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Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito Do - Juizado Especial Cível Do Foro Da Comarca de Foz Do Iguaçu - PR

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PROJUDI - Processo: 0004230-76.2020.8.16.0030 - Ref. mov. 1.

1 - Assinado digitalmente por Ademar Martins Montoro Filho


12/02/2020: JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL. Arq: Petição Inicial

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
ADEMAR MARTINS MONTORO & ADEMAR MARTINS MONTORO FILHO

ADVOGADOS ASSOCIADOS
ADVOGADOS

Validação deste em https://projudi.tjpr.jus.br/projudi/ - Identificador: PJX2Y RK6MY JB8VW A3Y3A


EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO ___ JUIZADO
ESPECIAL CÍVEL DO FORO DA COMARCA DE FOZ DO IGUAÇU – PR

Autos:

LEONARDO KOLLING ME, pessoa jurídica de


direito privado, inscrita no CNPJ nº 20.973.892/0001-14, com sede na Av. Juscelino
Kubitscheck, nº. 518, sala 01, nesta cidade, por seu advogado, inscrito na Ordem
dos Advogados do Brasil nº. 53.746-Pr, com escritório jurídico situado a Rua
Belarmino de Mendonça, nº. 91, Centro, vêm perante Vossa Excelência
respeitosamente, ajuizar:

AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C DANOS


MORAIS,

em face de TELEFÔNICA BRASIL S/A (VIVO), pessoa jurídica de direito privado,


inscrita no CNPJ nº 02.558.157/0001-62, com sede Av Engenheiro Luiz Carlos
Berrini, 1376, Cidade Monções, São Paulo -SP, CEP: 04.571-936, pelos fatos e
motivos adiante aludidos.

Rua Belarmino de Mendonça, 91 - Fones: (045) 574-1434/574-1682 – Cel: (045) 9914-9383


CEP 85851-100 - Foz do Iguaçu - Paraná
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I – DA ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA

À luz do artigo 300 do Código de Processo Civil, referente


à matéria antecipatória em caráter de urgência, vem a reclamante, preliminarmente
requerê-la, não somente por se tratar de matéria de direito, mas como também pelo
fato de que não houve qualquer contratação do serviço cobrado pela ré.

Menciona-se, para que se entenda a necessidade da


concessão da medida liminar, o fato de que a autora em momento algum contratou o
serviço de roaming internacional de dados, oferecido pela empresa ré, mas mesmo
assim, recorrentemente o serviço é descontado na fatura.

Pasme ainda Excelência, que não se trata de valor


insignificante. As cobranças mensais são computadas em torno de R$200,00,
conforme se demonstra nas faturas e demais documentos anexos, e, ainda que
diversas reclamações foram abertas, inclusive junto a ANATEL, nada foi
solucionado.

É através deste instituto, que o CPC dá aos


procedimentos um "modo de ser" completamente distinto, potencializando-os com a
permissão de outorga antecipada dos "efeitos da tutela pretendida na modalidade
de urgência".

Como no caso em tela, vê-se, também, que o perigo da


demora encontra-se estampado na matéria e pleito ora abordado, pois uma pessoa
não pode ser tido como devedora de um serviço que jamais contratou.

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O perigo da demora é pressuposto autorizador da
concessão da antecipação da tutela por urgência, cuja previsão legal encontra-se no
artigo 300, § 2º do Código de Processo Civil.

O periculum in mora significa o fundado temor de que,


enquanto se aguarda a tutela definitiva, venham a ocorrer fatos que prejudiquem a
apreciação da ação principal ou frustrem o resultado final do processo.

A prova inequívoca para a concessão da tutela antecipada


é aquela que se comparada à prova do direito líquido e certo para a concessão do
mandamus, ou seja, aquela que não admite margem de dúvidas em exame
preliminar.

Outrossim, finaliza-se a fase preliminar da presente inicial,


requerendo ao Magistrado, uma análise dos documentos ora juntados, do qual
facilmente comprova o alegado anteriormente, bem como o deferimento total do
pedido, com o fim de obrigar a ré a proceder o cancelamento das cobranças
efetuadas em detrimento do serviço de roaming internacional de dados.

II – SÍNTESE FÁTICA

De antemão é cabível frisar que a autora, é uma empresa


de pequeno porte, cuja sede encontra-se nesta cidade, próximo à fronteira com o
país vizinho, Paraguai.

Para que se viabilizasse a facilitação de sua atividade


pretendida, a autora solicitou junto à empresa TELECONSUL, que é revendedora de
linhas telefônicas da empresa VIVO, a disponibilização de algumas delas.

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Cumpre esclarecer, Excelência, que a empresa
TELECONSUL, é uma empresa licenciada e que presta serviços de revenda das
linhas telefônicas da telefonia VIVO, e ainda, de auditoria, intermediando para tanto a
resolução de eventuais conflitos existentes entre a prestadora de serviços e o
consumidor.

Pois bem, a autora, assim, adquiriu algumas linhas


telefônicas junto à empresa vivo, todas por meio da empresa TELECONSUL, quais
sejam (45) 99124-9218; (45) 99968-0157; (45) 99981-0029; (45) 99812-5220 e (45)
99968-0274.
Em aproximadamente junho do ano de 2019, a autora
atualizou o plano que havia contratado junto à empresa ré. Foi a partir daí então que
se verificou a cobrança de R$199,95, referente ao roamming internacional de dados,
começaram a ser debitado na fatura telefônica da autora – linhas (45) 99124-9218;
(45) 99968-0157; (45) 99981-0029; (45) 99812-5220 e (45) 99968-0274 - mesmo o
serviço estando bloqueado desde o ano de 2017, conforme protocolo de reclamação
de nº. 20174854418142, anexo.

Pois bem, no mês de agosto de 2019, como


intermediadora, a empresa TELECONSUL, contestou o referido valor cobrado
(R$199,95) referente ao roamming internacional de dados, junto a ANATEL, haja
vista que tal serviço estava bloqueado desde 2017, conforme demonstrado no
procedimento de bloqueio, cujo nº de protocolo é 2058944-2019, anexo.

Diante da reclamação, o bloqueio foi novamente reiterado


pela ANATEL, conforme se demonstra em anexo.

No mês seguinte (23/09/2019), o problema continuou a ser


efetivado, sendo cobrado na fatura da autora, o valor de R$239,94, referente as
mesmas linhas telefônicas, que antes, já haviam sido objeto do mesmo problema, o
roamming internacional de dados. Outra reclamação foi realizada junto a ANATEL

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(nº de protocolo 2309228-2019), novamente sendo considerada como cobrança
indevida.

No mês seguinte (18/10/2019), outra reclamação foi


realizada junto a ANATEL, com procedência em considerar a cobrança de R$39,99,
indevida, conforme se demonstra no protocolo de reclamação de nº. 2529317-2019
(documento anexo).

A auditora TELECONSUL, tentou de todas as maneiras


resolver o problema em questão.

Entrou em contato com a ré, por meio do Whatsapp, em


26/11/2019, a fim de dirimir o assunto em questão, mas o solicitado foi
descaradamente negado, sob a justificativa de que as linhas não estavam
bloqueadas ao serviço de roamming internacional de dados, informação esta que
confronta com o alegado pela própria ANATEL. Veja-se:

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Verifica-se ainda que, até a data atual, as cobranças
derivadas da contratação do roaming internacional de dados, continuam sendo
efetuadas, mesmo com todas as reclamações e bloqueios realizados.

Em 17 de janeiro de 2019, houve então uma nova


cobrança no valor de R$167,66, novamente na fatura das linhas telefônicas (45)
99124-9218; (45) 99968-0157; (45) 99981-0029; (45) 99812-5220 e (45) 99968-
0274. Momento em que uma nova contestação foi realizada, conforme protocolo
20205748014251), devidamente demonstrado nos documentos anexos.

Entretanto a alegação feita foi de que: “após análise feita o


mesmo já recebeu login e senha para efetuar o bloqueio da linha, mas não fez a
configuração, desde então não foi encontrado irregularidade e muito menos
bloqueio”.

É necessário se enfatizar ainda, que devido a localidade


das torres de sinal da empresa ré, a sede da autora e a proximidade destas, com o
país vizinho – Paraguai -, é possível que haja que uma interferência no sinal,
constando para tanto, que a autora estaria utilizando uma rede internacional.

Entretanto, mesmo que este fosse o problema maior, a


autora, através da empresa TELECONSUL, diversas vezes entrou em contato com a
ré, efetuando os bloqueios das linhas quanto ao serviço de roaming internacional de
dados, mas a ré continua realizando as cobranças, atribuindo a culpa e a
responsabilidade em resolver a problemática, à autora.

Assim, resta claro que a ré insiste em permitir que o


problema se alastre durante meses e meses, e não possui interesse algum em
resolver o conflito. Por este motivo deve se determinar a extinção das cobranças do
serviço não contratado e ainda, a devolução em dobro do valor constante na ultima
fatura do corrente ano, conforme se verifica nos documentos anexos.

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III – DA REPETIÇÃO DE INDÉBITO NA FORMA
DOBRADA

O Código de Defesa do Consumidor em seu artigo 85,


define, de maneira expressa, que o consumidor de produtos e serviços deve ser
agasalhado pelas suas regras e entendimentos.

Art. 85. O Consumidor que efetuar pagamento de quantia


cobrada indevidamente tem direito à devolução do valor
igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de
correção monetária e juros de 1% (um por cento) ao mês
pro rata die.

No caso em tela, observa-se que a ré agiu de má fé com a


autora, uma vez que, diante de todas as ocorrências realizadas junto a ANATEL, a
qual confirmou a cobrança indevida, bem como, todas as reclamações realizadas
junto à empresa ré, confirmando para tanto o equívoco quanto a cobrança,
devolvendo para tanto os valores devidos, esta continuou efetuando a cobrança dos
valores, e considerando a contratação do serviço, como legítima.

A questão em tela apresenta entendimento pacificado no


repertório jurisprudencial da Turma Recursal Única do Tribunal de Justiça do Rio de
Janeiro:

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. INDENIZATÓRIA SERVIÇO


DE ACESSO À INTERNET ("VELOX").
CANCELAMENTO. COBRANÇAS INDEVIDAMENTE

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APRESENTADAS. DANO MORAL. MAJORAÇÃO DO
QUANTUM Sendo induvidoso o cancelamento do serviço,
evidente que as cobranças apresentadas se mostravam
indevidas, pelo que verifica-se a falha na prestação de
serviço da ré. Não pode ser considerado como um mero
aborrecimento a situação fática ocorrida no curso ou em
razão da prestação de serviço de consumo, a qual o
fornecedor não soluciona a reclamação, levando o
consumidor a contratar advogado ou servir-se da
assistência judiciária do Estado para demandar pela
solução judicial de algo que administrativamente
facilmente seria solucionado quando pelo crivo Juiz ou
Tribunal se reconhece a falha do fornecedor. Tal conduta
estimula o crescimento desnecessário do número de
demandas, onerando a sociedade e o Tribunal. Ao
contrário, o mero aborrecimento é aquele resultante de
situação em que o fornecedor soluciona o problema em
tempo razoável e sem maiores consequências para o
consumidor. O dano moral advém da postura abusiva e
desrespeitosa da empresa, impondo o arbitramento de
valor indenizatório justo e adequado ao caso, arcando a ré
ainda com os ônus da sucumbência. Desprovimento do
apelo principal e provimento do apelo adesivo.

Assim, observa-se que, a aplicação da devolução em


dobro em casos expressos de má fé, é de recorrente entendimento dos Tribunais.

Neste sentido, decidiu o Tribunal de Justiça do Rio


Grande do Sul:
RESPONSABILIDADE CIVIL. AÇÃO DECLARATÓRIA
DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO CUMULADA COM
PEDIDO DE INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL E

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MATERIAL. Não provada a contratação do serviço da
empresa de telefonia, o julgamento de procedência da
ação indenizatória é medida que se impõe. O lançamento
de serviços não contratados em conta de telefone, bem
como a necessidade de recorrer ao Poder Judiciário para
obtenção de declaração de inexistência de débito, diz com
dano moral puro. A indenização não deve ser em valor
ínfimo, nem tão elevada que torne desinteressante a
própria inexistência do fato. Atendimento às
particularidades das circunstâncias do fato e aos
precedentes da Câmara, na manutenção de equivalência
de valores entre lides de semelhante natureza de fato e de
direito. Valor majorado. Responsabilidade civil contratual.
Juros de mora incidentes da citação. Apelação
desprovida. Sentença mantida. Decisão unânime.
(Apelação Cível nº 70029254992, 10ª Câmara Cível do
TJRS, Rel. Jorge Alberto Schreiner Pestana. j.
25.06.2009, DJ 27.07.2009).

COBRANÇA INDEVIDA DE SERVIÇOS NÃO


REQUERIDOS PELO CONSUMIDOR. AÇÃO
INDENIZATÓRIA. DANO MORAL CONFIGURADO. 1. A
cobrança de serviços não contratados pelo consumidor,
com inscrição negativa, configura-se ato ilícito capaz de
ensejar o dever de reparar os prejuízos ocasionados,
levando-se em conta a aplicação da teoria da
responsabilidade objetiva. 2. Danos morais que decorrem
da própria situação, na medida em que a ré deixou de
atender ao consumidor de modo eficiente, pois este
realizou contatos com a prestadora do serviço, que
simplesmente manteve a cobrança indevida,
constrangendo-o ao pagamento. Situação que transborda
o mero aborrecimento cotidiano. 3. Indenização que vai
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mantida diante das peculiaridades do caso concreto. 4.
Tratando-se de responsabilidade decorrente de relação
contratual, os juros legais incidem a partir da citação.
Inteligência do art. 405 do Código Civil. Correção
monetária que também vai mantida. 5. Por fim, à verba
honorária, deve ser majorada para 20%, sobre o valor da
condenação, pois assim representa remuneração mais
compatível com o trabalho desenvolvido pelo causídico, e
não destoa dos parâmetros insculpidos no art. 20, § 3º, do
CPC. Apelo improvido e recurso adesivo parcialmente
provido. (Apelação Cível nº 70026146142, 10ª Câmara
Cível do TJRS, Rel. Luiz Ary Vessini de Lima. j.
18.12.2008, DJ 16.01.2009).

Ainda neste viés, dispõe o artigo 42 do Código de Defesa


do Consumir que:

Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor


inadimplente não será exposto a ridículo, nem será
submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça.
Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia
indevida tem direito à repetição do indébito, por valor igual
ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de
correção monetária e juros legais, salvo hipótese de
engano justificável.

Diante disso, resta claro a existência de uma cobrança


que deriva de um serviço não contratado pela autora, conforme se prova nos
documentos anexo, que em razão da má fé comprovada da ré, deve o valor referente
a fatura de nº de ID 1367587 ser devolvido em dobro, com fundamento no artigo 42,
do Código de Defesa do Consumidor.

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IV – DOS DANOS MORAIS

Não há que se negar o dano moral uma vez que


injustamente a reclamante vem sendo importunada com diversas cobranças de um
serviço que não contratou.

Discorrendo sobre o conceito do Dano Moral sentido pelo


autor, o ilustre advogado Paulo Esteves, em sua brilhante obra, assim nos ensina:

“Os danos morais são lesões praticadas contra os direitos


considerados direitos da personalidade (Orlando Gomes,
Introdução ao Direito Civil, Rio, forense, 1983, pág. 129).

Do artigo intitulado “Reflexões sobre o dimensionamento


do dano moral para fins de fixação indenizatória ”destaca-se o seguinte: (...) Há,
pois, dois aspectos mensuráveis na avaliação do dano moral para fins indenizatórios,
os quais devem ser observados em separado, mas aplicados cumulativamente,
quando for o caso: um interno – corpo e alma, que pode ser resolvido com o suporte
da medicina legal e, outro, externo – repercussão social - dependerá do prudente
arbítrio do julgador’ ( RT 720/261 ).

O dano moral, seu aspecto interno e externo, deve ser


bem descrito na petição inicial, para possibilitar a aferição do elemento subjetivo
(dolo ou culpa) do ofensor, a repercussão da ofensa, o sofrimento do lesado, para a
fixação do valor da indenização.

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No mesmo diapasão, a ligação do Professor Caio Mario
Da Silva Pereira, em sua obra “Responsabilidade Civil de acordo com a Construção
de 1988”.

O fundamento para a responsabilidade pelo dano moral


está em que, a par do patrimônio em sentido técnico, o individuo é titular de direitos
integrantes de sua personalidade, não podendo conformar-se a ordem jurídica em
que sejam impunemente atingidos.

Quando se cuida de dano moral, o fulcro do conceito


ressarcitório acha-se deslocado para a convergência de duas forças “caráter
punitivo” para que o causador dano, pelo fato da veja castigado pela ofensa que
praticou e o “caráter compensatório” para a vítima, que receberá uma soma que lhe
proporcione prazeres como contrapartida do mal sofrido”. (responsabilidade Civil de
acordo com a Constituição de 1988, Editora Forense, p 54/55).

Conforme professor ALBERTO TRABCCHI:

“O ressarcimento dos danos morais não tende á estitutio


integrum’ do dano causado, tende mais a uma genética
função satisfatória, com a qual se procura um bem que
recompensa, em certo modo, o sofrimento ou a
humilhação sofrida. Se substitui o conceito de
equivalência (próprio ressarcimento) pelo de reparação de
que se obtém atenuando de maneira indireta em
consequência dos sofrimentos daquele que padeceu de
uma lesão” (in RT vol.584/230).

Com bem acentuado pelo jurista RAMON DANIEL


PIZZARRO:

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12/02/2020: JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL. Arq: Petição Inicial

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“(...) reparar importa restabelecer o que equilíbrio
preexistente alterado pelo dano; através da reparação se
procura repor á vítima a situação em que se encontrava
antes de sofrer as conseqüências do ato”. (Avaliação do
Dano Moral – p. 122-Edição, Forense). Este entendimento
é perfilhado pelo autorizado magistério de
Carlos Alberto Bittar, verbis.

“Em consonância com essa diretriz a indenização por


danos morais deve traduzir-se em montante que
represente advertência ao lesante e á sociedade de que
se não se aceita o comportamento assumido, ou o evento
lesivo advindo...

Sem mais delongas, restam-se alegados todos os fatos e


lesões pretéritas, sofridas pela autora, e mais, comprovados através de documentos
do qual seguem em anexo.

V - DO MÉRITO

O pedido da Autora se faz embasado nos ditames legais


prolatados pela Carta Magna do País, que preleciona:

A constituição Federal através do inciso X do artigo 5º


garante categoricamente a indenização pela lesão material e moral:

Art 5º.

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X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra, e
a imagem das pessoas, assegurando o direito a
indenização pelo dano material ou moral decorrente de
sua violação.

V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao


agravo, além de indenização por dano material, moral ou
á imagem.

Não resta dúvidas que o direito ampara as pretensões do


autor, pois os artigos 186 e 927 do Atual Código Civil, prescreve:

Dos Atos Ilícitos:

Art. 186:

Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência,


ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente
moral, comete ato ilícito.

Há ainda o posicionamento do Artigo 927, em combinação


com 186, que diz:

Art. 927:

Da Obrigação de Indenizar:

Aquele que por ato ilícito [art. 186 e 187] causar dano a
outrem, fica obrigado a repara-lo.

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Portanto Excelência, do ato ilícito nasce à culpa, no
sentido amplo, abrangendo o dolo e a culpa propriamente dita, logo, a
indenizabilidade é imposta a todo aquele que, por ação ou omissão voluntária,
negligência ou imprudência violar direito ou causar prejuízo a outrem.

VI – DO PEDIDO

Diante de todo o alegado, requer-se assim, a citação das


empresas requeridas, na pessoa de seu representante legal.

Requer-se, LIMINARMENTE, seja concedido a tutela de


urgência, para que se veja cessada a cobrança indevida do serviço de roaming
internacional de dados, sob pena de multa diária, e ainda que a efetivação do serviço
seja interrompida.

Requer seja declarado como inexigível o valor de


R$167,66 (cento e sessenta e sete reais e sessenta e seis centavos), bem como,
aqueles que vierem a ser percebidos no decorrer do processo.

Requer-se com base no artigo 6º do Código de Defesa do


Consumidor, a inversão do ônus da prova para que apresente a ré, no prazo da
contestação, a justificativa para manter o contrato do autor em aberto.

Requer-se a condenação por danos morais face a


cobrança injustificada, bem como por todos os fatos acima relatados, num montante
mínimo de R$ 5.000,00 (cinco mil reais).

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Requer-se finalmente juntada de novos documentos, bem
como requerendo desde já, o depoimento pessoal da parte autora, bem como dos
representantes da ré.

Requer-se ainda, a oitiva da testemunha TELECONSUL, a


fim de provar todo o alegado.

Dando-se a ação para efeitos fiscais o valor de R$


5.335,32 (cinco mil trezentos e trinta e cinco reais e trinta e dois centavos).

Termos em que,
Pede deferimento.
Foz do Iguaçu, 12 de fevereiro de 2020.

_____________________________
Ademar Martins Montoro Filho
OAB – PR – 53.746

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