Ética e Moral - Pré-Socráticos
Ética e Moral - Pré-Socráticos
Ética e Moral - Pré-Socráticos
período foi entre os séculos VII ao V a.C, seu nascimento foi fruto de uma profunda
transformação na Grécia; política, religiosa, social, a noção da realidade do cidadão
grego estava prestes a mudar. Os pré-socráticos recebem esse nome por serem
eles a realizarem a filosofia antes do aparecimento de Sócrates (Grande filosofo
ateniense que nasceria posteriormente no século V), esses filósofos a princípio
detinham o objetivo de descobrir a origem do universo, formavam suas cosmologias
(estudo da origem e criação do universo) buscando melhores formas de provar suas
teorias e crenças por meio do logos (dialogo), desenvolveram a área da physis
(físico, estudo da natureza) e por conta dessa já foram enxergados como físicos e
químicos diante de muitas teorias que apresentavam sobre a constituição da matéria
e funcionamento da natureza em si. Adicionalmente seus conhecimentos chegavam
em outras áreas como matemática, medicina, geografia, relações públicas etc.
Posteriormente direcionavam seus ensinamentos ao público, estudantes e colegas.
Ninguém pode entrar duas vezes no mesmo rio, pois quando nele se
entra novamente, não se encontra as mesmas águas, e o próprio ser
já se modificou. Assim, tudo é regido pela dialética, a tensão e o
revezamento dos opostos. Portanto, o real é sempre fruto da
mudança, ou seja, do combate entre os contrários. (HERÁCLITO).
A frase citada anteriormente pertence a Heráclito e foi concebida para
evidenciar sua ideia de substancia primordial, esse fragmento de seu pensamento
assim como da maioria dos filósofos arcaicos pode ser de difícil obtenção,
consequência de sua cultura em torno dos diálogos que não requisitava registros
recorrentes.
A origem dessa nova forma de pensar que permitia a qualquer homem grego
encontrar o melhor de si e, assim, se tornar virtuoso, possui sua gênese pouco antes
dos pré-socráticos, um momento onde a hybris (excesso) passa a ser condenada
porque o homem não deve se render aos excessos e vícios da vida (sexual,
material, narcísico), e a sophrosyne (moderação) agora é valorizada. O homem
grego busca a sophrosyne para alcançar um caráter moderado e justo, esse preceito
vai ganhar força e forma para ser presente na moral do grego pré-socrático.
A ética grega pode ser mais evidente agora, nesse conhecer a si mesmo,
uma espécie de excelência moral guia que foca o “si” mesmo de maneira
individualizada, onde segue o raciocínio: se me conheço, uso da sophrosyne e tão
logo detenho total controle sobre mim mesmo, possuindo esse poder carrego a
responsabilidade inegável de me responsabilizar por meus atos, tanto criminosos
e/ou ofensivos como outros de menor calão. Um cidadão acusado de um crime deve
se defender caso esteja sendo injustiçado ou assumir sua culpa e pagar seus
tributos diante do estado e dos deuses, porém a tendencia de um cidadão que
cometa crimes seria de alguém sem arethé, sem virtudes (moderação, bondade,
justiça, sabedoria) ou seja, uma pessoa sem ética e imoral. As buscas dos sábios,
pré-socráticos, cidadãos, acaba alinhando moral e eticamente; buscar conhecer a si
mesmo para possuir domínio de si, por conseguinte sendo capaz realizar suas
funções sociais que lhe desrespeitam e adicionalmente focar precisamente em seus
objetivos, busca pela nova cosmologia, reorganização do cidade-estado incluindo
leis e direitos, repensar relações sociais.