Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                

Projecto em Obra, Malária

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 48

INSTITUTO TÉCNICO PRIVADO DE SAÚDE DA IECA/LUBANGO

CURSO MÉDIO DE ANÁLISES CLÍNICAS

TRABALHO DE FIM DO CURSO

TEMA:

DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DA MALÁRIA EM CRIANÇAS DE 0 AOS 14 ANOS


DE IDADE, NO CENTRO MÉDICO DO NAMBAMBE LUBANGO.

Projecto do fim do curso para a obtenção do título de Técnico Médio de Análises


Clínicas

O ORIENTADOR:
Norberto Samuel Sapalo

LUBANGO/2021
DEDICATÓRIA
Justino Freitas Chilete
Primeiramente os meus agradecimentos são direcionados a Deus pela proteção que
me concedeu no decorrer de todo tempo percorrido, pós que sem a atenção e o
acompanhamento de Deus, nada se teria feito, não me posso esquecer dos meus
familiares e amigos, incluindo principalmente a força e atenção da minha mãeSuzana
Malica Chilete, a quem dedico por especial este trabalhos, e aos meus irmãos (Mariano
Tchyambo, Lucas Catombela, Adelino Maliti Chilete, Domingos Dias Chilete, Lusia
Ningati Chilete, Idalina Namutango Chilete, e Celina Calesso Catombela) pela força,
tanto moral e financeira.
Manuel Jamba
Dedico este trabalho aos meus pais Afonso Muhele e Madalena Tchihemba e aos meus
irmãos e todos outros familiares, por serem a minha base de vida com muito sustento
moral, emocional, financeiro , carinho e cumplicidade. Apoio e disposição para fazer
acontecer quanto não me vejo. Quem me impulsiona, direciona e aconselha com
sabedoria.

AGRADECIMENTOS
Agradecemos a Deus pela protecção divinal que nos tem concedido a todo momento
de vida, não podemos deixar de parte os agradecimentos aos técnicos de saúde pela
colaboração e disponibilidade tanto no momento de estágio como na realização deste
projecto de fim do curso.
A direcção da Escola pela atenção e o acompanhamento feito durante os 4 anos de
formação.
A todos nossos professores, especificando Norberto Samuel Sapalo, Emília Paula
Talaça Soares, Silvano Culembe, Armando Jango, Sambambe, Daniel Longuia. pela
ajuda , solidariedade ,disponibilidade incondicional ,paciência , apoio técnico e moral e
incansavelmente em prol do curso profissional .
Expressamos os nossos profundos agradecimentos aos nossos colegas do instituto
técnico privado da IECA, especialmente aos colegas de turma, pela força e motivação
que nos proporcionaram no decorrer todos os anos passados de formação.
As nossas famílias palavras são insuficiente para poder expressar os agradecimentos,
pela força, amor e a atenção dispensada diariamente.
Louvem ao senhor Deus a minha rocha, ele me prepara para a batalha e me ensina a
combater. Ele é a minha rocha e fortaleza, o meu abrigo e o meu libertador. Ele me
defende com o um escudo, e eu confio na sua protecção. Salmos 144 v 1 - 2.

RESUMO
A malária é uma doença causada por protozoários do gênero Plamódium transmitido
através da picada de uma fêmea Anophefeles do mosquito infectado, que geralmente
pica durante a noite, o seu diagnóstico adequado permanece como um dos pilares dos
programas de controlo da doença do mundo. O presente trabalho tem como o tema
Diagnóstico Laboratorial da Malária em Crianças de 0 aos 14 anos idade no Centro
Medico Do Nambambe Lubango, e foi conduzido pelo seguinte objectivo: Descrever e
praticar a metodologia usada no local de estudo sobre o diagnóstico laboratorial da
malária, no periódo de Janeiro a Março de 2021.
Este trabalho tem como o estudo de caracter quantitativo descritivo-transversal, com
um paradigma qualitativo-quantitativo, tudo isto auxiliado ao suporte bibliográfico.

Sendo a população constituída por 20 técnicos do laboratório e 50 crianças no Centro


Médico Do Nambambe do Lubango, com amostra de 10 técnicos de laboratório e 25
pacientes, para dar um contributo ao marco teórico, usou-se a pesquisa bibliográfica,
isto é, consultas de livros artigos e revistas cientificas de autores que ja abordaram a
mesma temática.
Daí concluímos que, a metodologia usada para o diagnostico da malária no laboratório
do Centro Médico Do Nambambe, é feita através da visualização microscópica do
plasmódio em método de gota espessa e o exame de pesquisa de plasmódio corada
pela técnica de Giemsa a 10% ou 3%, e em seguida a quantificação parasitária por
mm3 de sangue. Usa-se outro recurso alternativo como por exemplo, testes de
diagnóstico rápido( TDR); e quanto as crianças foram diagnosticadas por nós mesmos
e com ajuda dos técnicos, na qual observou-se num total de 50 lâminas, resultando em
11 casos positivos, e 39 negativos; A espécie de plasmódio encontrada foi apenas, a
espécie falciparum, e foi possível presumirmos através dos inquéritos aplicados, que o
nível de conhecimento sobre a malária por parte das crianças era deficiente.
Palavras -Chaves: Malária, Diagnóstico Laboratorial

INTRODUÇÃO
1. INTRODUÇÃO

Como um problema de saúde pública, a malária é uma doença que atinge diversas
populações em vários paises, sendo essencial a importância do diagnóstico rápido e
especifico para o início do tratamento e consequentemnete o controle da propagação
da doença. Os sinais e sintomas da fase inicial são: febre, dor no corpo, mal estar
geral, náuseas, vómitos, dores de cabeça e dores nas articulações( Salzer 2019)

Classicamente 5 espécies são conhecidas por causar doenças em humanos, são estas
as seguintes: P. Falciparum, P. Vivax, P.Malariae, P. Ovale. Tem sido descrito uma nova
espécie P. Knowlesi.

Segundo a organização mundial da saúde, a malária é a primeira e umas das principais


causas de mortes em paises Africanos, tem grande incidência e prevalência sobretudo
da África Subsaariana, é causada pelo Plasmódio Falciparum em paises tropicais e
subtropicais com mal saneamento do meio ambinte( águas paradas, esgotos, árias
alagadas com vegetação), são as fontes dos mosquitos, fêmea do gênero
Anopheles( Mariuba em 2019)

A infecção por malária em crianças também é um problema importante de saúde


pública. A infecção na criança pode resultar uma serie de consequências graves
incluindo aborto espontâneo, morte do neonato, baixo peso ao nascer, partos
prematuros, atraso no desenvolvimento cognitivo( Soares 2018).

Essa doença é prevenivel e tratavel, o início do tratamento deve ser o mais precoce
possivel( Ribeiro 2016)

O diagnóstico Laboratorial da Malária em Angola, é feito pela visualização do parasita


em gota espessa, ou esfregaço delgado do sangue, a qual é analizada por
microscopia, e também feita atravez de testes de diagnóstico rápido de Malária( TDR)
(Sambo 2017)
1 .1. IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA

Em Angola a malária ou paludismo é a principal causa de mortes em regiões de alta


transmissão. É mais comum malária grave ocorrer nas crianças menores de 5 anos e
nas mulheres gestantes em regiões de baixa ou média transmissão, toda a população
apresenta-se em alto risco de malária grave.

Mau diagnóstico laboratorial da malária, continua sendo uma preocupação para um


bom diagnóstico e excepto do tratamento clínico antimalárico.

Será que o diagnóstico Laboratorial da Malária feito no laboratorio do Centro Médico do


Nambambe do Lubango, obedece a metodologia actual?
1.2. JUSTIFICATIVA DO PROBLEMA DE INVESTIGAÇÃO

O diagnóstico da Malária é um dos pilares dos programas de prevenção e controle da


doença em todo mundo, um diagnóstico eficiente propicia a identificação precose dos
casos, e permite a caracterização da especie importante para a definação do esquema
terapêutico. Estima-se que um diagnóstico de qualidade seja capaz de evitar cerca de
100 mil mortes por malária e mais de 360 milhões de tratamentos
desnecessários( Amaral 2016)

A malária tem grande prevalência e incidência no nosso pais, causando a morte de


milhares de pessoas. A falta de informação, educação por parte das comunidades no
que tange as formas de transmissão e prevenção da malária, saneamento básico do
meio deficiente, contribui para a descriminação da doença,

Isso motivou-nos a escolha deste tema como contributo para melhorar o diagnóstico, e
a informar da malária a população e principalmente á crianças

1.3. OBJECTIVOS DE PESQUISA:

Objectivo da pesquisa diz respeito a um processo de investigação que se interessa em


discubrir as relações existentes entre os aspectos que envolvem os factos, fenômenos
situações ou causas( MASCHNER, 2016).

Sendo assim temos a realçar os seguintes objectivos:


1.4. OBEJCETIVO GERAL:

• Descrever e praticar a metodologia usada no local de estudo sobre o diagnóstico


laboratorial da malária no laboratório de análises clínicas do Centro Médico do
Nambambe no período de Janeiro á Março no ano em curso (2021)
1.5. OBJECTIVOS ESPECÍFICOS:

• Identificar como é feito o diagnóstico laboratorial da malária no Centro Médico do


Nambambe.

• Diagnósticar laboratorialmente a malária em crianças que ocorreram ao local de


estudo no período acima referido.

• Avaliar o grau de conhecimento dos técnicos na diferenciação das espécies de


plasmódios encontrados no esfregaço de sangue periférico.
CAPÍTULO – II
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1. CONCEITO DA MALÁRIA


A malária é uma doença que atinge diversas populações em vários paises, sendo
exencial a importância do diagnostico rápido e especifico para o início do tratamento e
consequentemnete o controle da propagação da doença. Os sinais e sintomas da fase
inicial são: febre, dor no corpo, mal estar geral, náuses, vómitos, dores de cabeça e
dores nas articulações( Salzer 2019).
2.2 HISTORIAL DA MALÁRIA
No século XVIII a doença recebeu o nome italiano de "mal aire", que significa mal ar, já
que à época acreditava-se que era causada pelas emanações e miasmas provenientes
dos pântanos. Do francês, se origina o nome paludismo ou impaludismo, com igual
significado. Outras denominações mais populares, são: Maleita, sessão, febre palustre,
carneirada, batedeira, tremedeira, paludismo, impaludismo. .

No século V a.C., na Grécia, Hipócrates foi o primeiro médico a descartar a superstição


e relacionar a doença às estações do ano ou aos locais frequentados pelos doentes,
também foi o primeiro a descrever detalhadamente o quadro clínico da malária e
algumas de suas complicações ..

Em 1880, o médico do exército francês Charles Alphonse Laveran (médico Francês),


trabalhando na Argélia, foi o primeiro a observar e descrever parasitas da malária no
interior das hemácias humanas, e também foi o primeiro a descrever detalhadamente o
quadro clínico da malária e algumas de suas complicações. Em 1889, descobriu-se que
a transmissão da malária humana ocorria pela picada de mosquitos de género
Anopheles .

Durante a primeira metade do século XX os esforços foram concentrados no controle


da doença, em 1942, Paul Muller obteve o composto dicloro-difenil-tricloroetano
(D.D.T.) que apresentava grande actividade de insecticida e baixo custo, mas devido à
redução das actividades de controlo, crises económicas, aumento dos custos das
insecticidas, surgimento de resistência dos mosquitos aos insecticidas e dos parasitas
aos antimaláricos, a situação se deteriorou na década de 1980 e ocorreu o aumento
progressivo no número de casos na maioria dos países, e isto levou à revisão da
estratégia global de erradicação e à decisão de adoptar actividades de controlo,
visando reduzir os níveis de transmissão, contando com a participação da comunidade,
para alcançar êxito nas actividades que dela dependessem. .

Desta forma, aliando-se medidas de controlo do vetor, acesso ao diagnóstico


laboratorial e tratamento eficaz e imediato, tornou-se possível ao menos obter redução
significativa da morbilidade e da mortalidade por malária .
2.3 SITUAÇAO DA MALÁRIA EM ANGOLA
A malária é a principal causa de morbilidade e de mortalidade em Angola, afectando
todas as faixas etárias, das cinco espécies de plasmódio responsáveis pela malária
humana, encontram-se representadas no País apenas quatro: Plasmodium falciparum,
Plasmodium vivax, Plasmodium malariae, Plasmodium ovale. .

A malária é endémica nas 18 províncias do país, nota-se um aumento de transmissão


durante a estação das chuvas, com um pico entre os meses de Janeiro e Maio, as
condições ambientais, climáticas, rios, lagos, factores socioeconómicos, como difícil
acessibilidade aos serviços de saúde, o tipo de casa sem paredes das áreas rurais, são
grandes facilitadores da transmissão da doença no pais, e favorecem o aumento,
desenvolvimento vectorial e desenvolvimento dos plamódios nos vectores .
2.4 O VETOR
A malária é transmitida por mosquitos vulgarmente conhecidos como carapanãs,
muriçoca, pernilongos, mosquito-prego e bicuda , o género anopheles, compreende
cerca de 400 espécies das quais apenas um número reduzido tem importância
epidemiológica, dentre elas, quatro estão distribuídas em África: Anopheles Gambiae,
Anopheles Arabinensis, Anopheles Melas, e Funestus para a região de Angola têm sido
registadas mas Anopheles gambiae que é considerada o principal vector .

Anopheles gambiae, é um mosquito pertencente ao género anopheles, sendo de


origem Africana, hospedeiro e transmissor da malária, o adulto tem como hábito de
viver dentro das habitações humanas e ter como vítima principal o homem, sua larva se
cria em poças rasas de águas limpas no solo que sejam pobres em vegetação e
expostas ao sol, mas podem ser encontradas em cacimbas e poços rasos. Só os
mosquitos fêmeas picam o homem e se alimentam de sangue porque precisam de
sangue para garantir o amadurecimento e postura dos ovos, os machos vivem de
seivas de plantas .

Os Anopheles gambiae São mais presentes à noite, Durante o dia o mosquito está
dormindo e não precisa sentir o cheiro do hospedeiro, mas quando o sol se põe, o
sistema olfativo se torna extrassensível, e é quando ela (a fêmea) está pronta para
sentir odores e picar o homem .
2.4.1 Classificação Científica
Reino: Animalia
Filo: Arthropoda
Classe: Insecta
Ordem: Diptera
Família: Culicidae
Género: Anopheles
Espécie: Anopheles Gambiae

Para que o mosquito se torne infeccioso tem de viver tempo suficiente para que o
parasita complete a parte do ciclo que se desenvolve nele. As condições ambientais
assumem uma grande importância na transmissão da doença, como é da chuva, o mau
estado do saneamento e a temperatura, que para além de afetar o comportamento do
mosquito, a temperatura também condiciona o desenvolvimento do parasita no interior
do mosquito. Com o aumento da temperatura, o período de incubação do parasita
diminui tornando-se infeccioso mais rapidamente, portanto, as temperaturas mais
baixas, o parasita demoram mais tempo a tornar-se infeccioso, o que pode impedir
para a transmissão já que o tempo de vida do mosquito pode não permitir o
desenvolvimento completo do parasita.
2.4.2- MORFOLOGIA DO VETOR
Como todos os insectos da família Culicidae, os anopheles têm uma metamorfose
completa (holometábolos), durante seu desenvolvimento passam pelos estágios de
ovo, larva, pupa e adulto, e esse estágio são aquáticos providos de água limpa, fria e
corrente, em locais sombreados, com presença de raízes e vegetação aquática .

Ovo: A fêmea do mosquito põe seus ovos, um de cada vez ou juntos em jangadas,
numa superfície fresca ou quaisquer águas estagnadas que eclode em larvas cerca de
2 dias.

Larva: se diferenciam entre si pelo tamanho, e se diferenciam de outros géneros de


mosquitos pela ausência de sifão respiratório e por apresentarem uma posição paralela
à superfície da água. Elas podem viver na água 7 a 14 dias, dependendo da
temperatura.

As pupas: têm formato de vírgula e constituem o estágio de transição para a forma


adulta. Os adultos recém emergidos do estado de pupa repousam sobre a superfície da
água por um curto espaço de tempo para permitir que o seu exoesqueleto se seque e
todos os seus componentes endureçam antes de voar .
2.5 O PARASITA
O parasita é do Reino Protista, Filo Apicomplexa, Classe Hematozoa, Ordem
Haemosporidae, Família Plasmodidae e Género Plasmoduim(Miguel, 2010), os
plasmódios se caracterizam por apresentarem dois tipos de multiplicação: uma
assexuada outra sexuada, são cinco as espécies de plasmódios que infectam o
homem:

• Plasmódio malariae: encontrada em todo mundo (Descoberto por Laveran em


1881, Grassi e Faletti em 1890), agente da febre quartã, muito encontrada no
continente africano;

• Plasmódio vivax: (Descoberto por Grassi e Faletti, em 1890), responsável pela


febre terçã benigno; encontrada principalmente na Ásia, América latina e algumas
partes da África;

• Plasmódio falciparum: (Descoberto por Welch, em 1897), responsável pela febre


terçã maligna; encontrada principalmente na África América, e na Ásia;

• Plasmódio ovale: (Descoberto por Stephens, em 1922), causador de uma forma de


terçã benigno, é encontrada principalmente em África ocidental;

• Plasmódio knowlesi: encontrado no sudeste asiático (Descoberto por Sinton e


Mulliga 1933) Causador de uma febre quartã. Durante a fase inicial do seu
desenvolvimento é similar a P.
2.5.1- MORFOLOGIA DO PARASITA
A morfologia do Plasmodium varia de acordo com a espécie e fase do ciclo biológico do
parasita, existem diferentes formas, são elas:

Esporozoíto: é a forma com maior potencial infeccioso para humanos, está nas
glândulas salivares do vector que as transfere para o homem. Suas características são:
núcleo central e extremidades afiladas apresentando na extremidade anterior o
complexo apical;

Esquizonte pré-eritrocítico: é A forma presente nos hepatócitos após a reprodução


assexuada tissular;

Esquizonte:  também dentro de hemácias, na qual o citoplasma é irregular e


vacuolizado, mas o núcleo já se apresenta dividido em alguns fragmentos;

Rosácea ou merócito:  ainda dentro da hemácia, cada fragmento do núcleo,


acompanhado de uma pequena porção de citoplasma, se individualiza, formando
tantos merozoítos quantas forem às divisões nucleares, ao conjunto dos quais se dá o
nome de merócito ou rosácea;

Merozoíto: é uma forma ovalada, contendo um núcleo, pequena porção de citoplasma,


apresentando em determinado ponto uma estrutura denominada conóide de
penetração. O merozoíto pode ter duas origens: da esquizogoniatissular ou da
esquizogoniasanguínea;

Macrogametócito:  é a célula sexuada feminina, encontrada dentro de hemácias,


apresentando-se arredondada ou alongada, conforme a espécie;

Microgametócito: é a célula sexuada masculina, encontrada dentro de hemácias,


apresentando-se arredondada ou alongada, conforme a espécie;

Ovo ou zigoto: é uma forma esférica, presente na luz do estômago do mosquito e


formada pela fecundação do macrogameta pelo microgameta;

Oocineto:  é uma forma alongada, móvel, presente entre a luz e a parede do estômago
do mosquito;

Oocisto:  é o ovo ou zigoto encistado na parede do estômago do mosquito e que dará


origem aos esporozoítos. Possuindo uma forma esférica (FONSECA, 2017).
2.5.2 CICLO EVOLUTIVO

O ciclo se passa em dois hospedeiros: no homem, com reprodução assexuada do tipo


esquizogonia e no mosquito, com a produção sexuada do tipo esporogonia
. 2.5.3-
CICLO BIOLÓGICO DO PARASITA NO HOMEM
A primeira etapa do ciclo de vida corresponde à fase pré-eritrocítica a qual inicia
quando o mosquito fêmea do género anopheles infectado, pica o homem para se
alimentar e simultaneamente inocula de 10-20 esporozoítos na corrente sanguínea.
Estes circulam no sangue durante 30 minutos a uma hora, daí vão para o fígado onde
penetram nos hepatócitos iniciando o ciclo tissular. No hepatócitos se multiplicando
assexuadamente dando origem a merozoitos, Esta fase desenvolver-se nos 6-15 dias
seguintes. (Hirako, 2016)
2.5.5- CICLO BIOLÓGICO DO PARASITA NO MOSQUITO
A reprodução sexuada (esporogônica) do parasita da malária ocorre no estômago do
mosquito, quando fêmea do mosquito anopheles pica uma pessoa com malária, ou ao
exercer a hematofagia, injecta salivas com substância anticoagulantes e ingere as
formas sanguíneas dos parasitas, mas apenas os gametócitos são capazes de evoluir
no insecto as outras digerem e morrem. Os gametócito que foram ingeridos,
transformam em macrogametócito (Fêmea) e microgametócito (Macho), o
microgametócitos fecunda o macrogametócito, e desta fecundação surge o zigoto, e
este se transforma em uma forma móvel chamada oocineto que migra até a parede do
intestino médio do insecto, formando o oocisto, no interior do qual se desenvolverão os
esporozoítos. (Hirako, 2016)

O tempo requerido para que se complete o ciclo esporogônico nos insectos varia com a
espécie de plasmódio e com a temperatura, situando-se geralmente em torno de 10 a
12 dias. Os esporozoítos produzidos nos oocistos são liberados na hemolinfa do
insecto e migram até as glândulas salivares, de onde são transferidos para o sangue
do hospedeiro humano durante o repasto sanguíneo (Hirako, 2016)
2.5.6 PERÍODO DE INCUBAÇÃO
O período de incubação de malária varia de acordo com a espécie de plasmódio,
sendo de 8-12 dias para o P. falciparum, 13-17 dias para o P. vivax, 18-30 para o P.
malariae 16-18 dias para o P. ovale, verificando-se para P. knowlesi uma duração de
15-17 dias (RIBEIRO, 2012).
2.5.7 TRANSMISSÃO DA MALÁRIA
O período de transmissibilidade natural da malária, esta ligada a existência de
portadores de gametócitos (reservatórios humanos) e de vectores. Existem centenas
de espécies de anopheles com potencial de transmitir a malária.
A transmissão da malária pode ocorrer de duas formas:

Transmissão natural - é aquela em que o plasmódio chega ao ser humano por meio
da picada de uma fêmea do mosquito Anopheles infectada, ou seja, portadora de
formas infectantes (esporozoítas) na sua glândula salivar

Transmissão induzida - é como se denomina qualquer outro modo de transmissão


que não é natural. São exemplos: transfusão de sangue uso compartilhado de agulhas
e/ou seringas contaminados; malária adquirida no momento do partocongênita) e
ocasionalmente acidentes de trabalho em pessoal de laboratório ou hospital .
2.5.8 EPIDEMIOLOGIA DA MALÁRIA
A malária é reconhecida como grave problema de Saúde Pública no mundo, ocorrendo
nas regiões tropicais e subtropicais. A OMS estima que ocorram, anualmente, em torno
de 215 milhões de casos de malária em mais de 90 países e 445 mil mortes pela
doença. A doença continua endémica, sendo maior a ocorrência na região Africana,
onde ocorrem, aproximadamente, 90% de todas as mortes por paludismo e 15%
ocorrem na Ásia. A R.D.C e a Nigéria são responsáveis por 40% da mortalidade
estimada em todo o mundo. O plasmódio falciparum é o mais prevalente na África
Subsariana, sendo a primeira causa de morte em crianças com <5 anos, onde a cada
30 a 40 segundo uma criança adoece com malária. Outras regiões do globo atingidas
com malária são a região central e norte da América do Sul, e continente Asiático
(quase todo subcontinente Indiano, Médio Oriente, Irão, Ásia Central, Sudoeste
Asiático, Indonésia, Filipinas e sul da China) .

A caracterização epidemiológica da malária em Angola indica tratar-se duma doença


infecciosa de transmissão perene com picos sazonais e geograficamente com
diferentes níveis de endemicidade. A malária é endémica em toda região do País, com
a transmissão mais elevada registada nas províncias nortenhas (Cabinda, Uíge,
Malange, Kuanza Norte, Lunda Norte e Lunda Sul). Nas províncias do sul (Namibe,
Cunene, Huíla e Kuando Kubango) ocorrem surtos epidémicos devido às suas
características geomorfológicas e climáticas, assim como a província de Benguela e
principalmente a província de Luanda (devido à elevada densidade demográfica
periurbana e deficiente saneamento do meio).

Predominam as infecções provocadas pelo Plasmodium falciparum (87%), seguido do


Plasmodium vivax (cerca de 8-10%), Plasmodium ovale (1%) e Plasmodium malariae
(3 %). As áreas hiperendémicas são áreas onde a transmissão é intensa e áreas
mesoendémicas são áreas onde a transmissão é moderada (Sambo, 2017).

2.5.9 SINAS E SINTOMAS DA MALÁRIA


Entre os sintomas mais comuns da infecção estão febre alta, calafrio, dor de cabeça,
posteriormente causando anemia hemolítica e icterícia. Com o agravo do quadro clínico
e ausência de tratamento, a malária pode evoluir para a sua forma grave, causando
danos cerebrais (malária cerebral) e podendo levar a óbito. A forma grave da doença é
prevalente em crianças pequenas e primíparas que vivem em área endêmica, podendo
causar sequelas neurocognitivas, como comportamentais e de aprendizagem
(PEREIRA, L.; ALMEIDA, R; LIMA, F., 2018).
2.5.10 DESCRIÇÃO DO DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DA MALÁRIA
O diagnóstico da doença é realizado pela visualização microscópica do Plasmodium
em exame da gota espessa de sangue, corada pela técnica de Giemsa, que permite
aceder à densidade parasitária e à morfologia dos parasitas, e realizado através de
teste de diagnóstico rápido, segundo a Organização Mundial de Saúde, estes testes de
diagnóstico rápido têm uma sensibilidade igual ou superior a 95%, estão também
disponível técnicas de diagnóstico que usam as técnicas de biologia molecular, o PCR
para dectar DNA do parasita, embora o seu uso nas regiões endémicas seja pouco
comum devido ao seu elevado custo e complexidade , a amostra para o exame da
malária é o sangue total onde há maior concentração dos parasitas (Soares 2018).
2.5.11 IMPORTÂNCIA DA REALIZAÇÃO DO DIAGNÓSTICO
LABORATORIAL DA MALÁRIA
O Diagnóstico Laboratorial da Malária é importante por possibilitar o tratamento
oportuno da mesma doença, o que leva a baixa percentagem de casos mais graves da
malária , é importante debruçar a cerca dessa doença, sendo a doença que mas mata
no mundo, o seu diagnóstico laboratorial fornece informações valiosas ao médico, tanto
para fins terapêuticos como para o acompanhamento clínico do paciente, por isso é de
extrema importância que o técnico de saúde tenha informações sobre a malária e que
haja, confiabilidade, precisão e rigor nas práticas do diagnóstico, e esta confiabilidade
está baseada na capacidade do microscopista em colectar, confeccionar, corar,
examinar e interpretar uma gota espessa para realizar um diagnóstico de qualidade .
2.5.12 MEDIDAS DE BIOSSEGURANÇA
Por ser um procedimento que envolve sangue, o diagnostico laboratorial da malária
requer muita atenção as regras de biossegurança. Assim, no ato da colecta de sangue,
preparação/coloração das laminas e descarte de material contaminado deve-se
observar atentamente todas as medidas de prevenção de contaminação individual e
colectiva, a saber:

• Lavar as mãos antes e após o contacto com o paciente;

• Usar luvas de latéx descartáveis;

• Usar bata de mangas compridas, com punho elástico;

• Usar recipientes duros para descartáveis perfurantes (lancetas e Agulhas


usadas) e laminas desprezadas;

• Usar sacos apropriados para o lixo sanitário .


2.5.13 DIAGNÓSTICO MICROSCÓPICO
O exame objectiva a detecção e diferenciação das espécies de plasmódios, consistindo
na observação directa do parasita em sangue periférico ao microscópio ótico, realizada
após a coloração e quantificar a parasitemia por μL ou mm3 de sangue, consideradas
padrão ouro para o diagnóstico laboratorial de malária. A principal desvantagem da
microscopia é a difícil detecção de infecções mistas, pelas similaridades morfológicas
entre estágios jovens dos parasitas da malária de diferentes espécies .
2.5.14 MATERIAIS, REAGENTES E INSTRUMENTOS
• Lápis dermográfico

• Luvas de latex e descartaveis

• Lancetas

• Lâminas de vidros

• Algodão seco

• Álcool a 70%

• Metanol

• Corante (Giemsa)

• Água tamponada

• Cuba de coloração

• Suporte para lâminas

• Óleo de imersão ou óleo de cedro

• Microscópio óptico

• Contadores de Taller .
2.5.15. Métodos
• Identificação da lâmina

• Colheita de sangue por punção capilar

• Execução das preparações (Gota espessa e esfregaço)

• Fixação com álcool metílico


• Coloração pelo método de giemsa

• Leitura

• Quantificação parasitária/mm3

• Determinar o pH (7,2) da água

• Diluir o reagente a 3% ou a 10% .


2.5.16. Técnica para a colheita do exame de Pesquisa de plasmódio
1- Separar duas lâminas limpas, deixando-as em superfície plana e horizontal;

2- Use luvas de látex ou descartáveis;

3- Numa lâmina limpa (de preferência com extremidade esmerilhada), coloque uma
etiqueta contendo o nome do paciente, data e horário da colheita;

4- Colocar uma das lâminas sobre a superfície plana e manuseá-la pelas extremidades,
evitando tocar as superfícies onde será feito o esfregaço sanguíneo;

5- Seleccione o dedo para punção, normalmente terceiro ou quarto dedo a partir do


polegar, vulgarmente denominado dedo médio ou dedo anelar ou no lóbulo da orelha, e
em crianças no calcanhar ou no dedo polegar;

6- Limpe a área onde será feita a punção com álcool a 70%, e deixe secar;

7- Puncione o dedo com a lanceta, a punção deve ser feita na parte lateral do dedo e
remova a primeira gota de sangue com uma gaze limpa;

8-Segurar a lâmina firmemente pelas bordas da extremidade onde se encontra a


etiqueta de identificação, Tocar a segunda gota de sangue com uma lâmina limpa,
evitando o contacto com a pele se o sangue não sair bem, pressione gentilmente o
dedo .
2.5.17- Modo de preparação de esfregaço sanguíneo e gota espessa
9- Sempre que possível, faça duas lâminas para esfregaços e gota espessa;

10- O sangue venoso no tubo de EDTA deve ser bem misturado antes de ser usado;

11- Esfregaço (a): Separe duas lâminas limpas e com uma das lâminas (lâmina
distensora) tocar a gota de sangue presente na outra lâmina formando um ângulo de
45;
12- Esfregaço (b): Esperar até que o sangue se espalhe ao longo da extremidade da
lâmina distensora;

13- Esfregaço (c): Segurando a lâmina distensora faz-se o deslocamento rápido e


suave para formar a camada fina do esfregaço;

14- Gota espessa: Usando uma das pontas de uma lâmina limpa, espalhe a gota de
sangue em um círculo de diâmetro de 1 a 2 cm. Não produza uma gota muito espessa,
para evitar que ela saia da lâmina;

15- Secar a lâmina em temperatura ambiente na posição horizontal;

16- Fixar apenas o esfregaço com metanol a 100% por 1 minuto;

17- Espere até que o esfregaço esteja completamente seco antes da coloração, Caso
contrário, pode haver perda total de material;

18- Espere até que a gota espessa esteja completamente seca antes da coloração .
2.5.18 Descrição do método de coloração por giemsa:
1. Colocar as lâminas a corar na tina (placa) de coloração com as faces viradas para
cima e despeje o corante até que cada lâmina esteja coberta ou mergulhe as lâminas
de forma vertical num tanque com a solução de Giemsa;

2. Deixar corar durante 8-10 minutos para diluição a 10% e 45 a 60 minutos para a
diluição a 3%;

3. Retirar as lâminas e lavar cuidadosamente para retirar o corante, mergulhando-as 3


a 4 vezes num recipiente com água limpa;

4. Nota: Não lave a lâmina com o fluxo de água corrente de baixo da torneira;

5. Quando o corante tiver sido retirado, colocar as lâminas no suporte de secagem com
o lado do esfregaço para baixo, para escorrer e secar. Certificar que as gotas espessas
não se raspem na extremidade do suporte;

6. Colocar cuidadosamente as lâminas, uma por uma, colocando-as com o lado do


esfregaço virado para baixo no suporte de secagem em posição vertical;

Após a coloração, deixar a lâmina secar em temperatura ambiente e levar a lâmina


para o microscópio de luz, colocar o óleo de imersão e observar com a objectiva 100X .
2.5.19- Coloração pelo método de giemsa
Recomendado para identificação de parasitas no sangue. O Programa Nacional de
Controlo da Malária (PCNM) recomenda a utilização de diluições para preparação da
solução de Giemsa: Diluição rápida a 10% e o Diluição a 3%. A diluição rápida ou 10%
é utilizada em laboratórios clínicos, onde se requer resultados de diagnóstico em
urgência. O método de diluição lenta ou a 3% é utilizada para a coloração de rotina e
durante pesquisas transversais ou epidemiológicas e investigação operacional..
2.5.20- Diluição a 10%
O método é eficaz mas utiliza mais corante. A diluição é feita utilizando um stock de
Giemsa concentrado com água tamponada ou destilada com um pH entre 7,0 a 7,2,
preparar uma solução corante de Giemsa de 10%, adicionando 10ml de solução stock
de Giemsa a 90ml de água tamponada, dependentemente da quantidade de láminas..
2.5.21- Diluição a 3%
O método é económico porque se usa muito menos corante. A diluição é feita utilizando
um stock de Giemsa concentrado com água tamponada ou destilada com um pH entre
7,0 a 7,2. Preparar uma solução corante de Giemsa de 3%, adicionando 3ml de
solução stock de Giemsa a 97ml de água tamponada, dependentemente da quantidade
de láminas I (idem 2013).
2.5.21.1 Cuidados a ter com solução stock giemsa concentrada
Alguns aspectos importantes a lembrar no que diz respeito à solução stock do corante
de Giemsa são:

• Manter o frasco hermeticamente fechado, para evitar a evaporação e oxidação do


corante por humidade elevada;

• Guardar num frasco de vidro escuro num local fresco, seco, à sombra, longe da luz
solar directa;

• Para as necessidades diárias, medir pequenas quantidades de corante para um


frasco hermeticamente fechado (cerca de 25 ml), de forma que a solução stock tenha
poucas possibilidades de ser contaminadas;

• Não adicionar água à solução stock, mesmo em menor quantidade, para que o
corante não se deteriore, tornando a coloração progressivamente ineficaz;

• Não agitar o frasco do corante antes do uso. A agitação ressuspende precipitados,


que assentam nos esfregaços durante a coloração, e obscurecem detalhes importantes
durante a microscopia;

• Não adicionar corante diluído no frasco stock, ou no frasco utilizado para a sua rotina
diária. Uma vez que o corante já preparado (diluído), deve ser usado rapidamente ou
descartado.
2.5.21.2 VANTAGENS E DESVANTAGENS DA GOTA ESPESSA PARA A
PESQUISA DE PLASMÓDIO:
Vantagens:
• Por concentrar maior quantidade de sangue desemoglobinizado numa área
relativamente pequena, a gota espessa aumenta a probabilidade de se encontrar
parasitas, o que a torna o método de eleição para o diagnóstico de malária (e de
outros hemoparasitos);

• A distribuição dos parasitas e leucócitos se dá ao acaso em toda a amostra.


Portanto, pode-se avaliar a parasitemia contando-se o número de parasitas em
relação a um determinado número de leucócitos .
Desvantagens:
• Requer experiência para a identificação de espécies, uma vez que a morfologia do
parasita altera-se durante o processo de desemoglobinização;

• Requer processamento parcial ou total relativamente rápido depois de colhida a


amostra, para evitar a fixação de hemoglobina, a supercoloração e a descoloração
(idem 2009).
2.5.21.3 VANTAGENS E DESVANTAGENS DO ESFREGAÇO DELGADO
PARA A PESQUISA DE PLASMÓDIO
Vantagens:
• Por fixar as hemácias, permite melhor estudo da morfologia do parasita e das
alterações características dos eritrócitos parasitado, viabilizando conferir o diagnóstico
da gota espessa, em situações de dúvida;

• Por ser fixado e não submetido à desemoglobinização, a perda de parasitas é bem


menor que na gota espessa. Essas amostras resistem mais ao atrito quando da
remoção do óleo de imersão, são mais duráveis e conservam por muito tempo a
coloração original .
Desvantagens:
• A distribuição de leucócitos e parasitas não se dá ao acaso (leucócitos maiores e
estágios mais avançados dos parasitas localizam-se nas bordas e final de esfregaço).
Portanto, precisa-se examinar uma área extensa para detectar todas as formas
parasitárias, não estabelecendo uma boa correlação entre o número de parasitas e o
de leucócitos (Idem 2009).
2.5.21.4 LEITURA E QUANTIFICAÇÃO PARASITÁRIA
O método de determinação da densidade parasitária/m 3 é a metodologia actual e
recomendado pela OMS pela sua simplicidade. Calcula-se a contagem de parasitas:
para determinar a gravidade parasitológica de infecção da malária; para
determinar/monitorar a resposta parasitológica ao tratamento antimalárico dado
(avaliação terapêutica); Para saber a gravidade de infecções numa área .

Começar a contar quando o parasita é visto pela primeira vez ou a partir do primeiro
campo examinado, antes de iniciar a contagem identifique a espécie do parasita e as
fases presentes, comece a contagem na secção superior esquerda da gota, com
Abordagem sistemática ou Longitudinal (idem 2016). O número de Leucócitos a utilizar
(8000) é arbitrário, com grandes variações entre indivíduos, contudo é aceite como
razoavelmente preciso. Além dos materiais já em uso necessitará:

• 2 Contadores (um para contar parasitas e outro para contar leucócitos)

• 1 Calculadora
2.5.21.5 - Método:
• Contar 100 parasitas em 200 leucócitos, Se após 200 leucócitos contar um número
de parasitas igual ou inferior a 99, a contagem deve continuar até 500 leucócitos.

• Em altas parasitemias Divide-se o campo em 2 ou 4 partes e contar em simultâneo


os leucócitos e parasitas, pelo menos em 5 campos, e aplicar na fórmula, dividindo
pelo nº de leucócitos contados.

Obs. Terminar sempre a contagem do último campo mesmo que já tenha atingido 200
ou 500 leucócitos..

Fórmula:
Nº de parasitas/ m3 ou μL de sangue =
2.5.21.6- Resultados Positivo:
Quando uma lâmina é positiva, ao lançar o resultado, é importante mencionar a
quantidade de parasita, fase do parasita, e a espécie Ex:

• PP: Positivo 2000p/mm3 de sangue

• Observou-se trofozoitos (anéis) de p. Vivax).

É Considerado alta parasitemia quando conta-se de 100.000 parasitas, e Baixa


parasitemia menos de 1000.000 parasitas .
2.5.21.7 - Resultados negativos
Como em qualquer exame microscópico, um resultado negativo deve ser emitido
somente após minucioso exame da lâmina. No caso da gota espessa, para não deixar
de detectar baixas parasitemias, bem como para garantir o diagnóstico das infecções
mistas, torna-se necessário examinar mais de 100 campos microscópicos (500 campos
seria o ideal), sobretudo se existir forte suspeita de malária (clínica e epidemiologia
favoráveis), repetir o exame em diferentes horários (seriada) para aumentar sua
sensibilidade. O exame de uma gota espessa, durante 10 minutos é suficiente para se
checar aproximadamente 500 campos, possibilitando o registo de um resultado
negativo com maior segurança. O resultado é escrito da seguinte forma:

• PP: Não se observou plasmódio..


2.5.21.8 CARACTERÍSTICAS DAS DIFERENTES ESPÉCIES (SPP) DE
PLASMÓDIOS ENCONTRADOS NO SANGUE PERIFÉRICO
• Plasmodium falciparum
Trofozoíto jovem: em forma de pequeno anel ou às vezes aberto, possuem um
citoplasma delicado e um ou dois pontos pequenos de cromatina. Hemácias infectadas
não são maiores que a média; e apresenta anéis na periferia do citoplasma das
hemácias;

Trofozoíto Maduro: (forma rara) O citoplasma tende a ser mais denso do que o de
anéis jovens. Eles possuem a tendência de manterem a sua forma de anel e em
algumas vezes pigmentos amarelados podem ser vistos em seu citoplasma.
Trofozoítos de P.F em crescimento podem aparecer com um formato amebóide;

Esquizonte: são raramente observados no sangue periférico. Os esquizontes maduros


têm de 8 a 24 merozoítos pequenos; aparecem como um pigmento escuro agregado
numa massa;
O gametócito: Em forma de “banana”, “crescente” ou “salsicha”, é considerado típico
dessa espécie. Entretanto, pode ficar arredondado quando a secagem da lâmina for
demorada – por exemplo, nos locais de clima quente e húmido, podendo confundir-se
com formas de outras espécies.
• Plasmodium vivax
Trofozoíto jovem: em forma de anel regular, às vezes abertos, mostrando apenas uma
massa de cromatina (raramente duas). Pode ser confundido com os trofozoítos jovens
do P. falciparum, Os anéis podem ser maiores, um pouco espesso, e não fica tão na
borda da hemácia nem no equador da célula. as Hemácias infectadas são maiores que
a média;

Trofozoíto maduro: grande, amebóide e com vacúolo presente. Grânulos finos de


pigmento malárico escuro no citoplasma, geralmente identificados como formas
irregulares;

Esquizonte: são grandes, possuem de 12 a 24 merozoítos, pigmentos castanho-


amarelados que estão aglutinados. Os esquizontes podem preencher toda o eritrócito;

Gametócito: redondo ou oval, com única massa de cromatina triangular ou redonda,


tamanho variável, possuem pigmentos castanhos dispersos e podem preencher quase
que totalmente o eritrócito, pode se confudir com o gametócito de P.Malariae.
• Plasmodium malariae
Trofozoíto: Anéis de forma regular espesso, possuem um citoplasma redondo
compacto e uma massa grande de cromatina. Ocasionalmente apresentam-se como
banda, faixa ou “cesta” contendo pigmentos castanho escuros;

Esquizonte: possuem 6 a 12 merozoitos contendo um núcleo grande, dispostos ao


redor de uma massa compacta de um pigmento malárico de coloração castanho
escura. Os merozoítos podem ocasionalmente estar organizados em forma de rosácea;

Gametócito: são arredondados ou ovais contendo pigmentações castanhas


espalhadas; eles podem preencher quase completamente a hemácia infectada.
• Plasmodium ovale
Trofozoίtos: possuem um citoplasma resistente e uma massa grande de cromatina e
podem ser compactos a ligeiramente irregulares e podem estar dentro de eritrócitos
com prolongamentos;
Esquizonte: possuem 6 a 14 merozoítos dstribuídos irregularmente, em volta de uma
massa compacta de pigmentos castanho-escuros. as hemácias infectadas possuem
uma forma oval;

Gametócito: redondo ou oval, com única massa grande de cromatina. Grânulos de


pigmento escuro. Hemácia parasitada pouco aumentada e com granulações de
Schüffner, sendo os grânulos mais espalhados. A presença de granulações de
Schüffner distingue esta espécie do P. malariae, a hemácia parasitada é ovalada. .
• Plasmodium knowlesi
Trofozitos: (aneis) são semelhantes ao P. falciparum. Pontos com dupla cromatina.
Podem aparecer formas Appliqué, tal como anéis rectangulares abrigando um ou mais
pontos de cromatina acessórios. Eritrócitos podem apresentar múltipla infecção.

Esquizontes: Núcleo grande continuaa dividir’-se até 16 merozoítos (em média 10)
esquizonte vai amadurecendo no eritrócito o pigmento agrupa-se em uma ou várias
massa grossas de pigmento castanho escuro. Formas de roseta ocasionais.
Merozoítos maduro podem aparecer segmentados e o pigmento agrupado numa
massa única;

Gametócito: Arredondados ao oval. Compactos podendo ocupar o eritrócito todo,


Cromatina compacta excêntrica (macrogametócito) ou mais difusa (microgametócito).
Pigmento disperso (Programa Nacional de controlo da Malária, 2013).
2.5.21.9 TESTES DE DIAGNÓSTICO RÁPIDO (TDR)
Os testes de diagnóstico rápido para malária detectam antigenos específicos dos
parasitas de malária humana, que estão presentes no sangue das pessoas infectadas.
Tornam o acesso ao diagnóstico de malária possível para as pessoas que vivem em
áreas remotas, onde o exame da lâmina (microscópio) não está disponível. O teste
detecta proteínas do parasita, como a Pf-HRP2 de P. falciparum e as enzimas aldolase
e desidrogenase láctica (pDHL) dos plasmódios e não o parasita em si .

O antigénio pode permanecer no sangue até duas semanas após um tratamento


efectivo. Nesses casos, já não existem parasitas no sangue mas ainda antigénios (a
pessoa já não está doente mas o teste dá positivo) Para evitar interpretações erradas
deve-se sempre perguntar se a pessoa fez algum medicamento anti-malárico nas
últimas duas semanas.
2.5.21.10- Utilização do teste
O teste rápido deve ser utilizado:
• Onde não exista e não seja viável a instalação de serviço de microscopia;
• Onde não exista possibilidade de garantir diagnóstico em menos de 24 horas de
outra forma;
• Outras situações definidas pelos Directores Clínicos nos hospitais.
2.5.21.11 Procedimento
A realização do teste é simples, mas todas as orientações devem ser seguidas
rigorosamente. Os materiais necessários para sua realização são: lanceta, diluente,
copo invertido, teste e gaze com álcool.

• Deixe o teste em temperatura ambiente antes de realizá-lo;

• Abra o envelope;

• Limpe a ponta do dedo do paciente com a gaze; Deixar secar ao ar, sem soprar
nem limpar (se Soprar ou limpar o dedo deixa de estar limpo);

• Puncione a ponta do dedo;

• Descartar imediatamente a lanceta no contentor de objectos cortantes após a


picada;

• Desprezar a primeira gota de sangue;

• Recolha a segunda gota de sangue com o copo invertido individual;

• Transfira imediatamente o sangue para o teste no local apropriado tocando a


membrana ou seja na janela em forma de círculo do teste;

• Coloque quatro gotas do diluente no local apropriado;

• Aguarde no mínimo 15 minutos e no máximo 30 minutos para a leitura.


2.5.21.12- Interpretação dos resultados
• Inválido: Ausência de linha C invalida o teste;

• Negativo: Uma linha apenas na posição C significa resultado negativo;

• Positivo Para P. Vivax: Positivo duas nas linhas na posição C e P.v, o resultado é
infecção por P. vivax.

• Positivo Para Plasmodium Falciparum : Positivo duas nas linhas na posição C e


P.f, resultado é infecção por P. falciparum;
• Positivo Para Mista: A infecção é mista (P. falciparum + P. vivax) quando todas as
linhas posição C, P.f e p.v, .
2.5.21.12- Vantagens do teste:
• Útil quando não há microscopia disponível ou técnicos de laboratório para efectuar
a microscopia;

• Simples e rápidos de usar por qualquer técnico de saúde;

• Resultados em cerca de 30 minutos podendo iniciar-se logo o tratamento caso


resultado seja positivo;

• Identifica também a ausência de doença permitindo a pesquisa de outras causas


que não a malária para os sinais e sintomas existentes;

• Não necessita equipamento específico, caro e difícil de manejar. .


2.5.21.13- Desvantagens do teste:
• Só identifica a presença ou ausência de parasitas, não diz a quantidade de
parasitas no sangue logo, não do resultado da gravidade da doença;

• Detectam o antigénio e não os parasitas, podendo o resultado ser positivo até 2


semanas apos um tratamento eficaz;

• Os testes podem ser danificados pelo calor e humidade (só se deve abrir a
embalagem imediatamente antes de realizar o teste)
2.5.21.14 DIAGNÓSTICO MOLECULAR (REACÇÃO EM CADEIA DE
POLIMERASE)
As técnicas moleculares vêm sendo amplamente empregadas para diagnóstico de
doenças infecciosas. PCR como método de detecção de malária foi inicialmente
descrita por Waters & McCutchan, em 1989 (Alves, 2018), consiste na amplificação do
ADN dos plasmódios usando a reacção em cadeia da polimerase, o diagnóstico da
malária com base na detecção de ácido nucléico mostrou grande progresso em termos
de eficácia, e é sensível (mais de 90%) e altamente específica (quase 100%), pode
detectar níveis muito baixos de parasitas, útil quando o esfregaço é negativo, Porém, o
diagnóstico de malária através de PCR ainda é restrito aos laboratórios de pesquisa,
em virtude de seu custo elevado, reagentes necessários e alta complexidade da
técnica .
2.6 PREVENÇÃO DA MALÁRIA
Grande esforço tem-se centrado, a nível mundial, no sentido de minimizar o impacto
desta doença na população global, para a prevenção a OMS recomenda, a
administração de tratamento preventivo intermitente em caso das grávidas, uso do
mosquiteiro tratado com insecticida de longa duração, saneamento básico do meio, e o
diagnóstico precoce, mas isso tem sido particularmente difícil na maioria dos países
Africanos, pois alguns casos de febre são inicialmente levados para curandeiros
tradicionais, que têm pouco conhecimento sobre grupos de alto risco tais como
mulheres gestantes, e adesão tribal aos medicamentos anti-maláricos também não
boa.
2.6.1 PROTEÇÃO INDIVIDUAL
Como medida de protecção individual pode-se citar a chamada profilaxia de contacto,
que consiste em evitar o contacto do mosquito com a pele do homem. Como o
anopheles tem, em geral, hábitos nocturnos de alimentação, recomenda-se evitar a
aproximação às áreas de risco ao anoitecer, vestir roupa comprida para proteger os
braços e as pernas, usar repelentes nas áreas expostas do corpo, Uso de redes
milimétricas nas portas e janelas e dormir de baixo de mosquiteiros tratado Com
insecticida. .

Para os viajantes, evitar viajar para zonas endémicas da malária até ao período pós-
parto, nas mulheres que residem em zonas não endémicas a quimioprofilaxia é
desaconselhada pela OMS por favorecer o desenvolvimento da resistência nos
plamódios .
2.6.2 PROTEÇÃO COLECTIVA
Como medidas colectivas, algumas estratégias têm sido consideradas actualmente
para reduzir os níveis de transmissão nas áreas endémicas. Entre elas destacam-se:

• Combate as larvas; através de larvicidas, devido à extensão das bacias


hidrográficas existentes nas áreas endêmicas e ao risco de contaminação
ambiental com larvicidas químicos, esta estratégia tem sido pouco aplicada
(Manual de Terapia da malária 2010);

• Combate ao vetor adulto: através da borrifação das paredes dos domicílios


com inseticidas de acção residual. Para que sejam desalojados e eliminados os
mosquitos de todos os locais que favoreçam ao seu desenvolvimento, devem
ser bem limpos, secos e tapados os buracos das paredes das nossas casas.
Deve-se também limpar e capinar muito bem o terreno ou o quintal á volta da
casa. A bananeiras e certas árvores não muito úteis devem ser podadas, porque
é ai onde o mosquito gosta de dormir. ;

• Saneamento Basico: Uma das formas simples de se prevenir contra o


paludismo, é o saneamento do meio, que é um conjunto de diferentes acções
que devem ser levadas a cabo no exterior ou fora das casas, visto que os
mosquitos têm como refúgio e ambiente de reprodução as águas paradas,
lixeiras, latas, tambores vazios e pneus abandonados e esses ambientes
adequados para a produção do mosquito devem ser eliminados para evitar a sua
formação.;

2.6.3 MEDIDAS PARA MELHORAR AS CONDIÇÕES DE VIDA


através da informação, educação e comunicação, a fim de provocar mudanças de
atitude da população em relação aos factores que facilitam a exposição à transmissão
(idem 2013).
CAPITULO- III
METODOLOGIA
3 Metodologia
Metodologia: é aplicação de procedimentos e técnicas que devem ser observados para
construção dos conhecimentos, com o propósito de comprovar sua validade e utilidade
dos diversos hábitos da sociedade (Maschner, 2015).

3.1 Tipo de estudo


Bem com base os objectivos traçados aptamos pelos seguintes tipos de estudo:

• Descritivo

• Quantitativo

• Inquérito por questionário: foi a técnicas que se usou para recolha de dados com
perguntas abertas e fechadas.

3.2 Local de estudo


População

População ou universo é o conjunto de todos os elementos (pessoas ou objectos) cujo


pesquisador está interessado em estudar. (Maschner, 2015)

A nossa população foi constituída por 25 Técnicos de Laboratório de análises clínicas


do Centro Médico do Nambambe.

Amostra
A amostra é a subparte representativa da população, aquela que realmente é estudada.
(Roque, 2010)
Com base na população, a amostra foi de 10 Técnicos de Laboratório de Análises
Clínicas do mesmo local acima referido.

3.3 Considerações éticas

A ética é um conjunto de regras de conduta que todo investigador deve interiorizar


quando decide utilizar pessoas como sujeitos de investigação (Maschner, 2015)

De acordo com os direitos fundamentais, teve-se sempre presente neste estudo os


princípios determinados pelo código de ética, respeitaram-se todos os aspectos
associados a este estudo, garantindo assim a máxima confidencialidade a todos os
dados recolhidos, sendo que toda informação foi efectuada pelos autores deste
trabalho, respeitando assim as diferenças, e toda recolha será mantida dentro do sigilo
profissional.

3.4 INSTRUMENTO DE RECOLHA DE DADOS E A SUA


OPERACIONALIZAÇÃO
A presente pesquisa foi realizada no Centro Médico do Nambambe, durante o período
compreendido entre Dezembro de 2020 a Março de 2021. Os dados foram recolhidos
na mesma Instituição através de inquéritos por questionário com perguntas fechadas e
abertas direccionadas à temática da Anemia falciforme com finalidade de atingir os
objectivos traçados. Antes foi o pedido de autorização de início da pesquisa a Direção
do Centro, mediante a apresentação do credencial cedido pela direcção do Instituto
Técnico Privado de Saúde da IECA. Após a aceitação da Direcção, fez-se a recolha de
dados

3.5 Critérios de Inclusão


O nosso estudo foi feito com técnicos que trabalham no Laboratório do centro médico
Centro Médico do Nambambe /Município do Lubango, Província da Huíla.
3.6 Critérios de Exclusão
Foi excluídos funcionários que não foram selecionados para a população alvo deste
trabalho.
4 ANÁLISE, INTERPRETAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Este capítulo tem como finalidade analisar os resultados obtidos, bem como a sua
interpretação e discussão. Para sua concretização, elaborou-se um inquérito
constituído por perguntas fechadas e abertas de escolha múltipla Em seguida,
determinou-se a percentagem de cada frequência. Para melhor clarificação, achou-se
por bem, apresentar os mesmos dados por intermédio de tabelas.

Tabela nº 1- Apresentação dos resultados de acordo a caracterização dos dados


sociodemográficos da amostra

IDADE GÉNERO FREQUÊNCI PERCENTAGEM (%)


A
35 Masculinos 4 40%
4O Femininos 6 60%
Total

Tabela nº 2: Grau académico

CATEGORIAS FREQUÊNCIA PERCENTAGEM

Técnico médio de Análises Clínicas 9 90%

Técnico superior de Análises


Clínicas 1 10%

Graduado em Análises Clínicas 0 0%

Total 10 100%
Tabela nº 3- Questão nº 1 - Já ouviu falar da malária?

OPÇÕES FREQUÊNCIA PERCENTAGEM


Sim 10 100%

Não 0 0%

Total 10 100

De acordo com a tabela nº 3, 10 técnicos correspondente a 100% afirmaram que já


ouviram falar da malária.

Tabela nº 4 questão nº 2-Qual é o agente biológico necessário para o


Diagnóstico laboratorial da malária?
OPÇÕES FREQUÊNCIA PERCENTAGEM
Escarro 0 0%

Urina 0 0%

Fezes 0 0%

Sangue 10 100%

Total 10 100

De acordo com a tabela nº 4, da questão nº 2 indica que 10 técnicos que corresponde a


100% responderam correctamente que o produto biológico necessário para o
diagnóstico laboratorial da malária é o sangue.
Tabela nº 5 questão nº 3- Qual é o local para retirar a amostra para o exame da
malária?

OPÇÕES FREQUÊNCIA PERCENTAGEM

Na mão esquerda do 10 100%


dedo anelar
Na mão direita do dedo 0 0%
polegar
Na mão direita no dedo 0 0%
Indicador
Na mão esquerda do 0%
dedo polegar
Total 10 100

A presente tabela nº 5, questão nº 3 ilustra-nos que 10 técnicos correspondente a


100% assinalaram a opção de que é na mão esquerda do dedo anelar onde é o local
para retirar a amostra para o exame da malária.

De acordo com o programa nacional de controle da malária (2013) o local para


retirar a amostra para o exame da malária é o dedo anelar ou médio da mão
esquerda
Tabela nº 6 questão nº 4-Quais sãos as técnicas usados para o diagnóstico
Laboratorial da malária?

OPÇÕES FREQUÊNCIA PERCENTAGEM

Execução das preparações (Gota 5 50%


espessa e esfregaço) e fixação
com álcool etílico
Coloração pelo método de 5 50%
Giemsa 10% ou 3% e
mm
quantificação parasitária por ( )
ou uL de sangue
Por esfregaço, corado com 0 0%
Giemsa 3%
Contagem de parasitas por 0 0%
sistemas em cruzes
Total 10 100

De acordo com a tabela nº 6, 50% dos técnicos, afirmaram que uma das técnicas
usadas para o diagnóstico laboratorial da malária, é a execução das preparações (Gota
espessa e esfregaço) e fixação com álcool etílico e 5 Técnicos correspondente a 50%
afirmaram que uma das técnicas é a Coloração pelo método de Giemsa 10% ou 3% e
quantificação parasitária por (mm) ou uL de sangue.

Segundo o manual de diagnóstico laboratorial da malária, diz que os procedimentos


técnicos usados para o diagnóstico da malária são: Colheita de sangue por punção
capilar; Execução das preparações (Gota espessa e esfregaço), Fixação com álcool
metílico, Coloração pelo método de giemsa a 3% ou a 10%, Quantificação
parasitária/mm3.
Tabela nº 7 questão nº 5- Como é feita a quantificação dos parasitas em baixa
parasitémias?

OPÇÕES FREQUÊNCIA PERCENTAGEM

Contar 99 parasitas em 200 10 100%


leucócitos, se após 200 leucócitos
contar um número de parasitas
igual ou inferior a 99, a contagem
deve continuar até 500 leucócitos
Quando o número total de 0 0%
parasitas contados situar-se entre
40 a 60 parasitas por 100 campos,
registrar: + /2 (meia cruz
Total 10 100

A presente tabela nº 7 questão, 10 técnicos correspondente a 100% afirmaram que a


quantificação dos parasitas em baixa parasitemia é feita Contando 99 parasitas em 200
leucócitos, se o nº de parasitas for menor que 99 parasitas, continue a contar até 500
leucócitos e , aplique na fórmula.

Segundo Programa Nacional de Controlo da Malária em Angola 2013, diz que


quantificação dos parasitas em Baixa parasitemias é feita Contando 99 parasitas em
200 leucócitos, Se após 200 leucócitos contar um número de parasitas igual ou inferior
a 99, a contagem deve continuar até 500 leucócitos.

Tabela nº 8 questão nº 6- Como é feita a quantificação dos parasitas em altas


parasitemias?
OPÇÕES FREQUÊNCI PERCENTAGEM
A
Divide-se o campo e contar 100 0 0%
parasitas em 200 leucócitos, se
após 200 leucócitos contar o
número de parasitas igual ou
inferior a 100, a contagem deve
continuar até 500 leucócitos
Divide-se o campo em 2 ou 4 10 100%
partes e contar em simultâneo os
leucócitos e os parasitas, pelo
menos em 5 campos, dividindo
pelo número de leucócitos
contados
Total 10 100

De acordo com a tabela nº 8, 10 técnicos correspondente a 100% afirmaram que em


alta parasitemia, é feita Dividindo-se o campo em 2 ou 4 partes e contar em simultâneo
os leucócitos e parasitas, pelo menos em 5 campos, e aplicar na fórmula, dividindo pelo
nº de leucócitos contados.

Segundo Programa Nacional de Controlo da Malária em Angola 2013, diz que a


quantificação dos parasitas em altas parasitemias é feita Dividindo-se o campo em 2 ou
4 partes e contar em simultâneo os leucócitos e parasitas, pelo menos em 5 campos, e
aplicar na fórmula, dividindo pelo nº de leucócitos contados.

Tabela nº 9 questão nº 7- Diferencie os trofozoítos, das espécies de plasmódios


(Falciparum, Vivax, e plasmódio Malariae) encontrados no sangue periférico?

OPÇÕES FREQUÊNCI PERCENTAGEM


A
Correctas 6 60%
Incorrectas 4 40%
Total 10 100

A tabela nº 9, diz-nos que 6 técnicos correspondentes a 60%, têm conhecimento pelo


que responderam correctamente e 4 técnicos correspondentes a 40%, mostraram a
falta de conhecimento concernente as espécies de plasmódios.

Segundo Programa Nacional de Controlo da Malária em Angola (2013), o Trofozoítos


do P. falciparum apresenta-se em forma de pequeno anel ou às vezes aberto, possuem
um citoplasma delicado e um ou dois pontos pequenos de cromatina. Hemácias
infectadas não são maiores que a média; e apresenta anéis na periferia do citoplasma
das hemácias. Trofozoítos do Plasmódios Vivax e o trofozoíto do plasmódio malarie:
Anéis de forma regular espesso, possuem um citoplasma redondo compacto e uma
massa grande de cromatina. Ocasionalmente apresentam-se como banda, faixa ou
“cesta” contendo pigmentos castanho escuros.

Tabela nº 10 questão nº 8- Qual é a importância da realização do diagnostico


laboratorial da malária em crianças?

OPÇÕES FREQUÊNCI PERCENTAGEM


A
Impede o mosquito fêmea do 0 0%
gênero anopheles infectada picar a
criança e torna-la saudável
Fornece informações valiosas ao 10 100%
médico, tanto para fins terapêuticos
como para o acompanhamento
clínico da criança
Visualiza os parasitas, fungos, 0
0%
bactérias, protozoários na amostra
examinada por microscopia e
cultura, detenção de anticorpos
específicos e detenção de
antígenos, liberados pelo fungo nos
líquidos corpóreos
Total 10 100

De acordo com a tabela nº 10, 10 técnicos correspondente a 100%, afirmaram que a


realização do diagnóstico Laboratorial da malária é importante porque Fornece
informações valiosas ao médico, tanto para fins terapêuticos como para o
acompanhamento clínico da criança.

Segundo a Coordenação Geral do Programa Nacional de Controle da Malária (2013) e


Gomes (2018) diz que o Diagnóstico Laboratorial da Malária é importante por
possibilitar o tratamento oportuno da mesma doença, o que leva a baixa percentagem
de casos mais graves da malária, e fornece informações valiosas ao médico, tanto para
fins terapêuticos como para o acompanhamento clínico do paciente.

Tabela n º11: resultado das crianças diagnosticadas com malária

CATEGORIA FREQUÊNCI PERCENTAGEM


A
Negativos 39 78%
Positivos 11 22%
Total 50 100
A tabela acima primeira, diz-nos que das crianças diagnosticadas, 78% das crianças
não estavam infectadas por malária, e 11 crianças, estavam infectadas por malária, a
espécie de plasmódio encontrada foi apenas o falciparum.

Das espécie de plasmódios detectadas estavam na fase de: Trofozoítos.


CONCLUSÕES E SUGESTÕES

4.1 CONCLUSÕES
Dos dados colectados junto dos participantes, deu-se por concluir que:

• Os técnicos do laboratório, maior parte têm domínio das diferenciações das


espécies de plasmódios encontrados nos esfregaços do sangue periférico, mas
ainda há muita dificuldade por outros técnicos, uma vez que houve dificuldades
em diferenciar as morfologias dos trofozoítos dos P.f, P.v, e P.malariae;

• Concluímos que a metodologia usada para o diagnostico da malária no


laboratório Geral do Hospital Pediátrico Pioneiro Zeca, é feita através da
visualização microscópica do Plasmódium em método de gota espessa e o
exame de pesquisa de plasmódio corada pela técnica de Giemsa a 10% ou e em
seguida a quantificação parasitária por mm3 de sangue.

• Durante o período em estudo diagnosticou-se a malária em crianças, na qual


observou-se num total de 50 lâminas, resultando em 11 casos positivos e 39
negativos; e a espécie de Plasmódium encontrada foi apenas a espécie
falciparum.

4.2 SUGESTÕES
• Que a metodologia para a pesquisa do Plasmódio Spp, seja feita ou obedeça as
normas e regulamentos protocolados pela OMS, por tanto que seja executada
também de maneira seriada, permitindo detectar um maior número de
plasmódios circulantes, evitando resultados falso negativo;

• Que o Ministério da Saúde de Angola consiga envidar esforço no sentido de


alargar a metodologia no Diagnóstico Laboratorial da malária, no que concerne a
aquisição de técnicas de ponta, como por exemplo a implementação da biologia
molecular o PCR (reacção em cadeia da polimerase) para se estudar o genoma
do parasita, técnica indispensável, cuja, a mesma poderá dar subsídios
enriquecedores sobre a filogenia do Plasmódium spp, possível alterações
genéticas, como o aparecimento de novas CEPAS (variações ou estripes),
fundamentais para uma melhor conduta terapêutica, evitando as resistências ou
falência na terapia anti malárica;

• Que deve haver aperfeiçoamento de formações contínuas sobre Malária, essas


formações podem ser por meio de seminários, aulas de capacitação, isso
ajudaria os técnicos a melhorarem os seus conhecimentos acerca da malária,
principalmente na diferenciação parasitária e na quantificação parasitária/mm3
de sangue, pois que mínimo erro no diagnóstico podem trazer consequências
para os pacientes, desde um aumento da gravidade da doença e até mesmo
óbito;

REFENCIAS BIBLIOGRAFICAS
1.SALZER, A. L. (2019). AVALIAÇÃO IN VITRODA ATIVIDADE ANTIPLASMÓDICA
DAS LIGNANAS EM MODELO DE Plasmodium falciparum (1 ed.). (B. M. Dr. Valter
Ferreira de Andrade Neto, Ed.) Natal, RIO GRANDE DO NORTE, Brazil.

2. Mariúba, L. A. (2018). Métodos para diagnóstico de Malária: Atualização e desafios.


Brazil: Scientia Amazonia.

3. Soares, C. E. (2018). Terapêutica da Malária: Novas Abordagens (1 ed.). (M. d.


Sousa, F. A. Machado, & M. H. Amado, Edits.) Coimbra.

4. RIBEIRO, R. (2012). VIABILIDADE DO USO DO TESTE RÁPIDO COMO


FERRAMENTA DE APOIO DIAGNÓSTICO EM REGIÕES NÃO ENDÊMICAS DE
MALÁRIA. (T. Cristina, Ed.) BRAZIL.

5. Amaral, L. C. (2016). Desenvolvimento de um protocolo de PCR em Tempo Real


para diagnóstico de. Belo Horizonte: Fundação Oswaldo Cruz.

6. Araújo, F. (2018). Métodos para diagnóstico de Malária: Atualização e desafios.


Brazil: Scientia Amazonia.

7. Ministério de saúde de Angola. (2017). Relatório da Maláira em Angola. Angola,


Angola.

8. Consultoria, C., & Macro., C. e. (2011). Inquérito de Indicadores de Malária em


Angola (1 ed.). Valódia, Luanda, Angola: ICF Macro.

9. Angola, A., Saúde, M. d., & Malária, P. N. (2010). MANUAL DE EDUCAÇÃO PARA
PREVENÇÃO DA MALÁRIA/PALUDISMO (1 ed., Vol. 1). Luanda, Angola.

10. VELÁSQUEZ, C. M. (2014). Suscetibilidade e resposta imune de mosquitos


Anopheles (Diptera: Culicidae) da Região (1 ed.). (P. F. Paolucci, Ed.) Belo Horizonte,
Brazil: FIOCRUZ.

11. Glória, J. C. (2018). Métodos para diagnóstico de Malária: Atualização e desafios.


Brazil: Scientia Amazonia

12. Rund, S. S., Bonar, N. A., Champion, M. M., Ghazi, J. P., Houk, C. M., Leming, M.
T., et al. (2013). A caminho da Biológia . Nature Scientific Reports.

13. Esteves, A. L. (2012). Malária: Passado, Presente e Futuro (1 ed.). Portugal,


Portugal.

14. Gomes, A. P. (2018). A infecção pelo gênero Plasmodium: epidemiologia, profilaxia


e controle no Brasil (2 ed.). Brasil, Brazil, Brazil.

15. MENEZES, C. H. (2011). MALÁRIA NA GRAVIDEZ E BAIXO PESO AO NASCER


EM RECÉMNASCIDOS (1 ed., Vol. 1). (F. E. Espinosa, Ed.) MANAUS, AMAZONAS,
BRAZIL.

16. Miguel, E. (2010). Estudo da Prevalência da Malária na Mulher Grávida Submetida


Ao Tratamento Intermitente E Preventivo com Sulfadoxina e Pirimetamina e sua
Associação com Anemia. (L. T. Tavira, & M. Sousa, Edits.) Lisboa, Portugal.

17. FONSECA, I. E. (2017). ESTUDO DA MALÁRIA COM RELAÇÃO AOS ASPECTOS


DE CLÍNICA, DIAGNÓSTICOS E TRATAMENTOS. (P. S. Seabra, Ed.) Rio de Janeiro,
Brazil.

18. Hirako, I. C. (2016). O sistema imune inato na patogênese da Malária. Belo


Horizonte: Fundação Oswaldo Cruz.

19. Júnior, J. B. (2009). Manual de diagnóstico laboratorial da malária (2 ed., Vol. II). (S.
d. saúde, Ed.) Brazil, Brazil: Ministério da Saúde.

20. Marinho, L. (2018). Epdemia da Malária no continente africano .

21. Sambo, L. (2017). DIRECTRIZES E NORMAS DE CONDUTA PARA O


DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DA MALÁRIA (2 ed.). (M. d. Oliveira, J. J. Adelaide de
Carvalho, & J. Rosário, Edits.) Luanda, Angola.

22. Nogueira, P. A. (2018). Métodos para diagnóstico de Malária: Atualização e desafios


(1 ed.). Brazil: Scientia Amazonia.

23. Figueiredo, M. A. (2012). Diagnóstico Morfologico, serologico e molecular de


plasmódium soo. em primatas neotropicas na ilha de são Luís, estado do Maralhão (1
ed., Vol. 1). Maralhão, São paulo, Brazil: UNESP.

24. Almeida, M. E. (2018). Métodos para diagnóstico de Malária: Atualização e


desafios. Brazil: Scientia Amazonia.

25. Programa Nacional de controlo da Malária. (2013). Auxiliar de BanCanda


Diagnóstio LAboratorial da MAlári. (D. Fortes, Ed.) Angola, Luanda, Angola: Ministério
da saúde de Angola.

26. Yamo, E. (2016). Manual de Avaliação da Qualidade da Malária.


27. HENRIQUE, R. D., & SANTOS, R. M. (2016). MALÁRIA EM SERGIPE: SITUAÇÃO
ATUAL. Aracaju, Brazil: Dr. Saul José Semeão Santos.

28. Saúde, M. d. (abril de 2015). Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde.


(M. d. saúde, Ed.) Obtido em 31 de Agosto de 2019, de www.saude.gov.br/bvs

29. Paulo, G. (2013). SISTEMA DE CONTROLE DE QUALIDADE DO DIAGNÓSTICO


LABORATORIAL DA MALÁRIA PARA A REGIÃO AMAZONICA. Brazil.

30. Agencia Nacional de Vigiláncia Sanitária; Fundação Osvaldo Cruz; Ministério da


saúde de Brazil. (2014). CONHEÇA A MALÁRIA.

31. Coordenação Geral do Programa Nacional de Controle da Malária. (2013).


SISTEMA DE CONTROLE DE QUALIDADE DO DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DA
MALÁRIA PARA A REGIÃO AMAZONICA . (M. d. Brazil, Ed.) Brazilia, Brazil: Ministério
da Saúde do Brazil.

32. Maschner, M. L. (2015). Métodos e Técnicas de Pesquisa. Brazil.

33. PEREIRA, L.; ALMEIDA, R; LIMA, F., (2018).AVALIAÇÃO IN VITRO DA ATIVIDADE


ANTIPLASMÓDICA DAS LIGNANAS EM MODELO DE Plasmódium falciparum.

Você também pode gostar