MR 3 - Malaria - Fev 2013
MR 3 - Malaria - Fev 2013
MR 3 - Malaria - Fev 2013
Introdução
Os doentes infectados pelo HIV têm maior risco de contrair malária e, às vezes, um risco aumentado de
desenvolver malária grave. A malária é endémica em Moçambique, afectando grande parte da
população. Todos os clínicos moçambicanos que trabalham com doentes seropositivos terão a
oportunidade de observar muitos doentes co-infectados com malária e HIV, ou suspeitos de ter as duas
infecções em simultâneo. É preciso que o Técnico de Medicina tenha uma abordagem sistemática do
diagnóstico, do diagnóstico diferencial e do tratamento da malária no doente HIV (+), e que evite
misturas desnecessárias e possivelmente tóxicas de antimaláricos e anti-retrovirais (e outros
medicamentos) nesta população.
A malária e o HIV existem em todo o país. Em outros capítulos já foram apresentados dados sobre a
prevalência do HIV.
Uma pesquisa feita pelo Dr. Samuel Mabunda, do Programa Nacional de Controlo da Malária,
descreveu a prevalência da parasitemia da malária em crianças ao nível nacional em 2002-3 1, e
constatou que a malária foi comum nas crianças em todo o país, e a prevalência mais baixa foi de 42%
na província de Gaza e a mais alta foi de 88% em Cabo Delgado.
Neste capítulo vamos reforçar as diferenças entre a abordagem da malária em pessoas seronegativas e
a abordagem da malária no doente infectado pelo HIV.
Em Moçambique, nem tudo que parece malária é realmente malária. Numa pesquisa realizada no
distrito de Manhiça, somente 37,2% das crianças com febre tinham malária confirmada no laboratório 2.
No gráfico abaixo, retirado do mesmo artigo, pode-se observar a percentagem de casos de malária
nestas crianças, por faixa etária, comparando com outras doenças.
112
Manual de Referência do Técnico de Medicina
Malária no Doente HIV+
Figura 1: Idade da Criança Doente x Prevalência da Malária
Relação entre a idade da criança doente e a prevalência de malária, na pesquisa realizada na Manhiça.
Por exemplo, nas crianças com <1 mês de idade, a malária quase não causou doença; nas crianças de
1 a 6 meses de idade, a malária causou mais ou menos 15% das doenças; nas crianças de 4 a 15 anos,
a prevalência foi quase de 40%.
A malária é uma das principais causas da mortalidade materna no país. Numa pesquisa realizada no
Hospital Central de Maputo, a malária causou 23,0% dos óbitos maternos, mais que qualquer outra
causa, incluindo hemorragia e endometrite. A morte materna causada pela malária foi ainda mais
comum (quase duas vezes mais frequente) na época de chuva. 3 As informações mais recentes sobre as
causas da mortalidade materna mostram que a malária é responsável por 39,6% das mortes maternas e
causas indirectas.4
Não existem muitos dados sobre a prevalência ou incidência da malária nas pessoas seropositivas em
Moçambique, mas é provável que a malária seja ainda mais comum nesta população que na população
geral, pelas razões que serão a seguir apresentadas.
As principais interacções que podem ser observadas entre malária e HIV são:
1. Mudanças da carga viral na presença da malária sintomática;
2. Incidência elevada da malária no doente HIV+;
3. Prevalência elevada da malária na mulher grávida seropositiva e implicações na transmissão
vertical;
4. Incidência elevada da malária severa e HIV;
5. Malária e anemia na pessoa seropositiva;
6. Falência terapêutica do tratamento antimalárico no doente HIV+;
7. Alterações das contagens de CD4 com malária sintomática;
8. Malária e desafios no diagnóstico diferencial e estadiamento dos doentes seropositivos;
9. Interacções medicamentosas.
113
Manual de Referência do Técnico de Medicina
Malária no Doente HIV+
Carga Viral e Episódios de Malária
180000
160000
140000
120000
80000
60000
40000
20000
0
Antes de malária Com malária Depois de malária
A importância deste efeito da malária na subida da carga viral é que a pessoa seropositiva
provavelmente pode infectar o seu parceiro e/ou seu bebé mais facilmente neste período.
2. Incidência da Malária no Doente HIV+
As pessoas seropositivas correm mais risco de contrair uma malária sintomática. As pessoas com risco
aumentado para contrair malária são as que têm a contagem CD4 mais baixa. Em dois estudos
realizados no Uganda (o gráfico abaixo amostra os resultados do estudo de Whitworth), foi observado
que as pessoas com CD4 < 200 cels/mm 3 tinham malária sintomática mais frequentemente do que as
pessoas com CD4 200-499 cels/mm3, e ambos grupos tinham malária mais frequentemente do que as
pessoas com CD4>=500 cels/mm3.6,7 (Nas duas pesquisas, as pessoas seropositivas ainda não
tomavam CTZ nem TARV).
20
Casos de malária/100
pessoas/ano (pesquisa de
15 Whitworth)
10
0
CD4 >=500 CD4 200-499 CD4<200
114
Manual de Referência do Técnico de Medicina
Malária no Doente HIV+
O aumento na incidência da malária nas pessoas com CD4 baixo não implica que todo o caso de febre
nesta população seja um caso de malária, porque também há aumento na incidência das IOs de estadio
III e IV. O aumento na incidência das IOs nas pessoas com CD4 baixo é maior do que o aumento na
incidência da malária. As implicações são:
As pessoas seropositivas com contagem de CD4 baixa que não tomam medidas para prevenir a
malária vão padecer mais de malária e suas consequências (febre, anemia, etc.);
O diagnóstico diferencial da febre nas pessoas com contagem de CD4 baixa é mais difícil (veja o
capítulo da febre).
80
70
60
50
Prevalência de malária,
40 mulheres sem HIV
Prevalência de malária,
30 mulheres HIV+
20
10
0
Grávida >=3 Segundagesta Primigesta
Nesta pesquisa, foi observada que a prevalência da malária é mais alta nas mulheres seropositivas, e
nas mulheres na primeira e segunda gravidez. Apesar da alta prevalência da malária, quase todas as
mulheres no estudo foram assintomáticas.
Quando há malária na gravidez, a mãe corre mais risco de morrer, quer seja directamente de uma
malária grave, quer indirectamente de anemia severa relacionada com a malária. Além disso, a malária
da mãe pode resultar numa série de consequências graves, incluindo aborto espontâneo, morte
neonatal e prematuridade ou baixo peso à nascença.
O HIV/SIDA reduz a resistência da mulher à malária e, por isso, as mulheres infectadas com HIV são
mais vulneráveis à malária antes e durante a gravidez. Por outro lado, durante os episódios da malária
na mãe, o feto corre maior risco de ser infectado pelo HIV porque a presença da malária provoca um
aumento na carga viral na placenta. Porém, esta relação entre malária materna e transmissão vertical
do HIV ainda não foi confirmada.
115
Manual de Referência do Técnico de Medicina
Malária no Doente HIV+
5. Malária e Anemia no Doente Seropositivo
A malária provoca anemia em doentes tanto seropositivos como nos seronegativos. Mas, no doente
seropositivo, a hemoglobina abaixa mais depois de um episódio de malária, e demora mais a subir.10
14.5
14
13.5
13
12.5
Hemoglobina, HIV Neg
12 Hemoglobina, HIV+
11.5
11
10.5
Dia do tratamento da 14 dias depois 45 dias depois
malária
100.00%
90.00%
80.00%
70.00%
60.00%
50.00% Successo
40.00% Não melhoria (recrudescência)
Melhoria, logo re-infecção
30.00%
20.00%
10.00%
0.00%
HIV Neg HIV Pos, HIV Pos, CD4 <
CD4>=200 200
Durante um episódio de malária, é possível que uma pessoa venha a ter um CD4 <200 cels/mm 3. Uma
consequência de avaliar os pacientes para TARV durante um episódio de malária ou durante o período
de incubação ou depois da doença poderá levar ao início prematuro do TARV.
A pessoa que tem febres repetidas sem explicação fica no estadio III de OMS. No entanto, a febre
causada por malária não é “febre sem explicação”.
É importante diferenciar:
“Febre persistente” ou “febre repetida” causada por malária e febre sem causa identificável.
A pessoa com febre repetida causada pela malária, com CD4 de 650 (por exemplo), não
precisa de anti-retrovirais, mas precisa de uma rede mosquiteira e/ou pulverização domiciliar.
A pessoa com febre persistente sem foco identificável, apesar do tratamento com
antimaláricos e antibióticos, e com teste rápido e lâmina que não confirma a presença do
parasita da malária, pode estar no estadio III.
A anemia causada por malária ou anemia crónica causada pelo HIV
A presença da anemia crónica pode provocar a mesma confusão no estadiamento: A pessoa
constantemente exposta à malária pode ter anemia crónica causada pela malária.
A anemia crónica causada pelo HIV é definida como hemoglobina menos de 8 g/dl, sem
resposta à antimaláricos, à sulfato ferroso, ao ácido fólico e ao albendazol, e sem outra
causa identificada. Esta anemia crónica é um critério do estadio III. Mas, a pessoa que não
toma Cotrimoxazol, não utiliza rede mosquiteira, não vive numa casa pulverizada, e tem CD4
baixo, pode ter anemia causada por episódios repetidos de malária.
117
Manual de Referência do Técnico de Medicina
Malária no Doente HIV+
Interacções Medicamentosas e Efeitos Adversos a Fármacos
Alguns medicamentos usados para tratar a malária têm interacções importantes com anti-retrovirais,
assim como com outros medicamentos usados nos pacientes com HIV-SIDA. Outros medicamentos
usados para tratar a malária têm efeitos adversos muito parecidos aos causados pelos anti-retrovirais e
outros medicamentos importantes.
118
Manual de Referência do Técnico de Medicina
Malária no Doente HIV+
Interacções e Efeitos Adversos Comuns entre Antimaláricos e outros Medicamentos usados no Tratamento de Pacientes
com HIV/SIDA: Princípios para Selecção de Antimaláricos onde Existe mais de uma Opção para Tratar a Malária
A malária do paciente resistente ao Cotrimoxazol Evitar sulfadoxina-pirimetamina para tratar malária na pessoa que esteja a
Sulfadoxina-pirimetamina (Fansidar) Cotrimoxazol
pode ser resistente à sulfadoxina-pirimetamina. tomar profilaxia de cotrimoxazol.
A pessoa que toma sulfadoxina-pirimetamina e Usar só cotrimoxazol para a prevenção da malária na grávida HIV+ com
cotrimoxazol corre um risco mais alto de síndrome critérios para iniciar CTZ – não misturar sulfadoxina-pirimetamina preventiva
Stevens-Johnson e outras reacções adversas. e CTZ.
Os 2 medicamentos podem causar síndrome Evitar sulfadoxina-pirimetamina para tratar malária na pessoa que está a
Sulfadoxina-pirimetamina (Fansidar) Nevirapina (tomada diariamente) Stevens-Johnson, que pode ocorrer semanas tomar nevirapina diária. Excepção: Não há problema se a nevirapina for dose
depois da 1ª dose de SP ou NVP. única para prevenção da transmissão vertical.
Os 2 medicamentos podem causar anemia, que Evitar sulfadoxina-pirimetamina para tratar malária na pessoa que esta a
Sulfadoxina-pirimetamina (Fansidar) Zidovudina pode ser mais grave no paciente que os toma em tomar zidovudina. Na gravidez, é melhor dar profilaxia com cotrimoxazol (em
simultâneo. lugar de TIP com sulfadoxina-pirimetamina) a mulher que está a tomar TARV.
Amodiaquina+artesunato Efavirenz A mistura pode provocar toxicidade no fígado. Evitar amodiaquina na pessoa que está a tomar efavirenz.
Lumefantrina (componente de Nevirapina, efavirenz, inibidores Risco de toxicidade e/ou falência terapêutica com
Evitar lumefantrina na pessoa que está a fazer o TARV.
Coartem) de proteases a mistura.
119
Manual de Referência do Técnico de Medicina
Malária no Doente HIV+
Tratamento da Malária Segundo as Normas do Programa Nacional de Controlo da
Malária em Moçambique
Mesmo que existam certas interacções e efeitos adversos comuns entre antimaláricos e outros
medicamentos usados no tratamento de pacientes com HIV-SIDA, acima descritos, o Programa Nacional
de Controlo da Malária considera que, até o momento, não existem dados suficientes que justifiquem a
mudança nas recomendações gerais do tratamento da malária nos pacientes com HIV/SIDA.
As recomendações actuais da OMS/UNAIDS de profilaxia para as infecções oportunistas com CTZ
permanecem inalteradas.
O tratamento com Fansidar (Sulfadoxina-Piremitamina) não deve ser administrado aos doentes que
estejam a fazer CTZ* tanto pela possibilidade de aumento no risco de efeitos adversos às sulfamidas como
pelas possíveis resistências criadas entre ambos tratamentos.
Esta combinação deve ser usada em todos os casos de malária não complicada, sempre e quando
não haja contra-indicação para o seu uso.
A primeira toma deve ser feita na consulta sob a observação do profissional de saúde. Se vomitar
em menos de 30 minutos, deve repetir a dose.
Nos casos de malária não complicada em que haja contra-indicação ao uso da 1ª linha, deve-se
fazer o tratamento com a 2ª linha.
Posologia:
Via administração: Oral
Dose: 1.7mg/kg de artemeter e 12mg /kg de lumefantrina (4 comprimidos)
Dosagem: 12/12 Horas
Posologia: 3 dias (total de 6 doses)
Contra-Indicações do AL:
O AL está contra-indicado nas seguintes situações:
No primeiro trimestre da gravidez;
Hipersensibilidade conhecida ao artemeter ou a lumefantrine;
Malária grave (não recomendado);
Crianças com peso inferior a 5 kg;
História familiar de morte súbita ou prolongamento congénito do intervalo QT do
electrocardiograma devido ao risco de paragem cardíaca.
120
Manual de Referência do Técnico de Medicina
Malária no Doente HIV+
1ª Linha de tratamento alternativa- Artesunato + Amodiaquina (AS + AQ)
Contra-indicações:
A Amodiaquina (AQ) está contra-indicada nas seguintes situações:
Malária grave (não recomendado);
Retinopatia;
Insuficiência hepática;
Distúrbios hematológicos;
Antecedentes de epilepsia;
Hipersensibilidade conhecida à amodiaquina;
Dose de manutenção:
10 mg/kg (máximo de 600 mg) diluído em 10 ml/kg de dextrose a 5% durante 4
horas, a iniciar 8 horas depois da dose de ataque e repetida de 8 em 8 horas até o
paciente tomar a medicação por via oral.
Se o tratamento continuar por mais de 48 horas, deve-se reduzir a dose de quinina
para 5 a 7 mg/kg, para evitar toxicidade.
121
Manual de Referência do Técnico de Medicina
Malária no Doente HIV+
Logo que o paciente possa tomar medicação por via oral, complete o tratamento com
medicamento de 1ª linha de eleição ou alternativo.
O risco de morte por malária grave é mais elevado nas primeiras 24 horas. O tempo entre a transferência e
a chegada a US de referência é geralmente longo atrasando o início do tratamento.
Recomenda-se portanto como medida pré-referencia
a) Artesunato EV ou IM (1ª dose da 2ª Linha de tratamento eleição) ou
b) Artesunato rectal (supositório)
2ª Linha
Alternativa
122
Manual de Referência do Técnico de Medicina
Malária no Doente HIV+
Quinino EV
Incidência de Malária
60
50
40
30 Incidência de malária
20
10
0
Nenhuma Só CTZ + TARV CTZ + TARV +
intervenção cotrimoxazol redes
mosquiteiras
Se o doente com febre (ou outro sinal ou sintoma de malária) estiver a tomar Cotrimoxazol diário e estiver a
usar correctamente a rede mosquiteira todas as noites, o risco de ter malária é muito mais baixo. Neste
caso, o técnico deve procurar outra causa dos sintomas apresentados, ou confirmar a presença da malária
com o teste rápido ou hematozoário antes de prescrever qualquer tratamento antimalárico.
Pontos-Chave
A malária é mais frequente na pessoa seropositiva e pode ser mais grave.
As relações entre malária, febre, anemia, variação do nível de CD4, e outros sinais e sintomas
podem complicar o estadiamento e o diagnóstico diferencial. Para evitar erros e confusão, o técnico
de medicina que trabalha onde a taxa de transmissão da malária é muito elevada deve conhecer
bem estas interacções e complicações.
É importante evitar interacções medicamentosas na pessoa HIV+ que toma TARV, Cotrimoxazol,
e/ou medicamentos para tuberculose e precisa também de antimaláricos. Porém, como a malária
pode matar, sempre é necessário tratar a malária confirmada com o antimalárico mais seguro
e eficaz que estiver disponível, quer seja ou não o antimalárico “ideal”.
É preciso evitar o tratamento com antimaláricos no doente com teste negativo de malária.
A política nacional sobre tratamento da malária na pessoa seropositiva pode sofrer alterações no
futuro; o Técnico de Medicina deve conhecer as mudanças nas normas nacionais.
123
Manual de Referência do Técnico de Medicina
Malária no Doente HIV+
As pessoas HIV+ devem usar rede mosquiteira e CTZ, se indicado, para reduzir as complicações da
malária.
Anexos
124
Manual de Referência do Técnico de Medicina
Malária no Doente HIV+
1. Algoritmo de diagnóstico e tratamento de malária
Laboratório (Microscopia ou
TDRs)
Falencia
terapéutica/contra-
indicação
Tratamento com
CURA quinino oral ou referir
125
Manual de Referência do Técnico de Medicina
Malária no Doente HIV+
2. Algoritmo de diagnóstico e tratamento de malária na gravidez
1º Trimestre 2º e 3º trimestres
1º trimestre: 2º e 3º trimestres:
Quinino EV até tolerar 2ª Linha eleiçao
Quinino oral Artemeter-Lumefantrina (AL)
quinino oral Artesunato EV/IM até tolerar
e e
e medicamento oral
Tratamento sintomático Tratamento sintomático
Tratamento de suporte Continua com 1ª linha AL ou
quinino oral
2ª linha alternativo
Como 1º trimestre
e
Tratamento de suporte
Falencia
terapéutica/contra-
indicação Falencia
terapéutica/contra-
indicação
Tratamento com
Tratamento com quinino oral ou
Quinino EV ou referir CURA referir
para nível superior
126
Manual de Referência do Técnico de Medicina
Malária no Doente HIV+
Referências Bibliográficas
127
Manual de Referência do Técnico de Medicina
Malária no Doente HIV+
1
Mabunda S et al. A country-wide malaria survey in Mozambique. 1. Plasmodium falciparum
infection in children in different epidemiological settings. Malaria Journal 2008;7:216
doi:10.1186/1475-2875-7-216
2
Guinovart C et al. Malaria in rural Mozambique. Part I: Children attending the outpatient clinic.
Malaria Journal 2008;7:36. Doi 10.1186/1475-2875-7-36.
3
Romagosa C et al. Seasonal variations in maternal mortality in Maputo, Mozambique: the role of
malaria. Tropical Medicine and International Health 2007;12:62-7.
4
MISAU, 2009, Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique
5
Kublin JG, Patnaik P, Jere CS, et al. Effect of Plasmodium falciparum malaria on concentration of
HIV-1-RNA in blood of adults in rural Malawi: a prospective cohort study. Lancet 2005;365:233-
40.
6
Whitworth J, Morgan D, Quiqley M, et al. Effect of HIV-1 and increasing immunosuppression on
malaria parasitaemia and clinical episodes in adults in rural Uganda: a cohort study. Lancet
2000;356-1051-56.
7
French N, Nakiyingi J, Lugada E, Watera C, Whitworth JA, Gilks CF. Increasing rates of malarial
fever with deteriorating immune status in HIV-1-infected Ugandan adults. AIDS 2001;15:899-906.
8
Brentlinger P, Montoya P, Blanco Rojas AJ, Correia MA, Dgedge M, Saute F, Gimbel-Sherr K,
Mercer MA, Gloyd S. Prevalence and predictors of maternal peripheral parasitemia in central
Mozambique. American Journal of Tropical Medicine and Hygiene 2007;77:228-34.
9
Grimwade K, French N, Mbatha DD, Zungu D, Dedicoat M, Gilks CF. HIV infection as a cofactor
for severe falciparum malaria in adults living in a region of unstable malaria transmission in South
Africa. AIDS 2004;18:547-554.
10
Van Geertruyden J-P et al. Impact of HIV-1 infection on the hematological recovery after clinical
malaria. J Acquir Immune Defic Syndr 2009;50:200-205.
11
Shah S et al. HIV immunosuppression and antimalarial efficacy: sulfadoxine-pyrimethamine for
the treatment of uncomplicated malaria in HIV-infected adults in Siaya, Kenya. J.Infect Dis
2006:194:1519-28.
12
Van Geertruyden J-P, Mulenga M, Kasongo W, Polman K, et al. CD4 T-cell count and HIV-1
infection in adults with uncomplicated malaria. J Acquir Immune Defic Syndr 2006;43:363-367.
13
Mermin J, Ekwaru JP, Liechty CA, et al. Effect of co-trimoxazole prophylaxis, antiretroviral
therapy, and insecticide-treated bednets on the frequency of malaria in HIV-1-infected adults in
Uganda: a prospective cohort study. Lancet 2006;367:1256-61.
* WHO, 2006, Guidelines for the treatment of malaria