Os Fungos E O Pão: Atividade Experimental Sobre A Produção E A Decomposição Do Pão
Os Fungos E O Pão: Atividade Experimental Sobre A Produção E A Decomposição Do Pão
Os Fungos E O Pão: Atividade Experimental Sobre A Produção E A Decomposição Do Pão
Resumo
O presente texto tem por objetivo relatar e contextualizar uma aula prática, enfocando a
importância dos fungos no processo da fermentação e observar a ação dos fungos na
decomposição do pão. A atividade experimental foi desenvolvida com a turma do 7º ano da
Escola Estadual de Ensino Fundamental Padre Traezel-Cerro Largo, sendo esta uma das
escolas polos do PIBIDCiências da Universidade Federal da Fronteira Sul - Campus Cerro
Largo - RS. Destacamos que a experimentação é um importante recurso pedagógico no ensino
de Ciências, pois permite tornar as aulas mais dinâmicas, interessantes, motivadoras,
possibilitando a realização da associação entre teoria e prática, sendo um importante
instrumento de análise e discussão de conhecimento.
Palavras-chave: experimentação, teoria e prática, ensino-aprendizagem.
INTRODUÇÃO
Neste tipo de aula os alunos têm a oportunidade de participarem, sendo importante que o
professor execute aulas com metodologias voltadas também à pesquisa. Segundo
Frizon(2012, p. 110):
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[...] a investigação na escola pode envolver o aluno de tal maneira que ele deixe
deser ouvinte e repetidor de informações fornecidas pelo professor ou pelo livro
parase tornar um sujeito de sua aprendizagem, refletindo conscientemente sobre
ostemas estudados, pois, num experimento, o aluno pode prever o que vai acontecer
edepois relacionar os resultados com a teoria prevista. – Nesse sentido,
oconhecimento seria construído pelo aluno a partir da mediação que perpasse
aorientação do professor.
Durante as atividades desenvolvidas em sala de aula, o professor deve realizar uma
reflexão-ação, ou seja, refletir perante a sua prática, destacando pontos a serem melhorados,
considerando as dificuldades de cada aluno, buscando métodos/formas de atrair os alunos nas
suas atividades, visando desta forma tornar a aula mais dinâmica, significativa e interessante.
O presente texto objetiva relatar uma aula prática sobre a importância dos fungos no
processo da fermentação e de observar a ação dos fungos no processo de decomposição do
pão. A prática foi desenvolvida com os alunos do 7º ano/ 6ª série de uma escola do Município
de Cerro Largo, RS. As atividades foram realizadas, de forma dinâmica, em um conjunto de
aulas sobre o conteúdo de fungos, possibilitando aos alunos observarem na prática a teoria e
realizarem pesquisas sobre o assunto e, assim, a (re)construção do seu aprendizado a partir da
observação e análise da prática experimental.
METODOLOGIA
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água fria).Na segunda prática procuramos realizar uma atividade sobre o papel dos fungos na
decomposição do pão.
Nesse momento questionamos o que explicaria o fato das bexigas que estavam no tubo
de ensaio com sal não terem enchido? E porque a água quente acelerou o processo da
fermentação?Solicitamos para que os alunos escrevessem no caderno as perguntas e, após a
discussão e explicação dos conceitos envolvidos, descrevessem as conclusões a que chegaram
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Para reforçar a parte teórica da atividade experimental explicamos que ocorreu uma
fermentação alcóolica (respiração anaeróbica, sem a presença de O2), no qual o açúcar
(glicose– C6H12O6) é a molécula matéria-prima que será quebrada (gerando energia e calor)e
transformada em álcool (etanol–C2H6O) e gás carbônico (CO2). Portanto, nos tubos com sal
de cozinha(NaCl,um composto inorgânico)isso não ocorre(a fermentação alcoólica e a
liberação de CO2 que encheu os balões).Referente ao segundo questionamento, explicamos
que existem temperaturas ideais para as reações químicas ocorrerem com maior eficiência,
como pode ser observado no caso da temperatura elevada, que possibilitou uma maior
eficiência na ação dos fungos sobre a glicose.
Em seguida, os dois sacos plásticos foram fechados e dispostos dentro do pote, onde
permaneceram no escuro por cinco dias. Solicitamos para que os alunos descrevessem em
seus cadernos, quais os resultados esperados em cada amostra.
Após os cinco dias, retiramos o pão do local onde ele estava acondicionado e
observamos, em sala de aula, que o pão da amostra 2 estava mofado, identificando dois tipos
de fungos diferentes (um cinza e outro avermelhado), e que o pão da amostra 1 não
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
Buscamos elaborar essa prática com o intuito de possibilitar aos alunos uma aula
diferente e atrativa, visando realizar uma associação entre teoria-prática-reflexão sobre o
assunto. Ressaltamos que uma boa aula inicia com um bom planejamento e a utilização de
várias estratégias de ensino, resultando em uma maior significação do conhecimento. Pois
acreditamos que o processo de ensino deva ser baseado em inovações, fazendo com que
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Percebe-se que o aluno de fato compreendeu que para ocorrer a fermentação alcoólica
(respiração anaeróbica) o açúcar é a matéria-prima que gera energia e calor e é transformado
em álcool e gás carbônico. Portanto, nos tubos com sal de cozinha isso não ocorre, pois não
há a matéria-prima que serve como substrato para a formação de álcool e gás carbônico.
Referente ao segundo questionamento, o aluno entendeu que a temperatura mais elevada
possibilitou uma maior eficiência na ação dos fungos sobre a glicose e também contribuiu
para a reprodução dos mesmos.
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menos igual como o deixamos, pois não estará tão úmido e o saquinho plástico vai estar
esterilizado impedindo com mais facilidade a reprodução dos fungos”
Após 5 dias, quando analisamos os resultados do pão, solicitamos para que os alunos
novamente escrevessem por que o pão da situação 2 mofou e o da situação 1 não mofou? “O
pão da amostra 2 mofou pois estava mais úmido que o da amostra 1, também porque ele
estava em um saquinho que não estava esterilizado com água sanitária, e o pão da situação 1
foi aquecido a 180º C, matando os fungos” (aluno 3). Analisando as escritas percebe-se que o
aluno já possuía uma ideia do que iria ocorrer em cada caso, pois possuía conhecimento sobre
o local propício para o desenvolvimento dos fungos, ou seja, o que estimula seu
aparecimento: ambientes úmidos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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tempos. 3 ed. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2012. 107-117.
GUIMARÃES, M. N.; MATTOS, J. C. P. A interação professor-aluno nas atividades
experimentais de Biologia e a construção do conhecimento escolar. Revista da SBEnBio, n.
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GÜLLICH, R. I. C. Investigação-Formação-Ação em Ciências: um caminho para reconstruir
a relação entre Livro Didático, o Professor e o Ensino. Curitiba: Prismas, 2013.
KRASILCHIK, Myriam. Prática de Ensino de Biologia. 4. ed. São Paulo: Editora da
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