MATERIAL de APOIO - Improbidade Administrativa
MATERIAL de APOIO - Improbidade Administrativa
MATERIAL de APOIO - Improbidade Administrativa
429/1992 (LIA)
DISPOSIÇÕES GERAIS
INTRODUÇÃO: Improbidade administrativa é o ato ilícito praticado contra a Administração
Pública ou entidades incentivadas pela Administração Pública capaz de acarretar enriquecimento
ilícito, lesão ao erário ou violação aos princípios regentes da Administração Pública.
BASE CONSTITUCIONAL:
O ART. 37, §4º:
a suspensão dos direitos políticos,
SUJEITO ATIVO:
o AGENTE PÚBLICO:
o AGENTES POLÍTICOS:
STF: A visão tradicional do Supremo Tribunal Federal, adotada no julgamento da
Reclamação Constitucional n. 2.138, de 13-6-2007, sempre foi no sentido de que a
Lei de Improbidade não se aplica aos agentes políticos (PR, M. de Estado, PGR,
M. do STF, Governador e Secretário de Estado) quando a mesma conduta já for
punida pela Lei dos Crimes de Responsabilidade – Lei n. 1.079/50.
Cabe destacar, todavia, uma importante mudança de orientação do STF quanto
à matéria. Embora a posição ainda pareça vacilante, no julgamento da Petição
3.240, em 10-5-2018, o STF passou a entender que os agentes políticos,
com exceção do Presidente da República, encontram-se sujeitos a um
duplo regime sancionatório, e se submetem tanto à responsabilização civil
pelos atos de improbidade administrativa quanto à responsabilização
político-administrativa por crimes de responsabilidade. “Não há qualquer
impedimento à concorrência de esferas de responsabilização distintas”, disse o
o PARTICULAR:
Nesse sentido, veja-se decisão constante do Informativo 535 do STJ:
DIREITO ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
AJUIZADA APENAS EM FACE DE PARTICULAR.
Não é possível o ajuizamento de ação de improbidade administrativa exclusivamente em
face de particular, sem a concomitante presença de agente público no polo passivo da
demanda. De início, ressalta-se que os particulares estão sujeitos aos ditames da Lei
8.429/1992 (LIA), não sendo, portanto, o conceito de sujeito ativo do ato de improbidade
restrito aos agentes públicos. Entretanto, analisando-se o art. 3º da LIA, observa-se que o
particular será incurso nas sanções decorrentes do ato ímprobo nas seguintes circunstâncias:
a) induzir, ou seja, incutir no agente público o estado mental tendente à prática do ilícito; b)
concorrer juntamente com o agente público para a prática do ato; e c) quando se beneficiar,
direta ou indiretamente do ato ilícito praticado pelo agente público. Diante disso, é inviável o
manejo da ação civil de improbidade exclusivamente contra o particular. Precedentes
citados: REsp 896.044-PA, Segunda Turma, DJe 19/4/2011; REsp 1.181.300-PA, Segunda
Turma, DJe 24/9/2010. REsp 1.171.017-PA, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 25/2/2014.
SUJEITO PASSIVO
ELEMENTO VOLITIVO
DICA DE PROVA
Veja-se que todos os verbos dos dispositivos acima transcritos exprimem ações pelas quais o próprio
agente aufere vantagem econômica, direta ou indireta. Por isso, nunca esquecer: quando o próprio
agente aufere a vantagem econômica decorrente da ação ímproba, o ato de improbidade importa
enriquecimento ilícito.
o Características principais
Os atos de improbidade administrativa que causam dano ao erário são caracterizados
pelo fato de, em regra, implicarem um ganho patrimonial a um terceiro que não o
agente ímprobo. O agente público autor do ato de improbidade proporciona a outrem
uma vantagem às custas da administração pública;
DICA DE PROVA
Os atos que causam prejuízo ao erário não ocasionam ganho patrimonial ao agente público,
mas sim uma vantagem a terceiro em decorrência do ato daquele;
Configuram-se, em regra, por ações praticadas pelo agente público sem a observância de
exigências legais ou regulamentares para a prática do ato;
PRESCRIÇÃO
o A ação prescreve em 5 anos.
o O prazo para políticos e comissionados não começa a fluir do ato em si, mas do desligamento
da função. Havendo reeleição, o prazo se inicia a partir do encerramento do último mandato
(STJ: REsp 1.107.833).
o Súmula 634-STJ: Ao particular aplica-se o mesmo regime prescricional previsto na Lei de
Improbidade Administrativa para os agentes públicos.