo do livro “1808 – Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta
enganaram Napoleão e mudaram a História de Portugal e do Brasil”, de Laurentino Gomes.
Considere as seguintes afirmações sobre pontuação.
I - Poderíamos inserir vírgulas depois de que e portugueses, sem incorrer em erro de pontuação.
II - Poderíamos retirar as vírgulas depois de que e de 1800, sem incorrer em erro de pontuação.
III - Poderíamos substituir o ponto final depois de época por uma vírgula (e alterar o E maiúsculo por um e minúsculo), sem
incorrer em erro de pontuação.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
e) Apenas II e III.
➢ Comentários:
A alternativa "C" é a CORRETA.
I - Poderíamos inserir vírgulas depois de que e portugueses, sem incorrer em erro de pontuação. - INCORRETA.
Trecho original: Deve-se lembrar que entre 10.000 e 15.000 portugueses atravessaram o Atlântico junto com D. João.
Reescritura: Deve-se lembrar que, entre 10.000 e 15.000 portugueses, atravessaram o Atlântico junto com D. João.
Vale destacar que o "se" é pronome apassivador que forma a voz passiva sintética. Passando para a voz passiva analítica, teríamos
o seguinte:
→ Deve ser lembrado isso.
Só poderíamos empregar essas vírgulas se o segmento "entre 10.000 e 15.000 portugueses" fosse uma expressão intercalada.
Nesse caso, esse segmento integra a oração subordinada substantiva subjetiva, que exerce a função de sujeito paciente de "Deve-
se lembrar".
Veja, inclusive, que a vírgula após "portugueses" separa o sujeito ("entre 10.000 e 15.000 portugueses") do verbo que inicia o
predicado ("atravessaram"), sendo esta uma das proibições do uso da vírgula.
Conclusão: a modificação provocaria ERRO de pontuação. A assertiva está ERRADA.
II - Poderíamos retirar as vírgulas depois de que e de 1800, sem incorrer em erro de pontuação. - INCORRETA.
Trecho original: Para se ter uma ideia do que isso significava, basta se levar em conta que, ao mudar a sede do governo dos Estados
Unidos da Filadélfia para a recém-construída Washington, em 1800, o presidente John Adams transferiu para a nova capital cerca
de 1.000 funcionários.
Reescritura: Para se ter uma ideia do que isso significava, basta se levar em conta que ao mudar a sede do governo dos Estados
Unidos da Filadélfia para a recém-construída Washington, em 1800 o presidente John Adams transferiu para a nova capital cerca
de 1.000 funcionários.
As vírgulas são obrigatórias, já que são necessárias para separar a oração intercalada "ao mudar a sede [...] para a recém-
construída Washington".
Além disso, a vírgula após "1800" separa o adjunto adverbial "em 1800", que se refere à mudança de sede. Veja que a supressão
da vírgula após "1800" modifica o sentido do texto, pois o adjunto adverbial passa a se referir à transferência para a nova capital.
Sendo assim, a modificação provocaria ERRO de pontuação, além de mudança no sentido original. A assertiva está ERRADA.
III - Poderíamos substituir o ponto final depois de época por uma vírgula (e alterar o E maiúsculo por um e minúsculo), sem
incorrer em erro de pontuação. - CORRETA.
Trecho original: Ou seja, a corte portuguesa no Brasil era entre 10 e 15 vezes mais gorda do que a máquina burocrática americana
nessa época. E todos dependiam do erário real ou esperavam do príncipe regente algum benefício em troca do “sacrifício” da
viagem.
Reescritura: Ou seja, a corte portuguesa no Brasil era entre 10 e 15 vezes mais gorda do que a máquina burocrática americana
nessa época, e todos dependiam do erário real ou esperavam do príncipe regente algum benefício em troca do “sacrifício” da
viagem.
Como conjunção aditiva, a regra geral é a de não empregarmos vírgula antes do "e". Porém, a vírgula será empregada nos
seguintes casos:
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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1. entre orações com sujeitos diferentes.


Ex: Paulo descascava as batatas, e Maria cortava tudo em cubos pequenos. (sujeito da oração 1: Paulo; sujeito da oração 2: Maria) 134
2. para destacar a oração iniciada pela conjunção:
Ex: A menina adormeceu instantaneamente, e sonhou com tudo o que vivera naquele dia. [a vírgula não é obrigatória, mas pode
ser inserida como recurso estilístico de ênfase, bastante utilizado em textos literários, por exemplo]
3. na figura de linguagem chamada "polissíndeto", que consiste na repetição de um conectivo com objetivo de destaque.
Ex: Longe do estéril turbilhão da rua,
Beneditino escreve! No aconchego
Do claustro, na paciência e no sossego,
Trabalha e teima, e lima, e sofre, e sua! [Olavo Bilac]
Voltando à análise da frase, a vírgula separaria orações com sujeitos diferentes ("a corte portuguesa" e "todos", respectivamente).
Assim, a modificação estaria CORRETA.
Apenas a assertiva III está CORRETA, portanto a alternativa "C" é a CORRETA.
140. FAURGS 2016:
Assinale a frase corretamente pontuada.
a) O menino, semana passada, desistiu, de pedir o presente que queria.
b) Na semana passada, o menino desistiu de pedir o presente que queria.
c) Do presente, que queria, o menino, semana passada, desistiu.
d) Cada pessoa, sabe, o que mais lhe convém fazer, já no começo do seu dia.
e) Cada pessoa sabe, o que mais, lhe convém fazer, todos os dias.
➢ Comentários:
Gabarito: LETRA B.
a) O menino, semana passada, desistiu, de pedir o presente que queria. == Errada.
As duas primeiras vírgulas estão corretas, servindo para isolar o adjunto adverbial "semana passada", que está intercalado.
Já a segunda vírgula é inadequada, pois separa o verbo (desistiu) de seu complemento (de pedir...), o que é inaceitável na língua
portuguesa.
b) Na semana passada, o menino desistiu de pedir o presente que queria. == Correta.
A vírgula está perfeitamente empregada! Ela serve para isolar o adjunto adverbial "Na semana passada", que está deslocado de
sua posição original.
c) Do presente, que queria, o menino, semana passada, desistiu. == Errada.
A primeira vírgula é inadequada, pois o segmento "que queria" tem sentido restritivo, e não explicativo. Não se trata de qualquer
presente, mas daquele que o menino queria. O uso da vírgula força um sentido de explicação que não se faz presente no contexto.
Além disso, não há regra que exija o emprego da segunda vírgula. Já as outras duas vírgulas estão corretas, servindo para isolar o
adjunto adverbial "semana passada", que está intercalado.
d) Cada pessoa, sabe, o que mais lhe convém fazer, já no começo do seu dia. == Errada.
A primeira vírgula é inadequada porque separa o sujeito (Cada pessoa) do verbo (sabe...), o que é inadmissível na língua
portuguesa
A segunda vírgula é inadequada, pois separa o verbo (sabe) de seu complemento (o que mais lhe convém...), o que é inaceitável na
língua portuguesa.
A terceira vírgula é desenessária, já que o segmento "já no começo do seu dia" — de natureza adverbial — já está em sua posição
original (no final da frase).
e) Cada pessoa sabe, o que mais, lhe convém fazer, todos os dias. == Errada.
A primeira vírgula é inadequada, pois separa o verbo (sabe) de seu complemento (o que mais lhe convém...), o que é inaceitável na
língua portuguesa.
A segunda vírgula também é inadequada, já que separa o sujeito "o que mais" da locução verbal "convém fazer".
A terceira vírgula é desnecessária, pois o segmento "todos os dias" — de natureza adverbial — já está em sua posição original (no
final da frase).
141. FAURGS 2016:
A alimentação correta, saudável, equilibrada e com suficiente aporte de calorias e nutrientes é essencial para o bem-estar e
qualidade de vida (a) . Boa alimentação e hábitos saudáveis (b), como a prática de atividade física, são fatores essenciais na
promoção da saúde e na prevenção de doenças.
Hoje, somos levados a dar atenção para os negativos reflexos econômicos e sociais provocados pelo sobrepeso ou pela obesidade.
No mundo corporativo, já se vê o avanço em torno da adoção de programas de qualidade de vida, e a alimentação, é claro, tem
foco especial.
É importante ter orientações que nos ajudem a lidar com o problema da obesidade. É preciso que todos sejam alertados dos riscos
decorrentes da ingestão de alimentos e bebidas ricas em calorias, gorduras, sódio e açúcares. Gestos simples que envolvam, por
exemplo, reduzir o consumo de sal, comer mais frutas, verduras e grãos integrais, aliados a atividades físicas regulares,
representam, efetivamente, conforme apontam estudos, uma grande e decisiva diferença, quando buscamos o bem-estar.
Faz-se necessário unir esforços para promover estilos de vida saudáveis (c) , com respeito , inclusive , às dimensões culturais e
regionais. Campanhas de educação alimentar, que correspondam a uma atitude de responsabilidade social, de ação inserida no
contexto do desenvolvimento sustentável, devem ser desenvolvidas com urgência. A segurança alimentar e
nutricional (d) ,importa ressaltar , é preceito que deve nortear o desenvolvimento de tais ações.

Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019


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TEORIA SISTEMATIZADA E QUESTÕES PARA OFICIAL DE JUSTIÇA 2019

O conceito de segurança alimentar e nutricional, segundo a Organização Mundial da Saúde – OMS (e) , implica promover o direito
de todos os cidadãos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade em quantidade suficiente. 135
Adaptado de: Alimentação saudável. Disponível em: <http://assertbrasil.com.br/alimentacao-saudavel/>. Acesso em: 19 ago.
2016.
➢ Comentários:
Gabarito: LETRA D.
a) Na linha, o ponto final poderia ser substituído por dois pontos. == Errada.
O ponto final é utilizado para finalizar o período, encerrando ideia dele. A substituição desse ponto pelo sinal de dois-
pontos alteraria o sentido do texto, pois sugeriria uma ideia de explicação para o trecho seguinte. Normalmente, o sinal de dois-
pontos introduz trechos de natureza explicativa.
b) Na linha, a primeira vírgula poderia ser substituída por dois pontos. == Errada.
No trecho "Boa alimentação e hábitos saudáveis, como a prática de atividade física, são fatores essenciais na promoção da saúde
e na prevenção de doenças", as duas vírgulas servem para isolar o segmento "como a prática de atividade física", o qual tem
natureza exemplificativa. Logo, a primeira vírgula NÃO poderia ser substituída pelo sinal de dois-pontos.
c) Na linha, as três vírgulas poderiam ser suprimidas. == Errada.
No trecho "Faz-se necessário unir esforços para promover estilos de vida saudáveis, com respeito, inclusive, às dimensões culturais
e regionais", a primeira vírgula serve para introduzir uma pequena pausa. Já duas vírgulas servem para isolar o termo "inclusive", o
qual tem natureza adverbial. Assim, essas vírgulas NÃO poderiam ser suprimidas.
d) Na linha, as vírgulas poderiam ser substituídas por travessões. == Correta.
No trecho "A segurança alimentar e nutricional, importa ressaltar, é preceito que deve nortear o desenvolvimento de tais ações",
as duas vírgulas servem para isolar o segmento "importa ressaltar", o qual tem natureza explicativa (trata-se de um comentário
adicional). Segmentos explicativos podem ser isolados por vírgulas, parênteses ou travessões.
Portanto, as vírgulas poderiam sim ser substituídas por travessões!
e) Na linha, a vírgula poderia ser suprimida. == Errada.
No trecho "O conceito de segurança alimentar e nutricional, segundo a Organização Mundial da Saúde – OMS, implica promover
o direito de todos os cidadãos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade em quantidade suficiente.", as duas
vírgulas servem para isolar o segmento "segundo a Organização Mundial da Saúde – OMS", o qual tem natureza adverbial (trata-
se de um adjunto adverbial de conformidade). Assim, a referida vírgula NÃO poderia ser suprimida.
Observação: entendo que a sigla "OMS" deveria estar entre dois travessões, e não apenas isolado por um. Vejamos como ficaria:
"O conceito de segurança alimentar e nutricional, segundo a Organização Mundial da Saúde — OMS —, implica promover o direito
de todos os cidadãos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade em quantidade suficiente."
142. FAURGS 2015:
Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo.
As duas gotas de óleo
Certo mercador enviou seu filho para aprender o segredo da felicidade com o mais sábio de todos os homens. O rapaz andou
durante quarenta dias pelo deserto, até chegar a um belo castelo, no alto de uma montanha. Lá vivia o Sábio que o rapaz buscava.
Ao invés de encontrar um homem santo, porém, o nosso herói entrou numa sala e viu uma atividade imensa; mercadores
entravam e saíam, pessoas conversavam pelos cantos, uma pequena orquestra tocava melodias suaves e havia uma farta mesa
com os mais deliciosos pratos daquela região.
O Sábio conversava com todos, e o rapaz teve de esperar duas horas até chegar sua vez de ser atendido.
Com paciência, o Sábio escutou atentamente o motivo da visita do rapaz, mas disse-lhe que naquele momento não tinha tempo
de explicar-lhe o segredo da felicidade.
Sugeriu que o rapaz desse um passeio pelo palácio e voltasse dali a duas horas.
– Entretanto, quero lhe pedir um favor – completou, entregando ao rapaz uma colher de chá, onde pingou duas gotas de óleo. –
Enquanto estiver caminhando, carregue esta colher sem deixar que o óleo seja derramado.
O rapaz começou a subir e descer as escadarias do palácio, mantendo sempre os olhos fixos na colher. Ao final de duas horas,
retornou à sala onde estava o Sábio.
– Então – perguntou o Sábio – você viu as tapeçarias das Arábias que estão na minha sala de jantar? E o jardim que o Mestre dos
Jardineiros levou dez anos para criar? Reparou nos belos pergaminhos da biblioteca?
O rapaz, envergonhado, confessou que não havia visto nada. Sua única preocupação era não derramar as gotas de óleo que o
Sábio lhe havia confiado.
– Pois então volte e conheça as maravilhas do meu mundo. Você não pode confiar num homem se não conhece sua casa.
Mais tranquilo, o rapaz pegou a colher e voltou a passear pelo palácio, desta vez reparando em todas as obras de arte que pendiam
do teto e das paredes. Viu os jardins, as montanhas ao redor, a delicadeza das flores, o requinte com que cada obra de arte estava
colocada em seu lugar. De volta à presença do Sábio, relatou pormenorizadamente tudo que havia visto.
– Mas onde estão as duas gotas de óleo que lhe confiei? – perguntou o Sábio.
Olhando para a colher, o rapaz percebeu que as havia derramado.
– Pois este é o único conselho que eu tenho para lhe dar: o segredo da felicidade está em olhar todas as maravilhas do mundo e
nunca se esquecer das duas gotas de óleo na colher.
Adaptado de: “As duas gotas de óleo”, de Paulo Coelho(www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?
infoid=6702&sid=582).
Acessado em 11 de abril de 2015.
Considere as afirmações abaixo.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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TEORIA SISTEMATIZADA E QUESTÕES PARA OFICIAL DE JUSTIÇA 2019

I - A vírgula antes de e se justifica porque está separando duas orações coordenadas com sujeitos distintos.
II - As vírgulas em O rapaz, envergonhado, confessou que não havia estão sendo utilizadas para demarcar um elemento vocativo. 136
III - As vírgulas da frase Viu os jardins, as montanhas ao redor, a delicadeza das flores, o requinte com que cada obra de arte
estava colocada em seu lugar estão sendo utilizadas para separar elementos que exercem a mesma função sintática.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e III.
e) Apenas II e III.
➢ Comentários:
Gabarito: Letra D.
Estão corretas as afirmações I e III, conforme a letra D. Vejamos o porquê:
• na afirmação I, nota-se que o sujeito da oração "O Sábio conversava com todos" é o termo "O Sábio" e que
o sujeito da oração seguinte, "e o rapaz teve de esperar duas horas", é o termo "o rapaz"; a vírgula também
serve para separar orações coordenadas aditivas com sujeitos diferentes.
• na afirmação II, o termo "envergonhado" funciona como predicativo do sujeito "O rapaz"; a vírgula serve para
destacar o predicativo do sujeito antecipado ou intercalado.
• na afirmação III, os termos destacados funcionam como objeto direto e estão numa série coordenada, por isso
o emprego das vírgulas é necessário.
Gabarito: Letra D (Apenas I e III).
143. FAURGS 2015:
O shampoo que eu comprei diz: “reparação intensa, selagem das cutículas e blindagem dos fios”. Não faço a menor ideia do que
seja isso. O que sei é que não comprei esse frasco amarelo translúcido porque queria reparar (com intensidade), selar minhas
cutículas (isso não fica perto da unha?) ou blindar meus fios. A questão é que todas as embalagens dizem alguma coisa que eu
não entendo. Todas falam demais. E, mesmo que eu não queira dar bola para a linguagem publicitária disfarçada de discurso
científico, continuo precisando de um shampoo. Então eu abro e cheiro. Ao tomar essa atitude, acho que me sinto um pouco
antiquada, pois tenho a impressão de que a avaliação olfativa foi completamente obliterada pelos argumentos “racionais” que
falam em 10 vezes mais força e brilho desde o primeiro uso, evitar escamas abertas e outros milagres incompreensíveis.
O discurso racional ao qual me refiro não é uma exclusividade de shampoos. Parece hoje que todos os produtos que nos rodeiam
precisam oferecer algo a mais, o que não seria um problema caso esse algo a mais não fosse um atributo um tanto obscuro e
bastante exigente para um ser humano comum.
Pegue as pastas de dente, por exemplo. Estarei mais protegida se usar aquela cuja embalagem fala em “total” e “12 horas”? O
que uma pasta de dentes sem a palavra “total” deixa efetivamente de fazer? Quanto tempo dura sua ação na minha boca? Qual
a diferença na composição entre uma pasta ordinária e a de 12 horas? Será que essas horas a mais de proteção têm algum outro
preço, além do que estou vendo na etiqueta? Uma substância cancerígena, talvez? Meus dentes vão ficar mais brancos se eu usar
uma pasta whitening? Como elas fazem isso? Eu vou perceber a mudança a olho nu?
O curioso nesse cenário me parece ser o fato de que temos à disposição um catatau de informações, sobretudo sobre cosméticos
e alimentos, nas revistas femininas e em todas essas publicações estranhas que encontramos próximas ao caixa do supermercado.
Isso quer dizer que, para responder aos padrões de consumo que o mercado nos impõe, é preciso gastar um bocado de energia
(devemos saber sobre o anti-frizz, as propriedades da lichia e o desodorante que hidrata as axilas). No entanto, fugir desse padrão
e praticar, por assim dizer, o “consumo responsável” é igualmente exigente e dependente do discurso racional.
Esse rímel foi testado em animais? Essa margarina continua sendo vegana agora que faz parte de um conglomerado que
comercializa embutidos? Foi provado que a marca de roupas que eu adoro estava usando trabalho escravo? É melhor fazer um
pão branco em casa ou comer um sete grãos industrializado? O que posso passar no meu cabelo para largar de vez a química
dos shampoos e, de quebra, parar de dar dinheiro para empresas internacionais milionárias? Quantos tutoriais vou precisar
assistir no youtube para ser capaz de fazer isso sozinha?
Para estar dentro da norma ou transitar fora dela, precisamos saber muito. Mas talvez estejamos entendendo demais de
temperatura de cozimento dos legumes (para manter os nutrientes) e bem pouco de empatia, tolerância e autoconhecimento,
essas coisas inúteis, imensuráveis e que vêm sem embalagem.
Adaptado de: BENSIMON, Carol. Saber o que Comprar. Zero Hora, 19 de abril de 2015.
Considere as afirmações a seguir sobre recursos de pontuação empregados no texto.
I - As aspas em “reparação intensa, selagem das cutículas e blindagem dos fios” são empregadas pelo mesmo motivo que as
aspas em “racionais”.
II - As vírgulas em quer dizer que, para responder aos padrões de consumo que o mercado nos impõe, é preciso gastar um
bocado são empregadas pelo mesmo motivo que a vírgula em Para estar dentro da norma ou transitar fora dela,.
III - A vírgula em de energia (devemos saber sobre o anti-frizz, as é empregada pelo mesmo motivo que a vírgula depois
de empatia.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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e) Apenas II e III.
➢ Comentários: 137
Item I: errado. No primeiro caso, as aspas sinalizam uma citação do que é dito pelo shampoo, ou seja, do que está escrito no
rótulo dele. Já no segundo, as aspas destacam o sentido irônico que se pretendeu dar ao vocábulo "racionais" no contexto em que
ele foi empregado.
Item II: certo. As vírgulas foram empregadas para destacar orações subordinadas adverbiais intercaladas ou antecipadas.
Item III: certo. A vírgulas foram empregadas para separar termos coordenados entre si e com a mesma função sintática nos
períodos em que ocorrem.
Gabarito: letra E (Apenas I e III).
144. FAURGS OJ 2014:
A questão refere-se ao texto abaixo.
Quase todo mundo conhece a história original (grega) sobre Narciso: um belo rapaz que, todos os dias, ia contemplar seu rosto
num lago. Era tão fascinado por si mesmo que, certa manhã, quando procurava admirar-se mais de perto, caiu na água e terminou
morrendo afogado. No lugar onde caiu, nasceu uma flor, que passamos a chamar de Narciso.
O escritor Oscar Wilde, porém, tem uma maneira diferente de terminar esta história. Ele diz que, quando Narciso morreu, vieram
as Oréiades – deusas do bosque – e viram que a água doce do lago havia se transformado em lágrimas salgadas.
“Por que você chora?”, perguntaram as Oréiades.
“Choro por Narciso”.
“Ah, não nos espanta que você chore por Narciso”, continuaram elas. “Afinal de contas, todas nós sempre corremos atrás dele
pelo bosque, mas você era o único que tinha a oportunidade de contemplar de perto a sua beleza”.
“Mas Narciso era belo?”, quis saber o lago.
“Quem melhor do que você poderia saber?”, responderam, surpresas, as Oréiades. “Afinal de contas, era em suas margens que
ele se debruçava todos os dias”.
O lago ficou algum tempo quieto. Por fim, disse: “eu choro por Narciso, mas jamais havia percebido que era belo. Choro por ele
porque, todas as vezes que ele se deitava sobre as minhas margens, eu podia ver, no fundo dos seus olhos, a minha própria beleza
refletida”.
Adaptado de: COELHO, Paulo. O lago e Narciso (http://paulocoelhoblog.com/2010/01/02/o-lago-enarciso/). Acesso em 14 de abril
de 2014.
Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações a seguir.
( ) Os dois-pontos da linha 01 poderiam ser substituídos por um ponto e vírgula sem que houvesse incorreção no uso dos sinais
de pontuação.
( ) O uso da vírgula depois de perto, na linha 02, é facultativo.
( ) As vírgulas depois de que e manhã estão sendo empregadas pelo mesmo motivo que as vírgulas depois de que e morreu.
( ) Os travessões empregados na linha 5 poderiam ser substituídos por parênteses sem que houvesse incorreção no uso dos sinais
de pontuação.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
a) F – F – V – V.
b) F – V – V – V.
c) F – V – F – F.
d) V – V – F – F.
e) V – F – F – V.
➢ Comentários:
I. Falsa. No contexto em que se inserem, os dois-pontos introduzem uma explicação acerca da afirmação "Quase todo mundo
conhece a história original (grega) sobre Narciso". Sendo assim, não é correto substituir os dois-pontos pelo sinal de ponto e
vírgula, sob pena de prejudicar a correção gramatical do período.
II. Falsa. O segmento "quando procurava admirar-se mais de perto" é uma oração subordinada adverbial temporal e, por estar
intercalada na sentença, deve obrigatoriamente ser isolada pelas vírgulas. Portanto, a vírgula depois de "perto" é obrigatória,
compulsória.
III. Verdadeira. No trecho "Era tão fascinado por si mesmo que, certa manhã, quando (...)", as vírgulas isolam a expressão deslocada
"certa manhã". A mesma justificativa é encontrada na passagem "Ele diz que, quando Narciso morreu, vieram (...)".
- o sintagma "certa manhã" funciona como adjunto adverbial intercalado; e que
- o segmento "quando Narciso morreu" é uma oração subordinada adverbial temporal deslocada.
No entanto, após os recursos, lamentavelmente a banca manteve o gabarito inicialmente apresentado.
IV. Verdadeira. Na passagem "Ele diz que, quando Narciso morreu, vieram as Oréiades - deusas do bosque - e viram que a água
doce (...)", os travessões foram usados em virtude do caráter explicativo do trecho "deusas do bosque", acepção que seria mantida
com a substituição dos travessões por parênteses: Ele diz que, quando Narciso morreu, vieram as Oréiades (deusas do bosque) e
viram que a água doce (...).
Portanto, para a banca, a letra (A) é a resposta.
145. FAURGS OJ 2014:
Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo.
A farra com as crianças acabou? Pode ser que sim, pelo menos em parte. O Conanda (Conselho Nacional dos Direitos da Criança
e do Adolescente) aprovou resolução que proíbe propagandas voltadas para menores de idade no Brasil. Ela leva em conta que a

Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019


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publicidade infantil, na maioria das vezes, contraria o Estatuto da Criança e do Adolescente e só deve ser usada para campanhas
de utilidade pública sobre alimentação, educação e saúde. 138
Essa é uma pauta que está já há algum tempo em discussão, sofrendo grande resistência do mercado. O consumo de produtos
infantis é um mercado importantíssimo e ainda um terreno a ser completamente explorado. Segundo o site da CCFC, Campaign
for a Commercial-Free Childhood, ONG que combate a propaganda abusiva para crianças, pessoas com menos de 14 anos são
responsáveis diretas por um gasto de 40 bilhões de dólares por ano – dez vezes mais do que dez anos atrás.
Empresas , agências e indústrias festejam esse número , que contempla o gasto com uma gama enorme de produtos, desde
alimentos e brinquedos, até roupas e viagens. E, para isso, contam com a publicidade, principalmente na TV.
Mas, além de induzir à compra e ao consumo desnecessário, a publicidade provoca outros efeitos. O National Bureau of Economic
Research fez um estudo que revela que, se os anúncios de redes de fast food fossem eliminados, a obesidade infantil diminuiria
em até 20%. Também aponta que a publicidade infantil tende a anular a autoridade dos pais, criando um confronto entre as
mensagens publicitárias e os valores familiares.
Segundo James McNeal , um dos papas do marketing infantil , estamos numa espécie de “era dourada das crianças”. Elas são
tudo o que o mercado quer: consumidoras compulsivas, vulneráveis às tendências ditadas pela publicidade. Mais ainda:
influenciam decisivamente os hábitos de consumo de pais, irmãos, avós e tios. “Quarenta milhões de americanos entre 2 e 12
anos são responsáveis por influenciar um a cada sete dólares gastos no mercado dos EUA”, escreve ele. De acordo com o Instituto
InterScience, há dez anos, apenas 8% das crianças influenciavam as decisões de compras dos adultos. Hoje, esse número saltou
para 49%.
Outro levantamento da Viacom, dona do canal infantil Nickelodeon, mostra que mais de 40% das compras dos pais são
influenciadas pelos filh os. Segundo essa mesma pesquisa, 65% dos pais revelam que ouvem a opinião das crianças sobre os
produtos comprados para toda a família, como o carro, por exemplo. Elas dão palpite sobre cores, som, tipo do carro, bancos e
até o modelo das portas. A criança consumidora de hoje será o adulto consumidor de amanhã.
“Faz todo sentido que a busca incessante das empresas pela fidelização de seus clientes comece bem mais cedo. Nada mais
natural, portanto, olharmos as crianças como futuras consumidoras de diversos produtos , serviços e marcas”, diz James McNeal.
Países como Suécia, Alemanha, Espanha e Canadá já há algum tempo têm legislações extremamente rígidas com o que chamam
de “métodos de persuasão infantil”, algo comparável a um assédio moral ou sexual. Uma campanha recente de gel para cabelos
foi banida por ter “sensualizado” personagens infantis. Na União Europeia, a legislação básica, válida para os 27 países-membros,
proíbe tudo o que explore “a inexperiência e credibilidade infantil”, que “encoraje crianças a persuadir pais ou outros a comprar
produtos ou serviços”, que “explore a confiança dos pais pelos seus filhos” e “mostre cenas perigosas envolvendo menores”.
A resolução do Conanda não tem força de lei, embora possa servir de base para possíveis processos e ações. Já surgem
manifestações acusando a iniciativa de atentado à liberdade de expressão. Mas o limite dessa liberdade é a pregação contra a
integridade física e moral dos indivíduos. Um exemplo clássico é o veto à propaganda de cigarros.
Adaptado de: AMADO, Roberto. A proibição de propagada para crianças é novidade no Brasil, mas não no mundo desenvolvido.
Disponível em: http://www.diariodocentrodomundo.com.br/a-proibicaode-propagada-para-criancas-e-novidade-no-brasil-
masnao-no-mundo-desenvolvido/. Acessado em 20/04/2014.
Considere as afirmações a seguir sobre o uso de vírgulas no texto.
I - As vírgulas depois de Empresas e número são usadas em função da mesma regra que exige as vírgulas depois de
McNeal e infantil.
II - As vírgulas da linha sublinhada são usadas para isolar um vocativo.
III - A vírgula depois de produtos é usada em função da mesma regra que exige a vírgula da linha 29.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e III.
e) Apenas II e III.
➢ Comentários:
I. Errada. Nas linhas 20 e 21, temos o seguinte segmento: "Empresas, agências e indústrias festejam esse número, que contempla
o gasto com uma gama enorme de produtos, desde alimentos e brinquedos, até roupas e viagens".
No sintagma nominal "Empresas, agências e indústrias", a vírgula foi usada para enumerar termos de mesma função sintática
(núcleo do sujeito), obedecendo aos cânones gramaticais. Por sua vez, após o termo "número", a vírgula foi empregada para
introduzir a oração subordinada adjetiva explicativa "que contempla (...) e viagens".
Já na passagem "Segundo James McNeal, um dos papas do marketing infantil, estamos numa espécie (...)" (linhas 34 e 35), o
segmento destacado é um aposto explicativo, sendo obrigatório o uso das vírgulas após os termos "McNeal" e "infantil".
Logo, as vírgulas foram empregadas por razões distintas nos excertos acima apresentados.
II. Errada. No excerto "Empresas, agências e indústrias festejam esse número, que contempla (...)", a primeira vírgula foi usada
para enumerar os termos "empresas", "agências" e "indústrias", os quais exercem a função de núcleo do sujeito. Na sequência, a
vírgula antes do pronome relativo QUE foi empregada em razão do valor explicativo da oração "que contempla (...) viagens". Não
há, portanto, vocativo nessa passagem.
III. Certa. Na passagem "olhamos as crianças como futuras consumidoras de diversos produtos, serviços e marcas", a vírgula foi
usada para enumerar os termos "produtos", "serviços" e "marcas", que exercem a mesma função sintática.
No excerto "Países como Suécia, Alemanha, Espanha e Canadá já há algum tempo (...)" (linha 29), as vírgulas também foram usadas
para enumerar termos de mesma função sintática, ou seja, em virtude da mesma regra apresentada na passagem anterior.
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Gabarito: C.
146. FAURGS 2014: 139
Suspiros de fumaça
“Parar de fumar é muito fácil. Eu mesmo já parei umas 20 vezes.” Assim dizia meu pai brincando para minimizar sua maior derrota:
nunca conseguiu largar o cigarro. Quando, pela doença, as proibições chegaram, fumava escondido. Anos depois que partiu,
minha mãe seguia encontrando maços em esconderijos insólitos.
Meu primeiro contato com o comércio foi comprando cigarros para meu pai. Diligentemente, não aceitava o troco em balas, o
acerto justo dignificava a missão. Hoje me lembro dessas incursões com um pingo de culpa, como se nelas houvesse uma névoa
de conivência.
Claro, eu era criança. Se é para ter culpa, melhor lembrar dos últimos anos do meu avô materno, quando eu já era adolescente.
Outro que levou o cigarro até o fim. Embora a questão seja quem levou quem. Respirando muito mal, os médicos cortaram-lhe o
hábito. Mas houve um apelo e uma concessão: três meios cigarros ao dia. Quando estava comigo, roubava no jogo e eu fazia
escandalosa vista grossa. Trocávamos olhares e eu esquecia de cortar o cigarro, ou me enganava na difícil matemática que é
discernir entre três e quatro.
Sinto falta do cheiro de tabacaria, de comprar cigarros, mas não sei o que faria com eles. Eu jamais fumei e meus fumantes se
foram. Não descobri se nunca fumei para não desafiar quem derrotou meu pai ou para triunfar onde ele falhou.
Quando minha mulher chegou na minha vida, fumava. Trazia essa familiaridade de um gozo que eu não entendia. O cigarro para
Diana era um amigo fiel que pontuava e sublinhava sua vida. Antes disso, depois daquilo, no momento de angústia, nos momentos
de alegria, contra a solidão, enfim, arrimo para todas as pausas. Mas minha paciência com o cigarro, e o custo que ele me trouxe,
já havia esgotado. Agora, era eu ou ele. Quase perdi! Havia um inimigo na trincheira, minhas memórias, tinha uma queda pelo
inimigo. Mas consegui. Depois de anos de luta e com o decisivo apoio da minha tropa de choque, minhas duas filhas, vencemos.
Se existe algo que aprendi com o cigarro é não menosprezar sua força e o preço que os fumantes estão dispostos a pagar. Tingir
de morte o seu prazer, como a medicina explica e agora está impresso em qualquer maço, a meu ver, pouco ajuda. Talvez só
denote o que ele é, uma tourada com a finitude, desafiando e chamando a morte a cada tragada.
O preço por esse prazer letal é enorme para a saúde pública. Mas o pior, talvez mais doloroso por ser mais próximo, é testemunhar
essa escolha entre a fuga solitária do canudinho de fumaça e a nossa companhia. Gostaria que todos os fumantes que amei
tivessem preferido a minha companhia ____ dele, _______ preferência sempre terei ciúme. Precisamos ganhar os fumantes de
volta para nós.
Adaptado de: CORSO, Mário. Suspiros de fumaça. Zero Hora, 12/06/2014.
Considere as propostas de alteração da pontuação do texto a seguir.
I - Deslocamento da vírgula depois de partiu para depois de mãe (l. 06).
II - Inserção de uma vírgula depois de jogo.
III - Inserção de uma vírgula depois de custo
Se fossem realizadas, quais preservariam a correção gramatical e o sentido literal dos períodos originais?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
e) Apenas II e III.
➢ Comentários:
GABARITO LETRA B
I - ERRADA. Deslocamento da vírgula depois de partiu para depois de mãe (l. 06).
Alteração proposta:
Anos depois que partiu minha mãe, seguia encontrando maços em esconderijos insólitos.
No trecho original, quem seguia encontrando maços em esconderijos insólitos era a mãe do narrador: minha mãe é sujeito de
seguia encontrando.
No trecho original, quem partiu foi o pai: o sujeito de partiu é desinencial e, pelo contexto, pode-se dizer que é representado pelo
pai.
Após a colocação da vírgula, quem seguia encontrando maços em esconderijos insólitos era o pai do narrador: o sujeito de seguia
encontrando é desinencial e, pelo contexto, pode-se dizer que é representado pelo pai.
Após a colocação da vírgula, quem partiu foi a mãe do narrador: minha mãe é sujeito de partiu.
As alterações propostas preservam a correção gramatical, mas alteram o sentido literal dos períodos originais.
II -CORRETA. Inserção de uma vírgula depois de jogo.
Alteração proposta:
Quando estava comigo, roubava no jogo, e eu fazia escandalosa vista grossa.
A inserção de uma vírgula depois de jogo está correta, pois antes da conjunção e a vírgula pode ser empregada se a oração por
ela iniciada tiver sujeito diferente do sujeito da oração anterior. Na oração e eu fazia escandalosa vista grossa o sujeito é eu; na
oração anterior roubava no jogo o sujeito (desinencial) é ele (o avô).
III - ERRADA. Inserção de uma vírgula depois de custo
Alteração proposta:
Mas minha paciência com o cigarro, e o custo, que ele me trouxe, já havia esgotado.
No período original, que ele me trouxe é uma oração que restringe o sentido da palavra custo. Trata-se de uma oração subordinada
adjetiva restritiva.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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Após a inserção da vírgula, que ele me trouxe passa a explicar o sentido em que a palavra custo foi empregada. Trata-se de uma
oração subordinada adjetiva explicativa. 140
A mudança proposta preserva a correção gramatical, mas altera o sentido original do trecho.
LETRA "A"-ERRADA. Apenas I.
LETRA "B"-CORRETA. Apenas II.
LETRA "C"-ERRADA. Apenas III.
LETRA "D"-ERRADA. Apenas I e II.
LETRA "E"-ERRADA. Apenas II e III.
147. FAURGS 2014:
Esqueça um pouco do celular e melhore suas relações
Em 2013, um restaurante em Jerusalém criou uma promoção interessante: os donos do estabelecimento resolveram conceder
descontos de 50% aos clientes que se dispusessem a desligar os celulares durante a permanência no local. O objetivo era permitir
aos frequentadores uma experiência de degustação mais tranquila e prazerosa, sem interrupções.
No Brasil, alguns estabelecimentos têm adotado medidas semelhantes. Em São Paulo, um bar tradicional desenvolveu o copo off-
line, que só fica de pé na mesa se estiver apoiado sobre um celular. Todas essas iniciativas vêm atender a novas necessidades,
típicas de uma sociedade conectada.
Para se ter uma ideia, fechamos o ano de 2013 com 271,10 milhões de linhas ativas de celular, segundo dados da Anatel. O
aparelho, que antes tinha como única função ampliar e agilizar a comunicação, hoje é também um computador de bolso. “O
mundo da tecnologia se parece com um parque de diversões para adultos”, declara a psicóloga Rosa Maria Farah, coordenadora
do NPPI (Núcleo de Pesquisas da Psicologia em Informática) da PUC-SP. “Os smartphones têm funções lúdicas, que carregam um
aspecto de novidade e despertam a criança que vive dentro do usuário”, diz.
E quem se deixa envolver por tanta sedução dificilmente é capaz de perceber se a frequência do uso está passando dos limites e,
mais ainda, de distinguir se aquela espiadinha no celular, que muitas vezes interrompe outras atividades importantes, acrescenta
algo de relevante na vida pessoal. “O aparelho que tinha a função de aproximar as pessoas pode fazer com que o indivíduo diminua
suas habilidades sociais”, explica a psicóloga Dora Sampaio Góes, do Hospital das Clínicas da USP.
Estar sozinho com os próprios pensamentos também se tornou um desafio. “Fala-se muito que a tecnologia interfere na relação
com o outro, mas ela também influencia na relação do indivíduo consigo mesmo”, afirma Rosa Maria. “O tempo dedicado para se
perder nas próprias ideias, sentimentos, refletir sobre o cotidiano está cada vez menor. E isso interfere no desenvolvimento
pessoal, já que não encontramos espaço para avaliar ideias, posturas, valores e as expectativas de vida”, explica.
Adaptado de OLIVEIRA, M.; TREVISAN, R. Esqueça um pouco do celular e melhore suas relações. Disponível em
http://mulher.uol.com.br/comportamento/noticias/redacao/2014/04/07/esqueca-um-pouco-do-celular-e-melhoresuas-
relacoes.htm. Acesso em 15 de abril de 2014.
Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações a seguir.
( ) As aspas em vermelho estão sendo empregadas pelo mesmo motivo que as aspas em azul.
( ) A vírgula em vermelho está sendo empregada pelo mesmo motivo que a segunda vírgula em azul.
( ) As vírgulas em laranja estão sendo usadas para separar um aposto.
➢ Comentários:
GABARITO LETRA A
V) As aspas das linhas 10 e 11 estão sendo empregadas pelo mesmo motivo que as aspas das linhas 14 e 15.
Linhas 10 e 11:
“O mundo da tecnologia se parece com um parque de diversões para adultos”, declara a psicóloga Rosa Maria Farah,
coordenadora do NPPI (Núcleo de Pesquisas da Psicologia em Informática) da PUC-SP. “Os smartphones têm funções lúdicas, que
carregam um aspecto de novidade e despertam a criança que vive dentro do usuário”, diz.
Linhas 14 e 15:
“O aparelho que tinha a função de aproximar as pessoas pode fazer com que o indivíduo diminua suas habilidades sociais”, explica
a psicóloga Dora Sampaio Góes, do Hospital das Clínicas da USP.
Estar sozinho com os próprios pensamentos também se tornou um desafio. “Fala-se muito que a tecnologia interfere na relação
com o outro, mas ela também influencia na relação do indivíduo consigo mesmo”, afirma Rosa Maria.
Em todos os casos, as aspas foram empregadas para indicar que os trechos por elas destacados representam a fala das pessoas
posteriormente mencionadas.
(F) A vírgula da linha 01 está sendo empregada pelo mesmo motivo que a segunda vírgula da linha 9.
Linha 01:
Em 2013, um restaurante em Jerusalém criou uma promoção interessante:(...)
Comentário:
Na linha 01, a vírgula foi usada para indicar a anteposição do um adjunto adverbial de tempo Em 2013. Adjuntos adverbiais,
quando seguem a ordem direta dos termos sintáticos na frase, aparecem no final dela. A ordem direta dos termos sintáticos na
frase é sujeito + verbo + objetos + adjuntos adverbiais. Quando o adjunto adverbial é colocado no meio da frase ou no seu início,
ele deve vir separado por vírgula.
Linha 09:
O aparelho, que antes tinha como única função ampliar e agilizar a comunicação, hoje é também um computador de bolso.
Comentário:

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Na linha 09, as vírgulas foram empregadas para indicar a intercalação da oração subordinada adverbial explicativa que antes
tinha como única função ampliar e agilizar a comunicação no meio da principal O aparelho hoje é também um computador de 141
bolso.
(F) As vírgulas da linha 18 estão sendo usadas para separar um aposto.
Linha 18:
“O tempo dedicado para se perder nas próprias ideias, sentimentos, refletir sobre o cotidiano está cada vez menor.
Nesse trecho, as vírgulas estão sendo usadas para separar a enumeração composta pelas expressões se perder nas próprias
ideias/sentimentos/refletir sobre o cotidiano.
LETRA "A"-CORRETA: V – F – F.
LETRA "B"-ERRADA: V – V – F.
LETRA "C"-ERRADA: F – V – V.
LETRA "D"-ERRADA: V – F – V.
LETRA "E"-ERRADA: F – V – F.
148. FAURGS 2014:
Índios, os estrangeiros nativos.
A volta dos indígenas à pauta de discussões do País tem gerado discursos bastante reveladores sobre a impossibilidade de escutá-
los como parte do Brasil que tem algo a dizer não só sobre o seu lugar, mas também sobre si. Os indígenas parecem ser, para uma
parcela das elites, da população e do governo, algo que poderíamos chamar de “estrangeiros nativos”. É um curioso caso de
xenofobia, no qual aqueles que aqui estavam são vistos como os de fora. No processo histórico de estrangeirização da população
originária, os indígenas foram escravizados, catequizados, expulsos, em alguns casos, dizimados. A muito custo foram
reconhecidos como detentores de direitos, mas ainda hoje parecem ser aqueles com quem a sociedade não índia tem uma dívida
e em quem, para alguns setores – e não apenas os ruralistas –, seria melhor dar calote. Para que os de dentro continuem fora, é
preciso mante-los fora no discurso.
Entre os exemplos mais explícitos está a tese de que não falam por si. Aos estrangeiros é negada a posse de uma voz, já que não
podem ser reconhecidos como parte. Sempre que os indígenas saem das fronteiras, tanto as físicas quanto as simbólicas, impostas
para que continuem fora, ainda que dentro, é reeditada a versão de que são “massa de manobra” das ONGs. Vale a pena olhar
com mais atenção para essa versão narrativa, que está sempre presente, mas que em momentos de acirramento dos conflitos
ganha força.
Desta vez, a entrada dos indígenas no noticiário se deu por dois episódios: a morte do terena Oziel Gabriel durante uma operação
da Polícia Federal em Mato Grosso do Sul, e a paralisação das obras de Belo Monte, no Pará, pela ocupação do canteiro pelos
mundurucus. O terena Oziel Gabriel, 35 anos, morreu com um tiro na barriga durante o cumprimento de uma ordem de
reintegração de posse em favor de um fazendeiro, envolvendo uma terra reconhecida como território indígena desde 1993. Pela
lógica do discurso de que seriam manipulados pelas ONGs, Oziel e seu grupo, se pensassem e agissem segundo suas próprias
convicções, não estariam reivindicando o direito assegurado constitucionalmente de viver na sua área original. Tampouco
estariam ali, porque a alternativa à luta pela terra seria virar mão de obra barata ou semiescrava nas fazendas da região, ou rumar
para as periferias das cidades. Não. Os indígenas só seriam genuinamente indígenas se aceitassem pacífica e silenciosamente o
gradual desaparecimento de seu povo, sem perturbar o país com seus insistentes pedidos para que a Constituição seja cumprida.
No caso dos mundurucus, questionou-se exaustivamente a conveniência e a legitimidade de sua presença no canteiro de obras
da hidrelétrica de Belo Monte, por estarem “a 800 quilômetros de sua terra”. De novo, os indígenas estariam extrapolando
fronteiras não escritas. Os mundurucus estavam ali porque suas terras poderão ser afetadas por outras 14 hidrelétricas, desta vez
na Bacia do Tapajós, e pelo menos uma delas, São Luiz do Tapajós, deverá estar no leilão de energia previsto para o início de 2014.
Se não conseguirem fazer-se ouvir agora, eles sabem que acontecerá com eles o mesmo que acabou de acontecer com os povos
do Xingu. Serão vítimas de um outro discurso muito em voga, o da obra consumada. A trajetória de Belo Monte mostrou que a
estratégia é tocar a obra, mesmo sem o cumprimento das condicionantes socioambientais, mesmo sem a devida escuta dos
indígenas, mesmo com os conhecidos atropelamentos do processo dentro e fora do governo, até que a usina esteja tão adiantada,
já tenha consumido tanto dinheiro, que parar seja quase impossível.
Adiantaria os mundurucus gritarem sozinhos lá no Tapajós, para serem contemplados no seu direito constitucional, respaldado
também por convenção da Organização Internacional do Trabalho, de serem ouvidos sobre uma obra que vai afetá-los? Não.
Portanto, eles foram até Belo Monte se fazer ouvir. Mas, como são indígenas, alguns acreditam que não seriam capazes de tal
estratégia política. É preciso resgatar, mais uma vez, o discurso da manipulação – ou da infiltração. Já que, para serem indígenas
legítimos, os mundurucus teriam de apenas aceitar toda e qualquer obra – e, se fossem bons selvagens, talvez até agradecer aos
chefes brancos por isso.
Adaptado de: BRUM, Eliane. Índios, os estrangeiros nativos. Revista Época. Disponível em: http://revistaepoca.globo.com/-
Sociedade/eliane-brum/noticia/2013/06/indios-os-estrangeirosnativos.html. Acessado em 02/05/2014.
Considere as afirmações a seguir a respeito da utilização de recursos de pontuação no texto.
I - A vírgula depois da palavra elites, é usada pelo mesmo motivo que a vírgula antes da palavra quem.
II - A vírgula antes da palavra originária, é usada pelo mesmo motivo que a vírgula depois da palavra questionou-se.
III - As vírgulas destacadas são usadas para isolar o vocativo.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
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e) Apenas II e III.
➢ Comentários: 142
GABARITO LETRA B
I - ERRADA. A vírgula depois da palavra elites, na linha 03, é usada pelo mesmo motivo que a vírgula da linha 06.
Os indígenas parecem ser, para uma parcela das elites, da população e do governo, algo que poderíamos chamar de “estrangeiros
nativos”.
No trecho acima, a vírgula depois da palavra elites é usada para separar termo de uma enumeração.
A muito custo foram reconhecidos como detentores de direitos, mas ainda hoje parecem ser aqueles com quem a sociedade não
índia tem uma dívida e em quem, para alguns setores – e não apenas os ruralistas –, seria melhor dar calote. Para que os de dentro
continuem fora, é preciso mantê-los fora no discurso.
No trecho acima, a vírgula depois de quem (em conjunto com a vírgula após o segundo travessão) é usada para indicar uma
explicação intercalada.
II - CORRETA. A vírgula da linha 04 é usada pelo mesmo motivo que a vírgula da linha 21.
No processo histórico de estrangeirização da população originária, os indígenas foram escravizados, catequizados, expulsos, em
alguns casos, dizimados.
No trecho acima, a vírgula após originária indica a anteposição da expressão adverbial No processo histórico de estrangeirização
da população originária.
No caso dos mundurucus, questionou-se exaustivamente a conveniência e a legitimidade de sua presença no canteiro de obras da
hidrelétrica de Belo Monte, por estarem “a 800 quilômetros de sua terra”.
No trecho acima, a vírgula após mundurucus indica a anteposição da expressão adverbial No caso dos munducurus.
III - ERRADA. As vírgulas da linha 14 são usadas para isolar o vocativo.
O terena Oziel Gabriel, 35 anos, morreu com um tiro na barriga durante o cumprimento de uma ordem de reintegração de posse
em favor de um fazendeiro, envolvendo uma terra reconhecida como território indígena desde 1993.
No trecho acima, as vírgulas são usadas para isolar um aposto e não um vocativo.
Aposto é o termo da oração que explica, esclarece, resume ou identifica o nome ao qual ele se refere. No período acima, a
expressão 35 anos esclarece a idade de Oziel Gabriel. Trata-se de um aposto.
Vocativo é o termo da oração que serve para invocar ou chamar um interlocutor. Ex: Ana, você pode pegar água pra mim?
LETRA "A"-ERRADA. Apenas I.
LETRA "B"-CORRETA. Apenas II.
LETRA "C"-ERRADA. Apenas III.
LETRA "D"-ERRADA. Apenas I e II.
LETRA "E"-ERRADA. Apenas II e III.
149. FAURGS 2014: MESMO TEXTO ANTERIOR
Considere as propostas a seguir de alteração da pontuação do texto.
I - Retirada da vírgula depois de narrativa, na linha 11.
II - Retirada da vírgula depois de Sul, na linha 13.
III - Substituição da vírgula depois de voga, na linha 26, por dois-pontos.
Em quais delas o período resultante seria gramaticalmente correto?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
e) Apenas II e III.
➢ Comentários:
GABARITO LETRA E
I - ERRADA. Retirada da vírgula depois de narrativa, na linha 11.
Vale a pena olhar com mais atenção para essa versão narrativa, que está sempre presente, mas que em momentos de acirramento
dos conflitos ganha força.
Na frase acima, as vírgulas depois de narrativa e depois de presente (conjuntamente) isolam a oração subordinada adjetiva
explicativa que está sempre presente.
A retirada da vírgula depois de narrativa faz com que a mencionada oração passe a ter valor restritivo (e não explicativo) em
relação à expressão essa versão narrativa. Ocorre, portanto, mudança de sentido e não erro gramatical, como indica o gabarito
da questão ao considerar incorreto o item I.
II - CORRETA. Retirada da vírgula depois de Sul, na linha 13.
Desta vez, a entrada dos indígenas no noticiário se deu por dois episódios: a morte do terena Oziel Gabriel durante uma operação
da Polícia Federal em Mato Grosso do Sul, e a paralisação das obras de Belo Monte, no Pará, pela ocupação do canteiro pelos
mundurucus.
No período acima, a vírgula após Mato Grosso do Sul pode ser retirada pois ela foi empregada entre termos que representam a
enumeração dos episódios pelos quais se deu a entrada dos indígenas no noticiário: a morte do terena Oziel Gabriel durante uma
operação da Polícia Federal em Mato Grosso do Sul, e a paralisação das obras de Belo Monte, no Pará.
Não se emprega a vírgula no interior das orações se houver a conjunção aditiva e antes do último termo de uma enumeração.
III - CORRETA. Substituição da vírgula depois de voga, na linha 26, por dois-pontos.
Serão vítimas de um outro discurso muito em voga, o da obra consumada.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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No período acima, a vírgula depois de voga prepara o texto para um trecho explicativo: o discurso da obra consumada é o tipo de
discurso muito em voga a que a autora se refere anteriormente. 143
Esse mesmo efeito pode ser expresso com o uso do sinal de dois-pontos:
Serão vítimas de um outro discurso muito em voga: o da obra consumada.
LETRA "A"-ERRADA. Apenas I.
LETRA "B"-ERRADA. Apenas II.
LETRA "C"-ERRADA. Apenas III.
LETRA "D"-ERRADA. Apenas I e II.
LETRA "E"-CORRETA. Apenas II e III.
150. FAURGS 2014:
Esse tema é muito explorado em obras de ficção científica e discutido por aqueles que se perguntam aonde chegaremos com os
avanços da inteligência artificial, se é que existe tal inteligência. Marvin Minsky, um importante pensador da área, afirmou que a
próxima geração de computadores será tão inteligente que “ teremos muita sorte se eles permitirem manter-nos em casa como
animais de estimação”. John McCarthy, que cunhou o termo “Inteligência Artificial”, declarou que “máquinas tão simples como
um termostato ___ - pode dizer-se - crenças”. Declarações como essas, feitas por cientistas renomados, estimulam ___ imaginação
e assustam os incautos.
No entanto, o filósofo J. R. Searle encarou com sarcasmo essas expectativas exageradas e elaborou então um “experimento
mental” para demonstrar que uma máquina não ___ sequer a capacidade de compreender significados, apenas segue regras e
responde a comandos pré- estabelecidos. O poder de processamento e a sofisticação dos programas nos dão a falsa impressão de
inteligência. Searle chamou esse experimento de “sala chinesa”. Imaginemos uma pessoa dentro de uma sala. Ela entende inglês
e tem um livro com regras em inglês para combinar símbolos em chinês. Dentro da sala, estão várias cestas numeradas, e, dentro
delas, estão papéis com símbolos em chinês. Essa pessoa recebe, por baixo da porta, símbolos em chinês que ela não entende.
Então, ela consulta as regras que informam como os símbolos devem ser combinados e, aí, devolve por baixo da porta. As regras
dizem mais ou menos assim: “se o símbolo recebido for parecido com este, pegue o papel da cesta n.º 13 e devolva por baixo da
porta”. A pessoa dentro da sala não sabe, mas está respondendo ___ perguntas em chinês. Ela sequer sabe o significado dos
símbolos, apenas ___ uma regra para combinar os símbolos e devolvê-los por baixo da porta. Essa é, justamente, a base do
“pensamento” das máquinas.
Esse exemplo nos mostra que o processamento dos computadores não pode ser comparado ___ inteligência humana. O que
renomados cientistas chamam de “Inteligência Artificial” é o resultado de entradas e saídas de dados realizadas de forma “burra”.
Computadores não ___ capacidade de saber o que significam as palavras. Se eu falo para alguém uma palavra (como “amor”,
“ódio” ou “afeto”), essa pessoa lhe atribui um significado e recorda situações de sua vida em que ela se aplica. A inteligência
humana leva em consideração esses significados e toma decisões baseadas em complexas interpretações pessoais. Isso é algo
básico para qualquer ser humano e fundamental para o pensamento. E é algo que as máquinas ainda não podem fazer.
Adaptado de: CARNEIRO, Alfredo de Moraes Rêgo. Podem as máquinas pensar? Disponível em http://www.netmundi.org/
filosofia/tag/marvin-minsky. Acessado em 14 de julho de 2014.
Assinale V ( verdadeiro) ou F ( falso) nas afirmações a seguir.
( ) As vírgulas da linha 05 estão sendo empregadas para demarcar um aposto.
( ) As aspas que aparecem no trecho “ teremos muita sorte se eles permitirem manter-nos em casa como animais de estimação”
estão sendo empregadas para marcar discurso indireto.
( ) O ponto destacado poderia ser substituído por uma vírgula, sem que isso acarretasse erro no emprego dos sinais de pontuação
ou mudança de sentido da frase.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
a) V – V – V.
b) F – F – F.
c) V – V – F.
d) V – F – F.
e) F – V – V.
➢ Comentários:
I. Verdadeira. Na passagem "Marvin Minsky, um importante pensador da área, afirmou que a próxima geração (...)", o segmento
destacado é um aposto explicativo, justificando o emprego das vírgulas. Vale destacar que a retirada do sinal de pontuação
prejudicaria a correção gramatical do contexto.
II. Falsa. No contexto em apreço, as aspas foram usadas para reproduzir a fala, a citação do pensador Marvin Minsky, tornando
incorreta a afirmação da banca.
III. Falsa. A vírgula após a expressão "em chinês" encerra o pensamento, a ideia do período "Ela entende inglês e tem um livro com
regras em inglês para combinar símbolos em chinês". Logo, não é possível substituir o ponto por uma vírgula, sob pena de
prejudicar a correção da estrutura.
Gabarito: D.
151. FAURGS 2014:
Sou quase neurótico em relação ___ horários. Quando tenho um compromisso nas primeiras horas da manhã, não durmo. E saio
de casa de madrugada, especialmente depois que o trânsito da minha cidade (e de centenas de outras neste país) se transformou
em rali com obstáculos. Até para uma sessão de cinema sou dos primeiros ___ chegar – e isso bem antes das casas de espetáculo
proibirem o acesso de quem chega atrasado.

Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019


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Na infância, chegava cedo ao cinema para trocar gibis. Hoje é difícil imaginar, mas a garotada da minha época (lá pelo tempo do
cinema mudo) ia para ___ sala de projeção com pilhas de revistinhas sob os braços, para trocar antes e depois do filme. Na 144
adolescência, eu chegava cedo para não perder o Canal 100.
O Canal 100 era um cinejornal dirigido pelo carioca Carlos Niemeyer, que foi namorado da cantora Carmem Miranda e que
inventou uma maneira original de filmar o futebol. Com câmeras colocadas em vários pontos do estádio, ele flagrava lances
espetaculares e expressões de jogadores e torcedores, que depois eram projetadas em câmera lenta no telão. Quem viu jamais
vai esquecer.
A maior sacada de Niemeyer no futebol foi virar as câmeras para os torcedores. Enquanto a bola rolava, o Canal 100 gravava o
pessoal da galera roendo unhas, fazendo caretas e exibindo olhos esbugalhados e bocas desdentadas. Naqueles tempos
pretéritos, as arquibancadas não eram frequentadas apenas pela elite branca, os ingressos ainda não tinham caído nas mãos dos
cambistas da Fifa.
No cinema, o futebol era muito mais encantador do que no próprio estádio. A plateia emudecia aos acordes da música Na Cadência
do Samba, que era a característica do cinejornal, e só interrompia o silêncio para vibrar com lances e dribles vistos em detalhes
inimagináveis, ou para rir de algum geraldino flagrado em momento de desespero.
Os geraldinos, aqueles torcedores molambos que roíam os dedos ___ beira do campo, desapareceram dos estádios. E o futebol
brasileiro é que está sendo jogado em câmera lenta. Estamos precisando acordar mais cedo.
Adaptado de SOUZA, Nilson. Câmera Lenta. Zero Hora, 14 de julho de 2014, p. .
Considere as afirmações a seguir sobre a pontuação do texto.
I - O travessão da linha 07 poderia ser substituído por vírgula sem que isso acarretasse erro de pontuação.
II - A substituição de Naqueles tempos pretéritos por Naqueles dias acarretaria alteração na pontuação do período.
III - A supressão da vírgula da linha 41 não configuraria erro de pontuação.
Quais estão INCORRETAS?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e III.
e) Apenas II e III.
➢ Comentários:
I. Certa. No trecho "... sou dos primeiros a chegar - e isso bem antes das casas de espetáculo proibirem o acesso de quem chega
atrasado", o travessão foi usado por razões estilísticas, com a finalidade de realçar/enfatizar o trecho explicativo, introduzido
pela conjunção "e". Por isso, a vírgula também manteria o realce e a correção do trecho, tornando a afirmação correta.
II. Errada. A expressão "Naqueles tempos pretéritos" funciona como adjunto adverbial e, por estar deslocado na sentença, foi
corretamente isolado pela vírgula. Sua substituição pelo sintagma "Naqueles dias" manteria a obrigatoriedade da vírgula, sem
alterar a pontuação do período: "Naqueles dias, as arquibancadas (...)".
III. Errada. No contexto, o segmento "aqueles torcedores molambos que roíam os dedos à beira do campo" é um aposto,
explicando o sentido de "geraldinos", termo precedente. Portanto, por se tratar de um aposto explicativo, o uso da vírgula é
obrigatório.
Com isso, as afirmações II e III estão incorretas, validando a opção (E) como resposta da questão.
Gabarito: E.
152. FAURGS 2014
A questão a seguir se refere ao texto abaixo.
A tia Benvinda convidou duas amigas, a tia Flor e a tia Amada, para uma visita. Como era muito esquecida (como as amigas, aliás),
pediu ao filho, Moise, que anotasse num papelzinho o que tinha de servir. “Comece com café”, anotou Moise. “Siga com as cerejas,
queijos e por fim os doces”.
Chegaram as visitas, conversaram um pouco, e tia Benvinda foi até a cozinha. Olhou no papelzinho, viu que tinha de servir café e
voltou com o café. Tomaram café, conversaram mais um pouco, tia Benvinda recolheu as xícaras, foi até a cozinha e olhou de
novo o papelzinho: “Comece com o café...”. De modo que trouxe café. Tomaram café, conversaram, de novo a anfitriã foi até a
cozinha e... mais café. Assim se passou a tarde.
Finalmente, as duas idosas levantaram-se, despediram- se e se foram. No caminho, tia Flor comentou com tia Amada:
– Que jeito grosseiro de receber tem essa Benvinda! Nem nos serviu café!
Ao que a outra a olhou com surpresa:
– Benvinda? Benvinda disseste? E quando a viste?
Neste meio tempo, Moise chegou à casa da mãe e perguntou como havia sido o encontro.
– Não vale a pena preparar tanta coisa – foi a resposta. – As visitas nem apareceram.
Extraído e adaptado de: SCLIAR, M.; FINZI, P. ELIAHU, T. Humor Judaico: do éden ao divã. São Paulo: Shalom, 1990.
Considere as afirmações a seguir sobre o emprego de sinais de pontuação no texto.
I - A vírgula imediatamente após cerejas é usada pela mesma razão que a vírgula imediatamente após levantaram-se.
II - As reticências poderiam ser substituídas por etc.
III - A vírgula imediatamente após caminho é usada pela mesma razão que a vírgula imediatamente após tempo.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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d) Apenas I e II.
e) Apenas I e III. 145
➢ Comentários:
Gab. E
I - A vírgula imediatamente após cerejas é usada pela mesma razão que a vírgula imediatamente após levantaram-se.
Certa: A banca deu essa afirmação como correta.
II - As reticências poderiam ser substituídas por etc.
Errada: O termo "etc." dá ideia de continuidade. As reticências também têm essa função. Portanto, um elimina o outro. O uso
de reticências após "etc." acaba configurando uma redundância viciosa.
III - A vírgula imediatamente após caminho é usada pela mesma razão que a vírgula imediatamente após tempo.
Certa: A vírgula usada após "caminho" e "tempo" demarca o deslocamento do adjunto adverbial para o início do período.
153. FAURGS 2014
A questão a seguir se refere ao texto abaixo.
O jornal Washington Post fez uma experiência no metrô da cidade. Um dos melhores violinistas do planeta, Joshua Bell, estava
em turnê na capital, e a experiência era a seguinte: ele tocaria incógnito seu violino numa estação de metrô. Um boné no
chão recolheria as moedas.
As poucas pessoas que deram algum troco sequer pararam para ouvir. Quando Joshua guardou seu violino (que valia três milhões
e meio de dólares) não houve aplausos.
Eis minha experiência no metrô de Londres, anos atrás. Estava de férias e já subia a escada para atingir a rua quando me dei conta
do tema que vinha de um sax (na época, Kenny G povoou de saxofones as estações de metrô mundo afora).
A canção que chegara a mim não era Kenny G. Era algo suave, que reverberava na memória. Memória antiga e afetiva. O que
tocava era Manhã de carnaval, de Antônio Maria, meu conterrâneo. Um autor recifense enchia os ares do metrô de Londres. Desci
as escadas correndo. O saxofonista era alto e ruivo, dificilmente seria brasileiro.= Fiquei ainda mais comovido.
Ouvi a música até o fim. Depois, agradecendo a honra, coloquei dez libras em seu chapéu. Ele não acreditou, e achou que
eu havia me confundido ao dar uma nota de valor tão graúdo. Gesticulei que não, e segui adiante orgulhoso do talento de minha
aldeia.
A ilusão durou décadas, e manteve-se intacta até anteontem. Eu passava entre os computadores do escritório quando ouvi o que
vinha do monitor de um colega: a introdução de Manhã de carnaval. Voltei sorrindo e já ia contar o antigo episódio do metrô
quando entrou a voz. Sim, era a voz: Frank Sinatra, cantando em inglês. Então era isso. O ruivo magrela não conhecia Antônio
Maria coisa nenhuma, e tampouco sabia da existência de Recife ou mesmo do Brasil. Conhecia era a versão americana. Ele tocou
Frank Sinatra e eu paguei por Antônio Maria. Na mesma hora tive pena das minhas dez libras.
Enquanto a experiência do Washington Post rendeu um prêmio Pulitzer em 2008, a minha rendeu uma bestagem. O título
americano da canção, aliás, é uma carapuça. Chama-se A day in the life of a fool (Um dia na vida de um tolo).
Adaptado de: LAURENTINO, A. Maria. Disponível em: andrelaurentino.blogspot.com.br/2013/03/Maria.html. Acessado em
11/04/2014.
Considere as seguintes propostas de alteração da pontuação do texto.
I - Substituição dos dois-pontos por ponto-e-vírgula.
II - Inserção de uma vírgula antes de não.
III - Retirada da vírgula depois de não.
Quais resultariam em períodos gramaticalmente corretos?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
e) Apenas II e III.
➢ Comentários:
I - Substituição dos dois-pontos por ponto-e-vírgula.
Errada: O emprego de ponto-e-vírgula não é adequado para introduzir os elementos enumerados. Ponto-e-vírgula pode ser usado
para separar cada elemento enumerado, ou seja, entre o primeiro e o segundo; entre o segundo e o terceiro...; porém não antes
do primeiro.
II - Inserção de uma vírgula antes de não.
Certa: A inserção dessa vírgula é obrigatória, tendo em vista que isola a oração subordinada adverbial temporal antecipada para
o início do período. Sempre que a oração subordinada for redigida antes da principal, o uso da vírgula é necessário.
III - Retirada da vírgula depois de não.
Certa: O emprego da vírgula estava incorreto. Portanto, a sua supressão corrige tal problema. A gramática tradicional prevê que
duas orações ligadas pela conjunção 'e" com o mesmo sujeito não sejam separadas por vírgula.
Assim sendo, A RESPOSTA É A LETRA E.
154. FAURGS 2013 – OFICIAL ESCREVENTE
Apesar de você
Você é a favor ou contra cortarem árvores para alargar uma rua? A favor ou contra derrubarem uma casa para construir um
edifício? Devem ser reabertos os arquivos da ditadura? Proibidas as máscaras nos protestos? Publicadas biografias não
autorizadas?

Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019


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A arena de debates públicos foi ampliada virtualmente ao infinito pela capilaridade das redes sociais. Pode parecer apenas mais
uma discussão banal sobre um aumento de 20 centavos nas passagens, mas por trás de toda polêmica que exalta ânimos e 146
inflama espíritos há um conflito de visões de mundo, um choque tectônico de ideias. Quase nunca é só pelos 20 centavos.
Como nem sempre são evidentes todos os aspectos envolvidos em um debate – e como poucas pessoas entendem de todos os
assuntos, tirando Leonardo Da Vinci e aquele seu amigo que dá palpite sobre tudo – é comum que fiquemos atentos à maneira
como diferentes pessoas em quem confiamos se posicionam antes de formarmos a nossa própria opinião. O conceito de formador
de opinião, porém, mudou muito nos últimos anos. Hoje há formadores de opinião por todos os lados, para onde você olhar, e
por isso mesmo é cada vez mais difícil escolher quem vale a pena ouvir.
Na busca da iluminação cotidiana, gosto de prestar atenção em quem entende do riscado: arquitetos para falar de arquitetura,
médicos para falar de medicina, juristas para falar de leis. Mas não basta entender do assunto. Para conquistar o meu respeito, é
preciso conseguir construir argumentos que voem além dos interesses de sua categoria. Médicos a favor do Mais Médicos,
jornalistas contra o diploma de jornalismo, empresários dispostos a perder algum dinheiro: pode-se concordar ou não com eles,
mas ganham um crédito adicional de confiança por pensarem com a cabeça e não com o bolso ou o coração.
Quero que o formador de opinião seja coerente, mas, se for dizer algo desatinadamente oposto ao que disse antes, que reconheça
isso, com humildade, porque mudar de opinião, às vezes, é um sinal de inteligência e integridade. Quero ler opiniões que me
surpreendam de vez em quando, porque o pensador independente não se torna refém de inclinações políticas ou ideológicas – e
nada é mais triste do que ver pessoas inteligentes esforçando-se para tornar plausível um pensamento torto apenas para justificar
uma ideologia ou um interesse particular. Ainda assim, quero o conforto de saber que certas pessoas têm a capacidade de iluminar
os caminhos mais tortuosos, invariavelmente apontando para a trilha do que é justo, honesto, honrado, coerente.
A polêmica recente envolvendo o grupo de artistas que defende restrições às biografias não autorizadas talvez seja lembrada
menos pelo assunto em si do que pelo fato de ter colocado sob fogo cerrado dois dos nomes mais emblemáticos da cultura
brasileira. Não me importa que Caetano Veloso e Chico Buarque de Hollanda tenham opiniões diferentes das minhas – muitas
vezes tiveram, inclusive politicamente. O que é triste é ver que emprestaram seu prestígio não a um princípio ou a uma causa
maior do que eles, mas a interesses restritos ao seu cercadinho. Pois, levado ao limite, o raciocínio da proteção à privacidade
torna impossível publicar qualquer coisa que contrarie o interesse de qualquer pessoa – o que, vamos combinar, é muito parecido
com censura.
O mais irônico é que justamente esse gesto pode vir a ser a nota mais embaraçosa das biografias dos dois – quando, “apesar de
você”, elas forem escritas. E serão.
Adaptado de: LAITANO, Cláudia. Zero Hora, 12 out. 2012, n.º 17581.
Considere as seguintes propostas de pontuação.
I - A colocação de duas vírgulas, uma depois de mas e uma depois de espíritos.
II - A inserção de uma vírgula depois do travessão da linha 7.
III - A retirada da vírgula depois de porém.
Quais seriam gramaticalmente corretas, se incorporadas ao texto?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
e) Apenas II e III.
➢ Comentários:
GABARITO LETRA D
I - CORRETA. A colocação de duas vírgulas, uma depois de mas e uma depois de espíritos.
Alteração proposta:
Pode parecer apenas mais uma discussão banal sobre um aumento de 20 centavos nas passagens, mas, por trás de toda
polêmica que exalta ânimos e inflama espíritos, há um conflito de visões de mundo, um choque tectônico de ideias.
Comentário:
A colocação de duas vírgulas, uma depois de mas e uma depois de espíritos isola a expressão intercalada por trás de toda
polêmica que exalta ânimos e inflama espíritos.
É gramaticalmente correto isolar, por vírgulas, expressões intercaladas.
II - CORRETA. A inserção de uma vírgula depois do travessão da linha 7.
Alteração proposta:
Como nem sempre são evidentes todos os aspectos envolvidos em um debate – e como poucas pessoas entendem de todos
os assuntos, tirando Leonardo Da Vinci e aquele seu amigo que dá palpite sobre tudo –, é comum que fiquemos atentos à
maneira como diferentes pessoas em quem confiamos se posicionam antes de formarmos a nossa própria opinião.
Comentário:
A inserção de uma vírgula depois do travessão da linha 7 indica a anteposição de um trecho que evidencia a causa pela qual é
comum que fiquemos atentos à maneira como diferentes pessoas em quem confiamos se posicionam antes de formarmos a
nossa própria opinião.
É gramaticalmente correto indicar, por vírgula, a anteposição de orações subordinadas adverbiais antepostas à principal.
III - ERRADA. A retirada da vírgula depois de porém.
Alteração proposta:
O conceito de formador de opinião, porém mudou muito nos últimos anos.

Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019


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A retirada da vírgula depois de porém faz com que a forma verbal mudou fique separada do sujeito O conceito de formador de
opinião. 147
É gramaticalmente incorreto separar o sujeito do verbo por meio de vírgula.
LETRA "A"-ERRADA. Apenas I.
LETRA "B"-ERRADA. Apenas II.
LETRA "C"-ERRADA. Apenas III.
LETRA "D"-CORRETA. Apenas I e II.
LETRA "E"-ERRADA. Apenas II e III.
155. FAURGS 2013
Devo educar meus filhos para serem éticos?
Quando eu tinha uns 8 ou 9 anos, saí de casa para a escola numa manhã fria de inverno. Chegando à portaria, meu pai interfonou,
perguntando se eu estava levando um agasalho. Disse que sim. Ele me perguntou qual. “O moletom amarelo”, respondi. Era
mentira. Não estava levando agasalho nenhum, mas estava com pressa, não queria me atrasar.
Voltei do colégio e fui ao armário procurar o tal moletom. Não estava lá, nem em nenhum lugar da casa, e eu imaginava por quê.
Gelei. À noite, meu pai chegou de cara amarrada. Ao me ver, tirou de sua pasta o moletom e me disse: “Eu não me importo que
tu não te agasalhes. Mas, nesta casa, nesta família, ninguém mente. Tá claro?”. Sim, claríssimo. Esse foi apenas um episódio
memorável de algo que foi o leitmotiv da minha formação familiar. Meu pai era um obcecado por retidão, palavra, ética,
pontualidade, honestidade, código de conduta, escala de valores, menschkeit (firmeza de caráter, decência fundamental,
em iídiche) e outros termos que eram repetitiva e exaustivamente martelados na minha cabeça. Deu certo. Quer dizer, não sei.
No Brasil atual, eu me sinto deslocado.
Até hoje chego pontualmente aos meus compromissos e, na maioria das vezes, fico esperando por interlocutores que se atrasam
e nem se desculpam (quinze minutos parece constituir uma “margem de erro” tolerável). Até hoje acredito quando um prestador
de serviço promete entregar o trabalho em uma data, apenas para ficar exasperado pelo seu atraso. Fico revoltado sempre que
pego um táxi em uma cidade que não conheço e o motorista tenta me roubar. Detesto os colegas de trabalho que fazem
corpo mole, que arranjam um jeitinho de fazer menos que o devido. Isso sem falar nas quase úlceras que me surgem ao ler o
noticiário e saber que, entre os governantes, viceja um grupo de imorais que roubam com criatividade e desfaçatez.
Sócrates, via Platão, defende que o homem que pratica o mal é o mais infeliz e escravizado de todos, pois está em conflito interno,
em desarmonia consigo mesmo, perenemente acossado e paralisado por medos, remorsos e apetites incontroláveis, tendo uma
existência desprezível, para sempre amarrado a algo (sua própria consciência!) onisciente que o condena. Com o devido respeito
ao filósofo de Atenas, nesse caso acredito que ele foi excessivamente otimista. Hannah Arendt me parece ter chegado mais perto
da compreensão da perversidade humana ao notar que esse desconforto interior do “pecador” pressupõe um diálogo interno, de
cada pessoa com a sua consciência, que na verdade não ocorre com a frequência desejada por Sócrates. Para aqueles que
cometem o mal em uma escala menor e o confrontam, Arendt relembra Kant, que sabia que “o desprezo por si próprio, ou melhor,
o medo de ter de desprezar a si próprio, muitas vezes não funcionava, e a sua explicação era que o homem pode mentir para si
mesmo”. Todo corrupto ou sonegador tem uma explicação, uma lógica para os seus atos, algo que justifique o porquê de uma
determinada lei dever se aplicar a todos, sempre, mas não a ele, pelo menos não naquele momento em que está cometendo o
seu delito.
Cai por terra, assim, um dos poucos consolos das pessoas honestas: “Ah, mas pelo menos eu durmo tranquilo”. Os escroques
também! Se eles tivessem dramas de consciência, se travassem um diálogo verdadeiro consigo e seu travesseiro, ou não teriam
optado por sua “carreira” ou já teriam se suicidado. Esse diálogo consigo mesmo é fruto do que Freud chamou de superego:
seguimos um comportamento moral porque ele nos foi inculcado por nossos pais, e renegá-lo seria correr o risco da perda do
amor paterno. Na minha visão, só existem, assim, dois cenários em que é objetivamente melhor ser ético do que não. O primeiro
é se você é uma pessoa religiosa e acredita que os pecados deste mundo serão punidos no próximo.
Não é o meu caso. O segundo é se você vive em uma sociedade ética em que os desvios de comportamento são punidos pela
coletividade, quer na forma de sanções penais, quer na forma de ostracismo social. O que não é o caso do Brasil. Não se sabe se
De Gaulle disse ou não a frase, mas ela é verdadeira: o Brasil não é um país sério.
Assim é que, criando filhos brasileiros morando no Brasil, estou às voltas com um deprimente dilema: acredito que o papel de um
pai é preparar o seu filho para a vida. Esta é a nossa responsabilidade: dar a nossos filhos os instrumentos para que naveguem,
com segurança e destreza, pelas dificuldades do mundo real. E acredito que a ética e a honestidade são valores axiomáticos. Eis
aí o dilema: será que o melhor que poderia fazer para preparar meus filhos para viver no Brasil seria não os aprisionar na cela da
consciência, do diálogo consigo mesmos, da preocupação com a integridade? Tenho certeza de que nunca chegaria a ponto de
incentivá-los a serem escroques, mas poderia, como pai, simplesmente ser mais omisso quanto a essas questões. Tolerar algumas
mentiras, não me importar com atrasos, não insistir para que não colem na escola, não instruir para que devolvam o troco recebido
a mais...
O fato de pensar a respeito do assunto e de viver em um país em que existe um dilema entre o ensino da ética e o bom exercício
da paternidade já é causa para tristeza. Em última análise, decidi dar a meus filhos a mesma educação que recebi de meu pai. Não
porque ache que eles serão mais felizes assim – pelo contrário –, nem porque acredite que, no fim, o bem compensa. Mas porque,
em primeiro lugar, não conseguiria conviver comigo mesmo – e com a memória de meu pai – se criasse meus filhos para serem
pessoas do tipo que ele me ensinou a desprezar. Além disso, porque acredito que sociedades e culturas mudam. Muitos dos países
hoje desenvolvidos e honestos eram antros de corrupção e sordidez 100 anos atrás. Um dia o Brasil há de seguir o mesmo caminho,
e aí a retidão que espero inculcar em meus filhos há de ser uma vantagem (não um fardo). Oxalá.
Adaptado de: Devo educar meus filhos para serem éticos? (http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/gustavoioschpe-devo-
educar-meus-filhos-para-serem-eticos). Acessado em 21/10/2013.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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Assinale as afirmativas abaixo com V (verdadeiro) ou F (falso) em relação ao uso da pontuação no texto.
( ) A vírgula da última frase do segundo parágrafo é justificada porque separa duas orações em sequência. 148
( ) As vírgulas da primeira frase do terceiro parágrafo estão empregadas para isolar um elemento intercalado.
( ) O uso de vírgula depois de mole é facultativo.
( ) As vírgulas da última frase do penúltimo parágrafo são empregadas para enumeração de elementos.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
a) V – V – F – V.
b) F – V – F – V.
c) V – F – V – V.
d) F – V – V – F.
e) V – V – F – F.
➢ Comentários:
GABARITO LETRA B
(F) A vírgula da última frase do segundo parágrafo é justificada porque separa duas orações em sequência.
A vírgula da última frase do segundo parágrafo é justificada porque separa adjunto adverbial de lugar - No Brasil atual
- anteposto em relação a sua ordem direta na frase.
A ordem direta dos termos sintáticos é sujeito + verbo + objetos + adjuntos adverbiais. Quando um adjunto adverbial aparece no
meio da oração ou no início dela, ele deve ser separado do restante dos termos por vírgula.
No Brasil atual, eu me sinto deslocado.
(V) As vírgulas da primeira frase do terceiro parágrafo estão empregadas para isolar um elemento intercalado.
As vírgulas, nesse caso, isolam a expressão na maioria das vezes que é um adjunto adverbial de tempo intercalado na oração Até
hoje chego pontualmente aos meus compromissos e fico esperando por interlocutores que se atrasam e nem se desculpam (quinze
minutos parece constituir uma “margem de erro” tolerável).
Até hoje chego pontualmente aos meus compromissos e, na maioria das vezes, fico esperando por interlocutores que se atrasam
e nem se desculpam (quinze minutos parece constituir uma “margem de erro” tolerável).
(F) O uso de vírgula depois de mole é facultativo.
A vírgula depois de mole foi usada para separar as orações coordenadas assindéticas que fazem corpo mole e que arranjam um
jeitinho de fazer menos que o devido.
Orações coordenadas assindéticas (sem conjunção) são separadas por vírgula. Logo, a vírgula é obrigatória.
Detesto os colegas de trabalho que fazem corpo mole, que arranjam um jeitinho de fazer menos que o devido.
(V) As vírgulas da última frase do penúltimo parágrafo são empregadas para enumeração de elementos.
As vírgulas, nesse caso, separam a enumeração das ações de tolerar algumas mentiras, não me importar com atrasos, não
insistir para que não colem na escola, não instruir para que devolvam o troco recebido a mais...
Tolerar algumas mentiras, não me importar com atrasos, não insistir para que não colem na escola, não instruir para que devolvam
o troco recebido a mais...
LETRA "A"-ERRADA. V – V – F – V.
LETRA "B"-CORRETA. F – V – F – V.
LETRA "C"-ERRADA. V – F – V – V.
LETRA "D"-ERRADA. F – V – V – F.
LETRA "E"-ERRADA. V – V – F – F.
156. FAURGS 2012
Entre as transformações acarretadas e tornadas possíveis pelas tecnologias de informação e comunicação (TICs) está a
organização e a disponibilização de grandes acervos de obras e de periódicos que, considerados, não fosse por outros motivos, só
do ponto de vista acadêmico, representam uma revolução na forma de acesso às bibliotecas que constituem.
As bibliotecas virtuais têm, de certo modo, os predicados ______ o escritor argentino Jorge Luis Borges define a sua fantástica
Biblioteca de Babel: são ilimitadas e periódicas.
Desse modo, atualizam, no que oferecem e na forma ______ o oferecem, uma espécie de otimismo cético próprio do racionalismo.
Capazes de abrigar ilimitadamente o conhecimento produzido, difundido, divulgado, socializado e posto em circulação, abrem-se
também para as conexões e interconexões de bibliotecas que se agregam, como o próprio conhecimento, para formar,
periodicamente, grandes instituições virtuais que se expandem, se modificam, se encolhem, se alastram e que, sendo uma, logo
em seguida, serão múltiplas para juntar-se depois, em uma, outra, outra mais, as mesmas que, ora iguais, ora diferentes, cumprem
todas, quando não há trincos burocráticos e trancas comerciais, o desígnio do acesso aberto da sociedade ao conhecimento e do
conhecimento às sociedades que o originaram.
A biblioteca está e vai com você onde você estiver, como uma Babel feita do paradoxo do conhecimento: quanto mais se sabe,
mais há para saber, de modo que, o máximo sendo também o mínimo, nunca nos falte nem a pergunta ilimitada, nem a resposta
periódica _______ os livros e revistas postos ao alcance de nosso cotidiano podem nos ajudar a formular, ou, ao menos, entrever.
Adaptado de: VOGT, Carlos. Bibliotecas virtuais. Revista ComCiência. Nº. 139 – 10 jun. 2012. Disponível em:
<http://www.comciencia.br/comciencia /?section=8&edicao=79&tipo=968>
No contexto em que se encontram, os dois pontos da linha 4 podem ser substituídos, com ajustes de vírgula, pela expressão
a) por isso.
b) já que.
c) além do que.
d) se bem que.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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e) no entanto.
➢ Comentários: 149
GABARITO LETRA B
No trecho As bibliotecas virtuais têm, de certo modo, os predicados com que o escritor argentino Jorge Luis Borges define a sua
fantástica Biblioteca de Babel: são ilimitadas e periódicas., os dois pontos foram usados para prenunciar a causa de o escritor
argentino considerar que as bibliotecas virtuais têm os predicados da sua fantástica Biblioteca de Babel: o fato de aquelas serem
ilimitadas e periódicas como é a sua Biblioteca de Babel.
LETRA "A"-ERRADA: por isso.
A locução conjuntiva por isso expressa a ideia de conclusão e não a ideia de causa. Equivale a logo, portanto, etc., que são
conjunções coordenativas conclusivas.
LETRA "B"-CORRETA: já que.
A locução conjuntiva já que expressa a ideia de causa. Equivale a como, porque, visto que, etc, que são conjunções subordinativas
adverbiais causais. Logo, pode substituir, com ajustes de vírgula, os dois pontos da linha 4.
As bibliotecas virtuais têm, de certo modo, os predicados com que o escritor argentino Jorge Luis Borges define a sua fantástica
Biblioteca de Babel, já que são ilimitadas e periódicas.
LETRA "C"-ERRADA: além do que.
A locução conjuntiva além do que expressa a ideia de adição e não a ideia de causa. Equivale a e, mas também, etc., que são
conjunções coordenativas aditivas.
LETRA "D"-ERRADA: se bem que.
A locução conjuntiva expressa a ideia de concessão e não a ideia de causa. Equivale a ainda que, embora, etc,que são conjunções
subordinativas adverbiais concessivas.
LETRA "E"-ERRADA: no entanto.
A locução conjuntiva no entanto expressa a ideia de adversidade e não a ideia de causa. Equivale a mas, porém, contudo, todavia,
etc., que são conjunções coordenativas adversativas.
157. FAURGS 2012:
Há um método de escrita disciplinadamente seguido pelo biólogo Fernando Reinach em A longa marcha dos grilos canibais, crônica
após crônica: primeiro, o autor mostra um breve plano geral do campo ___ que pertence o experimento científico do qual vai
tratar, para, em seguida, fazer foco no próprio experimento, ___ maneira de tantos filmes em que de saída o diretor nos arrasta
rapidamente da contemplação da paisagem vista do alto para um objeto no solo, no qual quer que fixemos nossa atenção. Na
sequência, ele descreve o que foi observado durante o experimento e, para fechar, especula com provocadora imaginação sobre
os significados práticos ou teóricos, econômicos, sociais, existenciais ou outros dos achados e descobertas do trabalho analisado.
Em suma, lança-se na aventura de pensar e imaginar, assim como, por outras vias, os pesquisadores responsáveis pelos estudos
de que trata – quase todos originários das ciências biológicas –, a seu ver, também se atiraram. É este, de fato, nas crônicas, o
olhar de Reinach para a ciência – lugar de aventuras, ponto de partida de expedições que entram em território inexplorado: “Cada
descoberta científica é uma pequena história de aventura. Nas publicações científicas, o relato dessas aventuras está encoberto
por uma infinidade de termos técnicos, descrição de métodos e um cuidado paranoico com a precisão da linguagem. O resultado
é que o sabor da aventura se perde em um texto quase incompreensível”, diz ele na introdução do livro.
O mais curioso é que, para extrair a essência aventurosa do emaranhado da terminologia científica dos artigos (da Nature e da
Science principalmente) que servem de base ___ crônicas e entregá-la límpida a seus leitores, o que Reinach faz em seus textos
é, como ele mesmo afirma, uma mímese do formato dos trabalhos científicos. Plano geral, apresentação do objeto etc., mesmo
que nos tragam memória de movimentos da câmera em começo de filmes sem conta, estão na estrutura mais comum de tais
artigos. Só que ele segue esse roteiro valendo-se de um saber escrever bem, com talento e na linguagem cotidiana, digamos para
sintetizar. Toma o modelo por guia, mas recorrendo ___ comparações, metáforas e outras figuras de linguagem bem escolhidas,
que, a par de tornarem inteligíveis para não especialistas conceitos e procedimentos complexos, adicionam sabor ao texto e
deixam visível o prazer do escritor por trás das palavras. Dito de outra forma, Reinach, seguindo as pegadas de outros cientistas
divulgadores de ciência, recria os modelos de escritura que o inspiram para mostrar as produções da ciência ao público de forma
quase lúdica.
Não há parentesco entre o que ele faz e, por exemplo, as notícias e reportagens no âmbito do jornalismo científico, ainda que seja
um jornal, O Estado de S. Paulo, o suporte original de suas crônicas semanais, desde 2004. Poder-se-.......... dizer que seus textos
estão mesmo de cabeça para baixo em relação aos jornalísticos e .........., inclusive, citar nomes dos autores e das instituições onde
se desenvolveram as pesquisas que enfocam, coisa impensável em material noticioso. Mas, como Reinach lembrou no programa
Roda viva da tevê Cultura em 12 de abril passado, foi exatamente um jornalista, Flavio Pinheiro, um dos mais experientes editores
da imprensa nacional, o responsável por seu “aprendizado” de escrever para jornal dentro do modelo que vislumbrava. Na época
ocupando o cargo de editor-chefe, era ele quem comentava os primeiros textos que o biólogo ia produzindo bem antes da estreia
no Estadão, dando-lhe uma série de dicas preciosas, até que ambos consideraram que o novo cronista estava pronto.
O livro agora lançado é uma boa seleção de crônicas produzidas para o jornal de 2004 a 2009. Cada uma está focada num
experimento singular, e o conjunto está subdividido em 11 áreas temáticas que recebem títulos tão abertos quanto “mente”,
“sexo”, “comportamento”, “humano”, “tecnologia” ou “política”. Esses agrupamentos, aliás, servem mais para orientar o leitor
quanto a seus próprios blocos de interesse, porque não há prejuízo nenhum em começar pela última crônica, saltar para a primeira
e se deixar levar de forma um tanto anárquica, ao sabor dos belos e quase sempre intrigantes títulos. Seja qual for a ordem que o
leitor escolha, no final terá deparado com a imensa diversidade de interesses que a mente inquieta desse híbrido de professor
(tornou-se titular da USP aos 35 anos), pesquisador, empreendedor muito bem-sucedido e escritor de ciência .......... .

Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019


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Adaptado de: Moura, M. Está na cara, você não vê. A arte de arrancar aventuras maravilhosas de trabalhos científicos. In:
Revista Pesquisa FAPESP. Edição Impressa 171, mai. 2010. 150
Considere as afirmações abaixo sobre pontuação no texto.
I - A substituição dos travessões das linhas 7 e 8 por parênteses permitiria a supressão da vírgula antes de a seu ver.
II - A vírgula depois de semanais cumpre a função de sinalizar o deslocamento do adjunto adverbial desde 2004.
III - As vírgulas depois de Flávio Pinheiro e nacional cumprem a função de isolar um aposto.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
e) Apenas II e III.
➢ Comentários:
GABARITO LETRA C
I - ERRADA. A substituição dos travessões das linhas 7 e 8 por parênteses permitiria a supressão da vírgula antes de a seu ver.
Linhas 7 e 8:
"Em suma, lança-se na aventura de pensar e imaginar, assim como, por outras vias, os pesquisadores responsáveis pelos estudos
de que trata – quase todos originários das ciências biológicas –, a seu ver, também se atiraram."
Substituição proposta:
"Em suma, lança-se na aventura de pensar e imaginar, assim como, por outras vias, os pesquisadores responsáveis pelos estudos
de que trata (quase todos originários das ciências biológicas), a seu ver, também se atiraram."
Comentário:
A substituição dos travessões das linhas 7 e 8 por parênteses NÃO permitiria a supressão da vírgula antes de a seu ver, já que essa
é uma expressão intercalada e, como tal, deve ser escrita entre vírgulas.
II - ERRADA. A vírgula depois de semanais cumpre a função de sinalizar o deslocamento do adjunto adverbial desde 2004.
Trecho a ser comentado:
"Não há parentesco entre o que ele faz e, por exemplo, as notícias e reportagens no âmbito do jornalismo científico, ainda que
seja um jornal, O Estado de S. Paulo, o suporte original de suas crônicas semanais, desde 2004."
Comentário:
A vírgula depois de semanais NÃO sinaliza o deslocamento do adjunto adverbial desde 2004, já que esse foi colocado no final do
período respeitando a ordem direta dos termos sintáticos na frase.
A ordem direta dos termos sintáticos na frase é: sujeito + verbo + objetos + adjuntos adverbiais. Diz-se que um adjunto adverbial
está deslocado quando ele é colocado no início ou no meio do período:
"Desde 2004, não há parentesco entre o que ele faz e, por exemplo, as notícias e reportagens no âmbito do jornalismo científico,
ainda que seja um jornal, O Estado de S. Paulo, o suporte original de suas crônicas semanais."
"Não há parentesco entre o que ele faz e, desde 2004, por exemplo, as notícias e reportagens no âmbito do jornalismo científico,
ainda que seja um jornal, O Estado de S. Paulo, o suporte original de suas crônicas semanais, desde 2004."
O emprego da vírgula é indicado para sinalizar o deslocamento de adjunto adverbiais. Quando o adjunto adverbial é colocado no
final do período, o uso da vírgula é opcional.
III - CORRETA. As vírgulas depois de Flávio Pinheiro e nacional cumprem a função de isolar um aposto.
Trecho a ser comentado:
"Mas, como Reinach lembrou no programa Roda viva da tevê Cultura em 12 de abril passado, foi exatamente um jornalista, Flavio
Pinheiro, um dos mais experientes editores da imprensa nacional, o responsável por seu “aprendizado” de escrever para jornal
dentro do modelo que vislumbrava."
Comentário:
Aposto é o termo sintático usado para explicar, esclarecer, resumir ou identificar o nome ao qual ele se refere: substantivo,
pronome ou equivalentes.
No trecho acima, as vírgulas depois de Flávio Pinheiro e nacional foram usadas para esclarecer um atributo de Flávio Pinheiro: o
fato de ele ser um dos mais experientes editores da imprensa nacional. Logo, trata-se de um aposto isolado pelas referidas vírgulas.
LETRA "A"-ERRADA. Apenas I.
LETRA "B"-ERRADA. Apenas II.
LETRA "C"-CORRETA. Apenas III.
LETRA "D"-ERRADA. Apenas I e II.
LETRA "E"-ERRADA. Apenas II e III.
158. FAURGS 2012:
A atividade normativa dos usos de uma língua e a atividade valorativa das formas linguísticas são, em uma certa dimensão,
__________ das comunidades de falantes, independentemente de seu letramento, relação entre seus membros ou forma de
organização econômico-social, articulando-se ao esforço coletivo para garantir a eficiência comunicativa e a identidade dos
membros, assim como a sentimentos estéticos, usos especializados (por exemplo, textos religiosos, mitos, poesia etc.). É através
dela que os sujeitos determinam os usos adequados de sua língua para cada situação, escolhem e valoram formas linguísticas,
avaliam comportamentos, como bem se pode perceber no estudo da fala de pequenas comunidades linguísticas.
Este aspecto tem sido pouco considerado nos estudos linguísticos, talvez porque a atividade normativa nas sociedades letradas
tenha sido incorporada pela tradição escrita e pela escola (via norma gramatical ou gramática normativa) e se __________ a todas
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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as circunstâncias de uso da língua, de tal modo que passou a ser vista como uma espécie de __________ externa. Basta, no
entanto, observar o diálogo entre crianças de dois ou três anos para perceber o quanto ajustam suas falas em função de 151
comentários que uma faz sobre a fala da outra.
Este ajuste se faz em todos os níveis linguísticos, podendo ocorrer tanto conscientemente, quando um falante intervém no
discurso de outro para apresentar-lhe um determinado padrão, seja de pronúncia, seja de uso de uma expressão determinada,
como inconscientemente, quando o próprio falante tenta ajustar sua fala à de seus parceiros. Trata-se evidentemente de um
processo de construção de identidade e de valor linguístico. Em um nível mais apurado, este processo constrói formas de registro
específicas, como as das literaturas e das liturgias, e uma consciência linguística coletiva.
Adaptado de: BRITTO, Luiz Percival Leme. A sombra do caos:ensino gramatical x tradição gramatical. Campinas: Mercado
deLetras, 2002. p. 49-50.
Considerando a manutenção do sentido veiculado pelo texto e a correção gramatical, assinale as afirmações abaixo
com V(verdadeiro) ou F (falso), no que se refere ao emprego de vírgulas.
( ) A vírgula que segue por exemplo tem função análoga à de dois pontos.
( ) A expressão Este aspecto poderia ser seguida por vírgula.
( ) A vírgula que antecede o vocábulo talvez poderia ser suprimida.
( ) As orações seja de pronúncia, seja de uso de uma expressão determinada poderiam ser isoladas por travessões, com a devida
supressão da vírgula que a antecede e da que a segue.
A sequência que preenche corretamente os parênteses, de cima para baixo, é
a) V – V – F – F.
b) V – F – V – V.
c) F – F – V – V.
d) V – V – F – V.
e) V – F – V – F.
➢ Comentários:
Alternativa "E" é a CORRETA.
Devemos julgar as afirmativas como VERDADEIRAS (V) ou FALSAS (F) quanto à pontuação empregada no texto.
Vamos lá?
(V) A vírgula que segue por exemplo tem função análoga à de dois pontos.
Trecho: "...articulando-se ao esforço coletivo para garantir a eficiência comunicativa e a identidade dos membros, assim como a
sentimentos estéticos, usos especializados (por exemplo, textos religiosos, mitos, poesia etc.)."
A vírgula introduz a apresentação dos itens de uma enumeração, o que também poderia ser feito por dois-pontos. Assim:
→ ...assim como a sentimentos estéticos, usos especializados (por exemplo: textos religiosos, mitos, poesia etc.).
A afirmação é VERDADEIRA.
(F) A expressão Este aspecto poderia ser seguida por vírgula.
Trecho: "Este aspecto tem sido pouco considerado nos estudos linguísticos"
A vírgula sugerida separaria o sujeito "Este aspecto" e o verbo que inicia o predicado ("tem sido"). Essa é uma das proibições do
uso da vírgula, portanto a pontuação estaria incorreta. A afirmativa é FALSA, já que essa vírgula não poderia ser empregada.
(V) A vírgula que antecede o vocábulo talvez poderia ser suprimida.
Trecho: "Este aspecto tem sido pouco considerado nos estudos linguísticos, talvez porque a atividade normativa nas sociedades
letradas tenha sido incorporada pela tradição escrita e pela escola"
A oração introduzida por "talvez porque" mantém um sentido de CAUSA com a oração principal, sendo uma oração subordinada
adverbial CAUSAL. A vírgula que separa a oração causal introduzida pela conjunção "porque" é FACULTATIVA, portanto essa
pontuação poderia ser suprimida sem que houvesse erro gramatical ou prejuízo semântico. Trata-se de uma pontuação opcional.
A afirmativa é VERDADEIRA.
(F) As orações seja de pronúncia, seja de uso de uma expressão determinada poderiam ser isoladas por travessões, com a devida
supressão da vírgula que a antecede e da que a segue.
Trecho: "Este ajuste se faz em todos os níveis linguísticos, podendo ocorrer tanto conscientemente, quando um falante intervém
no discurso de outro para apresentar-lhe um determinado padrão, seja de pronúncia, seja de uso de uma expressão determinada,
como inconscientemente, , quando o próprio falante tenta ajustar sua fala à de seus parceiros."
A frase ficaria assim:
→ Este ajuste se faz em todos os níveis linguísticos, podendo ocorrer tanto conscientemente, quando um falante intervém no
discurso de outro para apresentar-lhe um determinado padrão — seja de pronúncia, seja de uso de uma expressão
determinada — como inconscientemente, quando o próprio falante tenta ajustar sua fala à de seus parceiros.
A expressão destacada poderia, sim, ser isolada por travessões, que separariam um segmento intercalado com sentido de
explicação. Veja, porém, que o trecho "quando um falante intervém no discurso de outro para apresentar-lhe um determinado
padrão" é um segmento intercalado, que deve ser isolado por vírgulas. Note que permaneceria a vírgula antes de "quando", mas
seria eliminada a vírgula que deve vir APÓS o segmento intercalado. A ideia é a seguinte:
→ Este ajuste se faz em todos os níveis linguísticos, podendo ocorrer tanto conscientemente [...] como inconscientemente,
quando o próprio falante tenta ajustar sua fala à de seus parceiros.
Todo o trecho abrangido pelas reticências acima está intercalado, devendo ser isolado completamente. Assim, o correto seria
manter a vírgula após o segundo travessão.

Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019


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Correção: Este ajuste se faz em todos os níveis linguísticos, podendo ocorrer tanto conscientemente, quando um falante intervém
no discurso de outro para apresentar-lhe um determinado padrão — seja de pronúncia, seja de uso de uma expressão 152
determinada —, como inconscientemente, quando o próprio falante tenta ajustar sua fala à de seus parceiros.
A sequência fica assim: V - F - V - F. A alternativa "E" é a CORRETA.
159. FAURGS 2012:
Os chineses, cuja renda per capita não chega à metade ______ brasileiros, estão poluindo como se já fossem ricos. Segundo um
estudo realizado pela Comissão Europeia em conjunto com a Agência Holandesa de Avaliação Ambiental, cada chinês emite, em
média, 7,2 toneladas de gás carbônico por ano como resultado da queima de combustíveis fósseis.
Os europeus produzem 7,5 toneladas do gás do efeito estufa por pessoa. Isso representa uma queda de 18% em relação ___ duas
décadas atrás. Na China, houve um aumento de 227% no mesmo período. Em números absolutos, o país já era o maior emissor
de gás carbônico, um dado não muito surpreendente, considerando-se que a China concentra em seu vasto território um quarto
da população mundial.
Já o fato de a poluição per capita do país asiático ser quase igual ___ europeia é preocupante, porque os chineses têm um padrão
de consumo muito mais baixo. Isso significa que o impacto ambiental do crescimento econômico da China supera em muito os
ganhos da população com a produção de riqueza.
O governo chinês chegou a estabelecer metas de redução das emissões, mas pelo menos três fatores jogam contra. O primeiro é
a importância da indústria pesada, que demanda muita energia, na economia nacional. O segundo é o fato de o país ter a terceira
maior reserva mundial de carvão mineral – uma matéria-prima barata para a produção de energia, e altamente poluente.
O terceiro é o caráter autoritário da hierarquia administrativa na China. Pressionadas pelo comando central do Partido Comunista
para conseguir desempenhos econômicos estratosféricos, as autoridades provinciais não têm muito escrúpulo ao aprovar
indústrias e usinas. Quando a população local se opõe a um projeto por temer danos ao ambiente, é reprimida de maneira
violenta, como ocorreu no início deste mês em Shifang, durante um protesto contra a construção de uma refinaria.
Como resultado dessa postura, além do ar das grandes cidades, dois terços dos rios e lagos do país estão poluídos. Na extinta
Alemanha Oriental, os primeiros cidadãos a se organizarem para fazer oposição à ditadura comunista estavam indignados com os
poluentes químicos lançados no Rio Saale. Regimes autoritários são um veneno para a natureza.
Adaptado de: O crescimento não é desculpa. VEJA, São Paulo, p. 69, 25 jul. 2012.
Considere as afirmações a seguir sobre a pontuação de frases do texto.
I - A retirada da vírgula depois de chineses não provoca alteração de sentido na sentença e não representa erro gramatical.
II - A colocação de uma vírgula depois de concentra e de outra vírgula depois de território não provoca alteração de sentido na
sentença e não representa erro gramatical.
III - A retirada da vírgula depois de energia não provoca alteração de sentido na sentença e não representa erro gramatical.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
e) Apenas I e III.
➢ Comentários:
I. Errada. No trecho "Os chineses, cuja renda per capita não chega à metade da (renda) dos brasileiros, estão poluindo como se
já fossem ricos", a oração destacada está intercalada, justificando o uso das vírgulas após os vocábulos "chineses" e "brasileiros".
Semanticamente, a oração subordinada adjetiva expressa valor explicativo.
No entanto, caso retirássemos ambas as vírgulas, não haveria desvio gramatical, mas o sentido do texto seria modificado,
passando a oração em epígrafe a exprimir ideia restritiva: Os chineses cuja renda per capita não chega à metade da (renda) dos
brasileiros estão poluindo como se já fossem ricos.
II. Certa. No contexto, o sintagma "em seu vasto território" funciona como adjunto adverbial, podendo ser isolado pelas vírgulas
sem provocar alteração de sentido e sem causar incorreção gramatical: "(...) a China concentra, em seu vasto território, um quarto
da população mundial".
III. Errada. Na passagem "uma matéria-prima barata para a produção de energia, e altamente poluente", a vírgula foi empregada
por razões estilísticas, objetivando enfatizar, realçar a informação "e altamente poluente". Portanto, apesar de a supressão da
vírgula não provocar desvio gramatical, haveria modificação no sentido da sentença.
Gabarito: B.
160. FAURGS 2012:
Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo.
O avanço das mídias nas últimas décadas tem sido recebido com grande entusiasmo – não sem razão. Entre elas, uma,
especialmente, é saudada como revolucionária: trata-se desta quase incompreensível massa de informações que circula por
milhões e milhões de computadores pelo mundo, que é a Internet e que dá ____ todos nós a sensação de que podemos encontrar
respostas para quase tudo, bastando colocar a palavra certa no buscador.
A Internet realmente transformou o mundo, facilitou a vida de todos os que têm acesso ____ ela e tem um enorme potencial para
popularizar e democratizar a informação e o conhecimento ao longo deste novo século.
A rede possibilitou que pessoas se conheçam. Estudantes escrevem para suas bibliografias. E, estranhamente, para surpresa dos
jovens, as bibliografias respondem. Aproximou colegas distantes, promovendo o intercâmbio científico e cultural, acelerou o
mundo dos negócios, as bolsas de valores, e promete uma revolução da educação para os próximos anos. Fez surgir impensadas
amizades e até grandes paixões.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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Há, no entanto, uma grande perversidade na rede: ela está substituindo os encontros entre pessoas que não têm nenhum tipo de
impedimento objetivo para se falarem olho no olho. Ou pelo menos para ouvir a voz do outro por um telefone, para o bem ou 153
para o mal.
O e-mail, como as cartas, é um monólogo, mas as cartas não são ou não eram usadas para a comunicação com o vizinho de sala e
não faziam parte da vida cotidiana de pessoas que viviam na mesma cidade. Elas existiam e existem para atenuar a ausência, não
para impedir a presença.
Estamos tão encantados na frente da tela do computador, ditando as regras ao mundo, sem sermos interrompidos, sem sermos
chamados ____ razão, que esquecemos de olhar ao redor. Estamos seguros e confortáveis, mas menores como seres humanos.
Estamos ficando sós.
Adaptado de: PINTO, Céli Regina Jardim. Perverso mundo dos e-mails. Zero Hora, 17 fev. 2007.
Considere as propostas abaixo, relativas à pontuação do texto.
I - acréscimo de vírgula antes de que
II - supressão das vírgulas antes e depois de no entanto
III - acréscimo de vírgulas antes e depois de pelo menos
Quais mantêm o significado e a correção do texto original?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
e) Apenas II e III.
➢ Comentários:
I. No trecho "trata-se desta quase incompreensível massa de informações que circula por milhões e milhões (...)", o pronome
relativo QUE introduz uma oração subordinada adjetiva restritiva, retomando a expressão "massa de informações".
Inserir uma vírgula antes do pronome relativo não prejudicaria a correção gramatical, no entanto, a oração subordinada passaria
a apresentar caráter explicativo, alterando o sentido original do contexto: trata-se desta quase incompreensível massa de
informações, que circula por milhões e milhões (...). Assim, descartamos as opções (A) e (D).
II. Na passagem "Há, no entanto, uma grande perversidade (...)", o nexo textual "no entanto", que exprime valor adversativo, está
intercalado na sentença, sendo obrigatório o uso de ambas as vírgulas. Sua retirada, portanto, prejudicaria a correção gramatical
do trecho. Dessa forma, também eliminamos as opções (B), (D) e (E).
III. A inserção de vírgulas antes e depois de "pelo menos" não prejudicaria a correção gramatical, proporcionando ênfase/realce à
expressão: Ou, pelo menos, para ouvir a voz (...).
Gab. C
161. FAURGS 2012:
A questão refere-se ao texto abaixo.
Motoristas sobrevoam uma paisagem, de preferência sem dispersão, atentos ____ rotas, contextos, coordenadas. Lombas e
acidentes do terreno só exigem uma rápida mudança de marcha. Nada precisam saber de cheiros, gosmas na calçada, vegetação
e sombras, do zoológico de animais domésticos, dos adolescentes coreografando sua música solitária, de velhos ocupados e
crianças contando algo a um adulto que se reclina, de pessoas belas, esdrúxulas, vivazes, sorumbáticas. Com cada rosto _____ se
cruza há uma negociação de olhares, uma história imaginada, medo ou confiança. Só os loucos desrespeitam a separação entre
carros e pedestres: atravessam a rua costurando entre os carros, conduzindo sua moto de delírio.
Entre os veículos também há breves encontros _____ os motoristas se enxergam, no tempo impaciente de uma sinaleira, na
redução contrariada de um obstáculo. Mas a identidade não é o corpo, é o carro: é o gordo do Gol vermelho, a loira do Audi prata,
o senhor da Saveiro preta. O carro é avatar: através dele expressamos, mas também ocultamos nossa personalidade. Isolados,
minimizamos o encontro, xingamos tudo o que obstrui o fluxo. Parar nos deixa acuados, o engarrafamento nos desnuda.
No conto de Julio Cortazar chamado “A autopista do sul”, a história se passa numa estrada francesa, num engarrafamento ocorrido
sem razões reveladas. São vários dias de imobilidade, ao longo dos quais os passageiros dos carros vão se transformando em
membros de uma pequena sociedade nascente. A identidade das personagens inclui as características do veículo que dirigem.
Organizam-se em grupos, lideranças se consolidam, redes de solidariedade se firmam, intrigas ameaçam a união. Nesse tempo de
movimento cessado, a vida segue: há doença, um suicídio; até uma história de amor brota do árido asfalto. O autismo (perdão
pela piada involuntária) do trânsito foi sendo suplantado pela empatia do grupo. Subitamente o engarrafamento dissolve-se tão
inexplicavelmente quanto se perpetuara. Retomado o movimento da autopista, os carros se distanciam velozmente e sentimos
pena dos vínculos que se desmancham. Instala-se novamente o fluxo da impessoalidade.
Deslocar-se não é um trecho fora da vida. Existimos também no tempo em que ainda não chegamos, enquanto “estamos
indo”para algum lugar. Por que não incorporar os trajetos na nossa consciência? Andar, pedalar, usar transportes coletivos (que
não fossem uma tortura), são formas de locomover-se vendo sutilezas, suportando a existência de outros corpos. Mesmo que
todos pareçam tão nus, sem seus cascos, tão frágeis, sem escudo.
Adaptado de: CORSO, D. Fluxo da impessoalidade. Zero Hora, 27 abr. 2011, Segundo Caderno, p. 6.
No que se refere ao emprego de sinais de pontuação, considere as afirmações abaixo.
I - A observação entre parênteses na linha 15 realça o trocadilho com o emprego da palavra autismo.
II - As aspas empregadas na locução “estamos indo” têm a função de indicar a citação de palavras de outrem.
III - A colocação da oração adjetiva entre parênteses na linha 20 justifica-se porque, no contexto, a observação de que o
transporte coletivo frequentemente submete seus usuários a sofrimentos semelhantes à tortura, tem caráter acessório,
secundário em relação ao que está sendo dito.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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TEORIA SISTEMATIZADA E QUESTÕES PARA OFICIAL DE JUSTIÇA 2019

Quais estão corretas?


➢ Comentários: 154
I - A observação entre parênteses na linha 15 realça o trocadilho com o emprego da palavra autismo. - CORRETA.
Trecho: "O autismo (perdão pela piada involuntária) do trânsito foi sendo suplantado pela empatia do grupo."
O termo "autismo" assume duplo sentido nesse contexto: um sentido referente a "automóvel", "asfalto", e outro referente ao
distúrbio neurológico que prejudica as relações sociais e a comunicação entre o autista e as demais pessoas. Veja que o texto
afirma que o motorista se isola dentro de seu carro e evita o convívio com os demais indivíduos. Assim, há um "autismo", uma
dificuldade de interação social. O trecho entre parênteses destacada essa duplicidade de sentido. A assertiva está CORRETA.
II - As aspas empregadas na locução “estamos indo” têm a função de indicar a citação de palavras de outrem. - INCORRETA.
Trecho: "Existimos também no tempo em que ainda não chegamos, enquanto 'estamos indo' para algum lugar."
As aspas, nesse caso, não indicam a reprodução exata das palavras de outra pessoa, uma citação. Essa pontuação destaca o sentido
da expressão em negrito. O autor afirma que não existimos apenas quando estamos parados em determinado lugar, num destino,
mas também durante o trajeto, enquanto estamos nos locomovendo para esse destino. A assertiva está ERRADA.
III - A colocação da oração adjetiva entre parênteses na linha 20 justifica-se porque, no contexto, a observação de que o transporte
coletivo frequentemente submete seus usuários a sofrimentos semelhantes à tortura, tem caráter acessório, secundário em
relação ao que está sendo dito. - CORRETA.
Trecho: "Andar, pedalar, usar transportes coletivos (que não fossem uma tortura), são formas de locomover-se vendo sutilezas,
suportando a existência de outros corpos."
O segmento entre parênteses é uma oração subordinada adjetiva explicativa, introduzida pelo pronome relativo "que" que retoma
"transportes coletivos". A oração explicativa indica que essa é uma explicação, uma informação secundária sobre os transportes
coletivos. Veja que, nesse caso, o trecho sugere que geralmente esses transportes são uma tortura. A assertiva está correta.
Estão corretas as assertivas I e III. A alternativa "D" é a CORRETA.
162. FAURGS 2011:
A questão refere-se ao texto abaixo.
Dizem que quando os dois estavam chegando a Nova York, na amurada do navio, Freud virou-se para Jung e perguntou:
– Será que eles sabem que nós estamos trazendo a peste?
Não sei se a história, que li num texto do Stephen Greenblatt publicado recentemente na revista The New Yorker, é verdadeira.
Nem sei se Freud e Jung estiveram juntos em Nova York algum dia. Mas o que Freud pretenderia dizer com “a peste” é fácil de
entender. Era tudo o que os dois estavam explorando em matéria de subconsciente, inconsciente coletivo, sexualidade precoce –
enfim, a revolução no pensamento humano que na Europa já se alastrava, e era combatida como uma epidemia. Os agentes
alfandegários não teriam identificado o perigo que os dois recém-chegados representavam para as mentes da América, deixando-
os passar para contagiá-las.
Todo desafio ao pensamento convencional e a crenças arraigadas é uma espécie de praga solapadora, uma ameaça à normalidade
e à saúde públicas. Santo Agostinho dizia que a curiosidade era uma doença. Os que procuravam explicações para o universo e a
vida além dos dogmas da Igreja ou da ciência tradicional(I) eram portadores do vírus da discórdia, a serem espantados como se
espanta qualquer praga, com barulho e fogo. As ideias de Freud e de Jung divergiram – Jung acabou derivando para um quase
misticismo, literariamente mais rico mas menos consequente do que o que pensava Freud –, mas as descobertas dos dois
significaram uma reviravolta no autoconceito da humanidade comparável ao que significou o heliocentrismo de Copérnico e as
sacadas do Galileu. O homem não só não era o centro do universo conhecido como carregava dentro de si um universo
desconhecido, que mal controlava. Agostinho tinha razão(II), a curiosidade debilitava o homem. A partir de Copérnico(III) a
curiosidade só levara o homem a ir desvendando, pouco a pouco, sua própria precariedade, cada vez mais longe de Deus.
Marx, outro pestilento, tinha proposto o determinismo histórico e a luta de classes como eventuais formadores do Novo Homem,
livre da superstição religiosa e de outras tiranias. Suas ideias, e a reação às suas ideias, convulsionaram o mundo. Esta peste se
disseminou com violência e foi combatida com sangrias e rezas e no fim – como também é próprio das pestes – amainou. Todas
as pestes chegam ao seu máximo e recuam. A Terra há séculos não é o centro do universo, o que não impede o prestígio crescente
da astrologia. O iluminismo do século dezoito parecia ser o preâmbulo de um futuro racional e prevaleceu o irracionalismo. O
Novo Homem de Marx foi visto pela última vez pulando o muro para Berlim Ocidental. E as teses de Freud e Jung, que
revolucionariam as relações humanas, nunca foram aplicadas nas relações que interessam, a do homem com seus instintos e a
dos seus instintos com uma sociedade sadia. Foi, como as outras, uma novidade, ou uma curiosidade, que expirou. Mas também
é próprio das pestes serem reincidentes. Cedo ou tarde virá outra perturbar a paz da ignorância de Santo Agostinho. E passar.
Adaptado de: VERÍSSIMO, L. F. A peste. ZERO HORA, quinta- feira, 1º de setembro de 2011.
Considere as seguintes sugestões, com relação à pontuação do texto.
I - Inserção de uma vírgula depois de da ciência tradicional.
II - Substituição da vírgula depois de Agostinho tinha razão por dois-pontos.
III - Inserção de uma vírgula depois de A partir de Copérnico.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.
➢ Comentários:
I - Inserção de uma vírgula depois de da ciência tradicional. - INCORRETA.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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Trecho: "Os que procuravam explicações para o universo e a vida além dos dogmas da Igreja ou da ciência tradicional eram
portadores do vírus da discórdia, a serem espantados como se espanta qualquer praga, com barulho e fogo." 155
Note que todo o segmento "Os que procuravam [...] ou da ciência tradicional" é o SUJEITO da forma verbal "eram". A vírgula
separaria o sujeito e o verbo que inicia o predicado, sendo esta uma proibição do uso da vírgula. Assim, a mudança sugerida
tornaria a frase INCORRETA.
II - Substituição da vírgula depois de Agostinho tinha razão por dois-pontos. - CORRETA.
Trecho: "Agostinho tinha razão, a curiosidade debilitava o homem."
A vírgula separa orações coordenadas não introduzidas por conjunção. Veja que o segmento "a curiosidade debilitava o homem"
expressa aquilo que Agostinho defendia, ou seja, em que sentido ele tinha razão. Essa vírgula pode ser substituída corretamente
por dois-pontos. Nesse caso, os dois-pontos introduziriam um esclarecimento sobre a oração anterior. Assim:
→ Agostinho tinha razão: a curiosidade debilitava o homem.
A sugestão está CORRETA.
III - Inserção de uma vírgula depois de A partir de Copérnico. - CORRETA.
Trecho: "A partir de Copérnico a curiosidade só levara o homem a ir desvendando, pouco a pouco, sua própria precariedade, cada
vez mais longe de Deus."
A vírgula separaria o adjunto adverbial deslocado "A partir de Copérnico". Essa pontuação estaria CORRETA.
Estão corretas as sugestões II e III, portanto a alternativa "D" é a CORRETA.
163. FAURGS 2011:
Há na palavra tolerância algo de condescendente, se não de desdenhoso, que incomoda. Lembrem-se do chiste do poeta francês
Paul Claudel: "Tolerância? Há casas para isso!" Isso diz muito sobre Claudel e sobre a tolerância. Tolerar as opiniões do outro acaso
já não é considerá-las inferiores ou incorretas? À rigor, só podemos tolerar aquilo que teríamos o direito de impedir: se as opiniões
são livres, como devem ser, não dependem, pois, da tolerância! Daí um novo paradoxo da tolerância, que parece invalidar sua
noção. Se as liberdades de crença, de opinião, de expressão e de culto são de direito, não podem ser toleradas, mas simplesmente
respeitadas, protegidas, celebradas.
A palavra tolerante, no entanto, impôs-se, na linguagem corrente, para designar a virtude que se opõe ao fanatismo, ao
sectarismo, ao autoritarismo, em suma... à intolerância. Esse uso não me parece desprovido de razão: ele reflete, na própria
virtude que a supera, a intolerância de cada um. Em verdade, só se pode tolerar o que se teria o direito de impedir, de condenar,
de proibir. Mas esse direito que nós não temos quase sempre temos a sensação de tê-lo. Não temos razão de pensar o que
pensamos? E, se temos razão, como os outros não estariam errados? E como a verdade poderia aceitar – a não ser por tolerância
– a existência ou a continuidade do erro? O dogmatismo sempre renasce(I), ele nada mais é que um amor ilusório e egoísta da
verdade. Por isso chamamos de tolerância o que, se fôssemos mais lúcidos, mais generosos, mais justos, deveria chamar-se
respeito, de fato, ou simpatia ou amor... Portanto, é a palavra que convém, pois o amor falta, pois a simpatia falta, pois o respeito
falta.
A tolerância – por menos exaltante que seja esta palavra(II) – é, pois, uma solução passável(III); a espera de melhor, isto é, de que
os homens possam se amar ou simplesmente se conhecer e se compreender, demo-nos por felizes com que eles comecem a se
suportar.
Adaptado de: COMTE-SPONVILLE, A. Pequeno Tratado das Grandes Virtudes. São Paulo, Martins Fontes, 1999. p.186- 188.
Disponível no site do COMITÊ DA CULTURA DE PAZ: http://www.comitepaz.org.br/comte4.htm
Considere as seguintes propostas de reformulação da pontuação do texto, envolvendo o emprego da vírgula.
I - Suprimir a vírgula que segue renasce.
II - Substituir os travessões que isolam por menos exaltante que seja esta palavra por vírgulas.
III - Substituir o ponto-e-vírgula que segue passável por uma vírgula.
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
e) Apenas II e III.
➢ Comentários:
I - Suprimir a vírgula que segue renasce. - INCORRETA.
Trecho: "O dogmatismo sempre renasce, ele nada mais é que um amor ilusório e egoísta da verdade."
A vírgula separa orações coordenadas não interligadas por conjunção. Essa pontuação é obrigatória. Se omitíssemos a vírgula, a
frase ficaria gramaticalmente errada. Podemos separar as orações com um ponto final, por exemplo, ou introduzindo uma
conjunção, mas não apenas retirando a vírgula. Assim, a sugestão está INCORRETA.
II - Substituir os travessões que isolam por menos exaltante que seja esta palavra por vírgulas. - CORRETA.
Trecho: "A tolerância – por menos exaltante que seja esta palavra – é, pois, uma solução passável; a espera de melhor, isto é, de
que os homens possam se amar ou simplesmente se conhecer e se compreender, demo-nos por felizes com que eles comecem a se
suportar."
Os travessões separam um segmento intercalado, que também poderia ser isolado por vírgulas ou por parênteses. Assim, a
substituição estaria gramaticalmente CORRETA, além de não prejudicar o sentido original.
III - Substituir o ponto-e-vírgula que segue passável por uma vírgula. - INCORRETA.
Trecho: "A tolerância – por menos exaltante que seja esta palavra – é, pois, uma solução passável; a espera de melhor, isto é, de
que os homens possam se amar ou simplesmente se conhecer e se compreender, demo-nos por felizes com que eles comecem a se
suportar."
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O ponto-e-vírgula representa uma pausa maior do que a vírgula, sendo utilizado, basicamente, para separar itens enumerados e
entre frases longas, constituídas por várias orações. Nesse caso, essa pontuação separa frases longas, já separadas internamente 156
por vírgula. Veja que o trecho após o ponto-e-vírgula possui várias vírgulas internas. Para dividir esses dois segmentos, poderíamos
empregar um ponto final e iniciar uma nova frase, mas não poderíamos simplesmente substituir por uma vírgula, que representa
uma pausa menor do que a exigida nesse contexto.
Assim, a sugestão está errada.
O único item correto é o II, por isso a alternativa "B" é a CORRETA.
164. FAURGS 2011:
Há na palavra tolerância algo de condescendente, se não de desdenhoso, que incomoda. Lembrem-se do chiste do poeta francês
Paul Claudel: "Tolerância? Há casas para isso!" Isso diz muito sobre Claudel e sobre a tolerância. Tolerar as opiniões do outro acaso
já não é considerá-las inferiores ou incorretas? À rigor, só podemos tolerar aquilo que teríamos o direito de impedir: se as opiniões
são livres, como devem ser, não dependem, pois, da tolerância! Daí um novo paradoxo da tolerância, que parece invalidar sua
noção. Se as liberdades de crença, de opinião, de expressão e de culto são de direito, não podem ser toleradas, mas simplesmente
respeitadas, protegidas, celebradas.
A palavra tolerante, no entanto, impôs-se, na linguagem corrente, para designar a virtude que se opõe ao fanatismo, ao
sectarismo, ao autoritarismo, em suma... à intolerância. Esse uso não me parece desprovido de razão: ele reflete, na própria
virtude que a supera, a intolerância de cada um. Em verdade, só se pode tolerar o que se teria o direito de impedir, de condenar,
de proibir. Mas esse direito que nós não temos quase sempre temos a sensação de tê-lo. Não temos razão de pensar o que
pensamos? E, se temos razão, como os outros não estariam errados? E como a verdade poderia aceitar – a não ser por tolerância
– a existência ou a continuidade do erro? O dogmatismo sempre renasce, ele nada mais é que um amor ilusório e egoísta da
verdade. Por isso chamamos de tolerância o que, se fôssemos mais lúcidos, mais generosos, mais justos, deveria chamar-se
respeito, de fato, ou simpatia ou amor... Portanto, é a palavra que convém, pois o amor falta, pois a simpatia falta, pois o respeito
falta.
A tolerância – por menos exaltante que seja esta palavra – é, pois, uma solução passável; a espera de melhor, isto é, de que os
homens possam se amar ou simplesmente se conhecer e se compreender, demo-nos por felizes com que eles comecem a se
suportar.
Adaptado de: COMTE-SPONVILLE, A. Pequeno Tratado das Grandes Virtudes. São Paulo, Martins Fontes, 1999. p.186- 188.
Disponível no site do COMITÊ DA CULTURA DE PAZ: http://www.comitepaz.org.br/comte4.htm
Assinale as afirmações abaixo com V (verdadeiro) ou F (falso), no que se refere à pontuação do texto.
( ) As aspas empregadas em "Tolerância? Há casas para isso!" (l. 02) têm a função de destacar ironia veiculada pelas sentenças.
( ) Os dois-pontos usados em Esse uso não me parece desprovido de razão: (l. 07) servem para introduzir uma enumeração.
( ) O ponto de interrogação empregado em Não temos razão de pensar o que pensamos? (l. 09) serve para caracterizar uma
pergunta retórica.
( ) As reticências em ou amor... (l. 12) poderiam ser substituídas por um ponto, sem prejuízo da ideia veiculada pela pontuação
original.
A sequência que preenche corretamente os parênteses, de cima para baixo, é:
a) F – F – V – F.
b) V – V – V – F.
c) V – F – F – V.
d) F – V – V – F.
e) V – F – F – F.
➢ Comentários:
(F) As aspas empregadas em "Tolerância? Há casas para isso!" (l. 02) têm a função de destacar ironia veiculada pelas sentenças.
Trecho: "Lembrem-se do chiste do poeta francês Paul Claudel: 'Tolerância? Há casas para isso!' Isso diz muito sobre Claudel e sobre
a tolerância."
As aspas sinalizam uma citação direta, ou seja, a reprodução exatas das palavras de alguém. Nesse caso, o autor reproduz as
palavras do poeta Paul Claudel. Assim, as aspas não indicam ironia.
(F) Os dois-pontos usados em Esse uso não me parece desprovido de razão: (l. 07) servem para introduzir uma enumeração.
Trecho: "Esse uso não me parece desprovido de razão: ele reflete, na própria virtude que a supera, a intolerância de cada um."
Os dois-pontos introduzem uma explicação ou explicitação do que foi dito anteriormente, e não uma enumeração. O autor afirma
por que aquele uso da palavra "tolerância" não lhe parece sem razão.
Vejamos um exemplo em que os dois-pontos introduzem enumeração:
→ Na mochila, ele carregava todo o necessário: seus livros, roupas limpas e algum dinheiro.
(V) O ponto de interrogação empregado em Não temos razão de pensar o que pensamos? (l. 09) serve para caracterizar uma
pergunta retórica.
Trecho: "Em verdade, só se pode tolerar o que se teria o direito de impedir, de condenar, de proibir. Mas esse direito que nós não
temos quase sempre temos a sensação de tê-lo. Não temos razão de pensar o que pensamos?"
Uma pergunta retórica é aquela que apenas desperta uma reflexão, sem a intenção de obter uma resposta. Nesse caso, a
interrogação caracteriza, sim, uma pergunta retórica, já que o próprio autor sugere que as pessoas acreditam que de fato têm
razão de pensar o que pensam. Assim, ele não espera uma resposta para essa pergunta.
(F) As reticências em ou amor... (l. 12) poderiam ser substituídas por um ponto, sem prejuízo da ideia veiculada pela pontuação
original.

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Trecho: "Por isso chamamos de tolerância o que, se fôssemos mais lúcidos, mais generosos, mais justos, deveria chamar-se
respeito, de fato, ou simpatia ou amor..." 157
As reticências são utilizadas para sinalizar uma interrupção do pensamento, uma ideia de continuidade, determinadas emoções,
ou ainda para realçar expressões ou indicar hesitações na fala. Essa pontuação, nesse caso, indica que o sentido da frase está em
aberto, deixando o autor uma margem para que o leitor faça sua interpretação. Se empregarmos um ponto final, essa ideia será
eliminada e a frase se tornará conclusa, fechada. Assim, haverá uma modificação no sentido original, por isso o item está FALSO.
A sequência fica assim: F - F - V - F. A alternativa "A" é a CORRETA.
165. FAURGS 2010:
Uma em cada 4 pessoas _____ usam a internet no mundo tem uma conta no Facebook. Esse meio bilhão de pessoas publicam 14
milhões de fotos diariamente. Os 100 milhões de usuários do Twitter postam 2 bilhões de mensagens por mês. Dê um google no
nome de alguém e os tweets dele vão estar lá. Pesquisadores cunham termos bonitos como a "era da hipertransparência" para
tentar falar que há xeretas e exibicionistas demais hoje.
E a maior rede social do planeta deu um passo grande rumo à tal hipertransparência: em maio, o Facebook mudou as regras sobre
o quanto que estranhos podem saber da sua vida. "Estamos construindo uma internet _____ padrão é ser sociável", decretou
Mark Zuckerberg, criador e presidente do site, ao anunciar as mudanças. Utopia sociológica à parte, interessa para ele que usuários
de seu serviço possam ser encontrados com mais facilidade. Se você não está no Facebook e encontra aquele amor antigo da
escola ali, tende a entrar para a rede social. E, quanto mais gente lá(I), mais Zuckerberg pode faturar com publicidade.
As mudanças, de cara, parecem bem sutis. Antes, não dava para ver a foto de perfil ou a idade de uma pessoa pesquisada, por
exemplo(II). Agora, a não ser que o usuário mude as configurações no braço, um resumo de sua ficha ficará exposto na internet.
Não é pouca coisa. Pense em quem teve um término de relacionamento conturbado e quer manter distância de namorados
maníacos; ou em um adolescente que mudou de escola por causa de bullying e corre o risco _____ tudo comece de novo se os
novos colegas descobrirem isso; em quem sofre de assédio moral no trabalho ou foi testemunha de um crime; em quem não quer
que os pais descubram detalhes de sua vida sexual. Para todos eles, qualquer detalhe que o Facebook divulgue(III) pode fazer uma
grande diferença.
Não fica nisso. Um dos maiores problemas é que a internet não "esquece" nada. E agora que ela faz parte da vida de praticamente
todo mundo há uma década, qualquer vacilo do passado pode causar um problema no presente. Fotos ousadas num fotolog de
anos atrás vão complicar você na disputa por um emprego. Uma troca infeliz de scraps no Orkut, como uma discussão com um ex,
pode estar ao alcance de qualquer um. As redes sociais baseadas em GPS, como a Fousquare, colocam mais pimenta nesse molho,
já que elas mostram num mapa onde os usuários estão a cada momento. Em suma, nunca existiram tantas possibilidades de
exposição pública. E sim(IV): sempre vai ter alguém que você não esperava bisbilhotando você.
É natural. O desejo de cavucar a vida alheia existe desde sempre. "Na maior parte da história humana, as pessoas viveram em
pequenas tribos _____ todas as pessoas sabiam tudo o que todo mundo fazia. E de alguma forma estamos nos tornando uma vila
global. Pode ser que descobriremos que a privacidade, no fim das contas, sempre foi uma anomalia", afirma o professor Thomas
W. Malone, do Centro de Estudos de Inteligência Coletiva do MIT.
Seja como for, trata-se de uma anomalia de que todo mundo gosta. E por isso mesmo um movimento ganha cada vez mais força:
há uma preocupação maior com a bisbilhotice. Na prática, está acontecendo o contrário do que Zuckerberg imagina. Estamos
menos "sociais".
Hoje, a quantidade de dados que as pessoas deixam aberta na rede para todo mundo ver é, por cabeça, bem menor do que há 5,
6 anos. É raro encontrar quem deixe suas fotos escancaradas numa rede social. Scraps públicos no Orkut já são parte de um
passado remoto... Um estudo da Universidade da Califórnia mostra essa mudança: os entrevistados disseram tomar mais cuidado
com o que postam online hoje do que há 5 anos. Na mesma pesquisa, 88% dos jovens de 18 a 24 anos manifestaram-se a favor de
uma lei que forçasse os sites a apagarem informações pessoais depois de algum tempo.
Enquanto não chegam leis concretas, as pessoas reagem por conta própria. Trinta mil usuários cancelaram suas contas no
Facebook no dia 31 de maio, para protestar contra aquela mudança na configuração de privacidade. Compare isso com a reação
que as pessoas tiveram em 2006, quando o Orkut passou a identificar quem visitava o seu perfil. Não faltaram reações de
indignação. "Qual é a graça se não dá mais para espionar a vida dos outros escondido?", perguntavam os usuários.
É difícil imaginar algo assim hoje. Aprendemos a nos comportar na rede como nos comportamos em público. Porque, cada vez
mais, estamos mesmo.
Adaptado de: BURGOS, Pedro. O fim do fim da privacidade. Revista Super Interessante - Edição 280, junho de 2010. Disponível
em http://super.abril.com.br/tecnologia/fimfim- privacidade-580993.shtm.
Considere as seguintes propostas de reformulação da pontuação do texto.
I - suprimir a vírgula que segue o vocábulo lá
II - substituir o ponto depois de por exemplo por ponto- e- vírgula, com o devido ajuste no emprego de letras maiúsculas e
minúsculas.
III - inserir uma vírgula depois de divulgue
IV - substituir os dois pontos que seguem o vocábulo sim por uma vírgula antes e uma depois desse vocábulo
Quais propostas conservam o sentido original e estão corretas do ponto de vista da norma gramatical?
a) Apenas II.
b) Apenas III.
c) Apenas I e III.
d) Apenas II e III.
e) Apenas II e IV.

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➢ Comentários:
I - suprimir a vírgula que segue o vocábulo lá - INCORRETA. 158
Trecho: "E, quanto mais gente lá, mais Zuckerberg pode faturar com publicidade."
Estamos diante de uma oração subordinada adverbial proporcional, com o uso da locução conjuntiva "quanto mais... mais".
A vírgula destacada em negrito é necessária, já que o segmento "quanto mais gente lá" está intercalado. Veja que a frase está na
ordem indireta. Ordenando a frase, teríamos:
→ Zuckerberg pode faturar mais com publicidade quanto mais gente [houver] lá.
Assim, não podemos suprimir a vírgula.
II - substituir o ponto depois de por exemplo por ponto-e-vírgula, com o devido ajuste no emprego de letras maiúsculas e
minúsculas. - CORRETA.
Trecho: "Antes, não dava para ver a foto de perfil ou a idade de uma pessoa pesquisada, por exemplo. Agora, a não ser que o
usuário mude as configurações no braço, um resumo de sua ficha ficará exposto na internet."
O ponto-e-vírgula é a pontuação que representa uma pausa mais longa do que a vírgula e menor do que o ponto. É utilizado,
basicamente, para separar itens enumerados e entre frases longas, constituídas por várias orações. Não se usa ponto-e-vírgula no
interior da oração (apenas se usa entre orações). Também não se usa essa pontuação entre a oração principal e a subordinada.
Na frase destacada, o ponto-e-vírgula separaria orações coordenadas longas, já separadas internamente por vírgula. Essa
alteração é plenamente possível, ajustando-se o emprego da letra maiúscula. A frase ficaria assim:
→ Antes, não dava para ver a foto de perfil ou a idade de uma pessoa pesquisada, por exemplo; agora, a não ser que o usuário
mude as configurações no braço, um resumo de sua ficha ficará exposto na internet.
A assertiva está CORRETA.
III - inserir uma vírgula depois de divulgue - INCORRETA.
Trecho: "Para todos eles, qualquer detalhe que o Facebook divulgue pode fazer uma grande diferença."
Não podemos separar o sujeito e o verbo que inicia o predicado, sendo esta uma das proibições do uso da vírgula. O sujeito dessa
frase é "qualquer detalhe que o Facebook divulgue". Assim, a vírgula mencionada separaria incorretamente o sujeito e a forma
verbal "pode", que inicia o predicado. Assim, a assertiva está errada.
IV - substituir os dois pontos que seguem o vocábulo sim por uma vírgula antes e uma depois desse vocábulo - CORRETA.
Trecho: "E sim: sempre vai ter alguém que você não esperava bisbilhotando você."
Alteração: E, sim, sempre vai ter alguém que você não esperava bisbilhotando você.
Na frase original, o sinal de dois-pontos destaca a afirmação seguinte, separando ainda o advérbio "sim".
As vírgulas seriam utilizadas para separar e destacar o advérbio deslocado "sim". Essa é uma pontuação opcional e
gramaticalmente correta. Veja que poderíamos empregar esse advérbio também no final da frase:
→ E sempre vai ter alguém que você não esperava bisbilhotando você, sim.
Na frase acima, a pontuação também é facultativa e destaca o sentido do advérbio.
Conclusão: a substituição estaria correta.
Estão corretas as substituições II e IV, portanto a alternativa "E" é a CORRETA.
166. FAURGS 2010:
Por uma ironia estatística, temos hoje estimativas mais confiáveis sobre quantos indígenas habitavam o Brasil em 1500 (segundo
cálculos da Fundação Nacional do Índio, FUNAI, eles somavam 5 milhões) do que sobre os que vivem aqui atualmente. Em 2000,
um estudo da Funai afirmou que eles não passariam de 450 mil, ou 0,2% da população brasileira. No entanto, dados do Censo
Demográfico daquele ano, feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), afirmavam que eles seriam 734 mil, ou
0,4% da população nacional. Já a Fundação Nacional de Saúde (FUNASA), órgão vinculado ao Ministério da Saúde, chegou a um
número diverso: 520 mil pessoas que teriam sido atendidas nos Distritos Sanitários Especiais Indígenas. Qual, afinal, desses
números é o retrato real da dinâmica demográfica da população indígena brasileira? Não se sabe. “______ os critérios censitários
e datas; há povos sobre os quais simplesmente não ______ informações; sabe-se pouco sobre os índios que vivem nas cidades.
Ainda desconhecemos a imensa sócio diversidade nativa contemporânea dos povos indígenas, não sabendo sequer quantos povos
ou línguas nativas existem”, avisa a antropóloga e demógrafa Marta Maria Azevedo, pesquisadora da Unicamp. “É ______ a falta
de sistemas de informações populacionais mais detalhadas para orientar e avaliar as políticas públicas para os índios.”
Preocupada em resolver essa questão, Marta arregimentou associações indígenas e de antropólogos para sensibilizar o IBGE a
melhorar a metodologia de captação de informações para o Censo Demográfico de 2010, conseguindo, após muita discussão, a
inclusão de duas novas perguntas específicas para quem se declarar indígena: o entrevistado poderá responder a que etnia ou
povo pertence e qual é a língua ou idioma indígena que habitualmente fala em casa. Além disso, as perguntas sairão do chamado
questionário da amostra (direcionado a um grupo pequeno de pessoas e, por amostragem estatística, estendido a uma população
maior) e passarão a integrar o questionário do universo, que é respondido por todos os brasileiros. Dessa forma, todos os índios
existentes serão recenseados, o que não aconteceu nos Censos anteriores. “Como eles são minorias, tendem a desaparecer nas
estatísticas quando suas respostas ficam restritas a uma amostragem”, ______ o antropólogo Artur Nobre Mendes, da Funai.
“Esperamos, assim, conseguir agora um retrato mais fiel e detalhado da realidade indígena brasileira nas categorias: etnias,
distribuição geográfica, padrões de migração, faixa de renda, escolaridade, questões de saúde etc.”, ______ a estatística Nilza de
Oliveira Martins, pesquisadora do IBGE.
Adaptado de: HAAG, C. Diversidade brasileira. Censo 2010 vai revelar quantos povos e
línguas indígenas existem no país. Revista FAPESP. Edição Impressa 173 - Julho 2010
Considere a pontuação empregada nos períodos abaixo.
I - No Censo de 1872, o primeiro levantamento censitário do país, a preocupação maior era verificar o tamanho da população
escrava brasileira.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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II - Os formuladores de políticas sempre levam em conta os dados oficiais, que no caso dos indígenas, são historicamente precários.
III - Outro aspecto importante dos resultados do Censo 2010, está no campo da linguística, já que se fará um levantamento das 159
línguas indígenas faladas no país.
Quais estão corretos?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e III.
e) I, II e III.
➢ Comentários:
Considere a pontuação empregada nos períodos abaixo.
I - No Censo de 1872, o primeiro levantamento censitário do país, a preocupação maior era verificar o tamanho da população
escrava brasileira. == Correta.
A primeira vírgula serve para isolar o segmento "No Censo de 1872", que é um adjunto adverbial de tempo deslocado de sua
posição original. Ao mesmo tempo, essa vírgula se une com a vírgula usada imediatamente após o termo "país", isolando o aposto
explicativo "o primeiro levantamento censitário do país".
Portanto, a pontuação do trecho está perfeita.
II - Os formuladores de políticas sempre levam em conta os dados oficiais, que no caso dos indígenas, são historicamente
precários. == Errada.
Deveria haver outra vírgula imediatamente após o pronome relativo "que", isolando o segmento de natureza adverbial "no caso
dos indígenas".
III - Outro aspecto importante dos resultados do Censo 2010, está no campo da linguística, já que se fará um levantamento das
línguas indígenas faladas no país. == Errada.
A primeira vírgula é inadequada, visto que separa o sujeito (Outro aspecto importante) do verbo (está), o que é inaceitável na
língua portuguesa.
A segunda vírgula está correta, sendo usada para introduzir uma oração subordinada adverbial causal.
Dessa forma, apenas o item I está correto.
167. FAURGS 2010:
Dinheiro compra felicidade? Essa questão povoou por séculos a cabeça dos pensadores. Nos últimos anos, dar-lhe uma resposta
objetiva tornou-se um dos temas centrais da economia comportamental. Esse novo ramo do estudo acadêmico se vale da
economia e da psicologia para compreender como os indivíduos reagem, em seu cotidiano, a determinados acontecimentos e
situações. Longe da subjetividade dos pensadores clássicos, os estudiosos do comportamento humano buscam dar máxima
exatidão científica a suas conclusões. Usam cálculos estatísticos para interpretar dados obtidos a partir da entrevista de milhares
de pessoas. Com essas ferramentas, dois pesquisadores deram agora sua resposta para o preço da felicidade: algo ao redor de
75.000 dólares por ano. O estudo, feito com base na análise de 400.000 entrevistas realizadas nos Estados Unidos em 2008 e 2009
pelo instituto Gallup, foi apresentado na semana passada pelo israelense Daniel Kahneman, o único psicólogo a ter recebido o
Nobel da Economia, e pelo economista escocês Angus Deaton, ambos da Universidade Princeton.
Os americanos de baixa renda são mais insatisfeitos com seu dia a dia e sofrem mais intensamente com adversidades, como as
doenças e a solidão. Isso soa óbvio, assim como a conclusão de que o aumento de renda alivia as agruras. Entretanto, o trabalho
dos pesquisadores revela que o efeito positivo do dinheiro no bem-estar não é ilimitado. Acima de 75.000 dólares anuais, o
aumento da renda não contribui em quase nada para tornar mais frequentes as experiências de alegria cotidiana. Para além desse
valor, dinheiro não compra uma dose adicional de felicidade.
Isso significa que o padrão de vida não aumentará se a renda anual subir para além de 75.000 dólares? Negativo, afirmam
Kahneman e Deaton. Mas para ganhar mais, dizem eles, as pessoas assumem atividades mais estressantes e dedicam menos
tempo livre _____ atividades que mais lhes dão prazer – sair para tomar uma cerveja com os amigos, passear com os filhos, assistir
aos seriados favoritos na TV ou mesmo entregar-se ao dolce far niente. A análise corrobora _____ estudo anterior do economista
Andrew Oswald, da Inglaterra, segundo o qual uma vida mais sociável produz uma sensação de bem-estar superior _____ obtida
por um aumento salarial de 1.000 libras (algo em torno de 2.700 reais). Abrir mão por completo da vida social, diz Oswald,
requereria uma compensação anual de 230.000 libras.
Adaptado de: GUANDALINI, G. Qual o valor de uma vida feliz?. Veja, 15 de setembro de 2010, p. 94-96.
Considere as seguintes alterações na pontuação do texto.
I - supressão da vírgula depois de Economia.
II - substituição do ponto-final depois de ilimitado por dois-pontos e consequente ajuste de letra maiúscula em minúscula na
palavra Acima.
III - inserção de uma vírgula depois de Mas.
IV - substituição do travessão na linha 39 por ponto-final, com o consequente ajuste de letra minúscula em maiúscula na palavra
sair.
Quais resultam em períodos gramaticalmente corretos?
a) Apenas I e II.
b) Apenas II e III.
c) Apenas II e IV.
d) Apenas I, II e III.
e) Apenas I, III e IV.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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➢ Comentários:
Gabarito: LETRA B. 160
Considere as seguintes alterações na pontuação do texto.
I - supressão da vírgula depois de Economia. == Errada.
"O estudo, feito com base na análise de 400.000 entrevistas realizadas nos Estados Unidos em 2008 e 2009 pelo instituto Gallup,
foi apresentado na semana passada pelo israelense Daniel Kahneman, o único psicólogo a ter recebido o Nobel da Economia, e
pelo economista escocês Angus Deaton, ambos da Universidade Princeton."
A expressão destaca acima está entre vírgulas por se tratar de um comentário adicional acerca da expressão "Daniel Kahneman".
Assim, a supressão de uma das vírgulas que a isola prejudica a correção gramatical.
II - substituição do ponto-final depois de ilimitado por dois-pontos e consequente ajuste de letra maiúscula em minúscula na
palavra Acima. == Correta.
A substituição do ponto-final depois de ilimitado por dois-pontos MANTÉM a correção gramatical, pois o trecho "Acima de (...)
alegria cotidiana" explica o que foi dito no período anterior ("o efeito positivo do dinheiro no bem-estar não é ilimitado"). Para
tanto, seria necessário um ajuste de letra maiúscula em minúscula na palavra Acima, exatamente como foi sugerido pelo item.
Dessa forma, a substituição proposta não prejudica a correção gramatical.
III - inserção de uma vírgula depois de Mas. == Correta.
A inserção de uma vírgula depois de Mas seria correta, pois ela serviria para isolar a oração subordinada adverbial final reduzida
de infinitivo "para ganhar mais". Como essa oração é de curta extensão, a colocação da vírgula é facultativa.
IV - substituição do travessão na linha 39 por ponto-final, com o consequente ajuste de letra minúscula em maiúscula na
palavra sair. == Errada.
O travessão serve para iniciar uma enumeração das atividades que mais dão prazer. Essa enumeração pode ser feita com o
travessão ou com parênteses, mas NÃO COM PONTO FINAL. Logo, a substituição proposta pelo item é gramaticalmente incorreta.
168. FAURGS 2007
Com o desenvolvimento atual da capacidade de processamento dos computadores, a modelagem matemática e a simulação
tornaram-se, em muitas áreas, substitutos virtuais da teorização e da experimentação da ciência tradicional. Na pesquisa científica
sobre sistemas de alta complexidade e que ______ amplas escalas espaço-temporais, a modelagem e a simulação tornaram-se
ferramentas essenciais. Modelagem é a representação por equações matemáticas das relações entre as variáveis relevantes para
descrição do problema em foco, como população, tempo, etc. O estudo de epidemias ou pandemias é um desses casos: a
construção de modelos matemático -computacionais extremamente complexos ______ lidar com todos os fatores determinantes
do espalhamento de uma doença. Para cada doença, diferentes fatores devem ser considerados, e o modelo precisa incluir
especificidades das localidades e das populações por onde a doença se espalha.
Doenças infecciosas, como a gripe, se ______ pelas mesmas vias por que as pessoas transitam. Para entender seu espalhamento,
precisamos compreender a movimentação das populações humanas. Cada indivíduo realiza rotineiramente uma série de
deslocamentos associados com suas atividades principais: movimentos entre sua residência e seu local de trabalho, áreas de lazer,
locais de estudo, etc. A partir do detalhamento da área geográfica de interesse e dos dados sobre fluxo populacional nessa área,
podem ser construídos modelos preditivos que antecipem os cenários mais prováveis de espalhamento de uma doença.
No programa de Computação Científica da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), os autores e sua equipe desenvolveram um sistema
de construção de modelos epidemiológicos que visa a reduzir o tempo entre a constatação de uma nova situação epidemiológica
no Brasil e a geração e análise de cenários de espalhamento para a doença em questão. Esse programa permite que a FIOCRUZ
desenvolva atualmente simulações de possíveis cenários futuros em uma pandemia de gripe.
Adaptado de: CODEÇO, Claudia Torres; COELHO, Flávio Codeço. Modelando epidemias. Ciência Hoje, v. 38, n. 224, p. 30.
Leia as propostas de alteração dadas abaixo e assinale com 1 as que constituem um procedimento facultativo e com 2 as que
constituem um procedimento incorreto.
( ) Retirar a vírgula.
( ) Acrescentar vírgula antes de é.
( ) Substituir as vírgulas por travessões.
( ) Acrescentar vírgula antes de que.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
a) 2 – 2 – 1 – 2.
b) 2 – 2 – 1 – 1.
c) 1 – 2 – 1 – 2.
d) 2 – 2 – 2 – 1.
e) 2 – 1 – 2 – 1.
➢ Comentários:
Gabarito: LETRA A.
Leia as propostas de alteração dadas abaixo e assinale com 1 as que constituem um procedimento facultativo e com 2 as que
constituem um procedimento incorreto.
(2) Retirar a vírgula == procedimento incorreto.
"Com o desenvolvimento atual da capacidade de processamento dos computadores, a modelagem matemática e a simulação
tornaram-se, em muitas áreas, substitutos virtuais da teorização e da experimentação da ciência tradicional"
A vírgula empregada imediatamente após o substantivo "computadores" é obrigatória, pois ela isola um adjunto adverbial de
causa, o segmento "Com o desenvolvimento atual da capacidade de processamento dos computadores".
Como esse adjunto adverbial é de longa extensão e está deslocado de sua posição original, ele deve ser isolado por vírgula.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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TEORIA SISTEMATIZADA E QUESTÕES PARA OFICIAL DE JUSTIÇA 2019

(2) Acrescentar vírgula antes de é. == procedimento incorreto.


"O estudo de epidemias ou pandemias é um desses casos..." 161
A colocação da vírgula separaria o sujeito (O estudo) do verbo (é), o que é INACEITÁVEL na língua portuguesa.
(1) Substituir as vírgulas por travessões. == procedimento facultativo.
"Doenças infecciosas, como a gripe, se espalham pelas mesmas vias..."
O segmento "como a gripe" tem valor exemplificativo. Neste caso, pode ser isolado por vírgulas, parênteses ou travessões.
(2) Acrescentar vírgula antes de que. == procedimento incorreto.
"...podem ser construídos modelos preditivos que antecipem os cenários mais prováveis de espalhamento de uma doença".
A vírgula antes do pronome relativo "que" até é facultativa, mas ela modifica o sentido original. E também seria necessária a
alteração da forma verbal "antecipem" para "antecipam".
Sem a vírgula, a oração "que antecipem os cenários mais prováveis de espalhamento de uma doença" tem sentido restritivo. Não
se trata de todos os modelos preditivos, MAS SOMENTE DAQUELES que antecipem os cenários mais prováveis de espalhamento
de uma doença.
Com a vírgula, a oração "que antecipem os cenários mais prováveis de espalhamento de uma doença" tem sentido explicativo.
Trata-se de todos os modelos preditivos, e todos eles (sem restrição) antecipam os cenários mais prováveis de espalhamento de
uma doença.
Dessa forma, a sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é 2 – 2 – 1 – 2.
169. FAURGS 2007
Mentira e consequência
O revolucionário russo Alexander Herzen costumava dizer que o problema central dos povos eslavos estava num excesso de
geografia e num déficit de história. Um século depois, o filósofo britânico Isaiah Berlin resolvia inverter essa máxima para ilustrar
o “problema judaico”. Para Berlin, o problema dos judeus era um excesso de história e uma dramática falta de geografia: dois
milênios de tragédias e vilanias que só uma casa – no sentido físico e até espiritual – poderia resolver completamente.
Essa é, numa simplificação necessária, a visão primeira do primeiro sionista, Theodor Herzl. Mas se Herzl estabeleceu as bases do
sionismo moderno, um fato acabaria por tornar Israel uma inevitabilidade prática, e não apenas teórica. Na Segunda Guerra
Mundial, um dos mais sistemáticos e radicais programas de extermínio mostrava como a longa história do antissemitismo só seria
travada se os judeus tivessem essa casa sem mais demoras: um espaço de reconciliação que pudessem chamar de seu. Mesmo
que não desejassem, como, efetivamente, muitos não desejaram, regressar a ele.
Israel só existe porque o Holocausto existiu. Ou, inversamente e na lógica do antissemitismo, Israel não tem direito à existência
se o Holocausto foi uma farsa. Não adianta lembrar a um fanático que cinco décadas de historiografia séria, com testemunhos
pessoais, físicos e documentais, estabeleceram os contornos do inominável. Na mentalidade de revisionistas e negacionistas, se
o Holocausto não existiu, o Estado Judaico não tem direito a existir.
A legitimação de uma mentira é um primeiro passo para deslegitimar Israel. Trata-se, no fundo, de uma velha técnica de
desumanização progressiva que o Terceiro Reich cultivou com sucesso: se retirarmos de um ser humano a sua basilar humanidade,
nada impede que possa ser humilhado e destruído.
É esse filme de mentira e consequência que atualmente está em cena no Irã. No momento em que escrevo, trinta países estão
representados numa “conferência internacional” em Teerã, com o nobre propósito de indagar ___ veracidade do Holocausto. Os
promotores garantem pluralismo, ou seja, rédea livre ___ revisionistas e negacionistas para questionar os campos de
concentração, as câmaras de gás e o “mito” dos seis milhões.
Um representante do governo iraniano defende o circo como crítica necessária ___ censura que reina no Ocidente (infelizmente,
uma estupidez sem defesa, que só confere trunfos aos fanáticos), onde revisionistas e negacionistas são silenciados e presos. Mas
é preciso ouvir um negacionista verdadeiro para encontrar a resposta ironicamente verdadeira. Convidado a pronunciar-se sobre
o encontro, Frederick Toben, que apresenta aos congressistas a comunicação As alegadas câmaras de gás de Auschwitz - Uma
análise técnica e química, afirma sem hesitar: “O Holocausto equivale a uma mentira.
Consequentemente, Israel é uma mentira”. Estão enganados os que pensam nessa conferência como um simpático encontro de
lunáticos. Enquanto os “especialistas” negam o Holocausto, o Irã inicia a expansão do seu programa de enriquecimento de urânio.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas persiste na sua farsa diplomática e numa absoluta, e já lendária, incapacidade
punitiva. E os Estados Unidos, tradicionalmente aliados de Israel, aceitam um Irã com capacidade nuclear, capitulação evidente,
que pode implicar, em linguagem bem prosaica, a simples venda de Israel a Teerã.
Adaptado de: COUTINHO, João Pereira. Mentira e consequência. Folha Online, São Paulo, 11 dez 2006. Disponível em:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/ult2707u52.shtml. Acesso em: 12 jan. 2007.
Considere as afirmações abaixo sobre modificações propostas para frases do texto.
I - Na frase Essa é, numa simplificação necessária, a visão primeira do primeiro sionista, Theodor Herzl., a expressão numa
simplificação necessária pode ser deslocada para o início, seguida por vírgula, sem que haja alteração no sentido do período.
II - Na frase Na Segunda Guerra Mundial, um dos mais sistemáticos e radicais programas de extermínio mostrava como a longa
história do antissemitismo só seria travada se os judeus tivessem essa casa sem mais demoras: um espaço de reconciliação que
pudessem chamar de seu., a expressão na Segunda Guerra Mundial pode ser deslocada para depois da palavra travada sem que
haja alteração no sentido do período.
III - Na frase Na mentalidade de revisionistas e negacionistas, se o Holocausto não existiu, o Estado Judaico não tem direito a
existir., a expressão na mentalidade de revisionistas e negacionistas pode ser deslocada para o final da frase, antecedida por
vírgula, sem que haja alteração no sentido do período.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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b) Apenas II.
c) Apenas III. 162
d) Apenas I e III.
e) Apenas II e III.
➢ Comentários:
Gabarito: LETRA D.
I - Na frase Essa é, numa simplificação necessária, a visão primeira do primeiro sionista, Theodor Herzl., a expressão numa
simplificação necessária pode ser deslocada para o início, seguida por vírgula, sem que haja alteração no sentido do período. ==
Correta.
A expressão "numa simplificação necessária" é um adjunto adverbial deslocado de sua posição original. Nada impede que esse
adjunto adverbial seja deslocado para o início do período, mas será necessário o uso da vírgula, pois o termo ainda estará
deslocado.
Entenda a posição original do adjunto adverbial: SUJEITO + VERBO + COMPLEMENTO + ADJUNTO ADVERBIAL... Note que a
posição original do adjunto adverbial é no final da frase.
II - Na frase Na Segunda Guerra Mundial, um dos mais sistemáticos e radicais programas de extermínio mostrava como a longa
história do antissemitismo só seria travada se os judeus tivessem essa casa sem mais demoras: um espaço de reconciliação que
pudessem chamar de seu., a expressão na Segunda Guerra Mundial pode ser deslocada para depois da palavra travada sem que
haja alteração no sentido do período. == Errada.
A expressão na Segunda Guerra Mundial se refere à forma verbal "mostrava": Na Segunda Guerra Mundial, um dos programas
de extermínio MOSTRAVA...
Se a expressão na Segunda Guerra Mundial fosse deslocada para depois da palavra travada, haveria alteração no sentido do
período. Essa expressão deixaria de se referir à forma verbal "mostrava" e passaria a modificar a expressão "seria travada".
III - Na frase Na mentalidade de revisionistas e negacionistas, se o Holocausto não existiu, o Estado Judaico não tem direito a
existir., a expressão na mentalidade de revisionistas e negacionistas pode ser deslocada para o final da frase, antecedida por
vírgula, sem que haja alteração no sentido do período. == Correta.
Como vimos no item I, a posição original do adjunto adverbial é no final da frase. Portanto, a expressão na mentalidade de
revisionistas e negacionistas pode ser deslocada para o final da frase, antecedida por vírgula.
Além disso, não há possibilidade de alteração de sentido, pois expressão na mentalidade de revisionistas e
negacionistas continuará se referindo à oração "o Estado Judaico não tem direito a existir".
170. FAURGS 2006:
A questão refere-se ao texto abaixo.
Aeroporto para alienígena, sinalização de chifre de boi, multa para motorista morto no trânsito..(I). O que explica o fato de nossos
legisladores perderem tempo com leis desse nível?
Quando o assunto é lei absurda, o primeiro país que vem .......... mente são os Estados Unidos, onde já se legislou a respeito da
proibição de pescar montado em uma girafa (!) ou de ser preso num domingo ou feriado de 4 de julho - curiosamente, ninguém
determinou que nessas datas os delitos estariam suspensos. Mas por aqui as coisas não são muito diferentes.
O texto do "novo" Código de Trânsito (de 1998) precisou ser alterado de última hora porque um de seus artigos, o que estipulava
multa aos motoristas envolvidos em acidente de trânsito que se recusassem a realizar exame de teor alcoólico, punia inclusive os
mortos. Em Barra do Garças, Mato Grosso, o ex-prefeito e ex-governador do Estado Wilmar Peres de Farias (PPS) chegou a propor
.......... construção de um aeroporto para discos voadores na cidade. E que tal o projeto de lei de José Filho (sem partido), quando
vereador de Quixeramobim, Ceará, exigindo que caudas de animais fossem pintadas de amarelo fluorescente a fim de evitar
atropelamentos? Melhor que isso só um colega de Câmara que apresentou uma emenda determinando também a "sinalização"
em chifres, cascos e orelhas. Isso sem mencionar os incontáveis projetos de lei que mudam nomes de ruas, escolas, aeroportos
etc., ou estipulam datas comemorativas, como o Dia do Vaqueiro, o Dia da Oração, o Dia do Karatê.
A pergunta que fica é: será que os legisladores não têm mais o que fazer? ISTOÉ Online ouviu cientistas políticos em busca desta
resposta. Foram levantadas pelo menos três razões.
Uma primeira resposta possível aos projetos de lei que, no mínimo, soam estranhos é o acerto de contas do político com seu
eleitorado. "O voto no Brasil é personalizado. Para conseguir se eleger, um deputado certamente estabeleceu vínculos com
eleitores de determinada região, determinado grupo econômico, determinada profissão. E tem que retribuir o apoio. É a regra do
jogo", afirma o cientista político Carlos Ranulfo, professor da UFMG.
Outro ponto a ser analisado é a cultura do "mostrar serviço" que se instalou no País. A opinião pública, motivada pela imprensa(II),
criou a impressão de que legislador que não apresenta projeto(III) é incompetente. O consultor político Murillo Aragão alerta que
tal análise é superficial: "Tancredo Neves foi um dos parlamentares mais influentes da história da política brasileira e raramente
fazia discurso, quase nunca apresentava projeto de lei".
David Fleischer, professor da Universidade de Brasília, acrescenta mais um ingrediente .......... receita que resulta em propostas
estapafúrdias: a falta de conhecimento da Constituição, tanto por parte dos legisladores quanto por parte do eleitorado. "Em
princípio , as Comissões de Constituição e Justiça do Senado e da Câmara têm assessores em direito constitucional que podem
flagrar e barrar as ideias que fogem .......... Constituição. Já nas Assembleiass Legislativas e Câmaras de Vereadores é mais difícil
ter esse serviço, principalmente em municípios pequenos", explica.
Ao eleitor também sobra sua parcela de culpa. Afinal, não dá para acreditar em prefeito que promete aumentar o salário mínimo.
É engraçado como os eleitores desqualificam os representantes e esquecem que todos eles, sem exceção, estão ali porque
votamos neles.
Adaptado de: Boscoli, Cláudia Zucare. Cuidado, isso pode virar lei. Isto é, 05/07/2006. http://www.istoe.com.br.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
Contatos 53 981407925
TEORIA SISTEMATIZADA E QUESTÕES PARA OFICIAL DE JUSTIÇA 2019

As afirmações que seguem dizem respeito à pontuação do texto.


I. As reticências utilizadas pelo autor, em Aeroporto para alienígena, sinalização de chifre de boi, multa para motorista morto no 163
trânsito ..., expressam hesitação.
II. Se retirarmos a expressão motivada pela imprensa, uma das vírgulas poderá ser mantida.
III. Se isolarmos por vírgulas a oração que não apresenta projeto, seu sentido passará de restritivo a explicativo.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
e) I, II e III.
➢ Comentários:
Gabarito: LETRA C.
As afirmações que seguem dizem respeito à pontuação do texto.
I. As reticências utilizadas pelo autor, em Aeroporto para alienígena, sinalização de chifre de boi, multa para motorista morto
no trânsito ..., expressam hesitação. == Errada.
Na verdade, as reticências utilizadas pelo autor evidenciam que existem mais leis absurdas, que não para por aí! Portanto, essa
pontuação serve para indicar que existem mais itens na enumeração (NÃO EXPRESSA HESITAÇÃO).
II. Se retirarmos a expressão motivada pela imprensa, uma das vírgulas poderá ser mantida. == Errada.
No trecho "A opinião pública, motivada pela imprensa, criou a impressão de que ...", as vírgulas são usadas para isolar o segmento
"motivada pela imprensa", de valor explicativo. Se esse segmento fosse retirado, as duas vírgulas também deveriam ser retiradas.
Se deixássemos uma vírgula, ela separaria o sujeito (A opinião pública) do verbo (criou), o que é INACEITÁVEL na língua
portuguesa.
III. Se isolarmos por vírgulas a oração que não apresenta projeto, seu sentido passará de restritivo a explicativo. == Correta.
O trecho que não apresenta projeto é uma oração subordinada adjetiva restritiva. Essa oração restringe o sentido do termo
"legislador".
Se isolarmos essa oração por vírgulas, ela passará a ser uma oração subordinada adjetiva explicativa. Tal oração explicaria (em
vez de restringir) o sentido do termo "legislador".
Portanto, é correto afirmar que, se isolarmos por vírgulas a oração que não apresenta projeto, seu sentido passará de restritivo
a explicativo.
171. FAURGS 2006:
A questão refere-se ao texto abaixo.
"Contra Alfred Dreyfus nenhuma acusação subsiste." Com essa declaração, a Corte francesa encerrou, em 12 de julho de 1906,
um dos mais rumorosos casos judiciais da história moderna. O "affaire Dreyfus", como ficou conhecido, transformou-se num
divisor de águas, numa crise de consciência de grandes proporções.
Em 1894, o capitão de artilharia Alfred Dreyfus foi acusado de passar segredos militares franceses à Embaixada alemã em Paris.
Dreyfus era judeu, e(I) a denúncia logo gerou ruidosas manifestações antissemitas. Intimidado por elas, o alto comando militar
francês levou o capitão à corte marcial. As evidências eram contraditórias, para dizer o mínimo, mas mesmo assim(II) o tribunal
acabou condenando Dreyfus por alta traição. O militar foi deportado para a Ilha do Diabo, na Guiana Francesa, um lugar que,
pelas terríveis condições, fazia jus ao sinistro nome, e lá ficou por quase cinco anos.
Nesse meio tempo, assumiu o novo chefe da contra espionagem, o tenente-coronel Georges Picquard, que prosseguiu a
investigação e descobriu o verdadeiro espião, o major Ferdinand Esterhazy. Os superiores de Picquard disseram que não
maculariam ainda mais a imagem do Exército com um novo julgamento. Picquard protestou e foi, por sua vez, preso.
A condenação de Dreyfus desencadeou uma onda de protestos que culminaram na famosa carta aberta do escritor Émile Zola ao
presidente Félix Faure, publicada em 13/01/1898 no jornal "L'Aurore", ..... que o jornalista e político Georges Clemenceau deu o
título ..... qual até hoje é conhecida: "J'Accuse", eu acuso. Em setembro de 1899, o presidente da França ofereceu a Dreyfus o
perdão judicial, que ele recusou. Finalmente veio a reabilitação e a indenização moral sob a forma da Legião de Honra.
Poucos eventos tiveram tamanha repercussão quanto o caso Dreyfus. De um lado, ficou ..... a força do antissemitismo, mesmo
num país culto e refinado como a França, berço de uma revolução que supostamente consagrou a liberdade, a igualdade e a
fraternidade. De outra parte, diante dessa maré de intolerância, a esquerda e os liberais se deram conta(III) ..... não poderiam
ficar calados e inermes. Alguém precisava funcionar como intérprete da realidade sociopolítica e cultural, como voz da
consciência.
Surgia assim o intelectual. A palavra, aparentemente, não existia antes do caso Dreyfus. Sua criação é atribuída ora a Clemenceau,
ora ao direitista Maurice Barrès, que a usou para referir-se ironicamente aos signatários de um manifesto lançado em defesa de
Dreyfus.
Adaptado de: SCLIAR, M. A consciência de uma nação. Folha de São Paulo. Mais! 25 de junho de 2006.
Considere as afirmações abaixo, relativas à pontuação no texto.
I. O emprego da vírgula que antecede o e justifica-se porque o sujeito da oração que segue não é o mesmo da anterior.
II. A sequência mesmo assim poderia ser colocada entre vírgulas, sem que isso acarretasse erro.
III. Nas linhas 17 e 18, as vírgulas poderiam ser substituídas por travessões.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
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c) Apenas III.
d) Apenas I e II. 164
e) I, II e III.
➢ Comentários:
Gabarito: LETRA E.
Considere as afirmações abaixo, relativas à pontuação no texto.
I. O emprego da vírgula que antecede o e justifica-se porque o sujeito da oração que segue não é o mesmo da anterior. == Correta.
Segundo os cânones gramaticais, usa-se vírgula antes da conjunção "e" quando ela separar orações cujos sujeitos são diferentes.
Por exemplo: Maria estuda matemática, e João estuda português.
II. A sequência mesmo assim poderia ser colocada entre vírgulas, sem que isso acarretasse erro. == Correta.
Realmente, a expressão "mesmo assim" poderia estar entre vírgulas, já que ela está intercalada na oração. Trata-se de uma
locução conjuntiva de valor adversativo.
III. Nas linhas 17 e 18, as vírgulas poderiam ser substituídas por travessões. == Correta.
A expressão "diante dessa maré de intolerância" tem natureza adverbial e, por isso, está entre vírgulas. Conforme a tradição
gramatical, tais vírgulas podem ser substituídas por travessões ou parênteses.
172. FAURGS 2006
➔ MESMO TEXTO ANTERIOR!
Com relação ao emprego da vírgula, considere as seguintes frases adaptadas do texto.
I. Os militares, que pretendiam dar o caso por encerrado, prenderam Picquard.
II. O exército pretendia mostrar aos soldados, que passavam segredos militares aos alemães, a força da contra-espionagem.
III. Os superiores de Picquard responderam, então, que não queriam macular ainda mais a imagem do Exército.
Em qual(is) delas, a supressão das vírgulas acarretaria alteração de sentido?
a) Apenas em I.
b) Apenas em II.
c) Apenas em III.
d) Apenas em I e II.
e) Em I, II e III.
➢ Comentários:
Gabarito: LETRA D.
Com relação ao emprego da vírgula, considere as seguintes frases adaptadas do texto.
I. Os militares, que pretendiam dar o caso por encerrado, prenderam Picquard.
A expressão "que pretendiam dar o caso por encerrado" é uma oração subordinada adjetiva explicativa (com sentido
explicativo). A retirada das vírgulas transformaria esse segmento numa oração subordinada adjetiva restritiva (com sentido
restritivo).
"Os militares, que pretendiam dar o caso por encerrado, prenderam Picquard"... Aqui, todos os militares pretendiam dar o caso
por encerrado e, além disso, todos eles prenderam Picquard.
"Os militares que pretendiam dar o caso por encerrado prenderam Picquard"... Aqui, NEM todos os militares pretendiam dar o
caso por encerrado. Além disso, os únicos militares que prenderam Picquard foram os que pretendiam dar o caso por encerrado.
II. O exército pretendia mostrar aos soldados, que passavam segredos militares aos alemães, a força da contra-espionagem.
A expressão "que passavam segredos militares aos alemães" é uma oração subordinada adjetiva explicativa (com sentido
explicativo). A retirada das vírgulas transformaria esse segmento numa oração subordinada adjetiva restritiva (com sentido
restritivo).
"O exército pretendia mostrar aos soldados, que passavam segredos militares aos alemães, a força da contra-espionagem"...
Aqui, todos os soldados passavam segredos militares aos alemães.
"O exército pretendia mostrar aos soldados que passavam segredos militares aos alemães a força da contra-espionagem"...
Aqui, NEM todos os soldados passavam segredos militares aos alemães.
III. Os superiores de Picquard responderam, então, que não queriam macular ainda mais a imagem do Exército.
O termo "então" funciona como advérbio, com sentido "naquela ocasião". Sintaticamente falando, trata-se de um adjunto
adverbial de curta extensão, o que torna facultativo o emprego das vírgulas. Logo, a supressão das vírgulas NÃO
acarretaria alteração de sentido.
Portanto, apenas nos itens I e II (letra D), a supressão das vírgulas acarretaria alteração de sentido.
173. FAURGS 2006
Uma das características essenciais da dialética é o espírito crítico e autocrítico. Assim como examinam constantemente o mundo
em que atuam, os dialéticos devem estar sempre dispostos _____ rever as interpretações em que se baseiam para atuar.
Quando a filha de Marx pediu ao pai para responder a um questionário organizado por ela e lhe perguntou qual era o lema que
ele preferia, Marxires- pendeu: "Duvidar de tudo".
Para homens engajados num combate permanente, como os marxistas, é difícil colocar em prática esse lema. Com frequência, se
manifesta entre os marxistas uma tendência que os leva a substituir a análise concreta das situações concretas por um conjunto
de fórmulas especulativas, por um esquema geral no qual as coisas são enquadradas forçadamente, precipitadamente. Essa
tendência se manifestava já em Hegel, que era idealista, e continuou a se manifestar entre os marxistas.
Na medida em que se deixam influenciar pela tendência mencionada acima, os revolucionários passam a querer transformar o
mundo sem se preocuparem suficientemente com a transformação deles mesmos. Com isso, perdem muito da capacidade de
autocrítica e não conseguem se renovar tanto quanto é necessário.
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Diversos críticos, hostis _____ dialética, têm aproveitado essas deficiências para sustentar que o pensamento dialético despreza
o rigor da análise e se presta ______ "acrobacias"(a)(b)(e) intelectuais. José Guilherme Merquior ainda foi mais longe e chamou a 165
dialética de "dama de costumes fáceis"(c)(d)(e). Os defensores da dialética não podem se limitar a explicar para Merquior o
verdadeiro alcance dos princípios de Hegel e de Marx; precisam saber aplicar esses princípios, de maneira consequente, __ uma
realidade que - conforme reconhecemos - está sempre mudando.
Adaptado de: KONDER, Leandro. O que é dialética. São Paulo: Ática, 1984.
Sobre os usos das aspas no texto, é correto afirmar que
a) as aspas indicam a transcrição de um texto de José Guilherme Merquior.
b) as aspas indicam que a palavra está sendo usada em sentido literal.
c) as aspas indicam que as palavras em questão não podem ser atribuídas ao autor do texto.
d) as aspas indicam que as palavras em questão estão sendo usadas em sentido denotativo.
e) as aspas indicam que as palavras estão sendo usadas em sentido vulgar.
➢ Comentários:
Gabarito: LETRA C.
As letras A, B e E estão erradas. Na verdade, as aspas utilizadas no termo "acrobacias" indicam que a palavra está sendo usada
em SENTIDO FIGURADO/CONOTATIVO (= não literal, não real, não denotativo). O termo "acrobacias" foi usado com sentido de
"espertezas", não se referindo à arte do acrobata.
A letra D também está errada. As aspas utilizadas na expressão "dama de costumes fáceis" indicam a transcrição das palavras
de José Guilherme Merquior. Portanto, elas evidenciam que as palavras em questão não podem ser atribuídas ao autor do texto.
Logo, a letra C é a opção correta!
REGÊNCIA VERBAL E REGÊNCIA NOMINAL
A regência pode ser:
VERBAL: o termo regente é um verbo.
NOMINAL: o termo regente é um nome (substantivo, adjetivo, advérbio).
Em outras palavras, a regência indicará como o verbo ou o nome se ligarão aos termos que os complementam: com preposição
(uma ou mais possibilidades) ou sem preposição. Vale destacar ainda que a alteração da preposição regida pode acarretar (ou
não) mudança de sentido do termo regente, veremos isso já, ok?
REGÊNCIA VERBAL
A regência verbal é o modo pelo qual um verbo (termo regente) estabelece relação com os termos que o complementam ou o
caracterizam.
Boa parte dessas relações serão estabelecidas pelo emprego de preposições (em alguns verbos intransitivos, em verbos
transitivos indiretos ou em verbos transitivos diretos e indiretos).
Alguns verbos aceitam mais de uma regência sem alteração de sentido, outros mudam de significado de acordo com a regência
e, por fim, alguns podem ter a mesma regência e significados diferentes de acordo com o contexto.
Regências diferentes, mesmo significado:
O senador abdicou do mandato. / O senador abdicou o mandato. (mesmo sentido de "renunciar", "desistir")
Regências diferentes, significados diferentes:
A menina agradou o cachorrinho. (sentido de acariciar, fazer carinho)
A menina agradou ao cachorrinho com brincadeiras. (sentido de satisfazer, alegrar)
Regências iguais, significados diferentes:
Aquele problema carece de relevância. (sentido de "não ter" relevância, a ser definido pelo contexto)
A vovozinha carece de cuidados médicos. (sentido de "precisar", a ser definido pelo contexto)
O assunto é meio "decoreba", pois infelizmente demanda uma certa fixação das preposições regidas pelos termos regentes e o
domínio da transitividade verbal (verbo intransitivo, transitivo direto, transitivo indireto, transitivo direto e indireto), assim
aconselhamos a leitura constante da lista de verbos que passaremos neste módulo, pois eles são os mais recorrentes em provas
de concurso, ok? Façam uma forcinha, pois de tanto ler, algumas regências tornam-se automáticas.
VERBOS QUE MUDAM DE SENTIDO DE ACORDO COM A REGÊNCIA
AGRADAR: Com sentido de respirar, sorver, inalar: João aspirou o
Com sentido de acariciar, fazer aroma de café quentinho. (VTD, sem preposição)
carinho: Pedro agradava um cachorrinho de rua. (VTD, sem Com sentido de pretender, desejar: Marina aspirava a um
preposição) cargo mais alto na empresa. (VTI, preposição "a")
Com sentido de causar agrado, contentar, satisfazer: O ANSIAR:
comediante agradou ao público. (VTI, preposição "a") Com sentido de causar mal-estar: Voltar a ser
ASSISTIR: anônimo ansiava aquele ator. (VTD, sem preposição)
Com sentido de prestar assistência, socorrer, cuidar: O Com sentido de desejar muito:Ansiava por este encontro.
médicos assistiram o paciente. (VTD, sem preposição) (VTI, preposição "por")
Com sentido de presenciar, ver: Samuel assistiu ao filme. APELAR:
(VTI, preposição "a") Com sentido de recorrer, interpor recurso: A
Com sentido de caber/pertencer: Assiste aos réus o direito advogada apelará da decisão. (VTI - preposição "de")
de defesa. (VTI, preposição "a") Com sentido de pedir ajuda, socorro: Precisarei apelar para
Com sentido de morar: Aquele professor assiste em Recife. as autoridades. (VTI - preposição "para")
(VI, mas exige a preposição "em" para o adjunto adverbial)
ASPIRAR:
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Também com sentido de pedir ajuda, socorro: O Com sentido de empregar dinheiro, fazer
rapaz apelava, sem sucesso, a quem passava. (VTI - investimento: Aquela empresa investe em tecnologia. (VTI, 166
preposição "a") preposição "em")
BATER: Também com sentido de empregar dinheiro, fazer
Com sentido de espancar, machucar alguém: João batia investimento: Aquela empresa investe parte do capital em
nos colegas. (VTI, preposição "em" -> nos = em + os) tecnologia (VTDI, OD = parte do capital, OI =em tecnologia)
Com sentido de fechar a porta com força: Ele bateu a porta Com sentido de dar pose: Pedro foi investido nas funções
com raiva. (VTD, sem preposição) de secretário. (VTI, preposição "em")
Com sentido de bater junto à porta: O vizinho batia à porta Com sentido de atacar: O exército investia contra o castelo.
dela todos os dias. (VTI, preposição "a" -> à = preposição a + (VTI, preposição "contra")
artigo a) PRECISAR:
Com sentido de dar pancadas nas porta: Bate, bate,bate Com sentido de indicar com precisão: A vítima precisou o
na porta do céu... (VTI, preposição "em" -> na = em + a) local do crime. (VTD, sem preposição)
CONFERIR: Com sentido de necessitar: A aluna precisa de ajuda. (VTI,
Com sentido de atribuir característica: O laudo preposição "de")
pericial conferiu veracidade à alegação do réu. (VTDI , OD = PROCEDER:
veracidade, OI = à alegação do réu, preposição "a") Com sentido de agir, ter fundamento: Aquele
Com sentido de verificar, examinar:Conferimos o bilhete da profissional procede muito bem. (Verbo intransitivo,
loteria. (VTD, sem preposição) acompanhado de adjunto adverbial de modo)
Com sentido de estar de acordo: O crime denunciado Com sentido de ter origem, procedência: O avião procede
não confere com a prova testemunhal. (VTI, preposição de São Paulo. (para uns é VTI com preposição "de", para
"com") outros é verbo intransitivo com adjunto adverbial de lugar)
CONTENTAR: Com sentido de executar algo: O juiz procedeu
Com sentido de agradar, satisfazer: Alfredo contentou os ao julgamento. (VTI, com preposição "a")
filhos neste Natal. (VTD, sem preposição) QUERER:
Com sentido de ficar contente: Contentou-se em comer Com sentido de desejar: Eu quero um emprego melhor.
uma fatia de pizza. (verbo pronominal, preposição "em") (VTD, sem preposição)
CUSTAR: Com sentido de ter afeto, estimar: Quero muito aos meus
Com sentido de ter valor: Aquela blusa custou cem reais. pais. (VTI, com preposição "a")
(VTD para alguns, sem preposição e VI para outros) TORCER:
Com sentido de acarretar, provocar: A impaciência custou- Com sentido de entortar, distorcer: O jogador torceu o pé.
lhe (a ele) a vida. (VTDI, OD= vida, OI = lhe) (VTD, sem preposição)
Com sentido de demorar: O sucesso custou, mas chegou. Com sentido de desejar sucesso: Eu torço pelo Brasil. (VTI,
(VI) com preposição "por" ou "para")
FUGIR: VISAR:
Com sentido de escapar: O bandido fugiu da cadeia. (VTI, Com sentido de mirar, apontar: O atirador visou o alvo.
preposição "DE") (VTD, sem preposição)
Com sentido de evitar, distanciar-se: A atriz fugiu Com sentido de ter em vista, ter como objetivo: As
à pergunta do repórter. / A atriz fugiu da pergunta do medidas visam ao bem-estar dos funcionários. (VTI, com
repórter (VTI, preposição "a" ou "de") preposição "a")
IMPLICAR: Com sentido de dar visto: É necessário visar o passaporte.
Com sentido de zombar, provocar briga, aperrear (no meu (VTD, sem preposição)
querido Nordeste, rs): Maria implica com a irmã mais nova. VERBOS QUE ADORAM NOS CONFUNDIR
(VTI, preposição "COM") Alguns verbos são chatinhos e adoram nos confundir, mas
Com sentido de acarretar consequência: Viver agora saberemos lidar com eles, vejam só:
livremente implica riscos. (VTD, sem preposição) ATENÇÃO! CHEGAR/IR:
Cai muito em prova! Sei que é tentador, mas em prova de concurso não devemos
Com sentido de comprometer, envolver: Maus usar a frase "Cheguei em casa", gurizasa! É claro que na
comportamentos o implicaram em alguns problemas. (VTDI, linguagem cotidiana utilizamos bastante essa construção,
OD = o, OI = em alguns problemas) mas na hora de marcar o X ou de dissertar, lembrem:
IMPORTAR: Ela chegou no consultório. ERRADO!!!!
Com sentido de trazer para o país, para Ela chegou ao consultório. CERTO!!!
dentro:Importamos alguns perfumes. (VTD, sem O pastor foi no culto. ERRADO!!!!
preposição) O pastor foi ao culto. CERTO!!!
Com sentido de resultar: Todo esforço importa resultados. CONTRIBUIR:(ATENÇÃO! Esta regência cai muito em
(VTD, sem preposição) prova!)
Também com sentido de resultar: Todo esforço importa Uma forma de nunca mais errarmos a regência deste verbo
em resultados. (VTI, preposição "em") é guardar a seguinte frase:
Com sentido de dar importância: Ninguém se importava Contribui COM alguma coisaPARA alguém (algo/ algum
com a crise. (verbo pronominal e transitivo indireto, lugar).
preposição "com") COM introduz aquilo que é contribuído/dado/fornecido
INVESTIR: (dinheiro, trabalho, roupas, alimentos)

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PARA introduz o beneficiado/estimulado pela contribuição - se aparecer algum exemplo de oração com os dois termos
(o país, a igreja, pessoas carentes, o sucesso, o fracasso) (um com a preposição "com" e outro com a preposição 167
Exemplo: Contribuirei com doações para a igreja. "para") e indicarem que o termo com a preposição "para" é
Exemplo: O estudo contribui para o sucesso. ("O sucesso" é o objeto indireto, o outro não poderá ser também objeto
beneficiado/estimulado pelo estudo.) indireto, mas permanecerá classificado como adjunto
Exemplo: Certos fatores contribuíram para o aumento da adverbial.
inflação. ("o aumento da inflação" foi estimulado por "certos ESQUECER/LEMBRAR:
fatores") Temos várias hipóteses de construção, fiquem ligados:
Certo, professora! Mas qual a transitividade desse verbo VTD : A menina lembra o pai.
"contribuir"? Gente, a MAIORIA dos gramáticos entende Com sentido de ser semelhante, SEM PREPOSIÇÃO!
que ele éintransitivo, assim "com alguma coisa" e "para VTD: A atriz lembrava os textos./ A atriz esquecia os textos.
alguém" são adjuntos adverbiais, ok? Com sentido de ter na memória ou de perder a memória,
Celso Luft, por exemplo, apresenta o verbo "contibuir" como SEM PREPOSIÇÃO!
"intransitivo" na maioria dos exemplos, mas defende a VTI: quando for verbo pronominal ("se" é parte integrante
possibilidade da construção de oração empregando ele dele): A atriz esqueceu-se do texto./A atriz lembrou-se
como transitivo indireto, vejamos: O centralismo do texto. Preposição "de".
administrativo contribuiu para a ruína da empresa. Quando for VTDI são duas possibilidades:
Neste caso, o termo "para a ruína da empresa" é classificado VTDI: O diretor lembrou a atriz da informação. (OD = atriz,
como objeto indireto. OI = da informação) Preposição "de".
O que realmente importa saber: O objeto direto é pessoa, o objeto indireto é assunto.
- o verbo "contribuir" rege as preposições "com" (com VTDI: O diretor lembrou à atriz a informação. (OD = a
alguma coisa) e "para" (para alguém). informação, OI = à atriz) Preposição "a".
- a maioria dos gramáticos entende que esse verbo O objeto direto é assunto, o objeto indireto é pessoa.
é intransitivo e que os termos preposicionados são adjuntos
adverbiais.
NAMORAR: SIMPATIZAR/ANTIPATIZAR:
Namorar é muito bom, não é? Entretanto este verbo gosta São transitivos indiretos e regem a preposição "com".
de nos fazer errar na hora da prova, pois o modo como o Cuidado, não existe "simpatizar-se", "antipatizar-se", esses
empregamos na linguagem coloquial é "danado" pra grudar verbos não são pronominais, povo!
na cabeça... Lili simpatizou-se com a causa. ERRADO
Não namoramos com alguém, namoramos alguém, sem a Lili simpatizou com a causa. CERTO
preposição COM!!! SOBRESSAIR:
João namora com Daniele. ERRADO Significar "estar em destaque" e é um verbo transitivo
João namora Daniele. CERTO indireto, rege a preposição "em". Não é pronominal, gente!
OBEDECER/DESOBEDECER: A atriz sobressaiu-se na peça. ERRADO
É um verbo transitivo indireto e exige a preposição "a", ok? A atriz sobressaiu na peça. CERTO
O bom menino obedece os pais. ERRADO O "lhe" é um pronome oblíquo que exerce função de objeto
O bom menino obedece aos pais. CERTO indireto, entretanto alguns verbos não o aceitam como
PAGAR/PERDOAR: complemento. E aí, professora? Nesses casos
Se o complemento for coisa, VTD - Pedro pagou as dívidas empregaremos "a ele(s)/ a ela(s)", vejamos:
hoje. Aludir: Aludiu ao compositor./ Aludiu a ele. (Não podemos
Se o complemento for alguém (pessoa, instituição), VTI - empregar: aludiu-lhe)
Pedro pagou ao banco. (Preposição "a") Assistir: Assistimos a peça. / Assistimos a ela. (Não podemos
Se houver dois complementos, VTDI: Pedro pagou as empregar: assistimos-lhe)
dívidas ao banco. (OD = "as dívidas", OI = "ao banco") Aspirar: Aspirava ao cargo. /Aspirava a ele. (Não podemos
PREFERIR: empregar: aspirava-lhe)
É verbo transitivo direto e indireto, exigindo a preposição Recorrer: Recorri ao meu talento. / Recorri a ele. (não
"a": podemos empregar: recorri-lhe)
Prefiro mais feijão preto do que feijão carioca. ERRADO Visar:Elas visam ao sucesso / Elas visam a ele. (Não
Prefiro feijão preto a feijão carioca. CERTO podemos empregar: visam-lhe)

REGÊNCIA NOMINAL
A regência nominal é o modo pelo qual um nome estabelece relação com o termo que o complementa. Listaremos neste tópico
nomes que exigem complementos preposicionados, ok?
Letra A: afeição a/por amoroso com apologia de, avesso a
Acesso a aflito com/por análogo a apto a, para ávido por, de
acessível a alheio a/de analogia com, assíduo a, em Letra B:
acostumado a/co aliado a/com entre atenção a bacharel em
m alusão a ansioso de/para/ atento a bastante a, para
adequado a amante de por atentatório a benéfico a
admiração a/por amigo de antipatia a/ atencioso com, benevolência com
afável com/para amor a/de/para contra/por, para com , em, para
com com/por aparentado com, aversão a boato de, sobre
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bom para, de, empenho de, por, impedimento a, medo de, a Letra S
para com em para misericordioso co sábio em 168
briga com, entre, encarregado de impossibilidade d m, para com, para satisfeito com,
por equivalente a e Letra N por, de, em
busca a, de, por entendido em impossível de nascido em, para, saudade de, por
Letra C: erudito em impróprio para de sedento de, por
capacidade de, escasso de imune a, de natural de seguido de, por, a
para essencial para, inábil para necessário a, para semelhante a
capaz de, para em, a inapto a, para necessidade de sensível a
caro a estreito de incapaz de, para negligente em simpatia a, para
cego a estendido a, inclinação a, para nivelado a, por, com, por
certo de de...a, em, sobre, por com situado a, entre,
certeza de para, até incompatível com noção de, sobre em
coerente com estranho a incompreensível a nocivo a solidário com
compaixão de, Letra F independente de, notável em, por superior a
para com, por fácil a, de, para, em Letra O suspeito de, a
compatível com em indulgente com, obediente a Letra T
compreensível a facilidade em, de, para com ódio a, contra tachadode
comum a para inerente a ojeriza a, por talentoso em
conceito de, sobre falta de, a, para inferior a, de oposto a temente a, de
condizente com com, contra infiel a orgulhoso de, com temerário em
confiante em fanático por influência sobre Letra P temeroso de
conforme a favorável a ingrato com, para paixão de, por temido por, de
consciente de feliz com, por, de, com pálido de tendência a, de ,
constante de em inimigo de parecido com, a para
constituído de, fiel a, firme em interesse por, em paralelo a teoria de, sobre
com, por forte de, em intolerância a, passível de testemunha de
contemporâneo a franco para com, contra, em, para, peculiar a triunfo sobre
, de de, em para com perito em Letra U
contíguo a fundado em inútil a, para preferência a, por último a, em, de
contraditório com furioso com, de investimento em, preferível a ultraje a
contrário a Letra G de prestes a, para unânime em
cruel com, para, generoso com Letra J pendente de união a, com
para com gosto por jeito de propício a urgente a, para
cúmplice em gratidão a, por, jeitoso para pronto em, para útil a, para
Letra D para com jogo com, contra, propensão a, para utilidade em, para
dedicado a gravoso a entre propício a, para utilizado em, para
desacostumado a, guerra a, contra, julgamento de, próprio de, para Letra V
com entre, com sobre próximo a, de vacina contra
desatento a Letra H junto de, a Letra Q vaga de
descontente com hábil em, para juramento a, de qualificado para, vaia a, contra, em
desejoso de habilidade em, justificativa de, de, por vaidade de em
desfavorável a de, para para queimado por, de valioso a, para
desleal a habilitado para, a, Letra L queixa a, contra, vantagem de, a,
desrespeito a em leal a, em, para, sobre, de em, para, sobre
desgostoso com, habituado a para com, com querido de, por vedado a
de hino a lembrança de questionado sobr veneração a, de,
desprezo a, de, homenagem a lento em e por, para com
por horror a liberal com Letra R vergonha de, para
devoção a, para, hostil a, contra, lícito a reanimado de, vinculado a,
com, por com, em, para limitado a, de, por, para entre, com
ditoso com com em, com rebelde a vizinho a, com, de
diverso de Letra I livre de relacionado com vulnerável a
dócil a, para com ida a Letra M relativo a Letra X
domiciliado em idêntico a, para maior de, entre residente em xingado de, com
dotado de imbuído em, de manifestação con respeito a, para, Letra Z
dúvida a cerca de, imediato a tra, a favor de para com, por, zangado com, por
em, sobre impaciência com manso de com, de zelo a, de, por
Letra E impaciente com mau com, para, responsável por
para com rumo a, para

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174. FAURGS 2018


Quem me leva à residência de Menandro Olinda é o padre Pedro Paulo. Disse ao maestro que eu queria conhecê-lo pessoalmente 169
e o pobre homem ficou lisonjeado. Subimos a velha e estreita escada que cheira a mofo de porão, e cujos degraus rangem ao
passo dos que sobem ou descem. O professor nos recebe à sua porta, abraça-me como a um velho amigo, mas quando lhe quero
apertar a mão ele sacode a cabeça negativamente: “Desculpe-me, mas não costumo apertar a mão de ninguém. Tenho de poupá-
las. São a minha fortuna. Com elas quero ainda conquistar o mundo”. Dá-me outro abraço apertado do qual suas mãos não
participam. “Entrem. Sentem-se. Esta é a vossa casa. Desculpem a desordem. É a caverna dum eremita”.
Curioso. Conheço esta sala. Talvez duma peça de teatro. Ou dum romance. Cheiro de bolor e tempo. O tapete, de tipo persa,
muito poído e desbotado. Móveis antigos. O piano de cauda a um canto. Retratos de gente morta nas paredes. A máscara de
gesso de Beethoven, copiada de bronze que está na escultura de Fernando Corona, na praça da Matriz de Porto Alegre. Poeira
nos móveis. Num ângulo da sala, uma pilha de partituras de piano. Uma estante de tipo art noveau com livros. Um divã com uma
coberta de veludo grená. Velhas cadeiras estofadas de brocado cor de ouro velho, mas já muito seboso e esfiapado.
– Venha ver a vista aqui da sacada! – convida-me o professor.
Aproximo-me dele. Um ranço de suor muitas vezes dormido exala-se do corpo deste homem alto e descarnado, de rosto longo,
testa olímpica e pele alva. Seus cabelos, com grandes entradas, são ralos, já meio grisalhos, compridos e esfarripados.
Avisto a Praça da República, as paineiras floridas, as torres da Matriz, gente andando pelas calçadas, namorados sentados nos
bancos, o fotógrafo lambe-lambe postado perto do coreto.
Voltamos para a sala. Os olhos do professor estão fitos em mim, como se ele estivesse procurando avaliar-me, tentando descobrir
que espécie de homem sou.
Adaptado de VERISSIMO, E. Incidente em Antares. 49.ed. São Paulo: Globo, 1997.
Se a forma verbal participam fosse substituída por se envolvem em Dá-me outro abraço apertado do qual suas mãos não
participam , qual das alternativas abaixo estaria gramaticalmente correta?
a) Dá-me outro abraço apertado ao qual suas mãos não se envolvem.
b) Dá-me outro abraço apertado do qual suas mãos não se envolvem.
c) Dá-me outro abraço apertado para o qual suas mãos não se envolvem.
d) Dá-me outro abraço apertado o qual suas mãos não se envolvem.
e) Dá-me outro abraço apertado no qual suas mãos não se envolvem.
➢ Comentários:
Gabarito: Letra E.
No trecho "Dá-me outro abraço apertado do qual suas mãos não participam", a forma verbal em destaque está flexionada na
terceira pessoa do plural do Presente do Indicativo.
Substituindo-se "participam" por "se envolvem", a redação correta é encontrada na assertiva (E). Em "Dá-me outro abraço
apertado no qual suas mãos não se envolvem", o verbo "envolver-se" é o termo regente, exigindo o uso da preposição "em".
Nesse contexto, o elemento preposicional se fundiu com o artigo definido "o", compondo a expressão "no qual": Dá-me outro
abraço apertado no qual suas nãos não se envolvem.
Dessa forma, eis o gabarito: letra (E).
a) a preposição "a", em "ao qual", é inadequada, pois o verbo "envolver-se" rege o uso da preposição "em".
b) o verbo pronominal "envolver-se" rege a preposição "em", e não a preposição "de", empregada na expressão "do qual".
c) conforme visto anteriormente, "envolver-se" rege a preposição "em", o que torna incorreto o uso da preposição "para" na
reescrita.
d) faltou a preposição "em", antes da expressão relativa "o qual".
175. FAURGS 2018
Ser dono da bola dava a Ramon certos privilégios.
Um deles era o de determinar que o jogo só começasse após ele contar uma história de seu livro de autores latinos. Essa condição,
muito antes de soar antipática, a Roberto sempre serviu de estímulo à sua curiosidade por aprender coisas novas. Ele havia sido
acolhido pela família de Ramon quando, junto aos irmãos e ____ mãe, chegou fugido do Brasil, no final dos anos 1960. A viagem
levara horas até a cidade argentina de San António, na província de Misiones, divisa com o estado do Paraná, onde Roberto
nascera e do qual partiram no meio da noite. “Conheci toda a América do Sul com aquele livro”, conta Roberto, que na época
tinha menos de dez anos. Tudo ia bem até o momento em que ele foi convidado pelo dono da bola para falar alguma coisa sobre
Monteiro Lobato, autor brasileiro que escrevera a história que ele escolhera para ler naquele dia. “Foi a primeira vergonha que
eu passei. Eu não podia falar nada sobre Monteiro Lobato, nem sabia quem era”. Por outro lado, a partir daquele episódio, Roberto
passou a ler tudo o que lhe passasse pela frente.
Quando voltaram para o Brasil, depois de dois anos e oito meses, foram morar num lugarejo no interior do Paraná, em Pranchita.
A vontade de ler o acompanhava, mas os parcos recursos da família não permitiam que comprasse livros. Ele e um amigo, Romário,
costumavam passar horas frente ____ vitrine de uma livraria no centrinho da cidade, apreciando as capas de gibis e livros de
literatura. Receosos de que os mandassem sair dali, ____ poderiam estar sujando o vidro que era cuidadosamente esfregado por
uma senhorinha, eles mantinham as mãos para trás. Até que certa manhã o dono da livraria, um italiano magro e alto, saiu e
perguntou aos meninos o que eles queriam. A primeira reação foi sair correndo. Três dias depois, eles voltaram, e o proprietário
do estabelecimento refez a pergunta. Então os garotos comentaram a respeito de um gibi que há seis meses estivera exposto na
vitrine. Gentilmente foram convidados a entrar para ler o que quisessem – hábito que mantiveram ao longo de quatro anos.
“Ele nunca nos pediu nada em troca”, rememora Roberto. Antes ____ abrissem o primeiro gibi, no entanto, receberam instruções
minuciosas de como folhear sem deixar dobras ou marcas nas páginas; tudo deveria ficar como novo, pronto para a venda.

Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019


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TEORIA SISTEMATIZADA E QUESTÕES PARA OFICIAL DE JUSTIÇA 2019

Hoje Roberto Sampaio tem pouco mais de 56 anos, é conselheiro tutelar em Taquara, no interior do Rio Grande do Sul, e pintor
de parede por ofício, como gosta de dizer. Aos 32 anos começou a ficar decepcionado consigo mesmo por ainda não ter 170
conseguido cumprir o sonho que acalentava desde os 12 anos de idade: montar uma biblioteca aberta ao público, quando tivesse
um acervo de quatro mil livros. Depois de anos guardando em todas as peças da casa os títulos que conseguiu por meio de
doações, no dia 28 de setembro de 1988 ele pendurou na fachada de sua casa: Biblioteca Amigos do Livro. Eram 10 horas da noite,
e Roberto estava realizado.
Adaptado de: O homem que não conhecia Machado de Assis e outras histórias. Jornal da Universidade. Caderno JU. n. 49, ed. 203,
jul. 2017.
Assinale a alternativa INCORRETA quanto à regência verbal.
a) O rapaz esqueceu-se do nome do autor.
b) O menino não simpatizou com ele.
c) A série a que assistimos durou seis temporadas.
d) Faltou-me completar as últimas questões da prova.
e) Ele aspira um alto cargo nas próximas eleições.
➢ Comentários:
GABARITO LETRA E
LETRA "A"ERRADA. O rapaz esqueceu-se do nome do autor.
O verbo pronominal "esquecer-se" é transitivo indireto e tem sua regência completada por meio da preposição "de", pois "quem
se esquece" se esquece "de" alguma coisa. No trecho acima, essa coisa é "o nome do autor", objeto indireto da forma verbal
"esqueceu-se".
LETRA "B"ERRADA. O menino não simpatizou com ele.
O verbo "simpatizar" é transitivo indireto e tem sua regência completada por meio da preposição "com", pois "quem não se
simpatizou" não se simpatizou "com" alguém. No trecho acima, esse alguém é "ele", objeto indireto da forma verbal "não
simpatizou".
LETRA "C"ERRADA. A série a que assistimos durou seis temporadas.
O verbo "assistir", no sentido de ver, é transitivo indireto e tem sua regência completada por meio da preposição "a", pois "quem
assiste" assiste "a" alguma coisa. No trecho acima, essa coisa é "que" (A série), objeto indireto da forma verbal "assistimos".
LETRA "D"ERRADA. Faltou-me completar as últimas questões da prova.
O verbo "faltar", no trecho acima, é transitivo indireto, pois algo que falta (completar as últimas questões da prova/sujeito do
verbo faltar) falta "a" alguém. Esse alguém, na frase em questão, é "me" (eu), objeto indireto da forma verbal "Faltou".
LETRA "E"CORRETA. Ele aspira um alto cargo nas próximas eleições.
O verbo "aspirar", no sentido de desejar, é transitivo indireto e tem sua regência completada por meio da preposição "a", pois
"quem aspira" aspira "a" alguma coisa. No trecho acima, essa coisa é "um alto cargo nas próximas eleições", objeto indireto da
forma verbal "aspira". Logo, deve haver preposição "a" antes do objeto indireto em questão.
CORREÇÃO: Ele aspira a um alto cargo nas próximas eleições.
176. FAURGS 2018
Em 1975, estudantes suecos acampavam na ilha de Gotland. Eles recriavam o cotidiano dos seus antepassados vikings quando um
coelho cruzou o caminho de um deles. Da mesma forma como fariam os suecos medievais, um estudante tentou capturar o animal
escondido em uma toca. O adolescente colocou o braço no buraco, mas, em vez de coelho, como num truque de mágica,
encontrou 1.440 dirhams, a moeda de prata do Império Islâmico, datada do século 10.
A descoberta de dinheiro árabe na Suécia está longe de ser um fato raro. Somente na ilha, já foram documentados mais de 700
tesouros semelhantes, totalizando 80 mil dirhams, e existem achados semelhantes na Dinamarca, na Noruega e Suécia
continental. Como tantas moedas árabes foram parar na Escandinávia? Pelas mãos de comerciantes.
A fama de guerreiros sanguinários ofuscou outras atividades vikings. Grande parte da sociedade trabalhava para prosperar por
meio do comércio. Os tesouros de prata árabe são apenas um dos sinais dessa atividade. As transações marítimas eram muito
mais populares, e no Mar Báltico ocorria uma das preferidas, conectando o leste europeu ____ terras vikings. Nos portos da região
onde hoje se situam a Letônia e a Lituânia, chegavam mercadorias árabes, europeias, chinesas e norte-africanas, usando conexões
como a Rota da Seda, ligada à Europa por Constantinopla. No Báltico, no meio do caminho entre o continente e a península, está
a ilha de Gotland – o que explica por que tantas moedas árabes são encontradas por lá. Por terra, mais de 4 mil km separam o
Oriente Médio dos portos, e moedas e mercadorias passavam de mão em mão, por inúmeros empórios, até chegar ____
Escandinávia.
Mas os vikings não usavam as moedas pelo seu valor de face. Como não havia governo central para emitir dinheiro, os nórdicos
não estavam acostumados ____ negociar a partir do valor que as moedas representavam. Para eles, os dirhams não passavam de
pedaços de prata cunhada em um formato conveniente, fácil de carregar. Os negócios vikings eram fechados com base no peso
de metais e objetos de valor. Arqueólogos encontraram inúmeras balanças portáteis em escavações, indicando que eles pesavam
____ moedas ao vender mercadorias, em vez de contá-las. É por isso também que muitas das moedas encontradas em Gotland
estavam aos pedaços: eles quebravam os dirhams para completar o peso na balança. Para comprar um leitão bastava cortar um
pedaço do bracelete ou do colar, acessórios que também serviam como carteira.
Os chefes eram a um só tempo grandes vendedores e maiores clientes do comércio globalizados do Báltico. Depois de pilhar
cidades no oeste europeu, eles vendiam metais preciosos e objetos exóticos e luxuosos nos mercados do Leste. Com dinheiro,
compravam outros itens que conferiam status, como peças de seda, espadas cheias de pedras cravejadas, casacos de pele de
animais exóticos, vinhos e cálices cerimoniais.
Adaptado de: Em busca de luxo. In: Vikings: a saga. Dossiê Superinteressante. São Paulo: Abril, 2015. p. 40.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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Considere as seguintes afirmações sobre emprego de verbos no texto.


I - recriavam é um verbo transitivo direto. 171
II - usavam é um verbo intransitivo.
III - encontraram é um verbo transitivo direto.
Quais estão corretas, de acordo com o texto?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas I e III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.
➢ Comentários:
GABARITO LETRA C
I - CORRETA: recriavam é um verbo transitivo direto.
Verbo transitivo direto é aquele que tem sentido incompleto e se liga ao respectivo complemento diretamente, sem preposição.
"Eles recriavam o cotidiano dos seus antepassados vikings quando um coelho cruzou o caminho de um deles."
No trecho acima, "quem recriava" recriava alguma coisa. Essa coisa era "o cotidiano dos seus antepassados vikings". O verbo
recriar foi empregado como transitivo direto e tem o seu sentido completado pelo objeto direto "o cotidiano dos seus
antepassados vikings", termo não introduzido por preposição.
II - usavam é um verbo intransitivo.
"Mas os vikings não usavam as moedas pelo seu valor de face."
Verbo intransitivo é aquele que não requer complemento e também não é usado para ligar o sujeito ao predicativo do sujeito
(verbo de ligação). Na oração "bastava cortar um pedaço do bracelete ou do colar", por exemplo, o verbo bastar é intransitivo,
pois ele não requer complemento e também não é verbo de ligação. Nesse caso, trata-se de um verbo com sentido completo,
cujo sujeito é a oração "cortar um pedaço do bracelete ou do colar": "cortar um pedaço do bracelete ou do colar" (ISSO) bastava.
No trecho acima, "quem não usava" não usava alguma coisa. Essa coisa era "as moedas pelo seu valor de face". O verbo usar foi
empregado como transitivo direto e tem o seu sentido completado pelo objeto direto "as moedas pelo seu valor de face".
III - CORRETA: encontraram é um verbo transitivo direto.
"Arqueólogos encontraram inúmeras balanças portáteis em escavações (...)"
No trecho acima, "quem encontrou" encontrou alguma coisa. Essa coisa foi "inúmeras balanças portáteis". O verbo encontrar foi
empregado como transitivo direto e tem o seu sentido completado pelo objeto direto "inúmeras balanças portáteis", termo não
introduzido por preposição.
LETRA "A"-ERRADA. Apenas I.
LETRA "B"-ERRADA. Apenas II.
LETRA "C"-CORRETA. Apenas I e III.
LETRA "D"-ERRADA. Apenas II e III.
LETRA "E"-ERRADA. I, II e III.
177. FAURGS 2018:
A respeito de regência nominal, considere as orações abaixo.
I - O seu relatório é passível de novas versões.
II - Aquela pessoa estava alheia em todas as situações.
III - Em qualquer país, é importante que você tenha obediência as leis locais.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e III.
e) I, II e III.
➢ Comentários:
GABARITO LETRA A
I - CORRETA. O seu relatório é passível de novas versões.
Algo que é passível é passível "de" alguma coisa. O adjetivo "passível" tem sentido incompleto. Ele requer um complemento
nominal introduzido pela preposição "de".
Na frase acima, o termo que completa o sentido de "passível" é "de novas versões", complemento nominal corretamente
introduzido pela preposição "de".
II - ERRADA. Aquela pessoa estava alheia em todas as situações.
Quem estava alheia estava alheia "a" alguma coisa. O adjetivo "alheia" tem sentido incompleto. Ele requer um complemento
nominal introduzido pela preposição "a".
Na frase acima, o termo que completa o sentido de "alheia" é "em todas as situações", complemento nominal incorretamente
introduzido pela preposição "em".
CORREÇÃO: Aquela pessoa estava alheia a todas as situações.
III - ERRADA. Em qualquer país, é importante que você tenha obediência as leis locais.
Quem tem obediência tem obediência "a" algo. O substantivo "obediência" tem sentido incompleto. Ele requer um complemento
nominal introduzido pela preposição "a".
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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Na frase acima, o termo que completa o sentido de "obediência" é "as leis locais", complemento nominal incorretamente
introduzido pelo artigo definido "as". 172
Nesse caso, antes do substantivo "leis" deve haver "a craseado" como o resultado da contração da preposição "a", exigida pelo
substantivo "obediência", com o artigo definido "as" que determina o substantivo feminino leis: obediência a + as leis = obediência
às leis.
CORREÇÃO: Em qualquer país, é importante que você tenha obediência às leis locais.
LETRA "A"-CORRETA. Apenas I.
LETRA "B"-ERRADA. Apenas II.
LETRA "C"-ERRADA. Apenas III.
LETRA "D"-ERRADA. Apenas I e III.
LETRA "E"-ERRADA. I, II e III.
178. FAURGS 2018
Como se fosse a primeira vez
Aos 82 anos, o maestro Isaac Karabtchevsky declarou que “um músico tem que trabalhar até o último instante”, que é “nessa
vivência que ele começa à redescobrir partituras que já regeu ou tocou a tantos anos, experimentando-as de maneira totalmente
diferente, como se fosse a primeira vez”. Não estamos falando aqui de trabalho, mas da vida, pois nunca é tarde para encará-la
com o frescor desse velho homem. O passado não é recuperável, não há feitiço do tempo que nos ajude a voltar atrás para desfazer
perdas e reparar falhas. Viver é uma comédia de erros e ponto. Quanto maior a vida, os arrependimentos e as saudades têm
maiores oportunidades de comparecer. O que levamos conosco corre o risco de virar um baú de velharias que carregamos só para
remoer. No entanto, possuir uma memória fértil, honrar a própria história, não nos obriga a andar de costas. No divã, as memórias
são sempre convocadas e falando delas acabam ganhando novos sentidos. Não se trata de voltar atrás para consertar, pois as
lembranças ressurgem quando estão a serviço do presente. Elas são revisadas porque somos feitos delas, porque nossa identidade
foi construída a partir do que vivemos. “Como se fosse a primeira vez” é apenas um modo lúdico de manter viva ____ curiosidade.
A amnésia não torna ninguém mais jovem nem renova oportunidades. A boa notícia é que somente para os músicos o tempo de
uma vida pode ser fértil até o fim. Ele pode assemelhar-se ____ das viagens, no qual um dia leva vários para acabar. Por que ocorre
essa sensação de lactação temporal? Porque viajando estamos abertos ____ novo, deixando-nos surpreender a cada momento.
Karabtchevsky nos lembra que isso pode ocorrer até com as velhas sinfonias. Mesmo que existam melodias repetidas, interprete-
as como se fosse a primeira vez.
Adaptado de: CORSO, Diana. Como se fosse a primeira vez. Disponível em http://vidasimples.uol.com.r/canal/pensar/. Acessado
em 08 de janeiro de 2018.
Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas das linhas em vermelho.
a) em – ao – de
b) de – com o – ao
c) a – com o – sob o
d) em – com o – para o
e) a – ao – ao
➢ Comentários:
GABARITO LETRA E
“Como se fosse a primeira vez” é apenas um modo lúdico de manter viva a curiosidade."
No trecho acima, "quem mantém viva" mantém alguma coisa viva. Essa coisa é "a curiosidade", objeto direto do verbo manter.
Esse objeto direto constitui-se do artigo definido "a" acompanhado pelo substantivo curiosidade. Logo, a primeira lacuna deve ser
preenchida com o artigo definido "a".
"A boa notícia é que somente para os músicos o tempo de uma vida pode ser fértil até o fim. Ele pode assemelhar-se ao das
viagens, no qual um dia leva vários para acabar."
No período acima, "quem pode assemelhar-se" pode assemelhar-se "a" alguma coisa. Essa coisa é "o", pronome demonstrativo
equivalente a "aquele", usado para retomar "o tempo". O pronome demonstrativo "o" exerce, pois, a função de objeto indireto
da forma verbal "assemelhar-se" e deve se ligar a ela por meio da preposição "a": assemelhar-se a + o (aquele/tempo) das viagens
= assemelhar-se ao das viagens.
"Porque viajando estamos abertos ao novo, deixando-nos surpreender a cada momento."
No período acima, "quem está aberto" está aberto "a" alguma coisa. Essa coisa é "o novo", complemento nominal do adjetivo
"abertos": estamos abertos a + o novo = estamos abertos ao novo. Portanto, a terceira lacuna deve ser preenchida com a
combinação da preposição "a", exigida pelo adjetivo abertos, com o artigo definido "o" que determina o substantivo "novo".
LETRA "A"-ERRADA. em – ao – de
LETRA "B"-ERRADA. de – com o – ao
LETRA "C"-ERRADA. a – com o – sob o
LETRA "D"-ERRADA. em – com o – para o
LETRA "E"-CORRETA. a – ao – ao
179. FAURGS 2017
Não há como evitar ser ministeriado ao longo da vida, e ministérios não aceitam desculpas quando se trata de cumprir nossos
deveres, como pagar impostos, respeitar as leis, não infringir as regras do trânsito etc. No que concerne a ter reconhecidos seus
direitos, nem sempre o cidadão fica satisfeito, a burocracia emperra, as informações demoram, o benefício tarda.
Nascemos cidadãos e não meros indivíduos. Ainda que um anarquista extremado pretendesse ignorar ___ existência do Estado,
ele encontraria na esquina quem o representa: o policial, o fiscal do imposto de renda, o burocrata que emite os documentos que
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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somos obrigados a portar. A mera presença não é suficiente para provarnos a existência. Sem comprovação documental, esta é
suspeita até segunda ordem. São os nossos documentos que nos conferem legitimidade, legalidade e cidadania; eles são ___ 173
prova de que estamos registrados no Estado, devidamente fichados – ainda que se adote outro termo – na máquina estatal. Assim,
ficamos facilmente localizáveis e imputáveis.
O Estado é como a natureza – esta não existe como entidade visível, o que se vê são montanhas, plantas, mares, flores, ventos.
Sem a natureza, nada disso subsiste. Da mesma forma, no Estado subsistem as instituições e a cidadania e, sobretudo, a autoridade
– que suporta, onde há democracia, toda crítica, exceto ___ crítica ao Estado, à sua legitimidade. Pôr em questão o próprio Estado
é sinônimo de sublevação, subversão e, hoje em dia, terrorismo. Porque o Estado é mais que o governo, é poder, e todas as
instâncias de poder – financeiro, jurídico, administrativo – se articulam ou coexistem nele, com suficiente força para cooptar um
por um dos governos que nele ingressam.
Outrora encarado como agente social, o Estado torna-se então o Grande Leviatã. Os políticos, ainda que, da boca para fora,
proclamem que o Estado não pode omitir-se de suas funções sociais, tratam de desmantelá-lo. Frente ao avanço tecnológico
atual, como expressão da riqueza, o Estado não investe suficientemente na redução da distância entre a minoria privilegiada e a
maioria da população que, no Brasil, não dispõe de rede de esgoto, instalações sanitárias, assistência de saúde e educação
qualificada. Eric Weil assinala que a tarefa do Estado é defender a sociedade dos perigos que a ameaçam, sejam internos (como
a fome, a pobreza etc.), sejam externos (opressão ou agressão por parte de outros Estados).
Adaptado de: BETTO, Frei. A mosca azul. Rio de Janeiro: Rocco, 2006. p. 191-3.
Se o verbo portar fosse substituído pelo verbo dispor em o burocrata que emite os documentos que somos obrigados a portar,
qual das alternativas estaria gramaticalmente correta?
a) o burocrata que emite os documentos de que somos obrigados a dispor.
b) o burocrata que emite os documentos com que somos obrigados a dispor.
c) o burocrata que emite os documentos com os quais somos obrigados a dispor.
d) o burocrata que emite os documentos aos quais somos obrigados a dispor.
e) o burocrata que emite os documentos a que somos obrigados a dispor.
➢ Comentários:
Gabarito: Letra A.
No trecho "O burocrata que emite os documentos que somos obrigados a portar", a substituição do verbo "portar" pelo verbo
"dispor" resultaria na seguinte redação: O burocrata que emite os documentos DE que somos obrigados a dispor. Nesse contexto,
a forma verbal "dispor" passa a ser o termo regente, exigindo o emprego da preposição "de" antes do pronome relativo "que".
Desse modo, a opção (A) é nossa resposta.
Nas demais opções:
b) o verbo "dispor" rege a preposição "de", tornando incorreto o emprego da preposição "com", no trecho "com que somos
obrigados a dispor".
c) novamente o emprego da preposição "com", em "com os quais somos obrigados a dispor", prejudicou a correção gramatical.
d) conforme vimos, no contexto o verbo "dispor" exige a preposição "de", tornando incorreta a utilização da preposição "a", em
"aos quais somos obrigados a dispor".
e) mais uma vez está inadequado o uso da preposição "a", em "a que somos obrigados a dispor".
180. FAURGS 2014:
Em 2014, as redes sociais foram bombardeadas de posts criticando a intenção da escritora Patrícia Engel Secco em adequar as
obras de Machado de Assis ao vocabulário dos estudantes. Disse a autora de mais de uma centena de livros infanto-juvenis que
lançaria, em junho daquele ano, a versão simplificada de "O Alienista". Segundo ela própria, o desinteresse dos jovens pelos livros
se dá, especialmente, porque têm dificuldade em compreender as construções dos textos.
A intenção da autora, ____ tanto se comentou, era usar um texto que, em sua concepção, era complexo para os jovens e alterá-
lo para simplificar a linguagem. Como se tratava de obra em domínio público, a autora, pelo que se presume, se arvorou no direito
de reescrever uma obra de outro autor.
Não há muito mais a ser dito sobre o enfoque literário dessa questão depois do texto de João Ubaldo Ribeiro, publicado no O
Globo de 1º de junho de 2014. Escreveu o baiano:
E a lição se estende da literatura às outras artes.
O povo não gosta de música erudita porque são aquelas peças vagarosas e demoradas demais. De novo, a solução virá ao
adaptarmos Bach ____ ritmos funk, fazermos arranjos de sinfonias de Beethoven em compasso de pagode e trechos de no máximo
cinco minutos cada e organizarmos uma coleção axé das obras de Villa-Lobos. Tudo para distribuição gratuita, como acontecerá
com os livros de Machado reescritos, pois continuamos a ser um dos poucos povos do mundo que acreditam na existência de
alguma coisa gratuita. E talvez o único em que o governo chancela, com dinheiro do cidadão, o aviltamento de marcos essenciais
ao autorrespeito cultural e ____ identidade da nação, ao tempo em que incentiva o empobrecimento da língua e a manutenção
do atraso e do privilégio.
No que tange à questão do domínio público, deve-se considerar que, no Brasil, vige uma norma de direito de autor que garante
ao criador intelectual a proteção plena de sua obra ao longo de toda sua vida e até setenta anos após sua morte. Essa disciplina é
consentânea ____ legislações de outros países e disciplinada na Convenção de Berna. Esse prazo varia um pouco _____ extensão
entre os signatários da norma internacional, mas ele estará sempre presente. Transcorrido esse prazo, a obra intelectual ingressa
em um estado chamado de "domínio público". Após setenta anos, seu uso será livre e, consequentemente, ninguém – nem mesmo
o Estado - poderá se opor à reprodução, à adaptação, à inclusão, à distribuição ou ____ qualquer outro tipo de utilização da obra
intelectual.

Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019


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TEORIA SISTEMATIZADA E QUESTÕES PARA OFICIAL DE JUSTIÇA 2019

Há um limite, entretanto, fixado na própria Lei de Direito de Autor, para uso da obra caída em domínio público. Quem pretender
fruir ou dispor da obra intelectual, irremediavelmente, deve respeitar a paternidade e a integridade da obra. É obrigado a indicar 174
o nome do autor no momento da utilização e – relevante para o caso Machado – abster-se de modificar a obra a ponto de
prejudicá-la ou atingir a reputação ou a honra do autor.
A adaptação é livre, mas é preciso deixar claro o que se concebe em direito como adaptação para que não se confunda esse valioso
instituto autoral com violação da integridade da obra. Segundo Eliane Abrão, adaptar é transformar a obra em outra, de gênero
diferente. Por exemplo, a utilização de texto literário para a linguagem cinematográfica é a adaptação da linguagem escrita para
a linguagem falada, dialogada, encenada, necessária à realização do filme".
Em caso de violação da paternidade e da integridade, como a obra já está em domínio público e os sucessores podem ser
desconhecidos ou de difícil identificação, quem tem obrigação legal de fiscalizar o uso da obra, impedindo que sofra alterações
ou seja publicada sem designação de autoria, é o Estado, nos termos do §2° do art. 24 da Lei nº 9.610/98. Dentro do Estado,
compete ao Ministério Público (art. 129, III da Constituição Federal) a defesa do patrimônio público e social.
Adaptado de: PINHEIRO, Luciano A.; PANZOLINI, Carolina D. O domínio público e a liberdade de uso de obra - revisando o caso
Machado de Assis. In: Revista Eletrônica Migalhas, 29/05/2017. Disponível em:
<http://www.migalhas.com.br/PI/99,MI258737,81042-O+dominio+ publico+e+a+liberdade+de+uso+de+obra+Revisando+
o+caso>. Acesso em 24 de junho de 2017.
Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas em vermelho.
a) que – com – de
b) da qual – em – de
c) de que – em – em
d) que – em – em
e) de que – com – em
➢ Comentários:
Gabarito: Letra A.
No trecho "A intenção da autora, que tanto se comentou (...)", o verbo "comentar" é transitivo direto, não regendo uso de
preposição. Logo, a lacuna fica adequadamente preenchida tão somente pelo pronome relativo "que". Assim, apenas as opções
(A) e (D) permanecem como possíveis respostas.
Já na passagem "Essa disciplina é consentânea com legislações de outros países (...)", o adjetivo "consentânea" significa
"adequada", "harmônica", regendo o uso da preposição "com".
Por fim, no excerto "Esse prazo varia um pouco de extensão entre os signatários da norma internacional (...)", o verbo "variar"
rege a preposição "de", elemento que preenche adequadamente a lacuna.
Logo, eis a resposta: opção (A).
181. FAURGS 2017
Atualmente, para que uma relação configure-se como união estável, sob a luz da legislação vigente, não é necessário um tempo
definido de relacionamento, razão ______ seu reconhecimento faz-se com base nos elementos ensejadores disciplinados no
Código Civil, na Lei nº 9.278/1996, bem como na Carta Maior. Assim, muitos namorados, com receio ______ sua relação, em uma
possível discussão judicial, seja reconhecida como união estável, _______ um “contrato de namoro”, arquivado em cartório – o
que _______ uma maior proteção no que se refere a consequências jurídicas.
Porque seja perfeitamente possível a celebração de um contrato que regule aspectos patrimoniais da união estável – como o
direito aos alimentos ou à partilha de bens –, não é lícita a declaração que simplesmente descaracteriza a relação concubinária
em detrimento da realidade. O Código Civil, em seu art. 1.725, prevê a possibilidade de os companheiros estipularem entre si
contrato escrito para regular suas relações patrimoniais, vigorando, na sua falta, o regime legal da comunhão parcial de bens. Por
ele, o casal estabelece que aspira em
união, propondo a intenção de comungar esforços e recursos mútuos ao encontro do melhor interesse da união.
Adaptado de: RODRIGUES, Layane Saraiva. É namoro ou união estável? Revista Eletrônica Âmbito Jurídico, no 161. Disponível em:
http://ambito-juridico.com.br/ site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=16005. Acesso em 26 de junho de 2017.
Considerando-se a regência verbo-nominal da língua portuguesa e o emprego de pronomes relativos, assinale a alternativa que
preenche, correta e respectivamente, as lacunas em vermelho.
a) com a qual – de que – procedem com – resulta em
b) por que – que – procedem a – resulta
c) cujo – que – procedem de – resulta
d) por que – de que – procedem a – resulta em
e) pela qual – de que – procedem com – resulta
➢ Comentários:
Gabarito: LETRA D.
No trecho "(...) razão por que seu reconhecimento (...)", a expressão destacada equivale a "pela qual", estando corretamente
grafada em separado. Nesse contexto, a preposição "por" é exigida pelo nome "razão". Assim, mantêm-se como possíveis
respostas as opções (B), (D) e (E).
Já na passagem "com receio de que sua relação", o nome "receio" é transitivo, regendo a preposição "de", termo este que
antecede a conjunção subordinativa integrante "que".
Já no trecho "procedem a um 'contrato de namoro' ", o verbo "proceder" foi empregado na acepção de "dar início", sentido em
que a forma verbal "procedem" é transitiva indireta, regendo a preposição "a". Nesse contexto, o sintagma "a um contrato de
namoro" funciona como objeto indireto.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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Por fim, na passagem "o que resulta em uma maior proteção (...)", o verbo "resultar" rege a preposição "em", adequadamente
empregada no contexto. 175
182. FAURGS 2016
Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo.
O ataque ao cofre
A corte chegou ao Brasil empobrecida, destituída e necessitada de tudo. Já estava falida quando deixara Lisboa, mas a situação se
agravou ainda mais no Rio de Janeiro. Deve-se lembrar que entre 10.000 e 15.000 portugueses atravessaram o Atlântico junto
com D. João. Para se ter uma ideia do que isso significava, basta se levar em conta que, ao mudar a sede do governo dos Estados
Unidos da Filadélfia para a recém-construída Washington, em 1800, o presidente John Adams transferiu para a nova capital cerca
de 1.000 funcionários. Ou seja, a corte portuguesa no Brasil era entre 10 e 15 vezes mais gorda do que a máquina burocrática
americana nessa época. E todos dependiam do erário real ou esperavam do príncipe regente algum benefício em troca do
“sacrifício” da viagem. “Um enxame de aventureiros, necessitados e sem princípios, acompanhou a família real”, notou o
historiador John Armitage. “Os novos hóspedes pouco se interessavam pela propriedade do Brasil. Consideravam temporária a
sua ausência de Portugal e propunham-se mais a enriquecer-se à custa do Estado do que a administrar a justiça ou a beneficiar o
público”.
Onde achar dinheiro para socorrer tanta gente? A primeira solução foi obter um empréstimo da Inglaterra, no valor de 600.000
libras esterlinas. Esse dinheiro, usado em 1809 para cobrir as despesas da viagem e os primeiros gastos da corte no Rio de Janeiro,
seria um pedaço da dívida de 2 milhões de libras esterlinas que o Brasil herdaria de Portugal depois da independência. Outra
providência, igualmente insustentável no longo prazo, foi criar um banco estatal para emitir a moeda. A breve e triste história do
primeiro Banco do Brasil, criado pelo príncipe regente sete meses depois de chegar ao Rio de Janeiro, é um exemplo do compadrio
que se estabeleceu entre a monarquia e uma casta de privilegiados negociantes, fazendeiros e traficantes de escravos a partir de
1808.
Adaptado de: “O ataque ao cofre”, capítulo do livro “1808 – Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta
enganaram Napoleão e mudaram a História de Portugal e do Brasil”, de Laurentino Gomes.
Assinale a única alternativa em que a substituição de um verbo por outro acarretará erro de regência verbal.
a) chegou por foi.
b) deixara por partira.
c) atravessaram por cruzaram.
d) dependiam por precisavam.
e) cobrir por pagar.
➢ Comentários:
A alternativa "B" é a INCORRETA.
A questão trata da regência verbal, que estabelece a relação entre o verbo e os termos que o acompanham. O estudo da regência
nos permite conhecer qual preposição deve ser "combinada" com cada verbo, se houver essa necessidade.
O verbo transitivo direto precisa de complemento, que é ligado a ele diretamente, sem preposição. Exemplo: Eu comprei livros.
O verbo transitivo indireto também precisa de complemento, mas que se liga a ele por meio de uma preposição. Exemplo: Pedro
assistiu ao filme.
O verbo intransitivo traz, por si só, a ideia de ação completa, sem necessidade de complemento. Exemplo: Maria dormiu.
Esse é um assunto fundamental para a elaboração de textos! O estudo da regência envolve o conhecimento do emprego de muitas
preposições, combinadas com diversos nomes e verbos. Além disso, muitos nomes e verbos regem mais de uma preposição. Para
facilitar esse estudo, sugerimos que elaborem listas contendo os termos que apresentarem maiores dificuldades. Também é
importante o estudo da regência de nomes e verbos que sejam mais utilizados na produção textual. Vale lembrar, ainda, que a
leitura constante é a melhor forma de fixar esse conteúdo, pois é um meio natural de visualizar o emprego das preposições em
diversos contextos.
Devemos indicar a substituição que provoca ERRO DE REGÊNCIA VERBAL. Assim, estamos buscando a alternativa INCORRETA.
Vamos lá?
Alternativa "A": "A corte chegou ao Brasil empobrecida, destituída e necessitada de tudo." → foi
CORRETA. Os verbos "chegar" e "ir" são transitivos indiretos e regem a preposição "a": chegar a algum lugar / ir a algum lugar.
Assim, a substituição preserva a correção quanto à regência verbal, pois o segmento "ao Brasil" permanece sendo o objeto indireto
do verbo.
Alternativa "B": "Já estava falida quando deixara Lisboa, mas a situação se agravou ainda mais no Rio de Janeiro." → partira
INCORRETA. O verbo "deixar" é transitivo direto: deixar algo ou algum lugar. Veja que "Lisboa" é objeto direto do verbo. O verbo
"partir", nesse contexto, é transitivo indireto: partir de algum lugar. O complemento verbal precisaria ser introduzido pela
preposição "de". Assim, a substituição provoca erro de regência.
Alternativa "C": "Deve-se lembrar que entre 10.000 e 15.000 portugueses atravessaram o Atlântico junto com D. João."
→ cruzaram
CORRETA. Os verbos "atravessar" e "cruzar" são transitivos diretos: atravessar algo / cruzar algo. Assim, a substituição preservaria
a correção gramatical. O elemento "o Atlântico" continuaria sendo o objeto direto do verbo.
Alternativa "D": "E todos dependiam do erário real ou esperavam do príncipe regente algum benefício em troca do 'sacrifício' da
viagem." → precisavam
CORRETA. Os verbos "depender" e "precisar" são transitivos indiretos e regem a preposição "de": depender de algo / precisar de
algo. Assim, a substituição preserva a correção quanto à regência verbal, pois o segmento "do erário real" permanece sendo o
objeto indireto introduzido pela preposição "de".
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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Alternativa "E": "Esse dinheiro, usado em 1809 para cobrir as despesas da viagem e os primeiros gastos da corte no Rio de Janeiro,
seria um pedaço da dívida de 2 milhões de libras esterlinas que o Brasil herdaria de Portugal depois da independência." → pagar 176
CORRETA. Os verbos "cobrir" e "pagar" são transitivos diretos. A substituição não altera a correção quanto à regência, já que o
elemento "as despesas viagem" permanece como objeto direto.
183. FAURGS 2016:
A viagem do descobrimento
Em 1411, D. João I quis promover um torneio, que duraria um ano, para dar aos filhos homens, D. Duarte, D. Pedro, D. Henrique
e D. Fernando, a chance de se tornarem cavaleiros. Mas uma série de fatores, reais e sobrenaturais, se conjugaram e, ao invés de
organizar tal torneio, o rei decidiu planejar uma espécie de cruzada, ____ objetivo seria a conquista da cidade de Ceuta, em
Marrocos.
Em primeiro lugar, despontaram os interesses dos mercadores e da burguesia marítima lusitana, ____ o rei estava associado:
Ceuta, além de monopolizar todo o comércio do Norte da África, se tornara também um “ninho de piratas”, bloqueando a
estratégica passagem do estreito de Gibraltar. Depois, havia o espírito da reconquista e o ódio aos árabes, que ainda incendiavam
a nobreza, ____ D. João fazia parte. Por fim, desenrolava- se uma complexa trama político-religiosa: como a Cristandade estava
dividida entre três papas – Gregório XII, em Roma; Bento XIII, em Avignon; e João XXII, em Pisa –, um concílio fora marcado para
se realizar em Constança em outubro de 1415, no qual seria escolhido o chefe supremo da Igreja. Portugal obedecia ao papa de
Roma e Castela ao de Avignon. D. João concluiu que um ataque aos “infiéis” árabes aumentaria seu prestígio junto à Igreja, fosse
qual fosse o papa aclamado. Dessa forma, uma vitória contra os mouros virtualmente acabaria com a permanente ameaça
castelhana sobre a soberania de Portugal.
Com apenas 19 anos, D. Henrique foi encarregado de construir uma frota no Norte do país. A cruzada contra Ceuta foi
desencadeada num clima de milagres e augúrios. Houve eclipse, um monge do Porto teve uma visão e a rainha Filipa – vitimada
pela peste, contraída após um prolongado e imprudente jejum religioso – chamou os filhos e exortou-lhes a obter a vitória contra
os infiéis.
Adaptado de BUENO, Eduardo. A viagem do descobrimento: a verdadeira história da expedição de Cabral. Rio de Janeiro: Objetiva,
1998. Páginas 49-50.
Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas.
a) em que – com os quais – que
b) cujo – aos quais – da qual
c) no qual – dos quais – cujo
d) em cujo – nos quais – de quem
e) cujo – que – na qual
➢ Comentários:
Gabarito: LETRA B.
PRIMEIRA LACUNA: o rei decidiu planejar uma espécie de cruzada, CUJO objetivo seria a conquista da cidade de Ceuta, em
Marrocos.
Como há ideia de posse, deve-se usar o pronome possessivo "cujo". Basicamente, esse pronome deve se localizar entre
o possuidor e o possuído. Exemplo: é uma moça cuja beleza é extraordinária. (a beleza é da moça)
O pronome "cujo" deve concordar com o termo posterior. É por isso que se usa a construção "uma espécie
de cruzada, CUJO objetivo".
SEGUNDA LACUNA: despontaram os interesses dos mercadores e da burguesia marítima lusitana, AOS QUAIS o rei estava
associado
O rei estava associado aos interesses dos mercadores e da burguesia marítima lusitana. O pronome que retoma o termo "os
interesses" é a forma "os quais".
Como o adjetivo "associado" rege a preposição "a" (quem é associado, é associado a algo), essa preposição deve se juntar ao
pronome relativo "os quais", formando a expressão "aos quais".
TERCEIRA LACUNA: Depois, havia o espírito da reconquista e o ódio aos árabes, que ainda incendiavam a nobreza, DA QUAL D.
João fazia parte
D. João fazia parte da nobreza. O pronome que retoma o termo "a nobreza" é a forma "a qual".
Como expressão "fazia parte" rege a preposição "de" (quem faz parte, faz parte de algo), essa preposição deve se juntar ao
pronome relativo "a qual", formando a expressão "da qual".
Dessa forma, a alternativa que preenche corretamente as lacunas é a letra B: cujo – aos quais – da qual.
184. FAURGS 2015
De ressaca
Hoje, existem pílulas milagrosas, mas eu ainda sou do tempo das grandes ressacas. As bebedeiras de antigamente eram mais
dignas, porque você as tomava sabendo que no dia seguinte estaria no inferno. Além de saúde, era preciso coragem. As novas
gerações não conhecem ressaca, o que talvez explique a falência dos velhos valores. A ressaca era ____ prova de que a retribuição
divina existe e de que nenhum prazer ficará sem castigo.
Cada porre era um desafio ao céu e às suas feras. E elas vinham: Náusea, Azia, Dor de Cabeça, Dúvidas Existenciais. Hoje, as
bebedeiras não têm a mesma grandeza. São inconsequentes, literalmente. Não é que eu fosse um bêbado, mas me lembro de
todos os sábados de minha adolescência como uma luta desigual entre a cuba-libre e o meu instinto de autopreservação. A cuba-
libre ganhava sempre. Já dos domingos me lembro de muito pouco, salvo a tontura e o desejo de morte.

Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019


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Tentava-se de tudo para evitar a ressaca. Eu preferia um Alka-Seltzer e duas aspirinas antes de dormir. Mas no estado em que
chegava nem sempre conseguia completar a operação. _____ dissolvia as aspirinas num copo de água, engolia o Alka-Seltzer e ia 177
borbulhando para a cama, quando encontrava a cama. Mas os métodos variavam.
A pior ressaca era de gim. Na manhã seguinte, você não conseguia abrir os dois olhos ao mesmo tempo. Abria um e quando abria
o outro, o primeiro se fechava. Ficava com o ouvido tão aguçado que ouvia até os sinos da catedral de São Pedro, em Roma.
Hoje não existe mais isso. As pessoas bebem, bebem e não acontece nada. No dia seguinte estão saudáveis, bem- dispostas e
fazem até piadas ___ respeito.
De vez em quando alguns dos nossos se encontram e se saúdam em silêncio. Somos como veteranos de velhas guerras lembrando
os companheiros caídos e o nosso heroísmo anônimo. Estivemos no inferno e voltamos, inteiros. Um brinde. E um Engov.
Adaptado de: “De ressaca”, de Luis Fernando Verissimo. Disponível em: http://contobrasileiro.com.br/?p=2268. Acesso em: 6 out.
2015.
Assinale a alternativa que apresenta uma versão modificada, mas gramaticalmente correta, da frase Já dos domingos me lembro
de muito pouco, salvo a tontura e o desejo de morte.
a) Já dos domingos eu lembro de muito pouco, salvo a tontura e o desejo de morte.
b) Já dos domingos eu lembro muito pouco, salvo a tontura e o desejo de morte.
c) Dos domingos eu já me lembro muito pouco, salvo a tontura e o desejo de morte.
d) Dos domingos lembro-me já muito pouco, salvo a tontura e o desejo de morte.
e) Já dos domingos lembro de muito pouco, salvo a tontura e o desejo de morte.
➢ Comentários:
Gabarito: Letra B.
Letra A: errada. O verbo lembrar (sem ser pronominal: lembrar-se) é transitivo direto e não aceita preposição "de".
Letra B: certa. Observe que a preposição "de" não foi empregada após a forma verbal "lembro".
Letra C: errada. O verbo lembrar-se (pronominal) foi usado sem a devida preposição de.
Letra D: errada. O verbo pronominal lembrar-se pede a preposição de.
Letra E: errada. O verbo lembrar foi usado com preposição "de".
185. FAURGS OJ 2014
Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo.
Quase todo mundo conhece a história original (grega) sobre Narciso: um belo rapaz que, todos os dias, ia contemplar seu rosto
num lago. Era tão fascinado por si mesmo que, certa manhã, quando procurava admirar-se mais de perto, caiu na água e terminou
morrendo afogado. No lugar onde caiu, nasceu uma flor, que passamos a chamar de Narciso.
O escritor Oscar Wilde, porém, tem uma maneira diferente de terminar esta história. Ele diz que, quando Narciso morreu, vieram
as Oréiades – deusas do bosque – e viram que a água doce do lago havia se transformado em lágrimas salgadas.
“Por que você chora?”, perguntaram as Oréiades.
“Choro por Narciso”.
“Ah, não nos espanta que você chore por Narciso”, continuaram elas. “Afinal de contas, todas nós sempre corremos atrás dele
pelo bosque, mas você era o único que tinha a oportunidade de contemplar de perto a sua beleza”.
“Mas Narciso era belo?”, quis saber o lago.
“Quem melhor do que você poderia saber?”, responderam, surpresas, as Oréiades. “Afinal de contas, era em suas margens que
ele se debruçava todos os dias”.
O lago ficou algum tempo quieto. Por fim, disse: “eu choro por Narciso, mas jamais havia percebido que era belo. Choro por ele
porque, todas as vezes que ele se deitava sobre as minhas margens, eu podia ver, no fundo dos seus olhos, a minha própria beleza
refletida”.
Adaptado de: COELHO, Paulo. O lago e Narciso (http://paulocoelhoblog.com/2010/01/02/o-lago-enarciso/). Acesso em 14 de abril
de 2014.
Assinale a alternativa que apresenta uma versão gramaticalmente correta para a frase No lugar onde caiu, nasceu uma flor, que
passamos a chamar de Narciso, caso o trecho passamos a chamar de Narciso fosse substituído por passamos a simpatizar.
a) No lugar onde caiu, nasceu uma flor, que passamos a simpatizar.
b) No lugar onde caiu, nasceu uma flor, por que passamos a simpatizar.
c) No lugar onde caiu, nasceu uma flor, em que passamos a simpatizar.
d) No lugar onde caiu, nasceu uma flor, com que passamos a simpatizar.
e) No lugar onde caiu, nasceu uma flor, de que passamos a simpatizar.
➢ Comentários:
Na opção (D), encontramos a resposta da questão.
O verbo "simpatizar" é transitivo indireto, regendo o uso da preposição "com", termo que precede o pronome relativo "que". Por
esse motivo, está correta a redação em "No lugar onde caiu, nasceu uma flor, COM que passamos a simpatizar". Portanto, eis o
gabarito!
Nas demais opções:
a) faltou a preposição COM, regida pelo verbo "simpatizar".
b) a preposição POR deve ser substituída por COM, exigência do verbo "simpatizar".
c) a preposição EM deve ser substituída por COM, exigência do verbo "simpatizar".
e) a preposição DE deve ser substituída por COM, exigência do verbo "simpatizar".

Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019


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186. FAURGS 2012


Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas da frase abaixo. 178
A cidade _______ eu vivia na infância é a mesma _______ eles estavam se referindo ontem de manhã.
a) que – de que
b) onde – que
c) na qual – em que
d) em que – a que
e) que – que
➢ Comentários:
No contexto da primeira lacuna, o termo regente é o verbo "viver". Expresso sob a forma verbal "vivia", a estrutura rege o uso
da preposição "em", termo que precede o pronome relativo "que". Vale destacar que, na cadeia discursiva, a forma pronominal
relativa retoma a expressão "a cidade":
"A cidade EM QUE eu viva na infância (...)".
Em vez da expressão "em que", também poderíamos empregar "na qual" ou "onde", termos que retomam o lugar físico
expresso pelo sintagma nominal "a cidade":
"A cidade NA QUAL eu vivia na infância (...)".
"A cidade ONDE eu vivia na infância (...)".
Assim, estão descartadas as assertivas (A) e (E).
Por sua vez, a segunda lacuna fica adequadamente preenchida pela expressão "a que", tendo em vista que o termo regente
"referir-se" é um verbo transitivo indireto, regendo o uso da preposição A, antes do pronome relativo QUE:
"(...) é a mesma A QUE eles estavam se referindo ontem de manhã."
187. FAURGS 2007:
Com o desenvolvimento atual da capacidade de processamento dos computadores, a modelagem matemática e a simulação
tornaram-se, em muitas áreas, substitutos virtuais da teorização e da experimentação da ciência tradicional. Na pesquisa científica
sobre sistemas de alta complexidade e que ______ amplas escalas espaço-temporais, a modelagem e a simulação tornaram-se
ferramentas essenciais. Modelagem é a representação por equações matemáticas das relações entre as variáveis relevantes para
descrição do problema em foco, como população, tempo, etc. O estudo de epidemias ou pandemias é um desses casos: a
construção de modelos matemático -computacionais extremamente complexos ______ lidar com todos os fatores determinantes
do espalhamento de uma doença. Para cada doença, diferentes fatores devem ser considerados, e o modelo precisa incluir
especificidades das localidades e das populações por onde a doença se espalha.
Doenças infecciosas, como a gripe, se ______ pelas mesmas vias por que as pessoas transitam. Para entender seu espalhamento,
precisamos compreender a movimentação das populações humanas. Cada indivíduo realiza rotineiramente uma série de
deslocamentos associados com suas atividades principais: movimentos entre sua residência e seu local de trabalho, áreas de lazer,
locais de estudo, etc. A partir do detalhamento da área geográfica de interesse e dos dados sobre fluxo populacional nessa área,
podem ser construídos modelos preditivos que antecipem os cenários mais prováveis de espalhamento de uma doença.
No programa de Computação Científica da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), os autores e sua equipe desenvolveram um sistema
de construção de modelos epidemiológicos que visa a reduzir o tempo entre a constatação de uma nova situação epidemiológica
no Brasil e a geração e análise de cenários de espalhamento para a doença em questão. Esse programa permite que a FIOCRUZ
desenvolva atualmente simulações de possíveis cenários futuros em uma pandemia de gripe.
Adaptado de: CODEÇO, Claudia Torres; COELHO, Flávio Codeço. Modelando epidemias. Ciência Hoje, v. 38, n. 224, p. 30.
Considere as três propostas de substituição de expressões do texto.
1 – com por em
2 – por onde por aonde
3 – por que por por onde
Quais mantêm a correção gramatical e o significado contextual?
a) Apenas 1.
b) Apenas 2.
c) Apenas 3.
d) Apenas 2 e 3.
e) 1, 2 e 3.
➢ Comentários:
Gabarito: LETRA C.
PRIMEIRO CASO: ... lidar com todos os fatores determinantes...
O verbo lidar é transitivo indireto, regendo a preposição COM. Quem lida, lida COM algo ou COM alguém.
Logo, a substituição proposta não mantém a correção gramatical, já que o verbo lidar não rege a preposição "em"..
SEGUNDO CASO: das populações por onde a doença se espalha...
O verbo esperar é transitivo indireto, regendo a preposição POR. Quem espera, espera POR algo ou POR alguém.
Portanto, a substituição proposta não mantém a correção gramatical, já que o verbo esperar não rege a preposição "a".
TERCEIRO CASO: Doenças infecciosas, como a gripe, se espalham pelas mesmas vias por que as pessoas transitam...
O verbo transitar é transitivo indireto, regendo a preposição POR. Quem transita, transita POR algum lugar.
Segundo a tradição gramatical, o termo "onde" só pode ser usado com sentido de "lugar". Como as vias são lugares físicos, é
perfeitamente correta a substituição de por que por por onde. Outra substituição correta seria a de de por que por pelas quais.

Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019


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188. FAURGS 2006:


A questão refere-se ao texto abaixo. 179
Aeroporto para alienígena, sinalização de chifre de boi, multa para motorista morto no trânsito... O que explica o fato de nossos
legisladores perderem tempo com leis desse nível?
Quando o assunto é lei absurda, o primeiro país que vem .......... mente são os Estados Unidos, onde já se legislou a respeito da
proibição de pescar montado em uma girafa (!) ou de ser preso num domingo ou feriado de 4 de julho - curiosamente, ninguém
determinou que nessas datas os delitos estariam suspensos. Mas por aqui as coisas não são muito diferentes.
O texto do "novo" Código de Trânsito (de 1998) precisou ser alterado de última hora porque um de seus artigos, o que estipulava
multa aos motoristas envolvidos em acidente de trânsito que se recusassem a realizar exame de teor alcoólico, punia inclusive os
mortos. Em Barra do Garças, Mato Grosso, o ex-prefeito e ex-governador do Estado Wilmar Peres de Farias (PPS) chegou a propor
.......... construção de um aeroporto para discos voadores na cidade. E que tal o projeto de lei de José Filho (sem partido), quando
vereador de Quixeramobim, Ceará, exigindo que caudas de animais fossem pintadas de amarelo fluorescente a fim de evitar
atropelamentos? Melhor que isso só um colega de Câmara que apresentou uma emenda determinando também a "sinalização"
em chifres, cascos e orelhas. Isso sem mencionar os incontáveis projetos de lei que mudam nomes de ruas, escolas, aeroportos
etc., ou estipulam datas comemorativas, como o Dia do Vaqueiro, o Dia da Oração, o Dia do Karatê.
A pergunta que fica é: será que os legisladores não têm mais o que fazer? ISTOÉ Online ouviu cientistas políticos em busca desta
resposta. Foram levantadas pelo menos três razões.
Uma primeira resposta possível aos projetos de lei que, no mínimo, soam estranhos é o acerto de contas do político com seu
eleitorado. "O voto no Brasil é personalizado. Para conseguir se eleger, um deputado certamente estabeleceu vínculos com
eleitores de determinada região, determinado grupo econômico, determinada profissão. E tem que retribuir o apoio. É a regra do
jogo", afirma o cientista político Carlos Ranulfo, professor da UFMG.
Outro ponto a ser analisado é a cultura do "mostrar serviço" que se instalou no País. A opinião pública, motivada pela imprensa,
criou a impressão de que legislador que não apresenta projeto é incompetente. O consultor político Murillo Aragão alerta que tal
análise é superficial: "Tancredo Neves foi um dos parlamentares mais influentes da história da política brasileira e raramente fazia
discurso, quase nunca apresentava projeto de lei".
David Fleischer, professor da Universidade de Brasília, acrescenta mais um ingrediente .......... receita que resulta em propostas
estapafúrdias: a falta de conhecimento da Constituição, tanto por parte dos legisladores quanto por parte do eleitorado. "Em
princípio , as Comissões de Constituição e Justiça do Senado e da Câmara têm assessores em direito constitucional que podem
flagrar e barrar as ideias que fogem .......... Constituição. Já nas Assembleias Legislativas e Câmaras de Vereadores é mais difícil ter
esse serviço, principalmente em municípios pequenos", explica.
Ao eleitor também sobra sua parcela de culpa. Afinal, não dá para acreditar em prefeito que promete aumentar o salário mínimo.
É engraçado como os eleitores desqualificam os representantes e esquecem que todos eles, sem exceção, estão ali porque
votamos neles.
Adaptado de: Boscoli, Cláudia Zucare. Cuidado, isso pode virar lei. Isto é, 05/07/2006. http://www.istoe.com.br.
Abaixo são apresentadas redações alternativas para o trecho esquecem que todos eles, sem exceção, estão ali porque votamos
neles.
Assinale a alternativa que substituiria adequadamente este trecho, respeitadas a ideia por ele veiculada e sua correção gramatical.
a) esquecem-se que todos eles, excepcionalmente, estão ali porque votamos neles
b) esquecem-se de que todos eles, na sua totalidade, estão ali porque votamos neles
c) esquecem-se de que todos eles, em grande parte, estão ali porque votamos neles
d) esquecem de que todos eles, na sua totalidade, estão ali porque votamos neles
e) esquecem-se de que todos eles, inquestionavelmente, estão ali porque votamos neles
➢ Comentários:
Gabarito: LETRA B.
Abaixo são apresentadas redações alternativas para o trecho esquecem que todos eles, sem exceção, estão ali porque votamos
neles.
A letra B é a alternativa que substituiria adequadamente este trecho, respeitadas a ideia por ele veiculada e sua correção
gramatical:
"esquecem-se de que todos eles, na sua totalidade, estão ali porque votamos neles".
Quando empregados com o pronome, os verbos lembrar e esquecer são transitivo indiretos, regendo complemento iniciado pela
preposição "de". Exemplo: "esquecem-se de que todos eles, na sua totalidade, estão ali porque votamos neles".
Quando empregados sem o pronome, os verbos lembrar e esquecer são transitivo diretos, regendo complemento não iniciado
por preposição. Exemplo: "esquecem que todos eles, na sua totalidade, estão ali porque votamos neles".
Como a expressão "na sua totalidade" é sinônima de "sem exceção", a letra B reescreve perfeitamente a passagem do enunciado!
Rapidamente, poderíamos eliminar as opções A, C e E, pois elas não trazem sinônimos da expressão "sem exceção". O termo
"excepcionalmente" significa "com exceção"; a expressão "em grande parte" evidencia que existe exceção. O termo
"inquestionavelmente" significa "de modo inquestionável", sentido não expresso no trecho original.
A letra D, por sua vez, está errada porque apresenta a regência inadequada do verbo esquecer. Como vimos acima,
Quando empregados sem o pronome, os verbos lembrar e esquecer são transitivo diretos, regendo complemento não iniciado
por preposição. Exemplo: "esquecem que todos eles, na sua totalidade, estão ali porque votamos neles".

Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019


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189. FAURGS 2006


A questão refere-se ao texto abaixo. 180
Aeroporto para alienígena, sinalização de chifre de boi, multa para motorista morto no trânsito... O que explica o fato de nossos
legisladores perderem tempo com leis desse nível?
Quando o assunto é lei absurda, o primeiro país que vem .......... mente são os Estados Unidos, onde já se legislou a respeito da
proibição de pescar montado em uma girafa (!) ou de ser preso num domingo ou feriado de 4 de julho - curiosamente, ninguém
determinou que nessas datas os delitos estariam suspensos. Mas por aqui as coisas não são muito diferentes.
O texto do "novo" Código de Trânsito (de 1998) precisou ser alterado de última hora porque um de seus artigos, o que estipulava
multa aos motoristas envolvidos em acidente de trânsito que se recusassem a realizar exame de teor alcoólico, punia inclusive os
mortos. Em Barra do Garças, Mato Grosso, o ex-prefeito e ex-governador do Estado Wilmar Peres de Farias (PPS) chegou a propor
.......... construção de um aeroporto para discos voadores na cidade. E que tal o projeto de lei de José Filho (sem partido), quando
vereador de Quixeramobim, Ceará, exigindo que caudas de animais fossem pintadas de amarelo fluorescente a fim de evitar
atropelamentos? Melhor que isso só um colega de Câmara que apresentou uma emenda determinando também a "sinalização"
em chifres, cascos e orelhas. Isso sem mencionar os incontáveis projetos de lei que mudam nomes de ruas, escolas, aeroportos
etc., ou estipulam datas comemorativas, como o Dia do Vaqueiro, o Dia da Oração, o Dia do Karatê.
A pergunta que fica é: será que os legisladores não têm mais o que fazer? ISTOÉ Online ouviu cientistas políticos em busca desta
resposta. Foram levantadas pelo menos três razões.
Uma primeira resposta possível aos projetos de lei que, no mínimo, soam estranhos é o acerto de contas do político com seu
eleitorado. "O voto no Brasil é personalizado. Para conseguir se eleger, um deputado certamente estabeleceu vínculos com
eleitores de determinada região, determinado grupo econômico, determinada profissão. E tem que retribuir o apoio. É a regra do
jogo", afirma o cientista político Carlos Ranulfo, professor da UFMG.
Outro ponto a ser analisado é a cultura do "mostrar serviço" que se instalou no País. A opinião pública, motivada pela imprensa,
criou a impressão de que legislador que não apresenta projeto é incompetente. O consultor político Murillo Aragão alerta que tal
análise é superficial: "Tancredo Neves foi um dos parlamentares mais influentes da história da política brasileira e raramente fazia
discurso, quase nunca apresentava projeto de lei".
David Fleischer, professor da Universidade de Brasília, acrescenta mais um ingrediente .......... receita que resulta em propostas
estapafúrdias: a falta de conhecimento da Constituição, tanto por parte dos legisladores quanto por parte do eleitorado. "Em
princípio , as Comissões de Constituição e Justiça do Senado e da Câmara têm assessores em direito constitucional que podem
flagrar e barrar as idéias que fogem .......... Constituição. Já nas Assembléias Legislativas e Câmaras de Vereadores é mais difícil ter
esse serviço, principalmente em municípios pequenos", explica.
Ao eleitor também sobra sua parcela de culpa. Afinal, não dá para acreditar em prefeito que promete aumentar o salário mínimo.
É engraçado como os eleitores desqualificam os representantes e esquecem que todos eles, sem exceção, estão ali porque
votamos neles.
Adaptado de: Boscoli, Cláudia Zucare. Cuidado, isso pode virar lei. Isto é, 05/07/2006. http://www.istoe.com.br.
Abaixo são apresentadas redações alternativas para o trecho esquecem que todos eles, sem exceção, estão ali porque votamos
neles.
Assinale a alternativa que substituiria adequadamente este trecho, respeitadas a idéia por ele veiculada e sua correção gramatical.
a) esquecem-se que todos eles, excepcionalmente, estão ali porque votamos neles
b) esquecem-se de que todos eles, na sua totalidade, estão ali porque votamos neles
c) esquecem-se de que todos eles, em grande parte, estão ali porque votamos neles
d) esquecem de que todos eles, na sua totalidade, estão ali porque votamos neles
e) esquecem-se de que todos eles, inquestionavelmente, estão ali porque votamos neles
➢ Comentários:
Gabarito: LETRA B.
Abaixo são apresentadas redações alternativas para o trecho esquecem que todos eles, sem exceção, estão ali porque votamos
neles.
A letra B é a alternativa que substituiria adequadamente este trecho, respeitadas a ideia por ele veiculada e sua correção
gramatical:
"esquecem-se de que todos eles, na sua totalidade, estão ali porque votamos neles".
Quando empregados com o pronome, os verbos lembrar e esquecer são transitivo indiretos, regendo complemento iniciado pela
preposição "de". Exemplo: "esquecem-se de que todos eles, na sua totalidade, estão ali porque votamos neles".
Quando empregados sem o pronome, os verbos lembrar e esquecer são transitivo diretos, regendo complemento não iniciado
por preposição. Exemplo: "esquecem que todos eles, na sua totalidade, estão ali porque votamos neles".
Como a expressão "na sua totalidade" é sinônima de "sem exceção", a letra B reescreve perfeitamente a passagem do enunciado!
Rapidamente, poderíamos eliminar as opções A, C e E, pois elas não trazem sinônimos da expressão "sem exceção". O termo
"excepcionalmente" significa "com exceção"; a expressão "em grande parte" evidencia que existe exceção. O termo
"inquestionavelmente" significa "de modo inquestionável", sentido não expresso no trecho original.
A letra D, por sua vez, está errada porque apresenta a regência inadequada do verbo esquecer. Como vimos acima,
Quando empregados sem o pronome, os verbos lembrar e esquecer são transitivo diretos, regendo complemento não iniciado
por preposição. Exemplo: "esquecem que todos eles, na sua totalidade, estão ali porque votamos neles".

Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019


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CRASE a palavra feminina implícita é "rua": Exemplo: Fui à Joaquim


Crase é o fenômeno em que duas vogais idênticas se unem Nabuco comprar livros. (Fui à rua Joaquim Nabuco comprar 181
e, quando isto ocorre, empregamos o acento grave para livros) Entenderam o ponto? Na verdade identificamos as
indicar a tal contração. situações acima como exceções, porém, na prática, a regra
a (preposição) + a (artigo) = à (com acento grave) permanece intacta: temos palavra ou expressão feminina
a (preposição ) + a qual/as quais = à qual/às quais subentendida, logo temos também o artigo feminino
a (preposição) + aquele/aquilo/aquela implícito, assim a contração "a+a" ocorre de todo modo.
= àquele/àquilo/àquela 2) Antes de verbos
a (preposição ) + a (pronome demonstrativo) = à Exemplos:
Vamos identificar, nas frases abaixo, as ocorrências de crase: Ela começou a cantar para você dormir.
1) Iremos à praia amanhã. -> a (preposição) + a (artigo) Vimos Maria a rezar pelas crianças da escola.
O verbo "ir", no contexto, pede a preposição "a" (ir a algum Precisamos apender a ler de forma crítica.
lugar), o substantivo feminino "praia" aceita o artigo "a", Estamos dispostos a solucionar a questão. Por que não
assim ocorre a contração "a+a" e devemos fazer uso do sinal devemos usar acento grave antes de verbos? Porque não
grave. temos a contração da preposição "a" com o artigo "a" ,
Dica! É interessante, para ajudar na identificação da assim não ocorre a crase. Mesmo que haja a preposição
ocorrência da crase, substituir a palavra feminina por uma "a", como na última frase "dispostos a", não temos o artigo
masculina e observar se aparece "ao" na frase, vejamos: "a" (o verbo não admite artigo). Percebem que falta um "a"
Iremos à praia amanhã. (praia = substantivo feminino) para ocorrer a contração?
Iremos ao circo amanhã. (circo = substantivo masculino) 3) Depois de outra preposição
Assim, se substituirmos a palavra feminina por uma Exemplos: Maria foi para a Europa. (preposição para)
masculina e o "ao" aparecer: ocorrência de crase (maioria Brindes serão distribuídos após a reunião.
dos casos)!!! (preposição após)
2) A festa à qual me refiro ocorreu ontem. -> a (preposição) O deputado é contra a proposta de emenda
+ a qual constitucional. (preposição contra)
O verbo "referir" rege (pede) a preposição "a" (referir- 4) Entre palavras repetidas de uma locução
se a algo/ referir-se a alguém), assim a crase ocorre, pois Exemplos: Ela conversa no dia a dia sobre questões
temos a contração da partícula "a" que compõe o pronome polêmicas.
relativo "a qual" com a preposição "a" exigida pelo verbo. Queria conversar face a face com ela.
3) Diga àquele moço que não venha hoje. -> a (preposição) 5) Antes de pronomes pessoais, interrogativos, indefinidos,
+ aquele demonstrativos e relativos
O verbo "dizer", no contexto, é transitivo direto e indireto, Exemplos: Refiro-me a ela.
assim "que não venha hoje" é objeto direto (sem preposição) Respondi a Vossa Excelência.
e "aquele moço" é objeto indireto (deve ser Contarei o fato a qualquer pessoa.
preposicionado). Como o verbo rege a preposição "a" (dizer A quem vocês se referem?
algo a alguém), temos a contração dessa preposição com o Não falaram sobre mim a esta mulher?
"a" que inicia o pronome "aquele" ("a+a"), ocorrendo a Atenção para as exceções!
crase. - Podemos empregar o acento grave antes de alguns modos
4) Esta casa é idêntica à da minha mãe. -> a (preposição) de tratamento femininos: senhora, senhorita, madame,
+ a (pronome demonstrativo) doutora...
O adjetivo "idêntica" rege a preposição "a" (idêntica a algo) Exemplo: Refiro-me à senhora vestida de azul.
e o "a" (a da minha mãe) é um pronome demonstrativo com - Lembram da regra do a + aquilo/aquela/aquele e do a + a
sentido de "aquela", vejamos: (pronome demonstrativo com sentido de "aquela"), não é?
Esta casa é idêntica à da minha mãe São exemplos que envolvem pronomes demonstrativos, mas
Esta casa é idêntica àquela da minha mãe. a crase ocorre!
Enxergaram que o "a" de "a da minha mãe" pode ser -Lembram da regra do a + a qual/as quais? Do mesmo
substituído por "aquela"? Vale destacar que, mesmo modo, temos pronome relativo, mas a crase ocorre!
havendo a substituição de um termo por outro, o sinal grave 6) Antes de palavra feminina no plural (o "a" deve estar no
permanece necessário (a + aquela). singular)
Casos proibitivos Exemplos: Não vou a festas durante a semana.
1) Antes de palavras masculinas: (regra) Teceram críticas a religiões do passado.
Em, regra o uso do acento grave antes de palavra masculina 7) Antes da expressão Nossa Senhora e de nomes de outras
acarreta erro gramatical, vejamos: santas e mulheres ilustres
Exemplo: O livro pertence a João. Por que não devemos Exemplos: Pedi a Nossa Senhora a aprovação no concurso.
empregar o acento grave? Porque a palavra masculina Tenho devoção a Santa Terezinha do Menino Jesus.
"João" não aceita o artigo feminino "a", apenas o artigo Casos Obrigatórios
masculino "o", assim, como não ocorre a contração "a" 1) Locuções adverbiais de núcleo feminino
(preposição) + "a" (artigo feminino), não temos caso de Exemplos: às claras, às pressas, às tontas, à noite, à tarde,
crase, percebem? às vezes, à vista, às escondidas, às avessas, à deriva, à tinta,
Exceção: deve ocorrer a crase antes de palavra masculina à bala, à vontade, à direita.
quando temos um termo feminino subentendido, é o caso 2) Locuções adjetivas de núcleo feminino
de "à moda de", vejamos: Exemplo: Comi um macarrão à Exemplos: à toa, à venda, à queima-roupa, à vista.
José Sá. (à moda de José Sá) Vamos a outro exemplo? Agora
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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Atenção!! A locução adjetiva "a distância", mesmo havendo Percebam que, na segunda parte da frase, o pronome "sua"
divergência entre gramáticos, tem sido cobrada em provas exerce função de substantivo ("sua casa"), assim o sinal 182
de concurso sem sinal grave, quando empregada de forma grave é obrigatório!
geral, vejamos: Ele estuda a distância. 4) Antes de certos topônimos (nomes próprios de lugares):
Quando a locução vier especificada, ocorre crase: Pedro -> Inglaterra, Europa, França, Espanha, Ásia, Holanda.
estuda à distância de 10 km da minha casa. Exemplos: Fui à França./ Fui a França.
3) Locuções conjuntivas de núcleo feminino Voltei à Espanha para estudar. Voltei a Espanha
Exemplos: à medida quem à proporção que. (Apenas essas para estudar.
duas!) Mais alguns casos importantes
4) Locuções prepositivas de núcleo feminino 1) Locuções adverbais que indicam hora: crase obrigatória
Exemplos: à procura de, à guisa de, à espera de, à beira de, Exemplos: Ele me ligou às 20h.
à moda de. Eu acordo às cinco para caminhar na praia.
Casos facultativos Todos tinham dormido àquela hora.
1) Antes de nomes próprios femininos Atenção! Não ocorre crase se a palavra "hora" vier
Exemplos: À Mariana dedico muitas horas do meu dia. antecedida de outra preposição que não seja "a", vejamos:
A Mariana dedico muitas horas do meu dia. Exemplo: Ela me liga desde as 18h. (Percebam que esse caso
2) Depois da preposição "até" é o mesmo da proibição antes de preposição, lembram?)
Exemplos: Vou até à cidade mais distante para encontrá-lo. Atenção 2 ! Se houver referência a tempo sem precisão: não
Vou até a cidade mais distante para encontrá-lo. ocorre crase.
Exemplo: José viajará daqui a uma hora.
Atenção! Quando a expressão "até" tiver sentido de 2) A palavra CASA
"inclusive" não ocorrerá crase! - "Casa" empregada de forma geral: sem crase!
Exemplo: Para encontrá-lo vou a qualquer cidade, até a mais Exemplo: Fui a casa para relembrar minha infância.
distante. (SEM CRASE) - "Casa" empregada de forma específica: crase!
Para encontrá-lo vou a qualquer cidade , inclusive Exemplo: Fui à casa da minha avó relembrar minha infância.
a mais distante. 3) A palavra TERRA
- Com sentido de planeta: admite artigo "a", assim ocorre
3) Antes de pronomes possessivos femininos crase se o termo antecedente exigir a preposição "a".
Exemplos: Refiro-me à nossa casa de veraneio. Exemplos: O E.T voltou à Terra. (crase ocorre, pois o verbo
Refiro-me a nossa casa de veraneio. "voltar" rege a preposição "a")
O E.T visitou a Terra. (não ocorre crase, pois o
Atenção! Se o pronome possessivo feminino substituir um verbo "visitou" não rege a preposição "a")
substantivo: crase obrigatória! - Com sentido de "chão firme" (contrário de "a bordo"): não
Exemplo: Refiro-me à nossa casa de veraneio, e não à sua. ocorre crase.
(primeiro "a" = crase facultativa, segundo "a" = crase Exemplo: Os marinheiros voltaram a terra ontem.
obrigatória) - Com sentido de "chão firme" especificado: ocorre crase.
Refiro-me a nossa casa de veraneio, e não à Exemplo: Maria voltou à terra dos pais.
sua. (primeiro "a" = crase facultativa, segundo "a" = crase
obrigatória)

190. FAURGS 2018:


Arqueólogos brasileiros utilizam tecnologia para desvendar o passado
Uma fenda ____ beira de um cânion na cidade de Itapeva, no interior de São Paulo, intrigava os arqueólogos. A região apresentava
sinais de ocupação pré-histórica e aquele local poderia servir como abrigo para alguns dos moradores que, ____ milhares de anos,
iniciaram a ocupação do território que hoje compreende o estado paulista. Mas havia uma pedra no meio do caminho que
separava os cientistas da fenda de Itapeva.
Ou melhor, uma caminhada de cinco dias pela floresta, subindo paredões rochosos e em companhia de mosquitos, cobras e outros
animais selvagens. Antes de prepararem suas mochilas de mantimentos e cantis com água, entretanto, os arqueólogos digitaram
algumas coordenadas no computador: automaticamente, um drone levantou voo e chegou rapidamente ____fenda. Pela tela, os
pesquisadores descobriram o alarme falso — não havia nenhum sinal de ocupação humana. E um belo perrengue foi evitado.
Apesar de os arqueólogos estarem acostumados a carregar diferentes apetrechos tecnológicos em seu ambiente de trabalho,
como câmeras fotográficas e equipamentos para medir ângulos e distâncias, novos recursos se fazem cada vez mais presentes
nos locais de escavação. Além de drones, há scanners a laser, câmeras de altíssima resolução e equipamentos que registram
imagens em 360 graus: tudo isso para coletar o maior número de dados possível e recriar os sítios arqueológicos em realidade
virtual.
Batizada de ciberarqueologia, a tabelinha entre ciência da computação, pesquisas de engenharia e conhecimento em ciências
naturais molda uma nova maneira de os cientistas encontrarem os vestígios que contam a história do passado da humanidade.
Fragmento adaptado de: Arqueólogos brasileiros utilizam tecnologia para desvendar o passado {https://goo.gl/MGbwza}. Acesso
em 05 de janeiro de 2018.
Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas.
a) a – a – à
b) à – há – à
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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c) à – há – a
d) a – há – a 183
e) a – a – a
➢ Comentários:
GABARITO LETRA B
1. "Uma fenda à beira de um cânion na cidade de Itapeva, no interior de São Paulo, intrigava os arqueólogos."
No período acima, a expressão "à beira" é uma locução adverbial feminina de lugar. Locução adverbial feminina introduzida pela
preposição "a" recebe crase.
2. "A região apresentava sinais de ocupação pré-histórica e aquele local poderia servir como abrigo para alguns dos moradores
que, há milhares de anos, iniciaram a ocupação do território que hoje compreende o estado paulista."
No trecho acima, para indicar a ideia de tempo decorrido, a lacuna deve ser preenchida com o verbo haver (há), e não com as
palavras "a" ou "à".
3. "Antes de prepararem suas mochilas de mantimentos e cantis com água, entretanto, os arqueólogos digitaram algumas
coordenadas no computador: automaticamente, um drone levantou voo e chegou rapidamente à fenda."
No período acima, "quem chegou" chegou "a" algum lugar. A crase antes de "fenda" é o resultado da contração da preposição
"a", exigida por "chegou", com o artigo definido "a" que determina o substantivo "fenda": chegou a + a fenda = chegou à fenda.
LETRA "A"-ERRADA: a – a – à
LETRA "B"-CORRETA: à – há – à
LETRA "C"-ERRADA: à – há – a
LETRA "D"-ERRADA: a – há – a
LETRA "E"-ERRADA: a – a – a
191. FAURGS 2018:
Em 1975, estudantes suecos acampavam na ilha de Gotland. Eles recriavam o cotidiano dos seus antepassados vikings quando um
coelho cruzou o caminho de um deles. Da mesma forma como fariam os suecos medievais, um estudante tentou capturar o animal
escondido em uma toca. O adolescente colocou o braço no buraco, mas, em vez de coelho, como num truque de mágica,
encontrou 1.440 dirhams, a moeda de prata do Império Islâmico, datada do século 10.
A descoberta de dinheiro árabe na Suécia está longe de ser um fato raro. Somente na ilha, já foram documentados mais de 700
tesouros semelhantes, totalizando 80 mil dirhams, e existem achados semelhantes na Dinamarca, na Noruega e Suécia
continental. Como tantas moedas árabes foram parar na Escandinávia? Pelas mãos de comerciantes.
A fama de guerreiros sanguinários ofuscou outras atividades vikings. Grande parte da sociedade trabalhava para prosperar por
meio do comércio. Os tesouros de prata árabe são apenas um dos sinais dessa atividade. As transações marítimas eram muito
mais populares, e no Mar Báltico ocorria uma das preferidas, conectando o leste europeu ____ terras vikings. Nos portos da região
onde hoje se situam a Letônia e a Lituânia, chegavam mercadorias árabes, europeias, chinesas e norte-africanas, usando conexões
como a Rota da Seda, ligada à Europa por Constantinopla. No Báltico, no meio do caminho entre o continente e a península, está
a ilha de Gotland – o que explica por que tantas moedas árabes são encontradas por lá. Por terra, mais de 4 mil km separam o
Oriente Médio dos portos, e moedas e mercadorias passavam de mão em mão, por inúmeros empórios, até chegar ____
Escandinávia.
Mas os vikings não usavam as moedas pelo seu valor de face. Como não havia governo central para emitir dinheiro, os nórdicos
não estavam acostumados ____ negociar a partir do valor que as moedas representavam. Para eles, os dirhams não passavam de
pedaços de prata cunhada em um formato conveniente, fácil de carregar. Os negócios vikings eram fechados com base no peso
de metais e objetos de valor. Arqueólogos encontraram inúmeras balanças portáteis em escavações, indicando que eles pesavam
____ moedas ao vender mercadorias, em vez de contá-las. É por isso também que muitas das moedas encontradas em Gotland
estavam aos pedaços: eles quebravam os dirhams para completar o peso na balança. Para comprar um leitão bastava cortar um
pedaço do bracelete ou do colar, acessórios que também serviam como carteira.
Os chefes eram a um só tempo grandes vendedores e maiores clientes do comércio globalizados do Báltico. Depois de pilhar
cidades no oeste europeu, eles vendiam metais preciosos e objetos exóticos e luxuosos nos mercados do Leste. Com dinheiro,
compravam outros itens que conferiam status, como peças de seda, espadas cheias de pedras cravejadas, casacos de pele de
animais exóticos, vinhos e cálices cerimoniais.
Adaptado de: Em busca de luxo. In: Vikings: a saga. Dossiê Superinteressante. São Paulo: Abril, 2015. p. 40.
Assinale, dentre as alternativas abaixo, a que preenche adequadamente as lacunas em ordem.
a) as – a – a – às
b) às – a – à – às
c) as – à – à – às
d) as – a – à – as
e) às – à – a – as
➢ Comentários:
GABARITO LETRA E
1. "As transações marítimas eram muito mais populares, e no Mar Báltico ocorria uma das preferidas, conectando o leste
europeu às terras vikings."
No trecho acima, "quem conecta" conecta uma coisa (o leste europeu/objeto direto) "a" outra (as terras vikings/objeto indireto).
A crase, nesse caso, é o resultado da contração da preposição "a", exigida pelo verbo conectar, com o artigo definido "as" que
determina o substantivo "terras": conectando a + as terras = conectando às terras.

Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019


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2. "Por terra, mais de 4 mil km separam o Oriente Médio dos portos, e moedas e mercadorias passavam de mão em mão, por
inúmeros empórios, até chegar à Escandinávia." 184
No trecho acima, "quem chega" chega "a" algum lugar (a Escandinávia/adjunto adverbial de lugar). A crase, nesse caso, é o
resultado da contração da preposição "a", exigida pelo verbo chegar para se ligar ao adjunto adverbial de lugar "a
Escandinávia", com o artigo definido "a" que determina o substantivo "Escandinávia": chegar a + a Escandinávia = chegar à
Escandinávia.
3. "Mas os vikings não usavam as moedas pelo seu valor de face. Como não havia governo central para emitir dinheiro, os nórdicos
não estavam acostumados a negociar a partir do valor que as moedas representavam."
No trecho acima, "quem está acostumado" está acostumado "a" alguma coisa (negociar a partir do valor que as moedas
representavam/complemento nominal de acostumado). Não ocorre crase nesse caso, porque verbo no infinitivo não aceita artigo
definido "a": acostumado a + negociar = acostumado a negociar. (sem crase)
4. "Arqueólogos encontraram inúmeras balanças portáteis em escavações, indicando que eles pesavam as moedas ao vender
mercadorias, em vez de contá-las."
No trecho acima, "quem pesava" pesava algo (as moedas/objeto direto de pesava). Não ocorre crase nesse caso, pois não há
termo transitivo indireto que exija preposição "a": pesava + as moedas = pesava as moedas. (sem crase)
LETRA "A"-ERRADA. as – a – a – às
LETRA "B"-ERRADA. às – a – à – às
LETRA "C"-ERRADA. as – à – à – às
LETRA "D"-ERRADA. as – a – à – as
LETRA "E"-CORRETA. às – à – a – as
192. FAURGS 2018
Já não dá mais para escapar: é Carnaval, a festa dos tímidos. Foi Rubem Braga quem cunhou a expressão, e ele se assombrava
diante da conversão dos rapazotes e raparigas recatados do cotidiano em alegres piratas, marinheiros e havaianas na avenida.
Não sei se o paralelo, contudo, é possível. O mundo mudou. Com a proliferação das redes sociais, parece que não sobraram
recatados, aliás. Expõem-se ali todos – criam suas fantasias e nelas investem, dia após dia, desfilando não de pirata, mas de hipster,
intelectual, sensível, engajado, despreocupado, desconstruído, pós-moderno, bacanudo.
Na avenida ou nas telas, é tudo fantasia. Na essência, o homem é o mesmo: um medroso. Massacrado pelo entorno, assoberbado
pela vida, o homem só quer uma trégua dos problemas, de tempos em tempos; esquecer os balanços e mensalidades para flertar,
pular e se embebedar.
Sempre gostei de ver o Carnaval dos outros, mas até para a festa dos tímidos eu era tímido demais, então nunca tive o costume
de pular em bloquinho ou blocão. Antes, eu me deliciava com a transformação das gentes. Vendo dois milhões de foliões no Baixo
Augusta, demorei a entender, entretanto, o que incomodava naquele início de Carnaval, em São Paulo.
Era o carnaselfie. O Carnaval sem transgressão – não dos outros, não dos corpos, porque isso só disfarça uma violência intolerável.
Não a transgressão que perturba as meninas que não querem contato, ou os lojistas que não querem vandalismo, ou os moradores
que têm horror à sujeira brotando em suas calçadas. Era o Carnaval sem transgressão subjetiva, de si. Sem subverter a si próprio
para alegrar o mundo com a versão mais alegre e autêntica de si.
Nas ruas, os foliões saltitam com o celular nas mãos e enchem suas redes sociais de fotos, posam uma felicidade em ângulo-
plongée atentos aos detalhes de luz, enquadramento, likes e shares. Tudo para sair, mesmo no sagrado ridículo do momento,
bacana na foto.
A folia é regrada não por pais e mães, que há muito desistiram de censurar a festa. Os regulamentos do novo Carnaval são as
novas regras da cinematografia.
Adaptado de: ESSENFELDER, Renato. Em tempos de car-naselfie, ninguém quer parecer ridículo. Estado de São Paulo, São Paulo,
12 de fevereiro de 2018. Disponível em http://emais.estadao.com.br/blogs/renato-essenfel-der/em-tempos-de-carnaselfie-
ninguem-quer-parecer-ridi-culo/. Acesso em 12/05/2018.
os moradores que têm horror à sujeira brotando em suas calçadas.
O emprego do acento indicativo de crase no referido excerto deve-se à
a) concordância verbal.
b) concordância nominal.
c) sintaxe de colocação.
d) regência verbal.
e) regência nominal.
➢ Comentários:
GABARITO LETRA E
Trecho a ser comentado: os moradores que têm horror à sujeira brotando em suas calçadas.
A crase, regra geral, é o resultado da contração da preposição "a", exigida por um termo transitivo indireto, com o artigo definido
a (s) que determina um substantivo feminino.
LETRA "A"-ERRADA: concordância verbal.
A concordância verbal é a concordância do sujeito com o verbo. Na frase "O mundo mudou.", por exemplo, o verbo mudar foi
flexionado na terceira pessoa do singular para concordar com o sujeito "O mundo", que está no singular.
O emprego do acento indicativo de crase no referido excerto deve-se à regência do substantivo "horror" (à regência nominal), e
não à concordância verbal.
LETRA "B"-ERRADA: concordância nominal.

Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019


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TEORIA SISTEMATIZADA E QUESTÕES PARA OFICIAL DE JUSTIÇA 2019

A concordância nominal é a concordância do artigo, do numeral, do adjetivo com o substantivo. Na frase "O mundo mudou.", por
exemplo, o artigo definido "O" está no masculino e no singular para concordar com o substantivo "mundo", que está no masculino 185
e no singular.
O emprego do acento indicativo de crase no referido excerto deve-se à regência do substantivo "horror" (à regência nominal), e
não à concordância nominal.
LETRA "C"-ERRADA: sintaxe de colocação.
A sintaxe de colocação é o estudo da colocação dos pronomes oblíquos átonos antes (próclise), no meio (mesóclise) ou depois
(ênclise) do verbo.
O emprego do acento indicativo de crase no referido excerto deve-se à regência do substantivo "horror" (à regência nominal), e
não à sintaxe de colocação.
LETRA "D"-ERRADA: regência verbal.
A regência verbal é a relação de dependência entre o verbo e o termo regido por ele. Na frase "Sempre gostei de ver o Carnaval
dos outros", por exemplo, o verbo gostar é transitivo indireto, pois exige a preposição "de" para se ligar ao objeto indireto "de ver
o Carnaval do outros". O que justifica a presença da preposição "de" antes de ver é, nesse caso, a regência transitiva indireta do
verbo gostar.
LETRA "E"-CORRETA: regência nominal.
Regência nominal é a relação de dependência entre o nome e o termo regido por ele.
No trecho em questão, "quem têm horror" tem horror "a" alguma coisa. O substantivo "horror" tem sentido incompleto. Ele
requer um complemento ao qual se liga por meio da preposição "a". O termo que completa o sentido do substantivo horror é a
expressão "a sujeira brotando em suas calçadas".
O emprego da crase se justifica, então, pela contração da preposição "a", exigida pelo termo "horror", com o artigo definido "a"
que determina o substantivo feminino "sujeira": horror a + a sujeira = horror à sujeira.
Outra forma de justificar a mesma coisa seria dizer que o emprego do acento indicativo de crase no referido excerto deve-se
à regência nominal, pois quem exige a preposição "a" que se contrai com o artigo definido "a" formando a crase é o substantivo
(o nome) horror.
193. FAURGS 2017:
Em 2014, as redes sociais foram bombardeadas de posts criticando a intenção da escritora Patrícia Engel Secco em adequar as
obras de Machado de Assis ao vocabulário dos estudantes. Disse a autora de mais de uma centena de livros infanto-juvenis que
lançaria, em junho daquele ano, a versão simplificada de "O Alienista". Segundo ela própria, o desinteresse dos jovens pelos livros
se dá, especialmente, porque têm dificuldade em compreender as construções dos textos.
A intenção da autora, que tanto se comentou, era usar um texto que, em sua concepção, era complexo para os jovens e alterá-lo
para simplificar a linguagem. Como se tratava de obra em domínio público, a autora, pelo que se presume, se arvorou no direito
de reescrever uma obra de outro autor.
Não há muito mais a ser dito sobre o enfoque literário dessa questão depois do texto de João Ubaldo Ribeiro, publicado no O
Globo de 1º de junho de 2014. Escreveu o baiano:
E a lição se estende da literatura às outras artes.
O povo não gosta de música erudita porque são aquelas peças vagarosas e demoradas demais. De novo, a solução virá ao
adaptarmos Bach ____ ritmos funk, fazermos arranjos de sinfonias de Beethoven em compasso de pagode e trechos de no máximo
cinco minutos cada e organizarmos uma coleção axé das obras de Villa-Lobos. Tudo para distribuição gratuita, como acontecerá
com os livros de Machado reescritos, pois continuamos a ser um dos poucos povos do mundo que acreditam na existência de
alguma coisa gratuita. E talvez o único em que o governo chancela, com dinheiro do cidadão, o aviltamento de marcos essenciais
ao autorrespeito cultural e ____ identidade da nação, ao tempo em que incentiva o empobrecimento da língua e a manutenção
do atraso e do privilégio.
No que tange à questão do domínio público, deve-se considerar que, no Brasil, vige uma norma de direito de autor que garante
ao criador intelectual a proteção plena de sua obra ao longo de toda sua vida e até setenta anos após sua morte. Essa disciplina é
consentânea com legislações de outros países e disciplinada na Convenção de Berna. Esse prazo varia um pouco de extensão entre
os signatários da norma internacional, mas ele estará sempre presente. Transcorrido esse prazo, a obra intelectual ingressa em
um estado chamado de "domínio público". Após setenta anos, seu uso será livre e, consequentemente, ninguém – nem mesmo o
Estado - poderá se opor à reprodução, à adaptação, à inclusão, à distribuição ou ____ qualquer outro tipo de utilização da obra
intelectual.
Há um limite, entretanto, fixado na própria Lei de Direito de Autor, para uso da obra caída em domínio público. Quem pretender
fruir ou dispor da obra intelectual, irremediavelmente, deve respeitar a paternidade e a integridade da obra. É obrigado a indicar
o nome do autor no momento da utilização e – relevante para o caso Machado – abster-se de modificar a obra a ponto de
prejudicá-la ou atingir a reputação ou a honra do autor.
A adaptação é livre, mas é preciso deixar claro o que se concebe em direito como adaptação para que não se confunda esse valioso
instituto autoral com violação da integridade da obra. Segundo Eliane Abrão, adaptar é transformar a obra em outra, de gênero
diferente. Por exemplo, a utilização de texto literário para a linguagem cinematográfica é a adaptação da linguagem escrita para
a linguagem falada, dialogada, encenada, necessária à realização do filme".
Em caso de violação da paternidade e da integridade, como a obra já está em domínio público e os sucessores podem ser
desconhecidos ou de difícil identificação, quem tem obrigação legal de fiscalizar o uso da obra, impedindo que sofra alterações
ou seja publicada sem designação de autoria, é o Estado, nos termos do §2° do art. 24 da Lei nº 9.610/98. Dentro do Estado,
compete ao Ministério Público (art. 129, III da Constituição Federal) a defesa do patrimônio público e social.

Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019


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Adaptado de: PINHEIRO, Luciano A.; PANZOLINI, Carolina D. O domínio público e a liberdade de uso de obra - revisando o caso
Machado de Assis. In: Revista Eletrônica Migalhas, 29/05/2017. Disponível em: 186
<http://www.migalhas.com.br/PI/99,MI258737,81042-O+dominio+ publico+e+a+liberdade+de+uso+de+obra+Revisando+
o+caso>. Acesso em 24 de junho de 2017.
Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas
a) à – à – a
b) à – a – à
c) a – à – a
d) a – à – à
e) a – a – à
➢ Comentários:
Gabarito: Letra C.
No trecho "a solução virá ao adaptarmos Bach a ritmos funk", a lacuna é adequadamente preenchida pela preposição "a", termo
exigido pelo verbo "adaptar". Nesse contexto, o termo regente "ritmos" pertence ao gênero masculino, impossibilitando a
anteposição do artigo definido feminino "as" e, consequentemente, a ocorrência do fenômeno da crase.
Já na passagem "o aviltamento de marcos essenciais ao autorrespeito cultural e à identidade da nação", o vocábulo "essenciais"
é transitivo, regendo o uso da preposição "a". Esse elemento preposicional precedeu, adequadamente, os termos regidos
"autorrespeito", resultando na combinação "ao", e "identidade", acarretando a fusão com o artigo definido feminino "a" e,
consequentemente, o fenômeno da crase, marcado pelo acento grave.
Por fim, no excerto "Essa disciplina é consentânea a legislações de outros países", embora o termo regente "consentânea" exija a
preposição "a", o termo regido "legislações" foi empregado em sentido genérico, não admitindo a anteposição do artigo definido
feminino "a" e, por conseguinte, a ocorrência da crase (fusão).
194. FAURGS 2016
Preencha as lacunas das frases abaixo com a ou à de modo que fiquem corretas quanto ao uso de crase.
I - O menino aprendeu ____ usar o celular e já pediu um modelo novo para o pai.
II - O balconista sabia identificar de longe o freguês que pagaria a compra ____ vista.
III - Ela era uma vendedora muito eficiente e passa ____ ser a nova chefe de seção.
IV - A pressa do vendedor pode levar ___ desistências do cliente.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
a) a – à – a – à.
b) à – a – a – à.
c) à – à – à – a.
d) a – a – à – a.
e) a – à – a – a.
➢ Comentários:
Gabarito: LETRA E.
PRIMEIRA LACUNA: O menino aprendeu a usar o celular...
Segundo as normas que regem o emprego do acento grave, NÃO pode haver crase diante de verbos. Como a palavra "usar" é
verbo, não deve haver crase diante dela! A crase é proibida porque os verbos são palavras que não aceitam o artigo "a", necessário
para a configuração crase.
SEGUNDA LACUNA: ... o freguês que pagaria a compra à vista.
Segundo os cânones gramaticais, usa-se crase em locuções adverbias femininas: à noite, à vista, à direta, à esquerda, à beça, às
alturas, às escuras...
TERCEIRA LACUNA: Ela era uma vendedora muito eficiente e passa a ser a nova chefe de seção
Como vimos acima, NÃO pode haver crase diante de verbos. Como a palavra "ser" é verbo, não deve haver crase diante dela! A
crase é proibida porque os verbos são palavras que não aceitam o artigo "a", necessário para a configuração crase.
QUARTA LACUNA: A pressa do vendedor pode levar a desistências do cliente.
Nesse trecho, a crase é proibida. Como vimos, a crase consiste na junção da preposição "a" com o artigo definido feminino "a"
(ou "as", se o referente estiver no plural). Já que não há a presença do artigo "as" definindo o substantivo "desistências", não
há possibilidade de ocorrer crase.
DICA**: "a" no singular antes de palavra no plural, crase nem a pau!!!
CONCORDÂNCIA VERBAL: os verbos realizam a concordância em função do sujeito.
SUJEITO SIMPLES
- REGRA GERAL: Se o sujeito é simples, o verbo concorda com ele em número e em pessoa, olhem só:
Exemplo: As crianças brincavam no parque.
sujeito verbo
O sujeito "As crianças" (mesmo indicando pluralidade) é simples e está na terceira pessoa do plural ("as crianças" = elas), assim o
verbo deve flexionar na terceira pessoa do plural: brincavam.
Exemplo: Aconteceram muitos desastres no carnaval deste ano.
verbo sujeito
No caso acima, "aconteceram" flexionou na terceira pessoa do plural para concordar com "muitos desastres". Não importa se o
sujeito simples aparecer antes ou depois do verbo, a concordância ocorrerá do mesmo modo.
- SE O SUJEITO FOR "QUEM"
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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O verbo deve flexionar na 3ª pessoa, vejamos:


Exemplo: Fui eu quem fez o bolo. 187
Exemplo: Foi ela quem gritou alto na sala.
- SE O SUJEITO FOR "QUE" (com função de sujeito)
O verbo deve concordar com o termo que antecede o pronome.
Exemplo: Fui eu que cantei.
Exemplo: Foi ele que cantou.
Exemplo: Foram elas que cantaram.
- SE O SUJEITO FOR COLETIVO
O verbo permanece no singular.
Exemplo: A multidão dançava ao som de U2.
Exemplo: O grupo foi capturado pelos policiais.
- SE O SUJEITO FOR COLETIVO PARTITIVO (a maior parte de, a maioria de, um grupo de, uma porção de, uma parte de...)
O verbo pode ficar no singular para concordar com o núcleo do sujeito ou flexionar no plural para concordar com o núcleo do
adjunto, vejamos:
Exemplo: A maioria dos fãs dançava ao som de U2.
Exemplo: A maioria dos fãs dançavam ao som de U2.
- SE O SUJEITO FOR PALAVRA PLURALIZADA (nome de livro, país, estado, cidade, etc.)
Quando o sujeito estiver acompanhado de artigo no plural, o verbo flexionará no plural. Se não houver artigo no plural, o verbo
permanecerá no singular, vejamos:
Exemplo: Estados Unidos é um país de primeiro mundo. (sem artigo no plural)
Exemplo: Os Estados Unidos são um país de primeiro mundo. (com artigo no plural)
Exemplo: O Emirados Árabes está em guerra. (artigo no singular)
Exemplo: O Lusíadas é uma maravilhosa obra. (artigo no singular)
- SE O SUJEITO FOR: MAIS DE, MENOS DE, PERTO DE, CERCA DE
O verbo concordará com o numeral, vejamos:
Exemplo: Mais de um aluno foi aprovado. (concordando com "um")
Exemplo: Mais de quatro alunos foram aprovados. (concordando com "quatro")
Atenção! No caso de "milhão", "bilhão", "trilhão"... o verbo pode permanecer no singular ou flexionar no plural (igual ao caso de
coletivos partitivos).
Exemplo: Menos de um milhão de eleitores votou nulo para senador.
Exemplo: Menos de um milhão de eleitores votaram nulo para senador.

- SE O SUJEITO FOR NÚMERO FRACIONÁRIO


O verbo concordará com o numerador da fração (número da frente) ou com o especificador dele vejamos:
Exemplo: 1/8 das pessoas está desempregada. (concorda com o numerador "1")
Exemplo: 1/8 das pessoas estão desempregadas. (concorda com o especificador "pessoas")
Exemplo: 2/5 das crianças adoecem com frequência. (concorda com o numerador "2" ou com o especificador "crianças")
- SE O SUJEITO FOR PORCENTAGEM + SUBSTANTIVO
O verbo concordará com o número da porcentagem ou com o substantivo especificador. Se antes da porcentagem
houver determinante, o verbo concordará apenas com o numeral, vejamos:
Exemplo: 1% dos alunos faz todos os exercícios. (concordando com o número "1")
Exemplo: 1% dos alunos fazem todos os exercícios. (concordando com "alunos")
Exemplo: Os20% da turma fazem todos os exercícios. (só pode concordar com o "20", por causa do artigo "os" que é
determinante)
Exemplo: Aquele1% dos alunos faz todos os exercícios. (só pode concordar com o "1", por causa do pronome "aquele" que é
determinante)
- SE O SUJEITO FOR: ALGUM DE NÓS/VÓS OU QUAL DE NÓS/VÓS
Quando "algum"/"qual" estiver no singular, o verbo concordará apenas com ele, vejamos:
Exemplo: Qual de vós foi à igreja ontem? (concorda com "qual")
Quando "algum"/"qual" estiver no plural: o verbo poderá concordar com ele ou com os pronomes pessoais (nós/vós), vejamos:
Exemplo: Alguns de nós estudavam inglês. (concordando com "alguns")
Exemplo: Alguns de nós estudávamos inglês. (concordando com "nós")
- SE O SUJEITO ESTIVER NA VOZ PASSIVA SINTÉTICA
O verbo concorda com o sujeito paciente. Na dúvida, passe o sujeito para a voz passiva analítica para enxergar melhor.
Está CERTO: Vendem-se móveis. (Móveis são vendidos.)
Está ERRADO: Vende-se móveis. (Móveis é vendido? Não, né gente...)
- SE O SUJEITO FOR UM PRONOME DE TRATAMENTO
O verbo ficará na 3ª pessoa do singular ou do plural
Exemplo: Vossa Santidade esteve ontem em Portugal.
Exemplo: Suas Excelências pediram respeito.
SUJEITO COMPOSTO
REGRA GERAL: Se o sujeito é composto, em regra, o verbo flexiona na 3ª pessoa do plural.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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Exemplo: Os copos, talheres e pratoscustaram muito caro.


sujeito composto verbo 188
- SE O SUJEITO FOR COMPOSTO POR PALAVRAS SINÔNIMAS NO SINGULAR
Quando o sujeito é composto e formado por palavras sinônimas, o verbo pode flexionar no plural ou concordar com o núcleo mais
próximo.
Exemplo: Fé e esperança enchia o coração daquelas pessoas. / Fé e esperança enchiam o coração daquelas pessoas.
Exemplo: Abatimento e consternação são o sentimento do dia. / Abatimento e consternação é o sentimento do dia.
- SE O SUJEITO FOR COMPOSTO POR PESSOAS DIFERENTES
a) Eu + tu + ele = verbo na 1ª pessoa do plural
Exemplo: Eu, tu e ele dançaremos na festa.
b) Eu + tu = verbo na 1ª pessoa do plural
Exemplo: Eu e tu dançaremos na festa.
c) Eu + ele = verbo na 1ª pessoa do plural
Exemplo: Eu e ele dançaremos na festa.
d) Tu + ele = verbo na 2ª ou 3ª pessoa do plural.
Exemplo: Tu e ele dançareis/dançarão na festa.
Ou seja, na maioria das combinações o verbo flexiona na primeira pessoa do plural!! Apenas o caso "Tu+ele" admite a 2ª ou a
3ª pessoa do plural.
- SE O SUJEITO FOR COMPOSTO POR PALAVRAS EM GRADAÇÃO
Quando o sujeito é composto por palavras em gradação, o verbo pode flexionar no plural ou concordar com o núcleo mais
próximo.
Exemplo: Um incômodo, uma ansiedade, um pânico invadiu meu ser.
Exemplo: Um incômodo, uma ansiedade, um pânico invadiram meu ser.
- SE O SUJEITO FOR COMPOSTO COM APOSTO RESUMIDOR
Quando o sujeito é composto com aposto resumidor (tudo, nada, ninguém, nenhum), o verbo deve permanecer no singular para
concordar com ele.
Exemplo: Dinheiro, fama, festas, nada garantia a paz dele.
Exemplo: Jovens, crianças, adultos, ninguém está seguro naquelas ruas.
- SE O SUJEITO COMPOSTO FOR POSPOSTO AO VERBO
Quando o sujeito aparecer após o verbo, deverá flexionar no plural ou concordar com o núcleo mais próximo.
Exemplo: Ontem, apareceram um cachorro e um gato no prédio. Ontem, apareceu um cachorro e um gato no prédio.
verbo sujeito verbo sujeito
- SE O SUJEITO COMPOSTO APRESENTAR NÚCLEOS LIGADOS POR "COM"
O verbo flexionará no plural.
Exemplo: A atriz com seus seguranças chegaram ao festival.
- SE O SUJEITO COMPOSTO FOR ACOMPANHADO DE: CADA, NENHUM
O verbo permanecerá no singular.
Exemplo: Cada aluno, cada professor, cada diretor precisa cumprir as regras.
Exemplo: Nenhuma atriz, nenhuma cantora, nenhuma pintora foi homenageada na festa.
- SE O SUJEITO FOR COMPOSTO PELAS EXPRESSÕES: UM E OUTRO, NEM UM NEM OUTRO
O verbo pode permanecer no singular ou flexionar no plural.
Exemplo: Um e outro estudaram Português.
Exemplo: Um e outro estudou Português.
- SE O SUJEITO COMPOSTO APRESENTAR NÚCLEOS LIGADOS POR "OU"
Quando o sentido for de exclusão/correção/sinonímia, o verbo permanecerá no singular. Quando o sentido for de adição ou
inclusão, o verbo flexionará no plural.
Exemplo: João ou Maria ganhará o prêmio. (apenas um deles ganhará, sentido de exclusão)
Exemplo: Ptesiofobia ou medo de voar pode ser tratado com eficácia. (sentido de sinonímia)
Exemplo: Laranja ou beterraba fazem bem à saúde. (inclusão)
Atenção! Alguns gramáticos, como Cegalla e Bechara, defendem a possibilidade de singular mesmo quando a conjunção "ou" tiver
sentido de inclusão.
- SE O SUJEITO COMPOSTO APRESENTAR NÚCLEOS LIGADOS POR: TANTO..QUANTO, ASSIM COMO, NÃO SÓ...MAS TAMBÉM
O verbo flexionará no plural (maioria dos gramáticos) ou concordará com o núcleo mais próximo.
Exemplo: Tanto Joana quanto Maria foram ao cinema.
Exemplo: Tanto Joana quanto Maria foi ao cinema.
- SE O SUJEITO COMPOSTO APRESENTAR NÚCLEOS LIGADOS POR "NEM...NEM"
O verbo flexionará no plural.
Exemplo: Nem pedidos, nem lágrimas convencerão o juiz.
Exemplo: Nem dinheiro, nem poder conseguirão corrompê-lo.
CASOS ESPECIAIS DE CONCORDÂNCIA VERBAL
Abordaremos agora mais alguns "casinhos" que podem dar trabalho em provas de concurso, ok? Tenham paciência e sorriam,
vocês serão aprovados, rs.
- QUANDO O VERBO SER INDICAR HORA, TEMPO, DATA, DISTÂNCIA
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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Em regra, concordará com o predicativo. Quando indicar data poderá permanecer no singular ou flexionar no plural:
Exemplo: São dezoito horas. (verbo concorda com "dezoito horas") 189
Exemplo: Aqui está quente. (verbo concorda com "quente")
Exemplo: Hoje é cinco de abril. / Hoje são cinco de abril.
- QUANDO O SUJEITO É ORAÇÃO SUBORDINADA
O verbo da oração principal deve ser conjugado na 3ª do singular, vejamos:
Exemplo: É fundamental que os alunos façam as atividades propostas.
or. principal oração subord. subs. subjetiva (função de sujeito)
Percebam que o sujeito do período acima é uma oração subordinada substantiva subjetiva, assim o verbo da oração principal deve
ser conjugado na 3ª do singular
Exemplo: Sabe-se que João ama Maria.
or. principal oração subord. subs. subjetiva (função de sujeito)
CONCORDÂNCIA NOMINAL: os nomes realizam a concordância em função do substantivo.
REGRA GERAL
Artigo, adjetivo, pronome e numeral concordam em gênero e em número com o substantivo a que fazem referência.
ARTIGOS E ADJETIVOS
Exemplo: Apequena menina corria na linda montanha. Exemplo: O pequeno menino corria no lindo monte.
A: concorda com menina O: concorda com menino.
Pequena: concorda com menina. Pequeno: concorda com menino.
Linda: concorda com montanha. Lindo: concorda com monte.
NUMERAIS
Exemplo: Fui perseguida por quinhentas muriçocas. Exemplo: Fui perseguida por quinhentos pernilongos.
quinhentas: concorda com muriçocas quinhentos: concorda com pernilongos
PRONOMES
Exemplo: Aquela mulher mudou minha vida. Exemplo: Aquele homem mudou minha vida.
Aquela: concorda com mulher. Aquele: concorda com homem
Perceberam como a regra funciona? Os exemplos deixaram bem claro, não é?
CASOS ESPECIAIS
- Quando o adjetivo fizer referência a mais de um substantivo, concordará com todos ou com o mais próximo.
Exemplo: Eu dou aula para garotos e garotas estudiosos.
Exemplo: Eu dou aula para garotos e garotas estudiosas.
Atenção! Nos casos acima, o adjetivo caracteriza os dois substantivos, ok? Assim, no segundo exemplo, não são apenas as garotas
que são estudiosas, mas ambos.
- Quando o adjetivo aparecer antes do substantivo(s) (mesmo que hajam dois, três...), concordará com o mais próximo.
Exemplo: Maria observava lindas flores, pássaros e árvores. ("lindas" concorda com flores)
- O uso das palavras: MESMO, ANEXO, PRÓPRIO, EXTRA, OBRIGADO, INCLUSO.
Variam quando têm valor de adjetivo.
Exemplo: Enviei as fotos anexas. / Guardei o documento anexo.
Exemplo: Tive que pagar as horas extras./ Fiz um trabalho extra.
Exemplo: A aluna mesma apresentou o projeto. / Ele mesmo apresentou o projeto.
Exemplo: Os serviços foram inclusos. / A taxa está inclusa.
Exemplo: Nós próprios faremos o trabalho./ Ela própria fez o trabalho.
Exemplo: Minha tia disse: - Muito obrigada. / Meu tio disse: - Muito obrigado.
- O uso das palavras: BARATO, CARO, JUNTO, BASTANTE, MEIO, ALTO, SÓ.
Variam quando são adjetivos.
Exemplo: As roupas custam caro. (advérbio) - As roupas estão caras. (adjetivo)
Exemplo: A mulher canta alto. (advérbio) - A mulher é alta. (adjetivo)
Exemplo: Estou meio triste. (advérbio) - Preenchi meia folha de papel com versos. (adjetivo)
Exemplo: Pedro estuda bastante. (advérbio) - Temos bastantes livros? (adjetivo)
Exemplo: Eles ficaram junto do pai. (advérbio) - Eles estudaram juntos (adjetivo)
Exemplo: Só restaram cacos de vidro pelo chão. (advérbio) - As alunas de balé ficaram sós. (adjetivo)
- A concordância da palavra MIL : o numeral concorda com o substantivo que o acompanha.
Exemplo: Três mil soldados foram recrutados.
Exemplo: Duas mil mulheres foram à manifestação.
- A concordância da palavra MILHÃO/BILHÃO/TRILHÃO: o numeral concorda com a parte inteira do numeral cardinal
relacionado.
Exemplo: O público ultrapassou 1,3 milhão de pessoas. (Milhão no singular para concordar com 1)
Exemplo: O público ultrapassou 2,3 milhões de pessoas. (Milhões no plural para concordar com 2)
- Substantivos que, pelo contexto, tornaram-se adjetivos: permanecem invariáveis.
Exemplo: Presenciamos algumas aparições relâmpago daquele artista.
A palavra relâmpago é, normalmente, substantivo, mas no contexto acima funcionou como adjetivo que qualifica as aparições do
artista.
Exemplo: Aquela instituição possui alguns funcionários fantasma.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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Exemplo: Não gosto de festas surpresa.


- o uso das expressões: É BOM, É PROIBIDO, É NECESSÁRIO, É PERMITIDO. 190
Com elemento determinante: a expressão varia.
Sem elemento determinante: a expressão é invariável.
Exemplo: É proibido entrada de crianças. (sem determinante)
Exemplo: É proibida a entrada de crianças. (com determinante - artigo definido "a")
Exemplo: A cerveja é boa. (com determinante - artigo definido "a")
Exemplo: Cerveja é bom. (sem determinante)
Exemplo: É necessário fé para seguir a vida. (sem determinante)
Exemplo: É necessária toda a fé para seguir a vida. (com determinante: toda a)
Atenção! Quando essas expressões são acompanhadas de "muito(s)/muita(s)", permanecem invariáveis.
Exemplo: É necessário muita fé para seguir a vida.
- A concordância dos pronomes
Concordam com o substantivo a que fazem referência. Caso haja substantivos masculinos e femininos, o pronome ficará no
masculino plural.
Exemplo: A miss da Venezuela era linda, mas a do Brasil ganhou a plateia. (O pronome "a" está no feminino singular, pois faz
referência à miss.)
Exemplo: Conquistei a vida pela qual tanto lutei. ("Pela qual" está no feminino por fazer referência à "vida".)
Exemplo: Conquistei o título pelo qual tanto lutei. ("Pelo qual" está no masculino por fazer referência a "título".)
- O uso da expressão TAL QUAL: o "tal" concorda com o termo antecedente e o "qual" com o termo consequente.
Exemplo: A criança é tal qual o pai. (tal concorda com criança, qual concorda com pai)
<----- ------>
Exemplo: As crianças são tais qual o pai. (tais concorda com crianças, qual concorda com pai)
<------- ------>
Exemplo: As crianças são tais quais os pais. (tais concorda com crianças, quais concorda com pais)
<------- ------>
Exemplo: A criança é tal quais os pais. (tal concorda com criança, quais concorda com pais)
<------ ------->
- O uso das palavras: MENOS e ALERTA.
São invariáveis.
Exemplo: Ela está menos feliz hoje.
Exemplo: Elas estão menos feliz hoje.
Exemplo: O soldado está alerta.
Exemplo: Os soldados estão alerta.
- A concordância dos particípios
Devem concordar com o substantivo a que se referirem, mas permanece invariável se for locução de tempo verbal composto.
Exemplo: A casa foi vendida ontem.
Exemplo: As casas foram vendidas ontem. (particípio flexiona para concordar com "casas")
Exemplo: João foi aprovado no concurso.
Exemplo: Nossos alunos foram aprovados no concurso. (particípio flexiona para concordar com "alunos")
Exemplo: Eu tenho estudado muito. (tempo composto, particípio permanece no singular)
Exemplo: Eles têm estudado muito. (tempo composto, particípio permanece no singular)
Atenção! No exemplo acima, o verbo "ter" flexiona ("têm") para concordar com "eles", mas o particípio permanece no singular.
195. FAURGS 2018
Pampas Safari: MP de Gravataí investigará necessidade de abate de animais por tuberculose.
A Promotoria de Justiça de Defesa Comunitária de Gravataí instaurou inquérito civil para apurar possíveis irregularidades no
Pampas Safari. Conforme informações veiculadas na imprensa e nas redes sociais, o tradicional parque de animais selvagens,
localizado no Km 11 da RS-020, estaria prestes ___ abater cerca de 300 cervos selvagens que estariam infectados por tuberculose.
O abate seria necessário já que ___ doença representaria riscos para os outros animais do próprio Pampas Safari e também para
os humanos. Além de ter acompanhado a fiscalização realizada na última semana pela Fundação de Meio Ambiente de Gravataí,
a promotoria de Justiça já ouviu veterinários envolvidos na questão e solicitou documentos ao Ibama. As informações são
contraditórias sobre o surto de tuberculose entre os animais do parque, uma vez que foi constatado que o local onde estão os
cervos selvagens é protegido por telas, e alguns depoimentos indicam que os animais não estariam infectados. Fundado ___ 30
anos, o Pampas Safari possui uma área de 300 hectares, no Km 11 da RS-020, entre Gravataí e Cachoeirinha. Conforme entidades
ambientalistas, cerca de dois mil animais sobrevivem no local. O Pampas Safari está fechado para visitações desde novembro do
ano passado e em processo de encerramento.
Texto adaptado. Disponível em https://www.mprs.mp.br/noticias/ 45032/. Acessado em 16 de janeiro de 2018.
Se substituíssemos a palavra parque pela forma pluralizada parques, quantos outros vocábulos obrigatoriamente teriam de ser
flexionados no trecho Conforme informações veiculadas na imprensa e nas redes sociais, o tradicional parque de animais
selvagens, localizado no Km 11 da RS-020
a) Dois.
b) Três.
c) Quatro.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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d) Cinco.
e) Seis. 191
➢ Comentários:
Gabarito: Letra B.
No trecho "Conforme informações veiculadas na imprensa e nas redes sociais, o tradicional parque de animais selvagens,
localizado no Km 11 da RS-020", caso a palavra destacada fosse flexionada no plural, deveriam ocorrer três alterações, a saber:
- o artigo definido "o", que funciona como adjunto adnominal, iria ao plural: os parques;
- o adjetivo "tradicional", que também funciona como adjunto adnominal, iria ao plural: os tradicionais parques; e
- o adjetivo-participial "localizado" também iria ao plural, apresentando-se sob a forma "localizados".
196. FAURGS 2018
Sífilis aumenta no Brasil.
Segundo dados do Ministério da Saúde, os casos de sífilis em adultos, gestantes e bebês cresceram 28% entre 2015 e 2016. Um
dos maiores desafios das autoridades é a prevenção, pois a sífilis é uma doença sexualmente transmissível, que deixa o organismo
da pessoa vulnerável. O uso de preservativos é uma das melhores alternativas para evitá-la. A sífilis pode ser passada de uma
gestante contaminada para o seu bebê durante a gravidez. O ideal é que todas as grávidas façam exames de sífilis até o terceiro
mês de gestação. Assim, o bebê já poderá ser tratado durante todo o período do pré-natal e não nascerá doente. Se a criança não
for tratada pelo menos até um mês após seu nascimento, há grande risco de ela apresentar cegueira, surdez e retardo mental.
Fonte: adaptado de Zero Hora, Sua Vida, publicado em 01/11/2017.
Na frase Assim, o bebê já poderá ser tratado durante todo o período do pré-natal e não nascerá doente, se trocássemos a
expressão o bebê por as crianças, quantos outros vocábulos da frase teriam de ser, obrigatoriamente, alterados para ser mantida
a correção?
a) Um.
b) Dois.
c) Três.
d) Quatro.
e) Cinco.
➢ Comentários:
Gabarito: Letra D.
Com a reescrita "Assim, as crianças já poderão ser tratadas durante todo o período do pré-natal e não nascerão doentes", o
sintagma "as crianças" passa a exercer a função de sujeito, cujo núcleo é o nome "crianças".
Como o núcleo "crianças" está flexionado no plural, também haverá outras alterações, quais sejam:
- a flexão da forma verbal "poderá" em "poderão";
- a substituição de "tratado" por "tratadas";
- a flexão da forma verbal "nascerá" em "nascerão"; e
- a flexão do adjetivo "doente" em "doente".
197. FAURGS 2018
Assistente Administrativo: o que faz e quanto ganha?
[...] No Brasil, no exato momento da publicação deste artigo, são mais de 4.500 vagas de emprego para Assistentes
Administrativos apenas anunciadas no site da Catho, nas mais diversas áreas. É possível trabalhar como assistente tanto no setor
hoteleiro como no setor industrial ou agropecuário. Com o aumento da automatização em todos os campos de trabalho e a
necessidade cada vez maior de controlar dados e usá-los para otimizar resultados e reduzir custos, o Assistente Administrativo
____ tido cada vez mais espaço no mercado.
[...] Um assistente de uma grande empresa costuma atuar em funções mais específicas, como só Input de dados ou só emissão e
lançamentos de notas fiscais, enquanto que um assistente de uma pequena empresa geralmente acaba acumulando mais
atividades na sua
rotina, podendo atuar desde na organização de todos os arquivos e documentos até na emissão e no lançamento de notas e,
muitas vezes, chegando ao atendimento ao cliente.
A formação mínima exigida na maioria das empresas é o Ensino Médio completo, mas sai na frente quem já está em busca de uma
formação superior, fala inglês e ____ bons conhecimentos em informática (principalmente no pacote Office).
Entre as habilidades mais importantes, o perfil do Assistente Administrativo necessita de capacidade de concentração, boa
administração do tempo, organização, autonomia, dinamismo, boa comunicação e bom desempenho para checagem e
conferência de informações.
O mercado de trabalho é bastante favorável, já que praticamente todas as empresas, desde multinacionais até microempresas,
____ de pessoas que executem essas funções.
O salário de um Assistente Administrativo no Brasil vai, em média, de R$ 1.105,23 até R$ 2.783,59, variando de acordo com o
tamanho da empresa, o nível do cargo (JR, PL, SR) e a região do Brasil.
Adaptado de: http://www.administradores.com.br/artigos/carreira/assistente-administrativo-o-que-faz-equanto-
ganha/104725/. Acesso em 12 de fevereiro de 2018.
Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas das linhas 10, 23 e 32.
a) tem – tem – precisam
b) têm – tem – precisam
c) tem – tem – precisa
d) têm – têm – precisa
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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e) tem – têm – precisam


➢ Comentários: 192
Gabarito: Letra A.
No trecho "(...) o Assistente Administrativo tem tido cada vez mais espaço no mercado", o verbo "ter" foi flexionado na terceira
pessoa do singular para concordar com o sintagma "o Assistente Administrativo", que exerce a função de sujeito.
Na passagem "sai na frente quem já está na busca de uma formação superior, fala inglês e tem bons conhecimentos em
informática (...)", o pronome "quem" é o sujeito do trecho, levando o verbo "ter" à terceira pessoa do singular.
Por fim, no excerto "já que praticamente todas as empresas (...) precisam de pessoas que executem essas funções", o sintagma
"todas as empresas" funciona como sujeito, cujo núcleo é o termo "empresas". Logo, o verbo "precisar" deve ser flexionado na
terceira pessoa do plural.
198. FAURGS 2016
Cães podem distinguir palavras e entonações. Um novo estudo sobre o melhor amigo do homem sugere o que muito dono de
cachorro já considera confirmado: os cães conseguem distinguir palavras e entonações. A pesquisa, publicada na revista Science,
examinou o cérebro de 13 cachorros enquanto ouviam seus donos. O trabalho realizado mostra que o cérebro canino é capaz de
interpretar tanto o que dizemos quanto o modo como dizemos algo.
Conforme o estudo, o centro de prazer do cérebro do animal tende a ser ativado somente quando palavras de gentileza são
acompanhadas da entonação apropriada. Esse centro fica no lado direito do cérebro canino. A pesquisa também aventa que o
cachorro consegue interpretar o significado das palavras que costuma escutar em um ambiente familiar, mesmo que sejam ditas
com entonação neutra. Isso porque uma outra parte do seu cérebro, no lado direito, mostra ativação.
Adaptado de: ZERO HORA. Porto Alegre, 31/8/2016, p. 34.
Na frase Conforme o estudo, o centro de prazer do cérebro do animal tende a ser ativado somente quando palavras de gentileza
são acompanhadas da entonação apropriada. Se a expressão o centro de prazer for substituída por os núcleos de prazer, quantas
outras palavras, após a palavra prazer até a palavra apropriada, devem ser modificadas?
a) Uma.
b) Duas.
c) Três.
d) Quatro.
e) Cinco.
➢ Comentários:
Gabarito: LETRA B.
Se a expressão o centro de prazer for substituída por os núcleos de prazer, quantas outras palavras, após a palavra prazer até a
palavra apropriada. Vejamos:
"Conforme o estudo, OS NÚCLEOS de prazer do cérebro do animal tendem a ser ativados somente quando palavras de gentileza
são acompanhadas da entonação apropriada."
Na expressão "tendem a ser", o verbo ser não precisa se flexionar porque o verbo tender já sofreu flexão.
Como vimos, DUAS PALAVRAS (letra B) devem ser modificadas para fins de concordância!
199. FAURGS 2016
Índice de mortes por câncer de pulmão cai entre homens.
O número de mortes por câncer de pulmão entre os homens no Brasil caiu de 18,5 por 100 mil em 2005 para 16,3 por 100 mil em
2014. É a primeira vez que essa taxa apresenta queda. O levantamento é do Instituto Nacional do Câncer (Inca), com base em
dados do Ministério da Saúde e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o vice-diretor geral do Inca, esse resultado alentador decorre das campanhas de redução do tabagismo feitas no país a
partir de década de 80, como a da proibição de propaganda, a do aumento de impostos e a da Lei Antifumo, que são reconhecidas
mundialmente pela eficácia alcançada.
Todavia, a gerente de pesquisa do Inca informa que uma tal redução ainda não foi constatada entre as mulheres. Infelizmente,
está havendo aumento de casos de morte em virtude desse tipo de câncer entre mulheres.
Adaptado de: ZERO HORA. Porto Alegre, 31/8/2016, p. 32.
Observe, a seguir, diferentes propostas de reescrita para a frase Infelizmente, está havendo aumento de casos de morte em
virtude desse tipo de câncer entre mulheres.
I - Infelizmente está ocorrendo novos casos de morte em virtude desse tipo de câncer entre as mulheres.
II - Está havendo, infelizmente, novos casos de morte em virtude desse tipo de câncer entre mulheres.
III - Os aumentos de casos de morte provocados, por esse tipo de câncer, entre mulheres, é lamentável.
IV - Lamentavelmente, houveram novos casos de morte por causa desse tipo de câncer entre mulheres.
Quais propostas de reformulação estão gramaticalmente corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas IV.
e) Apenas I e III.
➢ Comentários:
Gabarito: LETRA B.
Observe, a seguir, diferentes propostas de reescrita para a frase Infelizmente, está havendo aumento de casos de morte em
virtude desse tipo de câncer entre mulheres.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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I - Infelizmente está ocorrendo novos casos de morte em virtude desse tipo de câncer entre as mulheres. == Errada.
Como o sujeito da oração está no plural, o verbo deve manter a concordância, flexionando-se também no plural. Assim, o 193
adequado seria: "Infelizmente estão ocorrendo novos casos de morte em virtude desse tipo de câncer entre as mulheres".
II - Está havendo, infelizmente, novos casos de morte em virtude desse tipo de câncer entre mulheres. == Correta.
Segundo os cânones gramaticais, o verbo haver (apresentando sentido de existir, ocorrer, acontecer, realizar-se...) está no grupo
dos verbos impessoais: aqueles que NÃO possuem sujeito (oração sem sujeito). Justamente por isso, tais verbos devem ficar
sempre na 3ª pessoa do singular. Exemplos:
• Há muitos candidatos escritos.
• Havia vários ônibus na rodoviária.
• Há jovens que apresentam dificuldade na interpretação de textos.
Observação: quando o verbo haver (no sentido de existir, ocorrer...) é o principal de uma locução verbal, sua impessoalidade
contamina o verbo auxiliar dessa locução. Dessa forma, são gramaticalmente incorretas construções como "Devem haver muitos
candidatos inscritos.". O correto seria: "Deve haver muitos candidatos inscritos."... É justamente por isso que está perfeita a
construção abaixo:
"Está havendo, infelizmente, novos casos de morte em virtude desse tipo de câncer entre mulheres"... A impessoalidade do
verbo haver contamina o verbo auxiliar da locução, o que abona o segmento "Está havendo, infelizmente, novos casos" e condena
a construção "Estão havendo, infelizmente, novos casos".
Além disso, cabe dizer que o termo "infelizmente" está isolado por vírgula por se tratar de um adjunto adverbial intercalado, ou
seja, deslocado de sua posição original.
III - Os aumentos de casos de morte provocados, por esse tipo de câncer, entre mulheres, é lamentável. == Errada.
A primeira vírgula isola o nome (provocados) de seu complemento (por esse tipo de câncer), o que é inadmissível na língua
portuguesa. As outras duas vírgulas são até aceitáveis, desde que usadas em concomitância (para isolar a expressão "entre
mulheres").
IV - Lamentavelmente, houveram novos casos de morte por causa desse tipo de câncer entre mulheres. == Errada.
Como vimos acima, o verbo haver (apresentando sentido de existir, ocorrer, acontecer, realizar-se...) está no grupo dos verbos
impessoais: aqueles que NÃO possuem sujeito (oração sem sujeito). Justamente por isso, tais verbos devem ficar sempre na 3ª
pessoa do singular.
Dessa forma, são gramaticalmente incorretas construções como "houveram novos casos de morte.". O correto seria: "houve novos
casos de morte".
Cabe dizer que a vírgula está empregada corretamente, servindo para isolar o termo "Lamentavelmente" que é um adjunto
adverbial deslocado de sua posição original.
Logo, somente a redação do item II está gramaticalmente correta!
200. FAURGS 2016
A alimentação correta, saudável, equilibrada e com suficiente aporte de calorias e nutrientes é essencial para o bem-estar e
qualidade de vida. Boa alimentação e hábitos saudáveis, como a prática de atividade física, são fatores essenciais na promoção da
saúde e na prevenção de doenças.
Hoje, somos levados a dar atenção para os negativos reflexos econômicos e sociais provocados pelo sobrepeso ou pela obesidade.
No mundo corporativo, já se vê o avanço em torno da adoção de programas de qualidade de vida, e a alimentação, é claro, tem
foco especial.
É importante ter orientações que nos ajudem a lidar com o problema da obesidade. É preciso que todos sejam alertados dos riscos
decorrentes da ingestão de alimentos e bebidas ricas em calorias, gorduras, sódio e açúcares. Gestos simples que envolvam, por
exemplo, reduzir o consumo de sal, comer mais frutas, verduras e grãos integrais, aliados a atividades físicas regulares,
representam, efetivamente, conforme apontam estudos, uma grande e decisiva diferença, quando buscamos o bem-estar.
Faz-se necessário unir esforços para promover estilos de vida saudáveis, com respeito, inclusive, às dimensões culturais e
regionais. Campanhas de educação alimentar, que correspondam a uma atitude de responsabilidade social, de ação inserida no
contexto do desenvolvimento sustentável, devem ser desenvolvidas com urgência. A segurança alimentar e nutricional, importa
ressaltar, é preceito que deve nortear o desenvolvimento de tais ações.
O conceito de segurança alimentar e nutricional, segundo a Organização Mundial da Saúde – OMS, implica promover o direito de
todos os cidadãos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade em quantidade suficiente.
Adaptado de: Alimentação saudável. Disponível em:<http://assertbrasil.com.br/alimentacao-saudavel/>. Acesso em: 19 ago.
2016.
Se substituíssemos o vocábulo Gestos, no parágrafo que se estende, por Gesto, quantos outros vocábulos obrigatoriamente teriam
de ser também passados para o singular?
a) Um.
b) Dois.
c) Três.
d) Quatro.
e) Cinco.
➢ Comentários:
Gabarito: LETRA C.
Redação original: "Gestos simples que envolvam, por exemplo, reduzir o consumo de sal, comer mais frutas, verduras e grãos
integrais, aliados a atividades físicas regulares, representam, efetivamente, conforme apontam estudos, uma grande e decisiva
diferença, quando buscamos o bem-estar."
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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Os termos "envolvam", "aliados" e "representam" estão no plural para concordar com o substantivo "gestos".
Redação proposta: "Gesto simples que envolva, por exemplo, reduzir o consumo de sal, comer mais frutas, verduras e grãos 194
integrais, aliado a atividades físicas regulares, representa, efetivamente, conforme apontam estudos, uma grande e decisiva
diferença, quando buscamos o bem-estar."
Os termos "envolva", "aliado" e "representa" estão no singular para concordar com o substantivo "gesto".
Observação: o adjetivo "simples" apresenta a mesma forma para singular, plural, feminino e masculino:
rapaz simples;
moça simples;
rapazes simples;
moças simples.
Dessa forma, se substituíssemos o vocábulo Gestos por Gesto, três outros vocábulos obrigatoriamente teriam de ser também
passados para o singular.
201. FAURGS OJ 2014
Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo.
Quase todo mundo conhece a história original (grega) sobre Narciso: um belo rapaz que, todos os dias, ia contemplar seu rosto
num lago. Era tão fascinado por si mesmo que, certa manhã, quando procurava admirar-se mais de perto, caiu na água e terminou
morrendo afogado. No lugar onde caiu, nasceu uma flor, que passamos a chamar de Narciso.
O escritor Oscar Wilde, porém, tem uma maneira diferente de terminar esta história. Ele diz que, quando Narciso morreu, vieram
as Oréiades – deusas do bosque – e viram que a água doce do lago havia se transformado em lágrimas salgadas.
“Por que você chora?”, perguntaram as Oréiades.
“Choro por Narciso”.
“Ah, não nos espanta que você chore por Narciso”, continuaram elas. “Afinal de contas, todas nós sempre corremos atrás dele
pelo bosque, mas você era o único que tinha a oportunidade de contemplar de perto a sua beleza”.
“Mas Narciso era belo?”, quis saber o lago.
“Quem melhor do que você poderia saber?”, responderam, surpresas, as Oréiades. “Afinal de contas, era em suas margens que
ele se debruçava todos os dias”.
O lago ficou algum tempo quieto. Por fim, disse: “eu choro por Narciso, mas jamais havia percebido que era belo. Choro por ele
porque, todas as vezes que ele se deitava sobre as minhas margens, eu podia ver, no fundo dos seus olhos, a minha própria beleza
refletida”.
Adaptado de: COELHO, Paulo. O lago e Narciso (http://paulocoelhoblog.com/2010/01/02/o-lago-enarciso/). Acesso em 14 de abril
de 2014.
Se a palavra água estivesse no plural, quantas outras palavras na frase deveriam, necessariamente, sofrer modificações para fins
de concordância?
a) Uma.
b) Duas.
c) Três.
d) Quatro.
e) Cinco.
➢ Comentários:
"(...) e viram que a água doce do lago havia se transformado em lágrimas salgadas."
Nessa passagem, o sintagma "a água doce do lago" funciona como sujeito, sendo seu núcleo o termo "água".
Caso o substantivo "água" fosse ao plural, seus adjuntos e a estrutura verbal a ele relacionadas deveriam igualmente ir ao
número plural:
(...) e viram que AS águas DOCES do lago HAVIAM se transformado em lágrimas salgadas.
Portanto, a opção (C) é nosso gabarito!
202. FAURGS OJ 2014
Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo.
A farra com as crianças acabou? Pode ser que sim, pelo menos em parte. O Conanda (Conselho Nacional dos Direitos da Criança
e do Adolescente) aprovou resolução que proíbe propagandas voltadas para menores de idade no Brasil. Ela leva em conta que a
publicidade infantil, na maioria das vezes, contraria o Estatuto da Criança e do Adolescente e só deve ser usada para campanhas
de utilidade pública sobre alimentação, educação e saúde.
Essa é uma pauta que está já há algum tempo em discussão, sofrendo grande resistência do mercado. O consumo de produtos
infantis é um mercado importantíssimo e ainda um terreno a ser completamente explorado. Segundo o site da CCFC, Campaign
for a Commercial-Free Childhood, ONG que combate a propaganda abusiva para crianças, pessoas com menos de 14 anos são
responsáveis diretas por um gasto de 40 bilhões de dólares por ano – dez vezes mais do que dez anos atrás.
Empresas, agências e indústrias festejam esse número, que contempla o gasto com uma gama enorme de produtos, desde
alimentos e brinquedos, até roupas e viagens. E, para isso, contam com a publicidade, principalmente na TV.
Mas, além de induzir à compra e ao consumo desnecessário, a publicidade provoca outros efeitos. O National Bureau of Economic
Research fez um estudo que revela que, se os anúncios de redes de fast food fossem eliminados, a obesidade infantil diminuiria
em até 20%. Também aponta que a publicidade infantil tende a anular a autoridade dos pais, criando um confronto entre as
mensagens publicitárias e os valores familiares.
Segundo James McNeal, um dos papas do marketing infantil, estamos numa espécie de “era dourada das crianças”. Elas são tudo
o que o mercado quer: consumidoras compulsivas, vulneráveis às tendências ditadas pela publicidade. Mais ainda: influenciam
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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decisivamente os hábitos de consumo de pais, irmãos, avós e tios. “Quarenta milhões de americanos entre 2 e 12 anos são
responsáveis por influenciar um a cada sete dólares gastos no mercado dos EUA”, escreve ele. De acordo com o Instituto 195
InterScience, há dez anos, apenas 8% das crianças influenciavam as decisões de compras dos adultos. Hoje, esse número saltou
para 49%.
Outro levantamento da Viacom, dona do canal infantil Nickelodeon, mostra que mais de 40% das compras dos pais são
influenciadas pelos filhos. Segundo essa mesma pesquisa, 65% dos pais revelam que ouvem a opinião das crianças sobre os
produtos comprados para toda a família, como o carro, por exemplo. Elas dão palpite sobre cores, som, tipo do carro, bancos e
até o modelo das portas. A criança consumidora de hoje será o adulto consumidor de amanhã.
“Faz todo sentido que a busca incessante das empresas pela fidelização de seus clientes comece bem mais cedo. Nada mais
natural, portanto, olharmos as crianças como futuras consumidoras de diversos produtos, serviços e marcas”, diz James McNeal.
Países como Suécia, Alemanha, Espanha e Canadá já há algum tempo ______ legislações extremamente rígidas com o que chamam
de “métodos de persuasão infantil”, algo comparável a um assédio moral ou sexual. Uma campanha recente de gel para cabelos
foi banida por ter “sensualizado” personagens infantis. Na União Europeia, a legislação básica, válida para os 27 países-membros,
________ tudo o que explore “a inexperiência e credibilidade infantil”, que “encoraje crianças a persuadir pais ou outros a comprar
produtos ou serviços”, que “explore a confiança dos pais pelos seus filhos” e “________ cenas perigosas envolvendo menores”.
A resolução do Conanda não tem força de lei, embora possa servir de base para possíveis processos e ações. Já surgem
manifestações acusando a iniciativa de atentado à liberdade de expressão. Mas o limite dessa liberdade é a pregação contra a
integridade física e moral dos indivíduos. Um exemplo clássico é o veto à propaganda de cigarros.
Adaptado de: AMADO, Roberto. A proibição de propagada para crianças é novidade no Brasil, mas não no mundo desenvolvido.
Disponível em: http://www.diariodocentrodomundo.com.br/a-proibicaode-propagada-para-criancas-e-novidade-no-brasil-
masnao-no-mundo-desenvolvido/. Acessado em 20/04/2014.
Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas das linhas 26, 28 e 30.
a) tem – proíbe – mostre
b) têm – proíbe – mostre
c) têm – proíbe – mostrem
d) têm – proíbem – mostre
e) tem – proíbem – mostrem
➢ Comentários:
A primeira lacuna deve ser preenchida pela forma verbal "têm", em que o verbo "ter" concorda adequadamente com o termo
"países", seu sujeito: "Países como Suécia, Alemanha, Espanha e Canadá já há algum tempo TÊM legislações (...)". Assim,
descartamos as opções (A) e (E).
Por sua vez, a segunda lacuna fica adequadamente preenchida pela forma verbal "proíbe", em que o verbo "proibir" concorda
com a expressão "legislação básica", seu sujeito: "Na União Europeia, a legislação básica (...) PROÍBE tudo o que explore (...)".
Por fim, a terceira lacuna fica preenchida de modo adequado com a forma verbal "mostre", em que o verbo "mostrar" está
flexionada na terceira pessoa do singular do Presente do Subjuntivo, concordando com a expressão "tudo o que", em que o
pronome demonstrativo "o" (=aquilo) é retomado pelo pronome relativo "que", em "tudo o que explore (...) e [tudo o
que] MOSTRE cenas perigosas envolvendo menores".
Portanto, a opção (B) é o gabarito.
203. FAURGS 2014 – ADAPTADA
Assinale a alternativa que apresenta uma versão correta da frase Quando saiu a notícia de que a Copa seria no Brasil, não houve
como fugir do assunto, caso a palavra notícia estivesse no plural.
a) Quando saiu as notícias de que a Copa seria no Brasil, não houve como fugir do assunto.
b) Quando saiu as notícias de que a Copa seria no Brasil, não houveram como fugir do assunto.
c) Quando saiu as notícias de que a Copa seria no Brasil, não houve como fugir dos assuntos.
d) Quando saíram as notícias de que a Copa seria no Brasil, não houve como fugir do assunto.
e) Quando saíram as notícias de que a Copa seria no Brasil, não houve como fugir dos assuntos.
➢ Comentários:
No período, a oração "não houve como fugir do assunto" é a principal, relativamente à oração subordinada adverbial temporal
"Quando saiu a notícia de que a Copa seria no Brasil".
No contexto original, o sintagma "a notícia", cujo núcleo é o substantivo "notícia", funciona como sujeito do verbo "sair",
expresso sob a forma verbal "saiu". Observe que, na sentença, temos um caso de sujeito posposto, isto é, colocado após o verbo
intransitivo "sair".
Caso o termo "notícia" estivesse no plural, apenas seu adjunto adnominal "a" (representado pelo artigo definido "a") e o verbo
"sair" sofreriam alteração, indo ao plural: Quando SAÍRAM AS notícias de que a Copa seria no Brasil, não houve como fugir do
assunto.
Para facilitar a visualização, poderíamos reescrever a oração subordinada adverbial na ordem direta (sujeito -
verbo): Quando AS notícias de que a Copa seria no Brasil SAÍRAM, não houve como fugir do assunto.
Portanto, a opção (D) é nossa resposta.
Nas demais opções:
a) a forma verbal "saiu" deve ser substituída por "saíram", concordando com o termo "notícias", núcleo do sujeito "as notícias".
b) novamente, deve-se substituir a forma "saiu" por "saíram". Ademais, o sintagma "as notícias" é sujeito da oração
subordinada, não impactando a flexão do verbo "haver" na oração principal, devendo tal verbo permanecer na terceira pessoa
do singular: (...) não houve como fugir do assunto.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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c) mais uma vez, "saiu" deve ser substituída por "saíram". Ademais, a expressão "dos assuntos" foi inadequadamente levada ao
plural. 196
e) embora a forma "saíram" esteja corretamente no plural, a expressão "dos assuntos" não se relaciona ao substantivo
"notícias", razão por que deve ser mantida no singular: "do assunto".
Gabarito: D.
Vozes Verbais Dica! Passar a oração da voz passiva sintética para a voz
Voz Ativa: o sujeito pratica a ação. Exemplo: Maria passiva analítica, conseguindo (com lógica, é claro) há 99%
presenteou João. de chance do "SE" ser pronome apassivador.
Voz Passiva: o sujeito recebe a ação de outrem. Exemplo: Exemplo: Compram-se roupas usadas. (O verbo "comprar" é
João foi presenteado por Maria. transitivo direto.)
Voz Reflexiva: o sujeito pratica a ação sobre ele Botando a dica em prática: Roupas usadas são compradas.
mesmo. Exemplo: Eu me presenteei. (Estão vendo que deu certo na voz passiva analítica?)
Voz Reflexiva Recíproca: dois sujeitos praticam a ação (um Índice de indeterminação do Sujeito:o sujeito
no outro) . Exemplo: Eles não se presentearam. indeterminado ocorre com verbos que não admitem
O que há em comum entre as vozes verbais? Todas as complementos diretos, ou seja, com verbos transitivos
orações têm sujeito! Assim, em orações sem sujeito (sujeito indiretos, intransitivos ou de ligação. Exemplo: Precisa-se de
inexistente) não há voz verbal, ok? ajudante. (O verbo "precisar" é transitivo indireto.)
Voz Ativa Convertendo a voz ativa em voz passiva:
Na voz ativa, conforme resumimos inicialmente, o Passo-a-passo:
sujeito pratica a ação (chamamos de sujeito agente), 1) O objeto direto da voz ativa passa a ser o sujeito da voz
vejamos: passiva.
Manoel roubou uma laranja. 2) Sujeito passa a ser agente da passiva.
Ana cantou músicas de Roberto Carlos. 3) O verbo na forma ativa passa a ser uma locução (verbo
As crianças brincam no parque. ser/estar + particípio do verbo da voz ativa)
Tu dançaste na festa? 4) A locução verbal (voz passiva) deve manter o tempo e o
Ela nadava muito bem. modo verbal original (da voz ativa)
Voz Passiva Colocando as regras em prática:
Na voz passiva, o sujeito sofre a ação (chamamos sujeito Voz Ativa:Ele alcançou o sucesso.
paciente), lembra né? Agora vamos aos detalhes: Ele: sujeito
1) Voz Passiva Analítica sucesso: objeto direto
Locução Verbal: verbo auxiliar (ser, estar) + verbo no verbo: alcançou (pretérito perfeito do Indicativo)
particípio Voz Passiva:O sucesso foi alcançado por ele.
Exemplo: Pedro foi convidado para a festa. (verbo ser + O objeto direto da voz ativa ("o sucesso") passou a ser sujeito
particípio do verbo "convidar") da voz passiva.
Exemplo: O projeto foi executado pelo professor. (verbo ser O sujeito da voz ativa ("Ele") passou a ser agente da passiva.
+ particípio do verbo "executar") O verbo "alcançou" (pretérito perfeito do Indicativo)
Exemplo: A casa será pintada amanhã. (verbo ser + transformou-se na locução "foi alcançado" (verbo "ser" no
particípio do verbo "pintar") pretérito perfeito do Indicativo + particípio do verbo
Exemplo: O território está cercado pelos inimigos. (verbo "alcançar").
estar + particípio do verbo "cercar") Convertendo a voz passiva em voz ativa
Atenção! O verbo auxiliar deve concordar em pessoa e em Para passarmos uma oração da voz PASSIVA para a voz
número com o sujeito. O verbo no particípio deve concordar ATIVA, fazemos exatamente o oposto, vejamos:
em gênero e em número com o sujeito. Passo-a-passo:
2) Voz Passiva Sintética 1) O agente da passiva passa a ser o sujeito da voz ativa.
Verbo transitivo direto + pronome apassivador "SE" 2) O sujeito da voz passiva passa a ser o objeto direto da voz
Verbo transitivo direto e indireto + pronome apassivador ativa.
"SE" 3) A forma verbal passiva (locução: verbo ser/estar +
Perceberam que nas duas hipóteses há verbo transitivo particípio) é transformada em ativa: o verbo auxiliar é
direto? É isso mesmo, não há voz passiva sintética com verbo eliminado e o verbo no particípio passa a ser conjugado no
apenas transitivo indireto, com verbo intransitivo ou com tempo verbal do verbo auxiliar da voz passiva.
verbo de ligação, pois a oração deve ter objeto direto!! Para que possamos visualizar melhor a transformação,
Exemplo: Vendem-se casas para veraneio. (verbo vender + vejamos as orações:
se) Voz passiva: Maria é confrontada por João.
Exemplo: Convidou-se a professora. (verbo convidar + se) Voz ativa: João confronta Maria.
Exemplo: Consertam-se geladeiras. (verbo consertar + se) João é agente da passiva, passa a ser sujeito da ativa. Maria
Não podemos confundir o pronome apassivador "SE" e o é sujeito da passiva, passa a ser objeto direto da ativa. A
índice de indeterminação do sujeito "SE", vejamos a locução verbal "é confrontada" (verbo "ser" no presente +
diferença: particípio do verbo principal "confrontar") se torna forma
Pronome Apassivador: verbo transitivo DIRETO ou verbal "confronta". Percebam que eliminamos o verbo
transitivo DIRETO e indireto. Em suma, deve haver auxiliar "é" (presente) e o verbo principal, antes no
complemento DIRETO. particípio, passa a ser conjugado no presente (do mesmo
modo que o auxiliar era): confronta.
Voz Reflexiva
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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A voz reflexiva é aquela em que o sujeito pratica e sofre a verbo "suicidar" em prova escrita, prefiram a expressão
ação ao mesmo tempo. "cometeu suicídio" ou outra do gênero, pois alguns 197
Dica! Pode parecer "boba", mas funciona... Associem a voz examinadores interpretam a expressão "se suicidou" como
reflexiva ao "reflexo de espelho" e à frase: eu me olhei no pleonástica, visto que uma pessoa não pode "suicidar"
espelho. outra, apenas a si mesma.
Exemplo: Eu me olhei no espelho - voz reflexiva Voz Reflexiva Recíproca
O sujeito olha para ele mesmo e é "olhado" por ele mesmo A voz reflexiva recíproca é aquela em que dois ou mais
(pratica e sofre a ação ao mesmo tempo). sujeitos praticam e sofrem ação um no outro (são agentes e
Outros exemplos para fixar o conceito: pacientes um do outro).
João se penteava com cuidado. Exemplo: Arnaldo e Josefina se falam todos os dias. (Os dois
Maria se amava muito. praticam e sofrem a ação.)
Eu me cortei ontem. Exemplo: Os artistas se alfinetavam na internet. ("Alfinetar"
Um presidiário se matou. com sentido de criticar. Ação praticada e sofrida pelos
Cuidado com o verbo "suicidar": alguns gramáticos sujeitos ao mesmo tempo.)
entendem que esse verbo é reflexivo por natureza, outros Exemplo: Eles se olharam por horas.
que não há voz reflexiva o envolvendo, pois o "se" não tem Exemplo: As crianças se estranhavam sem motivo.
função de objeto direto. Na dúvida, se forem empregar o Exemplo: Os rivais se cumprimentaram antes da luta.

204. FAURGS 2018


A questão a seguir se refere ao texto abaixo.
A maioria das pessoas acha que conviver com robôs é algo futurista, mas, de certo modo, eles já estão entre nós, influenciando
decisões e, até mesmo, o rumo de nossas vidas. Do aplicativo que sugere sua próxima refeição, passando pelo serviço de streaming
ofertando o filme que você vai assistir(a), até os secretários pessoais que auxiliam em situações diárias, os sistemas de inteligência
artificial são uma realidade. Tudo isto constitui um caminho sem volta, na opinião de especialistas, que destacam os benefícios
das maravilhas digitais, mas também alertam que o avanço dessas tecnologias pode, no futuro, tornar a inteligência humana
obsoleta.
Robôs humanoides no cotidiano são ficção, não por limitações técnicas, mas pela dificuldade das pessoas em lidar com isso. “Basta
colocar um smartphone num boneco que anda”, brinca o cientista de dados Ricardo Cappra, que atuou na estratégia digital da
campanha presidencial de Barack Obama, em 2008. O exemplo pode parecer forçado, mas faz sentido. Celulares modernos têm
assistentes virtuais que impressionam(b).
Com inteligência artificial, eles conhecem os hábitos dos donos e personalizam seu funcionamento. Além de realizar tarefas
básicas, como organizar agenda, programar viagens e responder mensagens, eles analisam a rotina das pessoas e sugerem o
horário em que devem sair de casa para o trabalho, considerando o tráfego no trajeto habitual, avaliam o histórico de buscas para
oferecer notícias de interesse e podem até conversar, por voz, como uma “pessoa”.
Raúl Rentería, diretor do centro de pesquisas do Bing, da Microsoft, explica que a Cortana usa o conhecimento criado pelas
conexões entre entidades no buscador(c). Com a repetição das buscas, o motor aprende a relacionar as informações. Sabe, por
exemplo, que Flamengo é um bairro no Rio, mas também um time de futebol. E esses dados são usados pelo assistente virtual.
A inteligência artificial está em incontáveis outros serviços. Sites de comércio eletrônico analisam o perfil de buscas e compras de
cada cliente(d) para fazer ofertas personalizadas. Serviços de streaming de vídeo, como YouTube e Netflix, avaliam o que já foi
assistido para sugerir opções ao gosto de cada um. Para especialistas, a digitalização facilitou a produção de informações(e), e a
inteligência artificial surge como um filtro necessário.
Carlos Pedreira, professor de Engenharia de Sistemas e Computação da Coppe/UFRJ, explica que as tecnologias de inteligência
computacional são desenvolvidas há anos, mas, recentemente, houve uma explosão no volume de dados e na capacidade de
armazenamento e processamento dessas informações, o chamado Big Data.
– Os benefícios não são apenas na área do marketing e serviços – diz Pedreira. – Apesar de eu achar que os humanos nunca serão
superados, existem situações em que os sistemas computacionais fazem coisas que não podemos. Na medicina, uma pessoa não
analisa 20 medidas por célula de um conjunto de dois milhões de células. Essas máquinas conseguem.
Nem todos são simpáticos ao fenômeno. O historiador israelense Yuval Harari, autor do best-seller “Sapiens – Uma breve história
da Humanidade”, acha que o ser humano se tornará obsoleto. Segundo ele, dentro de 40 anos, não só taxistas serão substituídos
por carros autômatos, mas cerca de 50% de todos os empregos em economias avançadas. Isso impõe um desafio de sobrevivência
da própria espécie.
– Provavelmente nós somos das últimas gerações do homo sapiens. Um bebê nascido hoje ainda terá netos, mas não estou certo
de que esses netos terão netos, ao menos não humanos. Dentro de um século ou dois, os humanos se tornarão super-humanos
ou desaparecerão. De qualquer forma, os seres que dominarão o planeta em 2200 serão mais diferentes de nós do que somos
diferentes dos chimpanzés – acredita Yuval Harari.
Adaptado de MATSUURA, Sérgio. Robôs podem tornar inteligência humana obsoleta, dizem especialistas. O Globo, Rio
de Janeiro, 18 de abril de 2016. Disponível em: <https://oglobo.globo.com/sociedade/tecnologia/robospodem-
tornar-inteligencia-humana-obsoleta-dizem-especialistas-19109977>. Acesso em: 10 jan. 2018.
Nas alternativas a seguir, algumas orações que no texto estavam na voz ativa foram reescritas na voz passiva. Qual das propostas
de reescrita abaixo NÃO é gramaticalmente correta?
a) que você vai assistir – que vai ser assistido por você
b) Celulares modernos têm assistentes virtuais que impressionam. – Assistentes virtuais que impressionam são tidos
pelos celulares modernos.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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c) a Cortana usa o conhecimento criado pelas conexões entre entidades no buscador – o conhecimento criado pelas
conexões entre entidades do buscador é usado pela Cortana 198
d) Sites de comércio eletrônico analisam o perfil de buscas e compras de cada cliente – O perfil de buscas e compras de
cada cliente é analisado por sites de comércio eletrônico
e) a digitalização facilitou a produção de informações – a produção de informações foi facilitada pela digitalização
➢ Comentários:
Gabarito: Letra B.
Na sentença "Celulares modernos têm assistentes virtuais que impressionam", o verbo "ter" foi empregado na acepção de
"possuir". Trata-se de um verbo que, mesmo sendo transitivo direto, não admite a transposição para a voz passiva, pois apresenta
sentido de posse. Desse modo, a construção "Assistentes virtuais que impressionam são tidos pelos celulares modernos" está
inadequada, validando o gabarito: opção (B).
Nas demais opções:
a) a construção "que vai ser assistido por você" está adequada, valendo destacar a adequada manutenção do tempo verbal na
locução de voz passiva analítica em epígrafe.
c) o segmento "o conhecimento (...) é usado pela Cortana" está em conformidade com a norma-padrão, mantendo tanto o tempo
verbal (Presente do Indicativo) quanto a concordância com o termo "conhecimento", núcleo do sujeito.
) o sintagma "o perfil de buscas e compras de cada cliente" funciona como sujeito paciente, tendo como núcleo o termo "perfil".
Por esse motivo, a locução verbal de voz passiva "é analisado" permaneceu adequadamente na terceira pessoa do singular.
e) novamente temos uma correta transposição de voz verbal, em que a expressão "foi utilizada" concorda adequadamente com
o termo "produção", núcleo do sujeito paciente.
205. FAURGS ADAPTADA:
Qual das alternativas abaixo apresenta uma oração na voz passiva?
a) Já não dá mais para escapar
b) Foi Rubem Braga quem cunhou a expressão
c) Expõem-se ali todos
d) Sempre gostei de ver o Carnaval dos outros
e) até para a festa dos tímidos eu era tímido demais
➢ Comentários:
GABARITO LETRA C
Uma oração está na voz passiva quando o sujeito sofre a ação verbal. Há dois tipos de voz passiva: a analítica e a sintética ou
pronominal.
A voz passiva analítica é formada, em geral, pelos verbos ser ou estar e pelo particípio do verbo principal.
O presidente foi eleito pelo povo.
O presidente é o sujeito (paciente) que sofre a ação de ser eleito; o povo é o agente da passiva, ou seja, a pessoa que pratica a
ação de eleger o presidente.
A voz passiva sintética ou pronominal é formada por um verbo principal na terceira pessoa (do singular ou do plural) e
pelo pronome apassivador se.
Hoje se realizam pesquisas bem avançadas.
Pesquisas bem avançadas é o sujeito (paciente) de se realizam.
Na transposição da passiva sintética para a passiva analítica, essa frase fica assim:
Hoje são realizadas pesquisas bem avançadas.
Somente os verbos transitivos diretos ou transitivos diretos e indiretos aceitam a conversão da voz ativa para a voz passiva.
LETRA "A"-ERRADA. Já não dá mais para escapar
A frase acima está na voz ativa, e não na voz passiva, pois não há locução verbal constituída de verbos ser ou estar + particípio,
nem verbo na terceira pessoa + pronome apassivador "se".
LETRA "B"-ERRADA. Foi Rubem Braga quem cunhou a expressão
A frase acima está na voz ativa, e não na voz passiva, pois não há locução verbal constituída de verbos ser ou estar + particípio,
nem verbo na terceira pessoa + pronome apassivador "se".
LETRA "C"-CORRETA. Expõem-se ali todos
Essa oração está na voz passiva sintética, pois o verbo expor é transitivo direto, está na terceira pessoa (do plural) e acompanhado
do pronome apassivador "se".
Na transposição da passiva sintética para a passiva analítica, essa frase fica assim: Todos ali são expostos.
LETRA "D"-ERRADA. Sempre gostei de ver o Carnaval dos outros
A frase acima está na voz ativa, e não na voz passiva, pois não há locução verbal constituída de verbos ser ou estar + particípio,
nem verbo na terceira pessoa + pronome apassivador "se".
LETRA "E"-ERRADA. até para a festa dos tímidos eu era tímido demais
A frase acima está na voz ativa, e não na voz passiva, pois não há locução verbal constituída de verbos ser ou estar + particípio,
nem verbo na terceira pessoa + pronome apassivador "se".
206. FAURGS 2016:
Considere as frases a seguir, extraídas do texto.
I - Talvez por isso não tenha conseguido que cultivássemos nosso gosto pelo repertório clássico.
II - Dali a algumas horas, as caixas seriam devolvidas ao seu verdadeiro dono, o Rei Roberto, que praticamente morava ali dentro.
III - Passei a gostar do som que me acordava aos domingos e um tanto mais de meu pai.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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IV - Um clássico é colocado na vitrola e ele vai às lágrimas.


Quais contêm oração na voz passiva? 199
a) Apenas I e III.
b) Apenas II e III.
c) Apenas II e IV.
d) Apenas III e IV.
e) Apenas I, II e IV.
➢ Comentários:
A alternativa "C" é a CORRETA.
A questão trata da voz ativa e da voz passiva.
Na VOZ ATIVA, o sujeito PRATICA a ação expressa pelo verbo. Chamamos de sujeito agente.
Na VOZ PASSIVA, o sujeito RECEBE a ação expressa pelo verbo. Chamamos de sujeito paciente.
Voz passiva sintética: Verbo transitivo direto ou transitivo direto e indireto + pronome apassivador "SE"
Voz passiva analítica: verbo auxiliar (ser, estar) + verbo no particípio
Devemos indicar quais trechos contêm oração na VOZ PASSIVA. Vamos lá?
I - Talvez por isso não tenha conseguido que cultivássemos nosso gosto pelo repertório clássico. - apenas VOZ ATIVA.
A oração está na voz ativa, com um sujeito ativo elíptico (oculto). A frase refere-se ao pai da narradora, portanto o pronome "ele"
está implícito como sujeito na oração. Assim:
→ Talvez por isso (ele) não tenha conseguido que cultivássemos nosso gosto pelo repertório clássico.
O sujeito pratica a ação de não conseguir. Assim, a oração está na voz ativa.
II - Dali a algumas horas, as caixas seriam devolvidas ao seu verdadeiro dono, o Rei Roberto, que praticamente morava ali dentro.
- contém VOZ PASSIVA.
Temos aqui a voz passiva analítica, formada pelo verbo auxiliar "ser" (seriam) + verbo principal "devolver" no particípio: seriam
devolvidas.
Vale destacar que a oração "que praticamente morava ali" está na voz ativa, com o termo referente "Rei Roberto" praticando a
ação de morar.
III - Passei a gostar do som que me acordava aos domingos e um tanto mais de meu pai. - apenas VOZ ATIVA.
O sujeito oculto "eu" pratica a ação de "passar a gostar". Além disso, o termo referente "o som" pratica a ação de acordar. Temos
apenas a voz ativa.
IV - Um clássico é colocado na vitrola e ele vai às lágrimas. - contém VOZ PASSIVA.
Temos aqui a voz passiva analítica, formada pelo verbo auxiliar "ser" (é) + verbo principal "colocar" no particípio: é colocado. O
sujeito "Um clássico" sofre a ação de ser colocado na vitrola.
Apenas os trechos II e IV contêm orações na VOZ PASSIVA, portanto a alternativa "C" é a CORRETA.
207. FAURGS 2016
A viagem do descobrimento
Em 1411, D. João I quis promover um torneio, que duraria um ano, para dar aos filhos homens, D. Duarte, D. Pedro, D. Henrique
e D. Fernando, a chance de se tornarem cavaleiros(a). Mas uma série de fatores, reais e sobrenaturais, se conjugaram e, ao invés
de organizar tal torneio, o rei decidiu planejar uma espécie de cruzada, ____ objetivo seria a conquista da cidade de Ceuta, em
Marrocos.
Em primeiro lugar, despontaram os interesses dos mercadores e da burguesia marítima lusitana, ____ o rei estava associado:
Ceuta, além de monopolizar todo o comércio do Norte da África, se tornara também um “ninho de piratas”, bloqueando a
estratégica passagem do estreito de Gibraltar. Depois, havia o espírito da reconquista e o ódio aos árabes, que ainda incendiavam
a nobreza, ____ D. João fazia parte. Por fim, desenrolava- se uma complexa trama político-religiosa: como a Cristandade estava
dividida entre três papas – Gregório XII, em Roma; Bento XIII, em Avignon; e João XXII, em Pisa –, um concílcio fora marcado para
se realizar em Constança em outubro de 1415(b), no qual seria escolhido o chefe supremo da Igreja(c). Portugal obedecia ao papa
de Roma e Castela ao de Avignon. D. João concluiu que um ataque aos “infiéis” árabes aumentaria seu prestígio junto à Igreja,
fosse qual fosse o papa aclamado. Dessa forma, uma vitória contra os mouros virtualmente acabaria com a permanente ameaça
castelhana sobre a soberania de Portugal.
Com apenas 19 anos, D. Henrique foi encarregado de construir uma frota no Norte do país(d). A cruzada contra Ceuta foi
desencadeada num clima de milagres e augúrios(e). Houve eclipse, um monge do Porto teve uma visão e a rainha Filipa – vitimada
pela peste, contraída após um prolongado e imprudente jejum religioso – chamou os filhos e exortou-lhes a obter a vitória contra
os infiéis.
Adaptado de BUENO, Eduardo. A viagem do descobrimento: a verdadeira história da expedição de Cabral. Rio de Janeiro: Objetiva,
1998. Páginas 49-50.
Assinale a alternativa que NÃO apresenta uma construção na voz passiva.
a) Em 1411, D. João I quis promover um torneio, que duraria um ano, para dar aos filhos homens, D. Duarte, D. Pedro, D.
Henrique e D. Fernando, a chance de se tornarem cavaleiros.
b) um concílio fora marcado para se realizar em Constança em outubro de 1415.
c) no qual seria escolhido o chefe supremo da Igreja.
d) Com apenas 19 anos, D. Henrique foi encarregado de construir uma frota no Norte do país,
e) A cruzada contra Ceuta foi desencadeada num clima de milagres e augúrios.

Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019


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➢ Comentários:
Gabarito: LETRA A. 200
Na língua portuguesa, a voz passiva analítica é formada pela junção do verbo auxiliar ser com o particípio do verbo principal. Por
exemplo: na frase "a câmera é fixada, os olhos e os ouvidos são abertos", temos a presença do verbo ser (é e são) com o verbo
principal no particípio (fixada e abertos).
Nas letras B, C, D e E, as frases estão na voz passiva analítica, pois há a presença do verbo auxiliar ser com o particípio do verbo
principal. Por isso, elas NÃO servem de resposta! Vejamos:
b) um concílio FORA MARCADO para se realizar em Constança em outubro de 1415. (verbo ser flexionado na 3ª pessoa do
singular do pretérito mais-que-perfeito do indicativo: fora)
c) no qual SERIA ESCOLHIDO o chefe supremo da Igreja. (verbo ser flexionado na 3ª pessoa do singular do futuro do pretérito do
indicativo: seria)
d) Com apenas 19 anos, D. Henrique FOI ENCARREGADO de construir uma frota no Norte do país, (verbo ser flexionado na 3ª
pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo: foi)
e) A cruzada contra Ceuta FOI DESENCADEADA num clima de milagres e augúrios. (verbo ser flexionado na 3ª pessoa do singular
do pretérito perfeito do indicativo: foi)
A única alternativa que não apresenta voz passiva é a letra A: Em 1411, D. João I quis promover um torneio, que duraria um ano,
para dar aos filhos homens, D. Duarte, D. Pedro, D. Henrique e D. Fernando, a chance de se tornarem cavaleiros.
Aqui, o sujeito pratica a ação verbal em todas as orações. Note que NÃO há a construção do verbo ser + o particípio.
Observação: o verbo tornar foi empregado como verbo pronominal, pois não é conjugado sem o pronome:
eu me torno
tu te tornas;
ele se torna;
nós nos tornamos;
vós vos tornais;
eles se tornam
208. FAURGS OJ 2014
Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo.
A farra com as crianças acabou? Pode ser que sim, pelo menos em parte. O Conanda (Conselho Nacional dos Direitos da Criança
e do Adolescente) aprovou resolução que proíbe propagandas voltadas para menores de idade no Brasil. Ela leva em conta que a
publicidade infantil, na maioria das vezes, contraria o Estatuto da Criança e do Adolescente e só deve ser usada para campanhas
de utilidade pública sobre alimentação, educação e saúde.
Essa é uma pauta que está já há algum tempo em discussão, sofrendo grande resistência do mercado. O consumo de produtos
infantis é um mercado importantíssimo e ainda um terreno a ser completamente explorado. Segundo o site da CCFC, Campaign
for a Commercial-Free Childhood, ONG que combate a propaganda abusiva para crianças, pessoas com menos de 14 anos são
responsáveis diretas por um gasto de 40 bilhões de dólares por ano – dez vezes mais do que dez anos atrás.
Empresas, agências e indústrias festejam esse número, que contempla o gasto com uma gama enorme de produtos, desde
alimentos e brinquedos, até roupas e viagens. E, para isso, contam com a publicidade, principalmente na TV.
Mas, além de induzir à compra e ao consumo desnecessário, a publicidade provoca outros efeitos. O National Bureau of Economic
Research fez um estudo que revela que, se os anúncios de redes de fast food fossem eliminados, a obesidade infantil diminuiria
em até 20%. Também aponta que a publicidade infantil tende a anular a autoridade dos pais, criando um confronto entre as
mensagens publicitárias e os valores familiares.
Segundo James McNeal, um dos papas do marketing infantil, estamos numa espécie de “era dourada das crianças”. Elas são tudo
o que o mercado quer: consumidoras compulsivas, vulneráveis às tendências ditadas pela publicidade. Mais ainda: influenciam
decisivamente os hábitos de consumo de pais, irmãos, avós e tios. “Quarenta milhões de americanos entre 2 e 12 anos são
responsáveis por influenciar um a cada sete dólares gastos no mercado dos EUA”, escreve ele. De acordo com o Instituto
InterScience, há dez anos, apenas 8% das crianças influenciavam as decisões de compras dos adultos. Hoje, esse número saltou
para 49%.
Outro levantamento da Viacom, dona do canal infantil Nickelodeon, mostra que mais de 40% das compras dos pais são
influenciadas pelos filhos. Segundo essa mesma pesquisa, 65% dos pais revelam que ouvem a opinião das crianças sobre os
produtos comprados para toda a família, como o carro, por exemplo. Elas dão palpite sobre cores, som, tipo do carro, bancos e
até o modelo das portas. A criança consumidora de hoje será o adulto consumidor de amanhã.
“Faz todo sentido que a busca incessante das empresas pela fidelização de seus clientes comece bem mais cedo. Nada mais
natural, portanto, olharmos as crianças como futuras consumidoras de diversos produtos, serviços e marcas”, diz James McNeal.
Países como Suécia, Alemanha, Espanha e Canadá já há algum tempo têm legislações extremamente rígidas com o que chamam
de “métodos de persuasão infantil”, algo comparável a um assédio moral ou sexual. Uma campanha recente de gel para cabelos
foi banida por ter “sensualizado” personagens infantis. Na União Europeia, a legislação básica, válida para os 27 países-membros,
proíbe tudo o que explore “a inexperiência e credibilidade infantil”, que “encoraje crianças a persuadir pais ou outros a comprar
produtos ou serviços”, que “explore a confiança dos pais pelos seus filhos” e “mostre cenas perigosas envolvendo menores”.
A resolução do Conanda não tem força de lei, embora possa servir de base para possíveis processos e ações. Já surgem
manifestações acusando a iniciativa de atentado à liberdade de expressão. Mas o limite dessa liberdade é a pregação contra a
integridade física e moral dos indivíduos. Um exemplo clássico é o veto à propaganda de cigarros.

Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019


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Adaptado de: AMADO, Roberto. A proibição de propagada para crianças é novidade no Brasil, mas não no mundo desenvolvido.
Disponível em: http://www.diariodocentrodomundo.com.br/a-proibicaode-propagada-para-criancas-e-novidade-no-brasil- 201
masnao-no-mundo-desenvolvido/. Acessado em 20/04/2014.
Assinale a alternativa com um período extraído do texto que NÃO contém oração na voz passiva.
a) Ela leva em conta que a publicidade infantil, na maioria das vezes, contraria o Estatuto da Criança e do Adolescente e
só deve ser usada para campanhas de utilidade pública sobre alimentação, educação e saúde.
b) O National Bureau of Economic Research fez um estudo que revela que, se os anúncios de redes de fast food fossem
eliminados, a obesidade infantil diminuiria em até 20%.
c) “Quarenta milhões de americanos entre 2 e 12 anos são responsáveis por influenciar um a cada sete dólares gastos no
mercado dos EUA”, escreve ele.
d) Outro levantamento da Viacom, dona do canal infantil Nickelodeon, mostra que mais de 40% das compras dos pais
são influenciadas pelos filhos.
e) Uma campanha recente de gel para cabelos foi banida por ter “sensualizado” personagens infantis.
➢ Comentários:
Questão sobre vozes verbais, cuja resposta é encontrada na letra (C).
No contexto em apreço, a forma verbal "são" é proveniente de "ser", um verbo de ligação. Não há, portanto, que se falar em
transposição para a voz passiva.
Para complementar a análise, vale destacar que, na passagem, o sintagma "Quarenta milhões de americanos entre 2 e 12 anos"
funciona como sujeito, enquanto o constituinte sintático "responsáveis por influenciar (...) gastos" exerce a função de predicativo
do sujeito, caracterizando a ordem direta SUJEITO + VERBO DE LIGAÇÃO + PREDICATIVO.
Nas demais opções:
a) o trecho "[a publicidade infantil] só deve ser usada" está na voz passiva analítica, sendo marcada pela locução "deve ser usada".
Nesse contexto, o sintagma "a publicidade infantil" está elíptico, sendo apresentado apenas na primeira oração do período.
b) a oração "se os anúncios de redes de fast food fossem eliminados", também observamos a locução verbal de voz passiva
analítica "fossem eliminados" (SER + PARTICÍPIO). Nesse contexto, o sintagma "os anúncios de redes de fast food" funciona como
sujeito paciente, aquele sofre/recebe a ação verbal.
d) o segmento "mais de 40% das compras dos pais são influenciadas pelos filhos" revela uma construção de voz passiva, em que:
- o sintagma "mais de 40% das compras dos pais" é o sujeito paciente;
- a expressão "são influenciadas" é uma locução verbal de voz passiva (SER + PARTICÍPIO), indo ao plural para concordar com o
sujeito;
- o sintagma "pelos filhos" funciona como agente da passiva.
e) o trecho "Uma campanha recente de gel para cabelos foi banida" está na voz passiva analítica, sendo caracterizada pela locução
verbal "foi banida" (SER + PARTICÍPIO), valendo destacar que o sintagma "Uma campanha recente de gel para cabelos" é o sujeito
paciente, tendo como núcleo o termo nominal "campanha".
209. FAURGS 2012 – ADAPTADA
Passando-se para a voz passiva A Internet realmente transformou o mundo e ela está substituindo os encontros entre pessoas ,
as formas verbais resultantes, respectivamente, são
a) tem sido transformado e têm substituído.
b) foi transformado e estão sendo substituídos.
c) tem sido transformado e têm sido substituídos.
d) está sendo transformado e estão sendo sustituídos.
e) foi transformado e têm sido substituídos.
➢ Comentários:
Na oração "A Internet realmente transformou o mundo", temos uma estrutura de voz ativa. Nesse contexto, o verbo "transformar"
é transitivo direto, satisfazendo uma das condições para a transposição de voz verbal. Na sequência, o sintagma "o mundo"
funciona como objeto direto, passando a desempenhar a função de sujeito paciente (aquele que sofre/recebe a ação verbal), ao
verter a construção para a voz passiva analítica:
O mundo foi transformado (...).
Vale chamar sua atenção para a expressão "foi transformado", composta pela estrutura SER + PARTICÍPIO, caracterizando a voz
passiva analítica. Ademais, a locução de voz passiva foi mantida no Pretérito Perfeito do Indicativo, tempo verbal inicialmente
apresentado. Sendo assim, apenas as assertivas (B) e (E) permanecem como possíveis respostas.
Por sua vez, a passagem "ela está substituindo os encontros entre pessoas", o verbo "substituir" também é transitivo direto, tendo
seu sentido complementado pelo sintagma "os encontros entre pessoas", seu objeto direto.
Convertendo a estrutura para a voz passiva analítica, obteremos a seguinte redação:
Os encontros entre pessoas estão sendo substituídos por ela.
Nesse contexto, a locução verbal de voz passiva "estão sendo substituídos" concordou adequadamente com o sintagma "os
encontros entre pessoas", seu sujeito. Vale destacar ainda que o pronome "ela" desempenha importante papel coesivo na
estrutura, retomando o termo "Internet", mencionado na oração precedente.
Gab. B

Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019


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Coesão e Coerência
INTRODUÇÃO do texto, evitando a repetição chata e cansativa, como a do 202
O texto é uma união de ideias que devem ser apresentadas exemplo acima. Assim, a coesão referencial é o emprego de
de forma COESA e COERENTE, mas o que estas expressões elementos linguísticos com o fim de substituir termos
significam, meus queridos? dentro do texto.
A coesão indica que o texto está composto por palavras, Vejam como o trecho "soa melhor" assim:
frases, orações, períodos e parágrafos unidos por elementos Texto com coesão referencial: O Brasil é repleto de belezas,
linguísticos adequados, que facilitam a compreensão do mas a violência do país acaba sendo mais destacada quando
leitor. ele é tema dos jornais.
A coerência indica que o texto apresenta ideias que Quando retomamos um termo (já mencionado), dizemos
“conversam” de forma lógica, sem contradições. Para que que o elemento tem valor anafórico, quando substituímos
este conceito fique em nossa mente, basta lembrar: o que é um termo posterior, dizemos que há valor catafórico.
uma pessoa incoerente? Quando falamos que uma pessoa é Macete!!!!
incoerente, queremos dizer que ela age de forma Associem o início da palavra "ANAFÓRICO" (AN)à ideia de
contraditória: fala uma coisa e faz outra, ataca um "ANTES": elemento anafórico retomatermoanteriormente
posicionamento que há pouco defendia, e por aí vai… citado, termo de antes.
Vamos contar uma "historinha" para que a ideia de ANafórico -> ANtes
coerência fique bem clara, então: "senta, que lá vem a Catafórico -> depois
história!" A coesão referencial pode ser realizada por meio de quase
Historinha: Maricota vive dizendo que odeia cigarro, que qualquer classe gramatical, sendo as mais comuns:
cigarro faz mal, que mata... Outro dia, João viu Maricota substantivo, adjetivo, verbo, advérbio, pronome, numeral.
fumando. A atitude dela é coerente? Não, pois ela foi vista Vamos analisar alguns exemplos para fixar o entendimento:
fazendo algo que sempre critica. Podemos dizer que A) Coesão referencial por meio de substantivo:
Maricota é uma pessoa incoerente. 1) Exemplo: A gripe aviária é muito perigosa. Deus nos
Ficou claro agora o que é incoerência, não é? Vamos proteja dessa doença. (Percebam que no trecho temos a
prosseguir... substituição da “gripe aviária” [hipônimo] pelo vocábulo
Dissemos que o texto ideal deve estar coeso e coerente, mas “doença” [hiperônimo]).
é importante destacar que nem sempre a falta de coerência Atenção!Hiperônimo é a palavra com sentido mais
indica falta de coesão ou a falta de coesão torna o texto abrangente que engloba o sentido de um hipônimo. No caso
incoerente, vamos ver? Texto coeso, mas “gripe aviária” é o hipônimo (sentido mais específico) e
incoerente: Estudei porque não queria passar. “doença” é o hiperônimo (sentido mais abrangente).
A frase está incoerente, pois não faz sentido alguém afirmar 2) Exemplo:O Rei estará aqui amanha. Estamos aguardando
que estudou porque não queria passar. (Exceto se for uma um enorme público para ver Roberto Carlos. (A palavra “Rei”
ironia - dizer o contrário do que se quer dizer) foi substituída por “Roberto Carlos”, figura de linguagem
Entretanto, percebam que o conectivo “porque” está chamada de antonomásia.)
empregado unindo as orações, logo temos coesão, mas não Atenção! A antonomásia é a figura de linguagem usada para
temos coerência. designar pessoas por referências, apelidos conhecidos,
Texto sem coesão, mas coerente: Esperei você ligar. Cansei. atributos.
Saí. Balada. Bebi muito. Liguei. Droga. 3)Exemplo: A ONU estará em reunião nesta tarde, assim
Alguém já presenciou ou viveu algo assim? Rsrs...Mesmo que todos estão se deslocando para o prédio da Organização das
a resposta seja negativa, acredito que todos entenderam o Nações Unidas. (Percebam que a sigla - abreviação - “ONU”
texto. foi substituída pelo seu significado completo; a coesão
A pessoa revoltada com o “gelo” dado pelo(a) pretendente, referencial foi promovida por abreviação.)
desistiu de esperar a ligação e saiu para a balada, mas, como B) Coesão referencial por meio de numeral:
nem tudo são flores, bebeu muito e acabou ligando para o(a) 1) Exemplo:João e Maria foram para a floresta.
pretendente (mesmo depois do furo). Resultado: O primeiro se perdeu, a segunda achou uma casa de doces.
arrependimento. (Percebam que os termos “João” e “Maria” foram
Percebem que há coerência? Que não há contradição de substituídos, respectivamente, por “primeiro” e “segunda”,
ideias? Que o texto tem lógica? Entretanto, não podemos a fim de evitarmos repetição desnecessária.)
dizer que ele foi desenvolvido de forma coesa, pois os 2) Exemplo: O cravo brigou com a rosa, debaixo de uma
conectivos adequados não foram utilizados; as orações e sacada. O primeiro saiu ferido, a segunda despedaçada.
palavras foram apresentadas de forma solta. (Mesmo preferindo a versão original, alteramos um pouco
Sabendo disso, agora vamos nos aprofundar, esta cantiga de roda super conhecida para mostrar a
primeiramente, no que diz respeito à coesão! possibilidade de substituição dos termos "cravo" e "rosa"
COESÃO REFERENCIAL pelos numerais "primeiro" e "segunda", respectivamente.)
Começaremos a entender a coesão referencial a partir do C) Coesão referencial por meio de advérbio
seguinte exemplo: Exemplo: No Brasil e na Europa há problemas, mas aqui é
Texto sem coesão referencial: O Brasil é repleto de belezas, pior do que lá. (Percebam que os termos “Brasil” e “Europa”
mas a violência do Brasil acaba sendo mais destacada foram substituídos por “aqui” e “lá” respectivamente.)
quando o Brasil é tema dos jornais . D) Coesão referencial por meio de pronome
Estranho, não é? A leitura está pesada, repetitiva e sem 1) Exemplo: É difícil fazer dieta, mas ela é necessária para
fluidez, porque o autor desconhece o recurso da coesão manutenção da nossa saúde. (O pronome “ela” substitui o
referencial, empregado para substituir termos e expressões termo “dieta”.)
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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2)Exemplo: A menina era tão estudiosa, que todos falavam Ficou meio confuso, não é? Melhor usarmos os conectivos!
bem dela. (A contração da preposição “de + ela = dela” Memorize o máximo de conectivos que puder e as funções 203
substitui o termo “menina”.) que eles exercem dentro do texto, pois com frequência as
3) Exemplo:João, Maria e José serão candidatos à bancas abordam esse tema, cobrando principalmente a
presidência da república. Em quem você votará? (O substituição de elementos de coesão, sem a alteração do
pronome “quem” substitui os termos “João, Maria e José”.) valor original do trecho!
4) Exemplo: Pedro não quer estudar agora, será difícil Exemplo: Ele estudou e foi aprovado. / Ele não
convencê-lo. (O pronome oblíquo “o” substitui o termo só estudou, como também foi aprovado. /
“Pedro”.) Ele tanto estudou, como foi aprovado.
Atenção! Convencê-lo é caso de ênclise, o pronome foi Nos períodos acima temos conectivos com valor
colocado após o verbo “convencer”. Quando o verbo aditivo (adição de fatos, de ideias), assim, caso seja pedida a
terminar em “r”, “s” ou “z”, devemos modificar os pronomes substituição do conectivo "e" por um de igual valor, o
“o, os, a, as” para “lo, los, la, las”, por isso o correto é candidato poderá assinalar como opções: "não só...como
“convencê-lo” e não “convencer-o”. também" ou "tanto...como".
5)Exemplo: O Brasil e a Argentina são países cuja música é COESÃO RECORRENCIAL
um grande atrativo. Um chama para a roda de A coesão recorrencial é identificada quando repetimos
samba, outro para uns passos de tango. (Percebam que os vocábulos, estruturas sintáticas semelhantes (paralelismo
pronomes “um” e “outro” foram utilizados para substituir os sintático) ou uma informação de forma diferente
termos “Brasil” e “Argentina”, respectivamente.) (paráfrase). Após esse breve conceito, vocês já podem fazer
6) ATENÇÃO! O par de pronomes ESTE/AQUELE usado em a pergunta que têm em mente:
conjuntodentro do discurso para retomar dois "Kelsch, tu ficaste quase o módulo todo falando para
termos sempre será empregado desta forma: evitarmos repetições desnecessárias e agora fala que a
ESTE - retoma o termo mais próximo coesão recorrencial é basicamente uma repetição de
AQUELE - retoma o termo mais distante ideias?"
Exemplo: Temos sorvete de flocos e de chocolate, você Sim, gurizada! A diferença é que antes aconselhamos evitar
prefere este ou aquele? (O pronome demonstrativo a repetição DESNECESSÁRIA, agora estamos mostrando um
"aquele" retoma o termo mais distante "flocos", o pronome recurso em que a repetição reforçará uma ideia, terá efeito
demonstrativo "este" retoma o termo mais próximo coercitivo ou até poético/sonoro, percebem a diferença?
"chocolate".) Vamos colocar na prática e ficará mais fácil entender:
Em regra, não há autorização para utilização de ESTE, ESSE, Exemplo: Frassinete reclamava, reclamava, reclamava... (A
AQUELE em conjunto para retomada de três termos, mas repetição da forma verbal "reclamava" não é desnecessária,
apenas do par ESTE/AQUELE. Assim, no caso de três termos, pois, no caso, a intenção do autor é deixar claro que
prefira a referência por meio de numeral, como mostramos Frassinete reclamava muito ou por um longo período.)
no item B. Exemplo: "É devagar, é devagar, é devagar, é devagar,
COESÃO SEQUENCIAL devagarinho... " (O querido Martinho da Vila não repetiu
A coesão sequencial é aquela estabelecida por meio de desnecessariamente a palavra "devagar", o que temos é
conectivos (conjunções, preposições, pronomes relativos), a coesão recorrencial dando sonoridade ao trecho da
dando sequência lógica ao texto. Para que fique fácil de música.)
entender, vou compartilhar com vocês uma das minhas Exemplo: João era tão preguiçoso que não ajudava a mulher
filosofias (eu me arrisco a escrever nas horas vagas, rs): em nada, ficava sentado olhando ela trabalhar pelos dois. (A
Quando viver parece complicado, flores ideia exposta na primeira parte do período é quase idêntica
surgem para enfeitar o caminho. Assim, devemos a do segundo, o autor apenas resolveu repeti-la de outra
seguir e apreciar a paisagem, sem apegos e preocupações maneira para enfatizar que João é um zero a esquerda
exageradas, pois nada é estático: nem o dia mais mesmo! Coitada da mulher de João...rs)
ensolarado, nem a noite mais escura. Exemplo: Tanto os países da América do Sul quanto os
Podemos identificar que o período está construído com países da América Central passam por uma crise.
vários conectivos que imprimem lógica e harmonia às ideias, (paralelismo sintático promovido pela estrutura correlativa
vejam só: "tanto...quanto".)
quando: indica temporalidade, noção te tempo, mesmo que
imprecisa (caso do texto)para: neste contexto, indica COERÊNCIA
finalidade (as flores surgem para que? Para enfeitar o Na introdução deste capítulo, explicamos rapidamente que
caminho)assim: indica conclusãoe: indica adição de ideias a coerência é "aquilo" que torna o texto lógico e
(seguir e apreciar)pois : indica explicação compreensível, sem contradições. Usamos inclusive o
nem...nem: indica adição de ideias conceito de "pessoa incoerente" para daí concluir o que seria
Perceberam a importância da coesão sequencial? Um texto um texto incoerente, mas como fazemos para que nosso
sem esses conectores fica menos fluído e, às vezes, até meio texto seja construído de forma coerente, Kelsch? Alguma
incompreensível. Vamos ler novamente as ideias do dica? Sim! Na verdade, temos várias! Vamos lá!
Kelsch, agora da época em que ele não sabia o que era A) Manter o mesmo tema durante a construção do texto ou
coesão sequencial: utilizar temas que "conversam" entre si
Viver parece complicado, flores surgem enfeitar o caminho. Gente, tem sentido começar a produzir um texto sobre
Devemos seguir, apreciar a paisagem, sem apegos e aquecimento global e "do nada" inserir um parágrafo sobre
preocupações exageradas, nada é estático: o dia mais a deficiência do ensino na rede pública? Um texto assim
ensolarado, a noite mais escura. estará incoerente, pois a temática deve ser mantida em
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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todos os parágrafos. Vale destacar que nada impede que o Quando estive na Paraíba*, precisei usar pesados casacos,
autor aborde mais de um tema em um mesmo texto, desde pois em dezembro a temperatura oscilava entre 8 e 12 graus. 204
que haja conexão lógica entre eles e que esta conexão esteja Gurizada, Como assim? A autora usou pesados casacos, em
bem estabelecida. dezembro, na Paraíba? O leitor nem precisa conhecer o
B) Não inserir ideias ou teses que se oponham frontalmente estado para saber que é "conversa de mentiroso", rs. Do
num mesmo trecho mesmo modo, quando vocês forem responder questões de
Um texto iniciado com duas teses diferentes deixa o leitor compreensão e de interpretação textual, se liguem nessas
confuso sobre a posição defendida pelo autor. Ao "histórias para boi dormir" (aqui na minha terra chamamos
escrevermos um texto, devemos deixar claro a nossa assim), pois elas podem estar inseridas nas alternativas para
intenção e inserir teses que se opõem frontalmente num confundir os candidatos.
mesmo trecho pode dificultar a compreensão do leitor. Após essas dicas para a construção de um texto coerente,
Vamos a um exemplo: vamos abordar rapidamente o que os estudiosos chamam de
Sabemos que muitas mulheres morrem ao praticar abortos "fatores de coerência", vamos lá?
clandestinos, pois o acesso a meios seguros para tal prática FATORES DE COERÊNCIA
restringe-se às pessoas de melhor classe social. A legalização A) Situacionalidade
do aborto mudaria esta situação, pois toda mulher teria A situacionalidade tem relação com o ambiente em que o
acesso a clínicas públicas autorizadas para realizar o texto é produzido e lido, indicando o contexto em que está
procedimento. A vida do feto ficaria, então, à mercê da inserido. Diz respeito ainda à adequação do texto à situação
vontade da mãe, que decidiria sobre o seguimento da que o envolve e ao fim a que se destina. Vamos a um
gravidez; lembrando que falamos da vida de alguém que não exemplo:
pode oferecer defesa. Pra não dizer que não falei das flores
Percebam que o autor iniciou o parágrafo com um Caminhando e cantando e seguindo a canção Somos todos
argumento que legitima a legalização do aborto, entretanto iguais braços dados ou não Nas escolas nas ruas, campos,
terminou com um pensamento típico de quem é contra a construções Caminhando e cantando e seguindo a canção
legalização. E agora? O autor é a favor ou contra a legalização Vem, vamos embora, que esperar não é saber, Quem sabe
do aborto? A confusão com certeza paira sobre a mente dos faz a hora, não espera acontecer
leitores e isto prejudica a coerência do texto. Geraldo Vandré
C) Cuidado ao deslocar informações A música de Geraldo Vandré, cantor e compositor
O autor não deve intercalar demais as informações, pois paraibano* (*puxando a sardinha para minha terra, rs), é
pode gerar grande dificuldade de compreensão ou, pelo composta por elementos que indicam a situacionalidade em
menos, a perda do ritmo do texto, vejamos como isso pode que foi escrita: a ditadura militar. A música foi tida como um
ocorrer: hino de luta, em que o refrão chamava a população ao
Maria passou o dia planejando, enquanto as filhas embate contra o poder ditatorial.
brincavam no jardim coberto de flores que indicavam o início Para entendermos que a letra fala sobre isso, precisamos ter
da primavera, uma viagem para a Europa no fim do verão. algum conhecimento sobre a época e sobre o contexto em
Gente, pra que intercalar uma informação tão grande entre que foi escrita.
"Maria passou o dia planejando" e "uma viagem para a B) Informatividade
Europa no fim do verão"? O autor "falou tanto" entre uma É o fator que "prende" a atenção do leitor, relacionando-se
informação e outra que o leitor já tinha esquecido que Maria com o nível de previsibilidade do texto. É interessante que o
planejava a tal viagem para a Europa. Intercalar ideias é uma autor evite dizer o óbvio ao produzir um texto e também
técnica que deve ser utilizada com cuidado, pois o resultado contenha as repetições desnecessárias. Vamos a um
pode ser esse aí de cima! exemplo?
D) Não deixar lacunas no texto Texto com pouca informatividade, muito previsível: O céu
Pior do que intercalar informações, proporcionando grande é azul.
distanciamento entre ideias que se complementam, é deixar Texto com boa informatividade e menos previsível: O céu é
o leitor no "vácuo", dando uma informação incompleta, azul por causa do efeito provocado pela dispersão da luz do
vejamos: sol através da camada de gases que envolve a Terra.
Ana sonhava com o balé, mas o destino reservou-lhe um C) Intencionalidade
caminho diferente. Ficamos felizes com o sucesso dela e hoje Este fator relaciona-se com a intenção comunicativa
vamos prestigiar seu trabalho. (pretensão) do autor ao produzir um texto. O autor pode
Que caminho? Ana tornou-se atriz? Tornou-se pintora? convencer, entreter, narrar, informar, descrever ou alcançar
Tornou-se cantora? Se o texto começa e termina da forma qualquer outro fim, se empregar os meios adequados para
que apresentamos acima, o leitor não consegue concluir tanto.
nada! No máximo levantará várias hipóteses, por causa da D) Aceitabilidade
lacuna deixada pelo "maldoso" autor, rs. Como o próprio nome indica, este fator diz respeito ao nível
Assim, evitem deixar lacunas no texto, pois isso prejudica a de aceitabilidade do receptor (leitor) em relação ao texto
coerência textual. produzido. Os publicitários, por exemplo, trabalham
E) Cuidado com as inadequações pretendendo a aceitação do público a que se destina a peça
Ao construirmos um texto não podemos menosprezar a publicitária. Uma propaganda destinada a mulheres, para
inteligência do leitor, assim não adianta "criar" um dado que ser bem aceita, em regra, não deve ter conteúdo machista.
é incompatível com uma informação conhecida por todos, Um comercial de produto para jovens deve empregar uma
vejamos: linguagem que atraia essa faixa etária.
E) Intertextualidade
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Este fator ocorre quando há referência direta ou indireta de Exílio’? Eu tão esquecido de minha terra… Ai terra que tem
um texto em outro, seja concordando com a obra citada ou palmeiras 205
não. Onde canta o
Canção do Exílio (texto original) sabiá!
Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá, Carlos Drummond de Andrade
As aves que aqui gorjeiam Percebam que Drummond mencionou a obra de Gonçalves
Não gorjeiam como Dias em seu poema, por meio de um recurso chamado de
lá. [...] paráfrase.
Atenção!
Paráfrase: O autor emprega palavras diferentes das
Gonçalves Dias encontradas no texto que serve de base, mas confirma a
Europa, França e Bahia (paráfrase) ideia do autor referenciado.
Meus olhos brasileiros se fecham saudosos Minha boca Paródia: O autor opõe-se às ideias do texto que serve de
procura a ‘Canção do Exílio’. Como era mesmo a ‘Canção do referência, muitas vezes ridicularizando o conteúdo da obra
referenciada.

210. FAURGS 2018


A questão a seguir se refere ao texto abaixo.
A maioria das pessoas acha que conviver com robôs é algo futurista, mas, de certo modo, eles já estão entre nós, influenciando
decisões e, até mesmo, o rumo de nossas vidas. Do aplicativo que sugere sua próxima refeição, passando pelo serviço de streaming
ofertando o filme que você vai assistir, até os secretários pessoais que auxiliam em situações diárias, os sistemas de inteligência
artificial são uma realidade. Tudo isto constitui um caminho sem volta, na opinião de especialistas, que destacam os benefícios
das maravilhas digitais, mas também alertam que o avanço dessas tecnologias pode, no futuro, tornar a inteligência humana
obsoleta.
Robôs humanoides no cotidiano são ficção, não por limitações técnicas, mas pela dificuldade das pessoas em lidar com isso. “Basta
colocar um smartphone num boneco que anda”, brinca o cientista de dados Ricardo Cappra, que atuou na estratégia digital da
campanha presidencial de Barack Obama, em 2008. O exemplo pode parecer forçado, mas faz sentido. Celulares modernos têm
assistentes virtuais que impressionam.
Com inteligência artificial, eles conhecem os hábitos dos donos e personalizam seu funcionamento. Além de realizar tarefas
básicas, como organizar agenda, programar viagens e responder mensagens, eles analisam a rotina das pessoas e sugerem o
horário em que devem sair de casa para o trabalho, considerando o tráfego no trajeto habitual, avaliam o histórico de buscas para
oferecer notícias de interesse e podem até conversar, por voz, como uma “pessoa”.
Raúl Rentería, diretor do centro de pesquisas do Bing, da Microsoft, explica que a Cortana usa o conhecimento criado pelas
conexões entre entidades no buscador. Com a repetição das buscas, o motor aprende a relacionar as informações. Sabe, por
exemplo, que Flamengo é um bairro no Rio, mas também um time de futebol. E esses dados são usados pelo assistente virtual.
A inteligência artificial está em incontáveis outros serviços. Sites de comércio eletrônico analisam o perfil de buscas e compras de
cada cliente para fazer ofertas personalizadas. Serviços de streaming de vídeo, como YouTube e Netflix, avaliam o que já foi
assistido para sugerir opções ao gosto de cada um. Para especialistas, a digitalização facilitou a produção de informações, e a
inteligência artificial surge como um filtro necessário.
Carlos Pedreira, professor de Engenharia de Sistemas e Computação da Coppe/UFRJ, explica que as tecnologias de inteligência
computacional são desenvolvidas há anos, mas, recentemente, houve uma explosão no volume de dados e na capacidade de
armazenamento e processamento dessas informações, o chamado Big Data.
– Os benefícios não são apenas na área do marketing e serviços – diz Pedreira. – Apesar de eu achar que os humanos nunca serão
superados, existem situações em que os sistemas computacionais fazem coisas que não podemos. Na medicina, uma pessoa não
analisa 20 medidas por célula de um conjunto de dois milhões de células. Essas máquinas conseguem.
Nem todos são simpáticos ao fenômeno. O historiador israelense Yuval Harari, autor do best-seller “Sapiens – Uma breve história
da Humanidade”, acha que o ser humano se tornará obsoleto. Segundo ele, dentro de 40 anos, não só taxistas serão substituídos
por carros autômatos, mas cerca de 50% de todos os empregos em economias avançadas. Isso impõe um desafio de sobrevivência
da própria espécie.
– Provavelmente nós somos das últimas gerações do homo sapiens. Um bebê nascido hoje ainda terá netos, mas não estou certo
de que esses netos terão netos, ao menos não humanos. Dentro de um século ou dois, os humanos se tornarão super-humanos
ou desaparecerão. De qualquer forma, os seres que dominarão o planeta em 2200 serão mais diferentes de nós do que somos
diferentes dos chimpanzés – acredita Yuval Harari.
Adaptado de MATSUURA, Sérgio. Robôs podem tornar inteligência humana obsoleta, dizem especialistas. O Globo, Rio
de Janeiro, 18 de abril de 2016. Disponível em: <https://oglobo.globo.com/sociedade/tecnologia/robospodem-
tornar-inteligencia-humana-obsoleta-dizem-especialistas-19109977>. Acesso em: 10 jan. 2018.
Atribua V (verdadeiro) ou F (falso) à análise dos seguintes casos de retomada pronominal no texto.
( ) O pronome eles retoma robôs.
( ) O pronome eles retoma Celulares modernos.
( ) O pronome eles retoma Celulares modernos.
( ) O pronome ele retoma o ser humano.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
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a) V – V – V – F.
b) V – F – V – F. 206
c) V – F – F – F.
d) F – V – V – F.
e) F – V – F – V.
➢ Comentários:
( V ) O pronome eles retoma robôs.
Verdadeira. Na passagem "A maioria das pessoas acha que conviver com robôs é algo futurista, mas, de certo modo, eles já estão
entre nós", a forma pronominal em destaque retoma o termo "robôs", citado anteriormente.
( F ) O pronome eles retoma Celulares modernos.
Falsa. No trecho "Com inteligência artificial, eles conhecem os hábitos dos donos", o pronome destacado retoma não a expressão
"Celulares modernos", mas o segmento "Robôs humanoides", citado no início do segundo parágrafo.
( F ) O pronome eles retoma Celulares modernos.
Falsa. Novamente temos uma afirmação errada. Na passagem "Além de realizar tarefas básicas, como organizar agenda,
programar viagens e responder mensagens, eles analisam a rotina das pessoas (...)", o pronome "eles" retoma a expressão "Robôs
humanoides", constante do segundo parágrafo do texto.
( F ) O pronome ele retoma o ser humano.
Falsa. No segmento "Segundo ele, dentro de 40 anos, (...)", a forma pronominal retoma a expressão "o historiador israelense Yuval
Harari".
Gabarito: Letra C.
211. FAURGS 2015
Sujar a roupa e jogar comida no chão são atitudes infantis que irritam pais ou mães. Mas fazer bagunça, na verdade, é uma forma
de os pequenos explorarem o mundo, e pode contribuir para o aprendizado. Crianças consideradas bagunceiras tendem ___ ter
mais facilidade para nomear objetos do que aquelas consideradas comportadas. É isso que mostra um estudo publicado nesta
segunda-feira no periódico Developmental Science.
Pesquisas anteriores comprovaram que não é difícil aprender a nomear objetos sólidos – afinal, eles têm tamanhos e formas
definidos. A dificuldade aparece quando os bebês tentam identificar os não sólidos: um copo cheio de leite ou de cola, por
exemplo, são aparentemente iguais. Daí ___ necessidade de conhecer outras características, como o cheiro e a textura. Um estudo
realizado na Universidade de Iowa, nos Estados Unidos, revelou que esse padrão muda se as crianças estiverem em um ambiente
que conhecem bem – a hora da refeição, por exemplo, quando interagem com objetos não sólidos.
Cientistas reuniram crianças de 1 ano e 4 meses com o objetivo de entender como elas aprendiam os nomes de objetos não
sólidos. Eles entregaram aos meninos e meninas catorze elementos, sobretudo comidas e bebidas, como purê de maçã, suco,
pudim e sopa, junto com denominações curtas e inventadas para cada um, a exemplo de "dax" ou "kiv". Um minuto depois,
pediram para ___ crianças identificarem os mesmos alimentos em diferentes tamanhos e formatos. Os meninos e meninas que
mais interagiram com os alimentos – isto é, apalparam, comeram e, é claro, arremessaram no chão – foram os que fizeram mais
associações corretas. "Pode parecer que a criança está brincando no cadeirão ao jogar comida no chão, e talvez ela esteja, mas
ela também está tirando informações (dessas ações), que podem ser usadas mais tarde", afirma Larissa Samuelson, autora do
estudo.
Fazer bagunça pode ajudar no aprendizado das crianças http://veja.abril.com.br/noticia/saude/fazer-baguncapode- ajudar-no-
aprendizado-das-criancas/ http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/jairobouer/ noticia/2014/12/b-bussola-dos-homensb-o-
sensordas- mulheres.html Texto adaptado. Acessado em 10 de abril de
Considere as afirmações a seguir:
I - eles faz referência a objetos sólidos
II - meninos e meninas retoma crianças de 1 ano e 4 meses
III - ela faz referência a a criança
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
e) I, II e III.
➢ Comentários:
Gabarito: LETRA E.
I - eles faz referência a objetos sólidos == Correta.
"Pesquisas anteriores comprovaram que não é difícil aprender a nomear objetos sólidos – afinal, eles têm tamanhos e formas
definidos."...
Quem tem tamanhos e formas definidos? Resposta: OS OBJETOS SÓLIDOS.
II - meninos e meninas retoma crianças de 1 ano e 4 meses == Correta.
"Cientistas reuniram crianças de 1 ano e 4 meses com o objetivo de entender como elas aprendiam os nomes de objetos não
sólidos. Eles entregaram aos meninos e meninas catorze elementos, sobretudo comidas e bebidas, como purê de maçã, suco,
pudim e sopa, junto com denominações curtas e inventadas para cada um, a exemplo de 'dax' ou 'kiv'."...
O cientistas entregaram catorze elementos a quem? Resposta: ÀS CRIANÇAS DE 1 ANO E 4 MESES, reunidas pelos próprios
cientistas. Logo, a expressão meninos e meninas retoma crianças de 1 ano e 4 meses.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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III - ela faz referência a a criança == Correta.


"Pode parecer que a criança está brincando no cadeirão ao jogar comida no chão, e talvez ela esteja, mas ela também está tirando 207
informações"...
Nas duas ocorrências, o pronome "ela" retoma a expressão "a criança". Talvez a criança esteja, mas ela {a criança} também está
tirando informações.
Portanto, a letra E é a opção correta: I, II e III estão certas.
212. FAURGS 2015:
De ressaca
Hoje, existem pílulas milagrosas, mas eu ainda sou do tempo das grandes ressacas. As bebedeiras de antigamente eram mais
dignas, porque você as tomava sabendo que no dia seguinte estaria no inferno. Além de saúde, era preciso coragem. As novas
gerações não conhecem ressaca, o que talvez explique a falência dos velhos valores. A ressaca era ____ prova de que a retribuição
divina existe e de que nenhum prazer ficará sem castigo.
Cada porre era um desafio ao céu e às suas feras. E elas vinham: Náusea, Azia, Dor de Cabeça, Dúvidas Existenciais. Hoje, as
bebedeiras não têm a mesma grandeza. São inconsequentes, literalmente. Não é que eu fosse um bêbado, mas me lembro de
todos os sábados de minha adolescência como uma luta desigual entre a cuba-libre e o meu instinto de autopreservação. A cuba-
libre ganhava sempre. Já dos domingos me lembro de muito pouco, salvo a tontura e o desejo de morte.
Tentava-se de tudo para evitar a ressaca. Eu preferia um Alka-Seltzer e duas aspirinas antes de dormir. Mas no estado em que
chegava nem sempre conseguia completar a operação. _____ dissolvia as aspirinas num copo de água, engolia o Alka-Seltzer e ia
borbulhando para a cama, quando encontrava a cama. Mas os métodos variavam.
A pior ressaca era de gim. Na manhã seguinte, você não conseguia abrir os dois olhos ao mesmo tempo. Abria um e quando abria
o outro, o primeiro se fechava. Ficava com o ouvido tão aguçado que ouvia até os sinos da catedral de São Pedro, em Roma.
Hoje não existe mais isso. As pessoas bebem, bebem e não acontece nada. No dia seguinte estão saudáveis, bem- dispostas e
fazem até piadas ___ respeito.
De vez em quando alguns dos nossos se encontram e se saúdam em silêncio. Somos como veteranos de velhas guerras lembrando
os companheiros caídos e o nosso heroísmo anônimo. Estivemos no inferno e voltamos, inteiros. Um brinde. E um Engov.
Adaptado de: “De ressaca”, de Luis FernandoVerissimo. Disponível em: http://contobrasileiro.com.br/?p=2268. Acesso em: 6 out.
2015.
Sobre o emprego de alguns nexos do texto, associe os exemplos a sua classificação.
(1) Nexo comparativo.
(2) Nexo explicativo.
(3) Nexo adversativo.
(4) Nexo consecutivo.
(5) Nexo causal.
(6) Nexo concessivo.
( ) mas
( ) porque
( ) tão... que
( ) como
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
a) 3 – 5 – 6 – 4.
b) 6 – 2 – 4 – 5.
c) 6 – 5 – 2 – 1.
d) 3 – 2 – 4 – 1.
e) 3 – 5 – 2 – 5.
➢ Comentários:
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é 3 – 2 – 4 – 1, conforme a letra D.
Em "mas eu ainda sou do tempo das grandes ressacas", a conjunção destacada introduz oração cujo sentido contraria a ideia
transmitida anteriormente.
Em "As bebedeiras de antigamente eram mais dignas, porque você as tomava sabendo que no dia seguinte estaria no inferno", a
conjunção serve para esclarecer, explicar o que foi dito anteriormente.
Em "Ficava com o ouvido tão aguçado que ouvia até os sinos da catedral de São Pedro, em Roma", a conjunção empresta ao
segmento que introduz valor semântico de consequência do fato declarado anteriormente.
Em "Somos como veteranos de velhas guerras lembrando os companheiros caídos e o nosso heroísmo anônimo", o conectivo
destacado estabelece uma comparação entre "nós" e os tais "veterenos".
Gabarito: letra D (3 – 2 – 4 – 1).
213. FAURGS OJ 2014
Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo.
Quase todo mundo conhece a história original (grega) sobre Narciso: um belo rapaz que, todos os dias, ia contemplar seu rosto
num lago. Era tão fascinado por si mesmo que, certa manhã, quando procurava admirar-se mais de perto, caiu na água e terminou
morrendo afogado. No lugar onde caiu, nasceu uma flor, que passamos a chamar de Narciso.
O escritor Oscar Wilde, porém, tem uma maneira diferente de terminar esta história. Ele diz que, quando Narciso morreu, vieram
as Oréiades – deusas do bosque – e viram que a água doce do lago havia se transformado em lágrimas salgadas.
“Por que você chora?”, perguntaram as Oréiades.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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“Choro por Narciso”.


“Ah, não nos espanta que você chore por Narciso”, continuaram elas. “Afinal de contas, todas nós sempre corremos atrás dele 208
pelo bosque, mas você era o único que tinha a oportunidade de contemplar de perto a sua beleza”.
“Mas Narciso era belo?”, quis saber o lago.
“Quem melhor do que você poderia saber?”, responderam, surpresas, as Oréiades. “Afinal de contas, era em suas margens que
ele se debruçava todos os dias”.
O lago ficou algum tempo quieto. Por fim, disse: “eu choro por Narciso, mas jamais havia percebido que era belo. Choro por ele
porque, todas as vezes que ele se deitava sobre as minhas margens, eu podia ver, no fundo dos seus olhos, a minha própria beleza
refletida”.
Adaptado de: COELHO, Paulo. O lago e Narciso (http://paulocoelhoblog.com/2010/01/02/o-lago-enarciso/). Acesso em 14 de abril
de 2014.
Os pronomes seu e sua estabelecem uma relação entre um elemento possuidor e um elemento possuído. Assinale a alternativa
que apresenta corretamente o elemento possuidor seguido pelo elemento possuído na relação estabelecida por esses dois
pronomes, respectivamente.
a) Narciso – lago / lago – beleza.
b) rosto – Narciso / beleza – Narciso.
c) um belo rapaz – lago / beleza – lago.
d) um belo rapaz – rosto / Narciso – beleza.
e) rosto – um belo rapaz / oportunidade – lago.
➢ Comentários:
Os pronomes "seu" e "sua" estabelecendo uma relação de POSSE entre o possuidor e o possuído.
Contextualmente, o pronome possessivo "seu" faz a ligação entre o substantivo "rosto" e a expressão "um belo rapaz", indicando
que o rosto pertence ao rapaz. Para atestar a relação de posse, podemos substituir o possessivo "seu" pelo termo reforçativo
"dele": um belo rapaz que (...) ia contemplar o rosto dele".
A relação de posse também é observada entre o substantivo abstrato "beleza" e o substantivo próprio "Narciso". Segundo o
contexto, a beleza pertencia a Narciso, sendo também possível a substituição do pronome possessivo "sua" pelo termo "dele":
"(...) não nos espanta que você chore por Nasciso (...). Afinal, (...) era o único que tinha a oportunidade de contemplar de perto a
beleza dele".
Portanto, a opção (D) é nossa resposta.
214. FAURGS 2012 – ADAPTADA
A seguinte frase, adaptada do texto, apresenta problemas de estrutura no trecho destacado em itálico.
Seu acervo é composto por 171 mil obras em texto, vídeo, som e imagem que estão em domínio público, cujos autores já morreram
há mais de setenta anos ou cujos excederam os prazos de proteção dos direitos autorais ou aqueles que a disseminação na internet
foi autorizada pelos autores.
Considere as sugestões de reescrita do trecho destacado.
I - cujos prazos de proteção dos direitos autorais prescreveram ou cuja disseminação na internet foi autorizada pelos autores
II - cujos direitos autorais se extinguiram ou cujos autores autorizaram a divulgação na internet
III - cuja proteção dos direitos autorais os prazos excederam-se ou cuja autorização os autores deram para disseminação na
internet
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
e) I, II e III.
➢ Comentários:
GABARITO LETRA D
"Seu acervo é composto por 171 mil obras em texto, vídeo, som e imagem que estão em domínio público, cujos autores já
morreram há mais de setenta anos ou cujos excederam os prazos de proteção dos direitos autorais ou aqueles que a disseminação
na internet foi autorizada pelos autores."
I - CORRETA: cujos prazos de proteção dos direitos autorais prescreveram ou cuja disseminação na internet foi autorizada pelos
autores
O pronome relativo cujo (e variações dele) equivale, pelo sentido, a do qual, de quem ou de que. Ele concorda em gênero e
número com o termo que vem depois e ao qual se refere. Não se emprega artigo após esse pronome, que funciona como adjetivo.
No trecho cujos excederam os prazos de proteção dos direitos autorais o pronome cujos refere-se a prazos de proteção dos
direitos autorais. Essa expressão deve ser colocada logo após o pronome cujos. A palavra prazos não pode ser antecedida por
artigo. Daí a incorreção do trecho original - cujos excederam os prazos de proteção dos direitos autorais. Da forma como foi escrito
esse trecho, entende-se que alguém excedeu os prazos de proteção dos direitos autorais e não que tais prazos prescreveram.
A reescrita proposta está correta, pois, nela, o termo prazos está logo após o pronome cujos e não se encontra antecedido por
artigo. Além disso, a substituição de excederam por prescreveram corrige a ideia de que alguém tenha excedido os prazos de
proteção dos direitos autorais para a ideia de que os prazos é que prescreveram.
No trecho cuja disseminação na internet foi autorizada pelos autores, a palavra disseminação refere-se a 171 mil obras. Para
retomar a ideia de que a disseminação é das 171 mil obras deve ser empregado o pronome relativo cuja (que expressa ideia de
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posse) e não o pronome relativo que. Daí a incorreção do trecho original que a disseminação na internet foi autorizada pelos
autores e a correção da reescrita cuja disseminação na internet foi autorizada pelos autores. 209
II - CORRETA: cujos direitos autorais se extinguiram ou cujos autores autorizaram a divulgação na internet
Na oração cujos direitos autorais se extinguiram equivale à oração constante na letra A cujos prazos de proteção dos direitos
autorais prescreveram. Ambas, de acordo com as explicações constantes no item I, estão corretas.
Embora estejam em vozes verbais diferentes, a oração cujos autores autorizaram a divulgação na internet (voz ativa) equivale à
oração constante na letra A cuja disseminação na internet foi autorizada pelos autores (voz passiva). Assim, ambas estão corretas.
III - ERRADA: cuja proteção dos direitos autorais os prazos excederam-se ou cuja autorização os autores deram para
disseminação na internet
No trecho em questão, o pronome cujos se refere a prazos de proteção dos direitos autorais e não à proteção. A expressão que
deve ser colocada logo após o pronome relativo cujos é prazos de proteção dos direitos autorais e não a palavra proteção. Como
concorda com o termo posterior (prazos), cujos fica no masculino e no plural.
O sentido do trecho é Não foi a proteção dos direitos autorais que excedeu os prazos e, sim, os prazos de proteção dos direitos
autorais que prescreveram.
No trecho em questão, o pronome cuja se refere à disseminação das 171 mil obras e não à autorização. A palavra que deve ser
colocada logo após o pronome relativo cuja é disseminação e não autorização. Como concorda com o termo posterior
(disseminação), cuja fica no feminino e no singular.
O sentido do trecho é Os autores de algumas das 171 mil obras autorizaram a disseminação de tais obras na internet.
215. FAURGS 2012:
Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas do trecho abaixo.
Machado de Assis e Antônio Carlos Jobim são eminentes cariocas. ____________ compôs melodias conhecidas
internacionalmente, e _________ escreveu romances inesquecíveis.
a) Este – aquele
b) Aquele – esse
c) Um – este
d) O outro – esse
e) Esse – este
➢ Comentários:
Alternativa "A": Machado de Assis e Antônio Carlos Jobim são eminentes cariocas. Este compôs melodias conhecidas
internacionalmente, e aquele escreveu romances inesquecíveis.
CORRETA. Normalmente o pronome "este" é usado de forma catafórica, ou seja, para anunciar um termo que ainda será
mencionado. Mas o pronome demonstrativo "este" também pode ser usado para indicar um termo anterior, diferenciando-o de
outro termo anterior mais afastado. Nesse caso, o pronome "este" refere-se à última pessoa mencionada: Antônio Carlos Jobim.
Assim, a lacuna 1 está retomando corretamente o compositor, como vimos na explicação introdutória.
O pronome demonstrativo "aquele" refere-se à pessoa mais afastada no discurso: Machado de Assis. O escritor é corretamente
retomado na lacuna 2.
Assim, a frase está CORRETA.
Alternativa "B": Machado de Assis e Antônio Carlos Jobim são eminentes cariocas. Aquele compôs melodias conhecidas
internacionalmente, e esse escreveu romances inesquecíveis.
INCORRETA. Como vimos, o pronome "aquele" refere-se ao elemento MAIS AFASTADO. Essa frase, na verdade, está dizendo que
Machado de Assis compôs melodias, o que está ERRADO. O termo "esse" retoma o elemento mais próximo, que nesse caso é
"Antônio Carlos Jobim". Veja que a frase inverte as posições.
Alternativa "C": Machado de Assis e Antônio Carlos Jobim são eminentes cariocas. Um compôs melodias conhecidas
internacionalmente, e este escreveu romances inesquecíveis.
INCORRETA. Quando usamos o termo "Um" de forma coesiva (para retomar um termo anterior), devemos empregar a dupla "Um"
e "outro", mantendo o paralelismo. A frase utiliza o termo "Um" e o pronome "este", portanto está incorreta. Além disso, o
pronome "este" retoma o elemento mais próximo, o que torna a frase incorreta, pois vimos que a lacuna 2 refere-se a "Machado
de Assis", e não a Tom Jobim.
Alternativa "D": Machado de Assis e Antônio Carlos Jobim são eminentes cariocas. O outro compôs melodias conhecidas
internacionalmente, e esse escreveu romances inesquecíveis.
INCORRETA. Como vimos anteriormente, devemos empregar a dupla "um" e "outro", e não apenas um desses dois termos.
Repete-se o erro da alternativa "C".
Alternativa "E": Machado de Assis e Antônio Carlos Jobim são eminentes cariocas. Esse compôs melodias conhecidas
internacionalmente, e este escreveu romances inesquecíveis.
INCORRETA. O termo "este" retoma o último elemento mencionado, que nesse caso é "Antônio Carlos Jobim". Já vimos que a
lacuna 2 refere-se ao escritor, e não ao compositor. Assim, a frase está incorreta.
216. FAURGS 2011
Há na palavra tolerância algo de condescendente, se não de desdenhoso, que incomoda. Lembrem-se do chiste do poeta francês
Paul Claudel: "Tolerância? Há casas(I) para isso!" Isso diz muito sobre Claudel e sobre a tolerância. Tolerar as opiniões do outro
acaso já não é considerá-las(I) inferiores ou incorretas? À rigor, só podemos tolerar aquilo que teríamos o direito de impedir: se
as opiniões(II) são livres, como devem ser, não dependem, pois, da tolerância! Daí um novo paradoxo da tolerância, que parece
invalidar sua(II) noção. Se as liberdades de crença, de opinião, de expressão e de culto são de direito, não podem ser toleradas,
mas simplesmente respeitadas, protegidas, celebradas.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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A palavra tolerante, no entanto, impôs-se, na linguagem corrente, para designar a virtude que se opõe ao fanatismo, ao
sectarismo, ao autoritarismo, em suma... à intolerância. Esse uso não me parece desprovido de razão: ele reflete, na própria 210
virtude que a supera, a intolerância de cada um. Em verdade, só se pode tolerar o que se teria o direito de impedir, de condenar,
de proibir. Mas esse direito(III) que nós não temos quase sempre temos a sensação de tê-lo(III). Não temos razão de pensar o que
pensamos? E, se temos razão, como os outros não estariam errados? E como a verdade poderia aceitar – a não ser por tolerância
– a existência ou a continuidade do erro? O dogmatismo sempre renasce, ele nada mais é que um amor ilusório e egoísta da
verdade. Por isso chamamos de tolerância o que, se fôssemos mais lúcidos, mais generosos, mais justos, deveria chamar-se
respeito, de fato, ou simpatia ou amor... Portanto, é a palavra que convém, pois o amor falta, pois a simpatia falta, pois o respeito
falta.
A tolerância – por menos exaltante que seja esta palavra – é, pois, uma solução passável; a espera de melhor, isto é, de que os
homens(IV) possam se amar ou simplesmente se conhecer e se compreender, demo-nos por felizes com que eles(IV) comecem a
se suportar.
Adaptado de: COMTE-SPONVILLE, A. Pequeno Tratado das Grandes Virtudes. São Paulo, Martins Fontes, 1999. p.186- 188.
Disponível no site do COMITÊ DA CULTURA DE PAZ: http://www.comitepaz.org.br/comte4.htm
Considere a seguinte relação de pronomes do texto e de elementos por eles recuperados.
I - las – casas
II - sua – as opiniões
III - lo – esse direito
IV - eles – os homens
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas I e II.
d) Apenas II e III.
e) Apenas III e IV.
➢ Comentários:
I - las – casas - INCORRETO.
Trecho: "Há casas para isso!" Isso diz muito sobre Claudel e sobre a tolerância. Tolerar as opiniões do outro acaso já não
é considerá-las inferiores ou incorretas?"
O pronome "las" exerce a função de objeto direto do verbo "considerar", retomando a expressão "opiniões do outro". A ideia é a
seguinte:
→ Tolerar as opiniões do outro acaso já não é considerar essas opiniões inferiores ou incorretas?
Assim, o pronome não retoma "casas".
II - sua – as opiniões - INCORRETO.
Trecho: "A rigor, só podemos tolerar aquilo que teríamos o direito de impedir: se as opiniões são livres, como devem ser, não
dependem, pois, da tolerância! Daí um novo paradoxo da tolerância, que parece invalidar sua noção."
O pronome possessivo "sua" indica uma ideia de posse relacionada ao termo "tolerância", e não a "opiniões". A ideia é a seguinte:
→ Daí um novo paradoxo da tolerância, que parece invalidar a noção da tolerância.
III - lo – esse direito - CORRETO.
Trecho: "Mas esse direito que nós não temos quase sempre temos a sensação de tê-lo."
O pronome destacado refere-se a "esse direito". A ideia é a seguinte:
→ Quase sempre temos a sensação de ter esse direito que nós não temos.
O item está CORRETO.
IV - eles – os homens - CORRETO.
Trecho: "A tolerância – por menos exaltante que seja esta palavra – é, pois, uma solução passável; a espera de melhor, isto é, de
que os homens possam se amar ou simplesmente se conhecer e se compreender, demo-nos por felizes com que eles comecem a
se suportar."
O pronome "eles" refere-se a "os homens". A ideia é a seguinte:
→ ... a espera de melhor, isto é, de que os homens possam se amar ou simplesmente se conhecer e se compreender, demo-nos
por felizes com que os homens comecem a se suportar.
O item está CORRETO.
Estão corretos os itens III e IV, portanto a alternativa "E" é a CORRETA.
217. FAURGS OF Esc 2010
Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo.
Uma em cada 4 pessoas _____ usam a internet no mundo tem uma conta no Facebook. Esse meio bilhão de pessoas publicam 14
milhões de fotos diariamente. Os 100 milhões de usuários do Twitter postam 2 bilhões de mensagens por mês. Dê umgoogle no
nome de alguém e os tweets dele vão estar lá. Pesquisadores cunham termos bonitos como a "era da hipertransparência" para
tentar falar que há xeretas e exibicionistas demais hoje.
E a maior rede social do planeta deu um passo grande rumo à tal hipertransparência: em maio, o Facebook mudou as regras sobre
o quanto que estranhos podem saber da sua vida. "Estamos construindo uma internet _____ padrão é ser sociável", decretou
Mark Zuckerberg, criador e presidente do site, ao anunciar as mudanças. Utopia sociológica à parte, interessa para ele que usuários
de seu serviço possam ser encontrados com mais facilidade. Se você não está no Facebook e encontra aquele amor antigo da
escola ali, tende a entrar para a rede social. E, quanto mais gente lá, mais Zuckerberg pode faturar com publicidade.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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As mudanças, de cara, parecem bem sutis. Antes, não dava para ver a foto de perfil ou a idade de uma pessoa pesquisada, por
exemplo. Agora, a não ser que o usuário mude as configurações no braço, um resumo de sua ficha ficará exposto na internet. Não 211
é pouca coisa. Pense em quem teve um término de relacionamento conturbado e quer manter distância de namorados maníacos;
ou em um adolescente que mudou de escola por causa de bullying e corre o risco _____ tudo comece de novo se os novos colegas
descobrirem isso; em quem sofre de assédio moral no trabalho ou foi testemunha de um crime; em quem não quer que os pais
descubram detalhes de sua vida sexual. Para todos eles, qualquer detalhe que o Facebook divulgue pode fazer uma grande
diferença.
Não fica nisso. Um dos maiores problemas é que a internet não "esquece" nada. E agora que ela faz parte da vida de praticamente
todo mundo há uma década, qualquer vacilo do passado pode causar um problema no presente. Fotos ousadas num fotolog de
anos atrás vão complicar você na disputa por um emprego. Uma troca infeliz de scraps no Orkut, como uma discussão com um ex,
pode estar ao alcance de qualquer um. As redes sociais baseadas em GPS, como a Fousquare, colocam mais pimenta nesse molho,
já que elas mostram num mapa onde os usuários estão a cada momento. Em suma, nunca existiram tantas possibilidades de
exposição pública. E sim: sempre vai ter alguém que você não esperava bisbilhotando você.
É natural. O desejo de cavucar a vida alheia existe desde sempre. "Na maior parte da história humana, as pessoas viveram em
pequenas tribos _____ todas as pessoas sabiam tudo o que todo mundo fazia. E de alguma forma estamos nos tornando uma vila
global. Pode ser que descobriremos que a privacidade, no fim das contas, sempre foi uma anomalia", afirma o professor Thomas
W. Malone, do Centro de Estudos de Inteligência Coletiva do MIT.
Seja como for, trata-se de uma anomalia de que todo mundo gosta. E por isso mesmo um movimento ganha cada vez mais força:
há uma preocupação maior com a bisbilhotice. Na prática, está acontecendo o contrário do que Zuckerberg imagina. Estamos
menos "sociais".
Hoje, a quantidade de dados que as pessoas deixam aberta na rede para todo mundo ver é, por cabeça, bem menor do que há 5,
6 anos. É raro encontrar quem deixe suas fotos escancaradas numa rede social. Scraps públicos no Orkut já são parte de um
passado remoto... Um estudo da Universidade da Califórnia mostra essa mudança: os entrevistados disseram tomar mais cuidado
com o que postam online hoje do que há 5 anos. Na mesma pesquisa, 88% dos jovens de 18 a 24 anos manifestaram-se a favor de
uma lei que forçasse os sites a apagarem informações pessoais depois de algum tempo.
Enquanto não chegam leis concretas, as pessoas reagem por conta própria. Trinta mil usuários cancelaram suas contas no
Facebook no dia 31 de maio, para protestar contra aquela mudança na configuração de privacidade. Compare isso com a reação
que as pessoas tiveram em 2006, quando o Orkut passou a identificar quem visitava o seu perfil. Não faltaram reações de
indignação. "Qual é a graça se não dá mais para espionar a vida dos outros escondido?", perguntavam os usuários.
É difícil imaginar algo assim hoje. Aprendemos a nos comportar na rede como nos comportamos em público. Porque, cada vez
mais, estamos mesmo.
Adaptado de: BURGOS, Pedro. O fim do fim da privacidade. Revista Super Interessante - Edição 280, junho de 2010. Disponível
em http://super.abril.com.br/tecnologia/fimfim- privacidade-580993.shtm.
Assinale a alternativa que preenche correta e respectivamente as lacunas das linhas 01, 06, 13 e 23.
a) as quais – cujo o – que – onde
b) que – cujo – de que – onde
c) que – onde o – que – as quais
d) as quais – onde o – a que – nas quais
e) que – cujo o – de que – em que
➢ Comentários:
A alternativa "B" é a CORRETA.
Devemos completar as lacunas e indicar a sequência correta.
LACUNA 1: Uma em cada 4 pessoas _____ usam a internet no mundo tem uma conta no Facebook.
Opções: as quais - que
O pronome relativo que completa a lacuna retoma o termo "pessoas" e introduz a oração subordinada adjetiva restritiva. Assim,
as opções "as quais" e "que" estão corretas. A opção "as quais" deixa clara a referência ao termo feminino "pessoas", mas a opção
"que" também é plenamente possível de ser empregada.
LACUNA 2: "Estamos construindo uma internet _____ padrão é ser sociável", decretou Mark Zuckerberg, criador e presidente do
site, ao anunciar as mudanças.
Opções: cujo o - cujo - onde o
A construção "cujo o" está gramaticalmente incorreta. NUNCA devemos inserir artigo após o pronome relativo "cujo".
O termo "onde" deve ser empregado para indicar um lugar físico. A internet não é um lugar físico, portanto essa opção não
completaria corretamente a lacuna.
Nesse caso, o correto é empregar o pronome relativo "cujo", que indica POSSE na seguinte construção: [possuidor] CUJO [objeto
possuído].
A ideia é a seguinte:
1. Estamos construindo uma internet
2. O padrão da internet é ser sociável
LACUNA 3: Pense em quem teve um término de relacionamento conturbado e quer manter distância de namorados maníacos; ou
em um adolescente que mudou de escola por causa de bullying e corre o risco _____ tudo comece de novo se os novos colegas
descobrirem isso...
Opções: que - de que - a que

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O termo "risco" exige o uso da preposição "de": risco de alguma coisa; risco de que algo aconteça.
Assim, a opção "de que" é a CORRETA. Na opção "que", não foi empregada a preposição adequada. Na opção "a que", foi 212
empregada uma preposição incorreta.
LACUNA 4: "Na maior parte da história humana, as pessoas viveram em pequenas tribos _____ todas as pessoas sabiam tudo o
que todo mundo fazia.
Opções: onde - as quais - nas quais - em que
O pronome relativo irá retomar a expressão "pequenas tribos", que é um lugar físico. Assim, podemos empregar "onde", "nas
quais" (concordância com "tribos") ou "em que". Veja que a preposição "em" é necessária, já que há o sentido de lugar.
Veja que, na LACUNA 2, apenas a opção "cujo" está correta, portanto podemos concluir que a alternativa "B" é a CORRETA. A
sequência fica assim: que - cujo - de que - onde.

Discurso Direto e Indireto – A aplicação é melhor nas questões.


218. FAURGS 2017
D. Glória gostava de conversar com Seu Ribeiro. Eram conversas intermináveis, em dois tons: ele falava alto e olhava de frente,
ela cochichava e olhava para os lados. Quando me via, calava-se. Já fui trabalhador alugado e sei que, de ordinário, a gente miúda
emprega as horas de folga depreciando os que são mais graúdos. Ora, as horas de folga de D. Glória eram quase todas.
Dormia, almoçava, jantava, ceava, lia romances à sombra das laranjeiras e atenazava Maria das Dores, que endoidecia com a
colaboração dela. Queixava-se de tudo: dos ratos, dos sapos, das cobras, da escuridão. Afetava na minha presença uma atitude
de vítima. Passava parte dos dias no escritório.
Seu Ribeiro tratava-a por excelentíssima senhora. Julguei perceber, por certas palavras, gestos e silêncios, que ela ia ali deplorar
a sorte da sobrinha. Estava sempre ao pé da carteira, amolando.
Madalena batia no teclado da máquina. Seu Ribeiro escrevia com lentidão trêmula, ___ vezes se aperreava procurando a régua, a
borracha, o frasco de cola, que se ausentavam, porque D. Glória tinha o ___ costume de mexer nos objetos e não os ___ nunca
onde os encontrava. Eu me danava com essa desordem, fechava a cara, dava ordens secas rapidamente e saía para não estourar.
Enfim desabafei. Num dia quatro, o balancete do mês passado não estava pronto.
– Por que foi esse atraso, Seu Ribeiro? Doença?
O velho esfregou as suíças, angustiado:
– Não senhor. É que há uma diferença nas somas.
Desde ontem procuro fazer a conferência, mas não posso.
– Por que, Seu Ribeiro?
E ele calado.
– Está bem. Ponha um cartaz ali na porta proibindo ___ entrada ___ pessoas que não tiverem negócio. Um cartaz com letras bem
grandes. Todas as pessoas, ouviu? Sem exceção.
– Isso é comigo? Disse D. Glória, esticando-se.
– Prepare logo o cartaz, Seu Ribeiro.
– Perguntei se era comigo, tornou D. Glória diminuindo um pouco.
– Ora, minha senhora, é com toda a gente. Se eu digo que não há exceção, não há exceção.
– Vim falar com minha sobrinha, balbuciou D. Glória, reduzindo-se ao seu volume ordinário.
– Sua sobrinha, enquanto estiver nesta sala, não recebe visitas, é um empregado como os outros.
– Eu não sabia. Pensei que não interrompesse.
– Pensou ___. Ninguém consegue escrever, calcular e conversar ao mesmo tempo.
Adaptado de: RAMOS, Graciliano. São Bernardo. Rio de Janeiro: Record, 1978. p. 101-2.
Considere as seguintes afirmações.
I - A frase Desde ontem procuro fazer a conferência, mas não posso, se estivesse em discurso indireto, poderia ser reescrita como
Seu Ribeiro disse que desde o dia anterior procurava fazer a conferência, mas não podia.
II - O trecho Isso é comigo? Disse D. Glória, esticando- se, se estivesse em discurso indireto, poderia ser reescrito como D. Glória,
esticando- se, perguntou se aquilo era com ela.
III - A frase Pensei que não interrompesse, se estivesse em discurso indireto, poderia ser reescrita como D. Glória disse “pensei
que não interrompesse”.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
e) Apenas II e III.
➢ Comentários:
Gabarito: Letra D.
Questão sobre tipos de discurso. Vejamos as afirmativas.
I. Certa. A frase "Desde ontem procuro fazer a conferência, mas não posso" está escrita em discurso direto, em que o personagem
apresenta sua fala com suas próprias palavras.
Convertendo-se para o discurso indireto, "Seu Ribeiro", o personagem, teria sua fala expressa por meio da fala do narrador: Seu
Ribeiro disse que desde o dia anterior procurava fazer a conferência, mas não podia. Nesse segmento, essa modalidade de citação

Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019


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do discurso alheio é marcada pela subordinação entre as orações, bem como pela flexão dos verbos no Pretérito Imperfeito do
Indicativo (repare que, no discurso direto, os verbos estavam conjugados no Presente do Indicativo). 213
Logo, está correta a afirmação da banca.
II. Certa. A conversão do trecho "Isso é comigo: Disse D. Glória, esticando-se" para o discurso indireto resultaria na redação
apresentada pelo examinador: D. Glória, esticando-se, perguntou se aquilo era com ela. Nessa nova construção, o segmento "se
aquilo era com ela" é uma oração subordinada. Ademais, a forma verbal "era" está conjugada no Pretérito Imperfeito do
Indicativo, sendo mais uma característica desse modo de citação do discurso alheio.
III. Errada. O segmento "Pensei que não interrompesse, pensou" está no discurso direto. A estrutura respectiva, convertida para
o discurso indireto, seria "D. Glória havia pensado que não seria interrompida". Logo, a afirmação está inadequada.
219. FAURGS 2016
Videiras de Cristal
Bem mais tarde, quando o dormitório coletivo envolvia-se nas sombras e ________ apenas os roncos e os espaçados gemidos dos
enfermos permeando o calor rançoso das respirações, Jacobina e Ana Maria Hofstäter estavam à janela, olhando as luzes da
cidade: pouco a pouco se apagavam, e a fímbria de pontos luminosos às margens do rio ________ num cordão móvel, de uma
sinuosidade ágil, como se alguém inconstante traçasse sucessivas linhas de um contorno.
Haviam dividido o pão da avó Müller e o mastigavam sem fome.
– Nunca aceite nenhuma violência – disse Jacobina, despertando de uma longa mudez. Aceitar a violência é negar a própria vida.
Aqueles homens que violaram você ao lado da cruz, eles um dia pagarão.
Ana Maria estremeceu. Desde o acontecimento do arroio nunca mais falaram no assunto.
– A senhora acha que um dia eu vou casar?
Ana Maria sentiu logo que não deveria perguntar isso. – Por que não? Irá casar, igual a Maria Sehn. – Jacobina voltou os olhos
para Ana Maria. – Sei o que você está pensando. Mas uma coisa eu lhe asseguro: você é tão virgem como Maria Sehn era antes
do casamento.
Só, em sua cama, enrolada no exíguo cobertor que ________ os pés de fora e batendo o queixo de frio, Ana Maria pensava no
jovem Haubert. Sempre acompanhando o tutor Robinson o Ruivo, Haubert foi ocupando um lugar no Ferrabrás, e não apenas nos
corações dos chefes. Jovem como uma figueira de um ano, tinha o olhar caído e triste de um homem de quarenta. Gostaria que
ele estivesse ali, junto com elas. Ele as protegeria. E adormeceu pensando: a saudade é a verdadeira medida do amor.
Adaptado de ASSIS BRASIL, L. A. Videiras de Cristal. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1997. 5ª edição. Páginas 211-212.
Considere as seguintes afirmações.
I - Se a frase Nunca aceite nenhuma violência estivesse em discurso indireto, seria escrita como Jacobina disse a Ana Maria que
nunca aceitasse nenhuma violência.
II - Se a frase A senhora acha que um dia eu vou casar? estivesse em discurso direto, seria escrita como Ana Maria perguntou se
Jacobina achava que um dia eu casaria.
III - Se a frase Irá casar, igual a Maria Sehn estivesse em discurso indireto, seria escrita como Jacobina disse a Ana Maria que ela
iria casar, igual a Maria Sehn.
Quais estão corretas?
a) Apenas II.
b) Apenas I e II.
c) Apenas I e III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.
➢ Comentários:
I. Certa. A frase "Nunca aceite nenhuma violência" reproduz a fala da própria personagem Jacobina, caracterizando o discurso
direto. Repare que uma das marcas dessa modalidade discursiva é o uso do travessão, indicando a mudança do enunciador, bem
como a conversa entre as personagens.
Passando a estrutura acima para o discurso indireto, desconsideraríamos o travessão e reconstruiríamos a sentença com orações
subordinadas, já que a subordinação é a característica dessa modalidade discursiva. Assim, o período "Jacobina disse a Ana Maria
que nunca aceitasse nenhuma violência" é introduzida pela conjunção integrante QUE, marcando a relação de dependência
(subordinação) entre as orações. Nesse discurso, a fala da personagem é transmitida pelo narrador.
II. Errada. Caso estivesse no discurso direto, poderíamos ter as seguintes construções:
- Um dia eu vou casar? - perguntou Ana Maria
Ana Maria perguntou: - Um dia eu vou casar?
III. Certa. Com efeito, a construção "Jacobina disse a Ana Maria que ela iria casar, igual a Maria Sehn" está no discurso indireto,
modalidade discursiva marcada pela subordinação entre as orações. Veja que a oração "que ela iria casar" é introduzida por uma
conjunção integrante, indicando a relação de dependência relativamente à oração principal "Jacobina disse a Ana Maria".
Portanto, apenas as afirmações I e III estão corretas.
Gabarito: C.
FIGURAS DE LINGUAGEM
1) Metáfora: é uma comparação implícita realizada SEM conectores
Exemplo: O perfume dela enfeitiça.
O sentido desta metáfora é: o perfume age como um feitiço, mas, já dissemos, a metáfora ocorre sem conectores.
2) Comparação ou Símile: neste caso, a comparação ocorre COM o uso de conector (melhor, mais, como, menos...)
Gente, cuidado com uma coisa:
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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TEORIA SISTEMATIZADA E QUESTÕES PARA OFICIAL DE JUSTIÇA 2019

Minha irmã é bonita como eu. (Aqui temos uma comparação denotativa, literal, e NÃO uma figura de linguagem)
Minha irmã é bonita como a lua. (Aqui temos uma comparação metafórica, uma figura de linguagem) 214
Não confundam a comparação denotativa, com a figura de linguagem "comparação", ok?
3) Metonímia: a substituição de um termo por outro que se relaciona com ele. Podemos substituir a parte pelo todo, o todo pela
parte, a marca pelo produto, o conteúdo pelo continente, a obra pelo autor.
Exemplo: Ele só queria um teto.
A palavra "teto" foi empregada no lugar de "casa", temos a substituição do todo por uma parte.
Exemplo: Já bebeu toda a garrafa?
A palavra "garrafa" foi utilizada no lugar de "bebida contida na garrafa", temos a substituição do conteúdo pelo continente.
Exemplo: Juju ama ler Cecília Meireles.
"Cecília Meireles" foi utilizada no lugar de "livros de Cecília Meireles", ou seja, ocorreu a substituição da obra pelo autor.
Exemplo: Preciso ir ao supermercado comprar bombril.
A palavra "bombril" foi empregada no lugar de "esponja de aço", temos substituição do produto por uma marca.
4) Perífrase: neste caso, o termo é substituído por um equivalente. (É diferente da metonímia, cuidado!!!)
Exemplo: Fui pedida em casamento na cidade luz.
A pessoa sortuda do exemplo acima foi pedida em casamento onde?? Em Paris, gente! Cidade luz é um "apelido" bem conhecido
dessa cidade. Assim, temos a substituição de "Paris" por um termo equivalente.
Exemplo: O rei do futebol faz aniversário em outubro.
Galera, percebam que usamos "o rei do futebol" no lugar de Pelé, ou seja, um termo equivale ao outro.
Atenção! Temos uma figura chamada de "ANTONOMÁSIA", que é um tipo específico de perífrase SÓ PARA PESSOAS, vejamos:
Exemplo: Gostaria de ter assistido a um show do rei do pop.
Agora, estamos substituindo "Michael Jackson" por "rei do pop". Temos uma antonomásia, que é um tipo de perífrase exclusiva
para pessoas. Assim, o exemplo dado do "rei do futebol" também é uma antonomásia (tipo de perífrase), entenderam??
O aluno pode questionar: "Oh Kelsch, se na prova cair o exemplo do rei do futebol, eu marco perífrase ou antonomásia?"
Meu filho, provavelmente a prova não trará as duas opções, pois uma (antonomásia) é espécie da outra (perífrase), mas se a banca
colocar ambas, marque a mais específica "antonomásia". De todo modo, uma questão deste tipo raramente trará essas duas
opções entre as alternativas, pois é passível de recurso.
RESUMINDO: Para que vocês não confundam Metonímia, Perífrase e Antonomásia, fiquem de olho no quadro abaixo.

5) Gradação: os termos aparecem ordenados hierarquicamente. Esses termos não precisam ser sinônimos, ok?
Exemplo: Deu uma, deu duas, deu três horas da manhã...
Exemplo: O problema era enorme, ficou menor, hoje é um grão no deserto.
6) Prosopopeia ou Personificação: ocorre quando características humanas são atribuídas a seres inanimados.
Exemplo: Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas a sua infinidade de portas e janelas
alinhadas. (O Cortiço, de Aluísio de Azevedo)
Exemplo: O céu torcia por nosso amor.
7) Catacrese: é uma expressão metafórica que está cristalizada por seu uso cotidiano
Exemplo: Os braços da cadeira são dourados.
Exemplo: Meu cachorrinho não sai do pé da cama.
8) Ironia: ocorre quando escrevemos algo querendo dizer o oposto. Esta figura geralmente é empregada para dar toque de humor
ao texto.
Exemplo: O menino era muito estudioso, sua maior nota foi cinco.
Exemplo: Ela era discreta, como elefantes caindo de um precipício.
9) Eufemismo: empregado para atenuar uma expressão ou informação desagradável, pesada.
Exemplo: Ele finalmente descansou. (Ou seja, morreu.)
Exemplo: O senhor está faltando com a verdade.
10) Hipérbole: quando o exagero/ excesso é utilizado intencionalmente.
Exemplo: A professora está morrendo de cansada.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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Exemplo: Estou pesando 200 quilos após o almoço de família.


11) Aliteração: repetição de consoantes, é figura de som. 215
Exemplo: Quem com ferro fere, com ferro será ferido. (repetição do F)
12) Assonância: repetição de vogais, é figura de som.
Exemplo: A onda anda, aonde anda a onda? (Manuel Bandeira)
Temos a repetição do "o" e do "a" em "onda", "anda", "aonde".
Atenção! Com frequência a aliteração e a assonância são utilizadas em conjunto, justamente pelo emprego de palavras
semelhantes como acontece no exemplo da "onda". Quando isso ocorrer, temos uma figura chamada PARANOMÁSIA (aliterações
+ assonâncias).
O aluno pode questionar: Oh Kelsch, se cair o exemplo da "onda" e a banca colocar aliteração e paranomásia, eu marco o quê?
Filho, geralmente a banca não faz isso, porque a questão seria passível de recurso. Entretanto, como já sugerimos lá em cima no
caso da perífrase X antonomásia, marque a mais específica "paranomásia" e reze para o examinador "ter noção". Se não tiver,
recorra!
Seu bisonho, se você neste ponto já não sabe mais o que danado é perífrase e antonomásia, melhor voltar para o início do material
e reler tudo.
13) Sinestasia: ocorre com a mistura de sentidos (tato, olfato, paladar, emoção, físico...)
Exemplo: Eu prefiro cores mais quentes. (visão + tato)
Exemplo: Não me fale com essas palavras doces... (audição + paladar)
14) Apóstrofe: é o uso de um vocativo destinado a seres fictícios ou que não podem responder fisicamente.
Exemplo: Oh Cupido, vá longe de mim.
Exemplo: Espelho, espelho meu, existe alguém mais bela do que eu? (Madrasta da Branca de Neve)
Exemplo: Dizei-me vós, Senhor Deus! Se é loucura... se é verdade, tanto horror perante os céus?! (Castro Alves)
OBS: Gente, o exemplo sobre "Senhor Deus" é considerado apóstrofe nas obras literárias, ok? Independentemente de crença,
religião, as bancas consideram esse vocativo como figura de linguagem.
15) Anáfora: ocorre quando uma palavra ou expressão é repetida no início de versos, orações.
Exemplo: Se você gritasse
Se você gemesse
Se você tocasse a valsa vienense
16) Assíndeto: quando temos ausência de conectores. Esta figura é empregada para dar mais subjetividade ao texto.
Exemplo: Chegou, bebeu, comeu, partiu.
17) Polissíndeto: neste caso, temos a repetição de um mesmo conectivo.
Exemplo: Não sei nadar, nem correr, nem cavalgar, nem atirar, mas quero fazer Pentatlo um dia.
Exemplo: Ou você estuda, ou trabalha, ou vai à praia.
18) Elipse: caracterizada pela omissão de termo ou expressão, sem referente.
Exemplo: Ganhei uns milhões na loteria.
Temos acima, um caso de sujeito oculto (eu), também chamado de quê? De quê? Sujeito elíptico!!
Exemplo: Trabalhou o dia inteiro, mas nenhum dinheiro. (Elipse do verbo "ganhar".)
Sem a elipse, teríamos: Trabalhou o dia inteiro, mas nenhum dinheiro ganhou.
19) Zeugma: é um tipo de elipse, mas ocorre com referencial.
Exemplo: Ela gosta de Caetano Veloso; eu, de Chico Buarque. (Omissão do verbo "gostar", já citado no primeiro trecho.)
Percebam que a zeugma é caracterizada por omissão de termo já citado, mencionado anteriormente.
Atenção!! A zeugma é marcada por vírgula!! Vejamos novamente o exemplo acima:
Na frase normal: Ela gosta de Caetano Veloso; eu gosto de Chico Buarque.
Na frase com zeugma: Ela gosta de Caetano Veloso; eu, de Chico Buarque.
Massa, neh? Sim, sim! E isso cai tanto em questões de linguagem, quanto de pontuação!!
20) Pleonasmo (literário): é o uso da redundância para reforçar uma ideia.
Atenção! Estamos falando de pleonasmo como figura de linguagem: o chamado pleonasmo literário, intencional. Entretanto,
quando a redundância ocorre sem intenção, por desconhecimento de regras gramaticais, temos um vício de linguagem. Mais à
frente trataremos desses vícios, certo?
Exemplo: "E rir meu riso e derramar meu pranto” (Vinicius de Morais)
Exemplo: Quando com os olhos eu quis ver de perto" (Alberto de Oliveira)
21) Anacoluto: termo solto/frase solta, que quebra a estrutura sintática
Exemplo: “Eu, que era branca e linda, eis-me medonha e escura”. (Manuel Bandeira)
Exemplo: "A velha hipocrisia, recordo-me dela com vergonha." (Camilo Castelo Branco)
Percebam que os termos em negrito estão soltos, não têm predicado, quebram a estrutura sintática do texto. Este recurso
geralmente é empregado para destacar uma ideia, a uma pessoa ou para retratar características da fala, como a irregularidade, a
quebra de pensamento.
22) Antítese: uso de palavras/frases de sentido contrário
Exemplo: Tristeza não tem fim, felicidade, sim. (Vinicius de Moraes)
Exemplo: O amor e o ódio andam lado a lado.
23) Paradoxo: há o emprego de termos opostos criando uma contradição
Exemplo: É ferida que dói e não se sente. É um contentamento descontente. (Luís de Camões)
Exemplo: Ela era toda ódio e amor.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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216

220. FAURGS 2018:


Tanta coisa feia, suja e malvada acontecendo que, às vezes, dá vontade de esquecer de tudo. Nem que seja por duas horas. Isso
a gente consegue com um livro – mas só de noite, no conforto do lar e deixando o celular no silencioso para não se deixar seduzir
por avisos de mensagens que nunca, nem por um segundo, param de entrar. Assim como a aventura humana pode ser dividida
em antes e depois da invenção da poltrona, nas palavras de Millôr Fernandes, o poder de concen-tração do homem está dividido
em antes e depois das redes sociais. Dom Casmurro, a chegada à Lua, a própria internet: para nossa sorte, tudo aconteceu antes
do Instagram e do Facebook. Se fosse agora, talvez Marie Curie parasse para uma selfie bem no instante de isolar os elementos,
ou Proust procrastinasse com posts bem-humorados diante da dificuldade de escrever milhares de páginas. Sabe-se lá o que seria
da civilização.
Existem dois territórios em que desligar o telefone é sagrado – se não por vontade do usuário, para não tomar uma vaia dos
demais presentes. No teatro e no cinema, celulares e seus vícios deveriam ficar no fundo do bolso e da bolsa. Não que volta e
meia a luz de uma tela não perturbe o escuro. Pior: que o som de uma chamada não interrompa a cerimônia do espetáculo. “Não
posso falar agora, liga mais tarde. (…) O quê? Depois a gente conversa, só vê se a Julinha tem ração e dá um beijo no Rex, quer
dizer, dá um beijo na Julinha e vê se o Rex tem ração. (…) Beijo, te ligo na saída.”
Mas o assunto deste texto é o prazer de esquecer da vida assistindo a um filme. Aqui entra o Festival de Cinema do Rio, que
acabou na semana passada depois de dez dias e dezenas de filmes exibidos por módicos onze reais a cada sessão. Em Porto Alegre
também tem disso. O Capitólio, o Santander, a Casa de Cultura Mario Quintana e mostras como o Fantaspoa e Ela na Tela, que
começa neste final de semana e vai até 25 de outubro, trazem muitas joias a preços populares para a cidade – quando não no
amor. E por amor.
Entre os tantos filmes do Festival do Rio, dois que gostaria de recomendar. O primeiro tem irritado cinéfilos mais xiitas por se
tratar de uma cinebiografia bem-humorada demais, talvez, de Jean-Luc Godard. Azar o deles. O Formidável, do diretor Michel
Hazanavicius, que já ganhou o Oscar por O Artista, é muito bom. Se é que viu, Godard odiou. O filme trata do período em que,
depois de filmar A Chinesa, Godard, aos 37 anos, casa com a atriz Anne Wiazemsky, então com 19, autora do livro que serviu de
base para o roteiro. De charmoso e irresistível, nas palavras de Anne, ele vira um chato de galochas (embora com seus encantos)
ao abraçar o maoísmo e renegar seus filmes anteriores. O Formidável reconstitui as passeatas de maio de 68 em Paris, faz
referências ao modo de Godard filmar, é irônico na medida e traz um sensacional protagonista, o ator Louis Garrel. É um filme
para sair feliz do cinema, exatamente a sensação que o mestre não queria proporcionar a seus espectadores. E mais não conto
para não dar spoiler.
O segundo filme é O Artista do Desastre. O espectador ri até sem querer da reconstituição do “Cidadão Kane dos filmes ruins”,
The Room. James Franco faz o papel de diretor do pior filme do mundo – e também é o diretor e produtor na vida real. Indo para
casa de metrô, só tinha um pensamento: que bom vencer a preguiça e sair de casa em um domingo frio e chuvoso para ser feliz
por duas horas.
Adaptado de: TAJES, Claudia. Cinema também é resistência. Zero Hora, Caderno Donna, Porto Alegre, 24 de outubro de 2017.
Disponível em http://revistadonna.clicrbs.com.br/ coluna/claudia-tajes-cinema-tambem-e-resistencia/. Acesso em 12/05/2018.
Em qual das frases abaixo NÃO ocorre elipse?
a) Nem que seja por duas horas.
b) Em Porto Alegre também tem disso.
c) Azar o deles.
d) Se é que viu, Godard odiou.
e) E mais não conto para não dar spoiler.
➢ Comentários:
GABARITO LETRA B
Elipse é a omissão de uma palavra identificável pelo contexto. [Nós] Precisamos escolher melhor nossos representantes.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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LETRA "A"-ERRADA. Nem que seja por duas horas.


"Tanta coisa feia, suja e malvada acontecendo que, às vezes, dá vontade de esquecer de tudo. Nem que seja por duas horas." 217
Do contexto acima infere-se que, no período "Nem que seja por duas horas.", foi omitido o trecho "dá vontade de esquecer de
tudo": Dá vontade de esquecer de tudo, nem que seja por duas horas. Logo, nesse caso, ocorre elipse.
LETRA "B"-CORRETA. Em Porto Alegre também tem disso.
"Mas o assunto deste texto é o prazer de esquecer da vida assistindo a um filme. Aqui entra o Festival de Cinema do Rio, que
acabou na semana passada depois de dez dias e dezenas de filmes exibidos por módicos onze reais a cada sessão. Em Porto Alegre
também tem disso."
Do contexto acima infere-se que, no período "Em Porto Alegre também tem disso.", a palavra "disso" (preposição de + pronome
demonstrativo isso) foi empregada, como recurso coesivo, para retomar a ideia anterior de que é possível assistir a filmes pela
módica quantia de onze reais: "Em Porto Alegre também tem disso." equivale a "Em Porto Alegre também é possível assistir a
filmes pela módica quantia de onze reais."
Nesse caso, não há elipse, pois a ideia anterior não foi omitida, mas substituída por um pronome demonstrativo.
LETRA "C"-ERRADA. Azar o deles.
"Entre os tantos filmes do Festival do Rio, dois que gostaria de recomendar. O primeiro tem irritado cinéfilos mais xiitas por se
tratar de uma cinebiografia bem-humorada demais, talvez, de Jean-Luc Godard. Azar o deles."
Do contexto acima infere-se que a frase "Azar o deles." omitiu o fato anterior de que o primeiro dos filmes recomendado pelo
autor tem irritado cinéfilos mais xiitas: o fato anterior de que o primeiro dos filmes recomendado pelo autor tem irritado cinéfilos
mais xiitas é azar deles (desses cinéfilos mais xiitas). Logo, nesse caso, ocorre elipse.
LETRA "D"-ERRADA. Se é que viu, Godard odiou.
"O Formidável, do diretor Michel Hazanavicius, que já ganhou o Oscar por O Artista, é muito bom. Se é que viu, Godard odiou."
Do contexto acima infere-se que, no período "Se é que viu, Godard odiou.", foi omitido, como objeto direto de "viu" e de "odiou",
o nome do filme do diretor Michel Hazanavicius: O Formidável. Se é que Godard viu "O Formidável", ele odiou "O
Formidável". Logo, nesse caso, ocorre elipse.
LETRA "E"-ERRADA. E mais não conto para não dar spoiler.
"É um filme para sair feliz do cinema, exatamente a sensação que o mestre não queria proporcionar a seus espectadores. E mais
não conto para não dar spoiler."
Do contexto acima infere-se que, no período "E mais não conto para não dar spoiler.", foi omitida a expressão que complementa
a ideia transmitida por "mais". Não conto mais do que algo que já contei. Esse algo é que o filme é um filme para sair feliz do
cinema. E mais do que contar que o filme é um filme para sair feliz do cinema eu não conto. Logo, nesse caso, ocorre elipse.

Partícula SE
1) CONJUNÇÃO INTEGRANTE: não exerce função sintática! Inicia as orações subordinadas substantivas (do mesmo modo que a
conjunção integrante QUE).Um macete muito repassado por diversos professores é: para checar se a palavra SE é conjunção
integrante, troque a oração que ela inicia por ISSO. Vamos ver?
Exemplo: Ele não disse se virá amanhã. (Ele não disse ISSO.)
A oração iniciada pelo SE é subordinada substantiva objetiva direta, que funciona como objeto direto da oração principal: "Ele não
disse".
Exemplo: Ele quer saber uma coisa: se passará na prova. (Ele quer saber uma coisa: ISSO.)
A oração iniciada pelo SE é subordinada substantiva apositiva, que funciona como aposto da oração principal: "Ele quer saber uma
coisa".
2) CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA CONDICIONAL: ATENÇÃO!! CAI MUITO EM PROVA!! Inicia orações subordinadas adverbiais
condicionais, sentido de condição!
Exemplo: Se você for à festa, eu vou. (Já ouviu esta frase de algum amigo? Rsrsrsrs...)
Exemplo: Farei o trabalho se o computador colaborar.
3) CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA TEMPORAL: tem sentido de "QUANDO".
Exemplo: Se eu penso em você, fecho os olhos de saudade. (Música "Canteiros" de Fagner, adaptada)
Sentido de: Quando penso em você, fecho os olhos de saudade.
ATENÇÃO!! Algumas bancas, como o CESPE, estão explorando o SE temporal!! Vejamos uma questão recente sobre o tema:
4) SUBSTANTIVO: normalmente tem sentido de "obstáculo", aparece com determinantes como "artigo", "pronome" ou
"numeral".
Exemplo: Para alcançar aquele resultado há muitos ses.
5) PARTÍCULA EXPLETIVA: utilizada apenas para dar realce a expressões, podendo ser eliminada sem causar prejuízo gramatical
ou semântico.
Exemplo: Eles riam-se da situação econômica brasileira. (Podemos retirar o SE sem problemas!)
Reescritura sem o SE: Eles riam da situação econômica brasileira.
6) PRONOME REFLEXIVO: tem sentido de "a si mesmo (a)", fazendo a ação do sujeito refletir sobre ele mesmo.
Exemplo: João cortou-se com a faca. (a si mesmo)
Exemplo: Maria penteou-se com cuidado. (a si mesma)
7) PRONOME REFLEXIVO RECÍPROCO: é um tipo de pronome reflexivo utilizado nas orações em que há mais de uma pessoa
praticando e sofrendo a ação ao mesmo tempo, há ideia de reciprocidade.
Exemplo: Os candidatos cumprimentaram-se antes do debate.
Exemplo: Os jogadores abraçaram-se após o jogo.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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8) PARTE INTEGRANTE DO VERBO: formam os verbos que chamamos de pronominais, que só podem ser conjugados em conjunto
com o pronome. Entre eles, temos: suicidar-se, sentar-se, tornar-se, queixar-se, arrepender-se, lembrar-se, esquecer-se. 218
Exemplo: O rapaz infelizmente se suicidou.
Exemplo: Ela esqueceu-se do evento.
ATENÇÃO! O verbo "suicidar-se" é pronominal mesmo, ok? Cuidado para não dizer que é reflexivo. O "sui" significa "a si mesmo",
o "cida" é sufixo com sentido de "que mata". Assim, o "se" é parte integrante do verbo, pois ninguém pode suicidar outra pessoa,
mas apenas a si mesmo.
9) ÍNDICE DE INDETERMINAÇÃO DO SUJEITO (ATENÇÃO, MUITO IMPORTANTE!!)
Gente, o índice de indeterminação do sujeito aparece, em regra, com verbos: TRANSITIVO INDIRETO, INTRANSITIVO, DE LIGAÇÃO.
O verbo precisa estar na TERCEIRA PESSOA DO SINGULAR e a oração não pode ter sujeito explicitado.
Exemplo: Assiste-se a bons filmes naquele canal. (VERBO TRANSITIVO INDIRETO + SE)
Exemplo: Vive-se melhor aqui. (VERBO INTRANSITIVO + SE)
Exemplo: Era-se feliz naquele tempo. (VERBO DE LIGAÇÃO + SE)
Kelsch, podemos ter um SE índice de indeterminação do sujeito com verbo transitivo direto? Sim, se ele for preposicionado! Esse
tipo de construção aparece pouco em prova.
Exemplo: Ama-se a Deus naquele lugar. (a Deus - objeto direto preposicionado)
10) PARTÍCULA APASSIVADORA: aparece com verbos TRANSITIVOS DIRETOS ou DIRETOS e INDIRETOS. A oração terá sentido de
passividade, pois estará na voz passiva sintética. Podemos transformar a frase em passiva analítica para confirmar o SE como
partícula apassivadora!
Exemplo: Vendem-se carros. (Carros são vendidos.)
Exemplo: Deu-se um presente a ele. (Um presente foi dado a ele.)
CUIDADO para não confundir ÍNDICE DE INDETERMINAÇÃO DO SUJEITO COM PARTÍCULA APASSIVADORA!
• Trata-se de problemas complicados. (Tratar é transitivo indireto, não temos sujeito explícito, assim o SE é índice
de indeterminação do sujeito! Percebam que o verbo permanece no singular!! Ele nunca pode ir para o plural
quando o SE for índice!)
• Compram-se roupas usadas. (Comprar é verbo transitivo direto, há sentido de "passividade", assim o SE é
partícula apassivadora! Percebam que, neste caso, o verbo concorda com o sujeito paciente "roupas usadas".)

221. FAURGS 2012:


ADAPTADA
Considere o emprego do vocábulo se nos trechos a seguir, extraídos do último parágrafo do texto.
I - É mais provável que se consiga recuperar.
II - um documento analógico que não se guardou em condições ideais.
III - quando se percebe o dano em arquivos digitais.
Em quais deles admite-se a análise do se como indicador de voz passiva?
a) Apenas em I.
b) Apenas em II.
c) Apenas em III.
d) Apenas em I e II.
e) Apenas em II e III.
➢ Comentários:
GABARITO LETRA E
O "se" é indicador de voz passiva (pronome apassivador) quando forma a voz passiva sintética ou pronominal, que é composta
por verbo transitivo direto ou transitivo direto e indireto na terceira pessoa (singular ou plural).
I - ERRADA: É mais provável que se consiga recuperar.
A questão pede que se considere o emprego do vocábulo se no trecho destacado. No trecho destacado, a locução
verbal consiga recuperar foi empregada como intransitiva, já que não apresenta objeto direto.
A frase está na voz ativa e o "se" funciona como índice de indeterminação do sujeito. Isso acontece sempre que o "se"
acompanha um verbo intransitivo ou transitivo indireto, cujo sujeito não vem expresso nem pode ser identificado, e o
verbo está na terceira pessoa do singular.
II - CORRETA: um documento analógico que não se guardou em condições ideais.
Nesse trecho, a oração que não se guardou em condições ideais está na voz passiva sintética.
A voz passiva sintética é aquela formada por verbo transitivo direto ou transitivo direto e indireto na terceira pessoa do
singular ou do plural+ se (pronome apassivador).
A forma verbal guardou é transitiva direta. Sua ligação com a partícula se forma a voz passiva sintética. Nesse caso, o
pronome relativo que (=um documento analógico) é o sujeito (paciente) de guardou e a palavra se é o indicador de voz
passiva.
III - CORRETA: quando se percebe o dano em arquivos digitais.
Nesse fragmento, a oração quando se percebe o dano em arquivos digitais está na voz passiva sintética.
A voz passiva sintética é aquela formada por verbo transitivo direto ou transitivo direto e indireto na terceira pessoa do
singular ou do plural+ se (pronome apassivador).
A forma verbal percebe é transitiva direta. Sua ligação com a partícula se forma a voz passiva sintética. Nesse caso, o dano
em arquivos digitais é o sujeito (paciente) de percebe e a palavra se é o indicador de voz passiva.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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TEORIA SISTEMATIZADA E QUESTÕES PARA OFICIAL DE JUSTIÇA 2019

LETRA "A"-ERRADA. Apenas em I.


LETRA "B"-ERRADA. Apenas em II. 219
LETRA "C"-ERRADA. Apenas em III.
LETRA "D"-ERRADA. Apenas em I e II.
LETRA "E"-CORRETA. Apenas em II e III.
222. FAURGS OJ 2010: (QUESTÃO ADAPTADA)
Considere o emprego do vocábulo se nos trechos destacados abaixo.
I - se sente capaz de empregar a mesma retórica
II - apropriou-se de tal figura para os seus próprios fins
III - deve pagar-se com a morte do autor
Em quais deles, admite-se a análise do se como indicador de voz passiva?
a) Apenas em I.
b) Apenas em II.
c) Apenas em III.
d) Apenas em II e III.
e) Em I, II e III.
➢ Comentários:
A alternativa "C" é a CORRETA.
Devemos indicar os trechos em que o "se" destacado funciona como INDICADOR DE VOZ PASSIVA.
Na VOZ PASSIVA, o sujeito RECEBE a ação expressa pelo verbo. Chamamos de sujeito paciente.
É importante ter em mente que a voz passiva só pode ser feita com verbos que admitem objetos diretos (verbo transitivo direto
ou verbo bitransitivo)! Vamos lá?
I - "Hegemann se sente capaz de empregar a mesma retórica para justificar o plágio..." - INCORRETO.
A frase acima não está na voz passiva. O sujeito "Hegemann" pratica a ação de "sentir-se capaz". Esse é um sujeito agente. Assim,
o "se" jamais poderia ser indicador de voz passiva. Nesse caso, ele é parte integrante do verbo pronominal "sentir-se".
II - "Hegemann se sente capaz de empregar a mesma retórica para justificar o plágio porque, independentemente das intenções
de Barthes, ela, como tantos outros, apropriou-se de tal figura para os seus próprios fins." - INCORRETO.
O sujeito "ela" PRATICA a ação de apropriar-se de algo. Veja que o sujeito é agente, portanto o "se" não pode ser indicador de voz
passiva. A oração está na voz ativa!
Esse é mais um caso do "se" como parte integrante do verbo (apropriar-se = tomar para si).
III - "Afinal, ele mesmo declarava que 'o nascimento do leitor deve pagar-se com a morte do autor'." - CORRETO.
O sujeito "o nascimento do leitor" SOFRE a ação de dever ser pago. Estamos diante de uma oração na voz passiva sintética,
formada pelo verbo transitivo direto "pagar" com o "se" como pronome apassivador. Passando a frase para a voz passiva analítica,
o que facilita a visualização da passividade, temos o seguinte:
→ ... o nascimento do leitor deve ser pago com a morte do autor.
O "se" é pronome apassivador apenas na frase III, portanto a alternativa "C" é a CORRETA.
223. FAURGS 2007
Identifique a alternativa em que a passagem transcrita do texto NÃO contém ideia de condicionalidade.
a) Mas se Herzl estabeleceu as bases do sionismo moderno, um fato acabaria por tornar Israel uma inevitabilidade prática,
e não apenas teórica.
b) Na Segunda Guerra Mundial, um dos mais sistemáticos e radicais programas de extermínio mostrava como a longa
história do antissemitismo só seria travada se os judeus tivessem essa casa sem mais demoras: um espaço de reconciliação que
pudessem chamar de seu.
c) Ou, inversamente e na lógica do antissemitismo, Israel não tem direito à existência se o Holocausto foi uma farsa.
d) Na mentalidade de revisionistas e negacionistas, se o Holocausto não existiu, o Estado Judaico não tem direito a existir.
e) Trata-se, no fundo, de uma velha técnica de desumanização progressiva que o Terceiro Reich cultivou com sucesso: se
retirarmos de um ser humano a sua basilar humanidade, nada impede que possa ser humilhado e destruído.
➢ Comentários:
Gabarito: LETRA A.
Nas letras B, C, D e E, o termo "se" é uma conjunção subordinativa adverbial condicional, expressando ideia
de CONDICIONALIDADE. Vejamos:
b) Na Segunda Guerra Mundial, um dos mais sistemáticos e radicais programas de extermínio mostrava como a longa história
do antissemitismo só seria travada SE os judeus tivessem essa casa sem mais demoras: um espaço de reconciliação que
pudessem chamar de seu.
c) Ou, inversamente e na lógica do antissemitismo, Israel não tem direito à existência SE o Holocausto foi uma farsa.
d) Na mentalidade de revisionistas e negacionistas, SE o Holocausto não existiu, o Estado Judaico não tem direito a existir.
e) Trata-se, no fundo, de uma velha técnica de desumanização progressiva que o Terceiro Reich cultivou com
sucesso: SE retirarmos de um ser humano a sua basilar humanidade, nada impede que possa ser humilhado e destruído.
Nessas alternativas, o termo "se" pode ser substituído pela conjunção condicional "caso", com as devidas alterações da forma
verbal na maioria dos casos:
• SE os judeus tivessem>>>CASO os judeus tivessem.
• SE o Holocausto foi uma farsa.>>>CASO o Holocausto tenha sido uma farsa.
• SE o Holocausto não existiu>>>CASO o Holocausto não tenha existido.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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• SE retirarmos de um ser humano>>>CASO retiremos de um ser humano.


A única opção que NÃO contém ideia de condicionalidade é a letra A: 220
"Mas se Herzl estabeleceu as bases do sionismo moderno, um fato acabaria por tornar Israel uma inevitabilidade prática, e não
apenas teórica"... Aqui, o termo "se" funciona como CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA ADVERBIAL CAUSAL, exprimindo ideia de
CAUSA. Note que o "se" pode ser substituído pela conjunção causal "como":
"Mas como Herzl estabeleceu as bases do sionismo moderno, um fato acabaria por tornar Israel uma inevitabilidade prática, e
não apenas teórica"...
A partícula QUE
1) CONJUNÇÃO COORDENATIVA ADITIVA: quando aparece ligando orações coordenadas e tem o mesmo sentido da conjunção
"E" (e equivalentes).
Exemplo: Ele pede que pede, mas não o escutam.
Sentido de: Ele pede e pede, mas não o escutam.
2) CONJUNÇÃO COORDENATIVA ADVERSATIVA: quando aparece ligando orações coordenadas e tem o mesmo sentido da
conjunção "MAS" (e equivalentes).
Exemplo: Pode reclamar a noite toda que você não vai para aquela pescaria. (A frase que as esposas dizem aos maridos)
Sentido de: Pode reclamar a noite toda, mas você não vai para aquela pescaria
3) CONJUNÇÃO COORDENATIVA ALTERNATIVA: quando aparece ligando orações coordenadas e geralmente tem o mesmo
sentido do par "QUER...QUER". .
Exemplo: Que falem, que não falem, serei eu mesma!
Exemplo: Que funcione, que não funcione, tentarei mais uma vez.
4) CONJUNÇÃO COORDENATIVA EXPLICATIVA: quando aparece ligando orações coordenadas e tem o mesmo sentido da
conjunção "POIS" (e equivalentes).
Exemplo: Entra, que está chovendo.
Exemplo: Estude, que a prova será difícil.
5) CONJUNÇÃO INTEGRANTE (ATENÇÃO! CAI MUITO EM PROVA!)
- Gente, esta conjunção não exerce função sintática! É utilizada apenas para introduzir/iniciar orações subordinadas substantivas,
ok? Um macete muito repassado por diversos professores é: para checar se a palavra QUE é conjunção integrante, troque a oração
que ela inicia por ISSO. Vamos ver?
Exemplo: Ele disse que virá amanhã. (Ele disse ISSO.)
A oração iniciada pelo QUE é subordinada substantiva objetiva direta, que funciona como objeto direto da oração principal: "Ele
disse".
Exemplo: É fundamental que você estude. (É fundamental ISSO.)
Agora, temos a conjunção integrante QUE iniciando oração subordinada substantiva subjetiva, que funciona como sujeito da
oração principal "É fundamental".
Exemplo: Eu sinto muito orgulho de que você passou na prova. (Eu sinto muito orgulho DISSO.)
A conjunção integrante QUE inicia oração subordinada substantiva completiva nominal, que funciona como complemento nominal
da oração principal "Eu sinto muito orgulho de".
6) CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA CONSECUTIVA: inicia orações subordinadas adverbiais consecutivas, geralmente aparece em
conjunto com "tão", "tanto".
Exemplo: Ela dançou tanto que cansou.
Exemplo: Pedro é tão estudioso que sempre passa em primeiro lugar nos concursos.
7) CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA COMPARATIVA: inicia orações subordinadas adverbiais comparativas, pode aparecer com a
preposição "de" (de + o = do).
Exemplo: Ela é mais talentosa (do) que as outras competidoras são.
Exemplo: Nada mais empolgante (do) que viajar entre amigos.
8) CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA CONCESSIVA: aparece pouco em prova. Inicia orações subordinativas adverbiais concessivas,
geralmente com sentido de "EMBORA".
Exemplo: Que me julguem, farei o trabalho.
Sentido de: Embora me julguem, farei o trabalho.
9) CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA CAUSAL: inicia orações subordinadas adverbiais causais.
Exemplo: As ruas estão alagadas que choveu.
Exemplo: Estudou muito que queria passar no concurso.
10) PRONOME RELATIVO (ATENÇÃO! CAI MUITO EM PROVA!!)
Gente, esta é uma classificação muito importante para concurso público: QUE (pronome relativo) usado para retomar termo
anterior.
Dica! Tente substituir por outro pronome relativo, como: o qual, a qual, os quais, as quais.
Exemplo: A professora que dá aulas de Português esteve aqui. (O QUE retoma professora.)
Substituindo por "a qual": A professora a qual dá aulas de Português esteve aqui.
Exemplo: O médico, que é cardiologista, trabalha naquele hospital. (O QUE retoma médico.)
Substituindo por "o qual": O médico, o qual é cardiologista, trabalha naquele hospital.

ATENÇÃO!! Os pronomes relativos (inclusive o QUE) iniciam orações adjetivas.


Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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Vale lembrar:
oração adjetiva restritiva - sem vírgula 221
oração adjetiva explicativa - isolada por vírgulas.
11) PRONOME INTERROGATIVO: faz parte de frases interrogativas. Pode ser antecedido pelo artigo "o".
Exemplo: Que horas são?
Exemplo: O que fazes aqui?
12) PRONOME INDEFINIDO: geralmente aparece em frases exclamativas, podendo ser substituído por "quanto(a)". Cai pouco em
prova.
Exemplo: Que tristeza, minha gente!
Exemplo: Que insegurança vivemos neste país!
13) SUBSTANTIVO: sempre acentuado! Geralmente tem sentido de "algo", aparece com artigo ou outro tipo de determinante.
Exemplo: Aquela mulher tem um quê de menina.
Exemplo: O livro daquele autor explica o uso do quê.
14) INTERJEIÇÃO: sempre aparece em frases exclamativas, expressa sentido e deve ser acentuado.
Exemplo: Quê! Eu não sabia isso!
Exemplo: Quê?? Ela passou na prova??
15) PARTÍCULA EXPLETIVA: aparece apenas para realçar uma expressão, podendo ser retirada da frase sem provocar prejuízos
gramaticais ou semânticos.
Exemplo: Eu que não vou àquela festa.
Sentido de: Eu não vou àquela festa. (QUE apenas realça, pode ser eliminado sem problemas.)
Exemplo: Ela que fez a tarefa.
16) PREPOSIÇÃO ACIDENTAL: geralmente tem sentido equivalente ao da preposição "de" (também pode aparecer com sentido
da preposição "a"), muito usada para unir verbos em locução.
Exemplo: Ela tinha que escrever a monografia rapidamente.
Exemplo: Há que se defender as pessoas mais pobres.

224. FAURGS 2017:


O homem é o animal que lembra. Podemos dizer isso tendo em conta que não haveria, de um modo geral, a cultura, sem o
trabalho da memória. Definir o que é a memória, porém, não é fácil. Os cientistas tentam explicá-la afirmando seu funcionamento
físico-químico em nível cerebral. Os historiadores criam suas condições gráficas por meio de documentos e provas, definem, com
isso, uma linguagem compreensível sobre o que ela seja: o que podemos chamar de “campo da memória”. Os artistas e escritores
tentam invocar seus subterrâneos, aquilo que, mesmo sem sabermos, constitui nosso substrato imagético e simbólico. Mas o que
é a memória para cada um de nós que, em tempos de excesso de informação, de estilhaçamento de sentidos, experimenta o fluxo
competitivo do cotidiano, a rapidez da vida, como se ela não nos pertencesse? Como fazemos a experiência coletiva e individual
da memória? É possível lembrar? Lembrar o quê? Devemos lembrar? Se esta pergunta é possível, a contrária também tem
validade: haverá algo que devamos esquecer?
A memória é um enigma. Para os antigos gregos, Mnemósyne era a deusa da memória, a mãe das nove musas que inspiravam os
poetas, os músicos, os bailarinos. Seu simbolismo define que a memória precisa ser criada pelas artes. Numa civilização oral como
foi a grega, nada mais compreensível do que uma divinização da memória. A memória é a mãe das artes, tanto quanto nelas se
reproduz, por meio delas é que mantém sua existência. Por isso, ela presidia a poesia, permitindo ao poeta saber e dizer o que os
humanos comuns não sabiam. Que a memória seja mãe das musas significa que a lembrança é a mãe da criatividade. Mas de que
lembrança se está tratando?
Para além da mitologia, na filosofia, distinguiam-se dois modos de rememoração: Mneme, espécie de arquivo disponível que se
pode acessar a qualquer momento, e Anamnese ou a memória que está guardada em cada um e que pode ser recuperada com
certo esforço. A primeira envolve um registro consciente, enquanto a segunda manifesta o que há de inconsciente na produção
de nossas vidas, ou seja, o que nos constitui sem que tenhamos percebido que nos aconteceu, que se forjou por nossa própria
obra.
Adaptado de: TIBURI, Marcia. Lembrar é essencial. Revista Vida Simples, março de 2007. Disponível em:
http://www.marciatiburi.com.br/textos/lembrar.htm. Acesso em 3 de agosto de 2017.
Aponte a alternativa em que a palavra que está classificada gramaticalmente correta de acordo com o seu uso no texto.
a) O homem é o animal que lembra. – partícula expletiva
b) ...aquilo que, mesmo sem sabermos, constitui... – conjunção subordinativa adverbial
c) Seu simbolismo define que a memória...– pronome relativo
d) Que a memória seja mãe das musas significa... – advérbio interrogativo
e) ...significa que a lembrança é a mãe da criatividade. – conjunção subordinativa integrante
➢ Comentários:
Gabarito: Letra E.
Em "(...) significa que a lembrança é a mãe da criatividade", o termo destacado é classificado como conjunção subordinativa
integrante, introduzindo uma oração subordinada substantiva objetiva direta. Logo, eis a resposta: opção (E).
Nas demais opções:
a) No período "O homem é o animal que lembra", o vocábulo destacado retoma o termo "animal", razão por que pertence à
categoria dos pronomes relativos.

Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019


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b) Em "(...) aquilo que mesmo sem sabermos, constitui (...)", o termo destacado é um pronome relativo, retomando o pronome
demonstrativo "aquilo", seu antecedente no contexto. 222
c) Na passagem "Seu simbolismo define que a memória (...)", o termo destacado é uma conjunção subordinativa integrante,
introduzindo a oração subordinada substantiva objetiva direta "que a memória (...)".
d) Em "Que a memória seja a mãe das musas significa (...)", temos novamente uma conjunção subordinativa integrante.
225. FAURGS 2016
Videiras de Cristal
Bem mais tarde, quando o dormitório coletivo envolvia-se nas sombras e ouviam-se apenas os roncos e os espaçados gemidos
dos enfermos permeando o calor rançoso das respirações, Jacobina e Ana Maria Hofstäter estavam à janela, olhando as luzes da
cidade: pouco a pouco se apagavam, e a fímbria de pontos luminosos às margens do rio transformava-se num cordão móvel, de
uma sinuosidade ágil, como se alguém inconstante traçasse sucessivas linhas de um contorno.
Haviam dividido o pão da avó Müller e o mastigavam sem fome.
– Nunca aceite nenhuma violência – disse Jacobina, despertando de uma longa mudez. Aceitar a violência é negar a própria vida.
Aqueles homens que violaram você ao lado da cruz, eles um dia pagarão.
Ana Maria estremeceu. Desde o acontecimento do arroio nunca mais falaram no assunto.
– A senhora acha que(a) um dia eu vou casar?
Ana Maria sentiu logo que(b) não deveria perguntar isso. – Por que(c) não? Irá casar, igual a Maria Sehn. – Jacobina voltou os
olhos para Ana Maria. – Sei o que você está pensando. Mas uma coisa eu lhe asseguro: você é tão virgem como Maria Sehn era
antes do casamento.
Só, em sua cama, enrolada no exíguo cobertor que(d) deixava os pés de fora e batendo o queixo de frio, Ana Maria pensava no
jovem Haubert. Sempre acompanhando o tutor Robinson o Ruivo, Haubert foi ocupando um lugar no Ferrabrás, e não apenas nos
corações dos chefes. Jovem como uma figueira de um ano, tinha o olhar caído e triste de um homem de quarenta. Gostaria que(e)
ele estivesse ali, junto com elas. Ele as protegeria. E adormeceu pensando: a saudade é a verdadeira medida do amor.
Adaptado de ASSIS BRASIL, L. A. Videiras de Cristal. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1997. 5ª edição. Páginas 211-212.
Assinale a única alternativa em que a partícula que desempenha a mesma função sintática do que em Aqueles homens que
violaram você ao lado da cruz, eles um dia pagarão.
a) que.
b) que.
c) que.
d) que.
e) que.
➢ Comentários:
Questão sobre o vocábulo QUE.
Na passagem "Aqueles homens que violaram você ao lado da cruz, eles um dia pagarão", o termo QUE é um pronome relativo,
retomando o substantivo "homens".
A forma pronominal relativa QUE introduz uma oração subordinada adjetiva, exercendo a função sintática de sujeito: (Aqueles)
homens violaram você.
A mesma função sintática é encontrada no segmento "no exíguo cobertor que deixava os pés de fora". Nesse contexto, o pronome
relativo QUE retoma "cobertor", funcionando, na oração subordinada adjetiva restritiva, como sujeito do verbo "deixar".
Portanto, a opção (D) gabarita a questão.
Vejamos as demais opções.
a) Na passagem "A senhora acha QUE um dia eu vou casar?", o termo QUE é uma conjunção integrante, introduzindo a oração
subordinada substantiva objetiva direta "que um dia eu vou casar". Nesse contexto, a conjunção subordinativa funciona como
objeto direto do verbo "achar", estabelecendo uma relação de dependência entre as orações.
b) No trecho "Ana Maria sentiu logo que não deveria perguntar isso", o termo QUE também é uma conjunção integrante, iniciando
uma oração subordinada substantiva objetiva direta. Contextualmente, a conjunção subordinativa exerce a função de objeto
direto do verbo transitivo direto "sentir".
c) No trecho "Por que não?", o termo QUE é um pronome interrogativo, precedido da preposição "por", não exercendo função
sintática.
e) No fragmento "Gostaria que ele estivesse ali", o termo QUE é uma conjunção integrante, introduzindo o complemento do verbo
transitivo indireto "gostar" (Gosta DE algo). Na linguagem oral (coloquial), é recorrente a omissão da preposição DE, como se
observa no contexto em apreço.
No entanto, segundo a variante padrão culta escrita do idioma, prescreve-se o uso do elemento preposicional antes da conjunção
integrante "que": Gostaria (de) que ele estivesse ali.
Gabarito: D.
226. FAURGS OJ 2014:
Considere o trecho a seguir, extraído do texto.
O National Bureau of Economic Research fez um estudo que revela que, se os anúncios de redes de fast food fossem eliminados,
a obesidade infantil diminuiria em até 20%. Também aponta que a publicidade infantil tende a anular a autoridades dos pais,
criando um confronto entre as mensagens publicitárias e os valores familiares.
Assinale a alternativa que apresenta a classificação gramatical correta para as três palavras sublinhadas no trecho acima, na ordem
em que aparecem.
a) pronome relativo – conjunção integrante – pronome relativo
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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b) conjunção integrante – pronome relativo – pronome relativo


c) pronome relativo – pronome relativo – conjunção integrante 223
d) conjunção integrante – pronome relativo – conjunção integrante
e) pronome relativo – conjunção integrante – conjunção integrante
➢ Comentários:
No segmento "fez um estudo que", o termo destacado retoma "estudo", proporcionando coesão ao texto. Trata-se um pronome
relativo, introduzindo a oração subordinada adjetiva restritiva "que revela que (...) a obesidade infantil diminuiria em até 20%".
Assim, descartamos as opções (B) e (D).
Já no excerto "um estudo que revela que, se os anúncios (...)", o termo destacado é morfologicamente classificado
como conjunção integrante, iniciando a oração subordinada substantiva objetiva direta "que a obesidade infantil diminuiria em
até 20%". Nesse contexto, a mencionada oração complementa o sentido do verbo transitivo direto "revelar". Dessa forma,
também eliminados a opção (C).
Vale destacar, ainda, que a oração subordinada adverbial condicional "se os anúncios de redes de fast food fossem eliminados"
está intercalada na oração substantiva, justificando o uso das vírgulas.
Por fim, na passagem "Também aponta que a publicidade infantil (...)", temos outra conjunção integrante, iniciando a oração
subordinada substantiva objetiva direta "que a publicidade infantil tende a anular a autoridade dos pais", expressão que completa
o sentido do V.T.D. "apontar". Assim, a letra (E) gabarita a questão.
Complementando os estudos, a vírgula antes da forma "criando" é justificada pelo fato de a oração "criando um confronto entre
as mensagens publicitárias e os valores familiares" ser subordinada reduzida de gerúndio.
Gabarito: E.
227. FAURGS OJ 2014:
A farra com as crianças acabou? Pode ser que sim, pelo menos em parte. O Conanda (Conselho Nacional dos Direitos da Criança
e do Adolescente) aprovou resolução que proíbe propagandas voltadas para menores de idade no Brasil. Ela leva em conta que a
publicidade infantil, na maioria das vezes, contraria o Estatuto da Criança e do Adolescente e só deve ser usada para campanhas
de utilidade pública sobre alimentação, educação e saúde.
Essa é uma pauta que está já há algum tempo em discussão, sofrendo grande resistência do mercado. O consumo de produtos
infantis é um mercado importantíssimo e ainda um terreno a ser completamente explorado. Segundo o site da CCFC, Campaign
for a Commercial-Free Childhood, ONG que combate a propaganda abusiva para crianças, pessoas com menos de 14 anos são
responsáveis diretas por um gasto de 40 bilhões de dólares por ano – dez vezes mais do que dez anos atrás.
Empresas, agências e indústrias festejam esse número, que contempla o gasto com uma gama enorme de produtos, desde
alimentos e brinquedos, até roupas e viagens. E, para isso, contam com a publicidade, principalmente na TV.
Mas, além de induzir à compra e ao consumo desnecessário, a publicidade provoca outros efeitos. O National Bureau of Economic
Research fez um estudo que revela que, se os anúncios de redes de fast food fossem eliminados, a obesidade infantil diminuiria
em até 20%. Também aponta que a publicidade infantil tende a anular a autoridade dos pais, criando um confronto entre as
mensagens publicitárias e os valores familiares.
Segundo James McNeal, um dos papas do marketing infantil, estamos numa espécie de “era dourada das crianças”. Elas são tudo
o que o mercado quer: consumidoras compulsivas, vulneráveis às tendências ditadas pela publicidade. Mais ainda: influenciam
decisivamente os hábitos de consumo de pais, irmãos, avós e tios. “Quarenta milhões de americanos entre 2 e 12 anos são
responsáveis por influenciar um a cada sete dólares gastos no mercado dos EUA”, escreve ele. De acordo com o Instituto
InterScience, há dez anos, apenas 8% das crianças influenciavam as decisões de compras dos adultos. Hoje, esse número saltou
para 49%.
Outro levantamento da Viacom, dona do canal infantil Nickelodeon, mostra que mais de 40% das compras dos pais são
influenciadas pelos filhos. Segundo essa mesma pesquisa, 65% dos pais revelam que ouvem a opinião das crianças sobre os
produtos comprados para toda a família, como o carro, por exemplo. Elas dão palpite sobre cores, som, tipo do carro, bancos e
até o modelo das portas. A criança consumidora de hoje será o adulto consumidor de amanhã.
“Faz todo sentido que a busca incessante das empresas pela fidelização de seus clientes comece bem mais cedo. Nada mais
natural, portanto, olharmos as crianças como futuras consumidoras de diversos produtos, serviços e marcas”, diz James McNeal.
Países como Suécia, Alemanha, Espanha e Canadá já há algum tempo têm legislações extremamente rígidas com o que chamam
de “métodos de persuasão infantil”, algo comparável a um assédio moral ou sexual. Uma campanha recente de gel para cabelos
foi banida por ter “sensualizado” personagens infantis. Na União Europeia, a legislação básica, válida para os 27 países-membros,
proíbe tudo o que explore “a inexperiência e credibilidade infantil”, que “encoraje crianças a persuadir pais ou outros a comprar
produtos ou serviços”, que “explore a confiança dos pais pelos seus filhos” e “mostre cenas perigosas envolvendo menores”.
A resolução do Conanda não tem força de lei, embora possa servir de base para possíveis processos e ações. Já surgem
manifestações acusando a iniciativa de atentado à liberdade de expressão. Mas o limite dessa liberdade é a pregação contra a
integridade física e moral dos indivíduos. Um exemplo clássico é o veto à propaganda de cigarros.
Adaptado de: AMADO, Roberto. A proibição de propagada para crianças é novidade no Brasil, mas não no mundo desenvolvido.
Disponível em: http://www.diariodocentrodomundo.com.br/a-proibicaode-propagada-para-criancas-e-novidade-no-brasil-
masnao-no-mundo-desenvolvido/. Acessado em 20/04/2014.
Assinale a alternativa que apresenta oração subordinada adjetiva explicativa extraída do texto.
a) que proíbe propagandas voltadas para menores de idade no Brasil.
b) que está já há algum tempo em discussão.
c) que contempla o gasto com uma gama enorme de produtos.
d) que a busca incessante das empresas pela fidelização de seus clientes comece bem mais cedo.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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e) que “encoraje crianças a persuadir pais ou outros a comprar produtos ou serviços”.


➢ Comentários: 224
A opção (C) gabarita a questão.
Na passagem "Empresas, agências e indústrias festejam esse número, que contempla o gasto com uma gama enorme de
produtos", o termo destacado é morfologicamente classificado como pronome relativo, retomando a expressão antecedente
"esse número".
Conforme nos ensinam as lições gramaticais, os pronomes relativos introduzem orações subordinadas adjetivas, as quais podem
ser explicativas ou restritivas.
No contexto em apreço, a oração "que contempla o gasto com uma gama enorme de produtos" é uma explicação, sendo precedida
da vírgula. Portanto, temos um segmento explicativo, validando nossa resposta: (C).
Nas demais opções:
a) o trecho destacado em "aprovou resolução que proíbe propagandas voltadas para menores de idade no Brasil" é iniciado pelo
pronome relativo "que", restringindo o sentido do substantivo "resolução". Trata-se de uma oração subordinada adjetiva
restritiva, funcionando sintaticamente como adjunto adnominal.
b) a oração destacada em "Essa é uma pauta que está já há algum tempo em discussão", o termo QUE é um pronome relativo,
usado com a finalidade de retoma o substantivo "pauta", restringindo seu sentido.
d) o segmento "que a busca incessante (...) comece bem mais cedo" é iniciado pela conjunção integrante QUE, introduzindo a
oração subordinada substantiva subjetiva, relativamente à oração principal "faz todo sentido".
e) o segmento destacado é introduzido pelo pronome relativo QUE, restringindo o pronome indefinido "tudo".
Gabarito: C.

Interpretação e Compreensão de Textos


Antes de começarmos com as dicas para uma compreensão e uma interpretação mais eficiente, precisamos deixar claro que:
TEXTO, em regra, é um conjunto de frases organizadas (um todo significativo) com uma
finalidade: argumentar, informar, narrar, entreter, convencer, descrever... (há um "céu" de possibilidades).
No geral, um texto deve ter início, desenvolvimento e conclusão, com ideias interligadas por meio de conectivos (conjunções,
preposições, advérbios) de forma harmônica e lógica. Entretanto, ele também pode ser produzido com poucas palavras, sem
nenhuma complexidade: o que importa é que a mensagem seja transmitida da forma pretendida pelo autor.
Falamos aqui em compreensão e em interpretação de textos, mas essas expressões são sinônimas? Não!
A compreensão engloba aquilo que está no texto, aquilo que foi dito explicitamente pelo autor. Quando o comando da questão
pedir a compreensão encontraremos algo assim:
“o autor afirma que…”, “o texto informa que…”, “segundo o autor”, “segundo o texto”, “o narrador diz que…”.
A interpretação vai mais além, englobando o que é dito nas entrelinhas pelo autor. Quando o comando da questão pedir
interpretação, encontraremos algo assim:
“podemos deduzir que”, “a leitura do texto nos permite concluir que…”, "Depreende-se que…”, “Infere-se que…”, “a intenção
do autor é…”, “subentende-se que…”.
Para que essa diferença fique mais clara, vamos dar um exemplo:
TEXTO: Joana parecia reluzente enquanto cantarolava. (Dissemos que o texto pode ser formado por poucas palavras, não foi?!)
Compreensão do texto: Joana aparentava ter um brilho próprio enquanto cantava. CORRETO.
(Reluzente é sinônimo de brilhar, transmitir luz. Cantarolar e cantar têm basicamente o mesmo sentido.)
Interpretação correta do texto: Joana parecia feliz enquanto cantava. CORRETO.
(O texto não fala diretamente que Joana parecia feliz, mas usa o termo “reluzente”, geralmente empregado para qualificar pessoas
felizes. Assim, o que estamos fazendo é uma inferência: tirando uma conclusão a partir da leitura, e não apenas compreendendo.)
Interpretação errada do texto: Joana parecia preocupada enquanto cantarolava. ERRADO.
(O texto não dá margem para que digamos que Joana parecia preocupada, assim não podemos “viajar” e concluir o que quisermos,
devemos nos ater ao que é indicado pelo autor, realizar uma interpretação autorizada pelo texto. Reluzente não é um termo que
indica preocupação.)
Tendo em mente essas breves informações, vamos ao que mais interessa!
PONTOS IMPORTANTES PARA UMA BOA COMPREENSÃO/INTERPRETAÇÃO TEXTUAL
A) Identificar o tema e a ideia principal:
Primeiramente, para que a compreensão ocorra da melhor forma, precisamos identificar o tema principal do texto e, para isso,
devemos lê-lo por completo (sim, é o jeito!) com a seguinte pergunta na cabeça: sobre o que este texto fala? Qual a ideia principal
dele? Vamos colocar em prática essa dica, ok? Vejam o texto a seguir:
Confiar e desconfiar
Desconfiar é bom e não custa nada − é o que diz o senso comum, valorizando tanto a cautela como a usura. Mas eu acho que
desconfiar custa, sim, e às vezes custa demais. A desconfiança costuma ficar bem no meio do caminho da aventura, da iniciativa,
da descoberta, atravancando a passagem e impedindo − quem sabe? − uma experiência essencial.
Por desconfiar deixamos de arriscar, permitindo que a prudência nos imobilize; por cautela, calamo-nos, não damos o passo,
desviamos o olhar. Depois, ficamos ruminando sobre o que teremos perdido, por não ousar.
O senso comum também diz que é melhor nos arrependermos do que fizemos do que lamentarmos o que deixamos de fazer. Como
se vê, a sabedoria popular também hesita, e se contradiz. Mas nesse capítulo da desconfiança eu arrisco: quando confiar é mais
perigoso e mais difícil, parece-me valer a pena. Falo da confiança marcada pela positividade, pela esperança, pelo crédito, não
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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pela mera credulidade. Mesmo quando o confiante se vê malogrado, a confiança terá valido o tempo que durou, a qualidade da
aposta que perdeu. O desconfiado pode até contar vantagem, cantando alto: − Eu não falei? Mas ao dizer isso, com os pés 225
chumbados no chão da cautela temerosa, o desconfiado lembra apenas a estátua do navegante que foi ao mar e voltou
consagrado. As estátuas, como se sabe, não viajam nunca, apenas podem celebrar os grandes e ousados descobridores.
“Confiar, desconfiando” é outra pérola do senso comum. Não gosto dessa orientação conciliatória, que manda ganhar abraçando
ambas as opções. Confie, quando for esse o verdadeiro e radical desafio.
(Ascendino Sales, inédito)
O título já nos dá uma boa dica sobre o tema principal do texto e, durante a leitura, tiramos a prova de que ele realmente gira em
torno da confiança (com ênfase na desconfiança e no que ela pode acarretar). Sempre sugiro que o candidato destaque o que
entender como fundamental para a compreensão/interpretação: o tema, as ideias principais, verbos, conectivos. Vamos destacar
juntos?
Confiar e desconfiar
Desconfiar é bom e não custa nada − é o que diz o senso comum, valorizando tanto a cautela como a usura. Mas eu acho que
desconfiar custa, sim, e às vezes custa demais. A desconfiança costuma ficar bem no meio do caminho da aventura, da iniciativa,
da descoberta, atravancando a passagem e impedindo − quem sabe? − uma experiência essencial.
Por desconfiar deixamos de arriscar, permitindo que a prudência nos imobilize; por cautela, calamo-nos, não damos o passo,
desviamos o olhar. Depois, ficamos ruminando sobre o que teremos perdido, por não ousar.
O senso comum também diz que é melhor nos arrependermos do que fizemos do que lamentarmos o que deixamos de fazer.
Como se vê, a sabedoria popular também hesita, e se contradiz. Mas nesse capítulo da desconfiança eu arrisco: quando confiar é
mais perigoso e mais difícil, parece-me valer a pena. Falo da confiança marcada pela positividade, pela esperança, pelo crédito,
não pela mera credulidade. Mesmo quando o confiante se vê malogrado, a confiança terá valido o tempo que durou, a qualidade
da aposta que perdeu. O desconfiado pode até contar vantagem, cantando alto: − Eu não falei? Mas ao dizer isso, com os pés
chumbados no chão da cautela temerosa, o desconfiado lembra apenas a estátua do navegante que foi ao mar e voltou
consagrado. As estátuas, como se sabe, não viajam nunca, apenas podem celebrar os grandes e ousados descobridores.
“Confiar, desconfiando” é outra pérola do senso comum. Não gosto dessa orientação conciliatória, que manda ganhar
abraçando ambas as opções. Confie, quando for esse o verdadeiro e radical desafio.
Viram como facilita? Com os destaques, percebemos que o autor defende a confiança, alegando que ela pode proporcionar
experiências que não ocorreriam/seriam travadas se desconfiássemos em excesso, vejamos: "A desconfiança costuma ficar bem
no meio do caminho da aventura, da iniciativa, da descoberta, atravancando a passagem e impedindo − quem sabe? − uma
experiência essencial."
B) Enxergar o objetivo do autor e os recursos utilizados:
O próximo passo é identificar o porquê do autor ter escrito o texto e quais recursos utilizou para alcançar o objetivo. O texto foi
produzido para informar o leitor? Para convencê-lo? Para diverti-lo? Para narrar algo? Tomando por base o texto que analisamos
acima, percebemos que o objetivo do autor é criticar a desconfiança exagerada, apresentando argumentos para que o leitor
concorde que confiar é bem mais benéfico para o indivíduo. Vejamos um trecho do texto que apresenta tal argumento: "A
desconfiança costuma ficar bem no meio do caminho da aventura, da iniciativa, da descoberta, atravancando a passagem e
impedindo − quem sabe? − uma experiência essencial."
Perceberam que o autor defende o ponto de vista dele e apresenta argumentos a fim de convencer o leitor?
C) Comentar e resumir o texto (parafrasear):
Depois de ler, destacar os pontos principais e identificar o tema, as ideias, o objetivo e os recursos empregados, o candidato deve
ser capaz de resumir o conteúdo do texto em poucas linhas, potencializando a capacidade de interpretação. A tática é aquela dos
tempos de colégio: ler o livro e dizer com suas palavras o que entendeu. É evidente que na hora da prova não teremos tempo
para escrever um resumo bonitinho, mas podemos fazer isso rapidamente de forma mental e, se necessário, escrever apenas
algumas palavras-chave, ao lado de cada parágrafo, que ajudem na hora da interpretação (os trechos sublinhados já facilitarão a
resolução de quase todas as questões).
Assim, vamos resumir com nossas palavras o conteúdo do texto “Confiar e desconfiar” já analisado?
Resumo do texto: O texto fala sobre confiar e desconfiar, com ênfase na desconfiança. O autor mostra-se contrário ao ato de
desconfiar excessivamente, alegando que tal cautela pode impedir o homem de ter experiências fundamentais. Defende a
confiança e a ousadia, fazendo-se valer do ditado popular: melhor se arrepender do que fez do que lamentar o que não fez.
Fácil, não é? Essa técnica também é conhecida como paráfrase, sendo muito útil para facilitar a compreensão e a interpretação
textual.
ERROS COMUNS QUE CONTAMINAM A COMPREENSÃO E A INTERPRETAÇÃO
Além de sabermos o que fazer para que a compreensão/interpretação textual seja eficiente, é importante termos em mente o
que não devemos fazer! Assim, enumeraremos algumas manias proibidas para quem quer acertar todas as questões da prova,
vamos lá?
A) Extrapolar o que é dado pelo texto (“viajar”)
Quando dizemos que a pessoa “viajou” na ideia, queremos dizer que ela foi além do que deveria ao interpretar algo, “fantasiou”
coisas que não foram ditas ou indicadas pelo autor. Assim, se queremos acertar as questões de interpretação, devemos nos
concentrar no que é dito de forma direta ou indireta pelo texto, mas não extrapolar o seu conteúdo.
No texto “Confiar e desconfiar”, o autor defende que a desconfiança pode travar o indivíduo e impedir que viva experiências
essenciais. Se uma questão da prova afirmar que a pessoa desconfiada sempre acaba arrependida, poderemos marcá-la como
correta? NÃO! Em algum momento o texto fala que a desconfiança é certeza de arrependimento ou de erro? NÃO! Então não
devemos “viajar” e acrescentar ideias que não existem!
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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TEORIA SISTEMATIZADA E QUESTÕES PARA OFICIAL DE JUSTIÇA 2019

Cuidado com palavras e expressões como “sempre”, “nunca”, “certamente”, “sem exceções”, “absolutamente”, “certeza”, pois
elas podem ser indício de armadilha da banca! Quando o comando da questão trouxer palavras assim, cuidado redobrado! 226

B) Reduzir
Enquanto alguns candidatos “viajam”(extrapolam) com frequência, outros têm a mania de reduzir o conteúdo do texto a um
aspecto, a uma única ideia das várias abordadas pelo autor. A redução ou particularização indevida ocorre quando nos apegamos
a um único elemento verdadeiro do texto e deixamos de lado muitos outros, necessários para a compreensão correta do
conjunto.
Vamos contar uma rápida "historinha" para que a ideia de redução fique bem fixada na cabeça de todos, ok?
Historinha: Sabem quando convivemos com alguém, sempre fazemos tudo certo, mas aí erramos uma vez e a pessoa se apega
àquele erro e só fala nele, nele, nele...? A criatura basicamente esquece tudo de bom que fizemos antes, nos reduz ao erro que
comentemos. (Que raiva! rs...) A ideia é por aí... Reduzir é limitar o conteúdo do texto a um único aspecto, quando existem
vários outros.
No texto “Confiar e desconfiar” o autor enfatiza que desconfiar pode ser ruim para o indivíduo e apresenta argumentos a fim de
convencer o leitor sobre esse ponto de vista. Entretanto, não podemos reduzir o texto apenas a esse ponto, quando estão
presentes outros elementos como “a confiança nem sempre nos leva ao sucesso”. (Trecho que fala sobre confiar: “Falo da
confiança marcada pela positividade, pela esperança, pelo crédito, não pela mera credulidade. Mesmo quando o confiante se vê
malogrado, a confiança terá valido o tempo que durou, a qualidade da aposta que perdeu.”)
C) Contradizer
A contradição ocorre quando afirmamos algo que contraria a informação oferecida pelo texto. Assim, só podemos contradizer
o autor se o comando da questão pedir claramente: caso contrário, nunca devemos contradizer o que há no texto!
As bancas comumente elaboram questões com informações verdadeiras contidas em parte do texto, mas que vão contra a ideia
do autor, a fim de induzir o candidato em erro. Também misturam ideias verdadeiras com detalhes falsos, geralmente discretos.
Muito cuidado!
Podemos afirmar que no texto “Confiar e desconfiar” o autor preza a cautela como direcionamento para uma boa vida? NÃO!! De
jeito nenhum!! De onde saiu essa ideia??
Gente, o texto inteiro fala sobre confiar, ousar e indica que a desconfiança (cautela) pode impedir/travar experiências essenciais
para o indivíduo, então como vamos afirmar que o autor preza a cautela? Infelizmente, quem erra questões como essa,
geralmente leu rapidamente o texto ou "olhou por cima" pedaços soltos do texto na hora de responder. Vejam como:
Confiar e desconfiar
Desconfiar é bom e não custa nada − é o que diz o senso comum, valorizando tanto a cautela como a usura. Mas eu acho que
desconfiar custa, sim, e às vezes custa demais. A desconfiança costuma ficar bem no meio do caminho da aventura, da iniciativa,
da descoberta, atravancando a passagem e impedindo − quem sabe? − uma experiência essencial.
(...)
No primeiro parágrafo, o autor começa falando sobre o senso comum e cita: “Desconfiar é bom e não custa nada − é o que diz o
senso comum, valorizando tanto a cautela como a usura.” Entretanto, quem leu um pouco mais, no mesmo parágrafo, já
observou a posição do autor no trecho: “Mas eu acho que desconfiar custa, sim, e às vezes custa demais. A desconfiança costuma
ficar bem no meio do caminho da aventura, da iniciativa, da descoberta, atravancando a passagem e impedindo − quem sabe?
− uma experiência essencial.”
Estão vendo o perigo de ler apenas pedaços aleatórios do texto? A banca sabe dessa mania, por isso, recorrentemente, cria
pegadinhas, utilizando, nos comandos das questões, expressões do próprio texto, mas em ideias contraditórias para que erremos!
Neste caso está mais fácil, pois a informação dada pelo comando da questão e a ideia do autor estão no mesmo parágrafo,
entretanto isso pode acontecer com trechos mais distantes do texto, assim...LEIAM O TEXTO TODO, SEMPRE.
OPERADORES ARGUMENTATIVOS
Para que as ideias estejam adequadamente concatenadas dentro do texto, fazemos uso dos chamados operadores
argumentativos: elementos linguísticos, geralmente invariáveis, que ligam as orações estabelecendo relação entre as ideias e
indicando o “tom” pretendido pelo autor.
Caso o autor queira indicar uma contradição, pode fazer uso da conjunção “embora”, vejamos: “Embora tenha chovido muito, a
temperatura permaneceu elevada”. Percebem que a conjunção liga as ideias indicando que há contradição entre elas?
Vamos a outro exemplo: “Ou estudo, ou vou ao shopping”.
O que podemos inferir a partir da leitura? A conjunção “ou”, empregada dessa maneira, indica alternância e exclusão, assim fica
claro que só poderemos fazer uma das duas atividades: ou estudar ou ir ao shopping. Teremos que escolher entre as atividades
e, ao fazer uma, não poderemos fazer a outra no mesmo momento.
Sabendo disso, é importante conhecermos o sentido dos operadores argumentativos para que a nossa compreensão textual
ocorra de forma eficiente.
Apresentaremos agora alguns desses operadores com seus respectivos valores semânticos , vamos lá?
Operadores que indicam contradição, oposição de ideias: mas, porém, todavia, entretanto, por mais que, ao contrário, mesmo
que, embora, ainda que, a despeito de.
Operadores que indicam conclusão, consequência: logo, portanto, assim, então, de modo que, por isso, por conseguinte, de
maneira que, em vista disso, pois (quando usado depois do verbo).
Operadores que indicam causa: porque, que, porquanto, senão, por causa de, por razão de, em decorrência de, posto que.
Atenção! portanto = indica conclusão porquanto = indica causa
Operadores que indicam condição, probabilidade, hipótese: caso, se, desde que, a não ser que, exceto se, a menos que.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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TEORIA SISTEMATIZADA E QUESTÕES PARA OFICIAL DE JUSTIÇA 2019

Operadores que indicam tempo: assim que, logo que, quando, depois de, depois que, mal (Exemplo: Ela mal chegou, fez
confusão), antes de, antes que. 227
Operadores que indicam finalidade: com o fim de, a fim de que, com o intuito de, para que, para, com o propósito de.
Operadores que indicam relevância da informação: acima de tudo, primeiramente, antes de mais nada, sobretudo.
Operadores que indicam adição de ideias: e, não só, como também, nem (com sentido de “e não”), além de, ainda, também, mas
também.
DICAS RÁPIDAS QUE OTIMIZAM A RESOLUÇÃO DE QUESTÕES
Apresentaremos algumas dicas rápidas que, com certeza, melhorarão o seu índice de acertos nas questões de compreensão e de
interpretação textual. Entenda como os segredinhos de ouro para "lacrar" esse tipo de questão, vamos lá!
1) Tenha o hábito de ler! Quem lê muito, além de escrever bem, ganha experiência para interpretar com mais facilidade! A leitura
amplia nosso vocabulário, arma importante, pois muitas vezes “esbarramos” em palavras que desconhecemos e que podem
dificultar (mas não inviabilizar!) a compreensão do texto.
2) Caso esbarre numa dessas palavras desconhecidas, tente descobrir o significado com base no contexto, sem desespero, a
interpretação do texto não está “perdida” por causa de uma palavra mais complicada.
3) Leia o texto inteiro! Nada de ler pedaços aleatórios apenas ao buscar a resposta das assertivas! Já falamos sobre isso, mas não
custa enfatizar, pois é muito importante a leitura atenta e completa do texto alvo das questões. O texto é um “todo significativo”
e assim deve ser lido e visualizado.
4) Destaque os pontos importantes do texto para facilitar a busca por respostas. Caso queira, anote palavras-chave nas laterais
de cada parágrafo.
5) Preste atenção no comando da questão! Observando dúvidas de alguns alunos, percebo que, às vezes, o problema é apenas
interpretar o próprio enunciado. Muitos erros podem ser evitados se ficarmos atentos ao comando da questão.
CUIDADO com expressões como:
“não é correto afirmar que” - procure a alternativa errada.
“o autor não defende que” - pede a ideia contrária a do autor.
“assinale a incorreta” - é isso mesmo, assinale a alternativa incorreta, rs... (Mencionei esta, mesmo sendo simples, porque tem
hora que parece que esse "in" de incorreta "some", parece que a gente "cega" e passa batido. Aí a banca costuma apresentar logo
a alternativa "A" correta e bem óbvia, acabamos marcando e depois notamos que, na verdade, a questão pedia a
assertiva INcorreta.)
“não podemos inferir que” - pede a ideia que contradiz o texto, que não pode ser concluída a partir da leitura, que extrapola o
texto.
“podemos inferir que” - pede a ideia defendida pelo texto, que pode ser concluída a partir dele.
"constitui paráfrase do trecho" - pede que identifiquemos a assertiva com mesmo conteúdo do trecho, mas escrito em outras
palavras.
"todas as assertivas estão corretas, exceto" - procure a assertiva incorreta.
6) Evite responder as questões sem ir ao texto, por mais que já o tenha lido por completo. Assegure-se de que a resposta está lá
em algum trecho!
7) Quando a questão pede a ideia principal, geralmente ela pode ser encontrada no início do texto (primeiro ou segundo
parágrafo). A conclusão do texto também deve trazer informações que confirmam a ideia principal.
8) Quando a questão pede argumentos que fundamentam o pensamento do autor, normalmente a responta encontra-se no meio
do texto.
9) Não "converse" com o autor, rs... A banca quer saber apenas a opinião dele, então não acrescente pensamentos próprios ao
responder as questões, foque naquilo que é "dito" no texto, nas ideias apresentadas e apenas nisso.
10) Cuidado com assertivas que começam corretas, leia-as até o fim, pois às vezes a "pegadinha" está apenas no final delas.
228. FAURGS 2018
A questão a seguir se refere ao texto abaixo.
A maioria das pessoas acha que conviver com robôs é algo futurista, mas, de certo modo, eles já estão entre nós, influenciando
decisões e, até mesmo, o rumo de nossas vidas. Do aplicativo que sugere sua próxima refeição, passando pelo serviço de streaming
ofertando o filme que você vai assistir, até os secretários pessoais que auxiliam em situações diárias, os sistemas de inteligência
artificial são uma realidade. Tudo isto constitui um caminho sem volta, na opinião de especialistas, que destacam os benefícios
das maravilhas digitais, mas também alertam que o avanço dessas tecnologias pode, no futuro, tornar a inteligência humana
obsoleta.
Robôs humanoides no cotidiano são ficção, não por limitações técnicas, mas pela dificuldade das pessoas em lidar com isso. “Basta
colocar um smartphone num boneco que anda”, brinca o cientista de dados Ricardo Cappra, que atuou na estratégia digital da
campanha presidencial de Barack Obama, em 2008. O exemplo pode parecer forçado, mas faz sentido. Celulares modernos têm
assistentes virtuais que impressionam.
Com inteligência artificial, eles conhecem os hábitos dos donos e personalizam seu funcionamento. Além de realizar tarefas
básicas, como organizar agenda, programar viagens e responder mensagens, eles analisam a rotina das pessoas e sugerem o
horário em que devem sair de casa para o trabalho, considerando o tráfego no trajeto habitual, avaliam o histórico de buscas para
oferecer notícias de interesse e podem até conversar, por voz, como uma “pessoa”.
Raúl Rentería, diretor do centro de pesquisas do Bing, da Microsoft, explica que a Cortana usa o conhecimento criado pelas
conexões entre entidades no buscador. Com a repetição das buscas, o motor aprende a relacionar as informações. Sabe, por
exemplo, que Flamengo é um bairro no Rio, mas também um time de futebol. E esses dados são usados pelo assistente virtual.

Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019


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TEORIA SISTEMATIZADA E QUESTÕES PARA OFICIAL DE JUSTIÇA 2019

A inteligência artificial está em incontáveis outros serviços. Sites de comércio eletrônico analisam o perfil de buscas e compras de
cada cliente para fazer ofertas personalizadas. Serviços de streaming de vídeo, como YouTube e Netflix, avaliam o que já foi 228
assistido para sugerir opções ao gosto de cada um. Para especialistas, a digitalização facilitou a produção de informações, e a
inteligência artificial surge como um filtro necessário.
Carlos Pedreira, professor de Engenharia de Sistemas e Computação da Coppe/UFRJ, explica que as tecnologias de inteligência
computacional são desenvolvidas há anos, mas, recentemente, houve uma explosão no volume de dados e na capacidade de
armazenamento e processamento dessas informações, o chamado Big Data.
– Os benefícios não são apenas na área do marketing e serviços – diz Pedreira. – Apesar de eu achar que os humanos nunca serão
superados, existem situações em que os sistemas computacionais fazem coisas que não podemos. Na medicina, uma pessoa não
analisa 20 medidas por célula de um conjunto de dois milhões de células. Essas máquinas conseguem.
Nem todos são simpáticos ao fenômeno. O historiador israelense Yuval Harari, autor do best-seller “Sapiens – Uma breve história
da Humanidade”, acha que o ser humano se tornará obsoleto. Segundo ele, dentro de 40 anos, não só taxistas serão substituídos
por carros autômatos, mas cerca de 50% de todos os empregos em economias avançadas. Isso impõe um desafio de sobrevivência
da própria espécie.
– Provavelmente nós somos das últimas gerações do homo sapiens. Um bebê nascido hoje ainda terá netos, mas não estou certo
de que esses netos terão netos, ao menos não humanos. Dentro de um século ou dois, os humanos se tornarão super-humanos
ou desaparecerão. De qualquer forma, os seres que dominarão o planeta em 2200 serão mais diferentes de nós do que somos
diferentes dos chimpanzés – acredita Yuval Harari.
Adaptado de MATSUURA, Sérgio. Robôs podem tornar inteligência humana obsoleta, dizem especialistas. O Globo, Rio
de Janeiro, 18 de abril de 2016. Disponível em:<https://oglobo.globo.com/sociedade/tecnologia/robospodem-
tornar-inteligencia-humana-obsoleta-dizem-especialistas-19109977>. Acesso em: 10 jan. 2018.
De acordo com o texto, qual das afirmações abaixo é correta?
a) Alguns assistentes virtuais já conseguem identificar e diferenciar certos casos de polissemia das línguas naturais.
b) Impressiona a criação de recentes assistentes virtuais, motivada pelo fato de a inteligência artificial tornar-se
rapidamente obsoleta.
c) O aumento da capacidade de armazenamento e de processamento de informações nos últimos tempos torna
desnecessários os filtros da inteligência artificial.
d) Limitações de ordem técnica ainda impedem que os robôs humanoides sejam usados no cotidiano pelas pessoas.
e) Provavelmente em 200 anos, o homo sapiens dominará o planeta de uma forma ainda não vista, com todo o avanço

➢ Comentários:
Gabarito: Letra A.
No quarto parágrafo do texto, o autor apresenta a explicação de Raúl Rentería, diretor do centro de pesquisas do Bing:
"Raúl Rentería, diretor do centro de pesquisas do Bing, da Microsoft, explica que a Cortana usa o conhecimento criado pelas
conexões entre entidades no buscador. Com a repetição das buscas, o motor aprende a relacionar as informações. Sabe, por
exemplo, que Flamengo é um bairro no Rio, mas também um time de futebol. E esses dados são usados pelo assistente virtual."
Nesse contexto, o diretor revela que "o motor aprende a relacionar as informações". Ele exemplifica a polissemia da palavra
"Flamengo", que pode significar "um bairro do Rio" ou "um time de futebol". Segundo Raúl, esses dados "são usados pelo
assistente virtual". Dessa forma, ratifica-se a opção (A) como resposta.
Nas demais opções:
b) a afirmação de que a inteligência artificial se tornou obsoleta, ultrapassada, extrapola as ideias do texto.
c) não há menção à "desnecessidade" dos filtros da inteligência artificial, o que invalida esta opção.
d) as limitações não são técnicas, mas provenientes da dificuldade que as pessoas têm de lidar com robôs humanoides.
e) a afirmação do especialista, no último período do texto, contradiz a afirmação da banca nesta opção: "De qualquer forma, os
seres que dominarão o planeta em 2200 serão mais diferentes de nós do que somos diferentes dos chimpanzés – acredita Yuval
Harari".

229. FAURGS 2019:


Sífilis aumenta no Brasil.
Segundo dados do Ministério da Saúde, os casos de sífilis em adultos, gestantes e bebês cresceram 28% entre 2015 e 2016. Um
dos maiores desafios das autoridades é a prevenção, pois a sífilis é uma doença sexualmente transmissível, que deixa o organismo
da pessoa vulnerável. O uso de preservativos é uma das melhores alternativas para evitá-la. A sífilis pode ser passada de uma
gestante contaminada para o seu bebê durante a gravidez. O ideal é que todas as grávidas façam exames de sífilis até o terceiro
mês de gestação. Assim, o bebê já poderá ser tratado durante todo o período do pré-natal e não nascerá doente. Se a criança não
for tratada pelo menos até um mês após seu nascimento, há grande risco de ela apresentar cegueira, surdez e retardo mental.
Fonte: adaptado de Zero Hora, Sua Vida, publicado em 01/11/2017.
Assinale V (verdadeiro) ou F (falso) para as afirmações, conforme as ideias contidas no texto.
( ) O texto relata que houve um aumento de casos de sífilis no Brasil e que as gestantes são as vítimas mais numerosas da doença.
( ) Crianças podem nascer com sífilis se forem contaminadas por suas mães durante a gravidez.
( ) Se a gestante souber, até o terceiro mês de gravidez, por um exame, que tem sífilis, a criança poderá ser tratada, mesmo antes
de nascer.
( ) Depois de dois meses de vida, o bebê com sífilis, após o tratamento, tem maior risco de contrair doenças gestacionais.

Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019


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TEORIA SISTEMATIZADA E QUESTÕES PARA OFICIAL DE JUSTIÇA 2019

A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é


a) F – V – F – V. 229
b) V – V – F – V.
c) F – F – V – F.
d) V – V – V – F.
e) F – V – V – F.
Gabarito: Letra E.
Questão sobre compreensão textual. Vejamos as afirmativas.
I. Falsa. Com efeito, a superfície textual aponta o aumento dos casos de sífilis no Brasil. Contudo, o texto não apresenta as
gestantes como as vítimas mais numerosas da doença. Consoante o contexto, o caso das gestantes foi citado tão somente com a
finalidade de ilustrar a importância do tratamento durante o período gestacional, reduzindo, assim, a probabilidade de o nascituro
apresentar cegueira, surdez e/ou retardo mental.
II. Verdadeira. Essa afirmação é ratificada pela seguinte passagem do texto: "A sífilis pode ser passada de uma gestante
contaminada para o seu bebê durante a gravidez".
III. Verdadeira. Novamente temos uma afirmação confirmada pelo seguinte excerto do texto: "O ideal é que todas as grávidas
façam exames de sífilis até o terceiro mês de gestação. Assim, o bebê já poderá ser tratado durante todo o período do pré-natal
e não nascerá doente".
IV. Falsa. No último período do texto, o autor afirma que "se a criança não for tratada pelo menos até um mês após seu
nascimento, há grande risco de ela apresentar cegueira, surdez e retardo mental". Desse fragmento, entretanto, não se pode
inferir que haja maior risco de contrair doenças gestacionais. Há, portanto, uma extrapolação às ideias do texto.
230. FAURGS 2018:
Vício em jogos eletrônicos será considerado problema de saúde
Depois de 28 anos, a Organização Mundial de Saúde (OMS) vai atualizar a Classificação Estatística Internacional de Doenças e
Problemas Relacionados com a Saúde (CID, sigla em inglês).
Segundo a OMS, o uso abusivo de internet, computadores, smartphones e outros aparelhos eletrônicos, além do descontrole no
uso de video games, aumentou drasticamente nas últimas décadas. Essa mudança veio associada a casos documentados de
consequências negativas para a saúde. Mas o assunto ainda está sendo discutido pelos especialistas que participam do processo
de definição das novas diretrizes.
A CID é um sistema que foi criado para listar, sob um mesmo padrão, as principais enfermidades, problemas de saúde pública e
transtornos que causam morte ou incapacitação de pessoas, além de orientar a conduta de profissionais de saúde na identificação
e tratamento dessas doenças.
A referência para a formação da CID é a Nomenclatura Internacional de Doenças, da OMS. No Brasil, ela se baseia nas definições
dos principais levantamentos estatísticos elaborados pelo Ministério da Saúde.
Atualmente, está em vigor a CID-10, aprovada em 1990. A classificação atual está sendo revisada há alguns anos por uma série de
especialistas de diferentes áreas e países, incluindo o Brasil. A versão consolidada da nova classificação, que será chamada CID-
11, deve ser avaliada durante a Assembleia Mundial de Saúde, prevista para maio deste ano, em Genebra, na Suíça.
Fragmento adaptado de: https://veja.abril.com.br/brasil/vicio- em-jogos-eletronicos-sera-considerado-problema-desaude/.
Acesso em 05 de janeiro de 2018.
Assinale a alternativa que contém o objetivo central do texto.
a) Orientar sobre as atribuições da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a
Saúde (CID).
b) Incluir o vício em jogos eletrônicos entre os problemas de saúde a partir da CID-10.
c) Informar sobre a atualização da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a
Saúde (CID).
d) Mostrar como o uso abusivo de aparelhos eletrônicos, bem como o descontrole no uso de video games, aumentaram
nas últimas décadas.
e) Garantir a legitimidade da CID-10, aprovada em 1990, mesmo com a criação da CID-11.
➢ Comentários:
GABARITO LETRA C
LETRA "A"-ERRADA. Orientar sobre as atribuições da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados
com a Saúde (CID).
O objetivo central do texto é informar sobre a atualização da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas
Relacionados com a Saúde (CID), que passaria a incluir o vício em jogos eletrônicos entre os problemas de saúde, e não orientar
sobre as atribuições da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID).
LETRA "B"-ERRADA. Incluir o vício em jogos eletrônicos entre os problemas de saúde a partir da CID-10.
O objetivo central do texto é informar sobre a atualização da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas
Relacionados com a Saúde (CID), que passaria a incluir o vício em jogos eletrônicos entre os problemas de saúde a partir da CID-
11, e não da CID-10.
LETRA "C"-CORRETA. Informar sobre a atualização da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados
com a Saúde (CID).
O objetivo central do texto é informar sobre a atualização da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas
Relacionados com a Saúde (CID), que passaria a incluir o vício em jogos eletrônicos entre os problemas de saúde a partir da CID-
11.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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TEORIA SISTEMATIZADA E QUESTÕES PARA OFICIAL DE JUSTIÇA 2019

LETRA "D"-ERRADA. Mostrar como o uso abusivo de aparelhos eletrônicos, bem como o descontrole no uso de video games,
aumentaram nas últimas décadas. 230
O objetivo central do texto é informar sobre a atualização da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas
Relacionados com a Saúde (CID), que passaria a incluir o vício em jogos eletrônicos entre os problemas de saúde, e não mostrar
como o uso abusivo de aparelhos eletrônicos, bem como o descontrole no uso de video games, aumentaram nas últimas décadas.
LETRA "E"-ERRADA. Garantir a legitimidade da CID-10, aprovada em 1990, mesmo com a criação da CID-11.
O objetivo central do texto é informar sobre a atualização da CID-10 para a CID-11, que passaria a incluir o vício em jogos
eletrônicos entre os problemas de saúde, e não garantir a legitimidade da CID-10, aprovada em 1990, mesmo com a criação da
CID-11.
231. FAURGS - Analista de Tecnologia da Informação (UFRGS)/Sistemas de Informação/2018 (e mais 6 concursos)
Em 1975, estudantes suecos acampavam na ilha de Gotland. Eles recriavam o cotidiano dos seus antepassados vikings quando um
coelho cruzou o caminho de um deles. Da mesma forma como fariam os suecos medievais, um estudante tentou capturar o animal
escondido em uma toca. O adolescente colocou o braço no buraco, mas, em vez de coelho, como num truque de mágica,
encontrou 1.440 dirhams, a moeda de prata do Império Islâmico, datada do século 10.
A descoberta de dinheiro árabe na Suécia está longe de ser um fato raro. Somente na ilha, já foram documentados mais de 700
tesouros semelhantes, totalizando 80 mil dirhams, e existem achados semelhantes na Dinamarca, na Noruega e Suécia
continental. Como tantas moedas árabes foram parar na Escandinávia? Pelas mãos de comerciantes.
A fama de guerreiros sanguinários ofuscou outras atividades vikings. Grande parte da sociedade trabalhava para prosperar por
meio do comércio. Os tesouros de prata árabe são apenas um dos sinais dessa atividade. As transações marítimas eram muito
mais populares, e no Mar Báltico ocorria uma das preferidas, conectando o leste europeu ____ terras vikings. Nos portos da região
onde hoje se situam a Letônia e a Lituânia, chegavam mercadorias árabes, europeias, chinesas e norte-africanas, usando conexões
como a Rota da Seda, ligada à Europa por Constantinopla. No Báltico, no meio do caminho entre o continente e a península, está
a ilha de Gotland – o que explica por que tantas moedas árabes são encontradas por lá. Por terra, mais de 4 mil km separam o
Oriente Médio dos portos, e moedas e mercadorias passavam de mão em mão, por inúmeros empórios, até chegar ____
Escandinávia.
Mas os vikings não usavam as moedas pelo seu valor de face. Como não havia governo central para emitir dinheiro, os nórdicos
não estavam acostumados ____ negociar a partir do valor que as moedas representavam. Para eles, os dirhams não passavam de
pedaços de prata cunhada em um formato conveniente, fácil de carregar. Os negócios vikings eram fechados com base no peso
de metais e objetos de valor. Arqueólogos encontraram inúmeras balanças portáteis em escavações, indicando que eles pesavam
____ moedas ao vender mercadorias, em vez de contá-las. É por isso também que muitas das moedas encontradas em Gotland
estavam aos pedaços: eles quebravam os dirhams para completar o peso na balança. Para comprar um leitão bastava cortar um
pedaço do bracelete ou do colar, acessórios que também serviam como carteira.
Os chefes eram a um só tempo grandes vendedores e maiores clientes do comércio globalizados do Báltico. Depois de pilhar
cidades no oeste europeu, eles vendiam metais preciosos e objetos exóticos e luxuosos nos mercados do Leste. Com dinheiro,
compravam outros itens que conferiam status, como peças de seda, espadas cheias de pedras cravejadas, casacos de pele de
animais exóticos, vinhos e cálices cerimoniais.
Adaptado de: Em busca de luxo. In: Vikings: a saga. Dossiê Superinteressante. São Paulo: Abril, 2015. p. 40.
Em seu sentido global, o texto
a) sustenta que os vikings eram comerciantes que dependiam do comércio árabe.
b) explica as relações de comércio do povo viking.
c) expõe as dificuldades do comércio viking.
d) argumenta contra a ideia de que os vikings eram guerreiros sanguinários.
e) alerta para uma forma de comércio circunscrita a Gotland.
➢ Comentários:
GABARITO LETRA B
LETRA "A"-ERRADA: sustenta que os vikings eram comerciantes que dependiam do comércio árabe.
"Nos portos da região onde hoje se situam a Letônia e a Lituânia, chegavam mercadorias árabes, europeias, chinesas e norte-
africanas, usando conexões como a Rota da Seda, ligada à Europa por Constantinopla."
A ideia global transmitida pelo texto diz respeito às relações de comércio dos vikings, e não ao fato de que os vikings eram
comerciantes que dependiam do comércio árabe.
Ademais, a leitura do trecho acima mostra que o comércio viking era feito com árabes, europeus, chineses e norte-africanos, e
não apenas com os árabes como afirma a letra A.
LETRA "B"-CORRETA: explica as relações de comércio do povo viking.
"A fama de guerreiros sanguinários ofuscou outras atividades vikings. Grande parte da sociedade trabalhava para prosperar por
meio do comércio."
A ideia global transmitida pelo texto é a de que os vikings não eram apenas aqueles guerreiros sanguinários como muitos
pensamos, mas também um povo empenhado em prosperar por meio do comércio. Para ampliar e enriquecer essa informação,
o texto explica como se davam as relações comerciais desempenhadas pelos vikings: de quem eles compravam mercadorias, como
eram fechados os negócios, como conseguiam metais preciosos e objetos exóticos e luxuosos para vender.
LETRA "C"-ERRADA: expõe as dificuldades do comércio viking.
O texto não expõe as dificuldades do comércio viking, porém a ideia global de que os vikings não eram apenas aqueles guerreiros
sanguinários como muitos pensamos, mas também um povo empenhado em prosperar por meio do comércio.
LETRA "D"-ERRADA: argumenta contra a ideia de que os vikings eram guerreiros sanguinários.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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"A fama de guerreiros sanguinários ofuscou outras atividades vikings."


A ideia global transmitida pelo texto diz respeito às relações de comércio dos vikings, e não à ideia de que os vikings eram 231
guerreiros sanguinários.
Além disso, o texto não argumenta contra a ideia de que os vikings eram guerreiros sanguinários, mas contra a ideia de que os
vikings não tivessem outros atributos além de serem guerreiros sanguinários.
LETRA "E"-ERRADA: alerta para uma forma de comércio circunscrita a Gotland.
"No Báltico, no meio do caminho entre o continente e a península, está a ilha de Gotland – o que explica por que tantas moedas
árabes são encontradas por lá."
A ideia global transmitida pelo texto diz respeito às relações de comércio dos vikings, e não a uma forma de comércio circunscrita
a Gotland.
Além disso, o texto alerta para o motivo pelo qual tantas moedas árabes são encontradas em Gotland (e não para uma forma de
comércio circunscrita a essa cidade): o fato de ela ficar no meio do caminho entre o continente e a península.
232. FAURGS 2018 – PROGRAMADOR TJRS
Já não dá mais para escapar: é Carnaval, a festa dos tímidos. Foi Rubem Braga quem cunhou a expressão, e ele se assombrava
diante da conversão dos rapazotes e raparigas recatados do cotidiano em alegres piratas, marinheiros e havaianas na avenida.
Não sei se o paralelo, contudo, é possível. O mundo mudou. Com a proliferação das redes sociais, parece que não sobraram
recatados, aliás. Expõem-se ali todos – criam suas fantasias e nelas investem, dia após dia, desfilando não de pirata, mas de hipster,
intelectual, sensível, engajado, despreocupado, desconstruído, pós-moderno, bacanudo.
Na avenida ou nas telas, é tudo fantasia. Na essência, o homem é o mesmo: um medroso. Massacrado pelo entorno, assoberbado
pela vida, o homem só quer uma trégua dos problemas, de tempos em tempos; esquecer os balanços e mensalidades para flertar,
pular e se embebedar.
Sempre gostei de ver o Carnaval dos outros, mas até para a festa dos tímidos eu era tímido demais, então nunca tive o costume
de pular em bloquinho ou blocão. Antes, eu me deliciava com a transformação das gentes. Vendo dois milhões de foliões no Baixo
Augusta, demorei a entender, entretanto, o que incomodava naquele início de Carnaval, em São Paulo.
Era o carnaselfie. O Carnaval sem transgressão – não dos outros, não dos corpos, porque isso só disfarça uma violência intolerável.
Não a transgressão que perturba as meninas que não querem contato, ou os lojistas que não querem vandalismo, ou os moradores
que têm horror à sujeira brotando em suas calçadas. Era o Carnaval sem transgressão subjetiva, de si. Sem subverter a si próprio
para alegrar o mundo com a versão mais alegre e autêntica de si.
Nas ruas, os foliões saltitam com o celular nas mãos e enchem suas redes sociais de fotos, posam uma felicidade em ângulo-
plongée atentos aos detalhes de luz, enquadramento, likes e shares. Tudo para sair, mesmo no sagrado ridículo do momento,
bacana na foto.
A folia é regrada não por pais e mães, que há muito desistiram de censurar a festa. Os regulamentos do novo Carnaval são as
novas regras da cinematografia.
Adaptado de: ESSENFELDER, Renato. Em tempos de car-naselfie, ninguém quer parecer ridículo. Estado de São Paulo, São Paulo,
12 de fevereiro de 2018. Disponível em http://emais.estadao.com.br/blogs/renato-essenfel-der/em-tempos-de-carnaselfie-
ninguem-quer-parecer-ridi-culo/. Acesso em 12/05/2018.
Considere as afirmações abaixo sobre a expressão sublinhada na seguinte oração do texto: Os regula-mentos do novo Carnaval
são as novas regras da cinematografia.
I - A expressão as novas regras da cinematografia, na oração em destaque, apresenta sentido cono-tativo.
II - O sentido global do texto contradiz o conteúdo desta oração.
III - Se a palavra novo for deslocada para a posição imediatamente depois da palavra Carnaval, a oração terá seu sentido alterado.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e III.
e) I, II e III.
➢ Comentários:
GABARITO LETRA D
Oração a ser comentada:
"Os regulamentos do novo Carnaval são as novas regras da cinematografia."
I - CORRETA. A expressão as novas regras da cinematografia, na oração em destaque, apresenta sentido conotativo.
A expressão as novas regras da cinematografia, ao pé da letra, indicaria que o novo Carnaval é norteado por novas técnicas,
métodos e processos de registro e projeção de imagens animadas ou em movimento usadas no cinema.
Na oração em destaque, ela não foi usada nesse sentido literal, mas no sentido figurado (conotativo), para mostrar que o Carnaval,
nos dias de hoje, é norteado por critérios típicos daqueles usados no cinema (ângulo, detalhes de luz, enquadramento, poses),
que possam garantir aos foliões uma boa quantidade de likes e compartilhamentos nas redes sociais.
II - ERRADA. O sentido global do texto contradiz o conteúdo desta oração.
A oração "Os regulamentos do novo Carnaval são as novas regras da cinematografia." expressa a ideia de que o Carnaval, nos dias
de hoje, é norteado por critérios que possam garantir aos foliões uma boa quantidade de likes e compartilhamentos nas redes
sociais.
O sentido global do texto confirma o conteúdo dessa oração, pois a sua argumentação é orientada no sentido de mostrar que
atualmente, com a proliferação das redes sociais, o Carnaval vem deixando de ser a festa dos tímidos para se tornar um grande
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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palco cinematográfico, no qual as pessoas criam suas fantasias pensando na imagem (hipster, intelectual, sensível, engajado,
despreocupado, desconstruído, pós-moderno, bacanudo) que querem transmitir ao mundo através das selfies e vídeos 232
enviados para a internet.
III - CORRETA. Se a palavra novo for deslocada para a posição imediatamente depois da palavra Carnaval, a oração terá seu
sentido alterado.
Na frase "Os regulamentos do novo Carnaval são as novas regras da cinematografia.", o adjetivo "novo" tem sentido de "atual",
"de moderno": Os regulamentos do novo Carnaval são os regulamentos do Carnaval moderno, do Carnaval dos dias atuais.
Já na frase "Os regulamentos do Carnaval novo são as novas regras da cinematografia.", o adjetivo "novo" tem sentido de
"novidade", de "originalidade" Os regulamentos do Carnaval novo são os regulamentos do Carnaval que substituiu o antigo.
Portanto, está correta a afirmação de que se a palavra novo for deslocada para a posição imediatamente depois da
palavra Carnaval, a oração terá seu sentido alterado.
LETRA "A"-ERRADA. Apenas I.
LETRA "B"-ERRADA. Apenas II.
LETRA "C"-ERRADA. Apenas III.
LETRA "D"-CORRETA. Apenas I e III.
LETRA "E"-ERRADA. I, II e III.
233. FAURGS 2018
Como se fosse a primeira vez
Aos 82 anos, o maestro Isaac Karabtchevsky declarou que “um músico tem que trabalhar até o último instante”, que é “nessa
vivência que ele começa ____ redescobrir partituras que já regeu ou tocou ____ tantos anos, experimentando-as de maneira
totalmente diferente, como se fosse a primeira vez”. Não estamos falando aqui de trabalho, mas da vida, pois nunca é tarde para
encará-la com o frescor desse velho homem. O passado não é recuperável, não há feitiço do tempo que nos ajude a voltar atrás
para desfazer perdas e reparar falhas. Viver é uma comédia de erros e ponto. Quanto maior a vida, os arrependimentos e as
saudades têm maiores oportunidades de comparecer. O que levamos conosco corre o risco de virar um baú de velharias que
carregamos só para remoer. No entanto, possuir uma memória fértil, honrar a própria história, não nos obriga ____ andar de
costas. No divã, as memórias são sempre convocadas e falando delas acabam ganhando novos sentidos. Não se trata de voltar
atrás para consertar, pois as lembranças ressurgem quando estão a serviço do presente. Elas são revisadas porque somos feitos
delas, porque nossa identidade foi construída a partir do que vivemos. “Como se fosse a primeira vez” é apenas um modo lúdico
de manter viva ____ curiosidade. A amnésia não torna ninguém mais jovem nem renova oportunidades. A boa notícia é que
somente para os músicos o tempo de uma vida pode ser fértil até o fim. Ele pode assemelhar-se ____ das viagens, no qual um dia
leva vários para acabar. Por que ocorre essa sensação de lactação temporal? Porque viajando estamos abertos ____ novo,
deixando-nos surpreender a cada momento. Karabtchevsky nos lembra que isso pode ocorrer até com as velhas sinfonias. Mesmo
que existam melodias repetidas, interprete-as como se fosse a primeira vez.
Adaptado de: CORSO, Diana. Como se fosse a primeira vez. Disponível em http://vidasimples.uol.com.r/canal/pensar/. Acessado
em 08 de janeiro de 2018.
Considere as seguintes afirmações sobre o texto.
I - O maestro Karabtchesky propõe que a música se assemelhe à vivência que se deve ter ao se ler partituras.
II - O maestro Karabtchevsky propõe que um músico trabalhe até o último instante para vivenciar as partituras de modo diferente.
III - A perda total ou parcial da memória faz com que as pessoas realizem coisas como se fosse a primeira vez.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
e) Apenas II e III.
➢ Comentários:
GABARITO LETRA B
I - ERRADA. O maestro Karabtchesky propõe que a música se assemelhe à vivência que se deve ter ao se ler partituras.
"Aos 82 anos, o maestro Isaac Karabtchevsky declarou que “um músico tem que trabalhar até o último instante”, que é “nessa
vivência que ele começa a redescobrir partituras que já regeu ou tocou há tantos anos, experimentando-as de maneira totalmente
diferente, como se fosse a primeira vez”. "
De acordo com o trecho acima, o maestro Karabtchesky não propõe que a música se assemelhe à vivência que se deve ter ao se
ler partituras: ele propõe que a música faça parte da vida de um músico até o seu últimos instante de vida, pois, assim, ele começa
a redescobrir partituras que já regeu ou tocou há tantos anos, experimentando-as de maneira totalmente diferente, como se fosse
a primeira vez.
II - CORRETA. O maestro Karabtchevsky propõe que um músico trabalhe até o último instante para vivenciar as partituras de modo
diferente.
"Aos 82 anos, o maestro Isaac Karabtchevsky declarou que “um músico tem que trabalhar até o último instante”, que é “nessa
vivência que ele começa a redescobrir partituras que já regeu ou tocou há tantos anos, experimentando-as de maneira totalmente
diferente, como se fosse a primeira vez”. "
De acordo com o trecho acima, o maestro Karabtchesky propõe que a música faça parte da vida de um músico até o seu últimos
instante de vida, pois, assim, ele começa a redescobrir partituras que já regeu ou tocou há tantos anos, vivenciando-as de maneira
totalmente diferente, como se fosse a primeira vez.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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III - ERRADA. A perda total ou parcial da memória faz com que as pessoas realizem coisas como se fosse a primeira vez.
"Aos 82 anos, o maestro Isaac Karabtchevsky declarou que “um músico tem que trabalhar até o último instante”, que é “nessa 233
vivência que ele começa a redescobrir partituras que já regeu ou tocou há tantos anos, experimentando-as de maneira totalmente
diferente, como se fosse a primeira vez”. "
O texto não diz que a perda total ou parcial da memória faz com que as pessoas realizem coisas como se fosse a primeira vez: ele
diz que a música deve fazer parte da vida de um músico até o seu últimos instante de vida, pois, assim, ele começa a redescobrir
partituras que já regeu ou tocou há tantos anos, experimentando-as de maneira totalmente diferente, como se fosse a primeira
vez.
LETRA "A"-ERRADA. Apenas I.
LETRA "B"-CORRETA. Apenas II.
LETRA "C"-ERRADA. Apenas III.
LETRA "D"-ERRADA. Apenas I e II.
LETRA "E"-ERRADA. Apenas II e III.
234. FAURGS JUIZ 2016
FAURGS - Juiz Estadual (TJ RS)/2016
Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo.
Era batata. Eu acordava, abria a porta do quarto e lá estava ele regendo sua caixa de som. Meu pai queria ser maestro. Foi
contador. Nunca estudou a música que tanto ama, mas empunhava um lápis à guisa de batuta e nos acordava aos domingos de
manhã comandando um poderoso Tchaikovsky nas caixas do três em um. Talvez por isso não tenha conseguido que cultivássemos
nosso gosto pelo repertório clássico. Achávamos chata a música do papai. Dali a algumas horas, as caixas seriam devolvidas ao
seu verdadeiro dono, o Rei Roberto, que praticamente morava ali dentro. Das caixas e do coração de minha mãe. Separaram-se.
Não só por suas diferenças musicais.
Eu era adolescente e meu pai passou, então, a nos buscar para passear nos fins de semana. Sem ter ideia do que poderia ser outra
coisa divertida a se fazer, nos levava a óperas e concertos. Foi aí que o entendi. Na verdade, foi aí que o conheci. Ele e um pouco
de Mozart, Bach, Verdi, Puccini e outros populares da música erudita. Passei a gostar do som que me acordava aos domingos e
um tanto mais de meu pai. Abri meus ouvidos e a música entrou me abrindo o coração.
É um mistério, ponto. A música clássica não recruta a razão para nos tocar a alma. Narra e conta através de um alfabeto de sons
e pode nos fazer chorar sem que saibamos _____. É arte em sua forma pura.
Há uma cena linda no filme "A Vida dos Outros", em que um espião da RDA passa dias com fones de ouvido no sótão de uma casa
à escuta do casal suspeito. Um clássico é colocado na vitrola e ele vai às lágrimas. Até os brutos se rendem a uma sonata de Bach.
Difícil é vencer a velocidade dos dias e parar para ouvir.
Apesar de meu pai, sou menos assídua do que gostaria às salas de concerto. Resolvemos, então, fazer uma assinatura da Osesp
para ordenar os encontros com nossa alma. No último concerto _____ fomos, constava uma obra de Scriabin, um compositor
____ eu nunca tinha ouvido falar. Não quer dizer nada, conheço muito pouco e sempre atribuo nomes estranhos do programa à
minha ignorância. Pois o tal Scriabin me pôs de volta menina, sentada de olhos arregalados na plateia, com o desconhecido a me
fisgar o coração. Como dizia meu pai: há que esticar os ouvidos.
Adaptado de: FRAGA, Denise. O que os ouvidos ouvem o coração sente. Folha de São Paulo on-line, 24/01/2016, acessado em
08/02/2016. Disponível em http://www1.folha. uol.com.br/colunas/denisefraga/2016/01/1732653-oque- os-ouvidos-ouvem-o-
coracao sente.shtml
Assinale a alternativa que apresenta uma ideia que pode ser depreendida do texto.
a) O pai da narradora costumava acordá-la, nos domingos, estocando-a com uma batuta.
b) O motivo principal da separação entre o pai da narradora e sua esposa foram seus gostos musicais.
c) Nos domingos, o pai da narradora pegava caixas de som emprestadas para ouvir música clássica.
d) Depois de separar-se da esposa, o pai da narradora começou a levar os filhos a óperas e concertos nos fins de semana.
e) A partir das repetidas encenações do pai aos domingos, a narradora passou a gostar de música clássica.
➢ Comentários:
A alternativa "D" é a CORRETA.
Essa questão envolve interpretação de texto.
Devemos indicar uma conclusão que pode ser extraída da leitura do texto. Vamos lá?
Alternativa "A": O pai da narradora costumava acordá-la, nos domingos, estocando-a com uma batuta.
INCORRETA. Vejamos: "Eu acordava, abria a porta do quarto e lá estava ele regendo sua caixa de som. Meu pai queria ser
maestro. Foi contador. Nunca estudou a música que tanto ama, mas empunhava um lápis à guisa de batuta e nos acordava aos
domingos de manhã comandando um poderoso Tchaikovsky nas caixas do três em um."
O pai da narradora costumava acordá-la aos domingos com música clássica. Como ele queria ser maestro, tinha o hábito de usar
um lápis como se fosse uma batuta para reger a música. Assim, a alternativa está errada.
Alternativa "B": O motivo principal da separação entre o pai da narradora e sua esposa foram seus gostos musicais.
INCORRETA. Vejamos: "Dali a algumas horas, as caixas seriam devolvidas ao seu verdadeiro dono, o Rei Roberto, que praticamente
morava ali dentro. Das caixas e do coração de minha mãe. Separaram-se. Não só por suas diferenças musicais."
A narradora afirma que as diferenças musicais não foram o único motivo da separação, mas não revela qual foi o principal motivo.
Assim, a alternativa está incorreta.
Alternativa "C": Nos domingos, o pai da narradora pegava caixas de som emprestadas para ouvir música clássica.
INCORRETA. Vejamos: "Dali a algumas horas, as caixas seriam devolvidas ao seu verdadeiro dono, o Rei Roberto, que
praticamente morava ali dentro. Das caixas e do coração de minha mãe."
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O segmento destacado não significa que as caixas eram emprestadas, mas sim que eram usadas principalmente para ouvir as
músicas de Roberto Carlos, que eram a preferência da mãe da narradora. 234
Alternativa "D": Depois de separar-se da esposa, o pai da narradora começou a levar os filhos a óperas e concertos nos fins de
semana.
CORRETA. Vejamos: "Separaram-se. Não só por suas diferenças musicais. / Eu era adolescente e meu pai passou, então, a nos
buscar para passear nos fins de semana. Sem ter ideia do que poderia ser outra coisa divertida a se fazer, nos levava a óperas e
concertos."
Após a separação, o pai da narradora passou passear com os filhos nos fins de semana, sempre os levando a óperas e concertos.
A alternativa está correta.
Alternativa "E": A partir das repetidas encenações do pai aos domingos, a narradora passou a gostar de música clássica.
INCORRETA. Vejamos: "Eu era adolescente e meu pai passou, então, a nos buscar para passear nos fins de semana. Sem ter ideia
do que poderia ser outra coisa divertida a se fazer, nos levava a óperas e concertos. Foi aí que o entendi. Na verdade, foi aí que o
conheci. Ele e um pouco de Mozart, Bach, Verdi, Puccini e outros populares da música erudita. Passei a gostar do som que me
acordava aos domingos e um tanto mais de meu pai."
As encenações do pai aos domingos ocorriam quando a narradora era criança, antes da separação dos pais. A narradora afirma
que só passou a gostar de música clássica depois de ir com o pai para as óperas e os concertos, durante a adolescência, portanto
após a separação. Assim, a alternativa está errada.

235. FAURGS - Técnico em Informática (TJM RS)/Classe O/2014


Duas tendências que os pais de classe média brasileiros têm percebido em suas famílias: os filhos passam cada vez mais tempo
trancados em seus quartos, e demoram muito mais tempo para sair de casa e construir seu próprio lar.
No Brasil, em parte por causa de nossa cultura latina, os jovens tradicionalmente já permanecem na casa dos pais mais tempo que
os americanos e os europeus. Mas o fenômeno parece ter se prolongado nas últimas décadas, em função do aumento no preço
dos imóveis, do desejo de fazer um pé-de-meia maior antes de dar o próximo passo e, provavelmente, da maior liberdade
doméstica que hoje eles experimentam. Segurança, conforto e certa autonomia parecem superar eventuais percalços que a
convivência familiar pode trazer.
O quarto se transformou na célula da liberdade em casa. Com conexão Wi-Fi, computador, televisão ___ cabo, celular e permissão
para eventuais namoros, agora há jovens que mal põem o nariz para fora do quarto para dizer “bom dia”. Se bobear, até ___
refeições são feitas lá.
No Japão, num fenômeno que parece cada vez mais comum, pesquisadores estimam que quase 1 milhão de jovens,
principalmente homens, nunca abandonarão a casa de seus pais. São homens jovens que vivem reclusos em seus quartos, de onde
não saem ___ anos. Não têm doença psiquiátrica e parecem adotar a apatia crônica como reação a uma cultura que exige muito
do jovem. É uma espécie de desistência prematura da autonomia.
No Brasil, fica o aviso para os pais. Conforto e liberdade podem e devem ser oferecidos aos filhos, desde que não haja uma quebra
de rotina importante. Filhos que passam tempo demais trancados em si mesmos, sem perspectivas ou planos, podem precisar de
ajuda. A apatia pode ser um sintoma de uma série de condições. Depressão, uso frequente de maconha, distúrbios de
personalidade, medo de se expor (fobia social) são algumas delas. Quanto antes essas alterações forem percebidas e corrigidas,
maior a chance de o jovem se readaptar ___ vida social.
Adaptado de BOUER, Jairo. Por que eles não saem do quarto http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/jairo-bouer/noticia
/2014/06/por-que-eles-bnao-saem-do-quartob.html. Acessado em 10 de julho de 2014.
Considere as afirmações a seguir.
I - Os jovens brasileiros saem da casa dos pais mais tarde do que os americanos e os europeus.
II - Quase um milhão de jovens brasileiros nunca abandonarão a casa de seus pais.
III - No Japão, a apatia crônica pode ser considerada uma reação à cultura.
De acordo com o texto, quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas III.
c) Apenas I e II.
d) Apenas I e III.
e) I, II e III.
➢ Comentários:
I. Correta. Consoante o segundo parágrafo, "os jovens já permanecem na casa dos pais por mais tempo do que os americanos e
os europeus", ratificando a afirmação da banca.
II. Errada. A estimativa de "quase 1 milhão de jovens" que nunca abandonarão a casa refere-se ao Japão, e não ao Brasil: "No
Japão, num fenômeno que parece cada vez mais comum, pesquisadores estimam que quase 1 milhão de jovens, principalmente
homens, nunca abandonarão a casa de seus pais." (4º parágrafo)
III. Correta. A afirmação deste item é validada no quarto parágrafo do texto: "São homens jovens que vivem reclusos em seus
quartos, de onde não saem ___ anos. Não têm doença psiquiátrica e parecem adotar a apatia crônica como reação a uma
cultura que exige muito do jovem. É uma espécie de desistência prematura da autonomia."
Portanto, a opção (D) gabarita a questão.
Gabarito: D.

Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019


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TEORIA SISTEMATIZADA E QUESTÕES PARA OFICIAL DE JUSTIÇA 2019

Tipologia textual é o modo como um texto é apresentado ao leitor, assim é interessante que o concurseiro (e, em breve,
concursado!) tenha em mente as características dos principais tipos de texto: narrativo, descritivo, dissertativo e injuntivo. 235
Caso o seu tempo esteja reduzido (mesmo levando em conta que este módulo não será extenso), dê mais atenção ao texto
dissertativo, pois ele é o maior alvo das bancas!
Aviso dado, vamos lá, então!
TIPO NARRATIVO
Partindo da explicação mais simples possível, um texto narrativo é aquele que conta uma história, seja verdadeira, seja fictícia. A
questão é que o examinador não trará algo sobre João e Maria ou Chapeuzinho Vermelho numa prova (se trouxer, ótimo! rs...),
logo é bom que as características do texto narrativo estejam bem fixadas em nossa mente.
Entre os gêneros narrativos, temos: fábula, parábola, conto, romance, novela, piada, crônica.
- CARACTERÍSTICAS
A) O autor, através da narração, conta uma fato ocorrido em determinado tempo e local.
B) Há um enredo, com sucessão de fatos, de forma linear ou não (é basicamente o fato ocorrido e o modo como ocorreu).
C) Geralmente o tempo verbal predominante é o passado.
D) Há um narrador (aquele que conta a história) que pode ser alguém "de fora" da trama (usa-se a terceira pessoa - chamado de
"narrador onisciente") ou um próprio personagem dela (usa-se a primeira pessoa - chamado de "narrador onipresente").
E) Podemos ter o uso do discurso direto ou do discurso indireto.
Discurso direto: a fala do personagem é reproduzida por ele mesmo (o próprio personagem fala), com auxílio dos dois pontos e
do travessão.
Exemplo: João disse à professora: - Acabei o exercício.
Discurso indireto: o narrador reproduz a fala do personagem de forma indireta (ele diz o que o personagem falou).
Exemplo: João disse à professora que acabou o exercício.
Agora vamos a um exemplo, nada melhor para fixar o conteúdo:
Tragédia Brasileira
Misael, funcionário da Fazenda, com 63 anos de idade. Conheceu Maria Elvira na Lapa — prostituída, com sífilis, dermite nos
dedos, uma aliança empenhada e os dentes em petição de miséria. Misael tirou Maria Elvira da vida, instalou-a num sobrado no
Estácio, pagou médico, dentista, manicura... Dava tudo quanto ela queria.
Quando Maria Elvira se apanhou de boca bonita, arranjou logo um namorado. Misael não queria escândalo. Podia dar uma surra,
um tiro, uma facada. Não fez nada disso: mudou de casa. Viveram três anos assim. Toda vez que Maria Elvira arranjava namorado,
Misael mudava de casa.
Os amantes moraram no Estácio, Rocha, Catete, Rua General Pedra, Olaria, Ramos, Bonsucesso, Vila Isabel, Rua Marquês de
Sapucaí, Niterói, Encantado, Rua Clapp, outra vez no Estácio, Todos os Santos, Catumbi, Lavradio, Boca do Mato, Inválidos...
Por fim na Rua da Constituição, onde Misael, privado de sentidos e de inteligência, matou-a com seis tiros, e a polícia foi encontrá-
la caída em decúbito dorsal, vestida de organdi azul.
Manuel Bandeira
Percebam que o texto é narrado na terceira pessoa do singular ("Conheceu Maria Elvira na Lapa"), logo o narrador não pertence
à trama, mas observou os fatos "de fora". Podemos constatar ainda o seguinte:
- Há personagens: Misael e Maria Elvira.
- Há um enredo com sucessão de fatos: Misael conhece Maria Elvira, retira ela da rua, descobre que está sendo traído, resolve
mudar de endereço com a mulher, passa a mudar de endereço toda vez que é traído, perde a paciência e acaba matando Maria
Elvira.
- O discurso empregado pelo autor é o indireto (não há reprodução de fala dos personagens por eles mesmos).
TIPO DESCRITIVO
Como o próprio nome sugere, o texto descritivo tenta transmitir para o leitor informações que o façam "visualizar" um objeto, um
lugar, uma pessoa, um sentimento. A ideia é a de que o leitor consiga imaginar como tal coisa é sem tê-la visto propriamente,
tomando por base a descrição do autor. Para facilitar o entendimento, podemos associar o texto descritivo a um retrato falado
(daqueles feitos para identificar criminosos): o objetivo de quem descreve é fazer com que a população consiga identificar o
criminoso sem ter tido contato prévio com ele.
Entre os textos descritivos temos: relatório, propaganda, anúncio.
Atenção!É comum que trechos descritivos estejam inseridos em narrações, sendo muito rara a incidência de um texto puramente
descritivo.
- CARACTERÍSTICAS
A) O uso de adjetivos e de locuções adjetivas é recorrente, pois para caraterizarmos uma pessoa, um lugar, um objeto, geralmente
precisamos qualificá-los. Quanto mais detalhes, mais nítida a "imagem" é formada na mente dos leitores.
B) O emprego de metáforas é bastante comum. (*Metáfora é um recurso em que o autor emprega uma palavra ou expressão com
sentido diferente do comum. Exemplo: Ele está forte como um touro.)
C) O texto descritivo transmite uma noção estática de tempo. Os verbos empregados normalmente estão no presente do
Indicativo ou no pretérito imperfeito do Indicativo. Exemplo: Ela era branca, cheia de sardas. Tinhacabelos ruivos e cacheados.
(verbos no pretérito imperfeito do Indicativo) Exemplo 2: O parque está florido. Podemos sentir o perfume em toda sua extensão.
As crianças correm despreocupadas entre as árvores. (verbos no presente do Indicativo)
D) Há frequente uso de verbos de ligação.
E) A descrição pode ser objetiva ou subjetiva.

Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019


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Atenção!
Descrição Objetiva é aquela que se aproxima bastante da realidade, com pouca interferência do autor, de forma mais exata, 236
precisa. (Seria o caso de um autor mais comprometido com a verdade.)
Descrição Subjetivaé aquela em que o autor, além de descrever, emite juízo de valor, transmite a interpretação que faz acerca do
alvo de sua descrição. (Seria o caso de um autor parecido com aquela sua vizinha fofoqueira...rs)
Exemplo de descrição objetiva: Benedito pesava uns 40 kg e tinha cabelos lisos, com aparência de oleosos.
Exemplo de descrição subjetiva: Benedito parecia um grilo, pesava uns 40 kg, tinha um cabelo liso ensebado; deve passar dias
sem lavá-lo.
Percebam que, no primeiro trecho, o autor apenas descreveu o Benedito, tal como aparenta ser. Já no segundo, encarnou a
"vizinha fofoqueira" e, além de descrever, teceu críticas desnecessárias.
O fato é que raramente encontraremos um texto com uma descrição totalmente objetiva, pois geralmente o autor transmite um
pouco da interpretação que faz das coisas.
Informações básicas dadas, vamos ao exemplo!
Retrato
Eu não tinha este rosto de hoje, assim calmo, assim triste, assim magro, nem estes olhos tão vazios, nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força, tão paradas e frias e mortas;eu não tinha este coração que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança, tão simples, tão certa, tão fácil: - Em que espelho ficou perdida a minha face?
Cecília Meireles
O poema de Cecília Meirelles fala sobre o quão impactante pode ser a velhice e emprega, para isto, várias linhas descritivas
(sublinhamos para vocês visualizarem melhor).
O emprego de diversos adjetivos caracterizam a autora em uma das fases de sua vida , transmitindo para nós traços físicos e até
psicológicos de Cecília ("eu não tinha este coração que nem se mostra...").
TIPO DISSERTATIVO
Antes de tudo, se você estava lendo "por cima" este módulo, agora é a hora de prestar mais atenção, ok? Este é o tema mais
abordado em concursos dentro da Tipologia Textual.
A dissertação pode ser: expositiva ou argumentativa.
DISSERTAÇÃO EXPOSITIVA
O texto expositivo tem por objetivo informar o leitor acerca de determinado tema, sem a preocupação de debater ou convencer.
Um bom exemplo são as matérias de jornal que pretendem informar a população sobre as notícias atuais, sem a defesa do ponto
de vista do autor sobre elas. Atenção ! Uma coluna chamada de "A opinião", por exemplo, entraria na modalidade dissertativa
argumentativa.
Entre as características que nos ajudam a identificar um texto expositivo, temos:
A) Deve apresentar uma introdução (apresentação do tema), desenvolvimento (aprofundamento das informações) e conclusão
(desfecho).
B) Os verbos empregados geralmente estão no tempo presente do modo Indicativo.
C) A linguagem deve ser clara, de preferência culta, dispensado o uso de gírias.
D) O autor deve manter postura imparcial, sem argumentar, sem expor ponto de vista.
Atenção! Comumente os autores mesclam parágrafos expositivos e argumentativos num mesmo texto.
DISSERTAÇÃO ARGUMENTATIVA
O texto dissertativo argumentativo tem por fim o convencimento do leitor acerca de determinado ponto de vista e, para isto, o
autor empregará artifícios como a exemplificação, a comparação, a apresentação de dados, o uso de testemunho de autoridade
(citar pessoas ou instituições que pensam de igual modo), etc.
Pensem no autor de um texto dissertativo argumentativo como um advogado que defende uma causa, que quer convencer o juiz
ou um júri sobre o ponto de vista defendido. Vamos agora apresentar as características que possibilitam o "ganho de causa" para
o autor:
A) O texto deve estar organizado da seguinte forma: introdução (apresentação do tema), desenvolvimento (argumentos),
conclusão (desfecho, resumo dos pontos principais com sugestão para solução do tema).
B) O texto deve ser impessoal, sendo preferível o uso da terceira pessoa do singular ou do plural (evitem expressões como "eu
acho", "eu entendo").
C) O autor deve fazer uso do padrão culto escrito, sem gírias, sem linguagem coloquial.
D) Preferência pela objetividade (o autor não deve ficar "arrodeando" demais, mas ir direto aos pontos relevantes).
E) Os verbos geralmente devem ser empregados no presente do Indicativo ou no futuro do presente do Indicativo.
F) Ao utilizar dados e informações, o autor deve primar pela verdade (nada de inserir informações falsas no texto).
Conforme destacamos no início deste tópico, o autor pode utilizar diversos artifícios para convencer o leitor, vamos agora falar
um pouco mais sobre isso:
I - Dar exemplos: Com certeza, uma das melhores estratégias! Percebam que quando o Kelsch explica algo para vocês, costuma
exemplificar para "clarear" o raciocínio, do mesmo modo o autor o faz em textos cujo objetivo é o convencimento do leitor.
"As mulheres precisam ter seus direitos assegurados com mais efetividade para que não sejam mais vítimas em potencial, pois,
infelizmente, não é raro um jornal noticiar a morte de donas de casa, de esposas, de filhas, motivada pelo machismo ainda
arraigado a nossa sociedade."
Percebam que a morte de donas de casa, de esposas e de filhas foi o exemplo escolhido pelo autor para embasar a necessidade
de proteção dos direitos femininos.

Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019


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II - Tecer comparações: Outra técnica muito empregada pelos autores que, ao confrontar informações, valorizam o ponto de vista
que defendem. 237
"A sociedade atual diz estar mais evoluída e humanizada, mas os crimes bárbaros que ocorriam na época das guerras mundiais
repetem-se hoje e até são filmados e postados em redes socais".
Percebam que o autor compara os crimes do início do século XX (época das guerras mundiais) aos cometidos pela atual sociedade,
que afirma ser mais humanizada.
III - Usar testemunhos de autoridade: Com este artifício, o autor pretende convencer o leitor sobre determinado ponto de vista
apresentando o pensamento de instituições ou de personalidades importantes.
"Vinícios disse que beleza é fundamental e parece ser verdade: as clínicas de estética ganham a cada dia mais mercado e olhe
que os preços dos tratamentos oferecidos não são os mais atrativos."
O autor citou Vinícios de Moraes ("As muito feias que me perdoem, mas beleza é fundamental") para fortalecer a tese sobre o
crescimento do mercado de estética.
IV - Usar fatos históricos e dados estatísticos: Ao apresentar dados estatísticos ou fatos históricos, o autor confere mais
autoridade ao ponto de vista defendido.
"Desde o início de 2011, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a crise econômica e social oficial do
país, avançou 22%."
O autor apresentou o dado estatístico do aumento de 22% do IPCA para embasar a teoria que defenderá ao longo do texto.
Informações dadas, vamos a um exemplo de texto dissertativo argumentativo:
Reduzido a um clique
A notícia é alarmante: “Amazon se prepara para vender livros físicos no Brasil.” O alarme não se limita à iminente entrada da
Amazon no mercado brasileiro de livros – algo que lembrará o passeio de um brontossauro pela Colombo. A ameaça começa pela
expressão “livros físicos”. É o que, a partir de agora, o diferenciará dos livros digitais.
Pelos últimos mil anos, dos manuscritos aos incunábulos e aos impressos a laser, os livros têm sido chamados de livros. Nunca
precisaram de adjetivos para distingui-los dos astrolábios, das guilhotinas ou das cenouras. Quando se dizia “livro”, todos
entendiam um objeto de peso e volume, composto de folhas encadernadas, protegidas por papelão ou couro, nas quais se
gravavam a tinta palavras ou imagens.
Há 200 anos, os livros deixaram de ser privilégio das bibliotecas públicas ou particulares e passaram a ser vendidos em lojas
especializadas, chamadas livrarias. Desde sempre, as livrarias se caracterizaram por estantes altas, vendedores atenciosos, uma
atmosfera de paz e a ocasional presença de um gato. Foi nelas que leitores e escritores aprenderam a se encontrar e trocar ideias,
gerando uma emulação com a qual a cultura teve muito a ganhar.
A Amazon dispensa tudo isso. Ela vende livros “físicos”, mas a partir de um endereço imaterial – nada físico –, acessível apenas
pela internet. Dispensa as livrarias. Se você se interessar por um livro (certamente recomendado por uma lista de best-sellers),
basta o número do seu cartão de crédito e um clique. Em dois dias, ele estará em suas mãos – e a um preço mais em conta, porque
a Amazon não tem gastos com aluguel, escritório, luz, funcionários humanos e nem mesmo a ração do gato.
Com sorte, os livros continuarão “físicos”. Mas os leitores correm o risco de ser reduzidos a um número de cartão de crédito e um
clique.
Ruy Castro, escritor e jornalista
Percebam que o texto, em sua introdução, indica que tratará da "virtualização" dos livros, vejamos: "A ameaça começa pela
expressão “livros físicos”. É o que, a partir de agora, o diferenciará dos livros digitais."
Ao empregar o termo "ameaça" o autor expõe uma opinião contrária a esta virtualização exagerada dos livros e das livrarias.
No desenrolar dos parágrafos, este pensamento torna-se nítido: "Pelos últimos mil anos, dos manuscritos aos incunábulos e aos
impressos a laser, os livros têm sido chamados de livros. Nunca precisaram de adjetivos para distingui-los dos astrolábios, das
guilhotinas ou das cenouras." (...) "A Amazon dispensa tudo isso. Ela vende livros “físicos”, mas a partir de um endereço imaterial
– nada físico –, acessível apenas pela internet. Dispensa as livrarias."
No terceiro parágrafo, o autor argumenta sobre a importância dos livros e das livrarias físicas, a fim de convencer o leitor sobre o
ponto de vista que defende, vejamos: "Há 200 anos, os livros deixaram de ser privilégio das bibliotecas públicas ou particulares e
passaram a ser vendidos em lojas especializadas, chamadas livrarias. Desde sempre, as livrarias se caracterizaram por estantes
altas, vendedores atenciosos, uma atmosfera de paz e a ocasional presença de um gato. Foi nelas que leitores e escritores
aprenderam a se encontrar e trocar ideias, gerando uma emulação com a qual a cultura teve muito a ganhar."
A conclusão resume o que foi dito durante o texto, confirmando a tese contrária à virtualização dos livros e livrarias, defendida
pelo autor: "Com sorte, os livros continuarão “físicos”. Mas os leitores correm o risco de ser reduzidos a um número de cartão
de crédito e um clique."
TIPO INSTRUCIONAL
O texto instrucional tem por finalidade, como o próprio nome sugere, instruir ou orientar o leitor acerca de algum procedimento.
Pode ainda prescrever orientações de forma coercitiva, como no caso de leis e regulamentos.
Entre os textos que se classificam como injuntivos, temos: leis, receitas culinárias, regulamentos, manual de instruções, bula de
remédio.
Há autores que dividem este tipo textual em: injuntivo (quando não tem finalidade coercitiva, exemplo: receitas culinárias,
manuais) e prescritivo (quando tem finalidade coercitiva, exemplo: leis, regulamentos).
O importante é que tenhamos em mente as características do texto instrucional (injuntivo ou prescritivo), vamos lá!
CARACTERÍSTICAS
A) Predomínio de verbos no Imperativo ou no futuro do presente do Indicativo. Exemplo: Abra o lacre da esquerda para a direita
(verbo no Imperativo). Exemplo 2:Amarás o Senhor teu Deus. (verbo no futuro do presente do Indicativo)
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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B) Linguagem objetiva (uso de frases curtas) e predomínio do padrão culto escrito (nada de gírias).
C) Ausência de argumentação: o autor apenas orienta ou exige tal comportamento do leitor, sem necessariamente justificar ou 238
argumentar.

236. FAURGS - Oficial de Justiça (TJ RS)/Classe PJ-H/2014


Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo.
Quase todo mundo conhece a história original (grega) sobre Narciso: um belo rapaz que, todos os dias, ia contemplar seu rosto
num lago. Era tão fascinado por si mesmo que, certa manhã, quando procurava admirar-se mais de perto, caiu na água e terminou
morrendo afogado. No lugar onde caiu, nasceu uma flor, que passamos a chamar de Narciso.
O escritor Oscar Wilde, porém, tem uma maneira diferente de terminar esta história. Ele diz que, quando Narciso morreu, vieram
as Oréiades – deusas do bosque – e viram que a água doce do lago havia se transformado em lágrimas salgadas.
“Por que você chora?”, perguntaram as Oréiades.
“Choro por Narciso”.
“Ah, não nos espanta que você chore por Narciso”, continuaram elas. “Afinal de contas, todas nós sempre corremos atrás dele
pelo bosque, mas você era o único que tinha a oportunidade de contemplar de perto a sua beleza”.
“Mas Narciso era belo?”, quis saber o lago.
“Quem melhor do que você poderia saber?”, responderam, surpresas, as Oréiades. “Afinal de contas, era em suas margens que
ele se debruçava todos os dias”.
O lago ficou algum tempo quieto. Por fim, disse: “eu choro por Narciso, mas jamais havia percebido que era belo. Choro por ele
porque, todas as vezes que ele se deitava sobre as minhas margens, eu podia ver, no fundo dos seus olhos, a minha própria beleza
refletida”.
Adaptado de: COELHO, Paulo. O lago e Narciso (http://paulocoelhoblog.com/2010/01/02/o-lago-enarciso/). Acesso em 14 de abril
de 2014.
Assinale a alternativa que contém uma afirmação verdadeira sobre o texto.
a) O texto é predominantemente epistolar.
b) O texto é predominantemente argumentativo.
c) O texto é predominantemente dissertativo.
d) O texto é predominantemente descritivo.
e) O texto é predominantemente narrativo.
➢ Comentários:
A única afirmação verdadeira é encontrada na opção (E).
Segundo a literatura sobre Linguística Textual, não existe uma predominância tipológica, o que há é o predomínio de determinada
tipologia textual. Desse modo, devemos dizer que "o texto é predominantemente" narrativo, descritivo, argumentativo, epistolar
ou injuntivo.
No texto "O lago e Narciso", Paulo Coelho relata uma história, uma sequência de fatos ocorridos em determinados local e tempo.
Dito de outra maneira, o narrador evidenciou o fato ocorrido (a morte de Narciso por afogamento), o motivo de sua ocorrência
(ter ido admirar-se mais de perto no lago), de que forma ocorreu o fato (caindo na água) e com quem o fato ocorreu (Narciso, o
protagonista da narrativa).
Também é importante destacar o espaço, a localização física e geográfica dos fatos narrados, mencionado com o objetivo de
estimular a imaginação do leitor. No relato em análise, a história se passa ao redor de um lago: "No lugar onde (Narciso) caiu,
nasceu uma flor, que passamos a chamar de Narciso".
Vale destacar, por fim, o uso de verbos no pretérito, cuja finalidade é a de criar o imaginário na mente do receptor do texto.

REESCRITURA DE FRASES não é um tema propriamente dito, mas uma forma de englobar vários assuntos em uma mesma questão
que tem sido largamente utilizada pelas bancas. Como queremos o sucesso de vocês, dedicaremos este espacinho para dar dicas
de resolução de questões envolvendo a tal reescritura de frases, ok?
Antes de tudo, recomendamos que a leitura deste módulo seja feita por último, pois precisaremos de conhecimento (ou ao menos
de uma noção global) dos principais assuntos da Língua Portuguesa, certinho?
Vamos lá, então!
Uma questão que aborda reescritura de frases, basicamente, pedirá o seguinte:
- manutenção da correção gramatical
- manutenção do sentido original
- manutenção da correção gramatical e do sentido original
Se a questão pedir apenas a manutenção da correção gramatical, esqueceremos as análises de semântica! Se a questão pedir a
manutenção do sentido original, focaremos apenas nele. Por fim, se a questão pedir a manutenção da correção gramatical e do
sentido original: atenção em tudo, pois o erro poderá estar em qualquer ponto da assertiva, ok?
Parece que estamos dizendo o óbvio, mas muitas vezes o candidato perde tempo por não ler com atenção o enunciado, então
simplifiquem a vida de vocês e leiam com carinho o comando da questão antes de ir em busca dos erros.
SE A QUESTÃO PEDIR A MANUTENÇÃO DA CORREÇÃO GRAMATICAL
- Pode haver um erro de concordância
Esse é um dos primeiros aspectos que devemos observar, pois muitas vezes o erro, ou um deles, está na concordância incorreta
(verbal, na maioria das vezes).
Exemplo: As flores vermelhas que meu namorado comprou ontem custou caro. ERRADO
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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As flores vermelhas que meu namorado comprou ontem custaram caro. CORRETO
O exemplo acima demonstra erro típico de concordância verbal. Na frase incorreta, o verbo “custou” está no singular, quando 239
deveria estar no plural para concordar com o sujeito “as flores”. Normalmente a banca deixa o sujeito bem longe do verbo,
justamente para tentar nos confundir!
Atenção: se alguma assertiva possuir o verbo "haver" ou o verbo"existir", há muita chance do erro estar justamente aí, então olho
vivo nesses verbos!
Exemplo: Haviam pessoas na sala. ERRADO X Existiam pessoas na sala. CORRETO
Havia pessoas na sala. CORRETO Existia pessoas na sala. ERRADO

Verbo "haver", com sentido de existir, não flexiona, é impessoal.


Verbo "existir" flexiona normalmente.
Outra "pegadinha" comum das bancas: utilizar casos em que há duas possibilidades corretas de concordância para que o candidato
ache que uma delas está errada, vejamos:
Exemplo: Um grupo de manifestantes cantou o hino brasileiro. CORRETO
Exemplo: Um grupo de manifestantes cantaram o hino brasileiro. CORRETO
As frases acima estão corretas, pois quando empregamos coletivos partitivos (um grupo de, a maioria de, parte de, uma porção
de, a metade de, uma bando de...) o verbo pode ficar no singular (concordando com o núcleo do sujeito) ou no
plural (concordando com o núcleo do adjunto).
- Pode haver um erro de regência
Outro erro muito comum em questões de reescritura de frase são os de regência. Como eles podem aparecer? Vejamos:
Exemplo: Assisto os jogos do Flamengo com meu pai. ERRADO
(O verbo “assistir”, com sentido de presenciar, pede preposição “a” -> Assisto aos jogos do Flamengo com meu pai.)
Exemplo: Fui no hospital, mas não tinha médico. ERRADO
(O verbo “ir” não aceita a preposição “em”, rege a preposição “a” -> Fui ao hospital, mas não tinha médico.)
- Pode haver um erro de colocação pronominal
Muitas vezes os pronomes são o “x” de questões de reescritura de frases: ênclises erradas, emprego de pronomes oblíquos
inadequados, casos em que são possíveis dois tipos de colocação pronominal correta, entre outras possibilidades, vejamos
algumas!
Exemplo: Encontrei-lhe no parque. ERRADO
Encontrei-o no parque. CORRETO
O verbo "encontrar", no exemplo acima, é transitivo direto e, obviamente, pede objeto direto. "Lhe" deve ser utilizado apenas
para substituir objetos indiretos, por isso seu uso no caso acima está incorreto.
Relembrando:
Os pronomes oblíquos o, a, os, as (e variações) ocupam a função de objeto direto. Os pronomes oblíquos lhe, lhes ocupam a
função de objeto indireto. Os pronomes oblíquos me, te, se, vos, nos podem ocupar a função de objeto direto ou de objeto
indireto.
Outra forma de complicar a vida do aluno é empregar na frase uma situação que admite duas formas de colocação pronominal,
vejamos:
Exemplo: Aquilo me animou. CORRETO
Aquilo animou-me. CORRETO
(Quando temos pronome demonstrativo antes do verbo e não temos palavra que atrai a próclise, podemos usar essas duas formas
de colocação pronominal!)
- Pode haver um erro de crase
Viu uma crase na frase? Olhe novamente com calma, pois ela é causa frequente de erro em questões de reescritura de frase. O
mais importante neste ponto é lembrar das situações de proibição e de uso facultativo do acento grave.
Exemplo: Fizemos menção à Vossa Excelência. ERRADO (Não ocorre crase antes de pronomes pessoais.)
Fizemos menção a Vossa Excelência. CORRETO
Exemplo: Ele foi à nossa vinícola. / Ele foi a nossa vinícola. AMBAS CORRETAS
(A crase é facultativa antes de pronomes possessivos adjetivos femininos)
-Pode haver um erro de pontuação
Outro ponto que pode fazer a diferença em questões de reescritura é a pontuação, mais especificamente o emprego da vírgula
(maioria dos casos).
Perceberam a troca de posição da vírgula? Chequem o seguinte:
- a mudança de posição, a omissão ou o acréscimo da vírgula separou o sujeito do verbo?
- a mudança de posição, a omissão ou o acréscimo da vírgula separou o verbo de seu complemento?
- a mudança de posição, a omissão ou o acréscimo da vírgula separou um substantivo de seu complemento nominal ou adjunto
adnominal?
- a mudança de posição, a omissão ou o acréscimo da vírgula separou uma locução verbal da voz passiva e o agente da passiva?
Sendo “sim” a resposta para qualquer um desses itens, a mudança de posição/omissão/acréscimo de vírgula causou erro
gramatical, gente linda!
-Pode haver um erro de acentuação
Menos incidente, mas nem por isso sem importância. Não achou erro de concordância, regência, crase, colocação ou pontuação?
Preste atenção à acentuação, o erro pode estar aí!
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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- Pode haver erro de ortografia


Por fim, sim...às vezes o erro é apenas um "esperiência" escrito com "s", lá no meio do período, para tirar o juízo do candidato 240
que já checou quase todas as possibilidades e nada achou. De tanto buscar erros mais “comuns”, “cegamos” ao ponto de não
enxergar erros até graves de ortografia.
SE A QUESTÃO PEDIR A MANUTENÇÃO DO SENTIDO ORIGINAL
Quando a questão pedir a manutenção do sentido original, ficaremos atentos a detalhes que ocasionam alteração semântica, ok?
- a substituição de uma palavra ou de uma expressão pode alterar o sentido original
A banca poderá empregar sinônimos (mesmo significado), antônimos (significados opostos) ou simplesmente substituir uma
palavra menos usual por outra que não tem proximidade semântica nenhuma. Cuidado com palavras "estranhas", pois o erro
poderá estar aí!
Dica! Leia, leia, leia muito... Quanto mais lemos, mais adquirimos vocabulário e menos caímos em pegadinhas envolvendo o
significado de palavras. Tem tempo? Duas, três vezes por semana procure algumas palavras novas, faça uma listinha, crie frases
com elas.
Exemplo: O tempo inexoravelmente nos muda./ O tempo implacavelmente nos muda. (manutenção do sentido original)
Exemplo: Ele agiu de forma inexorável./ Ele agiu de forma piedosa. (alteração do sentido original)
Atenção! A banca poderá substituir locuções adjetivas por adjetivos de sentido equivalente, sem prejuízo do sentido original,
vejamos:
Exemplo: Aquele olhar de anjo me conquistou. / Aquele olhar angelical me conquistou.
- a mudança de posição de uma palavra ou de uma expressão pode alterar o sentido original
A simples mudança de posição de uma palavra pode causar alteração semântica, assim fiquem de olho nesse tipo de alteração:
Exemplo: A grande atleta está machucada. (A atleta é grandiosa, notável.)
A atleta grande está machucada. (A atleta tem grande estatura.)
Percebam que, nas frases acima, a mudança de posição do adjetivo "grande" causou também a mudança de sentido.
- a substituição de conjunções e locuções conjuntivas pode alterar o sentido original
Quando a questão de reescritura de frases faz uso de conjunções ou locuções conjuntivas, atenção: o detalhe "fatal" pode ser
esse!
Sabemos que as conjunções possuem "carga semântica", indicando ideia aditiva, causal, adversativa, temporal,
condicional...assim, a substituição de uma conjunção por outra pode acarretar prejuízo do sentido original.
Exemplo: "A primavera chegará, mesmo que ninguém saiba seu nome.."
"A primavera chegará, ainda que ninguém saiba seu nome.." (manutenção do sentido original de concessão)
Exemplo:"A biologia não explica todas as diferenças, mas revela que não somos uma tábula rasa de gênero." (sentido
adversativo)
"A biologia não explica todas as diferenças, porque revela que não somos uma tábula rasa de gênero." (sentido causal)
- a substituição de tempos verbais pode alterar o sentido original
Muitas vezes, a substituição de um tempo verbal por outro acarreta mudança de sentido, vejamos:
Exemplo: Viajarei amanhã para João Pessoa. (futuro do presente, sentido de fato futuro certo)
Viajaria amanhã para João Pessoa. (futuro do pretérito, sentido condicional, o fato era possível, mas não será
concretizado)
Percebem que o sentido mudou? Antes o sujeito com certeza viajaria para João Pessoa, agora parece que não irá mais (mesmo
que antes a hipótese parecesse possível).
Vale destacar que algumas locuções verbais podem ser substituídas por verbos de mesmo valor, olhem só:
Exemplo: Estávamos cantando alto, quando ele chegou. MANUTENÇÃO DO SENTIDO ORIGINAL
Cantávamos alto, quando ele chegou.
A substituição da locução "estávamos cantando" por "cantávamos" não prejudicou o sentido original: acontecimento continuado
passado ocorrido simultaneamente a outro fato também passado.

237. FAURGS 2018


Como se fosse a primeira vez
Aos 82 anos, o maestro Isaac Karabtchevsky declarou que “um músico tem que trabalhar até o último instante”, que é “nessa
vivência que ele começa ____ redescobrir partituras que já regeu ou tocou ____ tantos anos, experimentando-as de maneira
totalmente diferente, como se fosse a primeira vez”. Não estamos falando aqui de trabalho, mas da vida, pois nunca é tarde para
encará-la com o frescor desse velho homem. O passado não é recuperável, não há feitiço do tempo que nos ajude a voltar atrás
para desfazer perdas e reparar falhas. Viver é uma comédia de erros e ponto. Quanto maior a vida, os arrependimentos e as
saudades têm maiores oportunidades de comparecer. O que levamos conosco corre o risco de virar um baú de velharias que
carregamos só para remoer. No entanto, possuir uma memória fértil, honrar a própria história, não nos obriga ____ andar de
costas. No divã, as memórias são sempre convocadas e falando delas acabam ganhando novos sentidos. Não se trata de voltar
atrás para consertar, pois as lembranças ressurgem quando estão a serviço do presente. Elas são revisadas porque somos feitos
delas, porque nossa identidade foi construída a partir do que vivemos. “Como se fosse a primeira vez” é apenas um modo lúdico
de manter viva ____ curiosidade. A amnésia não torna ninguém mais jovem nem renova oportunidades. A boa notícia é que
somente para os músicos o tempo de uma vida pode ser fértil até o fim. Ele pode assemelhar-se ____ das viagens, no qual um dia
leva vários para acabar. Por que ocorre essa sensação de lactação temporal? Porque viajando estamos abertos ____ novo,
deixando-nos surpreender a cada momento. Karabtchevsky nos lembra que isso pode ocorrer até com as velhas sinfonias. Mesmo
que existam melodias repetidas, interprete-as como se fosse a primeira vez.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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TEORIA SISTEMATIZADA E QUESTÕES PARA OFICIAL DE JUSTIÇA 2019

Adaptado de: CORSO, Diana. Como se fosse a primeira vez.


Disponível em http://vidasimples.uol.com.r/canal/pensar/. Acessado em 08 de janeiro de 2018. 241
A seguir são apresentadas substituições de algumas expressões do texto.
I - pois por no entanto.
II - No entanto por a não ser que.
III - a partir por a começar.
IV - nem por e não.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas I e II.
c) Apenas II e III.
d) Apenas III e IV.
e) Apenas II, III e IV.
➢ Comentários:
GABARITO LETRA D
I - ERRADA: pois por no entanto.
"Não estamos falando aqui de trabalho, mas da vida, pois nunca é tarde para encará-la com o frescor desse velho homem."
No trecho acima, a oração "pois nunca é tarde para encará-la com o frescor desse velho homem" explica algo a respeito do que
foi dito anteriormente. Essa ideia de explicação é transmitida pela conjunção coordenativa explicativa "pois". Para que se
mantenha o sentido original do texto, a conjunção "pois" deve ser substituída por "porque" ou "porquanto", por exemplo, que
são conjunções coordenativas explicativas.
A locução conjuntiva "no entanto" é coordenativa adversativa. Ela transmite a ideia de oposição, e não a ideia de explicação. Por
esse motivo, não pode substituir a conjunção "pois".
II - ERRADA. No entanto por a não ser que.
"No entanto, possuir uma memória fértil, honrar a própria história, não nos obriga a andar de costas. "
No trecho acima, a locução conjuntiva "No entanto" é coordenativa adversativa. Ela transmite a ideia de oposição em relação ao
que foi dito anteriormente. Para que se mantenha o sentido original do texto, ela deve ser substituída por "Porém", "Todavia"
ou "Contudo", por exemplo, que são conjunções coordenativas adversativas.
A locução conjuntiva "a não ser que" é subordinativa adverbial condicional. Ela transmite a ideia de condição, e não a ideia de
explicação. Por esse motivo, não pode substituir a locução "No entanto".
III - CORRETA: a partir por a começar.
"Elas são revisadas porque somos feitos delas, porque nossa identidade foi construída a partir do que vivemos."
As expressões "a partir" e "a começar" são sinônimas. Logo, a substituição da primeira por essa última estaria correta.
IV - CORRETA: nem por e não.
"A amnésia não torna ninguém mais jovem nem renova oportunidades."
As expressões "nem" e "e não" são sinônimas. Trata-se, respectivamente, de uma conjunção e de uma locução conjuntiva
coordenativa aditiva. Logo, a substituição da primeira por essa última estaria correta.
LETRA "A"- ERRADA. Apenas I.
LETRA "B"- ERRADA. Apenas I e II.
LETRA "C"- ERRADA. Apenas II e III.
LETRA "D"- CORRETA. Apenas III e IV.
LETRA "E"- ERRADA. Apenas II, III e IV.
238. FAURGS 2018:
Sem prejuízos com a comida
A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) passou a orientar os consumidores para que reduzam o ______ de
alimentos. Dicas e informações sobre os atributos de qualidade na compra, o correto ______ e ______ dos produtos nos mercados
e nas residências para evitar a perda de alimentos estão agora disponíveis em uma página da internet, patrocinada pela instituição.
Além de orientar sobre cuidados, a página pretende estimular o aumento do consumo de vegetais, com diversas opções de
preparos, salientando que as hortaliças não devem servir apenas para saladas.
Fonte: adaptado de Zero Hora, Hortaliças, publicado em 14 e 15/11/2017.
A expressão além de, no trecho Além de orientar, pode ser substituída, sem alteração do seu sentido no texto, por
a) Apesar de
b) Em vez de
c) Ademais de
d) A despeito de
e) Longe de
➢ Comentários
GABARITO LETRA C
"Além de orientar sobre cuidados, a página pretende estimular o aumento do consumo de vegetais, com diversas opções de
preparos, salientando que as hortaliças não devem servir apenas para saladas."
No trecho acima, a locução prepositiva "Além de" transmite a ideia de adição.
LETRA "A"-ERRADA. Apesar de

Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019


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A locução prepositiva "Apesar de" transmite a ideia de concessão, e não a ideia de adição. Ela equivale, por exemplo, à locução
conjuntiva subordinativa adverbial concessiva "Embora": Apesar de sorrir, parecia triste./Embora sorrisse, parecia triste. Logo, 242
não pode substituir "Além de", cujo sentido é o de adição.
LETRA "B"-ERRADA. Em vez de
A locução prepositiva "Em vez de" transmite a ideia de substituição, de troca. Exemplo: Em vez de estudar, foi meditar. Logo, não
pode substituir "Além de", cujo sentido é o de adição.
LETRA "C"-CORRETA. Ademais de
A locução prepositiva "Ademais de" é sinônima de "Além de". Logo, pode substituir essa sem alteração do sentido do texto:
"Ademais de orientar sobre cuidados, a página pretende estimular o aumento do consumo de vegetais, com diversas opções de
preparos, salientando que as hortaliças não devem servir apenas para saladas."
LETRA "D"-ERRADA. A despeito de
A locução prepositiva "A despeito de" é sinônima da locução prepositiva "Apesar de". Logo, ela transmite a ideia de concessão, e
não a ideia de adição. Exemplo: A despeito de estar atrasado, manteve-se confiante./Apesar de estar atrasado, manteve-se
confiante. Logo, não pode substituir "Além de", cujo sentido é o de adição.
LETRA "E"-ERRADA. Longe de
A locução prepositiva "Longe de", no trecho em questão, transmitiria a ideia de distância, e não a ideia de adição: "Longe de
orientar sobre cuidados". Logo, ela não pode substituir "Além de", cujo sentido é o de adição.

239. FAURGS 2016


O ataque ao cofre
A corte chegou ao Brasil empobrecida, destituída e necessitada de tudo. Já estava falida quando deixara Lisboa, mas a situação se
agravou ainda mais no Rio de Janeiro. Deve-se lembrar que entre 10.000 e 15.000 portugueses atravessaram o Atlântico junto
com D. João. Para se ter uma ideia do que isso significava, basta se levar em conta que, ao mudar a sede do governo dos Estados
Unidos da Filadélfia para a recém-construída Washington, em 1800, o presidente John Adams transferiu para a nova capital cerca
de 1.000 funcionários. Ou seja, a corte portuguesa no Brasil era entre 10 e 15 vezes mais gorda do que a máquina burocrática
americana nessa época. E todos dependiam do erário real ou esperavam do príncipe regente algum benefício em troca do
“sacrifício” da viagem. “Um enxame de aventureiros, necessitados e sem princípios, acompanhou a família real”, notou o
historiador John Armitage. “Os novos hóspedes pouco se interessavam pela propriedade do Brasil. Consideravam temporária a
sua ausência de Portugal e propunham-se mais a enriquecer-se à custa do Estado do que a administrar a justiça ou a beneficiar o
público”.
Onde achar dinheiro para socorrer tanta gente? A primeira solução foi obter um empréstimo da Inglaterra, no valor de 600.000
libras esterlinas. Esse dinheiro, usado em 1809 para cobrir as despesas da viagem e os primeiros gastos da corte no Rio de Janeiro,
seria um pedaço da dívida de 2 milhões de libras esterlinas que o Brasil herdaria de Portugal depois da independência. Outra
providência, igualmente insustentável no longo prazo, foi criar um banco estatal para emitir a moeda. A breve e triste história do
primeiro Banco do Brasil, criado pelo príncipe regente sete meses depois de chegar ao Rio de Janeiro, é um exemplo do compadrio
que se estabeleceu entre a monarquia e uma casta de privilegiados negociantes, fazendeiros e traficantes de escravos a partir de
1808.
Adaptado de: “O ataque ao cofre”, capítulo do livro “1808 – Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta
enganaram Napoleão e mudaram a História de Portugal e do Brasil”, de Laurentino Gomes.
Assinale V (verdadeiro) ou F (falso) nas afirmações a seguir.
( ) A frase Os novos hóspedes pouco se interessavam pela propriedade do Brasil poderia ser reescrita como Os novos hóspedes se
interessavam um pouco pela propriedade do Brasil, sem qualquer alteração de sentido.
( ) A frase Outra providência, igualmente insustentável no longo prazo, foi criar um banco estatal para emitir a moeda poderia
ser reescrita como Igualmente insustentável no longo prazo, outra providência foi criar um banco estatal para emitir a moeda,
sem qualquer alteração de sentido literal.
( ) A frase A breve e triste história (...) a partir de 1808 poderia ser escrita sem as vírgulas, sem qualquer alteração de sentido.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
a) F – V – F.
b) V – F – V.
c) F – V – V.
d) V – V – V.
e) V – F – F.
➢ Comentários:
A alternativa "A" é a CORRETA.
Devemos julgar as assertivas como verdadeiras ou falsas e indicar a sequência correta.
(F) A frase Os novos hóspedes pouco se interessavam pela propriedade do Brasil poderia ser reescrita como Os novos hóspedes
se interessavam um pouco pela propriedade do Brasil, sem qualquer alteração de sentido.
A expressão "pouco se interessavam" indica que os novos hóspedes não se interessavam pela propriedade. A reescritura desloca
o termo "pouco" e emprega a expressão "se interessavam um pouco", indicando que havia algum interesse pela propriedade,
ainda que pequeno. Veja que não uma modificação de sentido, por isso a assertiva está FALSA.
(V) A frase Outra providência, igualmente insustentável no longo prazo, foi criar um banco estatal para emitir a moeda poderia
ser reescrita como Igualmente insustentável no longo prazo, outra providência foi criar um banco estatal para emitir a moeda,
sem qualquer alteração de sentido literal.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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O segmento "igualmente sustentável no longo prazo" é um aposto explicativo, corretamente isolado por duas vírgulas. Veja que
a reescritura apenas desloca esse aposto para o início da frase, mantendo o uso da vírgula que o separa do restante da oração. 243
Assim, a assertiva está VERDADEIRA, já que não haveria alteração de sentido.
(F) A frase A breve e triste história (...) a partir de 1808 poderia ser escrita sem as vírgulas, sem qualquer alteração de sentido.
Trecho original: "A breve e triste história do primeiro Banco do Brasil, criado pelo príncipe regente sete meses depois de chegar ao
Rio de Janeiro, é um exemplo do compadrio que se estabeleceu entre a monarquia e uma casta de privilegiados negociantes,
fazendeiros e traficantes de escravos a partir de 1808."
O segmento "criado pelo príncipe regente sete meses depois de chegar ao Rio de Janeiro" é uma oração subordinada adjetiva
explicativa reduzida de particípio. Veja que ela poderia ser reescrita assim:
→ A breve e triste história do primeiro Banco do Brasil, que foi criado pelo príncipe regente sete meses depois de chegar ao Rio
de Janeiro, é um exemplo...
A oração original explica a expressão "primeiro Banco do Brasil". Se retirarmos as vírgulas, a oração passará a ser RESTRITIVA,
limitando o sentido do termo "primeiro Banco do Brasil". Veja que a frase ficaria incoerente, pois não há sentido em limitar essa
expressão, já que existe apenas um "primeiro" Banco do Brasil.
Além disso, a afirmativa menciona a eliminação de TODAS as vírgulas. A pontuação que separa "privilegiados negociantes,
fazendeiros e traficantes de escravos" não pode ser retirada, já que separa elementos de uma enumeração. A frase menciona três
grupos distintos:
1. negociantes;
2. fazendeiros;
3. traficantes de escravos.
Sem a vírgula mencionada, haveria apenas dois grupos:
1. negociantes fazendeiros;
2. traficantes de escravos.
Mais uma vez, haveria mudança de sentido. Assim, a assertiva está FALSA.
A sequência fica assim: F - V - F. A alternativa "A" é a CORRETA.

240. FAURGS 2016 – ADAPTADA


O autor apresenta o casaco que cê ia sair com ele tá rasgado como exemplo de uso de gírias e expressões populares. Assinale a
alternativa que apresenta uma possível reescrita dessa frase, de acordo com a norma culta da língua portuguesa.
a) O casaco que você sairia está rasgado.
b) O casaco que você sairia com ele está rasgado.
c) O casaco com o qual você sairia está rasgado.
d) O casaco com que tu sairia está rasgado.
e) O casaco que tu irias sair está rasgado.
➢ Comentários:
A opção (C) é a resposta da questão.
No período "O caso com o qual você sairia está rasgado", o verbo "sair" é transitivo indireto, regendo o uso da preposição COM.
Esse elemento preposicional antecede a expressão relativa "o qual", responsável pela retomada da expressão "o casaco".
Nas demais opções:
a) faltou a preposição COM antes do pronome relativo "que", sendo uma exigência da forma verbal "sairia".
b) a expressão "com ele" provocou incorreção, sob o prisma da gramática tradicional. Ademais, faltou a preposição COM antes do
pronome relativo "que".
d) o período está construído em segunda pessoa, devendo o verbo "sair" ser flexionado nessa pessoa gramatical: O casaco com
que tu sairias está rasgado.
e) embora a locução verbal "irias sair" esteja concordando com o pronome "tu", faltou a preposição COM antes do pronome
relativo "que".

241. FAURGS 2016


A alimentação correta, saudável, equilibrada e com suficiente aporte de calorias e nutrientes é essencial para o bem-estar e
qualidade de vida. Boa alimentação e hábitos saudáveis, como a prática de atividade física, são fatores essenciais na promoção da
saúde e na prevenção de doenças.
Hoje, somos levados a dar atenção para os negativos reflexos econômicos e sociais provocados pelo sobrepeso ou pela obesidade.
No mundo corporativo, já se vê o avanço em torno da adoção de programas de qualidade de vida, e a alimentação, é claro, tem
foco especial.
É importante ter orientações que nos ajudem a lidar com o problema da obesidade. É preciso que todos sejam alertados dos riscos
decorrentes da ingestão de alimentos e bebidas ricas em calorias, gorduras, sódio e açúcares. Gestos simples que envolvam, por
exemplo, reduzir o consumo de sal, comer mais frutas, verduras e grãos integrais, aliados a atividades físicas regulares,
representam, efetivamente, conforme apontam estudos, uma grande e decisiva diferença, quando buscamos o bem-estar.
Faz-se necessário unir esforços para promover estilos de vida saudáveis, com respeito, inclusive, às dimensões culturais e
regionais. Campanhas de educação alimentar, que correspondam a uma atitude de responsabilidade social, de ação inserida no
contexto do desenvolvimento sustentável, devem ser desenvolvidas com urgência. A segurança alimentar e nutricional, importa
ressaltar, é preceito que deve nortear o desenvolvimento de tais ações.

Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019


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O conceito de segurança alimentar e nutricional, segundo a Organização Mundial da Saúde – OMS, implica promover o direito de
todos os cidadãos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade em quantidade suficiente. 244
Adaptado de: Alimentação saudável. Disponível em:<http://assertbrasil.com.br/alimentacao-saudavel/>. Acessoem: 19 ago.
2016.
Considere as alterações em frases do texto, abaixo sublinhadas.
I - Hoje, somos levados a dar atenção para os inúteis reflexos econômicos e sociais provocados pelo sobrepeso ou pela obesidade.
II - É preciso que todos sejam prevenidos dos riscos decorrentes da ingestão de alimentos e bebidas ricas em calorias, gorduras,
sódio e açúcares.
III - A segurança alimentar e nutricional, importa ressaltar, é preceito que deve orientar o desenvolvimento de tais ações.
Quais alterações NÃO mudam o significado das frases do texto?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.
➢ Comentários:
Gabarito: LETRA D.
Considere as alterações em frases do texto, abaixo sublinhadas.
I - Hoje, somos levados a dar atenção para os inúteis reflexos econômicos e sociais provocados pelo sobrepeso ou pela
obesidade. == A SUBSTITUIÇÃO MUDA O SENTIDO.
A substituição de "negativos" por "inúteis" prejudica o sentido original. No contexto, a palavra "negativos" foi usada com sentido
de "danosos", e não de "inúteis" (= desnecessários/supérfluos): Hoje, somos levados a dar atenção para os danos os reflexos
econômicos e sociais provocados pelo sobrepeso ou pela obesidade.
II - É preciso que todos sejam prevenidos dos riscos decorrentes da ingestão de alimentos e bebidas ricas em calorias, gorduras,
sódio e açúcares. == A SUBSTITUIÇÃO NÃO MUDA O SENTIDO.
A substituição de "alertados" por "prevenidos" MANTÉM o sentido original, pois alertar é sinônimo de avisar, acautelar, advertir,
atentar, despertar, espertar, precaver, prevenir, sobreavisar.
III - A segurança alimentar e nutricional, importa ressaltar, é preceito que deve orientar o desenvolvimento de tais ações. == A
SUBSTITUIÇÃO NÃO MUDA O SENTIDO.
A substituição de "nortear" por "orientar" MANTÉM o sentido original, pois ambos os termos são sinônimos. Vejamos os
principais sinônimos de nortear: orientar, guiar, encaminhar, conduzir, dirigir, regular, presidir.
Portanto, somente as alterações presentes em II e III NÃO mudam o significado das frases do texto. Por isso, a resposta é a letra
D!

242. FAURGS 2016


O centauro no jardim

Quando fiz vinte e um anos meu pai me perguntou o que eu queria de aniversário. Eu estava então interessado em astronomia;
pedi um telescópio. Contava fazer algumas observações de planetas e estrelas.

Veio o telescópio, um belo instrumento, com boas lentes. Li o manual de instruções e passei imediatamente a explorar os céus.
____ noite eu ia de Vênus para Saturno, estudava as constelações (a do Centauro por razões óbvias) – meio decepcionado, porque
não via nada de muito sensacional. (O que esperava ver? Abraão e seu seio? O cavalo alado?) De dia, o telescópio oculto pelas
cortinas do quarto, espiava os morros das redondezas. Foi assim que avistei ____ moça da mansão colonial.

A mansão, muito bonita, ficava ____ uns dois quilômetros de nossa casa, mas eu podia observá-la bem. De início, me surpreendeu
a quantidade de empregadas, todas de touca e avental brancos. Depois de alguns dias notei a presença da moça de cabelos cor
de cobre.

Vinha todas as manhãs ao terraço. Tirava seu roupão e ficava deitada – nua, completamente nua – tomando banho de sol. Da
mesa ____ seu lado, pegava um binóculo e ficava examinando os arredores – aliás, desertos – da casa. Ela olhava pelo binóculo,
eu a espreitava pelo telescópio. O rosto eu não via bem, mas imaginava um narizinho delicado, uns lábios cheios, dentes perfeitos.
Os olhos, sim. Os olhos eu via bem, pelas lentes do telescópio – e do binóculo. Me deslumbravam. O olho direito, luminosamente
azul. O esquerdo, ainda mais azul. O coração me batia forte. A pata escarvava o chão, mais nervosa que nunca. Em nenhum livro,
e eu tinha livros com belas ilustrações, em nenhuma revista, eu vira uma moça tão bonita. Me fascinava, ela. Não podia parar de
olhá-la.

Será que me via, de seu terraço? Será que me divisava o rosto, por trás das cortinas? Teria gostado de me ver? Eu corria ao
espelho. Não, não era feio. Belos cabelos revoltos, belos olhos, nariz reto, boca bem traçada. Algumas espinhas na testa, só. Eu
era mesmo um adolescente bonito. Até a cintura, naturalmente. Daí para baixo – centauro, centauro, irremediavelmente
centauro.

Adaptado de SCLIAR, Moacyr. O centauro no jardim.


Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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9ª edição. Porto Alegre: L&PM, 2001. Páginas 60-61.


245
Assinale V (verdadeiro) ou F (falso) nas afirmações a seguir.

( ) A frase Eu estava então interessado em astronomia; pedi um telescópio poderia ser reescrita como Eu estava interessado em
astronomia; então pedi um telescópio sem que seu sentido fosse significativamente alterado.

( ) A frase Li o manual de instruções e passei imediatamente a explorar os céus poderia ser reescrita como Li o manual de
instruções imediatamente e passei a explorar os céus sem que seu sentido fosse significativamente alterado.

( ) A frase Depois de alguns dias notei a presença da moça de cabelos cor de cobre poderia ser reescrita como Notei a presença
da moça de cabelos cor de cobre depois de alguns dias sem que seu sentido fosse significativamente alterado.

A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é


a) V – F – F.
b) F – V – V.
c) F – F – V.
d) F – V – F.
e) V – V – V.

➢ Comentários:
Gabarito: LETRA C.
(F) A frase Eu estava então interessado em astronomia; pedi um telescópio poderia ser reescrita como Eu estava interessado
em astronomia; então pedi um telescópio sem que seu sentido fosse significativamente alterado. == FALSO.
Na expressão "Eu estava então interessado" a palavra "então" foi empregada com sentido de "naquele momento" (funcionando
como advérbio de tempo). Se essa palavra for deslocada para o inicío da outra oração, ela passará a indicar ideia de conclusão
(funcionando como conjunção coordenativa conclusiva).
Portanto, a substituição proposta ALTERA o sentido original.
(F) A frase Li o manual de instruções e passei imediatamente a explorar os céus poderia ser reescrita como Li o manual de
instruções imediatamente e passei a explorar os céus sem que seu sentido fosse significativamente alterado. == FALSO.
Na redação original, o advérbio "imediatamente" se refere à ação do verbo passar (passei imediatamente). Na redação proposta,
o advérbio "imediatamente" se refere à ação do verbo ler (li imediatamente).
Portanto, a substituição proposta ALTERA o sentido original.
(V) A frase Depois de alguns dias notei a presença da moça de cabelos cor de cobre poderia ser reescrita como Notei a presença
da moça de cabelos cor de cobre depois de alguns dias sem que seu sentido fosse significativamente alterado. == VERDADEIRO
Mesmo após a alteração, a expressão "Depois de alguns dias" continua se referindo ao verbo notar (depois de alguns dias
notei ou notei depois de alguns dias)... Portanto, a substituição proposta NÃO ALTERA o sentido original.
Só um adendo: é recomendado que se use vírgula na redação original, pois o adjunto adverbial de tempo "Depois de alguns dias"
está deslocado de sua posição original.
Dessa forma, a sequência correta está na letra C: F – F – V.

243. FAURGS 2015


O potencial do português brasileiro como
língua internacional

Nos últimos anos, tenho visitado diversos países onde se ensina a língua portuguesa: Argentina, Uruguai, México, Colômbia, Itália
e agora estou aqui na Finlândia. Em todos esses lugares, esses convites foram motivados pela enorme dificuldade que as
professoras e os professores _____ de fazer valorizar o português brasileiro como língua digna de ser ensinada a estrangeiros. A
Universidade Nacional Autônoma do México, por exemplo, é o lugar no mundo onde mais se estuda português, e seria mais do
que natural imaginar que, estando na América Latina, o interesse dos mexicanos deveria ser pelo português brasileiro – e é. Só
que nessa mesma universidade o Instituto Camões ocupa um andar inteiro do centro de estudos de línguas estrangeiras, envia
professores e material didático, além de oferecer estágios em Portugal para os estudantes. O Brasil... nada.

Aliás, os dados comparativos são eloquentes: o governo português ___ 1.691 docentes de língua no exterior, atua em 72 países e
está presente em 300 universidades mundo afora. Já o nosso Ministério das Relações Exteriores é responsável somente por 40
leitorados e 24 centros de estudos brasileiros. A postura do Itamaraty parece ser a seguinte: se já estão lá os portugueses, nós
não precisamos estar também. Essa diferença de números é ainda mais surpreendente quando comparamos Brasil e Portugal em
termos de importância geopolítica e econômica. O Brasil participa de um grupo chamado BRICS, que ___ as chamadas “potências
emergentes”, ou seja, Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Portugal, infelizmente, é incluído num grupo pejorativamente
chamado de PIIGS (Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha.), os países que mais ___ sofrido com a grave crise econômica iniciada
em 2008.

Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019


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Adaptado de: “O potencial do português brasileiro como língua internacional”, de Marcos Bagno (https://marcosbagno.
files.wordpress.com/2014/11/o-potencial-do-portuguecc82s- brasileiro-como-licc81ngua-internacional.pdf). Acessado em 11 de 246
abril de 2015.

Assinale a alternativa que apresenta uma versão modificada da frase A postura do Itamaraty parece ser a seguinte: se já estão lá
os portugueses, nós não precisamos estar também com sentido literal equivalente.
a) A postura do Itamaraty parece ser a seguinte: se os portugueses já estão lá, nós também não precisamos estar.
b) A postura do Itamaraty parece ser a seguinte: se lá os portugueses já estão, nós precisamos também estar.
c) A postura do Itamaraty parece ser a seguinte: se nós também não estamos lá, os portugueses já estão.
d) A postura do Itamaraty parece ser a seguinte: uma vez que os portugueses já estão lá, nós não precisamos estar
também.
e) A postura do Itamaraty parece ser a seguinte: uma vez que os portugueses não estão lá, nós também não precisamos
estar.
➢ Comentários:
Alternativa A: errada, pois não há uma versão da frase original, mas sim apenas uma
reordenação dos termos que constituem a mesma frase.
Alternativa B: errada, pois a segunda parte da versão alterou fundamentalmente o sentido da
frase original, que diz: "nós não precisamos estar também" (grifo meu).
Alternativa C: errada, pois a versão desrespeitou o sentido original da frase. A condição
considerada na frase original (e evidenciada por meio do emprego da conjunção "se") tem a ver
com o fato de os portugueses estarem em um determinado lugar, e não os brasileiros.
Alternativa D: certa. A versão mantém a relação existente entre os dois fatos expressos
originalmente, mantendo-os no mesmo nível argumentativo entre si.
Alternativa E: errada, pois a possibilidade considerada originalmente é a de que os
portugueses estejam "lá", e não o contrário.
Gabarito: letra D (A postura do Itamaraty parece ser a seguinte: uma vez que os portugueses já
estão lá, nós não precisamos estar também).
244. FAURGS 2012
FAURGS - Técnico Judiciário (TJ RS)/Judiciária e Administrativa/2012 (e mais 2 concursos)
Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo.
Os chineses, cuja renda per capita não chega à metade ______ brasileiros, estão poluindo como se já fossem ricos. Segundo um
estudo realizado pela Comissão Europeia em conjunto com a Agência Holandesa de Avaliação Ambiental, cada chinês emite, em
média, 7,2 toneladas de gás carbônico por ano como resultado da queima de combustíveis fósseis.
Os europeus produzem 7,5 toneladas do gás do efeito estufa por pessoa. Isso representa uma queda de 18% em relação ___ duas
décadas atrás. Na China, houve um aumento de 227% no mesmo período. Em números absolutos, o país já era o maior emissor
de gás carbônico, um dado não muito surpreendente, considerando-se que a China concentra em seu vasto território um quarto
da população mundial.
Já o fato de a poluição per capita do país asiático ser quase igual ___ europeia é preocupante, porque os chineses têm um padrão
de consumo muito mais baixo. Isso significa que o impacto ambiental do crescimento econômico da China supera em muito os
ganhos da população com a produção de riqueza.
O governo chinês chegou a estabelecer metas de redução das emissões, mas pelo menos três fatores jogam contra. O primeiro é
a importância da indústria pesada, que demanda muita energia, na economia nacional. O segundo é o fato de o país ter a terceira
maior reserva mundial de carvão mineral – uma matéria-prima barata para a produção de energia, e altamente poluente.
O terceiro é o caráter autoritário da hierarquia administrativa na China. Pressionadas pelo comando central do Partido Comunista
para conseguir desempenhos econômicos estratosféricos, as autoridades provinciais não têm muito escrúpulo ao aprovar
indústrias e usinas. Quando a população local se opõe a um projeto por temer danos ao ambiente, é reprimida de maneira violenta,
como ocorreu no início deste mês em Shifang, durante um protesto contra a construção de uma refinaria.
Como resultado dessa postura, além do ar das grandes cidades, dois terços dos rios e lagos do país estão poluídos. Na extinta
Alemanha Oriental, os primeiros cidadãos a se organizarem para fazer oposição à ditadura comunista estavam indignados com os
poluentes químicos lançados no Rio Saale. Regimes autoritários são um veneno para a natureza.
Adaptado de: O crescimento não é desculpa. VEJA, São Paulo, p. 69, 25 jul. 2012.
Assinale a alternativa que preenche corretamente a lacuna da linha 01.
a) de
b) dos
c) de dos
d) da dos
e) das dos

Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019


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➢ Comentários:
A alternativa "D" é a CORRETA. 247
Devemos completar corretamente a lacuna seguinte:
Os chineses, cuja renda per capita não chega à metade ______ brasileiros, estão poluindo como se já fossem ricos.
No segmento que contém a lacuna, o autor faz uma comparação entre as rendas dos chineses e brasileiros. Veja que o segmento
refere-se a "renda per capita". Temos a expressão "metade de", portanto devemos empregar a preposição "de". Além disso, a
expressão "renda per capita" deve ser antecedida pelo artigo "a", já que estamos falando de uma renda específica: a dos
brasileiros. A ideia é a seguinte:
→ Os chineses, cuja renda per capita não chega à metade da renda per capita dos brasileiros, estão poluindo como se já fossem
ricos.
Analisando as alternativas, podemos perceber que a alternativa "D" é a CORRETA: da dos.
A frase fica assim:
→ Os chineses, cuja renda per capita não chega à metade da dos brasileiros, estão poluindo como se já fossem ricos.
Podemos perceber que a expressão "renda per capita" está implícita, evitando-se a repetição.
Vejamos as opções incorretas:
Alternativa "A": de
A frase fica assim: ... cuja renda per capita não chega à metade de brasileiros...
O trecho compara RENDAS, e não uma renda com o número de brasileiros. Para que a ideia de comparação esteja presente,
precisamos deixar implícita a expressão "renda per capita", como vimos na explicação anterior. Assim, essa alternativa tornaria a
frase sem sentido lógico.
Alternativa "B": dos
A frase fica assim: ... cuja renda per capita não chega à metade dos brasileiros...
Mais uma frase que estaria incorreta, já que não ficaria implícita a expressão "renda per capita". A ideia ficaria incoerente, pois o
trecho estaria comparando a renda dos chineses com o número de brasileiros.
Alternativa "C": de dos
A frase fica assim: ... cuja renda per capita não chega à metade de dos brasileiros...
A preposição "de" não indica que a expressão "renda per capita" está implícita. Vimos que, como se trata de uma expressão com
sentido especificado, o artigo feminino é necessário, formando a preposição "da".
Alternativa "E": das dos
A frase fica assim: ... cuja renda per capita não chega à metade das dos brasileiros...
O segmento retoma a expressão "renda per capita", mencionada anteriormente no singular. Assim, não podemos empregar a
preposição "das" no plural.

Análise das Estruturas Linguísticas do Texto


245. FAURGS 2018
A questão a seguir se refere ao texto abaixo.
A maioria das pessoas acha que conviver com robôs é algo futurista, mas, de certo modo, eles já estão entre nós, influenciando
decisões e, até mesmo, o rumo de nossas vidas. Do aplicativo que sugere sua próxima refeição, passando pelo serviço de streaming
ofertando o filme que você vai assistir, até os secretários pessoais que auxiliam em situações diárias, os sistemas de inteligência
artificial são uma realidade. Tudo isto constitui um caminho sem volta, na opinião de especialistas, que destacam os benefícios
das maravilhas digitais, mas também alertam que o avanço dessas tecnologias pode, no futuro, tornar a inteligência humana
obsoleta.
Robôs humanoides no cotidiano são ficção, não por limitações técnicas, mas pela dificuldade das pessoas em lidar com isso. “Basta
colocar um smartphone num boneco que anda”, brinca o cientista de dados Ricardo Cappra, que atuou na estratégia digital da
campanha presidencial de Barack Obama, em 2008. O exemplo pode parecer forçado, mas faz sentido. Celulares modernos têm
assistentes virtuais que impressionam.
Com inteligência artificial, eles conhecem os hábitos dos donos e personalizam seu funcionamento. Além de realizar tarefas
básicas, como organizar agenda, programar viagens e responder mensagens, eles analisam a rotina das pessoas e sugerem o
horário em que devem sair de casa para o trabalho, considerando o tráfego no trajeto habitual, avaliam o histórico de buscas para
oferecer notícias de interesse e podem até conversar, por voz, como uma “pessoa”.
Raúl Rentería, diretor do centro de pesquisas do Bing, da Microsoft, explica que a Cortana usa o conhecimento criado pelas
conexões entre entidades no buscador. Com a repetição das buscas, o motor aprende a relacionar as informações. Sabe, por
exemplo, que Flamengo é um bairro no Rio, mas também um time de futebol. E esses dados são usados pelo assistente virtual.
A inteligência artificial está em incontáveis outros serviços. Sites de comércio eletrônico analisam o perfil de buscas e compras de
cada cliente para fazer ofertas personalizadas. Serviços de streaming de vídeo, como YouTube e Netflix, avaliam o que já foi
assistido para sugerir opções ao gosto de cada um. Para especialistas, a digitalização facilitou a produção de informações, e a
inteligência artificial surge como um filtro necessário.
Carlos Pedreira, professor de Engenharia de Sistemas e Computação da Coppe/UFRJ, explica que as tecnologias de inteligência
computacional são desenvolvidas há anos, mas, recentemente, houve uma explosão no volume de dados e na capacidade de
armazenamento e processamento dessas informações, o chamado Big Data.
– Os benefícios não são apenas na área do marketing e serviços – diz Pedreira. – Apesar de eu achar que os humanos nunca serão
superados, existem situações em que os sistemas computacionais fazem coisas que não podemos. Na medicina, uma pessoa não
analisa 20 medidas por célula de um conjunto de dois milhões de células. Essas máquinas conseguem.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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TEORIA SISTEMATIZADA E QUESTÕES PARA OFICIAL DE JUSTIÇA 2019

Nem todos são simpáticos ao fenômeno. O historiador israelense Yuval Harari, autor do best-seller “Sapiens – Uma breve história
da Humanidade”, acha que o ser humano se tornará obsoleto. Segundo ele, dentro de 40 anos, não só taxistas serão substituídos 248
por carros autômatos, mas cerca de 50% de todos os empregos em economias avançadas. Isso impõe um desafio de sobrevivência
da própria espécie.
– Provavelmente nós somos das últimas gerações do homo sapiens. Um bebê nascido hoje ainda terá netos, mas não estou certo
de que esses netos terão netos, ao menos não humanos. Dentro de um século ou dois, os humanos se tornarão super-humanos
ou desaparecerão. De qualquer forma, os seres que dominarão o planeta em 2200 serão mais diferentes de nós do que somos
diferentes dos chimpanzés – acredita Yuval Harari.
Adaptado de MATSUURA, Sérgio. Robôs podem tornar inteligência humana obsoleta, dizem especialistas. O Globo, Rio
de Janeiro, 18 de abril de 2016. Disponível em: <https://oglobo.globo.com/sociedade/tecnologia/robospodem-
tornar-inteligencia-humana-obsoleta-dizem-especialistas-19109977>. Acesso em: 10 jan. 2018.
Analise as seguintes afirmações.
Considere os seguintes exemplos do texto em que figura a I - Nos exemplos (1) e (2) acima, o uso da palavra com é
preposição com. motivado pela regência verbal.
(1) conviver com robôs é algo futurista II - Nos três casos acima – (1), (2) e (3) –, a preposição com
(2) pela dificuldade das pessoas em lidar com isso tem o mesmo significado.
(3) Com a repetição das buscas, o motor aprende a III - No exemplo (3) acima, a palavra com atribui o significado
relacionar as informações. de “companhia” ao termo que introduz.

Quais estão corretas?


a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.
➢ Comentários:
Gabarito: Letra A.
Questão sobre as estruturas linguísticas do texto. Vejamos as afirmativas.
I. Certa. Em "conviver com robôs é algo futurista", o verbo "conviver" é transitivo indireto, regendo o emprego da preposição
"com". Trata-se de uma obrigatoriedade sintática, em que o sintagma "com robôs" funciona como objeto indireto do verbo.
No trecho "pela dificuldade das pessoas em lidar com isso", o verbo "lidar" também é transitivo indireto, regendo a preposição
destacada. Nesse contexto, o sintagma "com isso" funciona como objeto indireto. A preposição, portanto, também é compulsória,
obrigatória no contexto.
II. Errada. Em (1), a preposição "com" expressa ideia de companhia; em (3), o conectivo "com" exprime noção de causalidade,
constatação suficiente para julgar o item como errado.
III. Errada. No trecho "Com a repetição das buscas, o motor aprende a relacionar as informações", a preposição destacada não
transmite ideia de companhia, e sim de causalidade. Logo, a afirmação está errada.

246. MESMO TEXTO E MESMA PROVA


Considere as seguintes afirmações em relação à oração Essas máquinas conseguem.
I - Essas máquinas retoma metaforicamente a expressão os humanos.
II - Esta oração não é gramaticalmente correta, pois o verbo conseguir necessita sempre de um complemento.
III - Esta oração apresenta um caso de elipse em que se subentende um termo ou termos já anteriormente enunciados na frase
anterior.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e III.
e) I, II e III.

➢ Comentários:
I. Errada. Contextualmente, a expressão "Essas máquinas" retoma o constituinte sintático "os sistemas computacionais", tornando
incorreta a afirmação da banca.
II. Errada. Em "Essas máquinas conseguem", o verbo "conseguir" não é intransitivo. Nesse contexto, "conseguir" é um verbo
transitivo direto, cujo objeto direto "analisar 20 medidas por célula de um conjunto de dois milhões de células" está elíptico. Na
superfície textual, a elipse foi utilizada como recurso de coesão textual.
III. Certa. Conforme vimos no item anterior, o segmento "analisar 20 medidas por célula de um conjunto de dois milhões de
células" está elíptico, aumentando o grau de coesão entre os enunciados do texto.
247. FAURGS 2018
Em 1975, estudantes suecos acampavam na ilha de Gotland. Eles recriavam o cotidiano dos seus antepassados vikings quando um
coelho cruzou o caminho de um deles. Da mesma forma como fariam os suecos medievais, um estudante tentou capturar o animal

Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019


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escondido em uma toca. O adolescente colocou o braço no buraco, mas, em vez de coelho, como num truque de mágica,
encontrou 1.440 dirhams, a moeda de prata do Império Islâmico, datada do século 10. 249
A descoberta de dinheiro árabe na Suécia está longe de ser um fato raro. Somente na ilha, já foram documentados mais de 700
tesouros semelhantes, totalizando 80 mil dirhams, e existem achados semelhantes na Dinamarca, na Noruega e Suécia
continental. Como tantas moedas árabes foram parar na Escandinávia? Pelas mãos de comerciantes.
A fama de guerreiros sanguinários ofuscou outras atividades vikings. Grande parte da sociedade trabalhava para prosperar por
meio do comércio. Os tesouros de prata árabe são apenas um dos sinais dessa atividade. As transações marítimas eram muito
mais populares, e no Mar Báltico ocorria uma das preferidas, conectando o leste europeu às terras vikings. Nos portos da região
onde hoje se situam a Letônia e a Lituânia, chegavam mercadorias árabes, europeias, chinesas e norte-africanas, usando conexões
como a Rota da Seda, ligada à Europa por Constantinopla. No Báltico, no meio do caminho entre o continente e a península, está
a ilha de Gotland – o que explica por que tantas moedas árabes são encontradas por lá. Por terra, mais de 4 mil km separam o
Oriente Médio dos portos, e moedas e mercadorias passavam de mão em mão, por inúmeros empórios, até chegar à Escandinávia.
Mas os vikings não usavam as moedas pelo seu valor de face. Como não havia governo central para emitir dinheiro, os nórdicos
não estavam acostumados a negociar a partir do valor que as moedas representavam. Para eles, os dirhams não passavam de
pedaços de prata cunhada em um formato conveniente, fácil de carregar. Os negócios vikings eram fechados com base no peso
de metais e objetos de valor. Arqueólogos encontraram inúmeras balanças portáteis em escavações, indicando que eles pesavam
as moedas ao vender mercadorias, em vez de contá-las. É por isso também que muitas das moedas encontradas em Gotland
estavam aos pedaços: eles quebravam os dirhams para completar o peso na balança. Para comprar um leitão bastava cortar um
pedaço do bracelete ou do colar, acessórios que também serviam como carteira.
Os chefes eram a um só tempo grandes vendedores e maiores clientes do comércio globalizados do Báltico. Depois de pilhar
cidades no oeste europeu, eles vendiam metais preciosos e objetos exóticos e luxuosos nos mercados do Leste. Com dinheiro,
compravam outros itens que conferiam status, como peças de seda, espadas cheias de pedras cravejadas, casacos de pele de
animais exóticos, vinhos e cálices cerimoniais.
Adaptado de: Em busca de luxo. In: Vikings: a saga. Dossiê Superinteressante. São Paulo: Abril, 2015. p. 40.
Considere as seguintes afirmações acerca de palavras do texto.
I - A palavra já tem valor temporal.
II - A palavra por que tem valor explicativo.
III - A palavra também tem valor de equivalência.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e III.
e) I, II e III.
➢ Comentários:
GABARITO LETRA D
I - CORRETA. A palavra já tem valor temporal.
"Somente na ilha, já foram documentados mais de 700 tesouros semelhantes, totalizando 80 mil dirhams, e existem achados
semelhantes na Dinamarca, na Noruega e Suécia continental."
No trecho acima, a palavra "já" enfatiza a ideia de algo que, no momento presente, já havia acontecido. O que já havia acontecido
fora a documentação de mais de 700 tesouros semelhantes.
Trata-se de um adjunto adverbial de tempo que modifica a locução verbal "foram documentados".
II - ERRADA. A palavra por que tem valor explicativo.
"No Báltico, no meio do caminho entre o continente e a península, está a ilha de Gotland – o que explica por que tantas moedas
árabes são encontradas por lá."
A palavra "porque" tem valor explicativo quando é uma conjunção coordenativa explicativa. Nesse caso, ela é escrita junto e sem
acento: Vem logo, porque tem alerta de tornado para essa tarde!
A palavra "por que", no trecho acima, é formada pela preposição "por" e pelo pronome relativo "que". Ela equivale a por qual
causa, por qual motivo: "No Báltico, no meio do caminho entre o continente e a península, está a ilha de Gotland – o que
explica por qual motivo tantas moedas árabes são encontradas por lá."
III - CORRETA. A palavra também tem valor de equivalência.
"Arqueólogos encontraram inúmeras balanças portáteis em escavações, indicando que eles pesavam ____ moedas ao vender
mercadorias, em vez de contá-las. É por isso também que muitas das moedas encontradas em Gotland estavam aos pedaços: eles
quebravam os dirhams para completar o peso na balança."
Pelo fato de os vikings pesarem as moedas em vez de contá-las, eles usavam balanças ao vender mercadorias. Pelo fato de os
vikings pesarem as moedas em vez de contá-las, foram encontradas muitas moedas em Gotland aos pedaços, indicando que eles
as quebravam para completar o peso na balança.
A palavra também tem valor de equivalência, pois ela indica que a causa de terem sido encontradas muitas moedas em Gotland
aos pedaços equivale à causa de os vikings usarem balanças ao vender mercadorias: o fato de eles pesarem as moedas em vez de
contá-las.
LETRA "A"-ERRADA. Apenas I.
LETRA "B"-ERRADA. Apenas II.
LETRA "C"-ERRADA. Apenas III.
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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TEORIA SISTEMATIZADA E QUESTÕES PARA OFICIAL DE JUSTIÇA 2019

LETRA "D"-CORRETA. Apenas I e III.


LETRA "E"-ERRADA. I, II e III. 250

248. FAURGS 2017


FAURGS - Técnico Judiciário (TJ RS)/Judiciária e Administrativa/2017
A torcedora do Grêmio flagrada ao gritar ofensas de cunho racista para o goleiro Aranha, do Santos, poderá ser indiciada por
injúria racial qualificada. Racismo é crime, e há imagens que comprovam o comportamento da torcedora. Num país em que 92%
da população acredita ____ atitudes racistas, mas só 2% considera-se racista, precisamos celebrar quando o tema recebe a devida
atenção.
Mas quem deve julgar a torcedora pelo seu ato de racismo? A justiça ou a sociedade? E se for a sociedade, como pode a torcedora
pagar pelos seus atos? Será que 20 anos é tempo suficiente para a torcedora se redimir, ou será que seus atos merecem nunca
ser esquecidos?
Uma decisão da Corte Europeia de Justiça recentemente definiu o “direito ao esquecimento”. Em tempos de luta por mais
privacidade, um espanhol reclamava que, ao buscar seu nome na rede, aparecia um link publicado ___ 16 anos sobre uma dívida
já paga, o que violaria sua honra. A Corte aceitou o pedido e solicitou a retirada do histórico online dos dados “inadequados ou
que não sejam mais relevantes”.
Nesse caso pioneiro de revisionismo histórico, ficou acertado que indivíduos têm direito ao controle do seu passado digital. Mas
quem mais teria esse direito ao esquecimento garantido?
Xuxa, ainda hoje, tenta retirar de circulação o filme Amor Estranho Amor, filmado em 1982. O “pornô da Xuxa”, como ficou
conhecido, passa-se na década de 1930 e é uma trama de ficção. A fita VHS de outrora hoje é vista em vários links no Youtube que
mantêm o filme vivo.
Daniella Cicarelli que o diga. Um vídeo de paparazzo em 2006 a capturou em praia pública protagonizando cenas de sexo embaixo
d’água. O vídeo levou a uma batalha judicial que chegou a retirar o próprio Youtube do ar (decisão hoje revertida.) Mas, passados
anos, o vídeo tropical ainda está aí pelas redes, presente. E o que falar das fotos íntimas de Carolina Dieckmann vazadas?
Dieckmann é um caso emblemático. Motivada pela existência de crime comprovado (tentativa de extorsão, por exemplo), a polícia
investigou o caso identificando responsáveis, e o Congresso, na onda, passou a “Lei Carolina Dieckmann” (que tipificou o crime
ocorrido). Mas as fotos de Dieckmann ainda estão por aí, como estarão as fotos da vencedora do Oscar Jennifer Lawrence que
acabaram de ser vazadas no 4chan.
Talvez você esteja se perguntando o que a torcedora do Grêmio tem ______ com memórias na internet relacionadas a sexo.
Alguns vão dizer que não se devem comparar autores de crimes àqueles que são vítimas. Mas quando o tema é direito ao
esquecimento, as fronteiras aproximam-se.
O Marco Civil acertou em definir direitos civis do cidadão na cultura digital, pois, antes de criminalizar comportamentos,
precisávamos definir direitos. Mas ainda não discutimos o direito ao esquecimento no país, e o tema carece de debate.
Temos ou não temos o direito de controlar nosso passado virtual?
A torcedora do Grêmio, se condenada, merece punição. Racismo é crime. Mas e quando ela quitar sua dívida e for uma ex-racista?
Quem não se lembra do casal de São Paulo condenado pela mídia e absolvido posteriormente pela justiça (não sem antes ver sua
creche e suas vidas arruinadas)? Merece a torcedora (até mesmo ela.) ser julgada eternamente no Facebook e no Google pelos
seus atos, mesmo se tiver pago por eles? Seria isso um equivalente à prisão perpétua?
O direito ao esquecimento, mais cedo ou mais tarde, será necessário a todos. Se racismo é crime, que se pague por ele. Mas é
nessa parte da memória eterna da internet que temos uma torcedora praticando atos criminosos que se equipara,
momentaneamente, ____ pessoas idôneas como Xuxa, Cicarelli, Dieckmann, Lawrence, a eu e a você, no fantasma de sermos
eternamente lembrados, nunca esquecidos, na rede.
Adaptado de: STEIBEL, Fabro Boaz. O futuro da reputação entre a eternidade e o esquecimento. Zero Hora, 06/09/2014. Disponível
em <http://zh.clicrbs.com.br/rs /noticias/proa/noticia/2014/09/ o-futuro- da-reputacao-entre-a-eternidade-e-o-esquecimento-
4592073.html>. Acesso em 26 de junho de 2017.
Em relação às estruturas linguísticas do texto, considere as propostas de alteração abaixo.
I - Flexão do verbo ser para o plural serem.
II - Substituição da expressão vários links pela expressão um link.
III - Anteposição da preposição com ao pronome àqueles com a supressão do acento grave da palavra àqueles.
Quais manteriam a correção gramatical sem que houvesse a necessidade de modificar qualquer outro elemento da sentença em
que ocorrem?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.
➢ Comentários:
Gabarito: Letra C.
Questão sobre as estruturas linguísticas do texto. Vejamos as afirmativas.
I. Errada. No trecho "(...) acabaram de ser vazadas no 4chan (...)", o segmento destacado é uma locução verbal, estrutura em que
apenas o verbo auxiliar "acabar" deve ser flexionado no plural, como se observa no contexto.

Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019


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TEORIA SISTEMATIZADA E QUESTÕES PARA OFICIAL DE JUSTIÇA 2019

II. Errada. No fragmento "A fita VHS de outrora hoje é vista em vários links no Youtube (...)", transmite-se a informação de que o
conteúdo da fita VHS atualmente pode ser acessado a partir de diversos pontos de origem, não se admitindo contextualmente a 251
substituição pela expressão "um link" (o que restringiria o acesso ao conteúdo a tão somente um ponto da rede).
III. Certa. A reescrita do trecho "Alguns vão dizer que não se devem comparar autores de crimes àqueles que são vítimas (...)"
obedece aos cânones gramaticais. Com a nova redação, o verbo "comparar" passa a reger a preposição "com" (e não mais a
preposição "a"), razão por que o acento grave em "aqueles" deve ser retirado: Alguns vão dizer que não se devem comparar
autores de crimes com aqueles que são vítimas (...).

249. FAURGS 2015


Quer ter hábitos de vida mais saudáveis e perder peso com mais facilidade? Além da combinação clássica de mais atividade física
com melhor alimentação, dois novos estudos sugerem que topar o desafio na companhia do parceiro ou de um grupo pode fazer
toda a diferença.
No primeiro trabalho, da Universidade College of London, do Reino Unido, especialistas avaliaram mais de 3.700 casais.
Concluíram que é muito mais fácil parar de fumar, perder peso e fazer exercícios quando a cara-metade também arregaça as
mangas e compra ___ briga.
Só para citar um exemplo: 50% das mulheres que fumavam no estudo conseguiram largar o cigarro quando o companheiro tentou
junto. Entre as mulheres _____ parceiro já era um ex-fumante (portanto, não a acompanhou na tentativa.), só 17% conseguiram
parar. Entre aquelas _____ marido continuou a fumar, o índice de sucesso ficou em apenas 8%.
Num outro trabalho, da Universidade de East Anglia, também do Reino Unido, pesquisadores revisaram 42 estudos envolvendo
mais de 1.800 pessoas. Constataram que fazer atividade física em grupo diminui a ocorrência de condições que ameaçam a saúde,
como doença coronariana, derrames, depressão e até alguns tipos de câncer.
Para os especialistas, caminhar em grupo faz as pessoas se exercitarem por mais tempo do que fariam sozinhas, além de estimular
treinos mais vigorosos. As atividades coletivas também mostram ganhos psicológicos. Os praticantes ficam menos isolados. A
combinação de benefícios físicos e psicológicos pode reduzir sintomas depressivos e estresse. Para muitos dos homens e mulheres
pesquisados, os grupos podem facilitar a adesão ___ atividade física regular e converter as caminhadas num novo hábito de vida.
Os dois estudos mostram que ter companhia na hora de mudar o estilo de vida pode ser fator decisivo para o sucesso da
empreitada. Quer seja na companhia do parceiro ou de um grupo, fica mais fácil vencer as resistências e encarar ___ mudança.
Que tal tentar?
Adaptado de: BOUER, Jairo. Invista em companhia nos exercícios para mudar hábitos. http://epoca.globo.com/colunas-e-
blogs/jairobouer/ noticia/2015/02/invista-em-bcompanhia-nosexerciciosb- para-mudar-habitos.html - Acessado em 6 de abril de
2015
Considere as afirmações a seguir:
I - A expressão dois estudos faz referência a primeiro trabalho e outro trabalho
II - avaliaram tem como sujeito dois novos estudos
III - mostram tem como sujeito As atividades coletivas
De acordo com o texto, quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e III.
e) I, II e III.
➢ Comentários:
Gabarito: LETRA D.
Considere as afirmações a seguir:
I - A expressão dois estudos faz referência a primeiro trabalho e outro trabalho == Correta.
Realmente, a expressão dois estudos faz referência às expressões "primeiro trabalho" e "outro trabalho".
A expressão "primeiro trabalho" está no segundo parágrafo e pertence à Universidade College of London, do Reino Unido. Esse
estudo mostra que é muito mais fácil parar de fumar, perder peso e fazer exercícios quando a cara-metade também arregaça as
mangas e compra a briga.
A expressão "outro trabalho" está no quarto parágrafo e pertence à Universidade de East Anglia, também do Reino Unido. Esse
estudo mostra que fazer atividade física em grupo diminui a ocorrência de condições que ameaçam a saúde, como doença
coronariana, derrames, depressão e até alguns tipos de câncer
Os dois estudos mostram que ter companhia na hora de mudar o estilo de vida pode ser fator decisivo para o sucesso da
empreitada.
II - avaliaram tem como sujeito dois novos estudos == Errada.
Vejamos o contexto: "No primeiro trabalho, da Universidade College of London, do Reino Unido, especialistas avaliaram mais de
3.700 casais".
Na verdade, a forma verbal avaliaram tem como sujeito a expressão especialistas.
III - mostram tem como sujeito As atividades coletivas == Correta.
Vejamos o contexto: "As atividades coletivas também mostram ganhos psicológicos".
Quem mostra ganhos psicológicos? Resposta: AS ATIVIDADES COLETIVAS. Logo, a expressão "As atividades coletivas" (cujo
núcleo é o substantivo "atividades") funciona como sujeito do verbo mostrar.
Dessa forma, apenas I e III estão corretas!
Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019
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250. FAURGS 2015


Ridley Scott talvez só perca para o Woody Allen na quantidade de filmes que faz. Como no caso de Allen, a prolixidade afeta a 252
qualidade, que varia entre grandes filmes, filmes mais ou menos e filmes que eles _________ esquecer. A diferença é que Scott
se especializou em superproduções e, quando erra, erra espetacularmente, enquanto Allen, comparado com ele, é um
miniaturista. Scott fez coisas fantásticas como Os Duelistas, Alien, Blade Runner, Thelma & Louise e aquele pouco valorizado filme
sobre as Cruzadas, mas o seu O Conselheiro, por exemplo, já foi eleito um dos piores filmes de todos os tempos.
Perdido em Marte é um dos bons. Seu lançamento coincidiu com a notícia de que havia água líquida em Marte, o que serviu como
uma promoção inesperada para o filme, mas ao mesmo tempo o datou. Se o astronauta abandonado soubesse, em 2035 (quando,
li não me lembro onde, se passa a história.), que tinha água à vontade sem ter que _________ artificialmente, seu desterro seria
mais fácil. Mas o filme ficou pronto antes da notícia da água.
Em geral, a experiência do astronauta no filme é verossímil, de acordo com comentaristas científicos, mas há alguns enganos. Uma
ventania como a que força a suspensão da missão seria impossível na atmosfera rarefeita de Marte. E, mesmo protegido pelo seu
traje espacial, o abandonado não sobreviveria à radiação intensa e contínua do sol. No mais, dizem os cientistas, tudo o que se vê
no filme é possível, até o improvável final, que eu não vou contar como é.
Parte do __________ de Perdido em Marte é o mesmo que nos atrai em todas as versões da mesma história, a de um ser sozinho,
reduzido ao seu engenho para domar a natureza e sobreviver. No fim, um elogio à tenacidade humana. Robinson Crusoé de novo,
desta vez em Marte. Irresistível.
E é bom saber que em 2035 o politicamente correto terá triunfado no espaço e na Terra. A comandante da missão abortada é
uma mulher, um dos seus comandados é hispânico, entre os técnicos e cientistas que guiam as missões a maioria é de negros e
asiáticos – e até a China dá uma mão.
Adaptado de: VERISSIMO, L. F. Robinson Crusoé em Marte. Zero Hora, no 18318, 08/10/2015.
Assinale a alternativa que propõe o preenchimento correto das lacunas das linhas 05, 19 e 31, respectivamente.
a) prefiririam – produzi-la – facínio
b) prefeririam – produzi-la – fascínio
c) prefiririam – produzí-la – fascínio
d) prefeririam – produzí-la – fascínio
e) prefiririam – produzí-la – facínio
➢ Comentários:
Gabarito: LETRA B.
PRIMEIRA LACUNA: Como no caso de Allen, a prolixidade afeta a qualidade, que varia entre grandes filmes, filmes mais ou menos
e filmes que eles PREFERIRIAM esquecer...
Como o verbo exprime ideia de desejo, usa-se o futuro do pretérito do indicativo (marcado pela terminação "ria"): eu preferiria;
tu preferirias; ele preferiria; nós preferiríamos; vós preferiríeis; eles prefeririam. Essa forma verbal também é chamada
de condicional.
SEGUNDA LACUNA: Se o astronauta abandonado soubesse, em 2035 (quando, li não me lembro onde, se passa a história.), que
tinha água à vontade sem ter que PRODUZI-LA artificialmente...
Para fins de acentuação gráfica, devemos desconsiderar a presença do pronome "la"... Assim, o que importa é a palavra "produzi",
que é uma oxítona terminada em "i".
Segundo os cânones gramaticais, acentuam-se as oxítonas terminadas em -a(s), -e(s), -o(s), -em, -ens. Ex.: sofá, até, jiló, ninguém,
parabéns... NOTE QUE AS OXÍTONAS TERMINADAS EM "I" e "U" NÃO SE ENCAIXAM NA REGRA (DAS OXÍTONAS) E, POR ISSO, NÃO
DEVEM SER ACENTUADAS! Exemplos: produzi, comi, vesti, caju, urubu, tatu.
Portanto, a forma correta é "produzi-la", sem acento gráfico!
TERCEIRA LACUNA: Parte do FASCÍNIO de Perdido em Marte...
A palavra "fascínio" deriva do verbo "fascinar", que, por sua vez, deriva do latim "fascinare" (forma já empregada com o
dígrafo "SC"). Além disso, cabe dizer que o vocábulo "fascínio" é acentuado por se tratar de um paroxítono terminado em ditongo,
assim como "médio", "prédio", "história".

Elaborado por Marcos Kelsch em 21Jul2019


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