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Elias

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Elias, um profeta humilde e determinado

Elias, cujo nome significa “Jeová é Deus” foi chamado por Deus
para o ministério profético, em um dos piores períodos da história
de Israel. Período este, marcado por crise, fome, miséria, corrupção
e apostasia. Mas, em meio à crise moral, social e espiritual, Deus
pôde contar com a coragem e a determinação de Elias, para ser
seu porta-voz.

Elias foi profeta do Reino do Norte, nos reinados de Acabe e do seu


filho Acazias. Ele desafiou o povo a fazer uma escolha definitiva
entre seguir a Deus ou a Baal. Os israelitas achavam que podiam
adorar o Deus verdadeiro e ao mesmo tempo adorar a Baal. Eles
tinham o coração dividido e por esta razão queriam servir a dois
senhores. Jesus, durante o seu ministério terreno advertiu contra
essa atitude fatal: “Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou
há de odiar um e amar o outro ou se dedicará a um e desprezará o
outro” (Mt 6:24). 

I – QUEM ERA ELIAS


O mais famoso e dramático dos profeta de Israel; 

 Foi contermporâneo de Acabe, Jezabel, Acazias, Obadias,


Jeú e Aazael;
 Predisse o início e o fim de uma seca de três anos e meio (I
Rs 17.1; 18.44);
 Fugiu da presença de Acabe e foi sustentado pelos corvos e
por uma pobre viúva (I Rs 17.1-6; 8-16);
 Foi usado por Deus para ressuscitar uma criança (I Rs 17.22);
 Desafiou os profetas de Baal no Monte Carmelo (I Rs 18.22-
45);
 Ameaçado de morte, fugiu com medo de Jezabel e desejou a
morte (I Rs 19.4);
 Caminhou 40 dias 40 noites, após ser alimentado com pão e
água, trazidos por um anjo (I Rs 19.8);
 Ao chegar em Horebe, esconde-se em uma caverna, onde
tem um encontro com Deus (I Rs 19.12);Unge Elizeu como
seu sucessor (I Rs 19.15,21);
 Foi levado ao céu em um redemoinho (II Rs 2.11)
 A história de Elias está registrada em I Rs 17.1 até II Rs 2.11.

Sua terra e sua gente.


O relato sobre a vida do profeta Elias inicia-se com uma declaração
sobre a sua terra e seu povo: “Então, Elias, o tisbita, dos moradores
de Gileade” (1 Rs 17.1). Estas palavras põem no cenário bíblico
uma das maiores figuras do movimento profético. Elias era de
Tisbe, um lugarejo situado na região de Gileade e a leste do rio
Jordão. Esse lugar não aparece em outras passagens bíblicas, mas
é citado somente no contexto do profeta Elias (1 Rs 21.17; 2 Rs
1.3,8; 9.36). Elias se tornou muito maior do que o meio no qual
vivia. Na verdade, não foi Tisbe que deu nome a Elias, mas foi Elias
que colocou Tisbe no mapa!

Davi, Pedro, Paulo, também construíram uma história cheia de


sentido e significância. Todos nós deveríamos imitá-los e viver de
tal modo que a nossa história se tornasse um testemunho para a
posteridade. 

II – CONTEXTO POLÍTICO E RELIGIOSO DO TEMPO DE ELIAS

1. Era um período de sucessão de reis ímpios: Nos dias de Elias,


Israel estava sendo governado por reis maus e idólatras. A Bíblia
diz que Onri “… fez o que era mau aos olhos do Senhor; e fez pior
do que todos quantos foram antes dele” (I Rs 16.25,26). Quando
Onri morreu, em seu lugar reinou seu filho Acabe (I Rs 16.28), que
teve a capacidade de fazer pior do que todos os reis que lhe
antecederam. A Bíblia diz acerca de Acabe: “E fez Acabe, filho de
Onri, o que era mau aos olhos do SENHOR, mais do que todos os
que foram antes dele…” (I Rs 16.30,31). 
2. Era um período de idolatria: O rei Acabe destaca-se nas
Escrituras como um rei idólatra, pois ele andou nos caminhos de
Jeroboão (I Rs 16.31); serviu a Baal e o adorou (I Rs 16.31);
conduzindo toda a nação à idolatria. Como se não bastasse, Acabe
casou-se com Jezabel, filha de Etbaal, rei dos sidônios; casamento
este, jamais aprovado por Deus. Tudo isto fez Israel mergulhar no
mais profundo paganismo, sem nenhuma pretenção de preservar o
culto a Jeová, tornando-se uma nação idólatra e pagã, como as
demais nações. 

3. Era um período de crise: Quando Acabe, influenciado por sua


esposa Jezabel, substituiu o culto à Jeová pela adoração à Baal (I
Rs 16.31-33), Elias apareceu repentinamente perante o rei para
anunciar a ausência de chuva e orvalho sobre a terra (I Rs 17.1).
Como a chuva é um dos principais elementos de sustentação da
natureza, a falta dela provocou seca, fome e miséria. As Escrituras
dizem que “… a fome era extrema em Samaria” (I Rs 18.2). Isto fez
com que Acabe se irasse ainda mais com Elias, pois achava que
ele era o culpado daquela calamidade. 

4. Era um período de inversão de valores: Em meio a crise e à


miséria, o rei Acabe parece estar mais preocupado com os cavalos
e as mulas do que com os súditos do seu reino; pois ele chama
Obadias, e saem à procura de água para preservar a vida dos
animais (I Rs 18.5,6). Possivelmente movido pelo desespero, o
próprio Acabe sai à procura de água com Obadias, o que não era
um fato comum, pois, como rei, ele podería apenas ordenar a seus
servos que saíssem à procura de água. 

5. Era um período de idolatria e perseguição aos


profetas: Jezabel, esposa do rei Acabe, ocupa o lugar de esposa
mais ímpia da Bíblia. Além de controlar o seu esposo (I Rs 21.25),
ela levou a nação de Israel a adorar seus deuses (I Rs 18.19,20).
Como se não bastasse, intentou matar a todos os profetas do
Senhor (I Rs 18.4). Foi nessa ocasião que Obadias, um homem
temente a Deus e servo do rei Acabe (possivelmente um mordomo
ou camareiro do palácio), conseguiu esconder cem profetas do
Senhor e os sustentou com pão e água, pondo em risco a sua
própria vida, pois, caso fosse descoberto, tanto ele como os cem
profetas, seriam mortos à mando de Jezabel. 

6. Era um período de abuso de poder: No capítulo 21 de I Rs,


está registrado que Acabe desejou adiquirir uma vinha que
pertencia a Nabote. Como Nabote recusou-se vender a sua vinha
para Acabe, Jezabel enviou cartas aos anciãos e aos nobres da
cidade, com o selo do rei (como se estivesse sido escritas por ele),
e mandou colocar duas falsas testemunhas contra Nabote,
acusando-o de blasfêmia contra Deus e contra o rei, e, depois, o
apedrejassem; fazendo com que seu marido possuisse a vinha que
pertencia a Nabote (I Rs 21.1-16), numa demonstração de que,
tanto Acabe como sua esposa Jezabel, eram capazes de fazer
qualquer coisa para conseguir seus objetivos, até mesmo, mandar
matar pessoas inocentes.É em meio a essa crise social, moral e
espiritual, Deus levanta o profeta Elias para combater o pecado,
proclamar o juizo e chamar o povo ao arrependimento. 

III – PRINCIPAIS VIRTUDES DO CARÁTER DE ELIAS 


São muitas as virtudes que as Escrituras registram sobre a vida
deste destemido profeta: 

1. Elias aprendeu a confiar em Deus: Profetizar no tempo de Elias


não era uma tarefa fácil. Era colocar a sua própria vida em risco (I
Rs 18.4). E Elias foi chamado para profetizar exatamente contra
aqueles que tinham o poder nas mãos: o rei Acabe e sua ímpia
esposa, Jezabel. Mas Elias não vacilou: Profetizou a falta de chuva
e de orvalho (I Rs 17.1); combateu o pecado de Acabe, chamando-
o de perturbador de Israel (I Rs 18.18); desafiou os profetas de Baal
(I Rs 18.22-40) e predisse a morte do rei Acabe e de sua esposa
Jezabel (I Rs 22.17-24). Somente uma confiança inabalável em
Deus poderia levar um homem a profetizar naqueles dias. 

 
2. Elias aprendeu a depender de Deus: Ao contrário do que muita
gente pensa, depender de Deus não é uma tarefa fácil. É preciso ter
fé. A trajetória de Elias nos ensina isto: ora bebendo água de um
ribeiro e se alimentando de pão e carne trazidos pelos corvos (I Rs
17.1-6); ora sendo sustentado por uma pobre viúva (I Rs 17.8-16);
ora alimentando-se de pão e água trazidos por um anjo (I Rs 19.5-
7). Com certeza, a confiança de Elias não estava depositada nos
corvos, nem na viúva, nem mesmo no anjo, e sim, no Jeová Jireh, o
Senhor que provê. 
4. Elias aprendeu a se fortalecer em Deus: Quando Elias foi
ameaçado por Jezabel, após a morte dos profetas de Baal, perdeu
o ânimo e desejou a morte (I Rs 19.4). Parecia o fim da jornada
daquele destemido profeta. No entanto, Deus envia um anjo para
lhe dar pão e água (I Rs 19.5-7). Com a força daquela comida, Elias
caminhou quarenta dias e quarenta noites até chegar à Horebe (I
Rs 19.8). Ao chegar em Horebe, ele esconde-se em uma caverna,
onde tem um encontro com Deus, que lhe fala numa voz mansa e
delicada (I Rs 19.12). Sua forças, então, são renovadas, fazendo
com que ele saísse daquela caverna e executasse os propósitos
divinos (I Rs 19.15-21).  

3. Elias aprendeu a ter intimidade com Deus: O ministério de


Elias não foi marcado apenas por profecias, mas também, por
muitos milagres, tais como: multiplicação de azeite e farinha (I Rs
17.16); ressurreição (I Rs 17.22); fogo no altar (I Rs 18.16-46);
morte dos soldados do rei Acazias (II Rs 1.9-14); divisão do rio
Jordão (II Rs 2.8). Todos estes milagres demonstram claramente
que Elias era um homem que vivia em íntima comunuhão com
Deus. A maior prova disto é que, semelhante a Enoque, Deus o
tomou para si (II Rs 2.11,12). 

CONCLUSÃO

O ministério de Elias foi marcado por profecias, milagres, desafios e


muitas experiências com Deus. Porém, o acontecimento mais
notável na vida do profeta Elias não foi profetizar a falta de chuva,
nem desafiar os profetas de Baal, nem ressuscitar o filho da viúva.
Sem dúvidas, o fato mais notável foi quando lhe apareceram
cavalos e carros de fogo e, em um redemoinho, ele foi levado ao
céu (II Rs 2.11)

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