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Os Fungos E O Pão: Atividade Experimental Sobre A Produção E A Decomposição Do Pão

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Revista da SBEnBio - Número 7 - Outubro de 2014 V Enebio e II Erebio Regional 1

OS FUNGOS E O PÃO: ATIVIDADE EXPERIMENTAL SOBRE A PRODUÇÃO E A


DECOMPOSIÇÃO DO PÃO

Carmine Zimmermann - (Universidade Federal da Fronteira Sul – Bolsista PIBID)


Erica do Espirito Santo Hermel - (Universidade Federal da Fronteira Sul - Bolsista
PETCiências MEC/SESu/FNDE)
Taise Maria Pelissaro – (Escola Estadual Padre Traezel– Professora)
Marisa Both – (Escola Estadual Padre Traezel – Supervisora do PIBID)

Resumo
O presente texto tem por objetivo relatar e contextualizar uma aula prática, enfocando a
importância dos fungos no processo da fermentação e observar a ação dos fungos na
decomposição do pão. A atividade experimental foi desenvolvida com a turma do 7º ano da
Escola Estadual de Ensino Fundamental Padre Traezel-Cerro Largo, sendo esta uma das
escolas polos do PIBIDCiências da Universidade Federal da Fronteira Sul - Campus Cerro
Largo - RS. Destacamos que a experimentação é um importante recurso pedagógico no ensino
de Ciências, pois permite tornar as aulas mais dinâmicas, interessantes, motivadoras,
possibilitando a realização da associação entre teoria e prática, sendo um importante
instrumento de análise e discussão de conhecimento.
Palavras-chave: experimentação, teoria e prática, ensino-aprendizagem.

INTRODUÇÃO

O programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBIDCiências), da


Universidade Federal da Fronteira Sul – UFFS, busca ofertar a iniciação à docência durante a
graduação, permitindo ao bolsista um primeiro contato com a escola e a prática pedagógica,
contribuindo para a qualificação profissional, a reflexão e a (re)construção de saberes,
colaborando para a formação de profissionais críticos e éticos (UFFS, 2011). Para tanto, os
bolsistas buscam auxiliar professores de Ciências na realização de atividades experimentais,
pois este é um importante recurso didático na construção do conhecimento, despertando um
maior interesse dos alunos pelo conteúdo.

As atividades experimentais devem permear as relações no processo de ensino e


aprendizagem em Ciências, uma vez que motivam os alunos para o desenvolvimento de uma
observação crítica acerca dos fenômenos naturais.Estas atividades permitem que os alunos
realizem a associação entre teoria e prática aliadas à reflexão, partindo do contexto ou
realidade para a significação dos conceitos.

Neste tipo de aula os alunos têm a oportunidade de participarem, sendo importante que o
professor execute aulas com metodologias voltadas também à pesquisa. Segundo
Frizon(2012, p. 110):

esse fazer pela pesquisa envolve o aluno e professor de modo participativo e


comunicativo, distanciando-se, significativamente, das aulas tradicionalmente

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copiadas em que o aluno é mero receptor de conhecimentos explicados pelo


professor
Portanto, diferentes metodologias auxiliam os alunos a despertarem o pensamento, a
reflexão e a argumentação sobre os conteúdos, construindo o conhecimento.

Ademais, é necessário que o aluno participe de forma ativa do processo de ensino e


aprendizagem, considerando a importância do papel do professor nessa ação, que atua como
mediador, auxiliando o aluno na construção do conhecimento. Segundo Rosito(2008, p. 320)

[...] a investigação na escola pode envolver o aluno de tal maneira que ele deixe
deser ouvinte e repetidor de informações fornecidas pelo professor ou pelo livro
parase tornar um sujeito de sua aprendizagem, refletindo conscientemente sobre
ostemas estudados, pois, num experimento, o aluno pode prever o que vai acontecer
edepois relacionar os resultados com a teoria prevista. – Nesse sentido,
oconhecimento seria construído pelo aluno a partir da mediação que perpasse
aorientação do professor.
Durante as atividades desenvolvidas em sala de aula, o professor deve realizar uma
reflexão-ação, ou seja, refletir perante a sua prática, destacando pontos a serem melhorados,
considerando as dificuldades de cada aluno, buscando métodos/formas de atrair os alunos nas
suas atividades, visando desta forma tornar a aula mais dinâmica, significativa e interessante.

O presente texto objetiva relatar uma aula prática sobre a importância dos fungos no
processo da fermentação e de observar a ação dos fungos no processo de decomposição do
pão. A prática foi desenvolvida com os alunos do 7º ano/ 6ª série de uma escola do Município
de Cerro Largo, RS. As atividades foram realizadas, de forma dinâmica, em um conjunto de
aulas sobre o conteúdo de fungos, possibilitando aos alunos observarem na prática a teoria e
realizarem pesquisas sobre o assunto e, assim, a (re)construção do seu aprendizado a partir da
observação e análise da prática experimental.

METODOLOGIA

Participando das ações do programa como bolsista do PIBIDICiênciasdesenvolvo


atividades experimentais naEscola Estadual de Ensino Fundamental Padre Traezel, auxiliando
a professora nas aulas de Ciências em uma turma da 6ªsérie (7º ano).Nesta prática, planejei
juntamente com a professora titular da turma, duas atividades experimentais sobre o conteúdo
dos fungos, que foram desenvolvidas em um conjuntode aulas.Na primeira atividade
buscamos entender a ação das leveduras (fungos) no processo de produção de pães,
observando e analisando a reação do fermento em diferentes meios (açúcar, sal, água quente e

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água fria).Na segunda prática procuramos realizar uma atividade sobre o papel dos fungos na
decomposição do pão.

Em um primeiro momento da aula, a professora titular da turma ministrou um breve


embasamento teórico sobre o conteúdo dos fungos, permitindo assim que os alunos
obtivessemalgum conhecimento teórico sobre o assunto. Posteriormente, realizamos a prática
sobre a ação dos fungos (leveduras) na produção de massas, objetivando demonstrar a sua
importância no processo da fermentação. Os materiais utilizados para a realização desta
primeira prática foram os seguintes: 4 tubos de ensaio; 4 colheres para chá de fermento; 2
colheres para chá de açúcar; 2 colheres para chá de sal; água quente; água fria; bexigas
(balões).

Iniciamos a prática destacando quealguns fungos, assim como as bactérias, são


importantes decompositores, enquanto outros são parasitas. Além disso, há espécies de fungos
que possuem grande importância econômica, como,por exemplo, na fabricação de
antibióticos, produção de pães, bebidas alcoólicas, queijos e pães.

Posteriormente a esta explicação, começamos o desenvolvimento do experimento. No


primeiro tubo de ensaio colocamosuma colher para chá de fermento, uma colher para chá de
sal e água fria. No tubo de ensaio dois colocamos uma colher para chá de fermento, uma
colher para chá de sal e água quente. No tubo de ensaio 3colocamos uma colher para chá de
fermento, uma colher para chá de açúcar e água fria. No tubo de ensaio 4 colocamos uma
colher para chá de fermento, uma colher para chá de açúcar e água quente. Em seguida
agitamos, identificamos e vedamos todos os tubos de ensaio combalões e observamos o que
iria acontecer. Adicionalmente, realizamos um momento de diálogo, no qual pedimos para os
alunos o que eles esperavam que acontecesse em cada tubo de ensaio e o que explicava esse
fato.

Após aproximadamente 15 minutos, visualizamos que duas bexigas se encheram: a


primeira foi a do tubo de ensaio 4, que continha água quente, açúcar e fermento e a outra, que
encheu menos do que a anterior, foi a do tubo de ensaio 3, ondefoi adicionada água fria,
açúcar e fermento (Fig. 1).

Nesse momento questionamos o que explicaria o fato das bexigas que estavam no tubo
de ensaio com sal não terem enchido? E porque a água quente acelerou o processo da
fermentação?Solicitamos para que os alunos escrevessem no caderno as perguntas e, após a
discussão e explicação dos conceitos envolvidos, descrevessem as conclusões a que chegaram

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sobre a atividade experimental, respondendo também as perguntas formuladas


anteriormente.Propiciando dessa forma, um grande momento de discussão e questionamentos,
encaminhando a aula através do diálogo e da argumentação, da interpretação e da análise,
levando ao envolvimento reflexivo sobre a experiência. Segundo Demo (1996,p.120): “é
preciso estimular no aluno a curiosidade pelo desconhecido, incentivá-lo a procurar respostas,
a ter iniciativa, a compreender e iniciar a elaboração das próprias ideias”.

Para reforçar a parte teórica da atividade experimental explicamos que ocorreu uma
fermentação alcóolica (respiração anaeróbica, sem a presença de O2), no qual o açúcar
(glicose– C6H12O6) é a molécula matéria-prima que será quebrada (gerando energia e calor)e
transformada em álcool (etanol–C2H6O) e gás carbônico (CO2). Portanto, nos tubos com sal
de cozinha(NaCl,um composto inorgânico)isso não ocorre(a fermentação alcoólica e a
liberação de CO2 que encheu os balões).Referente ao segundo questionamento, explicamos
que existem temperaturas ideais para as reações químicas ocorrerem com maior eficiência,
como pode ser observado no caso da temperatura elevada, que possibilitou uma maior
eficiência na ação dos fungos sobre a glicose.

Assim, finalizamos a primeira prática experimental sobre a importância econômica


dos fungos.A segunda prática destacaria a importância dos fungos como decompositores, na
qual buscamos realizar uma atividade referente à ação dos fungos na decomposição do pão.
Os materiais utilizados foram: duas fatias de pão, dois sacos plásticos, água sanitária, papel
toalha e um recipiente (pote de plástico). Os procedimentos foram: na amostra 1dispomos
uma das fatias de pão e a aquecemos por 10 min em uma temperatura de 180ºC, a resfriamos
em temperatura ambiente e então a colocamos dentro de um saco plástico, onde foi passado
papel toalha embebido na água sanitária. Na amostra 2 colocamos a outra fatia de pão, que
não sofreu nenhuma manipulação, sendo mantida exposta ao ambiente e depois colocada
dentro de outro saco plástico.

Em seguida, os dois sacos plásticos foram fechados e dispostos dentro do pote, onde
permaneceram no escuro por cinco dias. Solicitamos para que os alunos descrevessem em
seus cadernos, quais os resultados esperados em cada amostra.

Após os cinco dias, retiramos o pão do local onde ele estava acondicionado e
observamos, em sala de aula, que o pão da amostra 2 estava mofado, identificando dois tipos
de fungos diferentes (um cinza e outro avermelhado), e que o pão da amostra 1 não

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estavamofado.Realizadas as observações, os alunos reavaliaram suas anotações e


acrescentaram o resultado observado.

Posteriormente, os alunos se reuniram em grupos para pesquisarem e reescreverem


suas respostas. Adicionalmente,fizemos algumas perguntas para que eles respondessem,
como:Por que o pão da amostra 2 mofou? O que é o mofo?Onde estava o mofo, como ele foi
parar no pão dentro do saco plástico (cinco dias atrás o pão não estava mofado)? O que o
mofo faz com o pão?Por que o pão da amostra 1 não mofou?Qual a função da água sanitária e
da temperatura?Nestas condições o pão das amostras pode servir de alimento para o homem?
Sim, não, por quê?

Na aula seguinte realizamos a socialização da pesquisa e das respostas dos alunos


referente àsperguntas da atividade prática realizadas na aula anterior.

Fonte: Zimmermann, 2014.


Figura 1. Produção de CO2 por fermento biológico submetido a diferentes
meios de incubação (açúcar, sal, água quente e água fria).

RESULTADOS E DISCUSSÃO
Buscamos elaborar essa prática com o intuito de possibilitar aos alunos uma aula
diferente e atrativa, visando realizar uma associação entre teoria-prática-reflexão sobre o
assunto. Ressaltamos que uma boa aula inicia com um bom planejamento e a utilização de
várias estratégias de ensino, resultando em uma maior significação do conhecimento. Pois
acreditamos que o processo de ensino deva ser baseado em inovações, fazendo com que

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aconteça a ação do aluno frente às propostas/métodos de ensino do professor, tornando o


aluno juntamente com o professor reflexivos perante suas ações. Neste âmbito corroboramos
com Krasilchik (2004, p. 28):

o processo do ensino, em geral, de ciências e biologia, em particular, devem ser


adaptados à maneira como o raciocínio se desenvolve, enfatizando-se o aprendizado
ativo por meio do envolvimento dos estudantes em atividades de descoberta. O
professor não é transmissor de informações, mas um orientador de experiências, em
que os alunos buscam conhecimento pela ação e não apenas pela linguagem escrita
ou falada. Estas, embora expressem pensamentos, não substituem a experiência ativa
e pessoal.
Nesse sentido, percebemos que as atividades experimentais despertam um grande
interesse e participação dos mesmos, superando a aula tradicional e possibilitando maior
diálogo e interação para a construção do conhecimento.Como podemos observar por meio de
determinados trechos escritos pelos alunos: “a aula foi diferente, divertida e interessante”
(aluno 4); “Eu gostei muito da aula, pois foi bem diferente e muito legal. Conseguimos
aprender melhor sobre o conteúdo” (aluno 5); “A aula foi bem interessante, pois
proporcionou uma aula diferente que se aprende através da prática” (aluno 6).

Dessa forma, percebemos a importância que a aula experimental proporciona para os


alunos, pois além de despertar maior interesse pelo assunto também propicia o ensino teórico
através da prática. Corroborando isso com relação à prática 1 [a ação das leveduras (fungos)
no processo de produção de pães], pois quando questionados sobre a explicação do fato das
bexigas que continham sal não terem enchido e por que a água quente acelerou o processo,o
aluno 1 respondeu “O sal não é alimento para o fungo. E a água quente acelera o processo
pois precisa de calor para realizar a reprodução dos fungos”.

Percebe-se que o aluno de fato compreendeu que para ocorrer a fermentação alcoólica
(respiração anaeróbica) o açúcar é a matéria-prima que gera energia e calor e é transformado
em álcool e gás carbônico. Portanto, nos tubos com sal de cozinha isso não ocorre, pois não
há a matéria-prima que serve como substrato para a formação de álcool e gás carbônico.
Referente ao segundo questionamento, o aluno entendeu que a temperatura mais elevada
possibilitou uma maior eficiência na ação dos fungos sobre a glicose e também contribuiu
para a reprodução dos mesmos.

Na experiência 2 [prática sobre a ação dos fungos na decomposição], após a realização


dos procedimentos da prática, solicitamos para os alunos escreverem o que iria acontecer com
o pão em cada um dos saquinhos. Quanto a isso, o aluno 2 respondeu “acho que o pão da
situação 2 vai ficar mofado por esta mais úmido, já o pão da situação 2 vai ficar mais ou

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menos igual como o deixamos, pois não estará tão úmido e o saquinho plástico vai estar
esterilizado impedindo com mais facilidade a reprodução dos fungos”

Após 5 dias, quando analisamos os resultados do pão, solicitamos para que os alunos
novamente escrevessem por que o pão da situação 2 mofou e o da situação 1 não mofou? “O
pão da amostra 2 mofou pois estava mais úmido que o da amostra 1, também porque ele
estava em um saquinho que não estava esterilizado com água sanitária, e o pão da situação 1
foi aquecido a 180º C, matando os fungos” (aluno 3). Analisando as escritas percebe-se que o
aluno já possuía uma ideia do que iria ocorrer em cada caso, pois possuía conhecimento sobre
o local propício para o desenvolvimento dos fungos, ou seja, o que estimula seu
aparecimento: ambientes úmidos.

Nesse sentido, ressaltamos a importância do papel da experimentação como


ferramenta didática para o processo de ensino e aprendizagem, desenvolvendo a ação
reflexiva, discursiva, investigativa e crítica dos sujeitos envolvidos. Segundo Moraes (2008,
p.196): “as atividades práticas, incluindo a experimentação, desempenham um papel
fundamental, pois possibilitam aos alunos uma aproximação do trabalho científico e melhor
compreensão dos processos de ação das ciências”.

Neste âmbito, Silva e Zanon (2007, p. 134) também afirmam que:

as atividades práticas podem assumiruma importância fundamental na promoção de


aprendizagens significativas em Ciências e, por isso, consideramos importante
valorizar propostas alternativas de ensino e que demonstrem essa potencialidade na
experimentação: a ajudar os alunos a aprender através do estabelecimento de
interrelações entre os saberes teóricos e práticos inerentes aos processos de
conhecimento escolar. Essa relação de saberes facilita a compreensão dos conceitos
científicos através da experimentação, visto que o aluno consegue observar e
relacionar a teoria com a prática, e não somente decorar e copiar conceitos, pois
reproduzir significados limita a capacidade de construção do conhecimento do
sujeito. Ressaltamos que é relevante que essa prática proporcione discussões,
relacionando aos conteúdos trabalhados em sala de aula com o cotidiano do
estudante.
A importância da postura do professor, atuando como orientador, mediador,
estimulando a participação da turma, planejando a aula para uma experiência
problematizadora, visando o diálogo, a discussão, a argumentação, os questionamentos, a
(re)descoberta, a interpretação, a análise, o planejamento conjunto e, principalmente, o
envolvimento reflexivo sobre a prática também deve ser ressaltada, pois “[...] a maneira como
o professor assume a condução das mediações entre os alunos e a construção de conhecimento
numa aula é elemento decisivo” (GUIMARÃES; MATTOS, 2010, p. 49). Também
paraGüllich (2013) é preciso que o professor seja um mediador que ministre as aulas com
perguntas, orientando os alunos nos trabalhos, planejando suas aulas de maneira atrativa e
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cativante, através da pesquisa ou experimentos, que envolva o aluno no sentido de buscar e


construir seu conhecimento. O professor deverá ter com seu aluno um diálogo franco e aberto,
para permitir que ocorra a aproximação entre ambos, passando de sujeito passivo para ativo
na busca de novosconhecimentos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A oportunidade propiciada pela inserção do PIBIDCiências no contexto escolar, ainda


no período de graduação, proporcionou-me o desenvolvimento de práticas experimentais,
auxiliando a professora titular dentro da sala de aula, e,ao mesmo tempo, enriquecendo o
trabalho dos professores da Educação Básica. Além disso, também me possibilitoua aquisição
de uma maior autonomia, de (re)construir, pensar, pesquisar, refletir sobreminhaprópria
prática. Ademais, a atuação dentro da sala de aula permitiu-me um maior conhecimento sobre
a realidade dos alunos, buscando identificar as dificuldades encontradas pelos mesmos e
procurando métodos de despertar o interesse pelo conhecimento.

Podemos afirmar que a aula prática atingiu os objetivos almejados, proporcionando


uma atividade voltada à experimentação, permitindo aos alunos realizarem questionamentos,
escritas, pesquisas, reflexões e instigando-os dessa forma, a buscarem e construírem o
conhecimento.

Além disso, destaco a importância do papel desse programa na minha formação


profissional, contribuindo de forma significativa para minha inserção no contexto pedagógico
escolar, facilitando a realização da experimentação e consequentemente a melhoria da
qualidade do ensino de Ciências.

REFERÊNCIAS
DEMO, P. Educar Pela Pesquisa.4. ed. Campinas, SP: Autores Associados, 2000.
FRIZON, L.M.B. Pesquisa como superação da aula copiada. In Roque Moraes, Valderez
Marina do Rosário Lima. Pesquisa em sala de aula, tendências para a educação em novos
tempos. 3 ed. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2012. 107-117.
GUIMARÃES, M. N.; MATTOS, J. C. P. A interação professor-aluno nas atividades
experimentais de Biologia e a construção do conhecimento escolar. Revista da SBEnBio, n.
3, p. 41-50, 2010.
GÜLLICH, R. I. C. Investigação-Formação-Ação em Ciências: um caminho para reconstruir
a relação entre Livro Didático, o Professor e o Ensino. Curitiba: Prismas, 2013.
KRASILCHIK, Myriam. Prática de Ensino de Biologia. 4. ed. São Paulo: Editora da

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Universidade de São Paulo, 2004.


MORAES, R. Construtivismo e ensino de ciências: reflexões epistemológicas e
metodológicas. 3. ed. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2008.
ROSITO, B. A. O ensino de ciências e a experimentação.In: MORAES, Roque
(Orgs.).Construtivismo e ensino de ciências: reflexões epistemológicas e metodológicas. 3.
ed. – Porto Alegre: EDIPUCRS, 2008.
SILVA, L. H. A.; ZANON, L. A experimentação no ensino de ciências. In: SCHETZLER,
R. P.; ARAGÃO, R. M. R. Ensino de Ciências: Fundamentos e Abordagens. São Paulo:
UNIMEP/CAPES, 2000. p. 120–153.
UFFS. UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL. Subprojeto PIBIDCiências:
a experimentação no Ensino de Ciências articulando formação e docência.Cerro Largo:
UFFS, 2011.

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