Projeto de Intervenção Clínica Ampliada
Projeto de Intervenção Clínica Ampliada
Projeto de Intervenção Clínica Ampliada
1. SITUAÇÃO PROBLEMA/JUSTIFICATIVA
Vale ressaltar que não se trata apenas da qualidade no atendimento para com os
pacientes, mas também a qualidade de vida daqueles que prestam cuidados a eles, pois um
bom estado físico e emocional do cuidador, juntamente com um ambiente propício para o
tratamento são uma condição sine qua non para o sucesso do mesmo e para a qualidade de
vida do funcionário. Um ambiente desfavorável e desregulado emocionalmente, reflete na
qualidade do tratamento prestado aos pacientes.
Sebastiani (2002), afirma que o cotidiano de trabalho desses profissionais está
permeado por vivências ligadas à dor, sofrimento, impotência, angústia, medo, desesperança,
desamparo e perdas de diversos tipos. Tendo em vista esse apontamento do autor, entende-se
que essa carência deve ser suprida, uma vez que o ambiente de trabalho acaba expondo esses
trabalhadores a um alto nível de estresse, podendo inclusive afetar seu desempenho
profissional e seus relacionamentos, sendo necessário que eles encontrem nesse mesmo local
um espaço de cuidado para eles.
Mediante a implantação do projeto em questão, busca-se o fortalecimento,
estreitamento e a melhoria significativa nas relações interpessoais dos funcionários deste
hospital, visando a qualidade de vida dos mesmos e do atendimento prestado. No
desenvolvimento do projeto estarão envolvidos nas atividades propostas os enfermeiros,
técnicos de enfermagem e psicólogos.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA:
Através de inúmeros estudos já realizados, fica cada vez mais claro que a maneira
como foi se constituindo historicamente o desenvolvimento do trabalho dos profissionais de
saúde no hospital foi baseado no modelo biomédico. Modelo este que acabou gerando os
corporativismos, levando as equipes que atuam no hospital a contarem com um grupo de
profissionais atendendo o mesmo caso que atuam, muitas vezes, de maneira independente e
pouco interativa entre si. A divisão do trabalho em unidade hospitalar, mais conhecida como
equipe multiprofissional, surge como forma de enfrentamento da complexidade inerente às
peculiaridades do sistema de saúde, à dinâmica do processo saúde-doença e à dimensão
holística do cuidar do paciente.
Peduzzi (2001), afirma que o ideário acerca da equipe multidisciplinar configura-
se como estratégia para enfrentar o intenso processo de especialização na área da saúde. Esse
processo de multiprofissionalização origina-se a partir da necessidade de promover a
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4. METODOLOGIA:
que os sujeitos ou grupos pesquisados usam para organizar seus comportamentos. Estes são
originários da cultura, a qual deve ser descrita para que se possa compreender a realidade do
grupo estudado, de maneira a entender os significados que são revelados gradativamente
através do senso comum.
5. PROGRAMAÇÃO:
Dinâmica: Os problemas
Material: Bexiga, tiras de papel e palitos de dente
Procedimento: É formado um círculo e entregue para cada participante uma
bexiga vazia, com uma tira de papel dentro (que terá uma palavra considerada
um ingrediente para a resolução dos problemas apresentados. Palavras
definidas previamente pelas facilitadoras e que serão utilizadas no fim da
dinâmica). É dito para o grupo que aquelas bexigas são os problemas que
enfrentamos no nosso dia-a-dia (de acordo com a vivência de cada um),
desinteresse, intrigas, fofocas, competições, inimizade, etc. Cada um deverá
encher a sua bexiga e brincar com ela jogando-a para cima, depois com as dos
outros participantes sem deixar as bexigas caírem. Aos poucos, é pedido para
que alguns dos participantes deixem sua bexiga no ar e se sentem, os restantes
continuam no jogo. Quando o facilitador percebe que quem ficou no centro não
está dando conta de segurar todos os problemas pede para que todos voltem ao
círculo e depois de mais alguns segundos brincando com as bolas pede-se que
cada um pegue uma bexiga e se sente. Então devem ser feitos os seguintes
questionamentos:
1) A quem ficou no centro: O que sentiu quando percebeu que estava ficando
sobrecarregado?
2) A quem saiu: O que sentiu ao assistir o seu colega sobrecarregado?
Depois destas colocações, é pedido para que os integrantes estourem suas
bexigas e dentro delas estarão os ingredientes para a resolução de todos os
problemas, para mostrar que não é tão difícil resolvermos problemas quando
estamos juntos. Um a um, os participantes deverão ler e fazer um comentário
para o grupo, o que aquela palavra significa para ele.
Dicas de palavras ou melhores ingredientes: amizade, solidariedade, confiança,
cooperação, apoio, aprendizado, humildade, tolerância, paciência, diálogo,
alegria, prazer, tranquilidade, troca, crítica, motivação, aceitação, etc.
Computador;
Impressora;
Papel chamex A4;
Palitos de dente;
Lápis;
Bexigas;
Som;
Pendrive com músicas
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS:
profissionais de saúde, mas, para tal, será necessária a revisão de diversos conceitos, dentre
eles, devemos perceber que é fundamental que os profissionais não levem em consideração
apenas uma vertente de pensamento, uma vez que é necessário adaptar-se a cada realidade
como foi observado.
Simionato (2006) aponta que o trabalho em equipe é muito relevante. Afirma
ainda que trabalhar em equipe requer atenção especial dos integrantes e que alguns fatores
podem ser o obstáculo no desenvolvimento relacional da equipe, além de inibi-la para o
desempenho positivo como competitividade excessiva, hábito de dizer “não vai dar certo”,
boicotar inconscientemente o líder da equipe, acomodação pessoal e profissional, entre outros.
É imprescindível compreender as relações interpessoais e grupais no trabalho,
com vistas a repensar as relações de cunho apenas pessoal, que muitas vezes predominam.
Neste sentido, entender que as relações no trabalho transcendem este vínculo pessoal e por
isto se aponta a necessidade de estabelecer relações éticas e de respeito, na perspectiva de
viver relações maduras, responsáveis e comprometidas com as exigências deste trabalho.
Para que as relações interpessoais e grupais estabelecidas no processo de trabalho
assumam o caráter profissional, diminuindo os traumas e as inadequações, também é
necessário que todos os envolvidos reconheçam a complexidade dessas relações. Quanto aos
enfermeiros, faz-se extremamente necessário que busquem, incessantemente, atualizar-se e
instrumentalizar-se, no sentido de desenvolver competências necessárias para que ocupe,
definitivamente, o lugar de destaque e o espaço ainda existente no campo da
intersubjetividade.
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REFERÊNCIAS