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Base Yuri Augusto

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Divisor de Tensão

O circuito divisor de tensão nada mais é do que um circuito em série. Esse circuito é chamado
dessa forma porque a tensão da fonte se “divide” entre seus resistores. Isso decorre da aplicação da lei das
malhas de Kirchhoff no circuito do divisor de tensão: VR1 + VR2 = V. Note que a soma
das tensões nos resistores é igual à tensão da fonte, ou seja, ela é “dividida” entre
eles.
Esse circuito é muito utilizado na eletrônica quando queremos, dentro do mesmo

circuito, uma tensão menor do que a da fonte. Essa tensão do divisor pode, por

exemplo, servir como uma tensão de referência, que será comparada com outra, para que

uma determinada atitude ou decisão possa ser tomada dentro do circuito.

1. Fórmulas do divisor de tensão:

A corrente nesse circuito pode ser calculada como: I = V / (R1 + R2). Por ser um circuito série, a
corrente é a mesma para todos os elementos. Dessa forma:

 Tensão em R1: VR1 = R1 x I ⇒ VR1 = V x R1 / (R1 + R2) 

 Tensão em R2: VR2 = R2 x I ⇒ VR2 = V x R2 / (R1 + R2) 

Veja que, pelas fórmulas do divisor de tensão, não é necessário o cálculo da corrente do circuito
para se obter a tensão nos resistores R1 e R2.
Vale ressaltar, que a tensão em cada resistor é diretamente proporcional ao seu valor e, por isso,
quanto maior um resistor em relação ao outro, maior será a tensão em seus terminais. Se um dos resistores
for muito maior que o outro, a sua tensão será praticamente a tensão da fonte. De forma análoga, se um
resistor for muito menor que o outro, a tensão em seus terminais será praticamente nula.
Em geral, ao utilizarmos um divisor de tensão, a tensão de “saída” do mesmo (Vs), ou seja, uma
sub-tensão da fonte, é retirada do ponto indicado na figura acima. Para se medir essa tensão de saída do
divisor, uma ponta do voltímetro deve ser colocada no próprio ponto Vs e a outra ponta do voltímetro no
negativo da bateria (o negativo da bateria é considerado como tendo uma tensão de 0 volts, com isso, as
outras tensões são medidas tendo esse ponto como referência). Dessa forma, temos que Vs = VR2 (a
tensão de saída de um divisor de tensão é a tensão de R2).

2. Divisor de tensão com carga:

O divisor de tensão sozinho não tem nenhum efeito prático. Para isso, temos que conectar algum
dispositivo em sua saída que “receberá” a tensão que foi dividida. Esse dispositivo pode ser uma lâmpada,
um motor, um transistor ou um outro elemento qualquer. Podemos simular esse dispositivo ligado na saída
do divisor de tensão por intermédio de um resistor, que exigirá a mesma corrente que o dispositivo simulado
a uma mesma tensão.
Ligando um resistor de carga RL (do inglês Load, que significa carga) ao divisor de tensão, ficamos
com o esquema da figura ao lado. Veja que o resistor de carga RL é colocado em
paralelo com R2. Dessa forma, a fórmula do cálculo da tensão de saída do divisor
fica:

 A corrente do circuito é calculada por: I = V / (R1 + R2//RL) ⇒ I = V / (R1 + R2 x


RL / (R2 + RL))

 Tensão de saída do divisor com uma carga RL: Vs = VR2 ⇒ Vs = (R2//RL) x V / (R1 + R2//RL) ⇒ Vs =
[(R2 x RL) / (R2 + RL)] x V / {R1 + [(R2 x RL) / (R2 + RL)]} ⇒ Vs = R2 x RL x V / (R1 x R2 + R1 x RL + R2
x RL) ⇒ Vs = R2 x V / (R1 + R2 + R1 x R2 / RL) 

Nessa fórmula (equação ) temos o aparecimento do termo R1 x R2 / RL que não existia na fórmula
sem a carga RL (equação ). Com isso, a tensão de saída de um divisor de tensão sem carga será sempre
maior que a de um divisor de tensão com carga. Isso mostra que a tensão de saída do divisor de tensão é
bastante sensível à colocação de uma carga no circuito. Só para se ter uma idéia, se R1 e R2 tiverem o
mesmo valor, juntamente com a carga RL, a tensão de saída sofrerá uma queda de 33 % do seu valor
original.
Uma forma de minimizarmos o efeito da carga na tensão de saída do divisor é fazermos com que RL seja muito maior que R2. Dessa forma, a
associação em paralelo de R2 com RL “tenderá” ao valor de R2 e o último termo do denominador da equação  será bastante pequeno, fazendo com
que a tensão de saída do divisor praticamente não se altere.
Em um raciocínio análogo, se RL for muito pequeno, a resistência equivalente de sua associação com R2 será também muito pequena, o que acarretará
uma redução bastante sensível na tensão de saída do divisor.

Se a carga RL for fixa, podemos já calcular o divisor de forma a ter sua tensão de saída ajustada
para “absorver” o efeito da colocação de RL (fazendo RL >> R2). Entretanto, para uma carga variável, a
tensão de saída do divisor certamente irá variar.

3. Equivalente de Thévenin do divisor de tensão:

Dado que o divisor de tensão é um circuito resistivo com uma fonte de tensão independente,
podemos transformá-lo em um circuito equivalente de Thévenin.
Supondo o divisor de tensão como uma “caixa preta” e os terminais A e B
sendo o acesso externo ao circuito contido no interior da mesma. Essa forma de
raciocinar nos ajuda a aplicar o teorema de Thévenin.
Segundo o teorema, a tensão de Thévenin (VTH) é a tensão medida nos
terminais de saída da “caixa preta” (terminais A e B) e a resistência de
Thévenin (RTH) é a resistência medida nesses terminais com a fonte de tensão
interna zerada.
Dessa forma, a tensão de Thévenin é a tensão medida nos pontos A e B e que, por inspeção,
verificamos que é a tensão de saída do divisor de tensão, ou seja, a tensão no resistor R2. Com isso, temos
que VTH = VR2 = V x R2 / (R1 + R2).
Para a resistência de Thévenin, precisamos “zerar” a fonte
de tensão interna (lembre-se que zerar uma fonte de tensão
equivale a dar um curto na mesma). Assim, obtemos o circuito
indicado na figura ao lado e que pode ser redesenhado para maior
clareza. A resistência de Thévenin é a resistência “medida” entre
os terminais A e B e que, após redesenharmos o circuito obtido
com a fonte de tensão zerada, fica claro que equivale ao paralelo de R1 e R2: RTH = RAB = R1 // R2.
Uma vez obtido VTH e RTH, podemos desenhar o circuito Thévenin
equivalente ao divisor de tensão.

4. Máxima transferência de potência:

Quando a carga RL é muito grande, a tensão de saída do divisor


praticamente não é alterada, mas a corrente que passa por RL será baixa. Já se a carga RL for pequena, a
tensão de saída do divisor sofrerá uma grande variação para baixo, mas a corrente que passará através de
RL poderá ser grande. Em qual dos dois casos a potência (tensão x corrente) em RL foi maior ? Será esse o
melhor caso (maior potência) ?
Para resolvermos essa questão temos que determinar o valor de RL que permite a maior
transferência de potência para a carga. O primeiro passo nessa determinação é transformar o circuito
divisor de tensão em seu equivalente de Thévenin. Assim, o circuito equivalente pode ser representado pela
figura abaixo, onde VTH = Vs (ou VR2) e RTH = R1 x R2 / (R1 + R2).

A potência em RL é dada por: PRL = RL x I ⇒ PRL = RL x VTH / (RTH + RL)


2 2 2

No caso de um circuito específico, os valores de VTH e RTH são fixos. Com isso, a potência dissipada
é função de apenas uma variável, ou seja, RL. De acordo com um teorema elementar do cálculo, podemos
identificar o ponto de potência máxima derivando a função da potência em relação a RL e igualando a zero o
resultado dessa derivada. Então, derivando a função, temos:
2 2 4
d PRL / d RL = VTH { [(RTH + RL) – 2 x RL x (RTH + RL)] / (RTH + RL) }

Para que essa derivada seja igual a zero, devemos ter:

(RTH + RL) = 2 x RL x (RTH + RL) ⇒ RTH + RL = 2RL ⇒ RL = RTH


2
Assim, a máxima transferência de potência ocorre quando a resistência de carga RL é igual à
resistência de Thévenin do circuito. Esse resultado é muito importante quando se deseja ligar em cascata
(em série) duas etapas amplificadoras: devemos fazer a resistência de saída da primeira etapa ser igual à
resistência de entrada da etapa seguinte. Outra aplicação importante desse conceito é na transmissão de
um sinal via rádio, pois devemos “casar” a impedância de saída do transmissor com a impedância da antena
para termos um máximo de sinal irradiado.
Quando a carga RL for igual à RTH, a tensão de saída do divisor ficará reduzida pela metade. Assim,
em alguns casos, pode não ser tão interessante a máxima transferência de potência. Se quisermos manter
a tensão de saída do divisor praticamente inalterada, conforme já foi visto, devemos fazer com que RL seja
grande e, com isso, estaremos reduzindo a potência transferida para a carga (lembre-se que, nesse caso, o
principal objetivo é não alterar a tensão de saída do divisor).

5. Exercícios:

1) Supondo um circuito em série com dois resistores, R1 e R2, e uma fonte de tensão com 15 volts, sabe-se
que a tensão em R2 é de 5 volts. Se o valor de R2 for dobrado, quais serão as novas tensões em R1 e R2 ?
Qual será a relação entre a nova corrente e a anterior ? Por ser um circuito em série, elas serão iguais ?

2) Dado que a tensão da fonte é igual a 12 volts e R2 = 3,3KΩ, calcule R1 de forma que a tensão de saída
do divisor de tensão seja igual a 4,95 volts. Esse circuito foi montado no laboratório com resistores que
tinham uma precisão de 5 % e foi medida uma tensão de 4,7 volts. Essa tensão está correta ? E se os
resistores fossem de 1 % ?

3) Projete um divisor de tensão que possua uma tensão de saída igual a 6,8 volts para uma tensão da fonte
igual a 9 volts.

4) Em uma hidrelétrica é gerada uma tensão de 2KV. Essa tensão deve ser transmitida até um
transformador distante 500 Km da usina. Sabe-se que o fio utilizado para a transmissão dessa tensão
possui uma resistência de 0,0012Ω/m (0,0012 ohms a cada metro). É dado ainda que a resistência do
transformador é de 5KΩ. Qual a tensão que chegará aos terminais desse transformador ? (para facilitar os
cálculos, suponha que tensão transmitida é contínua).

5) Se um carga RL = 27KΩ for colocada na saída do divisor de tensão calculado no exercício 3, qual será a
variação percentual ocorrida na tensão de saída desse divisor após a colocação dessa carga.

6) No seguinte circuito, com R1 = 2KΩ, R2 = 3KΩ e R3 = 1KΩ, calcule a tensão nos pontos
indicados A, B e C.

7) No circuito ao lado, calcule as tensões lidas pelos dois voltímetros utilizando


apenas as fórmulas do divisor de tensão e associações de resistores em série e
paralelo. Dados: R1 = 1,25KΩ, R2 = 200Ω, R3 = 800Ω, R4 = 2KΩ, R5 = 250Ω,
R6 = 3KΩ e R7 = 600Ω e R8 = 400Ω.

8) No seguinte circuito, R2 é um dispositivo cuja


resistência varia com a temperatura segundo o gráfico
ao lado. Se esse dispositivo for colocado em um divisor
de tensão, podemos ter um conversor temperatura-
tensão, já que a tensão de saída do divisor será
proporcional à temperatura. A partir dessas
informações, efetue os seguintes cálculos e
responda as seguintes questões:
a) Calcule R1 para que a tensão de saída do divisor (VS1) seja de 9 volts quando a temperatura no
dispositivo for igual a T3.
b) Utilizando o valor de R1 calculado, qual a variação em VS1 para uma temperatura variando de T1 até T2 ?
c) Qual o valor mínimo de uma carga RL a ser colocada na saída desse divisor de modo que a tensão VS1
sofra uma alteração máxima de 3% quando a temperatura for igual a T3 ?
d) Para termos algum efeito prático desse circuito, devemos “ler” a tensão VS1 e indicar a temperatura atual
no dispositivo R2. Hipoteticamente, o circuito que efetua essa leitura aceita uma tensão máxima de entrada
igual a 5 volts. Dessa forma, um outro divisor de tensão (formado por R3 e R4) deverá ser conectado em
VS1 para reduzir essa tensão até o limite permitido. Baseado no resultado obtido no item c), chamando de
VS2 a tensão de saída desse novo divisor de tensão e sabendo que a temperatura máxima em R2 é igual a
T3, calcule R3 e R4 de forma que VS2 seja de, no máximo, 5 volts.
e) Qual deve ser o valor de uma carga RL, a ser colocada em VS2, para que haja a máxima transferência de
potência para RL na temperatura T2 ?

Regime Permanente Senoidal: Fasores


1. Números Complexos:

1.1. Formas de representação:

• Forma retangular: z = x + jy , onde x = ℜ(z), y = ℑ(z) e j = √ – 1

• Forma Polar: z = r∠θ


- r é o módulo ou a magnitude no número complexo z, também representado por |z|.
- θ é a fase do número complexo z

• Transformações:
da retangular para a polar: r = √ x + y e θ = tan (y/x)
2 2 -1
-
da polar para a retangular: x = r cos θ e y = r sen θ
. .
-

• Identidade de Euler: e = cos θ + j sen θ


• Forma Exponencial: z = re = r cos θ + j r sen θ


1.2. Operações Matemáticas: (Dados z1 = x1 + jy1 e z2 = x2 + jy2)

• Complexo conjugado: z1* = x1 – jy1 e z2* = x2 – jy2

• Adição: z1 + z2 = (x1 + jy1) + (x2 + jy2) = (x1 + x2) + j(y1 + y2)

• Subtração: z1 – z2 = (x1 + jy1) – (x2 + jy2) = (x1 – x2) + j(y1 – y2)

• Multiplicação: z1z2 = (x1 + jy1)(x2 + jy2) = x1x2 + jx1y2 + jx2y1 – y1y2 = (x1x2 – y1y2) + j(x1y2 + x2y1)
jθ1 jθ2 j(θ1 + θ2)
- Na forma exponencial: z1z2 = r1e r2e = r1r2e

z1 ( x1 + jy1) ( x 2 − jy 2) ( x1x 2 + y1 y 2) ( y1x 2 − x1 y 2)


• Divisão: = × = +j
z 2 ( x 2 + jy 2) ( x 2 − jy 2) x2 + y 2
2 2
x22 + y 22
jθ1 jθ2 j(θ1– θ2)
- Na forma exponencial: z1 / z2 = r1e / r2e = (r1 / r2) e

• = r1 ∠kθ1
k jθ1 k k jkθ1 k
Exponenciação: (z1) = (r1e ) = r1 e
−1

• Outras identidades: z = j = 1e j tan = 1e j90° = 1∠90°
−1
−∞
z = − j = 1e j tan = 1e j−90° = 1∠ − 90°
1 1 −1 −1
= × = =−j
j −1 −1 −1
z + z* = ( x + jy ) + ( x − jy ) = 2 x = 2ℜ( z )
z × z* = re jθ × re − jθ = r 2 = x 2 + y 2
2. Identidades Trigonométricas:


o
sen(ωt) = cos(ωt – 90 )

o
cos(ωt) = sen(ωt + 90 )
• sen(ωt ± θ) = sen(ωt)cos(θ) ± sen(θ)cos(ωt)
• cos(ωt + θ) = cos(ωt)cos(θ) – sen(ωt)sen(θ)
• cos(ωt – θ) = cos(ωt)cos(θ) + sen(ωt)sen(θ)

2
cos (ωt) = 1/2 + cos(2ωt)/2
• Acos(ωt) + Bsen(ωt) = √ A + B cos(ωt – θ), onde θ = tan (B/A) se A>0 ou θ = 180º – tan (B/A) se A<0
2 2 -1 -1

3. Regime Permanente Senoidal:

Uma fonte de tensão senoidal é uma fonte na qual o valor da tensão varia senoidalmente com o
tempo. Para expressar a variação da tensão da fonte em função do tempo, utilizaremos a função co-seno na
seguinte forma: v(t) = Vmcos(ωt + φ), onde Vm é a amplitude da função senoidal, ω é a freqüência angular em
radianos/segundo dada por ω = 2πf (sendo f a freqüência da onda em Hertz) e φ é o ângulo de fase em
radianos e determina o valor da função quando t = 0). Para facilitar a interpretação dos resultados, φ será
expresso em graus e caso tenha que ser somado a ωt, a necessária conversão deverá ser efetuada.
Dado o circuito ao lado, a chave CH é fechada no instante t = 0 e a
tensão v(t) da fonte senoidal é aplicada ao circuito. Utilizando a lei de
Kirchhoff para as tensões chegamos a uma equação diferencial:

L di/dt + Ri = Vmcos(ωt + φ), cuja solução formal é:

Analisando o resultado dessa solução e de outros circuitos, temos os seguintes resultados:

- Um fonte senoidal em um circuito linear formado por resistores, indutores e capacitores, produz dois
tipos de efeitos: o primeiro termo da equação acima é chamado de resposta transitória ou resposta
livre e depende da dinâmica interna do circuito, decaindo exponencialmente com o tempo e o segundo
termo é chamado de resposta estacionária, forçada ou então de regime permanente;
- A resposta estacionária é uma função senoidal;
- A freqüência do sinal de resposta é igual à freqüência do sinal da fonte;
- A amplitude da resposta estacionária não é necessariamente igual à amplitude da fonte;
- O ângulo de fase da resposta estacionária não é necessariamente igual ao ângulo de fase da fonte.

3.1. Fasores:

O fasor é um número complexo usado para representar a amplitude e a fase de uma função
senoidal. A utilização de fasores simplifica bastante os cálculos em circuitos com excitação senoidal.
Dada a função senoidal: v(t) = Vmcos(ωt + φ) e aplicando a identidade de Euler (veja 1.1), temos que
j(ωt + φ)
v(t) = Vmℜ{e } = Vmℜ{e e } = ℜ{Vme e }. Note que Vme é um número complexo que contém a
jφ jωt jφ jωt jφ

amplitude e o ângulo de fase da função senoidal. Esse número complexo é chamado de a transformada
fasorial da função senoidal e será representado por uma letra maiúscula em negrito: V = Vme = Vm∠φ .

A transformada fasorial transfere a função senoidal do domínio do tempo para o domínio dos
números complexos, também chamado de domínio da freqüência, já que a resposta envolve
implicitamente uma função senoidal de freqüência ω (observe que o fasor contém apenas informações
sobre a amplitude e a fase).

3.2. Elementos passivos no domínio da freqüência:

3.2.1. Resistor:

Um resistor R no qual circule uma corrente que varia senoidalmente com o tempo, isto é i(t) =
Imcos(ωt + φ) e I = Im∠φ (transformada fasorial de i), pela lei de Ohm, a tensão em seus terminais será: v(t) =
Ri(t) = RImcos(ωt + φ), então V = RIm∠φ = RI, ou seja, V = RI . Note que o ângulo de fase do fasor V é o
mesmo do fasor I, dessa forma, dizemos que em um resistor a corrente e a tensão estão em fase.

3.2.2. Indutor:

A tensão em um indutor é dada por v(t) = L di/dt = –ωLImsen(ωt + φ) = –ωLImcos(ωt + φ – 90º). A


j(φ – 90º) jφ –j90º jφ
transformada fasorial fica: V = –ωLIme = –ωLIme e = jωLIme = jωLI, ou seja, V = jωLI . O fasor V da
tensão no indutor pode ser reescrito como: V = (ωL∠90º)(Im∠φ) = ωLIm∠(φ + 90º), que mostra que a tensão
está adiantada 90º em relação à corrente.

3.2.3. Capacitor:

A corrente em um capacitor é dada por i(t) = C dv/dt e temos que v(t) = Vmcos(ωt + φ), então I =
jωCV, ou seja, V = I / (jωC) . O fasor V da tensão no capacitor pode ser reescrito como: V = (1/ωC∠–90º)
(Im∠φ) = Im/(ωC)∠(φ – 90º), que mostra que a tensão está atrasada 90º em relação à corrente.

3.3. Impedância e Reatância:

Ao analisarmos as formas fasoriais obtidas em 3.2.1, 3.2.2 e 3.2.3, observamos que todas elas
estão na forma: V = ZI , onde Z representa a impedância do elemento (ou dos elementos no caso de um
circuito com diversos componentes). Assim, a impedância do resistor é R, a impedância de um indutor é jωL
e a impedância de um capacitor é 1/(jωC), sendo medida em ohms. Embora a impedância seja um número
complexo ela não é um fasor.
A impedância pode ser definida como a “dificuldade” que um circuito oferece para a circulação de
sinais senoidais ou alternados. A parte real da impedância é chamada de resistência (R) e a parte
imaginária é chamada de reatância (X): Z = R + jX.

ELEMENTO IMPEDÂNCIA REATÂNCIA


Resistor R -----
Indutor jωL ωL
Capacitor 1/(jωC) 1 / (ωC)

3.4. Leis de Kirchhoff no domínio da freqüência:

- Lei de Kirchhoff das tensões: em uma malha fechada a soma das tensões dos elementos do circuito
deve ser igual a zero, ou seja, v1(t) + v2(t) + ... + vn(t) = 0. Essa lei pode ser levada ao domínio da
freqüência com a mesma forma (utilize a identidade de Euler para provar): V1 + V2 + ... + VN = 0.

- Lei de Kirchhoff das correntes: a soma das correntes que entram e saem de um determinado nó é igual
a zero, ou seja, i1(t) + i2(t) + ... + in(t) = 0. Dessa forma: I1 + I2 + ... + IN = 0.

3.5. Elementos em série e em paralelo:

3.5.1. Impedâncias em série: as impedâncias Z1, Z2, ..., ZN estão ligadas em


série e, dessa forma, são atravessadas pela mesma corrente fasorial I. De
acordo com a lei de Kirchhoff das tensões, temos: VAB = Z1I + Z2I + ... + ZNI =
(Z1 + Z2 + ... + ZN)I = ZABI , onde ZAB é a impedância equivalente entre os
terminais A e B e é dada por ZAB = Z1 + Z2 + ... + ZN.

3.5.2. Impedâncias em paralelo: utilizando um raciocínio análogo ao anterior, podemos reduzir as


impedâncias Z1 a ZN a uma única impedância equivalente dada por: 1/ZAB = 1/Z1 + 1/Z2 + ... + 1/ZN.
Podemos ainda definir a admitância como o inverso da impedância e representá-la por Y = 1 / Z. Dessa
forma podemos reescrever a impedância equivalente de um circuito em paralelo em termos da admitância:
YAB = Y1 + Y2 + ... + YN. A admitância é medida em siemens e é um número complexo cuja parte real é
chamada de condutância e a parte imaginária de susceptância.

3.6. Transformações de fontes e circuitos equivalentes de Thévenin, Norton e Superposição:

As transformações de fontes e os circuitos equivalentes de Thévenin e Norton são técnicas


analíticas que também podem ser aplicadas a circuitos no domínio da freqüência.
As técnicas para determinar a tensão e impedância de Thévenin são idênticas às usadas nos
circuitos resistivos, exceto pelo fato de que no domínio da freqüência os cálculos envolvem manipulação de
números complexos. A mesma observação se aplica à corrente e impedância de Norton.
O princípio da Superposição também pode ser aplicado, sendo a resposta final do circuito a soma
das respostas a cada fonte individual, mesmo que tenham freqüências diferentes.

3.7. Exemplos:

3.7.1. Se y1 = 20cos(ωt – 30º) e y2 = 40cos(ωt + 60º), expresse y = y1 + y2 como uma única função
senoidal. Resolva o problema usando identidades trigonométricas e fasores.

- Resolvendo por identidades trigonométricas:


 y1 = 20cosωtcos30º + 20senωtsen30º = 17,32cosωt + 10senωt
 y2 = 40cosωtcos60º – 40senωtsen60º = 20cosωt – 34,64senωt
 y = y1 + y2 = 37,32cosωt – 24,64senωt = 44,72(cosωt + 33,43º)

- Resolvendo por fasores:


 Y1 = 20∠–30º = 20cos(–30º) + j20sen(–30º) = 17,32 – j10
 Y2 = 40∠60º = 40cos60º + j40sen60º = 20 + j34,64
 Y = Y1 + Y2 = (17,32 – j10) + (20 + j34,64) = 37,32 + j24,64 = 44,72∠33,43º
 Efetuando a transformada fasorial inversa: y = 44,72(cosωt + 33,43º)

3.7.2. Dado o circuito em série com R1 = 90 Ω, L1 = 32 mH, C1 = 5 µF e uma


fonte de tensão senoidal cuja tensão se comporta de acordo com a função:
o
v(t) = 750cos(5000t + 30 ), determine o circuito equivalente no domínio da
freqüência e a corrente estacionária i(t) usando o método dos fasores.
o
- Primeiro, calculamos a transformada fasorial de v(t): V = 750∠30
- Depois, calculamos a impedância total do circuito, lembrando que ω = 5000 rad/s:
a) Impedância do resistor R1: ZR1 = R1 ⇒ ZR1 = 90 Ω
b) Impedância do indutor L1: ZL1 = jωL1 ⇒ ZL1 = j (5000) x (32 x 10 ) ⇒ ZL1 = j160 Ω
-3

c) Impedância do capacitor C1: ZC1 = 1/(jωC1) ⇒ ZC1 = – j / (5000 x 5 x 10 ) ⇒ ZC1 = – j40 Ω


-6

d) Impedância equivalente: Zeq = ZR1 + ZL1 + ZC1 (circuito série) ⇒ Zeq = 90 + j160 – j40 ⇒ Zeq = 90 + j120
⇒ Zeq = 150∠53,13
o

- Aplicando a lei de Ohm “generalizada”: V = ZI ⇒ I = V / Z ⇒ I = 750∠30 / 150∠53,13 ⇒ I = 5∠– 23,13


o o o
o
- Retornando ao domínio do tempo: i(t) = 5cos(5000t – 23,13 ) A
- O circuito equivalente no domínio da freqüência fica:

3.7.3. No seguinte circuito, a fonte de corrente senoidal produz uma corrente i(t)
= 8 cos(200.000t) A. Determine v(t) e as correntes i1(t), i2(t) e i3(t). Dados: R =
10 Ω, C = 2 µF e L = 40 µH.

Antes de calcularmos a tensão nos elementos, precisamos obter a impedância equivalente desse
circuito. Pelo fato dele ser em paralelo, fica mais fácil calcular a admitância equivalente para depois se
calcular a impedância equivalente.
- Primeiro obtemos a transformada fasorial de i(t): I = 8∠0º = 8 + j0
- Calculando a admitância e a impedância equivalente:
a) Admitância do resistor: YR = 1 / 10 = 0,1 S
b) Admitância do indutor: YL = 1 / (jωL) = 1 / j8 = – j0,125 S
c) Admitância do capacitor: YC = jωC = j0,4 S
d) A admitância equivalente fica: Yeq = YR + YL + YC = 0,1 – j0,125 + j0,4 = 0,1 + j0,275 S = 0,29262∠70,02º
e) A impedância equivalente é dada por: Zeq = 1 / Yeq = 3,4174∠– 70,02º
- Calculando a tensão dos elementos: V = ZI ⇒ V = 3,4174∠– 70,02º x 8∠0º = 27,34∠– 70,02º
- Calculando I1 temos: I1 = YCV = 0,4∠90º x 27,34∠– 70,02º = 10,936∠19,98º = 10,278 + j3,737
- Calculando I2 temos: I2 = YLV = 0,125∠– 90º x 27,34∠– 70,02º = 3,4175∠– 160,02º = – 3,212 – j1,168
- Calculando I3 temos: I3 = YRV = 0,1∠0º x 27,34∠– 70,02º = 2,734∠– 70,02º = 0,934 – j2,569
- Apenas para conferência: I = I1 + I2 + I3 + = 10,278 + j3,737 – 3,212 – j1,168 + 0,934 – j2,569 = 8 + j0
- As expressões no domínio do tempo ficam: v(t) = 27,34cos(200.000t – 70,02º)
i1(t) = 10,936cos(200.000t + 19,98º)
i2(t) = 3,4175cos(200.000t – 160,02º)
i3(t) = 2,734cos(200.000t – 70,02º)

Constante RC
1. O capacitor em um circuito de corrente contínua:

Se um capacitor for ligado a uma fonte de tensão contínua, conforme


o esquema ao lado, podemos dizer que ele se carregará quase que
instantaneamente, pois não há nenhum elemento que limite a corrente do
circuito. Uma vez carregado, não haverá mais circulação de corrente e o
amperímetro estará marcando uma corrente nula, ou seja, 0 amperes (o
capacitor está bloqueando sua circulação). Já a tensão medida pelo voltímetro será a mesma da fonte em
questão, no caso, 9 volts (capacitor carregado).
Se colocarmos um resistor em série com o capacitor em um
circuito, ele não poderá mais se carregar instantaneamente, já que o
resistor vai limitar o valor da corrente no capacitor.
Supondo o capacitor inicialmente descarregado, ao ligarmos o
circuito, o capacitor começará a se carregar através da corrente que passa por R. O capacitor descarregado
se comporta como um “curto”, permitindo a circulação da corrente máxima do circuito. Nesse instante
(circuito acabou de ser ligado), o amperímetro registrará uma corrente que dependerá do valor de R (I =
V/R) e o voltímetro medirá uma tensão de 0 volts nos terminais do capacitor. Conforme o capacitor vai se
carregando (armazenando cargas elétricas), a corrente vai diminuindo e a tensão entre seus terminais (a
mesma medida pelo voltímetro) vai aumentando, até o momento em que o voltímetro registrará a mesma
tensão da fonte. Nesse instante, o capacitor se encontrará completamente carregado e não haverá mais
circulação de corrente no circuito. Com isso, concluímos que só há circulação de corrente no circuito o
tempo necessário para que o capacitor se carregue com a tensão da fonte.
Nesse circuito, o tempo de carga do capacitor irá agora depender dos valores de R e de C, fazendo
surgir um valor muito utilizado na eletrônica, a constante RC, cuja unidade é dada em segundos.
Multiplicando os valores de R (resistência) e C (capacitância), encontraremos um valor (em segundos) que
nos indicará o tempo necessário para que o capacitor se carregue completamente, ou seja, com a mesma
tensão da fonte do circuito.
Para descobrirmos a equação da corrente para esse circuito, aplicamos a lei de Kirchhoff:

VFONTE = VR + VC ⇒ VFONTE = R x i(t) + 1/C ∫ i dt (derivando essa equação em relação ao tempo) ⇒ 0


= R x di/dt + i(t)/C ⇒ di/dt = – 1/(RC) i(t)
-t/RC
Resolvendo essa equação diferencial, temos: i(t) = K e
Para o tempo t = 0, o capacitor se encontra descarregado (e se comporta como um curto) e, dessa
⇒ V/R = K
-0/RC
forma, a corrente do circuito será de V/R. Então: i(0) = K e
-t/RC
A equação final da corrente fica: i(t) = V/R e
Para descobrir a equação da tensão do capacitor: V = VR + VC ⇒ V = R x i(t) + VC(t) ⇒ V = R x V/R
+ VC(t) ⇒ VC(t) = V – V e ⇒ VC(t) = V(1– e
-t/RC -t/RC -t/RC
e ) , onde Vc é a tensão nos terminais do capacitor em
função do tempo, V é a tensão da fonte, e é a constante neperiana que vale 2,718282, t é o tempo e RC a
constante de tempo do circuito, também chamada de τ (“tal”).
A partir da equação acima, podemos “tabelar” a variação da tensão no capacitor (VC) em função da
constante de tempo RC, onde V é a tensão da fonte do circuito:

Vc Tempo Vc Tempo Vc
Temp
o
1RC 0,632 x V 3RC 0,95 x V 5RC V
2RC 0,865 x V 4RC 0,98 x V

- Obs: Note que, em um tempo igual a 3RC, por exemplo, se substituirmos esse tempo na função dada teremos: Vc = V
) ⇒ Vc = V x (1 – e ) ⇒ Vc = V x (1 – 0,0498) ⇒ Vc = V x 0,95 que dá exatamente o resultado da tabela
-3RC/RC -3
x (1 – e
acima para t = 3RC.

Suponhamos que nesse circuito, o valor do resistor seja de 5 KΩ e o capacitor seja de 20 nF.
Calculando a constante RC temos: 5 x 10 x 20 x 10 = 10 segundos ou 0,1 ms ou 100 µs (note que no
3 -9 -4

cálculo da constante RC, o valor do resistor deverá estar em ohms e o do capacitor em farads).
Esse tempo significa o seguinte: após ligarmos o circuito e o capacitor começará se carregar
(lembre-se que inicialmente ele está descarregado, ou seja, a tensão em seus terminais é de 0 volts), em
100 µs (1 x RC) o capacitor estará com uma tensão de 5,69 volts (0,632 x 9 volts), em 200 µs (2 x RC) o
capacitor estará com uma tensão de 7,785 volts (0,865 x 9 volts) , em 300 µs (3 x RC) o capacitor estará
com uma tensão de 8,55 volts (0,95 x 9 volts) , em 400 µs (4 x RC) o capacitor estará com uma tensão de
8,82 volts (0,98 x 9 volts) e, finalmente, em 500 µs (5 x RC) o capacitor estará com uma tensão de 9 volts,
ou seja, completamente carregado. Vemos então, que o tempo necessário para que um capacitor se
carregue é de 5 x RC, tempo no qual também não haverá mais circulação de corrente através dele. Cabe
ressaltar, que esse tempo independe do valor da tensão da fonte.
De forma análoga, supondo que o capacitor esteja inicialmente carregado, podemos encontrar a
-t/RC
equação que descreve a descarga do capacitor: Vc(t) = V x e , onde Vc é a tensão nos terminais do
capacitor em função do tempo, V é a tensão na qual o capacitor se encontra carregado antes de começar a
se descarregar, e é a constante neperiana, t é o tempo e RC a constante de tempo do circuito (τ).
Novamente, podemos tabelar a descarga do capacitor em função da constante de tempo RC:

Vc Tempo Vc Tempo Vc
Temp
o
1RC 0,368 x V 3RC 0,05 x V 5RC 0 volts
2RC 0,135 x V 4RC 0,02 x V

- Obs: Note que, em um tempo igual a 3RC, por exemplo, se substituirmos esse tempo na função dada teremos: Vc = V
⇒ Vc = V x e ⇒ Vc = V x 0,05 que dá exatamente o resultado da tabela acima para t = 3RC.
-3RC/RC -3
xe

2. Cálculos envolvendo a constante de tempo RC:

2.1. Suponhamos que no nosso circuito com um resistor e um capacitor, o valor de R seja de 22 KΩ, o valor
de C seja de 1 µF e que a tensão da fonte seja de 5 volts. Pergunta-se: qual o tempo necessário para o
capacitor, ao se carregar, atingir a tensão de 4,325 volts ?
3 -6 -3
Primeiro calculamos a constante RC do circuito: RC = 22 x 10 x 1 x 10 = 22 x 10 seg ou 22
) ⇒ 4,325 = 5(1 – e ) ⇒ 0,865 = 1 –
-t/RC -t/RC
mseg. Aplicando a fórmula de carga do capacitor: Vc(t) = V(1 – e
⇒ ln 0,135 = ln e ⇒ - 2 = - t / RC ⇒ t = 2 x 22 ⇒ t = 44 mseg.
-t/RC -t/RC
e
Outra maneira de se resolver o problema é utilizando a tabela dada. Dividimos a tensão do capacitor
pela tensão da fonte: 4,325 / 5 = 0,865. Verificando a tabela dada anteriormente, constatamos que o tempo
necessário para o capacitor se carregar com essa tensão equivale ao tempo de 2 x RC (duas vezes a
constante de tempo do circuito), então: 2 x RC = 2 x 22 = 44 ms.
Apenas para finalizar, esse capacitor levaria 110 ms (5 x RC) para se carregar completamente com
a tensão da fonte.

2.2. Dado o circuito abaixo, sabendo que R1 = 100Ω, R2 = 12KΩ e C1 = 200 µF, calcule o tempo que C1
leva para se carregar após S1 ser pressionada e o tempo que ele leva para se descarregar após S2 ser
pressionada. Qual será a tensão nos terminais de C1, supondo que ele esteja totalmente carregado, 4,8
segundos após pressionarmos a chave S2 ?

Veja que nesse circuito, com S1 pressionada, o capacitor C1 se


carrega por intermédio de R1. Já com S2 pressionada, o capacitor irá se
descarregar por R2. Com isso, temos duas constantes de tempo nesse
circuito: R1C1 que é a constante de carga de C1 e R2C1 que é a sua
constante de descarga. Calculando as duas constantes de tempo:
-6
 R1 x C1 = 100 x 200 x 10 = 0,02 segundos
3 -6
 R2 x C1 = 12 x 10 x 200 x 10 = 2,4 segundos

Como o capacitor leva um tempo de 5RC para se carregar e descarregar completamente:

 Tempo de carga do capacitor: 5 x R1 x C1 = 5 x 0,02 segundos = 0,1 segundos


 Tempo de descarga do capacitor: 5 x R2 x C1 = 5 x 2,4 segundos = 12 segundos

Finalmente, temos que a tensão nos terminais do capacitor 4,8 segundos após S2 ser pressionada
será:
⇒ Vc = 9 e ⇒ Vc = 9 x 0,135 ⇒ Vc = 1,215 volts
-t/RC -4,8/2,4
 Vc = Ve
3. Exercícios:

1) Dado que R1 = 2,2KΩ e que C1 = 270nF, calcule o tempo que C1 leva para se carregar
completamente. Qual o tempo necessário para que a tensão em C1 seja igual a 8,35 volts ?

2) Baseado no circuito anterior e com R1 = 50KΩ, calcule o valor de C1 para que a tensão em seus terminais seja igual
a 9 volts no instante t = 11,5 ms.

3) Supondo S1 inicialmente aberta e os capacitores descarregados, qual a


corrente medida pelo amperímetro no instante em que S1 é fechada ?
Quanto tempo leva para que a corrente medida pelo amperímetro seja
igual a zero ? A tensão nos terminais de C1 para um tempo igual à
metade do valor calculado anteriormente ? (Dados: R1 = 4KΩ, R2 = 5KΩ,
R3 = 7KΩ, C1 = 2,5µF, C2 = 6µF e C3 = 3µF)

4) No seguinte circuito, supondo C1 inicialmente descarregado, S1 é pressionada durante


150 ms e depois é solta. Se S1 for liberada durante 150 ms antes de ser pressionada
novamente, C1 estará descarregado nesse instante ? (Dados: R1 = 10KΩ, R2 = 15KΩ e C1
= 5µF)

5) Utilizando o esquema do exercício 4, durante quanto tempo S1 deve ser pressionada para que o capacitor se
carregue com 8,2 volts. Após essa condição atingida, em quanto tempo o capacitor se descarregaria após S1 ser
liberada ?

6) No circuito ao lado, S1 é pressionada durante 10 msegundos e liberada durante 30


msegundos, com esse ciclo se repetindo indefinidamente. Desenhe a forma de onda vista
em um osciloscópio ligado em Vs para: a) C1 = 5 µF e R1 = 2 KΩ, b) C1 = 5 µF e R1 = 20
KΩ e c) C1 = 30 µF e R1 = 2 KΩ.

7) O esquema ao lado é muito utilizado em circuitos que utilizam microprocessadores


(µP) e serve para “resetar” esses componentes, ou seja, garantir que eles comecem
sua operação a partir de um estado conhecido. Ao ligar o circuito, a tensão da fonte
leva um certo tempo para se estabilizar, como também alguns componentes levam
um tempo até atingir sua condição ideal de operação. Quando o microprocessador
começa a operar, temos que garantir que todos os demais componentes já estão em
pleno funcionamento. A entrada RST (reset) tem justamente essa função: enquanto
ela está com sua tensão abaixo de um determinado valor, o microprocessador fica
“parado”, sem exercer nenhuma atividade. Ligando um circuito RC nessa entrada, o
capacitor levará um tempo para se carregar, mantendo o microprocessador
desativado tempo suficiente para que os outros componentes se estabilizem antes
que ele entre em operação, garantindo que nenhum erro irá ocorrer. Se, durante a operação normal, o
microprocessador “travar”, basta pressionarmos S1 para que C1 se descarregue por R2, fazendo a tensão na entrada
RST ficar abaixo do valor estipulado e forçando o microprocessador a reiniciar sua operação. Sabendo que esse
microprocessador irá operar a uma freqüência de 4 MHz (“clock” do sistema), que R1 não pode ser menor que 1KΩ e
que, para garantir o “reset” do micro, ele deve ficar desativado durante 20 períodos de “clock”, calcule os valores de R1
e C1 para que essa condição seja alcançada. É dado ainda que o micro fica em “reset” enquanto a tensão na entrada
RST estiver abaixo de 2,5 volts, que R2 vale 10Ω e que o circuito opera em 5 volts.
Pergunta-se ainda: qual a função de D1 nesse circuito e qual o tempo mínimo que devemos manter S1
pressionada para “resetar” o microprocessador ?
- Obs.: para o valor calculado de C1 não existe um valor comercial. Temos os seguintes valores: 1,0nF, 1,5nF, 2,2nF,
3,3nF, 4,7nF, 5,6nF, 6,8nF, 8,2nF e 10nF. Qual deles usar ?

8) Um sinal com uma freqüência de 3KHz proveniente de um modem é injetado em um par de fios e transmitido a uma
distância de 50 Km. Para pequenas distâncias, a resistência e a capacitância apresentada pelo par de fios são
desprezíveis, porém, em grandes distâncias, elas passam a ser significativas. Sabe-se que esse par de fios apresenta
uma resistência de 0,03Ω/m e uma capacitância de 0,2pF/m. É dado ainda que o sinal vindo do modem é uma onda
quadrada com sua tensão variando entre 0 e 5 volts. Esboce a forma de onda recebida por outro modem colocado do
outro lado do par de fios. Se o sinal transmitido tiver uma freqüência de 1 MHz, qual será a nova forma de onda
recebida ? Qual a freqüência máxima que pode ser transmitida por esse par de fios sabendo que o modem do outro
lado do par de fios consegue reconhecer sinais com amplitude mínima de 3 volts ?

Circuitos de Seleção de Freqüências: Filtros


1. Filtros:
Nas análises anteriores (regime permanente senoidal), a freqüência do sinal de entrada era
constante. Será agora estudado o efeito da variação da freqüência do sinal de entrada sobre as tensões e
correntes do circuito. O resultado dessa análise constitui a resposta de freqüência do circuito.
Escolhendo adequadamente os elementos, seus valores e a forma de ligação entre os mesmos,
podemos montar circuitos que deixam passar apenas sinais cujas freqüências estejam dentro de certa faixa
de valores. Esses circuitos são chamados de seletores de freqüência ou mais comumente por filtros.
Na verdade os filtros não bloqueiam totalmente os sinais das freqüências indesejadas, mas os
atenuam (isto é, reduzem) fortemente, sem atenuar (ou atenuando muito pouco) os sinais com as
freqüências desejadas.
Aparelhos de rádio e televisão, centrais telefônicas, aparelhos de som e equalizadores, modems e
mais uma infinidade de equipamentos eletrônicos utilizam essa propriedade dos filtros.

1.1. Tipos de filtros:

Em um filtro, os sinais que conseguem passar de sua entrada para sua saída constituem uma faixa
de freqüências chamada de banda passante. Já os sinais cujas freqüências estão fora dessa faixa, serão
atenuados pelo filtro e constituem uma outra faixa de freqüências chamada de banda rejeitada.
Os vários tipos de filtro são caracterizados pela localização da banda passante. Uma forma de se
efetuar essa identificação é analisar o gráfico de resposta em freqüência do filtro em questão. Esse gráfico
mostra como varia a amplitude e a fase do sinal de saída do filtro em função do sinal de entrada

Os gráficos dos quatro principais filtros estão representados acima. Os dois primeiros gráficos são
de um filtro passa-baixa e um filtro passa-alta, respectivamente. Esses dois filtros têm uma banda passante
e uma banda rejeitada, cujos limites são definidos por intermédio de uma freqüência de corte, ωC.
(lembrando que ω = 2πf, temos que fC = ωC / 2π ). A freqüência de corte é a nossa referência para dizer qual
é a banda passante e qual é a banda rejeitada. Os nomes passa-baixa e passa-alta se devem aos gráficos
de amplitude: um filtro passa-baixa deixa passar as freqüências abaixo (ou menores) da freqüência de corte,
enquanto um filtro passa-alta deixa passar as freqüências acima (ou maiores) da freqüência de corte. Os
outros dois filtros possuem duas freqüências de corte, já que podem ter duas bandas passantes, no caso do
rejeita-faixa, ou duas bandas rejeitadas, no caso do passa-faixa.
Os filtros a serem aqui analisados são todos filtros passivos, assim chamados porque são
constituídos apenas por elementos passivos: resistores, indutores e capacitores. Dessa forma, os filtros
passivos não podem amplificar o sinal de entrada e o sinal na sua saída terá uma amplitude máxima igual à
do sinal de entrada.

2. Função de Transferência:

A função de transferência, chamada de H, é definida como a razão entre o sinal de saída e o sinal
de entrada. Quando o circuito possui mais de uma fonte independente, podemos determinar a função de
transferência para cada fonte e usar o teorema da superposição para obter a resposta global.

Podemos definir H = Vs / Ve ou então H = Is / Ie

A função de transferência é um conceito genérico e não se aplica apenas a filtros, mas em qualquer
circuito ou sistema. Ainda pelo fato de ser um conceito genérico, os sinais de entrada utilizados para defini-
la podem ser as tensões ou as correntes de entrada e saída ou mesmo outros parâmetros, de acordo com o
tipo de comportamento do circuito que se deseja analisar.
3. Filtro Passa-baixa RC:

O circuito RC em série pode se comportar como um filtro passa-baixa. A tensão de entrada do


circuito é uma fonte de tensão com tensão fixa, porém, freqüência variável (Ve). A saída do filtro é definida
como a tensão entre os terminais do capacitor (Vs). Suponha ainda que a
freqüência da fonte aumente gradualmente, desde um valor bem pequeno até um
valor bem elevado. Lembrando que a impedância do resistor é dada por ZR = R e
que a impedância do capacitor é dada por ZC =1/(jωC), vemos que o comportamento do resistor não será
afetado pela variação da freqüência de entrada, já que sua impedância não depende da freqüência.
Entretanto, o mesmo não se pode dizer da impedância do capacitor que é muito grande para pequenas
freqüências e diminui sensivelmente para freqüências mais elevadas.
Se o circuito for desenhado de outra forma, pode-se
constatar que ele não passa de um divisor de tensão, com a
tensão de saída sendo a tensão nos terminais do capacitor. Esse
circuito pode ainda ser representado pelas impedâncias de seus
elementos. Aplicando a fórmula do divisor de tensão para a
tensão de saída temos: Vs = ZC x Ve / (ZR + ZC) .
Para freqüências muito baixas, a impedância ZC do
capacitor será muito grande (ZC → ∞ com ω → 0) e muito maior que ZR (ZC >> ZR). Com isso, podemos
aproximar que ZR + ZC ≅ ZC e a equação  pode ser rescrita como Vs = ZC x Ve / ZC , que resulta em Vs =
Ve, ou seja, a tensão de saída é igual à tensão de entrada (em outras palavras, o sinal que está entrando,
está saindo). Já para freqüências elevadas, ZC será muito pequeno (ZC → 0 com ω → ∞) e podemos
aproximar que ZR + ZC ≅ ZR. Rescrevendo a equação  para esse caso, temos que Vs = ZC x Ve / ZR ⇒ Vs
≅ 0, já que ZC ≅ 0. Então, para freqüências elevadas, a tensão de saída será praticamente 0, que significa
que o sinal de entrada foi completamente “bloqueado”.
Vemos então que o filtro “permitiu” que sinais com freqüências baixas pudessem chegar em sua
saída e bloqueou sinais com freqüências elevadas. Daí o nome de filtro passa-baixa.
Feita a análise qualitativa anterior, façamos uma análise quantitativa desse filtro. Tomando
novamente a equação  e colocando Ve no lado esquerdo da mesma, ficamos com Vs / Ve = ZC / (ZR + ZC),
mas Vs / Ve = H (definição da função de transferência) e ZR + ZC = Zeq, dessa forma: H(jω) = ZC / Zeq.
Dado que a impedância equivalente do circuito é calculada por Zeq = ZR + ZC = R + 1/(jωC) = (1 +
jωRC) / (jωC) e que ZC = 1/(jωC), a função de transferência fica: H(jω) = 1/(jωC) / [(1 + jωRC) / (jωC)] ⇒ H(jω)
= 1 / (1+ jωRC). A função de transferência é um número complexo, com isso, calculando seu módulo
(magnitude) e sua fase, temos:
- |H(ω)| = √ 1 / (1 + ω R C ) e ∠H(ω) = – tan (ωRC) e obtemos os seguintes gráficos da resposta em
2 2 2 -1

freqüência do filtro passa-baixa RC:

Analisando a magnitude da função de transferência (|H(ω)|), quando a freqüência angular tende a


zero, o módulo de H(jω) tende a 1 (|H(ω)| → 1 com ω → 0) e quando a freqüência angular tende a infinito, o
módulo de H(jω) tende a 0 (|H(ω)| → 0 com ω → ∞). Isso está de acordo com a análise qualitativa feita
anteriormente e nos mostra que esse circuito se comporta como um filtro passa-baixa.
Os gráficos acima constituem a resposta em freqüência do circuito em questão. Observe no gráfico
do módulo de H(jω) a diferença entre a resposta em freqüência desse filtro e a de um
filtro passa-baixa ideal (figura ao lado). O módulo da função de transferência de um filtro
ideal apresenta uma descontinuidade na freqüência de corte ωC, que define o limite
superior da banda passante. Embora este seja o desempenho que gostaríamos de obter
de um filtro, não é possível construir um circuito com componentes reais que apresente
uma variação tão brusca. Os circuitos que se comportam como filtros, sejam eles de
quaisquer tipos, possuem uma variação gradual entre a banda passante e a banda rejeitada (veja o gráfico
de |H(ω)|), não havendo uma distinção clara entre as duas. Assim, para os filtros reais, é necessário definir
melhor o ponto chamado de freqüência de corte, ou seja, o ponto onde podemos definir as bandas passante
e rejeitada.

Para resolver esse problema, foi estabelecido que a freqüência de corte é aquela para a qual a
potência média de saída fornecida a uma carga é igual à metade da potência máxima fornecida a essa
mesma carga. Assim, ωC também é chamada de freqüência de meia potência.
A partir dessa definição, temos: Ps = PMAX / 2. Como a tensão máxima de saída nesse filtro é Ve,
calculamos as potências fornecidas a uma carga arbitrária RL: Vs / RL = (Ve / RL) / 2 ⇒ Vs = Ve / 2 ⇒ Vs
2 2 2 2

= Ve / √ 2 ⇒ Vs = 0,707 x Ve (note que esse resultado foi obtido porque a tensão máxima de saída é igual a
Ve). Outra forma de escrever esse resultado é: Vs / Ve = (1 / √ 2) ⇒ H = (1 / √ 2) ⇒ H = 0,707. Dessa
maneira, a freqüência de corte é aquela na qual o módulo da função de transferência é igual ao valor
máximo dividido por √ 2. Com isso, generalizando esse resultado (levando-se em consideração que nem
sempre o maior valor de saída será igual a Ve), a definição formal da freqüência de corte fica:
|H(ωC)| = (1 / √ 2) x HMAX ou |H(ωC)| = 0,707 x HMAX, onde HMAX é o valor máximo do módulo de H(jω)
Para o filtro em questão, temos que o valor máximo do módulo de H(jω) é 1. Então, para calcular ωC:
|H(ωC)| = (1 / √ 2) x HMAX, como HMAX = 1, ficamos com |H(ωc)| = 1 / √ 2 ⇒ √ 1 / (1 + ωC R C ) = 1 / √ 2 ⇒ (1
2 2 2

+ ωC R C ) = 2 ⇒ ωC R C = 1 ⇒ ωC = 1 / (R C ) ⇒ ωC = 1 / RC . Lembrando que ωC = 2πfC, a


2 2 2 2 2 2 2 2 2

freqüência de corte desse filtro pode ser calculada por: fC = 1 / (2πRC) . Com essa equação, conhecendo
os valores de R e de C podemos determinar a freqüência de corte que esse filtro produz. Cabe ressaltar,
que essa freqüência de corte é válida para essa configuração e não vale para todos os tipos de filtros RC
(essa configuração não é a única possível para implementar um filtro passa-baixa com resistores,
capacitores e indutores).

4. Filtro Passa-alta RC:

O circuito RC em série também pode se comportar como um filtro passa-alta


se a saída do filtro for definida como a tensão entre os terminais do resistor.
Efetuando uma análise qualitativa similar àquela realizada para o filtro passa-baixa
RC, constataremos que a mudança proposta na posição do resistor e do capacitor
resulta em um filtro passa-alta.
Redesenhando o circuito em questão na forma de um divisor de tensão, com a tensão de saída
sendo a tensão nos terminais do resistor e depois
representando os elementos do mesmo pelas suas
impedâncias, teremos a representação indicada na figura ao
lado. Aplicando a fórmula do divisor de tensão para a tensão de
saída temos: Vs = ZR x Ve / (ZC + ZR) .
Para freqüências muito baixas, a impedância ZC do
capacitor será muito grande (ZC → ∞ com ω → 0) e muito maior
que ZR (ZC >> ZR). Com isso, podemos aproximar que ZR + ZC ≅
ZC e a equação  pode ser rescrita como Vs = ZR x Ve / ZC , que resulta em Vs ≅ 0 já que ZC → ∞, ou seja,
a tensão de saída será praticamente 0, que significa que o sinal de entrada foi completamente bloqueado.
Para freqüências elevadas, ZC será muito pequeno (ZC → 0 com ω → ∞) e podemos aproximar que ZR + ZC
≅ ZR. Rescrevendo a equação  para esse caso, temos que Vs = ZR x Ve / ZR ⇒ Vs = Ve, ou seja, a tensão
de saída é igual à tensão de entrada (em outras palavras, o sinal que está entrando, está saindo).
Vemos então que o filtro impediu que sinais com freqüências baixas pudessem chegar em sua
saída e permitiu que sinais com freqüências elevadas pudessem atravessá-lo. Devido a essas
características é que se dá a essa configuração o nome de filtro passa-alta.
Feita a análise qualitativa anterior, façamos uma análise quantitativa desse filtro. Tomando
novamente a equação  e colocando Ve no lado esquerdo da mesma, ficamos com Vs / Ve = ZR / (ZC + ZR),
mas Vs / Ve = H (definição da função de transferência) e ZR + ZC = Zeq, dessa forma: H(jω) = ZR / Zeq.
Dado que a impedância equivalente do circuito é calculada por Zeq = ZR + ZC = R + 1/(jωC) = (1 +
jωRC) / (jωC) e que ZR = R, a função de transferência fica: H(jω) = R / [(1 + jωRC) / (jωC)] ⇒ H(jω) = jωRC /
(1+ jωRC). A função de transferência é um número complexo, com isso, calculando seu módulo (magnitude)
e sua fase, temos:
- |H(ω)| = ωRC / √ 1 + ω R C e ∠H(ω) = 90º – tan (ωRC) e seus respectivos gráficos da resposta em
2 2 2 -1

freqüência (magnitude e fase) do filtro passa-alta em questão:

Para o filtro em questão, temos que o valor máximo do módulo de H(jω) é 1. Então, para calcular ωC:
|H(ωC)| = (1 / √ 2) x HMAX, como HMAX = 1, ficamos com |H(ωC)| = 1 / √ 2 ⇒ ωCRC / √ 1 + ωC R C = 1 / √ 2 ⇒
2 2 2

ωCRC = 1 (veja que essa relação é válida tanto para o numerador quanto para o denominador) ⇒ ωC = 1 /
RC . Lembrando que ωC = 2πfC, a freqüência de corte desse filtro pode ser calculada por: fC = 1 / (2πRC)
. Com essa equação, conhecendo os valores de R e de C podemos determinar a freqüência de corte que
esse filtro produz. Note que a fórmula da freqüência de corte é a mesma do filtro passa-baixa RC. Aqui vale
a mesma observação feita anteriormente, essa freqüência de corte é válida para essa configuração e não
vale para todos os tipos de filtros RC (essa configuração não é a única possível para implementar um filtro
passa-alta com resistores e capacitores).

5. Filtro Passa-faixa RC:

Os filtros passa-faixa, também chamados de filtros de banda de passagem, são aqueles que
deixam passar os sinais cujas freqüências estejam dentro de uma certa faixa e rejeitam os sinais com
freqüências fora dessa faixa. Esses filtros são um pouco mais complexos do que os vistos anteriormente
(passa-baixa e passa-alta).
Conforme visto no item 1.1, um filtro passa-faixa ideal tem duas freqüências de corte, ωc1 e ωc2, que
identificam a banda de passagem. No caso de filtros reais, as freqüências de corte são definidas como as
freqüências para as quais o módulo da função de transferência é igual a HMAX / √ 2 .
Existem três outros parâmetros importantes que caracterizam um filtro passa-faixa:
a) a freqüência central, ωO, que é a média natural das freqüências de corte, ou seja, ωO = √ ωC1 x ωC2 . No
caso de filtros passa-faixa, o módulo da função de transferência é máximo quando a freqüência do sinal
de entrada é igual a ωO: HMAX = |H(jωO)| ;
b) a banda passante, ωB, definida como a largura da banda de passagem: ωB = ωC2 – ωC1 ;
c) e o fator de qualidade, Q, que é a razão entre a freqüência central e a banda passante: Q = ωO / ωB. O
fator de qualidade é uma medida da largura da banda passante que não depende da posição absoluta
das freqüências de corte. Ele também descreve a forma do gráfico do módulo da função de
transferência em função da freqüência, independentemente do valor da freqüência central.
Embora um filtro passa-faixa possa ser descrito por cinco parâmetros, ωC1 ,ωC2 , ωO, ωB e Q, apenas
dois desses parâmetros podem ser especificados livremente, ou seja, uma vez conhecidos dois desses
parâmetros, os outros três podem ser calculados a partir deles.
Se ligarmos em cascata (um depois do outro) os dois filtros RC vistos anteriormente (passa-baixa e
passa-alta) podemos implementar um filtro passa-faixa RC, sendo que os dois filtros podem ser interligados
em qualquer ordem. A figura seguinte mostra as duas configurações possíveis utilizando os dois tipos
básicos de filtro vistos anteriormente:

Para maior clareza, o resistor e o capacitor do filtro passa-baixa receberam a denominação de Rpb
e Cpb, respectivamente, da mesma forma que o resistor e o capacitor do filtro passa-alta receberam a
denominação de Rpa e Cpa.
Para entender o funcionamento do filtro passa-faixa RC, vamos tomar os gráficos da resposta em
freqüência dos filtros passa-baixa e passa-alta e vamos fazer uma interseção entre os dois.

Quando a freqüência é baixa, o filtro passa-baixa permite que ela passe por ele, porém o filtro
passa-alta bloqueia essa freqüência. Quando a freqüência é alta, ocorre o inverso, o filtro passa-alta permite
que ela passe por ele, porém o filtro passa-baixa bloqueia essa freqüência. Dessa forma, apenas
freqüências dentro de uma faixa poderão atravessar o filtro passa-faixa RC construído dessa maneira.
Note ainda que a amplitude máxima de H é, regra geral, menor do que 1, pelo fato de sempre
termos um dos dois filtros atenuando, mesmo que pouco, o sinal de entrada. Ela pode se aproximar de 1 se
a largura de banda ωB = ωC2 – ωC1 for bem grande e outros cuidados forem tomados no projeto desse filtro.
Porém, para o filtro passa-faixa implementado dessa maneira, na maioria dos casos, a amplitude máxima de
H deve se situar entre 0,7 e 0,9.
Em relação às duas freqüências de corte (ωC1 e ωC2) que definem a banda passante, perceba que o
filtro passa-alta é responsável pela freqüência de corte inferior ωC1 e que o filtro passa-baixa é responsável
pela freqüência de corte superior ωC2. Se essa regra não for seguida, o filtro implementado poderá ser um
“passa-nada” ! Tente verificar porque isso acontece.
Se esse circuito for desenhado de outra forma,
pode-se constatar que ele é composto de dois divisores
de tensão, com a tensão de saída de saída do primeiro
filtro (ponto V1) fornecendo a tensão de entrada para o
segundo filtro e a tensão de saída final (Vs) sendo a
tensão de saída do segundo filtro.
Para obtermos as funções de transferência
desses filtros, calculamos a tensão intermediária V1 e
depois a tensão de saída Vs, ambas por divisor de
tensão:

• Configuração 1:

- Primeiro definimos a impedância Z1 equivalente à associação de Cpb, Cpa e Rpa: Z1 = (ZCpa + ZRpa) // ZCpb
- Tensão V1: V1 = Z1 x Ve / (ZRpb + Z1) 
- Tensão Vs: Vs = ZRpa x V1 / (ZRpa + ZCpa) 
- Substituindo  em : Vs = ZRpa x Z1 x Ve / [(ZRpb + Z1) x (ZRpa + ZCpa)] ⇒ Vs / Ve = ZRpa x Z1 / [(ZRpb +
Z1) x (ZRpa + ZCpa)] ⇒ H = ZRpa x Z1 / [(ZRpb + Z1) x (ZRpa + ZCpa)]
- Desenvolvendo essa expressão, chegamos a: H(jω) = jωRpaCpa / [1 – ω RpbRpaCpaCpb + jωRpb(Cpb
2

+ Cpa) + jωRpaCpa] 

• Configuração 2:

- Primeiro definimos a impedância Z2 equivalente à associação de Rpa, Rpb e Cpb: Z2 = (ZCpb + ZRpb) // ZRpa
- Tensão V1: V1 = Z2 x Ve / (ZCpa + Z2) 
- Tensão Vs: Vs = ZCpb x V1 / (ZRpb + ZCpb) 
- Substituindo  em : Vs = ZCpb x Z2 x Ve / [(ZCpa + Z2) x (ZRpb + ZCpb)] ⇒ Vs / Ve = ZCpb x Z2 / [(ZCpa +
Z2) x (ZRpb + ZCpb)] ⇒ H = ZCpb x Z2 / [(ZCpa + Z2) x (ZRpb + ZCpb)]
- Desenvolvendo essa expressão, chegamos a: H(jω) = jωRpaCpa / [1 – ω RpbRpaCpaCpb + jωCpb(Rpb
2

+ Rpa) + jωRpaCpa] 

- Obs: O desenvolvimento detalhado dessas funções de transferência se encontra no arquivo FuncTransPF_RC.pdf .

Perceba que as equações  e  são muito parecidas, diferindo levemente no terceiro termo do
denominador. Note ainda que o cálculo das freqüências de corte fica bastante complicado, pois a equação
do módulo de H é de quarta ordem, além da necessidade de se determinar o ponto de máximo dessa
função.
Uma análise mais criteriosa pode nos ajudar a simplificar esse sistema. Veja que o segundo filtro
funciona como uma “carga” para o primeiro filtro. Portanto, devemos fazer com que a impedância do
segundo filtro seja muito maior que a do primeiro para não afetarmos a tensão de saída do primeiro divisor
(primeiro filtro). Para obtermos esse efeito, é necessário fazer com que ZCpa >> ZCpb, ou seja, que Cpb >>
Cpa na configuração 1 e para a configuração 2, devemos ter ZRpb >> ZRpa, ou seja, Rpb >> Rpa.
Se esse cuidado for tomado no projeto do filtro passa-faixa RC, podemos fazer as seguintes
aproximações: Rpb + Rpa ≅ Rpb (lembre-se que Rpb >> Rpa) e Cpa + Cpb ≅ Cpb (Cpb >> Cpa). Com isso,
as equações  e  ficam idênticas: H(jω) = jωRpaCpa / [1 – ω RpbRpaCpaCpb + jωCpbRpb + jωRpaCpa] ,
2

demonstrando que não importa a ordem na qual os filtros são ligados, ou seja, as configurações 1 e 2
produzem o mesmo resultado. Outra conseqüência é uma boa amplitude de saída (H terá a maior amplitude
possível para a largura de banda desejada) já que o segundo filtro não afeta (ou afeta muito pouco) o
primeiro filtro. Finalmente, o resultado mais importante, podemos assumir que: ωC1 = 1 / (2πRpaCpa) e ωC2 =
1 / (2πRpbCpb). Novamente, tente verificar porque essa aproximação é válida !
6. Filtro Passa-faixa RLC:
O circuito RLC em série pode se comportar como um filtro passa-faixa se a saída do filtro for
definida como a tensão entre os terminais do resistor.
Para esse tipo de filtro, a freqüência central ou freqüência de ressonância, ωO, é definida como a
freqüência para a qual a função de transferência do circuito é um número real. Conforme já foi visto, A
freqüência central é a média natural das freqüências de corte inferior e superior, ou seja, ωO = √ ωC1 x ωC2 .
No caso de filtros passa-faixa, o módulo da função de transferência é máximo quando a freqüência do sinal
de entrada é igual a ωO: HMAX = |H(jωO)| .
Efetuando a análise desse circuito:
- A impedância equivalente do circuito em série: Zeq = ZL + ZC + ZR = jωL +
1/(jωC) + R ⇒ Zeq = R + j(ωL – 1/ωC)
- A tensão de entrada é dada por: Ve = Zeq x I
- A tensão de saída é dada por: Vs = ZR x I ⇒ Vs = R x I
- Dessa forma, temos: H(jω) = Vs / Ve ⇒ H(jω) = R x I / ((R + j(ωL – 1/jωC))
x I) ⇒ H(jω) = R / (R + j(ωL – 1/ωC)) ⇒ H(jω) = 1 / (1+ j(ωL/R – 1/ωRC))
- A freqüência central ou de ressonância é aquela onde H(jω) é um número real, dessa forma: ωoL/R –
1/(ωORC) = 0 ⇒ ωOL/R = 1/(ωORC) ⇒ ωO = 1 / LC ⇒ ωO = 1 / √ LC
2

- Desenvolvendo H(jω), chegamos a: H(jω) = 1 / (1 + jQ(ω/ωO – ωO/ω)), onde Q = ωO/ωB e ωB = R/L


- A magnitude e a fase são dados por: |H(ω)| = 1 / √ 1 + Q (ω/ωO – ωO/ω) e ∠H(ω) = – tan Q(ω/ωO – ωO/ω)
2 2 -1

- Quando |H(ω)| = 1 / √ 2, temos que: Q (ω/ωO – ωO/ω) = 1 . Essa é uma equação de quarta ordem, cujas
2 2

soluções de interesse (freqüências de corte) são: ωC1 = ωO√ 1 / ( 1 / 2Q ) – ωO/2Q e ωC2 = ωO√ 1 / ( 1 / 2Q )
2 2

+ ωO/2Q
- Demonstrando ωB : ωC2 – ωC1 = ωO/2Q + ωO/2Q = ωO/Q = ωB
- Fórmula de Q: Q = ωO/ωB = (1 / √ LC) / (R/L) = √ L / CR
2

 Um circuito com alto fator de qualidade Q possui uma largura de banda estreita: ωB = ωO/Q
 Para um fator de qualidade Q > 10, temos: ωC1 ≅ ωO – ωB/Q e ωC2 ≅ ωO + ωB/Q
 Neste caso, a curva de magnitude de H(jω) é aproximadamente simétrica em torno de ωO

A seguir temos o gráfico da magnitude e da fase de H(jω) em função da variação da freqüência


angular:

7. Filtro Rejeita-faixa:

Os filtros rejeita-faixa, também chamados de filtros de banda de rejeição, são aqueles que deixam
passar os sinais cujas freqüências estejam fora de uma certa faixa, definida por duas freqüências de corte
(similarmente aos filtros passa-faixa) e rejeitam os sinais com freqüências dentro dessa faixa. Esses filtros
possuem complexidade igual à dos filtros passa-faixa e estes dois filtros desempenham papéis
complementares no domínio da freqüência.
Os filtros rejeita-faixa são caracterizados por parâmetros semelhantes aos dos filtros passa-faixa:
duas freqüências de corte, a freqüência central, a banda rejeitada, e o fator de qualidade. Também neste
caso, apenas dois dos parâmetros podem ser especificados livremente.
O circuito RLC em série pode se comportar como um filtro passa-faixa se a saída do filtro for
definida como a tensão entre os terminais do indutor em série com o capacitor.
Efetuando a análise desse circuito:

- A impedância equivalente do circuito em série: Zeq = ZL + ZC + ZR = jωL +


1/(jωC) + R ⇒ Zeq = R + j(ωL – 1/ωC)
- A tensão de entrada é dada por: Ve = Zeq x I
- A tensão de saída é dada por: Vs = (ZL + ZC) x I ⇒ Vs = j(ωL – 1/ωC) x I
- Dessa forma, temos: H(jω) = Vs / Ve ⇒ H(jω) = j(ωL – 1/ωC) x I / ((R + j(ωL – 1/jωC)) x I) ⇒ H(jω) = j(ωL –
1/ωC) / (R + j(ωL – 1/ωC)), multiplicando por jω/L / jω/L ⇒ H(jω) = (1/LC – ω ) / (1/LC – ω + jωR/L)
2 2

- Lembrando que a freqüência central ou de ressonância é aquela onde a soma das impedâncias do indutor
e do capacitor são iguais a zero: ωoL/R – 1/(ωoRC) = 0 ⇒ ωoL/R = 1/(ωoRC) ⇒ ωo = 1 / LC ⇒ ωo = 1 / √ LC
2

- Desenvolvendo H(jω), chegamos a: H(jω) = (ωo – ω ) / (ωo – ω + jωωo/Q), onde Q = ωo/ωB e ωB = R/L
2 2 2 2

- A magnitude e a fase são dados por: |H(ω)| = (ωo – ω ) / √ (ωo – ω ) + ω ωo /Q e ∠H(ω) = – tan (ωωo/Q /
2 2 2 2 2 2 2 2 -1

(ωo – ω ))
2 2

- Igualando |H(ω)| a 1 / √ 2 podemos obter as duas freqüências de corte: ωc1 = ωo√ 1 / ( 1 / 2Q ) – ωo/2Q e
2

ωc2 = ωo√ 1 / ( 1 / 2Q ) + ωo/2Q


2

A seguir temos o gráfico da magnitude e da fase de H(jω) em função da variação da freqüência


angular:

8. Diagrama de Bode:

O gráfico de resposta em freqüência é um instrumento importante para analisar o comportamento


de um circuito. Os diagramas de Bode são construções gráficas que permitem esboçar rapidamente a
resposta em freqüência de um circuito de forma aproximada. Um diagrama de Bode é constituído por dois
gráficos separados, um mostrando a variação com a freqüência da amplitude de H(jω) e outro mostrando a
variação com a freqüência da fase de H(jω).
Nos diagramas de Bode os gráficos são desenhados em papel semi-log, pois assim é possível
representar com precisão uma faixa muito maior de freqüências. Na construção dos gráficos, a freqüência é
plotada no eixo horizontal, em uma escala logarítmica e a amplitude a fase são plotadas no eixo vertical, em
uma escala linear.

9. Exercícios:

1) Dado que R1 = 10 Ω, calcule o valor de C1 para que esse filtro possua uma
freqüência de corte de 100Hz. Sabendo que Ve possui uma amplitude de 10 volts e
fornece uma corrente máxima de 100 mA, qual o problema desse filtro ? (Dica:
calcule a corrente para uma freqüência de 10 KHz). Em relação ao capacitor
calculado, existe alguma restrição ?

2) Quando foi obtida a expressão que calcula a freqüência de corte do filtro passa-baixa RC, não havia uma
carga ligada na saída do mesmo. Se uma carga for colocada no filtro, a freqüência de corte será alterada ?
Caso a carga afete a freqüência de corte e dado que o princípio de funcionamento do filtro é um divisor de
tensão, podemos concluir que uma carga de valor elevado não iria influenciar a saída do filtro ?

3) Com R1 = 1,5 KΩ e C1 = 39 nF, calcule a freqüência de corte do filtro passa-alta RC


representado ao lado. Qual será a tensão de saída desse filtro quando a tensão de
entrada for um sinal senoidal de 5 volts de pico e freqüência de 5 KHz ? O que
acontece nesse filtro se um resistor de carga RL de 2 KΩ for ligado em sua saída ?
Qual seria a tensão de saída nesse caso para o mesmo sinal senoidal descrito
anteriormente ?

4) Desenvolva a função de transferência do seguinte filtro RC e a função do cálculo de


sua freqüência de corte. Analisando a função de transferência obtida, indique que tipo de
filtro esse circuito implementa.

5) Dado que R1 = 2,4 KΩ, R2 = 3,7 KΩ, C1 = 33 nF e C2 = 22 nF


Calcule as freqüências de corte inferior e superior do seguinte filtro
passa-faixa RC. Esse circuito possui dois problemas, quais são eles e
quais suas conseqüências ? Indique como “consertar” esse filtro.

6) Projete um filtro passa-baixa RC que possua uma freqüência de corte de 30 KHz. Sabendo que a tensão
de entrada possuirá uma amplitude de 8 volts, o filtro projetado não deve consumir uma corrente maior do
que 2 mA.

7) Projete um filtro passa-faixa RC cuja banda passante seja de 5 KHz a 20 KHz.

8) Baseado na seguinte tabela, indique o tipo do filtro implementado e o valor do seu resistor (Dados: C =
47nF e Ve = 6 volts).

Freqüência (Hz) Vs (volts) Freqüência (Hz) Vs (volts) Freqüência (Hz) Vs (volts)


100 0,1 5.000 2,5 15.000 5,0
500 0,5 7.500 3,5 20.000 5,2
1.000 1,0 10.000 4,2 50.000 5,8

9) Dada a seguinte tabela de um filtro passa-faixa RC, indique as freqüências de corte desse filtro. Os
critérios de projeto foram atendidos ? Se uma tensão de 15 volts e freqüência de 10 KHz for injetada na
entrada desse filtro, qual será a tensão obtida na saída do mesmo ? E para uma tensão de 8 volts e 2KHz ?

Freqüência (Hz) H Freqüência (Hz) H Freqüência (Hz) H


100 0,1 3.000 0,6 15.000 0,55
500 0,3 6.000 0,85 20.000 0,4
1.000 0,4 10.000 0,7 30.000 0,3
2.000 0,55 12.000 0,6 50.000 0,1

10) No seguinte filtro passa-faixa RC, qual critério não foi atendido no seu projeto ?

Freqüência (Hz) H Freqüência (Hz) H Freqüência (Hz) H


100 0,01 3.000 0,1 15.000 0,02
500 0,02 6.000 0,08 20.000 0,01
1.000 0,05 10.000 0,06 30.000 0,01
2.000 0,07 12.000 0,04 50.000 0

11) Dado que Rpa = 159 KΩ, Cpa = 1nF, Rpb = 170 Ω e Cpb = 47 nF para a configuração 1 e Rpa = 1 KΩ,
Cpa = 159 nF, Rpb = 47 KΩ e Cpb = 170 pF para a configuração 2, qual das duas configurações irá
“funcionar” melhor como um filtro passa-faixa RC ?

12) É possível implementar filtros utilizando apenas resistores ou capacitores ? Sim, não, por que?

13) Baseado nos conceitos vistos do filtro passa-faixa RC, indique uma possível implementação de um filtro
rejeita-faixa RC.

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