Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                

Faculdade de Filosofia, Ciências E Letras de Ibitinga - Faibi

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 10

FACULDADE DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E

LETRAS DE IBITINGA – FAIBI

CURSO DE GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA

MIRELA NATANIELE PROCOPIO

O LÚDICO NA DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM: TDAH

IBITINGA/SP
2021
MIRELA NATANIELE PROCOPIO

O LÚDICO NA DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM: TDAH

Trabalho apresentado como requisito para


avaliação da disciplina Metodologia da
Pesquisa aplicada a Educação II: do 5º
Semestre do 3º Ano, ministrada pela
professora Érica Augustini.

IBITINGA-SP
2021
SUMÁRIO
1.1 TDAH: CONCEITUAÇÕES E CARACTERIZAÇÕES....................................4

1.2 SINTOMAS DO TDAH....................................................................................4

1.3 ETIOLOGIA DO TDAH...................................................................................6

1.4 DIAGNÓSTICO E TRATAMANTO TDHA......................................................7

2.1 O QUE É O LÚDICO E SUAS CARACTERÍSTICAS HISTÓRICAS..............8

2.2 O LÚDICO COMO ESTRATÉGIA PARA O APRENDIZADO........................9

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS:..................................................................10
1.1 TDAH: CONCEITUAÇÕES E CARACTERIZAÇÕES

O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), segundo a


associação brasileira do déficit de atenção (ABDA), está relacionado a um
transtorno neurobiológico, de origem genética, responsável pelo sistema
nervoso e por controlar os impulsos inibidos de comportamentos inadequados
e pela capacidade de planejamento, organização, atenção, memória, entre
outras funções. A Organização Mundial da Saúde (OMS), revela que o TDAH
afeta até 5% das crianças nas escolas, e os sintomas normalmente persistem
ao longo de sua vida adulta.
O TDA se obteve diferentes nomes ao longo dos anos, como “Doença
de Still” e “Distúrbio de Impulso”, que descreviam crianças ativas e impulsivas.
Tardiamente, o nome Transtorno de Déficit de atenção surgiu pela primeira vez
em 1980, chamado DSM-III (Diagnóstico e Estatístico dos Distúrbios Mentais,
Terceira Edição), conceituando que o ponto central do problema era a
dificuldade de se concentrar e manter a atenção. Segundo o DSM-III, existiam
dois tipos de TDA: Com e sem hiperatividade, ambos sinalizavam a dificuldade
de concentração, impulsividade, inquietação, e mudanças no humor. As
crianças portadoras do TDA sem hiperatividade, tinham dificuldades de
concentração, mas não eram tão agitadas como as crianças com a
hiperatividade, e normalmente eram caracterizadas pelo sexo feminino, e as
crianças com hiperatividade tinham comportamento agressivo, portadoras do
sexo masculino. Em 1987, a nova edição DSM-IV enfatiza a sigla TDAH, que
até hoje é reconhecida como Transtorno de Déficit de Atenção e
Hiperatividade.

1.2 SINTOMAS DO TDAH

Os critérios diagnósticos do TDAH, de acordo com DSM-IV (APA, 2014,


p. 50-60) são:

4
A. Um padrão persistente de desatenção e/ou hiperatividade
impulsividade que interfere no funcionamento e no desenvolvimento,
conforme caracterizado por (1) e/ou (2):

1. Desatenção: Seis (ou mais) dos seguintes sintomas persistem por


pelo menos seis meses em um grau que é inconsistente com o nível
de desenvolvimento e tem impacto negativo diretamente nas
atividades sociais e acadêmicas/profissionais:

Nota: os sintomas não são apenas uma manifestação de


comportamento opositor, desafio, hostilidade ou dificuldade para
compreender tarefas ou instruções.
a) Frequentemente não presta atenção em detalhes ou comete erros
por descuido em tarefas escolares, no trabalho ou durante outras
atividades (p.ex., negligência ou deixar passar detalhes, o trabalho é
impreciso).
b) Frequentemente tem dificuldade de manter atenção em tarefas ou
atividades lúdicas (p. ex., dificuldade de manter o foco durante aulas,
conversas ou leituras prolongadas).
c) Frequentemente parece não escutar quando alguém lhe dirige a
palavra diretamente (p. ex., parece estar com a cabeça longe, mesmo
na ausência de qualquer distração óbvia).
d) Frequentemente não segue instruções até o fim e não consegue
terminar trabalhos escolares, tarefas ou deveres no local de trabalho
(p. ex., começa as tarefas, mas rapidamente perde o foco e
facilmente perde o rumo).
e) Frequentemente tem dificuldade para organizar tarefas e atividades
(p. ex., dificuldade em gerenciar tarefas sequenciais; dificuldade em
manter materiais e objetos pessoais em ordem; trabalho; trabalho
desorganizado e desleixado; mau gerenciamento do tempo;
dificuldade em cumprir prazos).
f) Frequentemente evita, não gosta ou reluta em se envolver em
tarefas que exijam esforço mental prolongado (p. ex., trabalhos
escolares ou lição de casa).
g) Frequentemente perde coisas necessárias para tarefas ou
atividades (p. ex, materiais escolares, livros, instrumentos, chaves,
carteiras, óculos, celular).
h) Com frequência é facilmente distraído por estímulos externos.
i) Com frequência é esquecido em relação a atividades cotidianas.
2. Hiperatividade e impulsividade: Seis (ou mais) dos seguintes
sintomas persistem por pelo menos seis meses em um grau que é
inconsistente com o nível do desenvolvimento e tem impacto negativo
diretamente nas atividades sociais e acadêmicas/profissionais:
Nota: Os sintomas não são apenas uma manifestação de
comportamento opositor, desafio, hostilidade ou dificuldade para
compreender tarefas ou instruções.
a) Frequentemente remexe ou batuca as mãos ou os pés ou se
contorce na cadeira.
b) Frequentemente se levanta da cadeira em situações em que se
espera que permaneça sentado (p. ex., sai do seu lugar em sala de
aula).

5
c) Frequentemente corre ou sobe nas coisas em situações que isso é
inapropriado.
d) Com frequência é incapaz de brincar ou se envolver em atividades
de lazer calmamente.

e) Com frequência “não para”, agindo como se estivesse “com o


motor ligado” (p. ex., não consegue ou se sente desconfortável em
ficar parado por muito tempo).

f) Frequentemente fala demais.

g) Frequentemente deixa escapar uma resposta antes que a pergunta


tenha sido concluída. (p. ex., termina frases dos outros, não consegue
aguardar a vez de falar).
h) Frequentemente tem dificuldade para esperar sua vez (p. ex.,
aguardar em uma fila).
i) Frequentemente interrompe ou se intromete (p. ex., mete-se em
conversas, jogos ou atividades; pode começar a usar coisas de outras
pessoas sem pedir ou receber permissão (...)

1.3 ETIOLOGIA DO TDAH

Não se sabe as causas precisas do TDAH, porém alguns autores como


Benczik (2000) e Rohde et al. (2003) destacam que, a etiologia do TDAH está
caracterizada por procedência de fatores genéticos e ambientais. Nesse
sentido, se na família os pais portadores dos genes para o TDAH, a
possiblidade do filho desenvolver segundo Rohde et al. “se amplia em relação
à outra criança que geneticamente não apresenta esta vulnerabilidade”.
Estudos epidemiológicos apontam que crianças e adultos com TDAH podem
apresentar riscos de desenvolverem transtornos da personalidade antissocial,
espectro autista (TEA), ansiedade, humor, e por substâncias.

Cypel (2007) aponta a importância dos fatores ambientais como


“Condições socioeconômicas e os aspectos psicoafetivos, familiares e
emocionais”. Portanto, é considerável se a gravidez foi planejada, se o
desenvolvimento do bebê ocorreu em meio a sentimento de frustração,
depressão ou ansiedade vivenciados pela mãe. Além da hereditariedade,
substâncias como o álcool e nicotina ingeridos durante a gravidez podem
alterar regiões cerebrais. Outra possível causa do TDAH é a exposição da
criança a altos níveis de chumbo, Yoshimasu K (2014) afirma que a “exposição
pré-natal ao metilmercúrio pelo consumo materno de peixes” também pode
estar relacionado ao desenvolvimento do TDAH.

6
1.4 DIAGNÓSTICO E TRATAMANTO TDHA

O diagnóstico para a confirmação do TDAH, é inteiramente clínico, feito


por especialistas na área com avaliações neuropsicológicas. Nesse sentido,
diz Bastos (2011):
 
Na avaliação puramente neuropsicológica, as múltiplas vinculações
das funções dificultam a conceituação dos aspectos primários e
secundários, tornando árdua a classificação nosológica. O mesmo já
não ocorre na prática clínica, onde o profissional experiente
geralmente consegue distinguir com razoável clareza o superficial do
profundo e o circunstancial do essencial. A razão disso é que nessa
instância clínica a avaliação se dá por um instrumento sensível à
intencionalidade, um componente fenomenológico da personalidade
inacessível por métodos discretos ou estritamente objetivos (p. 151).
 
Para o tratamento do TDAH em crianças e adultos é necessário o uso de
medicações, porém é usado em casos extremos de prejuízos funcionais
quando há alterações na interação familiar, indisciplina, instabilidade
emocional, mudanças de humor ou baixo rendimento escolar.
A psicoterapia também é indicada para o tratamento do TDAH,
recomenda-se a “Terapia Cognitivo Comportamental”, pois é uma das mais
utilizadas pelos profissionais da saúde. Ela reúne uma série de técnicas e faz
com que a relação terapeuta-cliente tenha uma boa eficácia.
O tratamento com fonoaudiólogo é recomendado em casos que o
paciente tenha Transtorno de Leitura (Dislexia) ou Transtorno da Expressão
Escrita (Disortografia). A Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA,
2017), diz que o TDAH não é um problema de aprendizado, como a Dislexia e a
Disortografia, mas as dificuldades em manter a atenção, a desorganização e a
inquietude atrapalham bastante o rendimento dos estudos. É necessário que os
professores conheçam técnicas que auxiliem os alunos com TDAH a ter melhor
desempenho. Em alguns casos é necessário ensinar ao aluno técnicas
específicas para minimizar as suas dificuldades.

7
2.1 O QUE É O LÚDICO E SUAS CARACTERÍSTICAS HISTÓRICAS

Lúdico é um adjetivo da língua portuguesa cuja origem vem do latim


“Ludos” significado de jogos e divertimento. Referindo-se a toda brincadeira,
jogos, música, dança, entre outros, ao ato de brincar. O lúdico é uma forma de
desenvolver a criatividade, aprendizado de uma forma prazerosa se divertindo
e interagindo com o outro.
Há indícios que mostram que o lúdico é usado desde a antiguidade por
alguns povos como fenícios e os egípcios. Através de escritas e símbolos
deixados pelos egípcios podemos conhecer alguns de seus jogos, mostrando
também que alguns jogos retratavam aspectos culturais de alguns povos.
Manson (2002) afirma que a maioria dos brinquedos que conhecemos
hoje tiveram sua origem na Grécia Antiga, e eram vistos como facilitadores de 
movimentos,  pois  propiciavam  a  aprendizagem.  Existiam várias
possibilidades de brincadeiras e brinquedos nesse período, como jogos de
ossinhos, arcos, bonecas, cavalos, dentre outros.

O jogo dito de pentelitha, que consistia, originalmente, em


lançar ao ar cinco pedrinhas, apanhando a maior possível nas costas
da mão, atravessou os séculos e era certamente praticada com
ossinhos. Jogava-se aos dados com o astrágalo do carneiro
atribuindo-se um determinado valor a cada uma das suas quatro
faces, mas também se encontraram dados de ouro e de prata
(MANSON, 2002, p. 26).

Filósofos como Platão afirmava que desde a idade mais jovem entre
meninos e meninas deviam envolver-se com atividades lúdicas, brincar jogar,
ou seja, a mesma educação para homens e mulheres. Aristóteles afirma que
brincando a criança entra num processo de catarse, uma espécie de
purificação da alma que ocorre devido a uma forte descarga de sentimento e
emoções, ocorridos devido a vivência de coisas belas. Aristóteles analisava os
jogos, não apenas como forma de passa tempo para as crianças, mas como
atividades sérias como forma de preparar os infantos para viver em sociedade.

8
2.2 O LÚDICO COMO ESTRATÉGIA PARA O APRENDIZADO

O TDAH quando não se é notado, possivelmente poderá trazer grandes


prejuízos na vida de uma criança, principalmente em sua trajetória escolar.
Segundo o autor Thomas W. Phelan (2005) as crianças que possuem TDA com
hiperatividade do tipo combinado é muitas vezes uma significativa força
negativa na sala de aula, por causa de suas dificuldades com as regras e com
o autocontrole. Por isso, é necessário que o professor (a) tenha domínio para
controlá-las e é de extrema importância a participação dos familiares na
aprendizagem e no comportamento da criança com TDAH.
Segundo Phelan (2005) na população geral, talvez 10% a 15% de todas
as crianças tenham dificuldades de aprendizado. Na população de portadores
de TDA, o número está mais próximo de 30% a 40%. Crianças com Déficit de
Atenção, portanto, frequentemente têm de lidar com duas desvantagens. O
resultado de todos esses problemas é que as crianças com TDA em geral vão
ter desempenhos significativamente abaixo da média.  Sendo assim, de
acordo com o autor:
Bem cedo elas descobrem que não gostam da escola. Uma conversa
típica com uma criança com TDA durante um diagnóstico de
avaliação pode ser mais ou menos assim:
- O que você pensa da escola?
- Eu não gosto dela.
- Do que você não gosta nela?
- Ela é chata.
- O que é chato nela?
- As lições.
- Qual é sua matéria favorita?
- O recreio.

É notável que alunos portadores desse transtorno tenham dificuldades


no aprendizado cognitivo que envolvem o desempenho do raciocínio, memória,
percepção e concentração. Portanto, é necessário que o professor (a) tenha
conhecimento sobre o TDAH, além disso, é preciso que ele conheça o aluno e
suas dificuldades, para poder desenvolver estratégias de aprendizagem.

9
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

BRASIL ESCOLA - A importância do lúdico na educação infantil, 2020.


[Internet] disponível em
<https://monografias.brasilescola.uol.com.br/educacao/a-importancia-ludico-na-
educacao-infantil> Acesso em 13/03/2021

MELO, Valeria. A importância do Lúdico para crianças com transtorno e


déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) na educação infantil. –
Universidade Aberta do Brasil, Brasília, p.10-70, Brasília, 2016. Disponível em
<https://bdm.unb.br/bitstream/10483/2409/1/2011ValeriaMigueldaCruzMelo.pdf
>. Acesso em: 14/03/2021.

ESTRELA, Rafaelle Christine Cidreira. O lúdico como processo de


aprendizagem para crianças com TDAH. Disponível em
<http://www.tdah.org.br/dicas02>. Acesso em: 14/03/2021.

MYNAIO, Maria Cecília de Souza. Pesquisa Social – Teoria, Método e


Criatividade. Editora Vozes, 21ª Edição, p.7-67. Petrópolis, 2002. Disponível
em: https://wp.ufpel.edu.br/franciscovargas/files/2012/11/pesquisa-social.pdf>.
Acesso em: 14/03/2021.

MADUREIRA, Ana F. A; BRANCO, Angela Uchôa. A pesquisa qualitativa em


psicologia do desenvolvimento: questões epistemológicas e implicações
metodológicas. Temas em Psicologia da SBP-2001, VoI 9 n°1, p.63-75.
Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/pdf/tp/v9n1/v9n1a07.pdf>. Acesso
em: 14/03/2021.

PHELAN, Thomas W. Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade.


M.Books do Brasil Editora Ltda. 2005, São Paulo. Acesso em: 24/11/2021

10

Você também pode gostar