PMMAArmacaodos Buzios
PMMAArmacaodos Buzios
PMMAArmacaodos Buzios
de Conservação
e Recuperação
da Mata Atlântica
Armação
dos Búzios
GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
da Mata Atlântica
Armação
dos Búzios
Rio de Janeiro, 2017
Organizadores:
Renata de Souza Lopes,
da Superintendência de Biodiversidade e Florestas (Supbio/SEA)
Janete Abrahão,
da Associação Estadual de Municípios do Rio de Janeiro (Aemerj)
Coordenação geral:
Superintendência de Biodiversidade e Florestas (Supbio)
Fernando Matias, superintendente
Conselho Municipal
de Meio Ambiente – CMMA
Revisão:
Gabriel Demasi
Lilianny Keila da Silva
Fotos:
Roberto Todor
Projeto gráfico/diagramação:
Pérola Gonçalves
Ivan Bezerra
CDU 631.614(815.3)
Apresentação
A elaboração regionalizada dos PMMAs na região Lagos São João foi viabilizada através
de um arranjo interinstitucional entre a Superintendência de Biodiversidade e Florestas
da Secretaria de Estado do Ambiente do Rio de Janeiro (SEA) e a Associação Estadual de
Municípios do Rio de Janeiro (AEMERJ), firmado em 2012, tendo como base um projeto
anterior que havia elaborado Planos Municipais de Conservação e Recuperação na região
Noroeste fluminense, envolvendo um total de 14 municípios.
Instituto de Estudos
Coordenação Coordenação e gestão administrativa e financeira do
da Religião (ISER)
administrativa projeto, operação da logística e participação em eventos
/financeira estratégicos na região.
Araruama
Armação dos Búzios
Municípios Arraial do Cabo
Cabo Frio
abrangidos pelo Casimiro de Abreu
projeto PMMA Iguaba Grande
Maricá
Lagos São João Rio Bonito
e Rio das Ostras Rio das Ostras
São Pedro da Aldeia
Saquarema
Silva Jardim
2. Metodologia .......................................................................................................................... 12
7.Mapeamentos produzidos.................................................................80
10
os processos metodológicos participativos e apresentados os seus resultados que se
expressam em grande parte através do Mapa Falado da Mata Atlântica de Armação
dos Búzios. Além disso, são disponibilizadas diversas informações cartográficas pro-
duzidas a partir de mapas temáticos, definição de áreas prioritárias para conserva-
ção e para recuperação da Mata Atlântica e projeção de corredores ecológicos. Por
fim, apresenta-se um do Plano de Ação cujas propostas foram elaboradas com o en-
gajamento de todos os atores sociais envolvidos ao longo das oficinas participativas
realizadas no município. Para a elaboração do Plano de Ação foi considerado como
instrumento de referência o Mapa Falado da Mata Atlântica de Armação dos Búzios,
associando-se cada uma das ações a um local ou região identificada no Mapa Falado.
É importante frisar que para a implementação do PMMA de Armação dos Búzios
considera-se essencial a integração dos gestores municipais e a articulação entre
as diferentes políticas, programas e projetos da administração local. Nesse sentido,
este documento de planejamento carrega um enorme potencial e um enorme de-
safio, já que, para lograrem êxito, as estratégias de conservação e recuperação da
Mata Atlântica necessitam da interface, da integração da articulação e do compro-
metimento dos diversos setores da sociedade.
Esse é o convite que o PMMA de Armação dos Búzios faz aos gestores públicos de
forma geral, e especialmente aos gestores da área ambiental: que utilizem-no como
referência para o diálogo, planejamento e execução de políticas que busquem o en-
volvimento das instâncias de governança local, associando proteção do bioma, qua-
lidade de vida e práticas sustentáveis.
11
2 Metodologia
12
Registro fotográfico do Seminário de Nivelamento
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Série Planos da Mata Atlântica - PMMA Lagos São João e Rio das Ostras
A abordagem metodológica do projeto PMMA Lagos São João e Rio das Ostras tem como pro-
cesso participativo a realização de oficinas (denominadas Oficinas Locais) que possuem como
objetivo a geração de informação e produção de instrumentos orientadores para a elabora-
ção do diagnóstico e planejamento associado ao PMMA.
As oficinas participativas são conduzidas por um moderador que tem como responsabilidade,
dentre outras funções, favorecer a integração dos participantes buscando garantir oportuni-
dades equânimes de expressão dos envolvidos nas atividades propostas aos atores sociais.
A mobilização para a realização das oficinas participativas no âmbito do projeto PMMA Lagos
São João e Rio das Ostras teve como ponto de partida o Conselho Municipal de Meio Ambien-
te e, de forma complementar, atores sociais, que por mais que não estejam representados
oficialmente no conselho, são envolvidos diretamente com o tema da gestão ambiental mu-
nicipal, constituindo-se desta forma um colegiado denominado como Grupo Local da Mata
Atlântica de Armação dos Búzios, conforme detalhamento a seguir:
Esta etapa envolve a realização de diálogos junto aos prefeitos e secretários municipais de
Meio Ambiente para a sensibilização dos mesmos em relação ao projeto e sobre a importân-
cia do engajamento institucional da prefeitura nas atividades desenvolvidas neste sentido.
Um aspecto importante na sensibilização dos prefeitos e secretários de Meio Ambiente está
relacionado à mobilização dos demais secretários municipais, por meio dos próprios secretá-
rios ou dos técnicos atuantes nas secretarias, para que estes integrem os processos participa-
tivos para a elaboração dos PMMAs.
Os secretários municipais de Meio Ambiente, por sua vez, são sensibilizados sobre a impor-
tância da mobilização das outras secretarias municipais estratégicas, para que estas atuem
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Plano de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica de Armação dos Búzios 2
nos processos participativos no âmbito do projeto, como é o caso das secretarias municipais
de Agricultura, Planejamento, Turismo, entre outras.
No caso específico da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, um aspecto trabalhado foi a
definição de um técnico como interlocutor direto entre a prefeitura/secretaria de Meio Am-
biente e a equipe técnica de elaboração dos PMMAs.
Além dos representantes das instituições que compõem o Conselho Municipal de Meio Am-
biente, é avaliada por parte da equipe do projeto PMMA a importância da participação de
representantes de outras instituições diretamente ligadas à pauta ambiental local com ên-
fase em ações de conservação e recuperação da Mata Atlântica, indo-se além das represen-
tações formais já inseridas no Conselho Municipal de Meio Ambiente.
Dentre as institucionalidades sensibilizadas para as atividades de elaboração dos PMMAs
são consideradas, de forma preliminar, representantes de instituições como Inea, Emater,
Defesa Civil, ICMBio, universidades, Agendas 21, entre outras.
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Série Planos da Mata Atlântica - PMMA Lagos São João e Rio das Ostras
A formação dos GLMAs e a realização das oficinas locais são consideradas processos inovado-
res em relação aos aspectos metodológicos na elaboração dos PMMAs. No caso das oficinas,
as metodologias desenvolvidas para serem aplicadas tiveram como orientação o estímulo dos
atores sociais locais para que estes pensassem o município tendo como referência inicial os di-
versos elementos da Mata Atlântica, em um exercício em que além de identificarem áreas im-
portantes para a conservação e recuperação do bioma fossem capazes de explicitar conflitos
abordados muitas vezes de forma limitada em outros instrumentos de planejamento local.
Em termos de inovação é importante considerar ainda a forma utilizada para se realizar o
cruzamento dos dados técnicos com as informações levantadas junto aos GLMAs, gerando-
-se desta forma um conteúdo técnico-participativo que serviu de base para a elaboração das
áreas prioritárias para a conservação e recuperação da Mata Atlântica, assim como para a
elaboração das propostas que compõem o Plano de Ação deste PMMA.
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Plano de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica de Armação dos Búzios 2
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Série Planos da Mata Atlântica - PMMA Lagos São João e Rio das Ostras
A organização das bases de dados geográficos e cartográficos utilizados se deu a partir daque-
les disponibilizados por órgãos oficiais, sendo estes:
• Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE);
• Secretaria Estadual do Ambiente (SEA);
• Instituto Estadual do Ambiente (Inea);
• Fundação Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos
do Rio de Janeiro (Ceperj);
• Ministério do Meio Ambiente (MMA);
• Prefeituras municipais.
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Plano de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica de Armação dos Búzios 2
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Série Planos da Mata Atlântica - PMMA Lagos São João e Rio das Ostras
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Plano de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica de Armação dos Búzios 2
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Série Planos da Mata Atlântica - PMMA Lagos São João e Rio das Ostras
Assim, tendo como base as informações técnicas e participativas expressas no Mapa Falado,
os atores sociais são estimulados a realizarem uma análise territorial integrada frente aos de-
safios de conservação e recuperação da Mata Atlântica para a elaboração de propostas neste
sentido para a construção de uma Matriz de Plano de Ação do PMMA.
Para orientar a formulação das propostas de ação são utilizadas Fichas de Caracteri-
zação de áreas territoriais municipais (figura 2.1.5.1), elaboradas a partir das carac-
terísticas da Mata Atlântica local identificadas de forma participativa no Mapa Falado
e complementadas com informações oriundas do levantamento de dados secundá-
rios, com ênfase naquelas inseridas no Plano Diretor da Cidade.
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Plano de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica de Armação dos Búzios 2
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Série Planos da Mata Atlântica - PMMA Lagos São João e Rio das Ostras
Ficha 01
01 Conservação 01 Recuperação
Área com fragmento florestal próximo à
Área de loteamento Hípica de Búzios potencial
Praia Gorda e ao Mangue de Pedra.
para estratégia de formação de corredor.
02 Conservação 03 Recuperação
Área com fragmento florestal próximo à
Ponta do Pai Vitório, área de restinga com Área de restinga para recuperação na Praia Gorda.
reserva de Pau Brasil. Apresenta um levantamento florístico já realizado.
03 Conservação
Área com vegetação densa e brejo (INEFI).
Propostas de Ação
Programa de Criação, Implementação e Gestão de Unidades de Conservação
Realizar estudo para subsidiar proposta de criação de uma unidade de conservação com in-
dicativo para categoria de manejo Parque Natural Municipal na região do Mangue de Pedras,
considerando a inclusão dos fragmentos florestais C01, C02, C03, C04 (P13);
Realizar estudo para subsidiar proposta de criação de uma unidade de conservação na área marinha,
com indicativo para a categoria de manejo RESEX marinha, com o objetivo de promover a conservação
dos recursos pesqueiros e o fortalecimento dos pescadores artesanais (P8);
Elaborar o Plano de Manejo da APA Marinha de Búzios prevendo-se medidas de conser-
vação desta região (P8).
Gestão do PMMA
Apoiar as organizações da sociedade civil que desenvolvem atividades de educação am-
biental e mobilização social na região (P2);
Elaborar e implementar um projeto integrado de turismo ecológico e cultural envolvendo
os quilombolas e pescadores da Praia Rasa com ações de educação ambiental e mobilização
social, no âmbito do fortalecimento da proposta de criação da unidade de conservação no
Mangue de Pedra (P5).
Formação Elaboração
do GT das Propostas
Tarjetas
Apresentação
no Painel
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Série Planos da Mata Atlântica - PMMA Lagos São João e Rio das Ostras
A segunda oficina participativa tem como principal produto uma Matriz preliminar
de ações para o PMMA de Armação dos Búzios.
A terceira oficina participativa teve como objetivo apresentar os estudos realizados para a identifi-
cação das áreas a serem consideradas prioritárias para a implementação de propostas de conser-
vação e recuperação da Mata Atlântica no município e a validação e priorização das propostas ela-
boradas na segunda oficina, além da elaboração de novas propostas no sentido de complementar
as estratégias de ação.
Para a validação da Matriz de Plano de Ação estratégico de Armação dos Búzios, a equipe técnica
realizou estudos no sentido de identificar as ações referentes aos pontos de conservação e recu-
peração sobrepostos às áreas prioritárias e aos protocorredores (ambos mapeamentos técnicos
sobrepostos às informações participativas - que serão descritos em capítulos específicos neste do-
cumento).
Assim, foram consolidadas na terceira Oficina Local as ações cujo recorte territorial continha os
pontos de conservação e recuperação do Mapa Falado que se sobrepuseram aos polígonos das
áreas prioritárias e protocorredores regionais definidos para os PMMAs. Este cruzamento foi reali-
zado através do software ArcGis 10.2, utilizando-se da ferramenta Select by location, que possibilitou
a identificação dos pontos que interceptam os polígonos das áreas prioritárias e protocorredores
nos municípios. O esquema abaixo ilustra este processo metodológico:
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Plano de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica de Armação dos Búzios 2
Figura 2.1.5.3 Processo de localização dos pontos sobrepostos às áreas prioritárias e aos protocorredores.
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Série Planos da Mata Atlântica - PMMA Lagos São João e Rio das Ostras
Figura 2.1.5.4 Registro fotográfico da terceira Oficina Local de Armação dos Búzios
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Plano de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica de Armação dos Búzios 2
• Definição do perfil
• Sensibilização
das prefeituras
Dados Técnicos
1. Elaboração - Macro
estratégias e Propostas
de Ação: Conservação
e Recuperação da MA
Dados Técnicos
3. Consolidação -
Cenário atual e futuro
da Mata Atlântica Consolidação
dos PMMA
4. Detalhamento -
Descrição das propostas
3ª Oficina Local
PMMA
de ação, priorização
e cronograma de
implementação
29
3
Localização
e Caracterização
da Região
30
3.1 Caracterização da Região
Lagos São João
A Região Lagos São João foi identificada como área estratégica para a implementa-
ção do projeto de elaboração dos PMMAs tendo como base a articulação político-ins-
titucional existente (SEA / Aemerj / Iser e CILSJ) e a importância de se desenvolver,
por parte da equipe técnica e dos atores sociais envolvidos, um olhar regional sobre
o bioma, buscando-se, desta forma, uma interpretação ecossistêmica dos territó-
rios municipais, o que pode estar associado futuramente a uma maior eficácia em
termos de recuperação e conservação da Mata Atlântica diante de cenários de alto
índice de fragmentação florestal.
Área
da Unidade POPULAÇÃO RESIDENTE
Municípios
Territorial
(km²) 1970 1980 1991 2000 2010
Araruama 638,02 40.031 49.822 59.024 82.803 112.008
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Série Planos da Mata Atlântica - PMMA Lagos São João e Rio das Ostras
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Plano de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica de Armação dos Búzios 2
De acordo com Bergallo, a Região Turística dos Lagos Fluminenses caracteriza-se por colinas,
maciços costeiros e baixadas. Nestas últimas, observam-se formações diversas tais como pla-
nícies aluviais, em muitos trechos “embrejadas”, e planícies costeiras, compostas de praias,
dunas e restingas, cujos cordões represaram parte das águas do mar, originando inúmeras
lagunas, como as de Maricá, Saquarema e Araruama, que são as de maior extensão dentre
todas. A marcante presença dessas lagunas responde pela denominação corrente de Região
dos Lagos, dada aos municípios que as contêm. A cobertura vegetal original do território des-
sa região era constituída principalmente por Mata Atlântica e por formações típicas das áreas
aluviais (vegetação herbácea) e das praias, dunas e restingas (vegetação arbórea e herbácea).
Atualmente, os remanescentes da Mata Atlântica encontram-se distribuídos em expressivos
fragmentos florestais, manchas significativas de vegetação secundária em estágio de sucessão
avançado, nas colinas e nos maciços costeiros, especialmente nos municípios de Maricá, Saqua-
rema e Silva Jardim. A vegetação de restinga vem sendo profundamente alterada e, em muitos
casos, suprimida em decorrência da intensa ocupação urbana que se processa há três décadas.
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Série Planos da Mata Atlântica - PMMA Lagos São João e Rio das Ostras
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Plano de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica de Armação dos Búzios 2
impactos alterou o cenário da região, sendo o principal símbolo deste passivo ambiental
a Lagoa de Araruama.
Não diferente da bacia da Lagoa de Araruama, a bacia do Rio São João tem um histórico de
carência de serviços de abastecimento de água e principalmente de saneamento. Grande
parte dos rios da bacia está degradada, principalmente aqueles que atravessam os nú-
cleos urbanos, onde além das obras de canalização, retificação e concretagem, recebem
uma alta carga de efluentes domésticos sem tratamento prévio, e em alguns casos são o
destino final de resíduos sólidos.
Após um longo período de problemas ambientais, em 1998 os serviços de suprimento
de água e de esgoto passaram a ser operados por duas empresas privadas, a Águas de
Juturnaíba (atua em Araruama, Saquarema, Silva Jardim) e a Prolagos (Iguaba Grande,
Cabo Frio, São Pedro da Aldeia, Arraial do Cabo e Armação dos Búzios), pela CEDAE
(que opera em Barra de São João – Distrito de Casimiro de Abreu, Rio Bonito, Cacho-
eira de Macacu e Rio das Ostras) e pelo Serviço Autônomo de Águas e Esgoto SAAE –
atual Águas de Casimiro (que opera Casimiro de Abreu).
A priorização dos serviços de abastecimento de água e o aumento da malha de distri-
buição e atendimento ocasionaram a geração de mais efluentes, e consequentemente
a transposição de um maior volume de águas servidas para as lagoas costeiras. Como
medida emergencial, para controle da poluição e contaminação dos corpos d’água,
foram implantados sistemas de coleta de esgoto em tempo seco, além da construção
de estações de tratamento de efluentes. Esses sistemas consistem no barramento
(através de comportas) dos rios contribuintes, coleta de esgoto à montante destas
estruturas, e transporte destes efluentes para as estações de tratamento. A adoção
desta medida possibilitou a recuperação ambiental da Lagoa de Araruama, por exem-
plo. Contudo, ainda não representa o ideal, por utilizar o leito dos rios como corpo
receptor de efluentes, sendo a coleta e o tratamento de esgoto ainda um desafio para
os gestores da região.
Esses sistemas, como o próprio nome já faz referência, são adequados para regiões que apre-
sentam baixos índices pluviométricos, como é o caso da Região dos Lagos, cujo clima pode ser,
em alguns locais, comparado ao de semiárido. Em eventos de chuva, as comportas são aber-
tas, liberando o fluxo para as lagoas e demais corpos de água. Desta forma, ocorre um aporte
de água doce, somado à matéria orgânica acumulada no leito dos rios, o que na Lagoa de
Araruama, por exemplo, ocasiona em muitos casos a mortandade de peixes, além de outros
impactos ambientais. Os eventos de chuvas intensas são cada vez mais frequentes na região,
e como vem sendo observado e registrado, “trazem a urgência de novas medidas de controle
ambiental”. (Ribeiro 2012, p. 51 a 53)
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Série Planos da Mata Atlântica - PMMA Lagos São João e Rio das Ostras
Principais usos e cobertura do solo na região dos PMMA LSJ e Rio das Ostras
Área Inundável (AI) Terrenos que margeiam rios e sujeitos a inundação no período de cheia
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Plano de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica de Armação dos Búzios 2
Sobre o uso do solo, de acordo com os dados produzidos em escala 1:100.000 para
todo o Estado do Rio de Janeiro pela Fundação CIDE em 1998 (GEROE-98), ocorrem
os seguintes usos do solo na Região Lagos São João:
• Pequena área de campo de altitude nas cercanias da Pedra do Faraó, que fica no
divisor dos municípios de Nova Friburgo, Silva Jardim e Cachoeiras de Macacu.
• Manchas de variados tamanhos de florestas do bioma da Mata Atlântica, princi-
palmente nas montanhas e serras de Silva Jardim, Rio Bonito, Casimiro de Abreu e
Saquarema. Há remanescentes de matas com pau-brasil em Armação dos Búzios e
Cabo Frio. Lá também se encontra a mata aluvial em melhor estado de conservação
no Estado do Rio de Janeiro (matas do baixo São João).
• Vegetação de restinga, em especial nos arredores de Jaconé, na restinga de Mas-
sambaba e de Cabo Frio e em Itapebussus, em Rio das Ostras. A vege-
tação de restingas e dunas varia de herbáceas e rasteiras na beira da
37
Série Planos da Mata Atlântica - PMMA Lagos São João e Rio das Ostras
praia até florestais nos cordões arenosos mais antigos, incluindo a típica formação
arbustiva aberta das dunas de Massambaba, Dama Branca (Arraial do Cabo) e Peró.
Os dois remanescentes de mata de restinga (não inundada ou seca) mais bem preser-
vados na região são encontrados em Jacarepiá, na extremidade oeste da restinga de
Massambaba e na Estação de Rádio da Marinha, em propriedade da Base Aeronaval
de São Pedro da Aldeia (Plano de Bacias). A flora da restinga da região de Búzios/Cabo
Frio é mais rica em espécies que as demais no Estado, contendo 26 das 32 espécies
endêmicas conhecidas para as restingas do Rio (Lacerda, Araújo e Maciel 1993).
• Um tipo peculiar chamado de “savana estépica”, ocorre nos morros costeiros de São
Pedro de Aldeia, Cabo Frio, Arraial do Cabo e Armação dos Búzios. A característica prin-
cipal desta “savana estépica” é a grande quantidade de cactos que atingem até 4 metros
de altura; caracteriza-se por mata baixa (3m de altura, em média) nas vertentes mais
expostas ao spray marinho e aos ventos, composta de árvores com copas adensadas e
troncos finos. Este tipo de vegetação, tecnicamente chamada de “Estepe Arbórea Aber-
ta”, é exclusiva da região dos Lagos São João. Em locais mais protegidos do vento, em
grotões úmidos ou nas serras mais afastadas do mar, como por exemplo na Serra de
Sapiatiba e das Emerências, a vegetação assume um porte mais robusto. Uma espécie
marcante destes morros litorâneos é o cacto endêmico, Pilosocereus ulei, encontrada
somente na região de Cabo Frio, ao lado do pau-brasil, Caesalpinia echinata.
• Manguezais, na foz dos rios São João e das Ostras e ainda em alguns trechos das mar-
gens das lagoas de Araruama e Saquarema.
• Brejos espalhados por toda a região, em especial nas baixadas, bastante reduzidos.
Dados do CILSJ estimam a presença de mais de setecentas espécies de árvores e arbustos
nativos e mais de 3.000 espécies de outras plantas, como palmeiras, cipós, trepadeiras, bro-
mélias, cactos, orquídeas e ervas, além de espécies de algas, liquens, musgos e samambaias.
Segundo Araújo, disponível em http://www.reservataua.com.br/vegetacao_flora_cabo_frio.
htm a região de Cabo Frio é muito especial no contexto do Sudeste brasileiro, tanto em
termos de clima quanto de vegetação e flora, razão pela qual foi escolhida pelo WWF/IUCN
como um dos 12 Centros de Diversidade Vegetal do Brasil (ARAÚJO, 1997). É a região do lito-
ral fluminense onde chove menos anualmente (ca. 900mm), em parte, devido ao fenômeno
da ressurgência.
Este Centro de Diversidade Vegetal de Cabo Frio engloba principalmente vegetação de res-
tinga, da mata atlântica e do tipo arbóreo-baixo que recobre os maciços litorâneos com-
preendidos entre Arraial do Cabo e Armação dos Búzios, bem como mangues e ambientes
inundáveis (brejos e margens de lagoas).
38
Plano de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica de Armação dos Búzios 2
Dados da Fundação SOS Mata Atlântica e do INPE (in BERGALLO et al 2009, p. 23) atestam
que, no Brasil, o Rio de Janeiro é o estado federativo que preserva a maior porcentagem
(20,33%) de remanescentes florestais do bioma Mata Atlântica, em uma área aproximada
de 900.000 hectares, destacando-se como território estratégico para a conservação, consi-
derando-se sua elevada biodiversidade e os endemismos de diversos grupos animais e ve-
getais (ROCHA et al. 2003; JENKINS; PIMM 2006 in BERGALLO et al, 2009, p. 23) com diversas
áreas consideradas como de “extrema importância biológica” (BRASIL, 2000, in BERGALLO
et al 2009, p. 23).
A cobertura vegetal original da região em foco é constituída principalmente por Mata Atlântica
e por formações típicas das áreas aluviais (vegetação herbácea), e das praias, dunas e restin-
gas (vegetação arbórea e herbácea). Hoje, pouco resta da Mata Atlântica, mas ainda é possível
encontrar expressivos fragmentos florestais, bem como manchas significativas de vegetação
secundária em estágio avançado de sucessão, nas colinas e nos maciços costeiros, especial-
mente nos municípios de Maricá, Saquarema e Silva Jardim (BERGALLO et al, 2009, p. 36).
O estudo desenvolvido pelo Instituto Biomas (2009), identifica os estoques de áreas a serem
conservadas em função da proporção de remanescentes, vegetação secundária e corpos
de água em cada município. Os municípios foram agrupados em três categorias de estoque
(até 20%, mais de 20% até 50% e mais de 50%) e tais estoques foram divididos em dois ní-
veis, para a construção de cenários de pressão: alto – o estoque perfaz mais de 50% da área
do município; baixo – o estoque perfaz até 50% da área do município.
Nesse sentido identifica-se que a Região Turística dos Lagos Fluminenses basicamente apre-
senta índices de 20 a 50 % de áreas passiveis a preservar e conservar, o que é considerado
um estoque baixo, crítico até no sentido da iminência de um possível colapso dos últimos
fragmentos existentes. Assim, de acordo com o estudo, os estoques florestais dos municí-
pios em foco estariam em situação de muito alta ou alta vulnerabilidade.
Embora os dados sejam preocupantes, o Estado do Rio de Janeiro, em comparação aos es-
tados de São Paulo, Alagoas, e Espírito Santo, aparece como destaque positivo deste estudo,
com redução de desmatamento de 72%. De acordo com a SOS Mata Atlântica, a preocupação
neste caso, sobretudo, no Rio de Janeiro e em São Paulo é com o que se denomina “efeito
formiga”, que é representado não pelos desmatamentos de grandes proporções, mas pelas
supressões de vegetação para a expansão de moradias e infraestrutura, sendo que os efeitos
destas ações não são identificados no levantamento da SOS Mata Atlântica em função de es-
tes ocorrerem em áreas inferiores a três hectares.
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Série Planos da Mata Atlântica - PMMA Lagos São João e Rio das Ostras
%
Área Área % Veg. de Veg.
Municípios Mata Restinga Mangue de Veg.
municipal da Lei Lei Várzea Natural
Natural
Armação
7.093 7.093 100% 413 1.134 1.547 22%
dos Búzios
Arraial
15.396 15.396 100% 163 811 974 6%
do Cabo
Casimiro
46.226 46.226 100% 14.059 51 90 14.200 31%
de Abreu
Iguaba
5.162 5.162 100% 51 47 98 2%
Grande
Rio
23.141 23.141 100% 3.172 105 74 32 3.382 15%
das Ostras
São Pedro
34.154 34.154 100% 778 1.154 221 2.153 6%
da Aldeia
¹ Os procedimentos metodológicos adotados na extração de informações dessas imagens foram exatamente os mesmos
que vinham sendo adotados anteriormente de forma a garantir a comparação entre os resultados e sua consistência. Desta
forma, a publicação indica que os dados foram gerados com a sobreposição dos limites municipais gerados pelo Instituto Bra-
sileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE, 2007), em escala 1:2.500.000 com limites da Mata Atlântica de acordo com o Mapa de
Aplicação da Lei 11.428/06 do IBGE 1:5.000.000. Todos os valores de áreas são calculados com base nos mapas em projeção
POLYCONICA, DATUM SAD69 e meridiano central -45. Não são utilizados os valores oficiais de área dos municípios para melhor
compatibilização com as áreas calculadas pelo mapeamento realizado no Atlas da Mata Atlântica.
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Plano de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica de Armação dos Búzios 2
Considerando a área dos municípios envolvidos no PMMA Lagos São João e Rio das
Ostras, tem-se aproximadamente 446.829 hectares. Da mesa forma, considerando
o total de vegetação natural tem-se aproximadamente 80.450 hectares. Assim, apli-
cando-se uma regra de três simples, o percentual de vegetação natural da região é
de aproximadamente 18%. Conforme apresentado abaixo:
446.829 – 100%
x% = 8.045,000/446.829 x = 18,00%
80.450 – x%
3.7 Relevo
O relevo na região hidrográfica Lagos São João apresenta duas sub-regiões dis-
tintas, conforme descrito por Perrin (1999 apud PEREIRA, 2004): uma que cor-
responde a uma antiga superfície de erosão baixa e ondulada, que incorpora
principalmente a laguna hipersalina de Araruama e sua bacia de drenagem com
poucos tributários, e outra que corresponde a um pequeno maciço montanhoso
íngreme, localizado entre a costa e a Serra do Mar. Essas duas sub-regiões dis-
tinguem a bacia principalmente pela altitude, que varia de áreas com mais de
1.000 m de altura, na porção serrana, a áreas abaixo do nível do mar, na zona
costeira (RIBEIRO, 2012, p.47).
Apesar de pequena, a região surpreende por exibir uma paisagem extraordinaria-
mente diversificada de serras, planaltos, colinas, baixadas e restingas:
41
Série Planos da Mata Atlântica - PMMA Lagos São João e Rio das Ostras
• PLANALTO: desenvolve-se na região entre o rio São João e os rios Bacaxá e Capivari, apre-
sentando altitudes mínimas de 100m, que aumentam até 908m na serra do Sambê, in-
cluindo ainda as serras de Monte Azul, Lavras de Gaviões, Cachoeira Grande e das Antas.
Manchas isoladas de planalto com altitudes em torno de 60- 70m aparecem ainda na
parte norte da bacia do rio São João, nos vales dos rios Indaiaçu, Lontra e Dourado.
• MONTANHAS E MACIÇOS ISOLADOS: Serras de Jundiá, Careta, Seca e do Pote, em Rio
das Ostras; Serra das Emerências em Armação dos Búzios; Serra de Sapiatiba em São Pe-
dro da Aldeia; Serra de Jaconé, Serra do Mato Grosso, Serra do Boqueirão, Serra do Amar
e Querer, Portela e Catimbau Grande em Saquarema e Rio Bonito; Palmital e Castelhana
em Saquarema e Araruama; o morro de São João, um antigo vulcão extinto que desponta
com seus 781 metros de altitude em Casimiro de Abreu e os morros do Forno e Atalaia
em Arraial do Cabo.
• ÁREAS DE COLINAS: extensas áreas com colinas de topo redondo e altitudes inferiores
a 100 m, em especial nas bacias dos rios São João, do Una, das Ostras e da lagoa de Ara-
ruama.
• BAIXADAS E RESTINGAS: amplas baixadas constituídas pelos rios e pelo mar, notada-
mente nas bacias das lagoas de Saquarema, Jaconé e Jacarepiá e dos rios Una, São João
e das Ostras; as restingas costeiras são chamadas de Jaconé-Itapetinga, Massambaba,
Cabo Frio, Barra de São João-Unamar e de Rio das Ostras-Itapebussus.
42
Plano de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica de Armação dos Búzios 2
A Bacia do Rio São João, onde se localiza o divisor de águas, a Serra do Mar, pos-
sui grande parte do seu território coberto por fragmentos e maciços florestais
remanescentes da Mata Atlântica, além de abrigar importantes ecossistemas
de água doce. Cobre uma extensa área com aproximadamente 2.120 km² de
superfície, sendo a maior parte ocupada por amplas planícies fluviomarinhas,
sobre grande influência do mar, permitindo assim, a penetração da cunha sa-
lina por vários quilômetros para o interior do Rio São João, maior rio da Bacia
Hidrográfica Lagos São João.
A Bacia da Lagoa de Araruama tem como principais contribuintes os rios das
Moças, Mataruna, Limão, Salgado, Cortiço, Iguaçaba e Ubá (BIDEGAIN e BIZER-
RIL, 2002). Destacam-se os rios das Moças e o Mataruna, únicos rios perenes
com uma vazão aproximada de 1,5 m³/s, sendo, portanto, as principais fontes
de água doce e nutrientes para a lagoa. O rio Mataruna nasce na zona rural
do município de Araruama, passando por sua sede e desaguando na Lagoa de
Araruama no centro da cidade, e grande parte dos seus 1,5 km está com as mar-
gens ocupadas por habitações e demais usos.
43
Série Planos da Mata Atlântica - PMMA Lagos São João e Rio das Ostras
44
Plano de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica de Armação dos Búzios 2
A extração de areia, seja no leito dos rios ou nas margens, atividade recorrente
em vários municípios da bacia, é também um fator de intensa degradação dos
recursos hídricos, principalmente pelo fato de grande parte desta ser exercida
de forma irregular e abandonada sem a devida mitigação dos passivos ambien-
tais gerados. A atividade modificou o perfil e a profundidade natural de alguns
rios da bacia, além da velocidade e da vazão, contribuindo ainda para a erosão
das margens e consequente assoreamento da calha fluvial. Logo, nos eventos
de chuvas, as planícies adjacentes rapidamente inundam áreas ocupadas ora
pela atividade agropecuária e por núcleos urbanos, periurbanos e rurais (RIBEI-
RO, 2012, p.49-50).
De acordo com o CBLSJ (2005), contam-se mais de uma centena de rios, riachos
e córregos perenes e intermitentes na região. Os principais são:
45
Série Planos da Mata Atlântica - PMMA Lagos São João e Rio das Ostras
MUNICÍPIO(S
LAGOA DE ABRANGÊNCIA
Saquarema
Lagoa Vermelha
e Araruama
Saquarema,
Lagoa de Araruama Araruama,
Iguaba Grande,
São Pedro da Aldeia,
Arraial do Cabo, Cabo Frio
Lagoa Pitanguinha
Araruama
Lagoa Pernambuca
46
Plano de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica de Armação dos Búzios 2
MUNICÍPIO(S)
LAGOA
DE ABRANGÊNCIA
Lagoa do Meio
Lagoa Rasa
Lagoa Última Cabo Frio
Lagoas da Duna Dama Branca
Lagoa do Peró
Cabo Frio e
Lagoas dos Brejos do Rio Una
Armação dos Búzios
47
4 Ameaça à
Mata Atlântica
48
Em trechos mais restritos, entre Araruama e Armação dos Búzios, pode-se encontrar
savana estépica, associada às restingas e cobrindo morros costeiros e planícies com
solos areno-argilosos. A savana estépica também vem sendo fortemente alterada
pela urbanização (BIOMAS 2009 p. 36).
A atividade econômica de destaque está associada à expansão do turismo de vera-
neio, e mais recentemente, à extensão da zona de influência da Região de Petróleo e
Gás Natural, embora ainda prevaleça no interior da Região Lagos São João a ativida-
de rural (BERGALLO et al, 2009 p. 36/37).
A manutenção do maciço florestal da região serrana e o estabelecimento da conecti-
vidade entre este e os fragmentos existentes na baixada e na região litorânea é fun-
damental para a conservação não apenas dos recursos naturais, mas principalmente
dos ecossistemas aquáticos (RIBEIRO, 2012). Porém, a conservação e a conectividade
dos fragmentos florestais vêm sendo prejudicadas pela ocupação irregular das mar-
gens dos rios e lagoas, pela supressão da mata ciliar em grande parte dos cursos
d’água da bacia, causada principalmente pela expansão urbana, da agropecuária/
pastagem e na zona costeira pela especulação imobiliária (MMA, 2008).
49
5 Unidades
de Conservação
50
A região do PMMA Lagos São João e Rio das Ostras conta com um número significativo de
UCs das três esferas de gestão. As informações sobre as federais e estaduais estão mais dis-
poníveis, por possuírem seus limites oficiais bem definidos, shapes, decretos, informações
nos sites oficiais, dentre outros. Além disso, estão cadastradas no Cadastro Nacional de Uni-
dades de Conservação (CNUC). Vide http://www.mma.gov.br/areas-protegidas/cadastro-na-
cional-de-ucs. Este cenário é bem diferente com relação às UCs municipais, o que dificulta a
obtenção de dados.
Na esfera federal, temos as seguintes UCs influenciando a região e os respectivos territórios
municipais dos PMMAs (com seus instrumentos de criação, de gestão e área):
Reserva Biológica de Poço das Antas – Influencia diretamente o município de Silva Jardim
e indiretamente o município de Casimiro de Abreu.
• Decreto de criação nº 73.791, de 11 de março de 1974 e Decreto nº 76.534
de 03 de novembro de 1975 – 5.052,48 hectares.
• Plano de Manejo, Portaria nº 029/05N, de 29 de abril de 2005.
51
Série Planos da Mata Atlântica - PMMA Lagos São João e Rio das Ostras
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Plano de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica de Armação dos Búzios 2
Parque Estadual dos Três Picos – Influencia diretamente os municípios de Silva Jardim. Além
dos municípios de Cachoeiras de Macacu, Guapimirim, Nova Friburgo, e Teresópolis, não con-
templados nesta fase dos PMMAs/RJ.
• Decreto de criação nº 31.343, de 05 de junho de 2002 e Decreto nº 41.990, de
12 de agosto de 2009 - 58.790,90 hectares. Redefinição de limites, Lei nº 6.573
de 31 de outubro de 2013.
• Plano de Manejo, Resolução nº 09, de 09 de setembro de 2009.
53
Série Planos da Mata Atlântica - PMMA Lagos São João e Rio das Ostras
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Plano de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica de Armação dos Búzios 2
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Série Planos da Mata Atlântica - PMMA Lagos São João e Rio das Ostras
Instrumento Área
Unidade de Conservação
legal de criação (hectares)
Araruama
Área de Relevante Interesse Ecológico
Decreto nº 063 de 05/06/2008 0,3
Municipal Restinga Viva*
Arraial do Cabo
Parque Natural Decreto nº 1.907 de 17/03/2010
476
da Restinga da Massambaba* Decreto nº 1.815 de 29/03/2010
56
Plano de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica de Armação dos Búzios 2
Instrumento Área
Unidade de Conservação
legal de criação (hectares)
Cabo Frio
Parque Ecológico Municipal
Decreto nº 2.401 de 27/03/1997 645,42
do Mico-Leão-Dourado*
Casimiro de Abreu
Área de Proteção Ambiental Grotão Decreto nº 1.186 de 29/12/2011 1,13
57
Série Planos da Mata Atlântica - PMMA Lagos São João e Rio das Ostras
Instrumento Área
Unidade de Conservação
legal de criação (hectares)
Iguaba Grande
Área de Proteção Ambiental do Morro das Canellas* Decreto nº 151 de 22/04/2000 23
Área de Proteção Ambiental do Morro do Governo* Decreto nº 152 de 22/04/2000 148,48
Maricá
Monumento Natural da Pedra de Inoã* Lei nº 2.368 de 16/05/2011 181,61
Monumento Natural
Lei nº 2.326 de 16/04/2010 109,35
da Pedra de Itaocaia*
Rio Bonito
Parque Natural Municipal
Decreto nº 424 de 12/11/2009 26,083
Três Coqueiros*
58
Plano de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica de Armação dos Búzios 2
Instrumento Área
Unidade de Conservação
legal de criação (hectares)
76,03
Área de Proteção Ambiental Lagoa Iriry* Decreto nº 028 de 27/07/2000
Monumento Natural
Decreto nº 054 de 25/07/2002 36,87
dos Costões Rochosos*
Saquarema
Reserva Particular do Patrimônio Natural Mato
Estadual – Portaria nº 63 de 19/08/2009 53,50
Grosso II*
Parque Municipal
Decreto nº 116 de 13/09/2013 268,51
da Mata Atlântica Aldeense*
59
Série Planos da Mata Atlântica - PMMA Lagos São João e Rio das Ostras
Instrumento Área
Unidade de Conservação
legal de criação (hectares)
Silva Jardim
Parque Natural Municipal
Lei nº 1.403 de 06/07/2008 0,68
de Biquinha-Gruta Santa Edwiges*
60
Plano de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica de Armação dos Búzios 2
Do total de UCs Municipais identificadas, somente sete UCs públicas estão cadastra-
das no CNUC (consulta em 18/03/2016). São elas o Parque Natural dos Corais de Ar-
mação dos Búzios, em Búzios; o Parque Natural Municipal Três Coqueiros, o Parque
Natural Municipal Parque da Caixa D’água, o Parque Natural Municipal Verde Vale, o
Parque Natural Municipal Morada dos Correas e a Área de Proteção Ambiental Serra
do Sambê, estas sob gestão municipal de Rio Bonito, e por fim o Parque Municipal da
Mata Atlântica Aldeense, em São Pedro da Aldeia. Já as UCs cuja gestão é particular, as
RPPNs, estão todas cadastradas no CNUC.
O Programa de Apoio às Unidades de Conservação Municipais (ProUC), desenvol-
vido pela Superintendência de Biodiversidade e Florestas da Secretaria de Estado
do Ambiente, é um programa estratégico para a implementação dos PMMAs. Ele
apoia e orienta os municípios na criação e implementação de suas UCs, incluindo
as indicadas pelos PMMAs, sendo um articulador juntos às ações de conservação e
recuperação desenvolvidas pelo Estado em parceria com os municípios.
61
6
Caracterização
do Município
de Armação
dos Búzios
6.1 Análise integrada dos dados
secundários levantados e do Mapa Falado
Ao se constatar a relevância da Mata Atlântica e seu status atual de fragmentação e
degradação, é comum fazer uma associação entre degradação e ausência de plane-
jamento territorial por parte do poder público. A ideia do desordenamento territorial
como algo dado não traduz ou não problematiza a existência de outra ordem ou
lógica de desenvolvimento perseguido pelo município desde o seu surgimento.
Nesse sentido, para se compreender a dinâmica socioespacial do território e os pro-
cessos de degradação da Mata Atlântica associados a essa dinâmica é necessário
explicitar os conflitos socioambientais que são inerentes aos distintos projetos, a
lógica do desenvolvimento, distintas formas de usos e sentidos dos sujeitos sociais
frente ao território. Portanto, é impossível visualizar a conservação ou recuperação
da Mata Atlântica sem a contribuição dos atores que vivenciam, conhecem, têm po-
der de decisão sobre o mesmo.
Esse módulo constitui-se em uma análise da situação atual da Mata Atlântica, os
problemas, conflitos e desafios associados à recuperação e conservação dos rema-
nescentes a partir da leitura do Mapa Falado elaborado pelo Grupo Local da Mata
Atlântica de Armação dos Búzios.
O Mapa Falado, conforme já mencionado na metodologia, foi a ferramenta utilizada
para captar e representar a complexidade da realidade da Mata Atlântica no municí-
62
pio, a partir da percepção de um grupo que não se pretende representativo de todas
os segmentos sociais do município. Dessa forma, o mapa falado não retratou apenas
o espaço físico municipal, mas auxiliou as diretrizes do PMMA no entendimento dos
“modos de vida” ou de desenvolvimento daquele território frente ao ecossistema
Mata Atlântica, evidenciando dessa forma o que se considera a “trama territorial”. A
esta “trama” acrescentam-se agora dados oficiais que foram levantados como contri-
buição à caracterização da situação atual da Mata Atlântica em Armação dos Búzios.
A cidade de Armação dos Búzios tem um único distrito-sede, ocupando uma área
total de 7.093ha. Limita-se com o município de Cabo Frio e com o Oceano Atlântico.
O principal acesso à cidade é feito pela rodovia estadual RJ-102, que alcança Cabo
Frio, ao Sul, e ao Norte, em direção à Barra de São João, distrito de Casimiro de Abreu
(TCE, 2013).
O povoado de Búzios, considerado 3º distrito de Cabo Frio se emancipou política e
administrativamente do município de Cabo Frio em 1995, a partir da iniciativa de um
movimento emancipacionista financiado pelo empresário Umberto Modiano, pro-
prietário da Marina Porto Búzios e do Hotel Nas Rocas, com adesão de diversas lide-
ranças comunitárias e políticas de Armação dos Búzios. O histórico de emancipação
explica em parte o modelo de desenvolvimento privilegiado pelo grupo político que
o idealizou, cuja concepção era transformar Búzios em destino ecoturístico interna-
cional e paraíso de hotéis e os condomínios de luxo do país.
Segundo o portal da prefeitura de Armação dos Búzios, a transformação de área
rural para balneário de veraneio se deu partir dos anos 1950, quando as antigas fa-
zendas foram cedendo espaço às casas de veraneio atraindo famílias da burguesia
brasileira e francesa, “em função da geografia paradisíaca, exuberância da caça sub-
marina e proximidade relativa da cidade do Rio de Janeiro”. Essas famílias herdaram
ou compraram e reformaram os antigos imóveis senhoriais da enseada portuária.
Nas praias da Ferradura, Ossos, José Fernandes, Praia Brava e Forno, as terras foram
loteadas, ruas foram abertas e calçadas, e a fragmentação da paisagem se tornou
definitiva. Assim, a ocupação urbana foi consolidada e cresceu, ocupando inicial-
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Série Planos da Mata Atlântica - PMMA Lagos São João e Rio das Ostras
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Plano de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica de Armação dos Búzios 2
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Série Planos da Mata Atlântica - PMMA Lagos São João e Rio das Ostras
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Plano de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica de Armação dos Búzios 2
Situação
Sexo
de Domicílio
Total
Homens Mulheres Urbana Rural
67
Série Planos da Mata Atlântica - PMMA Lagos São João e Rio das Ostras
Lagoa da Ferradura ou Helena: de água salobra, está abandonada; foi aterrada para
loteamento, e depois reaberta, quando recuperou o espelho d’água; recebe esgoto do
bairro da Ferradura; precisa de manejo para retirada de vegetação (taboa) do seu inte-
rior; a vegetação de seu entorno está em recuperação lenta, mas possui espécies inva-
soras e exóticas, contudo algumas espécies de plantas nativas e representativas como
cactos e bromélias ainda estão no local; é um dormitório de aves; tem projeto de virar
uma unidade de conservação (parque).
Lagoa da Usina: fragmentada (por conta de uma estrada), urbanizada; o Horto e
a Secretaria Municipal de Meio Ambiente ficam no seu entorno; também utilizada
como abrigo para aves, em especial o frango d’água; recebe esgoto do Morro do
Humaitá, pois o tratamento atual é do tipo tempo seco; o seu entorno ainda é uti-
lizado para a prática de atividades como caminhadas e corridas. Foi cadastrada na
antiga SERLA, tem faixa marginal de proteção definida.
Lagoa dos Ossos: seu entorno é densamente ocupado; recebe muito esgoto do bair-
ro Ossos e dos empreendimentos de João Fernandes; ainda tem pouca mata ciliar
em uma de suas margens é colada à APA Azeda.
Lagoa do Canto: extravasa para o mar; está tomada por gigogas; maior parte de sua
margem tem mata ciliar; há registro de jacaré; recebe esgoto da Vila Caranga e do
portal da Ferradura; está dentro do Parque Estadual da Costa do Sol.
Lagoa de Geribá: é um parque municipal; possui a maior ocupação no entorno;
recebe a maior carga de esgoto; está assoreada; tem um programa estadual para
revitalização e estabelecimento da rede coletora do seu entorno (primeira parte do
projeto já está sendo executada); tem uma trilha pouquíssimo utilizada.
O GLMA enfatizou a questão das áreas alagadas do município, estas atuam como es-
ponjas: são elas José (Zé) Gonçalves, Golf e Cem Braças. E destaca que a recuperação
da Lagoa Cem Braças seria importante pela questão de drenagem do território.
68
Plano de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica de Armação dos Búzios 2
% de
Vegetação
Município Mata Restinga Vegetação
Natural
Natural
Fonte: Relatório técnico – Atlas dos remanescentes florestais da Mata Atlântica (2013-2014)
Importa registrar que o maior fragmento de Mata Atlântica no município está inseri-
do nos limites do PECS (criado em 2011) e sobreposto à APA Estadual do Pau-Brasil.
É nesse fragmento que o bosque de pau-brasil está inserido e justificou a criação da
APA Estadual em 2002, que já se sobrepôs à área da APA Municipal da Praia de Azeda
e Azedinha (criada em 1998) e que ficou sobreposta à UC municipal Parque Natural
Municipal da Lagoinha (criado em 2004). A Área de Proteção Ambiental do Pau-Brasil
abrange também áreas nos limites do município de Cabo Frio. Além de áreas inseri-
das na APA do Pau-Brasil, o PECS foi criado sobre ilhas e áreas já consideradas pro-
tegidas pelo Plano Diretor, Lei do uso do solo e Lei orgânica, relacionadas a seguir.
Como se pode observar, o PECS suscitou não só conflitos junto aos proprietários de
área inseridos em seus limites, mas também conflitos de competência entre a ges-
tão da prefeitura e gestão do Inea, órgão gestor do PECS, necessitando, portanto, de
articulações institucionais para o estabelecimento da cogestão do parque, que na
época da criação foi largamente debatida com as prefeituras.
² O Atlas da Mata Atlântica, monitora o bioma há 29 anos, utiliza a tecnologia de sensoriamento remoto e geoprocessamento
para avaliar os remanescentes florestais acima de 3 hectares (ha), com base em imagens geradas pelo sensor OLI a bordo do
satélite Landsat 8.
69
Série Planos da Mata Atlântica - PMMA Lagos São João e Rio das Ostras
Nesse sentido, as áreas do PECS no município de Armação dos Búzios (Núcleo Pau-Brasil) são:
• Área 28 – 1,55 ha – Ilha “sem nome”;
• Área 29 – 25,95 ha– Ilha da Âncora;
• Área 30 – 20,96 ha – Ilha da Gravata;
• Área 31 – 3,46 ha – Ilha Branca;
• Área 32– 0,27 ha – Ilha Laje Criminosa;
• Área 33 – 21,42 ha – sobreposta à APA Azeda;
• Área 34 –141,52 ha - sobreposta à ZCVS5(1);
• Área 35 – 0,4 ha – Ilha do Caboclo;
• Área 36 – 89,60 ha -sobreposta à ZCVS5(3) e AEIA 3;
• Área 37 – 141,6 ha - sobreposta à ZCVS5(2) e ZCVS 7,5(6);
• Área 38 – 2,81 ha – Ilha “sem nome”;
• Área 39 - 3,97 ha – Ilha “sem nome”;
• Área 40 –sobreposta à APA do Pau Brasil.
Além das UCs estaduais, Armação dos Búzios possui oito UCs municipais, sendo duas
delas inseridas, conforme já relatado, nos limites do PECS. Importa chamar atenção
ao fato de que mesmo inserida nos limites do PECS estas UCs não foram extintas
por lei como preconiza o SNUC – Lei 9985/2000, tendo ainda, portanto, existência
concreta na concepção da prefeitura municipal. As UCs municipais são:
1. Parque Natural Municipal Lagoa do Geribá
2. Parque Natural Municipal da Lagoinha
3. Parque Natural Municipal da Ponta do Criminoso
4. Parque Natural Municipal da Boca da Barra
5. Área de Proteção Ambiental da Azeda
6. Parque Natural Municipal dos Corais
7. Área de Preservação Ambiental e da Pesca Artesanal do Município de Armação dos Búzios
8. APA Marinha – Litoral Buziano
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Plano de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica de Armação dos Búzios 2
Sobre as UCs municipais, algumas não constam nos cadastros oficiais (CNUC e ICMS Ver-
de), como é o caso dos Parques da Ponta do Criminoso e da Boca da Barra. Assim, estas
UCs apareceram somente na fase do levantamento bibliográfico e ou quando citadas
pelos participantes do GLMA. Além disso, algumas UCs não possuem arquivos espaciais
de seus limites, ou os mesmos não estavam disponíveis, assim dificultando a análise de
sobreposição das mesmas.
As UCs que dispunham de limites espaciais e que constam no Mapa Falado são
o Parque Natural Municipal Lagoa do Geribá, o Parque Natural Municipal da La-
goinha, a Área de Proteção Ambiental da Azeda e o Parque Natural Municipal dos
Corais. A análise que segue é sobre estas UCs.
• Há sobreposição da APA da Azeda e do Parque da Lagoinha com o Parque
Estadual da Costa do Sol;
• Há justaposição do Parque dos Corais com o PECS.
• Duas UCs influenciam trechos marítimos, são elas a APA do Pau-Brasil e o
Parque dos Corais.
• O Parque da Lagoa de Geribá não está sobreposto a nenhuma outra UC.
Com relação ao ordenamento ambiental instituído pelo Plano Diretor, a lei que ins-
tituiu o Plano Diretor (Lei Complementar nº13/2006) estabelece sete categorias de
zonas voltadas ao ordenamento municipal (Art. 32):
• Zonas de Conservação da Vida Silvestre
• Zonas de Ocupação Controlada
• Zonas Residenciais
• Zonas Comerciais
• Zonas Urbanas Tradicionais
• Zonas Especiais
• Zona Econômica Ecológica
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Plano de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica de Armação dos Búzios 2
ocorria extração de areia, e para o qual, segundo o GLMA, tem que ser cobrado o Plano de
Recuperação de Área Degradada; e o chamado de Ponta da Sapata, que é um fragmento
com aproximadamente 100 hectares que não foi inserido nos limites do PECS.
79
7
Mapeamentos
produzidos na
elaboração do
PMMA de Armação
dos Búzios
80
Figura 7.1.1 – Mapa de Uso do Solo do município de Armação dos Búzios
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Série Planos da Mata Atlântica - PMMA Lagos São João e Rio das Ostras
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Plano de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica de Armação dos Búzios 2
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Plano de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica de Armação dos Búzios 2
7.3 Vertentes
Os mapas de vertentes são importantes quando associados aos mapas de uso do
solo e de declividade em função do tipo de cobertura vegetal – se florestal ou de
pastagem, por exemplo – e quando associados a informações como tipo de solo e
exposição ao sol ao longo do dia, pois indicam quais áreas potencializam o sucesso
do reflorestamento e quais áreas possuem maior risco de incêndio florestal. Essas
informações são consideradas fundamentais quando se planeja a criação de áreas
de florestas para conservação ou outras a serem recuperadas.
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8
Áreas Prioritárias
para Conservação
e Recuperação
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• Imagens Orbitais do Satélite RapidEye adquiridas para o Inventário Florestal do ERJ- ano 2012
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Plano de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica de Armação dos Búzios 2
Optou-se por utilizar o mesmo pano de fundo para representar os temas produzi-
dos, para isso foi gerado um mapa base utilizado em todas as figuras e mapas pro-
duzidos. O mapa base é composto pela camada de limite municipal oficial do Estado
do Rio de Janeiro, produzido pela Fundação CEPERJ, a camada de hidrografia (rios,
córregos, lagoas) da base cartográfica 1:100.000 do IBGE, os modelos digitais de ele-
vação de terreno do ERJ elaborado pelo Inea e o Aster-Gdem RJ.
Imagem 8.1.1 Mapa base da área dos 12 municípios dos PMMAs Lagos São João e Rio das Ostras
Nesta etapa foram escolhidos os temas que seriam empregados para análise e iden-
tificação das áreas prioritárias, considerando as escalas disponíveis, a temática rela-
cionada à Mata Atlântica e às áreas protegidas.
Foram utilizados:
93
Série Planos da Mata Atlântica - PMMA Lagos São João e Rio das Ostras
+
• Fragmentos de cobertura
=
MATA/FLORESTA ÁREAS PRIORITÁRIAS vegetal (conservação)
MANGUE CONSERVAÇÃO E • Áreas com potencial para recuperação
RESTINGA RECUPERAÇÃO
BREJO • Classificação a partir de estudos do INEA e MMA
Extremamente Alta
94
Plano de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica de Armação dos Búzios 2
pode ser classificada de acordo com as prioridades de ação definidas pelo Minis-
tério do Meio Ambiente, assim como pelas ações de recuperação ou conservação
definidas no Estado do Ambiente, por conter essas descrições na tabela de atribu-
tos dos polígonos originais.
É importante entender que quando se trabalha em ambiente SIG (Sistema de Infor-
mações Geográficas) utilizam-se tanto as informações das geometrias (pontos, linhas
e polígonos que representam cartograficamente a localização dos dados) quanto as
informações tabulares que estão agregadas a estas geometrias.
Dessa forma, obtivemos as seguintes representações espaciais:
Imagem 8.1.2 Vegetação do bioma Mata Atlântica (Mata/Floresta, Mangue, Restinga e Brejo)
95
Série Planos da Mata Atlântica - PMMA Lagos São João e Rio das Ostras
Imagem 8.1.3 Áreas Prioritárias (AP) para Conservação e Recuperação do Estado do Ambiente
96
Plano de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica de Armação dos Búzios 2
97
Série Planos da Mata Atlântica - PMMA Lagos São João e Rio das Ostras
Para refinamento das Áreas Prioritárias dos PMMAs, o primeiro polígono gerado
foi submetido à redução de sua área a partir da sobreposição com as Unidades de
Conservação da Natureza (UC) criadas pelas três esferas de governo, para o Grupo
de Proteção Integral de acordo com o SNUC (Lei Federal 9.985/2000), conforme es-
quema abaixo: ICMBio
UC de Geometria/Polígono
Proteção Integral Área Prioritária PMMA
- =
• Fragmentos de cobertura vegetal INEA
(conservação) UC de CONSERVAÇÃO
Proteção Integral E
• Áreas com potencial para recuperação RECUPERAÇÃO
• Classificação a partir de estudos
do INEA e MMA Prefeituras
UC de
Proteção Integral
98
Plano de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica de Armação dos Búzios 2
Entende-se que as UCs de Proteção Integral, que têm como objetivo básico preser-
var a natureza, admitindo apenas o uso indireto dos recursos naturais, dispõem de
mecanismos de maior “protetividade” para o território, sendo então subtraídas das
Áreas Prioritárias (Imagens 8.1.8 e 8.1.9). O objetivo da redução foi separar estas
áreas, entendendo que este instrumento de proteção do território é mais completo,
principalmente por exigir a gestão da área protegida. Nesse sentido, permaneceram
as UCs de Uso Sustentável, que tem como objetivo básico compatibilizar a conserva-
ção da natureza com o uso sustentável de parcela de seus recursos naturais, sendo
classificadas com base nas ações indicadas como prioritárias para conservação ou
recuperação (Imagem 8.1.10).
Embora, no Estado do Rio de Janeiro, as Reservas Particulares do Patrimônio Natural
(RPPNs) sejam consideradas como Unidades de Conservação de Proteção Integral,
optou-se por não as retirar, tendo em vista representarem pequenas porções do
território e não ter disponível todas as delimitações dessas áreas.
99
Série Planos da Mata Atlântica - PMMA Lagos São João e Rio das Ostras
Imagem 8.1.10 Áreas Prioritárias dos PMMA – Resultado dos cruzamentos e análise
100
Plano de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica de Armação dos Búzios 2
101
Série Planos da Mata Atlântica - PMMA Lagos São João e Rio das Ostras
102
Plano de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica de Armação dos Búzios 2
Resultados e conclusões
O resultado do cruzamento dos três dados citados (Indicação dos Mapas Falados,
Áreas Prioritárias PMMA e Unidades de Conservação de Proteção Integral) mostrou
que aproximadamente 95% dos pontos indicados nos Mapas Falados estão contidos
nos polígonos das áreas prioritárias definidas a partir dos critérios técnicos, nas áreas
protegidas por unidades de conservação de proteção integral ou ainda, nas Áreas de
Preservação Permanente (Figura 8.1.14), caracterizando a legitimidade do método uti-
lizado e da escolha dos temas analisados.
Também foi possível observar que há maior intensidade de indicações de Áreas
Prioritárias para Recuperação nas margens dos rios, compreendendo o entendi-
103
Série Planos da Mata Atlântica - PMMA Lagos São João e Rio das Ostras
Imagem 8.1.14 Resultado do cruzamento entre Áreas Prioritárias (APs), Unidades de Conservação (UC),
Indicações dos Mapas Falados (MF) e Áreas de Preservação Permanente (APPs)
104
Plano de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica de Armação dos Búzios 2
Quadro de áreas (ha) por Municípios dos PMMAs Lagos São João e Rio das Ostras
Armação
6.988,16 1.464,68 20,96 1.252,12 17,92 212,56 3,04
dos Búzios
Casimiro de
46.413,42 38.743,18 83,47 16.374,51 35,28 22.368,67 48,19
Abreu
Rio das Ostras 22.978,83 4.815,98 20,96 4.583,47 19,95 267,98 1,17
São Pedro
33.825,88 14.666,64 43,36 3.749,88 11,09 10.916,76 32,27
da Aldeia
Observou-se que 47,43% da área total do território dos PMMAs Lagos São João e
Rio das Ostras é indicado para algum tipo de intervenção, seja ela de Conservação
(22,38%) ou Recuperação (25,06%).
Em todos os municípios há recomendações de Áreas Prioritárias para Conservação
e Recuperação, indicadas na tabela (pág 107). Casimiro de Abreu é o município com
maior área indicada como prioritária (83,47%) enquanto que Iguaba Grande foi o que
apresentou menor indicação de áreas, apenas 8,54% do total territorial.
105
Série Planos da Mata Atlântica - PMMA Lagos São João e Rio das Ostras
Gráfico 8.2.1 Comparativo das Áreas Prioritárias para Conservação e Recuperação por município dos PMMAs
O município de Armação dos Búzios possui uma área territorial de 6.988,16ha, onde
20,96% são áreas indicadas como Prioritárias para Conservação e Recuperação. Des-
te total, 17,92% para Conservação e 3,04% são indicadas para Recuperação. A distri-
buição espacial dessa informação pode ser vista no mapa anexo e na figura a seguir.
106
Plano de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica de Armação dos Búzios 2
Imagem 8.2.1 Distribuição espacial das Áreas Prioritárias do Município de Armação dos Búzios
Armação
6.988,16 1.464,68 20,96 1.252,12 17,92 212,56 3,04
dos Búzios
107
Série Planos da Mata Atlântica - PMMA Lagos São João e Rio das Ostras
108
9
Estratégia para
a Mata Atlântica
Região Lagos São
João e Rio das
Ostras: Corredores
Ecológicos
A opção pela projeção de corredores ecológicos é a estratégia priorizada no âmbito dos PMMAs
Lagos São João e Rio das Ostras para eficácia no desenvolvimento de ações de conservação e
recuperação do bioma Mata Atlântica em âmbito regional e municipal.
A projeção de corredores, portanto, atribui ao PMMA de Armação dos Búzios um papel de
destaque relacionado a outros instrumentos de planejamento do território, já que se torna
capaz de sinalizar as áreas prioritárias para orientar a adoção de políticas públicas municipais
no sentido da recuperação e conservação da Mata Atlântica, além de fortalecer as políticas
intermunicipais nesse sentido.
A noção de corredores ecológicos adotada no âmbito do plano tem como referência a con-
ceituação expressa no texto que institui o SNUC, que os considera como sendo “porções de
ecossistemas naturais ou seminaturais, ligando unidades de conservação, que possibilitam
entre elas o fluxo de genes e o movimento da biota, facilitando a dispersão de espécies e a re-
colonização de áreas degradadas, bem como a manutenção de populações que demandam
para sua sobrevivência áreas com extensão maior do que aquela das unidades individuais”
(BRASIL, 2000).
109
Série Planos da Mata Atlântica - PMMA Lagos São João e Rio das Ostras
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Plano de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica de Armação dos Búzios 2
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Série Planos da Mata Atlântica - PMMA Lagos São João e Rio das Ostras
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Plano de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica de Armação dos Búzios 2
113
Série Planos da Mata Atlântica - PMMA Lagos São João e Rio das Ostras
Imagem 9.2.1.1 Áreas prioritárias e Corredores Municipais dos PMMA Lagos São João e Rio das
114
Plano de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica de Armação dos Búzios 2
115
10
Plano de Ação
de Armação
dos Búzios
O Plano de Ação do PMMA de Armação dos Búzios tem como referência central os pontos de
conservação e recuperação, assinalados no Mapa Falado pelo Grupo Local da Mata Atlântica.
Cada ponto, ou conjunto de pontos, está associado a uma determinada área do mu-
nicípio, para a qual são apresentadas propostas de projetos, programas de gestão,
políticas municipais, e outras ações relacionadas com os objetivos de conservação e
recuperação da Mata Atlântica e seus ecossistemas associados.
Desta forma, as propostas foram elaboradas para serem implementadas em deter-
minada área/região do município, apontada de forma específica no Mapa Falado. E,
para a apresentação do Plano de Ação, considera-se de forma prioritária os pontos
de conservação e recuperação que estão sobrepostos às Áreas Prioritárias do PMMA.
Para a leitura do Plano de Ação são consideradas quatro categorias de propostas,
que representam base para a criação de programas municipais relacionados com os
objetivos de conservação e recuperação da Mata Atlântica:
116
ministrativo institucional, de forma abrangente, considerando o cenário muni-
cipal em sua totalidade, sem que se referira a um local específico no Mapa Falado,
apresentadas no final do Plano de Ação.
Para fins de implementação, todas as propostas de ação devem ser consideradas no
escopo de um cronograma executivo e, na medida do possível, planejadas conside-
rando o grau de prioridade atribuído pelo GLMA, sinalizado ao final de cada propos-
ta pelo número associado à letra (P).
Todas as propostas de ação são apresentadas, de forma complementar, em uma
matriz, por categoria, em anexo.
117
Série Planos da Mata Atlântica - PMMA Lagos São João e Rio das Ostras
As ações deste programa podem ainda estar relacionadas com os objetivos de pro-
gressiva regularização de propriedades rurais e demais usos conflitantes com a con-
servação do ambiente no território municipal, de modo que as atividades produtivas
possam ter minimizados os impactos provenientes de manejo não controlado.
Os ecossistemas de transição, tais como áreas úmidas, cabeceiras de mananciais,
zonas de recarga de aquíferos e zonas de alta fragilidade do meio físico, juntamente
com os atributos histórico-culturais específicos, foram também referências para a
elaboração das ações previstas neste programa.
118
Plano de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica de Armação dos Búzios 2
119
Série Planos da Mata Atlântica - PMMA Lagos São João e Rio das Ostras
as áreas
territoriais
indicadas nas
fichas
estão destacadas
do mapa
Gestão do PMMA
Ações/Programas/Cores Ações indicadas para este programa estarão
destacadas pela cor roxa.
120
Ficha 1 Área Prioritária PMMA
01 Conservação 01 Recuperação
Área com fragmento florestal próximo à Área de loteamento Hípica de Búzios potencial
Praia Gorda e ao Mangue de Pedra. para estratégia de formação de corredor.
02 Conservação 03 Recuperação
Área com fragmento florestal próximo à Área de restinga para recuperação na
Ponta do Pai Vitório, área de restinga com Praia Gorda. Apresenta um levantamento
reserva de Pau Brasil. florístico já realizado.
03 Conservação
Área com vegetação densa e brejo (INEFI).
121
Ficha 2 Área Prioritária PMMA
122
Ficha 3
123
Ficha 4
06 Conservação 02 Recuperação
Alto da Marina, área da Fazenda Cunha Bueno, Alto da Marina, área da Fazenda Cunha Bueno,
com mata fechada e presença de maritacas. alagados e vegetação sobre pequenos morros.
124
Ficha 5
07 Conservação
Alagado da Marina, local com aves
migratórias e que recebe água do
alagado Cem Braças.
Programa de Controle e Fiscalização
Executar projeto técnico visando eliminar a con-
08 Conservação
taminação por esgoto da área (P6);
Área relatada de propriedade do Promover a instalação de placas informativas
Búzios Golf Club na margem de área sobre a relevância ecológica do entorno da área
alagada com vegetação densa.
alagada (P1);
Exigir o EIA/RIMA da estrada do DER (já sinalizada,
12 Recuperação em construção, licença do Inea) (P1);
Área relatada de propriedade do Búzios Golf Realizar ações de fiscalização ambiental de forma inte-
Club de cerca de 10 hectares no entorno dos grada entre a Prefeitura Municipal e o Inea (P1);
alagados. Realizar ações de prevenção e combate a incên-
dios e queimadas (P1);
Propostas de Ação
Gestão do PMMA
Programa de Criação, Implementa- Realizar o monitoramento, no âmbito da SEMAP, do
ção e Gestão de Unidades de Con- Plano de Recuperação de Área Degradada (PRAD) imple-
servação mentado pelo empreendimento Búzios Golf Club (P1);
Realizar estudo para subsidiar pro- Propor a revisão do zoneamento da área no Plano Di-
posta de criação de uma Unidade de retor e alteração no Código Ambiental municipal incluin-
Conservação na área alagada, com in- do a área como de preservação (P1);
dicativo para a tipologia de Proteção
Realizar ações de comunicação social visando
Integral (P1);
divulgar a importância ambiental das espécies de
fauna e flora que ocorrem na região e estimular a
visitação turística (P1);
Programa de Conservação e Recupera-
Articular com o Comitê de Bacias a discussão sobre os
ção Ambiental
impactos gerados pela emissão dos efluentes na área
Elaborar e executar projeto para des- alagada (P2);
construção de canais artificiais de drena-
Realizar a apresentação do PMMA de Armação dos Bú-
gem e introdução de espécies típicas de
zios para Prefeito, Secretários e Câmara de Vereadores vi-
áreas úmidas (P2);
sando obter apoio político para a sua implementação (P1).
125
Ficha 6 Área Prioritária PMMA
126
Ficha 7
Propostas de Ação
10 Conservação
Baía Formosa, relato de ocorrência de Programa de Conservação e Recuperação
Pau Brasil e caminho de mico leão dourado.
Ambiental
Elaborar e executar projeto específico de re-
05 Recuperação
mediação do antigo lixão e ações de recuperação
Área do antigo lixão. ambiental na região (P1);
127
Ficha 8 Área Prioritária PMMA
128
Ficha 9 Área Prioritária PMMA
Propostas de Ação
Programa de Conservação e Recuperação Ambiental
12 Conservação Promover a revisão do zoneamento do Plano
Área de fragmento com relato da presença Diretor em relação à ZC20 visando estabelecer
de mico-leão-dourado (centrinho). uma tipologia de zoneamento de uso mais res-
tritivo e favorecer a perspectiva de criação de um
corredor. Para os pontos: C09 a C12 incluindo os
pontos R7 e R9 (P1);
129
Ficha 10
130
Ficha 11
131
Ficha 12 Área Prioritária PMMA
132
Ficha 13 Área Prioritária PMMA
133
Ficha 14
Propostas de Ação
17 Conservação
Ponta do Marisco, vegetação com ocorrência de in-
vasões, caracterizada como estepe arbórea aberta. Programa de Criação, Implementação
e Gestão de Unidades de Conservação
18 Conservação Promover a criação e ações de implementação
Área com fragmentos próximos de áreas alaga- do Parque Natural Municipal das Dunas com base
das e próximos às Dunas de Tucuns com relato de nas diretrizes estabelecidas pelo do Plano Diretor
bando de micos-estrela (espécie exótica invasora), (P4);
água doce e gato do mato.
Programa de Conservação
13 Recuperação e Recuperação Ambiental
Tucuns do Morro do Marisco, área próxima ao Realizar estudo para subsidiar proposta de reconheci-
loteamento brises. mento da área como um Campo de Dunas (P1);
14 Recuperação Elaborar e executar projeto de demarcação e
Vegetação de restinga das Dunas de Tucuns, área recuperação da área de restinga (P1);
próxima ao loteamento brises, com relato de
descaracterização ambiental da região de dunas.
Programa de Controle e Fiscalização
Fortalecer as ações da Guarda Marítima Am-
biental e dos Guarda Parques na proteção do
bioma de restinga (P1);
Identificar a situação legal do loteamento “Nova
Geribá” visando solicitar oficialmente a sua anula-
ção (P1);
Realizar ações de controle da expansão urbana
sobre áreas potenciais para a conservação e/ou
recuperação da Mata Atlântica (P1);
Realizar ações de prevenção e combate a incên-
dios florestais (P1);
Identificar ações de recuperação ambiental que
podem estar relacionadas com a mitigação da
ocorrência de enchentes D01 (P1).
134
Ficha 15 Área Prioritária PMMA
Gestão do PMMA
Realizar estudos sobre as características eco-
lógicas visando estabelecer medidas de proteção
para a área (como a restrição total de ocupação).
Verificar normas previstas no Plano de Manejo do
Parque Estadual da Costa do Sol (P1);
135
Ficha 16 Área Prioritária PMMA
20 Conservação
Área com vegetação na Ponta da Sapata,
enseada do gancho, entorno de área
do Parque Estadual da Costa do Sol.
21 Conservação
Alto de Búzios (topo de Morro).
15 Recuperação
Programa de Conservação e Recuperação Am-
Área urbana potencial para conexão de
vegetação entre o alto de Búzios e a Ponta biental
da Sapata (corredor ligado ao parque). Elaborar projeto de arborização urbana e re-
cuperação ambiental das áreas desflorestadas e
parcialmente ocupadas por edificações visando
Propostas de Ação facilitar a conexão entre os remanescentes flores-
tais (P5);
Programa de Criação, Implementa-
ção e Gestão de Unidades de Conser- Implementar um projeto experimental demonstra-
vação tivo para execução das “diretrizes ambientais em lote-
Realizar estudo para subsidiar pro- amentos” considerando a possibilidade de criação de
posta de inclusão da área com vegeta- pequenos corredores (P1);
ção e da da Praia da Tartaruga no PECS
ou proposta de unidade de conser- Programa de Controle e Fiscalização
vação com indicativo para a tipologia Definir diretrizes ambientais e elaborar um manu-
RPPN (P1); al para controle do parcelamento de solos em lote-
Implementar o Parque Natural Mari- amentos, considerando a proteção das APPs e não
nho dos Corais (P1). adensamento de lotes (P2);
136
Ficha 17 Área Prioritária PMMA
Propostas de Ação
22 Conservação
Área de loteamento (ECIA – ODEON) com taxa
Programa de Criação, Implementação e Gestão
de ocupação baixa, lotes grandes, área próxima
ao Parque Natural Municipal da Lagoinha e ao
de Unidades de Conservação
PECS. Área próxima da Lagoa da Ferradura. Realizar estudos para subsidiar proposta de cria-
ção de uma unidade de conservação, com indica-
tivo da categoria de manejo APA no ECIA (local co-
nhecido pelo nome do empreendimento) (P1);
Realizar a revisão dos estudos já existentes e es-
tudos complementares para subsidiar proposta de
criação da unidade de conservação Parque da La-
goa da Ferradura (P3);
137
Ficha 18 Área Prioritária PMMA
Gestão do PMMA
Estruturar um banco de dados ambientais ge-
orreferenciados no âmbito da Semap, integrado
com informações e planejamento das demais se-
cretarias municipais (P5).
138
Ficha 19 Área Prioritária PMMA
24 Conservação
Propostas de Ação
Área alagada perene de vegetação paludosa,
relato de presença de peixes e pássaros raros, Programa de Criação, Implementação e Gestão
relato de propriedade do Búzios Golf Club. de Unidades de Conservação
Realizar estudos para subsidiar proposta de cria-
ção de uma unidade de conservação (P1);
Gestão do PMMA
Consolidar os estudos já existentes e compi-
lar informações secundárias a respeito das áreas
úmidas e alagadas que ocorrem no município (P1);
Fortalecer o Conselho Municipal de Meio Am-
biente para que ele acompanhe e fiscalize os pro-
cessos de licenciamento ambiental e cumprimen-
to dos EIA-RIMA (P4).
139
Ficha 20 Área Prioritária PMMA
Gestão do PMMA
Estabelecer um canal de diálogo com repre-
sentantes da Secretaria do Patrimônio da União
(SPU) e Grupo Modiano visando o conhecimento
e acompanhamento das condicionantes ambien-
tais da concessão (P1);
140
Ficha 21 Área Prioritária PMMA
141
Ficha 22
142
Ficha 23
143
Ficha 24
Lagoa da Usina
Propostas de Ação
144
Ficha 25
Propostas de Ação
Gestão do PMMA
Atualizar as informações do estudo técnico do
Grupo Mil, identificando as principais fontes de
degradação ambiental da Lagoa (P1);
Promover ações de educação ambiental relacio-
nadas com a recuperação e conservação da Lagoa
dos Ossos (P1).
145
Ficha 26
Lagoa do Canto
Propostas de Ação
Programa de Controle e Fiscalização
Executar ação de recuperação no espelho d’água
com retirada de vegetação flutuante (Gigogas) que
impede a passagem da luz (P1);
Implantar emergencialmente um sistema de co-
leta (em tempo seco) no bairro da Vila Caranga, vi-
sando bloquear o despejo de esgoto na Lagoa do
Canto (P1).
146
Ficha 27
Lagoa de Geribá
Propostas de Ação
147
Ficha 28
Gestão do PMMA
Promover a revisão da composição do Conse-
lho Municipal de Meio Ambiente visando inserir
representantes de setores da Prefeitura e da so-
ciedade civil;
Promover ações de estruturação e fortaleci-
mento da SMMA (ampliação do número de téc-
nicos e criação de fluxos operacionais de gestão)
visando aperfeiçoar o atendimento às relaciona-
das ao licenciamento ambiental, fiscalização e
planejamento (P9);
148
Anexo I – Relação dos Dados Cartográficos
A base de dados, utilizada no decorrer do projeto, foi formada pelos seguintes materiais:
• Ortofotos do Estado do RJ – Ano 2005 e 2006;
• Ortofotos do Projeto de definição do Plano de Alinhamento e Orla e Faixa Mar-
ginal de Proteção da Lagoa de Araruama – Ano 2009;
• Imagens Orbitais do Satélite RapidEye adquiridas para o Inventário Florestal
do ERJ – Ano 2012. Estas imagens, após a ortorretificação, possuem uma re-
solução espacial de 5 m, resultando em imagens corrigidas com precisão de
detalhes compatível com escala 1:25.000. Formam a base de informações
mais atualizada que o Estado do Rio de Janeiro possui disponível;
• Base Cartográfica IBGE e SEA 1:25.000 – Em andamento;
• Base Cartográfica 1:50.000 – Décadas de 1960 e 1970;
• Base Cartográfica 1:100.000;
• Unidades de Conservação da Natureza/ICMBio – Ano 2013;
• Unidades de Conservação da Natureza/Inea – Ano 2014;
• Unidades de Conservação da Natureza/Prefeituras – Ano 2014;
• Temas gerados para o projeto Estado do Ambiente – Ano 2010;
• Temas gerados para o mapa de Áreas Prioritárias para Conservação, Uso
Sustentável e Repartição dos Benefícios da Biodiversidade Brasileira do Mi-
nistério do Meio Ambiente – Ano 2007;
• Áreas de Preservação Permanente – Ano 2014;
• Dados e informações geográficas e cartográficas secundárias, disponíveis em
meio digital, por diferentes projetos do governo federal, estado do Rio de Janeiro
e municípios;
• Os limites das unidades de conservação, os temas produzidos para os proje-
tos e as Áreas de Preservação Permanente mapeadas especificamente para
os PMMAs estavam disponíveis em formato shape file nativo do software ArcGis
10.2, utilizado no desenvolvimento dos mapas e estudos para definição de áre-
as prioritárias.
149
Anexo II – Ata de Aprovação
150
151
152
Referências Bibliográficas
ANUÁRIO ESTATÍSTICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Rio de Janeiro: Fundação
CEPERJ, 2013. Disponível em: <http://www.ceperj.rj.gov.br/ceep/anuarios.html>.
Acesso em: abril de 2015
153
______. Diagnóstico físico, biótico e socioambiental para a criação de unidades
de conservação na região de abrangência do CILSJ: terceiro relatório técnico:
Produto P-03. Brasília: Reserva Biosfera; Rio de Janeiro: Associação Ecomarapendi,
2006. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/sdi/ea/documentos/legis/
planonac_rh.pdf>. Acesso em: abril de 2015
COSTA, C. B. O negócio da Terra: a expansão urbana de Araruama 1940 – 1990. 1993. 180
f. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Instituto de Geociências, Universidade Federal
do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1993. (citado em Ribeiro e Dias de Oliveira, 2009)
154
INSTITUTO ESTADUAL DO AMBIENTE (RJ). Parque Estadual dos Três Picos: plano de
manejo: resumo executivo. Rio de Janeiro, 2013.
155
RIBEIRO, N. B. Análise de vulnerabilidade ecológica da Bacia Lagos São João, RJ:
uma contribuição metodológica para estudos de adaptação às mudanças ambientais
globais. 2012. 139 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Ambiental) – Programa
de Pós-graduação em Engenharia Ambiental, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2012.
156