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PROBLEMA 5 - Imuno - Are

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PROBLEMA 5- IMUNO

Aluna: Areza

Tutora: Carol

1. Descrever a biologia dos fungos (morfologia, crescimento, reprodução e


nutrição).

FUNGOS

Os fungos são usados pelo homem como alimentos (cogumelos) e também para a
produção de alimentos (pão e ácido cítrico) e drogas (álcool e penicilina). Entre as mais
de 100 mil espécies de fungos conhecida, apenas cerca de 200 são patogênicas aos
humanos e animais.

Todos os fungos são quimioheterótrofos, necessitando de componentes orgânicos


como fontes de energia e carbono. Pertencem ao Reino Fungi. Os fungos são
aeróbicos ou anaeróbicos facultativos.

A identificação das leveduras envolve testes bioquímicos. Entretanto, fungos


multicelulares são identificados considerando seu aspecto, incluindo características da
colônia e dos esporos reprodutivos.

→ Estruturas vegetativas

São organismos eucarióticos que são distinguidos dos outros eucariotos através de
uma parede celular rígida composta de quitina e glicano, e uma membrana
plasmática na qual o colesterol é substituído pelo ergosterol como principal
componente esteroide.
Eles podem ser unicelulares ou multicelulares:
 Unicelulares: leveduras. Célula que se reproduz por brotamento ou fissão binária.
As células-filhas formadas podem se alongar para formar pseudo-hifas.
 Multicelulares: filamentosos ou camosos. Consistem de estruturas
filamentosas chamadas hifas.
 Fungos dimórficos: podem existir tanto sob forma de levedura como sob forma
filamentosa. São espécies que exibem dimorfismo.

As colônias dos fungos são descritas como estruturas vegetativas porque são compostas
de células envolvidas no catabolismo e no crescimento.

Fungos filamentosos e fungos carnosos. O talo (corpo) de um fungo filamentoso ou


carnoso consiste em filamentos longos de células conectadas; esses filamentos são
denominados hifas, que podem crescer até imensas proporções. Na maioria destes
fungos, as hifas contêm paredes cruzadas denominadas septos, que dividem as distintas
unidades celulares uninucleadas (um único núcleo). Essas hifas são chamadas de hifas
septadas. Entretanto, algumas poucas classes não apresentam septos, mas como
células longas e contínuas com muitos núcleos, sendo chamadas de hifas cenocíticas
(são ocas e multinucleadas).

Sendo assim:
Hifas: As hifas são cenocíticas ou septadas. As hifas podem se manter unidas para
produzir o micélio. Quando crescem os fungos produzem hifas vegetativas e também
hifas que se projetam por sobre a superfície do meio, chamadas hifas aéreas. As hifas
aéreas podem produzir conídios (elementos reprodutivos assexuados, os conídios são
facilmente transmitidos pelo ar e servem para disseminar os fungos).
 Hifas septadas: As hifas contêm paredes cruzadas denominadas septos,
que dividem as hifas em distintas unidades celulares uninucleadas (um único
núcleo).
 Hifas cenocíticas: As hifas não contêm septos e se apresentam como células
longas e contínuas com muitos núcleos. Mesmo nos fungos com hifas septadas,
geralmente há aberturas nos septos que fazem com que o citoplasma de “células”
adjacentes seja contíguo; esses fungos também são, na verdade, organismos
cenocíticos.

As hifas crescem por alongamento das extremidades. Cada parte de uma hifa é capaz
de crescer, e quando um fragmento é quebrado, ele pode ser alongar para formar
uma nova hifa.
A porção de uma hifa que obtém nutriente é chamada de hifa vegetativa; a porção
envolvida com a reprodução é a hifa reprodutiva ou aérea, chamada dessa forma
porque se projeta acima da superfície sobre a qual o fungo está crescendo. As hifas
aéreas frequentemente sustentam os esporos reprodutivos. Quando as condições
ambientais são favoráveis, as hifas crescem formando uma massa filamentosa chamada
de micélio, que é visível a olho nu.

Leveduras. São fungos unicelulares, não filamentosos, tipicamente esféricos ou ovais.


São amplamente distribuídos pela natureza: são encontrados como um pó branco
cobrindo frutas e folhas. As leveduras de brotamento dividem-se formando célula
desiguais.

No brotamento, a célula parental forma uma protuberância (broto) na sua superfície


externa. À medida que o broto se alonga, o núcleo da célula parenteral se divide, e
um dos núcleos migra para o broto. O material da parede celular é então sintetizado
entre o broto e a célula parental, e o broto acaba se separando. Uma célula de levedura
pode produzir mais de 24 células-filhas por brotamento.

Algumas leveduras produzem brotos que não se separam uns dos outros; esses
brotos formam uma pequena cadeia de células denominada pseudo-hifa. Candida
albicans se fixa a células epiteliais humanas na forma de levedura, mas para invadir os
tecidos mais profundos faz isso na forma de pseudo-hifa.

Leveduras de fissão dividem-se produzindo duas novas célula iguais. Durante a fissão
binária, as células parentais se alongam, seus núcleos se dividem, e duas células-filhas
são produzidas. O aumento do número de células de leveduras em meio sólido produz
uma colônia similar às colônias de bactérias.

As leveduras são capazes de crescimento anaeróbico facultativo, podendo utilizar


oxigênio ou um composto orgânico como aceptor final de elétrons; isso permite que esses
fungos sobrevivam em vários ambientes. Na presença de oxigênio, elas respiram
aerobicamente metabolizando hidratos de carbono formando dióxido de carbono e
água; na ausência de oxigênio, elas fermentam os hidratos de carbono e produzem
etanol e dióxido de carbono.

Fungos dimórficos. Algumas espécies de fungos, principalmente as patogênicas,


exibem dimorfismo, ou seja, duas formas de crescimento. Eles podem crescer na forma
de fungos filamentosos ou na forma de levedura; os filamentosos produzem hifas
aéreas e vegetativas, e os de levedura se reproduzem por brotamento.

Esse dimorfismo depende da temperatura: a 37°C, o fungo apresenta forma de levedura;


a 25°C, de fungo filamentoso. O dimorfismo pode também mudar com a concentração de
gás carbônico.

→ Ciclo de vida

Os fungos se reproduzem através da formação de esporos, que podem ser sexuados ou


assexuados, podendo ser:
 Teleomorfo: esporos sexuais e assexuais;
 Anamorfo: esporos assexuais;

Os espóros assexuados consistem em dois tipos: esporangiesporos (esporos


assexuados produzidos em uma estrutura envoltória ou esporângios- zigomicetos) e
conídeos esporos assexuados que surgem desnudos sobre estruturas especializadas.
Leveduras podem se reproduzir tanto por fissão binária quanto por brotamento:
 Brotamento: a célula parental forma uma protuberância (broto) na sua
superfície externa. À medida que o broto se alonga, o núcleo da célula parental se
divide, e um dos núcleos migra para o broto. O material da parede celular é então
sintetizado entre o broto e a célula parental, e o broto acaba se separando. Algumas
leveduras produzem brotos que não se separam uns dos outros; esses brotos
formam uma pequena cadeia de células denominada pseudo-hifa.
 Fissão binária: dividem-se produzindo duas novas células iguais. Durante a
fissão binária, as células parentais se alongam, seus núcleos se dividem, e duas
células-filhas são produzidas.

- Os esporos são formados a partir das hifas aéreas de diferentes maneiras,


dependendo da espécie. Os esporos de fungos podem ser assexuais ou sexuais. Os
esporos assexuais são formados pelas hifas de um organismo. Quando esses
esporos germinam, tornam-se organismos geneticamente idênticos ao parental. Os
esporos sexuais resultam da fusão de núcleos de duas linhagens opostas de
cruzamento de uma mesma espécie do fungo.

Os filamentosos podem se reproduzir assexuadamente pela fragmentação de suas hifas.


Tanto a reprodução sexuada como a assexuada ocorrem pela formação de esporos, por
isso os fungos são identificados pelo tipo de esporo.

Após um fungo filamentoso formar um esporo, o mesmo se separa da célula


parental e germina, originando um novo fungo filamentoso. Embora os esporos de
fungos possam sobreviver por períodos extensos em ambientes secos ou quentes, a
maioria não exibe a mesma tolerância extrema e longevidade apresentadas pelos
endósporos bacterianos.

Dependendo a espécie, os esporos são formados por hifas aéreas de diferentes


maneiras. Esses esporos podem ser assexuais ou sexuais. Os assexuais são formados
pelas hifas de um organismo; quando eles germinam, tornam-se organismos
geneticamente idênticos ao parental. Já os sexuais, resultam da fusão de núcleos
de duas linhagens opostas de cruzamento de uma mesma espécie do fungo; são
produzidos em menor frequência do que os assexuais. Os organismos que crescem de
esporos sexuais apresentarão características de ambas as linhagens parentais.

Esporos assexuais. São produzidos pelos fungos por mitose e subsequente divisão
celular; não há fusão de núcleos de células. Dois tipos de esporos assexuais são
produzidos por fungos: conidiósporo ou conídio e esporangiósporo.

O conídio é um esporo unicelular ou multicelular que não é armazenado em uma bolsa.


São produzidos em cadeias na extremidade do conidióforo; são produzidos por
Aspergillus. Os formados por uma fragmentação de uma hifa septada em células únicas,
levemente espessas, são denominados artroconídios, sendo exemplo o Coccidioides
immitis. Outro tipo de conídio é o clastoconídio, que consiste em um broto originado de
uma célula parenteral; são encontrados em leveduras, como Candida albicans e
Cryptococcus. Um clamidoconídio é um esporo com paredes espessas, formado pelo
arredondamento e alargamento no interior de um segmento de hifa, é o caso da levedura
C. albicans.

O esporangiósporo é formado no interior de um esporângio, ou bolsa, na extremidade


de uma hifa aérea denominada esporangióforo. O esporângio pode conter centenas de
esporangiósporos. Esses esporos são produzidos por Rhizopus.

Esporos sexuais. Resulta da produção sexuada, consistindo de três etapas:


I. Plasmogamia. Um núcleo haploide de uma célula doadora (+) penetra no
citoplasma da célula receptora (-).
II. Cariogamia. Os núcleos (+) e (-) se fundem para formar um núcleo zigoto
diploide.
III. Meiose. O núcleo diploide origina um núcleo haploide, esporos sexuais, dos
quais podem ser recombinantes genéticos.
Os esporos sexuais produzidos pelos fungos caracterizam os filos.
→ Adaptações nutricionais
Os fungos são quimio-heterotróficos e absorvem nutrientes em vez de ingeri-los.
Normalmente, eles crescem melhor em ambientes em que o pH é próximo a 5; quase
todos são aeróbicos, a maioria das leveduras é anaeróbica facultativa.
A maioria é mais resistente que as bactérias em relação à pressão osmótica, podendo
crescer em concentrações relativamente altas de açúcar ou sal. Podem crescer em
substâncias com baixo grau de umidade, em geral tão baixo que impede o crescimento de
bactérias. Além disso, são frequentemente capazes de metabolizar carboidratos
complexos, como a lignina.

→ Filos de fungos de importância médica

Zigomiceto. Também chamados de fungos de conjunção, são filamentosos saprofíticos


que apresentam hifas cenocíticas. Um exemplo é o Rhizopus stolonifer, o mofo preto
do pão. Os seus esporos assexuais são esporangiósporos; quando o esporângio se
abre, os esporangiósporos se dispersam e, se eles caírem em um meio adequado, irão
germinar, originando um novo talo.

Os esporos sexuais são zigósporos. Um zigósporo é um esporo grande no interior de


uma parede espessa; esse tipo de esporo resulta da fusão de núcleos de duas
células que são morfologicamente similares.

Ascomiceto. Também chamados de “fungos de saco”, incluem fungos com hifas


septadas e algumas leveduras. Seus esporos assexuais normalmente são conídios
produzidos em longas cadeias a partir do conidióforo; esses esporos são facilmente
liberados da cadeia formada no conidióforo ao menor contato e flutuam no ar como
poeira.

Um ascósporo se origina da fusão do núcleo de duas células que podem ser


morfologicamente similares ou diferentes. Esses esporos são produzidos em uma
estrutura em forma de saco conhecida como asco.

Basidiomiceto. Também possuem hifas septadas. Esse filo inclui fungos que produzem
cogumelos. Os basidiósporos são formados externamente em um pedestal
conhecido como basídio. Existem normalmente quatro basidiósporos por basídio.
Alguns do basidiomicetos produzem conidiósporos assexuais.

Os fungos teleomorfos produzem esporos sexuais e assexuais. Alguns ascomicetos


perderam a capacidade de se reproduzir sexuadamente, esses fungos assexuais são
chamados de anamorfos. Exemplo: Penicillium. Deuteromiceto são aqueles fungos que o
ciclo sexual ainda não foi observado.
Hemiascomicetos. Contém leveduras, caracterizadas por células vegetativas de
leveduras que proliferam através de brotamento ou fissão.

Euascomicetos. A reprodução assexuada leva à formação de um saco de paredes finas,


ou asco, o qual contém os ascóporos haploides. Esta classe tem 12 ordens que incluem
espécies patogênicas aos seres humanos.

2. Descrever o mecanismo de agressão dos fungos.

MECANISMOS DE AGRESSÃO DE FUNGOS

Embora os fungos causem doenças, eles não possuem um conjunto de fatores de


virulência bem definido. Alguns fungos possuem produtos metabólicos que são
tóxicos ao hospedeiro humano. Nesses casos, entretanto, a toxina é apenas uma
causa indireta da doença, uma vez que o fungo já está crescendo no hospedeiro ou
sobre ele. Infecções fúngicas crônicas, como o crescimento de mofo em
residências, provocam respostas alérgicas no hospedeiro.

Relativamente poucos fungos são suficientemente virulentos para serem


considerados patógenos primários. Estes são capazes de começar uma infecção
em um hospedeiro normal, aparentemente imunocompetente. Eles são capazes de
colonizar o hospedeiro, encontrar um nicho microambiental com substratos
nutricionais suficientes, a fim de evitar ou subverter os mecanismos de defesa do
hospedeiro, e se multiplicar dentro do nicho microambiental. Cada fungo possui
fatores de virulência que lhes permitem romper ativamente as defesas do
hospedeiro e que habitualmente restringem o crescimento invasivo de outros
microrganismos.

Como ocorre com a maioria dos patógenos microbianos primários, estes fungos
podem também agir como patógenos oportunistas, uma vez que as formas mais
severas de casa uma destas micoses são vistas mais frequentemente em
indivíduos com comprometimento das defesas imune inata ou adquirida.

Entre patógenos fúngicos primários encontram-se quatro fungos ascomicetos:


Blastomyces dermatitidis, Coccidioides immitis, Histoplasma capsulatum e
Paracoccidioides brasiliensis. Já entre os oportunistas, encontram-se: Candida,
Cryptococcus spp. e Aspergillus spp.; estes causam infecção somente quando
ocorrem quebras nas barreiras protetoras da pele e membranas mucosas ou
qunado falhas no sistema imune do hospedeiro permite a penetração, colonização
e produção no hospedeiro.

PATÓGENOS FÚNGICOS PRIMÁRIOS:

- Todos os patógenos fúngicos primários são agentes de infecções respiratórios e


nenhum deles é parasita obrigatório. Cada um tem uma fase saprófita
caracterizada por hifas septadas fragmentadas encontradas no solo ou vegetais em
decomposição e que se disseminam pelo ar. Da mesma maneira, a fase parasitária
de cada fungo está adaptada ao crescimento a 37C e a reprodução assexuado, no
nicho ambiental alternativo da mucosa respiratória do hospedeiro. Esta habilidade
em existir em formas morfogenéticas alternadas (dimorfismo) é uma das várias
características especiais (fatores de virulências) que permitem esses fungos
competirem com condições ambientais hostis do hospedeiro.

PATÓGENOS OPORTUNISTAS:

- O estado do hospedeiro é de fundamental importância na determinação da


patogenicidade de patógenos fúngicos oportunistas. Na maioria dos casos, estes
organismos podem existir como colonizadores benignos ou saprófitos ambientais,
só causando infecções sérias quando há uma diminuição das defesas do
hospedeiro. Existem fatores associados a estes organismos, que podem ser
considerados “fatores de virulência”, por contribuírem para o processo patológico
entre as patogenicidades dos diversos organismos.
A resposta agressiva dos fungos compreende a síntese de produtos metabólicos tóxicos:

 TRICOTECENOS: toxinas fúngicas que inibem síntese proteica em eucariontes e


causa sintomas do tipo dores de cabeça, calafrios, náuseas fortes, vômitos e distúrbios
visuais
 PROTEASES: modificam membranas celulares do hospedeiro permitindo a
adesão;
 Produção de uma cápsula que dificulta o reconhecimento dos fungos pelos
fagócitos;
 LIPASES: hidrolisam os lipídios presentes na superfície corporal para utilização de
ácidos graxos como nutrientes;
 QUERATINASE: secretadas pelos fungos e são capazes de destruir a queratina. A
qual está presente na pele, unha e cabelos;
 Fator de pH mais básico quando a maioria dos fungos crescem em pH próximo de
5
 MICOTOXINAS: faloidina e amanitina inibem a RNApolimerase, impedem a síntese
de DNA, rompem o DNA e seguem rompendo as outras organelas causando incialmente
necrose hepática e renal primeiramente, depois seguem para outros sistemas.
 Adesão
 Invasão tecidual

TOXICIDADE DOS FUNGOS: Estudos tem demonstrado que os fungos


patogênicos secretam várias enzimas hidrolíticas, tais como proteinases, lipases e
fosfolipases que podem ser encontradas em meio de cultivo. São enzimas
hidrolíticas extracelulares importantes na patogenicidade dos fungos, causando
danos às células hospedeiras.

Proteinase ácida: é uma aspatil proteinase, cuja atividade ideal ocorre em pH


ácido e possui especificidade de substrato ampla, incluindo queratina, colágeno,
albumina, hemoglobina, cadeia pesada de imunoglobulina e proteínas de matriz
extracelular. As Candida Albicans com grande atividade proteolítica aderem mais
rapidamente às células epiteliais.

Fosfolipase: a maior atividade lipolítica da fosfolipase encontra-se nas


extremidades das formas filamentosas, exercendo papel importante no crescimento
do fungo e facilitando a adesão celular. Nas C Albicans tem sido discutidas
fosfolipases A, B e C, e p pH ótimo em torno de 4.

Urease: o Criptococus Neoformans, além de possuir a cápsula que exerce


proteção contra a fagocitose, tem a capacidade de produzir a enzima uréase, que
hidrolisa a uréia, levando à produção de amônia, que inativa o complemento
facilitando sua proliferação. Essa levedura também produz a enzima fenol-oxidase,
que aumenta sua patogenicidade.

Nos dermatófitos, as atividades das queratinases, elastases e sulfitases são


importantes na implantação da infecção. Alguns lipídios contendo de 10 a 12
átomos de C, presentes no fungo, são capazes de estimular respostas alérgicas.
Acredita-se que estas lipases auxiliam esses fungos a superarem a ação dos
ácidos graxos na pele, os quais possuem ação fungicida.

Fatores da Patogenicidade dos Fungos

1. Capacidade de desenvolvimento dos fungos nos tecidos do hospedeiro;

2. Capacidade dos fungos de adaptação a novas condições de desenvolvimento.


Ex. as diferenças no desenvolvimento no ambiente e hospedeiro;

3. Afinidade dos fungos para certas estruturas do hospedeiro;

4. Adesão à célula hospedeira. Ex. presença de autênticos órgãos perfurantes


(dermatófitos) ou equipamento enzimático exocelular (digestão de componentes
estruturais do hospedeiro);

5. Interferência nos mecanismos imunitários, mediados pelas leveduras ou seus


componentes que deprimem a resposta imune específica mediada por células,
bloqueio na formação de anticorpos em células competentes e inativação do
complemento;

6. Toxicidade dos fungos – liberação de endotoxinas.

Consequências dos Fungos para o hospedeiro

Três tipos de doença humana estão relacionadas a elementos fúngicos ou a seus


produtos metabólicos:

* Doenças alérgicas: interação de um hospedeiro sensibilizado com antígenos


fúngicos, imunologicamente reativos, existentes no ar ou associada com elementos
fúngicos de localização endógena de um hospedeiro.

* Doenças toxigênicas: diz respeito a ingestão de alimentos contaminados com


fungos microscópicos, produtores de micotoxinas, as micotoxicoses, ou pela
ingestão de fungos macroscópicos venosos – micetismo.

* Doenças infecciosas: acontece quando o agente fúngico possui propriedade de


agir como patógeno primário ou oportunista, como a candidíase. O reservatório dos
fungos que infectam o homem pode ser o próprio homem, animais ou um sítio da
natureza, onde o fungo se desenvolve como saprófita

3. Descrever o mecanismo de evasão dos fungos.

4. Descrever o mecanismo de defesa.

Diferentes fungos infectam o homem e podem viver e tecidos extracelulares e


dentro dos fagócitos. Portanto, as respostas imunológicas a esses micro-
organismos são frequentemente combinações de respostas a bactérias
extracelulares e intracelulares.

RESPOSTA IMUNE A FUNGOS

As infecções fúngicas (micoses) são importantes causa de morbidade e


mortalidade no homem. Algumas infecções fúngicas são endêmicas, e essas
infecções geralmente são causadas por fungos que estão presentes no ambiente e
cujos esporos são inalados pelo homem. Outras infecções fúngicas são ditas
oportunistas, pois os agentes etiológicos causam doença branda ou nenhuma
doença em indivíduos sadios, mas podem infectar e causar doença grave em
pessoas imunodeficientes.

O imuno comprometimento é o fator predisponente mais importante para as


infecções fúngicas de importância clínica. A deficiência de neutrófilos como
resultado de supressão ou dano da medula óssea é frequentemente associada a
tais infecções. Um recente aumento foi observado em relação às infecções
fúngicas oportunistas, secundárias a um aumento nas imunodeficiências causadas
principalmente pelo HIV e por tratamento para câncer disseminado e rejeição ao
transplante. Uma infecção fúngica oportunista grave associada à AIDS é a
pneumonia causada por Pneumocytis jiroveci, mas muitas outras contribuem para a
morbidade e mortalidade causadas pelas imunodeficiências.

Diferentes fungos infectam o homem e podem viver em tecidos extracelulares e


dentro dos fagócitos. Portanto, as respostas imunológicas a esses micro-
organismos são frequentemente combinações de respostas a bactérias
extracelulares e intracelulares. Contudo, pouco se sabe sobre a imunidade
antifúngica quando comparada à imunidade contra bactérias e vírus. Esta falta de
conhecimento deve-se em parte, à escassez de modelos animais para micoses e,
ao mesmo tempo, ao fato de que essas infecções normalmente ocorrem em
indivíduos que são incapazes de montar respostas imunes efetivas

RESPOSTA IMUNE INATA E ADAPTATIVA

Os principais mediadores da imunidade inata contra fungos são os neutrófilos e os


macrófagos. Pacientes com neutropenia são extremamente suscetíveis às
infecções fúngicas oportunistas. Os fagócitos e as células dendríticas reconhecem
os fungos através dos TLR e dos receptores do tipo lectina chamados dectina. Os
neutrófilos presumivelmente liberam substancias fungicidas, tais como espécies
reativas de oxigênio e enzimas lisossômicas, e fagocitam os fungos para a morte
intracelular. As cepas virulentas de Cryptococcus neoformans inibem a produção
de citocinas, tais como TNF e IL-12, por macrófagos e estimulam a produção de IL-
10, assim inibindo a ativação de macrófagos.

A imunidade mediada por células é o principal mecanismo de imunidade adquirida


contra infecções fúngicas. Histoplasma capsulatum, um parasita intracelular
facultativo que vive nos macrófagos, é eliminado pelos mesmos mecanismos
celulares que são efetivos contra bactérias intracelulares. As células TCD4+ e
CD8+ cooperam para eliminar as leveduras de C. neoformans, que tendem a
colonizar os pulmões e o cérebro em hospedeiros imunodeficientes. Muitos fungos
extracelulares induzem fortes respostas Th17, que são conduzidas em parte pela
ativação de células dendríticas através da ligação de glucanas fúngicas à dectina 1,
um receptor para este polissacarídeo fúngico, resultando na produção de citocinas
indutoras de resposta Th17 (IL-6, IL-23) em células dendríticas (CAP 9). As células
Th17 estimulam a inflamação e os neutrófilos e monócitos recrutados destroem os
fungos. As infecções por Candida frequentemente começam nas superfícies
mucosas e acredita-se que a imunidade celular previna a propagação dos fungos
para os tecidos. As respostas Th1 são protetoras nas infecções por fungos
intracelulares, como a histoplasmose, mas essas respostas podem induzir
inflamação granulomatosa, que é uma causa importante da lesão tecidual do
hospedeiro nessas infecções.

Os fungos também induzem respostas especificas de anticorpos consideradas


protetoras.

Imunidade inata

- Fatores físicos: São a temperatura corporal, a pele e as mucosas ciliadas. A


temperatura do homem é suficientemente alta para impedir o desenvolvimento de
muitos fungos ou para resistir a localização de outros às partes mais frias do corpo.
A integridade da pele e seu baixo teor de umidade são responsáveis pela
resistência natural a muitas infecções fúngicas. O epitélio ciliado das mucosas
previne a entrada de fungos.

- Fatores químicos: Os fatores químicos que auxiliam as defesas naturais do


organismo não são bem conhecidos, mas algumas evidencias sugerem que podem
ser importantes. Por exemplo, há estreita correlação entre o aumento de ácidos
graxos da pele e resistência a certas dermatomicoses. Além disso, estudos
experimentais e clínicos têm demonstrado que a deficiência em certos
componentes do complemento favorece a patogenicidade de alguns fungos. A
explicação para isso seria o papel desempenhado por estes componentes na
fagocitose das células fúngicas.
- Fagocitose: Os principais mediadores são os neutrófilos e macrófagos. Pacientes com
neutropenia são extremamente suscetíveis às infecções fúngicas oportunistas. Os
fagócitos e as células dendríticas reconhecem os fungos através do TLR e dos
receptores do tipo lectina chamados dectinas. Os neutrófilos presumivelmente
liberam substâncias fungicidas, tais como espécies reativas de oxigênio e enzimas
lisossômicas, e fagocitam os fungos para a morte intracelular.

- Flora normal: Tem sido demonstrado que a flora bacteriana, em condições normais,
controla a proliferação de fungos como a Candida albicans. Indivíduos que
recebem antibioticoterapia prolongada, pela destruição da sua flora bacteriana
normal, tendem a desenvolver candidíase oral, intestinal e/ou vaginal.

Imunidade Adaptativa

IMUNIDADE ADAPTATIVA

- A imunidade mediada por células é o principal mecanismo da imunidade adquirida


contra infecções fúngicas.

- As células TCD4+ e TCD8+ cooperam para eliminar as leveduras, que tendem a


colonizar os pulmões e o cérebro em hospedeiros imunodeficientes.

- Muitos fungos extracelulares induzem fortes respostas TH17, que são induzidas
em parte pela ativação de células dendríticas através da ligação de glucanas
fúngicas a dectina 1, um receptor para esse polissacarídeo fúngico, resultando na
produção de citocinas indutoras de respostas TH17 (IL-6, IL-23) em células
dendríticas. As células TH17 estimulam a inflamação e os neutrófilos e monócitos
recrutados destroem os fungos.

- As respostas TH1 são protetoras nas infecções por fungos intracelulares, mas
essas respostas podem induzir inflamação granulomatosa, que é uma causa
importante da lesão tecidual do hospedeiro nessas infecções.

- Anticorpos: O papel desempenhado por anticorpos na defesa do organismo


contra as infecções fúngicas é especulativo e contraditório. Por exemplo, em certas
micoses, como histoplasmose, um aumento no título de anticorpos fixadores do
complemente indica que a doença está se disseminando. Além disso, estudos
recentes sugerem que elevados índices de anticorpos podem impedir o
desenvolvimento da imunidade celular. Não obstante a existência dessas
evidencias, vários estudos clínicos demonstram que os anticorpos são protetores.
Por exemplo, pacientes com elevados títulos de anticorpos contra C. neoformans
se recuperaram mais facilmente de criptococose do que pacientes que não
desenvolveram anticorpos. Há também evidencia de correlação entre presença de
IgA secretora e resistência a candidíase vaginal.

5. Definir os tipos de doenças fúngicas (micose e micotoxicose).


Qualquer infecção de origem fúngica é chamada de micose. As micoses
geralmente são infecções crônicas (de longa duração) porque os fungos crescem
lentamente. As micoses são classificadas em cinco grupos de acordo com o grau
de envolvimento no tecido e o modo de entrada no hospedeiro: sistêmica,
subcutânea, cutânea, superficial ou oportunista. Observamos que os fungos estão
relacionados aos animais, consequentemente, as drogas que afetam as células
fúngicas também podem afetar as células animais. Esse fato torna difícil o
tratamento das infecções fúngicas em humanos e em outros animais.

Micoses sistêmicas são infecções fúngicas profundas no interior do corpo. Não são
restritas a nenhuma região particular, mas podem afetar vários tecidos e órgãos. As
micoses sistêmicas normalmente são causadas por fungos que vivem no solo. A
inalação dos esporos é a rota da transmissão; essas infecções em geral se iniciam
nos pulmões e se difundem para outros tecidos do corpo. Elas não são contagiosas
entre animais e humanos ou entre indivíduos. Duas micoses sistêmicas,
histoplasmose e coccidioidomicose.

Micoses subcutâneas são infecções fúngicas localizadas abaixo da pele causadas


por fungos saprofíticos que vivem no solo e na vegetação. A esporotricose é uma
infecção subcutânea adquirida por jardineiros e fazendeiros. A infecção ocorre por
implantação direta dos esporos ou de fragmentos de micélio em uma perfuração na
pele. Os fungos que infectam apenas a epiderme, o cabelo e as unhas são
chamados de dermatófitos, e suas infecções são chamadas de dermatomicoses ou
micoses cutâneas. Os dermatófitos secretam queratinase, uma enzima que
degrada a queratina, uma proteína encontrada no cabelo, na pele e nas unhas. A
infecção é transmitida entre humanos ou entre animal e humanos por contato direto
ou contato com fios e células epidérmicas infectadas (como tesoura de cabeleireiro
ou pisos de banheiros).

Os fungos que causam as micoses superficiais estão localizados ao longo dos fios
de cabelos e em células epidérmicas superficiais. Essas infecções são prevalentes
em climas tropicais. Um patógeno oportunista geralmente é inofensivo em seu
habitat normal, mas pode se tornar patogênico em um hospedeiro que se encontra
debilitado ou traumatizado; indivíduos sob tratamento com antibióticos de amplo
espectro; indivíduos cujo sistema imune esteja suprimido por drogas ou por
distúrbios, ou aqueles que tenham alguma doença pulmonar. Pneumocystis é um
patógeno oportunista encontrado em indivíduos com o sistema imune
comprometido e é a infecção mais frequente em pacientes com Aids, podendo ser
fatal. Foi primeiramente classificado como protozoário, mas estudos recentes de
seu RNA indicaram que se trata de um fungo unicelular anamorfo. Outro exemplo
de patógeno oportunista é o fungo Stachybotrys, que normalmente cresce na
celulose encontrada em plantas mortas, mas que recentemente foi encontrado nas
paredes de casas prejudicadas pela umidade.
A mucormicose é uma micose oportunista causada por Rhyzopus e Mucor; a
infecção ocorre principalmente em pacientes com diabetes melito, leucemia, ou sob
tratamento com drogas imunossupressoras. A aspergilose também é uma micose
oportunista causada por Aspergillus. Essa doença ocorre em indivíduos que estão
debilitados devido a doenças nos pulmões ou ao câncer e que tenham inalado
esporos de Aspergillus. Infecções oportunistas causadas por Cryptococcus e
Penicillium podem ser fatais para pacientes com Aids. Esses fungos oportunistas
podem ser transmitidos de um indivíduo para outro que não esteja infectado, mas
geralmente não infectam indivíduos imunocompetentes. As infecções por
leveduras, ou candidíases, frequentemente são causadas por Candida albicans e
podem ocorrer como candidíase vulvovaginal ou como “sapinho”, uma candidíase
mucocutânea. A candidíase com frequência ocorre em recém-nascidos, pacientes
com Aids e indivíduos em tratamento com antibióticos de amplo espectro.

Micotoxicoses

Embora os fungos causem doenças, eles não possuem um conjunto de fatores de


virulência bem definido. Alguns fungos possuem produtos metabólicos que são
tóxicos ao hospedeiro humano. Nesses casos, entretanto, a toxina é apenas uma
causa indireta da doença, uma vez que o fungo já está crescendo no hospedeiro ou
sobre ele. Infecções fúngicas crônicas, como o crescimento de mofo em
residências, provocam respostas alérgicas no hospedeiro. Tricotecenos são toxinas
fúngicas que inibem a síntese proteica em células eucarióticas. A ingestão dessas
toxinas causa dores de cabeça, calafrios, náuseas fortes, vômito e distúrbios
visuais. Essas toxinas são produzidas pelos fungos Fusarium e Stachybotrys, que
crescem em grãos e em placas de madeira usadas na construção de casas.

Existem evidências de que alguns fungos possuem fatores de virulência. Dois


fungos que causam infecções de pele, a Candida albicans e o Trichophyton,
secretam proteases. Essas enzimas podem modificar as membranas celulares do
hospedeiro, permitindo a aderência do fungo. O Cryptococcus neoformans é um
fungo que causa um tipo de meningite; ele produz uma cápsula que o auxilia na
resistência à fagocitose. Alguns fungos se tornaram resistentes a drogas
antifúngicas ao reduzirem a síntese de receptores para elas. A doença denominada
ergotismo, muito comum na Europa durante o período medieval, é causada por
uma toxina produzida por um fungo ascomiceto patógeno de plantas, o Claviceps
purpurea, que cresce em grãos e sementes. A toxina fica contida em um
esclerócio, porção altamente resistente do micélio do fungo e que pode ser
destacada. A toxina em si, o ergot, é um alcaloide capaz de causar alucinações
que lembram as produzidas pelo consumo de LSD (ácido lisérgico dietilamida, de
lymese acid diethylamide). De fato, o ergot é uma fonte natural de LSD. O ergot
também causa a constrição dos vasos capilares e pode causar gangrena nos
membros ao impedir a circulação apropriada do sangue no corpo. Embora o C.
purpurea ainda cresça ocasionalmente em culturas de grãos, as técnicas modernas
de colheita normalmente removem os esclerócios.
Diversas outras toxinas são produzidas por fungos que crescem em grãos e outras
plantas. Produtos originados do amendoim, por exemplo, ocasionalmente são
recolhidos devido à presença de quantidades excessivas da aflatoxina, uma toxina
que apresenta propriedades carcinogênicas. A aflatoxina é produzida durante o
crescimento do fungo Aspergillus flavus. Quando ingerida, ela pode ser alterada no
corpo humano em um composto mutagênico. Alguns cogumelos produzem toxinas
denominadas micotoxinas (toxinas produzidas por fungos). Exemplos são a
faloidina e a amanitina, produzidas pela Amanita phalloides, cogumelo comumente
conhecido como cicuta verde. Estas neurotoxinas são tão potentes que a ingestão
de um cogumelo do gênero Amanita pode resultar em morte.

6. Definir patógenos primários e oportunistas.

Patógenos primários

Todos os patógenos fúngicos primários são agentes de infecções


respiratórias e nenhum deles é parasita obrigatório. Cada um tem uma fase
saprofítica caracterizada por hifas septadas fragmentadas encontradas no
solo ou em vegetais em decomposição e que se disseminam pelo ar. Da
mesma maneira, a fase parasitária de cada fungo está adaptada ao
crescimento a 37 graus Celsius e a reprodução assexuada, no nicho
ambiental alternativo da mucosa respiratória do hospedeiro. Esta habilidade
em existir em formas morfogenéticas alternadas (dimorfismo) é uma das
varias características especiais (fatores de virulência) que permitem esses
fungos competirem com as condições ambientais hostis do hospedeiro.

**Indivíduos imunocompetentes

EXEMPLOS:

-B. dermatitidis

Modulação das interações entre as Leveduras e o sistema imune do


hospedeiro: Componente imunorreativo presente na superfície das células
leveduriformes  glicoproteína da parede celular (BAD-1)  promove adesão
dessas células ao macrófago  induz uma potente resposta dos sistemas
imune e humoral e celular

Apresentação de antígenos de superfície modula a via das células T-


Auxiliares da resposta imune: Resposta TH2 (IL-4, IL-5 e IL-10) pode não ser
útil na eliminação da infecção, podendo retardá-la.

-C. immitis

Resistência dos conídios a destruição fagocítica: Parede externa dos conídios


(proteínas, polipeptídios ricos em cisteína, lipídios, carboidratos e pigmento
não identificado)  camada externa hidrofóbica  propriedades antifagocíticas

Estímulo de uma resposta imune TH2 ineficiente por C. Immitis: Vias da


resposta imune por células T auxiliares  TH1 e TH2 estimuladas por uma
glicoproteína (SOWgp)  respostas TH2 podem não contribuir para uma
eliminação desse patógeno

Produção de Urease: Nicho ambiental da forma saprofítica de C immitis 


solo alcalino do deserto  as duas fases (saprofítica e parasitaria) 
demonstraram íons amônia e amônio  endósporos liberam muitos mais
desses ions que as esférulas  essa produção contibui para a sobrevivência
dos patógenos dentro do fagossomo do macrófago ativado  uréase (enzima)
 catalisa a hidrolise da ureia

Proteinases Extracelulares: Produção de diversas proteinases acidas, neutras


e alcalinas que são ativas ao longo de uma extensa faixa de pH  papel no
crescimento invasivo  morte do hospedeiro infectado  também permitem a
penetração de barreiras cutâneas e mucosas, neutralização das defesas
ativas do hospedeiro

Mimestismo Molecular: Produção de moléculas por um microrganismo


patogênico, que são estrutura, antigênica e funcionalmente semelhantes a
moléculas de hospedeiro.

Patógenos Oportunistas

O estado do hospedeiro é de fundamental importância na determinação da


patogenicidade de patógenos fúngicos oportunistas como Candida
spp.,Cryptococcus spp. e Aspergillus spp. Na maioria dos casos, estes
organismos podem existir como colonizadores benignos ou saprófitos
ambientais, só causando infecções sérias quando há uma diminuição das
defesas do hospedeiro. Existem fatores associados a estes organismos, que
podem ser considerados “fatores de virulência”, por contribuírem para o
processo patológico e, em alguns casos, que podem explicar as diferenças
entre a patogenicidades dos diversos organismos.
Definir a imunodeficiência e seus tipos (congênita e adquirida) e
entender o motivo de como as doenças congênitas ou situações de
estrese, desnutrição, uso de medicação, diabetes podem levar aos
tipos de imunodeficiência.

Imunodeficiências

A ausência de uma resposta imunológica suficiente é chamada de imunodeficiência,


podendo ser congênita ou adquirida. No que toca às diferentes imunodeficiências,
distinguem-se as primárias (IDP) defeitos genéticos que resultam na ineficácia de um ou
mais dos componentes do sistema imunitário e que levam a um aumento da
susceptibilidade às infecções, das secundárias (IDS), causadas por vários fatores que
afetam um sistema imunitário que, de outra forma, seria normal.

IMUNODEFICIÊNCIAS PRIMÁRIAS
As imunodeficiências primárias (IDPs ou PIDs) são distúrbios geneticamente herdados
que envolvem o sistema imune e suas respostas, predispondo os indivíduos afetados a
infecções recorrentes e graves, desregulação do sistema imune com doenças
autoimunes e malignidade. As IDPs apresentam muitas semelhanças clínicas com
as imunodeficiências secundárias, que podem ocorrer durante certas infecções
virais, após o uso de imunossupressores no transplante, durante o tratamento de
doença autoimune sistêmica ou em associação com a quimioterapia no câncer.
Mais de 150 alterações genéticas associadas a imunodeficiências já foram identificadas.

As IDPs apresentam incidências estimadas que variam de 1:2.000 a 1:10.000 nascidos


vivos e a prevalência para a população geral é de 1:10.000. Esses dados são
subestimados, pois o diagnóstico nem sempre é feito e muitos pacientes morrem antes
disso. As IDPs acometem mais o sexo masculino do que o feminino na infância (5:1),
havendo equilíbrio na vida adulta (1:1).
Essas doenças geralmente são classificadas de acordo com o segmento do sistema
imune que está alterado. Os defeitos podem afetar predominantemente a imunidade
específica (deficiência humoral, celular ou combinada, atingindo os braços humoral e
celular) e a imunidade inata (deficiência de fagócitos e sistema complemento),
respondendo a deficiência humoral ou anticórpica pela metade dos casos de IDPs. A
deficiência celular e de fagócitos responde por 20-30% das IDPs, enquanto a deficiência
de complemento, por menos de 1%.

Classificação das IPDs

Imunodeficiência combinada B e T:
 Imunodeficiência combinada grave
 Deficiência de ADA
 Deficiência de PNP
 Deficiência de ZAP-70
 Deficiência RAG-1, 2

Deficiência predominante de anticorpo:


 Agamaglubulinemia congênita
 Hipogamaglobulinemia transitória da infância
 Deficiência de subclasse de IgG
 Deficiência seletiva de IgA
 Imunodeficiência comum variável
 Síndrome hiper-IgM

Outras imunodeficiências bem definidas:


 Síndrome de Wiskott-Aldrich
 Ataxia-telangiectasia
 Síndrome hiper-IgE

Doenças da desregulação do sistema imune:


 Síndrome Chediak-Higashi
 Síndrome Griscelli
 Poliendocrinopatia autoimune, com candidíase e distrofia ectodérmica (Apeced)
 Desregulação autoimune, poliendrocrinopatia e enteropatia ligada ao X (Ipex)

Defeitos congênitos dos fagócitos (número, função ou ambos):


 Neutropenia congênita
 Defeito na adesão leucocitária (LAD1 ou 2)
 Doença granulomatosa crônica

Defeitos na imunidade inata:


 Candidiase mucocutânea crônica
 Deficiência de MyD88

Doenças autoinflamatórias:
 Febre familiar do Mediterrâneo
 Síndrome de Muckle-Wells
 Urticária familiar ao frio
 Síndrome neurológica cutânea e articular infantil crônica (Cinca)
 Síndrome periódica associada ao receptor do fator de necrose tumoral α (Traps)
 Síndrome febril periódica
 Síndrome hiper-IgD

Deficiências do sistema complemento:


 Deficiência de C1q, r, s
 Deficiência de C2-C9

Quando suspeitar da imunodeficiência 

O diagnóstico das imunodeficiências primárias muitas vezes é retardado devido ao


pouco conhecimento do clínico quanto a essas doenças, o que aumenta o risco de
complicações e morte secundária às infecções e outras comorbidades. Muitos casos são
incorretamente diagnosticados, resultando em medidas terapêuticas inadequadas. Deve-
se suspeitar de imunodeficiência primária nas infecções frequentes, recidivantes ou
graves, que são causadas por microrganismos muitas vezes oportunistas, têm duração
não usual, levam a complicações inesperadas e requerem tratamentos muitas vezes
arrastados. Na prática, porém, pais e médicos devem se atentar a dez sinais clássicos:

Sinais de alerta da imunodeficiência primária

1.Duas ou mais pneumonias no último ano


2.Quatro ou mais novas otites no último ano
3.Estomatites de repetição ou monilíase por mais de dois meses
4.Abscessos de repetição
5.Dois ou mais episódios de infecção sistêmica grave (meningite, osteoartrite e sepse)
6.Dois ou mais episódios de sinusopatia no último ano
7.Uso de antibiótico por dois meses ou mais, com pouca resposta
8.Nas crianças, falência em ganhar peso ou crescer normalmente
9.Necessidade de antibioticoterapia endovenosa para melhora clínica
10.História familiar de imunodeficiência primária

Na presença de, pelo menos, um ou mais sinais, é mandatória a investigação


laboratorial para IDP.

Patogenia
A maioria das IDPs é determinada por herança autossômica ligada ao cromossomo
X e herança autossômica recessiva, embora algumas delas não tenham padrão de
herança definido e possam ser encontradas em mais de um membro da família. A
identificação da herança genética envolvida é essencial para o posterior
aconselhamento genético. Esse grupo de doenças é resultante de distúrbios
heterogêneos, envolvendo defeitos de vários setores do sistema imunológico ou
defeitos em uma única proteína produzida por uma linhagem celular específica.
Esses defeitos gênicos podem afetar enzimas, proteínas estruturais, moléculas de
transdução de sinais ou proteínas de reparo do DNA.
-Imunodeficiências adquiridas ou secundárias (IDS)
Uma variedade de drogas, cânceres ou agentes infecciosos pode causar
imunodeficiências adquiridas. Por exemplo, a doença de Hodgkin (um tipo de
câncer) reduz a resposta celular. Muitos vírus são capazes de infectar e matar os
linfócitos, reduzindo a resposta imune. A remoção do baço diminui a imunidade
humoral.

As imunodeficiências secundárias, por outro lado, são normalmente divididas em


função da causa que a elas se associa (Idade Extrema, Doenças Metabólicas,
Doenças genéticas, tratamento farmacológico, Cirurgia e trauma, Condições
Ambientais, Doenças Infecciosas). A mais conhecida destas é a SIDA, Síndrome
da Imunodeficiência Adquirida, pelas suas características epidémicas e alta
mortalidade, em resultado da infecção por VIH, vírus da imunodeficiência humana.

MECANISMOS DE IMUNOSSUPRESSÃO (AIDS, DM, STRESS, DESNUTRIÇÃO)

STRESS
A imunossupressão ligada ao stress está relacionada com a secreção de
glicocorticoides. A atividade imunossupressora dos glicocorticoides resulta de suas
ações sobre vários alvos moleculares, regulando negativamente moléculas de adesão
da superfície celular, inibindo a regulação do ligante de CD40 em células T CD4+ e
inibindo diretamente eventos de sinalização do receptor de célula T (TCR). No
entanto, a inibição da produção de citocinas é considerada como o fenômeno biológico
mais relevante da imunossupressão induzida pelos glicocorticoides. Os glicocorticoides
podem regular citocinas por meio da sinalização, interagindo com o STAT-3. Uma vez
que o STAT-3 é um fator-chave envolvido na ação biológica da IL-6, os
glicocorticoides podem alterar a atividade inflamatória desta citocina. Sabe-se
também que, através da inibição de IL-1, IL-2 e IFN-γ, glicocorticoides contribuem
para a diminuição da proliferação de linfócitos.

AIDS
A característica básica da infecção pelo HIV é a depleção progressiva do subgrupo
auxiliar indutor dos linfócitos (CD4). Esta por sua vez dá início aos sinais que ativam
praticamente todas as células do sistema imune, incluindo as demais células T
(reconhecedoras de antígenos), células B, macrófagos e as células Natural Killer.
Apesar de toda essa ativação imunológica, o papel central das células T CD4+ é
ilustrado de forma trágica devido à ação do HIV incapacitar e destruir seletivamente a
atividade do sistema imune (WYNGAARDEN, SMITH JR e BENNETT, 1993).
No início do curso da doença, o HIV coloniza os órgãos linfoides (baço, linfonodos e
tonsilas), que são os reservatórios das células infectadas local que ocorre continua
produção viral, e consequentemente declínio do número de células T CD4+ no sangue
periférico provocando então um comprometimento da resposta imunológica (ABBAS,
LICHTMAN e POBER, 2000).
A partir do processo de infecção, o sistema imune consegue repor as células T CD4+
destruídas, mas a taxa de perda destas células parece ilusoriamente baixa, uma vez
que o HIV possui alta virulência, levando a uma destruição maciça destas células
principalmente nos tecidos linfoides. Com a progressão da doença a renovação
das células T CD4+ não mais consegue acompanhar a destruição destas células
(ABBAS, LICHTMAN e POBER, 2000).

DIABETES
Tanto a bactéria quanto o fungo são revestidos com tipos de açúcar chamados
manose e fucose. O seu corpo tem receptores que alvejam estes açúcares e ligam-se
neles para lutar contra infecções. Entretanto, a presença de muita glicose na corrente
sanguínea dificulta a detecção de bactéria e fungos por estes receptores. A glicose não
só impossibilita que as defesas do corpo reconheçam inicialmente a bactéria e os
fungos, como também impossibilita a realização de processos químicos que
normalmente lutariam contra a infecção, uma vez que ela seja detectada.
Quando a glicose se liga àqueles receptores químicos, ela inibe um tipo de receptor do
sistema imune chamado de lectina tipo C, que por sua vez deveria se ligar ao açúcar
presente na bactéria ou fungo. Com isso, o diabético se torna alvo fácil para todos os
tipos de doenças inflamatórias crônicas.
Outros tipos de lectinas tipo C afetadas são receptores da superfície da célula imune
que são importantes para circulação e sistema vascular saudáveis. Se forem
inutilizadas, está sujeito a complicações cardiovasculares e renais.

DESNUTRIÇÃO GRAVE
O sistema imunológico ou sistema imune envolve os mecanismos pelos quais um
organismo se defende de patógenos e compreende a imunidade natural e a adquirida. A
imunidade natural constitui a primeira linha de defesa do organismo e é uma resposta
rápida que envolve barreiras físicas como a pele e substâncias como o muco, que atuam
dificultando a invasão do organismo por agentes patogênicos. A imunidade adquirida,
que demora alguns dias para se estabelecer, detecta e destrói microrganismos por meio
da ação seletiva dos linfócitos e da produção de anticorpos específicos.
A desnutrição pode ter efeitos adversos no organismo de um indivíduo, incluindo
consequências negativas aos mecanismos gerais de defesa. O organismo desnutrido se
torna mais suscetível a enfermidades, ocorrendo uma inter-relação entre desnutrição,
sistema imune e doenças infecciosas.
Desequilíbrios nutricionais afetam a capacidade do hospedeiro produzir resposta
inflamatória protetora (CAPÍK, 2010), acarretando prejuízos às defesas
imunológicas do mesmo, inclusive à função fagocitária, imunidade mediada por
células, sistema complemento, secreção de anticorpos, produção e função de
citocinas.
O esgotamento de nutrientes antioxidantes promove imunossupressão celular, podendo
a desnutrição intensificar a gravidade de infecções e acentuar a sua evolução
(MOYNIHAN & PETERSEN, 2006). A resposta imune é dependente de replicação
celular e da síntese de compostos proteicos ativos. Assim, é acentuadamente
afetada pelo estado nutricional do indivíduo, que determina a habilidade metabólica
celular e a eficiência com que a célula reage aos estímulos, iniciando e propagando o
sistema de proteção e auto reparação orgânica. Elementos como aminoácidos,
calorias, vitaminas A, D, E, cianocobalamina, piridoxina, ácido fólico e minerais
como ferro, zinco, cobre, magnésio e selênio, são nutrientes para os quais já se
estabeleceu relação entre sua condição no organismo e o funcionamento do
sistema imune (BRUNETTO et al., 2007).

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