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Pazzini Darlin Nalu Avila

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O USO DO VÍDEO COMO FERRAMENTA DE APOIO AO

ENSINO-APRENDIZAGEM1
Darlin Nalú Avila Pazzini2
Fabrício Viero de Araújo3

RESUMO
Este artigo descreve a utilização do vídeo no processo de ensino e aprendizagem e
contextualiza sua importância na prática escolar atual, apresentando um projeto que
visa resgatar o seu uso e apontar caminhos para enfrentar os desafios do ensino-
aprendizagem. O objetivo geral é demonstrar que o vídeo pode ser utilizado como
uma tecnologia de fins pedagógicos e como instrumento de ensino-aprendizagem e
não somente como um transmissor de imagens. Para isso, a metodologia
exploratória parte da análise de vídeos no You Tube, que selecionados são
apresentados aos alunos em Power Point, contribuindo para um trabalho com várias
áreas do conhecimento na educação infantil.

PALAVRAS-CHAVE: Vídeo; recurso; pedagógico; professor; planejamento.

ABSTRACT
This article describes the use of video in teaching and learning process and
contextualizes its importance in the current school practice, presenting a project that
aims to rescue their use and point out ways to meet the challenges of teaching and
learning. The overall goal is to demonstrate that the video can be used as a
technology for educational purposes and as a tool for teaching and learning and not
only as a transmitter of images. For this, the exploratory methodology of the analysis
of videos on You Tube, which selected students are presented in Power Point,
contributing to a work with various areas of knowledge in early childhood education.

KEYWORDS: Video; appeal; teaching; teacher; planning.

1
Artigo Científico de Conclusão do Curso de Especialização em Mídias na Educação. UFSM.
2
Aluna Concluinte do Curso de Especialização em Mídias na Educação. Graduada em Pedagogia
pela Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões. elciddarlin@yahoo.com.br.
3
Orientador. Mestre em Engenharia de Produção e Bacharel em Sistemas de Informação.
1 INTRODUÇÃO
Nos dias atuais o uso do vídeo se destaca como um dos mais populares
recursos de audiovisual utilizados na escola. A popularização desse meio e seu
custo reduzido conferiram às pessoas a possibilidade de produzirem seu próprio
material digital e as escolas não poderiam ficar fora desse processo que coloca à
disposição dos professores recursos baratos, acessíveis e com potencial para
dinamizar suas aulas. (CORREA, 2002). Devido a isso, intensifica-se o incentivo ao
uso do vídeo como instrumento didático, e também como estratégico para superar o
descompasso da escola em relação aos avanços dos meios de comunicação.
A nova geração de crianças já chega à escola com mais conhecimentos e
sede de aprender algo que seja atraente, significativo, pois está conectada a
videogames, internet, celulares, e é telespectadora desde sua vivência familiar
anterior à escola. A instituição escolar, por sua vez, tem o desafio de educar esta
nova geração, como por exemplo, usando o vídeo em suas aulas como gerador de
polêmicas, motivador e informador.
Por acreditar-se na inserção das novas tecnologias de informação e
comunicação na escola, este projeto visou resgatar o uso do vídeo e apontar
caminhos para a evolução tecnológica e os novos desafios de ensinar, através
desse recurso audiovisual que pode e deve ser utilizado no currículo básico, visando
educar o olhar do aluno, para fazer a leitura do que assiste e entender também seu
poder de comunicação.
O presente artigo é resultado de um projeto que teve como principal finalidade
o desenvolvimento de um trabalho com vídeos inseridos na prática pedagógica,
sendo ele um instrumento enriquecedor, que desenvolve a linguagem, a criatividade,
a imaginação e possibilita ao educando maior entusiasmo durante as aulas. Embora
pareça simples a incorporação dessa tecnologia pelas instituições de ensino e pelos
professores, grande parte dos profissionais encontra dificuldade em empregar a
tecnologia audiovisual como um recurso pedagógico, usando-a, por vezes, de forma
equivocada com base em alguns programas didáticos que propõem a incorporação
do vídeo, com desconhecimento das potencialidades da referida mídia no processo
de ensino aprendizagem.
2 MÍDIAS NA EDUCAÇÃO
A aprendizagem engloba várias questões e condições: interesse, motivação,
habilidades e a interação com diferentes contextos, assim, o desafio dos educadores
é despertar motivos para a aprendizagem, tornar as aulas interessantes e trabalhar
através dos recursos tecnológicos os conteúdos relevantes para que possam ser
compartilhados em experiências extracurriculares. (MOREIRA, 2006).
No mundo globalizado é preciso interagir com as novas tecnologias para que
os alunos convivam com o mundo conectado. O papel da mídia é fundamental para
que sejam incorporadas as novas atitudes cotidianas de forma prazerosa. É muito
importante o processo de humanização das tecnologias, pois são meios que
facilitam o processo de aprendizagem.
Para Valente (2005), tanto o aluno como o professor é desafiado a entender
que as novas metodologias de aprendizagem implicam em novas estratégias de
suporte no uso das mídias no contexto escolar. Mais ainda, “Quanto mais
tecnologias avançadas, mais a educação precisa de pessoas humanas, evoluídas,
éticas.” (MORAN, 2007, p.167).
No meio educativo, é fundamental que educadores saibam utilizar e explorar
esses recursos, é de enorme importância, pois sua missão é criar um ambiente que
seja propício à assimilação do saber, servindo como facilitador no processo de
ensino e aprendizado, mesmo por que as crianças estão confortáveis com o
bombardeio de imagens, de sons e de tudo que as tecnologias dispõem, sendo tão
gratificante como ler um livro, por exemplo. Autores destacam algo muito relevante
diante disso:

[...] essas novas mídias não são apenas produzidas para consumo de forma
passiva, porque isso não atende às expectativas dos jovens dessa geração.
Eles não querem apenas ser telespectadores; eles querem ser atores. Eles
esperam, querem e precisam de informação interativa, recursos interativos,
comunicações interativas e experiências relevantes, da vida real. (JUKES;
MCCAIN e CROCKETT, 2010, p.14)

O melhor modo de aprender e de ensinar vem sendo estudado há muitos


anos, uma vez que se acredita que todo ser humano nasce com potencial para
aprendizagem, adquirindo novos saberes, desenvolvendo competências e mudando
o tempo todo, evoluindo com o passar do tempo e com as tecnologias.
As mídias fazem parte do dia a dia, e o acelerado desenvolvimento
tecnológico faz com que as pessoas obtenham informação em tempo real, o que
contribui para a sociedade e afeta também o sistema educacional, tornando-se uma
ferramenta indispensável para a melhor qualidade do ensino, uma vez que aulas
precisam estar em constante transformação e se faz necessário que os profissionais
realizem estudos sobre essa temática.
É necessário mudar a intenção, passando do uso das tecnologias como
recursos auxiliares de um ensino que somente se preocupa com a transmissão do
conhecimento para a utilização das mídias como ferramentas de aprendizagem que
fazem parte do momento histórico atual. Segundo Correa:
As inovações tecnológicas não significam inovações pedagógicas. Por meio
de recursos considerados inovadores, reproduzem as mesmas atitudes, o
mesmo paradigma educacional pelo qual fomos formados. Não basta trocar
de metodologia, sem antes de reformular a sua própria prática, porque
senão estaremos repetindo os mesmos erros. Devemos [...] compreender a
tecnologia para além do artefato, recuperando sua dimensão humana e
social. (CORREA, 2002, p.44)

É de extrema importância que os educadores tenham capacitação


continuada, para obterem condições de utilizar as tecnologias no cotidiano escolar
de forma criativa, com bom senso e habilidades, principalmente nas ocasiões
adequadas para o uso das tecnologias em sua prática docente, ampliando sua
maneira de ensinar e aprender.

3 USO DO VÍDEO COMO AUXÍLIO NA APRENDIZAGEM


O vídeo é uma das tecnologias de maior uso cotidiano pelos alunos, inclusive
da Educação Infantil. Ele tem um papel predominante e especial na ligação das
pessoas com o mundo, com diferentes realidades, enfoca diversas faces: tristeza,
alegria, informação, diversidade; as imagens são lúdicas, dinâmicas, impactam e até
interagem com as crianças, sendo importante que o educador ensine ao seu aluno a
importância da leitura de imagens e sons. (MORAN, 1993).
A aprendizagem significativa por meio dos vídeos é um desafio constante,
mas sua prática bem aplicada abre possibilidades para uma maior eficiência da arte
de ensinar. Para isso, é importante pesquisar, buscar progressos nos próprios
vídeos, devendo ser cada vez mais dinâmicos, atrativos e respondendo à
sensibilidade e afetividade das crianças antes da razão, sendo que a comunicação
resulta no encontro de palavras, gestos e movimentos incomuns nas atividades de
sala de aula e da rotina escolar. Para Moran, o vídeo é:

sensorial, visual, linguagem falada, linguagem musical e escrita. Linguagens


que interagem superpostas, interligadas, somadas, não separadas. Daí a
sua força. Nos atingem por todos os sentidos e de todas as maneiras. O
vídeo nos seduz, informa, entretém, projeta em outras realidades (no
imaginário) em outros tempos e espaços. O vídeo combina a comunicação
sensorial- cinética, com a audiovisual, a intuição com a lógica, a emoção
com a razão. Combina, mas começa pelo sensorial, pelo emocional e pelo
intuitivo, para atingir posteriormente o racional. (MORAN,1993, p.2).

Moran diz ainda que:

Precisamos, em consequência, estabelecer pontes efetivas entre


educadores e meios de comunicação. Educar os educadores para que,
junto com seus alunos, compreendam melhor o fascinante processo de
troca, de informação-ocultamento-sedução, os códigos polivalentes e suas
mensagens. Educar para compreender melhor seu significado dentro da
nossa sociedade, para ajudar na sua democratização, onde cada pessoa
possa exercer integralmente a sua cidadania. (MORAN, 2007, p.162).

O vídeo ajuda muito a professores e alunos em seu processo de


aprendizagem, pois os temas escolhidos são trabalhados em sala de aula e os
estudantes envolvidos de forma criativa e eficaz. Deve-se tomar certo cuidado com
esse tipo de material, entretanto, escolhê-lo com critérios para evitar deixar os
alunos dispersos, e alguns pontos devem ser levados em conta: os vídeos e/ou
filmes exibido às crianças são de qualidade? Qual mediação será feita para que os
pontos de interesse sejam bem explorados? O tempo de exibição é apropriado ou
exagerado? Qual o efeito educativo daquela atividade? Seu objetivo?
Tendo bem esclarecidas essas preocupações e articulando o material a
outras linguagens, esse recurso entra como um elemento de apoio no contexto
escolar – e não apenas como entretenimento, aproximando a sala de aula à
realidade da era midiática. Como o vídeo parte do visível, do concreto, do imediato,
atua em todos os sentidos, tem-se para trabalhar recortes visuais proporcionados
pela tecnologia.
O vídeo é um recurso tecnológico (FIGURA 1) que permite experimentar
sensações, do mundo e de nós mesmos, por isso sua necessidade de utilização em
espaços escolares, como na figura abaixo, para diversificar as atividades, exigindo
dos educadores um preparo inicial, como visualizar a qualidade do material, sua
duração, som, imagem, cor e aspectos pedagógicos (cenas, linguagem, assunto
etc.), pois formas inadequadas de uso podem comprometer o trabalho do professor.

Figura 1: Fotos de alunos assistindo vídeos em Power Point.


FONTE: PAZZINI, Darlin. 2013.

A aprendizagem é usualmente dividida em mecânica e significativa, segundo


Moreira (2006). A mecânica é a atividade pela qual a criança memoriza informações
em forma de dados desconectados e sem grandes significados. Na significativa, por
sua vez, novos conceitos são interligados a outros já existentes de maneira
substantiva. Na interação das práticas pedagógicas com o uso do vídeo ocorre a
aprendizagem significativa, pois o conhecimento sofre um processo de contínua
elaboração e reelaboração de significados. (MOREIRA, 2006).
Algumas pessoas possuem mais facilidade no aprendizado, adotando
determinados procedimentos, enquanto outros se sentirão mais confortáveis
estudando a mesma coisa de maneiras diferentes. A experiência educacional e o
preparo do educador são muito importantes e eficazes na escolha do tipo de vídeo e
sua abordagem adequada a ser usada.
Fazer da sala de aula um ambiente estimulante é primordial, para tanto é
necessário entender quem são os alunos, suas aspirações, sonhos e assim planejar
seu trabalho, a fim de que eles se sintam motivados a participarem das atividades
propostas, considerando-as como meios favoráveis para democratização do
conhecimento e da cultura. “O uso das tecnologias é um fenômeno cultural distinto
que a escola tem de entender e incorporar para que continue sendo uma instituição
social relevante na sociedade.” (MORAN, 2005, p.37-60). Diante disso, Pfromm
Netto (2001, p.34) tem algo importante a acrescentar:

[...] hoje em dia a tecnologia pode assumir a forma de aprendizagem


altamente individualizada ou, na modalidade de educação à distância,
alcançar centenas, milhares ou milhões de pessoas ao mesmo tempo.
Através dos diversos recursos da tecnologia da informação, que estão a
serviço dos objetivos de ensino-aprendizagem, a modernidade lança novos
desafios à educação.

Devido ao grande universo que se abre para os alunos, a escola tem um papel
muito importante na utilização do vídeo, ou seja, alfabetizar visualmente seus alunos
e ensiná-los a ler visualmente as mensagens a seu favor, auxiliando-os na mudança
da postura e do agir diante do mundo, levando-os à reflexão, análise de seu
cotidiano, de seus semelhantes e de sua vida em sociedade. Como diz Moran
(2008), televisão e vídeo combinam a dimensão espacial com a sinestésica, ritmos
rápidos e lentos, narrativas de impacto e de relaxamento.

4 METODOLOGIA
A metodologia de desenvolvimento do projeto caracterizou-se como
exploratória. No primeiro momento, realizou-se uma análise de diversos vídeos no
You Tube (Pateta, o gaúcho; Um plano para salvar o planeta; Saci- Série “juro que
vi”), a fim de determinar a forma de utilização e garantir uma aprendizagem
significativa para os alunos. No segundo momento o material selecionado foi
colocado em Power Point para visualização de maneira ampla e clara. As
ferramentas de apoio estão descritas a seguir.

4.1 FERRAMENTAS DE APOIO


4.1.1 You Tube
A história do site de vídeos You Tube teve início em uma garagem de San
Francisco (Califórnia, EUA), em fevereiro de 2005. Lá, os funcionários de uma
empresa de tecnologia, Chad Hurley e Steve Chen, hoje com 29 e 27 anos,
respectivamente, iniciaram a criação de um programa de computador para distribuir
vídeos entre os amigos. Mais ou menos 20 anos depois, a invenção foi comprada
por R$ 1,65 bilhão pelo Google, que também começou numa garagem de San
Francisco há oito anos. O You Tube é tão popular que atualmente exibe cerca de
100 milhões de arquivos por dia. Também em um dia os internautas postam cerca
de 65 mil novos arquivos. Usar essa ferramenta de apoio para buscar vídeos e
trabalhar com eles de forma dinâmica é fundamental. (TERRA, 2013). Nesse
contexto, os vídeos têm sido cada vez mais usados como recurso pedagógico, uma
vez que os educadores compreendem que os alunos aprendem melhor quando são
submetidos a estímulos visuais e sonoros, em comparação com uma educação
baseada somente em textos.

4.1.2 Power Point


O Power Point é um aplicativo visual e gráfico, usado para criar
apresentações, com ele se pode criar, visualizar e mostrar apresentações de slides,
que combinam texto, formas, imagens, animações, vídeos e muito mais.(TERRA,
2013). Para uma apresentação eficiente é necessário considerar o público-alvo,
minimizar o tempo dos slides e considerar o tamanho da fonte. Assim é possível
aproveitar melhor essa ferramenta de grande valor pedagógico aos educadores das
diversas modalidades de ensino, usando com criatividade e adequando-a ao
contexto educacional da escola.
Para esta pesquisa foi importante a utilização deste programa com a função
de apresentar os vídeos escolhidos no you tube às crianças, em um tamanho maior,
para que todos os envolvidos interagissem com um mundo cada dia mais moderno e
tecnologicamente atualizado.

4.2 METODOLOGIA DE UTILIZAÇÃO


A utilização de vídeos garantiu uma aprendizagem significativa, entretanto, a
presença do professor foi indispensável, pois foi com sua criatividade, bom senso,
habilidades e experiência docente que se pode perceber as ocasiões adequadas
para tanto, bem como o que fazer com o recurso, como oferecer alternativas para
que o aluno possa representar e expressar o conhecimento.
Os alunos foram orientados de forma significativa, para que no grande grupo
pudessem expor suas ideias, analisar, selecionar, interpretar e fazer uso das
informações obtidas nos vídeos. Trabalhou-se as emoções que as imagens
transmitem; analisou-se estrutura textual, linguagem própria, linguagem do cotidiano
e descrição de cenários (FIGURA 2). Foi feito uso de materiais como impressão, TV,
vídeo, DVDs, lápis de escrever, lápis de cor, giz de cera, sulfite, papéis coloridos,
aparelho de som, CDs, microfone, plantas, terra, animais, lixo, material reciclável,
etc.

4
Figura 2: Fotos de alunos em atividade após exibição de vídeos.
Fonte: PAZZINI, Darlin. 2013.

Figura 3: Crianças realizando e apresentando trabalhos a partir de vídeos.


FONTE: PAZZINI, Darlin. 2013.

4
Vídeos de Turma da Mônica (SOUZA, Maurício de). Vídeos da Disney. Disponíveis no you tube.
Exibir vídeos que não proporcionem e acrescentem informações variadas às
crianças não é papel das escolas, por isso, no projeto foram selecionados e
utilizados como ferramenta de aprendizagem (FIGURA 3) e os educadores
utilizaram-se daqueles recursos para fazer parte da sua proposta pedagógica.

Figura 4: Crianças assistindo a um vídeo no Laboratório de Informática.


FONTE: PAZZINI, Darlin. 2013.

5 APLICAÇÃO DESENVOLVIDA
5.1 ÁREAS ABORDADAS
Foram exploradas diversas áreas do conhecimento, através de leituras
visuais, formando leitores de imagens, interpretação e socialização. Contextualizou-
se os conteúdos curriculares utilizando-se da tecnologia, desenvolvendo raciocínio
reflexivo e criatividade dos alunos.

5.2 A UTILIZAÇÃO DO VÍDEO EM SALA DE AULA


Ensino de Português: O professor trabalhou e auxiliou no desenvolvimento de
competências e habilidades linguísticas, que encaminharam os alunos a saber ouvir,
ler, escrever e analisar em diversas situações, ou seja, ao uso da linguagem com
objetivos diversos. As atividades desenvolvidas através do uso dos vídeos
proporcionaram às crianças contato com diversos gêneros de linguagem, para
analisar, refletir e ampliar o universo linguístico dos alunos.
Ensino de Matemática: Foi necessária a escolha de vídeos que mostrassem
objetos gráficos, combinação de imagens diversas e iniciar assuntos relacionados a
números, quantidades e sequências. Os vídeos não atenderam todos os assuntos
específicos dessa área, mas foram utilizados como forma fomentadora nessa
disciplina, para que as crianças estabelecessem relações, resolvessem situações
problemas, cabendo ao professor desenvolver nos alunos um olhar crítico sobre
aquilo que assiste.
Ensino de Ciências: O professor oportunizou os meios, criou situações,
desenvolveu alternativas para que os alunos tivessem uma aprendizagem
significativa. As informações obtidas a partir de filmes em conjunto com as
concepções dos alunos podem conduzir à construção de projetos e à discussão de
problemas em sala de aula. Ao analisar um filme, o aluno desenvolve seu olhar nas
questões de identificação, seleção, observação e hierarquia das imagens, como
natureza, sociedade e reciclagem.
Ensino de Artes: Com as imagens pode-se criar diversas possibilidades de
narrativas visuais, ampliando o universo comunicacional e expressivo. Com as
cenas dos vídeos/filmes pode-se abordar diferentes funções da Arte, desenvolver
teatro e confecções de personagens.

6 RESULTADOS
Acredita-se que o sucesso das tecnologias na educação depende muito do
conhecimento que se tem delas, quanto a sua aplicabilidade, e depende bastante do
planejamento do professor. Por outro lado, o desenvolvimento do projeto foi possível
porque a Escola possui boa estrutura física, dispondo dentre outras coisas de um
laboratório de informática (FIGURA 4), onde se apresentou os materiais em Power
Point. Com base em Moreira, defende-se os meios de comunicação e ressalta-se
que se deve socializar os indivíduos e transmitir-lhes os códigos de funcionamento
do mundo, lembrando que:
Sem dúvida instituições como a família, a escola, a religião continuam
sendo, em graus variados, as fontes primárias da educação e da formação
moral das crianças. Mas a influência da mídia está presente também por
meio delas. A televisão, por exemplo, ocupa uma fatia considerável do
tempo das crianças, sobretudo em meios sociais carentes de fontes
alternativas de ocupação e lazer. (Moreira, 2003, p.1216).

O papel dos educadores é fundamental, portanto, à medida que convivem


uma parte do dia com seus educandos, transmitindo-lhes valores e sua consciência
em relação ao mundo e as coisas que os cercam. Existe a necessidade de cuidado
ao se trabalhar com os meios de comunicação, uma vez que o compromisso com o
ato de educar favorece o conhecimento, abrindo espaço para a criatividade e
iniciativa. Para Belloni & Gomes (2008), no uso das TICs as crianças desenvolvem
novos modos de aprender e novas habilidades cognitivas desconhecidas ou
ignoradas pelos professores. As autoras se posicionam da seguinte maneira:

Acreditamos que ambientes de aprendizagem ricos em TICs podem


contribuir significativamente para o desenvolvimento da autonomia, tanto
em termos sócio-afetivos quanto propriamente cognitivos. Tais ambientes
podem ser informais, em casa, quando as crianças fazem um uso do lúdico
sem intervenção do adulto, ou percebem que são mais competentes que
este; ou formais, na escola, sobretudo se associados a projetos coletivos de
aprendizagem de interesse das crianças. (BELLONI & GOMES, 2008, p.
736).

Sendo assim, a escola não pode ficar de fora dos avanços tecnológicos, que
precisam ser utilizados a partir da educação infantil, pois é na integração do ser
humano com o tecnológico que se deve seguir, fazendo que seja um elo entre
escola e família, entre trabalho e vida:

[...] o vídeo está chegando à sala de aula. E dele se espera, como em


tecnologias anteriores, soluções imediatas para os problemas crônicos do
ensino-aprendizagem. O vídeo ajuda a um bom professor, atrai os alunos,
mas não modifica substancialmente a relação pedagógica. Aproxima a sala
de aula do cotidiano, das linguagens de aprendizagem e comunicação da
sociedade urbana, mas também introduz novas questões no processo
educacional. (MORAN, 1993, p.33).

Portanto, vídeo não significa “descanso da aula”, o desafio é mudar essa


expectativa, tornando-a positiva, atraindo os alunos para assuntos pedagógicos,
sempre estabelecendo uma ponte entre os vídeos e as dinâmicas feitas em sala de
aula, a partir desse recurso.
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Acreditando em um melhor aproveitamento das tecnologias disponíveis pela
escola, este artigo sistematiza um estudo que objetivou a utilização do vídeo como
instrumento de ensino-aprendizagem. Verificou-se que a maioria dos profissionais
lança mão do vídeo, revelando um significativo interesse pelo uso dessa tecnologia
com comprometimento. Alguns profissionais, como atendentes e estagiárias,
entretanto, desconheciam as vantagens didático-pedagógicas do uso dessa
ferramenta em sala de aula, e seu uso no planejamento escolar exige muitas
observações, como estar complementado com material pedagógico, necessitando
sempre a atuação do professor na dinâmica, na administração do tempo e do
conteúdo, para não correr o risco de os alunos ficarem dispersos e nenhum objetivo
ser atingido.
Ao analisar as estratégias de ensino, com materiais recicláveis, plantio de
hortas e jardins, cartazes, panfletos que foram empregadas após o uso desses
recursos, constatou-se que a maioria dos profissionais utiliza o vídeo uma ou mais
vezes por semana, o que significa uma grande aceitação desse instrumento didático,
sendo que cada vez mais compreendem a eficiência da ferramenta na construção de
saberes.
A aprendizagem é sempre significativa também porque os educadores
buscam constantemente fundamentos a respeito do ensino e aprendizagem, para
uso adequado do vídeo como ferramenta de apoio. Nesse contexto ocorre a reflexão
sobre seu papel em sala de aula e sobre como os recursos tecnológicos o tornam
um profissional mais qualificado. Essa qualificação garante acesso a estratégias que
oferecem aos alunos novos conhecimentos, além da possibilidade de
desenvolverem uma postura favorável à aprendizagem significativa, com mais
confiança, portanto, com maior facilidade e rapidez no aprendizado.
A utilização das tecnologias não pode ser deixada de lado, quando se quer
uma educação de qualidade e que o aluno e o professor venham a interagir com o
universo de multiplicidade que elas proporcionam. Os profissionais devem assumir
esse novo desafio, permitindo que seus alunos tenham chances de concorrer no
mercado de trabalho cada vez mais exigente.
O desafio é sempre buscar novos caminhos, abrindo possibilidades para uma
maior eficiência na arte de ensinar, gerando nas crianças progressos pessoais e
sociais, preparando-as para serem independentes e para superarem seus desafios
como seres humanos e cidadãos.
Os educadores estão se adaptando, realizando mudanças, com a certeza de
que é necessário integrar o humano e o tecnológico, para tornar a tecnologia uma
aliada no apoio ao ensino e aprendizagem. Tendo em vista os aspectos observados,
este estudo oportunizou reflexões em toda a comunidade escolar, no sentido de
melhorar a educação, incorporando cada vez mais as tecnologias no processo
educativo dos alunos.
Foi por meio das atividades, em diversos momentos, que se percebeu a
empolgação dos alunos na integração das diversas tecnologias disponíveis, aliando
seu aprendizado com o mundo novo que está ao seu redor. Os alunos necessitam
de muita informação, mas que vise aprendizagem e não seu simples acúmulo.
A utilização do vídeo no processo de ensino e aprendizagem não substitui o
professor, entretanto, promove mudanças no fazer pedagógico. Sua eficácia como
ferramenta audiovisual não significa abandonar os meios didáticos tradicionais, mas
sua adequação ao conteúdo e as características dos alunos, voltada à impulsão do
processo e a transformar a sala de aula num ambiente estimulante. Quanto mais os
alunos tiverem acesso à tecnologia do vídeo, manipulando criativamente,
pesquisando, explorando, fazendo experiências, maior será a eficácia didática desse
recurso.
Os recursos tecnológicos na educação exigem um novo fazer pedagógico,
modificando a forma de trabalhar a construção do conhecimento, porém, o vídeo é
apenas um meio, o papel do educador deve ser repensado a partir de metas
pedagógicas e educacionais, dos valores do professor, dos pais e da sociedade
como um todo.
O trabalho com exploração de vídeos terá continuidade no próximo ano, pois
muito antes de ensinar a ler e escrever a escola deve estar preparada para
oportunizar as tecnologias e garantir aos alunos melhor qualidade do ensino,
visando aperfeiçoamento em áreas em que apresentem carências.

REFERÊNCIAS
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Silva, Ezequiel Theodoro da (org.) A leitura nos oceanos da internet. São Paulo:
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BELLONI, M. L; GOMES, N. G. Infância, mídias e aprendizagem: autodidaxia e
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