Fernanda Nardi Gimenez
Fernanda Nardi Gimenez
Fernanda Nardi Gimenez
A ESTÉTICA DO SORRISO
Londrina-PR
2016
FERNANDA NARDI GIMENEZ
A ESTÉTICA DO SORRISO
Londrina
2016
FERNANDA NARDI GIMENEZ
A ESTÉTICA DO SORRISO
BANCA EXAMINADORA
RESUMO
A crescente busca pela estética tem tornado os pacientes cada vez mais exigentes
também nos tratamentos odontológicos. Com o avanço tecnológico, aumentam as
opções de tratamento estético, que se mostram cada vez menos invasivos e
atraumáticos, possibilitando ênfase neste âmbito. Este trabalho objetiva por meio de
uma revisão de literatura, propor uma análise crítica do sorriso e identificação dos
fatores que contribuem ou não, para a harmonia da estética, visando a partir do correto
diagnóstico facilitar o estabelecimento de um planejamento integrado e a execução
de um tratamento individualizado e com previsibilidade de prognóstico, recuperando
padrões esteticamente aceitos para melhoria da qualidade de vida dos pacientes.
Parâmetros estéticos tem sido construídos a partir de proporções permitindo projetar
sorrisos harmônicos, contudo, partindo do pressuposto que cada paciente possui
características particulares, cabe ao profissional possuir onisciência teórica e prática
permeada pelo bom senso para indicar corretamente e viabilizar o tratamento,
considerando minuciosamente a queixa principal adequando o tratamento de acordo
com os conceitos e anseios do paciente para que o resultado seja satisfatório e as
expectativas do paciente sejam correspondidas de forma clara e ética.
ABSTRACT
The increasing search for aesthetics has made patients increasingly demanding also
in dental treatments. With the technological advance, the aesthetic treatment options
increase, which are becoming less invasive and atraumatic, allowing an emphasis in
this scope. This work aims at a review of the literature, propose a critical analysis of
the smile and identification of the factors that contribute or not, for the harmony of
aesthetics, aiming at the correct diagnosis to facilitate the establishment of an
integrated planning and the execution of an individualized treatment and with
predictability of prognosis, recovering aesthetically accepted standards to improve the
quality of life of patients. However, based on the assumption that each patient has
characteristics, it is up to the professional to have theoretical and practical omniscience
permeated by common sense to correctly indicate and make feasible the treatment,
considering carefully the main complaint, adjusting the treatment per the patient's
concepts and wishes so that the result is satisfactory and the patient's expectations
are met in a clear and ethical way.
1 INTRODUÇÃO
2 DESENVOLVIMENTO
Sob o ponto de vista físico e/ou matemático, a definição de estética pode ser
dada por meio do estabelecimento de padrões, visando obtenção e/ou criação de
composições harmoniosas. Um exemplo deste fenômeno harmonioso representado
pela estética encontra-se a “Sequência de Fibonacci” (Fig. 01 A), aplicado ao
crescimento harmonioso da matéria, originando os conceitos de proporção áurea
segundo Pitágoras (MONDELLI, 2003).
Numericamente, a proporção áurea equivale a divisão de dois números
consecutivos da sequência de Fibonacci resultando em uma constante que tende a
0,618 (Fig. 01 B), equivalente em porcentagem a 62% (BONATTI et al., 2013;
RUFENACHT, 1990; MENDES & BONFANTE, 1994; MONDELLI, 2003).
Fonte: http://iepes.com.br/Figuras/Fibonacci.png
Fonte: www.infoescola.com/matematica/sequencia-de-fibonacci/
12
Fig.02 – Filotaxia: proporção áurea regendo crescimento dos reinos animal e vegetal
Fonte: https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/originals/9c/9a/.jpg
A harmonia das proporções proveniente da proporção áurea (Fig. 03) pode ser
classificada como princípio estético básico constituinte da beleza essencial, já que as
proporções afetam as composições pelas unidades, tendendo a gerar conforto visual,
influenciando as emoções humanas através da percepção visual e aparenta ser o
segredo da morfologia normal, podendo assim ser considerada uma diretriz segura
para atingir a plenitude de beleza (MONDELLI, 2003).
A percepção da beleza pode ser vivenciada por qualquer indivíduo que seja
seduzido por uma combinação de qualidades, que proporcionam prazer aos sentidos
e à mente, relacionando diretamente a virtude estéticado objeto ao seu poder de
sedução. Num ponto de vista racional, Garcia& Veloso (2007) relacionam a estética à
capacidade humana de julgar algo como belo ou feio. Logo, o conceito de estética tem
sido utilizado para fazer alusão à aparência das coisas e o julgamento das mesmas
como belas ou não, inferindo assim que tudo o que nos proporciona qualquer
sensação de prazer julgamos belo assim como tudo o que proporciona desagrado
tendemos a considerar feio.
O exercício de praticar a avaliação e julgamento da aparência dos objetos é
denominado “juízo estético”, que é descrito como conceito de natureza multifatorial,
relacionando diretamente os fatores genéticos, ambientais e culturais ao gosto do
indivíduo. Devendo exprimir apenas afinidade ou aversão pela aparência do objeto
sem preconceitos ou posições tendenciosas, a interação do indivíduo com a realidade,
deve formar, modificar, educar, e/ou reconstruir o gosto, limitando ou modificando a
capacidade ou forma de avaliação e julgamento do objeto pelo indivíduo, assim como
aplicá-lo à formas, conceitos e objetos (GARCIA & VELOSO, 2007; NAINI, 2014).
14
2.2.1.1 Simetria
Fig. 04 – Simetria
Fonte: http://www.artedente.com.br/imagens
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2.2.1.2 Dominância
Fonte: https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/originals.jpg
2.2.1.3 Proporção
Fig. 08 - Aplicação da Proporção Áurea ao sorriso pelo alinhamento das partes sobre a linha
média dos segmentos; (1,2) Forma Unilateral; (3,4,5,6) Forma bilateral
“(...) um sorriso agradável pode produzir uma aura que amplia a beleza da face,
fazendo parte das qualidades e virtudes da personalidade humana. ”
(RUFENACHT,1990).
Considerando a espécie humana como a única capaz de sorrir, cabe ao sorriso
permear a percepção de atratividade facial, ressaltando as características decisivas
da boca para o julgamento interferindo diretamente nas relações interpessoais dos
indivíduos (GOLDSTEIN, 2000).
A boca concentra expressões sensitivas, afetivas e instintivas da vida, sendo a
primeira fonte de contato humano, além de atuar como órgão receptor, permitindo a
ingestão de alimentos e sua gustação, permite exteriorização de sons, palavras,
expressões e mímicas bem como a manifestação de desconforto, prazer e
desaprovação (MONDELLI, 2003; RUFENACHT, 1990; GOLDSTEIN, 2000).
Goldstein (2000) afirma que os dentes e a boca são componentes essenciais
para o desenvolvimento do psicológico ao longo da vida e que, sentimentos e cuidados
em relação à boca refletem experiências bucais evolutivas passadas, presentes e
futuras, associando a forma com que os tratamos para refletir o sentimento em relação
a nós mesmos.
Com o crescimento tecnológico e de informatização, os pacientes têm se
tornado cada vez mais exigentes em relação à busca por soluções estéticas para
restabelecer condições perdidas ou correções morfofisiológicas de elementos. O
tratamento estético deve buscar eliminar tensões visuais que provoquem efeito
antiestético visando um resultado final natural e harmônicoconsiderando a satisfação
do paciente, aparência natural e função, que não deve sacrificada, mas considerada
como base da estética. Os principais motivos pelo qual o paciente procura tratamento
odontologico incluem aceitação social e intelectual, medo, orgulho pessoal e
benefícios biológicos (GOLDSTEIN, 2000).
A relação entre o bem-estar psicossocial e autoimagem e sua influência nas
relações interpessoais descrita por Goldstein (2000), relata que indivíduos satisfeitos
com a aparência e autoconfiantes, são menos acometidos por distúrbios psiquiátricos
como depressão, tem salários mais altos e cargos mais prestigiosos, uma vez que a
aparência satisfatória eleva a autoestima e autoconfiança do indivíduo, resultando em
sentimentos de aprovação social.
20
2.3.1 Macroestética
2.3.1.1.1 Face
Graziani,1982
Análise Facial
NORMA FRONTAL
A análise facial em norma frontal (Fig. 09) permite avaliar proporções faciais
nos planos vertical e horizontal, bem como as relações de proporção e harmonia
gerais entre os três terços da face (CAMARA, 2007; ARNETT & BERGMAN, 1994;
MONDELLI, 2003).
Suguino et al., (1996) sugerem a classificação da forma da face em relação aos
padrões de crescimento horizontal e vertical (Fig. 10). Indivíduos classificados como
braquicéfalos apresentam predomínio de crescimento craniofacial no sentido
horizontal em relação ao vertical, e tonicidade muscular acentuada. Da mesma forma,
o inverso ocorre em indivíduos classificados como dolicocéfalos, que tendem a
apresentar face alongada com musculatura mais hipotônica. Ressalta ainda que esta
condição possa estar associada ou ser agravada por hábito de respiração bucal ou
23
Fig. 09 – Fotografias para analise facial em (A) Norma Frontal; (B) Norma Lateral,
apresentando proporção áurea nos terços da face.
Fonte: https://www.ortodoncia.ws/publicaciones/2013/art19.asp
24
Análise Vertical
Linha Média
A linha média do terço inferior deve ser avaliada em relação à linha média facial,
superior e às estruturas anatomicamente relacionadas ao segmento anterior da
mandíbula, podendo ser desviada por fatores tais como mal posicionamento dento
alveolar, caracterizado por diastemas ou apinhamentos, e/ou anomalias de
crescimento mandibular (Fig. 12) (NAINI, 2014).
Fig. 12 – Desvio de Linha Média por assimetria mandibular
Fonte: http://www.grandefm.com.br/media/images/6143/38911/tmp/300x199x4.jpg
26
Fonte: http://cdn.doutissima.com.br/wp-content/uploads/2013/10/desvio-1-tt-width-300-height.jpg
Análise Horizontal
Arnett & Bergman (1993) sugerem que a análise em norma frontal seja feita a
partir da divisão da face em três terços horizontais (Fig. 14); superior, médio e inferior,
respectivamente, cujas medidas geralmente variam entre 55 a 65 mm. Por
conseguinte, a proporcionalidade entre os terços assegura o balanço geral da face,
suscitando a associação de alterações mais significativas à síndromes craniofaciais,
que podem ser diagnosticadas através de análise fotográfica e diagramas nas normas
frontal e sagital e/ou por análise cefalométrica.
Fonte: http://www.moreirajr.com.br/images/revistas/39/749/naso_f1.jpg
28
O terço médio é delimitado pelo espaço compreendido entre a mesma linha que
percorre as sobrancelhas (ponto glabela -Gl) e a linha que percorre a base do nariz
(ponto Subnasal -Sn) (ARNETT & BERGMANN, 1993).
A propriedade principal a ser observada no terço médio é que a base do nariz
Seja equivalente a distância intercantal dos olhos (Fig. 16) (ARNETT & BERGMAN,
1993).
Fonte: http://www.drfabricioribeiro.com.br/wp-content/uploads/2013/09/rinoplastia-frontal.jpg
NORMA LATERAL
2.3.1.1.2 Lábios
Fonte: http://clinicaiorc.com.br/wp-content/uploads/Arco-de-cupido-2.jpg
Fonte: http://www.cosmopolitantv.es/blogs/musculos-de-la-cara-5-ok.jpg
33
Tabela 01 – Relação entre o comprimento do lábio superior, do dente e o espaço livre (Hurst,
1962)
A largura dos lábios pode ser avaliada mais precisamente por linhas verticais
traçadas paralelamente à linha media facial nos limites da comissura labial, onde a
largura da boca equivale idealmente à distância inter-iris com o paciente em repouso
(PROFFIT, 1991), cruzando o centro da pupila ao sorrir (Fig. 25) (MONDELLI, 2003;
NAINI, 2014).
Fig. 25 - Linhas verticais para avaliação da largura da boca
Fig. 27- Classificação dos lábios de acordo com a espessura (Matthews, 1978)
Classificação do Sorriso
O sorriso pode ser classificado (Fig. 28) de acordo com a exposição dento
gengival em: alto; consistindo na exposição de toda a coroa anatômica dos elementos
e uma faixa continua maior ou igual a 3 mm de tecido gengival. O sorriso classificado
em médio consiste na exposição de 75-100% da coroa e papilas interdentais;
enquanto sorrisos que expõem até 75% da coroa anatômica, sem exposição de tecido
gengival são considerados baixos. Indivíduos do sexo feminino apresentaram maior
prevalência de sorrisos altos e médios, enquanto no sexo masculino, os sorrisos
médios e baixos foram mais prevalentes (PUPPIN, 2002; PECK & PECK, 1970; TJAN,
et. al., 1984).
Fonte: http://clinicaodontovidas.com.br/conteudo/contentFiles/232-espac-o-interlabial.jpg
Fig. 30 - Aumento do espaço Inter labial por (A) Lábio superior curto (B) Excesso vertical
da maxila (C) Protrusão mandibular (D) Mordida aberta
A B
C D
2.3.1.1.3 Periodonto
Contorno gengival
O contorno gengival é delimitado pela união entre pontos referentes aos zênites
gengivais, correspondente ao ponto mais alto da região cervical dos elementos, com
as ameias gengivais, normalmente com aspecto triangular invertido, ocupando o
espaço formado pelos limites da crista óssea alveolar e as faces proximais dos
elementos adjacentes, sendo preenchido pelas papilas inter dentárias (MENDES &
BONFANTE, 1994). A presença de um contorno gengival regular e continuo contribui
significativamente para uma composição estética agradável (CONCEIÇÃO, et al.,
2005). Para conferir ao sorriso a característica de gradação e progressão regressiva,
o periodonto pode apresentar dois padrões básicos de contorno: sinuoso e reto (Fig.
31) (COHEN, 2008).
No padrão sinuoso, considerado esteticamente agradável, os zênites gengivais
dos elementos anteriores estão dispostos de forma que quando ligados formam um
triangulo invertido, devido à posição do zênite do incisivo lateral estar abaixo dos
zênites do incisivo central e canino, enquanto no padrão reto é possível observar as
linhas dos zênites de incisivo central a canino alinhadas na mesma tangente. O padrão
reto é aceitável como esteticamente aceitável. A ruptura desses padrões, que
geralmente são determinados pela margem cervical do incisivo lateral, assim como a
assimetria bilateral entre os padrões de contorno pode conferir um aspecto
42
antiestético ao sorriso pela imagem hipotética formada entre os zênites ligados tornar-
se conflituosa com as linhas horizontais da face (MENDES & BONFANTE; 2003;
COHEN, 2008).
O contorno gengival pode ser alterado por fatores como doença periodontal,
trauma tecidual, tratamentos iatrogênicos com invasão do espaço biológico, levando
à reabsorção óssea e consequente recessão gengival, onde a extensão do dano varia
de acordo com o fator etiológico. Outro fator capaz de alterar o contorno gengival é o
quadro de erupção passiva alterada (Fig. 32), que ocasiona diferentes níveis de
contorno gengival de um ou vários elementos dentais (COHEN, 2008).
Espaço Biológico
Ameias Gengivais
Fig. 35- Triângulos negros ocasionados por perda de papila Inter dentária
Fonte: http://www.vmcom.com.br/AdmVm/Content/Images/Materia/Fig%2071.jpg
Proporção é definida como a relação entre as partes e das partes com o todo.
Logo, os dentes guardam certa proporção entre si bem como em relação à face. Uma
proporção equilibrada de aparência dos dentes ao sorrir é fundamental para uma
composição esteticamente agradável do sorriso. Aplicando a proporção áurea, as
proporções estabelecidas para incisivo central, lateral e canino é de 1, 618: 1,0: 0,
618, respectivamente, ou aproximadamente 60% do tamanho aparente do elemento
mais próximo a linha media em relação ao adjacente rumo ao segmento posterior,
conferindo ao sorriso a propriedade de progressão regressiva (Fig. 36) (BARATIERI,
et. al., 1995; CONCEIÇÃO, et al., 2005; MONDELLI, 2003).
Curvatura Incisal
Fonte: http://www.cetrobh.com/wp-content/uploads/2015/03/sorriso2.png
e sexo. A quantidade média de dentes expostos decresce com a idade para os dentes
superiores e aumenta para os inferiores. Quanto mais as margens são expostas, mais
jovem o paciente parece. Num paciente jovem a quantidade de margem incisal dos
incisivos superiores é de aproximadamente 2 a 3 mm, enquanto numa idade mais
avançada a margem incisal encontra-se desgastada e não fica exposta. Em média as
mulheres expõem mais os dentes superiores do que os homens – 3,40mm para as
mulheres e 1,91mm para os homens em média (Fig. 38) (BARATIERI, et al., 1995;
CONCEIÇÃO, et al., 2005; MONDELLI, 2003; MENDES & BONFANTE, 1996)
As bordas incisais dos incisivos laterais superiores geralmente são mais curtas
em relação aos incisivos centrais (0,5 a 1,5 mm aproximadamente). A altura da
cúspide dos caninos normalmente se apresenta no mesmo plano ou acima das bordas
incisais dos centrais. Mendes & Bonfante (1996) citam que caninos que ultrapassam
o plano dos incisivos deixam a impressão desagradável de “dentes de vampiro” (Fig.
39) (CONCEIÇÃO, et al., 2005; MONDELLI, 2003).
Fonte: http://www.cetrobh.com/wp-content/uploads/2015/03/sorriso3.png
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Fig. 40 – Plano Incisal afetado pela idade; (A) pacientes jovens (B) pacientes idosos
2.3.2 Microestética
Fonte: http://www.scielo.br/img/revistas/dpjo/v16n2/a16fig8.jpg
Fonte: http://www.ortodontista.net/blog/wp-content/uploads/2010/08/ameias2.bmp
51
Fonte: http://www.scielo.br/img/revistas/dpjo/v15n1/14f03.gif
52
Baratieri et. al. (1995) classificaram as formas dos dentes naturais em relação
aos contornos básicos agrupando-os em três categorias: quadrada, triangular e oval
(Fig. 46). Dentes quadrados apresentam normalmente um contorno incisal reto com
largura mesio-distal proporcionalmente maior quando comparado as formas ovóide e
triangular. Os ângulos incisais denotam um contorno proximal com linhas mesial e
distal paralelas, com convexidade leve e linha cervical rasa, conferindo um aspecto
fechado às ameias incisais (ADOLFI, 2002; MAGNE & BELSER, 2004).
Dentes triangulares apresenta contorno incisal reto e contorno proximal em
forma de “V” convergente para a região cervical, que apresenta linha estreita.
Apresentam um diâmetro mesiodistal semelhante à forma quadrada, com os pontos
de contato localizados perto dos ângulos incisais mesial e distal agudos, com aspecto
côncavo ao centro quando em vista lateral (KINA & BRUGUERA, 2008; GÜREL, 2003;
FRADEANI, 2006). Dentes ovóides se apresentam contorno incisal com ângulos
mesial e distal arredondados com transição suave entre os contornos, levando os
pontos de contato a se localizarem no ponto médio do contorno proximal, com linha
cervical estreita. O diâmetro mesiodistal é o menor comparado aos três tipos, com
aspecto convexo no centro da face vestibular (BARATIERI, et al., 1995; MONDELLI,
2003).
A B
c
Fonte: Conceição, et. al. (2005)
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A inclinação axial dos dentes utilizada como ponto de referência básico a linha
média, devendo ser avaliados nos sentidos mesiodistal e vestibulolingual,
considerando que uma variação fisiológica de inclinação entre os elementos é aceita
dentro dos padrões de normalidade, conferindo ao sorriso o aspecto de gradação
através da presença de corredor bucal. (MENDES & BONFANTE, 1996)
No segmento anterossuperior, a análise no sentido mesiodistal deve considerar
incisivos centrais e caninos de tal forma que o seu longo eixo, seja posicionado
paralelo à linha média ou ligeiramente divergente para distal, enquanto os incisivos
laterais tendem a ter seu longo eixo naturalmente divergentes para distal,
determinando a posição do zênite gengival. No segmento ântero inferior, os incisivos
centrais geralmente apresentam seu longo eixo paralelo a linha média ou convergente
para mesial, enquanto os incisivos laterais apresentam seu longo eixo convergindo
para mesial, o que ocorre de forma mais acentuada nos caninos (MENDES &
BONFANTE, 1996; MONDELLI, 2003; CONCEIÇÃO, et al., 2005).
A análise no sentido vestíbulo lingual remete ao alinhamento dos dentes no
arco, que em situações de normalidade, garantem correto posicionamento dos pontos
de contrato, definindo a faixa dos conectores. A angulação dos incisivos centrais
geralmente é posicionada a 29º para vestibular, determinando um trespasse horizontal
suficiente para dar suporte aos lábios (MENDES & BONFANTE, 1996; MONDELLI,
2003).
Mondelli (2003) cita que a presença de dentes bem alinhados no arco dentário
contribuem de forma significativa para a harmonia e equilíbrio estético do sorriso,
proporcionando uma transição gradual e suave no sentido antero-posterior e latero-
central (corredor bucal) quando o indivíduo e visto a sorrir em norma frontal e lateral,
enquanto a ausência de alinhamento dos elementos origina uma tensão visual e
supressão no efeito de gradação entre os dentes, ocasionando uma situação
desfavorável no panorama estético (MENDES & BONFANTE, 1996; MONDELLI,
2003; CONCEIÇÃO, et al., 2005).
54
mesmo matiz da cor A3, entretanto a cor A3 tem maior croma e menor valor do que a
cor A1.
A escolha das cores que serão utilizadas na restauração é um dos
procedimentos mais importantes durante para o tratamento estético. Atualmente há
uma tendência em se adotar o padrão de cores da escala Vita (Fig. 48), que é
composta por 16 cores distribuídas em quatro grupos distintos (A, B, C, D). Sugere-
se que para a obtenção de melhores resultados, a seleção da cor seja feita utilizando
luz natural, após profilaxia, estando a escala da cor em meio úmido por certo período
de tempo. Deve-se definir o matiz pelo canino ou pelo dente com maior saturação, a
qual é definida a partir do terço médio do dente a ser restaurado (MAGNE & BELSER,
2003; GÜREL, 2003; KINA & BRUGUERA, 2008).
Fonte: http://www.digitaleds.com.br/wp-content/uploads/2015/03/6_escala_vita.jpg
Fonte: http://dipadent.com.ar/image/catalog/imagen-00003130.jpg
56
Fonte: http://4.bp.blogspot.com
Opalescência
Fonte: ttps://guidoferreira.files.wordpress.com/2012/02/6807268561_988db3ae2e_b.jpg
Por ser uma estrutura translúcida, o dente está sujeito à influência do contraste
do fundo, assim como os efeitos de opalescência e contra- opalescência. Logo, pode-
se observar maior destaque do halo opalescente quando os elementos se encontram
em contraste com o fundo escuro da boca, enquanto com os dentes em oclusão, o
fenômeno de contra- opalescência ganha destaque, levando à compreensão de que
tais fenômenos podem contribuir decisivamente na expressão das variações sutis de
matiz observadas em dentes naturais, que podem também sofrer variações de acordo
com a idade, variando de um aspecto azulado verificado em dentes jovens à cor âmbar
presente em indivíduos idosos (BARATIERI et. al., 2015).
Fig. 51 – Estruturas que podem ser observadas na região incisal em contraste com o fundo
Fluorescência
Fonte: https://scontent.cdninstagram.com/t51.2885
Translucidez
CONCLUSÃO
A busca pela estética ideal pode ser feita por meio da aplicação de proporções,
mostrando uma noção máxima de morfologia e função quando organizadas em
proporção áurea. Todavia, uma vez que essa proporção nem sempre é encontrada na
população, não deve ser considerada absoluta. Os indivíduos apresentam
características únicas e particulares, devendo ser analisadas em um conjunto visando
um resultado final harmônico e natural, satisfazendo as expectativas do paciente
O cirurgião dentista se atentar à queixa principal do paciente para que a partir
da mesma, juntamente com a análise das características psicológicas, físicas e
emocionais do paciente, devendo ser analisadas em um conjunto para que a partir de
um correto diagnóstico, seja possível indicar um tratamento satisfatório as
necessidades e ânsias do paciente de forma clara e ética.
O equilíbrio entre a aplicação de proporções e leves assimetrias que atuam
dinamizando a composição, moldados pelo conhecimento teórico e prático do
profissional, que deve se valer do bom senso, permitem que um plano de tratamento
seja executado com segurança, resultando em um tratamento estético e
biologicamente satisfatório.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS