Trabalho NPJ 9. Semestre Noturno ICEC - Maria Gabriela Goulart S. Almeida - Civil
Trabalho NPJ 9. Semestre Noturno ICEC - Maria Gabriela Goulart S. Almeida - Civil
Trabalho NPJ 9. Semestre Noturno ICEC - Maria Gabriela Goulart S. Almeida - Civil
Cuiabá – MT
jun. / 2021
Egrégia Turma do Tribunal de Justiça da Comarca de São Paulo
Joana xxx, brasileira, profissional da área xxx, estado civil xxx, inscrita no cpf XXX, registrada no
RG xxx, residente e domiciliada no endereço xxx, São Paulo/SP, vem, por meio do seu procurador
constituído infra assinado, com fulcro nos artigos 966, II, 144, III e 319 do CPC, propor a presente
AÇÃO RESCISÓRIA
em face da sociedade empresária Carros S.A, CNPJ xxx, endereço comercial xxx, São Paulo/SP,
contato xxx, pelos fundamentos de fato e de direito a seguir expostos:
I. DOS FATOS
Todavia, na execução contratual, a Ré passou a debitar, mês a mês, o triplo do valor pactuado
para cada parcela, o que ficou comprovado pela simples análise dos contratos e dos seus
extratos bancários, com o débito dos valores em triplo, do anexo 1X.
A autora tentou resolver a questão diretamente com a sociedade empresária, contudo restou
infrutífera as tentativas.
Desta feita, a autora, por meio do seu advogado, ajuizou ação com obrigação de não fazer por
parte da Ré, bem como repetição de indébito dos valores debitados indevidamente, com
atualização monetárias e juros legais, e para indenização por danos morais pelos transtornos
causados.
Distribuída a ação, houve contestação pela Ré apenas informando que havia agido
corretamente, e o pedido foi julgado improcedente. Não houve recurso, e o trânsito em julgado
da sentença ocorreu em 19/02/2019.
Acontece que, conforme certidão de casamento Anexo 2X, constatou que o juiz prolator da
sentença é casado com a única advogada da Ré, que a patrocinou na ação em tela.
Por estar configurado as causas impeditivas previstas no artigo 144, III do CPC, não resta outra
alternativa senão socorrer ao Estado Juiz para desconstituir a decisão definitiva do processo xxx,
conforme art. 966, II do CPC.
II.a Do impedimento
Segundo o art. 144, III, do CPC, é causa de impedimento para julgar ação o magistrado casado
com o defensor de uma das partes:
Art. 144. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no
processo:
[...]
O impedimento tem caráter objetivo, ou seja, a imparcialidade do juiz, nesse caso, é pressuposto
apenas pela relação legal entre o juiz e o advogado de uma das partes, não havendo necessidade
de provar a intenção.
Desta feita, não há o que se justificar ou emitir defesa no que toca ao impedimento constatado.
A ação rescisória é ação autônoma que instrumentaliza meio de impugnação que tem como fito,
presentes hipóteses específicas, desconstituir coisa julgada oriunda de decisão judicial
transitada em julgado.
Dentre as hipóteses de ação rescisória previstas no art. 966 do CPC, em seu inciso II, está a
relação de parentesco ente o magistrado e o procurador constituído de uma das partes.
A ação rescisória tem o condão de nova análise da ação originária por parte do judiciária devido
esta estar maculada pelo impedimento ora demonstrado.
Rescindida a ação ora questionada por fato de impedimento, cabe novo julgamento com a
devolução à jurisdição estatal da matéria objeto da cizânia, considerando os seguintes termos:
Cumpre salientar a aplicação da Lei 8.078/90, isto é, o Código de Defesa do Consumidor no feito
devolvido à jurisdição, haja vista a relação consumerista entre as partes.
Para haver relação de consumo, faz-se necessário que uma das partes seja consumidora e a
outra fornecedora, estabelecendo um vínculo mediante a prestação de serviço ou com a oferta
de produto, em que o consumidor seja destinatário final. Ou seja, é a relação jurídico-
obrigacional, tendo como objeto o fornecimento de um produto ou da prestação de um serviço.
Desta maneira, deve ser invertido o ônus da prova em todo o conjunto fático aqui relatado.
Como relatado nos fatos, a fornecedora cobrou indevidamente valores ainda não devidos,
quando da triplicação aplicada em cada parcela do contrato.
Como cediço no CDC, além da devolução dos valores cobrados em excesso, o Art. 42, em seu
Parágrafo Único, prevê a repetição de indébito, ou seja, faz jus a autora ao recebimento dos
valores cobrados a mais equivalente ao dobro, com correção monetária e juros legais, senão
vejamos:
Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto
a ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou
ameaça.
Desta feita fica demonstrado e fundamentado o direito de a autora receber o dobro do cobrado
a mais de sua dívida pactuada.
O Código Civil de 2002 prevê a obrigação de reparar os danos causados a outrem nos artigos
186 e 927.
No caso em tela, ficou demonstrado o constrangimento sofrido pela consumidora, ora autora,
quando da procura pela resolução da querela perante o fornecedor, que, apesar de suas
responsabilidades exaustivamente elencadas no CDC, nunca deram uma solução satisfatória à
Joana, do contrário, compeliram-na a aceitar a situação em que ela se encontrava.
IV Das Disposições Finais
Consigno o depósito das da importância de 5% da causa, conforme anexo XX, o qual determina
o Art. 968, II, do CPC.
V Dos Pedidos
Va. seja JULGADA PROCEDENTE A PRESENTE AÇÃO RESCISÓRIA, para fins de rescindir a v.
sentença rescindenda que julgou improcedente o pedido de obrigação de não fazer por parte
da Ré, bem como repetição de indébito dos valores debitados indevidamente, com atualização
monetárias e juros legais, e para indenização por danos morais pelos transtornos causados;
Vb. A citação da Ré para que, querendo, compareça à eventual audiência designada, bem como
para que apresente resposta à ação, sob pena de revelia e confissão;
ii. Aplicação da repetição indébito, conforme Art. 42, Parágrafo Único, do CDC;
Requer a autora, provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidas, sem
exceção, e a juntada de novos documentos, sem prejuízo da produção de outras provas que se
mostrem necessárias durante a instrução processual.