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Aula 10 - Títulos de Renda Fixa

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Títulos de Renda Fixa

Profª. Ana Elisa Périco


Plano de Aula

1. Certificados/Recibos de Depósitos Bancários – CDB/RDB


2. Debêntures
3. Obrigações (bônus)
Introdução

Títulos de Renda Fixa são assim chamados pois é possível saber como os
rendimentos serão oferecidos  Fixam os rendimentos desde o
momento inicial da operação.

• Prefixados: conhecimento antecipado do valor total da


remuneração oferecida ao investidor  No momento da aplicação,
o investidor sabe a taxa de juro a ser aplicada sobre o capital
investido.
Introdução

• Pós-fixados: definição prévia da taxa real de juros a ser aplicada


na operação  O valor do resgate, no entanto, somente é
conhecido no momento da liquidação da operação em função do
comportamento verificado do índice de correção monetária
selecionado.
CDB/RDB

Emissão de CDBs e RDBs visam captar recursos para operações de


empréstimos das instituições financeiras.

• CDB: pode ser negociado no mercado mediante endosso


(transferência)
• RDB: intransferível.
CDB/RDB com taxas prefixadas

Taxa prefixada incorpora expectativas de inflação + os juros reais


da operação.

Para operações com títulos de renda fixa, a tributação do IR é


tratada de duas formas:

• IR antecipado: IR sobre os rendimentos da operação e retido


na fonte  cobrado juntamente com a aplicação financeira.

• IR Final: IR sobre o rendimento da operação, sendo pago


quando do resgate da operação.
• PV = valor da aplicação
• FV = valor de resgate
• IR = valor ($) do imposto de renda
• T = alíquota de IR
• ib, iL = taxa nominal bruta (antes do IR) e líquida (após dedução
do IR), respectivamente
• rb, rL = taxa real bruta e líquida, respectivamente.

FV = PV x (1+ib)
IR = T x (PV x ib)
TAXA PREFIXADA COM RENDIMENTO FINAL

Exemplo: Suponha uma aplicação de $ 27.000 efetuada em


título de renda fixa pelo prazo de um mês. A remuneração
do papel é calculada à taxa bruta prefixada de 30% ao ano.
Com base nessas informações, pede-se determinar:

a) Rendimentos brutos da aplicação;


b) Rendimentos líquidos da aplicação;

A correção monetária do período atinge 1,1%.


a) Rendimentos brutos de aplicação (antes do IR)

ib = 30% a.a.

Valor bruto do resgate:


$ 27.000 x (1+0,0221) $ 27.596,70
Valor da aplicação ($ 27.000,00)

Rendimento Bruto Nominal $ 596,70

Rentabilidade Real Bruta (rb):


Valor bruto do resgate = $27.596,70
Valor corrigido da aplicação
$ 27.000 x (1+ 0,011) = ($ 27.297,00)

Rendimento bruto real: $ 299,70


b) Rendimentos Líquidos da Aplicação

• IR antecipado

Sendo de 9% a alíquota do IR retido na fonte incidente sobre o


rendimento total da aplicação, tem-se:

IR = T x (PV x ib)
IR = 9% x ($ 27.000,00 x 2,21%) = $ 53,70

Como esse tributo é pago no momento da realização do negócio, o


total aplicado no título se eleva de $ 27.000 para $ 27.053,70.
Logo, a taxa de rentabilidade líquida nominal (iL) totaliza:
FV
rL  1
( PV  IR) x(1  I )

$27.596,70
rL   1  0,90%a.m.
($27.000  $53,70) x(1  0,011)
b) Rendimentos Líquidos da Aplicação

• IR Final: Para uma alíquota de 9% de IR calculada sobre o


rendimento total e pago no resgate, tem-se:

Valor bruto do resgate $ 27.596,70


Valor da Aplicação ($ 27.000,00)

Rendimento Bruto: $ 596,70

IR: 9% x $ 596,70 ($ 53,70)

Rendimento Líquido: $ 543,00


TAXA PREFIXADA COM RENDIMENTO PERIÓDICO

Rendimentos são pagos periodicamente, e o principal resgatado


ao final do período da aplicação:

ib,q = taxa nominal (prefixada) bruta de juros (b) e equivalente (q)


ao período de rendimento.
Exemplo: Admita uma aplicação de $ 25.000 num título de
renda fixa, pelo prazo de um ano, com rendimentos trimestrais
equivalentes à taxa prefixada de 18% ao ano. Os rendimentos
nominais são tributados à alíquota de 9% e pagos por ocasião da
aplicação. Determinar o valor da aplicação, o rendimento
trimestral e a rentabilidade líquida auferida pelo poupador.

ib = 18% a.a.

IR = 0,09 x $ 25.000 x 0,0422 x 4 = $ 379,80


Rendimento Trimestral:

J = 25.000,00 x 0,0422 = $ 1.055,00

iL = 3,8% a.t.
Desmembramento da taxa prefixada

Taxa Pura

Taxa real (r)


Remuneração
pelo risco
Taxa Nominal Taxa Nominal
Bruta (ib) Líquida (iL)

Taxa de
Inflação (I)
Taxa pura = 0,5%
Taxa prefixada ao ano = 34,5%
Inflação projetada para o próximo mês = 1%
IR = 15% a.m.

Taxa Pura
Taxa Nominal 0,5% a.m.
Taxa real
Bruta (ib)
r = 1,02125 -1
ib= 34,5% a,a.
1,01 Remuneração
ib= 2,5% a.m.
r = 0,0111 pelo risco
Taxa Nominal r = 1,11% 1,0111 – 1
(-)
IR = 2,5% x 0,15 = Líquida 1,005
IR = 0,375% iL= 2,5% - 0,375% = 0,61%
iL= 2,125% a.m.
Taxa de
Inflação
I = 1% a.m.
CDB/RDB com taxas pós-fixadas

As taxas pós-fixadas são aquelas cuja correção monetária


acompanha a evolução de um índice de preços definido para a
operação  taxa nominal de juros somente é conhecida a
posteriori.

Imposto de Renda será considerado sobre os rendimentos reais e


pago por ocasião do resgate.
Exemplo: Admita uma aplicação com rendimento de 18% ao ano
mais correção monetária.

O percentual de 18%, por incidir sobre o valor corrigido do


investimento, representa o ganho real da operação, ou seja, a
taxa real de juros. Admitindo uma alíquota de IR de 30%
aplicada sobre o ganho real, tem-se:

rb = 18% a.a.

rL = 0,18 x (1 – 0,30) = 12,6%


Suponha uma aplicação de $ 16.000 pelo prazo de 70 dias à
taxa real de juros de 16% a.a. mais correção monetária a ser
definida com base no indexador oficial de inflação. A
variação nos índices oficiais de preço no período atingiu a
3,63%. A alíquota do IR atinge 31,5% e incide sobre os juros
reais Determinar os rendimentos nominais e reais da
operação.

a) Rendimento real
b) Rendimento nominal
Debêntures

Títulos de longo prazo emitidos por empresas de capital


aberto, visando financiar investimentos de maior
maturidade, principalmente, em ativos fixos.

• Simples: resgatada exclusivamente em dinheiro.

• Conversíveis em ações: resgate em dinheiro ou em ações.


Debêntures

• Juros: normalmente pagos duas vezes no ano.

• Prêmio: expressos em juros adicionais.

• Títulos subordinados: credor tem preferência no


recebimento sobre os acionistas da empresa.
Exemplo: Emissão de 5.000 debêntures no mercado no valor de $
1.000 cada uma. A remuneração prometida aos investidores é de
juros nominais de 30% ao ano com pagamento semestral. A
colocação das debêntures somente foi possível mediante um
deságio de 8% sobre o valor de emissão.

• Valor bruto da captação:


5.000 debêntures X $ 1.000 = $ 5.000.000
(-) Deságio (8%) = $ 400.000

Valor líquido = $ 4.600.000

• Valor do resgate: $ 5.000.000


• Encargos semestrais:

15% x $ 5.000.000 = $ 750.000

$ 4.600.000
1 2 3 4

$ 750.000 $ 750.000 $ 750.000 $ 750.000


$ 5.000.000

750.000 750.000 750.000 5.750.000


4.600.000      17,9%a.s.
(1  i) a
(1  1) 2
(1  i) 3
(1  i) 4
Obrigações (bônus)

Os bônus são títulos de renda fixa de LP, emitidos por


órgãos governamentais ou empresas privadas, para
financiamento de investimentos.

• Título de cupom zero

• Títulos com cupom


Título de Cupom Zero

Título normalmente exigido sem cupom, sendo negociado


no mercado com desconto.
Cn

P0

Cn = Valor de resgate do título no vencimento.


P0 = Valor de negociação do título.
K = taxa de retorno exigida na aplicação.

Exemplo: Admita que um governo tenha emitido um título de


cupom zero pagando taxa de 11% ao ano. O valor de do título é
fixado em $ 1.000, a ser resgatado no momento do vencimento.
o prazo do título é de 3 anos.
Exemplo: Admita que um governo tenha emitido um título de
cupom zero pagando taxa de 11% ao ano. O valor de do título é
fixado em $ 1.000, a ser resgatado no momento do vencimento.
o prazo do título é de 3 anos.

Resgate:
$ 1.000

Investimento:
Título com cupons

• Juros periódicos (semestrais) e devolução do principal


aplicado ao final do prazo.

• Se o investidor aceitar os juros oferecidos pelo cupom, o


título é negociado por seu valor de face, ou seja, ao par.
Para a próxima aula...

1, 3, 5, 6 e 8.
Referência Bibliográfica

ASSAF NETO, A. Matemática Financeira e suas Aplicações.


São Paulo: Atlas, 2009.

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