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HIVSIDA

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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

HIV/SIDA

Maria Ivete Neves Mendes – 708207991

Curso: Licenciatura em Ensino de Língua Portuguesa


Disciplina: HIV/SIDA
Ano de Frequência: 2º Ano

Milange, Maio, 2021


2
Critérios de avaliação

Classificação
Categorias Indicadores Padrões Nota
Pontuação
do Subtotal
máxima
tutor
 Índice 0.5
 Introdução 0.5
Aspectos
Estrutura  Discussão 0.5
organizacionais
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 2.0
problema)
Introdução  Descrição dos
1.0
objectivos
 Metodologia adequada
2.0
ao objecto do trabalho
 Articulação e domínio
do discurso académico
Conteúdo (expressão escrita 3.0
cuidada, coerência /
Análise e coesão textual)
discussão  Revisão bibliográfica
nacional e internacional
2.0
relevante na área de
estudo
 Exploração dos dados 2.5
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
Aspectos tamanho de letra,
Formatação 1.0
gerais parágrafo, espaçamento
entre linhas
Normas APA
Referências  Rigor e coerência das
6ª edição em
Bibliográfica citações/referências 2.0
citações e
s bibliográficas
bibliografia
Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor

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Índice
Introdução...................................................................................................................................1

Objectivo geral:...........................................................................................................................1

Objectivos específicos:...............................................................................................................1

Metodologia................................................................................................................................1

1. Conceptualização.................................................................................................................2

2. Estágios clínicos do HIV/SIDA...........................................................................................3

3. Transmissão do HIV/SIDA.................................................................................................9

4. Prevencao do HIV/SIDA...................................................................................................11

5. Tratamento do HIV/SIDA.................................................................................................13

Conclusão..................................................................................................................................16

Bibliografia...............................................................................................................................17
Introdução
O HIV/SIDA já tirou a vida de muitas pessoas no mundo por isso se trata de uma doença que
merece estudo e reflexão. Ourta razão que torna pertinente abordar esta temática se prende ao
facto de em Moçambique a taxa de prevalência do HIV é de cerca de 16% da população, ou
cerca de 1,6 milhão de pessoas que convivem com a epidemia do vírus no país. Assim
Moçambique supera todos os países Africanos dos PALOP em termos de taxa de
seropositividade.
Com efeito, segundo Weiss (1993), nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa
(PALOP) a doença também é presente. Cerca de 2,1% da população adulta de Angola está
infectada pelo vírus HIV, o que totaliza cerca de 180 mil pessoas convivendo com a doença
no país.
Em Cabo Verde, a taxa de prevalência estimada por infecção do HIV é de 0,5% e 1,5% e, até
2006, 1 940 casos confirmados haviam sido registados no país. Guiné-Bissau tem uma
prevalência de HIV estimada entre 7,3% da população, o que caracteriza uma situação de
epidemia de HIV generalizada.
São Tomé e Príncipe apresenta uma taxa de infecção pelo HIV de 1%. No Timor-Leste não há
dados precisos sobre o número de infectados pelo vírus.
No presente trabalho se aborda a temática do HIV/SIDA com o intuito de responder aos
seguintes objectivos:

Objectivo geral:
Analisar a problemática do HIV/SIDA.

Objectivos específicos:
 Conceituar HIV/SIDA;
 Caracterizar os estágios clínicos do HIV/SIDA;
 Descrever as formas de transmissão do HIV/SIDA;
 Apontar as medidas de prevenção do HIV/SIDA;
 Identificar as formas de tratamento do HIV/SIDA.

Metodologia
Para o alcance destes objectivos foi adoptada uma metodologia assente numa pesquisa
bibliográfica baseada em diversos autores que aparecem devidamente citados ao longo do
texto e mencionados na bibliografia final deste trabalho.

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1. Conceptualização
O HIV é um retrovírus com genoma RNA, da Família Retroviridae (retrovírus) e subfamília
Lentivirinae. Pertence ao grupo dos retrovírus citopáticos e não-oncogênicos que necessitam,
para multiplicar-se, de uma enzima denominada transcriptase reversa, responsável pela
transcrição do RNA viral para uma cópia DNA, que pode, então, integrar-se ao genoma do
hospedeiro.

Segundo Douek et al. (2009) HIV é uma sigla em inglês utilizada em referência ao vírus da
imunodeficiência humana, o vírus que provoca a AIDS. O HIV-2 diferencia-se do HIV-1 por
apresentar uma evolução mais lenta e ser menos transmissível. Entretanto, é importante
salientar que esse tipo é mais resistente aos medicamentos disponíveis.

O HIV é bastante lábil no meio externo, sendo inativado por uma variedade de agentes físicos
(calor) e químicos (hipoclorito de sódio, glutaraldeído). Em condições experimentais
controladas, as partículas virais intracelulares parecem sobreviver no meio externo por até, no
máximo, um dia, enquanto partículas virais livres podem sobreviver por 15 dias, à
temperatura ambiente, ou até 11 dias, a 37ºC.

Recentemente, têm sido descritas, ainda, variantes genômicas (subtipos), tanto de HIV1
quanto de HIV-2, em pacientes infectados procedentes de diferentes regiões geográficas.
Classificam-se, assim, os isolados de HIV-1 em dois grupos, M (major) e O (outlier), com
variabilidade genética de até 30%.

No grupo M, identificam-se nove subtipos (A, B, C, D, E, F, G, H e I), e no grupo O, apenas


um. Em relação ao HIV-2 descrevem-se cinco subtipos: A, B, C, D, e E. Embora ainda não
conhecida, especulase a possibilidade de variantes virais possuírem diferentes índices de
transmissibilidade e/ou patogenicidade.

De acordo com Lifson (1988) SIDA ou AIDS é uma síndrome provocada pelo vírus HIV, o
qual é responsável por atingir nossas células de defesa, principalmente os linfócitos T-CD4.
Esse vírus, por atingir as células de defesa, aumenta a suscetibilidade do indivíduo a
infecções, as quais podem desencadear complicações mais graves do que em pessoas com o
sistema imune saudável.

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Vale destacar, no entanto, que a AIDS é o estágio avançado da infecção por HIV e, portanto,
ser portador do vírus não é sinônimo de ter a síndrome. De acordo com a Organização Pan-
Americana da Saúde, a síndrome pode demorar de 2 a 15 anos para se manifestar a depender
do indivíduo.

A AIDS (Acquired Immunodeficiency Syndrome, em português: Síndrome da


Imunodeficiência Adquirida) é o estágio mais avançado da infecção por HIV. O vírus HIV
afeta as células de defesa do organismo, deixando-o mais suscetível a contrair e desenvolver
outras doenças, denominadas oportunistas. Como o sistema imunológico do indivíduo está
fragilizado, ele não consegue combatê-las, o que pode levá-lo a óbito.

2. Estágios clínicos do HIV/SIDA


A infecção pelo HIV pode ser dividida por Bailey et al. (2007) em quatro fases clínicas: 1)
infecção aguda; 2) fase assintomática, também conhecida como latência clínica; 3) fase
sintomática inicial ou precoce; e 4) SIDA.

Infecção aguda

A infecção aguda, também chamada de síndrome da infecção retroviral aguda ou infecção


primária, ocorre em cerca de 50% a 90% dos pacientes. Seu diagnóstico é pouco realizado
devido ao baixo índice de suspeição, sendo, em sua maioria, retrospectivo. O tempo entre a
exposição e os sintomas é de cinco a 30 dias.

A história natural da infecção aguda caracteriza-se tanto por viremia elevada, como por
resposta imune intensa. Durante o pico de viremia, ocorre diminuição rápida dos linfócitos T
CD4 +, que posteriormente aumentam, mas geralmente não retornam aos níveis prévios à
infecção. Observa-se, também, aumento do número absoluto de linfócitos T CD8+
circulantes, com a inversão da relação CD4+/CD8+, que se torna menor que um.

Este aumento de células T CD8+, provavelmente, reflete uma resposta T citotóxica potente,
que é detectada antes do aparecimento de anticorpos neutralizantes. Existem evidências de
que a imunidade celular desempenha papel fundamental no controle da viremia na infecção
primária.

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Os sintomas aparecem durante o pico da viremia e da atividade imunológica. As
manifestações clínicas podem variar, desde quadro gripal até uma síndrome mononucleose-
like.

Além de sintomas de infecção viral, como febre, adenopatia, faringite, mialgia, artralgia, rash
cutâneo maculopapular eritematoso, ulcerações mucocutâneas envolvendo mucosa oral,
esôfago e genitália, hiporexia, adinamia, cefaléia, fotofobia, hepatoesplenomegalia, perda de
peso, náuseas e vômitos; os pacientes podem apresentar candidíase oral, neuropatia periférica,
meningoencefalite asséptica e síndrome de Guillain-Barré.

Os achados laboratoriais inespecíficos são transitórios, e incluem: linfopenia seguida de


linfocitose, presença de linfócitos atípicos, plaquetopenia e elevação sérica das enzimas
hepáticas.

Os sintomas duram, em média, 14 dias, sendo o quadro clínico autolimitado. A ocorrência da


síndrome de infecção retroviral aguda clinicamente importante ou a persistência dos sintomas
por mais de 14 dias parecem estar relacionadas com a evolução mais rápida para aids.

Após a resolução da fase aguda, ocorre a estabilização da viremia em níveis variáveis (set
points), definidos pela velocidade da replicação e clareamento viral. O set point é fator
prognóstico de evolução da doença. A queda da contagem de linfócitos T CD4+, de 30 a 90
células por ano, está diretamente relacionada à velocidade da replicação viral e progressão
para a SIDA.

Fase assintomática

Na infecção precoce pelo HIV, também conhecida como fase assintomática, o estado clínico
básico é mínimo ou inexistente. Alguns pacientes podem apresentar uma linfoadenopatia
generalizada persistente, "flutuante" e indolor.

Portanto, a abordagem clínica nestes indivíduos no início de seu seguimento prende-se a uma
história clínica prévia, investigando condições de base como hipertensão arterial sistêmica,
diabetes, DPOC, doenças hepáticas, renais, pulmonares, intestinais, doenças sexualmente
transmissíveis, tuberculose e outras doenças endêmicas, doenças psiquiátricas, uso prévio ou
atual de medicamentos, enfim, situações que podem complicar ou serem agravantes em
alguma fase de desenvolvimento da doença pelo HIV.

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A história familiar, hábitos de vida, como também uma avaliação do perfil emocional e
psicossocial do paciente, seu nível de entendimento e orientação sobre a doença são
extremamente importantes.

No que diz respeito à avaliação laboratorial nesta fase, uma ampla variedade de alterações
podem estar presentes. Os exames laboratoriais de rotina recomendados são:

 Hemograma completo: para avaliação de anemia, leucopenia, linfopenia e


plaquetopenia.
 Níveis bioquímicos: para uma visão das condições clínicas gerais, em particular para
conhecimento dos níveis bioquímicos iniciais dos pacientes, principalmente funções
hepática e renal, desidrogenase lática, amilase.
 Sorologia para sífilis: em função do aumento da incidência de co-infecção, visto que a
infecção pelo HIV pode acelerar a história natural da sífilis. Recomenda-se o VDRL e
se positivo o exame confirmatório FTA-ABS. Pacientes HIV+ com evidências
sorológicas de sífilis não tratada devem ser submetidos a punção lombar e avaliação
para neurolues.
 Sorologia para os vírus da hepatite: devido a alta incidência de co-infecção com
hepatites B e C nos grupos de homossexuais, bissexuais, heterossexuais com múltiplos
parceiros e usuários de drogas injetáveis. O screening recomendado para hepatite B é
antígeno de superfície (HBS Ag) e o anticorpo anticore do vírus B (anti-HBc); para a
hepatite C: anticorpo contra o vírus da hepatite C (Anti- HCV).
 Sorologia para toxoplasmose (lgG): em decorrência da maioria dos pacientes
apresentar exposição prévia ao Toxoplasma gondii, sendo indicada a profilaxia em
momento oportuno, conforme faixa de células T CD4+ do paciente. Os métodos
preferenciais são: hemoaglutinação, imunofluorescência ou ELISA.
 Sorologia para citomegalovírus (CMV) e herpes: embora questionada, indica-se para
detecção de infecção latente. Pacientes com sorologia negativa para citomegalovírus
devem evitar exposição a hemoderivados de doadores com sorologia positiva, em caso
de necessidade de transfusões sangüíneas.
 Radiografia de tórax: recomenda-se na avaliação inicial como parâmetro basal para
possíveis alterações evolutivas no futuro ou em pacientes com história de doença
pulmonar freqüente.

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 PPD (derivado protéico purificado): teste recomendado de rotina anual para avaliação
da necessidade de quimioprofilaxia para tuberculose. Em paciente com infecção pelo
HIV, considera-se uma enduração > 5mm como uma reação forte e indicativa da
necessidade de quimioprofilaxia.
 Papanicolaou: recomendado na avaliação ginecológica inicial, seis meses após e, se
resultados normais, uma vez a cada ano. Sua indicação é de fundamental importância,
devido a alta incidência de displasia cervical e rápida progressão para o câncer
cervical em jovens HIV positivas.
 Perfil imunológico e carga viral: é, sem dúvida, um dos procedimentos mais
importantes na avaliação do paciente com infecção precoce pelo HIV, pois é a partir
dela, através da interpretação dos vários testes atualmente disponíveis, que se pode ter
parâmetros do real estadiamento da infecção, prognóstico, decisão quanto ao início da
terapia anti-retroviral e avaliação da resposta ao tratamento, bem como o uso de
profilaxia para as infecções oportunistas mais comuns na ocasião propícia.
Recomenda-se a realização periódica de subtipagem de células T CD4+ e avaliação
quantitativa da carga viral para HIV a cada 3-4 meses.

Fase sintomática inicial

 Sudorese noturna: é queixa bastante comum e tipicamente inespecífica entre os


pacientes com infecção sintomática inicial pelo HIV. Pode ser recorrente e pode ou
não vir acompanhada de febre. Nessa situação deve ser considerada a possibilidade de
infecção oportunista, particularmente tuberculoses, lançando-se mão de investigação
clínica e laboratorial específicas.
 Fadiga: também é freqüente manifestação da infecção sintomática inicial pelo HIV e
pode ser referida como mais intensa no final de tarde e após atividade física excessiva.
Fadiga progressiva e debilitante deve alertar para a presença de infecção oportunista,
devendo ser sempre pesquisada.
 Emagrecimento: é um dos mais comuns entre os sintomas gerais associados com
infecção pelo HIV, sendo referido em 95-100% dos pacientes com doença em
progressão. Geralmente encontra-se associado a outras condições como anorexia. A
associação com diarréia aquosa o faz mais intenso.
 Diarréia: consiste em manifestação freqüente da infecção pelo HIV desde sua fase
inicial. Determinar a causa da diarreia pode ser difícil e o exame das fezes para

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agentes específicos se faz necessário. Na infecção precoce pelo HIV, patógenos
entéricos mais comuns devem ser suspeitados: Salmonella sp, Shigella sp,
Campylobacter sp, Giardia lamblia, Entamoeba histolytica, adenovírus, rotavírus.
Agentes como Cryptosporidium parvum e Isospora belli, geralmente reconhecidos em
fase mais avançada da doença causada pelo HIV, podem apresentar-se como
expressão clínica autolimitada, principlamente com a elevação da contagem de células
T CD4+ obtida com o iníco do tratamento antiretroviral. Quando a identificação torna-
se difícil ou falha, provas terapêuticas empíricas podem ser lançadas, baseando-se nas
características epidemiológicas e clínicas do quadro.
 Sinusopatias: sinusites e outras sinusopatias ocorrem com relativa freqüência entre os
pacientes com infecção pelo HIV. A forma aguda é mais comum no estágio inicial da
doença pelo HIV, incluindo os mesmos agentes considerados em pacientes
imunocompetentes: Streptococus pneumoniae, Moraxella catarrhalis e H. influenzae.
Outros agentes como S. aureus e P. aeruginosa e fungos têm sido achados em sinusite
aguda, porém seu comprometimento em sinusites crônicas é maior. Febre, cefaléia,
sintomas locais, drenagem mucopurulenta nasal fazem parte do quadro.
 Candidíase Oral e Vaginal (inclusive a recorrente): a candidíase oral é a mais comum
infecção fúngica em pacientes portadores do HIV e apresenta-se com sintomas e
aparência macroscópica característicos. A forma pseudomembranosa consiste em
placas esbranquiçadas removíveis em língua e mucosas que podem ser pequenas ou
amplas e disseminadas. Já a forma eritematosa é vista como placas avermelhadas em
mucosa, palato mole e duro ou superfície dorsal da língua. A queilite angular, também
freqüente, produz eritema e fissuras nos ângulos da boca. Mulheres HIV+ podem
apresentar formas extensas ou recorrentes de candidíase vulvo-vaginal, com ou sem
acometimento oral, como manifestação precoce de imunodeficiência pelo HIV, bem
como nas fases mais avançadas da doença. As espécies patogênicas incluem Candida
albicans, C. tropicalis, C. parapsilosis e outras menos comumente isoladas.
 Leucoplasia Pilosa Oral: é um espessamento epitelial benigno causado provavelmente
pelo vírus Epstein-Barr, que clinicamente apresenta-se como lesões brancas que
variam em tamanho e aparência, podendo ser planas ou em forma de pregas,
vilosidades ou projeções. Ocorre mais freqüentemente em margens laterais da língua,
mas podem ocupar localizações da mucosa oral: mucosa bucal, palato mole e duro.

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 Gengivite: a gengivite e outras doenças periodontais pode manifestar-se de forma leve
ou agressiva em pacientes com infecção pelo HIV, sendo a evolução rapidamente
progressiva, observada em estágios mais avançados da doença, levando a um processo
necrotizante acompanhado de dor, perda de tecidos moles periodontais, exposição e
seqüestro ósseo.
 Úlceras Aftosas: em indivíduos infectados pelo HIV é comum a presença de úlceras
consideravelmente extensas, resultantes da coalescência de pequenas úlceras em
cavidade oral e faringe, de caráter recorrente e etiologia não definida. Resultam em
grande incômodo produzindo odinofagia, anorexia e debilitação do estado geral com
sintomas constitucionais acompanhando o quadro.
 Herpes Simples Recorrente: a maioria dos indivíduos infectados pelo HIV é
coinfectada com um ou ambos os tipos de vírus herpes simples (1 e 2), sendo mais
comum a evidência de recorrência do que infecção primária. Embora o HSV-1 seja
responsável por lesões orolabiais e o HSV-2 por lesões genitais, os dois tipos podem
causar infecção em qualquer sítio. Geralmente a apresentação clínica dos quadros de
recorrência é atípica ao comparar-se aos quadros em indivíduos imunocompetentes, no
entanto, a sintomatologia clássica pode manifestar-se independente do estágio da
doença pelo HIV.
 Herpes Zoster: de modo similar ao que ocorre com o HSV em pacientes com doença
pelo HIV, a maioria dos adultos foi previamente infectada pelo vírus varicela zoster,
desenvolvendo episódios de herpes zoster freqüentes. O quadro inicia com dor
radicular, rash localizado ou segmentar comprometendo um a três dermátomos,
seguindo o surgimento de maculopapulas dolorosas que evoluem para vesículas com
conteúdo infectante. Pode também apresentar-se com disseminação cutânea extensa.
 Trombocitopenia: na maioria das vezes é uma anormalidade hematológica isolada com
um número normal ou aumentado de megacariócitos na medula óssea e níveis
elevados de imunoglobulinas associadas a plaquetas, síndrome clínica chamada
púrpura trombocitopênica imune. Clinicamente, os pacientes podem apresentar
somente sangramentos mínimos como petéquias, equimoses e ocasionalmente
epistaxes. Laboratorialmente considera-se o número de plaquetas menor que 100.000
células/mm3.

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3. Transmissão do HIV/SIDA
Sexual

A principal forma de exposição em todo o mundo é a sexual, sendo que a transmissão


heterossexual, nas relações sem o uso de preservativo é considerada pela OMS como a mais
freqüente. De acordo com Gray et al. (2007) na África sub-Sahariana, é a principal forma de
transmissão. Nos países desenvolvidos, a exposição ao HIV por relações homossexuais ainda
é a responsável pelo maior número de casos, embora as relações heterossexuais estejam
aumentando proporcionalmente como uma tendência na dinâmica da epidemia. Os fatores que
aumentam o risco de transmissão do HIV em uma relação heterossexual são: alta viremia,
imunodeficiência avançada, relação anal receptiva, relação sexual durante a menstruação e
presença de outra DST, principalmente as ulcerativas. Sabese hoje que as úlceras resultantes
de infecções sexualmente transmissíveis como cancro mole, sífilis e herpes genital, aumentam
muito o risco de transmissão do HIV.

Sanguínea

A transmissão sanguínea associada ao uso de drogas injetáveis é um meio muito eficaz de


transmissão do HIV, devido ao uso compartilhado de seringas e agulhas. Essa via de
transmissão adquire importância crescente em várias partes do mundo, como na Ásia,
América Latina e no Caribe. A transmissão mediante transfusão de sangue e derivados é cada
vez menos relevante nos países industrializados e naqueles que adotaram medidas de controle
da qualidade do sangue utilizado.

Vertical

A transmissão vertical, decorrente da exposição da criança durante a gestação, parto ou


aleitamento materno, vem aumentando devido à maior transmissão heterossexual. Na África,
são encontradas as maiores taxas desta forma de infecção pelo HIV, da ordem de 30 a 40%;
entretanto, em outras partes do mundo, como na América do Norte e Europa, situam-se em
torno de 15 a 29%.

Os principais motivos dessa diferença devem-se ao fato de que, na África, a transmissão


heterossexual é mais intensa, e que neste continente, o aleitamento materno é muito mais
freqüente do que nos países industrializados.

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Segundo Weiss (1993) a transmissão intra-uterina é possível em qualquer fase da gravidez;
porém é menos freqüente no primeiro trimestre. As infecções ocorridas nesse período não têm
sido associadas a malformações fetais. O risco de transmissão do HIV da mãe para o filho
pode ser reduzido em até 67% com o uso de AZT durante a gravidez e no momento do parto,
associado à administração da mesma droga ao recém-nascido por seis semanas.

Um estudo realizado nos Estados Unidos (Aids Clinical Trial Group 076 ou ACTG-076)
demonstrou redução na transmissão vertical de 25,6% para 8,3% com o uso de AZT durante a
gravidez. A transmissão pelo leite materno é evitada com o uso de leite artificial ou de leite
humano processado em bancos de leite, que fazem aconselhamento e triagem das doadoras.

Ocupacional

A transmissão ocupacional ocorre quando profissionais da área da saúde sofrem ferimentos


com instrumentos pérfuro-cortantes contaminados com sangue de pacientes portadores do
HIV. Estima-se que o risco médio de contrair o HIV após uma exposição percutânea a sangue
contaminado seja de aproximadamente 0,3%. Nos caso de exposição de mucosas, esse risco é
de aproximadamente 0,1%.

Os fatores de risco já identificados como favorecedores deste tipo de contaminação são: a


profundidade e extensão do ferimento a presença de sangue visível no instrumento que
produziu o ferimento, o procedimento que resultou na exposição e que envolveu a colocação
da agulha diretamente na veia ou artéria de paciente portador de HIV e, finalmente, o paciente
fonte da infecção mostrar evidências de imunodeficiência avançada, ser terminal ou
apresentar carga viral elevada.

Outras possíveis formas de transmissão

Embora o vírus tenha sido isolado de vários fluidos corporais, como saliva, urina, lágrimas,
somente o contato com sangue, sêmen, secreções genitais e leite materno têm sido implicados
como fontes de infecção.

O risco da transmissão do HIV por saliva foi avaliado em vários estudos laboratoriais e
epidemiológicos. Esses estudos demonstraram que a concentração e a infectividade dos vírus
da saliva de indivíduos portadores do HIV é extremamente baixa.

Até o momento, não foi possível evidenciar, com segurança, nenhum caso de infecção por
HIV adquirido por qualquer das seguintes vias teóricas de transmissão: contato interpessoal
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não-sexual e não-percutâneo (contato casual), vetores artrópodes (picadas de insetos), fontes
ambientais (aerossóis, por exemplo) e objetos inanimados (fômites), além de instalações
sanitárias.

Há raros relatos anedóticos de hipotética transmissão horizontal do HIV; porém, estes não
resistem a uma análise mais cuidadosa, e as evidências são insuficientes para caracterizar
formas não-tradicionais de transmissão.

Dados laboratoriais e epidemiológicos não provêm qualquer suporte à possibilidade teórica de


transmissão por artrópodes atuando como vetores biológicos ou mecânicos. Não foi possível
evidenciar qualquer multiplicação do HIV em artrópodes após inoculação intra-abdominal,
intratorácica ou após repasto de sangue infectado.

Outros estudos demonstraram ausência de replicação do HIV em linhagens celulares


derivadas de artrópodes. Estudos epidemiológicos nos Estados Unidos, Haiti e África Central
não demonstraram qualquer evidência de transmissão por vetores.

Conclui-se que formas alternativas de transmissão são altamente improváveis, e que a


experiência cumulativa é suficientemente ampla para se assegurar enfaticamente que não há
qualquer justificativa para restringir a participação de indivíduos infectados nos seus
ambientes domésticos, escolares, sociais ou profissionais

4. Prevencao do HIV/SIDA
Na óptica de Lifson (1988) as principais estratégias de prevenção empregadas pelos
programas de controle envolvem: a promoção do uso de preservativos, a promoção do uso de
agulhas e seringas esterilizadas ou descartáveis, o controle do sangue e derivados, a adoção de
cuidados na exposição ocupacional a material biológico e o manejo adequado das outras
DTS’s.

Preservativos

Os preservativos masculinos e femininos são a única barreira comprovadamente efetiva contra


o HIV, e o uso correto e consistente deste método pode reduzir substancialmente o risco de
transmissão do HIV e das outras DTS’s. O uso regular de preservativos pode levar ao
aperfeiçoamento na sua técnica de utilização, reduzindo a freqüência de ruptura e escape e,
consequentemente, aumentando sua eficácia. Estudos recentes demonstraram que o uso

11
correto e sistemático do preservativo masculino reduz o risco de aquisição do HIV e outras
DTS’s em até 95%.

Espermicidas

Os produtos espermicidas à base de nonoxinol-9 são capazes de inativar o HIV e agentes de


outras DST "in vitro", e poderiam ter um papel importante na redução da transmissão sexual
do HIV, se usados em associação com os preservativos. Estudos recentes sugerem que a
concentração de nonoxinol-9, normalmente preconizada nos preservativos, seria insuficiente
para inativar o HIV, sendo que o uso de concentrações mais elevadas poderiam apresentar
toxicidade. Entretanto, a segurança e eficácia dos espermicidas atualmente disponíveis, nas
condições de uso corrente, não estão bem estabelecidas, e mais estudos clínicos controlados
são necessários para esta determinação.

Prevenção em usuários de drogas injetáveis (UDI)

Desde 1986, ficou claro que os UDI representavam um grupo focal particularmente
importante, devido ao risco específico de ocorrência de epidemias de HIV nesta população, e
ao potencial de representarem a interface através da qual a infecção por HIV se difundiria
para a população heterossexual não usuária de drogas e consequentemente para as crianças.

A disseminação da infecção pelo HIV entre UDI em muitos países com características
diferentes, levantou importantes questões sobre a natureza do comportamento dos
dependentes, e da possibilidade de modificá-lo mediante intervenções preventivas, de modo a
reduzir a transmissão do HIV. Houve ceticismo inicial acerca da eficácia de ações educativas
nessa população.

O temor de que a estratégia de redução de danos, baseadas na facilitação do acesso a


equipamento estéril de injeções pudesse levar ao aumento da população de usuários de drogas
injetáveis, não se concretizou. Há atualmente evidências suficientes para concluir que foi
possível reduzir o nível epidêmico da transmissão do HIV em locais onde programas
inovadores de saúde pública foram iniciados precocemente.

Os elementos desses programas de prevenção incluem orientação educativa, disponibilidade


de testes sorológicos, facilitação de acesso aos serviços de tratamento da dependência de
drogas, acesso a equipamento estéril de injeção, além de ações que se desenvolvem na

12
comunidade de usuários de drogas a partir da intervenção de profissionais de saúde e/ou
agente comunitários, recrutados na própria comunidade.

Em relação às mudanças comportamentais, demonstrou-se que os UDI podem ser sensíveis às


ações preventivas e capazes de reduzir a freqüência das situações de risco. Porém, se todos os
estudos demonstram redução de risco, evidenciam, infelizmente, a persistência de níveis
importantes do comportamento de risco, mesmo nas cidades onde se obteve razoável impacto
com as ações preventivas.

Exposição ocupacional

Embora alguns tipos de exposição acidental, como o contato de sangue ou secreções com
mucosas ou pele íntegra teoricamente possam ser responsáveis por infecção pelo HIV, os seus
riscos são insignificantes quando comparados com a exposição percutânea, através de
instrumentos pérfuro-cortantes.

Fatores como prevalência da infecção pelo HIV na população de pacientes, grau de


experiência dos profissionais de saúde no cuidado desse tipo de paciente, uso de precauções
universais (luvas, óculos de proteção, máscaras, aventais, etc.), bem como a freqüência de
utilização de procedimentos invasivos, podem também influir no risco de transmissão do
HIV.

O meio mais eficiente para reduzir tanto a transmissão profissional-paciente quanto a


paciente-profissional, baseia-se na utilização sistemática das normas de biossegurança, na
determinação dos fatores de risco associados, e na sua eliminação, bem como na implantação
de novas tecnologias da instrumentação usadas na rotina de procedimentos invasivos.

5. Tratamento do HIV/SIDA
De acordo com Weiss (1993) existem, até o momento, duas classes de drogas liberadas para o
tratamento anti-HIV:

Inibidores da transcriptase reversa

São drogas que inibem a replicação do HIV bloqueando a ação da enzima transcriptase
reversa que age convertendo o RNA viral em DNA:

 Nucleosídeos:

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 Zidovudina (AZT) cápsula 100 mg, dose:100mg 5x/dia ou 200mg 3x/dia ou
300mg 2x/dia;
 Zidovudina (AZT) injetável, frasco-ampola de 200 mg;
 Zidovudina (AZT) solução oral, frasco de 2.000 mg/200 ml;
 Didanosina (ddI) comprimido 25 e 100mg, dose: 125 a 200mg 2x/dia;
 Zalcitabina (ddC) comprimido 0,75mg, dose: 0,75mg 3x/dia;
 Lamivudina (3TC) comprimido 150mg, dose: 150mg 2x/dia;
 Estavudina (d4T) cápsula 30 e 40mg, dose: 30 ou 40mg 2x/dia; e
 Abacavir comprimidos 300 mg, dose: 300 mg 2x/dia.
 Não-nucleosídeos
 Nevirapina comprimido 200 mg, dose: 200 mg 2x/dia;
 Delavirdina comprimido 100 mg, dose: 400 mg 3x/dia; e
 Efavirenz comprimido 200 mg, dose: 600 mg 1x/dia.
 Nucleotídeo:
 Adefovir dipivoxil: comprimido, 60 e 120 mg, dose: 60 ou 120 mg 1x/dia.

Inibidores da protease

Estas drogas agem no último estágio da formação do HIV, impedindo a ação da enzima
protease que é fundamental para a clivagem das cadeias protéicas produzidas pela célula
infectada em proteínas virais estruturais e enzimas que formarão cada partícula do HIV:

 Indinavir cápsula 400 mg, dose: 800 mg 3x/dia;


 Ritonavir cápsula 100mg, dose: 600mg 2x/dia;
 Saquinavir cápsula 200mg, dose: 600mg 3x/dia;
 Nelfinavir cápsula de 250 mg, dose 750 mg 3x/dia; e
 Amprenavir cápsula de 150 mg, dose 1.200 mg 2x/dia.

Terapia combinada é o tratamento anti-retroviral com associação de duas ou mais drogas da


mesma classe farmacológica (p ex. dois análogos nucleosídeos), ou de classes diferentes (p
ex. dois análogos nucleosídeos e um inibidor de protease).

Estudos multicêntricos demonstraram aumento na atividade anti-retroviral (elevação de


linfócitos T-CD4+ e redução nos títulos plasmáticos de RNA-HIV) quando da associação de
drogas, particularmente redução da replicação viral por potencializar efeito terapêutico ou por
sinergismo de ação em sítios diferentes do ciclo de replicação viral.
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Outros estudos evidenciaram redução na emergência de cepas multirresistentes quando da
utilização da terapêutica combinada. A terapia anti-retroviral é uma área complexa, sujeita a
constantes mudanças. As recomendações deverão ser revistas periodicamente, com o objetivo
de incorporar novos conhecimentos gerados pelos ensaios clínicos.

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Conclusão
Percebe-se com esta pesquisa bibliográfica que a maior parte das pessoas infectadas com
VIH, quando estão sem tratamento, desenvolve SIDA. A elevada mortalidade desta doença
deve-se ao colapso progressivo do sistema imunitário, ao qual está associado o aparecimento
de infeções oportunistas ou tumores malignos.

Sem tratamento, cerca de nove em cada dez pessoas infectadas com VIH desenvolve SIDA
após de 10-15 anos, embora algumas pessoas desenvolvam muito mais cedo. O tratamento
com antirretrovirais aumenta a esperança de vida de portadores do VIH, mesmo que a infeção
tenha já evoluído para um diagnóstico de SIDA. Estima-se que a esperança de vida com
tratamento seja de cinco anos.

Mas com a entrada de novos antiretrovirais a expectativa passou para algo em torno de 20-50
anos (provavelmente, esta expectativa pode ser ainda maior, posto que actualmente há novos
medicamentos e terapias mais toleráveis ao organismo dos portadores). Na ausência de
tratamento, a morte ocorre geralmente no prazo de um ano..

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Bibliografia

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young men in Kisumu, Kenya: a randomised controlled trial. Lancet. 369 (9562): 643–
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Immunopathogenesis of AIDS. Annu. Rev. Med. 60: 471–84. PMC 2716400Acessível
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Weiss, R.A. (1993). How does HIV cause AIDS?. Science. 260 (5112): 1273–9.
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