As Marcas Da Igreja
As Marcas Da Igreja
As Marcas Da Igreja
Falar das marcas é mesma coisa que falar das características que definem a igreja cristã,
conforme aparecem nos credos cristãos (Apostólico e Niceno).
a) Credo Niceno:
Estes credos declaram a crença em: uma só igreja, santa, católica e apostólica. Portanto,
encontramos quatro marcas da igreja. Mas vamos em partes:
1. Uma só Igreja
Os organismos ecuménicos, como é o caso do Conselho mundial das Igrejas tem falado de uma
única igreja que confessa o Senhor Jesus Cristo como Deus e salvador. Mas a pergunta que se
coloca é: como é que se pode falar de uma igreja enquanto existem muitas denominações e que
nestas mesmas denominações prevalece a desunião? Esta é uma pergunta pertinente, mas na
teologia cristã dissemos que a igreja é uma porque tem a sua origem na Trindade, ou seja, são
três pessoas em um Deus. Também é una porque todos aqueles que se reúnem o fazem em nome
de Cristo, o cabeça da igreja. E por fim, a igreja é una pela sucessão apostólica. Esta marca é
uma resposta as fragmentações doutrinárias que tem surgido na igreja, com inicio no catolicismo
mas que se estende para outras afiliações doutrinarias. Neste caso, a desunião denominacional é
uma questão da ambição institucional e não da igreja de Deus. Os diferentes grupos que se
reúnem em nome de Cristo constituem uma única igreja espalhada em vários cantos do globo.
A marca da santidade nos remete ao carácter pecaminosa da própria igreja e dos seus membros.
A pergunta que se coloca é: como reconciliar a dimensão teórica da santidade com a existência
do pecado na vida dos cristãos? Na linguagem comum, o termo santo é associado a ideias da
moralidade, santidade ou pureza que, por regra, parecem guardar pouca relação com o
comportamento dos seres humanos pecadores. Mas o termo hebraico kadad (santidade) tem o
sentido de ser separado ou ser cortado. Por tanto, ser santo é ser separado e dedicado ao serviço
de Deus. As pessoas são santas quando dedicadas a Deus e assim são diferenciadas do mundo
por terem sido chamadas por Deus. Neste caso, falar de uma igreja santa significa que a igreja foi
separada do mundo para testemunhar a graça e a salvação de Deus.
Geralmente confunde-se o termo católico com a igreja católica Romana. Não são apenas
membros da igreja católica Romana que são católicos. É por isso mesmo que algumas
denominações se incomodam com o termo e preferem substituir a expressão Igreja Católica por
igreja Universal. O termo deriva do grego kath’holou (que se refere a todos). Mas esta
transformou-se na expressão Latina catholicus, para referir o sentido universal ou geral. A
universalidade da igreja tem sido usada de diferentes maneiras, mas actualmente esta ideia
sugere que: a autoridade da igreja está disseminada entre todos os membros fiéis, e não
concentrada e centralizada em uma única figura quase papal.
O termo apóstolo refere-se a algo que se originou com os apóstolos ou que guarda uma relação
directa com os apóstolos. Este termo nos lembra que a igreja se fundamenta no testemunho dos
apóstolos. O apóstolo é alguém que foi comissionado por Cristo para pregar as boas novas do
reino de Deus. Mas também alguém que foi testemunho de Cristo ressuscitado. Assim, ao
declarar a igreja como apostólica estamos a enfatizar as raízes históricas do evangelho e a
continua tarefa evangelistica e missionária da igreja. Neste caso, a igreja é chamada apostólica
porque foi plantada pelos apóstolos, ela adere aos seus ensinamentos e por continuar o ministério
apostólico.
Portanto, estas são as marcas da igreja: una, santa, católica e apostólica. É una porque tem uma
única origem e partilha mesmos objectivos; é santa porque foi separada do mundo para
testemunhar a graça e salvação; é católica porque a autoridade é disseminada entre todos os fiéis
e, é apostólica porque tem seu fundamento nos apóstolos de Jesus.