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Aspectos Operacionais Na Sala de Vacinas

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Aspectos operacionais na Sala de Vacinas

1-Introdução:
Os aspectos operacionais em sala de vacinas merecem uma atenção especial
pois tratam de medidas essenciais para a aplicação de um imunobiológico dentro
de todos os padrões corretos de conservação, armazenagem e indicações
clínicas.

A enfermagem exerce um importante papel no tocante às imunizações por


monitorar todos os aspectos técnicos e operacionais na sala de vacinas.

É a equipe de enfermagem que:


-pede a quantidade necessária para suprir seu posto de vacinação levando em
consideração o número de clientes cadastrados;
-recebe e distribui entre geladeira de estoque e de uso diário;
-controla a temperatura destas geladeiras ou câmaras de conservação;
-aplica e avalia os efeitos adversos;
-reconvoca clientes faltosos.

Além disso, é a equipe de enfermagem que se depara com alguns problemas de


aspectos operacionais tanto no âmbito de indicação clínica quanto no de efeitos
colaterais. Sendo assim, há a necessidade de um treinamento contínuo de toda a
equipe para que se possa garantir um serviço de qualidade à população.

Em resumo os aspectos operacionais da sala de vacina são:


-manter a qualidade do serviço;
-pedir as vacinas em quantidade necessária;
-receber e distribuir vacinas na geladeira de estoque;
-controlar a temperatura da geladeira;
-aplicar os imunobiológicos corretamente;
-avaliar os efeitos adversos;
-recomendar clientes faltosos e verificar esquemas incompletos de vacinas;
-verificar possíveis faltas de energia elétrica;
-manter treinamento contínuo da equipe de enfermagem.

2-Aspectos técnicos:
2.1-Planta física:
A sala de imunobiológicos deverá ser utilizada somente para conservação e
aplicação dos mesmos. Não é permitido que nesta mesma sala se realizem outros
procedimentos como curativos, inalações, etc.

O tamanho da sala varia de acordo com o número da clientela atendida, ou seja, a


área de abrangência varia de acordo com a localização desta unidade tanto em
nível hospitalar quanto nas Unidades Básicas de Saúde.

Essa unidade deverá conter:


-uma pia preferencialmente em aço inox , em mármore ou granito para facilitar a
limpeza;
-um balcão para preparo dos imunobiológicos;
-piso lavável, preferencialmente granilite por ser um piso de fácil limpeza.
Não se deve utilizar pisos de madeira, carpetes, cortinas, etc. pois, nestes tipos de
pisos e acessórios é grande a formação de fungos e outros microorganismos. A
sala deverá ter preferencialmente paredes azulejadas na cor branca o que facilita
a desinfecção das mesmas. O uso de tinta acrílica lavável também é aceitável.

2.2-Procedimentos básicos na utilização dos refrigeradores:


As vacinas, por sua própria composição, são produtos susceptíveis aos agentes
físicos tais como a luz e o calor. O calor é bastante prejudicial por acelerar a
inativação dos componentes das mesmas. É necessário, portanto, mantê-las
constantemente refrigeradas e, por isso, há a necessidade de uma supervisão
constante e eficiente dos equipamentos usados na refrigeração assim como na
rede elétrica.

A conservação das vacinas é feita por meio do sistema denominado REDE OU


CADEIA DE FRIO. Este sistema inclui o armazenamento, o transporte e a
manipulação de vacinas em condições adequadas de refrigeração desde o
laboratório produtor até o momento em que a vacina é aplicada.

Esse sistema REDE OU CADEIA DE FRIO é respeitado em quatro níveis a saber:


1-nível nacional, 2-central estadual, 3-regional e 4-local.

As câmaras de conservação ou geladeiras deverão ser usadas única e


exclusivamente para os imunobiológicos, não se devendo permitir que sejam
guardados alimentos, sangue e/ou derivados, bebidas, etc.

Deverá ficar longe de fonte de calor como estufa, autoclave, raios solares, etc. A
fonte de energia elétrica deverá ser unicamente destinada ao refrigerador. Nunca
ligá-lo em T ou com benjamin.

O refrigerador do tipo doméstico com capacidade mínima para 280 litros deverá
ficar perfeitamente nivelado e afastado da parede pelo menos uns 30 cm para
permitir a livre circulação de ar no condensador. Não são recomendadas
geladeiras do tipo duplex por serem mais instáveis em sua rede de frio.

A limpeza do refrigerador deverá ser feita, de preferência, quinzenalmente ou


quando houver excesso de gelo no congelador mas, para isso são necessários
cuidados especiais para não deixar os imunobiológicos sofrerem alterações de
temperatura.

2.2.1-Os seguintes cuidados se fazem necessários:


-providenciar um outro refrigerador em bom funcionamento e regular esse
refrigerador entre +4 e +8°C por um período de três horas antes de transferir os
imunobiológicos. Esse controle é feito através do termômetro de máxima e de
mínima. Caso não se tenha disponível outra geladeira deverá ser providenciada
uma caixa térmica (isopor) mas é indispensável o termômetro de máxima e de
mínima além de bolsas de gelo;

-desligar a tomada da geladeira e abrir a porta até que todo gelo aderido se
desprenda por si só. Não usar faca ou outro objeto ponteagudo para a remoção
mais rápida do gelo, pois tal método pode danificar os tubos de refrigeração;

-limpar o refrigerador com um pano umedecido em solução de água com sabão


neutro e enxugar com pano limpo e seco. Não jogar água no refrigerador;

-após a limpeza, ligar o refrigerador e manter a porta fechada por mais ou menos
3 horas verificando a temperatura neste período. Quando essa estiver entre +4 e
+8°C deve-se recolocar as vacinas, os diluentes, as garrafas e os recipientes para
gelo.

2.2.2-Situações de emergência:
Quando os equipamentos deixam de funcionar por motivo de corte de energia
elétrica ou por outro defeito, as portas das geladeiras deverão permanecer
fechadas até que a situação se normalize ou até que se verifique o tipo de
problema. Quando o problema perdurar por um período maior que 8 horas ou
quando não for possível prever sua duração deve-se tomar algumas providências
pois um corte de energia por mais de 8 horas pode inutilizar os produtos
imunobiológicos.

Esse prazo de oito horas só deve ser tolerado quando o equipamento estiver
funcionando em perfeitas condições, isto é, seja de uso exclusivo de vacinas e
tenha controle diário de temperatura através do mapa de controle da temperatura.
Caso o defeito não seja identificado ou não solucionado, esses imunobiológicos
deverão ser transferidos para outro refrigerador com controle adequado de
temperatura.

2.2.3-Arrumação das vacinas no refrigerador:


-as prateleiras deverão estar limpas e organizadas devendo ser retirados os vidros
e caixas vazias;

-arrumar as vacinas nas prateleiras centrais em bandejas perfuradas tipo porta


talher de plástico e nunca em caixas térmicas ou sacos plásticos;

-não guardar vacinas na porta e na parte baixa da geladeira;

-retirar as gavetas plásticas caso existam e, em seu lugar, colocar garrafas com
água que contribuem para estabilizar a temperatura. A água colocada nas garrafas
deverá ser colorida. Recomenda-se o uso de um corante (azul de metileno, anil,
violeta de geanciana) para evitar que seja ingerida;
-o congelador deve conter gelo reciclável ou recipiente de plástico. Esse gelo pode
ser usado na caixa térmica da sala de vacinação ou no transporte das vacinas;

-colocar o termômetro de máxima e de mínima na prateleira central, em pé, e


verificar a temperatura duas vezes ao dia, em período diferente, registrando no
mapa de controle diário de temperatura;

-as vacinas, na embalagem original, devem ser arrumadas de forma a manter uma
distância entre si de aproximadamente 3 centímetros e também das paredes do
refrigerador visando a livre circulação do ar frio;

-as vacinas com prazo de validade mais próximo devem ser colocadas na frente
para que sejam utilizadas primeiro.

2.2.4-A ordem de colocação das vacinas é a seguinte:


Na primeira prateleira devem ser colocadas as vacinas contra vírus, na segunda
vacinas contra bactérias e toxinas e na terceira prateleira os soros.

3-Congelamento das vacinas e sua viabilidade


3.1-Vacinas que podem congelar e que não se deterioram
Contra poliomielite do tipo Sabin, sarampo, caxumba, rubéola, vacina tríplice e
dupla viral, varicela e febre amarela;

3.2-Vacinas que não podem congelar pois se deterioram


Hepatites A e B, vacina tríplice bacteriana (DTP), dupla adulto (dT) e infantil (DT),
gripe, vacina contra raiva, tétano (TT), febre tifóide, vacina contra poliomielite do
tipo Salk, BCG, vacina contra Haemophilus influenzae, meningococos e
pneumococos.

(*)Nota: Os diluentes devem estar na mesma temperatura das vacinas no


momento da aplicação e para isso, devem também ser conservados no
refrigerador.

4-Controle da temperatura – termômetro de máxima e de mínima


O termômetro de máxima e de mínima é um instrumento importante para verificar
as variações de temperatura ocorridas em determinado ambiente em um período
pré estabelecido. Ele nos fornece três tipos de informações a saber:
-temperatura mínima atingida (mais frio);
-temperatura máxima atingida (mais quente);
-temperatura no momento de observação.
A maneira correta de usar este termômetro é mantendo-o sempre em pé, quer
seja dentro do refrigerador, de preferência pendurado em uma prateleira central
pois se estiver deitado a coluna de mercúrio poderá se partir facilmente.

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