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Protocolo de Segurança Na Prescrição, Uso e Administração de Medicamentos

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Sistema de Gestão da Qualidade

DIRETRIZ DE SUPORTE – DIS

Setor: NQSP Identificação: DIS 020

Assunto: Protocolo de segurança na prescrição, uso e Versão: 00


administração de medicamentos Folha Nº: 1/9

1. OBJETIVO
Promover práticas seguras no uso de medicamentos em estabelecimentos de saúde.

2. DIRETRIZ
Em todo o mundo, os eventos adversos no processo de assistência à saúde são
frequentes. Em resposta a esse preocupante quadro, a Organização Mundial de Saúde –
OMS lançou, em 2004, o programa Aliança Mundial para a Segurança do Paciente, que
conclama todos os países-membros a adotarem medidas para assegurar a qualidade
e segurança da assistência prestada nas unidades de saúde. Esses eventos adversos
podem verificar-se em todas as etapas da cadeia terapêutica e sua ocorrência aumenta
consideravelmente os custos do sistema de saúde.
Estima-se que os erros de medicação em hospitais provoquem mais de 7.000 mortes
por ano nos Estados Unidos da América, acarretando importantes custos tangíveis e
intangíveis. No Brasil ainda não estão disponíveis estatísticas de óbitos relacionados a
erros de medicação. Diante da possibilidade de prevenção dos erros de medicação e do
risco de dano em função da sua ocorrência, torna-se relevante identificar a natureza e
determinantes dos erros, como forma de dirigir ações para a prevenção. As falhas no
processo de utilização de medicamentos são consideradas importantes fatores
contribuintes para a redução da segurança do paciente.

Considerando-se a prevenção de erros, deve-se destacar o grupo de medicamentos


chamados de potencialmente perigosos ou de alta vigilância, que possuem maior
potencial de provocar dano no paciente quando existe erro na sua utilização. Erros
envolvendo esses medicamentos têm maior gravidade, sendo necessária a adoção de
protocolos específicos para prevenção.
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2.1 Abrangência (âmbito, ponto de cuidado, local de aplicação).

O protocolo de segurança na prescrição, uso e administração de medicamentos deverá


ser aplicado em todos os estabelecimentos que prestam cuidados à saúde, em todos os
níveis de complexidade, em que medicamentos sejam utilizados para profilaxia, exames
diagnósticos, tratamento e medidas paliativas.

2.2 Práticas seguras para prescrição de medicamentos


As prescrições, quanto ao tipo, classificam-se como:
• Urgência/emergência: quando indica a necessidade do início imediato de
tratamento. Geralmente possui dose única;

• caso necessário: quando o tratamento prescrito deve ser administrado de acordo


com uma necessidade específica do paciente, considerando-se o tempo mínimo
entre as administrações e a dose máxima;

• Padrão: aquela que inicia um tratamento até que o prescritor o interrompa;

• Padrão com data de fechamento: quando indica o início e fim do tratamento, sendo
amplamente usada para prescrição de antimicrobianos.

2.3 Itens de verificação para a prescrição segura de medicamentos

Identificação do paciente

A identificação do paciente na prescrição deve conter, no mínimo, as seguintes


informações:

• Nome completo do paciente; número do prontuário;


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Identificação do prescritor na prescrição

A identificação do prescritor deverá ser realizada pelo sistema MV PEP contendo o


nome completo e número de registro do conselho profissional e assinatura digital.

Identificação da data de prescrição

A data da prescrição é imprescindível para conferir validade à mesma. A data na


prescrição é imprescindível para a dispensação e a administração dos medicamentos,
assegurando-se de que o que foi indicado está baseado na avaliação médica do dia em
que foi emitida a prescrição.

Prescrição de medicamentos com nomes semelhantes


Medicamentos cujos nomes são reconhecidamente semelhantes a outros de uso
corrente na instituição devem ser prescritos com destaque na escrita da parte do nome
que os diferencia6,25, e pode ser utilizada letra maiúscula ou negrita. Exemplos de nomes
semelhantes:

DOPAmina e DOBUtamina;
ClorproPAMIDA e ClorproMAZINA;

Expressão de doses

A utilização da forma farmacêutica (ampola, frasco, comprimido e outros) na prescrição


deve ser acompanhada de todas as informações necessárias para a dispensação e
administração segura.

Alergias

Deve-se registrar com destaque na prescrição as alergias relatadas pelo paciente, e


equipe de saúde. O registro do relato de alergia na prescrição subsidia adequada
análise farmacêutica das prescrições e os cuidados de enfermagem, reduzindo, assim, a
chance da dispensação e administração de medicamento ao qual o paciente é alérgico.
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Padronização de medicamentos

A prescrição de medicamentos que já estão selecionados e padronizados no


estabelecimento de saúde aumenta a segurança do uso, em virtude da maior
familiaridade dos prescritores, farmacêuticos e equipe de enfermagem com esses
medicamentos.

Benefícios da padronização de medicamentos ainda observados são relacionados a


racionalização do estoque, rastreabilidade e política de compras.

Posologia, diluição, velocidade, tempo de infusão e via de administração

Recomenda-se que a posologia desejada para o medicamento seja prescrita observando-


se as doses máximas preconizadas e a comodidade do paciente.

Diluição

Para medicamentos de uso endovenoso, intramuscular, subcutâneo, a prescrição


deverá conter informações sobre diluente (tipo e volume), velocidade e tempo de infusão
(para endovenosos).

Velocidade de infusão

A velocidade de infusão está associada a reações adversas clássicas, tal como a


“síndrome do homem vermelho”, que ocorre com a infusão rápida de vancomicina.

É indispensável, portanto, a definição da velocidade de infusão na prescrição,


considerando-se a melhor evidência científica disponível, assim como as
recomendações do fabricante do medicamento, evitando-se a ocorrência de eventos
adversos passíveis de prevenção.
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Via de administração

A via de administração deve ser prescrita de forma clara, observando-se a via de


administração recomendada pelo fabricante, para o medicamento.

Para o adequado cumprimento da prescrição, todas as informações deverão estar claras


e completas, em cada item prescrito.

Em prescrições eletrônicas, recomenda-se que o cadastro do medicamento permita


somente a prescrição das vias de administração descritas na literatura e pelo fabricante,
o que aumenta a segurança, impedindo administração por via errada.

As prescrições devem ser revisadas por farmacêutico antes de serem


dispensadas;

• Os erros de prescrição devem ser notificados ao Núcleo de Segurança do


Paciente.

Itens de verificação para a distribuição segura de medicamentos

Para garantir maior segurança ao processo de dispensação e o adequado


fluxo de trabalho, o ambiente destinado à dispensação deve:

• Ser reservado;
• Contar com fluxo restrito de pessoas; e
• Ser tranquilo, sem fonte de interrupção e distração (tais como televisão, rádio e
outras).

Os ambientes da farmácia onde são armazenados e dispensados os


medicamentos devem ser limpos, organizados, bem iluminados e com adequado
controle e registro de temperatura, umidade e controle de pragas.
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A dispensação segura nos estabelecimentos de saúde deverá ser precedida


pelas seguintes atividades:

• Seleção;
• Padronização;

• Aquisição;

• Recebimento;

• Armazenamento;

• Fracionamento;

• Identificação segura dos medicamentos.

O número de apresentações e concentrações de medicamentos


potencialmente perigosos ou de alta vigilância, padronizados na instituição, deve ser
restrito e suas doses máximas estabelecidas e divulgadas.

Boas Práticas de Armazenamento

A farmácia deve seguir as Boas Práticas de Armazenamento de Medicamentos e


possuir padrões atualizados que definam regras para o armazenamento, privilegiando a
segurança do processo de dispensação.

Centrais de Abastecimento Farmacêutico (CAF) ambulatorial

É importante assegurar práticas adequadas para a distribuição dos


medicamentos das Centrais de Abastecimento Farmacêutico (CAF) para as unidades de
saúde a fim de evitar erros, seguindo as boas práticas de distribuição de medicamentos.

Toda a movimentação de medicamentos deve ser realizada por um eficiente


sistema de controle de estoque, preferencialmente eletrônico, que garanta a correta
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identificação do medicamento, lote, validade e quantidade, permitindo a sua


rastreabilidade;
Os medicamentos devem ser corretamente separados, organizados,
identificados e realizada a dupla checagem, evitando-se erros;
O transporte deve ser feito de modo correto e seguro, observando-se aspectos técnicos
tais como aqueles necessários para o transporte de termolábeis;

Estratégias para dispensação segura relacionadas à prescrição

Realizar a análise farmacêutica das prescrições (Portaria GM/MS 4283/2010),


priorizando aquelas que contêm antimicrobianos e medicamentos potencialmente
perigosos ou de alta vigilância, observando-se concentração, viabilidade,
compatibilidade físico-química e farmacológica dos componentes, dose, dosagem,
forma farmacêutica, via e horários de administração, devendo ser realizada antes do
início da dispensação e manipulação.

Recomenda-se, para auxilio ao farmacêutico no processo de análise da


prescrição, a utilização de programa informatizado com suporte terapêutico que
incorpore adequado conjunto de verificações automatizadas em prescrições, tais
como:

• Triagem para duplicidade terapêutica;

• Alergias;

• Interações medicamentosas;

• Intervalos de dose adequados;

• Alerta para doses superiores às máximas;

• Alertas para nomes semelhantes, entre outros.

Práticas seguras na administração de medicamentos

A administração de medicamentos é um processo multi e interdisciplinar, que


exige conhecimento técnico e prática. Para a administração segura, são necessários
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conhecimentos sobre Farmacologia, Anatomia, Fisiologia, Microbiologia e


Bioquímica31.

A etapa de administração é a última barreira para evitar um erro de medicação


derivado dos processos de prescrição e dispensação, aumentando, com isso, a
responsabilidade do profissional que administra os medicamentos.

Um erro na administração de medicamento pode trazer graves consequências


aos pacientes, devendo-se observar:

• A ação;
• As interações; e
• Os efeitos colaterais.

Itens de verificação para administração segura de medicamentos

A equipe de enfermagem tem seguido tradicionalmente os cinco certos na administração


de medicamentos e, mais recentemente, foram introduzidos mais dois certos,
configurando-se em “os sete certos na administração de medicamentos”:
• Paciente certo;
• Medicamento certo;
• Via certa;
• Hora certa;
• Dose certa;

3. SIGLAS
- Não aplicável.

4. DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA
- Não aplicável.
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5. ANEXOS

- Não aplicável.

Elaborado por: Revisado por: Aprovado para uso:


30/04/2020 20/05/2020
Murichaine Francine Marques Murichaine Francine Marques Murichaine Francine Marques
Data Data

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