Ebook Práxis em Psicologia Social
Ebook Práxis em Psicologia Social
Ebook Práxis em Psicologia Social
AbRAPSO EdITORA
Coleção
Encontros em Psicologia Social
Coordenadores
Maristela de Souza Pereira
Dolores Galindo
Emerson F, Rasera
Volume IV
Porto Alegre
2017
Sobre a ABRAPSO
Conselho Editorial
P972
CDU – 302
Coleção
Encontros em Psicologia Social
3
Sobre os autores e autoras
4
Sobre os autores e autoras
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Sobre os autores e autoras
6
Sobre os autores e autoras
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Sobre os autores e autoras
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Sobre os autores e autoras
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Sobre os autores e autoras
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Sobre os autores e autoras
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Sumário
Apresentação ................................................................................... 15
Deivis Perez, Eduardo Pinto e Silva e Maria Cristina Dancham Simões
Prefácio ............................................................................................ 19
Gil Gonçalves Júnior
15
Deivis Perez, Eduardo Pinto e Silva e Maria Cristina Dancham Simões
16
Apresentação
essenciais, com destaque para os riscos aos quais está exposto o Sis-
tema Único de Saúde.
A segunda seção, “Pesquisas e práticas em diálogo: Psicologia So-
cial no entendimento e enfrentamento de um inusitado momento
político” possui onze capítulos e foi reservada para a exposição das
contribuições dos organizadores das Rodas de Conversa, que coor-
denaram e mediaram os debates em torno dos trabalhos acadêmicos
e dos relatos de práticas profissionais que foram apresentados no
evento. Nesta parte, optamos por garantir aos Núcleos da ABRAP-
SO São Paulo a autonomia para uma anotação solta de amarras,
que permitisse emergir a riqueza dos saberes que circularam nas
Rodas de Conversa. Isso favoreceu o surgimento tanto de capítulos
que consignaram mais fielmente os relatos de investigações e de
experiências ocupacionais em Psicologia Social, quanto de produ-
ções textuais em que os autores optaram por nos trazer ensaios e
notas livremente inspiradas na dialogia e polifonia percebidas no
Encontro.
A seção 2 do livro principia com notas sobre as contribuições que
a Psicologia Social e a academia podem oferecer para o entendimen-
to do inusitado momento político vivido pelos brasileiros, seguidas
de considerações sobre as perspectivas de ação dos trabalhadores
da Psicologia Social no atual cenário sociopolítico e os papeis que
eles devem assumir no sentido de uma atuação comprometida com
a liberdade e emancipação humana. Temos ainda, capítulos desti-
nados a discussões impreteríveis na atualidade, como: a violência
de Estado, os seus nexos com as opressões e os seus liames com o
sofrimento de pessoas em função da raça, cor ou orientação sexual;
a racionalidade privatista aplicada à educação e à saúde; a práxis da
Psicologia Social no âmbito da saúde coletiva; as políticas públicas
educacionais hegemônicas no bojo de um tecido social excludente;
a dialética materialista como um instrumento para a compreensão
da realidade e capaz de estimular a metamorfose social; a Psicologia
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Deivis Perez, Eduardo Pinto e Silva e Maria Cristina Dancham Simões
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Prefácio
19
Gil Gonçalves Júnior
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Prefácio
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Seção I
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O IRRACIONAL EM TODOS NÓS
Ladislau Dowbor
1 Sobre Jonathan Haidt, The Righteous Mind (A mente moralista), confira re-
senha em: Dowbor, L. (2013). Esquerda e Direita frente à Ética. Ladislau Dowbor: dicas
de leitura. Recuperado de http://dowbor.org/2013/06/jonathan-haidt-the-righteous-min-
d-why-good-people-are-divided-by-politics-and-religion-a-mente-moralista-por-que-boas
-pessoas-sao-divididas-pela-politica-e-pela-religiao.html/
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Ladislau Dowbor
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O irracional em todos nós
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Ladislau Dowbor
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O irracional em todos nós
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Ladislau Dowbor
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O irracional em todos nós
2 Veja também o filme “Hannah Arendt”, de 2012, dirigido por Margarethe von
Trotta – Gmbh, H. (Produtor), & Trotta, M. (Diretor). (2012). Hannah Arendt [Filme].
Alemanha: Esfera Cultural. Sobre o qual fiz uma resenha, veja em: Dowbor, L. (2013).
Hannah Arendt: além do filme. Ladislau Dowbor: bons filmes. Recuperado de http://
dowbor.org/2013/08/hannah-arendt-alem-do-filme-agosto-2013-3p.html/
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Ladislau Dowbor
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O irracional em todos nós
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O irracional em todos nós
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O irracional em todos nós
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O irracional em todos nós
Referências
Achbar, M. & Abbott, J. (Diretores). (2003). The Corporation [Filme]. S.l.:
Imagem Filmes, 2003.
39
Ladislau Dowbor
Durkheim, E. (2008). Da divisão do trabalho social (E. Brandão, Trad.). São Paulo:
Martins Fontes.
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religion. New York: Pantheon Books.
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de Janeiro: Rosa dos Tempos. (Original publicado em 1486)
Myrdal, G. (1944). An American dilemma: the negro problem and modern democracy.
New York: Harper y Brothers Publishers.
Orwell, G. (2005). 1984 (29ª Ed). São Paulo: Companhia Editora Nacional.
(Original publicado em 1949)
40
O irracional em todos nós
41
PONTOS SOBRE O
AUTORITARISMO
CONTEMPORÂNEO
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Pontos sobre o autoritarismo contemporâneo
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José Leon Crochick
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Pontos sobre o autoritarismo contemporâneo
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José Leon Crochick
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Pontos sobre o autoritarismo contemporâneo
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José Leon Crochick
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Pontos sobre o autoritarismo contemporâneo
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José Leon Crochick
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Pontos sobre o autoritarismo contemporâneo
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José Leon Crochick
52
Pontos sobre o autoritarismo contemporâneo
Referências
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pp. 2483-2505). Madrid: Editorial Biblioteca Nueva. (Original publicado em
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53
José Leon Crochick
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Poe, E. (2000). Filosofia da composição (D. Raphael, Trad.). São Paulo: Globo.
(Original publicado em 1845)
54
NOTAS SOBRE O
ENFRENTAMENTO DO
AUTORITARISMO DENTRO E
FORA DA PSICOLOGIA
55
Antonio Euzébios Filho
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Notas sobre o enfrentamento do autoritarismo dentro e fora da Psicologia
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Antonio Euzébios Filho
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Notas sobre o enfrentamento do autoritarismo dentro e fora da Psicologia
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Antonio Euzébios Filho
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Notas sobre o enfrentamento do autoritarismo dentro e fora da Psicologia
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Antonio Euzébios Filho
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Notas sobre o enfrentamento do autoritarismo dentro e fora da Psicologia
Referências
Cesar, M. J. (2004). “Empresa cidadã”: uma estratégia de hegemonia. São Paulo:
Cortez.
Freire, P (2001). Ação cultural para a liberdade e outros escritos (9a Ed). São Paulo:
Paz e Terra.
Lukács, G. (1967). A crise da filosofia burguesa (J. C. Bruni, Trad.). São Paulo:
Senzala.
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Antonio Euzébios Filho
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Shorrocks, A., Davies, J., & Lluberas, R. (2014). Global Wealth report.
Recuperado de http://economics.uwo.ca/people/davies_docs/global-wealth-
databook-2014-v2.pdf
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ABRAPSO: UMA HISTÓRIA
DE ENFRENTAMENTOS E
CONTRADIÇÕES
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Sueli Terezinha Ferrero Martin e Cecilia Pescatore Alves
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ABRAPSO: uma história de enfrentamentos e contradições
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Sueli Terezinha Ferrero Martin e Cecilia Pescatore Alves
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ABRAPSO: uma história de enfrentamentos e contradições
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Sueli Terezinha Ferrero Martin e Cecilia Pescatore Alves
2 Cf: Portal Vermelho (2009). Momento Social: Santos Dias, operário morto du-
rante greve em 79, ganha memorial em São Paulo. Recuperado de http://www.contee.
org.br/noticias/msoc/nmsoc872.asp; Portal Memórias da Ditadura (2017). Santos Dias.
Recuperado de http://memoriasdaditadura.org.br/biografias-da-resistencia/santo-dias/
70
ABRAPSO: uma história de enfrentamentos e contradições
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Sueli Terezinha Ferrero Martin e Cecilia Pescatore Alves
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ABRAPSO: uma história de enfrentamentos e contradições
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Sueli Terezinha Ferrero Martin e Cecilia Pescatore Alves
74
ABRAPSO: uma história de enfrentamentos e contradições
Referências
Associação Brasileira de Psicologia Social [ABRAPSO] (1980). Ata de fundação
(pp. 2-9). Recuperado de http://www.ABRAPSO.org.br/conteudo/view?ID_
CONTEUDO=543
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ENFRENTAMENTO DA LÓGICA
PRIVATISTA NO SUS
Virginia Junqueira
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Enfrentamento da lógica privatista no SUS
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Virginia Junqueira
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Enfrentamento da lógica privatista no SUS
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Virginia Junqueira
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Enfrentamento da lógica privatista no SUS
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Virginia Junqueira
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Enfrentamento da lógica privatista no SUS
Referências
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Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos [DIEESE]
(2017). Previdência: reformar para excluir? Contribuição técnica ao debate sobre a
reforma da previdência social brasileira. Brasília: ANFIP/DIEESE. Recuperado de
https://www.dieese.org.br/livro/2017/previdenciaSintese.pdf
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Virginia Junqueira
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limite de gastos valesse desde 1998. Info Money. Recuperado de https://economia.
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hoje-e-saude-pode-perder-r-743-bi-em-20-anos-2-estudos-polemicos-sobre-a-
pec-241.htm
Hobsbawm, E. J. (1995). Era dos extremos: o breve século XX: 1914 -1991 (M.
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Enfrentamento da lógica privatista no SUS
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br/site/wp-content/uploads/2016/09/nt_27_IPEA_regime_fiscal_assistencia_
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Intrínseca.
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http://painelacademico.uol.com.br/painel-academico/7719-educacao-perdera-r-
24-bilhoes-por-ano-com-pec-241-aponta-estudo-da-camara-dos-deputados
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Seção II
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PSICOLOGIA SOCIAL CONTRA O
GOLPE
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Luiz Carlos da Rocha, Deivis Perez e Ruchelli Stanzani Ercolano
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Psicologia Social contra o golpe
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Luiz Carlos da Rocha, Deivis Perez e Ruchelli Stanzani Ercolano
Essa proposta adverte que poder é uma relação de força que pode
impor regras e delas se utilizar, porém, por mais que pareça, nunca
se submete ou se limita a elas.
A segunda tem um caráter um tanto epistemológico e propõe
a instigante ideia de que a verdade, ingenuamente compreendida
como uma adequada representação do real, pode ser melhor enten-
dida como um efeito de discursos e de práticas sociais que mantêm
com o real uma relação fundamental de luta e estranhamento (Fou-
cault, 1996). Essa posição inovadora, e algo surpreendente, decorre
de premissas que o filósofo extrai do pensamento nietzschiano, as
quais lhe permitem contraditar Kant e, parodiando-o, postular en-
tre a experiência e o objeto de experiência uma relação de absoluta
heterogeneidade.
Em termos mais simples, a proposta é que se considere critica-
mente aquilo que chamamos de conhecimento como uma cons-
trução que pode se propor como verdade, pode mesmo circular e
cumprir funções (efeitos) de verdade, ainda que não a seja e nunca
tenha a menor condição de sê-la. Para a práxis, o convite é focar
criticamente, sobretudo, os domínios de saber que detêm o poder
de constituir a verdade sobre algo e resistir a tomar seus veredictos
como emanados da suposta natureza de seus objetos de saber e de
poder. Assim, como já sabemos, rotulações psiquiátricas revelam
mais sobre a Psiquiatria que sobre seus “pacientes”. E o desenvolvi-
mento desse impeachment revela mais acerca das forças golpistas que
sobre “pedaladas”.
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Psicologia Social contra o golpe
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Luiz Carlos da Rocha, Deivis Perez e Ruchelli Stanzani Ercolano
Referências
Carta Capital. (2016, 23 de setembro). Impeachment ocorreu porque Dilma
recusou “Ponte para o Futuro”. Recuperado de
https://www.cartacapital.com.br/politica/temer-impeachment-ocorreu-porque-
dilma-recusou-ponte-para-o-futuro
http://jornalggn.com.br/noticia/nao-ha-como-ficar-calado-a-integra-do-
discurso-de-raduan-nassar-no-premio-camoes.
92
CAMINHOS DA PSICOLOGIA
SOCIAL: PERSPECTIVAS DE
AÇÃO DIANTE DA PRIVAÇÃO DE
DIREITOS
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José Fernando Andrade Costa, Carlos Eduardo Mendes e Ivani Francisco de Oliveira
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Caminhos da Psicologia Social: perspectivas de ação diante da privação de direitos
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José Fernando Andrade Costa, Carlos Eduardo Mendes e Ivani Francisco de Oliveira
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Caminhos da Psicologia Social: perspectivas de ação diante da privação de direitos
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José Fernando Andrade Costa, Carlos Eduardo Mendes e Ivani Francisco de Oliveira
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Caminhos da Psicologia Social: perspectivas de ação diante da privação de direitos
99
José Fernando Andrade Costa, Carlos Eduardo Mendes e Ivani Francisco de Oliveira
Referências
Lane, S. T. M. (1984). A Psicologia Social e uma nova concepção de homem para
a Psicologia. In S. T. M. Lane & W. Codo (Orgs.), Psicologia Social: o homem em
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Montero, M. (2003). Teoría y práctica en la Psicología Comunitaria: la tensión entre
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Buenos Aires: Paidós.
Schmidt, M. L. S. & Mahfoud, M. (1993). Halbwachs: memória coletiva e
experiência. Psicologia USP, 4(1/2), 285-298.
100
PARA UMA PSICOLOGIA NÃO
FASCISTA
101
Antonio Carlos S. Santos, Guilherme Reis, Fernando A. F. Nascimento e Mário H. M. Martins
102
Para uma Psicologia não fascista
Apresentações e discussões
As apresentações sob dois diferentes enfoques teórico-metodoló-
gicos, o materialismo dialético e a análise do discurso, inspirada na
arqueologia de Foucault, abordaram trabalhos que colaboraram para
a formação da Psicologia e do sujeito psicológico no Brasil.
A respeito dos discursos sobre a doença e a saúde mental no Brasil
e a constituição do sujeito psicológico, nas décadas de 20 e 30 do
século passado, abordou-se a relação entre o desenvolvimento eco-
nômico da sociedade brasileira e o movimento higienista no país. A
Psicologia, considerada como ciência propedêutica ao saber psiquiá-
trico higienista, contribuiria, sobretudo, com o desenvolvimento
dos laboratórios e testes psicológicos e com as noções sobre o desen-
volvimento infantil, com o ideal de construção de uma sociedade
feliz, sadia e preparada para o trabalho. Em outras palavras, a prática
da Psicologia resultante da Psicometria, sobretudo quando inserida
na Liga Brasileira de Higiene Mental, teria como objetivo colocar
o homem certo no lugar certo, no trabalho e na sociedade, a partir
da revelação de sua verdade íntima. Ao mesmo tempo, esses saberes
colaboraram com o avanço dos processos de promoção e prevenção
das doenças mentais, conforme o higienismo mental da época. Nes-
te sentido, a leitura dos textos freudianos, entre outros, a teoria do
inconsciente e os textos sociais de Freud, também entraram no con-
junto de saberes apropriados pela psiquiatria e pela medicina social.
O zeitgeist daquele início de século - com o positivismo reinan-
te - possibilitou à elite influenciar a sociedade, desconsiderando a
ideologia e privilegiando a ideia de uma ciência neutra que conduz
a sociedade para o progresso, privilegiando a gestão: non ducor, duco!
Uma racionalidade de governo sobre os corpos que articulava duas
tecnologias: a disciplina e a biopolítica.
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Antonio Carlos S. Santos, Guilherme Reis, Fernando A. F. Nascimento e Mário H. M. Martins
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Para uma Psicologia não fascista
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Antonio Carlos S. Santos, Guilherme Reis, Fernando A. F. Nascimento e Mário H. M. Martins
Considerações finais
O número de trabalhos inscritos nesta Roda de Conversa foi, no
total, apenas três. Tal aspecto talvez tenha se dado em função da pro-
posição que objetivava não somente discutir o passado da Psicologia
e da Psicologia Social, mas, sobretudo, seu presente. No entanto, seu
título, inspirado no prefácio de Foucault para o livro Anti-Édipo,
não evidenciava de imediato esse objetivo.
Estudar a história da Psicologia e da Psicologia Social nos conduz
a refletir sobre o presente de nossas práticas e de nossa sociedade.
Que dominações do outro temos produzido em nosso cotidiano?
Quais práticas fascistas perpetuamos em nossa produção do conhe-
cimento psicológico? E, sobretudo, como fazer um movimento de
oposição a essas práticas que promova a liberdade das pessoas, e não
o seu aprisionamento dentro de nossos pressupostos psicossociais?
Os trabalhos apresentados nesta Roda remeteram diretamente a
reflexões sobre a atualidade e sobre nossa práxis. Afinal, o que po-
demos fazer em nosso cotidiano para promover ações antifascistas?
Como construir um modo de questionamento, não necessariamen-
te psicológico, mas sobretudo humanista, que considere o lugar do
outro como um lugar legítimo de saber e poder, nem acima e nem
abaixo do nosso?
Nas últimas intervenções, uma autocrítica: não estamos livres de
sermos autoritários, mesmo tentando construir uma posição críti-
ca sobre os saberes psicológicos. As exposições provocaram questões
nos participantes da Roda que assinalaram a importância do conhe-
106
Para uma Psicologia não fascista
Referências
Arendt, H. (2014). A condição humana. Rio de Janeiro: Forense.
Prado-Filho, K. (2014). Para uma arqueologia da Psicologia (ou para pensar uma
psicologia em outras bases). In N. M. F Guareschi & S. M. Huning (Orgs.),
Foucault e a Psicologia (pp. 81-102). Porto Alegre: EdiPUCRS.
107
MOVIMENTOS SOCIAIS
E AUTÔNOMOS NO
ENFRENTAMENTO ÀS PAUTAS
AUTORITÁRIAS E À LÓGICA
PRIVATISTA
108
Movimentos sociais e autônomos no enfrentamento às pautas autoritárias e à lógica
privatista
109
Christiane Alves Abdala et al.
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Movimentos sociais e autônomos no enfrentamento às pautas autoritárias e à lógica
privatista
111
Christiane Alves Abdala et al.
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Movimentos sociais e autônomos no enfrentamento às pautas autoritárias e à lógica
privatista
lidam com tecnologia, não vêm das quebradas, mas têm conexão.
São desiludidos com o que está aí: o discurso da “não política”,
os erros do “petismo”, a busca de diálogo com quem não tinha o
que falar. Em junho de 2013, consideram que cobriram a “parada”,
descentralizaram, subverteram, pois quem ia para a mobilização,
quando voltava para casa não via o que aconteceu: o encarceramento
em massa, a porrada que começou “a comer”; a estratégia de mobi-
lização mudou para ocupação. Uma nova forma de enfrentamento
se delineou, e a Mídia Ninja se consolida por aí.
A última apresentação foi da ‘Família Chegados’. O militante do
‘Chegados’ convidou os participantes da Roda para aquecer com um
grito repetido: “É NÓIS!”. Todos acompanharam. No relato: um
grupo de amigos da Vila Margarida (São Vicente-SP), que não tinha
carrinho, nem videogame, nada de escola, nem a importância dos
livros. Esse grupo enxergou tarde o conhecimento e resolveu ajudar
o pessoal das “quebradas” em uma procura: “falamos com os brothers:
surf, skate, que não é do nosso pesado, música na internet, o bagulho
é louco!”. Em 2014, com hip-hop, break; um sarau!!! Rádio-feira, bi-
blioteca comunitária, pipa – “a gente gosta de pipa!!” Tome: festival
de pipa poética. Mas “e para colocar o arroz-feijão em casa? “Morar
junto é legal, mas não ‘tamo’ nisso, mas a gente sempre teve junto”. Na
comunidade, as mães perguntam: “Onde vai? Para rua! Para a rua?
Onde? É para a rua. Para rua! Para a biblioteca. Biblioteca? Melhorou!”
Alguém do Perifatividade interveio: é sempre assim nas quebradas.
O do Chegados retrucou: “tem muito trabalho de vocês para ‘eles’ de-
fenderem, nós não!”. Perifatividade respondeu: “Vocês são da faculdade
da rua: ‘bundinha de almofada’, qual é a biografia? Qual é a referência
bibliográfica?” Chegados respondeu: “para ter uma noção do atraso:
nós não ‘ocupa’ a escola porque escola é nada pra ‘nóis’. Pra que escola?”
Perifatividade respondeu: “escola do jeito que está deforma. Minha es-
cola foi o rap, ter é melhor que não ter”.
O diálogo perdurou até a perda coletiva da noção do tempo, em
uma conclusão de que os movimentos sociais presentes “deram uma
113
Christiane Alves Abdala et al.
114
Movimentos sociais e autônomos no enfrentamento às pautas autoritárias e à lógica
privatista
Referências
Arendt, H. (2014). A condição humana. (R. Raposo, Trad.). Rio de Janeiro:
Forense Universitária. (Original publicado em 1958)
Weil, S. (2016). O enraizamento: prelúdio para uma declaração dos deveres para com
o ser humano. (J. Ferreira & J. Claudio, Trads.). Lisboa: Relógio d’água. (Original
publicado em 1949)
115
VIOLÊNCIA DE ESTADO NA
DEMOCRACIA: OPRESSÕES DE
RAÇA, GÊNERO E ORIENTAÇÃO
SEXUAL
116
Violência de Estado na democracia: opressões de raça, gênero e orientação sexual
117
Ivani Francisco de Oliveira, Elizangela André dos Santos e Clélia Rosane dos Santos Prestes
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Violência de Estado na democracia: opressões de raça, gênero e orientação sexual
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Ivani Francisco de Oliveira, Elizangela André dos Santos e Clélia Rosane dos Santos Prestes
120
Violência de Estado na democracia: opressões de raça, gênero e orientação sexual
Resultados e conclusões
As Rodas de Conversa problematizaram o quadro desfavorável
quanto à expectativa de vida de mulheres negras, comparativamen-
te menor que a de mulheres brancas; e o reduzido acesso das pesso-
as negras, em particular as mulheres, às políticas públicas básicas,
como os serviços de saúde e o saneamento. Analisando as reflexões
desenvolvidas em torno das discussões realizadas, nota-se cada vez
mais uma apresentação de destaque político e social das questões
relacionadas à violência de Estado na Democracia e suas opressões
de raça, gênero e orientação sexual na sociedade brasileira.
121
Ivani Francisco de Oliveira, Elizangela André dos Santos e Clélia Rosane dos Santos Prestes
Referências
Bento, M. A. S. & Carone, I. (Orgs.). (2002). Psicologia Social do Racismo. Estudos
sobre Branquitude e Branqueamento no Brasil. Petrópolis, RJ: Vozes.
122
Violência de Estado na democracia: opressões de raça, gênero e orientação sexual
Lima, M., Rios, F. & França, D. (2013). Articulando gênero e raça: a participação
das mulheres negras no mercado de trabalho (1995-2009). In M. M. Marcondes,
L. Pinheiro, C. Queiroz, A. C. Querino & D. Valverde (Orgs.), Dossiê mulheres
negras: retrato das condições de vida das mulheres negras no Brasil (pp. 53-80).
Brasília, DF: IPEA.
123
A LÓGICA PRIVATISTA NA EDUCAÇÃO
E SAÚDE: ENFRENTAMENTOS
À VIOLÊNCIA NA ESCOLA, AO
CAPITALISMO ACADÊMICO E AO
DESMONTE DO SUS
124
A lógica privatista na educação e saúde: enfrentamentos à violência na escola, ao
capitalismo acadêmico e ao desmonte do SUS
125
Cláudia Regina Campos Rodrigues et al.
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A lógica privatista na educação e saúde: enfrentamentos à violência na escola, ao
capitalismo acadêmico e ao desmonte do SUS
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Cláudia Regina Campos Rodrigues et al.
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A lógica privatista na educação e saúde: enfrentamentos à violência na escola, ao
capitalismo acadêmico e ao desmonte do SUS
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Cláudia Regina Campos Rodrigues et al.
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A lógica privatista na educação e saúde: enfrentamentos à violência na escola, ao
capitalismo acadêmico e ao desmonte do SUS
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Cláudia Regina Campos Rodrigues et al.
Considerações finais
132
A lógica privatista na educação e saúde: enfrentamentos à violência na escola, ao
capitalismo acadêmico e ao desmonte do SUS
Referências
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sociologia do conhecimento. Petrópolis, RJ: Vozes.
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133
PRÁXIS DA PSICOLOGIA SOCIAL
NA SAÚDE COLETIVA E NO
CONTEXTO ATUAL DO SUS:
REFLEXÕES DE UMA RODA DE
CONVERSA
134
Práxis da psicologia social na saúde coletiva e no contexto atual do SUS: reflexões de uma
roda de conversa
135
Jéssica Rodrigues Rosa e Nicelle Juliana de Paula Sartor
136
Práxis da psicologia social na saúde coletiva e no contexto atual do SUS: reflexões de uma
roda de conversa
137
Jéssica Rodrigues Rosa e Nicelle Juliana de Paula Sartor
Considerações finais
Como conclusão das discussões, destacamos a urgência de reações
contra o desmonte do SUS, principalmente por meio do fortaleci-
mento coletivo dos trabalhadores e dos seus usuários. Além disso,
138
Práxis da psicologia social na saúde coletiva e no contexto atual do SUS: reflexões de uma
roda de conversa
Referências
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (1988). Brasília (DF):
Presidência da República.
139
Jéssica Rodrigues Rosa e Nicelle Juliana de Paula Sartor
140
JUVENTUDES: PRÁTICAS
CULTURAIS, POLÍTICAS E
PARTICIPATIVAS
141
Roberth Miniguine Tavanti e Elisa Harumi Musha
142
Juventudes: práticas culturais, políticas e participativas
Metodologia
Neste item procuramos destacar a importância da “Roda de Con-
versa” como uma metodologia de trabalho que objetiva facilitar a
troca de conhecimentos e experiências entre os diferentes partici-
pantes - estudantes, pesquisadores, profissionais e militantes - das
sessões realizadas durante o evento. Em outras palavras, tal estratégia
de trabalho nos possibilitou construir um debate horizontalizado e
democrático sobre os temas em questão, o que por sua vez nos serviu
como um interessante recurso ético-político para o desenvolvimento
de reflexões compartilhadas.
De acordo com Bernardes, Santos e Silva (2015) e Spink (2004),
as rodas de conversa têm como objetivo subverter alguns ordena-
mentos da ciência hegemônica; funcionam, desse modo, como estra-
tégia metodológica apoiada na radicalização da construção de uma
ciência democrática, que busca desmistificar a falácia da neutrali-
dade; assumem, uma postura anti- essencialista e contextualizada –
143
Roberth Miniguine Tavanti e Elisa Harumi Musha
144
Juventudes: práticas culturais, políticas e participativas
145
Roberth Miniguine Tavanti e Elisa Harumi Musha
Reflexões e encaminhamentos
146
Juventudes: práticas culturais, políticas e participativas
147
Roberth Miniguine Tavanti e Elisa Harumi Musha
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149
POLÍTICAS EDUCACIONAIS
NA CONTEMPORANEIDADE:
REFLEXÕES E
ENFRENTAMENTOS
150
Políticas educacionais na contemporaneidade: reflexões e enfrentamentos
151
Maria Cristina D. Simões, Cecília Pescatore Alves, Cristiane M. Cobra e William J. G. Oliveira
152
Políticas educacionais na contemporaneidade: reflexões e enfrentamentos
153
Maria Cristina D. Simões, Cecília Pescatore Alves, Cristiane M. Cobra e William J. G. Oliveira
1 Para uma introdução à análise e aos conceitos de Pierre Bourdieu, Cf.: Nogueira
e Nogueira (2002) e Saes (2007).
154
Políticas educacionais na contemporaneidade: reflexões e enfrentamentos
155
Maria Cristina D. Simões, Cecília Pescatore Alves, Cristiane M. Cobra e William J. G. Oliveira
156
Políticas educacionais na contemporaneidade: reflexões e enfrentamentos
157
Maria Cristina D. Simões, Cecília Pescatore Alves, Cristiane M. Cobra e William J. G. Oliveira
158
Políticas educacionais na contemporaneidade: reflexões e enfrentamentos
159
Maria Cristina D. Simões, Cecília Pescatore Alves, Cristiane M. Cobra e William J. G. Oliveira
Referências
160
Políticas educacionais na contemporaneidade: reflexões e enfrentamentos
161
Maria Cristina D. Simões, Cecília Pescatore Alves, Cristiane M. Cobra e William J. G. Oliveira
162
O QUE FAZER? PROVOCAÇÕES
PARA CONSTRUÇÃO DE
PRÁTICAS EMANCIPATÓRIAS
163
Jean Fernando dos Santos et al.
164
O que fazer? Provocações para construção de práticas emancipatórias
165
Jean Fernando dos Santos et al.
166
O que fazer? Provocações para construção de práticas emancipatórias
167
Jean Fernando dos Santos et al.
168
O que fazer? Provocações para construção de práticas emancipatórias
169
Jean Fernando dos Santos et al.
Referências
Arditi, B. (2011). Agitado y revuelto: del “arte del imposible” a la política
emancipatoria. In E. Adamovsky, C. Albertani, B. Arditi, A. E. Ceceña et al.
(Orgs.), Pensar las autonomias (pp. 281-308). Mexico, DF: Sísifo; Bajo Tierra.
170
O que fazer? Provocações para construção de práticas emancipatórias
Marx, K. (2010). A questão judaica. São Paulo, SP: Boitempo (Original publicado
em 1843)
171
NOTAS ACERCA DA DIALÉTICA
COMO MÉTODO E SEU USO
CONTEMPORÂNEO NA
MEDIAÇÃO DA TRANSMUTAÇÃO
SOCIAL
Deivis Perez
Ruchelli Stanzani Ercolano
Luiz Carlos da Rocha
172
Notas acerca da dialética como método e seu uso contemporâneo na mediação da
transmutação social
173
Deivis Perez, Ruchelli Stanzani Ercolano e Luiz Carlos da Rocha
174
Notas acerca da dialética como método e seu uso contemporâneo na mediação da
transmutação social
175
Deivis Perez, Ruchelli Stanzani Ercolano e Luiz Carlos da Rocha
176
Notas acerca da dialética como método e seu uso contemporâneo na mediação da
transmutação social
177
Deivis Perez, Ruchelli Stanzani Ercolano e Luiz Carlos da Rocha
178
Notas acerca da dialética como método e seu uso contemporâneo na mediação da
transmutação social
179
Deivis Perez, Ruchelli Stanzani Ercolano e Luiz Carlos da Rocha
180
Notas acerca da dialética como método e seu uso contemporâneo na mediação da
transmutação social
Referências
Amantini, S. N. S. R. (2003). Desafio do ensino de design frente ao novo século:
um estudo da disciplina de ergonomia nas escolas paulistas de desenho industrial.
181
Deivis Perez, Ruchelli Stanzani Ercolano e Luiz Carlos da Rocha
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Paulo: Hucitec.
182
PSICOLOGIA SOCIAL DO
TRABALHO: ALGUNS DESAFIOS
E COMPROMISSOS NA ATUAL
CONJUNTURA
183
Juliana Lopes da Silva, Mariana Pereira da Silva e Márcia Hespanhol Bernardo
184
Psicologia social do trabalho: alguns desafios e compromissos na atual conjuntura
185
Juliana Lopes da Silva, Mariana Pereira da Silva e Márcia Hespanhol Bernardo
áreas. Esse tema foi abordado por Reis (no prelo), focalizando o caso
de professores da educação fundamental. Segundo a autora, os pro-
fessores encontram-se cada dia mais sobrecarregados e desgastados
devido ao trabalho; 82% dos participantes da sua pesquisa afirma-
ram que o trabalho os adoece.
Seligmann-Silva, Bernardo, Maeno e Kato (2010) apresentam
dados da Previdência Social, no contexto brasileiro, que mostram o
crescimento dos afastamentos por problemas de saúde mental rela-
cionados ao trabalho, que haviam passado de 612, em 2006, para
12.882 em 2009. Ainda que se saiba da grande dificuldade no esta-
belecimento do nexo entre adoecimento e trabalho, bem como da
até então subnotificação dos casos de agravos à saúde em decorrên-
cia do trabalho (Cordeiro, Sakate, Clemente, Diniz, & Donalisio,
2005), tais dados mostram o quanto é alarmante a propagação da
lógica da flexibilidade em relação às condições de saúde do traba-
lhador.
Dada a importância das práticas de gestão no envolvimento dos
trabalhadores, consideramos relevante problematizar como, histori-
camente, vem se dando a participação dos psicólogos inseridos nos
contextos de trabalho que, por vezes, estão engendradas, na constru-
ção do discurso ideológico voltado para a flexibilização (Bernardo,
Oliveira, Souza, & Sousa, 2017). Com relação a esse tema, Pereira
(no prelo) discute o trabalho dos psicólogos na avaliação de riscos
psicossociais relacionados ao trabalho em altura e em espaços con-
finados, demonstrando que tal atuação pode legitimar práticas que
impõem a adaptação como obrigação do trabalhador em relação
às atividades de trabalho, postura favorável à ampliação do capital.
Vale ressaltar que a realização de uma análise crítica das práticas dos
psicólogos nesse contexto incluiria um questionamento sobre o uso
dos testes psicológicos, que se voltam à avaliação de aptidões indivi-
duais, sem qualquer reflexão acerca dos processos sociais presentes
no contexto no qual o trabalho será realizado. Ainda, tal postura
186
Psicologia social do trabalho: alguns desafios e compromissos na atual conjuntura
1 O apoio matricial, de acordo com Rigotti (2016), pode ser entendido como
uma estratégia para compartilhamento de conhecimentos, que visam à produção de proces-
sos de trabalho em saúde não alienantes. São espaços de diálogo entre profissionais distin-
tos, que compartilham conhecimentos acerca do trabalho para construir intervenções que
ampliem a comunicação e atuação entre todos os profissionais.
187
Juliana Lopes da Silva, Mariana Pereira da Silva e Márcia Hespanhol Bernardo
Referências
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centralidade do mundo do trabalho (15ª ed.). São Paulo: Cortez.
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Boltanski, L., & Chiapello, È. (2009). O novo espírito do capitalismo. São Paulo:
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188
Psicologia social do trabalho: alguns desafios e compromissos na atual conjuntura
Cordeiro, R., Sakate, M., Clemente, A. P. G., Diniz, C. S., & Donalisio, M. R.
(2005). Subnotificação de acidentes de trabalho não fatais em Botucatu, SP, 2002.
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189
Juliana Lopes da Silva, Mariana Pereira da Silva e Márcia Hespanhol Bernardo
Seligmann-Silva, E., Bernardo, M.H, Maeno, M., & Kato, M. (2010). O mundo
contemporâneo do trabalho e a saúde mental do trabalhador. Revista Brasileira de
Saúde Ocupacional, 35(122), 187-191.
190
Carta de São Caetano do Sul
191
O neoliberalismo e o desmonte do Estado
O avanço da racionalidade tecnológica e das práticas neoliberais
tem levado a uma crescente redução dos direitos dos trabalhado-
res. Com a Proposta de Emenda Constitucional - PEC 55, nossos
direitos sociais, arduamente conquistados, se encontram em risco
por representarem um obstáculo aos interesses econômicos das elites
brasileiras e mundiais.
Nos últimos 20 anos, alcançamos o aumento de políticas públicas
essenciais à diminuição da população em situação de extrema pobre-
za, à ampliação do acesso à universidade, à proteção de populações
historicamente vulneráveis, e avançamos no debate sobre temas es-
truturantes de nossa sociedade – o racismo, a diversidade sexual, a
exploração do trabalho, os danos ambientais etc.
O atual governo se utiliza da farsa de que o rombo nas contas
públicas se dá em função das políticas de distribuição de renda e de
assistência à população, para retirar recursos de setores como saúde,
educação, assistência social, moradia, segurança etc.
192
Os verdadeiros rombos nas contas públicas vêm do sistema finan-
ceiro, que em 2015 representava um déficit de 6,7% do nosso PIB.
Esse sistema financeiro penaliza quem trabalha e investe na produ-
ção, aumentando os lucros daqueles que não produzem nada, como
banqueiros e investidores.
193
Em defesa da população vítima de extermínio
De acordo com o artigo 144 da nossa Constituição, a segurança
pública é dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, ca-
bendo aos governantes criar políticas para redução da violência.
No Brasil, mata-se mais do que nas principais zonas de guerra pelo
mundo. Segundo a Anistia Internacional, em 2012, 56 mil pessoas
foram assassinadas, das quais 30 mil são jovens e 77% negros.
Os dados apontam para uma política de criminalização da pobreza
e indiferença frente a essas mortes, pois somente 8% dos homicídios
no país tornam-se processos criminais, evidenciando-se um “genocí-
dio silenciado” da população pobre. Esse panorama será acentuado
com a diminuição de investimentos em políticas públicas.
194
Mínimo nos investimentos e máximo na violação de direitos
A proposta do Estado mínimo tem significado a defesa do interes-
se privado pelos governantes e violência contra quem ousa contes-
tar. O autoritarismo governamental avança sem pudor. Aos que se
opõem ao avanço das políticas neoliberais, o Estado brasileiro tem
respondido com spray de pimenta e balas de borracha.
Assim, o Estado é mínimo na garantia dos direitos e máximo na
construção de condições que privilegiam o avanço do mercado e a
maximização dos lucros a poucos.
Este governo - representado por um presidente ilegítimo, um
Congresso e um Senado formados por uma maioria de parlamenta-
res investigados por corrupção - incentiva o avanço do capitalismo
selvagem e ataca sistematicamente os direitos da população.
Resistência e mobilização
Para a Regional São Paulo da ABRAPSO a pobreza e a ausência de
direitos e garantias fundamentais fere a dignidade humana e redu-
zir políticas públicas essenciais é um ato criminoso, pois aumenta o
abismo histórico entre a elite e a população em geral.
Diante do atual Estado de Exceção (ditadura), somente com a
mobilização social retomaremos um processo mais democrático e
plural de tomada de decisão, a fim de barrar os retrocessos e dar
continuidade aos avanços sociais.
195
Links para outras informações:
Auditoria Cidadã da Dívida: http://www.auditoriacidada.org.br
196