Apostila Estabilidade Schola Digital
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SCHOLA DIGITAL
2018
Estabilidade
UNIDADE 2 – ESTUDO DE VIGAS
UNIDADE 3 – APROFUNDAMENTO
Para que consigamos entender bem os conceitos trabalhados nesta disciplina, é imprescindível
que o aluno entenda bem alguns conceitos matemáticos envolvidos. Esta unidade inicial
pretende relembrar alguns desses assuntos de forma rápida e concisa. Fica como sugestão
uma consulta à literatura específica para que se rememore os temas das próximas aulas.
Pode-se definir estrutura como sendo: “A forma com que algo é composto“, “É o
conjunto de elementos que compõe algo“. Essa definição pode ser aplicada a todo tipo de
estrutura, organizacional, política, econômica, militar e civil dentre outras. Em se tratando
de estruturas civis a estrutura é subdividida em “peças estruturais“ (elementos) como
mostra a Figura.
Cada parte que compõe a estrutura deve resistir aos esforços internos e retransmitir
os esforços externos para as demais peças através dos vínculos que as unem, finalizando
com a condução do esforço para o solo que deverá suportá-lo. A ciência responsável pelo
estudo desses fenômenos referentes à estrutura civil é a engenharia estrutural, que é o
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Aula 1 – Elementos Estruturais
ESTABILIDADE
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Aula 1 – Elementos Estruturais
UNIDADE 1 – ANÁLISE ESTRUTURAL
Como dito anteriormente a estrutura é o caminho de forças até o solo, desta feita,
cabe-se perguntar: qual o melhor caminho estrutural a se seguir? A resposta para essa
pergunta é um pouco complicada, uma vez a finalidade é importante em alguns casos
estruturais. De uma forma geral as estruturas são compostas do conjunto viga, laje, pilar
como representado na Figura:
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Aula 1 – Elementos Estruturais
ESTABILIDADE
Em geral a melhor concepção tem que possuir: Funcionalidade, ser eficiente para o
que foi prevista, Econômica e Bela, onde na maioria dos casos economia e beleza são
inversamente proporcionais, ou seja, quanto mais bela menos econômica, ou quanto mais
econômico menos belo. Para começar a entender o funcionamento e analisar as estruturas
é de fundamental importância conhecer as forças que atuam sobre a mesma.
Todas as ações dentro de um sistema estrutural são forças vetoriais, em sendo sua
direção, sentido e intensidade influenciam diretamente na concepção estrutural da
edificação. Adiante (futuras aulas) serão estudados os princípios básicos de manipulação de
forças vetoriais. As ações sobre as estruturas verssão por dois tipos distintos, que são as
cargas permanentes e as cargas acidentais.
As cargas permanentes sobre a estruturas são carregamentos que atuam em toda vida
útil da mesma. Dentre as cargas permanentes pode-se exemplificar: peso próprio da
estrutura, peso do revestimento, peso das paredes, etc. As cargas permanentes têm uma
precisão numérica grande.
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Aula 1 – Elementos Estruturais
UNIDADE 1 – ANÁLISE ESTRUTURAL
Além das solicitações sobre as estruturas, outro importante fator para se conceber
uma estrutura são os critérios de projeto, a saber:
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Aula 1 – Elementos Estruturais
ESTABILIDADE
4. Unidades e Indexadores
E ainda;
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Aula 1 – Elementos Estruturais
UNIDADE 1 – ANÁLISE ESTRUTURAL
5. Introdução à Estática
Na era Alexandrina, (século IV a.C. até 30 a.C., ano da conquista do Egito por Roma),
aparece duas figuras centrais, Euclides e Arquimedes, sendo Euclides responsável por uma
das obras mais influentes da humanidade denominada, os "Elementos" (300 a.C.).
Arquimedes (287 a 212 a.C) contempla com seus trabalhos o equilíbrio de alavancas,
roldanas e polias, além da clássica lei do empuxo. Arquimedes é tido por muitos como o pai
da matemática, uma de suas obras mais importantes é o livro "Sobre o Equilíbrio dos
Planos", onde ele desenvolve as regras da estática. Ainda sobre Arquimedes destaca-se a
celebre frase: "Dê-me um ponto de apoio e eu moverei a terra".
Segundo (Arruda, 2001), o primeiro estudo ligado a resistência dos materiais deve ser
atribuído a Leonardo da Vince (1452 - 1519), com os primeiros ensaios de tração em fios
metálicos, entretanto a primeira abordagem científica desse assunto foi atribuída ao
cientista nascido em Pisa chamado Galileu Galilei.
Galileu Galilei (1564 a 1642) descobriu a lei dos corpos, enunciou o princípio a inércia e
o conceito de referencial inerciai, ideias precursoras da Mecânica newtoniana. Os dois
primeiros capítulos do seu livro "Diálogos sobre Duas Novas Ciências" traz referências ao
estudo de barras e vigas engastadas (Figura).
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Aula 1 – Elementos Estruturais
ESTABILIDADE
No século 18, é marco para as maiores contribuições a mecânica dos sólidos, partindo
dos princípios enumerados por Sir. Newton, os irmãos Bernoulli Jaques e Johan,
desenvolveram estudos de vigas em balanço, rotação de vigas, problemas de dinâmica e o
princípio dos deslocamentos virtuais. Seguindo os princípios de uma família de cientistas, o
filho de Johan, Daniel Bernoulli, desenvolveu junto com seu então aluno Leonard Euler
(1707-1783) a teoria de flexão em vigas batizada e ainda válida até hoje de teoria de Euler-
Bernoulli.
A Mecânica de Newton é uma teoria que versa sobre o movimento dos corpos e suas
causas. A essência da teoria foi publicada pelo inglês Isaac Newton no seu livro Phílosophíae
Naturalís Príncípía Mathematíca (Princípios Matemáticos da Filosofia Natural) publicado no
ano de 1687, mas notáveis contribuições à física já tinham sido feitas (principalmente por
Galileu) ao fazer seus experimentos que contradisseram a teoria aristotélica.
No entanto, a teoria como está aqui exposta se vale de uma nova roupagem
matemática e conceitual desenvolvida nos séculos que se seguiram. Nos anos que se
seguiram a Newton, diversos físicos e matemáticos aplicaram essa teoria ao movimento dos
corpos na terra e também ao movimento dos corpos celestes, desenvolvendo assim o
grande triunfo da teoria newtoniana: a Mecânica Celeste.
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Aula 1 – Elementos Estruturais
UNIDADE 1 – ANÁLISE ESTRUTURAL
Essa teoria se aplicou com bastante sucesso aos resultados experimentais até
enfrentar problemas no final do século XIX e início do século XX. A mecânica de Newton
pode ser entendida pelos seis princípios fundamentais (Figura).
Estabelece que duas forças atuando numa partícula possam ser substituídas por uma
única força, chamada resultante, obtida traçando a diagonal do paralelogramo que tem por
lados as duas forças dadas (Figura).
Se a resultante das forças que atuam numa partícula é nula, esta permanecerá em
repouso (se estava inicialmente em repouso) ou mover-se-á com velocidade constante
segundo uma linha reta (se estava inicialmente em movimento).
Se a resultante que atua sobre um ponto material não é zero, este terá uma aceleração
proporcional à intensidade da resultante e na direção desta, com o mesmo sentido, sendo
sua equação descrita na forma simplificada pela Equação:
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Aula 1 – Elementos Estruturais
ESTABILIDADE
⃗F = m . a⃗
Estabelece que dois pontos materiais de massas M e m são mutuamente atraídas com
forças iguais e opostas F e -F de intensidade F dada por
M .m
F= .G
r2
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Aula 1 – Elementos Estruturais
UNIDADE 1 – ANÁLISE ESTRUTURAL
Dados dois vetores como indicado na Figura abaixo, a lei dos cossenos retornará a
resultante desses vetores:
r = √a2 + b 2 + 2 . a . b . cos θ
11
Aula 1 – Elementos Estruturais
ESTABILIDADE
Para vetores com a posição ponta-cauda como mostrado na Figura abaixo, a lei dos
cossenos se resume à Equação:
r = √a2 + b 2 − 2 . a . b . cos θ
Uma segunda lei muito importante para o estudo da estabilidade das construções está
na chamada lei dos senos. A lei dos senos leva em consideração o lado de um vetor fechado
em forma de triângulo e seu respectivo ângulo oposto.
𝑎 𝑏 𝑐
= =
𝑠𝑒𝑛 𝛼 𝑠𝑒𝑛 𝛽 𝑠𝑒𝑛 𝛿
r = √a2 + b 2 + 2 . a . b . cos θ
r = 1,083 𝑘𝑁
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Aula 1 – Elementos Estruturais
UNIDADE 1 – ANÁLISE ESTRUTURAL
a b c
= =
sen α sen β sen δ
R P
=
sen 60 sen x
1,5
sen x =
1,803 . sen 60
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Aula 1 – Elementos Estruturais
ESTABILIDADE
∑ Fx = 0 e ∑ Fy = 0
TAB = 486,84 kN
TAC = 657,89 kN
Baseado e adaptado de
Rodrigo Mero Sarmento da
Silva. Edições sem prejuízo de
conteúdo.
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Aula 2 – Estática I
UNIDADE 1 – ANÁLISE ESTRUTURAL
Aula 2: Estática I
A Estática é o capítulo da Mecânica que estuda corpos que não se movem, estáticos. A
ausência de movimento é um caso especial de aceleração nula, ou seja, pelas Leis de Newton,
uma situação em que todas as forças que atuam sobre um corpo se equilibram. Portanto, a
soma vetorial de todas as forças que agem sobre o corpo deve ser nula. Esta aula resgatará
alguns conceitos de Física Elementar, necessários para o desenvolvimento da disciplina de
Estabilidade.
1. A Estática
A estática é a parte da física que estuda sistemas sob a ação de forças que se
equilibram. De acordo com a segunda lei de Newton, a aceleração destes sistemas é nula.
∑F=0
Em Mecânica, ponto material é uma abstração feita para representar qualquer objeto
que em virtude do fenômeno tem dimensões desprezíveis, ou seja, dimensões tais que não
afetam o estudo do fenômeno. Por exemplo, no estudo dos movimentos planetas, dada a
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Aula 2 – Estática I
ESTABILIDADE
distância que separa esses corpos suas dimensões são desprezíveis e eles podem ser
considerados pontos materiais.
Esta aula contempla o estudo do efeito de forças sobre pontos materiais. Um exemplo
prático foi discutido e analisado na aula anterior sobre a ótica da ação de apenas duas
forças.
O que devemos trabalhar é a substituição de duas ou mais forças por uma única força
representativa chamada de força resultante. Os princípios da lei dos senos e cossenos são
válidos para mais de uma força, porém, demanda um trabalho razoável para sua utilização.
O Vetor Resultante independe de qual sequência de vetores será tomada como base.
Obedecendo ao sistema Ponta-a-cauda, o resultado sempre será o mesmo.
Qualquer que seja a sequência tomada, a direção do vetor resultante não se altera,
esse sistema é denominado regra do polígono.
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Aula 2 – Estática I
UNIDADE 1 – ANÁLISE ESTRUTURAL
qualquer força pode ser decomposta em direções principais, em geral definidas pelo eixo
cartesiano. Entretanto qualquer força pode ser decomposta em qualquer direção, para esse
primeiro caso trabalharemos apenas com as direções principais.
Uma força única pode ser substituída por duas ou mais forças que, juntas, geram o
mesmo efeito sobre o corpo, essas forças são chamadas de componentes da força original,
e o processo de substituição da original por ela é denominado decomposição dos
componentes da força. Para cada força existe um número infinito de possíveis conjuntos de
componentes.
vx = v . cos 35o
vy = v . sen 35o
wx = w . cos 45o
wy = w . sen 45o
ux = u . cos 20o
uy = u . sen 20o
∑ Fx = vx – wx + ux
∑ Fx = v · cos (35o) - w · cos (45o) + u · cos (20o)
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Aula 2 – Estática I
ESTABILIDADE
∑ Fy = vy + wy – uy
∑ Fy = v · sen (35o) + w · sen (45o) - u · sen (20o)
∑ Fy = 3,5 . 0,5736 + 4,0 . 0,7071 - 2,0 . 0,3420
∑ Fy = 4,1520
R2 = Fx2 +Fy2
R2 = 1, 91802 + 4, 15202
R = 4,5736 kN
Como vimos existem dois métodos básicos para análise da composição de forças, o
primeiro é o método gráfico utilizando o processo vetor-ponta-cauda, onde pode-se
encontrar a resultante de um sistema de várias forças. Procedimento semelhante pode ser
observado com a aplicação da regra do paralelogramo, sendo um método com pouca
precisão.
Na estática de ponto material, todas as forças atuam em um mesmo ponto, fato que
não acontece comumente na prática da engenharia. Em contrapartida, tem-se como válvula
de escape o estudo da estática de corpos rígidos, onde se considera cada corpo como uma
composição de pontos materiais. Sendo assim, deve-se a partir desse momento levar em
consideração o tamanho, peso, a geometria, dentre outros fatores.
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Aula 2 – Estática I
UNIDADE 1 – ANÁLISE ESTRUTURAL
Os corpos rígidos são tratados dentro da mecânica clássica como sendo corpos
indeformáveis, entretanto sabemos que todos os corpos quando sujeitos a carregamentos
deformam. Os problemas de deformação de corpos rígidos são estudados pela ciência
denominada Resistência dos Materiais, e será alvo de estudo em outro momento.
A estática de uma forma geral estuda a ação de força sobre os corpos, sendo que na
estática de corpo rígido não se tem a restrição de um ponto de aplicação de força e sim a
força pode atuar em qualquer ponto da geometria do corpo. Os efeitos das forças não
pontuais em um corpo pode ser entendido a analisado por 3 parâmetros:
No problema acima tem um caminhão sendo rebocado por uma corda, sendo assim
podemos destacar as forças atuantes no sistema como sendo: Destacando o peso próprio
por “P”, as reações do solo nas rodas como sendo ”R1” e ”R2” e a força que reboca o
caminhão por “F”.
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Aula 2 – Estática I
ESTABILIDADE
Quando se fala de forças externas não existem problemas quanto ao uso do princípio
enunciado por Newton, entretanto, analisando a aplicação do princípio da
transmissibilidade na Figura abaixo.
No caso de ponto material, basta garantir que o corpo não translade, estará garantido
que o corpo estará em equilíbrio. No caso de uma barra ou uma ponte (corpos extensos)
teremos que garantir que o corpo não rotacione também. A grandeza física que relaciona
força e rotação num ponto é chamada de momento ou torque. Obtém-se o momento de
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Aula 2 – Estática I
UNIDADE 1 – ANÁLISE ESTRUTURAL
M = ± | F |. r
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Aula 2 – Estática I
ESTABILIDADE
Mf = F . h
Mp = P . L
MR2 = R2 . x
MR1 = R1 . 0
Exemplo: De acordo com a figura e supondo que o corpo estejam em equilíbrio, sob a
ação das forças ilustradas, qual será o valor das resultantes H1, R1 e R2 em relação ao ponto
“a”?
∑ Fx = 0
-F + H1 = 0
H1 = 5 kN
∑ Fy = 0
R1 + R2 – P = 0
R1 + R2 = 10 kN
∑M=0
(F . 0,2) – (P . 2) + (R2 . 3) – (5 . 0,5) = 0
R2 = 7,16 kN
Como R1 + R2 = 10 kN
R1 = 2,84 kN
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Aula 2 – Estática I
UNIDADE 1 – ANÁLISE ESTRUTURAL
5. Momento de um Binário
Um caso especial ocorre quando um corpo está sujeito a duas forças, F e – F, que têm
o mesmo módulo, linhas de ação paralelas e sentidos opostos formando um binário ou
conjugado. A soma das componentes das duas forças em qualquer direção é zero.
Entretanto, a soma dos momentos das duas forças em relação a um dado ponto não é zero.
Apesar das duas forças não transladarem o corpo no qual atuam, tendem a fazê-lo girar. A
distância d mostrada na Figura chama-se braço binário.
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Aula 3 – Estática II
ESTABILIDADE
Aula 3: Estática II
As cargas atuantes nas estruturas são definidas em dois tipos, concentrada, ou seja, aplicada
em um único ponto, esse tipo de carga pode ser uma força ou uma rotação (carga momento)
ou distribuída, composta por um número infinito de forças concentradas ou rotações.
1. Carregamentos
Suponha a viga mostrada na Figura, onde tem-se uma segunda viga apoiada na
mesma. Abaixo encontra-se o modelo de cálculo dessa estrutura, onde substitui-se o peso
da viga apoiada por uma carga concentrada no eixo de apoio da viga. Lembra-se que nesse
modelo não se contabilizou o peso da viga principal biapoiada.
Suponha agora a estrutura mostrada na figura seguinte, onde além de uma viga
apoiada, a estrutura serve de suporte para uma parede. Nesse caso, uma carga apoiada não
se adéqua para o modelo de cálculo do sistema, e sim uma série de cargas representativas.
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Aula 3 – Estática II
UNIDADE 1 – ANÁLISE ESTRUTURAL
1.1. Retângulo
Xg = b/2; Yg = h/2
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Aula 3 – Estática II
ESTABILIDADE
1.2. Quadrado
Xg = L/2; Yg = L/2
1.3. Triângulo
Um triângulo é a figura geométrica que ocupa o espaço interno limitado por três linhas
retas que concorrem, duas a duas, em três pontos diferentes formando três lados e três
ângulos internos que somam 180o. Para figura geométrica triângulo, o centro de gravidade
onde o corpo se equilibrará estará nas coordenadas Xg e Yg:
Xg = b/3; Yg = 2h/3
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Aula 3 – Estática II
UNIDADE 1 – ANÁLISE ESTRUTURAL
Convertendo em força:
F = 15 . 5
F = 75 N/m
No caso abaixo tem-se dois problemas distintos, onde pode-se dividir a figura em duas,
sendo um retângulo e um triângulo, e a partir daí, começar a trabalhar:
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Aula 3 – Estática II
ESTABILIDADE
b 9
Xg = = = 4,5 m
2 2
Convertendo em força:
V2 = 10 . 9 = 90 N
2ª Passo: Achar o centro de gravidade para o triângulo de base 9m e altura 15 N/m (25
N/m – 10 N/m):
b 9
Xg = = =3m
3 3
Convertendo em força:
15 . 9
V1 = = 67,5 N
2
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Aula 3 – Estática II
UNIDADE 1 – ANÁLISE ESTRUTURAL
Sempre que houver figuras não conhecidas, as mesmas podem ser subdividi-las em
figuras conhecidas como retângulos, triângulos e quadrados etc.
Quando não é possível utilizar essa técnica, a mecânica disponibiliza outros métodos
para encontrar o centro de gravidade de figuras complexas, o que não é o objetivo principal
dessa aula.
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Aula 3 – Estática II
ESTABILIDADE
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Aula 3 – Estática II
UNIDADE 1 – ANÁLISE ESTRUTURAL
3. Reações de Apoio
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Aula 3 – Estática II
ESTABILIDADE
∑ Fx = 0
Rxa = 0
∑ Fy = 0
Rya + Ryb – (15 . 5) = 0
Rya + Ryb = 75 N
∑ Ma = 0
(- Ryb . 5) + (75 . 5/2) = 0
Ryb = 37,5 N
Rya + Ryb = 75
Rya + 37,5 = 75
Rya = 37,5 N
Este exemplo será retomado nas próximas aulas caso o aluno ainda esteja com
dúvidas. Nela, serão ensinados os passo-a-passo da resolução deste tipo de problema.
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Aula 4 – Estudo de Vigas Isostáticas
UNIDADE 2 – ESTUDO DE VIGAS
Uma estrutura para estar em equilíbrio deve atender as equações de equilíbrio estático vistas
anteriormente, este equilíbrio é garantido pelos aparelhos de apoios da estrutura, de maneira
que as forças que equilibrarão o sistema provem dos mesmos, ou seja, as reações de apoio. O
cálculo dessas reações é entendido de maneira mais fácil através desta aula, que fornecerá os
principais modelos de carregamentos para a teoria até aqui estudada.
1. Casos Particulares
1.1. Caso 1: Uma Carga Concentrada Horizontal e Uma Carga Concentrada Vertical.
Esquema Estrutural:
1º Passo: Nomear os apoios, isso evita confundir a posição das reações que por
ventura aparecerão.
33
Aula 4 – Estudo de Vigas Isostáticas
ESTABILIDADE
2º Passo: Identificar os apoios quanto aos seus graus de liberdade, atribuindo suas
respectivas reações.
Onde:
Neste momento, faremos a soma algébrica de todas as forças e reações que aparecem
na horizontal, eixo X, adotando como positivas todas as forças e/ou reações que apontem
na direção positiva de X, (→ +).
∑ Fx = 0
2 – HB = 0
HB = 2 kN
Desta forma, determinamos a reação horizontal no apoio B que garante que a viga não
se deslocará na horizontal.
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Aula 4 – Estudo de Vigas Isostáticas
UNIDADE 2 – ESTUDO DE VIGAS
Neste momento, faremos a soma algébrica de todas as forças e reações que aparecem
na vertical, eixo Y, adotando como positivas todas as forças e/ou reações que apontem na
direção positiva de Y, (↑ +).
∑ Fy = 0
- 4 + VA + VB = 0
VA + VB = 4 kN
Como pode ser observado, com apenas duas das equações não se pode determinar os
valores de VA e VB, desta forma faz-se uso da terceira equação de equilíbrio. Escolhe-se um
dos apoios como ponto de referência de momento e verificamos quais forças e reações que
tendem a promover rotação neste apoio. Neste exemplo escolheremos o apoio B como
referência. Para o momento adota-se como positivo a rotação no sentido horário e negativo
no caso contrário.
∑ MB = 0
(VA . 8) – (4 . 6) = 0
8VA – 24 = 0
VA = 3 kN
VA + VB = 4 kN
3 + VB = 4
VB = 1 kN
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Aula 4 – Estudo de Vigas Isostáticas
ESTABILIDADE
Esquema Estrutural:
1º Passo: Dar nome os apoios, isso evita confundir a posição das reações que por
ventura aparecerão.
2º Passo: Identificar os apoios quanto aos seus graus de liberdade, atribuindo suas
respectivas reações.
Onde:
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Aula 4 – Estudo de Vigas Isostáticas
UNIDADE 2 – ESTUDO DE VIGAS
Neste momento, faremos a soma algébrica de todas as forças e reações que aparecem
na horizontal, eixo X, adotando como positivas todas as forças e/ou reações que apontem
na direção positiva de X, (→ +).
∑ Fx = 0
HB = 0 kN
Como pode ser visto na figura, não existe solicitação no eixo X, desta forma, sem
solicitação não haverá reação do apoio do 2º gênero na direção correspondente.
Neste momento, faremos a soma algébrica de todas as forças e reações que aparecem
na vertical, eixo Y, adotando como positivas todas as forças e/ou reações que apontem na
direção positiva de Y, (↑ +).
∑ Fy = 0
- 4 – 4 - 4 + VA + VB = 0
VA + VB = 12 kN
Como pode ser observado, com apenas duas das equações não se pode determinar os
valores de VA e VB, desta forma faz-se uso da terceira equação de equilíbrio. Escolhe-se um
dos apoios como ponto de referência de momento e verificamos quais forças e reações que
tendem a promover rotação neste apoio. Neste exemplo escolheremos o apoio B como
referência. Para o momento adota-se como positivo a rotação no sentido horário e negativo
no caso contrário.
∑ MB = 0
(VA . 8) – (4 . 6) – (4 . 4) – (4 . 2) = 0
8VA – 48 = 0
VA = 6 kN
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Aula 4 – Estudo de Vigas Isostáticas
ESTABILIDADE
VA + VB = 12 kN
6 + VB = 12
VB = 6 kN
Esquema Estrutural:
∑ Fx = 0
- HB + 3 = 0
HB = 3 kN
∑ Fy = 0
VA + VB = 0 kN
∑ MB = 0
(VA . 6) + 4 = 0
38
Aula 4 – Estudo de Vigas Isostáticas
UNIDADE 2 – ESTUDO DE VIGAS
6VA = - 4
VA = - 0,67 kN (↓)
VA + VB = 0 kN
- 0,67 + VB = 0
VB = 0,67 kN (↑)
Esquema Estrutural:
1º Passo: Dar nome os apoios, isso evita confundir a posição das reações que por
ventura aparecerão.
2º Passo: Identificar os apoios quanto aos seus graus de liberdade, atribuindo suas
respectivas reações.
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Aula 4 – Estudo de Vigas Isostáticas
ESTABILIDADE
Onde:
Neste momento, faremos a soma algébrica de todas as forças e reações que aparecem
na horizontal, eixo X, adotando como positivas todas as forças e/ou reações que apontem
na direção positiva de X, (→ +).
∑ Fx = 0
HB = 0 kN
Como pode ser visto na figura, não existe solicitação no eixo X, desta forma, sem
solicitação não haverá reação do apoio do 2º gênero na direção correspondente.
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Aula 4 – Estudo de Vigas Isostáticas
UNIDADE 2 – ESTUDO DE VIGAS
Faz-se a soma algébrica da carga resultante e das reações que aparecem na vertical,
eixo Y, adotando como positivas todas as forças e/ou reações que apontem na direção
positiva de Y, (↑ +).
∑ Fy = 0
- 24 + VA + VB = 0
VA + VB = 24 kN
Como pode ser observado, com apenas duas das equações não se pode determinar os
valores de VA e VB, desta forma faz-se uso da terceira equação de equilíbrio. Escolhe-se um
dos apoios como ponto de referência de momento e verificamos quais forças e reações
tendem a promover rotação neste apoio. Neste exemplo escolheremos o apoio B como
referência. Para o momento adota-se como positivo a rotação no sentido horário e negativo
no caso contrário.
∑ MB = 0
(VA . 6) – 24 . 3 = 0
6VA = 72
VA = 12 kN
VA + VB = 24 kN
12 + VB = 24
VB = 12 kN
41
Aula 4 – Estudo de Vigas Isostáticas
ESTABILIDADE
Esquema Estrutural:
1º Passo: Identificar o apoio quanto aos seus graus de liberdade, atribuindo suas
respectivas reações. Como só temos um apoio do terceiro gênero, ou seja, um engaste.
Desta maneira, representamos suas três reações no mesmo ponto, como abaixo:
Onde:
Neste momento, faremos a soma algébrica de todas as forças e reações que aparecem
na horizontal, eixo X, adotando como positivas todas as forças e/ou reações que apontem
na direção positiva de X, (→ +).
∑ Fx = 0
HA – 3 = 0
HA = 3 kN
42
Aula 4 – Estudo de Vigas Isostáticas
UNIDADE 2 – ESTUDO DE VIGAS
Neste momento, faremos a soma algébrica de todas as forças e reações que aparecem
na vertical, eixo Y, adotando como positivas todas as forças e/ou reações que apontem na
direção positiva de Y, (↑ +).
∑ Fy = 0
- 4 – 4 - 4 + VA = 0
VA = 12 kN
Como pode ser observado, neste apoio temos a presença de uma reação de momento
que entrará no somatório dos momentos, pois é a reação de equilíbrio que estamos
procurando. Para o momento adota-se como positivo a rotação no sentido horário e
negativo no caso contrário.
∑ MA = 0
- MA + (4 . 6) + (4 . 4) + (4 . 2) = 0
MA = 24 + 16 + 8
MA = 48 kN.m
Esquema Estrutural:
1º Passo: Identificar o apoio quanto aos seus graus de liberdade, atribuindo suas
respectivas reações. Como só temos um apoio do terceiro gênero, ou seja, um engaste.
Desta maneira, representamos suas três reações no mesmo ponto, como abaixo:
43
Aula 4 – Estudo de Vigas Isostáticas
ESTABILIDADE
Onde:
Neste momento, faremos a soma algébrica de todas as forças e reações que aparecem
na horizontal, eixo X, adotando como positivas todas as forças e/ou reações que apontem
na direção positiva de X, (→ +).
∑ Fx = 0
HA – 3 = 0
HA = 3 kN
44
Aula 4 – Estudo de Vigas Isostáticas
UNIDADE 2 – ESTUDO DE VIGAS
Neste momento, faremos a soma algébrica de todas as forças e reações que aparecem
na vertical, eixo Y, adotando como positivas todas as forças e/ou reações que apontem na
direção positiva de Y, (↑ +).
∑ Fy = 0
- 12 + VA = 0
VA = 12 kN
Como pode ser observado, neste apoio temos a presença de uma reação de momento
que entrará no somatório dos momentos, pois é a reação de equilíbrio que estamos
procurando. Para o momento adota-se como positivo a rotação no sentido horário e
negativo no caso contrário.
∑ MA = 0
- MA + (12 . 1,5) = 0
MA = 18 kN.m
Esquema Estrutural:
1º Passo: Identificar o apoio quanto aos seus graus de liberdade, atribuindo suas
respectivas reações. Como só temos um apoio do terceiro gênero, ou seja, um engaste.
Desta maneira, representamos suas três reações no mesmo ponto, como abaixo:
45
Aula 4 – Estudo de Vigas Isostáticas
ESTABILIDADE
Onde:
Neste momento, faremos a soma algébrica de todas as forças e reações que aparecem
na horizontal, eixo X, adotando como positivas todas as forças e/ou reações que apontem
na direção positiva de X, (→ +).
∑ Fx = 0
HA – 3 = 0
HA = 3 kN
Faz-se a soma algébrica da carga resultante e das reações que aparecem na vertical,
eixo Y, adotando como positivas todas as forças e/ou reações que apontem na direção
positiva de Y, (↑ +).
∑ Fy = 0
VA = 0 kN
∑ MA = 0
46
Aula 4 – Estudo de Vigas Isostáticas
UNIDADE 2 – ESTUDO DE VIGAS
- MA + 4 = 0
MA = 4 kN.m
Como apresentado, para toda determinação das reações de apoio, sempre serão
utilizadas as equações de equilíbrio estático. O procedimento adotado segue esse padrão, o
entendimento desta etapa da análise estrutural é de fundamental importância para o
desenvolvimento dos diagramas de esforços internos, assunto que será abordado com
maior detalhe no futuro.
Baseado e adaptado de
Márcio Varela. Edições sem
prejuízo de conteúdo.
47
Aula 5 – Esforços Internos
ESTABILIDADE
Foi visto, nas aulas anteriores, como um sistema de forças encontra seu equilíbrio, através das
reações de apoio, quando solicitado por carregamentos que as provocam. Agora serão
conhecidos os efeitos que essas cargas e reações imprimem em cada seção da estrutura
solicitada.
1. Introdução
Ao tentar romper uma estrutura, existem forças contrárias, já descritas pela 3ª lei de
Newton. Para estrutura estar em equilíbrio as forças internas também deverão
obrigatoriamente estar em equilíbrio. Os esforços internos encontrados nas estruturas, são
caracterizados por ligações internas de tensões, ao longo de uma seção transversal.
48
Aula 5 – Esforços Internos
UNIDADE 2 – ESTUDO DE VIGAS
49
Aula 5 – Esforços Internos
ESTABILIDADE
É a soma vetorial das componentes sobre o plano da seção das forças situadas de um
mesmo lado da seção. Por convenção, as projeções que se orientarem no sentido dos eixos
serão positivas e nos sentidos opostos, negativas.
É a soma vetorial das componentes dos momentos atuantes sobre a seção, situados de
um mesmo lado da seção em relação ao seu centro de gravidade.
50
Aula 5 – Esforços Internos
UNIDADE 2 – ESTUDO DE VIGAS
Imagine-se uma estrutura qualquer com forças aplicadas; considerando que as partes
do corpo têm de estar em equilíbrio quando o corpo o está, e fazendo-se um corte
imaginário perpendicular ao eixo da viga, qualquer parte da viga poderá ser considerada
como um corpo livre. Cada um dos segmentos da viga está em equilíbrio, cujas condições
exigem a existência de um sistema de forças na seção de corte da viga. Em geral, na seção
de uma viga, são necessários uma força vertical, uma horizontal e um momento para
manter a parte da viga em equilíbrio.
51
Aula 5 – Esforços Internos
ESTABILIDADE
2.1. Definições
Inicialmente, imagina-se que uma barra rígida AB qualquer está sendo seccionada.
Neste exemplo a barra possui 6m e a secção ocorre a 2m de A, entretanto, a secção poderia
ser feita em qualquer ponto da barra. O corte será chamado de α.
As intensidades das reações nos apoios já são conhecidas e indicam que o corpo está
em equilíbrio. Porém, ao se efetuar um corte qualquer, para que as partes isoladas pelo
corte permaneçam em equilíbrio, devem aparecer alguns esforços internos, que são
desconhecidos.
52
Aula 5 – Esforços Internos
UNIDADE 2 – ESTUDO DE VIGAS
Pode-se dizer, portanto, que no centro de gravidade desta seção devem aparecer
esforços internos resultantes de força e de momento, que mantém o corpo isolado em
equilíbrio. Analogamente ao cálculo das reações nos vínculos, onde são somadas forças em
x e y, e também são calculados momentos, os esforços internos devem ocorrer em x e y, e
gerar um momento.
As resultantes nas seções de corte de ambos os lados devem ser tais que reproduzam
a situação original quando as duas partes forem ligadas novamente, ou seja, pelo princípio
da ação e reação, devem ser de mesmo módulo, mesma direção e sentidos opostos.
Como visto em tópico anterior, Esforço Normal é a força atuante no sentido da peça, a
qual pode ser calculada a partir da tensão normal na seção. O efeito do Esforço Normal será
de provocar alongamentos ou encurtamentos na peça, mantendo suas seções transversais
planas e paralelas. É indicado pela letra “N”.
O exemplo abaixo ilustra a grosso modo como o Esforço Normal atua em uma barra
qualquer. As linhas pontilhadas representam as dimensões da barra antes do esforço:
53
Aula 5 – Esforços Internos
ESTABILIDADE
Reação no vínculo:
∑ Fx = 0 → F – RHA = 0 → RHA = F
∑ Fx = 0 → N - F = 0 → N = F
O exemplo abaixo ilustra a grosso modo como o Esforço Cortante atua em uma barra
qualquer. (Q = esforço cortante; ∆x e ∆y = deformações da barra devido à ação do esforço
cortante).
54
Aula 5 – Esforços Internos
UNIDADE 2 – ESTUDO DE VIGAS
Reação no vínculo:
∑ Fy = 0 → RVA – P = 0 → RVA = P
55
Aula 5 – Esforços Internos
ESTABILIDADE
∑ Fy = 0 → - Q + P = 0 → Q = P
O Momento Fletor é definido como a soma vetorial dos momentos provocados pelas
forças externas de um dos lados da seção tomada como referência, em relação a um eixo
nela contido, no caso, o eixo z. O Momento Fletor tende a flexionar a peça, como resultado
de tensões normais de sinais contrários na mesma seção, ou seja, tende fazer a seção girar
sobre um eixo localizado no seu próprio plano, comprimindo uma parte e distendendo a
outra. É indicado pela letra “M”.
O exemplo abaixo ilustra de forma grosseira como o Momento Fletor atua em uma
barra qualquer. As linhas pontilhadas representam as dimensões da barra antes do esforço:
56
Aula 5 – Esforços Internos
UNIDADE 2 – ESTUDO DE VIGAS
Reação no vínculo:
∑ M = 0 → M A – MF = 0 → M A = M F
∑ Mα = 0 → - M + M F = 0 → M = M F
57
Aula 6 – Cálculos e Diagramas
ESTABILIDADE
Sabe-se da aula anterior que os esforços internos existem e que na maioria das vezes, variam
de acordo com a distância onde se calcula. Diante deste fato, toma-se como exemplos para
cálculo de diagramas as vigas e tipos de carregamentos a seguir.
Para se efetuar o Cálculo das Solicitações Internas, torna-se conveniente, como visto,
utilizar o Método das Seções, este, por sua vez, consiste em:
1º Passo: Cortar a peça na seção desejada e isolar um dos lados do corte (qualquer
um), com todos os esforços externos atuando. Dependendo do tipo de carregamento, uma
barra pode necessitar de mais de um corte para se efetuarem os cálculos. Em suma, um
novo corte deve ser feito para cada mudança abrupta de carregamento. Eis alguns
exemplos:
58
Aula 6 – Cálculos e Diagramas
UNIDADE 2 – ESTUDO DE VIGAS
Por hora, será analisada uma viga biapoiada com carregamento uniformemente
distribuído:
∑ Fx = 0 → RHA = 0
Logo:
59
Aula 6 – Cálculos e Diagramas
ESTABILIDADE
Em posse dos valores das reações nos vínculos, o próximo passo é escolher um ponto
qualquer da viga para se fazer um corte α.
Este modelo de carregamento admite apenas um corte para o cálculo das solicitações
internas. Portanto, escolhe-se um ponto qualquer a x unidades de comprimento do ponto A
ou do ponto B:
Independente do sentido escolhido para a análise (AB ou BA), deve-se sempre prestar
muita atenção na convenção de sinais.
60
Aula 6 – Cálculos e Diagramas
UNIDADE 2 – ESTUDO DE VIGAS
∑ Fx = 0 → N = 0
Note, aluno, que o cortante Q está em função de x, ou seja, seu valor altera conforme
o ponto de atuação do carregamento. Se fosse uma demonstração numérica, poderia ser
calculado em qualquer ponto da viga, ou seja, para qualquer valor de “x” (isto será útil para
a construção do gráfico). Seguindo:
61
Aula 6 – Cálculos e Diagramas
ESTABILIDADE
∑ Fx = 0 → N = 0
Observa-se neste caso que a cortante possui sinais diferentes dependendo do sentido
escolhido para o corte, porém, isso não vai interferir em nada, pois ao seguir a convenção
de sinais corretamente, os gráficos encontrados a partir das funções Normal, Cortante e
Momento, para qualquer sentido do corte serão os mesmos.
Os Diagramas dos Esforços Solicitantes são gráficos traçados a partir das funções de
Esforço Normal, Esforço Cortante e Momento Fletor, funções estas, encontradas no cálculo
das solicitações internas. Os diagramas têm como objetivo mostrar como os esforços
solicitantes se comportam durante toda a barra, ou seja, quantificar seus valores para
qualquer trecho de toda seção, bem como, indicar pontos de esforços máximos e mínimos,
ou até mesmo, nulos.
62
Aula 6 – Cálculos e Diagramas
UNIDADE 2 – ESTUDO DE VIGAS
Quando o resultado das equações fornece uma função do primeiro grau, são
necessários, pelo menos dois valores de x para definir a reta. Matematicamente falando,
atribui-se um valor inicial e um valor final para x, ou seja, f(x) = ax + b.
Obs.: Nos dois casos da imagem acima, em determinados pontos da viga, os esforços
são nulos. No 1° Caso isso ocorre no ponto A e no 2° Caso isso ocorre no ponto B.
Já para uma função do segundo grau, são necessários, pelo menos três valores de x
para definir a parábola. Lembrar: f(x) = ax² + bx + c.
63
Aula 6 – Cálculos e Diagramas
ESTABILIDADE
Em casos onde as funções sejam de grau três ou mais, a atribuição de valores para x
torna-se um pouco mais trabalhosa, porém, segue-se a mesma metodologia que os
exemplos anteriores para a construção dos diagramas.
Resolução:
64
Aula 6 – Cálculos e Diagramas
UNIDADE 2 – ESTUDO DE VIGAS
∑ Fx = 0 → Rxa = 0
∑ Fx = 0 (+→)
Rxa + N = 0
N = - Rxa
N=0
65
Aula 6 – Cálculos e Diagramas
ESTABILIDADE
∑ Fy = 0 (+↑)
Rya – qx – Q = 0
37,5 – 15x – Q = 0
Q(x) = -15x + 37,5 (Primeira Equação)
∑ MS = 0
(Rya . x) – (qx . x/2) – M = 0
(37,5 . x) – (15x . x/2) – M = 0
37,5x – 15x²/2 – M = 0
M(x) = -7,5x² + 37,5x (Segunda Equação)
66
Aula 6 – Cálculos e Diagramas
UNIDADE 2 – ESTUDO DE VIGAS
Para o esforço normal na viga temos N(x) = 0, sendo assim para qualquer valor de x
tomado na função normal o resultado será nulo. Abaixo tem-se o diagrama de esforço
normal.
Para o esforço cortante temos 5 pontos de interesse, sendo eles o ponto A (L = 0), L/4,
L/2, 3L/4 e o ponto B (L), sendo eles, numericamente na viga de 5 m, x = 0; x = 1,25; x = 2,5;
x = 3,75 e x = 5,0.
Nos mesmo 5 pontos, para a equação do Momento M(x) = -7,5x² + 37,5x; tem-se:
67
Aula 6 – Cálculos e Diagramas
ESTABILIDADE
Algumas regras devem ser respeitadas quando se deseja calcular os esforços internos
de uma estrutura. Aqui em especial o exemplo nos trouxe uma estrutura contínua com
apenas um carregamento distribuído, desta feita precisou-se fazer apenas um corte na
estrutura para analisa-la, porém existem casos em são necessários mais de um corte para
poder solucionar o problema, para as exceções destaca-se:
• Carga Concentradas;
• Carga Momento;
• Mudança de geometria da seção transversal.
68
Aula 7 – Cálculos e Diagramas II
UNIDADE 3 – APROFUNDAMENTO
Nesta aula serão apresentados os modelos de gráficos para os tipos de carregamento mais
comuns e corriqueiros, que em algum momento foram apresentados na disciplina, bem como
a resolução de mais exercícios para que o aluno se habitue e se familiarize com os cálculos e
saiba interpretar as diversas situações quais pode se deparar.
1. Gráficos Variados
69
Aula 7 – Cálculos e Diagramas II
ESTABILIDADE
70
Aula 7 – Cálculos e Diagramas II
UNIDADE 3 – APROFUNDAMENTO
71
Aula 7 – Cálculos e Diagramas II
ESTABILIDADE
72
Aula 7 – Cálculos e Diagramas II
UNIDADE 3 – APROFUNDAMENTO
73
Aula 7 – Cálculos e Diagramas II
ESTABILIDADE
2. Exercício Resolvido
Para a fixação dos conceitos apresentados até agora, será resolvido um exercício
englobando os assuntos das aulas até aqui apresentadas. O modelo tem dificuldade de fácil
para intermediária e a complexidade da resolução se dará mais pela demonstração didática
(será resolvido de várias maneiras) que pela expressão do resultado em si.
Resolução:
74
Aula 7 – Cálculos e Diagramas II
UNIDADE 3 – APROFUNDAMENTO
∑ Fx = 0 → Rxa = 0 ①
Temos 3 forças atuando neste sentido: R ya, Ryb e qeq, que é a carga pontual oriunda do
carregamento distribuído. Para acharmos seu valor, devemos encontrar a área do
paralelogramo formado pela sua distribuição, que no caso é um retângulo. O ponto de
aplicação desta força equivalente, para retângulos, é o centro de massa que se encontra no
ponto médio da sua base. Tem-se:
Com o valor pontual da carga “q”, pode-se calcular os esforços na vertical. Adotando
(+↑), os esforços resultam em zero, ficando:
∑ Fy = 0
+ Rya + Ryb – qeq = 0
Rya + Ryb = qeq
Rya + Ryb = 40,5 kN ③
75
Aula 7 – Cálculos e Diagramas II
ESTABILIDADE
5º Passo: Momento
Com o sistema em equilíbrio, temos a segunda relação estática que é a dos momentos
gerados por estes esforços em um ponto da viga em estudo. Adotemos um ponto de
referência (“A” para este caso) e faça-se a relação:
∑ MA = 0
(Rya . 0) – (Ryb . 1,2) + [qeq . (1,2 + 0,9)] = 0
- 1,2 Ryb + (40,5 . 2,1) = 0
Ryb = 70,875 kN ④
Nota:
76
Aula 7 – Cálculos e Diagramas II
UNIDADE 3 – APROFUNDAMENTO
Para este trecho, que é mais simples, calcularemos as equações pela esquerda. Para o
próximo trecho, calcularemos pela direita e pela esquerda para que o aluno visualize que
será mais fácil resolver a questão dependendo da escolha que se faz. Os resultados devem
ser os mesmos.
∑ Fx = 0 → Rxa + N = 0 → N = 0 ⑥
Os esforços na vertical:
E o Momento, que pode ser pelo ponto “A” ou S 1. Pegaremos no ponto “A” para se
trabalhar com “x” progredindo à direita (para o momento fletor está se utilizando a
convenção apresentada na Aula 2).
∑ MA = 0
(Rya . 0) + (QS1 . x) - MS1 = 0
(-30,375 . x) – MS1 = 0
M(x) = - 30,375x ⑧
77
Aula 7 – Cálculos e Diagramas II
ESTABILIDADE
Agora serão demonstrados os cálculos da seção S2 pela direita e pela esquerda. Esta
escolha é importante a ser feita na hora da resolução do exercício pois quanto mais cargas
estiverem envolvidas, mais dificultosa é a operação. Ao fim das contas, o resultado deve ser
o mesmo. Atentar apenas para o trecho que está se pegando pois o que mudará são os
pontos de coordenadas a serem analisados, como se demonstrará a seguir.
Perceba que, ao analisar o sistema pela esquerda, temos o ponto “A” como x = 0.
∑ Fx = 0 → Rxa + N = 0 → N = 0 ⑨
Para esforços verticais, teremos que achar a “nova carga” q, que está agora em função
de x. Sabe-se que o ponto de sua aplicação em relação ao ponto “A” é o ponto médio do
78
Aula 7 – Cálculos e Diagramas II
UNIDADE 3 – APROFUNDAMENTO
“novo retângulo” (que mais adiante veremos que é a parcela (x – 1,2)/2. Conforme a figura
acima, tem-se a relação:
q ≡ Área
q=b.h
q = (x – 1,2) m . 22,5 kN/m
q = 22,5x – 27 kN ⑩
∑ Fy = 0
- Rya + Ryb – (q) – QS2 = 0
-30,375 + 70,875 – (22,5x – 27) – QS2 = 0
-30,375 + 70,875 – 22,5x + 27 = QS2
Q(x) = -22,5x + 67,5 ⑪
Temos:
79
Aula 7 – Cálculos e Diagramas II
ESTABILIDADE
MNq = F . d
MNq = [q(x – 1,2)] . (x + 1,2)/2
MNq = [qx – 1,2q] . (x + 1,2)/2
MNq = [22,5x – 27] . (x + 1,2)/2
MNq = (22,5x² +27x – 27x – 32,4)/2
MNq = 11,25x² - 16,2 ⑫
∑ MA = 0
(Rya . 0) – (Ryb . 1,2) + MNq + (QS2 . x) - MS2 = 0
(-70,875 . 1,2) + (11,25x² - 16,2) + [(-22,5x + 67,5) . x] = MS2
MS2 = - 85,05 + 11,25x² - 16,2 – 22,5x² + 67,5x
M(x) = -11,25x² + 67,5x – 101,25 ⑬
∑ Fx = 0 → N = 0 ⑭
80
Aula 7 – Cálculos e Diagramas II
UNIDADE 3 – APROFUNDAMENTO
E o Fletor:
∑ MC = 0
- (QS2 . x) – (qx . x/2) + MS2 = 0
- MS2 = - (-22,5x . x) – (qx . x/2)
- MS2 = 22,5x² - 22,5x²/2
MS2 = - 22,5x² + 11,25x²
M(x) = -11,25x² ⑯
81
Aula 7 – Cálculos e Diagramas II
ESTABILIDADE
Para o ponto C = 0:
82
Aula 7 – Cálculos e Diagramas II
UNIDADE 3 – APROFUNDAMENTO
Para o ponto A = 0:
Ok!
83
Aula 7 – Cálculos e Diagramas II
ESTABILIDADE
Para o ponto C = 0:
84
Aula 8 – Estática III
UNIDADE 3 – APROFUNDAMENTO
Unidade 3 – Aprofundamento
Para que se decida tanto a forma quanto as dimensões adequadas a uma barra, torna-se
necessário conhecer a influência das propriedades geométricas da seção no seu
comportamento. Para tanto, esta aula se concentra na determinação de algumas grandezas e
propriedades de uma área plana.
1. Figuras Planas
A Figura abaixo ilustra uma barra reta de seção transversal constante, chamada barra
prismática. O lado da barra que contém o comprimento (L) e a altura (h) é chamado de
seção longitudinal e o que contém a largura (b) e a altura (h) é chamado de seção
transversal.
85
Aula 8 – Estática III
ESTABILIDADE
• Área (A);
• Momento Estático (M);
• Centro de Gravidade (CG);
• Momento de Inércia (I);
• Módulo de resistência (W;)
• Raio de giração (i).
2. Área
A área de uma figura plana é a superfície limitada pelo seu contorno. Para contornos
complexos, a área pode ser obtida aproximando-se a forma real pela justaposição de formas
geométricas de área conhecida (retângulos, triângulos, etc).
3. Momento Estático
M’x = y . dA
M’y = x . dA
86
Aula 8 – Estática III
UNIDADE 3 – APROFUNDAMENTO
Mx = Σ y . dA
My = Σ x . dA
Momento estático é uma grandeza escalar com dimensão M = [L]³, podendo ser
positivo, negativo ou nulo. É utilizado para a determinação das tensões transversais que
ocorrem em uma peça submetida à flexão. O Momento Estático de uma superfície
composta por várias figuras conhecidas é a somatória dos Momentos Estáticos de cada
figura.
M1,X = yCG1 . A1
M2,X = yCG2 . A2
M3,X = yCG3 . A3
Como:
MX = ∑ y . A
Então:
87
Aula 8 – Estática III
ESTABILIDADE
MX = M1X – M2X
x1 . m1 + x2 . m2 + x3 . m3 + ⋯ + xn . mn
xCG = xCM =
m1 + m2 + m3 + ⋯ + mn
∑ni=1 xi . mi
∴ xCG =
∑ni=1 mi
88
Aula 8 – Estática III
UNIDADE 3 – APROFUNDAMENTO
suspendendo o mesmo por pontos diferentes e a cada suspensão são traçadas linhas
verticais de forma que a interseção entre essas linhas determina o centro de gravidade
(figura).
Exemplo: Uma viga uniforme de comprimento L e massa M repousa sobre dois apoios
deparados por uma distância D, localizados em pontos equidistantes do centro de gravidade
da viga. Roberto quer ficar em pé na extremidade direita da viga. Qual deve ser a sua massa
m para que a viga permaneça em repouso?
Resolução:
89
Aula 8 – Estática III
ESTABILIDADE
∑ni=1 xi . mi
xCG =
∑ni=1 mi
L
(M . 0) + (m . )
xCG = 2
M+m
m 𝐿
xCG = .
M+m 2
𝐷 m 𝐿
= .
2 M+m 2
D .m
m=
L−D
Como na seção anterior, o Centro de Gravidade também pode ser definido utilizando-
se as dimensões do corpo ao invés de sua massa. Os artifícios físicos e matemáticos
envolvidos neste conceito não serão tradados aqui por envolverem cálculo diferencial e
integral (aprendidos no ensino superior nas disciplinas de cálculo) e conceitos aprofundados
em Resistência dos Materiais, também de ensino superior. Na verdade, a demonstração que
vem sendo dada até agora será para o desenvolvimento do próximo tópico, que será
Momento de Inércia. Existem “2 Momentos de Inércia”: Momento de Inércia de Massa, que
é aplicado a problemas de rotação e dinâmica dos corpos rígidos, e o Momento de Inércia
de Área, que se utiliza em dimensionamento de estruturas que são sujeitas à deformação.
Para o aluno, é suficiente saber que a expressão apresentada a seguir também é válida para
se achar as coordenadas do CG, e é baseada nas equações do Momento Estático.
90
Aula 8 – Estática III
UNIDADE 3 – APROFUNDAMENTO
cima para baixo. A resultante de todas estas forças verticais e paralelas entre si, constitui o
peso do corpo.
Portanto, atração exercida pela Terra sobre um corpo rígido pode ser representada por
uma única força P. Esta força, chamada peso do corpo, é aplicada no seu baricentro, ou
cento de gravidade (CG). O centro de gravidade pode localizar-se dentro ou fora da
superfície.
Sendo CG o centro de gravidade de uma superfície plana de área A definido pelo par
ordenado (x,y) tem-se as seguintes expressões:
MX = yCG . A e MY = xCG . A
Onde:
91
Aula 8 – Estática III
ESTABILIDADE
O centro de gravidade de uma superfície composta por várias figuras, é expresso por:
∑n
i=1 xi .Ai ∑n
i=1 xi .𝐴i
xCG = ∑n
e yCG = ∑n
i=1 Ai i=1 Ai
A = A1 – A2 – A3 → A = (8 . 15) – (6 x 4) – (4 . 3) → A = 84 cm²
92
Aula 8 – Estática III
UNIDADE 3 – APROFUNDAMENTO
Um corpo rígido em rotação possui associado a ele uma energia cinética K em razão da
velocidade vi de cada partícula de massa mi que forma esse corpo:
n
1 1 1 1
K = . m1 . v1 2 + . m2 . v2 2 + ⋯ + . mn . vn 2 → K = ∑ . mi . vi 2
2 2 2 2
i=1
A grande dificuldade de se trabalhar com a equação acima é que para cada partícula
temos uma velocidade diferente de forma que é mais conveniente substituir vi = ωri uma
vez que a velocidade angular de cada partícula é a mesma, senão o corpo não seria rígido. A
grandeza ri representa a distância entre cada partícula e o eixo de rotação do corpo.
Portanto:
1 1
K= ∑ . mi (ωri 2 ) = . (∑ mi . ri 2 ) . ω2
2 2
93
Aula 8 – Estática III
ESTABILIDADE
I = ∑ mi . ri 2
Note que quanto maior o momento de inércia do corpo maior será sua energia cinética
de rotação, ou seja, maior será o trabalho realizado para desacelerar ou acelerar esse corpo
caso ele esteja em repouso. É importante notar ainda que um corpo pode ter um número
infinito de momentos de inércia já que pode existir um número infinito de eixos de rotação.
Desta forma é conveniente conhecer um teorema chamada de Teorema dos eixos paralelos
que afirma mostra uma relação entre o momento de inércia em relação ao centro de massa
ICM de um corpo de massa “m” e o Momento de Inércia IP em relação a um eixo paralelo ao
primeiro e a uma distância “d” do mesmo.
IP = ICM + md²
Exemplo: Três massas esféricas (A = 200 g, B = 400 g e C = 450 g) são colocadas nos
vértices de um triangulo de lados AB = 30 cm, BC = 40 cm e CA = 50 cm. Determine o
momento de inércia em relação ao um eixo imaginário que passa pelo centro da esfera A e
seja perpendicular ao plano do desenho.
94
Aula 8 – Estática III
UNIDADE 3 – APROFUNDAMENTO
Resolução:
I = ∑ mi . ri 2 = mA . rA 2 + mB . rB 2 + mC . rC 2
I = 0,17 Kgm²
Baseado e adaptado de
Marcio Varela. Edições sem
prejuízo de conteúdo.
95
Aula 9 – Introdução à Resistência de Materiais
ESTABILIDADE
O objetivo principal deste tópico é o complemento dos estudos dos esforços ou efeitos internos
de forças que agem sobre um corpo. Os corpos considerados não são supostos perfeitamente
rígidos; são corpos deformáveis de diferentes formas e submetidos a diferentes
carregamentos. A importância da aula se dá na esfera das próximas onde serão
dimensionados lajes, vigas e pilares, e que, apesar de não tão aprofundados os postulados
aqui apresentados, são grandezas onde especialistas se debruçam para os cálculos
estruturais.
1. Tensões e Deformações
Como visto na primeira aula, considerando-se uma barra prismática (de eixo reto e
seção transversal constante) sob ação de duas forças iguais e opostas, coincidentes com o
seu eixo, a barra é tracionada quando as forças são direcionadas para fora da barra. Em caso
contrário, a barra é comprimida.
Sob a ação dessas forças externas surgem esforços internos na barra; para o seu
estudo, imagina-se a barra cortada ao longo de uma seção transversal qualquer.
Removendo-se a parte do corpo situada à direita do corte, tem-se a situação onde está
apresentada a ação que a parte suprimida exercia sobre o restante.
96
Aula 9 – Introdução à Resistência de Materiais
UNIDADE 3 – APROFUNDAMENTO
Quando o esforço interno resistente atuando em cada ponto da seção transversal for
perpendicular à esta seção, recebe o nome de tensão normal. A tensão Normal tem a
mesma unidade de pressão, ou seja, força por unidade de área. No exemplo em questão na
figura acima, a intensidade da tensão normal em qualquer ponto da seção transversal é
obtida dividindo-se a força P pela área A da seção transversal. Temos a relação:
P
σ=
A
Onde:
97
Aula 9 – Introdução à Resistência de Materiais
ESTABILIDADE
E dá-se a relação:
∆L
ε=
L
Onde:
Pode-se então medir os diversos ΔL’s correspondentes aos acréscimos da carga axial
aplicada à barra e realizar o ensaio até a ruptura do corpo de prova. Chamando de “A” a
área da seção transversal inicial do corpo de prova, a tensão normal σ pode ser
determinada para qualquer valor de P, com a fórmula σ = P/A.
98
Aula 9 – Introdução à Resistência de Materiais
UNIDADE 3 – APROFUNDAMENTO
características comuns que nos levam a dividir os materiais em duas importantes categorias:
materiais dúcteis e materiais frágeis.
Material dúctil é aquele que apresenta grandes deformações antes de se romper (aço
e alumínio, por exemplo), enquanto que o frágil é aquele que se deforma relativamente
pouco antes de se romper (ferro fundido e concreto, por exemplo).
Para os materiais dúcteis, observa-se que a função tensão x deformação, no trecho 0P,
é linear. Esta relação linear entre os deslocamentos e as cargas axiais foi apresentada por
Robert Hooke em 1678 e é conhecida como Lei de Hooke. Logo, o trecho 0P do diagrama é
representado por:
σ = E .ε
Onde:
99
Aula 9 – Introdução à Resistência de Materiais
ESTABILIDADE
2. Propriedades Mecânicas
100
Aula 9 – Introdução à Resistência de Materiais
UNIDADE 3 – APROFUNDAMENTO
σres
σad =
S
Ou:
σesc
σad =
S
101
Aula 9 – Introdução à Resistência de Materiais
ESTABILIDADE
εy
ν= | |
εx
Ou:
εz
ν= | |
εx
Onde:
ν é o Coeficiente de Poisson;
εy é deformação específica transversal;
εx é a deformação específica transversal.
Resolução:
ε = ΔL/L0 = σ/Y
ε = 1,91 . 108/20 . 1010
ε = 9,55 . 10-4
102
Aula 9 – Introdução à Resistência de Materiais
UNIDADE 3 – APROFUNDAMENTO
Resolução:
Baseado e adaptado de
Marcio Varela. Edições sem
prejuízo de conteúdo.
103
Aula 10 – Dimensionamento de Lajes
ESTABILIDADE
1. Concepção Estrutural
O projeto estrutural deve ainda estar em harmonia com os demais projetos, tais como:
de instalações elétricas, hidráulicas, telefonia, segurança, som, televisão, ar condicionado,
computador e outros, de modo a permitir a coexistência, com qualidade, de todos os
sistemas. Os edifícios podem ser constituídos, por exemplo, pelos seguintes pavimentos:
subsolo, térreo, tipo, cobertura e casa de máquinas, além dos reservatórios inferiores e
superiores.
104
Aula 10 – Dimensionamento de Lajes
UNIDADE 4 – DIMENSIONAMENTO
ESTRUTURAL BÁSICO
Inúmeros são os tipos de sistemas estruturais que podem ser utilizados. Nos edifícios
usuais empregam-se lajes maciças ou nervuradas, moldadas no local, pré-fabricadas ou
ainda parcialmente pré-fabricadas.
Em casos específicos de grandes vãos, por exemplo, pode ser aplicada protensão para
melhorar o desempenho da estrutura, seja em termos de resistência, seja para controle de
deformações ou de fissuração.
Alternativamente, podem ser utilizadas lajes sem vigas, apoiadas diretamente sobre os
pilares, com ou sem capitéis, casos em que são denominadas lajes-cogumelo, e lajes planas
ou lisas, respectivamente. No alinhamento dos pilares, podem ser consideradas vigas
embutidas, com altura considerada igual à espessura das lajes, sendo também denominadas
vigas-faixa.
105
Aula 10 – Dimensionamento de Lajes
ESTABILIDADE
Este trabalho tratará dos sistemas estruturais constituídos por lajes maciças de
concreto armado, moldadas no local e apoiadas sobre vigas. Posteriormente, serão
consideradas também as lajes nervuradas e as demais ora mencionadas.
A esta altura do curso, já são sabidos os caminhos das ações nas edificações. Vale,
como rememoração, a retomada do conceito que é fundamental para o prosseguimento
dos conceitos da aula.
O sistema estrutural de um edifício deve ser projetado de modo que seja capaz de
resistir não só às ações verticais, mas também às ações horizontais que possam provocar
efeitos significativos ao longo da vida útil da construção.
As ações verticais são constituídas por: peso próprio dos elementos estruturais; pesos
de revestimentos e de paredes divisórias, além de outras ações permanentes; ações
variáveis decorrentes da utilização, cujos valores vão depender da finalidade do edifício, e
outras ações específicas, como por exemplo, o peso de equipamentos.
O percurso das ações verticais tem início nas lajes, que suportam, além de seus pesos
próprios, outras ações permanentes e as ações variáveis de uso, incluindo, eventualmente,
peso de paredes que se apoiem diretamente sobre elas.
As lajes transmitem essas ações para as vigas, através das reações de apoio. As vigas
suportam seus pesos próprios, as reações provenientes das lajes, peso de paredes e, ainda,
ações de outros elementos que nelas se apoiem, como, por exemplo, as reações de apoio
de outras vigas. Em geral, como estudado nas aulas anteriores, as vigas trabalham à flexão e
ao cisalhamento e transmitem as ações para os elementos verticais − pilares e paredes
estruturais − através das respectivas reações.
Os pilares e as paredes estruturais recebem as reações das vigas que neles se apoiam,
as quais, juntamente com o peso próprio desses elementos verticais, são transferidas para
os andares inferiores e, finalmente, para o solo, através dos respectivos elementos de
Fundação.
106
Aula 10 – Dimensionamento de Lajes
UNIDADE 4 – DIMENSIONAMENTO
ESTRUTURAL BÁSICO
Recomenda-se iniciar a localização dos pilares pelos cantos e, a partir daí, pelas áreas
que geralmente são comuns a todos os pavimentos (área de elevadores e de escadas) e
onde se localizam, na cobertura, a casa de máquinas e o reservatório superior. Em seguida,
posicionam-se os pilares de extremidade e os internos, buscando embuti-los nas paredes ou
procurando respeitar as imposições do projeto de arquitetura.
Deve-se, sempre que possível, dispor os pilares alinhados, a fim de formar pórticos
com as vigas que os unem. Os pórticos, assim formados, contribuem significativamente na
estabilidade global do edifício.
Usualmente os pilares são dispostos de forma que resultem distâncias entre seus eixos
da ordem de 4 m a 6 m. Distâncias muito grandes entre pilares produzem vigas com
dimensões incompatíveis e acarretam maiores custos à construção (maiores seções
transversais dos pilares, maiores taxas de armadura, dificuldades nas montagens da
armação e das formas etc.). Por outro lado, pilares muito próximos acarretam interferência
nos elementos de fundação e aumento do consumo de materiais e de mão-de-obra,
afetando desfavoravelmente os custos.
Deve-se adotar 19 cm, pelo menos, para a menor dimensão do pilar e escolher a
direção da maior dimensão de maneira a garantir adequada rigidez à estrutura, nas duas
direções.
Assim, por exemplo, deve-se verificar se o arranjo dos pilares permite a realização de
manobras dos carros nos andares de garagem ou se não afetam as áreas sociais, tais como
recepção, sala de estar, salão de jogos e de festas etc.
107
Aula 10 – Dimensionamento de Lajes
ESTABILIDADE
A estruturação segue com o posicionamento das vigas nos diversos pavimentos. Além
daquelas que ligam os pilares, formando pórticos, outras vigas podem ser necessárias, seja
para dividir um painel de laje com grandes dimensões, seja para suportar uma parede
divisória e evitar que ela se apoie diretamente sobre a laje.
108
Aula 10 – Dimensionamento de Lajes
UNIDADE 4 – DIMENSIONAMENTO
ESTRUTURAL BÁSICO
máximo três pares de dimensões diferentes para as seções transversais. O ideal é que todas
elas tenham a mesma altura, para simplificar o cimbramento.
A numeração dos elementos (lajes, vigas e pilares) deve ser feita da esquerda para a
direita e de cima para baixo.
Inicia-se com a numeração das lajes – L1, L2, L3 etc. –, sendo que seus números devem
ser colocados próximos do centro delas. Em seguida são numeradas as vigas – V1, V2, V3
etc. Seus números devem ser colocados no meio do primeiro tramo. Finalmente, são
colocados os números dos pilares – P1, P2, P3 etc. –, posicionados embaixo deles, na forma
estrutural.
Devem ser colocadas as cotas parciais e totais em cada direção, posicionadas fora do
contorno do desenho, para facilitar a visualização. Ao final obtém-se o anteprojeto de todos
os pavimentos, inclusive cobertura e caixa d’água, e pode-se prosseguir com o pré-
dimensionamento de lajes, vigas e pilares.
109
Aula 10 – Dimensionamento de Lajes
ESTABILIDADE
2. Dimensionamento de Lajes
As lajes maciças de forma retangular, apoiadas sobre as quatro bordas, são as lajes
mais comuns nas construções correntes de Concreto Armado. As lajes com uma ou duas
bordas livres, embora bem menos comuns na prática, serão também estudadas.
Outros tipos de dimensionamento de lajes não serão estudados pois a intenção desta
aula, como dito anteriormente, é passar ao aluno os preceitos básicos deste
dimensionamento para a compreensão dos critérios complexos que envolvem os
especialistas calculistas.
2.1. Definição
As lajes são classificadas como elementos planos bidimensionais, que são aqueles
onde duas dimensões, o comprimento e a largura, são da mesma ordem de grandeza e
muito maiores que a terceira dimensão, a espessura. As lajes são também chamadas
elementos de superfície, ou placas.
As ações são normalmente transmitidas para as vigas de apoio nas bordas da laje, mas
eventualmente também podem ser transmitidas diretamente aos pilares, quando são
chamadas lajes lisas.
110
Aula 10 – Dimensionamento de Lajes
UNIDADE 4 – DIMENSIONAMENTO
ESTRUTURAL BÁSICO
Laje maciça é aquela onde toda a espessura é composta por concreto, contendo
armaduras longitudinais de flexão e eventualmente armaduras transversais, e apoiada em
vigas ou paredes ao longo das bordas. Laje com borda ou bordas livres é um caso particular
de laje apoiada nas bordas.
A laje lisa e a laje cogumelo são também lajes maciças de concreto, porém, nessas lajes
as cargas e outras ações são transferidas diretamente aos pilares, sem intermédio de apoios
nas bordas. Por uma questão de tradição no Brasil é costume chamar a laje apoiada nas
bordas como “laje maciça”.
As lajes maciças podem ser classificadas segundo diferentes critérios, como em relação
à forma geométrica, dos tipos de vínculos nos apoios, quanto à direção, etc.
As formas geométricas podem ter as mais variadas formas possíveis, porém, a forma
retangular é a grande maioria dos casos da prática. Hoje em dia, com os avançados
programas computacionais existentes, as lajes podem ser facilmente calculadas e
dimensionadas, segundo quaisquer formas geométricas e carregamentos que tiverem.
Uma classificação muito importante das lajes maciças é aquela referente à direção ou
direções da armadura principal. Existem dois casos: laje armada em uma direção ou laje
armada em duas direções.
111
Aula 10 – Dimensionamento de Lajes
ESTABILIDADE
As lajes armadas em uma direção têm relação entre o lado maior e o lado menor
superior a dois, isto é:
ly
λ= >2 Eq. 1
lx
Nas lajes armadas em duas direções os esforços solicitantes são importantes segundo
as duas direções principais da laje. A relação entre os lados é menor que dois, tal que:
ly
λ= ≤2 Eq. 2
lx
112
Aula 10 – Dimensionamento de Lajes
UNIDADE 4 – DIMENSIONAMENTO
ESTRUTURAL BÁSICO
Os vãos efetivos das lajes nas direções principais (NBR 6118, item 14.6.2.4),
considerando que os apoios são suficientemente rígidos na direção vertical, devem ser
calculados pela expressão:
t /2 t 2 /2 Eq. 4
Eq. 3 lef = l0 + a1 + a 2 sendo a1 ≤ { 1 e a2 ≤ {
0,3 h 0,3 h
De modo geral são três os tipos de apoio das lajes: paredes de alvenaria ou de
concreto, vigas ou pilares de concreto. Dentre eles, as vigas nas bordas são o tipo de apoio
mais comuns nas construções.
Para o cálculo dos esforços solicitantes e das deformações nas lajes torna-se
necessário estabelecer os vínculos da laje com os apoios, sejam eles pontuais como os
pilares, ou lineares como as vigas de borda. Devido à complexidade do problema devem ser
feitas algumas simplificações, de modo a possibilitar o cálculo manual que será
desenvolvido.
Os três tipos comuns de vínculo das lajes são o apoio simples, o engaste perfeito e o
engaste elástico. Como as tabelas usuais para cálculo das lajes só admitem apoios simples,
engaste perfeito e apoios pontuais, a vinculação nas bordas deve se resumir apenas a esses
três tipos. Com a utilização de programas computacionais é possível admitir também o
engaste elástico.
A idealização teórica de apoio simples ou engaste perfeito, nas lajes correntes dos
edifícios, raramente ocorre na realidade. No entanto, segundo autores, o erro cometido é
pequeno, não superando os 10 %.
113
Aula 10 – Dimensionamento de Lajes
ESTABILIDADE
O apoio simples surge nas bordas onde não existe ou não se admite a continuidade da
laje com outras lajes vizinhas. O apoio pode ser uma parede de alvenaria ou uma viga de
concreto.
Cuidado especial há de se tomar na ligação de lajes com vigas de alta rigidez à torção.
Pode ser mais adequado engastar perfeitamente a laje na viga, dispondo-se uma armadura,
geralmente negativa, na ligação com a viga. Os esforços de torção daí decorrentes devem
ser obrigatoriamente considerados no projeto da viga de borda.
O engaste perfeito surge no caso de lajes em balanço, como marquises, varandas, etc.
(Figura). É considerado também nas bordas onde há continuidade entre duas lajes vizinhas.
Quando duas lajes contínuas têm espessuras muito diferentes, como mostrado na
Figura abaixo, pode ser mais adequado considerar a laje de menor espessura (L2) engastada
na de maior espessura (L1), mas a laje com maior espessura pode ser considerada apenas
apoiada na borda comum as duas lajes.
114
Aula 10 – Dimensionamento de Lajes
UNIDADE 4 – DIMENSIONAMENTO
ESTRUTURAL BÁSICO
No caso onde as lajes não têm continuidade ao longo de toda a borda comum, o
critério simplificado para se considerar a vinculação é o seguinte:
Se a ≥ 2L/3; a laje L1 pode ser considerada com a borda engastada na laje L2;
Eq. 5
Se a < 2L/3, a laje L1 fica com a borda simplesmente apoiada (apoio simples).
115
Aula 10 – Dimensionamento de Lajes
ESTABILIDADE
Conforme as tabelas de BARÉS que serão utilizadas neste curso (anexas ao final da
apostila) para cálculo das lajes maciças retangulares, a convenção de vinculação é feita com
diferentes estilos de linhas, como mostrado na Figura.
Em função das várias combinações possíveis de vínculos nas quatro bordas das lajes
retangulares, as lajes recebem números que diferenciam as combinações de vínculos nas
bordas, como indicados a seguir.
116
Aula 10 – Dimensionamento de Lajes
UNIDADE 4 – DIMENSIONAMENTO
ESTRUTURAL BÁSICO
Para determinação das ações atuantes nas lajes deve-se recorrer às normas NBR 6118,
NBR 8681 e NBR 6120, entre outras pertinentes. As ações peculiares das lajes de cada obra
também devem ser cuidadosamente avaliadas. Se as normas brasileiras não tratarem de
cargas específicas, pode-se recorrer a normas estrangeiras, na bibliografia especializada,
com os fabricantes de equipamentos mecânicos, de máquinas, etc.
O peso próprio da laje é o peso do concreto armado que forma a laje maciça. Para o
peso específico do concreto armado (γconc) a NBR 6118 indica o valor de 25 kN/m³. O peso
próprio para lajes com espessura constante é uniformemente distribuído na área da laje, e
para um metro quadrado de laje (Figura) pode ser calculado como:
2.6.2. Contrapiso
117
Aula 10 – Dimensionamento de Lajes
ESTABILIDADE
Na superfície inferior das lajes (teto do pavimento inferior) é padrão executar-se uma
camada de revestimento de argamassa, sobreposta à camada fina de chapisco. Para essa
argamassa, menos rica em cimento, pode-se considerar o peso específico (γrev) de 19 kN/m³,
conforme a NBR 6120.
De modo geral, este revestimento tem pequena espessura, mas recomenda-se adotar
espessura não inferior a 1,5 ou 2 cm. Para o revestimento de teto a ação permanente é:
2.6.4. Pisos
2.6.5. Paredes
A carga das paredes sobre as lajes maciças deve ser determinada em função da laje ser
armada em uma ou em duas direções. É necessário conhecer o tipo de unidade de alvenaria
(tijolo, bloco, etc.), que compõe a parede, ou o peso específico da parede, a espessura e a
altura da parede, bem como a sua disposição e extensão sobre a laje.
118
Aula 10 – Dimensionamento de Lajes
UNIDADE 4 – DIMENSIONAMENTO
ESTRUTURAL BÁSICO
O peso específico da parede pode ser dado em função do peso total da parede,
composta pela unidade de alvenaria e pelas argamassas de assentamento e de
revestimento, ou pelos pesos específicos individuais dos materiais que a compõe.
Ppar γalv . e . h . l
g par = = Eq. 9
Alaje Alaje
Onde:
Para blocos cerâmicos furados a NBR 6120 recomenda o peso específico (γalv) de 13
kN/m³ e para tijolos maciços cerâmicos 18 kN/m³.
Não se conhecendo o peso específico global da parede pode-se determinar a sua carga
com os pesos específicos individuais da parede, calculando-se a carga da parede por metro
quadrado de área:
Onde:
119
Aula 10 – Dimensionamento de Lajes
ESTABILIDADE
γpar . h . l
g par = Eq. 11
Alaje
Onde:
Para a espessura média dos revestimentos das paredes recomenda-se o valor de 2 cm,
nos dois lados da parede.
Para laje armada em uma direção há dois casos a serem analisados, em função da
disposição da parede sobre a laje. Para o caso de parede com direção paralela à direção
principal da laje (direção do menor vão), considera-se simplificadamente a carga da parede
distribuída uniformemente numa área da laje adjacente à parede, com largura de 2/3 lx,
como mostrado na Figura.
A laje fica com duas regiões com carregamentos diferentes. Nas regiões I não ocorre a
carga da parede, que fica limitada apenas à região II. Portanto, dois cálculos de esforços
solicitantes necessitam serem feitos, para as regiões I e II.
Eq. 12 120
Aula 10 – Dimensionamento de Lajes
UNIDADE 4 – DIMENSIONAMENTO
ESTRUTURAL BÁSICO
Ppar 3 Ppar
g par = = .
2 2 lx ²
l .l
3 x x
Onde:
Onde:
A ação variável nas lajes é tratada pela NBR 6120 (item 2.2) como “carga acidental”. Na
prática costumam chamar também de “sobrecarga”. A carga acidental é definida pela NBR
6120 como “toda aquela que pode atuar sobre a estrutura de edificações em função do seu
uso (pessoas, móveis, materiais diversos, veículos, etc.). As cargas verticais que se
consideram atuando nos pisos de edificações, além das que se aplicam em caráter especial,
referem-se a carregamentos devidos a pessoas, móveis, utensílios materiais diversos e
121
Aula 10 – Dimensionamento de Lajes
ESTABILIDADE
A NBR 6118 (item 13.2.4.1) estabelece que a espessura mínima para as lajes maciças
deve respeitar:
A NBR 6118 (item 7.4.7.2) estabelece os valores a serem prescritos para o cobrimento
nominal das armaduras das lajes. Nos projetos de estruturas correntes, a agressividade
ambiental deve ser classificada de acordo com o apresentado na Tabela 1 e pode ser
avaliada, simplificadamente, segundo as condições de exposição da estrutura ou de suas
partes.
122
Aula 10 – Dimensionamento de Lajes
UNIDADE 4 – DIMENSIONAMENTO
ESTRUTURAL BÁSICO
Nas obras correntes o valor de Δc deve ser maior ou igual a 10 mm. Esse valor pode ser
reduzido para 5 mm quando houver um adequado controle de qualidade e rígidos limites de
tolerância da variabilidade das medidas durante a execução das estruturas de concreto. Em
geral, o cobrimento nominal de uma determinada barra deve ser:
cnom ≥ фbarra
Eq. 15
cnom ≥ фfeixe = фn = ф√n
123
Aula 10 – Dimensionamento de Lajes
ESTABILIDADE
∅l
d=h−c− Eq. 17
2
124
Aula 10 – Dimensionamento de Lajes
UNIDADE 4 – DIMENSIONAMENTO
ESTRUTURAL BÁSICO
Para o cálculo das lajes é necessário estimar inicialmente a sua altura. Existem vários e
diferentes processos para essa estimativa, sendo um deles dado pela equação seguinte:
Onde:
todos em metros.
A estimativa da altura com a Eq. 18 não dispensa a verificação da flecha que existirá na
laje, que deverá ser calculada. Com a altura útil calculada fica simples determinar a altura h
da laje:
∅l
h=d+ +c Eq. 20
2
Os momentos fletores e as flechas nas lajes maciças são determinadas conforme a laje
é armada em uma ou em duas direções. As lajes armadas em uma direção são calculadas
como vigas segundo a direção principal e as lajes armadas em duas direções podem ser
aplicadas diferentes teorias, como a Teoria da Elasticidade e a das Charneiras Plásticas.
Neste ponto note o aluno a importância das aulas passadas, pois serão reconhecidas as
fórmulas apresentadas que são oriundas dos cálculos análogos dos esforços internos de
vigas, já demonstrados anteriormente.
125
Aula 10 – Dimensionamento de Lajes
ESTABILIDADE
126
Aula 10 – Dimensionamento de Lajes
UNIDADE 4 – DIMENSIONAMENTO
ESTRUTURAL BÁSICO
Perceba que existe uma parcela de giração atribuída ao material no produto entre o
Momento de Inércia e o Módulo de Elasticidade, conceitos estes que seriam extensão
natural da aula anterior, porém, inconcebível em nível técnico por envolvem concepções
mais avançadas. A título de informação, o produto E . I é a rigidez. A parcela “E” para Lajes
maciças de CONCRETO retangulares e o Momento de Inércia (como já estudado) são dados
pelas expressões:
bh³
E = 0,85 . 5600√fck e I=
12
127
Aula 10 – Dimensionamento de Lajes
ESTABILIDADE
No caso de lajes contínuas armadas em uma direção, como mostrado na Figura abaixo,
com duas bordas livres, o cálculo pode ser feito supondo viga contínua com largura de um
metro, na direção dos vãos dos apoios.
Para a obtenção dos esforços e flechas máximas nas lajes deve-se decompor o
carregamento total em carregamento permanente e carregamento variável. Os esforços
solicitantes máximos podem ser obtidos aplicando-se os carregamentos nas lajes
separadamente, sendo o primeiro o carregamento permanente, e em seguida o
carregamento variável. Os esforços finais são somados, obtendo-se assim os esforços
desfavoráveis máximos.
O comportamento das lajes armadas em duas direções, apoiadas nos quatro lados, é
bem diferente das lajes armadas em uma direção, de modo que o seu cálculo é bem mais
complexo se comparado ao das lajes armadas em uma direção.
Sob a ação do carregamento a laje apoia-se no trecho central dos apoios e os cantos se
levantam dos apoios, como mostrado na Figura:
128
Aula 10 – Dimensionamento de Lajes
UNIDADE 4 – DIMENSIONAMENTO
ESTRUTURAL BÁSICO
• Teoria das Placas: desenvolvida com base na Teoria da Elasticidade; podem ser
determinados os esforços e as flechas em qualquer ponto da laje;
• Processos aproximados;
• Método das Linhas de Ruptura ou das Charneiras Plásticas;
• Métodos Numéricos, como o dos Elementos Finitos, de Contorno, etc.
A solução da equação geral das placas é tarefa muito complexa, o que motivou o
surgimento de diversas tabelas, de diferentes origens e autores, com coeficientes que
proporcionam o cálculo dos momentos fletores e das flechas para casos específicos de
apoios e carregamentos.
É válido salientar que os passos abordados, que propriamente dito foram até uma
explicação aceitável de especificação de espessura e cobrimento, englobam os conceitos
estudados nas aulas anteriores e possuem razoável assimilação, mas não habilitam o aluno
a desenvolver projetos e se responsabilizar por eles, pois um Técnico em Edificações não
pode fazê-lo para parte estrutural.
129
Aula 10 – Dimensionamento de Lajes
ESTABILIDADE
• Momentos Volventes: Nos cantos das lajes com bordas apoiadas surgem
momentos fletores negativos, que causam tração no lado superior da laje na
direção da diagonal, e positivos na direção perpendicular à diagonal, que
causam tração no lado inferior da laje. Os momentos nos cantos são
chamados momentos volventes ou momentos de torção, e recebem a
notação de Mxy;
• Reações de Apoio: Assim como no cálculo dos momentos fletores solicitantes
e das flechas, no cálculo das reações da laje nas bordas, as lajes serão
analisadas em função de serem armadas em uma ou em duas direções;
• Flechas: Assim como nas vigas, o “estado-limite de deformações excessivas”
(ELS-DEF), definido pela NBR 6118 (item 3.2.4) como o “estado em que as
deformações atingem os limites estabelecidos para a utilização normal, dados
em 13.3.”, deve ser também verificado nas lajes de concreto;
• Verificação do Estádio: Para o cálculo da flecha é necessário conhecer o
estádio de cálculo da seção crítica considerada. Segundo a NBR 6118 (item
17.3.1), para diferentes classes de concreto;
• Flecha Imediata: A flecha imediata é aquela que ocorre quando é aplicado o
primeiro carregamento na peça, que não leva em conta os efeitos da fluência,
para diferentes classes de concreto;
• Flecha Diferida no Tempo: A flecha diferida no tempo é aquela que leva em
conta o fato do carregamento atuar na estrutura ao longo do tempo,
causando a sua deformação lenta ou fluência;
• Flechas Máximas Admitidas: As flechas máximas ou deslocamentos-limites
como definidos pela NBR 6118 (item 13.3), “são valores práticos utilizados
para verificação em serviço do estado-limite de deformações excessivas da
estrutura”;
• Armaduras Longitudinais Máximas e Mínimas: “Os princípios básicos para o
estabelecimento de armaduras máximas e mínimas são os dados em 17.3.5.1.
Como as lajes armadas nas duas direções têm outros mecanismos resistentes
possíveis, os valores mínimos das armaduras positivas são reduzidos em
relação aos definidos para elementos estruturais lineares”. (NBR 6118,
19.3.3.1);
130
Aula 10 – Dimensionamento de Lajes
UNIDADE 4 – DIMENSIONAMENTO
ESTRUTURAL BÁSICO
Resolução:
Para o cálculo de “d”, por conseguinte, temos, pela equação 18: d ≈ (2,5 – 0,1n) . l*
Para satisfazer a relação, temos que analisar 2 pontos, conforme a equação 19:
131
Aula 10 – Dimensionamento de Lajes
ESTABILIDADE
Analisemos:
Para a maior dimensão (ly = 5,2 m) tem-se que l* ≤ 0,7 . ly → l*≤ 0,7 . 5,2 → l* ≤ 3,64
m.
d ≈ (2,5 – 0,1n) . l*
d ≈ [2,5 – (0,1 * 2)] . 2
d ≈ [2,5 – 0,2] . 2
d ≈ 4,6 cm
Como temos a bitola da armadura a ser utilizada foi dado (8,00 mm) e o valor de “c” é
tabelado (conforme tabela 2, CAA 2 → 25 mm), podemos encontrar a espessura da laje.
h = d + (фl/2) + c
h = 4,6 + (0,8/2) + 0,25
h = 4,6 + 0,4 + 0,25
h = 5,25 cm
A norma diz que a menor espessura de laje prevista é de 8,0 cm. Portanto, para os
futuros cálculos utilizaremos 8,0 cm.
Piso: 20 kN/m³. Neste caso, precisa-se fazer uma estimativa da distribuição desta
densidade por unidade de área tendo em vista que a peça cerâmica tem aproximadamente
5 mm de espessura. Fica:
132
Aula 10 – Dimensionamento de Lajes
UNIDADE 4 – DIMENSIONAMENTO
ESTRUTURAL BÁSICO
Paredes: Para lajes armadas em uma direção, utiliza-se a equação 12, em função do
menor vão da laje:
Ppar
g par =
2
l .l
3 x x
Note que foi utilizada a informação da aula (γalv = 13 kN/m³) e um pé direito de 2,60 m,
já que o exercício não forneceu a informação. Continuando:
3 . Ppar 3 . 4,73
g par = = = 1,77 kN/m²
2 . lx ² 2 .4
E = 0,85 . 5600 √fck → E = 4760 √20 → E = 21287 MPa → E = 21287 . 103 kN/m²
1 PT . l4
ai = .
185 E . I
1 6,29 . 2,04
ai = .
185 21287 . 103 . 4,27 . 10−5
6,29 . 16
ai =
185 . 21287 . 103 . 4,27 . 10−5
133
Aula 10 – Dimensionamento de Lajes
ESTABILIDADE
100,64
ai =
168156,65
a i = 5,98 . 10−4 m
134
Aula 11 – Dimensionamento de Vigas
UNIDADE 4 – DIMENSIONAMENTO
ESTRUTURAL BÁSICO
Uma viga é um elemento de barra e tem por função vencer vãos, trabalhando
predominantemente aos esforços de flexão e cisalhamento. Ela estará solicitada à flexão
normal simples, quando atuar sobre a mesma somente esforço de flexão, cujo plano de ação
contenha um dos eixos principais de inércia da seção transversal.
1. Concepção de Vigas
Vale salientar que, analogamente aos estudos das lajes, o aprofundamento no assunto
se dará em esfera básica devido as relações envolvidas neste estudo transcendem as
concepções matemáticas abordadas no 2º grau e, portanto, não utilizadas neste curso.
Pode-se dizer que esta aula é um complemento das 7 primeiras aulas onde foram dados os
pré-requisitos para que se chegasse a este nível de entendimento por parte do aluno e
agora, naturalmente, serão sequenciados de maneira a se tentar evidenciar “na prática” os
conceitos nesta apostila demonstrados ao longo das aulas. O cálculo de armaduras para
vigas não será abordado pela complexidade conceitual não demandada de técnicos.
1.1. Definição
Como sabido, Viga é uma Estrutura linear que trabalha, geralmente, em posição
horizontal (ou inclinada), assentada em um ou mais apoios e que tem a função de suportar
os carregamentos normais à sua direção. As vigas podem ser de Madeira, Concreto, Aço ou
mistas.
135
Aula 11 – Dimensionamento de Vigas
ESTABILIDADE
Resposta dos elementos estruturais (lajes, vigas, pilares, fundações), aos esforços
internos aplicados - força normal (N) que dá origem à tração ou à compressão, momento
fletor (M) que dá origem à flexão, momento torçor (Mt – não abordado neste curso) que dá
origem à torção e força cortante (V) que dá origem ao cisalhamento.
A fórmula geral para qualquer que seja a tensão (Normal, flexão, torção ou
cisalhamento) é a já conhecida e batida σ = F/A, que, já se sabe, significa:
Esforço Aplicado
Tensão =
Característica Geométrica da Seção Transversal
136
Aula 11 – Dimensionamento de Vigas
UNIDADE 4 – DIMENSIONAMENTO
ESTRUTURAL BÁSICO
137
Aula 11 – Dimensionamento de Vigas
ESTABILIDADE
A linha apontada na imagem acima será estudada nesta aula. O ponto de transição
entre a compressão e a tração é chamado Ponto Neutro, e sua definição será dado adiante.
As seções planas de uma viga, tomadas normalmente a seu eixo, permanecem planas
após a viga ser submetida à flexão. Essa conclusão é válida para vigas de qualquer material,
seja ele elástico ou inelástico, linear ou não-linear. As propriedades dos materiais, assim
como as dimensões, devem ser simétricas em relação ao plano de flexão.
É uma superfície em algum lugar entre o topo e a base da viga em que as linhas
longitudinais não mudam de comprimento.
138
Aula 11 – Dimensionamento de Vigas
UNIDADE 4 – DIMENSIONAMENTO
ESTRUTURAL BÁSICO
2. Tensões na Flexão
Esta tensão é a resposta da viga decorrente da flexão. A flexão aparece em uma viga
devido ao esforço interno aplicado - momento fletor (M).
Convenções:
M .y
σf =
ILN
Onde:
139
Aula 11 – Dimensionamento de Vigas
ESTABILIDADE
Resolução:
bh³ 10 . 50³
ILN = → ILN = → ILN = 104167 cm4
12 12
Fibra 1:
M .y 30 . 12,5 . 100
σf1 = → σf1 = → σf1 = 0,36 kN/cm²
ILN 104167
Fibra Superior:
M .y 30 . 25 . 100
σfs = → σfs = → σfs = 0,72 kN/cm²
ILN 104167
Note que o valor 100 na fórmula acima serve para transformar o momento fletor de
kNm para kNcm. O resultado foi positivo, logo a tensão de flexão na fibra superior no ponto
D (meio do vão) é de compressão.
Fibra 2:
M .y 30 . − 12,5 . 100
σf2 = → σf2 = → σf2 = − 0,36 kN/cm²
ILN 104167
Fibra Inferior:
M .y 30 . − 25 . 100
σfi = → σfi = → σfi = − 0,72 kN/cm²
ILN 104167
O resultado foi negativo, logo a tensão de flexão na fibra inferior no ponto D (meio do
vão) é de tração. Diagrama das tensões de flexão no ponto D:
140
Aula 11 – Dimensionamento de Vigas
UNIDADE 4 – DIMENSIONAMENTO
ESTRUTURAL BÁSICO
M .y − 20 . 25 . 100
σfs = → σfs = → σfs = − 0,48 kN/cm²
ILN 104167
O resultado foi negativo, logo a tensão de flexão na fibra superior no ponto B (apoio) é
de tração.
M .y − 20 . − 12,5 . 100
σf2 = → σf2 = → σf2 = 0,24 kN/cm²
ILN 104167
M .y − 20 . − 25 . 100
σfi = → σfi = → σfi = 0,48 kN/cm²
ILN 104167
O resultado foi positivo, logo a tensão de flexão na fibra inferior no ponto B (apoio) é
de compressão.
Para não haver rompimento, ou para que haja estabilidade, é necessário que as
tensões aplicadas a uma viga obviamente sejam menores que ela suporta. A seguinte
função é destacada para essa verificação:
141
Aula 11 – Dimensionamento de Vigas
ESTABILIDADE
Onde 1,4 é o coeficiente que indica que a tensão admissível ou de cálculo deve ser 40%
superior à que realmente suporta. A barra acima dos símbolos de tensão de flexão indica
que esta tensão é uma tensão admissível.
+ ou−
Mmáx .y
σfc ou ft máx =
ILN
As tensões máximas de flexão ocorrem nas seções de momento fletor máximo positivo
e negativo nas fibras superior e inferior da seção transversal de uma determinada viga.
As fibras superiores e inferiores são definidas a partir da LN (y sup e yinf), que passa pelo
centro de gravidade da seção transversal, conforme ilustrado na figura.
142
Aula 11 – Dimensionamento de Vigas
UNIDADE 4 – DIMENSIONAMENTO
ESTRUTURAL BÁSICO
bh³ 10 . 50³
ILN = → ILN = → ILN = 104167 cm4
12 12
+ ou−
Mmáx . ysup. ou inf.
σfc ou ft máx. =
ILN
50 . 25 . 100
σfc máx. = → σfc máx. = 1,2 kN/cm2 (compressão)
104167
50 . − 25 . 100
σft máx. = → σft máx. = − 1,2 kN/cm2 (tração)
104167
3º Passo: Verificação
Utiliza-se os valores das tensões em módulo, pois não teria sentido comparar uma
tensão máxima com valor negativo com uma tensão admissível que é sempre positiva.
Compressão:
Tração:
3. Tensão de Cisalhamento
143
Aula 11 – Dimensionamento de Vigas
ESTABILIDADE
V
τ= .Q
bw . ILN
Onde:
τ: Tensão de cisalhamento;
V: Força cortante na seção considerada;
Q: Momento Estático da área, definida pela fibra considerada, em relação à linha
neutra;
bw : Largura da seção transversal na fibra considerada;
ILN: Momento de inércia em relação à Linha Neutra.
Como visto na Aula 8, o Momento Estático de Área é o produto entre área (A) e
distância (d) = A x d. Para a nossa análise, tem-se:
Para uma seção retangular, o comportamento das equações se dão conforme figura:
144
Aula 11 – Dimensionamento de Vigas
UNIDADE 4 – DIMENSIONAMENTO
ESTRUTURAL BÁSICO
Resolução:
bh³ 10 . 50³
ILN = → ILN = → ILN = 104167 cm4
12 12
VA . Q1 25 . 2343,75
τ1 = → τ1 = → τ1 = 0,056 kN/cm²
bw . ILN 10 . 104167
VA . Q LN 25 .3125
τLN = → τLN = → τLN = 0,075 kN/cm²
bw . ILN 10 . 104167
VA . Q 2 25 . 2343,75
τ2 = → τ2 = → τ2 = 0,056 kN/cm²
bw . ILN 10 . 104167
4º Passo: Diagrama
Analogamente às Tensões na Flexão, para não haver rompimento, ou para que haja
estabilidade, é necessário que a seguinte inequação seja verificada:
Onde 1,4 é o coeficiente que indica que a tensão admissível ou de cálculo deve ser 40%
superior à que realmente suporta. Portanto, para que se verifique a estabilidade ao
cisalhamento de uma viga, a inequação abaixo deve ser obedecida, para a seção de Força
Cortante Máxima.
145
Aula 11 – Dimensionamento de Vigas
ESTABILIDADE
τ ≥ τmáx . 1,4
Resolução:
bw = 10 cm;
Vmáx . Q LN 70 . 3125
τmáx = → τmáx = → τmáx = 0,21 kN/cm²
bw . ILN 10 . 104167
Para que uma viga seja estável, tanto as inequações relativas à flexão quanto à
inequação relativa ao cisalhamento devem ser verificadas. Portanto se uma das
inequações não for verificada, a viga "rompe".
Baseado e adaptado de
Edilberto Vitorino de Borja.
Edições sem prejuízo de
conteúdo.
146
Aula 12 – Dimensionamento de Pilares
UNIDADE 4 – DIMENSIONAMENTO
ESTRUTURAL BÁSICO
1. Introdução
Pilares são “elementos lineares de eixo reto, usualmente dispostos na vertical, em que
as forças normais de compressão são preponderantes” (NBR 6118/03, item 14.4.1.2).
Pilares-parede são “elementos de superfície plana ou casca cilíndrica, usualmente dispostos
na vertical e submetidos preponderantemente à compressão. Podem ser compostos por
uma ou mais superfícies associadas. Para que se tenha um pilar-parede, em alguma dessas
superfícies a menor dimensão deve ser menor que 1/5 da maior, ambas consideradas na
seção transversal do elemento estrutural” (item 14.4.2.4).
A NBR 6118/03 (item 5.1) propõe requisitos gerais de qualidade das estruturas de
concreto e a avaliação de conformidade do projeto. De um modo geral, as estruturas de
concreto devem atender aos requisitos mínimos de qualidade, durante sua construção e ao
longo de toda sua vida útil. Os requisitos de qualidade de uma estrutura de concreto são:
147
Aula 11 – Dimensionamento de Vigas
ESTABILIDADE
cnom = cmín + ∆c
Nas obras correntes o valor de ∆c deve ser maior ou igual a 10 mm. Esse valor pode ser
reduzido para 5 mm quando houver um adequado controle de qualidade e rígidos limites de
tolerância da variabilidade das medidas durante a execução das estruturas de concreto. Em
geral, o cobrimento nominal de uma determinada barra deve ser:
cnom ≥ фbarra
cnom ≥ фfeixe = фn = ф √n
148
Aula 12 – Dimensionamento de Pilares
UNIDADE 4 – DIMENSIONAMENTO
ESTRUTURAL BÁSICO
A Tabela 2 (Tabela 7.2 na NBR 6118/03) mostra os valores para o cobrimento nominal
de lajes, vigas e pilares, para a tolerância de execução (∆c) de 10 mm, em função da classe
de agressividade ambiental, conforme mostrada na Tabela 1.
149
Aula 11 – Dimensionamento de Vigas
ESTABILIDADE
2. Conceitos
2.1. Solicitações Normais
Os pilares sob esforços normais podem também estar submetidos a esforços de flexão.
Dessa forma, os pilares poderão estar sob os seguintes casos de solicitação:
150
Aula 12 – Dimensionamento de Pilares
UNIDADE 4 – DIMENSIONAMENTO
ESTRUTURAL BÁSICO
2.2. Flambagem
Uma barra comprimida feita por alguns tipos de materiais pode resistir a cargas
substancialmente superiores à carga crítica (Ncrít), o que significa que a flambagem não
corresponde a um estado limite último. No entanto, para uma barra comprimida de
concreto armado, a flambagem caracteriza um estado limite último (ELU).
151
Aula 11 – Dimensionamento de Vigas
ESTABILIDADE
A determinação dos efeitos locais de 2ª ordem em barras comprimidas pode ser feita
por métodos aproximados, entre eles o do pilar padrão com curvatura aproximada, como
preconizado na NBR 6118/03. A equação é deduzida a partir da lei de Hooke e envolve
cálculo diferencial, portanto, não será demonstrada, cabendo ao aluno apenas a ciência da
importância da grandeza.
y = a sen (πx/le)
152
Aula 12 – Dimensionamento de Pilares
UNIDADE 4 – DIMENSIONAMENTO
ESTRUTURAL BÁSICO
3. Contraventamentos
153
Aula 11 – Dimensionamento de Vigas
ESTABILIDADE
No item 15.4.2 a NBR6118 define o que são estruturas de nós fixos e de nós móveis.
154
Aula 12 – Dimensionamento de Pilares
UNIDADE 4 – DIMENSIONAMENTO
ESTRUTURAL BÁSICO
Para verificar se a estrutura está sujeita ou não a esforços globais de 2ª ordem, ou seja,
se a estrutura pode ser considerada como de nós fixos, lança-se mão do cálculo do
parâmetro de instabilidade α (NBR 6118/03, item 15.5.2) ou do coeficiente γz (item 15.5.3).
Este aprofundamento não será feito neste curso.
4. Índice de Esbeltez
le
λ =
i
I
i= √
A
3,46 . 𝑙𝑒
𝜆=
ℎ
Onde:
le = comprimento de flambagem;
155
Aula 11 – Dimensionamento de Vigas
ESTABILIDADE
Nas situações reais dos pilares contraventados nos edifícios geralmente os pilares não
se encontram isolados como mostradas na Figura acima. A situação real de um pilar
contraventado de edifício está mostrada a seguir:
156
Aula 12 – Dimensionamento de Pilares
UNIDADE 4 – DIMENSIONAMENTO
ESTRUTURAL BÁSICO
extremidades aos demais elementos que ali concorrem. Assim, o comprimento equivalente
de flambagem (le) do elemento comprimido (pilar), suposto vinculado em ambas as
extremidades, deve ser o menor entre os seguintes valores:
𝑙0 + ℎ
𝑙𝑒 ≤ {
𝑙
Onde:
Os pilares curtos e médios são a maioria dos pilares das construções. Os pilares
esbeltos são menos frequentes.
157
Aula 11 – Dimensionamento de Vigas
ESTABILIDADE
5. Excentricidades
158
Aula 12 – Dimensionamento de Pilares
UNIDADE 4 – DIMENSIONAMENTO
ESTRUTURAL BÁSICO
1
θ1 =
100√H
Onde:
H
ea = θ1
2
159
Aula 11 – Dimensionamento de Vigas
ESTABILIDADE
princípio, afetam principalmente os esforços solicitantes ao longo delas” (NBR 6118, item
15.4.1).
“Os efeitos locais de 2a ordem em elementos isolados podem ser desprezados quando
o índice de esbeltez for menor que o valor limite λ1” (item 15.8.2), calculado pela expressão:
e1
25 + 12,5
λ1 = h
αb
Com 35 ≤ λ1 ≤ 90
Onde:
A NBR 6118/03 não define em que posição ao longo do comprimento do pilar deve-se
considerar a excentricidade e1 para aplicação no cálculo de λ1, o que pode levar a pequenas
diferenças caso se considere a excentricidade nas extremidades do pilar ou na posição onde
ocorre a máxima excentricidade de 2a ordem.
MB
αb = 0,6 + 0,4
MA
Onde: 1,0 ≥ αb ≥ 0,4
MA e MB são os momentos de 1a ordem nos extremos do pilar. Deve ser
adotado para MA maior valor absoluto ao longo do pilar biapoiado e para M B o
sinal positivo, se tracionar a mesma face que MA, e negativo em caso
contrário.
160
Aula 12 – Dimensionamento de Pilares
UNIDADE 4 – DIMENSIONAMENTO
ESTRUTURAL BÁSICO
MC
αb = 0,8 + 0,2 ≥ 0,85
MA
Onde:
MA = momento de 1a ordem no engaste;
MC = momento de 1a ordem no meio do pilar em balanço.
iv) Para pilares biapoiados ou em balanço com momentos menores que o
momento mínimo: αb = 1
𝜑. 𝑁
𝑆𝑔
𝑀𝑆𝑔
𝑒𝑐𝑐 = ( + 𝑒𝑎 ) . (2,718𝑁𝑒− 𝑁𝑆𝑔 − 1 )
𝑁𝑆𝑔
10 . 𝐸𝑐𝑖 . 𝐼𝑐
𝑁𝑒 =
𝑙𝑒 ²
Onde:
161