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Apostila Pentateuco

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INTRODUÇÃO AO PENTATEUCO

I. NOME
“Pentateuco” (Gr. Pente – cinco; teuchos – estojo para o rolo de papiro) é um
termo grego aplicado aos cinco livros de Moisés. Os livros antigos eram escritos
em rolos, geralmente de 9 metros de comprimento, mais ou menos o tamanho
necessário para acomodar de Gênesis até Deuteronômio. Recebem na Bíblia o
nome de “A Lei ”, “O Livro da Lei de Moisés”, “O Livro da Lei de Deus”, e algumas
vezes Torá ( ensinamento ).

II. AUTORIA
Diz a tradição, tanto da comunidade judaica como da Igreja que esses cinco livros
foram escritos por Moisés. Entretanto, desde que Baruch Spinoza começou a
questionar a tradição, em 1671 d.C., tem sido prática comum os críticos eruditos
negarem a autoria de Moisés, com base textual e linguística. Apesar das
contestações, a autoria de Moisés é confirmada tanto por evidências internas
como externas do Antigo e do Novo Testamento. O fato de ele ter usado outros
documentos, bem como palavras diretas de Deus, é compatível com a inspiração
divina na seleção do material. Rejeitar a autoria de Moisés é rejeitar o testemunho
universal dos escritores bíblicos e solapar a credibilidade do Pentateuco e do resto
da Bíblia. O PENTATEUCO é da autoria de Moisés sim, e não apenas um “mosaico”
de diferentes autores.

III. A IMPORTÂNCIA DO PENTATEUCO


A importância desses livros antigos é incalculável e pode ser compreendida
quando se verificam as cinco áreas amplas, nas quais, são fundamentais:

A. Cósmica: Explicam o cosmos dando o único relato antigo que identifica a “Causa
Primeira” . “O Princípio unificador do Universo, procurado às cegas pelos filósofos,
e autores clássicos, está compreendido na primeira sentença”.

B. Étnica: Os livros do Pentateuco descrevem o começo e a expansão das três divisões


raciais: Oriental, Negróide e Ocidental.

C. Histórica: Esses livros são os únicos a traçar a origem do homem em uma linha
contínua a partir de Adão. Todavia, não é sua intenção apresentar a história
completa de todas as raças, mas sim, um relato altamente especializado da
implantação do reino teocrático no mundo e do plano de redenção da
humanidade. Nesse processo, a história de Israel remonta a Abraão, por meio de
quem Deus prometeu a redenção.

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D. Religiosa: Esses livros são fundamentais. Retratam a Pessoa e o Caráter de Deus, a
Criação do homem e sua Queda, as Alianças e Promessas Divinas de trazer a
Redenção por meio de um Redentor Divino.

E. Profética: Os livros do Pentateuco são a origem dos temas proféticos mais


importantes da Bíblia. É a história centralizada no Messias associada à profecia
nele centralizada. Apresentam em conjunto uma filosofia simétrica da história. As
profecias preenchem a interpelação histórica por meio das demais revelações.

IV. AS DIVISÕES DO PENTATEUCO

A. Ênfase na Pessoa de Deus

Gênesis A Soberania de Deus sobre a Criação, o Homem e


as Nações.

Êxodo O Poder de Deus para Julgar o Pecado e Redimir


Seu Povo.

Levítico Santidade e Provisão de Deus para Uma Vida Santa.

Números Benevolência e Severidade de Deus ao Disciplinar


Seu Povo.

Deuteronômio Fidelidade de Deus ao Cumprir Suas Promessas.

B. Ênfase no Programa de Deus no Estabelecimento de Seu Reino.

Gênesis Necessidade e Preparação do Regulamento do


Reino de Deus.

Êxodo Inauguração e Legislação do Reino.

Levítico Organização Espiritual do Reino.

Números Organização Política do Reino.

Deuteronômio Reorganização do Reino para a Vida em Canaã.

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Um breve resumo do conteúdo principal dos cinco livros que compõe o Pentateuco

Gênesis – Este livro fornece o fundamento para a Bíblia inteira em sua história e
teologia. Seus primeiros onze capítulos apresentam uma visão extensa dos eventos
primevos : a obra de Deus da criação, a queda do homem, o juízo do dilúvio e a dispersão
das nações. Há uma mudança súbita no capítulo 12, quando Deus escolhe um único
homem através de quem traria salvação e bênção a todas as nações. O restante de
Gênesis traça a história de Abraão e seus descendentes : Isaque, Jacó e José.

Êxodo – Os descendentes de Jacó mudam-se de Canaã para o Egito e sofrem sob a


escravidão de um novo Faraó. Após um período de quatrocentos anos, Clamam a Deus
por livramento. Deus responde investindo Moisés com poder diante do Faraó e cria as
dez pragas devastadoras. Após sua Redenção na Páscoa, os israelitas Deixam o Egito,
atravessam o mar e caminham para o monte Sinai. Ali Deus revela sua Lei Pactual e lhes
dá um Modelo para a construção do Tabernáculo.

Levítico – Agora que o povo já foi redimido e libertado, deve ser Separado para Deus a
fim de Viver de modo Santo. Deus ministra instrução para o sistema sacrificial e para o
sacerdócio. O restante de Levítico ensina ao povo como tornar-se cerimonial e
moralmente puro. A ênfase é, posta na Santificação, no Serviço e na Obediência.

Números – Ainda no monte Sinai, o povo recebe diretrizes adicionais antes de


prosseguir rumo à terra prometida de Canaã. Quando se acham nos limites da entrada da
terra, sua fé se desagrega e Deus os disciplina, fazendo-os vaguear pelo deserto até que
aquela geração incrédula morresse. A nova geração então alcança Moabe, o umbral para
a terra de Canaã. É aqui que Deus começa a Instruir o povo que estava para receber a
terra por herança.

Deuteronômio – Moisés se encontra na reta final de sua vida, e Josué é designado seu
sucessor. Em suas mensagens de adeus à geração que crescera no deserto, Moisés
lembra do tratamento divino no passado, revê a necessidade de justiça e integridade no
presente e revela o que sucederia no futuro próximo e distante. Moisés então abençoa o
povo e do monte Nebo contempla a Terra Prometida antes de morrer.

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GÊNESIS

GÊNESIS TEMA : SOBERANIA DE DEUS VERSÍCULO CHAVE: 1.1

HISTÓRIA PRIMEVAL HISTÓRIA PATRIARCAL

CRIAÇÃO CORRUPÇÃO CONSOLAÇÃO CAIXÃO

12 - 25
CRIAÇÃO

ABRAÃO
DILÚVIO

ISAQUE
QUEDA

BABEL

JACÓ

JOSÉ
CRIAÇÃO

ABRAÃO
DILÚVIO
1-2

QUEDA

10 - 11
4-9

JOSÉ
3

1 - 2 3-5 6 - 9 10 - 11 12 - 25 26 - 28 29 - 36 37 - 50

1 ACONTECIMENTOS SALIENTES 11 12 HOMENS SALIENTES 50

I. O LIVRO :

a) NOME :

1) Os hebreus deram-lhe o nome de Bereshit por causa de sua primeira frase, “ No


Princípio ”.

2) Os tradutores da Septuaginta chamaram-no de “ Gênesis ”( Origem ) em virtude


de ele relatar a origem do Universo e do homem na obra criativa de Deus.

b) AUTOR : Moisés ( Jo. 1. 7 ; 5. 47 ; 7. 19 ; Rm. 10. 5, 19 )

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b.1. Autoria de Moisés Contestada

1. Até o século XVII, a autoria dos cinco livros do Pentateuco era universalmente
atribuída a Moisés tanto pelas comunidades judaicas como pelas cristãs.

2. Depois que Baruch Spinoza insinuou em 1671 a possibilidade de seu autor ter sido
Esdras, muitas teorias apareceram sobre o assunto. O emprego de diferentes
nomes de Deus, estilos literários diversos e a enumeração de diferentes fases do
desenvolvimento do culto têm levado críticos a supor a existência de vários
documentos originais. Alguns estudiosos associados ao desenvolvimento dessas
“hipóteses documentárias”.

a. Jean Astruc ( 1753 ) admitiu uma autoria dupla por aparecerem dois nomes
de Deus: Elohim ( E ) e Yahweh ( J ).
b. Johann Eichorn ( 1780 ) também encontrou estilos literários diferentes em
relação aos dois nomes de Deus e viu nisso evidências que confirmariam a
existência de dois autores.
c. Alexander Geddes ( popularizado por W. M. de Wette, 1792 ) admitiu
muitos autores para o livro de Gênesis, mas um só redator que teria
reunido os fragmentos, partindo dos mais primitivos e diversos documentos
para os mais unificados.
d. Hermann Hupfeld, Karl Graf e Abraham Kuenen ( 1853 – 69 ) dividiram o
documento ( E ) a fim de separar um Código Sacerdotal ( P ) e consideraram
Deuteronômio como o último documento ( D ).
e. Julius Wellhausen ( 1876 ) designou a organização clássica da Teoria
Documentária, estabelecendo a ordem J E D P .

3. A Teoria Documentária de Wellhausen, com suas datas muito tardias para o


Pentateuco ( que teria sido escrito no período do exílio, ou mais tarde ), já não é
muito considerada, mas a teoria dos quatro documentos subsiste.

* As quatro principais fontes são geralmente vistas na seguinte ordem:

a. J ou Javista, escrita no Reino do Sul, por volta de 950 a.C.


b. E ou Eloísta, escrita no Reino do Norte, cerca de 850 a.C.
c. D ou Deuteronomista, composta aproximadamente em 650 a.C. antes de
Josias.
d. P ou Código Sacerdotal, composta de tradições mosaicas antigas depois do
exílio, cerca de 535 a.C.

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4. A negação da autoria mosaica traz inevitavelmente o desgaste de outras doutrinas:

a. É questionada a inspiração divina, pois os livros passam a ser considerados


produtos de maquinações religiosas, em vez de palavras diretas de Moisés,
o profeta de Deus.
b. A exatidão histórica das narrativas e da legislação também é desafiada,
visto que uma aparente aura de embuste difunde-se no conjunto. Como
consequência, os acontecimentos passam a ser vistos como mitos
inventados por devotos da religião, em vez de história autêntica.

b.2. Autoria de Moisés Confirmada

1. Moisés é reconhecido como o homem mais erudito da Antiguidade e como aquele


que alegou escrever sob a direção de Deus ( Êx.17. 14 ; 34. 27 ; Dt. 31. 9, 24 ; At. 7.
22 ). Nenhum outro autor da Antiguidade foi assim identificado.
2. A unidade de conteúdo, o estilo antigo e o gênero de palavras diferenciam os livros
do Pentateuco de todos os outros do A.T. Há uma continuidade óbvia de conteúdo
e estilo em todos os cinco livros.
3. Cristo e o escritores do Novo Testamento afirmam ser Moisés o autor dos cinco
livros conhecidos como “ A Lei ” ( Jo. 1. 17 ; 5. 46, 47 ; 7. 19 ; Rm. 10. 5, 19 ).
4. Evidências arqueológicas dignas de toda credibilidade confirmam hoje que houve
atividade literária intensa antes de Moisés, pelo menos a partir da época de
Abraão.
5. Quase todas as tradições judaicas reconhecem, até os tempos modernos, a autoria
de Moisés.
6. O reconhecimento de que Moisés usou no processo seletivo vários documentos
antigos disponíveis [ é compatível com a inspiração divina, pois muitos outros
escritores bíblicos admitiram essa prática ( Lc. 1. 1 - 3 )].

c) DATA : Entre 1500 – 1445 a. C.

d) LUGAR : Deserto

e) TEMPO HISTÓRICO : 2340 a. C.

f) VERSÍCULOS CHAVES : Gn. 1. 1 ( 3. 15 ; 12. 1 - 3 )

g) FRASE CHAVE : “ Começos ” ( “ Esta é a Gênese... ” ; “ Este é o Livro da


Genealogia... ” ; “ São Estas as Gerações de... ” )

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h) TEMA / MENSAGEM : A Soberania de Deus na Criação e na Origem da Salvação.

i) PROPÓSITO :

1. Foi escrito para revelar a escolha do povo de Israel para alcançar o mundo.
2. Foi escrito para revelar a Deus como Criador, Juiz e Redentor do mundo, que
escolheu o povo de Israel como canal da Sua bênção.
3. Revelar a Soberania de Deus sobre a Criação, Homem ( pecado ) e Nações.
4. Apologético : Deus criou e não os deuses do Egito.
5. Revelar a Progressão da Revelação Divina.

j) PERSONAGENS ILUSTRES: Deus, Adão, Eva ( Satanás ) , Caim, Abel, Sete, Enos,
Noé, Ninrode, Abraão, Melquisedeque, Isaque, Jacó, Judá, José.

k) CONTRIBUIÇÃO AO CÂNON:

 Sem Gênesis, nós não conheceríamos nada sobre os “ começos / origens ”. O


livro dá um fundamento Histórico, Salvífico e Teológico para a Bíblia inteira.

II. ESBOÇO DE GÊNESIS

TEMA : A Soberania de Deus na Criação e na Origem da Salvação.

I. A HISTÓRIA PRIMEVAL DA RAÇA HUMANA ( caps. 1 – 11 )

A. A Narrativa da Criação

1. Narrativa de Toda a Criação ( cap. 1 )

2. Narrativa Especial da Criação do Homem ( cap. 2 )

B. A Narrativa da Queda

1. Entrada do Pecado ( cap. 3 )

2. Avanço do Pecado ( caps. 4 – 6 )

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C. A Narrativa do Dilúvio

1. Causa do Dilúvio ( cap. 6 )

2. Vinda do Dilúvio ( cap. 7 )

3. Consequência do Dilúvio ( cap. 8 )

D. A Narrativa da Nova Geração

1. Novo Começo com Noé ( caps. 9 e 10 )

2. Nova Rebelião em Babel ( cap. 11 )

II. A HISTÓRIA PATRIARCAL DA RAÇA HEBRAICA ( caps. 12 – 50 )

A. A Vida de Abraão

1. Princípio da Fé na Aliança ( caps. 12 – 14 )

2. Teste da Fé na Aliança ( caps. 15 – 21 )

3. Aperfeiçoamento da Fé ( caps. 22 – 24 )

B. A Vida de Isaque – Aliança transmitida

1. Nascimento e casamento ( caps. 21 – 24 )

2. Bênção Concedida ( caps. 25 e 26 )

C. A Vida de Jacó – Aliança Prosseguida

1. Bênçãos Materiais Conseguidas ( caps. 27 – 30 )

2. Bênçãos Espirituais Desperdiçadas ( caps. 31 – 36 )

D. A Vida de José – Aliança Exercitada

1. Treinamento por Provações ( caps. 37 – 40 )

2. Triunfo pela Confiança / Fé ( caps. 41 – 50 )

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ESBOÇO GENEALÓGICO DE GÊNESIS

1. A geração dos céus e da terra 2. 4 – 9 ( a partir de 1. 1 )


2. A geração de Adão 5. 1
3. A geração de Noé 6. 9
4. A geração dos filhos de Noé 10. 1
5. A geração de Sem 11. 10
6. A geração de Terá 11. 27
7. A geração de Ismael 25. 12
8. A geração de Isaque 25. 19
9. A geração de Esaú 36. 1, 9
10. A geração de Jacó 37. 2

III. FATOS INTERESSANTES

a) Gênesis abrange um período de tempo maior do que qualquer outro livro da Bíblia
( 2500 – 2340 anos, aproximadamente ).
b) É o quarto maior livro da Bíblia.
c) 1/5 do livro trata de 4 eventos e 2000 anos, mas 4/5 trata de 4 pessoas e cerca de
300 anos, aproximadamente.
d) É uma história seletiva, não inclusiva ( uma interpretação da história ).

IV. PONTOS NOTÁVEIS

A. Começos em Gênesis

† O Mundo † A Promessa de Redenção † Julgamento † Sábado


† A Raça Humana † Civilização † Morte † Governo † Casamento
† As Nações † A Família † Idiomas † A Raça Hebraica
† Sacrifício † O Pecado † Poligamia † Dor

B. Gênesis e as Grandes Perguntas da Alma

*. A Eternidade de Deus : Quando ( e Como ) Ele Começou?

*. De Onde Veio o homem?

*. Como Surgiu o pecado?

*. Como Pode o homem pecador Voltar para Deus?

*. Como Pode o homem Agradar a Deus?

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C. O Messias em Gênesis, a Semente...

∞ da Mulher ( 3. 15 )

∞ de Abraão ( 12. 3 [ At. 3. 25 ; Gl. 3. 7 – 9, 16 ] ; 22. 18 )

∞ de Isaque ( 26. 4 )

∞ de Jacó ( 28. 14 )

∞ de Judá ( 49. 10 )

D. Estrutura Literária : 10 “ Painéis ” de Gênesis

“ São estas as gerações de... ”

1. Os Céus e a Terra ( 2. 4 ) 6. Terá ( 11. 27 )


2. Adão ( 5. 1 ) 7. Ismael ( 25. 12 )
3. Noé ( 6. 9 ) 8. Isaque ( 25. 19 )
4. Os Filhos de Noé ( 10. 2, 6 ) 9. Esaú ( 36. 1 )
5. Sem ( 11. 10 ) 10. Jacó ( 37. 2 )

E. Grandes Julgamentos Sobrenaturais

a. Maldição sobre a queda


b. Dilúvio
c. Idiomas em Babel
d. Sodoma e Gomorra

Obs : a) Retratam a intolerância de Deus para com o pecado e a rebelião.

b) Retratam a oferta divina de misericórdia e graça no caso de reação


favorável.

c) Deus preserva as conseqüências ou “ destroços ” para lembrança.

F. A Falta de Fé Leva-nos a Criar nossos Próprios Inimigos :

1. Canaã = Maldição de Noé


2. Ismaelitas ( árabes ) = Ismael ( filho de Hagar e Abraão )
Fracassos = Egito, Hagar, Sara
3. Esaú = Vendeu a Primogenitura ( Edomitas )
4. Ló = Amon e Moabe ( incesto com suas filhas )

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Obs : José Hb. 11. 22 - Gn. 50 - Verdadeira Fé

*. Promovida pela Palavra ( Alicerçada na Palavra )

*. Promove Exortação na Bonança

*. Promove Esperança na Aflição

*. Promove Perseverança nos Cooperadores ( Êx. 13. 19 ; Js. 24. 32 )

V. APLICAÇÕES

A. O homem é pecador incurável à parte da graça/redenção do Senhor.


B. Deus começa obras novas com pessoas escolhidas ( cf. Noé, Abraão,
Moisés, Zorobabel... )
C. Deus é o Soberano Criador com todo o universo sob Seu controle.
D. Sem fé é impossível agradar a Deus!
E. Deus prova a fé do Seu povo ( Adão, Abel, Noé, Abraão, José )
F. Sempre é seguro confiar em Deus, apesar das circunstâncias ( fome,
fracasso, etc. )

VI. PARA REFLEXÃO

1. Compare Gn. 1 – 3 e Ap. 20 – 22 . O mundo vai piorar ou melhorar?


2. Como as pessoas da Antiga Aliança foram salvas?
3. Estude as Alianças do A.T. ( características, condições, etc. )
4. Podemos “ provar ” a Existência de Deus?
5. O que significa “ a imagem de Deus ”?
6. Quem era Melquisedeque?
7. Quais são os princípios de casamento em Gênesis?
8. Qual a idade da terra? Do homem? O dia em Gn. 1. Dura mais do que
24 horas? O que significa “ sem forma e vazia ” ( 1. 2 )? Uma criação
caótica? Outra terra?

GÊNESIS COM CERTEZA AINDA TEM MUITO MAIS!

12
ÊXODO

Depois de aproximadamente quatrocentos anos de crescimento no Egito, a infante


nação de Israel está agora pronta para deixar atrás de si as cadeias da escravidão e para
sair em busca de uma nova pátria. Êxodo narra a libertação de Israel do cativeiro egípcio e
a migração da nova nação de Deus para o deserto do Sinai. Moisés, o grande Libertador,
anuncia dez pragas devastadoras de juízo sobre o Egito, e então guia os israelitas no
primeiro passo de sua jornada rumo à terra prometida.

Os capítulos 1 – 18 relatam o êxodo de Israel da escravidão no Egito, enquanto os


capítulos 19 – 40 registram as instruções ministradas por Deus no monte Sinai para
dirigirem a vida e o culto da nação.

INTRODUÇÃO

CENÁRIO RELIGIOSO

1. As Religiões do Egito

a) Os egípcios antigos eram muito religiosos. Adoravam uma infinidade de


divindades. Tinham deuses nacionais e locais, além de fetiches relacionados a
inúmeras manifestações da natureza. Alguns de seus deuses principais são :
Ra e Amom-Ra, deuses do sol; Osíris, deus do Nilo, adorado como senhor da
fertilidade ou da vida; Hórus, também um deus do sol, representado por um
falcão; Ptá, deus de Mênfis e dos artistas. Os egípcios acreditavam que em
cada ser ou objeto da natureza habitava um espírito que tinha escolhido
aquela forma para expressar-se. Essa idéia levou-os à adoração de animais
como o gato, o touro, a vaca e o crocodilo.

b) As divindades mais importantes tinham imensos templos. Seus sacerdotes


exerciam grande poder sobre o povo e os políticos egípcios. A circuncisão era
um de seus ritos mais notáveis.

c) Todas as religiões praticadas no Egito defendiam a crença na vida após a


morte. Tal crença levou o povo egípcio a se preocupar, como nenhum outro,
com os preparativos para o sepultamento. Os faraós, os governadores e as
pessoas ricas construíam grandes túmulos e monumentos com a finalidade de

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preservar suas múmias. Também guardavam ali seus bens materiais, os quais,
na concepção deles, os acompanhariam na vida futura.

2. A Religião de Israel no Egito

a. José exerceu grande influência espiritual sobre Israel até 1804 a.C., data de sua
morte. Liderou espiritualmente aquele povo durante cinquenta e um anos. O
isolamento em Gósen também contribuiu para proteger os israelitas da
idolatria do Egito ( ? ).

b. Houve, porém, uma época em que os descendentes de Jacó aderiram aos


deuses egípcios, e a corrupção tomou conta de quase todos eles. Moisés não
registrou esse fato, mas Ezequiel ( 20. 6 – 10 ), sim. Em razão da idolatria e da
corrupção, o Senhor quis derramar sobre eles a sua ira. Só não o fez por
fidelidade a Sua aliança com os patriarcas. Todavia, isso talvez explique a
causa de Israel ter sido tão oprimido no Egito, excluindo-se os motivos
políticos. Deus usou a opressão de faraó como instrumento para
derramar sua ira ( justa ) sobre a conduta idólatra dos israelitas.

c. O ataúde de José, entretanto, era para Israel um lembrete contínuo da


promessa de Deus de um dia tirá-los do Egito e leva-los de volta a Canaã.

14
ÊXODO

ÊXODO VERSÍCULOS CHAVES:


TEMA: REDENÇÃO 6. 6 – 8

REDENÇÃO DO POVO REVELAÇÃO DE DEUS

MOISÉS 10 LIBERTAÇÃO A LEI O


PRAGAS TABERNÁCULO
NECESSIDADE DE REDENÇÃO

REVELAÇÃO DO PACTO
PREPARAÇÃO PARA A

REDENÇÃO DE ISRAEL

RESPOSTA DE ISRAEL
PERSEGUIDOS

PEREGRINOS

AO PACTO
REDENÇÃO

PÁSCOA
12 - 13

15 - 18

1.1 - 22 2.1 - 4.31 5.1 - 11.10 19. 1 - 24. 18 25. 1 - 40. 38


14

ISRAEL NO EGITO INDO AO SINAI ISRAEL NO SINAI

ISRAEL FORA DO EGITO EGITO FORA DE ISRAEL

I. O LIVRO :

a. NOME:
1. O nome hebraico é We’elleh Shemoth, e “ Estes São os Nomes ”, deriva-se da
primeira frase em Êxodo 1. 1 .

2. O nome grego é Êxodo, palavra que significa “ Saída, Partida, ou Deixar


( um lugar ) ”. A Septuaginta ( LXX ) usa esta palavra para descrever o livro
por seu evento-chave ( ver 19. 1 , “ Saída ” ).

15
b. AUTOR:
1. Moisés. Os críticos têm recusado a autoria mosaica de Êxodo em favor de
uma série de documentos orais e escritos que foram combinados por editores
tardios na história de Israel. Seus argumentos são geralmente fracos e pouco
conclusivos, especialmente em vista da forte evidência externa e interna que
aponta para a autoria de Moisés.

2. Evidência Externa : Êxodo tem sido atribuído a Moisés desde o tempo de


Josué ( ver 20. 25 ; Js. 8. 30 – 32 ). Outros escritores bíblicos atribuem Êxodo
a Moisés : Malaquias ( Ml. 4. 4 ), os discípulos ( Jo. 1. 45 ) e Paulo ( Rm.
10. 5 ). Este é também o testemunho de Jesus ( ver Mc. 7. 10 ; 12. 26 ; Lc.
20. 37 ; Jo. 5. 46, 47 ; 7. 19, 22, 23 ). Tradições judaicas e samaritanas
defendem consistentemente a autoria mosaica de Êxodo.

3. Evidência Interna : Porções de Êxodo são diretamente atribuídas a


Moisés ( ver Êx. 15. ; 17. 8 – 14 ; 20. 1 – 17 ; 24. 4, 7, 12 ; 31. 18 ; 34. 1 – 27 ).
O procedimento usual de Moisés era registrar eventos assim que ocorriam na
forma de anais históricos. É evidente em Êxodo que o autor teria sido uma
testemunha ocular do êxodo e um homem erudito. Ele estava familiarizado
com detalhes sobre os costumes e climas do Egito, as plantas, animais e solo
do deserto. Certa consistência de estilo e desenvolvimento também aponta
para um único autor. Sua antigüidade é apoiada pelo frequente uso de
construções, palavras e expressões literárias antigas.

c. DATA:
*. Entre 1445 e 1405 a.C. Este livro foi composto durante os quarenta anos
de jornada. Provavelmente Moisés conservou um relato da obra de Deus,
o qual então Editou nas planícies de Moabe pouco antes de sua morte.
Êxodo cobre o período da chegada de Jacó ao Egito ( c. 1875 a.C. ) à
construção do tabernáculo 431 anos depois no deserto ( c. 1445 a.C. ).

d. LUGAR: Do Sinai as Planícies de Moabe.

e. TEMPO HISTÓRICO: = 140 anos

f. VERSÍCULOS CHAVES: Êxodo 6. 6 – 8 / 19. 4 – 6 ( 3. 14 ; 18. 10, 11 )

g. FRASE CHAVE: “ Saindo do Egito ” ( “ Redenção ” )

h. TEMA / MENSAGEM:

*. A Fidelidade à Aliança de Deus Manifesta na Redenção de Seu Povo do Egito.

*. A Exigência de Obediência do Povo à Aliança.

16
i. PROPÓSITO:

1. Êxodo foi escrito para descrever o nascimento da nação de Israel que


eventualmente traria bênção ao mundo. Para combater a idolatria e mostrar
os atributos de Deus.
2. Registra a história da redenção de Israel sob a liderança de Moisés.
3. Serve como libelo contra a falsidade da idolatria.
4. Yahweh se revela como infinitamente superior a quaisquer “ deuses ”.
5. Êxodo ensina que a obediência a Deus é necessária para um povo redimido e
separado.

j. PERSONAGENS PRINCIPAIS:

Yahweh ; Moisés ; Arão ; Faraó ; Josué.

k. CONTRIBUIÇÃO AO CÂNON:

1. O conhecimento das muitas cerimônias religiosas e costume de Israel : a


criação do Tabernáculo, a formação do Sacerdócio, a Lei mosaica, o sistema
Sacrificial.

2. Êxodo é fundamental para a subsequente história de Israel.

3. Descreve como os israelitas escaparam do Egito, como o pacto foi firmado


entre Deus e o povo, e como este veio a conhecer Sua presença e Seus
caminhos.

4. Êxodo fica no coração do A.T. como o maior exemplo dos Atos Salvíficos de
Deus antes de Cristo. Ele provê a base para o restante da mensagem do A.T.

5. A Páscoa, o Êxodo, Moisés, a Lei e o Tabernáculo dominaram o pensamento de


Israel por séculos.

II. ESBOÇO DE ÊXODO

TEMA: Redenção e Organização de Israel como Povo da Aliança.

I. A SAÍDA – ÊNFASE NO PODER DE DEUS ( caps. 1 – 18 )

A. Aflição de Israel no Egito


1. Sua Servidão e o Preparo de Moisés ( caps. 1 – 4 )
2. Pragas e Endurecimento do Faraó ( caps. 5 – 11 )

17
B. Livramento de Israel
1. Instituição da Páscoa ( cap. 12 )
2. Partida Apressada ( caps. 13 e 14 )
3. Cântico de Louvor em Celebração ( cap. 15 )

C. Jornada de Israel até o Monte Sinai


1. Poder do Senhor para Prover ( caps. 16 e 17 )
2. Poder do Senhor para Proteger ( cap. 17 )
3. Conselho de Jetro : Delegar Tarefas ( cap. 18 )

II. A LEI – ÊNFASE DOS PRINCÍPIOS DE DEUS ( caps. 19 – 24 )


A. Aliança Proposta pelo Senhor ( cap. 19 )

B. Mandamentos Espirituais e Morais ( cap. 20 )


1. Relacionamento Prioritário do Homem com Deus
2. Relacionamento Apropriado com o Próximo
3. Relacionamento Sacerdotal de Moisés como Mediador

C. Ordenanças Sociais e Civis


1. Para Dispensar Misericórdia e Justiça ( cap. 21 )
2. Para Respeitar os Direitos de Propriedade ( cap. 22 )
3. Para Suprir os Pobres e os Servos de Deus ( cap. 23 )

D. Aliança Aceita por Israel ( cap. 24 )

III. O TABERNÁCULO – ÊNFASE DA PRESENÇA DE DEUS ( caps. 25 – 40 )

A. O Plano de Deus para o Tabernáculo


1. Padrão dos Móveis ( cap. 25 )
2. Padrão da Parte Externa ( caps. 26 e 27 )
3. Padrão para os Sacerdotes e para o culto ( caps. 28 – 31 )

18
B. Punição de Deus para a Idolatria do Povo
1. Idolatria de Israel e Julgamento ( cap. 32 )
2. Intercessão de Moisés e Misericórdia de Deus ( cap. 33 )
3. Injunção de Deus ao Renovar a Aliança ( cap. 34 )

C. Presença de Deus no Término do Tabernáculo


1. A congregação Supre Abundantemente ( caps. 36 – 39 )
2. Os Artífices Constroem Magnificamente ( caps. 36 – 39 )
3. O Senhor Desce numa Nuvem de Glória ( cap. 40 )

III . FATOS INTERESSANTES

1. O seguimento da história que começa em Gênesis com os setenta


descendentes de Jacó que se mudaram de Canaã para o Egito. Multiplicaram-
se sob condições adversas em uma multidão de mais de dois milhões de
pessoas.
2. Êxodo é repleto dos poderosos Atos Redentivos de Deus em favor de Seu povo
oprimido.
3. Começa com dores e termina com libertação: move-se do gemido do povo
para a glória de Deus.
4. Deus fielmente cumpre Sua promessa feita a Abraão séculos antes ( Gn. 15.
13 – 14 ).
5. A vida de Moisés se divide em três períodos de 40 anos ( Egito, Deserto e
Êxodo ) :

a) Os primeiros 40 anos de sua vida, Moisés passou no lar de seus pais e


no palácio do Faraó. Nascido em Gósen mais ou menos em 1525 a.C.,
foi o segundo filho de Anrão e Joquebede, da tribo de Levi. No lar
paterno, Moisés recebeu sua formação religiosa, e na corte do Faraó
adquiriu conhecimento intelectual e político, além de treinamento
militar.

19
b) Os segundos 40 anos, passou exilado em Midiã, fugindo do Faraó,
meditando e trabalhando como pastor. Casou-se com Zípora, filha de
Jetro, o sacerdote, e nasceram-lhe dois filhos, Gérson e Eliezer ( Êx.
18. 34 ).

c) Os últimos 40 anos de sua vida, foram vividos no Egito e no deserto, na


condição de primeiro Líder de Israel. Serviu ao Senhor como Profeta,
Sacerdote e Rei, muito antes de esses cargos serem estabelecidos
entre os judeus. Ensinou a todos como um Profeta; como um
Sacerdote, intercedeu por eles quando caíram na idolatria e, como Rei
( Líder ), retirou-os da servidão e os organizou como o povo da aliança
de Deus.

IV. PONTOS NOTÁVEIS

1. N. B. as ligações entre os livros do Pentateuco. Êxodo começa onde Gênesis


terminou ( a primeira palavra hebraica é uma conjunção “e”). A chegada da
glória do Senhor no fim do livro é uma chave deste livro e Levítico também. Deus
abençoou a obediência do Seu povo com a Sua presença ( Êxodo ); Levítico
responde a pergunta: “ Como viver na presença de Deus? ”.

2. Os Salmos e os profetas olharam para trás e viram os eventos do êxodo como o


milagre mais impressionante na história de Israel.

3. Cf. John Walton: “Data de Êxodo”, “Cronologia Egípcia”, “A Questão da Data do


Êxodo”

4. Mapa do Êxodo (HOWARD, Rick. Tendas, Templos e Palácios, p. 82).

20
5. Problemas de Interpretação em Êxodo

A. O Nome de Deus – Será que Deus não era realmente conhecido pelos
Patriarcas? Será que, afinal, Êxodo 3. 14 e 6. 3 apontam para diferentes
fontes ou documentos que, apesar de contraditórios foram reunidos para
formar o Pentateuco?

21
1) O que Êxodo especifica é que no caráter de Javé (Yahweh) Deus não se
revelara aos Patriarcas ( embora o nome lhes fosse conhecido ), e, sim,
como El-Shaddai, o Todo-Poderoso.
2) O nome Javé é derivado do verbo ser ( ‫) ה ה‬
3) A expressão ‫( הא ה רשא הא ה‬traduzida por “Eu Sou o que Sou”)
deveria ser entendida como “Eu serei o que serei”, não no sentido de
modificação da essência divina. É uma expressão da contínua e variada
manifestação de Deus na história.

B. O Endurecimento de Faraó – o fato de Deus ter endurecido o coração de


Faraó não elimina a sua responsabilidade como um agente livre?
1) Deus prometeu endurecer o coração de Faraó ( 7. 3 ) mas não o fez
contra a sua vontade ( 5. 1 - 4 ),
2) Por cinco vezes ( as cinco primeiras ) o endurecimento é
voluntário ( 7. 13 ; 7. 22 ; 8. 15; 8. 32; 9, 7 ); só depois se diz que Deus
endureceu o coração de Faraó ( 9. 12 ; 10. 20 ; 10. 27 ). Faraó ainda é
responsabilizado em 9. 34.
3) Faraó não resistiu ao processo de endurecimento.

C. Êxodo e a Teologia da Libertação – Teólogos latino-americanos têm


apresentado o livro de Êxodo como um “modelo” de praxis libertadora a ser
seguido pela Igreja hoje. Estes são alguns aspectos que eles destacam no
livro:
1) Deus estava contra o Egito porque este explorava os israelitas.
2) Deus solidarizou-Se com Israel porque Israel era pobre e explorado
pelos egípcios.
3) Assim como houve “violência” para a libertação de Israel, a violência
hoje é necessária (ou, pelo menos, tolerável) para a modificação das
estruturas sociais opressivas.

Em Resposta a Estes Argumentos, Dizemos que:

22
4) Deus estava contra os egípcios primeiramente por sua idolatria e
depois por se oporem ao plano de Deus, explorando os israelitas.
5) Deus não Se solidarizou com Israel por sua pobreza (afinal, havia
escravos de outras raças no Egito) e, sim, porque havia feito uma
aliança com Abraão, independente da condição socio-econômica de
seus descendentes.
6) A “violência” contra o Egito era retributiva e não gratuita e
indiscriminada. Deus trouxe as pragas sobrenaturalmente como uma
prova de Sua superioridade sobre os deuses egípcios. Os próprios
israelitas nada fizeram de violento para se libertarem ( exceto a
canhestra e solitária tentativa de Moisés, implicitamente condenada
por Deus ).

D. Qual é a Natureza de Êxodo 20 – 24?


Um modo comum de referência a estes capítulos é “Lei”. Seria mais correto
chamá-los de “aliança”. Na verdade, os capítulos 20. 22 – 24. 18 podem
( e têm ) sido chamados de “ O Livro da Aliança ”.
Aliança é um referencial para relacionamento. Lei é a declaração dos
requisitos exigidos pelo relacionamento e das punições necessárias em caso
de violação.

Como os deuses do OMA eram extremamente imprevisíveis e caprichosos,


era importante que Israel soubesse que o seu Deus era digno de confiança
e agiria sempre de acordo com os padrões estipulados na aliança. Mesmo os
Dez Mandamentos, que resumiam a aliança, estão colocados na forma básica
de um tratado de suserania. Estas são as divisões tradicionais e seus
equivalentes nos Dez Mandamentos:

Preâmbulo →20. 2a
Prólogo Histórico → 20. 2b
Estipulações → 20. 3 – 17

23
Lealdade Exclusiva ao Suserano → 20. 3 – 6
Ausência de Murmurações Contra a Aliança → 20.7
Obediência ao Sinal de Suserania → 20. 8 – 11
Não Violência Contra Qualquer Coisa ou Pessoa que Estivesse Sob
a Autoridade do Suserano → 20. 12 – 17

E. Que Função Tinha a Lei?


1) Servia para declarar o propósito divino no relacionamento de cada
área da vida com a vontade soberana de Deus.
2) Servia ainda para indicar a escravidão da vontade humana ao seu
egoísmo e interesse próprio.
3) Servia para demonstrar que o homem estava sob a condenação divina
e precisava depender de Deus para a sua salvação ( o que era
expresso pelos sacrifícios ).
4) O aspecto moral da Lei apontava ao homem a sua necessidade. O
aspecto cerimonial da Lei apontava ao homem a graça redentora de
Deus, que haveria de se consumar em Cristo.
5) A Lei não foi dada com o propósito de salvar ( Gl. 3. 21 ;
Rm. 10. 5 ), Os crentes hoje não estão debaixo da Lei Mosaica
( Gl. 5. 2 ; cf. ainda Tg. 2. 10 ; Rm. 6. 14 ).
6) O fato de estarmos sob um novo ( e melhor ) Sacerdócio e
desfrutarmos de uma nova ( e melhor ) Aliança indica que a Lei
Mosaica já não é um princípio governante em nossas vidas
( Hb. 7. 11 – 12 ; 2ª Co. 3. 7 – 11 ).

F. Que Função Tinham os Sacrifícios da Velha Aliança?


Embora os sacrifícios não venham descritos em Êxodo, e, sim, em Levítico,
parece apropriado considerar sua função paralelamente à questão da Lei. Os
sacrifícios cumpriam uma dupla função. Eles estavam ligados à manutenção
do indivíduo como membro da sociedade teocrática que era Israel. Ele
sobrevivia como indivíduo da aliança se trouxesse regularmente os seus
sacrifícios ( Lv. 1. 4 ; 4. 26 – 31 ; 16. 20 – 22 ). Por outro lado, havia algum

24
vislumbre de que Deus haveria de lidar com os efeitos espirituais do pecado
de maneira definitiva e, através da fé, havia uma eficácia espiritual nos
sacrifícios ( Rm. 3. 25 ).

V. APLICAÇÕES
1.
2.
3.
4.
5.

VI. PARA REFLEXÃO


1.
2.
3.

VII. GEOGRAFIA DO EGITO

O Egito antigo consistia em duas partes: Baixo Egito, com a larga região do delta, e o
Alto Egito, com sua estreita faixa de terra ( mais ou menos 19 km de largura ) ao longo
do rio Nilo, numa extensão de quase 966 km para o sul. Estava isolado de outros
países pelos desertos, mar e cataratas da parte mais alta do rio. Em razão do fato de
quase não chover naquela região, o Egito dependia inteiramente do Nilo. Este recebia
água de diversos rios e lagos do interior da África. Em setembro, o Nilo transbordava,
irrigando e fertilizando o vale com os ricos depósitos e águas aluviais, o que tornava o
país o “celeiro” do Oriente Médio. Sua posição isolada também contribuiu para a
tranquilidade e o progresso pacífico da nação em muitos períodos da História.

VIII. POLÍTICA DO EGITO


1. A geografia atingiu grandemente a política egípcia. Dividido administrativamente
em duas regiões, Norte e Sul, sua capital teve de ser mudada várias vezes,
funcionando ora em Tebas (Nô-Amon), no Alto Egito, ao sul, ora em Mênfis (Nofe

25
ou Ramessés) ou Avaris, no delta do Baixo Egito. O nome bíblico para o país dos
faraós é “Mizraim”, que significa “dois Egitos”.

2. Ptolomeu II Filadelfo (285 - 247 a.C.) designou Maneto, um sacerdote historiador


da corte, para que escrevesse a história do Egito como parte da atividade
científico-literária daquele monarca. Desse modo, tornou-se a fonte principal de
informação sobre o Egito antigo. Muitos outros documentos e placas de várias
paredes e sepulturas têm sido usados por egiptólogos modernos para reconstruir
a história, mas todos admitem que as datas ainda não são muito precisas,
especialmente as mais antigas.

3. Os Faraós do Tempo de Moisés


 Amósis I ( 1580 – 1558 ) não somente continuou a opressão dos combativos
hicsos sobre o povo judeu, mas até aumentou-a, provavelmente por causa da
formação estrangeira de Israel e seu crescimento demográfico ameaçador.
 Tutmés I ( 1539 – 1514 )ordenou a matança dos meninos na época em que
Moisés nasceu.
 A Rainha Hatshepsut ( 1504 – 1482 ), filha de Tutmés I e esposa de Tutmés II (
1520 – 1504 ), usurpou o trono depois da morte deste, e foi provavelmente a
filha do Faraó que adotou Moisés em 1525.
 Foi de Tutmés III ( 1504 – 1450 ) que Moisés fugiu para o deserto de Midiã
(apesar de Hatshepsut ainda estar viva na época dessa fuga).
 Amenófis II ( 1450 – 1426 ) foi o faraó com quem Moisés se confrontou e a
quem Deus mandou as pragas. O faraó seguinte ( Tutmés IV ) não era seu
herdeiro natural, mas um filho nascido mais tarde, o que sugere que o
primogênito tenha morrido.

IX. CENÁRIO RELIGIOSO

1. As Religiões do Egito
a. Os egípcios antigos eram muito religiosos. Adoravam uma infinidade de
divindades. Tinham deuses nacionais e locais, além de fetiches relacionados a

26
inúmeras manifestações da natureza. Eis alguns de seus deuses principais: Ra e
Amon-Ra, deuses do sol; Osíris, deus do Nilo, adorado como senhor da
fertilidade ou da vida; Hórus, também um deus do sol, representado por um
falcão; Prá, deus de Mênfis e dos artistas. Os egípcios acreditavam que em
cada ser ou objeto da natureza, habitava um espírito que tinha escolhido
aquela forma para expressar-se. Essa ideia levou-os à adoração de animais,
como o gato, o touro, a vaca e o crocodilo.
b. As divindades mais importantes tinham imensos templos. Seus sacerdotes
exerciam grande poder sobre o povo e os políticos egípcios. A circuncisão era
um de seus ritos mais notáveis.
c. Todas as religiões praticadas no Egito defendiam a crença na vida após a
morte. Tal crença levou o povo egípcio a se preocupar, como nenhum outro,
com os preparativos para o sepultamento. Os faraós, os governadores e as
pessoas ricas construíam grandes túmulos e monumentos com a finalidade de
preservar suas múmias. Também guardavam ali seus bens materiais, os quais,
na concepção deles, os acompanhariam na vida futura.

2. A Religião de Israel no Egito


d. José exerceu grande influência espiritual sobre Israel até 1804 a.C., data de sua
morte. Liderou espiritualmente aquele povo durante cinquenta e um anos. O
isolamento em Gósen também contribuiu para proteger os israelitas da
idolatria do Egito.
e. Houve, porém, uma época em que os descendentes de Jacó aderiram aos
deuses egípcios, e a corrupção tomou conta de quase todos eles. Moisés não
registrou esse fato, mas Ezequiel ( 20. 6 – 10 ). Em razão da idolatria e da
corrupção, o Senhor resolveu derramar sobre eles a sua ira. Só não o fez por
fidelidade a sua aliança com os patriarcas. Todavia, isso talvez explique a causa
de Israel ter sido tão oprimido no Egito, excluindo-se os motivos políticos.
Deus usou a opressão da faraó como instrumento para derramar sua ira sobre
a conduta idólatra dos israelitas.
f. O ataúde de José, entretanto, era para Israel um lembrete contínuo da
promessa de Deus de um dia tirá-los do Egito e leva-los de volta a Canaã.

27
X. CONSTRUÇÃO DO TABERNÁCULO

Israel permaneceu no monte Sinai até o final do primeiro ano, ocupado com a
construção do tabernáculo designado por Deus. Do mesmo modo que a Lei
retratava a santidade de Deus e a separação do homem por causa da
desobediência, o tabernáculo retratava a graça de Deus, ao prover um lugar de
encontro e comunhão pelo sacrifício de sangue. Para Israel simbolizava uma forma
única de aproximar-se de Deus por meio da figura de sacrifício, purificação e
conduta em sua luz. Tipicamente, o tabernáculo retrata Cristo como a única
maneira de o homem aproximar-se de Deus. As diferentes peças de mobília
descrevem, numa forma visual, os muitos propósitos cumpridos na vida e morte
do Senhor, a fim de capacitar as pessoas a se aproximarem dele e teremos
comunhão com ele ( Hb. 9. 1 – 14 ).

 TABERNÁCULO – UMA PROPOSTA DE TIPOLOGIA :

Uma questão séria na interpretação de Êxodo é até onde levar a tipologia. Alguns livros
evangélicos descrevem detalhes incríveis ao passo que outros descartam solenemente
qualquer significado tipológico. Haverá um equilíbrio? Poderemos escapar ao perigo da
super espiritualização? Poderemos escapar do risco de impor aos israelitas um
conhecimento, algo que eles não poderiam entender?

O propósito desta divisão de nosso estudo é dar ao aluno condições de tirar proveito
pessoal e ministerial desta parte de Êxodo sem incorrer em exageros tipológicos ( i.e.,
erros hermenêuticos ).

Precisamos, em primeiro lugar, considerar o propósito da divisão de Êxodo que trata do


Tabernáculo. A manutenção do relacionamento entre Javé e Israel já fora garantida da
parte de Deus, pois Ele agira, libertando o povo do cativeiro.

Restava agora, ao povo, garantir a presença de Deus em seu meio mediante a sua
obediência às estipulações da aliança. A presença de Deus entre o povo, todavia, exigia
um local apropriado de manifestação, onde a própria natureza Santa de Javé ficasse
evidente aos israelitas. Esta Presença Santa exigia certos cuidados, pois a absoluta
Santidade de Deus não aceitaria contaminação pelo inevitável pecado de Israel.

Assim, o Tabernáculo revelava de maneira objetiva a santidade de Deus ( em sua


provisão pelo pecado ), bem como o pecado do homem e sua necessidade de perdão.

28
Quando o Tabernáculo é encarado dentro desta perspectiva de livramento e manutenção
do relacionamento entre Deus e o Seu povo ( Israel ), é mais fácil de entendê-lo
tipologicamente e aplicá-lo ao povo de Deus atual ( a Igreja ).

A lista que se segue é uma sugestão de como encarar tipologicamente as várias partes do
Tabernáculo e os objetos nele contidos.

Uma Figura = Hb. 9. 8, 9, 24

Uma Sombra = Hb. 10. 1

Exemplos = Hb. 8. 5

Modelo = 1ª Co. 10. 11

29
Partes / Objeto Ref. Sugestão de Tipologia

Cerca de linho branco Santidade e inacessibilidade de Deus


Êx. 26. 36, 37 ; 27. 16 Cristo como meio de acesso a Deus
Jo. 10. 7, 9 ; Jo. 14. 6
Porta ( s )
At. 4. 12
Êx. 27. 9 – 15 ; Ap. 8 ( Átrio )

Altar do Sacrifício Êx. 27. 1 – 8 ; Jo. 1. 29 Calvário : o lugar da expiação


Ef. 5. 2 ; Hb. 10. 12 ; 9. 28

Bacia de Bronze Êx. 30. 18 – 21 ; 38. 8 ; Purificação diária para o crente


Jo. 15. 3 ; Tg. 1. 23, 24
Pães da Proposição Êx. 25. 23 – 30 ; Mt. 12. 3, 4 Cristo, o Pão da Vida
( mesa dos pães ) Jo. 6. 33 - 35
Candelabro Êx. 25. 31 – 40 Cristo, a Luz do Mundo
Hb. 10. 20 ; Mt. 27. 50 - 51
Altar do Incenso Êx. 30. 1 – 10 ; Ap. 8. 3 – 4 ; Oração intercessória de Cristo
Sl. 141. 2
Êx. 26. 31 – 33 Corpo de Cristo, velando Sua Glória
Hb. 10. 20 ; Mt. 27. 50 – 51
Véu Êx. 26. 1 - 4
( Cobertas, cortinas )
Êx. 26. 15 – 26 ( tábuas )
Êx. 26. 26 – 29 ( travessas )
Arca Êx. 25. 10 – 22 ; Hb. 9. 4 Trono Glorioso de Deus, Santa Majestade

Querubins Um trono vazio para Javé ( Ez. 1 )

Maná Cristo, o Pão da Vida

Vara de Arão Santidade Divina X Incapacidade Humana

Tábuas da Lei Obra substitutiva de Cristo, que suportou a


ira de Deus em nosso lugar.
Local de manifestação divina e comunhão
com Deus através do sangue expiatório.

Esta lista não pretende exaurir a tipologia do Tabernáculo. É antes um referencial seguro
para o aluno que começa seu estudo do Antigo testamento. Há bênção espiritual para
quem se dedica, com sabedoria, a tal estudo. A apostila de Levítico trará informação
adicional sobre o assunto.

30
31
OS FARAÓS DO EGITO ESPECIALMENTE RELACIONADOS COM ISRAEL

I. Velho Império – Dinastias I - VI – c. 2850 – 220 a.C.


1. Menés, primeiro rei do Egito ( c. 2850 ). Reinou em Tebas, no Alto Egito, segundo Maneto,
o historiador-sacerdote egípcio, que escreveu em 280 a.C.
2. Zoser ( c. 2700 ), da terceira dinastia, reinou em Mênfis e ali construiu a Pirâmide do
Degrau, a primeira de uma série de 60, construídas de 2700 a 2200 a.C.
3. Quéfren ( c. 2400 ), da quarta dinastia, construiu a maior das pirâmides ( quase 152 m de
altura ), e seu sucessor, Khafre, construiu a esfinge.

II. O Império Intermediário – Dinastias VII – XI ( 2200 – 1900 a.C.)

III. O Forte Médio Império – Dinastia XII ( 1900 – 1750 a.C. )


4. Amenemá I ( c. 1900 ) começou a décima segunda dinastia em Tebas, mas reinou em
Mênfis. Seu governo foi marcado por um período de grande desenvolvimento literário e
comercial. A Síria e a Palestina estiveram parcialmente sob o governo egípcio nessa época.
5. Senusert II ( 1894 – 1878 ) e Senusert III ( 1878 – 1871 ) reinavam quando José esteve no
Egito. Um deles fez do filho de Jacó primeiro-ministro e acolheu prazerosamente esse
patriarca e sua família, instalando-os em Gósen. Construíram o primeiro canal entre o Mar
Vermelho e o delta do Nilo.

IV. O segundo Império Intermediário – Dinastias XIII – XVII ( c. 1750 – 1570 a.C.)
6. O governo dos hicsos nas dinastias XV – XVI ( 1720 – 1550 ) era composto de reis pastores
estrangeiros asiáticos. Governaram em Avaris, cidade localizada no delta do Nilo. Ali,
estabeleceram um governo de força e introduziram no Egito o cavalo e o carro de guerra.

V. O Novo Império – Dinastias XIII – XX ( c. 1570 – 1150 a.C.)


7. Amósis I, da dinastia anterior ( 1580 – 1558 ), governando em Tebas, expulsou os hicsos.
Embora a opressão a Israel tenha provavelmente começado com o domínio hicso, os
novos faraós naturais do país a intensificaram, receosos diante da presença de uma nação
estrangeria no Egito.

32
8. Tutmés I ( 1539 – 1514 ) alargou consideravelmente as fronteiras egípcias. Talvez tenha
sido ele quem mandou matar todos os bebês masculinos de Israel, temendo o crescimento
do povo hebreu.
9. Rainha Hatshepsut ( 1504 – 1482 ) era a filha de Tutmés I. Ela usurpou o trono e iniciou um
governo forte quando seu meio-irmão e marido, Tutmés II, morreu. Foi, evidentemente, a
filha do faraó que adotou Moisés.
10. Tutmés III ( 1504 – 1450 ), embora não tivesse governado até 1482, talvez tenha sido o
faraó mais forte do Egito, conquistador e construtor. Grandemente ressentido com a
usurpação de Hatshepsut, tentou apagar a memória desta. Tendo derrotado os hititas em
Megido, em 1482, governou desde a quarta catarata, ao sul, até o Eufrates. Foi
provavelmente o Faraó de quem Moisés fugiu em 1585, apesar de a rainha Hatshepsut
ainda viver naquela época.
11. Amenófis II ( 1450 – 1426 ) ocupou o trono de seu pai Tutmés III, com a idade de 18 anos.
Alcançou Êxito em todas as guerras que empreendeu. Reinava no Egito quando o Senhor
enviou as pragas e tirou e lá seu povo. O Faraó seguinte não foi o seu herdeiro natural, mas
um filho que lhe nasceu mais tarde, o que sugere que seu primogênito tenha morrido.

12. Ramessés II ( 1290 – 1224 ), um dos faraós mais fortes dentre os dez Ramessés que
reinaram no Egito durante dois séculos, venceu os hititas da Palestina. Muitos supõem que
tenha sido ele o Faraó do êxodo. domínio hicso, os novos faraós naturais do país a
intensificaram, receosos diante da presença de uma nação estrangeria no Egito.

VI. O Império Decadente – Dinastias XXI – XXX ( c. 1150 – 332 a.C. )


13. Sesaque I ( ou Sesonque I ) ( 945 – 924 ) iniciou a dinastia XXIII, que durou dois séculos. Foi
o primeiro de diversos governantes líbios, estabelecendo sua capital no delta leste.
Saqueou Jerusalém em 925 a.C.
14. Neco II ( 609 – 593 ), da dinastia XXVI, foi o Faraó que matou o rei Josias em Megido por
este lhe ter feito oposição e apoiado a Assíria na batalha de Carquemis ( 2 Cr. 35. 20
– 24 ), Logo após esse episódio, Nabucodonozor despojou o Egito de todas as suas
possessões asiáticas.
15. Ptolomeu I ( 323 ) iniciou a era ptolemaica no Egito. Era um dos generais de Alexandre.
Quando este imperador dividiu o Império Grego entre seus principais auxiliares, coube a
Ptolomeu o Egito.

33
O SENHOR REVELA-SE EM ÊXODO

1. O “EU SOU” da Sarça Ardente ( cap. 3 ) Um Deus que Mantém a Aliança


2. As Pragas ( cap. 7 – 12 ) Um Deus de Punição
3. A Páscoa ( cap. 12 ) Um Deus de Redenção
4. A Travessia do Mar Vermelho ( cap. 14 ) Um Deus de Poder
5. A Jornada até o Sinai ( caps. 16 e 17 ) Um Deus de Provisão
( Fome, Sede e Guerra )
6. A Lei ( cap. 20 – 24 ) Um Deus de Santidade
7. Tabernáculo, Sacerdotes, Ofertas ( cap. 25 – 30 ) Um Deus de Comunhão
8. A Punição em Razão do Bezerro de Ouro ( cap. 32 ) Um Deus de Disciplina
9. A Renovação da Aliança ( cap. 33 ) Um Deus de Graça
10. A Vinda da Glória ( cap. 40 ) Um Deus de Glória

34
LEVÍTICO

LEVÍTICO TEMA : SANTIDADE VERSÍCULO CHAVE : 19. 2

ACESSO A DEUS COMUNHÃO COM DEUS

DOS SACERDOTES

SOLENIDADES

INSTRUÇÕES
SACERD OTE S
PURIFICAÇÃO

PURIFICAÇÃO
OFERTAS

SEPARAÇÃO

SEPARAÇÃO
ALTAR

DO PO VO
DOS

POVO
DO

1 7 8 10 11 16 17 18 20 21 22 23 24 25 27

1 COMO ADORAR 17 18 COMO ANDAR 27

I. O LIVRO:

a) NOME :

1. Os hebreus deram-lhe o nome de Wayyiqra em razão da primeira frase “o


Senhor chamou”, que enfatizava o fato de Deus falar do santuário. Também
referiam-se ao livro como “A Lei dos Sacerdotes”.

2. A Septuaginta chamou-o de “Levítico” ( Leuitikon ), em razão da ênfase dada a


esse sacerdócio ( apesar de os levitas serem mencionados apenas no cap. 25.
vv. 32, 33 ). Era um manual levítico para uso sacerdotal.

35
b) AUTOR : MOISÉS

1. A autoria de Moisés é confirmada no próprio livro pelo fato de o texto declarar


mais de 30 vezes: “Disse o Senhor a Moisés”. Nenhum outro livro da Bíblia
tem uma confirmação tão acentuada da autoria mosaica como este.

2. É também um dos livros confirmados por Jesus como de Moisés, conforme


Mateus 8. 4 ( Lv. 14. 1 – 32 ).

3. A frase inicial “o Senhor chamou” mostra uma forte ligação entre Êxodo e
Levítico. O Senhor, em Êxodo 40, começa a instruir a nação a partir do
santuário.

c) DATA : Logo Após o Levantamento do Tabernáculo 1440 a.C.

A. Data em que foi escrito : c. 1440 a.C.


Moisés deve ter composto esse livro logo depois do êxodo, durante os anos de
peregrinação e relativa folga em Cades-Barnéia. Embora grande parte de seu
conteúdo tenha sido recebida diretamente de Deus, sua organização na forma que
conhecemos deve ter tido lugar depois da revolta e da disciplina de quarenta anos
no deserto, vividos por “toda a geração daqueles que Lhe tinham desagradado
com seu mau procedimento ( falta de fé e desobediência )” [ Nm. 32. 13 ].

d) LUGAR : Sinai

e) TEMPO HISTÓRICO : Período de Tempo Envolvido: c. 30 dias.

1. Moisés evidentemente deu essa legislação logo depois de levantado o


tabernáculo em 1 de abril de 1444 a.C. e antes de o povo se pôr em marcha
em 20 de maio ( Êx. 40. 17 ; Nm. 10. 11 ). Como os últimos vinte dias foram
dedicados ao censo ( Nm. 1. 1 ), os acontecimentos de Levítico ocorreram
provavelmente nos trinta dias do mês de abril ( abibe ).

2. Durante esse tempo, os israelitas celebraram durante sete dias o primeiro


aniversário da Páscoa e do êxodo ( Nm. 9. 1 – 12 ). Os que estavam imundos
por terem tocado o cadáver de um homem tiveram a permissão de celebrar a
Páscoa um mês mais tarde.

f) VERSÍCULO CHAVE : Lv. 19. 2

36
g) FRASE CHAVE ( Palavras Chaves ) :

* A PALAVRA SANTO : Mais de 80 ( talvez 87 ) vezes

* A PALAVRA SANTIDADE : Mais de 150 vezes

h) TEMA / MENSAGEM : Santidade! ( Como pode um povo que não é santo


aproximar-se de um Deus santo? )

i) PROPÓSITO :

1. Foi escrito para revelar que a presença do Deus santo entre o seu povo exige uma
aproximação baseada em sacrifícios e a separação nacional de toda contaminação.
2. Convocar o povo para a santidade pessoal. Os muitos rituais são usados como
auxiliares visuais para retratar o Senhor como o Deus Santo e para enfatizar que a
comunhão com o Senhor deve ser na base da expiação pelo pecado e vida
obediente.
3. Deus exige nada menos que o melhor.
4. Antes de enfrentar luta armada com o inimigo, precisavam de uma comunhão
especial com o Senhor dos exércitos.

j) PERSONAGENS PRINCIPAIS : Moisés, Arão, Nadabe e Abiú

k) CONTRIBUIÇÃO AO CÂNON :
1. Revela a importância de santidade no povo
2. Provê o sistema religioso para a nação
3. Estabelece alguns padrões de relacionamento entre Deus e o homem
( sacrifício, mediação, etc. )
4. Dá um profundo sentimento de horror ao pecado.

Obs.: Gênesis = 2.000 anos ; Êxodo = 140 anos e Levítico = 1 mês

 Sobre Levítico:

1. Mais de 40 vezes referido no N.T.


2. Um povo santo e remido tem que ser diferente em todas as áreas da sua vida.
Por isso, temos a 2ª Divisão de Levítico

 Deus tem o direito de pormenorizar a aproximação – Lev. 1 – 17


 Deus tem o direito de pormenorizar a vida do remido – Lev. 18 – 27

3. “Eu sou o Senhor” – de 18. – 27. aparece cerca de 50 vezes.


4. Primeiro mandamento – Pureza moral.
5. Santo = mais de 80 vezes e Santidade = mais de 150 vezes em Levítico

37
6. “Falou o Senhor” – 56 vezes. Mais do que qualquer outro livro na Bíblia.
7. Eventos históricos em Levítico:

a) Consagração dos Sacerdotes e o Fogo do Senhor no Altar - caps. 8 – 9


( 9. 22 – 24 ) = Glória de Deus;
b) Pecado e morte de Nadabe e Abiú – cap. 10. 1 – 7;
c) Apedrejamento do blasfemador – cap. 24. 10 – 16.

II. ESBOÇO DE LEVÍTICO

Tema: A Necessidade da Purificação e da Santidade para Aproximar-se de Deus.

I . COMUNHÃO COM DEUS POR MEIO DAS OFERTAS RITUAIS

A. Leis das Ofertas


1. Ofertas de Adoração ( caps. 1 – 3 )
( Holocausto, Alimento, Paz )
2. Ofertas de Restauração ( caps. 4 – 6 )
( Pecado e Transgressão )
3. Instrução Especial ( caps. 6 e 7 )

B. Leis do Sacerdócio
1. Consagração dos Sacerdotes ( cap. 8 )
2. Ministério dos Sacerdotes ( cap. 9 )
3. Transgressão dos Sacerdotes ( cap. 10 )

C. Leis Referentes ao Povo


1. Comer Apenas Carne não-Imunda ( cap. 11 )
2. Manter Corpos Limpos ( caps. 11 – 15 )
3. Guardar o Dia da Expiação ( cap. 16 )

D. Leis Referentes ao Altar


1. Único Lugar de Sacrifício ( cap. 17 )
2. Devia-se Usar Unicamente Sangue sobre Ele para a Expiação ( cap. 17 )

II . COMUNHÃO COM DEUS POR MEIO DE UMA VIDA CORRETA ( caps. 18 – 27 )

A. Santidade Pessoal para Todo o Povo ( caps. 18 – 20 )


B. Exigências Severas para o Sacerdócio ( caps. 21 e 22 )
C. Designação das Festas Anuais ( cap. 23 )
D. Respeito Contínuo pelo Nome do SENHOR ( cap. 24 )
E. Regulamentos Especiais para a Vida em Canaã ( caps. 25 – 27 )

38
III. FATOS INTERESSANTES

A. Deus “ antecipou ” ciência / medicina em muitos pontos da Lei. Por exemplo:


Porco ( Lv. 11. 7 ) ; Circuncisão ( Lv. 12. 3 )
B. De todos os livros do AT, Levítico é o que encontra maior correspondência
tipológica no NT ( cf. gráfico do *COP ).
C. Deus decretou vários feriados para o povo de Israel: Três feriados anuais,
Um ano inteiro de férias a cada sete, e, uma vez na vida o ano do
jubileu!

IV. PONTOS NOTÁVEIS

A. Cf. *COP e Walton: “ Animais Limpos e Imundos ” ; O Sistema Sacrificial Israelita.


B. É bem possível que Levítico fosse um Manual de Instruções para os Sacerdotes.
C. Palavras Importantes:
1. Santo ( qodesh ) = 93x : reservado para o Senhor – O Povo é instruído a
ser santo ( Lv. 11. 44 ss )
2. Expiação ( kaphar ) = 51x : cobrir
3. Sangue = 93x :
a. Mostra o horror do pecado
b. Faz expiação pelo pecado ( Lv. 17. 11 )
c. Mulher com menstruação não podia entrar
d. Parto de menina: 80 dias após poderia entrar

* Não podia entrar sangue a não ser para expiação.

V. APLICAÇÕES

1.

2.

3.

VI. PARA REFLEXÃO

1. Qual o relacionamento entre as leis do AT e a vida do cristão hoje? As leis,


ainda são princípios de vida ou não?
2. Qual o significado do número 7 ( repetido muitas vezes no Livro )?
3. A punição capital, para crimes como homicídio, rapto, negligência, maldição
contra pai / mãe, idolatria, deve ser aplicada hoje?

39
4. Por que Deus permitiu a escravidão?
5. Por que Deus matou os filhos de Arão ( Nadabe e Abiú )

CENÁRIO RELIGIOSO

1. Recém-saídos do Egito idólatra, os aproximadamente 2,5 milhões de israelitas


passaram o primeiro ano na montanhas desertas do Sinai. Os teólogos chamam
esse ano de “teológico”, pois nele o povo recebeu uma quantidade enorme de
verdades religiosas. Em vez de irem diretamente para Canaã, foram levados pela
coluna de fogo e pela nuvem, rumo ao sul, para o Sinai. Antes de confrontarem o
inimigo, precisavam de uma comunhão especial com o Senhor. Para que isso
acontecesse, Deus proveu-lhes comida, água, vestuário e saúde, a fim de afastá-
los da idolatria e ensinar-lhes os caminhos e o caráter do Deus único e verdadeiro.

2. Havendo recebido a Lei e o tabernáculo, precisavam ser instruídos quanto à


adoração e culto no santuário e acerca da maneira de ter uma vida de santidade.
Levítico provê essa instrução, especialmente para o ministério dos sacerdotes.
Esclarece a maneira adequada de expiação, ou propiciação, pelo pecado e como
deve ser feita a separação para o culto.

RELAÇÃO DE LEVÍTICO COM OS OUTROS LIVROS DE MOISÉS

1. Enquanto os outros livros tratam mais de história. Levítico refere-se quase


somente a leis ( com exceção dos caps. 8 – 10 ). Sua legislação é primordialmente
sobre ritos religiosos. Trata-se da organização espiritual do povo, assim como
Êxodo e Números tratam da organização civil, social e militar. Sua frase-chave é
“Sejam santos porque eu, o Senhor, o Deus de vocês, sou santo” ( 19. 2 ). A
palavra “santo” significa “reservado” para o Senhor.

2. Levítico é o centro do Pentateuco, não só quanto à ênfase, mas também quanto à


localização. Gênesis e Êxodo retratam a ruína do homem e a consequente
libertação de toda forma de idolatria, servidão e morte. Números e Deuteronômio
preparam a nação para o culto e a conquista. Levítico, porém, enfatiza a
necessidade de adoração e comunhão com o Senhor. Entre o perdão de Êxodo e o
poder de Números, faz-se necessária a pureza de Levítico. Adoração e comunhão
são apresentadas para preencher a lacuna, de maneira que a redenção possa ser
adequadamente apresentada e o culto efetuado de maneira correta.

40
Festas Sagradas de Israel e seu Significado

O propósito divino nas festas de Israel era o de trazer o elemento temporal para o círculo de
adoração. Eram os “encontros” do Senhor com Israel para comunhão, instrução e reflexão
sobre o relacionamento e as responsabilidades da aliança. O seguinte esquema é um
sumário das datas e funções específicas:

1. O Sábado Semanal – Observado em Levítico 23. 3 para introduzir as festas anuais.

Objetivo: Dar descanso ao homem e aos animais e prover um dia especial para
Israel lembrar-se do Senhor que guarda a aliança.
Ritual: Abster-se de todo trabalho. Os sacerdotes deviam fazer as
ofertas diárias em dobro e apresentar novos pães da proposição
no tabernáculo.
Símbolo: Tipificava os crentes descansando na obra concluída de
Cristo ( Hb. 4. 1 – 10 )

2. A festa da Páscoa e a dos Pães Asmos – dia 14, e de 15 a 22 de abibe.

Objetivo: Lembrar o livramento da servidão e morte no Egito e o fato


de o Senhor tê-los adquirido como seus “primogênitos”;
Ritual: Reunir todos os homens em frente ao tabernáculo. Com as
casas sem fermento, um cordeiro sem mácula seria sacrificado e
comido pela família.
Símbolo: O cordeiro sacrificado tipificou a morte vicária de Cristo
pelo pecado; o pão asmo, sua vida sem pecado, da qual os
crentes se alimentam, em reflexão.

3. Festa das Primícias – 16 de abibe ( segundo dia dos pães asmos;


originariamente, no domingo ).

Objetivo: Dedicar ao Senhor toda a colheita da terra em que


habitavam.
Ritual: Os molhos das primícias, selecionados no décimo dia, eram
movidos em oferecimento ao Senhor no dia 16. ( Mais tarde, os
grãos passaram a ser também colhidos ).
Símbolo: As primícias tipificavam a ressurreição de Cristo como as
primícias da ressurreição dos crentes ( 1ª Co. 15. 20, 23 ).

41
4. Festa das Semanas ( Pentecoste ) – 6 de abibe ( domingo )
Objetivo: Agradecer a colheita da cevada, dedicar a próxima colheita
do trigo e lembrar o livramento da escravidão do Egito.
Ritual: Reunir os homens em frente ao tabernáculo; apresentar ao Senhor
dois pães levedados ( como alimento diário ); e mostrar liberalidade
para com o pobre.
Símbolo: Os dois pães tipificavam a dupla colheita do Espírito, das primícias
da Igreja e mais tarde de Israel ( Tg. 1. 18 ; Ap. 14. 4 ).

5. Festa das Trombetas – 1 de tishri ( mais ou menos em outubro )


Objetivo: Marcar o início do ano civil e alertar a nação para o início do
mês sagrado, com suas importantes atividades.
Ritual: As trombetas soavam por muito mais tempo e com som mais alto que
nas outras luas novas.
Símbolo: A nova reunião de Israel antes do dia de lamentação e regozijo
milenário.

6. Dia da Expiação – 10 de tishri ( mais ou menos em outubro; originariamente,


em uma sexta-feira ).
Objetivo: Expiar quaisquer pecados ainda não expiados e simbolizar a eliminação
divina desses pecados, purificando, assim, a nação por mais um ano
Ritual: Chorar e afligir a alma; o sumo sacerdote oferecia um novilho e
dois bodes ( um bode simbolizava a expiação, e o outro levava sobre
si todas as iniquidades do povo ).
Símbolo: Tipificava a Cristo, que expiou todos os nossos pecados, pagando
seu preço e levando-os sobre si ( Hb. 10. 10, 12, 14 ).

7. Festa dos Tabernáculos – 15 – 22 de tishri ( em outubro, originariamente, em


duas quartas-feiras )
Objetivo: Comemorar a peregrinação de Israel pelo deserto e o cuidado que Deus
lhe dispensou; regozijar-se com a colheita do ano que passou; e cumprir
os votos de ofertas voluntárias e de agradecimentos durante o ano.
Ritual: Habitar em tendas de ramos; cumprir os votos do ano anterior;
alegrar-se com os frutos e o agitar de ramos; os sacerdotes
apresentavam ofertas especiais durante sete dias.
Símbolo: Tipificava a alegria e a paz milenária de Israel após sua purificação
( Zc. 14 ).

42
Sistema Sacrificial do Antigo Testamento

I. Origem e história das Ofertas no Antigo Testamento

A. Deus sacrificou animais para vestir Adão e Eva na ocasião em que fez sua
aliança redentora ( Gn. 3. 15 – 22 ).
B. A oferta de sangue de Abel foi aceita “pela fé” ( Gn. 4. 4 ; Hb. 11. 4 );
C. Após o Dilúvio, Noé adorou a Deus com a oferta de animais limpos ( Gn. 8. 20 ).
D. Abraão, Isaque e Jacó adoraram a Deus com ofertas ( Gn. 12. 7 ; 26. 25 ).
E. Ofertar era quase uma prática universal dos povos antigos.
F. O Senhor apresentou um sistema de ofertas como a parte israelita da aliança.

II. Importância das Ofertas no Antigo Testamento

A. Ofertas de sangue simbolizavam o princípio vicário da expiação do pecado por


meio da doação da vida.
B. Representavam arrependimento, fé, adoração e agradecimento a Deus.
C. Constituíam religião em ação ( Hb. 11. 4: “Pela fé Abel ofereceu...” ).
D. Reconheciam e confessavam o direito de Deus sobre a vida e bens do homem.
E. Tipificavam vários aspectos da oferta “definitiva” de Cristo.

III. Significado das Ofertas Levíticas:

A Oferta Símbolo para Israel Símbolo Referente a Cristo

A Oferta Redentora ( Êx. 12. 1 – 13 )

Cordeiro da Páscoa Redenção do pecado e morte A oferta de Cristo pelo pecado


por meio do sangue de um o Cordeiro de Deus ( Jo. 1. 29 )
cordeiro

43
Oferta de Adoração ( Lv. 1. – 3. )

Ofertas Queimadas Dedicação da vida a Deus Cristo dedicou-se completamente


( Holocaustos ) a Deus ( Hb. 10. 5 – 7 )

Oferta de Cereais Consagração da produção O Corpo de Cristo apresentado a


a Deus Deus como uma vida perfeita
( Hb. 10. 5 ).

Oferta de Paz Expressão de agradecimento A oferta de Cristo provê paz com


( de comunhão ) a Deus por partilhar com ele Deus ( Ef. 2. 14 ).
e com os outros

Oferta de Restauração ( Lv. 4. – 7. )

Oferta pelo pecado Restauração à comunhão pelo A oferta de Cristo provê contínua
sangue de um substituto renovação pela confissão
( Hb. 9. 12, 26; 1ª Jo. 1. 9 ).

Oferta pela culpa Restituição pelos danos do A oferta de Cristo perante Deus
pecado contra Deus e o compensa o dano do pecado
próximo ( 2ª Co. 5. 19 ).

A Oferta Símbolo para Israel O Tipo de Cristo

Ofertas Cerimoniais de Purificação ( Lv. 14. ; Nm. 19. )

Duas aves Purificação espiritual da A oferta de Cristo purifica da


contaminação de doença contaminação das doenças
físicas ( Hb. 9. 22 )

Novilha vermelha Purificação espiritual de A oferta de Cristo também


contaminação fortuita purifica da contaminação
fortuita ( Hb. 9. 13, 14 ).

44
NÚMEROS

NÚMEROS TEMA : BONDADE E SEVERIDADE DE DEUS VERSÍCULO-CHAVE:


14. 33 ( SL. 95. 10 )

VELHA GERAÇÃO PEREGRINAÇÕES NOVA GERAÇÃO

NOVO RECENSEAMENTO

NOVAS INSTRUÇÕES
NOVAS JORNADAS
INSTRUÇÕES

JORNADAS
CENSO

1 - 4 5 – 10. 10 10.1 – 14 21 - 25 26 - 27 28 - 36

1 SINAI - CADES 14 15 VOLTA AO DESERTO 20 21 CADES - MOABE 36

I . NOME DO LIVRO:

A. Título

1. Os hebreus deram-lhe o nome de Wayyedabber ( “Falou o Senhor” ) ou, mais


frequentemente, Bamidbar ( “No deserto” ), em razão de seu primeiro
versículo.
2. Os tradutores gregos chamaram-no de “Números” ( Arithmoi ) por causa do
censo registrado nos capítulos 1. – 3. e 26.

45
B. AUTOR:

1. A autoridade de Moisés é confirmada no próprio livro por sua estreita relação


com Levítico e Deuteronômio, pelas inúmeras afirmações de que “o Senhor
falou a Moisés” e pelo fato de o Senhor ter ordenado ao legislador que o
escrevesse ( Nm. 33. 2 ).

2. Jesus e os apóstolos relacionaram Moisés com os acontecimentos de Números


em muitas ocasiões ( Jo. 3. 14 ; 1ª Co. 10. ; Hb. 3. ; 10. 28 ), e Jesus referiu-se a
Moisés como o autor do Pentateuco ( Jo. 5. 46 ).

C. DATA: 1444 a.C. – 1405 a.C. 1q

D. LUGAR: Nas Planícies de Moabe

E. TEMPO HISTÓRICO: 38 anos

F. VERSÍCULOS CHAVES: 14. 22, 23 ( 14. 7 – 9 ; 33. 1 ; 10. 9, 29 )

G. FRASE CHAVE: “ Andando no Deserto” ( O Livro das Peregrinações )

H. TEMA / MENSAGEM: As jornadas dos israelitas aproximando-se da terra da


promessa ( incluindo 38 anos de vaguear inútil até as planícies de Moabe ).

I. PROPÓSITO: Escrito para demonstrar à nova geração de Israel ( pronta para


entrar novamente na terra da promessa ) as consequências da descrença e
da desobediência ao Deus da aliança, e a fidelidade de Deus a mesma.

J. PERSONAGENS PRINCIPAIS: Moisés, Arão, Miriã, Josué e Calebe.

K. CONTRIBUIÇÃO AO CÂNON: Revela a importância da fé e da obediência na


vida do povo de Deus ( naquela época e agora ). Preparar a nova geração
para entrar na terra de Canaã. Ensina através de exemplos negativos ( 1ª Co.
10. 11 ).

II. ESBOÇO DE NÚMEROS

TEMA: Preparativos para o Serviço na Rota do Sinai ao Jordão

I. ORGANIZAÇÃO DA PRIMEIRA GERAÇÃO ( caps. 1 – 10 )


A. Primeiro Censo e Deveres ( caps. 1 – 4 )

46
B. Leis de Pureza e Separação ( caps. 5 e 6 )
C. Preparativos Finais para o Início da Marcha ( caps. 7 – 10 )

II. ANARQUIA DA PRIMEIRA GERAÇÃO ( caps. 11 – 20 )


A. Rebelião de Israel e Rejeição de Deus
1. O povo Despreza o Maná ( cap. 11 )
2. Miriã e Arão Desafiam Moisés ( cap. 12 )
3. Israel Recusa-se a Entrar em Canaã ( cap. 13 )
4. O Senhor Condena Aquela Geração ( cap. 14 )

B. Peregrinação de Israel Durante Trinta e Oito Anos


1. Admoestação Contra os Pecados de Arrogância ( cap. 15 )
2. Julgamento da Rebelião Arrogante de Israel ( cap. 16 )
3. Desafio Arrogante à Autoridade de Arão ( caps. 17 e 18 )
4. Pecado Arrogante de Moisés e Arão Junto à Rocha ( cap. 20 )

III. REORGANIZAÇÃO DA SEGUNDA GERAÇÃO ( caps. 21 – 36 )


A. Vitórias a Caminho do Jordão
1. Vitória Militar Sobre os Inimigos Pagãos ( cap. 21 )
2. Vitórias Espirituais Sobre Moabe e Balaão ( caps. 22 – 24 )

B. Conflito com os Midianitas e Vitória


1. Idolatria e Imoralidade em Baal-Peor ( cap. 25 )
2. Segundo Censo e Elaboração de Várias Leis ( cap. 26 – 30 )
3. Midianitas Destruídos como Exemplo de Vitória ( cap. 31 )

C. Preparativos Finais para a Entrada em Canaã


1. Duas Tribos e Meia Estabelecidas na Transjordânia ( cap. 32 )
2. Retrospectiva da Jornada e Incumbência ( cap. 33 )
3. Instruções para a Divisão da Terra ( caps. 34 – 36 )

III. FATOS INTERESSANTES

1. Números descreve uma jornada de 40 dias que levou 40 anos.

2. O livro de “ Numeração ” ( 2 Censos ) é realmente um livro de “ Murmuração ”.

3. 1200 homens morreram mensalmente durante 40 anos ( 40 / dia ).

4. 38 anos de peregrinação são praticamente ignorados na história.

5. A palavra “ NÚMEROS ” : Aparece 125 vezes neste livro.

47
6. Dois trechos extensivos no NT usam muito o livro: 1ª Co. 10. e Hb. 3. 7 – 4. 6 .

IV. PONTOS NOTÁVEIS

1. O autor é intérprete da história da peregrinação de Israel, selecionando só os


eventos que contribuem para alcançar o seu propósito.

2. “A circunferência do campo, que abrangia o arraial dessa forma, e que ficava de


frente para o tabernáculo, supõe-se ter sido de uns 20 quilômetros. Que vista
imponente deveria ter sido o arraial, para quem visse de fora, no meio do
deserto, com Deus estendendo-se sobre eles numa nuvem de dia, e numa coluna
de fogo à noite ( Nm. 9. 15 – 23 )! Ele era luz para eles à noite e sombra durante o
dia. Os sapatos não se gastavam, nem suas roupas envelheciam. Imagine 600.000
homens, de vinte anos para cima e ao todo 3.000.000 homens, mulheres e
crianças nesse grande arraial! Mas a presença de Deus no meio do arraial era a
coisa mais gloriosa” ( Mears, p. 57 ).

3. “Em Gênesis, vemos o homem perdido;


Em Êxodo, o homem redimido.
Em Levítico, o homem em adoração,
Em Números, o homem servindo”

4. Gênesis – eleição
Êxodo – redenção ( o povo eleito, agora, redimido )
Levítico – santificação
Números – correção
Deuteronômio – preparação

5. Deus iria cumprir sua promessa, mas não disse quando.


Deus prometeu dar a Terra Santa, mas não disse quando.

6. Na aritmética da fé, Deus é o único número de valor ( 1 + Deus = maioria ).


7. Rebeldia contra Deus é um pecado seríssimo e tem consequências duras.

8. Progresso e sucesso na vida cristã dependem de confiança no Senhor ( A falta de


fé termina em vidas gastas sem valor, sem propósito ou sem contribuição para o
Reino de Deus ).

9. A natureza do homem é de murmuração, apesar de ver e experimentar todas as


bênçãos e milagres de Deus.

10. A opinião da “maioria” nem sempre se iguala à vontade de Deus.

48
11. A confraternização com o mundo é grandemente perigosa para o povo de
Deus ( 25. 1 – 8 ).

12. Vale a pena servir a Deus fielmente. Apesar de ações ou atitudes de outros do
grupo, Deus reconhece fidelidade no meio da infidelidade → Calebe e Josué ).

13. Os líderes do povo de Deus tem grande responsabilidade como exemplos


para o povo ( 20. 12 ) e recebe maior julgamento pela desobediência.

14. Deu usa o deserto para purificar e preparar seu povo.

V. APLICAÇÕES

1. Progresso e sucesso na vida cristã depende da confiança no Senhor ( Jo. 15 ).

2. A natureza do homem é de murmuração, apesar de experimentar a bondade


de Deus.

3. A opinião da maioria, nem sempre se iguala a vontade de Deus ( 13. 26ss ).

4. A confraternização com o mundo é grandemente perigosa para o povo de


Deus ( 25. 1 – 8 ).

VI. PARA REFLEXÃO

1. Qual foi a natureza do pecado de Moisés ( 20. 10 )? Por que ele recebeu
julgamento tão severo?

2. Quais são algumas implicações do tamanho da nação no deserto? ( comida,


água, etc. )

3. Balaão: era verdadeiro profeta de Deus?

CENÁRIO HISTÓRICO

A. Data em que foi escrito : concluído em 1405 a.C.

B. Período de tempo abrangido : 1444 – 1405 a.C.

49
1. Números começa com a ordem dada pelo Senhor em 1 de maios de 1444 a.C.
para se fazer o recenseamento do povo e termina com uma assembleia às
margens do Jordão, pouco antes da morte de Moisés. A data de 14 de abril
para a segunda Páscoa é dada retroativamente a fim de explicar a data
opcional para os que celebraram a Páscoa mais tarde ( Nm. 9. ).

2. A duração total dos acontecimentos de Números é de 38 anos e 9 meses, em


quatro períodos:
a. Recenseamento e preparo para a marcha ( caps. 1 – 10 ): 20 dias
b. Jornada até Cades-Barneia; missão de espionagem ( caps. 11 – 14 ): 70
dias
c. Peregrinação no deserto em torno de Cades ( caps. 15 – 20 ): 38 anos, 1
mês
d. Jornada em torno de Edom até as campinas de Moabe (caps. 21 – 36 ): 5
meses

CENÁRIO RELIGIOSO

1. Este livro trata de duas gerações de Israel: a primeira havia saído do Egito, e a
segunda estava para entrar em Canaã. A primeira tinha visto grandes milagres
realizados por Moisés e recebera a Lei de maneira também miraculosa. Seus
componentes foram, entretanto, destruídos por causa de desobediência e
rebelião. A segunda geração cresceu conhecendo a Lei e recebendo diariamente o
maná e estava familiarizada com o fato de Deus ter destruído, por causa da
corrupção, todos os habitantes do lado leste do Jordão.

2. Quando a primeira geração pôs-se em marcha deixando o Sinai, o humor do povo


começou a piorar paulatinamente. Surgiram queixas sobre o maná e falta de
gratidão apela provisão de Deus. Até na própria família de Moisés o ciúme e a
disputa tiveram de ser julgados por Deus. Depois da grande rebelião em Cades-
Barneia, a congregação e muitos líderes continuaram em rebelião, até que toda a
primeira geração morreu. Até a Moisés, considerado rebelde no fim do período,
foi negada a entrada em Canaã.

3. Os dois grandes pecados de toda a assembleia no deserto ocorreram n Sinai e em


Cades, ambos acometidos pela primeira geração. O primeiro foi a idolatria, e o
segundo, a rebelião. Todos os dois ocorreram em agosto de 1445 e 1444. Ambos
precederam grandes dádivas de Deus: a Lei mosaica e a terra de Canaã; Depois do
primeiro e do segundo pecados, manifestou-se a ira de Deus, bem como sua
resolução de destruí-los. Após cada pecado, Deus demonstrou ira e misericórdia,

50
perdoando-os sempre com base em sua aliança com Abraão e manifestando sua
misericórdia para com eles.

4. Após o funeral de Arão, começou um novo período com um novo sumo sacerdote,
Eleazar. À nova geração, tinham de ser ensinadas muitas das lições recebidas pela
primeira, como lições sobre murmuração, descrença e idolatria. O novo período
começava com o Senhor mostrando-lhes grandes vitórias na Transjordânia.

5. Apesar de terem recebido a Lei e o sistema levítico, é duvidoso que tenham


guardado todos aqueles regulamentos no deserto. A prova disso é o fato de que o
requisito da circuncisão só foi observado após a travessia do Jordão ( Js. 5. 5 ).

TEMAS SELECIONADOS

A. A REBELDIA HUMANA E A REAÇÃO DIVINA

O livro de Neemias registra a utilização divina de rebeldia humana para a obtenção


dos resultados tencionados por Deus, ilustrando, ao mesmo tempo, que a
determinação da certeza de tais atos de rebeldia não faz de Deus o autor do pecado,
pois este é exemplarmente punido ( cf. At. 2. 33 ).

O quadro abaixo registra as principais ocorrências de rebeldia e punição registradas


em Números:

REBELDIA E JUÍZO EM NÚMEROS

REBELDIA JUÍZO REFERÊNCIA

Reclamação das dificuldades Fogo do Senhor 11. 1 - 3

Reclamação sobre o alimento Praga do Senhor 11. 4 - 35

Miriã e Arão se opõem por Miriã é atacada de lepra e 12. 1 - 16


ciúme de sua autoridade depois é curada
13. , 14.
Recusa de entrar em Canaã Quarenta anos no deserto

Relatório negativo dos espias Morte por uma praga 13. 36 - 38

Tentativas de invasão em Derrota na batalha 13. 39 - 45


Hormã

51
Violação do Sábado Apedrejamento
15. 32 - 36
Rebelião de Coré, Datã e Engolidos pela terra,
16. 1 - 40
Abirão devorados pelo fogo

Aclamação sobre o Juízo Praga do Senhor 16. 41 - 50

Moisés fere a rocha ( contra a Moisés e Arão castigados; não


ordem de Deus ) entrarão em Canaã 20. 4 - 9

Murmuração contra Deus e Serpentes venenosas


Moisés 21. 4 - 9

Adoração ao Baal de Peor Praga do Senhor


25.

B. O ACAMPAMENTO ISRAELITA

1. A organização militar externa da liga tribal de Israel:


a. Disposição das tribos;
b. Colocação estratégica. Tal disposição era comum nas formações militares do
OMA;
c. As milícias tribais – Cada tribo tinha seu próprio exército;
d. Composto dos homens livres acima de vinte anos;
e. Não havia soldados profissionais ( que eram, em Canaã, uma elite dentro das
nações );
f. A sua unidade básica era o clã ( poderia ser composto de até 1.000 homens
entre 20 e 50 anos de idade ).

2. A organização política externa da liga tribal:

a. As tribos eram co-vassalas sob a suserania de Javé;


b. O ponto de convergência das tribos era o Tabernáculo;
c. Os levitas formavam uma barreira para evitar que o santuário fosse profanado
por “pessoal não autorizado”;
d. Os dias de festas religiosas serviam para renovar a lealdade tribal à aliança e
julgar questões de relevância nacional entre as tribos;

C. BALAÃO: PROFETA DE DEUS OU ADIVINHO PAGÃO

A figura mística de Balaão tem intrigado crentes de todas as épocas pela participação
nefasta que teve na história de Israel, apesar de parecer tão associado ao Deus da
Aliança. Este breve estudo procurará definir o verdadeiro caráter de Balaão.

52
1. Sua origem e contexto religioso

Balaão era natural de Petor, na Mesopotâmia, relativamente próxima à cidade de


Mari. Descobertas arqueológicas revelam a existência de um elaborado sistema
profético na região, cujas atividades se assemelhavam às do ganancioso vidente
de nossa narrativa.

A História nos mostra que havia bastante contato entre a Mesopotâmia e o Egito
nesta ocasião ( o reino de Amenofis ), de modo que não é de estranhar a
aparente familiaridade de Balaão com os nomes e as afinidades de Javé e Seu
povo escolhido, Israel. O fato de Balaão demonstrar conhecimento detalhado
sobre Javé não aponta tanto para a sua ligação pessoal com Ele quanto para a
soberana capacidade divina de ilustrar até mesmo a rebeldia humana para
cumprir sua vontade. Quando Números é visto dentro do contexto do exercício
da soberania divina apesar da obstinada resistência humana, Balaão é quase que
o exemplo par excellence de tal verdade.

Balaão não é jamais chamado de profeta e, sim, de adivinho, uma prática proibida
aos israelitas ( cf. Dt. 18. 10 ). O fato de Deus ter se revelado a ele em sonhos não
o torna um profeta legítimo, pois o mesmo aconteceu a reis pagãos, como
Abimeleque ( Gn. 20. 3 ) e Nabucodonozor ( Dn. 4 ), em relação aos quais não há
qualquer reivindicação profética.

2. Sua participação em Números

Balaque, rei de Moabe, apavorado com a ameaça israelita, busca os serviços


profissionais de Balaão. Era prática comum no OMA a obtenção de vantagens
sobre outras pessoas pela mágica ( cf. A prática de despachos e trabalhos contra
os inimigos nos cultos afro-brasileiros ).

Balaão, embora advertido por Javé contra a atividade proposta por Balaque, cede
a ganância e insiste em ir. Deus o adverte contra seus motivos nefastos, mas
permite que acompanhe os dignatários moabitas, pois, em Sua soberania, irá
utilizá-lo para revelar Seu imutável desígnio quanto a Israel, naquilo que é uma
das profecias mais abrangentes de todo o A.T.

O famoso incidente da mula é outro ingrediente ( até humorístico ) deste drama


de rebeldia versus soberania. Que a mula tenha falado ( sem possuir cordas
vocais capazes disso ) só é problema para aqueles que descreem do poder
sobrenatural de Deus. O mais notável é que Balaão tenha demorado tanto a
perceber que a mula era uma ilustração de sua própria obstinação contra a
vontade de Deus ( a nível de motivação ).

É interessante notar os temores que levaram Balaque convocar Balaão eram


infundados, pois, como parentes distantes dos israelitas, os moabitas não tinham
nada a temer ( cf. Gn. 19. 26 – 37 ; Dt. 2. 9 ). Reais ou não, os temores

53
acabaram por unir contra Israel Balaque ( “desvastado” ) e Balaão
( possivelmente “devorador” ).

É impossível deixar de notar dois contrastes marcantes. O primeiro, é a diferença


entre a atitude da geração anterior em Israel – que recuou do inimigo derrotado
– e a dos próprios moabitas, que viam Israel como inimigo invencível, o segundo é
a tentativa humana de subverter aquilo que Deus estabelecera séculos antes em
Sua aliança com Abraão. Aí é que as ondas da maldição humana se quebram
contra a Rocha dos séculos que Se comprometera unilateralmente ( Gn.
15. 9 – 21 ) a dar aquela terra a Israel.

A verdadeira natureza de Balaão surge, entretanto, depois de suas três tentativas


frustradas de amaldiçoar o povo. Privado da recompensa prometida por Balaque,
ele recorre ao estratagema da miscigenação sócio-religiosa para tentar com isso,
roubar de Israel o privilégio do cumprimento da aliança. Por tal perfídia, seu
desejo expresso em 23. 10 não se cumpriu. Seu ato revela quão vago e impessoal
era seu conhecimento do Deus de Israel e o transforma no modelo do falso
profeta ( cf. 2ª Pe. 2. 15 ; Jd. 11 ; Ap. 2. 14 ).

D. AS CIDADES DE REFÚGIO

Entre muitos povos do OMA, havia um antigo costume de destacar certos locais,
geralmente de natureza cultural, como refúgios, nos quais, criminosos poderia buscar
proteção, escapando, assim, à pena devida aos seus crimes. Em Israel, o Tabernáculo
não poderia ser utilizado com tais propósitos ( cf. Êx. 21. 14 ; ver ainda o incidente em
que Joabe se agarra ao altar em busca de escape da condenação, imposta por
Salomão, a pedido de Davi, 1º Rs. 2. 28 – 33 ).

As Cidades Refúgio serviam para um duplo propósito: evitar que o homicida não
intencional fosse morto pelo vingador de sangue ( um parente próximo do morto ) e
evitar que a terra ficasse poluída pelo derramamento de sangue ( que seria agravado,
caso não houvesse meio de impedir a vingança indiscriminada. Como era necessária a
morte para expiar a morte, o homicida culposo ( havia várias instruções para a
determinação da ocasionalidade ou intencionalidade de uma morte ), deveria se
apresentar à Cidade de Refúgio mais próxima, e ali ter o seu caso apreciado pelos
anciãos e fosse constatada a natureza involuntária do homicídio, ali permanecer até a
morte do sumo-sacerdote, que seria uma expiação simbólica para a vida do homicida.
O sistema das Cidades de Refúgio ilustra de maneira interessante a obra de Cristo: em
primeiro lugar, a cidade em si ilustra a proteção oferecida contra as consequências do
pecado; em segundo lugar, a morte do sumo-sacerdote aponta para a expiação
definitiva obtida através da morte de Cristo.

1. O Problema dos Grandes Números do Censo

Muitos comentaristas de Números reagem de maneira violenta contra as


estatísticas contidas no livro, Wenham ( Números, SBC, pp. 64 – 71 ) apresenta um

54
bom resumo dos problemas levantados ( embora fique a dever boas soluções ).
Segue-se a lista de problemas e soluções:

a. A simples sobrevivência de 2 milhões de pessoas no Sinai por 40 anos seria


impossível: A provisão divina descrita no Pentateuco ( desde que aceita pelo
intérprete ) seria suficiente. De mais a mais, os israelitas não trafegavam tão
intensamente pelo deserto quanto poderia parecer. Cades parecia ter sido um
acampamento durante algum tempo.

b. Os totais parecem discrepantes quando comparados entre si. O número de


primogênitos ( 3. 34 ) obrigaria cada família ter 27 filhos, o que seria
impossível. Se, todavia, o número mencionado em 3. 49 ( 22.237 ) se referisse
apenas aos primogênitos nascidos entre o êxodo e a separação dos
levitas ( um espaço de dois anos ), os números são coerentes.

c. Alguns textos sugerem que Israel não tinha gente suficiente para povoar a
terra. Wenham cita Êx. 23. 29 e Jz. 18. 16. Todavia, Êx. 23 menciona apenas
que a terra ficaria desolada se os demais habitantes fossem subitamente
eliminados. As provas materiais trazidas pelos espias sugeriam que Canaã
tinha capacidade para sustentar grandes multada e, ao que tudo indica, algum
tempo se passaria antes dos israelitas se adaptarem à vida de agricultura. Dois
milhões de pessoas sem técnicas morreriam de fome. Além disso, o texto de
Jz. 18. 16 não fala que 600 era a totalidade dos guerreiros de Dã.
Significativamente, Wenham não leva em conta Jz. 20. 16, onde a cidade Cibeã
tinha um batalhão de canhotos que constava de 700 homens.

d. Wenham sugere, por fim, um arredondamento dos números, baseado num


aparente arredondamento das centenas, mas a natureza especulativa de tal
argumento é sua própria refutação. Outras tentativas de emprestar significado
simbólico e até astrológico aos números esbarram em sua própria
engenhosidade. Um argumento final é que nenhuma das pretensas explicações
consegue explicar satisfatoriamente as estatísticas referentes aos levitas.

Conclusão: Este autor vem lutando intimamente com os grandes números do


Pentateuco por vários anos e não pode, até agora, perceber qualquer outra
solução, a não ser tomar literalmente as estatísticas mosaicas. Quaisquer
valores atribuídos a palavra hebraica ‘ele¨p, ou mesmo a modificação de sua
vocalização, são incapazes de produzir números coerentes. Até evidência
realmente sólida ser apresentada é exegética e teologicamente sadio aceitar
os números de Números de maneira literal.

55
DEUTERONÔMIO

DEUTERONÔMIO TEMA: FIDELIDADE DE DEUS VERS. CHAVE 6. 4, 5

RETROSPECTIVA PROSPECTIVA

RECAPITULANDO A LEI

ÚLTIMAS CENAS
RECAPITULANDO

MOISÉS
PREPARAÇÃO

DA VIDA DE
ENTRADA
HISTÓRIA

MOISÉS
PARA A
A

1 3 4 11 12 30 31 34

1 11 12 34

I. O LIVRO

a. NOME: Os hebreus deram-lhe o nome de ’elleh Haddevarim, usando as


primeiras palavras do livro “Estas são as palavras”, ou Devarim ( palavras ). A
Septuaginta chamou-o de “Deuteronômio”, que significa “Segunda Lei” ou
Repetição da Lei, nome que também a Vulgata Latina adotou.

b. AUTOR: Moisés

c. DATA: 1451 a.C.

d. LOCAL: Planície de Moabe

e. TEMPO HISTÓRICO:

56
f. VERSÍCULOS CHAVES : 6. 4 – 9 ( CAPÍTULOS CHAVES ): 28. , 29. , 30.

g. PALAVRAS CHAVES ( FRASES CHAVES ): “Lembrem-se da Aliança!”


( discurso de despedida de Moisés )
h. TEMA: Fidelidade à Aliança de Deus. AME! CONFIE! OBEDEÇA!

i. PROPÓSITO: Relembrar e motivar uma nova geração ( pronta para entrar na


Terra da Promessa ) a amar a Deus e obedecer à Aliança Mosaica para receber
a bênção de Deus.

j. PERSONAGENS PRINCIPAIS: Moisés e Josué

k. CONTRIBUIÇÃO PARA O CÂNON: A base do resto do Antigo


Testamento. Revela o amor de Deus no Antigo Testamento.

II. ESBOÇO DE DEUTERONÔMIO

TEMA: Moisés Expôs as Leis para a Vida em Canaã.1

I. FIDELIDADE DO SENHOR NOVAMENTE LEMBRADA ( caps. 1 – 4 )


A. Fracassos de Israel em Cades-Barnéia ( cap. 1 )
B. Vitórias de Israel na Transjordânia ( caps. 2 e 3 )
C. Grandes Responsabilidades de Israel em Canaã ( cap. 4 )

II. FUNDAMENTOS DA LEI REAFIRMADOS (caps. 5 – 11 )


A. Decálogo e Shemá de Israel ( caps. 5 e 6 )
B. Perigos de Idolatria em Canaã ( caps. 7 – 9 )
C. Deveres de Amor e Serviço ao Senhor ( caps. 10 e 11 )

III. FUNCIONAMENTO DA LEI SOBRE À VIDA EM CANAÃ ( caps. 12 – 26 )


A. Leis Religiosos Especiais ( caps. 12 – 16 )
B. Leis Civis Especiais
1. Responsabilidade dos Líderes ( caps. 17 e 18 )
2. Responsabilidade no derramamento de Sangue ( caps. 19 – 21 )

1
Observe a estrutura dos quatro discursos de Moisés: primeiro discurso: caps. 1 – 4; segundo discurso:
caps. 5 – 26; terceiro: caps. 27 e 28; quarto: cap. 29 e 30. Observe também a semelhança dos antigos
tratados de suserania
o vassalagem do século XV a.C.:
1) Preâmbulo ( 1. 1 – 5 );
2) Prefácio Histórico ( 1. 6 – 4. 49 );
3) Estipulação geral e específica ( caps. 5 – 26 )
4) Maldições e bênção vinculadas ( caps. 27 – 30 )
5) Testemunhas e arranjos sucessórios ( caps. 31 – 34 )

57
C. Leis Sociais Especiais
1. Respeito pela Justiça e Discrição Moral ( caps. 22 – 25 )
2. Respeito pelo Dízimo de Deus. Senhor Soberano ( cap. 26 )

IV. CUMPRIMENTO DA LEI EXIGIDO PARA PERMANECER EM CANAÃ


( caps. 27 – 30 )
A. Permanência em Canaã Depende da Obediência ( caps. 27 e 28 )
B. Volta a Canaã Depende do Arrependimento ( caps. 29 e 30 )

V. DETERMINAÇÕES FINAIS DE MOISÉS E SUA PARTIDA ( caps. 31 – 34 )

III. FATOS INTERESSANTES

1. Em nenhum outro lugar no Pentateuco lemos a respeito do amor de


Deus ( 4. 37 ; 7. 7, 8 ; 10. 15 ).
2. A prova para falsos profetas ( 18. 20 – 22 ): eles nunca podem errar!
3. Moisés não entrou na Terra Santa na conquista, mas na Transfiguração
pisou na mesma ( Mt. 17. ).
4. Talvez fosse o livro favorito de Cristo ( cf. Mt. 4. 4, 7, 10 ; 22. 37, 38 ; Mc. 7.
20 ; 10. 19 ; 29. 30 ).
5. Este livro se destaca por ser citado até 200 vezes em 17 de 27 livros do NT.
6. Deuteronômio tem sido atacado porque:
a) A literatura ( o estilo do autor ) é bem alta para 1.400 a.C.
b) As profecias são bem específicas e todas aconteceram mais tarde na
história de Israel ( Dt. 17. 14 ; 31. 29 ).

IV. PONTOS NOTÁVEIS

1. O capítulo central ( básico ) do AT é Dt. 28 : as bênçãos e maldições conforme


a fidelidade ou infidelidade do povo à aliança.
2. O Decálogo é repetido ( Dt. 5. , cf. Êx. 20. ).
3. Deuteronômio segue a forma dos tratados da época:
 Preâmbulo ( prefácio ) ( 1. 1 – 5 ): Identificação do Rei do tratado.
 Prólogo ( histórico ): ( 1. 6 – 4. 43 ): Explicação da fidelidade do Rei no
passado, uma base de gratidão e da aliança.
 Estipulações ( 4. 44 – 26. 19 ): Exigências: o que os servos farão.
 Ratificação/Consequências ( 27. 30 ): O que acontecerá se os servos
observarem ou não a aliança.
 Continuidade/Renovação ( 31. – 34. ): A garantia da preservação da aliança
com sucessor.

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4. Deuteronômio é um documento de renovação da aliança.
5. Deuteronômio é um livro de transição ( cf. Atos no NT ):
Velha Geração..................... Nova Geração
Deserto...............................Canaã
Peregrinação....................... Nação
Legalismo............................ Amor
Moisés.................................Josué

V. APLICAÇÕES

1. A natureza do homem é de esquecer-se. Precisamos de lembranças.


2. A responsabilidade da transmissão da fé é dos pais.
3. Deus exige muito mais que legalismo. Ele exige obediência em amor.

VI. PARA REFLEXÃO

1. Deus ainda promete bênção para obediência e maldição para desobediência?


2. Quais são as alianças do AT e as ligações entre as mesmas?
3. Qual é o papel dos 10 mandamentos hoje? E das outras leis?
4. Por que esta “renovação da lei” tem modificações ou mudanças na lei?

NOTAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Geisler, Norman: Nix, William Introdução Bíblica – São Paulo - Editora VIDA

2. Minter Larry, O Antigo Testamento – Apostila – S.E.T.E.

3. Hamilton, Victor P. , Manual do Pentateuco – 4ª Edição – Editora CPAD

4. Hoff, Paul – O Pentateuco – 22ª imp.: jul. 2012 – Editora VIDA

5. Merch, David – Síntese do Antigo Testamento – Apostila – S.B.P.V.

6. Ellisen, Stanley A. , Conheça Melhor o Antigo Testamento – Editora VIDA

7. Hill, Andrew : Walton, J. H. , Panorama do Antigo Testamento – Editora VIDA

8. Alexander, T. Desmond – Do Paraiso à Terra Prometida: Uma Introdução aos


Temas Principais do Pentateuco – Editora Shedd Publicações – 1ª Edição / 2010

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