O Corpo Brincante, O Uso Dos Jogos E Do Portfólio de Aprendizagem No Processo Educativo
O Corpo Brincante, O Uso Dos Jogos E Do Portfólio de Aprendizagem No Processo Educativo
O Corpo Brincante, O Uso Dos Jogos E Do Portfólio de Aprendizagem No Processo Educativo
Resumo:
Este trabalho apresenta os resultados do projeto de extensão "O Corpo Brincante, as
Brincadeiras, as Histórias infantis e o Uso do Portfólio como Processo Avaliativo", do
Departamento de Educação e Tecnologias, Curso de Educação Aberto e a Distância da
Universidade Federal de Ouro Preto-UFOP e Pró-Reitoria de Extensão (UFOP). Esta
modalidade de curso teve início em março de 2015, sendo ofertado na modalidade presencial
para 21 polos presenciais da Universidade Aberta do Brasil - UAB, nos estados de Minas Gerais,
São Paulo e Bahia. O objetivo principal do projeto foi qualificar os participantes para o
desenvolvimento da construção dos brinquedos, das brincadeiras, jogos, histórias infantis e
registro da experiência vivida pelo uso de portfólios de aprendizagem na sala de aula. Os dados
foram publicizados por uma análise descritiva em que a experiência do projeto de extensão é a
recuperação, por meio da (re-)escrita, da experiência da professora/coordenadora e do
monitor de extensão. Enfim, são mostrados os registros que foram compondo a tessitura dos
minicursos, apontando os sentidos e significados atribuídos pelos proponentes e participantes
dos minicursos. Os resultados apontam que: a) a realização deste projeto abriu espaço para
novas percepções e procedimentos didáticos em torno do tema em debate - educação do 1
corpo e do movimento, recreação, histórias infantis, jogos, brincadeiras e uso do portfólio -
com o intuito de orientar a elaboração de propostas exitosas capazes de produzir novos
conhecimentos educativos, alicerçadas nos pressupostos da qualificação dos docentes e dos
estudantes das licenciaturas/EAD/UFOP; b) a importância da ampliação dos espaços de
formação acadêmica e cultural, da participação dos alunos e docentes dos municípios em
projetos de extensão na construção de parcerias com outras instituições que promovem
formação docente e no fortalecimento de uma identidade dos cursos de licenciaturas do EAD
com a extensão universitária. Desta forma, em 2018 a continuidade do trabalho se vem por
meio da ferramenta de formação com o auxílio da tecnologia para a compreensão do papel
criativo do educar.
Palavras-chave: Jogos, Brincadeiras, Processo Educativo.
Abstract:
This paper presents the results of the extension project "The Body Brincante, the Games, the
Children's Stories and the Use of the Portfolio as an Evaluation Process", Department of Education
and Technologies, Open and Distance Education Course of the Federal University of Ouro Preto -
UFOP and Pro-Rectory Extension (UFOP). This modality of course began in March of 2015, being
offered in the face-to-face modality for the 21 active poles of the Open University of Brazil - UAB, in
the states of Minas Gerais, São Paulo and Bahia. The main objective of the project was to qualify the
1
Trabalho desenvolvido com apoio financeiro da FAPEMIG.
participants for the development of the construction of toys, games, games, children's stories and
record of the experience lived through the use of learning portfolios in the classroom. The data were
publicized by a descriptive analysis in which the experience of the extension project is the (re) writing
recovery of the experience of the teacher / coordinator and the extension monitor. Finally, the
records that composed the mini-courses were presented, pointing out the meanings and meanings
attributed by the proponents and participants of the mini-courses. The results point out that: a) the
realization of this project opened space for new perceptions and didactic procedures around the
theme in debate - body and movement education, recreation, children's stories, games, games and
use of the portfolio - with the aim of to guide the elaboration of successful proposals capable of
producing new educational knowledge, based on the assumptions of the qualification of teachers
and undergraduate students / EAD / UFOP; b) the importance of expanding academic and cultural
education spaces, the participation of students and teachers in the municipalities in extension
projects in the construction of partnerships with other institutions that promote teacher training and
in the strengthening of an identity of EAD degree courses with the university extension. In this way,
in 2018 the continuity of work comes through the training tool with the help of technology to
understand the creative role of educating.
Key-Words: Games, Education, Education Process
1. Introdução
Este texto apresenta uma articulação dos dados obtidos em pesquisas acadêmicas
realizadas pela autora do texto, durante o doutorado (Rezende, 2010), com uma experiência
docente vivida na Escola Municipal Hugo Werneck E.M.H.W. da Rede Municipal de Ensino,
da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, com estudantes do ensino fundamental I,
durante o ano de 2010, sendo recontextualizadas e pesquisadas no projeto de extensão da
UFOP "O corpo brincante, as brincadeiras, as histórias infantis e o uso do portfólio como
2
processo avaliativo", do Departamento de Educação e Tecnologias - DEETE/CEAD/UFOP,
desenvolvido nos anos de 2.015 e 2.016. Em 2.018 iniciamos um projeto de pesquisa “O
corpo brincante, o uso dos jogos e do portfólio de aprendizagem no processo educativo”,
financiado Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG)2.
Trabalhamos neste artigo os eixos debatidos no projeto de extensão e no projeto de
pesquisa em desenvolvimento que se refere a articulação das brincadeiras e dos jogos com o
uso do portfólio na Educação Básica, dando continuidade às pesquisas que um dos autores
deste texto está fazendo desde 2001-2004, para o mestrado na UFMG, e apresentar novas
perspectivas metodológicas de caráter lúdico, potencializadoras de diferentes formas de
registros em portfólios brincantes de aprendizagens aprendentes que se apropriaram de
múltiplas linguagens, desenvolver o raciocínio lógico, a linguagem oral e escrita, envolvendo
estratégias de revisão e reflexão sobre as atividades, registrando o conhecimento e
qualificando o resultado. Os impactosdesta experiência vão ao encontro das proposições
previstas na Base Nacional Comum Curricular, nas proposições de trabalhar os conteúdos
considerados básicos por meio da ludicidade, interdisciplinaridade, registrados em
portfólios de aprendizagem, garantindo as habilidades essenciais as quais todos os
estudantes brasileiros têm o direito de ter acesso na Educação Básica. A discussão que
2
Edital 01/2016 (Demanda Universal, 2018-2019).
trazemos neste texto está alicerçada nos pressupostos da qualificação dos docentes e ou
estudantes das licenciaturas, reforçando o aprendizado em torno do tema em debate -
educação do corpo e do movimento, recreação, histórias infantis, jogos, brincadeiras e uso
do portfólio - com o intuito de orientar a elaboração de propostas exitosas capazes produzir
novos conhecimentos. O desenvolvimento humano se dá nas trocas entre parceiros sociais
por meio de processos de interação e mediação (VYGOTSKY, 1991).
Ao brincar, ao jogar, a criança mostra sua natureza humana (HUIZINGA, 2000). Ao
observarmos as crianças brincando, podemos notar o prazer que o movimento lhes
proporciona. Para as Diretrizes Nacionais de Educação (DNC), a Educação Infantil tem como
principal objetivo criar condições para o desenvolvimento integral de todas as crianças,
considerando também as possibilidades de aprendizagem apresentadas nas diferentes
faixas etárias (BRASIL, 1998). Mas, para que isso ocorra, faz-se necessária uma atuação que
propicie o desenvolvimento de capacidades, envolvendo aquelas de ordem física, afetiva,
cognitiva, ética, estética, de relação interpessoal e inserção social. Segundo Brougére (1997),
a brincadeira nos permite a capacidade de criar, independentemente da idade. As
brincadeiras e a forma de brincar vão mudando à medida que o ciclos da vida vão mudando,
mas quem brinca buscará sempre uma forma de inovar, criar, fazer humor, brincar com as
ideias, com as palavras, com as figuras, com as cores, com os sons, ou com o próprio corpo
(KISHIMOTO, 1999).
Este tema é importante porque pode revelar um processo de ensino/aprendizagem e
de avaliação que esteja a serviço das aprendizagens, indo ao encontro das metas
estabelecidas para a educação no Brasil, para os próximos anos, pelas Secretarias do MEC,
Capes, Inep e entidades acadêmico-científico e sindicais da área, IES, em forte sintonia com a
Conae e com o PNE, aprovado em 2014. A contribuição relevante para áreas de
conhecimento é a criação de práticas exitosas em que protagonismo dos estudantes diante 3
da produção das brincadeiras e jogos agrega teoria e prática em que forma é conteúdo
considerando contexto, revelando o processo, instigando a investigação, a criatividade e a
sistematizando em portfólios de aprendizagem. Com o impacto, serão instigadas novas
concepções no processo de ensinar, aprender e avaliar por meio de pedagogia diferenciada
que provoque novas metodologias, reorganizando os tempos e espaços escolares,
procedimentos didáticos. Tal proposição deve ser parte integrante dos Projetos Pedagógicos
dos cursos de formação inicial, em nível superior, como licenciatura, formação pedagógica
para graduados e segunda licenciatura e também para a formação continuada, segundo as
orientações da Resolução CNE/CP n. 02/2015 (BRASIL, 2015).
Temos como objetivo apresentar experiências corporais brincantes
interdisciplinares registradas em portfólios de aprendizagens vividas no projeto de extensão
em debate e no andamento do projeto de criação sobre educação e tecnologia sobre essa
educação criativa. A estrutura do texto é apresentada em dois eixos principais:
3. Resultados e Discussão
A idealização deste projeto de extensão teve sua gênese na 1ª Semana Acadêmica dos
Cursos de Licenciatura em Geografia e de Pedagogia do Centro de Educação Aberta e a
Distância da Universidade Federal de Ouro Preto - CEAD/UFOP, durante a realização dos
minicursos nos polos da Esplanada/Mata de São João(BA), Caratinga (MG) e João
Monlevade (MG), coordenados pela autora do projeto e seus colaboradores. Os cursos 4
ganharam relevância acadêmica com a solicitação de continuidade a posteriori, por
diferentes municípios, para formação continuada dos professores da Rede Pública, vindo a
se tornar o projeto de extensão em pauta. Ao longo deste texto, iremos expor diversos
momentos de interação com a formação de professores, assim como os números de
pessoas atendidas ao longo do ano de 2015 e os materiais didáticos produzidos em reflexão
à construção e desenvolvimento do projeto.
O projeto assumiu rumos e parcerias com diversas universidades do país, incluindo o
projeto em eventos de grande relevância em condições variadas de promoção do
conhecimento prático/didático e a troca de experiência entre os estudantes da UFOP,
professores da rede básica de ensino e profissionais dos setores de gestão educacional. O
projeto teve início em no mês de março/2015 e finalizou em dezembro/2015. Durante os
dez meses de andamento do projeto de extensão, conciliamos o objetivo de atender a
comunidade acadêmica e a educacional por meio dos minicursos de aprendizagem voltados
para o campo da(s) infância(s), adolescentes, jovens e adultos, das concepções avaliativas e
as diferentes formas de registros/portfólio, do uso de recursos didáticos interdisciplinares e
uso do lúdico, com a proposta de levar as formações de professores como um caminho para
a melhora na condição de ensino. Entre os objetivos apresentados ao início do projeto,
todos permaneceram até o final da proposta de trabalho, tendo ainda, como ressalva,
outros objetivos, que, indiretamente, se concretizaram, como as reflexões de produção
didática, apresentação do tema de trabalho em eventos acadêmicos, convite de expansão
do projeto em outras universidades, assim como em outros campos de formação de
professores.
No entanto, nos objetivos centralizados no início das intervenções, foram
estabelecidos: a) Conhecer as características da recreação, das histórias infantis, dos jogos,
das brincadeiras numa perspectiva lúdica; b) Reconhecer os jogos, as brincadeiras, a
recreação e as histórias infantis como fonte desconhecimento e como meio de educação
para o lazer; c) Discutir as concepções pedagógicas que fundamentam o trabalho com
portfólios de aprendizagem na sala de aula; e) Reconhecer o portfólio como um dos
procedimentos de avaliação capazes de verificar as possibilidades de aprendizagem
significativa; e f) Estimular o uso das múltiplas linguagens, dos diferentes tempos e espaços,
potencializando o uso da autoavaliação.
Para a concretização do projeto, a metodologia utilizada foi uma sustentação em
perspectiva humanista de educação, que implica um processo que a acentue, na dinâmica
dos encontros, a interação entre professora/coordenadora/bolsista e participantes, nas
decisões acerca dos conteúdos a serem desenvolvidos por este projeto.
Nesse sentido, numa perspectiva dialógica de trabalho, buscamos junto aos
participantes debater os temas mais atuais do fazer pedagógico. Os minicursos foram
desenvolvidos seguindo alguns critérios importantes, como, por exemplo, conversas
informais sobre o tema em questão; preparação do material necessário (especial ou
alternativo); e demonstração/criação de produto, incluindo a representação das
atividades pedagógicas criadas de diferentes formas, como fotografia, clipes, pequenos
filmes etc. e portfólio autoavaliativo dos alunos e professores. Em relação às metas
alcançadas, todas as propostas de trabalho envolvidas na inclusão do projeto junto à
PROEX/UFOP foram cumpridas, com atendimento a 21 polos UAB presenciais e mais oito 5
municípios/Redes de Educação Municipais de Educação. No total, foram ministrados 43
minicursos.
O público atendido durante os minicursos foi variado em relação aos tipos e origem
dos profissionais da educação. Além do objetivo de atender as demandas dos polos UAB, os
Coordenadores dos polos formalizaram convites públicos para professores e profissionais da
educação presentes na rede básica de ensino de toda região para participar das formações
continuadas. Com o atendimento a diferentes profissionais envolvidos, variando de
professores, gestores a administradores escolares, tivemos uma expansão significativa em
relação à proposta inicial, pois passamos de de 21 encontros/municípios para 29
encontros/municípios, com a concretização de 43 minicursos realizados, favorecendo a
formação de professores em prefeituras em estados de Minas, São Paulo, Bahia e Santa
Catarina.
3
Você se autoanalisará quantitativamente e, posteriormente, qualitativamente.
Fonte: Proposta de Ambrósio (2013, p. 74).
4
“Feudo War” é um jogo criado em 2014 para trabalhar conceitos do feudalismo e a ótica de nossa política atual,
relacionando classes, poder e sociedade como um todo.
Para exemplificar o trabalho do uso dos jogos durante o projeto de extensão,
destacaremos como proposta do jogo a Ilha Esmeralda. Este jogo utiliza conceitos
interdisciplinares no conhecimento das ciências biológicas, ciências sociais, ciências
humanas e ciências exatas em um encontro de troca de experiências e formação cidadã.
Esse turbilhão de saberes se dispõe por meio das relações intersubjetivas em que o jogo se
promove, por meio das relações pedagógicas afetivas (AMBRÓSIO, 2013) e da prática de
jogos, que envolvem relações cooperativas (GALZERANI,1999). No entanto, de que forma
podemos percebê-lo por meio de suas ferramentas de ensino compartilhadas e
necessariamente efetivas? Vamos apresentar o subitem a seguir, por meio de um relato de
experiência dessa prática.
5
Os passos metodológicos não serão detalhados devido a limitação do texto.
concepções de infância interferem no planejamento e na prática
docente? (BRITO, 2015, p.2).
4. Principais Conclusões
A vivência desta experiência de extensão trouxe contribuições relevantes no sentido
de ressignificar a prática pedagógica e auxiliar os docentes para implementação de
processos didáticos brincantes e criativos nas escolas da Educação Básica. Destarte, o que 10
se concluiu, mesmo que provisoriamente, dessa experiência é que:
1. O projeto de extensão se tornou um espaço significante para potencializar múltiplas
possibilidades, num diálogo diferenciado com os cursos de Licenciatura, ofertados na
modalidade a distância, com extensão para os docentes da comunidade local. Neste
sentido, demos mais um passo na busca da qualidade do ensino, da pesquisa e da
extensão.
2. Que as estratégias desenvolvidas nos minicursos de extensão apontam para
uma relação pedagógica dialógica e seus desencadeamentos em práticas
avaliativas que sejam coerentes com o trabalho docente e instiguem a
criatividade e a originalidade na elaboração de atividades de
ensino/aprendizagem, que tenham como estratégia importante a meta-
avaliação em atividades pedagógicas acadêmicas.
3. Ao confeccionar seus portfólios brincantes de aprendizagens com base no uso de
jogos e brincadeiras, os participantes se apropriaram de múltiplas linguagens,
desenvolverem o raciocínio lógico, a linguagem oral e escrita, envolvendo estratégias
de revisão e reflexão sobre as atividades, registrando o conhecimento e qualificando
o resultado.
4. O uso dos portfólios, se bem planejamento e desenvolvido, por meio de relação
pedagógica docente/discente dialógica, favorece a coavaliação como instrumento
para a autorregulação (Jorba; Casellas, 1997; Perrenoud, 1999), que se sustenta na
capacidade de o professor confiar nas capacidades das crianças e de receber suas
respostas como o fato mais interessante que aconteceu durante a execução da
atividade.
Referência Bibliográfica:
AMBRÓSIO, Márcia . O uso do portfólio no ensino superior. Petrópolis: Vozes, 2013.
HUIZINGA, Johan. Homo Ludens. O jogo como elemento da cultura. Trad. João Paulo
Monteiro.2 ed. São Paulo: Ed. Perspectiva, 1980.
VILLAS BOAS, B.M.F. Portfólio, avaliação e trabalho pedagógico. Campinas/SP: Papirus, 2004.
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