Castigar Ou Perdoar A Desercao Militar N
Castigar Ou Perdoar A Desercao Militar N
Castigar Ou Perdoar A Desercao Militar N
Instituto
Arqueológico,
Histórico e
Geográfico
Pernambucano
REVISTA DO INSTITUTO ARQUEOLÓGICO, HISTÓRICO E GEOGRÁFICO
PERNAMBUCANO - IAHGP
Número 71. Recife, 2018. ISSN 0103-1945
Capa: José Hygino Duarte Pereira. Acervo do IAHGP.
Foto: Dirceu Marroquim
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Número 71
Recife, 2018
DIRETORIA DO INSTITUTO ARQUEOLÓGICO, HISTÓRICO E GEOGRÁFICO PER-
NAMBUCANO – IAHGP PARA O BIÊNIO 2017-2019
Suplentes:
George Emílio Bastos Gonçalves
Francisco Bonato Pereira da Silva
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Assessoria Jurídica:
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Carmen Cardoso Rita de Cássia Araújo
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Dirceu Salviano Marques Marroquim Roberto Mauro Cortez Motta
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Fernando Guerra de Souza Rômulo Luís Xavier do Nascimento
Francisco Bonato Pereira da Silva Sílvio Tavares de Amorim
Francisco Carneiro da Cunha Tácito Augusto de Medeiros
Francisco Sales de Albuquerque Valéria Agra de Oliveira
George Emílio Bastos Gonçalves
George Félix Cabral de Souza BENEMÉRITOS
Gilda Maria Whitaker Verri Ana Maria Penha Brasil
Harlan de Albuquerque Gadelha Filho Fernanda Ivo Neves
Jacques Alberto Ribemboim Francisco Tadeu Barbosa Alencar
João Mendonça de Amorim Filho Gustavo Krause Gonçalves Sobrinho
José Raimundo de Oliveira Vergolino Isnard Penha Brasil Júnior
Limério Moreira da Rocha José Luiz Mota Menezes
Luís Jorge Lira Neto Marco Antônio de Oliveira Maciel
Luiz Cláudio Aguiar Marcos Vinícius Vilaça
Luiz de Gonzaga Braga Barreto Reinaldo Carneiro Leão
Marcelo Casseb Continentino Tácito Luiz Cordeiro Galvão
Marcus Joaquim Maciel de Carvalho Taney Queiroz e Farias
Margarida de Oliveira Cantarelli Yony de Sá Barreto Sampaio
Maria de Betânia Correia de Araújo
Sumário
ARTIGOS E ENSAIOS...........................................................................141
Os Editores.
DOSSIÊ JURISDIÇÕES DA AMÉRICA PORTUGUESA
Organizadoras
Jeannie da Silva Menezes1
Virgínia Maria Almôedo de Assis2
Abstract: A set of norms for the control of the port dynamics in the
territory of Portuguese America was arranged in the regiments given
to the royal ombudsmen. The Rules of the Royal Treasury Ombuds-
man of 1548 place in the hands of the Primary Ombudsman of the
Royal Treasury a power that can be described as one of the largest. In
the Captaincy of Pernambuco, since 1675, the position was occupied
by a member of the Rego Barros family. In order to discuss this issue,
we approximate the General Regiment of 1548 to the Rules of Pro-
cedure given to the Pernambuco Provincial Ombudsman’s Office of
1754. Through the sources it is possible to perceive the entry and exit
fazendo cumprir as vontades dos defuntos. Ficava assim sob sua tu-
tela, e passíveis de averiguação as notas de tabeliães e escrivães sob
pena de privação de ofício. Desta forma eles atuavam como Juízes de
Defuntos e Ausentes.
No que tange aos aspectos fiscais/financeiros, o Provedor, junto
aos oficiais que o assistiam, como o Almoxarife e o Escrivão, exami-
navam a escrituração das receitas e despesas conferindo constante-
mente as contas do almoxarifado. A Provedoria esteve intimamente
ligada a Alfândega comandando ainda um grupo de oficiais perten-
centes a essa instituição como: escrivães, meirinhos, porteiros e te-
soureiros (SILVA, 1859). Eles também acumularam o cargo de juiz dos
descaminhos e da alfândega, pois realizavam despacho e cobranças
de direitos alfandegários, bem como o julgamento de irregularidades
e descaminhos (SALGADO, 1985: 158-160).
É de 1548 o Regimento dos Provedores da Fazenda “del Rei
nosso senhor” nas terras do Brasil. Através deste ordenamento fica
esclarecida a abrangência da jurisdição do provedor, ou seja, até o
quanto ele pode dizer a justiça, bem como, o poder que passava a
gozar frente as demais autoridades da capitania (HESPANHA, 1994:
195). Em princípio ficou determinado que houvesse uma alfândega
em cada capitania além do que, as contas das mesmas deveriam ser
tomadas constantemente por esse oficial real. Ele deveria abrir o lei-
lão no mês de novembro de cada ano e estabelecer a forma para que
se fizesse a arrematação das rendas reais; quais eram os contratos
que seriam leiloados; por quanto tempo e os valores dos mesmos; os
arrematantes e fiadores e, como seria feito o pagamento do montante
que ia de 25% a 50% dos valores acordados segundo as regras esta-
belecidas. Toda a escrituração deveria ser realizada pelo almoxarife
junto ao escrivão da provedoria. As cobranças das dívidas deveriam
ser feitas no mês de janeiro de cada ano e as contas prontas até mea-
dos de fevereiro, para serem enviadas ao Provedor Mor que servia na
Bahia. Os inadimplentes deveriam ser presos e seus bens executados
para que fossem pagas as suas dívidas com a Fazenda Real.
Também sobre a provedoria incidia a responsabilidade de ser juiz
da alfândega. Era responsável por arrecadar a dízima das mercado-
rias no ato do descarregamento da nau. Esta responsabilidade em
princípio estava nas mãos do Capitão Donatário, e foi normatizada
9 Idem.
10 Sobre os homens de negócio em Pernambuco citados nesta devassa, ver: SOUZA, 2012.
Passim.
11 AHU/PE, Cx. 72, Doc. 6024.
12 Idem.
13 Idem.
Referências
BARBOSA, Lívia Brenda da Silva. 2016. Com os ramos nas mãos, para o
lucro dos homens e da coroa: os autos de arrematação da Provedoria da Fa-
zenda Real do Rio Grande (1673-1723). Temporalidades-Revista de His-
tória, edição 21, v.8, n. 2, (maio/agosto).
Regimento dos Provedores da Fazenda Real dell Rei nosso senhor nas
terras do Brasil. 1548. Disponível em: arisp.files.wordpress.com/2010/02.
Acessado em 10/10/2014.
SOUZA, George F. Cabral de. 2012. Tratos, & Mofatras: o grupo mercantil
do Recife colonial (c.1654 – c.1759). Recife: Editora Universitária.
Manuscritos
Abstract: This paper intends to discuss the women roles in the so-
cial order of the Ancien régime through the conceptions of historian
Antônio Manuel Hespanha. The idea of order in these societies was
based on the assumption of a natural established hierarchy between
the sexes, and this idea was appropriate by law, whether civil or tra-
ditional. We aim to understand women in the middle of the events
that changed their lives and also their roles within that social order.
Introdução
Então ele opta pela categoria, pois segundo o mesmo, seria a mais
ampla e, portanto, a que conteria mais espaço para ação de sujeitos
e discursos, mesmo que ele não descarte o uso secundário da repre-
sentação, segundo o próprio, até mesmo “para evitar a monotonia do
discurso” (HESPANHA, 2010: 4).
A categoria de Hespanha, portanto, possibilita que se historie com
uma ferramenta que agrega o plano da ação dos sujeitos históricos,
4 A consequência do pecado da mulher, foi que sua “vontade” passa a ser do seu marido
e o domínio da mesma é dele. “E a mulher disse: Multiplicarei grandemente a tua dor, e
a tua conceição; com dor darás à luz filhos; e o teu desejo será para o teu marido, e ele te
dominará.” A Bíblia de Jerusalém (2002: 12).
respaldo na legislação oficial posta para elas, mas que viviam nas leis
de funcionamento próprias do campo jurídico (habitus) dentro do
Antigo Regime, fosse nos trópicos ou fosse nos Reinos. Como afirma
Susan Socolow:
Considerações finais
Referências
Fontes Consultadas:
Bibliográficas
18 O documento estava solto entre um dos pareceres do Conselho Ultramarino, que versava
sobre a construção da nova alfândega. No entanto, podemos supor que ele tenha sido dis-
cutido na reunião do Conselho, no ano de 1730. Lisboa, 27 de janeiro de 1744. CONSUL-
TA do Conselho Ultramarino ao rei [D. João V], sobre o Forte do Matos, solicitada pelos
padres da Congregação do Oratório de São Felipe Néri, e acerca das obras de que necessita
a Alfândega da capitania de Pernambuco. Anexos: 14 docs. Arquivo Histórico Ultramarino,
Avulsos de Pernambuco_AHU_ACL_CU_015, Cx. 60. D. 5100.
19 Recife, 21 de agosto de 1725. CARTA do ouvidor-geral da capitania de Pernambuco,
Francisco Lopes de Carvalho, ao rei [D. João V], sobre a ordem para observação da entrada
de navios estrangeiros no porto de Recife sem pagamento, e ainda sobre os direitos e des-
caminhos das fazendas. Arquivo Histórico Ultramarino, Avulsos de Pernambuco_AHU_
ACL_CU_015, Cx. 32, D. 2959.
Sodré Pereira Tibão, ao rei [D. João V], sobre ter sido repreendido pelos ministros do
Conselho Ultramarino por intrometer-se na jurisdição do provedor da Fazenda Real e ter
dado cumprimento à ordem passada em favor do cirurgião Vitoriano Fialho para servir na
Misericórdia com o pagamento que tinha o médico da câmara de Olinda. Arquivo Históri-
co Ultramarino, Avulsos de Pernambuco_AHU_ACL_CU_015, Cx. 42, D. 3829.
22 Documentos Históricos da Biblioteca Nacional, Consultas do Conselho Ultramarino: as
Capitanias do Norte (1728-1746). per094536_100. Folha 106.
23 Ant. 26 de outubro de 1738. REQUERIMENTO do [governador da capitania de Per-
nambuco], Henrique Luís Pereira Freire de Andrada, ao rei [D. João V], pedindo aumento
de soldo e quantias extras referentes ao frete e matalotagem de sua embarcação. Anexos: 7
docs. Arquivo Histórico Ultramarino, Avulsos de Pernambuco_AHU_ACL_CU_015, Cx.
53. D.4614.
24 Idem
Figura 1: Planta do bairro do Recife, levantada pelos engenheiros João Macedo Corte
Real e Diogo da Silveira Velosso (1733). In MENEZES (1988: 29).
53, D. 4617.
28 Lisboa, 14 de novembro de 1738. PARECER do Conselho Ultramarino acerca da cons-
trução de nova fortaleza sobre a estrutura da fortaleza dos Matos, solicitada pelos padres
da Congregação do Oratório de São Felipe Néri, na capitania de Pernambuco. Anexos: 57
docs. Arquivo Histórico Ultramarino, Avulsos de Pernambuco_AHU_ACL_CU_015, Cx.
53, D. 4617.
38 Idem.
39 Idem.
sem as devidas medidas, não tinha como ser analisada e que nem o
governador, tampouco o ajudante das fortificações, tinham o conhe-
cimento específico para poderem elaborar uma planta, sendo cômico
mandar ao Conselho Ultramarino uma dessa forma.43
É importante ressaltar que, na carta enviada pelo governador Duarte
Sodré, no dia 4 de setembro de 1734, o governador veementemente
tenta desconstruir todos os pareceres a favor de se reformar a
alfândega mantendo-a onde ela estava e não poupando de críticas
aos padres, aos engenheiros da capitania e inclusive o engenheiro do
reino. Para o governador, todos estavam envolvidos em um complô
contra ele, ficando todos a favor dos padres.44
O parecer do Conselho e do procurador da Fazenda em relação a
essa carta foi o seguinte:
50 Idem
51 Documentos Históricos da Biblioteca Nacional, per094536_100, p.156.
52 Como repartições, me refiro ao Conselho Ultramarino e ao Consulado de Lisboa. Aos
quais foram repassadas letras, por ordem do vice-rei, Conde de Galvéias, nesse ano de
1734. Para suprir as despesas das Naus das Índias e as Naus do Comboio. Arquivo Histó-
rico Ultramarino, Avulsos de Pernambuco_ AHU_ACL_CU_015, Cx. 53. D. 4617. Folha
0145.
53 Lisboa, 27 de janeiro de 1744. Consulta do Conselho Ultramarino ao rei [D. João V], sobre
o forte do Matos, solicitada pelos padres da Congregação do Oratório de São Felipe Néri,
e acerca das obras de que necessita a Alfândega da capitania de Pernambuco. Anexos: 14
docs. Arquivo Histórico Ultramarino, Avulsos de Pernambuco_ AHU_ACL_CU_015, Cx.
60. D. 5100.
54 Idem
55 Lisboa, 27 de janeiro de 1744. Consulta do Conselho Ultramarino ao rei [D. João V], sobre
o Forte do Matos, solicitada pelos padres da Congregação do Oratório de São Felipe Néri,
e acerca das obras de que necessita a alfândega da capitania de Pernambuco. Anexos: 14
docs. Arquivo Histórico Ultramarino, Avulsos de Pernambuco_ AHU_ACL_CU_015, Cx.
60. D. 5100.
Referências
Fontes manuscritas
Biblioteca Nacional
Bibliografia
56 Idem
Civilização Brasileira.
1 Nota dos editores: Uma primeira versão desse texto foi publicada no XXIX Simpósio
Nacional de História, organizado pela Associação Nacional de História, em 2017. Para
a versão, cf.: http://www.snh2017.anpuh.org/resources/anais/54/1501628002_ARQUI-
VO_Artigo-davisilva-Inquisicaoeconfiscodebens.pdf
2 Mestre em História pela Universidade Federal Rural de Pernambuco. Doutorando em
História pela Universidade Federal de Pernambuco.
90 Davi Celestino da Silva
3 O identificamos como testemunha no caso de Felipe Paes Barreto (MELLO, 2009), como
também do fidalgo José Gomes de Melo (SILVA, 2016).
4 Cumpre salientar que o primeiro Regimento é datado no período do monarca Dom Sebas-
tião, enquanto que o seguinte Regimento foi elaborado durante o período da União Ibérica.
5 Regimento dos juízes das confiscações pelo crime de heresia. Códice 311- Relação
da Bahia – 1752. Arquivo Nacional – Rio de Janeiro.
6 É licito destacar que só a partir do Regimento de 1613 que a sodomia passou a ser um
crime da alçada inquisitorial, como também vale destacar que a Inquisição só punia pelo
crime de sodomia quando esta era considerada “perfeita”, ou seja, devendo haver ejacula-
ção no “vaso traseiro”.
7 Título 13. DOS QUE COMETEM PECADO DE SODOMIA E COM ALIMÁ-
RIAS. In: Ordenações Filipinas: Livro V / Organização Silvia Hunold Lara, – São Pau-
lo: Companhia das Letras, 1999. p.91.
8 O juízo eclesiástico regia-se pelo direito canônico, não pelas Ordenações. O Tribunal
eclesiástico mais importante era o do Santo Oficio.
10 Regimento dos juízes das confiscações pelo crime de heresia. Códice 311- Relação
da Bahia – 1752. Arquivo Nacional – Rio de Janeiro.
13 Este fato ocasionou na excomunhão do rei D. João IV, pois o alvará régio foi passado sem
prévia autorização papal. Cf.: BRAGA (2012: 46).
15 Livro I – Dos ministros e oficiais do Santo Ofício e das coisas que nele há de haver.
Cf.: SIQUEIRA (1996: 745).
16 Regimento dos juízes das confiscações pelo crime de heresia. Códice 311, Relação
da Bahia, 1752. Arquivo Nacional, Rio de Janeiro.
17 Regimento dos Juízes das Confiscações pelo crime de heresia de 1572. Op. Cit.
julho de 1620, de 57 capítulos, publicado por José R. M. de Campos e Soiza no Tomo III
do Systema ou Coleção dos Regimentos Reaes. Lisboa, 1785, pp. 196-219. Disponível em:
<http://www.governodosoutros.ics.ul.pt/> Acesso em: 01 de junho de 2018.
20 Regimento do Juízo das Confiscações Pelo Crime de Heresia, e Apostasia. Op. Cit.
Referências
Fontes Manuscritas:
Bibliografia:
AZEVEDO, João Lúcio de. 1921. História dos Cristãos-Novos Portugueses. Lis-
boa: Livraria Clássica Editora A.M. Teixeira & C.A..
CRUZ, Maria Leonor Garcia da. 2007. Relações entre o Poder Real e a In-
quisição (séculos XVI- XVII): fontes de renda, realidade Social e política
financeira. In: BARRETO, Luís Filipe Barreto et al (Coord.). Inquisição por-
tuguesa: Tempo, Razão e Circunstância. Lisboa/São Paulo: Ed. Prefácio.
MELLO, José Antônio Gonsalves de. 1996. Gente da Nação: Cristão-novos e ju-
deus em Pernambuco 1542-1654. Recife: Fundaj, Ed. Massangana.
NOVIINSKY, Anita Waingort. 2007. Gabinete de investigação: uma “caça aos ju-
deus” sem precedentes. São Paulo: Humanitas Editora / Fapesp.
______. 1992. Inquisição – Rol de Culpados. Fontes para a História do Brasil (Sécu-
lo XVIII). Editora Expressão e Cultura. Rio de Janeiro.
ro, séculos XVII e XVIII. São Paulo: Associação Editorial Humanitas; Fapesp.
Introdução
2 A bibliografia é bastante ampla sobre o tema: MELLO (2009); GOMES (2010); POSSA-
MAI (2010); NOGUEIRA (2004).
3 Por ordem ou ordenação jurídica, entende-se: “um conjunto de institutos (juízes, instru-
mentos processuais, legislação e ritos), que dependia das ações não só de juízes e legisla-
dores, como também de auxiliares que atuavam tanto na esfera judicial quanto na esfera
administrativa” (MENEZES, 2013: 39).
4 PORTUGAL. 1830. Coleção da legislação portuguesa. Lisboa. Typ. Maygrense. Tomo I.
6 Pátria aqui é entendida pela região de nascimento em âmbito circunscrito da vila ou cidade.
BLUTEAU (1712 – 1728: 320).
12 Idem, p. 218.
13 Idem, p. 218.
14 Idem, p. 218.
15 Idem, p. 218-219.
Considerações finais
Referências
GOMES, José Eudes. 2010. As milícias d’el Rey: tropas militares e poder no
Ceará setecentista. Rio de Janeiro: Editora FGV.
MELLO, Evaldo Cabral de. 2003. A fronda dos mazombos: nobres contra
mascates. Pernambuco, 1666-1715. 2. ed. São Paulo: Ed. 34.
SUBTIL, José. Os poderes do centro. 1993. In: MATTOSO, José (org). Histó-
ria de Portugal. Lisboa: Círculo de Leitores, Vol. IV.
Abstract: This article presents the results of the analyzes carried out on the
osteological material coming from the activities of preventive archeology in
the Franciscan Convent Nossa Senhora das Neves, located in the munici-
pality of Olinda-Pernambuco. The work for its construction, according to
documentary information, began in the middle of 1585. The archaeological
studies were requested by the Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional due to the Convent being a listed building, and to the need of engi-
neering interventions to requalify the churchyard. In order to protect the ar-
chaeological heritage, interventions were carried out in the area to be impac-
ted, with the presence of historical artifacts such as dishes, glass, porcelain,
etc., as well as human osteological material of two individuals. From this, the
goal is to report on the degree of conservation and the results obtained with
the analysis of the osteological material.
Introdução
Material e métodos
Figura 2. Vista frontal da Igreja e Convento Franciscano Nossa Senhora das Ne-
ves. Acervo IPHAN-PE.
Resultados e discussão
Considerações
Referências
ACSADI, G. AND NEMESKERI, I., 1970. History of Human Life Span and
Mortality. Budapest: Akademiai Kiado.
COOK, D. C.; 1984. Subsistence and Health in the Lower Illinois Val-
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edited by M. N. Cohen and G. J. Armelagos. 237–269. Orlando, FL: Academic
Press.
COOK, D. C., and BUIKSTRA, J. E.; 1979. Health and Differential Survi-
val in Pre-Historic Populations: Prenatal Dental Defects. American Jour-
nal of Physical Anthropology 51:649–664.
CRUBÉZY, E.; DUDAY, H.; PASCAL, S.; TILLIER, A.-M. COURTAUD, P. 1990.
L’Anthropologie”deterrain”: reconnaissance et interprétacion des gestes
funéraires. Bulletins et Mémoire dela Societé d’Anthropologie de Paris, 2:
29-49.
ISCAN, M. Y., LOTH, S. R., and WRIHT, R. K. 1985. Age estimation from
the rib by phase analysis: White females. Journal of ForensicSciences
30:853–863.
ISCAN, M. Y., LOTH, S. R.; 1986. Estimation of age and determination of sex
fron the sternal rib. In: K. J. Reichs (ed.) Forensic osteology: advances in
the indentification oh human remains. pp. 68-89. Snpringfield, Illinois, C. C.
Thomas.
ISCAN, M. Y., LOTH, S. R., and WRIHT, R. K. 1987. Racial variation in the
sternal extremity of the rib and its effecton age determination. Journal of
Forensic Sciences 32:452–466.
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Cox and S. Mays (eds.) Human osteology in archaeology and forensic
Science. London: Greenwich Medical Media, Ltd, pp.117-130.
WHITE, T. D., BLACK, M. T., FOLKENS, P.A. 2012. Human osteology. Third
Edition. Spencer R. Atkinson Library of Applied Anatomy, University of the
Pacific, Arthur A. Dugoni School of Dentistry.
1 O presente artigo foi publicado on-line, com conteúdo mais extenso, na Revista Clio Ar-
queológica: MAIOR, P. M. S.; XAVIER GOMES DE MATTOS, MANUELA. Perfil
Construtivo das Fortificações Portuguesas da Capitania de Pernambuco até 1630. Clio
Arqueológica (on-line), v. 33, p. 78-127, 2018.
2 Doutora em Arqueologia e Preservação do Patrimônio pela Universidade Federal de Per-
nambuco (UFPE). Pesquisadora, Programa de Pós-Graduação em Arqueologia, UFPE.
3 Doutor em Universidade Politécnica da Catalunha no Programa Construção, Restauração
e Reabilitação Arquitetônica (2002). Professor do Departamento de Arqueologia da Uni-
versidade Federal de Pernambuco.
160 Manuela Xavier Gomes de Matos | Paulo Martin Souto Maior
Eficácia bélica
Locação e situação
4 Segundo Barreto, o Fortim Alternar foi mandado fazer em 1629, mas nas ‘Memorias
Diárias da guerra do Brasil’, Duarte de Albuquerque Coelho fez menção a existência de
baterias nos arredores do Forte de São Jorge, no período em que Matias de Albuquer-
que era Governador da Capitania (1620-1624). Essas baterias poderiam ser as estruturas
incompletas do Forte Diogo Paes e o Fortim Alternar. Inclusive, porque ao descrever a
defesa da Capitania em 1629, na eminência da invasão holandesa, Coelho não faz menção
a nenhuma bateria sobre o banco de areia.
Cronologia
Configuração Geométrica
Figura 6. O Forte de São Jorge é uma fortificação com formato quadrilátero. Como
suas ruinas não foram até o momento encontradas, não há dados físicos suficien-
tes para uma descrição aprofundada. Essa planta esquemática foi elaborada a partir
da iconografia conhecida: estampa e folheto holandês de 1630, De Stadt Olinda de
Pharnambuco.
Cronologia
Figura 9. Fotografia do Forte São Francisco da Barra feita por Marc Ferrez em 1875
quando o Forte ainda estava bem conservado.
Configuração Geométrica
Figura 10. O Forte de São Francisco da Barra é uma fortificação maciça com forma-
to de polígono de nove lados, noneágono.
Figura 11. Estrutura remanescente do Forte de São Francisco da Barra, porção norte,
em formato de um polígono regular de nove lados e trecho das fiadas com alvenaria
irregular com rocha.
Figura 13. Tipos de rocha do Forte de São Francisco da Barra. Rocha tipo (1), rocha
da alvenaria estrutural, do anel exterior que delimita a fortificação e Rocha tipo (2),
rocha da alvenaria estrutural, especificamente, dos raios que partem dos vértices em
direção ao centro. Imagem extraída a partir do Microscópio Digital portátil Dino-Lite
PLUS, com aumento de 55 vezes. Considerando a elevada quantidade de Silício pre-
sente nas rochas, podemos sugerir que a rocha utilizada na construção do Forte de
São Francisco da Barra foi o arenito quartzoso. As fontes de arenito mais próximas
estão a mais de 15 km para Norte da Capitania de Pernambuco mas há também uma
fonte de arenito de praia (beachrocks) que está localizada sob a fortificação.
Figura 14. Resultados da análise de Fluorescência de Raio-X realizada nos tipos de rocha
utilizados no Forte de São Francisco da Barra indicando que se trata de arenito quartzo-
so. As rochas pertencem: a alvenaria estrutural do anel exterior que delimite a fortificação
e as estruturas em forma de raios que partem dos vértices em direção ao centro.
Figura 15. Forte de São Francisco de Olinda, construído pelos portugueses em 1620.
Figura 16. O Forte de São Francisco de Olinda, localizado na Praia de São Francisco,
em Olinda, PE, distante cerca de 8 km do Recife, foi construído pelos colonizadores
portugueses entre 1620 e 1622.
Cronologia
Configuração Geométrica
Figura 17. Planta Baixa da muralha do Forte São Francisco de Olinda, com indicação
das linhas e ângulos. O Forte é uma construção maciça, de pequeno tamanho, isolada,
com formato de polígono quadrangular irregular, sem baluartes.
Figura 18. Não foi possível verificar as características físicas do sistema e dos mate-
riais construtivos do Forte de São Francisco de Olinda, pois toda a sua muralha está
rebocada. há apenas uma rachadura com exposição de argamassa em uma de suas
fachadas.
1. Classificação tipológica
vam zonas mortas junto aos orelhões, onde o inimigo não poderia ser
atingido pela artilharia, (Guia de inventário, 2015: 18).
Figura 19. Esquema de uma fortificação moderna abaluartada, com cortina e baluarte.
11 O traçado abaluartado atingiu seu auge em 1650 e por todas as razões acima apresentadas,
passou a ser a escolha dominante para a construção de fortificações até o século XIX (Guia
de inventário, 2015: 84).
Figura 20. Representação das linhas flancantes e das faixas de defesa de uma forti-
ficação moderna, abaluartada. Essas linhas eram indicativas dos tiros de canhões que
a fortificação poderia efetuar. É a largura da faixa de defesa que demonstraria a boa
qualidade defensiva de uma fortificação. Quanto mais larga essa faixa, melhor defen-
dida estaria a fortificação, (GOLDMAN, 1645: 2-3).
Figura 21. A eficácia bélica de fortificações modernas decorre do seu grau de seme-
lhança das configurações geométricas com os modelos dos tratados de fortificação
europeus. O Forte de São Francisco da Barra assemelha-se ao modelo geométrico
simplificado de reduto ou fortim, em formato de um noneágono. Já o Forte de São
Francisco de Olinda tem formato diferente, pois é quadrangular. Isto é um indício
de que teria uma menor eficácia bélica.
Conclusão
12 Lembrando que as plantas baixas das fortificações estudadas foram elaboradas a partir de
levantamento topográfico com Estação Total, exceto o Forte de São Jorge que a Planta é
esquemática e elaborada a partir de perspectivas encontradas na Iconografia.
Referências
CAVALCANTI, Vanildo Bezerra. 2009. Recife do Corpo Santo. 2ª. ed. Recife:
Bagaço. 397p.
LAGO, Antonio Bernardino Pereira do. 1973. Memória sobre o Forte do Mar
em Pernambuco. Revista trimestral do Instituto Histórico, Geographi-
co e Ethnográphico do Brasil. Tomo XXV. Vol. 25. Rio de Janeiro: Kraus
Reprint. p. 589-596.
MATOS, João Barros. 2012. Del mar contra la tierra. Mazagán, Ceuta y
Diu, primeras fortificaciones abaluartadas em la expansion portuguesa. Tese
(Doutorado) – Universidade de Sevilla. Sevilla. 487p.
MENEZES, José Luiz Mota; RODRIGUES, Maria do Rosário Rosa. 1986. Forti-
ficações portuguesas no Nordeste do Brasil. Séculos XVI, XVII e XVIII.
Recife: Pool. Editorial S/A. 158p.
Vamireh Chacon2
edição fac-similar.
Em seguida vêm o texto do discurso intitulado “DOMINGOS MAR-
TINS e o papel que representou na Revolução de 17. Refutações a
Varnhagen, a Pereira da Silva e a Tollenare”, mais a reprodução de
um soneto de autoria de Domingos Martins (“Produzido na prisão,
antes de ser executado”). E os longos documentados artigos: ”1817-
1917. Culto público. Sua preeminência nos destinos humanos. A glo-
rificação de Domingos Martins” por Antônio Athayde; “A história da
Revolução de 1817” por M. Teixeira de Lacerda; “Reivindicando” por
J. M. B. Montenegro e a “História da Revolução de 1817 de Muniz
Tavares, anotada por Oliveira Lima. O livro de Muniz Tavares” por
Carlos Xavier Paes Barreto vindo até suas repercussões na Indepen-
dência pernambucana de Gervásio Pires mais uma vez antes da pro-
priamente nacional do Sete de Setembro de 1822, e ao filho do Padre
Roma, o General Abreu e Lima companheiro do Libertador Simón
Bolívar. Carlos Xavier Paes Barreto discorda destas interpretações por
Oliveira Lima, por ele consideradas subestimadoras.
Breve nota “Relíquia preciosa” por Amâncio Pereira, também im-
portantes “Documentos extraídos do ‘Livro de registros, ordens, por-
tarias para dentro da Capitania do Espírito Santo’ no ano de 1812” e
“Notas diversas. Programa organisado pelo Instituto Historico e Geo-
graphico do Espirito Santo, para a festa cívica a realizar-se no dia 12
de Junho em commemoração ao centenário da morte de Domingos
Martins, grande vulto da revolução pernambucana de 1817” comple-
tam o primeiro inaugural número da Revista do Instituto Historico e
Geographico do Espirito Santo com também longo prefácio crítico
por Luiz Guilherme Santos Neves intitulado “Considerações sobre o
primeiro número de uma Revista Centenária”. Além da localização
daquelas comemorações no espaço e no tempo, ele as aponta como
“Início da linha tradicional de glorificação da memória de Domingos
Martins”.
Todos esses textos, mais uma vez reeditados pelos institutos his-
tóricos e geográficos, mais as publicações especiais do Ceará ao Rio
Grande do Norte, Paraíba, Bahia e Espírito Santo, além dos do Insti-
tuto Histórico e Geográfico Brasileiro no Rio de Janeiro, ao lado do
Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano, pros-
seguem merecendo mais amplos e aprofundados estudos específicos
Abstract: An account of all the activities carried out during the year
of the bicentenary of the Revolution of 1817 is presented here. The
events listed here were organized by the IAHGP (or by partner insti-
tutions) or counted on the participation of the Institute’s associates. A
gallery of images was also included.
realizasse os atos das celebrações bem como para que desse outras
providências relativas às ações de salvaguarda e divulgação da his-
tória da Revolução de 1817. A lei foi sancionada pelo governador
Paulo Câmara em solenidade no IAHGP. Esta subvenção permitiu a
realização de um ciclo de palestras, a produção e itinerância de uma
exposição histórica, a organização de um congresso de Institutos His-
tóricos e a restauração de pinturas e objetos relativos à Revolução,
entre outras iniciativas. As ações ainda não foram concluídas no ano
de 2018 e se estenderão ao longo de 2019 com a continuidade dos
processos de restauração de antiguidades, publicação de catálogo e
realização de mais palestras alusivas ao tema.
No dia 6 de março de 2017, realizou-se a grande solenidade no
Palácio do Campo das Princesas que deu início ao ano de comemo-
rações do bicentenário. Na ocasião, estiveram presentes os membros
da Comissão Organizadora das comemorações, vários associados do
IAHGP e um grande número de autoridades. Na primeira parte da so-
lenidade, realizou-se desfile cívico-militar, hasteamento das bandeiras
e a aposição pelos chefes dos Três Poderes em Pernambuco de uma
coroa de flores no monumento dedicado à memória dos mártires
da Revolução situado na Praça da República. Na segunda parte da
solenidade, realizada no Salão das Bandeiras do Palácio do Campo
das Princesas, discursaram o governador Paulo Câmara e o professor
José Luiz Mota Menezes, representando a Comissão do Bicentenário.
O governador entregou a Medalha do Bicentenário a várias pes-
soas e instituições relevantes no desenvolvimento histórico, cultural e
político do nosso estado, inclusive ao IAHGP, na ocasião representa-
do pelo presidente George Cabral. Receberam também a medalha os
ex-governadores de Pernambuco ainda vivos: João Lyra Neto, Jarbas
Vasconcelos, Joaquim Francisco, Gustavo Krause, José Ramos (re-
presentado por Gustavo Paes de Andrade) e Roberto Magalhães. Do
corpo diplomático estiveram presentes os seguintes cônsules: Dur-
valino Andreotti (Bulgária), Jaime Hernando (Argentina), Jiri Jodas
(República Tcheca), Li Feiyue (China), Maria Könning de Siqueira
Regueira (Alemanha), Yasuhiro Mitsui ( Japão) e Paloma Gonzalez
(Estados Unidos).
Categoria vídeo
1º lugar:
Título: A participação dos padres na Revolução de 1817
Alunas: Joana Grazyella Matos de Araújo e Ana Priscila Dias da Silva
Escola Santo Inácio de Loyola, Olinda
2º lugar:
Título: Invisibilidade da mulher negra na Revolução de 1817
Alunas: Alesandra Waleska Santos Silva e Rute Vitória Coimbra Santos
Escola Santo Inácio de Loyola, Olinda
3º lugar:
Título: Revolução de 1817
Aluna: Giovana Gomes da Silva Lima
Escola Antônia Cavalcanti e Albuquerque, Caruaru
Categoria redação
1º lugar:
Texto: A Revolução Pernambucana
Aluna: Larissa Monteiro Soares da silva
Escola Irmã Sônia, Caruaru
2º lugar:
Texto: Revolução Pernambucana na atualidade
Aluno: Clara Milenna Araújo
Escola Irmã Sônia, Caruaru
3º lugar:
Texto: Revolução Pernambucana de 1817: o passado contemporâneo
Aluno: Maria Clara de Souza Anconetani
Escola Irmã Sônia, Caruaru
Categoria vídeo
1º lugar:
Título: Revolução Pernambucana
Alunos: Geisiane Jesus da Silva, Igor Ferreira de Oliveira e Nayara Ra-
quel da Silva
Escola Professora Jesuína Rêgo, Caruaru
2º lugar:
Título: Pernambuco na vanguarda
Aluno: José Carlos da Silva
EREM Arnaldo Assunção, Caruaru
3º lugar:
Título: 1817, mais que uma luta, uma Revolução
Alunos: Gisely Steffany Lima Souza, Thiago Lopes da Silva e Vítor
Lucas Ribeiro dos Santos
EREM Professora Eurídice Cadaval Gomes, Itapissuma
Categoria redação
1º lugar:
Texto: Aprendendo com o passado
Aluno: Emanuel da Silva Santos
EREM Arnaldo Assunção, Caruaru
2º lugar:
Texto: Pernambuco liberto! Liberto?
Aluna: Sarah Weida Sena Ferreira
EREM Professora Eurídice Cadaval Gomes – Itapissuma
3º lugar:
Texto: Revolução Pernambucana
Aluna: Ellâinne Samara Santos
Escola Professora Jesuína Pereira Rêgo, Caruaru
Palestras
Exposição itinerante
Casseb Continentino;
- Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano: José
Luiz Mota Menezes e Margarida de Oliveira Cantarelli;
- Academia Pernambucana de Letras: Maria de Fátima de Andrade
Quintas e Nilzardo Carneiro Leão;
- Comitê Pernambuco 2017: Maria Cristina Cavalcanti de Albuquerque
e Paulo Santos de Oliveira;
- Ministério da Cultura: José Gilson Matias Barros e Lúcio André de
Figueiredo Rodrigues;
- Assembleia Legislativa de Pernambuco: Ricardo José de Oliveira Cos-
ta e Antônio
Geraldo Rodrigues da Silva (Tony Gel);
- Prefeitura da Cidade do Recife: Leda Alves e Maria de Betânia Corrêa
de Araújo.
Exposição itinerante
5 Estava prevista uma Sessão Magna Cultural em Caruaru no dia 30 de maio de 2017, o que
não foi possível devido às fortes chuvas que caíram naquela cidade neste dia.
Outras atividades
2016
2017
2018
41 – Marcos Cabral recebe de Francisco Bonato Pereira da Silva a Medalha Frei Ca-
neca. Sessão Magna do IAHGP (29/01/2018).
Referências
3 NL-HaNA_1.05.01.01_52_18: Brief van Joris Adriaensen Calf, op het schip Amersvoort te Punto
Jeregua, aan de bewindhebbers van de kamer Zeeland. 1637 maart 17.
4 GWC - Geoctroyeerde Westindische Compagnie, Companhia [holandesa] das Índias Ocidentais,
fundada em 3/6/1621 e extinta em 1674, também conhecida pela sigla WIC.
o resto com suas armas em chalupas para navegar duma parte à ou-
tra como se tivessem intenção de tomar terra, para atrair o inimigo
eventualmente presente no Rio Una.11
No dia depois, sendo o 11 de fevereiro, seguimos com onze velas
e alguns barcos com 325 soldados e 160 Brasilianos até diante das
Ilhetas,12 onde um passo termina na costa entre Barra Grande e a
Ilha de Santo Aleixo. Aqui ficamos aguardando por ordem de Sua
Excelência13 se devíamos tomar terra com nossa gente ao sul do rio
ou não, para atacar e caçar dos seus fortes os inimigos eventualmente
presentes para impedir nosso desembarque.
No dia 13 os nossos lá chegaram à beira norte do rio, onde desem-
barcaram sua gente e acharam bom recontro com o inimigo; depois
seguiram marchando para chegar esta noite a Barra Grande. Tanto
nossas forças terrestres como marítimas realizaram pesado trabalho
de tanto marchar, e assim ficaram lá até entre os dias 16 e I7. Na-
quela noite, a uma hora, houve feroz violência dos soldados. Depois
de desembarcar mais 800 marinheiros armados — de modo que a
nossa força totalizou o número de 5.000 homens — marchamos pela
praia até além da capelinha de São Bento14 e por piores montes que
Scípio e Aníbal tinham passado, porque nesse dia andamos cinco
22 Nota de Levy Pereira: Reduto no morro de Amador Alvarez. A sua situação no cimo de
um morro elevado indica ser pouco provável que tenha sido edificado sobre a casa de
Amador Alvarez.
23 Nota de Levy Pereira e do autor: 3 canhões de bronze, segundo as listas do material
bélico capturado (Ms. HaNA_OWIC 1.05.01.01, nº do inventário 52, nº consecutivo 41;
Ms. HaNA_OWIC 1.05.01.01, nº do inventário 52, nº consecutivo 72; Ms. HaNA_OWIC
1.05.01.01, nº do inventário 53, nº consecutivo 06).
24 Nota de Levy Pereira: Entre as Barras dos rios Camaragibe e Santo Antonio Grande.
25 Nota de Levy Pereira e do autor: Capitão Duijnkerker: mencionado como o capitão
João Tallebon [Ioannes Tallebomius] por G. Barleus (Op. cit., pg. 39). A Dagelijkse Notule de
28/1/1637 (Monnumenta Hyginia, UFPE) refere-se a Jan Taelboom, comandante de 64
soldados. D. A. Coelho (Op. cit., fol. 244a) o cita como Deunque Carlo, ‘capitão de grande
opinião’. As referências a João Tallebon por Barléus e na dag. not. sugerem a possibilidade
de que Dunquerque seja um apelido desse capitão. O relatório do coronel Cristóvão Artis-
chevski (op. cit.), e os panfletos amsterdameses (Op. cit.), trazem a notícia de que o Capitão
Duijnkerker foi atingido, no dia 23 de março, no início dos trabalhos de construção da
bateria Lichthart (bateria do Almirante), e não no dia 27, na bateria do Conde (bateria do
coronel Artischevski), portanto, trazendo data e local diferentes dos citados nesta missiva.
Não há divergência nesses documentos quanto à data de 27 de março, quando um canhão
dessa bateria foi atingido. No entanto, há divergência quanto aos números das baixas entre
29 Nota de Levy Pereira e do autor: 19 canhões de bronze, conforme citado nas listas do
material bélico capturado (Op. cit.).
30 Nota de Levy Pereira e do autor: No Forte da Povoação foram capturados 19 canhões
de bronze, 5 canhões de ferro e 5 morteiros de bronze. No reduto do morro de Amador
Alvarez, 3 canhões de bronze encravados, e rapidamente reparados, conforme as cartas de
Nassau (Op. cit.) e as listas do material capturado (Op. cit.). E, segundo esta missiva de
Calf, havia mais 3 peças na caravela capturada no rio Manguaba. Os números apresentados
por Calf, compreensivelmente pelas circunstâncias, diferem dos apresentados nas listas.
31 Entregaram-se na rendição do Forte da Povoação 410 militares: 300 espanhóis e 110 na-
politanos.
32 Nota de Levy Pereira e do autor: O General espanhol D. Luiz de Roxas e Borja, Duque
de Granja, nobre espanhol que substituiu Matias de Albuquerque no comando das forças
ibero-brasileiras, morto, em 18 de janeiro de 1636, na Batalha da Mata Redonda, pelejando
com tropas neerlandesas comandadas pelo Coronel Cristóvão Artischevski.
33 Nota de Levy Pereira: Alagoas, referência às grandes lagoas Mundaú e Manguaba. Nesta,
na margem sul, situava-se a Povoação de Nossa Senhora da Conceição, elevada a Vila da
Lagoa do Sul, em 12 de abril de 1636, por Duarte de Albuquerque Coelho, e atual cidade
de Marechal Deodoro (AL).
34 O Sr. Joris Adriaensen Calf não marchou pessoalmente com a tropa até a Vila do Rio São
Francisco (O Penedo). O resto da carta já não trata da conquista de Porto Calvo, senão de
algumas conjecturas políticas do autor, e sobre a péssima condição dos navios holandeses.
Não achei necessário traduzir essa parte do documento. Depois da patética e tradicional
frase de despedida, o Sr. Calf termina sua missiva com as palavras: Neste dia 17 de março
de 1637, no navio Amersvoort, na Ponta Jaraguá, na minha saída para Santo Aleixo. Observa-
ção do autor e de Levy Pereira: Esse navio é bastante mencionado na documentação desse
período, ora dessa forma, ora como Amersfoort, Amers-foort, e variantes, nome da segunda
maior cidade da província de Utrecht, na Holanda. Esse navio fazia parte da frota sob
o comando do almirante Hendrik Corneliszoon Lonck* para a invasão de Pernambuco,
partindo em maio ou julho de 1629 dos Países Baixos, e singrava os mares do Brasil desde
1630. Assim, as reclamações de Calf sobre o mau estado dos navios da frota neerlandesa
em 1637 tornam-se compreensíveis. P. M. Netscher tabula alguns dados do Amersfoort na
condição em que se encontrava quando navegou na frota de Lonck: contratado pela Câ-
mara de Amsterdam, deslocava 200 lasts, sua artilharia dispunha de 8 canhões de bronze
e 18 de ferro, e sua equipagem era de 87 marinheiros (Op. cit., p. 94). Netscher, em nota
explicativa (Op. cit., nota 33, p. 264), fornece uma boa descrição de um navio do porte do
Amersfoort: (33) O “Last” para aferir a tonelagem dos navios é uma medida ainda em uso
na Holanda [em 1875] e equivale a duas toneladas. Para se ter uma ideia perfeita do aspecto
externo de um navio daquele tempo, basta dizer-se que as dimensões de um barco de 200
“lasts” eram de 125 pés renanos [= 39,23 m]** de comprimento, 29 [= 9,10 m] de largura
e 11 ½ [= 3,61 m] de profundidade até a quilha. (DE JONGE — I, p. 392, extraído de
um documento oficial de 1930). O tombadilho desses navios era muito mais alto do que
o resto do convés. * P. M. Netscher, nas EXPLICAÇÕES DOS FAC-SIMILES (Op. cit.,
antepenúltima página) informa que há a necessidade de se retificar no texto do seu livro
a grafia do sobrenome do almirante Hendrik Corneliszoon, de Loncq, para Lonck. ** 1
pé renano = 1/12 da vara renana = 1/12 roede = 0,31383 m = 31,383 cm. (PEREIRA, L.;
CINTRA. J. P. 2014. Eratosthenes Pernambucensis: A estimativa geodésica de Marcgrave
para a extensão do Brasil. In: Trabalhos apresentados - II Simpósio Brasileiro de Cartogra-
fia Histórica [Tiradentes-MG, 28-30 maio 2], Tabela 1, p. 10).
Introdução
5 COELHO, Duarte de Alburquerque. 1654. Memorias diarias de la gverra del Brasil. Ma-
drid: por Diego Diaz de la Carrera, Impressor del Reyno, año, pp. 240e-249e. CALADO,
Frei Manoel. 1987. O Valeroso Lucideno, [editio princeps 1648], Volume 1. Belo Horizonte:
Editora Itatiaia Ltda., Editora da Universidade de São Paulo, Brasil, pp. 80-85.
6 NL-HaNA_1.05.01.01_52,_nº do inventário 15: Brief (kopie) van gouverneur-generaal Johan Mau-
rits van Nassau, te Povoson (in Porto Calvo), aan de vergadering van de Heren XIX. 1637 maart 8.
7 Nota de Levy Pereira, que colaborou com essa tradução: Essas tropas compunham-se dos
terços espanhóis, portugueses e brasileiros (homens da terra, moradores, índios e negros),
e do napolitano.
8 Atual cidade de Penedo (AL).
***
9 Os três manuscritos do Arquivo Nacional de Haia que relacionam os artigos das condições
da capitulação da tropa comandada por Miguel Gilberton são: 1. NL-HaNA_1.05.01.01_52,
nº do inventário _12: Akte van capitulatie (kopie) overeengekomen tussen Miguel Giberton, gouverneur
van het fort Povason te Porto Calvo, en gouverneur-generaal Johan Maurits van Nassau. 1637 maart
3; com os artigos redigidos em neerlandês; 2. NL-HaNA_1.05.01.01_52, nº do inventário
_13: Akte van capitulatie, in het Frans, overeengekomen tussen Miguel Giberton, gouverneur van het fort
Povacao te Porto Calvo, en gouverneur-generaal Johan Maurits van Nassau. 1637 maart 3; com os
artigos redigidos em francês; 3. NL-HaNA_SG 1.01.05, nº do inventário 9217: Rapport van
kolonel Christoffel Artischauw betreffende de verovering van Porto Corvo [Calvo] in Brazilië. Afschrift.
1637 januari 23 - 1637 maart 8 / Exh. St.-Gen. 8 juli 1637, redigido em neerlandês, com
exceção desses ARTICLES ACCORDÉS ENTRE LE SIEUR MIGUEL GILBERTON
etc. ET SON EXC. JEAN MAURICE CONTE DE NASSOU etc., que estão redigidos
em francês.
10 Panfleto van Hilten, Auctentijck Verhael van de Belegheringhe ende veroveringhe van Porto Calvo
... [História resumida e autêntica do cerco e captura de Porto Calvo ...], [panfleto], Ian
van Hilten, [livreiro], Amsterdam, Holanda, 27/6/1637. Scheepvaartmuseum, Amsterdam,
Holanda. Visualização do panfleto van Hilten: http://www.maritiemdigitaal.nl/index.
cfm?event=search.getdetail&id=101001434, acesso em 10/6/2016. Panfleto Blaeu: Kort
em Auctentick Verhael van het beleg en veroveren van Povaçon de Porto Calvo [Descrição resumida
e autêntica do Cerco e Conquista de Porto Calvo], [panfleto impresso por] Iohan Blaev,
Amsterdam, 1637. Atlas van Stolk, n. ref. 1794. Visualização do panfleto Blaeu: http://
collectie.atlasvanstolk.nl/data_nl.asp?startc=1&q0=55348&subj=18&bron=collform,
acesso em 10/6/2016.
15 Nota de Levy Pereira: Referência aos dois redutos sobre os morros a noroeste da Vila
do Bonsucesso de Porto Calvo. O morro mais próximo da Vila era conhecido como o de
Amador Alvarez. O Terço napolitano acampava entre esses redutos.
16 Nota de Levy Pereira: Os mapas do Cerco e Conquista de Porto Calvo mostram somente
três dessas baterias com canhões grossos. Todavia, o Forte da Povoação era batido por três
baterias, e os mapas alocam uma delas, a do Almirante Lichthart, instalada próxima à Ilha
do Varadouro, local excessivamente distante, e presumivelmente ali disposta para proteção
da Ilha. F. B. FREIRE cita que os holandeses ocuparam quatro postos, plantando em cada
um uma bateria (Nova Lusitânia – História da Guerra Brasílica, Oficina de João Galrão,
Lisboa, 1675, Livro Nono, §768, pg. 401). Assim, e pelos relatos dos combates, citando
baixas na Bateria Lichthart que canhoneava o Forte, tudo indica que havia efetivamente
uma quarta bateria de canhões grossos, conforme citado nesta carta de Nassau.
17 Nota do autor e de Levy Pereira: Porta-bandeiras, (A): Vaandragers = [alferes]. Os panfletos
amsterdameses (Op. cit.) informam que, no dia 4 de março, 550 pessoas deixaram o Forte
da Povoação. Isso significa que 140 civis (mulheres, crianças e escravos) acompanhavam os
militares que se renderam.
18 Nota do autor e de Levy Pereira: A lista do inventário do material bélico capturado no Forte
da Povoação em 1637 relaciona 19 canhões de bronze. Vide os manuscritos: 1. NL-Ha-
NA_1.05.01.01_52_41: Lijst van de artillerie en ammunitie gevonden in het fort Povocaon en in de redoute
bij Porto Calvo. 1637 maart 8 (sic); 2. NL-HaNA_1.05.01.01_52_72: Inventaris (duplicaat) van de
artillerie en ammunitie gevonden in het fort Povocaon en in de redoute bij Porto Calvo. 1637 mei 8 (sic); 3.
NL-HaNA_1.05.01.01_53_6: Inventaris van artillerie en ammunitie, op 3 maart 1637 aangetroffen in
het veroverde fort Povoacaon de Porto Calvo. [1637] (sic) relaciona 18 canhões de bronze, deduzindo
um canhão de bronze de 10 lb das listas acima citadas, que foi permitido à tropa ibérica, pelo
documento de rendição, artigo 12, retirar-se com ele.
19 Nota de Levy Pereira: Granada de mão, construída com um pequeno vaso de cerâmica
carregado com pólvora e um pavio, que era aceso para o seu lançamento.
20 Nota do autor e de Levy Pereira: Capitão Duijnkerker: mencionado como o capitão João
Tallebon [Ioannes Tallebomius] por G. Barleus (Op. cit., pg. 39), e, por D. A. Coelho (Op. cit.,
fol. 244a) como Deunque Carlo, ‘capitão de grande opinião’. J. A. Calf (Ms. NL-HaNa_
OWIC 1.05.01.01, número do inventário 52, número consecutivo 18) cita que ele morreu
quando um meio-canhão da bateria de Artischevsky, também conhecida como bateria do
Conde, foi destruído por um tiro direto. Nessa ocasião outros 2 homens foram mortos, e
outros 3 gravemente feridos. Na Dagelijkse Notule de 28 de janeiro de 1637 (Monnumenta
Hyginia, UFPE), na relação das tropas aprestadas para a campanha de expulsão dos ibe-
ro-brasileiros de Pernambuco, consta Jan Taelboon como comandante de uma companhia
com o efetivo de 64 homens, o que indica que João Tallebon deveria ser seu nome verda-
deiro, e que Duijnkerker poderia ser um apelido, talvez por ser natural da cidade francesa
de Dunquerque. Carel [Karel] de Nassau: Carlos de Nassau [Carolus Nassovius], sobrinho
do Conde de Nassau. D. A. Coelho (Op. cit., fol. 244a) o denomina Henrique de Nassau.
P. M. Netscher (Op. cit., p. 155) o cita como Conde Carlos de Nassau, primo do governa-
dor (referindo-se a João Maurício). J. A. Calf (Op. cit.) informa que o fidalgo Karel Van
Nassau morreu em 1/3/1637, atingido por uma bala de canhão que passou pela troneira
do espaldão da bateria de Artschevsky, e, na noite desse dia, foi sepultado na Igreja Nova,
atual igreja matriz da cidade de Porto Calvo-AL (AL). A Dagelijkse Notule de 28 de janeiro
de 1637 (Op. cit.) informa que o capitão Carlos de Nassau [Don cabo de Nassau, sic]
comandava uma companhia com 140 homens. G. Barleus (Op. cit., p. 39) cita que ambos
morreram na explosão de uma bombarda. Como não há notícia de que os neerlandeses
estivessem usando bombardas (morteiros) nesse cerco, supõe-se que isso signifique a ex-
plosão de uma granada de morteiro lançada do Forte da Povoação, informação que conflita
com os relatos de D. A. Coelho, e os destas cartas de Nassau, mortes causadas por tiro de
canhão.
21 A data dos artigos da rendição impressa nos panfletos Blaeu e van Hilten é 3 de abril de
1637. A data correta é 3 de março de 1637, como consta nos manuscritos: HaNA_OWIC
1.05.01.01, nº do inventário 52, nº consecutivo 12, com esses artigos redigidos em neerlan-
dês, e HaNA_OWIC 1.05.01.01, nº do inventário 52, nº consecutivo 13, com eles redigidos
em francês. Rapport van kolonel Christoffel Artischauw betreffende de verovering van Porto Corvo
[Calvo] in Brazilië. Afschrift. 1637 januari 23 - 1637 maart 8 / Exh. St.-Gen. 8 juli 1637, do
acervo do Arquivo dos Estados Gerais [NL-HaNA_SG 1.01.05, nº do inventário 9217].
22 Haia, Arquivo Nacional, Velha Companhia das Índias Ocidentais: NL-HaNA_OWIC
1.05.01.01, núm. do inventário 52, núm. consecutivo 12.
23 Os artigos estão numerados somente nos panfletos.
24 Nota de Levy Pereira: Arma carregada, pronta para o tiro.
25 Nota do autor e Levy Pereira: O documento HaNA_OWIC 1.05.01.01, nº do inventário
52, nº consecutivo 12, cita esse mesmo destino, ilhas no Caribe, no entanto, o HaNA_
OWIC 1.05.01.01, nº do inventário 52, nº consecutivo 13 e G. Barleus (Op. cit., p. 39)
informa que lhes foi concedido a faculdade de escolherem entre a Ilha Hispaniola, ou
outra ilha das Índias Ocidentais (Caribe) e a Ilha Terceira. Rumaram para a Ilha Terceira,
no Arquipélago dos Açores (Ilhas Flamengas).
26 Jaraguá. — (A): Garagua. — (B): Iaragoa.
27 Nota do autor, de Levy Pereira e de Onésimo Santos: Esse artigo 9 está redigido na versão
neerlandesa: De Canoniers sullen uytgaen met hare gereetschappen. [panfleto Blaeu e carta NL-Ha-
NA_1.05.01.01_52, nº do inventário _12]; De Canoniers sullen uytgaen met hare ghereedtschappen.
[panfleto v. Hilten]; Nos documentos com esse artigo redigido em francês: Les Canoniers
sortiront avec les aletages [sic], na carta NL-HaNA_1.05.01.01_52, nº do inventário _13; Les
Canoniers sortiront avec leurs ornements, no relatório NL-HaNA_SG 1.01.05, nº do inventário
9217. O consenso para a interpretação foi admitir que: Canoniers = prt. condestáveis, por
esse artigo referir-se aos chefes de artilharia da praça de guerra (Forte da Povoação), uma
cavalheiresca distinção neerlandesa à sua atuação; Ornements = prt. ornamentos é manifesta
corruptela do fr. instruments = nl. gereetschappen / ghereedtschappen = prt. instrumentos.
28 Nota de Levy Pereira: Esse artigo explicita que os restos mortais de Dom Luiz de Rojas y
Borja, Duque de Granja, foram repatriados para a Espanha pelas tropas de Miguel Gilber-
ton. Dom Luiz foi morto na batalha da Mata Redonda em 18 de janeiro de 1636, sepultado
no segundo dia após a batalha junto à casa de Frei Manoel Calado, a uma légua da Povoa-
ção, e, um mês antes dos neerlandeses cercarem Porto Calvo (possivelmente no dia 21 de
dezembro de 1636, um domingo), seus restos mortais foram desenterrados, metidos em
uma pequena caixa e solenemente transladados para a igreja nova da Povoação (Calado, O
Valeroso Lucideno, Livro Primeiro, Capitulo III, pg. 76-77; 84), onde repousaram até o dia
4 de março de 1637. Nessa ocasião, também foram repatriados os restos mortais de Dom
Bartolomeu de Roxas, sobrinho Dom Luiz de Rojas y Borja, segundo C. Pudsey (DIÁRIO
DE UMA ESTADA NO BRASIL, 1629-1640; Editora Index, Petrópolis, Rio de Janeiro,
Brasil, 2000, fol. 26v., pg. 117).
29 Nota do autor e de Onésimo Santos: No documento NL-HaNA_1.05.01.01_52, nº do
inventário _12, a redação desse artigo é “een stuck gheschuts, schietende koghels van thien ponden,
met sijne toebehooren”, ou seja, em tradução literal “uma peça de artilharia, atirando balas de
dez libras, com suas pertenças”, enquanto que nos documentos com os artigos redigidos
em francês, o NL-HaNA_1.05.01.01_52, nº do inventário _13 e o NL-HaNA_SG 1.01.05,
nº do inventário 9217, o texto desse artigo é “une piece d’Artillerie de dix livres avec son attelage”,
cuja tradução literal é “uma peça de artilharia de dez libras com seus animais de tração”.
No francês da atualidade escreve-se les attelages nessa circunstância. O consenso para sanar
essa variação nos significados foi utilizar o termo palamenta, conjunto de ferramentas ou
máquinas usadas no serviço das bocas de fogo, que inclui a carreta e todo o necessário para
o seu transporte.
31 Nota de Levy Pereira e Onésimo Santos: esse comentário do Conde João Mau-
rício demonstra seu bom humor e elevado estado de espírito com a vitória alcan-
çada em Porto Calvo. Gaspar Barleus (Op. cit., pg. 39) e Robert Southey apud P.
M. Netscher (Op. cit., pg. 155) comentaram o tratamento magnânimo dispensado
por Nassau à tropa íbero-napolitana.
32 Nota do autor e de Levy Pereira: segundo as listas do material bélico capturado em Por-
to Calvo [Ms. HaNA_OWIC 1.05.01.01, nº do inventário 52, nº consecutivo 41, e Ms.
HaNA_OWIC 1.05.01.01, nº do inventário 52, nº consecutivo 72], a artilharia capturada
no reduto do morro de Amador Alvarez e no Forte da Povoação consistia em 22 canhões
de bronze, 5 morteiros de bronze e 5 canhões de ferro.
33 Nota do autor e de Levy Pereira: Estopim, murrão. Conforme as listas do material
bélico capturado em Porto Calvo citadas anteriormente, e também na lista do Ms.
HaNA_OWIC 1.05.01.01, nº do inventário 53, nº consecutivo 06, havia nos paióis
6.034 libras de mecha, das quais 600 libras de mechas apodrecidas (inservíveis).
34 Nota de Levy Pereira e Onésimo Santos: mais uma amostra do bom humor e do estado de
espírito do Conde João Maurício. Quanto ao local de destino das tropas rendidas, ver notas
anteriores.
35 Nota de Levy Pereira: o Conde de Nassau nesta frase concedeu ao Conde de Bagnuoli
um disfarçado elogio a uma faceta incompreendida e tida como fraqueza e covardia por
muitos: forçado pelas circunstâncias, Bagnuoli tornou-se especialista em retiradas, mano-
bras arriscadas, dificílimas de se executar com bom êxito, recomendadas pela prudência à
arte de comandar, basicamente para sobreviver e prosseguir a luta noutra ocasião menos
desfavorável. Comentam depreciativamente as decisões de Bagnuoli nessa ocasião: Calado
(Op. cit., pg. 83), D. A. Coelho (Op. cit., Ano 1637, 18 de fevereiro, fol. 242a-242b, pg.
496-497), C. Pudsey (Op. cit., fol. 26r., pg. 115) e F. A. Varnhagen (Op. cit., Livro Quinto,
pg. 166-168).
36 Nota de Levy Pereira: as duas pontes destruídas pelas forças de Bagnuoli em retirada fo-
ram as do rio Marituba (rio Piauí, no alto curso), conforme citado por C. Pudsey (Op. cit.,
pg.119) e nas Memórias (Op. cit., pg. 249): ‘El enemigo passò el riachuelo de Piagui, con tanta peligro
(aun con no tener quien se lo impidiesse) que se le anegaron tres hombres, i dos caballos; todos le pasaron
tan de espacio, i embaraçosamente, como fue en unas balsas, que alli llaman assi, i se cõponen de vnas yerbas
como espadañas, que ligadas sirven de embarcacion, para passar rios tan angostos como este’. No mapa
de G. Marcgrave (Brasilia qua parte paret Belgis, 1647), esse rio é denominado ‘Pĩaguĩ’ e corta
o caminho ‘Gouverneurs pat’.
37 Nota de Levy Pereira e Onésimo Santos: essa passagem demostra um pouco de humor
negro por parte de João Maurício.
Benjamin N. Teensma.1
Uma possível explanação para haver um canhão de bronze de calibre 10 a menos no ma-
nuscrito C, um dos canhões pertencentes às baterias do Forte da Povoação, pode estar re-
lacionada com o artigo 12 dos (*) ARTIGOS concluídos entre o Senhor Miguel Giberton,
Governador da Fortaleza da Povoação de Porto Calvo por parte de Sua Majestade El-Rei
de Espanha, por um lado; e Sua Excelência, João Maurício, Conde de Nassau, Catzenel-
bogen &c., Governador, Capitão e Almirante-General do Estado do Brasil, por parte dos
Excelentíssimos Senhores Diretores da Privilegiada Companhia das Índias Ocidentais, por
outro lado, no dia 3 de abril de 1637: ... 12. Ainda se conceder, ao acima-mencionado Go-
vernador, uma peça de artilharia com suas balas apropriadas de dez libras, e sua palamenta.
(*) Esse documento está impresso no panfleto Auctentijck Verhael van de Belegheringhe ende
veroveringhe van Porto Calvo ... [História resumida e autêntica do cerco e captura de Porto Cal-
vo ...], [tradução de Benjamin Teensma], Ian van Hilten, [livreiro], Amsterdam, Holanda,
12 Os amanuenses não colocaram o nome do autor nos três manuscritos, possivelmente por não
interpretarem a sua assinatura ou esta informação não constar nos documentos copiados.
13 HaNA_OWIC 1.05.01.01, nº. do inventário 53, nº. consecutivo 6.
14 Os números entre colchetes remetem para os “Comentários ao documento” que se encon-
tram no final da transcrição.
1 Canhão de bronze,
com câmara cilíndrica
e alma com o mesmo
diâmetro, atirando 10
libras, não montado,
pesando 32 quintais
e 45 libras, marcado
com o escudo da Es-
panha; abaixo: Don
Philippo 4, Rey d’Espag-
ne, 1634.
1 Canhão de bronze,
com câmara cilíndrica
e alma com o mesmo
diâmetro, atirando 10
libras, não montado,
pesando 31 quintais e
32 libras [14], marca-
do como a anterior.
Subtotal / Transpor- f 18821 // 10 //
tado para a folha se-
guinte →
1 Canhão de bronze, a 50 Fl / 100 f 1560 // - // -
com câmara cilíndrica lb
e alma com o mesmo
diâmetro, atirando 10
libras, não montado,
pesando 26 quintais,
marcado com o escu-
do de Portugal, com o
Tosão [15] detrás das
alças.
1 Canhão de bronze, a 50 Fl / 100 f 2176 // - // -
com câmara cilíndrica lb
e alma com o mesmo
diâmetro, atirando 10
libras, não montado;
pesando 36 quintais, 1
arroba, 2 libras; mar-
cado com o escudo
de Portugal detrás das
alças; abaixo A.G.F.
1 Canhão de bronze, a 50 Fl / 100 f 1440 // - // -
com câmara cilíndrica lb
e alma com o mesmo
diâmetro, atirando 10
libras, não montado,
pesando 24 quintais;
marcado como a an-
terior.
1 Canhão de bronze
encampanado [21],
atirando 3 libras, não
montado, pesando
252 libras, marcado
GWC; ao redor da
culatra estava: Kilianus
Wegewaert me fecit, Cam-
pen 1631.
1 Morteiro de bronze
sobre seu reparo, pe-
sando 1.595 libras; o
diâmetro dele na boca
é de 13 ½ polegadas,
e na câmara de 6 ½
polegadas; marcado
detrás das orelhas
com o escudo da Es-
panha, 1633; diante
das orelhas um escu-
do com a águia real,
e abaixo dele escrito:
Claude de Rey Baron de
Balançon [22]. E ao re-
dor da culatra estava:
Johannes sothoff [23]
me fecit, Bruxelles.
Subtotal / Transpor- 30712 // //
tado para a folha se-
guinte →
1 Morteiro de bronze a 50 Fl / 100 f 660 // - // -
sobre seu reparo, pe- lb
sando 1.320 libras,
suas dimensões como
as do morteiro ante-
rior; marcado detrás
das orelhas com o
escudo da Espanha,
1631; diante das ore-
lhas um escudo com
um leão montante, e
abaixo estava: Henri
Compte de Berg [24]. Ao
redor da culatra esta-
va: Johannes Stettho-
ff me fecit, Bruxelles.
2 Morteiros de bronze, a 50 Fl / 100 f 1696 // - // -
pesando 1.696 libras lb
cada um; dimensões
como do anterior.
10 Pés-de-cabra. [41] a 3 Fl f // - // -
6 Caixinhas com discos - f - // - // -
de madeira e tubos
para morteiros. [42]
[01] Esse canhão foi descrito como metale stuck recht geboort,
cuja tradução literal seria canhão de bronze ‘diretamente furado’.
Optou-se pela tradução como canhão com câmara cilíndrica e
alma com o mesmo diâmetro. Há termos técnicos de artilharia
para esse tipo de canhão recht geboort: em inglês, straight bored
ou home bored; em neerlandês atual, rechtlopend, e em neerlan-
dês arcaico, recht-loopent.
Nota de Adler H. Fonseca de Castro: Diretamente furada: peça sem
câmara [sem câmara cônica ou de menor diâmetro que a alma
do cano]. A tradução seria essa, apesar de ser longe da tradução
literal. Talvez valha a pena uma nota explicando do que se trata,
pois essa observação só faz sentido em um documento holandês.
Os portugueses, ao contrário dos holandeses, não usavam drakes.
Drake é um canhão com uma pequena constrição no fundo da
alma (câmara), para diminuir a carga do canhão. Com uma carga
menor, a peça podia ter paredes mais finas e era, portanto, mais
leve. Peça diretamente furada implica que a alma tem o mesmo
diâmetro até o fundo, ao contrário dos drakes. Isso é bem visível
na relação peso da peça/peso da bala, que é de 194, um canhão de
peso normal para o calibre. Para um drake, seria a metade disso.
Nota de Levy Pereira: No processo de fabricação dos canhões, a
câmara e a alma dos canhões (o ‘furo’) eram retificadas com uma
broca após a sua retirada do molde de fundição.
[14] Nota de Levy Pereira: O peso dessa peça, que consta no ma-
nuscrito B, em quintal/arroba/libra, é 32/-/-.
[20] Nota de Levy Pereira O peso dessa peça, que consta no ma-
nuscrito B, em quintal/arroba/libra, é 10/-/-.
Descrição do canhão
2 rl oc h wc ij 𐐋
de 3 lb
A
Descrição dos ca-
2 nhões de bronze de 6 rl oc h w ij 𐐋
lb
Descrição do canhão
2 hl oc h vl ij 𐐋
de 3 lb
B
Descrição dos ca-
2 hl oc h vl ij 𐐋
nhões de 6 lb
Descrição do canhão
2 CL oc k vc ij 𐐋
de 3 lb
C
Descrição dos ca-
4 CL oc k vc ij s
nhões de 6 lb
Fonte: e-mail de Nico Brinks de 24 de outubro de 2017 dirigido ao srs. Christopher Sellars e Vittorio
Serafin, imagem baseada em Van der Tollen, Gerrit: HET NIEUWE LICHT DER BOSSCHIET-
ERYE. Joannes Loot, Amsterdam, Netherlands, 1734, [acervo do National Dutch Military Museum],
pg. 67.
Tabela 3: Imagem e paleografia das inscrições com o nome de Claude de Rye nos
manuscritos.
Ms. NL-HaNA Imagem da inscrição no documen- Paleografia
to
Claude de Reye
1.05.01.01_53_6
baron de balancoz
Fonte: PETERSON, Mendel L.: Encyclopædia of markings & decoration on artillery. Edited by RO-
BERT P. A. STÉNUIT. Part IIA2, folha 39. Disponível em https://www.buei.bm/encyclopaedia-
-of-markings-and-decoration-on-artillery/, acesso em 10/2/2017.
DC. XXX], Madrid, por Diego Diaz de la Carrera, Impressor del Rey-
no, año 1654, p. 246e: ‘entrò el enemigo en el Fuerte, en que no hallò
las haciendas que imaginava: lo mas fue la artilleria, i municiones.
Los barriles de polvora excediã de quinientos de a cien libras, … .
- NETSCHER, Pieter Marinus: Les Hollandais au Bresil, La Haye,
Belinfante Fréres, 1853, pg. 88: “Le butin consistait surtout en …
500 tonneaux de poudre.”
E incorretamente em:
- NETSCHER, Pieter Marinus: Os holandeses no Brasil (Op. cit.),
p. 155: ‘Consistiram em ... 500 toneladas* de pólvora os despojos
encontrados em Porto Calvo’.
(*) distração na tradução de tonneaux = pipas, barris).
- VARNHAGEN, Francisco Adolfo [Barão de Porto Seguro]: Historia
das lutas com os hollandezes no Brazil desde 1624 a 1654. Typo-
graphia de Castro Irmão, Lisboa, Portugal, 1872, Livro Quinto, p.
169: ‘Com a rendição do forte adquiriu o inimigo ... muitas muni-
ções, incluindo 500 toneladas de pólvora ...’.
1 BROMMER, Bea; HEIJER, Henk den. 2011. Grote Atlas van de West-Indische Compagnie.
Deel I : De Oude WIC, 1621-1674, Uitgeverij Asia Maior/Atlas Maior, Voolburg/Den
Haag, Netherlands.
2 Nota de Levy Pereira: Os neerlandeses mantiveram a denominação de Povoação, apesar de
Duarte de Albuquerque Coelho, Donatário da Capitania de Pernambuco, a ter elevado a vila em 12
de abril 1636, designando-a Vila do Bonsucesso de Porto Calvo. COELHO, Duarte de Albur-
querque. 1654. Memorias diarias de la gverra del Brasil, [por discurso de nveve años, empeçan-
do desde el de M. DC. XXX], Madrid, por Diego Diaz de la Carrera, Impressor del Reyno,
p. 225b.
3 Nota do autor e de Levy Pereira: Cristóvão Artichevski, militar nascido em Rogalin, Polônia, cujo
nome é grafado na documentação histórica de muitas formas, tais como Crestofle d’Artischau
Arciszewski, Krzysztof Arciszewski, e as impressas nos panfletos van Hilten e Blaeu.
4 Nota do autor e de Levy Pereira: (Panfleto A) — Auctentijck Verhael van de Belegheringhe ende
veroveringhe van Porto Calvo ... [História resumida e autêntica do cerco e captura de Porto
Calvo ...], [panfleto], Ian van Hilten, [livreiro], Amsterdam, Holanda, 27/6/1637. Scheep-
vaartmuseum, Amsterdam, Holanda. Visualização [e download] do panfleto van Hilten:
http://www.maritiemdigitaal.nl/index.cfm?event=search.getdetail&id=101001434, acesso em
10/6/2016. (Panfleto B) — Kort em Auctentick Verhael van het beleg en veroveren van Povaçon de
Porto Calvo [Descrição resumida e autêntica do Cerco e Conquista de Porto Calvo], [panfle-
to impresso por] Iohan Blaev, Amsterdam, 1637. Atlas van Stolk, n. ref. 1794. Visualização
[e download] do panfleto Blaeu:
http://collectie.atlasvanstolk.nl/data_nl.asp?startc=1&q0=55348&subj=18&bron=collform,
acesso em 10/6/2016.
330 Benjamin Nicolaas Teensma
O teor histórico destes textos ficou quase idêntico nas duas ver-
sões, a de Van Hilten, aqui denominada de A, e a de Blaeu, de B.
Filologicamente, a versão B é a melhor, e, por essa razão, o escolhi
para tradução, e, na qual, para efeito de clareza, foi adicionada a
numeração dos parágrafos com cifras romanas. No final, foram acres-
centadas notas demonstrativas das diferenças entre os textos originais
e alguns comentários, pelo autor (BNT), e por Levy Pereira (LP), ao
qual agradeço a colaboração.
Pesquisas recentes permitiram provar, sem sombra de dúvida, que
o texto dos dois panfletos foi escrito por Artichevski, pois encontrei
no Arquivo Reservado dos Estados Gerais, guardado no Arquivo Na-
cional, na Haia, um volume em quarto grande, encadernado em per-
gaminho, e, na capa dele, em letra grande, o título: W. Comp. Rapport
van Collonel Christoffel Artischauw 1637. Na sua primeira folha, se-
gue-se o subtítulo que diz Rapport van de veroveringe [= conquista]
van Porto Calvo, com a nota marginal: exhibitum 01 july 1637.7 E
seu texto, em neerlandês, que no volume segue em letra gótica ma-
nuscrita, é totalmente idêntico ao que foi publicado anonimamente
nos dois panfletos amsterdameses por Jan van Hilten e Johan Blaeu.
O relatório de Artichevsky, e esses panfletos, seguramente podem
ser identificados como fontes primárias consultadas por Gaspar Bar-
léu para a redação, no seu livro ‘História dos Feitos Recentemente
Praticados Durante Oito Anos no Brasil’,8 da narrativa encomiástica
do desempenho de João Maurício, Conde de Nassau, na campanha
de 1637, para vencer e expulsar as tropas e o governo ibérico do
território da Capitania de Pernambuco.
7 Rapport van kolonel Christoffel Artischauw betreffende de verovering van Porto Corvo [Calvo] in Brazil-
ië. Afschrift. 1637 januari 23 - 1637 maart 8 / Exh. St.-Gen. 8 juli 1637, do acervo do Arquivo
dos Estados Gerais, cota NL-HaNA_SG 1.01.05, nº do inventário 9217.
8 Barléu, Gaspar. 1940. HISTÓRIA DOS FEITOS RECENTEMENTE PRATICADOS
DURANTE OITO ANOS NO BRASIL ... [1647], tradução e anotações de Cláudio Bran-
dão, Ministério da Educação, Rio de Janeiro, Brasil [MCMXL].
10 (B): met 100 Italianen. — (A): met 800 Italianen. Nota de Levy Pereira: O panfleto A (van
Hilten) deve estar correto. Em 1631, Bagnuoli desembarcou na Barra Grande com 300
soldados do terço napolitano que fora do Marquês de Torrecuço (FREIRE, F. B.: Nova Lu-
sitânia – História da Guerra Brasílica, Oficina de João Galrão, Lisboa, 1675, Livro Nono,
§403, p. 210; §404, p. 211; §424, p. 222). Em 30 de novembro de 1635, desembarcaram
mais 400 napolitanos na Ponta de Jaraguá, trazidos pela esquadra de Castela de D. Lopo
de Hozes, e nessa ocasião haviam mais 190 dessa nação (italiana) que assistiam no Brasil
(FREIRE, F. B., Op. cit., §683, p. 358). O acampamento do terço Napolitano situava-se
no vale a nor-noroeste e distando cerca de 1,2 quilometro do Forte da Povoação, entre
os baluartes construídos por Bagnuoli nos cimos de dois morros, sendo o mais próximo
conhecido como o morro de Amador Alvarez.
11 As casas incendiadas indicam-se por P.P.P. — (A): De afghebrande huysen werden aenghewesen
by letter O.P.P.E.
14 Nota do autor e de Levy Pereira: A carta de João Maurício de Nassau, escrita na Povoação
de Porto Calvo, em 8 de março de 1637, ao [Conselho dos] XIX Diretores da Companhia
das Índias Ocidentais, na Holanda (Haia, Arquivo Nacional, Velha Companhia das Índias
Ocidentais: NL-HaNA_OWIC 1.05.01.01, número do inventário 52, número consecutivo
15) cita que 300 militares espanhóis e 110 napolitanos se renderam, assim, incluiu-se nesses
550 citados cerca de 140 civis (mulheres, crianças e escravos). Os neerlandeses devem ter
computado alguns militares portugueses como espanhóis – segundo F. B. Freire (Op. cit.,
Livro Nono, § 757, p. 396) os capitães portugueses João Rodrigues de Souza, Leonardo
de Albuquerque, André de Melo e Miguel do Rego, e, presumivelmente, alguns soldados
portugueses sob suas ordens, estavam no Forte.
15 Nota do autor e de Levy Pereira: As listas do material bélico capturado em Porto Calvo
citam 19 canhões de bronze, 5 canhões de ferro e 5 morteiros (Arquivo Nacional, Haia,
Ms. HaNA_OWIC 1.05.01.01, nº do inventário 52, nº consecutivo 41, e Ms. HaNA_OWIC
1.05.01.01, nº do inventário 52, nº consecutivo 72).
16 Nota do autor e de Levy Pereira: As listas do material bélico capturado em Porto Calvo
(Op. cit.) relacionam 80 alcanzias [= granadas de mão], 88 granadas para morteiro prepara-
das e 284 granadas para morteiro sem preparação.
17 Sergipe d’El-Rei. — (A): Selregrippe del Rey. — (B): Seregrippe del Rey.
18 A data dos artigos da rendição impressa nos panfletos Blaeu e van Hilten é 3 de abril de
1637. Todavia, a data correta é 3 de março de 1637, como consta nos manuscritos: HaNA_
OWIC 1.05.01.01, nº do inventário 52, nº consecutivo 12, com esses artigos redigidos em
neerlandês, e HaNA_OWIC 1.05.01.01, nº do inventário 52, nº consecutivo 13, com eles
redigidos em francês. Rapport van kolonel Christoffel Artischauw (Op. cit.), com esses artigos
redigidos em francês.
19 Bandeiras. — (A): Vaandragers = [alferes].
J. M. Conde de Nassau
e Senhor Miguel Giberton.
sua mulher d. Clara Cezar Bandeira de Mello; neto, por via pater-
na, do Capitão Salvador Coelho de Drummond e Albuquerque e de
sua mulher d. Mariana Bezerra Pessoa; e, por via materna, neto do
Sargento José de Mello Cezar de Andradee de d. Helena da Cunha
Bandeira de Mello.
O Sargento José de Melo César de Andrade, por sua vez, era filho
de outro José de Melo César de Andrade, Cabo da Fortaleza de Pau
Amarelo, e de sua mulher d. Mariana Bezerra de Azevedo; neto, por via
paterna, do Capitão mor Jerônimo César de Meloe de sua mulher d. Ma-
ria Joana Cesar, esta filha bastarda do Mestre de Campo João Fernandes
Vieira, havida em d. Cosma Soares; e, por via materna, neto do lendário
Capitão mor de Igarassu Antônio da Silva Pereira e de sua mulher d.
Anna Bezerra Pessoa, ficando assim comprovado ser o Major Salvador
Coelho pentaneto do Mestre de Campo João Fernandes Vieira.
Salvador Coelho viveu sua infância na freguesia de Goiana e, pos-
teriormente, passou para a cidade de Olinda, onde viveu a maior
parte do tempo. Durante toda sua vida se dedicou a carreira militar,
e foi administrador do Morgado de Paratibe de Cima. Assentou praça
de voluntário em 17 de janeiro de 1822, e, no mês de setembro do
mesmo ano foi reconhecido cadete, e serviu no oitavo Corpo de Arti-
lharia de Posição do Recife4. Em janeiro de 1835, ainda como Cadete,
estava lotado no 4º Corpo de Artilharia de primeira linha do Recife5.
Na mesma ocasião, fazia parte da relação dos cidadãos selecionados
para jurados no 3º Distrito do Carmo, da cidade de Olinda (PE)6.
Em janeiro de 1836, na qualidade de administrador do Morgado
de Paratibe, vem a público mostrar que, apesar das providências
tomadas a respeito do desmatamento clandestino nas matas do re-
ferido Morgado, mesmo movendo questões judiciais, precisava da
batizados na Capella do Engenho Dous Rios da freguesia de Goiana, pelo Reverendo José
Barbosa de Vasconcellos, sendo padrinhos de Antonio, o Capitão Luiz Carlos Pereira e
Dona Feliciana; e de Salvador, Domingos d’Abreu e Dona Rita, de que para constar abri
este assento que assignei. O Cura João Maxado Freire” (Freguesia da Sé de Olinda, Batiza-
dos, Livro 1822-1845, p. 79).
4 Diário de Pernambuco, ed. nº 5 de 8 de janeiro de 1829, p. 19, coluna Aviso Particular.
5 Id. Ibid., ed. nº 590 de 27 de janeiro de 1835, p. 1, coluna Governo da Província – Expe-
diente do dia 19.
6 Id. Ibid., ed. nº 98 de 5 de junho de 1835, p. 2.
9 Revista do IAHGP, vol. XLI, 1946-1947, “O Tombo do Mosteiro de São Bento de Olin-
da”, p. 77.
10 Diário de Pernambuco, ed. nº 150 de 14 de julho de 1837, p. 3, coluna Aviso Particular.
que houve por herança em parte da dívida que o mesmo Sr. Manoel
Gomes da Silva contrahio com a falecida D. Anna Maria do Ó Mello,
proveniente de renda da propriedade do Maranguape, como tudo
consta dos respectivos autos de inventário, e que finalmente ficam
arranjando os documentos comprobatórios desta dívida, afim de que
juntos aos autos que deve-se estar procedendo, mande o competente
Sr. juiz sejam os abaixo assinados atendidos e verifiquem assim o
pagamento da dívida de que se trata. Recife 6 de março de 1858 =
Salvador Coelho de Drumond e Albuquerque = José de Mello Cesar
de Andrade”20.
Na época da Guerra do Paraguai, Salvador Coelho fez doação de
dez mil réis (10$000) por mês, deduzido do seu salário, para auxi-
lio da Guerra, a contar de 1º de março de 1865, “enquanto durar a
guerra”21...
A partir de 1º de janeiro de 1866, Salvador Coelho passou a Co-
mandar o Forte do Buraco, conforme ordem do dia nº 178 de 28 de
dezembro de 1865. No ano seguinte, o Marechal Comandante das Ar-
mas faz público nomear o Major Barros para ocupar o Comando do
Forte do Buraco no lugar que ocupava o Major reformado Salvador
Coelho de Drumond e Albuquerque, agradecendo a este a maneira
satisfatória com que se houve no referido comando durante o tempo
que exerceu interinamente. Em seguida, o mesmo marechal deter-
mina que o Capitão reformado reverta para o Comando do Forte de
Pau Amarelo, que deixou de exercer por ter tomado interinamente
o Forte do Buraco, conforme ordem do dia, nº 215 de 15 de março
de 186622.
“Atenção – O abaixo assinado, querendo prevenir que na proprie-
dade do Vínculo denominado Paratibe de Cima e Mirueira, do qual
é consenhora a mulher do abaixo assinado, por falecimento de seu
irmão o major Salvador Coelho de Drumond e Albuquerque, alguém
se sirva de seu nome, e faculdade sua para tirar madeiras ou fabricar
carvão nas matas da dita propriedade; pelo presente faz público a
25 IAHGP, Arquivo e Coleção Orlando Cavalcanti, caixa 149, inventário do Major Salvador
Coelho de Drumond e Albuquerque.
26 Diário de Pernambuco, ed. nº 177 de 6 de agosto de 1869.
outros filhos dando o seu valor, o facão; deixa a seu filho o licencia-
do Manoel da Motta 200$ rs pagos a [...] cada anno. De tudo fiz este
assento em que assignei. O Vigário Apolinário Moreira.” (p. 72/74)
“102. A folhas 38 do mesmo livro acima está o seguinte assento
da mulher do Capitão Manoel da Motta. Aos 16 do mês de fevereiro
do dito anno (1724) falleceu D. Catharina de Barros Rego com os sa-
cramentos necessários; fez testamento no qual instituiu por seus tes-
tamenteiros a seus filhos o Capitão Mor Christovão de Barros Rego,
o Coronel João Cavalcanti e o Licenciado Manoel da Motta Silveira,
o qual aceitou. Declarou por sua alma 7 capellas de Missas, duas ao
seu Vigário e as mais a elleição de seus testamenteiros, deixou mais
dissessem Missas de Corpo presente todos os Clérigos e se achem no
seu enterro; deixou mais algumas missas e obras pias a eleição dos
seus testamenteiros de que fiz este assento. O Vigário Antonio Tho-
maz Ferreira.” (p. 74)
“103. Carta de doação lançada nesta nota, a requerimento de par-
te. Saibão quanto este público instrumento de sesmaria e doação
lançada nesta nota a requerimento de parte, virem que no anno do
Nascimento de nosso Senhor Jesus Christo de 1641, aos 7 dias do mês
de Fevereiro do dito anno, nestes limites de Muçurepe, Freguesia de
Sam Lourenço, Termo da Villa de Olinda, Capitania de Pernambuco,
na Fazenda de Balthazar Gonçalves, onde eu Tabelião fui; estando
elle ali presente, me foi apresentada a carta de sesmaria e doação
adiante escripta, requerendo-me que por bem e conservação de sua
justiça, lhe deitasse nesta nota, e della lhe desse os translados que
lhe fossem necessário; a qual por estar sem ter vicio nem cousa que
duvida faça lh’a deitei o translado de verbo adverbum, que é o se-
guinte: Jerônimo de Albuquerque, Capitão Governador desta Capita-
nia de Pernambuco, pelo Sr. Duarte Coelho Capitão Governador della
por El’Rei Nosso Senhor. Faço saber a quantos esta minha Carta de
Sesmaria e doação for mostrada e o coehecimento della com direito
pertencer, em como a mim me enviou dizer pela sua petição João
Baptista, que há oito annos elle Suppe. é morador nesta Capitania, ora
pretende viver e povoar na dita Capitania e tem comprado peças de
escravos para fazer fazenda e lavoura e não tinha terra para o poder
fazer; pelo que me pedia lhe fizesse mercê de dar mil braças de terra
em quadro, ao longo da testada, dádiva de Antonio Martins Alfaiate,
Cunha fez da parte que lhe cabia dos serviços que lhe pertencia seu
irmão mais velho João Carneiro da Cunha cuja escriptura foi passada
na nota do anno de 1692 pelo Tabelião Diogo Cardoso.” (p. 113)
“180. (ao lado, se lê: “Repetição por engano. Veja-se no 71, pag.
48”) O Capitão Francisco Paes Tavares e sua mulher D. Luisa de
Vasconcellos, forão os pais do Capitão João Tavares de Mello e de
D. Thereza Tavares de Mello. Este João Tavares de Mello foi cazado
com D. Thereza de Jesus e tiverão filhos. D. Thereza Tavares de Mello
acima nomeada cazou com Francisco Alves de Vasconcellos filho le-
gitimo do Capitão Francisco Alves de Vasconcellos (filho legitimo do
Capitão Francisco Alves de Vasconcellos) e de sua mulher D. Cosma
Monteiro da Silva e tiverão sucessão. Um irmão de Francisco Alves
de Vasconcellos, marido de D. Thereza Tavares de Mello foi o Capi-
tão Simão Alves de Vasconcellos, cazado com D. Joanna Rego Barros
de cujo matrimonio nasceu D. Anna Maria Correia que cazou com
seu primo Antonio Tavares de Vasconcellos filho de seu tio, irmão
de seu pai o referido Francisco Alves de Vasconcellos e sua mulher
a dita D. Thereza Tavares de Mello. Todas as pessoas acima referidas
forão naturaes e moradores das Freguesias de Itamaracá, Iguarassú
e S. Lourenço de Tejucupapo e principalmente de Itamaracá onde
quasi todos forão moradores: e isto sei pelos livros de baptisados e
cazamentos das ditas Freguesias que tive a pouco em meu poder os
quaes se achão no archivo da Câmara Eclesiástica. Nota de Salvador
Coelho de Drumond e Albuquerque.” (p. 114)
“181. Em um livro muito velho que está na Matriz do Recife achei
os assentos seguintes: Em 28 de Maio de 1656 Baptisei e puz os San-
tos Óleos a João, filho de Antonio Dias de Leão e de sua mulher Ma-
ria da Conceição. Forão padrinhos Belchior Alves e sua mulher Maria
Camello. Vigário Licenciado Manoel Dias de Carvalho.” (p. 115)
“182. Em 16 de Março de 1658, baptisei e puz os Santos Óleos
a Maria, filha de Antonio Dias de Leão e de sua mulher Maria da
Conceição. Forão Padrinhos o Capitão Amaro Lopes de Madeira e
Catharina Álvares.” (p. 115)
“183. Em 28 de Dezembro de 1659 baptisei e puz os Santos Óleos
a Lusia, filha de Antonio Dias de Leão e de sua mulher Maria da
Conceição. Forão Padrinhos Manoel Martins Vieira e Leonor Antunes.
Vigário Antonio da Silva.” (p. 115)
Capibaribe, e que esta era a terra de canna e pasto que lavrava Antonio
Álvares; e que o outro pedaço de terra em que lavrava João Cordeiro
de Mendonha na passagem e [camtribe], se começa a dividir e confron-
tar com a dita Ipocira, que atraz fica nomeada e corre por entre terras
pertencentes ao Engenho da casa forte, nas quaes de presente taira de
uma parte o Capitão Diogo de Miranda, e da outra parte o Capitão
Manoel Cavalcanti e João Pereira Gil, descendo por um vallo de caja-
zeiras a meter no rio Capibaribe o que ouvido pelo dito Dr. Juiz de
Fora perguntou ao dito Capitão Mor José Camello Pessoa se elle tinha
alguma duvida a confrontação das terras aqui feitas e por elle foi res-
pondido que elle não sabia ao certo por donde corria a dita terra e que
assim o havia declarado seu antecessor o Dr. Roberto Correia Ribeiro;
porem que nesta declaração que as ditas testemunhas haviam feito, e
ter elle dito Capitão mor bom conceito e opinião das ditas testemu-
nhas, queria estar pelos seus ditos o que ouvido pelo dito Dr. Juiz de
Fora houve os dous pedaços de terras por demarcadas na mesma for-
ma que pelas ditas testemunhas lhe foi declarado, visto os conherêos
com quem partem os ditos dous pedaços de terras não alegaram couza
alguma nem aparecerem para esta demarcação, sendo para Ella citados
e para conservação do direito do dito Capitão mor mandou fazer este
termo de demarcação que julgou por sua sentença enterpondo para
ellla o decreto judicial que assignou com o dito Capitão mor e testemu-
nhas sendo a tudo testemunhas prezentes o Dr. Pedro Ferreira Brandão
e Antonio de Souza Crespo, que todos aqui assignarão e eu Manoel
Coelho Pereira escrivão o escrevi Luiz de Valensuella Hortiz, Miguel de
Souza Vieira, José Camello Pessoa, Miguel de Souza Vieira, Francisco
de Andrada Lima, Gregorio Pereira de Caldas, Pedro Ferreira Brandão,
Antonio de Souza Crespo, e o mais se não continha cousa alguma em
dito Auto de posse e mais declarações coherentes ao mesmo auto de
posse, que eu fiz copias dos próprios a que me reporto. E mais se não
continha em dita certidão que eu João Francisco Reges escrivão do
crime e cível Tabelião Publico do Judicial e notas nesta cidade do Re-
cife de Pernambuco por sua Magestade Imperial o Senhor Dom Pedro
II que Deus Guarde bem e fielmente fiz copia do próprio original que
me foi apresentado pelo reconhecer verdadeiro ao qual me reporto e
o tornei a entregar a quem me o apresentou;vai na verdade sem cousa
que duvida faça, conferida e consertada comigo próprio e com o offi-
teria outros 300$000 por alimentos, além de quatro escravos que lhe
tem dado; e a uma filha de Maria de Goveia 200$000 de esmola e que
lhe mandem dizer cinco capellas de missas por sua alma, e deixou
ao dito seu irmão o Padre Francisco de Souza Magalhães 100$000 e
declarou que lhe mandassem dizer missas de corpo presente e o seu
enterro a desposição do seu testamenteiro. Deixou a N. S. dos Praze-
res 50$000 e 50$000 a Santa Quiteria.
Sepultou-se na capella dos 3os de N. S. do Carmo donde era irmão
e Prior neste presente anno, em habito da mesma Religião. Manoel
Freire d’Andrade.” (p. 134-135)
Referências
Í ndice onomástico
Nome Documento
VILLAR, Gaspar 190 e 191
Fernandes
VITAL, Antonio Curado 128
XAVIER
Francisco 200
Sam Francisco 197
XIMENES
Leonor 130
Maria 127 e 132
Maria (ou Xer) 132
403
Í ndice toponímico
do Minho 185
Recife 109, 181,
185, 186, 196,
197 e 200
Rio 103 e 197
Capibaribe 103 e 197
de Janeiro 178
de Muçurepe 103
Grande do Norte 178 e
199
Santa Sé de Olinda 163
Sé de Olinda 135
Sitio ou logar do 117
Mariguára
Tapuas 157,
158, 160 e
161
Tapuya 159 e
178