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Por Justin Achilli

Um suplemento para Vampiro: A Idade das Trevas
 CRÉDITOS DO ÜRIGINAL CRÉDITOS DA EDIÇÃO
Autor: Justin Achilli
Desenvolvido por: Justin Achilli, Robert Hatch e Ken Cliffe BRASILEIRA
Editor: Ed Hall Copyright @ White Wolf
Direção de Arte: Aileen E.Miles Título Original: Clanbook - Cappadocian TM
Layout e composição: Lawrence Snelly Coordenação Editorial: Devir Livraria
Arte interna: Mike Chaney, John Cobb, Eric Lacombe, Tradução: André Augusto Forte
Andrew Trabbold e Vince Locke Revisão: Douglas Quinta Reis, Vanessa Gil e
Arte da capa: John Bolton Douglas (D3)Ricardo Guimarães
Arte da quarta capa: Richard Thomas Editoração Eletrônica: Tino Chagas
Design da capa e quarta capa: Scott Cohen
AGRADECIMENTOS
AGRADECIMENTOS ESPECIAIS: Agradecimentos aos Chuílas do Brasil e seus termos pouco
ortodoxos. Vocês sabem quem somos nós.
Robert "Grande Lacaio das Sombras" Hatch por suas técnicas
cósmicas de recuperação veicular. ISBN: 85-7532-001-7
Richard "Movimento Único dos Fluídos" Dansky, pela pUBLICADO EM 5ETEMBR0/200J
valorosa mas vã tentativa de manter parte do vômito do
lado de fora do carro.
Greg "Luminares do Clã" Fountain pela idéia que não Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
morreria. Segui a linha que você queria para os Lumina­ (Câmara Brasllelra do Livro, SP, Brasil)
res, Greg.
Achill, Justin
Andrew "Ponto!" Bates, pela falta de vergonha daquela festa Livro do Clã: Capadócio / Justin Achilli
libidinosa Tradução André Augusto Forte -- São Paulo :
Fred "Sodomita Violento" Yelk, por seus planos a respeito de Devir, 2001.
Steve no jogo de xadrez.
Título original: Clanbook : Cappadocian.
Joshua "Rainha dos Condenados" Timbrook, por ter superado
meu visual Gm revoltado na GenCon com uma sedução Vários ilustradores
irresistível.
1. Jogos de aventura 2. Jogos de fantasia
A OOVITÁVELADVERTÊNCIA
Vampiro: A Idade das Trevas é um jogo que requer imaginação, esforço 01-2926 CDD-793.9
criatividade e, acima de tudo, maturidade. Parte dessa maturidade é perceber
que Vampiro é somente um jogo, e que as situações descritas nestas páginas são Indicas para catálogo sistemãtico
completamente imaginárias. Ao derrotar alguém jogando Banco Imobiliá­
rio "' , você não vai hipotecar a casa dele. Se você afunda alguém na Batalha­
1. Jogos de aventura : Recreação 793.9
Naval "' não vai começar a jogar coquetéis molotov nos navios. A mesma regra 2. Jogos de fantasia : Recreação 793.9
se aplica a qualquer RPG ou jogo de narrativa.
3. "Roleplaying games" : Recreação 793.9
Em outras palavras, você não é um vampiro. Quando o jogo acaba, deixe de
lado os livros, os dados e aproveite sua vida; e deixe as outras pessoas aprovei­
tando as delas.
Para os 99,9999% de vocês que são suficientemente conscientes para não preci­
Todos os direitos reservados e protegidos
sar desse aviso, divirtam-se. pela Lei 5988 de 14/12/73.
É proibida a reprodução total ou parcial, por quaisquer meios
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os direitos reservados. Qualquer reprodução sem sem autorização prévia, por escrito, da editora.
permissão por escrito é proibida, exceto para fins
de revisão, e as folhas em branco dos persona­
Todos os direitos desta edição reservados à
gens, que podem ser reproduzidas apenas para

ÓJÍlªDEVIR LIVRARIA LTDA.

uso pessoal. White Wolf, Vampiro: A Más­
cara, Lobisomen: O Apocalipse, Mago: A
Ascensão, Vampiro: A Idade das Trevas,
Wraith: the Oblivion, Dark Ages Companion e o Clã Capadócio são
marcas registradas da White WolfPublishing, lnc. Todos os direitos reservados.
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à marca registrada ou ao próprio copyright. CEP 01599-970 São Paulo SP 1800-224 - Lisboa
Este livro usa o sobrenatural para a construção de cenários, personagens e
ternas.Todas os elementos místicos e sobrenaturais são fictícios e visam somente
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o entretenimento. Aconselha-se discernimento ao leitor. Fax: (11) 3272-8264 Fax: (35) 21 8380591
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LIVRO DO CLÃ: CAPADÓCIO

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 SUMÁRIO
CAPÍTULO UM: REvELAçÃo PARA UMA CRIANÇA ........................ 7
CAPÍTULO Dois: MoRTE ENTRE os MORTOS ...............•..•........• 11

CAPÍTULO TRÊS: ÜBsERVAÇÕES E CONCLUSÕES ........................ 25

APÊNDICE I: PEsQlJISAOORES NarÁVEIS •••••••••••••••••••••••••••••••••• 61

APÊNDICE Il: NarAs HisTórucAs .••.•.•••••••.••.•..•.....•..•....•••••..• 63
SUMÁRIO

3
 npítulo Hm:
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 Abri bem os olhos, mas de nada adiantou naquela au­ rude da mortalha, que protegia o cadáver, também parecia
sência absoluta de luz. Encolhi-me num dos lados da mise­ ser imensamente complexo. Na escuridão, imaginei-me
rável tumba, mantendo o cadáver o mais afastado possível. sentindo cada fio da trama: se ao menos eu pudesse contá­
Eu era capaz de sentir os velhos ossos e a pele dura se parti­ los. Os ossos também revelavam algo novo quando eu os
rem enquanto eu chutava e empurrava. Restava, do que tocava: eram lisos e furados como uma flauta.
antes havia sido um homem, apenas um amontoado esti­ O cheiro, agora que eu prestava atenção, era tão
lhaçado, que eu temia ser minha companhia eterna. revelador quanto horrível. Logo além do fedor da morte,
Gritei de pavor e um suor frio começou a escorrer pelo jazia um cheiro doce, mas enjoativo. Doença. O cadáver
meu rosto, carregado com um odor que me excitava e aterro­ que estava na tumba devia ter morrido de lepra ou da peste.
rizava ao mesmo tempo. Cheirava como sangue. Santo Deus, Alguns pedaços do tecido também já haviam apodrecido e
eu estava sangrando! Foi então que notei um fato curioso e a secura da cripta contrastava com o cheiro sutil, úmido e
assustador: meu coração não estava batendo. Lágrimas es­ nauseante do mofo. Consegui até mesmo sentir o cheiro de
corriam pela minha face, intensificando aquele cheiro. Esta­ um pedaço de metal: o corpo havia sido enterrado com um
ria eu realmente chorando e suando sangue? Estaria real­ anel numa das mãos.
mente morto? - Quem é você? - gritei para meu benfeitor oculto,
Arranhando o teto de pedra da minúscula prisão, redu­ que também parecia ser meu malfeitor. O rugir de minha
zi rapidamente minhas mãos a feridas sangrentas numa vã voz quase me ensurdeceu, tão aguçados estavam meus sen­
tentativa de escapar. Eu não fora enterrado vivo; com cer­ tidos. Experimentando meu poder recém-descoberto, per­
teza estava morto. Oh, Deus misericordioso, me ajude! Meu cebi que era capaz de desativá-lo. - Deixe-me sair!
coração continuava parado e o frio da cova arre­ - Talvez mais tarde - ele respondeu. -
piava meu corpo. "Como é que isto pode ser a Por enquanto você tem muito a fazer. Vou
morte", minha mente atribulada imaginava, "se deixá-lo sozinho até amanhã à noite. Você
eu ainda consigo me mover?" morreu e renasceu, e logo vai morrer de novo.
- E corrw pode ser a vida se seu coração e Pense nisso durante sua graciosa solidão. O que
seu sangue estão frios e inertes? Você recebeu a é morrer e como você conseguiu escapar da mor­
maldição de Caim. te? Será que escapou? Você vive na morte ou
A voz provocou um sobressalto em mim. Eu morre em vida? Quando começa realmente a mor­
não estava sozinho? Estaria aquele cadáver arrui­ te? Você não encontrará respostas para essas per­
nado falando comigo? O horror do meu sepulta­ guntas, mais vai adquirir um enorme respeito pela
mento devia ter me enlouquecido. gravidade delas, meu amigo.
- Acalme-se. Deixe o sangue falar com você. A voz sem corpo fora da minha cripta estava certa.
Deixe-o ouvir por você. Percebi que não respirava, meu coração não batia e
A voz parecia vir de dentro da minha cabeça, meu sangue se acumulava inerte no lugar em que meus
embora ressoasse como a voz de outra pessoa. outros humores tinham estado antes.
Acorrentado pelo medo, segui as instruções da voz. �,1. No momento em que pensei no sangue, senti uma
Expirei por força do hábito, percebendo que não es- fome imensa crescer dentro de mim. Alguns momentos
tava respirando até aquele momento. Decidindo pensar depois, eu estava faminto, mas feliz por estar escondido do
naquilo depois, voltei toda a minha atenção para a voz. meu interlocutor enquanto lambia o sangue de minhas
Ouvi o ruído de alguém se movendo fora do meu sepul­ mãos. Até estiquei minha língua para sorver o precioso
cro, juntamente com o crepitar da lamparina de óleo que fluído que escorria dos meus olhos e da minha testa. Eu
carregava. Devia ser a pessoa que estava falando comigo. O estava bebendo sangue! De alguma forma, eu me tornara
cavar das minhocas através do solo também enchia os meus um monstro! Mas, devido à fome, minha monstruosidade
ouvidos, bem como o barulho das patas de um rato se arras­ pouco importava. A única coisa que eu desejava era me
tando na pedra da minha tumba. Era capaz de ouvir o som alimentar; a vontade de sangue tinha anulado todas as mi­
de minhas próprias sobrancelhas, abrindo e fechando so­ nhas faculdades. Imaginei meu mentor desconhecido fora
bre os olhos inúteis nas trevas. do meu sepulcro e quase consegui sentir o sangue vermelho
- Agora, deixe-o sentir por você: deixe-o saborear e e morno que, com certeza, corria em suas veias...
farejar em seu lugar. - Espere! - gritei, ouvindo-o preparar-se para partir.
Fiz como me foi solicitado. Meus dedos sentiam cada - Pelo menos tire este cadáver daqui!- e deixe-me rasgar
aspecto da pedra fria ao meu redor, percebendo irregulari­ sua garganta e sugar seu sangue, pensei comigo.
dades sutis e pequenos relevos que eu nunca imaginaria ser Ele disse as próximas palavras como se estivesse sorrin­
capaz de enxergar com meus olhos. A pedra áspera e fria do do, ou ao menos assim parecia:
sepulcro parecia com uma enorme impressão digital, co­ - Não, vou deixá-lo com você. Talvez ele possa res­
berta com marcas mais finas que um fio de cabelo. O tecido ponder algumas de suas perguntas.
LIVRO DO CLÃ: CAPADÓCIO

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CRIANÇA

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�»to Rs t10t't� bRs outrRs �c:e»�ttciRs � Caim,
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NOITES DE ENOQUE,
A SEGUNDA CIDADE SOBRE o PROGENITOR
Sabe-se muito pouco sobre Cappadocius antes de seu
E DEVANEIOS Abraço, exceto que ele era um sacerdote, um xamã ou um
homem santo, dado a filosofias radicais. Mesmo essa afirma­
Somente o próprio Cappadocius se lembra da época em ção é, na melhor das hipóteses, dúbia, já que ninguém é
que Enoque ainda existia, pois a assistiu desdobrar-se tão sin­ capaz de determinar sua fé original ou formular qualquer
ceramente quanto se ele a tivesse escrito. Cappadocius não um de seus dogmas iniciais. Estudiosos dentro do clã apon­
gerou prole durante as noites do reinado de Enoque, e não tam para Enoque, identificando Cappadocius como um
Abraçou nenhuma cria durante a época da Segunda Cidade. membro da casta dos escravos mortais dos poderosos Cainitas
Cappadocius não estava sozinho como Caim, pois o em seu apogeu.
Abraço não foi uma maldição para nosso fundador. Pelo O verdadeiro nome de Cappadocius perdeu-se nas vol­
contrário, o Abraço deu a Cappadocius a chance de estudar tas da história: é conhecido apenas pelo próprio vampiro e
a eterna questão que assombra os homens até os dias de não se encontra escrito em lugar nenhum. À medida que as
hoje: o mistério da morte. Fascinado pela complexidade da culturas do mundo continuavam se misturando,
não-vida, Cappadocius devotou todo seu tempo para des­ Cappadocius escolheu um nome que revelava somente sua
vendar seus segredos. Estudou, aprendeu e experimentou origem e nada mais, oferecendo-o para Caim e sua prole
ao longo dos anos, enquanto o resto da prole de Caim luta­ quando eles escolheram Cappadocius para o Abraço: "Da
va, queimava e destruía. Ele guardava seus próprios segre­ Capadócia" é tudo o que o mundo sabe deste enigmático
dos e, às vezes, os dos Ventrue e Saulot, nunca desejando Cainita e, talvez, seja tudo o que ele virá a saber.
impor aos outros o peso da resolução da charada sobre o Alguns vampiros acreditam que Ashur Abraçou
curto ciclo da vida. Muitos Capadócios acreditam que Cappadocius enquanto outros crêem que Ashur é o próprio
Cappadocius não queria compartilhar suas descobertas e Cappadocius. Independente disso, várias fontes o identifi­
guardou-as para si. cam como pertencente à terceira geração, e a maioria dos
Quando o dilúvio atingiu a Terra, Cappadocius estava textos apócrifos dos vampiros apontam apenas três Membros
longe de resolver o enigma. Quando a traição parricida que da segunda geração. Essa discrepância gera muitas contro­
provocaria a queda da Segunda Cidade aconteceu, vérsias dentro do clã. Cappadocius pertenceria à terceira ou
Cappadocius percebeu que a resposta lhe escapara porque à quarta geração? Será que Ashur pertence à segunda gera­
não havia compreendido a questão. ção (um pressuposto terrível que dá credibilidade à
Com isso em mente, Cappadocius decidiu gerar uma genealogia dos Assamitas)? Ou será que ele era da terceira
cria. Fugindo das ruínas da Segunda Cidade para sua terra geração e foi diablerizado por Cappadocius? Existe alguma
natal, dominada, hoje em dia, pelos turcos Seldjúquidas, verdade nos rumores de que Ashur criou também a linha­
Cappadocius Abraçou o primeiro de sua progênie, um via­ gem que se tornaria os Baali? Ou essa é uma suposição errô­
jante chamado Caias Koine. nea aceita por todos os vampiros?
Foi neste momento que Cappadocius teve, pela primei­ Fontes similares apontam outras peculiaridades da exis­
ra vez, suas visões precognitivas. Nosso fundador viu-se tência de Cappadocius, em especial, seus freqüentes perío­
cercado por uma grande quantidade de suas crias, que la­ dos de torpor. Assim como muitos que têm sua idade e po­
mentavam a perda de algo desconhecido. Partilhando seus der, o fundador gasta boa parte do tempo dormindo o sono
sonhos com Caias, Cappadocius e sua cria assumiram este sem sangue dos Antigos. Entretanto, diferente da maioria
novo mistério com uma paixão que rivalizava com sua bus­ dos outros Antediluvianos, o sono de Cappadocius é espas­
ca anterior, a solução do enigma da morte. módico e breve, como o de um insone ou o de uma criança
Então, Cappadocius e Caias criaram uma progênie para perturbada. Sabe-se que ele se levanta do torpor periodica­
ajudá-los em seus estudos, incluindo Jafé e Lazarus, que os mente, realiza algumas tarefas, pronuncia alguns decretos
encorajaram ao longo dos milênios e os ajudaram a procu­ enigmáticos e volta a dormir. Este fato é considerado uma
rar as respostas que buscavam. Viajaram pelo mundo, ven­ das principais razões de o clã Capadócio ser tão rebelde e
do reinos nascerem e caírem, alimentando-se quando pre­ descentralizado, porque seu fundador pode despertar a qual­
cisavam e descobrindo novas pistas a cada noite. quer momento e anunciar novas diretrizes para sua prole;
Cappadocius falou com Zoroastro e Buda, adquirindo com nenhum indivíduo ou grupo pode impor seus objetivos ao
estes profetas um conhecimento maior sobre o que ele pro­ clã. Mesmo Jafé, Cappadocius e Augustus Giovanni, as crias
curava no mistério eterno Ele viajou pelas terras da do fundador vistas com mais freqüência (se é que se pode
Babilônia com o grande Nabucodonosor e viu os Jardins dizer uma coisa dessas da quarta geração), têm períodos de
Suspensos; interrogou Alexandre, o Bárbaro e fez pergun­ disfunção aleatórios e incalculáveis.
tas a Ptolomeu; conversou bastante com Antíoco de
Seleuco e com uma multidão de pensadores gregos.
Nenhum deles lhe deu as respostas que ele precisava.
LIVRO DO CLÃ: CAPADÓCIO

12
A PRIMEIRA REVELAÇÃO
Apesar de suas viagens parecerem infrutíferas,
Cappadocius não desistiu, enviando suas ninhadas para
pesquisar o mundo como ele havia feito. Será que ninguém
conseguiria desvendar o mistério da morte? Com certeza,
outros haviam ponderado sobre essas mesmas questões.
Quem poderia lhe dar alguma luz?
Ele partiu em busca da resposta numa peregrinação pe­
las terras dos hebreus, ao sul de sua terra natal, a Capadócia.
Durante todas as suas buscas, ele havia perdido de vista o
objetivo de sua pesquisa. Nenhuma quantidade de estudo
de corpos mortos ou de palavras arrancadas de suas almas
poderia revelar a verdade sobre a afirmação simples que os
seres vivos testemunhavam todos os dias. Somente Deus
sabia a grande verdade.
Cappadocius encontrou uma tenda solitária nas pla­
nícies de Canaã, muito distante das cidades de Gaza e
Jerusalém. Uma luz tênue tremeluzia dentro dela e havia
pouco movimento. Uma solidão preenchia o ar e
Cappadocius a confundiu com desespero.
Cansado, desiludido e faminto, nosso fundador caiu
sobre a tenda como um predador. Pretendia, nesse momen­
to, buscar a resposta matando aquela fonte, que ia saciar a
sede da Besta.
Lançou-se para dentro da tenda, os olhos em chamas, e
falou para o assustado judeu que se encontrava lá dentro.
- Procuro a resposta para a rrwrte. Ta/vez a sua possa
me revelar a verdade.
- Sei que não posso impedi-lo. Mas sei que Deus me
protegerá - respondeu o judeu.
- Quem é você para Deus cuidar do seu bem-estar? -
rosnou o furioso Antediluviano, de modo sarcástico, con­
trolando com dificuldade seu frenesi.
- Sou apenas um homem. Deus cuida de mim, pois ele
é soberano, transcendental e bom - respondeu o judeu,
com voz fraca.
Cappadocius parou, a Besta desaparecia da sua visão.
- Com sua sabedoria simples, você salvou sua vida -
ele disse enquanto a Besta deixava sua alma.
Cappadocius amaldiçoou a si mesmo por sua tolice. Ali
estava ele, uma cria de Caim que tinha vagado por toda a
criação durante milhares de anos, buscando em meros mor­
tais a inspiração para a pergunta que não tinha resposta.
Milhares de anos jogados fora! Se quisesse realmente apren­

o TEMPLO EM ERCIAS DAGI

der, teria que ouvir a resposta aos pés de Deus.

Com o espírito rejuvenescido pelo foco recém-desco­

berto, Cappadocius enviou mensagens a sua prole, avisan­
do que tinha notícias de extrema importância. Dentro de
exatamente um mês, todos os membros de sua ninhada
deveriam se reunir na cidade de Goreme, preparando-se
para ouvir as novidades que seu criador tinha para eles.
Quando os Capadócios estavam reunidos, o fundador
disse-lhes que a nova direção da sua busca exigia que eles se
aproximassem de Deus. O primeiro passo para resolver o
enigma implicava na proximidade física do Paraíso.

13
 Os Capadócios nunca foram famosos como soldados.
Por isso, foi muito estranho quando, numa noite há mais
de 1200 anos, uma procissão de monges Ladrões de Sepul­
turas escalou o monte Ercias Dagi no centro da Capadócia.
As histórias sobre essa noite percorreram caminhos tortu­
osos até atingir outros Cainitas. Diversos carniçais acorda­
ram e descobriram que seus regentes Capadócios haviam
desaparecido. Príncipes ocidentais ouviram rumores sobre
um vasto exército de vampiros pálidos cruzando seus terri­
tórios. Mercadores ambulantes, que poderiam ter perecido
sob as presas de grupos de Cainitas menos obcecados, assis­
tiram à horrível procissão do alto das árvores. Outros via­
jantes apenas observavam, enquanto a legião silenciosa se­
guia sempre adiante.
O Monte Ercias Dagi, também conhecido como
Argaeus, abrigava um pobre e esquecido monastério, com­
pletamente invadido pela prole de Cappadocius, que pron­
tamente mataram os quatrocentos moradores humanos
do templo e seu único morador Cainita. Liderados por
Caias Koine, os monges tomaram o templo e, logo em
seguida, voltaram a assumir sua natureza dócil.
Nenhuma heresia ocorria no templo; os ocupantes an­
teriores não faziam pactos com demônios e viviam como
ascetas. O único vampiro que havia lá, um Malkaviano co­
nhecido como Algol, encontrou a Morte Final sob as acu­
sações de viver como um Osíris e se alimentar dos monges
sob o disfarce de profeta. Numa única noite, a orientação
filosófica do templo foi alterada para sempre e direcionada
para um novo aprendizado.
O templo não se abalou quando as notícias começaram
a circular. Cainitas de toda a região indagavam os motivos
dos Capadócios, embora a Canaille prosseguisse com suas
vidas a seu modo tipicamente ignorante. Vários curiosos se
aproximaram do Ercias Dagi sob a cobertura das trevas, na
esperança de observar as terríveis orgias e ritos que, com
certeza, estavam sendo realizados lá. Mas, em vez disso, eles
encontraram apenas mais monges.
O templo tinha mudado da noite para o dia. Os
Capadócios tinham trabalhado incansavelmente, remode­
lando o templo para melhor acomodá-los, derrubando pa­
redes antigas e erguendo outras. Escavaram grandes câma­
ras subterrâneas e construíram bibliotecas e mausoléus em
cima delas. Em alguns meses, a reconstrução do templo
estava terminada. Desde então, o tempo já teve centenas
de nomes, todos eles súplicas de iluminação e revelação de
segredos. Para aqueles que conheciam os Capadócios, cir­
culavam rumores de que o único objeto de estudo do tem­
plo era a própria morte. Enquanto a maioria absoluta do clã
estava em outros lugares, todos os Capadócios podiam visi­
tar Ercias Dagi a qualquer momento para estudar, partilhar
descobertas ou apenas descansar.
Depois de estabelecerem seu novo lar, os Capadócios
proclamaram em assembléia que se reuniriam, dentro de
suas limitações, todos os anos durante o solstício de inver­
no. Nessa ocasião, discutiriam seus estudos e formalizari­
am suas opiniões sobre os assuntos do clã.

14
A ASCENSÃO DO
CAPPADOCIUS, o CRISTÃO
CRISTIANISMO Embora os Cainitas remontem suas origens por meio de
Pouco depois da invasão do templo de Ercias Dagi, a histórias bíblicas e alguns documentos, pouquíssimos Anti­
cristandade começou a se espalhar pelo mundo Ociden­ gos são realmente cristãos. A maioria deles reconhece o Deus
tal. Os Capadócios aceitaram o cristianismo sem restri­ cristão, mas coloca-se acima ou à parte da religião, acredi­
ções, da mesma forma que aceitamos qualquer fé que po­ tando que a fé é um instrumento para os mortais. Isso cria
deria nos ajudar na busca pela natureza do espírito. As um relacionamento interessante entre os vampiros e o mun­
terras da Capadócia tornaram-se áreas de proteção para do: eles buscam o Paraíso ou celebram sua maldição? Como
os cristãos perseguidos, pois, embora estivesse em ascen­ é que seu agnostismo explica a origem deles em Caim, que
são, a religião ainda enfrentava antagonismos. Duas cida­ matou seu irmão Abel como uma oferenda a Deus?
des Capadócias encravadas no próprio solo, Derinkuyu e Cappadocius não tinha essas dúvidas. Mesmo durante
Kaymakli, abrigaram muitos cristãos durante as primei­ sua vida mortal, o fundador foi um sacerdote sempre atento
ras noites de intolerância. às obras de Deus, embora não fosse cristão naquela época.
Os Capadócios foram decisivos para o crescimento do (As noites quando Enoque existia são muito anteriores à
cristianismo, construindo igrejas e mosteiros nas rochas emergência dessa fé). O que importa é a conversão total de
daquelas terras. Na verdade, ainda existem membros ati­ Cappadocius para o cristianismo, produto de um milagre
vos do clã na terra natal de nosso fundador, contribuindo enviado diretamente por Deus.
com Elmali Kilise, Karanlik Kilise e Uzumulu Kilise, igre­ Enquanto viajava pelas terras que chamava de lar,
jas que atendem às necessidades cristãs na mais sagrada Cappadocius foi acometido pelo pecado do desespero. Ele
das terras. havia passado centenas de anos procurando novas pistas
Seguindo os ensinamentos de Cristo, o próprio sobre os mistérios da morte. Essas pesquisas mostraram-se
Cappadocius refugiou-se com algumas de suas crias na ci­ infrutíferas e a carga da missão fracassada pesava sobre seus
dade subterrânea de Derinkuyu. Os vampiros preferiam o ombros. Até que, uma noite, ele resolveu desistir.
clima frio e seco da cidade subterrânea, e a proteção que ela Deitou-se sobre uma rocha vulcânica e fechou os olhos.
oferecia contra o sol era incomparável. Muitos deles en­ Usando seu domínio da Disciplina Metamorfose, o
volveram-se ativamente na propagação e no ensino do pen­ Antediluviano afundou na terra. Permaneceu ali um nú­
samento cristão entre os filhos de Seth. Outros se retira­ mero incalculável de noites; dizem que 33 anos se passaram.
ram para a escuridão, buscando, ainda mais arduamente, a Ele despertava todas as noites, cada vez mais debilitado do
compreensão. que na noite anterior, mas recusava-se a levantar-se e voltar
Nessa época, Cappadocius percebeu que sua progênie para sua busca vazia.
não precisava se devotar completamente à resolução do Finalmente, depois de muitos anos, recebeu a visão de
enigma. Seguindo a filosofia delineada pelo pai da história, um anjo. Cappadocius achou que ficaria ali para sempre ou,
Heródoto, o fundador instruiu a todos com quem falava a talvez, fosse destruído pelas presas de um Cainita mais fraco.
"serem moderados em todas as coisas". Os Capadócios se­ Mas o anjo lhe disse que não seria assim. O anjo revelou que
guiram o conselho de seu fundador e temperaram sua busca o vampiro estava predestinado a encontrar a resposta, e Deus
com o estudo de outras áreas de conhecimentos. Durante desejava que aquela busca alcançasse seu objetivo.
esse período, a quantidade de bibliotecários, filósofos, - Não consigo - protestou o fundador derrotado -
teosofistas, cartógrafos, lingüístas e eruditos de muitas ou­ pois sou muito fraco.
tras categorias cresceu dentro do clã. Alguns inconformados
- Então, eu o deixarei forte - respondeu o anjo, cor­
concederam o Abraço a viajantes, guerreiros e servos civis.
tando seu próprio pulso com uma espada de luz sagrada. O
Eles alegavam que o motivo dessas indulgências era livrar o
sangue escorria pelo braço do anjo e algumas gotas caíram
clã da estagnação. Durante milênios, o clã havia seguido
nos lábios do Antediluviano, revigorando-o e, ao mesmo
diretrizes errôneas. A ampliação do contato com pessoas
tempo, queimando-o com o poder da fé.
diferentes ajudou os Capadócios a terem novas perspecti­
vas. Os estudos sobre a morte continuavam sem diminuir, - Deus deseja que tenha sucesso; rogo que você não o
mas o clã admitiu uma quantidade sem precedentes de no­ desaponte.
vos membros. Dizendo isso, o anjo ascendeu ao céu.
Cappadocius abriu caminho através do solo, espalhando
pedaços de pedras em todas as direções. Saciando o resto de
sua fome voraz com uma caravana árabe que passava, o
Antediluviano caminhou novamente pela terra. Daquele
momento em diante, ele Abraçou a fé cristã, sabendo que
Deus o havia escolhido para um propósito maior.
o TERRÍVEL EGITO
Os historiadores Cainitas parecem surpresos com o fato
..
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de o clã Capadócio ter desprezado o Egito como uma área

de concentração. Conhecido há muito tempo como a terra
dos mortos, o Egito parecia ser uma opção ideal para um clã
de estudiosos que desejava desvendar a natureza da morte e
seus mistérios. Por esse motivo, o Egito seria uma excelen­
te escolha de moradia.
Infelizmente, o Egito abrigava a escória das Serpentes,
os repulsivos seguidores do semideus morto-vivo Set. Os
Capadócios sabiam pouco sobre Set além do que havia dis­
ponível no folclore da região. Além disso, conheciam-no
através dos textos do Livro de Nod; Set era um dos 13
Antediluvianos que deram origem aos clãs. Pouquíssimos
Capadócios conheceram o fundador dos Setitas devido a
sua idade avançadíssima e seu sigilo inumano. Isso não é
muito estranho, já que poucos Capadócios conheceram
qualquer membro da terceira geração.
No entanto, os Capadócios estavam familiarizados com
os Seguidores de Set. O relacionamento entre os clãs não
era dos melhores, principalmente porque os Capadócios
desejavam se dedicar pacificamente aos seus estudos en­
quanto os Setitas queriam conspurcar tudo aquilo em que
tocavam. As jornadas para o Egito quase sempre se mos­
travam infrutíferas, pois o preço de lidar com as Serpen­
tes superava, em muito, os possíveis benefícios.
Durante a propagação do cristianismo na época do Im­
perador Nero, São Marcos trouxe com ele para o Egito o
que se tornaria a fé cóptica. Os Capadócios, seguindo a
bandeira do cristianismo, esconderam-se nas congrega­
ções, com a esperança de criar postos de observação secre­
tos naquela terra corrompida. No entanto, bastava aos
Setitas ouvir rumores sobre um vampiro num monastério
para inundar as igrejas cópticas com seus membros profa­
nos, que reviravam cada pedra até descobrirem o Cainita.
Então, os Capadócios (e outros vampiros - os Setitas
não faziam distinção) tornavam-se alvos dos métodos de
corrupção, que tinham como objetivo desviar os estudio­
sos de suas buscas. Como alguns Ladrões de Sepulturas
puderam atestar, um Capadócio seduzido pela via
Serpentis é uma visão terrível.
Apesar disso, os Capadócios ainda tentam se infiltrar
no Egito, realizando cruzadas furtivas e silenciosas nas
terras do outro lado do mar Mediterrâneo. Embora alguns
deles tenham conseguido levar a não-vida com dificulda­
de nas areias escaldantes do Egito, eles não obtiveram
nenhum benefício. Muitos ainda continuam lutando, na
esperança de serem os pioneiros na interrupção do legado
"
de fracasso do clã.

Exooo DE DERINKUYU
Chegou uma época em que os hábitos de Cappadocius
começaram a incomodar o povo de Derinkuyu. Ainda que
o ar frio e subterrâneo preservasse os cadáveres que os
Capadócios, adoravam estudar a proximidade dos corpos
provocava desconforto e nervosismo entre os habitantes
do subterrâneo. O Antediluviano e sua prole perceberam o

LIVRO DO CLÃ: CAPADÓCIO

16
desgosto dos filhos mortais de Seth e aprofundaram-se ain­ vez, para as câmaras mais profundas da cidade vizinha a
da mais em seus estudos macabros. Derinkuyu, Kaymakli.
Com o tempo, a população não conseguia mais supor­ Com exceção do próprio Cappadocius, ninguém estava
tar. Já tinham visto muitos vampiros cadavéricos moven­ preparado para a assembléia. Uma visão presciente havia
do-se silenciosamente nas catacumbas; já haviam tolerado mostrado ao fundador o que deveria ser feito antes mesmo
por muito tempo os rituais profanos praticados por esses de a multidão chegar.

o FESTIM DOS TOLOS

estranhos (embora benevolentes) monstros; já tinham ofe­
recido sangue suficiente para sustentar a presença
perturbadora desses parasitas, que continuavam investi­
gando mistérios proibidos para os homens de fé. Os corredores e câmaras subterrâneos de Kaymakli po­
Cappadocius falou com o povo, percebendo que o cres­ diam acomodar até 15.000 pessoas. Na noite da convoca­
cente tamanho de sua ninhada exigia demais dos recursos ção, compareceram 12.000 vampiros de nosso clã. Todos
fornecidos por esses mortais; as pessoas estavam anêmi­ ficaram estupefatos. Como um grupo conhecido como Clã
cas devido ao enorme consumo de sangue e doentes por da Morte podia ter uma vitae tão fértil! Como podíamos
causa da constante exposição aos cadáveres apodrecidos existir numa quantidade tão espantosa?
em estudo. Numa congregação absurda e confusa, os Capadócios
Entendendo o sofrimento das pessoas, o fundador per­ desalojaram os cidadãos de Kaymakli, expulsando-os de suas
cebeu que cometera um erro grave ao Abraçar tão futil­ casas durante várias noites enquanto a convenção aconte­
mente. Voltou para Ercias Dagi e estudou cuidadosamente cia. De modo inofensivo e com a ajuda de Caias e Jafé,
as traduções do Livro de Nod; descobrindo na Lenda da Cappadocius selecionava sutilmente as fileiras de seu clã.
Primeira Cidade, a condenação à proliferação excessiva do - Quem dentre vós não ajudou a construir ou planejar
sangue de Caim e o pecado que resultou da desobediência uma igreja ou templo? - perguntava o fundador, ordenan­
de sua prole. De fato, Cappadocius lembrou-se das noites do a Caias que conduzisse àqueles que respondiam às câma­
em que ficava lendo, quando era o único membro de sua ras mais profundas da cidade.
linhagem, enquanto seus irmãos e irmãs amaldiçoados cri­ - Quem dentre vós não sabe ler nem escrever? Quem
avam sua progênie com displicência. Arrependido de sua não segue a Via Caeli? Quem não começou a procurar res­
falta de cuidado, convocou novamente sua ninhada, desta postas para o grande enigma?
 De maneira lenta, mas inexorável, a quantidade de - Nenhuma tragédia engendrada por mim, irmão. Ape­
Cainitas reunidos diminuía à medida que a maioria sub­ nas nos protegemos da tragédia planejada por nosso pai.
mergia na cidade. Com certeza, o fundador tinha planos Caias foi tomado pela fúria. Quem era Lazarus para ques­
para eles; Cappadocius estava, sem dúvida, transforman­ tionar a vontade de Cappadocius? Então, lançou-se sobre
do seus filhos mais capacitados em líderes de alguma nova Lazarus para matá-lo enquanto a prole do último observa­
ordem. va aterrorizada. Dois vampiros antigos colidiram numa
Quando fez sua última pergunta e enviou os últimos batalha de proporções épicas. Dizem que o Nilo correu para
Capadócios escolhidos para as profundezas de Kaymakli, o a nascente durante o ano seguinte. No fim, no entanto, até
fundador ordenou que Caias e Jafé fechassem para sempre o mesmo a habilidade e a astúcia de Caias mostraram-se inú­
portal da cidade. Enquanto o mecanismo de pedra silenci­ teis; Lazarus lançou mão da repulsiva Disciplina Serpentis,
ava os gritos vindos do poço de Cainitas condenados, que é unanimemente reconhecida como domínio do Clã
Cappadocius lançou uma proteção sobre o portal: da Víbora. Caias caiu, mas não sem ferir gravemente o trai­
- Não permita que nenhuma cria de Caim saia por dor Lazarus, que afundou no terreno arenoso e nunca mais
esta passagem; que nenhum filho de Seth entre. foi visto.
O fundador chorou lágrimas de sangue quando voltou Sem o comando de seu líder, os Capadócios egípcios se
as costas para a tumba coletiva. Sua negligência e sua ob­ espalharam pelo mundo. Alguns deles voltaram para Ercias
sessão insensata haviam condenado milhares de vampi­ Dagi e pediram perdão a Cappadocius. A maioria sim­
ros inocentes, que haviam sido Abraçados futilmente. plesmente viajou sem nenhuma direção, indo para onde
Apenas sua hipocrisia e a humanidade remanescente ha­ seus destinos os levavam.
viam salvado Cappadocius e a minoria selecionada do
mesmo destino. A SEGUNDA REVELAÇÃO
- Saiam daqui. Este lugar está amaldiçoado - Pouco tempo depois do Festim dos Tolos, Cappadocius
Cappadocius disse para os habitantes mortais de Kaymakli. teve outra visão poderosa e inegável sobre o que o futuro
- Partam e não voltem nunca mais. reservava para ele e sua prole.
Proteção se mantém até hoje, apesar dos prisioneiros O Antediluviano viu a Crucificação: o corpo andrajoso
terem, com certeza, caído em torpor ou perecido sob as de Cristo pregado na cruz como sacrifício pelos pecados
presas de seus irmãos. Entretanto, isso nunca foi confirma­ dos filhos de Seth. Depois, ele viu os milhares de vampiros
do, pois ninguém deseja testar a proteção de Cappadocius, que havia enterrado, ainda despertos, urrando com fúria e
que impede a saída de qualquer Cainita daquele local de­ impotência. A perspectiva da visão mudou para mostrar
pois que ele entra. Cappadocius e os poucos Cainitas remanescentes do seu
clã afastando-se da prole aprisionada.
A AUSÊNCIA DE LAZARUS Cappadocius viu uma relação entre aqueles vampiros e
Enquanto Cappadocius criava a proteção sobre o Filho de Deus - sacrificando a si mesmos para que, ou­
Kaymakli, Jafé teve uma conversa particular com Caias. tros pudessem continuar existindo.
Nenhum deles tinha visto seu irmão Lazarus durante a con­ Então, o fundador teve outra visão do futuro, menos
venção e Jafé julgava essa ausência um insulto ao seu se­ vívida em sua mente do que o terror contido na visão ante­
nhor. Embora um pouco relutante, Caias concordou em rior. Cappadocius viu a si mesmo na cruz. Com os dedos,
visitar o refúgio do irmão e descobrir porque Lazarus se Jafé e Caias examinavam seus ferimentos enquanto uma
considerava acima da convocação do fundador. infinidade de mortais chorava no sopé da colina.
Lazarus tinha construído sua morada nas terras arden­ Cappadocius interpretou essa visão como uma ordem. Seu
tes do Egito, há muito tempo. Sem temer a maldição de Set, sacrifício serviria para perpetuar a humanidade em meio ao
reuniu alguns Capadócios corajosos e construiu seu refúgio mar opressivo dos vampiros.
próximo às margens do Nilo. Até hoje, sussurros anônimos Cappadocius sabia que tinha de alcançar a divindade.
acusam Lazarus de transigência com os desejos de Set; al­ Ele e suas crias mais próximas consagraram-se à obten­
guns rumores chegam a afirmar que o Capadócio perdido ção da divindade. Existem diversas referências ao poder de
está preso pelo Voto de Sangue. consumir a hóstia nos estudos do clã. Certos documentos
Seja qual for a verdade, a visita de Caias foi mal recebi­ afirmam, literalmente, que é possível se tornar Deus con­
da. Claro que Lazarus e seus colegas tinham ouvido o cha­ sumindo Sua carne e Seu sangue. Entre esses textos, inclu­
mado do fundador, mas os prescientes dentre eles anteci­ íam-se escritos da Gnose e do Zoroastrismo, assim como
param a terrível conseqüência de atendê-lo. Suspeita-se· registros egípcios sobre a viàgem entre o mundo dos vivos
que Lazarus temia que Cappadocius pudesse ver a maldição e o mundo dos mortos. Realizando um ritual para só alcan­
de Set em sua alma. çar a paz e a tranqüilidade definitiva, era possível ascender
- Meu irmão - disse Caias - com certeza você ouviu ao próprio Paraíso, tomar o trono de Deus e levar toda a
o chamado de nosso pai, não é? humanidade para o Céu.
- Sim, ouvi - respondeu Lazarus. Estes fragmentos de conhecimento esquecido inspi­
- E, certamente, pretendia atendê-lo. Que grande tra- raram novas esperanças em Cappadocius. Sua interpreta­
gédia o impediu? - perguntou Caias, cuja fúria aumentava ção dos manuscritos dizia que, se atingisse a Golconda e
diante da insolência do seu irmão de sangue. cometesse a diablerie em Deus, ele poderia se tornar Deus.
LIVRO DO CLÃ: CAPADÓCIO

18
Mesmo quando estava em torpor, o fundador sonhava com Com a ajuda do capital dos Ventrue, ficou mais fácil
um mundo paradisíaco e com os meios de atingi- lo. Em continuar os estudos medicinais do clã, usando nossos
sua mente, o enigma havia sido respondido mais uma vez, próprios esforços e influenciando a crescente comunida­
mas a pergunta continuava difícil de entender. A respos­ de médica dos barbeiros e herbalistas. O dinheiro, o pres­
ta era que, ao trazer o Paraíso para a Terra, a vida e a morte tígio e os contatos dos Ventrue nos possibilitaram um
seriam uma só, infinita e infindável. A pergunta, no en­ acesso mais direto àqueles que haviam encontrado textos
tanto, era: como? esquecidos e desenterrado documentos úteis. As cortes

A
dos Ventrue (e, de certa forma, dos Lasombra, embora
INFLUÊNCIA DOS fosse raro o Magis trado que ou visse qualquer conselho
além do próprio ) também eram locais cosmopolitas, onde
CAPADÓCIOS NA EUROPA podíamos conversar com os maiores pensadores daquela
Enquanto Cappadocius passava suas noites no isola­ época , tanto mortais q uanto Cainitas. Por último , os
mento de Ercias Oagi, os membros sobreviventes do clã Ventrue ofereciam uma boa proteção contra os perigos
se espalharam pela Europa, ansiosos por escapar da terra ubíquos do mundo. Os lupinos achavam muito difícil nos
que servira de tumba para muitas de suas crias e irmãos. atacar nos castelos .
Alguns ficaram em Ercias Oagi; outros foram para as ter­ Nossa disseminação pela Europa foi ines timável, como
ras hoj e reclamadas pela Turquia e Bizâncio ; a maioria mostram nossas re uniões anuais em Ercias Dagi. Embora
deixou seus legados dolorosos para trás , indo cada vez mais não nos devotássemos a ac umular influência, consegui­
para o ocidente . mos nos estabelecer em cantos do continen te onde nosso
Nessas noites, foi firmada uma aliança silenciosa entre trabalho pôde continuar no ritmo q ue desej ávamos. (Nos­
os Ventrue e nosso clã. Em troca de vantagens para estu­ so ilus tre clã tem a té algu ns Príncipes em várias cidades
dar, nós, gentilmente , aj udávamos os Patrícios com asses­ espalhadas . )
soria e pesquisa . Essa prática continua até hoj e e essa Sempre fomos acusados de sermos limitados como um
simbiose auxiliou nossos estudos de muitas formas. clã , mas, na verdade, passamos por uma enorme diversifi­
cação desde nossa chegada à Europa. Temos ampla re pre­

Os INF1noREs sentação, principalmente na forma do comando dos anci­

ões, que não querem repe tir a peregrinação infru tífera que
Quando Cappadocius convocou o Festim dos Tolos, se seguiu à queda da Segu nda Cidade . Poss uímos muitos
diversos inte grantes de sua ninhada não puderam com­ poe tas que ques tionam a alma com suas palavras cu idado­
parecer. Sej a devido à impossibihdade física de viaj ar, ao samente e laboradas ; diversos sace rdotes e clérigos devota ­
estilo de vida peregrino, que impedia a recepção do cha­ dos às várias crenças e paraísos do cris tianismo , islamismo
mado ou a alguma premonição do clã que impelia o e paganismo, e ntre o u tras . Abraçamos artesãos e engenhei­
vampiro a não atender o chamado , alguns Capadócios ros civis , prese rvando as obras que s a tisfaze m as necess ida­
escaparam do aprisionamento em Kaymakli. des básicas da vida noturna . (N ão existiriam respostas e te r­
nas nas coisas que co ns ideramos garantidas toda noite ? )
Esses Capadócios, conhecidos como Infitiores, passa­
Filósofos , barbeiros e cientis tas per tencem a nossas filei­
ram a odiar o fundador do clã, pois não sabiam se estari­
ras , somando-se à fonte de conhecimento que prezamos
am entre os enterrados, caso tivessem a tendido ao cha­
tanto. Até mesmo conse lheiros e ecôno mos agraciam nos ­
mado. Eles renegam qualquer ligação com o clã, bus­
so clã , guiando os senhores feudais com nossa sabedoria e
cam seus próprios obje tivos e evitam qualquer contato
compreensão .
com os antigos irmãos. Levam não- vidas tristes e solitári­
as, amargurados pela traição e pelo j ulgamento inj usto INFLUÊNCIA NA IGREJA
do homem que, um dia, seguiram de boa fé . Como nossos espíritos clamavam pela resposta à per­
Os Infitiores raramente interagem com ou tros vam­ gunta e terna, inúmeros Capadócios atenderam ao chama­
piros, mas nunca com outros Capadócios. S ão encontra­ do da Igrej a. Durante as primeiras noites depois de nossa
dos perto da Terra Santa e em lugares mantidos pelos migração para a Europa , eles fizeram p arte do clero em
muçulmanos - isso quando são. monastérios isolados. Enclausurados, fora do alcance de
Nos últimos séculos, este pequeno fragmento da so­ outros vampiros e da depredação da sociedade urbana, os
ciedade Capadócia escapou da perseguição dos Giovanni monges Capadócios passavam as noites em solidão. Na igre­
e migrou para comunidades isoladas no Haiti, Portugal, ja, encontramos um trabalho produtivo que nos ajudaria
Jamaica e ilhas remotas da África. Os Infitiores sobrevi­ na perseguição de nossos objetivos copiando liv ros e tradu­
ventes evitarão o parricídio dos Giovanni devido ao seu zindo manuscritos. Vive ndo entre os humanos sem o co­
repúdio e à falta de comunicação com o clã original e nhecimento deles, os Capadócios se espalharam como um
devido a sua vagarosa, mas signific ativa, mudança de véu invis ível sobre a terra, bebendo o mínimo possív el de
aparência. No século XX, os remanescentes não se pare­ seus irmãos monásticos ou de animais nos estábulos das
cem com nada remotamente humano, mesmo sob pou­ abadias. A maioria dos monastérios da cristandade abriga­
ca iluminação, e renunciaram a toda sua herança ram, pelo menos uma vez, um Capadócio entre os seus
Capadócia. monges, se é que ainda não o fazem.
 Nossa maior dificuldade era alcançar os altos postos da naram contra a aprovação mortal e saudaram o nascer do
Igreja, por causa de nossa aparência pálida e natureza no­ sol com estacas em seus corações. Felizmente, a maior parte
turna. De qualquer forma, nos insinuávamos em cada dos membros do nosso clã não é suscetível de arrogância
diocese da Santa Sé, desde os confins católicos da Inglater­ nem da tentação insensata do poder. Em vez disso, oferece­
ra até as fortalezas ortodoxas da Hungria oriental. Numa mos acordos aos outros clãs, similares a nossa aliança com
época em que o clero apenas começava a saborear a indul­ os Ventrue: em troca de proteção e acesso às reservas de
gência atual de sua posição, nossas peculiaridades eram, na

o EXPERIMENTO GIOVANNI
sabedoria, oferecemos, de boa vontade, nosso conselho.
pequena escala que as mantínhamos, perdoadas. Nossos
membros observavam e aprendiam com cada diferença do
presbitério. Como abades, incitamos monastérios inteiros No início do século XII, agentes do nosso clã descobri­
a buscar a verdade. Como bispos, fortificamos as obras de ram um pequeno grupo de mortais necromantes na cidade
nossos aliados. Como modestos vigários, lideramos as mis­ de Veneza. Esse refúgio insular era composto exclusiva­
sas e vigílias das completas, até as matinas. As freiras mente de membros de uma família: um grupo de explora­
Capadócias e seus irmãos curaram doenças entre os mor­ dores das Cruzadas, conhecidos como Giovanni. A família
tais, sempre observando a entropia e a decadência evidente adquiriu uma vasta riqueza cobrando preços exorbitantes
no escravo mais desprezível ou no príncipe mais nobre. por passagens para a Terra Santa e por entregar suprimen­
Aplicamos a extrema-unção em humanos e Cainitas en­ tos às frentes de batalha. A degradação e a corrupção segui­
quanto eram enterrados, quando o último vestígio da vida ram seu sucesso financeiro e as indulgências da família
ou não-vida deixava seus corpos. Giovanni eram conhecidas por todo o norte da Itália. Ten­
do praticado todas as atividades execradas pela Igreja, os
E NOS ASSUNTOS DE ESTADO Giovanni se devotaram à arte proibida da nigromancía.
Apesar de poucos dentre nós virem de famílias nobres, Estes amadores se provaram notavelmente eficientes
influenciamos bastante os assuntos de estado. Nosso co­ em sua arte negra, abrindo novos horizontes e tendo suces­
nhecimento é tão vasto que nossos conselhos são, freqüen­ so onde seus predecessores tinham conseguido apenas ra­
temente, solicitados pelos líderes Cainitas e até mesmo biscar algumas blasfêmias em livros de pele de cabra. Eles
por autoridades mortais que conhecem nossos membros conseguiram contatar os espíritos dos mortos ainda
por sua reputação. Os rumores dizem que nos matar não conectados (mesmo que brandamente) ao mundo físico,
vale o esforço, embora este insulto indique que os assassi­ perguntando-lhes o que havia além. Naturalmente, os
nos potenciais preferem ouvir Capadócios levaram relatórios sobre o refúgio diretamente
nossos conselhos, evitando que para Ercias Dagi, onde discutiram sua descoberta comJafé e
seus inimigos o façam. a matrona Constância. Jafé, receoso em despertar
Trabalhamos à margem Cappadocius de seu sono, preferiu deixar os eventos se de­
do domínio da política. Mui­ senrolarem para ver o que seria dos Giovanni. Constância,
tos são os Cainitas que, pro­ no entanto, ficou impressionada com as novidades e cor­
clamando seus títulos reu para o mausoléu onde o fundador dormia e falou com
mundanos, gover- ele através de seus sonhos estranhos.
Embora estivesse em torpor, Cappadocius ficou muito
feliz com a oportunidade que esses necromantes re­
presentavam. Ele chamou Jafé e o instruiu a
sangrá-lo, recolher a preciosa vitae em um reci­
piente e reservá-la. Jafé, sempre leal, satisfez o
pedido do fundador, embora estivesse com
o coração apreensivo. Jafé só protestou
quando Cappadocius deixou suas in­
tenções claras, entrando em desa­
cordo com seu amado senhor
pela primeira vez desde
o seu Abraço.

20
 A TRAGÉDIA DE PADRE EUSTÁQUIO
No final do século XI, um Capadócio conhecido como No fim, a popularidade de Eustáquio foi a causa de sua
Padre Eustáquio assumiu a responsabilidade da paróquia de destruição. No início de uma colheita promissora, a adorada
uma pequena cidade entre Toulouse e Tours. Ele era adora­ paróquia do Capadócio se reuniu na igreja. Convencidos de
do por sua congregação, conduzindo sua paróquia com firme­ que a benevolência de Deus partia de seu servo mais fervo­
za e justiça, prometendo as vastas recompensas do Paraíso roso, uma multidão de camponeses se reuniu às portas da
àqueles que aceitassem a generosidade de Cristo. Ele tam­ igreja e exigiu a presença do bom padre. Ignorando os avisos
bém prometia os infinitos tormentos do Inferno àqueles que de que o padre não podia ser perturbado durante o dia, a
se desviassem do caminho, como qualquer bom padre faria. multidão entrou no quarto de Eustáquio, ergueu o padre
Quanto mais Eustáquio se envolvia na vida da congre­ adormecido e marchou numa procissão alegre pela rua, dan­
gação, mais ela o amava. Ele irradiava um aura de calma e do vivas enquanto caminhava. É claro que, tão logo o padre
piedade. As pessoas que compareciam a suas missas à meia­ sonolento foi exposto ao sol, começou a arder em chamas,
noite consideravam sua palidez um estranho tipo de estig­ sendo consumido em poucos momentos pelo toque imper­
ma, confirmando sua proximidade com Deus. Mesmo as doável dos seus raios. Até hoje, o Padre Eustáquio é lembra­
confissões, feitas em sacra privacidade pelos afortunados o do na cidade e reverenciado como um santo convocado de
bastante para serem ouvidos por Eustáquio, induziam os con­ volta ao seio de Deus pela ignorância de um povo desobedi­
fessores a um tipo de arrebatamento. ente. O Senhor dá e o Senhor toma de volta.

'

'
 O fundador queria usar o sangue para tornar os Giovanni muito tempo. Por meio da força deles e da voz confortadora
parte do clã. Jafé argumentou que os mortais não mereciam de Jafé, a fúria Bestial de Augustus diminuiu. Constância
um sangue tão poderoso, que aqueles venezianos eram in­ ordenou que fossem trazidos escravos para satisfazer a sede
dignos de confiança, e que seria necessário observá-los mais do novo vampiro, tirando proveito da situação para escon­
tempo. Fez alusão à traição dos Tremere e pediu que os der o frasco que continha o sangue mortal de Augustus em
Capadócios não negociassem com os mágicos mortais. uma alcova oculta.
Apesar da preocupação de sua cria, Cappadocius alcan­ - Bem vindo à noite eterna, Augustus Giovanni -
çou Augustus Giovanni através de sonhos. Ele solicitou ao disse Jafé. - Você recebeu a benção da imortalidade e a
líder dos necromantes que fosse até Ercias Dagi para rece­ maldição de Caim. Por favor, siga-me, pois nosso pai deseja
ber o dom da imortalidade. falar com você.
Já na sua chegada, Augustus estava confiante em sua Jafé levou Augustus abaixo do templo, dentro da mon­
decisão de aceitar a oferta de Cappadocius. Este templo tanha. Eles finalmente pararam diante de uma porta, nas
antigo, cheio como estava de segredos arcanos, era uma profundezas da terra; atrás dela, dormia Cappadocius. Ali,
ameixa madura, pronta para ser colhida. Jafé e Constância, os três membros mais poderosos de nosso clã discutiram
usando a Visão da Alma, observaram a podridão que ger­ sobre como as coisas seriam.
minava dentro daquele mortal mesquinho. Augustus bus­
cava apenas poder; seus motivos e meios eram tão corrup­ o RESULTADO DO EXPERIMENTO GIOVANNI
tos quanto os de qualquer déspota mortal. Ainda que seus Como era de se esperar num clã desorganizado como o
progressos necromânticos fossem impressionantes, esse tolo nosso, nenhuma posição formal com relação aos
não procurava a iluminação, a sabedoria ou a resposta para necromantes venezianos foi assumida. A maioria dos
a eterna pergunta. Ele desejava apenas um meio de esmagar Capadócios tinha dúvidas sobre o assunto enquanto ou­
seus oponentes. tros procuravam negociar com os Giovanni. Os Lamia, sem­
Quando descobriu isso, Jafé pediu que Constância pre­ pre fiéis, apoiaram a decisão de Cappadocius de trazer os
parasse Augustus para o Abraço. Enquanto ela o fazia, Jafé Giovanni para o clã.
lançou uma maldição no recipiente que continha o sangue Alguns dissidentes foram ativamente contrários aos
de Cappadocius: Giovanni, por não desejarem comprometer sua posição
- Aquele que partilhar desta dádiva será eternamente na Igreja devido à associação com os necromantes.
julgado por esse sangue e pela vontade de Deus. Que essa Capadócios sensatos mencionaram que se qualquer ofici­
vitae seja colorida pelos feitos de quem a ingerir. Faça-o al da Igreja descobrisse a conexão entre os clérigos
sorver sua alma toda vez que se alimentar. Imponha-se essa Capadócios e os vampiros, os necromantes seriam a me­
maldição assim como o fundador impõe seu estigma sobre nor de suas preocupações.
nós. Em suma, o experimento Giovanni foi recebido um sin­
Então, o sangue de Cappadocius foi entregue a Augustus cero e gélido desinteresse. O verdadeiro benefício de tudo
Giovanni. isso foi o apoio da nova Disciplina e uma percepção maior
Enquanto o veneziano estava deitado nú sobre uma mesa do enigma eterno. Quem se importava se havia um "sub­
de pedra, dois Capadócios drenaram seu sangue. Antes que clã" especial dentro do clã? Os Lamia não eram uma linha­
terminassem, Constância os parou, drenando as últimas gem separada, que coexistia pacificamente com os
gotas do sangue de Augustus para dentro de uma jarra de Capadócios?
barro, selada com cera de abelha. Quando ela terminou,
Jafé entrou no quarto, segurando o sangue de Cappadocius. A TERCEIRA REVELAÇÃO
Os dois se olharam, hesitando por um momento em sua Algum tempo depois do Abraço de Augustus Giovanni,
tarefa. Contudo, no final, a lealdade falou mais alto e Jafé Jafé e Cappadocius se entregaram aos braços do torpor.
derramou a vitae nos lábios moribundos de Augustus Augustus era o "terceiro no comando" do clã, mas como
Giovanni. Lágrimas de sangue escorreram de seus olhos e éramos mal estruturados, sua posição não implicava em
Constância virou-se, incapaz de olhar. nenhuma autoridade. Augustus preocupava-se principal­
Augustus ergueu-se, inchado como um carrapato, cam­ mente com a busca necromante da família, tentando defi­
baleando enquanto o líqüido ardente incinerava as entra­ nir qual seria a melhor forma de transformá-la numa Disci­
nhas de seu corpo outrora frágil. Tropeçou, tonto como um plina eficiente.
bêbado. Os dois vampiros que o haviam drenado reconhe­ Enquanto dormia, Cappadocius teve a terceira e mais
ceram o olhar familiar da Fome queimando nos olhos de vívida de suas premonições. Ele se viu consumido em um
Augustus e fugiram da câmara, mas o poderoso neófito sur­ fogo sangrento. O fogo se propagava e consumia toda a sua
giu na frente deles. Desferindo golpes poderosos, guiados prole enquanto figuras P<tiravam pouco além das chamas,
pelo mais negro dos corações, Augustus derrotou os dois de rindo do destino do clã. A medida que queimava em dire­
mãos vazias, cheirou o sangue que corria sob suas peles, ção ao nada, uma faísca subiu de suas cinzas, e ascendeu ao
lambendo-o à medida que escorria em filetes viscosos en­ Céu. O fundador percebeu que seu clã estava condenado.
tre seus dedos. Cappadocius partiu imediatamente para Roma, trocan­
Jafé chamou os guerreiros Lamia, os fortes e vibrantes do o templo e seus livros envelhecidos pelos documentos
Capadócios que tinham formado sua própria linhagem há que, certamente, reafirmariam sua busca da Divindade. Seus

LIVRO DO CLÃ: CAPADÓCIO

22
contatos na Igreja permitiram-lhe o acesso às galerias se­ Para os Capadócios que não puderam comparecer às
cretas sob os aposentos do Papa. Ali, em meio a livros proi­ reuniões em Ercias Dagi, o tempo é uma Espada de Dâmocles
bidos de práticas satânicas, magia Tântrica e os fundamen­ invisível, balançando precariamente sobre suas cabeças.
tos de todas as heresias do mundo, jaziam os livros que Muitos Capadócios tranformaram em um hábito relatar a
pavimentariam o caminho de Cappadocius em direção ao profecia quando encontram membros desconhecidos do
Paraíso e à mente de Deus. Ele trabalhou com a paixão e o clã. Contudo, existem muitos Capadócios ignorantes, iso­
fervor de um homem que precisa evitar seu próprio desti­ lados do contato com o clã e incapazes de comparecer aos
no. Naquele momento, todos os seus esforços antei;iores encontros anuais.
não significavam nada e ele sabia que, caso não tivesse su­ Ninguém sabe se os Infitiores estão cientes da destrui­
cesso, seu fracasso condenaria o mundo inteiro. ção iminente do clã. Com certeza, alguns estão, mas a gran­
Retransmitindo sua visão para Jafé através de sonhos, de maioria - devido ao seu afastamento do resto de nós -
Cappadocius sabia que seu destino estava selado. Embora não deve ter a menor idéia. Apenas o tempo dirá se o seu
não tivesse a menor idéia quando, onde ou como essa terrí­ repúdio causará sua destruição ou sua salvação.
vel sina se abateria sobre ele, Cappadocius sabia que, para De fato, os Capadócios modernos evitam falar do desti­
alcançar a Divindade, teria de trabalhar rápido. Disse a Jafé no inevitável do clã perto de outros Cainitas. Embora seja
que a visão continha uma sensação tão terrível de urgência possível conseguir o apoio dos clãs amistosos ou descobrir
que ele temia ser tarde demais para completar sua busca. o traidor entre nosso meio, nós permanecemos em silên­
Mesmo assim, ele tinha de tentar. cio. Nestas noites, onde a destruição de Saulot foi tão facil­
Jafé recebeu a dura responsabilidade de revelar a visão mente esquecida, não desejamos fazer pender a balança a
de Cappadocius ao clã. Ele deu a notícia no encontro do favor de nossos oponentes. No final de sua visão,
solstício, em Ercias Dagi, o que chocou profundamente os Cappadocius viu sua alma ascender ao Paraíso. Se esta for a
membros que compareceram. Nada mais foi discutido na vontade de Deus, nós o acompanharemos nessa jornada.
convenção daquele ano; não havia outro assunto. Os mais
aterrorizados eram os novos Capadócios Giovanni. Pare­
cia que tinham recebido o grande dom do Abraço apenas
para perdê-lo. Com certeza, eles perceberam que o Abraço
era uma espada de dois gumes e não apenas o caminho para
a supremacia esperada por seu líder.
Os outros Capadócios que se encontravam em Ercias
Dagi reagiram de várias maneiras diante da notícia. Os se­
guidores do Caminho do Paraíso ficaram chocados; como
poderia um Cainita, amaldiçoado por Deus, ascender ao
Seu trono? Era uma blasfêmia inaceitável, ainda que, de
algum modo, vissem sua convicção. Os seguidores do Ca­
minho dos Ossos balançavam a cabeça em dúvida, recu­
sando-se a acreditar que a derrota da morte resultaria na
vida eterna. Os adeptos da Via Humanitatis compartilha­ ,
vam o júbilo do fundador. Eles transcenderiam as preocu­ •
pações mesquinhas da Terra e se uniriam ao pai.
Depois de reunir todos os livros, pergaminhos e docu­ •
mentos de que precisava, Cappadocius fugiu de Roma. Des­
de então, ninguém mais o viu, mas ele aparece em muitos
de nossos sonhos, prometendo liderar a procissão para a
casa de Deus.

Os CAPAoóc10s NO
SÉCULO XII
Desde a terceira revelação, muitos Capadócios desen­
volveram uma atitude derrotista, aguardando languida­
mente a noite do julgamento. Outros aproveitaram a opor­
tunidade para deixar sua marca no mundo, fazendo diver­
sos avanços em seus campos de estudo. Alguns dos mem­
bros mais antigos sumiram de vista, entraram em torpor
ou fugiram para locais remotos e secretos. Em sua maio­
ria, os Capadócios que estão cientes do destin'o inevitável
continuam seus afazeres noturnos, relutantes em desafiar
· sua sina.

23
 npítulo �têa:
®6aetunçõea e
toncluaõea

ús � � ÜtPJXlbocius �o ettftt os Gútti"tas t11mS

ttttbi1:os bo l-Vluttbo � � Wkbi�. � �
poberent �íRjRr, se R�e»turRr e estRrent sujtitos RS
f11Ít"ÍR� � t"ÍSCOS b'-1 � �lttf'Ít"ÍCR, R t11RÍOt"ÍR bos
ÜtpRbóci� tt0 f1ttt � cott� bUSCR o co��to
� Po� Rb� � ctShrço fuo 3UíRbos pdR �o/
çiio e se setttent cottbrtR�s tRttto "" corte � unt
f't"�, �bo ent Uftt tf1RUSoliu OU 11R �Rb'-1.
A LONGA NOITE A segunda é o fato do enterro servir como uma lição e
como um lembrete do Festim dos Tolos. A imortalidade é
um dom sombrio e poderoso e um neófito estúpido não
Os Cainitas de outros clãs consideram certos aspectos seria o primeiro vampiro a passar a eternidade trancado,
do Abraço dos Capadócios muito peculiares. Ainda que o fora do alcance de qualquer pessoa. Caso ele se torne um
Abraço em si não seja diferente do Abraço de qualquer fardo muito pesado para os outros Cainitas ou para os fi­
outro vampiro, as práticas cerimoniais subseqüentes o são. lhos de Seth, a tumba fria, eterna e implacável o espera.
A grande maioria dos neófitos Capadócios é enterrada Alguns vampiros recém-Abraçados se mostram frágeis
ou, de alguma outra forma, enclausurada durante seu Abra­ demais para essa prática e precisam ser extintos quando são
ço. Essa prática tem diversos significados. O vampiro re­ desenterrados. Isto é embaraçoso para o senhor da cria, pois,
cém-criado é acorrentado ou amarrado e enterrado de for­ obviamente, ele fez uma escolha errada e pode perder o
ma "cerimonial" na primeira noite de sua não-vida. Nem direito de Abraçar outra vez.
todos os Capadócios enterram sua nova cria: alguns os co­ Alguns Capadócios deixam sua cria mais do que uma
locam em sepulcros isolados ou os escondem em celas pare­ noite nesse estado. Cainitas especialmente cruéis deixam
cidas com tumbas. Em qualquer caso, o neófito passa sua sua cria aprisionada até ela conseguir escapar sozinha. Essa
primeira noite totalmente sozinho, diante de um senti­ prática horrível pode ter inspirado os Ritos de Criação do
mento de morte e solidão. Sabá, seita que será fundada nos séculos posteriores. Embo­
Existem duas razões para este ritual. A primeira é o fato ra não seja expressamente proibido, esse sepultamento pro­
da sensação de um enterro simulado criar uma enorme res­ longado é mal visto pela maioria dos Capadócios, que o
sonância no espírito do neófito. O vampiro passa uma noi­ considera desmedido.
te inteira desprovido de qualquer informação sensorial. Quando um Capadócio deseja Abraçar algum, ele se­
Todos, com exceção dos mais insensíveis, passam este perí­ gue muito atentamente a Terceira Tradição. Pede per­
odo introspectivo confrontando seus medos da morte e missão a seu senhor, ao príncipe local ou ao lígio vampírico.
descobrindo o horror frustrante (mas eletrizante) de se tor­ O primeiro é consultado com respeito ao Festim dos To­
nar imortal. los e para pedir sua benção. Os últimos são consultados

26
para demonstrar cortesia e responsabilidade. Em geral, o
senhor do vampiro que pretende Abraçar, se mantém a
distância (como é comum na maioria das políticas desse
Ü PROBLEMA DA
clã pouco organizado); o pedido é feito apenas por respei­
to às Tradições. SUBSISTÊNCIA
Os Capadócios escolhem suas crias em potencial de Muitos Cainitas se surpreendem quando a natureza pre­
diversos escalões da sociedade. Muitos candidatos são ho­ datória dos Capadócios aflora. Eles parecem esquecer que
mens livres, embora vários filhos da nobreza sejam seleci­ os Capadócios são inerentemente vampiros, e vampiros
onados dentre as fileiras do clero. Algumas crias são esco­ precisam caçar e beber sangue para sobreviver.
lhidas dentre a própria nobreza. A Europa viu mais de um
príncipe se tornar um Ladrão de Sepulturas. O comportamento normalmente dócil do clã perpetra
essa reação. Como esses estudiosos, sacerdotes e pacifistas
Os novos membros são escolhidos de acordo com sua podem tirar a vida de mortais inocentes tão despreocupa­
utilidade, pois os Capadócios não Abraçam por impulso ou damente? O fato é que eles têm de fazê-lo. Se todos os
capricho. Algumas vezes, é necessário agir com mão de fer­ Capadócios jejuassem até entrar em torpor por razões éti­
ro; em outras, são escolhidos mortais que têm riqueza ou cas, não restaria ninguém para perpetuar o clã! Alguns
algum outro trunfo. A maioria dos Capadócios, contudo, é membros só percebem isso com o passar do tempo. Os an­
composta de estudiosos e seres fascinados pela morte. No ciões escarnecem do pensamento dos neófitos, certos de
final das contas, quase todos os membros procuram respos­ seus lugares aos olhos de Deus, bebendo furtivamente o
tas para a grande pergunta, seja através da ajuda de outros sangue do gado escondido na sombra dos currais.
Capadócios ou fazendo avanços por si mesmos.
Mais do que ninguém, os Capadócios sabem que o ciclo

OLAR da vida é finito. Algumas pessoas têm uma existência breve

e os Ladrões de Sepulturas estão dispostos a acelerar essa
situação. As leis naturais apóiam esse fato: os lobos matam
e comem os cervos. Eles não são criaturas sob os auspícios
Os refúgios mantidos pelos Capadócios se aproximam
do macabro. Isto não se deve a qualquer natureza bestial ou de Deus? Na verdade, argumentam alguns dos Capadócios
declínio social, mas é muito mais um resultado de seus es­ mais antigos e isolados, não são os homens as únicas cria­
tudos sinistros. Aqueles que visitam um santuário turas sujeitas às dúvidas e angústias da consciência? Essa
Capadócio têm grande chance de encontrar cadáveres, cor­ presunção apenas desanca a questão da fome Cainita. Os
pos de mortais e animais preservados, crânios de várias cri­ Capadócios também sopesam suas ações, justificando seus
aturas e ferramentas para dissecação e estudos fisiológicos. fins. O camponês comum, que existe em quantidades quase
Do mesmo modo, o visitante pode encontrar textos e li­ infinitas, dificilmente contribuirá tanto para a busca do
vros antigos, mapas arcaicos, bibliotecas enormes e artefa­ significado da existência quanto um Capadócio faria. Al­
tos há muito esquecidos. Ao contrário do estereótipo, o clã guns têm de morrer aqui e ali para que muitos vivam com
não é obcecado pela morte; em vez disso, seus integrantes maior conforto e conhecimento. Os vampiros menos deli­
procuram respostas para a morte de diversas formas. A ins­ cados dizem apenas que os Cainitas são os predadores na­
piração pode ser encontrada tanto num tratado sobre táti­ turais dos seres humanos.
cas de infantaria romanas, quanto na caveira de uma bruxa
condenada. Tudo depende da interpretação.
Os Capadócios preferem a solidão quando escolhem os
A 1-IIERARQUIA DO ili
locais para seus refúgios. Como seus trabalhos e assuntos Os Capadócios nunca foram muito organizados. Pelo
têm uma tendência a perturbar os mortais e fastiar os contrário, são individualistas e vivem isolados. O próprio
Cainitas mais sensíveis, eles se isolam o máximo possível fundador prefere trabalhar no seu ritmo, fazendo cada des­
da sociedade. Entre seus locais favoritos incluem-se criptas coberta através do pensamento e da razão, do que o conhe­
e mausoléus, pois fornecem grandes quantidades de mate­ cimento obtido através da memorização típico da relação
rial para seus estudos e experimentos. Alguns membros professor-aluno. Esta autonomia se reflete nas funções do
preferem locais de conhecimento e repositórios de cultura, clã como um todo: os senhores geralmente abandonam sua
como bibliotecas desativadas, salas esquecidas em escolas e progênie, e encorajam a cria a buscar o conhecimento usan­
mosteiros ou alas de castelos fornecidas por um senhor ou do seu próprio caminho.
príncipe feudal. Isso não significa que faltem objetivos ao clã. Uma vez
Os Capadócios mais prósperos preferem a construção por ano, os Capadócios que podem viajam para Ercias Dagi,
de labirintos, que fornecem segurança e um espaço amplo onde o clã discute suas descobertas e sua política. Lá, são
para conduzir suas pesquisas. Os raros círculos de eruditos demonstrados os novos desenvolvimentos da Disciplina
do clã atestam o uso desses labirintos subterrâneos. Muitos Mortis, compartilhadas novas pistas para a solução do enig­
anciões também escolhem labirintos, relembrando o con­ ma eterno e resolvidos outros assuntos políticos. Muitos
forto das noites que passaram sob a terra nas cidades de Capadócios aproveitam a visita a Ercias Dagi para estudar
Derinkuyu e Kaymakli. Estes refúgios subterrâneos escon­ em sua vasta biblioteca (que contém a mais completa ver­
dem grandes quantidades de conhecimentos perdidos e se­ são do Livro de Nod disponível, bem como a transcrição de
gredos assustadores. um documento de origem desconhecida chamado Rubri-
 cas Guardadas) ou para usar as imensas criptas e mausoléus
para testar suas teorias preferidas. Alguns Capadócios até
mesmo residem em Ercias Dagi durante um ano inteiro,
pois a viagem de ida e volta a alguns lugares leva mais de
oito meses!
O clã não possui uma estrutura formal além daquela
ditada pela cortesia comum. Entretanto, os Capadócios tra­
tam com muito respeito seus anciões e eruditos mais sábi­
os. Engenhosidade, conhecimento e sabedoria são mais
valorizados do que a astúcia e a capacidade física.
Conta-se a história de dois ecônomos Capadócios: um
era assistente do príncipe de Marselha; o outro, um oficial
patenteado do arcebispo de Tours. Os dois travaram uma
discussão que começou em Latim, e, eles mudavam o idio­
ma da discussão em cada oportunidade, tentando superar o
outro. Após dezesseis mudanças de dialeto, perceberam que
haviam chegado a um impasse e prometeram retomar a
discussão no ano seguinte.

FACÇÕES
Apesar da estrutura relaxada do clã, muitos Capadócios
partilham pontos de vistas comuns em suas crenças. As
facções resultantes são muito mais sociais do que políticas,
embora alguns integrantes entusiasmados levem suas cren­
ças muito a sério, recusando-se até a conversar com inte­
grantes de facções rivais. Algumas das facções mais notá­
veis estão descritas a seguir.
EscATOLOGISTAS
Os Escatologistas apóiam a heresia Cainita, chamando
a atenção para a aspiração dos Cappadocius à Divindade
como uma evidência do direito divino. A maioria dos inte­
grantes dessa facção segue o Caminho do Paraíso. Eles se
iludiram com a crença de que oferecendo seus corpos a seus
seguidores estarão contribuindo para a consubstanciação
da Eucaristia. Acreditam piamente que são os agentes de
Deus na Terra e todos seus integrantes são cristãos. Os
Escatologistas acreditam que guiarão os filhos de Seth para
o Paraíso na noite do julgamento final.
Os integrantes da facção cercam-se muitas vezes de cul­
tos de mortais transformados em carniçais para servi-los.
Eles têm com freqüência problemas com o clero local por
razões óbvias; por isso, têm uma tendência a viajar bastan­
te para evitar a fúria da Igreja. Suas comitivas viajam pelo
campo, às vezes se estabelecendo em segredo, às vezes, rea­
lizando "festivais" grandiosos. São nesses festivais que eles
convertem novos membros; muitos dos quais são conven­
cidos da divindade dos vampiros devido aos "milagres" que
eles realizam. Esses milagres quase sempre são meros ritu­
ais ou usos de Disciplinas, embora existam relatos de efei­
tos realmente fantásticos que não poderiam ser gerados
apenas pelo sangue.
A CONVENÇÃO CICLÓPICA
Os Capadócios envolvidos com a Convenção Ciclópica
desejam ampliar seus estudos avançando no domínio da
magia (v. mais adiante). Esses vampiros encorajam o esta­
belecimento de uma aliança com os odiados Tremere. Exis-

28
tem relatos confirmados de que alguns integrantes da fac­
ção conhecem a nova Disciplina da Taumaturgia. A Con­
venção apóia sinceramente a experiência Giovanni, tor­
cendo pelo sucesso dos venezianos para dar maior
credibilidade a sua própria agenda.
Em geral, os membros da Convenção Ciclópica andam
com os Tremere. Sabe-se que eles tentam aprender a
Taumaturgia na esperança de se protegerem do destino fa­
tal do clã. Os Capadócios desta facção se tornam integran­
tes das capelas Tremere, mas não nos postos ocupados pe­
los Usurpadores. Como estudiosos da mesma opinião, os
Tremere compartilham a sede de conhecimento dos La­
drões de Sepulturas, embora muitos Capadócios sejam con­
siderados mórbidos pelos terríveis feiticeiros. Apesar de
não estarem completamente à disposição de seus aliados,
os Capadócios da Convenção os acompanham em suas bus­
cas por conhecimento antigo e artefatos mágicos.
GIOVANNI
A insular e incestuosa família de mercadores Giovanni
ficou extremamente rica especulando durante as Cruzadas.
Com a riqueza, veio a depravação, e a família voltou-se aos
estudos proibidos para satisfazer o gosto excêntrico de seus
integrantes. Ironicamente, estes amadores mimados con­
seguiram grandes avanços na magia, assimilando, por com­
pleto, a arte da Necromancia e adaptando-a para usos mais
eficientes usando o sangue vampírico como catalisador. Os
Giovanni Abraçam apenas membros de sua família, embo­
ra seja um segredo muito bem guardado o fato de a "família"
também incluir os maridos das mulheres Giovanni, o que
amplia muito número potencial de crias e estende a imor­
talidade para pessoas que não têm o sobrenome da família.
Os Giovanni são, na verdade, um grupo muito diversi­
ficado. Aparentemente Augustus deseja construir uma
ampla base de poder, encorajando o Abraço de membros da
família que demonstrem utilidade. Os vampiros Giovanni
introduziram recentemente banqueiros, mercadores, mer­
cenários, diplomatas e espiões em seus escalões. Geralmen­
te isso ocorre sem a permissão dos Capadócios e, obvia­
mente, sem o seu conhecimento.
Vale ressaltar que muitos Giovanni não compartilham
a sede de poder de Augustus Giovanni e preferem aju,dar na
tradicional busca dos Capadócios pela iluminação. E claro
que, para cada Giovanni "altruísta" (embora isso seja com
certeza um eufemismo), existem seis perversos.
LAMIA
Os Lamia existem fora da estrutura social típica do clã,
embora sejam uma linhagem Capadócia e não uma facção
política. Os mistérios de Lilith intrigam este grupo estra­
nho e solitário (eles formavam um culto devotado à Mu­
lher Que Veio Antes de Eva quando Lazarus Abraçou sua
sacerdotisa), mas seus integrantes sentem a mesma atração
pela morte que seus antepassados Capadócios. Os Lamia
divergem dos Capadócios na abordagem da questão da
morte: enquanto os Capadócios preferem estudar e inter­
pretar a pergunta eterna, os Lâmia preferem estudar o even­
to em primeira mão. Os Lamia são também conhecidos por
sua capacidade física, apresentando-se freqüentemente TRANSCENDENTAIS
como paladinos implacáveis, vestindo as armaduras relu­ Estes Capadócios complementam seus estudos sobre a
zentes dos tempos das Cruzadas ou até mesmo mais anti­ morte associando-se aos Mortos Sem Descanso. Os
gas. A lealdade entre eles mesmos e para com o Clã Transcendentais registram os relatos das almas condena­
Capadócio é inabalável. Existem mais informações sobre das a passar a eternidade na Terra, rejeitadas pelo céu e pelo
os Lamia no livro Dark Ages Companion. inferno. Esta facção faz muitos relatos horríveis referentes
Os Lamia sempre acompanham seus colegas Capadócios ao destino dos indivíduos que foram amaldiçoados ou dei­
quando esses partem em suas jornadas. Como os Capadócios xados sem absolvição e seus ensaios sobre a composição do
parecem estar sempre procurando livros perdidos ou os os­ espírito são aterradores. Muitos desses Capadócios apren­
sos de alguma pessoa morta venerada por eles, os Lamia dem a Disciplina Deimos dos Lamia (descrita com detalhes
nunca têm falta do que fazer. A maioria deles gosta dessas no Dark Ages Companion), e a tradicional Disciplina
viagens porque têm a chance de examinar a morte fora dos Mortis.
laboratórios dos Ladrões de Sepulturas. Os Transcendentais viajam com freqüência para áreas
Alguns Lamia também viajam sozinhos, isolados de seus conhecidas como centros de atividades fantasmagóricas.
parentes Capadócios. Muitos deles eram aventureiros em Grandes cemitérios, igrejas abandonadas e locais de bata­
suas vidas mortais: em sua maioria soldados e mercenários. lha atraem estes Cainitas, pois são lugares onde eles têm
Irritam-se com a diligência acadêmica dos Capadócios e esperança de vislumbrar aqueles que vagam além da morte.
lançam-se na estrada, muitas vezes considerando os outros Os Transcendentais têm também uma tendência a procu­
Lamia seres domesticados. rar objetos pessoais ou relíquias de santos mortos. Eles ale­
Algum tempo mais tarde, quando os Giovanni se le­ gam que essas relíquias dão a eles uma conexão espiritual
vantarem contra os Capadócios, os Lamia provarão sua le­ com o santo em questão, cujo espírito eles podem trazer do
aldade ficando do lado de seus irmãos. Os Giovanni exter­ Paraíso.
minarão até o último membro da linhagem, caçando até Existe um subgrupo obscuro de Transcendentais que
mesmo os mais errantes. faz parte da Manus Nigrum. Naturalmente, os Capadócios
sob suspeita negam tal envolvimento, embora algumas pro­
vas os liguem aos cultos da morte na história da Manus
Nigrum.
A MAGIA E o CLÃ fato de terem sido alistados recentemente no clã, eles são
considerados ingênuos. Os Capadócios não conseguem
apresentar uma oposição consistente diante dos Tremere
DA MORTE devido ao vasto potencial de sua magia. Existe uma cisma
dentro do clã. Alguns acreditam que tanto a política quan­
Os Capadócios se interessam há muito tempo pelas ar­ to a história dos vampiros são coisas incendiárias; pode ser
tes mágicas como um meio de satisfazer a sede de conheci­ que os Tremere tenham agido de maneira precipitada, mas
mento. Alguns membros do clã reconhecem terem perten­ a Taumaturgia apresenta novas oportunidades para estu­
cido a ordens mágicas durante suas vidas mortais, mas di­ dar os reinos do conhecimento. O fato da Taumaturgia ser
zem que o Abraço destrói a capacidade de controlar estas da mesma natureza que as disciplinas evita a proibição
forças (ou, pelo menos, é o que parece). Como se vê, ne­ Cainita contra a magia, e os Capadócios desejam explorar
nhum Capadócio, exceto os mais antigos, é capaz de mani­ isso tanto quanto eles o fariam com qualquer outro recur­
pular mais do que as mágicas mais simples ou as formas so. Os críticos desaconselham qualquer contato extenso
mais rudimentares de alquimia. com os Tremere, aludindo à destruição de Saulot como uma
Claro que a Necromancia Giovanni, é uma exceção à evidência condenatória da intenção dos Usurpadores: nada
regra. Os Capadócios afirmam que a base deste poder vale a extinção.
necromântico advém do sangue de Caim, que corre nas Claro que, toda essa discussão pode não significar nada
veias de todos os vampiros; não é mais "magia" do que a a longo prazo. Os Tremere são notoriamente mesquinhos
Mortis ou qualquer outra Disciplina. Os Giovanni pensam com seus segredos recém-descobertos. No entanto, exis­
de maneira diferente, pois praticavam sua Arte antes do tem muitos rumores sobre Tzimisce astutos que consegui­
Abraço, mas suas opiniões não têm muito peso e, devido ao ram aprender a magia do sangue com eles.
 TORNANDO.-SE UMA APARIÇÃO
São raros os vampiros que se tomam aparições depois de
sofrerem a Morte Final, mas, às vezes, isso acontece. Como
sempre, o Narrador tem a palavra final para permitir ou não
que os jogadores assumam o papel de aparições depois que
seu personagem Cainita morre.
Os vampiros que fazem a transição para o domínio dos
mortos não mantêm nenhum vestígio de seu estado
vampírico; mais importante, suas Disciplinas desaparecem
quando se juntam às fileiras dos Mortos Sem Descanso. Os
Atributos e Habilidades permanecem inalterados (e podem
continuar altos), enquanto que Arcanoi, Paixões e Grilhões
podem ser escolhidos normalmente ou determinados con­
forme a vontade do Narrador.
Os vampiros que alcançaram o estado de Golconda não
podem se tomar aparições, do mesmo modo que aqueles
que foram destruídos através da diablerie. Mais informações
sobre as aparições podem ser encontradas no livro Wraith:
the Oblivion e no capítulo nove de Vampiro: A Idade
das Trevas.

Os CAPADóc1os E
os MORTOS SEM
DESCANSO
Muitos Capadócios descobriram formas de comunica­
ção com as aparições durante seus estudos macabros. Pare­
ce que a membrana que separa o mundo físico das terras dos
mortos fica ainda mais tênue com a presença de vampiros e
afins. A comunicação com essas sombras ínferas é, no má­
ximo, limitada, mas os Capadócios que se especializam no
estudo desses fantasmas relatam a existência de uma socie­
dade além da Mortalha que imita bem de perto a humana.
As narrativas de muitos Capadócios concordam em mui­
tos aspectos gerais desta terra dos mortos.
O significado destas descobertas vem sendo debatido
acaloradamente entre as facções Capadócias que se dedi­
cam a estudar esses reinos. Algumas, como a Convenção
Ciclópica, desiludiram-se com estas introvisões e se opõem
de maneira ativa aos pontos de vista transcendentais do
resto do clã. Eles acreditam que, se a morte simplesmente
prolonga as instituições dos vivos, não é possível descobrir
mais nada com a observação do outro mundo que não po­
deria ser aprendido em outro lugar. Outros, mais religiosos,
como o campo dos Transcendentais, afirmam que estes es­
píritos condenados não pertencem nem ao Céu nem ao
Inferno, e, de alguma forma, ficaram presos entre a danação
e a salvação, conforme descrito no evangelho de Mateus.
Os elementos mais radicais desta facção desprezam até
mesmo estas alegações, dizendo que como filhos de Caim,
os próprios vampiros estão suspensos no reino do Purgató-

LIVRO DO CLÃ: CAPADÓCIO

32
rio. Os Capadócios que apóiam essas escolas de pensamen­
to discutem seus casos durante as reuniões em Ercias Dagi;
até agora, nenhuma facção foi capaz de provar indiscuti­
velmente seu ponto de vista, mas tenta imprimir em sua
perspectiva a noção de que ela é a fé correta.
Alguns anciões Capadócios também observaram uma
manifestação peculiar das aparições muito semelhante ao
poder avançado Vigor Mortis. Algumas aparições são
manifestadamente capazes de reanimar o corpo de hospe­
deiros, forçando sua entrada em cadáveres deteriorados e
cuidando de seus negócios inescrutáveis. Esses "reerguidos"
são capazes de falar, ainda que limitados pelo estado físico
do corpo hospedeiro. Além de serem extremamente raros,
esses zumbis sencientes geralmente têm pouco tempo para
Cainitas de qualquer categoria, a menos, é claro, que eles
estejam procurando pelo vampiro que causou sua morte.
Algumas vezes, esses cadáveres ambulantes são confundi­
dos pelos vampiros com os servos zombu, normalmente
associados aos Capadócios; em certas ocasiões, eles são até
mesmo confundidos com vampiros decrépitos. Imagine a
surpresa de um caçador de vampiros quando, sua presa con­
tinua lutando mesmo depois de ter uma estaca fincada no
coração! Os zombu em si são completamente diferentes
dos "reerguidos"; eles não passam de cascas animadas pelas
Disciplinas vampíricas e não por almas.

Ü PROBLEMA
GIOVANNI
Um dos motivos que reforçam a indecisão dos Capadócios
com relação aos Tremere (além da tendência à desorganiza­
ção do clã) é a divisão interna criada pela incorporação dos
Giovanni. Muitos anciões Capadócios estão clara e aberta­
mente insatisfeitos com a decisão de Abraçar os necromantes
de Veneza. Alguns deles suspeitam que os Giovanni têm
más intenções, considerando a terrível revelação do destino
inevitável do clã. Outros comparam os venezianos com os
Usurpadores; na opinião de certos Capadócios eles efetiva­
mente roubaram o Abraço, da mesma forma que os repug­
nantes Tremere. Apesar de Cappadocius ter oferecido seu
sangue para Augustus, os membros dissidentes do clã acredi­
tam que o veneziano não o merecia. Outros estão apenas
com ciúmes pelo fato de Augustus Giovanni ter chamado a
atenção do fundador do clã e ter recebido a dádiva de uma
vitae tão preciosa. Esses críticos dizem que, apesar da utilida­
de dos necromantes, eles enganaram Cappadocius e preten­
dem usar o Abraço para seus próprios fins; o Clã Capadócio
estaria condenado.
A maioria dos Capadócios mais antigos não pode ser
encontrada, muito menos manifestar suas opiniões, mas
Cappadocius e Jafé apoiaram os necromantes. Eles dizem
que o ressentimento mostrado pelos mais jovens é uma
fraqueza em seus seres que só vai dificultar seus estudos se
não for removida. Eles apontam as novas incursões da Dis­
ciplina da Necromancia como um acontecimento incrível,
apesar do entusiasmo de Jafé ser bem menor.
,li(�
ÜBSERVAÇÕES E CONCLUSÕES

33
 No entanto, a grande maioria dos Capadócios simples­
mente não se importa. Eles acreditam que um vampiro tão
antigo como o fundador tem mais do que direito a essas
excentricidades. Se algo de proveitoso for gerado pelo Abra­
ço dos necromantes, o clã inteiro ganhará com isso. Caso
contrário, os Giovanni serão tão dispensáveis quanto seus
irmãos que se encontram enterrados debaixo de Kaymakli.
Os Giovanni, como qualquer família, sentem-se in­
dignados com as suspeitas de estarem mal intencionados.
Augustus e sua família mortal são os únicos componentes
da linhagem, portanto, dificilmente eles poderiam ser acu­
sados de uma revolução pela quantidade. Sua nova Disci­
plina, ainda engatinhando, abriu grandes portas e criou
oportunidades ainda maiores para o estudo da morte que
todos os Capadócios trazem tão junto de seus corações.
Mais do que tudo, os Giovanni parecem ávidos por provar
seu valor.
Em sua maioria, os Capadócios têm pouco a ver com os
Giovanni devido à raridade dos últimos. O Ladrão de Se­
pulturas comum não faria menos por um Giovanni do que
por qualquer outro Capadócio (o que é exponencialmente
mais do que faria por alguns vampiros), e espera-se que a
presença dos Giovanni traga benefícios para o clã. Porém,
quando um Capadócio se opõe ao experimento Giovanni,
ele normalmente aproveita qualquer oportunidade para
manifestar sua opinião, pelo menos na companhia de ou­
tros Capadócios.

CARNIÇAIS
A fim de tornar sua vida imortal mais conveniente, os
Capadócios usam muito os carniçais. Os vampiros selecio­
nam seus servos dentre uma grande variedade de mortais,
dependendo do ambiente em que vivem.
Em geral, os Capadócios não Abraçam os carniçais pe­
los quais eles se sentem particularmente atraídos ou que
eles acham excepcionalmente úteis. Na maioria dos casos,
eles consideram os carniçais ferramentas necessárias a sua
sobrevivência (apesar da revelação sobre o destino do clã)
e não como um "campo de provas" para testar neófitos
potenciais. Desse modo, os Capadócios não ficam tentan­
do seus carniçais com a imortalidade. Em vez disso, ele os
trata com respeito, como servos valorosos.
Os Capadócios que fazem parte do clero monástico
transformam em carniçais apenas seus irmãos mais próxi­
mos e, mesmo assim, selecionando somente um ou dois
compatriotas mais íntimos. Caso contrário, correriam o
risco de serem descobertos. Esses carniçais tendem a ser
· mais aliados do que serviçais, inventando desculpas para a
ausência do Capadócio na missa e trocando tarefas que
podem ser realizadas à noite por outras que devem ser feitas
durante o dia.
Entretanto, os Ladrões de Sepulturas que supervisio­
nam mosteiros quase sempre têm muitos carniçais às suas
ordens. Esses carniçais realizam suas funções de maneira
mais tradicional, cuidando de pequenos assuntos com os
quais seus mestres não podem ser perturbados ou simples­
mente não querem resolver. Sabe-se que alguns abades

LIVRO DO CLÃ: CAPADÓCIO

34
Capadócios transformaram mosteiros inteiros em carniçais, que cria o carniçal permite que eles carreguem pesos maio­
misturando seu sangue com o vinho e dando aos monges res sem se cansarem tão rapidamente.
durante a Comunhão. Essa prática é abominada pela maio­ Os Ladrões de Sepultura nobres, assim como aqueles
ria dos Capadócios, não apenas por ser altamente vulgar e que servem nobres senhores (Cainitas ou não), comandam
próxima da blasfêmia, mas também porque um mosteiro com freqüencia hordas de carniçais vindos de todos os lu­
cheio de irmãos leigos cegamente devotado ao seu abade é gares das terras ou do castelo do senhor feudal. Eles têm a
um bocado óbvio. Na visão de seus pares, aqueles que usam seu dispor sargentos, administradores, encarregados de ca­
este método de geração de carniçais estão perigosamente valariças e outros servos menores, que são usados para con­
próximos da heresia Cainita. seguir informações e realizar outras tarefas.
Os padres Capadócios encarregados de cuidar de igrejas De modo geral, o clã cria carniçais que serão úteis de
muitas vezes utilizam carniçais para assegurar a manuten­ várias formas. Os Capadócios criaram famílias inteiras de
ção da igreja e de suas propriedades, além de cuidar dos carniçais, mas não na mesma escala que os Tzimisce. Estas
assuntos cotidianos. Mais uma vez, alguns padres transfor­ famílias fornecem dinheiro e mão de obra aos Capadócios,
mam todo seu rebanho em carniçais usando o método des­ os quais são vitais para a busca de conhecimento de seus
crito acima, mas eles são muito mais raros. Afinal de con­ mestres. As famílias patrocinam expedições, compram li­
tas, um comportamento irregular é muito mais fácil de ser vros e outros textos, enviam membros como lacaios para
notado pelos moradores de uma cidade do que pelos mem­ seu mestre, além de realizar outros trabalhos para o clã. Os
bros enclausurados de um mosteiro. Em geral, um padre Giovanni, com exceção daqueles Abraçados pelo clã, são
tem apenas dois ou três camiçais a seu dispor, desde que sua uma dessas famílias.
diocese seja grande o bastante para sustentá-los sem levan­ Os carniçais são quase sempre, usados para realizar as
tar suspeitas. tarefas mais repugnantes que são importantes para a ma­
Às vezes, os Capadócios peregrinos transformam seus nutenção do conforto dos Capadócios. Neste aspecto, eles
companheiros de viagem em carniçais. Dessa forma, asse­ são iguais aos carniçais de qualquer vampiro. A única coisa
guram sua lealdade e lhes fornecem uma dose extra de for­ que os diferencia é a natureza de suas tarefas. Enquanto um
ça, tornando a viagem mais fácil. Durante o dia,, esses carniçal Ventrue ou Lasombra seria designado para vigiar
carniçais vigiam o local de descanso do seu mestre. A noi­ o sepulcro de seu mestre, um carniçal Capadócio pode re­
te, sua quantidade desencoraja a ação de bandos de saltea­ ceber ordens para desenterrar cadáveres frescos para as ex­
dores e outros predadores. A Potência inerente no sangue periências de seu Mestre. Para um mestre Capadócio real-
mente repugnante, o carniçal pode ser obrigado a trazer corpos
que ainda não estão mortos. Pode ser que, ele tenha a honra de
preservar partes dos corpos para estudos posteriores ou precise
alimentar os "sujeitos de teste" em celas escondidas.
Contudo, nem todos os carniçais têm responsabilidades tão
detestáveis. Aqueles que são monges continuam com seus de­
veres normais, adicionando-se apenas o dever de proteger seu
mestre. As vezes, eles copiam manuscritos ou traduzem obras
para seu Regente ou ficam, simplesmente, encarregados da bi­
blioteca. Um cortesão carniçal precisa apenas fornecer infor­
mações valiosas para seu mestre. O uso que os Ladrões de Se­
pulturas fazem dos carniçais é tão diversificado quanto o pró­
prio clã.

ZoMBu
Os zombu existem exclusivamente no clã Capadócio (em­
bora se possa dizer que os Tremere levaram vantagem com as
Gárgulas) e são mais conhecidos como zumbis. Os zombu são
cadáveres animados pela vitae vampírica, criados usando-se o
poder Vigor Mortis, nível seis da Disciplina Mortis. Esses cadá­
veres ambulantes existem obrigatoriamente em qualquer refú­
gio Capadócio, e servem seus mestres com lealdade cega e irra­
cional. Apesar de menos excêntricos do que os carniçais, os
zombu duram menos, transformando-se em cinzas três noites
após a sua criação.
Os Capadócios utilizam esses invólucros secos e cambale­
antes em muitas situações. Como são cadáveres animados sem
mente, os zombu se mostraram muito úteis em trabalhos físicos
excepcionalmente desagradáveis ou repetitivos. Depois da in­
vasão do monastério de Ercias Dagi, os Capadócios transfor­
maram muitos dos monges assassinados em zombu, criando
desse modo um grande grupo de trabalhadores braçais. Esses
zumbis foram usados para derrubar o velho templo e construir
o novo.
Os zombu também não sentem dor e, apesar de não serem
tropas de choque muito boas, são ótimos vigias e guardiões.
Apesar de terem os mesmos atributos físicos que tinham em
vida, os zombu perdem o instinto do medo. Eles nunca fogem
de um inimigo mais forte, e lutam até a morte, ou segunda
morte, conforme o caso.

CRIAÇÃO ALTERNATIVA DE
ZOMBU
Muitos ancillae Capadócios, incapazes de obter conheci­
mento suficiente de Mortis devido a sua geração, pedem aos
seus senhores que revelem o segredo da criação desses autôma­
tos. Os mestres compartilham determinadas partes desta sabe­
doria com prazer, mas mantêm alguns detalhes fora do alcance
de suas crias a fim de encorajá-las a estudar a Disciplina da
morte.
Os Capadócios que não dominam o sexto nível de Mortis
também podem criar zombu, mas esta prática exige um pouco
de preparação e o conhecimento de outras artes arcanas. O
ritual tem de ser aprendido com alguém que o conhece ou de
textos escritos; ele não é uma capacidade inerente. O produto

LIVRO DO CLÃ: CAPADÓCIO

36
desse ritual é uma gema translúcida do tamanho da unha de um
polegar, formada pelo sangue do vampiro. Conhecida como
pérola de sangue, essa gema pode ser utilizada para emular de
forma grosseira a animação de um zombu.
A criação de uma pérola de sangue exige oito horas e três
Pontos de Sangue. Também requer pelo menos oito níveis dis­
tribuídos entre as Disciplinas Mortis, N ecromancia e
Taumaturgia; no mínimo, dois níveis em cada uma. Os Pontos
de Sangue têm de pertencer ao Capadócio que deseja criar a
pérola, senão o ritual não funcionará. O jogador têm de fazer
um teste de Inteligência + Ocultismo (dificuldade igual ao
número de horas que o zombu permanecerá animado). Infeliz­
mente, o método e a criação de uma pérola de sangue são impre­
cisos e o criador não tem como saber se o ritual funcionou até
tentar usar a pérola.
Qualquer cadáver pode ser animado, inserindo-se a pérola
de sangue em sua boca. O zombu permanecerá animado duran­
te o número de horas estipulado pela dificuldade do teste. Ao
fim deste período, o zombu entrará em colapso e se decomporá
rapidamente. Os estudiosos Capadócios acreditam que essa
desintegração rápida seja um resultado da magia antinatural
que animou o corpo.

Os OuTRos
AssAMITAS
Estes assassinos são muito competentes em seu trabalho,
apesar de seu interesse residir mais no ato em si do que em seu
significado. Se tivessem algum conhecimento legítimo do sig­
nificado da morte, estes brutos seriam mais temíveis do que se
pode acreditar. Por enquanto, tente não provocar sua ira.
BRUJAH
Quando assuntos referentes a paixão vêm à tona, estes
Cainitas são facilmente levados ao extremo, embora as
especificidades dos acontecimentos não lhes interessem. Que
comportamento curioso numa cria de Caim! Esteja ciente dis­
so quando discutir com eles, pois os fatos serão quase inúteis;
concentre-se no tom de voz e na veemência das palavras. En­
tretanto, alguns Brujah são exceção a essa regra e podem ser
muito eruditos.
SEGUIDORES DE SET
Praticantes sutis do que eles chamam de corrupção, as Ser­
pentes seguem trilhas que freqüentemente levam ao
envilecimento. Seus gloriosos males maiores são quase sempre
bacanais fracamente dissimulados. É bom notar que eles são
inimigos mortais, dignos de seu epíteto de serpentes.
GANGREL
A vida de todas as criaturas chega a um inevitável fim, se­
jam elas homens ou animais. Estes monstros selvagens fariam
melhor se tivessem em conta sua posição no drama imortal que
transcende nosso tempo na Terra. Por enquanto, eles se con­
tentam em vagar pelos campos e roer ossos. No entanto, falar
com eles pode ser uma experência iluminadora, se você quer
opiniões simples e sem vínculos.
 Apesar de estarem iludidos pela importância que dão a Soberanos dos homens e supostos guardiães da raça
si mesmos, os Lasombra são sábios e cultos. Por serem óti­ Cainita, os Ventrue traçam objetivos e os alcançam. Em
mos líderes, quase sempre fazemos parte de suas comitivas. última análise, eles têm os mesmos defeitos que os Toreador,
Em última análise, eles são superficiais e estão preocupados no sentido que seu sucesso é passageiro e efemeramente
demais com suas próprias metas para satisfazer nossa busca físico. As cidades mantidas pelos Ventrue são as mais segu­
de respostas. ras dentro e fora do cristianismo, pois esses vampiros in­
terferem no bem-estar dos filhos de Seth
MALKAVIANOS
Descobri que existem dois tipos de Loucos: os que não BAALI
passam de idiotas e os verdadeiramente perturbados. Os Os Baali estão para os demônios infernais assim como
idiotas são os bufões confusos que nos fazem desviar o olhar; os Gangrel estão para os animais. Estes adoradores do de­
enquanto os verdadeiramente perturbados possuem pers­ mônio desejam espalhar seus pecados no mundo um mi­
pectivas tão inovadoras que respondem involuntariamente lhão de vezes. Se existe reencarnação, estes seres desprezí­
a questões que estão além de sua compreensão. Os últimos veis certamente começarão suas próximas vidas como lar­
deveriam ser valorizados por sua percepção enquanto os vas podres ou celecantos. Não permita que que um deles se
primeiros deveriam ser extintos e estudados postnwrten. instale em seus domínios.
NosFERATU LoBISOMENS
É estranho que a maioria desses Cainitas não se deleite Um grupo extravagante, mais animal do que homem,
com sua imortalidade monstruosa. Em vez disso, eles se embora sua fisiologia implique uma divisão idêntica. Ape­
escondem nas sombras e debaixo do cocho dos porcos. Esse sar de serem interessantes, essas criaturas carecem comple­
clã afirma ter uma grande variedade de membros; muitos tamente de importância. Se puder, aprenda com eles. Se
dos quais possuem um vasto conhecimento. Contudo, os não for possível, fuja. Tenha em mente que é muito impro­
segredos que eles guardam são fracos se comparados com os vável você aprender alguma coisa com eles.
mistérios físicos que seus membros apresentam.
MAGOS E MAGI
RAVNOS Seria mais fácil predizer onde cada gota de chuva cairá
O que dizer deste clã agraciado com o dom da do que tentar entender como funciona a mente de um mago.
intemporalidade que o desperdiça, fazendo os camponeses Nossos caminhos se cruzam mais do que gostaríamos, pois
terem visões da Virgem? Quanto menos falarmos destes é comum eles perseguirem objetivos iguais aos nossos. Como
chacais, melhor. aprendemos com os necromantes Giovanni, alguns deles
são companheiros valiosos. Por outro lado, muitos são in­
ToREADOR toleráveis e odiosos, como aprendemos com os Tremere.
Este clã procura a experiência artística no mundo que o
cerca. Infelizmente, estes vampiros são, com muita freqüên­
cia, dados ao hedonismo e outras armadilhas do mundo
físico. Sua introspecção e busca espiritual seriam melhor
aplicadas na busca das verdades universais e não em obje­
tos materiais. Apesar disso, talvez ainda haja esperança para
eles. Seu temperamento é talvez o mais parecido com o

Indignos de confiança, vis e irresponsáveis, os

Usurpadores são os maiores candidatos a causar a destrui­
ção inevitável de nosso clã. Afinal de contas, eles prova­
ram, que não são incapazes desse tipo de coisa. Que existam
infernos especiais para depositar estes magos desprezíveis.
Eu cuspo nas cinzas deles.

Um clã de atavismos, os Tzimisce nasceram para gover­

nar seus reinos hostis. Alguns membros desta linhagem
peculiar mantêm conselheiros Capadócios, embora a mai­
oria não o faça. Esse clã engloba os melhores e os piores
aspectos do Abraço. Os Tzimisce são ótimos objetos de
estudo, embora seja mais sábio manter-se a uma distância
segura de um assunto como este.

LIVRO DO CLÃ: CAPADÓCIO

38
NOVAS CAMINHOS
CARACTERÍSTICAS CAMINHO oos Ossos
Devido à predileção dos Capadócios pela morte, o clã Os seguidores da Via Ossis acreditam que o corpo é
fez alguns avanços em determinadas áreas de conhecimen­ apenas um invólucro da alma. De acordo com os seguidores
to negligenciadas pela ciência. Embora sejam particular­ desse Caminho, os Cainitas estão suspensos num estado
mente apropriadas para os mórbidos Capadócios, as Carac­ incômodo de não-vida. Apesar de não estarem vivos como
terísticas que veremos a seguir não são exclusivas do clã e os mortais, também não estão mortos, pois podem pensar e
podem ser usadas por qualquer personagem de Vampiro: agir. Os seguidores dessa Trilha são mórbidos e
A Idade das Trevas. Como sempre, cabe ao Narrador existencialistas. Algumas vezes, eles se encontram enca­
decidir o que é permitido no jogo e, ele pode optar por lhados no mundo temporal; noutras, estão preocupados
proibir estas Características. com a situação de seus espíritos imortais.
Apesar do corpo físico fazer uma transição desde o nas­
CONHECIMENTO cimento, durante toda a vida, até a morte, a alma permane­
ce constante. Quando o corpo morre, a alma se muda para
TANATOLOGIA outro corpo, esquecendo sua existência anterior. Os segui­
O personagem é um grande conhecedor do fenômeno dores desse Caminho não encaram a vida como uma coisa
da morte em todos os seus aspectos. Ele está familiarizado individual, e sim coletiva. Desse modo, muitos vampiros
com a decrepitude e o envelhecimento, os efeitos da praga da Via Ossis realizam sacrifícios ou experiências nas quais
e outras doenças (embora este Conhecimento não possa o objeto de estudo morre para que eles possam estudar a
normalmente ser usado para substituir a Medicina) e as­ viagem da alma de volta para sua origem.
suntos do espírito. Ele também tem conhecimento da prá­ Os Cainitas adeptos do Caminho dos Ossos vêem o
tica da preservação de corpos, seja por meio de mumificação, estado vampírico como uma quebra desse ciclo. Eles esta­
embalsamento ou outro método. Além disso, ele é versado belecem uma relação muito forte entre vampiros e parasi­
na metafísica da morte, nutrindo sua própria filosofia ou tas, descrevendo sua dependência de sangue como um "em­
concordando com outros estudos a respeito do que aconte­ préstimo" de parte do ciclo dos mortais de cujo sangue eles
ce com o espírito quando seu hospedeiro mortal perece. se alimentam. Muitos deles presumem que, após a Morte
Fica a cargo do Narrador, decidir se os personagens que têm Final, eles serão reintroduzidos no ciclo, mas muito poucos
Tanatologia podem tentar determinar a causa da morte de estão dispostos a acelerar esse processo.
algum alvo caso ela não seja óbvia. Esta Trilha possui um pequeno grupo de seguidores,
• Diletante: todo mundo morre. Você já viu isso acon­ principalmente do clã Capadócio (mas alguns Tzimisce
tecer algumas vezes mórbidos também a seguem). Em geral, os expositores des­
• • Estudante: Você já fez algumas pesquisas sobre o sa teoria buscam respostas científicas para os assuntos es­
assunto e está familiarizado com muitas crenças culturais a pirituais, embora alguns só queiram corroborar sua fé. Apesar
respeito da morte. de serem espiritualistas, os seguidores do Caminho dos
Ossos não são muito apaixonados, contentando-se em acre­
• • • Instruído: Você conhece numerosos aspectos ditar no que acreditam e continuar estudando.
culturais, religiosos e filosóficos da morte e isso inclui uma
Centrado na busca empírica dos assuntos do espírito, o
compreensão limitada do sobrenatural.
Caminho dos Ossos defende as Virtudes da Convicção e
• • • • Erudito: Sua compreensão da morte é muito do Autocontrole.
grande e, inclui um grande conhecimento do sobrenatural.
Ao atingir este patamar, você provavelmente já fez suas
próprias experiências e pode até ter um laboratório dedica­
do ao estudo.
• • • • • Sábio: Você é reconhecido como um especi­
alista no assunto, e pode vir a ser procurado por suas opini-
ões valiosas.
• • • • • • Visionário: Você é um mestre indiscutível
e seus discursos em Ercias Dagi ajudam o clã a decidir que
direção tomar nos próximos anos. Você acha que compre­
ende os mistérios da morte.
Possuídos por: Capadócios, Necromantes, Giovanni,
Padres, Cultistas, Hereges
Especialidades: Crenças Culturais, Crenças Religio­
sas, Aparições, Causas de Morte
 da Necromancia como uma Disciplina adicional do clã. Os
personagens Giovanni não podem começar uma crônica
abaixo da 11ª geração, nem escolher Previsão ou Loucas
Visões; curiosamente essas peculiaridades não existem en­
tre os Capadócios Giovanni.
PREVISÃO (QUALIDADE: 3 PONTOS)
Alguns Capadócios têm o estranho dom das previsões,
embora suas revelações sejam breves e indistintas. A Pre­
visão fornece uma pequena visão de valor imediato ou táti­
co, mas não prepara o vampiro para o futuro. Esta visão
pode ser qualquer coisa, desde saber se um indivíduo é ou
não confiável, reconhecer um objeto de valor ou outro efeito
que o Narrador escolha para manter o bom andamento da
história. A natureza exata das premonições do personagem
é definida pelo Narrador.
Vale notar que as visões dos Ladrões de Sepultura não
são "futuros possíveis". Na verdade, são fragmentos vagos e
obscuro de um momento bem definido no futuro.
APARÊNCIA HORRENDA (DEFEITO: 3 PONTOS)
Uma ocorrência cada vez mais freqüente entre os
Capadócios é uma acentuação de uma fraqueza inerente do
clã. Muitos Capadócios, que já têm uma tendência a se pa­
recerem com cadáveres ambulantes, têm demonstrado, uma
Aparência Horrenda mais pronunciada. Os detentores des­
se Defeito bizarro ficam ainda mais parecidos com cadáve­
res; a pele fica colada aos ossos e descamando dando a im­
pressão de uma colcha de retalhos. Os casos mais avança­
dos podem apresentar chagas abertas, decomposição ex­
cessiva do corpo, membros e cabeça (resultando normal­
mente na perda do nariz e das orelhas) e um cheiro repulsi­
vo de sepultura. Os Capadócios que possuem esse Defeito
têm o Atributo Aparência igual a O. Ele nunca pode ser
aumentado, embora possa ser fisicamente escondido ou
mascarado com o uso de magia ou Disciplinas.
VISÕES LouCAS (DEFEITO: 3 PONTOS)
Alguns Capadócios relatam casos particularmente
aberrantes de Previsão em que os vampiros afligidos afir­
QUALIDADES E DEFEITOS mam ter visões apocalípticas.
Veremos a seguir, algumas Qualidades e Defeitos O vampiro amaldiçoado com Visões Loucas mergulha
opcionais, desenvolvidas exclusivamente para o clã periodicamente em transes angustiantes, às vezes, enquan­
Capadócio. Use essas Características para personalizar seus to realiza outras tarefas, e cai no chão se debatendo fraca­
personagens ou adapte-as de acordo com suas necessida­ mente. Quando é questionado sobre a natureza destes pe­
des. Lembre-se de consultar o Narrador antes de escolher sadelos perturbadores, o Capadócio descreve visões de uma
qualquer Qualidade ou Defeito; para mais detalhes veja o agonia pessoal infernal ou premonições vívidas, mas
Apêndice do livro Vampiro: A Idade das Trevas. inexplicáveis, acerca da destruição do clã. Algumas psiques
mais frágeis chegam a bloquear conpletamente a lembran­
LINHAGEM GIOVANNI (QUALIDADE: 2 PONTOS) ça desses episódios.
Os Capadócios Abraçaram recentemente, membros­ Os Capadócios que sofrem de Loucas Visões ou que têm
chave da família Giovanni, de Veneza. Esses mercadores Previsão raramente comentam suas visões com Cainitas
necromantes possuem uma compreensão aguçada do que que não pertecem ao clã. Na verdade, muitos vampiros que
poderá se tornar uma Disciplina legítima, e seu Abraço recebem essas visões são levados às raias da loucura conhe­
encoraja esse desenvolvimento. Os personagens com Li­ cida como Complexo de Cassandra, na qual os visionários
nhagem Giovanni podem aprender e utilizar a Disciplina sabem a terrível verdade sobre o futuro e percebem que são

LIVRO DO CLÃ: CAPADÓCIO

40
incapazes de impedir que ele aconteça. Felizmente, essa
condição é incomum e poucos sofrem inteiramente dela,
embora tenha sido necessário minorar o sofrimento de mais A DOENÇA REVELADA
de um Ladrão de Sepultura. (AusPícios NíVEL D01s, FoRTITUDE NÍVEL
SETE)
PODERES DAS
Este poder macabro de diagnóstico tem como base a
DISCIPLINAS CAPADÓCIAS Visão da Alma, mas revela um aspecto diferente da condi­
ção da vítima. Olhando para o alvo, o Capadócio é capaz de
Alguns Capadócios desenvolveram novas e intrigantes
discernir se existe alguma doença física afligindo o indiví­
utilizações para as Disciplinas que possuem, resultando em
duo, e curá-lo emprestando de uma parte de sua própria
habilidades mórbidas que facilitam seus estudos. Estes po­
Fortitude. Este poder é limitado pelo nível de conhecimento
deres não foram desenvolvidos para personagens
do Capadócio.
superpoderosos; seu uso é permitido somente se o Narrador
estiver de acordo. Sistema: Quando um vampiro utiliza este poder, o
Namador pode fazer o teste em segredo para ocultar o resul­
PASSAGEM DA CEIFADORA (MORTIS NíVEL SEIS) tado do jogador. Este poder exige um teste de Percepção +
Utilizando este poder, o Capadócio provoca uma "ex­ Medicina (embora o Narrador possa substituí-lo por
periência próxima da morte" em uma vítima de sua esco­ Herborismo, caso o personagem suspeite de veneno) com
lha. A vítima sofre imediatamente,um ataque cardíaco não dificuldade 8; o número de sucessos indica a precisão do
fatal, falta de ar ou qualquer outra alteração fisiológica po­ diagnóstico. Uma falha indica que o Capadócio não conhe­
tencialmente desastrosa. Quaisquer que sejam os aspectos ce a doença, enquanto uma falha crítica indica um resulta­
especificos, essa experiência afeta profundamente o alvo. do completamente incorreto. Note que esse poder revela
Os insensíveis Capadócios usam este poder com freqüên­ apenas os males físicos que afligem a vítima; a psicologia era
cia para ameaçar os mortais. quase completamente desconhecida naquela época. Este
Sistema: O vampiro precisa tocar o alvo para esse po­ poder também é limitado pelo conhecimento do Capadócio;
der ter efeito. O jogador gasta um Ponto de Sangue e faz um se o vampiro não estiver familiarizado com a doença, será
teste de Manipulação+ Medicina (dificuldade igual à For­ incapaz de identificá-la.
ça de Vontade do alvo). O número de sucessos indica quão Depois disso, com um teste adicional de Vigor + Medi­
profundamente o alvo foi afetado; um sucesso gera um leve cina (dificuldade definida pelo Narrador e de acordo com a
desconforto, enquanto cinco sucessos causam uma trom­ doença; um resfriado poderia ter dificuldade igual a 5 en­
bose coronária e a vítima pode ficar com seqüelas psicoló­ quanto a febre tifóide teria dificuldade 9) o Capadócio pode
gicas devido à gravidade do evento. Uma falha crítica inca­ curar a doença, se a reconhecer. A vítima, apesar de não
pacita o Cainita pelo resto da cena (enquanto tem visões ficar curada instantaneamente, estará melhor depois de um
horripilantes de sua própria Morte Final). turno completo, e totalmente curada no devido tempo. Uma
Este poder afeta somente seres vivos; os vampiros são falha crítica no teste agrava a doença, possivelmente com
imunes ao seu efeito (a não ser caso de uma falha crítica). efeitos fatais. Este poder custa 20 Pontos de Experiência.

A MARCHA DOS LEPROSOS (MORTIS NÍVEL SETE) RESISTÊNCIA ABENÇOADA

O Capadócio escolhe um dos membros do seu alvo e (FORTITUDE NíVEL 8, MORTIS NÍVEL 4)
induz uma atrofia interna. Imediatamente, o membro tor­ Milênios de passividade diante da oposição cria uma
na-se inútil, e começa a se decompor e cai de forma horripi­ constituição inabalável. Os vampiros que possuem este po­
lante dentro de alguns dias. Este poder também pode ser der são famosos por voltarem da Morte Final: seus membros
aplicado na cabeça, e será fatal, se for aplicado na cabeça de arrancados unem-se ao corpo e a cabeça decapitada pren­
um humano. de-se novamente ao pescoço. Se for necessário, qualquer
Sistema: O vampiro precisa tocar seu alvo. O jogador um que tentar exterminar um Capadócio, terá de se certifi­
gasta um ponto de Força de Vontade, faz um teste de Vigor car de que sua "vítima" não possui este poder ou poderá vir
+ Medicina (dificuldade igual à Força de Vontade do alvo) a ganhar um inimigo poderoso por muito tempo.
e tem de obter mais sucessos do que o número de pontos Sistema: No caso improvável de ter algum Ponto de
que o alvo tem em Vigor. A atrofia é profunda e o membro Sangue em seu sistema, o usuário deste poder terá de gastar
afetado cairá em um número de dias iguais ao Vigor do todos. Além disso, tem de gastar quatro pontos de Força de
alvo. Uma falha crítica indica que o vampiro afeta seu pró­ Vontade e mais um para cada membro cortado (inclusive a
prio membro. Se este poder for usado em outro vampiro, os cabeça) que precise ser reintegrado ao corpo. Se não tiver
efeitos desaparecerão quando ele despertar na noite seguin­ Força de Vontade suficiente, o Cainita experimentará a
te, mas um vampiro cuja cabeça foi afetada por este poder Morte Final. Normalmente, as partes decepadas precisam
não poderá usar Disciplinas nem se alimentar até a noite estar próximas do corpo do vampiro, pois "rastejarão" de for­
seguinte. ma mística até o corpo (uma visão aterradora); é necessário
a aprovação do Narrador neste caso. O vampiro que usa este
 poder é milagrosamente curado até o Nível de Vitalidade
"Espancado", mas precisa de algum tempo para se restabele­
cer por inteiro. Sempre que o personagem utiliza Resistência
Abençoada perde, permanentemente, um ponto em cada
Atributo. Esses pontos são riscados na planilha e nunca mais
podem ser recuperados. Isso resulta na diminuição do nú­
mero máximo de pontos que o personagem pode ter nas
Características. Quando necessário, este poder funciona
imediata e automaticamente e o suposto assassino pode in­
terferir (se for esperto o bastante para perceber o que está
acontecendo). Note que danos maciços - como mergulhar
num vulcão ativo ou ser depositado em um lugar aberto ao
meio-dia - continuam sendo fatais e estão além da capaci­
dade regenerativa deste poder. Aprender este poder custa
36 Pontos de Experiência.

�
DISCIPLINA UNICA:
NECROMANCIA
Foi só recentemente que a Necromancia se tomou um
poder vampírico. Hoje, ela existe apenas entre os Giovanni
do clã Capadócio e pouquíssimos Cainitas fora dessa famí­
lia. Os mercadores de Veneza guardam zelosamente seu co­
nhecimento, planejando utilizá-lo em seu próprio benefí­
cio, embora ensinem os rudimentos da Disciplina a seus
senhores Capadócios em alguns casos. ANecromancia está
longe da perfeição e, por enquanto, só é conhecida até o
terceiro nível. Entretanto, se alguém ouvir um Giovanni
falar dela, vai pensar que a família seria capaz de abrir os
portões do Inferno. Os Narradores não devem permitir que
um personagem fora da linhagem Giovanni possua qual­
quer conhecimento de Necromancia. Os personagens
Giovanni não devem espalhar seu conhecimento para ou­
tros vampiros, sejam eles jogadores ou não.
A TRAGÉDIA REVELADA
Segurando o crânio ou o cérebro de um indivíduo mor­
to recentemente, o necromante é capaz de conseguir uma
imagem mental da última coisa vista por aquele indivíduo.
Sistema: Para ativar esse poder, o vampiro precisa se­
gurar o cérebro ou o crânio da pessoa morta e, então, fazer
um teste de Percepção + Ocultismo (dificuldade 8). Adi­
ficuldade aumenta para 10, se o crânio ou o cérebro estiver
morto há mais de quinze dias. A Tragédia Revelada não
funciona se a vítima tiver alcançado o estado da Golconda.
Aclareza da visão depende do número de sucessos obtido

Uma sensação indistinta de como a víti­

ma morreu.
Uma estimativa plausível da causa da mor­
te e uma vaga imagem dos arredores.
3 Sucessos Compreensão clara da causa da morte e
uma visão do local da morte.

LIVRO DO CLÃ: CAPADÓCIO

42
4 Sucessos Conhecimento indiscutível da causa da gunta, o espírito pode tentar se libertar. Neste caso, o
morte e uma imagem vaga do assassino necromante precisará ser bem sucedido em um novo teste
(se ele foi visto), além de uma visão deta­ para manter o contato. Uma falha crítica invoca um espíri­
lhada do local. to maligno que finge ser o espírito original. Ele mentirá
5 Sucessos Visualização total da causa da morte, uma com descaso, mas terá total convicção nas histórias que
conta ao vampiro.
visão clara do assassino e uma imagem
perfeita da cena. ••• MORADA CORPÓREA
Falha Crítica Informação totalmente falsa.
Essa habilidade necromântica permite que o operador
•• INVOCAÇÃO DO HOSPEDEIRO prenda um espírito a algum tipo de objeto físico, impedin­
Este poder invoca um espírito. O necromante que de­ do-o de romper contato com o necromante. O objeto têm
seja usá-lo precisa preencher muitos requisitos antes de de ser algum tipo de recipiente, bacias, bolsas, caixas e até
obter qualquer sucesso. O personagem tem de saber o mesmo medalhões podem servir como morada para o espí­
nome do espírito que está tentando invocar e possuir um rito. O ritual exige que o necromante convoque o espírito
fragmento do corpo da pessoa morta. O ritual de invoca­ usando Invocação do Hospedeiro e, depois, aprisione-o;
ção deve ser executado em silêncio absoluto; apenas as esse processo requer oito horas de concentração
invocações devem ser proferidas em voz alta, senão o es­ ininterrupta.
pírito fugirá assustado. A cerimônia leva quinze minutos Sistema: Para ativar a Morada Corpórea é necessário
para ser realizada corretamente. Os vampiros que alcan­ um teste de Inteligência + Ocultismo (dificuldade igual à
çaram a Golconda não podem ser invocados dessa forma, Força de Vontade do espírito + 2). Caso o teste seja bem
tampouco indivíduos que possuíam Fé Verdadeira duran­ sucedido, o espírito ficará preso e não poderá romper con­
te a vida. ta_to com o necromante. De maneira compreensível, os es­
Sistema: O jogador tem de ser bem sucedido em um píritos aprisionados se tornam hostis, embora alguns sir­
teste de Carisma+ Ocultismo (dificuldade igual à Força de vam alegremente a seus mestres. Este poder mantém o es­
Vontade do espírito) para forçar o espírito a atendê-lo. O pírito confinado durante uma semana; depois do que, a
número de sucessos indica a capacidade de comunicação dificuldade em repetir o ritual é aumentada em um ponto a
do vampiro com o espírito. Depois de responder cada per- cada nova tentativa de prender o mesmo espírito.
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to tr� "h5� � �_jRttt �� SUR � 110 tttU»­
bo R»ks � � ttt8oCibos pdo �1t10.
Ü MESTRE DOS SEGREDOS
Citação: Você já ouviu falar do terrível monstro do pântano que habita o Castelo Belleme? Bem, você tem
muito que aprender antes de entrar no covil do barão...
Prelúdio: Você é o sexto filho de um sétimo filho e, o último da linhagem de seu pai. Se tivesse havido
apenas mais um irmão, o destino teria planejado feitos grandiosos para você, mas isso não aconte-
ceu. Mesmo assim, sua criação e o meio em que viveu despertaram um grande interes-
se em você por assuntos que estão além do alcance da maioria dos homens.
U
,/
Nenhum preço era alto demais pelos segredos ocultos. Este é um dos motivos pelos ,__/,..,.' .-,----,.
q_uais restam apenas quatro irmãos em sua família. Afinal de contas, se Deus não
desejasse que os homens encontrassem as verdades ocultas, por que deixaria indícios
delas na Terra d'Ele? Você reuniu livro após livro, pergaminho
após pergaminho, relíquia após relíquia - as chaves esqueci­
das para reinos de horrores imensos.
Em uma de suas buscas, você se viu nas ruínas de um anti­
go templo pré-cristão, cercado por livros e mapas que pareci­
am estranhamente fora de lugar numa biblioteca
empoeirada. Você desceu às profundezas do templo, in­
diferente à noite que se aproximava e à relutância
dos seus companheiros de viagem. A resposta para
o mistério final era quase palpável no ar, pouco
além do alcance de seus dedos. Você prosseguiu,
mas parou quando encontrou os restos arruina­
dos de uma cripta que havia sob o templo.
Surpreendentemente, o monstro que habi­
tava aquele lugar era bastante versado e co­
nhecia muitos dos segredos que você descobri­
ra. De fato, ele lhe entregou um novo enigma:
o mistério da vida após a morte.
Conceito: Você não está satisfeito com as ciên­
cias "comuns" estudadas pelo homem. Por isso, in­
vestiga mistérios que seria melhor deixar intocados.
Você sente uma fascinação mórbida por todos os tipos
de entidades bizarras e insiste em aprender os rituais
usados para controlá-las. Seus amigos são apenas fer­
ramentas úteis para levá-lo até as ruínas arcanas ou os
castelos destruídos que despertem sua atenção naquele
momento.
Dicas de Interpretação: Todos os segredos de­
vem ser seus. Quanto mais escondida se encontra
uma verdade, maior seu interesse em descobri-la.
Afinal de contas, não seria um segredo, se qual­
quer tolo com acesso a uma biblioteca pudesse
descobri-lo. Além disso, você não preferiria ser
capaz de abrir um portal místico do que saber
como retirar uma verruga.
Equipamentos: Roupas imundas, cajado e
um saco com emplastros de ervas.

LIVRO DO CLÃ: CAPADÓCIO

46
NOME: -------- ------
NATUREZA:Fanático SENHOR: --------
}OGADOR: ------- COMPORTAMENTO: Tirano GERAÇÃO: 11 -------
CRÔNICAS: CONCEITO: Mestre dos Segredos REFÚGIO: -------
���������� ATR]BUTOe, ���������
I1eí](;0',3 e,oomeí MeNTIDeí
Força -- eeOOOOOO Carisma eOOOOOOO Percepção _ eeeOOOOO
Destreza e••00000 Manipulação eeeOOOOO Inteligência _ eeeeOOOO
Vigor eeeOOOOO Aparência eeOOOOOO Raciocínio eeeOOOOO
���������� bAB]LlDADt:e ���������
:Q�OM �ONheQMeNT0',3
RepresentaçãoOOOOOOOO Emp. c/AnimaisOOOOOOOO Instrução_ ••000000
Prontidão ••000000 Arqueirismo OOOOOOOO Sab.Popular_ ee000000
Esportes 00000000 Artesanato 00000000 Investigação 00000000
Briga 00000000 Etiqueta eooooooo Direito 00000000
Esquiva eooooooo Herborismo - ••000000 Lingüística_ ••000000
Empatia eooooooo Armas Brancas 00000000 Medicina ••000000
Intimidação_ 00000000 Música 00000000 Ocultismo(*) ••••oooo
Crime ••000000 Cavalgar__ 00000000 Política 00000000
Liderança_ 00000000 Furtividade - ••000000 Ciência ·••00000
Lábia ·••00000 Sobrevivência eOOOOOOO Senescalia 00000000
*Conhecimento Antigo

VANTAGeNe,
:0]eíOQLINM t1NTE\(;e;DeNTee Vmnmee
Auspícios ·••00000 Geração eooooooo Consciência/ Convicção
Fortitude eooooooo Recursos ••000000 •••oo
00000000 lacaios ••000000 Autocontrole,1nstinto
00000000 00000000 ••ooo
00000000 00000000 Coragem ••••o
�AMINhO
Ossos
=========V:UAL]DA.DEI ======
00000000 ____________ Escoriado______ O
---- 00000000 e e e e e e O O O O Machucado -10
00000000 Ferido -1 O
= fuRç;ADE'iVONTA.DE'i = Ferido Gravemente -20
----ºººººººº •••••••
----00000000
----
00000000
o o o Aleijado
D D D D D D D D D D
Espancado -2 O
-5 O
Incapacitado O
- ---OOOOOOOO
----
---- 00000000 =:QoNTO',:,DE\e,ANGUE\ = ===OOQUE\�A===
---- 00000000 □□□□□□□□□□ Palidez Mórbida
---- 00000000 □□□□□□□□□□
Antecedentes: 5 Virtudes: 7 Pontos de Bônus: 15 (7/5/2/1)

47
o CRUZADO PERDIDO
Citação: A morte assume muitas faces. A sua, as­ verdadeira natureza do mundo, embora o tenha trans­
sume a minha. formado num predador noturno. Você continua tendo
Prelúdio: Você atendeu ao chamado do Papa às acessos de depressão quando tenta conciliar seu
armas e, levantou sua espada contra os infiéis sarracenos vampirismo com a vontade de Deus, mas no fim sua
que se aglomeravam nos portões cristãos. Seu regimento sede pela não-vida acaba vencendo.
deixou um rastro de sangue na Terra Santa, erguendo Dicas de Interpretação: O zelo e a retidão moti­
pilhas de corpos mutilados atrás de si. À medida que vam-no e você guia os outros para esses objetivos. Siga
penetrava mais e mais no Levante, você finalmente seu coração em vez do desejo alheio e encoraje seus
pôde ver a futilidade de impôr sua fé a outras pessoas. acompanhantes a fazerem o mesmo. Lutar deve sem­
Até mesmo os paynim saladinos permitiam aos pere­ pre ser a última opção, mas, se tiver que fazê-lo, não
grinos cristãos entrar na Terra Santa; poder-se-ia di­ tenha misericórdia para com os oponentes.
zer o mesmo a respeito dos muçulmanos que visitavam Equipamentos: Espada antiga, armadura de me­
a Europa? tal, rosário e uma lasca de madeira que
A descoberta dessa hipocrisia atingiu-o de uma for­ você acredita ser um fragmento da
ma que as cimitarras dos muçulmanos não puderam. Cruz Verdadeira.
Você duvidou da sabedoria do Papa Urbano, da inte­
gridade de seus companheiros cristãos e da sua pró­
pria fé. Restaria algo no mundo que pudesse sustentá­
lo? O único consolo que encontrou foi a bebi­
da.
Certa noite, nas ruas da Antiáguia, você
foi cercado por um grupo de ladrões
islâmicos. A sobriedade o atingiu de ime­
diato e você empunhou sua espada... e
hesitou, devido à falta de fé ou ao tri­
unfo do desespero. O grupo de bandi­
dos o deixou sangrando, à beira da
morte, num beco escuro e sujo.
Você acordou nos braços gélidos
do seu senhor, que lhe mostrou que
havia mais coisas na vida além da fé
cega. Deus era justo, mas seus mé­
todos eram estranhos e incompre­
ensíveis. Você descobriu ter

mesmo e em seu
senhor do que em
Deus e emprestou sua
bravura ao seu clã e seus ami-
gos quando isso foi necessário.
Conceito: Você teve um pas­
sado desagradável, mas prega o
perdão em vez do ressentimen­
to. Você não perdeu a vonta­
de de lutar, mas os motivos
precisam ser puros. A não­
vida abriu seus olhos para a
LIVRO DO CLÃ: CAPADÓCIO

48
NOME: SENHOR:
JOGADOR: COMPORTAMENTO: Samaritano GERAÇÃO: 10
CRÔNICAS: CONCEITO: Cruzado Perdido REFÚGIO:

ATRII3UTOe,
fiemc;oe, ,5ooru� MeNTAl�
Força ••••oooo Carisma ·••00000 Percepção_ ••000000
Destreza ••000000 Manipulação eeeOOOOO Inteligência _ eeOOOOOO
Vigor ••••oooo Aparência ••000000 Raciocínio ·••00000
hAB]L]DROGe
TALeNTQ:, ::Qe:R]OM (;ONhE'íOMeNTQ:,
RepresentaçãoOOOOOOOO Emp. c/AnimaisOOOOOOOO Instrução_ 00000000
Prontidão ••000000 Arqueirismo eeOOOOOO Sab.Popular_ eOOOOOOO
Esportes __ eooooooo Artesanato 00000000 Investigação 00000000
Briga ·••00000 Etiqueta 00000000 Direito eooooooo
Esquiva ••000000 Herborismo 00000000 Lingüística eooooooo
Empatia __ eooooooo Armas Brancas • • • • OOOO Medicina ••000000
Intimidação _ eeOOOOOO Música 00000000 Ocultismo 00000000
Crime 00000000 Cavalgar ••000000 Política 00000000
Liderança _ eOOOOOOO Furtividade eooooooo
Ciência 00000000
Lábia eooooooo Sobrevivência eeOOOOOO Senescalia 00000000

���������� VANTilGeNe, ���������

Dl�CJnLlNM tÍNTGC;eDeNTet:, Vmrunee
Auspícios eooooooo Contatos eOOOOOOO Consciência/ Con �icção
Fortitude ••000000 Geração eeOOOOOO ------ ••••o
Mortis
---- eooooooo Mentor eOOOOOOO Autocontrole/Instinto
---- 00000000 Recursos eeOOOOOO ------ •••oo
---- 00000000 ---- 00000000 Coragem ____ eee eo

= ÜU'I'RA;5 (;ARAc;Te:R]�n� = (;AMlNhO VlTALlDADE'í

Refúgio Escoriado D
00000000
00000000 •••••••ooo Machucado -1 D
00000000 Ferido -1 D
00000000 = FoR<;:;ADE'íVONTimE'í = Ferido Gravemente -2 □
00000000 ••••••oooo Espancado -20
00000000 □□□□□□□□□□ Aleijado
Incapacitado
-50
O
00000000
00000000 = ::QoNTQ:, DE'íe>ANGUE'í = OOQUE'í:Z,A
00000000 □□□□□□□□□□ Palidez Mórbida
00000000 □□□□□□□□□□
Antecedenta:5 Virtudeo:7 PontoodeBõnw: 15 (7/5/2/1)

49
A NECROMANTE PRÓDIGA
Citação: Você nunca falou com as sombras inqui­ num canto, a velhinha revelou que ela não só pratica­
etas? Que pena. va a magia da morte, como também estava além disso.
Prelúdio: Você sabia que a Arte Negra era mais Quando implorou pelo dom da imortalidade, você se
importante do que a sua família acreditava. Seus pais despediu dos seus pais e viajou até a casa dela no sul.
e parentes, integrantes da poderosa família Giovanni, Você uniu-se ao convento e, com seu recém-adquiri­
ficaram ricos graças aos esforços dos cristãos durante do dom da imortalidade, tornou-se um membro vital
as Cruzadas, mas aquela riqueza trouxe consigo a da cabala de necromantes que buscava respostas para
corrupção. Enquanto degenerava, sua família voltou­ questões muito além da própria morte.
se para a nigromancia, em busca de emoções baratas e Conceito: O poder representa tudo e o seu foi ad­
proibidas. Que tolos eles foram. quirido com facilidade. A Necromancia é a sua voca­
Você obteve poder estudando a magia dos mortos ção; e a compreensão que você tem dela supera até
e o poder, por sua vez, trouxe-lhe sucesso. Você mesmo o conhecimento de seus anciões, mas você
seria capaz de resolver crimes com facilida­ compartilha o que sabe com os integrantes do
de, conversando com os restos espectrais convento sem sentir nenhuma pena por isso.
das vítimas e não se incomoda em usar Você não considera o vampirismo uma mal­
essas informações para fazer chanta­ dição; sempre agiu como um monstro e pa­
gens. Suas habilidades aumentaram recia predestinada a receber o Abraço.
bastante, assim como o controle que Dicas de Inter p retação: Você não é
você exerce sobre as pessoas cujos se­ presunçosa; você é realmente melhor que
gredos descobriu. O mais importante é todo mundo. Seus amigos são úteis
que você tem diversas pessoas influentes apenas como meios para conse­
sob seu domínio e muitos favores lhe são de­ guir o que deseja,. mas há muito
vidos. Mesmo assim, você mantém as apa­ tempo você aprendeu a ser civi­
rências, e freqüenta a Igreja para ob­ lizada e a não queimar nenhu­
servar seu pequeno rebanho de ma ponte. Você é uma merce-
assassinos. Você não poderia nária à procura de seus interes­
permitir que fossem perdoados ses e de caminhos que gerem
no confessionário, não é ver­ os melhores resultados com
dade? o menor esforço.
Certa noite, uma tia Equipamentos: Ves­
rica do sul veio visitá-la tidos manchados, perga­
e você percebeu, instin­ minhos necromânticos e
tivamente, que ela leva­ uma lista das pessoas que
va a arte tão a sério quan­ lhe devem favores por man­
to você. Puxando você ter sua boca fechada.

LIVRO DO CLÃ: CAPADÓCIO

50
NOME: SENHOR:
}OGADOR: COMPORTAMENTO: Monstro GERAÇÃO: 11
CRÔNICAS: CONCEITO: Necromante Pródiga REFÚGIO:

A.TR]EUToe
Flernc:a,3 ,5oom5 MeNrID5
Força ••000000 Carisma ·••00000 Percepção_ ••••oooo
Destreza ••000000 Manipulação eeeOOOOO Inteligência _ ·••00000
Vigor ••000000 Aparência ••000000 Raciocínio ·••00000
hAE]L]DADGe
TALeNT0',3 :QeiuCJM (;ONheQ.MeNT0',3
RepresentaçãoeOOOOOOO Emp. c/AnimaisOOOOOOOO Instrução_ ·••00000
Prontidão 00000000 Arqueirismo OOOOOOOO Sab.Popular_ 00000000
Esportes 00000000 Artesanato eooooooo Investigação 00000000
Briga eooooooo Etiqueta __ ••000000 Direito 00000000
Esquiva eooooooo Herborismo - eooooooo Lingüística ·••00000
Empatia __ eeOOOOOO Armas Brancas 00000000 Medicina ••000000
Intimidação _ e0000000 Música 00000000 Ocultismo ·••00000
Crime 00000000 Cavalgar 00000000 Política ••000000
Liderança _ 00000000 Furtividade - eooooooo Ciência 00000000
Lábia ·••00000 Sobrevivência OOOOOOOO Senescalia 00000000

���������� VANTAGeNe ���������

D:n50QLINA,5 ANrec:eoeNree VIR1Ul)efj
Mortis •••00000 Aliados •0000000 Con�dênda/ Convicção
N ecromancia ••OOOOOO Contatos eOOOOOOO ------ •••oo
---- 00000000 Geração eooooooo Autocontrole/lmtinto
---- 00000000 Influência ••000000 ------ •••oo
---- 00000000 Recursos ••••oooo Coragem ____ eee eo

= ÜUTRA,e; (;ARAC:Teiu5TIOleí = (;AM1Nho VJ:TALIDA.De

Tanatologia ••000000
Ossos Escoriado □
••••••oooo Machucado -1 □
00000000
Ferido -1 □
00000000
= =
fuRÇADE'íVONTADE'í Ferido Gravemente -2 □
00000000
-2 □
00000000 ··••000000 Espancado
□□□□□□□□□□ Aleijado -5 □
00000000
00000000 Incapacitado D
00000000 =:QONT0',3DE'íeANGUE'í = OOQUE'íZA
00000000 □□□□□□□□□□ Palidez Mórbida
00000000 □□□□□□□□□□
Antecedenta: 5 Virtuda: 7 Ponmo de Bõnw; 15 (7/5/2/1)

51
ÜVELHA NEGRA
Citação: Não me lembro de ter ouvido falhar so­ cadeira, ele sugou todo seu sangue e ofereceu-lhe um
bre isso. Quando foi que aconteceu? pouco do dele. Fraco demais para resistir, você só pôde
Prelúdio: Nascido na servidão, seu futuro se resu­ assistir enquanto o homem o envolvia em mantos pesa­
mia a dias sem fim de trabalho sobrecarregante nas ter­ dos e o prendia sob a carruagem.
ras do senhor feudal, recebendo alimento suficiente para Confrontado com sua prórpia mortalidade e a pos­
sobreviver. Seu pai morreu com 30 anos de idade e sua sibilidade da não-vida de um vampiro ser tão estúpida
mãe, com 2 7. Você se tornou um guardião da proprie­ quanto a vida de um mortal, você perdeu o controle.
dade, mas o senhor feudal simplesmente o jogou em Tornado pela confusão mental do frenesi, você arre­
outra cabana de camponeses onde você executava suas bentou suas amarras e sumiu na floresta, matando tudo
mesmas tarefas sem nenhuma gratidão. o que atravessava seu caminho.
Cansado de tudo, você tomou seu próprio rumo. Agora, você vaga novamente, dessa vez sob a pro-
Fugindo de seu lar adotivo, protegido pela escu­ teção das trevas. Você conseguiu entrar em con­
ridão da noite, você começou a viver sua pró­ tato com seu senhor, mas não dá muita impor­
pria vida e tornou-se um homem livre depois de tância à pompa e à política do mundo Cainita.
fugir durante um ano e um dia. Durante suas Você é finalmente seu próprio líder, mas sente
viagens, tornou-se um faz-tudo para poder viver um estranho desejo quando fita os olhos de seu
por seus próprios meios e vagava sem destino senhor.
com sua liberdade. Quando parava numa Conceito: Todo esse estudo da mor­
cidade por alguns dias, os te não significa nada para você, mas
freqüentadores da taverna olha­ você é obrigado a admitir que acha fas-
vam-no como se fosse um louco e cinante o conceito do enigma eter­
diziam que viajar desse modo era no. Talvez, você consiga responder
perigoso, e que você provavel­ sua parte da questão com sua vida
mente teria sua cabeça arranca­ sem grilhões. Mas você está real­
da por salteadores. Entretanto, mente mais preocupado com os as­
você havia sido um salteador e sa­ suntos cotidianos de ser um vampi­
bia que eles eram desorganizados ro. Suas viagens lhe renderam di­
demais para perseguir um homem versas aventuras e você fez muitos
solitário. amigos pelo caminho.
Certa noite, enquanto acam­ Dicas de Interpretação: Você
pava a alguns metros da estrada, é bastante apresentável e faz novos
você ouviu o ruído de uma carruagem amigos todas as noites. Não demons­
parando. Um homem estranho des­ tra má vontade com seu clã e, às
ceu da carruagem e olhou direta­ vezes, trabalha como mensageiro
mente em sua direção através dos para seus membros. Pode ser que al-
arbustos. A velocidade dele era
tão impressionante que você qua­
se não percebeu que ele estava .-----------.�---�
M11"\1.
atrás de você antes dele aprisioná­ "li. gum dia, você viaje até Erciyes para
lo num abraço aparentemente for­ ouvir a "revelação" que preocupa a
te demais para a constituição de todos os Capadócios, mas somente
seus braços. Você lutou como se se a viagem coincidir com seus pla­
fosse haver um amanhã (e se falhas­ nos. Provavelmente, você seria um
se, talvez não houvesse mesmo), im­ Infitiore se estivesse nas redondezas
pressionando o estranho e encarqui­ na época do Festim dos Tolos.
lhado homem com seu desejo de Equipamento: Roupas de viagem
viver. Depois de se cansar da brin- puídas e uma espada judiada.

LIVRO DO CLÃ: CAPADÓCIO

52
NOME: NATUREZA: Sobreviventes SENHOR:
JOGADOR: COMPORTAMENTO: Rebelde GERAÇÃO: 8
CRÔNICAS: CONCEITO: Ovelha Negra REFÚGIO:

A.YR]BUTOe,
fiernc;0',3 �ome, M�rme,
Força ·••00000 Carisma ·••00000 Percepção _ ••000000
Destreza ·••00000 Manipulação ee O O O O O O Inteligência _ ee O O O O O O
Vigor ••••oooo Aparência ·••00000 Raciocínio ·••00000
hAB]L]DAJ)Ge,
TAL�T0',3 l?GIUOM (;ONhtlQM�T0',3
Representação O O O O O O O O Emp. e/Animaisee O O O O O O Instrução_ 00000000
Prontidão ••000000 Arqueirismo e O O O O O O O Sab.Popular _ ee O O O O O O
Esportes ••000000 Artesanato eooooooo Investigação eooooooo
Briga ••000000 Etiqueta 00000000 Direito 00000000
Esquiba ••000000 Herborismo eooooooo Lingüística_ 00000000
Empatia __ e0000000 Armas Brancas ee O O O O O O Medicina ••000000
Intimidação_ 00000000 Música 00000000 Ocultismo 00000000
Crime eooooooo Cavalgar_ e0000000 Política 00000000
Liderança _ 00000000 Furtividade ·••00000 Ciência 00000000
Lábia 00000000 Sobrevivência eee O O O O O Senescalia 00000000

���������� VANIBGeNe, ���������

DleíOI?LJNM HNreic;e;o�ree Vmnmee
Auspícios eooooooo Geração ••••oooo Consciência/ Convicção
Fortitude
---- ·••00000 ---- eooooooo
Rebanho ------ •••oo
---- 00000000 ---- 00000000 Autocontrole/Instinto
---- 00000000 ---- 00000000 ------ ••••o
---- 00000000 ---- 00000000 Coragem ____ eee eo

= ÜUTRAe, (;ARAc;TGRle,nc;M = (;AMINhO VlTALIDADEí

Humanidade Escoriado D
00000000
00000000 ••••••••oo Machucado -1 D
00000000 Ferido -1 D
-2 □
00000000 = IbRCA DeVoNTADe = Ferido Gravemente
-2 □
00000000 ••••••oooo Espancado
00000000 □□□□□□□□□□ Aleijado
Incapacitado
-5 D
D
00000000
00000000 =l?ONT0',3DEíe,ANGUEí = FAAQue:z;A
00000000 □□□□□□□□□□ Palidez Mórbida
00000000 □□□□□□□□□□
Antecedentn: 5 Virtudeo, 7 Pontoo de Bõn1181 15 (7/5/2/1)

53
ERUDITO INSTRUÍDO
Citação: Claro, claro! Tenho algo exatamente so­ recer. Você desempenhava sua função com um fervor
bre esse assunto bem aqui. Ou será que está ali? sem precedentes, familiarizando com cada livro exis­
Prelúdio: Você sempre preferiu segurança e esta­ tente nas estantes do senhor feudal.
bilidade. Foi uma criança fraca, que estava sempre Sua inclinação para o aprendizado chamou a aten­
doente e raramente era capaz de executar tarefas do­ ção do velho ecônomo do duque. Certa noite, ele veio
mésticas ou trabalhar no campo. Seu pai, angustiado até você, dizendo que uma inteligência como a sua
com sua pouca utilidade, mandou-o para um mosteiro era rara num mundo onde os homens se satisfaziam em
que ficava a alguns dias de viagem da fazenda da fa­ fossar a terra para conseguir seu sustento, como os por­
mília. Graças a Deus não choveu durante a viagem, cos. O ecônomo falou com alguns conhecidos e você
senão você certamente teria ficado doente e começou a trabalhar à noite. Alguns dias depois,
morrido no caminho. você foi Abraçado e ganhou a eternidade para
Infelizmente, você não foi de grande valia continuar seu aprendizado.
para os monges, pois era incapaz de suportar Conceito: Livros! Conhecimento! Aprendi­
os rigores daquela vida rural e comtemplativa. zado! Esses são seus ícones. Embora tenha todo
Você fez o que pôde pelo mosteiro, realizan­ o tempo para continuar seus estudos, você per­
do as tarefas permitidas por sua condição físi­ cebe que ainda há muito para aprender, por
ca: descascar batatas, lavar roupas, colher isso viaja em busca de manuscritos es­
ervas. Durante algum tempo, você se quecidos ou para pegar emprestado
beneficiou da caridade deles; alguns itens de outros senhores
ensinaram-no a ler em sua lín­ feudais ou de bibliotecas da
gua nativa e em latim. O ape­ Igreja. Você é respeitado pelo
lo da vida erudita o seduziu; grande conhecimento que
tudo o que existia para ser detém, e o ecônomo do
aprendido estava com certe­ duque sempre conversa
za escrito em algum lugar. com você a respeito dos
Depois de abandonar o conselhos que ele dá.
mosteiro, você retornou a Di c as de Interpreta­
sua vila, e trabalhou como ção: Você é silencioso, cal­
escrivão para o senhor mo e reservado, o que algu­
feudal local. Sua paixão mas pessoas confundem com
pelo conhecimento, com­ falta de habilidade social. Con­
binada com sua habilidade tudo, quando faz seus discur­
e erudição, chamaram a atenção do sos apaixonados, sente-se vivo,
senhor feudal e você foi promovido, ilustrando sua fala com parábo­
tornando-se assistente do duque na las, alegorias históricas e citações
biblioteca do castelo. Tendo traba­ da Bíblia. A busca pelo conheci­
lhado apenas com pergaminhos e do­ mento o impulsiona, e, apesar de
cumentos legais, você não estava pre­ cultivar um enorme senso de
parado para a emoção de uma vasta moralidade; alguma coisa sem­
coleção de livros. pre pode ser adquirida em ou­
Você estava no centro de um tro lugar ou por outros meios se
enorme repositório de conhecimen- o preço for muito alto ou os mo­
to. Pela primeira vez, você estava
/i
grato por sua fragilidade; se fosse 'f//
tivos, questionáveis.
E q uipamento: Roupas fi­
mais forte, estaria trabalhando no nas, diário, penas e tintas, cera
campo em vez de aprender tudo o que e selo real.
esta fonte de sabedoria tinha a ofe-

LIVRO DO CLÃ: CAPADÓCIO

54
NOME: SENHOR:
JOGADOR: COMPORTAMENTO:Autovrata GERAÇÃO: 11
CRÔNICAS: CONCEITO: Erudito Instruído REFÚGIO:

ATR]nuroe
Fl�c;oe, eoorue; MeNTlUe;
Força ••000000 Carisma ·••00000 Percepção_ eooooooo
Destreza ••000000 Manipulação eeeOOOOO Inteligência _ •••••ooo
Vigor ••000000 Aparência ••000000 Raciocínio ·••00000
hAE]L]DA,Dee,
TALeNTOJ:í l?muOM (;ONhtpMeNTOJ:í
RepresentaçãoeOOOOOOO Emp. c/AnimaisOOOOOOOO Instrução < •>_ eeeeOOOO
Prontidão 00000000 Arqueirismo OOOOOOOO Sab.Popular_ 00000000
Esportes 00000000 Artesanato eooooooo Investigação ••000000
Briga 00000000 Etiqueta __ ••000000 Direito ·••00000
Esquiva eoooooooHerborismo - eooooooo Lingüística ••> eeee0000
<

Empatia ••000000 Armas Brancas 00000000 Medicina ••000000

Intimidação _ 00000000 Música ·••00000 Ocultismo 00000000
Crime 00000000 Cavalgar 00000000 Política eooooooo
Liderança _ eOOOOOOO Furtividade - eooooooo Ciência ·••00000
Lábia 00000000 Sobrevivência eOOOOOOO Senescalia 00000000

���������� VANTAGeNe ���������

• Filosofia **Escrita

))]e;OQLINA,ei A.NTE'í(;eDeNTt:8 Vmnmee

Auspícios ••000000 Geração eOOOOOOO Consciência/ Convicção
Fortitude eooooooo Influência •0000000 ------ ••••o
Mortis
---- eooooooo Mentor eOOOOOOO Autocontrole/Instinto
---- 00000000 eeOOOOOO
Recursos ------ ••••o
---- 00000000 S�ta=t=us�-- • OOOOOOO Coragem ____ eeOOO

= ÜUTRAe; (;ARAOE'íR:leiTI� = (;AMINhO VlTALlDADE'í

Refúgio Escoriado O
00000000
00000000 ••••••••oo Machucado -1 O
Ferido -1 O
00000000
00000000 = fuRÇRDE'íVONTADE'í = Ferido Gravemente
Espancado
-20
-20
00000000 ··••000000
00000000 □□□□□□□□□□ Aleijado
Incapacitado
-50
O
00000000
00000000 =l?ONTOJ:íDE'íeRNGUE'í = OOQUE'í�R
00000000 □□□□□□□□□□ Palidez Mórbida
00000000 □□□□□□□□□□
Antecedentes, S Virtudee: 7 Pontoo de Bõnw, IS (7/5/2/1)

55
A PROFETISA
Citação: Preste atenção ao meu sonho! Eu vi todos os que cruzaram este
portal serem consumidos pelo fogo branco do céu! Os morcegos os carrega­
vam enquanto seus corpos queimavam, e grandes fissuras se abriram na
terra para engolir os que sobraram!
Prelúdio: Você era uma jovem precoce que passava os dias na enfer­
maria do mosteiro. Era freqüentemente transferida a pedido das aba­
dessas para realizar tarefas em outros lugares, quando seus discursos
fervorosos se transformavam num fardo para as outras irmãs. Era mui­
tas vezes acusada de cheirar Acônito, beber o leite das vacas e
dançar nua sob o céu noturno. Quanto mais você se mudava,
mais sua reputação a precedia e os conventos passaram a temer
a inevitável visita da Louca de Tours.
No entanto, sua sabedoria foi reconhecida por uma aba­
dessa:
O homem comum tem medo daquilo que ele não
conhece - ela disse - e ele desconhece a sua visão.
A presença dela lhe trazia paz, e um bem-estar
que você não sentia há muito tempo. A abadessa tam­
bém tinha uma doença, mas essa doença afligia ape­
nas seu corpo; os violentos raios solares queima­
vam sua pele, do mesmo modo que as visões quei­
mavam sua mente.
Pelo menos, foi o que ela lhe disse, mais tarde,
ela revelou que isso havia sido apenas um estratage­
ma para deixá-la mais tranqüila. Impressionada por
sua visão e sua recusa em esconder o que via, ela a
Abraçou. Você partiu imediatamente como emissá­
ria para uma igreja ortodoxa nas terras do Levante.
Desde então, suas visões a tem guiado e você tem sido
uma ajuda preciosa para os soldados da Cruzada Cris­
tã naquelas terras.
Conceito: Você é uma visionária e as verdades
que você vê têm de ser reveladas. Algumas vezes, sua
interpretação dessas visões é incorreta, mas análises pos­
teriores mostram a validade de suas premonições. Seu de­
sejo é saber o que Deus planeja para você e por que Ele a
escolheu para conceder esse dom tão peculiar.
Dicas de Interpretação: Você nunca seguiu o cami­
nho mais fácil; se o tivesse feito, estaria internada em um
hospício há muito tempo. É a sina do mundo sofrer pelos
pecados herdados, mas você está destinada a servir de
exemplo, um fato provado pela perseguição que vem so­
frendo. Afinal, não são os mártires apenas fanáticos até
morrerem?
Equipamento: Hábito e touca, rosário e livro com
versículos da Bíblia transcritos manualmente para
criptogramas.
LIVRO DO CLÃ: CAPADÓCIO

56
NOME: NATUREZA: Penitente SENHOR:
JOGADOR: COMPORTAMENTo:fanático GERAÇÃO: 12
CRÔNICAS: CONCEITO: Profetisa REFÚGIO:

A.TR]EUroe,
fie;](;O',:, e>oorue; MeN1me;
Força eooooooo Carisma ••••oooo Percepção _ ·••00000
Destreza ·••00000 Manipulação ee OOOOOO Inteligência _ • • OOOOOO
Vigor ••000000 Aparência ••••oooo Raciocínio ·••00000
hAB]L]DA,DE:l,
TALeNToe; I?e;iUom, �ONheOMeNTO',:,
Representaçãoee O O O OOO Emp. c/AnirnaisOOOOOOOO Instrução_ ••••oooo
Prontidão eooooooo Arqueirismo O O O O OOOO Sab.Popular_ ee O OOOOO
Esportes 00000000 Artesanato ••000000 Investigação eooooooo
Briga 00000000 Etiqueta ·••00000 Direito 00000000
Esquiva _ e0000000 Herborismo ••000000 Lingüística_ •0000000
Empatia ·••00000 Armas Brancas 00000000 Medicina ••000000
Intimidação_ 00000000 Música eooooooo Ocultismo ••000000
Crime 00000000 Cavalgar 00000000 Política e ooooooo
Liderança _ ee000000 Furtividade 00000000 Ciência 00000000
Lábia 00000000 Sobrevivência OOOOOOOO Senescalia eooooooo
���������� VANTAGeNe, ���������
Dle;QI?L]NAe; ANT�e:oeNTtl, Vmru:oee
Auspícios ••000000 Contatos ••000000 Consciência/ Con�icção
---- ••000000
Mortis Mentor e0000000 ------ ••••o
---- 00000000 ---- •• 000000
Status Autocontrole/lmtinto
---- 00000000 ---- 00000000 ------ ••••o
---- 00000000 ---- 00000000 Coragem ____ eee eo

= ÜUTRAS �ARA(;Te;R]e;Tic;m, = . �AMJNhO V]TALWADe

Refúgio Escoriado D
00000000
00000000 ••••••oooo Machucado -1 D
Ferido -1 D
00000000
00000000 = EoRCADeVoNYADe = Ferido Gravemente -2 □
00000000 •••••••ooo Espancado
Aleijado
-20
-50
00000000 DDDDDDDDDD
00000000 Incapacitado o
00000000 =I?ONTO',:, :oee>ANGUe = ERA.quez,A
00000000 DDDDDDDDDD Palidez Mórbida
00000000 DDDDDDDDDD
Anteceden..., 5 Virtudes: 7 Pontoo de Bõnw: 15 (7/5/2/1)

57
OEcôNoMo
Citação: "Tudo será da maneira que meu senhor desejar."
Prelúdio: Você era o terceiro filho de um senhor rural e sua família era nobre apenas no título. Seu pai
destituído e seus irmãos mais velhos passavam a maior parte do tempo lutando contra coletores de impostos com
seu pequeno exército conscrito. Apesar da situação ser calamitosa, você adorava a maneira como os conselhei­
ros de seu pai levavam as milícias ao frenesi, dizendo aos soldados que eles lutavam contra hordas de mouros
comandadas por Saladino.
Você aprendeu aquela lição, mesmo quando as tropas do conde invadiram a cidade vizinha e, finalmente,
seu castelo. As mulheres e as crianças gritavam e cuspiam nos "mouros", enquanto os homens do conde procla­
maram que eles também eram cristãos. Embora seu pai e irmãos continu-
assem lutando, você se rendeu, tornando-se parte do séqüito do con­
de. Você nunca tinha gostado do seu pai mesmo.
A lição valeu a pena, pois logo você estava comandando os negó­
cios da casa do conde. Ele era um homem estranho, de hábitos e
horários esquisitos, dizendo que uma doença de família causava-lhe
insônia noturna e o deixava letárgico e sem energia durante o dia.
Ainda bem que você estava ali para comandar seus negócios e
dirigir sua casa.
Pouco depois, você descobriu a verdade quando ele o
transformou em um carniçal como um prêmio por sua leal­
dade. Seu Abraço aconteceu algum tempo depois, apesar
de seu senhor ser na verdade membro de outra corte. É
claro que você foi submetido ao Voto de Sangue para
assegurar lealdade, embora este vínculo não tenha sido
renovado há algum tempo; o conde não tinha mais qual­
quer dúvida quanto a sua fidelidade. Por isso, ele não
poderá culpar ninguém (além dele mesmo) quando
descobrir que, na verdade, você está a serviço de seu
senhor. A política envolve estranhas viradas do desti­
no.
Conceito: Você é um ótimo contador de anedo­
tas e um mestre das relações públicas. Se quisesse,
você seria capaz de incitar o exército de seu senhor
contra o próprio Papa, dizendo que Lúcifer havia pos­
suído sua Santidade. Eficiente, impiedoso e irremedi­
avelmente ambicioso, você está a serviço do conde por­
que prefere ser aquele que coroará o rei ao invés de ser o
próprio rei. Afinal, eles nunca iriam querer sua cabeça...
Dicas de Interpretação: Você é tão cauteloso quanto
um leão velho e tão escorregadio quanto uma enguia. Trans­
forme todas as situações negativas em algo proveitoso, evi­
tando qualquer responsabilidade por planos que deram er­
rado e reclamando o crédito pelas vitórias. O mundo é sua
ostra e você é capaz de obrigá-la a produzir quantas péro­
las desejar.
Equipamento: Túnicas finas do cargo e confissões de
traição forjadas.

LIVRO DO CLÃ: CAPADÓCIO

58
NOME: NATUREZA:Tirano SENHOR:
JOGADOR: COMPORTAMENTO: Juiz GERAÇÃO: 12
CRÔNICAS: CONCEITO: Ecônomo REFÚGIO:

ATR1nuroe
1$1c;oo ,5oorue, MeNTIUe,
Força ••000000 Carisma ••••oooo
Percepção_ ee000000
Destreza ••000000 Manipulação eeeeOOOO Inteligência _ eeeOOOOO
Vigor ••000000 Aparência_ ••000000 Raciocínio ·••00000
hABlLlDADee
TALeNTOO I?muom, (;ONheQMeNTOO
RepresentaçãoeOOOOOOO Emp. c/AnimaisOOOOOOOO Instrução_•••00000
Prontidão eoooooooArqueirismo OOOOOOOO Sab.Popular_ 00000000
Esportes 00000000 Artesanato 00000000 Investigação 00000000
Briga eoooooooEtiqueta __ eee00000 Direito ·••00000
Esquiva __ eoooooooHerborismo 00000000 Lingüística 00000000
Empatia eoooooooArmas Brancas 00000000 Medicina 00000000
Intimidação_ eeOOOOO O Música eooooooo Ocultismo 00000000
Crime 00000000 Cavalgar •0000000 Política ·••00000
Liderança _ eee00000 Furtividade 00000000 Ciência 00000000
Lábia ·••00000 Sobrevivência OOOOOOOO Senescalia ·••00000

���������� VANTAGeNe ���������

J)]e,OQI,]NA,5 ANr�eoeNree V-mnmee
Auspícios ••000000 Aliados ••000000 Consciência/ Convicção
Fortitude eooooooo Contatos e0000000 ------ •••oo
Mortis
---- eooooooo Influência •••OOOOO Autocontrole/Instinto
---- 00000000 Recursos ••••OOOO ------ ••••o
---- 00000000 Lacaios ee000000 Coragem ____ eeeoo

= ÜJTRA,!3 (;ARAc;TeRle,TI� = (;AMINhO VlTAL]DADE'í

HumanidadeEscoriado O
00000000
00000000 •••••••ooo Machucado -1 O
00000000
Ferido -1 O
00000000 = =
fuRç;ADE'í VoNTADE'í Ferido Gravemente -20
-20
00000000 ···••00000 Espancado
00000000 DDDDDDDDDD Aleijado -50
00000000
Incapacitado O
00000000 =l?ONTOODE'íeANGUE'í = OOQUE'í:?;A
00000000 DDDDDDDDDD Palidez Mórbida
00000000 DDDDDDDDDD
AnlEcalenteat 5 Virtudeoi 7 Pontx>o de llõnUll 15 (7/5/2/1)

59
 · . ,. . pên6fCt l:
t)eaqufan6otta
1

� -----

Sotóuefa
 IGNAZIO GIOVANNI
Um bruto em meio a um clã aparentemente dócil, lgnazio passou a maior parte de sua vida mortal como
braço direito da família, para as questões pouco éticas. Apesar de não ser muito inteligente, lgnazio era
muito eficiente em sua linha de trabalho e o ramo incestuoso Giovanni dos Capadócios o Abraçou por
segurança. Ele é um dos raros carniçais trazidos para o clã Capadócio como recompensa pelo excepcional
serviço prestado.
lgnazio conseguiu alguma distinção trabalhando com o Príncipe Lasombra de Veneza e com o Doge.
Além das responsabilidades para com a parte Cainita da família, lgnazio controlava diversos bandos de
salteadores locais, e colava-os à disposição do príncipe e do Doge em troca de favores e outras recompensas.
A tremenda força física do Giovanni e sua assustadora reputação angariaram para ele o respeito resultan­
te de outros vampiros, mas ele era malquisto entre os Capadócios mais conservadores. Com o auxílio de seus
tenentes gabellotti, ele ajuda a manter Veneza livre de elementos criminosos - isto é, aqueles que não são
permitidos. Ele é também de importância crucial para manter a furiosa população de lobisomens fora dos
limites da cidade.

LIVRO DO CLÃ: CAPADÓCIO

62
 LAZARUS
Lazarus é um Capadócio envolto em mistério. Os relatos sobre sua vida mortal sugerem que ele foi um
tanatologista hebreu Abraçado devido a sua vasta sabedoria e grande interesse na morte. De acordo com
aqueles que o conheceram, Lazarus era uma das crias favoritas de Cappadocius, prezado por seu pensamento
erudito e perspicácia aguçada.
Lazarus gerou muitas crias e mudou-se para as terras do Egito que, como a história nos mostra, a maioria
dos Capadócios evitava por causa da presença insidiosa dos Seguidores de Set. Sua recusa inflexível em
deixar o Egito para as Serpentes valeu-lhe a reputação de insolente, e fez com que ele caísse em desgraça
entre os Capadócios mais tradicionais. Incapazes de resistir ao chamado de uma região tão profundamente
impregnada da doutrina dos mortos, Lazarus e suas crias estabeleceram seus refúgios à sombra das grandes
pirâmides.
Algum tempo depois, perdeu-se todo o contato com Lazarus. Temendo o pior, mas sem querer arriscar a
própria pele, Caias e Cappadocius deixaram-no à mercê de seu próprio destino, assumindo que ele estava
morto, em torpor ou sob a influência dos Seguidores de Set.
Mas Lazarus não estava morto, como Caias descobriu quando Jafé mandou que ele procurasse seu irmão
afastado depois do Festim dos Tolos. Em vez disso, Lazarus transformou-se no mais poderoso dos Infitiores.
Ele tem se recusado a manter qualquer contato com vampiros que não sejam de sua prole. Ele se tornou um
ermitão, mantendo um refúgio num mosteiro cóptico, longe dos olhos curiosos de suas crias e dos servos de
Set. Ninguém sabe se ele ainda procura a resposta para o enigma eterno. Aqueles que o conheceram temem
que a antiga corrupção daquela terra finalmente o tenha reclamado.
Porque Jafé passou a se interessar pelo bem-estar do irmão após o Festim dos Tolos é um mistério. Os
rumores mais perversos acusam Jafé de ciúmes de Caias e sugerem que ele tinha esperanças que Lazarus
estivesse realmente corrompido e destruisse Caias. Uma teoria mais obscura sugere que Jafé é Lazarus,
escondendo suas ambições desagradáveis por trás de uma máscara de falso torpor, enquanto assume a outra
identidade. Essa última teoria empresta legitimidade às acusações de ciúmes de Jafé que, de modo algum,
seria grande o suficiente se o resultado final fosse a Morte Final de Caias. Não importa qual a versão
verdadeira, Lazarus, nas raras ocasiões em que recebe companhia, é uma fonte infindável de sabedoria e
conhecimento no estudo da morte.
 LORDE CAMDEN, EcôNoMo DO PRÍNCIPE
Lorde Camden personifica o relacionamento existente entre os Ventrue e os Capadócios. Como ecôno­
mo de Mitra, o antigo e poderoso príncipe de Londres, Lorde Camden desfruta de luxos que não existem em
nenhum outro lugar. Em troca dos serviços prestados a Mitra, Camdem goza de grande liberdade para
realizar seus estudos e experimentos. Camden é o responsável por uma série de raptos noturnos ocorridos
recentemente. As vítimas destes raptos tornam-se cobaias de experiências bizarras que têm o objetivo de
determinar com exatidão em que momento a morte ocorre.
De acordo com a hipótese de Camden, a morte ocorre no momento em que a alma deixa o corpo e não
quando o corpo físico sucumbe. Ele é um discípulo apaixonado do Caminho dos Ossos e muitos que dividem
o mesmo ponto de vista com ele esperam ansiosamente por notícias a respeito de suas últimas descobertas.
Camden é um membro radical do clã Capadócio, incapaz de simplesmente aceitar o trabalho e as teorias
daqueles que vieram antes dele. Por acreditar que deve começar seu trabalho sem nenhuma pressuposição,
ele formula a hipótese de que a pergunta eterna vai continuar a assombrar seu clã porque seus membros são
cegados por compreensões equivocadas da verdadeira natureza da morte. Ela não é simplesmente o fim da
vida: é o momento em que o espírito se livra de seu invólucro mortal. Para demonstrar seu ponto de vista, ele
cita a experiência de Cappadocius com o judeu solitário: é possível que tudo que foi realizado pelo clã até o
momento esteja incorreto.
A filosofia de Camden granjeia a estima tanto de neófitos quanto de muitos anciões do clã. Os primeiros
gostam de suas ideologias arrogantes e reflexivas e os outros se divertem com sua "vã" insistência de que eles
estão errados.
Camden, que também é engenheiro civil, quase sempre resolve as tarefas menos gloriosas da administra­
ção urbana para Mitra.

LIVRO DO CLÃ: CAPADÓCIO

64
 TROGLODYTIA
Troglodytia trabalha como uma mercadora para os Capadócios e os Giovanni dos arredores de seu
refúgio, conseguindo cadáveres para experiências, ervas estranhas e ingredientes alquímicos, e qualquer
artefato estranho que lhes chame a atenção. Apesar de não serem tão invisíveis quanto um Nosferatu, seu
relacionamento amigável com os leprosos permite-lhes o acesso a sua vasta rede de informações. Ela traba­
lhou em troca de favores mais de uma vez, e muitos vampiros lhe devem um ou mais pequenos fatores. Até
o momento, Troglodytia se contentou em trabalhar desse jeito, reunindo os benefícios e promessas que ela
consegue. Quem sabe o que virá em troca desses favores?
Durante seu Abraço, Troglodytia adquiriu a desventurada Característica Aparência Horrenda que tem
afligido muitos dos Capadócios mais novos. Ela se parece com um cadáver em estado avançado de decompo­
sição ou com um zombu muito deteriorado. Alguns vampiros de má índole deram-lhe a alcunha desagradá­
vel que ela carrega até hoje. Mas, ela a empunha como um símbolo de seu martírio e está determinada a
superá-la.
É provável que isso nunca aconteça, pois sua aparência é tão desconcertante que afasta todo mundo. Ela
não pode ter encontros em público, nem conversar com grandes grupos sem perturbá-los com sua aparência.
Embora seja companheira de um grupo de Nosferatu, ainda não domina completamente a Ofuscação e, por
isso, não é capaz de esconder sua aparência. Fiel ao seu martírio, T roglodytia tirou o máximo que conseguiu
de si mesma, tendo se tornado ela própria uma mercenária e um verdadeiro mercado negro.
 pên6tct 2:
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 CaraEmily,
Temo ter mentido para você ou, pelo menos, não ter contado toda a
verdade como a conheço. '.Devo coefessar que, embora estejamos condena­
dos à hediondez eterna, não é fácil carregar esta cruz, e sua pergunta
inocente ainda está atravessada em minha garganta. Nossa má sorte advém
de pecados cometidos há centenas de anos, pecados resultantes de nossas
atitudes e originários do Abraço dos terríveis Giovanni. Jáfomos capazes
de caminhar entre a Canaille, e emborafossemos notáveis, não éramos tão
horrorosos quanto somos hoje. '.De.fato, é preciso uma certa dose de imagi­
nação para recordar aqueles dias, se é que se pode acreditar nos rumores.
Ainda escolhemos nossos membros dentre aqueles que apostam na
morte, mas perdemos contato com aquilo que, no passado, compunha nosso
legado. E claro que não há provas e dificilmente existe um número suficien-
temente grande de Samedi tão velhos quanto nossa queda parafolar com
certeza sobre ofoto. Na verdade, existem tão poucos de nós que seria impos­
sível lotar um carro do metrô. Apesar de toda a paixão que somos capazes
de reunir e todas as malditas evidências que conseguimos juntar, nunca
saberemos a verdade, exceto por três ou quatro Cainitas que sobreviverem
ao terrível extermínio; mas suas vozes são tão silenciosas quanto quaisquer
outras envolvidas com a desprezível Jyhad. Basta dizer que os paralelos
que você traça a partir de suas histórias e estudos de nossa família estão
refletidos na alma de cada Samedi amaldiçoado a caminhar na noite
infinita.
Sinto muito ter lhe infligido tal sefrimento.
Thibault
 Depois de Augustus Giovanni ter diablerizado Cappadocius e alcançado a terceira geração, os vampiros da
família Giovanni iniciaram um extermínio sistemático de todos os Capadócios. Apesar dos Giovanni terem sido
meticulosos, alguns Ladrões de Sepulturas conseguiram escapar da ira parricida dos necromantes. Ninguém
sabe o que aconteceu com estas almas solitárias.
Os Samedi, uma linhagem de vampiros do moderno Mundo das Trevas, são os descendentes lógicos do
antigo Clã da Morte. A fraqueza desse clã é ter uma aparência horrível; ela é tão pronunciada que os Samedi se
parecem com cadáveres pútridos em decomposição. Os Samedi, que têm uma inclinação acadêmica, dizem que
essa aparência terrível serve a dois propósitos. Primeiro, ela os torna tão repugnantes para os Giovanni que eles
evitam qualquer relação ou comunicação com a linhagem; segundo, ela os distancia fisiologicamente de seus
supostos ancestrais Capadócios.
Apesar de terem a aparência de um cadáver, os Capadócios não eram tão grotescos quanto os Samedi. A
exclusiva Disciplina Capadócia Mortis era fortemente centrada na exploração e no estudo da morte, enquanto
a Disciplina Tanatose dos Samedi também se inclina fortemente em direção à morte e à decomposição. E os
Samedi possuem Necromancia: apesar de não terem contato freqüente com os odiados Giovanni, eles tiveram
de aprendê-la em algum lugar.
Se os Samedi realmente "evoluíram" de uma linhagem de origem Capadócia, de quem eles descendem
especificamente? Será que tantos Capadócios escaparam do genocídio implacável dos Giovanni? É possível,
apesar de os Giovanni terem certeza de que mataram até o último Ladrão de Sepulturas. Será que os Infití.ores
são os ancestrais dos Samedi, já que mais tarde eles migraram para o Mediterrâneo? Pode ser que sim, embora a
maioria dos Infitiores tenha se desiludido com o vampirismo e raramente Abrace novos membros. Seriam os
Lamia, cuja disciplina Deimos é muito parecida com a Tanatose, os pais da linhagem? Pode ser, apesar dos
Giovanni afirmarem que todos os Lamia caíram em defesa dos
Capadócios (o próprio Augustus Giovanni diablerizou a
matrona da linhagem). Ou será que os Samedi
descendem de um grupo totalmente diferente?
Não existe nenhum registro escrito sobre a
transformação dos Samedi. Parece que a
história os esqueceu, ou pelo menos não dá
nenhuma pista. Pode ser que o mundo
nunca venha a saber.

LIVRO DO CLÃ: CAPADÓCIO

68
NOME: SENHOR:
JOGADOR: COMPORTAMENTO: GERAÇÃO:
CRÔNICAS: CONCEITO: REFÚGIO:

ATRT8UTüe,
Etmc;oo � MGNrAe
Força eooooooo Carisma eooooooo Percepção_ eooooooo
Destreza eooooooo Manipulação eooooooo Inteligência_ e0000000
Vigor eooooooo Aparência_ e0000000 Raciocínio eooooooo
hAB]L]DADGeí
Tru,eNTa:, :QmuoM (;ONhOC;IMeNTOO
Representação O O O O O O O O Emp. c/AnimaisO O O O O O O O Instrução_ 00000000
Prontidão 00000000 ArqueirismÕ 00000000 Sab.Popular_ 00000000
Esportes 00000000 Artesanato 00000000 Investigação 00000000
Briga 00000000 Etiqueta 00000000 Direito 00000000
Esquiva _ 00000000 Herborismo 00000000 Lingüística 00000000
Empatia 00000000 Armas Brancas 00000000 Medicina 00000000
Intimidação _ 00000000 Música 00000000 Ocultismo 00000000
Crime 00000000 Cavalgar _ 00000000 Política 00000000
Liderança_ 00000000 Furtividade 00000000 Ciência 00000000
Lábia 00000000 Sobrevivência O O O O O O O O Senescalia 00000000

���������� VANTAGeNe, ���������

))l,50QLJNA,5 ANr�eooNTee VIRTll.D€'6
---- 00000000 ---- 00000000 Consciência/ Convicção
---- 00000000 ----·00000000 ------00000
---- 00000000 ---- 00000000 Autocontrole/Instinto
---- 00000000 ---- 00000000 ------00000
---- 00000000 00000000 Coragem ____00000

= ÜUTRA,5 (;ARA.c;TOOl,5Tic;A,5 = (;AMlNhO Vnm,rowe

00000000 Escoriado D
00000000 0000000000 Machucado -1 D
00000000 Ferido -1 D
Ferido Gravemente -2 □
00000000 I'oR.ÇA JJ€í V ONTI\Dei
00000000 0000000000 Espancado -20
00000000 □□□□□□□□□□ Aleijado -50
00000000 Incapacitado D
00000000 :QoNTa:,oo,eíANGUe ERA.quez,A
00000000 □□□□□□□□□□ Palidez Mórbida
00000000 □□□□□□□□□□
Antecedentea: 5 Virtuda: 7 Pontoo de Bõn1111 15 (7/5(2/1)

69
������� QuAL]DRDGe eDeFe]roe �������
Qualidade: Tí c:;usto De:fe:íto Tí &nus
Po Po

��������� é:ÍX:QeR]eNOA
Total: Total Gasto:
Gasto em ---------------

ARMA l):r!'. :DANo ÜOJLT. mO\N�e epr MUNlçJ\O FORÇA rAOOL,A:oeMr\Nol3RA,5

Manobra Precisão Dano
Morder 5 Força+ 1
Socar 6 Força
Agarrar 6 Força
Garra 6 Força+2
Chutar 7 Força+ 1

Encontrão 7 Especial, veja Opções

ARMADURA

70
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LOCJ\LI:Z,AçAO De/3CR:IcAO

71
 l?Rm.,ODIO

CONQUISTAS IMPoRTANfES: ___

IDADE _________
IDADE APARENTE------
NASCIMENTO --------
MORTE ---------
CABEWS _________

Ornas _________
CoRoAPELE -------
NACIONALIDADE ______

ALTIJRA ---------
----------

TABfil,A lX) �lRO-lLO €'e,BOÇ;O 00 ::QeR;',ONAGeM

72