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Aula 03 - Classes de Palavras - Parte II - Verbos.: Prof. José Maria C. Torres

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Prof.

José Maria
Língua Portuguesa para PC AM Aula 03

Aula 03 – Classes de
Palavras – Parte II -
Verbos.
Língua Portuguesa p/ PC AM

Prof. José Maria C. Torres


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Sumário
VERBOS ................................................................................................................................................... 4

CLASSIFICAÇÃO DOS VERBOS .................................................................................................................................. 4


Verbos quanto à terminação............................................................................................................................. 4
Verbos quanto à conjugação ............................................................................................................................ 4
Verbos quanto à função ................................................................................................................................... 9
FORMAS NOMINAIS ............................................................................................................................................. 11
Infinitivo ........................................................................................................................................................ 11
Gerúndio ....................................................................................................................................................... 13
Particípio ....................................................................................................................................................... 13
LOCUÇÕES VERBAIS ............................................................................................................................................ 14

FLEXÕES VERBAIS .................................................................................................................................. 15

NÚMERO E PESSOA ............................................................................................................................................. 15


MODOS VERBAIS ................................................................................................................................................. 16
Indicativo ...................................................................................................................................................... 16
Subjuntivo ..................................................................................................................................................... 16
Imperativo: .................................................................................................................................................... 17
TEMPOS VERBAIS ................................................................................................................................................ 18
Aspecto Verbal .............................................................................................................................................. 19
Tempos Primitivos e Derivados ....................................................................................................................... 22
Tempos Compostos........................................................................................................................................ 34
EMPREGO DOS MODOS E TEMPOS VERBAIS ............................................................................................................ 37
Modo Indicativo ............................................................................................................................................. 37
Modo Subjuntivo ........................................................................................................................................... 43
Modo Imperativo ........................................................................................................................................... 44
CORRELAÇÃO DOS TEMPOS VERBAIS ..................................................................................................................... 44
Principais Correlações .................................................................................................................................... 45
Outras Correlações ........................................................................................................................................ 46
VERBOS NOTÁVEIS .............................................................................................................................................. 46
Verbos SER e IR ............................................................................................................................................. 47
QUERER e REQUERER; VER e REAVER; VER e PROVER .................................................................................. 49
VERBOS TERMINADOS EM -EAR ................................................................................................................... 54
VERBOS TERMINADOS EM -IAR .................................................................................................................... 55
VERBOS TERMINADOS EM -UAR .................................................................................................................. 57
VOZES VERBAIS: ................................................................................................................................................. 58
Conversão de VOZ ATIVA em PASSIVA ANALÍTICA e vice-versa ...................................................................... 61
Conversão de VOZ PASSIVA SINTÉTICA em VOZ PASSIVA ANALÍTICA .......................................................... 66

QUESTÕES COMENTADAS PELO PROFESSOR......................................................................................... 70

LISTA DE QUESTÕES............................................................................................................................. 148

GABARITO ............................................................................................................................................ 198

RESUMO DIRECIONADO ....................................................................................................................... 199

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Olá, meus amigos!


Reservei para esta aula um detalhamento minucioso acerca da classe de palavras VERBOS.

Vale a pena cada gota de suor derramada nesta aula, moçada! Trata-se de um assunto cobrado em
demasia nas provas de concurso. Ao final, devemos estar aptos a identificar e empregar corretamente os
MODOS, TEMPOS e VOZES VERBAIS.

Vamos que vamos!

Uma excelente aula a todos! Bom proveito!

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Verbos
É essencial um estudo aprofundado de verbos, em especial dos tópicos referentes à conjugação verbal e às
vozes verbais, assuntos de frequente cobrança em provas de concurso. Os verbos são uma das mais importantes
classes de palavras, pois, a partir deles, estrutura-se toda a análise sintática. Podem fazer referências a ações (falar,
cantar, vender, etc.), processos (acontecer, suceder, esquentar, etc.), estados (ser, estar, ficar, etc.) ou fenômenos
naturais (chover, trovejar, amanhecer, etc.).

Vamos passo a passo destrinchar TUDO de verbos, começando por uma breve classificação:

Classificação dos Verbos


Verbos quanto à terminação

1ª conjugação

Assim são classificados os verbos com terminação –AR. Exemplos: amar, falar, pular, etc.

2ª conjugação

Assim são classificados os verbos com terminação –ER e –OR (pôr e derivados). Exemplos: fazer, vender,
comer, pôr, repor, dispor, etc.

Professor, por que o verbo ‘pôr’ e suas formas derivadas são classificadas como de 2ª conjugação. Caro aluno
curioso, uma antiga grafia - mas bem antiga mesmo – desse verbo era “poer”. Por esse motivo, convencionou-se a
classificação do pôr e derivados na 2ª conjugação.

3ª conjugação

Assim são classificados os verbos com terminação –IR. Exemplos: proibir, permitir, imprimir, etc.
Sossego total, né gente?

Verbos quanto à conjugação

Verbos Regulares

Assim são chamados os verbos que seguem um modelo estabelecido e não se afastam dele em toda a
conjugação. Em termos mais técnicos, são verbos que preservam intacto seu radical. Lembra o que é radical? Se
não, volte lá na aula anterior e reveja na seção Estrutura de Palavras minha explanação acerca de radical, ok?
Observe a seguir algumas conjugações aleatórias do verbo “falar”:
falei, falou, falaríamos, falássemos, falaremos, falarão, etc.

Note que o radical “fal” permanece intacto, sinalizando que se trata de um verbo regular.

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Seria maravilhoso se todos os verbos do planeta fossem regulares. Por que, professor? Ora, bastava decorar
a conjugação de um regular de 1ª conjugação e fazer os demais da mesma conjugação imitarem esse exemplo.
Como assim, professor? Falamos anteriormente que o verbo “falar” é regular, correto? Dessa forma, todos os
regulares de 1ª conjugação imitarão a flexão de “falar”. Por exemplo, pegue as flexões aleatórias do verbo “falar”
anteriormente apresentadas e troque nelas o radical “fal” pelo radical do verbo de 1ª conjugação também regular
“comentar” – “coment”. Teríamos as seguintes flexões:

comentei; comentou; comentaríamos; comentássemos; comentaremos; comentarão; etc.


Faríamos a mesma coisa para os verbos regulares de 2ª e de 3ª, tomando como referência “vender” e
“partir”, respectivamente. Dessa forma, bastaríamos dominar a conjugação de “falar”, “vender” e “partir” –
verbos paradigmas (exemplos) de cada conjugação – e reproduzir nos demais verbos, trocando apenas o radical e
mantendo as mesmas terminações.
Professor, mas que maravilha! Calma, jovem! Infelizmente grande parte dos verbos não se comportam
assim. Grande parte dos nossos verbos são irregulares!

Verbos Irregulares

Assim são chamados os verbos que se afastam do modelo geral, por apresentarem alterações no radical em
algumas flexões.

Exemplos: dizer (eu digo), caber (eu caibo), fazer (eu faço), medir (eu meço)
Veremos daqui a pouco como lidar com verbos irregulares, dominando os passos da formação dos tempos
derivados a partir dos primitivos. Seremos capazes de prever em que momento as alterações de radical
ocorrerão.

IMPORTANTE!
Deve-se tomar o devido cuidado com as conjugações de alguns verbos irregulares, principalmente os derivados de
ter, ver, vir e pôr
Exemplos:
tenho(ter) – detenho (deter) – retenho (reter) – obtenho (obter)

tive(ter) – detive (deter) – retive (reter) – obtive (obter)

pus(pôr) – compus (compor) – repus (repor)

viu(ver) – reviu (rever) – previu (prever)

veio(vir) – interveio (intervir) – adveio (advir)


Frases do tipo “Eles reveram antigos colegas no churrasco.” e “O governo interviu no preço dos combustíveis”
estão ERRADAS! Veja:

Eles viram (ver) – Eles reviram (rever)

Ele veio (vir) – Ele interveio (intervir)

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Corrigindo-as, teremos:

Eles reviram antigos colegas no churrasco.

O governo interveio no preço dos combustíveis

Ainda falaremos mais profundamente de algumas


conjugações perigosas. Mas já vai ficando atento com os
verbos derivados de ter, ver, vir e pôr, ok?

Verbos Defectivos:

Assim são chamados os verbos que não possuem conjugação completa, ou seja, são defeituosos.

Exemplos:
A flexão de “colorir” na 1ª pessoa do singular do Presente do Indicativo é “Eu ...”. Se você pensou “coloro”,
essa forma não existe! O verbo “colorir” é, portanto, defectivo!

A flexão de “falir” na 1ª pessoa do singular do Presente do Indicativo é “Eu ...”. Se você pensou “falo”, aí é
verbo “falar”; se você falou “falho”, aí é verbo “falhar”. Essa flexão não existe! O verbo “falir” é, portanto, defectivo!
Um famoso verbo defectivo, bastante presente em provas de concurso, é o verbo “precaver-se”, na 1ª
pessoa do singular do Presente do Indicativo. Não existe a flexão “Eu me precavejo” nem “Eu me precavenho”.
CUIDADO! Aparecendo essas formas, já pode apontar o erro! Poxa, professor? E como eu vou fazer para me
precaver? Querido aluno, é só utilizar um sinônimo. Que tal “prevenir-se”? Escreva “Eu me previno...”.
Professor, outra pergunta! Tenho notado que a falha ocorre frequentemente na 1ª pessoa do singular! É sempre
nela que ocorre a falha? Não, meu caro aluno, não somente! Mas ela tem sido citada muitas vezes, pois dessa
pessoa nascem vários tempos derivados, daí sua importância. Espere chegarmos a Formação dos Tempos
Derivados e você entenderá o que estou falando, ok? Aff, professor! Toda hora o senhor pede para esperar! Calma,
jovem! Confie em mim! Continuemos a classificar nossos amigos verbos!

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Verbos Anômalos:

Assim são chamados os verbos anormais, pois não possuem radical fixo. Os exemplos mais citados de
verbos anômalos são “ser” e “ir”, pois apresentam alterações profundas no radical. Alguns gramáticos consideram
ter, ver, vir e pôr anômalos também, mas são interpretações bem particulares. Para efeito de concurso, considere
anômalos SER e IR.

Para que você visualize essas mudanças bruscas de radical, conjugue aleatoriamente os verbos ser e ir:

SER: eu sou, tu és, ele é, eu fui, tu foste, ele foi, eu era, tu eras, ele era, eu serei, tu serás, ele será...

IR: eu vou, tu vais, ele vai, eu fui, tu foste, ele foi, eu ia, tu ias, ele ia, eu irei, tu irás, ele irá...

Viu? Não há padrão algum de radical.

Verbos Abundantes:

Assim são chamados os verbos que apresentam duas ou mais formas para uma mesma conjugação,
normalmente no particípio. Para efeito de concurso, interessa saber quais verbos possuem mais de um particípio
e quando usamos uma ou outra forma.

Professor, e o que seria particípio? O particípio é uma das três formas nominais – infinitivo, gerúndio e particípio
– e caracteriza-se pela terminação “-ado” e “-ido” na forma regular. Portanto, o particípio de “comentar” é
“comentado”; o particípio de “aprender” é “aprendido”; o particípio de “proibir” é “proibido”; o particípio de
“fazer” é ... ops! Não existe a forma “fazido”, ok? Existe sim a forma irregular “feito”.
Dessa forma, os particípios podem se apresentar na forma regular, caracterizada pelas terminações “ado”
e “ido”; ou na forma irregular, também chamada de reduzida, com terminações diversas. Há verbos que só
possuem a forma regular de particípio – é o caso dos verbos CHEGAR (CHEGADO) e TRAZER (TRAZIDO); há verbos
que só possuem a forma irregular de particípio – é o caso dos verbos FAZER (FEITO) e ESCREVER (ESCRITO); e há
os verbos abundantes, que admitem tanto a forma regular como a irregular – vide lista a seguir.

IMPORTANTE

 No dia a dia, equivocadamente se utilizam as formas “chego” e “trago” como particípios, acompanhadas
geralmente pelos verbos auxiliares ter e haver. Muito cuidado! Os particípios de “chegar” e “trazer” são
“chegado” e “trazido”, respectivamente!

Exemplos:

Eu tinha chego atrasado. (ERRADO)

Eu tinha chegado atrasado. (CERTO)

Eu havia trago muitos presentes da viagem. (ERRADO)

Eu havia trazido muitos presentes da viagem. (CERTO)

As formas “chego” e “trago” até existem, mas são flexões de 1ª pessoa do singular do Presente do Indicativo – eu
chego; eu trago.

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 Eis uma lista dos principais verbos abundantes: aceitar (aceitado e aceito); acender (acendido e aceso); eleger
(elegido e eleito); entregar (entregado e entregue); expulsar (expulsado e expulso); extinguir (extinguido e extinto);
imprimir (imprimido e impresso); limpar (limpado e limpo); pagar (pagado e pago); pegar (pegado e pego); prender
(prendido e preso); salvar (salvado e salvo); soltar (soltado e solto); suspender (suspendido e suspenso).

 Eis uma lista dos principais verbos que possuem apenas um particípio: abrir (aberto); beber (bebido); chegar
(chegado); cobrir (coberto); escrever (escrito); fazer (feito); trazer (trazido).

 No caso de verbos com mais de um particípio (verbos abundantes), emprega-se a forma regular do particípio
(terminada em ADO ou IDO) com os auxiliares TER ou HAVER. Já a forma irregular é utilizada com a presença
dos auxiliares SER, ESTAR ou FICAR.

Exemplos:

Corri atrás de Paulo, mas ele já tinha pegado o ônibus.

(Forma regular de particípio, com a presença do auxiliar TER)

O ladrão foi pego em flagrante.

(Forma irregular de particípio, com a presença do auxiliar SER)


Ela me contou que havia entregado minha carta em mãos.
(Forma regular de particípio, com a presença do auxiliar HAVER)

O pacote finalmente estava entregue em mãos.

(Forma irregular de particípio, com a presença do auxiliar ESTAR)


A churrasqueira tinha sido acesa no começo da tarde.
(Forma irregular de particípio, com a presença do auxiliar SER. Apesar da presença do auxiliar TER, o fato de
SER estar presente como auxiliar faz com que utilizemos a forma irregular do particípio)
 No caso de um verbo possuir um só particípio, este deverá ser empregado com qualquer auxiliar.
Exemplos:

Eu tinha feito lista de exercícios.

Eu havia feito lista de exercícios.

A lista de exercícios foi feita por mim.

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Verbos Pronominais

Assim são chamados os verbos empregados acompanhados de pronome oblíquo átono, que pode
exercer função reflexiva (= a mim mesmo; a ti mesmo; a si mesmo...), recíproca (um ao outro, um para o outro,
um com o outro, etc.) ou simplesmente ser uma parte integrante do verbo.

Há verbos que sempre serão pronominais, como é o caso de “suicidar-se”, “queixar-se”, “(in)dignar-se”,
“arrepender-se”, “esforçar-se”.

Não dá para escrever “Fulano arrependeu do erro.”. Sem o pronome, não dá! O certo é “Fulano se
arrependeu do erro.”.

Há verbos que ocasionalmente serão pronominais, como é o caso de “enganar-se”, “orgulhar-se”, “alegrar-
se”, “lembrar-se” e “esquecer-se”. Queria que você desse bastante destaque para os verbos “lembrar” e
“esquecer”, pois, dependendo do emprego deles na forma pronominal ou não, muda o tipo de complemento.
Veja:

O professor lembrou (esqueceu) o nome do aluno.


(Os verbos “esquecer” e “lembrar” não são pronominais nessa frase. Dessa forma, esses verbos pedem
objeto direto como complemento)

O professor se lembrou (se esqueceu) do nome do aluno.

(Os verbos “esquecer” e “lembrar” são pronominais nessa frase. Dessa forma, esses verbos pedem
objeto indireto como complemento. E o objeto indireto deve ser introduzido pela preposição DE).

Verbos quanto à função

Verbos Auxiliares:

Assim são chamados os verbos que se juntam às formas nominais (infinitivo, gerúndio ou particípio) de um
verbo principal, flexionando-se em número, pessoa, tempo e modo.

Exemplos:

Tenho andado muito. Há de haver outro caminho.


Principais verbos auxiliares: ter, haver, ser, estar, ir.

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Verbos Principais:

Assim são chamados aqueles verbos que conservam seu significado pleno nas frases em que são
empregados. Quando acompanhados de auxiliares, apresentam-se numa das três formas nominais –
infinitivo, gerúndio ou particípio.

Exemplos:

Comprei algumas frutas.


O trem parte às dez horas.

Tinha estudado o assunto feito louco.

Os auxiliares sempre vêm antes e o principal vem por último, moçada, numa das três formas nominais.

Os principais verbos auxiliares são ter, haver, ser, estar. Há outros que são ocasionalmente auxiliares,
como ir, vir, andar, tornar, ficar, dever, acabar, começar e outros.

Verbos Vicários

Assim são chamados os verbos que substituem outros verbos, com o intuito de evitar repetições
desnecessárias. Como assim, professor?
Observe a seguinte frase:

Não consigo ler tantos livros hoje como conseguia ler no passado.
Note que a forma verbal “conseguir ler” está repetida na frase. Podemos evitar essa incômoda repetição,
substituindo-a pelo verbo “fazer”, acompanhado do pronome demonstrativo “o”. Veja como fica:
Não consigo ler tantos livros hoje como o fazia no passado.

Vamos a outro exemplo:


Se ele não veio para aula, não veio por razões excepcionais, pois não costuma faltar!
Note que a forma verbal “veio” está repetida na frase. Podemos evitar essa incômoda repetição,
substituindo-a pelo verbo “ser”. Veja como fica:

Se ele não veio para aula, foi por razões excepcionais, pois não costuma faltar!

Os verbos vicários mais empregados nas frases são “ser” ou “fazer”. Muitas vezes, para dar melhor
coesão, pedem companhia do demonstrativo “o”.

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Verbos Causativos e Sensitivos

Os verbos causativos são assim chamados porque exprimem uma relação de causa. São eles: "fazer",
"mandar" e "deixar".
Na frase “Fiz Patrícia chorar.”, o entendimento é que Patrícia chorou porque eu fiz alguma coisa. Na frase
“Mandei Patrícia sair.”, o entendimento é que Patrícia saiu porque eu mandei. Na frase “Deixei Patrícia falar
sozinha.”, o entendimento é que Patrícia falou sozinha porque eu deixei
Já os verbos sensitivos são assim chamados porque indicam a existência de um dos sentidos. São eles:
“ver", "sentir", "ouvir", “imaginar”, etc.

Formas Nominais
São três as formas nominais: Infinitivo, Gerúndio e Particípio. Elas assim são chamadas, pois podem exercer
funções sintáticas próprias de nomes – substantivos, adjetivos e advérbios.
Exemplos:
Estudar faz bem para a alma.

Saiu correndo da sala de aula.


É uma pessoa iluminada por Deus.

O infinitivo “Estudar” desempenha o papel sintático de sujeito, função típica dos substantivos.

O gerúndio “correndo” corresponde ao modo como o indivíduo saiu da sala, exercendo um papel similar ao
dos advérbios de modo. Sintaticamente, isso se traduz num adjunto adverbial de modo.
Já o particípio “iluminada” exerce função adjetiva, modificando o substantivo “pessoa”. Sintaticamente, isso
se traduz num adjunto adnominal.

Infinitivo
O Infinitivo pode se apresentar na forma impessoal, ou seja, na forma não flexionada, com as terminações
AR (verbos de 1ª conjugação), ER (verbos de 2ª conjugação) ou IR (verbos de 3ª conjugação).

Pode também se apresentar na forma pessoal, ou seja, na forma flexionada, concordando com a pessoa
gramatical. Veja a seguir as formas flexionadas de infinitivo e fique atento às desinências de número e pessoa:
Esse assunto é para eu estudar

Esse assunto é para tu estudares


Esse assunto é para ele estudar

Esse assunto é para nós estudarmos

Esse assunto é para vós estudardes

Esse assunto é para eles estudarem

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IMPORTANTE

 Quando inserido numa locução verbal como um dos auxiliares ou como verbo principal, o infinitivo não
admite a forma flexionada. É obrigatório, nesse caso, o emprego da forma não flexionada por razões de boa
sonoridade.
Exemplos:

Eles devem analisarem com cuidado as informações. (ERRADO)

Eles devem analisar com cuidado as informações. (CERTO)


Vocês podem comparecerem assim que desejarem. (ERRADO)

Vocês podem comparecer assim que desejarem. (CERTO)

Cuidado com as redações em que o auxiliar é isolado do principal no infinitivo por alguma expressão intercalada!
Esse distanciamento entre auxiliar e principal pode mascarar erros de flexão do infinitivo. Observe:

Os alunos devem, a partir de hoje até o final da semana que vem, tendo em vista a necessidade de atualização
cadastral periódica, comparecerem aos postos de saúde munidos da documentação comprobatória.

A frase apresenta ERRO no uso da forma flexionada de infinitivo “comparecerem”. Note que ela integra uma
locução verbal, cujo auxiliar é a forma verbal “devem”. Esse erro é mascarado devido às expressões intercaladas
posicionadas entre o auxiliar e o principal. Elas poluem nossa visão e acabam nos induzindo ao erro. Fique atento,
pois é assim que as bancas tentarão enganar você! Se essas intercalações não estivessem presentes, ficaria bem
mais fácil perceber o erro em “Os alunos devem... comparecerem”.
Como dito, não se flexiona infinitivo em locução verbal. A redação correta, portanto, seria:

Os alunos devem, a partir de hoje até o final da semana que vem, tendo em vista a necessidade de atualização
cadastral periódica, comparecer aos postos de saúde munidos da documentação comprobatória.

CESPE – MP/PI - 2018

Saiu a mais nova lista de coisas que devem ou não ser feitas.

Seria incorreto o emprego do verbo “ser” no plural — serem.

( ) CERTO ( ) ERRADO

RESOLUÇÃO:

Não se flexiona o infinitivo presente em uma locução verbal, seja esse infinitivo um dos auxiliares ou o verbo
principal.

No caso, a forma “devem” e o infinitivo “ser” são auxiliares do verbo principal no particípio “feitas”. A forma “ser”,
portanto, não pode ser flexionada, sob pena de incorrermos num erro gramatical.
Resposta: CERTO

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Gerúndio
O Gerúndio apresenta como desinência característica a terminação NDO (lendo, fazendo, trabalhando,
estudando, etc.).
Essa forma nominal expressa uma ideia de continuidade da ação. Observe a seguinte frase:

O pesquisador está analisando amostras do tecido.

(A forma de gerúndio empregada dá o entendimento de que a ação está em curso.)

A ideia de continuidade do gerúndio pode ser expressada pelo infinitivo antecedido da preposição “a”,
construção bem comum em Portugal. Observe:
Estou a trabalhar em um importante projeto.

= Estou trabalhando em um importante projeto.


(É possível substituir a expressão “a trabalhar” por “trabalhando”, mantendo a ideia de continuidade)

Outra observação importante é relativa ao vício de linguagem do gerundismo, que consiste no uso
desnecessário do gerúndio em locuções verbais. Observe:

Vou estar transferindo sua ligação.


Você pode estar me telefonando daqui a cinco minutos, por favor.
Há necessidade de inserir uma ideia de continuidade nessas frases? Não há! O gerúndio é totalmente
inadequado. As redações corretas seriam:

Vou transferir sua ligação.


Você pode me telefonar daqui a cinco minutos, por favor.

Particípio
Como já mencionado, o particípio pode se apresentar na forma regular, com as terminações ADO (para
verbos de 1ª conjugação) e IDO (para verbos de 2ª e 3ª conjugações); e na forma irregular, também chamada de
reduzida.
É uma forma nominal bastante empregada na voz passiva, nos tempos compostos e nas orações reduzidas.
Tudo isso será detalhado nos próximos itens e aulas.

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Locuções Verbais
As locuções verbais (ou perífrases verbais) são formadas por verbos auxiliares ligados a um verbo
principal no infinitivo, gerúndio ou particípio. Constituem uma única unidade de sentido, como se equivalessem
a um único verbo. É muito importante que você tenha isso em mente: as locuções são formadas por dois ou mais
verbos, mas se comportam como algo único, indissociável, inseparável.

Lá na Sintaxe, por exemplo, pedirei para você contar quantas orações há no período. Para isso, você precisará
contar quantas unidades verbais nela há. Tantas unidades verbais corresponderão a tantas orações: por exemplo,
se há apenas uma unidade verbal, isso significa que há apenas uma oração; se há duas unidades verbais, isso significa
que há duas orações; e assim sucessivamente. Imaginemos que, na nossa frase, tenhamos 5(cinco) verbos e 1(uma)
locução verbal. Quantas orações teremos? É isso mesmo! Teremos 6(seis) orações. A locução verbal, apesar de
ser formada por mais de um verbo, constitui apenas uma unidade de sentido, formando apenas uma oração.
Mas, professor, como eu saberei se aqueles dois verbos juntinhos formam uma unidade de sentido? Em outras
palavras, como saber se aquela união de verbos forma uma locução? Essa pergunta é importantíssima e sua resposta
precisa ser bem elaborada, de modo a não ficar dúvida alguma.
A primeira e mais importante evidência da presença de uma locução verbal é que tanto o verbo auxiliar
como o verbo principal devem se referir ao mesmo sujeito. Na frase “O professor vai resolver muitos exercícios
na aula.”, tanto o verbo auxiliar “vai” como o principal “resolver” compartilham do mesmo sujeito. Se
perguntarmos “Quem vai?” ou “Quem resolverá?”, a resposta será a mesma: o professor!
Esse primeiro filtro já nos leva a importante conclusão: verbos causativos e sensitivos acompanhados de
infinitivos ou gerúndios nunca irão formar locuções verbais, pois os sujeitos são diferentes.
Veja a frase:
Eu me vejo trabalhando neste Tribunal.
Note que o verbo sensitivo “vejo” tem como sujeito “eu”. Já a forma de gerúndio “trabalhando” tem como
sujeito acusativo (Lembra a definição de sujeito acusativo na aula passada?) o pronome oblíquo “me”. Portanto,
não ocorre uma locução verbal, pois os sujeitos são diferentes!

Mais um exemplo:
Eu te mandei fazer as malas.

Note que o verbo causativo “mandar” tem como sujeito “eu”. Já a forma de infinitivo “fazer” tem como
sujeito acusativo o oblíquo “te”. Portanto, não ocorre uma locução verbal, pois os sujeitos são diferentes!

No entanto, mesmo constatando que os dois verbos que estão juntinhos possuem o mesmo sujeito, podem
restar algumas dúvidas! Ora, se formos capazes de desenvolver a oração introduzida pelo infinitivo ou gerúndio,
fazendo aparecer algum conector, provamos que não ocorre uma locução verbal. Veja:

Maria finge ser sincera. (= Maria finge que é sincera)


Paulo julga estar bem. ( = Paulo julga que está bem)

Não nos cabe julgar a preferência alheia. (= Não nos cabe que julguemos a preferência alheia).

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Portanto, para efeito de prova, teremos uma locução verbal quando os dois verbos – auxiliar e principal -
compartilharem do mesmo sujeito. No entanto, se houver a presença de um verbo sensitivo ou causativo ou
se o infinitivo ou gerúndio puderem ser desenvolvidos com o aparecimento de um conector, NÃO teremos
locução verbal.

Um caso particular de locução verbal é o tempo composto: trata-se da locução formada pelos auxiliares
ter ou haver conjugados, acompanhados do verbo principal no particípio, fazendo parte da conjugação normal
de um verbo. Dessa forma, todo tempo composto é uma locução verbal, mas nem toda locução verbal é um
tempo composto, pois as locuções não restringem seus auxiliares aos verbos ter e haver nem impõem que seus
verbos principais estejam no particípio. Conheceremos, no detalhamento dos tempos verbais, as principais formas
compostas.

Flexões Verbais
Os verbos são palavras variáveis, que se flexionam em número, pessoa, tempo, modo e voz. Daremos
grande destaque às flexões de modos, tempos e vozes, que são os carros-chefes nas provas de concurso.

Número e Pessoa
Aqui não há grandes mistérios, pois já detalhamos, na aula relativa a pronomes, as pessoas do discurso: 1ª
pessoa – a que fala; 2ª pessoa – a com quem se fala; a 3ª pessoa – a de quem se fala.
Um ponto interessante a ser citado diz respeito a um vício de linguagem muito comum na linguagem
coloquial: trata-se do desrespeito à uniformidade de tratamento das pessoas. Costuma-se, por exemplo, tratar
a mesma pessoa por “tu” e “você” na linguagem falada. Em textos ou discursos que exijam o emprego da norma
culta, é necessário se ater a esse detalhe e corrigir esse equívoco.

Exemplo:
Pedi para você não se importar com isso, pois o objetivo deles era propositadamente te chatear.
Observe que houve mistura de tratamentos: a mesma pessoa é tratada por “tu” e “você”.

Correções:

Pedi para você não se importar com isso, pois o objetivo deles era propositadamente chateá-lo.

Pedi para tu não te importares com isso, pois o objetivo deles era propositadamente te chatear.

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Modos Verbais
A flexão de modo é fácil e importante! Olha que combinação rara, moçada! Algo fácil geralmente não é
importante; já algo importante não é geralmente fácil. E aqui temos algo fácil e importante ao mesmo tempo!
Os modos verbais indicam as diversas maneiras como um fato pode realizar-se. São três os modos verbais:
Indicativo, Subjuntivo e Imperativo.

Vamos detalhá-los a seguir:

Indicativo
O modo Indicativo apresenta o fato como certo ou real no momento da fala. Expressa, assim, uma realidade
do ponto de vista de quem fala ou escreve.

Exemplo:

Eu te ligarei depois da aula (Trata-se de um fato tido como certo no momento da fala).

Subjuntivo
O modo Subjuntivo apresenta o fato como duvidoso, provável, incerto no momento da fala. Expressa,
assim, uma hipótese, condição ou um desejo do ponto de vista de quem fala ou escreve.

Uma maneira rápida de se identificar verbos no Subjuntivo é perceber a presença de alguns sinalizadores
desse modo. E o que seriam esses sinalizadores, professor? Seriam palavras ou expressões que, por indicarem
dúvida, possibilidade, desejo, acompanham verbos no Subjuntivo. Seriam elas: se (condicional, equivalendo a
“caso”), caso, talvez, é possível, é provável, pode ser, quem sabe, etc. Aparecendo essas palavras ou
expressões, fatalmente o verbo que as acompanha estará flexionado no Subjuntivo.
Exemplo:
Talvez eu te ligue depois da aula (Trata-se de um fato tido como incerto no momento da fala).

Ainda no Subjuntivo, veio à memória um lindo verso da saudosa Cassia Eller: “Quem sabe eu ainda sou uma
garotinha.”. A expressão “Quem sabe” indica possibilidade. Logo, o modo verbal a ser empregado deveria ser o
Subjuntivo. Se fôssemos abraçar os purismos gramaticais, seria necessário substituir a forma verbal sou (flexão de
Indicativo) por seja (flexão de Subjuntivo). Ter-se-ia, assim, de acordo com a norma culta: Quem sabe ainda seja
uma garotinha...
Claro que uma linda canção como essa não seria nunca desmerecida por uma discreta licença poética, não é
mesmo?

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Imperativo:
O modo Imperativo indica ordem, pedido, conselho. Os verbos de Imperativo são de interlocução, ou seja,
são verbos que se dirigem a um falante, expressando uma solicitação, uma sugestão ou um mandamento.
Exemplo:

Pense, fale, compre, beba

Leia, vote, não se esqueça

Use, seja, ouça, diga

Tenha, more, gaste e viva


(Pitty – Admirável Chip Novo)

Nos versos da cantora Pitty, os verbos em destaque estão no modo Imperativo, pois expressam ordem.

IMPORTANTE

 A mesma forma verbal pode pertencer a distintos tempos e modos. É o contexto em que ela se insere que vai
definir a correta flexão.

Suponha que envie uma mensagem para minha esposa, dizendo: “Amor, talvez eu saia mais tarde hoje do
trabalho.”. Ora, eu nem completo a mensagem e ela já responde: “Negativo! Saia mais cedo hoje, pois temos o
aniversário da Bia para ir e você havia prometido me fazer companhia!”.

Perceba que a forma “saia” apareceu duas vezes. Na minha fala, ela está flexionada no Subjuntivo, indicando uma
possibilidade, uma hipótese. Na fala da minha esposa, porém, essa forma verbal está no Imperativo e expressa
uma ordem (Ai de mim se não obedecer! Rs).

 Uma dica sempre pertinente: antes de atacar o tempo verbal, amarre o modo. Repita: antes de atacar o
tempo verbal, amarre o modo. Não se convenceu de que essa dica é importante?
Veja o exemplo a seguir:

Quando eu passar num concurso público, professor, farei um churrasco de comemoração e convidarei o senhor
e toda a sua família.

Que bom saber disso! Vou cobrar, hein? Galera, brincadeiras à parte, a forma verbal “passar” está flexionada em
que tempo? Como vou saber, professor? O senhor ainda não falou nada acerca de tempos verbas, ora! Que tal amarrar
o modo verbal primeiro, hein? Note que, ao se dizer “Quando eu passar”, está-se fazendo menção a um fato ainda
incerto, estão de acordo? Quando digo incerto, não fique triste! Apenas não temos a certeza do dia, hora e minuto
da sua nomeação, por isso a incerteza. O fato pode ser incerto, mas ele é bem possível. Eu diria até provável, dado
o seu esforço de preparação. Voltemos à pergunta: em que tempo está flexionada a forma verbal “passar”?
Alguns poderiam afirmar que ela está no Infinitivo. De fato, o Infinitivo apresenta essa forma, mas não é o caso.
Por quê, professor? O Infinitivo corresponde a uma forma nominal, que, como vimos, é um estágio do verbo anterior
à flexão de modo e tempo. Não é o caso da frase em questão, pois o verbo está flexionado no modo Subjuntivo.
Uma prova disso é a presença do “SE” ou “QUANDO”, sinalizando hipóteses temporais ou condicionais. Mas,

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professor, o senhor não queria saber o tempo? Exato! Com o modo verbal definido, fica mais fácil a identificação do
tempo. Pensemos um pouco. O cenário hipotético de passar num concurso se desenha em que momento? No
futuro, correto? Vamos ligar os pontos: a forma verbal “passar” está flexionada, portanto, no Futuro do
Subjuntivo.

As pessoas ouvem falar em Futuro do Subjuntivo e pensam que estamos falando grego. Viram que não é um bicho
de sete cabeças, certo? Trata-se de um futuro hipotético, possível, provável.

Tempos Verbais
A flexão de tempo serve para situar a ocorrência do fato em relação ao momento em que se fala. Essa é
uma distinção importante: não se pode confundir o momento em que ocorre o fato com o momento em que este
fato é narrado.

Eis a lista de tempos distribuídos em cada um dos modos verbais. Vamos detalhá-los um a um:
Tempos do Indicativo: Presente, Pretérito (Perfeito – Simples/Composto, Imperfeito, Mais-que-Perfeito –
Simples/Composto), Futuro (do Presente – Simples/Composto, do Pretérito - Simples/Composto)
Tempos do Subjuntivo: Presente, Pretérito (Imperfeito, Perfeito – Composto, Mais que Perfeito –
Composto), Futuro – Simples/Composto.

Tempos do Imperativo: Imperativo Afirmativo, Imperativo Negativo

Observações
O Imperativo pode ser classificado em Afirmativo ou Negativo. O segundo vem acompanhado por palavras ou
expressões de caráter negativo (não, nunca, jamais, etc.).

Exemplos:
Não se esqueça de mim, por favor!

Jamais deixes de ler o regulamento da competição.

Não nos deixeis cair em tentação.

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Aspecto Verbal
Para usar os tempos e modos verbais de forma adequada, além do conhecimento das flexões, é necessário
inferir também a duração e momento de percurso da ação ou do processo verbal. Esse conceito é denominado de
Aspecto Verbal. Essa noção será muito importante na análise dos tempos compostos.

Quanto à duração, o aspecto verbal pode ser:

Aspecto Pontual

Trata-se de uma ação ou um processo sem duração, momentâneo.

Exemplos:

A bomba estourou.
O bêbado caiu.

Aspecto Durativo

Trata-se de uma ação ou um processo que se prolonga por determinado tempo.

Exemplos:
Ele gritava de dor
O sol está brilhando

Aspecto Habitual/Iterativo

Trata-se de uma ação ou um processo que se repete habitualmente.

Exemplos:
Ele dá comida aos pombos todos os dias.
Ele joga bola aos domingos com os colegas.

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Quanto ao percurso, o aspecto verbal pode ser:

Aspecto Incoativo ou Inceptivo

A ação ou o processo verbal está em seu início.


Exemplo:

O dia vem surgindo.


Ele começou a ler o poema.

Aspecto Cursivo

A ação ou o processo verbal está em andamento.

Exemplo:

O balão continua subindo.


Os alunos estão conversando com o professor.

Aspecto Conclusivo

A ação ou processo verbal está em seu final.


Exemplo:

Eu acabei de falar com o professor.


Terminei de ler o livro.

Não são muito comuns questões solicitarem essas nomenclaturas, mas é muito importante ter essas noções.
As questões geralmente nos apresentarão algum tempo composto ou locução verbal e nos questionarão acerca
do seu início (se é que a ação já iniciou), seu final (se é que a ação já terminou) e sua duração.
Na frase “Eu tenho estudado Português feito louco.”, a forma verbal “tenho estudado” dá a entender que a
ação teve seu início no passado e ainda não chegou ao seu final, pois ainda dura no presente. Captou? Pergunte
nesse tipo de questão o início (se é que já iniciou), o fim (se é que já terminou) e a duração.

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CESPE - TMCI (CGM J Pessoa)/Pref João Pessoa/2018

A corrupção é uma doença da alma. Como todas as doenças, ela não acomete a todos. Muitas pessoas são
suscetíveis a ela, outras não. A corrupção é uma doença que deve ser combatida por meio de uma vacina: a
educação. Uma educação de qualidade para todos os brasileiros deverá exercitar o pensamento e a crítica
argumentada e, principalmente, introduzir e consolidar virtudes como a solidariedade e a ética. Devemos preparar
uma nova geração na qual a corrupção seja um fenômeno do passado. Nesse futuro não tão remoto, teremos
conquistado a utopia de uma verdadeira justiça social.

Isaac Roitman. Corrupção e democracia. Internet: <https://noticias.unb.br> (com adaptações).

Com relação aos sentidos e aos aspectos gramaticais do texto apresentado, julgue o item a seguir.
A substituição de “teremos conquistado” por conquistaremos manteria os sentidos originais do texto.

( ) CERTO ( ) ERRADO

RESOLUÇÃO:
Observemos o trecho original: “Nesse futuro não tão remoto, TEREMOS CONQUISTADO a utopia...”.
A forma verbal destacada dá a entender que a conquista da utopia da justiça social se concretizou no futuro ANTES
de outras ações também no futuro.

A substituição pela forma CONQUISTAREMOS resulta em: “Nesse futuro não tão remoto, CONQUISTAREMOS a
utopia...”.
A forma verbal em destaque faz menção a uma ação futura, mas sem a ideia da redação original de ação futura
anterior a outras ações.

Dessa forma, o sentido original sofre mudança com a reescrita proposta!

O item está, portanto, ERRADO!

Resposta: ERRADO

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Tempos Primitivos e Derivados


São vários os tempos verbais, o que assusta o aluno assim que ele se depara com o desafio de estudar o
assunto. Há, porém, uma boa notícia: são apenas três os tempos primitivos, responsáveis por formar todos os
outros tempos verbais. São primitivos o Presente do Indicativo, o Pretérito Perfeito do Indicativo e o Infinitivo
Impessoal. Outra boa notícia é que o padrão que a seguir será apresentado se aplica a todos os verbos (irregulares
inclusive), excetuando-se os anômalos.

Tempos Derivados do Presente do Indicativo

Derivam do Presente do Indicativo: o Presente do Subjuntivo e os Imperativos Afirmativo e Negativo.


Gostaria de que vocês dessem bastante atenção à formação dos Imperativos, alvo de muitas cobranças em provas
de concurso. Vamos descrever a seguir os processos de formação dos tempos verbais. Tomaremos como exemplos
as importantes conjugações dos verbos TER, VER, VIR e PÔR, que devem se tornar bem familiares para vocês.

 Presente do Subjuntivo
Deriva diretamente da 1a pessoa do singular do Presente do Indicativo. Como é o procedimento? Na 1ª
pessoa do Presente do Indicativo, retira-se a vogal final e acrescenta-se a desinência de modo e tempo – vogal “e”
para verbos de 1ª conjugação; vogal “a”, para verbos de 2ª e 3ª conjugação.

Exemplos:

APROXIMAR

o Na flexão de 1ª pessoa do Presente do Indicativo, temos: “Eu aproximo”;


o Retirando-se a vogal final “o”, obtém-se o radical formador do tempo derivado: “aproxim”;
o Acrescentando a desinência de modo e tempo do Presente do Subjuntivo - vogal “e” -, obteremos as
seguintes flexões: Talvez eu aproxime; Talvez tu aproximes; Que ele aproxime; Que nós aproximemos;
Caso vós aproximeis; Caso eles aproximem.

TRAZER

o Na flexão de 1ª pessoa do Presente do Indicativo, temos: “Eu trago”;


o Retirando-se a vogal final “o”, obtém-se o radical formador do tempo derivado: “trag”;
o Acrescentando a desinência de modo e tempo do Presente do Subjuntivo - vogal “a” -, obteremos as
seguintes flexões: Talvez eu traga; Talvez tu tragas; Que ele traga; Que nós tragamos; Caso vós tragais;
Caso eles tragam.

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Vejamos o comportamento dos verbos TER, VER, VIR e PÔR:

TER VIR

Presente do Indicativo Presente do Subjuntivo Presente do Indicativo Presente do Subjuntivo

EU TENHO TALVEZ EU TENHA EU VENHO TALVEZ EU VENHA

TU TENS TALVEZ TU TENHAS TU VENS TALVEZ TU VENHAS

ELE TEM CASO ELE TENHA ELE VEM CASO ELE VENHA

NÓS TEMOS CASO NÓS TENHAMOS NÓS VIMOS CASO NÓS VENHAMOS

VÓS TENDES QUE VÓS TENHAIS VÓS VINDES QUE VÓS VENHAIS

ELES TÊM QUE ELES TENHAM ELES VÊM QUE ELES VENHAM

VER PÔR

Presente do Indicativo Presente do Subjuntivo Presente do Indicativo Presente do Subjuntivo

EU VEJO TALVEZ EU VEJA EU PONHO TALVEZ EU PONHA

TU VÊS TALVEZ TU VEJAS TU PÕES TALVEZ TU PONHAS

ELE VÊ CASO ELE VEJA ELE PÕE CASO ELE PONHA

NÓS VEMOS CASO NÓS VEJAMOS NÓS POMOS CASO NÓS PONHAMOS

VÓS VEDES QUE VÓS VEJAIS VÓS PONDES QUE VÓS PONHAIS

ELES VEEM QUE ELES VEJAM ELES PÕEM QUE ELES PONHAM

ATENÇÃO

 Não seguem estritamente esse padrão de formação os verbos haver, ser, estar, dar, ir, querer e saber. As
formas de Presente do Subjuntivo desses verbos são: haja, seja, esteja, dê, vá, queira e saiba.

 Verbos que não possuem a flexão de 1ª pessoa do singular do Presente do Indicativo não possuem Presente
do Subjuntivo. É o caso de abolir, emergir/imergir, viger, falir, precaver-se, colorir, etc.

 Cuidado com os verbos aderir, polir, competir, repelir, gerir! Eles admitem SIM 1ª pessoa do singular do
Presente do Indicativo: eu adiro; eu pulo; eu compito; repilo; eu giro. A flexão de Presente do Subjuntivo,
portanto, fica assim: talvez eu adira; talvez tu adiras; talvez ele adira...; talvez eu pula; talvez tu pulas;
talvez ele pula...; talvez eu compita; talvez tu compitas; talvez ele compita...; talvez eu repila; talvez tu
repilas; talvez ele repila...; talvez eu gira; talvez tu giras; talvez ele gira...; etc.

 Como já alertado, os verbos TER, VER, VIR e PÔR influenciarão as conjugações de MANTER, RETER, DETER,
OBTER, REVER, PREVER, INTERVIR, CONVIR, REPOR, DISPOR, DEPOR e tantos outros derivados.

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 Imperativo Afirmativo
Como é o procedimento?
o Tomam-se as segundas pessoas do presente do indicativo, com eliminação do s final.
o Tomam-se as demais pessoas do presente do subjuntivo, reproduzindo-as literalmente.

Vejamos o comportamento dos verbos TER, VER, VIR e PÔR:

TER

Presente do Indicativo Imperativo Afirmativo Presente do Subjuntivo

EU TENHO - TALVEZ EU TENHA

TU TENS TEM (TU) TALVEZ TU TENHAS

ELE TEM TENHA (VOCÊ) CASO ELE TENHA

NÓS TEMOS TENHAMOS (NÓS) CASO NÓS TENHAMOS

VÓS TENDES TENDE (VÓS) QUE VÓS TENHAIS

ELES TÊM TENHAM (VOCÊS) QUE ELES TENHAM

VER

Presente do Indicativo Imperativo Afirmativo Presente do Subjuntivo

EU VEJO - TALVEZ EU VEJA

TU VÊS VÊ (TU) TALVEZ TU VEJAS

ELE VÊ VEJA (VOCÊ) CASO ELE VEJA

NÓS VEMOS VEJAMOS (NÓS) CASO NÓS VEJAMOS

VÓS VEDES VEDE (VÓS) QUE VÓS VEJAIS

ELES VEEM VEJAM (VOCÊS) QUE ELES VEJAM

VIR

Presente do Indicativo Imperativo Afirmativo Presente do Subjuntivo

EU VENHO - TALVEZ EU VENHA

TU VENS VEM (TU) TALVEZ TU VENHAS

ELE VEM VENHA (VOCÊ) CASO ELE VENHA

NÓS VIMOS VENHAMOS (NÓS) CASO NÓS VENHAMOS

VÓS VINDES VINDE (VÓS) QUE VÓS VENHAIS

ELES VÊM VENHAM (VOCÊS) QUE ELES VENHAM

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PÔR

Presente do Indicativo Imperativo Afirmativo Presente do Subjuntivo

EU PONHO - TALVEZ EU PONHA

TU PÕES PÕE (TU) TALVEZ TU PONHAS

ELE PÕE PONHA (VOCÊ) CASO ELE PONHA

NÓS POMOS PONHAMOS (NÓS) CASO NÓS PONHAMOS

VÓS PONDES PONDE (VÓS) QUE VÓS PONHAIS

ELES PÕEM PONHAM (VOCÊS) QUE ELES PONHAM

Observação:
É muito comum, não só na linguagem falada, mas também na escrita, haver mistura de pessoas gramaticais no
emprego do modo Imperativo.

Exemplos:
Decide o seu caminho para não perder o foco.
(2ª p) (3ª p)
Note que “decide” está flexionado na 2ª pessoa do singular do Imperativo Afirmativo - TU DECIDES – S = DECIDE
(TU). No entanto, o possessivo “seu” é de 3ª pessoa. Não ocorre, assim, uniformidade no tratamento das
pessoas.
Correção: Decide o teu caminho para não perderes o foco.

Correção: Decida o seu caminho para não perder o foco.

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 Imperativo Negativo:
A formação do Imperativo Negativo é bem mais simples que a do Afirmativo. No Negativo, simplesmente
se tomam formas do Presente do Subjuntivo, reproduzindo-as literalmente.
Vejamos o comportamento dos verbos TER, VER, VIR e PÔR:

TER VER

Presente do Subjuntivo Imperativo Negativo Presente do Subjuntivo Imperativo Negativo

TALVEZ EU TENHA - TALVEZ EU VEJA -

TALVEZ TU TENHAS NÃO TENHAS (TU) TALVEZ TU VEJAS NÃO VEJAS (TU)

CASO ELE TENHA NÃO TENHA (VOCÊ) CASO ELE VEJA NÃO VEJA (VOCÊ)

CASO NÓS TENHAMOS NÃO TENHAMOS (NÓS) CASO NÓS VEJAMOS NÃO VEJAMOS (NÓS)

QUE VÓS TENHAIS NÃO TENHAIS (VÓS) QUE VÓS VEJAIS NÃO VEJAIS (VÓS)

QUE ELES TENHAM NÃO TENHAM (VOCÊS) QUE ELES VEJAM NÃO VEJAM (VOCÊS)

VIR PÔR

Presente do Subjuntivo Imperativo Negativo Presente do Subjuntivo Imperativo Negativo

TALVEZ EU VENHA - TALVEZ EU PONHA -

TALVEZ TU VENHAS NÃO VENHAS (TU) TALVEZ TU PONHAS NÃO PONHAS (TU)

CASO ELE VENHA NÃO VENHA (VOCÊ) CASO ELE PONHA NÃO PONHA (VOCÊ)

CASO NÓS VENHAMOS NÃO VENHAMOS (NÓS) CASO NÓS PONHAMOS NÃO PONHAMOS (NÓS)

QUE VÓS VENHAIS NÃO VENHAIS (VÓS) QUE VÓS PONHAIS NÃO PONHAIS (VÓS)

QUE ELES VENHAM NÃO VENHAM (VOCÊS) QUE ELES PONHAM NÃO PONHAM (VOCÊS)

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Tempos Derivados do Pretérito Perfeito do Indicativo

Derivam do Pretérito Perfeito do Indicativo três importantes tempos: o Pretérito Mais-que-Perfeito do


Indicativo, o Futuro do Subjuntivo e o Pretérito Imperfeito do Subjuntivo. Professor, nunca ouvi falar desses
tempos na minha vida! Você, meu caro, já os utiliza bastante, mas não associa o uso aos nomes deles, entende?
Vamos em frente! Muita informação importante teremos aqui!
Primeiramente, vamos entender como se dá a formação dos tempos derivados. Ao flexionar a 2ª pessoa do
singular do Pretérito Perfeito do Indicativo, deparamo-nos com a terminação STE. O radical dos tempos derivados
é obtido subtraindo-se dessa a terminação STE.

No caso do verbo TER, a flexão de 2ª pessoa do singular do Pretérito Perfeito do Indicativo é “TU TIVESTE”.
O radical formador dos tempos derivados será, portanto, “TIVE”.

No caso do verbo VER, a flexão de 2ª pessoa do singular do Pretérito Perfeito do Indicativo é “TU VISTE”. O
radical formador dos tempos derivados será, portanto, “VI”.

No caso do verbo VIR, a flexão de 2ª pessoa do singular do Pretérito Perfeito do Indicativo é “TU VIESTE”. O
radical formador dos tempos derivados será, portanto, “VIE”.
No caso do verbo PÔR, a flexão de 2ª pessoa do singular do Pretérito Perfeito do Indicativo é “TU PUSESTE”.
O radical formador dos tempos derivados será, portanto, “PUSE”.

 Pretérito Mais-que-Perfeito do Indicativo:


A desinência de modo e tempo identificadora do Pretérito Mais-que-Perfeito do Indicativo é “RA”, seja
o verbo de 1ª, 2ª ou 3ª conjugação. A simples presença, portanto, dessa desinência já nos permite identificar a que
modo e tempo pertence a forma verbal. Muitas são as questões que, sem rodeios, perguntam objetivamente qual
o tempo, modo, pessoa e número da forma verbal em destaque. Conhecer as desinências é essencial!

TER VER

Pretérito Perfeito do Pretérito Mais-que-Perfeito do Pretérito Perfeito do Pretérito Mais-que-Perfeito


Indicativo Indicativo Indicativo do Indicativo

EU TIVE EU TIVERA EU VI EU VIRA

TU TIVESTE TU TIVERAS TU VISTE TU VIRAS

ELE TEVE ELE TIVERA ELE VIU ELE VIRA

NÓS TIVEMOS NÓS TIVÉRAMOS NÓS VIMOS NÓS VÍRAMOS

VÓS TIVESTES VÓS TIVÉREIS VÓS VISTES VÓS VÍREIS

ELES TIVERAM ELES TIVERAM ELES VIRAM ELES VIRAM

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VIR PÔR

Pretérito Perfeito do Pretérito Mais-que-Perfeito do Pretérito Perfeito do Pretérito Mais-que-Perfeito


Indicativo Indicativo Indicativo do Indicativo

EU VIM EU VIERA EU PUS EU PUSERA

TU VIESTE TU VIERAS TU PUSESTE TU PUSERAS

ELE VEIO ELE VIERA ELE PÔS ELE PUSERA

NÓS VIEMOS NÓS VIÉRAMOS NÓS PUSEMOS NÓS PUSÉRAMOS

VÓS VIESTES VÓS VIÉREIS VÓS PUSESTES VÓS PUSÉREIS

ELES VIERAM ELES VIERAM ELES PUSERAM ELES PUSERAM

 Futuro do Subjuntivo:
As desinências identificadoras do Futuro do Subjuntivo coincidem com as do Infinitivo Pessoal (ou
Flexionado), porém o radical nem sempre coincide. Daí o cuidado que se deve ter para não flexionar o Futuro do
Subjuntivo da mesma forma que o Infinitivo Pessoal. Note a diferença:
Pediram para nós FAZERMOS uma festa.

Se nós FIZERMOS uma festa, convidaremos os professores.


Vejam só! Foi o que disse para vocês! A desinências coincidem – no caso “RMOS” -, mas os radicais diferem
– no Infinitivo Pessoal, tem-se “FAZE”; no caso do Futuro do Subjuntivo, tem-se “FIZE”, extraído da 2ª pessoa do
singular do Pretérito Perfeito do Indicativo sem a terminação STE.

Além disso, as flexões de Futuro do Subjuntivo são comumente acompanhadas das conjunções
temporais e condicionais “QUANDO” e “SE”.

TER VER

Pretérito Perfeito do Indicativo Futuro do Subjuntivo Pretérito Perfeito do Indicativo Futuro do Subjuntivo

EU TIVE SE EU TIVER EU VI SE EU VIR

TU TIVESTE SE TU TIVERES TU VISTE SE TU VIRES

ELE TEVE SE ELE TIVER ELE VIU SE ELE VIR

NÓS TIVEMOS QUANDO NÓS TIVERMOS NÓS VIMOS QUANDO NÓS VIRMOS

VÓS TIVESTES QUANDO VÓS TIVERDES VÓS VISTES QUANDO VÓS VIRDES

ELES TIVERAM QUANDO ELES TIVEREM ELES VIRAM QUANDO ELES VIREM

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VIR PÔR

Pretérito Perfeito do Indicativo Futuro do Subjuntivo Pretérito Perfeito do Indicativo Futuro do Subjuntivo

EU VIM SE EU VIER EU PUS SE EU PUSER

TU VIESTE SE TU VIERES TU PUSESTE SE TU PUSERES

ELE VEIO SE ELE VIER ELE PÔS SE ELE PUSER

NÓS VIEMOS QUANDO NÓS VIERMOS NÓS PUSEMOS QUANDO NÓS PUSERMOS

VÓS VIESTES QUANDO VÓS VIERDES VÓS PUSESTES QUANDO VÓS PUSERDES

ELES VIERAM QUANDO ELES VIEREM ELES PUSERAM QUANDO ELES PUSEREM

 Pretérito Imperfeito do Subjuntivo:


A desinência de modo e tempo identificadora do Pretérito Imperfeito do Subjuntivo é “SSE”, seja o verbo
de 1ª, 2ª ou 3ª conjugação. A simples presença, portanto, dessa desinência já nos permite identificar esse modo e
tempo. Mais uma vez! Foco nas desinências!
Além disso, as flexões de Pretérito Imperfeito do Subjuntivo são comumente acompanhadas das
conjunções temporais e condicionais “QUANDO”, “SE” e “CASO”.

TER VIR

Pretérito Perfeito do Indicativo Pretérito Imperfeito do Pretérito Perfeito do Indicativo Pretérito Imperfeito do
Subjuntivo Subjuntivo

EU TIVE SE EU TIVESSE EU VIM SE EU VIESSE

TU TIVESTE SE TU TIVESSES TU VIESTE SE TU VIESSES

ELE TEVE SE ELE TIVESSE ELE VEIO SE ELE VIESSE

NÓS TIVEMOS QUANDO NÓS TIVÉSSEMOS NÓS VIEMOS QUANDO NÓS VIÉSSEMOS

VÓS TIVESTES QUANDO VÓS TIVÉSSEIS VÓS VIESTES QUANDO VÓS VIÉSSEIS

ELES TIVERAM QUANDO ELES TIVESSEM ELES VIERAM QUANDO ELES VIESSEM

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VER PÔR

Pretérito Perfeito do Indicativo Pretérito Imperfeito do Pretérito Perfeito do Indicativo Pretérito Imperfeito do
Subjuntivo Subjuntivo

EU VI SE EU VISSE EU PUS SE EU PUSESSE

TU VISTE SE TU VISSES TU PUSESTE SE TU PUSESSES

ELE VIU SE ELE VISSE ELE PÔS SE ELE PUSESSE

NÓS VIMOS QUANDO NÓS VÍSSEMOS NÓS PUSEMOS QUANDO NÓS PUSÉSSEMOS

VÓS VISTES QUANDO VÓS VISSEIS VÓS PUSESTES QUANDO VÓS PUSÉSSEIS

ELES VIRAM QUANDO ELES VISSEM ELES PUSERAM QUANDO ELES PUSESSEM

IMPORTANTE!

As formas verbais de vir, ver e pôr e derivados no Pretérito Imperfeito e no Futuro do Subjuntivo costumam gerar
dúvidas.

Exemplos:
Quando você compor uma boa música, será recompensado pelo público. (ERRADO)

Quando você compuser uma boa música, será recompensado pelo público. (CERTO)

Se o Governo intervisse menos na economia, haveria mais crescimento econômico. (ERRADO)

Se o Governo interviesse menos na economia, haveria mais crescimento econômico. (CERTO)


Se nós mantermos o foco, atingiremos nossas metas. (ERRADO)

Se nós mantivermos o foco, atingiremos nossas metas. (CERTO)


Uma flexão que chama bastante atenção e a do FUTURO DO SUBJUNTIVO do verbo VER.
No dia a dia, são comuns as construções “Se eu ver... Quando eu ver ... Se você ver... Quando você ver ... Se nós
vermos... Quando nós vermos...”.

Essas construções, galera, estão erradas.

As flexões previstas pela gramática normativa são “Se eu VIR... Quando eu VIR... Se você VIR... Quando você
VIR... Se nós VIRMOS... Quando nós VIRMOS...”. Esse padrão será seguido por seus derivados. Observe:

Se eu rever minha família, ficarei muito emocionado. (ERRADO)

Se eu revir minha família, ficarei muito emocionado. (CERTO)

Se a meteorologia prever sol no domingo, irei à praia. (ERRADO)

Se a meteorologia previr sol no domingo, irei à praia. (CERTO)

Se ele antevesse a crise, não tomaria aquela desastrada decisão. (ERRADO)

Se ele antevisse a crise, não tomaria aquela desastrada decisão. (CERTO)

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Tempos Derivados do Infinitivo Impessoal

São derivados da forma impessoal do Infinitivo os seguintes tempos: Pretérito Imperfeito do Indicativo,
Futuro do Presente do Indicativo, Futuro do Pretérito do Indicativo, Infinitivo Pessoal. Vejamos a formação de cada
um desses tempos, atendo-se às terminações e desinências, ok?

 Pretérito Imperfeito do Indicativo:


Fique atento às desinências identificadoras desse tempo verbal: no caso de verbos de 1ª conjugação, a
desinência modo-temporal é “VA”; já nos verbos de 2ª e 3ª conjugação, a desinência modo-temporal é “IA”.
Vejamos esse padrão ocorrendo nos verbos NEGOCIAR, TRAZER e PROIBIR.

Pretérito Imperfeito do Indicativo

NEGOCIAR TRAZER PROIBIR

EU NEGOCIAVA EU TRAZIA EU PROIBIA

TU NEGOCIAVAS TU TRAZIAS TU PROIBIAS

ELE NEGOCIAVA ELE TRAZIA ELE PROIBIA

NÓS NEGOCIÁVAMOS NÓS TRAZÍAMOS NÓS PROIBÍAMOS

VÓS NEGOCIÁVEIS VÓS TRAZÍEIS VÓS PROIBÍEIS

ELES NEGOCIAVAM ELES TRAZIAM ELES PROIBIAM

O verbo VER obedece ao padrão acima, porém os verbos TER, VIR e PÔR seguem um padrão diferente. Veja:

Pretérito Imperfeito do Indicativo

VER TER VIR PÔR

EU VIA EU TINHA EU VINHA EU PUNHA

TU VIAS TU TINHAS TU VINHAS TU PUNHAS

ELE VIA ELE TINHA ELE VINHA ELE PUNHA

NÓS VÍAMOS NÓS TÍNHAMOS NÓS VÍNHAMOS NÓS PÚNHAMOS

VÓS VÍEIS VÓS TÍNHEIS VÓS VÍNHEIS VÓS PÚNHEIS

ELES VIAM ELES TINHAM ELES VINHAM ELES PUNHAM

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 Futuro do Presente do Indicativo:


Fique atento às terminações identificadoras desse tempo verbal: REI, RÁS, RÁ, REMOS, REIS, RÃO

Futuro do Presente do Indicativo

NEGOCIAR TRAZER PROIBIR

EU NEGOCIAREI EU TRAREI EU PROIBIREI

TU NEGOCIARÁS TU TRARÁS TU PROIBIRÁS

ELE NEGOCIARÁ ELE TRARÁ ELE PROIBIRÁ

NÓS NEGOCIAREMOS NÓS TRAREMOS NÓS PROIBIREMOS

VÓS NEGOCIAREIS VÓS TRAREIS VÓS PROIBIREIS

ELES NEGOCIARÃO ELES TRARÃO ELES PROIBIRÃO

Vejamos o comportamento dos verbos TER, VER, VIR e PÔR:

Futuro do Presente do Indicativo

VER TER VIR PÔR

EU VEREI EU TEREI EU VIREI EU POREI

TU VERÁS TU TERÁS TU VIRÁS TU PORÁS

ELE VERÁ ELE TERÁ ELE VIRÁ ELE PORÁ

NÓS VEREMOS NÓS TEREMOS NÓS VIREMOS NÓS POREMOS

VÓS VEREIS VÓS TEREIS VÓS VIREIS VÓS POREIS

ELES VERÃO ELES TERÃO ELES VIRÃO ELES PORÃO

 Futuro do Pretérito do Indicativo:


Fique atento às terminações identificadoras desse tempo verbal: RIA, RIAS, RIA, RÍAMOS, RÍEIS, RIAM

Futuro do Pretérito do Indicativo

NEGOCIAR TRAZER PROIBIR

EU NEGOCIARIA EU TRARIA EU PROIBIRIA

TU NEGOCIARIAS TU TRARIAS TU PROIBIRIAS

ELE NEGOCIARIA ELE TRARIA ELE PROIBIRIA

NÓS NEGOCIARÍAMOS NÓS TRARÍAMOS NÓS PROIBIRÍAMOS

VÓS NEGOCIARÍEIS VÓS TRARÍEIS VÓS PROIBIRÍEIS

ELES NEGOCIARIAM ELES TRARIAM ELES PROIBIRIAM

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Vejamos o comportamento dos verbos TER, VER, VIR e PÔR:

Futuro do Pretérito do Indicativo

VER TER VIR PÔR

EU VERIA EU TERIA EU VIRIA EU PORIA

TU VERIAS TU TERIAS TU VIRIAS TU PORIAS

ELE VERIA ELE TERIA ELE VIRIA ELE PORIA

NÓS VERÍAMOS NÓS TERÍAMOS NÓS VIRÍAMOS NÓS PORÍAMOS

VÓS VERÍEIS VÓS TERÍEIS VÓS VIRÍEIS VÓS PORÍEIS

ELES VERIAM ELES TERIAM ELES VIRIAM ELES PORIAM

Observação
 Uma conjugação interessante é a do verbo QUERER, no Futuro do Presente e no Futuro do Pretérito do
Indicativo. Veja:

Futuro do Presente do Indicativo: eu quererei; tu quererás; ele quererá; nós quereremos; vós querereis; eles
quererão.
Futuro do Pretérito do Indicativo: eu quereria; tu quererias; ele quereria; nós quereríamos; vós quereríeis; eles
quereriam.
 Deve-se tomar o devido cuidado para não confundir algumas flexões de Pretérito Imperfeito do Indicativo
com o Futuro do Pretérito do Indicativo, nos verbos de 2ª e 3ª pessoa. As terminações são bem similares.
Veja:

Pretérito Imperfeito do Indicativo: eu sabia; eu fazia; eu permitia; eu aprendia...

Futuro do Pretérito do Indicativo: eu saberia; eu faria; eu permitiria; eu aprenderia...

 Infinitivo Pessoal
A formação desse tempo já foi detalhada na seção Formas Nominais.

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Tempos Compostos
Infelizmente precisamos recorrer ao deboreba aqui. Precisamos simplesmente saber quais os tempos
compostos e como estes são formados. Lembremo-nos de que os tempos compostos são espécies de locuções
verbais, em que os auxiliares são os verbos TER e HAVER e os verbos principais estão no PARTICÍPIO. Vamos a
eles:

Tempos Compostos do Modo Indicativo

 Pretérito Perfeito Composto:


(Verbo Auxiliar TER/HAVER no Presente do Indicativo + Verbo Principal no Particípio)
Exemplos:

Nós temos estudado Português com afinco.


Eu tenho pesquisado bastante sobre a doença e já consegui descobrir muitas coisas.
Eles têm analisado as gravações, mas ainda não encontraram elementos comprobatórios relevantes.
Aqui é interessante analisar o aspecto verbal – início, término e duração da ação. Note que, nos exemplos
anteriores, a ação tem seu início no passado e perdura no presente.

CESPE - Técnico Judiciário (TRE BA)/2017


Com a ampliação dos direitos, nasceu também uma concepção mais ampla de cidadania. De um lado, existe uma
concepção consumerista de cidadania (direito de defesa do consumidor) e, de outro, uma concepção plena, que
se manifesta na mobilização da sociedade para a conquista de novos direitos e na participação direta da população
na gestão da vida pública, por meio, por exemplo, da discussão democrática do orçamento. Esta tem sido
uma prática, sobretudo no nível do poder local, que tem ajudado na construção de uma democracia participativa,
superando os limites da democracia puramente representativa.

Moacir Gadotti. Escola cidadã – educação para e pela cidadania. Internet: <http://acervo.paulofreire.org> (com
adaptações).

A correção gramatical, a coerência e o sentido do texto seriam mantidos caso a forma verbal “tem ajudado”
fosse substituída por
a) vem ajudando.

b) ajudou.
c) ajudaria.

d) vinha ajudando.

e) pode ajudar.

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RESOLUÇÃO:

A forma “tem ajudado” corresponde ao Pretérito Perfeito do Indicativo na forma composta e expressa ação
que se iniciou no passado e perdura no presente.

Já a forma “ajudou” é flexão de Pretérito Perfeito do Indicativo na forma simples e expressa ação já concluída,
finalizada no passado.
Sendo assim, a substituição de “tem ajudado” por “ajudou” alteraria o sentido original.

Resposta: A

 Pretérito Mais-que-Perfeito Composto:


(Verbo Auxiliar TER/HAVER no Pretérito Imperfeito do Indicativo + Verbo Principal no Particípio)
Exemplos:

Nós tínhamos estudado esse assunto na época de colégio.


Eu já tinha iniciado a aula quando você chegou.
Eles haviam alertado as autoridades várias vezes sobre as possibilidades reais de um desastre na região.
Esse é um dos tempos compostos mais explorados em provas. São frequentes as menções a essa forma
composta e sua correspondência com a forma simples (tinha estudado = estudara; tinha iniciado = iniciara; haviam
alertado = alertaram).

 Futuro do Presente Composto:


(Verbo Auxiliar TER/HAVER no Futuro do Presente do Indicativo + Verbo Principal no Particípio)
Exemplos:

Nós teremos aprendido muitas coisas até o dia da nossa prova.


Eu já haverei iniciado meu estágio quando me formar.
Pedro terá mentido três vezes antes de capturarem Jesus.
Aqui é interessante analisar o significado do Futuro do Presente Composto. Nos exemplos anteriores, ele faz
menção a fatos futuros anteriores a outros fatos futuros. Como assim, professor? Por exemplo, na frase “Eu já
haverei iniciado meu estágio quando me formar. ”, o início do estágio e a formatura são eventos futuros, concorda?
No entanto, o início do estágio se dará antes da formatura. Trata-se, portanto, de um futuro anterior a outro futuro.

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 Futuro do Pretérito Composto:


(Verbo Auxiliar TER/HAVER no Futuro do Pretérito do Indicativo + Verbo Principal no Particípio)

Exemplos:
Teria estudado com mais dedicação se soubesse o quão importante era.
Teria me esforçado mais se tivesse a exata noção da recompensa.

Aqui se nota uma equivalência entre as formas simples e composta. É possível, portanto, substituir “Teria
estudado” e “Teria me esforçado” por “Estudaria” e “Esforçar-me-ia”, respectivamente, mantendo a correção e o
sentido original.

Tempos Compostos do Modo Subjuntivo

 Pretérito Perfeito Composto:


(Verbo Auxiliar TER/HAVER no Presente do Subjuntivo + Verbo Principal no Particípio)
Exemplos:
Esperamos que você tenha apreciado nossa carta de vinhos.
Tomara que eles tenham acertado a questão da prova.

É provável que o jogo já tenha se encerrado quando chegarmos ao estádio.

O Pretérito Perfeito Composto do Subjuntivo pode expressar um desejo de algo tenha ocorrido ou fazer
menção a um fato futuro já encerrado em relação a outro. Nas duas primeiras frases, por exemplo, temos a
manifestação de um desejo e, na última, temos a menção a um possível fato futuro encerrado – o jogo -, antes de
outro fato também futuro – a chegada ao estádio.

 Pretérito Mais-que-Perfeito Composto:


(Verbo Auxiliar TER/HAVER no Pretérito Imperfeito do Subjuntivo + Verbo Principal no Particípio)

Exemplos:

Se eles tivessem prestado atenção, não teriam errado a questão boba.

Se tivessem respondido com clareza as indagações, não teria havido tantas polêmicas.
Aqui se nota uma equivalência entre as formas simples e composta. É possível, portanto, substituir “tivessem
prestado” e “tivessem respondido” por “prestassem” e “respondessem”, respectivamente, mantendo a correção
e o sentido original.

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 Futuro Composto:
(Verbo Auxiliar TER/HAVER no Futuro do Subjuntivo + Verbo Principal no Particípio)

Exemplos:
Quando vocês tiverem encerrado os estudos, organizem a sala, por favor!

Assim que o jogo tiver finalizado, ligue-me.


Aqui se nota uma equivalência entre as formas simples e composta. É possível, portanto, substituir “tiverem
encerrado” e “tiver finalizado” por “encerrarem” e “finalizar”, respectivamente, mantendo a correção e o sentido
original.

Emprego dos Modos e Tempos Verbais


Senhores, no estágio em que nos encontramos, é de se esperar que já saibamos reconhecer os tempos e
modos verbais, por meio de suas desinências, e que estamos a par da conjugação verbal (ainda precisamos
aprimorar), dominando os mecanismos de formação dos tempos verbais. Veja que suamos bastante a camisa até
agora e não poderia ser diferente! A classe dos verbos exige um esforço hercúleo (Falei bonito, hein?) de nossa
parte! Vamos partir agora para um segundo estágio, que consiste em entender como se empregam esses tantos
tempos e modos verbais e qual o significado por eles expressado. Mãos à obra? Vamos lá!

Modo Indicativo

Presente:

Na sua acepção literal (sentido tomado ao pé da letra), o Presente do Indicativo faz menção a uma ação que
ocorre no momento da fala.

Exemplo:
Escuto um rock pesado enquanto escrevo esta aula.
(E é verdade mesmo! Rs. Quando o assunto é desafiador, como é o caso de verbos, nada como um bom rock para
estimular a mente! Queridos, trata-se de ações que ocorrem no momento da fala, daí o emprego das formas
verbais no Presente do Indicativo.).

No entanto, pode-se empregar esse tempo verbal com outros sentidos, além do literal. Vejamos a seguir
algumas dessas possibilidades.

 Usa-se o Presente do Indicativo para fazer menção a fatos habituais ou corriqueiros:

Exemplos:

Tomo banho todos os dias.

Às quintas-feiras estudo Português.

Visito meus pais todo sábado, final de tarde!

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 Usa-se o Presente do Indicativo para dar vivacidade a fatos passados ou históricos:

Exemplos:

Em 1492, Cristóvão Colombo descobre a América.

Aos 45 minutos do 2º tempo, o time adversário empata o jogo para desespero da torcida.

 Usa-se o Presente do Indicativo para fazer menção a definições, conceitos e fatos atemporais:
Exemplos:

Mata-se demais no Brasil todos os anos.


O triângulo possui três lados.

Descontrole da despesa pública implica aumento da inflação.

 Usa-se o Presente do Indicativo para enfatizar certeza ou conferir assertividade em ações futuras:

Exemplos:

Amanhã eu te ligo!
Semana que vem, eu publico as demais aulas.

Se alguém me pede um favor, atendo prontamente.

Pretérito Perfeito:

Na sua acepção literal (sentido tomado ao pé da letra), o Pretérito Perfeito do Indicativo faz menção a uma
ação já concluída, finalizada, consumada no passado, tomando-se como referência o momento da fala.
Exemplo:

Publiquei a aula 01 ontem à noite.


Joguei bola ontem com meus amigos.

Visitei meus pais no último fim de semana.

(Trata-se de uma ação já concluída no passado.)

A sua forma composta, como já detalhamos, faz menção a fatos que se iniciaram no passado e perduram no
presente.
Ele tem feito um excelente trabalho na Instituição.

(Trata-se de uma ação iniciada no passado e que perdura no presente.)

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Pretérito Imperfeito:

Na sua acepção literal (sentido tomado ao pé da letra), o Pretérito Imperfeito do Indicativo faz menção a uma
ação do passado durativa, repetitiva, cujo final não é possível apontar com exatidão.

Como assim, professor? Que negócio complicado!

Não é não! Vamos ver a seguir um comparativo para você entender o emprego desse tempo.

Exemplos:
Joguei bola ontem com meus amigos.

Jogava bola às quartas com meus amigos.

Visitei meus pais no último fim de semana.

Visitava meus pais todo fim de semana.

Note que as formas “joguei” e “visitei” estão flexionadas no Pretérito Perfeito. Fazem menção a ações do
passado já concluídas, finalizadas, consumadas.
Já as formas “jogava” e “visitava” estão flexionadas no Pretérito Imperfeito. Fazem menção a ações do
passado que se repetiram, que tiveram uma duração. A ação “jogar bola” se repetia às quartas-feiras; e a ação
“visitar os pais” se repetia todo fim de semana. Essas ações, portanto, eram habituais no passado e deixaram
de ser. Quando exatamente deixaram de se repetir? Não sabemos com exatidão. Daí o motivo de chamá-las
de imperfeitas.
Moçada, fiquem ligados! Quando o enunciado falar em “ação habitual no passado”, “ação que teve
continuidade no passado”, “ação que teve duração no passado”, “ação do passado cujo final não é possível
apontar com exatidão”, vocês já podem associar essas descrições ao Pretérito Imperfeito do Indicativo.

Além disso, pode-se empregar esse tempo verbal com outros sentidos. Vejamos a seguir algumas dessas
possibilidades.

 Usa-se o Pretérito Imperfeito do Indicativo para fazer menção a tempo imaginário, comumente empregado
em narrativas ficcionais.
Quem nunca, quando criança, escutou historinhas do tipo “Era uma vez um monstro chamado Português, que
devorava os concurseiros aflitos...”. O emprego do Pretérito Imperfeito se justifica por se tratar de algo imaginário,
ficcional.
 Usa-se o Pretérito Imperfeito do Indicativo para expressar polidez (gentileza, educação).

Exemplos:

Você podia me fazer um grande favor?


Senhor, o senhor podia me dar alguns minutos da sua atenção?

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Pretérito Mais-que-Perfeito:

Na sua acepção literal (sentido tomado ao pé da letra), o Pretérito Mais-que-Perfeito indica um fato já
concluído e anterior a outro também concluído em relação ao momento da fala. Em outras palavras, pode-se
dizer que se trata de um passado de um passado.

Como assim, professor? Que negócio complicado! Meu Deus!

Num primeiro momento, não parece ser algo de Deus, é verdade! Mas calma! Veja o exemplo seguir!
Exemplo:

A família terminara o jantar quando ele chegou.

Vamos organizar os acontecimentos numa linha do tempo, ok? O que ocorreu primeiro? O término do jantar
ou a chegada dele? Primeiro o jantar se encerrou, todos concordam? E, depois de algum tempo, com o jantar já
encerrado, ele chega.

Ora, vamos pensar um pouco agora! A forma “chegou” está no passado, certo? Se “chegou” é passado,
“terminara” é mais passado ainda, pois ocorreu antes, todos concordam? Ora, se “chegou” é perfeito, “terminara”
é, portanto, mais perfeito ainda. Eis o Pretérito Mais-que-Perfeito, uma ação anterior a outra ação já concluída.
Guarde essa descrição, pois ela chove em provas.

O Pretérito Mais-que-Perfeito costuma ocorrer com mais frequência em sua forma composta. Veja:
Exemplo:
A bola já tinha entrado quando o juiz apitou o final do jogo.

A forma verbal “tinha entrado” faz menção a uma ação anterior a outra já concluída – no caso, a ação
representada pela forma verbal “apitou”. Note que primeiro a bola entra no gol e só depois o juiz apita o final da
partida.
Gente, vamos fazer uma síntese dos pretéritos: o Perfeito faz menção a uma ação concluída, finalizada; o
Imperfeito, a uma ação habitual no passado; e o Mais-que-Perfeito, a uma ação anterior a outra ação já
concluída.
Além desse sentido, é possível empregar o Pretérito Mais-que-Perfeito para indicar desejo, vontade, anseio.
Veja:
Exemplos:

Quem me dera ser um funcionário público!

Quisera eu saber Português, professor!

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Futuro do Presente:

Na sua acepção literal (sentido tomado ao pé da letra), o Futuro do Presente indica um fato posterior ao
momento da fala. É, portanto, um futuro tomando-se como referência o agora, o presente.
Exemplos:

Daqui a alguns meses, serei um funcionário público, professor!

(Se Deus quiser! Note que a forma verbal “serei” faz menção a um fato posterior, tomando-se como
referência o momento da fala.)

No entanto, pode-se empregar esse tempo verbal com outros sentidos, além do literal. Vejamos a seguir
algumas dessas possibilidades.
 Usa-se o Futuro do Presente, em muitas ocasiões, com valor imperativo, expressando ordens,
mandamentos:

Exemplos:

Não cobiçarás a mulher alheia.


Você não deixará para estudar somente quando sair o edital.
Note que as formas verbais em destaque estão flexionadas no futuro, mas correspondem a mandamentos,
que devem ser seguidos imediatamente. Você não pode cobiçar a mulher dos outros, ora! Rs.

 Usa-se o Futuro do Presente em perguntas, expressando incerteza, dúvida:

Exemplos:
Conseguiremos superar todas essas adversidades?

Terá o treinador mais sorte no próximo jogo?


A sua forma composta, como já detalhamos, faz menção a fatos futuros anteriores a outros fatos também
futuros.

Daqui a alguns meses, serei um funcionário público, professor! Antes disso, terei gabaritado a prova de
Português e obtido minha tão suada aprovação.

(A forma verbal “terei gabaritado” e “serei” correspondem a eventos futuros, sendo que o primeiro
antecede o segundo.)

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Futuro do Pretérito:

Na sua acepção literal (sentido tomado ao pé da letra), o Futuro do Pretérito indica um fato posterior ao a
um acontecimento passado. É, portanto, um futuro tomando-se como referência o passado.
Que negócio complicado é esse, professor?

Não é não, meu amigo! Deixe-me explicar! Observe a frase a seguir.


Em 2004, eu me formei. Dois anos depois, iniciaria minha carreira de professor.
Note que as formas verbais “formei” e “iniciaria” fazem menção a acontecimentos passados. O primeiro
ocorreu em 2004 (faz tempo...); o segundo, em 2006 (faz tempo também...). 2006 é, em relação a 2004, futuro,
você concorda? Trata-se de um futuro de um passado. Eis, portanto, o Futuro do Pretérito, um evento posterior
a um outro evento já concluído.

Outro exemplo?

Em 2002 Felipão, à frente da seleção brasileira como técnico, trouxe o pentacampeonato mundial. Anos mais
tarde, em 2014, passaria uma vergonha homérica no Mineirão, levando um sonoro 7 a 1 da Alemanha.
Desculpe-me lembrá-lo dessa tragédia, ok? Observe que a forma verbal “passaria” faz menção a uma ação
posterior – 2014 – a outra já concluída – 2002. Trata-se de um Futuro do Pretérito.

No entanto, pode-se empregar esse tempo verbal com outros sentidos, além do literal. Vejamos a seguir
algumas dessas possibilidades.

 Usa-se o Futuro do Pretérito em muitas perguntas, expressando incerteza em relação a eventos passados.
Exemplo:

Seria falha humana a causa da tragédia aérea?


Em breve, veremos as correlações de tempos verbais. Como, professor? Em breve veremos! Fique tranquilo.
Lá mostrarei para vocês que podemos empregar os Futuros do Presente ou do Pretérito para fazer menção a
consequências hipotéticas condicionadas à concretização de determinados eventos. Aguardem!

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Modo Subjuntivo

Presente:

O Presente do Subjuntivo expressa possibilidades e desejos. É frequentemente empregado em frases


optativas (que expressam vontade, desejo), acompanhados da partícula expletiva ou de realce QUE. Observe:

Deus me proteja!

Bons ventos te levem!

Que eu consiga minha tão sonhada aprovação!

É provável que ele compareça ao evento.

Atenção!

Construções do tipo “Você quer que eu faço isso? ” são consideradas graves equívocos gramaticais e mostram
desconhecimento por parte do falante de regras básicas que regem a norma culta.

Note que a forma verbal se insere numa frase que expressa desejo, possibilidade. Dessa forma, deve-se empregar
a flexão de Presente do Subjuntivo: “Você quer que eu faça isso? ”.

A sua forma composta, como já detalhamos, faz menção a desejos de que algo já tenha ocorrido ou a eventos
futuros já encerrados em relação a outros eventos.

Espero que ele tenha feito uma excelente prova.


(Trata-se de um desejo de que algo já tenha ocorrido.)
É provável que o professor já tenha encerrado a aula, quando chegarmos ao curso.

(Trata-se de um evento futuro possivelmente já encerrado - tenha encerrado - antes de outro evento -
chegarmos.)

Pretérito Imperfeito:

O Pretérito Imperfeito do Subjuntivo faz menção a uma condição não realizável no passado.
Exemplo:

Se ele estivesse aqui mais cedo, veria a catástrofe que foi o evento.

Caso ele tivesse manifestado vontade por escrito, teríamos reservado a sala.

Futuro:

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O Futuro do Subjuntivo faz menção a uma condição futura possível.

Exemplo:

Se o Prefeito estiver aqui amanhã, mostrarei a ele os estragos causados pela chuva.

Quando você for nomeado, faremos um baita churrasco.

Modo Imperativo
Como já detalhado, o Imperativo expressa uma ordem, um pedido ou um conselho.

No entanto, em algumas construções, o emprego do Imperativo pode ser associado à ideia de condição.
Como assim, professor? Veja:

Chegue cedo, e conseguirá o melhor lugar do auditório. (= Se chegar cedo, conseguirá...)


Estude todo dia um pouco, e os resultados virão. (= Se estudar todo dia um pouco, os resultados....)

Correlação dos Tempos Verbais


Professor, depois de estudar tantos tempos verbais, o que ainda resta, pelo amor de Deus? Eu entendo
perfeitamente sua aflição, meu amigo! Quanto mais a fundo você entra nesse assunto, mais coisa aparece. Mas
não desistamos, continuemos em frente, subindo degrau a degrau. Vamos falar agora das correlações entre
tempos verbais, um nome bonito para algo que é bem simples. Estudar as correlações é mapear as diversas
combinações entre os tempos verbais. Há parcerias que dão “liga”, que são compatíveis; mas há outras que “não
colam”, que são inviáveis, que rompem a estrutura lógica da frase. Muitas vezes, você vai identificar as correlações
sem grandes dificuldades, pois os pares de tempos verbais se combinam naturalmente, o que é percebido pela
fluência na leitura. A quebra da correlação, por outro lado, resulta nitidamente numa ruptura na frase.

Vejamos a frase a seguir:

Quero muito que todos vocês passassem.

E aí? O que achou? Professor, está esquisita essa frase. Eu não saberia explicar o problema, mas que está
esquisita, está sim! Tente explicar do seu jeito, ora! Ah, professor, na minha cabeça, não estão combinando as formas
“Quero” e “passassem”. Como eu havia dito, está estranho! O que você falou está correto, meu amigo! Quando você
diz que as forma verbais não combinam, em outras palavras está dizendo que não há entre elas uma correlação.
Ocorre, assim, uma ruptura lógica na frase! Tá bom, professor! Mas como corrigi-la? Tente, eu tenho certeza de que
você conseguirá!

Deixe-me ajudá-lo! Se mantivermos a forma “Quero”, será preciso alterar a forma “passassem” para...
“passem”, professor? Exato! E se mantivermos a forma “passassem”, será preciso alterar a forma “Quero” para...
“Queria”, professor? Exato!

Guiando-se apenas pelo bom senso, você conseguiu estabelecer as corretas correlações.

As possibilidades de correção seriam:

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Quero muito que todos vocês passem.

Queria muito que todos vocês passassem.

Não é preciso decorar todas as correlações entre tempos verbais, pois muitas delas ocorrerão naturalmente.
Há duas correlações, no entanto, que temos que ter atenção! Elas não são tão imediatamente reconhecidas, daí a
atenção que devemos ter. A primeira delas corresponde ao par “Futuro do Subjuntivo – Futuro do Presente do
Indicativo”. Já a segunda, ao par “Pretérito Imperfeito do Subjuntivo – Futuro do Pretérito do Indicativo”.

Principais Correlações

Futuro do Subjuntivo – Futuro do Presente do Indicativo

Exemplos:
Se você vier, faremos uma festa.

Quando você for nomeado, comemoraremos a semana


toda.
Se nós mantivermos o foco, atingiremos nossas metas.

Pretérito Imperfeito do Subjuntivo – Futuro do Pretérito do


Indicativo

Exemplos:

Se você chegasse mais cedo, seria possível fazer uma


revisão antes de iniciar a aula.
Caso ele disponibilizasse o auditório, faríamos lá nossa
confraternização de final de ano.

Se nós mantivéssemos a disciplina, obteríamos melhores


resultados.

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Outras Correlações
Há uma série de outras correlações. Você não precisa decorá-las, pois elas ocorrerão naturalmente. E
qualquer desvio resultará numa ruptura lógica na frase bem perceptível. É muito importante ler os exemplos de
redações e perceber a combinação entre os pares de tempos verbais. Vejamos:

Presente do Indicativo – Presente do Subjuntivo

Exemplos:

Eu espero que você me entenda.

Eu preciso que você faça isso para mim.

Atenção: Construções do tipo “Você quer que eu faço isso?” são consideradas graves equívocos gramaticais e
mostram desconhecimento por parte do falante de regras básicas que regem a norma culta.

Pretérito Perfeito do Indicativo/Pretérito Imperfeito do Indicativo – Pretérito Imperfeito do Subjuntivo

Exemplos:

Eu esperava que você me entendesse.


Eu precisava que você fizesse isso para mim.

Sempre quis que você estivesse comigo.

Pretérito Perfeito do Indicativo – Pretérito Mais-que-Perfeito do Indicativo (Simples ou Composto)

Exemplos:

Li o livro que você havia indicado.


Resolvi a questão que o professor disponibilizara nas redes sociais.

Pretérito Perfeito do Indicativo – Futuro do Pretérito do Indicativo

Exemplos:
Informaram que o técnico não daria entrevistas.

Decidiram que o caso seria arquivado.

Observação:

Na linguagem coloquial, costuma-se usar o pretérito imperfeito do indicativo no lugar do futuro do pretérito.

Exemplo:
Você prometeu que vinha. (ERRADO)

Você prometeu que viria. (CERTO)

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Verbos Notáveis
Alguns verbos merecem especial atenção. É o caso dos verbos TER, VER, VIR, PÔR e derivados, amplamente
cobrados em provas, cujas conjugações foram exaustivamente detalhadas anteriormente. Outros verbos também
ganham destaque.
É muito importante que você tenha a conjugação do SER e IR na ponta língua, por serem auxiliares de
frequente uso e pelo fato de serem anômalos. Além disso, ganham destaque os falsos cognatos QUERER e
REQUERER; VER e REAVER; VER e PROVER. Por fim, devemos tomar cuidado com verbos terminados em UAR,
EAR e IAR .

Vamos lá!

Verbos SER e IR

SER

INDICATIVO

PRESENTE PRETÉRITO PRETÉRITO PRETÉRITO MAIS- FUTURO DO FUTURO DO


PERFEITO IMPERFEITO QUE-PERFEITO PRESENTE PRETÉRITO

EU SOU EU FUI EU ERA EU FORA EU SEREI EU SERIA

TU ÉS TU FOSTE TU ERAS TU FORAS TU SERÁS TU SERIAS

ELE É ELE FOI ELE ERA ELE FORA ELE SERÁ ELE SERIA

NÓS SOMOS NÓS FOMOS NÓS ÉRAMOS NÓS FÔRAMOS NÓS SEREMOS NÓS SERÍAMOS

VÓS SOIS VÓS FOSTES VÓS ÉREIS VÓS FÔREIS VÓS SEREIS VÓS SERÍEIS

ELES SÃO ELES FORAM ELES ERAM ELES FORAM ELES SERÃO ELES SERIAM

SUBJUNTIVO IMPERATIVO

PRESENTE PRETÉRITO FUTURO AFIRMATIVO NEGATIVO


IMPERFEITO

QUE EU SEJA SE EU FOSSE SE EU FOR - -

QUE TU SEJAS SE TU FOSSES SE TU FORES SÊ (TU) NÃO SEJAS (TU)

TALVEZ ELE SEJA SE ELE FOSSE SE ELE FOR SEJA (VOCÊ) NÃO SEJA (VOCÊ)

TALVEZ NÓS CASO NÓS QUANDO NÓS SEJAMOS (NÓS) NÃO SEJAMOS
SEJAMOS FÔSSEMOS FORMOS (NÓS)

CASO VÓS SEJAIS CASO VÓS FÔSSEIS QUANDO VÓS SEDE (VÓS) NÃO SEJAIS (VÓS)
FORDES

CASO ELES SEJAM CASO ELES FOSSEM QUANDO ELES SEJAM (VOCÊS) NÃO SEJAM (VOCÊS)
FOREM

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IR

INDICATIVO

PRESENTE PRETÉRITO PRETÉRITO PRETÉRITO MAIS- FUTURO DO FUTURO DO


PERFEITO IMPERFEITO QUE-PERFEITO PRESENTE PRETÉRITO

EU VOU EU FUI EU IA EU FORA EU IREI EU IRIA

TU VAIS TU FOSTE TU IAS TU FORAS TU IRÁS TU IRIAS

ELE VAI ELE FOI ELE IA ELE FORA ELE IRÁ ELE IRIA

NÓS VAMOS NÓS FOMOS NÓS ÍAMOS NÓS FÔRAMOS NÓS IREMOS NÓS IRÍAMOS

VÓS IDES VÓS FOSTES VÓS ÍEIS VÓS FÔREIS VÓS IREIS VÓS IRÍEIS

ELES VÃO ELES FORAM ELES IAM ELES FORAM ELES IRÃO ELES IRIAM

SUBJUNTIVO IMPERATIVO

PRESENTE PRETÉRITO FUTURO AFIRMATIVO NEGATIVO


IMPERFEITO

QUE EU VÁ SE EU FOSSE SE EU FOR - -

QUE TU VÁS SE TU FOSSES SE TU FORES VAI (TU) NÃO VÁS (TU)

TALVEZ ELE VÁ SE ELE FOSSE SE ELE FOR VÁ (VOCÊ) NÃO VÁ VOCÊ)

TALVEZ NÓS VAMOS CASO NÓS QUANDO NÓS VAMOS (NÓS) NÃO VAMOS (NÓS)
FÔSSEMOS FORMOS

CASO VÓS VADES CASO VÓS FÔSSEIS QUANDO VÓS IDE (VÓS) NÃO VADES (VÓS)
FORDES

CASO ELES VÃO CASO ELES FOSSEM QUANDO ELES VÃO (VOCÊS) NÃO VÃO (VOCÊS)
FOREM

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QUERER e REQUERER; VER e REAVER; VER e PROVER


Cuidado com os falsos cognatos QUERER e REQUERER! As provas vão tentar empurrar para você o verbo
REQUERER como derivado de QUERER. Cuidado! Eles não têm nada a ver um com outro!
Exemplos:

EU QUIS > EU REQUIS (ERRADO)

EU QUIS > EU REQUERI (CERTO)

QUERER

INDICATIVO

PRESENTE PRETÉRITO PRETÉRITO PRETÉRITO MAIS- FUTURO DO FUTURO DO


PERFEITO IMPERFEITO QUE-PERFEITO PRESENTE PRETÉRITO

EU QUERO EU QUIS EU QUERIA EU QUISERA EU QUEREREI EU QUERERIA

TU QUERES TU QUISESTE TU QUERIAS TU QUISERAS TU QUERERÁS TU QUERERIAS

ELE QUER ELE QUIS ELE QUERIA ELE QUISERA ELE QUERERÁ ELE QUERERIA

NÓS QUEREMOS NÓS QUISEMOS NÓS QUERÍAMOS NÓS QUISÉRAMOS NÓS QUEREREMOS NÓS QUERERÍAMOS

VÓS QUEREIS VÓS QUISESTES VÓS QUERÍEIS VÓS QUISÉREIS VÓS QUEREREIS VÓS QUERERÍEIS

ELES QUEREM ELES QUISERAM ELES QUERIAM ELES QUISERAM ELES QUERERÃO ELES QUERERIAM

SUBJUNTIVO IMPERATIVO

PRESENTE PRETÉRITO FUTURO AFIRMATIVO NEGATIVO


IMPERFEITO

QUE EU QUEIRA SE EU QUISESSE SE EU QUISER - -

QUE TU QUEIRAS SE TU QUISESSES SE TU QUISERES QUER(E) (TU) NÃO QUEIRAS (TU)

TALVEZ ELE QUEIRA SE ELE QUISESSE SE ELE QUISER QUEIRA (VOCÊ) NÃO QUEIRA VOCÊ)

TALVEZ NÓS CASO NÓS QUANDO NÓS QUEIRAMOS (NÓS) NÃO QUEIRAMOS
QUEIRAMOS QUISÉSSEMOS QUISERMOS (NÓS)

CASO VÓS QUEIRAIS CASO VÓS QUANDO VÓS QUEREI (VÓS) NÃO QUEIRAIS
QUISÉSSEIS QUISERDES (VÓS)

CASO ELES QUEIRAM CASO ELES QUANDO ELES QUEIRAM (VOCÊS) NÃO QUEIRAM
QUISESSEM QUISEREM (VOCÊS)

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REQUERER

INDICATIVO

PRESENTE PRETÉRITO PRETÉRITO PRETÉRITO MAIS- FUTURO DO FUTURO DO


PERFEITO IMPERFEITO QUE-PERFEITO PRESENTE PRETÉRITO

EU REQUEIRO EU REQUERI EU REQUERIA EU REQUERERA EU REQUEREREI EU REQUERERIA

TU REQUERES TU REQUERESTE TU REQUERIAS TU REQUERERAS TU REQUERERÁS TU REQUERERIAS

ELE REQUER ELE REQUEREU ELE REQUERIA ELE REQUERERA ELE REQUERERÁ ELE REQUERERIA

NÓS REQUEREMOS NÓS REQUEREMOS NÓS REQUERÍAMOS NÓS REQUERÊRAMOS NÓS REQUEREREMOS NÓS
REQUERERÍAMOS

VÓS REQUEREIS VÓS VÓS REQUERÍEIS VÓS REQUERÊREIS VÓS REQUEREREIS VÓS REQUERERÍEIS
RESQUERESTES

ELES REQUEREM ELES REQUERERAM ELES REQUERIAM ELES REQUERERAM ELES REQUERERÃO ELES REQUERERIAM

SUBJUNTIVO IMPERATIVO

PRESENTE PRETÉRITO FUTURO AFIRMATIVO NEGATIVO


IMPERFEITO

QUE EU REQUEIRA SE EU REQUERESSE SE EU REQUERER - -

QUE TU REQUEIRAS SE TU SE TU REQUERES REQUER (E) (TU) NÃO REQUEIRAS


REQUERESSES (TU)

TALVEZ ELE SE ELE SE ELE REQUERER REQUEIRA (VOCÊ) NÃO REQUEIRA


REQUEIRA REQUERESSE VOCÊ)

TALVEZ NÓS CASO NÓS QUANDO NÓS REQUEIRAMOS (NÓS) NÃO REQUEIRAMOS
REQUEIRAMOS REQUERÊSSEMOS REQUERERMOS (NÓS)

CASO VÓS CASO VÓS QUANDO VÓS REQUEREI (VÓS) NÃO REQUEIRAIS
REQUEIRAIS REQUERÊSSEIS REQUERERDES (VÓS)

CASO ELES CASO ELES QUANDO ELES REQUEIRAM (VOCÊS) NÃO REQUEIRAM
REQUEIRAM REQUERESSEM REQUEREREM (VOCÊS)

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Cuidado com os falsos cognatos VER e REAVER! As provas vão tentar empurrar para você o verbo REAVER
como derivado de VER. Cuidado! Eles não têm nada a ver um com outro! O verbo REAVER deriva de HAVER

Exemplos:
EU VI > EU REAVI (ERRADO)

EU HOUVE > EU REOUVE (CERTO)

HAVER

INDICATIVO

PRESENTE PRETÉRITO PRETÉRITO PRETÉRITO MAIS- FUTURO DO FUTURO DO


PERFEITO IMPERFEITO QUE-PERFEITO PRESENTE PRETÉRITO

EU HEI EU HOUVE EU HAVIA EU HOUVERA EU HAVEREI EU HAVERIA

TU HÁS TU HOUVESTE TU HAVIAS TU HOUVERAS TU HAVERÁS TU HAVERIAS

ELE HÁ ELE HOUVE ELE HAVIA ELE HOUVERA ELE HAVERÁ ELE HAVERIA

NÓS HAVEMOS NÓS HOUVEMOS NÓS HAVÍAMOS NÓS HOUVÉRAMOS NÓS HAVEREMOS NÓS HAVERÍAMOS

VÓS HAVEIS VÓS HOUVESTES VÓS HAVÍEIS VÓS HOUVÉREIS VÓS HAVEREIS VÓS HAVERÍEIS

ELES HÃO ELES HOUVERAM ELES HAVIAM ELES HOUVERAM ELES HAVERÃO ELES HAVERIAM

SUBJUNTIVO IMPERATIVO

PRESENTE PRETÉRITO FUTURO AFIRMATIVO NEGATIVO


IMPERFEITO

QUE EU HAJA SE EU HOUVESSE SE EU HOUVER - -

QUE TU HAJAS SE TU HOUVESSES SE TU HOUVERES HÁ (TU) NÃO HAJAS (TU)

TALVEZ ELE HAJA SE ELE HOUVESSE SE ELE HOUVER HAJA (VOCÊ) NÃO HAJA VOCÊ)

TALVEZ NÓS CASO NÓS QUANDO NÓS HAJAMOS (NÓS) NÃO HAJAMOS
HAJAMOS HOUVÉSSEMOS HOUVERMOS (NÓS)

CASO VÓS HAJAIS CASO VÓS QUANDO VÓS HAVEI (VÓS) NÃO HAJAIS (VÓS)
HOUVÉSSEIS HOUVERDES

CASO ELES HAJAM CASO ELES QUANDO ELES HAJAM (VOCÊS) NÃO HAJAM
HOUVESSEM HOUVEREM (VOCÊS)

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REAVER

INDICATIVO

PRESENTE PRETÉRITO PRETÉRITO PRETÉRITO MAIS- FUTURO DO FUTURO DO


PERFEITO IMPERFEITO QUE-PERFEITO PRESENTE PRETÉRITO

- EU REOUVE EU REAVIA EU REOUVERA EU REAVEREI EU REAVERIA

- TU REOUVESTE TU REAVIAS TU REOUVERAS TU REAVERÁS TU REAVERIAS

- ELE REOUVE ELE REAVIA ELE REOUVERA ELE REAVERÁ ELE REAVERIA

NÓS REAVEMOS NÓS REOUVEMOS NÓS REAVÍAMOS NÓS NÓS REAVEREMOS NÓS REAVERÍAMOS
REOUVÉRAMOS

VÓS REAVEIS VÓS REOUVESTES VÓS REAVÍEIS VÓS REOUVÉREIS VÓS REAVEREIS VÓS REAVERÍEIS

- ELES REOUVERAM ELES REAVIAM ELES REOUVERAM ELES REAVERÃO ELES REAVERIAM

SUBJUNTIVO IMPERATIVO

PRESENTE PRETÉRITO FUTURO AFIRMATIVO NEGATIVO


IMPERFEITO

- SE EU REOUVESSE SE EU REOUVER - -

- SE TU REOUVESSES SE TU REOUVERES - -

- SE ELE REOUVESSE SE ELE REOUVER - -

- CASO NÓS QUANDO NÓS - -


REOUVÉSSEMOS REOUVERMOS

- CASO VÓS QUANDO VÓS REAVEI (VÓS) -


REOUVÉSSEIS REOUVERDES

- CASO ELES QUANDO ELES - -


REOUVESSEM REOUVEREM

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Cuidado com os falsos cognatos VER e PROVER! As provas vão tentar empurrar para você o verbo PROVER
como derivado de VER. Cuidado! Eles não têm nada a ver um com outro, embora em algumas conjugações sejam
similares.

PROVER

INDICATIVO

PRESENTE PRETÉRITO PRETÉRITO PRETÉRITO MAIS- FUTURO DO FUTURO DO


PERFEITO IMPERFEITO QUE-PERFEITO PRESENTE PRETÉRITO

EU PROVEJO EU PROVI EU PROVIA EU PROVERA EU PROVEREI EU PROVERIA

TU PROVÊS TU PROVESTE TU PROVIAS TU PROVERAS TU PROVERÁS TU PROVERIAS

ELE PROVÊ ELE PROVEU ELE PROVIA ELE PROVERA ELE PROVERÁ ELE PROVERIA

NÓS PROVEMOS NÓS PROVEMOS NÓS PROVÍAMOS NÓS PROVÊRAMOS NÓS PROVEREMOS NÓS PROVERÍAMOS

VÓS PROVEDES VÓS PROVESTES VÓS PROVÍEIS VÓS PROVÊREIS VÓS PROVEREIS VÓS PROVERÍEIS

ELES PROVEEM ELES PROVERAM ELES PROVIAM ELES PROVERAM ELES PROVERÃO ELES PROVERIAM

SUBJUNTIVO IMPERATIVO

PRESENTE PRETÉRITO FUTURO AFIRMATIVO NEGATIVO


IMPERFEITO

QUE EU PROVEJA SE EU PROVESSE SE EU PROVER - -

QUE TU PROVEJAS SE TU PROVESSES SE TU PROVERES PROVÊ (TU) NÃO PROVEJAS (TU)

TALVEZ ELE PROVEJA SE ELE PROVESSE SE ELE PROVER PROVEJA (VOCÊ) NÃO PROVEJA
(VOCÊ)

TALVEZ NÓS CASO NÓS QUANDO NÓS PROVEJAMOS (NÓS) NÃO PROVEJAMOS
PROVEJAMOS PROVÊSSEMOS PROVERMOS (NÓS)

CASO VÓS PROVEJAIS CASO VÓS QUANDO VÓS PROVEDE (VÓS) NÃO PROVEJAIS
PROVÊSSEIS PROVERDES (VÓS)

CASO ELES CASO ELES QUANDO ELES PROVEJAM (VOCÊS) NÃO PROVEJAM
PROVEJAM PROVESSEM PROVEREM (VOCÊS)

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VERBOS TERMINADOS EM -EAR


Os verbos de final EAR – nomear, renomear, frear, pentear, etc. – apresentam a vogal “i” nas formas
rizotônicas do Presente do Indicativo e do Presente do Subjuntivo. Professor, formas o quê? Formas rizotônicas!
Deixe-me explicar!
Em algumas formas verbais, o acento tônico incide no radical, noutras na terminação. As primeiras chamam-
se rizotônicas (rizo > raiz), as últimas, arrizotônicas. Nas formas rizotônicas é que encontramos as maiores
irregularidades.
São rizotônicas a 1ª, 2ª e 3ª pessoas do singular e a 3ª pessoa do plural do presente do indicativo e do
presente do subjuntivo, bem como as correspondentes do imperativo; todas as demais formas são, normalmente,
arrizotônicas.
Exemplos:
NOMEI - O (rizotônica) NOMEI – E (rizotônica)

NOMEI – AS (rizotônica) NOMEI – ES (rizotônica)


NOMEI – A (rizotônica) NOMEI – E (rizotônica)
NOME – AMOS (arrizotônica) NOME – EMOS (arrizotônica)
NOME – AIS (arrizotônica) NOME – EIS (arrizotônica)

NOMEI – AM (rizotônica) NOMEI – EM (rizotônica)


Tomemos como exemplo o verbo FREAR:

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FREAR

INDICATIVO

PRESENTE PRETÉRITO PRETÉRITO PRETÉRITO MAIS- FUTURO DO FUTURO DO


PERFEITO IMPERFEITO QUE-PERFEITO PRESENTE PRETÉRITO

EU FREIO EU FREEI EU FREAVA EU FREARA EU FREAREI EU FREARIA

TU FREIAS TU FREASTE TU FREAVAS TU FREARAS TU FREARÁS TU FREARIAS

ELE FREIA ELE FREOU ELE FREAVA ELE FREARA ELE FREARÁ ELE FREARIA

NÓS FREAMOS NÓS FREAMOS NÓS FREÁVAMOS NÓS FREÁRAMOS NÓS FREAREMOS NÓS FREARÍAMOS

VÓS FREAIS VÓS FREASTES VÓS FREÁVEIS VÓS FREÁREIS VÓS FREAREIS VÓS FREARÍEIS

ELES FREIAM ELES FREARAM ELES FREAVAM ELES FREARAM ELES FREARÃO ELES FREARIAM

SUBJUNTIVO IMPERATIVO

PRESENTE PRETÉRITO FUTURO AFIRMATIVO NEGATIVO


IMPERFEITO

QUE EU FREIE SE EU FREASSE SE EU FREAR - -

QUE TU FREIES SE TU FREASSES SE TU FREARES FREIA (TU) NÃO FREIES (TU)

TALVEZ ELE FREIE SE ELE FREASSE SE ELE FREAR FREIE (VOCÊ) NÃO FREIE (VOCÊ)

TALVEZ NÓS CASO NÓS QUANDO NÓS FREEMOS (NÓS) NÃO FREEMOS
FREEMOS FREÁSSEMOS FREARMOS (NÓS)

CASO VÓS FREEIS CASO VÓS QUANDO VÓS FREAI (VÓS) NÃO FREEIS (VÓS)
FREÁSSEIS FREARDES

CASO ELES FREIEM CASO ELES QUANDO ELES FREIEM (VOCÊS) NÃO FREIEM
FREASSEM FREAREM (VOCÊS)

VERBOS TERMINADOS EM -IAR


Grande parte dos verbos terminados em IAR são regulares. No entanto, há uma galerinha que segue o padrão
de ODIAR que dá o que falar: MEDIAR, REMEDIAR, ANSIAR, INTERMEDIAR, etc.

Como assim, professor?

A vontade que temos é de falar “EU MEDIO”, “EU REMEDIO”, “EU INTERMEDIO”, “ELE MEDIA”, “ELE
REMEDIA”, “ELE INTERMEDIA”, certo? Galera, essas flexões estão ERRADAS!

Essa moçada que listei seguirá o padrão do verbo ODIAR. Veja:

EU ODEIO > “EU MEDEIO”, “EU REMEDEIO”, “EU INTERMEDEIO”.

ELE ODEIA > “ELE MEDEIA”, “ELE REMEDEIA”, “ELE INTERMEDEIA”.

Maluco, né?

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Tomemos como exemplo o verbo INTERMEDIAR:

INTERMEDIAR

INDICATIVO

PRESENTE PRETÉRITO PRETÉRITO PRETÉRITO MAIS- FUTURO DO FUTURO DO


PERFEITO IMPERFEITO QUE-PERFEITO PRESENTE PRETÉRITO

EU INTERMDEIO EU INTERMEDIEI EU INTERMEDIAVA EU INTERMEDIARA EU INTERMEDIAREI EU INTERMEDIARIA

TU INTERMEDEIAS TU INTERMEDIASTE TU INTERMEDIAVAS TU INTERMEDIARAS TU INTERMEDIARÁS TU INTERMEDIARIAS

ELE INTERMEDEIA ELE INTERMEDIOU ELE INTERMEDIAVA ELE INTERMEDIARA ELE INTERMEDIARÁ ELE INTERMEDIARIA

NÓS NÓS NÓS NÓS NÓS NÓS


INTERMEDIAMOS INTERMEDIAMOS INTERMEDIÁVAMOS INTERMEDIÁRAMOS INTERMEDIAREMOS INTERMEDIARÍAMOS

VÓS INTERMEDIAIS VÓS VÓS VÓS VÓS VÓS


INTERMEDIASTES INTERMEDIÁVEIS INTERMEDIÁREIS INTERMEDIAREIS INTERMEDIARÍEIS

ELES ELES ELES ELES ELES ELES


INTERMEDEIAM INTERMEDIARAM INTERMEDIAVAM INTERMEDIARAM INTERMEDIARÃO INTERMEDIARIAM

SUBJUNTIVO IMPERATIVO

PRESENTE PRETÉRITO FUTURO AFIRMATIVO NEGATIVO


IMPERFEITO

QUE EU SE EU SE EU INTERMEDIAR - -
INTERMEDEIE INTERMEDIASSE

QUE TU SE TU SE TU INTERMEDEIA (TU) NÃO INTERMEDEIES


INTERMEDEIES INTERMEDIASSES INTERMEDIARES (TU)

TALVEZ ELE SE ELE SE ELE INTERMEDEIE NÃO INTERMEDEIE


INTERMEDEIE INTERMEDIASSE INTERMEDIAR (VOCÊ) (VOCÊ)

TALVEZ NÓS CASO NÓS QUANDO NÓS INTERMEDIEMOS NÃO


INTERMEDIEMOS INTERMEDIÁSSEMOS INTERMEDIARMOS (NÓS) INTERMEDIEMOS
(NÓS)

CASO VÓS CASO VÓS QUANDO VÓS INTERMEDIAI (VÓS) NÃO INTERMEDIEIS
INTERMEDIEIS INTERMEDIÁSSEIS INTERMEDIARDES (VÓS)

CASO ELES CASO ELES QUANDO ELES INTERMEDEIEM NÃO INTERMEDEIEM


INTERMEDEIEM INTERMEDIASSEM INTERMEDIAREM (VOCÊS) (VOCÊS)

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VERBOS TERMINADOS EM -UAR


Os verbos terminados em UAR – averiguar, apaziguar, enxaguar, aguar, etc. - são regulares. O detalhe é que,
de acordo com a Nova Ortografia, não há mais trema nem acento agudo nas gue, gui, que, qui. Além disso, as
formas rizotônicas (1ª, 2ª, 3ª pessoas do singular e 3ª do plural do Presente do Indicativo e do Subjuntivo) admitem
dupla pronúncia: eu apazíguo (com acento) ou apaziguo (sílaba tônica no U).

Tomemos como exemplo o verbo AVERIGUAR:

AVERIGUAR

INDICATIVO

PRESENTE PRETÉRITO PERFEITO PRETÉRITO PRETÉRITO MAIS- FUTURO DO FUTURO DO


IMPERFEITO QUE-PERFEITO PRESENTE PRETÉRITO

EU AVERIGUO OU EU AVERIGUEI EU AVERIGUAVA EU AVERIGUARA EU AVERIGUAREI EU AVERIGUARIA


AVERÍGUO

TU AVERIGUAS OU TU AVERIGUASTE TU AVERIGUAVAS TU AVERIGUARAS TU AVERIGUARÁS TU AVERIGUARIAS


AVERÍGUAS

ELE AVERIGUA OU ELE AVERIGUOU ELE AVERIGUAVA ELE AVERIGUARA ELE AVERIGUARÁ ELE AVERIGUARIA
AVERÍGUA

NÓS AVERIGUAMOS NÓS AVERIGUAMOS NÓS NÓS NÓS NÓS


AVERIGUÁVAMOS AVERIGUÁRAMOS AVERIGUAREMOS AVERIGUARÍAMOS

VÓS AVERIGUAIS VÓS AVERIGUASTES VÓS AVERIGUÁVEIS VÓSAVERIGUÁREIS VÓS AVERIGUAREIS VÓS AVERIGUARÍEIS

ELES AVERÍGUAM OU ELES AVERIGUARAM ELES ELES ELES ELES


AVERIGUAM AVERIGUAVAM AVERIGUARAM AVERIGUARÃO AVERIGUARIAM

SUBJUNTIVO IMPERATIVO

PRESENTE PRETÉRITO IMPERFEITO FUTURO AFIRMATIVO NEGATIVO

QUE EU AVERIGUE OU SE EU AVERIGUASSE SE EU AVERIGUAR - -


AVERÍGUE

QUE TU AVERIGUES SE TU AVERIGUASSES SE TU AVERIGUA OU NÃO AVERIGUES OU


OU AVERÍGUES AVERIGUARES AVERÍGUA (TU) AVERÍGUES (TU)

TALVEZ ELE SE ELE AVERIGUASSE SE ELE AVERIGUAR AVERIGUE OU NÃO AVERIGUE OU


AVERIGUE OU AVERÍGUE (VOCÊ) AVERÍGUE (VOCÊ)
AVERÍGUE

TALVEZ NÓS CASO NÓS QUANDO NÓS AVERIGUEMOS NÃO AVERIGUEMOS


AVERIGUEMOS AVERIGUÁSSEMOS AVERIGUARMOS (NÓS) (NÓS)

CASO VÓS CASO VÓS QUANDO VÓS AVERIGUAI (VÓS) NÃO AVERIGUEIS
AVERIGUEIS AVERIGUÁSSEIS AVERIGUARDES (VÓS)

CASO ELES CASO ELES QUANDO ELES AVERIGUEM OU NÃO AVERIGUEM


AVERIGUEM OU AVERIGUASSEM AVERIGUAREM AVERÍGUEM OU AVERÍGUEM
AVERÍGUEM (VOCÊS) (VOCÊS)

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Vozes Verbais:
A flexão de voz faz referência à relação que o verbo assume com o sujeito. Trata-se de uma flexão bem
tranquila de se trabalhar, pois as questões são bem previsíveis.
Para entendermos bem essa flexão, precisamos de antemão de dois conceitos bem simples: agente e
paciente. O primeiro é aquele que executa uma ação, ao passo que o segundo sofre uma ação. O agente,
portanto, pratica uma ação e paciente é alvo desta.

Analisemos as seguintes frases:

O aluno resolveu a questão durante a aula.

o A ação verbal é “resolver”;


o O agente da ação é “O aluno”.
o O paciente da ação é “a questão”
o O sujeito da forma verbal “resolveu” é “O aluno”.
o O sujeito coincide com o agente da ação verbal. Isso define um tipo de voz: a VOZ ATIVA.

A questão foi resolvida pelo aluno durante a aula.


o A ação verbal é “resolver”;
o O agente da ação é “o aluno”.
o O termo “pelo aluno” exerce sintaticamente a função de agente da passiva.
o O paciente da ação é “A questão”
o O sujeito da forma verbal “foi resolvida” é “A questão”.
o O sujeito coincide com o paciente da ação verbal. Isso define um tipo de voz: a VOZ PASSIVA.

O aluno se culpou pelo erro.

o A ação verbal é “culpar”;


o O agente da ação é “O aluno”.
o O paciente da ação também é “O aluno”
o O sujeito da forma verbal “se culpou” é “O aluno”.
o O sujeito é, ao mesmo tempo, agente e paciente da ação verbal. Isso define um tipo de voz: a VOZ
REFLEXIVA.
o O se (= a si mesmo) em destaque exerce a função de pronome reflexivo.

Há, portanto, três tipos de vozes: a VOZ ATIVA (sujeito = agente); a VOZ PASSIVA (sujeito = paciente); e
a VOZ REFLEXIVA (sujeito = agente + paciente)

Ah, professor, pensei que fosse mais difícil!


É o que te falei, essa flexão é bem tranquila! Nem se compara com a flexão de tempo! Mas vamos ver se você
entendeu direitinho esses conceitos.

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Analise a frase a seguir:

A porta se abriu de repente!

A pergunta é: qual a voz verbal?

Bem, professor! Há um “se” presente! No exemplo de voz reflexiva que o senhor apresentou, apareceu um “se”
chamado de pronome reflexivo. Ora, aqui também há um “se”. A voz, portanto, é ...
Antes que você diga reflexiva, já te digo que não é!

Vamos pensar um pouco! Ora, se a voz fosse reflexiva, o sujeito – no caso, o termo “A porta” – deveria ser
agente e paciente ao mesmo tempo da ação verbal “abrir”. Mas, meu caro aluno, é a porta o agente da ação abrir?
É a porta, esse ser inanimado, que executa a ação abrir? Claro que não! Moçada, quem abriu a porta foi uma pessoa,
ou a força de uma ventania, ou - não descartemos essa hipótese - uma alma penada! Em suma, não foi a porta que
executou a ação “abrir”, e sim algo natural ou sobrenatural. A “porta” é sim o alvo da ação, ou seja, o paciente da
ação verbal. Trata-se, dessa forma, de um tipo de VOZ PASSIVA.

Tá certo, professor! E como se chama esse SE? Ele é o famosíssimo pronome apassivador, também conhecido
pelo nome de partícula apassivadora.
Vamos detalhar mais!
A voz passiva se apresenta em dois formatos: a VOZ PASSIVA ANALÍTICA e a VOZ PASSIVA SINTÉTICA
OU PRONOMINAL.

A VOZ PASSIVA ANALÍTICA se caracteriza pela presença de locução verbal formada pelo AUXILIAR SER
na companhia de VERBO PRINCIPAL NO PARTICÍPIO.
Exemplos:

Os exercícios foram feitos.


As meninas eram conduzidas pelos pais.
Os arquivos tinham sido analisados pelos peritos.

Observação:
 A VOZ PASSIVA ANALÍTICA é construída tipicamente com verbo auxiliar SER. No entanto, admite outros
verbos auxiliares, como ESTAR e FICAR.
Exemplos:

O professor ficou cercado por alunos.

O ministro estava rodeado de assessores.

 Nada impede que outros auxiliares acompanhem o auxiliar SER. O fator que identifica a voz passiva como
analítica é a presença do auxiliar SER acompanhado do principal no PARTICÍPIO.
Exemplos:

O processo havia sido desarquivado pela Procuradoria.

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Já a VOZ PASSIVA SINTÉTICA OU PRONOMINAL se caracteriza pela presença de VERBO PRINCIPAL na


companhia do PRONOME APASSIVADOR SE. Nela, a figura do AGENTE DA PASSIVA está indeterminada.

Exemplos:

Contrata-se professor particular.


Vendem-se casas de veraneio.

Consertam-se bicicletas.

Logo a seguir, analisaremos com mais detalhes o SE apassivador! Trata-se de uma função importantíssima,
de alto impacto sintático. Reservaremos um tópico específico para esse moço, ok?
A VOZ REFLEXIVA, como vimos, indica que o sujeito pratica e sofre a ação verbal, ou seja, 0 sujeitos é, ao
mesmo tempo, agente e paciente. Seu verbo está acompanhado pelos pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos,
que podem indicar reflexividade (a mim mesmo/mesma, a ti mesmo/mesma, a si mesmo/mesma, etc.) ou
reciprocidade (um ao outro, um para o outro, um com outro). Algumas gramáticas classificam a voz reflexiva
acompanhada de pronome reflexivo de VOZ REFLEXIVA PROPRIAMENTE DITA; já a voz passiva acompanhada
de pronome recíproco é chamada de VOZ REFLEXIVA RECÍPROCA.
Exemplos:
Ele se escondeu sob a escada.

(= Ele escondeu a si mesmo... > VOZ REFLEXIVA; SE = PRONOME REFLEXIVO)

O professor se cortou na cozinha acidentalmente com a faca.


(= O professor cortou a si mesmo... > VOZ REFLEXIVA; SE = PRONOME REFLEXIVO)
Os dois pescadores abraçaram-se com muita alegria.

(= Os dois pescadores abraçaram um ao outro... > VOZ REFLEXIVA; SE = PRONOME RECÍPROCO)


Os partidos políticos se enfrentaram durante a sessão legislativa.
(= Os partidos políticos enfrentaram uns aos outros... > VOZ REFLEXIVA; SE = PRONOME RECÍPROCO)

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Conversão de VOZ ATIVA em PASSIVA ANALÍTICA e vice-versa


Grande parte das questões sobre vozes verbais solicita que o candidato seja capaz de converter da voz ativa
para a passiva analítica e vice-versa. Eu diria que 80% das questões versam sobre esse problema, que possui um
procedimento bem padrão de resolução. Vamos entender o passo a passo?
Nos exemplos anteriores, retomemos as duas orações:

O aluno resolveu a questão durante a aula. (VOZ ATIVA)


A questão foi resolvida pelo aluno durante a aula. (VOZ PASSIVA ANALÍTICA)

Note que as duas frases expressam a mesma ideia, mas suas formas verbais se flexionam em distintas vozes.
A primeira está construída em voz ativa, ao passo que a segunda é a conversão desta na voz passiva.

Para converter a primeira na segunda, o que fizemos?


Observe que o paciente “a questão” foi convertido em sujeito na voz passiva. Na sequência, apareceu o
verbo auxiliar “ser”, na flexão de pretérito perfeito “foi”, acompanhado do verbo principal na forma particípio
“resolvida”.

Atenção! Aqui vale a pena investigar melhor!


A primeira constatação é relativa ao número de verbos: se houver um verbo na voz ativa, na voz passiva
haverá dois verbos – o da voz ativa acrescido do auxiliar “ser”; se houver dois verbos na voz ativa, na voz passiva
haverá três verbos – os dois da voz ativa acrescidos do auxiliar “ser”; e assim por diante.
Portanto, na voz passiva analítica, soma-se aos verbos presentes na voz ativa o auxiliar “ser”.
Professor, e por que o verbo “ser” apareceu flexionado no pretérito perfeito “foi”?
É um questionamento interessante! Para responder, vamos fazer algumas simulações. Observe a seguir.

Se substituirmos a forma “resolveu” por “resolverá”, a frase resultante na voz passiva seria: “A questão será
resolvida pelo aluno durante a aula.”; se substituirmos a forma “resolveu” por “resolveria”, a frase resultante na
voz passiva seria: “A questão seria resolvida pelo aluno durante a aula.”; se substituirmos a forma “resolveu” por
“resolvia”, a frase resultante na voz passiva seria: “A questão era resolvida pelo aluno durante a aula.”;....
Acho que você entendeu, certo?

O fato relevantíssimo é que “o verbo “ser”, na voz passiva analítica, será flexionado no mesmo tempo do
verbo principal na voz ativa”.

O verbo “ser” é, portanto, chave no processo de conversão para a voz passiva.

Professor, e quanto ao verbo principal? Como disse, ele será flexionado na forma nominal particípio e deverá
concordar em gênero e número com o sujeito paciente.

Dessa forma, na segunda frase, somamos ao sujeito paciente “Uma questão” o auxiliar “ser”, no pretérito
perfeito “foi” – flexionado nesse tempo, pois o verbo principal na voz ativa “resolveu” assim está flexionado na voz
ativa – acompanhado do verbo principal no particípio “resolvida” – flexionado no feminino singular, para concordar
com o sujeito paciente “A questão”.

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Na sequência, soma-se o agente da passiva, nome dado à função sintática resultado da fusão da preposição
“por” com o agente da ação verbal. A junção da preposição “por” com o agente “o aluno” resulta no agente da
passiva “pelo aluno”.

Observação:

O agente da passiva pode ser introduzido também pela preposição “de”.


Exemplo:

O professor estava cercado de estudantes.

Por fim, resta o elemento “durante a aula”. Note que ele não teve papel significativo na conversão da voz
ativa em passiva. Podemos posicioná-lo em qualquer lugar da frase. Posicionando-o ao final da frase, o resultado
será:

A questão foi resolvida pelo aluno durante a aula.

Podemos resumir, dessa forma, o processo de conversão de voz ativa em passiva analítica da seguinte forma:

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1. O objeto direto da voz ativa se converte em sujeito paciente na voz passiva;


2. Já havendo um auxiliar na ativa, este permanece na passiva, com o cuidado de se fazer a devida
concordância com o novo sujeito.
3. Acrescenta-se o verbo auxiliar "ser", flexionado no mesmo tempo do verbo principal na voz ativa.
4. O verbo principal da voz ativa assume a forma particípio na voz passiva, tomando-se o devido
cuidado de estabelecer a concordância com o novo sujeito.
5. O sujeito da voz ativa se converte em agente da passiva, por meio do acréscimo da preposição “por”.

Não importa a complexidade frase que se queira converter da ativa para a passiva, pois sempre precisaremos
dos mesmos elementos para fazer a conversão: o sujeito agente, o verbo principal (sozinho ou na companhia
de auxiliares) e o objeto direto paciente. Os elementos presentes na voz ativa além desses citados serão somados
à frase resultante após a conversão.
Vamos a um exemplo? Converta para a voz passiva analítica a frase a seguir:

O Governador, em caráter emergencial, deverá contratar, ainda neste ano, devido à alta demanda por
atendimento nos diversos órgãos da Administração Pública, 10.000 novos servidores.

Assustou-se com o tamanho? Por quê? Não há razão para pânico. Para converter da voz ativa em passiva
analítica, necessitamos dos seguintes elementos: sujeito agente – O Governador; o verbo principal (sozinho ou
na companhia de auxiliares) – deverá contratar; o objeto direto paciente: 10.000 novos servidores.

Os demais elementos – “em caráter emergencial”, “ainda neste ano” e “devido à alta demanda por
atendimento nos diversos órgãos da Administração Pública” – serão somados à frase após concluída a conversão
para a voz passiva analítica. Vamos ao passo a passo:

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1. O objeto direto da voz ativa se converte em sujeito paciente;


o O novo sujeito será “10.000 novos servidores”;
2. Já havendo um auxiliar na ativa, este permanece na passiva, com o cuidado de se fazer a devida
concordância com o novo sujeito.
o O primeiro auxiliar presente será a forma “deverão”, concordando com o sujeito “10.000 novos
servidores”;
3. Acrescenta-se o verbo auxiliar "ser", flexionado no mesmo tempo do verbo principal na voz ativa.
o O verbo ser assume a forma infinitivo “ser”, pois é a forma em que se encontra o verbo principal
na voz ativa “contratar”.
4. O verbo principal na voz ativa assume a forma particípio, tomando-se o devido cuidado de
estabelecer a concordância com o novo sujeito.
o O verbo principal assume a forma “contratados”, concordando com o sujeito “10.000 novos
servidores”;
5. O sujeito da voz ativa se converte em agente da passiva, por meio do acréscimo da preposição
“por”.
o O resultado da união da preposição “por” com “O Governador” é “pelo Governador”.

A estrutura convertida para a voz passiva será “10.000 novos servidores deverão ser contratados pelo
Governador.”.
Somando os elementos que ficaram “de fora”, o resultado final será: “Ainda neste ano, 10.000 novos
servidores deverão ser contratados pelo Governador, em caráter emergencial, devido à alta demanda por
atendimento nos diversos órgão da Administração Pública.”.
Pronto! Você agora sabe converter da voz ativa para a passiva não só frases bobas, mas também frases
complexas. O contrário você também sabe fazer – é só fazer o inverso do caminho.
Faz o seguinte! Já que você domina o procedimento de conversão, converta as seguintes frases para a voz
passiva analítica, por favor!

Preciso de ajuda!

Estou feliz!
E aí, como que converte?

Galera, não converte! Não é possível a conversão para a voz passiva nesses casos! Por quê, professor? Não
entendi!

Voltemos para o nosso quadro-resumo:

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Dei uma destacada no objeto direto, você viu?


Olhe para o quadro: se não houvesse objeto direto, não haveria sujeito paciente; não havendo sujeito
paciente, não haveria voz passiva.

Daí concluímos algo muito, mas muito importante!

IMPORTANTE!
Só é possível voz passiva com verbos que possuam objeto direto, ou seja, os verbos precisam ser VTD
(transitivos diretos) ou VTDI (verbos transitivos diretos e indiretos). Você não precisa nem ficar muito
preocupado em classificar os verbos agora não, ok? Basta que checar se o verbo pede objeto direto. Se sim,
haverá voz passiva; se não, ela não será possível!

Voltemos às frases “Preciso de ajuda” e “Estou feliz”. Os verbos nela presentes NÃO pedem OBJETO
DIRETO – o primeiro é VTI (Transitivo Indireto); o segundo, VL (de Ligação). Portanto, não admitem transposição
para a voz passiva!

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Conversão de VOZ PASSIVA SINTÉTICA em VOZ PASSIVA ANALÍTICA


Como vimos, a VOZ PASSIVA SINTÉTICA se caracteriza pela presença do verbo principal acompanhado do
SE pronome apassivador, também denominado de partícula apassivadora.
Professor, uma dúvida que tenho: como identificar que o SE, essa palavra tão repleta de funções, é um pronome
apassivador?

A resposta está dentro do retângulo anterior. Vimos que só é possível voz passiva com verbos que pedem
objeto direto, lembra? É justamente esse objeto direto que se converte em sujeito paciente na transposição
para voz passiva. Ora, o SE, sendo apassivador, precisa se unir a um verbo VTD ou VTDI, ou seja, um verbo
que peça OD.

Gostaria de que vocês se lembrassem de um antigo ditado, que assim dizia...

DIGA-ME COM QUEM O “SE” ANDA, QUE LHE DIREI QUEM O “SE” É.

Moçada, isso é muito sério. Se o “se” estiver grudado com um verbo que solicite OD, ele assumirá o papel de
PARTÍCULA APASSIVADORA ou PRONOME APASSIVADOR.
Em construções do tipo “Alugam-se casas.”, “Vendem-se apartamentos.”, “Contrata-se professor”, o
pronome SE está ladeado de verbos que pedem objeto direto (Quem aluga aluga ALGO; Quem vende vende
ALGO; quem contrata contrata ALGUÉM). Logo, o SE assume o papel de PARTÍCULA APASSIVADORA e as
frases se apresentam na VOZ PASSIVA SINTÉTICA OU PRONOMINAL.

Veremos, nas próximas aulas, mais funções do SE, entre elas a importantíssima função denominada ÍNDICE
DE INDETERMINAÇÃO DO SUJEITO. No caso desta, o SE estará ladeado de verbos que NÃO pedem OD (VI,
VTI ou VL). Em breve veremos!

Gente, continua valendo a máxima:


DIGA-ME COM QUEM O “SE” ANDA, QUE LHE DIREI QUEM O “SE” É.

Uma vez identificado que o SE é apassivador, vamos em busca do OBJETO DIRETO, esteja ele onde estiver
na frase. Esse objeto direto será convertido pelo SE apassivador em SUJEITO PACIENTE.

Observemos exemplos simples por enquanto:

Contrata-se professor de Português.


o O SE é apassivador, pois está ladeado de um verbo que pede OD (Quem contrata contrata
ALGUÉM).
o O objeto direto do verb0 “contratar” seria, numa situação normal, “professor de Português” (Quem
contrata contrata professor de Português).
o Com a entrada do SE apassivador, o OD “professor de Português” se converte em sujeito
paciente.

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Vamos agora complicar um pouco mais, distanciando sujeito paciente e verbo na frase. Observe:

Descobriu-se, após minuciosa investigação conduzida pela Polícia Federal, em parceria com autoridades
do Ministério Público da Suíça, a fraude contábil na renomada estatal.

Gente, não muda nada! Sigamos o passo a passo:


o O SE é apassivador, pois está ladeado de um verbo que pede OD (Quem descobriu descobriu
ALGO).
o O objeto direto do verb0 “descobrir” seria, numa situação normal, “a fraude contábil...” (Quem
descobriu descobriu a fraude contábil...).
o Com a entrada do SE apassivador, o OD “a fraude contábil” se converte em sujeito paciente.

Precisamos ficar muito atentos com a concordância entre verbo e sujeito paciente, gente!

Na primeira frase, vimos que “professor de Português” atua como sujeito, certo? Se no lugar pusermos
“professores de Português”, deveremos flexionar a forma verbal acompanhada do SE no plural – “Contratam-se”.
A frase resultante seria:
Contratam-se professores de Português.

Já na segunda frase, mais complicada, vimos que “a fraude contábil... ” atua como sujeito, certo? Se no lugar
pusermos “as fraudes contábeis”, deveremos flexionar a forma verbal acompanhada do SE no plural –
“Descobriram-se”. A frase resultante seria:
Descobriram-se, após minuciosa investigação conduzida pela Polícia Federal, em parceria com
autoridades do Ministério Público da Suíça, as fraudes contábeis na renomada estatal.
Professor, finalmente, como converter da voz passiva sintética para a passiva analítica?
O passo a passo é o seguinte:

1. Surge o auxiliar SER flexionado na mesma pessoa, número, tempo e modo do verbo principal na
passiva sintética.
2. Na sequência, soma-se o verbo principal no particípio, tomando-se o devido cuidado para que este
concorde em gênero e número com o sujeito paciente.

Bem mais simples, não?

Na primeira frase exemplo, a forma verbal “Contrata-se (Contratam-se)” se converte em “É contratado


(São contratados)”. O verbo SER, na forma “É (São)”, segue a flexão em número, pessoa, tempo e modo presente
em “Contrata (Contratam)”. E o verbo principal no particípio “contratado (contratados)” assume a forma
masculino singular (masculino plural), para concordar com o sujeito “professor de Português (professores de
Português)”.

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Na segunda frase exemplo, a forma verbal “Descobriu-se (Descobriram-se)” se converte em “Foi


descoberto (Foram descobertos)”. O verbo SER, na forma “Foi (Foram)”, segue a flexão em número, pessoa,
tempo e modo presente em “Descobriu (Descobriram)”. E o verbo principal no particípio “descoberta
(descobertas)” assume a forma feminino singular (feminino plural), para concordar com o sujeito “a fraude
contábil... (as fraudes contábeis...)”.

Contrata-se professor de Português.


= É contratado professor de Português.

Contratam-se professores de Português.

= São contratados professores de Português.

Descobriu-se, após minuciosa investigação conduzida pela Polícia Federal, em parceria com autoridades
do Ministério Público da Suíça, a fraude contábil na renomada estatal.

= Foi descoberta, após minuciosa investigação conduzida pela Polícia Federal, em parceria com
autoridades do Ministério Público da Suíça, a fraude contábil na renomada estatal.
Descobriram-se, após minuciosa investigação conduzida pela Polícia Federal, em parceria com
autoridades do Ministério Público da Suíça, as fraudes contábeis na renomada estatal.

= Foram descobertas, após minuciosa investigação conduzida pela Polícia Federal, em parceria com
autoridades do Ministério Público da Suíça, as fraudes contábeis na renomada estatal.

CESPE - Analista Técnico-Administrativo (DPU)/2016


No Brasil, pode-se considerar marco da história da assistência jurídica, ou justiça gratuita, a própria colonização
do país, ainda no século XVI.

No que se refere às ideias e informações do texto, julgue o item a seguir.


Sem prejuízo do sentido e da correção gramatical do texto, o primeiro período poderia ser reescrito da seguinte
forma: A própria colonização do Brasil, ainda no século XVI, pode ser considerada marco da história da assistência
jurídica, ou justiça gratuita, no país.

( ) CERTO ( ) ERRADO

RESOLUÇÃO:

O SE presente na locução “pode-se considerar” é PARTÍCULA APASSIVADORA. É possível constatar isso, pois o
verbo “considerar” pede objeto direto. Sabemos que o SE apassivador estará acompanhado de verbos VTD ou
VTDI.

O SE apassivador transformará o OD em SUJEITO PACIENTE. É o que ocorre com o termo “a própria colonização
do país”, convertido em sujeito pelo SE apassivador.

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Isso posto, temos uma construção na VOZ PASSIVA SINTÉTICA.

A reescrita pede que essa construção seja convertida para a VOZ PASSIVA ANALÍTICA, caracterizada pela
presença do auxiliar SER acompanhado do verbo principal no PARTICÍPIO.

Logo “pode-se considerar marco... a própria colonização do país” equivale a “a própria colonização do país pode
ser considerada marco ...”.
Acrescentando os demais elementos e fazendo os devidos ajustes, é possível chegar à reescrita proposta:

A própria colonização do país [do Brasil], ainda no século XVI, pode ser considerada marco da história da
assistência jurídica, ou justiça gratuita no Brasil [no país].

O item, portanto, está CERTO!

Resposta: CERTO

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Questões comentadas pelo professor


1. CESPE – Polícia Rodoviária Federal/2019

Não consigo pensar em um cargo público mais empolgante que o desse homem. Claro que o cargo, se existia, já
foi extinto, e o homem da luz já deve ter se transferido para o mundo das trevas eternas.

A correção gramatical e os sentidos do texto seriam mantidos caso a forma verbal “existia” fosse substituída por
“existisse”.
( ) CERTO ( ) ERRADO

RESOLUÇÃO:
Até é possível fazer a substituição pela forma “existisse”, no entanto, para que isso preserve a correção
gramatical, é necessário alterar as formas verbais seguintes para “teria sido extinto” e “deveria ter se transferido”.
Só assim teríamos uma adequada correlação de tempos verbais.
Resposta: ERRADO

2. CESPE – SEFAZ RS/2019

Liszt, no entanto, registraria que um erro tipográfico invertera, no programa do concerto, os nomes de Pixis e
Beethoven...
Os sentidos originais e a correção gramatical do texto 1A11-I seriam preservados se a forma verbal “invertera”
(R.20) fosse substituída por

a) inverteria.
b) teria invertido.

c) invertesse.

d) havia invertido.
e) houve de inverter

RESOLUÇÃO:

A forma “invertera” corresponde ao pretérito mais-que-perfeito do indicativo, cuja forma composta é “tinha
(havia) invertido”.

Resposta: D

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3. CESPE - TMCI (CGM J Pessoa)/Pref João Pessoa/2018

A corrupção é uma doença da alma. Como todas as doenças, ela não acomete a todos. Muitas pessoas são
suscetíveis a ela, outras não. A corrupção é uma doença que deve ser combatida por meio de uma vacina: a
educação. Uma educação de qualidade para todos os brasileiros deverá exercitar o pensamento e a crítica
argumentada e, principalmente, introduzir e consolidar virtudes como a solidariedade e a ética. Devemos preparar
uma nova geração na qual a corrupção seja um fenômeno do passado.

Nesse futuro não tão remoto, teremos conquistado a utopia de uma verdadeira justiça social.

Isaac Roitman. Corrupção e democracia. Internet: <https://noticias.unb.br> (com adaptações).

Com relação aos sentidos e aos aspectos gramaticais do texto apresentado, julgue o item a seguir.
A substituição de “teremos conquistado” por conquistaremos manteria os sentidos originais do texto.

( ) CERTO ( ) ERRADO
RESOLUÇÃO:
Observemos o trecho original: “Nesse futuro não tão remoto, TEREMOS CONQUISTADO a utopia...”.

A forma verbal destacada dá a entender que a conquista da utopia da justiça social se concretizou no futuro
ANTES de outras ações também no futuro.
A substituição pela forma CONQUISTAREMOS resulta em: “Nesse futuro não tão remoto,
CONQUISTAREMOS a utopia...”.

A forma verbal em destaque faz menção a uma ação futura, mas sem a ideia da redação original de ação
futura anterior a outras ações.
Dessa forma, o sentido original sofre mudança com a reescrita proposta!

O item está, portanto, ERRADO!

Resposta: ERRADO

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4. CESPE - PM MA/2018

Texto CG2A1BBB

A respeito de aspectos linguísticos do texto CG2A1BBB, julgue o item.

A forma verbal empregada no trecho “ENTRE NESTA LUTA!” sinaliza a intenção do autor do texto de levar os
leitores a executarem determinada ação ou a desenvolverem determinado comportamento.
( ) CERTO ( ) ERRADO

RESOLUÇÃO:

Na frase “ENTRE NESTA LUTA”, o cartaz faz uso do imperativo afirmativo de terceira pessoa. A função é
injuntiva, argumentativa. O texto publicitário tem por objetivo, portanto, convencer o interlocutor a aderir à
campanha, o que comprova a intenção persuasiva da propagada.

Resposta: CERTO

5. CESPE - Aud (CAGE RS)/SEFAZ RS/2018

Texto 1A9AAA

Estas memórias ficariam injustificavelmente incompletas se nelas eu não narrasse, ainda que de modo breve, as
andanças em que me tenho largado pelo mundo na companhia de minha mulher e de meus fantasmas particulares.
Desde criança fui possuído pelo demônio das viagens. Essa encantada curiosidade de conhecer alheias terras e
povos visitou-me repetidamente a mocidade e a idade madura. Mesmo agora, quando já diviso a brumosa porta
da casa dos setenta, um convite à viagem tem ainda o poder de incendiar-me a fantasia.

Na minha opinião, existem duas categorias principais de viajantes: os que viajam para fugir e os que viajam para
buscar. Considero-me membro deste último grupo, embora em 1943, nauseado pelo ranço fascista de nosso
Estado Novo, eu haja fugido com toda a família do Brasil para os Estados Unidos, onde permanecemos dois anos.

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O que pretendo fazer agora é apresentar ao leitor, por assim dizer, alguns diapositivos e filmes verbais dos lugares
por onde passamos e das pessoas que encontramos, tudo assim à maneira impressionista, e sem rigorosa ordem
cronológica.

Usei como título deste capítulo, dedicado a minhas viagens, uma expressão popular que suponho de origem
gauchesca: mundo velho sem porteira. Tenho-a ouvido desde menino, da boca de velhos parentes e amigos, de
tropeiros, peões de estância, índios vagos, gente da rua... Minha própria mãe empregava-a com frequência e
costumava pontuá-la com um fundo suspiro de queixa. As pessoas em geral pareciam usar essa frase para
descrever um mundo que se lhes afigurava não só incomensurável como também misterioso, absurdo, sem pé
nem cabeça...

Parece a mim, entretanto, que na sua origem essa exclamação manifestava apenas a certeza popular de que Deus
fizera o mundo sem nenhuma porteira a fim de que nele não houvesse divisões e diferenças entre países e povos
— gente rica e gente pobre, fartos e famintos, uns com terra demais, outros sem terra nenhuma. Em suma, o que
o Velho queria mesmo era um mundo que fosse de todo mundo. É neste sentido que desejo seja interpretada a
frase que encabeça esta divisão do presente volume.

Quem me lê poderá objetar que basta a gente passar os olhos pelo jornal desta manhã para verificar que o mundo
nunca teve tantas e tão dramáticas porteiras como em nossos dias... Mas que importa? Um dia as porteiras hão de
cair, ou alguém as derrubará. “Para erguer outras ainda mais terríveis” — replicará o leitor cético. Ora, amigo,
precisamos ter na vida um mínimo de otimismo e esperança para poder ir até ao fim da picada. Você não concorda?
Ô mundo velho sem porteira!
Erico Veríssimo. Solo de clarineta: memórias. Porto Alegre: Globo, v. 2, 1976, p. 57-58 (com adaptações).

Assinale a opção que apresenta uma forma / locução verbal do texto 1A9AAA que denota uma ação / um fato que
ocorreu repetidamente no passado e que se prolonga até o momento da narração do texto.
a) “tenho largado”
b) “fui possuído”

c) “tem”
d) “haja fugido”

e) “narrasse”

RESOLUÇÃO:

ALTERNATIVA A: O pretérito perfeito composto do indicativo “tenho largado” denota um fato que teve início no
passado com prolongamento até o presente.

ALTERNATIVA B: A frase, na voz passiva, indica um fato passado, marcando apenas o tempo (infância) em que a
ação teve início na vida do personagem.

ALTERNATIVA C: A forma verbal “tem” sinaliza o momento presente.

ALTERNATIVA D: Em “haja fugido”, temos o pretérito perfeito composto do subjuntivo. Nele há menção a um
fato já encerrado – a viagem aos EUA. O Pretérito Perfeito Composto do Subjuntivo pode expressar um desejo de
algo tenha ocorrido ou fazer menção a um fato futuro já encerrado em relação a outro.

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ALTERNATIVA E: A forma “narrasse” está no pretérito imperfeito do subjuntivo. Esse tempo verbal, geralmente,
expressa desejo, probabilidade ou possibilidade de uma ação ocorrer no passado.
Resposta: A

6. CESPE - AJ (STM)/2018

Texto CB1A1AAA

Não sou de choro fácil a não ser quando descubro qualquer coisa muito interessante sobre ácido
desoxirribonucleico. Ou quando acho uma carta que fale sobre a descoberta de um novo modelo para a estrutura
do ácido desoxirribonucleico, uma carta que termine com “Muito amor, papai”. Francis Crick descobriu o desenho
do DNA e escreveu a seu filho só para dizer que “nossa estrutura é muito bonita”. Estrutura, foi o que ele falou.
Antes de despedir-se ainda disse: “Quando chegar em casa, vou te mostrar o modelo”. Não esqueça os dois
pacotes de leite, passe para comprar pão, guarde o resto do dinheiro para seus caramelos e, quando chegar, eu
mostro a você o mecanismo copiador básico a partir do qual a vida vem da vida.

Não sou de choro fácil, mas um composto orgânico cujas moléculas contêm as instruções genéticas que
coordenam o desenvolvimento e o funcionamento de todos os seres vivos me comove. Cromossomas me animam,
ribossomas me espantam. A divisão celular não me deixa dormir, e olha que eu moro bem no meio das montanhas.
De vez em quando vejo passarem os aviões, mas isso nunca acontece de madrugada — a noite se guarda toda para
o infinito silêncio.
Acho que uma palavra é muito mais bonita do que uma carabina, mas não sei se vem ao caso. Nenhuma palavra
quer ferir outras palavras: nem desoxirribonucleico, nem montanha, nem canção. Todos esses conceitos têm os
seus sinônimos, veja só, ácido desoxirribonucleico e DNA são exatamente a mesma coisa, e os do resto das
palavras você acha. É tudo uma questão de amor e prisma, por favor não abra os canhões. Que coisa mais linda
esse ácido despenteado, caramba. Olhei com mais atenção o desenho da estrutura e descobri: a raça humana é
toda brilho.

Matilde Campilho. Notícias escrevinhadas na beira da estrada. In: Jóquei. São Paulo: Editora 34, 2015, p. 26-7 (com
adaptações).

Julgue o item, a seguir, com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto CB1A1AAA, no qual a autora
Matilde Campilho aborda a descoberta, em 1953, da estrutura da molécula do DNA, correalizada pelos
cientistas James Watson e Francis Crick.

A forma verbal “termine”, que denota uma ação incerta ou irreal, foi empregada para indicar que a carta que Crick
escreveu a seu filho, na realidade, não se encerra com as palavras ‘Muito amor, papai`.

( ) CERTO ( ) ERRADO

RESOLUÇÃO:
A forma verbal “termine” está no presente do subjuntivo, por isso denota uma ação incerta ou irreal. No
parágrafo, desde a primeira linha, o autor está falando daquilo que o faz chorar fácil. Ele cita fatos que o
emocionam, como uma carta que ele poderia escrever ao filho terminando com uma declaração de amor: “Muito
amor, papai”. Assim, ele discorre que, entre aquilo que o pode levar ao choro, estaria a possível declaração de amor

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ao filho no final de uma carta. De fato, ele não escreveu nenhuma carta ao filho, visto que o autor do texto apenas
cria uma situação hipotética.

Resposta: ERRADO

7. CESPE – TJ/STM/ 2018

Texto CB4A1BBB

O Zoológico de Sapucaia do Sul abrigou um dia um macaco chamado Alemão. Em um domingo de Sol, Alemão
conseguiu abrir o cadeado de sua jaula e escapou. O largo horizonte do mundo estava à sua espera. As árvores do
bosque estavam ao alcance de seus dedos. Ele passara a vida tentando abrir aquele cadeado. Quando conseguiu,
em vez de mergulhar na liberdade, desconhecida e sem garantias, Alemão caminhou até o restaurante lotado de
visitantes. Pegou uma cerveja e ficou bebericando no balcão.

Um zoológico serve para muitas coisas, algumas delas edificantes. Mas um zoológico serve, principalmente, para
que o homem tenha a chance de, diante da jaula do outro, certificar-se de sua liberdade e da superioridade de sua
espécie. Ele pode então voltar para o apartamento financiado em quinze anos satisfeito com sua vida. Pode abrir
as grades da porta contente com seu molho de chaves e se aboletar no sofá em frente à TV; acordar na segunda-
feira feliz para o batente.

Há duas maneiras de se visitar um zoológico: com ou sem inocência. A primeira é a mais fácil e a única com
satisfação garantida. A outra pode ser uma jornada sombria para dentro do espelho, sem glamour e também sem
volta.
Os tigres-de-bengala são reis de fantasia. Têm voz, possuem músculos, são magníficos. Mas, nascidos em
cativeiro, já chegaram ao mundo sem essência. São um desejo que nunca se tornará realidade. Adivinham as selvas
úmidas da Ásia, mas nem sequer reconhecem as estrelas. Quando o Sol escorrega sobre a região metropolitana,
são trancafiados em furnas de pedra, claustrofóbicas. De nada servem as presas a caçadores que comem carne de
cavalo abatido em frigorífico. De nada serve a sanha a quem dorme enrodilhado, exilado não do que foi, mas do
que poderia ter sido.

Eliane Brum. O cativeiro. In: A vida que ninguém vê. Porto Alegre: Arquipélago, 2006, p. 53-4 (com adaptações).
Com relação aos sentidos e aos aspectos gramaticais do texto CB4A1BBB, julgue o item que se segue.

A forma verbal “passara” denota um fato ocorrido antes de duas outras ações também já concluídas, as quais são
descritas nos dois períodos imediatamente anteriores ao período em que ela se insere.
( ) CERTO ( ) ERRADO

RESOLUÇÃO:

A forma “passara” está no pretérito mais-que-perfeito. Esse tempo verbal indica sim uma ação que ocorreu
antes de outra, que também está no passado. No trecho em que ocorre, a forma verbal “passara” ocorre antes das
ações “conseguiu abrir” e “escapou”, presentes no período “Em um domingo de Sol, Alemão conseguiu abrir o
cadeado de sua jaula e escapou”. O erro do item está em afirmar que essas ações são descritas nos dois períodos

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imediatamente anteriores, o que não é verdade. Os dois períodos imediatamente anteriores são: “O largo
horizonte do mundo estava à sua espera. As árvores do bosque estavam ao alcance de seus dedos”.

Resposta: ERRADO

8. CESPE - Ana Port I (EMAP) /2018

Texto

O Juca era da categoria das chamadas pessoas sensíveis, dessas a que tudo lhes toca e tange. Se a gente lhe
perguntasse: “Como vais, Juca?”, ao que qualquer pessoa normal responderia “Bem, obrigado!” — com o Juca a
coisa não era assim tão simples. Primeiro fazia uma cara de indecisão, depois um sorriso triste contrabalançado
por um olhar heroicamente exultante, até que esse exame de consciência era cortado pela voz do interlocutor, que
começava a falar chãmente em outras coisas, que, aliás, o Juca não estava ouvindo... Porque as pessoas sensíveis
são as criaturas mais egoístas, mais coriáceas, mais impenetráveis do reino animal. Pois, meus amigos, da última
vez que vi o Juca, o impasse continuava... E que impasse!

Estavam-lhe ministrando a extrema-unção. E, quando o sacerdote lhe fez a tremenda pergunta, chamando-o pelo
nome: “Juca, queres arrepender-te dos teus pecados?”, vi que, na sua face devastada pela erosão da morte, a
Dúvida começava a redesenhar, reanimando-a, aqueles seus trejeitos e caretas, numa espécie de ridícula
ressurreição. E a resposta não foi “sim” nem “não”; seria acaso um “talvez”, se o padre não fosse tão compreensivo.
Ou apressado. Despachou-o num átimo e absolvido.
Que fosse amolar os anjos lá no Céu!
E eu imagino o Juca a indagar, até hoje:

— Mas o senhor acha mesmo, sargento Gabriel, que ele poderia ter-me absolvido?
Mário Quintana Prosa & Verso Porto Alegre: Globo, 1978, p 65 (com adaptações)
Com relação às estruturas linguísticas e aos sentidos do texto, julgue o item a seguir.
Caso a forma verbal “era” fosse substituída por seria, a respectiva afirmação sobre o comportamento de Juca seria
mais categórica que a que se verifica no texto.

( ) CERTO ( ) ERRADO

RESOLUÇÃO:

A forma verbal “era” está no pretérito imperfeito, expressando um fato anterior à fala, ao discurso, que pode
ter seu curso prolongado. Com a forma verbal “seria”, que está no futuro do pretérito, enuncia-se um fato que
pode vir a ocorrer, posteriormente a um determinado fato passado. Assim, a respectiva ação sobre o
comportamento de Juca não seria mais categórica do que a que se verifica no texto, com a substituição de “era”
por “seria”.
Resposta: ERRADO

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9. CESPE - TJ STJ/STJ/Administrativa/2018

Texto CB4A1AAA

As discussões em torno de questões como “o que é justiça?” ou “quais são os mecanismos disponíveis para produzir
situações cada vez mais justas ao conjunto da sociedade?” não são novidade. Autores do século XIX já procuravam
construir análises para identificar qual o sentido exato do termo justiça e quais formas de promovê-la eram
possíveis e desejáveis ao conjunto da sociedade à época. O debate se enquadra em torno de três principais ideias:
bem-estar; liberdade e desenvolvimento; e promoção de formas democráticas de participação. Autores
importantes do campo da ciência política e da filosofia política e moral se debruçaram intensamente em torno
dessa questão ao longo do século XX, e chegaram a conclusões diversas uns dos outros. Embora a perspectiva
analítica de cada um desses autores divirja entre si, eles estão preocupados em desenvolver formas de promoção
de situações de justiça social e têm hipóteses concretas para se chegar a esse estado de coisas.
Para Amartya Sen, por exemplo, a injustiça é percebida e mensurada por meio da distribuição e do alcance social
das liberdades. Para Rawls, ela se manifesta principalmente nas estruturas básicas da sociedade e sua solução
depende de uma nova forma de contrato social e de uma definição de princípios básicos que criem condições de
promoção de justiça. Já para Habermas, a questão gira em torno da manifestação no campo da ação comunicativa,
na qual a fragilidade de uma ação coletiva que tenha pouco debate ou pouca representação pode enfraquecer a
qualidade da democracia e, portanto, interferir no seu pleno funcionamento, tendo, por consequência,
desdobramentos sociais injustos. Em síntese, os autores argumentam a favor de instrumentos variados para a
solução da injustiça, os quais dependem da interpretação de cada um deles acerca do conceito de justiça.
Augusto Leal Rinaldi. Justiça, liberdade e democracia. In: Pensamento Plural. Pelotas [12]: 57-74, jan.-jun./2013
(com adaptações).

A respeito dos aspectos linguísticos do texto CB4A1AAA, julgue o item.


Embora haja semelhança de sentido entre os verbos divergir e diferir, a substituição da forma verbal “divirja” por
difere prejudicaria a correção gramatical do texto.

( ) CERTO ( ) ERRADO
RESOLUÇÃO:
Considerando que a frase está no modo verbal subjuntivo, a substituição de “divirja” por “difere” não está
correta. Para haver correção gramatical no período, a substituição de “divirja” deve ser pela forma verbal “difira”,
presente do subjuntivo.
Resposta: CERTO

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10. CESPE - OI (ABIN)/2018

Texto

No começo dos anos 40, os submarinos alemães estavam dizimando os cargueiros dos aliados no Atlântico Norte.
O jogo virou apenas em 1943, quando Alan Turing desenvolveu a Bomba, um aparelho capaz de desvendar os
segredos da máquina de criptografia nazista chamada de Enigma. A complexidade da Enigma — uma máquina
eletromagnética que substituía letras por palavras aleatórias escolhidas de acordo com uma série de rotores —
estava no fato de que seus elementos internos eram configurados em bilhões de combinações diferentes, sendo
impossível decodificar o texto sem saber as configurações originais. Após espiões poloneses terem roubado uma
cópia da máquina, Turing e o campeão de xadrez Gordon Welchman construíram uma réplica da Enigma na base
militar de Bletchey Park. A máquina replicava os rotores do sistema alemão e tentava reproduzir diferentes
combinações de posições dos rotores para testar possíveis soluções. Após quatro anos de trabalho, Turing
conseguiu quebrar a Enigma, ao perceber que as mensagens alemãs criptografadas continham palavras
previsíveis, como nomes e títulos dos militares. Turing usava esses termos como ponto de partida, procurando
outras mensagens em que a mesma letra aparecia no mesmo espaço em seu equivalente criptografado.

Gabriel Garcia. 5 descobertas de Alan Turing que mudaram o rumo da história. In: Exame, 2/fev./2015. Internet:
<https://exame.abril.com.br> (com adaptações).
Considerando os aspectos linguísticos do texto, julgue o item subsequente.

Do emprego da forma “estavam dizimando” infere-se que a ação de dizimar foi contínua durante a época citada
no início do primeiro período do texto.

( ) CERTO ( ) ERRADO

RESOLUÇÃO:
A forma verbal “estavam dizimando” apresenta “pretérito imperfeito + gerúndio”. Essa estrutura sinaliza
prolongamento de ação, dando ideia de continuidade e de duração no tempo. Assim, pode-se inferir que a ação
de dizimar foi contínua durante a época citada no primeiro período do texto.

Resposta: CERTO

11. CESPE - Aud Est (TCM-BA)/ 2018


Assunto: Questões Variadas de Verbo

A questão baseia no texto apresentado abaixo.

Ainda existem pessoas para as quais a greve é um “escândalo”: isto é, não só um erro, uma desordem ou um delito,
mas também um crime moral, uma ação intolerável que perturba a própria natureza. “Inadmissível”,
“escandalosa”, “revoltante”, dizem alguns leitores do Figaro, comentando uma greve recente. Para dizer a
verdade, trata-se de uma linguagem do tempo da Restauração, que exprime a sua mentalidade profunda. É a
época em que a burguesia, que assumira o poder havia pouco tempo, executa uma espécie de junção entre a moral
e a natureza, oferecendo a uma a garantia da outra. Temendo-se a naturalização da moral, moraliza-se a natureza;
finge-se confundir a ordem política e a ordem natural, e decreta-se imoral tudo o que conteste as leis estruturais

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da sociedade que se quer defender. Para os prefeitos de Carlos X, assim como para os leitores do Figaro de hoje, a
greve constitui, em primeiro lugar, um desafio às prescrições da razão moralizada: “fazer greve é zombar de todos
nós”, isto é, mais do que infringir uma legalidade cívica, é infringir uma legalidade “natural”, atentar contra o bom
senso, misto de moral e lógica, fundamento filosófico da sociedade burguesa.

Nesse caso, o escândalo provém de uma ausência de lógica: a greve é escandalosa porque incomoda precisamente
aqueles a quem ela não diz respeito. É a razão que sofre e se revolta: a causalidade direta, mecânica, essa
causalidade é perturbada; o efeito se dispersa incompreensivelmente longe da causa, escapa-lhe, o que é
intolerável e chocante. Ao contrário do que se poderia pensar sobre os sonhos da burguesia, essa classe tem uma
concepção tirânica, infinitamente suscetível, da causalidade: o fundamento da moral que professa não é de modo
algum mágico, mas, sim, racional. Simplesmente, trata-se de uma racionalidade linear, estreita, fundada, por
assim dizer, numa correspondência numérica entre as causas e os efeitos. O que falta a essa racionalidade é,
evidentemente, a ideia das funções complexas, a imaginação de um desdobramento longínquo dos
determinismos, de uma solidariedade entre os acontecimentos, que a tradição materialista sistematizou sob o
nome de totalidade.
Roland Barthes. O usuário da greve. In: R. Barthes. Mitologias. Tradução de Rita Buongermino, Pedro de Souza e
Rejane Janowitzer. Rio de Janeiro: DIFEL, 2007, p. 135-6 (com adaptações).
No texto, com o emprego da forma verbal “assumira”, exprime-se

a) a continuidade de uma ação ocorrida no passado.


b) a concomitância de uma ação em relação a outra.

c) o resultado presente de ação ocorrida no passado.

d) o ponto inicial de ação ocorrida no passado.


e) a anterioridade de uma ação em relação a outra.
RESOLUÇÃO

ALTERNATIVA A: Não há ideia de continuidade de ação, mas de passado remoto concluído.

ALTERNATIVA B: A forma verbal em destaque não representa ação simultânea, concomitante.

ALTERNATIVA C: Não se trata de resultado presente de ação ocorrida no passado, como afirma a alternativa, mas
passado remoto.

ALTERNATIVA D: “Assumira”, que é um passado remoto, não sinaliza o ponto inicial de ação ocorrida no passado.

ALTERNATIVA E: “Assumira” é o pretérito mais-que-perfeito do verbo assumir e é usado para se referir a um fato
anterior a outro que também está no passado. Representa, pois, o passado mais remoto.
Resposta: E

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12. CESPE - AJ (STM)/2018

Texto CB1A1BBB

Esse rapaz que, em Deodoro, quis matar a ex-noiva e suicidou-se em seguida é um sintoma da revivescência de
um sentimento que parecia ter morrido no coração dos homens: o domínio sobre a mulher. Há outros casos. (...)
Todos esses senhores parece que não sabem o que é a vontade dos outros. Eles se julgam com o direito de impor
o seu amor ou o seu desejo a quem não os quer. Não sei se se julgam muito diferentes dos ladrões à mão armada;
mas o certo é que estes não nos arrebatam senão o dinheiro, enquanto esses tais noivos assassinos querem tudo
que há de mais sagrado em outro ente, de pistola na mão. O ladrão ainda nos deixa com vida, se lhe passamos o
dinheiro; os tais passionais, porém, nem estabelecem a alternativa: a bolsa ou a vida. Eles, não; matam logo. Nós
já tínhamos os maridos que matavam as esposas adúlteras; agora temos os noivos que matam as ex-noivas. De
resto, semelhantes cidadãos são idiotas. É de se supor que quem quer casar deseje que a sua futura mulher venha
para o tálamo conjugal com a máxima liberdade, com a melhor boa- vontade, sem coação de espécie alguma, com
ardor até, com ânsia e grandes desejos; como é então que se castigam as moças que confessam não sentir mais
pelos namorados amor ou coisa equivalente?

Todas as considerações que se possam fazer tendentes a convencer os homens de que eles não têm sobre as
mulheres domínio outro que não aquele que venha da afeição não devem ser desprezadas. Esse obsoleto domínio
à valentona, do homem sobre a mulher, é coisa tão horrorosa que enche de indignação.

Todos os experimentadores e observadores dos fatos morais têm mostrado a insanidade de generalizar a
eternidade do amor. Pode existir, existe, mas excepcionalmente; e exigi-la nas leis ou a cano de revólver é um
absurdo tão grande como querer impedir que o Sol varie a hora do seu nascimento. Deixem as mulheres amar à
vontade.
Não as matem, pelo amor de Deus.
Lima Barreto. Não as matem. In: Vida urbana. São Paulo: Brasiliense, 1963, p. 83-5 (com adaptações).
Com relação aos sentidos e aos aspectos gramaticais do texto CB1A1BBB, julgue o item que se segue.

O vocábulo se recebe a mesma classificação em “se julgam” e “se castigam”.

( ) CERTO ( ) ERRADO
RESOLUÇÃO:
Em “Eles se julgam”, o “se” é pronome reflexivo. Isso se dá porque o sujeito pratica ação que incide sobre si
mesmo. Nesse caso, havendo dúvida, pode-se substituir o “se” por “a si mesmo(s)”. Havendo equivalência, o “se”
está corretamente analisado com pronome reflexivo.

No segundo caso, o “se” de “se castigam” é partícula apassivadora. Vale lembrar que, com verbo transitivo
direto+se (VTD+SE) ou com verbo transitivo direto e indireto+se (VTDI+SE), a partícula “se” tem essa classificação.
Resposta: ERRADO

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13. CESPE - Tec Enf (IHB DF)/IHB DF/2018

Texto CG2A1AAA

A vida de Florence Nightingale, a criadora da moderna enfermagem, daria um romance. Florence estava destinada
a receber uma boa educação, a casar-se com um cavalheiro de fina estirpe, a ter filhos, a cuidar da casa e da família.
Mas logo ficou claro que a menina não se conformaria a esse modelo. Era diferente; gostava de matemática, e era
o que queria estudar (os pais não deixaram). Aos dezesseis anos, algo aconteceu: Deus falou-me — escreveu depois
— e convocou-me para servi-lo.

Servir a Deus significava, para ela, cuidar dos enfermos, e especialmente dos enfermos hospitalizados. Naquela
época, os hospitais curavam tão pouco e eram tão perigosos (por causa da sujeira, do risco de infecção) que os
ricos preferiam tratar-se em casa. Hospitalizados eram só os pobres, e Florence preparou-se para cuidar deles,
praticando com os indigentes que viviam próximos à sua casa. Viajou por toda a Europa, visitando hospitais. Coisa
que os pais não viam com bons olhos: enfermeiras eram consideradas pessoas de categoria inferior, de vida
desregrada. Mas Florence foi em frente e logo surgiu a oportunidade para colocar em prática o que aprendera.
Sidney Herbert, membro do governo inglês e amigo pessoal, pediu-lhe que chefiasse um grupo de enfermeiras
enviadas para o front turco, uma tarefa a que Florence entregou-se de corpo e alma; providenciava comida,
remédios, agasalhos, além de supervisionar o trabalho das enfermeiras. Mais que isso, fez estudos estatísticos (sua
vocação matemática enfim triunfou) mostrando que a alta mortalidade dos soldados resultava das péssimas
condições de saneamento.
Isso tudo não quer dizer que Florence fosse, pelos padrões habituais, uma mulher feliz. Para começar, não havia,
em sua vida, lugar para ligações amorosas. Cortejou-a o político e poeta Richard Milnes, Barão Houghton, mas ela
rejeitou-o. Ao voltar da guerra, algo estranho lhe aconteceu: recolheu-se ao leito e nunca mais deixou o quarto.

É possível, e até provável, que isso tenha resultado de brucelose, uma infecção crônica contraída durante a guerra;
mas havia aí um óbvio componente emocional, uma forma de fuga da realidade. Contudo — Florence era Florence
—, mesmo acamada, continuou trabalhando intensamente. Colaborou com a comissão governamental sobre
saúde dos militares, fundou uma escola para treinamento de enfermeiras, escreveu um livro sobre esse
treinamento.

Estranha, a Florence Nightingale? Talvez. Mas estranheza pode estar associada a qualidades admiráveis. Grande
e estranho é o mundo; grandes, ainda que estranhas, são muitas pessoas. E se elas têm grandeza, ao mundo pouco
deve importar que sejam estranhas.

Moacyr Scliar. Uma estranha, e admirável, mulher. Internet: <http://moacyrscliar.blogspot.com.br> (com


adaptações).

Acerca dos aspectos linguísticos do texto CG2A1AAA, julgue o item.


Nos trechos “Florence preparou-se” e “Florence entregou-se” , a partícula “se” classifica-se como pronome
apassivador.

( ) CERTO ( ) ERRADO

RESOLUÇÃO:
Em “Florence preparou-se”, o “se” é pronome reflexivo, visto que a ação incide sobre o sujeito. Nesse caso,
podemos dizer que ela preparou a si mesma. Em “Florence entregou-se”, o “se” é parte integrante do verbo. Por

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essa razão, o verbo é pronominal. Assim, está incorreto afirmar que a partícula se nos trechos “Florence preparou-
se” e “Florence entregou-se”, a partícula “se” classifica-se como pronome apassivador.

Resposta: ERRADO

14. CESPE - Assistente Administrativo (EBSERH)/2018

Texto
O Brasil, durante a maior parte da sua história, manteve uma cultura familista e pró-natalista. Por cerca de 450
anos, o incentivo à fecundidade elevada era justificado em função da prevalência de altas taxas de mortalidade,
dos interesses da colonização portuguesa, da expansão da ocupação territorial e do crescimento do mercado
interno.

Durante o período do Estado Novo (1937-1945), no governo de Getúlio Vargas, foram adotados dispositivos legais
para fortalecer a família numerosa, por meio de diversas medidas: desestímulo ao trabalho feminino; facilidades
para a aquisição de casa própria pelos indivíduos que pretendessem se casar; complemento de renda dos casados
com filhos e regras que privilegiavam os homens casados e com filhos quanto ao acesso e à promoção no serviço
público.
O artigo 124 da Constituição Brasileira de 1937 afirmava: “A família, constituída pelo casamento indissolúvel, está
sob a proteção especial do Estado. Às famílias numerosas serão atribuídas compensações na proporção de seus
encargos”. Naquele período, além dos incentivos ao casamento e à reprodução, vigia uma legislação que proibia
o uso de métodos contraceptivos e o aborto: o Decreto Federal n.º 20.291, de 1932, que vedava a prática médica
que tivesse por fim impedir a concepção ou interromper a gestação, e a Lei das Contravenções Penais, sancionada
em 1941, que proibia “anunciar processo, substância ou objeto destinado a provocar o aborto ou evitar a gravidez”.

José Eustáquio Diniz Alves O planejamento familiar no Brasil Internet: <www ecodebate com br> (com
adaptações)
Com relação a aspectos linguísticos do texto, julgue o item seguinte.

A forma verbal “vigia” tem, no texto, o sentido de estava vigente.

( ) CERTO ( ) ERRADO

RESOLUÇÃO:
De fato! A forma “vigia” corresponde à flexão de pretérito imperfeito do indicativo, que corresponde a uma
ação que teve continuidade no passado. Essa mesma ideia está expressada na forma “estava vigente”, formada
pelo verbo “estar” flexionado no pretérito imperfeito do indicativo, acompanhado do adjetivo “vigente”.
Resposta: CERTO

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15. CESPE - Auditor Estadual (TCM-BA) /2018

A questão baseia no texto apresentado abaixo.

Ainda existem pessoas para as quais a greve é um “escândalo”: isto é, não só um erro, uma desordem ou um delito,
mas também um crime moral, uma ação intolerável que perturba a própria natureza. “Inadmissível”,
“escandalosa”, “revoltante”, dizem alguns leitores do Figaro, comentando uma greve recente. Para dizer a
verdade, trata-se de uma linguagem do tempo da Restauração, que exprime a sua mentalidade profunda. É a
época em que a burguesia, que assumira o poder havia pouco tempo, executa uma espécie de junção entre a moral
e a natureza, oferecendo a uma a garantia da outra. Temendo-se a naturalização da moral, moraliza-se a natureza;
finge-se confundir a ordem política e a ordem natural, e decreta-se imoral tudo o que conteste as leis estruturais
da sociedade que se quer defender. Para os prefeitos de Carlos X, assim como para os leitores do Figaro de hoje, a
greve constitui, em primeiro lugar, um desafio às prescrições da razão moralizada: “fazer greve é zombar de todos
nós”, isto é, mais do que infringir uma legalidade cívica, é infringir uma legalidade “natural”, atentar contra o bom
senso, misto de moral e lógica, fundamento filosófico da sociedade burguesa.

Nesse caso, o escândalo provém de uma ausência de lógica: a greve é escandalosa porque incomoda precisamente
aqueles a quem ela não diz respeito. É a razão que sofre e se revolta: a causalidade direta, mecânica, essa
causalidade é perturbada; o efeito se dispersa incompreensivelmente longe da causa, escapa-lhe, o que é
intolerável e chocante. Ao contrário do que se poderia pensar sobre os sonhos da burguesia, essa classe tem uma
concepção tirânica, infinitamente suscetível, da causalidade: o fundamento da moral que professa não é de modo
algum mágico, mas, sim, racional. Simplesmente, trata-se de uma racionalidade linear, estreita, fundada, por
assim dizer, numa correspondência numérica entre as causas e os efeitos. O que falta a essa racionalidade é,
evidentemente, a ideia das funções complexas, a imaginação de um desdobramento longínquo dos
determinismos, de uma solidariedade entre os acontecimentos, que a tradição materialista sistematizou sob o
nome de totalidade.
Roland Barthes. O usuário da greve. In: R. Barthes. Mitologias. Tradução de Rita Buongermino, Pedro de Souza e
Rejane Janowitzer. Rio de Janeiro: DIFEL, 2007, p. 135-6 (com adaptações).
No texto, com o emprego da forma verbal “assumira”, exprime-se

a) a continuidade de uma ação ocorrida no passado.


b) a concomitância de uma ação em relação a outra.

c) o resultado presente de ação ocorrida no passado.

d) o ponto inicial de ação ocorrida no passado.

e) a anterioridade de uma ação em relação a outra.


RESOLUÇÃO:

A forma verbal “assumira” está flexionada no pretérito mais-que-perfeito do indicativo, que corresponde
a uma ação anterior a outra já concluída.
Resposta: E

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16. CESPE - MP PI – Técnico - 2018

Eis que se inicia então uma das fases mais intensas na vida de Geraldo Viramundo: sua troca de correspondência
com os estudantes, julgando estar a se corresponder com sua amada. E eis que passo pela rama nesta fase de meu
relato, já que me é impossível dar a exata medida do grau de maluquice que inspiraram tais cartas: infelizmente se
perderam e de nenhuma encontrei paradeiro, por maiores que tenham sido os meus esforços em rebuscar
coleções, arquivos e alfarrábios em minha terra. Sou forçado, pois, a limitar-me aos elementos de que disponho,
encerrando em desventuras as aventuras de Viramundo em Ouro Preto, e dando viço às suas peregrinações.

Fernando Sabino. O grande mentecapto. 62.ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2002.

Com referência aos sentidos do texto precedente e às estruturas linguísticas nele empregadas, julgue os itens
a seguir.

Os sentidos do texto seriam alterados caso o trecho “estar a se corresponder” (R.3) fosse assim reescrito: estar se
correspondendo.

( ) CERTO ( ) ERRADO

RESOLUÇÃO:

Uma outra forma de expressar o gerúndio é reescrevê-lo com verbo no infinitivo antecedido da preposição
“a”. É uma forma muito comumente empregada em Portugal, mas não tanto no Brasil.
Exemplos:

Estou observando = Estou a observar.


Ficava detalhando = Ficava a detalhar.

Dessa forma, a alterações propostas não acarretam mudança de sentido.

Resposta: ERRADO

17. CESPE - MP PI – Técnico - 2018


Saiu a mais nova lista de coisas que devem ou não ser feitas, moda que parece ter contagiado o planeta. Desta vez,
Arthur Frommer e Holly Hugues elencam os 500 locais que precisamos visitar antes que desapareçam (500
places to see before they disappear). O livro traz lugares naturais e históricos, de antigos centros de culto a
paisagens em vias de extinção, assim como tesouros culturais únicos, como o Fenway Park, de Boston, inaugurado
em 1912: um dos últimos estádios norte-americanos que mantêm sua construção original, diz o Atlanta Journal
Constitution.

Revista da Semana, dez./2008 (com adaptações).


Na linha 1, seria incorreto o emprego do verbo “ser” no plural — serem.

( ) CERTO ( ) ERRADO

RESOLUÇÃO:
Observemos o seguinte trecho:
Saiu a mais nova lista de coisas que devem ou não ser feitas.

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Não se flexiona o infinitivo presente em uma locução verbal, seja esse infinitivo um dos auxiliares ou o verbo
principal.

No caso, a forma “devem” e o infinitivo “ser” são auxiliares do verbo principal no particípio “feitas”. A forma
“ser”, portanto, não pode ser flexionada, sob pena de incorrermos num erro gramatical.

Resposta: CERTO

18. CESPE - MP PI – Técnico - 2018

Texto CB1A1AAA
Não há dúvida de que a televisão apresenta ao público uma visão distorcida de como a ciência forense é conduzida
e sobre o que ela é capaz, ou não, de realizar. Os atores que interpretam a equipe de investigação, por exemplo,
são uma mistura de policial, detetive e cientista forense — esse perfil profissional não existe na vida real. Toda
profissão, individualmente, já é complexa o bastante e demanda educação, treinamento e métodos próprios. A
especialização dentro dos laboratórios tornou-se uma norma desde o final da década de 80 do século passado. O
cientista forense precisa conhecer os recursos das outras subdisciplinas, mas ninguém é especialista em todas as
áreas da investigação criminal. Além disso, os laboratórios frequentemente não realizam todos os tipos de análise
devido ao custo, à insuficiência de recursos ou à pouca procura.
As séries da TV retratam incorretamente os cientistas forenses, mostrando-os como se tivessem tempo de sobra
para todos os casos. Os programas mostram diversos detetives, técnicos e cientistas dedicando toda sua atenção
a uma investigação. Na realidade, cada cientista recebe vários casos ao mesmo tempo. A maioria dos laboratórios
acredita que o acúmulo de trabalho é o maior problema que enfrentam, e boa parte dos pedidos de aumento no
orçamento baseia-se na dificuldade de dar conta de tanto serviço.

No que se refere aos sentidos do texto CB1A1AAA, julgue os itens a seguir.


A substituição da forma verbal “dedicando” (R.19) por que dedicam manteria os sentidos originais do texto.
( ) CERTO ( ) ERRADO

RESOLUÇÃO:

Destaquemos o seguinte fragmento de texto:

Os programas mostram diversos detetives, técnicos e cientistas dedicando toda sua atenção a uma investigação.
Com a alteração proposta, teremos:

Os programas mostram diversos detetives, técnicos e cientistas que dedicam toda sua atenção a uma
investigação.

Originalmente, a forma verbal no gerúndio “dedicando” transmite uma ideia de ação em curso.

Já com a oração desenvolvida “que dedicam”, o emprego do presente do indicativo transmite uma ideia de
ação costumeira.
Explicando com exemplos mais simples: em “Vi meu primo estudando para concurso.”, o gerúndio dá a
entender ação em curso, ou seja, a ação está se realizando num determinado momento; já em “Vi meu primo que
estuda para concurso”, o emprego do presente do indicativo dá a entender ação costumeira, ou seja, uma ação

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que se processa não em um momento específico, mas sim que se processa já desde um certo tempo, pois é
costumeira.

Dessa forma, a alteração proposta mantém a correção gramatical, mas altera o sentido original.
Resposta: ERRADO

19. CESPE - Agente PF/ 2018

Texto 12A1AAA

A polícia parisiense — disse ele — é extremamente hábil à sua maneira. Seus agentes são perseverantes,
engenhosos, astutos e perfeitamente versados nos conhecimentos que seus deveres parecem exigir de modo
especial. Assim, quando o delegado G... nos contou, pormenorizadamente, a maneira pela qual realizou suas
pesquisas no Hotel D..., não tive dúvida de que efetuara uma investigação satisfatória (...) até o ponto a que chegou
o seu trabalho.
— Até o ponto a que chegou o seu trabalho? — perguntei.

— Sim — respondeu Dupin. — As medidas adotadas não foram apenas as melhores que poderiam ser tomadas,
mas realizadas com absoluta perfeição. Se a carta estivesse depositada dentro do raio de suas investigações, esses
rapazes, sem dúvida, a teriam encontrado.

Ri, simplesmente — mas ele parecia haver dito tudo aquilo com a máxima seriedade.

— As medidas, pois — prosseguiu —, eram boas em seu gênero, e foram bem executadas: seu defeito residia em
serem inaplicáveis ao caso e ao homem em questão. Um certo conjunto de recursos altamente engenhosos é, para
o delegado, uma espécie de leito de Procusto, ao qual procura adaptar à força todos os seus planos. Mas, no caso
em apreço, cometeu uma série de erros, por ser demasiado profundo ou demasiado superficial. (...) E, se o
delegado e toda a sua corte têm cometido tantos enganos, isso se deve (...) a uma apreciação inexata, ou melhor,
a uma não apreciação da inteligência daqueles com quem se metem. Consideram engenhosas apenas as suas
próprias ideias e, ao procurar alguma coisa que se ache escondida, não pensam senão nos meios que eles próprios
teriam empregado para escondê-la. Estão certos apenas num ponto: naquele em que sua engenhosidade
representa fielmente a da massa; mas, quando a astúcia do malfeitor é diferente da deles, o malfeitor,
naturalmente, os engana. Isso sempre acontece quando a astúcia deste último está acima da deles e, muito
frequentemente, quando está abaixo. Não variam seu sistema de investigação; na melhor das hipóteses, quando
são instigados por algum caso insólito, ou por alguma recompensa extraordinária, ampliam ou exageram os seus
modos de agir habituais, sem que se afastem, no entanto, de seus princípios. (...) Você compreenderá, agora, o
que eu queria dizer ao afirmar que, se a carta roubada tivesse sido escondida dentro do raio de investigação do
nosso delegado — ou, em outras palavras, se o princípio inspirador estivesse compreendido nos princípios do
delegado —, sua descoberta seria uma questão inteiramente fora de dúvida. Este funcionário, porém, se enganou
por completo, e a fonte remota de seu fracasso reside na suposição de que o ministro é um idiota, pois adquiriu
renome de poeta. Segundo o delegado, todos os poetas são idiotas — e, neste caso, ele é apenas culpado de uma
non distributio medii, ao inferir que todos os poetas são idiotas.

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— Mas ele é realmente poeta? — perguntei. — Sei que são dois irmãos, e que ambos adquiriram renome nas letras.
O ministro, creio eu, escreveu eruditamente sobre o cálculo diferencial. É um matemático, e não um poeta.

— Você está enganado. Conheço-o bem. E ambas as coisas. Como poeta e matemático, raciocinaria bem; como
mero matemático, não raciocinaria de modo algum, e ficaria, assim, à mercê do delegado.

— Você me surpreende — respondi — com essas opiniões, que têm sido desmentidas pela voz do mundo.
Naturalmente, não quererá destruir, de um golpe, ideias amadurecidas durante tantos séculos. A razão
matemática é há muito considerada como a razão par excellence.

Edgar Allan Poe. A carta roubada. In: Histórias extraordinárias. Victor Civita, 1981. Tradução de Brenno Silveira e
outros.

A correção gramatical do texto seria mantida caso a forma verbal “compreenderá” (R.42) fosse substituída
por compreende, embora o sentido original do período em que ela ocorre fosse alterado: no original, o
emprego do futuro revela uma expectativa de Dupin em relação a seu interlocutor; com o emprego do
presente, essa expectativa seria transformada em fato consumado.

( ) CERTO ( ) ERRADO

RESOLUÇÃO
Reproduzamos o seguinte trecho:
Você compreenderá, agora, o que eu queria dizer ao afirmar que, se a carta roubada tivesse sido escondida
dentro do raio de investigação do nosso delegado — ou, em outras palavras, se o princípio inspirador estivesse
compreendido nos princípios do delegado —, sua descoberta seria uma questão inteiramente fora de dúvida.

De fato, o emprego do futuro do presente “compreenderá” dá a entender que a ação ainda está pendente de
consumação. Trata-se de algo que irá ocorrer a partir de agora. Já o emprego do presente do indicativo
“compreende” dá a entender que a ação se consuma no momento da fala. Trata-se de algo que acaba de ocorrer,
que se consumou neste instante.
Resposta: CERTO

TEXTO PARA AS QUESTÕES 20 A 22


Texto 13A1AAA

No fim do século XVIII e começo do XIX, a despeito de algumas grandes fogueiras, a melancólica festa de punição
de condenados foi-se extinguindo. Em algumas dezenas de anos, desapareceu o corpo como alvo principal da
repressão penal: o corpo supliciado, esquartejado, amputado, marcado simbolicamente no rosto ou no ombro,
exposto vivo ou morto, dado como espetáculo. Ficou a suspeita de que tal rito que dava um “fecho” ao crime
mantinha com ele afinidades espúrias: igualando-o, ou mesmo ultrapassando-o em selvageria, acostumando os
espectadores a uma ferocidade de que todos queriam vê-los afastados, mostrando-lhes a frequência dos crimes,
fazendo o carrasco se parecer com criminoso, os juízes com assassinos, invertendo no último momento os papéis,
fazendo do supliciado um objeto de piedade e de admiração.

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A punição vai-se tornando a parte mais velada do processo penal, provocando várias consequências: deixa o campo
da percepção quase diária e entra no da consciência abstrata; sua eficácia é atribuída à sua fatalidade, não à sua
intensidade visível; a certeza de ser punido é que deve desviar o homem do crime, e não mais o abominável teatro.

Sob o nome de crimes e delitos, são sempre julgados corretamente os objetos jurídicos definidos pelo Código.
Porém julgam-se também as paixões, os instintos, as anomalias, as enfermidades, as inadaptações, os efeitos de
meio ambiente ou de hereditariedade. Punem-se as agressões, mas, por meio delas, as agressividades, as
violações e, ao mesmo tempo, as perversões, os assassinatos que são, também, impulsos e desejos. Dir-se-ia que
não são eles que são julgados; se são invocados, é para explicar os fatos a serem julgados e determinar até que
ponto a vontade do réu estava envolvida no crime. As sombras que se escondem por trás dos elementos da causa
é que são, na realidade, julgadas e punidas.

O juiz de nossos dias — magistrado ou jurado — faz outra coisa, bem diferente de “julgar”. E ele não julga mais
sozinho. Ao longo do processo penal, e da execução da pena, prolifera toda uma série de instâncias anexas.
Pequenas justiças e juízes paralelos se multiplicaram em torno do julgamento principal: peritos psiquiátricos ou
psicológicos, magistrados da aplicação das penas, educadores, funcionários da administração penitenciária
fracionam o poder legal de punir. Dir-se-á, no entanto, que nenhum deles partilha realmente do direito de julgar;
os peritos não intervêm antes da sentença para fazer um julgamento, mas para esclarecer a decisão dos juízes.
Todo o aparelho que se desenvolveu há anos, em torno da aplicação das penas e de seu ajustamento aos
indivíduos, multiplica as instâncias da decisão judiciária, prolongando-a muito além da sentença.
Michel Foucault. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Trad. Raquel Ramalhete. Petrópolis, Vozes, 1987, p. 8-26
(com adaptações).

20. CESPE - Agente PF/ 2018


Com relação aos aspectos linguísticos e aos sentidos do texto 13A1AAA, julgue os itens a seguir.

Embora tanto o primeiro quanto o segundo parágrafo do texto tratem de acontecimentos passados, o emprego
do presente no segundo parágrafo tem o efeito de aproximar os acontecimentos mencionados ao tempo atual, o
presente.
( ) CERTO ( ) ERRADO
RESOLUÇÃO

De fato, o emprego do Presente do Indicativo dá vivacidade aos fatos narrados, ou seja, faz com que o leitor
associe esses acontecimentos não só ao tempo da narrativa, mas à realidade vivida.

O item está CERTO, portanto!


Resposta: CERTO

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21. CESPE - Agente PF/ 2018

Dir-se-á, no entanto, que nenhum deles partilha realmente do direito de julgar; os peritos não intervêm antes da
sentença para fazer um julgamento, mas para esclarecer a decisão dos juízes.

A expressão “Dir-se-á” (R.40) poderia ser corretamente substituída por Será dito.
( ) CERTO ( ) ERRADO

RESOLUÇÃO:

O “se” em destaque é pronome apassivador, haja vista estar ladeado de um verbo que solicita objeto direto.
É o caso do verbo DIZER, pois QUEM DIZ DIZ ALGO A ALGUÉM.

Sabemos que o SE apassivador tem como função transformar o objeto direto em sujeito.

Observe o trecho:

Dir-se-á, no entanto, que nenhum deles partilha realmente do direito de julgar...

O trecho em destaque é de natureza substantiva e pode ser substituído pela forma pronominal substantiva
ISTO.

Dir-se-á, no entanto, ISTO.


A forma ISTO seria objeto direto do verbo DIZER. Com a presença do SE apassivador, esse objeto direto é
transformado num sujeito paciente.
Dessa forma, tem-se a chamada voz passiva pronominal, que pode muito bem ser convertida na forma
analítica (verbo auxiliar SER + verbo principal no particípio).
Dir-se-á, no entanto, ISTO.
= ISTO, no entanto, será dito.

O item está CERTO, portanto!


Resposta: CERTO

22. CESPE - Agente PF/ 2018

Subentende-se a forma verbal “intervêm” (R.42) logo após o vocábulo “mas” em “mas para esclarecer a decisão
dos juízes” (R.43).
( ) CERTO ( ) ERRADO

RESOLUÇÃO:
Observemos o trecho:
... os peritos não intervêm antes da sentença para fazer um julgamento, mas para esclarecer a decisão dos
juízes...

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De fato, pela coerência do contexto, é sim possível subentender a forma verbal “intervêm” após a conjunção
“mas”.

... os peritos não intervêm antes da sentença para fazer um julgamento, mas (intervêm) para esclarecer a decisão
dos juízes...

Um detalhe a ser observado diz respeito ao acento diferencial circunflexo na forma “intervêm”. Ele é
necessário, haja vista que ocorre a concordância com o sujeito plural “peritos”.

O item está CERTO, portanto!


Resposta: CERTO

23. CESPE - Soldado Policial Militar (PM AL)/2018


Texto 1A1-I

Dói. Dói muito. Dói pelo corpo inteiro. Principia nas unhas, passa pelos cabelos, contagia os ossos, penaliza a
memória e se estende pela altura da pele. Nada fica sem dor. Também os olhos, que só armazenam as imagens do
que já fora, doem. A dor vem de afastadas distâncias, sepultados tempos, inconvenientes lugares, inseguros
futuros. Não se chora pelo amanhã. Só se salga a carne morta.

No princípio, se um de nós caía, a dor doía ligeiro. Um beijo seu curava a cabeça batida na terra, o dedo espremido
na dobradiça da porta, o pé tropeçado no degrau da escada, o braço torcido no galho da árvore. Seu beijo de mãe
era um santo remédio. Ao machucar, pedia-se: mãe, beija aqui!

Há que experimentar o prazer para, só depois, bem suportar a dor. Vim ao mundo molhado pelo desenlace. A dor
do parto é também de quem nasce. Todo parto decreta um pesaroso abandono. Nascer é afastar-se — em lágrimas
— do paraíso, é condenar-se à liberdade. Houve, e só depois, o tempo da alegria ao enxergar o mundo como o mais
absoluto e sucessivo milagre: fogo, terra, água, ar e o impiedoso tempo. Sem a mãe, a casa veio a ser um lugar
provisório.

Uma estação com indecifrável plataforma, onde espreitávamos um cargueiro para ignorado destino. Não se
desata com delicadeza o nó que nos amarra à mãe. Impossível adivinhar, ao certo, a direção do nosso bilhete de
partida. Sem poder recuar, os trilhos corriam exatos diante de nossos corações imprecisos. Os cômodos sombrios
da casa — antes bem- aventurança primavera — abrigavam passageiros sem linha do horizonte. Se fora o lugar da
mãe, hoje ventilava obstinado exílio.
Bartolomeu Campos de Queirós. Vermelho amargo. São Paulo: Cosac Naify, 2013, p. 5 (com adaptações).

Ainda a respeito de aspectos linguísticos e dos sentidos do texto 1A1-I, julgue o item que se segue.

No segundo parágrafo do texto, as formas verbais “caía”, “doía”, “curava” e “pedia” designam ações frequentes
ou contínuas no passado.
( ) CERTO ( ) ERRADO

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RESOLUÇÃO:

As formas verbais em destaque estão flexionadas no Pretérito Imperfeito do Indicativo. Utiliza-se esse tempo
para ações do passado que tiveram duração, que se repetiram, e cujo encerramento não se sabe precisamente.

Dessa forma, ações que tiveram continuidade no passado ou se mostraram frequentes, habituais são
expressadas pelo Pretérito Imperfeito do Indicativo.
O item está, portanto, CORRETO!

Observação:
Há três tipos de pretérito: o perfeito - que faz menção a uma ação concluída, finalizada; o Imperfeito - ação
do passado costumeira; o mais que perfeito - ação anterior a uma ação já concluída.

Exemplos:

LI um livro excelente nas férias. (ação finalizada, concluída)

LIA bastante quando criança. (ação do passado costumeira)

A aula já TINHA INICIADO (INICIARA) quando você chegou. (ação anterior a outra já concluída)

RESPOSTA: CERTO

24. CESPE - Analista I (IPHAN) /2018

Uma das grandes cousas que se veem hoje no mundo, e nós pelo costume de cada dia não admiramos, é a
transmigração imensa de gentes e nações etíopes, que da África continuamente estão passando a esta América.
Entra uma nau de Angola, e desova no mesmo dia quinhentos, seiscentos e talvez mil escravos. Os israelitas
atravessaram o Mar Vermelho, e passaram da África à Ásia, fugindo do cativeiro; estes atravessam o mar oceano
na sua maior largura, e passam da mesma África à América e para viver e morrer cativos. Os outros nascem para
viver, estes para servir. Nas outras terras do que aram os homens, e do que fiam e tecem as mulheres, se fazem os
comércios: naquela o que geram os pais e o que criam a seus peitos as mães, é o que se vende, e se compra. Oh
trato desumano, em que a mercancia são homens! Oh mercancia diabólica, em que os interesses se tiram das
almas alheias, e os riscos das próprias!

Já se depois de chegados olharmos para estes miseráveis, e para os que se chamam seus senhores: o que se viu
nos dous estados de Jó, é o que aqui representa a fortuna, pondo juntas a felicidade e a miséria no mesmo teatro.
Os senhores poucos, e os escravos muitos; os senhores rompendo galas, os escravos despidos e nus; os senhores
banqueteando, os escravos perecendo à fome; os senhores nadando em ouro e prata, os escravos carregados de
ferros; os senhores tratando-os como brutos, os escravos adorando-os e temendo-os como deuses; os senhores
em pé apontando para o açoute, como estátuas da soberba e da tirania, os escravos prostrados com as mãos
atadas atrás como imagens vilíssimas da servidão, e espetáculos da extrema miséria.

Antônio Vieira. Sermão vigésimo sétimo do rosário. In: Essencial padre Antônio Vieira. Organização e introdução
de Alfredo Bosi. São Paulo: Penguin Classics, Companhia das Letras, 2011, p. 532-3 (com adaptações).

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Com relação aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item que se segue.

A forma verbal “nadando” exprime um evento com duração no tempo.

( ) CERTO ( ) ERRADO

RESOLUÇÃO
De fato! A forma nominal de gerúndio exprime uma ação em curso, duradoura.
RESPOSTA: CERTO

25. CESPE - Soldado Policial Militar (PM AL) /2018

Texto 1A12-I
Preguiça e covardia são as causas que explicam por que uma grande parte dos seres humanos, mesmo muito após
a natureza tê-los declarado livres da orientação alheia, ainda permanecem, com gosto e por toda a vida, na
condição de menoridade. As mesmas causas explicam por que parece tão fácil outros afirmarem-se como seus
tutores. É tão confortável ser menor! Tenho à disposição um livro que entende por mim, um pastor que tem
consciência por mim, um médico que me prescreve uma dieta etc.: então não preciso me esforçar. Não me é
necessário pensar, quando posso pagar; outros assumirão a tarefa espinhosa por mim.

A maioria da humanidade vê como muito perigoso, além de bastante difícil, o passo a ser dado rumo à maioridade,
uma vez que tutores já tomaram para si de bom grado a sua supervisão. Após terem previamente embrutecido e
cuidadosamente protegido seu gado, para que essas pacatas criaturas não ousem dar qualquer passo fora dos
trilhos nos quais devem andar, os tutores lhes mostram o perigo que as ameaça caso queiram andar por conta
própria. Tal perigo, porém, não é assim tão grande, pois, após algumas quedas, aprenderiam finalmente a andar;
basta, entretanto, o exemplo de um tombo para intimidá-las e aterrorizá-las por completo para que não façam
novas tentativas.

Kant. Resposta à pergunta: Que é esclarecimento? Tradução de Pedro Caldas. In: Danilo Marcondes. Textos
básicos de ética: de Platão a Foucault. Zahar, 4.ª edição, 2008 (com adaptações).

A respeito das propriedades linguísticas do texto 1A12-I, julgue o item a seguir.

A forma verbal “assumirão” expressa uma ação futura, ainda não concretizada, mas que se acredita que
certamente se realizará, de acordo com os sentidos do texto.

( ) CERTO ( ) ERRADO
RESOLUÇÃO

De fato! Trata-se do futuro do presente do indicativo, que corresponde a uma ação futura de
concretização tida como certa.
RESPOSTA: CERTO

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26. CESPE - Técnico Judiciário (TRE BA)/2017

Texto

Pode-se dizer que a cidadania é essencialmente consciência de direitos e deveres e exercício da democracia:
direitos civis, como segurança e locomoção; direitos sociais, como trabalho, salário justo, saúde, educação,
habitação etc.; direitos políticos, como liberdade de expressão, de voto, de participação em partidos políticos e
sindicatos etc.

Não há cidadania sem democracia. O conceito de cidadania, contudo, é um conceito ambíguo. Em 1789,
a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão estabelecia as primeiras normas para assegurar a liberdade
individual e a propriedade. Nascia a cidadania como uma conquista liberal. Hoje, o conceito de cidadania é mais
complexo.

Com a ampliação dos direitos, nasceu também uma concepção mais ampla de cidadania. De um lado, existe uma
concepção consumerista de cidadania (direito de defesa do consumidor) e, de outro, uma concepção plena, que
se manifesta na mobilização da sociedade para a conquista de novos direitos e na participação direta da população
na gestão da vida pública, por meio, por exemplo, da discussão democrática do orçamento. Esta tem sido
uma prática, sobretudo no nível do poder local, que tem ajudado na construção de uma democracia participativa,
superando os limites da democracia puramente representativa.
Moacir Gadotti. Escola cidadã – educação para e pela cidadania. Internet: <http://acervo.paulofreire.org> (com
adaptações).

A correção gramatical, a coerência e o sentido do texto seriam mantidos caso a forma verbal “tem ajudado”
fosse substituída por

a) vem ajudando.

b) ajudou.
c) ajudaria.
d) vinha ajudando.

e) pode ajudar.

RESOLUÇÃO:
A forma “tem ajudado” corresponde ao Pretérito Perfeito do Indicativo na forma composta e expressa ação
que se iniciou no passado e perdura no presente.

Já a forma “ajudou” é flexão de Pretérito Perfeito do Indicativo na forma simples e expressa ação já concluída,
finalizada no passado.

Sendo assim, a substituição de “tem ajudado” por “ajudou” alteraria o sentido original.
Resposta: A

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27. CESPE - Delegado de Polícia (PC GO)/2017

Texto CB1A1BBB

A principal finalidade da investigação criminal, materializada no inquérito policial (IP), é a de reunir(e) elementos
mínimos de materialidade e autoria delitiva antes de se instaurar o processo criminal, de modo a evitarem-se,
assim, ações infundadas, as quais certamente implicam(a) grande transtorno para quem se vê acusado por um
crime que não cometeu.

Modernamente, o IP deixou de ser o procedimento absolutamente inquisitorial e discricionário de outrora. A


participação das partes, pessoalmente ou por seus advogados ou defensores públicos, vem ganhando(b) espaço a
cada dia, com o objetivo de garantir(c) que o IP seja um instrumento imparcial de investigação em busca da verdade
dos fatos.

Acrescente-se que o estigma provocado por uma ação penal pode perdurar(d) por toda a vida e, por isso, para ser
promovida, a acusação deve conter fundamentos fáticos e jurídicos suficientes, o que, em regra, se consegue por
meio do IP.

Carlos Alberto Marchi de Queiroz (Coord.). Manual de polícia judiciária: doutrina, modelos, legislação. 6.ª ed. São
Paulo: Delegacia Geral de Polícia, 2010 (com adaptações).
No texto CB1A1BBB, uma ação que se desenvolve gradualmente é introduzida pela
a) forma verbal “implicam”.

b) locução “vem ganhando”.


c) forma verbal “garantir”.
d) locução “pode perdurar”.

e) forma verbal “reunir”.


RESOLUÇÃO:
Observe o trecho: “A participação das partes, pessoalmente ou por seus advogados ou defensores públicos, vem
ganhando espaço...”.

A junção do auxiliar “vir” acompanhado do gerúndio “ganhando” confere à ação uma ideia de progressão,
dando a entender que a ideia de “ganhar espaço” está se dando paulatinamente (gradativamente).
Resposta: B

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28. CESPE - Diplomata (Terceiro Secretário)/2017

Texto

Dei em passear de bonde, saltando de um para outro, aventurando-me por travessas afastadas, para buscar o
veículo em outros bairros. Da Tijuca ia ao Andaraí e daí à Vila Isabel; e assim, passando de um bairro para outro,
procurando travessas despovoadas e sem calçamento, conheci a cidade — tal qual os bondes a fizeram
alternativamente povoada e despovoada, com grandes hiatos entre ruas de população condensada e toda ela,
agitada, dividida, convulsionada pelas colinas e contrafortes da montanha em cujas vertentes crescera. Jantava,
uns dias; em outros, almoçava unicamente; e houve muitos que nem uma coisa ou outra fiz. (...) Abelardo Leiva, o
meu recente conhecimento, era poeta e revolucionário. Como poeta tinha a mais sincera admiração pela beleza
das meninas e senhoras de Botafogo. Não faltava às regatas, às quermesses, às tômbolas, a todos os lugares em
que elas apareciam em massa; (...). Como revolucionário, dizia-se socialista adiantado, apoiando-se nas prédicas
e brochuras do Senhor Teixeira Mendes, lendo também formidáveis folhetos de capa vermelha, e era secretário
do Centro de Resistência dos Varredores de Rua. Vivia pobremente, curtindo misérias e lendo, entre duas refeições
afastadas, as suas obras prediletas e enchendo a cidade com os longos passos de homem de grandes pernas.

Considerando as relações semântico-sintáticas estabelecidas no texto, julgue o item a seguir.


O tom memorialista do primeiro parágrafo manifesta-se pelo uso predominante de formas verbais que denotam
o início de determinadas ações, das quais são exemplos “Jantava” e “almoçava”, e “Vivia”.

( ) CERTO ( ) ERRADO

RESOLUÇÃO
As formas verbais “Jantava”, “almoçava” e “vivia” estão flexionadas no pretérito imperfeito do indicativo,
tempo que faz menção a ações habituais no passado. Dessa forma, é incorreto afirmar que essas flexões denotam
início de ação. Elas, a verdade, indicam a continuidade de uma ação no passado.
RESPOSTA: ERRADO

29. CESPE - Soldado Policial Militar (PM AL)/Combatente/2017

Quino. Toda a Mafalda. São Paulo: Martins Fontes, 1993, p. 384

A respeito dos sentidos e dos aspectos linguísticos do texto, julgue o próximo item.

Susanita emprega verbos no imperativo em todas as falas dirigidas a Mafalda, pois, a todo momento, dá ordens a
ela.
( ) CERTO ( ) ERRADO

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RESOLUÇÃO

De fato! No 1º e no 2º quadrinho, há o emprego de formas imperativas, como “Use” e “Pense”. No


entanto, no 3º quadrinho, as formas verbais presentes não estão nesse modo: “percebe” está flexionada no
presente do indicativo; “ganharem” está flexionada no infinitivo pessoal; “têm” está flexionada no presente do
indicativo; “vão” está flexionada no presente do indicativo.
RESPOSTA: ERRADO

30. CESPE - Professor de Educação Básica (SEDF)/Língua Portuguesa/2017

Internet: <www.mulher.df.gov.br > (com adaptações).


No que se refere às ideias e aos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item a seguir.
No terceiro período, “for” e “vir” são formas flexionadas no modo subjuntivo dos verbos de movimento ir e vir,
empregadas em um jogo de palavras que aproxima o campo semântico do movimento com o campo semântico
do transporte.

( ) CERTO ( ) ERRADO

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RESOLUÇÃO

A forma verbal “for”, em “Se você for”, é flexão de futuro do subjuntivo do verbo SER. Já “vir”, em “... ou
(se) vir alguém...”, é flexão de futuro do subjuntivo do verbo VER.
RESPOSTA: ERRADO

31. VUNESP - CM Indaiatuba/2018

Leia o texto, para responder à questão.


Há 28 anos um grupo de pessoas se reúne semanalmente na sede da ONG (organização não governamental) Anjos
da Noite, em um sobrado no bairro de Artur Alvim, na Zona Leste de São Paulo. Os voluntários dedicam-se a
aplacar as carências dos moradores de rua. Além de entregar cobertores e roupas, o grupo tem como principal
incumbência a distribuição de refeições. Aos sábados, os colaboradores se organizam para preparar 200 quilos de
comida. A distribuição de 800 marmitas tem início ao cair da noite. Anteriormente, os voluntários rodavam quatro
horas pelas ruas da região central até entregar a última quentinha. Hoje, o trabalho é feito em menos de uma hora.
Basta estacionar o carro, e um grupo de pessoas carentes faz fila para ganhar o alimento.

A experiência dos Anjos da Noite confirma a percepção que tem qualquer cidadão dos maiores centros urbanos
brasileiros: o número de pessoas que vivem nas ruas elevou-se, e muito, nos últimos anos. As estatísticas são
esporádicas e, por isso, não é fácil saber com exatidão a proporção desse crescimento.
(Giovanni Magliano. A rua como único refúgio. Veja, 6.12.2017. Adaptado)

Assinale a alternativa que substitui as expressões destacadas no trecho seguinte, em conformidade com a norma-
padrão.
Basta estacionar o carro, e um grupo de pessoas carentes faz fila para ganhar o alimento.

a) Bastava ... fez ... que ganhasse

b) Bastou ... faria ... que ganha

c) Bastará ... faça... que ganhará

d) Bastaria ... faria ... que ganhasse

e) Bastasse ... fazia ... que ganhava


RESOLUÇÃO:

ALTERNATIVA A: OPÇÃO INCORRETA. “Bastava” (Pretérito Imperfeito do Indicativo) deve correlacionar-se


“fizesse” (Pretérito Imperfeito do Subjuntivo), e não “faz” (Presente do Indicativo).

ALTERNATIVA B: OPÇÃO INCORRETA. “Bastou” (Pretérito Perfeito do Indicativo) deve correlacionar-se


com “fez” (também Pretérito Perfeito do Indicativo).

ALTERNATIVA C: OPÇÃO INCORRETA. “Bastará” (Futuro do Presente do Indicativo) deve correlacionar-se


“fará” (também Futuro do Presente do Indicativo)

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ALTERNATIVA D: OPÇÃO CORRETA. Todos os tempos estão correlacionados corretamente: Bastaria


(Futuro do Pretérito do Indicativo), faria (Futuro do Pretérito do Indicativo) e para que ganhasse (Pretérito
Imperfeito do Subjuntivo)

ALTERNATIVA E: OPÇÃO INCORRETA. “Bastasse” deve correlacionar-se “faria” (futuro do pretérito do


indicativo).

Resposta: D

32. VUNESP - Deleg (PC BA)/2018

Há emprego correto das formas verbais e correlação adequada entre tempos e modos, conforme a norma -padrão,
em:

a) Talvez seja válido considerar que o que nos desagradasse na adaptação de determinado livro seja a ausência de
nossa própria leitura, pois sempre esperarmos ver nossas expectativas correspondidas na tela.
b) Por mais que uma adaptação se proposse a ser fiel à obra em que se baseou, sempre haveria aspectos de
divergência, uma vez que o filme tivera uma linguagem própria e traduzira uma leitura particular.

c) Considerando que os leitores tenham modos peculiares de pensar e sentir, a apreensão de um texto literário não
será a mesma para todos, ainda que determinadas interpretações possam ser partilhadas.

d) Se as pessoas manterem o hábito de ler textos literários,teriam muito a ganhar, pois a literatura não apenas é
fundamental para que desenvolvêssemos nosso intelecto mas também é importante para expandirmos a
imaginação.
e) Quando as pessoas passassem a dedicar mais tempo à leitura e à introspecção, será possível ampliar suas
potencialidades intelectuais e emocionais, de modo que isso alterará a maneira como elas executariam todas as
suas atividades cotidianas.
RESOLUÇÃO:
ALTERNATIVA A: OPÇÃO INCORRETA. O Pretérito Imperfeito do Subjuntivo (desagradasse) deve
correlacionar-se com mesmo tempo nesse caso: (...) o que nos desagradasse na adaptação de determinado livro
seja (FOSSE) a ausência de nossa própria leitura (...).

ALTERNATIVA B: OPÇÃO INCORRETA. O erro se dá na conjugação do verbo “propor”, derivado do “pôr” e


seu seguidor: não existe a forma PROPOSSE, o certo é PROPUSESSE que corresponde a PUSESSE.
ALTERNATIVA C: OPÇÃO CORRETA. Correlação correta: Considerando que os leitores tenham (Presente
do Subjuntivo) (...), a apreensão de um texto literário não será (Futuro do Presente do Indicativo) (...), ainda que
determinadas interpretações possam (Presente do Subjuntivo).

ALTERNATIVA D: OPÇÃO INCORRETA. Se o segundo e o terceiro verbos, respectivamente, da sequência


estão assim “teriam” (Futuro do Pretérito) e “desenvolvêssemos” (Pretérito Imperfeito do Subjuntivo), o primeiro
verbo teria de estar no Pretérito Imperfeito do Subjuntivo: MANTIVESSEM. “Se as pessoas MANTIVESSEM,
TERIAM..., para que DESENVOLVÊSSEMOS.

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ALTERNATIVA E: OPÇÃO INCORRETA Se o segundo e o terceiro verbos, respectivamente, da sequência


estão assim “será” (Futuro do Presente do Indicativo) e “alterará” (Futuro do Presente do Indicativo), o primeiro
verbo teria de estar no Futuro do Subjuntivo: PASSAREM. “Quando as pessoas PASSAREM (...), SERÁ possível...,
de modo que isso ALTERARÁ (...)
Resposta: C

33. VUNESP - Prof (SME Barretos)/2018

Leia o texto para responder à questão.


Black Friday? Levantamento feito pela Folha* mostrou que boa parte dos “descontos” oferecidos nesta sexta-feira
não passa de manipulações até meio infantis de preços, com o objetivo de iludir o consumidor.

Antes, porém, de imprecar contra a ganância dos capitalistas, convém perguntar se os consumidores não desejam
ser enganados. E há motivos para acreditar que pelo menos uma parte deles queira.
No recém-lançado Dollars and Sense (dinheiro e juízo), Dan Ariely e Jeff Kreisler relatam um experimento natural
que mostra que pessoas podem optar por ser “ludibriadas” voluntariamente e que, em algum recôndito do cérebro,
isso faz sentido.
A JCPenney é uma centenária loja de departamentos dos EUA que se celebrizou por jogar seus preços na lua para
depois oferecer descontos “irresistíveis”. Ao fim e ao cabo, os preços efetivamente praticados estavam em linha
com os da concorrência, mas os truques utilizados proporcionavam aos consumidores a sensação, ainda que
ilusória, de ter feito um bom negócio, o que lhes dava prazer.
Em 2012, o então novo diretor executivo da empresa Ron Johnson, numa tentativa de modernização, resolveu
acabar com a ginástica de remarcações e descontos e adotar uma política de preços “justa e transparente”.

Os clientes odiaram. Em um ano, a companhia perdera US$ 985 milhões e Johnson ficou sem emprego. Logo em
seguida, a JCPenney remarcou os preços de vários de seus itens em até 60% para voltar a praticar os descontos
irresistíveis. Como escrevem Ariely e Kreisler, “os clientes da JCPenney votaram com suas carteiras e escolheram
ser manipulados”.

Num mundo em que o cliente sempre tem razão, não é tão espantoso que empresas se dediquem a vender-lhe as
fantasias que deseja usar, mesmo que possam ser desmascaradas com um clique de computador.
* Jornal Folha de São Paulo

(‘Caveat emptor’. Hélio Schwartsman.

http://www1.folha.uol.com.br/ colunas/helioschwartsman/2017/11/1937658-caveat-emptor.shtml 24.11.2017.


Adaptado)

Assinale a alternativa em que a forma verbal em destaque no trecho expressa a ideia de possibilidade de que um
fato ou evento se realize.
a) E há motivos para acreditar que pelo menos uma parte deles queira.

b) ... os preços efetivamente praticados estavam em linha com os da concorrência...

c) ... resolveu acabar com a ginástica de remarcações e descontos...

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d) Em um ano, a companhia perdera US$ 985 milhões...

e) Num mundo em que o cliente sempre tem razão...

RESOLUÇÃO:

ALTERNATIVA A: OPÇÃO CORRETA. O Presente do Subjuntivo indica exatamente possibilidade, hipótese,


chance: (...) acreditar que uma parte deles QUEIRA. Ou seja, não há convicção, certeza de que uma parte deles
quererá, há só a possibilidade.

ALTERNATIVA B: OPÇÃO INCORRETA. O Pretérito Imperfeito do Indicativo (ESTAVAM) indica ideia ou


sentido do que ocorria ou existia em duração no passado, mas com certeza, com convicção.

ALTERNATIVA C: OPÇÃO INCORRETA. O Pretérito Perfeito do Indicativo (RESOLVEU) indica ideia ou


sentido do que ocorreu, findou (ação, fato concluído) no passado, com certeza, com convicção.

ALTERNATIVA D: OPÇÃO INCORRETA. O Pretérito Mais Que Perfeito do Indicativo (PERDERA) indica ideia
ou sentido do que ocorreu num passado mais distante em relação, mas com certeza, com convicção, em relação a
outro fato ou evento também no passado.

ALTERNATIVA E: OPÇÃO INCORRETA. O Presente do Indicativo (TEM) indica ideia ou sentido do que ocorre
ou existe no momento da fala, e com certeza, com convicção.
Resposta: A

34. VUNESP - Pref Mogi Cruzes/2018

(Folha de S.Paulo, 26.10.2017)

Se a frase do 2º quadrinho for reescrita na perspectiva de tempo futuro, em conformidade com a norma-padrão,
ela assumirá a seguinte redação:

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a) Quando você querer escrever alguma monstruosidade, será possível comentar de forma anônima.

b) Quando você queira escrever alguma monstruosidade, é possível comentar de forma anônima.

c) Quando você quisesse escrever alguma monstruosidade, seria possível comentar de forma anônima.

d) Quando você quiser escrever alguma monstruosidade, será possível comentar de forma anônima.
e) Quando você quererá escrever alguma monstruosidade, é possível comentar de forma anônima.

RESOLUÇÃO:

ALTERNATIVA A: OPÇÃO INCORRETA. “Quando você querer” já apresenta um erro claro, pois a conjunção
temporal “quando” exige forma futura de Futuro do Subjuntivo, que é QUISER.

ALTERNATIVA B: OPÇÃO INCORRETA. “Quando você queira” já apresenta um erro claro, pois a conjunção
temporal “quando” repele o tempo Presente do Subjuntivo. Em se querendo usar esse tempo, tem-se de usar
conjunções ou locução conjuntiva como: caso, desde que etc, a saber: caso/desde que você queira...

ALTERNATIVA C: OPÇÃO INCORRETA. “Quando você quisesse” já apresenta um erro claro, pois a conjunção
temporal “quando” repele o tempo Pretérito Imperfeito do Subjuntivo. Em se querendo usar esse tempo, tem-se
de usar conjunções ou locução conjuntiva como: se, caso, desde que etc, a saber: se/caso/desde que você
quisesse...
ALTERNATIVA D: OPÇÃO CORRETA. A conjunção “quando” aceita o Futuro do Subjuntivo (quando você
quiser), bem assim está correta a correlação com ou outro tempo posterior que é o Futuro do Presente do
Indicativo (SERÁ).

ALTERNATIVA E: OPÇÃO INCORRETA. O erro está na indevida correlação dos tempos verbais: QUERERÁ
(futuro do presente) e É (presente do indicativo). Acrescente-se que, nesse caso, se terá de mudar também a
primeira forma verbal para QUISER (futuro do subjuntivo), se se mantiver a conjunção “quando”: quando você
quiser (...), será possível(...).
Resposta: D

35. VUNESP - CM Indaiatuba/2018


Leia o texto, para responder à questão.

Marieta

Marieta fez 90 anos.

Não resisto à tentação de revelar a idade de Marieta.

Sei que é falta de educação (mas pouca gente sabe hoje o que quer dizer falta de educação, ou mesmo educação)
falar em idade de mulher.

São múltiplas as teorias sobre idade feminina. Eu envelheceria ainda mais, se fosse anotar aqui todos os conceitos
alusivos a essa matéria; enquanto isso, as mulheres ficariam cada vez mais jovens. Depois, não estou interessado

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em compendiar a incerta sabedoria em torno do tema incerto. Meu desejo é só este: contar a idade de Marieta,
por estranho que pareça.

E não é nada estranho, afinal. Marieta fazer 90 anos é tão simples quanto ela fazer 15. No fundo, está fazendo seis
vezes 15 anos, esta é talvez sua verdadeira idade, por uma graça da natureza que assim o determinou e assim o
fez. Privilégio.

Ah, Marieta, que inveja eu sinto de você, menos pelos seus 90, perdão, 6 x 15 anos, do que pelo sinal que iluminou
seu nascimento, sinal de alegria serena, de firmeza e constância, de leve compreensão da vida, que manda chorar
quando é hora de chorar, rir o riso certo, curtir uma forma de amor com a seriedade e a naturalidade que todo
amor exige.

Sei não, Marieta (de batismo e certidão, Maria Luísa), mas você é a mais agradável combinação de gente com
gente que eu conheço.

(Carlos Drummond de Andrade, Boca de Luar. Adaptado)

Na passagem “Eu envelheceria ainda mais, se fosse anotar aqui todos os conceitos alusivos a essa matéria;
enquanto isso, as mulheres ficariam cada vez mais jovens.”, tal como estão flexionados, os verbos
a) exprimem incerteza ou dúvida acerca de fatos ocorridos em tempo próximo.

b) expressam possibilidades, referindo-se a fatos não ocorridos.


c) indicam ação que se produzirá em certo momento do futuro.

d) asseveram que uma ação futura estará realizada antes de outra.


e) indicam, entre ações simultâneas, a que estava em processo quando a outra ocorreu.

RESOLUÇÃO:

Os tempos destacados envelheceria (futuro do pretérito) e fosse (pretérito imperfeito do subjuntivo) indicam
invariavelmente hipótese, possibilidade, o que leva à conclusão clara de que os verbos empregados nesse tempo
aludem a fatos, episódios, eventos que não ocorreram ou não existiram.
Resposta: B

36. VUNESP - CM Indaiatuba/2018


Leia o texto para responder à questão.

A última crônica
A caminho de casa, entro num botequim da Gávea para tomar um café junto ao balcão. Na realidade, estou
adiando o momento de escrever.

A perspectiva me assusta. Gostaria de estar inspirado, de coroar com êxito mais um ano nesta busca do pitoresco
no cotidiano de cada um. Eu pretendia apenas recolher da vida diária algo de seu disperso conteúdo humano, fruto
da convivência, que a faz mais digna de ser vivida. Nesta perseguição do acidental, quer num flagrante de esquina,
quer nas palavras de uma criança ou num acidente doméstico, torno-me simples espectador. Sem mais nada para
contar, curvo a cabeça e tomo meu café, enquanto o verso de um poeta se repete na lembrança: “assim eu quereria

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o meu último poema”. Não sou poeta e estou sem assunto. Lanço então um último olhar fora de mim, onde vivem
os assuntos que merecem uma crônica.

Ao fundo do botequim, um casal acaba de sentar-se numa das últimas mesas de mármore ao longo da parede de
espelhos. A compostura da humildade, na contenção de gestos e palavras, deixa-se acrescentar pela presença de
uma menininha de seus três anos, laço na cabeça, toda arrumadinha no vestido pobre, que se instalou também à
mesa. Três seres esquivos que compõem em torno à mesa a instituição tradicional da família, célula da sociedade.
Vejo, porém, que se preparam para algo mais que matar a fome.
Passo a observá-los. O pai, depois de contar o dinheiro que discretamente retirou do bolso, aborda o garçom e
aponta no balcão um pedaço de bolo sob a redoma. Este ouve, concentrado, o pedido do homem e depois se afasta
para atendê-lo. A meu lado o garçom encaminha a ordem do freguês. O homem atrás do balcão apanha a porção
do bolo com a mão, larga-o no pratinho – um bolo simples, amarelo-escuro, apenas uma pequena fatia triangular.
A menininha olha a garrafa de refrigerante e o pratinho que o garçom deixou à sua frente. Vejo que os três, pai,
mãe e filha, obedecem em torno à mesa a um discreto ritual. A mãe remexe na bolsa de plástico preto e brilhante,
retira qualquer coisa. O pai se mune de uma caixa de fósforos, e espera. A filha aguarda também, atenta como um
animalzinho. Ninguém mais os observa além de mim.
São três velinhas brancas que a mãe espeta caprichosamente na fatia do bolo. E enquanto ela serve o refrigerante,
o pai risca o fósforo e acende as velas. A menininha sopra com força, apagando as chamas. Imediatamente põe-se
a bater palmas, muito compenetrada, cantando num balbucio, a que os pais se juntam, discretos: “parabéns pra
você, parabéns pra você...”. A menininha agarra finalmente o bolo com as duas mãos sôfregas e põe-se a comê-
lo. A mulher está olhando para ela com ternura – ajeita-lhe a fitinha no cabelo, limpa o farelo de bolo que lhe cai
ao colo. O pai corre os olhos pelo botequim, satisfeito, como a se convencer intimamente do sucesso da
celebração. Dá comigo de súbito, a observá-lo, nossos olhos se encontram, ele se perturba, constrangido – vacila,
ameaça abaixar a cabeça, mas acaba sustentando o olhar e enfim se abre num sorriso.

Assim eu quereria minha última crônica: que fosse pura como esse sorriso.

(Fernando Sabino. http//contobrasileiro.com.br. Adaptado)


A frase cuja forma verbal destacada expressa um desejo está na alternativa:

a) Na realidade estou adiando o momento de escrever. (1º parágrafo)


b) Gostaria de estar inspirado, de coroar com êxito... (2º parágrafo)

c) Sem mais nada para contar, curvo a cabeça… (2º parágrafo)

d) A filha aguarda também, atenta como um animalzinho. (5º parágrafo)

e) ... mas acaba sustentando o olhar e enfim se abre num sorriso.(6º parágrafo)

RESOLUÇÃO:

ALTERNATIVA A: OPÇÃO INCORRETA. “estou adiando” indica claramente ação em desenvolvimento no


momento presente. Presente do Indicativo (momento atual, da fala); “estou” – presente do indicativo –, agora,
momento atual; “adiando” – gerúndio –, ideia ou valor de desenvolvimento, continuidade.

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ALTERNATIVA B: OPÇÃO CORRETA. “Gostaria”, Futuro do Pretérito, tempo verbal que indica naturalmente
“desejo”, “vontade”, “volição”.

ALTERNATIVA C: OPÇÃO INCORRETA. “curvo”, Presente do Indicativo (momento atual, da fala), ação que
é praticada no instante da fala, descrição do que ocorre no presente.

ALTERNATIVA D: OPÇÃO INCORRETA. “aguarda”, Presente do Indicativo (momento atual, da fala), ação
que é praticada no instante da fala, descrição do que ocorre no presente.

ALTERNATIVA E: OPÇÃO INCORRETA. “sustentando”, gerúndio, ideia ou valor de desenvolvimento,


continuidade, em processamento.
Resposta: B

37. VUNESP - Ag Prev (PAULIPREV)/2018

Leia o texto para responder à questão.

Sentado no coletivo, observo a roupa que cada um está usando e fico imaginando como escolheu aquele modelito
pra sair de casa.

Tem de tudo. Gente bem vestida, gente de qualquer jeito, bom gosto, mau gosto, roupa limpa, roupa suja.
Toda vez que penso nisso, lembro-me do poeta Paulo Leminski, com quem trabalhei no final dos anos 1980.
Leminski era o que chamamos de “figuraça”. Fazíamos o Jornal de Vanguarda juntos na TV Bandeirantes.

Lema, como o chamávamos, ia trabalhar de qualquer jeito. Uma calça Lee surrada, sem cinto, caindo, camiseta
branca encardida e muitas vezes aparecia na redação de chinelo franciscano.
Um dia, foi surpreendido no corredor da Band pelo comentarista de economia Celso Ming.

– Paulo Leminski, você percebeu que está usando uma meia de cada cor?
Lema levantou ligeiramente sua calça Lee e constatou que Ming – que ele chamava de Dinastia Ming – estava
certo. Não pensou duas vezes e respondeu na lata.

– Dinastia Ming, eu estou me lixando! Acordo, me visto no escuro e só vejo como estou quando chego na rua.

(Alberto Villas. Vou assim mesmo!. 07.12.2017. www.cartacapital.com.br. Adaptado)

Uma expressão verbal que designa uma ação habitual realizada no passado está em:

a) ... ia trabalhar de qualquer jeito.

b) … foi surpreendido no corredor...


c) … está usando uma meia de cada cor?
d) … levantou ligeiramente sua calça...

e) ... respondeu na lata.

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RESOLUÇÃO:

ALTERNATIVA A: OPÇÃO CORRETA. “ia trabalhar” (ia - Pretérito Imperfeito do Indicativo) com infinitivo
impessoal – trabalhar –, destacando-se o valor do Pretérito Imperfeito para a ideia de habitualidade, ou seja, ação
repetitiva, constante, habitual.

ALTERNATIVA B: OPÇÃO INCORRETA. “foi surpreendido” (foi – Pretérito Perfeito do Indicativo, ato
concluído; surpreendido – particípio), voz passiva, ação concluída no passado em que o sujeito é paciente.

ALTERNATIVA C: OPÇÃO INCORRETA. “está usando”: (está – Presente do Indicativo, momento atual, da
fala; usando – Gerúndio, ideia ou valor de desenvolvimento, continuidade, em processamento).

ALTERNATIVA D: OPÇÃO INCORRETA. “levantou”, Pretérito Perfeito do Indicativo, ação já concluída,


realizada no passado.

ALTERNATIVA E: OPÇÃO INCORRETA. “respondeu”, Pretérito Perfeito do Indicativo, ação já concluída,


realizada no passado.
Resposta: A

38. VUNESP - Ag Prev (PAULIPREV)/2018


Assinale a alternativa em que a concordância está em conformidade com a norma-padrão.

a) Há pessoas que escolhem com bom gosto a roupa que vestem, independentemente das circunstâncias.

b) No coletivo, alguns vestiam-se com cuidado, enquanto outros parecia ser mais displicente.

c) Roupas belas ou feias, limpas ou sujas, tudo levavam a imaginar como devia viver aqueles estranhos.
d) Muitos são os fatores que é levado em conta quando cada um de nós escolhem o que vestir.

e) São importantes lembrar que nossa personalidade e nossos valores não se define pela roupa que usamos.
RESOLUÇÃO:
ALTERNATIVA A: OPÇÃO CORRETA. “Há pessoas” – verbo HAVER, no sentido de existir, é impessoal, o
sujeito é inexistente, e o verbo HAVER ficará sempre no singular; “que escolhem” – verbo “escolher”, embora tenha
como sujeito o pronome relativo “que” (=as quais), que se refere a “pessoas”, deve concordar com o referente
“pessoas” na 3ª pessoa do plural, assim como o verbo “vestem”, cujo sujeito é também “pessoas”, daí a 3ª pessoa
do plural.

ALTERNATIVA B: OPÇÃO INCORRETA. “enquanto outros parecia ser” – erro claro em que o sujeito está na
3ª pessoa do plural (outros) e o verbo está na 3ª pessoa do singular (parecia).

ALTERNATIVA C: OPÇÃO INCORRETA. “tudo”, aposto resumitivo ou resumidor, pronome de 3ª pessoa do


singular obriga o verbo a ficar também na 3ª pessoa do singular: tudo LEVAVA.

ALTERNATIVA D: OPÇÃO INCORRETA. “muitos são os fatores que é levado”, o pronome relativo “que” tem
como referente “fatores”, com o qual o verbo ou locução verbal deve concordar: muitos são os fatores QUE (OS
QUAIS) SÃO LEVADOS. Além disso, deve-se empregar a forma singular “escolhe”, para que haja concordância
com a forma indefinida “cada um”.

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ALTERNATIVA E: OPÇÃO INCORRETA. São importantes lembrar (...), sujeito da oração inicial é a oração
seguinte: é importante LEMBRAR QUE NOSSA PERSONALIDADE E NOSSSOS VALORES NÃO (...), nesse caso o
verbo da oração principal tem de ficar no singular; há outro erro: nossos valores não se define, pois o SE (pronome
apassivador) indica que o sujeito – valores – e o verbo – define – têm de concordar entre si: nossos valores não se
definem, o que na voz passiva analítica equivalerá a: nossos valores não são definidos.
Resposta: A

39. VUNESP - PAULIPREV/2018

De patas para o ar

Rafiki é um angolano, filho de uma economista e de um funcionário de multinacional. Veio para o Brasil estudar
medicina e foi surpreendido pela carga de preconceito que encontrou aqui. Já enfrentou o constrangimento de
perceber que pessoas fecham os vidros dos carros nos sinais quando o veem, ou mulheres se agarram a suas bolsas
ao cruzarem com ele na calçada.

O universitário Rafiki mora em um bairro de classe média alta e uma noite, quando estava para entrar em seu
prédio, viu um casal passar por ele, entrar e bater a porta.
O angolano entrou em seguida e encontrou o casal esperando o elevador. Como a mulher o encarava
insistentemente, ele perguntou:
─ Estou sujo? Tem alguma coisa errada comigo? Qual é o problema?
O marido se desculpou dizendo:

─ Sabe como é hoje em dia, né? A gente tem que ficar ligado...

Quando as pessoas, porém, ficam sabendo que Rafiki é estudante de medicina, mudam a forma de tratá-lo.
Rafiki também não compreende um comportamento que chama sua atenção no Brasil: as pessoas pedirem
informações na rua sem antes dizer “bom dia”, “por favor”, “com licença”. Mas ele não acredita que essa falta de
educação seja maior aqui do que em outros países. A gentileza tem sido pouco valorizada. Rafiki costuma dizer
ultimamente que o mundo todo está de patas para o ar.
(Leila Ferreira. A arte de ser leve. São Paulo: Globo, 2010. Adaptado)

No trecho – O universitário Rafiki mora em um bairro de classe média alta e uma noite, quando estava para entrar
em seu prédio... – as formas verbais destacadas estão, respectivamente, nos tempos

a) presente e futuro.

b) passado e presente.
c) futuro e presente.

d) presente e passado.

e) futuro e passado.

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RESOLUÇÃO:

A forma “mora” (presente do indicativo) é tempo verbal que indica momento atual da fala, instante presente.
Já “estava” (pretérito imperfeito do indicativo) é tempo verbal que indica passado, pretérito, momento anterior à
fala, no caso com ideia de fato que estava na iminência de ocorrer.
Resposta: D

40. VUNESP - Prof (SME Barretos)/2018

Leia a tira para responder à questão.

(M. Schulz. “Minduim Charles”. http://cultura.estadao.com.br/quadrinhos, 14.11.2017)

Em – Você pode procurar na enciclopédia. –, a forma verbal em destaque

a) atribui às demais palavras sentido figurado.


b) imprime valor categórico ao verbo procurar.

c) indica polidez no discurso do sujeito falante.

d) evidencia o conteúdo sarcástico do comentário.

e) situa a ação no contexto de um futuro remoto.


RESOLUÇÃO:

Ao ouvir o comentário da amiga “Eu não sei nada de George Washington. Eu odeio fazer redações!”, Calvin,
POR POLIDEZ, CORTESIA, EDUCAÇÃO, sugere ou aconselha sua amiga a procurar na enciclopédia. Não há
sentido figurado em qualquer passagem do discurso em questão, muito menos valor categórico na expressão
verbal, bem assim “sarcasmo” ou ideia de “futuro remoto”.
Resposta: C

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41. VUNESP - ASR I (ARSESP)/ARSESP/2018

A revolução digital fortalece as previsões de que as casas ou lares inteligentes oferecerão mais conveniência e
menos dispêndio de energia em um futuro.

A definição de conveniência para esses novos lares tecnológicos, com redução ou eliminação de trabalhos
domésticos. Portanto, para que as edificações inteligentes tenham sucesso, elas deverão se estruturar com base
nessa visão de conveniência como solução para os que vivem em um mundo acelerado e estar ancoradas em uma
grande variedade de sistemas tecnológicos acessíveis e fáceis de operar, tornando a vida das pessoas mais simples.

Além da conveniência, outro relevante benéfico das casas inteligentes, para os consumidores é a sua capacidade
de incorporar aspectos relacionados à administração do gasto de energia, principalmente com iluminação,
condicionamento de ar eletrodomésticos. Um conjunto de sensores, adequadamente configurados para gerenciar
esses sistemas, pode gerar diminuição considerável nos gastos com energia, com reflexos ambientais e
econômicos importantes.

O departamento de engenharia da computação da Academia Árabe de Ciências e Tecnologia desenvolveu um


estudo para avaliar a economia no consumo de energia gerada com o uso de sensores inteligentes, em um
apartamento de um dormitório, cozinha, sala de estar, sala de jantar e banheiro. O estudo concluiu que a economia
pode chegara quase 40% do consumo médio mensal de energia.
A tendência de crescimento desse mercado é clara. A empresa de pesquisa Zion Research prevê que a tecnologia
das casas inteligentes deve alcançar um faturamento de US$ 53 bilhões (R$170 bi) em 2022. O crescimento estará
calcado, principalmente, na conexão da casa com os ambientes digitais externos, como por exemplo, a conexão
do refrigerador com os equipamentos dos fornecedores de alimentos.

Naturalmente, a tecnologia das casas inteligentes continuará a evoluir, tornando-se acessível e barata. Com isso,
mais pessoas poderão utilizar-se dela, e novos padrões, modelos e estilos de vida devem se consolidar,
principalmente nas áreas urbanas.
(Claudio Bernades. Casas inteligentes trarão conveniência e reduzirão gasto de energia. Folha de S. Paulo. www.folha.uol.com.br. 22.01.18. Adaptado)

Considere a frase:
A empresa de pesquisa Zion Research prevê que a tecnologia das casas inteligentes deve alcançar, um
faturamento de US$ 53 bilhões (R$ 170 bi) em 2002.

Nesse contexto, a forma verbal destacada exprime ideia de

a) recomendação

b) obrigatoriedade
c) refutação

d) probabilidade

e) comprovação

RESOLUÇÃO:
Se tomarmos por base, além do trecho indicado por base do comando da questão, esta passagem completa
“A tendência de crescimento desse mercado é clara. A empresa de pesquisa Zion Research prevê que a tecnologia

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das casas inteligentes deve alcançar um faturamento de US$ 53 bilhões (R$170 bi) em 2022. O crescimento estará
calcado, principalmente, na conexão da casa (...)”, e levarmos em conta os vocábulos sublinhados fica clara a ideia
de “probabilidade” (tendência, prevê, estará – tempo futuro).

Resposta: D

42. VUNESP - ASR I (ARSESP)/ARSESP/2018

A revolução digital fortalece as previsões de que as casas ou lares inteligentes oferecerão mais conveniência e
menos dispêndio de energia em um futuro.

A definição de conveniência para esses novos lares tecnológicos, com redução ou eliminação de trabalhos
domésticos. Portanto, para que as edificações inteligentes tenham sucesso, elas deverão se estruturar com base
nessa visão de conveniência como solução para os que vivem em um mundo acelerado e estar ancoradas em uma
grande variedade de sistemas tecnológicos acessíveis e fáceis de operar, tornando a vida das pessoas mais simples.

Além da conveniência, outro relevante benéfico das casas inteligentes, para os consumidores é a sua capacidade
de incorporar aspectos relacionados à administração do gasto de energia, principalmente com iluminação,
condicionamento de ar eletrodomésticos. Um conjunto de sensores, adequadamente configurados para gerenciar
esses sistemas, pode gerar diminuição considerável nos gastos com energia, com reflexos ambientais e
econômicos importantes.

O departamento de engenharia da computação da Academia Árabe de Ciências e Tecnologia desenvolveu um


estudo para avaliar a economia no consumo de energia gerada com o uso de sensores inteligentes, em um
apartamento de um dormitório, cozinha, sala de estar, sala de jantar e banheiro. O estudo concluiu que a economia
pode chegara quase 40% do consumo médio mensal de energia.
A tendência de crescimento desse mercado é clara. A empresa de pesquisa Zion Research prevê que a tecnologia
das casas inteligentes deve alcançar um faturamento de US$ 53 bilhões (R$170 bi) em 2022. O crescimento estará
calcado, principalmente, na conexão da casa com os ambientes digitais externos, como por exemplo, a conexão
do refrigerador com os equipamentos dos fornecedores de alimentos.

Naturalmente, a tecnologia das casas inteligentes continuará a evoluir, tornando-se acessível e barata. Com isso,
mais pessoas poderão utilizar-se dela, e novos padrões, modelos e estilos de vida devem se consolidar,
principalmente nas áreas urbanas.
(Claudio Bernades. Casas inteligentes trarão conveniência e reduzirão gasto de energia. Folha de S. Paulo. www.folha.uol.com.br. 22.01.18. Adaptado)

Considere o trecho:

O departamento de engenharia da computação da Academia Árabe de Ciências e Tecnologia desenvolveu um


estudo.

Esse trecho está reescrito, conforme a norma -padrão, com a forma verbal na voz passiva correspondente em:
a) Um estudo foi desenvolvido pelo departamento de engenharia da computação da Academia Árabe de Ciências
e Tecnologia.

b) Um estudo foi que desenvolveu o departamento de engenharia da Academia Árabe de Ciências e Tecnologia.

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c) Foi o departamento de engenharia da computação da Academia Árabe de Ciências e Tecnologia que


desenvolveu o estudo.

d) O departamento de engenharia da computação da Academia Árabe de Ciências e Tecnologia tinha


desenvolvido um estudo.

e) Veio desenvolvendo um estudo o departamento de engenharia da computação da Academia Árabe de Ciências


e Tecnologia.

RESOLUÇÃO:

Primeiramente, resumamos o trecho do enunciado para “o departamento desenvolveu um estudo”. Assim,


temos uma voz ativa no tempo pretérito perfeito do indicativo (desenvolveu – sujeito no singular “departamento”),
com objeto direto no singular – um estudo. Só resta uma forma de voz passiva: UM ESTUDO FOI DESENVOLVIDO
(PRETÉRITO PERFEITO DO INDICATIVO) PELO DEPARTAMENTO.
Resposta: A

43. VUNESP - Soldado da Polícia Militar do Estado de São Paulo/2018/

O modo verbal em “não digite” expressa um conselho, assim como ocorre com a expressão destacada em:

a) Como não haverá expediente bancário na sexta-feira, o boleto poderá ser pago na segunda-feira.

b) O morador não autorizou a entrada do técnico para a medição do consumo de gás no imóvel.

c) Atenção: não se esqueçam de usar o cinto de segurança também no banco de trás do automóvel.
d) Pesquisadores canadenses descobriram que o macarrão não induz o ganho de peso.

e) Os candidatos que não apresentarem um documento com foto não poderão realizar a prova.

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RESOLUÇÃO:

A forma verbal “não digite” está flexionada no modo imperativo, que expressa ordem, pedido ou conselho,
o mesmo que ocorre na letra C. O imperativo necessariamente implica uma interação entre autor e interlocutor, o
que só ocorre na letra C.

Na letra A, a forma “haverá” está flexionada no futuro do presente do indicativo.


Na letra B, a forma “autorizou” está flexionada no pretérito perfeito do indicativo.

Na letra D, a forma “induz” está flexionada no presente do indicativo.


Na letra E, a forma “apresentarem” está flexionada no futuro do subjuntivo.
Resposta: C

44. VUNESP - Auxiliar de Papiloscopista Policial (PC SP)/2018

Leia o texto para responder à questão.

O aspecto mais perverso da brutal recessão de 2014-16 – e da lenta recuperação que a sucedeu até agora – é o
custo desproporcional imposto aos mais pobres.

Como primeiro impacto, o fechamento de vagas no mercado de trabalho e a queda da renda reverteram uma
trajetória de avanços sociais que já completava uma década. Durante o longo ciclo de retração, a taxa de
desemprego subiu de 6,5% para 13,7%, ou, dito de outro modo, 5,9 milhões de pessoas perderam seus postos de
trabalho.

A retomada do crescimento econômico, iniciada no ano passado, tem se mostrado tímida e, embora a
desocupação tenha caído um pouco, a qualidade das vagas geradas deixa a desejar.

Não surpreende, pois, que os dados mais recentes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do IBGE
mostrem um quadro deteriorado.

A partir deles, a consultoria LCA calculou que em 2017 a pobreza extrema se elevou em 11%. Conforme os números
publicados pelo jornal Valor Econômico, 14,8 milhões de brasileiros são miseráveis – considerando uma linha de R$
136 mensais. O Nordeste abriga 55% desse contingente.

Embora não se possa afirmar com certeza, uma vez que o IBGE alterou a metodologia da Pnad e ainda não divulgou
as novas séries históricas, é plausível que também a exorbitante desigualdade social brasileira tenha aumentado
com a recessão.
(Miséria brasileira, editorial. Folha de S.Paulo. 14.04.2018. Adaptado)
Exprime ideia de possibilidade a expressão verbal destacada na passagem:
a) Conforme os números publicados pelo jornal Valor Econômico, 14,8 milhões de brasileiros são miseráveis...

b) ... dito de outro modo, 5,9 milhões de pessoas perderam seus postos de trabalho.

c) ... é plausível que também a exorbitante desigualdade social brasileira tenha aumentado com a recessão.
d) ... a qualidade das vagas geradas deixa a desejar.

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e) ... reverteram uma trajetória de avanços sociais que já completava uma década.

RESOLUÇÃO:

A ideia de possibilidade é expressada pelo modo verbal subjuntivo.


Nas letras A e B, as formas verbais se apresentam na forma nominal de particípio.

Nas letras D e E, as formas verbais se apresentam no indicativo – tempos presente e pretérito imperfeito,
respectivamente.

Já na letra C, nosso gabarito, a forma verbal “tenha aumentado” corresponde ao pretérito perfeito composto
do subjuntivo.
Resposta: C

45. VUNESP - Agente de Telecomunicações Policial (PC SP)/2018

Frei Caneca e a Virgem Maria


No dia 13 de janeiro de 1825, um condenado caminhava com passos firmes na direção da forca, no centro do Recife.
Era o frei Joaquim do Amor Divino Caneca, o lendário Frei Caneca, lutador incansável pela independência do Brasil.
Ele tinha participado da revolta da Confederação do Equador, sufocada pelo governo de Pernambuco. Vestia o
hábito da Irmandade da Madre de Deus. Sob o olhar curioso da multidão, foi submetido ao degradante ritual da
desautoração*, perdendo os direitos eclesiásticos, para que pudesse enfrentar o suplício da forca.
Impassível e altivo, deixou que os monges despissem suas vestes sagradas. Permaneceu firme quando recebeu na
tonsura** o golpe simbólico da excomunhão. O carrasco já se preparava para o gesto fatal, quando recuou, com
o rosto pálido, dizendo que a Virgem Maria estava junto ao condenado. Veio então o ajudante do carrasco, que
também se recusou a executar Frei Caneca, diante da visão da Virgem Maria. Aí foram buscar dois escravos. E
esses, mesmo duramente açoitados, negaram-se a participar da execução. O juiz mandou trazer dois presos da
cadeia pública e lhes ofereceu a liberdade em troca da execução de Frei Caneca. E eles igualmente se negaram,
alegando a visão da Virgem Maria.

Mas era preciso matar Frei Caneca de qualquer jeito, como exemplo para desencorajar futuros conspiradores. O
juiz então ordenou que ele fosse fuzilado. Percebendo que os soldados tremiam com as armas na mão, Frei Caneca
procurou exortá-los:

– Vamos, meus amigos. Não me façam sofrer muito. Virgem Maria há de compreender os vossos temores. Tenham
fé, ela já os perdoou.
E os tiros provocaram um arrepio na multidão silenciosa.
(Eloy Terra. 500 anos: Crônicas pitorescas da história do Brasil. Adaptado)

*Desautoração: privação da dignidade do cargo, como medida punitiva.

**Tonsura: corte redondo dos cabelos no topo da cabeça dos clérigos.


Observe a relação temporal entre as situações expressas pelos verbos destacados nos seguintes trechos: (I) No dia
13 de janeiro de 1825, um condenado caminhava com passos firmes na direção da forca, no centro do Recife. (II)

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Ele tinha participado da revolta da Confederação do Equador. (III) Vestia o hábito da Irmandade da Madre de
Deus.

É correto concluir que

a) a situação expressa no trecho II é anterior à expressa no trecho I.


b) a situação expressa no trecho I é posterior à expressa no trecho III.

c) a situação expressa no trecho II é simultânea à expressa no trecho III.

d) as situações expressas nos trechos II e III são anteriores à expressa no trecho I.

e) as situações expressas nos trechos I e II são concomitantes.


RESOLUÇÃO:

As formas “caminhava” e “vestia” são flexões do pretérito imperfeito do indicativo. Correspondem a ações
do passado que tiveram continuidade, repetição. Guardam entre si uma ideia de concomitância.

Já a forma “tinha participado” corresponde à forma composta do pretérito mais-que-perfeito. Trata-se de


uma ação anterior a outra já concluída.

Dessa forma, a participação na Confederação do Equador (II) é anterior à caminhada em direção à forca (I).
Resposta: A

46. VUNESP - Agente Policial (PC SP)/2018

Considerando a correlação entre as formas verbais, conforme a norma-padrão, as lacunas devem ser preenchidas,
respectivamente, com:
a) visse ... reporta

b) ver ... reporte


c) veria ... reporte

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d) vir ... reporte

e) verá ... reporta

RESOLUÇÃO:

Na letra A, o pretérito imperfeito do subjuntivo “visse” não é compatível com o presente do subjuntivo
“reporta”.
Na letra B, está errada a flexão de futuro do subjuntivo do verbo “ver”. O certo não é “Se você ver”, e sim “Se
você vir”.

Na letra C, está errada a flexão na 1ª lacuna. Nesta se pede uma forma verbal no subjuntivo, e não no
indicativo. O mesmo ocorre na letra E.

Na letra D, a forma de futuro do subjuntivo “vir” está corretamente correlacionada com a forma de
imperativo afirmativo “reporte”, flexionada na terceira pessoa do singular, para atender ao tratamento “você”.
Resposta: D

47. VUNESP - Papiloscopista Policial (PC SP)/2018


Leia o texto para responder à questão.

O Clube dos Suicidas

A senhora – o que foi que tomou mesmo? Comprimidos. Não sabe que comprimidos? Gardenal. Tomou Gardenal.
Muitos? Cuidado, não pise no fio do microfone. Dez comprimidos. E o que foi que sentiu? Uma tontura gostosa!
Vejam só, uma tontura gostosa! Não é notável? Uma tontura gostosa. E foi por causa de quem? Olha o fio. Do
marido. O marido bebia. Batia também? Batia. Voltava bêbado e batia. Quebrava toda a louça. Agora prometeu
se regenerar. E ela não vai mais tomar Gardenal. Palmas. Olha o fio. Fica ali, à esquerda. Ali, junto com as outras.
Depois recebe o brinde. Aproveito este breve intervalo para anunciar que a moça loira da semana passada –
lembram, aquela que tomou ri-do-rato? Morreu. Morreu ontem. A família veio aqui me avisar. Foi uma dura lição,
infelizmente ela não poderá aproveitar. Outros o farão. E a senhora? Ah, não foi a senhora, foi a menina. Que idade
tem ela? Dez. Tomou querosene? Por que a senhora bateu nela? A senhora não bate mais, ouviu? E tu não toma
mais querosene, menina. A propósito, que tal o gosto? Ruim. Não tomou com guaraná? Ontem esteve aqui uma
que tomou com guaraná. Diz que melhorou o gosto. Não sei, nunca provei. De qualquer modo, bem-vinda ao nosso
Clube. Fica ali, junto com as outras. Cuidado com o fio. Olha um homem! Homem é raro aqui. O que foi que houve?
A mulher lhe deixou? Miserável. Ah, não foi a mulher. Perdeu o emprego. Também não é isto. Fala mais alto! Está
desenganado. É câncer? Não sabe o que é. Quem foi que desenganou? Os doutores às vezes se enganam. Fica ali
à esquerda e aguarde o brinde. E esta moça? Foi Flit? Tu pensas que é barata, minha filha? Vai ali para a esquerda.
Olha o fio, olha o fio. E esta senhora, tão velhinha – já me disseram que a senhora quis se enforcar. É verdade? Com
o fio do ferro elétrico, quem diria! E dá? Mostra para nós como é que foi. Pode usar o fio do microfone.

(Moacyr Scliar, Os melhores contos, 1996)

Nos trechos “Cuidado, não pise no fio do microfone.”, “Fica ali, à esquerda.” e “Mostra para nós como é que foi.”,
o apresentador emprega o verbo no imperativo, respectivamente, com as seguintes finalidades:

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a) advertência, solicitação e ordem.

b) solicitação, pedido e pedido.

c) pedido, orientação e ordem.

d) advertência, orientação e pedido.


e) ordem, solicitação e orientação.

RESOLUÇÃO:

A forma de imperativo “não pise” expressa uma advertência. A evidência disso é o alerta manifestado com o
emprego de “Cuidado”.

Já a forma “Fica” expressa um pedido, uma solicitação, uma orientação. Não tem o caráter assertivo que
caracteriza a ordem. O mesmo ocorre com a forma “Mostra”.

Resposta: D

48. VUNESP - Assistente Administrativo I (UNESP)/Campus Itapeva/2017

Leia o texto para responder à questão.


Fogo e Madeira

Não foi pouco para um único dia de fiscalização. Dois caminhões, um trator, uma camionete e uma pá carregadeira
foram inutilizados pelo Ibama*, por servirem à extração ilegal de madeira na divisa entre Rondônia e Mato Grosso.
Embora os agentes do instituto tivessem o que comemorar, seria incorreto qualificar como êxito o que ocorreu –
pelo menos de uma perspectiva mais alongada no tempo.
A facilidade com que se encontraram sinais flagrantes de desmatamento nada mais revela do que o extremo de
sem-cerimônia dos madeireiros ilegais na Amazônia.

Autorizada por decreto de 2008, a destruição dos equipamentos empregados nessa atividade predatória parece
ser uma das poucas punições efetivamente ressentidas pelos infratores. Levada a cabo por meio de helicópteros,
a ação do Ibama afugenta, pelo mero estardalhaço de sua aproximação, os responsáveis diretos pelo crime.

Porém, mal os helicópteros levantam voo novamente, o desmatamento prossegue. Operações dessa monta se
fazem de raro em raro, e os madeireiros não chegam a abalar-se da área protegida.

Além da óbvia extensão da floresta, outros fatores tornam complexa a fiscalização. Madeireiros possuem, por
exemplo, licença para a exploração sustentável do recurso natural, mas a utilizam para enveredar em áreas
protegidas.

Iniciativas mais extensas e difíceis, mas de maior alcance, envolveriam o engajamento da população em outras
atividades atraentes do ponto de vista econômico. A falta de alternativas de trabalho sem dúvida explica por que
madeireiros ilegais encontram algum apoio entre os habitantes da região. Ainda que fulgurante, a ação de poucos
fiscais será incapaz de interromper o desmatamento.

* Ibama: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

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(Folha de S.Paulo, 24.12.2016. Adaptado)

No trecho do penúltimo parágrafo do texto “Iniciativas mais extensas e difíceis, mas de maior
alcance, envolveriam o engajamento da população...”, a forma verbal em destaque expressa sentido de

a) improbabilidade.
b) certeza.

c) ação concluída.

d) dúvida.

e) possibilidade.

RESOLUÇÃO:
A forma “envolveriam” está flexionada no futuro do pretérito do indicativo. Entre tantos empregos dessa
forma verbal, está a ideia de possibilidade concreta.
As letras A e D estão erradas, pois partem do pressuposto de que a ação tem mais chances de não ocorrer.

Resposta: E

49. VUNESP - Tecnólogo de Administração (PM SP)/2017


Muitos acontecimentos se tinham passado entre eles nestes dois dias; há circunstâncias em que os sentimentos
marcham com uma rapidez extraordinária, e devoram meses e anos num só minuto.
Reunidos nesta sala pela necessidade extrema do perigo, vendo-se a cada momento, trocando ora uma palavra,
ora um olhar, sentindo-se enfim perto um do outro, esses dois corações, se não se amavam, compreendiam-se ao
menos.

Álvaro fugia e evitava Isabel; tinha medo desse amor ardente que o envolvia num olhar, dessa paixão profunda e
resignada que se curvava a seus pés sorrindo melancolicamente. Sentia-se fraco para resistir, e entretanto o seu
dever mandava que resistisse.
Ele amava, ou cuidava* amar ainda Cecília; prometera a seu pai ser seu marido; e na situação em que se achavam,
aquela promessa era mais do que um juramento, era uma necessidade imperiosa, uma fatalidade que se devia
cumprir.
Como podia ele pois alimentar uma esperança de Isabel? Não seria infame, indigno, aceitar o amor que ela lhe
oferecera suplicando? Não era seu dever destruir naquele coração esse sentimento impossível?
(José de Alencar, O guarani)

* imaginava

A passagem em que a primeira forma verbal destacada está flexionada de modo a expressar uma ação ocorrida
em um tempo anterior ao da segunda forma verbal destacada é:

a) ... há circunstâncias em que os sentimentos marcham com uma rapidez extraordinária...


b) ... esses dois corações, se não se amavam, compreendiam-se ao menos.

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c) Álvaro fugia e evitava Isabel...

d) ... prometera a seu pai ser seu marido; e na situação em que se achavam...

e) Como podia ele pois alimentar uma esperança de Isabel?

RESOLUÇÃO:
A descrição apresentada corresponde ao pretérito mais-que-perfeito do indicativo, forma identificada na
letra D, com a flexão “prometera”.

Resposta: D

50. VUNESP - Técnico (CRBio 01)/2017

Tentação do imediato
É difícil definir o status de uma época quando ainda se está nela, mas certamente uma das características
marcantes do momento atual é o imediatismo. Percebo a tendência de simplificação nos procedimentos e a opção
pelas ações que oferecem vantagens imediatas e menores riscos, sem considerar as consequências futuras.
Esse comportamento pode ser resultante da dificuldade de se lidar com as frustrações geradas, basicamente, por
três motivos: demora, contrariedade e conflito. Seus efeitos podem ser agressão, regressão e fuga.

Um experimento famoso feito na Universidade Stanford (EUA), no final dos anos 1960, testou a capacidade de
crianças resistirem à atração da recompensa instantânea – e rendeu informações úteis sobre a força de vontade e
a autodisciplina. Aquelas que resistiram tiveram mais sucesso na vida.

A atitude imediatista praticamente impacta todas as decisões, desde a vida pessoal à rotina das empresas,
chegando até à condução do país. O que importa é o hoje e o agora!
Muitas vezes, o valor da durabilidade e da consistência – o longo prazo – parece uma história fantasiosa.
Entretanto, a vida prática confirma que o investimento em educação de qualidade e a dedicação aos estudos, por
exemplo, geram bons resultados futuros. Profissionais bem qualificados e competentes em suas áreas de atuação,
ou seja, aqueles que se dedicaram, aprofundaram seus conhecimentos e os praticaram, costumam encontrar
melhores opções na vida profissional.

É preciso, todavia, acreditar nessa equação e investir tempo e dinheiro para colher seus frutos.
Os atalhos são tentadores, mas seus resultados a longo prazo tendem a ser frustrantes.

(Folha de S.Paulo, 31.01.2016. Adaptado)

Considere a frase elaborada a partir das ideias do texto.

Se a pessoa _________ nessa equação e investir tempo e dinheiro, poderá colher bons frutos.
A lacuna dessa frase deve ser preenchida, de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, com:
a) ter crença

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b) pôr foco

c) querer apostar

d) poder crer

e) vir sentido

RESOLUÇÃO:

A forma verbal “poderá”, flexionada no futuro do presente do indicativo, pede correlação com forma verbal
no futuro do subjuntivo.

Das opções apresentadas, apenas a letra E traz essa flexão. A forma “Se a pessoa vir...” corresponde ao futuro
do subjuntivo do verbo “ver”.

Resposta: E

51. VUNESP - CM Mogi Cruzes/2017


Leia o texto para responder à questão.

O substituto da vida
Quando meu instrumento de trabalho era a máquina de escrever, eu me sentava a ela, escrevia o que tinha de
escrever, relia para ver se era aquilo mesmo, fechava a máquina, entregava a matéria e ia à vida.

Se trabalhasse num jornal, isso incluiria discutir futebol com o pessoal da editoria de esporte, ir à esquina comer
um pastel ou dar uma fugida ao cinema.

Se já trabalhasse em casa, ao terminar de escrever eu fechava a máquina e abria um livro, escutava um disco ou
dava um pulo rapidinho à praia. Só reabria a máquina no dia seguinte.
Hoje, diante do computador, termino de produzir um texto, vou à lista de mensagens para saber quem me
escreveu, deleto mensagens inúteis, respondo às que precisam de resposta, eu próprio mando mensagens inúteis.
Quando me dou conta, já é noite lá fora e não saí da frente da tela.

Com o smartphone seria pior ainda. Ele substituiu a caneta, o bloco, a agenda, o telefone, a banca de jornais, a
máquina fotográfica, o álbum de fotos, a câmera de cinema, o DVD, o correio, a secretária eletrônica, o relógio de
pulso, o despertador, o gravador, o rádio, a TV, o CD, a bússola, os mapas, a vida. É por isso que nem lhe chego
perto – temo que ele me substitua também.
(Ruy Castro. Folha de S.Paulo. 02.01.2016. Adaptado)
Assinale a alternativa em que a forma verbal em destaque expressa a probabilidade de um fato ou um evento
ocorrer.

a) Quando meu instrumento de trabalho era a máquina de escrever…


b) … fechava a máquina, entregava a matéria e ia à vida.

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c) Hoje, diante do computador, termino de produzir um texto…

d) … vou à lista de mensagens para saber quem me escreveu…

e) Com o smartphone seria pior ainda.

RESOLUÇÃO:
Na lera E, a forma “seria” está flexionada no futuro do pretérito do indicativo. Entre tantos empregos dessa
forma verbal, está a ideia de possibilidade concreta.

Resposta: E

52. VUNESP - Psicólogo Judiciário (TJ SP)/2017

Leia o poema de Mario Quintana para responder à questão.

Outra estatística

Leio que certa cidade,


E olhe que não das maiores,

Tem quatro milhões de almas...

Mas isso deve ser para atenuar a situação.


O que a cidade tem, no duro,
São quatro milhões de bocas!

(Mario Quintana. Da preguiça como método de trabalho)

No poema, o eu lírico estabelece uma interlocução direta com o leitor, quando emprega o verbo no imperativo
em:
a) Mas isso deve ser para atenuar a situação.

b) Tem quatro milhões de almas...

c) São quatro milhões de bocas!


d) E olhe que não das maiores,
e) Leio que certa cidade,

RESOLUÇÃO:

O único trecho em que ocorre interação entre o autor da frase e o seu interlocutor é o da letra D. Uma das
características do modo imperativo, que expressa ordem, pedido ou conselho, é a interação entre falante e
interlocutor.
Resposta: D

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53. VUNESP - Escrevente Técnico Judiciário (TJ SP)/2017

Iniciando-se a frase – Retemos mais informações quando nos sentamos em um local fixo... – com o termo Talvez,
indicando condição, a sequência que apresenta correlação dos verbos destacados de acordo com a norma- padrão
será:

a) reteremos ... sentávamos


b) retivéssemos ... sentássemos

c) reteríamos ... sentarmos


d) retínhamos ... sentássemos

e) retivemos ... sentaríamos

RESOLUÇÃO:

O advérbio de dúvida “Talvez” requisita uma forma verbal flexionada no modo subjuntivo.
A única opção que contém formas verbais flexionadas nesse modo é a letra B. As formas “retivéssemos” e
“sentássemos” estão flexionadas no pretérito imperfeito do subjuntivo.

Resposta: B

54. VUNESP - Procurador Jurídico (CM Sumaré)/2017

Assinale a alternativa que completa, corretamente, as lacunas do trecho.


Se as ideias de Abranches _______________ a ser adotadas, talvez elas _______________ a ordem estabelecida.
E, se os governos _______________ o avanço das mudanças climáticas, talvez haja esperanças para o futuro da
humanidade.

a) vierem, subvertem, deterem

b) virem, subvertam, deterem


c) vierem, subvertam, detiverem

d) vierem, subvertam, deterem

e) virem, subvertem, detiverem

RESOLUÇÃO:
A forma de presente do subjuntivo “haja” requer na 3ª lacuna uma correlação com a forma de futuro do
subjuntivo “detiverem”.
Mantendo-se o paralelismo (semelhança) entre as frases, a combinação coerente para a 1ª e 2ª lacunas é
composta pelo futuro do subjuntivo do verbo ”vir” – “vierem” – e presente do subjuntivo - “subvertam”.
Resposta: C

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55. VUNESP - CM Marília)/2017

A forma verbal destacada foi empregada, de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, em:

a) Para justificar a pobreza, os governantes põem a culpa na economia mundial.

b) As pessoas honestas tem se revoltado contra a situação do país.


c) Se os eleitores quererem um país melhor, não votarão nos corruptos.

d) Se haver participação dos cidadãos, construiremos uma sociedade mais justa para o Brasil.

e) Se as pessoas fazerem constantes denúncias, poderemos coibir ilegalidades de toda espécie.

RESOLUÇÃO:
Na letra B, é preciso empregar o acento diferencial na forma “têm”, para que haja concordância com o sujeito
de núcleo plural “As pessoas honestas”.

Na letra C, é necessário empregar a forma de futuro do subjuntivo “quiserem”.


Na letra D, é necessário empregar a forma de futuro do subjuntivo “houver”.

Na letra E, é necessário empregar a forma de futuro do subjuntivo “fizerem”.

A única opção que apresenta correção é, portanto, a letra A.


Resposta: A

56. VUNESP - CM Marília/2017


Leia o texto de Lygia Fagundes Telles para responder à questão a seguir.

A disciplina do amor Foi na França, durante a Segunda Grande Guerra: um jovem tinha um cachorro que todos os
dias, pontualmente, ia esperá-lo voltar do trabalho. Postava-se na esquina, um pouco antes das seis da tarde.
Assim que via o dono, ia correndo ao seu encontro e, na maior alegria, acompanhava-o com seu passinho saltitante
de volta à casa.

A vila inteira já conhecia o cachorro, e as pessoas que passavam faziam-lhe festinhas e ele correspondia, chegava
a correr todo animado atrás dos mais íntimos. Para logo voltar atento ao seu posto e ali ficar sentado até o
momento em que seu dono apontava lá longe.

Mas eu avisei que o tempo era de guerra, o jovem foi convocado. Pensa que o cachorro deixou de esperá-lo?
Continuou a ir diariamente até a esquina, fixo o olhar ansioso naquele único ponto, a orelha em pé, atenta ao
menor ruído que pudesse indicar a presença do dono bem-amado. Assim que anoitecia, ele voltava para casa e
levava sua vida normal de cachorro até chegar o dia seguinte. Então, disciplinadamente, como se tivesse um
relógio preso à pata, voltava ao posto de espera.

O jovem morreu num bombardeio, mas no pequeno coração do cachorro não morreu a esperança. Quiseram
prendê-lo, distraí-lo. Tudo em vão. Quando ia chegando aquela hora, ele disparava para o compromisso assumido,
todos os dias.

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Com o passar dos anos (a memória dos homens!) as pessoas foram se esquecendo do jovem soldado que não
voltou. Casou-se a noiva com um primo. Os familiares voltaram-se para outros familiares. Os amigos, para outros
amigos. Só o cachorro já velhíssimo continuou a esperá-lo na sua esquina. As pessoas estranhavam, mas quem
esse cachorro está esperando?… Uma tarde (era inverno) ele lá ficou, o focinho voltado para “aquela” direção.

(http://www.beatrix.pro.br/index.php/a-disciplina-do-amor-lygia-fagundes-telles/ Adaptado)

A forma verbal destacada indica ação realizada habitualmente pelo sujeito em:

a) ... e as pessoas que passavam faziam-lhe festinhas e ele correspondia...

b) Mas eu avisei que o tempo era de guerra...


c) Pensa que o cachorro deixou de esperá-lo?

d) ... e levava sua vida normal de cachorro até chegar o dia seguinte.

e) Os familiares voltaram-se para outros familiares.

RESOLUÇÃO:
A descrição apresentada no enunciado corresponde ao tempo pretérito imperfeito do indicativo, que faz
menção a ações que tiveram continuidade, repetição no passado, ou seja, ações que eram habituais.
Esse tempo verbal é apresentado na letra A.

Resposta: A

57. FGV - Assistente de Saneamento e Gestão (COMPESA)/2018


Uma carta e o Natal
Este será o primeiro Natal que enfrentaremos, pródigos e lúcidos. Até o ano passado conseguimos manter o
mistério — e eu amava o brilho de teus olhos quando, manhã ainda, vinhas cambaleando de sono em busca da
árvore que durante a noite brotara embrulhos e coisas. Havia um rito complicado e que começava na véspera,
quando eu te mostrava a estrela de onde Papai Noel viria, com seu trenó e suas renas, abarrotado de brinquedos
e presentes.

Tu ias dormir e eu velava para que dormisses bem e profundamente. Tua irmã, embora menor, creio que ela me
embromava: na realidade, ela já devia pressentir que Papai Noel era um mito que nós fazíamos força para manter
em nós mesmos. Ela não fazia força para isso, e desde que a árvore amanhecesse florida de pacotes e coisas, tudo
dava na mesma. Contigo era diferente. Tu realmente acreditavas em mim e em Papai Noel.

Na escola te corromperam. Disseram que Papai Noel era eu — e eu nem posso repelir a infâmia e o falso
testemunho. De qualquer forma, pediste um acordeão e uma caneta — e fomos juntos, de mãos dadas, escolher o
acordeão.

O acordeão veio logo, e hoje, quando o encontrar na árvore, já vai saber o preço, o prazo da garantia, o fabricante.
Não será o mágico brinquedo de outros Natais.

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Quanto à caneta, também a compramos juntos. Escolheste a cor e o modelo, e abasteceste de tinta, para "já estar
pronta" no dia de Natal. Sim, a caneta estava pronta. Arrumamos juntos os presentes em volta da árvore. Foste
dormir, eu quedei sozinho e desesperado.

E apanhei a caneta. Escrevi isto. Não sei, ainda, se deixarei esta carta junto com os demais brinquedos. Porque
nisso tudo o mais roubado fui eu. Meu Natal acabou e é triste a gente não poder mais dar água a um velhinho
cansado das chaminés e tetos do mundo.

Carlos Heitor Cony, Folha de São Paulo, 31/12/2017.

“... que durante a noite brotara embrulhos e coisas”.

A forma verbal “brotara” pode ser adequadamente substituída por


a) brotou.

b) brotava.
c) vinha brotando.

d) havia brotado.

e) eram brotados.

RESOLUÇÃO
A forma “brotara” corresponde ao pretérito mais-que-perfeito do indicativo na sua forma simples. Isso fica
bem evidente com a presença da desinência modo-temporal característica RA. A forma composta, mais
empregada no dia a dia, é formada pelo verbo auxiliar TER ou HAVER, acompanhado do verbo principal no
particípio, tal como se apresenta na letra D: havia brotado.
Resposta: D

58. FGV - Analista Legislativo (ALERO)/2018


“Toda vez que pinto um retrato perco um amigo.”

As formas verbais sublinhadas mostram perfeita concordância de tempos; as formas verbais a seguir que
mostram inadequação são:

a) pintava / perdia.
b) pinte / tenho perdido.

c) tivesse pintado / teria perdido.


d) pintasse / perderia.

e) pintara / tinha perdido.

RESOLUÇÃO

ALTERNATIVA A: CERTA – As formas “pintava” e “perdia” estão flexionadas no pretérito imperfeito do indicativo.
São formas adequadas para a frase, uma vez que fazem menção a ações ou eventos habituais no passado.

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ALTERNATIVA B: ERRADA – Não há uma relação harmônica entre as formas verbais “pinte” e “tenho perdido”.
A primeira corresponde ao presente do subjuntivo, representando um fato hipotético. A concretização dessa
hipótese requer, na sequência, uma ação futura como resultado, algo que poderia ser representado pelo futuro do
presente “perderá”.

No entanto, surge na sequência a forma “perdia”, flexão de pretérito imperfeito do indicativo. Essa flexão faz
menção a uma ação o evento habitual no passado, não atendendo a necessidade de ação futura.

ALTERNATIVA C: CERTA- Trata-se da tradicional correlação entre o pretérito imperfeito do subjuntivo – tivesse
– e o futuro do pretérito do indicativo - teria.

ALTERNATIVA D: CERTA - Trata-se da tradicional correlação entre o pretérito imperfeito do subjuntivo – pintasse
– e o futuro do pretérito do indicativo - perderia.

ALTERNATIVA E: CERTA – Trata-se de duas formas de pretérito mais-que-perfeito do indicativo: uma simples –
pintara -; outra composta – tinha perdido. O emprego de ambas dá a entender que se trata de eventos anteriores
a outros eventos passados.

Resposta: B

59. FGV - Analista Legislativo (ALERO)/2018

Assinale a frase cujas formas verbais mostram correspondência adequada de tempos.

a) “Nenhuma moralidade pode fundar-se na autoridade, mesmo que a autoridade fosse divina.”
b) “Se os teus princípios morais te deixam triste, podes estar certo de que estivessem errados.”

c) “O modo mais seguro de prevenir as revoltas é que eliminássemos sua matéria.”


d) “´Foi o cargo que permitiu que se conheça o homem.”

e) “Tenho a impressão de que a exclamação ‘A pátria corre perigo’ não seja tão terrível quanto ‘A cultura corre
perigo!’”

RESOLUÇÃO:

Analisemos as opções:
ALTERNATIVA A – ERRADA – Não há compatibilidade (correlação, correspondência) entre as formas de presente
do indicativo – pode – e pretérito imperfeito do subjuntivo – fosse.

Há duas maneiras de corrigir: ou se opta pelo par “pode” e “seja”; ou se opta pelo par “podia/poderia” e “fosse”.

ALTERNATIVA B – ERRADA – As formas de indicativo “deixam” e “podes”, além da expressão indicativa de


certeza “estar certo”, induzem a presença de uma forma verbal no modo indicativo – “estão”. A forma
“estivessem” está flexionada no pretérito imperfeito do subjuntivo, não atendendo essa necessidade.

ALTERNATIVA C – ERRADA – A presença do presente do indicativo “é” estabelece uma correspondência com o
presente do subjuntivo “eliminemos”. Outra combinação possível seria o pretérito imperfeito do indicativo “era”
em parceria com o pretérito imperfeito do subjuntivo “eliminássemos”.

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ALTERNATIVA D – ERRADA – A presença do pretérito perfeito do indicativo em “foi” e “permitiu” estabelece


uma correspondência com o pretérito imperfeito do subjuntivo “conhecesse”. Outra combinação possível seria o
presente do indicativo nas formas “É” e “permite” em parceria com o presente do subjuntivo “conheça”.

ALTERNATIVA E – CERTA – O presente do indicativo nas formas “Tenho” e “corre” permite parceria com o
presente do subjuntivo “seja”.
Resposta: E

60. FGV - Assistente de Saneamento e Gestão (COMPESA)/2018

“... ela já devia pressentir que Papai Noel era um mito que nós fazíamos força para manter em nós mesmos.”

Se trocássemos a forma da oração reduzida sublinhada por uma oração desenvolvida, a forma adequada seria:

a) para que mantivéssemos em nós mesmos.


b) para a manutenção em nós mesmos.

c) para que mantenhamos em nós mesmos.

d) para que seja mantido em nós mesmos.


e) para mantermos em nós mesmos.

RESOLUÇÃO
As orações reduzidas, ainda a serem detalhadas nas aulas de Sintaxe, não são introduzidas nem por conjunção
nem por pronome relativo, estando seus verbos numa das três formas nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio.
A oração reduzida em questão é “para manter em nós mesmos”.
Desenvolver uma oração é fazer aparecer uma conjunção, flexionando o verbo, obedecendo às corretas
correlações.

A presença das formas verbais de pretérito imperfeito do indicativo “devia”, “era” e “fazíamos” força o uso do
pretérito imperfeito do subjuntivo “mantivéssemos”.

Resposta: A

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61. FGV - Assistente Legislativo Municipal (CM Salvador)/2018

A forma do verbo “impor” que está INCORRETA é:

a) impunha;
b) impusesse;

c) imponha;
d) impuser;

e) impora.

RESOLUÇÃO:

O verbo “impor” deriva do verbo “pôr”, seguindo a flexão deste.

ALTERNATIVA A – CERTA - Trata-se da flexão de pretérito imperfeito do indicativo.


Eu/Ele punha >> Eu/Ele impunha

ALTERNATIVA B – CERTA - Trata-se da flexão de pretérito imperfeito do subjuntivo.


Se eu/ele pusesse >> Se eu/ele impusesse
ALTERNATIVA C – CERTA - Trata-se da flexão de presente do subjuntivo.

Caso eu/ele ponha >> Caso eu/ele imponha

ALTERNATIVA D – CERTA - Trata-se da flexão de futuro do subjuntivo.


Se/Quando eu/ele puser >> Se/Quando eu/ele impuser
ALTERNATIVA E – ERRADA - Trata-se da flexão de pretérito mais-que-perfeito do indicativo.

Eu/Ele pusera >> Eu/Ele impusera


Resposta: E

62. FGV - Analista Legislativo Municipal (CM Salvador)/2018

“Os países com bom desempenho nessa habilidade têm estruturas de aula...”; a frase abaixo que mostra uma
forma verbal INADEQUADA de um verbo composto de “ter” é:
a) ela não se atinha ao tema indicado;

b) elas se entreteram com o filhote do animal;


c) espero que eles não detenham a sua revolta;

d) pensou em retê-lo após a conferência;

e) esperava que ela se contivesse diante dele.

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RESOLUÇÃO:

ALTERNATIVA A – CERTA - Trata-se da flexão de pretérito imperfeito do indicativo.

Ela tinha >> Ela se atinha

ALTERNATIVA B – ERRADA - Trata-se da flexão de pretérito perfeito do indicativo.


Elas tiveram >> Elas se entretiveram

ALTERNATIVA C – CERTA - Trata-se da flexão de presente do subjuntivo.

Que eles não tenham >> Que eles não detenham

ALTERNATIVA D – CERTA - Trata-se do infinitivo.

Pensou em ter >> Pensou em reter


ALTERNATIVA E – CERTA - Trata-se da flexão de pretérito imperfeito do subjuntivo.

Que ele tivesse >> Que ele se contivesse


Resposta: B

63. FGV - Analista Judiciário (TJ AL)/Judiciária/2018


“Até porque, nessa toada, a intolerância irracional ganha terreno, e nós vamos ficando cada vez mais
irracionalmente intolerantes com aquilo que não deveríamos ser”.

A forma verbal “deveríamos ser” forma uma locução verbal como os vocábulos abaixo:
a) queremos ser;
b) mandamos ser;

c) deixemos ser;

d) vimos ser;
e) ouvimos ser.

RESOLUÇÃO:
Vamos relembrar como identificar uma locução verbal!

...
A locução verbal, apesar de ser formada por mais de um verbo, constitui apenas uma unidade de sentido,
formando apenas uma oração.

Mas, professor, como eu saberei se aqueles dois verbos juntinhos formam uma unidade de sentido? Em outras
palavras, como saber se aquela união de verbos forma uma locução? Essa pergunta é importantíssima e sua resposta
precisa ser bem elaborada, de modo a não ficar dúvida alguma.
A primeira e mais importante evidência da presença de uma locução verbal é que tanto o verbo auxiliar como o
verbo principal devem se referir ao mesmo sujeito. Na frase “O professor vai resolver muitos exercícios na aula.”,

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tanto o verbo auxiliar “vai” como o principal “resolver” compartilham do mesmo sujeito. Se perguntarmos “Quem
vai?” ou “Quem resolverá?”, a resposta será a mesma: o professor!

Esse primeiro filtro já nos leva a importante conclusão: verbos causativos e sensitivos acompanhados de
infinitivos ou gerúndios nunca irão formar locuções verbais, pois os sujeitos são diferentes.

Veja a frase:

Eu me vejo trabalhando neste Tribunal.

Note que o verbo sensitivo “vejo” tem como sujeito “eu”. Já a forma de gerúndio “trabalhando” tem como
sujeito acusativo (Lembra a definição de sujeito acusativo na aula passada?) o pronome oblíquo “me”. Portanto, não
ocorre uma locução verbal, pois os sujeitos são diferentes!

Mais um exemplo:

Eu te mandei fazer as malas.

Note que o verbo causativo “mandar” tem como sujeito “eu”. Já a forma de infinitivo “fazer” tem como
sujeito acusativo o oblíquo “te”. Portanto, não ocorre uma locução verbal, pois os sujeitos são diferentes!
No entanto, mesmo constatando que os dois verbos que estão juntinhos possuem o mesmo sujeito, podem
restar algumas dúvidas! Ora, se formos capazes de desenvolver a oração introduzida pelo infinitivo ou gerúndio, fazendo
aparecer algum conector, provamos que não ocorre uma locução verbal. Veja:

Maria finge ser sincera. (= Maria finge que é sincera)


Paulo julga estar bem. ( = Paulo julga que está bem)

Não nos cabe julgar a preferência alheia. (= Não nos cabe que julguemos a preferência alheia).
Portanto, para efeito de prova, teremos uma locução verbal quando os dois verbos – auxiliar e principal -
compartilharem do mesmo sujeito. No entanto, se houver a presença de um verbo sensitivo ou causativo ou se o
infinitivo ou gerúndio puderem ser desenvolvidos com o aparecimento de um conector, NÃO teremos locução verbal.

...

Isso posto, já eliminamos as letras B e C, haja vista que temos a presença de verbos causativos – mandar e
deixar. Também eliminamos as letras D e E, haja vista que temos a presença de verbos sensitivos – ver e ouvir.

Resta-nos a letra A, o nosso gabarito.

Vale mencionar que existe divergência entre os gramáticos acerca de construções com o verbo “querer”.
Muitos consideram construções como “queremos ser” uma locução verbal, pois se trata uma única expressão
verbal. Outros atestam que se trata de duas formas verbais independentes, alegando que “queremos ser” equivale
a “queremos que seja”.

A FGV, tomando um histórico de questões, leva em consideração a primeira interpretação. Isso


significa que construções com verbo QUERER flexionado acompanhado de verbos no infinitivo são
consideradas locuções pela FGV.

Resposta: A

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64. FGV - Técnico Judiciário (TJ AL)/Judiciária/2018

Ressentimento e Covardia

Tenho comentado aqui na Folha em diversas crônicas, os usos da internet, que se ressente ainda da falta de uma
legislação específica que coíba não somente os usos mas os abusos deste importante e eficaz veículo de
comunicação. A maioria dos abusos, se praticados em outros meios, seriam crimes já especificados em lei, como
a da imprensa, que pune injúrias, difamações e calúnias, bem como a violação dos direitos autorais, os plágios e
outros recursos de apropriação indébita.

(Carlos Heitor Cony, Folha de São Paulo, 16/05/2006 – adaptado)

“Tenho comentado aqui na Folha”; o tempo verbal destacado nesse segmento inicial do texto indica uma ação
que:

a) se iniciou e terminou no passado;


b) mostra início indeterminado e continuidade no presente;

c) indica repetição sem determinação de tempo;


d) se iniciou no passado e termina no presente;
e) se localiza antes de outra ação também passada.

RESOLUÇÃO:

A forma verbal “tenho comentado” indica que a ação teve seu início no passado, não bem delimitado. No
entanto, a ação ainda não teve encerramento, pois perdura no presente. Em outras palavras, é o que descreve a
letra B.

Resposta: B

65. FGV - Técnico Judiciário (TJ AL)/2018


O verbo falsear apresenta como forma errada de conjugação:

a) falseiamos;
b) falseias;

c) falseemos;

d) falseie;

e) falseiam.

RESOLUÇÃO:
Os verbos de final EAR – nomear, renomear, frear, pentear, etc. – apresentam a vogal “i” nas formas
rizotônicas do Presente do Indicativo e do Presente do Subjuntivo. Professor, formas o quê? Formas rizotônicas!
Deixe-me explicar!

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Em algumas formas verbais, o acento tônico incide no radical, noutras na terminação. As primeiras chamam-
se rizotônicas (rizo > raiz), as últimas, arrizotônicas. Nas formas rizotônicas é que encontramos as maiores
irregularidades.

São rizotônicas a 1ª, 2ª e 3ª pessoas do singular e a 3ª pessoa do plural do presente do indicativo e do


presente do subjuntivo, bem como as correspondentes do imperativo; todas as demais formas são, normalmente,
arrizotônicas.

Tomemos como exemplo o verbo FALSEAR:


FALSEI - O (rizotônica) FALSEI – E (rizotônica)

FALSEI – AS (rizotônica) FALSEI – ES (rizotônica)

FALSEI – A (rizotônica) FALSEI – E (rizotônica)

FALSE – AMOS (arrizotônica) FALSE – EMOS (arrizotônica)

FALSE – AIS (arrizotônica) FALSE – EIS (arrizotônica)

FALSEI – AM (rizotônica) FALSEI – EM (rizotônica)

Dessa forma, a letra A apresenta erro!


Resposta: A

66. FGV - Técnico Judiciário (TJ AL)/2018


“... que circulam por aí e que não podem ser desmentidos ou esclarecidos caso por caso”.
Nesse segmento do texto, a locução “podem ser” forma uma só oração por tratar-se de uma locução não verbal; a
forma abaixo que constitui duas orações por NÃO se tratar de locução verbal é:

a) querem ser;

b) devem ser;
c) gostam de ser;

d) vão ser;
e) fazem ser.

RESOLUÇÃO:

Conforme comentado em questão anterior, se houver a presença de um verbo sensitivo ou causativo ou se o


infinitivo ou gerúndio puderem ser desenvolvidos com o aparecimento de um conector, NÃO teremos locução verbal.

Na letra E, temos o verbo causativo “fazer”. Logo, a construção “fazem ser” NÃO forma locução verbal!

Resposta: E

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67. FGV - Técnico Bancário (BANESTES)/2018

“Não sei ver nada do que vejo; vejo bem apenas o que relembro e tenho inteligência apenas nas minhas
lembranças”. (Rousseau)

A relação ver/vejo só NÃO se repete de forma correta no seguinte par:


a) rir / rio;

b) trazer / trago;

c) requerer / requeiro;

d) deter / detenho;

e) reaver / reavejo.
RESOLUÇÃO:

Cuidado com os falsos cognatos VER e REAVER! As provas vão tentar empurrar para você o verbo REAVER
como derivado de VER. Cuidado! Eles não têm nada a ver um com outro! O verbo REAVER deriva de HAVER
Exemplos:

EU VI > EU REAVI (ERRADO)


EU HOUVE > EU REOUVE (CERTO)
No caso da flexão de presente do indicativo, o verbo REAVER é defectivo. Não ocorre a flexão de 1ª pessoa
do singular nesse tempo!

Resposta: E

68. FGV - Analista Judiciário (TJ AL)/2018

“Se eu falasse, ninguém acreditaria”.


O emprego de tempos verbais nesse segmento do texto está correto, segundo a norma culta; a frase abaixo em
que se mantém a correção gramatical é:

a) Se eu falasse, ninguém acreditava;

b) Se eu falo, ninguém acreditaria;

c) Caso eu falasse, ninguém acreditava;


d) Caso eu fale, ninguém acredita;

e) Se eu falava, ninguém acreditaria.


RESOLUÇÃO:

ALTERNATIVA A – ERRADA – A condicionante construída com pretérito imperfeito do subjuntivo requer


uma forma verbal no futuro do pretérito. A forma “acreditava” é flexão de pretérito imperfeito do indicativo e não
atende a necessidade de futuro exigida.

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ALTERNATIVA B – ERRADA – A forma “falo” corresponde ao tempo presente do indicativo. No entanto, a


forma “acreditaria” corresponde ao futuro de um pretérito, quebrando a coerência entre as formas verbais: uma
se remete ao presente e a outra ao passado.

Uma parceria possível seria a do par “falo - acredita”.

ALTERNATIVA C – ERRADA – A condicionante construída com pretérito imperfeito do subjuntivo requer


uma forma verbal no futuro do pretérito. A forma “acreditava” é flexão de pretérito imperfeito do indicativo e não
atende a necessidade de futuro exigida.

ALTERNATIVA D – CERTA – É possível a parceria entre o presente do subjuntivo “fale” com o presente do
indicativo “acredita”.
ALTERNATIVA E – ERRADA – A presença da forma de futuro do pretérito “acreditaria” exige a presença de
uma condicionante no pretérito imperfeito do subjuntivo “falasse”.
Resposta: D

69. FGV - Analista Legislativo Municipal (CM Salvador)/2018


A frase do texto que se apresenta na voz passiva é:

a) “A resistência ao desmonte da cultura em cenário de crises graves não se dá por acaso”;

b) “...a gestão pública do setor vem sofrendo...”;


c) “...generalize-se a opinião...”;

d) “...política públicas para a cultura não devem ser prioritárias”;


e) “Combater essa generalização equivocada é urgente”.

RESOLUÇÃO:
Há duas configurações possíveis para a voz passiva: a forma analítica, caracterizada pela presença do auxiliar
SER/ESTAR/FICAR acompanhado do verbo principal no particípio; a forma sintética, caracterizada pelo verbo
principal – VTD ou VTDI - acompanhado do SE pronome apassivador.

ALTERNATIVA A – ERRADA – Ocorre a presença de um SE, mas este não é partícula apassivadora, uma vez
que o verbo DAR está empregado como intransitivo, no sentido de “ocorrer” . O “se” em destaque é uma parte
integrante do verbo.

ALTERNATIVA B – ERRADA – A forma verbal “vem sofrendo” não se enquadra em nenhuma das
configurações possíveis para a voz passiva.
ALTERNATIVA C – CERTA – O “se” presente é uma partícula apassivadora. Isso pode ser atestado pela
companhia com um verbo transitivo direto – no caso, o verbo “generalizar”. O termo “a opinião” funciona como
sujeito paciente. Temos, portanto, um caso de voz passiva sintética.

ALTERNATIVA D – ERRADA – Não temos uma configuração de voz passiva analítica, pois carece a
construção de verbo principal no particípio.

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ALTERNATIVA E – ERRADA – A frase não se enquadra em nenhuma das configurações possíveis para a voz
passiva.

Resposta: C

70. FGV - Analista Judiciário (TJ AL)/2018


A Copa do Mundo da Rússia só começa no dia 22 de junho, mas a febre dos álbuns com os jogadores das seleções
já se espalhou e chegou até ao plenário de uma assembleia legislativa brasileira. O flagrante de dois assessores
trocando figurinhas durante uma sessão foi divulgado pelas redes sociais e a cena se espalhou.
No post, que teve mais de 16 mil compartilhamentos e 26 mil curtidas no Twitter, o internauta chega a especular
que seriam deputados, mas a direção da casa esclareceu tratarem-se de assessores. “Votação importante hoje
(19/02) e os deputados ao invés de estarem trabalhando e fazendo jus ao salário superior a 25 mil reais, estão
trocando e colando figurinha da Copa do Mundo em meio à votação. Se eu falasse, ninguém acreditaria”, diz o
post.

Outro post com mais de 40 mil compartilhamentos traz um vídeo mostrando que a troca ocorreu enquanto uma
deputada discursava sobre uma proposta.

A direção da casa legislativa confirmou que as imagens foram feitas durante a sessão da quarta feira e esclareceu
que elas mostram dois “assessores de deputados” trocando figurinhas durante a sessão. “O comportamento não
é justificável. Os gabinetes dos deputados aos quais os assessores pertencem, já foram informados, e cabe aos
parlamentares decidir como proceder”. (adaptado)

“O flagrante de dois assessores trocando figurinhas durante uma sessão foi divulgado pelas redes sociais e a cena
se espalhou”.
O segmento “foi divulgado pelas redes sociais” do texto é exemplo de voz passiva; se a mesma frase fosse
colocada na voz ativa, a forma verbal adequada seria:

a) divulgaram;
b) divulgaram-se;

c) divulgou-se;

d) divulgam-se;

e) divulga-se.
RESOLUÇÃO:
Temos a construção em voz passiva “O flagrante... foi divulgado pelas redes sociais.”. Nela, identificamos o
sujeito paciente “O flagrante”; o verbo principal “divulgar”; e um adjunto adverbial de meio “pelas redes sociais”.
O agente da passiva – quem de fato divulgou – não está explícito no texto, sendo, assim, indeterminado.

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Logo, o sujeito agente na voz passiva será indeterminado. E uma das formas de se indeterminar o sujeito é
empregá-lo na 3ª pessoa do plural – no caso, “divulgaram”.

Resposta: A

71. FGV - Analista (TJ SC)/2018

Inteligência e sabedoria não são a mesma coisa. Entretanto, na linguagem cotidiana, usamos os dois termos
indistintamente. Vivemos em uma sociedade onde a eficiência e os resultados são valorizados. Aparentemente,
apenas os mais inteligentes estão destinados a obter sucesso. No entanto, apenas os sábios conseguem uma
felicidade autêntica. Eles são guiados por valores e preocupados em fazer uso da bondade, aplicando uma visão
mais otimista à vida.

Se procurarmos agora no dicionário o termo sabedoria, será encontrada uma definição simples: a faculdade das
pessoas de agir de maneira sensata, prudente ou correta. Sendo assim, a primeira pergunta que vem à mente é: a
inteligência não nos dá a capacidade de nos movimentarmos no nosso dia a dia da mesma maneira? Um QI médio
ou alto não nos garante a capacidade de tomar decisões acertadas?
É claro que sim. Também é claro que quando falamos de inteligência surgem diferentes nuances. Por isso, o tipo
de personalidade e a maturidade emocional são fatores que influenciam mais concretamente as realizações das
pessoas. Isso também é verdadeiro em relação à capacidade de investir mais ou menos em seu próprio bem-estar
e no dos outros.
Em vista disso, inteligência e sabedoria são dois conceitos interessantes. Assim, poderemos ter uma ideia mais
precisa e útil do que realmente são. Afinal, se queremos algo, além de ter um alto QI, é necessário desenvolver
uma sabedoria excepcional e moldar uma personalidade virtuosa. Isso vai um passo além do cognitivo e do
emocional.
“A verdadeira sabedoria está em reconhecer a própria ignorância.” Sócrates.

Disponível em https:amentemaravilhosa.com.br/inteligencia-e-sabedoria/

A frase do texto 2 que NÃO exemplifica a voz passiva é:

a) “Vivemos em uma sociedade onde a eficiência e os resultados são valorizados”;


b) “Aparentemente, apenas os mais inteligentes estão destinados a obter sucesso”;

c) “Eles devem ser observados, analisados e desconstruídos”;

d) “Eles são guiados por valores e preocupados em fazer uso da bondade”;

e) “Se procurarmos agora no dicionário o termo sabedoria, será encontrada uma definição simples”.
RESOLUÇÃO:

Há duas configurações possíveis para a voz passiva: a forma analítica, caracterizada pela presença do auxiliar
SER/ESTAR/FICAR... acompanhado do verbo principal no particípio; a forma sintética, caracterizada pelo verbo
principal – VTD ou VTDI - acompanhado do SE pronome apassivador.

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ALTERNATIVA A – CERTA – Ocorre a presença do auxiliar SER – flexionado na forma “são” – acompanhado
do principal no particípio – no caso, “valorizados”. Trata-se de uma voz passiva do tipo analítica.

ALTERNATIVA B – ERRADA – Até ocorre a presença do auxiliar ESTAR – flexionado na forma “estão” –
acompanhado do principal no particípio – no caso, “destinados”. No entanto, não se tem voz passiva, pois o a
construção verbal “estão destinados” não solicita objeto direto. Lembremo-nos de que só é possível voz passiva
com verbos que solicitem objeto direto – VTDs ou VTDIs.

ALTERNATIVA C – CERTA – Ocorre a presença do auxiliar SER – na forma “ser” – acompanhado do principal
no particípio – no caso, “observados”. Trata-se de uma voz passiva do tipo analítica.

ALTERNATIVA D – CERTA – Ocorre a presença do auxiliar SER – flexionado na forma “são” – acompanhado
do principal no particípio – no caso, “guiados”. Trata-se de uma voz passiva do tipo analítica.

ALTERNATIVA E – CERTA – Ocorre a presença do auxiliar SER – flexionado na forma “será” – acompanhado
do principal no particípio – no caso, “encontrada”. Trata-se de uma voz passiva do tipo analítica.
Resposta: B

72. FGV - Assistente Legislativo (ALERO)/2018


O casamento foi a maneira que a humanidade encontrou de propagar a espécie sem causar falatório na vizinhança.
As tradições matrimoniais se transformaram através dos tempos e variam de cultura para cultura. Em certas
sociedades primitivas o tempo gasto nas preliminares do casamento – corte, namoro, noivado etc. – era abreviado.
O macho escolhia uma fêmea, batia com um tacape na sua cabeça e a arrastava para a sua caverna. Com o passar
do tempo este método foi sendo abandonado, por pressão dos buffets, das lojas de presente e das mulheres, que
não admitiam um período pré-conjugal tão curto. O homem precisava aproximar-se dela, cheirar seus cabelos,
grunhir no seu ouvido, mordiscar a sua orelha e só então, quando ela estivesse distraída, bater com o tacape na
sua cabeça e arrastá-la para a caverna. (fragmento)
VERÍSSIMO, Luís Fernando, Comédias da Vida Privada. Ed. LPm. 1994.

Assinale a opção em que a frase do texto mostra um exemplo de voz passiva verbal.
a) “O casamento foi a maneira que a humanidade encontrou de propagar a espécie sem causar falatório na
vizinhança.”

b) “As tradições matrimoniais se transformaram através dos tempos e variam de cultura para cultura.”
c) “O macho escolhia uma fêmea, batia com um tacape na sua cabeça e a arrastava para a sua caverna.”

d) “Em certas sociedades primitivas o tempo gasto nas preliminares do casamento – corte, namoro, noivado etc.
– era abreviado.”

e) “...quando ela estivesse distraída, bater com o tacape na sua cabeça e arrastá-la para a caverna.”

RESOLUÇÃO:

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Língua Portuguesa para PC AM Aula 03

Há duas configurações possíveis para a voz passiva: a forma analítica, caracterizada pela presença do auxiliar
SER/ESTAR/FICAR... acompanhado do verbo principal no particípio; a forma sintética, caracterizada pelo verbo
principal – VTD ou VTDI - acompanhado do SE pronome apassivador.

ALTERNATIVA A – ERRADA – Não ocorre na frase configuração verbal que caracterize nem a forma
analítica nem a forma sintética da voz passiva.

ALTERNATIVA B – ERRADA – Ocorre a presença de um SE, mas este não é partícula apassivadora, uma vez
que o verbo TRANSFORMAR está empregado como de ligação. O “se” em destaque é uma parte integrante do
verbo.

ALTERNATIVA C – ERRADA – Não ocorre na frase configuração verbal que caracterize nem a forma
analítica nem a forma sintética da voz passiva.

ALTERNATIVA D – CERTA – Ocorre a presença do auxiliar SER – flexionado na forma “era” – acompanhado
do principal no particípio – no caso, “abreviado”. Trata-se de uma voz passiva do tipo analítica.

ALTERNATIVA E – ERRADA – Ocorre a presença do auxiliar ESTAR – flexionado na forma “estivesse”. No


entanto, não há a companhia de um verbo principal no particípio, impossibilitando a identificação de uma voz
passiva do tipo analítica. O termo “distraída” não se refere à ação de “distrair”, mas sim ao estado em que se
encontrava o sujeito. Trata-se de um adjetivo.
Resposta: D

73. FGV - Especialista Legislativo de Nível Superior (ALERJ)/2017


A forma verbal abaixo corretamente conjugada é:

a) Todos se entreteram com os novos jogos;


b) Os turistas reouveram seus pertences;

c) O repórter interviu na discussão;


d) Quando o ver de novo, dar-lhe-ei o recado;

e) Ele se manteu no cargo até o último momento.


RESOLUÇÃO:

ALTERNATIVA A – ERRADA – O verbo “entreter” é derivado de “ter”, seguindo este na flexão.

Todos tiveram ... >> Todos se entretiveram...


ALTERNATIVA B – CERTA – O verbo “reaver” é derivado de “haver”, seguindo este na flexão.

Os turistas houveram ... >> Os turistas reouveram...


ALTERNATIVA C – ERRADA – O verbo “intervir” é derivado de “vir”, seguindo este na flexão.

O repórter veio ... >> O repórter interveio...


ALTERNATIVA D – ERRADA – Cuidado com o verbo VER no futuro do subjuntivo! Não existe a construção
“Se/Quando eu o ver...”. O correto é “Se/Quando eu o vir...”.

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ALTERNATIVA E – ERRADA – O verbo “manter” é derivado de “ter”, seguindo este na flexão.

Ele teve ... >> Ele se manteve...

Resposta: B

74. FGV - Recenseador (IBGE)/2017


A ORIGEM DA VIDA NO UNIVERSO

Uma descoberta anunciada na semana passada joga mais luz sobre a origem da vida no universo. Em um artigo
publicado na revista Nature – uma das mais importantes publicações científicas do mundo –, pesquisadores
ingleses relatam a identificação de microfósseis de bactérias que teriam surgido entre 4,2 bilhões de anos e 3,7
bilhões de anos atrás. Se for confirmado, será o mais antigo registro de vida na Terra.

“...pesquisadores ingleses relatam a identificação de microfósseis de bactérias que teriam surgido entre 4,2 bilhões
de anos e 3,7 bilhões de anos atrás. Se for confirmado, será o mais antigo registro de vida na Terra”.

Em função da forma verbal “teriam surgido”, os leitores tomam conhecimento de que a informação da descoberta
é:
a) uma certeza dos estudiosos;

b) uma opinião dos descobridores;


c) uma possibilidade sugerida;
d) uma dúvida sobre a descoberta;
e) uma hipótese já comprovada.

RESOLUÇÃO:
ALTERNATIVA A – ERRADA - Não se trata de uma certeza. Tanto é verdade, que está passível de comprovação,
com afirma o período seguinte.

ALTERNATIVA B – ERRADA – Não se trata de uma opinião, mas sim de uma hipótese, ainda a ser comprovada.

ALTERNATIVA C – CERTA – Não se trata de algo ainda certo, mas de uma possibilidade.

ALTERNATIVA D – ERRADA – A dúvida não reside na descoberta, mas sim no tempo de existência do fóssil.
ALTERNATIVA E – ERRADA – A hipótese ainda carece de confirmação, como bem afirma o período seguinte.

Resposta: C

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75. FGV - Analista Técnico (MPE BA)/Engenharia Florestal/2017

Estou há pouco mais de dois anos morando na China, leitor, e devo dizer que a minha admiração pelos chineses só
tem feito crescer. É um país que tem coesão e rumo, como notou o meu colega de coluna neste jornal Cristovam
Buarque, que passou recentemente por aqui.

Coesão e rumo. Exatamente o que falta ao nosso querido país. E mais o seguinte: uma noção completamente
diferente do tempo. Trata-se de uma civilização milenar, com mentalidade correspondente. Os temas são sempre
tratados com uma noção de estratégia e visão de longo prazo. E paciência. A paciência que, como disse Franz
Kafka, é uma segunda coragem.

Nada de curto praxismo, do imediatismo típico do Ocidente, que têm sido tão destrutivos e desagregadores.
Esse traço do chinês é até muito conhecido no resto do mundo. Há uma famosa observação do primeiro-ministro
Chou En-Lai, muito citada, que traduz essa noção singular do tempo. Em certa ocasião, no início dos anos 1970,
um jornalista estrangeiro lançou a pergunta: “Qual é afinal, primeiro-ministro, a sua avaliação da Revolução
Francesa?” Chou En-Lai respondeu: “É cedo para dizer”.

Recentemente, li aqui na China que essa célebre resposta foi um simples mal-entendido. Com os percalços da
interpretação, Chou En-Lai entendeu, na verdade, que a pergunta se referia à revolta estudantil francesa de 1968!
Pronto. Criou-se a lenda.
Pena que tenha sido um mal-entendido. Seja como for, é indubitável que para os chineses o tempo tem outra
dimensão. Para uma civilização de quatro mil anos ou mais, uma década tem sabor de 15 minutos.
(O Globo, 15/9/2017)

“Estou há pouco mais de dois anos morando na China, leitor, e devo dizer que a minha admiração pelos chineses
só tem feito crescer”.
O emprego da forma verbal “tem feito” é perfeitamente adequada ao contexto, já que esse tempo verbal expressa
ações:

a) completamente passadas;

b) que se repetiram no passado;

c) que se iniciaram no presente;

d) iniciadas no passado que continuam no presente;


e) iniciadas no presente e de duração indeterminada.

RESOLUÇÃO:

A forma verbal “tem feito” dá a entender que a ação teve seu início no passado, mas ainda não se encerrou,
pois perdura no presente.

É o que descreve a letra D.


Resposta: D

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76. FGV - Recenseador (IBGE)/2017

A frase abaixo (texto 4) que mostra uma voz verbal diferente das demais é:

a) “...desestabilizando completamente o ecossistema”;

b) “...afloram as várias atividades humanas que as provocaram, ou estão provocando”;


c) “Dentre essas ações, as principais talvez sejam...”;

d) “... todos esses animais, de uma forma ou de outra, rendem expressivos lucros”;

e) “Atualmente, quando se mencionam ‘espécies em extinção’...”.

RESOLUÇÃO:

ALTERNATIVA A – ERRADA – O sujeito da forma verbal “desestabilizar” é agente da ação verbal, o que
caracteriza a voz ativa.

ALTERNATIVA B – ERRADA – O sujeito das formas verbais “afloram”, “provocaram” e “estão provocando”
são agente das ações verbais, o que caracteriza a voz ativa.

ALTERNATIVA C – CERTA – O verbo SER é de ligação. Por não expressar ação verbal, não faz sentido se
falar na flexão de voz nesse caso.
ALTERNATIVA D – ERRADA - O sujeito da forma verbal “rendem” é agente da ação verbal, o que caracteriza
a voz ativa.
ALTERNATIVA E – ERRADA - O sujeito da forma verbal “mencionam” é agente da ação verbal, o que
caracteriza a voz ativa.
Resposta: C

77. FGV - Técnico Judiciário Auxiliar (TJ SC)/2015

“Quebrado de cansaço pelo excesso de trabalho, o policial tinha adormecido na portaria da revista”.

O tempo simples correspondente à forma verbal sublinhada é:

a) havia adormecido;

b) adormecendo;
c) adormecia;

d) adormeceria;
e) adormecera.

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RESOLUÇÃO:

Cuidado para não cair na pegadinha da questão!

A flexão “tinha adormecido” corresponde ao pretérito mais-que-perfeito na forma composta, o mesmo que
ocorre na letra A, com “havia adormecido”.

Note, no entanto, que o enunciado solicita a forma simples, ok? E esta é “adormecera”, listada na letra E.
Resposta: E

78. INÉDITA

Está incorreta a correlação entre tempos e modos verbais na seguinte frase:


a) Muitos se recordariam da felicidade exultante com que eram ingeridos os pedaços da torta.
b) Foi promovida graças ao compadrio que andava na moda e que por muitos anos ofuscara a meritocracia.
c) Um mal-intencionado sugere que se dê por encerrada a aula e comecemos logo as festividades do feriado.
d) Depois de haver adormecido por três dias na cama de um hospital, o paciente acabara sendo salvo por um
milagre divino.
e) Já informado do salvamento do paciente, o familiar não se conteve de alegria e se permitiu não comparecer à
reunião com o chefe.

RESOLUÇÃO:

A questão trata de um assunto muito caro aos concurseiros: correlação dos tempos verbais.
Devemos ter em mente que o objetivo desse assunto é estudar as corretas relações entre os verbos presentes
em um período composto. Em outras palavras, devemos avaliar se os tempos verbais são harmônicos entre si.

Há uma gama imensa de correlações possíveis.


Muitas vezes, a quebra da correlação resulta nitidamente numa ruptura lógica na frase. Isso significa que
você não precisa sair decorando todas as combinações, o que seria impraticável.

Antes de resolver a questão, apresento as principais correlações, as mais presentes no dia a dia e,
consequentemente, em nossas provas:
1) Presente do Indicativo – Presente do Subjuntivo

Exemplos:

Eu espero que você me entenda.

Eu preciso que você faça isso para mim.


Atenção: Construções do tipo: “Você quer que eu faço isso?” são consideradas graves equívocos
gramaticais e mostram desconhecimento por parte do falante de regras básicas que regem a norma culta.

2) Pretérito Perfeito do Indicativo/Pretérito Imperfeito do Indicativo – Pretérito Imperfeito do


Subjuntivo

Exemplos:

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Eu esperava que você me entendesse.

Eu precisava que você fizesse isso para mim.

Sempre quis que você estivesse comigo.

3) Futuro do Pretérito do Indicativo – Pretérito Imperfeito do Subjuntivo


Exemplos:

Se eu fosse você, faria o melhor trabalho possível.

Se eu demorasse mais um pouco, teriam iniciado a palestra sem minha presença.

Caso fosse permitido apostas, seria necessário fiscalizar a origem dos recursos.

4) Futuro do Presente do Indicativo – Futuro do Subjuntivo/Presente do Subjuntivo/Presente do


Indicativo

Exemplos:

Se você vier, faremos uma festa.


Caso você venha, faremos uma festa.

Se você capturá-lo, pago-lhe uma recompensa.


5) Pretérito Perfeito do Indicativo/Pretérito Imperfeito do Indicativo + Pretérito Mais-que-Perfeito do
Indicativo (Simples ou Composto)
Exemplos:

Você chegou quando já tínhamos saído.


Li o livro que você me indicara.
Ele dizia que já tinha visto aquele homem outras vezes.

6) Pretérito Perfeito do Indicativo – Futuro do Pretérito

Exemplos:
Você disse que iria ao encontro.

Disseram-me que você viria hoje.

Observação:

Na linguagem coloquial, costuma-se usar o pretérito imperfeito do indicativo no lugar do futuro do pretérito.
Exemplo:

Você prometeu que vinha. (coloquial)

Você prometeu que viria. (formal)

Voltemos para a questão:

ALTERNATIVA A - CORRETO - Há uma harmonia entre o futuro do pretérito "recordariam" e o pretérito


imperfeito "eram".

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Vamos imaginar casamentos possíveis:

Muitos se recordariam da felicidade exultante com que eram ingeridos os pedaços da torta.

Muitos se recordam da felicidade exultante com que são ingeridos os pedaços da torta.

Muitos se recordaram da felicidade exultante com que foram ingeridos os pedaços da torta.
Vamos imaginar rupturas lógicas:

Muitos se recordariam da felicidade exultante com que são ingeridos os pedaços da torta.

Muitos se recordarão da felicidade exultante com que seriam ingeridos os pedaços da torta.

Muitos se recordam da felicidade exultante com que seriam ingeridos os pedaços da torta.

ALTERNATIVA B - CORRETO - Há uma harmonia entre o pretérito perfeito "foi", o pretérito imperfeito
"andava" e o pretérito mais que perfeito "ofuscara" (tinha ofuscado).

Vamos imaginar casamentos possíveis:

Foi promovida graças ao compadrio que andava na moda e que por muitos anos momento ofuscara a
meritocracia.

Será promovida graças ao compadrio que anda na moda e que por muitos anos momento ofusca a
meritocracia.

Seria promovida graças ao compadrio que andava na moda e que por muitos anos momento ofuscara a
meritocracia.

Vamos imaginar rupturas lógicas:


Foi promovida graças ao compadrio que andará na moda e que por muitos anos momento estabelecerá a
meritocracia.

Era promovida graças ao compadrio que andará na moda e que por muitos anos momento estabelecia a
meritocracia.
Seria promovida graças ao compadrio que andara na moda e que por muitos anos momento estabelecerá a
meritocracia.

ALTERNATIVA C - CORRETO - Há uma harmonia entre o presente do indicativo "sugere" e o presente do


subjuntivo "dê" e "comecemos".

Vamos imaginar casamentos possíveis:

Um mal-intencionado sugere que se dê por encerrada a aula e comecemos logo as festividades do feriado.

Um mal-intencionado sugeria que se desse por encerrada a aula e começássemos logo as festividades do
feriado.
Um mal-intencionado sugeriu que se desse por encerrada a aula e começássemos logo as festividades do
feriado.

Vamos imaginar rupturas lógicas:

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Um mal-intencionado sugere que se desse por encerrada a aula e começássemos logo as festividades do
feriado.

Um mal-intencionado sugeria que se dê por encerrada a aula e comecemos logo as festividades do feriado.

Um mal-intencionado sugeriu que se dê por encerrada a aula e comecemos logo as festividades do feriado.

ALTERNATIVA D - ERRADO
Não faz sentido o uso do pretérito mais-que-perfeito "acabara", pois não se trata de uma ação anterior a
outra já concluída.

Assim, é conveniente empregar o pretérito perfeito "acabou".


O correto, então, seria: "Depois de haver adormecido por três dias na cama de um hospital, o paciente
acabou sendo salvo por um milagre divino.

ALTERNATIVA E - CORRETO - Há uma esperada harmonia entre os pretéritos perfeitos "conteve" e


"permitiu".

Vamos imaginar casamentos possíveis:

Já informado do salvamento da paciente, o familiar não se conteve de alegria e se permitiu não comparecer à
reunião com o chefe.
Já informado do salvamento da paciente, o familiar não se contém de alegria e se permite não comparecer à
reunião com o chefe.

Já informado do salvamento da paciente, o familiar não se continha de alegria e se permitia não comparecer à
reunião com o chefe.
Vamos imaginar rupturas lógicas:

Já informado do salvamento da paciente, o familiar não se contém de alegria e se permitiu não comparecer à
reunião com o chefe.
Já informado do salvamento da paciente, o familiar não se conteve de alegria e se permite não comparecer à
reunião com o chefe.

Já informado do salvamento da paciente, o familiar não se conteve de alegria e se permite não comparecer à
reunião com o chefe.
Resposta: D

79. INÉDITA
“O Governo deve, em 2019, devido à carência de quadro efetivo nos órgãos-chave da Administração Pública,
contratar número expressivo de servidores públicos.”

A transposição desse período para a voz passiva terá como resultado a seguinte forma verbal:
a) devem ser contratados

b) deve ser contratado

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c) têm sido contratados

d) devem ser contratados

e) está contratando
RESOLUÇÃO:

Na conversão da voz ativa para a voz passiva, os seguintes procedimentos devem ser observados:

O verbo principal na voz ativa assume a forma particípio na voz passiva analítica.

Na voz passiva analítica, acrescenta-se o verbo "ser" flexionado no mesmo tempo do verbo principal na voz
ativa.

O sujeito da voz ativa se converte em agente da passiva; e o objeto direto da voz ativa se converte em sujeito
na voz passiva.

Podemos resumir, dessa forma, o processo de conversão de voz ativa em passiva analítica da seguinte forma:

Assim, a forma O Governo (Sujeito Agente) deve contratar (Verbo) número expressivo de servidores
públicos (Objeto Direto Paciente) - na voz ativa - é equivalente à construção Número expressivo de servidores
públicos deve ser contratado (Verbo Auxiliar SER + Verbo Principal no Particípio) pelo governo... - na voz
passiva.
A forma verbal resultante é, portanto, “deve ser contratado”.

Observação:
O auxiliar que se encontra na voz ativa permanece na voz passiva analítica. O que ocorre nessa transposição
é o acréscimo do auxiliar SER. Dessa forma, podemos contabilizar sempre um verbo a mais na conversão da voz
ativa para passiva, e este verbo é o auxiliar SER.

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Deve-se tomar o devido cuidado com a flexão do auxiliar “deve” e do particípio “contratado”, que devem
concordar com o núcleo do sujeito paciente “Número”.

Resposta: B

80. INÉDITA

Observadas a regência e a flexão verbal, está correta a seguinte frase:


a) O apartamento que, na época, nos instalamos era o que tínhamos condições de pagar, porém havia um acordo:
se todos se mantessem em seus empregos durante razoável tempo, haveria chance de nos mudarmos para um
lugar mais espaçoso.
b) Irritei-me com tantos abaixo-assinados e requis transferência daquele desagradável departamento.

c) Afirmam que o funcionário atribue toda aquela discussão a uma intolerância por parte dos militantes.

d) Intermedio o encontro entre os candidatos à Presidência da República, para que haja uma coerente moderação
durante o debate.
e) Sentiu-se ofendido com a proposta e pensou que, se propusesse alterações em algumas cláusulas do contrato,
teria um sucesso na negociação.
RESOLUÇÃO:
ALTERNATIVA A – ERRADO – O primeiro erro se refere à ausência da preposição “em” antes do pronome
relativo “que”, exigida pela regência da forma verbal “nos instalamos” (nos instalamos em algum lugar); o segundo
erro refere-se à forma verbal “mantessem”, cuja flexão correta seria “mantivessem” (se tivessem > se
mantivessem).
ALTERNATIVA B – ERRADO - A forma verbal “requis” está flexionada de forma equivocada. O correto seria
“requereu”. Há de se ressaltar que o verbo “requerer” não é derivado do verbo “querer”.
ALTERNATIVA C - ERRADO – A forma verbal “atribue” está flexionada de forma equivocada. O correto
seria “atribui”, padrão de conjugação de Presente do Indicativo de verbos terminados em –uir: ele possui; ele
constitui; ele obstrui; ...

ALTERNATIVA D – ERRADO - A forma verbal “Intermedio” está flexionada de forma equivocada. O correto
seria “Intermedeio”, padrão de conjugação de Presente do Indicativo dos verbos odiar, nomear, renomear, mediar,
remediar, ansiar: eu odeio; eu nomeio; eu renomeio; eu medeio; eu remedeio; eu anseio ...

ALTERNATIVA E – CORRETO – A redação apresentada se mostra correta. Há de se ressaltar a forma


“propusesse”, que corresponde ao verbo “propor”, derivado do verbo “pôr” (se pusesse >> se propusesse.)
Resposta: E

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81. INÉDITA

Você está conectado?

Alguns anos atrás, a palavra "conectividade" dormia em paz, em desuso, nos dicionários, lembrando vagamente
algo como ligação, conexão. Agora, na era da informática e de todas as mídias, a palavra pulou para dentro da
cena e ninguém mais admite viver sem estar conectado. Desconfio que seja este o paradigma dominante dos
últimos e dos próximos anos, em nossa aldeia global: o primado das conexões.

No ônibus de viagem, de que me valho regularmente, sou quase uma ilha em meio às mais variadas conexões: do
vizinho da direita vaza a chiadeira de um fone de ouvido bastante ineficaz; do rapazinho à esquerda chega a viva
conversa que mantém há quinze minutos com a mãe, pelo celular; logo à frente um senhor desliza os dedos no
laptop no colo, e se eu erguer um pouquinho os olhos dou com o vídeo − um filme de ação − que passa nos quatro
monitores estrategicamente posicionados no ônibus. Celulares tocam e são atendidos regularmente, as falas se
cruzam, e eu nunca mais consegui me distrair com o lento e mudo crepúsculo, na janela do ônibus.
Não senhor, não são inocentes e efêmeros hábitos modernos: a conectividade irrestrita veio para ficar e conduzir
a humanidade a não sabemos qual destino. As crianças e os jovens nem conseguem imaginar um mundo que não
seja movido pela fusão das mídias e surgimento de novos suportes digitais. Tanta movimentação faz crer que,
enfim, os homens estreitaram de vez os laços da comunicação.
Que nada. Olhe bem para o conectado ao seu lado. Fixe-se nele sem receio, ele nem reparará que está sendo
observado. Está absorto em sua conexão, no paraíso artificial onde o som e a imagem valem por si mesmos,
linguagens prontas em que mergulha para uma travessia solitária. A conectividade é, de longe, o maior disfarce
que a solidão humana encontrou. É disfarce tão eficaz que os próprios disfarçados não se reconhecem como tais.
Emitimos e cruzamos frenéticos sinais de vida por todo o planeta: seria esse, Dr. Freud, o sintoma maior de nossas
carências permanentes?
Assinale o trecho que contém uma passagem na voz passiva
a) ... a palavra pulou para dentro da cena...

b) Fixe-se nele sem receio...

c) ... ele nem reparará que está sendo observado.


d) A conectividade é, de longe, o maior disfarce que a solidão humana encontrou.
e) ... as falas se cruzam, e eu nunca mais consegui me distrair com o lento e mudo crepúsculo, na janela do ônibus.

RESOLUÇÃO:
A voz passiva indica que o sujeito sofre a ação verbal (sujeito paciente). Pode apresentar-se das seguintes
maneiras:

Analítica (ser + particípio do verbo principal):

Exemplos:
Os exercícios foram feitos.

As meninas eram conduzidas pelos pais.

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Sintética ou Pronominal (3ª pessoa – verbo principal + "se"):

Exemplos:

Fizeram-se os exercícios (= Os exercícios foram feitos).


Cantam-se canções de ninar (Canções de ninar são cantadas).

Quebrou-se o violão (O violão foi quebrado).

O “se”, neste caso, é chamado de pronome apassivador.


Observação

Pelos exemplos acima, pode-se perceber que o verbo principal apresenta-se conjugado na terceira pessoa
do singular ou plural, de acordo com o sujeito paciente.
Observe que, tanto na forma analítica quanto na sintética, apenas os verbos transitivos diretos e transitivos
diretos e indiretos vão para a voz passiva. Em orações com verbos intransitivos ou transitivos indiretos ou de
ligação, a voz passiva não ocorre.
Analisemos letra a letra:

ALTERNATIVA A – ERRADO – Não ocorre a presença nem do verbo auxiliar “ser” nem do “se”, não havendo
possibilidade de se ter voz passiva.

No caso, o sujeito “a palavra” é agente da ação verbal “pular”, configurando voz ativa.

ALTERNATIVA B – ERRADO – O “se” não é um pronome apassivador. É sim um pronome reflexivo. É


possível verificar isso, reescrevendo a frase da seguinte forma: “Fixe a si mesmo nele sem receio.”.

Isso posto, trata-se de uma voz reflexiva.


ALTERNATIVA C – CERTO – Temos a presença do verbo auxiliar “ser” – “sendo” – e do verbo principal no
particípio – “observado”. Configura-se, assim, um caso de voz passiva analítica.
ALTERNATIVA D – ERRADO – Até ocorre a presença do verbo “ser”, mas não há a presença de um verbo
principal no particípio. No trecho “A conectividade é, de longe, o maior disfarce”, não ocorre a flexão de voz, haja
vista que o verbo é de ligação. Já no trecho “que a solidão humana encontrou”, o sujeito “solidão humana” é agente
da ação verbal “encontrar”, configurando-se, assim, voz ativa.
ALTERNATIVA E – ERRADO – No trecho “as falas se cruzam”, temos uma voz reflexiva recíproca. Notemos
a presença do pronome recíproco “se” (as falas se cruzam = as falas cruzam umas com as outras).

Já no trecho “eu nunca mais consegui me distrair”, temos uma voz reflexiva. Notemos a presença do pronome
reflexivo “me” (eu nunca mais consegui me distrair = eu nunca mais consegui distrair a mim mesmo).

Resposta: C

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Lista de Questões
1. CESPE – Polícia Rodoviária Federal/2019

Não consigo pensar em um cargo público mais empolgante que o desse homem. Claro que o cargo, se existia, já
foi extinto, e o homem da luz já deve ter se transferido para o mundo das trevas eternas.

A correção gramatical e os sentidos do texto seriam mantidos caso a forma verbal “existia” fosse substituída
por “existisse”.
( ) CERTO ( ) ERRADO

2. CESPE – SEFAZ RS/2019

Liszt, no entanto, registraria que um erro tipográfico invertera, no programa do concerto, os nomes de Pixis e
Beethoven...

Os sentidos originais e a correção gramatical do texto 1A11-I seriam preservados se a forma verbal “invertera”
(R.20) fosse substituída por

a) inverteria.
b) teria invertido.

c) invertesse.
d) havia invertido.
e) houve de inverter

3. CESPE - TMCI (CGM J Pessoa)/Pref João Pessoa/2018

A corrupção é uma doença da alma. Como todas as doenças, ela não acomete a todos. Muitas pessoas são
suscetíveis a ela, outras não. A corrupção é uma doença que deve ser combatida por meio de uma vacina: a
educação. Uma educação de qualidade para todos os brasileiros deverá exercitar o pensamento e a crítica
argumentada e, principalmente, introduzir e consolidar virtudes como a solidariedade e a ética. Devemos preparar
uma nova geração na qual a corrupção seja um fenômeno do passado.
Nesse futuro não tão remoto, teremos conquistado a utopia de uma verdadeira justiça social.
Isaac Roitman. Corrupção e democracia. Internet: <https://noticias.unb.br> (com adaptações).

Com relação aos sentidos e aos aspectos gramaticais do texto apresentado, julgue o item a seguir.

A substituição de “teremos conquistado” por conquistaremos manteria os sentidos originais do texto.

( ) CERTO ( ) ERRADO

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4. CESPE - PM MA/2018

Texto CG2A1BBB

A respeito de aspectos linguísticos do texto CG2A1BBB, julgue o item.

A forma verbal empregada no trecho “ENTRE NESTA LUTA!” sinaliza a intenção do autor do texto de levar os
leitores a executarem determinada ação ou a desenvolverem determinado comportamento.
( ) CERTO ( ) ERRADO

5. CESPE - Aud (CAGE RS)/SEFAZ RS/2018

Texto 1A9AAA
Estas memórias ficariam injustificavelmente incompletas se nelas eu não narrasse, ainda que de modo breve, as
andanças em que me tenho largado pelo mundo na companhia de minha mulher e de meus fantasmas particulares.
Desde criança fui possuído pelo demônio das viagens. Essa encantada curiosidade de conhecer alheias terras e
povos visitou-me repetidamente a mocidade e a idade madura. Mesmo agora, quando já diviso a brumosa porta
da casa dos setenta, um convite à viagem tem ainda o poder de incendiar-me a fantasia.
Na minha opinião, existem duas categorias principais de viajantes: os que viajam para fugir e os que viajam para
buscar. Considero-me membro deste último grupo, embora em 1943, nauseado pelo ranço fascista de nosso
Estado Novo, eu haja fugido com toda a família do Brasil para os Estados Unidos, onde permanecemos dois anos.
O que pretendo fazer agora é apresentar ao leitor, por assim dizer, alguns diapositivos e filmes verbais dos lugares
por onde passamos e das pessoas que encontramos, tudo assim à maneira impressionista, e sem rigorosa ordem
cronológica.
Usei como título deste capítulo, dedicado a minhas viagens, uma expressão popular que suponho de origem
gauchesca: mundo velho sem porteira. Tenho-a ouvido desde menino, da boca de velhos parentes e amigos, de
tropeiros, peões de estância, índios vagos, gente da rua... Minha própria mãe empregava-a com frequência e
costumava pontuá-la com um fundo suspiro de queixa. As pessoas em geral pareciam usar essa frase para

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descrever um mundo que se lhes afigurava não só incomensurável como também misterioso, absurdo, sem pé
nem cabeça...

Parece a mim, entretanto, que na sua origem essa exclamação manifestava apenas a certeza popular de que Deus
fizera o mundo sem nenhuma porteira a fim de que nele não houvesse divisões e diferenças entre países e povos
— gente rica e gente pobre, fartos e famintos, uns com terra demais, outros sem terra nenhuma. Em suma, o que
o Velho queria mesmo era um mundo que fosse de todo mundo. É neste sentido que desejo seja interpretada a
frase que encabeça esta divisão do presente volume.
Quem me lê poderá objetar que basta a gente passar os olhos pelo jornal desta manhã para verificar que o mundo
nunca teve tantas e tão dramáticas porteiras como em nossos dias... Mas que importa? Um dia as porteiras hão de
cair, ou alguém as derrubará. “Para erguer outras ainda mais terríveis” — replicará o leitor cético. Ora, amigo,
precisamos ter na vida um mínimo de otimismo e esperança para poder ir até ao fim da picada. Você não concorda?
Ô mundo velho sem porteira!
Erico Veríssimo. Solo de clarineta: memórias. Porto Alegre: Globo, v. 2, 1976, p. 57-58 (com adaptações).

Assinale a opção que apresenta uma forma / locução verbal do texto 1A9AAA que denota uma ação / um fato que
ocorreu repetidamente no passado e que se prolonga até o momento da narração do texto.
a) “tenho largado”

b) “fui possuído”

c) “tem”
d) “haja fugido”
e) “narrasse”

6. CESPE - AJ (STM)/2018

Texto CB1A1AAA
Não sou de choro fácil a não ser quando descubro qualquer coisa muito interessante sobre ácido
desoxirribonucleico. Ou quando acho uma carta que fale sobre a descoberta de um novo modelo para a estrutura
do ácido desoxirribonucleico, uma carta que termine com “Muito amor, papai”. Francis Crick descobriu o desenho
do DNA e escreveu a seu filho só para dizer que “nossa estrutura é muito bonita”. Estrutura, foi o que ele falou.
Antes de despedir-se ainda disse: “Quando chegar em casa, vou te mostrar o modelo”. Não esqueça os dois
pacotes de leite, passe para comprar pão, guarde o resto do dinheiro para seus caramelos e, quando chegar, eu
mostro a você o mecanismo copiador básico a partir do qual a vida vem da vida.

Não sou de choro fácil, mas um composto orgânico cujas moléculas contêm as instruções genéticas que
coordenam o desenvolvimento e o funcionamento de todos os seres vivos me comove. Cromossomas me animam,
ribossomas me espantam. A divisão celular não me deixa dormir, e olha que eu moro bem no meio das montanhas.

De vez em quando vejo passarem os aviões, mas isso nunca acontece de madrugada — a noite se guarda toda para
o infinito silêncio.

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Acho que uma palavra é muito mais bonita do que uma carabina, mas não sei se vem ao caso. Nenhuma palavra
quer ferir outras palavras: nem desoxirribonucleico, nem montanha, nem canção. Todos esses conceitos têm os
seus sinônimos, veja só, ácido desoxirribonucleico e DNA são exatamente a mesma coisa, e os do resto das
palavras você acha. É tudo uma questão de amor e prisma, por favor não abra os canhões. Que coisa mais linda
esse ácido despenteado, caramba. Olhei com mais atenção o desenho da estrutura e descobri: a raça humana é
toda brilho.

Matilde Campilho. Notícias escrevinhadas na beira da estrada. In: Jóquei. São Paulo: Editora 34, 2015, p. 26-7 (com
adaptações).
Julgue o item, a seguir, com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto CB1A1AAA, no qual a autora
Matilde Campilho aborda a descoberta, em 1953, da estrutura da molécula do DNA, correalizada pelos
cientistas James Watson e Francis Crick.
A forma verbal “termine”, que denota uma ação incerta ou irreal, foi empregada para indicar que a carta que Crick
escreveu a seu filho, na realidade, não se encerra com as palavras ‘Muito amor, papai`.

( ) CERTO ( ) ERRADO

7. CESPE – TJ/STM/ 2018


Texto CB4A1BBB

O Zoológico de Sapucaia do Sul abrigou um dia um macaco chamado Alemão. Em um domingo de Sol, Alemão
conseguiu abrir o cadeado de sua jaula e escapou. O largo horizonte do mundo estava à sua espera. As árvores do
bosque estavam ao alcance de seus dedos. Ele passara a vida tentando abrir aquele cadeado. Quando conseguiu,
em vez de mergulhar na liberdade, desconhecida e sem garantias, Alemão caminhou até o restaurante lotado de
visitantes. Pegou uma cerveja e ficou bebericando no balcão.
Um zoológico serve para muitas coisas, algumas delas edificantes. Mas um zoológico serve, principalmente, para
que o homem tenha a chance de, diante da jaula do outro, certificar-se de sua liberdade e da superioridade de sua
espécie. Ele pode então voltar para o apartamento financiado em quinze anos satisfeito com sua vida. Pode abrir
as grades da porta contente com seu molho de chaves e se aboletar no sofá em frente à TV; acordar na segunda-
feira feliz para o batente.
Há duas maneiras de se visitar um zoológico: com ou sem inocência. A primeira é a mais fácil e a única com
satisfação garantida. A outra pode ser uma jornada sombria para dentro do espelho, sem glamour e também sem
volta.

Os tigres-de-bengala são reis de fantasia. Têm voz, possuem músculos, são magníficos. Mas, nascidos em
cativeiro, já chegaram ao mundo sem essência. São um desejo que nunca se tornará realidade. Adivinham as selvas
úmidas da Ásia, mas nem sequer reconhecem as estrelas. Quando o Sol escorrega sobre a região metropolitana,
são trancafiados em furnas de pedra, claustrofóbicas. De nada servem as presas a caçadores que comem carne de
cavalo abatido em frigorífico. De nada serve a sanha a quem dorme enrodilhado, exilado não do que foi, mas do
que poderia ter sido.
Eliane Brum. O cativeiro. In: A vida que ninguém vê. Porto Alegre: Arquipélago, 2006, p. 53-4 (com adaptações).

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Com relação aos sentidos e aos aspectos gramaticais do texto CB4A1BBB, julgue o item que se segue.

A forma verbal “passara” denota um fato ocorrido antes de duas outras ações também já concluídas, as quais são
descritas nos dois períodos imediatamente anteriores ao período em que ela se insere.

( ) CERTO ( ) ERRADO

8. CESPE - Ana Port I (EMAP) /2018

Texto

O Juca era da categoria das chamadas pessoas sensíveis, dessas a que tudo lhes toca e tange. Se a gente lhe
perguntasse: “Como vais, Juca?”, ao que qualquer pessoa normal responderia “Bem, obrigado!” — com o Juca a
coisa não era assim tão simples. Primeiro fazia uma cara de indecisão, depois um sorriso triste contrabalançado
por um olhar heroicamente exultante, até que esse exame de consciência era cortado pela voz do interlocutor, que
começava a falar chãmente em outras coisas, que, aliás, o Juca não estava ouvindo... Porque as pessoas sensíveis
são as criaturas mais egoístas, mais coriáceas, mais impenetráveis do reino animal. Pois, meus amigos, da última
vez que vi o Juca, o impasse continuava... E que impasse!
Estavam-lhe ministrando a extrema-unção. E, quando o sacerdote lhe fez a tremenda pergunta, chamando-o pelo
nome: “Juca, queres arrepender-te dos teus pecados?”, vi que, na sua face devastada pela erosão da morte, a
Dúvida começava a redesenhar, reanimando-a, aqueles seus trejeitos e caretas, numa espécie de ridícula
ressurreição. E a resposta não foi “sim” nem “não”; seria acaso um “talvez”, se o padre não fosse tão compreensivo.
Ou apressado. Despachou-o num átimo e absolvido.
Que fosse amolar os anjos lá no Céu!

E eu imagino o Juca a indagar, até hoje:


— Mas o senhor acha mesmo, sargento Gabriel, que ele poderia ter-me absolvido?
Mário Quintana Prosa & Verso Porto Alegre: Globo, 1978, p 65 (com adaptações)

Com relação às estruturas linguísticas e aos sentidos do texto, julgue o item a seguir.

Caso a forma verbal “era” fosse substituída por seria, a respectiva afirmação sobre o comportamento de Juca seria
mais categórica que a que se verifica no texto.
( ) CERTO ( ) ERRADO

9. CESPE - TJ STJ/STJ/Administrativa/2018

Texto CB4A1AAA
As discussões em torno de questões como “o que é justiça?” ou “quais são os mecanismos disponíveis para produzir
situações cada vez mais justas ao conjunto da sociedade?” não são novidade. Autores do século XIX já procuravam
construir análises para identificar qual o sentido exato do termo justiça e quais formas de promovê-la eram
possíveis e desejáveis ao conjunto da sociedade à época. O debate se enquadra em torno de três principais ideias:
bem-estar; liberdade e desenvolvimento; e promoção de formas democráticas de participação. Autores

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importantes do campo da ciência política e da filosofia política e moral se debruçaram intensamente em torno
dessa questão ao longo do século XX, e chegaram a conclusões diversas uns dos outros. Embora a perspectiva
analítica de cada um desses autores divirja entre si, eles estão preocupados em desenvolver formas de promoção
de situações de justiça social e têm hipóteses concretas para se chegar a esse estado de coisas.

Para Amartya Sen, por exemplo, a injustiça é percebida e mensurada por meio da distribuição e do alcance social
das liberdades. Para Rawls, ela se manifesta principalmente nas estruturas básicas da sociedade e sua solução
depende de uma nova forma de contrato social e de uma definição de princípios básicos que criem condições de
promoção de justiça. Já para Habermas, a questão gira em torno da manifestação no campo da ação comunicativa,
na qual a fragilidade de uma ação coletiva que tenha pouco debate ou pouca representação pode enfraquecer a
qualidade da democracia e, portanto, interferir no seu pleno funcionamento, tendo, por consequência,
desdobramentos sociais injustos. Em síntese, os autores argumentam a favor de instrumentos variados para a
solução da injustiça, os quais dependem da interpretação de cada um deles acerca do conceito de justiça.
Augusto Leal Rinaldi. Justiça, liberdade e democracia. In: Pensamento Plural. Pelotas [12]: 57-74, jan.-jun./2013
(com adaptações).

A respeito dos aspectos linguísticos do texto CB4A1AAA, julgue o item.


Embora haja semelhança de sentido entre os verbos divergir e diferir, a substituição da forma verbal “divirja” por
difere prejudicaria a correção gramatical do texto.

( ) CERTO ( ) ERRADO

10. CESPE - OI (ABIN)/2018

Texto
No começo dos anos 40, os submarinos alemães estavam dizimando os cargueiros dos aliados no Atlântico Norte.
O jogo virou apenas em 1943, quando Alan Turing desenvolveu a Bomba, um aparelho capaz de desvendar os
segredos da máquina de criptografia nazista chamada de Enigma. A complexidade da Enigma — uma máquina
eletromagnética que substituía letras por palavras aleatórias escolhidas de acordo com uma série de rotores —
estava no fato de que seus elementos internos eram configurados em bilhões de combinações diferentes, sendo
impossível decodificar o texto sem saber as configurações originais. Após espiões poloneses terem roubado uma
cópia da máquina, Turing e o campeão de xadrez Gordon Welchman construíram uma réplica da Enigma na base
militar de Bletchey Park. A máquina replicava os rotores do sistema alemão e tentava reproduzir diferentes
combinações de posições dos rotores para testar possíveis soluções. Após quatro anos de trabalho, Turing
conseguiu quebrar a Enigma, ao perceber que as mensagens alemãs criptografadas continham palavras
previsíveis, como nomes e títulos dos militares. Turing usava esses termos como ponto de partida, procurando
outras mensagens em que a mesma letra aparecia no mesmo espaço em seu equivalente criptografado.

Gabriel Garcia. 5 descobertas de Alan Turing que mudaram o rumo da história. In: Exame, 2/fev./2015. Internet:
<https://exame.abril.com.br> (com adaptações).

Considerando os aspectos linguísticos do texto, julgue o item subsequente.

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Do emprego da forma “estavam dizimando” infere-se que a ação de dizimar foi contínua durante a época citada
no início do primeiro período do texto.

( ) CERTO ( ) ERRADO

11. CESPE - Aud Est (TCM-BA)/ 2018


A questão baseia no texto apresentado abaixo.

Ainda existem pessoas para as quais a greve é um “escândalo”: isto é, não só um erro, uma desordem ou um delito,
mas também um crime moral, uma ação intolerável que perturba a própria natureza. “Inadmissível”,
“escandalosa”, “revoltante”, dizem alguns leitores do Figaro, comentando uma greve recente. Para dizer a
verdade, trata-se de uma linguagem do tempo da Restauração, que exprime a sua mentalidade profunda. É a
época em que a burguesia, que assumira o poder havia pouco tempo, executa uma espécie de junção entre a moral
e a natureza, oferecendo a uma a garantia da outra. Temendo-se a naturalização da moral, moraliza-se a natureza;
finge-se confundir a ordem política e a ordem natural, e decreta-se imoral tudo o que conteste as leis estruturais
da sociedade que se quer defender. Para os prefeitos de Carlos X, assim como para os leitores do Figaro de hoje, a
greve constitui, em primeiro lugar, um desafio às prescrições da razão moralizada: “fazer greve é zombar de todos
nós”, isto é, mais do que infringir uma legalidade cívica, é infringir uma legalidade “natural”, atentar contra o bom
senso, misto de moral e lógica, fundamento filosófico da sociedade burguesa.

Nesse caso, o escândalo provém de uma ausência de lógica: a greve é escandalosa porque incomoda precisamente
aqueles a quem ela não diz respeito. É a razão que sofre e se revolta: a causalidade direta, mecânica, essa
causalidade é perturbada; o efeito se dispersa incompreensivelmente longe da causa, escapa-lhe, o que é
intolerável e chocante. Ao contrário do que se poderia pensar sobre os sonhos da burguesia, essa classe tem uma
concepção tirânica, infinitamente suscetível, da causalidade: o fundamento da moral que professa não é de modo
algum mágico, mas, sim, racional. Simplesmente, trata-se de uma racionalidade linear, estreita, fundada, por
assim dizer, numa correspondência numérica entre as causas e os efeitos. O que falta a essa racionalidade é,
evidentemente, a ideia das funções complexas, a imaginação de um desdobramento longínquo dos
determinismos, de uma solidariedade entre os acontecimentos, que a tradição materialista sistematizou sob o
nome de totalidade.

Roland Barthes. O usuário da greve. In: R. Barthes. Mitologias. Tradução de Rita Buongermino, Pedro de Souza e
Rejane Janowitzer. Rio de Janeiro: DIFEL, 2007, p. 135-6 (com adaptações).

No texto, com o emprego da forma verbal “assumira”, exprime-se

a) a continuidade de uma ação ocorrida no passado.

b) a concomitância de uma ação em relação a outra.

c) o resultado presente de ação ocorrida no passado.

d) o ponto inicial de ação ocorrida no passado.


e) a anterioridade de uma ação em relação a outra.

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12. CESPE - AJ (STM)/2018

Texto CB1A1BBB

Esse rapaz que, em Deodoro, quis matar a ex-noiva e suicidou-se em seguida é um sintoma da revivescência de
um sentimento que parecia ter morrido no coração dos homens: o domínio sobre a mulher. Há outros casos. (...)
Todos esses senhores parece que não sabem o que é a vontade dos outros. Eles se julgam com o direito de impor
o seu amor ou o seu desejo a quem não os quer. Não sei se se julgam muito diferentes dos ladrões à mão armada;
mas o certo é que estes não nos arrebatam senão o dinheiro, enquanto esses tais noivos assassinos querem tudo
que há de mais sagrado em outro ente, de pistola na mão. O ladrão ainda nos deixa com vida, se lhe passamos o
dinheiro; os tais passionais, porém, nem estabelecem a alternativa: a bolsa ou a vida. Eles, não; matam logo. Nós
já tínhamos os maridos que matavam as esposas adúlteras; agora temos os noivos que matam as ex-noivas. De
resto, semelhantes cidadãos são idiotas. É de se supor que quem quer casar deseje que a sua futura mulher venha
para o tálamo conjugal com a máxima liberdade, com a melhor boa- vontade, sem coação de espécie alguma, com
ardor até, com ânsia e grandes desejos; como é então que se castigam as moças que confessam não sentir mais
pelos namorados amor ou coisa equivalente?

Todas as considerações que se possam fazer tendentes a convencer os homens de que eles não têm sobre as
mulheres domínio outro que não aquele que venha da afeição não devem ser desprezadas. Esse obsoleto domínio
à valentona, do homem sobre a mulher, é coisa tão horrorosa que enche de indignação.

Todos os experimentadores e observadores dos fatos morais têm mostrado a insanidade de generalizar a
eternidade do amor. Pode existir, existe, mas excepcionalmente; e exigi-la nas leis ou a cano de revólver é um
absurdo tão grande como querer impedir que o Sol varie a hora do seu nascimento. Deixem as mulheres amar à
vontade.
Não as matem, pelo amor de Deus.
Lima Barreto. Não as matem. In: Vida urbana. São Paulo: Brasiliense, 1963, p. 83-5 (com adaptações).
Com relação aos sentidos e aos aspectos gramaticais do texto CB1A1BBB, julgue o item que se segue.

O vocábulo se recebe a mesma classificação em “se julgam” e “se castigam”.

( ) CERTO ( ) ERRADO

13. CESPE - Tec Enf (IHB DF)/IHB DF/2018

Texto CG2A1AAA

A vida de Florence Nightingale, a criadora da moderna enfermagem, daria um romance. Florence estava destinada
a receber uma boa educação, a casar-se com um cavalheiro de fina estirpe, a ter filhos, a cuidar da casa e da família.
Mas logo ficou claro que a menina não se conformaria a esse modelo. Era diferente; gostava de matemática, e era
o que queria estudar (os pais não deixaram). Aos dezesseis anos, algo aconteceu: Deus falou-me — escreveu depois
— e convocou-me para servi-lo.

Servir a Deus significava, para ela, cuidar dos enfermos, e especialmente dos enfermos hospitalizados. Naquela
época, os hospitais curavam tão pouco e eram tão perigosos (por causa da sujeira, do risco de infecção) que os

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ricos preferiam tratar-se em casa. Hospitalizados eram só os pobres, e Florence preparou-se para cuidar deles,
praticando com os indigentes que viviam próximos à sua casa. Viajou por toda a Europa, visitando hospitais. Coisa
que os pais não viam com bons olhos: enfermeiras eram consideradas pessoas de categoria inferior, de vida
desregrada. Mas Florence foi em frente e logo surgiu a oportunidade para colocar em prática o que aprendera.
Sidney Herbert, membro do governo inglês e amigo pessoal, pediu-lhe que chefiasse um grupo de enfermeiras
enviadas para o front turco, uma tarefa a que Florence entregou-se de corpo e alma; providenciava comida,
remédios, agasalhos, além de supervisionar o trabalho das enfermeiras. Mais que isso, fez estudos estatísticos (sua
vocação matemática enfim triunfou) mostrando que a alta mortalidade dos soldados resultava das péssimas
condições de saneamento.
Isso tudo não quer dizer que Florence fosse, pelos padrões habituais, uma mulher feliz. Para começar, não havia,
em sua vida, lugar para ligações amorosas. Cortejou-a o político e poeta Richard Milnes, Barão Houghton, mas ela
rejeitou-o. Ao voltar da guerra, algo estranho lhe aconteceu: recolheu-se ao leito e nunca mais deixou o quarto.
É possível, e até provável, que isso tenha resultado de brucelose, uma infecção crônica contraída durante a guerra;
mas havia aí um óbvio componente emocional, uma forma de fuga da realidade. Contudo — Florence era Florence
—, mesmo acamada, continuou trabalhando intensamente. Colaborou com a comissão governamental sobre
saúde dos militares, fundou uma escola para treinamento de enfermeiras, escreveu um livro sobre esse
treinamento.

Estranha, a Florence Nightingale? Talvez. Mas estranheza pode estar associada a qualidades admiráveis. Grande
e estranho é o mundo; grandes, ainda que estranhas, são muitas pessoas. E se elas têm grandeza, ao mundo pouco
deve importar que sejam estranhas.

Moacyr Scliar. Uma estranha, e admirável, mulher. Internet: <http://moacyrscliar.blogspot.com.br> (com


adaptações).
Acerca dos aspectos linguísticos do texto CG2A1AAA, julgue o item.

Nos trechos “Florence preparou-se” e “Florence entregou-se” , a partícula “se” classifica-se como pronome
apassivador.
( ) CERTO ( ) ERRADO

14. CESPE - Assistente Administrativo (EBSERH)/2018


Texto

O Brasil, durante a maior parte da sua história, manteve uma cultura familista e pró-natalista. Por cerca de 450
anos, o incentivo à fecundidade elevada era justificado em função da prevalência de altas taxas de mortalidade,
dos interesses da colonização portuguesa, da expansão da ocupação territorial e do crescimento do mercado
interno.

Durante o período do Estado Novo (1937-1945), no governo de Getúlio Vargas, foram adotados dispositivos legais
para fortalecer a família numerosa, por meio de diversas medidas: desestímulo ao trabalho feminino; facilidades
para a aquisição de casa própria pelos indivíduos que pretendessem se casar; complemento de renda dos casados

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com filhos e regras que privilegiavam os homens casados e com filhos quanto ao acesso e à promoção no serviço
público.

O artigo 124 da Constituição Brasileira de 1937 afirmava: “A família, constituída pelo casamento indissolúvel, está
sob a proteção especial do Estado. Às famílias numerosas serão atribuídas compensações na proporção de seus
encargos”. Naquele período, além dos incentivos ao casamento e à reprodução, vigia uma legislação que proibia
o uso de métodos contraceptivos e o aborto: o Decreto Federal n.º 20.291, de 1932, que vedava a prática médica
que tivesse por fim impedir a concepção ou interromper a gestação, e a Lei das Contravenções Penais, sancionada
em 1941, que proibia “anunciar processo, substância ou objeto destinado a provocar o aborto ou evitar a gravidez”.
José Eustáquio Diniz Alves O planejamento familiar no Brasil Internet: <www ecodebate com br> (com
adaptações)

Com relação a aspectos linguísticos do texto, julgue o item seguinte.


A forma verbal “vigia” tem, no texto, o sentido de estava vigente.

( ) CERTO ( ) ERRADO

15. CESPE - Auditor Estadual (TCM-BA) /2018


A questão baseia no texto apresentado abaixo.
Ainda existem pessoas para as quais a greve é um “escândalo”: isto é, não só um erro, uma desordem ou um delito,
mas também um crime moral, uma ação intolerável que perturba a própria natureza. “Inadmissível”,
“escandalosa”, “revoltante”, dizem alguns leitores do Figaro, comentando uma greve recente. Para dizer a
verdade, trata-se de uma linguagem do tempo da Restauração, que exprime a sua mentalidade profunda. É a
época em que a burguesia, que assumira o poder havia pouco tempo, executa uma espécie de junção entre a moral
e a natureza, oferecendo a uma a garantia da outra. Temendo-se a naturalização da moral, moraliza-se a natureza;
finge-se confundir a ordem política e a ordem natural, e decreta-se imoral tudo o que conteste as leis estruturais
da sociedade que se quer defender. Para os prefeitos de Carlos X, assim como para os leitores do Figaro de hoje, a
greve constitui, em primeiro lugar, um desafio às prescrições da razão moralizada: “fazer greve é zombar de todos
nós”, isto é, mais do que infringir uma legalidade cívica, é infringir uma legalidade “natural”, atentar contra o bom
senso, misto de moral e lógica, fundamento filosófico da sociedade burguesa.

Nesse caso, o escândalo provém de uma ausência de lógica: a greve é escandalosa porque incomoda precisamente
aqueles a quem ela não diz respeito. É a razão que sofre e se revolta: a causalidade direta, mecânica, essa
causalidade é perturbada; o efeito se dispersa incompreensivelmente longe da causa, escapa-lhe, o que é
intolerável e chocante. Ao contrário do que se poderia pensar sobre os sonhos da burguesia, essa classe tem uma
concepção tirânica, infinitamente suscetível, da causalidade: o fundamento da moral que professa não é de modo
algum mágico, mas, sim, racional. Simplesmente, trata-se de uma racionalidade linear, estreita, fundada, por
assim dizer, numa correspondência numérica entre as causas e os efeitos. O que falta a essa racionalidade é,
evidentemente, a ideia das funções complexas, a imaginação de um desdobramento longínquo dos
determinismos, de uma solidariedade entre os acontecimentos, que a tradição materialista sistematizou sob o
nome de totalidade.

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Roland Barthes. O usuário da greve. In: R. Barthes. Mitologias. Tradução de Rita Buongermino, Pedro de Souza e
Rejane Janowitzer. Rio de Janeiro: DIFEL, 2007, p. 135-6 (com adaptações).

No texto, com o emprego da forma verbal “assumira”, exprime-se

a) a continuidade de uma ação ocorrida no passado.

b) a concomitância de uma ação em relação a outra.


c) o resultado presente de ação ocorrida no passado.

d) o ponto inicial de ação ocorrida no passado.


e) a anterioridade de uma ação em relação a outra.

16. CESPE - MP PI – Técnico - 2018


Eis que se inicia então uma das fases mais intensas na vida de Geraldo Viramundo: sua troca de correspondência
com os estudantes, julgando estar a se corresponder com sua amada. E eis que passo pela rama nesta fase de meu
relato, já que me é impossível dar a exata medida do grau de maluquice que inspiraram tais cartas: infelizmente se
perderam e de nenhuma encontrei paradeiro, por maiores que tenham sido os meus esforços em rebuscar
coleções, arquivos e alfarrábios em minha terra. Sou forçado, pois, a limitar-me aos elementos de que disponho,
encerrando em desventuras as aventuras de Viramundo em Ouro Preto, e dando viço às suas peregrinações.
Fernando Sabino. O grande mentecapto. 62.ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2002.
Com referência aos sentidos do texto precedente e às estruturas linguísticas nele empregadas, julgue os itens
a seguir.
Os sentidos do texto seriam alterados caso o trecho “estar a se corresponder” (R.3) fosse assim reescrito: estar se
correspondendo.

( ) CERTO ( ) ERRADO

17. CESPE - MP PI – Técnico - 2018

Saiu a mais nova lista de coisas que devem ou não ser feitas, moda que parece ter contagiado o planeta. Desta vez,
Arthur Frommer e Holly Hugues elencam os 500 locais que precisamos visitar antes que desapareçam (500
places to see before they disappear). O livro traz lugares naturais e históricos, de antigos centros de culto a
paisagens em vias de extinção, assim como tesouros culturais únicos, como o Fenway Park, de Boston, inaugurado
em 1912: um dos últimos estádios norte-americanos que mantêm sua construção original, diz o Atlanta Journal
Constitution.

Revista da Semana, dez./2008 (com adaptações).

Na linha 1, seria incorreto o emprego do verbo “ser” no plural — serem.

( ) CERTO ( ) ERRADO

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18. CESPE - MP PI – Técnico - 2018

Texto CB1A1AAA

Não há dúvida de que a televisão apresenta ao público uma visão distorcida de como a ciência forense é conduzida
e sobre o que ela é capaz, ou não, de realizar. Os atores que interpretam a equipe de investigação, por exemplo,
são uma mistura de policial, detetive e cientista forense — esse perfil profissional não existe na vida real. Toda
profissão, individualmente, já é complexa o bastante e demanda educação, treinamento e métodos próprios. A
especialização dentro dos laboratórios tornou-se uma norma desde o final da década de 80 do século passado. O
cientista forense precisa conhecer os recursos das outras subdisciplinas, mas ninguém é especialista em todas as
áreas da investigação criminal. Além disso, os laboratórios frequentemente não realizam todos os tipos de análise
devido ao custo, à insuficiência de recursos ou à pouca procura.

As séries da TV retratam incorretamente os cientistas forenses, mostrando-os como se tivessem tempo de sobra
para todos os casos. Os programas mostram diversos detetives, técnicos e cientistas dedicando toda sua atenção
a uma investigação. Na realidade, cada cientista recebe vários casos ao mesmo tempo. A maioria dos laboratórios
acredita que o acúmulo de trabalho é o maior problema que enfrentam, e boa parte dos pedidos de aumento no
orçamento baseia-se na dificuldade de dar conta de tanto serviço.
No que se refere aos sentidos do texto CB1A1AAA, julgue os itens a seguir.
A substituição da forma verbal “dedicando” (R.19) por que dedicam manteria os sentidos originais do texto.

( ) CERTO ( ) ERRADO

19. CESPE - Agente PF/ 2018

Texto 12A1AAA
A polícia parisiense — disse ele — é extremamente hábil à sua maneira. Seus agentes são perseverantes,
engenhosos, astutos e perfeitamente versados nos conhecimentos que seus deveres parecem exigir de modo
especial. Assim, quando o delegado G... nos contou, pormenorizadamente, a maneira pela qual realizou suas
pesquisas no Hotel D..., não tive dúvida de que efetuara uma investigação satisfatória (...) até o ponto a que chegou
o seu trabalho.
— Até o ponto a que chegou o seu trabalho? — perguntei.

— Sim — respondeu Dupin. — As medidas adotadas não foram apenas as melhores que poderiam ser tomadas,
mas realizadas com absoluta perfeição. Se a carta estivesse depositada dentro do raio de suas investigações, esses
rapazes, sem dúvida, a teriam encontrado.
Ri, simplesmente — mas ele parecia haver dito tudo aquilo com a máxima seriedade.

— As medidas, pois — prosseguiu —, eram boas em seu gênero, e foram bem executadas: seu defeito residia em
serem inaplicáveis ao caso e ao homem em questão. Um certo conjunto de recursos altamente engenhosos é, para
o delegado, uma espécie de leito de Procusto, ao qual procura adaptar à força todos os seus planos. Mas, no caso
em apreço, cometeu uma série de erros, por ser demasiado profundo ou demasiado superficial. (...) E, se o
delegado e toda a sua corte têm cometido tantos enganos, isso se deve (...) a uma apreciação inexata, ou melhor,
a uma não apreciação da inteligência daqueles com quem se metem. Consideram engenhosas apenas as suas

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próprias ideias e, ao procurar alguma coisa que se ache escondida, não pensam senão nos meios que eles próprios
teriam empregado para escondê-la. Estão certos apenas num ponto: naquele em que sua engenhosidade
representa fielmente a da massa; mas, quando a astúcia do malfeitor é diferente da deles, o malfeitor,
naturalmente, os engana. Isso sempre acontece quando a astúcia deste último está acima da deles e, muito
frequentemente, quando está abaixo. Não variam seu sistema de investigação; na melhor das hipóteses, quando
são instigados por algum caso insólito, ou por alguma recompensa extraordinária, ampliam ou exageram os seus
modos de agir habituais, sem que se afastem, no entanto, de seus princípios. (...) Você compreenderá, agora, o
que eu queria dizer ao afirmar que, se a carta roubada tivesse sido escondida dentro do raio de investigação do
nosso delegado — ou, em outras palavras, se o princípio inspirador estivesse compreendido nos princípios do
delegado —, sua descoberta seria uma questão inteiramente fora de dúvida. Este funcionário, porém, se enganou
por completo, e a fonte remota de seu fracasso reside na suposição de que o ministro é um idiota, pois adquiriu
renome de poeta. Segundo o delegado, todos os poetas são idiotas — e, neste caso, ele é apenas culpado de uma
non distributio medii, ao inferir que todos os poetas são idiotas.

— Mas ele é realmente poeta? — perguntei. — Sei que são dois irmãos, e que ambos adquiriram renome nas letras.
O ministro, creio eu, escreveu eruditamente sobre o cálculo diferencial. É um matemático, e não um poeta.

— Você está enganado. Conheço-o bem. E ambas as coisas. Como poeta e matemático, raciocinaria bem; como
mero matemático, não raciocinaria de modo algum, e ficaria, assim, à mercê do delegado.

— Você me surpreende — respondi — com essas opiniões, que têm sido desmentidas pela voz do mundo.
Naturalmente, não quererá destruir, de um golpe, ideias amadurecidas durante tantos séculos. A razão
matemática é há muito considerada como a razão par excellence.

Edgar Allan Poe. A carta roubada. In: Histórias extraordinárias. Victor Civita, 1981. Tradução de Brenno Silveira e
outros.
A correção gramatical do texto seria mantida caso a forma verbal “compreenderá” (R.42) fosse substituída
por compreende, embora o sentido original do período em que ela ocorre fosse alterado: no original, o
emprego do futuro revela uma expectativa de Dupin em relação a seu interlocutor; com o emprego do
presente, essa expectativa seria transformada em fato consumado.

( ) CERTO ( ) ERRADO

TEXTO PARA AS QUESTÕES 20 A 22

Texto 13A1AAA
No fim do século XVIII e começo do XIX, a despeito de algumas grandes fogueiras, a melancólica festa de punição
de condenados foi-se extinguindo. Em algumas dezenas de anos, desapareceu o corpo como alvo principal da
repressão penal: o corpo supliciado, esquartejado, amputado, marcado simbolicamente no rosto ou no ombro,
exposto vivo ou morto, dado como espetáculo. Ficou a suspeita de que tal rito que dava um “fecho” ao crime
mantinha com ele afinidades espúrias: igualando-o, ou mesmo ultrapassando-o em selvageria, acostumando os
espectadores a uma ferocidade de que todos queriam vê-los afastados, mostrando-lhes a frequência dos crimes,
fazendo o carrasco se parecer com criminoso, os juízes com assassinos, invertendo no último momento os papéis,
fazendo do supliciado um objeto de piedade e de admiração.

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A punição vai-se tornando a parte mais velada do processo penal, provocando várias consequências: deixa o campo
da percepção quase diária e entra no da consciência abstrata; sua eficácia é atribuída à sua fatalidade, não à sua
intensidade visível; a certeza de ser punido é que deve desviar o homem do crime, e não mais o abominável teatro.

Sob o nome de crimes e delitos, são sempre julgados corretamente os objetos jurídicos definidos pelo Código.
Porém julgam-se também as paixões, os instintos, as anomalias, as enfermidades, as inadaptações, os efeitos de
meio ambiente ou de hereditariedade. Punem-se as agressões, mas, por meio delas, as agressividades, as
violações e, ao mesmo tempo, as perversões, os assassinatos que são, também, impulsos e desejos. Dir-se-ia que
não são eles que são julgados; se são invocados, é para explicar os fatos a serem julgados e determinar até que
ponto a vontade do réu estava envolvida no crime. As sombras que se escondem por trás dos elementos da causa
é que são, na realidade, julgadas e punidas.

O juiz de nossos dias — magistrado ou jurado — faz outra coisa, bem diferente de “julgar”. E ele não julga mais
sozinho. Ao longo do processo penal, e da execução da pena, prolifera toda uma série de instâncias anexas.
Pequenas justiças e juízes paralelos se multiplicaram em torno do julgamento principal: peritos psiquiátricos ou
psicológicos, magistrados da aplicação das penas, educadores, funcionários da administração penitenciária
fracionam o poder legal de punir. Dir-se-á, no entanto, que nenhum deles partilha realmente do direito de julgar;
os peritos não intervêm antes da sentença para fazer um julgamento, mas para esclarecer a decisão dos juízes.
Todo o aparelho que se desenvolveu há anos, em torno da aplicação das penas e de seu ajustamento aos
indivíduos, multiplica as instâncias da decisão judiciária, prolongando-a muito além da sentença.
Michel Foucault. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Trad. Raquel Ramalhete. Petrópolis, Vozes, 1987, p. 8-26
(com adaptações).

20. CESPE - Agente PF/ 2018


Com relação aos aspectos linguísticos e aos sentidos do texto 13A1AAA, julgue os itens a seguir.
Embora tanto o primeiro quanto o segundo parágrafo do texto tratem de acontecimentos passados, o emprego
do presente no segundo parágrafo tem o efeito de aproximar os acontecimentos mencionados ao tempo atual, o
presente.

( ) CERTO ( ) ERRADO

21. CESPE - Agente PF/ 2018

Dir-se-á, no entanto, que nenhum deles partilha realmente do direito de julgar; os peritos não intervêm antes da
sentença para fazer um julgamento, mas para esclarecer a decisão dos juízes.

A expressão “Dir-se-á” (R.40) poderia ser corretamente substituída por Será dito.

( ) CERTO ( ) ERRADO

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22. CESPE - Agente PF/ 2018

Subentende-se a forma verbal “intervêm” (R.42) logo após o vocábulo “mas” em “mas para esclarecer a decisão
dos juízes” (R.43).

( ) CERTO ( ) ERRADO

23. CESPE - Soldado Policial Militar (PM AL)/2018

Texto 1A1-I

Dói. Dói muito. Dói pelo corpo inteiro. Principia nas unhas, passa pelos cabelos, contagia os ossos, penaliza a
memória e se estende pela altura da pele. Nada fica sem dor. Também os olhos, que só armazenam as imagens do
que já fora, doem. A dor vem de afastadas distâncias, sepultados tempos, inconvenientes lugares, inseguros
futuros. Não se chora pelo amanhã. Só se salga a carne morta.

No princípio, se um de nós caía, a dor doía ligeiro. Um beijo seu curava a cabeça batida na terra, o dedo espremido
na dobradiça da porta, o pé tropeçado no degrau da escada, o braço torcido no galho da árvore. Seu beijo de mãe
era um santo remédio. Ao machucar, pedia-se: mãe, beija aqui!

Há que experimentar o prazer para, só depois, bem suportar a dor. Vim ao mundo molhado pelo desenlace. A dor
do parto é também de quem nasce. Todo parto decreta um pesaroso abandono. Nascer é afastar-se — em lágrimas
— do paraíso, é condenar-se à liberdade. Houve, e só depois, o tempo da alegria ao enxergar o mundo como o mais
absoluto e sucessivo milagre: fogo, terra, água, ar e o impiedoso tempo. Sem a mãe, a casa veio a ser um lugar
provisório.

Uma estação com indecifrável plataforma, onde espreitávamos um cargueiro para ignorado destino. Não se
desata com delicadeza o nó que nos amarra à mãe. Impossível adivinhar, ao certo, a direção do nosso bilhete de
partida. Sem poder recuar, os trilhos corriam exatos diante de nossos corações imprecisos. Os cômodos sombrios
da casa — antes bem- aventurança primavera — abrigavam passageiros sem linha do horizonte. Se fora o lugar da
mãe, hoje ventilava obstinado exílio.
Bartolomeu Campos de Queirós. Vermelho amargo. São Paulo: Cosac Naify, 2013, p. 5 (com adaptações).

Ainda a respeito de aspectos linguísticos e dos sentidos do texto 1A1-I, julgue o item que se segue.

No segundo parágrafo do texto, as formas verbais “caía”, “doía”, “curava” e “pedia” designam ações frequentes
ou contínuas no passado.

( ) CERTO ( ) ERRADO

24. CESPE - Analista I (IPHAN) /2018


Uma das grandes cousas que se veem hoje no mundo, e nós pelo costume de cada dia não admiramos, é a
transmigração imensa de gentes e nações etíopes, que da África continuamente estão passando a esta América.
Entra uma nau de Angola, e desova no mesmo dia quinhentos, seiscentos e talvez mil escravos. Os israelitas
atravessaram o Mar Vermelho, e passaram da África à Ásia, fugindo do cativeiro; estes atravessam o mar oceano
na sua maior largura, e passam da mesma África à América e para viver e morrer cativos. Os outros nascem para
viver, estes para servir. Nas outras terras do que aram os homens, e do que fiam e tecem as mulheres, se fazem os
comércios: naquela o que geram os pais e o que criam a seus peitos as mães, é o que se vende, e se compra. Oh

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trato desumano, em que a mercancia são homens! Oh mercancia diabólica, em que os interesses se tiram das
almas alheias, e os riscos das próprias!

Já se depois de chegados olharmos para estes miseráveis, e para os que se chamam seus senhores: o que se viu
nos dous estados de Jó, é o que aqui representa a fortuna, pondo juntas a felicidade e a miséria no mesmo teatro.
Os senhores poucos, e os escravos muitos; os senhores rompendo galas, os escravos despidos e nus; os senhores
banqueteando, os escravos perecendo à fome; os senhores nadando em ouro e prata, os escravos carregados de
ferros; os senhores tratando-os como brutos, os escravos adorando-os e temendo-os como deuses; os senhores
em pé apontando para o açoute, como estátuas da soberba e da tirania, os escravos prostrados com as mãos
atadas atrás como imagens vilíssimas da servidão, e espetáculos da extrema miséria.
Antônio Vieira. Sermão vigésimo sétimo do rosário. In: Essencial padre Antônio Vieira. Organização e introdução
de Alfredo Bosi. São Paulo: Penguin Classics, Companhia das Letras, 2011, p. 532-3 (com adaptações).

Com relação aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item que se segue.

A forma verbal “nadando” exprime um evento com duração no tempo.


( ) CERTO ( ) ERRADO

25. CESPE - Soldado Policial Militar (PM AL) /2018


Texto 1A12-I

Preguiça e covardia são as causas que explicam por que uma grande parte dos seres humanos, mesmo muito após
a natureza tê-los declarado livres da orientação alheia, ainda permanecem, com gosto e por toda a vida, na
condição de menoridade. As mesmas causas explicam por que parece tão fácil outros afirmarem-se como seus
tutores. É tão confortável ser menor! Tenho à disposição um livro que entende por mim, um pastor que tem
consciência por mim, um médico que me prescreve uma dieta etc.: então não preciso me esforçar. Não me é
necessário pensar, quando posso pagar; outros assumirão a tarefa espinhosa por mim.
A maioria da humanidade vê como muito perigoso, além de bastante difícil, o passo a ser dado rumo à maioridade,
uma vez que tutores já tomaram para si de bom grado a sua supervisão. Após terem previamente embrutecido e
cuidadosamente protegido seu gado, para que essas pacatas criaturas não ousem dar qualquer passo fora dos
trilhos nos quais devem andar, os tutores lhes mostram o perigo que as ameaça caso queiram andar por conta
própria. Tal perigo, porém, não é assim tão grande, pois, após algumas quedas, aprenderiam finalmente a andar;
basta, entretanto, o exemplo de um tombo para intimidá-las e aterrorizá-las por completo para que não façam
novas tentativas.

Kant. Resposta à pergunta: Que é esclarecimento? Tradução de Pedro Caldas. In: Danilo Marcondes. Textos
básicos de ética: de Platão a Foucault. Zahar, 4.ª edição, 2008 (com adaptações).

A respeito das propriedades linguísticas do texto 1A12-I, julgue o item a seguir.


A forma verbal “assumirão” expressa uma ação futura, ainda não concretizada, mas que se acredita que
certamente se realizará, de acordo com os sentidos do texto.

( ) CERTO ( ) ERRADO

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26. CESPE - Técnico Judiciário (TRE BA)/2017

Texto

Pode-se dizer que a cidadania é essencialmente consciência de direitos e deveres e exercício da democracia:
direitos civis, como segurança e locomoção; direitos sociais, como trabalho, salário justo, saúde, educação,
habitação etc.; direitos políticos, como liberdade de expressão, de voto, de participação em partidos políticos e
sindicatos etc.

Não há cidadania sem democracia. O conceito de cidadania, contudo, é um conceito ambíguo. Em 1789,
a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão estabelecia as primeiras normas para assegurar a liberdade
individual e a propriedade. Nascia a cidadania como uma conquista liberal. Hoje, o conceito de cidadania é mais
complexo.

Com a ampliação dos direitos, nasceu também uma concepção mais ampla de cidadania. De um lado, existe uma
concepção consumerista de cidadania (direito de defesa do consumidor) e, de outro, uma concepção plena, que
se manifesta na mobilização da sociedade para a conquista de novos direitos e na participação direta da população
na gestão da vida pública, por meio, por exemplo, da discussão democrática do orçamento. Esta tem sido
uma prática, sobretudo no nível do poder local, que tem ajudado na construção de uma democracia participativa,
superando os limites da democracia puramente representativa.

Moacir Gadotti. Escola cidadã – educação para e pela cidadania. Internet: <http://acervo.paulofreire.org> (com
adaptações).
A correção gramatical, a coerência e o sentido do texto seriam mantidos caso a forma verbal “tem ajudado”
fosse substituída por
a) vem ajudando.
b) ajudou.
c) ajudaria.

d) vinha ajudando.
e) pode ajudar.

27. CESPE - Delegado de Polícia (PC GO)/2017


Texto CB1A1BBB

A principal finalidade da investigação criminal, materializada no inquérito policial (IP), é a de reunir(e) elementos
mínimos de materialidade e autoria delitiva antes de se instaurar o processo criminal, de modo a evitarem-se,
assim, ações infundadas, as quais certamente implicam(a) grande transtorno para quem se vê acusado por um
crime que não cometeu.

Modernamente, o IP deixou de ser o procedimento absolutamente inquisitorial e discricionário de outrora. A


participação das partes, pessoalmente ou por seus advogados ou defensores públicos, vem ganhando(b) espaço a

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cada dia, com o objetivo de garantir(c) que o IP seja um instrumento imparcial de investigação em busca da verdade
dos fatos.

Acrescente-se que o estigma provocado por uma ação penal pode perdurar(d) por toda a vida e, por isso, para ser
promovida, a acusação deve conter fundamentos fáticos e jurídicos suficientes, o que, em regra, se consegue por
meio do IP.
Carlos Alberto Marchi de Queiroz (Coord.). Manual de polícia judiciária: doutrina, modelos, legislação. 6.ª ed. São
Paulo: Delegacia Geral de Polícia, 2010 (com adaptações).

No texto CB1A1BBB, uma ação que se desenvolve gradualmente é introduzida pela


a) forma verbal “implicam”.

b) locução “vem ganhando”.

c) forma verbal “garantir”.


d) locução “pode perdurar”.

e) forma verbal “reunir”.

28. CESPE - Diplomata (Terceiro Secretário)/2017


Texto
Dei em passear de bonde, saltando de um para outro, aventurando-me por travessas afastadas, para buscar o
veículo em outros bairros. Da Tijuca ia ao Andaraí e daí à Vila Isabel; e assim, passando de um bairro para outro,
procurando travessas despovoadas e sem calçamento, conheci a cidade — tal qual os bondes a fizeram
alternativamente povoada e despovoada, com grandes hiatos entre ruas de população condensada e toda ela,
agitada, dividida, convulsionada pelas colinas e contrafortes da montanha em cujas vertentes crescera. Jantava,
uns dias; em outros, almoçava unicamente; e houve muitos que nem uma coisa ou outra fiz. (...) Abelardo Leiva, o
meu recente conhecimento, era poeta e revolucionário. Como poeta tinha a mais sincera admiração pela beleza
das meninas e senhoras de Botafogo. Não faltava às regatas, às quermesses, às tômbolas, a todos os lugares em
que elas apareciam em massa; (...). Como revolucionário, dizia-se socialista adiantado, apoiando-se nas prédicas
e brochuras do Senhor Teixeira Mendes, lendo também formidáveis folhetos de capa vermelha, e era secretário
do Centro de Resistência dos Varredores de Rua. Vivia pobremente, curtindo misérias e lendo, entre duas refeições
afastadas, as suas obras prediletas e enchendo a cidade com os longos passos de homem de grandes pernas.
Considerando as relações semântico-sintáticas estabelecidas no texto, julgue o item a seguir.

O tom memorialista do primeiro parágrafo manifesta-se pelo uso predominante de formas verbais que denotam
o início de determinadas ações, das quais são exemplos “Jantava” e “almoçava”, e “Vivia”.
( ) CERTO ( ) ERRADO

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29. CESPE - Soldado Policial Militar (PM AL)/Combatente/2017

Quino. Toda a Mafalda. São Paulo: Martins Fontes, 1993, p. 384

A respeito dos sentidos e dos aspectos linguísticos do texto, julgue o próximo item.
Susanita emprega verbos no imperativo em todas as falas dirigidas a Mafalda, pois, a todo momento, dá ordens a
ela.

( ) CERTO ( ) ERRADO

30. CESPE - Professor de Educação Básica (SEDF)/Língua Portuguesa/2017

Internet: <www.mulher.df.gov.br > (com adaptações).

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No que se refere às ideias e aos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item a seguir.

No terceiro período, “for” e “vir” são formas flexionadas no modo subjuntivo dos verbos de movimento ir e vir,
empregadas em um jogo de palavras que aproxima o campo semântico do movimento com o campo semântico
do transporte.

( ) CERTO ( ) ERRADO

31. VUNESP - CM Indaiatuba/2018


Leia o texto, para responder à questão.

Há 28 anos um grupo de pessoas se reúne semanalmente na sede da ONG (organização não governamental) Anjos
da Noite, em um sobrado no bairro de Artur Alvim, na Zona Leste de São Paulo. Os voluntários dedicam-se a
aplacar as carências dos moradores de rua. Além de entregar cobertores e roupas, o grupo tem como principal
incumbência a distribuição de refeições. Aos sábados, os colaboradores se organizam para preparar 200 quilos de
comida. A distribuição de 800 marmitas tem início ao cair da noite. Anteriormente, os voluntários rodavam quatro
horas pelas ruas da região central até entregar a última quentinha. Hoje, o trabalho é feito em menos de uma hora.
Basta estacionar o carro, e um grupo de pessoas carentes faz fila para ganhar o alimento.
A experiência dos Anjos da Noite confirma a percepção que tem qualquer cidadão dos maiores centros urbanos
brasileiros: o número de pessoas que vivem nas ruas elevou-se, e muito, nos últimos anos. As estatísticas são
esporádicas e, por isso, não é fácil saber com exatidão a proporção desse crescimento.
(Giovanni Magliano. A rua como único refúgio. Veja, 6.12.2017. Adaptado)

Assinale a alternativa que substitui as expressões destacadas no trecho seguinte, em conformidade com a norma-
padrão.

Basta estacionar o carro, e um grupo de pessoas carentes faz fila para ganhar o alimento.
a) Bastava ... fez ... que ganhasse
b) Bastou ... faria ... que ganha

c) Bastará ... faça... que ganhará

d) Bastaria ... faria ... que ganhasse

e) Bastasse ... fazia ... que ganhava

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32. VUNESP - Deleg (PC BA)/2018

Há emprego correto das formas verbais e correlação adequada entre tempos e modos, conforme a norma -padrão,
em:

a) Talvez seja válido considerar que o que nos desagradasse na adaptação de determinado livro seja a ausência de
nossa própria leitura, pois sempre esperarmos ver nossas expectativas correspondidas na tela.
b) Por mais que uma adaptação se proposse a ser fiel à obra em que se baseou, sempre haveria aspectos de
divergência, uma vez que o filme tivera uma linguagem própria e traduzira uma leitura particular.

c) Considerando que os leitores tenham modos peculiares de pensar e sentir, a apreensão de um texto literário não
será a mesma para todos, ainda que determinadas interpretações possam ser partilhadas.

d) Se as pessoas manterem o hábito de ler textos literários,teriam muito a ganhar, pois a literatura não apenas é
fundamental para que desenvolvêssemos nosso intelecto mas também é importante para expandirmos a
imaginação.

e) Quando as pessoas passassem a dedicar mais tempo à leitura e à introspecção, será possível ampliar suas
potencialidades intelectuais e emocionais, de modo que isso alterará a maneira como elas executariam todas as
suas atividades cotidianas.

33. VUNESP - Prof (SME Barretos)/2018


Leia o texto para responder à questão.

Black Friday? Levantamento feito pela Folha* mostrou que boa parte dos “descontos” oferecidos nesta sexta-feira
não passa de manipulações até meio infantis de preços, com o objetivo de iludir o consumidor.
Antes, porém, de imprecar contra a ganância dos capitalistas, convém perguntar se os consumidores não desejam
ser enganados. E há motivos para acreditar que pelo menos uma parte deles queira.
No recém-lançado Dollars and Sense (dinheiro e juízo), Dan Ariely e Jeff Kreisler relatam um experimento natural
que mostra que pessoas podem optar por ser “ludibriadas” voluntariamente e que, em algum recôndito do cérebro,
isso faz sentido.

A JCPenney é uma centenária loja de departamentos dos EUA que se celebrizou por jogar seus preços na lua para
depois oferecer descontos “irresistíveis”. Ao fim e ao cabo, os preços efetivamente praticados estavam em linha
com os da concorrência, mas os truques utilizados proporcionavam aos consumidores a sensação, ainda que
ilusória, de ter feito um bom negócio, o que lhes dava prazer.

Em 2012, o então novo diretor executivo da empresa Ron Johnson, numa tentativa de modernização, resolveu
acabar com a ginástica de remarcações e descontos e adotar uma política de preços “justa e transparente”.

Os clientes odiaram. Em um ano, a companhia perdera US$ 985 milhões e Johnson ficou sem emprego. Logo em
seguida, a JCPenney remarcou os preços de vários de seus itens em até 60% para voltar a praticar os descontos
irresistíveis. Como escrevem Ariely e Kreisler, “os clientes da JCPenney votaram com suas carteiras e escolheram
ser manipulados”.

Num mundo em que o cliente sempre tem razão, não é tão espantoso que empresas se dediquem a vender-lhe as
fantasias que deseja usar, mesmo que possam ser desmascaradas com um clique de computador.

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* Jornal Folha de São Paulo

(‘Caveat emptor’. Hélio Schwartsman.

http://www1.folha.uol.com.br/ colunas/helioschwartsman/2017/11/1937658-caveat-emptor.shtml 24.11.2017.


Adaptado)

Assinale a alternativa em que a forma verbal em destaque no trecho expressa a ideia de possibilidade de que um
fato ou evento se realize.

a) E há motivos para acreditar que pelo menos uma parte deles queira.

b) ... os preços efetivamente praticados estavam em linha com os da concorrência...


c) ... resolveu acabar com a ginástica de remarcações e descontos...

d) Em um ano, a companhia perdera US$ 985 milhões...

e) Num mundo em que o cliente sempre tem razão...

34. VUNESP - Pref Mogi Cruzes/2018

(Folha de S.Paulo, 26.10.2017)

Se a frase do 2º quadrinho for reescrita na perspectiva de tempo futuro, em conformidade com a norma-padrão,
ela assumirá a seguinte redação:

a) Quando você querer escrever alguma monstruosidade, será possível comentar de forma anônima.
b) Quando você queira escrever alguma monstruosidade, é possível comentar de forma anônima.

c) Quando você quisesse escrever alguma monstruosidade, seria possível comentar de forma anônima.
d) Quando você quiser escrever alguma monstruosidade, será possível comentar de forma anônima.

e) Quando você quererá escrever alguma monstruosidade, é possível comentar de forma anônima.

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35. VUNESP - CM Indaiatuba/2018

Leia o texto, para responder à questão.

Marieta

Marieta fez 90 anos.


Não resisto à tentação de revelar a idade de Marieta.

Sei que é falta de educação (mas pouca gente sabe hoje o que quer dizer falta de educação, ou mesmo educação)
falar em idade de mulher.
São múltiplas as teorias sobre idade feminina. Eu envelheceria ainda mais, se fosse anotar aqui todos os conceitos
alusivos a essa matéria; enquanto isso, as mulheres ficariam cada vez mais jovens. Depois, não estou interessado
em compendiar a incerta sabedoria em torno do tema incerto. Meu desejo é só este: contar a idade de Marieta,
por estranho que pareça.

E não é nada estranho, afinal. Marieta fazer 90 anos é tão simples quanto ela fazer 15. No fundo, está fazendo seis
vezes 15 anos, esta é talvez sua verdadeira idade, por uma graça da natureza que assim o determinou e assim o
fez. Privilégio.
Ah, Marieta, que inveja eu sinto de você, menos pelos seus 90, perdão, 6 x 15 anos, do que pelo sinal que iluminou
seu nascimento, sinal de alegria serena, de firmeza e constância, de leve compreensão da vida, que manda chorar
quando é hora de chorar, rir o riso certo, curtir uma forma de amor com a seriedade e a naturalidade que todo
amor exige.
Sei não, Marieta (de batismo e certidão, Maria Luísa), mas você é a mais agradável combinação de gente com
gente que eu conheço.

(Carlos Drummond de Andrade, Boca de Luar. Adaptado)


Na passagem “Eu envelheceria ainda mais, se fosse anotar aqui todos os conceitos alusivos a essa matéria;
enquanto isso, as mulheres ficariam cada vez mais jovens.”, tal como estão flexionados, os verbos
a) exprimem incerteza ou dúvida acerca de fatos ocorridos em tempo próximo.

b) expressam possibilidades, referindo-se a fatos não ocorridos.

c) indicam ação que se produzirá em certo momento do futuro.


d) asseveram que uma ação futura estará realizada antes de outra.

e) indicam, entre ações simultâneas, a que estava em processo quando a outra ocorreu.

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36. VUNESP - CM Indaiatuba/2018

Leia o texto para responder à questão.

A última crônica

A caminho de casa, entro num botequim da Gávea para tomar um café junto ao balcão. Na realidade, estou
adiando o momento de escrever.
A perspectiva me assusta. Gostaria de estar inspirado, de coroar com êxito mais um ano nesta busca do pitoresco
no cotidiano de cada um. Eu pretendia apenas recolher da vida diária algo de seu disperso conteúdo humano, fruto
da convivência, que a faz mais digna de ser vivida. Nesta perseguição do acidental, quer num flagrante de esquina,
quer nas palavras de uma criança ou num acidente doméstico, torno-me simples espectador. Sem mais nada para
contar, curvo a cabeça e tomo meu café, enquanto o verso de um poeta se repete na lembrança: “assim eu quereria
o meu último poema”. Não sou poeta e estou sem assunto. Lanço então um último olhar fora de mim, onde vivem
os assuntos que merecem uma crônica.

Ao fundo do botequim, um casal acaba de sentar-se numa das últimas mesas de mármore ao longo da parede de
espelhos. A compostura da humildade, na contenção de gestos e palavras, deixa-se acrescentar pela presença de
uma menininha de seus três anos, laço na cabeça, toda arrumadinha no vestido pobre, que se instalou também à
mesa. Três seres esquivos que compõem em torno à mesa a instituição tradicional da família, célula da sociedade.
Vejo, porém, que se preparam para algo mais que matar a fome.

Passo a observá-los. O pai, depois de contar o dinheiro que discretamente retirou do bolso, aborda o garçom e
aponta no balcão um pedaço de bolo sob a redoma. Este ouve, concentrado, o pedido do homem e depois se afasta
para atendê-lo. A meu lado o garçom encaminha a ordem do freguês. O homem atrás do balcão apanha a porção
do bolo com a mão, larga-o no pratinho – um bolo simples, amarelo-escuro, apenas uma pequena fatia triangular.

A menininha olha a garrafa de refrigerante e o pratinho que o garçom deixou à sua frente. Vejo que os três, pai,
mãe e filha, obedecem em torno à mesa a um discreto ritual. A mãe remexe na bolsa de plástico preto e brilhante,
retira qualquer coisa. O pai se mune de uma caixa de fósforos, e espera. A filha aguarda também, atenta como um
animalzinho. Ninguém mais os observa além de mim.
São três velinhas brancas que a mãe espeta caprichosamente na fatia do bolo. E enquanto ela serve o refrigerante,
o pai risca o fósforo e acende as velas. A menininha sopra com força, apagando as chamas. Imediatamente põe-se
a bater palmas, muito compenetrada, cantando num balbucio, a que os pais se juntam, discretos: “parabéns pra
você, parabéns pra você...”. A menininha agarra finalmente o bolo com as duas mãos sôfregas e põe-se a comê-
lo. A mulher está olhando para ela com ternura – ajeita-lhe a fitinha no cabelo, limpa o farelo de bolo que lhe cai
ao colo. O pai corre os olhos pelo botequim, satisfeito, como a se convencer intimamente do sucesso da
celebração. Dá comigo de súbito, a observá-lo, nossos olhos se encontram, ele se perturba, constrangido – vacila,
ameaça abaixar a cabeça, mas acaba sustentando o olhar e enfim se abre num sorriso.
Assim eu quereria minha última crônica: que fosse pura como esse sorriso.

(Fernando Sabino. http//contobrasileiro.com.br. Adaptado)

A frase cuja forma verbal destacada expressa um desejo está na alternativa:


a) Na realidade estou adiando o momento de escrever. (1º parágrafo)

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b) Gostaria de estar inspirado, de coroar com êxito... (2º parágrafo)

c) Sem mais nada para contar, curvo a cabeça… (2º parágrafo)

d) A filha aguarda também, atenta como um animalzinho. (5º parágrafo)

e) ... mas acaba sustentando o olhar e enfim se abre num sorriso.(6º parágrafo)

37. VUNESP - Ag Prev (PAULIPREV)/2018

Leia o texto para responder à questão.

Sentado no coletivo, observo a roupa que cada um está usando e fico imaginando como escolheu aquele modelito
pra sair de casa.

Tem de tudo. Gente bem vestida, gente de qualquer jeito, bom gosto, mau gosto, roupa limpa, roupa suja.
Toda vez que penso nisso, lembro-me do poeta Paulo Leminski, com quem trabalhei no final dos anos 1980.
Leminski era o que chamamos de “figuraça”. Fazíamos o Jornal de Vanguarda juntos na TV Bandeirantes.
Lema, como o chamávamos, ia trabalhar de qualquer jeito. Uma calça Lee surrada, sem cinto, caindo, camiseta
branca encardida e muitas vezes aparecia na redação de chinelo franciscano.

Um dia, foi surpreendido no corredor da Band pelo comentarista de economia Celso Ming.
– Paulo Leminski, você percebeu que está usando uma meia de cada cor?
Lema levantou ligeiramente sua calça Lee e constatou que Ming – que ele chamava de Dinastia Ming – estava
certo. Não pensou duas vezes e respondeu na lata.

– Dinastia Ming, eu estou me lixando! Acordo, me visto no escuro e só vejo como estou quando chego na rua.

(Alberto Villas. Vou assim mesmo!. 07.12.2017. www.cartacapital.com.br. Adaptado)


Uma expressão verbal que designa uma ação habitual realizada no passado está em:

a) ... ia trabalhar de qualquer jeito.

b) … foi surpreendido no corredor...


c) … está usando uma meia de cada cor?
d) … levantou ligeiramente sua calça...

e) ... respondeu na lata.

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38. VUNESP - Ag Prev (PAULIPREV)/2018

Assinale a alternativa em que a concordância está em conformidade com a norma-padrão.

a) Há pessoas que escolhem com bom gosto a roupa que vestem, independentemente das circunstâncias.

b) No coletivo, alguns vestiam-se com cuidado, enquanto outros parecia ser mais displicente.
c) Roupas belas ou feias, limpas ou sujas, tudo levavam a imaginar como devia viver aqueles estranhos.

d) Muitos são os fatores que é levado em conta quando cada um de nós escolhem o que vestir.

e) São importantes lembrar que nossa personalidade e nossos valores não se define pela roupa que usamos.

39. VUNESP - PAULIPREV/2018


De patas para o ar

Rafiki é um angolano, filho de uma economista e de um funcionário de multinacional. Veio para o Brasil estudar
medicina e foi surpreendido pela carga de preconceito que encontrou aqui. Já enfrentou o constrangimento de
perceber que pessoas fecham os vidros dos carros nos sinais quando o veem, ou mulheres se agarram a suas bolsas
ao cruzarem com ele na calçada.

O universitário Rafiki mora em um bairro de classe média alta e uma noite, quando estava para entrar em seu
prédio, viu um casal passar por ele, entrar e bater a porta.
O angolano entrou em seguida e encontrou o casal esperando o elevador. Como a mulher o encarava
insistentemente, ele perguntou:

─ Estou sujo? Tem alguma coisa errada comigo? Qual é o problema?


O marido se desculpou dizendo:
─ Sabe como é hoje em dia, né? A gente tem que ficar ligado...

Quando as pessoas, porém, ficam sabendo que Rafiki é estudante de medicina, mudam a forma de tratá-lo.
Rafiki também não compreende um comportamento que chama sua atenção no Brasil: as pessoas pedirem
informações na rua sem antes dizer “bom dia”, “por favor”, “com licença”. Mas ele não acredita que essa falta de
educação seja maior aqui do que em outros países. A gentileza tem sido pouco valorizada. Rafiki costuma dizer
ultimamente que o mundo todo está de patas para o ar.

(Leila Ferreira. A arte de ser leve. São Paulo: Globo, 2010. Adaptado)
No trecho – O universitário Rafiki mora em um bairro de classe média alta e uma noite, quando estava para entrar
em seu prédio... – as formas verbais destacadas estão, respectivamente, nos tempos

a) presente e futuro.

b) passado e presente.
c) futuro e presente.

d) presente e passado.

e) futuro e passado.

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40. VUNESP - Prof (SME Barretos)/2018

Leia a tira para responder à questão.

(M. Schulz. “Minduim Charles”. http://cultura.estadao.com.br/quadrinhos, 14.11.2017)

Em – Você pode procurar na enciclopédia. –, a forma verbal em destaque


a) atribui às demais palavras sentido figurado.

b) imprime valor categórico ao verbo procurar.


c) indica polidez no discurso do sujeito falante.

d) evidencia o conteúdo sarcástico do comentário.


e) situa a ação no contexto de um futuro remoto.

41. VUNESP - ASR I (ARSESP)/ARSESP/2018

A revolução digital fortalece as previsões de que as casas ou lares inteligentes oferecerão mais conveniência e
menos dispêndio de energia em um futuro.

A definição de conveniência para esses novos lares tecnológicos, com redução ou eliminação de trabalhos
domésticos. Portanto, para que as edificações inteligentes tenham sucesso, elas deverão se estruturar com base
nessa visão de conveniência como solução para os que vivem em um mundo acelerado e estar ancoradas em uma
grande variedade de sistemas tecnológicos acessíveis e fáceis de operar, tornando a vida das pessoas mais simples.

Além da conveniência, outro relevante benéfico das casas inteligentes, para os consumidores é a sua capacidade
de incorporar aspectos relacionados à administração do gasto de energia, principalmente com iluminação,
condicionamento de ar eletrodomésticos. Um conjunto de sensores, adequadamente configurados para gerenciar
esses sistemas, pode gerar diminuição considerável nos gastos com energia, com reflexos ambientais e
econômicos importantes.

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O departamento de engenharia da computação da Academia Árabe de Ciências e Tecnologia desenvolveu um


estudo para avaliar a economia no consumo de energia gerada com o uso de sensores inteligentes, em um
apartamento de um dormitório, cozinha, sala de estar, sala de jantar e banheiro. O estudo concluiu que a economia
pode chegara quase 40% do consumo médio mensal de energia.

A tendência de crescimento desse mercado é clara. A empresa de pesquisa Zion Research prevê que a tecnologia
das casas inteligentes deve alcançar um faturamento de US$ 53 bilhões (R$170 bi) em 2022. O crescimento estará
calcado, principalmente, na conexão da casa com os ambientes digitais externos, como por exemplo, a conexão
do refrigerador com os equipamentos dos fornecedores de alimentos.

Naturalmente, a tecnologia das casas inteligentes continuará a evoluir, tornando-se acessível e barata. Com isso,
mais pessoas poderão utilizar-se dela, e novos padrões, modelos e estilos de vida devem se consolidar,
principalmente nas áreas urbanas.
(Claudio Bernades. Casas inteligentes trarão conveniência e reduzirão gasto de energia. Folha de S. Paulo. www.folha.uol.com.br. 22.01.18. Adaptado)

Considere a frase:

A empresa de pesquisa Zion Research prevê que a tecnologia das casas inteligentes deve alcançar, um
faturamento de US$ 53 bilhões (R$ 170 bi) em 2002.

Nesse contexto, a forma verbal destacada exprime ideia de


a) recomendação

b) obrigatoriedade

c) refutação
d) probabilidade

e) comprovação

42. VUNESP - ASR I (ARSESP)/ARSESP/2018

A revolução digital fortalece as previsões de que as casas ou lares inteligentes oferecerão mais conveniência e
menos dispêndio de energia em um futuro.

A definição de conveniência para esses novos lares tecnológicos, com redução ou eliminação de trabalhos
domésticos. Portanto, para que as edificações inteligentes tenham sucesso, elas deverão se estruturar com base
nessa visão de conveniência como solução para os que vivem em um mundo acelerado e estar ancoradas em uma
grande variedade de sistemas tecnológicos acessíveis e fáceis de operar, tornando a vida das pessoas mais simples.

Além da conveniência, outro relevante benéfico das casas inteligentes, para os consumidores é a sua capacidade
de incorporar aspectos relacionados à administração do gasto de energia, principalmente com iluminação,
condicionamento de ar eletrodomésticos. Um conjunto de sensores, adequadamente configurados para gerenciar
esses sistemas, pode gerar diminuição considerável nos gastos com energia, com reflexos ambientais e
econômicos importantes.

O departamento de engenharia da computação da Academia Árabe de Ciências e Tecnologia desenvolveu um


estudo para avaliar a economia no consumo de energia gerada com o uso de sensores inteligentes, em um

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apartamento de um dormitório, cozinha, sala de estar, sala de jantar e banheiro. O estudo concluiu que a economia
pode chegara quase 40% do consumo médio mensal de energia.

A tendência de crescimento desse mercado é clara. A empresa de pesquisa Zion Research prevê que a tecnologia
das casas inteligentes deve alcançar um faturamento de US$ 53 bilhões (R$170 bi) em 2022. O crescimento estará
calcado, principalmente, na conexão da casa com os ambientes digitais externos, como por exemplo, a conexão
do refrigerador com os equipamentos dos fornecedores de alimentos.

Naturalmente, a tecnologia das casas inteligentes continuará a evoluir, tornando-se acessível e barata. Com isso,
mais pessoas poderão utilizar-se dela, e novos padrões, modelos e estilos de vida devem se consolidar,
principalmente nas áreas urbanas.
(Claudio Bernades. Casas inteligentes trarão conveniência e reduzirão gasto de energia. Folha de S. Paulo. www.folha.uol.com.br. 22.01.18. Adaptado)

Considere o trecho:

O departamento de engenharia da computação da Academia Árabe de Ciências e Tecnologia desenvolveu um


estudo.
Esse trecho está reescrito, conforme a norma -padrão, com a forma verbal na voz passiva correspondente em:

a) Um estudo foi desenvolvido pelo departamento de engenharia da computação da Academia Árabe de Ciências
e Tecnologia.
b) Um estudo foi que desenvolveu o departamento de engenharia da Academia Árabe de Ciências e Tecnologia.

c) Foi o departamento de engenharia da computação da Academia Árabe de Ciências e Tecnologia que


desenvolveu o estudo.
d) O departamento de engenharia da computação da Academia Árabe de Ciências e Tecnologia tinha
desenvolvido um estudo.

e) Veio desenvolvendo um estudo o departamento de engenharia da computação da Academia Árabe de Ciências


e Tecnologia.

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43. VUNESP - Soldado da Polícia Militar do Estado de São Paulo/2018/

O modo verbal em “não digite” expressa um conselho, assim como ocorre com a expressão destacada em:
a) Como não haverá expediente bancário na sexta-feira, o boleto poderá ser pago na segunda-feira.

b) O morador não autorizou a entrada do técnico para a medição do consumo de gás no imóvel.

c) Atenção: não se esqueçam de usar o cinto de segurança também no banco de trás do automóvel.

d) Pesquisadores canadenses descobriram que o macarrão não induz o ganho de peso.


e) Os candidatos que não apresentarem um documento com foto não poderão realizar a prova.

44. VUNESP - Auxiliar de Papiloscopista Policial (PC SP)/2018

Leia o texto para responder à questão.

O aspecto mais perverso da brutal recessão de 2014-16 – e da lenta recuperação que a sucedeu até agora – é o
custo desproporcional imposto aos mais pobres.

Como primeiro impacto, o fechamento de vagas no mercado de trabalho e a queda da renda reverteram uma
trajetória de avanços sociais que já completava uma década. Durante o longo ciclo de retração, a taxa de
desemprego subiu de 6,5% para 13,7%, ou, dito de outro modo, 5,9 milhões de pessoas perderam seus postos de
trabalho.

A retomada do crescimento econômico, iniciada no ano passado, tem se mostrado tímida e, embora a
desocupação tenha caído um pouco, a qualidade das vagas geradas deixa a desejar.
Não surpreende, pois, que os dados mais recentes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do IBGE
mostrem um quadro deteriorado.

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A partir deles, a consultoria LCA calculou que em 2017 a pobreza extrema se elevou em 11%. Conforme os números
publicados pelo jornal Valor Econômico, 14,8 milhões de brasileiros são miseráveis – considerando uma linha de R$
136 mensais. O Nordeste abriga 55% desse contingente.

Embora não se possa afirmar com certeza, uma vez que o IBGE alterou a metodologia da Pnad e ainda não divulgou
as novas séries históricas, é plausível que também a exorbitante desigualdade social brasileira tenha aumentado
com a recessão.

(Miséria brasileira, editorial. Folha de S.Paulo. 14.04.2018. Adaptado)

Exprime ideia de possibilidade a expressão verbal destacada na passagem:


a) Conforme os números publicados pelo jornal Valor Econômico, 14,8 milhões de brasileiros são miseráveis...

b) ... dito de outro modo, 5,9 milhões de pessoas perderam seus postos de trabalho.

c) ... é plausível que também a exorbitante desigualdade social brasileira tenha aumentado com a recessão.

d) ... a qualidade das vagas geradas deixa a desejar.

e) ... reverteram uma trajetória de avanços sociais que já completava uma década.

45. VUNESP - Agente de Telecomunicações Policial (PC SP)/2018


Frei Caneca e a Virgem Maria
No dia 13 de janeiro de 1825, um condenado caminhava com passos firmes na direção da forca, no centro do Recife.
Era o frei Joaquim do Amor Divino Caneca, o lendário Frei Caneca, lutador incansável pela independência do Brasil.
Ele tinha participado da revolta da Confederação do Equador, sufocada pelo governo de Pernambuco. Vestia o
hábito da Irmandade da Madre de Deus. Sob o olhar curioso da multidão, foi submetido ao degradante ritual da
desautoração*, perdendo os direitos eclesiásticos, para que pudesse enfrentar o suplício da forca.

Impassível e altivo, deixou que os monges despissem suas vestes sagradas. Permaneceu firme quando recebeu na
tonsura** o golpe simbólico da excomunhão. O carrasco já se preparava para o gesto fatal, quando recuou, com
o rosto pálido, dizendo que a Virgem Maria estava junto ao condenado. Veio então o ajudante do carrasco, que
também se recusou a executar Frei Caneca, diante da visão da Virgem Maria. Aí foram buscar dois escravos. E
esses, mesmo duramente açoitados, negaram-se a participar da execução. O juiz mandou trazer dois presos da
cadeia pública e lhes ofereceu a liberdade em troca da execução de Frei Caneca. E eles igualmente se negaram,
alegando a visão da Virgem Maria.
Mas era preciso matar Frei Caneca de qualquer jeito, como exemplo para desencorajar futuros conspiradores. O
juiz então ordenou que ele fosse fuzilado. Percebendo que os soldados tremiam com as armas na mão, Frei Caneca
procurou exortá-los:
– Vamos, meus amigos. Não me façam sofrer muito. Virgem Maria há de compreender os vossos temores. Tenham
fé, ela já os perdoou.

E os tiros provocaram um arrepio na multidão silenciosa.

(Eloy Terra. 500 anos: Crônicas pitorescas da história do Brasil. Adaptado)


*Desautoração: privação da dignidade do cargo, como medida punitiva.

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**Tonsura: corte redondo dos cabelos no topo da cabeça dos clérigos.

Observe a relação temporal entre as situações expressas pelos verbos destacados nos seguintes trechos: (I) No dia
13 de janeiro de 1825, um condenado caminhava com passos firmes na direção da forca, no centro do Recife. (II)
Ele tinha participado da revolta da Confederação do Equador. (III) Vestia o hábito da Irmandade da Madre de
Deus.
É correto concluir que

a) a situação expressa no trecho II é anterior à expressa no trecho I.


b) a situação expressa no trecho I é posterior à expressa no trecho III.

c) a situação expressa no trecho II é simultânea à expressa no trecho III.


d) as situações expressas nos trechos II e III são anteriores à expressa no trecho I.

e) as situações expressas nos trechos I e II são concomitantes.

46. VUNESP - Agente Policial (PC SP)/2018

Considerando a correlação entre as formas verbais, conforme a norma-padrão, as lacunas devem ser preenchidas,
respectivamente, com:
a) visse ... reporta

b) ver ... reporte


c) veria ... reporte

d) vir ... reporte

e) verá ... reporta

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47. VUNESP - Papiloscopista Policial (PC SP)/2018

Leia o texto para responder à questão.

O Clube dos Suicidas

A senhora – o que foi que tomou mesmo? Comprimidos. Não sabe que comprimidos? Gardenal. Tomou Gardenal.
Muitos? Cuidado, não pise no fio do microfone. Dez comprimidos. E o que foi que sentiu? Uma tontura gostosa!
Vejam só, uma tontura gostosa! Não é notável? Uma tontura gostosa. E foi por causa de quem? Olha o fio. Do
marido. O marido bebia. Batia também? Batia. Voltava bêbado e batia. Quebrava toda a louça. Agora prometeu
se regenerar. E ela não vai mais tomar Gardenal. Palmas. Olha o fio. Fica ali, à esquerda. Ali, junto com as outras.
Depois recebe o brinde. Aproveito este breve intervalo para anunciar que a moça loira da semana passada –
lembram, aquela que tomou ri-do-rato? Morreu. Morreu ontem. A família veio aqui me avisar. Foi uma dura lição,
infelizmente ela não poderá aproveitar. Outros o farão. E a senhora? Ah, não foi a senhora, foi a menina. Que idade
tem ela? Dez. Tomou querosene? Por que a senhora bateu nela? A senhora não bate mais, ouviu? E tu não toma
mais querosene, menina. A propósito, que tal o gosto? Ruim. Não tomou com guaraná? Ontem esteve aqui uma
que tomou com guaraná. Diz que melhorou o gosto. Não sei, nunca provei. De qualquer modo, bem-vinda ao nosso
Clube. Fica ali, junto com as outras. Cuidado com o fio. Olha um homem! Homem é raro aqui. O que foi que houve?
A mulher lhe deixou? Miserável. Ah, não foi a mulher. Perdeu o emprego. Também não é isto. Fala mais alto! Está
desenganado. É câncer? Não sabe o que é. Quem foi que desenganou? Os doutores às vezes se enganam. Fica ali
à esquerda e aguarde o brinde. E esta moça? Foi Flit? Tu pensas que é barata, minha filha? Vai ali para a esquerda.
Olha o fio, olha o fio. E esta senhora, tão velhinha – já me disseram que a senhora quis se enforcar. É verdade? Com
o fio do ferro elétrico, quem diria! E dá? Mostra para nós como é que foi. Pode usar o fio do microfone.

(Moacyr Scliar, Os melhores contos, 1996)


Nos trechos “Cuidado, não pise no fio do microfone.”, “Fica ali, à esquerda.” e “Mostra para nós como é que foi.”,
o apresentador emprega o verbo no imperativo, respectivamente, com as seguintes finalidades:
a) advertência, solicitação e ordem.

b) solicitação, pedido e pedido.


c) pedido, orientação e ordem.
d) advertência, orientação e pedido.

e) ordem, solicitação e orientação.

48. VUNESP - Assistente Administrativo I (UNESP)/Campus Itapeva/2017


Leia o texto para responder à questão.

Fogo e Madeira

Não foi pouco para um único dia de fiscalização. Dois caminhões, um trator, uma camionete e uma pá carregadeira
foram inutilizados pelo Ibama*, por servirem à extração ilegal de madeira na divisa entre Rondônia e Mato Grosso.
Embora os agentes do instituto tivessem o que comemorar, seria incorreto qualificar como êxito o que ocorreu –
pelo menos de uma perspectiva mais alongada no tempo.

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A facilidade com que se encontraram sinais flagrantes de desmatamento nada mais revela do que o extremo de
sem-cerimônia dos madeireiros ilegais na Amazônia.

Autorizada por decreto de 2008, a destruição dos equipamentos empregados nessa atividade predatória parece
ser uma das poucas punições efetivamente ressentidas pelos infratores. Levada a cabo por meio de helicópteros,
a ação do Ibama afugenta, pelo mero estardalhaço de sua aproximação, os responsáveis diretos pelo crime.

Porém, mal os helicópteros levantam voo novamente, o desmatamento prossegue. Operações dessa monta se
fazem de raro em raro, e os madeireiros não chegam a abalar-se da área protegida.

Além da óbvia extensão da floresta, outros fatores tornam complexa a fiscalização. Madeireiros possuem, por
exemplo, licença para a exploração sustentável do recurso natural, mas a utilizam para enveredar em áreas
protegidas.

Iniciativas mais extensas e difíceis, mas de maior alcance, envolveriam o engajamento da população em outras
atividades atraentes do ponto de vista econômico. A falta de alternativas de trabalho sem dúvida explica por que
madeireiros ilegais encontram algum apoio entre os habitantes da região. Ainda que fulgurante, a ação de poucos
fiscais será incapaz de interromper o desmatamento.
* Ibama: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

(Folha de S.Paulo, 24.12.2016. Adaptado)


No trecho do penúltimo parágrafo do texto “Iniciativas mais extensas e difíceis, mas de maior
alcance, envolveriam o engajamento da população...”, a forma verbal em destaque expressa sentido de
a) improbabilidade.

b) certeza.

c) ação concluída.
d) dúvida.
e) possibilidade.

49. VUNESP - Tecnólogo de Administração (PM SP)/2017

Muitos acontecimentos se tinham passado entre eles nestes dois dias; há circunstâncias em que os sentimentos
marcham com uma rapidez extraordinária, e devoram meses e anos num só minuto.
Reunidos nesta sala pela necessidade extrema do perigo, vendo-se a cada momento, trocando ora uma palavra,
ora um olhar, sentindo-se enfim perto um do outro, esses dois corações, se não se amavam, compreendiam-se ao
menos.
Álvaro fugia e evitava Isabel; tinha medo desse amor ardente que o envolvia num olhar, dessa paixão profunda e
resignada que se curvava a seus pés sorrindo melancolicamente. Sentia-se fraco para resistir, e entretanto o seu
dever mandava que resistisse.
Ele amava, ou cuidava* amar ainda Cecília; prometera a seu pai ser seu marido; e na situação em que se achavam,
aquela promessa era mais do que um juramento, era uma necessidade imperiosa, uma fatalidade que se devia
cumprir.

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Como podia ele pois alimentar uma esperança de Isabel? Não seria infame, indigno, aceitar o amor que ela lhe
oferecera suplicando? Não era seu dever destruir naquele coração esse sentimento impossível?

(José de Alencar, O guarani)

* imaginava

A passagem em que a primeira forma verbal destacada está flexionada de modo a expressar uma ação ocorrida
em um tempo anterior ao da segunda forma verbal destacada é:

a) ... há circunstâncias em que os sentimentos marcham com uma rapidez extraordinária...

b) ... esses dois corações, se não se amavam, compreendiam-se ao menos.


c) Álvaro fugia e evitava Isabel...

d) ... prometera a seu pai ser seu marido; e na situação em que se achavam...

e) Como podia ele pois alimentar uma esperança de Isabel?

50. VUNESP - Técnico (CRBio 01)/2017


Tentação do imediato

É difícil definir o status de uma época quando ainda se está nela, mas certamente uma das características
marcantes do momento atual é o imediatismo. Percebo a tendência de simplificação nos procedimentos e a opção
pelas ações que oferecem vantagens imediatas e menores riscos, sem considerar as consequências futuras.
Esse comportamento pode ser resultante da dificuldade de se lidar com as frustrações geradas, basicamente, por
três motivos: demora, contrariedade e conflito. Seus efeitos podem ser agressão, regressão e fuga.
Um experimento famoso feito na Universidade Stanford (EUA), no final dos anos 1960, testou a capacidade de
crianças resistirem à atração da recompensa instantânea – e rendeu informações úteis sobre a força de vontade e
a autodisciplina. Aquelas que resistiram tiveram mais sucesso na vida.
A atitude imediatista praticamente impacta todas as decisões, desde a vida pessoal à rotina das empresas,
chegando até à condução do país. O que importa é o hoje e o agora!
Muitas vezes, o valor da durabilidade e da consistência – o longo prazo – parece uma história fantasiosa.
Entretanto, a vida prática confirma que o investimento em educação de qualidade e a dedicação aos estudos, por
exemplo, geram bons resultados futuros. Profissionais bem qualificados e competentes em suas áreas de atuação,
ou seja, aqueles que se dedicaram, aprofundaram seus conhecimentos e os praticaram, costumam encontrar
melhores opções na vida profissional.

É preciso, todavia, acreditar nessa equação e investir tempo e dinheiro para colher seus frutos.
Os atalhos são tentadores, mas seus resultados a longo prazo tendem a ser frustrantes.

(Folha de S.Paulo, 31.01.2016. Adaptado)

Considere a frase elaborada a partir das ideias do texto.


Se a pessoa _________ nessa equação e investir tempo e dinheiro, poderá colher bons frutos.

A lacuna dessa frase deve ser preenchida, de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, com:

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Língua Portuguesa para PC AM Aula 03

a) ter crença

b) pôr foco

c) querer apostar

d) poder crer
e) vir sentido

51. VUNESP - CM Mogi Cruzes/2017

Leia o texto para responder à questão.

O substituto da vida

Quando meu instrumento de trabalho era a máquina de escrever, eu me sentava a ela, escrevia o que tinha de
escrever, relia para ver se era aquilo mesmo, fechava a máquina, entregava a matéria e ia à vida.

Se trabalhasse num jornal, isso incluiria discutir futebol com o pessoal da editoria de esporte, ir à esquina comer
um pastel ou dar uma fugida ao cinema.
Se já trabalhasse em casa, ao terminar de escrever eu fechava a máquina e abria um livro, escutava um disco ou
dava um pulo rapidinho à praia. Só reabria a máquina no dia seguinte.
Hoje, diante do computador, termino de produzir um texto, vou à lista de mensagens para saber quem me
escreveu, deleto mensagens inúteis, respondo às que precisam de resposta, eu próprio mando mensagens inúteis.
Quando me dou conta, já é noite lá fora e não saí da frente da tela.

Com o smartphone seria pior ainda. Ele substituiu a caneta, o bloco, a agenda, o telefone, a banca de jornais, a
máquina fotográfica, o álbum de fotos, a câmera de cinema, o DVD, o correio, a secretária eletrônica, o relógio de
pulso, o despertador, o gravador, o rádio, a TV, o CD, a bússola, os mapas, a vida. É por isso que nem lhe chego
perto – temo que ele me substitua também.
(Ruy Castro. Folha de S.Paulo. 02.01.2016. Adaptado)
Assinale a alternativa em que a forma verbal em destaque expressa a probabilidade de um fato ou um evento
ocorrer.

a) Quando meu instrumento de trabalho era a máquina de escrever…


b) … fechava a máquina, entregava a matéria e ia à vida.
c) Hoje, diante do computador, termino de produzir um texto…

d) … vou à lista de mensagens para saber quem me escreveu…

e) Com o smartphone seria pior ainda.

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52. VUNESP - Psicólogo Judiciário (TJ SP)/2017

Leia o poema de Mario Quintana para responder à questão.

Outra estatística

Leio que certa cidade,


E olhe que não das maiores,

Tem quatro milhões de almas...

Mas isso deve ser para atenuar a situação.

O que a cidade tem, no duro,


São quatro milhões de bocas!

(Mario Quintana. Da preguiça como método de trabalho)

No poema, o eu lírico estabelece uma interlocução direta com o leitor, quando emprega o verbo no imperativo
em:
a) Mas isso deve ser para atenuar a situação.

b) Tem quatro milhões de almas...


c) São quatro milhões de bocas!
d) E olhe que não das maiores,
e) Leio que certa cidade,

53. VUNESP - Escrevente Técnico Judiciário (TJ SP)/2017


Iniciando-se a frase – Retemos mais informações quando nos sentamos em um local fixo... – com o termo Talvez,
indicando condição, a sequência que apresenta correlação dos verbos destacados de acordo com a norma- padrão
será:
a) reteremos ... sentávamos

b) retivéssemos ... sentássemos

c) reteríamos ... sentarmos

d) retínhamos ... sentássemos


e) retivemos ... sentaríamos

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54. VUNESP - Procurador Jurídico (CM Sumaré)/2017

Assinale a alternativa que completa, corretamente, as lacunas do trecho.

Se as ideias de Abranches _______________ a ser adotadas, talvez elas _______________ a ordem estabelecida.
E, se os governos _______________ o avanço das mudanças climáticas, talvez haja esperanças para o futuro da
humanidade.

a) vierem, subvertem, deterem

b) virem, subvertam, deterem

c) vierem, subvertam, detiverem


d) vierem, subvertam, deterem

e) virem, subvertem, detiverem

55. VUNESP - CM Marília)/2017

A forma verbal destacada foi empregada, de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, em:
a) Para justificar a pobreza, os governantes põem a culpa na economia mundial.

b) As pessoas honestas tem se revoltado contra a situação do país.


c) Se os eleitores quererem um país melhor, não votarão nos corruptos.
d) Se haver participação dos cidadãos, construiremos uma sociedade mais justa para o Brasil.

e) Se as pessoas fazerem constantes denúncias, poderemos coibir ilegalidades de toda espécie.

56. VUNESP - CM Marília/2017


Leia o texto de Lygia Fagundes Telles para responder à questão a seguir.

A disciplina do amor Foi na França, durante a Segunda Grande Guerra: um jovem tinha um cachorro que todos os
dias, pontualmente, ia esperá-lo voltar do trabalho. Postava-se na esquina, um pouco antes das seis da tarde.
Assim que via o dono, ia correndo ao seu encontro e, na maior alegria, acompanhava-o com seu passinho saltitante
de volta à casa.

A vila inteira já conhecia o cachorro, e as pessoas que passavam faziam-lhe festinhas e ele correspondia, chegava
a correr todo animado atrás dos mais íntimos. Para logo voltar atento ao seu posto e ali ficar sentado até o
momento em que seu dono apontava lá longe.

Mas eu avisei que o tempo era de guerra, o jovem foi convocado. Pensa que o cachorro deixou de esperá-lo?
Continuou a ir diariamente até a esquina, fixo o olhar ansioso naquele único ponto, a orelha em pé, atenta ao
menor ruído que pudesse indicar a presença do dono bem-amado. Assim que anoitecia, ele voltava para casa e
levava sua vida normal de cachorro até chegar o dia seguinte. Então, disciplinadamente, como se tivesse um
relógio preso à pata, voltava ao posto de espera.

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O jovem morreu num bombardeio, mas no pequeno coração do cachorro não morreu a esperança. Quiseram
prendê-lo, distraí-lo. Tudo em vão. Quando ia chegando aquela hora, ele disparava para o compromisso assumido,
todos os dias.

Com o passar dos anos (a memória dos homens!) as pessoas foram se esquecendo do jovem soldado que não
voltou. Casou-se a noiva com um primo. Os familiares voltaram-se para outros familiares. Os amigos, para outros
amigos. Só o cachorro já velhíssimo continuou a esperá-lo na sua esquina. As pessoas estranhavam, mas quem
esse cachorro está esperando?… Uma tarde (era inverno) ele lá ficou, o focinho voltado para “aquela” direção.

(http://www.beatrix.pro.br/index.php/a-disciplina-do-amor-lygia-fagundes-telles/ Adaptado)

A forma verbal destacada indica ação realizada habitualmente pelo sujeito em:
a) ... e as pessoas que passavam faziam-lhe festinhas e ele correspondia...

b) Mas eu avisei que o tempo era de guerra...


c) Pensa que o cachorro deixou de esperá-lo?

d) ... e levava sua vida normal de cachorro até chegar o dia seguinte.

e) Os familiares voltaram-se para outros familiares.

57. FGV - Assistente de Saneamento e Gestão (COMPESA)/2018


Uma carta e o Natal

Este será o primeiro Natal que enfrentaremos, pródigos e lúcidos. Até o ano passado conseguimos manter o
mistério — e eu amava o brilho de teus olhos quando, manhã ainda, vinhas cambaleando de sono em busca da
árvore que durante a noite brotara embrulhos e coisas. Havia um rito complicado e que começava na véspera,
quando eu te mostrava a estrela de onde Papai Noel viria, com seu trenó e suas renas, abarrotado de brinquedos
e presentes.

Tu ias dormir e eu velava para que dormisses bem e profundamente. Tua irmã, embora menor, creio que ela me
embromava: na realidade, ela já devia pressentir que Papai Noel era um mito que nós fazíamos força para manter
em nós mesmos. Ela não fazia força para isso, e desde que a árvore amanhecesse florida de pacotes e coisas, tudo
dava na mesma. Contigo era diferente. Tu realmente acreditavas em mim e em Papai Noel.

Na escola te corromperam. Disseram que Papai Noel era eu — e eu nem posso repelir a infâmia e o falso
testemunho. De qualquer forma, pediste um acordeão e uma caneta — e fomos juntos, de mãos dadas, escolher o
acordeão.

O acordeão veio logo, e hoje, quando o encontrar na árvore, já vai saber o preço, o prazo da garantia, o fabricante.
Não será o mágico brinquedo de outros Natais.

Quanto à caneta, também a compramos juntos. Escolheste a cor e o modelo, e abasteceste de tinta, para "já estar
pronta" no dia de Natal. Sim, a caneta estava pronta. Arrumamos juntos os presentes em volta da árvore. Foste
dormir, eu quedei sozinho e desesperado.

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E apanhei a caneta. Escrevi isto. Não sei, ainda, se deixarei esta carta junto com os demais brinquedos. Porque
nisso tudo o mais roubado fui eu. Meu Natal acabou e é triste a gente não poder mais dar água a um velhinho
cansado das chaminés e tetos do mundo.

Carlos Heitor Cony, Folha de São Paulo, 31/12/2017.

“... que durante a noite brotara embrulhos e coisas”.


A forma verbal “brotara” pode ser adequadamente substituída por

a) brotou.
b) brotava.

c) vinha brotando.

d) havia brotado.

e) eram brotados.

58. FGV - Analista Legislativo (ALERO)/2018

“Toda vez que pinto um retrato perco um amigo.”

As formas verbais sublinhadas mostram perfeita concordância de tempos; as formas verbais a seguir que
mostram inadequação são:
a) pintava / perdia.
b) pinte / tenho perdido.

c) tivesse pintado / teria perdido.

d) pintasse / perderia.
e) pintara / tinha perdido.

59. FGV - Analista Legislativo (ALERO)/2018

Assinale a frase cujas formas verbais mostram correspondência adequada de tempos.

a) “Nenhuma moralidade pode fundar-se na autoridade, mesmo que a autoridade fosse divina.”

b) “Se os teus princípios morais te deixam triste, podes estar certo de que estivessem errados.”

c) “O modo mais seguro de prevenir as revoltas é que eliminássemos sua matéria.”


d) “´Foi o cargo que permitiu que se conheça o homem.”

e) “Tenho a impressão de que a exclamação ‘A pátria corre perigo’ não seja tão terrível quanto ‘A cultura corre
perigo!’”

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60. FGV - Assistente de Saneamento e Gestão (COMPESA)/2018

“... ela já devia pressentir que Papai Noel era um mito que nós fazíamos força para manter em nós mesmos.”

Se trocássemos a forma da oração reduzida sublinhada por uma oração desenvolvida, a forma adequada seria:

a) para que mantivéssemos em nós mesmos.


b) para a manutenção em nós mesmos.

c) para que mantenhamos em nós mesmos.

d) para que seja mantido em nós mesmos.

e) para mantermos em nós mesmos.

61. FGV - Assistente Legislativo Municipal (CM Salvador)/2018

A forma do verbo “impor” que está INCORRETA é:

a) impunha;

b) impusesse;

c) imponha;

d) impuser;
e) impora.

62. FGV - Analista Legislativo Municipal (CM Salvador)/2018

“Os países com bom desempenho nessa habilidade têm estruturas de aula...”; a frase abaixo que mostra uma
forma verbal INADEQUADA de um verbo composto de “ter” é:
a) ela não se atinha ao tema indicado;
b) elas se entreteram com o filhote do animal;

c) espero que eles não detenham a sua revolta;


d) pensou em retê-lo após a conferência;
e) esperava que ela se contivesse diante dele.

63. FGV - Analista Judiciário (TJ AL)/Judiciária/2018

“Até porque, nessa toada, a intolerância irracional ganha terreno, e nós vamos ficando cada vez mais
irracionalmente intolerantes com aquilo que não deveríamos ser”.
A forma verbal “deveríamos ser” forma uma locução verbal como os vocábulos abaixo:

a) queremos ser;

b) mandamos ser;
c) deixemos ser;

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d) vimos ser;

e) ouvimos ser.

64. FGV - Técnico Judiciário (TJ AL)/Judiciária/2018

Ressentimento e Covardia
Tenho comentado aqui na Folha em diversas crônicas, os usos da internet, que se ressente ainda da falta de uma
legislação específica que coíba não somente os usos mas os abusos deste importante e eficaz veículo de
comunicação. A maioria dos abusos, se praticados em outros meios, seriam crimes já especificados em lei, como
a da imprensa, que pune injúrias, difamações e calúnias, bem como a violação dos direitos autorais, os plágios e
outros recursos de apropriação indébita.

(Carlos Heitor Cony, Folha de São Paulo, 16/05/2006 – adaptado)

“Tenho comentado aqui na Folha”; o tempo verbal destacado nesse segmento inicial do texto indica uma ação
que:

a) se iniciou e terminou no passado;

b) mostra início indeterminado e continuidade no presente;

c) indica repetição sem determinação de tempo;


d) se iniciou no passado e termina no presente;
e) se localiza antes de outra ação também passada.

65. FGV - Técnico Judiciário (TJ AL)/2018

O verbo falsear apresenta como forma errada de conjugação:


a) falseiamos;

b) falseias;

c) falseemos;
d) falseie;
e) falseiam.

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66. FGV - Técnico Judiciário (TJ AL)/2018

“... que circulam por aí e que não podem ser desmentidos ou esclarecidos caso por caso”.

Nesse segmento do texto, a locução “podem ser” forma uma só oração por tratar-se de uma locução não verbal; a
forma abaixo que constitui duas orações por NÃO se tratar de locução verbal é:

a) querem ser;
b) devem ser;

c) gostam de ser;
d) vão ser;

e) fazem ser.

67. FGV - Técnico Bancário (BANESTES)/2018

“Não sei ver nada do que vejo; vejo bem apenas o que relembro e tenho inteligência apenas nas minhas
lembranças”. (Rousseau)
A relação ver/vejo só NÃO se repete de forma correta no seguinte par:

a) rir / rio;
b) trazer / trago;
c) requerer / requeiro;

d) deter / detenho;

e) reaver / reavejo.

68. FGV - Analista Judiciário (TJ AL)/2018


“Se eu falasse, ninguém acreditaria”.

O emprego de tempos verbais nesse segmento do texto está correto, segundo a norma culta; a frase abaixo em
que se mantém a correção gramatical é:

a) Se eu falasse, ninguém acreditava;

b) Se eu falo, ninguém acreditaria;

c) Caso eu falasse, ninguém acreditava;

d) Caso eu fale, ninguém acredita;

e) Se eu falava, ninguém acreditaria.

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69. FGV - Analista Legislativo Municipal (CM Salvador)/2018

A frase do texto que se apresenta na voz passiva é:

a) “A resistência ao desmonte da cultura em cenário de crises graves não se dá por acaso”;

b) “...a gestão pública do setor vem sofrendo...”;


c) “...generalize-se a opinião...”;

d) “...política públicas para a cultura não devem ser prioritárias”;

e) “Combater essa generalização equivocada é urgente”.

70. FGV - Analista Judiciário (TJ AL)/2018


A Copa do Mundo da Rússia só começa no dia 22 de junho, mas a febre dos álbuns com os jogadores das seleções
já se espalhou e chegou até ao plenário de uma assembleia legislativa brasileira. O flagrante de dois assessores
trocando figurinhas durante uma sessão foi divulgado pelas redes sociais e a cena se espalhou.

No post, que teve mais de 16 mil compartilhamentos e 26 mil curtidas no Twitter, o internauta chega a especular
que seriam deputados, mas a direção da casa esclareceu tratarem-se de assessores. “Votação importante hoje
(19/02) e os deputados ao invés de estarem trabalhando e fazendo jus ao salário superior a 25 mil reais, estão
trocando e colando figurinha da Copa do Mundo em meio à votação. Se eu falasse, ninguém acreditaria”, diz o
post.

Outro post com mais de 40 mil compartilhamentos traz um vídeo mostrando que a troca ocorreu enquanto uma
deputada discursava sobre uma proposta.
A direção da casa legislativa confirmou que as imagens foram feitas durante a sessão da quarta feira e esclareceu
que elas mostram dois “assessores de deputados” trocando figurinhas durante a sessão. “O comportamento não
é justificável. Os gabinetes dos deputados aos quais os assessores pertencem, já foram informados, e cabe aos
parlamentares decidir como proceder”. (adaptado)
“O flagrante de dois assessores trocando figurinhas durante uma sessão foi divulgado pelas redes sociais e a cena
se espalhou”.

O segmento “foi divulgado pelas redes sociais” do texto é exemplo de voz passiva; se a mesma frase fosse
colocada na voz ativa, a forma verbal adequada seria:

a) divulgaram;
b) divulgaram-se;

c) divulgou-se;
d) divulgam-se;
e) divulga-se.

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71. FGV - Analista (TJ SC)/2018

Inteligência e sabedoria não são a mesma coisa. Entretanto, na linguagem cotidiana, usamos os dois termos
indistintamente. Vivemos em uma sociedade onde a eficiência e os resultados são valorizados. Aparentemente,
apenas os mais inteligentes estão destinados a obter sucesso. No entanto, apenas os sábios conseguem uma
felicidade autêntica. Eles são guiados por valores e preocupados em fazer uso da bondade, aplicando uma visão
mais otimista à vida.

Se procurarmos agora no dicionário o termo sabedoria, será encontrada uma definição simples: a faculdade das
pessoas de agir de maneira sensata, prudente ou correta. Sendo assim, a primeira pergunta que vem à mente é: a
inteligência não nos dá a capacidade de nos movimentarmos no nosso dia a dia da mesma maneira? Um QI médio
ou alto não nos garante a capacidade de tomar decisões acertadas?

É claro que sim. Também é claro que quando falamos de inteligência surgem diferentes nuances. Por isso, o tipo
de personalidade e a maturidade emocional são fatores que influenciam mais concretamente as realizações das
pessoas. Isso também é verdadeiro em relação à capacidade de investir mais ou menos em seu próprio bem-estar
e no dos outros.

Em vista disso, inteligência e sabedoria são dois conceitos interessantes. Assim, poderemos ter uma ideia mais
precisa e útil do que realmente são. Afinal, se queremos algo, além de ter um alto QI, é necessário desenvolver
uma sabedoria excepcional e moldar uma personalidade virtuosa. Isso vai um passo além do cognitivo e do
emocional.
“A verdadeira sabedoria está em reconhecer a própria ignorância.” Sócrates.

Disponível em https:amentemaravilhosa.com.br/inteligencia-e-sabedoria/

A frase do texto 2 que NÃO exemplifica a voz passiva é:


a) “Vivemos em uma sociedade onde a eficiência e os resultados são valorizados”;
b) “Aparentemente, apenas os mais inteligentes estão destinados a obter sucesso”;
c) “Eles devem ser observados, analisados e desconstruídos”;

d) “Eles são guiados por valores e preocupados em fazer uso da bondade”;

e) “Se procurarmos agora no dicionário o termo sabedoria, será encontrada uma definição simples”.

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72. FGV - Assistente Legislativo (ALERO)/2018

O casamento foi a maneira que a humanidade encontrou de propagar a espécie sem causar falatório na vizinhança.
As tradições matrimoniais se transformaram através dos tempos e variam de cultura para cultura. Em certas
sociedades primitivas o tempo gasto nas preliminares do casamento – corte, namoro, noivado etc. – era abreviado.
O macho escolhia uma fêmea, batia com um tacape na sua cabeça e a arrastava para a sua caverna. Com o passar
do tempo este método foi sendo abandonado, por pressão dos buffets, das lojas de presente e das mulheres, que
não admitiam um período pré-conjugal tão curto. O homem precisava aproximar-se dela, cheirar seus cabelos,
grunhir no seu ouvido, mordiscar a sua orelha e só então, quando ela estivesse distraída, bater com o tacape na
sua cabeça e arrastá-la para a caverna. (fragmento)

VERÍSSIMO, Luís Fernando, Comédias da Vida Privada. Ed. LPm. 1994.

Assinale a opção em que a frase do texto mostra um exemplo de voz passiva verbal.

a) “O casamento foi a maneira que a humanidade encontrou de propagar a espécie sem causar falatório na
vizinhança.”

b) “As tradições matrimoniais se transformaram através dos tempos e variam de cultura para cultura.”
c) “O macho escolhia uma fêmea, batia com um tacape na sua cabeça e a arrastava para a sua caverna.”
d) “Em certas sociedades primitivas o tempo gasto nas preliminares do casamento – corte, namoro, noivado etc.
– era abreviado.”

e) “...quando ela estivesse distraída, bater com o tacape na sua cabeça e arrastá-la para a caverna.”

73. FGV - Especialista Legislativo de Nível Superior (ALERJ)/2017

A forma verbal abaixo corretamente conjugada é:

a) Todos se entreteram com os novos jogos;


b) Os turistas reouveram seus pertences;

c) O repórter interviu na discussão;


d) Quando o ver de novo, dar-lhe-ei o recado;

e) Ele se manteu no cargo até o último momento.

74. FGV - Recenseador (IBGE)/2017

A ORIGEM DA VIDA NO UNIVERSO

Uma descoberta anunciada na semana passada joga mais luz sobre a origem da vida no universo. Em um artigo
publicado na revista Nature – uma das mais importantes publicações científicas do mundo –, pesquisadores
ingleses relatam a identificação de microfósseis de bactérias que teriam surgido entre 4,2 bilhões de anos e 3,7
bilhões de anos atrás. Se for confirmado, será o mais antigo registro de vida na Terra.

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“...pesquisadores ingleses relatam a identificação de microfósseis de bactérias que teriam surgido entre 4,2 bilhões
de anos e 3,7 bilhões de anos atrás. Se for confirmado, será o mais antigo registro de vida na Terra”.

Em função da forma verbal “teriam surgido”, os leitores tomam conhecimento de que a informação da descoberta
é:

a) uma certeza dos estudiosos;

b) uma opinião dos descobridores;

c) uma possibilidade sugerida;

d) uma dúvida sobre a descoberta;


e) uma hipótese já comprovada.

75. FGV - Analista Técnico (MPE BA)/Engenharia Florestal/2017

Estou há pouco mais de dois anos morando na China, leitor, e devo dizer que a minha admiração pelos chineses só
tem feito crescer. É um país que tem coesão e rumo, como notou o meu colega de coluna neste jornal Cristovam
Buarque, que passou recentemente por aqui.

Coesão e rumo. Exatamente o que falta ao nosso querido país. E mais o seguinte: uma noção completamente
diferente do tempo. Trata-se de uma civilização milenar, com mentalidade correspondente. Os temas são sempre
tratados com uma noção de estratégia e visão de longo prazo. E paciência. A paciência que, como disse Franz
Kafka, é uma segunda coragem.

Nada de curto praxismo, do imediatismo típico do Ocidente, que têm sido tão destrutivos e desagregadores.
Esse traço do chinês é até muito conhecido no resto do mundo. Há uma famosa observação do primeiro-ministro
Chou En-Lai, muito citada, que traduz essa noção singular do tempo. Em certa ocasião, no início dos anos 1970,
um jornalista estrangeiro lançou a pergunta: “Qual é afinal, primeiro-ministro, a sua avaliação da Revolução
Francesa?” Chou En-Lai respondeu: “É cedo para dizer”.

Recentemente, li aqui na China que essa célebre resposta foi um simples mal-entendido. Com os percalços da
interpretação, Chou En-Lai entendeu, na verdade, que a pergunta se referia à revolta estudantil francesa de 1968!
Pronto. Criou-se a lenda.

Pena que tenha sido um mal-entendido. Seja como for, é indubitável que para os chineses o tempo tem outra
dimensão. Para uma civilização de quatro mil anos ou mais, uma década tem sabor de 15 minutos.
(O Globo, 15/9/2017)

“Estou há pouco mais de dois anos morando na China, leitor, e devo dizer que a minha admiração pelos chineses
só tem feito crescer”.
O emprego da forma verbal “tem feito” é perfeitamente adequada ao contexto, já que esse tempo verbal expressa
ações:

a) completamente passadas;
b) que se repetiram no passado;

c) que se iniciaram no presente;

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d) iniciadas no passado que continuam no presente;

e) iniciadas no presente e de duração indeterminada.

76. FGV - Recenseador (IBGE)/2017

A frase abaixo (texto 4) que mostra uma voz verbal diferente das demais é:
a) “...desestabilizando completamente o ecossistema”;

b) “...afloram as várias atividades humanas que as provocaram, ou estão provocando”;

c) “Dentre essas ações, as principais talvez sejam...”;

d) “... todos esses animais, de uma forma ou de outra, rendem expressivos lucros”;
e) “Atualmente, quando se mencionam ‘espécies em extinção’...”.

77. FGV - Técnico Judiciário Auxiliar (TJ SC)/2015

“Quebrado de cansaço pelo excesso de trabalho, o policial tinha adormecido na portaria da revista”.

O tempo simples correspondente à forma verbal sublinhada é:

a) havia adormecido;
b) adormecendo;
c) adormecia;

d) adormeceria;
e) adormecera.

78. INÉDITA
Está incorreta a correlação entre tempos e modos verbais na seguinte frase:

a) Muitos se recordariam da felicidade exultante com que eram ingeridos os pedaços da torta.
b) Foi promovida graças ao compadrio que andava na moda e que por muitos anos ofuscara a meritocracia.

c) Um mal-intencionado sugere que se dê por encerrada a aula e comecemos logo as festividades do feriado.

d) Depois de haver adormecido por três dias na cama de um hospital, o paciente acabara sendo salvo por um
milagre divino.

e) Já informado do salvamento do paciente, o familiar não se conteve de alegria e se permitiu não comparecer à
reunião com o chefe.

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79. INÉDITA

“O Governo deve, em 2019, devido à carência de quadro efetivo nos órgãos-chave da Administração Pública,
contratar número expressivo de servidores públicos.”

A transposição desse período para a voz passiva terá como resultado a seguinte forma verbal:
a) devem ser contratados

b) deve ser contratado

c) têm sido contratados

d) devem ser contratados

e) está contratando

80. INÉDITA

Observadas a regência e a flexão verbal, está correta a seguinte frase:

a) O apartamento que, na época, nos instalamos era o que tínhamos condições de pagar, porém havia um acordo:
se todos se mantessem em seus empregos durante razoável tempo, haveria chance de nos mudarmos para um
lugar mais espaçoso.

b) Irritei-me com tantos abaixo-assinados e requis transferência daquele desagradável departamento.


c) Afirmam que o funcionário atribue toda aquela discussão a uma intolerância por parte dos militantes.
d) Intermedio o encontro entre os candidatos à Presidência da República, para que haja uma coerente moderação
durante o debate.
e) Sentiu-se ofendido com a proposta e pensou que, se propusesse alterações em algumas cláusulas do contrato,
teria um sucesso na negociação.

81. INÉDITA

Você está conectado?

Alguns anos atrás, a palavra "conectividade" dormia em paz, em desuso, nos dicionários, lembrando vagamente
algo como ligação, conexão. Agora, na era da informática e de todas as mídias, a palavra pulou para dentro da
cena e ninguém mais admite viver sem estar conectado. Desconfio que seja este o paradigma dominante dos
últimos e dos próximos anos, em nossa aldeia global: o primado das conexões.
No ônibus de viagem, de que me valho regularmente, sou quase uma ilha em meio às mais variadas conexões: do
vizinho da direita vaza a chiadeira de um fone de ouvido bastante ineficaz; do rapazinho à esquerda chega a viva
conversa que mantém há quinze minutos com a mãe, pelo celular; logo à frente um senhor desliza os dedos no
laptop no colo, e se eu erguer um pouquinho os olhos dou com o vídeo − um filme de ação − que passa nos quatro
monitores estrategicamente posicionados no ônibus. Celulares tocam e são atendidos regularmente, as falas se
cruzam, e eu nunca mais consegui me distrair com o lento e mudo crepúsculo, na janela do ônibus.

Não senhor, não são inocentes e efêmeros hábitos modernos: a conectividade irrestrita veio para ficar e conduzir
a humanidade a não sabemos qual destino. As crianças e os jovens nem conseguem imaginar um mundo que não

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seja movido pela fusão das mídias e surgimento de novos suportes digitais. Tanta movimentação faz crer que,
enfim, os homens estreitaram de vez os laços da comunicação.

Que nada. Olhe bem para o conectado ao seu lado. Fixe-se nele sem receio, ele nem reparará que está sendo
observado. Está absorto em sua conexão, no paraíso artificial onde o som e a imagem valem por si mesmos,
linguagens prontas em que mergulha para uma travessia solitária. A conectividade é, de longe, o maior disfarce
que a solidão humana encontrou. É disfarce tão eficaz que os próprios disfarçados não se reconhecem como tais.
Emitimos e cruzamos frenéticos sinais de vida por todo o planeta: seria esse, Dr. Freud, o sintoma maior de nossas
carências permanentes?
Assinale o trecho que contém uma passagem na voz passiva

a) ... a palavra pulou para dentro da cena...

b) Fixe-se nele sem receio...

c) ... ele nem reparará que está sendo observado.

d) A conectividade é, de longe, o maior disfarce que a solidão humana encontrou.

e) ... as falas se cruzam, e eu nunca mais consegui me distrair com o lento e mudo crepúsculo, na janela do ônibus.

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Gabarito
01 E 02 D 03 E 04 C 05 A

06 E 07 E 08 E 09 C 10 C

11 E 12 E 13 E 14 C 15 E

16 E 17 C 18 E 19 C 20 C

21 C 22 C 23 C 24 C 25 C

26 A 27 B 28 E 29 E 30 E

31 D 32 C 33 A 34 D 35 B

36 B 37 A 38 A 39 D 40 C

41 D 42 A 43 C 44 C 45 A

46 D 47 D 48 E 49 D 50 E

51 E 52 D 53 B 54 C 55 A

56 A 57 D 58 B 59 E 60 A

61 E 62 B 63 A 64 D 65 A

66 E 67 E 68 D 69 C 70 A

71 B 72 D 73 B 74 C 75 D

76 C 77 E 78 D 79 B 80 E

81 C

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Resumo direcionado

1ª conjugação
Assim são classificados os verbos com terminação –AR. Exemplos: amar,
falar, pular, etc.
2ª conjugação
Verbos quanto
Assim são classificados os verbos com terminação –ER e –OR (pôr e
à terminação derivados). Exemplos: fazer, vender, comer, pôr, repor, dispor, etc.
3ª conjugação
Assim são classificados os verbos com terminação –IR. Exemplos: proibir,
permitir, imprimir, etc.
Verbos Regulares
Assim são chamados os verbos que seguem um modelo estabelecido e
não se afastam dele em toda a conjugação. Em termos mais técnicos,
são verbos que preservam intacto seu radical.
Verbos Irregulares
Assim são chamados os verbos que se afastam do modelo geral, por
apresentarem alterações no radical em algumas flexões.
Verbos Defectivos:
Assim são chamados os verbos que não possuem conjugação completa,
ou seja, são defeituosos.
Verbos quanto Verbos Anômalos:
à conjugação Assim são chamados os verbos anormais, pois não possuem radical fixo.
Os exemplos mais citados de verbos anômalos são “ser” e “ir”
Classificação Verbos Abundantes:
dos Verbos Assim são chamados os verbos que apresentam duas ou mais formas
para uma mesma conjugação, normalmente no particípio
Verbos Pronominais
Assim são chamados os verbos empregados acompanhados de
pronome oblíquo átono, que pode exercer função reflexiva (= a mim
mesmo; a ti mesmo; a si mesmo...), recíproca (um ao outro, um para o
outro, um com o outro, etc.) ou simplesmente ser uma parte
integrante do verbo.
Verbos Auxiliares:
Assim são chamados os verbos que se juntam às formas nominais
(infinitivo, gerúndio ou particípio) de um verbo principal, flexionando-se
em número, pessoa, tempo e modo.

Verbos Principais:
Assim são chamados aqueles verbos que conservam seu significado
pleno nas frases em são empregados. Quando acompanhados de
auxiliares, apresentam-se numa das três formas nominais – infinitivo,
Verbos quanto gerúndio ou particípio.
à função Verbos Vicários
Assim são chamados os verbos que substituem outros verbos, com o
intuito de evitar repetições desnecessárias.

Verbos Causativos e Sensitivos


Os verbos causativos são assim chamados porque exprimem uma
relação de causa. São eles: "fazer", "mandar" e "deixar".

Já os verbos sensitivos são assim chamados porque indicam a existência


de um dos sentidos. São eles: “ver", "sentir", "ouvir", “imaginar”, etc.

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IMPORTANTE!
Deve-se tomar o devido cuidado com as conjugações de alguns verbos irregulares, principalmente os derivados de
ter, ver, vir e pôr

Exemplos:

tenho(ter) – detenho (deter) – retenho (reter) – obtenho (obter)


tive(ter) – detive (deter) – retive (reter) – obtive (obter)

pus(pôr) – compus (compor) – repus (repor)

viu(ver) – reviu (rever) – previu (prever)


veio(vir) – interveio (intervir) – adveio (advir)

Frases do tipo “Eles reveram antigos colegas no churrasco.” e “O governo interviu no preço dos combustíveis”
estão ERRADAS! Veja:

Eles viram (ver) – Eles reviram (rever)


Ele veio (vir) – Ele interveio (intervir)
Corrigindo-as, teremos:

Eles reviram antigos colegas no churrasco.

O governo interveio no preço dos combustíveis


Ainda falaremos mais profundamente de algumas
conjugações perigosas. Mas já vai ficando atento com os
verbos derivados de ter, ver, vir e pôr, ok?

IMPORTANTE
 No dia a dia, equivocadamente se utilizam as formas “chego” e “trago” como particípios, acompanhadas
geralmente pelos verbos auxiliares ter e haver. Muito cuidado! Os particípios de “chegar” e “trazer” são
“chegado” e “trazido”, respectivamente!

Exemplos:

Eu tinha chego atrasado. (ERRADO)

Eu tinha chegado atrasado. (CERTO)


Eu havia trago muitos presentes da viagem. (ERRADO)

Eu havia trazido muitos presentes da viagem. (CERTO)

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As formas “chego” e “trago” até existem, mas são flexões de 1ª pessoa do singular do Presente do Indicativo – eu
chego; eu trago.

 Eis uma lista dos principais verbos abundantes: aceitar (aceitado e aceito); acender (acendido e aceso); eleger
(elegido e eleito); entregar (entregado e entregue); expulsar (expulsado e expulso); extinguir (extinguido e extinto);
imprimir (imprimido e impresso); limpar (limpado e limpo); pagar (pagado e pago); pegar (pegado e pego); prender
(prendido e preso); salvar (salvado e salvo); soltar (soltado e solto); suspender (suspendido e suspenso).

 Eis uma lista dos principais verbos que possuem apenas um particípio: abrir (aberto); beber (bebido); chegar
(chegado); cobrir (coberto); escrever (escrito); fazer (feito); trazer (trazido).

 No caso de verbos com mais de um particípio (verbos abundantes), emprega-se a forma regular do particípio
(terminada em ADO ou IDO) com os auxiliares TER ou HAVER. Já a forma irregular é utilizada com a presença
dos auxiliares SER, ESTAR ou FICAR.

Exemplos:

Corri atrás de Paulo, mas ele já tinha pegado o ônibus.

(Forma regular de particípio, com a presença do auxiliar TER)


O ladrão foi pego em flagrante.
(Forma irregular de particípio, com a presença do auxiliar SER)

Ela me contou que havia entregado minha carta em mãos.

(Forma regular de particípio, com a presença do auxiliar HAVER)


O pacote finalmente estava entregue em mãos.
(Forma irregular de particípio, com a presença do auxiliar ESTAR)

A churrasqueira tinha sido acesa no começo da tarde.


(Forma irregular de particípio, com a presença do auxiliar SER. Apesar da presença do auxiliar TER, o fato de
SER estar presente como auxiliar faz com que utilizemos a forma irregular do particípio)

 No caso de um verbo possuir um só particípio, este deverá ser empregado com qualquer auxiliar.

Exemplos:

Eu tinha feito lista de exercícios.


Eu havia feito lista de exercícios.

A lista de exercícios foi feita por mim.

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IMPORTANTE
 Quando inserido numa locução verbal como um dos auxiliares ou como verbo principal, o infinitivo não
admite a forma flexionada. É obrigatório, nesse caso, o emprego da forma não flexionada por razões de boa
sonoridade.

Exemplos:
Eles devem analisarem com cuidado as informações. (ERRADO)

Eles devem analisar com cuidado as informações. (CERTO)

Vocês podem comparecerem assim que desejarem. (ERRADO)


Vocês podem comparecer assim que desejarem. (CERTO)

Cuidado com as redações em que o auxiliar é isolado do principal no infinitivo por alguma expressão intercalada!
Esse distanciamento entre auxiliar e principal pode mascarar erros de flexão do infinitivo. Observe:

Os alunos devem, a partir de hoje até o final da semana que vem, tendo em vista a necessidade de atualização
cadastral periódica, comparecerem aos postos de saúde munidos da documentação comprobatória.
A frase apresenta ERRO no uso da forma flexionada de infinitivo “comparecerem”. Note que ela integra uma
locução verbal, cujo auxiliar é a forma verbal “devem”. Esse erro é mascarado devido às expressões intercaladas
posicionadas entre o auxiliar e o principal. Elas poluem nossa visão e acabam nos induzindo ao erro. Fique atento,
pois é assim que as bancas tentarão enganar você! Se essas intercalações não estivessem presentes, ficaria bem
mais fácil perceber o erro em “Os alunos devem... comparecerem”.

Como dito, não se flexiona infinitivo em locução verbal. A redação correta, portanto, seria:
Os alunos devem, a partir de hoje até o final da semana que vem, tendo em vista a necessidade de atualização
cadastral periódica, comparecer aos postos de saúde munidos da documentação comprobatória.

Emprega-se a forma regular do particípio (terminada em ADO ou IDO) na voz ativa, formando os tempos
compostos com os auxiliares TER ou HAVER. Já a forma irregular (tendo diversas terminações) é utilizada ao
lado dos auxiliares SER, ESTAR ou FICAR.

Exemplos:

Corri atrás de Paulo, mas ele já tinha pegado o ônibus.

O ladrão foi pego em flagrante.

Ela me contou que havia entregado minha carta em mãos.

O pacote foi entregue na hora certa pelo Correio.


No caso de um verbo possuir um só particípio, este poderá ser empregado com qualquer auxiliar.

Exemplos:
tinha feito, havia feito, está feito, foi feito, tinha aberto, havia aberto, está aberto, foi aberto;

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LISTA DE ALGUNS VERBOS QUE TÊM DOIS PARTICÍPIOS:

Aceitar (aceitado e aceito); Eleger (elegido e eleito); Entregar (entregado e entregue); Expulsar (expulsado e
expulso); Extinguir (extinguido e extinto); Prender (prendido e preso); Salvar (salvado e salvo); Soltar
(soltado e solto); Suspender (suspendido e suspenso).
ALGUNS VERBOS QUE POSSUEM APENAS UM PARTICÍPIO:

Abrir / aberto; Beber / bebido; Cancelar / cancelado; Chegar / chegado; Escrever / escrito; Esquecer /
esquecido; Estudar / estudado; Fazer / feito; Permitir / permitido; Trazer / trazido

Modos Verbais

Indicativo
O modo Indicativo apresenta o fato como certo ou real no momento da fala. Expressa, assim, uma realidade
do ponto de vista de quem fala ou escreve.
Exemplo:

Eu te ligarei depois da aula (Trata-se de um fato tido como certo no momento da fala).

Subjuntivo
O modo Subjuntivo apresenta o fato como duvidoso, provável, incerto no momento da fala. Expressa,
assim, uma hipótese, condição ou um desejo do ponto de vista de quem fala ou escreve.

Uma maneira rápida de se identificar verbos no Subjuntivo é perceber a presença de alguns sinalizadores
desse modo. E o que seriam esses sinalizadores, professor? Seriam palavras ou expressões que, por indicarem
dúvida, possibilidade, desejo, acompanham verbos no Subjuntivo. Seriam elas: se (condicional, equivalendo a
“caso”), caso, talvez, é possível, é provável, pode ser, quem sabe, etc. Aparecendo essas palavras ou
expressões, fatalmente o verbo que as acompanha estará flexionado no Subjuntivo.

Exemplo:

Talvez eu te ligue depois da aula (Trata-se de um fato tido como incerto no momento da fala).

Imperativo:
O modo Imperativo indica ordem, pedido, conselho. Os verbos de Imperativo são de interlocução, ou seja,
são verbos que se dirigem a um falante, expressando uma solicitação, uma sugestão ou um mandamento.

Exemplo:

Pense, fale, compre, beba


Leia, vote, não se esqueça

Use, seja, ouça, diga

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Tenha, morre, gaste e viva

(Pitty – Admirável Chip Novo)

Nos versos da cantora Pitty, os verbos em destaque estão no modo Imperativo, pois expressam ordem.

Tempos Verbais

Tempos Derivados do Presente do Indicativo

Derivam do Presente do Indicativo: o Presente do Subjuntivo e os Imperativos Afirmativo e Negativo.


Gostaria de que vocês dessem bastante atenção à formação dos Imperativos, alvo de muitas cobranças em provas
de concurso. Vamos descrever a seguir os processos de formação dos tempos verbais. Tomaremos como exemplos
as importantes conjugações dos verbos TER, VER, VIR e PÔR, que devem se tornar bem familiares para vocês.

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Tempos Derivados do Pretérito Perfeito do Indicativo

Derivam do Pretérito Perfeito do Indicativo três importantes tempos: o Pretérito Mais-que-Perfeito do


Indicativo, o Futuro do Subjuntivo e o Pretérito Imperfeito do Subjuntivo.

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IMPORTANTE!
As formas verbais de vir, ver e pôr e derivados no Pretérito Imperfeito e no Futuro do Subjuntivo costumam gerar
dúvidas.

Exemplos:
Quando você compor uma boa música, será recompensado pelo público. (ERRADO)

Quando você compuser uma boa música, será recompensado pelo público. (CERTO)
Se o Governo intervisse menos na economia, haveria mais crescimento econômico. (ERRADO)

Se o Governo interviesse menos na economia, haveria mais crescimento econômico. (CERTO)

Se nós mantermos o foco, atingiremos nossas metas. (ERRADO)


Se nós mantivermos o foco, atingiremos nossas metas. (CERTO)

Uma flexão que chama bastante atenção e a do FUTURO DO SUBJUNTIVO do verbo VER.
No dia a dia, são comuns as construções “Se eu ver... Quando eu ver ... Se você ver... Quando você ver ... Se nós
vermos... Quando nós vermos...”.

Essas construções, galera, estão erradas.

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As flexões previstas pela gramática normativa são “Se eu VIR... Quando eu VIR... Se você VIR... Quando você
VIR... Se nós VIRMOS... Quando nós VIRMOS...”. Esse padrão será seguido por seus derivados. Observe:

Se eu rever minha família, ficarei muito emocionado. (ERRADO)

Se eu revir minha família, ficarei muito emocionado. (CERTO)

Se a meteorologia prever sol no domingo, irei à praia. (ERRADO)


Se a meteorologia previr sol no domingo, irei à praia. (CERTO)

Se ele antevesse a crise, não tomaria aquela desastrada decisão. (ERRADO)


Se ele antevisse a crise, não tomaria aquela desastrada decisão. (CERTO)

Observação:

i) O Pretérito Mais-que-Perfeito indica um fato já concluído e anterior a outro também concluído em relação
ao momento da fala. Em outras palavras, pode-se dizer que se trata de um passado de um passado.

Exemplo:
A família terminara o jantar quando ele chegou.

Fato anterior ao Fato já


primeiro concluído

ii) O Pretérito Mais-que-Perfeito costuma ocorrer com mais frequência em sua forma composta:
Exemplo:

A bola já tinha entrado quando o juiz apitou o final do jogo.


(entrara)

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Locuções Verbais

Mas, professor, como eu saberei se aqueles dois verbos juntinhos formam uma unidade de sentido? Em outras
palavras, como saber se aquela união de verbos forma uma locução? Essa pergunta é importantíssima e sua resposta
precisa ser bem elaborada, de modo a não ficar dúvida alguma.
A primeira e mais importante evidência da presença de uma locução verbal é que tanto o verbo auxiliar
como o verbo principal devem se referir ao mesmo sujeito. Na frase “O professor vai resolver muitos exercícios
na aula.”, tanto o verbo auxiliar “vai” como o principal “resolver” compartilham do mesmo sujeito. Se
perguntarmos “Quem vai?” ou “Quem resolverá?”, a resposta será a mesma: o professor!

Esse primeiro filtro já nos leva a importante conclusão: verbos causativos e sensitivos acompanhados de
infinitivos ou gerúndios nunca irão formar locuções verbais, pois os sujeitos são diferentes.

Veja a frase:
Eu me vejo trabalhando neste Tribunal.

Note que o verbo sensitivo “vejo” tem como sujeito “eu”. Já a forma de gerúndio “trabalhando” tem como
sujeito acusativo (Lembra a definição de sujeito acusativo na aula passada?) o pronome oblíquo “me”. Portanto,
não ocorre uma locução verbal, pois os sujeitos são diferentes!
Mais um exemplo:

Eu te mandei fazer as malas.


Note que o verbo causativo “mandar” tem como sujeito “eu”. Já a forma de infinitivo “fazer” tem como
sujeito acusativo o oblíquo “te”. Portanto, não ocorre uma locução verbal, pois os sujeitos são diferentes!

No entanto, mesmo constatando que os dois verbos que estão juntinhos possuem o mesmo sujeito, podem
restar algumas dúvidas! Ora, se formos capazes de desenvolver a oração introduzida pelo infinitivo ou gerúndio,
fazendo aparecer algum conector, provamos que não ocorre uma locução verbal. Veja:
Maria finge ser sincera. (= Maria finge que é sincera)

Paulo julga estar bem. ( = Paulo julga que está bem)


Não nos cabe julgar a preferência alheia. (= Não nos cabe que julguemos a preferência alheia).

Portanto, para efeito de prova, teremos uma locução verbal quando os dois verbos – auxiliar e principal -
compartilharem do mesmo sujeito. No entanto, se houver a presença de um verbo sensitivo ou causativo ou
se o infinitivo ou gerúndio puderem ser desenvolvidos com o aparecimento de um conector, NÃO teremos
locução verbal.

Um caso particular de locução verbal é o tempo composto: trata-se da locução formada pelos auxiliares
ter ou haver conjugados, acompanhados do verbo principal no particípio, fazendo parte da conjugação normal
de um verbo. Dessa forma, todo tempo composto é uma locução verbal, mas nem toda locução verbal é um
tempo composto, pois as locuções não restringem seus auxiliares aos verbos ter e haver nem impõem que seus
verbos principais estejam no particípio. Conheceremos, no detalhamento dos tempos verbais, as principais formas
compostas.

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Correlação dos Tempos Verbais

Principais Correlações

Futuro do Subjuntivo – Futuro do Presente do Indicativo

Exemplos:

Se você vier, faremos uma festa.

Quando você for nomeado, comemoraremos a semana


toda.
Se nós mantivermos o foco, atingiremos nossas metas.

Pretérito Imperfeito do Subjuntivo – Futuro do Pretérito do


Indicativo

Exemplos:

Se você chegasse mais cedo, seria possível fazer uma


revisão antes de iniciar a aula.
Caso ele disponibilizasse o auditório, faríamos lá nossa
confraternização de final de ano.

Se nós mantivéssemos a disciplina, obteríamos melhores


resultados.

Outras Correlações
Há uma série de outras correlações. Você não precisa decorá-las, pois elas ocorrerão naturalmente. E
qualquer desvio resultará numa ruptura lógica na frase bem perceptível. É muito importante ler os exemplos de
redações e perceber a combinação entre os pares de tempos verbais. Vejamos:

Presente do Indicativo – Presente do Subjuntivo

Exemplos:
Eu espero que você me entenda.

Eu preciso que você faça isso para mim.

Atenção: Construções do tipo “Você quer que eu faço isso?” são consideradas graves equívocos gramaticais e
mostram desconhecimento por parte do falante de regras básicas que regem a norma culta.

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Pretérito Perfeito do Indicativo/Pretérito Imperfeito do Indicativo – Pretérito Imperfeito do Subjuntivo

Exemplos:

Eu esperava que você me entendesse.


Eu precisava que você fizesse isso para mim.

Sempre quis que você estivesse comigo.

Pretérito Perfeito do Indicativo – Pretérito Mais-que-Perfeito do Indicativo (Simples ou Composto)

Exemplos:

Li o livro que você havia indicado.


Resolvi a questão que o professor disponibilizara nas redes sociais.

Pretérito Perfeito do Indicativo – Futuro do Pretérito do Indicativo

Exemplos:
Informaram que o técnico não daria entrevistas.
Decidiram que o caso seria arquivado.

Observação:
Na linguagem coloquial, costuma-se usar o pretérito imperfeito do indicativo no lugar do futuro do pretérito.

Exemplo:

Você prometeu que vinha. (ERRADO)


Você prometeu que viria. (CERTO)

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VOZES VERBAIS

Podemos resumir, dessa forma, o processo de conversão de voz ativa em passiva analítica da seguinte
maneira:

1. O objeto direto da voz ativa se converte em sujeito paciente na voz passiva;


2. Já havendo um auxiliar na ativa, este permanece na passiva, com o cuidado de se fazer a devida
concordância com o novo sujeito.
3. Acrescenta-se o verbo auxiliar "ser", flexionado no mesmo tempo do verbo principal na voz ativa.
4. O verbo principal da voz ativa assume a forma particípio na voz passiva, tomando-se o devido cuidado de
estabelecer a concordância com o novo sujeito.
5. O sujeito da voz ativa se converte em agente da passiva, por meio do acréscimo da preposição “por”.

Não importa a complexidade frase que se queira converter da ativa para a passiva, pois sempre precisaremos
dos mesmos elementos para fazer a conversão: o sujeito agente, o verbo principal (sozinho ou na companhia
de auxiliares) e o objeto direto paciente. Os elementos presentes na voz ativa além desses citados serão somados
à frase resultante após a conversão.

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IMPORTANTE!

Só é possível voz passiva com verbos que possuam objeto direto, ou seja, os verbos precisam ser VTD
(transitivos diretos) ou VTDI (verbos transitivos diretos e indiretos). Você não precisa nem ficar muito
preocupado em classificar os verbos agora não, ok? Basta que checar se o verbo pede objeto direto. Se sim,
haverá voz passiva; se não, ela não será possível!

DIGA-ME COM QUEM O “SE” ANDA, QUE LHE DIREI QUEM O “SE” É.

Moçada, isso é muito sério. Se o “se” estiver grudado com um verbo que solicite OD, ele assumirá o papel de
PARTÍCULA APASSIVADORA ou PRONOME APASSIVADOR.
Em construções do tipo “Alugam-se casas.”, “Vendem-se apartamentos.”, “Contrata-se professor”, o
pronome SE está ladeado de verbos que pedem objeto direto (Quem aluga aluga ALGO; Quem vende vende
ALGO; quem contrata contrata ALGUÉM). Logo, o SE assume o papel de PARTÍCULA APASSIVADORA e as
frases se apresentam na VOZ PASSIVA SINTÉTICA OU PRONOMINAL.
Gente, continua valendo a máxima:

DIGA-ME COM QUEM O “SE” ANDA, QUE LHE DIREI QUEM O “SE” É.
Uma vez identificado que o SE é apassivador, vamos em busca do OBJETO DIRETO, esteja ele onde estiver
na frase. Esse objeto direto será convertido pelo SE apassivador em SUJEITO PACIENTE.

Observemos exemplos simples por enquanto:


Contrata-se professor de Português.
o O SE é apassivador, pois está ladeado de um verbo que pede OD (Quem contrata contrata
ALGUÉM).
o O objeto direto do verb0 “contratar” seria, numa situação normal, “professor de Português” (Quem
contrata contrata professor de Português).
o Com a entrada do SE apassivador, o OD “professor de Português” se converte em sujeito
paciente.

Vamos agora complicar um pouco mais, distanciando sujeito paciente e verbo na frase. Observe:

Descobriu-se, após minuciosa investigação conduzida pela Polícia Federal, em parceria com autoridades
do Ministério Público da Suíça, a fraude contábil na renomada estatal.

Gente, não muda nada! Sigamos o passo a passo:

o O SE é apassivador, pois está ladeado de um verbo que pede OD (Quem descobriu descobriu
ALGO).
o O objeto direto do verb0 “descobrir” seria, numa situação normal, “a fraude contábil...” (Quem
descobriu descobriu a fraude contábil...).
o Com a entrada do SE apassivador, o OD “a fraude contábil” se converte em sujeito paciente.

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FIM
NÃO DESISTA!
CONTINUE NA DIREÇÃO CERTA!

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