PROBLEMA 5 - Imuno - Are
PROBLEMA 5 - Imuno - Are
PROBLEMA 5 - Imuno - Are
Aluna: Areza
Tutora: Carol
FUNGOS
Os fungos são usados pelo homem como alimentos (cogumelos) e também para a
produção de alimentos (pão e ácido cítrico) e drogas (álcool e penicilina). Entre as mais
de 100 mil espécies de fungos conhecida, apenas cerca de 200 são patogênicas aos
humanos e animais.
→ Estruturas vegetativas
São organismos eucarióticos que são distinguidos dos outros eucariotos através de
uma parede celular rígida composta de quitina e glicano, e uma membrana
plasmática na qual o colesterol é substituído pelo ergosterol como principal
componente esteroide.
Eles podem ser unicelulares ou multicelulares:
Unicelulares: leveduras. Célula que se reproduz por brotamento ou fissão binária.
As células-filhas formadas podem se alongar para formar pseudo-hifas.
Multicelulares: filamentosos ou camosos. Consistem de estruturas
filamentosas chamadas hifas.
Fungos dimórficos: podem existir tanto sob forma de levedura como sob forma
filamentosa. São espécies que exibem dimorfismo.
As colônias dos fungos são descritas como estruturas vegetativas porque são compostas
de células envolvidas no catabolismo e no crescimento.
Sendo assim:
Hifas: As hifas são cenocíticas ou septadas. As hifas podem se manter unidas para
produzir o micélio. Quando crescem os fungos produzem hifas vegetativas e também
hifas que se projetam por sobre a superfície do meio, chamadas hifas aéreas. As hifas
aéreas podem produzir conídios (elementos reprodutivos assexuados, os conídios são
facilmente transmitidos pelo ar e servem para disseminar os fungos).
Hifas septadas: As hifas contêm paredes cruzadas denominadas septos,
que dividem as hifas em distintas unidades celulares uninucleadas (um único
núcleo).
Hifas cenocíticas: As hifas não contêm septos e se apresentam como células
longas e contínuas com muitos núcleos. Mesmo nos fungos com hifas septadas,
geralmente há aberturas nos septos que fazem com que o citoplasma de “células”
adjacentes seja contíguo; esses fungos também são, na verdade, organismos
cenocíticos.
As hifas crescem por alongamento das extremidades. Cada parte de uma hifa é capaz
de crescer, e quando um fragmento é quebrado, ele pode ser alongar para formar
uma nova hifa.
A porção de uma hifa que obtém nutriente é chamada de hifa vegetativa; a porção
envolvida com a reprodução é a hifa reprodutiva ou aérea, chamada dessa forma
porque se projeta acima da superfície sobre a qual o fungo está crescendo. As hifas
aéreas frequentemente sustentam os esporos reprodutivos. Quando as condições
ambientais são favoráveis, as hifas crescem formando uma massa filamentosa chamada
de micélio, que é visível a olho nu.
Algumas leveduras produzem brotos que não se separam uns dos outros; esses
brotos formam uma pequena cadeia de células denominada pseudo-hifa. Candida
albicans se fixa a células epiteliais humanas na forma de levedura, mas para invadir os
tecidos mais profundos faz isso na forma de pseudo-hifa.
Leveduras de fissão dividem-se produzindo duas novas célula iguais. Durante a fissão
binária, as células parentais se alongam, seus núcleos se dividem, e duas células-filhas
são produzidas. O aumento do número de células de leveduras em meio sólido produz
uma colônia similar às colônias de bactérias.
→ Ciclo de vida
Esporos assexuais. São produzidos pelos fungos por mitose e subsequente divisão
celular; não há fusão de núcleos de células. Dois tipos de esporos assexuais são
produzidos por fungos: conidiósporo ou conídio e esporangiósporo.
Basidiomiceto. Também possuem hifas septadas. Esse filo inclui fungos que produzem
cogumelos. Os basidiósporos são formados externamente em um pedestal
conhecido como basídio. Existem normalmente quatro basidiósporos por basídio.
Alguns do basidiomicetos produzem conidiósporos assexuais.
Como ocorre com a maioria dos patógenos microbianos primários, estes fungos
podem também agir como patógenos oportunistas, uma vez que as formas mais
severas de casa uma destas micoses são vistas mais frequentemente em
indivíduos com comprometimento das defesas imune inata ou adquirida.
PATÓGENOS OPORTUNISTAS:
Imunidade inata
- Flora normal: Tem sido demonstrado que a flora bacteriana, em condições normais,
controla a proliferação de fungos como a Candida albicans. Indivíduos que
recebem antibioticoterapia prolongada, pela destruição da sua flora bacteriana
normal, tendem a desenvolver candidíase oral, intestinal e/ou vaginal.
Imunidade Adaptativa
IMUNIDADE ADAPTATIVA
- Muitos fungos extracelulares induzem fortes respostas TH17, que são induzidas
em parte pela ativação de células dendríticas através da ligação de glucanas
fúngicas a dectina 1, um receptor para esse polissacarídeo fúngico, resultando na
produção de citocinas indutoras de respostas TH17 (IL-6, IL-23) em células
dendríticas. As células TH17 estimulam a inflamação e os neutrófilos e monócitos
recrutados destroem os fungos.
- As respostas TH1 são protetoras nas infecções por fungos intracelulares, mas
essas respostas podem induzir inflamação granulomatosa, que é uma causa
importante da lesão tecidual do hospedeiro nessas infecções.
Micoses sistêmicas são infecções fúngicas profundas no interior do corpo. Não são
restritas a nenhuma região particular, mas podem afetar vários tecidos e órgãos. As
micoses sistêmicas normalmente são causadas por fungos que vivem no solo. A
inalação dos esporos é a rota da transmissão; essas infecções em geral se iniciam
nos pulmões e se difundem para outros tecidos do corpo. Elas não são contagiosas
entre animais e humanos ou entre indivíduos. Duas micoses sistêmicas,
histoplasmose e coccidioidomicose.
Os fungos que causam as micoses superficiais estão localizados ao longo dos fios
de cabelos e em células epidérmicas superficiais. Essas infecções são prevalentes
em climas tropicais. Um patógeno oportunista geralmente é inofensivo em seu
habitat normal, mas pode se tornar patogênico em um hospedeiro que se encontra
debilitado ou traumatizado; indivíduos sob tratamento com antibióticos de amplo
espectro; indivíduos cujo sistema imune esteja suprimido por drogas ou por
distúrbios, ou aqueles que tenham alguma doença pulmonar. Pneumocystis é um
patógeno oportunista encontrado em indivíduos com o sistema imune
comprometido e é a infecção mais frequente em pacientes com Aids, podendo ser
fatal. Foi primeiramente classificado como protozoário, mas estudos recentes de
seu RNA indicaram que se trata de um fungo unicelular anamorfo. Outro exemplo
de patógeno oportunista é o fungo Stachybotrys, que normalmente cresce na
celulose encontrada em plantas mortas, mas que recentemente foi encontrado nas
paredes de casas prejudicadas pela umidade.
A mucormicose é uma micose oportunista causada por Rhyzopus e Mucor; a
infecção ocorre principalmente em pacientes com diabetes melito, leucemia, ou sob
tratamento com drogas imunossupressoras. A aspergilose também é uma micose
oportunista causada por Aspergillus. Essa doença ocorre em indivíduos que estão
debilitados devido a doenças nos pulmões ou ao câncer e que tenham inalado
esporos de Aspergillus. Infecções oportunistas causadas por Cryptococcus e
Penicillium podem ser fatais para pacientes com Aids. Esses fungos oportunistas
podem ser transmitidos de um indivíduo para outro que não esteja infectado, mas
geralmente não infectam indivíduos imunocompetentes. As infecções por
leveduras, ou candidíases, frequentemente são causadas por Candida albicans e
podem ocorrer como candidíase vulvovaginal ou como “sapinho”, uma candidíase
mucocutânea. A candidíase com frequência ocorre em recém-nascidos, pacientes
com Aids e indivíduos em tratamento com antibióticos de amplo espectro.
Micotoxicoses
Patógenos primários
**Indivíduos imunocompetentes
EXEMPLOS:
-B. dermatitidis
-C. immitis
Patógenos Oportunistas
Imunodeficiências
IMUNODEFICIÊNCIAS PRIMÁRIAS
As imunodeficiências primárias (IDPs ou PIDs) são distúrbios geneticamente herdados
que envolvem o sistema imune e suas respostas, predispondo os indivíduos afetados a
infecções recorrentes e graves, desregulação do sistema imune com doenças
autoimunes e malignidade. As IDPs apresentam muitas semelhanças clínicas com
as imunodeficiências secundárias, que podem ocorrer durante certas infecções
virais, após o uso de imunossupressores no transplante, durante o tratamento de
doença autoimune sistêmica ou em associação com a quimioterapia no câncer.
Mais de 150 alterações genéticas associadas a imunodeficiências já foram identificadas.
Imunodeficiência combinada B e T:
Imunodeficiência combinada grave
Deficiência de ADA
Deficiência de PNP
Deficiência de ZAP-70
Deficiência RAG-1, 2
Doenças autoinflamatórias:
Febre familiar do Mediterrâneo
Síndrome de Muckle-Wells
Urticária familiar ao frio
Síndrome neurológica cutânea e articular infantil crônica (Cinca)
Síndrome periódica associada ao receptor do fator de necrose tumoral α (Traps)
Síndrome febril periódica
Síndrome hiper-IgD
Patogenia
A maioria das IDPs é determinada por herança autossômica ligada ao cromossomo
X e herança autossômica recessiva, embora algumas delas não tenham padrão de
herança definido e possam ser encontradas em mais de um membro da família. A
identificação da herança genética envolvida é essencial para o posterior
aconselhamento genético. Esse grupo de doenças é resultante de distúrbios
heterogêneos, envolvendo defeitos de vários setores do sistema imunológico ou
defeitos em uma única proteína produzida por uma linhagem celular específica.
Esses defeitos gênicos podem afetar enzimas, proteínas estruturais, moléculas de
transdução de sinais ou proteínas de reparo do DNA.
-Imunodeficiências adquiridas ou secundárias (IDS)
Uma variedade de drogas, cânceres ou agentes infecciosos pode causar
imunodeficiências adquiridas. Por exemplo, a doença de Hodgkin (um tipo de
câncer) reduz a resposta celular. Muitos vírus são capazes de infectar e matar os
linfócitos, reduzindo a resposta imune. A remoção do baço diminui a imunidade
humoral.
STRESS
A imunossupressão ligada ao stress está relacionada com a secreção de
glicocorticoides. A atividade imunossupressora dos glicocorticoides resulta de suas
ações sobre vários alvos moleculares, regulando negativamente moléculas de adesão
da superfície celular, inibindo a regulação do ligante de CD40 em células T CD4+ e
inibindo diretamente eventos de sinalização do receptor de célula T (TCR). No
entanto, a inibição da produção de citocinas é considerada como o fenômeno biológico
mais relevante da imunossupressão induzida pelos glicocorticoides. Os glicocorticoides
podem regular citocinas por meio da sinalização, interagindo com o STAT-3. Uma vez
que o STAT-3 é um fator-chave envolvido na ação biológica da IL-6, os
glicocorticoides podem alterar a atividade inflamatória desta citocina. Sabe-se
também que, através da inibição de IL-1, IL-2 e IFN-γ, glicocorticoides contribuem
para a diminuição da proliferação de linfócitos.
AIDS
A característica básica da infecção pelo HIV é a depleção progressiva do subgrupo
auxiliar indutor dos linfócitos (CD4). Esta por sua vez dá início aos sinais que ativam
praticamente todas as células do sistema imune, incluindo as demais células T
(reconhecedoras de antígenos), células B, macrófagos e as células Natural Killer.
Apesar de toda essa ativação imunológica, o papel central das células T CD4+ é
ilustrado de forma trágica devido à ação do HIV incapacitar e destruir seletivamente a
atividade do sistema imune (WYNGAARDEN, SMITH JR e BENNETT, 1993).
No início do curso da doença, o HIV coloniza os órgãos linfoides (baço, linfonodos e
tonsilas), que são os reservatórios das células infectadas local que ocorre continua
produção viral, e consequentemente declínio do número de células T CD4+ no sangue
periférico provocando então um comprometimento da resposta imunológica (ABBAS,
LICHTMAN e POBER, 2000).
A partir do processo de infecção, o sistema imune consegue repor as células T CD4+
destruídas, mas a taxa de perda destas células parece ilusoriamente baixa, uma vez
que o HIV possui alta virulência, levando a uma destruição maciça destas células
principalmente nos tecidos linfoides. Com a progressão da doença a renovação
das células T CD4+ não mais consegue acompanhar a destruição destas células
(ABBAS, LICHTMAN e POBER, 2000).
DIABETES
Tanto a bactéria quanto o fungo são revestidos com tipos de açúcar chamados
manose e fucose. O seu corpo tem receptores que alvejam estes açúcares e ligam-se
neles para lutar contra infecções. Entretanto, a presença de muita glicose na corrente
sanguínea dificulta a detecção de bactéria e fungos por estes receptores. A glicose não
só impossibilita que as defesas do corpo reconheçam inicialmente a bactéria e os
fungos, como também impossibilita a realização de processos químicos que
normalmente lutariam contra a infecção, uma vez que ela seja detectada.
Quando a glicose se liga àqueles receptores químicos, ela inibe um tipo de receptor do
sistema imune chamado de lectina tipo C, que por sua vez deveria se ligar ao açúcar
presente na bactéria ou fungo. Com isso, o diabético se torna alvo fácil para todos os
tipos de doenças inflamatórias crônicas.
Outros tipos de lectinas tipo C afetadas são receptores da superfície da célula imune
que são importantes para circulação e sistema vascular saudáveis. Se forem
inutilizadas, está sujeito a complicações cardiovasculares e renais.
DESNUTRIÇÃO GRAVE
O sistema imunológico ou sistema imune envolve os mecanismos pelos quais um
organismo se defende de patógenos e compreende a imunidade natural e a adquirida. A
imunidade natural constitui a primeira linha de defesa do organismo e é uma resposta
rápida que envolve barreiras físicas como a pele e substâncias como o muco, que atuam
dificultando a invasão do organismo por agentes patogênicos. A imunidade adquirida,
que demora alguns dias para se estabelecer, detecta e destrói microrganismos por meio
da ação seletiva dos linfócitos e da produção de anticorpos específicos.
A desnutrição pode ter efeitos adversos no organismo de um indivíduo, incluindo
consequências negativas aos mecanismos gerais de defesa. O organismo desnutrido se
torna mais suscetível a enfermidades, ocorrendo uma inter-relação entre desnutrição,
sistema imune e doenças infecciosas.
Desequilíbrios nutricionais afetam a capacidade do hospedeiro produzir resposta
inflamatória protetora (CAPÍK, 2010), acarretando prejuízos às defesas
imunológicas do mesmo, inclusive à função fagocitária, imunidade mediada por
células, sistema complemento, secreção de anticorpos, produção e função de
citocinas.
O esgotamento de nutrientes antioxidantes promove imunossupressão celular, podendo
a desnutrição intensificar a gravidade de infecções e acentuar a sua evolução
(MOYNIHAN & PETERSEN, 2006). A resposta imune é dependente de replicação
celular e da síntese de compostos proteicos ativos. Assim, é acentuadamente
afetada pelo estado nutricional do indivíduo, que determina a habilidade metabólica
celular e a eficiência com que a célula reage aos estímulos, iniciando e propagando o
sistema de proteção e auto reparação orgânica. Elementos como aminoácidos,
calorias, vitaminas A, D, E, cianocobalamina, piridoxina, ácido fólico e minerais
como ferro, zinco, cobre, magnésio e selênio, são nutrientes para os quais já se
estabeleceu relação entre sua condição no organismo e o funcionamento do
sistema imune (BRUNETTO et al., 2007).