Ética 2
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Ética 2
Aula 06
Sumário
1. Palavras iniciais. .......................................................................................................... 2
2. Mapa da Mina. ............................................................................................................ 3
3. Administração de cargos, carreiras, remuneração e benefícios. .................................. 6
361569
4. Cargos: conceitos principais. ....................................................................................... 7
4.1. Desenho do cargo.................................................................................................................... 7
4.2. Enriquecimento de cargos (job enrichment and enlargement) ............................................ 12
4.3. Empowerment ....................................................................................................................... 13
4.4. Descrição e análise de cargos. .............................................................................................. 17
5. Carreiras: conceitos principais. .................................................................................. 24
6. Remuneração e benefícios: conceitos principais. ...................................................... 26
6.1. Benefícios .............................................................................................................................. 32
7. Qualidade de vida no trabalho .................................................................................. 37
8. Questões Comentadas. ............................................................................................. 43
9. Lista de questões. ..................................................................................................... 64
10. Gabarito. ................................................................................................................ 77
11. Bibliografia principal. .............................................................................................. 78
1. PALAVRAS INICIAIS.
Oi!
Hoje estudaremos cargos, carreiras, salários, benefícios e qualidade de vida no trabalho.
São vários assuntos diferentes sobre a vida do funcionário na organização, cuja cobrança em prova
tem sido muito rara nos últimos anos, mas que é importante para o seu estudo nesse momento.
Um abraço e bons estudos!
Prof. Carlos Xavier
www.youtube.com/profcarlosxavier
Instagram: @Professorcarlosxavier
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2. MAPA DA MINA.
Sobre cargos, veja quais os tópicos mais cobrados em provas:
Descrição de cargos
40%
Carreiras: compreensão
geral
60%
Estruturas de carreira:
linha, rede e paralelas
A remuneração recebida está mais ligada à satisfação com a organização como um todo
(condições ambientais) do que com o cargo exercido. Assim, é normalmente reconhecida como
um fator extrínseco à motivação1.
A satisfação com as tarefas desempenhadas e consequente motivação para o trabalho vêm dos
fatores intrínsecos do cargo, ou seja, da diversidade de tarefas realizadas, seus desafios
intrínsecos, etc.
Como nossa discussão é aplicada ao seu concurso público, para facilitar a compreensão dos
conceitos, resolvi separá-los em subtópicos:
Cargos: conceitos principais
Carreiras: conceitos principais
Remuneração e benefícios: conceitos principais
1
Vide: Teoria dos Dois Fatores, Herzberg.
Podemos definir “cargo” como o conjunto de deveres e atividades relacionadas entre si em uma
unidade integrada que ocupa uma posição na hierarquia organizacional, sendo plural, uma vez que
um determinado cargo (“Analista – Administração”, por exemplo) pode ser ocupado por diferentes
indivíduos na organização, ou seja, pode haver vários “Analista – Administração” na mesma
organização.
Outras definições iniciais importantes para efeitos de prova incluem o conceito de tarefa e função:
1. Tarefas são as atividades desempenhadas;
2. Função é o conjunto de tarefas exercidas pelo ocupante de um cargo.
Note, então, que o ocupante de um cargo possui uma função, que é desempenhada através de
tarefas/atividades.
Para que se estabeleçam os cargos e seus significados para a organização, é preciso realizar o
desenho do cargo (job design), que consiste na organização das tarefas, atributos e procedimentos
de um cargo, seus métodos e processos de trabalho (representando o como as atividades serão
desempenhadas) e no correto posicionamento do mesmo na hierarquia organizacional.
De forma ampla, Chiavenato (2007) afirma que o desenho dos cargos se fundamenta em dois
aspectos centrais: a especialização do ocupante do cargo e a definição do cargo, especificando
(p.260):
1. Especialização: relaciona-se ao grau de conhecimento e habilitação requerido pelo cargo. Geralmente,
o grau de especialização do ocupante do cargo depende da tecnologia utilizada ou da administração.
2. Definição: refere-se à determinação das responsabilidades e às atribuições do ocupante do cargo em
relação ao seu trabalho, a quem ele se reporta, os recursos e pessoas sobre os quais tem autoridade, o
trabalho que se espera dele e as relações futuras com outros ocupantes de cargos. (...)
Na linha de apresentar em detalhes a definição dos aspectos do cargo, Chiavenato (2010, p201-
202) afirma que desenhar um cargo significa definir quatro condições básicas:
1. O conjunto de tarefas ou atribuições que o ocupante deve desempenhar (qual é o conteúdo do cargo).
2. Como as tarefas ou atribuições devem ser desempenhadas (quais são os métodos e processos de
trabalho).
3. A quem o ocupante do cargo deve se reportar (responsabilidade), isto é, quem é o seu superior
imediato.
4. Quem o ocupante do cargo deve supervisionar ou dirigir (autoridade), isto é, quem são os seus
subordinados ou pessoas que dele dependem para trabalhar.
Cuidado: o item III está errado porque fala do posicionamento do cargo na carreira (e não na
estrutura!).
GABARITO: A.
2. Modelo humanístico: é o modelo adotado pela Escola das Relações Humanas, adotando
uma visão de homem social. Nele, há uma grande preocupação com o contexto social do
trabalho, e pouca preocupação com a definição do cargo em si. Na prática, o desenho do
cargo em si continua igual ao modelo clássico, mas com o aumento de relacionamentos e
interações sociais para o trabalhador, que deve trabalhar em um grupo coeso e integrado.
A liderança passa a ser considerada como um fenômeno importante para o exercício da
chefia2, e ela deve promover um clima positivo, cooperativo e amigável, com intervalos de
lazer e descanso, e utilizar-se de recompensas sociais e simbólicas. A rotação de cargos
2
A liderança é a efetiva influência sobre o comportamento da outra pessoa, enquanto a chefia é a
relação hierárquica por ocupar cargo superior aos demais.
similares deve ser incentivada, para estimular a interação com outras pessoas. Momentos
de lazer são estimulados, principalmente fora do horário de trabalho.
Comentário:
O aumento da autonomia e responsabilidade dos cargos como forma de aumentar a
satisfação e o comprometimento no trabalho se dá tanto pelo empoderamento quanto pelo
enriquecimento vertical do cargo.
Como o empoderamento não é uma alternativa da questão, iríamos diretamente para a
alternativa B.
Há, entretanto, uma pequena divergência de literatura que poderia criar confusão: a questão
traz a "ampliação do cargo" como alternativa. Por vezes, autores falam no enriquecimento
vertical e horizontal dos cargos. Outros falam que o "horizontal" é "ampliação", não
chegando a afirmar que "não se trata de enriquecimento".
Assim, alguns candidatos poderiam ter se confundido e marcado a letra E, o que ensejaria
recurso. Ainda assim, a literatura utilizada como referência para essa questão provavelmente
faz esta distinção, por isso o recurso não seria aceito.
GABARITO: B.
Ainda sobre cargos, vamos estudar em maior profundidade o empoderamento, no próximo tópico.
4.3. EMPOWERMENT
Em outras palavras, o empowerment consiste em uma verdadeira estratégia adotada por toda a
organização no sentido de empoderar, ou seja, dar mais poder, responsabilidades e recursos para
que as pessoas possam executar seus trabalhos com maior criatividade e autoeficácia.
Mais do que isso, o empowerment busca que os funcionários se comprometam em contribuir com
a organização para melhorar o seu desempenho e suas decisões. Isso se faz, principalmente,
através da remoção das barreiras que impedem os funcionários de deterem um poder real sobre
os seus trabalhos. Essas barreiras incluem o estilo de supervisão cerrada, a intolerância aos erros,
etc.
Muita gente por aí diz que o empowerment acontece quando um gerente passa mais
responsabilidades e poder de decisão para um subordinado. Isso não é empowerment. É apenas a
descentralização das competências e do poder de decisão. O empowerment só acontece quando
for uma prática adotada por toda a organização.
==58461==
Para implementar o empowerment, as organizações precisam estar atentas a diversos fatores. Não
basta apenas adotar o discurso de compartilhamento de poder. Organizações que insistem em não
compartilhar informações, por exemplo, não vão conseguir dar o verdadeiro poder aos
funcionários, já que eles continuarão “no escuro” em relação aos fatos que envolvem o seu
trabalho.
Neste sentido, é possível mencionar diferentes requisitos para que o empowerment possa ser
implementado nas organizações (Chiavenato, 2010):
Deve ser dada a devida importância à competência e experiência dos funcionários;
As informações devem ser abertas e compartilhadas;
As recompensas organizacionais para os funcionários devem ser adequadas;
As pessoas devem ter clareza quanto à missão da organização;
Os erros devem ser tolerados, e não punidos;
Deve ser criado um sentido para o trabalho das pessoas;
A autoridade da hierarquia deve ser questionada;
A organização deve se esforçar para convencer os funcionários quanto à desejabilidade de
responsabilidades, criatividade e poder de decisão;
A arbitrariedade deve ser eliminada;
Ainda sobre cargos, é importante que você saiba distinguir a descrição e análise de cargos, o que
será aprendido no próximo tópico.
A descrição do cargo é responsável por entender mais sobre o cargo em si, descrevendo-o e
respondendo às perguntas: o quê? Quando? Como? Quem? e Por quê?
A análise do cargo, por sua vez, busca analisar o cargo em relação à pessoa que deverá ocupá-lo.
Isso inclui os requisitos para ocupá-lo (mentais e físicos), as responsabilidades que o cargo impõe
ao ocupante e as condições de trabalho às quais que o ocupante deverá se adequar.
Sabendo disso, podemos partir para um aprofundamento do assunto. Neste sentido, Boas e
Andrade (2009) apontam os elementos que compõem a descrição e os fatores que estão incluídos
na análise dos cargos:
- Mas será que apenas memorizar o que disse um autor resolve todas as questões de prova?
R.: não. Temos que aprender o assunto de forma mais ampla, inclusive entendendo como outros
autores se posicionam no assunto.
Note que Boas e Andrade (2009) afirmam que “responsabilidades” fazem parte da análise de
cargos. Apesar disso, Chiavenato (2010) afirma que a descrição de cargos “relaciona de maneira
breve as tarefas, deveres e as responsabilidades do cargo”.
Se, na sua prova, as palavras exatas mencionadas por Chiavenato (2010) forem utilizadas, você
deve considerar essa posição como correta!
Aprofundando um pouco mais sobre a análise de cargos, Chiavenato (2010) apresenta um modelo
adaptado de Ivancevich (1995), que afirma que são seis as etapas para a análise dos cargos 3:
1. Exame da estrutura organizacional total e de cada cargo.
2. Definição de quais as informações requeridas para análise dos cargos.
3. Seleção dos cargos a serem analisados.
4. Reunir os dados necessários para a análise dos cargos;
5. Preparar as descrições de cargos;
6. Preparar as especificações dos cargos.
3
Note que, neste modelo, a descrição dos cargos (item 5) é parte da análise de cargos. Essa também
é uma possibilidade concreta que pode ser cobrada em sua prova. Sei que isso aumenta a
complexidade e a confusão do assunto, mas é assim que ele é. =/
Para que se possa executar a análise e descrição dos cargos, é necessário que a pessoa responsável
realize um levantamento de dados. Estes dados podem ser levantados basicamente por três
meios:
Entrevistas: podem ser entrevistados funcionários, grupos de funcionários ou supervisores
sobre os diversos aspectos relacionados ao cargo;
Questionários: são aplicados ao ocupante do cargo ou ao supervisor de quem o ocupa, de
modo a obter informações escritas. A vantagem principal sobre os outros métodos é que os
questionários são de rápida aplicação e baixo custo. A principal desvantagem é que não é
tão fácil elaborar um questionário bem feito e que capture as informações realmente
necessárias;
Observação in loco: trata-se de uma terceira opção, na qual uma pessoa observa o trabalho
do ocupante de um cargo para que possa entender o desempenho das tarefas e o requisito
dos ocupantes. É mais aplicável a cargos simples e cujas tarefas são repetitivas, como os
cargos no nível operacional da organização.
É possível ainda que a organização opte por utilizar qualquer combinação metodológica possível
entre os três métodos apresentados acima. O fundamental é que ela esteja buscando utilizar a
metodologia que melhor se ajuste às suas necessidades em cada caso.
Entendendo tudo isso, você precisa saber ainda que juntas, a descrição e análise do cargo formam
a estruturação dos cargos na organização: uma tarefa contínua de definir e redefinir os cargos para
que eles estejam sempre adequados às necessidades organizacionais.
Para Boas e Andrade (2009), esta estruturação funciona seguindo as seguintes etapas:
1. Exame detalhado da estrutura organizacional, inclusive missão, visão, valores, objetivos e
estratégia.
2. Definição das informações requeridas para proceder à análise e descrição dos cargos.
3. Seleção dos cargos que serão descritos e analisados. Se forem poucos, é recomendável que
este processo seja aplicado a todos.
4. Confronto dos dados para elaborar a descrição e análise dos dados, evitando assim a
sobreposição de tarefas.
5. Elaboração da descrição dos cargos.
6. Elaboração da análise dos cargos.
7. Montagem de um manual de cargos que contenha as fichas de descrição e análise de todos
os cargos e disponibilização para que todos possam consultar sobre a estrutura de cargos
da organização.
- Carlos, já falamos de análise e descrição de cargos, o que são e como elas servem para a
estruturação dos cargos da organização. Agora você poderia explicar qual a razão para fazer
tudo isso? Para que serve a descrição e análise de cargos?
GABARITO: Errado.
D) I e III.
E) I e II.
Comentário:
Questão controversa, mas não vale a pena reclamar quando a interpretação é possível, já
que nenhum examinador escuta e anula questão mal feita, mas que dava para ser
respondida. Veja só:
I) certo. Análise do cargo é sobre o seu ocupante.
II) certo. Descrição realmente é sobre o cargo em si. A controvérsia é sobre as
“responsabilidades”, pois elas geralmente se associam à análise, mas também há autores que
colocam elas na descrição. Nesse caso específico, você teria que interpretar: o examinador
está sendo claro que está tratando das “responsabilidades do cargo”, ou seja “o seu
conteúdo”.
É controverso? Sim! Mas examinador não anula questão assim, é preciso aprender a
resolver!
Agora que entendemos os principais aspectos sobre os cargos, vamos entender como se
estruturam as carreiras nas organizações.
Além de poder crescer para cargos superiores (por meio da mobilidade vertical), as pessoas
também podem se desenvolver para ocupar cargos no mesmo nível que o atual, só que em outra
área de trabalho (mobilidade horizontal). Importante destacar um conceito mais moderno que vai
além da mobilidade vertical e horizontal: a mobilidade radial, tendo relação com a capacidade de o
funcionário possuir mais ou menos influência nos processos decisórios da organização. Diz-se que
quanto maior a influência do funcionário, maior sua expansão radial.
Nada disso deve ser confundido com os conceitos de promoção vertical e horizontal. A promoção
vertical é aquela na qual o indivíduo é promovido para cargos de complexidade superior,
recebendo aumento salarial como consequência. A promoção horizontal é aquela que acontece
por mérito dentro do mesmo cargo. É quando o profissional passa a receber um salário maior no
mesmo cargo que ocupa como consequência do seu desempenho. No serviço público, é comum
falar-se em “progressão” (como promoção horizontal) e “promoção vertical”.
Alguns pontos que também precisamos aprender sobre carreiras para a sua prova incluem a
necessidade de assumir responsabilidade sobre a carreira e
Uma vez estudado o planejamento de carreiras, vamos para o próximo tópico da aula!
Sobre a administração dos salários, é importante saber que ela apresenta diferentes objetivos para
a organização. Sobre este assunto, Chiavenato (2010, p.288) afirma que os principais objetivos
desta administração são:
Perceba que a administração dos salários pode parecer algo simples, mas envolve a organização
como um todo e pode ser um importante ponto para que ela atinja os seus resultados.
Para que possa definir as remunerações dos funcionários da organização de maneira a gerar os
resultados esperados, é fundamental que o analista de cargos e salários tenha em conta como
deseja equilibrar a política de remuneração interna e externamente, para que não haja percepção
de injustiça pelos funcionários, o que pode afetar a sua motivação.
Vamos ver o que significa a busca de equilíbrio interno e equilíbrio externo na administração de
remuneração dos funcionários:
Equilíbrio interno: trata-se da comparação remuneratória entre funções e habilidades
dentro de uma mesma organização, sejam ou não do mesmo nível hierárquico. É
importante que a estrutura salarial esteja ajustada aos cargos e à sua complexidade. Não
faz sentido, por exemplo, que um gerente geral receba remuneração inferior a um analista
da mesma área.
Equilíbrio externo: trata-se, neste caso, da comparação entre as remunerações oferecidas
em relação a outras organizações. A competitividade com o mercado costuma ser bem-
vinda para que os funcionários não percebam a situação como sendo injusta por conta de a
organização oferecer remunerações diferentes do mercado.
A relação entre equilíbrio interno e externo pode ser complicada: se a organização resolver
priorizar o equilíbrio externo, pode gerar desequilíbrios externos, e vice-versa. O fundamental é
entender qual a prioridade da organização e buscar equilibrar as escolhas em função de tal
prioridade.
Mas definir a remuneração não é tão simples. Não basta decidir qual o equilíbrio que se deseja
priorizar: há vários outros fatores em jogo.
Milkovich e Boudreau (2000) afirmam que a remuneração deve levar em consideração quatro
políticas principais:
1. Competitividade externa: remuneração considerada em relação a várias empresas;
2. Alinhamento interno: diz respeito às comparações entre funções ou habilidades dentro de
uma organização;
Diferentemente do que já discutimos até agora, Dessler (2005) apresenta quatro fatores básicos
para definir a remuneração dos colaboradores:
Legais: são os fatores ligados às leis que determinam e regulam o valor a ser pago a cada
funcionário;
Sindicais: trata-se da influência do sindicato ao negociar direitos e valores coletivamente
por meio de convenções e acordos;
Políticos: são elementos políticos internos e externos que influenciam a remuneração;
Equitativos: trata-se da busca do equilíbrio interno e externo.
Note que cada autor adota uma perspectiva distinta e, por isso, elencam fatores completamente
diferentes entre si.
Além de discutir os pontos que servem de base para estabelecimento da remuneração dos
colaboradores, a discussão teórica sobre salários também busca criar uma classificação para os
salários pagos aos funcionários. Sobre este assunto há diferentes classificações, cabe conhecer as
principais. Araújo e Garcia (2009, p.50) falam em quatro tipos de salários:
Salário nominal (ou bruto): é o salário que consta na ficha de registro, na carteira profissional e em
todos os documentos legais. Note que este poderá ser expresso em hora, dia, semana, mês, ou outros,
de acordo com o tipo de contratação existente.
Salário efetivo (ou líquido4): é o salário bruto descontadas as obrigações legais, tais como
contribuição previdenciária, imposto de renda e outras, de acordo com o tipo de contratação, ou seja,
é o valor que efetivamente a pessoa recebe, embora haja outros valores que você receberá por ocasião
de alguns eventos, tais como o FGTS - Fundo de Garantia do Tempo de Serviço5.
Salário complessivo: é o salário bruto complementado pelas parcelas adicionais, tais como hora extra,
adicional noturno e outros.
Salário profissional: é o salário expresso na lei destinado a algumas profissões, tais como médicos e
engenheiros. Veja que o salário profissional não é necessariamente aquele que você recebe. É sim uma
obrigação do empregador tê-lo como salário nominal, não impedindo que seja maior que o
estabelecido em lei ou acordo sindical.
Chiavenato (2010, p.282) afirma ainda que o salário pode ser de três diferentes tipos: por unidade
de tempo, por resultado e o salário-tarefa. Vamos ver o que o referido autor diz a respeito deles:
1. O salário por unidade de tempo é pago de acordo com o tempo que a pessoa fica à disposição da
empresa e a unidade de tempo pode ser dimensionada em uma hora, semana, quinzena ou mês. Por
essa razão, as pessoas são denominadas horistas ou mensalistas.
2. O salário por resultado refere-se à quantidade ou número de peças ou obras produzidas pela pessoa.
Abrange os sistemas de incentivos (comissões ou porcentagens) e prêmios de produção (gratificações
pela produtividade alcançada ou pelos negócios efetuados).
3. O salário por tarefa é uma fusão dos dois tipos anteriores: a pessoa está sujeita a uma jornada de
trabalho ao mesmo tempo que o salário é determinado pela quantidade de peças produzidas.
Vamos ver os métodos utilizados para a fixação da remuneração de cada cargo. Trata-se de
assunto que pode ser confuso para quem não lida com isso no dia-a-dia, por isso busque apenas
memorizar os principais pontos da teoria, sem tentar entender com profundidade como isto seria
aplicável na prática (nem a literatura de gestão de pessoas discute isso - o que é encontrado
apenas em livros superespecializados sobre remuneração). Isto posto, vamos conhecer a teoria
dos métodos de fixação da remuneração:
4
Também chamado de absoluto.
5
Servidores públicos estatutários, não regidos pela CLT, não possuem FGTS.
cargos seja criada e a remuneração possa ser definida. Neste caso, comparam-se os
cargos um a um, dando uma pontuação positiva ou negativa para um em
comparação ao outro. Ao final, será possível somar os resultados e obter uma
hierarquia, que permitirá o estabelecimento de salários inferiores para os cargos
mais simples e salários superiores para os cargos mais avançados, de acordo com o
critério utilizado. Trata-se de um dos métodos mais fáceis de serem compreendidos
pelos funcionários6;
o Graus predeterminados: é uma variação do método anterior, também chamado de
escalonamentos simultâneos. Ele requer a divisão dos cargos em categorias, para
que cada categoria possua salários máximos e mínimos. Neste caso, após a divisão
em categorias, aplica-se o método do escalonamento simples a cada uma delas.
No que diz respeito a remuneração variável que o indivíduo pode receber, pode-se também falar
em diferentes métodos. Devo lembrar que esses métodos possuem foco na pessoa que executa
um trabalho e não em um cargo. Fala-se em:
Remuneração por habilidades: é a remuneração baseada na capacidade das pessoas de
realizar suas tarefas e coordenar a aplicação de seus conhecimentos na prática
organizacional. Assim, a remuneração pode ser vinculada ao conhecimento que se tem para
realizar as tarefas ou ao número e qualidade das capacidades detidas pelo profissional;
Remuneração por competências: a remuneração deixa de ser paga simplesmente com uma
parcela fixa mais uma parcela variável pelo esforço desempenhado. Neste caso, a
6
Foco na memorização dos aspectos gerais que estão no texto. Para a sua prova não há nenhuma
necessidade de se saber utilizar o método na prática.
Como você deve ter percebido, vários dos conceitos relativos à remuneração são parecidos e se
sobrepõem. Não cabe aqui buscarmos exemplos, pois apenas complicariam a compreensão deste
tema, cuja abordagem em prova é eminentemente teórica. Como o foco é o concurso, deve-se
memorizar as principais palavras-chave relacionadas a cada tema, já que a própria literatura de
gestão de pessoas que serve de referência não é tão clara ao diferenciar conceitos, nem menciona
exemplos mais claros.
6.1. BENEFÍCIOS
7
Espaço ocupacional é uma visão ampliada do conceito tradicional de cargo, buscando incluir as
competências necessárias para realização de tarefas e entrega de resultados associados a um conjunto
de cargos de complexidade semelhante, com foco no sucesso da organização e do profissional. Na
gestão por competências fala-se em “espaço ocupacional” e não em “cargo tradicional”.
Benefícios assistenciais: são aqueles que buscam apoiar o funcionário e sua família em
momentos de emergência ou imprevistos. Geralmente os eventos cobertos são fora de
controle da vontade individual. Os benefícios incluem:
o Assistência médico-hospitalar e odontológica;
o Complementação de salário;
o Creches para os filhos;
o Seguro de vida / acidentes;
o Empréstimos para assistência financeira;
o etc.
Benefícios recreativos: dão opções de repouso, diversão e lazer para o funcionário e sua
família. Incluem:
o Clubes e associações;
o Música no local de trabalho;
o Passeios e excursões;
o Jardins e área verde no trabalho.
Benefícios supletivos: buscam oferecer facilidades aos funcionários para que tenham uma
melhor qualidade de vida. Incluem:
o Vagas de estacionamento exclusivas para funcionários;
o Agência bancária no local de trabalho;
o Transporte para o trabalho;
o Flexibilidade de horário de trabalho;
o Teletrabalho;
o etc.
GABARITO: B.
GABARITO: D.
Outra forma de categorizar os programas de QVT propõe sua organização em três tipos de
enquadramento:
1. Legalista – trata-se do cumprimento de normas legais e outras obrigações assumidas, como
por exemplo com normas de qualidade específicas, padronizações, requisitos impostos por
clientes, etc.;
2. Paternalista – são as práticas de QVT que buscam fazer com que os indivíduos se sintam
bem no ambiente de trabalho;
3. Estratégica – programas de qualidade de vida estruturados para dar suporte à estratégia
geral da organização.
Com base nestes e em outros aspectos, podem ser instituídos programas de QVT nas
organizações, com o objetivo de melhorar a experiência dos funcionários no trabalho e, com isso,
incrementar sua produtividade e buscar fazer com que os bons funcionários possam ser retidos.
Apesar disso, por serem muito amplos e interferirem na vida funcional dos profissionais afetados,
programas de QVT tendem a custar caro para as organizações. Além disso, por representarem
importantes mudanças no comportamento dos funcionários, estes tentem a ser resistentes aos
programas da QVT, dificultando sua implantação.
Como pode-se ver, há vários fatores que podem influenciar a qualidade de vida no trabalho. Em
geral, eles estão relacionados com uma estruturação adequada do cargo, para que o funcionário
possa trabalhar em condições ambientais adequadas e, principalmente, para que encontre a
necessária identificação com o seu conteúdo, podendo atuar com maior motivação e
produtividade.
De modo mais específico, é importante destacar os elementos dos mais conhecidos modelos de
qualidade de vida no trabalho:
(STJ/AJAA) A conciliação dos interesses dos indivíduos e das organizações gera conflitos e
reduz a produtividade da empresa.
Comentário:
A conciliação dos interesses de indivíduos e organizações gera, na verdade, identidade entre
os mesmos, o que faz com que a pessoa sinta que está trabalhando pelos próprios interesses
e, por isso, sinta mais satisfação e mais qualidade de vida no trabalho, ao contrário do
apresentado pela questão.
GABARITO: Errado.
8. QUESTÕES COMENTADAS.
III) Certo. O modelo contingencial de desenho de cargos considera que o cargo é resultado da
interação de diferentes variáveis do ambiente, especificamente as pessoas, as tarefas e a
tecnologia existente.
GABARITO: B.
Apenas para quem tiver dúvida: o “fator inicial” não pode ser o ambiente pois ele não é uma
“atividade” (já que o comando fala em “outras” atividades).
GABARITO: A.
GABARITO: C.
d) está ligado ao cargo ocupado, medindo o seu valor relativo na empresa e no mercado de
trabalho.
e) está intimamente ligado com as habilidades técnicas e comportamentais dos empregados, com
forte participação de benefícios indiretos, como bolsas de estudo e programas de qualidade de
vida.
Comentário:
O modelo de remuneração funcional é o baseado no cargo ocupado, medindo-se o valor do cargo
para a organização, considerando o seu ambiente, conforme alternativa D.
GABARITO: D.
Comentário:
A remuneração variável permite um maior espírito empreendedor dos funcionários na busca de
uma maior produtividade, mas gera impactos sobre os custos da organização (que deixam de ser
fixos, e passam a ser variáveis) e quebram o equilíbrio salarial dentro da organização, já que
funcionários nos mesmos cargos poderão receber remunerações distintas.
Com isso em mente, percebe-se que a única alternativa que representa uma desvantagem é a letra
C.
GABARITO: C.
GABARITO: Certo.
9. LISTA DE QUESTÕES.
I. o conteúdo do cargo, definido como o conjunto de atribuições e tarefas que o ocupante deverá
desempenhar.
II. os métodos e processos de trabalho, ou seja, como as atividades deverão ser desempenhadas.
III. o posicionamento do cargo da carreira e os requisitos e critérios para promoção e progressão
na carreira.
Esta correto o que se afirma APENAS em
a) I e II.
b) I.
c) II.
d) II e III.
e) I e III.
c) Linha Generalista.
d) Linha de Especialização.
e) Estruturas em Linha.
10. GABARITO.