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Literacia Financeira

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MEDIADOR DO CRÉDITO

INFORMAÇÃO SOBRE PRODUTOS, INSTITUTOS E CONCEITOS


RELACIONADOS COM O CRÉDITO

Este documento visa elucidar o seu leitor sobre alguns termos que, directa ou
indirectamente, se relacionam com o crédito.

Não é nossa intenção proceder a uma análise exaustiva desta matéria,


nem substituir o eventual aconselhamento financeiro ou jurídico, que os
interessados podem solicitar às entidades competentes.

Se após a consulta deste documento não encontrou o que pretende e a sua dúvida está
relacionada com o acesso ao crédito, consulte as nossas Respostas a Perguntas Frequentes
ou contacte-nos:

mediador.do.credito@bportugal.pt

Rua do Crucifixo, 7 - 2.º | 1100-182 Lisboa | Tel. +351 213 233 416

Documento elaborado em Junho de 2010


ÍNDICE
ABERTURA DE CRÉDITO EM CONTA CORRENTE ........................................................................................... 5
ALD (ALUGUER LONGA DURAÇÃO) .............................................................................................................. 5
ALUGUER OPERACIONAL .............................................................................................................................. 5
AMORTIZAÇÃO DE EMPRÉSTIMO ................................................................................................................. 5
AMORTIZAÇÃO (OU LIQUIDAÇÃO ou REEMBOLSO) ANTECIPADA DE EMPRÉSTIMO................................... 5
AVAL e AVALISTA .......................................................................................................................................... 8
AVAL BANCÁRIO ........................................................................................................................................... 8
AVALIAÇÃO ................................................................................................................................................... 9
BENEFÍCIO DA EXCUSSÃO PRÉVIA ................................................................................................................ 9
BUY-BACK ..................................................................................................................................................... 9
CAPITAL (num financiamento).................................................................................................................... 10
CAPITAL DE RISCO....................................................................................................................................... 10
CAPITALIZAÇÃO DE JUROS (em caso de Empréstimo) ................................................................................ 10
CARÊNCIA DE CAPITAL ................................................................................................................................ 11
CARÊNCIA TOTAL (CARÊNCIA DE CAPITAL E JUROS) .................................................................................. 11
CARTÕES DE CRÉDITO ................................................................................................................................ 11
CENTRAL DE RESPONSABILIDADES DE CRÉDITO (CRC) DO BANCO DE PORTUGAL (BdP) ........................... 11
“CONFIRMING” ........................................................................................................................................... 12
CONSOLIDAÇÃO DE CRÉDITOS ................................................................................................................... 12
CONTA CORRENTE (ABERTURA DE CRÉDITO em) ....................................................................................... 13
CREDIT DEFAULT SWAP (CONTRATO DE PERMUTA FINANCEIRA DE CRÉDITO) ......................................... 14
CREDIT LINKED NOTES (VALORES VINCULADOS A CRÉDITOS).................................................................... 14
CRÉDITO DOCUMENTÁRIO ......................................................................................................................... 15
CRÉDITO HABITAÇÃO ................................................................................................................................. 15
DERIVADOS DE CRÉDITO ............................................................................................................................ 16
DESCOBERTO EM CONTA ........................................................................................................................... 16
DESCONTO BANCÁRIO................................................................................................................................ 16
DIREITO DE SUPERFÍCIE .............................................................................................................................. 17
DISTRATE DE HIPOTECA .............................................................................................................................. 17
EBITDA (EARNINGS BEFORE INTEREST TAXES DEPRECIATION AND AMORTIZATION) ................................ 17
EMPRÉSTIMO OBRIGACIONISTA................................................................................................................. 18

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EURIBOR (EUROPEAN INTERBANK OFFERED RATE) ................................................................................... 18
EXONERAÇÃO DE DEVEDOR ....................................................................................................................... 19
FACTORING ................................................................................................................................................. 19
FIANÇA e FIADOR........................................................................................................................................ 20
FIIAH (FUNDOS DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO PARA ARENDAMENTO HABITACIONAL) ....................... 20
FUNDO DE GARANTIA DE DEPÓSITOS (FGD) .............................................................................................. 22
FUNDOS DE INVESTIMENTO ....................................................................................................................... 22
GARANTIA BANCÁRIA ................................................................................................................................. 22
HIPOTECA ................................................................................................................................................... 23
HOT-MONEY ............................................................................................................................................... 23
INDEXANTE ................................................................................................................................................. 23
INTEREST RATE SWAP ................................................................................................................................. 23
JURO (num Empréstimo) ............................................................................................................................ 24
JUROS DE MORA (num Empréstimo) .......................................................................................................... 24
LEASING ...................................................................................................................................................... 24
LETRA .......................................................................................................................................................... 24
LIVRANÇA ................................................................................................................................................... 25
LIVRANÇA EM BRANCO .............................................................................................................................. 25
LIVRE DE ÓNUS E ENCARGOS ..................................................................................................................... 26
LOCAÇÃO FINANCEIRA (LEASING) .............................................................................................................. 26
LOCAÇÃO FINANCEIRA RESTITUTIVA (LEASE-BACK) ................................................................................... 27
MARGEM OU SPREAD ................................................................................................................................ 28
MEDIADOR DO CRÉDITO ............................................................................................................................ 28
MORATÓRIA NO CRÉDITO HABITAÇÃO PARA DESEMPREGADOS .............................................................. 29
MUTUANTE ................................................................................................................................................. 29
MUTUÁRIO ................................................................................................................................................. 29
MÚTUO ....................................................................................................................................................... 29
OBRIGAÇÃO DE CAPITALIZAÇÃO AUTOMÁTICA (OCA) ............................................................................... 30
OBRIGAÇÃO DE CUPÃO ZERO (OCZ) ........................................................................................................... 30
OPÇÃO DE COMPRA ................................................................................................................................... 30
PAPEL COMERCIAL...................................................................................................................................... 30
PENHOR ...................................................................................................................................................... 30

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PENHORA .................................................................................................................................................... 31
PERÍODO DE AMORTIZAÇÃO ...................................................................................................................... 31
PME INVEST ................................................................................................................................................ 31
PRAZO DO EMPRÉSTIMO ............................................................................................................................ 32
PRESTAÇÃO................................................................................................................................................. 32
RATING ....................................................................................................................................................... 34
REESTRUTURAÇÃO DE CRÉDITO ................................................................................................................. 35
REMESSA DE EXPORTAÇÃO ........................................................................................................................ 35
RENTING ..................................................................................................................................................... 36
RESOLUÇÃO DO CONTRATO ....................................................................................................................... 36
“REVERSE FACTORING” .............................................................................................................................. 36
SERVIÇO DA DÍVIDA .................................................................................................................................... 36
SERVIÇOS MÍNIMOS BANCÁRIOS ............................................................................................................... 37
SISTEMA DE PAGAMENTO A FORNECEDORES............................................................................................ 38
SPREAD ....................................................................................................................................................... 38
STAND-BY LETTER OF CREDIT ..................................................................................................................... 38
SWAP (PERMUTA) DE TAXA DE JURO ......................................................................................................... 38
TAE (TAXA ANUAL EFECTIVA) ..................................................................................................................... 40
TAEG (TAXA ANUAL DE ENCARGOS EFECTIVA GLOBAL) ............................................................................. 40
TAER (TAXA ANUAL EFECTIVA REVISTA) ..................................................................................................... 40
TAN (TAXA ANUAL NOMINAL) .................................................................................................................... 41
TANB (TAXA ANUAL NOMINAL BRUTA) ...................................................................................................... 41
TAXA DE ESFORÇO ...................................................................................................................................... 41
TITULARIZAÇÃO DE CRÉDITOS .................................................................................................................... 42
TOTAL RETURN SWAP (CONTRATO DE PERMUTA FINANCEIRA DE FLUXOS DE CRÉDITO) ......................... 42
TRANCHE .................................................................................................................................................... 43
USUFRUTO .................................................................................................................................................. 43
VALOR RESIDUAL (NA LOCAÇÃO FINANCEIRA) ........................................................................................... 43

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ABERTURA DE CRÉDITO EM CONTA CORRENTE
Consultar Conta Corrente.

ALD (ALUGUER LONGA DURAÇÃO)


Consiste num contrato, através do qual, o Locador (por exemplo, um Banco), mediante
pagamento de uma prestação mensal (renda), aluga ao cliente (locatário) um bem, facultando-
lhe, assim, o seu gozo durante um prazo previamente acordado. O bem locado foi, por sua vez,
adquirido pelo Locador a um terceiro (fornecedor), após indicação do locatário. O risco corre
por conta do locatário pois, normalmente, o locador exige a contratação de um seguro “danos
próprios”, pago pelo locatário.

Na prática verifica-se que o bem locado costuma ser o automóvel.

Simultaneamente à celebração do contrato de aluguer, é celebrado um contrato promessa de


compra e venda do bem locado. Existe, assim, desde logo, um compromisso de aquisição por
parte do locatário, pelo que, consequentemente, não há lugar ao direito de opção de compra.
O valor da renda é livremente estipulado entre as partes e pretende reembolsar o locador da
quantia por este adiantada ao adquirir o bem locado, pelo que a sua estrutura se aproxima da
renda paga na locação financeira (capital + Juros).

ALUGUER OPERACIONAL
Consultar Renting.

AMORTIZAÇÃO DE EMPRÉSTIMO
Trata-se do pagamento periódico ou total do capital em dívida. Normalmente, a Amortização
verifica-se com o pagamento da prestação (esta inclui, por norma, o capital e os juros).

Para situações de excepção, Consulte Carência de Capital ou Carência Total.

Ver também Período de Amortização.

AMORTIZAÇÃO (OU LIQUIDAÇÃO ou REEMBOLSO) ANTECIPADA DE EMPRÉSTIMO


Pagamento de uma dívida antes da(s) data(s) de vencimento inicialmente estabelecida(s). A
amortização antecipada pode ser total ou parcial, conforme seja integralmente pago o
empréstimo ou seja pago uma parte.

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Salienta-se que, ao ser efectuada uma amortização antecipada, o montante do capital em
dívida diminui, logo menores serão os juros suportados e, deste modo, menor será a
prestação.

Caso o mutuário queira manter o mesmo valor de prestação após a amortização parcial e a
Instituição de Crédito o aceitar, aquele verá reduzido o prazo de reembolso do empréstimo
(face ao inicialmente estabelecido).

É usual que sobre o montante a amortizar antecipadamente recaia uma comissão. Nos
contratos de crédito à habitação, a comissão por reembolso antecipado tem um valor máximo
de 0,5% ou 2% a aplicar sobre o montante reembolsado, consoante o Empréstimo tenha sido
celebrado em regime de taxa variável ou fixa, respectivamente (D.L. n.º 51/2007 de 7 de
Março).

Exemplo:

Montante Empréstimo € 135.000,00


Taxa de Juro Anual 3,000%
Prazo do Empréstimo em Anos 30
Número de pagamentos anuais 12
Data de Início do Empréstimo 01-05-2010
Prestação mensal
1
569,17 €

O Plano de Amortização teria então a seguinte configuração:

Prest Saldo Pagamento Prestação Amortização Juros Capital em Juros


n.º Devedor Extra total Capital dívida Acumulados
Inicial

1 135.000,00 € 0,00 € 569,17 € 231,67 € 337,50 € 134.768,33 € 337,50 €


2 134.768,33 € 0,00 € 569,17 € 232,24 € 336,92 € 134.536,09 € 674,42 €
3 134.536,09 € 0,00 € 569,17 € 232,83 € 336,34 € 134.303,26 € 1.010,76 €
4 134.303,26 € 0,00 € 569,17 € 233,41 € 335,76 € 134.069,86 € 1.346,52 €
5 134.069,86 € 0,00 € 569,17 € 233,99 € 335,17 € 133.835,87 € 1.681,69 €
6 133.835,87 € 0,00 € 569,17 € 234,58 € 334,59 € 133.601,29 € 2.016,28 €
7 133.601,29 € 0,00 € 569,17 € 235,16 € 334,00 € 133.366,13 € 2.350,29 €

358 1.698,99 € 0,00 € 569,17 € 564,92 € 4,25 € 1.134,08 € 69.895,31 €

1
Não consideradas comissões, seguros, imposto de selo e demais encargos habituais relacionados com
o crédito. Para o cálculo da prestação foi utilizada a função do PMT do Excel.

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359 1.134,08 € 0,00 € 569,17 € 566,33 € 2,84 € 567,75 € 69.898,14 €
360 567,75 € 0,00 € 567,75 € 566,33 € 1,42 € 0,00 € 69.899,56 €

Caso o mutuário tenha possibilidade de efectuar uma amortização antecipada no valor de


10.000 €, a meio do empréstimo (prestação n.º 180) e pretenda manter o valor da Prestação
(em 569,17€), o prazo global do Empréstimo reduzir-se-ia de 360 meses para 334 meses.

O plano de amortização passaria a ser o seguinte:

Prest Saldo Pagamento Prestação Amortização Juros Capital em Juros


n.º Devedor Extra total Capital dívida Acumulados
Inicial

1 135.000,00 € 0,00 € 569,17 € 231,67 € 337,50 € 134.768,33 € 337,50 €


2 134.768,33 € 0,00 € 569,17 € 232,24 € 336,92 € 134.536,09 € 674,42 €
3 134.536,09 € 0,00 € 569,17 € 232,83 € 336,34 € 134.303,26 € 1.010,76 €
4 134.303,26 € 0,00 € 569,17 € 233,41 € 335,76 € 134.069,86 € 1.346,52 €
5 134.069,86 € 0,00 € 569,17 € 233,99 € 335,17 € 133.835,87 € 1.681,69 €
6 133.835,87 € 0,00 € 569,17 € 234,58 € 334,59 € 133.601,29 € 2.016,28 €
7 133.601,29 € 0,00 € 569,17 € 235,16 € 334,00 € 133.366,13 € 2.350,29 €

Prest Saldo Devedor Pagamento Prestação Amortização Capital em Juros


n.º Inicial Extra total Capital Juros dívida Acumulados
180 82.780,48 € 10.000,00 € 10.569,17€ 10.362,21 € 206,95 € 72.418,27 € 49.868,05 €

332 1.323,04 € 0,00 € 569,17 € 565,86 € 3,31 € 757,18 € 64.720,11 €


333 757,18 € 0,00 € 569,17 € 567,27 € 1,89 € 189,91 € 64.722,00 €
334 189,91 € 0,00 € 189,91 € 189,44 € 0,47 € 0,00 € 64.722,48 €

Nota: Tratando-se de uma simulação, a taxa de Juro mantém-se inalterada em 3% e não se


considerou qualquer comissão por amortização antecipada.

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Verifica-se que a amortização antecipada de 10.000 €, a meio do prazo do Empréstimo,
permitiu uma poupança global de 5.177,08 € em juros (diferença entre 69.899,56 € e
64.722,48 €).

AVAL e AVALISTA
O Aval é uma garantia pessoal, associada a alguns títulos de crédito (geralmente, Letra e
Livrança) através da qual alguém (o avalista), assume o compromisso do pagamento da dívida
titulada no título de crédito, no todo ou em parte, caso o avalizado não cumpra a sua
obrigação.

Por exemplo, num empréstimo contraído por uma empresa, pode ser subscrita uma livrança,
na qual, além dos seus subscritores (neste exemplo, a Empresa), pode existir um Avalista. O
Avalista pode ser um sócio da empresa mutuária e garante o pagamento da quantia em dívida
em caso da Empresa (avalizado) não cumprir com o pagamento das prestações. Em casos
semelhantes ao ora exemplificado, costuma existir uma livrança em branco, acompanhada de
um pacto de preenchimento.

O Aval é escrito no próprio título de crédito ou em folha anexa, exprime-se pelas palavras
“bom para aval” ou outra fórmula equivalente e assinado pelo avalista.

Se, no exemplo supra mencionado, o sócio da empresa mutuária pretender deixar de ser
avalista, terá de negociar com a instituição de crédito mutuante.

Quando a empresa supra mencionada liquidar integralmente o empréstimo, a instituição de


crédito mutuante procede à devolução da Livrança.

O avalista (ao contrário do fiador), não pode invocar o benefício da excussão prévia, pelo que
pode ser chamado a cumprir a obrigação do avalizado, respondendo, com o seu património,
pelo pagamento da dívida titulada no título de crédito sem que primeiro tenha sido executado
o património daquele.

AVAL BANCÁRIO
Consiste numa operação através da qual o Banco (avalista) presta o seu aval em livranças ou
em letras sacadas, aceites ou endossadas pelo seu cliente (avalizado), assegurando, portanto,
o cumprimento da obrigação assumida pelo Cliente, no caso de este não o fazer.

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AVALIAÇÃO
Determinação do valor de mercado de um imóvel por um perito.

Previamente à concessão de um empréstimo para a aquisição de um imóvel (destinado a


Habitação, Escritórios, etc.) ou em quaisquer outros empréstimos em que um imóvel é dado
em garantia, a Instituição Bancária procede à sua avaliação. Sobre o imóvel objecto da
avaliação será constituída uma Hipoteca para garantia do Financiamento.

Também na Locação Financeira, antes de o Locador adquirir ou mandar construir o imóvel por
indicação do Locatário, este é sujeito a avaliação.

O financiamento atribuído corresponde a uma percentagem do valor de avaliação/mercado,


sendo essa percentagem variável em função da rendibilidade e risco do cliente do Banco.

O Banco, ao efectuar a Avaliação, incorre em despesas que são suportadas pelo Cliente.

BENEFÍCIO DA EXCUSSÃO PRÉVIA


O Benefício da Excussão prévia, previsto nos artigos 638.º e seguintes do Código Civil, permite
ao Fiador recusar o cumprimento, enquanto o credor não tiver excutido todos os bens do
devedor sem obter a satisfação do seu crédito.

Contudo, o Fiador não pode invocar o Benefício da Excussão prévia se a ele tiver renunciado.

Actualmente, a maioria dos fiadores, nos contratos de crédito habitação, renunciam ao


benefício de excussão prévia.

Consultar também AVAL e AVALISTA.

BUY-BACK
Nalguns contratos de Leasing Financeiro e Leasing Operacional2 é celebrado paralelamente um
contrato de Buy-Back, no qual o fornecedor do equipamento compromete-se com o Locador a
readquirir esse equipamento, no final ou no decurso da operação e a um preço pré-
estabelecido, no caso do Locatário, nos contratos de Leasing, não exercer a opção de compra.
Trata-se, no fundo, da recompra, a título oneroso, do bem previamente vendido a outrem.

2
Equiparado à Locação simples. A este tipo de contratos subjaz a pretensão de evitar a aquisição de
bens móveis sujeitos a uma rápida obsolescência.

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CAPITAL (num financiamento)
Quantia (dinheiro) emprestada. À medida que vão sendo pagas as prestações ou rendas (que
incluem uma parte de capital e outra de Juros, excepto se existir carência de capital ou
carência total), o montante de capital vai diminuindo e menores são também os juros que
estão incluídos na prestação ou renda.

CAPITAL DE RISCO
O Capital de Risco corresponde à fase inicial de investimento ou do “arranque” de uma
Empresa e pode ser financiado por Instituições financeiras especializadas.

Considera-se investimento em capital de risco a aquisição, por período de tempo limitado, de


instrumentos de capital próprio e de instrumentos de capital alheio em sociedades com
elevado potencial de desenvolvimento, como forma de beneficiar da respectiva valorização.

A utilização de Capital de Risco como forma de financiamento é geralmente utilizada por


empresas start-up, ou seja, por empresas com actividade inferior a um ano ou recentemente
criadas e cujos investidores fundadores não dispõem de capital para financiar os projectos. A
permanência na estrutura societária dos devedores por parte das Sociedades de Capital de
Risco ou dos Investidores de Capital de Risco (Business Angels) é temporária, pelo que os
sócios fundadores da Empresa terão de recomprar as Acções ou encontrar um comprador
estratégico ou lançar um IPO (Initial Public Offering), colocando a Empresa na Bolsa.

O exercício da actividade de investimento em Capital de Risco através de sociedades de capital


de risco, de fundos de capital de risco ou de investidores de capital em risco está regulado pelo
DL nº 375/2007 de 8 de Novembro. Acresce ainda que, à semelhança das SGPS, as Sociedades
de Capital de Risco e os Investidores de Capital de Risco beneficiam, em certos casos, de não
tributação de mais-valias e menos-valias (artigo 32.º do Estatuto dos Benefícios Fiscais).

CAPITALIZAÇÃO DE JUROS (em caso de Empréstimo)


Corresponde ao pagamento de juros sobre juros.

Determinados tipos de Empréstimo (pouco usuais) podem incluir carência total (carência de
capital e juros). Nesta situação, não há pagamento de prestação durante o período de tempo
convencionado, pelo que nem os juros são liquidados. Assim, findo o período de carência total,
os juros não pagos durante esse espaço temporal são incorporados no capital em dívida e, em
consequência, serão gerados juros maiores (uma vez que irão incidir juros sobre o montante
correspondente à soma do capital com os juros vencidos).

A capitalização de juros é também uma das causas indirectas do sobreendividamento, uma

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vez que se transforma numa “bola de neve” quando, por exemplo, se recorre a novos
empréstimos para pagar as prestações de empréstimos anteriormente contratados. Como a
prestação inclui juros, se se recorre a um novo empréstimo para pagar a prestação, está-se,
efectivamente, a transformar juros (os incluídos na prestação) em capital, incrementando
assim o capital em dívida, o que leva ao aumento sucessivo dos juros e, deste modo, ao
agravamento do valor das prestações.

CARÊNCIA DE CAPITAL
Período durante o qual as prestações cobradas apenas incluem juros, permanecendo
inalterado o capital em dívida.

CARÊNCIA TOTAL (CARÊNCIA DE CAPITAL E JUROS)


São raros ou muitos especiais os empréstimos que incluem Carência Total. Neste caso, o
empréstimo é concedido e, durante determinado período, não são cobradas quaisquer
prestações. Como se venceram juros nesse período, os mesmos serão acrescidos ao Capital em
dívida.

Ver capitalização de juros.

CARTÕES DE CRÉDITO
É um meio de pagamento que tem associado uma conta-cartão. Na formalização do contrato
de utilização de crédito, através de cartão de crédito, estão previamente definidos o prazo de
validade, a taxa de juro e o limite máximo de utilização (“plafond”) do cartão. Dependendo dos
termos do contrato de adesão, este crédito pode funcionar como revolving (ou crédito
renovado), ou seja, à medida que é amortizado o saldo devedor, este pode ser utilizado
novamente até ao limite máximo de utilização (“plafond”) definido.

Consulte a taxa máxima aplicável aos cartões de crédito no Portal do Cliente Bancário.

CENTRAL DE RESPONSABILIDADES DE CRÉDITO (CRC) DO BANCO DE PORTUGAL


(BdP)
A Central de Responsabilidades de Crédito é uma base de dados, gerida pelo Banco de
Portugal, que agrega toda a informação sobre as responsabilidades assumidas – efectivas (por
exemplo, créditos contraídos) ou potenciais (por exemplo, fianças, avales, garantias bancárias,
plafonds não utilizados de cartões de crédito) – relativamente ao crédito concedido a

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particulares e empresas, de valor igual ou superior a 50 €, relativas aos saldos em fim de cada
mês.

Quem remete a informação para a CRC são as Entidades Participantes (instituições que
concedem crédito) nas quais os devedores (clientes) contraíram os créditos. A CRC,
posteriormente, agrega essa informação por devedor.

Deste modo, a CRC não é uma “lista negra”, uma vez que todas as responsabilidades são
comunicadas, independentemente de estarem em situação regular ou em incumprimento.

As Entidades Participantes, na sua análise de solvabilidade do devedor, ao consultarem a CRC,


apenas têm acesso a informação agregada das responsabilidades de crédito, pelo que
nenhuma entidade participante sabe qual o montante de responsabilidades contraído noutra
entidade.

Cada beneficiário de crédito pode tomar conhecimento da informação a seu respeito na CRC,
presencialmente ou por escrito, nos termos publicitados no portal do cliente bancário.

Tendo sido comunicado um incumprimento por parte de uma entidade participante e o


devedor tenha solicitado um financiamento a outra Instituição (ou tenha sido indicado como
Avalista/Fiador por parte de outro devedor), poderá não lhe ser concedido crédito (ou não ser
aceite como Avalista/Fiador) com base no incumprimento comunicado. Contudo, se o
incumprimento tiver sido resolvido, uma vez que a informação agregada na CRC se reporta ao
final de um mês, o devedor poderá obter, junto da entidade participante que comunicou o
incumprimento, uma declaração de que a situação está regularizada.

Saliente-se ainda que, nos Contratos de Crédito a Consumidores, o credor, antes de celebrar o
contrato, tem de consultar obrigatoriamente a CRC e, se o pedido de crédito for rejeitado com
fundamento nessa consulta, deve informar o consumidor imediata, gratuita e justificadamente
desse facto (n.ºs 1 e 3 do artigo 10.º do Decreto-Lei 133/2009, de 2 de Junho).

Para informação mais detalhada, consulte o portal do cliente bancário e o Caderno nº 5 do


Banco de Portugal.

“CONFIRMING”
Marca Registada do Grupo Santander. Consultar Sistema de Pagamento a Fornecedores.

CONSOLIDAÇÃO DE CRÉDITOS
Quando um devedor pretende obter um crédito que liquide os seus outros créditos em curso

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está a pretender efectuar uma consolidação de créditos.

Consideremos o seguinte exemplo: “A” contraiu um crédito junto de “B”, tendo dado um
imóvel em garantia (hipoteca) e, posteriormente, contraiu, também junto de “B” um crédito
pessoal.

O recurso à consolidação de créditos é usual, quando, caso supra mencionado, o valor do


imóvel dado em garantia é, no entender de “B”, suficiente para cobrir a exposição creditícia
que resultará do crédito consolidante (que corresponderá à soma dos saldos devedores dos
créditos em curso).

Contudo, não se pode deixar de chamar a atenção para os seguintes aspectos:

Créditos a consolidar provenientes de vários Bancos: Nesta situação, efectuar uma


consolidação de créditos poderá ser mais difícil, uma vez que tendo os créditos sido
concedidos por diversos Bancos, tal implicará um aumento de exposição por parte daquela
que efectue a consolidação, pois agregaria a totalidade do crédito mutuado, o que, por sua
vez, poderá conduzir ao desinteresse por este tipo de operações. No caso de não ser
possível a Consolidação de Créditos e existir a necessidade de adaptar o serviço da dívida
às receitas ou aos rendimentos gerados, o devedor deverá tentar proceder à
reestruturação de cada crédito individualmente.
Taxas de juro e comissões de liquidação antecipada: A consolidação de créditos, ao
envolver a liquidação dos actuais créditos em curso, pode levar à cobrança, por parte de
cada credor, de comissões de liquidação antecipada. O devedor poderá exigir aos Bancos a
realização de simulações, quer no âmbito da consolidação de créditos, quer no âmbito dos
encargos nos quais incorre com a liquidação dos créditos em vigor e optar pela
consolidação de créditos se o valor das novas prestações do crédito consolidante
compensar os eventuais custos da liquidação antecipada e forem inferiores à soma das
prestações dos empréstimos em curso.

CONTA CORRENTE (ABERTURA DE CRÉDITO em)


Trata-se de um apoio financeiro de curto prazo, através do qual o cliente vai utilizando os
fundos de acordo com as suas necessidades de tesouraria.

É um contrato mediante o qual um Banco se obriga a ter à disposição do seu cliente fundos,
até determinado montante, por período de tempo determinado ou indeterminado. Não existe
nenhuma obrigatoriedade de utilização do crédito, sendo que o cliente só tem de reembolsar
ao Banco do montante de crédito utilizado. Os Juros são calculados pelo montante do crédito
utilizado (e não pelo limite aprovado), podendo, contudo, a Instituição cobrar uma comissão
(de imobilização) pelo saldo não utilizado.

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A utilização de crédito pode ocorrer através da entrega de um cheque ao cliente ou por
transferência bancária de uma conta-crédito para a conta de depósitos do cliente.

Questões como o termo do contrato e a sua eventual renovação costumam ser estabelecidas
no contrato. Contudo, por norma, a abertura de crédito em conta corrente não tem associado
qualquer plano de amortização pré-definido e a sua renovação é automática, por idênticos e
sucessivos períodos de tempo se nenhuma das partes denunciar o contrato no prazo mínimo
contratualmente estabelecido (entre 15 a 45 dias que antecedem o termo do período).

CREDIT DEFAULT SWAP (CONTRATO DE PERMUTA FINANCEIRA DE CRÉDITO)


Os Credit Default Swaps são contratos que correspondem a um género de seguro de crédito,
nos quais o comprador da protecção compromete-se a pagar – periodicamente ou de uma só
vez – um determinado montante, que corresponde a uma percentagem sobre o valor global da
protecção (prémio ou spread), por um determinado período de tempo, normalmente inferior à
maturidade do activo subjacente, ao vendedor da protecção (investidor), transferindo-lhe o
risco de crédito.

O activo subjacente será um crédito que o comprador da protecção concedeu a outra Entidade
(o devedor de referência).

Se acontecer determinado evento de crédito (estabelecido no contrato), o vendedor da


protecção deve proceder à liquidação da operação ao comprador da protecção. Se, pelo
contrário, o evento de crédito não ocorrer, o vendedor da protecção não terá de desembolsar
qualquer valor e foi recebendo o prémio (periodicamente) pago pelo comprador da protecção.

Os eventos de crédito mais comuns são os seguintes: incumprimento do serviço da dívida,


insolvência, fusão e reestruturação da dívida.

Poderá ser obtida mais informação sobre este produto financeiro no site da CMVM
(www.cmvm.pt).

CREDIT LINKED NOTES (VALORES VINCULADOS A CRÉDITOS)


Os credit linked notes são derivados de crédito híbridos, que reúnem características de uma
Obrigação (que titulariza o activo subjacente) e de um Credit Default Swap.

Poderá ser obtida mais informação sobre este produto financeiro no site da CMVM
(www.cmvm.pt).

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CRÉDITO DOCUMENTÁRIO
Utilizado nas transacções de comércio internacional, trata-se de um contrato através do qual
um Banco (Emitente) se obriga a pagar à vista ou a prazo ao Beneficiário (Vendedor ou
Exportador), por instruções do Cliente (Ordenante, Comprador ou Importador), desde que o
Beneficiário apresente os documentos exigidos em boa ordem e dentro do prazo de validade
definido.

O Crédito Documentário pode ser revogável (se o ordenante puder anular as instruções dadas
ao banco e revogar a ordem de pagamento) ou irrevogável (o ordenante não pode revogar a
ordem de pagamento, funcionando como uma verdadeira garantia de pagamento).

É um meio de pagamento contra a apresentação dos documentos nele indicado e que provam
que o vendedor cumpriu o contrato.

O Banco (Emitente) efectua apenas um exame formal aos documentos entregues, isto é, não
tem de verificar a conformidade dos documentos com as mercadorias vendidas.

Por exemplo, numa transacção de comércio internacional, na qual não existe experiência de
relacionamento entre o Exportador e o Importador, o Exportador pode condicionar a
expediação das mercadorias à recepção de um compromisso irrevogável de pagamento (ou a
abertura de um crédito documentário irrevogável em seu nome). Deste modo, o importador
ao solicitar a abertura de crédito documentário em benefício do exportador está a requerer,
junto do seu Banco, um Crédito Documentário de Importação.

Em alternativa ao Crédito Documentário, o Exportador pode requerer, junto do seu banco,


uma Remessa de Exportação.

CRÉDITO HABITAÇÃO
Neste mútuo, o crédito tem de ser destinado a uma das seguintes finalidades: aquisição de
terrenos para construção de habitação própria, aquisição, construção, ou realização de obras
em habitação própria permanente, secundária ou para arrendamento.

Em função da finalidade e do valor de avaliação são estipuladas as condições do empréstimo: o


Montante, o Prazo de Reembolso, a Taxa de Juro, entre outras. Para a celebração do Crédito
Habitação, o Banco, geralmente, exige a constituição de hipoteca sobre o imóvel.

O Empréstimo para Habitação pode ser contratado no regime de taxa fixa, no qual a Taxa de
Juro Anual Nominal não sofre qualquer alteração durante o prazo convencionado com o Banco
ou no regime de taxa variável, no qual a Taxa de Juro Anual Nominal incorpora um indexante
(por norma, a Euribor) que é revisto com determinada periodicidade.

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Para mais informações, consulte o Portal do Cliente Bancário.

DERIVADOS DE CRÉDITO
Um derivado de crédito é um instrumento financeiro que permite aos respectivos
intervenientes gerir a exposição ao risco de crédito. São contratos para a transferência do risco
de crédito.

Os derivados de crédito mais comuns são o Credit Default Swap, o Total Return Swap e Credit
Linked Notes.

Poderá ser obtida mais informação sobre estes produtos financeiros no site da CMVM
(www.cmvm.pt).

DESCOBERTO EM CONTA
Existe descoberto em conta de depósitos à ordem (D.O.) quando o Banco permite, dentro de
certos limites, a existência de um saldo negativo na conta do cliente. Traduz-se numa
concessão de crédito de curto prazo, para facilitar a tesouraria do Cliente

Pode resultar de um acordo prévio, por exemplo, de um contrato de abertura de crédito.sendo


concedido um limite (“plafond”) na conta de depósitos à ordem (DO), o que permite que a
conta DO fique com saldo negativo, até àquele limite.

O Banco pode mesmo autorizar um Descoberto, vulgo Descoberto Pontual ou Acidental, sem
que tenha ocorrido essa negociação prévia com o cliente. Tal acontece, por exemplo, com o
pagamento de cheques sem provisão. Nesta situação é usual que os juros cobrados ao cliente
(referentes ao saldo negativo) sejam bastante elevados, podendo ainda ser cobrados outros
encargos. (dada a ausência de contrato e garantias).

Por vezes, a questão do descoberto de conta consta das cláusulas contratuais gerais do
contrato de abertura de conta.

DESCONTO BANCÁRIO
Normalmente, o desconto está ligado a títulos de crédito (ex: letras, livranças, cheques) mas
também pode funcionar sobre créditos ordinários.

Trata-se de um contrato através do qual um Banco (descontante) entrega ao cliente


(descontário) o montante de um crédito ainda não vencido sobre terceiro, depois de deduzido
o juro (prémio) correspondente ao período compreendido entre a data de colocação à

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disposição dos fundos e a data do seu vencimento e outras comissões. A titularidade do
crédito não vencido é transferida do descontário para o descontante.

Este contrato permite ao descontário antecipar os fundos que tem a receber no futuro.

Após a análise de risco (do descontário e do aceitante se se tratar, por exemplo, de uma letra)
e a respectiva aprovação, credita o valor da letra líquido dos Juros (relativo ao período
compreendido entre a data de colocação à disposição dos fundos e a data de vencimento do
título de crédito) e comissões.

A nível de análise de risco poderão surgir diferenças caso se trate de um Desconto de Letra ou
Desconto de Livrança.

DIREITO DE SUPERFÍCIE
O Titular de um Direito de Superfície tem a faculdade de construir ou manter, perpétua ou
temporariamente, uma obra em terreno alheio, ou de nele fazer ou manter plantações (artigo
1524.º do Código Civil).

A obra ou plantação é ou será propriedade do titular do direito de superfície (superficiário)


enquanto o solo é propriedade de outrem. O titular do direito de superfície pode vendê-lo ou
hipotecá-lo.

DISTRATE DE HIPOTECA
Permite o cancelamento da Hipoteca na Conservatória de Registo Predial. Trata-se do
documento, emitido pelo credor (por exemplo, o Banco que concedeu o crédito) quando a
dívida (crédito) se encontra integralmente amortizada e através do qual aquele renuncia
expressamente à Hipoteca constituída a seu favor.

EBITDA (EARNINGS BEFORE INTEREST TAXES DEPRECIATION AND AMORTIZATION)


Em português: Resultados antes de Juros, Impostos, Depreciações e Amortizações.

Trata-se de um indicador económico utilizado quer para análise de risco, quer para avaliação
do desempenho económico de uma empresa. Este indicador, ainda que não tenha uma
fórmula universal de cálculo é, na maioria das vezes, calculado somando as Amortizações e
Provisões ao Resultado Operacional.

Este indicador pode ser utilizado para construir outro tipo de indicadores como, por exemplo,

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a capacidade de reembolso da dívida , que exprime o número
de anos necessário para que o EBITDA reembolse o Endividamento Bancário, por isso, quanto
mais reduzido este indicador, melhor.

Contudo, é apenas um dos principais indicadores económico-financeiros e, quando apreciado


isoladamente, não é possível aferir qualquer conclusão relativamente à performance de
determinada Empresa, uma vez que, por exemplo, não considera as variações das
necessidades de fundo de maneio, nem as necessidades de reinvestimento.

EMPRÉSTIMO OBRIGACIONISTA
Um empréstimo obrigacionista é uma forma de financiamento através da qual uma empresa,
um Estado ou uma entidade pública (Emitente) emite obrigações, colocando no mercado
títulos representativos dessa dívida e permitindo a Investidores a participação directa na
concessão de crédito ao Emitente. Assim, uma Obrigação é um título representativo de dívida.

Geralmente, o Empréstimo obrigacionista pode ser reembolsado em parcelas ou na


maturidade e o Emitente paga periodicamente o cupão (ou Juros) que corresponde a uma
percentagem do Valor Nominal (valor da inscrito no título).

O valor de equilíbrio de determinada obrigação pode ser calculado com base na actualização
de todos os pagamentos futuros e pode não coincidir com o seu valor de mercado, uma vez
que os investidores podem, por exemplo, antecipar descidas e subidas das taxas de juro que
estão incorporadas na taxa de actualização daqueles pagamentos futuros. Assim, por exemplo,
uma Obrigação cujo cupão paga uma taxa fixa, vê reduzido o seu valor (cotação) no caso de
subida da Euribor ou em caso de downgrade de Rating.

Consulte também Obrigação de Capitalização Automática ou Obrigação de Cupão Zero.

EURIBOR (EUROPEAN INTERBANK OFFERED RATE)


Trata-se da taxa interbancária do Euro, utilizada como taxa de referência na maior parte dos
empréstimos com taxa de juro variável.

A taxa Euribor é um indexante e apresenta diferentes valores consoante o prazo a que se


reporta: 1, 2 e 3 semanas, 1 mês, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11 e 12 meses.

O cálculo da Euribor é efectuado diariamente, resultando da média das cotações fornecidas


por um painel de bancos de primeira linha.

A Euribor é, normalmente, o indexante usado nas operações de crédito à habitação com taxa

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de juro variável.

O valor do indexante a aplicar aos contratos de crédito, aquando da respectiva fixação ou


revisão, deve resultar da média aritmética simples das cotações diárias do mês anterior ao
período de contagem de juros.

EXONERAÇÃO DE DEVEDOR
A transmissão de uma dívida só exonera o antigo devedor havendo declaração expressa do
credor; de contrário, o antigo devedor responde solidariamente com o novo obrigado (artigo
595º, nº 2 do Código Civil). Assim, sem essa declaração expressa, o credor pode exigir o
cumprimento da obrigação ao novo obrigado ou ao anterior devedor.

Quando, por exemplo, dois devedores contraem um crédito para a aquisição de determinado
bem e, posteriormente, esse bem é adjudicado a apenas um dos devedores, que assume o
pagamento da dívida, o credor tem de ratificar, através de uma declaração expressa, esse
acordo, sob pena de o devedor a quem não foi adjudicado o bem continuar responsável pelo
pagamento da dívida. Esta é uma situação corrente quando os cônjuges, após adquirirem um
imóvel com recurso a crédito, posteriormente, se divorciam.

Salienta-se que, mesmo no caso de ser proferida uma sentença homologatória de partilha
judicial num processo de inventário, em que o bem (por exemplo, a sua habitação) é
adjudicado a um dos ex-cônjuges, assumindo este o pagamento da dívida/empréstimo
(utilizado para a aquisição do referido bem e do qual ambos eram devedores), esta sentença
não vincula o credor. Para que a transmissão da dívida seja eficaz perante o credor e exonere
do antigo devedor, é necessária uma declaração expressa daquele a consentir a referida
transmisão.

Assim, mesmo que o bem que foi objecto de financiamento esteja pertença agora a apenas um
dos devedores, as responsabilidades e cumprimento do serviço da divida relativamente ao
financiamento contraído não se extinguem automaticamente para o(s) outro(s) devedor(es),
cabendo sempre ao credor (por exemplo, o Banco) decidir se concorda com a transmissão da
dívida e, portanto, com a alteração das pessoas a quem concederam determinado crédito (os
seus devedores).

FACTORING
Contrato mediante o qual um Banco ou sociedade de factoring (factor ou cessionário) adquire
os créditos a curto prazo que foram cedidos por determinado fornecedor de bens ou serviços
(aderente ou cedente) e que este detinha sobre os seus clientes (devedores cedidos). É

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posteriormente o factor que efectua a cobrança dos créditos, sendo remunerado por tal facto.

É usual no Factoring que o factor conceda ao aderente um adiantamento sobre o valor dos
créditos cedidos, após apreciação do Risco do aderente e/ou do devedor. No caso de
concessão do adiantamento, o mesmo corresponderá a uma percentagem do valor dos
créditos (factura), sendo o diferencial entre o valor adiantado e o valor do crédito designado
por Margem de Garantia. Por esta antecipação de fundos são cobrados Juros sobre o valor
adiantado.

O Factoring com concessão de adiantamento é, normalmente, Notificado (os Devedores são


informados que os créditos sobre si detidos pelo Aderente foram cedidos ao factor, pelo que
terão de lhe pagar) e com Recurso (que permite ao factor cobrar o montante adiantado ao
Aderente no caso do devedor cedido não cumprir com a sua obrigação).

No Factoring sem Recurso (operação menos comum) o factor não pode cobrar os fundos
adiantados ao aderente, pelo que assume o risco do incumprimento dos Devedores cedidos.
Neste tipo de contratos é comum a existência de Seguros de Crédito por forma a mitigar o
risco de incumprimento do devedor.

FIANÇA e FIADOR
Os Bancos podem fazer depender a aprovação (e subsequente contratação) de um
Empréstimo do facto de o mutuário oferecer um Fiador. A Fiança é uma garantia pessoal e o
Fiador será obrigado a cumprir com as responsabilidades decorrentes do Empréstimo, se o
Devedor não o fizer e não o puder fazer.

Actualmente, a maioria dos fiadores, nos contratos de crédito habitação, renunciam ao


benefício de excussão prévia, pelo que são responsáveis pelo pagamento da dívida sem
poderem exigir que seja primeiro executado o património do devedor.

Extinguindo-se a dívida principal, a fiança extingue-se (art. 651º do Código Civil).

Caso pretenda deixar de ser fiador, este interveniente terá negociar com o Banco, contudo,
caberá a este último decidir se aceita, podendo ainda solicitar ao mutuário que encontre um
outro fiador para substituir aquele.

FIIAH (FUNDOS DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO PARA ARENDAMENTO


HABITACIONAL)
Os FIIAH surgiram como medida de reacção à crise financeira, sendo objecto de dois diplomas
legais: a Lei que aprovou o Orçamento de Estado de 2009 (mais especificamente os artigos

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102º a 105º da Lei nº 64-A/2008, de 31.12) e a Portaria nº 1553-A/2008, de 31.12.

O objectivo dos FIIAH é o de criar “as condições necessárias à colocação dos imóveis no
mercado de arrendamento e permitir, ainda, às famílias oneradas com as prestações dos
empréstimos à habitação, alienar o respectivo imóvel ao fundo, com redução dos respectivos
encargos, substituindo-as por uma renda de valor inferior àquela prestação e mantendo uma
opção de compra sobre o imóvel alienado” (cf. Preâmbulo da Portaria nº 1553-A/2008).

A referida Portaria concretiza ainda os termos e critérios a que estão sujeitos a transmissão
dos imóveis ao fundo, a determinação do valor da renda, a actualização do preço do imóvel e o
direito de opção de compra.

Assim, os mutuários de contratos de crédito à habitação que alienem o imóvel objecto do


contrato a um Fundo podem celebrar com a entidade gestora desse Fundo um contrato de
arrendamento. Esse arrendamento constitui o arrendatário num direito de opção de compra
do imóvel susceptível de ser exercido até 31.12.2020.

O supra mencionado direito de opção de compra só é transmissível por morte do titular e


cessa se o arrendatário incumprir a obrigação de pagamento da renda ao Fundo por um
período superior a três meses.

Actualmente, existem apenas cinco FIIAH constituídos:

• CA Arrendamento Habitacional – Fundo de Investimento Imobiliário Fechado para


Arrendamento Habitacional, gerido pela Square Asset Management – Sociedade Gestora de
Fundos de Investimento Imobiliário, S.A e cuja entidade depositária é a caixa central – Caixa
Central de Crédito Agrícola Mútuo, CRL;

• ES Arrendamento – Fundo de Investimento Imobiliário Fechado para Arrendamento


Habitacional, gerido pela ESAF – Espírito Santo Fundos de Investimento Imobiliário, S.A. e cuja
entidade depositária é o Banco Espírito Santo, S.A.;

• Caixa Imobiliário FIIAH - Fundo de Investimento Imobiliário Fechado para Arrendamento


Habitacional e Fundo de Investimento Imobiliário Fechado para Arrendamento Habitacional
Caixa Arrendamento, ambos geridos pela Fundimo – Sociedade Gestora de Fundos de
Investimento Imobiliário, S.A. e cuja entidade depositária é a Caixa Geral de Depósitos, S.A.;

• Banif Renda Habitação - Fundo de Investimento Imobiliário para Arrendamento


Habitacional, gerido pela Banif Gestão de Activos – Sociedade Gestora de Fundos de
Investimento Mobiliário, S.A. e cuja entidade depositária é o Banif – Banco de Investimento,
S.A.

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FUNDO DE GARANTIA DE DEPÓSITOS (FGD)
O Fundo de Garantia de Depósitos (FGD) tem como objectivo garantir o reembolso do valor
global dos saldos em dinheiro de cada depositante, de acordo com determinadas condições,
nomeadamente quando aquele valor não ultrapasse 100.000 euros e desde que os depósitos
da respectiva instituição de crédito se tornem indisponíveis. O Fundo de Garantia de Depósitos
foi criado pelo Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras, aprovado
pelo Decreto-Lei nº 298/92, de 31 de Dezembro.

Para mais informações consulte o site do FGD (http://www.fgd.pt).

FUNDOS DE INVESTIMENTO
Um Fundo de Investimento é um instrumento de poupança, constituído por valores recebidos
por um conjunto de aforradores ou investidores ou participantes, que são posteriormente
aplicados em diferentes mercados e/ou valores mobiliários ou imobiliários. Os fundos são
geridos por um gestor profissional que, com o capital proveniente das entregas efectuadas,
analisa os riscos e oportunidades e procede a investimentos com vista a maximizar a
rendibilidade do fundo. Os Investidores adquirem unidades de participação (up’s) que podem
registar valorizações ou desvalorizações, pelo que devem ser encarados como investimentos
de longo prazo.

Os fundos podem ser:

Fundos abertos: os participantes podem subscrever e resgatar as unidades de participação


em qualquer momento, sendo variável o número de unidades de participação em
circulação
Fundos fechados: o número de up’s é fixo, e os investidores podem proceder à subscrição
num determinado período. O resgate ou reembolso das up’s, geralmente, só ocorre na
liquidação do fundo, em data definida previamente.

GARANTIA BANCÁRIA
São garantias prestadas por Bancos e podem ser fianças, penhores, avales, aceites bancários
ou ter natureza autónoma. Trata-se de “crédito por assinatura”, uma vez que, na sua emissão,
não existe qualquer desembolso de fundos por parte da Instituição bancária, pelo que não são
cobrados Juros, mas sim uma Comissão (com determinada periodicidade).

Deste modo, o ordenador (cliente de um Banco) solicita a emissão de uma garantia bancária,
indicando o montante, a favor de determinado Beneficiário e o Banco assume o compromisso
de satisfazer a obrigação no caso do ordenador o não fazer.

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A Garantia Bancária pode ser de Boa Execução, quando o fornecedor de bens ou serviços
(ordenador) requer a sua emissão a favor do comprador dos bens ou serviços (beneficiário) ou
Financeira, no caso de garantir obrigações decorrentes de contratos de financiamento.

HIPOTECA
Trata-se de uma garantia real que concede ao credor (por exemplo, Banco) o direito de ser
pago pelo valor de certas coisas imóveis ou equiparadas, pertencentes ao devedor ou a
terceiro, com preferência sobre outros credores que não gozem de privilégio especial ou de
prioridade de registo (art. 686º do Código Civil).

A Hipoteca garante o pagamento de um montante máximo, ou seja, cobre não só o capital,


mas também os juros até três anos, a cláusula penal e as despesas extrajudiciais.

A Hipoteca está sujeita a registo na Conservatória do Registo Predial. Num Empréstimo à


Habitação, o imóvel que o devedor pretende adquirir ficará hipotecado a favor do Banco).
Quando o empréstimo fica liquidado deverá ser requerido o distrate de hipoteca, para se
cancelar este ónus sobre o imóvel.

HOT-MONEY
Designação utilizada para os Empréstimos de muito curto-prazo, não superiores a 1 mês, cuja
taxa de juro está ligada à evolução das taxas interbancárias e o reembolso e o pagamento dos
juros ocorrem no vencimento da operação. Estes empréstimos têm como finalidade o
financiamento de necessidades pontuais de tesouraria.

INDEXANTE
O indexante é uma taxa que reflecte as condições de mercado e, tanto por ser fixo, como
variável. É uma componente da taxa de juro global do empréstimo.

Nos Empréstimos à Habitação, com taxa variável, o indexante é, geralmente, a Euribor. Nos
contratos com Taxa Fixa, o indexante é uma taxa que, à data, valida as condições de mercado
(entre outras, leva em linha de conta a estrutura temporal das taxas de juro).

INTEREST RATE SWAP


Ver SWAP (permuta) de taxa de juro.

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JURO (num Empréstimo)
Corresponde à remuneração do Capital durante um determinado período de tempo e é em
calculado pela aplicação de um valor percentual (Taxa de Juro) ao montante em dívida. Deste
modo, num empréstimo com prestações constantes, a componente de juros vai sendo cada
vez menor e é compensada pelo aumento da componente de amortização do capital à medida
que decorra o prazo do empréstimo.

JUROS DE MORA (num Empréstimo)


Em caso de atraso no pagamento das prestações, o Banco pode exigir Juros de Mora, que
correspondem a uma sobretaxa que recai sobre o montante do capital e dos juros vencidos.

LEASING
Consultar Locação Financeira.

LETRA
A Letra é um Título de Crédito à ordem pelo qual o sacador dá uma ordem ao sacado para
pagar a si próprio ou a um terceiro (tomador) ou à sua ordem, determinada quantia, na data
de vencimento.

A Letra titula uma ordem de pagamento, enquanto a Livrança titula uma promessa de
pagamento.

Os Intervenientes na Letra são os seguintes:

Sacador: Pessoa que dá a ordem de pagamento, que saca a letra. É o credor do montante
da Letra decorrente do bem ou do serviço que vendeu e/ou forneceu;
Sacado: Pessoa que deve pagar a letra, se a aceitar; aquela que recebe a ordem de
pagamento. É o devedor e, portanto, o cliente a quem foi vendido o bem ou o serviço;
Aceitante: designação atribuída ao sacado, após concordar com o saque da Letra e a ter
assinado. O Aceite da Letra é assim uma espécie de confirmação de dívida por parte do
devedor;
Tomador ou Beneficiário: Pessoa a quem, ou à ordem de quem, a letra deve ser paga;
Endossante: Pessoa que transfere os seus direitos relativos à Letra por meio do acto de
endosso, permitindo, assim, pagar uma dívida por meio de uma Letra que possua. Salienta-
se que, se a Letra for emitida com a menção “não à ordem”, não pode ser transmitida por
Endosso;

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Endossado: Pessoa a quem são transmitidos os direitos pelo endossante;
Avalista: Para além do aceitante, pode existir outra entidade ou pessoa que se co-
responsabiliza pelas obrigações de outro interveniente, no todo ou em parte.

Antes data de vencimento da Letra, o sacador após solicitação pelo sacado, pode requerer a
Reforma da Letra, amortizando parcialmente o seu valor e substituindo-a por outra que terá
um novo prazo.

No caso de não pagamento da Letra ou falta de aceite, deve efectuar um Protesto para poder
exercer os seus direitos de acção, salvo cláusula “sem despesas”, “sem protesto” ou outra
equivalente.

Encontra-se regulada na Lei Uniforme Relativa às Letras e Livranças (Decreto-Lei n.º 23 721, de
29 de Março de 1934, Carta de Confirmação e Ratificação de 10 de Maio de 1934 publicada no
suplemento do Diário do Governo de 21 de Junho de 1934 e Decreto-Lei n.º 26 556, de 30 de
Abril de 1936).

Ver Desconto Bancário.

LIVRANÇA
A Livrança é um título de crédito à ordem pelo qual o devedor (subscritor) promete pagar a
outrem ou à ordem deste – o beneficiário – uma quantia determinada numa certa data.

A Livrança titula uma promessa de pagamento, enquanto a Letra titula uma ordem de
pagamento.

A Livrança pode ser objecto de reforma (com a amortização parcial da dívida e a prorrogação
do seu prazo de vencimento) e pode ser avalizada (caso em que o Banco beneficia do Aval
como garantia de pagamento da dívida).

Encontra-se regulada na Lei Uniforme Relativa às Letras e Livranças (Decreto-Lei n.º 23 721, de
29 de Março de 1934, Carta de Confirmação e Ratificação de 10 de Maio de 1934 publicada no
suplemento do Diário do Governo de 21 de Junho de 1934 e Decreto-Lei n.º 26 556, de 30 de
Abril de 1936).

Ver Desconto Bancário.

LIVRANÇA EM BRANCO
Em determinados tipos de Empréstimos é usual os Bancos exigirem aos Mutuários a subscrição

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de uma Livrança em Branco.

Como o próprio nome indica, a Livrança em branco não se encontra preenchida e a sua plena
eficácia surge apenas com esse preenchimento. O seu preenchimento deve ser efectuado de
acordo com um “pacto de preenchimento” no qual se definem, entre outros, o tempo do
vencimento, a sede de pagamento, a estipulação de juros, a fixação do seu montante e os
limites e as situações de incumprimento que, caso se verifiquem, permitem ao Banco
preenchê-la e proceder à respectiva execução dos Devedores principais (e eventuais Avalistas).

LIVRE DE ÓNUS E ENCARGOS


Um bem está livre de ónus ou encargos quando não tem constituído, sobre ele, quaisquer
direitos reais menores ou outras limitações ao direito de propriedade, como por exemplo,
usufruto e hipoteca.

LOCAÇÃO FINANCEIRA (LEASING)


Trata-se de um contrato pelo qual uma das partes, o Locador (por exemplo, Banco ou
Sociedade de Locação Financeira) cede ao Locatário (Cliente) o gozo de determinada coisa
móvel (por exemplo, equipamento: Leasing de Equipamento) ou imóvel (Leasing Imobiliário)
durante um período pré-estabelecido, recebendo, em contrapartida, uma renda (de capital e
Juros). A operação envolve ainda uma terceira entidade, o Fornecedor, a quem o Locador
adquire, ou manda construir o bem por indicação do Locatário. O Locatário dispõe, no final do
contrato de opção de compra, que pode ser exercida com o pagamento determinado no
contrato ou determinável mediante simples aplicação dos critérios nele previstos.

Trata-se de uma operação de financiamento, geralmente de médio/longo prazo. É


comummente utilizado pelas Empresas, uma vez que, ainda que a propriedade jurídica
pertença ao Locador, a propriedade económica pertence ao Locatário, geralmente uma
Empresa e, sendo este o caso, efectua amortizações ao equipamento e contabiliza os demais
ganhos e encargos, como se o equipamento fosse de sua propriedade. Deste modo, todos os
riscos de perda, obsolescência, perecimento, assim como as vantagens inerentes à posse são
transferidos para o Locatário.

Não existem prazos mínimos de duração do contrato de Locação Financeira, mas este não
pode ter duração superior a 30 anos e, quando tem por objecto coisas móveis, não deve
ultrapassar o período presumível de utilização económica do bem.

Salienta-se ainda que sobre determinada operação de Leasing em curso pode ser efectuada
uma Relocação Financeira (ao próprio ou a terceiro). Por exemplo, uma operação de leasing a

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10 anos pelo valor de 300.000 € terá um saldo devedor próximo de 150.000 € ao final do
quinto ano. Se se concretizar uma Relocação Financeira pelo diferencial de 150.000 €
(admitindo que o valor de mercado do bem se manteve nos 300.000 €) o locatário actual
recebe aquele diferencial de 150.000 € e:

Mantém a propriedade económica do equipamento e pode solicitar a prorrogação do


vencimento da operação, mas passa a dever 300.000 € (150.000 € que recebe pela
relocação e 150.000 € do saldo devedor) ao Locador, designando-se esta operação por
relocação financeira ao próprio, ou;
Cede o equipamento a terceiro (relocação financeira a terceiro), que fica proprietário
(económico) do equipamento, passando o Locador a deter sobre este um crédito de:
a) 300.000 € (150.000 € se este terceiro não tiver pago, com fundos próprios, o essa
quantia ao anterior locatário e os remanescentes 150.000 € (saldo devedor)
decorrem da tomada da posição contratual do Leasing ao anterior locatário) ou
b) 150.000 € (se esse terceiro tiver pago, com fundos próprios, o diferencial de
150.000 € ao anterior locatário, pelo que estes 150.000 € decorrem da tomada da
posição contratual do Leasing ao anterior locatário (saldo devedor).

Diplomas relacionados com a Locação Financeira:


Decreto-Lei n.º 72/95, de 15 de Abril (Regime Jurídico das Sociedades de Locação
Financeira), alterado pelos Decreto-Lei nº 285/2001, de 3 de Novembro e nº
186/2002, de 21 de Agosto;
Decreto-Lei n.º 149/95, de 24 de Junho (Regime Jurídico dos Contratos de Locação
Financeira), na redacção que lhe foi dada pelos Decreto-Lei n.º 265/97, de 2 de
Outubro, nº 285/2001, de 3 de Novembro e nº 30/2008 de 25 de Fevereiro;
Decreto-Lei n.º 298/92, de 31 de Dezembro (Regime Geral das Instituições de Crédito e
Sociedades Financeiras), na redacção dada pelas diversas alterações legislativas;
Decreto-Lei n.º 311/82 de 4 de Agosto (regime fiscal da locação financeira), alterado
pela Lei nº 10-B/96, de 23 de Março e pela Lei nº 52-C/96, de 27 de Dezembro.

LOCAÇÃO FINANCEIRA RESTITUTIVA (LEASE-BACK)


Quando determinada entidade tem necessidades de tesouraria e que não pode prescindir da
utilização ou alienar os equipamentos ou imóveis de que é proprietário, pode solicitar a uma
Instituição Financeira ou creditícia uma operação de Sale & Lease-Back: o bem é vendido à
referida Instituição e, de seguida, esta celebra com o vendedor um contrato de locação
financeira, cedendo-lhe o gozo do bem objecto do contrato.

Deste modo, o fornecedor/vendedor do bem torna-se locatário, que receberá o justo valor do

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bem financiado (que à data da operação não deve ter quaisquer ónus ou encargos) e manterá
a propriedade (económica) do mesmo, mas passará a pagar, em contrapartida, uma renda ao
Locador.

MARGEM OU SPREAD
Percentagem que é determinada pelo Mutuante (por exemplo, Banco), em função do risco e
da rendibilidade de determinado cliente, e que acresce ao indexante (fixo ou variável) para
perfazer a taxa de juro a cobrar ao cliente pelo crédito concedido. Trata-se, assim, da margem
comercial do Banco.

MEDIADOR DO CRÉDITO
O D.L. n.º 144/2009, de 17 de Junho veio introduzir no ordenamento jurídico português a
figura do Mediador do Crédito. Nos termos da alínea d) do n.º 1 do artigo 4.º compete ao
Mediador do Crédito, “coordenar a actividade de mediação entre clientes bancários e
instituições de crédito exercida com a finalidade de contribuir para melhorar o acesso ao
crédito junto do sistema financeiro”.

O Mediador do Crédito pode iniciar um processo de mediação, junto das Instituições de


Crédito e das Sociedades Financeiras, apenas e só quando estas já emitiram uma decisão que
não satisfaça as pretensões do requerente relativamente ao acesso ao crédito.

Nesse caso, os interessados poderão solicitar, caso o entendam, a intervenção do Mediador do


Crédito, remetendo, por correio, fax ou e-mail, os elementos que documentam as tentativas
efectuadas (e as respostas das Instituições de Crédito ou Sociedades Financeiras, caso estas
tenham sido emitidas), por forma a possibilitar a admissão à mediação, nos termos do n.º 2 do
artigo 5.º do referido Decreto-Lei.
Salienta-se que o Mediador do Crédito:
Não concede qualquer tipo de apoio financeiro;
Não resolve questões de natureza estritamente contratual entre as Instituições de crédito
ou sociedades financeiras e os seus clientes;
Não dispõe de acesso à informação da Central de Responsabilidades de Crédito do Banco
de Portugal.
Não averigua ou sanciona a conduta das Instituições de Crédito ou sociedades financeiras
no que respeita ao cumprimento da Legislação.
Para mais informações, consulte o site www.mediadordocredito.pt

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MORATÓRIA NO CRÉDITO HABITAÇÃO PARA DESEMPREGADOS
Trata-se de uma linha de crédito extraordinária destinada à protecção da habitação própria
permanente em situação de desemprego criada pelo Decreto-Lei nº 103/2009, de 12 de Maio
(alterado pelo D.L. nº 14/2010, de 9 de Março).

Possibilita aos mutuários do crédito à habitação própria permanente, desempregados há, pelo
menos, três meses, o financiamento de metade da sua prestação mensal (capital e juros), até
ao limite de 500,00€, durante um período máximo de 24 meses.

Este período de 24 meses pode ser contado a partir do momento em que começaram a surgir
prestações vencidas e não pagas após a perda de emprego, pelo que estas prestações em
atraso poderão ser abrangidas por esta medida (n.º 2 do artigo 4.º).

Findo o período de 24 meses, o montante da linha de crédito utilizado terá de ser reembolsado
ao Estado, à taxa Euribor a seis meses deduzida de 0,5% até ao termo do contrato, podendo
ser prolongado mais dois anos após o termo deste.

O mutuário terá de ter em atenção, no entanto, que o pedido de acesso à moratória pode ser
recusado pela Instituição de Crédito mutuante, nos casos em que esta considere
manifestamente evidente que, apesar da redução da prestação permitida pela moratória,
aquele não tem condições para cumprir o serviço da dívida (n.º 2 do artigo 3.º).

Para mais informações consulte o Portal do Cliente Bancário e as FAQ sobre a aplicação do
Decreto-Lei n.º 103/2009, de 12 de Maio (da Direcção-Geral do Tesouro e Finanças).

MUTUANTE
É aquele que concede o mútuo; o credor da obrigação (por exemplo, o Banco).

MUTUÁRIO
É aquele a quem é concedido o mútuo; o devedor da obrigação (por exemplo, um cliente que
contraiu um empréstimo num Banco).

MÚTUO
É o contrato pelo qual uma das partes (mutuante) empresta a outra (mutuário) dinheiro ou
outra coisa fungível, ficando a segunda obrigada a restituir tanto do mesmo género e
qualidade (artigo 1142º do Código Civil).

O mutuário fica obrigado ao reembolso do capital e ao pagamento de juros.

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OBRIGAÇÃO DE CAPITALIZAÇÃO AUTOMÁTICA (OCA)
Numa obrigação de capitalização automática os juros vencem periodicamente, contudo, são
capitalizados e apenas liquidados na maturidade conjuntamente com o respectivo valor de
reembolso.

Veja-se também Empréstimo Obrigacionista.

OBRIGAÇÃO DE CUPÃO ZERO (OCZ)


Trata-se de uma obrigação que não vence juros e é transaccionada por um valor inferior ao
Valor Nominal, correspondente à actualização do valor de reembolso para o momento
presente de acordo com determinada taxa de actualização.

Veja-se também Empréstimo Obrigacionista.

OPÇÃO DE COMPRA
Nos contratos de Locação Financeira, o Locatário, tem o direito de adquirir o bem locado, findo
o contrato, pelo valor residual.

PAPEL COMERCIAL
Valor mobiliário representativo de dívida emitida (simples ou através de um Programa de
Emissão) por sociedades comerciais ou civis sob a forma comercial, cooperativas, empresas
públicas ou demais pessoas colectivas de direito público ou privado, por prazo inferior a um
ano. Traduz-se num apoio financeiro de curto prazo.

Com excepção das Instituições de Crédito, das sociedades financeiras, das empresas de
seguros e das sociedades gestoras de fundos de pensões, as entidades emitentes não podem
obter, com a emissão de Papel Comercial, recursos financeiros superiores ao triplo dos seus
capitais próprios.

O regime jurídico deste valor mobiliário encontra-se previsto no Decreto-Lei nº 69/2004, de 25


de Março, alterado pelo Decreto-Lei nº 52/2006, de 15 de Março.

PENHOR
O Penhor é um direito real de garantia que confere ao credor o direito à satisfação do seu
crédito (bem como dos juros, se os houver), com preferência sobre os demais credores, pelo
valor de certa coisa móvel, ou pelo valor de créditos ou outros direitos não susceptíveis de

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hipoteca, pertencentes ao devedor ou a terceiro (artigo 666º do Código Civil).

Em princípio, o penhor de coisas implica a entrega da coisa empenhada, podendo, contudo,


esta ser dispensada. Em caso de incumprimento, o credor tem o direito de exigir a venda
judicial da coisa empenhada e de se pagar pelo produto dessa venda, com prioridade sobre os
demais credores.

PENHORA
A Penhora consiste no acto judicial de apreensão dos bens do executado (devedor contra
quem foi instaurada acção executiva). Esses bens deixam de estar na sua livre disposição do
executado e ficam à disposição do Tribunal para serem vendidos e para, com o produto dessa
venda, se proceder ao pagamento do crédito do exequente (credor que instaurou acção
executiva).

Assim, a Penhora resulta de uma decisão judicial num processo executivo instaurado por um
credor confrontado com uma situação de incumprimento por parte do devedor.

PERÍODO DE AMORTIZAÇÃO
Corresponde ao período durante o qual é reembolsado o capital mutuado.

Pode ser sucessivo no tempo (reembolso efectuado ao longo de vários anos ou meses) ou
integral (reembolso efectuado de uma só vez, na data do seu vencimento). Neste último caso o
Empréstimo tem a designação de bullet.

O empréstimo pode ainda beneficiar de um período de carência de capital.

Ver também Amortização.

PME INVEST
Linhas de crédito que possibilitam às PME’s (Pequenas e Médias Empresas) condições mais
favoráveis no acesso ao crédito, nomeadamente, taxas de juro inferiores às normalmente
praticadas para operações idênticas.

A elegibilidade para acesso a estas linhas depende, entre outros, do sector de Actividade em
que a Empresa está inserida.

Para mais informações consulte o IAPMEI (www.iapmei.pt).

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PRAZO DO EMPRÉSTIMO
Período de tempo que medeia entre a contratação e o termo do Empréstimo. O Prazo do
Empréstimo inclui o período de carência (caso exista) e o período de amortização.

PRESTAÇÃO
A prestação é o montante que o mutuário paga periodicamente ao mutuante (um Banco, por
exemplo), durante determinado período (prazo).

A prestação inclui Capital e Juros (exceptuando no período de carência), e pode ser constante,
progressiva, degressiva ou com amortização constante de Capital.

No caso da prestação constante de Capital e Juros, ainda que a componente de Juros, que
integra a prestação, vá diminuindo ao longo do tempo, é compensada pela componente de
capital, mantendo-se, assim, sempre a mesma prestação.

Como o nome indica, a Prestação progressiva permite ao mutuário pagar prestações menores
no início do Empréstimo e maiores no final.

A prestação degressiva é o contrário da prestação progressiva, pelo que o mutuário suporta


uma prestação maior no início do empréstimo e esta vai-se reduzindo ao longo do prazo do
Empréstimo.

Os Empréstimos com prestações com amortização de capital constante são aqueles cuja
amortização do capital é igual e sucessiva desde a primeira à última prestação. Contudo, a
própria prestação não é constante, uma vez que, à amortização de capital, terão de se somar
os juros (que são superiores no início do Empréstimo e menores no fim).

Saliente-se que, nos Empréstimos indexados à Euribor, por exemplo, a 6 meses, o valor da
prestação é recalculado nos períodos de revisão de taxa (no caso, de 6 em 6 meses).

Atente-se agora ao exemplo que compara o cálculo da prestação constante e da prestação


degressiva para um Empréstimo nas seguintes condições:

Valores
Montante Empréstimo € 20.000,00
Taxa de Juro Anual 10,000%
Prazo do Empréstimo em Anos 5
Número de pagamentos anuais 12

Com plano de Prestação Constante, a prestação será sempre de 424,94 €.

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Prest Saldo Prestação Amortização Juros Capital em Juros
n.º Devedor total Capital dívida Acumulados
Inicial

1 20.000,00 € 424,94 € 258,27 € 166,67 € 19.741,73 € 166,67 €


2 19.741,73 € 424,94 € 260,43 € 164,51 € 19.481,30 € 331,18 €
3 19.481,30 € 424,94 € 262,60 € 162,34 € 19.218,70 € 493,53 €
4 19.218,70 € 424,94 € 264,79 € 160,16 € 18.953,92 € 653,68 €
5 18.953,92 € 424,94 € 266,99 € 157,95 € 18.686,93 € 811,63 €

(…)

57 1.664,93 € 424,94 € 411,07 € 13,87 € 1.253,87 € 5.475,50 €


58 1.253,87 € 424,94 € 414,49 € 10,45 € 839,38 € 5.485,95 €
59 839,38 € 424,94 € 417,95 € 6,99 € 421,43 € 5.492,94 €
60 421,43 € 421,43 € 417,92 € 3,51 € 0,00 € 5.496,45 €

Com plano de prestação degressiva, iniciando-se, por exemplo com uma prestação de 454,94€,
e reduzindo-se 1 euro ao longo do prazo do Empréstimo, teremos o seguinte plano:

Prest Saldo Prestação Amortização Juros Capital em Juros


n.º Devedor total Capital dívida Acumulados
Inicial

1 20.000,00 € 454,94 € 288,27 € 166,67 € 19.711,73 € 166,67 €


2 19.711,73 € 453,94 € 289,68 € 164,26 € 19.422,05 € 330,93 €
3 19.422,05 € 452,94 € 291,09 € 161,85 € 19.130,96 € 492,78 €
4 19.130,96 € 451,94 € 292,52 € 159,42 € 18.838,44 € 652,21 €
5 18.838,44 € 450,94 € 293,95 € 156,99 € 18.544,49 € 809,19 €
(…)

57 1.334,10 € 398,94 € 387,82 € 11,12 € 946,27 € 5.281,90 €


58 946,27 € 397,94 € 390,06 € 7,89 € 556,22 € 5.289,79 €
59 556,22 € 396,94 € 392,31 € 4,64 € 163,91 € 5.294,42 €
60 163,91 € 163,91 € 162,55 € 1,37 € 0,00 € 5.295,79 €
Nota: Não foram consideradas comissões, seguros, imposto de selo e demais encargos
habituais relacionados com o crédito no cálculo das prestações. Para o cálculo da prestação foi
utilizada a função PMT do Excel.
De salientar ainda que, para um empréstimo nas condições acima referidas – Montante de
20.000,00 €, Taxa de Juro Anual de 10% e Prazo do Empréstimo de 5 anos – os juros
acumulados suportados, no caso de prestação constante, ascendem 5.496,45 € ao final de
5 anos, representando assim 27,5% do montante inicial do Empréstimo.

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RATING
O Rating é uma opinião sobre a capacidade de uma determinada Entidade ou Instituição vir a
cumprir tempestivamente o serviço da dívida, não sendo, contudo, uma garantia de
cumprimento.

As instituições de crédito, na análise de Risco que efectuam aos Clientes, utilizam os seus
próprios modelos de Rating e/ou Scoring que, com base num algoritmo e após introdução de
vários parâmetros ou indicadores económico-financeiros, geram um output convertível numa
determinada notação de Rating.

A notação de rating é, assim, uma graduação que tem associado uma probabilidade de
incumprimento e, se essa probabilidade for bastante grande, pode mesmo determinar a não
concessão de crédito.

Outro exemplo na aplicação do Rating é na emissão de obrigações. Aqui, é solicitada a opinião


de agências de Rating especializadas (Moody’s, S&P, Fitch) permitindo aos Emitentes
(devedores) de dívida antecipar a taxa de rendibilidade que terá de ser proposta aos
Investidores: quanto mais reduzida (maior risco) for a graduação, maior terá de ser a taxa
oferecida aos Investidores, tornando mais oneroso o custo da dívida.

Após a atribuição do Rating, a agência continua a acompanhar a Instituição ou Entidade,


podendo alterar a notação atribuída, em face de novos factos.

As graduações, para a dívida de médio-longo prazo, apresentadas pelas principais agências de


Rating são as seguintes:

Graduação decrescente da Qualidade do Crédito

Moody's S&P Fitch


Aaa AAA AAA
Aa1 AA+ AA+
Aa2 AA AA
Aa3 AA- AA-
A+ A+ A+
A2 A A
A3 A- A-
Baa1 BBB+ BBB+
Baa2 BBB BBB
Baa3 BBB- BBB-

Ba1 BB+ BB+


Ba2 BB BB

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Ba3 BB- BB-
B1 B+ B+
B2 B B
B3 B- B-

Caa CCC+
Ca CCC CCC
C CCC-
CC CC
C C
CI
DDD
DDD
D D

REESTRUTURAÇÃO DE CRÉDITO
Por vezes, existe a possibilidade ou a necessidade de um crédito, com plano de pagamentos
definido, ser reestruturado. Por situações diversas, os mutuários (quer Empresas, quer
Particulares), podem solicitar a alteração de condições do seu empréstimo, alteração essa que
será sempre apreciada e decidida pelo mutuante (Banco, por exemplo), por forma a que o
valor das novas prestações e a sua periodicidade (mensal, trimestral, semestral, etc.) possa ir
ao encontro dos vencimentos ou das receitas geradas pelos devedores.

Da reestruturação de créditos pode resultar uma menor ou maior taxa anual nominal, em
função de serem ou não oferecidas garantias adicionais, assim como uma redução ou aumento
do valor da prestação, caso exista uma dilação ou diminuição do prazo do empréstimo.

Até à formalização das novas condições contratuais resultantes da reestruturação, mantêm-se


em vigor as anteriores condições contratuais do empréstimo e as respectivas prestações.

A consolidação de créditos é uma forma de reestruturar diversos créditos, aglomerando-os e


substituindo-os por um só.

REMESSA DE EXPORTAÇÃO
Numa transacção de comércio internacional, o exportador expede as mercadorias para o
importador e entrega ao seu Banco os documentos necessários para que o importador possa
obter as mercadorias adquiridas. O Banco, por sua vez, envia esses documentos para um
Banco do país do importador. Este apenas entrega os referidos documentos ao importador de
acordo com as instruções de cobrança definidas pelo exportador, instruções de cobrança essas

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que, geralmente, consistem na obtenção de aceite e/ou pagamento por parte do importador.

Existe ainda a possibilidade de o Banco adiantar fundos sobre o valor da operação de


exportação, através de Desconto ou Abono.

Outro contrato que reforça a segurança das transacções comerciais internacionais: Crédito
Documentário.

RENTING
Semelhante ao ALD. No contrato de Aluguer Operacional ou Renting não existe um
compromisso de aquisição do bem no final do Contrato e, regra geral, o bem é devolvido ao
locador, propondo este a sua substituição. O prazo da operação, por norma, não esgota a vida
útil do bem. O Locatário pode, contudo, propor a aquisição do bem.

O Locador presta ainda serviços complementares relacionados com a utilização e


funcionamento do bem, contratando-os a terceiros. Durante a vigência do contrato, o Locador,
proprietário do bem, assume todos os riscos, incluindo o de avaria e obsolescência.

O Renting é geralmente utilizado para o aluguer operacional de viaturas (AOV) ou de


equipamentos sendo que a renda paga (geralmente um valor fixo) remunera o locador, pelo
uso do bem locado pelo Locatário, bem como pela prestação dos serviços complementares
(como por exemplo: Revisão e manutenção, Pneus, Viatura de substituição, Seguro, Impostos,
Inspecções Periódicas Obrigatórias, Gestão de multas).

RESOLUÇÃO DO CONTRATO
Forma de extinção dos contratos por vontade unilateral de uma das partes, vinculado a um
fundamento legal ou convencional.

“REVERSE FACTORING”
Consultar Sistema de Pagamento a Fornecedores.

SERVIÇO DA DÍVIDA
Corresponde à totalidade dos pagamentos efectuados ou a efectuar por parte do devedor
relativo ao crédito contraído, durante um determinado período.

Assim, por exemplo, se uma Empresa contrair um crédito, a 3 anos, no qual a prestação

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mensal é de 300 €, sendo exigida uma comissão de 200 € na data de formalização do crédito, o
Serviço da Dívida anual, relativamente ao crédito contraído, é de 3.800 € no primeiro ano e de
3.600 € nos seguintes.

Ver também Prestação.

SERVIÇOS MÍNIMOS BANCÁRIOS


Criados pelo Decreto-Lei nº 27-C/2000, de 10 de Março, dada a percepção de que “a
indisponibilidade de certos serviços financeiros e bancários, além de óbice de rápido acesso ou
mesmo entrave à obtenção de bens e serviços, muitas vezes de carácter essencial, é susceptível
de consubstanciar factor de exclusão ou estigmatização social” (cf. preâmbulo do referido
Decreto-Lei).

Ao abrigo deste diploma, o cliente bancário tem direito a um conjunto de serviços mínimos
bancários, designadamente, a constituição, manutenção e gestão da conta de depósitos à
ordem, a utilização de cartão de débito que permita a movimentação da conta e a emissão de
extractos semestrais ou disponibilização de caderneta (artigos 1º e 2º).

Aos clientes que acedam a estes serviços mínimos não podem ser cobrados custos, taxas,
encargos ou despesas que, anualmente e no seu conjunto, representem valor superior ao
equivalente a 1% do ordenado mínimo nacional (art. 3º, nº 1). Contudo, se solicitarem a
substituição do cartão de débito antes de 18 meses decorridos sobre a data da sua emissão
(salvo se a validade do cartão for inferior a este prazo), serão eles próprios a suportar os custos
de emissão do novo cartão (art. 3º, nº 2).

Saliente-se, contudo, que este diploma apenas vincula as Instituições de Crédito aderentes ao
protocolo dos serviços mínimos bancários: o Banco Comercial Português, o Banco Espírito
Santo, o Banco BPI, o Banco Santander Totta, a Caixa Central do Crédito Agrícola Mútuo, a
Caixa Económica Montepio Geral, a Caixa Geral de Depósitos e o Finibanco.

Tais instituições utilizam, para efeitos de abertura de conta, um impresso que identificam com
a expressão “Serviços mínimos bancários” e dele dão cópia ao titular da conta (art. 2º, nº 3).
Este deve ainda declarar, em documento assinado, que não é titular de outra conta bancária e
autorizar a Instituição de Crédito a confirmar a inexistência de qualquer cartão a seu favor (art.
4º, nº 1).

A recusa da declaração impede o acesso aos serviços mínimos bancários (art. 4º, nº 2).

Refira-se ainda que a Instituição de Crédito pode denunciar o contrato de depósito decorrido,
pelo menos, um ano após a sua abertura – devolvendo ao cliente o eventual dinheiro

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depositado na conta – se nos seis meses anteriores essa conta apresentar um saldo médio
anual inferior a 7% do salário mínimo nacional (art. 5º).

SISTEMA DE PAGAMENTO A FORNECEDORES


Consiste num Serviço, através do qual, o Banco após receber a instrução do Cliente (Devedor),
informa o Fornecedor (aderente) que este irá receber, em determinada data, o valor
respeitante ao pagamento de determinadas Facturas. A instrução pode ser irrevogável e, neste
caso, após a comunicação do Banco, o Fornecedor receberá, na data indicada, o valor do
crédito comunicado. O Fornecedor pode, caso entenda, solicitar a antecipação do valor
(parcial ou total) da factura que tem a receber, pagando (descontado no valor a receber) um
Juro pelo prazo da antecipação.

SPREAD
Ver MARGEM OU SPREAD

STAND-BY LETTER OF CREDIT


Consiste numa Carta de Crédito que garante a execução de uma obrigação, sendo emitida por
um certo período.

É equiparada a uma garantia bancária. É uma forma de garantia, podendo apenas e somente
ser executada em caso de incumprimento das obrigações garantidas, devendo esse
incumprimento ser documentalmente comprovado.

É regida por direito internacional.

SWAP (PERMUTA) DE TAXA DE JURO


Trata-se de um Derivado de Crédito em que, através de contrato, fica estabelecido a permuta
de taxa de juro (comummente conhecida por Interest Rate Swap), entre as contrapartes
interessadas. Sobre determinado montante (Nominal) e durante determinado período, uma
entidade entrega juros calculados à taxa fixa e recebe, de outra entidade, juros calculados a
taxa variável, podendo existir a consolidação dos fluxos de juros caso exista coincidência da
periodicidade do recebimento/pagamento dos fluxos de juros.

A permuta de taxa de juro permite, por exemplo, a determinada entidade que contraiu um
Empréstimo com taxa variável, passar a pagá-lo a taxa fixa.

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Geralmente, as Instituições de Crédito, por serem intermediários na comercialização deste
produto, replicam a operação no Mercado Monetário Interbancário (MMI) ou junto do market
maker que comercializa este produto.

Exemplo: Determinada Empresa contraiu um Empréstimo bullet (cujo capital apenas será
liquidado no vencimento) de 500.000 € que vence juros à Taxa Euribor 3 meses acrescida de
spread de 1,5%. Prevendo uma subida da Euribor, a Empresa comprou um Swap de 4% à
Instituição de Crédito (IC) A, pelo prazo de 3 anos, tendo, por sua vez, a IC A adquirido o Swap
no MMI por 3,9%.

Trimestralmente e nos próximos 3 anos, os fluxos serão os seguintes:

Esquematicamente:

Adverte-se que os totais de fluxos acima apresentados só se verificam se a amortização do


capital do financiamento for integral e na data de vencimento (Empréstimo Bullet).
Normalmente, os Empréstimos são reembolsados através de prestações constantes, de capital
e Juros, pelo que a contratação de um Swap de Taxa de Juro, nesta situação, deverá ser
ponderada, devendo ser previamente calculados todos os fluxos, quer do Empréstimo, quer
do Swap de Taxa de Juro, e em diferentes cenários (subida e descida) da Euribor.

Retomando o exemplo anterior, independentemente da evolução da Euribor, a Empresa


suportaria, até ao vencimento do Empréstimo e do Swap, uma Taxa de Juro de 5,5%. A
contratação do Swap teria sido benéfica para Empresa se, entretanto, a Euribor evoluísse para
um valor superior a 4% (e se o Empréstimo tivesse sido contratado na modalidade Bullet).

Caso a Euribor se mantivesse num valor inferior a 4%, a Empresa teria de liquidar juros à taxa

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de 5,5%, não podendo beneficiar de uma taxa Euribor inferior. Nesta situação, a Empresa para
desistir do Swap, sendo esse objecto de um contrato, e cotado no MMI, poderá:

Vender um Swap (que terá uma taxa diferente do Swap inicialmente comprado, uma
vez que a taxa do Swap acompanha a evolução e a perspectiva de evolução da
Euribor), anulando parcialmente o fluxo da componente variável do Swap inicialmente
contratado;
Resolver o contrato do Swap, junto da Instituição de Crédito, podendo haver lugar a
uma indemnização, que leva em linha de conta a indemnização que esta terá de
suportar para cancelar/resolver o Swap que comprou no MMI (ou junto do Market
Maker) e que é calculada com base nos fluxos que se perspectivaria que ocorressem,
no futuro, relativamente a este derivado. A Instituição de Crédito pode apreciar a
concessão de um Empréstimo à Empresa, para a liquidação da indemnização.

Os ganhos com Swaps de Taxas de Juros são classificados como Rendimentos de Capitais
(Categoria E) - artigo 5.º do Código do IRS.

TAE (TAXA ANUAL EFECTIVA)


Taxa que permite ao mutuário conhecer o custo do seu empréstimo, incluindo todos os
encargos que lhe estão associados. Assim, toma em consideração, entre outros, os juros, a
duração do empréstimo, os prémios de seguro e as comissões. O cálculo desta taxa encontra-
se previsto no artigo 4.º do Decreto-Lei 220/94, de 23 de Agosto.

TAEG (TAXA ANUAL DE ENCARGOS EFECTIVA GLOBAL)


É o custo total do crédito ao consumo expresso em percentagem anual do montante do
crédito concedido. Inclui, não só os encargos tidos em conta para o cálculo da TAE, mas
também os impostos (nomeadamente, o imposto de selo) que incidam sobre o empréstimo.

A TAEG é um dos elementos que as Instituições de Crédito são obrigadas a divulgar aos
clientes, sendo, assim, um importante elemento de comparação de várias propostas
alternativas de crédito.

TAER (TAXA ANUAL EFECTIVA REVISTA)


Nos contratos de crédito habitação é usual as Instituições de Crédito oferecerem a redução de
comissões e demais custos do empréstimo, como a redução do spread, no caso de o Mutuário
contratar outros produtos ou serviços financeiros. Com o Decreto-Lei n.º 192/2009, de 17 de

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Agosto, passou a ser obrigatório, por parte das Instituições de Crédito, a divulgação da TAER
sempre que, aquando da concessão do crédito seja proposta a aquisição de outros produtos
ou serviços financeiros.

No seu cálculo é tomada em consideração a prestação revista em função da redução do


spread ou de outros custos em contrapartida da subscrição de outros produtos ou serviços
financeiros propostos e os eventuais custos associados aos produtos e serviços financeiros
propostos.

A diferença entre a TAE, em especial a TAE sem redução de spread, e a TAER possibilita ao
consumidor apurar se existe ou não vantagem nas opções que lhe são fornecidas pela
instituição de crédito.

TAN (TAXA ANUAL NOMINAL)


Percentagem que se aplica ao Capital em dívida para cálculo dos juros. Corresponde à soma
entre o indexante e o spread.

TANB (TAXA ANUAL NOMINAL BRUTA)


Trata-se da taxa que remunera determinada aplicação. A taxa não leva em conta o período
efectivo da aplicação (taxa nominal), refere-se ao período de um ano (taxa anual) e ainda não
foi sujeita à retenção de IRS, retenção essa que será efectuada pelo Banco.

TAXA DE ESFORÇO
Corresponde ao quociente entre a prestação mensal do empréstimo e um duodécimo do
rendimento anual bruto do agregado familiar.

Exemplo:

Prestação Mensal do Empréstimo: 550 €


Rendimento Anual Bruto do Agregado Familiar: 28.800 €
Taxa de Esforço:

Uma elevada Taxa de Esforço pode determinar a não concessão de um financiamento. A Taxa
de Esforço aceitável para a concessão de financiamento depende de Instituição de crédito para
Instituição de crédito, contudo, para algumas, a Taxa de Esforço máxima definida é de 33%.

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TITULARIZAÇÃO DE CRÉDITOS
Instrumento de financiamento utilizado por entidades titulares de créditos ou outros activos
de dívida (cedente) que os transmitem a uma entidade especializada constituída para o efeito
(Special Purpose Vehicle) com vista à emissão subsequente de valores mobiliários que serão
transaccionados e garantidos pelos créditos cedidos.

Os cash-flows dos créditos cedidos representam o colateral dos títulos emitidos.

Se o cedente dos créditos for uma Instituição de Crédito, sociedade financeira ou empresa de
seguros, apesar de os ter transmitido à Special Purpose Vehicle continua a praticar todos os
actos que se revelem adequados à boa gestão dos créditos e, se for o caso, das respectivas
garantias, a assegurar os serviços de cobrança, os serviços administrativos relativos aos
créditos, todas as relações com os respectivos devedores e os actos conservatórios,
modificativos e extintivos relativos às garantias, caso existam.

Esquematicamente:

TOTAL RETURN SWAP (CONTRATO DE PERMUTA FINANCEIRA DE FLUXOS DE


CRÉDITO)
Em comparação com o credit default swap, este valor mobiliário permite adquirir protecção
não só contra eventos de crédito, mas também contra variações do preço de mercado (risco
de mercado) causadas por alterações das taxas de juro (taxa de juro sem risco e credit spread).

O comprador de protecção paga um determinado montante (uma percentagem do valor da


protecção) ao vendedor de protecção, para que este último lhe entregue todos os fluxos
financeiros associados a um determinado activo subjacente (por exemplo, juros de
determinado empréstimo e eventuais variações positivas do activo subjacente), sem que, no
entanto, o comprador da protecção adquira efectivamente aquele crédito de referência.

Estes contratos assemelham-se a um género de cedência da posição contratual (do vendedor


da protecção para o comprador da protecção), sem que ocorra efectivamente essa cedência.

O comprador da protecção paga ainda, ao vendedor da protecção, eventuais variações


negativas do preço de mercado do activo de referência e a perda em caso de ocorrência de
determinado evento de crédito.

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Poderá ser obtida mais informação sobre este valor mobiliário no site da CMVM
(www.cmvm.pt).

TRANCHE
Determinados tipos de financiamento, como os Empréstimos para a realização de obras ou
construção de habitação, estabelecem que o montante do crédito concedido seja
disponibilizada por tranches ou parcelas, conforme as necessidades do mutuário.

No caso dos financiamentos para obras de beneficiação ou construção, as Instituições


Bancárias, após vistorias, calculam a percentagem construída e a construir e, em função desta,
vão, sucessivamente, disponibilizando parcelas de crédito.

Esta modalidade tem como vantagem o facto de o crédito ser disponibilizado, por parcelas, ao
longo do tempo e não todo de uma vez, pelo que o mutuário paga menos juros.

USUFRUTO
Consiste no direito de gozar temporária e plenamente uma coisa ou direito alheio, sem alterar
a sua forma ou substância (art. 1439º do Código Civil).

Trata-se de um direito real menor, sujeito a registo na Conservatória do Registo Predial. O


titular do direito de usufruto designa-se por usufrutuário e designa-se por proprietário de raiz
ou nu proprietário o titular do direito de propriedade.

VALOR RESIDUAL (NA LOCAÇÃO FINANCEIRA)


É o valor, definido contratualmente que será cobrado pelo Locador, no termo do contrato de
locação financeira, quando o Locatário exerce a opção de compra.

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